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PACIENTE CRÍTICO Caso clínico 1: Paciente apresenta fraqueza, mal-estar, câimbras, vômitos intensos e diarreia, e no eletrocardiograma depressão do segmento ST e da onda T e aumento do intervalo QT e da onda U. Condição clínica Hipopotassemia. A de K+ empurra a onda T para baixo e como a onda U é um 1/3 do tamanho da onda T, é aí que ela aparece. DISTÚRBIOS HIDROELETROLÍTICOS Para manutenção da homeostase corporal, faz-se necessário um equilíbrio entre o volume de água e eletrólitos nos 3 compartimentos corporais: líquido intracelular (LIC), intersticial e intravascular (plasma), esses dois últimos são classificados como líquido extracelular (LEC). No LIC existem concentrações iônicas diferentes do LEC. O LIC é rico em íons de K+, e este precisa ser mantido dentro da célula. Quando ocorre a despolarização celular, ocorre entrada de Na+ e saída de K+. Não pode ocorrer excesso de extravasamento de K+ intracelular, a ponto dele alcançar a circulação sistêmico, pois hipercalemia é extremamente perigoso para saúde do paciente. Em casos onde ocorre muita lesão de membrana (caiu de uma grande altura, atropelamento, sofreu acidentes contusos, grande queimado) há muito extravasamento de potássio. E não será possível jogar esse K+ de maneira adequada para dentro da célula. Ou seja, os níveis de K+ no sangue ficarão elevados (hipercalemia) e este é um grande fator de risco para PCR. Isso é muito comum, em por exemplo, um paciente que foi atropelado, aparentemente não teve nenhuma fratura, ele levanta, anda, ajuda as pessoas e do nada ele cai em PCR (devido a lesão de membrana). No meio extracelular, o íon mais abundante é o Na+. Existem outros compartimentos que integram o líquido extracelular, que são os líquidos transcelulares (LTC), são eles: cavidades (pericárdica, peritoneal e pleural) e líquidos intraocular e sinoviais. Essa informação é importante pois, se esses líquidos forem aumentados, ocorrerão problemas, ex.: derrame peritoneal (ascite), derrame pericárdico extremamente pronunciado (tamponamento cardíaco). Distribuição dos Líquidos no Corpo: 66% (LIC); 33% (LEC) sangue + interstício; 1% (LTC) cavidades, intraocular e sinoviais. A células ósseas são as que possuem menos LIC e as musculares são as que mais possuem. Os músculos são hiperhidratados, por isso as mulheres têm maior tendência a desidratação quando comparadas aos homens, visto que, via de regra, as mulheres possuem massa muscular reduzida quando comparada aos homens. Caso Clínico 2: Ao avaliar um paciente, o enfermeiro suspeita de um quadro de hipervolemia relacionada ao volume extravascular (LEC – sem plasma) aumentado quando observa a presença de: A) hipotensão ortostática. B) distensão venosa jugular. C) diminuição da pressão de pulso. D) ascite. CONTROLE HIDROELETROLÍTICO O equilíbrio entre o volume plasmático de água e eletrólitos é essencial para o funcionamento de diversas funções orgânicas, tais como contração muscular, bom desempenho do Sistema Nervoso Central (SNC), adequada função cardíaca e renal. Todo esse equilíbrio é mediado pelo: Hipotálamo: centro responsável pelo controle da osmolaridade plasmática (≅ 280-300 mOsm/Kg). O hipotálamo possui osmoreceptores (especializados em ler como está a osmolaridade do plasma). Ao detectar qualquer alteração na osmolaridade, ele envia um sinal para neuro-hipófise. A osmolaridade do sangue pode aumentar, por exemplo, na ingestão de alimentos muito salgados ou pela perda de água pelo suor. Neuro-hipófise: secreta ADH (hormônio antidiurético) para atuar nos ductos coletores renais, promovendo maior permeabilidade e permitindo que maior quantidade de água seja reabsorvida. É como se ele inserisse aquaporinas nos ductos coletores (porção final do néfron), que são canais de água através das membranas celulares. Quanto mais aquaporina dentro do ducto coletor, maior será a saída de água do ultrafiltrado de volta para o sangue (maior concentração e menor produção de urina). A liberação de ADH também ativa a glândula suprarrenal que secreta aldosterona. Rins, fígado e pulmões: Renina, Angiotensionogênio e ECA (Sistema renina, angiotensina e aldosterona - SRAA). Esse sistema será responsável por uma série de mecanismo para que se consiga manter o líquido dentro do corpo. O SRAA ativa a liberação de aldosterona pela suprarrenal. Suprarrenal: secreta aldosterona. Que aumenta a reabsorção de Na+ (e de água) nos rins e a excreção de potássio. Paratireoide e Tireoide: a paratireoide antagoniza a tireoide para secretar hormônios que vão fazer a regulação dos íons Ca+ (principalmente) e fosfato. O hormônio paratireoideano (PTH = paratormônio) é liberado pela paratireoide e tem como principal função a manutenção de cálcio e fosfato no sangue (ele tira cálcio dos ossos). Já a tireoide libera o hormônio calcitonina, que é responsável pela diminuição dos níveis de cálcio e fosfato no sangue (ela tira o cálcio do sangue e devolve para os ossos). Átrios: libera o hormônio PNA (peptídeo natriurético atrial). Ao distender demais as fibras atriais (pré-carga aumentada) para chegada de sangue, esse simples esgarçar dos miócitos faz com que haja liberação de PNA e com que ele ganhe a corrente sanguínea, chegue nos rins e aumente a excreção de Na+ (e, consequentemente, água) pela urina. Natriurético liberação de sódio pela urina. Resolvendo a questão da hipervolemia. Sede: o mecanismo da sede é regulado pelo córtex cerebral. Em casos de muita desidratação, em que o indivíduo quer beber muita água, ao ingerir uma quantidade considerável de água, a sede cessa e ele se sente saciado. Esse mecanismo faz uma leitura instantânea, que o córtex cerebral faz e envia a mensagem de “chega de água”. Os distúrbios hidroeletrolíticos (DH) ocorrem quando essas compensações orgânicas são superadas por eles, ou seja, superam a capacidade do corpo de correção. Os DH é um estado de desequilíbrio entre ganhos e perdas. Principais Consequências dos DH: Desidratação; Choque; Arritmias ventriculares; Espasmos musculares e convulsões; Alterações no equilíbrio ácido e básico (acidose ou alcalose); Edema cerebral e coma. CUIDADOS DE ENF COMUNS A TODOS OS DH Controle do balanço hídrico; Avaliação rigorosa do perfil hemodinâmico (PA e FC são os principais parâmetros); Mensuração do peso em jejum; para ter o peso mais próximo do real da condição eletrolítica do paciente. Avaliação de edema; Examinar edemas e volume abdominal; Observar turgor cutâneo e necessidade de hidratação. SOLUÇÕES ISO, HIPO E HIPERTÔNICA Isotônica: SF 0,9%, SG 5%, ringer lactato e solução glicofisiológica (SF 0,9% + SG 5%). Hipotônica: SF 0,45%, água destilada. São soluções utilizadas em caso de aumento da osmolaridade e em casos de necessidade de hiper- hidratação das células (cateterismo cardíaco, necessita de contraste que é uma substancia nefrotóxica, logo, um cuidado de enfermagem nesses casos é fazer uma reposição de SF 0,45% antes da aplicação do contraste. Pois, como a solução é hipotônica o plasma ficará menos tônico do que as células, e como a célula está mais hipertônica em comparação ao plasma, ela puxará a água do plasma ao invés do contraste circulante na corrente sanguínea. Isso é ótimo para as células renais, pois essa hiper-hidratação faz com que elas não absorvam o contraste, eliminando-o de maneira mais rápida). Em pacientes com restrição hídrica essa infusão de solução hipotônica deve ser feita de maneira muito controlada. Hipertônica: soluções com concentrações maiores que as isotônicas. O plasma hipertônico vai desidratar (puxar agua) as células. Pacientes DM descompensados possuem o sangueisola-se as pressões e tem-se uma estimativa de como está a função cardíaca esquerda). A injeção de SF0,9% é injetada no lúmen proximal (AD) e o termistor está na artéria pulmonar antes do balonete. Cuidados de enfermagem: NUNCA deixe o balão inflado. Privativo do médico. COMPLICAÇÕES DO CAP Relacionadas à inserção do cateter: Pneumotórax; Hematoma; Ruptura da artéria pulmonar; Arritmias benignas: contração atrial e ventricular prematura (ESS – extrassístoles) que podem levar a arritmias mais graves como TV e FV, pela irritação da ponta do cateter na parede da câmara cardíaca. BAV e BRD (bloqueio de ramo direito). O cateter fica “dançando” dentro do AD às cegas e sua ponta pode ficar batendo em células especializadas, isso pode gerar arritmias por irritar o músculo cardíaco. Relacionadas à permanência do cateter: Trombose; Bacteremia; Endocardite; Ruptura da válvula; pois ele fica o tempo todo no meio dela (pois ela está no caminho que ele percorre de AD a AP). Embolia pulmonar; Infarto pulmonar. Assistência de Enfermagem no Uso do Swan-ganz: https://doi.org/10.1590/0034-716719780002000006 Finalidades do Swan-ganz: Avaliação das pressões nas cavidades direitas, tronco e artéria pulmonar (AP), capilar pulmonar (CP) e débito cardíaco pela termodiluição; Controle da função ventricular esquerda; Prevenção e tratamento da falência cardíaca em pacientes com infarto agudo do miocárdio (IAM); Controle da sobrecarga hídrica imposta pela infusão de líquidos e transfusões em pacientes com baixa reserva cardíaca; Controle pós-operatório de doentes submetidos à cirurgia cardíaca; e Avaliação de efeitos clínicos e hemodinâmicos de drogas vasopressoras. CÁLCULOS OXI-HEMODINAMICOS VARIÁVEIS HEMODINAMICAS PRESSÃO INTRA-ABDOMINAL (PIA) INDICAÇÕES: Pacientes com risco de desenvolvimento de hipertensão intra-abdominal ou síndrome compartimental aguda (SCA), que ocorre quando o conteúdo do abdome se expande além da cavidade abdominal. O abdome incha demais e a PIA fica aumentada. O abdome é uma cavidade repleta de vísceras importantes, que são perfundidas de acordo com a PA, mas a extremidade da circulação visceral ocorre a nível capilar (extremamente sensíveis e frágeis). Logo, se acontece uma expansão abdominal muito grande que afete a PIA, isso vai forçar esses capilares e comprometer a perfusão das vísceras (levando a uma “lesão tecidual por pressão”). O órgão que sofre isquemia mais rápido é o intestino. Possíveis causas de Hipertensão Intra-Abdominal e Síndrome Compartimental Aguda: Sangramento intraperitoneal; Peritonite, ascite; Distensão gasosa intestinal; Uso de vestuário pneumático antichoque; Insuflação do peritônio durante procedimentos de videolaparoscopia; na videolaparoscopia, o peritônio é inflado com ar para facilitar a visualização. Fechamento da parede abdominal na presença de edema visceral. https://doi.org/10.1590/0034-716719780002000006 Situações em que pode ocorrer Hipertensão Intra- Abdominal (HIA) e SCA: Trauma, fraturas pélvicas, transplante renal; Ruptura de aneurisma, cirrose/ascite; Obstrução intestinal, pancreatite hemorrágica; Neoplasias, pré-eclampsia; Gravidez com coagulação intravascular disseminada. Manifestações Clínicas da HIA e SCA: Bradicardia; Hipotensão arterial; Oligúria/anúria; Aumento da pressão inspiratória; com o aumento da PIA, o diafragma tem dificuldade para descer e os pulmões tem sua expansão reduzida = dispneia. Hipercapnia e hipóxia; Aumento da pressão intracraniana; Rigidez da parede abdominal. A elevação da pressão do compartimento intra- abdominal pode resultar em diminuição do fluxo sanguíneo aos órgãos da cavidade intra-abdominal e, consequentemente, afetar o funcionamento de múltiplos órgãos e sistemas. O da PIA causa constrição da veia cava, que cursa com acúmulo de sangue nos MMII e diminuição do retorno venoso. Com a diminuição do retorno venoso, o DC também será reduzido e não chega sangue nos rins, por isso ocorre hipotensão e oligúria. A bexiga age como um reservatório passivo e reflete precisamente a pressão intra-abdominal quando o volume intravesical for igual ou superior a 25ml. MONITORIZAÇÃO DA PIA Valor normal da PIA = 0 a 12 mmHg. A PIA aumenta com a inspiração e diminui com a expiração, devido à contração e ao relaxamento diafragmático. Muitos métodos podem ser utilizados para medir a PIA (intraperitoneal, intragástrico, retal), a medição da pressão da bexiga é o mais aceito para uso clínico e pode ser feito com sonda vesical (três vias). A avaliação da PIA é realizada por um cateter de três vias (three-way ou sonda de Owen). Existem bancas que chamam a three-way/Owen de Folley, mas a rigor, Folley é de duas vias. A primeira via drena a urina, a segunda via é para inflar o balonete (com ÁGUA DESTILADA, não se infla com SF para não cristalizar a sonda e dificultar a remoção, nem com ar porque murcha o balonete). E a terceira via permite a entrada de um fluido (= irrigação, geralmente, com SF). Primeiramente a bexiga é esvaziada, e após seu esvaziamento, injeta-se 25 ml de SF, o sistema é zerado e aberto para a medição da pressão. Será no mesmo local onde coloca a PVC, no monitor, a PVC = será PIA. Normalmente, a PIA é zero ou levemente subatmosférica (negativa) em ventilação espontânea e levemente positiva nos pacientes em ventilação mecânica (valor normal 0 a 5 mmHg). Porém, após cirurgia abdominal, a PIA normalmente pode estar entre 0 e 15 mmHg. Acima de 15 mmHg indicam início de hipertensão intra-abdominal. Pressões acima de 15 a 20 mmHg são capazes de causar redução do débito urinário, aumento da pressão respiratória e redução do débito cardíaco. Quando maiores de 25 mmHg mudanças fisiológicas são frequentes e clinicamente significativas, sendo indicada a descompressão cirúrgica. CLASSIFICAÇÃO DA GRAVIDADE DA HIA: Grau I: 12-15 mmHg; Grau II: 16-20 mmHg. Grau III: 21-25 mmHg; Grau IV: 25 mmHg. Quando a PIAl for > 20 mmHg, já se classifica como Síndrome Compartimental Abdominal (SCA). Complicações da Avaliação da PIA: infecção urinária e desconforto abdominal. A bexiga é uma