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INTRODUÇÃO Olá, OABeiros! Como estão? A preparação para o Exame da OAB não tem fórmula exata, porém, o estudo através de questões vem se mostrando fundamental para assimilar a grande quantidade de conteúdos cobrados na prova. A grande maioria das questões da OAB são interdisciplinares, por isso, resolvê-las é um ótimo caminho para aprender e fixar conteúdos relevantes. Ademais, conhecer o perfil da FGV pode ser o ponto x da sua aprovação, pois você estará mais familiarizado com o estilo de questões, sabendo exatamente o que a banca gosta de perguntar. Da mesma forma, o estudo através de questões comentadas mostra-se ainda mais eficaz, por levar ao candidato explicações assertivas, tornando o aprendizado mais prático e objetivo. Pensando nisto, disponibilizamos as questões das últimas provas da OAB (XXII a XXVI EOU) comentadas para que você possa adquirir conhecimento completo para a primeira fase da OAB. Vamos juntos! XXII EXAME DA OAB – FGV - CADERNO TIPO 1 – APLICAÇÃO EM: 02.04.2017 ESTATUTO E ÉTICA Questão 1 Marcelo, renomado advogado, foi convidado para participar de matéria veiculada pela Internet, por meio de portal de notícias, com a finalidade de informar os leitores sobre direitos do consumidor. Ao final da matéria, mediante sua autorização, foi divulgado o e-mail de Marcelo, bem como o número de telefone do seu escritório. Sobre essa situação, de acordo com o Código de Ética e Disciplina da OAB, assinale a afirmativa correta. A) Marcelo não pode participar de matéria veiculada pela Internet, pois esse fato, por si só, configura captação de clientela. B) Marcelo pode participar de matéria veiculada pela Internet, mas são vedadas a referência ao e-mail e ao número de telefone do seu escritório ao final da matéria. C) Marcelo pode participar de matéria veiculada pela Internet e são permitidas a referência ao e-mail e ao número de telefone do seu escritório ao final da matéria. D) Marcelo pode participar de matéria veiculada pela Internet, mas é vedada a referência ao número de telefone do seu escritório ao final da matéria, sendo permitida a referência ao seu e-mail. Comentário: A) Errado Nos ditames do inciso V do art. 40 do Código de Ética e Disciplina (CED) da OAB, Marcelo pode participar de matéria veiculada pela Internet, mas é vedada a referência ao número de telefone do seu escritório ao final da matéria, sendo permitida a referência ao seu e-mail. B) Errado Marcelo pode participar de matéria veiculada pela Internet, mas é vedada a referência ao número de telefone do seu escritório ao final da matéria, sendo permitida a referência ao seu e-mail, de conformidade com o disposto no art. 40, inciso V, do Código de Ética e Disciplina (CED) da OAB. C) Errado A teor do inciso V do art. 40 do Código de Ética e Disciplina (CED) da OAB, Marcelo pode participar de matéria veiculada pela Internet, mas é vedada a referência ao número de telefone do seu escritório ao final da matéria, sendo permitida a referência ao seu e-mail. D) Correto Trata-se da exata disposição do art. 40, inciso V, do Código de Ética e Disciplina (CED) da OAB, segundo o qual “os meios utilizados para a publicidade profissional hão de ser compatíveis com a diretriz estabelecida no artigo anterior, sendo vedados: (...) V - o fornecimento de dados de contato, como endereço e telefone, em colunas ou artigos literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados na imprensa, bem assim quando de eventual participação em programas de rádio ou televisão, ou em veiculação de matérias pela internet, sendo permitida a referência a e-mail”. Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 2 Cláudio, advogado inscrito na Seccional da OAB do Estado do Rio de Janeiro, praticou infração disciplinar em território abrangido pela Seccional da OAB do Estado da São Paulo. Após representação do interessado, o Conselho de Ética e Disciplina da Seccional da OAB do Estado do Rio de Janeiro instaurou processo disciplinar para apuração da infração. Sobre o caso, de acordo com o Estatuto da OAB, o Conselho de Ética e Disciplina da Seccional da OAB do Estado do Rio de Janeiro A) não tem competência para punir disciplinarmente Cláudio, pois a competência é exclusivamente do Conselho Seccional em cuja base territorial tenha ocorrido a infração, salvo se a falta for cometida perante o Conselho Federal. B) tem competência para punir disciplinarmente Cláudio, pois a competência é exclusivamente do Conselho Seccional em que o advogado se encontra inscrito, salvo se a falta for cometida perante o Conselho Federal. C) tem competência para punir disciplinarmente Cláudio, pois a competência é concorrente entre o Conselho Seccional em que o advogado se encontra inscrito e o Conselho Seccional em cuja base territorial tenha ocorrido a infração, salvo se a falta for cometida perante o Conselho Federal. D) não tem competência para punir disciplinarmente Cláudio, pois a competência é exclusivamente do Conselho Federal, ainda que a falta não tenha sido cometida perante este, quando o advogado for inscrito em uma Seccional e a infração tiver ocorrido na base territorial de outra. Comentário: A) Correto Tal assertiva reflete a previsão do art. 70 da Lei n° 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e da OAB), o qual dispõe que “o poder de punir disciplinarmente os inscritos na OAB compete exclusivamente ao Conselho Seccional em cuja base territorial tenha ocorrido a infração, salvo se a falta for cometida perante o Conselho Federal”. B) Errado Nos moldes do art. 70 do Estatuto da Advocacia e da OAB, o Conselho em tela não tem competência para punir disciplinarmente Cláudio, pois a competência é exclusivamente do Conselho Seccional em cuja base territorial tenha ocorrido a infração, salvo se a falta for cometida perante o Conselho Federal. C) Errado O Conselho em tela não tem competência para punir disciplinarmente Cláudio, pois a competência é exclusivamente do Conselho Seccional em cuja base territorial tenha ocorrido a infração, salvo se a falta for cometida perante o Conselho Federal, consoante o art. 70 da Lei 8.906/94. D) Errado Nos estritos termos do art. 70 do Estatuto da Advocacia e da OAB, tal Conselho não tem competência para punir disciplinarmente Cláudio, pois a competência é exclusivamente do Conselho Seccional em cuja base territorial tenha ocorrido a infração, salvo se a falta for cometida perante o Conselho Federal. Gabarito: A Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 3 Juliana, advogada, foi empregada da sociedade empresária OPQ Cosméticos e, em razão da sua atuação na área tributária, tomou conhecimento de informações estratégicas da empresa. Muitos anos depois de ter deixado de trabalhar na empresa, foi procurada por Cristina, consumidora que pretendia ajuizar ação cível em face da OPQ Cosméticos por danos causados pelo uso de um de seus produtos. Juliana, aceitando a causa, utiliza-se das informações estratégicas que adquirira como argumento de reforço, com a finalidade de aumentar a probabilidade de êxito da demanda. Considerando essa situação, segundo o Estatuto da OAB e o Código de Ética e Disciplina da OAB, assinale a afirmativa correta. A) Juliana não pode advogar contra a sociedade empresária OPQ Cosméticos, tampouco se utilizar das informações estratégicas a que teve acesso quando foi empregada da empresa. B) Juliana pode advogar contra a sociedade empresária OPQ Cosméticos, mas não pode se utilizar das informações estratégicas a que teve acesso quando foi empregada da empresa. C) Juliana pode advogar contra a sociedade empresária OPQ Cosméticos e pode se utilizar das informações estratégicas a que teve acesso quando foi empregada da empresa. D) Julianade pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007) (...) A) Errado Incorreta a letra “A”, pois, ainda que o genitor não esteja a serviço do Brasil, é possível a aquisição da nacionalidade brasileira, nos moldes da alínea “c” transcrita. B) Errado Igualmente incorreta a assertiva “B”, pois, ainda conforme a alínea “c” mencionada, é possível a obtenção da nacionalidade em tais circunstâncias. C) Errado A redação da alternativa “C” também está equivocada, pois, apesar de enunciar a possibilidade de obtenção da nacionalidade, afirma que não se trata de brasileiro nato. Todavia, os que adquirem a nacionalidade desta forma são considerados brasileiros natos, de acordo com o dispositivo constitucional transcrito. D) Correto Por fim, resta a letra “D” como correta, posto que, de fato, a aquisição da nacionalidade condiciona-se à residência no Brasil e à opção pela nacionalidade brasileira, em respeito ao artigo 12, I, “c”, da Constituição Federal. Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca DIREITO INTERNACIONAL Questão 25 João e Pedro são, por lei, contribuintes obrigados solidariamente a pagar determinado tributo. Foi publicada lei que isenta os ex-combatentes do pagamento de tal tributo, sendo este o caso pessoal somente de João. Tendo em vista essa situação, assinale a afirmativa correta. A) Sendo um caso de isenção pessoal, a lei não exonera Pedro, que permanece obrigado a pagar o saldo remanescente, descontada a parcela isenta em favor de João. B) Pedro ficará totalmente exonerado do pagamento, aproveitando-se da isenção em favor de João. C) O imposto poderá ser cobrado de Pedro ou de João, pois a solidariedade afasta a isenção em favor deste. D) Pedro permanece obrigado a pagar integralmente o imposto, nada obstante a isenção em favor de João. Comentários: CTN Art. 124. São solidariamente obrigadas: I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II - as pessoas expressamente designadas por lei. Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem. Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade: I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo; III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais. A) Correto Devido ao fato da isenção ser pessoal, está atingirá apenas João, ficando Pedro obrigado a adimplir a parcele que lhe cabe. B) Errado A isenção se dá apenas em favor de João, Pedro deve efetuar o recolhimento do tributo normalmente. C) Errado A isenção abarca a parcela de João, pois como podemos ver no art 125 II do CTN, a exoneração quando é pessoal, não exonera todos os obrigados da sociedade. D) Errado Apesar de ainda permanecer obrigado, Pedro deve efetuar apenas o pagamento que lhe cabe, e não a integralidade do tributo. Gabarito: Alternativa A Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca Questão 26 O Município X instituiu taxa a ser cobrada, exclusivamente, sobre o serviço público de coleta, remoção e tratamento de lixo e resíduos provenientes de imóveis. A igreja ABC, com sede no Município X, foi notificada da cobrança da referida taxa. Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A) As Igrejas são imunes; portanto, não devem pagar a taxa instituída pelo Município X. B) A taxa é inconstitucional, pois não é específica e divisível. C) A taxa é inconstitucional, uma vez que os Municípios não são competentes para a instituição de taxas de serviço público. D) A taxa é constitucional e as Igrejas não são imunes. Comentários: CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI - instituir impostos sobre: (...) b) templos de qualquer culto; Súmula 19 STF A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal. A) Errado A isenção presente no art. 150 inciso VI, se refere apenas aos impostos e não as taxas, sendo assim a igreja deve efetuar o pagamento das taxas. B) Errado É específica pois existe um claro serviço a ser prestado, e divisível visto que os domicílios podem ser individualizados. C) Errado As taxas estão entre as competências outorgadas pela constituição federal aos municípios. D) Correto A taxa é constitucional e as Igrejas não são imunes. Gabarito: Alternativa D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca e Jurisprudência Questão 27 O Município Alfa realizou obras nas praças públicas de determinado bairro, incluindo iluminação e arborização. Tais obras acarretaram a valorização imobiliária de dezenas de residências daquela região. Em decorrência disso, o município instituiu contribuição de melhoria. Sobre a contribuição em questão, segundo o CTN, assinale a afirmativa correta. A) É inválida, pois deveria ter sido instituída pelo Estado Beta, onde está localizado o Município Alfa. B) É válida, porque foi instituída para fazer face ao custo de obra pública da qual decorre a valorização imobiliária. C) É válida, mas poderia ter sido instituída independentemente da valorização dos imóveis dos contribuintes. D) É inválida, porque deveria ter, como limite individual, o valor global da despesa realizada pelo Poder Público na obra e não a valorização de cada imóvel. Comentários: A) Errado Sendo de competência comum, o Município sendo o responsável pela obra pode instituir a contribuição de melhoria. B) Correto É válida, porque foi instituída para fazer face ao custo de obra pública da qual decorre a valorização imobiliária. C) Errado A contribuição de melhoria não pode ser instituída se não houver a valorização imobiliária, visto que isto é o seu fato gerador. D) Errado É inconstitucional que o pagamento individual pela melhoria seja no montante do valor total da obra, sendo a contribuição limitada a valorização individual do imóvel. Gabarito: Alternativa D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 28 Por meio da Lei Ordinária nº 123, a União instituiu contribuição não cumulativa destinada a garantir a expansão da seguridade social, utilizando, para tanto, fato gerador e base de cálculo distintos dos discriminados na Constituição da República. A referida lei foi publicada em 1º de setembro de 2015, com entrada em vigor em 2 de janeiro de 2016, determinando o dia 1º de fevereiro do mesmo ano como data de pagamento. Por considerar indevida a contribuição criada pela União, a pessoa jurídica A, atuante no ramo de supermercados, não realizou o seu pagamento, razão pela qual, em 5 de julho de 2016, foi lavrado auto de infração para a sua cobrança. Considerando a situação em comento, assinale a opção que indica o argumento que poderá ser alegado pela contribuinte para impugnar a referida cobrança. A) A nova contribuição viola o princípio da anterioridade nonagesimal. B) A nova contribuição viola o princípio da anterioridade anual. C) A nova contribuição somente poderia ser instituída por meio de lei complementar. D) A Constituiçãoda República veda a instituição de contribuições não cumulativas. Comentários: CF Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (...) § 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. Comentários: A) Errado Sendo publicada em 1º de Setembro, com previsão de início da arrecadação para 2 de janeiro, a lei cumpre o requisito da anterioridade nonagesimal. B) Errado Não existe tal princípio em matéria tributária. C) Correto A nova contribuição somente poderia ser instituída por meio de lei complementar. D) Errado A Constituição não emite nenhuma vedação para a instituição de contribuições não cumulativas. Gabarito: Alternativa C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 29 O governador do estado Alfa, diante de grave crise financeira que assola as contas estaduais, elaborou numerosos projetos de lei para diminuir os gastos públicos e atender ao disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal. Dentre esses projetos encontram-se: i) corte de 25% (vinte e cinco por cento) dos cargos em comissão do Poder Executivo; ii) redução dos subsídios e vencimentos dos servidores públicos estáveis em 10% (dez por cento) de seu valor nominal. Com relação à constitucionalidade de tais projetos, assinale a afirmativa correta. A) Os projetos são constitucionais, porque cabe ao Estado zelar por suas finanças, à luz dos princípios aplicáveis à Administração Pública. B) O projeto que determina o corte de cargos em comissão é inconstitucional, pois resultará na exoneração dos servidores que os ocupam. C) O projeto que reduz diretamente os subsídios e vencimentos pagos aos servidores públicos é inconstitucional. D) Os projetos são inconstitucionais, porque há direito adquirido à imutabilidade de regime jurídico dos servidores públicos. Comentários: CF/88 Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências: I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; II - exoneração dos servidores não estáveis. A) Errado A redução dos salários de servidores públicos é inconstitucional, nos termos do art. 37 §3º da Constituição Federal. B) Errado No art. 169 §3º inciso I, prevê a possibilidade de redução das despesas com cargos de comissão e funções de confiança. C) Correto Nos termos do Art. 37, inciso XV é consagrada a irredutibilidade dos vencimentos dos servidores públicos. D) Errado Apenas o projeto de redução dos vencimentos dos servidores públicos federais é inconstitucional. A redução dos cargos de comissão é previsto pela Constituição Federal. Gabarito: Alternativa C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca DIREITO ADMINISTRATIVO Questão 30 O Município Beta foi assolado por chuvas que provocaram o desabamento de várias encostas, que abalaram a estrutura de diversos imóveis, os quais ameaçam ruir, especialmente se não houver imediata limpeza dos terrenos comprometidos. Diante do iminente perigo público a residências e à vida de pessoas, o Poder Público deve, prontamente, utilizar maquinário, que não consta de seu patrimônio, para realizar as medidas de contenção pertinentes. Assinale a opção que indica a adequada modalidade de intervenção na propriedade privada para a utilização do maquinário necessário. A) Requisição administrativa. B) Tombamento. C) Desapropriação. D) Servidão administrativa. Comentário: A) Correto Segundo Hely Lopes Meirelles, pode-se dizer que a requisição administrativa é a utilização coativa de bens ou serviços particulares pelo Poder Público por ato de execução imediata e direta da autoridade requisitante e indenização ulterior, para atendimento de necessidades coletivas urgentes e transitórias. Por se tratar de medida autoexecutória, não é necessária a intervenção judicial para a sua efetivação. B) Errado Já o tombamento é o procedimento administrativo adotado pelo Poder Público para impor as restrições parciais sobre os bens que, por interesse público, devam ser conservados, por estarem vinculados a fatos memoráveis da história ou por seu excepcional valor arqueológico ou etnológico, bibliográfico ou artístico. Assim, pode ter como objeto qualquer bem, móvel ou imóvel, privado ou público. C) Errado A desapropriação demonstra ser a forma mais extrema de intervenção do Estado na propriedade particular, pois retira o bem do proprietário, o que não é o caso da questão. D) Errado É considerada servidão administrativa, segundo José dos Santos Carvalho Filho, o direito real público que autoriza o Poder Público a usar a propriedade imóvel para permitir a execução de obras e serviços de interesse coletivo. Sendo assim, a propriedade não é retirada do seu titular, mas este é obrigado a consentir que seu imóvel seja usado em prol de um serviço público ou bem afetado a fim da utilidade pública. Gabarito: A Fonte de conhecimento jurídico: Doutrina Questão 31 A Administração Federal irá realizar sucessivos contratos de compra de produtos de papelaria, de uso contínuo nos órgãos para os quais os bens estão destinados. Para tanto, pretende fazer uso dos mecanismos legais que melhor atendam ao princípio da eficiência. No caso, acerca da modalidade de licitação a ser adotada, assinale a afirmativa correta. A) É cabível a utilização do regime diferenciado de contratações públicas (RDC). B) Deverá ser utilizada a modalidade leilão para cada uma das compras a contratar. C) É possível o processamento das compras pelo sistema de registro de preços, mediante a utilização da modalidade pregão. D) É obrigatória a utilização da modalidade convite, independentemente do valor orçado. Comentário: A) Errado O Regime Diferenciado de Contratações Públicas, é aplicável exclusivamente às hipóteses descritas pela Lei 12.642/2011. B) Errado Pode-se dizer que o leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados, para a alienação de determinados bens a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. Ainda, o leilão pode ser utilizado para, dentre outros, a venda de bens móveis inservíveis para a administração. Não é o caso da questão. C) Correto Consoante o art. 3º, I, do Decreto nº 7.892/2013, o Sistema de Registro de Preços poderá ser adotado “quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade de contratações frequentes”. Ou seja, sendo necessária a compra de produtos, de uso contínuo, haverá possibilidade de utilização do Sistema de Registro de Preços que, no caso, será realizado por meio de pregão, que é a modalidade de licitação utilizadapara aquisição de bens e serviços comuns, como os produtos de papelaria. D) Errado A modalidade convite é usada nas contratações de pequeno valor. Seu procedimento foi disciplinado através do art. 22, §3, da Lei 8.666/93, constituindo-a como a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados, por meio de carta-convite, em número mínimo de 3 pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até vinte e quatro horas da apresentação das propostas. Quanto ao valor, utiliza-se a concorrência para grande valor, a tomada de preços para médio valor e o convite para pequeno valor. A grande ressalva que você deve se atentar é que concorrência também pode ser utilizada nas hipóteses previstas para a tomada de preços e para o convite, assim como a tomada de preços também pode ser usada nos casos de convite. A proibição é justamente o inverso: utilizar o convite nos casos de tomada de preços ou concorrência ou utilizar a tomada de preços nas hipóteses de concorrência. Gabarito: C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 32 A Associação Delta se dedica à promoção do voluntariado e foi qualificada como Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos – OSCIP, após o que formalizou termo de parceria com a União, por meio do qual recebeu recursos que aplicou integralmente na realização de suas atividades, inclusive na aquisição de um imóvel, que passou a ser a sede da entidade. Com base nessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta. A) A Associação não poderia ter sido qualificada como OSCIP, considerando que o seu objeto é a promoção do voluntariado. B) A qualificação como OSCIP é ato discricionário da Administração Pública, que poderia indeferi-lo, mesmo que preenchidos os requisitos legais. C) A qualificação como OSCIP não autoriza o recebimento de recursos financeiros por meio de termo de parceria, mas somente mediante contrato de gestão. D) A Associação não tem liberdade para alienar livremente os bens adquiridos com recursos públicos provenientes de termo de parceria. Comentário: A) Errado A “promoção do voluntariado” está dentre as qualificações permitidas para a OSCIP, de acordo com o art. 3º, VII, da Lei 9.790/99. B) Errado Na forma do art. 1º, §2, da Lei, “a outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vinculado ao cumprimento dos requisitos instituídos por esta Lei”. Não há discricionariedade da qualificação como OSCIP, não podendo a Administração Pública indeferir o pedido caso preenchidos os requisitos legais. Desta forma, dispõe o art. 1º, §2, que a outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vinculado ao cumprimento dos requisitos instituídos por esta Lei. C) Errado As Organizações da Sociedade Civil de interesse público – OSCIP’s são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa de particulares, que desempenham serviços sociais não exclusivos ao Poder Público, com incentivo e fiscalização deste, mediante termo de parceria. O contrato de gestão é exclusivo das Organizações Sociais – OS. D) Correto Consoante dispõe o art. 15, da Lei nº 9.790/99, “caso a organização adquira bem imóvel com recursos provenientes da celebração do Termo de Parceria, este será gravado com cláusula de inalienabilidade”. Sendo assim, a Associação não tem liberdade para alienar livremente os bens adquiridos com recursos provenientes do termo de parceria. Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 33 O Município Beta procedeu ao recadastramento de seus servidores efetivos e constatou que 6 (seis) bacharéis em contabilidade exerciam variados cargos na estrutura administrativa, todos providos mediante concurso público. Verificou também que existiam 10 (dez) cargos vagos de auditores fiscais de tributos, decorrentes de aposentadorias havidas nos últimos anos. O Município, considerando a necessidade de incrementar receitas, editou lei reorganizando sua estrutura funcional de modo a reenquadrar aqueles servidores como auditores fiscais de tributos. Com base na hipótese apresentada, acerca do provimento de cargo público, assinale a afirmativa correta. A) A medida é inválida, porque o provimento originário de cargo efetivo em uma determinada carreira exige concurso público específico. B) A medida é válida, porque os servidores reenquadrados são concursados, configurando-se na espécie mera transformação de cargos, expressamente prevista na CRFB/88. C) A medida é inválida, porque o provimento de todo e qualquer cargo faz-se exclusivamente mediante concurso público. D) A medida é válida, porque os servidores reenquadrados são concursados e não há aumento de despesa, uma vez que os cargos preenchidos já existiam. Comentário: A) Correto A investidura nos cargos públicos depende, em regra, da prévia aprovação em concurso, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão, declarado em lei de livre nomeação e exoneração, consoante disposto no art. 37, II, da Constituição Federal. Desta forma, sendo cargo efetivo, é indispensável a aprovação em concurso público para que ocorra sua nomeação. Ainda, nos termos da Súmula Vinculante 43, “é inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido”. Assim, o STF já julgou, na ADI 2.939, que viola “o art. 37, II, da CF o disposto no art. 23 do ADCT do Estado de Minas Gerais, com a redação que lhe foi dada pela EC 45/2000, que determina a incorporação, sem concurso público, de policiais civis em situações específicas à carreira de delegado da polícia”. B) Errado A transformação de cargos é procedimento administrativo, autorizado em lei, decorrentes de política de pessoal, com o propósito de aprimorar e compatibilizar planos de retri- buição de cargos no serviço público, voltada essa política para a valorização dos servidores, o que não ocorreu no caso concreto. Ademais, segundo Hely Lopes Meirelles, se a transformação implicar em alteração do título e das atribuições do cargo, configura novo provimento, que exige o concurso público. C) Errado Atente-se às exceções dos cargos em comissão, de livre nomeação e exoneração. D) Errado Conforme todo o disposto nas explicações acima, resta claro que a medida seria inválida, por não instituir o Concurso Público para provimento dos cargos. Gabarito: A Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 34 A Agência Nacional do Petróleo – ANP, no exercício do poder de polícia, promoveu diligência, no dia 05/01/2010, junto à sociedade Petrolineous S/A, que culminou na autuação desta por fatos ocorridos naquela mesma data. Encerrado o processo administrativo, foi aplicada multa nos limites estabelecidos na lei de regência. O respectivo crédito não tributário resultou definitivamente constituído em 19/01/2011, e, em 15/10/2015, foi ajuizada a pertinente execução fiscal. Com base na situação hipotética descrita, acerca da prescrição no Direito Administrativo, assinale a afirmativa correta. A) Operou-se a prescrição para a execução do crédito, considerando o lapso de cinco anos transcorrido entre a data da autuação e a do ajuizamento da ação. B) Não se operou a prescrição para a execução do crédito, que pode ser cobrado pela administração federal a qualquer tempo. C) Operou-se a prescrição para a execução do crédito, considerando o lapso de três anos decorrido entre a data de sua constituiçãodefinitiva e a do ajuizamento da ação. D) Não se operou a prescrição para a execução do crédito, considerando o lapso de cinco anos entre a data de sua constituição definitiva e a do ajuizamento da ação prevista na CRFB/88. Comentário: A) Errado Contraria os termos do art. 1º-A, da Lei nº 9.873/99, em que pese a ação de execução da administração pública federal relativa a crédito decorrente de aplicação de multa por infração à legislação em vigor prescreve em 05 anos. B) Errado Atentar-se ao “qualquer tempo”, pois consoante regra do art. 1º-A, da Lei nº 9.873/99, existe o prazo legal de 05 anos. C) Errado O erro da questão encontra-se na indicação de que o prazo prescricional da administração púbica federal é de 03 anos, quando, em verdade, é de 05 anos, conforme explicações acima. D) Correto Regra clara constante no art. 1º-A, da Lei nº 9.873/99: “constituído definitivamente o crédito não tributário, após o término regular do processo administrativo, prescreve em 05 anos a ação de execução da administração pública federal relativa a crédito decorrente de aplicação de multa por infração à legislação em vigor”. Sendo assim, não se operou a prescrição para a execução do crédito. Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca DIREITO AMBIENTAL Questão 35 A sociedade empresária Asfalto Joia S/A, vencedora de licitação realizada pela União, irá construir uma rodovia com quatro pistas de rolamento, ligando cinco estados da Federação. Sobre o licenciamento ambiental e o estudo de impacto ambiental dessa obra, assinale a afirmativa correta. A) Em caso de instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, é exigível a realização de Estudo prévio de Impacto Ambiental (EIA), sem o qual não é possível se licenciar nesta hipótese. B) O licenciamento ambiental dessa obra é facultativo, podendo ser realizado com outros estudos ambientais diferentes do Estudo prévio de Impacto Ambiental (EIA), visto que ela se realiza em mais de uma unidade da Federação. C) O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), gerado no âmbito do Estudo prévio de Impacto Ambiental (EIA), deve ser apresentado com rigor científico e linguagem técnica, a fim de permitir, quando da sua divulgação, a informação adequada para o público externo. D) Qualquer atividade ou obra, para ser instalada, dependerá da realização de Estudo prévio de Impacto Ambiental (EIA), ainda que não seja potencialmente causadora de significativa degradação ambiental. Comentários: O enunciado indaga acerca da obrigatoriedade do Estudo de Impacto Ambiental, cuja exigência encontra-se no artigo 225 da Constituição Federal. Art. 225, CF. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. §1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; (...) A) Correto De pronto, correta a assertiva “A”, pois, conforme dispõe o artigo 225, §1º, IV, da CF, acima transcrito, diante de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, é obrigatória a realização de EIA. B) Errado A letra “B”, por sua vez, está incorreta. Segundo o dispositivo constitucional transcrito, o EIA é obrigatório. C) Errado Incorreta a alternativa “C”. O RIMA, diferentemente do EIA, deve ter linguagem acessível, posto que objetiva publicizar o conteúdo do Estudo a todos os interessados. D) Errado Por fim, incorreta a letra “D”, posto que a obrigatoriedade do EIA está relacionada às atividades potencialmente causadoras de significativa degradação do meio ambiente. Gabarito: A Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca Questão 36 Tendo em vista a infestação de percevejo-castanho-da-raiz, praga que causa imensos danos à sua lavoura de soja, Nelson, produtor rural, desenvolveu e produziu de forma artesanal, em sua fazenda, agrotóxico que combate a aludida praga. Mesmo sem registro formal, Nelson continuou a usar o produto por meses, o que ocasionou grave intoxicação em Beto, lavrador da fazenda, que trabalhava sem qualquer equipamento de proteção. Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta. A) Não há qualquer responsabilidade de Nelson, que não produziu o agrotóxico de forma comercial, mas para uso próprio. B) Nelson somente responde civilmente pelos danos causados, pelo não fornecimento de equipamentos de proteção a Beto. C) Nelson responde civil e criminalmente pelos danos causados, ainda que não tenha produzido o agrotóxico com finalidade comercial. D) Nelson somente responde administrativamente perante o Poder Público pela utilização de agrotóxico sem registro formal. Comentários: Cuida-se de questão relacionada à responsabilidade por dano ambiental, cuja disciplina encontra-se no artigo 14 da Lei nº 7.802/89, por se tratar especificamente de agrotóxicos. Art. 14, Lei nº 7.802/89. As responsabilidades administrativa, civil e penal pelos danos causados à saúde das pessoas e ao meio ambiente, quando a produção, comercialização, utilização, transporte e destinação de embalagens vazias de agrotóxicos, seus componentes e afins, não cumprirem o disposto na legislação pertinente, cabem: (Redação dada pela Lei nº 9.974, de 2000) (...) e) ao produtor, quando produzir mercadorias em desacordo com as especificações constantes do registro do produto, do rótulo, da bula, do folheto e da propaganda, ou não der destinação às embalagens vazias em conformidade com a legislação pertinente; (Redação dada pela Lei nº 9.974, de 2000) (...) A) Errado Incorreta a letra “A”, pois, ainda que a produção tenha se dado para uso próprio, haverá responsabilidade, de acordo com o dispositivo transcrito. B) Errado Igualmente incorreta a assertiva “B”, pois o caput do dispositivo transcrito deixa claro que a responsabilização ocorrerá nas esferas civil e penal. C) Correto A alternativa “C”, por sua vez, está correta, já que em perfeita consonância com o artigo 14, “e”, da Lei nº 7.802/89, devendo o produtor responder civil e criminalmente, ainda que a produção do agrotóxico não tenha fins comerciais. D) Errado Por fim, incorreta a letra “D”. Como dito linhas acima, em consonância com o caput do dispositivo transcrito, o produtor poderá ser responsabilizado tanto na esfera civil quanto penal. Gabarito: C Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca DIREITO CIVIL Questão 37 Ricardo realizou diversas obras no imóvel que Cláudia lhe emprestou: reparou um vazamento existente na cozinha; levantou uma divisória na área de serviço para formar um novo cômodo, destinado a servir de despensa; ampliou o número de tomadas disponíveis; e trocou o portão manual da garagem por um eletrônico. Quando Cláudia pediu o imóvel de volta, Ricardo exigiu o ressarcimento por todas as benfeitorias realizadas, embora sequer a tenhaconsultado previamente sobre as obras. Somente pode-se considerar benfeitoria necessária, a justificar o direito ao ressarcimento, A) o reparo do vazamento na cozinha. B) a formação de novo cômodo, destinado a servir de despensa, pelo levantamento de divisória na área de serviço. C) a ampliação do número de tomadas. D) a troca do portão manual da garagem por um eletrônico. Comentários: Código Civil Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. § 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. § 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. § 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. A) Correto Por ser tratar de benfeitoria necessária, com intuito de preservar o bem, o reparo no vazamento da cozinha dá motivo ao ressarcimento. B) Errado Quando se trata de benfeitoria útil, não existe a obrigatoriedade de ressarcimento dos custos, como é o caso de novo cômodo para servir de despensa. C) Errado Quando se trata de benfeitoria útil, não existe a obrigatoriedade de ressarcimento dos custos. D) Errado Quando se trata de benfeitoria útil, não existe a obrigatoriedade de ressarcimento dos custos. Gabarito: Alternativa A Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 38 João e Maria, casados e donos de extenso patrimônio, celebraram contrato de fiança em favor de seu filho, Carlos, contrato este acessório a contrato de locação residencial urbana, com duração de 30 meses, celebrado entre Carlos, locatário, e Marcelo, proprietário do apartamento e locador, com vigência a partir de 1º de setembro de 2015. Contudo, em novembro de 2016, Carlos não pagou o aluguel. Considerando que não houve renúncia a nenhum benefício pelos fiadores, assinale a afirmativa correta. A) Marcelo poderá cobrar diretamente de João e Maria, fiadores, tendo em vista que eles são devedores solidários do afiançado, Carlos. B) Marcelo poderá cobrar somente de João, tendo em vista que Maria não é fiadora, mas somente deu a outorga uxória. C) Marcelo poderá cobrar de Carlos, locatário, mas não dos fiadores, pois não respondem pela dívida do contrato de locação. D) Marcelo poderá cobrar de João e Maria, fiadores, após tentar cobrar a dívida de Carlos, locatário, tendo em vista que os fiadores são devedores subsidiários. A questão quer o conhecimento sobre contrato de locação e fiança. Comentários: Código Civil Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor. Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a que se refere este artigo, deve nomear bens do devedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para solver o débito. A) Errado Marcelo deve cobrar em primeiro lugar ao locatário, somente após esse que deverá cobrar aos fiadores, respeitando o benefício de ordem. B) Errado Marcelo deverá cobrar primeiramente de Carlos, e somente após dos fiadores: João e Maria. Maria também é fiadora, como deixado claro no enunciado. C) Errado Marcelo deve cobrar em primeiro lugar ao locatário, somente após esse que deverá cobrar aos fiadores, respeitando o benefício de ordem. D) Correto Marcelo poderá cobrar de João e Maria, fiadores, após tentar cobrar a dívida de Carlos, locatário, tendo em vista que os fiadores são devedores subsidiários. Gabarito: Alternativa D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 39 Antônio, vendedor, celebrou contrato de compra e venda com Joaquim, comprador, no dia 1º de setembro de 2016, cujo objeto era um carro da marca X no valor de R$ 20.000,00, sendo o pagamento efetuado à vista na data de assinatura do contrato. Ficou estabelecido ainda que a entrega do bem seria feita 30 dias depois, em 1º de outubro de 2016, na cidade do Rio de Janeiro, domicílio do vendedor. Contudo, no dia 25 de setembro, uma chuva torrencial inundou diversos bairros da cidade e o carro foi destruído pela enchente, com perda total. Considerando a descrição dos fatos, Joaquim A) não faz jus à devolução do pagamento de R$ 20.000,00. B) terá direito à devolução de 50% do valor, tendo em vista que Antônio, vendedor, não teve culpa. C) terá direito à devolução de 50% do valor, tendo em vista que Antônio, vendedor, teve culpa. D) terá direito à devolução de 100% do valor, pois ainda não havia ocorrido a tradição no momento do perecimento do bem. Comentários: Código Civil: Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. A) Errado Joaquim faz jus a devolução do crédito, visto que não deu causa a perda da coisa. A resolução nesse caso visa voltar as partes ao estado anterior ao contrato. B) Errado A devolução deve ser de 100% do valor, mesmo Antônio não possuindo culpa pela causa que ensejou a perda do bem. C) Errado A devolução deve ser de 100% do valor, mesmo Antônio não possuindo culpa pela causa que ensejou a perda do bem. D) Correto Terá direito à devolução de 100% do valor, pois ainda não havia ocorrido a tradição no momento do perecimento do bem. Gabarito: Alternativa D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 40 Festas Ltda., compradora, celebrou, após negociações paritárias, contrato de compra e venda com Chocolates S/A, vendedora. O objeto do contrato eram 100 caixas de chocolate, pelo preço total de R$ 1.000,00, a serem entregues no dia 1º de novembro de 2016, data em que se comemorou o aniversário de 50 anos de existência da sociedade. No contrato, estava prevista uma multa de R$ 1.000,00 caso houvesse atraso na entrega. Chocolates S/A, devido ao excesso de encomendas, não conseguiu entregar as caixas na data combinada, mas somente dois dias depois. Festas Ltda., dizendo que a comemoração já havia acontecido, recusou-se a receber e ainda cobrou a multa. Por sua vez, Chocolates S/A não aceitou pagar a multa, afirmando que o atraso de dois dias não justificava sua cobrança e que o produto vendido era o melhor do mercado. Sobre os fatos narrados, assinale a afirmativa correta. A) Festas Ltda. tem razão, pois houve o inadimplemento absoluto por perda da utilidade da prestação e a multa é uma cláusula penal compensatória. B) Chocolates S/A não deve pagar a multa, pois a cláusula penal, quantificada em valor idêntico ao valor da prestação principal, é abusiva. C) Chocolates S/A adimpliu sua prestação, ainda que dois dias depois, razão pela qual nada deve a título de multa. D) Festas Ltda. só pode exigir 2% de multa (R$ 20,00), teto da cláusula penal, segundo o Código de Defesa do Consumidor. Comentários: Código Civil: Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior, pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou simplesmente à mora. Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor. Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal. A) Correto Festas S/A tem razão, visto que com o não adimplemento da obrigação nos termos docontrato firmado entre as partes, a empresa faz jus a multa contratual no valor integral do contrato; B) Errada A multa deve ser paga sim, pois o valor da cláusula penal está dentro do que preceitua a lei, visto que não excede o valor da obrigação principal. C) Errada Chocolates S/A não adimpliu sua prestação, razão pela qual deve pagar a multa. D) Errada Nos termos da Lei, Festas/AS pode exigir a integralidade da multa contratual, visto que o valor não excede o da obrigação principal. Gabarito: Alternativa A Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 41 André é motorista da transportadora Via Rápida Ltda. Certo dia, enquanto dirigia um ônibus da empresa, se distraiu ao tentar se comunicar com um colega, que dirigia outro coletivo ao seu lado, e precisou fazer uma freada brusca para evitar um acidente. Durante a manobra, Olívia, uma passageira do ônibus, sofreu uma queda no interior do veículo, fraturando o fêmur direito. Além do abalo moral, a passageira teve despesas médicas e permaneceu por semanas sem trabalhar para se recuperar da fratura. Olívia decide, então, ajuizar ação indenizatória pelos danos morais e materiais sofridos. Em referência ao caso narrado, assinale a afirmativa correta. A) Olívia deve, primeiramente, ajuizar a ação em face da transportadora, e apenas demandar André se não obtiver a reparação pretendida, pois a responsabilidade do motorista é subsidiária. B) Olívia pode ajuizar ação em face da transportadora e de André, simultânea ou alternativamente, pois ambos são solidariamente responsáveis. C) Olívia apenas pode demandar, nesse caso, a transportadora, mas esta terá direito de regresso em face de André, se for condenada ao dever de indenizar. D) André e a transportadora são solidariamente responsáveis e podem ser demandados diretamente por Olívia, mas aquele que vier a pagar a indenização não terá regresso em face do outro. Comentários: Código Civil Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação. Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os coautores e as pessoas designadas no art. 932. Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz. A) Errado Existe a possibilidade de Olívia ajuizar ação em face da transportadora de André, visto que ambos são solidariamente responsáveis. B) Correto Olívia pode ajuizar ação em face da transportadora e de André, simultânea ou alternativamente, pois ambos são solidariamente responsáveis. C) Errado Existe a possibilidade de Olívia ajuizar ação em face da transportadora de André, visto que ambos são solidariamente responsáveis. A transportadora terá direito de regresso em face de André, se for condenada ao dever de indenizar. D) Errado André e a transportadora são solidariamente responsáveis e podem ser demandados diretamente por Olívia. Com tudo, apenas a transportadora possui direito de regresso em face de André e não o contrário. Gabarito: Alternativa B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 42 Clara e Sérgio são casados pelo regime da comunhão parcial de bens. Durante o casamento, o casal adquiriu onerosamente um apartamento e Sérgio herdou um sítio de seu pai. Sérgio morre deixando, além de Clara, Joaquim, filho do casal. Sobre os direitos de Clara, segundo os fatos narrados, assinale a afirmativa correta. A) Clara é herdeira do apartamento, em concorrência com Joaquim. B) Clara é meeira no apartamento e herdeira do sítio, em concorrência com Joaquim. C) Clara é herdeira do apartamento e do sítio, em concorrência com Joaquim. D) Clara é meeira no sítio e herdeira do apartamento, em concorrência com Joaquim. Comentários: Código Civil: Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; Art. 1.660. Entram na comunhão: I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges; Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; Enunciado 270 da III Jornada de Direito Civil: O art. 1.829, inc. I, só assegura ao cônjuge sobrevivente o direito de concorrência com os descendentes do autor da herança quando casados no regime da separação convencional de bens ou, se casados nos regimes da comunhão parcial ou participação final nos aquestos, o falecido possuísse bens particulares, hipóteses em que a concorrência se restringe a tais bens, devendo os bens comuns (meação) ser partilhados exclusivamente entre os descendentes. Alternativas: A) Errado Clara se configura como meeira do apartamento, devido ao regime de bens adotado. Joaquim é herdeiro de outra parte do apartamento, em direito próprio B) Correto Clara é meeira no apartamento e herdeira do sítio, em concorrência com Joaquim. C) Errado Clara é meeira do apartamento, em razão do regime de bens, e herdeira do sítio em concorrência com Joaquim. D) Errado Clara herda o sítio, e é meeira do apartamento. Concorrendo com Joaquim como herdeira do sítio. Gabarito: Alternativa B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 43 George vende para Marília um terreno não edificado de sua propriedade, enfatizando a existência de uma “vista eterna para a praia” que se encontra muito próxima do imóvel, mesmo sem qualquer documento comprovando o fato. Marília adquire o bem, mas, dez anos após a compra, é surpreendida com a construção de um edifício de vinte andares exatamente entre o seu terreno e o mar, impossibilitando totalmente a vista que George havia prometido ser eterna. Diante do exposto e considerando que a construção do edifício ocorreu em um terreno de terceiro, assinale a afirmativa correta. A) Uma vez transcorrido o prazo de 10 anos, Marília pode pleitear o reconhecimento da usucapião da servidão de vista. B) Mesmo sem registro, Marília pode ser considerada titular de uma servidão de vista por destinação de George, o antigo proprietário do terreno. C) Mesmo sendo uma servidão aparente, as circunstâncias do caso não permitem a usucapião de vista. D) Sem que tenha sido formalmente constituída, não é possível reconhecer servidão de vista em favor de Marília. Comentários: Código Civil: Art. 1.378. A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis. Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 1.272, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião. Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos. A) Errado A constituição da servidãonecessita expresso reconhecimento por parte dos donos, registrando a intenção no cartório de registro de imóveis. B) Errado Não existe a possibilidade da configuração da servidão sem registro expresso em cartório. C) Errado Não existe a possibilidade da configuração da servidão sem registro expresso em cartório. D) Correto Sem que tenha sido formalmente constituída, não é possível reconhecer servidão de vista em favor de Marília. Gabarito: Alternativa D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. ECA Questão 44 João, criança de 07 anos de idade, perambulava pela rua sozinho, sujo e com fome, quando, por volta das 23 horas, foi encontrado por um guarda municipal, que resolve encaminhá- lo diretamente para uma entidade de acolhimento institucional, que fica a 100 metros do local onde ele foi achado. João é imediatamente acolhido pela entidade em questão. Sobre o procedimento adotado pela entidade de acolhimento institucional, de acordo com o que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a afirmativa correta. A)A entidade pode regularmente acolher crianças e adolescentes, independentemente de determinação da autoridade competente e da expedição de guia de acolhimento. B)A entidade somente pode acolher crianças e adolescentes encaminhados pela autoridade competente por meio de guia de acolhimento. C)A entidade pode acolher regularmente crianças e adolescentes sem a expedição da guia de acolhimento apenas quando o encaminhamento for feito pelo Conselho Tutelar. D)A entidade pode, em caráter excepcional e de urgência, acolher uma criança sem determinação da autoridade competente e guia de acolhimento, desde que faça a comunicação do fato à autoridade judicial em até 24 horas. Comentário: A) Errado A alternativa “A” está errada vide inteligência do Art. 93 do Estatuto da Criança e do Adolescente. B) Errado A alternativa “B” está errada vide inteligência do Art. 93 do Estatuto da Criança e do Adolescente. C) Errado A alternativa “C” está errada vide inteligência do Art. 93 do Estatuto da Criança e do Adolescente. D) Correto A alternativa “D” é a única que mostra correta vide inteligência do Art. 93 do Estatuto da Criança e do Adolescente; Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhimento institucional poderão, em caráter excepcional e de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da autoridade competente, fazendo comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade. Gabarito: Letra D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 45 2)João, maior, e sua namorada Lara, com 14 anos de idade, são capturados pela polícia logo após praticarem crime de roubo, majorado pelo emprego de arma de fogo. O Juízo da Infância e da Juventude aplicou a medida socioeducativa de internação para Lara, ressaltando que a adolescente já sofrera a medida de semiliberdade pela prática de ato infracional análogo ao crime de tráfico de drogas. O Juízo Criminal condenou João pelo crime de roubo em concurso com corrupção de menores. João apela da condenação pelo crime de corrupção de menores, sob o argumento de Lara não ser mais uma criança, bem como alegando que ela já está corrompida. Com base no caso apresentado, assiste razão à defesa de João? A)Não, pois é irrelevante o fato de Lara já ter sofrido medida socioeducativa. B)Não, pois Lara ainda é uma criança. C)Sim, já que o crime de corrupção de menores exige que o menor não esteja corrompido. D)Sim, visto que no crime de corrupção de menores, a vítima tem que ser uma criança. Comentário: A) Correto A alternativa “A” é a única que se mostra correta, vide inteligência do Art. 244- B do Estatuto da Criança e do Adolescente; Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 1 o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 2 o As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a infração cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1 o da Lei n o 8.072, de 25 de julho de 1990 . (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Além disso, faz-se mister ressaltar a Súmula nº 500 STJ: “A configuração do crime do art. 244-B do ECA independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal.” B) Errado A alternativa “B” está errada, vide inteligência do Art. 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente. C) Errado A alternativa “C” está errada, vide inteligência do Art. 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente. D) Errado A alternativa “D” está errada, vide inteligência do Art. 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente. Gabarito: Letra A Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca DIREITO DO CONSUMIDOR Questão 46 Alvina, condômina de um edifício residencial, ingressou com ação para reparação de danos, aduzindo falha na prestação dos serviços de modernização dos elevadores. Narrou ser moradora do 10º andar e que hospedou parentes durante o período dos festejos de fim de ano. Alegou que o serviço nos elevadores estava previsto para ser concluído em duas semanas, mas atrasou mais de seis semanas, o que implicou falta de elevadores durante o período em que recebeu seus hóspedes, fazendo com que seus convidados, todos idosos, tivessem que utilizar as escadas, o que gerou transtornos e dificuldades, já que os hóspedes deixaram de fazer passeios e outras atividades turísticas diante das dificuldades de acesso. Sentindo-se constrangida e tendo que alterar todo o planejamento de atividades para o período, Alvina afirmou ter sofrido danos extrapatrimoniais decorrentes da mora do fornecedor de serviço, que, ainda que regularmente notificado pelo condomínio, quedou-se inerte e não apresentou qualquer justificativa que impedisse o cumprimento da obrigação de forma tempestiva. Diante da situação apresentada, assinale a afirmativa correta. A)Existe relação de consumo apenas entre o condomínio e o fornecedor de serviço, não tendo Alvina legitimidade para ingressar com ação indenizatória, por estar excluída da cadeia da relação consumerista. B)Inexiste relação consumerista na hipótese, e sim relação contratual regida pelo Código Civil, tendo a multa contratual pelo atraso na execução do serviço cunho indenizatório, que deve servir a todos os condôminos e não a Alvina, individualmente. C)Existe relação de consumo, mas não cabe ação individual, e sim a perpetrada por todos os condôminos, em litisconsórcio, tendo como objeto apenas a cobrança de multa contratual e indenização coletiva. D)Existe relação de consumo entre a condômina e o fornecedor, com base da teoria finalista, podendo Alvina ingressar individualmente com a ação indenizatória, já que é destinatária final e quem sofreu os danos narrados. Comentário: A) Errado A alternativa “A” está errada, vide inteligência do Art. 2° do Código de Defesa do Consumidor. B) Errado A alternativa “B” está errada, vide inteligência do Art. 2° do Código de Defesa do Consumidor. C) Errado A alternativa “C” está errada vide inteligência, do Art. 2° do Código de Defesa do Consumidor. D) Correto A alternativa “D” é a única que se mostra correta, pois segundo entendimento doutrinário o CDC adotaa Teoria Finalista expressamente no Art. 2°: Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. Gabarito: Letra D Fonte de conhecimento jurídico: Doutrina e Lei Seca. Questão 47 Mário firmou contrato de seguro de vida e acidentes pessoais, apontando como beneficiários sua esposa e seu filho. O negócio foi feito via telemarketing, com áudio gravado, recebendo informações superficiais a respeito da cobertura completa a partir do momento da contratação, atendido pequeno prazo de carência em caso de morte ou invalidez parcial e total, além do envio de brindes em caso de contratação imediata. Mário contratou o serviço na mesma oportunidade por via telefônica, com posterior envio de contrato escrito para a residência do segurado. Mário veio a óbito noventa dias após a contratação. Os beneficiários de Mário, ao entrarem em contato com a seguradora, foram informados de que não poderiam receber a indenização securitária contratada, que ainda estaria no período de carência, ainda que a operadora de telemarketing, que vendeu o seguro para Mário, garantisse a cobertura. Verificando o contrato, os beneficiários perceberam o engano de compreensão da informação, já que estava descrito haver período de carência para o evento morte “nos termos da lei civil”. Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A)A informação foi clara por estar escrita, embora mencionada superficialmente pela operadora de telemarketing, e o período de carência é lícito, mesmo nas relações de consumo. B)A fixação do período de carência é lícita, mesmo nas relações de consumo. Todavia, a informação prestada quanto ao prazo de carência, embora descrita no contrato, não foi clara o suficiente, evidenciando, portanto, a vulnerabilidade do consumidor. C)A falta de informação e o equívoco na imposição de prazo de carência não são admitidas nas relações de consumo, e sim nas relações genuinamente civilistas. D)O dever de informação do consumidor foi respeitado, na medida em que estava descrito no contrato, sendo o período de carência instituto ilícito, por se tratar de relação de consumo. Comentário: A) Errado A alternativa “A” está errada vide inteligência do Art. 6° do Código de Defesa do Consumidor e Art.797 do CC. B) Correto A alternativa “B” é a única que se mostra correta, pois é lícito a fixação de carência vide inteligência do Art.797 do CC: Art. 797. No seguro de vida para o caso de morte, é lícito estipular-se um prazo de carência, durante o qual o segurador não responde pela ocorrência do sinistro. Parágrafo único. No caso deste artigo o segurador é obrigado a devolver ao beneficiário o montante da reserva técnica já formada. Ademais, toda informação no contrato deve ser clara ao consumidor, conforme preconiza o Art. 6° do Código de Defesa do Consumidor: Art. 6º São direitos básicos do consumidor: III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; C) Errado A alternativa “C” está errada vide inteligência do Art. 6° do Código de Defesa do Consumidor e Art.797 do CC. D) Errado A alternativa “D” está errada vide inteligência do Art. 6° do Código de Defesa do Consumidor e Art.797 do CC. Gabarito: Letra B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca DIREITO EMPRESARIAL Questão 48 Fagundes e Pilar são noivos e pretendem se casar adotando o regime de separação de bens mediante celebração de pacto antenupcial. Fagundes é empresário individual e titular do estabelecimento Borracharia Dona Inês Ltda. ME. Celebrado o pacto antenupcial entre os nubentes, o advogado contratado por Fagundes providenciará o arquivamento e a averbação do documento A) no Registro Público de Empresas Mercantis e a publicação na imprensa oficial. B) no Registro Público de Empresas Mercantis e no Registro Civil de Pessoas Naturais. C) no Registro Civil de Pessoas Naturais e a publicação na imprensa oficial. D) no Registro Público de Empresas Mercantis e no Registro Civil de Títulos e Documentos. Comentário: A) Errado Quando se trata de empresário individual, não há não há separação patrimonial entre os bens do particular e bens destinados à sociedade empresarial. Dessa forma, qualquer ato que possa ter repercussão patrimonial deverá ser arquivado na junta comercial e no cartório de pessoa natural, de acordo com o Código Civil: Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no Registro Público de Empresas Mercantis, os pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade. Sendo assim, é preciso que haja o arquivamento e averbação tanto no âmbito cível (Registro Civil de Pessoas Naturais) quanto no empresarial (Registro Público de Empresas Mercantis). B) Correto Está de acordo com o art. 979 do Código Civil. C) Errado Está em desacordo com o art. 979 do Código Civil. C) Errado Está em desacordo com o art. 979 do Código Civil. Gabarito: Letra B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 49 Matheus, empresário individual, pretende alugar um imóvel para instalar seu estabelecimento e nele localizar seu ponto empresarial. Antes de celebrar o contrato, ele procura você para, como advogado(a), informar-lhe sobre aspectos concernentes à locação não residencial. Sobre a locação não residencial, assinale a afirmativa correta. A) Na ação de despejo que tiver por fundamento exclusivo o término do prazo contratual, tendo sido proposta a ação em até 30 dias do cumprimento de notificação ao locatário comunicando o intento de retomada, será concedida liminar para desocupação em quinze dias, ouvida a parte contrária e se prestada caução pelo autor no valor equivalente a dois meses de aluguel. B) Na locação não residencial de imóvel urbano, na qual o locador procede à prévia aquisição do imóvel especificado pelo pretendente à locação, a fim de que seja a este locado por prazo determinado, poderá ser convencionado no contrato a renúncia ao direito de revisão do valor dos aluguéis durante o prazo de vigência do contrato. C) Nas locações de espaço em shopping centers, o locador poderá recusar a renovação do contrato pleiteada pelo locatário se o imóvel vier a ser utilizado pelo locador, que não poderá ser destinado ao uso no mesmo ramo da atividade do locatário. D) Nas locações por prazo determinado de imóveis utilizados por estabelecimentos de ensino autorizados e fiscalizados pelo Poder Público, o contrato poderá ser rescindido por denúncia do locador, a qualquer tempo, independentemente de notificação ou aviso. Comentário: A) Errado A alternativa está em desacordo com o art. Art. 59, §1º, VIII da Lei 8245/91: art. 59. Conceder - se - á liminar para desocupação em quinze dias, independentemente da audiência da parte contrária e desde que prestada a caução no valor equivalente a três meses de aluguel, nas ações que tiverem por fundamento exclusivo (...) VIII - o término do prazo da locação não residencial, tendo sido proposta a ação em até 30 (trinta) dias do termo ou do cumprimento de notificação comunicando o intento de retomada; B) Correto Está de acordo com o art. 54-A da Lei 8245/91, inovação trazida pela Lei 12.744/12. C) Errado Está em desacordo com a previsão do art. 52, II, §2º da Lei 8245/91:Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se: [...] II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente. 1º Na hipótese do inciso II, o imóvel não poderá ser destinado ao uso do mesmo ramo do locatário, salvo se a locação também envolvia o fundo de comércio, com as instalações e pertences. 2º Nas locações de espaço em shopping centers, o locador não poderá recusar a renovação do contrato com fundamento no inciso II deste artigo. D) Errado A alternativa está em desacordo com o art. 53 da Lei 8245/91: Art. 53 - Nas locações de imóveis utilizados por hospitais, unidades sanitárias oficiais, asilos, estabelecimentos de saúde e de ensino autorizados e fiscalizados pelo Poder Público, bem como por entidades religiosas devidamente registradas, o contrato somente poderá ser rescindido: I - Nos casos do art. 9: (I - por mútuo acordo; II - em decorrência da prática de infração legal ou contratual; III - em decorrência da falta de pagamento do aluguel e demais encargos; IV - para a realização de reparações urgentes determinadas pelo Poder Público, que não possam ser normalmente executadas com a permanência do locatário no imóvel ou, podendo, ele se recuse a consenti - las). II - se o proprietário, promissário comprador ou promissário cessionário, em caráter irrevogável e imitido na posse, com título registrado, que haja quitado o preço da promessa ou que, não o tendo feito, seja autorizado pelo proprietário, pedir o imóvel para demolição, edificação, licenciada ou reforma que venha a resultar em aumento mínimo de cinqüenta por cento da área útil. Gabarito: Letra B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 50 Mauriti & Cia Ltda. celebrou contrato de alienação fiduciária em garantia com a sociedade empresária Gama. Com a decretação de falência da fiduciante, o advogado da fiduciária pleiteou a restituição do bem alienado, sendo informado pelo administrador judicial que o bem se encontrava na posse do falido na época da decretação da falência, porém não foi encontrado para ser arrecadado. Considerando os fatos narrados, o credor fiduciário terá direito à restituição em dinheiro do valor da avaliação do bem atualizado? A) Não, em razão de este não ter sido encontrado para arrecadação. B) Sim, devendo, para tanto, habilitar seu crédito na falência como quirografário. C) Sim, mesmo que o bem alienado não mais exista ao tempo do pedido de restituição ou que não tenha sido arrecadado. D) Não, por não ter a propriedade plena do bem alienado fiduciariamente, e sim resolúvel. Comentário: A) Errado A questão aponta um caso de alienação fiduciária, em que a Mauriti & Cia Ltda. é a fiduciante, tendo a propriedade direta do bem alienado e a sociedade empresária Gama é a fiduciária, tendo a propriedade do bem que está sujeita uma condição, o pagamento do empréstimo pela fiduciante, ou seja, é resolutiva. No caso, a fiduciante Mauriti & Cia Ltda. faliu, e o bem alienado que estava em sua posse não foi encontrado pelo administrador judicial na arrecadação. Nesse sentido, observe os dispositivos da Lei 11.101/05: Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em poder do devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição. Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada. Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro: I - se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, hipótese em que o requerente receberá o valor da avaliação do bem, ou, no caso de ter ocorrido sua venda, o respectivo preço, em ambos os casos no valor atualizado; Com fulcro no art. 86, I, tem-se que é possível a restituição em dinheiro no caso do bem não ter sido encontrado. B) Errado Quando é arrecadado bem de propriedade de outra pessoa, esta não precisa habilitar seu crédito na falência, apenas interpor ação de restituição. C) Correto Está de acordo com o art. 86, I da Lei 11.101/05. D) Errado A sociedade empresária Gama tem a propriedade plena do bem alienado, apesar de ela ser resolúvel em face do pagamento do empréstimo pela fiduciante. Gabarito: Letra C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca e Doutrina ____________________________________________________________________________________ Questão 52 Luiz emitiu uma nota promissória em favor de Jerônimo. No momento da emissão, ele não inseriu a quantia nem o lugar de pagamento. Na data do vencimento, o subscritor foi procurado por um procurador do beneficiário, que lhe exibiu a cártula com endosso- mandato e exigiu o pagamento. Luiz verificou, então, que o título havia sido preenchido abusivamente, pois constava o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), quando o correto seria R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais), e o lugar de pagamento era diverso de seu domicílio, em Cachoeiro de Itapemirim, ES. Procurado pelo devedor para analisar o caso e ciente de que o pagamento não foi realizado por ele, você, como advogado(a), responde que A) é possível alegar em juízo, com êxito, a nulidade do título, em razão de o lugar de pagamento ser domicílio diverso do subscritor, caracterizando má-fé do portador atual. B) não é possível ao subscritor se recusar validamente ao pagamento diante da autonomia das obrigações cambiárias e do endosso-mandato realizado na cártula. C) é possível ao subscritor da nota promissória opor exceção pessoal ao beneficiário Jerônimo quanto ao conteúdo literal do título, diante do preenchimento abusivo. D) não é possível a oposição de exceção ao pagamento, porque o subscritor da nota promissória é equiparado ao aceitante da letra de câmbio e, como tal, obriga-se a pagar na data do vencimento. Comentário: A) Errado O título de crédito possui autonomia (abstração e iponibilidade das exceções pessoais ao 3º de boa fé) quando circula. No caso da questão, não houve endosso próprio (instrumento cambiário para transferir o crédito), mas endosso-mandato (mera procuração para que outra pessoa exerça o direito do título em nome do credor), ou seja, o título não circulou. Sendo assim, a regra apontada não se aplica, uma vez que não houve circulação perante terceiro. B) Errado A regra da alternativa só se aplica quando há circulação do título de crédito. Como não houve, a alternativa está incorreta. C) Correto Está de acordo com o Decreto nº 57.663. D) Errado A regra da alternativa só se aplica quando há circulação do título de crédito. Como não houve, a alternativa está incorreta. Gabarito: Letra C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca e Doutrina. DIREITO PROCESSUAL CIVIL Questão 51 A instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica foi requerida em um processo de execução por título extrajudicial. O advogado do executado manifestou-se contrariamente ao pedido, sob a alegação de cerceamento de defesa de seu cliente, somente cabendo a desconsideração se requerida em ação de conhecimento ajuizada especificamente contra o sócio da sociedade empresária devedora. Sobre a argumentação acima, assinale a afirmativa correta. A) Procede, porque o pressuposto para a aplicação da desconsideração da personalidade jurídica é sempre a conduta ilícita do sócio perpetrada por meio da personalidade da pessoa jurídica; portanto, é imprescindível a demonstração cabal da culpa em ação de conhecimento. B) Procede, porque o requerimento de instauração do incidente dedesconsideração deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos, dentre eles o desvio de finalidade da pessoa jurídica, que só pode ser feito em ação de conhecimento, onde estarão preservados o contraditório e a ampla defesa. C) Não procede, porque, ao contrário do afirmado pelo advogado, o incidente de desconsideração só é cabível no cumprimento de sentença e na execução de título executivo extrajudicial, pois, no processo de conhecimento, a desconsideração só pode ser decretada na sentença de mérito. D) Não procede, porque o incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. Comentários: O enunciado questiona acerca do incidente de desconsideração da personalidade jurídica. Modalidade de intervenção de terceiros disciplinada nos artigos 133 a 137 do Código de Processo Civil. Suas hipóteses de cabimento, mais especificamente, encontram-se no artigo 134 do CPC. Art. 134, CPC. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. §1º A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas. §2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. §3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do §2º. §4º O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica. A) Errado De pronto, pode-se eliminar a alternativa “A”, pois não possui qualquer respaldo legal. Para a desconsideração, o ordenamento exige apenas o abuso da personalidade jurídica, não necessariamente oriunda de ato ilícito. Art. 50, CC. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019) (...) B) Errado Também incorreta a letra “B”. De fato, para se efetivar a desconsideração é necessário demonstrar o preenchimento dos requisitos legais, mencionados linhas acima. Todavia, tal demonstração não se restringe à ação de conhecimento, como apontado no enunciado. C) Errado A assertiva “C” encontra-se igualmente equivocada, posto que afronta o artigo 134, caput, transcrito linhas acima, não se restringindo a desconsideração ao cumprimento de sentença e a execução de título extrajudicial. D) Correto Por fim, adequada a redação da alternativa “D”, já que perfeitamente condizente com o dispositivo transcrito, ao aventar o cabimento do incidente de desconsideração da personalidade jurídica em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca Questão 53 Jorge ajuizou demanda contra Maria, requerendo sua condenação à realização de obrigação de fazer e ao pagamento de quantia certa. Fez requerimento de tutela provisória de urgência em relação à obrigação de fazer. Após o transcurso da fase postulatória e probatória sem a análise do mencionado requerimento, sobreveio sentença de procedência de ambos os pedidos autorais, em que o juízo determina o imediato cumprimento da obrigação de fazer. Diante de tal situação, Maria instruiu seu advogado a recorrer apenas da parte da sentença relativa à obrigação de fazer. Nessa circunstância, o advogado de Maria deve A) impetrar Mandado de Segurança contra a decisão que reputa ilegal, tendo como autoridade coatora o juízo sentenciante. B) interpor Agravo de Instrumento, impugnando o deferimento da tutela provisória, pois ausentes seus requisitos. C) interpor Apelação, impugnando o deferimento da tutela provisória e a condenação final à obrigação de fazer. D) interpor Agravo de Instrumento, impugnando a tutela provisória e a condenação final à obrigação de fazer. Comentários: A questão indaga acerca da medida adequada para impugnar sentença e sua devolutividade. Cuida-se de hipótese de cabimento da apelação, disciplinada no artigo 1.009 do Código de Processo Civil. Art. 1.009, CPC. Da sentença cabe apelação. §1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. §2º Se as questões referidas no §1º forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas. §3º O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas no art. 1.015 integrarem capítulo da sentença. A) Errado Inicialmente, incorreta a letra “A”, já que o mandado de segurança não é sucedâneo recursal. B) Errado Igualmente equivocada a alternativa “B”, pois, conforme o artigo 1.015 do CPC, o agravo de instrumento é cabível em face de decisões interlocutórias, não sentenças. Art. 1.015, CPC. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: (...) C) Correto Por outro lado, correta a assertiva “C”, já que afirma ser cabível a apelação, a qual comporta impugnação tanto da tutela provisória quanto da obrigação de fazer, em consonância com o artigo 1.009 do Diploma Adjetivo Civil, transcrito acima. D) Errado Inadequada a alternativa “D”, já que, como dito alhures, o agravo de instrumento não é cabível em face de sentença. Gabarito: C. Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca. Questão 54 Antônia contratou os arquitetos Nivaldo e Amanda para realizar o projeto de reforma de seu apartamento. No contrato celebrado entre os três, foi fixado o prazo de trinta dias para a prestação do serviço de arquitetura, o que não foi cumprido, embora tenha sido feito o pagamento dos valores devidos pela contratante. Com o objetivo de rescindir o contrato celebrado e ser ressarcida do montante pago, Antônia procura um advogado, mas lhe informa que não gostaria de processar Amanda, por serem amigas de infância. Sobre a hipótese apresentada, assinale a opção que indica o procedimento correto a ser adotado. A) Será possível o ajuizamento da ação unicamente em face de Nivaldo, na medida em que a hipótese tratada é de litisconsórcio simples. A sentença proferida contra Nivaldo será ineficaz em relação a Amanda. B) Não será possível o ajuizamento da ação unicamente em face de Nivaldo, uma vez que a hipótese tratada é de litisconsórcio necessário. Caso a ação não seja ajuizada em face de Amanda, o juiz deverá determinar que seja requerida sua citação, sob pena de extinção do processo. C) Será possível o ajuizamento da ação unicamente em face de Nivaldo, na medida em que a hipótese tratada é de litisconsórcio facultativo. A sentença proferida contra Nivaldo será eficaz em relação a Amanda, pois entre eles há comunhão de direitos ou de obrigações. D) Não será possível o ajuizamento da ação unicamente em face de Nivaldo, uma vez que a hipótese tratada é de litisconsórcio simples. A sentença proferida contra Nivaldo será ineficaz. Comentários: O enunciado está relacionado ao litisconsórcio, cuja disciplina encontra-se nos artigos 113 a 118 do CPC. Tal instituto caracteriza-se quando duas ou maisnão pode advogar contra a sociedade empresária OPQ Cosméticos, mas pode repassar as informações estratégicas a que teve acesso quando foi empregada da empresa, a fim de que sejam utilizadas por terceiro que patrocine a causa de Cristina. Comentário: A) Errado Segundo o art. 21 do Código de Ética e Disciplina (CED) da OAB, Juliana não pode advogar contra a sociedade empresária OPQ Cosméticos, tampouco se utilizar das informações estratégicas a que teve acesso quando foi empregada da empresa. B) Correto A alternativa em questão diz respeito à íntegra do art. 21 do CED, segundo o qual “o advogado, ao postular em nome de terceiros, contra ex-cliente ou exempregador, judicial e extrajudicialmente, deve resguardar o sigilo profissional”. C) Errado Juliana não pode advogar contra a sociedade empresária OPQ Cosméticos, tampouco se utilizar das informações estratégicas a que teve acesso quando foi empregada da empresa, nos termos do art. 21 do CED. D) Errado De conformidade com o disposto no art. 21 do CED, Juliana não pode advogar contra a sociedade empresária OPQ Cosméticos, tampouco se utilizar das informações estratégicas a que teve acesso quando foi empregada da empresa. Gabarito: B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 4 Em determinada subseção da OAB, constatou-se grave violação à disciplina prevista na Lei nº 8.906/94, no que diz respeito ao exercício de suas atribuições de representar a OAB perante os poderes constituídos e de fazer valer as prerrogativas do advogado. Considerando a situação hipotética narrada, assinale a afirmativa correta. A) Compete ao Conselho Federal da OAB intervir na aludida subseção mediante voto de dois terços de seus membros. B) Compete ao Conselho Federal da OAB intervir na aludida subseção mediante decisão por maioria do Órgão Especial do Conselho Pleno. C) Compete ao Conselho Seccional respectivo da OAB intervir na aludida subseção mediante decisão unânime de sua diretoria. D) Compete ao Conselho Seccional respectivo da OAB intervir na aludida subseção mediante voto de dois terços de seus membros. Comentário: A) Errado Compete ao Conselho Seccional respectivo da OAB intervir na aludida subseção mediante voto de dois terços de seus membros, a teor do art. 60, § 6°, da Lei n° 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e da OAB). B) Errado Nos moldes do § 6° do art. 60 da Lei 8.906/94, compete ao Conselho Seccional respectivo da OAB intervir na aludida subseção mediante voto de dois terços de seus membros. C) Errado Compete ao Conselho Seccional respectivo da OAB intervir na aludida subseção mediante voto de dois terços de seus membros, de conformidade com o art. 60, § 6°, do Estatuto da Advocacia e da OAB. D) Correto Tal afirmação condiz com o teor do § 6° do art. 60 da Lei 8.906/94, o qual dispõe que “o Conselho Seccional, mediante o voto de dois terços de seus membros, pode intervir nas Subseções, onde constatar grave violação desta lei ou do regimento interno daquele”. Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 5 Os advogados Raimundo da Silva, Severino da Silva e Juscelino da Silva constituíram sociedade simples de prestação de serviços de advocacia, denominada Silva Advogados, com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB pertinente ao local da sede. Severino figura como sócio-gerente. Além dos três advogados, não há outros sócios ou associados. Considerando a situação narrada e a disciplina do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta. A) Os atos indispensáveis à satisfação das finalidades da pessoa jurídica apenas podem ser praticados por Raimundo, Severino ou Juscelino, sendo vedada a prática de atos por Silva Advogados, uma vez que as atividades necessárias ao desempenho da advocacia devem ser exercidas individualmente, ainda que revertam à sociedade os proveitos. B) Os atos indispensáveis à satisfação das finalidades da pessoa jurídica podem ser praticados por Silva Advogados; porém, os atos privativos de advogado devem ser praticados por Raimundo, Severino ou Juscelino. C) Os atos indispensáveis à satisfação das finalidades da pessoa jurídica e os atos privativos de advogado podem ser praticados por Silva Advogados. D) Os atos destinados à satisfação das finalidades da pessoa jurídica apenas devem ser praticados por Severino, sendo vedada a prática de atos por Silva Advogados, uma vez que as atividades necessárias ao desempenho da advocacia devem ser exercidas individualmente, ainda que revertam à sociedade os proveitos. Os atos também não podem ser praticados pelos demais sócios, já que Severino figura como sócio-gerente. Comentário: A) Errado Em consonância com o art. 42 do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, os atos indispensáveis à satisfação das finalidades da pessoa jurídica podem ser praticados por Silva Advogados; porém, os atos privativos de advogado devem ser praticados por Raimundo, Severino ou Juscelino. B) Correto É a exatidão do art. 42 do Regulamento Geral, segundo o qual “podem ser praticados pela sociedade de advogados, com uso da razão social, os atos indispensáveis às suas finalidades, que não sejam privativos de advogado”. C) Errado Os atos indispensáveis à satisfação das finalidades da pessoa jurídica podem ser praticados por Silva Advogados; porém, os atos privativos de advogado devem ser praticados por Raimundo, Severino ou Juscelino, nos ditames do art. 42 do Regulamento Geral. D) Errado Consoante o previsto no art. 42 do Regulamento Geral, os atos indispensáveis à satisfação das finalidades da pessoa jurídica podem ser praticados por Silva Advogados; porém, os atos privativos de advogado devem ser praticados por Raimundo, Severino ou Juscelino. Gabarito: B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 6 Carolina, Júlia, Bianca e Maria são advogadas. Carolina é servidora estadual não enquadrada em hipótese de incompatibilidade; Júlia está cumprindo suspensão por infração disciplinar; Bianca está licenciada por requerimento próprio justificado; e Maria é servidora federal não enquadrada em hipótese de incompatibilidade. As quatro peticionam, como advogadas, isoladamente e em atos distintos, em ação judicial proposta em face da União. Diante da situação narrada, de acordo com o Estatuto da OAB, são válidos os atos praticados A) por Carolina, apenas. B) por Carolina e Bianca, apenas. C) por Carolina, Bianca e Maria, apenas. D) por Carolina, Julia, Bianca e Maria. Comentário: A) Correto A resolução desta questão envolve a análise conjunta dos arts. 4° e 30, ambos da Lei n° 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e da OAB). De acordo com o caput do primeiro dispositivo, “são nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas”; ademais, dispõe o parágrafo único do citado artigo que “são também nulos os atos praticados por advogado impedido - no âmbito do impedimento - suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia”. Por derradeiro, o último dispositivo estipula que “são impedidos de exercer a advocacia: I - os servidores da administração direta, indireta e fundacional, contra a Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora; II - os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público”. B) Errado Apenas serão válidos os atos praticados por Carolina,pessoas litigam, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente (artigo 113, CPC). A questão esclarece que a obrigação foi contratada solidariamente entre os sujeitos, implicando em litisconsórcio necessário, no qual deve-se indicar todos os sujeitos envolvidos, em virtude de determinação legal ou da natureza da relação jurídica. Art. 115, CPC. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será: I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o processo; II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados. Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo. A) Errado De pronto, constata-se o equívoco da assertiva “A”, já que a hipótese narrada é de litisconsórcio unitário, posto que não é possível se proferir julgamento diverso para os litisconsortes. B) Correto A redação da letra “B”, no entanto, está completamente acertada. Como dito linhas acima, trata-se de litisconsórcio necessário. Logo, diante da indicação incompleta dos sujeitos que devam constar no polo passivo da demanda, deve o magistrado assinalar prazo para emenda, sob pena de extinção do processo, consoante o artigo 115, parágrafo único, acima transcrito. C) Errado Por outro lado, incorreta a alternativa “C”, já que afirma ser hipótese de litisconsórcio facultativo, não se coadunando ao enunciado. D) Errado Por fim, equivocada a letra “D”. Apesar de dispor que não é possível o ajuizamento da ação em face de apenas um dos sujeitos, o faz por fundamento inadequado, como exposto linhas acima. Gabarito: B Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca e Doutrina. Questão 55 João ajuizou ação indenizatória contra Maria, postulando a condenação ao pagamento de R$ 100.000,00 a título de reparação por danos materiais e R$ 50.000,00 por indenização de danos morais, em razão do descumprimento de um contrato firmado entre eles, referente à compra e venda de dois imóveis, cujos valores eram R$ 500.000,00 e R$ 200.000,00. Maria, citada, apresentou contestação e reconvenção, pedindo a declaração de invalidade parcial do contrato relativo ao imóvel de R$ 200.000,00, bem como a condenação de João ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$ 20.000,00. Diante de tal situação, assinale a opção que apresenta o valor da causa da reconvenção. A) O valor deve ser o mesmo da ação principal, qual seja, R$ 150.000,00, por ser ação acessória. B) Não é necessário dar valor à causa na reconvenção. C) O valor deve ser de R$ 220.000,00, referente à soma do pedido de declaração de invalidade parcial do contrato e do pleito de indenização por danos morais. D) O valor deve ser de R$ 200.000,00, referente ao pedido de declaração de invalidade parcial do contrato, sendo o pleito de indenização por danos morais meramente estimado, dispensando a indicação como valor da causa. Comentários: Questiona-se acerca do valor da causa na reconvenção, explicitado no artigo 292 do Código de Processo Civil. Alguns pontos do enunciado merecem destaque: “pedindo a declaração de invalidade parcial do contrato” e “condenação de João ao pagamento de indenização por danos morais”. Art. 292, CPC. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação; II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida; III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor; IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área ou do bem objeto do pedido; V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido; VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles; VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor; VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal. (...) A) Errado Equivocada a alternativa “A”, já que afirma que o valor da reconvenção deve ser o mesmo da ação principal, indo de encontro à disciplina do artigo transcrito, o qual menciona expressamente em seu caput a reconvenção. B) Errado Também incorreta a letra “B”. Como dito linhas acima, o caput do dispositivo menciona expressamente a reconvenção, devendo, portanto, nela conter indicação do valor da causa. C) Correto A alternativa “C”, no entanto, está plenamente condizente com o artigo 292, II e V, transcrito alhures. Logo, o valor da causa corresponderá às quantias referentes ao pedido de declaração de invalidade (R$200.000,00) e ao pleito indenizatório (R$20.000,00) somados, totalizando R$220.000,00. D) Errado A assertiva “D”, no entanto, está equivocada, pois o inciso V, acima transcrito, menciona expressamente a quantificação e indicação do pleito indenizatório. Gabarito: C. Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca. Questão 56 Carlos ajuizou, em 18/03/2016, ação contra o Banco Sucesso, pelo procedimento comum, pretendendo a revisão de determinadas cláusulas de um contrato de abertura de crédito. Após a apresentação de contestação e réplica, iniciou-se a fase de produção de provas, tendo o Banco Sucesso requerido a produção de prova pericial para demonstrar a ausência de abusividade dos juros remuneratórios. A prova foi indeferida e o pedido foi julgado procedente para revisar o contrato e limitar a cobrança de tais juros. Sobre a posição do Banco Sucesso, assinale a afirmativa correta. A) Ele deve interpor recurso de agravo de instrumento contra a decisão que indeferiu a produção de prova. Não o tendo feito, a questão está preclusa e não admite rediscussão. B) Ele deve apresentar petição de protesto contra a decisão que indeferiu a produção de prova, evitando-se a preclusão, com o objetivo de rediscuti-la em apelação. C) Ele deve permanecer inerte em relação à decisão de indeferimento de produção de prova, mas poderá rediscutir a questão em preliminar de apelação. D) Ele deve interpor recurso de agravo retido contra a decisão que indeferiu a produção de prova, evitando-se a preclusão, com o objetivo de rediscuti-la em apelação Comentários: A questão indaga acerca da medida adequada para impugnar decisão interlocutória que denega a produção de prova pericial. Tratando-se de interlocutória, remete-se imediatamente ao agravo de instrumento, disciplinado no artigo 1.015 do Código de Processo Civil. No que tange ao agravo, o aluno deve ficar atento, ainda, à tese da taxatividade mitigada, aventada pelo Superior Tribunal de Justiça no Tema 988. Art. 1.015, CPC. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: I - tutelas provisórias; II - mérito do processo; III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; VI - exibição ou posse de documento ou coisa; VII - exclusão de litisconsorte; VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, §1º; XII - (VETADO); XIII - outros casos expressamente referidos em lei. Parágrafo único. Também caberáagravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário. A) Errado Incorreta a alternativa “A”, já que afirma ser cabível o agravo de instrumento, afrontando o dispositivo transcrito linhas acima, o qual não prevê a hipótese narrada no enunciado dentre as possíveis de impugnação por meio de agravo. B) Errado Igualmente incorreta a letra “B”, pois não possui qualquer respaldo legal. Ademais, as matérias não arguidas em agravo não estão sujeitas à preclusão, podendo ser suscitadas em preliminar de apelação. Art. 1.009, CPC. Da sentença cabe apelação. §1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. (...) C) Correto A assertiva “C”, por sua vez, está correta, pois esclarece que a questão pode ser rediscutida em preliminar de apelação, não sendo passível de impugnação imediata, em consonância com os dispositivos transcritos alhures. D) Errado Por fim, a alternativa “D” deve ser eliminada, posto que não é caso de agravo retido, não estando a matéria sujeita à preclusão, como explicitado linhas acima. Gabarito: C Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca Questão 57 Gláucia ajuizou, em abril de 2016, ação de alimentos em face de Miguel com fundamento na paternidade. O réu, na contestação, alegou não ser pai de Gláucia. Após a produção de provas e o efetivo contraditório, o magistrado decidiu favoravelmente ao réu. Inconformada com a sentença de improcedência que teve por base o exame de DNA negativo, Gláucia resolve agora propor ação de investigação de paternidade em face de Miguel. Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A) O magistrado deve rejeitar a nova demanda com base na perempção. B) A demanda de paternidade deve ser admitida, já que apenas a questão relativa aos alimentos é que transitou em julgado no processo anterior. C) A questão prejudicial, relativa à paternidade, não é alcançada pela coisa julgada, pois a cognição judicial foi restrita a provas documentais e testemunhais. D) A questão prejudicial, relativa à paternidade, é atingida pela coisa julgada, e o novo processo deve ser extinto sem resolução do mérito. Comentários: O enunciado aborda a temática das questões prejudiciais e sua relação com a formação da coisa julgada, expressamente disciplinada no artigo 503 do Diploma Adjetivo Civil. A questão esclarece que a parte anseia propor ação de investigação de paternidade, inobstante a paternidade já ter sido descartada em demanda anterior. Art. 503, CPC. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida. §1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no processo, se: I - dessa resolução depender o julgamento do mérito; II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia; III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal. §2º A hipótese do §1º não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial. A) Errado Equivocada a alternativa “A”. Apesar de prever a rejeição da nova demanda, o faz por motivo equivocado, já que na hipótese cuida-se de coisa julgada, não perempção. B) Errado Assim como a alternativa anterior, equivocada a letra “B”. A questão da paternidade também foi alcançada pela coisa julgada, posto que prejudicial e dela depende o mérito da ação de investigação. C) Errado A assertiva “C” também está incorreta, já que o enunciado esclarece que houve produção de provas e efetivo contraditório. D) Correto Por fim, resta a alternativa “D” como correta. De fato, a questão prejudicial da paternidade foi atingida pela coisa julgada, posto que se amolda perfeitamente ao que preleciona o artigo 503, do CPC, transcrito. Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca Questão 58 Jair promove ação em face de Carlos para cobrar uma dívida proveniente de contrato (não escrito) de prestação de serviços celebrado pelas partes. Com o trânsito em julgado da sentença que condenou Carlos a pagar o valor devido, Jair requer o cumprimento de sentença. O executado foi intimado regularmente na pessoa do seu advogado. No prazo da impugnação, deposita o correspondente a 30% do valor devido e requer o parcelamento do remanescente em até 6 (seis) prestações. O juiz defere o pedido do executado, fundamentando sua decisão no princípio da menor onerosidade, mas o exequente se insurge por intermédio de agravo de instrumento, alegando que o parcelamento legal não se aplica ao cumprimento de sentença. Diante da situação hipotética, a decisão do juiz está A) correta, pois o parcelamento legal pode ser aplicado no caso de cumprimento de sentença. B) equivocada, tendo em vista que só poderia deferir se fosse feito depósito de 50%. C) equivocada, pois há vedação expressa para a concessão do parcelamento legal no caso de cumprimento de sentença. D) correta, pois sempre se deve encontrar a forma mais efetiva para a execução. Comentários: O enunciado aborda a temática do parcelamento da dívida, possível nas hipóteses de execução de título extrajudicial. Todavia, o aluno deve ficar atento, pois a questão esclarece que se trata de cumprimento de sentença. Tal matéria encontra disciplina no artigo 916 do Código de Processo Civil. Art. 916, CPC. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês. §1º O exequente será intimado para manifestar-se sobre o preenchimento dos pressupostos do caput, e o juiz decidirá o requerimento em 5 (cinco) dias. §2º Enquanto não apreciado o requerimento, o executado terá de depositar as parcelas vincendas, facultado ao exequente seu levantamento. §3º Deferida a proposta, o exequente levantará a quantia depositada, e serão suspensos os atos executivos. §4º Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o depósito, que será convertido em penhora. §5º O não pagamento de qualquer das prestações acarretará cumulativamente: I - o vencimento das prestações subsequentes e o prosseguimento do processo, com o imediato reinício dos atos executivos; II - a imposição ao executado de multa de dez por cento sobre o valor das prestações não pagas. §6º A opção pelo parcelamento de que trata este artigo importa renúncia ao direito de opor embargos §7º O disposto neste artigo não se aplica ao cumprimento da sentença. A) Errado Equivocada a alternativa “A”, pois vai de encontro ao que preceitua o §7º, acima transcrito. B) Errado Assim como a alternativa anterior, equivocada a letra “B”. Apesar de suscitar o equívoco da decisão judicial, o faz por fundamento errôneo. O caput do artigo transcrito preceitua que o depósito deve ser no montante de 30%, todavia o parcelamento é inviável por se tratar de cumprimento de sentença. C) Correto A assertiva “C”, por sua vez, está correta, já que perfeitamente condizente com o art. 916, §7º, do CPC. Assim, o parcelamento na hipótese não é viável, posto que se trata de cumprimento de sentença. D) Errado Por fim, a alternativa “D” deve ser eliminada, pois não possui qualquerrespaldo legal. Como exaustivamente mencionado, não há que se falar em parcelamento quando se tratar de cumprimento de sentença. Gabarito: C. Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca. DIREITO PENAL Questão 59 A Delegacia Especializada de Crimes Tributários recebeu informações de órgãos competentes de que o sócio Mário, da sociedade empresária “Vamos que vamos”, possivelmente sonegou imposto estadual, gerando um prejuízo aos cofres do Estado avaliado em R$ 60.000,00. Foi instaurado, então, inquérito policial para apurar os fatos. Ao mesmo tempo, foi iniciado procedimento administrativo, não havendo, até o momento, lançamento definitivo do crédito tributário. O inquérito policial foi encaminhado ao Ministério Público, que ofereceu denúncia em face de Mário, imputando-lhe a prática do crime previsto no Art. 1º, inciso I, da Lei nº 8.137/90. Diante da situação narrada, assinale a afirmativa correta. A) Não se tipifica o crime imputado ao acusado antes do lançamento definitivo. B) Em razão da independência de instância, o lançamento definitivo é irrelevante para configuração da infração penal. C) O crime imputado a Mário é de natureza formal, consumando-se no momento da omissão de informação com o objetivo de reduzir tributo, ainda que a redução efetivamente não ocorra. D) O crime imputado a Mário é classificado como próprio, de modo que é necessária a presença de ao menos um funcionário público como autor ou partícipe do delito. Comentário: A) Correto De acordo com o artigo 1, inciso I, da Lei 8.137/90: Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: (Vide Lei nº 9.964, de 10.4.2000) I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias; Sendo assim, o delito praticado constitui crime contra a ordem tributária. No entanto, tem-se, de acordo com a Súmula Vinculante 24 do STF que: "Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo." A alternativa A está de acordo com esse enunciado. B) Errado Está em desacordo com o enunciado de Súmula Vinculante nº 24 do Supremo Tribunal Federal, de acordo com o qual: "Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo." C) Errado De acordo com Victor Eduardo Rios Gonçalves e José Paulo Baltazar Junior, os crimes do artigo 1º da Lei 8.137/90, com exceção daquele previsto em seu parágrafo único, são materiais e de dano, ou seja, se consumam quando todos os elementos do tipo estão reunidos e reconhecidos pela existência de lançamento definitivo, nos termos da Súmula Vinculante nº 24 do STF. D) Errado De acordo com Victor Eduardo Rios Gonçalves e José Paulo Baltazar Junior, os crimes contra a ordem tributária são considerados comuns, pois não é exigida a qualidade de contribuinte ou responsável (artigo 121 do Código Tributário Nacional). Sendo assim, é desnecessária a presença de ao menos um funcionário público como autor ou partícipe do delito. Gabarito: Letra A Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca e Doutrina. Questão 60 Acreditando estar grávida, Pâmela, 18 anos, desesperada porque ainda morava com os pais e eles sequer a deixavam namorar, utilizando um instrumento próprio, procura eliminar o feto sozinha no banheiro de sua casa, vindo a sofrer, em razão de tal comportamento, lesão corporal de natureza grave. Encaminhada ao hospital para atendimento médico, fica constatado que, na verdade, ela não se achava e nunca esteve grávida. O Hospital, todavia, é obrigado a noticiar o fato à autoridade policial, tendo em vista que a jovem de 18 anos chegou ao local em situação suspeita, lesionada. Diante disso, foi instaurado procedimento administrativo investigatório próprio e, com o recebimento dos autos, o Ministério Público ofereceu denúncia em face de Pâmela pela prática do crime de “aborto provocado pela gestante”, qualificado pelo resultado de lesão corporal grave, nos termos dos Art. 124 c/c o Art. 127, ambos do Código Penal. Diante da situação narrada, assinale a opção que apresenta a alegação do advogado de Pâmela. A) A atipicidade de sua conduta. B) O afastamento da qualificadora, tendo em vista que esta somente pode ser aplicada aos crimes de aborto provocado por terceiro, com ou sem consentimento da gestante, mas não para o delito de autoaborto de Pâmela. C) A desclassificação para o crime de lesão corporal grave, afastando a condenação pelo aborto. D) O reconhecimento da tentativa do crime de aborto qualificado pelo resultado. Comentário: A) Correto A conduta imputada a Pâmela está prevista nos art. 124 e 127 do Código Penal: Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena - detenção, de um a três anos. Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. No caso apresentado, como Pâmela não estava grávida, houve absoluta impropriedade do objeto, configurando crime impossível: Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) De acordo com Cleber Masson, no crime impossível o emprego de meios ineficazes ou o ataque a objetos impróprios inviabilizam a produção do resultado, inexistindo situação de perigo ao bem jurídico penalmente tutelado. Assim, o crime impossível é causa de exclusão da tipicidade, uma vez que que o fato praticado pelo agente não se enquadra em nenhum tipo penal. B) Errado Realmente, a qualificadora prevista no art. 127 do Código Penal só pode ser aplicada aos crimes de aborto provocado por terceiro, com ou sem consentimento da gestante (artigos 125 e 126 do Código Penal), mas não para o delito de autoaborto. No entanto, como Pâmela não estava grávida, houve absoluta impropriedade do objeto, configurando crime impossível (art. 17 do CP). C) Errado Como visto, não poderia haver responsabilização de Pâmela pelas lesões que ela sofreu. Tem-se que, como Pâmela não estava grávida, houve absoluta impropriedade do objeto, configurando crime impossível (art. 17 do CP). Ela não pode ser responsabilizada pelas lesões que se auto infligiu durante o pseudo autoaborto por ela provocado. D) Errado Como visto, não poderia haver tentativa de aborto, por absoluta impropriedade do objeto. Não havia bem jurídico a ser tutelado, uma vez que ela não estava grávida, configurando crime impossível. Gabarito: Letra A Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca e Doutrina Questão 61 Mariano, 59 anos de idade, possuía em sua residência 302 vídeos e fotografias com cenas de sexo explícito envolvendo adolescentes. Descobertos os fatos, foi denunciado pela prática de 302 crimes do Art. 241-B da Lei nº 8.069/90 (“Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente”), em concurso material, sendo descrito que possuía o material proibido. Os adolescentes das imagens não foram localizados. Encerrada a instrução e confirmados os fatos, o Ministério Público pugnou pela condenação nos termos da denúncia. Em sede dealegações finais, diante da confissão do acusado e sendo a prova inquestionável, sob o ponto de vista técnico, o advogado de Mariano deverá pleitear A) a absolvição de Mariano, tendo em vista que ele não participava de nenhuma das cenas de sexo explícito envolvendo adolescente. B) o reconhecimento de crime único do Art. 241-B da Lei nº 8.069/90. C) o reconhecimento do concurso formal de crimes entre os 302 delitos praticados. D) a extinção da punibilidade do acusado, em razão do desinteresse dos adolescentes em ver Mariano processado. Comentário: A) Errado O artigo 241-B do ECA (Lei 8.069/90) tipifica a conduta de possuir, armazenar ou adquirir qualquer fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. Sendo assim, a conduta foi consumada com a mera posse de Mariano, não sendo necessário à configuração do tipo penal que ele participasse dos vídeos. B) Correto O fato de o agente possuir mais de um vídeo ou mais de uma fotografia não configura, por si só, pluralidade de crimes. Assim, o agente deverá responder por crime único. C) Errado Não se trata de concurso formal de crimes o fato de Mariano possuir os 302 vídeos e as fotografias. Trata-se, na verdade, de crime único. Como a quantidade de material pornográfico é grande, Mariano responderá por um único crime tipificado no artigo 241-B do ECA (acima transcrito), mas não terá direito à causa de redução de 1/3 a 2/3 da pena prevista no §1º do mencionado dispositivo legal, aplicável somente para quem tem pouco quantidade do material. D) Errado Nos termos do art. 227 do ECA, todos os crimes previstos na Lei 8.069/90 são de ação penal pública incondicionada, sendo assim, ainda que os adolescentes não tenham interesse em ver Mariano processado, não há que se falar em extinção da punibilidade do acusado pela falta de interesse das vítimas. Gabarito: Letra B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 62 No dia 15 de abril de 2011, João, nascido em 18 de maio de 1991, foi preso em flagrante pela prática do crime de furto simples, sendo, em seguida, concedida liberdade provisória. A denúncia somente foi oferecida e recebida em 18 de abril de 2014, ocasião em que o juiz designou o dia 18 de junho de 2014 para a realização da audiência especial de suspensão condicional do processo oferecida pelo Ministério Público. A proposta foi aceita pelo acusado e pela defesa técnica, iniciando-se o período de prova naquele mesmo dia. Três meses depois, não tendo o acusado cumprido as condições estabelecidas, a suspensão foi revogada, o que ocorreu em decisão datada de 03 de outubro de 2014. Ao final da fase instrutória, a pretensão punitiva foi acolhida, sendo aplicada ao acusado a pena de 01 ano de reclusão em regime aberto, substituída por restritiva de direitos. A sentença condenatória foi publicada em 19 de maio de 2016, tendo transitado em julgado para a acusação. Intimado da decisão respectiva, João procura você, na condição de advogado(a), para saber sobre eventual prescrição, pois tomou conhecimento de que a pena de 01 ano, em tese, prescreve em 04 anos, mas que, no caso concreto, por força da menoridade relativa, deve o prazo ser reduzido de metade. Diante desse quadro, você, como advogado(a), deverá esclarecer que A) ocorreu a prescrição da pretensão punitiva entre a data do fato e a do recebimento da denúncia. B) ocorreu a prescrição da pretensão punitiva entre a data do recebimento da denúncia e a da publicação da sentença condenatória. C) ocorreu a prescrição da pretensão executória entre a data do recebimento da denúncia e a da publicação da sentença condenatória. D) não há que se falar em prescrição, no caso apresentado. Comentário: A) Errado De acordo com o Código Penal: Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1o A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa. Sendo assim, não poderia haver prescrição da pretensão punitiva entre a data do fato e a do recebimento da denúncia. B) Errado Entre a data da decisão que recebeu a denúncia (18/04/2014) e a data da aceitação da proposta de suspensão condicional do processo (18/06/2014), correram apenas 2 (dois) meses do prazo prescricional. Além disso, com a aceitação da proposta de suspensão condicional do processo em 18/06/2014, a prescrição deixou de correr (artigo 89, §6º, da Lei 9.099/95: “§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.”). Além disso, da revogação da suspensão condicional do processo, que ocorreu em 03/10/2014, até data da sentença condenatória com trânsito em julgado para o Ministério Público, que ocorreu 19/05/2016, decorreram pouco mais que 19 (dezenove) meses do prazo prescricional. Quando somados o tempo de prescrição decorrido nesses dois períodos, temos que decorreu pouco mais de 21 (vinte e um) meses do prazo prescricional, prazo inferior aos 2 (dois) anos previsto para o caso de João. Sendo assim, não há que se falar que ocorreu a prescrição da pretensão punitiva entre a data do recebimento da denúncia e a da publicação da sentença condenatória. C) Errado Os termos iniciais da prescrição da pretensão executória estão previstos no artigo 112 do Código Penal e não levam em consideração a data do recebimento da denúncia: Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). D) Correto Está de acordo com a legislação que regula a matéria. Gabarito: Letra D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 63 Tony, a pedido de um colega, está transportando uma caixa com cápsulas que acredita ser de remédios, sem ter conhecimento que estas, na verdade, continham Cloridrato de Cocaína em seu interior. Por outro lado, José transporta em seu veículo 50g de Cannabis Sativa L. (maconha), pois acreditava que poderia ter pequena quantidade do material em sua posse para fins medicinais. Ambos foram abordados por policiais e, diante da apreensão das drogas, denunciados pela prática do crime de tráfico de entorpecentes. Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Tony e José deverá alegar em favor dos clientes, respectivamente, a ocorrência de A) erro de tipo, nos dois casos. B) erro de proibição, nos dois casos. C) erro de tipo e erro de proibição. D) erro de proibição e erro de tipo. Comentário: A) Errado No caso apresentado tem-se que: - Em relação a Tony, aplica-se a regra do art. 20 do Código Penal que trata do erro de tipo. Nele, há a falsa percepção da realidade acerca dos elementos constitutivos do tipo penal. Como Tony não tinha conhecimento do que transportava, ele incorreu em erro de tipo. - Em relação a José, aplica-se a regra do art. 21 do CP que trata do erro de proibição. Nele, ocorre a falsa percepção do agente acerca do caráter ilícito do fato típico por ele praticado, de acordo com um juízo profano, isto é, possívelde ser alcançado mediante um procedimento de simples esforço de sua consciência. O sujeito conhece a existência da lei penal (presunção legal absoluta), mas desconhece ou interpreta mal seu conteúdo, ou seja, não compreende adequadamente seu caráter ilícito. Como José sabia da existência da lei, mas não compreendeu adequadamente seu caráter ilícito, acreditando que sua conduta era lícita, incorreu em erro de proibição. B) Errado Pois Tony incidiu em erro de tipo, enquanto José incidiu em erro de proibição. C) Correto Pois Tony incidiu em erro de tipo, enquanto José incidiu em erro de proibição. D) Errado Pois Tony incidiu em erro de tipo, enquanto José incidiu em erro de proibição. Gabarito: Letra C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca e Doutrina. Questão 64 Gilson, 35 anos, juntamente com seu filho Rafael, de 15 anos, em dificuldades financeiras, iniciaram atos para a subtração de um veículo automotor. Gilson portava arma de fogo e, quando a vítima tentou empreender fuga, ele efetua disparos contra ela, a fim de conseguir subtrair o carro. O episódio levou o proprietário do automóvel a falecer. Apesar disso, os agentes não levaram o veículo, já que outras pessoas que estavam no local chamaram a Polícia. Descobertos os fatos, Gilson é denunciado pelo crime de latrocínio consumado e corrupção de menores em concurso formal, sendo ao final da instrução, após confessar os fatos, condenado à pena mínima de 20 anos pelo crime do Art. 157, § 3º, do Código Penal, e à pena mínima de 01 ano pelo delito de corrupção de menores, não havendo reconhecimento de quaisquer agravantes ou atenuantes. Reconhecido, porém, o concurso formal de crimes, ao invés de as penas serem somadas, a pena mais grave foi aumentada de 1/6, resultando em um total de 23 anos e 04 meses de reclusão. Considerando a situação narrada, o advogado de Gilson poderia pleitear, observando a jurisprudência dos Tribunais Superiores, em sede de recurso de apelação, A) a aplicação da regra do cúmulo material em detrimento da exasperação, pelo concurso formal de crimes. B) a aplicação da pena intermediária abaixo do mínimo legal, em razão do reconhecimento da atenuante da confissão espontânea. C) o reconhecimento da modalidade tentada do latrocínio, já que o veículo automotor não foi subtraído. D) o afastamento da condenação por corrupção de menor, pela natureza material do delito. Comentário: A) Correto De acordo com o art. 70 do Código Penal, que trata do concurso formal de delitos: Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) No caso descrito na questão, se for aplicado o cúmulo material, previsto no artigo 69 do Código Penal, a pena de Gilson será de 21 anos de reclusão (20 anos do latrocínio + 1 ano da corrupção de menor), e de 23 anos e 04 meses de reclusão (20 anos do latrocínio + 1/6 pela exasperação), se for reconhecido o concurso formal. Sendo assim, o advogado de Gilson poderia pleitear, observando a jurisprudência dos Tribunais Superiores, em sede de recurso de apelação, a aplicação da regra do cúmulo material em detrimento da exasperação, pelo concurso formal de crimes. B) Errado Nos termos do enunciado de Súmula 231 do Superior Tribunal de Justiça, "A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal". Sendo assim, a hipótese não poderia prevalecer. C) Errado Nos termos do enunciado de Súmula 610 do STF, "Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima". Sendo assim, a hipótese não poderia prevalecer. D) Errado Nos termos do enunciado de Súmula 500 do STJ, "A configuração do crime do art. 244-B do ECA independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal". Sendo assim, a hipótese não poderia prevalecer. Gabarito: Letra A Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca e Jurisprudência. DIREITO PROCESSUAL PENAL Questão 65 Daniel foi autor de um crime de homicídio doloso consumado em desfavor de William. Após a denúncia e ao fim da primeira fase do procedimento bifásico dos crimes dolosos contra a vida, Daniel foi pronunciado. Inconformado, o advogado do acusado interpôs o recurso cabível, mas o juiz de primeira instância, ao realizar o primeiro juízo de admissibilidade, negou seguimento ao recurso. Novamente inconformado com a decisão, o defensor de Daniel impetrou nova medida. Considerando a situação narrada, assinale a opção que indica o recurso interposto da decisão de pronúncia e a medida para combater a decisão que denegou o recurso anterior, respetivamente. A) Apelação e Recurso em Sentido Estrito. B) Recurso em Sentido Estrito e novo Recurso em Sentido Estrito. C) Recurso em Sentido Estrito e Carta Testemunhável. D) Apelação e Carta Testemunhável. Comentário: A) Errado A alternativa “A” está errada, vide inteligência do Art. 581 e Art. 639, do CPP. B) Errado A alternativa “B” está errada, vide inteligência do Art. 581 e Art. 639, do CPP. C) Correto A alternativa “C” é a única que mostra correta, vide inteligência do Art. 581 e Art. 639, do CPP: Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: IV – que pronunciar o réu; Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável: I - da decisão que denegar o recurso; D) Errado A alternativa “D” está errada vide inteligência do Art. 581 e Art. 639, do CPP. Gabarito: Letra C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 66 Fagner, irmão de Vitor, compareceu à Delegacia e narrou que foi vítima de agressões que lhe causaram lesão corporal de natureza leve. Afirmou Fagner, em sede policial, que Vitor desferiu um soco em seu rosto, deixando a agressão vestígios, mas esclareceu que não necessitou de atendimento médico. Apesar de demonstrar interesse inequívoco em ver seu irmão responsabilizado criminalmente pelo ato praticado, não assinou termo de representação formal, além de não realizar exame de corpo de delito. Vitor foi denunciado pela prática do crime do Art. 129, § 9º, do Código Penal. Durante a instrução, Fagner não foi localizado para ser ouvido, não havendo outras testemunhas presenciais. Vitor, em seu interrogatório, contudo, confirmou que desferiu um soco no rosto de seu irmão. Em relação aos documentos do processo, consta apenas a Folha de Antecedentes Criminais do acusado. Considerando apenas as informações narradas na hipótese, assinale a afirmativa correta. A) O processo deve ser extinto sem julgamento do mérito, pois a representação do ofendido necessariamente deve ser expressa e formal. B) Não existe prova da materialidade, pois, quando a infração penal deixa vestígios, o exame de corpo de delito é indispensável, não podendo supri-lo a confissão do acusado. C) Não existe prova da materialidade, pois o Código de Processo Penal apenas admite o exame de corpo de delito direto. D) Existe prova da materialidade, pois o Código de Processo Penal admite a figura do exame de corpo de delito indireto e este ocorreu no caso concreto. Comentário: A) Errado A alternativa “A” está incorreta, pois o crime em cotejo é de natureza pública condicionadaà representação, conforme Art. 39 do CPP: Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial. B) Correto A alternativa “B” é a única que se mostra correta, vide inteligência do Art. 158 do CPP: Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. C) Errado A alternativa “C” está errada vide inteligência do Art. 158 do CPP. D) Errado A alternativa “D” está incorreta, pois não houve prova de materialidade. Gabarito: Letra B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 67 Em 23 de novembro de 2015 (segunda feira), sendo o dia seguinte dia útil em todo o país, Técio, advogado de defesa de réu em ação penal de natureza condenatória, é intimado da sentença condenatória de seu cliente. No curso do prazo recursal, porém, entrou em vigor nova lei de natureza puramente processual, que alterava o Código de Processo Penal e passava a prever que o prazo para apresentação de recurso de apelação seria de 03 dias e não mais de 05 dias. No dia 30 de novembro de 2015, dia útil, Técio apresenta recurso de apelação acompanhado das respectivas razões. Considerando a hipótese narrada, o recurso do advogado é A) intempestivo, aplicando-se o princípio do tempus regit actum (o tempo rege o ato), e o novo prazo recursal deve ser observado. B) tempestivo, aplicando-se o princípio do tempus regit actum (o tempo rege o ato), e o antigo prazo recursal deve ser observado. C) intempestivo, aplicando-se o princípio do tempus regit actum (o tempo rege o ato), e o antigo prazo recursal deve ser observado. D) tempestivo, aplicando-se o princípio constitucional da irretroatividade da lei mais gravosa, e o antigo prazo recursal deve ser observado. Comentário: A) Errado A alternativa “A” está errada vide inteligência do Art. 2° do CPP. B) Correto A alternativa “B” é a única que se mostra correta, pois conforme o princípio tempus regit actum estabelecido no Art. 2°, do CPP a lei processual penal será aplicada imediatamente aos processos em curso, mas cabe ressaltar que aplica- se apenas aos atos processuais futuros. Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. C) Errado A alternativa “C” é a única que se mostra correta vide inteligência do Art. 2° do CPP. D) Errado A alternativa “D” está errada vide inteligência do Art. do Art. 2° do CPP. Gabarito: Letra B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca e Doutrina Questão 68 Durante audiência de instrução e julgamento em processo em que é imputada a José a prática de um crime de roubo majorado pelo concurso de agentes, Laís e Lívia, testemunhas de acusação, divergem em suas declarações. Laís garante que presenciou o crime e que dois eram os autores do delito; já Lívia também diz que estava presente, mas afirma que José estava sozinho quando o crime foi cometido. A vítima não foi localizada para prestar depoimento. Diante dessa situação, poderá o advogado de José requerer A) a realização de contradita das testemunhas. B) a realização de acareação das testemunhas. C) a instauração de incidente de falsidade. D) a suspensão do processo até a localização da vítima, para superar divergência. Comentário: A) Errado A alternativa “A” está errada vide inteligência do Art. 229, do CPP. B) Correto A alternativa “B” é a única que se mostra correta, vide inteligência Art. 229, do CPP: Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes. Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem os pontos de divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação. C) Errado A alternativa “C” está errada vide inteligência do Art. 229, do CPP. D) Errado A alternativa “D” está errada vide inteligência do Art. 229, do CPP. Gabarito: Letra B Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca. Questão 69 Ricardo foi denunciado, perante a 1ª Vara Criminal de determinada cidade, pela prática de crime de associação para o tráfico com mais 04 outros indivíduos, destacando a denúncia o local, o período e a existência de outros indivíduos não identificados, integrantes da mesma associação. Foi condenado em primeira instância e foi mantida a prisão preventiva, apresentando a defesa recurso de apelação. No dia seguinte da condenação, na cadeia, Ricardo vem a ser notificado em razão de denúncia diversa oferecida pelo Ministério Público, agora perante a 2ª Vara Criminal da mesma cidade, pela prática do mesmo crime de associação para o tráfico, em iguais período e local da primeira denúncia, mas, dessa vez, foram denunciados também os indivíduos não identificados mencionados no primeiro processo. Ricardo, então, entra em contato com seu advogado, informando da nova notificação. Considerando a situação narrada, caberá ao advogado de Ricardo apresentar exceção de A) litispendência. B) coisa julgada. C) incompetência. D) ilegitimidade. Comentário: A) Correto A alternativa “A” é a única que se mostra correta, cabendo a defesa apresentar exceção de litispendência conforme Art. 95, III do CPP: Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de: I - suspeição; II - incompetência de juízo; III - litispendência; B) Errado A alternativa “B” está errada vide inteligência do Art. 95, III do CPP. C) Errado A alternativa “C” está errada vide inteligência do Art. 95, III do CPP. D) Errado A alternativa “D” está errada vide inteligência do Art.95, III do CPP. Gabarito: Letra A Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca DIREITO DO TRABALHO Questão 70 Lino trabalha como diagramador na sociedade empresária XYZ Ltda., localizada em um grande centro urbano, e recebe do empregador, além do salário, moradia e plano de assistência odontológica, graciosamente. Sobre o caso narrado, de acordo com a CLT, assinale a afirmativa correta. A) Ambos os benefícios serão incorporados ao salário de Lino. B) Somente o benefício da habitação será integrado ao salário de Lino. C) Nenhum dos benefícios será incorporado ao salário de Lino. D) Somente o benefício do plano de assistência odontológica será integrado ao salário de Lino. Comentários: O enunciado trata da remuneração, mais especificamente do salário in natura, disciplinado no artigo 458 da Consolidação das Leis do Trabalho. Art. 458, CLT. Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) §1º Os valores atribuídos às prestações "in natura" deverão ser justos e razoáveis, não podendo exceder, em cada caso, os dos percentuais das parcelas componentes do salário-mínimo (arts. 81 e 82). (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) §2º Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador: (Redação dada pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001) I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados eutilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço; (Incluído pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001) II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático; (Incluído pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001) III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público; (Incluído pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001) IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-saúde; (Incluído pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001) V – seguros de vida e de acidentes pessoais; (Incluído pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001) VI – previdência privada; (Incluído pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001) VII – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001) VIII - o valor correspondente ao vale-cultura. (Incluído pela Lei nº 12.761, de 2012) §3º A habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidade deverão atender aos fins a que se destinam e não poderão exceder, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20% (vinte por cento) do salário-contratual. (Incluído pela Lei nº 8.860, de 24.3.1994) §4º Tratando-se de habitação coletiva, o valor do salário-utilidade a ela correspondente será obtido mediante a divisão do justo valor da habitação pelo número de co-habitantes, vedada, em qualquer hipótese, a utilização da mesma unidade residencial por mais de uma família. (Incluído pela Lei nº 8.860, de 24.3.1994) §5º O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares, mesmo quando concedido em diferentes modalidades de planos e coberturas, não integram o salário do empregado para qualquer efeito nem o salário de contribuição, para efeitos do previsto na alínea q do §9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) A) Errado Incorreta a assertiva “A”, pois, conforme dispõe o §2º acima transcrito, a assistência odontológica não será considerada salário. B) Correto A letra “B”, por sua vez, está correta. Segundo o artigo 458, §2º, da CLT, a assistência médica, hospitalar e odontológica não será considerada salário. Desta feita, apenas a habitação será integrada. C) Errado Incorreta a alternativa “C”, pois, como exposto, a habitação integrará o salário, em respeito ao dispositivo mencionado. D) Errado Por fim, incorreta a letra “D”, já que vai de encontro ao §2º exaustivamente mencionado, o qual prevê expressamente que a assistência odontológica não será considerada salário. Gabarito: B Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca. Questão 71 Célio e Paulo eram funcionários da sociedade empresária Minério Ltda. e trabalhavam no município do Rio de Janeiro. Por necessidade de serviço, eles foram deslocados para trabalhar em outros municípios. Célio continuou morando no mesmo lugar, porque o município em que passou a laborar era contíguo ao Rio de Janeiro. Paulo, no entanto, mudou-se definitivamente, com toda a família, para o município em que passou a trabalhar, distante 350 km do Rio de Janeiro. Dois anos depois, ambos foram dispensados. A sociedade empresária nada pagou aos funcionários quando das transferências de locais de trabalho, salvo a despesa com a mudança de Paulo. Ambos ajuizaram ações trabalhistas. A partir da hipótese sugerida, assinale a afirmativa correta. A) Célio e Paulo não têm direito ao adicional de transferência. B) Apenas Paulo tem direito ao adicional de transferência. C) Apenas Célio tem direito ao adicional de transferência. D) Ambos têm direito ao adicional de transferência. Comentários: Questão desatualizada. Questão 72 Pedro é empregado da sociedade empresária X e, em determinado mês, recebeu diárias na ordem de 70% do seu salário, sem ter prestado qualquer conta ao empregador. De acordo com a CLT e o entendimento consolidado do TST, assinale a afirmativa correta. A) A diária, na hipótese retratada, terá natureza salarial na totalidade. B) A diária terá natureza indenizatória porque visa ressarcir gastos realizados pelo empregado. C) Somente o que ultrapassar 50% do salário terá natureza salarial, logo, 20%, na hipótese. D) A lei determina que metade da diária paga tenha natureza salarial e metade, indenizatória. Comentários: Questão desatualizada. Questão 73 Na convenção coletiva de determinada categoria, ficou estipulado que o adicional de periculosidade seria pago na razão de 15% sobre o salário-base, pois, comprovadamente, os trabalhadores permaneciam em situação de risco durante metade da jornada cumprida. Sobre a cláusula em questão, assinale a afirmativa correta. A) A cláusula não é válida, pois se trata de norma de ordem pública. B) A validade da cláusula depende de homologação judicial. C) A cláusula é válida, porque a Constituição da República garante eficácia aos acordos e às convenções coletivas. D) A legalidade da cláusula será avaliada pelo juiz, porque a Lei e o TST são silentes a respeito. Comentários: O enunciado cuida da validade de cláusula constante em convenção coletiva de trabalho, acerca do adicional de periculosidade. O aluno deve ter em mente, portanto, o teor da Súmula 364 do Tribunal Superior do Trabalho. Súmula 364/TST ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO EVENTUAL, PERMANENTE E INTERMITENTE (inserido o item II) - Res. 209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016 I - Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido. (ex-Ojs da SBDI-1 nºs 05 - inserida em 14.03.1994 - e 280 - DJ 11.08.2003) II - Não é válida a cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho fixando o adicional de periculosidade em percentual inferior ao estabelecido em lei e proporcional ao tempo de exposição ao risco, pois tal parcela constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantida por norma de ordem pública (arts. 7º, XXII e XXIII, da CF e 193, §1º, da CLT). A) Correto De pronto, a alternativa “A” está correta, pois, consoante o enunciado sumular acima transcrito, tal cláusula contratual é inválida por representar ofensa à norma de ordem pública. B) Errado Inadequada a redação da assertiva “B”, pois, como dito acima, ainda que homologada, a cláusula contratual prevendo percentual inferior de adicional de periculosidade é inválida. C) Errado Igualmente incorreta a alternativa “C”, pois, ainda que a Constituição Federal assegure a eficácia das negociações coletivas, a hipótese narrada é incabível, pois trata-se de norma de ordem pública. D) Errado Por fim, equivocada a letra “D”, já que há súmula do TST disciplinando o tema expressamente, não havendo que se falar em omissão. Gabarito: A. Fonte de conhecimento jurídico: Jurisprudência. Questão 74 Um aprendiz de marcenaria procura um advogado para se inteirar sobre o FGTS que vem sendo depositado mensalmente pelo empregador na sua conta vinculada junto à CEF, na razão de 2% do salário, e cujo valor é descontado juntamente com o INSS. Com relação ao desconto do FGTS, assinale a afirmativa correta. A) O FGTS deveria ser depositado na ordem de 8% e não poderia ser descontado. B) A empresa, por se tratar de aprendiz, somente poderia descontar metadedo FGTS depositado. C) A empresa está equivocada em relação ao desconto, pois o FGTS é obrigação do empregador. D) A conduta da empresa é regular, tanto em relação ao percentual quanto ao desconto. Comentários: Questiona-se acerca do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, mais especificamente sobre seu custeio. O FTGS encontra-se regulamentado na Lei nº 8.036/90. O cerne da questão possui respaldo no artigo 15 da mencionada lei. Ressalte-se, ainda, que o enunciado trata de contrato de aprendizagem. Art. 15, Lei nº 8.036/90. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965. §1º Entende-se por empregador a pessoa física ou a pessoa jurídica de direito privado ou de direito público, da administração pública direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que admitir trabalhadores a seu serviço, bem assim aquele que, regido por legislação especial, encontrar- se nessa condição ou figurar como fornecedor ou tomador de mão-de- obra, independente da responsabilidade solidária e/ou subsidiária a que eventualmente venha obrigar-se. §2º Considera-se trabalhador toda pessoa física que prestar serviços a empregador, a locador ou tomador de mão-de-obra, excluídos os eventuais, os autônomos e os servidores públicos civis e militares sujeitos a regime jurídico próprio. §3º Os trabalhadores domésticos poderão ter acesso ao regime do FGTS, na forma que vier a ser prevista em lei. §4º Considera-se remuneração as retiradas de diretores não empregados, quando haja deliberação da empresa, garantindo-lhes os direitos decorrentes do contrato de trabalho de que trata o art. 16. (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998) §5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos casos de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998) §6º Não se incluem na remuneração, para os fins desta Lei, as parcelas elencadas no §9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998) §7º Os contratos de aprendizagem terão a alíquota a que se refere o caput deste artigo reduzida para dois por cento. (Incluído pela Lei nº 10.097, de 2000) A) Errado Incorreta a letra “A”. Apesar de a parte final do enunciado estar correta, já que não poderia ter havido descontos, o percentual em caso de contratos de aprendizagem é de 2%, consoante redação do §7º, acima transcrito. B) Errado Igualmente incorreta a assertiva “B”, pois, como dito linhas acima, o desconto não é possível, sendo o custeio do FGTS de responsabilidade do empregador, conforme o caput do dispositivo transcrito. C) Correto A redação da alternativa “C”, por sua vez, está adequada. Apesar de o percentual relacionado no enunciado estar correto, o desconto do trabalhador não é possível por se tratar de responsabilidade do empregador, em conformidade ao artigo 15, caput e §7º, da Lei nº 8.036/90. D) Errado Por fim, equivocada a letra “D”, posto que afronta em todos os sentidos o dispositivo supramencionado, não sendo possível o desconto. Gabarito: C. Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca. Questão 75 Suely trabalha na casa de Rogério como cuidadora de seu pai, pessoa de idade avançada e enferma, comparecendo de segunda a sexta-feira, das 8:00 às 17:00 h, com intervalo de uma hora para refeição. De acordo com o caso narrado e a legislação de regência, assinale a afirmativa correta. A) O controle escrito não é necessário, porque menos de 10 empregados trabalham na residência de Rogério. B) A lei de regência prevê que as partes podem acertar, por escrito, a isenção de marcação da jornada normal, assinalando apenas a eventual hora extra. C) A Lei é omissa a respeito, daí por que a existência de controle deve ser acertado entre as partes envolvidas no momento da contratação. D) Rogério deve, por força de Lei, manter controle escrito dos horários de entrada e saída da empregada doméstica Comentários: Cuida-se de questão relacionada ao controle de jornada do trabalhador doméstico. Isto posto, o aluno deve ter em mente o artigo 12 da Lei Complementar nº 150/15. Art. 12, LC nº 150/15. É obrigatório o registro do horário de trabalho do empregado doméstico por qualquer meio manual, mecânico ou eletrônico, desde que idôneo. A) Errado Incorreta a letra “A”, pois cuida-se de relação de trabalho doméstico, não havendo que se falar em número mínimo de funcionários para obrigatoriedade do controle de horário. B) Errado Igualmente incorreta a assertiva “B”, pois a lei de regência não estipula tal possibilidade de convenção, devendo-se necessariamente realizar o registro. C) Errado Também incorreta a alternativa “C”, já que a Lei Complementar nº 150/15 traz regramento expresso do tema, não havendo que se falar em omissão. D) Correto Por fim, resta como correta a letra “D”. Assim, o empregador deve manter o registro da jornada por qualquer meio idôneo, em conformidade com o artigo 12 da LC nº 150/15. Gabarito: D. Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Questão 76 Lucas é vigilante. Nessa condição, trabalhou como terceirizado durante um ano em um estabelecimento comercial privado e, a seguir, em um órgão estadual da administração direta, no qual permaneceu por dois anos. Dispensado, ajuizou ação contra o ex- empregador e contra os dois tomadores dos seus serviços (a empresa privada e o Estado), pleiteando o pagamento de horas extras durante todo o período contratual e a responsabilidade subsidiária dos tomadores nos respectivos períodos em que receberam o serviço. A sentença julgou procedente o pedido e os réus pretendem recorrer. Em relação às custas, com base nos ditames da CLT, assinale a afirmativa correta. A) Cada réu deverá recolher 1/3 das custas. B) Havendo participação do Estado, ninguém pagará custas. C) Somente o Estado ficará dispensado das custas. D) Cada réu deverá recolher a integralidade das custas. Comentários: O enunciado trata da obrigatoriedade do pagamento de custas, disciplinada nos artigos 789 e 790-A da Consolidação das Leis do Trabalho. Art. 789, CLT. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e procedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas propostas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista, as custas relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de 2% (dois por cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e o máximo de quatro vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, e serão calculadas: (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) I – quando houver acordo ou condenação, sobre o respectivo valor; (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) II – quando houver extinção do processo, sem julgamento do mérito, ou julgado totalmente improcedente o pedido, sobre o valor da causa; (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) III – no caso de procedência do pedido formulado em ação declaratória e em ação constitutiva, sobre o valor da causa; (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) IV – quando o valor for indeterminado, sobreo que o juiz fixar. (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) §1º As custas serão pagas pelo vencido, após o trânsito em julgado da decisão. No caso de recurso, as custas serão pagas e comprovado o recolhimento dentro do prazo recursal. (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) §2º Não sendo líquida a condenação, o juízo arbitrar-lhe-á o valor e fixará o montante das custas processuais. (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) §3º Sempre que houver acordo, se de outra forma não for convencionado, o pagamento das custas caberá em partes iguais aos litigantes. (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) §4º Nos dissídios coletivos, as partes vencidas responderão solidariamente pelo pagamento das custas, calculadas sobre o valor arbitrado na decisão, ou pelo Presidente do Tribunal. (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) Art. 790-A, CLT. São isentos do pagamento de custas, além dos beneficiários de justiça gratuita: (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) I – a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e respectivas autarquias e fundações públicas federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica; (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) II – o Ministério Público do Trabalho. (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) Parágrafo único. A isenção prevista neste artigo não alcança as entidades fiscalizadoras do exercício profissional, nem exime as pessoas jurídicas referidas no inciso I da obrigação de reembolsar as despesas judiciais realizadas pela parte vencedora. (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) A) Errado Incorreta a assertiva “A”, pois enuncia uma repartição de responsabilidades sobre o pagamento das custas que não possui respaldo legal, diante da isenção prevista no artigo 790-A, I, da CLT. B) Errado Equivocada a letra “B”, já que prevê uma isenção irrestrita do pagamento das custas, indo de encontro ao caput do artigo 789, acima transcrito. C) Correto Por outro lado, correta a alternativa “C”. Em conformidade com os artigos 789, caput, e 790-A, I, da CLT, apenas o Estado está isento de custas, devendo a outra parte recolhê-las regularmente. D) Errado Por fim, incorreta a letra “D”, já que não é razoável o recolhimento integral das custas por todas as partes envolvidas, além de ir de encontro aos dispositivos transcritos, mormente o artigo 790-A, I, o qual prevê expressamente a isenção das custas para o ente estatal. Gabarito: C. Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca. Questão 77 Expedida carta precatória executória numa demanda trabalhista, o juízo deprecante cita o devedor para pagamento, mas ele permanece inerte. Então, o oficial de justiça retorna e penhora um dos imóveis do executado, avaliando-o e garantindo o juízo. Imediatamente o executado ajuíza embargos de devedor, alegando que o bem penhorado foi subavaliado, apresentando a documentação que entende provar que o valor de mercado do bem é muito superior àquele lançado no auto pelo oficial de justiça. Sobre a hipótese apresentada, de acordo com a legislação em vigor e o entendimento consolidado do TST, assinale a opção que, justificadamente, indica o juízo competente para apreciar os embargos. A) O juízo deprecante é competente, pois dele se origina a execução. B) O julgamento poderá competir aos juízos deprecante ou ao deprecado, porque a Lei não traz previsão. C) O juízo deprecado será competente, porque a matéria se refere a suposto vício na penhora. D) A Lei e a jurisprudência são omissas a respeito, daí porque a parte poderá escolher qual dos juízos apreciará os embargos. Comentários: A questão indaga acerca da competência em sede de execução por carta precatória, mais precisamente para apreciação de embargos do devedor. O aluno deve ficar atento, pois, diante da omissão da CLT e compatibilidade sobre o tema, deve-se recorrer ao Código de Processo Civil, conforme dispõe o artigo 769 da Consolidação. A disciplina encontra respaldo no artigo 914 do CPC. Art. 769, CLT. Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título. Art. 914, CPC. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se opor à execução por meio de embargos. §1º Os embargos à execução serão distribuídos por dependência, autuados em apartado e instruídos com cópias das peças processuais relevantes, que poderão ser declaradas autênticas pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal. §2º Na execução por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecante ou no juízo deprecado, mas a competência para julgá-los é do juízo deprecante, salvo se versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens efetuadas no juízo deprecado. A) Errado A letra “A” deve ser eliminada, pois vai de encontro à exceção prevista na parte final do artigo 914, §2º, do CPC, acima transcrito. B) Errado Também inadequada a redação da assertiva “B”. Diferentemente do que propõe, apesar de a CLT ser omissa neste sentido, a disciplina da matéria encontra-se expressamente prevista no CPC, fonte subsidiária do processo do trabalho, segundo o artigo 769 da Consolidação. C) Correto Por outro lado, correta a alternativa “C”, pois plenamente conforme o artigo 914, §2º, do CPC. Logo, por tratar-se de vício na penhora, o juízo deprecado é competente para apreciar os embargos à execução. D) Errado Por fim, equivocada a letra “D”, já que, como dito linhas acima, o Código de Processo Civil disciplina expressamente a matéria, e possui regramento compatível, devendo incidir sobre a hipótese narrada. Gabarito: C Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca. Questão 78 Jorge foi dispensado e, no dia designado para homologação da ruptura contratual, a empresa informou que não tinha dinheiro para pagar a indenização. O TRCT estava preenchido, com o valor total de R$ 5.000,00 que Jorge deveria receber. Diante da situação narrada pela empresa e da extrema necessidade de Jorge, o sindicato concordou em fazer a homologação apenas para liberar o FGTS e permitir o acesso ao seguro-desemprego, lançando no TRCT um carimbo de que nada havia sido pago. Jorge, então, ajuizou ação monitória na Justiça do Trabalho, cobrando a dívida de R$ 5.000,00. Sobre a situação narrada, assinale a afirmativa correta. A) O comportamento de Jorge é viável, sendo que, nesse caso, o juiz expedirá mandado de pagamento, nos moldes do CPC. B) Na Justiça do Trabalho, a ação monitória somente é possível em causas de até dois salários mínimos, sendo que da sentença não caberá recurso, o que não é a hipótese retratada. C) Jorge deveria ajuizar ação de execução de título extrajudicial, que é a natureza jurídica do TRCT preenchido, mas não quitado. D) Jorge agiu mal, porque não cabe ação monitória na Justiça do Trabalho, em razão da incompatibilidade de procedimentos. Comentários: A questão aborda a temática do cabimento da ação monitória, cujas hipóteses estão elencadas nos artigos 700 e 701 do Código de Processo Civil. Portanto, deve- se ter em mente, mais uma vez, a redação do artigo 769 da CLT, transcrito linhas acima, que prevê a aplicação do direito processual comum nas hipóteses de omissão da Consolidação, desde que haja compatibilidade. Art. 700, CPC. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz: I - o pagamento de quantia em dinheiro; II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer. §1º A prova escrita pode consistir em prova oral documentada, produzida antecipadamente nos termos do art. 381. §2º Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso: I - a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo; II - o valor atual da coisa reclamada; III - o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido. §3º O valor da causa deverá corresponder à importância prevista no §2º, incisos I a III. §4º Além das hipóteses do art. 330, a petição inicial será indeferida quando não atendido o disposto no §2º deste artigo. §5º Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental apresentada pelo autor, o juiz intimá-lo-á para, querendo, emendar a petição inicial, adaptando-a ao procedimento comum. §6º É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública. §7º Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios permitidos para o procedimento comum. Art. 701, CPC. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa. §1º O réu será isento do pagamento de custas processuais se cumprir o mandado no prazo. §2º Constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, independentemente de qualquer formalidade, se não realizado o pagamento e não apresentados os embargos previstos no art. 702, observando-se, no que couber, o Título II do Livro I da Parte Especial. §3º É cabível ação rescisória da decisão prevista no caput quando ocorrer a hipótese do §2º. §4º Sendo a ré Fazenda Pública, não apresentados os embargos previstos no art. 702, aplicar-se-á o disposto no art. 496, observando-se, a seguir, no que couber, o Título II do Livro I da Parte Especial. §5º Aplica-se à ação monitória, no que couber, o art. 916. A) Correto De pronto, correta a letra “A”. Em consonância com os dispositivos transcritos, é cabível o ajuizamento de ação monitória, na qual, se evidente o direito do autor, será possível a expedição pelo magistrado de mandado de pagamento. B) Errado Por outro lado, inadequada a redação da assertiva “B”, pois a restrição enunciada não possui respaldo legal, conforme os artigos supramencionados. C) Errado Incorreta a alternativa “C”, já que o TRCT não é título executivo extrajudicial, posto que não consta no rol expresso no artigo 876 da CLT. Art. 876, CLT. As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as Comissões de Conciliação Prévia serão executadas pela forma estabelecida neste Capítulo. (Redação dada pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000) (...) D) Errado Por fim, também equivocada a letra “D”, já que há compatibilidade de procedimentos, sendo, portanto, completamente viável a incidência subsidiária dos dispositivos do CPC relativos à ação monitória. Gabarito: A Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca. Questão 79 A sociedade empresária Sanear Conservação e Limpeza Ltda. ajuizou ação de consignação em pagamento em face do ex-empregado Pedro Braga, afirmando que ele se negava a receber as verbas resilitórias a que faria jus. Citado, Pedro Braga apresentou resposta sob a forma de contestação e reconvenção, postulando diversos direitos alegadamente lesados e incluindo no polo passivo a sociedade empresária Réptil Imobiliária, tomadora dos serviços terceirizados do empregado, requerendo dela a responsabilidade subsidiária. Diante da situação retratada e da norma de regência, assinale a afirmativa correta. A) Não é possível, em sede de reconvenção, ajuizar ação contra quem não é parte na lide principal. B) A pretensão de Pedro somente se viabilizará se a sociedade empresária Réptil Imobiliária concordar em figurar na reconvenção. C) Não há óbice a se incluir na reconvenção pessoa que não figure na lide original. D) A Lei processual é omissa a respeito; assim ficará a critério do juiz aceitar a inclusão da sociedade empresária Réptil Imobiliária. Comentários: O enunciado cuida da reconvenção. Mais uma vez, o aluno deve recorrer ao Diploma Adjetivo Civil, posto que a CLT é omissa quanto ao regramento desse instituto (artigo 769, CLT). Logo, deve-se atentar ao artigo 343 do CPC. Art. 343, CPC. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. §1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias. §2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção. §3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro. §4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro. §5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de substituto processual. §6º O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação. A) Errado A alternativa “A” está equivocada, pois, consoante o §3º acima transcrito, não há óbice à propositura de reconvenção contra terceiro. B) Errado Igualmente inadequada a redação da assertiva “B”, pois não possui respaldo legal. Não há no dispositivo colacionado tal condição de viabilidade para a reconvenção. C) Correto Correta, por sua vez, a alternativa “C”, pois plenamente condizente com o artigo 343, §3º, do Código de Processo Civil, podendo a reconvenção ser proposta contra o autor e terceiro. D) Errado Por fim, equivocada a letra “D”, já que, diante da omissão da CLT, aplica-se o Código de Processo Civil, o qual possui disciplina integral da matéria. Gabarito: C. Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca. Questão 80 Em reclamação trabalhista que se encontra na fase de execução, o executado apresentou exceção de pré-executividade. Após ser conferida vista à parte contrária, o juiz julgou-a procedente e reconheceu a nulidade da citação e de todos os atos subsequentes, determinando nova citação para que o réu pudesse contestar a demanda. Considerando essa situação e o que dispõe a CLT, assinale a opção que indica o recurso que o exequente deverá apresentar para tentar reverter a decisão. A) Apelação. B) Agravo de Petição. C) Recurso de Revista. D) Recurso Ordinário. Comentários: Questiona-se acerca da medida recursal cabível para impugnar decisão que acolhe exceção de pré-executividade, instituto aceito jurisprudencialmente na fase executória. Cuida-se, portanto, do agravo de petição, previsto no artigo 897 da Consolidação das Leis do Trabalho. Art. 897, CLT. Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: (Redação dada pela Lei nº 8.432, de 1992) a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções; (Redação dada pela Lei nº 8.432, de 1992) b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos. (Redação dada pela Lei nº 8.432, de 1992) (...) A) Errado Incorreta a letra “A”, pois cuida-se da fase de execução, não sendo cabível apelação. B) Correto Por outro lado, correta a assertiva “B”, pois, de acordo com o artigo 897, “a”, colacionado, na fase de execução, cabe agravo de petição. Saliente-se, ainda, que, se fosse caso de indeferimento da exceção, a decisão teria caráter interlocutório,nos termos dos arts. 4° e 30, ambos da Lei n° 8.906/1994. C) Errado De conformidade com os arts. 4° e 30 do Estatuto da Advocacia e da OAB, somente serão válidos os atos praticados por Carolina. D) Errado Serão válidos apenas os atos praticados por Carolina, a teor dos arts. 4° e 30 da Lei 8.906/94. Gabarito: A Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 7 O Conselho Seccional X da OAB criou dez subseções e uma Caixa de Assistência dos Advogados. Dentre as subseções, inclui-se a Subseção Y, cuja área territorial abrange um município. Considerando a hipótese narrada, analise as afirmativas a seguir e assinale a única correta. A) O Conselho Seccional X é dotado de personalidade jurídica própria; já a Caixa de Assistência dos Advogados e a Subseção Y não possuem personalidade jurídica própria, caracterizando-se como partes autônomas do Conselho Seccional X. B) O Conselho Seccional X e a Caixa de Assistência dos Advogados são dotados de personalidade jurídica própria; já a Subseção Y não possui personalidade jurídica própria, caracterizando-se como parte autônoma do Conselho Seccional X. C) O Conselho Seccional X, a Caixa de Assistência dos Advogados e a Subseção Y não possuem personalidade jurídica própria. Trata-se de órgãos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a qual é dotada de personalidade jurídica. D) O Conselho Seccional X, a Caixa de Assistência dos Advogados e a Subseção Y possuem, cada qual, personalidade jurídica própria. Comentário: A) Errado O Conselho Seccional X e a Caixa de Assistência dos Advogados são dotados de personalidade jurídica própria; já a Subseção Y não possui personalidade jurídica própria, caracterizando-se como parte autônoma do Conselho Seccional X, tudo em consonância com os §§ 2° e 3° do art. 45 da Lei n° 8.906/1994. B) Correto Nos exatos ditames do art. 45, §§ 2° e 3°, do Estatuto da Advocacia e da OAB, “os Conselhos Seccionais, dotados de personalidade jurídica própria, têm jurisdição sobre os respectivos territórios dos Estados-membros, do Distrito Federal e dos Territórios”, bem como “as Subseções são partes autônomas do Conselho Seccional, na forma desta lei e de seu ato constitutivo”. C) Errado A teor dos §§ 2° e 3° do art. 45 da Lei 8.906/94, O Conselho Seccional X e a Caixa de Assistência dos Advogados são dotados de personalidade jurídica própria; já a Subseção Y não possui personalidade jurídica própria, caracterizando-se como parte autônoma do Conselho Seccional X. D) Errado O Conselho Seccional X e a Caixa de Assistência dos Advogados são dotados de personalidade jurídica própria; já a Subseção Y não possui personalidade jurídica própria, caracterizando-se como parte autônoma do Conselho Seccional X, de acordo com o art. 45, §§ 2° e 3°, do Estatuto da Advocacia e da OAB. Gabarito: B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 8 Viviane, Paula e Milena são advogadas. Viviane acaba de dar à luz, Paula adotou uma criança e Milena está em período de amamentação. Diante da situação narrada, de acordo com o Estatuto da OAB, assinale a afirmativa correta. A) Viviane e Milena têm direito a reserva de vaga nas garagens dos fóruns dos tribunais. B) Viviane e Paula têm direito à suspensão de prazos processuais, em qualquer hipótese, desde que haja notificação por escrito ao cliente. C) Viviane, Paula e Milena têm direito de preferência na ordem das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição. D) Paula e Milena têm direito a entrar nos tribunais sem serem submetidas a detectores de metais e aparelhos de raio-X. Comentário: A) Errado A teor do inciso III do art. 7°-A do Estatuto da Advocacia e da OAB, Viviane, Paula e Milena têm direito de preferência na ordem das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição. B) Errado Viviane, Paula e Milena têm direito de preferência na ordem das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição, em atendimento ao disposto no art. 7°-A, inciso III, da Lei n° 8.906/1994. C) Correto Segundo o inciso III do art. 7°-A do Estatuto da Advocacia e da OAB, constitui um direito da advogada “gestante, lactante, adotante ou que der à luz, preferência na ordem das sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição”. D) Errado Nos termos do art. 7°-A, inciso III, da Lei 8.906/94, Viviane, Paula e Milena têm direito de preferência na ordem das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição. Gabarito: C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 9 A advogada Maria foi procurada por certo cliente para o patrocínio de uma demanda judicial. Ela, então, apresentou ao cliente contrato de prestação de seus serviços profissionais. A cláusula dez do documento estabelecia que Maria obrigava-se apenas a atuar na causa no primeiro grau de jurisdição. Além disso, a cláusula treze dispunha sobre a obrigatoriedade de pagamento de honorários, em caso de ser obtido acordo antes do oferecimento da petição inicial. Irresignado, o cliente encaminhou cópia do contrato à OAB, solicitando providências disciplinares. Sobre os termos do contrato, assinale a afirmativa correta. A) A cláusula dez do contrato viola o disposto no Código de Ética e Disciplina da OAB, uma vez que é vedada a limitação do patrocínio a apenas um grau de jurisdição. Quanto à cláusula treze, não se vislumbram irregularidades. B) Não se vislumbram irregularidades quanto às cláusulas dez e treze do contrato, ambas consonantes com o disposto no Estatuto da OAB e no Código de Ética e Disciplina da OAB. C) A cláusula treze do contrato viola o disposto no Código de Ética e Disciplina da OAB, uma vez que o advogado não faz jus ao recebimento de honorários contratuais em caso de acordo feito entre o cliente e a parte contrária, anteriormente ao oferecimento da demanda. Quanto à cláusula dez, não se vislumbram irregularidades. D) A cláusula dez do contrato viola o disposto no Código de Ética e Disciplina da OAB, uma vez que é vedada a limitação do patrocínio a apenas um grau de jurisdição. A cláusula treze do contrato também viola o disposto no Código de Ética e Disciplina da OAB, uma vez que o advogado não faz jus ao recebimento de honorários contratuais em caso de acordo feito entre o cliente e a parte contrária, anteriormente ao oferecimento da demanda. Comentário: A) Errado Nos exatos ditames do art. 24 da Lei n° 8.906/1994, não se vislumbram irregularidades quanto às cláusulas dez e treze do contrato, ambas consonantes com o disposto no Estatuto da OAB e no Código de Ética e Disciplina da OAB. B) Correto Trata-se da íntegra do art. 24 do Estatuto da Advocacia e da OAB, o qual dispõe que “a decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o contrato escrito que os estipular são títulos executivos e constituem crédito privilegiado na falência, concordata, concurso de credores, insolvência civil e liquidação extrajudicial”. C) Errado Não se vislumbram irregularidades quanto às cláusulas dez e treze do contrato, ambas consonantes com o disposto no Estatuto da OAB e no Código de Ética e Disciplina da OAB, tudo de conformidade com o art. 24 da Lei 8.906/94. D) Errado A teor do art. 24 do Estatuto da Advocacia e da OAB, não se vislumbram irregularidades quanto às cláusulas dez e treze do contrato, ambas consonantes com o disposto no Estatuto da OAB e no Código de Ética e Disciplina da OAB. Gabarito: B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 10 No ano de 2017, deverá se realizar a Conferência Nacional da Advocacia Brasileira, órgão consultivo máximo do Conselho Federal, que se reúne trienalmente.não sendo recorrível de imediato. Art. 893, CLT. Das decisões são admissíveis os seguintes recursos: (Redação dada pela Lei nº 861, de 13.10.1949) (...) §1º Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva. (Parágrafo único renumerado pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) (...) C) Errado Incorreta a alternativa “C”, já que não é cabível recurso de revista, cuja disciplina encontra-se no artigo 896 da CLT. D) Errado Por fim, também equivocada a letra “D”, posto que não cabe recurso ordinário, disciplinado no artigo 895 da Consolidação das Leis do Trabalho. Gabarito: B. Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca e Jurisprudência. XXIII EXAME DA OAB – FGV - CADERNO TIPO 1 – APLICAÇÃO EM: 23.07.2017 ESTATUTO E ÉTICA Questão 1 O advogado Diogo foi procurado, em seu escritório profissional, por Paulo, que desejava contratá-lo para atuar nos autos de processo judicial já em trâmite, patrocinado pelo advogado Jorge, mediante procuração, em face de um plano de saúde, pelo seguinte motivo: subitamente, Paulo descobriu que precisa realizar uma cirurgia imediatamente, sob risco de morte. Como não estava satisfeito com a atuação do advogado Jorge, decide, diante da necessidade de realizar a cirurgia, procurar Diogo, para requerer a tutela de urgência nos referidos autos, em plantão judicial. Considerando a situação narrada e o disposto no Código de Ética e Disciplina da OAB, assinale a afirmativa correta. A) Diogo apenas deverá atuar na causa, aceitando procuração, se houver concordância do advogado Jorge, uma vez que, de acordo com o Código de Ética e Disciplina da OAB, o advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído, salvo com a concordância deste. B) Diogo apenas deverá atuar na causa, aceitando procuração, após ser dado prévio conhecimento ao advogado Jorge, uma vez que, de acordo com o Código de Ética e Disciplina da OAB, o advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído anteriormente à comunicação a este. C) Diogo poderá aceitar procuração e requerer nos autos judiciais, em favor de Paulo, a tutela de urgência necessária apenas se apresentar nos autos justificativa idônea a cessar a responsabilidade profissional de Jorge pelo acompanhamento da causa. D) Diogo poderá aceitar procuração e requerer nos autos judiciais, em favor de Paulo, a tutela de urgência necessária, independentemente de prévia comunicação a Jorge ou de apresentação ao juízo de justificativa idônea para a cessação da responsabilidade profissional de Jorge. Comentário: A) Errado De acordo com o art. 14 do Estatuto da Advocacia e da OAB, “O advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído, sem prévio conhecimento deste, salvo por motivo plenamente justificável ou para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis". Sendo assim, no caso apresentado, não era preciso haver concordância do advogado Jorge, tratando- se de tutela de urgência necessária. B) Errado De acordo com o art. 14 do Estatuto da Advocacia e da OAB, “O advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído, sem prévio conhecimento deste, salvo por motivo plenamente justificável ou para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis". Sendo assim, no caso apresentado, não era preciso haver prévia comunicação ao advogado Jorge, tratando-se de tutela de urgência necessária. C) Errado De acordo com o art. 14 do Estatuto da Advocacia e da OAB, “O advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído, sem prévio conhecimento deste, salvo por motivo plenamente justificável ou para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis". Sendo assim, no caso apresentado, não era preciso apresentar nos autos justificativa idônea a cessar a responsabilidade profissional de Jorge, tratando-se de tutela de urgência necessária. D) Correto Essa alternativa traduz, por completo, a solução à hipótese em tela, segundo os ditames do artigo 14 do Estatuto da Advocacia e da OAB. Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 2 O advogado Ramiro foi procurado por Hugo, inventariante, para atuar no processo de inventário do genitor deste. Em momento posterior, os irmãos de Hugo, José e Luiz, outros herdeiros do de cujus, conferiram procuração a Ramiro, a fim de ele também representá-los na demanda. Todavia, no curso do feito, os irmãos, até então concordantes, passam a divergir sobre os termos da partilha. Ramiro, então, marca reuniões, em busca de harmonização dos interesses dos três, porém não obtém sucesso. Diante do caso narrado, por determinação do Código de Ética e Disciplina da OAB, Ramiro deverá A) renunciar aos três mandatos, afastando-se do feito. B) manter-se no patrocínio dos três irmãos, desde que informe o conflito nos autos e atue de forma imparcial, observando-se a disciplina legal. C) escolher, de acordo com seus critérios de prudência, apenas um dos mandatos, renunciando aos demais. D) manter-se no patrocínio daquele que primeiro lhe conferiu o mandato, isto é, o inventariante, renunciando aos demais. Comentário: A) Errado Nos termos do art. 20 do Estatuto da Advocacia e da OAB, “Sobrevindo conflitos de interesse entre seus constituintes e não conseguindo o advogado harmonizá- los, caber-lhe-á optar, com prudência e discrição, por um dos mandatos, renunciando aos demais, resguardado sempre o sigilo profissional. Assim, não seria necessário renunciar os três mandatos, apenas optar por um deles. B) Errado Nos termos do art. 20 do Estatuto da Advocacia e da OAB, “Sobrevindo conflitos de interesse entre seus constituintes e não conseguindo o advogado harmonizá- los, caber-lhe-á optar, com prudência e discrição, por um dos mandatos, renunciando aos demais, resguardado sempre o sigilo profissional. Assim, não seria possível manter-se no patrocínio dos três, Ramiro deverá optar por apenas um dos mandatos. C) Correto Está de acordo com a aplicação do art. 20 do Estatuto da Advocacia e da OAB. D) Errado Nos termos do art. 20 do Estatuto da Advocacia e da OAB, “Sobrevindo conflitos de interesse entre seus constituintes e não conseguindo o advogado harmonizá- los, caber-lhe-á optar, com prudência e discrição, por um dos mandatos, renunciando aos demais, resguardado sempre o sigilo profissional. Assim, Ramiro poderá optar pelo mandato, não adstringindo sua escolha ao que primeiro lhe conferiu o mandato. Gabarito: C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 3 Nilza, advogada, responde a processo disciplinar perante certo Conselho Seccional da OAB, em razão da suposta prática de infração disciplinar que, se comprovada, poderá sujeitá-la à sanção de exclusão. Sobre o tema, assinale a afirmativa correta. A) O processo disciplinar instaurado em face de Nilza tramita em sigilo, até o seu término, só tendo acesso às suas informações as partes, seus defensores e a autoridade competente. B) O processo disciplinar instaurado em face de Nilza é público, sendo facultado o acesso aos autos a qualquer advogado regularmente inscrito, para exercício do controle externo. C) O processo disciplinar instaurado em face de Nilza é, em regra, público, sendo facultado o acesso aos autos a qualquer cidadão. Porém, excepcionalmente, pode ser decretado o sigilo, a critério da autoridade processante, quando justificada a necessidade de preservação do direito à intimidade. D) O processo disciplinar instaurado em face de Nilza tramita, em regra, em sigilo, só tendo acesso às suas informações as partes, seus defensores e a autoridadecompetente. Torna-se, porém, público se o Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho decidir suspender Nilza preventivamente. Comentário: A) Correto A alternativa traz a aplicação congruente com a norma do Estatuto da Advocacia e da OAB: Art. 72 - O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante representação de qualquer autoridade ou pessoa interessada. [...] § 2º O processo disciplinar tramita em sigilo, até o seu término, só tendo acesso às suas informações as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente. B) Errado A alternativa está em desacordo com a previsão do art. 72, §2º do Estatuto da Advocacia e da OAB: “O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante representação de qualquer autoridade ou pessoa interessada. [...] § 2º O processo disciplinar tramita em sigilo, até o seu término, só tendo acesso às suas informações as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente”. C) Errado A alternativa está em desacordo com a previsão do art. 72, §2º do Estatuto da Advocacia e da OAB: “O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante representação de qualquer autoridade ou pessoa interessada. [...] § 2º O processo disciplinar tramita em sigilo, até o seu término, só tendo acesso às suas informações as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente”. D) Errado A alternativa está em desacordo com a previsão do art. 72, §2º do Estatuto da Advocacia e da OAB: “O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante representação de qualquer autoridade ou pessoa interessada. [...] § 2º O processo disciplinar tramita em sigilo, até o seu término, só tendo acesso às suas informações as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente”. Gabarito: A Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 4 Juliana é integrante da equipe de recursos humanos de certa sociedade anônima, de grande porte, cujo objeto social é o comércio de produtos eletrônicos. Encontrando-se vago um cargo de gerência jurídica, Juliana organizou processo seletivo, tendo recebido os currículos de três candidatas. A primeira delas, Mariana, é advogada regularmente inscrita na OAB, tendo se especializado em Direito Penal. A segunda, Patrícia, não é graduada em Direito, porém é economista e concluiu o doutorado em direito societário e mercado de capitais. A terceira, Luana, graduada em Direito, foi aprovada no exame da OAB e concluiu mestrado e doutorado. É conselheira de certo tribunal de contas estadual, mas encontra-se afastada, a pedido, sem vencimentos. Considerando a situação narrada, assinale a afirmativa correta. A) Qualquer das candidatas poderá exercer a função de gerência jurídica, mas apenas Mariana poderá subscrever os atos privativos da advocacia. B) Qualquer das candidatas poderá exercer a função de gerência jurídica, mas apenas Mariana e Luana poderão subscrever os atos privativos da advocacia. C) Apenas Mariana poderá exercer a função de gerência jurídica. D) Apenas Mariana e Luana poderão exercer a função de gerência jurídica. Comentário: A) Errado Vamos observar a possibilidade de cada uma delas exercer o cargo de gerência jurídica: - Mariana é advogada regularmente inscrita na OAB, assim, poderia exercer o cargo em função do art. 7 do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB: Art. 7º A função de diretoria e gerência jurídicas em qualquer empresa pública, privada ou paraestatal, inclusive em instituições financeiras, é privativa de advogado, não podendo ser exercida por quem não se encontre inscrito regularmente na OAB. - Patrícia não é graduada em Direito e, naturalmente, não é advogada inscrita na OAB, assim, em função do art. 7 do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, não poderia exercer a função, que é privativa de advogado. - Luana é conselheira em um tribunal de contas estadual e ainda não foi inscrita na OAB, tendo sido apenas aprovada na prova. Assim, ela não poderia exercer a função tanto em razão do art. 7 do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB (por ainda não constituir advogada regulamente inscrita) quanto do art. 28, II do Estatuto da Advocacia e da OAB: Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes atividades: II – Membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos os que exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública direta ou indireta; Assim, ainda que afastada temporariamente, o fato de ser membro de tribunal de contas é incompatível com a atividade de gerência jurídica. Dessa forma, apenas Mariana poderá exercer a função de gerência jurídica. B) Errado Como visto apenas Mariana não estaria impedida de exercer o cargo. C) Correto Está de acordo com o art. 7 do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB. D) Errado Como visto, Luana não poderia exercer a função com fulcro no art. 7 do Regulamento Geral da Advocacia e da OAB e art. 28, II do Estatuto da Advocacia e da OAB. Gabarito: C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 5 Miguel, advogado, sempre exerceu a atividade sozinho. Não obstante, passou a pesquisar sobre a possibilidade de constituir, individualmente, pessoa jurídica para a prestação de seus serviços de advocacia. Sobre o tema, assinale a afirmativa correta. A) Miguel poderá constituir a pessoa jurídica pretendida, mediante registro dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede, com denominação formada pelo nome do titular, seguida da expressão ‘Sociedade Individual de Advocacia’. B) Miguel não poderá constituir a pessoa jurídica pretendida, uma vez que o ordenamento jurídico brasileiro não admite a figura da sociedade unipessoal, ressalvados apenas os casos de unipessoalidade temporária e da chamada subsidiária integral. C) Miguel poderá constituir a pessoa jurídica pretendida mediante registro dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB, com denominação formada pelo nome do titular, seguida da expressão ‘EIRELI’. D) Miguel poderá constituir a pessoa jurídica pretendida mediante registro dos seus atos constitutivos no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, com denominação formada pelo nome do titular, seguida da expressão ‘EIRELI’. Comentário: A) Correto A assertiva reflete a íntegra do art. 15, §1º da Lei n° 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e da OAB), que determina: Art. 15 – “Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços de advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no regulamento geral. § 1º A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia adquirem personalidade jurídica com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede. B) Errado Contraria o art. 15, §1º do Estatuto da Advocacia e da OAB. C) Errado Contraria o art. 15, §1º do Estatuto da Advocacia e da OAB. D) Errado Contraria o art. 15, §1º do Estatuto da Advocacia e da OAB. Gabarito: A Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 6 O Dr. Silvestre, advogado, é procurado por um cliente para patrociná-lo em duas demandas em curso, nas quais o aludido cliente figura como autor. Ao verificar o andamento processual dos feitos, Silvestre observa que