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Faculdade de Excelência (Jequié) Disciplina: Fisiologia da Nutrição Humana 2024.2 Questões de fixação (Valor: 3.0) / Data de entrega: 03/10 Docente: Laís Bertoldo Fonseca Discente: Maria Luísa Profeta dos Santos Alves RESOLUÇÃO DE QUESTÕES — “O ENIGMA DOS CARBOIDRATOS: DESVENDANDO A ENERGIA DA VIDA” 1. Defina e diferencie monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos. Cite exemplos de cada. Os carboidratos podem ser classificados quanto à quantidade de carbono que compõem sua estrutura. Monossacarídeos são os carboidratos simples, de uma única cadeia carbônica linear, rapidamente absorvidos pelo corpo e representados pela glicose, galactose e frutose. Dissacarídeos são formados pela ligação glicosídica (covalente) entre dois monossacarídeos, originando moléculas exemplificadas pela sacarose, lactose e maltose. Já os polissacarídeos são constituídos por diversas ligações covalentes entre monossacarídeos, configurando-se como carboidratos complexos, de digestão e absorção mais lenta pelo corpo. O amido, o glicogênio e a celulose são exemplos de polissacarídeos. 2. Explique o papel da amilase salivar e da amilase pancreática no processo de digestão dos carboidratos. A amilase salivar digere preliminarmente os carboidratos, quebrando-os em cadeias menores. Um polissacarídeo como o amido pode ser reduzido a maltose (dissacarídeo) pela ação mecânica da mastigação e associada à ação química da enzima ptialina presente na saliva. A amilase pancreática, secretada pelo pâncreas, prossegue com a digestão dos carboidratos iniciados na cavidade oral, fragmentando os carboidratos às suas estruturas mais simples no intestino delgado, facilitando, portanto, a absorção dos nutrientes pelo duodeno. 3. Qual é a função do glicogênio no corpo humano, e como ele é relacionado ao metabolismo dos carboidratos? O glicogênio no corpo humano funciona como uma fonte de energia reserva, sendo um recurso importante para a síntese de ATP nos músculos, originando a contração muscular. Além disso, é também armazenado no fígado para que as células hepáticas regularizem os níveis de açúcar no sangue. O metabolismo dos carboidratos envolve processos de transformação do carboidrato em moléculas menores. A glicose resultante é distribuída pelo corpo via corrente sanguínea, posteriormente absorvida, e redistribuída para gerar ATP para as células em reações químicas sucessivas envolvendo a ação de enzimas e coenzimas. 4. Quais são as principais diferenças entre carboidratos simples e complexos, em termos de digestão e absorção? A velocidade e facilidade de digestão e absorção de um carboidrato é definida pelo seu número de cadeias carbônicas, que reflete o quanto precisa ser quebrado até resultar em glicose. Os carboidratos simples são digeridos e absorvidos mais rapidamente por se traduzirem em estruturas simples que não necessitam de hidrólise, destinando-se prontamente à corrente sanguínea poucos minutos após a deglutição, diferentemente de carboidratos complexos como os polissacarídeos, com suas cadeias enormes, demandando tempo para serem convertidos em compostos mais simples e, posteriormente, aproveitados pelo organismo. 5. Descreva o processo de digestão e absorção de uma molécula de amido, desde a boca até o intestino delgado. A digestão do amido, um polissacarídeo, começa na cavidade oral com a ação da ptialina da saliva secretada pelas glândulas salivares, que o quebra em moléculas menores. Esse amido, pré-digerido, chega ao intestino delgado e, com interferência da amilase pancreática produzida pelo pâncreas, continua a sofrer hidrólise até que seja convertido em monossacarídeos, açúcares mais simples, pelas enzimas presentes na borda em escova dos enterócitos do duodeno como a maltase, lactase e sacarase. A glicose, galactose e frutose resultantes são absorvidas pelos enterócitos que revestem a mucosa intestinal graças às microvilosidades existentes nessas células. 