estrutura estéril, quando esse órgão é invadido com um dispositivo de medição, a chance de uma infecção urinária aumenta. CUIDADOS DE ENF NA VERIFICAÇÃO DA PIA: Verificar a PIA a cada 4 a 8h; A bexiga deve ser esvaziada antes do procedimento; É importante que todas as aferições sejam realizadas com o paciente na mesma posição (0º a 30º), idealmente na posição de 0º, devido a menor pressão exercida na parede abdominal; para nivelar o corpo do paciente e não ter ação da gravidade sobre as vísceras, que pode aumentar a pressão. Mas como nem todo paciente pode ficar em 0º, admite-se que durante a avaliação da PIA pode-se colocar o paciente até 30º. A PIA é verificada na expiração. Se o paciente está inspirando, o diafragma desce e aumenta a PIA. O valor da PIA aumenta e diminui em função da respiração. Logo, o valor da PIA durante a expiração é o mais fidedigno. Durante a tosse, manobra de valsalva ou evacuação, o paciente pode atingir uma PIA de até 200 mmHg, mas por pouco tempo. Se um paciente sofre de constipação por muito tempo, aumenta a chance de causar hemorroidas, porque a PIA fica elevada a maior parte do tempo. PRINCIPAIS DROGAS UTILIZADAS NA TERAPIA INTENSIVA VASOATIVAS Geralmente, ao falar sobre drogas vasoativas, pensamos em drogas com potencial vasoconstritor, que são da família dos medicamentos que emulam o sistema simpático. Mas a rigor, drogas vasoativas são àquelas que exercem ação no vaso, podendo seração de constrição ou dilatação. As drogas vasoativas são administradas para melhorar a estabilidade hemodinâmica do paciente quando a terapia hídrica isolada não consegue manter a pressão arterial média (PAM) adequada. A PAM adequada é de 70 a 100 mmHg, quando está abaixo de 65 mmHg, o paciente está chocado. Pode ser apenas uma desidratação, mas ao repor volume não necessariamente ele irá responder, depende da patologia. Esse volume infundido pode extravasar para o parênquima pulmonar e gerar um EAP. Quando a HV não produz resposta no paciente, será necessário o uso das drogas vasoativas. As drogas vasoativas são selecionadas para corrigir a alteração hemodinâmica particular representada pela redução do débito cardíaco iminente, por exemplo. Esses medicamentos ajudam a: Aumentar a força da contratilidade miocárdica; Regular a frequência cardíaca; Reduzir a resistência miocárdica; Iniciar a vasoconstrição. Pincipalmente a vasoconstrição periférica, pois existem muitos vasos na periferia, logo, essa vasoconstrição periférica ajuda a aumentar a PA rapidamente. Os fármacos vasoativos são selecionados por sua ação sobre os receptores do sistema nervoso simpático (alfa-adrenérgicos e beta-adrenérgicos). Estimulação dos Receptores: Alfa-adrenérgicos vasoconstrição nos sistemas cardiorrespiratório e gastrointestinal, pele e rins. Beta-1 aumentam a FC e a contração miocárdica. Beta-2 vasodilatação no coração e nos músculos esqueléticos, e os bronquíolos relaxam. BETA-1: Todas as drogas que atuam sobre beta-1 vão aumentar a força de contração, pois vão atuar em receptores cardíacos, isso se chama inotropismo positivo, o que aumenta o DC. Drogas inotrópicas aumentam força de contração = DC. BETA-2: Os receptores beta-2 (que estão principalmente no trato respiratório) são do sistema simpático (luta ou fuga) e vão causar broncodilatação para aumentar a oferta de O2 que chega nos alvéolos. Também estão no sistema genitourinário para evitar a liberação de urina ou fezes durante a “luta”. No fígado, aumentam a liberação de glicose para fornecer energia e causa vasodilatação muscular para aumentar a irrigação nos músculos. ALFA 1: Os receptores alfa-1 causam vasoconstrição periférica, da pele, por exemplo. ALFA-2: Os receptores alfa-2 estão primordialmente na fenda pós-sináptica e no pâncreas. Quando falamos das drogas simpaticomiméticas, esses receptores são os que tem menos relevância. Os medicamentos usados no tratamento do choque podem ter várias combinações vasoativas para maximizar a perfusão tecidual ao estimular ou bloquear os receptores alfa e beta-adrenérgicos. Quando são administrados, os sinais vitais devem ser monitorados com frequência (pelo menos a cada 15 min até a estabilização, ou com maior frequência, quando indicado). Monitora a cada 15 minutos até descobrir qual a dose-alvo do paciente e mantê-lo estabilizado. As drogas vasoativas devem ser administradas, preferencialmente, em uma linha venosa central, porque a infiltração e o extravasamento de alguns medicamentos vasoativos podem provocar necrose e desprendimento tecidual (é uma iatrogenia). E como são drogas que agem muito rápido e qualquer oscilação de dose pode gerar respostas sistêmicas muito intensas, devem ser administradas em Bomba de infusão ou controlador IV, para garantir que os medicamentos sejam administrados com segurança e exatidão. ALERTA! Nunca devem ser interrompidos de maneira abrupta, (causaria grave instabilidade hemodinâmica, perpetuando o estado de choque). OBS: as drogas vasoativas possuem capacidade de elevar a PA por meio da vasoconstrição periférica generalizada. Logo, um dos cuidados de enfermagem com o paciente em uso dessa medicação é aquecer as extremidades, pois a chance de causar necrose de falanges é grande. As dosagens de medicamentos vasoativos devem ser progressivamente diminuídas, e o paciente deve ser desmamado em relação ao medicamento, com o monitoramento frequente da PA (a cada 15 min). ADRENALINA / EPINEFRINA Transmissor do sistema simpático que possui efeito alfa e beta-adrenérgico, com maior predominância no receptor beta. Proporciona: Aumento do débito cardíaco; pois atua principalmente no coração aumentando a FC = isso impacta diretamente no DC); Vasoconstrição cutânea; pois desloca o volume para circulação central; Vasodilatação visceral; Aumento da produção de glucagon e hiperglicemia. Indicações: asma (faz broncodilatação), reação anafilática (diminui o extravasamento de plasma dos vasos sanguíneos), BAV, PCR e choque séptico. São indicações de administração exógena de adrenalina, pois a administração continua e endógena é realizada, principalmente, pela adrenal. Vias de Administração: 1. Subcutânea (asma brônquica e reação anafilática) = 1mg/dose; 2. Endovenosa (PCR, BAV): em bollus = 1mg 3-5min, em dripping** (choque); **Dripping = gotejamento. Trata-se da administração de medicamentos por infusão contínua (de forma suave e lenta) por meio de gotejamento através de um equipo de gotas ou microgotas. Pode-se utilizar bomba de infusão, e caso não tenha, é preciso realizar o cálculo de gotejamento. 3. Endotraqueal (PCR ou BAVT) = dose dobrada diluída com 5-10ml de AD (não usar SF 0,9%, pois dificulta a absorção traqueal). Dilui em água destilada para facilitar a absorção pelo TR e em seguida utiliza-se o ambu para empurrar o medicamento pelo TR através da ventilação, para que seja absorvido pelas extremidades com membrana e ganhe a circulação. Complicações: taquicardia/FV (por isso, é preciso monitorar), palidez cutâneo mucosa, tremores (pois a glicose está sendo retirada dos músculos), hipertensão, hiperglicemia e hipertireoidismo. As catecolaminas são inativadas por soluções alcalinas (HCO3). As catecolaminas (adrenalina, noradrenalina, dopamina) tem seu efeito afetado na presença de acidoses e alcaloses, logo, elas não devem ser administradas com HCO3. Caso seja necessária a administração de HCO3, deve ser feita em uma via separada. NORADRENALINA / NOREPINEFRINA Efeito adrenérgico predominantemente alfa e beta-1 adrenérgico. Diferente da adrenalina, por possuir maior e mais seguro efeito vasoconstrictor, aumenta o retorno venoso. Indicações: Choque distributivo (séptico), choque cardiogênico, IAM. É feita principalmente em pacientes chocados, devido ao seu potente efeito vasoconstritor. Um paciente com DC diminuído e com excesso de circulação nas periferias, ao receber nora, o efeito vasoconstritor empurra o sangue de volta e aumenta o retorno venoso = DC. OBS: não é em todo paciente com IAM que se deve administrar nora, apenas em casos, em que o IAM causar um choque cardiogênico. Em pacientes com IAM e PA elevada NÃO se deve administrar noradrenalina. Via de administração: Endovenosa (EV) em dripping com doses de 0,01 a 2,0 mcg/Kg/min. Deve ser feita em um acesso central com bomba infusora e monitorização hemodinâmica direta, pois possui efeito muito potente. Complicações: insuficiência renal, isquemia periférica, hipertensão, fibrilação ventricular (FV), palidez cutâneo mucosa, tremores, náuseas, hiperglicemia e hipertireoidismo. É contraindicada (avaliar custo benefício) nos casos de glaucoma, angina pectoris, insuficiência renal e aterosclerose. DOBUTAMINA Catecolamina sintética de efeito predominante em Beta-1 adrenérgico e fraco efeito Beta-2. Beta-1 está presente no coração, logo, ela aumenta a força de contração (inotropismo positivo = pega um coração doente/cansado e faz ele bater jovem novamente), mas NÃO AGE AUMENTANDO A FC e a PA. Suas ações resumem-se em inotropismo positivo, porém com menor efeito arritmogênico e vasodilatação pararedução da pós-carga. Aumenta o DC com mínima oscilação da FC e PA, o débito urinário e também pode diminuir a resistência vascular pulmonar e sistêmica. Via de administração: EV: em dripping 5-40mcg/Kg/min (geralmente 5-15mcg). Indicações: choque cardiogênico, IC, IAM (gerado pela IC), pós-operatório cirurgia e transplante cardíaco e no choque distributivo. Complicações: cefaleia, tonteiras, tremores, ansiedade, alterações de FC e PA (em alguns pacientes), irritação no local da infusão (trocar dripping a cada 24h). DOPAMINA Droga sintética, percussor da síntese endógena de noradrenalina e adrenalina (quando orgânica: dopa nora adrenalina), ativando os receptores beta-1 e estimulando a liberação de noradrenalina no miocárdio. Possui efeito DOSE-DEPENDENTE podendo estimular receptor alfa, beta e dopa-adrenérgico: Dose baixa (2-5 mcg/Kg/min): efeito dopaminérgico (em receptores D1 e D2, presentes primordialmente nos rins e mesentério), vasodilatação renal, cerebral, mesentérica e coronariana. Ela é muito boa para o paciente chocado. Nesse paciente, a primeira droga de escolha é a noradrenalina, para fazer vasoconstrição periférica = aumentar o retorno venoso, contudo, também pode ocorrer vasoconstrição renal. Por isso, geralmente, faz-se noradrenalina associada a uma baixa dose de dopamina, para noradrenalina fazer vasoconstrição periférica e a dopamina vasodilatação renal. Dose 6-15 mcg/Kg/min: além do aumento da perfusão renal, tem-se um estímulo beta-adrenérgico = aumentando o DC; Dose 16-30 mcg/Kg/min: efeito Alfa e Beta- adrenérgico com vasoconstricção periférica e aumento da PA; a partir dessa dosagem perde-se o efeito de vasodilatação renal e mesentérica. Dose alta (> 30 mcg/Kg/min): Alfa adrenérgico, vasoconstrição sistêmica, aumento da PA, abolição dos efeitos vasodilatadores renais e mesentéricos. Nessa dosagem alta, ela perde o efeito beta e só age em alfa. A informação mais importante sobre a dopamina é que ela é dose-dependente, ou seja, seu efeito específico varia de acordo com a dose. Por isso, é a droga vasoativa mais cobrada nas provas. Indicações: choque cardiogênico, IAM, hipotensão severa exceto por hipovolemia (pois se a hipotensão é causada por hipovolemia, inicialmente, o paciente não precisa de nora ou dopa, ele precisa de volume = HV), oligúria, choque séptico. Complicações: cefaleia, náuseas, tonteira, tremores e ansiedade, alterações de FC e PA, pode causar arritmias ventriculares. Cuidados: Trocar a solução a cada 24h, manter monitorização constante de pressão arterial (PA), invasiva, e débito urinário (DU). Pode ser contraindicada nos casos de glaucoma. # RESUMO CATECOLAMINAS O isoproterenol é uma droga sintética e é inovasodilatador (aumenta força de contração atuando em beta-1 e faz vasodilatação em beta-2 – que ficam em vasos profundos do corpo). ATROPINA (Droga Parassimpática) Possui ação vagolítica (parassimpaticolítica) importante pela inibição dos receptores colinérgicos muscarínicos. Essa droga quebra a ação da acetilcolina (neurotransmissor que atua no sistema nervoso parassimpático). Temos 5 receptores muscarínicos pelo corpo (M1 a M5), os receptores M2 e M4 estão no coração. E são neles que a atropina é administrada quando o objetivo é mexer na função cardíaca. É antagonista da acetilcolina que aumenta a frequência de disparos do nó sinusal melhorando a condução atrioventricular produzindo taquicardia. Se ela aumenta a frequência de disparo, ela aumenta a FC e isso é interessante para bradicardia. ATENÇÃO!! Foi removida do algoritmo da PCR por AESP e assistolia (AHA, 2020). Indicações: bradicardias sintomáticas (paciente está tão bradicardico que fica intolerante a atividade), BAV, hipocalcemia e intoxicação por organofosforados (antídoto). Deve ser administrada em bollus, com dose máxima de 2mg. Complicações: taquicardia e hipotensão, secura na boca, dificuldade de deglutição e rubor facial, midríase e visão turva. Em exames oftalmológicos é utilizado colírio de atropina para vasodilatar a pupila (midríase). Em bradiarritmias sempre utiliza-se atropina. Ex.: paciente com bradicardia com presença de sinais de baixo DC como hipotensão, alteração aguda do estado mental e sinais de choque. Apesar de ser um caso de choque causado por um baixo DC, essa alteração do DC está ocorrendo em função de uma baixa FC. Por isso, usa-se atropina. VASODILATADORES NITROPRUSSIATO DE SÓDIO Ação hipotensora por vasodilatação arterial e venosa periférica. Tem uma ação mais sistêmica. Indicações: crise hipertensiva (emergências hipertensivas), cardiopatias valvares (especialmente mitral), insuficiência cardíaca congestiva (ICC), EAP hipertensivo (nesses