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Aula 02
PGE-AL (Procurador) Direito Civil - 2022
(Pré-Edital)
Autor:
Equipe Materiais Carreiras
Jurídicas
13 de Outubro de 2022
76294005272 - JEAN CARLOS DA SILVA OLIVEIRA
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
Considerações iniciais ........................................................................................................................................ 2 
II. Pessoas ........................................................................................................................................................... 3 
2. Pessoas Jurídicas ........................................................................................................................................ 3 
2.1. Personalidade .......................................................................................................................................... 4 
2.2. Classificação ............................................................................................................................................ 5 
A. Grupos não personificados .......................................................................................................................................... 5 
B. Pessoas jurídicas de direito público ............................................................................................................................. 7 
C. Pessoas jurídicas de direito privado ............................................................................................................................. 8 
2.3. Associações ........................................................................................................................................... 12 
2.4. Fundações ............................................................................................................................................. 16 
2.5. Desconsideração da personalidade jurídica ......................................................................................... 20 
2.6. Domicílio ............................................................................................................................................... 27 
Legislação Pertinente ....................................................................................................................................... 29 
Jurisprudência Correlata .................................................................................................................................. 34 
Jornadas de Direito Civil................................................................................................................................... 37 
Considerações finais ........................................................................................................................................ 40 
Questões Comentadas ..................................................................................................................................... 40 
Lista de Questões ............................................................................................................................................. 67 
Gabarito ........................................................................................................................................................... 78 
 
 
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Inicialmente, lembro que sempre estou disponível, para você, aluno Estratégia, no Fórum de Dúvidas do 
Portal do Aluno e, alternativamente, também, nas minhas redes sociais: 
 
prof.phms@estrategiaconcursos.com.br 
 
prof.phms 
 
prof.phms 
 
prof.phms 
 
Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno 
Nesta aula, eu continuo com a Parte Geral do Código. A espinha dorsal do Direito Civil, assentada na relação 
jurídica, tem como um de seus elementos fundamentais a pessoa jurídica. 
Aqui, mais uma vez, se vê como os temas da Parte Geral do Código Civil são eles de relevância ímpar não 
apenas no Direito Civil, mas também em numerosos sub-ramos do Direito Privado e outros tantos ramos do 
Direito. As questões que envolvem as pessoas jurídicas são fundamentais para o Direito Empresarial e para 
o Direito Administrativo, por exemplo. A distinção entre as pessoas jurídicas de direito público e as pessoas 
jurídicas de direito privado funda, resumidamente, a cisão entre esses dois ramos. 
Para o Direito Tributário, igualmente, a classificação das pessoas funciona como divisor de águas para os 
diferentes regimes tributários, como ocorre com o IRPF e o IRPJ. Por isso, não é incomum que o examinador 
tente induzir você em erro, criando “misturas” das regras do CC/2002 com as especificidades e 
detalhamentos dos demais ramos. É notável como o candidato tende a esquecer o regramento geral e tende 
a se ater às peculiaridades dos demais ramos, permitindo que o examinador faça “pegadinhas” simples, mas 
potencialmente danosas. 
E qual é o ponto do seu Edital que eu analisarei nesta aula? Veja: 
Pessoas jurídicas 
 
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TEORIA GERAL 
II. PESSOAS 
2. PESSOAS JURÍDICAS 
O que é pessoa jurídica? As pessoas jurídicas, coletivas, abstratas, fictas ou mesmo morais, são entidades 
que conglobam pessoas, bens ou ambos (pessoas + bens). Elas são aptas a titularizar relações jurídicas de 
maneira bastante ampla e, por isso, as pessoas jurídicas têm personalidade jurídica, como as pessoas físicas 
ou naturais. 
E quais são as características da pessoa jurídica? Depende do autor que você escolher, mas posso indicar, a 
partir de diversas obras, as seguintes, mais importantes do ponto de vista prático: 
a. Capacidade de direito e capacidade de fato; 
b. Estrutura organizativa; 
c. Objetivos comuns dos membros que a formam; 
d. Patrimônio próprio e independente dos membros que a formam; 
e. Publicidade de sua constituição, dado que, diferente da pessoa natural, a pessoa jurídica não 
tem “nascimento” propriamente dito. 
A pessoa jurídica é, portanto, titular de direito e deveres na ordem civil, como remete o art. 1º do CC/2002. 
Seus direitos e obrigações certamente não são os mesmos que os da pessoa natural. Pessoa jurídica não vota 
e não tem liberdade sexual, mas tem alguns direitos de personalidade (e sofre dano moral), direitos 
obrigacionais (pode contratar livremente), direitos reais (pode ser proprietária de bens) e mesmo direitos 
sucessórios (pode receber bens mortis causa). 
Quais são as características da pessoa jurídica, de maneira bastante sintética? 
 
Capacidade fática e jurídica
Estrutura organizativa
Objetivos comuns dos membros
Patrimônio próprio e independente
Publicidade de constituição
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A Lei 13.874/2019, sumarizando essas características, modificou o CC/2002 para incluir o art. 49-A. Segundo 
a norma, a pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores ou administradores. 
Por isso, a autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito de alocação e segregação 
de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular empreendimentos, para a geração de 
empregos, tributo, renda e inovação em benefício de todos (parágrafo único). 
Como e quando essa pessoa jurídica terá essas características? Com a personificação, processo por meio do 
qual se pode dotar a pessoa jurídica de personalidade. 
2.1. PERSONALIDADE 
Diversas teorias foram criadas ao longo do tempo para justificar a pessoa jurídica. Segundo a Teoria da 
Realidadeestabelece que o domicílio da pessoa jurídica será, no tocante às obrigações contraídas por 
cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, situado no Brasil, a que ela corresponder. 
Por fim, vale ressaltar que a regra do art. 78, que prevê a possibilidade de os contratantes especificarem 
domicílio por meio de contratos escritos é de especial relevo para as pessoas jurídicas. 
 
