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Aula 01
CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário -
Regulação) Regulação e Agências
Reguladoras - 2025 (Pós-Edital)
Autor:
Nick Simonek Maluf Cavalcante
07 de Julho de 2025
1
SUMÁRIO
1) Formas de Intervenção do Estado na Ordem Econômica........................................................ 2
2) O papel regulador do Estado................................................................................................... 7
3) Questões comentadas...............................................................................................................31
4) Lista de questões.......................................................................................................................62
5) Gabarito.....................................................................................................................................73
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FORMAS DE INTERVENÇÃO DO ESTADO NA
ECONOMIA
Inicialmente, existem duas perguntas complementares que devem nortear o estudo dessa aula em
si: 1) O Estado possui efetiva autorização para atuar como agente econômico de acordo com o
ordenamento nacional? 2) Se a resposta é positiva, quais as formas de atuação do Estado na
ordem econômica?
Em relação ao primeiro questionamento, vale lembrar que foi com a Constituição de 1934 que se
estabeleceu um verdadeiro capítulo sobre ordem econômica e formas de atuação do Estado na
economia, sendo certo que anteriormente o que havia eram autorizações esparsas ao longo dos
textos constitucionais.
Com o passar dos anos e com a promulgação da Constituição Federal de 1988 tentou o
constituinte originário, a partir do art. 170, da CF/88 estabelecer fundamentos e princípios a serem
respeitados pelo sistema econômico e os atores que aí atuam, tendo o Estado ganhado
protagonismo em sua forma de atuação em alguns dos dispositivos que tratam da ordem
econômica constitucional vigente.
Considerando que a figura do Estado para atuar na economia, seja como agente econômico ou
como ente regulador, precisa de um efetivo arcabouço jurídico constitucional, a CF/88 prevê
exatamente tais atividades em ao menos 03 dispositivos que nos interessam, quais sejam os arts.
173, 174 e 177, todos da CF/88. Vamos ao caput de cada um deles:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta
de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme
definidos em lei.
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado
exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento,
sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
Art. 177. Constituem monopólio da União
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Pelos dispositivos, criou o constituinte um arcabouço constitucional para que o Estado atue na
ordem econômica de diferentes formas, motivo pelo qual nossa primeira pergunta está
respondida no sentido positivo.
Em relação ao segundo questionamento, pode o Estado atuar das seguintes formas: 1) Estado
Interventor; 2) Estado Regulador; 3) Estado interventor em Regime de Monopólio.
TCE-RJ 2022 Acerca da evolução histórica do direito econômico, julgue o item
que se segue.
A repressão ao abuso de poder econômico configurava matéria constitucional
antes mesmo da promulgação da Constituição Federal de 1988.
Certo.
Errado.
Resposta: Certo
Pontuadas as formas de intervenção, vamos, primeiro, classificar as atividades econômicas e, após,
definir setores econômico políticos de um país.
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✔ Resumindo
✔ 1) O Estado possui efetiva autorização para atuar como agente econômico de
acordo com o ordenamento nacional? 2) Se a resposta é positiva, quais as formas
de atuação do Estado na ordem econômica?
✔ CF/88 – Estado Protagonista.
✔ 1) Estado Interventor; 2) Estado Regulador; 3) Estado interventor em Regime de
Monopólio.
Classificação das Atividades Econômicas
Antes de discorrer sobre as formas de intervenção do Estado na economia, vamos a classificação
das atividades econômicas para aferir quais delas o Estado efetivamente presta. De acordo com a
doutrina temos em verdade dois tipos de atividades econômicas: 1) Em sentido estrito; 2) Na
forma de serviços públicos.
Em relação as atividades econômicas em sentido estrito o que se tem são as atividades prestadas
pelos agentes econômicos em geral, pautados nas regras de mercado, no respeito ao princípio da
livre concorrência.
Aqui o que está vigendo são as regras de mercado atinentes a produção, circulação,
comercialização de bens e serviços, sendo certo que as regras de mercado como oferta, demanda,
preço quem define são os agentes econômicos. Perceba, apenas, que não se trata dos ditames
do liberalismo econômico pautado na teoria da mão invisível de Adam Smith, considerando que
o Estado também tem suas funções regulatórias, sem falar que os fundamentos e princípios
previstos no art. 170, da CF/88 devem pautar a atuação.
O princípio da subsidiariedade é latente nessa classificação a partir do momento que são os
agentes econômicos os responsáveis pela prestação da atividade podendo o Estado atuar apenas
de forma subsidiária quando presentes os requisitos para tanto.
Em relação as atividades econômicas na forma de serviço público, temos aqui a possibilidade do
Estado em delegar a iniciativa privada, via instrumentos jurídicos próprios, a execução dos serviços
de interesse da sociedade, tudo conforme ditames do art. 175, CF/88:
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Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime
de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços
públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos,
o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições
de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
Pretendeu o constituinte retirar de certa forma a execução e não a titularidade de certos serviços
que o Estado se mostra ineficiente a prestá-lo, autorizando, então, sua delegação a iniciativa
privada para o fazê-lo, através de concessões ou permissões de serviço público, nos termos do
caput. Aqui, vigem as normas de direito público, devendo tais atividades serem, por exemplo,
precedidas de licitação e cabendo respeito aos requisitos mínimos estabelecidos no parágrafo
único
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✔ Resumindo
✔ Atividades: 1) Em sentido estrito; 2) Na forma de serviços públicos.
✔ Em relação as atividades econômicas em sentido estrito o que se tem são as
atividades prestadas pelos agentes econômicos em geral, pautados nas regras de
mercado, no respeito ao princípio da livre concorrência.
✔ Em relação as atividades econômicas na forma de serviço público, temos aqui a
possibilidade do Estado em delegar acomuns. Vamos entender:
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O melhor exemplo de bem comum são os peixes no oceano, uma vez que não é possível excluir
seu consumo (não excludente), mas o consumo por um indivíduo impede que outro indivíduo
pesque aquele mesmo peixe (rival). Nesse sentido, o consumo excessivo dos recursos comuns
tende a esgotar esse bem, gerando ineficiência.
Essa situação é conhecida como "Tragédia dos Comuns", e a sua consequência é justamente uma
externalidade, visto que a ação de determinadas pessoas (uso excessivo) acabou prejudicando a
coletividade.
Gabarito: C
4. (FGV - SENADO – 2022)
Como agente normativo e regulador da atividade econômica, nos termos do Art. 174 da
Constituição Federal de 1988, o ente público não pode
A) oferecer linhas de crédito subsidiadas, por meio de bancos públicos, para financiamento de
atividades econômicas consideradas estratégicas.
B) proibir a fabricação de produtos considerados perigosos ou prejudiciais à saúde.
C) direcionar investimentos de empresas estatais para áreas específicas com o propósito de
fomentar o desenvolvimento regional.
D) impor condições para liberação de atividade econômica privada.
E) congelar preços de bens e serviços oferecidos pelo setor privado para conter a inflação.
Comentários:
De acordo com a Constituição Federal, o Estado (agente normativo e regulador da atividade
econômica) exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo
este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado. Vejamos:
“Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na
forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para
o setor público e indicativo para o setor privado”.
Logo, o gabarito da questão é a letra “E”, pois o ente público não pode congelar preços de bens
e serviços oferecidos pelo setor privado para conter a inflação.
Gabarito: E
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5. (FGV - PREFEITURA – 2018)
Leia a notícia a seguir.
“As empresas aéreas já podem cobrar uma taxa extra aos passageiros que quiserem despachar
suas bagagens. Após uma polêmica intensa na Justiça, no dia 29 de abril, a 10ª Vara da Justiça
Federal do Ceará derrubou a liminar que impedia a cobrança. Com a nova resolução da Agência
Nacional de Aviação Civil (ANAC) em vigor, além de outras alterações, as companhias poderão
cobrar uma taxa extra dos passageiros que quiserem despachar suas bagagens.”
Esse tipo de ação realizada pela ANAC, é resultado do modelo de Estado regulador, atualmente
vigente no pais. A atuação da ANAC no caso acima, é um exemplo:
A) ação liberalizante.
B) intervenção indireta.
C) avocação funcional.
D) ação centralizadora.
E) avocação subjetiva.
Comentários:
A questão requer do aluno o conhecimento acerca da atuação do Estado no domínio econômico
e atuação das agências reguladoras.
Nesse sentido, dispõe os arts. 173 e 174, ambos da CRFB:
"Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na
forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para
o setor público e indicativo para o setor privado."
Com efeito, infere-se dos dispositivos supra que o Estado, ora atua como Estado executor (art.
173) e, nesse caso, trata-se de INTERVENÇÃO DIRETA na ordem econômica, pois o Estado
vai explorar diretamente a atividades econômicas em regime de livre concorrência, ora atua
como Estado regulador (art. 174), INTERFERINDO INDIRETAMENTE no mercado, mediante ações
fiscalizadoras, reguladoras, mediante a criação de normas de atuação, repressão do abuso de
poder econômico, dentre outras funções.
É nesse contexto que surgem as agências reguladoras, atuando ao lado do Estado em sua função
regulatória, como forma de intervenção indireta no domínio econômico.
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Sobre os demais instrumentos citados, vejamos um breve conceito:
Uma ação liberalizante nos remete ao Estado Liberal de Direito ou Estado Abstencionista, que
prevaleceu a partir do final do século XVIII. Ao Estado não caberia a interferência nem a regulação
da economia, limitando-se, em sua atividade, à função de observador da organização processada
pelos indivíduos.
Já a avocação funcional e subjetiva, no âmbito administrativo, está prevista no art. 15 da Lei n.
9.784/99 (Lei do processo administrativo federal) que dispõe que: "será permitida, em caráter
excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de
competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior."
Por fim, a ação centralizadora ou centralização administrativa consiste na execução das tarefas
administrativas pelo próprio Estado, por meio de órgãos internos integrantes da Administração
direta.
Gabarito: B
6. (FGV - PREFEITURA – 2018)
José e Antônio, estudantes de Direito, considerando a livre iniciativa, travaram intenso debate a
respeito da intervenção do Estado na atividade econômica, sendo suas conclusões nitidamente
influenciadas pela ideologia político-econômica que cada um deles adotava.
José afirmava que a livre iniciativa exigia que o Estado se distanciasse dessa atividade, não
podendo incentivá-la ou planejá-la, mas apenas fiscalizá-la. Antônio, por sua vez, defendia que o
Estado deveria não só fiscalizar como incentivar e planejar, sendo o planejamento determinante
para o setor público e indicativo para o setor privado.
À luz da sistemática constitucional, assinale a afirmativa correta.
a) José está totalmente certo e Antônio, apenas na parte em que defende a fiscalização do Estado.
b) José e Antônio estão totalmente errados, porque o Estado não pode intervir na atividade
econômica.
c) José e Antônio estão parcialmente certos, porque o Estado deve fiscalizar e planejar a atividade
econômica, não a incentivá-la.
d) José e Antônio estão parcialmente certos, porque o Estado deve fiscalizar e incentivar a
atividade econômica, não a planejá-la.
e) Antônio está totalmente certo e José, apenas na parte em que defende a fiscalização do
Estado.
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Comentários:
Antônio está totalmente certo, pois afirma corretamente que o Estado não deve só fiscalizar, mas
também incentivar e planejar, sendo o planejamento determinante para o setor público e
indicativo para o setor privado.
Já José está certo apenas na parte em que defende a fiscalização do Estado, visto que erra ao
afirmar que a livre iniciativa exige que o Estado se distancie da atividade econômica, não podendo
incentivá-la ou planejá-la. Conforme previsto no artigo 174 da Constituição Federal, vejamos:
“Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na
forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para
o setor público e indicativo para o setor privado”.
É importante destacar que as bancas costumam fazer “pegadinhas” com os termos fiscalização,
incentivo e planejamento (FIP). Assim, deve-se ficar atendendo,principalmente, ao termo
planejamento, que é determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
Diante do exposto, a alternativa correta é a letra “E”, pois Antônio está totalmente certo e José,
apenas na parte em que defende a fiscalização do Estado.
Gabarito: E
7. (FGV - STN – 2024)
A Carta Magna de 1988, em seu Art. 170, que trata da Ordem Econômica e Financeira, traz
insculpidos os princípios da Livre Iniciativa e da Propriedade Privada. Concomitantemente, o Art.
174 do mesmo título prevê a intervenção do Estado como “agente normativo e regulador da
atividade econômica”. A defesa da propriedade privada e do livre mercado se mostra, assim,
como um contraponto à intervenção do Estado na Economia, encontrando fundamento em duas
Escolas do Pensamento Econômico.
A respeito do tema, assinale a afirmativa correta.
A) A Escola Clássica se caracteriza pela possibilidade de intervenção estatal na Economia, já que
o Estado é o órgão fiscalizador e regulador da atividade econômica.
B) A Escola Keynesiana, baseada nos princípios do laissez-faire, está alinhada com o previsto no
Art. 170 da Constituição Federal de 1988.
C) A Escola Keynesiana, baseada nos princípios do laissez-faire, está alinhada com o previsto no
Art. 174 da Constituição Federal de 1988.
D) Adam Smith e sua metáfora da “mão invisível” reflete o pensamento clássico intervencionista e
regulador do Estado.
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E) A defesa das leis de mercado como via para o equilíbrio econômico está alinhada com o previsto
no Art. 170 da Carta Magna de 1988 e com a Escola Clássica do pensamento econômico.
Comentários:
A alternativa E está correta, uma vez que a visão econômica pautada nas leis de mercado se
coaduna com o previsto no Art. 170 da CF/88 e com a Escola Clássica do pensamento econômico.
Com efeito, as leis de mercado definem que o mercado se autorregula, isto é, o mercado se
equilibra a partir de seus mecanismos econômicos de troca, sem a necessidade de interferência
do Estado.
E isso está de acordo com o primado do trabalho humano voltado para a livre iniciativa e livre
concorrência, princípios estabelecidos no art. 170 da CF/88:
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem
por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os
seguintes princípios:
IV - livre concorrência;
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica,
independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
Nesse sentido, importante destacar que a Escola Clássica se fundamentava no liberalismo
econômico e na livre concorrência, afirmando que a distribuição do produto nacional ocorria com
base nos fatores trabalho, capital e terra.
Portanto, a alternativa E está correta.
Vamos aos erros das demais alternativas:
A alternativa A está errada porque a Escola Clássica está pautada no liberalismo econômico, que
se baseia no livre mercado e na livre iniciativa, assumindo que o mercado se autorregula mediante
seus próprios mecanismos de troca. Assim, a Escola Clássica não admite a intervenção estatal na
Economia.
A alternativa B, por sua vez, está errada porque a Escola Keynesiana está baseada na forte
intervenção do Estado na economia, de modo contrário aos princípios do laissez-faire ("deixe
fazer"), que seria aplicável aos pensamentos do liberalismo econômico. Assim, a Escola
Keynesiana não se alinha às ideias dispostas no Art. 170 da Constituição Federal de 1988.
Já a alternativa C está errada porque, assim como explicamos no item anterior, a Escola
Keynesiana está baseada na forte intervenção do Estado na economia, de modo contrário aos
princípios do laissez-faire ("deixe fazer"), que seria aplicável aos pensamentos do liberalismo
econômico.
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Por outro lado, devemos ressaltar que o art. 174 da CF/88 preceitua que o Estado atuará
como agente normativo e regulador da atividade econômica, exercendo as funções
de fiscalização, incentivo e planejamento.
Por fim, a alternativa D está errada porque as ideias de Adam Smith e sua metáfora da “mão
invisível” reflete o pensamento clássico não intervencionista do Estado.