casos, o nitroprussiato é feito para fazer vasodilatação periférica e diminuir o encharcamento pulmonar), IAM. Complicações: alteração do nível de consciência, cefaleia (todo vasodilatador tende a causar cefaleia pulsante = a cada sístole ventricular o paciente sente um golpe de dor na cabeça), alterações da FC e ECG, irritação no local da infusão, hipotensão severa (choque). Cuidados: monitorização, o dripping deverá ser trocado a cada 24h e protegido da luz (o nitroprussiato é fotossensível = a luz pode diminuir ou eliminar sua ação. Logo, todo sistema precisa ser fotoprotetor, o equipo e o frasco de água destilada na qual a droga será diluída deve ser envolvido por um saco fotoprotetor). Atentar para suspensão após 72h de uso contínuo, pois pode causar intoxicação por cianeto. A metabolização do nitroprussiato gera o cianeto, inicialmente esse cianeto consegue ser depurado pelo organismo, mas após 72h ele começa a se acumular. NITROGLICERINA Ação vasodilatadora arterial, coronariana e diminui o tônus venoso, isso influencia diretamente na pré e pós- carga. Tem ação mais cardíaca. Indicações: Isquemia miocárdica, angina instável, ICC, IAM, EAP, hipertensão arterial pulmonar (HAP). Complicações: cefaleia e tonteira, palidez cutâneo mucosa, taquicardia ou bradicardia, hipertensão e desconforto retroesternal, flebite (preferencialmente administrar em veia central). Cuidados: O dripping deve ser trocado a cada 24h. É incompatível com o PVC do equipo (a nitroglicerina adere no equipo com PVC e isso diminui a dose que chega no paciente), logo, é preciso usar um equipo próprio (PVC free) ou impregnar o equipo com a solução por 15min antes de instalar (para “hidratar” o PVC e mínima a aderência da nitroglicerina com as moléculas de PVC). Atentar para suspensão após 48h de terapia e transição para nitrato oral. ATENÇÃO!! O nitroprussiato é “para fora” = ação sistêmica e periférica. A nitroglicerina é para o coração (coronárias). Quando um paciente está infartando, ele tem uma evolução do infarto, ou seja, o IAM possui algumas fases. No início do IAM, o paciente tende a apresentar hipertensão (luta do coração para debitar mais sangue para perfundir as próprias coronárias). Caso não ocorra uma intervenção efetiva nessa fase, o paciente evoluirá para um IAM com hipotensão (indica que o paciente já perdeu muito músculo = já está infartando há muito tempo). Na isquemia miocárdica hipertensiva é preciso se preocupar mais em restabelecer a circulação coronária do que em diminuir a PA, pois muitas vezes ao reestabelecer a perfusão coronária a hipertensão cessa. ANTIARRÍTMICOS Relembrando... Classe 1: bloqueadores dos canais de Na+; Classe 2: bloqueadores dos receptores beta- adrenérgicos (betabloqueadores); Classe 3: bloqueadores dos canais de K+; Classe 4: bloqueadores dos canais de Ca++. LIDOCAÍNA 2% Anestésico local com propriedades antiarrítmicas, pois aumenta a entrada de K+ abreviando/diminuindoa duração do potencial de ação nas fibras de Purkinje. Antiarrítmico classe I (bloqueador dos canais de Na+, por isso aumenta a entrada de K+). Indicações: tratamento de arritmias ventriculares graves. Via de Administração: EV com dose de 1 a 1,5mg/Kg a cada 3-5min em bollus e dripping 2-4mg/min. Complicações: alergia, interação com betabloqueadores (a lidocaína diminui a excreção em 25%, logo o efeito dos betabloqueadores será exacerbado/aumentado), alterações SNC (sonolência, alucinação, convulsão, depressão respiratória – pois o Na+ atua intensamente não só nas despolarizações cardíacas, mas nas nervosas também). Pode causar hipotensão e bradicardia. AMIODARONA Antiarrítmico de classe III (bloqueador dos canais de K+), atua prolongando a repolarização ventricular e aumentando o período refratário relativo (fase 3 do potencial de ação). Indicações: arritmias supraventriculares/atriais e ventriculares. Vias de administração: VO: 600mg/dia = 3x; EV: em bollus de 5-10 mg/Kg (ataque) e dripping 10- 20 mg/kg/dia (manutenção). Complicações: bradicardia, ressecamento de córnea e conjuntiva por depósito de cristais de amiodarona. Pode ocorrer diarreia, rush cutâneo, cefaleia, artralgia. É fotossensível, interage com o PVC do equipo. É contraindicada nos casos de bradicardia e BAV. SEDATIVOS TRACRIUM (ATRACÚRIO / CISATRACÚRIO) Droga curalizante (bloqueadora neuromuscular). O paciente fica lúcido e orientado, mas não consegue se mover. É como se fosse a síndrome do encarceramento. Não se faz atracúrio antes de sedar o paciente. Indicações: intubação endotraqueal, anestesia, diminuição da rigidez muscular e barotrauma (lesão no tecido de um órgão causada pela diferença da pressão interna com a atmosférica = pode ocorrer em viagem de avião ou em locais de altitudes elevadas. Pode ocorrer no ouvido, pulmão e intestino). Deve ser administrado em bollus (lentamente) e eventualmente em dripping (contínuo). Complicações: desconfortável para o paciente (sempre administrar um sedativo antes), broncoespasmo, espasmo muscular, bradicardia, hipotensão, depressão respiratória (ele é um bloqueador neuromuscular, logo, o paciente não consegue mobilizar mais o diafragma. Por isso, precisa instalar VM controlada). Seu uso nos pacientes com miastenia (paciente com miastenia já possui fraqueza/disfunção neuromuscular, logo, a administração de atracúrio vai piorar esse quadro), insuficiência renal e hepática deve ser cauteloso (a função hepática e renal são responsáveis por metabolizar a droga, logo em casos de insuficiência, pode ocorrer acúmulo dessa droga no organismo). FENTANIL Opiáceo e, assim como a morfina, tem efeito bimodal, pois causa depressão das áreas cerebrais como córtex cerebral, tálamo, centro respiratório e estimula medula espinhal, nervo vago e centros do vômito. Tem efeito sedativo/analgésico. Complicações: alterações comportamentais e gastrointestinais (náuseas, vômitos, constipação), bradicardia, hipotensão, depressão respiratória (dependendo da dose e do acumulo do opioide no organismo). Pode ocorrer alterações de pele e contratura muscular (tórax rígido). O antídoto (que reverte a ação) do fentanil é a NALOXOMA. PROPOFOL Fármaco de ultracurta-duração (ação e efeito ultrarrápidos, mas perde o efeito muito rápido também) da classe dos sedativos/hipnóticos não barbitúricos. A injeção endovenosa de uma dose terapêutica (1,5 - 2,5 mg/kg para indução) de propofol induz a hipnose, com excitação mínima, usualmente em menos de 40s (o tempo de uma circulação braço-cérebro). Ou seja, ele circulou, já vai perdendo o efeito. O mecanismo de ação proposto é atividade agonista de receptores do tipo GABA (ácido gama-amino-butírico). Sua ligação provocaria a abertura de canais de íons cloreto levando à hiperpolarização neuronal. Por ser uma emulsão lipídica, o equipo deve ser trocado a cada uso ou, no caso de infusão contínua, no máximo a cada 12h para evitar infecção ANVISA (2017). Síndrome da Infusão do Propofol: conjunto de eventos adversos, quase sempre de evolução fatal, que ocorrem após infusão contínua de altas doses de propofol. Os eventos adversos incluem: falência cardíaca, disritmias cardíacas, acidose metabólica, hipertrigliceridemia (por ser uma emulsão lipídica), rabdomiólise e insuficiência renal. Também ocorre infiltração de gordura no fígado, nos pulmões e em outros órgãos parenquimatosos. CLORIDRATO DE DEXMEDETOMIDINA (Precedex) Agonista adrenérgico de receptores alfa-2 (age na fenda pós-sináptica) potente e altamente seletivo, que não tem afinidade pelos receptores beta- adrenérgicos, muscarínicos, dopaminérgicos ou serotoninérgicos. Promove sedação e analgesia sem depressão respiratória, diferentemente da maioria das outras drogas utilizadas na terapia intensiva para este fim, por isso é mais seguro e mais caro. Durante o estado de sedação, os pacientes podem ser despertados e são cooperativos. Acredita-se que as ações sedativas do precedex sejam principalmente mediadas pelos adrenorreceptores alfa-2 póssinápticos. Outras propriedades simpatolíticas adicionais incluem: diminuição da ansiedade, diminuição da resposta hormonal ao estresse e redução da pressão intraocular. Não possui efeito anticonvulsivante. ATENÇÃO!! Os benzodiazepínicos (midazolan) são drogas que podem precipitar delirium, quando avaliados em relação a outros sedativos (ex.: propofol). O antídoto do midazolan é o flumazenil. Estudos comparando precedex com benzodiazepínicos favorecem o precedex no que diz respeito ao menor número de episódios desta condição, bastante prevalente no ambiente de terapia intensiva. ESCALAS PARA AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE SEDAÇÃO ESCALA DE RAMSAY Avalia o grau de sedação do paciente em TI. É a que mais cai em provas. ESACALA DE RASS É maior que a de Ramsay pois avalia tanto sedação quanto agitação. O escore da RASS é global. RASS zero é o paciente “normal”: calmo, acordado, respondendo normalmente a estímulos — nem agitado, nem sedado. Pontuações positivas (+1 a +4) são dadas a pacientes superativos, inquietos, combativos, enquanto pontuações negativas (-1 a -5) são reservadas para pacientes sonolentos, sedados ou comatosos. OXIGENOTERAPIA E VENTILAÇÃO MECÂNICA OXIGENOTERAPIA Emprega dispositivos para suprir a deficiência de oxigênio no organismo. Sua terapêutica advém da administração de oxigênio suplementar por meio de diferentes interfaces, objetivando manter valores da PaO2, da saturação arterial ou periférica de oxigênio, dentro dos parâmetros adequados. Consiste na administração de O2 em uma concentração superior a 21%. Ou seja, oxigenoterapia é a oferta de O2 > 21% (concentração de FiO2 disponível em ar ambiente). 21% = 0,21 / 100% = 1. A Fração Inspirada de O2 (FiO2) pode variar entre 0,21 e 1,0 (o equivalente a um intervalo entre 21% e 100%) de O2. O controle da oxigenoterapia não é realizado por meio da FiO2 e sim pela avaliação gasométrica (PaO2) ou pelo oxímetro. A titulação de FiO2 do paciente será de acordo com o quanto que ele responde, só não pode ser menor que 21%. INDICAÇÕES: em casos de hipoxemia com sinais de hipóxia tais como: agitação, desorientação, confusão, dispneia, aumento da PA, alterações de frequência cardíaca, cianose e extremidades frias (esses são sinais de insuficiência respiratória). TIPOS DE HIPÓXIA A hipóxia pode ocorrer em consequência de qualquer doença pulmonar grave (suprimento de oxigênio inadequado) ou de doença extrapulmonar (administração de oxigênio inadequada) afetando a troca gasosa no nível celular. Hipóxia: baixa de O2 nos tecidos. Hipoxemia: baixa pressão de O2 no sangue. Hipóxia hipoxêmica: nível diminuídono sangue resultando na difusão de oxigênio diminuída para dentro dos tecidos. Pode ser causada por hipoventilação, altitudes elevadas, desequilíbrio da ventilação-perfusão (como na embolia pulmonar), shunts nos quais os alvéolos estão colapsados e não podem fornecer o oxigênio para o sangue (ex.: atelectasia) e defeitos da difusão pulmonar. É corrigida pelo aumento da ventilação alveolar ou fornecimento de oxigênio suplementar. Baixa pressão de O2 no sangue, pois não há troca gasosa alveolar, tem relação com disfunção ventilatória ou pulmonar. Hipóxia circulatória: resultante da circulação capilar inadequada. Pode ser causada por DC diminuído, obstrução vascular local, estados de baixo fluxo, como choque ou parada cardíaca. Embora a pressão parcial de O2 tecidual esteja diminuída, o O2 arterial permanece normal. É corrigida pela identificação e tratamento da causa subjacente. Nesse caso não há privação de O2, a troca gasosa está ok, mas ocorre por alterações circulatórias (não tem volume de sangue suficiente para circular o O2). Tem relação com a perfusão. Hipóxia anêmica: resultado da concentração de hemoglobina efetiva diminuída, o que causa uma diminuição na capacidade carreadora de O2 no sangue. O pulmão está ok, mas não se tem o meio (Hb) para levar O2 até os tecidos. Hipóxia histotóxica: ocorre quando uma substância tóxica, como o cianeto ou monóxido de carbono, interfere na capacidade dos tecidos de usar o oxigênio disponível. Ou seja, é quando a Hb tem mais afinidade por outra substância (monóxido de carbono ou cianeto) do que pelo O2. OBS: o O2 não viaja livre no sangue, se não causaria uma embolia gasosa. Ele precisa da hemoglobina para ser carreado. MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÊNIO O fluxo não se refere necessariamente a FiO2. Fluxo é a passagem de alguma coisa por um determinado tempo em um determinado espaço. SISTEMAS DE BAIXO FLUXO Quando o fluxo de O2 é maior do que 4 L/min é necessário umidificar o O2, para não ressecar as mucosas. 1. CÂNULA NASAL Velocidade do fluxo sugerido (L/min): 1-2, 3-5, 6; Parâmetro de % de O2 (FiO2): 23-30, 30-40, 42; Vantagens: leve, confortável, baixo custo, uso contínuo com as refeições e atividades. Desvantagens: ressecamento da mucosa nasal, FiO2 variável. 2. CATETER OROFARÍNGEO Mais usado em crianças. Mesma coisa da cânula nasal, mas é inserido pela boca. Velocidade do fluxo sugerido (L/min): 1 a 6; Parâmetro de % de O2 (FiO2): 23 a 42; Vantagens: baixo custo, não requer uma traqueostomia. Desvantagens: irritação da mucosa nasal, o cateter deve ser trocado com frequência para alternar as narinas. 3. MÁSCARA SIMPLES Velocidade do fluxo sugerido (L/min): 6 a 8; Parâmetro de % de O2 (FiO2): 40 a 60; Vantagens: uso simples, baixo custo. Desvantagens: adaptação deficiente, FiO2 variável, deve ser removida para se alimentar. 4. MÁSCARA DE REINALAÇÃO PARCIAL Permite reinalação de CO2. Velocidade do fluxo sugerido (L/min): 8 a 11; Parâmetro de % de O2 (FiO2): 50 a 75; Vantagens: concentração moderada de O2. Desvantagens: quente, adaptação deficiente, deve ser removida para se alimentar. 