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EBOOK Assistencia de Enfermagem no Período Gravídico Puerperal DISCIPLINA DE SAÚDE DA MULHER IV EBOOK Assistência de Enfermagem no Período Gravídico Puerperal DISCIPLINA DE SAÚDE DA MULHER IV Este Ebook tem o objetivo de servir como material de apoio para os alunos da disciplina de Enfermagem na Saúde da Mulher IV, ofertado pela Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa (EEAAC) da Universidade Federal Fluminense (UFF). As docentes responsáveis pela disciplina são: Prof.ª Dr. ª Claudia Maria Messias, Prof.ª Dr. ª Diva Cristina Leão e Prof.ª Lorena Barros Lima. A elaboração do material foi realizada pela discente Giovanna Bighi Azevedo como projeto de monitoria e apoio as atividades. Este produto é de uso exclusivo da disciplina, sendo proibida venda e comercialização. Niterói, 2022 1. Assistência de enfermagem no pré-natal 1.1. Introdução ao pré-natal 1.2. Diagnostico da gravidez 1.3. Classificação de risco 1.4. Cálculos gestacionais 1.5. Exame físico da gestante 1.6. Vacinação da gestante 1.7. Placenta, anexos fetais e funções 2. Complicações obstétricas 2.1. Diabetes mellitus 2.2. Síndromes hipertensivas 2.3. Síndromes hemorrágicas 3. Assistência de enfermagem durante o parto 3.1. Trabalho de parto 3.2. Métodos não farmacológicos para alivio da dor no trabalho de parto 3.3. Períodos clínicos do parto 3.4. Mecanismo de parto 3.5. Distocias 3.6. Assistência de enfermagem durante o trabalho de parto 3.7. Laceração perineal 3.8. Episiotomia 3.9. Episiorrafia 4. Assistência de enfermagem no pós-parto 4.1. Assistência de enfermagem durante o puerpério 4.2. Aleitamento materno 5. Assistência de enfermagem ao recém-nascido 5.1. Classificação 5.2. Assistência imediata na sala de parto 5.3. Exame físico do recém-nascido 5.4. Exames de triagem neonatal 6. Ginecologia 6.1. Patologias benignas 6.2. Câncer de mama 6.3. Câncer de colo uterino O objetivo do acompanhamento do pré-natal é assegurar o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas. O acesso ao pré-natal é um indicador importante de saúde materna e quanto antes iniciado melhor para o binômio (mãe-feto). O Ministério da Saúde recomenda que sejam realizadas no mínimo seis consultas (uma no primeiro trimestre da gravidez, duas no segundo e três no terceiro), sendo ideal é que a primeira consulta aconteça no primeiro trimestre e que, até a 34ª semana, sejam realizadas consultas mensais. Entre a 34ª e 38ª semanas, o indicado seria uma consulta a cada duas semanas e, a partir da 38ª semana, consultas toda semana até o parto, que geralmente acontece na 40ª semana, mas pode durar até 42 semanas. 10 passos para o pré-natal de qualidade na atenção básica 1° PASSO: Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até a 12ª semana de gestação (captação precoce). 2° PASSO: Garantir os recursos humanos, físicos, materiais e técnicos necessários à atenção pré-natal. 3° PASSO: Toda gestante deve ter assegurado a solicitação, realização e avaliação em termo oportuno do resultado dos exames preconizados no atendimento pré- natal. 4° PASSO: Promover a escuta ativa da gestante e de seus (suas) acompanhantes, considerando aspectos intelectuais, emocionais, sociais e culturais e não somente um cuidado biológico: “rodas de gestantes”. 5° PASSO: Garantir o transporte público gratuito da gestante para o atendimento pré-natal, quando necessário. 6° PASSO: É direito do(a) parceiro(a) ser cuidado (realização de consultas, exames e ter acesso a informações) antes, durante e depois da gestação: “pré- natal do(a) parceiro(a)”. 7° PASSO: Garantir o acesso à unidade de referência especializada, caso seja necessário. 8° PASSO: Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico, incluindo a elaboração do “Plano de Parto”. 