o primeiro processo tramita perante a juíza Dra. Isabel, sua tia. Já o segundo processo tramita perante o juiz Dr. Zacarias, que, coincidentemente, é o locador do imóvel onde o Dr. Silvestre reside. Considerando o dispostono Código de Ética e Disciplina da OAB, assinale a afirmativa correta. A) O Dr. Silvestre cometerá infração ética se atuar em qualquer dos processos, tendo em vista o grau de parentesco com a primeira magistrada e a existência de relação negocial com o segundo juiz. B) O Dr. Silvestre cometerá infração ética apenas se atuar no processo que tramita perante a juíza Dra. Isabel, tendo em vista o grau de parentesco com a magistrada. Quanto ao segundo processo, não há vedação ética ao patrocínio na demanda. C) O Dr. Silvestre cometerá infração ética apenas se atuar no processo que tramita perante o juiz Dr. Zacarias, tendo em vista a existência de relação negocial com o magistrado. Quanto ao primeiro processo, não há vedação ética ao patrocínio na demanda. D) O Dr. Zacarias não cometerá infração ética se atuar em ambos os feitos, pois as hipóteses de suspeição e impedimento dos juízes versam sobre seu relacionamento com as partes, e não com os advogados. Comentário: A) Correto Com efeito, segundo a previsão do Estatuto da Advocacia e da OAB, o Dr. Silvestre cometerá infração ética se atuar em qualquer dos processos, tendo em vista o grau de parentesco com a primeira magistrada bem como a existência de relação negocial com o segundo juiz: Art. 2º. Parágrafo único, “São deveres do advogado: [...]VIII - abster-se de: e) ingressar ou atuar em pleitos administrativos ou judiciais perante autoridades com as quais tenha vínculos negociais ou familiares". B) Errado Como visto no art. 2, VIII do Estatuto da Advocacia da OAB, os vínculos negociais também incitam a vedação ética ao patrocínio da demanda. C) Errado Como visto no art. 2, VIII do Estatuto da Advocacia da OAB, os vínculos negociais também incitam a vedação ética ao patrocínio da demanda. D) Errado A legislação trata justamente da questão dos impedimentos da autuação do advogado. Gabarito: A Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 7 Diogo é estudante de Direito com elevado desempenho acadêmico. Ao ingressar nos últimos anos do curso, ele é convidado por um ex-professor para estagiar em seu escritório. Inscrito nos quadros de estagiários da OAB e demonstrando alta capacidade, Diogo ganha a confiança dos sócios do escritório e passa a, isoladamente e sob a responsabilidade do advogado, retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga; visar atos constitutivos de sociedades para que sejam admitidos a registro; obter junto a escrivães e chefes de secretaria certidões de peças ou autos de processos em curso ou findos; assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos; e subscrever embargos de declaração opostos em face de decisões judiciais. Considerando as diversas atividades desempenhadas por Diogo, isoladamente e sob a responsabilidade do advogado, de acordo com o Estatuto e Regulamento da OAB, ele pode A) retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga, bem como visar atos constitutivos de sociedades, para que sejam admitidos a registro. B) obter, junto a escrivães e chefes de secretaria, certidões de peças ou autos de processos em curso ou findos, bem como assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos. C) obter, junto a escrivães e chefes de secretaria, certidões de peças ou autos de processos findos, mas não de processos em curso, bem como subscrever embargos de declaração opostos em face de decisões judiciais. D) assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais, mas não a processos administrativos, nem subscrever embargos de declaração opostos em face de decisões judiciais. Comentário: A) Errado O Estatuto da Advocacia e da OAB aponta: Art. 29 – Os atos de advocacia, previstos no Art. 1º do Estatuto, podem ser subscritos por estagiário inscrito na OAB, em conjunto com o advogado ou o defensor público. § 1º O estagiário inscrito na OAB pode praticar isoladamente os seguintes atos, sob a responsabilidade do advogado: I – retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga; II – obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de peças ou autos de processos em curso ou findos; III – assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos. § 2º Para o exercício de atos extrajudiciais, o estagiário pode comparecer isoladamente, quando receber autorização ou substabelecimento do advogado. Sendo assim, ele não poderia realizar a segunda atividade prevista na alternativa. B) Correto Ambas as condutas estão previstas no art. 29 do Estatuto da Advocacia e da OAB como atos de advocacia (incisos II e III). C) Errado Está em desacordo com as hipóteses previstas no art. 29 do Estatuto da Advocacia e da OAB. D) Errado Está em desacordo com as hipóteses previstas no art. 29 do Estatuto da Advocacia e da OAB. Gabarito: B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 8 O advogado Stéfano, buscando facilitar a satisfação de honorários advocatícios contratuais a que fará jus, estuda tomar duas providências: de um lado, tenciona incluir expressamente no contrato de prestação de seus serviços, com concordância do cliente, autorização para que se dê compensação de créditos pelo advogado, de importâncias devidas ao cliente; de outro, pretende passar a empregar, para o recebimento de honorários, sistema de cartão de crédito, mediante credenciamento junto a uma operadora. Tendo em vista as medidas pretendidas pelo advogado e as disposições do Código de Ética e Disciplina da OAB, assinale a afirmativa correta. A) Não é permitida a compensação de créditos, pelo advogado, de importâncias devidas ao cliente, sendo vedada a inclusão de cláusula nesse sentido no contrato de prestação de serviços. De igual maneira, não é admitido o emprego de sistema de cartões de crédito para recebimento de honorários, mediante credenciamento junto a operadoras de tal ramo. B) Não é permitida a compensação de créditos, pelo advogado, de importâncias devidas ao cliente, sendo vedada a inclusão de cláusula nesse sentido no contrato de prestação de serviços. Porém, é admitido o emprego de sistema de cartões de crédito para recebimento de honorários, mediante credenciamento junto a operadoras de tal ramo. C) É admitida a compensação de créditos, pelo advogado, de importâncias devidas ao cliente, se houver autorização para tanto no contrato de prestação de serviços. Também é permitido o emprego de sistema de cartões de crédito para recebimento de honorários, mediante credenciamento junto a operadoras de tal ramo. D) É admitida a compensação de créditos, pelo advogado, de importâncias devidas ao cliente, se houver autorização para tanto no contrato de prestação de serviços. Porém, não é permitido o emprego de sistema de cartões de crédito para recebimento de honorários, mediante credenciamento junto a operadoras de tal ramo. Comentário: A) Errado No que se refere à questão dos honorários profissionais, é preciso observar os seguintes dispositivos do Estatuto da Advocacia e da OAB: Art. 48, § 2º - A compensação de créditos, pelo advogado, de importâncias devidas o cliente, somente será admissível quando o contrato de prestação de serviços a autorizar ou quando houver autorização especial do cliente para esse fim, por este firmada. Art. 53 - É lícito ao advogado ou à sociedade de advogados empregar, para o recebimento de honorários, sistema de cartão de crédito, mediante credenciamento junto a empresa operadora do ramo. Conclui-se que é correto afirmar que é admitida a compensação de créditos, pelo advogado, de importâncias devidas ao cliente, desde que haja autorização para tanto no contrato de prestação de serviços.Além disso, é permitido o emprego de sistema de cartões de crédito para recebimento de honorários, mediante credenciamento junto a operadoras de tal ramo. Assim, ambas as afirmações da alternativa estão incorretas. B) Errado A primeira alternativa está em desacordo com o art. 48, §2ºdo Estatuto da Advocacia e da OAB. C) Correto Está de acordo com os arts. 48, §2º e 53 do Estatuto da Advocacia e da OAB. D) Errado A segunda afirmação da alternativa está em desacordo com o art. 53 do Estatuto da Advocacia e da OAB. Gabarito: C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca FILOSOFIA DO DIREITO Questão 9 ...só a vontade geral pode dirigir as forças do Estado de acordo com a finalidade de suas instituições, que é o bem comum... Jean-Jacques Rousseau A ideia de vontade geral, apresentada por Rousseau em seu livro Do Contrato Social, foi fundamental para o amadurecimento do conceito moderno de lei e de democracia. Assinale a opção que melhor expressa essa ideia conforme concebida por Rousseau no livro citado. A) A soma das vontades particulares. B) A vontade de todos. C) O interesse particular do soberano, após o contrato social. D) O interesse em comum ou o substrato em comum das diferenças. Comentário: A fim de responder satisfatoriamente a questão, deve-se observar o seguinte trecho de Rousseau: A primeira e mais importante consequência dos princípios acima estabelecidos está em que somente a vontade geral tem possibilidade de dirigir as forças do Estado, segundo o fim de sua instituição, isto é, o bem comum; pois, se a oposição dos interesses particulares tomou necessário o estabelecimento das sociedades, foi a conciliação desses mesmos interesses que a tornou possível. Eis o que há de comum nesses diferentes interesses fornecedores do laço social; e, se não houvesse algum ponto em torno do qual todos os interesses se harmonizam, sociedade nenhuma poderia existir. Ora, é unicamente à base desse interesse comum que a sociedade deve ser governada (Rousseau, Jean-Jacques. Do Contrato Social. Tradução de Ricardo Rodrigues da Gama. 1ª ed. São Paulo: Russel, 2006). A) Errado Contrariamente ao que alega a alternativa, Rousseau não entende que a vontade geral é a soma das vontades particulares, mas sim o interesse em comum ou o substrato em comum das diferenças. B) Errado Contrariamente ao que alega a alternativa, Rousseau não entende que a vontade geral é a vontade de todos, mas sim o interesse em comum ou o substrato em comum das diferenças. C) Errado Contrariamente ao que alega a alternativa, Rousseau não entende que a vontade geral é o interesse particular do soberano, após o contrato social, mas sim o interesse em comum ou o substrato em comum das diferenças. D) Correto Para Rousseau, a ideia de vontade geral é abordada por ele em sua obra Do Contrato Social e envolve o interesse em comum ou o substrato em comum das diferenças. Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Doutrina Questão 10 A igualdade de recursos é uma questão de igualdade de quaisquer recursos que os indivíduos possuam privadamente. Ronald Dworkin A igualdade é um dos valores supremos presentes na Constituição da República e, também, objeto de um debate profundo no âmbito da Filosofia do Direito. Assinale a alternativa que apresenta a concepção de igualdade distributiva, defendida por Ronald Dworkin em seu livro A Virtude Soberana. A) Circunstâncias segundo as quais as pessoas não são iguais em bem-estar, mas nos recursos de que dispõem. B) Possibilidade de que todos os membros de uma comunidade política devem ter de usufruir o bem-estar em condição de igualdade. C) Igual partilha dos poderes políticos e dos direitos individuais em uma dada sociedade. D) Um conjunto de políticas que assegurem a maximização utilitária do bem-estar em médio a longo prazo para a maior parte da população. Comentário: Para responder corretamente a questão, é importante observar o seguinte trecho de Dworkin, da obra “A Virtude Soberana”. Lê-se: Na igualdade de bem-estar, as pessoas devem decidir que tipo de vida querem, independentemente das informações pertinentes para decidir o quanto suas escolhas reduzirão ou aumentarão a capacidade de outros terem o que querem. Esse tipo de informação só se torna importante em um segundo nível, político, no qual os administradores coletam todas as escolhas feitas no primeiro nível para ver qual distribuição dará a cada uma dessas escolhas êxito igual em alguma concepção de bem-estar interpretada como a dimensão correta do êxito. Na igualdade de recursos, porém, as pessoas decidem que tipo de vida procurar munidas de um conjunto de informações sobre o custo real que as suas escolhas impõem a outras pessoas e, consequentemente, ao estoque total de recursos que pode ser equitativamente utilizado por elas. As informações que sob a igualdade de bem-estar passam a um nível político independente são, sob a igualdade de recursos, levadas ao nível inicial da escolha individual (DWORKIN, Ronald. A virtude soberana: a teoria e a prática da igualdade. São Paulo: Martins Fontes, 2013. 689 p. 2ª triagem; tradução de Jussara Simoes). A) Correto Para Dworkin, como pode ser visto no trecho supracitado, a concepção de igualdade distributiva relaciona-se a circunstâncias segundo as quais as pessoas não são iguais em bem-estar, mas nos recursos de que dispõem. B) Errado Contrariamente ao que alga a afirmativa, Dworkin não entende a igualdade distributiva como a possibilidade de que todos os membros de uma comunidade política devem ter de usufruir o bem-estar em condição de igualdade, mas sim como circunstâncias segundo as quais as pessoas não são iguais em bem-estar, mas nos recursos de que dispõem. C) Errado Contrariamente ao que alga a afirmativa, Dworkin não entende a igualdade distributiva como a concepção de igual partilha dos poderes políticos e dos direitos individuais em uma dada sociedade, mas sim como circunstâncias segundo as quais as pessoas não são iguais em bem-estar, mas nos recursos de que dispõem. D) Errado Contrariamente ao que alga a afirmativa, Dworkin não entende a igualdade distributiva como um conjunto de políticas que assegurem a maximização utilitária do bem-estar em médio a longo prazo para a maior parte da população, mas sim como circunstâncias segundo as quais as pessoas não são iguais em bem-estar, mas nos recursos de que dispõem. Gabarito: A Fonte de conhecimento jurídico: Doutrina DIREITO CONSTITUCIONAL Questão 11 Ao constatar que numerosas tribos indígenas, que ocupam determinadas áreas em caráter permanente, estão sendo fortemente atingidas por uma epidemia de febre amarela, o Governador do Estado Alfa remove-as da localidade de maneira forçada. Dada a repercussão do caso, logo após a efetivação da remoção, submete suas justificativas à Assembleia Legislativa do Estado Alfa, informando que o deslocamento das tribos será temporário e que ocorreu em defesa dos interesses das populações indígenas da região. A Assembleia Legislativa do Estado Alfa termina por referendar a ação do Chefe do Poder Executivo estadual. Sobre o ato do Governador, com base no quadro acima apresentado, assinale a afirmativa correta. A) Agiu em consonância com o sistema jurídico-constitucional brasileiro, pois é de competência exclusiva do Chefe do Poder Executivo decidir quais as medidas a serem tomadas nos casos que envolvam perigo de epidemia. B) Não agiu em consonância com o sistema jurídico-constitucional brasileiro, pois o princípio da irremovibilidade dos índios de suas terras é absoluto e, por essa razão, torna ilegítima a ação de remoção das tribos. C) Agiu em consonância com a CRFB/88,pois, como o seu ato foi referendado pelo Poder Legislativo do Estado Alfa, respeitou os ditames estabelecidos pelo sistema jurídico-constitucional brasileiro. D) Não agiu em consonância com o sistema jurídico-constitucional brasileiro, posto que, no caso concreto, as autoridades estaduais não poderiam ter decidido, de modo conclusivo, pela remoção das tribos. Comentário: Para responder satisfatoriamente a questão, deve-se observar o artigo 231 da CF: Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. [...] §5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum" do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco. A) Errado Contrariamente ao que alega a alternativa, o governador não agiu em conformidade com a CF ou respeitou os ditames estabelecidos pelo sistema jurídico-constitucional brasileiro, uma vez que as autoridades estaduais não poderiam ter decidido, de modo conclusivo, pela remoção das tribos no caso apresentado. B) Errado O governador de fato não agiu em consonância com o sistema jurídico-constitucional brasileiro. Entretanto, o pois o princípio da irremovibilidade dos índios de suas terras não é absoluto, sendo possível "ad referendum" do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco. C) Errado Contrariamente ao que alega a alternativa, o governador não agiu em conformidade com a CF ou respeitou os ditames estabelecidos pelo sistema jurídico-constitucional brasileiro, uma vez que as autoridades estaduais não poderiam ter decidido, de modo conclusivo, pela remoção das tribos no caso apresentado. D) Correto Como pode ser visto no artigo 231 da Constituição, o governador não agiu em consonância com o sistema jurídico-constitucional brasileiro, posto que, no caso concreto, as autoridades estaduais não poderiam ter decidido, de modo conclusivo, pela remoção das tribos. Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca Questão 12 João, rico comerciante, é eleito vereador do Município “X” pelo partido Alfa. Contudo, passados dez dias após sua diplomação, o partido político Pi, adversário de Alfa, ajuíza ação de impugnação de mandato eletivo, perante a Justiça Eleitoral, requerendo a anulação da diplomação de João. Alegou o referido partido político ter havido abuso do poder econômico por parte de João na eleição em que logrou ser eleito, anexando, inclusive, provas que considerou irrefutáveis. João, sentindo-se injustiçado, já que, em momento algum no decorrer da campanha ou mesmo após a divulgação do resultado, teve conhecimento desses fatos, busca aconselhamento com um advogado acerca da juridicidade do ajuizamento de tal ação. Com base no caso narrado, assinale a opção que apresenta a orientação dada pelo advogado. A) O Partido Pi não poderia ter ingressado com a ação, pois abuso de poder econômico não configura fundamento que tenha o condão de viabilizar a impugnação de mandato eletivo conquistado pelo voto. B) O Partido Pi respeitou os requisitos impostos pela CRFB/88, tanto no que se refere ao fundamento (abuso do poder econômico) para o ajuizamento da ação como também em relação à sua tempestividade. C) O Partido Pi, nos termos do que dispõe a CRFB/88, não poderia ter ingressado com a ação, pois, ocorrida a diplomação, precluso encontrava-se o direito de impugnar o mandato eletivo de João. D) O Partido Pi só poderia impugnar o mandato eletivo que João conquistou pelo voto popular em momento anterior à diplomação, sob pena de afronta ao regime democrático. Comentário: A fim de responder corretamente a questão, deve-se atentar à leitura do artigo 14 da Constituição Federal. Lê-se: Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: [...] §10º O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude; §11º A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. A) Errado Contrariamente ao que alega a alternativa, o Partido Pi poderia, sim, ter ingressado com a ação, pois abuso de poder econômico configura fundamento que tenha o condão de viabilizar a impugnação de mandato eletivo conquistado pelo voto. B) Correto Com base no caso narrado e no artigo 14 da CF, pode-se dizer que O Partido Pi respeitou os requisitos impostos pela CRFB/88, tanto no que se refere ao fundamento (abuso do poder econômico) para o ajuizamento da ação como também em relação à sua tempestividade. C) Errado Nos termos do que dispõe a CRFB/88, o Partido Pi poderia, sim, ter ingressado com a ação, pois, ocorrida a diplomação, tem-se o prazo de 15 dias para impugnação do mandato. D) Errado Nos termos do que dispõe a CRFB/88, o Partido Pi deveria ter ingressado com a ação após ocorrida a diplomação, pois tem-se o prazo de 15 dias para impugnação do mandato. Gabarito: B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 13 Leonardo matriculou seus dois filhos em uma escola pública municipal, mas foi surpreendido ao tomar conhecimento de que ambos estão tendo aulas regulares, como disciplina obrigatória, de uma específica religião de orientação cristã. Indignado, ele procura você para, como advogado(a), orientá-lo sobre a regularidade de tal situação. Sobre tal prática, com base no que dispõe o sistema jurídico-constitucional brasileiro, assinale a afirmativa correta. A) É constitucional, pois a força normativa do preâmbulo constitucional auxilia uma interpretação que autoriza o ensino de religião, contanto que com viés cristão. B) É inconstitucional, pois a laicidade estatal deve garantir que nenhuma religião possa ser preferida a outra no âmbito do espaço público-estatal, sendo o ensino religioso facultativo. C) É constitucional, posto que o ensino religioso deve ser ministrado, segundo a Constituição de 1988, como disciplina obrigatória nas escolas públicas de ensino fundamental. D) É inconstitucional, pois a laicidade estabelecida pela Constituição de 1988 pressupõe a vedação a qualquer espécie de orientação de ordem religiosa em instituições públicas. Comentário: A fim de responder satisfatoriamente a questão, deve-se atentar à leitura do art. 210 da CF/88: Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais. §1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental. Tem-se, também, a ADI 4439, na qual a Procuradoria-Geral da República levantou o questionamento acerca do modelo de ensino religioso nas escolas brasileiras da rede pública de ensino. Os ministros do Supremo Tribunal Federal definiram, em votação de 6 votos a 5, que o ensino religioso nas escolas públicas do país pode ter natureza confessional – isto é, o ensino deve ser vinculado às diversas religiões. A) Errado Contrariamente ao que alega a alternativa,a prática do caso apresentado não é constitucional. Além disso, cabe destacar que o preâmbulo constitucional não possui força normativa. B) Correto A partir da leitura do artigo 210 da CF e da ADI 4439, entende-se que a prática do caso apresentado é inconstitucional, pois a laicidade estatal deve garantir que nenhuma religião possa ser preferida a outra no âmbito do espaço público- estatal, sendo o ensino religioso facultativo. C) Errado Contrariamente ao que alega a alternativa, a prática do caso apresentado não é constitucional, pois o ensino religioso nas escolas públicas brasileiras não é obrigatório. D) Errado Como pode ser visto no artigo supracitado, a prática do caso é inconstitucional. Entretanto, a laicidade estabelecida pela Constituição de 1988 não pressupõe a vedação a qualquer espécie de orientação de ordem religiosa em instituições públicas. Gabarito: B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 14 As contas do Município Alfa referentes ao exercício financeiro de 2014, apresentadas pelo prefeito em 2015, receberam parecer desfavorável do Tribunal de Contas do referido Município, o qual foi criado antes da promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. O Presidente da Câmara, após o regular trâmite interno, editou resolução e aprovou as referidas contas públicas municipais, uma vez que as demonstrações contábeis de exercícios financeiros anteriores deveriam ter sido analisadas em consonância com o plano plurianual. Diante da narrativa exposta, assinale a afirmativa correta. A) A competência para julgar as contas é do Tribunal de Contas do Município, órgão do Poder Judiciário, não podendo, em nenhuma hipótese, o Legislativo local afastá-la, sob pena de violação ao princípio da separação e harmonia entre os Poderes. B) O parecer do Tribunal de Contas do Município a respeito da rejeição das contas somente não será acatado pela Câmara Municipal por decisão de 2/3 (dois terços) dos membros deste órgão. C) Considerando que o Tribunal de Contas do Município é órgão do Poder Legislativo e o Presidente da Câmara é a autoridade máxima de sua estrutura, é constitucional o afastamento, pelo Chefe do Poder Legislativo local, do entendimento de órgão a ele subordinado. D) O Presidente da Câmara agiu corretamente, pois a periodicidade para análise das contas públicas do Município deve ser de 5 (cinco) anos, e tal disposição não foi observada pelo Tribunal de Contas do Município. Comentário: A fim de responder corretamente a questão, deve-se atentar aos art. 102, CC: “Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião”. Lê-se, também, a Súmula 340 do STF: Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei. §1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver. §2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal. §3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. §4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais A) Errado Contrariamente ao que alega a alternativa, a fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei. B) Correto Como visto no dispositivo supracitado, com base no caso em questão, entende-se que o parecer do Tribunal de Contas do Município a respeito da rejeição das contas somente não será acatado pela Câmara Municipal por decisão de 2/3 (dois terços) dos membros deste órgão. C) Errado Contrariamente ao que alega a alternativa, não existe hierarquia entre o Tribunal de Contas e o Poder Legislativo, de modo que o órgão não pode ser subordinado a este. D) Errado Contrariamente ao que alega a alternativa, a prestação de contas deve ser feita anualmente, e não a cada cinco anos, como pode ser visto no artigo supracitado. Gabarito: B Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca Questão 15 O prefeito do Município Ômega, ante a carência de estabelecimentos públicos de saúde capazes de atender satisfatoriamente às necessidades da população local, celebra diversos convênios com hospitais privados para que passem a integrar a rede de credenciados junto ao Sistema Único de Saúde (SUS). Considerando o disposto na Constituição da República de 1988, sobre os convênios firmados pelo prefeito do Município Ômega, assinale a afirmativa correta. A) São válidos, uma vez que as instituições privadas podem participar de forma complementar do SUS, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. B) São nulos, pois a CRFB/88 apenas autoriza, no âmbito da assistência à saúde, a participação de entidades públicas, não de instituições privadas, com ou sem fins lucrativos. C) São válidos, porque a destinação de recursos públicos para auxílio ou subvenção às instituições privadas com fins lucrativos está, inclusive, autorizada pela CRFB/88. D) São nulos, porque, conforme previsão constitucional expressa, compete privativamente à União, mediante convênio ou contrato de direito público, autorizar a participação de instituições privadas no SUS. Comentário: A fim de responder corretamente a questão, deve-se ter em mente o artigo 199 da CF/88: Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. §1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. §2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. [...] A) Correto Como alega a alternativa, são válidos os convênios firmados pelo prefeito do Município Ômega, uma vez que as instituições privadas podem participar de forma complementar do SUS, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. B) Errado Contrariamente ao que alega a alternativa, a CF/88 autoriza, sim, a participação de instituições privadas na complementação do SUS. C) Errado Os convênios firmados pelo prefeito são, de fato, válidos. Entretanto, contrariamente ao que alega a alternativa, é vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. D) Errado Contrariamente ao que alega a alternativa, os convênios são válidos, não havendo disposição constitucional que estipule a competência privativa da União para firmar tais convênios. Gabarito: A Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca Questão 16 A lei federal nº 123, sancionada em 2012, é objeto de Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta por partido político com representação no Congresso Nacional. O referido diploma legal é declarado materialmente inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em março de 2014. Em outubro de 2016, membro da Câmara dos Deputados apresenta novo projeto de lei ordinária contendo regras idênticas àquelas declaradas materialmente inconstitucionais. Tomando por base o caso apresentado acima, assinale a afirmativa correta. A) A decisão proferida pelo STF produz eficácia contra todos e efeito vinculante relativamenteaos órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, inclusive nas suas funções típicas; logo, o novo projeto de lei ordinária, uma vez aprovado pelo Congresso Nacional, será nulo por ofensa à coisa julgada. B) Em observância ao precedente firmado na referida Ação Direta de Inconstitucionalidade, o plenário do STF pode, em sede de controle preventivo, obstar a votação do novo projeto de lei por conter regras idênticas àquelas já declaradas inconstitucionais. C) A decisão proferida pelo STF não vincula o Poder Legislativo ou o plenário do próprio Tribunal em relação a apreciações futuras da temática; logo, caso o novo projeto de lei venha a ser aprovado e sancionado, a Corte pode vir a declarar a constitucionalidade da nova lei. D) A decisão proferida pelo STF é ineficaz em relação a terceiros, porque o partido político com representação no Congresso Nacional não está elencado no rol constitucional de legitimados aptos a instaurar o processo objetivo de controle normativo abstrato. Comentário: Para responder a questão apresentada, é fundamental ter em mente que decisões tomadas pelo Supremo Tribunal Federal, referentes ao controle concentrado, não vinculam a própria Corte – e, por isso, esta detém a possibilidade de alterar seu posicionamento em uma decisão posterior. Cabe salientar, também, que os Poderes Executivo e Legislativo, exceto quando na função de legislar, ficam vinculados. Isso caracteriza-se como justificada reação legislativa à decisão do STF com o intuito de obter reversão jurisprudencial. A) Errado A decisão proferida pelo STF produz eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário – contudo, não nas suas funções típicas. B) Errado Contrariamente ao que alega a alternativa, em observância ao precedente firmado na referida Ação Direta de Inconstitucionalidade, o plenário do STF não pode, em sede de controle preventivo, obstar a votação do novo projeto de lei por conter regras idênticas àquelas já declaradas inconstitucionais. C) Correto Contrariamente ao que alega a alternativa, a gravação de entrevistas e o acesso aos registros relativos ao tratamento conferido aos presos devem ser autorizados, como visto no artigo supracitado. D) Errado Contrariamente ao que alega a alternativa, a decisão proferida pelo STF é, sim, eficaz em relação a terceiros. Fonte de conhecimento jurídico: C Fonte de conhecimento jurídico: Doutrina Questão 17 A Lei Orgânica do Município “Z”, com 70.000 habitantes, dispõe que o Poder Legislativo deverá fixar o número de vereadores para a composição da Câmara Municipal. Resolução da Câmara Municipal de “Z” fixou em 13 o número de vereadores para a próxima legislatura. Considerando a situação narrada e o sistema constitucional brasileiro, assinale a afirmativa correta. A) A Lei Orgânica e a Resolução são inconstitucionais por afrontarem a Constituição da República. B) Como ato normativo secundário, a Resolução não pode ser objeto de controle de constitucionalidade. C) A resolução é inconstitucional, em razão do número de vereadores estabelecido. D) Lei Orgânica do Município “Z” é inconstitucional, pois viola o princípio da separação dos poderes. Comentário: A fim de responder corretamente a questão, deve-se ter em mente o artigo 199 da CF/88: Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: [...] IV- para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de: [...] d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes A) Correto Como alega a alternativa, com base no dispositivo supracitado, entende-se que a Lei Orgânica e a Resolução são inconstitucionais por afrontarem a Constituição da República. B) Errado Contrariamente ao que alega a alternativa, resoluções legislativas caracterizam-se como atos normativos primários – e, por isso, estão passíveis de sofrer controle de constitucionalidade. C) Errado Contrariamente ao que atesta o texto da alternativa, nos municípios de mais de 50.000 e de até 80.000 habitantes, há possibilidade de serem fixados 15 vereadores no máximo – de modo que o número de 13 Vereadores é permitido. D) Errado Contrariamente ao que alega a alternativa, não há afronta ao princípio da separação dos poderes. Gabarito: A Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca DIREITOS HUMANOS Questão 18 Você advoga na Procuradoria Geral do Estado em que reside. Em uma tarde, recebe um telefonema urgente do diretor da Penitenciária Anhanguera, que deseja fazer uma consulta de viva voz. Diz o diretor que está com duas pessoas identificadas como membros do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) e que elas estão requerendo acesso imediato às instalações da penitenciária, onde pretendem gravar entrevistas com alguns presos. Também estão solicitando acesso aos registros relativos ao tratamento conferido aos presos. Com base nas normas de funcionamento do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, cabe a você informar corretamente ao diretor que A) os membros do MNPCT não possuem direito de acesso às penitenciárias, devendo a visita ser tratada previamente com a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Estado. B) tanto o acesso à penitenciária quanto o acesso aos registros relativos ao tratamento conferido aos presos, depende de autorização judiciária expedida pelo juiz da Vara de Execução Penal da Comarca onde fica a Penitenciária. C) o acesso dos membros do MNPCT às instalações da penitenciária deve ser liberado, mas a gravação de entrevistas e o acesso aos registros relativos ao tratamento conferido aos presos devem ser negados. D) o acesso às instalações da penitenciária aos membros do MNPCT deve ser liberado, bem como fornecidos os registros solicitados e permitida a gravação das entrevistas com os presos. Comentário: Para responder a questão apresentada, é fundamental a leitura do artigo 10 da Lei 12.847/14. Observa-se o dispositivo: Art. 10. São assegurados ao MNPCT e aos seus membros: II - o acesso, independentemente de autorização, a todas as informações e registros relativos ao número, à identidade, às condições de detenção e ao tratamento conferido às pessoas privadas de liberdade; V - a possibilidade de entrevistar pessoas privadas de liberdade ou qualquer outra pessoa que possa fornecer informações relevantes, reservadamente e sem testemunhas, em local que garanta a segurança e o sigilo necessários; A) Errado Contrariamente ao que alega a alternativa, os membros do MNPCT possuem, sim, direito de acesso às penitenciárias, como visto no artigo 10 da lei 12.847/14. B) Errado Como determinado pelo artigo 10 da referida lei, contrariamente ao que alega a alternativa, o acesso à penitenciária e o acesso aos registros relativos ao tratamento conferido aos presos independem de autorização judiciária. C) Errado Contrariamente ao que alega a alternativa, a gravação de entrevistas e o acesso aos registros relativos ao tratamento conferido aos presos devem ser autorizados, como visto no artigo supracitado. D) Correto Como visto no artigo 10 da supracitada lei, é assegurado o acesso às instalações da penitenciária aos membros do MNPCT – que deve ser liberado -, bem como fornecidos os registros solicitados e permitida a gravação das entrevistas com os presos. Fonte de conhecimentojurídico: D Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca Questão 19 Em 22 de julho de 1997, foi promulgada a Lei nº 9.474, que define os mecanismos para implementação da Convenção das Nações Unidas sobre o Estatuto dos Refugiados, da qual o Brasil é signatário. A respeito dos mecanismos, termos e condições nela previstos, assinale a afirmativa correta. A) Para que possa solicitar refúgio, o indivíduo deve ter ingressado no Brasil de maneira regular. B) Compete ao Ministério da Justiça declarar o reconhecimento, em primeira instância, da condição de refugiado. C) O refugiado poderá exercer atividade remunerada no Brasil, ainda que pendente o processo de refúgio. D) Na hipótese de decisão negativa no curso do processo de refúgio, é cabível a interposição de recurso pelo refugiado perante o Supremo Tribunal Federal. Comentário: A fim de responder satisfatoriamente a questão, observa-se os artigos 8º, 12º, 21º e 29º do Estatuto dos Refugiados (Lei n. 9.474/97): Art. 8º O ingresso irregular no território nacional não constitui impedimento para o estrangeiro solicitar refúgio às autoridades competentes. Art. 12. Compete ao CONARE, em consonância com a Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados de 1951, com o Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados de 1967 e com as demais fontes de direito internacional dos refugiados: I - analisar o pedido e declarar o reconhecimento, em primeira instância, da condição de refugiado; [...] Art. 21. Recebida a solicitação de refúgio, o Departamento de Polícia Federal emitirá protocolo em favor do solicitante e de seu grupo familiar que se encontre no território nacional, o qual autorizará a estada até a decisão final do processo. § 1º O protocolo permitirá ao Ministério do Trabalho expedir carteira de trabalho provisória, para o exercício de atividade remunerada no País. Art. 29. No caso de decisão negativa, esta deverá ser fundamentada na notificação ao solicitante, cabendo direito de recurso ao Ministro de Estado da Justiça, no prazo de quinze dias, contados do recebimento da notificação A) Errado Como pode ser visto no artigo 8º da lei supracitada, não é necessário, para que possa solicitar refúgio, que o indivíduo tenha ingressado no Brasil de maneira regular. B) Errado Contrariamente ao que alega a alternativa, compete ao CONARE declarar o reconhecimento, em primeira instância, da condição de refugiado. C) Correto Como visto nos artigos supracitados, conforme a alternativa, uma vez recebida a solicitação de refúgio pelo Departamento de Polícia Federal expedirá – após o recebimento da solicitação de refúgio – um protocolo em prol do solicitante e sua família. Este protocolo dá autorização à sua permanência em território brasileiro enquanto não for emitida a decisão final referente ao processo. Em posse desse protocolo, é possível a expedição, pelo Ministério do Trabalho, de uma carteira de trabalho de caráter provisório, a qual autoriza o indivíduo a exercer atividade de trabalho remunerada enquanto não obtiver a resposta em definitivo. D) Errado Como visto no artigo 29 da lei supracitada, na hipótese de decisão negativa no curso do processo de refúgio, é cabível a interposição de recurso pelo refugiado perante o Ministro de Estado da Justiça, no prazo de quinze dias, contados do recebimento da notificação. Gabarito: C Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca DIREITO INTERNACIONAL Questão 20 O mecanismo de solução de controvérsias atualmente em vigor no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) foi instituído em 1994 por meio do Entendimento Relativo às Normas e Procedimentos sobre Solução de Controvérsias, constantes do Tratado de Marrakesh, e vincula todos os membros da organização. A respeito do funcionamento desse mecanismo, assinale a afirmativa correta: A) Uma vez acionado o mecanismo de solução de controvérsias, os Estados em disputa ficam impedidos de recorrer a formas pacíficas de solução de seus litígios, tais como bons ofícios, conciliação e mediação. B) A decisão, por consenso, acerca da adoção de um relatório produzido pelo grupo especial, integra o rol de competências do Órgão de Solução de Controvérsias, ainda que as partes em controvérsia escolham não apelar ao Órgão Permanente de Apelação. C) As recomendações e decisões do Órgão de Solução de Controvérsias poderão implicar a diminuição ou o aumento dos direitos e das obrigações dos Estados, conforme estabelecido nos acordos firmados no âmbito da OMC. D) As partes em controvérsia e os terceiros interessados que tenham sido ouvidos pelo grupo especial poderão recorrer do relatório do grupo especial ao Órgão Permanente de Apelação. Comentário: A) Errado Como pode ser visto no artigo 733 do CPC, não é necessário que o divórcio seja requerido no Brasil por ter sido realizado aqui. B) Errado Lê-se o artigo 2º e 17 do Entendimento Relativo às Normas e Procedimentos sobre Solução de Controvérsias: Os Membros pelo presente acordam o seguinte: Artigo 2 4. Nos casos em que as normas e procedimentos do presente Entendimento estabeleçam que o OSC deve tomar uma decisão tal procedimento será por consenso 1. 