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Layslla Amaral, 4° semestre 
1 
 
 As consultas pré-natais 
representam uma oportunidade de 
envolver a gestante adulta nos 
cuidados médicos de rotina e 
otimizar os desfechos 
obstétricos para a mãe e o feto. 
Em geral, a consulta pré-natal deve 
revisar os sintomas que preocupem 
a gestante, avaliar o bem-estar 
materno e fetal e fornecer orientação 
antecipatória para as próximas 
semanas gestacionais antes da 
consulta seguinte. Embora muitas 
gestantes compareçam à 
consulta com um parente ou o 
parceiro, o examinador 
também deve se lembrar de 
entrevistar a paciente com 
privacidade, porque alguns 
componentes da anamnese e 
do rastreamento de saúde 
podem ser desconhecidos para 
outras pessoas que estejam 
presentes na sala para dar 
apoio à paciente. Esse é 
particularmente o caso com a 
história obstétrica pregressa, 
atitudes em relação à gravidez, uso 
de substâncias psicoativas, infecções 
sexualmente transmissíveis e 
violência doméstica. Durante a 
consulta inicial, a anamnese é 
coletada enquanto a paciente ainda 
está vestida. 
O pré-natal tem como objetivo 
garantir o progredir fisiológico da 
gestação, diminuindo os riscos e a 
ocorrência de complicações durante 
esse período e no momento do 
parto. As consultas têm o intuito de 
promover a saúde da gestante e da 
criança e ao mesmo tempo fornecer 
assistência psicossocial, atividades 
educativas e preventivas às 
mulheres que precisarem. A unidade 
básica de saúde (UBS) deve ser a 
porta de entrada da gestante no 
sistema de saúde, garantindo o 
acompanhamento continuado e 
longitudinal da mesma durante toda 
a gravidez. Para que isso seja 
possível, é necessária a realização do 
cadastro na unidade de saúde e 
preenchimento do Cartão da 
Gestante, preferencialmente no 1º 
trimestre da gravidez, para que 
intervenções oportunas possam ser 
tomadas desde o início do período 
gestacional, sejam elas preventivas 
ou terapêuticas. Também é 
garantido o atendimento da 
totalidade das puérperas e recém-
nascidos cadastrados. 
As consultas de pré-natal 
abrangem a anamnese obstétrica, 
o exame físico ginecológico, a 
solicitação de exames 
complementares indicados, os 
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cuidados com a imunização e a 
oferta de medicamentos 
necessários (como sulfato ferroso 
e ácido fólico), além da avaliação 
do estado nutricional. 
O programa de Pré-natal deve 
contar com uma equipe 
multiprofissional, composta por, no 
mínimo, um médico 
ginecologista/obstreta, um 
enfermeiro e um cirurgião-dentista 
(pré-natal na gestação de baixo 
risco), sendo devidamente 
encaminhada, quando necessário 
para outras especialidades. 
 
• Diagnóstico de gravidez: 
 
• Teste rápido de 
gravidez: pode ser 
feito na própria UBS, 
para confirmar o 
diagnóstico rápido de 
gravidez, acelerando o 
processo para 
confirmação da 
gravidez e início do 
pré-natal. 
• Beta-HCG: é 
utilizado como 
diagnóstico 
confirmatório e 
precoce da gravidez. 
Esse hormônio pode 
ser detectado no 
sangue periférico cerca 
de uma semana após a 
concepção, a partir 
disso, sua 
concentração sérica 
aumenta, atingindo o 
pico entre 60 a 90 dias 
durante a gestação. 
• USG: pode ser 
solicitado para o 
diagnóstico de certeza 
da gravidez, como 
também, dentre outros 
vários fatores, para a 
determinação da idade 
gestacional 
embrionária e/ou fetal, 
o que é de suma 
importância já que 
muitas vezes a data da 
última menstruação 
(DUM) é relatada 
incorretamente, 
impossibilitando o 
cálculo real da data 
provável do parto 
(DPP) e da Idade 
gestacional (IG). 
 
Sinais de presunção 
da gravidez: 
• Atraso menstrual; 
• Manifestações clínicas: 
náuseas, vômitos 
matutinos, tonturas, 
salivação excessiva, 
mudança de apetite, 
polaciúria, fadiga e 
sonolência; 
• Modificações 
anatômicas: aumento 
do volume mamário e 
da sua 
hipersensibilidade, 
com a saída do 
colostro e o 
aparecimento dos 
tubérculos de 
Montgomery; 
coloração violácea 
vulvar, cianose vaginal 
e cervical, além do 
aumento do volume 
abdominal. 
 
 
 
 
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Sinais de 
probabilidade da 
gravidez: 
• Amolecimento da 
cérvice uterina e 
posterior aumento de 
volume; 
• Aumento das paredes 
vaginais e de sua 
vascularização; 
• ß-HCG positivo no 
soro materno a partir 
do 8º ou 9º dia após a 
fertilização. 
 
Sinais de certeza da 
gravidez: 
 
• Batimentos cardíacos 
fetais (BCF) presentes, 
detectados pelo Sonar 
doppler a partir de 12 
semanas e pelo Pinard 
a partir de 20 semanas 
de gestação; 
• Movimentos fetais 
ativos (MFA) a partir 
da 18ª ou 20ª 
semanas; 
• Ultrassonografia. 
 
