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DAMÁSIO_Questões para a OAB

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Questões resolvidas

A sociedade empresária Alfa contratou o advogado João Carlos para propor ação de repetição de indébito tributário contra a Fazenda Nacional. Foi outorgado mandato específico para a referida demanda e celebrado o respectivo contrato de honorários. No decorrer da prestação dos serviços, devido ao grande conhecimento de João Carlos em outras áreas do direito, bem como à sua pronta disponibilidade, os responsáveis pela Alfa passaram a consultá−lo informalmente sobre diversos assuntos da empresa, inclusive adotando medidas e tomando decisões a partir das orientações verbais prestadas. Seis meses após o início dessas consultas, a empresa Alfa e João Carlos formalizaram outro contrato de honorários advocatícios, com efeitos prospectivos, desta feita para a prestação da atividade consultiva em curso.
Acerca da atuação profissional de João Carlos durante o período anterior à formalização do contrato de honorários, assinale a afirmativa correta.
A) Não há como reconhecer as atividades prestadas por João Carlos no período anterior à formalização do contrato de honorários, pois a atuação do advogado, salvo em situações urgentes, exige a prova do mandato.
B) A outorga de mandato para as atividades de consultoria jurídica é prescindível, porém a falta de formalização dos serviços prestados, por meio de contrato de honorários, torna o período anterior insuscetível de reconhecimento.
C) As atividades prestadas por João Carlos no período podem ser reconhecidas, uma vez que a consultoria jurídica independe de outorga de mandato ou formalização por contrato de honorários, sendo desinfluente o modo pelo qual foram prestados os serviços.
D) O não reconhecimento das atividades prestadas por João Carlos no período anterior à formalização do contrato de honorários decorre do fato de que a atuação se deu de forma verbal, de tal modo que, se a atuação tivesse se dado por escrito, as atividades prestadas poderiam ser reconhecidas.

A questão exige conhecimento acerca da Lei n. 13.105/2015 (Código de Processo Civil – CPC) e pede ao candidato que assinale o item correto, de acordo com o texto que segue: “Samuel ajuizou ação de exigir contas contra Maria, requerendo sua citação para que as preste ou ofereça contestação, no prazo de 15 (quinze) dias úteis. Em sua petição inicial, Samuel alegou que, por força de contrato de mandato, teria confiado a administração de recursos próprios a Maria, que, no entanto, não prestou regularmente contas de forma extrajudicial, conforme entre si acordado. Em que pese Maria tenha oferecido contestação à ação, o juiz julgou procedente o pedido, condenando Maria a prestar as contas, no prazo de 15 (quinze) dias úteis.
Assinale o item correto.
A) Errado. O juiz pode, sim, determinar a realização de exame pericial, nos termos do art. 550, § 6º, CPC: "Art. 550, § 6º Se o réu apresentar as contas no prazo previsto no § 5º, seguir-se-á o procedimento do § 2º, caso contrário, o autor apresentá-las-á no prazo de 15 (quinze) dias, podendo o juiz determinar a realização de exame pericial, se necessário."
B) Errado. Maria deve prestar as contas no prazo de 15 dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que Samuel apresentar. Aplicação do art. 551, § 5º, CPC: "Art. 551, § 5º A decisão que julgar procedente o pedido condenará o réu a prestar as contas no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor apresentar."
C) Errado. Se tratando de decisão de procedência, o recurso cabível é o agravo de instrumento e o prazo é de 15 dias. Nesse sentido, é a jurisprudência do STJ: “Fixadas essas premissas e considerando que a ação de exigir contas poderá se desenvolver em duas fases procedimentais distintas, condicionando-se o ingresso à segunda fase ao teor do ato judicial que encerra a primeira fase; e que o conceito de sentença previsto no art. 203, §1º, do CPC/15, aplica-se como regra ao procedimento comum e, aos procedimentos especiais, apenas na ausência de regra específica, o ato judicial que encerra a primeira fase da ação de exigir contas possuirá, a depender de seu conteúdo, diferentes naturezas jurídicas: se julgada procedente a primeira fase da ação de exigir contas, o ato judicial será decisão interlocutória com conteúdo de decisão parcial de mérito, impugnável por agravo de instrumento; se julgada improcedente a primeira fase da ação de exigir contas ou se extinto o processo sem a resolução de seu mérito, o ato judicial será sentença, impugnável por apelação." [STJ - 3ª Turma - REsp n.: 1.746.337/RS - Rel.ª.: Min.ª.: Nancy Andrighi - D.J.: 11.06.2019] - Grifou-se
D) Correto e, portanto, gabarito da questão. Inteligência do art. 551, § 2º, CPC: "Art. 551, § 2º As contas do autor, para os fins do art. 550, § 5º , serão apresentadas na forma adequada, já instruídas com os documentos justificativos, especificando-se as receitas, a aplicação das despesas e os investimentos, se houver, bem como o respectivo saldo."

O Município Alfa fez editar um decreto expropriatório por utilidade pública do bem de propriedade de Constância, sob o fundamento de que o imóvel é necessário para a construção de uma escola. Constância recusou-se a formalizar acordo na via administrativa, na medida em que tem robustas provas de que, na realidade, o objetivo da desapropriação é uma vingança pessoal de seu ex cônjuge, Rosalvo, que é o atual prefeito do município, que subscreve o mencionado decreto. Diante da ausência de acordo, o Município ajuizou a respectiva ação de desapropriação. Em razão disso, Constância procurou você, como advogado(a), a fim de elucidar questões atinentes ao problema por ela enfrentado.
Considerando estritamente os fatos narrados, assinale a afirmativa que apresenta, corretamente, sua orientação.
A) A desapropriação não apresenta qualquer vício, considerando que o motivo invocado no decreto é válido, independentemente de Rosalvo ter dela se utilizado para fins de vingança.
B) Em sede de contestação na ação de desapropriação, Constância pode invocar qualquer matéria de fato ou de direito, mediante a produção de provas que viabilizem ao Poder Judiciário a verificação da existência ou não da situação de utilidade pública invocada no decreto.
C) A utilização da desapropriação por Rosalvo para se vingar da ex-cônjuge constitui desvio de finalidade, vício insanável que deverá ser alegado em ação própria, na medida em que a contestação na ação de desapropriação só pode versar sobre vício processual ou impugnação do preço.
D) O município não poderia ter ajuizado a ação de desapropriação, na medida em que esta depende da realização de acordo na via administrativa para a consumação da perda da propriedade.

A resposta correta para o caso apresentado é que André foi indevidamente preso em flagrante pelo delito de receptação, sendo que ele cometeu apenas o delito de furto, que é um crime de natureza instantânea. Portanto, não existia situação de flagrante no momento em que André foi abordado pela polícia, dias após a subtração do computador. É importante entender que o crime de furto se consuma no momento em que a propriedade é efetivamente subtraída, sem que haja uma continuidade no tempo. A permanência na posse do item subtraído não transforma o ato em um flagrante contínuo. Além disso, para que se configure o crime de receptação, é necessário que o indivíduo tenha conhecimento de que o item é produto de crime e que ele realize atos de recebimento, ocultação, transporte ou condução do bem sabendo de sua origem ilícita. No contexto relatado, André foi quem subtraiu o objeto e, portanto, não pode ser acusado de receptação. Assim sendo, a atitude correta como advogado(a) de André é postular o relaxamento da prisão em flagrante, devido à ausência de flagrante delito. Este é um erro comum que pode ser evitado ao reconhecer que a posse de um objeto furtado não caracteriza flagrante delito após a consumação do furto, uma vez que a infração penal deve ser contemporânea ao flagrante.
As demais alternativas são incorretas pois não aplicam corretamente os conceitos de furto, receptação e as condições de flagrante delito: Alternativa B é incorreta, pois não há menção a dois delitos em concurso material, e a suspensão condicional do processo não é justificativa para liberdade provisória. Alternativa C é incorreta, pois não há concurso formal entre furto e receptação no caso de André, e a receptação não é um crime de natureza permanente nesse contexto. Alternativa D é incorreta, porque André não cometeu o delito de receptação, somente o de furto. Portanto, a alternativa correta é a letra A, que defende o relaxamento da prisão em flagrante por inexistência de situação flagrancial.