(TRT / TRT-2ª Região – 2016) Segundo o regramento do Código Civil, é INCORRETO afirmar que: 
a. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio da União é o Distrito Federal, dos Estados e Territórios, as 
respectivas capitais, do Município, o lugar onde funcione a administração municipal, das demais 
pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde 
elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. 
b. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será 
considerado domicílio para os atos nele praticados. 
c. Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa 
jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do 
estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder. 
d. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que 
exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da 
Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, o 
porto onde o navio estiver atracado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença. 
e. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram 
os direitos e obrigações deles resultantes. 
Comentários 
A alternativa A está correta, segundo o art. 75, incisos: “Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: 
I - da União, o Distrito Federal; 
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; 
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III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; 
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, 
ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos”. 
A alternativa B está correta, conforme o art. 75, §1º: “Tendo a pessoa jurídica diversos 
estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele 
praticados”. 
A alternativa C está correta, na dicção do art. 75, §2º: “Se a administração, ou diretoria, tiver a sede 
no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por 
cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder”. 
A alternativa D está incorreta, de acordo com o art. 76, parágrafo único: “O domicílio do incapaz é o 
do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente 
suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a 
que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o 
do preso, o lugar em que cumprir a sentença”. 
A alternativa E está correta, por conta do art. 78: “Nos contratos escritos, poderão os contratantes 
especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes”. 
LEGISLAÇÃO PERTINENTE 
As Organizações Sociais – OS nada mais são do que qualificações dadas pelo Poder Público a determinadas 
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, para que possam receber recursos da Administração 
Pública para a consecução de seus objetivos. Ou seja, as OS não são pessoas jurídicas propriamente ditas, 
mas qualificação dada a determinadas pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos! 
Seu fundamento é a Lei 9.637/1998. Para fazer jus ao recebimento dessa qualificação, a pessoa jurídica 
interessada deve comprovar uma série de requisitos. Cumpridos esses requisitos, a pessoa jurídica pode 
habilitar-se à qualificação de OS. 
As organizações sociais compõem aquilo que se convencionou chamar de Terceiro Setor, que nada mais é 
do que uma parcela das atividades do interesse do Poder Público a cargo do setor privado, sem a necessidade 
de concessão ou de outras medidas de cunho administrativo geralmente utilizadas nesses casos. Farão parte 
do Terceiro Setor as pessoas jurídicas de direito privado que obtenham a qualificação de OS. No mais, 
maiores interações entre as OS e o Poder Público são vistas no Direito Administrativo: 
Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito 
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao 
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, 
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei. 
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Art. 2º São requisitos específicos para que as entidades privadas referidas no artigo anterior 
habilitem-se à qualificação como organização social: 
I - comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre: 
a) natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de atuação; 
b) finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus excedentes 
financeiros no desenvolvimento das próprias atividades; 
c) previsão expressa de a entidade ter, como órgãos de deliberação superior e de direção, um 
conselho de administração e uma diretoria definidos nos termos do estatuto, asseguradas àquele 
composição e atribuições normativas e de controle básicas previstas nesta Lei; 
d) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de representantes do 
Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade 
moral; 
e) composição e atribuições da diretoria; 
f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, dos relatórios financeiros e do 
relatório de execução do contrato de gestão; 
g) no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma do estatuto; 
h) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em qualquer hipótese, 
inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou membro da 
entidade; 
i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que lhe foram 
destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas atividades, em caso de 
extinção ou desqualificação, ao patrimônio de outra organização social qualificada no âmbito da 
União, da mesma área de atuação, ou ao patrimônio da União, dos Estados, do Distrito Federal 
ou dos Municípios, na proporção dos recursos e bens por estes alocados; 
II - haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua qualificação como 
organização social, do Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da área de atividade 
correspondente ao seu objeto social e do Ministro de Estado da Administração Federal e 
Reforma do Estado. 
O primeiro indício de desconsideração da personalidade jurídica na legislação brasileira é o art. 135 do CTN. 
Tecnicamente falando, não há desconsideração propriamente dita, já que o inc. III desse dispositivo apenas 
imputa diretamente a responsabilidade tributária às pessoas físicas. Trata-se de aplicação evidente da 
consagrada distinção existente no Direito Obrigacional entre Schuld e Haftung, institutos de origem 
germânica há muito conhecidos dos civilistas. 
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Nada obstante, consagrou-se (equivocadamente), para muitos, a compreensão de que o art. 135, inc. III do 
CTN traduz hipótese de desconsideração da personalidade jurídica na seara tributária. Seria o caso, então, 
de aplicação de uma Teoria Menor, exigindo-se tão somente o inadimplemento das obrigações tributárias 
em decorrência de infração da lei, entre outros. 
Como o inadimplemento de obrigação tributária significa infração à lei, a “desconsideração da personalidade 
jurídica” é praticamente automática, consequentemente. Fica aqui o indicativo de que essas questões são 
mais profundas, mas aí me remeto à disciplina de Direito Tributário para maiores elucidações: 
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo 
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas 
omissões de que forem responsáveis: 
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; 
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; 
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; 
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; 
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; 
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos 
praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; 
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter 
moratório. 
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias 
resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou 
estatutos: 
I - as pessoas referidas no artigo anterior; 
II - os mandatários, prepostos e empregados; 
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. 
O CDC inaugura legislativamente a desconsideração da personalidade jurídica em seu art. 28, em termos 
contemporâneos. O regime consumerista adota a Teoria Menor da desconsideração da personalidade 
jurídica, que está sintetizada no §5º do referido artigo. Veja que não se exige qualquer requisito outro que 
não o “obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores”. Ou seja, é desnecessário 
apurar se houve fraude, abuso de personalidade, confusão patrimonial, desvio de finalidade, encerramento 
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irregular das atividades, falência ou insolvência; basta que a personalidade jurídica obstaculize o 
ressarcimento de um prejuízo causado ao consumidor: 
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em 
detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou 
ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada 
quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica 
provocados por má administração. 
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são 
subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código. 
§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes 
deste código. 
§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa. 
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de 
alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. 
Posteriormente, a Lei 9.605/1998, a Lei de Crimes Ambientais – LCA, no mesmo sentido do §5º do art. 28 do 
CDC, passou a permitir a aplicação da desconsideração da personalidade jurídica nos casos de 
responsabilidade civil-ambiental. Com redação muito semelhante à do CDC, o art. 4º da LCA determina a 
desconsideração sempre que a personalidade “for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à 
qualidade do meio ambiente”. Trata-se de outra vertente da Teoria Menor, que não exige os requisitos do 
art. 50 do CC/2002 para ser aplicada: 
Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo 
ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. 
O CPC consolidou legislativamente a tendência no STJ de permitir a desconsideração inversa da 
personalidade jurídica no art. 133, §2º. Igualmente, com a nova legislação processual, criou-se um incidente 
de desconsideração da personalidade jurídica, tendo em vista que na CC/2002 inexiste regramento 
procedimental a respeito. Agora, portanto, a desconsideração exige a instauração de incidente próprio: 
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da 
parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. 
§ 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos 
em lei. 
§ 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade 
jurídica. 
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Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de 
conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo 
extrajudicial. 
§ 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as 
anotações devidas. 
§ 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for 
requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. 
§ 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2o. 
§ 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para 
desconsideração da personalidade jurídica. 
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e 
requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. 
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão 
interlocutória. 
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno. 
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em 
fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente. 
Com a vigência do CPC, grande controvérsia se deu em torno da conjugação do art. 15 (“Na ausência de 
normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes 
serão aplicadas supletiva e subsidiariamente”) com os arts. 133 e ss., que tratam do incidente de 
desconsideração. Com a entrada em vigor da Lei 13.467/2017, a chamada “Reforma Trabalhista”, a CLT 
passou a estabelecer, em seu art. 855-A, que o incidente de desconsideração da personalidade jurídica 
também se aplica ao processo do trabalho. 
Não obstante, atente porque a justiça laboral não aplica a Teoria Maior do art. 50 do CC/2002, mas a Teoria 
Menor. A doutrina trabalhista se divide. Uma parte aplica, por analogia, do art. 28, §5º do CDC às relações 
laborais, tendo em vista que o CDC tutela relações desiguais, pela presença de um hipossuficiente – o 
consumidor –, talqualmente ocorre nas relações trabalhistas – o empregado. Outra parte pugna pela 
aplicação de teoria própria, qual seja, a Teoria do Risco da Atividade Econômica. 
Isso, aqui, é irrelevante. Fato é que materialmente não se aplica a Teoria Maiordo CC/2002, seja com 
fundamento no CDC, seja com fundamento em teoria específica. Processualmente, atente para as distinções 
existentes entre o incidente regido pelo CPC e o incidente regido pela CLT, especialmente quanto à 
irrecorribilidade da decisão a respeito dele na fase de conhecimento na justiça do trabalho: 
Art. 855-A. Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de desconsideração da personalidade 
jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de 
Processo Civil. 
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§ 1o Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente: 
I - na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do § 1o do art. 893 desta 
Consolidação; 
II - na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do juízo; 
III - cabe agravo interno se proferida pelo relator em incidente instaurado originariamente no 
tribunal. 
§ 2o A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de concessão da tutela de 
urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015. 
JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
Segundo o STF, a norma do art. 59 do CC/2002 nada mais faz do que detalhar a norma constitucional, no 
tocante às associações esportivas. A despeito de o art. 217, inc. I da CF/1988 estabelecer que há autonomia 
das entidades esportivas quanto à organização e ao funcionamento internos, a norma do art. 59, incs. I e II 
do CC/2002 é aplicável e não viola a Constituição. 
Não é porque a CF/1988 prevê a autonomia as associações esportivas é que elas podem violar as regras 
aplicáveis a quaisquer associações em geral. Assim, se um clube altera seu estatuto que não por meio de 
assembleia geral especialmente convocada para esse fim, há violação da regra infraconstitucional. Essa 
violação pode ser questionada perante o Poder Judiciário e isso não significa cerceamento à autonomia 
prevista em sede constitucional: 
AUTONOMIA DE ENTIDADES DESPORTIVAS E OBSERVÂNCIA DE NORMAS GERAIS. Não viola o art. 
217, I, da Constituição (“Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não 
formais, como direito de cada um, observados: I - a autonomia das entidades desportivas 
dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento”) decisão que determina 
associação esportiva a observar a norma do art. 59 do Código Civil (“Art. 59. Compete 
privativamente à assembleia geral: I - destituir os administradores; II - alterar o estatuto. 
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido 
deliberação da assembleia especialmente convocada para esse fim, cujo quorum será o 
estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores”). Com base 
nesse entendimento, a Primeira Turma negou provimento a agravo regimental (RE 935482 
AgR/SP, rel. Min. Rosa Weber, julgamento em 7.2.2017). 
São frequentes as questões a respeito dos requisitos para se aplicar a desconsideração da personalidade 
jurídica. Cotidianamente, o examinador tenta criar pegadinhas, especialmente para confundir o candidato 
habituado com a desconsideração no direito tributário, do consumidor ou trabalhista, mas não tão 
habituado com o cível. Para a desconsideração da personalidade jurídica não basta dissolução irregular, 
necessário que se prove fraude ou abuso de personalidade, reconhece o STJ: 
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AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. INDÍCIO DE ENCERRAMENTO IRREGULAR DA 
SOCIEDADE. CIRCUNSTÂNCIA INSUFICIENTE PARA AUTORIZAR A DESCONSIDERAÇÃO. AGRAVO 
IMPROVIDO. Não é possível deferir a desconsideração da personalidade jurídica sem prova 
concreta de fraude ou de abuso de personalidade. Precedentes. A mera dissolução irregular da 
sociedade não autoriza a desconsideração da personalidade jurídica da sociedade para alcançar 
bens dos sócios. Precedentes (AgRg no AREsp 757.873/PR, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO 
BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/12/2015, DJe 03/02/2016). 
Cuidado, porém, porque numerosas decisões do STJ são atécnicas quando tratam da desconsideração da 
personalidade jurídica. Isso porque a construção doutrinária desaguou inicialmente na jurisprudência, sendo 
que num primeiro momento se assumiu a desconsideração com base no critério subjetivo da fraude. 
Posteriormente, com a objetivação da teoria, não mais se exige fraude. A decretação da fraude é 
consequência, não fundamento, para a desconsideração da personalidade jurídica: 
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. FRAUDE 
CONTRA CREDORES. CONFUSÃO PATRIMONIAL. RECONHECIMENTO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 
7/STJ. CERCEAMENTO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. O acórdão recorrido tem fundamentação 
robusta acerca da existência de confusão patrimonial entre empresas do mesmo grupo 
econômico, com a finalidade de fraudar credores. Assim, é cabível a desconsideração da 
personalidade jurídica, nos termos do art. 50 do Código Civil, bem como o reconhecimento da 
fraude à execução, com amparo na Súmula n. 375/STJ: "O reconhecimento da fraude à execução 
depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente" 
(AgRg no AREsp 231.558/PR, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 
18/12/2014, DJe 02/02/2015). 
Muito antes da vigência do CPC/2015, a jurisprudência do STJ já permitia a chamada desconsideração 
inversa da personalidade jurídica. Resumidamente, isso ocorrerá quando o sócio “usa” a pessoa jurídica 
para esconder seu patrimônio pessoal, frustrando credores. A rigor, o termo “desconsideração inversa da 
personalidade jurídica” é atécnico, já que não se desconsidera a personalidade da pessoa jurídica. A 
expressão “pegou” porque o objetivo é o mesmo: combater a utilização indevida do ente societário por seus 
sócios, como já propugnava José Lamartine Corrêa de Oliveira Lyra na “dupla crise da pessoa jurídica”: 
PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL. ART. 50 DO 
CC/02. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA INVERSA. POSSIBILIDADE. A 
desconsideração inversa da personalidade jurídica caracteriza-se pelo afastamento da 
autonomia patrimonial da sociedade, para, contrariamente do que ocorre na desconsideração 
da personalidade propriamente dita, atingir o ente coletivo e seu patrimônio social, de modo a 
responsabilizar a pessoa jurídica por obrigações do sócio controlador. Considerando-se que a 
finalidade da disregard doctrine é combater a utilização indevida do ente societário por seus 
sócios, o que pode ocorrer também nos casos em que o sócio controlador esvazia o seu 
patrimônio pessoal e o integraliza na pessoa jurídica, conclui-se, de uma interpretação 
teleológica do art. 50 do CC/02, ser possível a desconsideração inversa da personalidade jurídica, 
de modo a atingir bens da sociedade em razão de dívidas contraídas pelo sócio controlador, 
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conquanto preenchidos os requisitos previstos na norma. A desconsideração da personalidade 
jurídica configura-se como medida excepcional. Sua adoção somente é recomendada quando 
forem atendidos os pressupostos específicos relacionados com a fraude ou abuso de direito 
estabelecidos no art. 50 do CC/02. Somente se forem verificados os requisitos de sua incidência, 
poderá o juiz, no próprio processo de execução, levantar o véuda personalidade jurídica para 
que o ato de expropriação atinja os bens da empresa. À luz das provas produzidas, a decisão 
proferida no primeiro grau de jurisdição, entendeu, mediante minuciosa fundamentação, pela 
ocorrência de confusão patrimonial e abuso de direito por parte do recorrente, ao se utilizar 
indevidamente de sua empresa para adquirir bens de uso particular (REsp 948.117/MS, Rel. 
Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/06/2010, DJe 03/08/2010). 
A aplicação de Teoria Ultra Vires não pode se chocar com o princípio da boa-fé objetiva quando há 
benefício à pessoa jurídica que, se descumprir, pode atrair a aplicação da Teoria da Desconsideração da 
Personalidade Jurídica, em estando presentes os requisitos para tanto, obviamente. 
Isso porque a atuação do sócio, representante ou administrador, ainda que extravasando o objeto social, 
obriga a pessoa jurídica, em homenagem ao princípio da boa-fé objetiva. Assim, a pessoa jurídica não pode 
reclamar a ineficácia dos atos praticados pelo sócio, representante ou administrador de maneira abusiva. 
Veja que a aplicação da Ultra Vires Doctrine e da Disregard Doctrine é bastante diferente e não se 
confundem ambas as teorias. Evidentemente que o Direito Empresarial fornece mais adequadamente 
arsenal teórico a respeito da primeira, ficando o Direito Civil com a segunda: 
DIREITO COMERCIAL. SOCIEDADE POR QUOTAS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA. GARANTIA 
ASSINADA POR SÓCIO A EMPRESAS DO MESMO GRUPO ECONÔMICO. EXCESSO DE PODER. 
RESPONSABILIDADE DA SOCIEDADE. TEORIA DOS ATOS ULTRA VIRES. INAPLICABILIDADE. 
RELEVÂNCIA DA BOA-FÉ E DA APARÊNCIA. ATO NEGOCIAL QUE RETORNOU EM BENEFÍCIO DA 
SOCIEDADE GARANTIDORA. A partir do Código Civil de 2002, o direito brasileiro, no que concerne 
às sociedades limitadas, por força dos arts. 1.015, § único e 1.053, adotou expressamente a ultra 
vires doctrine. Contudo, na vigência do antigo Diploma (Decreto n.º 3.708/19, art. 10), pelos atos 
ultra vires, ou seja, os praticados para além das forças contratualmente conferidas ao sócio, 
ainda que extravasassem o objeto social, deveria responder a sociedade. No caso em julgamento, 
o acórdão recorrido emprestou, corretamente, relevância à boa-fé do banco credor, bem como 
à aparência de quem se apresentava como sócio contratualmente habilitado à prática do negócio 
jurídico. Não se pode invocar a restrição do contrato social quando as garantias prestadas pelo 
sócio, muito embora extravasando os limites de gestão previstos contratualmente, retornaram, 
direta ou indiretamente, em proveito dos demais sócios da sociedade fiadora, não podendo 
estes, em absoluta afronta à boa-fé, reivindicar a ineficácia dos atos outrora praticados pelo 
gerente (REsp 704.546/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 
01/06/2010, DJe 08/06/2010). 
Já assentou o STJ que no caso de sociedades anônimas impera a regra de que apenas os administradores 
da companhia e seu acionista controlador podem ser responsabilizados pelos atos de gestão e pela 
utilização abusiva do poder. No caso de responsabilização do controlador, exige-se prova robusta de que 
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esse acionista use efetivamente o seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar os órgãos da 
companhia: 
PROCESSO CIVIL E DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE 
JURÍDICA. Nos termos do art. 50 do CC, o decreto de desconsideração da personalidade jurídica 
de uma sociedade somente pode atingir o patrimônio dos sócios e administradores que dela se 
utilizaram indevidamente, por meio de desvio de finalidade ou confusão patrimonial. É de curial 
importância reiterar que, principalmente nas sociedades anônimas, impera a regra de que 
apenas os administradores da companhia e seu acionista controlador podem ser 
responsabilizados pelos atos de gestão e pela utilização abusiva do poder; sendo certo, ainda, 
que a responsabilização deste último exige prova robusta de que esse acionista use efetivamente 
o seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar os órgãos da companhia. No caso, o 
recorrente retirou-se da administração da sociedade em 1984 e dos quadros sociais em 1985, ou 
seja, 4 ou 5 anos antes dos fatos geradores do decreto de desconsideração. A decisão é de 2009, 
vale dizer, 24 anos após sua saída da Cobrasol, ressoando inequívoca, a meu juízo, a 
impossibilidade de que a supressão da personalidade jurídica da aludida empresa possa atingir 
seu patrimônio. Outrossim, verifica-se que não foi nem mesmo demonstrada a prática de atos 
fraudulentos por parte do recorrente, haja vista não ter o Tribunal a quo especificado quais as 
provas que embasaram a sua convicção nesse sentido, limitando-se a crer, de forma subjetiva, 
que o ex-sócio controlava a referida sociedade de forma indireta (REsp 1412997/SP, Rel. Ministro 
LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 08/09/2015, DJe 26/10/2015). 
JORNADAS DE DIREITO CIVIL 
Um dos primeiros Enunciados da I Jornada de Direito Civil versa justamente sobre a desconsideração da 
personalidade jurídica. Ainda que na prática os juízes desconsiderem a personalidade jurídica e atinjam os 
patrimônios dos sócios e administradores de maneira um tanto quanto indiscriminada, o Enunciado 7 
aconselha que a desconsideração atinja somente os administradores ou sócios que tenham praticado os 
atos irregulares: 
Enunciado 7 
Só se aplica a desconsideração da personalidade jurídica quando houver a prática de ato irregular 
e, limitadamente, aos administradores ou sócios que nela hajam incorrido. 
Determina o art. 998 que o contrato social da sociedade simples deve ser inscrito no Registro Civil das 
Pessoas Jurídicas do local de sua sede. Por sua vez, o art. 1.096 prevê a aplicação das regras das sociedades 
simples às sociedades cooperativas, nos casos de omissão legislativa. No entanto, o Enunciado 69 do CJF 
prevê que as sociedades cooperativas sejam inscritas nas Juntas Comerciais e não no Registro Civil das 
Pessoas Jurídicas, dada sua natureza empresarial: 
Enunciado 69 
As sociedades cooperativas são sociedades simples sujeitas à inscrição nas juntas comerciais. 
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Enunciado da III Jornada de Direito Civil esclarece uma discussão muito comum nos casos de 
desconsideração da personalidade jurídica: os requisitos do art. 50 podem ser interpretados 
extensivamente? Prevê o Enunciado 146 que não, os parâmetros de desconsideração da personalidade 
jurídica da Teoria Maior devem ser interpretados restritivamente: 
Enunciado 146 
Nas relações civis, interpretam-se restritivamente os parâmetros de desconsideração da 
personalidade jurídica previstos no art. 50 (desvio de finalidade social ou confusão patrimonial). 
Evidenciando o que já se disse ao longo do texto, Enunciado 281 da IV Jornada de Direito Civil afirma que a 
aplicação da desconsideração prevista no art. 50 do CC/2002 torna desnecessária a demonstração de 
insolvência da pessoa jurídica. Ora, se a insolvência, de per si, não é capaz de atrair a aplicação da teoria, 
sua falta igualmente não tem o condão de a afastar, consequentemente. Esse enunciado, inclusive, encontra 
assento recorrente nas decisões do STJ a respeito do assunto: 
Enunciado 281 
A aplicação da teoria da desconsideração, descrita no art. 50 do Código Civil, prescinde da 
demonstração de insolvência da pessoa jurídica. 
O Enunciado 282 do CJF também traz compreensão claramente abraçada pelo STJ quando da aplicação da 
desconsideração da personalidade jurídica. Segundo o referido enunciado, o mero encerramento irregular 
da pessoa jurídica é insuficiente para caracterizaro abuso da personalidade jurídica apto à 
desconsideração. Assim, a comprovação de que a companhia está “fechada” não induz o atingimento do 
patrimônio dos sócios, de per si: 
Enunciado 282 
O encerramento irregular das atividades da pessoa jurídica, por si só, não basta para caracterizar 
abuso da personalidade jurídica. 
Questão claudicante enfrentada pela jurisprudência é a aplicabilidade da desconsideração da personalidade 
jurídica a pessoas jurídicas de direito privado que não têm fins econômicos ou, mesmo que tenham, que não 
tenham fins lucrativos, como ocorre com associações, fundações ou OSCIPs, por exemplo. De acordo com o 
Enunciado 284, pode haver a desconsideração desde que se caracterize o abuso da personalidade jurídica, 
pelos associados administradores, por exemplo. O STJ, inclusive, com base nesse Enunciado, já o fez: 
Enunciado 284 
As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos ou de fins não-econômicos estão 
abrangidas no conceito de abuso da personalidade jurídica. 
Curiosamente, a teoria da desconsideração da personalidade jurídica pode ser invocada pela própria 
pessoa jurídica para proteção de seu patrimônio. Isso ocorre, por exemplo, nos casos em que sócio não-
administrador transfere fraudulentamente para si patrimônio da pessoa jurídica. Nesse caso, a própria 
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pessoa jurídica pode demandar pela desconsideração da personalidade jurídica em seu favor. É o teor do 
Enunciado 285 do CJF a respeito do art. 50 do CC/2002: 
Enunciado 285 
A teoria da desconsideração, prevista no art. 50 do Código Civil, pode ser invocada pela pessoa 
jurídica em seu favor. 
Com a complexificação das relações empresariais, é comum que se criem grupos societários também mais 
complexos. Exemplo típico são as holdings, nas quais uma sociedade empresária controladora detém um 
grupo de outras sociedades empresárias, em diversos arranjos societários distintos. Muitas vezes, o abuso 
da personalidade ocorre justamente com a transferência de recursos entre as diversas empresas do grupo, 
de modo a exaurir o patrimônio de uma delas em detrimento dos credores. 
O entendimento do Enunciado 406, da V Jornada de Direito Civil, é de que a desconsideração, nesses casos, 
alcança os grupos de sociedade. Trata-se da chamada desconsideração econômica ou desconsideração 
expansiva da personalidade jurídica. 
Ou seja, desconsidera-se a personalidade jurídica de uma sociedade e se atinge a outra, não exatamente 
os sócios. Isso ocorrerá, evidentemente, quando estiverem presentes os pressupostos do art. 50 do CC/2002 
e houver prejuízo para os credores. A desconsideração atingirá patrimônio das outras pessoas jurídicas até 
o limite transferido entre as sociedades: 
Enunciado 406 
A desconsideração da personalidade jurídica alcança os grupos de sociedade quando estiverem 
presentes os pressupostos do art. 50 do Código Civil e houver prejuízo para os credores até o 
limite transferido entre as sociedades. 
Grande controvérsia ocorreu quando da inclusão da EIRELI no rol das pessoas jurídicas de direito privado. A 
conclusão havida em outro enunciado das Jornadas de Direito Civil foi de que a EIRELI não é precisamente 
uma sociedade, mas um novo tipo de ente personalizado, um tanto sui generis. 
No entanto, outra controvérsia surgiu: se uma pessoa jurídica pode ser formada por outras pessoas jurídicas 
(ou seja, os sócios de uma PJ são outras PJs, e não pessoas naturais), pode também a EIRELI ter como 
empresário uma pessoa jurídica? O art. 980-A é omisso a respeito, mencionando apenas “pessoa”, ainda que 
seu §2º use o termo “pessoa natural”. 
O enunciado 486 adota o entendimento doutrinário majoritário de que apenas pessoas naturais podem 
constituir uma EIRELI, vedando-se às pessoas jurídicas sua constituição: 
Enunciado 468 
A empresa individual de responsabilidade limitada só poderá ser constituída por pessoa natural. 
No entanto, adotando posicionamento diverso, a Instrução Normativa 47 do Departamento Nacional de 
Registro Empresarial e Integração (DREI), de 03/08/2018 estabelece que a EIRELI pode ser registrada mesmo 
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que o sócio seja uma pessoa jurídica. Ou seja, a pessoa jurídica poderia criar uma sub-pessoa jurídica, 
curiosamente. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Chegamos ao final desta aula! Eis aí uma aula que frequentemente cai nas provas das Carreiras Jurídicas. Os 
temas são, em geral, bastante simples, mas a jurisprudência e os Enunciados das Jornadas de Direito Civil 
enriquecem bastante o conteúdo, exigindo sua especial atenção. 
Atente para os detalhes, porque em se tratando de pessoa jurídica, o examinador aposta na sua falta de 
memória e confusão conceitual para trazer várias pegadinhas. Geralmente são fáceis, mas o candidato 
nervoso no dia da prova pode deixar passar muita coisa se não atentar para esses poucos, mas importantes, 
detalhes. 
Quaisquer dúvidas, sugestões, críticas ou mesmo elogios, não hesite em entrar em contato comigo. Estou 
disponível preferencialmente no Fórum de Dúvidas do Curso, mas também nas redes sociais, claro. Estou 
aguardando você na próxima aula. Até lá! 
Paulo H M Sousa 
QUESTÕES COMENTADAS 
Além das questões vistas ao longo da aula, agora você agora terá uma longa lista de questões para treino. 
Eu as apresento assim: a. questões sem comentários; b. gabaritos das questões; c. questões com 
comentários. Mesmo as questões vistas na aula estarão nessa bateria, para que você faça o máximo de 
exercícios que puder. Lembre-se de que as questões comentadas são parte fundamental do seu 
aprendizado com nosso material eletrônico! 
Se você quer testar seus conhecimentos, faça as questões sem os comentários, anote os gabaritos e confira 
com o gabarito apresentado; nas que você não sabia responder, chutou, ou ficou com dúvida, vá aos 
comentários. Se preferir, passe diretamente às questões comentadas! 
Defensor 
1. (CESPE / DPE-PE – 2018) A respeito da desconsideração da personalidade jurídica, assinale a opção 
correta: 
a) O Código de Defesa do Consumidor (CDC) exige a comprovação de confusão patrimonial ou desvio de 
finalidade para a desconsideração da personalidade jurídica, não sendo suficiente que a pessoa jurídica seja 
obstáculo ao ressarcimento dos consumidores. 
b) O Código Civil de 2002 adotou a teoria menor: basta o mero prejuízo à parte para que a desconsideração 
da personalidade jurídica seja deferida. 
c) A desconsideração inversa da pessoa jurídica não é admitida no ordenamento jurídico brasileiro. 
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d) Para aplicar a desconsideração da personalidade jurídica, faz-se necessária a prévia decretação de falência 
ou insolvência da pessoa jurídica. 
e) Segundo jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), não se pode presumir o abuso da 
personalidade jurídica diante da mera insolvência ou o encerramento de modo irregular das atividades da 
pessoa jurídica para justificar a sua desconsideração. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pois o CDC, no art. 28, §5º, e a Lei Ambiental (Lei 9.605/1998), no art. 4º, 
adotam a Teoria Menor para a desconsideração da personalidade jurídica, sempre que a personalidade for 
obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados, respectivamente, à qualidade do meio ambiente e aos 
consumidores. 
A alternativa B está incorreta, porque o Código Civil adota a Teoria Maior para a desconsideração, no seu 
art. 50: “O encerramento irregular das atividadesda pessoa jurídica, por si só, não basta para caracterizar 
abuso da personalidade jurídica”. 
A alternativa C está incorreta, dado que a desconsideração inversa da personalidade jurídica é admitida no 
ordenamento jurídico, inclusive, pela legislação processualista, em seu art. 133, §2º (CPC/2015). 
A alternativa D está incorreta, já que não é condição a falência ou insolvência da pessoa jurídica. É como se, 
por ordem judicial, retirasse “a máscara societária” para atingir o patrimônio dos administradores ou sócios. 
Além disso, o caput do art. 28 do CDC diz que “O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da 
sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da 
lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada 
quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados 
por má administração”. 
A alternativa E está correta, de acordo com o STJ: “O encerramento das atividades ou dissolução, ainda que 
irregulares, da sociedade não é causa, por si só, para a desconsideração da personalidade jurídica prevista 
no Código Civil” (EREsp 1306553/SC). 
2. (CESPE / DPU – 2017) Uma senhora procurou a DP para ajuizar ação de alimentos contra o pai de 
seu filho menor de idade. Ela informou que o genitor não possuía bens em seu nome, mas exercia 
atividade empresarial em sociedade com um amigo: a venda de quentinhas. Apresentou cópia do contrato 
social, que, contudo, não era inscrito no órgão de registro próprio. 
Considerando essa situação hipotética e a necessidade de se obter o pagamento da pensão, julgue os itens 
a seguir. 
Se o pai não pagar os alimentos espontaneamente e não forem encontrados bens de sua titularidade, caberá 
à DP invocar a teoria da desconsideração da personalidade jurídica contra a sociedade empresária. 
Comentários 
O item está incorreto, porque se trata de sociedade não personificada, já que, conforme o art. 45, “Começa 
a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo 
registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no 
registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo”. Assim, não constituída a sociedade em 
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questão, incabível se falar em desconsideração de um ente que não detém personalidade jurídica ainda, não 
sendo tal sociedade uma pessoa jurídica em termos técnicos. 
3. (CESPE / DPU – 2017) Situação hipotética: B é sócio cotista da sociedade empresária A Ltda, que 
está encerrando suas atividades e, consequentemente, dissolvendo a sociedade. 
Assertiva: Nessa situação, em eventual demanda judicial envolvendo B e a figura jurídica A Ltda., esta poderá 
requerer a desconsideração da personalidade jurídica da sociedade empresária, tendo como fundamento 
único o seu término. 
Comentários 
O item está incorreto, já que a desconsideração inversa da personalidade jurídica, agora também permitida 
expressamente pelo art. 133, §2º do CPC/2015, é aplicável, segundo a de longa data jurisprudência do STJ, 
apenas quando se verificam os requisitos do art. 50 do CC/2002, quais sejam o abuso de personalidade 
caracterizado pelo desvio de finalidade ou confusão patrimonial. O mero encerramento das atividades, que 
sequer foi apontado pelo enunciado como irregular, não tem o condão de permitir à sociedade empresária 
a desconsideração inversa da personalidade para vasculhar o patrimônio do sócio cotista. 
4. (CESPE / DPU – 2015) Caso um dos sujeitos da relação jurídica seja uma sociedade, admite-se 
excepcionalmente a desconsideração da regra de separação patrimonial entre a sociedade e seus sócios 
com o intuito de evitar fraude, situação em que haverá́ a dissolução da personalidade jurídica. 
Comentários 
O item está incorreto, porque a desconsideração da personalidade jurídica, como o próprio nome diz, apenas 
desconsidera, em relação a determinadas relações jurídicas, a personalidade da pessoa jurídica, não se 
falando em dissolução dela. Tal situação é absolutamente distinta e inconfundível. 
5. (CESPE / DPU – 2015) Conforme a jurisprudência do STJ, admite-se a desconsideração inversa da 
pessoa jurídica. 
Comentários 
O item está correto, pois o STJ admite a desconsideração inversa da personalidade jurídica há tempos: “A 
desconsideração inversa da personalidade jurídica caracteriza-se pelo afastamento da autonomia 
patrimonial da sociedade, para, contrariamente do que ocorre na desconsideração da personalidade 
propriamente dita, atingir o ente coletivo e seu patrimônio social, de modo a responsabilizar a pessoa 
jurídica por obrigações do sócio controlador (REsp 948.117/MS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 22/06/2010, DJe 03/08/2010)”. 
6. (CESPE / DPU – 2015) Para fins de desconsideração da pessoa jurídica, adota-se, no Código Civil, a 
denominada teoria maior subjetiva. 
Comentários 
O item está incorreto, dado que a teoria adotada pelo CC/2002 é a Teoria Maior, não havendo elemento 
“subjetivo”. Teoria Maior e ponto. 
7. (UFPR / DPE-PR – 2014) Assinale a alternativa correta sobre as Pessoas Jurídicas. 
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a) A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado inicia-se com a formalização de seu ato 
constitutivo, independentemente de sua inscrição no respectivo registro. 
b) São pessoas jurídicas de direito privado as associações, as sociedades, as fundações, as organizações 
religiosas e os partidos políticos. As empresas individuais de responsabilidade limitada, de acordo com o 
Código Civil em vigor, não são consideradas pessoas jurídicas, pois sua personalidade se confunde com a do 
empresário individual. 
c) A desconsideração da personalidade jurídica, por decisão judicial, quando ocorre fraude e abuso de direito 
contra credores, importa na dissolução ou anulação da sociedade, para todos os efeitos. 
d) Ocorre a desconsideração inversa quando é afastado o princípio da autonomia patrimonial da pessoa 
jurídica para responsabilizar a sociedade por obrigações do sócio, quando ele, por exemplo, registra bens 
pessoais em nome da pessoa jurídica em prejuízo de terceiros. 
e) Desde que comprovada a culpa desta, a pessoa jurídica é responsável pela reparação civil de danos que 
seus empregados ou prepostos causarem a terceiros no exercício do trabalho que lhes competir, ou em 
razão dele. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, na forma do art. 45: “Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito 
privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de 
autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar 
o ato constitutivo”. 
A alternativa B está incorreta, conforme o art. 44, inc. VI: “São pessoas jurídicas de direito privado as 
empresas individuais de responsabilidade limitada”. 
A alternativa C está incorreta, já que desconsideração da personalidade jurídica e despersonalização são 
institutos que não se confundem. 
A alternativa D está correta, porque a desconsideração inversa serve para evitar que o sócio “se blinde” no 
campo pessoal contra ações de credores em caso de inadimplemento, utilizando-se da pessoa jurídica como 
um escudo fraudulento de proteção patrimonial. 
A alternativa E está incorreta, como estabelece o art. 932, inc. III: “São também responsáveis pela reparação 
civil o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho quelhes competir, ou em razão dele”. 
8. (CESPE / DP-DF – 2013) A desconsideração inversa da personalidade jurídica ocorre quando o 
patrimônio do sócio é atingido para o atendimento de obrigações da sociedade por atos que tenham sido 
praticados por esta com desvio de finalidade do instituto da personalidade ou pela confusão patrimonial. 
Comentários 
O item está incorreto, dado que o fundamento da desconsideração inversa não é o mesmo da 
desconsideração tradicional, até porque como o sócio abusaria de sua personalidade “física”? Como ele 
desviaria a finalidade da pessoa física? E qual seria a finalidade de uma pessoa física? Evidentemente que 
são situações que partem da fraude, do abuso da personificação de uma pessoa jurídica, mas são diversas. 
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9. (CESPE / DP-DF – 2013) Segundo o Código Civil de 2002, para a autorização da desconsideração da 
personalidade jurídica, basta a falta de patrimônio da sociedade para solver suas obrigações. 
Comentários 
O item está incorreto, já que a insolvência, de per si, não é suficiente para a desconsideração da 
personalidade jurídica na aplicação da Teoria Maior prevista no CC/2002. 
10. (FEPESE / DPE-SC – 2012) Sobre a pessoa jurídica, é correto afirmar: 
a) Os associados devem ter iguais direitos, sendo vedado ao estatuto instituir categorias com vantagens 
especiais. 
b) Órgão obrigatório nas associações, a assembleia geral tem como competência privativa mínima, prevista 
no Código Civil: admitir e destituir os administradores e alterar o estatuto. 
c) A desconsideração da personalidade da pessoa jurídica constitui exceção ao princípio de sua autonomia 
patrimonial. O Código Civil, no artigo 50, permite essa desconsideração em caso de abuso da personalidade 
jurídica, caracterizada por desvio de finalidade ou confusão patrimonial. 
d) Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela 
importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro. 
e) Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: seja deliberada por unanimidade 
dentre os competentes para gerir e representar a fundação; não contrarie ou desvirtue o fim desta; seja 
aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento 
do interessado. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, segundo o art. 55: “Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto 
poderá instituir categorias com vantagens especiais”. 
A alternativa B está incorreta, segundo os incs. I e II do art. 59: “Compete privativamente à assembléia geral 
destituir os administradores; e alterar o estatuto”. 
A alternativa C está correta, na literalidade do art. 50: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, 
caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento 
da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e 
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios 
da pessoa jurídica”. 
A alternativa D está incorreta, conforme estatui o art. 58, parágrafo único: “Se o associado for titular de 
quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na 
atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto”. 
A alternativa E está incorreta, na dicção do art. 59, inc. II (“Compete privativamente à assembleia geral 
alterar o estatuto”), em conjunto com seu parágrafo único (“Para as deliberações a que se referem os incisos 
I e II deste artigo é exigido deliberação da assembleia especialmente convocada para esse fim, cujo quorum 
será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores”). 
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11. (CESPE / DPE-ES – 2012) Nas associações, não há responsabilidade solidária entre os 
administradores, de forma que um não responde pelos atos praticados por outro. 
Comentários 
O item está correto, já que a solidariedade decorre de lei ou de disposição contratual, sendo que o CC/2002 
não estabelece a solidariedade entre os associados em momento algum. Ademais, segundo o art. 53, 
parágrafo único: “Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos”. 
12. (CESPE / DPE-BA – 2010) Ao tratar da desconsideração da pessoa jurídica, o CDC estabelece que as 
sociedades integrantes dos grupos societários, as sociedades controladas e as consorciadas são 
solidariamente responsáveis pelas obrigações previstas no código. 
Comentários 
O item está incorreto, de acordo com o art. 28, §2° do CDC: “As sociedades integrantes dos grupos 
societários e as sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes 
deste código”. 
13. (CESPE / DPE-ES – 2009) A União, os estados, o DF e os municípios são, de acordo com o Código 
Civil, as únicas pessoas jurídicas de direito público interno. 
Comentários 
O item está incorreto, dado que, consoante regra do art. 41, incluem-se no rol das pessoas jurídicas de 
direito público, também, os Territórios, as Autarquias, as Associações e os Consórcios. 
14. (CESPE / DPU – 2007) A desconsideração da personalidade jurídica de uma sociedade é permitida 
nos casos em que há desvio de seu objetivo social, independentemente da verificação de abuso da 
personalidade jurídica, da intenção de fraudar a lei ou de causar prejuízos à própria sociedade ou a 
terceiros. Por isso, depois de despersonalizada a sociedade, os bens particulares dos sócios e dos 
administradores respondem pela dívida da pessoa jurídica. 
Comentários 
O item está incorreto, pois o CC/2002 exige o desvio de finalidade (objetivo social) ou a confusão 
patrimonial, somados ao abuso de personalidade. Evidentemente que se não há abuso de personalidade 
não há que se falar em desconsideração da personalidade jurídica. 
15. (CESPE / DPE-BA – 2006) Relativamente ao tema das pessoas jurídicas, pode-se asseverar que: 
 I. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado e são pessoas jurídicas 
de direito público interno: a União; os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; os Municípios; as 
autarquias; as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
II. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem 
regidas pelo direito internacional público. 
III. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que 
nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se 
houver, por parte destes, culpa ou dolo. 
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IV. São pessoas jurídicas de direito privado: as associações; as sociedades; as autarquias; as fundações; as 
organizações religiosas; os partidos políticos. 
V. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito público e privado com a inscrição do ato 
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder 
Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. 
Analisando as assertivas da questão 84, verifica-se que: 
a) Apenas I, II e III estão incorretas. 
b) Apenas IV e V estão incorretas. 
c) Apenas a IV está incorreta.d) Apenas a I está incorreta. 
e) Todas estão incorretas. 
Comentários 
O item I está correto, na forma do art. 41: “São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei”. 
O item II está correto, segundo o art. 42: “São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados 
estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público”. 
O item III está correto, consoante regra do art. 43: “As pessoas jurídicas de direito público interno são 
civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado 
direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo”. 
O item IV está incorreto, no que tange às autarquias, por força do art. 41, inc. IV: “São pessoas jurídicas de 
direito público interno as autarquias, inclusive as associações públicas”. 
O item V está incorreto, especificamente quanto às pessoas jurídicas de direito público, segundo o art. 45: 
“Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no 
respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, 
averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo”. Evidentemente que as 
pessoas jurídicas de direito privado não têm ato constitutivo inscrito em registro, já que são criadas por lei. 
A alternativa B está correta, portanto. 
16. (CESPE / DPU – 2004) À luz do Código Civil, julgue os seguintes itens. 
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Em todas as espécies de sociedades civis e comerciais, se faz necessária a aplicação da teoria da 
desconsideração da personalidade jurídica para obter a quebra do princípio da autonomia patrimonial e 
assim ensejar a reparação dos prejuízos causados pelo mau uso da personalidade jurídica por seus sócios, 
buscando o patrimônio pessoal destes, quando não for possível o da própria sociedade. 
Comentários 
O item está incorreto, já que, como visto em detalhes no Direito Empresarial, nem todas as sociedades 
trazem a separação patrimonial entre os sócios e a sociedade em sua gênese, como a sociedade simples. 
Nesses casos, não há que se falar em desconsideração da personalidade jurídica, já que o patrimônio pessoal 
dos sócios e o patrimônio pessoal da pessoa jurídica já estão misturados ordinariamente. 
Procurador 
17. (UFPR – PGM/Curitiba – Procurador Municipal - 2019) Do ponto de vista econômico, pode-se 
compreender a desconsideração da personalidade jurídica como mecanismo destinado a controlar os 
custos externos gerados pelo princípio da responsabilidade limitada. Trata-se de outra manifestação da 
função do direito no combate ao oportunismo. Pode-se conceber que a punição à fraude e abuso de direito 
tenham como função reduzir os custos externos assumidos pelos credores contratuais e extracontratuais. 
[...] Na medida em que um devedor faça manobras fraudulentas ou dolosas na fase pré-contratual, 
contribui para induzir o credor em erro sobre a extensão do risco, impedindo-o de transferir o risco de 
inadimplemento ou inexecução à pessoa jurídica mediante requerimento de contrapartida adequada. A 
possibilidade de desconsiderar a personalidade jurídica no caso de fraude ou abuso de direito diminui a 
atração por falsas representações por parte dos acionistas durante a negociação do contrato, desde que 
tais manobras sejam suscetíveis de lhes impor responsabilidade pessoal. Efeito daí decorrente é aumentar 
a veracidade das informações prestadas aos credores e diminuir, de modo geral, os riscos assumidos 
quando negociam com as companhias. [...] E quanto aos credores extracontratuais? Apesar de 
predominarem a fraude e o abuso de direito em matéria contratual, essas práticas podem ocorrer fora 
desse campo. A título de exemplo, cita-se a fraude consistente na tentativa de elidir uma regra jurídica 
que visa à proteção de terceiros. [...] Desta perspectiva, acredita-se, a desconsideração em casos de fraude 
e abuso de direito podem oferecer certo grau de proteção aos credores extracontratuais contra os 
indesejáveis efeitos do princípio de imunidade dos acionistas. (MACKAAY, E.; ROUSSEAU, S. Análise 
Econômica do Direito. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015, p. 612). Em relação ao tema abordado no texto acima 
e sobre o instituto da desconsideração da personalidade jurídica no Direito brasileiro, assinale a 
alternativa correta. 
a) Nas sociedades limitadas, uma vez desconsiderada a personalidade jurídica, a execução será promovida 
contra os bens dos sócios, os quais responderão dentro dos limites de suas quotas sociais. 
b) Quando constatada a prática de atos fraudulentos, a desconsideração da personalidade jurídica da 
sociedade limitada acarretará sua imediata dissolução. 
c) Uma vez que pensada para reprimir comportamentos oportunistas, os efeitos da desconsideração da 
personalidade jurídica serão limitados aos sócios e/ou administradores que tenham incorrido no ato 
irregular que a ensejou. 
d) A aplicação da teoria da desconsideração requer a demonstração de insolvência da pessoa jurídica. 
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e) A hipótese da confusão patrimonial enseja desconsideração da personalidade jurídica quando o sócio 
oculta bens da empresa em seu patrimônio pessoal, mas não quando este se vale da pessoa jurídica para 
ocultar ou desviar os seus bens pessoais. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, conforme previsão do art. 50: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, 
caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento 
da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e 
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios 
da pessoa jurídica”. Assim, serão responsabilizados os sócios sem que haja a limitação às cotas. 
A alternativa B está incorreta, pois não se trata de uma anulação da pessoa jurídica, mas sim a sua suspensão 
para a responsabilização dos sócios. 
A alternativa C está correta, segundo o gabarito. No entanto, está incorreta. Ao que parece, o examinador 
estava atento demais às mudanças legislativas que estão para acontece. Veja a nova redação dada ao art. 
50 pela MP 881/2019: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade 
ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe 
couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de 
obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica 
beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso”. Essa MP, no entanto, foi publicada apenas em 
30/04/2019, ou seja, depois do Edital, pelo que não poderia ser cobrada na prova. 
Ou seja, vale a redação original do art. 50, citado mais acima, que não restringe a responsabilização apenas 
“aos sócios e/ou administradores que tenham incorrido no ato irregular que a ensejo”, mas o estende a 
todos. Nesse sentido, já decidiu o STJ (REsp 1.315.110): “Possibilidade de a desconsideração da 
personalidade jurídica da sociedade limitada atingir os bens de sócios que não exercem função de gerência 
ou administração”. 
A alternativa D está incorreta, pois de acordo com o art. 50, para que haja a desconsideração é necessário 
o abuso da personalidadejurídica. 
A alternativa E está incorreta, na medida em que a existe a chamada desconsideração inversa da 
personalidade jurídica, pela qual se desconsidera o sócio para atingir os bens da pessoa jurídica. 
18. (VUNESP – PGM/São José do Rio Preto – Procurador Municipal - 2019) Fundações são Pessoas 
Jurídicas de Direito Privado. Em relação a esse tema, assinale a alternativa correta. 
(A) A fundação somente poderá se constituir para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. 
(B) As fundações não podem sofrer danos morais. 
(C) Faz jus ao benefício da justiça gratuita a fundação que demonstre a impossibilidade de arcar com os 
encargos processuais. 
(D) A criação de fundação se fará por escritura pública ou contrato particular, especificando o fim a que se 
destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. 
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(E) Tornando-se inútil a finalidade a que visa a fundação, apenas o interessado poderá promover a sua 
extinção, incorporando-se o seu patrimônio a outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pois a fundação pode ser constituída para diversos outros fins, conforme 
dispõe o art. 62, parágrafo único, incisos. 
A alternativa B está incorreta, diante do que dispõe a Súmula 227 do STJ: “A pessoa jurídica pode sofrer 
dano moral”. 
A alternativa C está correta, nos termos da Súmula 481 do STJ: “Faz jus ao benefício da justiça gratuita a 
pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos 
processuais”. 
A alternativa D está incorreta, de acordo com o art. 62: “Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por 
escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e 
declarando, se quiser, a maneira de administrá-la”. 
A alternativa E está incorreta, conforme o art. 69: “Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que 
visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer 
interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no 
ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou 
semelhante”. 
19. (CESPE – SEFAZ/RS – Auditor Fiscal - 2019) As associações públicas são pessoas jurídicas de direito 
a) privado ou público 
b) privado e de capital público 
c) privado 
d) público interno 
e) público externo 
Comentários 
A alternativa D está correta, já que, de acordo com o art. 41, inc. IV, as associações públicas são pessoas 
jurídicas de direito público interno. 
Portanto, as demais alternativas estão incorretas. 
20. (IADES / AL-GO – 2019) Quanto ao regramento legal das pessoas jurídicas, assinale a alternativa 
correta. 
a) No direito brasileiro, o partido político é uma pessoa jurídica de direito público. 
b) A eventual desconsideração da personalidade jurídica, em processo judicial, ocasiona a extinção da 
empresa. 
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c) O órgão do Ministério Público não possui legitimidade para promover a extinção de uma fundação. 
d) As associações são constituídas pela união de pessoas que se organizam para fins não econômicos. 
e) O direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, 
contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro, decai em 10 anos. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pois segundo dispõe o art. 44, inc. V: “São pessoas jurídicas de direito privado: 
os partidos políticos”. 
A alternativa B está incorreta, haja vista que desconsideração da personalidade jurídica não se confunde 
com a extinção da personalidade jurídica, situação esta na qual a personalidade deixa de existir. É o caso do 
encerramento da pessoa jurídica, por exemplo. Já na desconsideração, a personalidade jurídica permanece 
inalterada, mas é desconsiderada para fins de persecução processual. 
A alternativa C está incorreta, conforme explicita o art. 69: “Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a 
finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou 
qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em 
contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a 
fim igual ou semelhante”. 
A alternativa D está correta, na literalidade do art. 53: “Constituem-se as associações pela união de pessoas 
que se organizem para fins não econômicos”. 
A alternativa E está incorreta, segundo o art. 45, parágrafo único: “Decai em três anos o direito de anular a 
constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da 
publicação de sua inscrição no registro”. 
21. (FEPESE – PGE/SC – Procurador do Estado - 2018) Segundo o Código Civil, são pessoas jurídicas de 
direito público interno: 
a) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, os Municípios, as autarquias, inclusive as 
associações públicas, as fundações. 
b) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, os Municípios, as autarquias, as associações, as 
fundações, as organizações religiosas, os partidos políticos. 
c) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, os Municípios, as autarquias, inclusive as 
associações públicas, as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
d) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, os Municípios, as autarquias, inclusive as 
associações públicas, as fundações, as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
e) as associações, as sociedades, as fundações, as organizações religiosas, os partidos políticos e as empresas 
individuais de responsabilidade limitada. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, segundo dispõe o art. 44, inc. III: “São pessoas jurídicas de direito privado as 
fundações”. 
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A alternativa B está incorreta, conforme o art. 44, inc. IV: “São pessoas jurídicas de direito privado as 
fundações; as organizações religiosas”. 
A alternativa C está correta, haja vista o art. 41, incisos: “São pessoas jurídicas de direito público interno: a 
União; os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; os Municípios; as Autarquias, inclusive as associações 
públicas; as demais entidades de caráter público criadas por lei”. 
A alternativa D está incorreta, e apresenta uma pegadinha, porque apesar de associações públicas e 
fundações públicas serem pessoas jurídicas de direito público, as fundações são pessoas jurídicas de direito 
privado. 
A alternativa E está incorreta, evidentemente, trazendo o rol de pessoas jurídicas de direito privado previstas 
no art. 44. 
22. (FCC / PGM-Caruaru (PE) – 2018) São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I. fundações. 
II. partidos políticos. 
III. autarquias, inclusive as associações públicas. 
IV. Municípios e Estados. 
Está correto o que se afirma em 
a) II e III, apenas. 
b) III e IV, apenas. 
c) II, III e IV, apenas. 
d) I, II e IV, apenas. 
e) I, II, III e IV. 
Comentários 
O item I está incorreto, em conformidade com o art. 44, inc. III: “São pessoas jurídicas de direito privado as 
fundações”. 
O item II está incorreto, de acordo com o art. 44, inc. V: “São pessoas jurídicas de direito privado os partidospolíticos”. 
O item III está correto, pela literalidade do art. 41, inc. IV: “São pessoas jurídicas de direito público interno 
as autarquias, inclusive as associações públicas”. 
O item IV está correto, segundo a previsão do art. 41, inc. IV: “São pessoas jurídicas de direito público interno 
os Estados, o Distrito Federal e os Territórios e os Municípios”. 
A alternativa B está correta, consequentemente. 
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23. (CESPE/ PGM/FORTALEZA – PGM – 2017) A respeito da Lei de Introdução às Normas do Direito 
Brasileiro, das pessoas naturais e jurídicas e dos bens, julgue o item a seguir. 
O registro do ato constitutivo da sociedade de fato produzirá efeitos ex tunc se presentes, desde o início, os 
requisitos legais para a constituição da pessoa jurídica. 
 Comentários 
A assertiva está incorreta, pois o art. 45: “Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado 
com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou 
aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato 
constitutivo”. Assim, o efeito é ex nunc, começando a existência com o registro. 
24. (CESPE / PGE-SE – 2017) O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado 
a pedido da parte ou do MP e acarretará a dissolução ou liquidação da pessoa jurídica. 
Comentários 
O item está incorreto, na dicção do art. 50: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo 
desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do 
Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações 
de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica”. 
25. (PGE-MS /2016) Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta: 
I - São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os que, por enfermidade ou 
deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos. 
II - A indisponibilidade dos direitos da personalidade é absoluta. 
III - Extinta a fundação, na hipótese de não prevista a destinação de seu patrimônio no ato constitutivo ou 
no estatuto, será ele incorporado a outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou 
semelhante. 
IV - As associações são pessoas jurídicas de direito privado constituídas de pessoas que reúnem seus esforços 
para a realização de fins econômicos. 
a) I e II estão corretas. 
b) Apenas III está correta. 
c) II e III estão corretas. 
d) I e IV estão corretas 
e) Apenas IV está incorreta. 
Comentários 
A assertiva I está incorreta, atualmente apenas os menores de dezesseis anos são considerados 
absolutamente incapazes: "Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida 
civil os menores de 16 (dezesseis) anos". 
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A assertiva II está incorreta, pois, em regra, os direitos da personalidade são indisponíveis. Porém a lei prevê 
exceções, como previsto no art. 13 do CC/2002: “Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de 
disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar 
os bons costumes.” 
A assertiva III está correta, nos termos do art. 63, do CC: "Quando insuficientes para constituir a fundação, 
os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação 
que se proponha a fim igual ou semelhante". 
A assertiva VI está incorreta, uma vez que as associações não têm fins econômicos :" Art. 53. Constituem-se 
as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos". 
Portanto, o gabarito da questão é a letra B. 
26. (CESPE / PGE-AM – 2016) As fundações privadas são de livre criação, organização e estruturação, 
cabendo aos seus instituidores definir os seus fins, que podem consistir na exploração de entidades com 
fins lucrativos nas áreas de saúde, educação ou pesquisa tecnológica, e outras de cunho social. 
Comentários 
O item está incorreto, pois as fundações não podem ter caráter lucrativo, em hipótese alguma. 
Indiciariamente, já indica isso o art. 11 da LINDB: “As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, 
como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituírem”. Igualmente, prevê 
o art. 66 do CC/2002 que “Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas”. 
27. (FCC / PGE-MA – 2016) No cumprimento da sentença condenatória transitada em julgado, de 
natureza não fiscal nem ligada às relações de consumo, a Procuradoria do Estado do Maranhão constatou 
que a empresa X Ltda. não possuía bens suficientes ao pagamento do débito. Pretendendo a 
desconsideração da personalidade jurídica da empresa X, a Procuradoria do Estado do Maranhão deverá, 
de acordo com o Código Civil, comprovar 
a) abuso da personalidade jurídica. 
b) que o inadimplemento se deu por ato do cotista majoritário. 
c) a mera insolvência. 
d) má ́ gestão, ainda que o administrador não tenha dado causa a confusão patrimonial ou a desvio de 
finalidade. 
e) que a existência da pessoa jurídica dificulta o ressarcimento do erário, apenas. 
Comentários 
O art. 50 é bem claro: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, 
ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando 
lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam 
estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica”. É a aplicação bem 
singela da Teoria Maior. 
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A alternativa A está correta, dado que para haver desconsideração é necessário comprovar o abuso de 
personalidade jurídica, prevista no art. 50, supracitado. 
A alternativa B está incorreta, sequer havendo um fundamento razoável para defendê-la. 
A alternativa C está incorreta, porque a mera insolvência atrairia a aplicação da Teoria Menor do CDC, mas 
não a regra do CC/2002. Ademais, a jurisprudência do STJ é pacífica a respeito. 
A alternativa D está incorreta, pois a má-gestão é comum nas pessoas jurídicas, não ensejando 
desconsideração, automaticamente. 
A alternativa E está incorreta, e apresenta uma tentativa de pegadinha, pois ela indica especificamente a 
situação do consumidor, prevista no art. 28, § 5° do CDC: “Também poderá ser desconsiderada a pessoa 
jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos 
causados aos consumidores”. 
28. (PGR / PGR – 2015) Com relação à existência legal da pessoa jurídica: 
I - O sindicato passa a existir com o registro de seu estatuto, sendo necessária prévia autorização da 
assembleia para atuar no interesse dos associados. 
II - A sociedade de advogados adquire personalidade com o registro dos atos constitutivos, aprovado no 
Conselho Seccional da OAB. 
III - O registro de sociedade cooperativa só deve ser concedido se sua denominação for realmente condizente 
com sua finalidade e qualificação de seus componentes. 
IV - A sociedade mercantil e a sociedade simples tem por objeto o exercício de atividade própria de 
empresário e se formalizam através do registro. 
Das afirmativas acima: 
a) I e II estão corretas. 
b) I e III estãoTécnica, adotada pelo CC/2002, soma da Teoria da Ficção e da Teoria da Realidade 
Orgânica/Objetiva, a pessoa jurídica resulta de um processo técnico, a personificação, que depende da lei. 
Assim, a pessoa jurídica é uma realidade, ainda que técnica, produzida pelo Direito, a partir de uma forma 
jurídica. 
Essa noção fica mais claramente evidente quando bem compreendida a teoria do fato jurídico. O direito cria 
um “mundo jurídico”, diferente, ainda que tendencialmente semelhante ao “mundo real”, mas que é 
próprio. Como eu costumo dizer, você nunca verá uma pessoa jurídica andando pela rua, mas verá sua conta 
bancária, seu patrimônio, sua fama local etc. Ou seja, ela é uma realidade, mas apenas para o direito, não 
para o “mundo real”. 
Essa teoria, por conta do Positivismo Jurídico, é a teoria mais aceita. Atualmente, ela se encontra no art. 45 
do CC/2002, que assim dispõe: 
Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato 
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação 
do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato 
constitutivo. 
Assim, cumpridos os atos exigidos por lei, a pessoa jurídica passa a existir, como se pessoa fosse (no sentido 
de ser humano). A esse processo se dá o nome de personificação, que nada mais é do que dotar de 
personalidade jurídica algo que não tem personalidade ainda, para que esse algo possa se tornar uma 
pessoa. Ou seja, a personificação constitui a pessoa jurídica. 
Esse algo pode ser um ser humano – que ainda não é pessoa, lembre-se –, que se torna pessoa apenas após 
o nascimento com vida, segundo o art. 2º. No caso da pessoa natural, a personificação é automática, tendo 
mera natureza declaratória. 
Ao reverso, esse algo pode ser um aglomerado de seres humanos, bens ou ambos, que precisa de um 
processo de personificação para se tornar algo diferente do que realmente é. Por isso, no caso da pessoa 
jurídica, a personificação não é automática, tendo natureza verdadeiramente constitutiva. 
Mesmo em se tratando de empresário ou sociedade rural esse registro é de natureza constitutiva. Prevê o 
Enunciado 202 do CJF que o registro do empresário ou sociedade rural na Junta Comercial é facultativo e de 
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natureza constitutiva, sujeitando-o ao regime jurídico empresarial. Por isso, é inaplicável esse regime ao 
empresário ou sociedade rural que não exercer tal opção; por quê? Simplesmente porque a pessoa jurídica 
não existe, não se constituiu. 
As pessoas naturais não são classificadas, mas têm apenas status diferentes. E as pessoas jurídicas? Estas 
sim, classificam-se, doutrinária e legalmente. Como? 
2.2. CLASSIFICAÇÃO 
Quais são as pessoas jurídicas trazidas pelo CC/2002? São duas classificações: 
 