Após a confirmação da 
gravidez, a gestante é 
cadastrada no 
SisPRENATAL e dará 
início ao seu pré-natal. 
 
➢ Cálculo da idade gestacional: 
- Quando a DUM é 
conhecida: 
Some o número de dias do intervalo 
entre a data da consulta e a DUM, e 
divide o resultado por 7. 
Exemplo: Data da consulta: 
14/02/2020, DUM: 01/11/2019 
 106/7= 15 semanas e 1 dia 
- Quando não se sabe o dia 
certo da DUM, mas recorda o 
período menstrual: 
 Se foi no início do mês, considera a 
DUM como dia 5, se foi no meio do 
mês considera a DUM como dia 15 e 
se foi no final do mês considera a 
DUM como dia 25. 
- Quando não sabe a DUM e o 
período menstrual: 
 Analisa pela medida da altura 
uterina e movimentos fetais (que 
iniciam a partir de 18 semanas) 
 
➢ Cálculo da data provável do 
parto: 
- Regra de Nagele: 
 Soma 7 dias ao primeiro dia da 
DUM e subtrai 3 meses ao mês 
da DUM. 
 Exemplos: DUM: 13/08/2010 
 DIA: 13+7=20 
MÊS: 08-3= 5 
ANO: 2011 
 DPP: 20/05/2011 
 
DUM: 10/03/2009 
DIA: 10+7=17 
MÊS: 03+9=12 
DPP: 17/12/2009 
 
 
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DUM: 28/01/2012 
DIA: 28+7=35 (tira 4 dias) 
MÊS: 02+09=11 
DPP: 04/11/2012 
Primeira consulta 
• Número mínimo de consultas: 
6 (médico e enfermagem). 
• Idade “ideal” para gestação: 18 
– 34 anos. 52 
►Na primeira consulta da 
gestante deverão ser fornecidos: 
• O Cartão da Gestante, com a 
identificação preenchida, o 
número do Cartão Nacional da 
Saúde, o hospital de referência 
para o parto e as orientações 
sobre; 
• O calendário de vacinas e suas 
orientações; • A solicitação dos 
exames de rotina; 
• As orientações sobre a 
participação nas atividades 
educativas (reuniões e visitas 
domiciliares). 
 Inicialmente, as consultas 
deverão ser mensais até a 28ª 
semana, posteriormente 
quinzenais entre a 28ª e a 36ª 
semana e, por fim, semanais no 
termo (após 37ª semana). 
►Ficha de avaliação do 
risco gestacional: Na primeira 
consulta pré-natal irá se 
estabelecer a classificação do 
risco gestacional – realizado 
posteriormente em toda consulta 
– e o encaminhamento, quando 
necessário, ao pré-natal de alto 
risco ou à urgência/emergência 
obstétrica, com objetivo de 
reduzir a morbimortalidade 
materno-infantil. 
Exames complementares: 
 
 
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➢ Intercorrências: 
 