5. MÁSCARA DE NÃO REINALAÇÃO Não permite reinalação de CO2. Ela possui uma bolsa acoplada a máscara e essa bolsa é que fica conectada no O2 e é essa bolsa que recebe de 80-100% de O2. A bolsa possui válvulas, quando o paciente exala CO2 (expiração) a válvula da bolsa se fecha e as válvulas laterais se abrem (eliminando o CO2). Na inspiração, as válvulas das laterais se fecham e a válvula da bolsa abre (puxando o O2 da bolsa e esvaziando-a). Velocidade do fluxo sugerido (L/min): 12; Parâmetro de % de O2 (FiO2): 80 a 100; Vantagens: alta concentração de O2. Desvantagens: adaptação deficiente, deve ser removida para se alimentar. O oxigênio é um medicamento e é extremamente tóxico se utilizado por longos períodos com uma FiO2 > 60%. Pacientes que precisam de uma FiO2 > 60% por longos períodos, NECESSARIAMENTE, devem ser intubados. Interfaces que possuem um percentual de O2 > 50/60% são para casos emergenciais, ou seja, curtos períodos até que a intubação seja realizada. Todas as interfaces de baixo fluxo, exceto a cânula nasal, interferem na fala e alimentação do paciente. Uma alternativa de baixo fluxo (com FiO2 > 40%) que facilita comunicação e alimentação é a máscara de Hudson (da macronebulização). SISTEMAS DE ALTO FLUXO 1. CATETER TRANSTRAQUEAL É como se fosse ligar a cânula nasal na traqueostomia. Velocidade do fluxo sugerido (L/min): 1/4 a 4; Parâmetro de % de O2 (FiO2): 60 a 100; Vantagens: mais confortável, oculto pelas roupas, menos litros de O2/min são necessários do que com a cânula nasal. Desvantagens: requer a limpeza frequente e regular, requer intervenção cirúrgica. 2. MÁSCARA DE VENTURI Possui diferentes peças (válvulas) coloridas que ofertam diferentes percentuais de FiO2. A que mais cai em prova é a peça de cor verde, que oferta 35% de oxigênio. Velocidade do fluxo sugerido (L/min): 4 a 6; Parâmetro de % de O2 (FiO2): 24, 26, 28; Vantagens: fornece baixos níveis de O2 suplementar. Controla bem a FiO2, por isso é muito utilizada em casos de DPOC. Desvantagens: deve ser removida para se alimentar. 3. MÁSCARA AEROSSOL Velocidade do fluxo sugerido (L/min): 8 a 10; Parâmetro de % de O2 (FiO2): 30 a 100; Vantagens: boa umidade, FiO2 exata. Desvantagens: desconfortável para alguns. 4. COLAR DE TRAQUEOSTOMIA Velocidade do fluxo sugerido (L/min): 8 a 10; Parâmetro de % de O2 (FiO2): 30 a 100; Vantagens: boa umidade, confortável, FiO2 bastante exata. 5. PEÇA EM T Velocidade do fluxo sugerido (L/min): 8 a 10; Parâmetro de % de O2 (FiO2): 30 a 100; Vantagens: as mesmas do colar de traqueostomia. Desvantagens: pesada com o equipo. 6. TENDA FACIAL Velocidade do fluxo sugerido (L/min): 8 a 10; Parâmetro de % de O2 (FiO2): 30 a 100; Vantagens: boa umidade FiO2 bastante exata. Desvantagens: volumosa e incômoda. APARELHOS DE CONSERVAÇÃO DE OXIGÊNIO DOSE DE PULSO (OU SOB DEMANDA) Velocidade do fluxo sugerido (L/min): 10 a 40 ml/respiração; Vantagens: libera O2 apenas à inspiração, conserva 50 a 75% do O2 utilizado. Desvantagens: deve avaliar cuidadosamente a função respiratória de cada indivíduo. TOXICIDADE DO OXIGÊNIO A administração de O2 em concentrações maiores que 50% por mais de 48h causa a produção excessiva de radicais livres de oxigênio podendo lesionar gravemente o TR ou causar morte celular, especialmente no tecido pulmonar. O excesso de oxigênio é particularmente tóxico para os pacientes portadores de DPOC por causar inibição do reflexo hipoxêmico e, consequentemente, depressão respiratória. No recém-nascido prematuro a hiperóxia está associada ao desenvolvimento de Retinopatia da Prematuridade (ROP) e displasia broncopulmonar. VENTILAÇÃO MECÂNICA (VM) Consiste em um método de suporte para o tratamento de pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada, uma vez que substitui total ou parcialmente a ventilação espontânea, com o objetivo de propiciar adequada troca gasosa, reduzir o trabalho da musculatura respiratória e diminuir a demanda metabólica gerada pelo esforço ventilatório. A VM pode ser classificada como não invasiva, a partir de uma interface externa ou invasiva, através de um tubo endotraqueal ou cânula de traqueostomia. VM NÃO-INVASIVA A VMNI utiliza uma pressão inspiratória para ventilar o paciente através de interface naso-facial (por Pressão inspiratória positiva – IPAP e/ou Pressão de Suporte – PSV) e uma pressão positiva expiratória para manter as vias aéreas e os alvéolos abertospara melhorar a oxigenação (Pressão Expiratória Positiva – EPAP e/ou Pressão Expiratória Final – PEEP). No modo CPAP é administrado ao paciente através da interface naso-facial somente uma pressão expiratória final contínua nas vias aéreas (CPAP) e a ventilação do paciente é feita de forma totalmente espontânea. Na VMNI o paciente é acoplado ao ventilador mecânico ou a outro equipamento de ventilação não-invasiva por meio de uma interface, que pode ser uma máscara facial, total face, máscara nasal, capacete ou uma pronga nasal (cânula CPAP). 1 Pronga nasal. 2 Máscara nasal. 3 Máscara facial. 4 face total. FINALIDADES: A VMNI deve ser utilizada visando: Encurtar a duração da ventilação invasiva (ação facilitadora da retirada da VMNI); Reduzir a mortalidade; Diminuir as taxas de pneumonia associada à VM (PAV), gerando menos dias de internação em UTI e hospitalar em pacientes DPOC hipercápnicos. Recomenda-se usar a VMNI imediatamente após a extubação nos pacientes de risco para IRA e evitar reintubação (ação profilática). VANTAGENS: Manutenção da capacidade de falar e tossir; Redução da necessidade de sedação; Menor risco de instabilidade hemodinâmica; Menor risco de delirium; Menor risco de infecções hospitalares; Menor incidência de lesões traqueais; Preserva a atividade da musculatura respiratória; quando o paciente entra em VM, principalmente, no modo controlado, em que o ventilador faz tudo, ele vai perdendo força de forma rápida. Por isso, para remove-lo da VM vai demorar um tempo. Menor tempo de VM e permanência na UTI; Aumento da sobrevida. CONTRAINDICAÇÕES: Absolutas: Necessidade de intubação de emergência; Parada cardíaca ou respiratória. Necessidade de FiO2 > 60% por longos períodos. Relativas (analisar caso a caso risco x benefício): Incapacidade de cooperar, proteger as vias aéreas, ou secreções abundantes; Rebaixamento de nível de consciência (exceto acidose hipercápnica em DPOC); Falências orgânicas não respiratórias (encefalopatia, arritmias malignas ou hemorragia digestivas graves com instabilidade hemodinâmica); Cirurgia facial ou neurológica, trauma ou deformidade facial; Alto risco de aspiração, obstrução de vias aéreas superiores; Anastomose de esôfago recente (evitar pressurização acima de 20 cmH2O). ATENÇÃO!! A PEEP (pressão positiva) constante para dentro do paciente aumenta a pressão intratorácica dificulta o retorno venoso dificulta a drenagem de sangue venoso da cabeça. Logo, pacientes com hipertensão intracraniana, precisam de um controle rigoroso da PEEP para não piorar seu quadro. TIPOS DE MODOS VENTILATÓRIOS PARA SUPORTE NÃO-INVASIVO CPAP (Pressão Positiva Contínua em Vias Aéreas): é uma pressão constante nas vias aéreas; ventilação espontânea. Indicação no EAP cardiogênico, no PO de cirurgia abdominal e na apneia do sono (leve/moderada). BiPAP (Pressão Positiva em Vias Aéreas em Dois Níveis): Dois níveis de pressão (IPAP = suporte inspiratório e EPAP = pressão expiratória positiva); ciclagem a fluxo. Indicação hipercapnias agudas, descanso da musculatura respiratória, no EAP cardiogênico e nas infecções de imunossuprimidos. Diferença entre a VMNI com CPAP e BiPAP: No CPAP é aplicada uma única pressão de forma CONTÍNUA (Pressão Positiva no Final da Expiração – PEEP), já no BiPAP existe uma pressão mais alta na inspiração (iPAP – Pressão Positiva Inspiratória) e mais baixa na expiração para reduzir a resistência e favorecer a eliminação do ar (ePAP – Pressão Positiva Expiratória). Na ausência de contraindicações, os pacientes com incapacidade de manter ventilação espontânea devem iniciar uso de VNI com dois níveis de pressão, com a pressão inspiratória suficiente para manter um processo de ventilação adequada, visando impedir a progressão para fadiga muscular e/ou parada respiratória. O uso de VNI deve ser monitorado por profissional da saúde à beira-leito, de 0,5 a 2 horas. Para ser considerado uma VNI bem-sucedida, devem ser observados: FR, do volume corrente, melhora do nível de consciência, ou cessação de uso da musculatura acessória, da PaO2 e/ou da SpO2, e da PaCO2 sem distensão abdominal significativa. Quando não há sucesso, realizar imediata intubação orotraqueal (IOT) e ventilação invasiva. DISPOSITIVOS EXTRAGLÓTICOS (DEG) Os DEGs são dispositivos utilizados em situações de emergência e podem ser classificados em duas categorias: Dispositivos supraglóticos (DSG): que se situam acima e envolvem a glote (ex.: máscara laríngea e via aérea perilaríngea). Dispositivos infraglóticos (DIG) ou dispositivos retroglóticos (DRG) que passam atrás e além da laringe para penetrar na porção superior do esôfago (ex: tubo combinado traqueoesofágico, tubo laríngeo). Os modelos indicados para emergência são aqueles que permitem a passagem de uma sonda gástrica por uma via alternativa no corpo do dispositivo, para esvaziamento do conteúdo gástrico. VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA (VMI) Na VMI, o paciente está acoplado a um ventilador mecânico por meio de um dispositivo invasivo de vias aéreas como um tubo endotraqueal, traqueostomia, cricotireoideostomia ou algum dispositivo extra glótico, como por exemplo, máscara laríngea. O aparelho de VM, de forma intermitente, insufla as vias respiratória com volumes de ar (corrente). O movimento do gás para dentro dos pulmões ocorre devido à geração de um gradiente de pressão entre as vias aéreas superiores e o alvéolo, podendo ser alcançado por um equipamento que diminua a pressão alveolar (ventilação por pressão negativa) ou que aumente a pressão da via aérea proximal (ventilação por pressão positiva). Neste ar, controla-se a concentração de O2 (FIO2) necessária para obter-se uma taxa arterial de oxigênio (PaO2) adequada. Controla-se, ainda, a velocidade com que o ar será administrado (fluxo inspiratório), o número de ciclos respiratórios que o paciente realiza em um minuto (FR), o tempo inspiratório (TI), entre outros parâmetros, a depender do modo selecionado. PRINCIPAIS INDICAÇÕES PARA INICIAR VM Reanimação devido à parada cardiorrespiratória; Hipoventilação e apneia com retenção de CO2: (elevação na PaCO2 – acidose respiratória); Insuficiência respiratória devido a doença pulmonar intrínseca e hipoxemia (diminuição da PaO2 – resultado das alterações da ventilação / perfusão); Falência mecânica do aparelho respiratório: fraqueza muscular, doenças neuromusculares, paralisia e comando respiratório instável (TCE, AVE, intoxicação exógena e abuso de drogas); Prevenção de complicações respiratórias (reestabelecimento no pós-operatório de cirurgias de grande porte, obesidade mórbida); Redução do trabalho muscular respiratório e fadiga muscular. Resumindo: a VM é aplicada em várias situações clínicas de insuficiência respiratória incapazes de manter valores adequados de O2 e CO2 sanguíneos. Indicações de intubação: Necessidade de FiO2 > 60%; PaO2 50-55 mmHg; Taquipneia sustentada (FR > 35 irpm); Capacidade vital 2xrespiratório se equilibre com a pressão expiratória final determinada no ventilador; IV. Mudança da fase expiratória para a fase inspiratória (disparo): Fase em que termina a expiração e ocorre o disparo (abertura da válvula inspiratória) do ventilador, iniciando nova fase inspiratória. DICE: D disparo. I inspiração. C ciclagem. E expiração. Existem 3 tipos de ciclos ventilatórios na VMI: Controlados: são completamente determinados pelo ventilador; Assistidos: são deflagrados (disparados) pelo esforço do paciente, mas controlados pelo ventilador; Espontâneos: são deflagrados e completamente controlados pelo paciente. O VM só irá agir caso ocorra alguma alteração e o paciente precise de assistência. MODALIDADES VENTILATÓRIAS Ventilação Mandatória Controlada (VMC): O ventilador controla todo o ciclo respiratório, nessa situação o paciente está sem drive respiratório (apneia), necessita de sedação e eventualmente curalização. Ventilação Mandatória Assistida ou Assistida- controlada (VMA): usa-se quando o paciente tem drive respiratório. O ventilador controla o ciclo, porém o paciente pode interferir no ciclo com um esforço inspiratório. A cada esforço inspiratório que o paciente faça e atinja o limiar mínimo estabelecido pela sensibilidade ajustada no ventilador, o aparelho fará um ciclo assistido. Se, dentro do tempo estabelecido de pausa respiratória o paciente não tiver incursão espontânea, o ventilador libera um ciclo controlado. O problema da ventilação mandatória assistida- controlada é que se o paciente disparar 20x, o ventilador empurra 20x. Se ele disparar 30x, o ventilador empurra 30x e vai gerar uma alcalose respiratória. Logo, ao observar que o paciente está disparando muito, pode-se evoluir para uma SIMV. Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada (SIMV): as ventilações são fornecidas de forma sincronizada com o drive respiratório do paciente, ou seja, o momento ideal para o ciclo mandatório ocorrer é o início da inspiração espontânea do paciente. O SIMV permite que o paciente ventile espontaneamente entre os ciclos sem deflagrar um ciclo mandatório assistido. O paciente tem o drive respiratório, vai díspar, quando ele disparar o ventilador empurra igual no assistido- controlado, no entanto, na SIMV, ele fará isso de maneira intermitente e terá um número máximo de empurrar. O profissional pode programar o ventilador em SIMV a disparar no máximo 12x. Logo, se o paciente tiver 35 disparos (puxar o ar 35x), o ventilador só empurra o ar 12x, o restante o paciente vai fazer o que aguentar. Ventilação com Suporte Pressórico (PSV): Ventilação espontânea com pressão de suporte ventilatório mantido pelo ventilador. O VM só oferece uma PEEP positiva, uma pressão expiratória final para que os alvéolos não colabem. É como se no final da exalação o ventilador começa-se a oferecer uma resistência para o paciente colocar o ar para fora. Pressão Positiva Contínua em Vias Aéreas (CPAP): Ventilação espontânea com pressão positiva contínua mantida pelo ventilador. As modalidades ventilatórias podem ser agrupadas em três grandes grupos: 1. Mandatória contínua: o ventilador controla as variáveis do ciclo com ou sem a participação do paciente – controlada/assistida; 2. Mandatórias intermitentes: permitem ciclos controlados/assistidos intercalados com ciclos espontâneos; 3. Espontâneas contínuas: somente ciclos espontâneos. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: Vigilância constante: nível consciência, alterações comportamentais (agitação), coloração da pele, grau de distensão das veias jugulares (jugulares muito túrgidas significa PEEP muito alta, isso diminui a drenagem cerebral), padrão respiratório, avaliação abdominal, sinais vitais, eliminações, posicionamento do paciente e dos circuitos ventilatórios; A posição PRONA é a melhor posição para otimizar a perfusão pulmonar e troca gasosa nos pacientes com SARA; Higiene oral com clorexidina aquosa 0,12%; Fixação adequada do TOT, deve ser trocada sempre que estiver solta ou no mínimo a cada 12h para evitar ulcerações na cavidade oral e comissura labial. Deve ser feita preferencialmente central; Controle de pressão no balonete a cada 6-8h (Brunner: 20-25 mmHg – Anvisa: 18-22), mantendo volume mínimo de oclusão; Remoção de secreções pulmonares SQN (só quando necessário) de preferência com sistema fechado para manter PEEP (pois em sistema aberto, pode tirar pressão demais e fazer atelectasia) e evitar atelectasia, usar sistema de aspiração subglótica; Mudança de decúbito a cada 2h, em caso de atelectasia não deitar sobre o pulmão afetado; manter cabeceira elevada e nutrição enteral; Manter umidificação e aquecimento permanente do ar inspirado através de termo-umidificadores (umidificação ativa) ou filtros hidrofóbicos de barreira (umidificação passiva), afim de manter a permeabilidade ciliar da mucosa traqueobrônquica e evitar a formação do tampão mucoso. No caso do uso de filtro de barreira, trocar sempre que estiver saturado, não trocar com intervalos menores que 48h. PARÂMETROS VENTILATÓRIOS FRAÇÃO INSPIRADA DE OXIGÊNIO (FiO2) A FiO2 representa a concentração de oxigênio que estará sendo ofertada ao paciente a partir da mistura de ar comprimido com oxigênio pelo blender do ventilador. O ar atmosférico que respiramos ao nível do mar tem uma concentração de oxigênio de 21%, ou seja, 21 / 100 = 0,21. Na ventilação mecânica é possível ajustar a FiO2 de 21% até 100%, ou seja, de 0,21 a 1 de acordo com a necessidade do paciente, que pode ser avaliada por meio da PaO2 ou da SatO2. A FiO2 usada não será % e sim em decimal, ou seja, se a FiO2 for 30% deve-se colocar 0,3 no denominador da fórmula acima. Para calcular a FiO2 ideal, primeiro se faz necessário calcular a PaO2 ideal. Abaixo apresentamos as fórmulas de PaO2 e FiO2 ideal: PaO2 ideal = 109 – (0,43 x idade)muito hipertônico. Por isso, os diabéticos tendem a fazer doença renal (pois estão o tempo todo desidratando as células renais) e difícil cicatrização (pois, as células que vão regenerar os tecidos também estão desidratadas). Quando o déficit eletrolítico excede o déficit hídrico deixando o soro hipotônico, estamos diante de uma desidratação hipotônica. O tratamento não será apenas infusão de volume, também é preciso corrigir o distúrbio. Íon = qualquer molécula com carga elétrica, positiva (cátion) ou negativa (ânion). LIC Cátions: K+ > Mg++ > Na+. Ânions: Fosfatos (PO4-) e sulfitos > Proteinato > HCO3. O segundo cátion mais abundante no LIC é o Mg. LEC Cátions: Na+ > K+ > Ca++ > Mg++. Ânions: Cl > HCO3 > Proteinato > Ácidos orgânicos > HPO2 > SO2. KAPO MAGNÍFICO NO MAR Meio extracelular (plasma + interstício) Mar = NaCl Meio intracelular Kapo Magnifico = K+, PO4- e Mg. Os eletrólitos (K, Ca, Mg, PO, Na) em uma solução aquosa se comportam como íons (possuem carga elétrica). Equilíbrio químico de uma solução significa a existência do mesmo número de cátions e de ânions. Na imagem, intervalo aniônico é Cl- + HCO3-. ATENÇÃO!! Como é possível observar na imagem acima, os ânions (Cl- e HCO3-) do plasma têm o mesmo valor do cátion (Na+). Em um paciente chocado, ao realizar infusão de hidratação com NaCl, isso cursará para uma acidose hiperclorêmica. Isso ocorre, pois o equilíbrio de cargas precisa ser mantido, logo, o Cl- vai “expulsar/substituir” o aníon HCO3- (bicarbonato = alcaliniza o sangue), diminuindo sua quantidade. Em uma situação contrária, caso seja administrado HCO3-, a diminuição será do Cl-. Mas como a faixa do bicarbonato plasmático é mais estreita, por isso o maior problema está no excesso de Cloreto. Eletrólitos são minerais que possuem uma carga elétrica quando estão dissolvidos em um líquido como, por exemplo, o sangue. Os eletrólitos do sangue – sódio, potássio, cálcio, cloreto, bicarbonato – ajudam a regular o funcionamento das células dos músculos, inclusive o coração, cérebro e rins, bem como manter um equilíbrio ácido-base e um equilíbrio hídrico (osmolaridade plasmática). Para ajustar os níveis de líquidos, o corpo pode mover ativamente os eletrólitos para dentro ou para fora das células. Assim, manter eletrólitos nas concentrações corretas (um estado denominado equilíbrio eletrolítico) é importante para preservar o equilíbrio líquido entre os compartimentos. Os rins ajudam a manter as concentrações de eletrólitos através da filtragem de eletrólitos e água do sangue, devolvendo alguns de volta para o meio vascular e excretando qualquer excesso pela urina. Assim, a função renal promove o equilíbrio entre o consumo diário e a excreção de eletrólitos e água. MECANISMOS HOMEOSTÁTICOS Osmose: passagem do SOLVENTE (líquidos) por uma membrana semipermeável do meio menos concentrado para o mais concentrado. Para diluir o que está concentrado. Difusão: passagem do SOLUTO por uma membrana semipermeável do meio mais concentrado para o menos concentrado. Para equilibrar as concentrações. Osmose e difusão são processos opostos, mas que buscam o mesmo resultado = EQUILÍBRIO. A diferença entre difusão/osmose e bomba, é que a difusão não custa nada (ATP) para o organismo, ela simplesmente acontece por diferença de osmolaridade (concentração). Já as bombas, exigem gasto de energia, pois o processo é feito contra a corrente iônica das cargas, por isso gastam-se ATPs. Bomba de sódio-potássio-ATPase. FATORES QUE INTERFEREM NA OSMOLARIDADE Plasmática (Soro – 280 a 300 mOsm/kg de água) AUMENTAM A OSMOLARIDADE: Desidratação grave; perda de muito líquido = sangue fica mais viscoso (concentrado). Perda de água livre; ex.: suor. Diabetes insipido; nesta condição, não há liberação de ADH, logo o indivíduo tem poliúria = perda de muito líquido pela urina = sangue concentrado. Hipernatremia; excesso de Na+. Hiperglicemia; AVE ou TCE; pois interfere no centro de regulação de osmolaridade (hipotálamo). Necrose tubular renal; diminui a excreção de sódio, aumentando a osmolaridade do sangue. Consumo de metanol ou etilenoglicol (anticongelante); REDUZEM: Excesso de volume de líquidos; Síndrome da secreção inadequada de hormônio antidiurético (SIADH); é diametralmente oposta ao diabetes insípidos, pois na SIADH há muita liberação de ADH. Insuficiência renal; Uso de diurético; Insuficiência da suprarrenal; não libera ADH e não reabsorve sódio. Hiponatremia; Hidratação excessiva; Síndrome paraneoplásica associada ao câncer de pulmão. Urinária (200 2 800 mOs /água) AUMENTAM Déficit de volume de líquidos; SIADH; ICC; Acidose; Insuficiência pré-renal. REDUZEM (= o que torna a urina hipotônica) Excesso de volume de líquidos; Diabetes insipido; Hiponatremia; Pielonefrite; Necrose tubular aguda. Via de regra quando o sangue (plasma) está concentrado a urina está diluída. E quando a urina está concentrada o sangue está diluído. Os eletrólitos, sobretudo o sódio (Na+), ajudam o corpo a manter os níveis normais nesses compartimentos de líquidos, uma vez que a quantidade de líquido contida em um compartimento depende da concentração de solutos dissolvida nele e o Na+ é o principal soluto plasmático responsável pela osmolaridade plasmática (concentração do sangue), junto com a glicose e as proteínas do plasma. Se a concentração de eletrólitos for alta, o líquido se move para este compartimento (um processo chamado osmose). Do mesmo modo, se a concentração de eletrólitos for baixa, o líquido se move para fora deste compartimento. DISTÚRBIOS ELETROLÍTICOS SÓDIO É o íon mais importante do meio extracelular, a manutenção do volume do LEC depende do balanço de sódio. É mantido pelo organismo em níveis estreitos no plasma Na+ = 135 a 145 mEq/L; São vários os mecanismos envolvidos no seu controle (osmorreceptores, barorreceptores, mecanismos extrarrenais e sistema justaglomerular). As alterações no equilíbrio de sódio plasmático são conhecidas como hiponatremia (Na+ 145mEq/L). Existe uma estreita relação entre a água e o sódio, de tal modo que os distúrbios desses dois elementos não devem ser tratados de maneira independente. HIPONATREMIA Concentração sérica de Na+ 145mEq/L. Causas: desidratação, alimentações hipertônicas, diabetes insípidus, diarreia aquosa, queimaduras e sudorese profusa (descontrolada). Sinais e sintomas: sinais de desidratação (sede, da sudorese, da elasticidade da pele, da produção de urina, xerostomia), inquietação, desorientação, fraqueza, mucosas secas, língua áspera, sede, febre, perda de peso, taquicardiae hipertensão. Ao laboratório: aumento do sódio sérico e diminuição do sódio urinário, além da diminuição da PVC. Tratamento: hidratação (de preferência com solução hipotônica), monitorar função renal. A hidratação tem como objetivo diluir o sangue, logo, ela precisará ser administrada de forma lenta, pois se for rápida corre risco do paciente fazer hiponatremia, edema cerebral = convulsão. Esse cuidado também serve para hiponatremia. POTÁSSIO É o cátion predominantemente intracelular, de modo que sua concentração sérica é bem menor e mais estreita que a do Na+, variando de 3,5mEq/L até 5,0mEq/L. Esse mecanismo regulatório depende da ação da bomba de Na+/K+/ ATPase, da insulina, aldosterona, de agentes beta-adrenérgicos e do pH sanguíneo. ATENÇÃO!! Os distúrbios de K + são muito frequentes na prática clínica e podem ser fatais, devido ao fato de que as flutuações nos níveis séricos (Hipocalemia 5,0mEq/L) podem induzir a arritmias ventriculares. A faixa de variação do K+ é 1,5, ou seja, o K+ não é muito tolerado no sangue. HIPOCALEMIA / HIPOPOTASSEMIA Causas: diarreia, vômitos, aspiração gástrica, hipercalcemia, alcalose (mobilização K+ para o líquido intracelular), medicamentos (anfotericina B, laxantes, diuréticos de alça ou tiazídicos, corticoides**, metilxantinas, salbutamol, digitálicos), hiperaldosteronismo, bulimia, diurese osmótica e inanição. **Cortisol retém Na+ e água e secreta/perde K+. Sinais e sintomas: fadiga, anorexia, náuseas, vômitos, fraqueza muscular, poliúria, motilidade intestinal diminuída (do intestino como um todo), distensão abdominal, cãibras, parestesias, arritmias (intensificada com uso de digitálicos): FV, assistolia. Ao ECG: onda T achatada, presença de onda U, depressão de ST e aumento do intervalo PR. Tratamento: Reposição de K+. HIPERCALEMIA / HIPERPOTASSEMIA Causas: infusão excessiva de K+, insuficiência renal, uso de diuréticos poupadores de K+, acidose, grandes traumas com geração de hemólise, hemotransfusão, rabdomiólise. As hipercalemia podem resultar do: Excesso de oferta (entrada): Transfusão de sangue estocado, altas doses de penicilina potássica, citrato de potássio, KCl (em pacientes c/ insuficiência renal) e soluções de preservação de órgãos para transplante. Redistribuição do K+ (do LIC para o LEC): Acidose metabólica, deficiência insulínica e uso de betabloqueadores. Retenção renal anômala de K+ (saída): Insuficiência renal aguda e crônica, hipoaldosteronismo, nefropatia diabética, anemia falciforme e lúpus. Sinais e sintomas: náuseas, diarreia, fraqueza muscular, paralisia, parestesia, cãibras, alteração na FC (taquicardia que evolui para bradicardia), distensão abdominal, irritabilidade e ansiedade. Ao ECG: onda T apiculada (alta, em tenda). Tratamento: diuréticos, metilxantinas, salbutamol, gluconato de cálcio, bicarbonato de sódio, glicoinsulinoterapia, resina de troca de cátions (Sorcal = rico em cálcio), diálise. Essa correção de troca de cátions, é basicamente trocar o K+ pelo Ca+. Essa correção precisa ser rápida, porque se não for corrigida a tempo o paciente vai entrar em PCR. O tratamento é feito com glicoinsulinoterapia, porque a insulina vai pegar a glicose e empurrar para dentro da célula, e isso não acontece sem puxar o K+ junto. Porém, a glicoinsulina jogou o K+ para dentro da célula, mas não o eliminou do organismo, e em algum momento esse K+ vai retornar para o sangue. Logo, a solução de glicoinsulina é um paliativo até chegar a diálise. Solução de gliconinsulina Solução polarizante, preparada com 50g de GH 50% + 10 UI de insulina regular, administrado em ≅ 30-60 min. CÁLCIO Os níveis séricos de cálcio são regulados de maneira rigorosa, uma vez que mesmo pequenas alterações em sua concentração têm séria influência em processos biológicos, como a condução cardíaca do estímulo elétrico. A homeostase dos íons cálcio e fósforo é controlada por uma resposta integrada de hormônios reguladores como vitamina D, calcitonina e o paratormônio, havendo a participação de órgãos como o rim, o intestino e os ossos. A maior parte do cálcio se encontra ligada e associada a estruturas ósseas (99%). O cálcio livre, tanto na forma ionizada, como na forma não ionizada, é encontrado no fluido intra e extracelular. A manutenção da homeostase do cálcio depende da adaptação da absorção intestinal às necessidades do organismo, que é fruto do balanço entre formação e reabsorção óssea e excreção urinária de cálcio. A concentração sérica total de Ca++ varia de 8,5mg/dL à 10,5mg/dL. HIPOCALCEMIA (Cadeficiência de potássio e magnésio, hiperparatireoidismo, vômitos, diarreia, hiperventilação, deficiência de vitamina D associada a distúrbios de má absorção, uso de diuréticos, antiácidos, realimentação depois de grande período de inanição, miocardiopatia. Sinais: parestesias, fraqueza muscular, dor óssea e em flancos, insuficiência respiratória, suscetibilidade a infecções, nistagmo (movimentos involuntários e repetitivos dos olhos), confusão mental e convulsões. Tratamento: reposição de fosfato por via oral ou parenteral. HIPERFOSFATEMIA (> 4,5 mg/dL) Causas: insuficiência renal, acidose, hipoparatireoidismo, leucemia/linfoma tratados com drogas citotóxicas, ruptura tecidual aumentada ou rabdomiólise, ingesta excessiva de fósforo, excesso de vitamina D, hipovolemia. Sinais: tetania, taquicardia, anorexia, náusea e vômitos, fraqueza muscular, sinais e sintomas de hipocalcemia, reflexos hiperativos e calcificações nos pulmões, coração, rins e córnea. Tratamento: correção de vitamina D, restrição de diuréticos tiazídicos. MAGNÉSIO Após o potássio, o magnésio é o segundo cátion mais abundante no LIC; É envolvido na maioria dos processos metabólicos, participando no evento da síntese proteica via DNA; Está envolvido na regulação da função mitocondrial, processos inflamatórios e defesa imune, alergia, crescimento e estresse, controle da atividade neuronal, excitabilidade cardíaca, transmissão neuromuscular, tônus vasomotor e pressão arterial. A concentração sérica normal de magnésio varia de: 1,8 – 2,7mg/dL. É resultado de um balanço na ingestão/absorção do íon, biodistribuição dentro do organismo e excreção (tanto urinária quanto intestinal). HIPOMAGNESEMIA (Mg++ 2,7) Causas: fase oligúrica da insuficiência renal, insuficiência de suprarrenal, hipotireoidismo, cetoacidose diabética e administração excessiva de magnésio. Sinais: hipotensão, rubor, fraqueza muscular, sonolência, depressão cardiorrespiratória e coma. Ao ECG: assemelha-se à hipercalemia. Tratamento: gluconato de cálcio. CLORETO O cloreto é o principal ânion extracelular filtrado pelos glomérulos e reabsorvido nos túbulos renais. Ele é importante não apenas para manter a osmolaridade, mas também na participação do equilíbrio acidobásico. Pois, se ele aumentar ou diminuir muito, altera o outro ânion HCO3- (bicarbonato). Entre as causas das alterações do cloreto, incluem-se aquelas relacionadas ao sódio, pois têm estreita relação entre si (andam juntos). No entanto existem alterações no cloreto independentes dos níveis de sódio, as quais estão relacionadas com o equilíbrio acidobásico. A concentração sérica do Cl- varia de 96 - 108mEq/L. HIPOCLOREMIA (Cl- 108 mEq/L) Causas: TCE, hipernatremia, infusão excessiva de cloreto de sódio, insuficiência renal, uso de corticoide, desidratação, diarreia grave, alcalose respiratória, terapia diurética, hiperparatireoidismo, acidose metabólica e uso de salicilatos (AINES). Sinais: taquipneia, hiperpneia, dispneia, letargia, fraqueza, declínio cognitivo, diminuição do débito cardíaco, arritmias e coma. Tratamento: eliminação da fonte de cloreto e administração de bicarbonato de sódio e ringer lactato. # Resumão de distúrbios hidroeletrolíticos: Níveis normais de Na+ = 135 - 145; Níveis normais de K+ = 3,5 - 4,5; Principal sinal da hiponatremia cólica abdominal; Principal sinal de hipernatremia língua áspera; Principal sinal da hipercalemia (K+) paralisia. Principais sinais da hipocalemia (K+) motilidade intestinal diminuída, onda T achatada e presença de onda U; Sinal de Trousseau e Chvostek Hipomagnesmia e hipocalcemia. DISTÚRBIOS ÁCIDOBÁSICOS O pH (Potencial Hidrogeniônico) é o parâmetro utilizado para quantificar o equilíbrio entre a produção de ácidos e bases. O pH varia de 0 a 14, sendo 7 = pH neutro, 7 = básico ou alcalino. O sangue é levemente alcalinizado, pois a faixa de normalidade fica em 7,4, ou seja, está acima do pH neutro, mas pode flutuar entre o 7,35-7,45. Os principais determinantes do pH sanguíneo são o bicarbonato, H+ e CO2. Independente da quantidade de CO2 e HCO3 observada na gasometria, o primeiro parâmetro que deve ser observado para avaliar os distúrbios acidobásicos é o pH. A concentração do hidrogênio livre no organismo depende da ação de substâncias que disputam o íon entre si: as que cedem H+ e as que o captam. Ácidos substâncias que tendem a ceder H+ em uma solução. Bases substâncias que tendem a captar H+. A concentração final do H+ resulta do equilíbrio entre esses dois grupos e substâncias (ácidos e bases) e é essa relação que conhecemos como equilíbrio ácido básico. No nosso sangue, embora o metabolismo celular produza radicais H+ constantemente, o bicarbonato (HCO3 -), o principal sistema tampão, é responsável por manter o pH levemente alcalinizado. Sistema tampão biodisponibilidade sanguínea de íons de HCO3 para fazer o controle rápido/imediato do pH sanguíneo. O pH ótimo do sangue é 7,4 (varia entre 7,35 e 7,45). A manutenção deste equilíbrio é vital para todas as reações enzimáticas e bioquímicas do sangue e pequenas variações para mais ou para menos podem ser potencialmente fatais. Os mecanismos de defesa do organismo contra as variações bruscas do pH são químicos e fisiológicos, e podem agir em íntima relação. Sendo o químico o sistema tampão e o fisiológico os rins e pulmões. Em qualquer distúrbio acidobásico o primeiro e mais rápido mecanismo ativado será o sistema tampão, o segundo é o trato respiratório (corrigindo o distúrbio pela retenção ou eliminação de CO2) e o terceiro e mais demorado é o sistema renal(reabsorvendo HCO3- e excretando H+). O sistema tampão é o mais rápido, porém é o menos eficiente (limitado), pois corrige apenas variações muito estreitas. Não tem capacidade de resolver uma franca acidose. O renal, apesar de ser o mais demorado, é mais poderoso na correção de distúrbios acidobásicos. Mecanismo Químico – Sistema Tampão: É constituído por substâncias existentes no sangue, no líquido intersticial e no líquido intracelular capazes de reagir tanto com ácidos quanto com bases, neutralizando-as e dificultando as oscilações do pH. Um sistema tampão é composto por um ácido fraco e o seu sal alcalino ou de uma base fraca e o seu sal ácido. Dos principais sistemas “tampão” do organismo, o sistema do bicarbonato é o mais abundante e extremamente importante na neutralização dos ácidos formados pelo metabolismo celular. Mecanismo Fisiológico – Pulmões e Rins Pulmões e rins eliminam substâncias indesejáveis ou em excesso (ácidos ou bases) e poupam outras, de acordo com as necessidades do momento. Para manter a homeostase ácido básica, rins e pulmões trabalham juntos da seguinte maneira: Mecanismo Pulmonar: objetiva regular o nível de Gás Carbônico no sangue (PaCO2), uma vez que o acúmulo de CO2 provoca acidose e a perda excessiva deste gás causa alcalose. O CO2 possui o principal papel acidificante do sangue, pois ao ser conjugado com a água se transforma em ácido carbônico (H2CO3) e pode se dissociar em bicarbonato e H+: CO2 + H2O = H2CO3 HCO3 + H+ Mecanismo Renal: objetiva reabsorver o HCO3 dos túbulos renais e secretar hidrogênio (H+) na urina, de modo que o pH sanguíneo seja ideal (7,4) e a urina seja ácida (pH 4,6 – 6). Secreção é tudo que permaneceu no sangue e vai para luz do néfron (ultrafiltrado) para ser excretado pela urina, ex,: H+. O rim possui um alto potencial de pegar H+ do sangue e secreta-lo em forma de urina e de reabsorver bicarbonato. Reabsorção é o inverso, é tudo o que passou no ultrafiltrado, que não deve ser eliminado e que será devolvido para o sangue, por exemplo, a glicose. Toda glicose que passa no glomérulo entra no ultrafiltrado e, em condições normais, é 100% reabsorvida. Essa secreção de H+ e reabsorção de HCO3 é o que vai controlar de maneira mais poderosa o pH sanguíneo. Parâmetros de Avaliação Equilíbrio Acidobásico Os parâmetros importantes para a análise do estado do equilíbrio ácido base são: o pH, a tensão parcial de dióxido de carbono no sangue (PCO2) e o teor de bicarbonato (HCO3-). O pH define se há acidose ou alcalose, conforme seu valor esteja abaixo ou acima da faixa de normalidade do sangue. pH 7,45 = alcalose. A PCO2 define a existência e o grau de distúrbio respiratório, relativo à eliminação do dióxido de carbono. A faixa normal para a PCO2 é de 35 a 45mmHg. O bicarbonato “standard” ou bicarbonato padrão é o teor de bicarbonato equilibrado com uma mistura gasosa com PCO2 = 40 mmHg. O bicarbonato real, é a quantidade de bicarbonato existente na amostra de sangue analisada. A base tampão ou base total, corresponde à soma do teor de bases do plasma, ou seja, a soma das concentrações de todas as bases contidas no sangue, compreendendo todos os sistemas tampão. A diferença de bases (BE ou BD) – denominação para excesso de bases (BE) ou para o seu déficit (BD) – reflete o excesso ou a diminuição das bases tampão, em relação ao seu valor normal. O valor normal para a diferença de bases varia entre 0 e ±2. As alterações nas concentrações de bicarbonato, BE ou BD revelam distúrbios metabólicos. O valor da PO2 medido na mesma amostra de sangue, informa o estado da oxigenação do sangue (amostra arterial) ou da utilização do oxigênio pelos tecidos (amostra venosa); não tem significado na apreciação dos distúrbios do equilíbrio ácido base. IMPORTANTE!! Decorar os valores da gasometria. ATENÇÃO!! A faixa de pH compatível com a vida fica entre 6,8 e 7,8. (Brunner, 2014) ATENÇÃO!! O enfermeiro deve sempre estar atento para os sinais de excesso de bicarbonato no sangue, principalmente, em caso de reposição para correção de hipercloremia, pois o excesso dessa base também é deletério para a saúde. Os sinais de sobrecarga (excesso de HCO3-) são: respirações deprimidas, hipertonicidade muscular, tontura, formigamento dos dedos das mãos e dos pés. DISTÚRBIOS ACIDOBÁSICOS Acidose metabólica: do pH + de HCO3- e/ou BE; Alcalose metabólica: do pH + de HCO3- e/ou BE; Acidose respiratória: do pH + da PCO2. Alcalose respiratória: do pH + da PCO2. ACIDOSE METABÓLICA Retenção de ácidos fixos ou Déficit de base HCO3. Causas: perda de HCO3 (diarreia, fístulas intestinais baixas, insuficiência renal); acúmulo de ácidos (cetoacidose, acidose lática/choque, insuficiência renal grave, intoxicação por salicilatos – AINES). Associada a hipercloremia e hipercalemia. Manifestações clínicas: cefaleia, confusão mental, sonolência, hiperventilação, náuseas e vômitos (para perder HCl). Quando pHCausas mais comum depressão do centro respiratório por intoxicações ou traumas, lesões do SNC, doenças pulmonares (DPOC, pneumonia). Compensação renal retenção de HCO3, excreção de sais ácidos, da produção de amônia, desvio de cloretos para os eritrócitos. ALCALOSE RESPIRATÓRIA Perda excessiva de CO2 (ventilação alveolar ). Déficit de ácido carbônico (H2CO3). Causas: hiperventilação com hipocapnia, ansiedade, hipoxemia, tumores cerebrais, insuficiência hepática, bacteremia e ventilação mecânica inadequada. Manifestações clínicas: geralmente, é assintomática, mas quando sintomática pode apresentar: hipotensão intracraniana com baixa perfusão cerebral, perda da consciência, taquicardia, arritmias. Tratamento: sedação, ventilação adequada. Compensação: excreção renal de bicarbonato, retenção de sais ácidos, da produção de amônia. Efeitos Deletérios da Acidose Aguda: Sobrecarga respiratória; Anorexia, náuseas, vômitos e alterações neurológicas; Hiperpotassemia; Diminuição da responsividade às catecolaminas e depressão da contratilidade miocárdica; Vasoconstrição renal e oligúria; Resistência à ação da insulina. Efeitos Deletérios da Alcalose Aguda: Hipocalcemia por diminuição do cálcio ionizável; Hipopotassemia com aumento da perda urinária de K+; Efeito da alteração da relação K+ intracelular / K+ extracelular no miocárdio com suscetibilidade a arritmias; Aumento da afinidade da Hb pelo O2 (desvio da curva de dissociação para a esquerda), com hipóxia tecidual; Acidose paradoxal do líquor com piora das condições neurológicas. DISTÚRBIOS MISTOS É clinicamente possível que um indivíduo experimente dois ou mais distúrbios acidobásicos simultaneamente. Um pH normal na vigência de uma alteração da PaCO2 e na concentração plasmática de HCO3- é uma evidência de distúrbio misto. Exemplo: Na PCR ocorre acidose respiratória e metabólica ao mesmo tempo. Na PCR Ausência de respiração = acúmulo de CO2. Acidose metabólica = devido ao ácido lático produzido pela anaerobiose. ATENÇÃO!! O único distúrbio misto IMPOSSÍVEL é a acidose e alcalose RESPIRATÓRIA SIMULTÂNEAS, pelo fato das causas de base dessas duas alterações serem opostas: hipoventilação e hiperventilação, respectivamente. COMPENSAÇÃO Normalmente, os sistemas pulmonar e renal compensam um ao outro na tentativa de normalizar o pH sanguíneo. No distúrbio simples, o sistema não problemático atuará na compensação (pulmões ajustando concentração de