Quanto à primeira classificação, não há dificuldade, sendo as nacionais aquelas organizadas em 
conformidade com a lei brasileira e sediadas no país. Já as estrangeiras, apesar de organizadas conforme a 
lei alienígena e sediadas em Estado estrangeiro, só podem funcionar aqui se tiverem autorização do Poder 
Executivo. 
Já a segunda classificação é mais complexa e atende à distinção prevista no art. 40. As pessoas jurídicas de 
direito público são regidas por regime jurídico de direito público, típico do Direito Administrativo, e as 
pessoas jurídicas de direito privado são regidas por regime jurídico de direito privado, típico do Direito 
Civil/Empresarial. 
No entanto, antes de adentrar essa classificação, é relevante apontar um grupo um tanto sui generis de 
pessoas e bens que se reúnem sem se submeter ao regime legal determinado às pessoas jurídicas. Esses 
entes, apesar de se assemelharem em maior ou menor grau às pessoas jurídicas, pessoas jurídicas não são, 
curiosamente... 
A. Grupos não personificados 
Há determinados grupos de pessoas ou de bens que atuam como se pessoas jurídicas fossem, mas lhes falta 
o requisito de personalidade jurídica, pelo que não constituem, efetivamente, pessoas jurídicas. Por isso, 
essas situações jurídicas são mero agrupamento de pessoas e/ou bens, sem que cheguem a constituir 
pessoas jurídica. 
• Pessoa jurídica nacional ou interna
• Pessoa jurídica estrangeira ou externaQuanto à nacionalidade
• Pessoa jurídica de direito público
• Pessoa jurídica de direito privadoQuanto à capacidade/função
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No entanto, possuem direitos e obrigações muito semelhantes às pessoas jurídicas, sendo 
que alguns desses grupos, de maneira bastante contraditória, possuem até mesmo CNPJ 
(que, como o próprio nome diz, é o Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas), como é o caso do 
condomínio. No fundo, é mera opção da lei, já que, na prática, a semelhança de alguns grupos 
não personificados com uma pessoa jurídica é tão grande que muitos acabam achando que são 
eles efetivamente pessoas jurídicas. 
A relevância dos entes despersonalizados, em termos jusprivatísticos, está no direito processual, pois, 
novamente, de maneira bastante contraditória – e as contradições são muitas quando falamos em grupos 
sem personalidade – apesar de não terem personalidade jurídica, e, portanto, capacidade jurídica, 
possuem capacidade processual, exercida mediante representação processual. 
Quem são esses grupos despersonalizados? Eles aparecem no art. 75 do CPC, que estabelece que serão eles 
representados em juízo, ativa e passivamente, por um representante: 
 