➢ Dor abdominal 
inferior (segundo 
trimestre): o 
crescimento rápido no 
segundo trimestre 
causa tensão e 
estiramento dos 
ligamentos redondos 
que sustentam o útero, 
causando dor aguda ou 
em cólica com a 
movimentação ou 
mudança de posição. 
➢ Estrias abdominais 
(segundo ou terceiro): 
A distensão da pele e a 
ruptura do colágeno na 
derme contribuem 
para a formação de 
linhas finas, 
geralmente róseas, ou 
estrias gravídicas. 
Estas podem persistir 
ou desaparecer com o 
tempo após o parto. 
➢ Amenorreia (todos): 
Os altos níveis de 
estrogênio, 
progesterona e hCG 
aumentam a espessura 
do endométrio e 
impedem a 
menstruação, 
causando a ausência 
do ciclo menstrual, 
que muitas vezes é o 
primeiro sinal 
perceptível de 
gravidez. 
➢ Dor nas costas (todos):O relaxamento dos 
ligamentos pélvicos 
induzido pelos 
hormônios contribui 
para as dores 
musculoesqueléticas. 
A lordose necessária 
para equilibrar o útero 
gravídico contribui 
para a distensão da 
região lombar. O 
aumento das mamas 
pode contribuir para 
dor na região superior 
do dorso. 
➢ Sensibilidade/formiga
mento das mamas 
(primeiro): Os 
hormônios da gravidez 
estimulam o 
crescimento do tecido 
mamário, provocando 
aumento do volume e 
possível dor, 
sensibilidade e 
formigamento. O 
aumento do fluxo 
sanguíneo torna as 
veias delicadas mais 
visíveis abaixo da pele. 
➢ Constipação 
intestinal(todos): A 
constipação intestinal 
é o resultado do 
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trânsito gastrintestinal 
mais lento em 
decorrência de 
alterações hormonais, 
desidratação causada 
por náuseas e vômitos 
e suplementação de 
ferro nas vitaminas pré 
natais. 
➢ Contrações (terceiro): 
Contrações uterinas 
irregulares e 
imprevisíveis 
(contrações de Braxton 
Hicks) raramente 
estão associadas ao 
trabalho de parto. 
Contrações que se 
tornem regulares ou 
dolorosas devem ser 
avaliadas para 
determinar se 
consistem em início do 
trabalho de parto. 
➢ Edema(terceiro): 
Diminuição do retorno 
venoso, obstrução do 
fluxo linfático e 
redução da pressão 
coloidosmótica do 
plasma provocam, com 
frequência, edema dos 
membros inferiores. 
Contudo, edema 
substancial e súbito e 
hipertensão arterial 
sistêmica são indícios 
de pré-eclâmpsia. 
➢ Fadiga 
(primeiro/terceiro): A 
fadiga está relacionada 
à rápida mudança das 
demandas energéticas, 
efeitos sedativos da 
progesterona, 
alterações da mecânica 
corporal resultantes do 
útero gravídico e 
transtorno do sono. 
Muitas mulheres 
relatam maior energia 
e bem-estar durante o 
segundo trimestre. 
➢ Pirose (todos): A 
progesterona relaxa o 
esfíncter esofágico 
inferior, possibilitando 
o refluxo do conteúdo 
gástrico para o 
esôfago. O útero 
gravídico também 
exerce pressão física 
sobre o estômago com 
o aumento da idade 
gestacional, 
contribuindo para os 
sintomas de refluxo. 
➢ Hemorroidas (todos): 
podem ser causadas 
por constipação 
intestinal, diminuição 
do retorno venoso 
decorrente da pressão 
crescente da pelve, 
compressão por partes 
fetais e alteração do 
nível de atividade 
física durante a 
gravidez. 
➢ Perda do tampão 
mucoso (terceiro): A 
eliminação do tampão 
mucoso é comum 
durante o trabalho de 
parto, mas pode 
ocorrer antes do início 
das contrações. Desde 
que não haja 
contrações regulares, 
sangramento ou 
extravasamento de 
líquido amniótico, é 
improvável que a 
perda do tampão 
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mucoso estimule o 
início do trabalho de 
parto. 
➢ Naúseas e/ou vômitos 
(primeiro): reflete as 
alterações hormonais, 
o peristaltismo 
gastrointestinal mais 
lento, alterações do 
olfato e paladar e 
fatores socioculturais. 
➢ Polaciúria (todos): 
aumentos do volume 
sanguíneo e dataxa de 
filtração renal 
resultam em maior 
produção de urina, 
enquanto a pressão do 
útero gravídico reduz o 
espaço potencial da 
bexiga urinaria 
➢ Corrimento vaginal 
(todos): Corrimento 
branco leitoso e 
assintomático, 
leucorreia, é causado 
por aumento das 
secreções dos epitélios 
vaginal e cervical em 
decorrência de 
congestão vascular e 
alterações hormonais. 
Qualquer corrimento 
de odor fétido ou 
pruriginoso deve ser 
investigado. 
 
➢ Vacinas: 
 Hepatite B: 
- Esquema completo, 
não precisa ser 
vacinada. 
- Vacinação 
incompleta, completar 
as doses até que seja 
realizado um total de 
três doses. 
Não vacinada ou 
vacinação 
desconhecida: deve ser 
aplicado três doses no 
esquema de 0, 1 e 6 
meses. A primeira 
deve ser aplicada após 
o 1° trimestre. 
 
dT e dTpa: 
- Gestantes 
previamente vacinadas 
com 3 doses 
(incompleta), tomar 1 
dose de dTpa a partir 
da 20° semana ou até 
45 dias após o parto; 
-Gestantes com 
vacinação incompleta: 
tomar 1 dose com dT, 
(caso a gestante tenha 
tomado só 1 dose de 
dT); 
-►Gestantes não 
vacinadas ou com 
vacinação 
desconhecida: Realizar 
2 doses de dT, Tomar 1 
dose de dTpa a partir 
da 20ª semana de 
gestação ou até 45 dias 
após o parto 
(puerpério), 
respeitando o intervalo 
mínimo de 1 mês entre 
as vacinas. 
 
 Influenza: dose 
única anual no 
momento em que 
estiver ocorrendo à 
campanha. 
 
 
 
 
 
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Vacinas contraindicadas: 
 ►Febre amarela ►Tríplice viral ►HPV 
►Varicela ►Dengue 
 
A anamnese obstétrica é um 
instrumento propedêutico 
importante durante o cuidado pré-
natal. Seu interrogatório é 
direcionado para assegurar que mãe 
e filho sejam avaliados, fazendo com 
que o concepto chegue a termo, 
viável e com saúde. 
Durante a consulta a grávida deve 
expor suas queixas, desconfortos e 
dúvidas, assim como, oportunizar a 
participação do parceiro e de 
familiares que também auxiliarão no 
cuidado dessa gestante e depois do 
bebê. Assim, mesmo que a gestante 
compareça referindo não apresentar 
queixa principal (que normalmente 
nesses casos é a própria consulta de 
acompanhamento pré-natal), o 
profissional médico deve seguir com 
um interrogatório direcionado à 
identificação das principais afecções 
ginecológicas e obstétricas com 
potencial de causarem 
intercorrências durante a gestação. 
A paciente deve comparecer com 
regularidade ao pré-natal, com visita 
mensal até 31 semanas; depois 
quinzenal, entre 32 a 36 semanas e 
semanal no termo até o parto. 
 
• Identificação: 
• Idade: notar os extremos de 
idade, menores de 16 e maiores de 
35 anos. Nas mais jovens há 
aumento da ocorrência de 
hiperêmese e nas com idade mais 
avançada de mal formações 
estruturais no feto. A incidência de 
abortamento e pré-eclampsia é 
maior em ambos os casos. 
• Profissão: atentar para trabalhos 
em ambientes insalubres, que a 
exponha a irradiação, gases voláteis 
e intoxicação por fósforo, chumbo, 
arsênico, nicotina, mercúrio e 
agrotóxicos; que exijam que a 
gestante permaneça muito tempo 
em posição ortostática, sem para 
descanso ou pausa para alimentar-
se. 
• Nível de escolaridade: o baixo 
nível de escolaridade é 
frequentemente associado a um 
menor número de consultas pré-
natais, prole numerosa com falta de 
planejamento familiar, gestação 
indesejada, uniões instáveis e 
necessidade de manter atividades de 
trabalho até períodos próximos ao 
parto. 
•Naturalidade/Etnia: a 
naturalidade instiga investigação 
quanto a doenças da região, como 
malária, doença de Chagas e 
talassemias. As características 
étnicas interferem na estrutura 
corporal, à exemplo da baixa 
estatura e pelve pequena das 
mulheres orientais. 
• Estado conjugal: questionar 
sobre casamento ou união estável. O 
estado conjugal interfere na esfera 
socioeconômica, emocional e sexual, 
podendo comprometer o evoluir de 
uma gestação saudável, 
principalmente para aquelas que 
não apresentam parceiro fixo. 
Infecções genitais, práticas 
abortivas, eclampsia/pré-eclampsia 
e morbidade puerperal aumentam 
com a maior variedade de parceiros. 
 
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• Antecedentes familiares: 
• Hipertensão arterial 
sistêmica: há maior 
prevalência de síndromes 
hipertensivas em gestantes 
que apresentam histórico 
familiar de 1º grau (exemplo: 
gestante com mãe e irmã que 
tiveram pré-eclâmpsia na 
gestação tem mais chance de 
ter a doença). 
• Diabetes mellitus: tem 
maior prevalência quando 
presente na linhagem 
materna. 
• Gemelidade: a natureza 
dessa herança permanece 
desconhecida, embora se 
saiba que gestantes filhas de 
mulheres que tiveram gêmeos 
tenham altas chances de 
também gerá-los. 
• Câncer: principalmente do 
trato genital e mamas, 
presentes nos parentes 
maternos dagrávida. 
• Malformações: essas 
alterações podem indicar 
distúrbios cromossomais, 
devendo-se orientar a 
gestante à realização de 
estudo genético quando 
presentes na família do casal. 
• Outras: como colagenoses, 
doenças hematológicas e 
antecedentes obstétricos 
ruins de parentes maternos 
da gestante. 
 
• Antecedentes pessoais: 
• Hipertensão arterial: a 
hipertensão crônica nas 
gestantes tende a cair no 
início da gestação e aumentar 
durante o terceiro trimestre 
para níveis um pouco acima 
do início da gravidez. Os 
desfechos adversos 
dependem em grande parte 
do desenvolvimento de pré-
eclâmpsia sobrejacente. 
• Cardiopatia: doenças 
cardiovasculares variam na 
severidade e são responsáveis 
por complicar cerca de 1% 
das gestações e contribuir 
significantemente para o 
aumento da 
morbimortalidade materna. 
• Diabetes melitus: uma 
complicação gestacional 
comum. As mulheres podem 
ser divididas naquelas que já 
tinham o diagnóstico antes da 
gestação (pré gestacional) e 
nas que são diagnosticadas 
durante a gravidez 
(gestacional). A diabetes pré-
gestacional é relacionada a 
maiores índices de anomalias 
fetais e risco de morte fetal, 
devendo os níveis de glicemia 
pós pandrial serem muito 
bem controlados. Não ocorre 
aumento de anormalidades 
fetais na diabetes gestacional, 
entretanto, nesses casos há 
altas chances do feto ter 
tamanho excessivo 
(macrossomia), caracterizado 
com peso ao nascer maior 
que 4.000 g. Crianças 
macrossômicas são 
associadas à parto laborioso e 
trauma ao nascimento 
(distócia do ombro 
normalmente). 
• Infecção urinária: é a 
infecção mais comum 
durante a gravidez. Embora a 
bacteriúria assintomática seja 
o achado mais comum, 
infecções sintomáticas podem 
ocorrer, entre elas cistite e 
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pielonefrite. O tratamento 
dessas infecções é crucial, já 
que mesmo a infecção 
assintomática, quando não 
tratada, evoluirá para 
infecção sintomática em 
algum momento da gravidez. 
As infecções do trato urinário 
por si só são associadas ao 
aumento do risco do 
nascimento de crianças com 
baixo-peso ao nascer, parto 
prematuro, gestação 
associada à hipertensão e 
anemia. 
• Cirurgia em 
geral/cirurgia pélvica: 
principalmente as do 
aparelho reprodutor, como 
cesária pregressa e 
miomectomia, por 
aumentarem as chances de 
rotura uterina; corretoras de 
distopias genitais e fístulas 
vésico-vaginais, por 
contraindicarem parto 
transvaginal; outras 
realizadas sobre o colo 
uterino e as curetagens 
repetidas, por favorecerem a 
incompetência ístmo-
cervical; além de operações 
mamárias, que, a depender 
da técnica, podem dificultar a 
amamentação. 
• Alergias: a fatores 
ambientais e medicamentos 
ou outros recursos que 
poderão ser utilizados 
durante a gestação, parto ou 
puerpério (exemplos: iodo, 
sulfas, dipirona, penicilina, 
ácido acetilsalicílico, etc). 
• Medicações em uso: 
atentar-se para droga, 
posologia e duração do uso. 
• Preocupações e atitudes 
em relação à gravidez: 
pergunte como se sente em 
relação á gravidez, se foi 
planejada ou não. Se não, ela 
planeja levar a gravidez a 
termo, abortar ou considerar 
a adoção? Há envolvimento 
do parceiro, do pai biológico 
do feto ou outra rede de 
suporte familiar? Ao 
pesquisar os pontos de vista 
da gestante, utilize questões 
abertas e seja flexível, sem 
fazer julgamentos. Respeite 
as diversas estruturas 
familiares, como o suporte 
familiar estendido, mãe 
solteira ou uma gravidez 
concebida por doação de 
esperma, com ou sem um 
parceiro de qualquer gênero. 
Apoie as escolhas da paciente 
quando surgirem confissões 
inesperadas, como uma 
gravidez resultante de um ato 
sexual coercitivo ou o desejo 
de encerrar a gravidez. 
 