9° PASSO: Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o serviço de saúde no qual irá dar à luz (vinculação). 10° PASSO: As mulheres devem conhecer e exercer os direitos garantidos por lei no período gravídico-puerperal. Papel do enfermeiro no pré-natal, se consagra através da consagra através da consulta de enfermagem que tem como objetivo acolher a gestante, desenvolver o vínculo através da escuta qualificada e toda assistência técnica como, solicitação de exames, preenchimento do cartão da gestante entre outros. São atribuições do enfermeiro na atenção pré-natal: Orientar as mulheres e suas famílias sobre a importância do pré-natal, da amamentação e da vacinação; Realizar o cadastramento da gestante no SisPreNatal e fornecer o carão da gestante devidamente preenchido (o cartão deve ser atualizado a cada consulta); Realizar a consulta de pré-natal de gestação de baixo risco intercalada com a presença do médico; Solicitar exames complementares de acordo com o protocolo local de pré-natal; Realizar testes rápidos; Prescrever medicamentos padronizados para o programa de pré-natal (sulfato ferroso e ácido fólico, além de medicamentos padronizados para tratamentos das DST); Orientar a vacinação das gestantes (contra tétano e hepatite B); Identificar as gestantes com algum sinal de alarme e/ou identificadas como de alto risco e encaminha- las para consulta médica. Realizar exame clinico das mamas e coleta para exame citopatólogico do colo de útero; Orientar as gestantes e a equipe quanto aos fatores de risco e à vulnerabilidade; Orientar as estantes sobre a periodicidade das consultas e realizar busca ativa das gestantes faltosas; Realizar visitas domiciliares durante o período gestacional e puerperal, acompanhar o processo de aleitamento e orientar a mulher e seu companheiro sobre o planejamento familiar. O diagnóstico de gravidez pode ser: diagnostico clinico, diagnostico hormonal e diagnostico ultrassonográfico. Diagnostico clinico: os sintomas da gravidez são classificados em de presunção, de probabilidade e de certeza Sinais de presunção: atraso menstrual, manifestações clinicas (náuseas, vômitos, tonturas, mudança de apetite), modificações anatômicas (aumento do volume das mamas, hipersensibilidade nos mamilos, saída de colostro pelo mamilo) Sinais de probabilidade: paredes vaginais aumentadas, amolecimento da cérvice uterina com posterior aumento do seu volume, positividade da fração beta do HCG no soro materno a partir do 8 ou 9 dia após a fertilização. Sinais de certeza: Presença de batimentos cardíacos fetais (a partir de 12 semanas pelo sonar e 20 semanas pelo pinard); ultrassonografia e movimentos fetais. Diagnostico hormonal: Constitui, atualmente, o melhor parâmetro para o diagnóstico de gravidez incipiente. Apoia-se na produção de gonadotrofina coriônica humana (hCG) pelo ovo. Uma semana após a fertilização, o trofoblasto, implantado no endométrio, começa a produzir a hCG em quantidades crescentes, que podem ser encontradas no plasma ou na urina maternos. Há basicamente três tipos de testes para a identificação de hCG: imunológico, radioimunológico (RIA) e enzima- imunoensaio (ELISA). Diagnostico ultrassonográfico: é obrigatório o uso da ultrassonografia transvaginal no primeiro trimestre da Gravidez. Se o atraso menstrual for superior a 12 semanas, o diagnóstico de gravidez poderá ser feito pelo exame clinico e torna-se desnecessária a solicitação do teste imunológico de gravidez. O diagnóstico da gravidez pode ser efetuado em 90% das pacientes por intermédio dos sinais clínicos, dos sintomas e do exame físico em gestações mais avançadas. É o melhor artificio para se garantir uma assistência efetivamente segura, deve ser realizado em todas as consultas, de forma perene na gestação e quando identificar fator de pior prognostico deve-se solicitar acompanhamento multiprofissionalaliado