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Questões resolvidas

A sociedade empresária Alfa contratou o advogado João Carlos para propor ação de repetição de indébito tributário contra a Fazenda Nacional. Foi outorgado mandato específico para a referida demanda e celebrado o respectivo contrato de honorários. No decorrer da prestação dos serviços, devido ao grande conhecimento de João Carlos em outras áreas do direito, bem como à sua pronta disponibilidade, os responsáveis pela Alfa passaram a consultá−lo informalmente sobre diversos assuntos da empresa, inclusive adotando medidas e tomando decisões a partir das orientações verbais prestadas. Seis meses após o início dessas consultas, a empresa Alfa e João Carlos formalizaram outro contrato de honorários advocatícios, com efeitos prospectivos, desta feita para a prestação da atividade consultiva em curso.
Acerca da atuação profissional de João Carlos durante o período anterior à formalização do contrato de honorários, assinale a afirmativa correta.
A) Não há como reconhecer as atividades prestadas por João Carlos no período anterior à formalização do contrato de honorários, pois a atuação do advogado, salvo em situações urgentes, exige a prova do mandato.
B) A outorga de mandato para as atividades de consultoria jurídica é prescindível, porém a falta de formalização dos serviços prestados, por meio de contrato de honorários, torna o período anterior insuscetível de reconhecimento.
C) As atividades prestadas por João Carlos no período podem ser reconhecidas, uma vez que a consultoria jurídica independe de outorga de mandato ou formalização por contrato de honorários, sendo desinfluente o modo pelo qual foram prestados os serviços.
D) O não reconhecimento das atividades prestadas por João Carlos no período anterior à formalização do contrato de honorários decorre do fato de que a atuação se deu de forma verbal, de tal modo que, se a atuação tivesse se dado por escrito, as atividades prestadas poderiam ser reconhecidas.

A questão exige conhecimento acerca da Lei n. 13.105/2015 (Código de Processo Civil – CPC) e pede ao candidato que assinale o item correto, de acordo com o texto que segue: “Samuel ajuizou ação de exigir contas contra Maria, requerendo sua citação para que as preste ou ofereça contestação, no prazo de 15 (quinze) dias úteis. Em sua petição inicial, Samuel alegou que, por força de contrato de mandato, teria confiado a administração de recursos próprios a Maria, que, no entanto, não prestou regularmente contas de forma extrajudicial, conforme entre si acordado. Em que pese Maria tenha oferecido contestação à ação, o juiz julgou procedente o pedido, condenando Maria a prestar as contas, no prazo de 15 (quinze) dias úteis.
Assinale o item correto.
A) Errado. O juiz pode, sim, determinar a realização de exame pericial, nos termos do art. 550, § 6º, CPC: "Art. 550, § 6º Se o réu apresentar as contas no prazo previsto no § 5º, seguir-se-á o procedimento do § 2º, caso contrário, o autor apresentá-las-á no prazo de 15 (quinze) dias, podendo o juiz determinar a realização de exame pericial, se necessário."
B) Errado. Maria deve prestar as contas no prazo de 15 dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que Samuel apresentar. Aplicação do art. 551, § 5º, CPC: "Art. 551, § 5º A decisão que julgar procedente o pedido condenará o réu a prestar as contas no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor apresentar."
C) Errado. Se tratando de decisão de procedência, o recurso cabível é o agravo de instrumento e o prazo é de 15 dias. Nesse sentido, é a jurisprudência do STJ: “Fixadas essas premissas e considerando que a ação de exigir contas poderá se desenvolver em duas fases procedimentais distintas, condicionando-se o ingresso à segunda fase ao teor do ato judicial que encerra a primeira fase; e que o conceito de sentença previsto no art. 203, §1º, do CPC/15, aplica-se como regra ao procedimento comum e, aos procedimentos especiais, apenas na ausência de regra específica, o ato judicial que encerra a primeira fase da ação de exigir contas possuirá, a depender de seu conteúdo, diferentes naturezas jurídicas: se julgada procedente a primeira fase da ação de exigir contas, o ato judicial será decisão interlocutória com conteúdo de decisão parcial de mérito, impugnável por agravo de instrumento; se julgada improcedente a primeira fase da ação de exigir contas ou se extinto o processo sem a resolução de seu mérito, o ato judicial será sentença, impugnável por apelação." [STJ - 3ª Turma - REsp n.: 1.746.337/RS - Rel.ª.: Min.ª.: Nancy Andrighi - D.J.: 11.06.2019] - Grifou-se
D) Correto e, portanto, gabarito da questão. Inteligência do art. 551, § 2º, CPC: "Art. 551, § 2º As contas do autor, para os fins do art. 550, § 5º , serão apresentadas na forma adequada, já instruídas com os documentos justificativos, especificando-se as receitas, a aplicação das despesas e os investimentos, se houver, bem como o respectivo saldo."

O Município Alfa fez editar um decreto expropriatório por utilidade pública do bem de propriedade de Constância, sob o fundamento de que o imóvel é necessário para a construção de uma escola. Constância recusou-se a formalizar acordo na via administrativa, na medida em que tem robustas provas de que, na realidade, o objetivo da desapropriação é uma vingança pessoal de seu ex cônjuge, Rosalvo, que é o atual prefeito do município, que subscreve o mencionado decreto. Diante da ausência de acordo, o Município ajuizou a respectiva ação de desapropriação. Em razão disso, Constância procurou você, como advogado(a), a fim de elucidar questões atinentes ao problema por ela enfrentado.
Considerando estritamente os fatos narrados, assinale a afirmativa que apresenta, corretamente, sua orientação.
A) A desapropriação não apresenta qualquer vício, considerando que o motivo invocado no decreto é válido, independentemente de Rosalvo ter dela se utilizado para fins de vingança.
B) Em sede de contestação na ação de desapropriação, Constância pode invocar qualquer matéria de fato ou de direito, mediante a produção de provas que viabilizem ao Poder Judiciário a verificação da existência ou não da situação de utilidade pública invocada no decreto.
C) A utilização da desapropriação por Rosalvo para se vingar da ex-cônjuge constitui desvio de finalidade, vício insanável que deverá ser alegado em ação própria, na medida em que a contestação na ação de desapropriação só pode versar sobre vício processual ou impugnação do preço.
D) O município não poderia ter ajuizado a ação de desapropriação, na medida em que esta depende da realização de acordo na via administrativa para a consumação da perda da propriedade.

A resposta correta para o caso apresentado é que André foi indevidamente preso em flagrante pelo delito de receptação, sendo que ele cometeu apenas o delito de furto, que é um crime de natureza instantânea. Portanto, não existia situação de flagrante no momento em que André foi abordado pela polícia, dias após a subtração do computador. É importante entender que o crime de furto se consuma no momento em que a propriedade é efetivamente subtraída, sem que haja uma continuidade no tempo. A permanência na posse do item subtraído não transforma o ato em um flagrante contínuo. Além disso, para que se configure o crime de receptação, é necessário que o indivíduo tenha conhecimento de que o item é produto de crime e que ele realize atos de recebimento, ocultação, transporte ou condução do bem sabendo de sua origem ilícita. No contexto relatado, André foi quem subtraiu o objeto e, portanto, não pode ser acusado de receptação. Assim sendo, a atitude correta como advogado(a) de André é postular o relaxamento da prisão em flagrante, devido à ausência de flagrante delito. Este é um erro comum que pode ser evitado ao reconhecer que a posse de um objeto furtado não caracteriza flagrante delito após a consumação do furto, uma vez que a infração penal deve ser contemporânea ao flagrante.
As demais alternativas são incorretas pois não aplicam corretamente os conceitos de furto, receptação e as condições de flagrante delito: Alternativa B é incorreta, pois não há menção a dois delitos em concurso material, e a suspensão condicional do processo não é justificativa para liberdade provisória. Alternativa C é incorreta, pois não há concurso formal entre furto e receptação no caso de André, e a receptação não é um crime de natureza permanente nesse contexto. Alternativa D é incorreta, porque André não cometeu o delito de receptação, somente o de furto. Portanto, a alternativa correta é a letra A, que defende o relaxamento da prisão em flagrante por inexistência de situação flagrancial.

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QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 1
A preparação para o Exame de Ordem é um desafio que exige estratégia e dedicação. 
Com um conteúdo extenso e uma banca exigente, estudar de forma direcionada 
pode fazer toda a diferença no resultado final.
