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Contabilidade gerencial_ fundamentos e custos

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Rafael Diniz

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Objetivos
Módulo 1
Contabilidade gerencial
Reconhecer a relevância da contabilidade gerencial na gestão e condução de negócios.
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Módulo 2
Custos
Identificar as principais classificações dos custos e seus elementos.
Contabilidade
gerencial:
fundamentos e
custos
Prof.ª Renata Sol Leite Ferreira da Costa
Descrição
Apresentação do conceito de contabilidade gerencial, classificação de custos, elementos dos custos,
departamentalização e custo padrão.
Propósito
Apresentar os principais conceitos da contabilidade gerencial e dos custos, além de sua importância para os processos
de gestão, tomada de decisão e avaliação de desempenho da empresa.
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Módulo 3
Apropriação dos custos
Descrever a apropriação dos custos aos departamentos.
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Módulo 4
Custo padrão
Distinguir o conceito de custo padrão.
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Introdução
Neste conteúdo, estudaremos os fundamentos da contabilidade gerencial e os conceitos dos custos que sejam relevantes para o assunto em
questão. Faremos a seguir um breve resumo dos tópicos abordados em cada módulo.
No módulo 1, contextualizaremos, de forma dinâmica, a contabilidade gerencial, estabelecendo sua relevância na gestão e condução de negócios.
Além disso, apresentaremos os conceitos básicos necessários para o avanço nos estudos desse tópico.
No módulo 2, descreveremos as principais classificações dos custos e os elementos que os compõem. No módulo 3, por sua vez, demonstraremos
de que forma eles podem ser apropriados aos departamentos. Por fim, no módulo 4, estabeleceremos o conceito de custo padrão.

1
Contextualização e conceitos básicos
A contabilidade gerencial permite à administração, com base nas informações geradas tanto pelas contabilidades de custos e financeira quanto por
seus sistemas orçamentários, aprimorar ou modificar os processos do seu negócio.
A informação contábil gerencial é amplamente utilizada pela alta administração para subsidiar o processo de tomada de decisões. Portanto, ela
deve, na medida do possível, buscar atender às necessidades dos usuários envolvidos no processo de gestão e decisão da empresa a fim de que ela
possa assegurar sua participação no mercado e atingir seus objetivos.
O gerador dessas informações – usualmente, um contador com uma excelente base de contabilidade de custos – deve se relacionar com os
diversos níveis da organização, conhecer em profundidade seus processos e saber mobilizar as pessoas. Com isso, ele demonstra a importância da
geração de informação para se atingir as metas e os objetivos da sua instituição.
Contabilidade gerencial
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a relevância da contabilidade gerencial na gestão e condução de negócios.
Mas quais são essas necessidades dos usuários da contabilidade gerencial?
O objetivo da contabilidade gerencial, portanto, é subsidiar as decisões da alta administração, ou seja, gerar uma informação contábil útil à tomada
de decisão – e é exatamente neste ponto que ela se diferencia da Contabilidade.
Já a contabilidade financeira pretende gerar informações padronizadas por uma norma para atender às necessidades dos usuários externos –
especialmente acionistas e credores – à organização.
Para exemplificar a diferença entre a necessidade dos usuários internos (apresentada acima) e a dos externos, apresentaremos as principais
necessidades deste último grupo:

Avaliar a liquidez e solvência da empresa.

Analisar a gestão de recursos da administração sobre os recursos econômicos da entidade.

Obter informações financeiras sobre a empresa que sejam úteis para uma tomada de decisões referente à oferta de recursos à entidade.
Note que os objetivos e as necessidades dos usuários externos e internos são bastante distintos. Por isso, existe a necessidade de apresentar as
informações para atingir tais objetivos de maneiras diferentes.
Resposta
Por meio das informações geradas internamente, a administração busca decidir, entre outros assuntos, sobre:
Diversificação ou concentração das operações;
Compra à vista ou a prazo de materiais e matéria-prima;
Produção ou aquisição de determinados componentes de sua linha de produção;
Aumento ou redução de investimentos;
Aumento ou redução da produção de determinados produtos.

Contabilidade �nanceira
Busca, por meio de um padrão regulamentado por lei (visando à comparação entre empresas e à possibilidade de uma auditoria externa),
atender aos objetivos dos usuários externos.
Contabilidade gerencial
Procura, por intermédio de diversas fontes internas da empresa e auxílio de contabilidade de custos, análise de balanços, conceitos de
economia, administração, estatística e tecnologia da informação, atender às necessidades dos usuários internos.
Apesar de amplamente relacionada à contabilidade de custos e de utilizá-la como fonte de informação, elas não são sinônimas. Veja a seguir.
Contabilidade de custos
É usada para identificar, mensurar, registrar e informar à administração os custos incorridos na produção e/ou comercialização dos produtos
vendidos, possibilitando, assim, a apuração dos resultados e a avaliação dos estoques.
Contabilidade gerencial
Também se preocupa com a produção e os estoques, mas não se limita a isso, sendo bem mais amplo o seu escopo de atuação.
Graças a um sistema de informações, planejamento, métodos e conhecimento da organização, a contabilidade gerencial gera informações para
atender à necessidade da administração da empresa.
Ela gera relatórios que demonstram seus resultados – seja o resultado por produtos ou o geral – para se estabelecer uma comparação do
planejado/orçado com o realizado. Isso subsidia a tomada de decisões, auxiliando a empresa a atingir seus objetivos.
É com base no conhecimento dos custos da empresa, no seu gerenciamento e na análise do mercado e dos seus concorrentes que a administração
consegue definir a sua estratégia de atuação e seu preço de venda – e, consequentemente, sua margem ideal – a fim de atingir o lucro que busca
para remunerar seus acionistas.


Dessa forma, é de suma importância para ela conhecer seus custos com o propósito de saber se o produto ou serviço é rentável dado o preço final
e, caso não o seja, se é possível reduzir tais custos.
A contabilidade gerencial utiliza informações geradas pela empresa para a tomada de decisão. A grande maioria dessas informações não são
públicas. Sigilosas, elas não são passíveis de verificação externa, como, por exemplo, a de auditores independentes.
Dessa forma, é imprescindível a elaboração de controles internos para que a informação gerada – e que será usada como subsídio para a tomada
de decisão – seja a mais livre possível de erros, omissões ou desvios.
A contabilidade gerencial deve se preocupar com a melhor forma de levar a informação a gestores e tomadores de decisão da empresa. Pois, assim,
eles terão informações suficientes para avaliar o desempenho da empresa, verificando se a estratégia adotada está alinhada aos objetivos da sua
instituição e se as metas estabelecidas podem ser alcançadas.
Comentário
A contabilidade gerencial consiste na preparação, de forma simples e objetiva, de informações para o processo de gestão da empresa e
não deve estar relacionada com a legislação e as normas contábeis (ambas, como já vimos, são necessárias para a contabilidade
financeira).