a maior frequência de consultas. Fatores de risco referenciáveis para o pré-natal de alto risco Fatores relacionados as condições previas: Cardiopatias; pneumopatias graves; nefropatias graves (como insuficiência renal crônica e em casos de transplantados); endocrinopatias; doenças hematológicas; hipertensão arterial crônica e/ou caso de paciente que faça uso de anti-hipertensivo (PA>140/90 mmHg antes de 20 semanas de idade gestacional); doenças neurológicas, doenças psiquiátricas que necessitam de acompanhamento; doenças autoimunes; alterações genéticas maternas; antecedente de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar, ginecopatias; portadoras de doenças infecciosas como hepatites, toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis terciaria e outras DSTs; hanseníase, tuberculose, dependência de drogas licitas ou ilícitas ou qualquer patologia clínica que necessite de acompanhamento especializado. Fatores relacionado a história reprodutiva anterior: Morte intrauterina ou perinatal em gestação anterior; história previa de doença hipertensiva da gestação com mau resultado obstétrico e ou perinatal; abortamento habitual; esterilidade/infertilidade Fatores relacionados a gravidez atual: Restrição do crescimento uterino; polidrâmnio ou oligodrâmnio, gemelaridade; malformações fetais ou arritmia fetal; distúrbios hipertensivas da gestação; infecção urinaria de repetição ou dois ou mais episódios de pielonefrite; anemia grave ou não responsiva a 30-60 dias de tratamento com sulfato ferroso; portadoras de doenças infecciosas como hepatites, toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis terciaria, e outras DSTs; infecções como rubéola e citomegalovírus; evidencia laboratorial de proteinúria; diabetes mellitus gestacional; desnutrição materna severa; obesidade mórbida ou baixo peso; adolescentes com fatores de riso psicossocial. Idade gestacional Os métodos para esta estimativa dependem da data da última menstruação (DUM), que corresponde ao primeiro dia de sangramento do último ciclo menstrual referido pela mulher. Quando a DUM é conhecida basta somar o número de dias do intervalo entre a DUM e a data da consulta, dividindo o total por sete (resultado em semanas). Caso se use o disco (gestograma), basta colocar a seta sobre o dia e o mês correspondentes ao primeiro dia e mês do último ciclo menstrual e observar o número de semanas indicado no dia e mês da consulta atual. Quando a DUM é desconhecida, mas se conhece o período do mês em que ela ocorreu consideramos 5, 15 e 25 para início, meio ou fim do mês respectivamente, e então utilizamos o método descrito acima. Quando a data e o período da última menstruação são desconhecidos a idade gestacional e data provável do parto serão, inicialmente, determinadas por aproximação pela medida da altura do fundo uterino (mais no exame físico da gestant) e pelo toque vaginal. Data provável do parto (DPP) Na prática usa-se a regra de Nägele, que consiste em adicionar à data da última menstruação 7 dias e mais 9 meses (ou menos 3 meses, quando se faz o cálculo retrógrado). Por exemplo, se a última menstruação foi em 10 de novembro (mês 11), temos 10 + 7 = 17, e 11 – 3 = 8, portanto, 17 de agosto (mês 8) será a data provável do parto. O exame físico especifico gineco-obstétrico consiste principalmente no exame clinico das mamas, palpando com objetivo de avaliar a presença ou não de nódulos, expressão mamilar e verificação de elasticidade. Medida de altura uterina (AU): Visa o acompanhamento do crescimento fetal e à detecção precoce de alterações. - Delimite a borda superior da sínfise púbica e com o uso de uma fita métrica fixe a extremidade inicial (0 cm) da fita na borda, passando-a entre os dedos indicadores e médio; - Deslize a fita entre os dedos da mão (mão em formato de concha) até