1 Considerar-se-á que o OSC decidiu por consenso matéria submetida a sua consideração quando nenhum Membro presente à reunião do OSC na qual a decisão foi adotada a ela se opuser formalmente. Artigo 17 14. Os relatórios do órgão de Apelação serão adotados pelo OSC e aceitos sem restrições pelas partes em controvérsia a menos que o OSC decida por consenso não adotar o relatório do órgão de Apelação dentro do prazo de 30 dias contados a partir da sua distribuição aos Membros 8. Este procedimento de adoção não prejudicará o direito dos Membros de expor suas opiniões sobre o relatório do órgão de Apelação. Consensualmente, a decisão sobre a adoção do relatório conduzido pelo grupo especial A decisão, por consenso, acerca da adoção de um relatório produzido pelo grupo especial, integra o rol de competências do Órgão de Solução de Controvérsias, ainda que as partes em controvérsia escolham não apelar ao Órgão Permanente de Apelação. C) Correto Observa-se o artigo 733 do CPC/2015: Art. 733. O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união estável, não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições de que trata o art. 731. § 1º A escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras. § 2º O tabelião somente lavrará a escritura se os interessados estiverem assistidos por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. Assim, entende-se que o divórcio consensual pode ser reconhecido no Brasil sem que seja necessário proceder à homologação. D) Errado Como visto no artigo 733 do CPC, não é necessário que o casal resida no país para que seja requerido o divórcio no Brasil. Gabarito: C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 21 Roger, suíço radicado no Brasil há muitos anos, faleceu em sua casa no Rio Grande do Sul, deixando duas filhas e um filho, todos maiores de idade. Suas filhas residem no Brasil, mas o filho se mudara para a Suíça antes mesmo do falecimento de Roger, lá residindo. Roger possuía diversos bens espalhados pelo sul do Brasil e uma propriedade no norte da Suíça. Com referência à sucessão de Roger, assinale a afirmativa correta. A) Se o inventário de Roger for processado no Brasil, sua sucessão deverá ser regulada pela lei suíça, que é a lei de nacionalidade de Roger. B) A capacidade do filho de Roger para sucedê-loserá regulada pela lei suíça. C) Se Roger tivesse deixado testamento, seria aplicada, quanto à sua forma, a lei da nacionalidade dele, independentemente de onde houvesse sido lavrado. D) O inventário de Roger não poderá ser processado no Brasil, em razão de existirem bens no estrangeiro a partilhar. Comentário: A fim de responder satisfatoriamente a questão, deve-se observar o artigo 23 do Código de Processo Civil. Lê-se: Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. Além disso, observa-se também o artigo 10º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro: Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. §1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. (Redação dada pela Lei nº 9.047, de 1995) §2º A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder. A) Errado Como visto nos arts. supracitados, a lei brasileira será usada para regular o inventário dos bens brasileiros – pois a lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder -, em benefício das suas filhas que permanecem nesse território, sendo a lei suíça utilizada apenas se mais benéfica. B) Correto Como pode ser visto nos artigos supracitados, a capacidade do filho de Roger para sucedê-lo será regulada pela lei suíça. C) Errado Como visto nos arts. supracitados, a lei brasileira será usada para regular o inventário dos bens brasileiros, em benefício das suas filhas que permanecem nesse território, sendo a lei suíça utilizada apenas se mais benéfica. D) Errado Contrariamente ao que alega a alternativa, o inventário de Roger poderá ser processado no Brasil, sendo a capacidade do filho de Roger para sucedê-lo será regulada pela lei suíça. Gabarito: B Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca DIREITO TRIBUTÁRIO Questão 22 O reitor de uma faculdade privada sem fins lucrativos (cujas receitas, inclusive seus eventuais superávits, são integralmente reinvestidas no estabelecimento de ensino) deseja saber se está correta a cobrança de impostos efetuada pelo fisco, que negou a pretendida imunidade tributária, sob o argumento de que a instituição de ensino privada auferia lucros. Na hipótese, sobre a atuação do fisco, assinale a afirmativa correta. A) O fisco agiu corretamente, pois a imunidade tributária apenas alcança instituições de ensino que não sejam superavitárias. B) O fisco agiu corretamente, pois a imunidade tributária apenas alcança instituições públicas de ensino. C) O fisco não agiu corretamente, pois não há impedimento à distribuição de lucro pelo estabelecimento de ensino imune. D) O fisco não agiu corretamente, pois, para que seja concedida tal imunidade, a instituição não precisa ser deficitária, desde que o superávit seja revertido para suas finalidades. Comentários: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI - instituir impostos sobre: c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; CTN Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 2001) II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. § 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício. § 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os diretamente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos nos respectivos estatutos ou atos constitutivos. A) Errado A lei não veda o superávit da instituição, desde que seja integralmente reinvestido na próprio instituição a que se destina a imunidade. B) Errado Outras instituições sem fins lucrativos também são alcançadas pela imunidade. C) Errado Existe sim a vedação a distribuição de lucros por parte da instituição imune. D) Correto O déficit não é um requisito para a imunidade tributária, e sim que o superávit seja revertido integralmente em prol da instituição Gabarito: Alternativa D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 23 A massa falida X possui (i) débitos tributários vencidos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS; (ii) débitos decorrentes da legislação do trabalho, no valor de 30 salários mínimos; (iii) débitos com os sócios da massa falida X; e (iv) remuneração devida ao administrador da massa. Em tal quadro, assinale a afirmativa correta. A) O débito de natureza tributária será pago em primeiro lugar. B) O débito de natureza tributária será pago em segundo lugar. C) O débito de natureza tributária será pago em terceiro lugar. D) O débito de natureza tributária será pago em quarto lugar. Comentários: CTN Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho. Parágrafo único. Na falência: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho; e (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. A) Errado Os créditos que possuem preferência sobre todos os outros são os créditos decorrentes de legislação trabalhista. B) Errado O crédito tributário deve ser pago em 3º lugar, de acordo com os débitos devidos pela massa falida em questão. C) Correto O crédito tributário deve ser pago em 3º lugar, de acordo com os débitos devidos pela massa falida em questão. D) Errado O crédito tributário deve ser pago em 3º lugar, de acordo com os débitos devidos pela massa falida em questão. Gabarito: Alternativa C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 24 O laboratório de análises clínicas X realizou a importação de equipamento eletrônico necessário para a realização de alguns exames. Por ocasião dodesembaraço aduaneiro, foi-lhe exigido o pagamento de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), cuja base de cálculo correspondia a 150% do preço corrente do equipamento no mercado atacadista da praça do remetente, acrescido do Imposto de Importação (II), das taxas exigidas para a entrada do produto no país e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo laboratório. Sobre a exigência feita, assinale a afirmativa correta. A) É ilegal, pois, além dos acréscimos, a base de cálculo está sendo de 150% do preço corrente do equipamento no mercado atacadista da praça do remetente. B) É ilegal, pois a base de cálculo está incluindo o montante correspondente ao imposto de importação. C) É ilegal, pois a base de cálculo está incluindo o montante correspondente às taxas exigidas para a entrada do produto no país. D) É ilegal, pois a base de cálculo está incluindo o montante correspondente aos encargos cambiais efetivamente pagos pelo laboratório. Comentários: Art. 47. A base de cálculo do imposto é: I - no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, como definido no inciso II do artigo 20, acrescido do montante: a) do imposto sobre a importação; b) das taxas exigidas para entrada do produto no País; c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis; II - no caso do inciso II do artigo anterior: a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria; b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente; III - no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação. A) Correto A base de cálculo para o imposto deve ser o valor normal e não 150% do valor corrente. B) Errado A questão não fala que o IPI está incluso nos 150% e sim é adicionado posteriormente. C) Errado As taxas não foram incluídas, o problema está na adição de uma base de cálculo maior do que a lei exige. D) Errado O caso em tela não menciona em nenhum momento tal informação. Gabarito: Alternativa A Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 25 A pessoa jurídica XYZ, prestadora de serviços contábeis, é devedora de Imposto sobre a Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), além de multa moratória e punitiva, dos anos-calendário de 2014 e 2015. No ano de 2016, a pessoa jurídica XYZ foi incorporada pela pessoa jurídica ABC, também prestadora de serviços contábeis. Sobre a responsabilidade tributária da pessoa jurídica ABC, assinale a afirmativa correta. A) Ela é responsável apenas pelo IRPJ devido, não sendo responsável pelo pagamento das multas moratória e punitiva. B) Ela é responsável integral, tanto pelo pagamento do IRPJ devido quanto pelas multas moratória e punitiva. C) Ela não é responsável pelo pagamento do IRPJ e das multas moratória e punitiva, uma vez que não praticou o fato gerador do tributo. D) Ela é responsável apenas pelo IRPJ e pela multa moratória, não sendo responsável pelo pagamento da multa punitiva. Comentários CTN Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual. Súmula 554 do STJ: Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão. A) Errado De acordo com o art. 132 do CTN, a empresa que incorpora outra é responsável integral pelos seus débitos e créditos. B) Correto Ela é responsável integral, tanto pelo pagamento do IRPJ devido quanto pelas multas moratória e punitiva. C) Errado Ao incorporar a empresa, seus débitos e créditos também são incorporados de maneira integral. D) Errado Ela é responsável pela totalidade dos débitos. Gabarito: Alternativa A. Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca e Jurisprudência. Questão 26 O Estado E publicou a Lei nº 123, instituindo anistia relativa às infrações cometidas em determinada região de seu território, em função de condições a ela peculiares. Diante desse fato, o contribuinte C apresentou requerimento para a concessão da anistia, comprovando o preenchimento das condições e o cumprimento dos requisitos previstos em lei. Efetivada a anistia por despacho da autoridade administrativa, verificou-se o descumprimento, por parte do contribuinte, das condições estabelecidas em lei, gerando a revogação da anistia de ofício. Diante da situação apresentada, assinale a afirmativa correta. A) A anistia instituída pela Lei nº 123 é inviável, pois a anistia deve abranger todo o território da entidade tributante. B) Não é possível a revogação da anistia, pois o preenchimento das condições e o cumprimento dos requisitos previstos em lei, por parte do contribuinte, geram direito adquirido. C) A anistia instituída pela Lei nº 123 é inviável, pois a anistia somente pode ser concedida em caráter geral. D) É possível a revogação da anistia, pois o despacho da autoridade administrativa efetivando a anistia não gera direito adquirido. Comentários: CTN Art. 181. A anistia pode ser concedida: I - em caráter geral; II - limitadamente: a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo; b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza; c) a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares; d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa. Art. 182. A anistia, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com a qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua concessão. Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando- se, quando cabível, o disposto no artigo 155. A) Errado De acordo com o art 181 alínea c do CTN, a anistia pode ser destinada a determinada fração do território. B) Errado Como versa o parágrafo único do art. 182, quando não concedida em despacho geral, a anistia não gera direito adquirido. C) Errado A anistia pode acontecer em caráter geral, e em caráter local. D) Correto Como se trata de anistia direcionada, cada contribuinte deve preencher os requisitos e a autoridade administrativa concede individualmente a anistia. Devido ao fato do não preenchimento dos requisitos a autoridade pode sim revogar administrativamente a anistia. Gabarito: Alternativa D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca DIREITO ADMINISTRATIVO Questão 27 O Estado Alfa, mediante a respectiva autorização legislativa, constituiu uma sociedade de economia mista para o desenvolvimento de certa atividade econômica de relevante interesse coletivo. Acerca do Regime de Pessoal de tal entidade, integrante da Administração Indireta, assinale a afirmativa correta. A) Por se tratar de entidade administrativa que realiza atividade econômica, não será necessária a realização de concurso público para a admissão de pessoal, bastando processoCientes do evento, Raul, Francisco e Caetano decidem participar como membros efetivos da Conferência. Raul, advogado, é conselheiro de certo Conselho Seccional da OAB. Francisco é advogado, regularmente inscrito na OAB, e não exerce previamente função junto a qualquer órgão da instituição. Caetano é estagiário, regularmente inscrito como tal junto à OAB, e também não exerce previamente função em nenhum de seus órgãos. Considerando o disposto no Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta. A) Raul participará como membro efetivo da Conferência Nacional da Advocacia Brasileira, caso em que terá direito a voto. Os demais, mesmo inscritos na Conferência, poderão participar apenas como convidados ou ouvintes, sem direito a voto. B) Francisco, se inscrito, e Raul participarão como membros efetivos da Conferência Nacional da Advocacia Brasileira. Porém, o direito a voto é conferido apenas a Raul. Caetano, ainda que inscrito na conferência, somente poderá participar como ouvinte. C) Francisco e Caetano, se inscritos na Conferência Nacional da Advocacia Brasileira, dela participarão como membros efetivos, mas o direito a voto é conferido apenas a Francisco. Raul fica impedido de participar como membro efetivo da conferência, tendo em vista que já exerce função em órgão da OAB. D) Raul participará como membro efetivo da Conferência Nacional da Advocacia Brasileira. Do mesmo modo, Francisco e Caetano, se inscritos na conferência, poderão participar como membros efetivos, permitindo-se, aos três, o direito a voto. Comentário: A) Errado Raul participará como membro efetivo da Conferência Nacional da Advocacia Brasileira. Do mesmo modo, Francisco e Caetano, se inscritos na conferência, poderão participar como membros efetivos, permitindo-se, aos três, o direito a voto, de conformidade com o art. 146 do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB. B) Errado Segundo o art. 146 do Regulamento Geral, Raul participará como membro efetivo da Conferência Nacional da Advocacia Brasileira. Do mesmo modo, Francisco e Caetano, se inscritos na conferência, poderão participar como membros efetivos, permitindo-se, aos três, o direito a voto. C) Errado Raul participará como membro efetivo da Conferência Nacional da Advocacia Brasileira. Do mesmo modo, Francisco e Caetano, se inscritos na conferência, poderão participar como membros efetivos, permitindo-se, aos três, o direito a voto, nos moldes do art. 146 do Regulamento Geral. D) Correto A teor do art. 146 do Regulamento Geral, “são membros das Conferências: I – efetivos: os Conselheiros e Presidentes dos órgãos da OAB presentes, os advogados e estagiários inscritos na Conferência, todos com direito a voto”. Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca FILOSOFIA DO DIREITO Questão 10 Um sério problema com o qual o advogado pode se deparar ao lidar com o ordenamento jurídico é o das antinomias. Segundo Norberto Bobbio, em seu livro Teoria do Ordenamento Jurídico, são necessárias duas condições para que uma antinomia ocorra. Assinale a opção que, segundo o autor da obra em referência, apresenta tais condições. A) As duas normas em conflito devem pertencer ao mesmo ordenamento; as duas normas devem ter o mesmo âmbito de validade, seja temporal, espacial, pessoal ou material. B) Ambas as normas devem ter procedido da mesma autoridade legislativa; as duas normas em conflito não devem dispor sobre uma mesma matéria. C) Ocorre no âmbito do processo judicial quando há uma divergência entre a decisão de primeira instância e a decisão de segunda instância ou quando um tribunal superior de natureza federal confirma a decisão de segunda instância. D) As duas normas aplicáveis não apresentam uma solução satisfatória para o caso; as duas normas não podem ser integradas mediante recurso a analogia ou costumes. Comentário: A) Correto De acordo Norberto Bobbio em sua obra Teoria do ordenamento jurídico (p. 86), a antinomia constitui a situação na qual existem duas normas, em que uma obriga e outra proíbe, ou uma obriga e a outra permite, ou uma proíbe e a outra permite o mesmo comportamento: As duas normas devem pertencer ao mesmo ordenamento. O problema da antinomia entre duas normas pertencentes a diferentes ordenamentos nasce quando eles não são independentes entre si, mas se encontram em um relacionamento qualquer que pode ser de coordenação ou de subordinação [...] As duas normas devem ter o mesmo âmbito de validade. Distinguem-se quatro âmbitos de validade de uma norma: temporal, espacial, pessoal e material (p. 87). B) Errado As normas em conflito apenas entrarão em conflito caso disponham sobre a mesma matéria, seja em que uma obriga e outra proíbe, ou uma obriga e a outra permite, ou uma proíbe e a outra permite o mesmo comportamento. C) Errado A teoria de Bobbio gira em torno do ordenamento jurídico e suas engrenagens, não do processo judicial. D) Errado Não se trata da ausência de regulação do caso pela norma, mas de antinomia, ou seja, duas normas que regulam o mesmo comportamento em dissonância. Gabarito: A Fonte de conhecimento jurídico: Doutrina Questão 11 A principal tese sustentada pelo paradigma do positivismo jurídico é a validade da norma jurídica, independentemente de um juízo moral que se possa fazer sobre o seu conteúdo. No entanto, um dos mais influentes filósofos do direito juspositivista, Herbert Hart, no seu pós-escrito ao livro O Conceito de Direito, sustenta a possibilidade de um positivismo brando, eventualmente chamado de positivismo inclusivo ou soft positivism. Assinale a opção que apresenta, segundo o autor na obra em referência, o conceito de positivismo brando. A) O reconhecimento da existência de normas de direito natural e de que tais normas devem preceder às normas de direito positivo sempre que houver conflito entre elas. B) A jurisprudência deve ser considerada como fonte do direito da mesma forma que a lei, de maneira a produzir uma equivalência entre o sistema de common law ou de direito consuetudinário e sistema de civil law ou de direito romano-germânico. C) O positivismo brando ocorre no campo das ciências sociais, não possuindo, portanto, o mesmo rigor científico exigido no campo das ciências da natureza. D) A possibilidade de que a norma de reconhecimento de um ordenamento jurídico incorpore, como critério de validade jurídica, a obediência a princípios morais ou valores substantivos. Comentário: A) Errado De acordo com Hebert Hart, o positivismo “moderado” pode ser entendido como aquele que acata a possibilidade de que a norma de reconhecimento de um ordenamento jurídico incorpore, como critério de validade jurídica, a obediência a princípios morais ou valores substantivos. De acordo com Hart em seu pós-escrito (p. 312): Em primeiro lugar, ignora (Dworkin) o meu reconhecimento explícito de que a regra de reconhecimento pode incorporar, como critérios de validade jurídica, a conformidade com princípios morais ou com valores substantivos; por isso a minha doutrina é aquilo que tem sido designado como ‘positivismo moderado’ e não, como na versão de Dworkin acerca da mesma, positivismo meramente factual. B) Errado De acordo com Hebert Hart, o positivismo “moderado” pode ser entendido como aquele que acata a possibilidade de que a norma de reconhecimento de um ordenamento jurídico incorpore, como critério de validade jurídica, a obediência a princípios morais ou valores substantivos. De acordo com Hart em seu pós-escrito (p. 312): Em primeiro lugar, ignora (Dworkin) o meu reconhecimento explícito de que a regra de reconhecimento pode incorporar, como critérios de validade jurídica, a conformidade com princípios moraisseletivo simplificado, mediante análise de currículo. B) É imprescindível a realização de concurso público para o provimento de cargos e empregos em tal entidade administrativa, certo que os servidores ou empregados regularmente nomeados poderão alcançar a estabilidade mediante o preenchimento dos requisitos estabelecidos na Constituição da República. C) Deve ser realizado concurso público para a contratação de pessoal por tal entidade administrativa, e a remuneração a ser paga aos respectivos empregados não pode ultrapassar o teto remuneratório estabelecido na Constituição da República, caso sejam recebidos recursos do Estado Alfa para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. D) A entidade administrativa poderá optar entre o regime estatutário e o regime de emprego público para a admissão de pessoal, mas, em qualquer dos casos, deverá realizar concurso público para a seleção de pessoal. Comentários: CF Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. A) Errada A obrigatoriedade de concurso público se dá tanto na Administração Direta quanto na Administração Indireta. Conforme exposto no art.37, inciso II da CF/88. B) Errada Os empregados públicos são regidos pela CLT e não gozam do direito a estabilidade dos servidores estatutários da Administração Direita. C) Correto Todos os indivíduos que compõe a Administração Pública, devem ser submeter ao teto constitucional. As Empresas públicas não estão obrigadas a submeter seus funcionários ao teto constitucional, exceto nos casos em que a empresa recebe verba diretamente de um ente federado, como pontuado pela questão. D) Errada A empresa não pode optar pela modalidade de integração dos funcionários. Para prover cargos em empresa pública, devem ser admitidos em regime de empregado público e não em regime de servidor estatutário. Gabarito: Alternativa C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 28 Após a Polícia Federal colher farto material probatório, o Ministério Público denunciou Ricardo, servidor público federal estável, por crime funcional e comunicou o fato às autoridades competentes para eventual apuração administrativa. Antes do recebimento da denúncia, diante da vasta documentação que demonstrava a materialidade de violação de dever funcional remetida para a Administração, foi instaurado o processo administrativo disciplinar, sem a realização de sindicância, que, mediante regular processamento do inquérito administrativo, culminou na aplicação da pena de demissão de Ricardo. Sobre a situação hipotética narrada, assinale a afirmativa correta. A) Ricardo não poderia ser demitido sem a realização de sindicância, que é procedimento prévio imprescindível para a instauração de processo administrativo disciplinar. B) O recebimento da denúncia deveria ter suspendido o processo administrativo disciplinar contra Ricardo, e o prosseguimento de tal apuração só poderia ocorrer após a conclusão do Juízo criminal. C) O processo administrativo disciplinar instaurado contra Ricardo é nulo, pois não é cabível a utilização de prova produzida para a apuração criminal. D) A hipótese não apresenta qualquer nulidade que contamine o processo administrativo disciplinar instaurado contra Ricardo. Comentários: LEI 8.112/90 Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si. Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa. Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar. A) Errado Não existe obrigatoriedade de instalação de sindicância previa para que seja instaurado o Processo Administrativo Disciplinar. No caso de demissão se faz necessário apenas o processo administrativo disciplinar. B) Errada Os servidores públicos podem ser punidos tanto na esfera criminal, civil quanto administrativa, pelo mesmo fato. A responsabilidade deve ser apurada no caso em concreto, onde cada esfera enseje a sua própria diligencia. Vale destacar que apensa em caso de absolvição na esfera criminal, o servidor deverá ser absolvido também na esfera administrativa, como expõe o art. 126 da Lei 8.112/90 C) Errado A jurisprudência dos tribunais superiores já pacificou que é possível tomar emprestado as provas de processo criminal, para utilização em processo administrativo. D) Correto A hipótese não apresenta qualquer nulidade que contamine o processo administrativo disciplinar instaurado contra Ricardo. Gabarito: Alternativa D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 29 O Estado Alfa, com o objetivo de articular a prestação dos serviços de saneamento básico entre municípios limítrofes, instituiu uma região metropolitana, de modo a promover a organização, o planejamento e a execução de tais atividades de interesse comum. Acerca da criação de regiões metropolitanas para a realização de serviços públicos, assinale a afirmativa correta. A) A instituição de região metropolitana para a organização, o planejamento e a execução dos serviços públicos é de competência do Estado Alfa, por meio de lei complementar. B) A organização, o planejamento e a execução dos serviços de saneamento básico entre municípios limítrofes deveria, necessariamente, ser promovida por meio de consórcio público. C) A competência para a criação de regiões metropolitanas é exclusiva da União, sob pena de violar a autonomia dos municípios que seriam por elas alcançados. D) A criação da região metropolitana pretendida pelo Estado Alfa não é possível, diante da ausência de previsão para tanto no nosso ordenamento jurídico. Comentários: CF Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. (...) § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. A) Correto Nos termos do art. 25 §3º da CF, os Estados tem a prerrogativa de instituir regiões metropolitanas, através de lei complementar. B) Errado Não existe nenhum tipo de previsão legal, que exija a formação de consórcio público para o saneamento básico. C) Errado Como exposto anteriormente, a competência para a criação de regiões metropolitanas é dos Estados, e não da União. D)Errado A previsão legal existe no art. 25 §3º da CF. Gabarito: Alternativa A Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 30 O Ministério Público estadual ajuizou ação civil pública por improbidade em desfavor de Odorico, prefeito do Município Beta, perante o Juízo de 1º grau. Após os devidos trâmites e do recebimento da inicial, surgiram provas contundentes de que Odorico se utilizava da máquina administrativa para intimidar servidores e prejudicar o andamento das investigações, razão pela qual o Juízo de 1º grau determinou o afastamento cautelar do chefe do Poder Executivo municipal pelo prazo de sessenta dias. Nesse caso, o Juízo de 1º grau A) não poderia ter dado prosseguimento ao feito, na medida em que Odorico é agente político e, por isso, não responde com base na lei de improbidade, mas somente na esfera política, por crime de responsabilidade. B) não tem competência para o julgamento da ação civil pública por improbidade ajuizada em face de Odorico, ainda que o agente tenha foro por prerrogativa junto ao respectivo Tribunal de Justiça estadual. C) não poderia ter determinado o afastamento cautelar de Odorico, pois a perda da função pública só se efetiva com o trânsito em julgado da sentença condenatória. D) agiu corretamente ao determinar o afastamento cautelar de Odorico, que, apesar de constituir medida excepcional, cabe quando o agente se utiliza da máquina administrativa para intimidar servidores e prejudicar o andamento do processo. Comentários: A) Errado O entendimento atual dos tribunais superiores é no sentido de que os agentes políticos podem sim ser enquadrados na lei de improbidade administrativa. Por se tratarem de leis que disciplinam questões distintas, os agentes políticos podem ser enquadrados na lei de responsabilidade e na de improbidade administrativa. B) Errado Não existe foro por prerrogativa de função para os casos que tratam de improbidade administrativa. C) Errado Por não se tratar de sanção, e sim de medida acauteladora, o afastamento é medida eficaz para preservar o bom andamento da ação. D) Correto Existe o cabimento de medida cautelar, como a aplicada a Odorico, para impedir que o mesmo se utilize da máquina administrativa pra obstruir o processo. Gabarito: Alternativa D Fonte de conhecimento jurídico: Jurisprudência. Questão 31 O Estado “X” pretende fazer uma reforma administrativa para cortar gastos. Com esse intuito, espera concentrar diversas secretarias estaduais em um mesmo prédio, mas não dispõe de um imóvel com a área necessária. Após várias reuniões com a equipe de governo, o governador decidiu desapropriar, por utilidade pública, um enorme terreno de propriedade da União para construir o edifício desejado. Sobre a questão apresentada, assinale a afirmativa correta. A) A União pode desapropriar imóveis dos Estados, atendidos os requisitos previstos em lei, mas os Estados não podem desapropriar imóveis da União. B) Para que haja a desapropriação pelo Estado “X”, é imprescindível que este ente federado demonstre, em ação judicial, estar presente o interesse público. C) A desapropriação é possível, mas deve ser precedida de autorização legislativa dada pela Assembleia Legislativa. D) A desapropriação é possível, mas deve ser precedida de autorização legislativa dada pelo Congresso Nacional. Comentários: DECRETO-LEI Nº 3.365/41 Art. 2º Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios. (...) § 2º Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato deverá preceder autorização legislativa. A) Correto A desapropriação segue em hierarquia, desde a União que não pode ter nenhum de seus bens desapropriados pelos entes subnacionais, até os municípios que só podem promover desapropriações dentro dos seus territórios, desde que não sejam bens do patrimônio da União e dos Estados. B) Errado Não é necessária a ação judicial, e sim a autorização legislativa. C) Errado Não existe previsão legal nesse sentido. D) Errado O congresso não pode autorizar desapropriações em favor de ente federado que não a própria União. Gabarito: Alternativa A Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 32 Ao realizar uma auditoria interna, certa entidade administrativa federal, no exercício da autotutela, verificou a existência de um ato administrativo portador de vício insanável, que produz efeitos favoráveis para a sociedade Tudo beleza S/A, a qual estava de boa fé. O ato foi praticado em 10 de fevereiro de 2012. Em razão disso, em 17 de setembro de 2016, a entidade instaurou processo administrativo, que, após o exercício da ampla defesa e do contraditório, culminou na anulação do ato em 05 de junho de 2017. Com relação ao transcurso do tempo na mencionada situação hipotética, assinale a afirmativa correta. A) Não há decadência do direito de anular o ato eivado de vício, considerando que o processo que resultou na invalidação foi instaurado dentro do prazo de 5 (cinco) anos. B) Consumou-se o prazo prescricional de 5 (cinco) anos para o exercício do poder de polícia por parte da Administração Pública federal. C) O transcurso do tempo não surte efeitos no caso em questão, considerando que a Administração pode anular seus atos viciados a qualquer tempo. D) Consumou-se a decadência para o exercício da autotutela, pois, entre a prática do ato e a anulação, transcorreram mais de 5 (cinco) anos. Comentários: Lei 9.784/99 Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. § 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. § 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato. A) Correto Não ocorre decadência, pois a Administração pública anulou o ato dentro do prazo de 5 anos, como exposto no art. 54 da Lei 9.784/99. B) Errada O prazo prescricional não correu completamente, sendo assim a Administração ainda está possibilitada de anular o ato. Pois iniciou o processo de anulação antes do prazo de 5 anos. C) Errada A administração em regra possui 5 anos para anular os próprios atos, no entanto se configurando má-fé, não existe prazo decadencial para a Administração anular o ato. D) Errada Os atos para a invalidação do ato ocorreram antes do prazo de 5 anos. Gabarito: Alternativa A Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. DIREITO AMBIENTAL Questão 33 O Município de Fernandópolis, que já possui aterro sanitário, passa por uma grave crise econômica. Diante disso, o prefeito solicita auxílio financeiro do Governo Federal para implantar a coleta seletiva de resíduos sólidos, que contará com a participação de associação de catadores de materiais recicláveis. Sobre o auxílio financeiro tratado, assinale a afirmativa correta. A) Não será possível o auxílio financeiro, sob pena de violação ao princípio da isonomia com relação aos demais entes da Federação. B) Não será possível o auxílio financeiro, uma vez que a coleta seletiva de resíduos sólidos do Município de Fernandópolis está sendo realizada parcialmente por associação privada. C) O auxílio financeiro é possível, desde que o Município possua até 20 mil habitantes ou seja integrante de área de especial interesse turístico. D) O auxílio financeiro é possível, desde que o Municípioelabore plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos. Comentário: A fim de responder corretamente a questão, deve-se atentar ao art. 18 da Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010): Art. 18. A elaboração de plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, nos termos previstos por esta Lei, é condição para o Distrito Federal e os Municípios terem acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade. §1º Serão priorizados no acesso aos recursos da União referidos no caput os Municípios que: I - optarem por soluções consorciadas intermunicipais para a gestão dos resíduos sólidos, incluída a elaboração e implementação de plano intermunicipal, ou que se inserirem de forma voluntária nos planos microrregionais de resíduos sólidos referidos no § 1o do art. 16; II - implantarem a coleta seletiva com a participação de cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda. §2º Serão estabelecidas em regulamento normas complementares sobre o acesso aos recursos da União na forma deste artigo. A) Errado Como visto no art. 18 da lei supracitada, contrariamente ao que alega a alternativa, o auxílio financeiro será, sim, possível, desde que para isso o Município elabore plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos. B) Errado Como visto no art. 18 da lei supracitada, contrariamente ao que alega a alternativa, o auxílio financeiro será, sim, possível, desde que para isso o Município elabore plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos. C) Errado Contrariamente ao texto da alternativa, não há requisito de até 20 mil habitantes ou seja integrante de área de especial interesse turístico no município para que seja implementado o auxílio financeiro. D) Correto Como pode ser visto no artigo supracitado, o auxílio financeiro é possível, desde que o Município elabore plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos. Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca Questão 34 A Lei Federal nº 123, de iniciativa parlamentar, estabelece regras gerais acerca do parcelamento do solo urbano. Em seguida, a Lei Municipal nº 147 fixa área que será objeto do parcelamento, em função da subutilização de imóveis. Inconformado com a nova regra, que atinge seu imóvel, Carlos procura seu advogado para que o oriente sobre uma possível irregularidade nas novas regras. Considerando a hipótese, acerca da Lei Federal nº 123, assinale a afirmativa correta. A) É formalmente inconstitucional, uma vez que é competência dos municípios legislar sobre política urbana. B) É formalmente inconstitucional, uma vez que a competência para iniciativa de leis sobre política urbana é privativa do Presidente da República. C) Não possui vício de competência, já que a Lei Municipal nº 147 é inconstitucional, sendo da competência exclusiva da União legislar sobre política urbana. D) Não possui vício de competência, assim como a Lei Municipal nº 147, sendo ainda de competência dos municípios a execução da política urbana. Comentário: A fim de responder corretamente a questão, deve-se atentar à leitura do art. 182 da Constituição Federal: Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. § 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: (...) A) Errado Como visto no artigo supracitado, contrariamente ao que alega a alternativa, a Lei Federal nº 123 não é inconstitucional, assim como a Lei Municipal nº 147, sendo ainda de competência dos municípios a execução da política urbana. B) Errado Como visto no artigo supracitado, contrariamente ao que alega a alternativa, a Lei Federal nº 123 não possui vício de competência, assim como a Lei Municipal nº 147, sendo ainda de competência dos municípios a execução da política urbana. C) Errado Contrariamente ao que alega a alternativa, a Lei Municipal nº 147 não é inconstitucional. D) Correto Considerando a hipótese, pode-se dizer que a Lei Federal nº 123 não possui vício de competência, assim como a Lei Municipal nº 147, sendo ainda de competência dos municípios a execução da política urbana. Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca DIREITO CIVIL Questão 35 Cássio, mutuante, celebrou contrato de mútuo gratuito com Felipe, mutuário, cujo objeto era a quantia de R$ 5.000,00, em 1º de outubro de 2016, pelo prazo de seis meses. Foi combinado que a entrega do dinheiro seria feita no parque da cidade. No entanto, Felipe, após receber o dinheiro, foi furtado no caminho de casa. Em 1º de abril de 2017, Cássio telefonou para Felipe para combinar o pagamento da quantia emprestada, mas este respondeu que não seria possível, em razão da perda do bem por fato alheio à sua vontade. Acerca dos fatos narrados, assinale a afirmativa correta. A) Cássio tem direito à devolução do dinheiro, ainda que a perda da coisa não tenha sido por culpa do devedor, Felipe. B) Cássio tem direito à devolução do dinheiro e ao pagamento de juros, ainda que a perda da coisa não tenha sido por culpa do devedor, Felipe. C) Cássio tem direito somente à devolução de metade do dinheiro, pois a perda da coisa não foi por culpa do devedor, Felipe. D) Cássio não tem direito à devolução do dinheiro, pois a perda da coisa não foi por culpa do devedor, Felipe. Comentários: Código Civil Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade. Art. 587. Este empréstimo transfere o domínio da coisa emprestada ao mutuário, por cuja conta correm todos os riscos dela desde a tradição. Art. 591. Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos juros, os quais, sob pena de redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406, permitida a capitalização anual. A) Correto Apesar de Felipe não ter dado causa a perda do dinheiro, Felipe era responsável pelo domínio da coisa, e sendo assim deve arcar com o ônus da sua subtração. B) Errado Cássio possui sim o direito à devolução do dinheiro. Apesar disso, devido ao fato do mútuo ser gratuito, Cássio não tem direito de receber juros. C) Errado Apesar de não possuir culpa, Felipe tem a obrigação de restituir Cássio, pois após a tradição todos os custos correm as expensas do devedor. D) Errado Apesar de não possuir culpa, Felipe tem a obrigação de restituir Cássio, pois após a tradição todos os custos correm às expensas do devedor. Gabarito: Alternativa A Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 36 À vista de todos e sem o emprego de qualquer tipo de violência, o pequeno agricultor Joventino adentra terreno vazio, constrói ali sua moradia e uma pequena horta para seu sustento, mesmo sabendo que o terreno é de propriedade de terceiros. Sem ser incomodado, exerce posse mansa e pacífica por 2 (dois) anos, quando é expulso por um grupo armado comandado por Clodoaldo, proprietário do terreno, que só tomou conhecimento da presença deJoventino no imóvel no dia anterior à retomada. Diante do exposto, assinale a afirmativa correta. A) Como não houve emprego de violência, Joventino não pode ser considerado esbulhador. B) Clodoaldo tem o direito de retomar a posse do bem mediante o uso da força com base no desforço imediato, eis que agiu imediatamente após a ciência do ocorrido. C) Tendo em vista a ocorrência do esbulho, Joventino deve ajuizar uma ação possessória contra Clodoaldo, no intuito de recuperar a posse que exercia. D) Na condição de possuidor de boa-fé, Joventino tem direito aos frutos e ao ressarcimento das benfeitorias realizadas durante o período de exercício da posse. Comentários: Código Civil: Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. § 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. A) Errado Apesar de não empregar violência, Joventino pode ser considerado esbulhador. B) Errado Clodoaldo enquanto proprietário só pode tomar medidas proporcionais para a retomada da posse. No caso em tela, Clodoaldo usou medidas desproporcionais e excessivas a fim de restituir a sua posse. C) Correto Tendo em vista a ocorrência do esbulho, Joventino deve ajuizar uma ação possessória contra Clodoaldo, no intuito de recuperar a posse que exercia. D) Errado Por ser possuidor de má-fé Joventino não tem direito aos frutos e aos ressarcimentos das benfeitorias realizadas durante o período de exercício da posse. Gabarito: C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 37 Arlindo e Berta firmam pacto antenupcial, preenchendo todos os requisitos legais, no qual estabelecem o regime de separação absoluta de bens. No entanto, por motivo de saúde de um dos nubentes, a celebração civil do casamento não ocorreu na data estabelecida. Diante disso, Arlindo e Berta decidem não se casar e passam a conviver maritalmente. Após cinco anos de união estável, Arlindo pretende dissolver a relação familiar e aplicar o pacto antenupcial, com o objetivo de não dividir os bens adquiridos na constância dessa união. Nessas circunstâncias, o pacto antenupcial é A) válido e ineficaz. B) válido e eficaz. C) inválido e ineficaz. D) inválido e eficaz. Comentários: Código Civil: Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento. A) Correto O pacto antenupcial é válido e ineficaz. B) Errado Apesar de válido, o pacto se torna ineficaz com a não realização do casamento. C) Errado O Pacto é válido por ter seguido as normas legais e ser celebrado em cartório. No entanto, a não realização do casamento, retira a sua eficácia. D) Errado O Pacto é válido por ter seguido as normas legais e ser celebrado em cartório. No entanto, a não realização do casamento, retira a sua eficácia. Gabarito: A Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca Questão 38 Juliana, por meio de contrato de compra e venda, adquiriu de Ricardo, profissional liberal, um carro seminovo (30.000km) da marca Y pelo preço de R$ 24.000,00. Ficou acertado que Ricardo faria a revisão de 30.000km no veículo antes de entregá-lo para Juliana no dia 23 de janeiro de 2017. Ricardo, porém, não realizou a revisão e omitiu tal fato de Juliana, pois acreditava que não haveria qualquer problema, já que, aparentemente, o carro funcionava bem. No dia 23 de fevereiro de 2017, Juliana sofreu acidente em razão de defeito no freio do carro, com a perda total do veículo. A perícia demostrou que a causa do acidente foi falha na conservação do bem, tendo em vista que as pastilhas do freio não tinham sido trocadas na revisão de 30.000km, o que era essencial para a manutenção do carro. Considerando os fatos, assinale a afirmativa correta. A) Ricardo não tem nenhuma responsabilidade pelo dano sofrido por Juliana (perda total do carro), tendo em vista que o carro estava aparentemente funcionando bem no momento da tradição. B) Ricardo deverá ressarcir o valor das pastilhas de freio, nada tendo a ver com o acidente sofrido por Juliana. C) Ricardo é responsável por todo o dano sofrido por Juliana, com a perda total do carro, tendo em vista que o perecimento do bem foi devido a vício oculto já existente ao tempo da tradição. D) Ricardo deverá ressarcir o valor da revisão de 30.000km do carro, tendo em vista que ela não foi realizada conforme previsto no contrato. Comentários: Código Civil: Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato. Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição. A) Errado Como o bem já se encontrava com vício oculto no momento da tradição, Ricardo tem responsabilidade pelo dano sofrido. B) Errado Ricardo deve ressarcir todo o dano, em razão do perecimento do bem fruto de vício oculto. C) Correto Ricardo é responsável por todo o dano sofrido por Juliana, com a perda total do carro, tendo em vista que o perecimento do bem foi devido a vício oculto já existente ao tempo da tradição. D) Errado Ricardo deve ressarcir todo o dano, em razão do perecimento do bem fruto de vício oculto. Gabarito: C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 39 Paulo, viúvo, tinha dois filhos: Mário e Roberta. Em 2016, Mário, que estava muito endividado, cedeu para seu amigo Francisco a quota-parte da herança a que fará jus quando seu pai falecer, pelo valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), pago à vista. Paulo falece, sem testamento, em 2017, deixando herança líquida no valor de R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais). Sobre a partilha da herança de Paulo, assinale a afirmativa correta. A) Francisco não será contemplado na partilha porque a cessão feita por Mário é nula, razão pela qual Mário e Roberta receberão, cada um, R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). B) Francisco receberá, por força da partilha, R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), Mário ficará com R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) e Roberta com R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). C) Francisco e Roberta receberão, cada um, por força da partilha, R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) e Mário nada receberá. D) Francisco receberá, por força da partilha, R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), Roberta ficará com R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) e Mário nada receberá. Comentários: Código Civil: Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva. A) Correto Segundo o art. 426 do CC, não se pode ter como herança objeto de pessoa viva. Sendo assim, Francisco nada deve receber em função da cessão. B) Errado A cessão feita por Mário é nula, pois se trata de objeto de pessoa viva. Mario deve receber R$ 1.500,000,00 da herança, com a morte do seu pai. C) Errado Mário é Roberta devem receber 50% da herança cada um, e Francisco nada receberá. D) Errado Mário é Roberta devemreceber 50% da herança cada um, e Francisco nada receberá. Gabarito: Alternativa A Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 40 Em ação judicial na qual Paulo é réu, levantou-se controvérsia acerca de seu domicílio, relevante para a determinação do juízo competente. Paulo alega que seu domicílio é a capital do Estado do Rio de Janeiro, mas o autor sustenta que não há provas de manifestação de vontade de Paulo no sentido de fixar seu domicílio naquela cidade. Sobre o papel da vontade nesse caso, assinale a afirmativa correta. A) Por se tratar de um fato jurídico em sentido estrito, a vontade de Paulo na fixação de domicílio é irrelevante, uma vez que não é necessário levar em consideração a conduta humana para a determinação dos efeitos jurídicos desse fato. B) Por se tratar de um ato-fato jurídico, a vontade de Paulo na fixação de domicílio é irrelevante, uma vez que, embora se leve em consideração a conduta humana para a determinação dos efeitos jurídicos, não é exigível manifestação de vontade. C) Por se tratar de um ato jurídico em sentido estrito, embora os seus efeitos sejam predeterminados pela lei, a vontade de Paulo na fixação de domicílio é relevante, no sentido de verificar a existência de um ânimo de permanecer naquele local. D) Por se tratar de um negócio jurídico, a vontade de Paulo na fixação de domicílio é relevante, já que é a manifestação de vontade que determina quais efeitos jurídicos o negócio irá produzir. Comentários: A) Errado Justamente por se tratar de fato jurídico em sentido estrito, que a vontade de Paulo na fixação do domicílio, se mostra relevante. B) Errado Justamente por se tratar de fato jurídico em sentido estrito, que a vontade de Paulo na fixação do domicílio, se mostra relevante. Além do fato da declaração de vontade ser predeterminada por lei. C) Correto Por se tratar de um ato jurídico em sentido estrito, embora os seus efeitos sejam predeterminados pela lei, a vontade de Paulo na fixação de domicílio é relevante, no sentido de verificar a existência de um ânimo de permanecer naquele local. D) Errado Não se relaciona com o negócio jurídico, e sim com o ato jurídico em si, o que torna a vontade de Paulo relevante na fixação do domicílio. Gabarito: Alternativa C Fonte de conhecimento jurídico: Doutrina Questão 41 Em um bazar beneficente, promovido por Júlia, Marta adquiriu um antigo faqueiro, praticamente sem uso. Acreditando que o faqueiro era feito de prata, Marta ofereceu um preço elevado sem nada perguntar sobre o produto. Júlia, acreditando no espírito benevolente de sua vizinha, prontamente aceitou o preço oferecido. Após dois anos de uso constante, Marta percebeu que os talheres começaram a ficar manchados e a se dobrarem com facilidade. Consultando um especialista, ela descobre que o faqueiro era feito de uma liga metálica barata, de vida útil curta, e que, com o uso reiterado, ele se deterioraria. De acordo com o caso narrado, assinale a afirmativa correta. A) A compra e venda firmada entre Marta e Júlia é nula, por conter vício em seu objeto, um dos elementos essenciais do negócio jurídico. B) O negócio foi plenamente válido, considerando ter restado comprovado que Júlia não tinha qualquer motivo para suspeitar do engano de Marta. C) O prazo decadencial a ser observado para que Marta pretenda judicialmente o desfazimento do negócio deve ser contado da data de descoberta do vício. D) De acordo com a disciplina do Código Civil, Júlia poderá evitar que o negócio seja desfeito se oferecer um abatimento no preço de venda proporcional à baixa qualidade do faqueiro. Comentários Código Civil: Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio. Art. 157. (...) § 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; Enunciado 12 da I Jornada de Direito Civil: 12 – art. 138 - Na sistemática do art. 138, é irrelevante ser ou não escusável o erro, porque o dispositivo adota o princípio da confiança. A) Errado Existindo erro, a compra e venda firmada pode ser anulável e não nula. B) Correto O negócio foi válido, pois Júlia não tinha motivos para suspeitar do engano de marta. Para que exista a possibilidade de anulação, Júlia deve ter conhecimento do engano de Marta. C) Errado O prazo deve decorrer da data de realização do negócio. D) Errado Oferecer abatimento no preço configura lesão, diferente da situação apresentada na questão Gabarito: Alternativa B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca e Doutrina. ECA Questão 42 Agente público executor de medida socioeducativa de internação, a pretexto de manter a disciplina e a ordem na unidade em que atua, ordena que dois adolescentes se vistam com roupas femininas e desfilem para os demais internos, que escolherão a “garota da unidade”. Em visita à unidade, uma equipe composta pela Comissão de Direitos Humanos da OAB e pelo Conselho Tutelar toma ciência do caso. Segundo restou apurado, o agente teria atuado de tal forma porque os dois adolescentes eram muito rebeldes e não cumpriam regularmente as determinações da unidade. Com base apenas no Estatuto da Criança e do Adolescente, sem prejuízo de outras sanções, assinale a opção que indica a medida que poderá ser adotada imediatamente pela equipe que fiscalizava a unidade. A) Transferência imediata dos adolescentes para outra unidade socioeducativa. B) Advertência do agente público aplicada pelo Conselho Tutelar. C) Advertência do agente público aplicada pela Comissão de Direitos Humanos da OAB. D) Transferência imediata do agente público para outra unidade. Comentário: A) Errado A alternativa “A” está errada vide inteligência do Art.18-B do Estatuto da Criança e do Adolescente. B) Correto É a única alternativa que se mostra correta vide inteligência do Art. 18-B do ECA: Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) C) Errado A alternativa “C” está errada, vide inteligência do Art.18-B do Estatuto da Criança e do Adolescente. D) Errado A alternativa “D” está errada, vide inteligência do Art.18-B doEstatuto da Criança e do Adolescente. Gabarito: Letra B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 43 Os irmãos Fábio (11 anos) e João (9 anos) foram submetidos à medida protetiva de acolhimento institucional pelo Juízo da Infância e da Juventude, pois residiam com os pais em área de risco, que se recusavam a deixar o local, mesmo com a interdição do imóvel pela Defesa Civil. Passados uma semana do acolhimento institucional, os pais de Fábio e João vão até a instituição para visitá-los, sendo impedidos de ter contato com os filhos pela diretora da entidade de acolhimento institucional, ao argumento de que precisariam de autorização judicial para visitar as crianças. Os pais dos irmãos decidem então procurar orientação jurídica de um advogado. Considerando os ditames do Estatuto da Criança e do Adolescente, a direção da entidade de acolhimento institucional agiu corretamente? A) Sim, pois o diretor da entidade de acolhimento institucional é equiparado ao guardião, podendo proibir a visitação dos pais. B) Não, porque os pais não precisam de uma autorização judicial, mas apenas de um ofício do Conselho Tutelar autorizando a visitação. C) Sim, pois a medida protetiva de acolhimento institucional foi aplicada pelo Juiz da Infância, assim somente ele poderá autorizar a visita dos pais. D) Não, diante da ausência de vedação expressa da autoridade judiciária para a visitação, ou decisão que os suspenda ou os destitua do exercício do poder familiar. Comentário: A) Errado A alternativa “A” está errada, vide inteligência do Art.92, § 4o do Estatuto da Criança e do Adolescente B) Errado A alternativa “B” está errada, vide inteligência do Art.92, § 4o do Estatuto da Criança e do Adolescente. C) Errado A alternativa “C” está errada, vide inteligência do Art.92, § 4o do Estatuto da Criança e do Adolescente. D) Correto A alternativa “D” é a única que se mostra correta, vide inteligência do Art.92, § 4o do Estatuto da Criança e do Adolescente: CA - Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de acolhimento familiar ou institucional deverão adotar os seguintes princípios: [...] § 4o Salvo determinação em contrário da autoridade judiciária competente, as entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional, se necessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social, estimularão o contato da criança ou adolescente com seus pais e parentes, em cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput deste artigo. Gabarito: Letra D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Questão 44 Heitor foi surpreendido pelo recebimento de informação de anotação de seu nome no cadastro restritivo de crédito, em decorrência de suposta contratação de serviços de telefonia e Internet. Heitor não havia celebrado tal contrato, sendo o mesmo fruto de fraude, e busca orientação a respeito de como proceder para rescindir o contrato, cancelar o débito e ter seu nome fora do cadastro negativo, bem como o recebimento de reparação por danos extrapatrimoniais, já que nunca havia tido o seu nome inscrito em tal cadastro. Com base na hipótese apresentada, na qualidade de advogado(a) de Heitor, assinale a opção que apresenta o procedimento a ser adotado. A) Cabe o pedido de cancelamento do serviço, declaração de inexistência da dívida e exclusão da anotação indevida, inexistindo qualquer dever de reparação, já que à operadora não foi atribuído defeito ou falha do serviço digital, que seria a motivação para tal pleito. B) Trata-se de cobrança devida pelo serviço prestado, restando a Heitor pagar imediatamente e, somente assim, excluir a anotação de seu nome em cadastro negativo, e, então, ingressar com a medida judicial, comprovando que não procedeu com a contratação e buscando a rescisão do contrato irregular com devolução em dobro do valor pago. C) Heitor não pode ser considerado consumidor em razão da ausência de vinculação contratual verídica e válida que consagre a relação consumerista, afastando-se os elementos principiológicos e fazendo surgir a responsabilidade civil subjetiva da operadora de telefonia e Internet. D) Heitor é consumidor por equiparação, aplicando-se a teoria do risco da atividade e devendo a operadora suportar os riscos do contrato fruto de fraude, caso não consiga comprovar a regularidade da contratação e a consequente reparação pelos danos extrapatrimoniais in re ipsa, além da declaração de inexistência da dívida e da exclusão da anotação indevida. Comentário: A) Errado A alternativa “A” está errada, vide inteligência do Art. 17 do CDC e jurisprudência atual. B) Errado A alternativa “B” está errada, vide inteligência do Art. 17 do CDC e jurisprudência atual. C) Errado A alternativa “C” está errada, vide inteligência do Art. 17 do CDC e jurisprudência atual. D) Correto A alternativa “D” é a única que se mostra correta, vide inteligência do Art. 17 do CDC e decisões atuais dos Tribunais: ”Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.” Ademais, segue o entendimento dos atuais tribunais: Resp 718618 RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. REGISTRO NO CADASTRO DE DEVEDORES DO SERASA. EXISTÊNCIA DE OUTROS REGISTROS. INDENIZAÇÃO. POSSIBILIDADE. A existência de registros de outros débitos do recorrente em órgãos de restrição de crédito não afasta a presunção de existência do dano moral, que decorre in re ipsa, vale dizer, do próprio registro de fato inexistente . Precedente. Hipótese em que o próprio recorrido reconheceu o erro em negativar o nome do recorrente. Recurso a que se dá provimento. Gabarito: Letra D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca e jurisprudência. Questão 45 Vera sofreu acidente doméstico e, sentindo fortes dores nas costas e redução da força dos membros inferiores, procurou atendimento médico-hospitalar. A equipe médica prescreveu uma análise neurológica que, a partir dos exames de imagem, evidenciaram uma lesão na coluna. O plano de saúde, entretanto, negou o procedimento e o material, aduzindo negativa de cobertura, embora a moléstia estivesse prevista em contrato. Vera o(a) procura como advogado(a) a fim de saber se o plano de saúde poderia negar, sob a justificativa de falta de cobertura contratual, algo que os médicos informaram ser essencial para a diagnose correta da extensão da lesão da coluna. Neste caso, à luz da norma consumerista e do entendimento do STJ, assinale a afirmativa correta. A) O contrato de plano de saúde não é regido pelo Código do Consumidor e sim, exclusivamente, pelas normas da Agência Nacional de Saúde, o que impede a interpretação ampliativa, sob pena de comprometer a higidez econômica dos planos de saúde, respaldada no princípio da solidariedade. B) O plano de saúde pode se negar a cobrir o procedimento médico-hospitalar, desde que possibilite o reembolso de material indicado pelos profissionais de medicina, ainda que imponha limitação de valores e o reembolso se dê de forma parcial. C) O contrato de plano de saúde é regido pelo Código do Consumidor e os planos de saúde apenas podem estabelecer para quais moléstias oferecerão cobertura, não lhes cabendo limitar o tipo de tratamento que será prescrito, incumbência essa que pertence ao profissional da medicina que assiste ao paciente. D) O contrato de plano de saúde é regido pelo Código do Consumidor e, resguardados os direitos básicos do consumidor, os planos de saúde podem estabelecer para quais moléstias e para que tipo de tratamento oferecerão cobertura, de acordo com a categoria de cada nível contratado, sem que isso viole o CDC. Comentário: A) Errado A alternativa“A” está errada vide entendimento do STJ. B) Errado A alternativa “B” está errada vide entendimento do STJ. C) Correto A alternativa “C” é a única que se mostra correta vide inteligência do STJ: Súmula 608 - Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão. (Súmula 608, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 11/04/2018, DJe 17/04/2018) D) Errado A alternativa “D” está errada vide entendimento do STJ. Gabarito: Letra C Fonte de conhecimento jurídico: Jurisprudência DIREITO EMPRESARIAL Questão 46 Em 11 de setembro de 2016, ocorreu o falecimento de Pedro, sócio de uma sociedade simples. Nessa situação, o contrato prevê a resolução da sociedade em relação a um sócio. Na alteração contratual ficou estabelecida a redução do capital no valor das quotas titularizadas pelo ex-sócio, sendo o documento arquivado no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, em 22 de outubro de 2016. Diante da narrativa, os herdeiros de Pedro são responsáveis pelas obrigações sociais anteriores à data do falecimento, até dois anos após A) a data da resolução da sociedade e pelas posteriores e em igual prazo, a partir de 11 de setembro de 2016. B) a data do arquivamento da resolução da sociedade (22 de outubro de 2016). C) a data da resolução da sociedade em relação ao sócio Pedro (11 de setembro de 2016). D) a data do arquivamento da resolução da sociedade e pelas posteriores e em igual prazo, a partir de 22 de outubro de 2016. Comentário: A) Errado Estabelece o Código Civil: Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade. Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio. Como a questão afirma que o prazo é de até dois anos após averbada a modificação do contrato, ela deverá dar-se a partir do dia 22 de outubro de 2016 e não da data do falecimento de Pedro. B) Correto Está de acordo com o parágrafo único do art. 1.003 do Código Civil. C) Errado Está em desacordo com o parágrafo único do art. 1.003 do Código Civil. D) Errado Está em desacordo com o parágrafo único do art. 1.003 do Código Civil. Gabarito: Letra B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 47 Brito contratou os serviços da corretora Geru para mediar a venda de um imóvel em Estância. O cliente ajustou com a corretora verbalmente que lhe daria exclusividade, fato presenciado por cinco testemunhas. A corretora, durante o tempo de vigência do contrato (seis meses), anunciou o imóvel em veículos de comunicação de Estância, mas não conseguiu concretizar a venda, realizada diretamente por Brito com o comprador, sem a mediação da corretora. Considerando as informações e as regras do Código Civil quanto ao pagamento de comissão, assinale a afirmativa correta. A) A corretora não faz jus ao pagamento da comissão, porque o contrato de corretagem foi celebrado por prazo determinado. B) A corretora faz jus ao pagamento da comissão, porque a corretagem foi ajustada com exclusividade, ainda que verbalmente. C) A corretora não faz jus ao pagamento da comissão, porque o negócio foi iniciado e concluído diretamente entre as partes, sem a sua mediação. D) A corretora faz jus ao pagamento da comissão, porque envidou todos os esforços para o êxito da mediação, que não se concluiu por causa alheia à sua vontade. Comentário: A) Errado De acordo com o Código Civil: Art. 726. Iniciado e concluído o negócio diretamente entre as partes, nenhuma remuneração será devida ao corretor; mas se, por escrito, for ajustada a corretagem com exclusividade, terá o corretor direito à remuneração integral, ainda que realizado o negócio sem a sua mediação, salvo se comprovada sua inércia ou ociosidade. Art. 727. Se, por não haver prazo determinado, o dono do negócio dispensar o corretor, e o negócio se realizar posteriormente, como fruto da sua mediação, a corretagem lhe será devida; igual solução se adotará se o negócio se realizar após a decorrência do prazo contratual, mas por efeito dos trabalhos do corretor. Assim, a corretora não faz jus ao pagamento da comissão, porque o negócio foi iniciado e concluído diretamente entre as partes, sem a sua mediação, sendo que, o fato de ter o contrato ter sido celebrado por prazo determinado não alterou a situação. B) Errado Aqui, tem-se, de acordo com o art. 726, que a corretora não faz jus ao pagamento da comissão, pois, a corretagem foi ajustada verbalmente, ainda que com exclusividade. Na verdade, para fazer jus, a corretagem deveria ter sido ajustada por escrito. C) Correto Está de acordo os arts. 726 e 727 do Código Civil. D) Errado Nesse caso, a corretora não faz jus ao pagamento da comissão, porque o negócio foi iniciado e concluído diretamente entre as partes, sem a sua mediação. Gabarito: Letra C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 48 Marcel, durante a realização de seu estágio em um escritório de advocacia, devidamente autorizado por seu chefe, atendeu a uma consulta formulada por um cliente. O cliente desejava esclarecimentos sobre o direito de voto e seu exercício nas companhias. Marcel respondeu, corretamente, que A) na eleição dos membros do Conselho Fiscal, o voto poderá ser múltiplo. B) em caso de penhor da ação, somente o credor pignoratício exercerá o direito de voto. C) independente da espécie ou da classe de ação, o voto é um direito essencial de todo e qualquer acionista. D) a qualquer espécie ou classe de ação, é vedado atribuir voto plural. Comentário: A) Errado De acordo com a Lei 6.404/76: Art. 161 § 4º Na constituição do conselho fiscal serão observadas as seguintes normas: a) os titulares de ações preferenciais sem direito a voto, ou com voto restrito, terão direito de eleger, em votação em separado, 1 (um) membro e respectivo suplente; igual direito terão os acionistas minoritários, desde que representem, em conjunto, 10% (dez por cento) ou mais das ações com direito a voto; Art. 141. Na eleição dos conselheiros, é facultado aos acionistas que representem, no mínimo, 0,1 (um décimo) do capital social com direito a voto, esteja ou não previsto no estatuto, requerer a adoção do processo de voto múltiplo, atribuindo-se a cada ação tantos votos quantos sejam os membros do conselho, e reconhecido ao acionista o direito de cumular os votos num só candidato ou distribuí-los entre vários. A partir disso, destaca-se a distinção entre o voto plural do voto múltiplo. Enquanto o voto múltiplo verifica-se na eleição de membros do Conselho de Administração (cuida da gestão dos negócios da Sociedade Anônima), no voto plural, tem-se a atribuição de mais de um voto a uma mesma ação. Assim, haveria voto plural se um acionista tivesse a possibilidade de votar duas ou mais vezes matéria em pauta. O voto múltiplo está previsto no art. 141, sendo permitido, enquanto o voto plural é vedado. Sendo assim, na eleição dos membros do Conselho Administrativo, e não do Conselho Fiscal, o voto poderá ser múltiplo, pois irá repercutir os diversos interesses da sociedade. B) Errado De acordo com a Lei 6.404/76: Art. 113. O penhor da ação não impede o acionista de exercer o direito de voto; será lícito, todavia, estabelecer, no contrato, que o acionista não poderá, sem consentimento do credor pignoratício, votar em certas deliberações. Apreende-se que, no penhor da ação, o credor pignoratício, exceto se estiver estabelecido no contrato, não exerce ainda o direitode voto, pois ainda está adstrito ao devedor acionista. C) Errado De acordo com o art. 111 da Lei 6.404, o direito de voto é inerente as ações ordinárias. Já nas ações preferenciais, ele poderá ser suprimido: Art. 111. O estatuto poderá deixar de conferir às ações preferenciais algum ou alguns dos direitos reconhecidos às ações ordinárias, inclusive o de voto, ou conferi-lo com restrições, observado o disposto no artigo 109. D) Correto De acordo com o §2º do art. 110 da Lei 6.404/76: Art. 110. A cada ação ordinária corresponde 1 (um) voto nas deliberações da assembléia-geral. (...) § 2º É vedado atribuir voto plural a qualquer classe de ações. Sendo assim, é vedado atribuir voto plural, uma vez que a cada uma das ações é estabelecido e atribuído um único direito de voto. Gabarito: Letra D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 49 Pedrinho emitiu quatro cheques em 26 de março de 2017, mas esqueceu de depositar um deles. Tendo um débito a honrar com Kennedy e sendo beneficiário desse quarto cheque, Pedrinho o endossou em preto, datando no verso “dia 20 de maio de 2017”. Sabe-se que o lugar de emissão do quarto cheque é o mesmo do de pagamento. Sobre esse endosso, assinale a afirmativa correta. A) O endosso produz seus efeitos legais porque a transmissão do cheque se deu dentro do prazo de apresentação. B) No endosso em preto, o endossatário fica dispensado da apresentação em tempo hábil do cheque ao sacado. C) O endosso do cheque tem efeito de cessão de crédito por ter sido realizado após o decurso do prazo de apresentação. D) Pedrinho ficou exonerado de responsabilidade pelo pagamento do cheque em razão do caráter póstumo do endosso. Comentário: A) Errado De acordo com a Lei 7.357: Art . 33 O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de 30 (trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de ser pago; e de 60 (sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no exterior. Como o enunciado da questão aponta que o lugar de emissão do quarto cheque é o mesmo do de pagamento e a emissão deu-se no dia 26 de março, o prazo para apresentação é de 30 dias. Como a apresentação foi realizada apenas no dia 20 de maio, quase dois meses após a emissão, o título não terá mais efeito cambial, mas civil. B) Errado O endosso é o ato pelo qual se transmite o crédito. Ele pode ser em branco ou em preto. O primeiro deve conter apenas a assinatura do endossante. Já o segundo, conta com a assinatura do endossante e a indicação de para quem está sendo transmitido o crédito, ou seja, torna-se título nominal. No entanto, não há previsão legal de que nessa categoria o endossatário ficaria dispensado da apresentação em tempo hábil do cheque ao sacado. C) Correto De acordo com o art. 27 da Lei 7.357: Art . 27 O endosso posterior ao protesto, ou declaração equivalente, ou à expiração do prazo de apresentação produz apenas os efeitos de cessão. Salvo prova em contrário, o endosso sem data presume-se anterior ao protesto, ou declaração equivalente, ou à expiração do prazo de apresentação. Assim, se o cheque for endossado depois do prazo de apresentação, ele terá os efeitos de uma cessão de crédito. D) Errado Não há previsão legal de que endosso posterior atribuiria a Pedrinho a irresponsabilidade pelo pagamento. Gabarito: Letra C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 50 Você participou da elaboração, apresentação e negociação do plano de recuperação extrajudicial de devedor sociedade empresária. Tendo sido o plano assinado por todos os credores por ele atingidos, seu cliente o contratou para requerer a homologação judicial. Assinale a opção que indica o juízo em que deverá ser apresentado o pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial. A) O juízo da sede do devedor. B) O juízo do principal estabelecimento do devedor. C) O juízo da sede ou de qualquer filial do devedor. D) O juízo do principal estabelecimento ou da sede do devedor. Comentário: A) Errado De acordo com a Lei 11.101/05: Art. 3º É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil. Ressalta-se que estabelecimento se distingue de sede, uma vez que aquele se refere ao local em que se concentra o maior número de credores, por uma questão de economia processual. Sendo assim, o juízo competente para o pedido de recuperação extrajudicial é o do local do principal estabelecimento do devedor. B) Correto Está de acordo com o art. 3º da Lei 11.101/05. C) Errado Está em desacordo com o art. 3º da Lei 11.101/05. D) Errado Está em desacordo com o art. 3º da Lei 11.101/05. Gabarito: Letra B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca DIREITO PENAL Questão 58 Pedro, jovem rebelde, sai à procura de Henrique, 24 anos, seu inimigo, com a intenção de matá-lo, vindo a encontrá-lo conversando com uma senhora de 68 anos de idade. Pedro saca sua arma, regularizada e cujo porte era autorizado, e dispara em direção ao rival. Ao mesmo tempo, a senhora dava um abraço de despedida em Henrique e acaba sendo atingida pelo disparo. Henrique, que não sofreu qualquer lesão, tenta salvar a senhora, mas ela falece. Diante da situação narrada, em consulta técnica solicitada pela família, deverá ser esclarecido pelo advogado que a conduta de Pedro, de acordo com o Código Penal, configura A) crime de homicídio doloso consumado, apenas, com causa de aumento em razão da idade da vítima. B) crime de homicídio doloso consumado, apenas, sem causa de aumento em razão da idade da vítima. C) crimes de homicídio culposo consumado e de tentativa de homicídio doloso em relação a Henrique. D) crime de homicídio culposo consumado, sem causa de aumento pela idade da vítima. Comentário: A) Errado A questão aponta que Pedro tinha a intenção de praticar o crime de homicídio Henrique, mas que, por erro na execução, acaba atingindo uma senhora de 68 anos de idade. Nesse caso, houve a figura do erro na execução, previsto no Código Penal: Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo- se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (...) § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. Sendo assim, apesar do crime ter sido praticado contra a senhora, deverão ser consideradas as condições e qualidades da pessoa contra quem o agente pretendia praticar o crime, ou seja, Henrique. Sendo assim, a causa de aumento em razão da idade da vítima (art. 61, “h”) não pode ser aplicada nesse caso. B) Correto Está de acordo com a previsão do art. 73 c/c art. 20, §3º do CP. C) Errado Primeiramente não se apresenta a figura da culpa, uma vez que o enunciado apontou que o agente tinha a intenção (dolo) de cometer o homicídio. Além disso, o art. 73 do Código Penal aponta que, diante de erro na execução, o agente responde como se tivesse praticado o crime contra aquela pessoa contra a qual tinha a intenção de realiza-lo, ou seja, não são dão dois crimes,um homicídio e uma tentativa de homicídio, mas apenas um homicídio com erro na execução. D) Errado Não se apresenta a figura da culpa, uma vez que o enunciado apontou que o agente tinha a intenção (dolo) de cometer o homicídio. Gabarito: Letra B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca e Doutrina. Questão 59 Roberta, enquanto conversava com Robson, afirmou categoricamente que presenciou quando Caio explorava jogo do bicho, no dia 03/03/2017. No dia seguinte, Roberta contou para João que Caio era um “furtador”. Caio toma conhecimento dos fatos, procura você na condição de advogado(a) e nega tudo o que foi dito por Roberta, ressaltando que ela só queria atingir sua honra. Nesse caso, deverá ser proposta queixa-crime, imputando a Roberta a prática de A) 1 crime de difamação e 1 crime de calúnia. B) 1 crime de difamação e 1 crime de injúria. C) 2 crimes de calúnia. D) 1 crime de calúnia e 1 crime de injúria. Comentário: A) Errado Primeiramente, destacamos a diferença entre calúnia, injúria e difamação: - Comete crime de denunciação caluniosa (CP, art. 339) quem dá causa à instauração de investigação policial contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente. - Comete crime de difamação (art 139) quem imputa a alguém fato não definido como crime, ferindo sua imagem. - Comete crime de injúria (art. 140) quem atribui a alguém qualidade negativa, por meio de ofensa. Ressalta-se que essa qualidade pode ser derivada ou não de conduta criminosa. Sendo assim, tem-se que no primeiro caso, Roberta praticou 1 crime de difamação ao afirmar para Robson, que presenciou quando Caio explorava jogo do bicho, visto que foi imputado a Caio fato ofensivo a sua reputação. Não se trata de calúnia, pois tal fato não é definido como crime, mas sim como contravenção penal. Já no segundo caso, tem-se a configuração do delito de injúria, uma vez que não houve imputação de fato específico, determinado, mas a atribuição de uma qualidade negativa a Caio, a qualidade de ser um “furtador”, um ladrão, um criminoso. Isso se confirma também pela afirmação de Caio de que Roberta só queria atingir sua honra. B) Correto Está de acordo com o entendimento da legislação penal e da doutrina. C) Errado Como visto, não poderia dar-se o delito de calúnia no primeiro caso, visto que a conduta imputada a Caio por Roberto não é definida como crime, mas sim como contravenção penal, ao passo de que no segundo caso não houve imputação de fato específico, determinado, mas a atribuição de uma qualidade negativa a Caio. D) Errado Como visto, não poderia dar-se o delito de calúnia no primeiro caso, visto que a conduta imputada a Caio por Roberto não é definida como crime, mas sim como contravenção penal. Gabarito: Letra B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca e Doutrina Questão 60 Rafael e Francisca combinam praticar um crime de furto em uma residência onde ela exercia a função de passadeira. Decidem, então, subtrair bens do imóvel em data sobre a qual Francisca tinha conhecimento de que os proprietários estariam viajando, pois assim ela tinha certeza de que os patrões, de quem gostava, não sofreriam qualquer ameaça ou violência. No dia do crime, enquanto Francisca aguarda do lado de fora, Rafael entra no imóvel para subtrair bens. Ela, porém, percebe que o carro dos patrões está na garagem e tenta avisar o fato ao comparsa para que este saísse rápido da casa. Todavia, Rafael, ao perceber que a casa estava ocupada, decide empregar violência contra os proprietários para continuar subtraindo mais bens. Descobertos os fatos, Francisca e Rafael são denunciados pela prática do crime de roubo majorado. Considerando as informações narradas, o(a) advogado(a) de Francisca deverá buscar A) sua absolvição, tendo em vista que não desejava participar do crime efetivamente praticado. B) o reconhecimento da participação de menor importância, com aplicação de causa de redução de pena. C) o reconhecimento de que o agente quis participar de crime menos grave, aplicando- se a pena do furto qualificado. D) o reconhecimento de que o agente quis participar de crime menos grave, aplicando- se causa de diminuição de pena sobre a pena do crime de roubo majorado. Comentário: A) Errado De acordo com o Código Penal, no que refere-se ao concurso de pessoas: Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser- lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. Sendo assim, nessa hipótese percebe-se a incidência do art. 29, §2º do CP, denominado pela doutrina de “cooperação dolosamente distinta” ou “desvio subjetivo”, ocorrendo quando, no concurso de pessoas, um dos agentes, nesse caso Rafael, modifica seu dolo ao passo de que o outro permanece com o dolo de cometer delito menos gravoso. Assim, apesar da modificação do dolo de Rafael para o delito de furto, Francisca seguiu com o dolo do furto qualificado em razão do concurso de duas ou mais pessoas (art. 155, IV), devendo responder por esse delito. B) Errado Maria é coautora do delito, concorrendo com sua consumação. A conduta dela não se enquadra em participação de menor importância (de pouca relevância causal). C) Correto Está de acordo com o art. 29, §2º do Código Penal. D) Errado Não há previsão legal para a hipótese apresentada na afirmativa. Gabarito: Letra C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca, Doutrina. Questão 61 Caio, Mário e João são denunciados pela prática de um mesmo crime de estupro (Art. 213 do CP). Caio possuía uma condenação anterior definitiva pela prática de crime de deserção, delito militar próprio, ao cumprimento de pena privativa de liberdade. Já Mário possuía uma condenação anterior, com trânsito em julgado, pela prática de crime comum, com aplicação exclusiva de pena de multa. Por fim, João possuía condenação definitiva pela prática de contravenção penal à pena privativa de liberdade. No momento da sentença, o juiz reconhece agravante da reincidência em relação aos três denunciados. Considerando apenas as informações narradas, de acordo com o Código Penal, o advogado dos réus A) não poderá buscar o afastamento da agravante, já que todos são reincidentes. B) poderá buscar o afastamento da agravante em relação a Mário, já que somente Caio e João são reincidentes. C) poderá buscar o afastamento da agravante em relação a João, já que somente Caio e Mário são reincidentes. D) poderá buscar o afastamento da agravante em relação a Caio e João, já que somente Mário é reincidente. Comentário: A) Errado No caso apresentado tem-se que: - Em relação a Caio, aplica-se a regra do art. 64, II do Código Penal: “ Art. 64 - Para efeito de reincidência: II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos”. Sendo assim, pode-se buscar o afastamento da agravante da reincidência em relação a Caio. - Em relação a Mário, aplica-se a regra do art. 63 do CP: Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. A condenação a pena privativa de liberdade ou de multa não importa para a configuração da reincidência, desde que tenha transitado em julgado. Sendo assim, não pode ser pleiteado o afastamento da agravante no caso de Mário. - Por fim,em relação a João, tem-se a redação do art. 7 da Lei de Contravenções Penais: Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção. No caso das contravenções, a reincidência se configura quando a prática de contravenção é precedida de condenação com trânsito em julgado por prática de crime anterior. Resumidamente: 1. CONTRAVENÇÃO + CONTRAVENÇÃO = REINCIDENTE 2. CRIME + CRIME = REINCIDENTE 3. CRIME + CONTRAVENÇÃO = REINCIDENTE 4. CONTRAVENÇÃO + CRIME = NÃO É REINCIDENTE. Como a contravenção praticada foi anterior ao crime, poderá ser pleiteado o afastamento da agravante em relação a João. B) Errado Está em desacordo com os artigos 63 e 64 do Código Penal e art. 7 da Lei de Contravenções Penais. C) Errado Está em desacordo com os artigos 63 e 64 do Código Penal e art. 7 da Lei de Contravenções Penais. D) Correto Está de acordo com os artigos 63 e 64 do Código Penal e art. 7 da Lei de Contravenções Penais. Gabarito: Letra D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 62 Catarina leva seu veículo para uma determinada entidade autárquica com o objetivo de realizar a fiscalização anual. Carlos, funcionário público que exerce suas funções no local, apesar de não encontrar irregularidades no veículo, verificando a inexperiência de Catarina, que tem apenas 19 anos de idade, exige R$ 5.000,00 para “liberar” o automóvel sem pendências. Catarina, de imediato, recusa-se a entregar o valor devido e informa o ocorrido ao superior hierárquico de Carlos, que aciona a polícia. Realizada a prisão em flagrante de Carlos, a família é comunicada sobre o fato e procura um advogado para que ele preste esclarecimentos sobre a responsabilidade penal de Carlos. Diante da situação narrada, o advogado da família de Carlos deverá esclarecer que a conduta praticada por Carlos configura, em tese, crime de A) corrupção passiva consumada. B) concussão consumada. C) corrupção passiva tentada. D) concussão tentada. Comentário: A) Errado A corrupção passiva consumada se dá ocorre quando o funcionário público solicita ou recebe, para si ou para outrem, vantagem indevida, bem como quando ele aceita promessa de vantagem: “Art. 317, CP - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem.”. No caso, não houve apenas a solicitação de vantagem indevida da parte de Carlos, mas a exigência, sob a condição de não liberar o veículo de Catarina de tal vantagem. B) Correto A concussão consumada está prevista no art. 316 do CP: “Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida”. Nesse caso, o funcionário público exige vantagem indevida, como ocorreu no caso apresentado: “exige R$ 5.000,00 para “liberar” o automóvel sem pendências”. C) Errado O tipo praticado foi o de concussão (art. 316 do Código Penal). Mesmo que se estivesse diante da solicitação de vantagem indevida por funcionário público, que caracteriza a corrupção passiva, ela não se daria na forma tentada, por trata-se de delito formal, bastando a mera solicitação, recebimento ou aceitação de vantagem indevida (independe de resultado). D) Errado A concussão trata-se de um crime formal, ou seja, a mera exigência (realização da conduta típica) já o consuma, não havendo necessidade que a vítima ceda. Gabarito: Letra B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca e Doutrina Questão 63 Pedro, quando limpava sua arma de fogo, devidamente registrada em seu nome, que mantinha no interior da residência sem adotar os cuidados necessários, inclusive o de desmuniciá-la, acaba, acidentalmente, por dispará-la, vindo a atingir seu vizinho Júlio e a esposa deste, Maria. Júlio faleceu em razão da lesão causada pelo projétil e Maria sofreu lesão corporal e debilidade permanente de membro. Preocupado com sua situação jurídica, Pedro o procura para, na condição de advogado, orientá-lo acerca das consequências do seu comportamento. Na oportunidade, considerando a situação narrada, você deverá esclarecer, sob o ponto de vista técnico, que ele poderá vir a ser responsabilizado pelos crimes de A) homicídio culposo, lesão corporal culposa e disparo de de arma de fogo, em concurso formal. B) homicídio culposo e lesão corporal grave, em concurso formal. C) homicídio culposo e lesão corporal culposa, em concurso material. D) homicídio culposo e lesão corporal culposa, em concurso formal. Comentário: A) Errado No caso apresentado, o disparo de arma de fogo é absolvido pelas condutas tipificadas consequentes, ou seja, a lesão corporal culposa e o homicídio culposo. B) Errado Como a questão aponta, tem-se a figura da culpa, uma vez que houve o agente deixou de tomar uma medida de precaução, não tendo o dolo de cometer os delitos. Assim, as figuras típicas praticadas são a de homicídio culposo (em relação a Júlio) e lesão corporal culposa (em relação a Maria). A observação presente no enunciado de que a lesão de Maria resultou em debilidade permanente de membro é uma pegadinha, uma vez que esse fator só acarretaria uma mudança da tipificação (como lesão corporal grave) se estivéssemos diante de um crime doloso. No caso da lesão culposa, esse fator não modifica a tipificação como lesão corporal culposa (art. 129, §6º do CP), no entanto, ele poderia ser considerado pelo juiz na dosimetria da pena. C) Errado O concurso material de delitos está previsto no art. 69 do Código Penal e se configura quando o agente pratica mais de uma ação ou omissão, gerando mais de um delito. No caso como a partir de apenas uma conduta foram realizados dois crimes, não há o que se falar de concurso material de crimes. D) Correto O concurso formal de delitos está previsto no art. 70 do Código Penal e se configura quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, como ocorrido no caso narrado. Gabarito: Letra D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca e Doutrina DIREITO PROCESSUAL PENAL Questão 64 Silva foi vítima de um crime de ameaça por meio de uma ligação telefônica realizada em 02 de janeiro de 2016. Buscando identificar o autor, já que nenhum membro de sua família tinha tal informação, requereu, de imediato, junto à companhia telefônica, o número de origem da ligação, vindo a descobrir, no dia 03 de julho de 2016, que a linha utilizada era de propriedade do ex-namorado de sua filha, Carlos, razão pela qual foi até a residência deste, onde houve a confissão da prática do crime. Quando ia ao Ministério Público, na companhia de Marta, sua esposa, para oferecer representação, Silva sofreu um infarto e veio a falecer. Marta, no dia seguinte, afirmou oralmente, perante o Promotor de Justiça, que tinha interesse em representar em face do autor do fato, assim como seu falecido marido. Diante do apelo de sua filha, Marta retorna ao Ministério Público no dia 06 de julho de 2016 e diz que não mais tem interesse na representação. Ainda assim, considerando que a ação penal é pública condicionada, o Promotor de Justiça ofereceu denúncia, no dia 07 de julho de 2016, em face de Carlos, pela prática do crime de ameaça. Considerando a situação narrada, o(a) advogado(a) de Carlos, em resposta à acusação, deverá alegar que A) ocorreu decadência, pois se passaram mais de 6 meses desde a data dos fatos. B) a representação não foi válida, pois não foi realizada pelo ofendido.ou com valores substantivos; por isso a minha doutrina é aquilo que tem sido designado como ‘positivismo moderado’ e não, como na versão de Dworkin acerca da mesma, positivismo meramente factual. C) Errado De acordo com Hebert Hart, o positivismo “moderado” pode ser entendido como aquele que acata a possibilidade de que a norma de reconhecimento de um ordenamento jurídico incorpore, como critério de validade jurídica, a obediência a princípios morais ou valores substantivos. De acordo com Hart em seu pós-escrito (p. 312): Em primeiro lugar, ignora (Dworkin) o meu reconhecimento explícito de que a regra de reconhecimento pode incorporar, como critérios de validade jurídica, a conformidade com princípios morais ou com valores substantivos; por isso a minha doutrina é aquilo que tem sido designado como ‘positivismo moderado’ e não, como na versão de Dworkin acerca da mesma, positivismo meramente factual. D) Correto De acordo com Hebert Hart, o positivismo “moderado” pode ser entendido como aquele que acata a possibilidade de que a norma de reconhecimento de um ordenamento jurídico incorpore, como critério de validade jurídica, a obediência a princípios morais ou valores substantivos. De acordo com Hart em seu pós-escrito (p. 312): Em primeiro lugar, ignora (Dworkin) o meu reconhecimento explícito de que a regra de reconhecimento pode incorporar, como critérios de validade jurídica, a conformidade com princípios morais ou com valores substantivos; por isso a minha doutrina é aquilo que tem sido designado como ‘positivismo moderado’ e não, como na versão de Dworkin acerca da mesma, positivismo meramente factual. Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Doutrina Questão 13 O Presidente da República descumpriu ordem judicial, emanada de autoridade competente, impondo à União o pagamento de vantagens atrasadas, devidas aos servidores públicos federais ativos e inativos. A Advocacia Geral da União argumentava que a mora era justificável por conta da ausência de previsão de recursos públicos em lei orçamentária específica. Apesar disso, um grupo de parlamentares, interessado em provocar a atuação do Ministério Público, entendeu ter ocorrido crime comum de desobediência, procurando você para que, como advogado(a), informe que órgão seria competente para julgar ilícito dessa natureza. Dito isto e a par da conduta descrita, é correto afirmar que o Presidente da República deve ser julgado A) pela Câmara dos Deputados, após autorização do Senado Federal. B) pelo Senado Federal, após autorização da Câmara dos Deputados. C) pelo Supremo Tribunal Federal, após autorização da Câmara dos Deputados. D) pelo Supremo Tribunal Federal, após autorização do Congresso Nacional. Comentário: A) Errado A alternativa “A” está errada, vide inteligência do Art. 86 da Carta Magna. B) Errado A alternativa “B” está errada, vide inteligência do Art. 86 da Carta Magna. C) Correto A alternativa “C” é a única que mostra correta, vide inteligência do Art. 86 da Carta Magna; Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. D) Errado A alternativa “D” está errada, vide inteligência do Art. 86 da Carta Magna. Gabarito: Letra C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 14 A teoria dimensional dos direitos fundamentais examina os diferentes regimes jurídicos de proteção desses direitos ao longo do constitucionalismo democrático, desde as primeiras Constituições liberais até os dias de hoje. Nesse sentido, a teoria dimensional tem o mérito de mostrar o perfil de evolução da proteção jurídica dos direitos fundamentais ao longo dos diferentes paradigmas do Estado de Direito, notadamente do Estado Liberal de Direito e do Estado Democrático Social de Direito. Essa perspectiva, calcada nas dimensões ou gerações de direitos, não apenas projeta o caráter cumulativo da evolução protetiva, mas também demonstra o contexto de unidade e indivisibilidade do catálogo de direitos fundamentais do cidadão comum. A partir dos conceitos da teoria dimensional dos direitos fundamentais, assinale a afirmativa correta. A) Os direitos estatais prestacionais, ligados ao Estado Liberal de Direito, nasceram atrelados ao princípio da igualdade formal perante a lei, perfazendo a primeira dimensão de direitos. B) A chamada reserva do possível fática, relacionada à escassez de recursos econômicos e financeiros do Estado, não tem nenhuma influência na efetividade dos direitos fundamentais de segunda dimensão do Estado Democrático Social de Direito. C) O conceito de direitos coletivos de terceira dimensão se relaciona aos direitos transindividuais de natureza indivisível de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato, como ocorre com o direito ao meio ambiente. D) Sob a égide da estatalidade mínima do Estado Liberal, os direitos negativos de defesa dotados de natureza absenteísta são corretamente classificados como direitos de primeira dimensão. Comentário: A) Errado A alternativa “A” está incorreta, pois não diz respeito ao Direito de primeira Geração. B) Errado A alternativa “B” está errada ao afirmar que não possui influência. C) Errado A alternativa “C” está errada, pois o conceito refere aos Direitos difusos. D) Correto A alternativa “D” é a única que se revela correta. Sobre o tema, leciona o ministro Celso de Mello, “enquanto os direitos de primeira geração (direitos civis e políticos) – que compreendem as liberdades clássicas, negativas ou formais – realçam o princípio da liberdade e os direitos de segunda geração (direitos econômicos, sociais e culturais) – que se identificam com as liberdades positivas, reais ou concretas – acentuam o princípio da igualdade, os direitos de terceira geração, que materializam poderes de titularidade coletiva atribuídos genericamente a todas as formações sociais, consagram o princípio da solidariedade e constituem um momento importante no processo de desenvolvimento, expansão e reconhecimento dos direitos humanos, caracterizados enquanto valores fundamentais indisponíveis, pela nota de uma essencial inexauribilidade”. Gabarito: Letra D Fonte de conhecimento jurídico: Doutrina Questão 15 Enzo, brasileiro naturalizado há três anos, apaixonado por ópera, ao saber que a sociedade empresária de radiodifusão, Rádio WXZ, situada na capital do Estado Alfa, encontra-se em dificuldade econômica, apresenta uma proposta para ingressar na sociedade. Nessa proposta, compromete-se a adquirir 25% do capital total da sociedade empresária, com a condição inafastável de que o controle total sobre o conteúdo da programação veiculada pela rádio seja de sua inteira responsabilidade, de forma a garantir a inclusão de um programa diário, com duração de uma hora, sobre ópera. A proposta foi aceita pelos atuais sócios, mas Enzo, preocupado com a licitude do negócio, dada a sua condição de brasileiro naturalizado, procura a consultoria de um advogado. Considerando a hipótese apresentada, segundo o sistema jurídico-constitucional brasileiro, assinale a afirmativa correta. A)Não será possível a concretização do negócio nos termos apresentados, tendo em vista que a Constituição da República não permite que os meios de comunicação divulguem manifestações culturais estrangeiras. B)Será possível a concretização do negócio nos termos apresentados, posto que Enzo é brasileiro naturalizado e a Constituição da República veda qualquer distinção entre brasileiro nato e brasileiro naturalizado. C)Não será possível a concretizaçãoC) ocorreu retratação válida do direito de representação. D) a representação não foi válida, pois foi realizada oralmente. Comentário: A) Errado A decadência é uma causa de extinção de punibilidade que se configura com o decurso do prazo de 6 meses para o oferecimento de representação ou de queixa-crime. De acordo com o CPP: Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. A contagem do prazo se dá a partir do momento em que se conhece a autoria do fato delituoso, ou seja, 03/06/2016, e não 02/01/2016. Sendo assim, não se configura a decadência nesse caso. B) Errado Com a morte de Silva, o direito de representar e oferecer queixa crime passa aos seus familiares próprios, então Marta, cônjuge, tem o direito de representar no lugar dele (art. 24, §1º, CPP): Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. [...] § 1º No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. C) Correto A retratação é apresentada antes do oferecimento da renúncia, então ela é válida (art. 25 do CPP): “Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia. ” Sendo assim, o Ministério Público não deveria ter ajuizado a ação em face da retratação válida. D) Errado Não há óbice legal para a representação realizada na forma oral. De acordo com o CPP: Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial. [...] § 1º A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida. Gabarito: C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 65 Mateus foi denunciado pela prática de um crime de homicídio qualificado, sendo narrado na denúncia que a motivação do crime seria guerra entre facções do tráfico. Cinco dias antes do julgamento em plenário, o Ministério Público junta ao processo a Folha de Antecedentes Criminais (FAC) do acusado, conforme requerido quando da manifestação em diligências, em que, de fato, constavam anotações referentes a processos pela prática do crime da Lei de Drogas. Apenas três dias úteis antes do julgamento, a defesa de Mateus vem a tomar conhecimento da juntada da FAC. No dia do julgamento, após a manifestação oral da defesa em plenário, indagado pelo juiz presidente sobre o interesse em se manifestar em réplica, o promotor de justiça afirma negativamente, reiterando aos jurados que as provas estão muito claras e que o réu deve ser condenado, não havendo necessidade de maiores explanações. Posteriormente, o juiz presidente nega à defesa o direito de tréplica. Mateus é condenado. Diante da situação narrada, o(a) advogado(a) de Mateus, em sede de apelação, deverá buscar A) a nulidade do julgamento, pois foi juntada documentação sem a antecedência necessária exigida pela lei. B) o afastamento da qualificadora pelo Tribunal, pois foi juntada documentação que influenciou seu reconhecimento sem a antecedência necessária exigida pela lei. C) a nulidade do julgamento, pois o direito de tréplica da defesa independe da réplica do Ministério Público. D) a nulidade do julgamento, pois houve réplica por parte do Ministério Público, de modo que deveria ser deferido à defesa o direito de tréplica. Comentário: A) Errado O Tribunal do Júri é procedimento especial, específico nos casos de crimes dolosos contra a vida consumados ou tentados e os que lhe forem conexos. Este instituto é caracterizado por ser um procedimento bifásico, em que na segunda fase há o julgamento em plenário. Há alguns dispositivos específicos a serem aplicados nesse caso específico. Assim, apesar da regra geral do art. 231 do CPP prever que “salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos em qualquer fase do processo”, aplica-se, ao Tribunal do Júri, uma exceção, prevista no art. 479: “Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte. ” No caso apresentado, o prazo de três dias, voltado à viabilização de um contraditório prévio, foi observado. Assim, não há o que se falar de nulidade em razão da inobservância da antecedência de 3 dias prevista na lei. B) Errado Apesar da regra geral do art. 231 do CPP prever que “salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos em qualquer fase do processo”, aplica-se, ao Tribunal do Júri, uma exceção, prevista no art. 479: “Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte. ” No caso apresentado, o prazo de três dias, voltado à viabilização de um contraditório prévio, foi observado. Assim, não há o que se falar de afastamento da qualificadora em razão da inobservância da antecedência prevista na lei. C) Errado De acordo com o art. 476 do CPP: Art. 476. Encerrada a instrução, será concedida a palavra ao Ministério Público, que fará a acusação, nos limites da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, sustentando, se for o caso, a existência de circunstância agravante. § 4º A acusação poderá replicar e a defesa treplicar, sendo admitida a reinquirição de testemunha já ouvida em plenário. Nesse sentido, tem-se que a defesa tem direito à tréplica diante do exercício da réplica pela acusação, não sendo independente dela. D) Correto Como visto no §4º do art. 476 do CPP, a defesa tem direito à tréplica diante do exercício da réplica pela acusação. No enunciado, tem-se que o promotor de justiça reiterou aos jurados que as provas estavam muito claras e que o réu deveria ser condenado. Nessa breve explicação, ele chegou a exercer o direito de réplica da acusação, sendo assim, a defesa tem o direito à tréplica. Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 66 Vitor, corretor de imóveis, está sendo investigado em inquérito policial. Considerando que o delegado vem atuando com abuso e colocando em risco a liberdade de Vitor, o advogado do investigado apresenta habeas corpus perante o órgão competente. Quando da análise do habeas corpus, a autoridade competente entende por denegar a ordem. Considerando as informações narradas, o advogado de Vitor poderá recorrer da decisão que denegou a ordem por meio de A) recurso em sentido estrito, tendo em vista que o Tribunal de Justiça foi o órgão competente para análise do habeas corpus apresentado em razão da conduta do delegado. B) recurso em sentido estrito, tendo em vista que o juiz de primeiro grau era competente para a análise do habeas corpus apresentado em razão da conduta do delegado. C) recurso ordinário constitucional, tendo em vista que o Tribunal de Justiça foi o órgão competente para análise do habeas corpus apresentado em razão dado negócio nos termos acima apresentados, pois a Constituição da República veda que brasileiro naturalizado há menos de dez anos possa estabelecer o conteúdo da programação da rádio. D)Será possível a concretização do negócio nos termos acima apresentados, pois a Constituição da República, em respeito aos princípios liberais que sustenta, não interfere no conteúdo pactuado entre contratantes privados. Comentário: A) Errado A alternativa “A” está errada, vide inteligência do Art. 222 da Carta Magna. B) Errado A alternativa “B” está errada, vide inteligência do Art. 222 da Carta Magna. C) Correto A alternativa “C” é a única que se mostra correta, vide inteligência do Art.222 da Carta Magna: Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. D)Errado A alternativa “D” está errada, vide inteligência do Art. 222 da Carta Magna. Gabarito: Letra C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 16 Carlos, contando com 59 (cinquenta e nove) anos de idade, resolve se inscrever em concurso público para o cargo de Agente de Polícia, dos quadros da Policia Civil do Estado Beta. Todavia, sua inscrição é negada com base no edital, que reproduz a Lei Estadual X, segundo a qual o candidato, no momento da inscrição, deve ter entre 18 (dezoito) e 32 (trinta e dois) anos de idade. Inconformado, Carlos consulta um advogado a respeito de possível violação do direito fundamental à igualdade. Diante do caso concreto, assinale a opção que se harmoniza com a ordem jurídico-constitucional brasileira. A) Houve violação ao princípio da igualdade, pois o sistema jurídico-constitucional brasileiro veda, em caráter absoluto, que a lei estabeleça requisitos de ordem etária para o provimento de cargos públicos. B) Não houve violação ao princípio da igualdade, pois o sistema jurídico-constitucional brasileiro permite que a lei estabeleça limite de idade para inscrição em concurso público quando tal medida se justificar pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. C) Houve violação ao princípio da razoabilidade, pois as atividades inerentes ao cargo a ser ocupado não justificam a previsão do critério etário como requisito para inscrição no concurso público que visa ao seu provimento. D) Não houve violação ao princípio da igualdade, pois o sistema jurídico-constitucional brasileiro concede aos administradores públicos poder discricionário para definir, por via editalícia, independentemente da lei, os limites etários para a participação em concursos. Comentário: A) Errado A alternativa “A” está errada, vide inteligência da Súmula n° 683 do STF. B) Correto A alternativa “B” é a única que se mostra correta vide inteligência da Súmula n° 683 do STF: Súmula STF nº 683: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. C) Errado A alternativa “C” está errada, vide inteligência da Súmula n° 683 do STF. D) Errado A alternativa “D” está errada, vide inteligência da Súmula n° 683 do STF. Gabarito: Letra B Fonte de conhecimento jurídico: Jurisprudência. Questão 17 O Presidente da República, objetivando adotar medidas urgentes para melhorar o desempenho da máquina burocrática pública, solicita delegação ao Congresso Nacional a fim de normatizar, por meio de lei delegada, a tramitação mais eficiente de processos no âmbito da Administração Pública. O Congresso Nacional, embora tenha concordado com o pedido formulado, especifica, por meio de resolução, que o projeto de lei delegada proposto pelo Presidente da República, antes de adentrar o sistema jurídico vigente pela via legal, deverá ser por ele avaliado. O Presidente da República, tendo dúvidas sobre se a condição imposta pelo Poder Legislativo é violadora da ordem jurídicoconstitucional brasileira, solicita esclarecimentos à sua assessoria jurídica. Sobre a exigência do Congresso Nacional, assinale a afirmativa correta. A) A exigência é constitucional, posto que a CRFB/88 prevê a possibilidade de controle prévio sobre o conteúdo normativo da delegação, quando a resolução assim o previr. B) A exigência é inconstitucional, posto que a autorização para a edição de lei delegada, quando concedido pelo Congresso Nacional, retira desse órgão qualquer possibilidade de controle sobre o seu conteúdo. C) A exigência é constitucional, podendo o Parlamento arrogar-se o direito de propor emendas ao conteúdo normativo do projeto de lei proposto pelo Presidente da República. D) A exigência é inconstitucional, pois a lei delegada é espécie normativa cujo fundamento encontra-se alicerçado no princípio da total independência de um Poder nos assuntos de outro. Comentário: A) Correto A alternativa “A” é a única que se mostra correta, pois a Carta Magna a possibilidade de controle prévio sobre o conteúdo normativo da delegação, quando previsto na resolução, vide inteligência do Art. 68, § 3º: Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. § 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda. B) Errado A alternativa “B” está errada, vide inteligência do Art. 68, § 3º da Carta Magna. C) Errado A alternativa “C” está errada, vide inteligência do Art. 68, § 3º da Carta Magna. D) Errado A alternativa “D” está errada vide inteligência do Art. 68, § 3º da Carta Magna. Gabarito: Letra A Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 18 Parlamentar brasileiro, em viagem oficial, visita o Tribunal Constitucional Federal da Alemanha, recebendo numerosas informações acerca do seu funcionamento e de sua área de atuação. Uma, todavia, chamou especialmente sua atenção: a referida Corte Constitucional reconhecia a possibilidade de alteração da Constituição material - ou seja, de suas normas - sem qualquer mudança no texto formal. Surpreendido com essa possibilidade, procura sua assessoria jurídica a fim de saber se o Supremo Tribunal Federal fazia uso de técnica semelhante no âmbito da ordem jurídica brasileira. A partir da hipótese apresentada, assinale a opção que apresenta a informação dada pela assessoria jurídica. A) Não. O Supremo Tribunal Federal somente pode reconhecer nova norma no sistema jurídico constitucional a partir de emenda à constituição produzida pelo poder constituinte derivado reformador. B) Sim. O Supremo Tribunal Federal, reconhecendo o fenômeno da mutação constitucional, pode atribuir ao texto inalterado uma nova interpretação, que expressa, assim, uma nova norma. C) Não. O surgimento de novas normas constitucionais somente pode ser admitido por intermédio das vias formais de alteração, todas expressamente previstas no próprio texto da Constituição. D) Sim. O sistema jurídico-constitucional brasileiro, seguindo linhas interpretativas contemporâneas, admite, como regra, a interpretação da Constituição independentemente de limites semânticos concedidos pelo texto. Comentário: A) Errado A alternativa “A” está incorreta, conforme o estudo do fenômeno da mutação constitucional. B) Correto A alternativa “B” é a única que se mostra correta. De acordo com o Poder Constituinte Difuso sendo este o poder que atua na realização das mutações constitucionais, que atua no processo informal de alteração da Constituição. C) Errado A alternativa “C” está errada, conforme o estudodo fenômeno da mutação constitucional. D) Errado A alternativa “D” está errada, conforme o estudo do fenômeno da mutação constitucional. Gabarito: Letra B Fonte de conhecimento jurídico: Doutrina Questão 19 Luca nasceu em Nápoles, na Itália, em 1997. É filho de Marta, uma ilustre pintora italiana, e Jorge, um escritor brasileiro. Quando de seu nascimento, seus pais o registraram apenas perante o registro civil italiano. Luca nunca procurou se informar sobre seu direito à nacionalidade brasileira, mas, agora, vislumbrando seu futuro, ele entra em contato com um escritório especializado, a fim de saber se e como poderia obter a nacionalidade brasileira. Assinale a opção que apresenta, em conformidade com a legislação brasileira, o procedimento indicado pelo escritório. A) Luca não tem direito à nacionalidade brasileira, eis que seu pai não estava ou está a serviço do Brasil. B) Luca não poderá mais obter a nacionalidade brasileira, tendo em vista que já é maior de idade. C) Luca tem direito à nacionalidade brasileira, mas, ainda que a obtenha, não será considerado brasileiro nato. D) Luca deverá ir residir no Brasil e fazer a opção pela nacionalidade brasileira. Comentário: A) Errado A alternativa “A” está incorreta, vide inteligência do Art. 12, I, letra “a” da Carta Magna. B) Errado A alternativa “B” está errada, vide inteligência do Art. 12, I, letra “a” da Carta Magna. C) Errado A alternativa “C” está errada, vide inteligência do Art. 12, I, letra “a” da Carta Magna. D) Correto A alternativa “D” é a única que se mostra correta, devendo Luca residir no Brasil e realizar a opção de sua nacionalidade, vide inteligência do Art. 12, I, letra “a” da Carta Magna; Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007) Gabarito: Letra D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 20 O governador do estado Alfa, diante de grave crise financeira que assola as contas estaduais, elaborou numerosos projetos de lei para diminuir os gastos públicos e atender ao disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal. Dentre esses projetos encontram-se: i) corte de 25% (vinte e cinco por cento) dos cargos em comissão do Poder Executivo; ii) redução dos subsídios e vencimentos dos servidores públicos estáveis em 10% (dez por cento) de seu valor nominal. Com relação à constitucionalidade de tais projetos, assinale a afirmativa correta. A) Os projetos são constitucionais, porque cabe ao Estado zelar por suas finanças, à luz dos princípios aplicáveis à Administração Pública. B) O projeto que determina o corte de cargos em comissão é inconstitucional, pois resultará na exoneração dos servidores que os ocupam. C) O projeto que reduz diretamente os subsídios e vencimentos pagos aos servidores públicos é inconstitucional. D) Os projetos são inconstitucionais, porque há direito adquirido à imutabilidade de regime jurídico dos servidores públicos. Comentário: A) Errado A alternativa “A” está incorreta, vide inteligência do Art 169, § 3° e Art. 37, XV da Carta Magna. B) Errado A alternativa “B” está errada, vide inteligência do Art 169, § 3° e Art. 37, XV da Carta Magna. C) Correto A alternativa “C” é a única que se mostra correta Art. 169, § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências: I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; Art. 37, XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; D) Errado A alternativa “D” está errada, vide inteligência do Art 169, § 3° e Art. 37, XV da Carta Magna. Gabarito: Letra C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca DIREITOS HUMANOS Questão 20 O país foi tomado por uma onda de manifestações sociais, que produzem grave e iminente instabilidade institucional, de modo que a Presidência da República decretou, e o Congresso Nacional aprovou, o estado de defesa no Brasil. Nesse período, você é procurado(a), como advogado(a), para atuar na causa em que um casal relata que seu filho, João da Silva, de 21 anos, encontra-se desaparecido há cinco dias, desde que foi detido para investigação policial. Os órgãos de segurança afirmam não ter informações acerca do paradeiro dele, embora admitam que ele foi interrogado pela polícia. Ao questionar o procedimento de interrogatório e buscar mais informações sobre o paradeiro de João da Silva junto à Corregedoria da Polícia, você é lembrado de que o país encontra-se sob estado de defesa, existindo, nesse caso, restrição a vários direitos fundamentais. Sobre a hipótese apresentada, com base na Convenção Interamericana sobre o Desaparecimento Forçado de Pessoas, assinale a afirmativa correta. A) A Convenção proíbe que os Estados-Partes decretem qualquer tipo de estado de emergência, incluindo aí o estado de defesa ou o estado de sítio, de forma a evitar a gravíssima violação dos direitos humanos, como é o desaparecimento forçado de João da Silva. B) O caso de João da Silva ainda não pode ser considerado desaparecimento forçado, porque a Convenção afirma que o prazo para que o desaparecimento forçado seja caracterizado como tal deve ser de pelo menos dez dias, desde a falta de informação ou a recusa a reconhecer a privação de liberdade pelos agentes do Estado. C) O Conselho de Defesa Nacional deliberou que, mesmo no estado de defesa, as autoridades judiciárias competentes devem ter livre e imediato acesso a todo centro de detenção e às suas dependências, bem como a todo lugar onde houver motivo para crer que se possa encontrar a pessoa desaparecida. D) O Brasil, como Estado-Parte da Convenção, comprometeu-se a não praticar, nem permitir, nem tolerar o desaparecimento forçado de pessoas, nem mesmo durante os estados de emergência, exceção ou de suspensão de garantias individuais. Comentários: O enunciado esclarece que o país se encontra em estado de defesa e relata o desaparecimento de cidadão. Indaga-se acerca do posicionamento do país frente a esta circunstância, com base na Convenção Interamericana sobre o Desaparecimento Forçado de Pessoas, positivada através do Decreto nº 8.766/16. Tal disciplina encontra-se no artigo I da mencionada Convenção. Artigo I Os Estados Partes nesta Convenção comprometem-se a: - a. não praticar, nem permitir, nem tolerar o desaparecimento forçado de pessoas, nem mesmo em estado de emergência, exceção ou suspensão de garantias individuais; - b. punir, no âmbito de sua jurisdição, os autores, cúmplices e encobridores do delito do desaparecimento forçado de pessoas, bem como da tentativa de prática do mesmo; - c. cooperar entre si a fim de contribuir para a prevenção, punição e erradicação do desaparecimento forçado de pessoas; e - d. tomar as medidas de caráter legislativo, administrativo, judicial ou de qualquer outra natureza que sejam necessárias para cumpriros compromissos assumidos nesta Convenção. A) Errado Incorreta a assertiva “A”, pois a possibilidade de decretação do estado de defesa encontra-se expressamente prevista no artigo 136 da Constituição Federal. Art. 136, CF. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. (...) B) Errado A letra “B” também está incorreta. O texto da Convenção não estipula prazo mínimo para a caracterização do desaparecimento forçado. Artigo II Para os efeitos desta Convenção, entende-se por desaparecimento forçado a privação de liberdade de uma pessoa ou mais pessoas, seja de que forma for, praticada por agentes do Estado ou por pessoas ou grupos de pessoas que atuem com autorização, apoio ou consentimento do Estado, seguida de falta de informação ou da recusa a reconhecer a privação de liberdade ou a informar sobre o paradeiro da pessoa, impedindo assim o exercício dos recursos legais e das garantias processuais pertinentes. C) Errado Incorreta a alternativa “C”, pois, em verdade, o Conselho de Defesa Nacional não possui ingerência sobre essa medida, estando disposta na própria Convenção. Artigo X Em nenhum caso poderão ser invocadas circunstâncias excepcionais, tais como estado de guerra ou ameaça de guerra, instabilidade política interna ou qualquer outra emergência pública, para justificar o desaparecimento forçado de pessoas. Nesses casos, será mantido o direito a procedimentos ou recursos judiciais rápidos e eficazes, como meio de determinar o paradeiro das pessoas privadas de liberdade ou seu estado de saúde, ou de identificar a autoridade que ordenou a privação de liberdade ou a tornou efetiva. Na tramitação desses procedimentos ou recursos e de conformidade com o direito interno respectivo, as autoridades judiciárias competentes terão livre e imediato acesso a todo centro de detenção e a cada uma de suas dependências, bem como a todo lugar onde houver motivo para crer que se possa encontrar a pessoa desaparecida, inclusive lugares sujeitos à jurisdição militar. D) Correto Por fim, resta como correta a letra “D”, já que reproduz o disposto no artigo I, “a”, da Convenção. Logo, os Estados-Partes comprometem-se a não praticar, nem permitir, nem tolerar o desaparecimento forçado de pessoas, nem mesmo em estado de emergência. Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca Questão 21 Você está advogando em um caso que tramita na Corte Interamericana de Direitos Humanos. O Brasil é parte passiva do processo e, finalmente, foi condenado. A condenação envolve, além da reparação pecuniária pela violação dos direitos humanos, medidas simbólicas de restauração da dignidade da vítima e até mesmo a mudança de parte da legislação interna. Embora a União tenha providenciado o pagamento do valor referente à reparação pecuniária da vítima, há muito tempo permanece inadimplente quanto ao cumprimento das demais obrigações impostas na sentença condenatória proferida pela Corte. Diante disso, assinale a afirmativa correta. A) É necessário ingressar com medida específica junto ao STF para a homologação da sentença da Corte ou a obtenção do exequatur, isto é, a decisão de cumprir, aqui no Brasil, uma sentença que tenha sido proferida por tribunal estrangeiro. B) Não há nada que possa ser feito, já que não há previsão nem na legislação do Brasil, nem na própria Convenção Americana dos Direitos Humanos sobre algum tipo de medida quando do não cumprimento da sentença da Corte pelo país que se submeteu à sua jurisdição. C) A execução da sentença pode ser feita diretamente no Sistema Interamericano de Direitos Humanos, pois essa é uma das atribuições e incumbências previstas no Pacto de São José da Costa Rica para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos. D) Pode-se solicitar à Corte que, no seu relatório anual para a Assembleia Geral da OEA, indique o caso em que o Brasil foi condenado, como aquele em que um Estado não deu cumprimento total à sentença da Corte. Comentários: A questão relata que há processo tramitando na Corte Interamericana de Direitos Humanos, no qual há condenação do Brasil, indagando acerca das consequências advindas do descumprimento das obrigações impostas na sentença. O regramento da matéria pode ser extraído do artigo 65 da Convenção Americana de Direitos Humanos. Artigo 65 A Corte submeterá à consideração da Assembleia Geral da Organização, em cada período ordinário de sessões, um relatório sobre suas atividades no ano anterior. De maneira especial, e com as recomendações pertinentes, indicará os casos em que um Estado não tenha dado cumprimento a suas sentenças. A) Errado De pronto, a alternativa “A” está incorreta, pois trata-se de sentença de tribunal internacional, que difere das sentenças de tribunais estrangeiros, as quais, de fato, exigem homologação através do exequatur. B) Errado Inadequada a redação da assertiva “B”, pois, como pode ser lido no artigo acima transcrito, há medidas que podem ser impostas ao país que não cumpre as deliberações da Corte. C) Errado Igualmente incorreta a alternativa “C”, pois, conforme dispõe o artigo 68 da Convenção, a execução da indenização compensatória respeitará o processo interno. Artigo 68 1. Os Estados Partes na Convenção comprometem-se a cumprir a decisão da Corte em todo caso em que forem partes. 2. A parte da sentença que determinar indenização compensatória poderá ser executada no país respectivo pelo processo interno vigente para a execução de sentenças contra o Estado. D) Correto Por outro lado, correta a letra “D”. Em consonância com o artigo 65 supramencionado, a Corte pode indicar no relatório à Assembleia-Geral da OEA tal condenação como um dos casos em que um Estado não tenha dado cumprimento a suas sentenças. Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca e Doutrina Questão 22 Seu cliente possui um filho com algum nível de deficiência mental e, após muito tentar, não conseguiu vaga no sistema público de ensino da cidade, uma vez que as escolas se diziam não preparadas para lidar com essa situação. Você já ingressou com a ação judicial competente há mais de dois anos, mas há uma demora injustificada no julgamento e o caso ainda se arrasta nos tribunais. Diante desse quadro, você avalia a possibilidade de apresentar uma petição à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Tendo em vista o que dispõe a Convenção Americana sobre Direitos Humanos e seus respectivos protocolos, assinale a afirmativa correta. A) Considerando a demora injustificada da decisão na jurisdição interna, você pode peticionar à Comissão, pois o direito à Educação é um dos casos de direitos sociais previstos no Protocolo de São Salvador, que, uma vez violado, pode ensejar aplicação do sistema de petições individuais. B) Não obstante a demora injustificada da decisão final do Poder Judiciário brasileiro ser uma condição que admite excepcionar os requisitos de admissibilidade para que seja apresentada a petição, o direito à educação não está expressamente previsto nem na Convenção, nem no Protocolo de São Salvador como um caso de petição individual. C) Apenas a Corte Interamericana de Direitos Humanos pode encaminhar um caso para a Comissão. Portanto, deve ser provocada a jurisdição da Corte. Se esta entender adequado, pode enviar o caso para que a Comissão adote as medidas e providências necessárias para garantir o direito e reparar a vítima, se for o caso. D) Em nenhuma situação você pode entrar com a petição individual de seu cliente na Comissão Interamericanade Direitos Humanos até que sejam esgotados todos os recursos da jurisdição interna do Brasil. Comentários: Questiona-se acerca da possibilidade de representação perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em decorrência de óbice ao acesso à educação de pessoa com deficiência. Ressalte-se que o enunciado esclarece que há ação judicial em curso, porém sem julgamento por longo período. Deve-se, portanto, recorrer ao artigo 46 da Convenção Americana de Direitos Humanos. Artigo 46 1. Para que uma petição ou comunicação apresentada de acordo com os artigos 44 ou 45 seja admitida pela Comissão, será necessário: a. que hajam sido interpostos e esgotados os recursos da jurisdição interna, de acordo com os princípios de direito internacional geralmente reconhecidos; b. que seja apresentada dentro do prazo de seis meses, a partir da data em que o presumido prejudicado em seus direitos tenha sido notificado da decisão definitiva; c. que a matéria da petição ou comunicação não esteja pendente de outro processo de solução internacional; e d. que, no caso do artigo 44, a petição contenha o nome, a nacionalidade, a profissão, o domicílio e a assinatura da pessoa ou pessoas ou do representante legal da entidade que submeter a petição. 2. As disposições das alíneas a e b do inciso 1 deste artigo não se aplicarão quando: a. não existir, na legislação interna do Estado de que se tratar, o devido processo legal para a proteção do direito ou direitos que se alegue tenham sido violados; b. não se houver permitido ao presumido prejudicado em seus direitos o acesso aos recursos da jurisdição interna, ou houver sido ele impedido de esgotá-los; e c. houver demora injustificada na decisão sobre os mencionados recursos. A) Correto De pronto, correta a letra “A”. Conforme previsão do item 2, “c”, do artigo 46, em decorrência da demora injustificada e tratando-se de direito à educação, é possível o peticionamento individual à Comissão. B) Errado Já a assertiva “B” está incorreta, pois afirma que o direito à educação não está previsto na Convenção ou no Protocolo de São Salvador. Em verdade, trata-se de direito social previsto no Protocolo. C) Errado A redação da alternativa “C” vai de encontro ao artigo 44 da Convenção, o qual autoriza qualquer pessoa a peticionar perante a Comissão, portanto, está errada. Artigo 44 Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade não-governamental legalmente reconhecida em um ou mais Estados membros da Organização, pode apresentar à Comissão petições que contenham denúncias ou queixas de violação desta Convenção por um Estado Parte. D) Errado Por fim, a letra “D” deve ser eliminada, posto que o artigo 46, transcrito linhas acima, prevê hipóteses excepcionais nas quais dispensa-se o esgotamento da jurisdição interna. Gabarito: A Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca DIREITO INTERNACIONAL Questão 23 Walter, estrangeiro, casou-se com Lúcia, por quem se apaixonou quando passou as férias em Florianópolis. O casal tem um filho, Ricardo, de 2 anos. Residente no Brasil há mais de cinco anos, Walter é acusado de ter cometido um crime em outro país. Como o Brasil possui promessa de reciprocidade com o referido país, este encaminha ao governo brasileiro o pedido de extradição de Walter. Nesse caso, o governo brasileiro A) não pode conceder a extradição, porque Walter tem um filho brasileiro. B) pode conceder a extradição, por meio de ordem expedida por um juiz federal. C) pode conceder a extradição, desde que cumpridos os requisitos legais do Estatuto do Estrangeiro. D) não pode conceder a extradição, pois esta só seria possível se houvesse tratado com o país de origem de Walter. Comentários: O enunciado trata da extradição de estrangeiro casado com brasileira, com quem tem um filho. A priori, o aluno deve ter em mente a Súmula 421 do STF. Ademais, é importante ressaltar que a legislação conhecida como Estatuto do Estrangeiro foi revogada pela Lei de Migração. O artigo 82 da Lei nº 13.445/17 elenca as hipóteses nas quais não se concederá a extradição. Súmula 421/STF Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditando casado com brasileira ou ter filho brasileiro. Art. 82, Lei nº 13.445/17. Não se concederá a extradição quando: I - o indivíduo cuja extradição é solicitada ao Brasil for brasileiro nato; II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente; III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao extraditando; IV - a lei brasileira impuser ao crime pena de prisão inferior a 2 (dois) anos; V - o extraditando estiver respondendo a processo ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido; VI - a punibilidade estiver extinta pela prescrição, segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente; VII - o fato constituir crime político ou de opinião; VIII - o extraditando tiver de responder, no Estado requerente, perante tribunal ou juízo de exceção; ou IX - o extraditando for beneficiário de refúgio, nos termos da Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997, ou de asilo territorial. (...) A) Errado Incorreta a assertiva “A”, pois, conforme a redação do enunciado sumular transcrito, essa circunstância não impede a extradição. B) Errado A letra “B” também está incorreta, segundo o artigo 90 da Lei de Migração, o qual exige pronunciamento prévio do Supremo Tribunal Federal. Art. 90, Lei nº 13.445/17. Nenhuma extradição será concedida sem prévio pronunciamento do Supremo Tribunal Federal sobre sua legalidade e procedência, não cabendo recurso da decisão. C) Correto A alternativa “C”, por sua vez, está correta. Apesar de mencionar o Estatuto do Estrangeiro, a assertiva permanece correta, pois, desde que preenchidos os requisitos legais – elencados, agora, na Lei de Migração -, é possível a extradição na hipótese narrada, ainda que o extraditando tenha filho brasileiro, em consonância com a Súmula 421 do STF transcrita. D) Errado Por fim, incorreta a letra “D”, já que o enunciado menciona que há promessa de reciprocidade entre os países envolvidos. Gabarito: C Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca Questão 24 Luca nasceu em Nápoles, na Itália, em 1997. É filho de Marta, uma ilustre pintora italiana, e Jorge, um escritor brasileiro. Quando de seu nascimento, seus pais o registraram apenas perante o registro civil italiano. Luca nunca procurou se informar sobre seu direito à nacionalidade brasileira, mas, agora, vislumbrando seu futuro, ele entra em contato com um escritório especializado, a fim de saber se e como poderia obter a nacionalidade brasileira. Assinale a opção que apresenta, em conformidade com a legislação brasileira, o procedimento indicado pelo escritório. A) Luca não tem direito à nacionalidade brasileira, eis que seu pai não estava ou está a serviço do Brasil. B) Luca não poderá mais obter a nacionalidade brasileira, tendo em vista que já é maior de idade. C) Luca tem direito à nacionalidade brasileira, mas, ainda que a obtenha, não será considerado brasileiro nato. D) Luca deverá ir residir no Brasil e fazer a opção pela nacionalidade brasileira. Comentários: Questiona-se acerca da aquisição da nacionalidade brasileira por pessoa nascida no estrangeiro, de pai brasileiro. Essa temática possui regramento constitucional, mais especificamente no artigo 12 da Constituição Federal. Art. 12, CF. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro