Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

SOCIEDADE EDUCACIONAL LEONARDO DA VINCI - UNIASSELVI 
CURSO SUPERIOR DE NUTRIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO PARCIAL 
ESTÁGIO III: NUTRIÇÃO CLÍNICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATHALIA GEROMEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO – JUNHO/2025 
SOCIEDADE EDUCACIONAL LEONARDO DA VINCI - UNIASSELVI 
CURSO SUPERIOR DE NUTRIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
NATHALIA GEROMEL 
 
 
NÚCLEO HAYA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Relatório Parcial de Estágio Curricular 
Supervisionado, apresentado a 
Uniasselvi, como requisito para 
obtenção do diploma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO – JUNHO/2025 
DADOS DO ESTÁGIÁRIO 
 
 
Aluno: Nathalia Geromel 
Data de nascimento: 09/01/1996 
Conclusão do curso: Dez/2025 
Endereço: Rua Manuel de Almeida, 522, Vila Guilherme – São Paulo 
Fone: 11 97273-7380 
 
 
Curso: Nutrição 
Endereço: Avenida Guilherme Cotching, 808 
Bairro: Vila Maria 
Cidade: São Paulo 
CEP: 02113-010 
Fone: 
 
 
Dados Do Estágio 
Razão Social: Social: Instituto Saúde & Bem Estar Ltda 
Endereço: João Cachoeira, 488 - conjunto 1009, São Paulo – SP - 04535-010 
Bairro: Itaim bibi 
Cidade: São Paulo 
Data de fundação: 2020 
Natureza: Sociedade Empresária LTDA 
Área de atuação da empresa: Saúde 
Número de empregados: 5 
Período de estágio: Manhã 
Representante legal da empresa: Danilo Neugabauer Dib
SUMÁRIO 
Sumário 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 5 
2. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 6 
2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................... 6 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................... 6 
3. DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................... 7 
3.1 HISTÓRICO E CARACTERÍSTICAS DO ESTABELECIMENTO ...................................... 7 
3.2 PERFIL DOS PACIENTES ......................................................................................... 8 
3.3 DESCRIÇÃO DA ROTINA DIÁRIA DO NUTRICIONISTA DO SERVIÇO ................... 9 
3.4 CASO CLÍNICO ....................................................................................................... 10 
3.5 Diagnóstico Nutricional e Conduta ............................................................................... 11 
3.6 Estratégias Nutricionais Adotadas ............................................................................... 13 
3.7 ATIVIDADES E MATERIAIS DESENVOLVIDOS ..................................................... 16 
3.8 RELATÓRIOS DE DÚVIDAS E COMO FORAM SANADAS .................................... 19 
4 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 21 
5 ANEXOS ......................................................................................................................... 22 
6 Documentos usados no estágio não elaborados pelo autor/acadêmico ........................... 23 
7 APÊNDICE ...................................................................................................................... 26 
7.1 Outros pacientes acompanhados na clínica ................................................................... 26 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Conforme descrito no Conselho Federal de Nutrição (CFN) a área de nutrição clínica compete 
ao profissional nutricionista habilitado: 
“No exercício de suas atribuições, prestar assistência nutricional e dietoterápica; 
promover educação nutricional; prestar auditoria, consultoria e assessoria em 
nutrição e dietética; planejar, coordenar, supervisionar e avaliar estudos 
dietéticos; prescrever suplementos nutricionais; solicitar exames laboratoriais; 
prestar assistência e treinamento especializado em alimentação e nutrição a 
coletividades e indivíduos, sadios e enfermos, em instituições públicas e 
privadas, em consultório de nutrição e dietética e em domicílio.” (CFN, 2018, 
P.7). 
A atuação do nutricionista na área clínica, é de fundamental importância no contexto à atenção 
e promoção da saúde, pois contribui diretamente para a prevenção e tratamento correto de 
diversas patologias por meio da avaliação nutricional, diagnóstico e prescrição de dietoterapia 
individualizada para cada paciente. O nutricionista também tem papel fundamental na 
recuperação clínica e melhora da qualidade de vida de seus pacientes (KRAUSE, 2022). 
 