• Antecedentes obstétricos: 
• Questionar sobre o número 
de vezes que a pacientes 
engravidou – Gesta(s). Não 
importando o número de conceptos 
ou o término da gestação. Nesse 
caso ela será considerada Gesta I, 
mesmo em caso de abortamento ou 
no nascimento de gêmeos. 
• Questionar sobre o número 
de partos – Para(s). Considera-se 
Para todo o parto que ocorreu após 
22 semanas de gestação, não 
importando se foi um parto 
prematuro de um feto morto. 
Verificar quais foram as vias parto 
(abdominal ou vaginal), se 
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houveram partos cesáreos, 
questionar a sua indicação. Se o 
parto ocorreu por via vaginal mas 
em situação transpélvica, questionar 
evolução e a necessidade do uso de 
fórcipe ou a realização de vácuo-
extração. Confirmar a época 
gestacional no qual ocorreram, se 
pré-termo, à termo ou pós-termo. 
• Houveram abortamentos 
(gestações interrompidas até a 22ª 
semana de gravidez). Se sim, há 
necessidade de serem 
caracterizados: número, em qual 
intervalo de tempo e idade 
gestacional; se foram completos, 
incompletos ou infectados; 
espontâneos ou provocados; se 
necessitaram de curetagem ou 
aspiração uterina; e por fim, se 
existiram complicações após o 
abortamento. 
 • Partos gemelares? 
• Ectopias? 
• Questionar a respeito de 
óbito(s) na primeira semana de 
vida (óbito neonatal precoce) 
ou após a primeira semana até 
28 dias de nascido (óbito 
neonatal tardio). 
Verificar o intervalo de tempo entre 
a última gestação e a gestação atual. 
Lembrando que intervalos menores 
que 2 anos entre as gestações é 
prejudicial para a mulher, já que 
este é o tempo mínimo necessário 
para que a mesma restabeleça as 
suas reservas nutricionais e 
recuperar estados orgânicos 
modificados pela gestação. Também 
é importante dar atenção para 
intervalos maiores que 10 anos, 
nesses casos devemos lidar com a 
paciente como se ela nunca tivesse 
parido. Questionar peso do recém-
nascido que nasceu com o maior 
peso, se teve o puerpério normal ou 
patológico, se amamentou e por 
quanto tempo, fazendo a média do 
tempo de amamentação (soma do 
total de tempo que essa gestante 
amamentou durante a vida dividido 
pelo número de filhos). 
O número de gestações (“gesta”) 
refere-se ao número de vezes que 
uma mulher engravidou e paridade 
é o número de vezes que ela deu à 
luz um feto de idade viável (≥ 24 
semanas de gestação), 
independentemente de ser um 
nativivo ou natimorto. Por exemplo, 
uma mulher descrita como “gesta 2, 
para 2” (G2 P2) teve duas gestações 
e dois partos após 24 semanas, e 
uma mulher descrita como “gesta 2, 
para 0” (G2 P0) teve duas gestações, 
das quais nenhuma sobreviveu até a 
idade gestacional de 24 semanas. 
A paridade é adicionalmente 
dividida em partos a termo, partos 
pré-termo, abortos (abortos 
espontâneos e provocados) e 
nativivos. Uma mulher com dois 
abortos espontâneos antes de 20 
semanas de gestação, três nativivos 
nascidos no termo e uma gravidez 
atual seria referida como “G6 
P3023”. Um erro comum consiste 
em designar uma gestação múltipla, 
por exemplo, gemelar, com uma 
contagem de dois no número de 
gestações ou paridade. Na prática, 
cada gravidez recebe apenas uma 
contagem em qualquer categoria, 
independentemente do número de 
fetos, exceto para nativivos, quando 
todos são contados. Portanto, para 
uma primeira gravidez com gêmeos 
nascidos no termo, a designação 
correta seria G1 P1002. 
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• Planos para 
amamentação. O 
aleitamento materno protege 
o lactente contra várias 
condições infecciosas e não 
infecciosas e exerce um efeito 
protetor sobre a mãe contra o 
câncer de mama e outras 
condições. Os planos para 
contracepção dependerão das 
preferências da paciente, da 
anamnese e da decisão 
relativa à amamentação. 
• Planos para 
contracepção pós-parto. 
Inicie essa discussão cedo, 
pois a contracepção pós-parto 
reduz o risco de gravidez 
indesejada e intervalos mais 
curtos entre as gestações, que 
estão ligados aaumentos dos 
resultados adversos da 
gestação. 
• ►Gestação atual: fazer 
cálculo da DUM (data da 
última menstruação) e DPP 
(data provável do parto) – 
verificar capítulo de pré-
natal. Confirmar tipagem 
sanguínea e fator Rh. 
Questionar a respeito dos 
hábitos da gestante, se é 
tabagista ou faz ingestão de 
bebidas alcóolicas – já essas 
substâncias apresentam 
componentes que alcançam a 
corrente sanguínea 
facilmente, podendo causar 
abortamentos, malformações, 
crescimento intra-uterino 
restrito, parto prematuro e 
alterações neurológicas na 
criança. Averiguar se 
existiram intercorrências até 
o momento da primeira 
consulta e se a gestante tem 
apresentado êmese ou 
hiperêmese. 
 