alcançar o fundo do útero com a margem cubital da mesma mão; - Proceda a leitura quando a borda cubital da mão atingir o fundo Imagem: Google imagens Imagem: Google imagens Vale ressaltar que: a partir da 12ª que conseguimos calcular a AU e após 20 semanas de gravidez, a medida da altura uterina frequentemente coincide com o número de semanas de gestação. Manobra de Leopold: Trata-se de um método sistemático para determinar a posição do feto dentro do útero através da palpação. Dividido em 4 tempos: 1º tempo: O objetivo é identificar o polo fetal no fundo uterino e assim determinar qual a situação do feto. Utiliza-se ambas as mãos encurvadas comprimindo a parede abdominal com as bordas cubitais para delimitar o fundo uterino. Deve-se determinar qual a parte do feto que está localizada no fundo uterino. Podendo ser o polo pélvico, mais volumoso, irregular e amolecido ou o polo cefálico, dá a impressão de superfície regular, resistente e endurecido. 2º tempo: O objetivo aqui é determinar a posição fetal além de ajudar a identificar o melhor foco de ausculta do BCF. Dessa forma, desliza-se as mãos para o polo inferior do útero, pelas regiões laterais no abdome, para tentar identificar o dorso fetal de um lado e os membros do outro. 3º tempo: Avalia a mobilidade do polo fetal inferior em relação ao estreito da bacia materna, definindo assim a apresentação fetal. Apreende-se o polo fetal entre os dedos, realizando movimentos de Manobra de Leopold: lateralização para indicar o grau de encaixe da apresentação na bacia. Quando o polo fetal está alto e móvel, ele balança facilmente. Se o polo estiver mais insinuado, estará fixo. 4ª tempo: Determina a insinuação fetal. Coloca-se as mãos sobre as fossas ilíacas, afundando na pelve, à procura do polo fetal inferior. Ao achar o polo inferior, é necessário determinar qual é a parte fetal localizada. Na apresentação córmica, durante o quarto tempo, o polo inferior encontrará vazio. Imagem dos tempos da manobra de Leopold, sendo de cima para baixo da direita para esquerda os tempos 1, 2, 3 e 4. Quando a situação fetal ela pode ser: Quanto a apresentação fetal ela pode ser classificada em: A vacina para a mulher grávida é essencial para prevenir doenças para si mesma e para o bebê. As gestantes não podem tomar as mesmas vacinas que qualquer adulto e, portanto, têm um esquema vacinal diferenciado. Além dessas, todos os anos também ocorre a campanha de vacinação contra a gripe, que é sazonal e fica disponível para esse público por um período determinado. A recomendação segundo o Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde, para vacinação das gestantes são: Hepatite B: 3 doses dependendo da situação vacinal Dupla adulto (DT): 3 doses dependendo da situação vacinal DTpa: 1 dose a cada gravidez, a partir da 20ª semana de gestação, ou no puerpério até 45 dias após o parto. Placenta: A placenta é considerada um órgão misto, a um tempo materno e ovular (fetal). Ela serve como transporte de gases respiratórios, nutrientes e produtos de degradação entre a mãe e o concepto. É órgão endócrino de grande atividade, secretando ampla gama de hormônios esteroides e peptídicos, necessários para a manutenção da gravidez e o controle do crescimento e do amadurecimento fetal. Além disso, também atua como interface imunológica entre a mãe e é responsável por manter a viabilidade do feto e da gestação até o parto. Dequitação: em média após 15 minutos do parto, o miométrio volta a se contrair e promove a eliminação da placenta (âmnio, córion (viloso e liso) e parte superficial da decídua (parietal e basal)). Líquido amniótico: Algumas de suas funções são: Fornecer possibilidade de movimento ao feto; impede que o feto fique aderido ao âmnio; propiciar uma temperatura adequada ao feto; evita a compressão do cordão umbilical; permite o