A relevância da atuação do nutricionista, se justifica pelo impacto que um suporte adequado 
exerce sobre o prognóstico de saúde de um paciente, bem como impacto em sua autoestima. 
Quando falamos de nutrição clínica, é importante ressaltar que o profissional tem grande 
impacto na saúde de pacientes principalmente em ambiente hospitalar, unidades de tratamento 
intensiva (UTI), ambulatórios, como também no suporte à pacientes que desejam ter uma 
qualidade de vida melhor, fazendo um melhor manejo da saúde, peso e/ou composição corporal. 
O nutricionista integra a equipe multidisciplinar dos profissionais da saúde, sendo o único 
profissional habilitado a prescrever dietoterapia. 
A relação nutricionista-paciente, vai muito além da prescrição dietética. Trata-se de uma parceria 
terapeutica entre profissional-paciente, e deve ser conduzida de forma empática, ética e com 
muita diligência e responsabilidade, respeitando os limites e as escolhas dos indivíduos, ao 
mesmo tempo em que se respauda e o orienta por evidencias científicas, livros, resoluções e 
boas práticas profissionais. 
Segundo o código de ética e conduta do nutricionista, é dever do profissional “respeitar o ser 
humano em sua dignidade, direitos e não discriminação de qualquer natureza” (CFN, 2018, p.2). 
Diretriz essa que reforça que a ética não se limita ao sigilo profissional ou cumprimento de 
normas, mas se estende em um cuidado integrado, comunicação clara e objetiva, e no 
acolhimento de necessidades físicas e emocionais de cada paciente. 
O profissional nutriciosta, além de seu domínio técnico-científico, também possui uma atuação 
sensível no manejo da relação com o paciente. A construção de vínculo com paciente, realizada 
por meio de escuta empática, respeito às individualidades, compromisso com a autonomia e 
obviamente atingimento de metas/resultados. São elementos totalmente dependendos e 
fundamentais para promover adesão ao plano nutricional, gerando resultados clínicos 
sustentáveis e duradouros. 
 
 
2. OBJETIVOS 
 
2.1 OBJETIVO GERAL 
Integrar os conhecimentos teóricos com a prática nas áreas de assistência nutricional 
internação hospitalar, internação domiciliar (Home care), SPA e assistência ambulatorial a partir 
do acompanhamento diário e/ou conforme calendário de visita domiciliar e consulta e individual 
do paciente para desenvolver a sua capacidade e habilidade em investigar, diagnosticar, 
planejar, supervisionar e avaliar as atividades de terapia nutricional direcionando a conduta a 
recuperação baseada nos fatores clínicos, fisiológicos, patológicos, sociais, culturais e 
psicológicos de cada paciente. 
 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
▪ Avaliar, diagnosticar e acompanhar pacientes sadios e enfermos, no intuito de 
promover, manter ou recuperar o estado nutricional; 
▪ Planejar, prescrever, analisar, supervisionar e avaliar dietas e suplementos dietéticos 
para indivíduos sadios e enfermos 
▪ Atuar em equipes multiprofissionais de assistência a pacientes. 
▪  Ter domínio sobre aplicação de técnicas de avaliação nutricional, tais como 
circunferências e dobras cutâneas, na avaliação da composição corporal de indivíduos 
sadios e enfermos; 
▪ Aplicar conhecimentos sobre a composição, propriedades e transformações dos 
alimentose seu aproveitamento pelo organismo humano, na atenção dietética; 
▪ Estimar as necessidades nutricionais nas diversas faixas etárias e situações clínicas; 
▪ Elaborar a orientação nutricional e o planejamento alimentar e nutricional, incluindo 
prescrição dietética e suplementação; 
▪ Atuar em equipes multiprofissionais destinadas a planejar, coordenar, supervisionar, 
implementar, executar e avaliar atividades na área de alimentação e nutrição e de 
saúde. 
3. DESENVOLVIMENTO 
 
3.1 HISTÓRICO E CARACTERÍSTICAS DO ESTABELECIMENTO 
o Fundação: 2020 
o Registro fotográfico do local (se houver): 
o 
Figura 1: imagens da clínica 
Fonte: autoria própria 
 
o Características da localização geográfica / Anexar o mapa do território: 
Longitude IBGE: -46.6767078 e Latitude IBGE: -23.5881811 
 
Figura 2: geolocalização da clínica 
 
 
o Composição da equipe: 5 nutricionistas, 1 nutrólogo, 1 médico do esporte, 
1 endócrino pediatra, 1 pediatra, 1 biomédica, e 5 (cinco) funcionários (2 recepcionistas, 1 
gestora e 2 limpeza) 
o Composição dos setores de atendimento: 5 nutricionistas, 1 nutrólogo, 1 
médico do esporte, 1 endócrino pediatra, 1 pediatra, 1 biomédica, e 5 (cinco) funcionários 
(2 recepcionistas, 1 gestora e 2 limpeza) 
o Número de funcionário: 15 
o Número de leitos/pacientes: 1.850 
o Número de atendimentos mensal: 230 
o Serviços de saúde oferecidos pelo estabelecimento: Nutrição, Pediatria, 
Nutrologia, Endocrinologia Pediátrica, Estética avançada, Biomedicina Estética. 
o Horário de funcionamento: 07:00 às 19:00 
 