O exame físico da gestante deve ser 
geral e completo, iniciando-se na 
primeira consulta do pré-natal, com 
ênfase nos aspectos ginecológicos e 
obstétricos. As pacientes devem ser 
examinadas em busca de alterações 
no estado geral, no peso, na pressão 
arterial, no volume da glândula 
tireoide, na ausculta cardíaca e 
pulmonar, na inspeção da pele e na 
palpação do abdome. Em acréscimo, 
é de fundamental importância a 
realização de exame ginecológico 
completo, incluindo a avaliação de 
vulga, vagina e mamas. 
O exame obstétrico, 
especificamente, inclui medida da 
altura uterina, que auxilia no 
rastreamento das alterações do 
crescimento fetal, das alterações no 
volume de líquido amniótico e de 
gestação múltipla, e ausculta dos 
batimentos cardíacos fetais com o 
sonar Doppler a partir de 9 a 12 
semanas de gestação. 
Posicionamento: No início da 
gravidez, a paciente pode ser 
examinada no decúbito dorsal. Nos 
trimestres posteriores, a paciente 
deve adotar uma posição 
semissentada com os joelhos 
dobrados ou em uma posição de 
decúbito discretamente inclinada 
para a esquerda. 
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Faça com que o toque e o movimento de 
suas mãos sejam confortáveis ao 
examinar a gestante. Aqueça as mãos e 
use uma palpação firme, mas gentil, em 
vez de pressão abrupta ou compressão. 
Quando possível, mantenhas os dedos 
da mão estendidos e unidos em um 
contato contínuo e delicado com a pele 
na superfície abdominal. As superfícies 
palmares das pontas dos dedos são as 
mais sensíveis. 
 
 
 
• Inspeção geral: avalie a 
saúde geral, o estado 
emocional, o estado 
nutricional e a coordenação 
neuromuscular da paciente 
quando ela entra na sala e 
caminha até a mesa de 
exame. 
- Altura e peso: Tratando-se 
mais especificamente do 
peso, sabe-se que o ganho 
adequado para uma paciente, 
segundo o Ministério da 
Saúde, fica no intervalo de 
11,5 e 16 kg. 
-Temperatura; 
-Respiração: atenção para o 
terceiro trimestre, pois o 
crescimento uterino eleva o 
diafragma, o que pode levar a 
um quadro de dispneia. 
-Pulso; 
-Pressão arterial: quadros 
hipertensivos, como 
hipertensão gestacional, 
hipertensão crônica e pré-
eclâmpsia, são muito temidos 
durante a gravidez e, em 
virtude disso, a verificação da 
pressão arterial deve ser uma 
constante em todas as 
consultas de pré-natal. A PA, 
idealmente, deve estar abaixo 
de 140/90mmHg. Caso a PA 
seja conhecida, a sistólica não 
pode ultrapassar 30mmHg do 
normal e a diastólica, 
15mmHg. 
 1) Hipertensão gestacional: 
pressão Arterial Sistólica 
(PAS) ≥ 140 e Pressão 
Arterial Diastólica (PAD) ≥ 
90. Surgimento após a 20ª 
semana de gestação e sem 
proteinúria. 
2) Hipertensão crônica: PAS 
≥ 140 e PAD ≥ 90 antes da 
gravidez, anterior a 20ª 
semana de gestação e após a 
12ª semana de pós-parto; 
3) Pré-eclâmpsia: PAS ≥ 140 
e PAD ≥ 90. Surgimento após 
a 20ª semana de gestação e 
com proteinúria. Além da 
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proteinúria e hipertensão, há 
edema; 
4) A eclâmpsia apresenta as 
mesmas características da 
pré-eclâmpsia, porém com o 
acréscimo de convulsão. 
 