6. Qual é o papel das fibras na digestão e na saúde intestinal? Por que elas não são digeridas como os demais carboidratos? As fibras não são digeridas como os demais carboidratos, pois no trato gastrointestinal não há enzimas para quebrá-las. Sendo assim, passam direto para o intestino grosso. As fibras são divididas em duas categorias de acordo com seu nível de solubilidade em água: solúveis e insolúveis. As solúveis se dissolvem em água e são facilmente fermentadas pelas bactérias do intestino grosso, contribuindo para a saúde da microbiota intestinal. As fibras insolúveis, por outro lado, não são solúveis em água, são difíceis de serem fermentadas e resultam no aumento do bolo fecal e aceleração do tempo de trânsito intestinal, o que pode ser conveniente para pessoas constipadas e/ou diagnosticadas com doenças diverticulares. 7. Explique como o corpo regula os níveis de glicose no sangue após a ingestão de carboidratos. Quando ingerimos carboidrato e ele é convertido em glicose no duodeno, a presença de açúcar no sangue aciona a liberação de insulina pelo pâncreas, que inibe a liberação de glicose pelas células hepáticas, impedindo picos glicêmicos. Fatores externos como o tempo entre refeições ou o momento de execução de atividade física, inferem baixos níveis de glicose no sangue, então o pâncreas libera o glucagon, um hormônio que se comunica ao fígado para que este libere glicogênio armazenado. Assim sendo, a regulação dos níveis de glicose no sangue após a ingestão de carboidratos é guiada pela liberação dos hormônios insulina e glucagon. 8. Quais são as fontes alimentares de carboidratos simples e complexos? Como essas fontes impactam a saúde a longo prazo? São fontes de carboidratos simples todos os alimentos de rápida absorção: frutas, mel de abelha, açúcar de mesa (sacarose), laticínios e o xarope de milho, presentes geralmente em alimentos refinados pela indústria. Configuram-se como carboidratos complexos os polissacarídeos, a exemplo de alimentos à base de amido: leguminosas, arroz, farinha de aveia, batatas doces e inglesas. Uma dieta rica em carboidratos simples infere uma predisposição à diabetes tipo 2, obesidade e doenças cardiovasculares. O consumo de carboidratos complexos previne picos de glicose no sangue e aumento de peso, além de resguardar a saúde intestinal pela presença de fibras em muitos carboidratos complexos naturais. O equilíbrio entre a ingestão de carboidratos simples e complexos do tipo naturais e não processados e/ou ultraprocessados garantem um impacto positivo na saúde a longo prazo. 9. O que é índice glicêmico e qual sua importância no controle de doenças como o diabetes? O índice glicêmico (IG) calcula a velocidade com os níveis de glicose no sangue elevam a depender da quantidade e tipo de comida ingeridos. O conhecimento sobre o índice glicêmico dos alimentos é um dos pilares essenciais na composição da dieta de um diabético, visto que a regulação dos níveis de açúcar no sangue e da insulina são importantes para evitar crises e/ou consequências mais graves à saúde tanto a curto quanto a longo prazo. 10. Como o consumo excessivo de carboidratos refinados pode afetar o metabolismo e a saúde geral? Uma dieta rica em carboidratos refinados é pobre em nutrientes e quantidade de fibras, levando a desbalanceamento nutricional, ganho de peso, desenvolvimento de resistência insulínica, hipoglicemia, doenças cardiovasculares, síndrome metabólica e distúrbios digestivos, como constipação e proliferação de “bactérias ruins” no intestino, afetando a saúde da microbiota intestinal. Referências: Bernaud, Fernanda Sarmento Rolla, and Ticiana C. Rodrigues. "Fibra alimentar: ingestão adequada e efeitos sobre a saúde do metabolismo." Arquivos brasileiros de endocrinologia & metabologia 57 (2013): 397-405. DOS SANTOS, Vanessa. Glicogênio.Disponível em: . DOS SANTOS, Caio Nunes; DENADAI, Luci Kelly Vaz; DE AMORIM CRUZ, Michele Ferro. A importância do carboidrato para desempenho esportivo em atletas de corrida: uma revisão integrativa de literatura. Research, Society and Development, v. 12, n. 6, p. e19712642260-e19712642260, 2023. AMIDO RESISTENTE: O Que É, Benefícios, Malefícios E Onde Encontrar Esse Carboidrato. 2019. Disponível em: . BERTOLDO FONSECA, Laís. Apostila: Sistema Gastrointestinal, Digestão e Metabolismo dos Nutrientes. 2024. Disponível em: .