Principais termos utilizados pela contabilidade gerencial
Tanto a contabilidade gerencial quanto a de custos utilizam amplamente seis palavras ou termos que devem ser bem compreendidos, pois, muitas
vezes, eles são confundidos ou tratados como sinônimos, o que não é o caso. Vamos começar compreendendo o que é gasto.
Gasto é um sacrifício financeiro necessário para a obtenção de um produto ou serviço. Um gasto necessariamente
implica desembolso.
Custos, despesas, investimentos, perda e desembolso são tipos de gastos. Veja a imagem a seguir.
Veja alguns exemplos degastos:
Compra de matéria-prima para o processo produtivo (também considerado, dependendo do estágio de produção, investimento e custo);
Pagamento de salários e seus encargos (também considerado custo, caso seja da mão de obra da produção, ou despesa, se for da mão de obra
da administração);
Pagamento de água, energia elétrica, aluguel e seguros (também considerado custo, caso os gastos sejam da produção, ou despesa, se eles
forem relativos à administração);
Aquisição de máquinas, equipamentos, prédios (também considerados investimentos);
Contratação de serviços de terceiros (também considerado custo, caso os gastos sejam da produção, ou despesa, se eles forem da
administração).
A seguir você poderá ver um pouco mais sobre os tipos de gastos.
Desembolso
Trata-se da efetiva saída do dinheiro do caixa ou banco da entidade. Ou seja, é o pagamento referente à aquisição de um bem ou serviço. Ele pode
ocorrer concomitante (pagamento à vista) ou posteriormente ao gasto (a prazo).
Custo
Gasto diretamente relacionado a um bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços. Ou seja, são todos os gastos relativos à
atividade de produção de uma empresa, seja ela uma indústria ou uma prestadora de serviços (a produção, neste caso, é do serviço a ser prestado).
Despesa
Gasto com bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas não relacionadas ao processo de produção.
As despesas necessariamente reduzem o patrimônio líquido da empresa, pois elas são um sacrifício presente da empresa para obter receitas
(presentes ou futuras).
Exemplo
Matéria-prima consumida na produção, mão de obra utilizada, aluguel e manutenção da fábrica, depreciação das máquinas e
equipamentos utilizados, energia elétrica e água consumidos.

Exemplo
Aluguel, água, luz e telefone consumidos pela administração, salários e encargos do pessoal da administração, manutenção dos
equipamentos e depreciação das máquinas e equipamentos utilizados pela administração.

Investimento
Gasto em um ativo em função da expectativa de geração futura de caixa para a entidade ou de sua vida útil. Ou seja, a empresa investe determinada
quantia com o objetivo de que tal aquisição, no futuro, gere fluxos de caixa (entrada de dinheiro ou recebíveis) para ela.
A empresa investe em uma máquina para que ela a auxilie a gerar receita futura por meio da produção e consequente venda de seus produtos. Ela
também pode fazer esse investimento (caso dos computadores, por exemplo) para auxiliar a administração no seu processo de gestão.
Perda
Gasto que ocorre quando bens ou serviços são consumidos de forma anormal em decorrência de fatores externos fortuitos sem nenhum tipo de
controle ou previsibilidade da empresa.
Tais perdas não incorporam os custos da produção, que, aliás, não pode ser penalizada por algo sem controle da administração e que não tem, de
fato, relação com a produção. Este tipo de perda é considerado uma despesa, afetando diretamente o resultado do período no qual houve a
ocorrência do evento que culminou na perda.
A perda não se confunde com a despesa e o custo exatamente por conta de sua característica de anormalidade e
involuntariedade. Ela tampouco é um sacrifício feito com a intenção de obter receita. No entanto, deve-se destacar
Exemplo
Aquisição de veículos, imóveis, máquinas, móveis e matéria-prima.

Exemplo
Uma empresa que confecciona roupas em geral armazena a sua matéria-prima (tecido) em um almoxarifado. Caso esse local pegue fogo
e o estoque seja totalmente destruído, toda a matéria-prima é perdida. Essa perda é involuntária e desconhecida de antemão pela empresa
(se fosse conhecida antes, ela poderia evitar o incêndio e a perda não iria ocorrer).

a existência de perdas consideradas normais ou previsíveis que decorrem da atividade produtiva normal da
empresa.
Para entender melhor, veja um exemplo:
Você deve estar se perguntando, mas o que é um gasto? É um sacrifício financeiro necessário para obter um produto ou serviço. Como já vimos, ele
pode ser:
Efetiva saída do dinheiro da entidade para adquirir um bem ou serviço.
Principais termos utilizados pela contabilidade gerencial
Neste vídeo, o especialista apresenta os principais conceitos da contabilidade gerencial e sua classificação e os exemplifica por meio de um
exercício de classificação de gastos.
Exemplo
Uma empresa que confecciona roupas em geral convive com perdas de tecido decorrentes do corte de suas peças. Consideradas normais
ou previsíveis, elas incorporam os custos da produção das roupas. Para confeccionar uma camisa, a organização faz o corte do tecido,
mas suas sobras são consideradas parte do produto, incorporando todo o seu custo.

Desembolso Custo Despesa Investimento Perda

Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Conceitos básicos
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Principais termos da contabilidade gerencial

Questão 1
Todo sacrifício da empresa para obter uma receita revela o conceito de:

Vamos praticar alguns conceitos?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
A Venda
B Perda
C Despesa
D Desembolso
E Lucro
Responder
Questão 2
O sacrifício financeiro representado pela entrega ou promessa de entrega de ativos em que uma entidade incorre para obter um produto e/ou
serviço é um:
2
A Custo
B Gasto
C Investimento
D Desembolso
E Perda
Responder
Custos
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as principais classificações dos custos e seus elementos.
Classi�cação dos custos
Existem diversas formas de classificar os custos incorridos por uma empresa. As classificações mais utilizadas são as seguintes:
Quanto ao grau de medida (custos totais X custos unitários);
Quanto ao produto (custos diretos X custos indiretos);
Quanto ao volume da produção (custos fixos X custos variáveis);
Quanto à função do custo (custos primários X custos de conversão);
Quanto ao departamento (custos específicos X custos comuns).
Vamos entendê-las a seguir.
Quanto ao grau de medida (custos totais x custos unitários)
Os custos totais são os valores finais que a produção alcançou em determinado período. É o total dos custos do período analisado.
Já os unitários são os valores usados para a elaboração de cada unidade de produto da empresa. Trata-se da totalidade dos custos do período
dividida pelo total de unidades produzidas no período.
Quanto ao produto (custos diretos x custos indiretos)
Os custos diretos são aqueles diretamente apropriados aos produtos fabricados. Ou seja, a empresa sabe exatamente o que e quanto utilizou para
elaborar seus produtos.
Existem dois custos que são sempre diretos: matéria-prima e mão de obra direta. A empresa sabe exatamente quanto utilizou de ambos para a
elaboração de sua produção. É um critério objetivo, sem espaço para discussões ou argumentações.
Já os indiretos dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem atribuídos aos produtos, pois não são diretamente identificáveis ou
mensuráveis. Isso tem por base critérios preestabelecidos pela empresa. É um critério subjetivo, já que cada empresa tem a prerrogativa de
escolher como alocar esses custos à produção.
Quanto ao volume da produção (custos �xos X custos variáveis)
Custos fixos independem do volume da produção. Ou seja, a empresa vai incorrer neles independentemente da quantidade produzida. Se ela
produzir 1 milhão, mil, cem unidades ou nenhuma, o custo será o mesmo. Podemos citar como custos fixos: aluguel, IPTU e seguro da fábrica.
Apesar de terem seus valores totais fixos, esses custos são variáveis em relação ao custo unitário. Isso significa que, quanto maior a produção,
mais diluídos nos produtos eles ficam.
Já os custos variáveis estão relacionados ao volume da produção. Um exemplo que vem logo à mente é matéria-prima consumida. A empresa
somente incorre em custos com matéria-prima caso ocorra uma produção.Se ela não acontecer, a matéria-prima continua classificada como
investimento.
Apesar de terem seus valores totais variáveis, esses custos são fixos em relação ao custo unitário. Isso significa dizer que, quanto maior a
produção, maior é o custo variável total. Mas, em relação à unidade produzida, esses custos são fixos.
Comentário
Se a empresa produz apenas um produto, seus custos são todos diretos.

Exemplo
Uma fábrica paga R$100 mil de aluguel por mês. O custo fixo total relativo a esse gasto, portanto, é de R$100 mil. Por outro lado, se uma
empresa produz 10 unidades, o custo fixo unitário é de R$10 mil; se faz 1.000 unidades, ele é de R$100; e se produz 1 milhão de unidades,
ele é de R$0,10.

Exemplo

Existem ainda os custos semivariáveis. Você os conhece? São os que passam a variar a partir de uma faixa de volume de produção.
A imagem a seguir ilustra a diferença entre custos variáveis, fixos e semivariáveis.
Para produzir uma cadeira, uma fábrica incorre em R$100 de matéria-prima e R$20 de mão de obra direta (total de gastos: R$120). Assim,
para produzir uma cadeira, o custo variável total é de R$120; para fazer 100, ele é de R$12.000; e, para produzir 10.000, de R$1.200.000. No
entanto, o custo unitário de cada uma das cadeiras é fixo: R$120.
Exemplo
Uma indústria oferece um adicional por produtividade de mão de obra, que é remunerada com um valor fixo, e paga um excedente para
cada unidade produzida a mais em relação à meta estabelecida.

Diferença entre custos variáveis, fixos e semivariáveis.
Essa imagem apresenta, no eixo horizontal, o volume de atividade de uma indústria e, no vertical, o montante dos custos. Pode-se verificar, ao
analisá-la, que o valor dos custos:
Fixos
Permanece constante independentemente do volume de atividade da empresa.
Variáveis
Aumenta proporcionalmente à medida que ocorre um aumento no volume de atividade da empresa.
Semivariáveis
Permanece constante até determinado volume de produção, passando, a partir desse volume, a aumentar proporcionalmente em relação
ao de atividade da empresa.
Observações importantes acerca dos custos:
O total de custos variáveis aumentará ou diminuirá na mesma proporção da quantidade produzida.
O total de custos fixos permanece constante independentemente da quantidade produzida.
Quando a produção aumenta, o custo variável unitário não se altera, mas o fixo unitário diminui.
Quando ela diminui, o variável unitário não se altera, embora o custo fixo unitário aumente.
Quanto à função do custo (custos primários X custos de conversão)
Custos primários são os materiais diretos e a mão de obra direta. Eles representam o gasto inicial ou os primeiros custos da empresa.
Já os de conversão ou de transformação são a mão de obra indireta e os custos indiretos. Ou seja, trata-se de todo o esforço da entidade para
transformar os materiais diretos no produto.
Quanto ao departamento (custos especí�cos X custos comuns)
Muitas fábricas ou empresas estão divididas em departamentos, que são unidades compostas por pessoas e equipamentos nos quais atividades
semelhantes são realizadas.
Custos especí�cos
Estes estão diretamente identificados e objetivamente mensurados em relação a um departamento. Ou seja, são aqueles relacionados às
atividades elaboradas em determinado departamento para ele mesmo.
Custos comuns
Estes não estão diretamente identificados e/ou não são objetivamente mensurados em relação a um departamento. Isso ocorre, por exemplo,
em departamentos que prestam serviços a outros.
Os custos desses departamentos devem ser, de alguma forma, compartilhados com os demais.

Outras classi�cações
Além das classificações apresentadas, devemos destacar alguns outros conceitos importantes:
Elementos que compõem os custos
Os custos de produção ou de manufatura são compostos por três elementos: materiais diretos, mão de obra direta e custos indiretos de fabricação.
Veja mais a seguir.
Materiais diretos
Custos incrementais 
Custos de oportunidade 
Custos de fabricação 
Custos de produção do período 
Custos de produtos acabados 
Custos de produtos vendidos 
Margem de contribuição 
Podem ser identificados diretamente e mensurados objetivamente em relação ao produto. Contemplam as matérias-primas, os materiais de
embalagem e os materiais secundários. Observemos alguns exemplos:
Madeira utilizada na fabricação de móveis.
Tecido utilizado na produção de roupas.
Vidro utilizado na produção de óculos de grau etc.
Alguns materiais e suprimentos são necessários para o processo de produção, podendo (ou não) ser prontamente identificados ou ter um custo
relativamente insignificante.
Custos de materiais, como os lubrificantes utilizados nas máquinas, são classificados como custos de materiais
indiretos, assim como os materiais que, a despeito de fazerem parte do produto acabado, apresentam outros
relativamente insignificantes, como linhas, parafusos, pregos e cola.
Todos os gastos incorridos para a colocação do ativo em condições de uso ou de venda devem incorporar o seu valor, incluindo-se aqui impostos
não recuperáveis, fretes e seguros de transporte. Devem ser deduzidos do custo de aquisição tanto os descontos e abatimentos concedidos pelo
fornecedor (descontos incondicionais) quanto as devoluções de compras.
Exemplo
Uma indústria adquire a matéria-prima de um fornecedor no exterior. A mercadoria chega de navio ao Porto de Santos, devendo ser
transportada até o local onde fica estocada a matéria-prima para a produção (em Belo Horizonte).
Além do gasto com a própria matéria-prima (o preço pago pelo material), devem ser incorporados ao seu custo todos os gastos efetuados
pela indústria para trazer a mercadoria do exterior até o local da estocagem (Belo Horizonte), como fretes, impostos de importação,
seguros etc.

Quanto à inclusão ou não dos descontos obtidos, é importante listar os tipos de descontos que podem ocorrer. Veja a seguir.
Desconto �nanceiro
Redução do valor de aquisição mediante pagamentos antecipados e/ou pontuais. O material adquirido deve ser reconhecido pelo seu valor bruto e
os descontos, como receita financeira pelo comprador. Também é chamado de desconto condicional, já que ele está atrelado a uma condição para
que possa ocorrer.
Ou seja, pagar até o dia 10 é uma condição para que o cliente tenha desconto. O pagamento nesse prazo pode ocorrer ou não: trata-se de uma
escolha do cliente. Dessa forma, o valor da matéria-prima deve ser reconhecido pelo valor total de R$100.000.
Caso a indústria pague até o dia 10, o desconto de 5% (R$5.000), conforme está evidenciado a seguir, será reconhecido como uma receita
financeira:
Desconto comercial
Redução do valor de aquisição mediante negociação no ato da compra quando houver, por exemplo, aquisições em quantidades elevadas. Também
é denominado desconto incondicional, já que não há qualquer condição para que o comprador tenha o desconto.
Se a indústria aluga um galpão para estocá-la, o custo desse aluguel também deve ser incorporado ao custo do material.
Exemplo
Um fornecedor vende determinado material pelo valor de R$10 por unidade. Uma indústria resolve fazer uma compra de 10.000 unidades,
totalizando um gasto de R$100.000. Ele não faz um desconto apesar do valor elevado, mas avisa ao comprador que, se ele pagar até o dia
10, terá 5% de desconto.

Dessa forma, o valor total da matéria-prima ficou em R$950.000. Note que não existe qualquer condição posterior definida para haver o desconto:
ele já ocorreu, é incondicional. Portanto, esse valor deve ser, conforme destacamos a seguir, reconhecido pelo valor de R$950.000.
Abatimento
Redução do valor de aquisição posteriormente à compra decorrente de defeitos, atrasos na entrega etc.
As 80 unidades defeituosas representam R$760. Dessa forma, o valor total da matéria-prima, que tinha ficado em R$950.000, deve sofrer uma
redução no montante de R$760:
Exemplo
Uma indústria resolve fazer uma compra de 100.000 unidades, o que dariaum total de R$1.000.000. Como a compra é de um valor
relevante, o fornecedor e a indústria negociaram um desconto que reduziu o preço unitário para R$9,50.

Exemplo
Voltemos ao exemplo anterior: a indústria recebeu parte o material com defeito (das 100.000 unidades, 80 estavam defeituosas). A
indústria entrou em contato com o fornecedor; como ele não tinha peças para substitui-las, pediu para lhe devolver os defeituosos que
faria um abatimento dessas unidades sobre o preço total.

Os descontos comerciais e os abatimentos são reduções do preço de aquisição.
É pelo valor histórico de aquisição que as matérias-primas, as embalagens e os demais materiais diretos utilizados no processo de produção devem
ser registrados.
Os estoques de materiais podem ser de três tipos ou fases de produção:
1º tipo
São materiais ou matéria-prima comprados pela empresa que ainda não sofreram qualquer transformação decorrente de seu processo
produtivo. Eles foram, portanto, simplesmente adquiridos e estocados. Lembre-se de que estão incluídos neste tipo todos os custos para
trazer o material até o estoque.
2º tipo
Também denominados produtos semiacabados, eles já se encontram em alguma fase do processo produtivo da empresa, embora ainda
não estejam prontos ou acabados.
3º tipo
Eles já passaram por todas as fases do processo produtivo da empresa e se encontram prontos para a venda. O custo dos produtos
acabados compreende todos os gastos realizados para sua elaboração desde a saída do estoque até sua conclusão.
Quais são os critérios de avaliação de estoques?
Valor Histórico de Aquisição 
PEPS (primeiro que entra é o primeiro que sai)
O custo é mensurado pelos preços mais antigos, permanecendo em estoque os adquiridos mais recentemente.
 1 de 3 
Com base nessas regras, o custo do material utilizado na produção segue esta lógica:
De forma contrária, o valor final do estoque de material segue a lógica inversa:
É importante destacar que o critério de avaliação dos estoques é uma escolha da administração, porém é necessária uma constância na escolha do
método para permitir que haja a possibilidade de comparação.
Os principais impostos que incidem sobre os materiais são os seguintes:
ICMS
De competência estadual, ele é um imposto “por dentro”, pois o seu valor está embutido no das mercadorias e compõe o valor total da
nota fiscal. O ICMS é calculado mediante a aplicação de uma alíquota que varia de acordo com o tipo de mercadoria ou do serviço,
sua origem e sua destinação.
 
Os impostos serão considerados um custo quando a empresa não tiver nenhum tipo de isenção ou suspensão do imposto (impostos não
recuperáveis) e não o serão quando ela puder se beneficiar do referido imposto (recuperáveis).
Mão de obra direta (MOD)
Contempla toda a mão de obra que trabalha diretamente na produção, ou seja, nos produtos em elaboração. É possível determinar exatamente o
tempo dispendido e quem executou o serviço sem ser necessária a utilização de qualquer tipo de rateio.
Como exemplos de MOI, temos os salários dos chefes de departamento e do pessoal de almoxarifado (manuseio de material e matéria-prima),
supervisão e manutenção.
Estão incluídos na MOD, além dos salários, todos os encargos sociais relacionados e demais direitos trabalhistas. Para calcular o custo dela,
necessita-se do número de horas efetivamente trabalhadas na atividade e do custo por hora do trabalhador. A MOD:
IPI
De competência federal, ele é exigido principalmente em empresas industriais. Trata-se de um imposto “por fora”, pois o seu cálculo é
feito sobre o valor total dos produtos e da nota fiscal.
Atenção!
Nem toda mão de obra que está na produção é MOD: os operários que trabalham na supervisão das diversas linhas de produção são uma
mão de obra indireta (MOI), já que eles terão seus custos apropriados aos produtos por meio de algum tipo de rateio. Afinal, como seu
trabalho contempla diversos produtos, não é possível alocar diretamente os custos a eles.