 
-Circunferência abdominal: 
90-92 em gestantes a termo 
não obesas; 
-Faces: Áreas castanhas 
irregulares na testa, nas 
bochechas, no nariz e na 
mandíbula são conhecidas 
como cloasma ou melasma, a 
“máscara da gravidez”, um 
achado dermatológico normal 
durante a gravidez; 
 
- Cabelo: pode ficar seco, oleoso ou 
escasso durante a gravidez; 
-Olhos: observar a coloração das 
conjuntivas (a gestante possui uma 
tendência à anemia, quadro de 
hemodiluição por aumento do 
volume plasmático conhecido 
como anemia fisiológica da gestação, 
devido à queda do hematócrito e da 
hemoglobina); 
-Nariz: Inspecione as mucosas e o 
septo. Congestão nasal e 
sangramentos nasais são mais 
comuns durante a gravidez 
devido à congestão vascular 
decorrente do aumento do volume 
sanguíneo circulante; 
- Boca: avaliar gengivas e dentes. 
Em relação aos últimos, sabe-se que 
infecções podem levar à 
prematuridade e a baixo peso 
ao nascimento; 
- Tireoide: esperado um 
discreto aumento simétrico da 
glândula devido a efeitos 
hormonais (mais evidente a partir 
da 20a semana de gestação). 
Portanto, sempre inspecionar e 
palpar a tireoide. Aumento da 
tireoide, bócio e nódulos são 
anormais e exigem investigação; 
-Toráx e pulmões: inspecione o 
tórax para avaliar os contornos e os 
padrões respiratórios. Efetue a 
percussão para observar a elevação 
diafragmática que pode ser 
detectada já no primeiro trimestre. 
Ausculte para verificar a existência 
de sons respiratórios normais, sem 
sibilos, estertores ou roncos; 
-Coração: Palpe o impulso apical, 
que está desviado para cima e para a 
esquerda, na direção do quarto 
espaço intercostal pelo crescimento 
do útero. Ausculte o coração. 
Procure um zumbido venoso 
(venous hum) ou um sopro 
mamário contínuo (mammary 
souffle), encontrado com 
frequência na gravidez em 
decorrência do aumento do 
fluxo sanguíneo pela vasculatura 
das mamas. Avalie dispneia e 
sinais de insuficiência cardíaca 
para detectar uma possível 
miocardiopatia periparto, em 
particular nos últimos estágios da 
gravidez 
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Sopros podem indicar anemia, 
mas também podem estar 
relacionados ao aumento 
fisiológico do volume de 
sangue circulante. Um sopro 
diastólico na gravidez nunca é 
normal e deve ser investigado 
com mais atenção. 
 
• Exame das mamas: 
O exame das mamas é semelhante 
ao realizado em pacientes não 
gestantes, mas com algumas 
diferenças dignas de nota. 
Na gravidez, as mamas apresentam 
importantes modificações, como 
proliferação das glândulas, aumento 
do volume, edema, vasodilatação 
(rede venosa de Haller), aumento da 
pigmentação da aréola primária, 
aparecimento da aréola secundária e 
hipertrofia das glândulas sebáceas 
do mamilo (tubérculos de 
Montgomery). 
- Inspecione a simetria e a cor 
das mamas e dos mamilos. As 
alterações normais incluem um 
padrão venoso pronunciado, 
mamilos e aréolas mais escuros e 
glândulas de Montgomery 
proeminentes, que tipicamente 
regridem após o parto. 
-Palpe a procura de massas e 
linfonodos axilares. As mamas 
normais podem estar doloridas e 
nodulares durante a gravidez 
-Comprima cada mamilo entre 
seu polegar e o dedo indicador; 
pode ocorrer expressão de colostro 
dos mamilos nos trimestres mais 
tardios. Assegure à paciente que isso 
é normal e que ela também pode 
apresentar uma “descida de leite”, 
extravasamento espontâneo leve 
muitas vezes acompanhado por uma 
sensação de cãibra na mama 
durante um banho quente ou um 
orgasmo no terceiro trimestre. 
►Com 8 semanas de gestação: 
• Congestão mamária: hipertrofia. 
 • Aréola primária: aréola 
hiperpigmentada. 
• Tubérculos de Montgomery: 12-15 
glândulas mamárias acessórias ou 
sebáceas hipertrofiadas. 
►Com 16 semanas de gestação: 
 • Colostro: líquido que sai da mama 
e precede o leite materno. É possível 
verificar com a expressão. 
• Rede venosa de Haller: aumento 
da circulação venosa formando uma 
rede visívelsob a pele transparente 
das mamas. 
►Com 20 semanas de gestação: 
 • Sinal de Hunter: desenvolvimento 
da aréola secundária, escurecimento 
das mamas. 
 