Trata-se de opção legislativa pouco defensável atualmente, já que muitos desses entes podem comprar, 
vender, pagar tributos, litigar, manter contas bancárias etc. Talvez o exemplo mais representativo seja o do 
condomínio. 
• Pelo administrador judicial
1. A massa falida
• Por seu curador
2. A herança jacente ou vacante
• Pelo inventariante
3. O espólio
• Pela pessoa a quem couber a administração de seus bens
4. A sociedade e a associação irregulares/de fato
• Pelo administrador ou síndico
5. O condomínio
• Pela pessoa a quem couber a administração de seus bens
6. Outros entes organizados sem personalidade jurídica
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O STJ e alguns enunciados do CJF tendem a considerar, em termos mais práticos, o condomínio uma “quase 
pessoa jurídica”, ou ainda uma pessoa jurídica sui generis. Precisamente pelo fato de poder ter CNPJ e poder, 
inclusive, titularizar propriedade, muitos autores entendem que ele é uma pessoa jurídica de direito privado, 
em vista do rol exemplificativo do art. 44 (como se vê logo mais). A questão, certamente, está longe de se 
pacificar, mas o entendimento majoritário, doutrinário e jurisprudencial é de que o condomínio também 
é um ente sem personalidade jurídica. 
B. Pessoas jurídicas de direito público 
Os arts. 41 e 42 do CC/2002 classificam as pessoas jurídicas de direito público da seguinte forma: 
 