CO2 nos distúrbios de etiologia metabólica e rins de HCO3- e H+, nos de causa respiratória). Acidose Respiratória: o excesso de H+ é excretado na urina em troca de íons de HCO3- (sérico); Alcalose Respiratória: os rins excretam HCO3- na urina e retêm H+ no sangue; Acidose Metabólica: ocorre aumento da frequência e profundidade da ventilação para eliminação de CO2 e aumenta a retenção renal de HCO3-; Alcalose Metabólica: ocorre diminuição da ventilação para retenção de CO2 e consequente aumento da PaCO2. Evento inicial Causa. Compensação Consequência. Algumas vezes, os mecanismos de compensação podem dificultar a interpretação dos resultados das amostras para o diagnóstico da causa primária. Quando existe uma acidose metabólica, por exemplo, o componente respiratório tentará alcalinizar o sangue através da hiperventilação para maior excreção de dióxido de carbono. Sendo assim, é muito comum na acidose metabólica observarmos uma redução da PaCO2 de forma compensatória. O oposto acontece na alcalose metabólica e, embora menos comum, também observamos compensações metabólicas a partir de alterações na concentração de bicarbonato para compensar acidose e alcalose de origem respiratória. Sendo assim, mesmo em alterações de etiologia metabólica podemos ter alterações na concentração de PaCO2, bem como nas alterações respiratórias podemos ter mudanças na concentração de íons HCO3 -. Outro fato que pode dificultar a avaliação da gasometria arterial é a presença de distúrbios mistos. Diferente do que acontece na compensação, quando existe uma tendência oposta, ou seja, se uma acidose metabólica tende a gerar uma alcalose respiratória, por exemplo, no distúrbio misto temos os dois sistemas causando a acidose. Trata-se de uma situação de gravidade maior onde temos uma acidose metabólica associada à uma acidose respiratória, como acontece, por exemplo, na parada cardiorrespiratória. A análise dos gases sanguíneos é feita para identificar o distúrbio acidobásico de causa e o grau de compensação orgânico para a decisão sobre o melhor tratamento. A amostra preferida é a arterial (fornece informações sobre a ventilação alveolar, oxigenação e equilíbrio ácido básico), mas a venosa também pode ser utilizada. É necessário avaliar, também, os eletrólitos sódio, potássio e cloreto, bem como o CO2 – pois, todos eles em conjunto, sinalizam eventuais distúrbios. LEITURA DA ELETRONEUTRALIDADE E ÂNION GAP A lei da eletroneutralidade estabelece que a soma das cargas negativas dos ânions deve ser igual à soma das cargas positivas dos cátions. No plasma há 154mEq/L de cátions e, consequentemente, 154mEq/L de ânions. Em todas as circunstâncias, o sódio responsabiliza-se pela maior parte dos equivalentes catiônicos (porque?); portanto, o bicarbonato constitui o elo entre o equilíbrio ácido básico e o equilíbrio hidroeletrolítico, já que faz parte de ambos. Assim, para que se mantenha a eletroneutralidade, na vigência de queda do bicarbonato, ocorre uma compensação através do aumento do cloreto (Cl-) e vice-versa. ÂNION GAP O hiato aniônico ou intervalo aniônico ou ânion gap (AG) é a diferença entre os cátions (Na+ e K+) e os ânions (HCO3- e Cl-) presentes no sangue. Dentro da distribuição de valores dos eletrólitos no LEC, o potássio é o que menos impacta (K+ = 5 mEq/L). Diferente do sódio (Na+ = 152), cloreto (Cl- = 103) e bicarbonato (HCO3- = 26). O ânion gap representa os ânions não quantificáveis no sangue, como o lactato. Dessa forma, a quantidade do sódio tem que ser igual à quantidade do somatório de AG + HCO3- + Cl-, conforme equação e ilustração abaixo. Ao considerar os cátions e os ânions, é preciso ter um equilíbrio exato entre eles, ou seja, ZERO (pois cátions +154 menos ânions -154 = 0). Contudo, como o K+ será desprezado, o valor total de Na+ precisa dar aproximadamente o valor de Cl- e HCO3-. Logo, a referência de normalidade do AG será de 8-12 mEq/L. A avaliação do AG permite diferenciar a acidose metabólica por perda de bicarbonato da acidose que ocorre por acúmulo de ânions não mensuráveis. A avaliação de AG é para descobrir a causa da acidose (para além de PCO2 e HCO3-). Acidose com intervalo aniônico ALTO (> 12) = acúmulo de ácidos (CAD, acidose lática, intoxicação salicilatos [AAS], uremia). Acidose com intervalo aniônico NORMAL (8-12), também conhecida como acidose hiperclorêmica = perda de HCO3 (por diarreias, fístulas enterocutâneas, ureterostomias, diuréticos, insuficiência renal, adminstração excessiva de cloreto e NP sem HCO3). Intervalo aniônico BAIXO (45 = acidose respiratória e abaixo de 35 = alcalose respiratória. De acordo com a leitura e a interpretação do pH, saberemos se essa alteração na PCO2 é primária ou fenômeno de compensação. Terceira etapa: faz-se a leitura e a interpretação do HCO3. A faixa de [HCO3] situa-se entre 22-26. Assim qualquer valor acima de 26 = alcalose metabólica e abaixo de 22 = acidose metabólica. Novamente, de acordo com a leitura e a interpretação do pH, saberemos se essa alteração no HCO3 é primária ou compensatória. MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA É um conjunto de ações essenciais para o acompanhamento de pacientes em estado crítico. Métodos invasivos e não invasivos auxiliam no diagnóstico de condições cardíacas. A monitorização hemodinâmica (MH) fornece ao profissional informações sobre macrocirculação (em artérias e veias) e microcirculação (arteríolas, capilares e vênulas pós-capilares), que não podem ser medidas através de exames clínicos. O procedimento é utilizado para detectar condições capazes de provocar alterações hemodinâmicas como hipovolemia, disfunção cardíaca e choques distributivo (sepse) ou obstrutivo (embolia pulmonar). Sistemas de MH Invasiva: Pressão Venosa Central (PVC) = Pressão de Átrio Direito (PAD); Pressão Intra-arterial (PIA) = Pressão Arterial Média (PAM); Pressão de Artéria Pulmonar; é a artéria de saída do ventrículo direito, o nome do cateter utilizado para medir essa pressão é Cateter de Artéria Pulmonar (CAP) ou Cateter Swan-Ganz. Monitorização de Débito Cardíaco; Aplicação clínica desses parâmetros hemodinâmicos = para orientar a conduta. Para isso, faz-se necessário a instalação de um cateter invasivo apropriado e de um sistema de monitorização eletrônico e um sistema de fluidos. O sistema de fluidos acoplado ao cateter permite que as oscilações pressóricas sejam captadas por um transdutor de pressão que capta a onda hidráulica e a transforma em sinal elétrico que é apresentado na tela do monitor. Calibração do Sistema Todas as vezes que o paciente for movimentado, alteram-se as pressões e, consequentemente, a leitura. Um paciente deitado em zero graus em decúbito dorsal, vai apresentar pressões diferentes do que um paciente em posição de Fowler. Cada vez que o paciente for movimentado, principalmente, elevando ou abaixando a cabeceira é preciso calibrar o sistema. Para isso é preciso conhecer o eixo flebostático do paciente. Determinar o eixo flebostático do paciente (denominado Ponto Zero); localizado na intersecção entre o 4º espaço intercostal e a linha axilar média. Nivelar a saída de ar do transdutor de pressão no ponto de interseção entre o quarto espaço intercostal e a linha axilar média do paciente; Zerar o monitor neste momento. Ao ter certeza que a saída do transdutor está no eixo flebostático tem-se uma leitura das variáveis hemodinâmicas de maneira mais fidedigna. Transdutor é o dispositivo responsável por ler uma onda de pressão e converte-la em um sinal elétrico a ser lido no monitor. Toda vez que a posição do paciente for alterada da posição de zero grau, a altura do transdutor precisa ser ajustada para o eixo flebostático do paciente e o monitor zerado. Esse sistema está acoplado a um frasco de solução fisiológica (500 ml). Uma bolsa pressórica será acoplada ao frasco de SF para pressurizá-lo (inflá- lo) em 300 mmHg. Essa pressão vai infundir a SF na artéria do paciente no fluxo de 3 a 5 ml/h, constantemente, para evitar a coagulação/obstrução do cateter. Sem a infusão da SF, o cateter que está dentro de um vaso sob altas pressões será invadido pelo sangue, causando a coagulação e formação de um trombo. Por isso, a importância de pressurizar o frasco de SF em 300 mmHg para infundir a SF em um fluxo de 3 a 5 ml/h. Aspectos gerais da monitorização hemodinâmica tipo PVC, PAM e SWAN-GANZ: O sistema é pressurizado para que se mantenha pérvio, e para isso deve ser estabelecida uma pressão de 300 mmHg com fluxo de 3 a 5ml/h; Posicionar o zero ao nível da linha axilar média (eixo flebostático), com o paciente em decúbito dorsal horizontal ou no ângulo máximo de 60. O paciente que está realizando essa leitura hemodinâmica, pode estar a 0ºC, 25ºC, 30ºC até no máximo 60ºC. Acima de 60ºC compromete-se muito as variáveis hemodinâmicas para leitura e analise do que está acontecendo com o paciente. Algumas literaturas afirmam que o ideal é que o paciente esteja a 30ºC. Mas pacientes com distúrbios do trato respiratório e cardíacos, se beneficiam de cabeceiras mais elevadas (para diminuir o desconforto respiratório), pois suas pressões estão mais elevadas e possuem risco de fazer um edema agudo de pulmão. A cabeceira do paciente deve ficar entre 0 a 60ºC, idealmente 30ºC. Por mais que o frasco de SF esteja pressurizado com 300 mmHg gerando uma infusão de 3-5 ml/h, a P.A é alta e pode gerar um coágulo na ponta. Esse coágulo vai amortecer a pressão que chega no sistema hidráulico. Por isso, é necessário avaliar o que está acontecendo com a leitura desse sistema, e para isso, na PAM, utiliza-se o teste da onda quadrada. TESTE DA ONDA QUADRADA Avalia a precisão dos sistemas de monitorização de pressões invasivas em terapia intensiva. Trata-se da avaliação da onda de pressão no monitor enquanto se irriga rapidamente o cateter (flushing) após o sistema estar completamente operacional e ter sido adequadamente zerado e calibrado. O traçado deve mostrar uma subida rápida da curva; A interrupção rápida do flushing deve causar uma rápida depressão na curva, em um padrão quadriculado. Existe um dispositivo no transdutor, um elasticozinho que quando ele é puxado ao invés de liberar um fluxo de 3-5 ml/h, ele libera um flushing (um fluxo rápido). Ao liberar esse flushing a linha da PAM, no monitor, se converte em uma linha reta que sobe e enquanto o flushing estiver correndo ela fica reta e ao interrompe-lo, ela desce, forma uma onda quadrada com ângulos de 90º nos dois lados e 1,5 a 2 oscilações antes de retornar a linha de base. O sobreamortecimento pode ser causado por um trombo na ponta do cateter. PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC) – PAD A PVC é usada para avaliar a função ventricular direita e o retorno do sangue venoso para o lado direito do coração. Pode ser continuamente medida conectando-se um cateter posicionado na veia cava. Este parâmetro serve como guia para reposição de fluidos em caso de hipovolemia. É determinada pela interação entre volume intravascular, função do ventrículo direito, tônus vasomotor e pressão intratorácica. Fornece informações sobre três parâmetros: volume sanguíneo, eficácia do coração como bomba e tônus vascular. O acesso da PVC é obtido por meio de um cateter intravenoso, posicionado dentro da veia cava superior, próximo ao átrio direito = junção atriocaval. Podem ser utilizados cateteres venosos centrais ou cateteres centrais de inserção periférica (PICC), tendo a ponta localizada em nível central, na altura do terço distal da veia cava. Segundo o Consenso Brasileiro de Monitoração Hemodinâmica, os acessos venosos centrais em ordem de preferência são: 1. Veia jugular interna direita; 2. Veia jugular interna esquerda; 3. Subclávia esquerda; 4. Subclávia direita; 5. Femoral direita ou esquerda. Volume de sangue que chega ao coração (pré-carga), dependendo desse volume, a quantidade de sangue vai causar o estiramento dos miócitos. Logo, a PVC/PAD avalia a pré-carga. A pré-carga precisa estar dentro de um limite, e os valores normais variam em função das referências: Na prática clínica o valor de PVC mais usado é 0-8 mmHg. A PVC é um indicador importante para avaliar reposição volêmica em casos de hipovolemica.A hidratação volemica no paciente desidratado precisa ser feita de maneira cautelosa para não causar acidose hiperclorêmica. No paciente chocado, também deve-se realizar a reposição volênica de maneira controlada. E esse controle é feito atraves da avaliação da PVC, porque sempre que o paciente estiver respondendo a reposição de volemia, os parametros hemodinamicos serão ajustados. Caso esse ajuste não ocorra, será necessário entrar com alguma droga (noradrenalina). Portanto, uma PVC baixa é um indicador de que o paciente está hipovolêmico. Sinais de Hipovolemia: PVC baixa, volume vascular diminuido, pulso filiforme, sudorese e taquicardia. No entanto, uma PVC alta não é uma certeza de que o paciente esta hipervolêmico, pois a ponta do cateter está no AD. Nesse caso, a PVC alta pode ser causada por um IC direita (em que o VD não consegue debitar o volume adequadamente, e o sangue fica congestionado em AD) ou uma insufiencia tricuspide (valva que separa AD de VD, se ela é insuficiente para bloquear a regurgitação de sangue, quando o VD contrair, vai regurgitar sangue para AD, gerando uma leitura aumentada de PVC). A PVC também constitui um método indireto para determinar a pressão de enchimento ventricular direito (pré-carga). Isso torna a PVC um parâmetro hemodinâmico útil a se observar quando se trata o volume hídrico de um paciente instável. De maneira indireta, também avalia-se a pressão em VD. Aumento da PVC: hipervolemia, IC, choque cardiogênico (resultado de uma IC, em que o