Com efeito, Smith defendia os interesses da burguesia, de modo refutar a intervenção do Estado
na economia. Para o teórico, as forças da natureza eram suficientes para trazer o equilíbrio nas
relações econômicas da sociedade, não necessitando da interferência estatal.
Por todo o exposto, o gabarito da questão é a alternativa E.
Gabarito: E
8. (FGV - SENADO – 2022)
Nos termos da Lei 13.874, de 20/09/2019, e do Decreto 10.411, de 30/06/2020, a análise de
impacto regulatório seria indispensável no seguinte caso:
A) Restrição ao tráfego de caminhões em rodovias federais.
B) Decisão de investimento na construção de hospital público.
C) Reajuste contratual das tarifas de energia elétrica.
D) Liberalização do comércio de armas e munições.
E) Mudança do sistema eleitoral.
Comentários:
A Lei da Liberdade Econômica (Lei 13.874/2019) instituiu a obrigatoriedade de realização
de ANÁLISE DE IMPACTO REGULATÓRIO (AIR):
Art. 5º, Lei de Liberdade Econômica (Lei 13.874/2019). As propostas de edição e de alteração
de atos normativos de interesse geral de agentes econômicos ou de usuários dos serviços
prestados, editadas por órgão ou entidade da administração pública federal, incluídas as
autarquias e as fundações públicas, serão precedidas da realização de análise de impacto
regulatório, que conterá informações e dados sobre os possíveis efeitos do ato normativo para
verificar a razoabilidade do seu impacto econômico.
Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a data de início da exigência de que trata o caput
deste artigo e sobre o conteúdo, a metodologia da análise de impacto regulatório, os quesitos
mínimos a serem objeto de exame, as hipóteses em que será obrigatória sua realização e as
hipóteses em que poderá ser dispensada.
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Observa-se, portanto, que será a AIR será indispensável na hipótese de ato normativo que vise a
restringir o tráfego de caminhões em rodovias federais, pois trata-se de questão de interesse geral
de agentes econômicos e usuários de serviços prestados.
Gabarito: A
9. (FGV - SENADO – 2022)
Segundo a Lei nº 13.874/2019, configura abuso de poder regulatório
A) exigir capital mínimo para constituição de sociedades empresariais em geral.
B) aumentar a carga tributária sem análise de impacto regulatório.
C) solicitar informações sensíveis sobre atividades e operações dos agentes privados.
D) impor a publicação de demonstrações financeiras a empresas que não sejam companhias
abertas.
E) criar barreiras à importação de produtos estrangeiros sem concorrente nacional.
Comentários:
A Lei da Liberdade Econômica (Lei 13.874/2019) estabeleceu diversas condutas que
configuram abuso do poder regulatório por parte da administração pública, de sorte a garantir a
livre iniciativa. Vejamos:
Art. 4º É dever da administração pública e das demais entidades que se vinculam a esta Lei, no
exercício de regulamentação de norma pública pertencente à legislação sobre a qual esta Lei
versa, exceto se em estrito cumprimento a previsão explícita em lei, evitar o abuso do poder
regulatório de maneira a, indevidamente:
I - criar reserva de mercado ao favorecer, na regulação, grupo econômico, ou profissional, em
prejuízo dos demaisconcorrentes;
II - redigir enunciados que impeçam a entrada de novos competidores nacionais ou estrangeiros
no mercado;
III - exigir especificação técnica que não seja necessária para atingir o fim desejado;
IV - redigir enunciados que impeçam ou retardem a inovação e a adoção de novas tecnologias,
processos ou modelos de negócios, ressalvadas as situações consideradas em regulamento como
de alto risco;
V - aumentar os custos de transação sem demonstração de benefícios;
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VI - criar demanda artificial ou compulsória de produto, serviço ou atividade profissional, inclusive
de uso de cartórios, registros ou cadastros;
VII - introduzir limites à livre formação de sociedades empresariais ou de atividades econômicas;
VIII - restringir o uso e o exercício da publicidade e propaganda sobre um setor econômico,
ressalvadas as hipóteses expressamente vedadas em lei federal; e
IX - exigir, sob o pretexto de inscrição tributária, requerimentos de outra natureza de maneira a
mitigar os efeitos do inciso I do caput do art. 3º desta Lei.
Observa-se, assim, que a imposição de exigência de capital social mínimo para a constituição de
sociedades empresárias em geral configuraria abuso de poder regulatório, na medida em que cria
reserva de mercado e impede a entrada de novos competidores no mercado, bem como
representa limites à livre formação de sociedades empresárias.
Portanto, correta alternativa A.
Gabarito: A
10. (FGV - CVM – 2022)
A Lei nº 13.874/2019, em seu Art. 5º, dispõe que as propostas de edição e de alteração de atos
normativos de interesse geral de agentes econômicos ou de usuários dos serviços prestados,
editadas por órgão ou entidade da administração pública federal, incluídas as autarquias e as
fundações públicas, serão precedidas da realização de análise de impacto regulatório (AIR).
Em complemento, a regulamentação da AIR pelo Decreto nº 10.411/2020 dispensa sua
elaboração, desde que haja decisão fundamentada do órgão ou da entidade competente, na
hipótese de:
A) calamidade pública, urgência ou estado de emergência;
B) ato normativo considerado de baixo ou médio impacto;
C) ato normativo que vise a manter a convergência com padrões internacionais;
D) ato normativo que vise a preservar liquidez, solvência ou higidez do mercado imobiliário;
E) ato normativo que revogue, revise ou amplie normas desatualizadas para adequá-las ao
desenvolvimento tecnológico consolidado internacionalmente.
Comentários:
Para responder a questão, era necessário conhecer o seguinte dispositivo do Decreto
10.411/2020:
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Decreto 10.411/2020. Art. 4º A AIR poderá ser dispensada, desde que haja decisão fundamentada
do órgão ou da entidade competente, nas hipóteses de:
I - urgência;
III - ato normativo considerado de baixo impacto;
V - ato normativo que vise a preservar liquidez, solvência ou higidez:
a) dos mercados de seguro, de resseguro, de capitalização e de previdência complementar;
b) dos mercados financeiros, de capitais e de câmbio; ou
c) dos sistemas de pagamentos;
VI - ato normativo que vise a manter a convergência a padrões internacionais;
VIII - ato normativo que revise normas desatualizadas para adequá-las ao desenvolvimento
tecnológico consolidado internacionalmente, nos termos do disposto no Decreto nº 10.229, de 5
de fevereiro de 2020.
Assim, correta a alternativa C, uma vez que o inciso VI trata corretamente de uma hipótese
excepcional de dispensa da AIR.
A alternativa A está ERRADA. Há previsão expressa para urgência, inexistindo para calamidade ou
estado de emergência (inciso I).
A alternativa B também está ERRADA, uma vez que a dispensa só se dá no caso de ato normativo
de BAIXO impacto, não havendo exceção em relação aos atos de MÉDIO impacto (inciso II).
A Alternativa D, por sua vez, erra ao afirmar pela exceção em relação ao mercado imobiliário. O
inciso V versa da dispensa para proteção de alguns mercados, mas não do mercado imobiliário.
Por fim, erra a alternativa E porque há exceção somente ocorre para os casos de revisão de norma
desatualizada, e não para os casos de revogação e ampliação.
Gabarito: C
11. (FGV - CVM – 2022)
De acordo com a Lei nº 13.874/2019, que instituiu a Declaração de Direitos de Liberdade
Econômica, as propostas de edição e de alteração de atos normativos de interesse geral de
agentes econômicos ou de usuários dos serviços prestados, editadas por órgão ou entidade da
administração pública federal, incluídas as autarquias e as fundações públicas, serão precedidas
da realização de análise de impacto regulatório (AIR). Sobre ela, são apresentadas três afirmativas.
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I. Na elaboração da AIR, será adotada uma das metodologias específicas para aferição da
razoabilidade do impacto econômico, dentre elas, a análise multicritério.
II. Considera-se ato normativo de baixo impacto aquele que não provoque aumento expressivo
de custos para os agentes econômicos ou para os usuários dos serviços prestados; não provoque
aumento expressivo de despesa orçamentária ou financeira; e não repercuta de forma substancial
nas políticas públicas de saúde, de segurança, ambientais, econômicas ou sociais.
III. A AIR poderá ser dispensada, desde que haja decisão fundamentada do órgão ou da entidade
competente, na hipótese de ato normativo que vise a preservar liquidez, solvência ou higidez dos
mercados financeiro, de capitais e de câmbio.
Está correto o que se afirma em:
A) I, apenas;
B) III, apenas;
C) I e II, apenas;
D) II e III, apenas;
E) I, II e III.
Comentários:
I. Na elaboração da AIR, será adotada uma das metodologias específicas para aferição da
razoabilidade do impacto econômico, dentre elas, a análise multicritério.
CERTA.
Trata-se do disposto no Decreto 10.411/2020:
Decreto 10.411/2020. Art. 7º Na elaboração da AIR, será adotada uma das seguintes metodologias
específicas para aferição da razoabilidade do impacto econômico, de que trata o art. 5º da Lei nº
13.874, de 2019:
I - análise multicritério;
Assim, a assertiva está CERTA.
II. Considera-se ato normativo de baixo impacto aquele que não provoque aumento expressivo
de custos para os agentes econômicos ou para os usuários dos serviços prestados; não provoque
aumento expressivo de despesa orçamentária ou financeira; e não repercuta de forma substancial
nas políticas públicas de saúde, de segurança, ambientais, econômicas ou sociais.
CERTA.
Trata-se do disposto no Decreto 10.411/2020:
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Decreto 10.411/2020. Art. 2º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se:
II - ato normativo de baixo impacto - aquele que:
a) não provoque aumento expressivo de custos para os agentes econômicos ou para os usuários
dos serviços prestados;
b) não provoque aumento expressivo de despesa orçamentária ou financeira; e
c) não repercuta de forma substancial nas políticas públicas de saúde, de segurança, ambientais,
econômicas ou sociais;
Assim, a assertiva está CERTA.
III. A AIR poderá ser dispensada, desde que haja decisão fundamentada do órgão ou da entidade
competente, na hipótese de ato normativo que vise a preservar liquidez, solvência ou higidez dos
mercados financeiro, de capitais e de câmbio.
CERTA.
Trata-se do disposto no Decreto 10.411/2020:
Decreto10.411/2020. Art. 4º A AIR poderá ser dispensada, desde que haja decisão fundamentada
do órgão ou da entidade competente, nas hipóteses de:
V - ato normativo que vise a preservar liquidez, solvência ou higidez: (...)
b) dos mercados financeiros, de capitais e de câmbio;
Assim, a assertiva está CERTA.
Gabarito: E
12. (FGV – 2022 – SENADO FEDERAL)
A análise de impacto regulatório de uma proposta de proibição de venda de bebidas alcoólicas
em supermercados deve considerar as seguintes variáveis:
A) opinião dos consumidores e repercussões políticas.
B) valores morais e religiosos da maioria da população.
C) melhoria da saúde pública e restrição à liberdade econômica.
D) importância de controlar o consumo de produtos perigosos e queda na arrecadação tributária.
E) limitação da escolha individual e respeito à dignidade da pessoa humana.
Comentários:
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De fato, pessoal. Uma análise de impacto regulatório eficaz deve considerar tanto a melhoria da
saúde pública quanto a restrição à liberdade econômica ao avaliar a proposta de proibição de
venda de bebidas alcoólicas em supermercados.
Nesse sentido, os formuladores de políticas podem tomar decisões mais bem embasadas,
pesando os benefícios para a saúde e a segurança pública em relação aos impactos econômicos e
à liberdade de escolha dos consumidores.
No que diz respeito à melhoria da saúde pública, podemos analisar alguns aspectos:
Redução de danos à saúde;
Prevenção de acidentes e crimes.
Por sua vez, no que diz respeito à restrição à liberdade econômica, podemos analisar os seguintes
fatores:
Impacto nos negócios;
Concorrência e escolha do consumidor.
Gabarito: C
13. (FGV – 2018 – ALERO)
A política de preços praticada pela Petrobras, a partir de 2016, definiu que o preço dos
combustíveis no Brasil seria pautado pela cotação do barril de petróleo no mercado internacional,
em dólar.
O exemplo acima indica o seguinte tipo de função econômica governamental:
A) estabilizadora.
B) alocativa.
C) distributiva.
D) reguladora.
E) concedente.
Comentários:
A função estabilizadora do Estado trata de garantir o nível de emprego, estabilidade nos preços,
equilíbrio do balanço de pagamentos e um adequado crescimento econômico.
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Quando a Petrobrás escolhe deixar seus preços variando conforme o mercado, o Governo Federal,
maior acionista da companhia, tem o desejo de ter uma estabilidade econômica pois, o preço do
combustível é algo que afeta bastante a economia brasileira.
Para enxergar isso melhor, basta lembrar que a política anterior (de maior intervenção na política
de preços) também tinha o mesmo objetivo estabilizador. Na época, um dos motivos dessa
estratégia era buscar o controle da inflação no país.
Vamos aos erros das outras alternativas:
A função alocativa está associada ao fornecimento de bens e serviços públicos não oferecidos
adequadamente pelo mercado. Um exemplo é quando o Estado constrói um aeroporto.
A função distributiva trata da distribuição de renda considerada mais justa para a sociedade,
tornando-a menos desigual no que tange a divisão da renda nacional. De maneira geral, o governo
exerce essa função sempre que, de alguma forma, favorece as camadas mais carentes da
população, em detrimento ou não das mais ricas. O Estado realiza essa função por meio de
transferências, impostos (tributação) ou subsídios.
A função reguladora (mais adotada pela teoria mais moderna) é classificada quando o Estado
regula a economia através da legislação e com a criação de agências reguladoras.
Gabarito: A
14. (FGV – 2018 – DPERJ)
Em relação ao tópico “Estado Regulador”, trata-se dos principais objetivos da regulação,
EXCETO:
A) bem-estar do consumidor;
B) melhoria da eficiência alocativa, distributiva e produtiva do setor;
C) segurança e proteção ambiental;
D) prestação direta dos serviços, com vistas à universalização;
E) interconexão entre os diferentes provedores.
Comentários:
Essa questão trata de Teoria da Regulação.
O Estado Regulador surge com a ideia de que ele (o Estado) deve conceder à iniciativa privada a
prerrogativa de oferta para a sociedade o acesso a bens e serviços.
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Assim, o Estado Regulador limita-se tão somente a regular essas atividades de interesse
econômico e social. Portanto, não há que se falar em prestação direta do serviços, e é exatamente
por isso que a alternativa D está errada e, consequentemente, é o nosso gabarito.
Gabarito: D
15. (FGV – 2024 – MACAEPREV)
Assinale a opção que apresenta, corretamente, uma característica das externalidades.
A) Ocorrem somente quando há uma intervenção governamental no mercado, alterando os
resultados de equilíbrio.
B) Quando positivas, levam à superprodução de bens, pois os benefícios são internalizados pelos
produtores.
C) Quando negativas, o nível de produção de equilíbrio de mercado tende a ser maior do que o
nível socialmente ótimo.
D) Quando negativas, podem ser completamente eliminadas por meio de uma taxação direta
sobre os consumidores.
E) Não afetam a eficiência econômica porque, no longo prazo, compensam-se entre si.
Comentários:
Em relação as externalidades, referem-se a efeitos indiretos que as ações de um agente
econômico têm sobre terceiros, sem que esses efeitos sejam refletidos nos preços de mercado,
podendo ser positivas ou negativas. As negativas, são os custos impostos a terceiros sem
compensação, como poluição gerada por uma fábrica, que afeta a saúde pública e o meio
ambiente, sem que a empresa pague por isso. Outro exemplo seria o barulho excessivo gerado
por um estabelecimento comercial que impacta os vizinhos.
Gabarito: C
16. (FGV – 2021 – SEFAZES)
A existência de falhas de mercado aponta que a alocação de mercado não é eficiente no sentido
de Pareto.
Dentre os exemplos de falhas de mercado e suas características, não é possível apontar
A) a assimetria de informações, quando uma das partes envolvidas na transação detém dados não
observados pela outra parte.
B) a existência de bens públicos, visto que o setor privado não poderia impedir o consumo por
parte de free riders.
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C) externalidades negativas, quando a ação de um agente afeta negativamente outro agente.
D) a existência de monopólio, gerando abuso de poder de mercado e preços elevados do bem
ofertado.
E) mercados com número suficientemente grande de empresas, sendo que nenhuma isoladamente
consegue influenciar o preço.
Comentários:
Segundo a Teoria de Finanças Públicas, o Estado busca intervir na Economia sempre que o
mercado privado, por si só, originar resultados ineficientes do ponto de vista econômico e social.
São as chamadas Falhas de Mercado, que incluem:
Bens Públicos;
Mercados Incompletos: Monopólio e Monopólio Natural;
Assimetria de Informações;
Externalidades.
Assimetria de Informações é um exemplo de Falha de Mercado.
Ela se dá no contexto em que há informação oculta para uma das partes na transação econômica,
ou em que alguém não sabe qual será a ação a ser realizada pelo outro agente. Isso ocorre porque
cada agente de uma transação tem um conjunto de informações diferente.
a existência de bens públicos, visto que o setor privado não poderia impedir o consumo por parte
de free riders.
Osbens públicos são exemplos de Falhas de Mercado.
Os bens públicos devem ser, necessariamente, não excludentes e não rivais.
A não rivalidade pressupõe que o consumo de uma unidade do bem não reduz a quantidade
disponível para outros consumidores. Já o bem não exclusivo é aquele em que não se pode privar
uma pessoa do consumo deste bem.
A não exclusividade favorece o surgimento dos free-riders (caronas), ou seja, indivíduos que
desfrutam dos benefícios de um bem sem pagar nada por isso. E é por esse motivo que os bens
públicos não são ofertados pelo setor privado. Afinal, não há como excluir aqueles que não
queiram pagar. Externalidades negativas, quando a ação de um agente afeta negativamente outro
agente.
Externalidades, positivas ou negativas, são exemplos de Falhas de Mercado.
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As Externalidades ocorrem quando um agente econômico influencia o bem-estar de outro agente
econômico, e este não paga ou não recebe nenhum tipo de compensação por essa influência.
Quando decidimos comprar ou produzir algum produto, normalmente não consideramos em sua
totalidade os efeitos de tais ações sobre os outros. Assim, os efeitos das externalidades não são
refletidos nos preços, fazendo com que os custos e os benefícios sociais não sejam inteiramente
suportados por aqueles que o produzem e o consomem.
Tal situação faz com que o equilíbrio de mercado se torne ineficiente, caracterizando uma Falha
de Mercado.
a existência de monopólio, gerando abuso de poder de mercado e preços elevados do bem
ofertado.
Os Mercados Incompletos, dentre os quais o Monopólio, são exemplos de Falhas de Mercado.
O monopolista cobra mais caro que o mercado em concorrência perfeita, e oferece uma
quantidade menor. Além disso, o monopolista determina seu preço acima do custo marginal,
colocando uma diferença entre a disposição a pagar do consumidor e custo do produtor. Esta
diferença faz com que a quantidade vendida seja abaixo da eficiente, caracterizando uma Falha
de Mercado.
mercados com número suficientemente grande de empresas, sendo que nenhuma isoladamente
consegue influenciar o preço.
A questão está definindo um mercado perfeitamente competitivo, que pressupõe ausência de
falhas de mercado.
Nesse mercado, há um grande número de consumidores e produtores. Assim, os agentes
econômicos são pequenos em relação ao mercado, sendo incapazes de afetar os preços no
mercado.
Portanto, NÃO HÁ FALHAS DE MERCADO nessa estrutura de mercado, pois nele a eficiência é
atingida naturalmente.
Gabarito: Alternativa E
17. (FGV – 2021 – CGU)
Uma das funções do Estado na execução da política regulatória é mitigar as denominadas falhas
de mercado em que a intervenção governamental na economia busca o atingimento do nível de
alocação socialmente ótimo.
Nesse sentido, é correto afirmar que:
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A) o meio ambiente sustentável é considerado um recurso comum, não rival e não exclusivo, e,
devido à existência do problema do holdout, o governo falha em garantir seu uso racional;
B) a existência de um monopólio natural no setor de infraestrutura é uma falha de mercado e exige
que o governo implemente uma política regulatória para que as tarifas ofertadas sejam iguais ao
custo marginal da firma;
C) as externalidades não são falhas de mercado, pois há um benefício externo à sociedade advindo
da decisão dos agentes, sendo eventualmente necessária a intervenção governamental via
imposição de quotas de produção;
D) um governo probo e eficiente pode ser visto como um bem público puro apesar de ser possível
excluir algum cidadão do benefício de um bom governo, de forma que a legislação que permite
o controle social evitaria o problema do carona (free rider);
E) os bens meritórios, apesar de não apresentarem todas as características de bens públicos puros,
geram externalidades positivas e sua provisão deve ser estimulada pelo governo via, por exemplo,
o estabelecimento de subsídios à produção pelo setor privado.
Comentários:
O meio ambiente sustentável é considerado um recurso comum, não rival e não exclusivo, e,
devido à existência do problema do holdout, o governo falha em garantir seu uso racional;
Na verdade, um recurso comum (ou bem comum) é aquele cujo consumo é rival e não exclusivo.
Nesse caso, não é possível excluir seu consumo, mas é possível que o consumo por um indivíduo
impeça o consumo por outro.
Por sua vez, quando um bem é não rival e não exclusivo, dizemos que ele é um bem público.
não excludente: não se pode excluir uma pessoa do consumo de determinado bem ou serviço.
Um bem é não excludente quando não se pode privar sua utilização.
não rivalidade: o consumo de uma unidade do bem não reduz a quantidade disponível para outros
consumidores. Assim, quando uma pessoa utiliza o bem, não impede outros de o utilizarem
também.
a existência de um monopólio natural no setor de infraestrutura é uma falha de mercado e exige
que o governo implemente uma política regulatória para que as tarifas ofertadas sejam iguais ao
custo marginal da firma;
Para garantir o maior bem-estar para o consumidor, o ideal é determinar que o preço seja igual
ao CUSTO MÉDIO.
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Nessa situação a produção é maior do que a de monopólio (RMg = CMg). A quantidade produzida
será inferior à da concorrência perfeita e o preço será maior, mas é quando a empresa tem lucro
econômico igual a zero e o regulador não necessitará mais dar qualquer tipo de subsídio.
as externalidades não são falhas de mercado, pois há um benefício externo à sociedade advindo
da decisão dos agentes, sendo eventualmente necessária a intervenção governamental via
imposição de quotas de produção;
As Externalidades ocorrem quando um agente econômico influencia o bem-estar de outro agente
econômico, e este não paga ou não recebe nenhum tipo de compensação por essa influência.
As externalidades são, portanto, falhas de mercado, uma vez que os efeitos das transações não
estão refletidos nos preços, fazendo com que os custos e os benefícios sociais não sejam
inteiramente suportados por aqueles que o produzem e o consomem.
Por fim, existem outras formas de reduzir os efeitos das externalidades, além da imposição de
quotas de produção. No caso de externalidades positivas, elas podem ser incentivadas via
subsídios e incentivo fiscal. Já as externalidades negativas podem ser coibidas através de
tributação mais elevada, multas e até mesmo proibição.
um governo probo e eficiente pode ser visto como um bem público puro apesar de ser possível
excluir algum cidadão do benefício de um bom governo, de forma que a legislação que permite
o controle social evitaria o problema do carona (free rider);
Falou em bem público? Então TEM QUE SER NÃO RIVAL E NÃO EXCLUSIVO.
Além disso, a não exclusividade favorece o surgimento dos free-riders (caronas), ou seja, indivíduos
que desfrutam dos benefícios de um bem sem pagar nada por isso.
os bens meritórios, apesar de não apresentarem todas as características de bens públicos puros,
geram externalidades positivas e sua provisão deve ser estimulada pelo governo via, por exemplo,
o estabelecimento de subsídios à produção pelo setor privado.
O bem meritório (ou semipúblico) é não rival e exclusivo. Ou seja, o consumo desses bens por
uma pessoa não impede que outra também o consuma, mas é possível excluir indivíduos.
Assim, a provisão desses bens costuma ser interessante ao setor privado. Mas embora possam ser
explorados economicamentepelo setor privado, os bens meritórios devem ser produzidos pelo
governo para evitar que uma parte da população seja excluída de seu consumo, por não poder
pagar o preço correspondente.
Além disso, esses bens são muito relevantes do ponto de vista social, pois os benefícios gerados
por esses bens vão além do indivíduo que os consome, e é aí que entram as externalidades
positivas.
Gabarito: E
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18. (VUNESP – 2023 – PREFEITURA)
As falhas de mercado na forma de externalidade ocorrem na medida em que
A) os custos de produção estão incluídos no preço dos bens.
B) o mercado não consegue atingir o equilíbrio.
C) o preço reflete exatamente no valor do bem em questão.
D) os benefícios excedem os custos de consumir os bens.
E) nem todos os custos e benefícios estão incluídos nos preços dos bens.
Comentários:
As Externalidades ocorrem quando um agente econômico influencia o bem-estar de outro agente
econômico, e este não paga ou não recebe nenhum tipo de compensação por essa influência. Dito
de outro modo, as externalidades são efeitos, positivos ou negativos, das nossas escolhas que
recaem sobre as outras pessoas.
As externalidades negativas ocorrem quando os custos sociais são maiores que os custos privados.
Já as externalidades positivas ocorrem quando os benefícios sociais superam os benefícios
privados, ou seja, os benefícios que o produtor concede à sociedade são maiores que aqueles
pelos quais estará sendo compensado via mercado.
Gabarito: E
19. (FGV – 2024 –CVM)
Falhas de mercado não decorrem
A) de direitos de propriedade não bem definidos.
B) de informação assimétrica para consumidores e produtores.
C) do baixo grau de concorrência no mercado analisado.
D) da presença de externalidades, ainda que positivas.
E) da eficiência do mercado na alocação de recursos.
Comentários:
As falhas de mercado ocorrem em situações onde os mecanismos de mercado não levam à
eficiência alocativa, ou seja, quando os recursos não são distribuídos de maneira que maximizem
o bem-estar social. Essas falhas podem resultar de diversas causas, incluindo informação
assimétrica, externalidades (positivas ou negativas), falta de concorrência e direitos de
propriedade mal definidos.
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Segundo a teoria econômica, um mercado é eficiente quando ele atinge o equilíbrio competitivo,
onde a oferta iguala a demanda e todos os recursos são utilizados de forma otimizada.
Justificativa da Alternativa Correta: A alternativa E é correta pois a eficiência do mercado na
alocação de recursos não é um fator que leva a falhas de mercado, mas sim um objetivo que os
mercados procuram alcançar na ausência de falhas. Quando um mercado é eficiente, os recursos
são alocados de maneira ótima, sem desperdício, e sem a necessidade de intervenções externas.
Análise das Alternativas Incorretas:
A - Direitos de propriedade não bem definidos: Quando os direitos de propriedade não são claros,
surgem dificuldades em negociar e atribuir responsabilidades, levando a ineficiências, como as
externalidades.
B - Informação assimétrica para consumidores e produtores: Esta situação ocorre quando uma das
partes da transação possui mais informações do que a outra, resultando em decisões subótimas
(um exemplo clássico são os mercados de seguros).
C - Baixo grau de concorrência no mercado analisado: A falta de concorrência frequentemente
resulta em poder de mercado excessivo, permitindo que empresas ajustem preços acima do nível
competitivo, levando a perdas de eficiência.
D - Presença de externalidades, ainda que positivas: Externalidades são efeitos indiretos de uma
transação que afetam terceiros não envolvidos. Mesmo externalidades positivas indicam uma falha
de mercado, pois o benefício social não está sendo totalmente capturado pelo mercado.
Gabarito: E
20. (CESGRANRIO – 2024 –CNU)
Existem três funções básicas do governo que buscam mitigar as ineficiências dos mercados numa
economia.
O exercício dessas funções NÃO terá o seguinte resultado:
A) aumento das assimetrias de informações
B) estabilização de preços
C) fornecimento de bens públicos
D) redução das desigualdades de distribuição de renda
E) regulação da oferta de monopólios naturais
Comentários:
O governo busca reduzir as assimetrias de informações, e não aumentá-las.
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Assimetrias de informação ocorrem quando uma parte do mercado (empresas, consumidores ou
trabalhadores) tem mais informações que a outra, prejudicando a eficiência econômica.
Esta é portanto, o gabarito da questão.
Gabarito: A
21. (CEBRASPE – 2023 –CNMP)
Acerca das funções fiscais ou clássicas do Estado, julgue o seguinte item.
A assimetria de informação decorrente de comportamentos oportunistas dos agentes possuidores
da informação provoca dois problemas principais: a seleção adversa, quando a assimetria deriva
das ações dos agentes que distorcem o risco e pode ser amenizada com monitoramento e
incentivos em busca de maior lisura nos mecanismos contratuais; e o perigo moral (moral hazard),
quando a assimetria está no diferencial de risco entre os diversos agentes econômicos — uma
parte sabe suas características privadas e a outra as desconhece ou não tem acesso a elas —,
porém tal risco pode ser amenizado com melhorias da qualidade e do fluxo de informações.
Certo.
Errado.
Comentários:
A questão trata de uma falha de mercado bastante cobrada em concursos: a assimetria de
informações.
Pessoal, de forma bem simples, a assimetria de informações é contexto em que há informação
oculta para uma das partes na transação econômica, ou em que alguém não sabe qual será a ação
a ser realizada pelo outro agente. Isso ocorre porque cada agente de uma transação tem um
conjunto de informações diferente.
Pois bem, a informação assimétrica gera, nas relações econômicas, a seleção adversa e o risco
moral. Vamos analisar cada um desses conceitos:
SELEÇÃO ADVERSA: é um problema PRÉ CONTRATUAL. Temos como exemplo o mercado de
seguro de automóveis, onde determinada firma (seguradora) deseja saber o nível de risco de um
potencial cliente.
Se ela, sem querer, selecionar um cliente de alto risco, da próxima vez poderá exigir mais garantia
ou subir seus preços, impedindo talvez que um bom cliente (de baixo risco) consiga contratar o
seguro.
RISCO MORAL: é um problema PÓS CONTRATUAL. Uma vez formalizado o contrato, uma das
partes passa a tomar ações indesejáveis sob o ponto de vista contratual. Também temos como
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exemplo o mercado de seguros de carro. Uma vez feito o seguro, o segurado se sente “seguro”
em relação a perigos com o carro e não procura evitá-lo de forma mais ostensiva.
Como consequência, os prêmios de seguro tendem a aumentar, pois mais carros são roubados,
em virtude da falta de cuidado de seus donos ao contratar os seguros. Perceba, portanto, que o
Risco Moral tem a ver com mudanças comportamentais posteriores.
Portanto, a questão está ERRADA, pois inverte os conceitos. O diferencial de risco entre os
diversos agentes econômicos é representado pela SELEÇÃO ADVERSA, ao passo que ações dos
agentes que distorcem o risco consiste no RISCO MORAL.
Gabarito: ERRADO
22. QUESTÃO INÉDITA
A respeito dos conceitos de Falhas de Mercado e de Bens Públicos , julgue o item a seguir.por meio da imposição de um tributo sobre a produção
deste bem, com vistas a desencorajá-la.
Já as externalidades positivas ocorrem quando os benefícios sociais superam os benefícios
privados, ou seja, os benefícios que o produtor concede à sociedade são maiores que aqueles
pelos quais estará sendo compensado via mercado. Dessa forma, haverá tendência à sub oferta
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do bem ou serviço (produção menor que o ideal). Um exemplo de intervenção do Estado seria a
concessão de um subsídio à firma/indivíduo, de forma a encorajá-lo a aumentar a produção.
(V) Uma forma de zerar ou mitigar a geração de externalidades negativas é por meio da imposição
de multas aos agentes que causam danos à sociedade.
VERDADEIRO.
Conforme visto acima, as externalidades negativas ocorrem quando os custos sociais são maiores
que os custos privados. Nesse sentido, a ação de um agente privado provoca prejuízos para
terceiros.
A poluição ocasionada por um carro, acidentes causados por velocidade excessiva ou veículos em
péssimas condições afetam negativamente outras pessoas. Assim, torna-se necessária uma
atuação estatal, que pode se dar por meio de tributos, multas ou até mesmo de pedágio.
(V) No problema da tragédia dos comuns, o custo da super exploração do bem comum que pode
levar à sua extinção é um exemplo de externalidade.
VERDADEIRO.
Primeiro, é importante saber que a "Tragédia dos Comuns" é a situação que ilustra por que os
recursos comuns são mais utilizados do que o desejável do ponto de vista de toda a sociedade.
Isso ocorre justamente com os bens comuns. Vamos entender:
O melhor exemplo de bem comum são os peixes no oceano, uma vez que não é possível excluir
seu consumo (não excludente), mas o consumo por um indivíduo impede que outro indivíduo
pesque aquele mesmo peixe (rival). Nesse sentido, o consumo excessivo dos recursos comuns
tende a esgotar esse bem, gerando ineficiência.
Essa situação é conhecida como "Tragédia dos Comuns", e a sua consequência é justamente uma
externalidade, visto que a ação de determinadas pessoas (uso excessivo) acabou prejudicando a
coletividade.
Gabarito: C
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LISTA DE QUESTÕES
1. (FGV - SEFAZMG – 2023) Em relação às externalidades, analise as afirmativas a seguir e assinale
(V) para verdadeira e (F) para a falsa.
( ) A intervenção do Estado se faz necessária apenas quando as externalidades são negativas.
( ) Uma forma de zerar ou mitigar a geração de externalidades negativas é por meio da imposição
de multas aos agentes que causam danos à sociedade.
( ) No problema da tragédia dos comuns, o custo da super exploração do bem comum que pode
levar à sua extinção é um exemplo de externalidade.
As afirmativas são, na ordem apresentada, respectivamente,
A) V – V – V.
B) V – F – F.
C) F – V – V.
D) F – V – F.
E) F – F – F.
2. (FGV - TCETO – 2022)
As ações empreendidas pela administração pública muitas vezes são justificadas pelo exercício da
função estabilizadora, sendo que algumas delas podem ser revistas em processos de reforma do
Estado. Por exemplo, uma empresa pública pode atuar em processo produtivo caracterizado por
retornos crescentes de escala, cuja necessidade de investimento de capital é elevada, como
mineração ou saneamento básico.
A partir do momento em que as condições de investimento e competitividade passem a ser
compensatórias à atuação do mercado, a privatização da empresa passa a ser contemplada
no processo de reforma do Estado.
A justificativa para privatização, no âmbito da reforma do Estado, conforme descrita no enunciado,
deve-se à mudança na falha de mercado conhecida como:
A) bem público não rival;
B) desemprego e inflação;
C) externalidade negativa;
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D) falha de informação;
E) monopólio natural.
3. (FGV - SEFAZMG – 2022)
Em relação às externalidades, analise as afirmativas a seguir e assinale (V) para verdadeira e (F)
para a falsa.
( ) A intervenção do Estado se faz necessária apenas quando as externalidades são negativas.
( ) Uma forma de zerar ou mitigar a geração de externalidades negativas é por meio da imposição
de multas aos agentes que causam danos à sociedade.
( ) No problema da tragédia dos comuns, o custo da super exploração do bem comum que pode
levar à sua extinção é um exemplo de externalidade.
As afirmativas são, na ordem apresentada, respectivamente,
A) V – V – V.
B) V – F – F.
C) F – V – V.
D) F – V – F.
E) F – F – F.
4. (FGV - SENADO – 2022)
Como agente normativo e regulador da atividade econômica, nos termos do Art. 174 da
Constituição Federal de 1988, o ente público não pode
A) oferecer linhas de crédito subsidiadas, por meio de bancos públicos, para financiamento de
atividades econômicas consideradas estratégicas.
B) proibir a fabricação de produtos considerados perigosos ou prejudiciais à saúde.
C) direcionar investimentos de empresas estatais para áreas específicas com o propósito de
fomentar o desenvolvimento regional.
D) impor condições para liberação de atividade econômica privada.
E) congelar preços de bens e serviços oferecidos pelo setor privado para conter a inflação.
5. (FGV - PREFEITURA – 2018)
Leia a notícia a seguir.
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“As empresas aéreas já podem cobrar uma taxa extra aos passageiros que quiserem despachar
suas bagagens. Após uma polêmica intensa na Justiça, no dia 29 de abril, a 10ª Vara da Justiça
Federal do Ceará derrubou a liminar que impedia a cobrança. Com a nova resolução da Agência
Nacional de Aviação Civil (ANAC) em vigor, além de outras alterações, as companhias poderão
cobrar uma taxa extra dos passageiros que quiserem despachar suas bagagens.”
Esse tipo de ação realizada pela ANAC, é resultado do modelo de Estado regulador, atualmente
vigente no pais. A atuação da ANAC no caso acima, é um exemplo:
A) ação liberalizante.
B) intervenção indireta.
C) avocação funcional.
D) ação centralizadora.
E) avocação subjetiva.
6. (FGV - PREFEITURA – 2018)
José e Antônio, estudantes de Direito, considerando a livre iniciativa, travaram intenso debate a
respeito da intervenção do Estado na atividade econômica, sendo suas conclusões nitidamente
influenciadas pela ideologia político-econômica que cada um deles adotava.
José afirmava que a livre iniciativa exigia que o Estado se distanciasse dessa atividade, não
podendo incentivá-la ou planejá-la, mas apenas fiscalizá-la. Antônio, por sua vez, defendia que o
Estado deveria não só fiscalizar como incentivar e planejar, sendo o planejamento determinante
para o setor público e indicativo para o setor privado.
À luz da sistemática constitucional, assinale a afirmativa correta.
a) José está totalmente certo e Antônio, apenas na parte em que defende a fiscalização do Estado.
b) José e Antônio estão totalmente errados, porque o Estado não pode intervir na atividade
econômica.
c) José e Antônio estão parcialmente certos, porque o Estado deve fiscalizar e planejar a atividade
econômica, não a incentivá-la.
d) José e Antônio estão parcialmente certos, porque o Estado deve fiscalizar e incentivar a
atividade econômica, não a planejá-la.
e) Antônio está totalmente certo e José, apenas na parte em que defende a fiscalização do
Estado.
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7. (FGV - STN – 2024)
A Carta Magna de 1988, em seu Art. 170, que trata da Ordem Econômica e Financeira, traz
insculpidos os princípios da Livre Iniciativa e da Propriedade Privada. Concomitantemente, o Art.
174 do mesmo título prevê a intervenção do Estado como “agente normativo e regulador da
atividade econômica”. A defesa da propriedade privada e do livre mercado se mostra, assim,
como um contraponto à intervenção do Estado na Economia, encontrando fundamento em duas
Escolas do Pensamento Econômico.
A respeito do tema, assinale a afirmativa correta.
A) A Escola Clássica se caracteriza pela possibilidade de intervenção estatal na Economia, já que
o Estado é o órgão fiscalizador e regulador da atividade econômica.
B) A Escola Keynesiana, baseada nos princípios do laissez-faire, está alinhada com o previsto no
Art. 170 da Constituição Federal de 1988.
C) A Escola Keynesiana, baseada nos princípios do laissez-faire, está alinhada com o previsto no
Art. 174 da Constituição Federal de 1988.
D) Adam Smith e sua metáfora da “mão invisível” reflete o pensamento clássico intervencionista e
regulador do Estado.
E) A defesa das leis de mercado como via para o equilíbrio econômico está alinhada com o previsto
no Art. 170 da Carta Magna de 1988 e com a Escola Clássica do pensamento econômico.
8. (FGV - SENADO – 2022)
Nos termos da Lei 13.874, de 20/09/2019, e do Decreto 10.411, de 30/06/2020, a análise de
impacto regulatório seria indispensável no seguinte caso:
A) Restrição ao tráfego de caminhões em rodovias federais.
B) Decisão de investimento na construção de hospital público.
C) Reajuste contratual das tarifas de energia elétrica.
D) Liberalização do comércio de armas e munições.
E) Mudança do sistema eleitoral.
9. (FGV - SENADO – 2022)
Segundo a Lei nº 13.874/2019, configura abuso de poder regulatório
A) exigir capital mínimo para constituição de sociedades empresariais em geral.
B) aumentar a carga tributária sem análise de impacto regulatório.
C) solicitar informações sensíveis sobre atividades e operações dos agentes privados.
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D) impor a publicação de demonstrações financeiras a empresas que não sejam companhias
abertas.
E) criar barreiras à importação de produtos estrangeiros sem concorrente nacional.
10. (FGV - CVM – 2022)
A Lei nº 13.874/2019, em seu Art. 5º, dispõe que as propostas de edição e de alteração de atos
normativos de interesse geral de agentes econômicos ou de usuários dos serviços prestados,
editadas por órgão ou entidade da administração pública federal, incluídas as autarquias e as
fundações públicas, serão precedidas da realização de análise de impacto regulatório (AIR).
Em complemento, a regulamentação da AIR pelo Decreto nº 10.411/2020 dispensa sua
elaboração, desde que haja decisão fundamentada do órgão ou da entidade competente, na
hipótese de:
A) calamidade pública, urgência ou estado de emergência;
B) ato normativo considerado de baixo ou médio impacto;
C) ato normativo que vise a manter a convergência com padrões internacionais;
D) ato normativo que vise a preservar liquidez, solvência ou higidez do mercado imobiliário;
E) ato normativo que revogue, revise ou amplie normas desatualizadas para adequá-las ao
desenvolvimento tecnológico consolidado internacionalmente.
11. (FGV - CVM – 2022)
De acordo com a Lei nº 13.874/2019, que instituiu a Declaração de Direitos de Liberdade
Econômica, as propostas de edição e de alteração de atos normativos de interesse geral de
agentes econômicos ou de usuários dos serviços prestados, editadas por órgão ou entidade da
administração pública federal, incluídas as autarquias e as fundações públicas, serão precedidas
da realização de análise de impacto regulatório (AIR). Sobre ela, são apresentadas três afirmativas.
I. Na elaboração da AIR, será adotada uma das metodologias específicas para aferição da
razoabilidade do impacto econômico, dentre elas, a análise multicritério.
II. Considera-se ato normativo de baixo impacto aquele que não provoque aumento expressivo
de custos para os agentes econômicos ou para os usuários dos serviços prestados; não provoque
aumento expressivo de despesa orçamentária ou financeira; e não repercuta de forma substancial
nas políticas públicas de saúde, de segurança, ambientais, econômicas ou sociais.
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III. A AIR poderá ser dispensada, desde que haja decisão fundamentada do órgão ou da entidade
competente, na hipótese de ato normativo que vise a preservar liquidez, solvência ou higidez dos
mercados financeiro, de capitais e de câmbio.
Está correto o que se afirma em:
A) I, apenas;
B) III, apenas;
C) I e II, apenas;
D) II e III, apenas;
E) I, II e III.
12. (FGV – 2022 – SENADO FEDERAL)
A análise de impacto regulatório de uma proposta de proibição de venda de bebidas alcoólicas
em supermercados deve considerar as seguintes variáveis:
A) opinião dos consumidores e repercussões políticas.
B) valores morais e religiosos da maioria da população.
C) melhoria da saúde pública e restrição à liberdade econômica.
D) importância de controlar o consumo de produtos perigosos e queda na arrecadação tributária.
E) limitação da escolha individual e respeito à dignidade da pessoa humana.
13. (FGV – 2018 – ALERO)
A política de preços praticada pela Petrobras, a partir de 2016, definiu que o preço dos
combustíveis no Brasil seria pautado pela cotação do barril de petróleo no mercado internacional,
em dólar.
O exemplo acima indica o seguinte tipo de função econômica governamental:
A) estabilizadora.
B) alocativa.
C) distributiva.
D) reguladora.
E) concedente.
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14. (FGV – 2018 – DPERJ)
Em relação ao tópico “Estado Regulador”, trata-se dos principais objetivos da regulação,
EXCETO:
A) bem-estar do consumidor;
B) melhoria da eficiência alocativa, distributiva e produtiva do setor;
C) segurança e proteção ambiental;
D) prestação direta dos serviços, com vistas à universalização;
E) interconexão entre os diferentes provedores.
15. (FGV – 2024 – MACAEPREV)
Assinale a opção que apresenta, corretamente, uma característica das externalidades.
A) Ocorrem somente quando há uma intervenção governamental no mercado, alterando os
resultados de equilíbrio.
B) Quando positivas, levam à superprodução de bens, pois os benefícios são internalizados pelos
produtores.
C) Quando negativas, o nível de produção de equilíbrio de mercado tende a ser maior do que o
nível socialmente ótimo.
D) Quando negativas, podem ser completamente eliminadas por meio de uma taxação direta
sobre os consumidores.
E) Não afetam a eficiência econômica porque, no longo prazo, compensam-se entre si.
16. (FGV – 2021 – SEFAZES)
A existência de falhas de mercado aponta que a alocação de mercado não é eficiente no sentido
de Pareto.
Dentre os exemplos de falhas de mercado e suas características, não é possível apontar
A) a assimetria de informações, quando uma das partes envolvidas na transação detém dados não
observados pela outra parte.
B) a existência de bens públicos, visto que o setor privado não poderia impedir o consumo por
parte de free riders.
C) externalidades negativas, quando a ação de um agente afeta negativamente outro agente.
D) a existência de monopólio, gerando abuso depoder de mercado e preços elevados do bem
ofertado.
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E) mercados com número suficientemente grande de empresas, sendo que nenhuma isoladamente
consegue influenciar o preço.
17. (FGV – 2021 – CGU)
Uma das funções do Estado na execução da política regulatória é mitigar as denominadas falhas
de mercado em que a intervenção governamental na economia busca o atingimento do nível de
alocação socialmente ótimo.
Nesse sentido, é correto afirmar que:
A) o meio ambiente sustentável é considerado um recurso comum, não rival e não exclusivo, e,
devido à existência do problema do holdout, o governo falha em garantir seu uso racional;
B) a existência de um monopólio natural no setor de infraestrutura é uma falha de mercado e exige
que o governo implemente uma política regulatória para que as tarifas ofertadas sejam iguais ao
custo marginal da firma;
C) as externalidades não são falhas de mercado, pois há um benefício externo à sociedade advindo
da decisão dos agentes, sendo eventualmente necessária a intervenção governamental via
imposição de quotas de produção;
D) um governo probo e eficiente pode ser visto como um bem público puro apesar de ser possível
excluir algum cidadão do benefício de um bom governo, de forma que a legislação que permite
o controle social evitaria o problema do carona (free rider);
E) os bens meritórios, apesar de não apresentarem todas as características de bens públicos puros,
geram externalidades positivas e sua provisão deve ser estimulada pelo governo via, por exemplo,
o estabelecimento de subsídios à produção pelo setor privado.
18. (VUNESP – 2023 – PREFEITURA)
As falhas de mercado na forma de externalidade ocorrem na medida em que
A) os custos de produção estão incluídos no preço dos bens.
B) o mercado não consegue atingir o equilíbrio.
C) o preço reflete exatamente no valor do bem em questão.
D) os benefícios excedem os custos de consumir os bens.
E) nem todos os custos e benefícios estão incluídos nos preços dos bens.
19. (FGV – 2024 –CVM)
Falhas de mercado não decorrem
A) de direitos de propriedade não bem definidos.
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B) de informação assimétrica para consumidores e produtores.
C) do baixo grau de concorrência no mercado analisado.
D) da presença de externalidades, ainda que positivas.
E) da eficiência do mercado na alocação de recursos.
20. (CESGRANRIO – 2024 –CNU)
Existem três funções básicas do governo que buscam mitigar as ineficiências dos mercados numa
economia.
O exercício dessas funções NÃO terá o seguinte resultado:
A) aumento das assimetrias de informações
B) estabilização de preços
C) fornecimento de bens públicos
D) redução das desigualdades de distribuição de renda
E) regulação da oferta de monopólios naturais
21. (CEBRASPE – 2023 –CNMP)
Acerca das funções fiscais ou clássicas do Estado, julgue o seguinte item.
A assimetria de informação decorrente de comportamentos oportunistas dos agentes possuidores
da informação provoca dois problemas principais: a seleção adversa, quando a assimetria deriva
das ações dos agentes que distorcem o risco e pode ser amenizada com monitoramento e
incentivos em busca de maior lisura nos mecanismos contratuais; e o perigo moral (moral hazard),
quando a assimetria está no diferencial de risco entre os diversos agentes econômicos — uma
parte sabe suas características privadas e a outra as desconhece ou não tem acesso a elas —,
porém tal risco pode ser amenizado com melhorias da qualidade e do fluxo de informações.
Certo.
Errado.
22. QUESTÃO INÉDITA
A respeito dos conceitos de Falhas de Mercado e de Bens Públicos , julgue o item a seguir.
O chamado Problema do Carona (Free Rider) não ocorre com os bens privados.
Certo.
Errado.
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23. (FGV – 2024 –TJMT)
Uma empresa emite poluentes ao produzir seu produto, gerando custos de saúde para a
população local. Esse é um exemplo de externalidade negativa, em que os custos sociais da
produção são maiores que os custos privados. O governo está considerando diferentes políticas
para corrigir essa falha de mercado e garantir uma alocação eficiente de recursos.
Com base nisso, assinale a afirmativa mais adequada para corrigir o problema causado pela
externalidade negativa.
A) O governo deve permitir que a empresa continue a poluir, já que a produção gera empregos e
desenvolvimento econômico local.
B) O governo deve impor uma taxa sobre a empresa equivalente ao custo social causado pela
poluição, internalizando a externalidade negativa.
C) O governo deve subsidiar a produção da empresa para aumentar sua competitividade, já que
a poluição é uma consequência inevitável da produção.
D) O governo deve transformar o produto da empresa em um bem público, pois isso eliminaria a
externalidade negativa.
E) O governo deve impedir completamente a produção da empresa, pois a proteção ambiental
deve prevalecer até a empresa conseguir alterar seu processo produtivo que evite a poluição.
24. (FGV – 2024 –PREFEITURA)
Bens meritórios são aqueles que
A) são fornecidos exclusivamente pelo setor privado devido à alta rentabilidade associada.
B) são financiados pelo setor público, pois são considerados essenciais para o bem-estar social,
independentemente da capacidade de pagamento dos indivíduos.
C) possuem características de exclusividade e rivalidade, sendo por isso melhor fornecidos pelo
mercado.
D) geram externalidades positivas, mas são frequentemente sobreutilizados devido à falta de
informação dos consumidores sobre seus benefícios.
E) são não rivais e não exclusivos, caracterizando-se como bens públicos puros.
25. (FGV – 2022 – SEFAZMG)
Em relação às externalidades, analise as afirmativas a seguir e assinale (V) para verdadeira e (F)
para a falsa.
( ) A intervenção do Estado se faz necessária apenas quando as externalidades são negativas.
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( ) Uma forma de zerar ou mitigar a geração de externalidades negativas é por meio da imposição
de multas aos agentes que causam danos à sociedade.
( ) No problema da tragédia dos comuns, o custo da super exploração do bem comum que pode
levar à sua extinção é um exemplo de externalidade.
As afirmativas são, na ordem apresentada, respectivamente,
A) V – V – V.
B) V – F – F.
C) F – V – V.
D) F – V – F.
E) F – F – F.
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GABARITO
1. C
2. E
3. C
4. E
5. B
6. E
7. E
8. A
9. A
10. C
11. E
12. C
13. A
14. D
15. C
16. E
17. E
18. E
19. E
20. A
21. ERRADO
22. CERTA
23. B
24. B
25. C
REFERÊNCIAS
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 34ª Ed. São Paulo: Atlas:
2020
FIGUEIREDO, Leonardo Vizeu. Direito Econômico. 11. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2021.
KEYNES, John Maynard. Teoria Geral do emprego, juro e da moeda. São Paulo: Atlas, 1982
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MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Cursoiniciativa privada, via instrumentos jurídicos
próprios, a execução dos serviços de interesse da sociedade.
Divisão das atividades econômicas de um país
No que diz respeito as atividades econômicas de um país, pautado aqui em classificação
doutrinária, e levando em conta a necessidade do correto funcionamento de um sistema
econômico, bem como fato de que atualmente vige um modelo de Estado Regulador das
atividades como já vimos em outros encontros, as atividades precisam ser divididas em setores.
Perceba que uma das funções do Estado, na forma do art. 174, da CF/88 é justamente a de
planejar. Para que possa exercer suas funções em um sistema econômico saudável, cabe ao Estado
setorizar as atividades para após pensarmos em formas de atuação. Isso o constituinte originário
já o fez ao dividir os capítulos da constituição nos seguintes setores: 1) Planejamento Político; 2)
Atividades Estatais típicas; 3) Atividades de Utilidade Pública; 4) Atividades Privadas Típicas.
Em relação ao setor do planejamento político o que se tem são divisões de competência e
atribuições constitucionalmente previstas para exercício por parte dos poderes constituídos, seja
a nível federal, estadual ou municipal. Tratam-se, até pelo princípio da soberania nacional, de
atividades exclusivas do Estado não cabendo delegação.
No que diz respeito ao setor das atividades típicas do Estado temos aqui funções e carreiras
criadas para atividade relacionada ao poder de polícia estatal como as funções essenciais a justiça
e as forças armadas, sendo inviável a delegação.
Quanto ao setor de atividades que gozam de utilidade pública as atividades prestadas possuem
interesse público, mas são funções meio do Estado, cabendo a execução pelo particular como
acontece na área da educação.
Por último, em relação ao setor das atividades privadas típicas, o que se tem são atividades
inerentes ao mercado, pautadas no ideal de liberalismo econômico mas com regulação do Estado,
sendo certo que caso este último queira prestar a atividade deverá fazê-lo em concorrência para
com o particular.
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✔ Resumindo
✔ 1) Planejamento Político; 2) Atividades Estatais típicas; 3) Atividades de Utilidade
Pública; 4) Atividades Privadas Típicas.
✔ Planejamento político o que se tem são divisões de competência e atribuições
constitucionalmente previstas para exercício por parte dos poderes constituídos,
seja a nível federal, estadual ou municipal.
✔ Atividades típicas do Estado temos aqui funções e carreiras criadas para atividade
relacionada ao poder de polícia estatal como as funções essenciais a justiça e as
forças armadas, sendo inviável a delegação.
✔ Quanto ao setor de atividades que gozam de utilidade pública as atividades
prestadas possuem interesse público, mas são funções meio do Estado, cabendo a
execução pelo particular como acontece na área da educação.
✔ Por último, em relação ao setor das atividades privadas típicas, o que se tem são
atividades inerentes ao mercado
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O PAPEL REGULADOR DO ESTADO
Pressupostos, Instrumentos e Objetivos
Inicialmente o que temos aqui é a função do Estado editando normas específicas para regular
determinado nicho da economia, característica essa que, no cenário nacional, advém do art. 174,
CF/88, senão vejamos:
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado
exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento,
sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
E o pressuposto para se ter regulação?
Em suma o pressuposto para termos regulação é a previsão constitucional e legal de um Estado
interventor de maneira indireta na economia, tal como ocorre com o dispositivo acima e tal como
ocorre na criação de agências reguladoras.
Pelo dispositivo atua o Estado de forma indireta sobre determinados nichos econômicos através
dos denominados instrumentos de regulação que são divididos nas funções prestadas pelo
Estado, sendo divididos em a) atos normativos para supervisão e regulamentação da atividade
econômica; b) Mediação entre os interesses dos setores públicos e privados, através de
instrumentos jurídicos transnacionais de composição extrajudicial de conflitos c) exercício de
poder de polícia sobre a atividade econômica, com a expedição de regulamentos proibitivos
próprios ou por aplicação de sanções administrativas nas infrações a serem apuradas no caso
concreto função judicante; d) Fomento, estímulo e promoção a determinadas atividades, a fim de
se alcançar os objetivos políticos estabelecidos pelo Poder Público.
Certo! A partir daí surgem as seguintes indagações: Como chegamos até este modelo de
regulação? O que é regulação? Qual estrutura da regulação? Quais os tipos de regulação? Quais
os Instrumentos de Regulação e a diferença para os Mecanismos de Mercado e de Regulação? O
que é desregulação? Existe um sistema específico dentro do conceito de regulação de defesa da
concorrência?
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Histórico, Conceito de Regulação
Sobre o tema histórico da regulação, devemos nos questionar: Por que há necessidade da
intervenção indireta do Estado na economia, se pode o mercado se autorregular?
Veja que a partir do século XVIII, o escocês Adam Smith trouxe ao mundo a ideia de Estado liberal,
ou seja, aquele que efetivamente respeita as relações privadas e não intervém na economia direta
ou indiretamente.
Naquela época tínhamos de forma absoluta os primados da livre iniciativa e da autonomia da
vontade que deveriam viger nas relações privadas sem qualquer intromissão do Estado. Dentro
do cenário histórico e considerando que o modelo de Estado Liberal efetivamente não era o
melhor para fins de correção dos abusos do poder econômico é que surgiram os primeiros atos
intervencionistas datados do final do século XIX.
Estamos falando especificamente de atos de intervenção regulatória que buscavam reestabelecer
a concorrência oriundos dos Estados Unidos e do Canadá, denominados de Sherman Act e
Competition Act. Nessa linha, a doutrina especializada1: “Nos EUA, a regulação como forma de
intervenção indireta implementada via Executivo surgiu em 1887, ante a necessidade de se criar
regras homogêneas para a normatização do comércio interestadual, evitando-se, assim, a guerra
fiscal entre as Unidades da Federação.”
Posteriormente, o processo de regulação foi ampliado, na década de 1930, em virtude de se
estudar e normatizar o monopólio natural das linhas ferroviárias, bem como da necessidade de se
coibir a prática de condutas abusivas neste mercado.
Tais atos de intervenção regulatória são tidos como as primeiras leis antitruste da economia global.
Sobre o vocábulo trust oriundo da língua inglesa temos um acordo de vontades entre empresas
para combinação de estratégias específicas de forma a prejudicar a livre concorrência. A partir de
tais acordos é que surgiram as efetivas leis antitruste com o objetivo de prevenir eventuais quebras
de nichos econômicos, bem como reprimir condutas abusivas, através de um aparato estatal de
defesa da concorrência.
Seguindo no histórico, tema relevante é sobre o Clayton act, editado em 1914 nos Estados Unidos
como aperfeiçoamento do Sherman Act, passando a proteger, cada vez mais, as pequenas e
médias empresas, coibindo os denominados contratos em cadeia em que há exclusividade nos
fatores de produção.
Ponto interessante aqui e que será tratadode Direito Administrativo. 12ª. ED. Rio de Janeiro:
Forense, 2022
SMITH, ADAM. A riqueza das nações, investigação sobre sua natureza e causas. São Paulo: Abril,
1983
SOUTO, Marcos Juruena Vilela. Desestatização, privatização, concessões, permissões,
terceirizações e regulação. 4.ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001
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CNU (Bloco 9 - Nível Intermediário - Regulação) Regulação e Agências Reguladoras - 2025 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.brquando da defesa da concorrência na ordem nacional
é que tal ato não proibia de pronto as condutas praticadas devendo ser demonstrado o efetivo
prejuízo a concorrência.
No âmbito da Europa, apenas tivemos efetivos normativos sobre a regulação com a passagem do
Estado do Bem-estar Social, Welfare State, para o Estado Neoliberal Regulador a partir de 1980.
1 FIGUEIREDO, Leonardo Vizeu. Direito Econômico. 11. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2021.
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10
Antes disso, com a celebração do Tratado de Roma de 1957, passamos a ter melhorias no sistema
de defesa da concorrência, sendo certo que os signatários do tratado editaram legislações
próprias sobre o tema.
Partindo para nossa realidade, em que pese a criação do Banco Central e da Comissão de Valores
Mobiliários antes mesmo da CFRB/88, fato é que o modelo de regulação passou a efetivamente
ser eficaz e notório a partir da Lei nº 8.031/90, a qual fora responsável pela desestatização de
vários setores devolvendo-os para a iniciativa privada.
Em seguida, surgiu a Lei 9.491/97, a qual revogou a Lei 8.031/90, e instituiu novos procedimentos
de desestatização. Dito isto e visto o histórico da regulação que efetivamente influenciou o cenário
nacional, vamos ao conceito de regulação.
Sobre o conceito de regulação temos uma atividade estatal no campo econômico que objetiva
justamente a criação de regras sobre determinados nichos econômicos a fim de evitar justamente
o abuso do poder e garantir a defesa da concorrência.
O ponto de referência para tal atividade estatal é justamente a garantia dos princípios e
fundamentos da ordem econômica previstos no Art. 170, da CF/88. Trazendo para o campo
doutrinário, vamos ao magistério em sequência2:
Pode-se conceituar, objetivamente, a regulação como o conjunto de atos e
medidas estatais que têm por fim, garantir a observância dos princípios
norteadores da ordem econômica no mercado, bem como a devida e correta
prestação de serviços públicos, além do incentivo e fomento para a
implementação das políticas públicas respectivas para direcionamento de cada
nicho da economia.
Sob um aspecto subjetivo, pode-se conceituar a regulação como o processo
estatal de normatização, de fiscalização, de incentivo, de planejamento e de
mediação da atividade econômica dos particulares, conjugando os interesses
privados destes com os interesses público e coletivo envolvidos no ciclo
econômico do respectivo mercado.
Assim, da junção dos dois aspectos conceituais acima delineados, a regulação se
trata de toda medida estatal, envidada no sentido de garantir a prevalência dos
princípios da ordem econômica, bem como do respectivo interesse coletivo, a
2 FIGUEIREDO, Leonardo Vizeu. Direito Econômico. 11. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2021.
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fim de efetivar a observância das políticas públicas norteadoras do planejamento
econômico estatal.
Portanto, por regulação, temos a atividade estatal que busca justamente garantir os princípios e
fundamentos da ordem econômica, através de ações objetivas por parte do Estado sobre os
agentes econômicos, conjugando o interesse privado com o interesse coletivo.
Estrutura da Regulação e Autorregulação
A primeira indagação, antes mesmo de se iniciar o tema é a seguinte: Por que é necessária uma
estrutura de regulação?
A resposta é simples. Quando um determinado nicho da economia não está funcionando de forma
efetiva é natural que sejam identificadas falhas de mercado. Por falhas de mercado temos
situações de atipicidade de funcionamento em determinado setor da economia.
Diante de tal quadro de anomalia é que, diante do interesse coletivo, se faz necessária a regulação
daquele setor. Trata-se de situação de anormalidade do mercado com efeitos danosos ao
processo competitivo.
As respectivas falhas de mercado são: 1) Deficiência na Concorrência; 2) Deficiência na
Distribuição de Bens Essenciais; 3) Externalidades Negativas; 4) Assimetria Informativa; 5) Poderio
e Desequilíbrio de Mercado.
Começando pela deficiência na concorrência temos uma situação em que determinado nicho de
mercado não está oferecendo condições favoráveis a uma disputa saudável, seja pela dominação
por parte de um agente econômico seja por outras razões de ordem externa, prejudicando a livre
disputa e consequentemente o consumo, cabendo ao Estado intervir de forma repressiva a
determinadas condutas praticadas.
Na deficiência da concorrência fica evidente que o ciclo de produção assim como o ciclo de
consumo está prejudicado, de forma a trazer prejuízo aos interesses coletivos.
Em relação à deficiência na distribuição de bens essenciais temos um prejuízo direto ao ciclo
econômico que se inicia desde a produção e finaliza com o consumo. Um exemplo clássico foi a
greve dos caminhoneiros em que o ciclo econômico fora interrompido gerando deficiência na
distribuição de bens essenciais. Nesse caso, cabe ao Estado intervir de forma repressiva aplicando
multas específicas para garantia do mínimo existencial da sociedade, como bem decidido e
autorizado pelo STF na ADPF 519 quando da paralisação das rodovias no país.
Seguindo, temos a situação de externalidades negativas que nada mais são do que práticas de
mercado realizadas pelos agentes econômicos, consequências sobre a coletividade, tal como, a
degradação ambiental. Há efetivo dano ao bem-estar social que devem ser evitadas a qualquer
custo e repreendidas pelo Estado através de seu Poder de Polícia inerente à atividade regulatória.
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Dando sequência, temos a situação de assimetria informativa, que nada mais é do que o
desconhecimento do consumidor ou do Estado de como determinado mercado opera ou ainda
quando se detém informações assimétricas sobre o que está sendo comercializado, fato que
facilita a prática de condutas abusivas.
Por último temos a situação de poderio e desequilíbrio de mercado que aliado a uma das falhas
de mercado acima gere repercussão negativa para sociedade, gerando inúmeros prejuízos.
Uma vez consideradas as falhas de mercado, deve-se ter em mente que a função regulatória do
Estado apenas se dá quando determinado mercado não é capaz de autorregular-se, ou seja,
garantir um desenvolvimento econômico saudável em um nicho de economia em que há respeito
à concorrência.
Ademais, considerando o texto constitucional, cabe também o respeito às políticas públicas ali
previstas, de forma a não existir qualquer tipo de incongruência ou falha de mercado.
É que a regra deveria ser a intervenção no campo regulatório de forma repressiva, ou seja, desde
que presente qualquer falha de mercado e não na situação preventiva, quando mesmo ausente
qualquer falha de mercado, busca o Estado regular tal nicho econômico.
Sobre a temática há uma divisão clara a depender do sistema político de cada nação entre
autorregulação e heterorregulação ou também denominada de regulação pública.
Na autorregulação temos o próprio mercado garantindo o respeito aos princípios estipulados no
texto constitucional, mais especificamente sobre o capítulo que trata da ordem econômica. Nessa
situação, toda a condução de cada nicho econômico é independente e se dá pelo uso de
mecanismos de mercado praticados pelos próprios agentes econômicos. Não há aqui qualquer
intervenção estatal já que o mercado é autônomo. Ok, Professor! Mas, que tal um exemplo?
Um exemplo sobre autorregulação é justamente o mercado de competições esportivas em que a
regulação se dá pelos própriosagentes de mercado. Veja, por exemplo, no futebol. Para que uma
competição aconteça, há alguma interferência estatal? Via de regra a resposta é negativa. Tá bom
professor. Gostei do exemplo. Mas em nenhum momento o Estado atuaria?
Nesse tipo de regulação a atuação do Estado só se dá na análise das práticas de mercado que
efetivamente tragam prejuízo à coletividade, como, por exemplo, atos que limitam a concorrência.
Concernente à heterorregulação ou regulação pública temos a situação da efetiva atuação do
Estado no campo econômico, garantindo os postulados constitucionais da ordem econômica.
Aqui, no caso brasileiro, a regulação se dá por Agências Reguladoras, autarquias em regime
especial, com poderes específicos para regular o mercado.
A opção por agências reguladoras se deu em razão da técnica que deve ser observada nos nichos
econômicos, considerando que a depender da matéria se torna impossível o legislador deter tal
expertise, motivo pelo qual trabalhamos hoje com um poder normativo técnico oriundo do
princípio da deslegalização, ou seja, confere-se a tais pessoas o poder de edição de normativas
técnicas acerca de determinada matéria, considerando o nicho econômico em que regulam.
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Regulação Econômica e Social
Trata-se de teoria que busca entender o papel do Estado na regulação de mercados,
especialmente em setores naturais, como serviços públicos (energia, telecomunicações,
transporte, etc.), onde a concorrência direta pode ser limitada ou inviável.
Aqui, a regulação é vista como uma ferramenta do governo para corrigir falhas de mercado, como
monopólios naturais, externalidades e assimetrias de informação. Por exemplo, em um mercado
monopolista, o governo regula para evitar abusos de poder de mercado, como preços excessivos
ou serviços de má qualidade.
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Nesse sentido, o Estado, por meio da regulação, busca maximizar o bem-estar social, equilibrando
eficiência econômica, qualidade dos serviços e proteção aos consumidores. Ou seja, o regulador
deve tentar estabelecer um equilíbrio entre o controle dos preços, qualidade dos serviços e
rentabilidade das empresas.
A teoria oferece uma variedade de instrumentos que podem ser utilizados para regular mercados,
como controle de preços, definição de padrões de qualidade, concessões, licitações e a
implementação de sistemas de monitoramento e fiscalização.
No caso de empresas de energia elétrica, a regulação visa garantir que, mesmo
que exista um único fornecedor, os preços sejam justos e que a qualidade do
serviço seja mantida a um alto padrão. A ANEEL, por exemplo, tem a missão de
regular esses aspectos.
A regulação social consiste na atividade estatal de intervenção indireta sobre a conduta dos
sujeitos públicos e privados, de modo permanente e sistemático, para implementar as políticas de
governo e a realização dos direitos fundamentais.
Trata-se do conjunto de normas que o Estado utiliza para efetuar suas políticas públicas e garantir
o respeito aos direitos sociais. O Estado aqui regula setores como o setor ambiental e sanitário
através de agências reguladoras.
Logo, a regulação econômica e social refere-se a um conjunto de normas, políticas e práticas
implementadas pelo Estado ou outras entidades reguladoras com o objetivo de ordenar a
economia e as relações sociais de maneira a garantir o bem-estar geral, a justiça social e a eficiência
do mercado. Nesse sentido, de forma esquematizada:
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Controle de Preços: Em algumas situações, o governo pode intervir para controlar
preços, garantindo que não sejam abusivos (como em mercados de produtos
essenciais, como energia ou alimentos).
Monopólios e Concorrência: As autoridades regulatórias buscam evitar práticas
monopolistas ou cartéis, promovendo a concorrência saudável e incentivando a
inovação.
Mercados Financeiros: A regulação financeira é essencial para garantir a
estabilidade do sistema bancário e proteger os investidores e consumidores.
Exemplos incluem a supervisão das bolsas de valores, regulamentações de crédito
e seguridade financeira.
Já a regulação social se preocupa com as condições de vida da população, buscando promover
a equidade e a inclusão. Vamos a alguns exemplos:
Direitos Trabalhistas: Legislação que define condições mínimas de trabalho, como
salários, horas de trabalho, descanso, segurança no trabalho e direitos sindicais.
Segurança Social: Políticas que garantem um mínimo de seguridade social para a
população, como aposentadoria, seguro-desemprego, assistência médica e
programas de assistência social.
Educação e Saúde: A regulação social também envolve a garantia de acesso a
serviços públicos essenciais, como educação e saúde, com padrões de qualidade e
igualdade para todos.
Legislação Anti-discriminação: Leis que buscam reduzir desigualdades sociais e
discriminatórias, promovendo a inclusão de minorias em diferentes esferas da vida
social e econômica.
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Externalidades, bens públicos e bens comuns, assimetria de
informação
Inicialmente, temos conceitos econômicos que devem ser tratados em conjunto considerando,
inclusive, o edital do seu concurso. Trata-se de conceitos fundamentais na análise econômica, que
lidam com falhas de mercado, onde a alocação de recursos não é eficiente ou justa.
Em relação as externalidades, referem-se a efeitos indiretos que as ações de um agente
econômico têm sobre terceiros, sem que esses efeitos sejam refletidos nos preços de mercado,
podendo ser positivas ou negativas. As negativas, são os custos impostos a terceiros sem
compensação, como poluição gerada por uma fábrica, que afeta a saúde pública e o meio
ambiente, sem que a empresa pague por isso. Outro exemplo seria o barulho excessivo gerado
por um estabelecimento comercial que impacta os vizinhos.
Em relação as externalidades positivas, temos os benefícios indiretos gerados para terceiros. Por
exemplo, uma pessoa que planta uma árvore em seu quintal pode aumentar o valor estético e
ambiental de toda a vizinhança, sem que seja paga por isso. Outro exemplo seria uma pessoa que
investe em sua educação e, como resultado, contribui para o aumento da produtividade e
inovação de toda a sociedade.
Vejamos como podemos definir externalidades, nos dizeres da doutrina:
Além da assimetria de informação, há também o que chamamos de externalidades
– impactos da ação de um agente sobre terceiros não envolvidos diretamente na
relação. Uma fábrica pode emitir poluentes que atingem toda uma população,
inclusive aquela não beneficiada pela produção; não fumantes são obrigados a
suportar os resíduos do consumo de cigarros pelos fumantes.
As externalidades aparecem devido à inexistência de direitos de propriedade sobre
recursos.
Ponto importante: Para resolver problemas de externalidades negativas, é fundamental entender
a teoria econômica de internalização de externalidades. Segundo a teoria de Arthur Pigou, um
economista britânico, as externalidades podem ser corrigidas através de impostos Pigouvianos.
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O conceito central é o de que esses impostos devem ser equivalentesao valor do dano causado,
incentivando as empresas a reduzir a produção de externalidades até o ponto em que o custo
marginal privado se iguala ao custo marginal social.
E o que é assimetria de informação?
Pense o seguinte: Para iniciar uma atividade é necessário a livre iniciativa, mas basta isso ou
necessário também a liberdade de acesso ou competição?
É justamente aí que surge a assimetria de informação, ou seja, a constatação de que na prática os
mercados não são perfeitos, havendo assimetria de informação entre os agentes econômicos,
comprometendo a capacidade de uma parte fazer a melhor escolha.
A assimetria de informação ocorre quando uma das partes em uma transação tem mais ou melhor
informação do que a outra, o que pode levar a uma alocação ineficiente de recursos ou a decisões
prejudiciais. Isso é comum em diversos mercados, como o de seguros, onde uma pessoa que
contrata um seguro pode saber mais sobre seu estado de saúde do que a companhia de seguros,
o que pode levar a comportamentos como a seleção adversa (onde apenas as pessoas com maior
risco compram seguro) ou a moral hazard (onde uma pessoa age de maneira mais arriscada depois
de contratar o seguro).
Outros exemplos de assimetria de informação incluem mercados de carros usados (onde o
vendedor sabe mais sobre o estado do veículo do que o comprador) ou no setor financeiro, onde
os investidores podem não ter acesso às mesmas informações que as empresas.
A solução para a assimetria de informação pode envolver regulação (como leis que exigem a
divulgação de informações) ou sistemas de sinalização (como certificações de qualidade ou
reputação).
Quanto aos Bens públicos são aqueles que são não-excludentes e não-rivalizantes. Em relação aos
não-excludentes, temos a situação que ninguém pode ser excluído do uso do bem, ou seja, não
é possível impedir que uma pessoa use o bem (como acontece com o ar ou a iluminação pública).
Em relação aos não-rivalizantes temos a situação de que o uso do bem por uma pessoa não diminui
a quantidade disponível para outros (por exemplo, se alguém desfruta de um parque, isso não
impede que outras pessoas também usufruam dele ao mesmo tempo).
Há também os chamados bens meritórios. Bens meritórios são aqueles que o governo acredita
serem tão importantes para o bem-estar social que devem ser fornecidos ou subsidiados, mesmo
que alguns indivíduos não tenham capacidade de pagamento. Exemplos clássicos incluem saúde
e educação. Esses bens são oferecidos pelo setor público para garantir sua acessibilidade a toda
a população, independentemente de sua renda.
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E qual o grande problema?
O problema relacionado aos bens públicos é o "problema do free rider" (carona), em que as
pessoas podem se beneficiar do bem sem pagar por ele, o que pode levar a um subfinanciamento
desses bens e à sua escassez ou qualidade inferior.
Os bens comuns estão frequentemente sujeitos ao problema da tragédia dos comuns, em que,
devido à falta de controle ou regulação, os recursos são usados de forma excessiva e insustentável,
levando à degradação do bem. Exemplos incluem pesqueiros, pastagens comuns ou florestas
públicas. Para evitar a exaustão desses bens, podem ser necessárias regulamentações, sistemas
de licenciamento ou outras formas de gestão coletiva.
Falhas de Mercado
Em que pese já termos tratado do tema anteriormente, vamos recapitular.
Preste atenção no seguinte: Somente haverá motivos para regulação se existir uma das chamadas
falhas de mercado, as quais se manifestam das formas a seguir, somadas a insatisfação social e
condições políticas inconcebíveis.
Por falha de mercado temos toda a situação de anormalidade de efeito danoso, potencial ou
efetivo, ao devido processo competitivo de certo nicho da economia, com resultados negativos
para o bem-estar da população.
Vamos a elas:
1) Deficiência na concorrência ou barreiras de entrada: ocorre quando, no
respectivo mercado, não há condições para existência de uma disputa saudável
e equilibrada entre os agentes econômicos envolvidos, fato que prejudica o ciclo
econômico, uma vez que a produção e comercialização ficam na mão de um só
agente econômico (monopólio) ou poucos agentes (oligopólio), gerando prejuízo
no que tange ao consumo, ante a sobreposição arbitrária e injustificável de
interesses privados dos agentes sobre os interesses coletivos e sobre o interesse
público. As barreiras de entrada são um tipo clássico de falha de mercado que
dificultam ou impedem a entrada de novas empresas em um setor, reduzindo a
concorrência e podendo levar a ineficiências econômicas ou abuso de poder de
mercado.
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2) Deficiência na distribuição de bens essenciais: ocorre quando o mercado não é
capaz de promover o acesso da coletividade aos bens essenciais para satisfação
do mínimo existencial, sendo incapaz de garantir o princípio da dignidade da
pessoa humana.
3) Externalidades: fatores produzidos pelos agentes que operam no mercado na
consecução de suas atividades, cujos efeitos se fazem presentes sobre terceiros
não participantes do respectivo ciclo econômico, indo além do respectivo nicho,
tendo forte impacto no meio social. Exemplo: poluição.
4) Assimetria informativa: ocorre quando o consumidor e/ou o Estado não possuem
conhecimento sobre como o mercado opera, ou detém informações imperfeitas
que não refletem a realidade material do respectivo setor econômico, fato que
facilita e permite a prática de condutas abusivas por parte dos agentes
econômicos que nele atuam, praticamente à revelia do Poder Público.
5) Poderio e desequilíbrio de mercado: ocorreé o pré-requisito econômico e
financeiro, que se traduz na relevância do mercado para a economia nacional,
podendo ser avaliado por diversos fatores, tais como o numerário movimentado
periodicamente pelo respectivo nicho da economia, a quantidade de empregos,
a produção e circulação de riquezas.
.
Falhas de Governo
Diversos fatores podem resultar na ocorrência de uma falha de governo, dentre os quais podemos
destacar:
1) captura de interesse do ente regulador por parte de um dos segmentos sociais
regulados;
2) ineficiência e incapacidade técnica por parte dos agentes públicos especialistas
em regulação de mercado;
3) dissonância entre as políticas públicas de regulação e a realidade fático econômica
do mercado;
4) alta carga tributária;
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5) procedimentos administrativos excessivamente burocráticos e lentos, o que torna
a autorização para exploração de determinada atividade econômica extremamente
custosa;
6) morosidade judicial para resolução de conflitos de interesses;
7) usurpação de competência exclusiva de um poder constituído pelo outro,
gerando crise institucional, instabilidade política e insegurança jurídica.
Trata-se da situação em que o Estado vem a falhar na atividade de regulação. Em verdade a ação
do Estado para corrigir falhas de mercado resulta em ineficiências, custos excessivos ou efeitos
colaterais negativos, muitas vezes piores do que o problema original.
Vamos praticar?
Desregulação x Abuso do Poder regulatório
Em relação a desregulação, temos a situação em que o Estado efetivamente exerce o poder
regulatório de forma inadequada, causando prejuízo a determinado nicho econômico.
Pela desregulação temos a constatação que o custo regulatório se tornou demasiadamente
excessivo, passando a termos um abandono gradativo da heterorregulação.Logo, pela desregulação temos a situação de abandono gradativo da heterorregulação em razão
de políticas públicas incorretas praticadas pelo Estado no âmbito de seu poder regulatório.
Tema parecido, mas que não se confunde com desregulação, constou na Lei de Liberdade
Econômica dispositivo sobre o abuso do poder regulatório, art. 4º, da Lei 13.784/2019, senão
vejamos:
Art. 4º É dever da administração pública e das demais entidades que se vinculam a esta
Lei, no exercício de regulamentação de norma pública pertencente à legislação sobre
a qual esta Lei versa, exceto se em estrito cumprimento à previsão explícita em lei, evitar
o abuso do poder regulatório de maneira a, indevidamente:
I - criar reserva de mercado ao favorecer, na regulação, grupo econômico, ou
profissional, em prejuízo dos demais concorrentes;
II - redigir enunciados que impeçam a entrada de novos competidores nacionais ou
estrangeiros no mercado;
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III - exigir especificação técnica que não seja necessária para atingir o fim desejado;
IV - redigir enunciados que impeçam ou retardem a inovação e a adoção de novas
tecnologias, processos ou modelos de negócios, ressalvadas as situações consideradas
em regulamento como de alto risco;
V - aumentar os custos de transação sem demonstração de benefícios;
VI - criar demanda artificial ou compulsória de produto, serviço ou atividade profissional,
inclusive de uso de cartórios, registros ou cadastros;
VII - introduzir limites à livre formação de sociedades empresariais ou de atividades
econômicas;
VIII - restringir o uso e o exercício da publicidade e propaganda sobre um setor
econômico, ressalvadas as hipóteses expressamente vedadas em lei federal; e
IX - exigir, sob o pretexto de inscrição tributária, requerimentos de outra natureza de
maneira a mitigar os efeitos do inciso I do caput do art. 3º desta Lei.
O que se pretendeu aqui foi tipificar infrações da Administração Pública em seu poder regulatório
que possam prejudicar a livre iniciativa e trazer efetivo prejuízo ao agente econômico.
Por abuso do poder regulatório temos uma efetiva atuação positiva indireta do Estado ao editar
atos normativos que interfiram no processo natural de concorrência ou mesmo no comportamento
dos usuários de serviços.
Sobre o objetivo de tal disposição, busca-se garantir tratamento isonômico a todos os agentes
econômicos concorrentes entre si, evitando-se, assim, que o Estado estabeleça privilégios e
reserva de mercado para uns, em detrimento dos demais operadores de mercado.
Inclusive, o próprio art. 5º, da Lei de nº 13.784/2019, trouxe o instituto da análise de impacto
regulatório sendo esta uma condição para alteração de atos normativos que tratem sobre o
interesse geral de agentes econômicos ou de usuários de serviços prestados:
Art. 5º As propostas de edição e de alteração de atos normativos de interesse geral de
agentes econômicos ou de usuários dos serviços prestados, editadas por órgão ou
entidade da administração pública federal, incluídas as autarquias e as fundações
públicas, serão precedidas da realização de análise de impacto regulatório, que conterá
informações e dados sobre os possíveis efeitos do ato normativo para verificar a
razoabilidade do seu impacto econômico. (Regulamento)
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Resumindo
Desregulação: Ocorre quando o Estado regula de forma inadequada a economia, prejudicando
empresas.
o Isso é uma falha do governo causada por diversos fatores, como influência de grupos,
falta de técnica dos reguladores, políticas desconectadas da realidade, burocracia
excessiva e lentidão judicial.
o A desregulação leva ao abandono da intervenção estatal devido a políticas públicas
erradas.
Abuso do Poder Regulatório: Diferente da desregulação, aqui o Estado atua de forma positiva,
criando normas que prejudicam a livre concorrência e os consumidores.
o A Lei de Liberdade Econômica (art. 4º) busca evitar esse abuso, proibindo ações
como favorecer grupos, impedir a entrada de novos concorrentes, exigir
especificações técnicas desnecessárias, dificultar a inovação, aumentar custos sem
justificativa, criar demandas artificiais, limitar a formação de empresas e restringir
publicidade (salvo em casos previstos em lei).
o O objetivo é garantir igualdade entre os agentes econômicos.
Análise de Impacto Regulatório (AIR): Prevista no art. 5º da mesma lei, a AIR é um estudo prévio
obrigatório para novas normas ou alterações que afetem o interesse geral de empresas ou usuários
de serviços federais.
o Ela avalia os possíveis efeitos econômicos da norma para verificar se o seu impacto
é razoável.
Vamos praticar?
FGV – 2023 – SENADO FEDERAL
A análise de impacto regulatório de uma proposta de proibição de venda de
bebidas alcoólicas em supermercados deve considerar as seguintes variáveis:
A) opinião dos consumidores e repercussões políticas.
B) valores morais e religiosos da maioria da população.
C) melhoria da saúde pública e restrição à liberdade econômica.
D) importância de controlar o consumo de produtos perigosos e queda na
arrecadação tributária.
E) limitação da escolha individual e respeito à dignidade da pessoa humana.
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Comentários:
De fato, pessoal. Uma análise de impacto regulatório eficaz deve considerar tanto
a melhoria da saúde pública quanto a restrição à liberdade econômica ao avaliar a
proposta de proibição de venda de bebidas alcoólicas em supermercados.
Nesse sentido, os formuladores de políticas podem tomar decisões mais bem
embasadas, pesando os benefícios para a saúde e a segurança pública em relação
aos impactos econômicos e à liberdade de escolha dos consumidores.
No que diz respeito à melhoria da saúde pública, podemos analisar alguns aspectos:
Redução de danos à saúde;
Prevenção de acidentes e crimes.
Por sua vez, no que diz respeito à restrição à liberdade econômica, podemos
analisar os seguintes fatores:
Impacto nos negócios;
Concorrência e escolha do consumidor.
Gabarito: C
FGV – 2018 – ALERO
A política de preços praticada pela Petrobras, a partir de 2016, definiu que o preço
dos combustíveis no Brasil seria pautado pela cotação do barril de petróleo no
mercado internacional, em dólar.
O exemplo acima indica o seguinte tipo de função econômica governamental:
A) estabilizadora.
B) alocativa.
C) distributiva.
D) reguladora.
E) concedente.
Comentários:
A função estabilizadora do Estado trata de garantir o nível de emprego, estabilidade
nos preços, equilíbrio do balanço de pagamentos e um adequado crescimento
econômico.
Quando a Petrobrás escolhe deixar seus preços variando conforme o mercado, o
Governo Federal, maior acionista da companhia, tem o desejo de ter uma
estabilidade econômica pois, o preço do combustível é algo que afeta bastante a
economia brasileira.
Para enxergar isso melhor, basta lembrar que a política anterior (de maior
intervenção na política de preços) também tinha o mesmo objetivo estabilizador. Na
época, um dos motivos dessa estratégia era buscar o controle da inflação no país.
Vamos aos erros das outras alternativas:
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A função alocativa está associada ao fornecimento de bens e serviços públicos não
oferecidos adequadamente pelo mercado. Um exemplo é quando o Estado constrói
um aeroporto.
Afunção distributiva trata da distribuição de renda considerada mais justa para a
sociedade, tornando-a menos desigual no que tange a divisão da renda nacional.
De maneira geral, o governo exerce essa função sempre que, de alguma forma,
favorece as camadas mais carentes da população, em detrimento ou não das mais
ricas. O Estado realiza essa função por meio de transferências, impostos (tributação)
ou subsídios.
A função reguladora (mais adotada pela teoria mais moderna) é classificada quando
o Estado regula a economia através da legislação e com a criação de agências
reguladoras.
Gabarito: A
FGV – 2018 – DPERJ
Em relação ao tópico “Estado Regulador”, trata-se dos principais objetivos da
regulação, EXCETO:
A) bem-estar do consumidor;
B) melhoria da eficiência alocativa, distributiva e produtiva do setor;
C) segurança e proteção ambiental;
D) prestação direta dos serviços, com vistas à universalização;
E) interconexão entre os diferentes provedores.
Comentários:
Essa questão trata de Teoria da Regulação.
O Estado Regulador surge com a ideia de que ele (o Estado) deve conceder à
iniciativa privada a prerrogativa de oferta para a sociedade o acesso a bens e
serviços.
Assim, o Estado Regulador limita-se tão somente a regular essas atividades de
interesse econômico e social. Portanto, não há que se falar em prestação direta do
serviços, e é exatamente por isso que a alternativa D está errada e,
consequentemente, é o nosso gabarito.
Gabarito: D
FGV – 2024 – MACAEPREV
Assinale a opção que apresenta, corretamente, uma característica das
externalidades.
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A) Ocorrem somente quando há uma intervenção governamental no mercado,
alterando os resultados de equilíbrio.
B) Quando positivas, levam à superprodução de bens, pois os benefícios são
internalizados pelos produtores.
C) Quando negativas, o nível de produção de equilíbrio de mercado tende a ser
maior do que o nível socialmente ótimo.
D) Quando negativas, podem ser completamente eliminadas por meio de uma
taxação direta sobre os consumidores.
E) Não afetam a eficiência econômica porque, no longo prazo, compensam-se entre
si.
Comentários:
Em relação as externalidades, referem-se a efeitos indiretos que as ações de um
agente econômico têm sobre terceiros, sem que esses efeitos sejam refletidos nos
preços de mercado, podendo ser positivas ou negativas. As negativas, são os custos
impostos a terceiros sem compensação, como poluição gerada por uma fábrica, que
afeta a saúde pública e o meio ambiente, sem que a empresa pague por isso. Outro
exemplo seria o barulho excessivo gerado por um estabelecimento comercial que
impacta os vizinhos.
Gabarito: C
FGV – 2021 – SEFAZES
A existência de falhas de mercado aponta que a alocação de mercado não é
eficiente no sentido de Pareto.
Dentre os exemplos de falhas de mercado e suas características, não é possível
apontar
A) a assimetria de informações, quando uma das partes envolvidas na transação
detém dados não observados pela outra parte.
B) a existência de bens públicos, visto que o setor privado não poderia impedir o
consumo por parte de free riders.
C) externalidades negativas, quando a ação de um agente afeta negativamente
outro agente.
D) a existência de monopólio, gerando abuso de poder de mercado e preços
elevados do bem ofertado.
E) mercados com número suficientemente grande de empresas, sendo que
nenhuma isoladamente consegue influenciar o preço.
Comentários:
Segundo a Teoria de Finanças Públicas, o Estado busca intervir na Economia sempre
que o mercado privado, por si só, originar resultados ineficientes do ponto de vista
econômico e social. São as chamadas Falhas de Mercado, que incluem:
Bens Públicos;
Mercados Incompletos: Monopólio e Monopólio Natural;
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Assimetria de Informações;
Externalidades.
Assimetria de Informações é um exemplo de Falha de Mercado.
Ela se dá no contexto em que há informação oculta para uma das partes na transação
econômica, ou em que alguém não sabe qual será a ação a ser realizada pelo outro
agente. Isso ocorre porque cada agente de uma transação tem um conjunto de
informações diferente.
a existência de bens públicos, visto que o setor privado não poderia impedir o
consumo por parte de free riders.
Os bens públicos são exemplos de Falhas de Mercado.
Os bens públicos devem ser, necessariamente, não excludentes e não rivais.
A não rivalidade pressupõe que o consumo de uma unidade do bem não reduz a
quantidade disponível para outros consumidores. Já o bem não exclusivo é aquele
em que não se pode privar uma pessoa do consumo deste bem.
A não exclusividade favorece o surgimento dos free-riders (caronas), ou seja,
indivíduos que desfrutam dos benefícios de um bem sem pagar nada por isso. E é
por esse motivo que os bens públicos não são ofertados pelo setor privado. Afinal,
não há como excluir aqueles que não queiram pagar.
externalidades negativas, quando a ação de um agente afeta negativamente outro
agente.
Externalidades, positivas ou negativas, são exemplos de Falhas de Mercado.
As Externalidades ocorrem quando um agente econômico influencia o bem-estar de
outro agente econômico, e este não paga ou não recebe nenhum tipo de
compensação por essa influência.
Quando decidimos comprar ou produzir algum produto, normalmente não
consideramos em sua totalidade os efeitos de tais ações sobre os outros. Assim, os
efeitos das externalidades não são refletidos nos preços, fazendo com que os custos
e os benefícios sociais não sejam inteiramente suportados por aqueles que o
produzem e o consomem.
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Tal situação faz com que o equilíbrio de mercado se torne ineficiente, caracterizando
uma Falha de Mercado.
a existência de monopólio, gerando abuso de poder de mercado e preços elevados
do bem ofertado.
Os Mercados Incompletos, dentre os quais o Monopólio, são exemplos de Falhas
de Mercado.