O último caso, das pessoas jurídicas de direito público interno, elucida bem uma distinção fundamental entre 
as pessoas jurídicas de direito público e as pessoas jurídicas de direito privado. Aquelas são criadas, 
habitualmente, por lei. Exemplo são as fundações criadas por lei – também chamadas de fundações 
autárquicas –, que são pessoas jurídicas de direito público. Por quê? Porque são “entidades de caráter 
público criadas por lei”. 
Evidentemente que no caso de uma fundação pública – criada por lei, portanto – não se aplica o regime 
jurídico fundacional previsto para as fundações de direito privadocorretas. 
c) II e III estão corretas. 
d) II e IV estão corretas. 
Comentários 
O item I está incorreto, de acordo com o art. 8º, inc. I da CF/1988: “É livre a associação profissional ou 
sindical, observado o seguinte: a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, 
ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na 
organização sindical”. 
O item II está correto, conforme o art. 15, §1o do Estatuto da OAB: “A sociedade de advogados e a sociedade 
unipessoal de advocacia adquirem personalidade jurídica com o registro aprovado dos seus atos 
constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede”. 
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O item III está correto, na forma do art. 59, §1º da Lei 5.194/1966: “O registro de firmas, sociedades, 
associações, companhias, cooperativas e empresas em geral só será concedido se sua denominação for 
realmente condizente com sua finalidade e qualificação de seus componentes”. 
O item IV está incorreto, segundo o art. 982: “Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a 
sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, 
simples, as demais”. 
A alternativa C está correta, portanto. 
29. (ESAF / PGFN – 2015) Considerando o que dispõe o Código Civil acerca das pessoas jurídicas, analise 
os itens a seguir e assinale a opção correta. 
a) A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com a inscrição do ato constitutivo no 
respectivo registro, sendo exigível, nesse caso, autorização estatal para a sua criação e personificação. 
b) Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos 
presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso, prescrevendo em cinco anos o direito de 
anular essas decisões, quando violarem a lei ou o estatuto. 
c) As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis pelos atos dos seus agentes 
que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado o direito regressivo contra os causadores do dano 
se demonstrado que agiram com dolo. 
d) As organizações religiosas e as empresas individuais de responsabilidade limitada compõem, ao lado das 
associações, fundações, sociedades e partidos políticos, as pessoas jurídicas de direito privado. 
e) Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão 
patrimonial, pode o juiz decidir, de ofício, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações 
sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, de acordo com o art. 45: “Começa a existência legal das pessoas jurídicas de 
direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de 
autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar 
o ato constitutivo”. 
A alternativa B está incorreta, conforme o art. 48, parágrafo único: “Decai em três anos o direito de anular 
as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, 
simulação ou fraude”. 
A alternativa C está incorreta, na forma do art. 43: “As pessoas jurídicas de direito público interno são 
civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado 
direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo”. 
A alternativa D está correta, pela conjunção dos incisos do art. 44: “São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
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II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos; 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada”. 
A alternativa E está incorreta, consoante regra específica do art. 50: “Em caso de abuso da personalidade 
jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a 
requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de 
certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores 
ou sócios da pessoa jurídica”. 
30. (PUC-PR / PGE-PR – 2015) Assinale a alternativa CORRETA em relação à temática da pessoa jurídica. 
a) A desconsideração da personalidade jurídica é admitida sempre que a pessoa jurídica seja utilizada para 
fins fraudulentos ou diversos daqueles para os quais foi constituída e equivale à sua desconstituição para 
todos os efeitos. 
b) Os bens dominicais integrantes do patrimônio das pessoas jurídicas de direito público não podem ser 
adquiridos por usucapião nem alienados. 
c) Ao admitir que se aplica às pessoas jurídicas a proteção aos direitos da personalidade, o ordenamento 
jurídico o faz em total simetria com a proteção da personalidade humana. 
d) A desconsideração inversa da pessoa jurídica dá-se quando se atingem bens da pessoa jurídica para solver 
dívidas de seus sócios. Esse proceder é expressamente vedado pelo ordenamento jurídico brasileiro porque 
proporciona prejuízo aos demais participantes da sociedade. 
e) As associações públicas são pessoas jurídicas de direito público formadas por entes da Federação que se 
consorciam para realização de objetivos que consagrem interesses comuns. Uma vez constituídas, as 
associações públicas passam a integrar a Administração Pública indireta de todos os entes federativos que 
participaram de sua formação. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pois desconsideração da personalidade jurídica e desconstituição da pessoa 
jurídica não são equivalentes, sendo esta muito mais gravosa que aquela, além de bastante rara. A primeira 
parte da alternativa, inclusive, trata de hipótese de desconsideração, apenas. 
A alternativa B está incorreta, pois, apesar de em regra os bens públicos não se sujeitarem à usucapião ou 
alienação, algumas categorias de bens são alienáveis, como é o caso dos bens dominicais, que são os bens 
públicos sem destinação definida. Esse é, a rigor, tema de Direito Administrativo, sendo lá melhor visto, 
evidentemente. 
A alternativa C está incorreta, dada a previsão do art. 52: “Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a 
proteção dos direitos da personalidade”. 
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A alternativa D está incorreta, porque a jurisprudência reiterada do STJ admite a desconsideração inversa. 
Com o CPC/2015, inclusive, a desconsideração inversa da personalidade jurídica tornou-se letra de lei. 
A alternativa E está correta, conforme art. 6º, inc. I, da Lei 11.107/2005. Por se tratar de detalhamento de 
funcionamento de uma pessoa jurídica de direito público, tema essa que apenas tangencia o Direito Civil, 
remeto a análise pormenorizada do tema ao Direito Administrativo. 
31. (CESPE / Prefeitura Municipal de Salvador (BA) – 2015) Consoante a jurisprudência do STJ, a 
desconsideração da personalidade jurídica é medida excepcional e está subordinada à comprovação do 
abuso da personalidade jurídica, caracterizado por 
a) confusão patrimonial e dissolução irregular. 
b) desvio de finalidade conjugado com confusão patrimonial. 
c) desvio de finalidade ou confusão patrimonial. 
d) desvio de finalidade e dissoluçãoirregular. 
e) mera dissolução irregular. 
Comentários 
A alternativa C está correta, conforme a previsão do art. 50: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, 
caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento 
da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e 
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios 
da pessoa jurídica”. 
As alternativas A, B, D e E estão incorretas, pois a mera dissolução irregular não se mostra suficiente para 
haver a desconsideração da personalidade jurídica, segundo a jurisprudência do STJ a respeito da Teoria 
Maior, adotada pelo CC/2002. Ademais, o desvio de finalidade e a confusão patrimonial são requisitos 
autônomos, não cumulativos. 
32. (FMP / PGE-AC – 2014) Não são pessoas jurídicas de direito privado: 
a) as associações. 
b) os partidos políticos. 
c) as sociedades de economia mista. 
d) as autarquias. 
Comentários 
Essa era uma questão bem decoreba. Ela poderia confundir um pouco mais em relação ao item C, já que a 
sociedade de economia mista é titularizada, em larga medida, pelo Estado, o que dá a ela um ar “público”. 
A alternativa A está incorreta, segundo o art. 44, inc. I: “São pessoas jurídicas de direito privado as 
associações”. 
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A alternativa B está incorreta, segundo o art. 44, inc. V: “São pessoas jurídicas de direito privado os partidos 
políticos”. 
A alternativa C está incorreta, segundo o art. 5º, inc. III do Decreto-Lei 200/1967. 
A alternativa D está correta, conforme o art. 41, inc. IV: “São pessoas jurídicas de direito público as 
autarquias”. 
33. (VUNESP / PGM-São Paulo (SP) – 2014) Acerca das regras de domicílio estabelecidas pelo Código 
Civil de 2002, assinale a alternativa correta. 
a) As pessoas jurídicas de direito público interno possuem domicílio fixo, na capital do país. 
b) O incapaz possui domicílio próprio e facultativo, independendo do domicílio de seu representante ou 
assistente. 
c) No atual sistema não se admite a pluralidade de domicílios para a pessoa física. 
d) O servidor público possui domicílio necessário, sendo o local onde exerce permanentemente suas 
funções. 
e) A pessoa jurídica que conta com mais de um estabelecimento tem domicílio exclusivo em sua sede. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pois, como vimos, o art. 75 estabelece que o domicílio das pessoas jurídicas 
de direito público interno variará conforme o ente federativo tratado. Seria, inclusive, incoerente 
estabelecer que o domicílio de um pequeno Município do interior do Amazonas ou do extremo sul do Rio 
Grande do Sul ficasse em Brasília. 
A alternativa B está incorreta, dado que o parágrafo único do art. 76 é claro ao dispor que o domicílio do 
incapaz, que é necessário, corresponde ao domicílio do representante legal (“O domicílio do incapaz é o do 
seu representante ou assistente”). 
A alternativa C está incorreta, pois, novamente, o art. 71 permite a variabilidade de domicílios, sem maiores 
restrições, tendo a pessoa mais de uma residência (“Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, 
onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas”). 
A alternativa D está correta, por expressa previsão do art. 76, parágrafo único (“o do servidor público, o 
lugar em que exercer permanentemente suas funções”). Assim, quando você for aprovado no seu certame, 
seu domicílio será, necessariamente, o local no qual você passar a exercer permanentemente suas funções 
(domicílio necessário), independentemente de onde você fixe residência (que pode ser outro lugar e que 
pode ser considerado domicílio voluntário). 
A alternativa E está incorreta, pois o art. 75, §1º claramente permite que a pessoa jurídica tenha considerado 
como domicílios os diversos locais nos quais tenha estabelecimento comercial (“Tendo a pessoa jurídica 
diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos 
nele praticados”). 
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34. (VUNESP / PGM-São Paulo (SP) – 2014) Assinale a alternativa correta acerca da responsabilidade 
patrimonial da pessoa jurídica, de seus sócios e administradores. 
a) O Código Civil de 2002 adotou a teoria menor da desconsideração da personalidade jurídica. 
b) A desconsideração da personalidade jurídica afasta o princípio da subsidiariedade da responsabilidade 
dos sócios, admitindo-se a constrição dos bens particulares deste, ainda que a sociedade possua patrimônio. 
c) No âmbito da relação cível, aplica-se a desconsideração da personalidade jurídica sempre que a 
personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos credores. 
d) Para que seja decretada a desconsideração da personalidade jurídica em razão de confusão patrimonial, 
é necessária a comprovação de que a confusão se deu com o objetivo de fraudar credores. 
e) A responsabilidade dos administradores por culpa no desempenho de suas funções independe de 
desconsideração da personalidade jurídica. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, já que o art. 50 do CC/2002, segundo a doutrina e a jurisprudência, adota a 
chamada “Teoria Maior”, cujos requisitos são o abuso da personalidade jurídico somado ao desvio de 
finalidade/confusão patrimonial. 
A alternativa B está incorreta. Veja-se que, num Juízo de plausibilidade já é possível descartar essa hipótese. 
Se a sociedade tem patrimônio suficiente para arcar com o débito, por que eu, credor, iria pedir a 
desconsideração, que é um procedimento mais difícil, custoso e demorado? Por isso, não se fala em 
alteração da subsidiariedade da responsabilidade, ainda que a personalidade jurídica tenha sido 
desconsiderada. 
A alternativa C está incorreta, pois, mais uma vez, não basta que ela seja um obstáculo ao ressarcimento, já 
que, em determinadas hipóteses, a sociedade “quebra” e os credores ficam sem o crédito, sem maiores 
repercussões. O art. 50 exige dois requisitos: o abuso da personalidade caracterizado pelo desvio de 
finalidade ou confusão patrimonial. Mesmo havendo prejuízo, se não houver a reunião desses requisitos, 
não se pode falar em desconsideração da personalidade jurídica. 
A alternativa D está incorreta, pois, novamente, o requisito de confusão patrimonial é objetivo, bastando 
demonstrá-lo, sem que se procure trazer a razão pela qual isso ocorreu (se com intuito fraudatório ou não). 
A alternativa E está correta, conforme estabelece o art. 1.016 do CC/2002: “Os administradores respondem 
solidariamente perante a sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de suas funções”. 
A desconsideração é independente da responsabilidade pela administração; são duas situações 
completamente diferentes. 
35. (FMP / PGE-AC – 2013) Assinale a alternativa CORRETA. 
a) Com a aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica, na sistemática do Código Civil 
em vigor, os atos praticados pela empresa (nos casos de abuso da personalidade jurídica, caracterizada pelo 
desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial) são considerados inválidos. 
b) A teoria da desconsideração da personalidade jurídica não pode, em nenhuma hipótese, ser alegada pela 
pessoa jurídica em seu favor, contra os atos de seus administradores. 
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c) A teoria da desconsideração da personalidadejurídica, prevista no art. 50 do CC, é a chamada teoria menor 
da disregard doctrine, que reclama mera demonstração de insolvência da empresa no cumprimento de suas 
obrigações. 
d) No campo da disregard doctrine, diz-se que a previsão da teoria da desconsideração da personalidade 
jurídica, prevista no Código Civil, manteve os demais microssistemas relacionados à matéria. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pois, como o próprio nome diz, meramente se desconsidera a personalidade 
jurídica para fins de responsabilização pelos atos; eles continuam válidos, mas sua eficácia ultrapassa a 
personalidade jurídica de modo a alcançar os sócios. 
A alternativa B está incorreta, conforme o Enunciado 285 do CJF: “A teoria da desconsideração, prevista no 
art. 50 do Código Civil, pode ser invocada pela pessoa jurídica em seu favor”. 
A alternativa C está incorreta, já que o CC/2002 trabalha com a Teoria Maior. 
A alternativa D está correta, porque a aplicação da Teoria Maior do CC/2002 não impacta nas demais normas 
especiais, como o CDC, cuja Teoria Menor é aplicável nos casos em que se vincula. 
36. (FMP / PGE-AC – 2013) Assinale a alternativa INCORRETA. 
a) O Código Civil em vigor admite a pluralidade de domicílios. 
b) A pessoa jurídica de direito privado tem como domicílio a sua sede indicada no estatuto, ou, na falta de 
previsão estatutária, o lugar onde funciona sua sede ou administração. 
c) Tendo a pessoa jurídica de direito privado vários estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles 
será considerado domicílio para os atos nele praticados. 
d) O foro de eleição, previsto em contrato escrito, é válido entre as partes, e pode, conforme o caso, afastar 
a aplicabilidade de normas de ordem pública. 
Comentários 
A alternativa A está correta, como se extrai do art. 71: “Se, porém, a pessoa natural tiver diversas 
residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas”. 
A alternativa B está correta, na regra do art. 75, inc. IV: “Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é das 
demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde 
elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos”. 
A alternativa C está correta, segundo o art. 75, § 1º: “Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em 
lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados”. 
A alternativa D está incorreta, já que apesar de o art. 78 (“Nos contratos escritos, poderão os contratantes 
especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes”) permitir o 
domicílio contratual, ele, evidentemente, não pode afastar a aplicação de normas cogentes, de ordem 
pública. 
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37. (FCC / PGE-MT – 2011) O registro da pessoa jurídica no órgão competente tem eficácia 
a) resolutiva. 
b) declaratória. 
c) rescisória. 
d) discriminatória. 
e) constitutiva. 
Comentários 
Em realidade, a resolução dessa questão não demanda análise detalhada de cada um dos itens. Como dito, 
o registro serve para “criar” a pessoa jurídica. Qual o sinônimo de “criar”? Constituir! Logo, a alternativa E 
está correta. 
O registro não resolverá (“acabará, destruirá”), não declarará (se fosse “declarar” a pessoa jurídica, ela já 
deveria existir previamente, mas ela só existe com o registro), não rescindirá (“desconstituirá”) e não 
discriminará (“especificará, detalhará”) a pessoa jurídica. 
38. (CESPE / PGE-SE – 2008) A respeito das pessoas naturais e jurídicas, assinale a opção correta. 
a) Os direitos de personalidade têm por finalidade proteger as qualidades e os atributos essenciais da pessoa 
humana, de forma a impedir que os mesmos possam ser apropriados ou usados por outras pessoas que não 
os seus titulares. Esses direitos não possuem valoração econômica, ou seja, são extrapatrimoniais, embora, 
em caso de lesão à dignidade da pessoa humana, possam surtir efeitos patrimoniais consistentes na 
reparação por dano moral. 
b) O patrimônio da sociedade é distinto do pertencente aos sócios. Assim, são impenhoráveis os bens 
particulares dos sócios pelas dívidas da sociedade, salvo quando constar do ato constitutivo da sociedade 
que os sócios têm responsabilidade subsidiária pelas dívidas sociais. Nessa hipótese, por ocorrer a confusão 
patrimonial, o juiz determinará a extinção da personalidade jurídica, respondendo os sócios pelas dívidas da 
sociedade. 
c) Se a pessoa natural possuir diversas residências de vivência sucessivas, será considerada seu domicílio 
qualquer uma dessas residências ou o local onde essa pessoa for encontrada. Tendo a pessoa jurídica 
diversos estabelecimentos em lugares diferentes, será considerada sua sede, para quaisquer atos praticados 
em nome da sociedade, o seu domicílio. 
d) Define-se associação como a união de pessoas que se organizam com finalidades econômica e lucrativa, 
que aufira rendas para o custeio de suas finalidades e para remunerar os serviços prestados pelos associados. 
e) Ter plena capacidade de direito significa ter aptidão para exercer por si mesmo os direitos da vida civil, 
sem assistência ou representação. Sendo assim, toda pessoa que tem aptidão para adquirir direitos é hábil 
para gozá-los e exercê-los por si mesmo. 
Comentários 
A alternativa A está correta, já que os direitos da personalidade, inatos à pessoa humana, são 
extrapatrimoniais, em si, mas permitem avaliação patrimonial, segundo a doutrina e a jurisprudência 
correntes. 
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A alternativa B está incorreta, como se extrai do art. 50: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, 
caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento 
da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e 
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios 
da pessoa jurídica”. 
A alternativa C está incorreta, de acordo com o art. 75, § 1º: “Tendo a pessoa jurídica diversos 
estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele 
praticados”. 
A alternativa D está incorreta, conforme o art. 53: “Constituem-se as associações pela união de pessoas que 
se organizem para fins não econômicos”. 
A alternativa E está incorreta, tratando a assertiva da capacidade de fato. 
39. (FUNRIO / PGM-Coronel Fabriciano(MG) – 2008) Com relação as pessoas jurídicas é correto afirmar. 
I. São pessoas jurídicas de direito público interno: a União, os Estados e os Municípios. 
II. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com o pedido de inscrição do ato 
constitutivo no respectivo registro. 
III. São pessoas jurídicas de direito privado: associações, sociedades e partidos políticos 
IV. As pessoas jurídicas de direito público interno não são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes 
que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, 
se houver, por parte destes, culpa ou dolo 
V. São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, 
sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos. 
a) as assertivas III, IV e V estão corretas. 
b) as assertivas II,IV e V estão corretas. 
c) as assertivas I, II e V estão corretas. 
d) as assertivas I, III e V estão corretas. 
e) as assertivas I, IV e V estão corretas. 
Comentários 
O item I está correto, na forma do art. 41, incs.I, II e III: “São pessoas jurídicas de direito público interno a 
União; os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; os Municípios”. 
O item II está incorreto, de acordo com o art. 45: “Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito 
privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de 
autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar 
o ato constitutivo”. 
O item III está correto, pela regra do art. 44, incs. I, II e V: “São pessoas jurídicas de direito privado as 
associações; as sociedades; e os partidos políticos”. 
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O item IV está incorreto, pela literalidade do art. 43: “As pessoas jurídicas de direito público interno são 
civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado 
direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo”. 
O item V está correto, consoante o art. 44, §1º: “São livres a criação, a organização, a estruturação interna 
e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento 
ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento”. 
A alternativa D está correta, portanto. 
40. (FCC / PGE-SE – 2005) Pessoa jurídica de direito privado com estabelecimento na cidade de Aracaju, 
onde se reúne a diretoria, e possuindo outros estabelecimentos em municípios de diversos Estados e em 
Brasília, tem por domicílio: 
a) cada um dos estabelecimentos para os atos nele praticados. 
b) necessária e exclusivamente a cidade de Aracaju. 
c) a cidade de Brasília, por ser a Capital Federal. 
d) cada uma das capitais dos Estados, em cujos Municípios possuir estabelecimentos. 
e) qualquer cidade do País onde tiver realizado negócios. 
Comentários 
A alternativa A está correta, na forma do art. 75, §1º: “Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos 
em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados”. 
A alternativa B está incorreta, dado que Aracaju será domicílio para os atos negociais levados a cabo nessa 
cidade, sendo que se considera domicílio da pessoa jurídica os atos praticados em cada filial. 
A alternativa C está incorreta, já que a Capital Federal é sede da União. 
A alternativa D está incorreta, de acordo com o art. 75, §1º, supramencionado. 
A alternativa E está incorreta, pois o mero fato de a empresa negociar em cidades outras não torna tais 
locais seu domicílio. Aqui, o examinador tentou te pegar numa pegadinha, para que você pensasse com 
automatismo na regra do CDC. Atenção! 
41. (FCC / PGE-SE – 2005) Falecendo o associado de uma entidade de fins esportivos, cujo patrimônio 
tenha sido constituído também com recursos do finado, que, por isto, é titular de quota patrimonial, e 
nada dispondo a respeito o estatuto da associação, seus herdeiros 
a) não passarão à qualidade de associado, mas poderão herdar sua quota parte do patrimônio. 
b) serão automaticamente admitidos como associados, perdendo a sua quota do patrimônio para a 
associação. 
c) serão automaticamente admitidos como associados e perderão sua quota do patrimônio para os demais 
associados. 
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d) não passarão à qualidade de associado e os bens que compunham a quota parte do falecido serão 
destinados ao Município onde se situarem. 
e) serão admitidos como associados e os bens que compunham a quota parte do falecido serão alienados 
em leilão, podendo os herdeiros exercer o direito de preferência. 
Comentários 
A alternativa A está correta, na forma do art. 56, parágrafo único: “Se o associado for titular de quota ou 
fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da 
qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto”. 
A alternativa B está incorreta, conforme mencionado na alternativa acima, em razão da aplicação do 
parágrafo único do art. 56. 
A alternativa C está incorreta, da mesma forma, consoante a regra explícita do art. 56. 
A alternativa D está incorreta, e, na realidade, é completamente absurda, não se falando em destinação ao 
Município. 
A alternativa E está incorreta, mais uma vez, em vista de uma previsão completamente inexistente de leilão. 
42. (FCC / PGE-SE – 2005) A desconsideração da personalidade jurídica de uma sociedade empresária 
poderá dar-se 
a) só a requerimento do Ministério Público, quando verificada a ocorrência de crime de sonegação fiscal. 
b) por decisão judicial ou ato administrativo, quando verificada infração da lei, com prejuízo à Fazenda 
Pública. 
c) por decisão judicial, tomada de ofício ou a requerimento da parte, quando se verificar desvio de finalidade. 
d) por decisão judicial, a requerimento da parte ou do Ministério Público quando lhe couber intervir, em 
caso de confusão patrimonial. 
e) por decisão judicial, tomada de ofício ou a requerimento da parte, sempre que a sociedade não tiver bens 
para honrar suas obrigações. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, na forma do art. 50: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, 
caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento 
da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e 
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios 
da pessoa jurídica”. 
A alternativa B está incorreta, consoante regra do art. 50: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, 
caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento 
da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e 
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios 
da pessoa jurídica”. 
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A alternativa C está incorreta, de acordo com o art. 50: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, 
caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento 
da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e 
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios 
da pessoa jurídica”. 
A alternativa D está correta, conforme já estabelecido nas demais alternativas, em detalhe. 
A alternativa E está incorreta, conforme reza o art. 50: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, 
caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento 
da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e 
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios 
da pessoa jurídica”. 
43. (PGE / PGE-MS – 2004) Analisando a desconsideração da personalidade jurídica assinale a 
alternativa que melhor retrata o tema, em face do ordenamento jurídico pátrio (civil e comercial): 
a) A desconsideração da personalidade jurídica foi sendo paulatinamente adotada pelo direito pátrio, 
através de trabalhos doutrinários no campo do direito comercial, passando a ter incursões no direito posto, 
haja vista as disposições constantesdo Código Tributário Nacional referentes a responsabilidade pessoal dos 
sócios; do Direito Trabalhista; das introduzidas no Código de Defesa do Consumidor e, finalmente, das 
expostas na Lei no 10.406/2002; 
b) A desconsideração da personalidade jurídica em seu nascedouro tem acabouço subjetivista, na medida 
em que a análise do tema prendia-se a aspectos anímicos, no entanto, paulatinamente, passa a ser estudada 
através de critérios objetivos, intimamente ligados ao desvio de finalidade e confusão patrimonial; 
c) A desconsideração da personalidade jurídica, seja vista sob o aspecto subjetivo, seja pelo objetivo, 
depende do caso concreto e do devido processo legal; 
d) Todas as alternativas estão corretas; 
e) As alternativas “b” e “c“ estão corretas. 
Comentários 
A alternativa A está correta, originando-se a teoria, no Brasil, a partir de trabalhos doutrinários, 
especialmente os de José Lamartine Corrêa de Oliveira Lyra a respeito da dupla crise da personalidade 
jurídica. 
A alternativa B está correta, como boa parte dos institutos do gênero, que paulatinamente foram se 
“objetivando” ao longo do tempo, de modo a facilitar sua aplicação. Esse é um movimento bastante comum 
no Direito Civil contemporâneo, inclusive. 
A alternativa C está correta, obviamente, não podendo o magistrado desconsiderar a personalidade jurídica 
sem atentar para as peculiaridades do caso e, muito menos, para o devido processo legal. 
A alternativa D está correta, portanto. 
A alternativa E está incorreta, dado que a alternativa A está igualmente correta, como visto. 
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44. (PGE / PGE-MS – 2003) Com relação à personalidade jurídica é possível entender que: 
a) Invoca-se a desconsideração da pessoa jurídica, quando há abuso, desvio de finalidade ou confusão 
patrimonial, somente para burlar terceiros; 
b) Vigora o princípio da autonomia subjetiva da pessoa coletiva que não pode ser afastada em qualquer 
hipótese; 
c) A sua extinção é instantânea, desde que a sua inscrição seja cancelada antes da liquidação; 
d) Pode pleitear danos morais; 
e) Só pode ser considerada extinta após a apresentação do balanço de encerramento final, devidamente 
aprovado pela autoridade fiscal competente, ficando os débitos pendentes à cargo dos sócios, 
ilimitadamente. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, porque a desconsideração da personalidade jurídica ocorre quando o abuso 
se caracteriza pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial. Não há um rol tríplice de requisitos, 
portanto. 
A alternativa B está incorreta, evidentemente, dado que apesar de em regra o patrimônio dos sócios se 
apartar do patrimônio da sociedade, pode ser a personalidade jurídica ser desconsiderada, eventualmente, 
cumpridos os requisitos legais. 
A alternativa C está incorreta, dado que a personalidade jurídica não se encerra antes da liquidação. A rigor, 
esse é um tema minudenciado pelo Direito Empresarial, pelo que remeto o aprofundamento necessário a 
tal disciplina, se for o caso. 
A alternativa D está correta. Apesar de a dicção da assertiva ser muito, muito, muito péssima mesmo, já que 
não é a personalidade jurídica quem pleiteará danos morais, entende-se que a pessoa jurídica, detentora de 
personalidade, pode fazê-lo. 
Faltou uma aulinha básica de língua portuguesa para o examinador, que, no caso, espantosamente deve ter 
sido um Procurador do Estado, já que a prova foi realizada por banca própria. 
A alternativa E está incorreta, já que os sócios não se responsabilizam pelos débitos da pessoa jurídica 
encerrada regularmente. 
45. (PGE / PGE-MS – 2003) A “fundação”, instituída nos termos do artigo 62 do Código Civil Brasileiro 
(Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002), somente poderá́ constituir-se para quais dos seguintes: 
a) religiosos ou morais; 
b) culturais ou assistenciais; 
c) religiosos, morais ou culturais; 
d) morais, culturais ou assistenciais; 
e) religiosos, morais, culturais ou assistenciais. 
Comentários 
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A rigor, atualmente essa questão seria anulada por conta do uso do termo “somente”, já que nenhuma das 
assertivas congloba todos os incisos do art. 62. Porém, ainda é possível utilizá-la para fins didáticos. 
As alternativas A, B, C e D estão incorretas, já que o art. 62 prevê outras hipóteses de finalidade para as 
fundações que não as supramencionadas. 
A alternativa E está correta, já que o art. 62, nos incisos, estabelece nada menos que nove diferentes 
objetivos fundacionais, nos quais se incluem os quatro descritos na alternativa E. 
LISTA DE QUESTÕES 
Defensor 
1. (CESPE / DPE-PE – 2018) A respeito da desconsideração da personalidade jurídica, assinale a opção 
correta: 
a) O Código de Defesa do Consumidor (CDC) exige a comprovação de confusão patrimonial ou desvio de 
finalidade para a desconsideração da personalidade jurídica, não sendo suficiente que a pessoa jurídica seja 
obstáculo ao ressarcimento dos consumidores. 
b) O Código Civil de 2002 adotou a teoria menor: basta o mero prejuízo à parte para que a desconsideração 
da personalidade jurídica seja deferida. 
c) A desconsideração inversa da pessoa jurídica não é admitida no ordenamento jurídico brasileiro. 
d) Para aplicar a desconsideração da personalidade jurídica, faz-se necessária a prévia decretação de falência 
ou insolvência da pessoa jurídica. 
e) Segundo jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), não se pode presumir o abuso da 
personalidade jurídica diante da mera insolvência ou o encerramento de modo irregular das atividades da 
pessoa jurídica para justificar a sua desconsideração. 
2. (CESPE / DPU – 2017) Uma senhora procurou a DP para ajuizar ação de alimentos contra o pai de 
seu filho menor de idade. Ela informou que o genitor não possuía bens em seu nome, mas exercia 
atividade empresarial em sociedade com um amigo: a venda de quentinhas. Apresentou cópia do contrato 
social, que, contudo, não era inscrito no órgão de registro próprio. 
Considerando essa situação hipotética e a necessidade de se obter o pagamento da pensão, julgue os itens 
a seguir. 
Se o pai não pagar os alimentos espontaneamente e não forem encontrados bens de sua titularidade, caberá 
à DP invocar a teoria da desconsideração da personalidade jurídica contra a sociedade empresária. 
3. (CESPE / DPU – 2017) Situação hipotética: B é sócio cotista da sociedade empresária A Ltda, que 
está encerrando suas atividades e, consequentemente, dissolvendo a sociedade. 
Assertiva: Nessa situação, em eventual demanda judicial envolvendo B e a figura jurídica A Ltda., esta poderá 
requerer a desconsideração da personalidade jurídica da sociedade empresária, tendo como fundamento 
único o seu término. 
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4. (CESPE / DPU – 2015) Caso um dos sujeitos da relação jurídica seja uma sociedade, admite-se 
excepcionalmente a desconsideração da regra de separação patrimonial entre a sociedade e seus sócios 
com o intuito de evitar fraude, situação em que haverá́ a dissolução da personalidade jurídica. 
5. (CESPE / DPU – 2015) Conforme a jurisprudência do STJ, admite-se a desconsideração inversa da 
pessoa jurídica. 
6. (CESPE / DPU – 2015) Para fins de desconsideração da pessoa jurídica, adota-se, no Código Civil, a 
denominada teoria maior subjetiva. 
7. (UFPR / DPE-PR – 2014) Assinale a alternativa correta sobre as Pessoas Jurídicas. 
a) A existência legal das pessoas jurídicas de direitoprivado inicia-se com a formalização de seu ato 
constitutivo, independentemente de sua inscrição no respectivo registro. 
b) São pessoas jurídicas de direito privado as associações, as sociedades, as fundações, as organizações 
religiosas e os partidos políticos. As empresas individuais de responsabilidade limitada, de acordo com o 
Código Civil em vigor, não são consideradas pessoas jurídicas, pois sua personalidade se confunde com a do 
empresário individual. 
c) A desconsideração da personalidade jurídica, por decisão judicial, quando ocorre fraude e abuso de direito 
contra credores, importa na dissolução ou anulação da sociedade, para todos os efeitos. 
d) Ocorre a desconsideração inversa quando é afastado o princípio da autonomia patrimonial da pessoa 
jurídica para responsabilizar a sociedade por obrigações do sócio, quando ele, por exemplo, registra bens 
pessoais em nome da pessoa jurídica em prejuízo de terceiros. 
e) Desde que comprovada a culpa desta, a pessoa jurídica é responsável pela reparação civil de danos que 
seus empregados ou prepostos causarem a terceiros no exercício do trabalho que lhes competir, ou em 
razão dele. 
8. (CESPE / DP-DF – 2013) A desconsideração inversa da personalidade jurídica ocorre quando o 
patrimônio do sócio é atingido para o atendimento de obrigações da sociedade por atos que tenham sido 
praticados por esta com desvio de finalidade do instituto da personalidade ou pela confusão patrimonial. 
9. (CESPE / DP-DF – 2013) Segundo o Código Civil de 2002, para a autorização da desconsideração da 
personalidade jurídica, basta a falta de patrimônio da sociedade para solver suas obrigações. 
10. (FEPESE / DPE-SC – 2012) Sobre a pessoa jurídica, é correto afirmar: 
a) Os associados devem ter iguais direitos, sendo vedado ao estatuto instituir categorias com vantagens 
especiais. 
b) Órgão obrigatório nas associações, a assembleia geral tem como competência privativa mínima, prevista 
no Código Civil: admitir e destituir os administradores e alterar o estatuto. 
c) A desconsideração da personalidade da pessoa jurídica constitui exceção ao princípio de sua autonomia 
patrimonial. O Código Civil, no artigo 50, permite essa desconsideração em caso de abuso da personalidade 
jurídica, caracterizada por desvio de finalidade ou confusão patrimonial. 
d) Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela 
importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro. 
e) Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: seja deliberada por unanimidade 
dentre os competentes para gerir e representar a fundação; não contrarie ou desvirtue o fim desta; seja 
aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento 
do interessado. 
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11. (CESPE / DPE-ES – 2012) Nas associações, não há responsabilidade solidária entre os 
administradores, de forma que um não responde pelos atos praticados por outro. 
12. (CESPE / DPE-BA – 2010) Ao tratar da desconsideração da pessoa jurídica, o CDC estabelece que as 
sociedades integrantes dos grupos societários, as sociedades controladas e as consorciadas são 
solidariamente responsáveis pelas obrigações previstas no código. 
13. (CESPE / DPE-ES – 2009) A União, os estados, o DF e os municípios são, de acordo com o Código 
Civil, as únicas pessoas jurídicas de direito público interno. 
14. (CESPE / DPU – 2007) A desconsideração da personalidade jurídica de uma sociedade é permitida 
nos casos em que há desvio de seu objetivo social, independentemente da verificação de abuso da 
personalidade jurídica, da intenção de fraudar a lei ou de causar prejuízos à própria sociedade ou a 
terceiros. Por isso, depois de despersonalizada a sociedade, os bens particulares dos sócios e dos 
administradores respondem pela dívida da pessoa jurídica. 
15. (CESPE / DPE-BA – 2006) Relativamente ao tema das pessoas jurídicas, pode-se asseverar que: 
 I. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado e são pessoas jurídicas 
de direito público interno: a União; os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; os Municípios; as 
autarquias; as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
II. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem 
regidas pelo direito internacional público. 
III. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que 
nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se 
houver, por parte destes, culpa ou dolo. 
IV. São pessoas jurídicas de direito privado: as associações; as sociedades; as autarquias; as fundações; as 
organizações religiosas; os partidos políticos. 
V. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito público e privado com a inscrição do ato 
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder 
Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. 
Analisando as assertivas da questão 84, verifica-se que: 
a) Apenas I, II e III estão incorretas. 
b) Apenas IV e V estão incorretas. 
c) Apenas a IV está incorreta. 
d) Apenas a I está incorreta. 
e) Todas estão incorretas. 
16. (CESPE / DPU – 2004) À luz do Código Civil, julgue os seguintes itens. 
Em todas as espécies de sociedades civis e comerciais, se faz necessária a aplicação da teoria da 
desconsideração da personalidade jurídica para obter a quebra do princípio da autonomia patrimonial e 
assim ensejar a reparação dos prejuízos causados pelo mau uso da personalidade jurídica por seus sócios, 
buscando o patrimônio pessoal destes, quando não for possível o da própria sociedade. 
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Procurador 
17. (UFPR – PGM/Curitiba – Procurador Municipal - 2019) Do ponto de vista econômico, pode-se 
compreender a desconsideração da personalidade jurídica como mecanismo destinado a controlar os 
custos externos gerados pelo princípio da responsabilidade limitada. Trata-se de outra manifestação da 
função do direito no combate ao oportunismo. Pode-se conceber que a punição à fraude e abuso de direito 
tenham como função reduzir os custos externos assumidos pelos credores contratuais e extracontratuais. 
[...] Na medida em que um devedor faça manobras fraudulentas ou dolosas na fase pré-contratual, 
contribui para induzir o credor em erro sobre a extensão do risco, impedindo-o de transferir o risco de 
inadimplemento ou inexecução à pessoa jurídica mediante requerimento de contrapartida adequada. A 
possibilidade de desconsiderar a personalidade jurídica no caso de fraude ou abuso de direito diminui a 
atração por falsas representações por parte dos acionistas durante a negociação do contrato, desde que 
tais manobras sejam suscetíveis de lhes impor responsabilidade pessoal. Efeito daí decorrente é aumentar 
a veracidade das informações prestadas aos credores e diminuir, de modo geral, os riscos assumidos 
quando negociam com as companhias. [...] E quanto aos credores extracontratuais? Apesar de 
predominarem a fraude e o abuso de direito em matéria contratual, essas práticas podem ocorrer fora 
desse campo. A título de exemplo, cita-se a fraude consistente na tentativa de elidir uma regra jurídica 
que visa à proteção de terceiros. [...] Desta perspectiva, acredita-se, a desconsideração em casos de fraude 
e abuso de direito podem oferecer certo grau de proteção aos credoresextracontratuais contra os 
indesejáveis efeitos do princípio de imunidade dos acionistas. (MACKAAY, E.; ROUSSEAU, S. Análise 
Econômica do Direito. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015, p. 612). Em relação ao tema abordado no texto acima 
e sobre o instituto da desconsideração da personalidade jurídica no Direito brasileiro, assinale a 
alternativa correta. 
a) Nas sociedades limitadas, uma vez desconsiderada a personalidade jurídica, a execução será promovida 
contra os bens dos sócios, os quais responderão dentro dos limites de suas quotas sociais. 
b) Quando constatada a prática de atos fraudulentos, a desconsideração da personalidade jurídica da 
sociedade limitada acarretará sua imediata dissolução. 
c) Uma vez que pensada para reprimir comportamentos oportunistas, os efeitos da desconsideração da 
personalidade jurídica serão limitados aos sócios e/ou administradores que tenham incorrido no ato 
irregular que a ensejou. 
d) A aplicação da teoria da desconsideração requer a demonstração de insolvência da pessoa jurídica. 
e) A hipótese da confusão patrimonial enseja desconsideração da personalidade jurídica quando o sócio 
oculta bens da empresa em seu patrimônio pessoal, mas não quando este se vale da pessoa jurídica para 
ocultar ou desviar os seus bens pessoais. 
18. (VUNESP – PGM/São José do Rio Preto – Procurador Municipal - 2019) Fundações são Pessoas 
Jurídicas de Direito Privado. Em relação a esse tema, assinale a alternativa correta. 
(A) A fundação somente poderá se constituir para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. 
(B) As fundações não podem sofrer danos morais. 
(C) Faz jus ao benefício da justiça gratuita a fundação que demonstre a impossibilidade de arcar com os 
encargos processuais. 
(D) A criação de fundação se fará por escritura pública ou contrato particular, especificando o fim a que se 
destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. 
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(E) Tornando-se inútil a finalidade a que visa a fundação, apenas o interessado poderá promover a sua 
extinção, incorporando-se o seu patrimônio a outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante. 
19. (CESPE – SEFAZ/RS – Auditor Fiscal - 2019) As associações públicas são pessoas jurídicas de direito 
a) privado ou público 
b) privado e de capital público 
c) privado 
d) público interno 
e) público externo 
20. (IADES / AL-GO – 2019) Quanto ao regramento legal das pessoas jurídicas, assinale a alternativa 
correta. 
a) No direito brasileiro, o partido político é uma pessoa jurídica de direito público. 
b) A eventual desconsideração da personalidade jurídica, em processo judicial, ocasiona a extinção da 
empresa. 
c) O órgão do Ministério Público não possui legitimidade para promover a extinção de uma fundação. 
d) As associações são constituídas pela união de pessoas que se organizam para fins não econômicos. 
e) O direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, 
contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro, decai em 10 anos. 
21. (FEPESE – PGE/SC – Procurador do Estado - 2018) Segundo o Código Civil, são pessoas jurídicas de 
direito público interno: 
a) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, os Municípios, as autarquias, inclusive as 
associações públicas, as fundações. 
b) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, os Municípios, as autarquias, as associações, as 
fundações, as organizações religiosas, os partidos políticos. 
c) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, os Municípios, as autarquias, inclusive as 
associações públicas, as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
d) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, os Municípios, as autarquias, inclusive as 
associações públicas, as fundações, as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
e) as associações, as sociedades, as fundações, as organizações religiosas, os partidos políticos e as empresas 
individuais de responsabilidade limitada. 
22. (FCC / PGM-Caruaru (PE) – 2018) São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I. fundações. 
II. partidos políticos. 
III. autarquias, inclusive as associações públicas. 
IV. Municípios e Estados. 
Está correto o que se afirma em 
a) II e III, apenas. 
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b) III e IV, apenas. 
c) II, III e IV, apenas. 
d) I, II e IV, apenas. 
e) I, II, III e IV. 
23. (CESPE/ PGM/FORTALEZA – PGM – 2017) A respeito da Lei de Introdução às Normas do Direito 
Brasileiro, das pessoas naturais e jurídicas e dos bens, julgue o item a seguir. 
O registro do ato constitutivo da sociedade de fato produzirá efeitos ex tunc se presentes, desde o início, os 
requisitos legais para a constituição da pessoa jurídica. 
24. (CESPE / PGE-SE – 2017) O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado 
a pedido da parte ou do MP e acarretará a dissolução ou liquidação da pessoa jurídica. 
25. (PGE-MS /2016) Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta: 
I - São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os que, por enfermidade ou 
deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos. 
II - A indisponibilidade dos direitos da personalidade é absoluta. 
III - Extinta a fundação, na hipótese de não prevista a destinação de seu patrimônio no ato constitutivo ou 
no estatuto, será ele incorporado a outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou 
semelhante. 
IV - As associações são pessoas jurídicas de direito privado constituídas de pessoas que reúnem seus esforços 
para a realização de fins econômicos. 
a) I e II estão corretas. 
b) Apenas III está correta. 
c) II e III estão corretas. 
d) I e IV estão corretas 
e) Apenas IV está incorreta. 
26. (CESPE / PGE-AM – 2016) As fundações privadas são de livre criação, organização e estruturação, 
cabendo aos seus instituidores definir os seus fins, que podem consistir na exploração de entidades com 
fins lucrativos nas áreas de saúde, educação ou pesquisa tecnológica, e outras de cunho social. 
27. (FCC / PGE-MA – 2016) No cumprimento da sentença condenatória transitada em julgado, de 
natureza não fiscal nem ligada às relações de consumo, a Procuradoria do Estado do Maranhão constatou 
que a empresa X Ltda. não possuía bens suficientes ao pagamento do débito. Pretendendo a 
desconsideração da personalidade jurídica da empresa X, a Procuradoria do Estado do Maranhão deverá, 
de acordo com o Código Civil, comprovar 
a) abuso da personalidade jurídica. 
b) que o inadimplemento se deu por ato do cotista majoritário. 
c) a mera insolvência. 
d) má ́ gestão, ainda que o administrador não tenha dado causa a confusão patrimonial ou a desvio de 
finalidade. 
e) que a existência da pessoa jurídica dificulta o ressarcimento do erário, apenas. 
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28. (PGR / PGR – 2015) Com relação à existência legal da pessoa jurídica: 
I - O sindicato passa a existir com o registro de seu estatuto, sendo necessária prévia autorização da 
assembleia para atuar no interesse dos associados. 
II - A sociedade de advogados adquire personalidade com o registro dos atos constitutivos, aprovado no 
Conselho Seccional da OAB. 
III - O registro de sociedade cooperativa só deve ser concedido se sua denominação for realmente condizente 
com sua finalidadee qualificação de seus componentes. 
IV - A sociedade mercantil e a sociedade simples tem por objeto o exercício de atividade própria de 
empresário e se formalizam através do registro. 
Das afirmativas acima: 
a) I e II estão corretas. 
b) I e III estão corretas. 
c) II e III estão corretas. 
d) II e IV estão corretas. 
29. (ESAF / PGFN – 2015) Considerando o que dispõe o Código Civil acerca das pessoas jurídicas, 
analise os itens a seguir e assinale a opção correta. 
a) A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com a inscrição do ato constitutivo no 
respectivo registro, sendo exigível, nesse caso, autorização estatal para a sua criação e personificação. 
b) Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos 
presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso, prescrevendo em cinco anos o direito de 
anular essas decisões, quando violarem a lei ou o estatuto. 
c) As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis pelos atos dos seus agentes 
que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado o direito regressivo contra os causadores do dano 
se demonstrado que agiram com dolo. 
d) As organizações religiosas e as empresas individuais de responsabilidade limitada compõem, ao lado das 
associações, fundações, sociedades e partidos políticos, as pessoas jurídicas de direito privado. 
e) Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão 
patrimonial, pode o juiz decidir, de ofício, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações 
sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
30. (PUC-PR / PGE-PR – 2015) Assinale a alternativa CORRETA em relação à temática da pessoa 
jurídica. 
a) A desconsideração da personalidade jurídica é admitida sempre que a pessoa jurídica seja utilizada para 
fins fraudulentos ou diversos daqueles para os quais foi constituída e equivale à sua desconstituição para 
todos os efeitos. 
b) Os bens dominicais integrantes do patrimônio das pessoas jurídicas de direito público não podem ser 
adquiridos por usucapião nem alienados. 
c) Ao admitir que se aplica às pessoas jurídicas a proteção aos direitos da personalidade, o ordenamento 
jurídico o faz em total simetria com a proteção da personalidade humana. 
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d) A desconsideração inversa da pessoa jurídica dá-se quando se atingem bens da pessoa jurídica para solver 
dívidas de seus sócios. Esse proceder é expressamente vedado pelo ordenamento jurídico brasileiro porque 
proporciona prejuízo aos demais participantes da sociedade. 
e) As associações públicas são pessoas jurídicas de direito público formadas por entes da Federação que se 
consorciam para realização de objetivos que consagrem interesses comuns. Uma vez constituídas, as 
associações públicas passam a integrar a Administração Pública indireta de todos os entes federativos que 
participaram de sua formação. 
31. (CESPE / Prefeitura Municipal de Salvador (BA) – 2015) Consoante a jurisprudência do STJ, a 
desconsideração da personalidade jurídica é medida excepcional e está subordinada à comprovação do 
abuso da personalidade jurídica, caracterizado por 
a) confusão patrimonial e dissolução irregular. 
b) desvio de finalidade conjugado com confusão patrimonial. 
c) desvio de finalidade ou confusão patrimonial. 
d) desvio de finalidade e dissolução irregular. 
e) mera dissolução irregular. 
32. (FMP / PGE-AC – 2014) Não são pessoas jurídicas de direito privado: 
a) as associações. 
b) os partidos políticos. 
c) as sociedades de economia mista. 
d) as autarquias. 
33. (VUNESP / PGM-São Paulo (SP) – 2014) Acerca das regras de domicílio estabelecidas pelo Código 
Civil de 2002, assinale a alternativa correta. 
a) As pessoas jurídicas de direito público interno possuem domicílio fixo, na capital do país. 
b) O incapaz possui domicílio próprio e facultativo, independendo do domicílio de seu representante ou 
assistente. 
c) No atual sistema não se admite a pluralidade de domicílios para a pessoa física. 
d) O servidor público possui domicílio necessário, sendo o local onde exerce permanentemente suas 
funções. 
e) A pessoa jurídica que conta com mais de um estabelecimento tem domicílio exclusivo em sua sede. 
34. (VUNESP / PGM-São Paulo (SP) – 2014) Assinale a alternativa correta acerca da responsabilidade 
patrimonial da pessoa jurídica, de seus sócios e administradores. 
a) O Código Civil de 2002 adotou a teoria menor da desconsideração da personalidade jurídica. 
b) A desconsideração da personalidade jurídica afasta o princípio da subsidiariedade da responsabilidade 
dos sócios, admitindo-se a constrição dos bens particulares deste, ainda que a sociedade possua patrimônio. 
c) No âmbito da relação cível, aplica-se a desconsideração da personalidade jurídica sempre que a 
personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos credores. 
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d) Para que seja decretada a desconsideração da personalidade jurídica em razão de confusão patrimonial, 
é necessária a comprovação de que a confusão se deu com o objetivo de fraudar credores. 
e) A responsabilidade dos administradores por culpa no desempenho de suas funções independe de 
desconsideração da personalidade jurídica. 
35. (FMP / PGE-AC – 2013) Assinale a alternativa CORRETA. 
a) Com a aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica, na sistemática do Código Civil 
em vigor, os atos praticados pela empresa (nos casos de abuso da personalidade jurídica, caracterizada pelo 
desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial) são considerados inválidos. 
b) A teoria da desconsideração da personalidade jurídica não pode, em nenhuma hipótese, ser alegada pela 
pessoa jurídica em seu favor, contra os atos de seus administradores. 
c) A teoria da desconsideração da personalidade jurídica, prevista no art. 50 do CC, é a chamada teoria menor 
da disregard doctrine, que reclama mera demonstração de insolvência da empresa no cumprimento de suas 
obrigações. 
d) No campo da disregard doctrine, diz-se que a previsão da teoria da desconsideração da personalidade 
jurídica, prevista no Código Civil, manteve os demais microssistemas relacionados à matéria. 
36. (FMP / PGE-AC – 2013) Assinale a alternativa INCORRETA. 
a) O Código Civil em vigor admite a pluralidade de domicílios. 
b) A pessoa jurídica de direito privado tem como domicílio a sua sede indicada no estatuto, ou, na falta de 
previsão estatutária, o lugar onde funciona sua sede ou administração. 
c) Tendo a pessoa jurídica de direito privado vários estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles 
será considerado domicílio para os atos nele praticados. 
d) O foro de eleição, previsto em contrato escrito, é válido entre as partes, e pode, conforme o caso, afastar 
a aplicabilidade de normas de ordem pública. 
37. (FCC / PGE-MT – 2011) O registro da pessoa jurídica no órgão competente tem eficácia 
a) resolutiva. 
b) declaratória. 
c) rescisória. 
d) discriminatória. 
e) constitutiva. 
38. (CESPE / PGE-SE – 2008) A respeito das pessoas naturais e jurídicas, assinale a opção correta. 
a) Os direitos de personalidade têm por finalidade proteger as qualidades e os atributos essenciais da pessoa 
humana, de forma a impedir que os mesmos possam ser apropriados ou usados por outras pessoas que não 
os seus titulares. Esses direitos não possuem valoração econômica, ou seja, são extrapatrimoniais, embora, 
em caso de lesãoà dignidade da pessoa humana, possam surtir efeitos patrimoniais consistentes na 
reparação por dano moral. 
b) O patrimônio da sociedade é distinto do pertencente aos sócios. Assim, são impenhoráveis os bens 
particulares dos sócios pelas dívidas da sociedade, salvo quando constar do ato constitutivo da sociedade 
que os sócios têm responsabilidade subsidiária pelas dívidas sociais. Nessa hipótese, por ocorrer a confusão 
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patrimonial, o juiz determinará a extinção da personalidade jurídica, respondendo os sócios pelas dívidas da 
sociedade. 
c) Se a pessoa natural possuir diversas residências de vivência sucessivas, será considerada seu domicílio 
qualquer uma dessas residências ou o local onde essa pessoa for encontrada. Tendo a pessoa jurídica 
diversos estabelecimentos em lugares diferentes, será considerada sua sede, para quaisquer atos praticados 
em nome da sociedade, o seu domicílio. 
d) Define-se associação como a união de pessoas que se organizam com finalidades econômica e lucrativa, 
que aufira rendas para o custeio de suas finalidades e para remunerar os serviços prestados pelos associados. 
e) Ter plena capacidade de direito significa ter aptidão para exercer por si mesmo os direitos da vida civil, 
sem assistência ou representação. Sendo assim, toda pessoa que tem aptidão para adquirir direitos é hábil 
para gozá-los e exercê-los por si mesmo. 
39. (FUNRIO / PGM-Coronel Fabriciano(MG) – 2008) Com relação as pessoas jurídicas é correto 
afirmar. 
I. São pessoas jurídicas de direito público interno: a União, os Estados e os Municípios. 
II. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com o pedido de inscrição do ato 
constitutivo no respectivo registro. 
III. São pessoas jurídicas de direito privado: associações, sociedades e partidos políticos 
IV. As pessoas jurídicas de direito público interno não são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes 
que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, 
se houver, por parte destes, culpa ou dolo 
V. São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, 
sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos. 
a) as assertivas III, IV e V estão corretas. 
b) as assertivas II,IV e V estão corretas. 
c) as assertivas I, II e V estão corretas. 
d) as assertivas I, III e V estão corretas. 
e) as assertivas I, IV e V estão corretas. 
40. (FCC / PGE-SE – 2005) Pessoa jurídica de direito privado com estabelecimento na cidade de 
Aracaju, onde se reúne a diretoria, e possuindo outros estabelecimentos em municípios de diversos 
Estados e em Brasília, tem por domicílio: 
a) cada um dos estabelecimentos para os atos nele praticados. 
b) necessária e exclusivamente a cidade de Aracaju. 
c) a cidade de Brasília, por ser a Capital Federal. 
d) cada uma das capitais dos Estados, em cujos Municípios possuir estabelecimentos. 
e) qualquer cidade do País onde tiver realizado negócios. 
41. (FCC / PGE-SE – 2005) Falecendo o associado de uma entidade de fins esportivos, cujo patrimônio 
tenha sido constituído também com recursos do finado, que, por isto, é titular de quota patrimonial, e 
nada dispondo a respeito o estatuto da associação, seus herdeiros 
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a) não passarão à qualidade de associado, mas poderão herdar sua quota parte do patrimônio. 
b) serão automaticamente admitidos como associados, perdendo a sua quota do patrimônio para a 
associação. 
c) serão automaticamente admitidos como associados e perderão sua quota do patrimônio para os demais 
associados. 
d) não passarão à qualidade de associado e os bens que compunham a quota parte do falecido serão 
destinados ao Município onde se situarem. 
e) serão admitidos como associados e os bens que compunham a quota parte do falecido serão alienados 
em leilão, podendo os herdeiros exercer o direito de preferência. 
42. (FCC / PGE-SE – 2005) A desconsideração da personalidade jurídica de uma sociedade empresária 
poderá dar-se 
a) só a requerimento do Ministério Público, quando verificada a ocorrência de crime de sonegação fiscal. 
b) por decisão judicial ou ato administrativo, quando verificada infração da lei, com prejuízo à Fazenda 
Pública. 
c) por decisão judicial, tomada de ofício ou a requerimento da parte, quando se verificar desvio de finalidade. 
d) por decisão judicial, a requerimento da parte ou do Ministério Público quando lhe couber intervir, em 
caso de confusão patrimonial. 
e) por decisão judicial, tomada de ofício ou a requerimento da parte, sempre que a sociedade não tiver bens 
para honrar suas obrigações. 
43. (PGE / PGE-MS – 2004) Analisando a desconsideração da personalidade jurídica assinale a 
alternativa que melhor retrata o tema, em face do ordenamento jurídico pátrio (civil e comercial): 
a) A desconsideração da personalidade jurídica foi sendo paulatinamente adotada pelo direito pátrio, 
através de trabalhos doutrinários no campo do direito comercial, passando a ter incursões no direito posto, 
haja vista as disposições constantes do Código Tributário Nacional referentes a responsabilidade pessoal dos 
sócios; do Direito Trabalhista; das introduzidas no Código de Defesa do Consumidor e, finalmente, das 
expostas na Lei no 10.406/2002; 
b) A desconsideração da personalidade jurídica em seu nascedouro tem acabouço subjetivista, na medida 
em que a análise do tema prendia-se a aspectos anímicos, no entanto, paulatinamente, passa a ser estudada 
através de critérios objetivos, intimamente ligados ao desvio de finalidade e confusão patrimonial; 
c) A desconsideração da personalidade jurídica, seja vista sob o aspecto subjetivo, seja pelo objetivo, 
depende do caso concreto e do devido processo legal; 
d) Todas as alternativas estão corretas; 
e) As alternativas “b” e “c“ estão corretas. 
44. (PGE / PGE-MS – 2003) Com relação à personalidade jurídica é possível entender que: 
a) Invoca-se a desconsideração da pessoa jurídica, quando há abuso, desvio de finalidade ou confusão 
patrimonial, somente para burlar terceiros; 
b) Vigora o princípio da autonomia subjetiva da pessoa coletiva que não pode ser afastada em qualquer 
hipótese; 
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c) A sua extinção é instantânea, desde que a sua inscrição seja cancelada antes da liquidação; 
d) Pode pleitear danos morais; 
e) Só pode ser considerada extinta após a apresentação do balanço de encerramento final, devidamente 
aprovado pela autoridade fiscal competente, ficando os débitos pendentes à cargo dos sócios, 
ilimitadamente. 
45. (PGE / PGE-MS – 2003) A “fundação”, instituída nos termos do artigo 62 do Código Civil Brasileiro 
(Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002), somente poderá́ constituir-se para quais dos seguintes: 
a) religiosos ou morais; 
b) culturais ou assistenciais; 
c) religiosos, morais ou culturais; 
d) morais, culturais ou assistenciais; 
e) religiosos, morais, culturais ou assistenciais. 
GABARITO
Defensor 
1.DPE-PE E 
2.DPU E 
3.DPU E 
4.DPU E 
5.DPU C 
6.DPU E 
7.DPE-PR D 
8.DP-DF E 
9.DP-DF E 
10.DPE-SC C 
11.DPE-ES C 
12.DPE-BA E 
13.DPE-ES E 
14.DPU E 
15.DPE-BA B 
16.DPU E 
Procurador 
17.PGM/Curitiba C 
18.PGM/Rio Preto C 
19.SEFAZ/RS D 
20.AL-GO D 
21.PGE/SC C 
22.PGM-Caruaru B 
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23.PGM/FORTALEZA E 
24.PGE-SE E 
25.PGE-MS B 
26.PGE-AM E 
27.PGE-MA A 
28.PGR C 
29.PGFN-2015 D 
30.PGE-PR E 
31.PM Salvador C 
32.PGE-AC D 
33.PGM-São Paulo D 
34.PGM-São Paulo E 
35.PGE-AC D 
36.PGE-AC D 
37.PGE-MT E 
38.PGE-SE A 
39.PGM-C. Fabriciano D 
40.PGE-SE A 
41.PGE-SE A 
42.PGE-SE D 
43.PGE-MS D 
44.PGE-MS D 
45.PGE-MS E 
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Ministério Público, por exemplo, é reduzida, já que não faz sentido haver intervenção do Parquet quando 
da criação da fundação, já que ela nasce da lei. 
PJ de Direito Público Interno
União
Estados
Municípios
Distrito Federal
Territórios
Autarquias
Associações Públicas
Fundações Públicas
Demais entidades de caráter 
público criadas por lei
PJ de Direito Público Externo
Estados da comunidade 
internacional
Demais pessoas regidas pelo 
Direito Internacional Público
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Cuidado com o art. 41, parágrafo único! As pessoas jurídicas de direito público interno que 
tiverem estrutura de direito privado serão regidas pelas regras do Direito Privado. Ou seja, 
apesar de serem públicas são tratadas como se privadas fossem. Ainda assim, há diferenças, 
analisadas pelo Direito Administrativo. 
Aqui ocorre certa discussão artificial entre o Direito Civil e o Direito Administrativo. Isso porque 
o Direito Civil, mais tradicional em termos classificatórios, chama essas pessoas pela longa expressão 
“pessoas jurídicas de direito público com estrutura de direito privado”. O Direito Administrativo, a seu turno, 
resume tudo isso na expressão “pessoas jurídicas de direito privado”, muitas vezes. 
Não há nenhuma contradição, tratando-se exatamente ambas as expressões das mesmas pessoas. Porém, 
o Direito Administrativo, de modo a excluir a aplicação do regime jurídico de direito público, chama essas 
pessoas apenas pela parte mais importante: direito privado. O Direito Civil ainda se atém à criação dessas 
pessoas jurídicas, já que apesar de serem regidas pelo regime jurídico de direito privado, foram elas criadas 
pelo Estado, ou seja, são “públicas”, daí o assento ao direito público. 
É o caso das empresas públicas e das sociedades de economia mista. O Direito Administrativo as chama de 
“pessoas jurídicas de direito privado”, já que têm regime jurídico de direito privado. O Direito Civil as chama 
de “pessoas jurídicas de direito público com estrutura de direito privado”, já que foram criadas pelo Estado, 
mas adotaram uma estrutura de direito privado, ou seja, regime jurídico de direito privado. 
O Enunciado 141 da III Jornada de Direito Civil esclarece que, para além dessas pessoas jurídicas, 
as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, 
mencionadas pelo art. 41, parágrafo único, são as fundações públicas e os entes de fiscalização 
do exercício profissional, como o CFM (uma autarquia) ou a OAB (uma entidade sui generis, 
como definiu o STF na ADI 3.026/DF). 
C. Pessoas jurídicas de direito privado 
O art. 44 do CC/2002 classifica as pessoas jurídicas de direito privado. Atente porque, segundo o Enunciado 
144 da III Jornada de Direito Civil, a relação das pessoas jurídicas de direito privado constante do art. 44 não 
é exaustiva (rol taxativo ou numerus clausus); trata-se de rol meramente exemplificativo (numerus apertus). 
Contraprova é que inúmeros dispositivos legais outros trazem inúmeras pessoas jurídicas de direito privado 
que não estão no rol trazido pelo CC/2002. Aqui tivemos outro resvalo do legislador, que se “esqueceu” de 
mencionar outras tantas pessoas jurídicas de direito privado já previstas em outras normas ulteriores ao 
CC/1916. Eis o rol das pessoas jurídicas de direito privado trazido pelo Código e pelas leis especiais: 
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Esclarece o Enunciado 142 do CJF que os partidos políticos, os sindicatos e as associações religiosas, por 
terem natureza associativa, são classificados como pessoas jurídicas de direito privado. Por isso, aplica-se a 
elas o Código Civil. Evidentemente que a legislação trabalhista (art. 8º da CF/1988 e arts. 511 e seguintes da 
CLT) traz disposições específicas a respeito dos sindicatos; bem como o faz a legislação eleitoral (art. 17 da 
CF/1988 e Lei 9.096/1995, a Lei dos Partidos Políticos), no tocante aos partidos políticos. 
1. Associações (art. 44, inc. I)
Pessoas jurídicas de direito privado formadas
para fins não econômicos
2. Sociedades (art. 44, inc. II)
Reunião de pessoas e bens ou serviços com
objetivo econômico e partilha de resultados,
ou seja, têm natureza eminentemente
lucrativa
3. Fundações (art. 44, inc. III)
Complexo de bens. Curiosamente, são pessoas
jurídicas sem quaisquer pessoas
físicas/naturais em sua instituição
4. Organizações religiosas (art. 44, inc. IV)
Têm por objetivo a união de leigos para o culto
religioso, assistência ou caridade. Por isso, não
podem ter fim econômico, segundo
estabelece o art. 53
5. Partidos políticos (art. 44, inc. V)
Associações com ideologia política, cujos
membros se organizam para alcançar o poder
político e satisfazer os interesses de seus
membros
6. Empresas Individuais de Responsabilidade 
Limitada - EIRELIs (art. 44, inc. VI)
Segundo o Enunciado 469 do CJF, a EIRELI não 
é sociedade, mas novo ente jurídico 
personificado
7. Sindicatos (art. 8º da CF/1988 e art. 511 da 
CLT)
Associações de defesa e coordenação dos
interesses econômicos e profissionais de
empregados, empregadores e trabalhadores
autônomos
8. Empresas públicas (art. 5º, inc. II do 
Decreto-Lei 200/1967)
São empresas que sempre têm patrimônio
próprio e capital exclusivo da União
9. Sociedades de Economia Mista (art. 5º, inc. 
III do Decreto-Lei 200/1967)
Sociedades constituídas sob a forma de S.A. e
com maioria do capital votante da União ou
da Administração Indireta
10. Cooperativas (art. 1º da Lei 5.764/1971)
São um conglomerado de pessoas que
reciprocamente se obrigam a contribuir com
bens ou serviços para o exercício de uma
atividade econômica, de proveito comum, sem
objetivo de lucro
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Quanto às organizações religiosas, sua criação, organização e funcionamento não podem sofrer 
intervenção estatal, prevê o art. 44, §1º. Isso não significa, porém, que há uma espécie de “carta branca” 
para a criação desse tipo de pessoa jurídica, sob pena de fraude à lei. Nesse sentido, o Enunciado 143 da III 
Jornada de Direito Civil evidencia que a liberdade de funcionamento das organizações religiosas não afasta 
o controle de legalidade e de legitimidade constitucional de seu registro, nem a possibilidade de reexame, 
pelo Judiciário, da compatibilidade de seus atos com a lei e com seus estatutos. 
Ainda no esmaecimento entre as fronteiras do Direito Público e do Direito Privado, há o Terceiro Setor. 
Determinadas pessoas jurídicas compõem aquilo que se convencionou chamar de Terceiro Setor, que nada 
mais é do que uma parcela das atividades do interesse do Poder Público a cargo do setor privado, sem a 
necessidade de concessão ou de outras medidas de cunho administrativo geralmente utilizadas nesses 
casos. 
Certas instituições acabam precisamente por cumprir determinadas ações típicas do Estado (Primeiro Setor), 
por intermédio do mercado (Segundo Setor). Em resumo, são entidades com origem na sociedade civil, mas 
que têm interesse público evidenciado. 
Notabilizam-se as ONGs, Organizações Não-Governamentais, cuja atuação tende à filantropia. Na esteira 
desse raciocínio existem dois títulos que podem ser dados a determinadas pessoas jurídicas de direito 
privado: 
1. Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP: previstas no art. 1º da Lei 9.790/1999, são 
organizações da sociedade civil de interesse público; 
2. Organizações Sociais – OS: previstas no art. 1º da Lei 9.637/1998, são organizaçõescujas atividades sejam 
dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio 
ambiente, à cultura e à saúde; 
3. Organizações da Sociedade Civil – OSC: previstas no art. 2º, inc. I, da Lei 13.019/2014, são organizações 
se dirigem à consecução de finalidades de interesse público em regime de mútua cooperação, por meio de 
termos de fomento ou em acordos de cooperação. 
Elas nada mais são do que qualificações dadas pelo Poder Público a determinadas pessoas jurídicas de direito 
privado, sem fins lucrativos, para que possam receber recursos da Administração Pública para a consecução 
de seus objetivos. Ou seja, as OSCIP, OS e as OSC não são pessoas jurídicas propriamente ditas, mas 
qualificação dada a determinadas pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos! 
Para fazer jus ao recebimento dessa qualificação, a pessoa jurídica interessada deve comprovar uma série 
de requisitos. Cumpridos essas exigências, a pessoa jurídica pode habilitar-se à qualificação pretendida. No 
mais, maiores interações entre as entidades do Terceiro Setor e o Poder Público são vistas no Direito 
Administrativo, evidentemente; apenas menciono o assunto porque muitas provas acabam tentando induzir 
o candidato em erro em questões que envolvem as pessoas jurídicas de direito privado e o Direito 
Administrativo. 
Como disse mais acima, o nascimento da pessoa jurídica depende de um ato formal, já que ela 
“naturalmente” não existe. Esse ato é o registro do ato constitutivo, consoante regra do art. 45 do CC/2002. 
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Mas o que é necessário para o registro? O art. 46 estabelece quais são os requisitos gerais do registro, em 
seus incisos: 
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; 
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; 
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e 
extrajudicialmente; 
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; 
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; 
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso. 
Cumpridas essas imposições, a pessoa jurídica “nasce”, adquire personalidade e passa a ter autonomia 
completa, desde que seus administradores exerçam seus poderes nos limites definidos no ato constitutivo, 
na dicção do art. 47. 
A partir daí, a pessoa jurídica precisa ser administrada. Caso ela tenha administração coletiva, as decisões 
se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso (art. 
48). E se essas decisões violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude? 
Nesse caso, determina o parágrafo único que é possível anulá-las no prazo (imprecisamente chamado de) 
decadencial de 3 anos. 
Na hipótese de não existir, por qualquer razão, administrador à pessoa jurídica, o juiz, a requerimento de 
qualquer interessado, nomeará um administrador provisório, ad hoc, permite o art. 49. Se a “crise” da pessoa 
jurídica se agravar e ela for dissolvida ou cassada sua autorização de funcionamento, ela subsiste para os 
fins de liquidação, até que esta se conclua (art. 51). 
Veja que aqui, efetivamente, ocorrerá a despersonificação ou despersonalização da 
pessoa jurídica, conceito esse completamente distinto da desconsideração da 
personalidade jurídica. A primeira situação abarca a extinção, dissolução da pessoa 
jurídica, ao passo que a segunda trata do abandono da regra de cisão patrimonial 
entre a pessoa jurídica e as pessoas físicas que dela fazem parte. 
Essa liquidação será averbada no registro da pessoa jurídica (§1º), aplicando-se as disposições a respeito das 
sociedades, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado (§2º). Com o encerramento da 
liquidação, promove-se finalmente o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica (§3º); somente nesse 
momento a pessoa jurídica é extinta, deixando de existir no plano jurídico. 
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O art. 52, por fim, traz dicção bastante polêmica. Consolidou-se o entendimento de que os 
direitos da personalidade eram parte subjetiva da própria personalidade, pensada, na corrente 
formal, para ser a qualificação jurídica do ser humano, transformando-o em pessoa. Partindo 
dessa premissa, o art. 52 estabelece que se aplica às pessoas jurídicas, no que couber, a 
proteção dos direitos da personalidade. A extensão dos direitos da personalidade à pessoa 
jurídica depende, obviamente, da possibilidade de a pessoa jurídica poder ser titular de 
determinados direitos e obrigações. 
O Código detalha diversas espécies de pessoas jurídicas. Algumas delas, porém, são próprias do estudo do 
Direito Empresarial, do Direito Administrativo, do Direito do Trabalho e assim por diante. Por isso, não vou 
me deter nelas; são relevantes aqui apenas as associações e as fundações. 
2.3. ASSOCIAÇÕES 
As associações são pessoas jurídicas de direito privado formadas para fins não econômicos, 
conforme estabelece o art. 53 do CC/2002. Veja que nada impede que as associações 
desenvolvam atividade econômica, desde que não haja finalidade lucrativa, evidentemente 
(Enunciado 534 da VI Jornada de Direito Civil). 
Por isso, uma associação não pode distribuir lucro entre os associados, por mais polpudos que 
eles sejam. E pode a associação ter lucro? Pode ela exercer atividades produtivas? Pode, mas o objetivo da 
associação não pode ser a distribuição de lucro social, exatamente o contrário de uma sociedade. Se há 
distribuição de lucro, portanto, trata-se de uma sociedade, e não de uma associação. 
Consequentemente, o parágrafo único do art. 53 prevê que não há, entre os associados, direitos e 
obrigações recíprocos. Não confunda esse dispositivo com a possiblidade de haver direitos e obrigações 
recíprocos entre o associado e a associação; não há entre os associados em si! Os requisitos da associação 
encontram-se no art. 54: 
I - a denominação, os fins e a sede da associação; 
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; 
III - os direitos e deveres dos associados; 
IV - as fontes de recursos para sua manutenção; 
V - o modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos e administrativos; 
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; 
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. 
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. 
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Todos esses requisitos devem estar contidos no Estatuto Social. Esse Estatuto pode prever categorias de 
associados com vantagens especiais, mas todos eles devem ter iguais direitos (art. 55 do CC/2002). Por isso, 
nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função, a não ser nos casos e pela forma 
previstos na Lei ou no Estatuto (art. 58 do CC/2002). 
A possibilidade de instituição de categorias de associados com vantagens especiais admite a atribuição de 
pesos diferenciados ao direito de voto, desde que isso não acarrete a sua supressão em relação a matérias 
previstas no art. 59 (destituição de administradores e alteração do estatuto). Esse é o entendimento exarado 
no Enunciado 577 da VII Jornada de Direito Civil. Assim, a associação pode ter um Associado Nato, um 
AssociadoOuro e um Associado Bronze, três categorias com vantagens distintas. 
O Estatuto ainda tem de prever normas de admissão e a possibilidade de demissão dos 
associados. A exclusão do associado só é admissível se houver justa causa, assim reconhecida 
em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no 
estatuto, conforme estabelece o art. 57. Evidentemente que se houver violação dessas 
premissas, nada impede que o associado recorra ao Poder Judiciário para reapreciar o ato, se 
for o caso, como em situações de exclusões baseadas em critérios discriminatórios. 
O art. 59 estabelece que é de competência privativa da assembleia geral a destituição dos administradores 
e a alteração do estatuto. Nesses dois casos, as deliberações devem ser realizadas em assembleia 
especialmente convocada para esse fim. O quorum será fixado no estatuto, bem como os critérios de eleição 
dos administradores. 
 