É considerada um custo variável. Não podemos confundir o custo dela com os gastos com a folha de pagamento, a qual, aliás, é um
gasto fixo decorrente de lei (Decreto-Lei nº 452, também conhecido como Consolidação das Leis do Trabalho ou CLT) que incorre
independentemente de produção.
No caso de ociosidade de mão de obra, deve-se verificar seu tipo: se for normal, sendo inerente à produção (falta de material, energia e reparo de
máquinas, por exemplo), o valor da mão de obra no período de ociosidade deverá ser rateado à produção como um custo indireto; se for anormal
(no caso de greve ou acidentes), esse valor precisará ser reconhecido como uma perda, impactando diretamente no resultado do período em que
ocorreu a ociosidade.
Há ainda o caso de empresas que têm um recesso de fim de ano ou férias coletivas. Devemos tratá-lo como despesa?
De forma resumida, a mão de obra deve ser tratada da seguinte maneira:
Custos indiretos de fabricação (CIF)
Também denominados custos gerais de fabricação, os CIF constituem todos os demais custos incorridos no processo de elaboração dos produtos
que não podem ser identificados diretamente ou não podem ser mensurados objetivamente em relação à sua produção.
Está incluída na folha de pagamento e contempla apenas a parcela de tempo efetivamente empregada de forma direta no processo
de produção. Assim, o custo da MOD não se confunde com o montante total pago à mão de obra da produção, pois tal produção
também contempla a MOI.
Exemplo
Uma indústria costuma dar férias coletivas e parar a sua produção todo ano no mês de outubro. O gasto médio com a folha de pagamento
nesse mês (que é um pouco maior que os demais meses em virtude do pagamento de férias) é de R$550.000. Como sobram 11 meses,
deve ser alocado, a cada um deles, o valor de R$50.000 referente a custos da produção, como o de mão de obra.

Mão de obra dos empregados das áreas de produção 
Mão de obra dos empregados das áreas de administração e comercial 
Os custos indiretos devem ser apropriados pela utilização de estimativas ou rateios de forma linear e com a utilização de julgamento profissional.
São, dessa forma, critérios subjetivos, podendo variar de uma empresa para a outra. Veja este exemplo:
Uma indústria utiliza os mesmos equipamentos, máquinas, MOI e espaço da fábrica para produzir dois produtos distintos.
Neste caso, todos os custos indiretos de fabricação (exceto a MOD e a matéria-prima, as quais, como já vimos, são sempre custos diretos) devem
ser, de alguma forma, apropriados aos dois produtos elaborados.
Para isso, a administração pode escolher qual dos critérios a seguir – ou ainda outro, caso julgue ser mais relevante – utilizará para fazer essa
apropriação:
Exemplo
Material indireto, mão de obra indireta, seguro da fábrica, aluguel, energia elétrica, serviços de terceiros, manutenção da fábrica e
depreciação.

Rateio com base na matéria-prima 
Rateio com base na mão de obra direta 
Rateio com base nos custos diretos 
Rateio com base nas horas-máquina 
Reparem que, em cada um dos quatro métodos escolhidos, a apropriação dos custos indiretos implica valores distintos para os produtos. Veja, na
tabela, os custos indiretos alocados com base em:
Matéria-prima Mão de obra direta Custos diretos Horas-máquina
Mesas R$1.650.000 R$1.980.000 R$1.665.714 R$1.320.000
Cadeiras R$550.000 R$220.000 R$534.286 R$880.000
Total R$2.220.000 R$2.220.000 R$2.220.000 R$2.220.000
Renata Sol Leite Ferreira da Costa
Com base nesse exemplo e nos diversos valores alcançados, podemos atestar a necessidade de se buscar o melhor critério que permita a alocação
mais adequada dos custos indiretos com o seguinte propósito: determinado produto não ser demasiadamente onerado, enquanto outro recebe
poucos custos.
Uma das formas de a administração optar pelo melhor critério é pela análise da composição dos custos indiretos: caso eles sejam, na sua maioria,
compostos de depreciação das máquinas, provavelmente o melhor critério seráo rateio por meio de horas-máquina; no entanto, se forem mão de
obra indireta, provavelmente o melhor critério seja, por exemplo, o rateio por meio de mão de obra direta.
O mais importante, depois de escolher o critério de alocação dos custos indiretos, é a manutenção e a consistência desses custos ao longo do
tempo. Isso é fundamental para que a administração consiga ter uma base de comparação histórica a fim de poder elaborar os orçamentos e o
planejamento de sua produção. De forma resumida, apresentaremos a seguir um esquema de apropriação dos custos ao resultado:
Apropriação dos custos ao resultado.
Classi�cação dos Custos
Neste vídeo, o especialista apresenta as principais classificações dos custos e alguns exemplos.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Classificação dos custos
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Elementos dos custos


Questão 1
Uma indústria fabrica o produto X. Em abril de 2020, seus custos totais (fixos e variáveis) somaram R$600.000 para uma produção de 40.000
unidades. Em maio do mesmo ano, seus custos totais somaram R$700.000 para 50.000 unidades produzidas. Considerando que o custo fixo é
estável, aponte o valor do variável unitário.

Vamos praticar alguns conceitos?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
A R$15
B R$12
C R$10
Questão 2
Uma indústria passa por um período de sazonalidade; consequentemente, há uma ociosidade no departamento de produção. Para não deixar a
mão de obra parada, parte do pessoal dessa área foi alocada na administração da indústria por uma semana. Nesta semana, os gastos com a
mão de obra do pessoal de produção que foi alocado na administração devem ser:
3
D R$8
E R$14
Responder
A Tratados como despesa do período.
B Tratados como custos de produção independentemente de ser ou não período ocioso, pois a mão de obra é da produção.
C Alocados aos custos indiretos e rateados a todos os produtos, já que se trata de um período de ociosidade.
D Alocados aos produtos em que o pessoal deslocado estava trabalhando antes de ser deslocado para a administração.
E Tratados como custos de produção, pois a mão de obra não ficou ociosa.
Responder
Apropriação dos Custos
O que é departamento?
Trata-se da menor unidade administrativa analisada pela contabilidade de custos. É composto de trabalhadores e máquinas nas quais são
desenvolvidas atividades homogêneas. Há normalmente uma pessoa responsável pela supervisão de cada departamento. Os departamentos
podem ser divididos em dois grandes grupos:
Ao final deste módulo, você será capaz de descrever a apropriação dos custos aos departamentos.
A apropriação dos custos aos departamentos deve ser feita em quatro passos:
1º passo
Apropriação dos custos que possam ser diretamente atribuídos a cada departamento de forma clara, direta e objetiva.
 1 de 4 
Departamentalização – exemplo
Numa indústria automobilística, temos os seguintes custos indiretos de fabricação:
Materiais indiretos R$100.000
Energia elétrica R$120.000
MOI R$400.000
 