O monopolista cobra mais caro que o mercado em concorrência perfeita, e oferece
uma quantidade menor. Além disso, o monopolista determina seu preço acima do
custo marginal, colocando uma diferença entre a disposição a pagar do consumidor
e custo do produtor. Esta diferença faz com que a quantidade vendida seja abaixo
da eficiente, caracterizando uma Falha de Mercado.
mercados com número suficientemente grande de empresas, sendo que nenhuma
isoladamente consegue influenciar o preço.
A questão está definindo um mercado perfeitamente competitivo, que
pressupõe ausência de falhas de mercado.
Nesse mercado, há um grande número de consumidores e produtores. Assim, os
agentes econômicos são pequenos em relação ao mercado, sendo incapazes de
afetar os preços no mercado.
Portanto, NÃO HÁ FALHAS DE MERCADO nessa estrutura de mercado, pois nele a
eficiência é atingida naturalmente.
Gabarito: Alternativa E
FGV – 2021 – CGU
Uma das funções do Estado na execução da política regulatória é mitigar as
denominadas falhas de mercado em que a intervenção governamental na economia
busca o atingimento do nível de alocação socialmente ótimo.
Nesse sentido, é correto afirmar que:
A) o meio ambiente sustentável é considerado um recurso comum, não rival e não
exclusivo, e, devido à existência do problema do holdout, o governo falha em
garantir seu uso racional;
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B) a existência de um monopólio natural no setor de infraestrutura é uma falha de
mercado e exige que o governo implemente uma política regulatória para que as
tarifas ofertadas sejam iguais ao custo marginal da firma;
C) as externalidades não são falhas de mercado, pois há um benefício externo à
sociedade advindo da decisão dos agentes, sendo eventualmente necessária a
intervenção governamental via imposição de quotas de produção;
D) um governo probo e eficiente pode ser visto como um bem público puro apesar
de ser possível excluir algum cidadão do benefício de um bom governo, de forma
que a legislação que permite o controle social evitaria o problema do carona (free
rider);
E) os bens meritórios, apesar de não apresentarem todas as características de bens
públicos puros, geram externalidades positivas e sua provisão deve ser estimulada
pelo governo via, por exemplo, o estabelecimento de subsídios à produção pelo
setor privado.
Comentários:
O meio ambiente sustentável é considerado um recurso comum, não rival e não
exclusivo, e, devido à existência do problema do holdout, o governo falha em
garantir seu uso racional;
Na verdade, um recurso comum (ou bem comum) é aquele cujo consumo é rival e
não exclusivo. Nesse caso, não é possível excluir seu consumo, mas é possível que
o consumo por um indivíduo impeça o consumo por outro.
Por sua vez, quando um bem é não rival e não exclusivo, dizemos que ele é um
bem público.
não excludente: não se pode excluir uma pessoa do consumo de determinado bem
ou serviço. Um bem é não excludente quando não se pode privar sua utilização.
não rivalidade: o consumo de uma unidade do bem não reduz a quantidade
disponível para outros consumidores. Assim, quando uma pessoa utiliza o bem, não
impede outros de o utilizarem também.
a existência de um monopólio natural no setor de infraestrutura é uma falha de
mercado e exige que o governo implemente uma política regulatória para que as
tarifas ofertadas sejam iguais ao custo marginal da firma;
Para garantir o maior bem-estar para o consumidor, o ideal é determinar que o preço
seja igual ao CUSTO MÉDIO.
Nessa situação a produção é maior do que a de monopólio (RMg = CMg). A
quantidade produzida será inferior à da concorrência perfeita e o preço será maior,
mas é quando a empresa tem lucro econômico igual a zero e o regulador não
necessitará mais dar qualquer tipo de subsídio.
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as externalidades não são falhas de mercado, pois há um benefício externo à
sociedade advindo da decisão dos agentes, sendo eventualmente necessária a
intervenção governamental via imposição de quotas de produção;
As Externalidades ocorrem quando um agente econômico influencia o bem-estar de
outro agente econômico, e este não paga ou não recebe nenhum tipo de
compensação por essa influência.
As externalidades são, portanto, falhas de mercado, uma vez que os efeitos das
transações não estão refletidos nos preços, fazendo com que os custos e os
benefícios sociais não sejam inteiramente suportados por aqueles que o produzem
e o consomem.
Por fim, existem outras formas de reduzir os efeitos das externalidades, além da
imposição de quotas de produção. No caso de externalidades positivas, elas podem
ser incentivadas via subsídios e incentivo fiscal. Já as externalidades negativas
podem ser coibidas através de tributação mais elevada, multas e até mesmo
proibição.
um governo probo e eficiente pode ser visto como um bem público puro apesar de
ser possível excluir algum cidadão do benefício de um bom governo, de forma que
a legislação que permite o controle social evitaria o problema do carona (free rider);
Falou em bem público? Então TEM QUE SER NÃO RIVAL E NÃO EXCLUSIVO.
Além disso, a não exclusividade favorece o surgimento dos free-riders (caronas), ou
seja, indivíduos que desfrutam dos benefícios de um bem sem pagar nada por isso.
os bens meritórios, apesar de não apresentarem todas as características de bens
públicos puros, geram externalidades positivas e sua provisão deve ser estimulada
pelo governo via, por exemplo, o estabelecimento de subsídios à produção pelo
setor privado.
O bem meritório (ou semipúblico) é não rival e exclusivo. Ou seja, o consumo desses
bens por uma pessoa não impede que outra também o consuma, mas é possível
excluir indivíduos.
Assim, a provisão desses bens costuma ser interessante ao setor privado. Mas
embora possam ser explorados economicamente pelo setor privado, os bens
meritórios devem ser produzidos pelo governo para evitar que uma parte da
população seja excluída de seu consumo, por não poder pagar o preço
correspondente.
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Além disso, esses bens são muito relevantes do ponto de vista social, pois
os benefícios gerados por esses bens vão além do indivíduo que os consome, e é aí
que entram as externalidades positivas.
Gabarito: E
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QUESTÕES COMENTADAS
1. (FGV - SEFAZMG – 2023) Em relação às externalidades, analise as afirmativas a seguir e assinale
(V) para verdadeira e (F) para a falsa.
( ) A intervenção do Estado se faz necessária apenas quando as externalidades são negativas.
( ) Uma forma de zerar ou mitigar a geração de externalidades negativas é por meio da imposição
de multas aos agentes que causam danos à sociedade.
( ) No problema da tragédia dos comuns, o custo da super exploração do bem comum que pode
levar à sua extinção é um exemplo de externalidade.
As afirmativas são, na ordem apresentada, respectivamente,
A) V – V – V.
B) V – F – F.
C) F – V – V.
D) F – V – F.
E) F – F – F.
Comentários:
A questão versa sobre uma das Falhas de Mercado mais cobradas em provas de concurso:
as Externalidades.
As Externalidades ocorrem quando um agente econômico influencia o bem-estar de outro agente
econômico, e este não paga ou não recebe nenhum tipo de compensação por essa influência.
Vamos às alternativas:
(F) A intervenção do Estado se faz necessária apenas quando as externalidades são negativas.
FALSO.
Essa é a pegadinha clássica, e você nunca mais vai errar. Lembre-se: a intervenção do Estado se
faz necessária diante de externalidades positivas e negativas.
As externalidades negativas ocorrem quando os custos sociais são maiores que os custos privados.
Nesse sentido, haverá uma produção superior à ideal (excesso de oferta). Isso ocorrerá porque
uma parte dos custos de produção será absorvida por outros agentes que não o produtor. Assim,
o Estado poderia intervir, por exemplo, por meio da imposição de um tributo sobre a produção
deste bem, com vistas a desencorajá-la.
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Já as externalidades positivas ocorrem quando os benefícios sociais superam os benefícios
privados, ou seja, os benefícios que o produtor concede à sociedade são maiores que aqueles
pelos quais estará sendo compensado via mercado. Dessa forma, haverá tendência à sub oferta
do bem ou serviço (produção menor que o ideal). Um exemplo de intervenção do Estado seria a
concessão de um subsídio à firma/indivíduo, de forma a encorajá-lo a aumentar a produção.
(V) Uma forma de zerar ou mitigar a geração de externalidades negativas é por meio da imposição
de multas aos agentes que causam danos à sociedade.VERDADEIRO.
Conforme visto acima, as externalidades negativas ocorrem quando os custos sociais são maiores
que os custos privados. Nesse sentido, a ação de um agente privado provoca prejuízos para
terceiros.
A poluição ocasionada por um carro, acidentes causados por velocidade excessiva ou veículos em
péssimas condições afetam negativamente outras pessoas. Assim, torna-se necessária uma
atuação estatal, que pode se dar por meio de tributos, multas ou até mesmo de pedágio.
(V) No problema da tragédia dos comuns, o custo da super exploração do bem comum que pode
levar à sua extinção é um exemplo de externalidade.
VERDADEIRO.
Primeiro, é importante saber que a "Tragédia dos Comuns" é a situação que ilustra por que os
recursos comuns são mais utilizados do que o desejável do ponto de vista de toda a sociedade.
Isso ocorre justamente com os bens comuns. Vamos entender:
O melhor exemplo de bem comum são os peixes no oceano, uma vez que não é possível excluir
seu consumo (não excludente), mas o consumo por um indivíduo impede que outro indivíduo
pesque aquele mesmo peixe (rival). Nesse sentido, o consumo excessivo dos recursos comuns
tende a esgotar esse bem, gerando ineficiência.
Essa situação é conhecida como "Tragédia dos Comuns", e a sua consequência é justamente uma
externalidade, visto que a ação de determinadas pessoas (uso excessivo) acabou prejudicando a
coletividade.
Gabarito: C
2. (FGV - TCETO – 2022)
As ações empreendidas pela administração pública muitas vezes são justificadas pelo exercício da
função estabilizadora, sendo que algumas delas podem ser revistas em processos de reforma do
Estado. Por exemplo, uma empresa pública pode atuar em processo produtivo caracterizado por
retornos crescentes de escala, cuja necessidade de investimento de capital é elevada, como
mineração ou saneamento básico.
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A partir do momento em que as condições de investimento e competitividade passem a ser
compensatórias à atuação do mercado, a privatização da empresa passa a ser contemplada
no processo de reforma do Estado.
A justificativa para privatização, no âmbito da reforma do Estado, conforme descrita no enunciado,
deve-se à mudança na falha de mercado conhecida como:
A) bem público não rival;
B) desemprego e inflação;
C) externalidade negativa;
D) falha de informação;
E) monopólio natural.
Comentários:
A questão pede o conhecimento sobre falhas de mercado, especificamente sobre monopólio
natural.
"Podemos enumerar as seguintes falhas de mercado: Externalidades; Existência de bens
públicos; Falhas de informação (ou assimetria de informações); Mercados incompletos; Riscos
pesados; Falhas na competição (poder de mercado); Existência de desemprego e
inflação; Monopólio Natural".
Analisando a questão, temos que ela trouxe um conceito: "uma empresa pública pode atuar em
processo produtivo caracterizado por retornos crescentes de escala, cuja necessidade de
investimento de capital é elevada, como mineração ou saneamento básico".
O conceito acima refere-se a monopólio natural, ele "surge com o intuito de viabilizar a produção
de determinado bem que tenha o custo fixo bastante elevado e apresente, ao mesmo
tempo, retornos crescentes de escala. O monopólio natural não deixa de ser uma falha
de mercado, necessitando, pois, da intervenção do governo, privatização ou imposição de um
teto de preços". Exemplos de monopólios naturais são as empresas de saneamento
básico e mineração.
Com isso, temos que a letra e está certa.
Analisando as demais alternativas temos:
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A letra a está errada, porque bem público não rival é indivisível ou não disputável. O seu consumo
por parte de um indivíduo ou de um grupo social não prejudica o consumo do mesmo bem pelos
demais integrantes da sociedade.
A letra b está errada, pois inflação "é o aumento generalizado de preços" e desemprego é
quando as pessoas querem trabalhar, mas não tem emprego suficiente para todas as pessoas
A letra c está errada, já que externalidade negativa é quando a ação de um determinado agente
econômico prejudica os demais.
A letra d está errada, porque falha de informação ocorre quando uma das partes detém uma
informação e se aproveita dela.
Portanto, gabarito letra e.
Gabarito: E
3. (FGV - SEFAZMG – 2022)
Em relação às externalidades, analise as afirmativas a seguir e assinale (V) para verdadeira e (F)
para a falsa.
( ) A intervenção do Estado se faz necessária apenas quando as externalidades são negativas.
( ) Uma forma de zerar ou mitigar a geração de externalidades negativas é por meio da imposição
de multas aos agentes que causam danos à sociedade.
( ) No problema da tragédia dos comuns, o custo da super exploração do bem comum que pode
levar à sua extinção é um exemplo de externalidade.
As afirmativas são, na ordem apresentada, respectivamente,
A) V – V – V.
B) V – F – F.
C) F – V – V.
D) F – V – F.
E) F – F – F.
Comentários:
A questão versa sobre uma das Falhas de Mercado mais cobradas em provas de concurso:
as Externalidades.
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==13425b==
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As Externalidades ocorrem quando um agente econômico influencia o bem-estar de outro agente
econômico, e este não paga ou não recebe nenhum tipo de compensação por essa influência.
Vamos às alternativas:
(F) A intervenção do Estado se faz necessária apenas quando as externalidades são negativas.
FALSO.
Essa é a pegadinha clássica, e você nunca mais vai errar. Lembre-se: a intervenção do Estado se
faz necessária diante de externalidades positivas e negativas.
As externalidades negativas ocorrem quando os custos sociais são maiores que os custos privados.
Nesse sentido, haverá uma produção superior à ideal (excesso de oferta). Isso ocorrerá porque
uma parte dos custos de produção será absorvida por outros agentes que não o produtor. Assim,
o Estado poderia intervir, por exemplo, por meio da imposição de um tributo sobre a produção
deste bem, com vistas a desencorajá-la.
Já as externalidades positivas ocorrem quando os benefícios sociais superam os benefícios
privados, ou seja, os benefícios que o produtor concede à sociedade são maiores que aqueles
pelos quais estará sendo compensado via mercado. Dessa forma, haverá tendência à sub oferta
do bem ou serviço (produção menor que o ideal). Um exemplo de intervenção do Estado seria a
concessão de um subsídio à firma/indivíduo, de forma a encorajá-lo a aumentar a produção.
(V) Uma forma de zerar ou mitigar a geração de externalidades negativas é por meio da imposição
de multas aos agentes que causam danos à sociedade.
VERDADEIRO.
Conforme visto acima, as externalidades negativas ocorrem quando os custos sociais são maiores
que os custos privados. Nesse sentido, a ação de um agente privado provoca prejuízos para
terceiros.
A poluição ocasionada por um carro, acidentes causados por velocidade excessiva ou veículos em
péssimas condições afetam negativamente outras pessoas. Assim, torna-se necessária uma
atuação estatal, que pode se dar por meio de tributos, multas ou até mesmo de pedágio.
(V) No problema da tragédia dos comuns, o custo da super exploração do bem comum que pode
levar à sua extinção é um exemplo de externalidade.
VERDADEIRO.
Primeiro, é importante saber que a "Tragédia dos Comuns" é a situação que ilustra por que os
recursos comuns são mais utilizados do que o desejável do ponto de vista de toda a sociedade.
Isso ocorre justamente com os bensde Direito Administrativo. 12ª. ED. Rio de Janeiro:
Forense, 2022
SMITH, ADAM. A riqueza das nações, investigação sobre sua natureza e causas. São Paulo: Abril,
1983
SOUTO, Marcos Juruena Vilela. Desestatização, privatização, concessões, permissões,
terceirizações e regulação. 4.ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001
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