(MPT / MPT – 2015) Acerca das disposições sobre associações no Código Civil, assinale a alternativa 
INCORRETA: 
a) Os associados devem ter direitos iguais, mas o estatuto poderá instituir categoria com vantagem 
especial. 
b) A exclusão de associado é feita de acordo com os estatutos, que é soberano para estabelecer o 
procedimento que entender adequado. 
c) Compete privativamente à assembleia geral, especialmente convocada para esse fim, destituir os 
administradores. 
d) Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido 
legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto. 
e) Não respondida. 
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Comentários 
A alternativa A está correta, na literalidade do art. 55: “Os associados devem ter iguais direitos, mas o 
estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais”. 
A alternativa B está incorreta, como se extrai do art. 57: “A exclusão do associado só é admissível 
havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, 
nos termos previstos no estatuto”. 
A alternativa C está correta, na conjugação do art. 59, inc. I (“Compete privativamente à assembleia 
geral destituir os administradores”) com seu parágrafo único (“Para as deliberações a que se referem 
os incisos I e II deste artigo é exigido deliberação da assembleia especialmente convocada para esse 
fim, cujo quórum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos 
administradores”). 
A alternativa D está correta, conforme o art. 58: “Nenhum associado poderá ser impedido de exercer 
direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma 
previstos na lei ou no estatuto”. 
Ademais, a convocação dos órgãos deliberativos também deve ser feita na forma do estatuto, prevê o 
art. 60. Fica garantido, de qualquer forma, a 1/5 dos associados o direito de promovê-la. 
A qualidade de associado é, em regra, intransmissível. No entanto, o art. 56 permite que 
o estatuto disponha em contrário. Atente, porém, para a previsão do parágrafo único sobre 
o elemento patrimonial da associação. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do 
patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição 
da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do 
estatuto. 
O art. 44, §2º estabelece que as disposições concernentes às associações se aplicam subsidiariamente às 
sociedades empresariais. Minudencia o Enunciado 280 da IV Jornada de Direito Civil que as regras dos arts. 
57 e 60, relativas às associações, se aplicam às sociedades empresariais, exceto às limitadas, nos seguintes 
termos: 
A) havendo previsão contratual, é possível aos sócios deliberar a exclusão de sócio por justa causa, pela via 
extrajudicial. Nesse caso, cabe ao contrato social disciplinar o procedimento de exclusão, assegurado o 
direito de defesa, por aplicação analógica do art. 1.085; 
B) as deliberações sociais poderão ser convocadas por iniciativa de sócios que representem 1/5 do capital 
social, na omissão do contrato. A mesma regra aplica-se na hipótese de criação, pelo contrato, de outros 
órgãos de deliberação colegiada. 
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Em caso de dissolução da associação, primeiro devem ser deduzidas as quotas ou frações ideais 
de titularidade dos associados. Atenção, já que as associações não podem distribuir lucro aos 
associados, mas isso não se confunde com a devolução das cotas dos associados em caso de 
dissolução da associação! Ademais, o §1º permite que os associados podem receber em 
restituição o valor atualizado das contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da 
associação, caso isso esteja previsto no estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos 
associados. 
Pois bem. Feitas essas deduções, se for o caso, determina o art. 61 que o remanescente do patrimônio 
líquido seja destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por 
deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. 
O Enunciado 407 do CJF esclarece que essa destinação possui caráter subsidiário, devendo prevalecer a 
vontade dos associados, desde que seja contemplada entidade que persiga fins não econômicos. 
Se não existir no respectivo território em que a associação tiver sede instituição nas referidas condições, o 
que remanescer do seu patrimônio ficará com o Estado, o Distrito Federal ou a União, conforme o caso. É, 
em certo sentido, medida semelhante à adotada no caso de vacância da herança jacente. 
Além disso, o Enunciado 615 da VIII Jornada de Direito Civil estabelece que as associações civis podem sofrer 
transformação, fusão, incorporação ou cisão. Há polêmica a respeito de possibilidade de transformação da 
associação em uma sociedade empresarial, dado que esta tem fins econômicos. Evidentemente, em caso de 
fraude, a associação não poderia ser transformada. 
 