coração não é suficiente para debitar o sangue) ou insuficiência tricúspide; Diminuição da PVC: da pré-carga (= hipovolemia), choque hipovolêmico (hemorragia, vômito ou diarreia excessiva). Nessas condições, a PVC é útil para guiar a reposição volêmica. A PVC reflete no monitor as curvas de enchimento do AD, representadas pelas ondas “a”, “c” e “v”: Onda “a” = contração atrial (que coincide com o intervalo PR do ECG). Tem a ver com a contração AD que causa aumento da pressão de AD. A onda será maior em casos de hipervolemia ou IC, pois o átrio precisará fazer uma força muito maior para ejetar o sangue para dentro do ventrículo. Onda “c” = abaulamento da válvula tricúspide durante a sístole ventricular. Tem a ver com a contração do VD. Quando o VD contrai o sangue tenta regurgitar para dentro do átrio, em condições normais, a valva tricúspide fecha, fazendo um pequeno abaulamento para dentro do AD e é esse abaulamento que faz a onda C. Na insuficiência de tricúspide a onda C ficará maior que a onda A. Onda “v” = representa o enchimento atrial. Enquanto o ventrículo está em sístole e a valva tricúspide está fechada, continua chegando sangue venoso pelas veias cavas no AD (que funciona como uma cisterna que represa o sangue venoso). O transdutor do sistema da PVC converte onda de pressão hidráulica em sinal elétrico. Esse sinal possui um padrão de desenho no monitor (figura abaixo). A onda P, no ECG = contração atrial = onda A (PVC). QRS (ECG) = contração ventricular, onda R que é a principal onda do QRS = onda C (PVC). Onda T = chegada de sangue nos átrios enquanto a valva tricúspide está fechada = Onda V (PVC). ECG PVC Significado Onda P Onda A Contração Atrial Onda R Onda C Contração Ventricular Onda T Onda V Chegada de sangue no átrio Complicações da PVC As complicações relacionadas com a monitorização da PVC estão ligadas ao momento da punção do cateter. São elas: Pneumotórax; Hemotórax; extravasamento de sangue para cavidade torácica. Infecção; ficar atento a necessidade da permanência dessa monitorização, ela só necessária até o paciente ficar estável hemodinamicamente. Tromboembolismo; pois é um corpo estranho por onde passa o sangue. Desconexão das linhas de infusão; risco de sangramento venoso. Embolia gasosa. Nos momentos que o dispositivo estiver aberto, por isso a importância de clampear durante sua manutenção (ex.: em casos onde deseja-se infundir ou coletar alguma amostra, deve- se clampear, fazer a assepsia do sistema com álcool e lavar o acesso pós coleta de sangue, para evitar coagulação). Atenção também no momento de retirada do acesso central, deve-se puxar o acesso e quando aparecer o marco no cateter, deve-se ocluir imediatamente para não entrar ar no acesso. A Mensuração da PVC tem por finalidade: avaliar o volume sanguíneo circulante, a eficiência da bomba cardíaca e a pressão sanguínea no átrio direito. PRESSÃO ARTERIAL INVASIVA (PAI) – PAM É empregada para manter mensurações diretas e contínuas da PA em pacientes críticos que apresentam hipertensão ou hipotensão grave. Também são úteis em terapia intensiva para coleta de sangue arterial para gasometria. A aferição da P.A com esfigmomanômetro é uma estimativa, pois é uma medida indireta, pois existem uma série de fatores de confusão que podem alterá-la. Esses fatores podem ser minimizados fazendo o uso da técnica correta de aferição, mas mesmo assim continua sendo uma estimativa e não precisa. INDICAÇÕES: Medida contínua da pressão arterial; é mais fidedigna. Análise frequente dos gases arteriais; em casos em que haja necessidade de múltiplas coletas de gasometria arterial, a PAI é uma indicação, para reduzir as múltiplas punções arteriais (que são dolorosas) e complicações do vaso. Um cuidado importante na coleta de sangue arterial é clampear o sistema da PAI e lavar o acesso. Cirurgias com expectativa de instabilidade hemodinâmica ou perda sanguínea abundante, cirurgia torácica, cardíaca, vascular de grande porte e intracraniana; Paciente em uso de drogas vasoativas. O cateterismo arterial pode ser feito percutâneo ou por dissecção e os vasos comumente usados são, em ordem de preferência, as artérias: 1. Radial; 2. Dorsalis pedis (artéria pediosa); 3. Femoral; 4. Axilar; 5. Braquial. O cateter inserido é ligado a um sistema de monitorização que fornecerá as medidas de PAS, PAM e PAD. A artéria radial é o sítio de punção mais comumente utilizado. Neste caso, deve-se sempre testar a circulação colateral antes de inserir o cateter (doppler ou teste de Allen). Teste de Allen: utilizado para avaliar se há insuficiencia da artéria ulnar. Em seguida, alivie a pressão na artéria ulnar, se a coloração da mão retornar em até 10s, isso indica que a perfusão da mão é está adequada e que a circulação do arco palmar e artéria ulnar está ok = Teste de Allen positivo = pode realizar a punção na radial. Características das Curvas da PAI A curva da PAI reflete a atividade mecânica no coração, sendo possível identificar as principais fases do ciclo cardíaco. A sístole ventricular é marcada por uma elevação súbita da pressão arterial até atingir um pico, seguido por um rápido declínio (1. Subida sistólica; 2. Sistólica de pico; 3. Descida sistólica); A comissura dicrótica (ou nó dicrótico) representa o fechamento da válvula aórtica e marca fim da sístole e início da diástole. (4); a comissura dicrótica é marcada pela elasticidade da aorta. A fase diastólica ocorre após a comissura dicrótica e representa a drenagem do sangue para a circulação periférica (5. Rampa diastólica; 6. Diastólica final). O ponto 2 marca a pressão máxima = PAS e o ponto 6 a mínima = PAD. Logo, a diferença entre a PAS – PAD = pressão de pulso (30-50 mmHg). Ex.: 120x80mmHg (paciente basal). A pressão de pulso será de 40 mmHg. A pressão de pulso é usada indiretamente como marcador de rigidez arterial, sendo um preditor de risco para infarto miocárdico, insuficiência cardíaca e mortalidade cardiovascular. O tempo da sístole tem peso 1 e o da diástole peso 2, por isso o cálculo da PAM = 2 x PAD + PAS / 3. A diástole tem peso, pois geralmente o seu tempo é odobro da sístole. COMPLICAÇÕES DA PAI Trombose arterial; Embolia/ embolia gasosa; Infecção; Hematoma/Hemorragia; Pulso distal diminuído; pois a perfusão da artéria está comprometida. Fluxo distal diminuído/ausente; Cianose distal; Perda de membros por oclusão da artéria distal (braquial, axilar e femoral); Embolia cerebral por injeção intermitente de solução heparinizada (radial); se os acessos ficarem parados precisam ser heparinizados. Neuropatia compressiva; caso ocorra dissecção da artéria, a hemorragia pode comprimir os nervos. Aneurisma/Pseudo-aneurisma/Fístula AV. PRESSÃO DE SWAN-GANZ Cateter de Artéria Pulmonar (CAP) ou de Termodiluição. É utilizado para monitorização hemodinâmica a beira do leito para mensuração de valores cavitários para fins diagnósticos e proposta de tratamento. INDICAÇÕES Patologias que necessitem de informações de pré- carga, pós-carga, contratilidade, consumo e oferta de oxigênio (pois ele coleta amostra de sangue venoso misto que demonstra se a oferta e o consumo de O2 estão equilibrados. SvO2 = saturação venosa de O2). O consumo e a oferta de O2 precisam estar equilibrados. Quando o sangue sai da aorta para percorrer todo o corpo, o normal, é que as células extraiam até 30% do O2 circulante no sangue arterial. Logo, quando o sangue retorna venoso, ele possui ≅ 70% de O2. Logo, a coleta de uma amostra de sangue venoso, precisa ter uma StO2 de ≅ 70%. Um sangue venoso com menos de 70% de O2 significa que as células estão consumindo muito O2 ou está entrando pouco O2. O cateter é útil para: Manejo das complicações de IAM (choque cardiogênico); Coleta de sangue venoso misto; Medida do débito cardíaco (VS x FC ≅ 5L/min); Determinação da causa de dispneia e hipóxia (doença pulmonar severa versus falência ventricular esquerda); serve para avaliar se a dessaturação do paciente está ocorrendo por hipóxia. Pois, se há um desequilíbrio entre oferta e consumo de oxigênio, mas o DC está ok, significa que o problema não é no coração e sim de ordem respiratória. Diagnóstico diferencial de choque; Manejo de pacientes em pós-operatório de cirurgia cardíaca. Atualmente existem CAP e sistemas de monitorização que permitem a verificação contínua da SvO2 e do débito cardíaco. A verificação de SvO2 (que normalmente fica em torno de 75% no paciente saudável podendo variar de 60- 80% no paciente crítico) é a avaliação direta entre oferta (DO2) e consumo (VO2) de oxigênio, sendo que o aumento de consumo (choque) leva a uma diminuição da SvO2. O cateter de Swan-Ganz entra como se fosse um cateter de PVC (no AD) passa pela valva tricúspide e entra no VD passa pela valva pulmonar e tronco da artéria pulmonar e se ancora dentro de uma das artérias pulmonares. Sabe-se por onde o cateter está passando pelas curvas de pressão no monitor. As pressões dentro do AD variam de 0-8 mmHg. E as no VD são muito maiores. A ponta do cateter possui um balão, ao inflar esse balão na artéria pulmonar, obstrui-se a passagem de sangue e isola-se o lado direito do coração do esquerdo. Logo, esse balão só pode ficar inflamado por alguns segundos, pois ele está obstruindo a circulação pulmonar. Progressão do cateter até o sítio da artéria pulmonar: O cateter é inserido através de uma bainha introduzida em uma veia central (jugular interna ou subclávia) e avança pelas câmaras cardíacas posicionando-se em artéria pulmonar, medindo de forma direta as pressões das cavidades direitas, artéria pulmonar e indiretamente das cavidades esquerdas. Ao insuflar o balonete do CAP, o enfermeiro obtém o valor da pressão capilar pulmonar ou pressão de pós- oclusão (POP) que reflete a pressão diastólica final do ventrículo esquerdo (PDFVE), uma medida para estimar a sobrecarga de ventrículo esquerdo causada pela insuficiência de VE. INSTALAÇÃO O cateter da artéria pulmonar (CAP) possui várias vias e 4 lúmens: Lúmen proximal fica localizado no átrio direito para mensuração da PVC e injeção de fluidos para verificação de débito cardíaco; Lúmen distal serve para verificação da Pressão de Artéria Pulmonar (PAP) e coleta de sangue misto para verificação de saturação venosa mista de oxigênio (SvO₂); Lúmen de insuflação do balonete utilizado para verificação da Pressão de Pós-Oclusão (POP); ao insuflar o balonete é possível verificar POP da artéria pulmonar / pressão de oclusão da AP (POAP), permitindo isolar a pressão do VD do coração esquerdo. É uma variação indireta. A POAP é o parâmetro que melhor reflete as pressões em ventrículo esquerdo durante a diástole. Lúmen do termistor para verificação de débito cardíaco por termodiluição (diferença de temperatura após flush rápido de SF a 0,9%). O termistor serve para ler diferenças muito sutis de temperatura. O Swan-Ganz possui uma tecnologia em que ao injetar uma quantidade de SF0,9% (em temperatura ambiente que é menor que a temperatura central) dentro do AD, o termistor mede a velocidade em que a alteração da temperatura alcança a artéria pulmonar (onde está localizado o termistor). Pela velocidade que essa variação ocorre é possível ter uma noção do débito cardíaco. O termistor converte essa velocidade em um cálculo algoritmo que vai fornecer o valor do DC no monitor. O princípio da termodiluição, utilizado no cálculo do débito cardíaco, é uma extensão da diluição de indicador (no caso, um indicador térmico), na qual uma quantidade conhecida de indicador (ex.: frio) é injetada em um local especificado “corrente acima” (ex.: átrio direito) e o resultante efeito dilucional do indicador, ao misturar-se com sangue, numa localização “corrente abaixo” (ex.: termistor na artéria pulmonar), é medido, gerando uma curva de diferencial de temperatura, e a área abaixo desta curva é integrada. O termistor transmite a variação da temperatura no sangue. Esta variação é importante para a medida do débito cardíaco, onde é injetada uma solução fria e identificada a variação da temperatura na passagem do sangue neste local. O cateter de Swan-Ganz (ou CAP ou cateter de termodiluição) é a tecnologia utilizada para avaliar o débito cardíaco de acordo com a termodiluição. O paciente vai apresentar um DC diminuído quando o período de tempo de aumenta = pode indicar uma IC. A punção do cateter de swan-ganz é às cegas, logo, é preciso estar ligado ao monitor, para que através dos desenhos das ondas de pressão, seja possível identificar por onde ele está passando. Os desenhos e a qual localização eles se referem estão ilustrados na imagem: AD VD AP Cunha da Artéria Pulmonar (quando o balonete está insuflado = ocluindo o fluxo de sangue e isolando as pressões do coração direito das pressões do esquerdo). Sabe-se que a ponta do cateter não está no átrio esquerdo, mas a partir do momento que o balonete é insuflado e o isolamento dos lados ocorre, tem-se uma medida indireta de VE. Do mesmo jeito que a PVC é uma medida indireta do VD. PVC (pressão do AD) dá uma ideia da Pressão de VD (no ponto mais alto da PVC tem-se uma noção de como está o VD) ou volume diastólico final de VD. O swan- ganz estima indiretamente como está a pressão de VE ou volume diastólico final de VE. [ñ cai na prova] O que é preciso saber de swan-ganz para prova: Para que serve? Avalia PVC (PAD), PAP, POP, pressão capilar pulmonar (PCP) e indiretamente mede a função do VE e DC, índice cardíaco e coleta de sangue venoso e de sangue venoso misto (para avaliar o equilíbrio da oferta e consumo de O2). Possui quatro lúmens proximal em AD, distal em artéria pulmonar, lúmen do termistor (que serve para avaliar a velocidade da alteração de temperatura e estimar o DC) e o lúmen do balão (que ao insufla-lo,