Neste ebook, reunimos questões comentadas da OAB para ajudar você a 
compreender a estrutura da prova, entender como a banca elabora as perguntas e as 
melhores formas de resolver cada questão.
Com base na análise das provas anteriores, sete disciplinas representam 53,75% da 
primeira fase do Exame de Ordem:
 Regulamento Geral e Código de Ética e Disciplina da OAB
 Direito Civil
 Direito Processual Civil
 Direito Constitucional
 Direito Administrativo
 Direito Penal
 Direito Processual Penal
Isso significa que concentrar os estudos nesses conteúdos pode aumentar 
significativamente as chances de aprovação. Sabemos que resolver questões é 
uma das formas mais eficazes de fixar o conteúdo, identificar padrões da banca e 
aprimorar o raciocínio jurídico.
Por isso, cada questão apresentada aqui vem acompanhada de uma explicação 
detalhada, destacando os pontos mais importantes da legislação, doutrina e 
jurisprudência que fundamentam a resposta correta.
Nosso objetivo é proporcionar um material prático e eficiente para que você possa testar 
seus conhecimentos, revisar conteúdos essenciais e aperfeiçoar sua estratégia de prova.
Introdução
SUMÁRIO
Regulamento Geral e Código de Ética e Disciplina da OAB
Direito Civil
Direito Processual Civil
Direito Constitucional
Direito Administrativo
Direito Penal
Direito Processual Penal
04
07
10
14
17
21
25
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 4
Regulamento Geral e Código de Ética e 
Disciplina da OAB
A disciplina de Ética Profissional tem o maior peso na prova da OAB, com cerca de 8 
questões, o que representa aproximadamente 10% do exame. O foco principal está 
no Estatuto da Advocacia (Lei nº 8.906/94), no Código de Ética e Disciplina da OAB e 
no Regulamento Geral da OAB.
Por se tratar de uma disciplina de alto peso e conteúdo previsível, a melhor estratégia 
é a leitura da legislação seca e a resolução de muitas questões anteriores da FGV, 
pois muitas perguntas se repetem ao longo dos exames.
Rita, advogada regularmente inscrita na OAB, compareceu ao Detran para 
providenciar a transferência de um veículo que acabara de adquirir.
Instada a apresentar seu documento de identificação civil, Rita apresentou sua 
carteira da OAB, a qual não foi aceita pelo funcionário da repartição, que afirmou 
ser imprescindível a apresentação da Carteira de identidade (Registro Geral) ou da 
Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Com base no enunciado, a recusa do documento emitido pela OAB foi:
A) Ilegítima, uma vez que o documento emitido pela OAB constitui prova de 
identidade civil para todos os fins legais.
B) Correta, pois, à míngua de previsão legal, não poderia o funcionário do Detran 
admitir a carteira da OAB como documento de identificação civil.
C) Inválida, pois, embora não haja expressa previsão legal, a carteira da OAB 
tem sido admitida como documento válido de identificação civil pela prática 
consuetudinária.
D) Inadequada, porém não ilegal, uma vez que os documentos de identidade 
profissional do advogado estão previstos somente no Regulamento Geral da 
Advocacia, não sendo exigível que o funcionário do Detran conheça as normas 
internas da OAB.
Regulamento Geral e Código de Ética e Disciplina da OAB
Ano: 2024 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV - 2024 - OAB - 42º Exame de Ordem Unificado - 
Primeira fase
1
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 5
A questão pede o conhecimento acerca do Estatuto da OAB - Lei 8.906/94, 
analisemos:
A) Correta. A carteira da OAB é uma prova de identidade civil, não podendo ser 
negada como documento em qualquer estabelecimento, vejamos o art. 13 do 
Estatuto da OAB: "O documento de identidade profissional, na forma prevista no 
regulamento geral, é de uso obrigatório no exercício da atividade de advogado ou 
de estagiário e constitui prova de identidade civil para todos os fins legais."
B) Errada. Vide comentário anterior.
C) Errada. Há sim expressa previsão legal de que a carteira da OAB constitui prova 
de identidade civil.
D) Errada. Conforme comentários anteriores.
Comentários:
RESPOSTA CORRETA: A
A sociedade empresária Alfa contratou o advogado João Carlos para propor ação 
de repetição de indébito tributário contra a Fazenda Nacional. Foi outorgado 
mandato específico para a referida demanda e celebrado o respectivo contrato de 
honorários.
No decorrer da prestação dos serviços, devido ao grande conhecimento de 
João Carlos em outras áreas do direito, bem como à sua pronta disponibilidade, 
os responsáveis pela Alfa passaram a consultá−lo informalmente sobre diversos 
assuntos da empresa, inclusive adotando medidas e tomando decisões a partir das 
orientações verbais prestadas. Seis meses após o início dessas consultas, a empresa 
Alfa e João Carlos formalizaram outro contrato de honorários advocatícios, com 
efeitos prospectivos, desta feita para a prestação da atividade consultiva em curso.
Acerca da atuação profissional de João Carlos durante o período anterior à 
formalização do contrato de honorários, assinale a afirmativa correta.
A) Não há como reconhecer as atividades prestadas por João Carlos no período 
anterior à formalização do contrato de honorários, pois a atuação do advogado, 
salvo em situações urgentes, exige a prova do mandato.
B) A outorga de mandato para as atividades de consultoria jurídica é prescindível, 
porém a falta de formalização dos serviços prestados, por meio de contrato de 
honorários, torna o período anterior insuscetível de reconhecimento.
C) As atividades prestadas por João Carlos no período podem ser reconhecidas, uma 
vez que a consultoria jurídica independe de outorga de mandato ou formalização 
por contrato de honorários, sendo desinfluente o modo pelo qual foram prestados 
os serviços.
D) O não reconhecimento das atividades prestadas por João Carlos no período 
anterior à formalização do contrato de honorários decorre do fato de que a atuação 
se deu de forma verbal, de tal modo que, se a atuação tivesse se dado por escrito, 
as atividades prestadas poderiam ser reconhecidas.
Regulamento Geral e Código de Ética e Disciplina da OAB
Ano: 2024 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV - 2024 - OAB - 42º Exame de Ordem Unificado - 
Primeira fase
2
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 6
A questão pede o conhecimento acerca da Lei 8.906/94, mais precisamente sobre 
a atividade da advocacia, analisemos:
A) Errada. Quando se trata de atividades de consultorias, assessorias jurídicas não 
é necessário que haja um mandato ou contrato de honorários, não depende de uma 
formalidade, vejamos o art. 5º, §4º do Estatuto:
"Art. 5º O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato.
§ 4º As atividades de consultoria e assessoria jurídicas podem ser exercidas de 
modo verbal ou por escrito, a critério do advogado e do cliente, e independem de 
outorga de mandato ou de formalização por contrato de honorários." 
 
B) Errada. A primeira parte da assertiva está correta, pois não é necessária 
procuração para consultoria, bem com, não é necessária formalização por meio de 
contrato de honorários para que o período anterior seja reconhecido.
C) Correta. Conforme vimos, as atividades prestadas por João Carlos no período 
anterior podem ser reconhecidas, conforme art. 5º, §4º do Estatuto.
D) Errada. Vide comentários anteriores.
Comentários:
RESPOSTA CORRETA: C
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 7
Direito Civil
O Direito Civil é uma das matérias mais amplas da prova, abrangendo diversos ramos 
que regem a vida civil dos indivíduos. O candidato precisa ter uma visão geral das 
normas do Código Civil (Lei nº 10.406/2002) e saber aplicá-las a situações práticas.
O ideal é focar nos temas mais recorrentes e revisar o conteúdo por meio de resumos 
e mapasmentais, além de praticar com questões objetivas da FGV para identificar o 
padrão da banca.
Antônio, locatário de um imóvel residencial, verificou uma enorme infiltração atrás 
dos armários da cozinha. Com a finalidade de evitar maior deterioração do imóvel, 
Antônio realizou a obra a fim de reparar o dano e conservar o bem. Aproveitando a 
presença do empreiteiro em sua casa, reformou todos os armários dos quartos, para 
incluir portas de espelho e puxadores em cobre com o único objetivo de deixá-los 
mais sofisticados, pois os anteriores estavam em perfeito estado. Aproveitou também 
a oportunidade para incluir um grande aquário embutido na parede da sala.
Diante da situação narrada, assinale a afirmativa correta.
A) Por não ser proprietário do bem, as obras realizadas por Antônio não podem ser 
consideradas como benfeitorias.
