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 Ana Lucia Marques Regio da Silva - R.A.: N763116 
 Isabela Vivian Silva Diogo - R.A.: N849355 
 Jaime Fernandes Neto - R.A.: N0304E2 
 Larissa Emanuele Silva de Oliveira - R.A.: N8515A0 
 
 
 
 
TRABALHO – CURSO: DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO 
 
 
 
 
TEMA DO TRABALHO 
HISTÓRIA E SURGIMENTO DO DIREITO TRABALHISTA NO BRASIL (1834-1940) 
 
 
 
 
São José do Rio Preto – SP, 15 de setembro de 2024 
 
ORIENTADOR: Eliani Nimer 
 
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RESUMO 
 
 
Entre 1834 e 1940, o direito trabalhista no Brasil evoluiu significativamente, 
refletindo as mudanças sociais e políticas do país. Inicialmente, a legislação era 
superficial e focava na regulação dos trabalhadores escravizados. Durante o período 
imperial, leis variadas concederam liberdade a certos grupos de escravizados, mas sem 
regulamentação detalhada das condições de trabalho. A Proclamação da República em 
1889 trouxe maior atenção às condições de trabalho, com leis que abordavam as férias 
e o início da previdência social abordando questões urbanas e de proteção de grupos 
vulneráveis. Além disso, o governo de Getúlio Vargas, a partir de 1930, consolidou a 
legislação trabalhista com a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) de 
1943, estabelecendo direitos fundamentais e criando uma estrutura mais organizada 
para a regulação das relações de trabalho. Esse período foi crucial para o 
amadurecimento da legislação trabalhista e a construção do sistema moderno, 
equilibrando as relações de emprego e protegendo os direitos dos trabalhadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palavras-chave: Consolidação das Leis do Trabalho, condições de trabalho, 
direitos dos trabalhadores. 
 
 
 
 
 
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ABSTRACT 
 
Between 1834 and 1940, labor law in Brazil evolved significantly, reflecting the 
country's social and political changes. Initially, the legislation was superficial and 
focused on regulating enslaved workers. During the imperial period, various laws 
granted freedom to certain groups of enslaved individuals but lacked detailed 
regulation of working conditions. The Proclamation of the Republic in 1889 brought 
increased attention to working conditions, with laws addressing vacations and the 
beginnings of social security, tackling urban issues and the protection of vulnerable 
groups. Additionally, starting in 1930, Getúlio Vargas's government consolidated labor 
legislation with the creation of the Consolidation of Labor Laws in 1943, establishing 
fundamental rights and creating a more organized framework for regulating labor 
relations. This period was crucial for the maturation of labor legislation and the 
development of the modern system, balancing employment relations and protecting 
workers' rights. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Keywords: Consolidation of Labor Laws, political changes, workers' rights. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
 
- Introdução.....................................................................................................................4 
 
- O Período Imperial (1834-1889)...................................................................................4 
 
- A Proclamação da República e o Início da Regulação Trabalhista (1889-1930).…5 
 
- O Período Vargas e o Estado Novo (1930 -1940).......................................................5 
 
- Conclusão.....................................................................................................................6 
 
- Referências...................................................................................................................8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
Destarte, para redigir sobre o direito trabalhista no Brasil, inicia-se com foco na relação 
trabalhista nos primórdios do imperialismo brasileiro, principalmente na década de 
1830, sendo essa marcada por diversas leis que exaltavam a época e a valorização 
primitiva dos escravos do território brasileiro em relação à monarquia, ora pois, citada a 
LEI DE 7 DE NOVEMBRO DE 1831 (LIM-7-11-1831) teve ali a marca dos primeiros 
atos monárquicos para a instituição, em breve, do povo escravizado como reconhecidos 
trabalhadores nos dias atuais com direitos reconhecidos e defendidos pelo ente federal, 
o Estado. 
 
Art. 1º Todos os escravos, que entrarem no territorio ou portos do Brazil, 
vindos de fóra, ficam livres. Exceptuam-se: 
1º Os escravos matriculados no serviço de embarcações pertencentes a paiz, 
onde a escravidão é permittida, emquanto empregados no serviço das 
mesmas embarcações. 
2º Os que fugirem do territorio, ou embarcação estrangeira, os quaes serão 
entregues aos senhores que os reclamarem, e reexportados para fóra do 
Brazil. 
 