crescimento simétrico do feto; entre outros. Saco vitelino: Sua função principal é armazenarsubstancias nutritivas. Alantoide: É uma fina membrana, formada pela ectoderme e a mesoderme, que envolve o embrião delimitando uma cavidade preenchida pelo líquido amniótico. Tem por função ajudar o embrião na troca de gases e a lidar com resíduos líquidos e remover e armazenar substancias excretadas pelo metabolismo do embrião. O diabetes melito gestacional (DMG) é aquele que tem início na gravidez e, nesse sentido, deve ser diferenciado do diabetes pré-gestacional, que antecede a gestação e persiste quando ela termina. Caracterizada pela hiperglicemia de intensidade variável, pode persistir ou não após o parto. Sintomas clássicos: poliúria, polidipsia, polifagia e perda involuntária de peso. Diagnóstico é feito através do teste oral de tolerância a lactose. Fatores de risco: 35 anos ou mais; Sobrepeso, obesidade ou ganho de peso excessivo na gestação; Deposição central excessiva de gordura corporal; Baixa estatura; Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual; Antecedentes obstétricos de abortamento de repetição, malformações, morte fetal ou neonatal, microssomia; História familiar de DM; Síndrome de ovários policísticos. Patogênese: A resistência à insulina na gravidez normal está presente já a partir do 2º trimestre e aumenta progressivamente até o fim da gestação. Essa resistência à insulina atende às necessidades metabólicas do feto (maior disponibilidade de glicose) e é consequência da ação dos hormônios placentários contrainsulínicos. O defeito metabólico nas mulheres com o DMG é sua incapacidade de secretar insulina em níveis necessários para atender à demanda que é máxima no 3º trimestre. Isso leva ao aumento da concentração da glicose pós-prandial, capaz de determinar efeitos adversos no feto (macrossomia e hipoglicemia neonatal), pelo excessivo transporte transplacentário de glicose. Complicações para o feto e para mãe: Pacientes com DMG têm risco elevado de hipertensão, pré-eclâmpsia e parto cesáreo e suas consequentes morbidades. O feto da mãe com DMG apresenta risco elevado de macrossomia, distocia de ombros, tocotraumatismo, hipoglicemia e hiperbilirrubinemia neonatais. A hipertensão na gravidez é classificada em apenas 4 categorias: (1) pré-eclâmpsia/eclâmpsia; (2) hipertensão crônica (de qualquer causa); (3) hipertensão crônica com pré-eclâmpsia superajuntada; e (4) hipertensão gestacional. Hipertensão: A hipertensão crônica é aquela que está presente antes de 20 semanas da gravidez, e pode persistir até 12 semanas de pós-parto. Já a hipertensão gestacional é detectada após 20 semanas, SEM PROTEINÚRIA, definida como transitória (quando ocorre normaliza após o porto) ou crônica (quando persistir). Hipertensão é definida como pressão sistólica ≥ 140 mmHg e/ou pressão diastólica ≥ 90 mmHg. Pré-eclâmpsia Aparecimento de HAS e PROTEINÚRIA (>300mg/24h) após a 20 semana de gestação em mulheres previamente normotensas. Sintomas: Hipertensão arterial, edema (inchaço), principalmente nos membros inferiores, que pode surgir antes da elevação da pressão arterial, aumento exagerado do peso corpóreo e proteinúria. Eclâmpsia: São convulsões que ocorrem em mulheres com pré- eclâmpsia e que não apresentam outra causa. A única forma de curar a eclâmpsia é o parto. Nos casos em que a doença tenha sido diagnosticada, o médico poderá antecipar o parto, dependendo da fase de gestação. O parto prematuro pode ocorrer entre 32 e 36 semanas de gravidez, se surgirem sintomas de risco de vida. Síndrome HEELP: É uma complicação grave, e os sintomas principais são: mal-estar, epigastralgia ou dor no hipocôndrio direito, náuseas, vômitos, perda de apetite e cefaleia. É caracterizada pela destruição das hemácias, aumento das enzimas do fígado e diminuição da quantidade de