3.2 PERFIL DOS PACIENTES 
 
o Perfil da população atendida (classe socioeconômica, escolaridade, idade, 
gênero, perfil de saúde, perfil nutricional, hábitos de vida…): Pessoas com ensino superior 
completo, trabalhamos apenas consultas particulares, e emissão de nota fiscal para 
reembolso via convênio 
o Modalidade de atendimento (convênios, SUS, particular…). Há diferença no 
atendimento dependendo da modalidade? Atendimento particular, e online. A diferença é 
que para o plano presencial, o paciente conta com avaliação via bioimpedância. 
 
3.3 DESCRIÇÃO DA ROTINA DIÁRIA DO NUTRICIONISTA DO SERVIÇO 
Durante meu período de estágio na Clínica Núcleo Haya, sob a supervisão do nutricionista 
Danilo Dib, pude vivenciar na prática uma abordagem nutricional centrada no paciente, 
com respaldo técnico, evidência científica e integração entre profissionais. 
 
3.3.1 Formação técnica do profissional e atualizações 
O Danilo é nutricionista e referência na área clínica, funcional e no tratamento de lipedema. 
Mantém uma rotina intensa de atualização profissional, participando de congressos, cursos 
e discussões científicas. Além dele, a equipe é composta por especialistas em diferentes 
áreas da saúde, como nutrologia, endocrinologia pediátrica, medicina do esporte, pediatria 
e biomedicina estética – o que enriquece ainda mais as condutas e decisões clínicas. 
 
3.3.2 Horário de trabalho 
A clínica funciona das 7h às 19h, com uma escala de atendimentos que respeita o fluxo de 
pacientes e as agendas individuais dos profissionais. A presença de uma gestora facilita a 
organização interna, evitando sobrecargas e garantindo fluidez nos atendimentos. A rotina 
é dinâmica, mas bem distribuída. 
 
3.3.3 Atribuições e responsabilidades 
O nutricionista realiza anamnese completa, avaliação física e interpretação de exames 
laboratoriais, sempre buscando entender o contexto do paciente. A prescrição alimentar é 
individualizada, adaptada à rotina e aos objetivos da pessoa. Durante o estágio, 
acompanhei desde casos clínicos mais simples até estratégias mais complexas, como 
modulação hormonal ou protocolos anti-inflamatórios. 
 
3.3.4 Equipamentos utilizados 
A avaliação física é feita com instrumentos de precisão: balança digital, estadiômetro, fita 
métrica, adipômetro clínico e bioimpedância multifrequencial. Esses dados guiam tanto o 
plano alimentar quanto a orientação de suplementação e ajustes metabólicos. 
3.3.5 Base científica utilizada 
As condutas são baseadas em evidências atualizadas, com fundamentação em literatura 
técnica como o Manual de Nutrição Clínica, materiais da SBNE, artigos do PubMed, e 
referências funcionais como Mavie Krause e André Rizzutti. Cada decisão é pensada com 
respaldo nada é feito no automático. 
 
3.3.6 Estratégias nutricionais 
As estratégias variam conforme o caso clínico, e conforme a anamnese de cada paciente. 
Vi protocolos que iam desde low carb, cetogênica, dieta anti-inflamatória, até condutas 
mais tradicionais, alguns pacientes com comorbidades como câncer, lipedema e diabetes, 
também passaram pela clínica. A escolha da conduta, leva em conta o objetivo do paciente, 
histórico clínico e resultados laboratoriais, além de recomendações médicas ou patologias 
pré existentes. Há uso racional de suplementos, sempre com justificativa técnica e clínica. 
Danilo também tem bastante experiência com lipedema, e utiliza diversos manejos 
nutricionais para auxiliar as pacientes. 
 
3.3.7 Questões burocráticas 
A clínica é bem estruturada do ponto de vista legal: possui alvarás, licenciamento sanitário, 
RT ativa e registro no CRN. Os processos administrativos e financeiros são coordenados 
pela gestora e pelas recepcionistas, o que garante organização, desde o agendamento até 
o pós-consulta. 
 
3.3.8 Diferenciais do atendimento 
O grande diferencial está na integração. Não é só sobre o plano alimentar é sobre olhar 
para o paciente como um todo, Danilo oferece diversos planos que também ajudam na 
fidelização dos pacientes. A troca entre os profissionais, o acolhimento da equipe, a escuta 
ativa e a personalização do tratamento fazem toda a diferença. O cuidado é técnico, mas 
também humano. A clínica também fica em um espaço super bonito, e oferece mimos aos 
pacientes, como bolos, cafés, iogurtes e whey protein, salas muito bem equipadas e 
profissinais com diversas formações que formam um acompanhamento mais humano e 
próximo do paciente. 
 
3.4 CASO CLÍNICO 
A palavra anamnese vem do grego “anmnesis” e significa recordar. 
Na prática clínica, é muito comum e primordial a realização de anamnese clínica, é a etapa 
onde o nutricionista/profissional da saúde consegue identificar os sintomas e sinais atuais, 
saúde do paciente, bem como, histórico familiar, para atuar com maior precisão. 
De tal maniera, a anamnese é de grande relevância para se reconhecer e entender não só 
o histórico de saúde do paciente e seu objetivo atual, mas também alcançar uma relação 
de confiança entre paciente e profissional, tendo em vista, melhorar à adesão da conduta 
terapêutica. 
Na nutrição, o sucesso da conduta é, em maior parte, dependente de mudanças nos 
hábitos alimentares, que em suma maioria, representam um desafio para os pacientes. 
 
A anamnese é um instrumento essencial no atendimento nutricional, facilita que o 
nutricionista colete dados detalhados e importantes que vão balizar a conduta nutricional, 
dados estes que podem ser: história clínica, alimentar e de estilo de vida do paciente, 
hábitos e vícios, doenças preexistentes, uso de medicamentos, suplementações e fatores 
que podem interferir na conduta nutricional. Essa avaliação inicial é indispensável para o 
planejamento individualizado, baseado em evidências e nas reais necessidades do 
paciente. 
 
Anamnese preenchida de acordo com a subárea (esportiva, hospital e ambulatorial); 
 
Paciente: Nicole, 26 anos, compareceu na clínica com queixa de acúmulo desproporcional 
de gordura em membros inferiores, associado à dificuldade de emagrecimento. Apresenta 
constipação, sono irregular e consumo frequente de doces aos finais de semana, com 
escapadas semanais também. Faz uso de metilfenidato e suplementos proteicos. 
 
Durante a avaliação antropométrica realizada por bioimpedância (InBody120), foram 
encontrados os seguintes dados: 
- Altura: 1,72m 
- Peso: 78,3 kg 
- IMC: 26,5 kg/m² (sobrepeso) 
- % de Gordura: 35,6% 
- Massa muscular esquelética: 28,0 kg 
- Gordura visceral: Nível 12 
- TMB estimada: 1458 kcal 
 
3.5 Diagnóstico Nutricional e Conduta 
Foi proposto o seguinte diagnóstico nutricional: sobrepeso com acúmulo de gordura nos 
membros inferiores (hipótese de lipedema grau I/II), constipação funcional, ingestão 
alimentar hipercalórica pontual e sono insuficiente. 
Os principais objetivos definidos foram: redução de gordura corporal com preservação de 
massa muscular, regulação do trânsito intestinal, controle de episódios de compulsão por 
doces e melhoria da qualidade do sono. 
Na análise da composição corporal, observa-se que a paciente apresenta um índice de 
gordura corporal (PGC) de 35,6%, considerado acima do ideal para mulheres adultas, e 
um nível de gordura visceral de 12 — também elevado, uma vez que o valor de referência 
é até 9. 
A gordura visceral é um tipo de gordura “metabolicamente ativa”, associada ao aumento 
do risco de doenças cardiovasculares, resistência à insulina, esteatose hepática e 
inflamação crônica de baixo grau. Segundo Rosen et al. (2020), “a gordura visceral é um 
marcador preditivo mais importante para desfechos cardiometabólicos do que o IMC 
isolado”. 
O sobrepeso, associado à elevação da gordura corporal, pode dificultar o metabolismo 
energético, impactar a saúde hormonal e comprometer a resposta ao exercício físico, 
dificultante ainda mais o processo de emagrecimento por caracterizar em um processo 
inflamatório corporal, aumentando a liberação de toxinas corporais. De acordo com o Dr. 
Walter Willett, da Harvard T.H. Chan School of Public Health, “o tipo de gordura corporal 
importa mais que a quantidade total — o excesso de gordura visceral é um dos maiores 
riscos silenciosos à saúde.” 
Além disso, a paciente apresenta padrão de sono insuficiente, o que intensifica os impactos 
metabólicos. A restrição de sono está relacionada a aumento do apetite (via aumento do 
hormônio grelina), redução da saciedade ( diminuição da secreção de leptina) e maior 
resistência à insulina — fatores que dificultam o emagrecimento e favorecem o acúmulo de 
gordura abdominal. Um estudo de Spiegel et al. (2004) demonstrou que “a restrição de 
sono por poucos dias já promove alterações hormonais suficientes para induzir resistência 
à insulina e ganho de peso”. Privação de sono, também caracteriza uma menor eficiência 
de liberação hormonal, e um padrão alimentar que pode se caracterizar por busca por 
alimentos mais palatáveis e doces em geral. 
O consumo elevado de doces, relatado pela paciente, pode estar vinculado a um 
desbalanço no sistema de recompensa, comum em quadros de inflamação, lipedema, bem 
como, privação de sono e falta de nutrientes adequeados para o balanço energético total, 
e saciedade. 
Por fim, para elucidar, segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia 
Vascular (sbacv): 
“Lipedema é uma doença crônica e progressiva caracterizada pela deposição 
anormal de gordura em membros inferiores e, às vezes, pode acometer membros 
superiores. Atinge quase que exclusivamente mulheres e tem início na puberdade, dando 
indícios de um componente hormonal na sua fisiopatologia, porém ainda não sabemos ao 
certo suas causas. A gordura do lipedema é diferente da obesidade, tende a formar 
nodulações no subcutâneo, além de ter um componente inflamatório importante.” 
 
Sendo assim, lipedema é uma condição crônica e progressiva caracterizada pelo acúmulo 
anormal de tecido adiposo, principalmente em membros inferiores, que não responde às 
dietas convencionais e exercícios físicos. Predominantemente acomete mulheres e pode 
estar relacionado a fatores hormonais, especialmente alterações no estrogênio. Os 
principais sinais incluem dor ao toque, sensibilidade, hematomas frequentes, sensação de 
peso nas pernas e desproporção corporal entre tronco e membros inferiores. Apesar de 
ainda pouco reconhecido, o lipedema impacta significativamente a qualidade de vida física 
e emocional das pacientes, podendo evoluir para quadros de baixa autoestima, depressão, 
ansiedade, além de favorecer a progressão para linfedema em casos mais avançados. 
 
3.6 Estratégias Nutricionais Adotadas 
A conduta proposta envolveu orientações quanto ao fracionamento alimentar, aumento de 
ingestão proteica, substituições de doces por preparações naturais, reforço de alimentos 
prebióticos e probióticos, estímulo ao sono regular e hidratação adequada. Foram 
entregues materiais educativos sobre lipedema e alimentação anti-inflamatória. 
3.6.1 Distribuição de macronutrientes 
Foi adotada a seguinte distribuição: carboidratos 1,8/kg/dia, proteínas 1,8 g/kg/dia e 
gorduras 0,6 g/kg/dia. Essa estratégia visa oferecer aporte energético adequado à rotina 
da paciente, com controle glicêmico e resposta anti-inflamatória, totalizando 1.470 kcals de 
conduta inicial, bem próximo a taxa metabólica basal apresentada pela paciente. 
O consumo reduzido de carboidratos, preferencialmente de baixo índice glicêmico, está 
associado à menor formação de produtos finais de glicação (AGEs), que estão 
relacionados ao envelhecimento precoce, possível relação com doenças crônicas 
(diabetes, doenças cardíacas) e à redução de estímulos insulínicos exacerbados, que 
podem agravar o quadro inflamatório presente em pacientes com lipedema (MENDES et 
al., 2023). 
A ingestão proteica, foi pensada para promover saciedade, preservação da massa magra 
e melhora da sensibilidade insulínica da paciente (PHILLIPS; VAN LOON, 2011). Já a 
ingestão moderada de gorduras prioriza fontes insaturadas com efeito anti-inflamatório, 
como as presentes em sementes e oleaginosas (CALDER, 2013). 
 
3.6.2 Alimentos funcionais e anti-inflamatórios 
Foi incluída a recomendação de linhaça e chia como fontes de ácido alfa-linolênico (ALA), 
com propriedades anti-inflamatórias e moduladoras do metabolismo lipídico (BARRE, 
2020). O consumo regular de gorduras boas e sementes, foi sugerido pelo conteúdo de 
polifenóis e fitoesteróis, associados à melhora do perfil glicêmico e inflamatório. 
Recomenda-se o aumento de vegetais com compostos bioativos (como os crucíferos) e 
temperos naturais com potencial antioxidante e anti-inflamatório, como cúrcuma e gengibre 
(MOLINA; SILVA; MONTEIRO, 2019). 
 
3.6.3 Estratégias complementares 
A conduta contempla ainda o controle do índice glicêmico da dieta com substituições de 
alimentos refinados por integrais, e o estímulo ao padrão alimentar mediterrâneo, por seu 
alto potencial antioxidante e anti-inflamatório (MARTÍNEZ-GONZÁLEZ et al., 2015). Tais 
estratégias são especialmente indicadas em casos de lipedema, por atuarem na 
modulação da microcirculação e na inflamação crônica de baixo grau. 
 
3.6.4 Diferenças de estratégias e explicações 
O cardápio proposto inicialmente apresenta um valor energético estimado em torno de 
1285 kcal/dia, com distribuição aproximada de 124g de proteína (39%), 132g de 
carboidratos (41%) e 29g de lipídios (20%). Embora o plano tenha um bom aporte proteico, 
nota-se uma restrição calórica acentuada e potencialmente incompatível com a 
manutenção da taxa metabólica basal (TMB) de uma mulher adulta com lipedema estágio 
1, 35% de gordura corporal e 26 anos. 
Segundo estimativas baseadas na equação de Harris-Benedict e Mifflin para sobrepeso, 
mesmo considerando um fator de atividade leve, a TMB da paciente deve girar em torno 
de 1350–1400 kcal, com necessidades energéticas totais (GET) em torno de 1800–2000 
kcal. Isso sugere que o protocolo atual está abaixo da TMB, podendo comprometer o 
metabolismo a longo prazo, além de induzir perda de massa magra o que é especialmente 
indesejado em pacientes com lipedema, dada a tendência à inflamação crônica e maior 
resistência à mobilização de gordura. 
 
3.6.5 Minha Conduta Nutricional Proposta 
Ajustei o plano alimentar da pacientecom foco na preservação da TMB, da massa magra 
e na progressão sustentável do processo de emagrecimento e controle do lipedema, 
utilizando as seguintes diretrizes de distribuição de macronutrientes: 
 • Proteína: 1.9g/kg de peso atual 
Justificativa: aporte levemente elevado de proteína favorece a preservação da massa 
magra, especialmente em protocolos hipocalóricos moderados. Além disso, melhora a 
saciedade e reduz a inflamação sistêmica, importante em casos de lipedema. 
 • Carboidratos: 1.5g/kg 
Justificativa: oferta moderada de carboidratos visa respeitar a tolerância metabólica da 
paciente, fornecendo energia para funções básicas e suporte à microbiota intestinal, sem 
provocar picos glicêmicos. 
• Lipídios: 0.6g/kg 
Justificativa: quantidade suficiente para manutenção hormonal e função celular adequada, 
com foco em ácidos graxos de boa qualidade (ômega-3, azeite e sementes). 
 
Com essa distribuição, o plano alimentar atinge aproximadamente 1550–1650 kcal, 
proporcionando leve déficit energético, porém ainda acima da TMB, garantindo uma 
margem segura de adaptação e flexibilidade para futuras manobras nutricionais, como 
ciclagem de carboidratos ou jejum intermitente, caso necessário. 
 
 
3.7 ATIVIDADES E MATERIAIS DESENVOLVIDOS 
 
Figura 3: Cardápio Paciente Nicole 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Elaboração própria via webdiet 
 
Figura 4: guia de orientações gerais para futuros pacientes 
 
Fonte: elaboração própria 
 
3.8 RELATÓRIOS DE DÚVIDAS E COMO FORAM SANADAS 
 
I. Avaliação de exame laboratoriais: foi indicado um curso do profissional 
André Rizutti para iniciar as avaliações com mais diligência. 
II. Avaliação de diagnóstico de lipedema: orientação é contar com um médico 
profissional (normalmente um vascular), para que a hipótese diagnóstica 
seja validada. 
III. Uso de gestrinona na TPM? Conduta em conjunto com médico endócrino e 
da nutrologia. 
IV. Como saber quando usar Harris-Benedict, Mifflin-St Jeor ou a equação de 
Cunningham? Mifflin-St Jeor é mais precisa para pacientes eutróficos; 
Cunningham é preferida quando se conhece a massa magra; Harris-
Benedict tende a superestimar. 
V. Quando considerar o uso de massa magra para o cálculo da TMB? 
VI. Déficit calórico: quanto aplicar sem reduzir a TMB? e qual a margem segura 
de redução calórica sem comprometer a taxa metabólica basal ou induzir 
catabolismo? Um déficit de 10–20% do GET é considerado seguro, 
respeitando a TMB para evitar redução adaptativa do metabolismo. 
VII. Como identificar inflamação crônica de baixo grau através de VCM, RDW, 
PCR e leucograma? RDW, PCR > 1, leucócitos altos e linfopenia podem 
indicar inflamação crônica de baixo grau. 
VIII. Quando HOMA-IR é relevante mesmo com glicemia e insulina 
aparentemente normais? Mesmo com glicemia normal, insulina > 10 μU/mL 
ou HOMA-IR > 2,5 podem indicar resistência à ação da insulina. 
IX. TSH, T3 e T4: o que é “eutireoidismo doente”? Como interpretar um TSH 
normal com T3/T4 livres limítrofes e sintomas clínicos de hipotireoidismo? 
Quando TSH está normal, mas T3/T4 livres estão baixos ou o paciente 
apresenta sintomas de hipotireoidismo, sugere disfunção periférica. 
X. Jejum intermitente: para quem é contraindicado? Contraindicado em 
transtornos alimentares, ansiedade grave, hipotireoidismo descompensado 
e SOP com hipoglicemia. 
XI. É possível suspeitar de disbiose apenas com sintomas, história clínica e 
exames comuns (ex: eosinofilia, constipação, flatulência)? Sinais clínicos 
(distensão, constipação, dermatites) + histórico alimentar pobre em fibras e 
uso de antibióticos são fortes indicativos. 
 