Assim também, o período de 1834 a 1940 passou por uma evolução significativa, 
refletindo as transformações sociais, econômicas e políticas do país. O 
desenvolvimento desse ramo do direito foi marcado por várias leis e reformas que 
ajudaram a moldar a relação entre empregadores e empregados. 
 
1. O Período Imperial (1834-1889) 
Durante o período imperial, a legislação trabalhista no Brasil era ainda bastante 
incipiente e voltada principalmente para a regulação de questões econômicas gerais e a 
proteção dos trabalhadores escravizados. A Lei do Ventre Livre (1871), embora não 
diretamente trabalhista, foi um marco importante ao declarar livres os filhos de escravas 
nascidos a partir daquela data, iniciando uma lenta mudança no tratamento legal dos 
trabalhadores. 
Cita-se além da Lei do Ventre Livre, a Lei dos Sexagenários (1885), na qual concede 
a liberdade aos escravizados com mais de sessenta anos, refletindo uma crescente 
preocupação com a condição dos trabalhadores, embora fosse uma medida ainda 
muito restritiva em termos de direitos trabalhistas efetivos. 
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2. A Proclamação da República e o Início da Regulação Trabalhista (1889-
1930) 
Por meio da Proclamação da República em 1889, instaura-se um período de maior 
atenção às condições de trabalho, embora a regulação trabalhista ainda fosse limitada. 
A Lei de Férias (1907), uma das primeiras normas voltadas para a proteção dos 
trabalhadores urbanos, estabeleceu o direito a um período de descanso anual, 
marcando um avanço nas condições de trabalho. 
A Lei de Proteção ao Trabalho das Mulheres e Menores (1917) foi um passo 
significativo para a regulação trabalhista, ao criar regras específicas para a proteção 
dos trabalhadores jovens e das mulheres, limitando suas horas de trabalho e 
estabelecendo condições mínimas para o trabalho infantil e feminino. 
A Lei Eloy Chaves (DECRETO Nº 4.682, DE 24 DE JANEIRO DE 1923) garantiu 
estabilidade aos ferroviários que tinham a partir de 10 anos de serviço e, mais tarde, 
com a criação dessa lei, teve início a previdência social brasileira. Criou-se com isso, as 
Caixas de Aposentadoria e Pensões para os empregados das empresas ferroviárias, 
contemplando os benefícios de aposentadoria por invalidez, pensão por morte bem 
como o benefício de assistência médica, aposentadoria ordinária (atualmente chamada 
de aposentadoria por tempo de contribuição); todos esses custeado por contribuições 
do Estado, dos empregadores e dos trabalhadores. 
 
3. O Período Vargas e o Estado Novo (1930-1940) 
O governo de Getúlio Vargas, iniciado em 1930 e consolidado com a Constituição de 
1934 e o Estado Novo de 1937, marcou um ponto de inflexão na legislação trabalhista 
brasileira. Vargas implementou uma série de reformas que transformaram 
profundamente as relações de trabalho no Brasil. 
A Lei de Sindicalização e Proteção ao Trabalho (1931) estabeleceu a organização 
sindical obrigatória e regulamentou a atuação dos sindicatos, promovendo a 
estruturação do movimentosindical brasileiro e oferecendo maior proteção aos 
trabalhadores. 
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT – DECRETO-LEI N° 5.452, DE 1° DE 
MAIO DE 1943), embora ligeiramente posterior ao período analisado, foi resultado das 
reformas iniciadas durante a década de 1930. A CLT consolidou e expandiu as normas 
trabalhistas, incluindo direitos como jornada de trabalho, descanso semanal, férias e 
regulamentação do trabalho de menores e mulheres, representando a culminação das 
políticas trabalhistas de Vargas. 
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Para conhecimento abrangente, menciona-se os 3 primeiros artigos da CLT 1943: 
Art. 1º - Esta Consolidação estatui as normas que regulam as relações 
individuais e coletivas de trabalho, nela previstas. 
Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, 
assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a 
prestação pessoal de serviço. 
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de 
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante 
salário. 
 