plaquetas no sangue. Esta síndrome geralmente está associada à pré-eclâmpsia ou eclâmpsia. Hemólise (H – hemolysis), elevação das enzimas hepáticas (EL – elevated liver) e baixa de plaquetas (LP – low platelets). Ocorre especialmente no terceiro trimestre da gestação, mas também pode acontecer no segundo trimestre ou no pós-parto. Sintomas: mal-estar geral, náuseas, vômitos, dor de cabeça e/ou dor do lado direito na parte superior da barriga, que muitas vezes podem ser confundidos com outras condições como gastrite, gripe ou hepatite aguda, por exemplo. As mais importantes situações hemorrágicas gestacionais são: Primeira metade da gestação • Abortamento. • Gravidez ectópica. • Doença Trofoblástica Gestacional (mola hidatiforme). • Descolamento corioamniótico. Segunda metade da gestação • Placenta prévia. • Descolamento prematuro da placenta. • Rotura uterina. • Vasa prévia. Abortamento: Conceitua-se como abortamento a interrupção da gravidez ocorrida antes da 22ª semana de gestação. O produto da concepção eliminado no processo de abortamento é chamado aborto. O abortamento pode ser precoce, quando ocorre até a 13ª semana e tardio, quando entre 13ª e 22ª semanas. Podem ser: Abortamento espontâneo: é a perda involuntária da gestação. Ameaça de abortamento: é a ocorrência de sangramento uterino com a cérvix fechada sem eliminação de tecidos ovulares. Abortamento completo: quando a totalidade do conteúdo uterino foi eliminada. Abortamento incompleto: quando apenas parte do conteúdo uterino foi eliminado. Abortamento inevitável: quando há sangramento e dilatação cervical, mas ainda não ocorreu eliminação de conteúdo uterino. Abortamento retido: quando ocorre a morte do embrião ou feto e o mesmo permanece na cavidade uterina, sem ser eliminado. De uma maneira geral o colo se encontra fechado, podendo ocorrer leve sangramento. Abortamento infectado: é o processo de abortamento acompanhado de infecção genital, tais como endometrite, parametrite e peritonite. Abortamento habitual: perdas espontâneas e sucessivas de três ou mais gestações. Gravidez ectópica: A gravidez ectópica corresponde à nidação do ovo fora da cavidade uterina. O tipo mais frequente é a tubária. São fatores de risco para gravidez ectópica: • História de gravidez ectópica prévia; • Cirurgia tubária prévia; • Infecções tubárias anteriores; • Contracepção com progesterona ou DIU. Muitas vezes ocorrem em gestante sem nenhum fator de risco. Diagnostico: A dor e o sangramento vaginal são os sintomas mais importantes da gravidez ectópica. Em quase todos os casos a dor está presente. O sangramento pode ser de pequena monta e/ou irregular, às vezes após pequeno atraso da menstruação. O exame físico/ginecológico pode evidenciar presença de sangue no canal vaginal, útero menor do que o esperado para a idade gestacional, amolecimento do colo uterino e dor pélvica, às vezes mais localizada em uma região anexial onde se pode palpar uma massa dolorosa. Conduta: Os planos de conduta diante do diagnóstico de gravidez ectópica podem ser: Conduta expectante, tratamento clínico, laparoscopia e laparotomia. Doença Trofoblástica Gestacional: O normal após qualquer gravidez é que os níveis de hCG comecem a decair, porém, em alguns casos, esse nível mantém-se em decorrência do crescimento persistente do tecido trofoblástico. Quando os níveis de hCG continuam aumentando após uma gravidez, é sinal de que a paciente apresenta uma neoplasia trofoblástica gestacional Conduta: O esvaziamento uterino, preferencialmente por meio de dilatação e aspiração manual intrauterina (AMIU), é o método mais apropriado para o tratamento inicial da mola hidatiforme. Todas as gestantes com mola hidatiforme devem ter acompanhamento clínico e laboratorial visando à detecção precoce de recorrência, assim comoa evolução para formas malignas da