 
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• Exame obstétrico: 
Para o exame abdominal, ajude a 
paciente a passar para uma posição 
semissentada com os joelhos 
flexionado. 
Inspeção: 
 ►Verificar o formato do abdome 
(plano, abaulado, ovoide ou 
globoide). Atentar também para 
modificações na pele, como a 
presença de: 
• Cicatrizes (investigar cirurgia de 
cesárea anterior). 
•Melasma ou cloasma. 
• Estrias (que são rupturas de fibras 
elásticas; quando recentes, são 
vermelhas ou azuladas e quando 
tardias, brancas). 
• Linha nigra: escurecimento da 
linha alba. • Edema. 
• Aumento exagerado do volume 
abdominal, indicativo de alterações 
importantes (polidrâmnio, 
gemelaridade e obesidade). 
 
Palpação: 
 ►Verificar a consistência uterina: 
• Cística (líquido amniótico). 
• Elástica (parede uterina). 
 • Pastosa (placenta). 
A palpação obstétrica deve ser 
realizada antes da medida da altura 
uterina. Ela deve iniciar-se pela 
delimitação do fundo uterino, bem 
como de todo o contorno da 
superfície uterina (este 
procedimento reduz o risco de erro 
da medida da altura uterina). A 
identificação da situação e da 
apresentação fetal é feita por meio 
da palpação obstétrica, procurando-
se identificar os polos cefálico e 
pélvico e o dorso fetal, facilmente 
identificados a partir do terceiro 
trimestre. 
Manobras de Leopold: As 
manobras de Leopold são usadas 
para determinar a posição fetal no 
abdome materno a partir do 
segundo trimestre; a exatidão é 
maior após 36 semanas de gestação. 
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• Primeira manobra (polo fetal 
superior). Fique ao lado da 
gestante, de frente para a sua 
cabeça. Palpe com delicadeza 
a parte mais alta do útero 
gravídico, com as pontas dos 
dedos unidas, para 
determinar qual parte fetal 
está localizada no fundo do 
útero, que é o “polo fetal 
superior”; 
• Segunda manobra (laterais 
do abdome materno). 
Coloque uma mão em cada 
lado do abdome da gestante, 
capturando o corpo do feto 
entre elas. Estabilize o útero 
com uma das mãos e palpe o 
feto com a outra, procurando 
o dorso em um lado e as 
extremidades no outro. 
• Terceira manobra (polo fetal 
inferior e descida para a 
pelve). Coloque as superfícies 
palmares das pontas dos 
dedos sobre o polo fetal, logo 
acima da sínfise púbica. Palpe 
a parte de apresentação fetal, 
avaliando a textura e a 
firmeza para distinguir a 
cabeça das nádegas. Avalie a 
descida, ou o encaixe, da 
parte de apresentação na 
pelve materna. 
• Quarta manobra (flexão da 
cabeça fetal).Usando uma 
mão de cada vez, deslize os 
dedos para baixo em cada 
lado do corpo fetal até atingir 
a “proeminência cefálica”, ou 
seja, onde estiver a projeção 
da sobrancelha ou do 
occipício fetal. 
 
 
 
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• Medida da altura uterina: 
Com a mão direita, fixar a 
extremidade inicial (0 cm) da 
fita métrica, flexível e não 
extensível, na borda superior 
da sínfise púbica, 
passando-a entre os 
dedos indicador e médio 
da mão esquerda ou pela 
borda cubital esquerda. 
Proceder à leitura 
quando a borda cubital 
da mão atingir o fundo 
uterino. 
 
 
Passo a passo: 
1) Posicione a gestante em 
decúbito dorsal, com o 
abdome descoberto. 
2) Por meio da palpação, 
procure corrigir a 
dextroversão uterina. 
Delimite a borda superior da 
sínfise púbica e o fundo 
uterino. 
3) Fixe a extremidade inicial da 
fita, na borda superior da 
sínfise púbica com uma das 
mãos, passando-a entre os 
dedos indicador e médio. 
4) Deslize a fita métrica entre os 
dedos indicar e médio da 
outra mão até alcançar o 
útero com a margem cubital 
da mesma mão. 
5) Proceda à leitura quando a 
borda cubital da mão atingir 
o fundo uterino. 
 
 
 
 
 
 
 
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Ausculta de batimentos cardiofetais: 
 
 O objetivo é: verificar a vitalidade 
do feto, por meio dos batimentos, 
reconhecera gravidez única ou 
múltipla, confirmar o diagnostico da 
apresentação da posição fetal. 
 Obs: frequência cardíaca fetal 
considerada normal é entre 120 a 
160 bpm. 
 
Como realizar? 
- Posicione a gestante em decúbito 
dorsal, com o abdômen descoberto; 
- Identifique o dorso fetal. Além de 
realizar a palpação, deve-se 
perguntar a gestante em qual lado 
ela sente mais os movimentos fetais, 
o dorso estará do lado oposto; 
-Segure o estetoscópio de Pinard 
pelo tubo, encostando a extremidade 
d abertura mais ampla no local 
previamente identificado como 
corresponde ao dorso fetal; 
-Encoste o pavilhão da orelha na 
outra extremidade do estetoscópio; 
-Faça com a cabeça, leve pressão 
sobre o esteto, e só então, retire a 
mão que segura o tubo; 
-Procure o ponto de melhor ausculta 
e controle o pulso da gestante para 
identificar se os batimentos são dele 
ou do bebê;

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