Conclusão 
O período de 1834 a 1940 foi fundamental para a evolução do direito trabalhista no 
Brasil, refletindo as profundas transformações sociais, econômicas e políticas que 
marcaram a história do país. A trajetória do direito trabalhista brasileiro começou com 
as primeiras medidas no âmbito do período imperial e se consolidou com reformas 
significativas durante o governo de Getúlio Vargas, criando as bases para o sistema 
que conhecemos hoje. 
No início, durante o Império, as normas “trabalhistas” eram rudimentares e focavam 
majoritariamente na regulação das relações de trabalho dos escravizados, como 
evidenciado pela Lei de 7 de novembro de 1831. Este período é caracterizado pela 
ausência de uma legislação trabalhista estruturada e a proteção dos trabalhadores 
ainda era incipiente, refletindo o estágio primitivo do desenvolvimento social e 
econômico do Brasil. 
O impacto da Lei do Ventre Livre (1871) e da Lei dos Sexagenários (1885) marcou 
um avanço lento e gradual nas condições de trabalho e direitos dos trabalhadores. 
Essas leis representavam uma transição crucial no reconhecimento dos direitos dos 
indivíduos, ainda que limitados e focados principalmente em questões relacionadas à 
libertação dos escravizados e não na regulamentação detalhada das relações de 
trabalho. Sendo assim, mesmo ocasionando em condições melhores para a vida dos 
trabalhadores antes escravizados, ainda não havia foco direto na forma e condições de 
trabalho pois, não era uma preocupação emergente na época. 
A Proclamação da República em 1889 trouxe um novo contexto político e social, 
promovendo uma crescente atenção às condições de trabalho. Leis como a Lei de 
Férias (1907) e a Lei de Proteção ao Trabalho das Mulheres e Menores (1917) 
começaram a abordar questões específicas do trabalho urbano e a proteção de grupos 
vulneráveis, evidenciando uma consciência crescente sobre a necessidade de 
regulamentação trabalhista mais abrangente. 
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A Lei Eloy Chaves (1923) representou um marco importante ao introduzir a previdência 
social no Brasil, começando com a proteção dos trabalhadores ferroviários e 
estabelecendo um sistema que evoluiria para a previdência social brasileira. Essa 
legislação não só forneceu benefícios de aposentadoria e assistência médica, mas 
também estabeleceu um modelo de contribuição mútua entre o Estado, empregadores 
e trabalhadores, influenciando profundamente o desenvolvimento do direito trabalhista. 
A partir de 1930, com o governo de Getúlio Vargas, o direito trabalhista no Brasil 
passou por uma transformação decisiva. A Lei de Sindicalização e Proteção ao 
Trabalho (1931) e a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1943 
consolidaram e ampliaram as normas trabalhistas, estabelecendo direitos fundamentais 
como jornada de trabalho, descanso semanal e férias. A CLT foi uma realização 
monumental das políticas trabalhistas de Vargas, oferecendo uma estrutura mais 
robusta e abrangente para a regulação das relações de trabalho e promovendo a 
proteção dos direitos dos trabalhadores em um contexto mais moderno e organizado. 
A evolução do direito trabalhista brasileiro entre 1834 e 1940 revela um percurso de 
lenta, mas significativa transformação. O reconhecimento crescente dos direitos dos 
trabalhadores e a implementação de normas mais detalhadas e protetivas refletem o 
amadurecimento da legislação trabalhista e sua adaptação às necessidades e 
realidades sociais do país. As reformas e leis desse período foram fundamentais para a 
construção do sistema trabalhista atual, evidenciando a importância contínua da 
legislação no equilíbrio das relações laborais e na proteção dos direitos dos 
trabalhadores no Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
● Consolidação das Leis do Trabalho. Disponível em: 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm 
● Linha do tempo - Direitos das mulheres na legislação brasileira. Disponível em: 
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/linha-do-tempo-direitos-das-mulheres-na-
legislacao-brasileira/1776438470 
● Direito do trabalho / Francisco Ferreira Jorge Neto, Jouberto de Quadros 
Pessoa Cavalcante. - 9. ed. – São Paulo: Atlas, 2019.

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