Depreciação R$80.000
Aluguel R$200.000
Total R$900.000
Renata Sol Leite Ferreira da Costa
Materiais indiretos
O custo pode ser mensurado pelas requisições feitas por cada departamento caso haja esse controle. Caso ele não exista, a empresa deve utilizar
uma forma de rateio para dividir seu custo pelos departamentos. No exemplo, a empresa, como podemos averiguar a seguir, tem esse controle:
Materiais consumidos na montagem R$40.000
Materiais consumidos na pintura R$25.000
Materiais consumidos no controle de qualidade R$5.000
Materiais consumidos na administração R$15.000
Materiais consumidos na manutenção R$10.000
Materiais consumidos no almoxarifado R$5.000
Total R$100.000
Renata Sol Leite Ferreira da Costa
Energia elétrica da fábrica
Caso a empresa tenha medidores para cada departamento, ela pode alocar diretamente os custos; se não os tiver, ela deverá utilizar alguma forma
de rateio. Vejamos um exemplo em que a empresa tem medidores:
Energia consumida na montagem R$50.000
Energia consumida na pintura R$40.000
Energia a ratear R$30.000
Total R$120.000
Renata Sol Leite Ferreira da Costa
Já no exemplo a seguir, a administração adotou o critério de ocupação de área por cada departamento para o rateio dos demais custos com a
energia da fábrica:
Departamento Área total Desconsiderando 2 deptos. Rateio de energia
Administração 100m² 100m²     20% R$6.000
Manutenção 200m² 200m²     40% R$12.000
Almoxarifado 100m² 100m²     20% R$6.000
Montagem 400m² n/a     n/a R$50.000
Pintura 300m² n/a     n/a R$40.000
Controle de qualidade 100m² 100m²     20% R$6.000
Total 1.200m² 500m²     100% R$120.000
Renata Sol Leite Ferreira da Costa
Mão de obra indireta
O custo pode ser mensurado pela quantidade de pessoas e pelo apontamento de horas de cada departamento. O apontamento levantado pela
empresa está elencado a seguir:
MOI consumida na montagem R$100.000
MOI consumida na pintura R$80.000
MOI consumida no controle de qualidade R$50.000
MOI consumida na administração R$150.000
MOI consumida na manutenção R$10.000
MOI consumida no almoxarifado R$10.000
TOTAL R$400.000
Renata Sol Leite Ferreira da Costa
Depreciação das máquinas
O custo pode ser mensurado por intermédio de um controle de imobilizado. No caso das máquinas utilizadas em mais de um departamento, deve
ser feita a apropriação dos custos por meio de algum rateio. Os valores do controle de imobilizado de uma empresa estão apontados a seguir:
Depreciação das máquinas na montagem R$30.000
Depreciação das máquinas na pintura R$20.000
Depreciação das máquinas no controle de qualidade R$10.000
Depreciação das máquinas na administração R$10.000
Depreciação das máquinas na manutenção R$5.000
Depreciação das máquinas no almoxarifado R$5.000
TOTAL R$80.000
Renata Sol Leite Ferreira da Costa
Aluguel da fábrica
Custo comum de toda a produção. A administração deve utilizar uma forma de rateio para dividir seu custo pelos departamentos. No exemplo, a
administração adotou o critério de valor total de MOI consumida por cada departamento para o rateio dos custos com o aluguel da fábrica:
TOTAL Percentual Rateio aluguel
MOI consumida na montagem R$100.000 25,0% R$50.000
MOI consumida na pintura R$80.000 20,0% R$40.000
MOI consumida no controle de qualidade R$50.000 12,5% R$25.000
MOI consumida na administração R$150.000 37,5% R$75.000
MOI consumida na manutenção R$10.000 2.5% R$5.000
MOI consumida no almoxarifado R$10.000 2,5% R$5.000
TOTAL R$400.000 100,0% R$200.000
Renata Sol Leite Ferreira da Costa
Veja agora os departamentos.
Departamentos de produção
Montagem
Pintura
Controle de qualidade
Departamentos de serviços
Administração
Manutenção
Almoxarifado
A distribuição dos custos indiretos dos departamentos de serviço aos de produção foi realizada por meio do seguinte critério:
Departamento Manutenção Almoxarifado Montagem Pintura Qualidade
Administração 5,0% 15,0% 40,0% 30,0% 10,0%
Manutenção 10,0% 40,0% 20,0% 30,0%
Almoxarifado 70,0% 20,0% 10,0%
Renata Sol Leite Ferreira da Costa
Considerando as informações apresentadas, a administração quer calcular o total de custo atribuído a cada departamento de produção para
transferir seus custos aos produtos.
Para isso, é necessário iniciar o rateio seguindo o critério apresentado e obedecendo à seguinte ordem:
Veja a tabela a seguir.

1º passo 
2º passo 
3º passo 
Departamentos de serviços Departamentos de produção
Itens Administração Manutenção Almoxarifado Montagem Pintura
Materiais indiretos 15.000 10.000 5.000 40.000 25.000
Energia elétrica 6.000 12.000 6.000 50.000 40.000
MOI 150.000 10.000 10.000 100.000 80.000
Depreciação 10.000 5.000 5.000 30.000 20.000
Aluguel 75.000 5.000 5.000 50.000 40.000
SOMA 256.000 42.000 31.000 270.000 205.000
Distribuição
Administração
(256.000) 12.800 38.400 102.400 76.800
SOMA 0 54.800 69.400372.400 281.800
Distribuição
Manutenção
(54.800) 5.480 21.920 10.960
SOMA 0 74.880 394.320 292.760
Distribuição
Almoxarifado
(74.880) 52.416 14.976
SOMA 0 446.736 307.736
Renata Sol Leite Ferreira da Costa
Nas linhas coloridas você pode observar:
Verde
Alocação dos custos do departamento de administração aos demais departamentos.
Azul
Alocação dos custos do departamento de manutenção aos demais departamentos.
Laranja
Alocação dos custos do departamento de almoxarifado aos demais departamentos.
Departamentalização
Neste vídeo, o especialista apresenta o conceito de departamentalização e um exemplo.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
O que é departamento?
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Departamentalização


Questão 1
Em uma indústria, o custo de depreciação é rateado aos departamentos de serviço e de produção segundo este critério do valor das máquinas
existentes em cada departamento:
Departamento de administração: R$50.000
Departamento de almoxarifado: R$30.000
Departamento de pintura: R$150.000
Departamento de montagem: R$165.000
Departamento de qualidade: R$105.000
Os custos de depreciação do período foram de R$40.000. Dessa forma, o custo de depreciação rateado ao departamento de qualidade foi de:

Vamos praticar alguns conceitos?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Questão 2
Uma indústria apurou, no final do período, um custo de manutenção de R$400.000 que deve ser rateado aos departamentos com base na
seguinte quantidade de horas-máquina de cada departamento:
Departamento de montagem: 430 horas;
Departamento de pintura: 390 horas;
Departamento de acabamento: 260 horas.
Após o rateio, o departamento de acabamento registrou a alocação de um custo de manutenção de:
A R$2.400
B R$4.000
C R$8.400
D R$10.000
E R$9.000
Responder
A R$86.245
B R$92.596
C R$96.296
D R$99.732
4
Custo padrão ideal X custo padrão corrente X custo real
E R$90.000
Responder
Custo Padrão
Ao final deste módulo, você será capaz de distinguir o conceito de custo padrão.
O custo padrão é amplamente utilizado na contabilidade gerencial, embora nem sempre este seja o termo atribuído a ele. Trata-se, em suma, do
custo “ideal” de fabricação de um produto, utilizando, para isso, as melhores matérias-primas disponíveis e a mão de obra mais eficiente, com
perdas mínimas e o emprego de 100% da capacidade da empresa.
Entendido como uma excelente ferramenta gerencial para controlar os custos, o custo padrão é predeterminado, constituindo, assim, uma meta a
ser atingida pela empresa.
As principais utilidades dele são:
Elaboração de orçamentos;
Avaliação de desempenhos;
Busca de melhorias contínuas;
Gestão de custos.
Você sabe a diferença entre os tipos de custo? Veja a seguir!
Custo padrão ideal
É o objetivo da empresa em longo prazo. Ele considera os melhores fatores de produção, ou seja, aqueles idealizados, mesmo que não
constituam a realidade atual da entidade.
Custo padrão corrente
É o objetivo em curto prazo. Ele considera as ineficiências e os fatores de produção reais que a entidade tem a seu dispor no momento
presente.
Custo real
É aquele efetivamente alcançado pela empresa em determinado período. Trata-se do custo incorrido.
Os conceitos do custo padrão e do real são utilizados para analisar as variações de custo ocorridas.
Exemplo
Uma empresa tinha estabelecido como custo padrão o valor de R$450/unidade. No entanto, no período analisado, ela incorreu em um

Mas qual dos componentes dos custos (mão de obra direta, matéria-prima e custos indiretos de fabricação) foi responsável por essa variação? Ou
será que mais de um pode ser responsabilizado?
Seguindo o mesmo exemplo, demonstraremos a seguir um caso de decomposição dos custos:
Custo-padrão Custo real Variação
Matéria-prima R$200 R$218 R$18
MOD R$150 R$160 R$10
CIF R$100 R$112 R$12
TOTAL R$450 R$490 R$40
Renata Sol Leite Ferreira da Costa
A partir da decomposição apresentada, pode-se verificar que a matéria-prima foi a principal causa do aumento do custo, seguida pelos CIF e, por
último, pela MOD.
No entanto, esse detalhamento ainda não é o menor possível para que possamos analisar os motivos da variação. Apenas sabemos quais
componentes foram mais ou menos responsáveis pela variação. Ainda resta, portanto, uma questão: por que isso ocorreu?
Variação do custo padrão
Variação de matéria-prima
O valor deste tipo de variação é composto por unidades e preço de compra (ou custo de aquisição). Dessa forma, o custo relativo à matéria-prima
pode ter variado em função de terem sido consumidas mais unidades e de a empresa ter pagado um preço mais caro que o estimado para sua
aquisição – ou ainda uma combinação desses fatores (maior quantidade e preço mais caro).
Seguindo o exemplo anterior, vemos que a indústria decompôs os valores que compõem os custos de matéria-prima:
custo real de R$490/unidade. Ou seja, o que ela incorreu foi desfavorável no valor de R$40/unidade.
Resposta 
Matéria-prima Custo-padrão Custo real Variação
Quantidade 20 21 1
Preço R$10 R$10,38 R$0,38
TOTAL R$200 R$218 R$18
Renata Sol Leite Ferreira da Costa
Como podemos observar, houve uma variação tanto da quantidade consumida quanto do preço pago pela matéria-prima. Devemos analisar, dessa
forma, esses dois componentes de forma isolada e, em seguida, conjuntamente.
Quantidade
Para a análise da variação da quantidade, aplicamos esta fórmula:
Rotacione a tela. 
Buscamos, assim, analisar somente a variação da quantidade, como se o preço não tivesse variado em relação ao padrão. No caso do exemplo,
aplicando tal fórmula, teríamos o seguinte resultado:
Rotacione a tela. 
Dessa forma, sabemos que, do total de R$18 desfavorável do custo de matéria-prima, R$10 se referem exclusivamente ao fato de que houve o
consumo de uma quantidade superior (1 unidade) em relação ao padrão (ou orçado).
Preço
Para a análise da variação do preço, aplicamos esta fórmula:
(Quantidade real - Quantidade padrão) x Preço
(21 − 20) × R$10 = R$10
Rotacione a tela. 
Queremos agora analisar somente a variação do preço, como se a quantidade não tivesse mudado em relação ao padrão. No caso do exemplo,
aplicando a fórmula apresentada, teríamos o seguinte resultado:
Rotacione a tela. 
Dessa forma, sabemos que, do total de R$18 desfavorável do custo de matéria-prima, R$7,62 se referem exclusivamente ao fato de que o preço de
aquisição da matéria-prima foi superior ($0,33/unidade) em relação ao padrão (ou orçado).
Mista
Para a análise da variação dos dois componentes (preço e quantidade), aplicamos a seguinte fórmula:
Rotacione a tela. 
Seu propósito é buscar somente a análise das duas variações (preço e quantidade) em relação ao padrão. No caso do exemplo, aplicando a fórmula,
teríamos o seguinte resultado:
Rotacione a tela. 
Dessa forma, sabemos que, do total de R$18 desfavorável do custo de matéria-prima, R$0,38 dizem respeito à combinação das duas variáveis.
Se somarmos todas as variações, chegaremos exatamente à variação total da matéria-prima:
Quantidade R$10
(Preço real - Preço padrão) × Quantidade padrão
(10, 38–10) × 20 = R$7, 62
(Quantidade real - Quantidade padrão) × (Preço real - Preço padrão)
(21 − 20) × (R$10, 38 − R$10) = R$0, 38
Preço R$7,62
Mista R$0,38
TOTAL R$18
Renata Sol Leite Ferreira da Costa
Variação de mão de obra direta
O custo da MOD é composto pelo valor da MOD por unidade de tempo (ou taxa) e pela quantidade de horas gastas por esta mão de obra, ou seja,
saber quanto tempo demorou a fabricação de cada produto.
O custo relativo à matéria-prima pode ter variado em função de o custo (taxa) da MOD ter sido maior que o
estimado ou de ela ter gastado mais ou menos horas que o esperado para fabricar os produtos – ou uma
combinação desses fatores (taxa e horas).
Portanto, verificaremos um exemplo em que a indústria decompôs os valores que compõemos custos de MOD:
MOD Custo-padrão Custo real Variação
Taxa (por hora) R$3 R$3,07 R$0,07
Horas gastas R$50,0 R$52,1 R$2,1
TOTAL R$150 R$160 R$10
Renata Sol Leite Ferreira da Costa
Como podemos observar, houve uma variação tanto da taxa/hora paga quanto da quantidade de horas gastas na composição da MOD. Portanto,
analisaremos seus dois componentes tanto de forma isolada quanto em conjunto.
Taxa
Para a análise da taxa paga por hora para a MOD, aplicamos esta fórmula:
(Taxa real – Taxa padrão) × Tempo padrão
Rotacione a tela. 
Buscamos analisar somente a variação da taxa, como se a eficiência (horas gastas) não tivesse variado em relação ao padrão. No caso do exemplo,
aplicando a fórmula apresentada, teríamos o seguinte resultado:
Rotacione a tela. 
Neste caso, sabemos que, do total de R$10 desfavorável do custo de MOD, R$3,50 se referem exclusivamente ao fato de que a taxa paga por hora
para a MOD foi superior à taxa padrão (ou orçada).
Horas gastas
Para a análise da quantidade de horas gastas pela MOD, aplicamos esta fórmula:
Rotacione a tela. 
Queremos analisar somente a variação das horas gastas, como se a taxa não tivesse variado em relação ao padrão. No caso do exemplo, aplicando
a fórmula acima, teríamos o seguinte resultado:
Rotacione a tela. 
Sabemos aqui que, do total de R$10 desfavorável do custo de MOD, R$6,35 se referem exclusivamente ao fato de que a eficiência da MOD foi pior
(2,1 horas/unidade) em relação ao padrão (ou orçado).
Mista
Para a análise da variação dos dois componentes (taxa e horas), aplicamos a seguinte fórmula:
(3, 07 − 3) × 50 = R$3, 50
(Horas gastas real - Horas gastas padrão) × Taxa padrão
(52, 1 − 50, 0) × R$3 = R$6, 35
Rotacione a tela. 
Desejamos analisar somente as duas variações (taxa e horas) em relação ao padrão. No caso do exemplo, aplicando a fórmula acima, teríamos este
resultado:
Rotacione a tela. 
Dessa forma, sabemos que, do total de R$10 desfavorável do custo de MOD, R$0,15 se referem à combinação das duas variáveis.
Se somarmos todas as variações, teremos exatamente a variação total da MOD:
Taxa R$3,50
Horas gastas R$6,35
Mista R$0,15
TOTAL R$10
Renata Sol Leite Ferreira da Costa
Variação de CIF
O valor do CIF é composto pelo volume de produção e pelos custos propriamente ditos. Dessa forma, os custos indiretos de fabricação podem ter
variado em função da quantidade produzida ou dos custos indiretos incorridos.
Vejamos um exemplo no qual a indústria decompôs os valores que compõem os CIFs:
CIF Custo-padrão Custo real Variação
Produção (qtd.) 50 51 1
Custo unitário R$2 R$2,20 R$0,20
TOTAL R$100 R$112 R$12
Renata Sol Leite Ferreira da Costa
(Taxa real - Taxa padrão) × (Hora real - Hora padrão)
(R$3, 07 − R$3) × (52, 1 − 50, 0) = R$0, 15
Como podemos observar, houve, em relação aos CIFs, uma variação tanto da produção quanto da eficiência. Verificaremos, portanto, cada um dos
dois componentes.
Produção
Para a análise da variação da quantidade produzida, aplicamos a seguinte fórmula:
Rotacione a tela. 
Queremos analisar qual seria o impacto nos CIFs se apenas o volume de produção tivesse sido diferente, sem nenhuma alteração nos custos
propriamente ditos. No caso do exemplo, aplicando a fórmula destacada, teríamos o seguinte resultado:
Rotacione a tela. 
Dessa forma, sabemos que, do total de R$12 desfavorável dos CIFs, R$2 se referem exclusivamente ao fato de que o nível de produção foi maior que
o estimado.
Custo unitário
Para a análise da variação dos custos dos CIFs, aplicamos a seguinte fórmula:
Rotacione a tela. 
Desejamos analisar somente a variação dos custos, como se a quantidade não tivesse variado em relação ao padrão. No caso do exemplo,
aplicando a fórmula apresentada, teríamos o seguinte resultado:
CIF padrão ao nível padrão - CIF padrão ao nível real
R$102(= 51 × R$2) − R$100(= 50 × R$2) = R$2
CIF padrão ao nível real - CIF real
R$112(= 51 × R$2, 20) − R$102(= 51 × R$2) = R$10
Rotacione a tela. 
Dessa forma, sabemos que, do total de R$12 desfavorável dos CIFs, R$10 se referem exclusivamente ao fato de que os custos indiretos foram
superiores ao custo padrão (ou orçado).
Produção R$2
Custo unitário R$10
TOTAL R$12
Renata Sol Leite Ferreira da Costa
Custo Padrão
Neste vídeo, o especialista apresenta o conceito de custo padrão e custo real e apresenta, com o exemplos, sobre variações de materiais diretos,
mão de obra direta e custos indiretos de fabricação.


Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 4 - Vem que eu te explico!
Custo padrão ideal X custo padrão corrente X custo real
Módulo 4 - Vem que eu te explico!
Variações do custo padrão

Vamos praticar alguns conceitos?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Questão 1
Uma indústria verificou que, em abril de 2020, a MOD efetivamente utilizada na produção foi 150 horas superior ao padrão previsto de 1.500
horas. Além disso, ela observou que o custo despendido com essa MOD foi de R$20/hora menor do que o valor padrão previsto de R$170/hora.
Qual é a variação total de horas gastas ocorrida?
Questão 2
Uma indústria verificou que, em abril de 2020, a MOD efetivamente utilizada na produção foi 150 horas superior ao padrão previsto de 1.500
horas. Além disso, ela observou que o custo despendido com essa MOD foi de R$20/hora, ou seja, abaixo do valor padrão previsto de
R$170/hora. Qual é a variação de taxa relativa à MOD?
A 30.000 desfavorável.
B 30.000 favorável.
C 25.500 desfavorável.
D 25.500 favorável.
E 24.000 desfavorável.
Responder
A 30.000 desfavorável.
B 30.000 favorável.
C 25.500 desfavorável.
D 25.500 favorável.
Considerações �nais
Neste conteúdo, vimos a contextualização e os conceitos básicos de contabilidade gerencial. Em seguida, apontamos a classificação dos diversos
tipos de custos, assim como dos elementos que os compõem.
Falamos ainda sobre a departamentalização, que se refere à menor unidade administrativa analisada pela contabilidade de custos. Por fim,
versamos sobre o custo “ideal” de fabricação de um produto: o custo padrão.
Podcast
Agora, o especialista Orlando Mansur Pereira apresenta uma visão geral do conteúdo estudado.
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Referências
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/00424/index.html
CHASE, R. B.; JACOBS, F. R.; AQUILANO, N. J. Administração da produção e operações para Vantagens Competitivas. São Paulo: McGraw-Hill, 2006.
IUDICIBUS, S.; MELLO, G. Análise de custos: uma abordagem quantitativa. São Paulo: Atlas, 2013.
LIMA, A. Contabilidade de custos para concursos: teoria e questões comentadas da FCC, FGV, Cespe e ESAF. São Paulo: Método, 2011.
MARTINS, E. Contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 2010.
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