(TRF / TRF-3ª Região – 2016) Relativamente às pessoas jurídicas, marque a alternativa correta: 
a. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão, em qualquer caso, pela 
maioria de votos dos presentes. 
b. Compete privativamente às assembleias gerais das associações a destituição e a eleição dos 
administradores, bem como a alteração dos estatutos. 
c. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão incorporados em 
outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante, independentemente do que dispuser o 
instituidor. 
d. É obrigatória a inclusão de norma estatutária nas associações que preveja o direito de recorrer dos 
associados na hipótese de sua exclusão. 
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A alternativa A está incorreta, na forma do art. 48: “Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, 
as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de 
modo diverso”. 
A alternativa B está incorreta, segundo o art. 59, incs. I e II: “Compete privativamente à assembleia 
geral: 
I – destituir os administradores; 
II – alterar o estatuto”. 
A alternativa C está incorreta, de acordo com o art. 63: “Quando insuficientes para constituir a 
fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados 
em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante”. 
A alternativa D está correta,pela combinação dos arts. 54, II (“Sob pena de nulidade, o estatuto das 
associações conterá os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados”) e 57 (“Art. 
57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento 
que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto”). 
2.4. FUNDAÇÕES 
As fundações são um complexo de bens, ou seja, são pessoas jurídicas sem quaisquer pessoas físicas/naturais 
quando de sua instituição. Ela, assim, configura o caso mais explícito da concepção formal de pessoa, bem 
como da Teoria da Realidade Técnica, já que se personificam os bens, em certa medida. Cria-se a fundação 
por escritura pública ou por testamento, dotando-a o instituidor de bens livres, especificando o fim a que 
se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. 
 
(MPE-SC / MPE-SC – 2016) De acordo com o Código Civil, uma fundação pode ser criada por escritura 
pública ou testamento, por meio dos quais o instituidor fará dotação especial de bens livres, 
especificando o fim a que se destina, devendo declarar, também, a maneira de administrá-la. Dentre 
os fins expressos na legislação, destaca-se: a saúde; a segurança alimentar e nutricional; e a pesquisa 
científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, 
produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos. 
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O item está incorreto, de acordo com o art. 62: “Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por 
escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, 
e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la”. 
O objetivo das fundações é sempre público, apesar do caráter privado que possuem. Em sua redação 
original, o art. 62, parágrafo único do CC/2002 era bastante restritivo a respeito de quais atividades poderiam 
ser objetivos das fundações. 
Não à toa, o Enunciado 8 da I Jornada de Direito Civil já propugnava que “a constituição de fundação para 
fins científicos, educacionais ou de promoção do meio ambiente está compreendida no Código Civil”. Indo 
ainda mais longe, o Enunciado 9 do CJF estabelece que o parágrafo único do art. 62 deve ser interpretado 
de modo a excluir apenas as fundações com fins lucrativos. 
 