B) As obras realizadas por Antônio são classificadas como benfeitorias úteis, pois 
facilitam o uso do bem.
C) O reparo na cozinha é uma benfeitoria necessária, porque conserva e evita 
que a coisa se deteriore, e a reforma dos armários e do aquário são benfeitorias 
voluptuárias, pois trata-se de mero deleite.
D) A reforma dos armários dos quartos e o aquário da sala valorizam o bem, sendo 
consideradas como benfeitorias úteis, diferente do reparo na cozinha que, por 
força da gravidade, classifica-se como benfeitoria necessária.
Direito Civil
Ano: 2024 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV - 2024 - OAB - Exame de Ordem Unificado XL - 
Primeira fase
1
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 8
A questão pede o conhecimento acerca da classificação dos bens e das benfeitorias, 
analisemos as alternativas:
A) Errada. Independentemente de ser proprietário do bem, as obras realizadas são 
consideradas benfeitorias.
B) Errada. Nenhuma das obras realizadas por Antônio são úteis, vejamos, o reparo na 
cozinha se trata de uma benfeitoria necessária, pois tem o fim de conservar o bem 
ou evitar que se deteriore, de acordo com o art. 96, §3º do CC. Quanto à reforma 
dos armários e colocação de aquário, são benfeitorias voluptuárias, isso porque são 
de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o 
tornem mais agradável ou sejam de elevado valor, é o que dispõe o art. 96, §1º do CC.
Benfeitoria útil é aquela que facilita ou aumenta o uso do bem, de acordo com o art. 
96, §2º do CC.
C) Correta. Vide comentário anterior.
D) Errada. Na verdade, a reforma dos armários dos quartos e o aquário da sala são 
benfeitorias voluptuárias.
Comentários:
RESPOSTA CORRETA: C
André, mediante contrato escrito, comprou o carro de passeio de seu vizinho, 
Bernardo. Duas semanas depois, enquanto André o conduzia por uma das principais 
avenidas da cidade, o veículo quebrou, por causa de um defeito não aparente na 
mangueira do radiador.
Para pretender indenização por perdas e danos em desfavor de Bernardo pelo 
ocorrido, André deve provar:
A) A existência de cláusula expressa no contrato de garantia contra vícios ocultos.
B) A preexistência do defeito, mesmo que desconhecido por Bernardo.
C) A preexistência do defeito e que Bernardo tinha conhecimento dele.
D) A preexistência do defeito, que Bernardo tinha conhecimento dele e a existência 
de cláusula no contrato de garantia contra vícios ocultos.
Direito Civil
Ano: 2024 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV - 2024 - OAB - Exame de Ordem Unificado XL - 
Primeira fase
2
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 9
A questão pede o conhecimento acerca da responsabilidade civil e dos vícios 
redibitórios, analisemos as alternativas:
A) Errada. Não há necessidade de haver cláusula expressa no contrato de garantia 
contra vícios ocultos.
B) Errada. A preexistência dos defeitos é um dos requisitos para que André tenha direito 
à indenização, no entanto, o defeito também deveria ser conhecido por Bernardo, 
nesse caso, André não teria direito à indenização, vejamos o art. 443 do CC:
 "Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com 
perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as 
despesas do contrato."
C) Correta. O vício redibitório está previsto no art. 441 do CC: "A coisa recebida 
em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos 
ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o 
valor." Ou seja, esses defeitos ocultos diminuem o valor ou prejudicam a utilização 
da coisa recebida.
Dessa forma, André deverá provar a preexistência do defeito e que Bernardo tinha 
conhecimento dele. Não tendo comprovado que Bernardo tinha conhecimento 
do defeito, André só poderá ser restituído no valor recebido, mais as despesas do 
contrato, de acordo com o art. 443 do CC.
D) Errada. Conforme comentário da Letra A.
Comentários:
RESPOSTA CORRETA: A
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QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 10
Direito Processual Civil
O Processo Civil trata das normas que regulam o funcionamento do sistema judiciário 
e é essencial para a prática jurídica. Com a vigência do Código de Processo Civil 
(CPC/2015), a prova da OAB cobra constantemente suas inovações.
Os candidatos devem memorizar os prazos processuais, entender as regras de 
competência e praticar questões sobre procedimentos e recursos. A leitura de 
artigos do CPC e resumos esquematizados pode facilitar a fixação do conteúdo.
Samuel ajuizou ação de exigir contas contra Maria, requerendo sua citação para 
que as preste ou ofereça contestação, no prazo de 15 (quinze) dias úteis. Em 
sua petição inicial, Samuel alegou que, por força de contrato de mandato, teria 
confiado a administração de recursos próprios a Maria, que, no entanto, não prestou 
regularmente contas de forma extrajudicial, conforme entre si acordado. Em que 
pese Maria tenha oferecido contestação à ação, o juiz julgou procedente o pedido, 
condenando Maria a prestar as contas, no prazo de 15 (quinze) dias úteis.
Sobre a situação hipotética descrita, assinale a afirmativa correta:
A) Caso Maria deixe de prestar as contas no prazo assinalado de 15 (quinze) dias 
úteis, Samuel será intimado a apresentá-las, não podendo o juiz determinar a 
realização de perícia para sua certificação.
B) Ainda que Maria deixe de prestar as contas no prazo assinalado de 15 (quinze) dias 
úteis, lhe será lícito impugnar as contas que venham a ser apresentadas por Samuel.
C) Maria poderá interpor recurso de apelação contra a sentença, ao fundamento 
de que o prazo previsto em lei para a prestação de contas é de 30 (trinta), e não 15 
(quinze) dias úteis, como assinalado pelo juiz.
D) Caso Maria venha a prestar as contas, deverá fazê-lo no prazo de 15 (quinze) dias 
úteis assinalado pelo juiz e de forma adequada, especificando-se as receitas, a 
aplicação das despesas e os investimentos, se houver.
Direito Processual Civil
Ano: 2023 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV - 2023 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIX - 
Primeira fase
1
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 11
A questão exige conhecimento acerca da Lei n. 13.105/2015 (Código de Processo 
Civil – CPC) e pede ao candidato que assinale o item correto, de acordo com o 
texto que segue: “Samuel ajuizou ação de exigir contas contra Maria, requerendo 
sua citação para que as preste ou ofereça contestação, no prazo de 15 (quinze) dias 
úteis. Em sua petição inicial, Samuel alegou que, por força de contrato de mandato, 
teria confiado a administração de recursos próprios a Maria, que, no entanto, não 
prestou regularmente contas de forma extrajudicial, conforme entre si acordado. 
Em que pese Maria tenha oferecido contestação à ação, o juiz julgou procedente o 
pedido, condenando Maria a prestar as contas, no prazo de 15 (quinze) dias úteis."
A) Errado. O juiz pode, sim, determinar a realização de exame pericial, nos termos 
do art. 550, § 6º, CPC: "Art. 550, § 6º Se o réu apresentar as contas no prazo previsto 
no § 5º, seguir-se-á o procedimento do § 2º, caso contrário, o autor apresentá-
las-á no prazode 15 (quinze) dias, podendo o juiz determinar a realização de exame 
pericial, se necessário."
B) Errado. Maria deve prestar as contas no prazo de 15 dias, sob pena de não lhe 
ser lícito impugnar as que Samuel apresentar. Aplicação do art. 551, § 5º, CPC: "Art. 
551, § 5º A decisão que julgar procedente o pedido condenará o réu a prestar as 
contas no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que 
o autor apresentar."
C) Errado. Se tratando de decisão de procedência, o recurso cabível é o agravo de 
instrumento e o prazo é de 15 dias. Nesse sentido, é a jurisprudência do STJ: 
“Fixadas essas premissas e considerando que a ação de exigir contas poderá 
se desenvolver em duas fases procedimentais distintas, condicionando-se o 
ingresso à segunda fase ao teor do ato judicial que encerra a primeira fase; e que 
o conceito de sentença previsto no art. 203, §1º, do CPC/15, aplica-se como regra 
ao procedimento comum e, aos procedimentos especiais, apenas na ausência de 
regra específica, o ato judicial que encerra a primeira fase da ação de exigir contas 
possuirá, a depender de seu conteúdo, diferentes naturezas jurídicas: se julgada 
procedente a primeira fase da ação de exigir contas, o ato judicial será decisão 
interlocutória com conteúdo de decisão parcial de mérito, impugnável por agravo 
de instrumento; se julgada improcedente a primeira fase da ação de exigir contas 
ou se extinto o processo sem a resolução de seu mérito, o ato judicial será sentença, 
impugnável por apelação." [STJ - 3ª Turma - REsp n.: 1.746.337/RS - Rel.ª.: Min.ª.: 
Nancy Andrighi - D.J.: 11.06.2019] - Grifou-se
D) Correto e, portanto, gabarito da questão. Inteligência do art. 551, § 2º, CPC: "Art. 