 
4 REFERÊNCIAS 
 
CFN: Disponível em: https://www.cfn.org.br/wp-
content/uploads/resolucoes/resolucoes_old/Res_600_2018.htm 
 
WHO (2000). Obesity: preventing and managing the global epidemic. 
 
Lohman, T. G., et al. (1992). Anthropometric standardization reference manual. 
 
Spiegel, K. et al. (2004). Impact of sleep debt on metabolic and endocrine function. The 
Lancet. 
 
Wolfe, R.R. (2017). Regulation of muscle protein by amino acids. J Nutr. 
 
Herbst, K. L. (2019). Lipedema and the evolution to a phenotype of chronic adipose 
tissue inflammation. Int J Obes. 
 
Langendoen, S. I., et al. (2009). Lipedema: from clinical presentation to therapy. 
Aesthetic Plast Surg. 
 
Dietary Reference Intakes (2020). Institute of Medicine. 
 
ABESO (2016). Diretrizes Brasileiras de Obesidade. 
BARRE, D. Flaxseed and its lignan and omega-3 fatty acids components: Can they 
play a role in reducing inflammation? Advances in Nutrition, v. 11, n. 6, p. 1281–1291, 
2020. 
 
CALDER, P. C. Omega-3 fatty acids and inflammatory processes: From molecules to 
man. Biochemical Society Transactions, v. 41, n. 4, p. 697–705, 2013. 
 
LOPES, A. C. S. et al. Efeitos metabólicos de oleaginosas: revisão narrativa. Revista 
de Nutrição, v. 34, e200213, 2021. 
 
MARTÍNEZ-GONZÁLEZ, M. A. et al. Benefits of the Mediterranean diet: Insights from 
the PREDIMED study. Progress in Cardiovascular Diseases, v. 58, n. 1, p. 50–60, 
2015. 
 
MENDES, M. R. et al. Lipedema: aspectos metabólicos e nutricionais. Jornal Vascular 
Brasileiro, v. 22, e20230049, 2023. 
 
MOLINA, M. F.; SILVA, L. A.; MONTEIRO, M. C. Composição química e propriedades 
funcionais dos vegetais crucíferos. Revista Brasileira de Nutrição Funcional, v. 16, n. 2, 
p. 850–864, 2019. 
 
PHILLIPS, S. M.; VAN LOON, L. J. The impact of protein quality on the promotion of 
resistance exercise-induced changes in muscle mass. Nutrition & Metabolism, v. 8, n. 
47, 2011. 
 
 
 
https://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/resolucoes/resolucoes_old/Res_600_2018.htm
https://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/resolucoes/resolucoes_old/Res_600_2018.htm
 
5 ANEXOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 Documentos usados no estágio não elaborados pelo autor/acadêmico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 APÊNDICE 
 
7.1 Outros pacientes acompanhados na clínica 
Paciente 1: NATÁLIA 
ganho de massa muscular. 
Danilo sempre chega e faz bioimpedancia, oferece café, bolo e amenidades do 
café, pergunta sobre família. 
Gordura visceral: 3 nível 
% de gordura: você vê que você já está com a gordura baixa. Subir massa magra. 
Usa 9mg de oxan - 2 comp. 4,5mcg. 
 
Cardio separado do treino nem todos podem. Sempre correlacionar gordura com 
massa magra ao mostrar análises para o paciente. 
Sempre falar da dieta acertada, cardio ajustado, e musculação frequente. 
Inclusão de suco na dieta. 
Descansar é importante. Não existem nem fisiculturistas que não dão descanso. 
Rotina nos da a mesma fome em todos os horários. Estar de dieta é estar com 
rotina, padronizam a fome. 
Variação de ingestão no almoço e lanche da tarde. 
Gestrinona para TPM? 
 