(CESPE / PGE-AM – 2016) As fundações privadas são de livre criação, organização e estruturação, 
cabendo aos seus instituidores definir os seus fins, que podem consistir na exploração de entidades 
com fins lucrativos nas áreas de saúde, educação ou pesquisa tecnológica, e outras de cunho social. 
Comentários 
O item está incorreto, pois as fundações não podem ter caráter lucrativo, em hipótese alguma. 
Indiciariamente, já indica isso o art. 11 da LINDB: “As organizações destinadas a fins de interesse 
coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituírem”. 
Igualmente, prevê o art. 66 do CC/2002 que “Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado 
onde situadas”. 
Em que pese Enunciado 8 tenha sido absorvido por mudança legislativa posterior, o Enunciado 9 continua 
relevante, já que o referido dispositivo continua, aparentemente, a trazer um rol taxativo de objetivos às 
fundações. Esses objetivos podem ser assim resumidos, segundo o art. 62, parágrafo único: 
I – assistência social; 
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; 
III – educação; 
IV – saúde; 
V – segurança alimentar e nutricional; 
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VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento 
sustentável; 
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas 
de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; 
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; 
IX – atividades religiosas. 
Na instituição da fundação, seu instituidor deve designar o patrimônio que a compõe. 
Quando, porém, insuficientes os fundos para constituir a fundação, os bens a ela destinados 
serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados a outra fundação que se 
proponha a fim igual ou semelhante, segundo dispõe o art. 63. 
Caso a fundação seja criada por ato entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a 
propriedade sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial 
(art. 64). 
Instituída a fundação, o instituidor nomeará pessoa para gerir o patrimônio. Essas pessoas devem, segundo 
o art. 65, formular logo, de acordo com a base prevista para a fundação, o estatuto da fundação projetada, 
submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente (atualmente, o MP), com recurso ao 
juiz. 
Veja-se que, caso o estatuto não seja elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, 
em 180 dias, a incumbência caberá ao Ministério Público, consoante regra expressa do parágrafo único do 
mencionado art. 65. 
O papel do MP é importantíssimo, já que cabe a ele velar pelas fundações, segundo estabelece o art. 66, 
de acordo com a competência territorial do Parquet. Quando a fundação se localiza em algum dos Estados 
da Federação, não há grande dúvida. 
Porém, se sua atividade se estender por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao 
respectivo MPE, na forma do § 2º do art. 66. Veja que a expressão “por mais de um Estado”, contida no 
referido §2ºnão exclui o Distrito Federal e os Territórios, evidentemente. 
PRESTE ATENÇÃO, pois a Lei 13.151/2015 corrigiu uma distorção que havia no § 1º do art. 66. Em sua 
redação original, essa regra mencionava que, no caso de funcionarem no Distrito Federal ou em Território, 
caberia o encargo legal ao MPF. A referida lei alterou o dispositivo e passou a prever que caberá o encargo 
ao MPDFT. 
Essa nova redação legal, inclusive, vai ao encontro do Enunciado 10 da I Jornada de Direito Civil. Prevê o 
enunciado que em face do princípio da especialidade esse dispositivo deveria ser interpretado em sintonia 
com os arts. 70 e 178 da LC 75/1993, situação essa agora tornada lei. 
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Segundo o Enunciado 147 da III Jornada de Direito Civil, a atribuição ao Ministério Público local de velar 
pelas fundações situadas em seu território não exclui a necessidade de fiscalização de tais pessoas jurídicas 
pelo MPF, quando se tratar de fundações instituídas ou mantidas pela União, autarquia ou empresa 
pública federal, ou que destas recebam verbas, nos termos da CF/1988, da LC 75/1993 e da Lei de 
Improbidade. Cuidado para não confundir o teor desse Enunciado (fiscalização pelo MPF) com a alteração 
legislativa havida no §1º do art. 66 (fiscalização pelo MPDFT). 
Contrariamente às associações, a alteração do Estatuto das fundações tem algumas exigências 
legais, conforme estabelece o art. 67. Primeiro, tenha em mente que a finalidade da fundação 
é inalterável; pode-se apenas alterar seu estatuto. Para tanto, são três os requisitos exigidos: 
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação; 
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta; 
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 dias, findo o qual ou 
no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.O Ministério Público, portanto, tem prazo decadencial de apenas 45 dias para denegar confirmação à 
alteração. O silêncio, nesse caso, é interpretado como negação de aceitação da alteração, 
consequentemente, a permitir suprimento judicial. 
Caso a alteração não seja aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao 
submeterem o estatuto ao MP, devem requerer que se dê ciência à minoria vencida. A minoria, então, 
pode impugnar a mudança de maneira fundamentada, querendo, no prazo decadencial de 10 dias, 
segundo o art. 68. Aí, o Parquet analisa a controvérsia e decide se aprova ou não a alteração, na forma do 
art. 67, inc. III, supracitado. Novamente, se a aprovação for negada, cabe ao juiz decidir a respeito. 
 
(MPE-PR / MPE-PR – 2016) Assinale a alternativa correta: 
a) Uma fundação pode constituir-se para fins de saúde, mas não para fins de segurança alimentar e 
nutricional; 
b) Se uma fundação funcionar no Distrito Federal ou em Território, o encargo de sua fiscalização ao 
Ministério Público Federal; 
c) A fundação não pode ser criada para fins de atividades religiosas; 
d) A alteração ou reforma do estatuto de uma fundação deve ser aprovada pelo órgão do Ministério 
Público em até 30 dias; 
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e) Se o Ministério Público denegar a reforma do estatuto, o juiz pode a suprir, a requerimento do 
interessado. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, conforme o art. 62, parágrafo único, inc. IV: “A fundação somente 
poderá constituir-se para fins de segurança alimentar e nutricional”. 
A alternativa B está incorreta, de acordo com o art. 66, § 1º: “Se funcionarem no Distrito Federal ou 
em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios”. 
A alternativa C está incorreta, consoante o art. 62, parágrafo único, inc. IX: “A fundação somente 
poderá constituir-se para fins de atividades religiosas“. 
A alternativa D está incorreta, pela dicção do art. 67, inc. III: “Seja aprovada pelo órgão do Ministério 
Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público 
a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado”. 
A alternativa E está correta, segundo a literalidade da parte final do art. 67, inc. III, supracitado. 
Por fim, estabelece o art. 69 acerca da extinção da fundação. Se se tornar ilícita, impossível ou inútil a 
finalidade da fundação, ou vencido o prazo de sua existência, em caso de termo previsto pelo instituidor, o 
MP ou qualquer interessado requererá sua extinção. 
Nessa hipótese, incorpora-se seu patrimônio a outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim 
igual ou semelhante. Evidentemente que se houver disposição em contrário no ato constitutivo ou no 
estatuto, deve-se seguir tal determinação. 
2.5. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
José Lamartine Corrêa de Oliveira Lyra apontou um fenômeno que ele chamou de dupla crise da pessoa 
jurídica. Não é uma crise do conceito de pessoa jurídica ou da própria noção de pessoa jurídica, mas da 
deformação causada pelo formalismo. Esse formalismo atribui uma cisão absoluta entre a pessoa jurídica e 
a pessoa física/natural. 
E esse apartamento absoluto é fonte de abuso pela pessoa física/natural, que se aproveita disso para se 
utilizar da pessoa jurídica com fins diversos do imaginado a ela. Mas o que caracteriza o abuso mencionado 
pela teoria? 
Se configuraria no caso de abuso de direito, de fraude, de descumprimento de obrigações 
contratuais e legais, de atos ilícitos praticados pela sociedade, de confusão patrimonial 
entre o patrimônio pessoa do sócio e o patrimônio da pessoa jurídica, de desvio da 
finalidade contratual prevista no Estatuto etc. 
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Assim, excepcionalmente, a cisão criada pela Teoria da Realidade Técnica, em termos patrimoniais, deixa de 
existir, e é possível se ignorar o véu que separa o patrimônio da pessoa jurídica e o patrimônio pessoal dos 
sócios. Trata-se de homenagem à teoria da aparência e à vedação ao abuso de direito, claramente. 
 
(CESPE / DPU – 2017) Uma senhora procurou a DP para ajuizar ação de alimentos contra o pai de seu 
filho menor de idade. Ela informou que o genitor não possuía bens em seu nome, mas exercia 
atividade empresarial em sociedade com um amigo: a venda de quentinhas. Apresentou cópia do 
contrato social, que, contudo, não era inscrito no órgão de registro próprio. 
Considerando essa situação hipotética e a necessidade de se obter o pagamento da pensão, julgue os 
itens a seguir. 
Se o pai não pagar os alimentos espontaneamente e não forem encontrados bens de sua titularidade, 
caberá à DP invocar a teoria da desconsideração da personalidade jurídica contra a sociedade 
empresária. 
Comentários 
O item está incorreto, porque se trata de sociedade não personificada, já que, conforme o art. 45, 
“Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo 
no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder 
Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo”. Assim, não 
constituída a sociedade em questão, incabível se falar em desconsideração de um ente que não detém 
personalidade jurídica ainda, não sendo tal sociedade uma pessoa jurídica em termos técnicos. 
A amplitude dessa separação patrimonial ficou ainda mais evidente quando o legislador brasileiro criou a 
EIRELI. Essa pessoa jurídica, que não é uma sociedade, mas um novo ente personificado (Enunciado 469 do 
CJF), uma pessoa jurídica unipessoal. Em que pese a confusão entre pessoa física e jurídica ser mais fácil, o 
Enunciado 470 do CJF elucida que o patrimônio da EIRELI responde pelas dívidas da pessoa jurídica, não se 
confundindo com o patrimônio da pessoa natural que a constitui. 
Para além da EIRELI, a cisão patrimonial entre sócios, associados, instituidores ou administradores e a pessoa 
jurídica foi evidenciada também pelo art. 49-A, incluído pela Lei nº 13.874/2019. Dita a norma que não se 
pode confundir pessoa jurídica com pessoas físicas. 
Não à toa, a autonomia patrimonial das pessoas jurídicas deve ser considerado um instrumento lícito de 
alocação e segregação de riscos. O objetivo é estimular a empresa, com geração de emprego, tributo, 
renda e inovação em benefício de todos. 
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Trata-se de uma perspectiva marcadamente empresarial da pessoa jurídica. Não obstante, em que pese a 
necessidade de cisão, notáveis são os casos em que há abuso. Por isso, se presentes os requisitos legais, 
haverá a aplicação do instituto da desconsideração da personalidade jurídica. 
E quando cabe a desconsideração? Depende da situação. Se for uma relação trabalhista, há regra própria na 
CLT; se for uma relação tributária, há aplicação do CTN; se for uma relação consumerista, o CDC dispõe a 
respeito. Antes de se compreender a aplicação da Disregard Doctrine ou Disregard of the Legal Entity em 
cada seara específica, é preciso compreender duas diferentes teorias. 
A primeira teoria é a chamada Teoria Maior, adotada pelo art. 50 do CC/2002: 
Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela 
confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe 
couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas 
relaçõesde obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios 
da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. 
Em outras palavras, necessário é se verificar o abuso na utilização da personalidade jurídica. Esse abuso 
deve se caracterizar pelo desvio de finalidade OU pela confusão patrimonial. Se não se caracterizar nem 
uma dessas situações, não se pode desconsiderar a personalidade jurídica. Daí o nome de Teoria Maior, pois 
ela exige a verificação de mais requisitos. 
 
(ESAF / PGFN – 2015) Considerando o que dispõe o Código Civil acerca das pessoas jurídicas, analise 
os itens a seguir e assinale a opção correta. 
a) A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com a inscrição do ato constitutivo 
no respectivo registro, sendo exigível, nesse caso, autorização estatal para a sua criação e 
personificação. 
b) Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos 
presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso, prescrevendo em cinco anos o direito 
de anular essas decisões, quando violarem a lei ou o estatuto. 
c) As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis pelos atos dos seus 
agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado o direito regressivo contra os 
causadores do dano se demonstrado que agiram com dolo. 
d) As organizações religiosas e as empresas individuais de responsabilidade limitada compõem, ao lado 
das associações, fundações, sociedades e partidos políticos, as pessoas jurídicas de direito privado. 
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e) Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela 
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, de ofício, que os efeitos de certas e determinadas relações 
de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa 
jurídica. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, de acordo com o art. 45: “Começa a existência legal das pessoas jurídicas 
de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando 
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as 
alterações por que passar o ato constitutivo”. 
A alternativa B está incorreta, conforme o art. 48, parágrafo único: “Decai em três anos o direito de 
anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de 
erro, dolo, simulação ou fraude”. 
A alternativa C está incorreta, na forma do art. 43: “As pessoas jurídicas de direito público interno são 
civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, 
ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou 
dolo”. 
A alternativa D está correta, pela conjunção dos incisos do art. 44: “São pessoas jurídicas de direito 
privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos; 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada”. 
A alternativa E está incorreta, consoante regra específica do art. 50: “Em caso de abuso da 
personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o 
juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, 
que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares 
dos administradores ou sócios da pessoa jurídica”. 
Tradicionalmente, o abuso da personalidade jurídica se evidenciava pela utilização dos parâmetros oriundos 
do art. 187 do CC/2002, que trata do abuso de direito (cláusula geral) como ato ilícito. Assim, era necessário 
verificar se ocorreu, por parte da pessoa natural, manifesto excesso aos “limites impostos pelo seu fim 
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”. A colmatação desses limites dependia de 
interpretação judicial, evidentemente. 
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Por exemplo, ainda que a pessoa jurídica seja insolvente, simplesmente, não se pode aplicar a 
desconsideração. A jurisprudência foi, ao longo dos anos, consolidando lentamente as situações nas quais é 
cabível ou não a desconsideração a partir da Teoria Maior. 
Inicialmente, essa teoria era claramente subjetivista, pautando-se centralmente na figura da fraude. A 
equiparação do esvaziamento patrimonial à fraude contra credores era bastante frequente, de modo a se 
fundamentar minimamente em termos legais a aplicação da teoria. 
Paulatinamente, sua aplicação foi se objetivando, até a consolidação em torno do art. 50. Ainda assim, é 
muito comum ver nas decisões judiciais o apelo à fraude para se permitir a aplicação; desnecessário, porém, 
a ocorrência de fraude, sendo imprescindível a verificação do abuso de personalidade, apenas. 
 
(CESPE / DPU – 2015) Para fins de desconsideração da pessoa jurídica, adota-se, no Código Civil, a 
denominada teoria maior subjetiva. 
Comentários 
O item está incorreto, dado que a teoria adotada pelo CC/2002 é a Teoria Maior, não havendo 
elemento “subjetivo”. Teoria Maior e ponto. 
Já a Teoria Menor é adotada pelo art. 28, §5º, do CDC, que assim dispõe: 
Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de 
alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. 
O caput do art. 28 estabelece que pode haver a desconsideração em havendo abuso de direito, 
excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito, violação dos estatutos ou contrato social, 
falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por 
má administração. Porém, consolidou-se o entendimento de que o §5º pode ser aplicado 
independentemente do caput do dispositivo, de modo que é desnecessário visualizar algum 
dos elementos taxativos do caput, bastando a verificação de dano ao consumidor. 
Ou seja, o juiz pode desconsiderar a personalidade jurídica ainda que não tenha havido confusão patrimonial 
ou desvio de finalidade, basta que se configure alguma das hipóteses previstas no art. 28, ou ainda a 
verificação genérica de dano ao consumidor prevista no §5º. Daí o nome de Teoria Menor, pois ela exige 
menos requisitos para ser aplicada. 
No Direito Civil, portanto, aplica-se a Teoria Maior! Por isso, deve-se comprovar o abuso de personalidade 
caracterizado pelo desvio de finalidade ou a confusão patrimonial. Evidentemente que a aplicação da 
Teoria Maior nas relações interprivadas em geral não afasta a aplicação da Teoria Menor nas relações regidas 
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pelo microssistema consumerista, e nem as peculiaridades das demais searas (trabalhista, tributária etc.), 
como afiança o Enunciado 51 do CJF. 
 
 
Não é incomum que as questões de concursos exijam exatamente essa distinção presente no CC/2002 e no 
CDC sobre as chamadas Teorias Maior e Menor. O problema é que geralmente elas tentarão confundir você, 
já que, em regra, quando pensamos na aplicação do CDC, pensamos numa aplicabilidade maior, em maior 
proteção do consumidor, em relações jurídicas mais frequentes, induzindo em erro o concurseiro menos 
ligado. 
Fica a dica: a Teoria Maior é aplicável à maioria das relações jurídicas, aplicando-se a 
maior lei, o CC/2002, ao passo que a Teoria Menor é aplicadaa um conjunto menor 
de relações jurídicas, aplicando-se a menor lei, o CDC, apenas! DECORE! 
De modo a tentar afastar os excessos, preencher as lacunas e evitar o casuísmo, a Lei 13.874/2019 deu nova 
redação ao art. 50 do CC/2002. A norma inseriu alguns parágrafos ao dispositivo, pretendendo afastar 
dúvidas quanto à aplicação da Teoria Maior. Boa parte dos dispositivos traduz a doutrina e a jurisprudência 
do STJ, que, como dito, foi se cristalizando lentamente. 
TEORIA MAIOR
previsão: art. 50 do CC
Requisitos:
abuso de personalidade +
desvio de finalidade ou
confusão patrimonial
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O §1º do art. 50 agora prevê textualmente o que seja o desvio de finalidade. Segundo ele, desvio 
de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a 
prática de atos ilícitos de qualquer natureza. Trata-se, em larga medida, de uma tentativa de 
retornar à perspectiva mais clássica, calcada no abuso de direito, numa toada mais subjetivista. 
Além disso, o §5º evidencia que não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a 
alteração da finalidade original da atividade econômica específica da pessoa jurídica. Assim, se uma pessoa 
jurídica comercializava produtos de informática, não se considera desvio a venda de materiais de papelaria; 
ao contrário, uma sociedade que presta serviços contábeis desvirtua sua finalidade quando inicia venda de 
produtos de papelaria. 
Já o §2º estabeleceu no texto legal o conceito de confusão patrimonial. De acordo com a norma, entende-
se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por (i) 
cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa; (ii) 
transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor 
proporcionalmente insignificante; e (iii) outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. 
O objetivo dos três incisos do §2º do art. 50 é evidente. Evitar os excessos jurisprudenciais. Se levado ao pé 
da letra, o conceito de confusão patrimonial tornaria praticamente impossível não haver desconsideração 
da personalidade jurídica. Um sócio que toma um clipes de papel para ajuntar papeis pessoais estaria a 
confundir patrimônios. 
Por isso, a norma prevê que deve haver relevância nos atos. Em caso de utilização do capital da pessoa 
jurídica pelo sócio, para pagamento de dívidas pessoais, a conduta deve ser reiterada; no caso de 
transferências patrimoniais, o valor não pode ser insignificante. 
Questão controvertida, especialmente na seara trabalhista, sempre foi a expansão dos efeitos da 
desconsideração da personalidade jurídica. O §4º, nesse sentido, rege que a mera existência de grupo 
econômico, sem a presença dos requisitos de que trata o caput do art. 50, não autoriza a desconsideração 
da personalidade da pessoa jurídica. Trata-se de tentativa, novamente, de barrar excessos. 
Ao contrário, cabe também a chamada “desconsideração inversa da personalidade jurídica”, 
quando a pessoa física se utiliza da pessoa jurídica, indevidamente, para se “blindar” de 
ataques contra seu patrimônio. 
O fundamento é o mesmo: evitar o abuso no uso da personalidade jurídica. Faz-se, nesse caso, 
uma interpretação teleológica do art. 50, de modo a permitir que se busque o patrimônio da 
pessoa física “escondido” atrás da pessoa jurídica. O Enunciado 283 da IV Jornada de Direito Civil já 
propugnava o cabimento da desconsideração inversa para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa 
jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiros. 
O STJ, igualmente, passou a proferir reiteradas decisões afirmando a possibilidade da desconsideração 
inversa. Posteriormente, a desconsideração inversa passou a ser textualmente prevista no CPC/2015, em 
seu art. 133, §2º (“Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da 
personalidade jurídica”). 
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O CPC/2015, inclusive, trouxe regras acerca de um novo incidente processual, o incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica. Esse novo procedimento tem profundo e importante impacto 
no exercício do direito material. 
Finalmente, com a Lei 13.874/2019, a desconsideração inversa da personalidade jurídica integra também o 
texto do CC/2002. Prevê o art. 50, §3º, que os requisitos e consequências da aplicação da Teoria Maior 
também se aplicam à extensão das obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica. 
Há discussão acerca da responsabilização da pessoa jurídica por atos praticados pelos administradores com 
abuso de poder ou com violação ao objeto da pessoa jurídica. Esse é um tema, a rigor, de Direito Empresarial, 
mas cujas linhas gerais se extraem daqui. 
Como se extrai da interpretação inversa do art. 47 não obrigam a pessoa jurídica os atos dos 
administradores, exercidos fora dos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo. É uma forma de 
proteção da pessoa jurídica contra os atos das pessoas naturais que lhe administram (lembre-se, são pessoas 
distintas), derivada da Ultra Vires Doctrine do direito anglo-saxônico. 
Os atos dos administradores que violam essas premissas são, portanto, ineficazes em relação à pessoa 
jurídica, exceto nos casos em que se beneficia dessas condutas. No entanto, quanto aos terceiros de boa-fé 
que contrataram com a pessoa jurídica por meio de ato exorbitante do administrador, ela continua 
responsável, por aplicação da Teoria da Aparência e do princípio da boa-fé objetiva. É esse o sentido que 
se sedimentou, inclusive, no Enunciado 145 da III Jornada de Direito Civil. 
O Enunciado 219 da III Jornada de Direito Civil esclarece que, sem embargo, a pessoa jurídica pode, por 
meio de seu órgão deliberativo, ratificar o ato exercido de maneira exorbitante. Ademais, o CC/2002 
amenizou o rigor da Teoria Ultra Vires, admitindo os poderes implícitos dos administradores para realizar 
negócios acessórios ou conexos ao objeto social, os quais não constituem operações evidentemente 
estranhas aos negócios da sociedade. Por fim, não se aplica o art. 1.015 às sociedades por ações, em virtude 
da existência de regra especial de responsabilidade dos administradores, prevista no art. 158, inc. II da Lei 
6.404/1976, a Lei das S.A. 
Veja-se que a Disregard Doctrine e a Ultra Vires Doctrine são diversas e se aplicam em situações diferentes, 
como fica mais claro no estudo aprofundado das sociedades limitadas. Maior detalhamento é analisado no 
Direito Empresarial, claro; meu objetivo foi apenas mostrar a você, indiciariamente, os pontos que podem 
ser misturados pelo examinador maldoso. 
2.6. DOMICÍLIO 
Necessário localizar espacialmente a pessoa jurídica. Com relação à pessoa jurídica, o CC/2002 fixa algumas 
regras a respeito do domicílio no art. 75. O domicílio é: 
I - da União, o Distrito Federal; 
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; 
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; 
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IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e 
administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. 
Além disso, caso a pessoa jurídica tenha diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles 
será considerado domicílio para os atos nele praticados. Se a sede (administração ou diretoria) ficar no 
exterior, o §2º

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