551, § 2º As contas do autor, para os fins do art. 550, § 5º , serão apresentadas na 
forma adequada, já instruídas com os documentos justificativos, especificando-se 
as receitas, a aplicação das despesas e os investimentos, se houver, bem como o 
respectivo saldo."
Comentários:
RESPOSTA CORRETA: D
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 12
Humberto, em conjunto com seus amigos Paulo e Maria, eram os únicos sócios da 
Sociedade Incorporadora Ltda.
Com o falecimento de Humberto e considerando que nenhum de seus sucessores 
integrava o quadro societário da Sociedade Incorporadora Ltda., seu espólio ajuizou 
ação de dissolução parcial da referida sociedade, requerendo a citação apenas de 
Paulo e Maria.
Devidamente citados, Paulo e Maria concordaram com o pedido formulado na ação, 
pelo que o juiz proferiu sentença decretando a dissolução parcial da sociedade em 
relação ao espólio de Humberto e condenando Paulo e Maria ao pagamento de 
honorários advocatícios de sucumbência. Na sentença, o juiz relegou a apuração 
de haveres da sociedade para a fase subsequente e imediata de liquidação.
Diante da situação hipotética acima descrita, assinale a afirmativa correta.
A) A sentença proferida pelo juiz está contaminada por vício de nulidade, tendo 
em vista que a Sociedade Incorporadora Ltda. não foi citada para integrar a lide, 
concordando com o pedido ou contestando a ação.
B) Paulo e Maria poderão interpor recurso de apelação contra a sentença, sob o 
argumento de que, não tendo eles se oposto ao pedido de dissolução parcial 
da sociedade, descaberia ao juiz condená-los ao pagamento de honorários 
advocatícios de sucumbência.
C) Ainda que não realizada a partilha dos bens de Humberto, seu espólio não possui 
legitimidade para ajuizar a ação, pois a legitimidade para requerer a dissolução 
parcial da Sociedade Incorporadora Ltda. é apenas dos sócios resmanescentes, 
Paulo e Maria.
D) O juiz não poderia ter determinado a apuração de haveres na fase subsequente e 
imediata de liquidação, visto ser necessário para a referida a apuração o ajuizamento 
de ação autônoma, distinta da ação de dissolução parcial de sociedade.
Direito Processual Civil
Ano: 2023 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV - 2023 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXVIII - 
Primeira fase
2
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 13
A questão trata acerca da ação de dissolução parcial de sociedade, apelação no 
Processo Civil, vícios da sentença e recursos, analisemos as alternativas:
 A) Errada. A sentença proferida pelo juiz não contém vicio de nulidade, vez que, 
no procedimento especial da dissolução parcial de sociedades, o CPC não exige a 
citação da sociedade, não sendo necessária a presença do polo passivo. Art. 601, 
parágrafo único, CPC.
B) Correta. Paulo e Maria poderão interpor o recurso de apelação contra a sentença, 
porque quando se trata de ação de dissolução de sociedade havendo a manifestação 
unânime de concordância das partes, não haverá condenação em honorários de 
sucumbência de nenhuma das partes, e com relação às custas elas serão rateadas 
segundo a participação das partes na sociedade. Art. 603, §1 do CPC.
C) Errada. Pois o espólio de Humberto, ainda que não partilhado, possui sim, 
legitimidade para ajuizar a ação, em ações para requerer a dissolução parcial da 
sociedade a legitimidade é dos sócios remanescentes, neste caso, Paulo e Maria. 
Art. 600, I, do CPC.
D) Errada. Visto que, houve a concordância unânime e expressa pela dissolução da 
sociedade o juiz poderia ter determinado a imediata liquidação. Art. 603, caput, 
do CPC.
Comentários:
RESPOSTA CORRETA: B
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 14
Direito Constitucional
O Direito Constitucional é o alicerce do ordenamento jurídico brasileiro. A prova 
da OAB foca na interpretação dos dispositivos da Constituição Federal de 1988, 
especialmente os relacionados aos direitos fundamentais.
O candidato deve ler e entender os artigos da Constituição, principalmente os do 
artigo 5º ao 17, além de revisar os remédios constitucionais e suas aplicações práticas.
Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) é apresentada por um grupo 
de deputados federais, conforme autoriza a ordem constitucional, cujo objeto 
é a alteração do Art. 60, § 4º, inciso II, da CRFB/88, que passaria a ter a seguinte 
redação: o voto direto, aberto, universal e periódico.
Depois de apertada aprovação nas comissões competentes, os autores da proposta 
solicitaram ao Presidente da Câmara dos Deputados que colocasse a referida PEC 
na pauta do plenário da Casa Legislativa, o que foi atendido. Paralelamente, outro 
grupo de parlamentares, ao perceber que, pela movimentação política, a PEC 
possivelmente seria aprovada, procura uma ação jurídica para impedir tal votação 
pelo plenário da Casa.
A respeito da ação jurídica capaz de impedir tal votação pelo plenário da Casa, 
segundo o sistema brasileiro de controle de constitucionalidade, assinale a 
afirmativa correta.
A) Em razão da afronta à cláusula pétrea do voto secreto, qualquer legitimado a 
deflagar o controle concentrado de constitucionalidade pode ajuizar uma Ação 
Direta de Inconstitucionalidade (ADI) perante o Supremo Tribunal Federal.
B) Com se está perante matéria interna corporis do Congresso Nacional, que só 
pode ser apreciada no âmbito do Poder Legislativo, a referida PEC, enquanto não 
for promulgada e se transformar em ato normativo existente e eficaz, não pode ser 
objeto de nenhum tipo de controle pelo Poder Judiciário. 
C) Por afronta a preceito fundamental, um legitimado pode ajuizar Arguição de 
Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) perante o Supremo Tribunal 
Federal, nos termos da Constituição da República.
D) Em razão da inobservância das limitações constitucionais materiais ao poder de 
emendar a Constituição, qualquer deputado federal tem legitimidade ativa para 
impetrar mandado de segurança perante o Supremo Tribunal Federal.
Direito Constitucional
Ano: 2024 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV - 2024 - OAB - Exame de Ordem Unificado XL - 
Primeira fase
1
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 15
A) Incorreta. O ato normativo objeto da ADI precisa estar com seu processo de 
elaboração/tramitação concluído, não se admitindo o ajuizamento de ADI com 
caráter preventivo.Aliás, há muitos anos que o STF segue o entendimento de que 
a espécie normativa, para ser objeto de controle abstrato de constitucionalidade, 
precisa ser definitiva, perfeita e acabada (ADI 466).
B) Incorreta. Todos os três Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) são capazes 
de realizar controle preventivo de constitucionalidade, justamente para evitar o 
ingresso no ordenamento jurídico de normas contrárias à ordem constitucional. 
Como se comentará na alternativa "d", a referida PEC poderá ter sua validade 
discutida em sede de mandado de segurança no âmbito do Poder Judiciário, sendo 
este um típico exemplo de controle preventivo.
C) Incorreta. Como já explicado na alternativa "a", atos normativos inacabados, isto 
é, ainda em processo de tramitação, não podem ser objeto de controle abstrato 
de constitucionalidade, o que inclui, também, a Arguição de Descumprimento de 
Preceito Fundamental (ADPF).
D) Correta. A PEC em discussão jamais poderia ser aprovada, por afronta direta 
a uma das cláusulas pétreas (voto secreto). Caso ingressasse no ordenamento 
constitucional, poderia ser alvo de uma ADI perante o STF, mas enquanto não 
encerrada sua tramitação, não pode ser objeto de controle concentrado de 
constitucionalidade. Por isso, cabe ao Judiciário, preventivamente, realizar 
o controle, o que pode ser feito por meio da impetração de um mandado de 
segurança pelo parlamentar buscando proteger seu direito líquido e certo a um 
processo legislativo hígido e com completa observância das regras constitucionais. 
Referido MS será de competência do STF que, ao exercer seu papel de guardião da 
Constituição, impedirá que a norma viciada ingresse no ordenamento jurídico.
Comentários:
RESPOSTA CORRETA: D
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 16
O Governador do Estado Alfa, recém-empossado, apresentou projeto de lei 
à Assembleia Legislativa no qual propôs políticas de proteção específicas, 
direcionadas às pessoas com deficiência no âmbito do seu Estado, visto ser esta 
uma de suas pautas durante a campanha eleitoral.
Com base na situação hipotética narrada e no sistema jurídico-constitucional 
brasileiro, em relação ao projeto de lei, assinale a opção correta. 
A) A competência para legislar sobre a proteção das pessoas com deficiência é 
matéria de interesse local, de competência dos Municípios. 
B) Os Estados podem legislar concorrentemente com a União sobre a matéria.
C) À União compete, privativamente, legislar sobre a proteção das pessoas com 
deficiência.
D) O projeto de lei está de acordo com a CRFB/88, visto que trata de matéria que 
o texto constitucional dispõe, expressamente, ser afeta à competência residual 
dos Estados.
Direito Constitucional
Ano: 2023 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV - 2023 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIX - 
Primeira fase
2
A questão demanda conhecimento sobre as competências dos entes federativos.
O art. 24, XIV, da CRFB aduz que é competência concorrente da União, dos Estados 
e do Distrito Federa legislar concorrentemente sobre proteção e integração social 
das pessoas portadoras de deficiência. Portanto, o projeto de lei é plenamente 
constitucional e adequado.
Passemos às alternativas.
A) Errada. O art. 24, XIV, da CRFB aduz que é competência concorrente da União, 
dos Estados e do Distrito Federa legislar concorrentemente sobre proteção e 
integração social das pessoas portadoras de deficiência. Portanto, o projeto de lei 
é plenamente constitucional e adequado.
B) Correta. O art. 24, XIV, da CRFB aduz que é competência concorrente da União, 
dos Estados e do Distrito Federa legislar concorrentemente sobre proteção e 
integração social das pessoas portadoras de deficiência. Portanto, o projeto de lei 
é plenamente constitucional e adequado.
C) Errada. O art. 24, XIV, da CRFB aduz que é competência concorrente da União, 
dos Estados e do Distrito Federa legislar concorrentemente sobre proteção e 
integração social das pessoas portadoras de deficiência. Portanto, o projeto de lei 
é plenamente constitucional e adequado.
D) Errada. O art. 24, XIV, da CRFB aduz que é competência concorrente da União, 
dos Estados e do Distrito Federa legislar concorrentemente sobre proteção e 
integração social das pessoas portadoras de deficiência. Portanto, o projeto de lei 
é plenamente constitucional e adequado.
Comentários:
RESPOSTA CORRETA: B
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 17
Direito Administrativo
O Direito Administrativo trata das normas que regem a administração pública e 
sua relação com os cidadãos. A OAB cobra principalmente a responsabilidade dos 
agentes públicos e as regras de licitação.
O foco deve estar na leitura da legislação seca, especialmente a Lei de Licitações 
e Contratos e a Lei de Improbidade Administrativa, pois a FGV cobra muitos 
dispositivos legais diretamente.
O Município Alfa fez editar um decreto expropriatório por utilidade pública do bem 
de propriedade de Constância, sob o fundamento de que o imóvel é necessário 
para a construção de uma escola.
Constância recusou-se a formalizar acordo na via administrativa, na medida em 
que tem robustas provas de que, na realidade, o objetivo da desapropriação é uma 
vingança pessoal de seu ex cônjuge, Rosalvo, que é o atual prefeito do município, 
que subscreve o mencionado decreto. Diante da ausência de acordo, o Município 
ajuizou a respectiva ação de desapropriação.
Em razão disso, Constância procurou você, como advogado(a), a fim de elucidar 
questões atinentes ao problema por ela enfrentado.
Considerando estritamente os fatos narrados, assinale a afirmativa que apresenta, 
corretamente, sua orientação.
A) A desapropriação não apresenta qualquer vício, considerando que o motivo 
invocado no decreto é válido, independentemente de Rosalvo ter dela se utilizado 
para fins de vingança.
B) Em sede de contestação na ação de desapropriação, Constância pode invocar 
qualquer matéria de fato ou de direito, mediante a produção de provas que 
viabilizem ao Poder Judiciário a verificação da existência ou não da situação de 
utilidade pública invocada no decreto.
C) A utilização da desapropriação por Rosalvo para se vingar da ex-cônjuge constitui 
desvio de finalidade, vício insanável que deverá ser alegado em ação própria, na 
medida em que a contestação na ação de desapropriação só pode versar sobre 
vício processual ou impugnação do preço.
D) O município não poderia ter ajuizado a ação de desapropriação, na medida em 
que esta depende da realização de acordo na via administrativa para a consumação 
da perda da propriedade.
Direito Administrativo
Ano: 2024 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV - 2024 - OAB - Exame de Ordem Unificado XLI - 
Primeira fase
1
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 18
Trata-se de questão relativa ao tema desapropriação.
De acordo com o enunciado, o caso seria de expropriação por utilidade pública, que 
teria sido motivada por intuito de vingança pessoal do Chefe do Executivo municipal, 
que também seria ex-cônjuge da proprietária do bem alvo do decreto expropriatório.
Analisemos, então, cada item, a fim de ser apontado o único correto:
A) Errado. Partindo-se da premissa de que, realmente, o objetivo da autoridade 
subscritora do decreto expropriatório seria de ordem pessoal, como forma de 
se vingar de sua ex-cônjuge, haveria, sim, vício insanável no procedimento, dada 
a configuração de desvio de finalidade. Cuida-se de mácula que recai sobre o 
elemento finalidade dos atos administrativos, e que consiste na prática de ato 
visando a um diverso daquele previsto em lei. O ato sequer admite convalidação, 
em vista do caráter absoluto da nulidade.
B) Errado. A rigor, no âmbito da ação de desapropriação, a contestação somente 
pode versar sobre vício de ordem processual, assim como sobre o preço ofertado 
pelo bem, o que tem apoio na norma do artigo.
"Art. 20. A contestação só poderá versar sobre vício do processo judicial ou 
impugnação do preço; qualquer outra questão deverá ser decidida por ação direta."
Logo,constitui equívoco afirmar que Constância poderia invocar qualquer matéria 
de fato ou de direito, tal como foi aqui colocado pela Banca, de maneira incorreta.
C) Certo. A configuração do desvio de finalidade, assim como sua consequência 
(invalidade absoluta do ato), foram objeto de comentários no item A, de modo que 
está correta, nesse ponto, a presente afirmativa. De seu turno, as matérias que podem 
ser objeto de contestação, na ação expropriatória promovida pelo Poder Público, 
também restaram mencionadas no item anterior, transcrevendo-se, inclusive, o 
teor do art. 20 do Decreto-lei 3.365/41, da leitura do qual extrai-se, ainda, o acerto 
de se afirmar a necessidade de propositura de ação própria com vistas a debater 
outros temas, no que se inclui a própria alegação de desvio de finalidade.
Do exposto, inteiramente correta a presente opção.
D) Errado. Por fim, este item mostra-se ostensivamente equivocado, uma vez que, 
em não havendo acordo em sede administrativa, deve ser promovida ação judicial 
expropriatória, conforme se vê do disposto no art. 10 do citado Decreto-lei:
"Art. 10. A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou intentar-se 
judicialmente, dentro de cinco anos, contados da data da expedição do respectivo 
decreto e findos os quais este caducará." 
Comentários:
RESPOSTA CORRETA: C
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 19
A sociedade empresária Sabiá tomou conhecimento de um edital de licitação 
elaborado pelo Município Alfa para promover a permissão de determinado serviço 
público de competência local, razão pela qual procura sua assessoria jurídica, a fim 
de dirimir algumas dúvidas acerca da mencionada modalidade de delegação.
Acerca das peculiaridades da permissão de serviços públicos, à luz do disposto na 
CRFB/88 e na Lei nº 8.987/95, assinale a afirmativa correta.
A) A modalidade licitatória deverá ser necessariamente aquela designada como 
diálogo competitivo
B) Não é necessária a realização de licitação para a formalização da delegação 
pretendida pelo Município Alfa.
C) É necessária a constituição de uma sociedade de propósito específico para a 
formalização do respectivo contrato.
D) A delegação pretendida poderá ser realizada para pessoa física ou jurídica que 
demonstre capacidade para a prestação do serviço por sua conta e risco.
Direito Administrativo
Ano: 2024 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV - 2024 - OAB - Exame de Ordem Unificado XL - 
Primeira fase
2
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 20
Da leitura do enunciado, verifica-se que o caso seria de licitação para permissão de 
serviço público de âmbito local, por um dado município da Federação.
Analisemos cada uma das proposições:
A) Errado. Em se tratando de permissão de uso de bem público, a lei não determina 
uma dada modalidade licitatória, em específico, que deva ser utilizada, mas sim, 
tão somente, exige que haja prévia licitação como condição para a delegação do 
serviço. É o que deflui da própria definição legal de tal espécie de delegação, nos 
termos do art. 2º, IV, da Lei 8.987/95:
"Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, 
da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou 
jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco."
Logo, incorreto sustentar que haja necessidade da adoção da modalidade diálogo 
competitivo.
B) Errado: A mesma fundamentação acima exibida revela o desacerto deste item, 
porquanto a lei de regência é clara ao exigir, sim, que a delegação, através de 
permissão de serviço público, seja precedida de licitação.
Ademais, a própria Constituição da República, em seu art. 175, é explícita ao 
demandar que a delegação de serviços, por meio de concessões e permissões, 
opere-se mediante prévia licitação. No ponto, é ler:
"Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime 
de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços 
públicos."
Do exposto, equivocada mais este item da questão.
C) Errado. As permissões de serviços públicos são reguladas pela Lei 8.987/95, 
que não exige a constituição de sociedade de propósito específico, tal como foi 
incorretamente aqui aduzido pela Banca. Em verdade, é a Lei 11.079/2004, que trata 
das parcerias público-privadas, que coloca dentre os requisitos a serem cumpridos, 
para as concessões especiais ali disciplinadas (concessão patrocinada e concessão 
administrativa), a constituição de SPE, a teor do art. 9º do sobredito diploma legal:
"Art. 9º Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de 
propósito específico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria."
d) Certo. Por fim, aqui se encontra o item correto da questão. De fato, as 
características mencionadas pela banca decorrem da própria definição legal 
de permissão de serviço público, consoante art. 2º, IV, da Lei 8.987/95, acima já 
transcrito nos comentários à letra A. Sem reparos, pois.
Comentários:
RESPOSTA CORRETA: D
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 21
Direito Penal
O Direito Penal analisa os crimes, suas punições e princípios fundamentais. A prova 
da OAB exige domínio sobre a Parte Geral e Parte Especial do Código Penal (Decreto-
Lei nº 2.848/1940).
A melhor estratégia é revisar a teoria do crime, entender a diferença entre os tipos penais 
e resolver questões para se familiarizar com a forma como a FGV cobra os conteúdos.
A família de Luís procura você, como advogado(a), explicando que existe uma lei 
nova, mais benéfica, que se aplica ao caso do seu parente. Você, ao estudar o caso, 
descobriu que já havia trânsito em julgado da condenação e que a lei era realmente 
mais benéfica.
Nessa hipótese, você deve:
A) propor ação de revisão criminal, para que possa ser aplicada a lei mais benéfica.
B) informar à família que, como existiu trânsito em julgado, a nova lei, mais benéfica, 
não se aplica.
C) peticionar ao Juiz da Vara de Execuções Penais, requerendo a aplicação da nova lei, 
mais benéfica.
D) propor habeas corpus perante o Supremo Tribunal Federal para aplicação da nova 
lei, mais benéfica.
Direito Penal
Ano: 2024 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV - 2024 - OAB - Exame de Ordem Unificado XLI - 
Primeira fase
1
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 22
Observemos os itens a seguir, para encontrarmos o correto.
A) Incorreto. A revisão criminal, que tem natureza de ação autônoma de 
impugnação, visa corrigir erros em decisões condenatórias com trânsito em 
julgado que pode ser em razão de injustiças, fatos novos, provas relevantes 
surgidas após o julgamento ou violação de direitos. No caso, não houve erro/
injustiça/etc., mas nova lei mais benéfica.
Art. 621, CPP. A revisão dos processos findos será admitida:
I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou 
à evidência dos autos;
II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou 
documentos comprovadamente falsos;
III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do 
condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da 
pena.
B) Incorreto. Uma das previsões de retroatividade é exatamente ser mais benéfica.
Art. 5º, XL, CF: a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
C) Correta. Ora, se já transitou é porque a pessoa está cumprindo a pena, e, nessa 
situação, a competência é mesmo do juízo de execução. A ação seria, inclusive, a de 
agravo em execução, conforme art. 197 da LEP.
Súmula 611 do STF: Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao 
juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.
Art. 66 da LEP. Compete ao Juiz da execução:
I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o 
condenado;
D) Incorreto. É utilizado quando existe a ameaça ao direito de ir e vir, quer dizer, risco 
de prisão ilegal ou constrangimento à liberdadefísica de uma pessoa. HC não é a 
forma correta de pleitear a aplicação de uma lei benéfica após o trânsito em julgado.
Comentários:
RESPOSTA CORRETA: C
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 23
Júnior foi condenado pelo delito de latrocínio, na modalidade tentada, a uma pena 
de 8 (oito) anos e 6 (seis) meses de reclusão, a ser cumprida em regime inicial 
fechado, já tendo a sentença transitado em julgado, sem nulidade. Júnior inicia a 
execução das penas e procura você, na qualidade de advogado(a).
Assinale a afirmativa que apresenta, corretamente, a orientação jurídica que 
possibilita reduzir o tempo de encarceramento de Júnior. 
A) Postular o perdão do ofendido e, assim, reduzir sua pena.
B) Aguardar o decreto presidencial de comutação de pena.
C) Requerer a classificação de Júnior para trabalho e estudo no sistema carcerário, 
a fim de viabilizar a remição de penas.
D) Pleitear um decreto de anistia no âmbito da Assembleia Legislativa do seu Estado. 
Direito Penal
Ano: 2023 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV - 2023 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIX - 
Primeira fase
2
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 24
Com vistas a responder à questão, impõe-se a análise das alternativas de modo a 
verificar-se qual delas está correta.
Alternativa A: No caso, não cabe o perdão do ofendido, disciplinado nos artigos 
105 e 106, do Código Penal, pois o latrocínio não é crime que se procede mediante 
queixa, mas mediante denúncia. Ademais, uma vez aceito, o perdão do ofendido 
extingue a punibilidade, não configurando instrumento para redução do tempo de 
encarceramento. Assim sendo, a presente alternativa está incorreta. 
Alternativa B: A comutação da pena ou indulto parcial é ato de competência 
privativa do presidente da República, previsto no inciso XII, do artigo 84, da 
Constituição. É voltado para condenados de forma indeterminada, desde que se 
encontrem em situação jurídica estabelecida no ato normativo do presidente da 
República. Refoge, portanto, à atuação típica da defesa em juízo, não podendo ser 
considerada uma medida eficiente a ser orientada por um advogado. Assim sendo, 
a presente alternativa está incorreta. 
Alternativa C: A remição pelo trabalho ou pelo estudo é o meio pelo qual o preso 
pode ter a redução do tempo de cumprimento de pena. Encontra-se disciplinada 
nos artigos 106 ao 109 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal - LEP).
Neste sentido confira-se o disposto no artigo 106 da referida lei:
"Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto 
poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena."
Esta é, portanto, a orientação a ser dada pelo advogado do condenado, para fins de 
diminuição do tempo de cumprimento de pena, estando a presente alternativa correta. 
Alternativa D: A anistia é causa de extinção de punibilidade, o que afasta os efeitos 
penais da sentença e, via de consequência, também a pena. Assim sendo, a presente 
alternativa está incorreta. 
Comentários:
RESPOSTA CORRETA: C
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 25
Direito Processual Penal
O Processo Penal regulamenta o funcionamento da persecução criminal e o respeito 
aos direitos fundamentais do acusado. A OAB cobra questões que envolvem regras 
de investigação, processos e recursos penais.
O candidato deve conhecer bem os prazos processuais, os tipos de ação penal e 
os recursos cabíveis para cada situação. O estudo com resumos e esquemas pode 
facilitar a fixação dos temas.
Arthur, Bruno, Fernanda e Camille foram acusados de furto simples praticado em 2020.
Arthur foi definitivamente condenado, Bruno foi condenado, porém, recorreu e 
ainda não houve decisão definitiva. Fernanda aceitou suspensão condicional do 
processo, já cumprida, e Camille foi absolvida, tendo havido recurso do Ministério 
Público, ainda não julgado.
Em julho de 2023, sobreveio acusação de uso de documento particular falso contra 
os quatro. Considerando preenchidos os demais requisitos, e considerando apenas 
os antecedentes criminais mencionados, assinale a opção que indica os que podem 
celebrar Acordo de Não Persecução Penal.
A) Arthur e Bruno.
B) Arthur e Fernanda.
C) Bruno e Camille.
D) Fernanda e Camille.
Direito Processual Penal
Ano: 2023 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV - 2023 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIX - 
Primeira fase
1
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 26
Na análise da possibilidade de celebração do Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), 
é crucial entender quem está apto a celebrá-lo diante da legislação penal brasileira. O 
ANPP possibilita a resolução de determinados crimes de forma alternativa, evitando 
o processo penal, e está previsto como um instrumento de desjudicialização.
A celebração do ANPP exige que o acusado não seja reincidente em crimes dolosos, 
isto é, não deve ter condenação definitiva por crime doloso anterior. Além disso, 
aplica-se a infrações penais que não envolvam violência ou grave ameaça, com 
pena mínima inferior a quatro anos.
Analisando os indivíduos citados:
Arthur foi condenado definitivamente, o que o caracteriza como reincidente e o 
impede de realizar o ANPP.
Bruno, apesar de condenado, aguarda decisão definitiva. Sem outras condenações 
definitivas por crime doloso, ele ainda pode celebrar o ANPP.
Fernanda aceitou suspensão condicional do processo, uma medida que não 
configura reincidência. Contudo, em alguns casos, o histórico de suspensão pode 
ser considerado como um fator negativo pelo Ministério Público ou Judiciário ao 
avaliar a celebração do ANPP.
Camille foi absolvida, com recurso do Ministério Público ainda não julgado, portanto, 
sem condenação, ela está apta a celebrar o ANPP.
É importante não confundir a ausência de condenação definitiva com a reincidência, 
e estar ciente de que a suspensão condicional do processo pode, em certas 
interpretações, influenciar na decisão de celebrar o ANPP.
Assim, concluímos que Bruno e Camille são os que podem celebrar o Acordo de 
Não Persecução Penal, pois não possuem condenações definitivas por crime 
doloso que os caracterizariam como reincidentes, permitindo-lhes acessar esse 
mecanismo legal.
Comentários:
RESPOSTA CORRETA: C
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 27
André, primário, subtraiu o computador de Gustavo, enquanto este estava distraído 
em via pública, em uma sexta-feira.
Na terça-feira da semana seguinte, após consultar as câmeras de vigilância, Gustavo 
identificou André como o responsável pela subtração, e acionou a Polícia Civil que, 
com base nas declarações de Gustavo, abordou André em via pública e com ele 
encontrou o computador subtraído dias antes. André foi, então, preso em flagrante 
pelo delito de receptação, na modalidade “conduzir” produto de furto. As penas do 
furto e da receptação são de 1 a 4 anos.
Como advogado(a) de André, assinale a afirmativa correta.
A) Deve ser postulado o relaxamento da prisão em flagrante, porque André 
praticou apenas o delito de furto, crime de natureza instantânea, inexistindo 
situação flagrancial. 
B) Deve ser postulada a liberdade provisória, pois, não obstante ter praticado 
dois delitos em concurso material, ainda assim é cabível a suspensão condicional 
do processo.
C) André praticou delito de furto em concurso formal com receptação, o que 
autoriza a prisão em flagrante pelo delito de natureza permanente, mas é cabível a 
liberdade provisória, mediante fiança.
D) André praticou apenas o delito de receptação, cuja pena máxima é igual a 
quatro anos, por isso, não é cabível a prisão preventiva, devendo ser postulada a 
liberdade provisória. 
Direito Processual Penal
Ano: 2023 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV - 2023 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIX - 
Primeira fase
2
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 28
A resposta correta para o caso apresentado é que André foi indevidamente preso 
em flagrante pelo delito de receptação, sendo que ele cometeu apenas o delito 
de furto, que é um crime de natureza instantânea.Portanto, não existia situação 
de flagrante no momento em que André foi abordado pela polícia, dias após a 
subtração do computador.
É importante entender que o crime de furto se consuma no momento em que 
a propriedade é efetivamente subtraída, sem que haja uma continuidade no 
tempo. A permanência na posse do item subtraído não transforma o ato em um 
flagrante contínuo.
Além disso, para que se configure o crime de receptação, é necessário que o 
indivíduo tenha conhecimento de que o item é produto de crime e que ele realize 
atos de recebimento, ocultação, transporte ou condução do bem sabendo de sua 
origem ilícita. No contexto relatado, André foi quem subtraiu o objeto e, portanto, 
não pode ser acusado de receptação.
Assim sendo, a atitude correta como advogado(a) de André é postular o relaxamento 
da prisão em flagrante, devido à ausência de flagrante delito. Este é um erro 
comum que pode ser evitado ao reconhecer que a posse de um objeto furtado não 
caracteriza flagrante delito após a consumação do furto, uma vez que a infração 
penal deve ser contemporânea ao flagrante.
As demais alternativas são incorretas pois não aplicam corretamente os conceitos 
de furto, receptação e as condições de flagrante delito:
Alternativa B é incorreta, pois não há menção a dois delitos em concurso material, 
e a suspensão condicional do processo não é justificativa para liberdade provisória.
Alternativa C é incorreta, pois não há concurso formal entre furto e receptação no 
caso de André, e a receptação não é um crime de natureza permanente nesse contexto.
Alternativa D é incorreta, porque André não cometeu o delito de receptação, 
somente o de furto.
Portanto, a alternativa correta é a letra A, que defende o relaxamento da prisão em 
flagrante por inexistência de situação flagrancial.
Comentários:
RESPOSTA CORRETA: A
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 29
As outras disciplinas e o número de 
questões na prova da OAB
Além das sete disciplinas que concentram a maior parte da prova, a OAB também 
exige conhecimentos de outras áreas do Direito. Essas disciplinas, embora tenham 
um peso menor individualmente, ainda representam uma parcela significativa da 
prova e não podem ser ignoradas na preparação.
Grupo intermediário: 23,75% da Prova
O segundo grupo de disciplinas mais cobradas na OAB reúne quatro matérias que, 
juntas, somam 19 questões. Veja a distribuição:
 Direito do Trabalho – 5 questões
 Processo do Trabalho – 5 questões
 Direito Tributário – 5 questões
 Direito Empresarial – 4 questões
Esse grupo é relevante porque engloba disciplinas técnicas e que podem fazer 
a diferença na pontuação final. Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, por 
exemplo, costumam cobrar princípios trabalhistas, CLT e prazos processuais, 
enquanto Direito Tributário e Direito Empresarial exigem conhecimento de impostos, 
sociedades empresárias e títulos de crédito.
Grupo menor: 22,5% da Prova
O terceiro grupo possui um número maior de disciplinas, porém, cada uma com 
apenas 2 questões na prova. No total, esse conjunto representa 18 questões no 
Exame de Ordem:
 Direitos Humanos – 2 questões
 Direito Internacional – 2 questões
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 30
 Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – 2 questões
 Direito Ambiental – 2 questões
 Direito do Consumidor – 2 questões
 Filosofia do Direito – 2 questões
 Direito Previdenciário – 2 questões
 Direito Eleitoral – 2 questões
 Direito Financeiro – 2 questões
Embora cada uma dessas disciplinas tenha poucas questões, elas podem ser 
decisivas para a aprovação. Como são temas menos extensos do que as matérias 
principais, muitos candidatos conseguem garantir pontos extras com um estudo 
direcionado e eficiente.
Para ser aprovado na 1ª fase do Exame de Ordem, é necessário acertar pelo menos 
40 questões, ou seja, 50% da prova. O candidato não precisa atingir uma pontuação 
mínima em cada disciplina, bastando alcançar esse total geral.
QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 31
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QUESTÕES COMENTADAS: PRIMEIRA FASE OAB 32
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