Substituição nova por refeição para dar uma mudada. E inclusão de bebida 
(suco) para aumentar kcals. 
 
Consulta 2 da Natália 
Diminuiu o cardio, carboidratos é o ponta pé inicial. 
Comparativo das evoluções entre consultas. Não só uma semana, mas 1 mês. 
Fazer projeção, massa muscular não é muito grande. 
Uso recreativo de oxan 
 
 
Paciente 2: 1ª consulta - Rosângela. 
Primeira pergunta: qual o seu objetivo ou a sua ideia: 
Vamos começar sem nada, para não usar as nossas cartas já. E aí depois vemos 
mais pra frente, e posso te ajudar. 
 
Preciso de detalhes na sua prescrição, detalhar se é batido ou se é misturado a 
forma de consumo dos ingredientes para o recordatório de 24 horas. 
Dificuldade de digestão da carne, come peixes? Tem frequência? 
Mudando o cenário, você me avisa que aí adaptamos para refeições que 
podemos levar. 
Mastigação gera mais saciedade. 
No final de semana são quantos deslizes? E cada um é em qual proporção? 
Você diminui muito o déficit na semana, precisamos controlar melhor os seus 
deslizes. 
 
Água? Qual a ingestão? Álcool? Refri zero? E sono? Intestino? Exames? 
 
Gosto de trabalhar o sabor doce, com iogurtes, abacaxi na pressão. 
Usaas variações, ao longo do dia, é importante pro seu intestino e saúde. 
 
Treinos? Musculação e cardio? Quanto tempo? Em qual momento? Dia 
programado para descanso? 
 
Explicar ao final os prazos, normalmente 5 dias. 
Recomendações gerais, pós consulta, preciso que você fique próxima, vai me 
avisando. Só marcar o retorno se tiver melhora. 
 
Paciente 3: casal 
 
Café da manhã esporádico 
Deixa medida caseira e medida por gramas. 
Vontade de comer doce 
 
Nunca quisemos cortar o doce, sempre diminuir. frequência vs quantidade 
Houve melhora de padrão alimentar, sempre analisar o passado. 
A gente sempre pensa, eu poderia ter feito mais, mas não invalida o que você 
faz durante semana, nesse ritmo imagina como você pode estar daqui alguns 
meses. 
Puxa mais pro carboidrato, e não para a gordura, banana com calda de whey, 
no microondas. 
Não adianta você apresentar uma bio ótima, e não ter um bom hábito. 
Não se preocupar em como você vai estar daqui 3 meses, se preocupa daqui 3 
anos. Se de crédito, tá tudo bem tá indo bem. 
Caixa de lenço. 
 
Paciente : Carolina 38 anos 
 
Flenive para lipedema 
Peso: um mg de músculo, em um litro de água 
Há uma compensação e regra de 3, é normal termos perda de massa muscular. 
 
Hormônio adh, secretado a noite, sobrepeso, maus hábitos, resistência à 
insulina. 
Lipedema, retira normalmente lácteos, principalmente para quem apresenta 
intolerância. E evitar glúten. 
Osmose da água que libera fitatos. 
 
Verduras e legumes, faz um bom consumo? 
Pilar importante é o pilar intestino 
Cardio separado do treino para não ter competição 
 
Ferritina: estoque de ferro 
Glicemia de 4 meses 
Resistência à insulina, normalmente piora o colesterol ruim. 
Redução de colesterol ruim: Cacau em pó alcalino, fibra de trigo ou farinha de 
maracujá, psyllium. -10 a 15g tsd 
Amendoim ajuda na redução 
 
 
Paciente Ju: 
Consumo de água, e a diminuição começa normalmente nos lanches. 
Melhor comprar refeição que seja resfriada e não congelada, sinônimo de ser 
fresco. 
Descongelamento forçado via microondas, em potência média, não solta água e 
não resseca. 
Segurada de 20 a 25% dos carboidratos, café da manhã/lanche da tarde. 
Sempre tem opções saudáveis e gordas, você precisa fazer boas escolhas 
sempre. 
Paciente oncológica: 
Retirada de tireoide, suplementação de iodo. 
Consciência melhorou, mas tem problemas com refrigerante. 
Celíaco normalmente tem alterações de tireoide. 
Resistência a leptina, dificuldade em saciedade. 
Xilidu 
Tirzepatida 
Glifage: vai lidar com o carboidrato que você não tá conseguindo lidar. 
Ambiente obesogênico - modular pra não engorda, ambiente modula o ser 
humano.

Mais conteúdos dessa disciplina