neoplasia trofoblástica gestacional. Descolamento corioamniótico: Caracteriza-se por sangramento genital de pequena intensidade e é diagnosticado por exame ecográfico. A evolução é boa, não representando quadro grave de risco materno e/ou ovular. A conduta é conservadora e, basicamente, consiste no esclarecimento à gestante, com as mesmas orientações da ameaça de abortamento Placenta prévia: Placenta prévia é definida como a placenta que se implanta total ou parcialmente no segmento inferior do útero. Ela pode ser classificada de três maneiras, de acordo com sua posição em relação ao colo do útero: • Baixa: está localizada próxima ao colo do útero, sem atingi-lo • Marginal: atinge o orifício interno do colo do útero, sem recobri-lo • Completa ou centro-total: recobre totalmente o orifício interno do colo do útero O principal fator de risco para placenta prévia é a cicatriz uterina anterior, e entre elas a principal é a cesariana anterior. Entre outras causas estão as intervenções uterinas prévias como a miomectomia e curetagem. Multiparidade, idade materna avançada, tabagismo e gemelaridade também são fatores associados. Quadro clínico da placenta prévia • Sangramento indolor; • Autolimitado; • Final do segundo e início do terceiro trimestre; • Presença de sangramento sentinela. Exame físico na suspeita de placenta prévia • Sinais vitais; • Palpação abdominal; • Medida da altura uterina; • Ausculta dos batimentos cardíacos fetais; • Exame especular cuidadoso; • NÃO realizar toque vaginal até se conhecer a localização exata da placenta. O melhor, mais seguro e mais simples método para realização do diagnóstico de placenta previa é a ultrassonografia abdominal . Descolamento prematuro de placenta: O descolamento prematuro de placenta (DPP) é definido como a separação da placenta da parede uterina antes do parto. Essa separação pode ser parcial ou total e é classificada em três graus. • Grau 1: Sangramento genital discreto sem hipertonia uterina significativa. Vitalidade fetal preservada. Sem repercussões hemodinâmicas e coagulopatia. Geralmente diagnosticado no pós-parto com a identificação do coágulo retroplacentário. • Grau 2: Sangramento genital moderado e contrações tetânicas. Presença de taquicardia materna e alterações posturais da pressão arterial. Alterações iniciais da coagulação com queda dos níveis de fibrinogênio. Batimentos cardíacos fetais presentes, porém, com sinais de comprometimento de vitalidade. • Grau 3: Sangramento genital importante com hipertonia uterina. Hipotensão arterial materna e óbito fetal. Principais fatores de risco para o DPP: • Hipertensão (hipertensão gestacional, hipertensão preexistente); • Rotura prematura de membranas ovulares; • Cesariana prévia; • Tabagismo; • Idade materna avançada; • Uso de drogas (álcool, cocaína e crack); • Condições que causem sobredistensão uterina (polihidrâmnio, gestação gemelar); • Trauma (automobilístico, trauma abdominal direto); • DPP em gestação anterior; • Amniocentese, cordocentese. O quadro clínico característico do DPP é a dor abdominal, associada ou não a sangramento vaginal. A dor varia de leve desconforto até dor intensa, associada a aumento do tônus uterino, que pode se manifestar em graus variados, desde uma taquihiperssistolia até hipertonia. Exame físico: O primeiro passo deve ser a aferição de sinais vitais com medidas iniciais das manobras de ressuscitação em suspeita de DPP: verificar se vias aéreas estão pérvias, checar respiração e circulação. No exame obstétrico, deve-se realizar a palpação uterina observando a apresentação fetal e se o tônus uterino está aumentado. Fazer medida de altura uterina e ausculta dos batimentos cardíacos fetais (monitoração fetal contínua). Rotura Uterina: É uma complicação muito grave em obstetrícia sendo uma importante causa de morbimortalidade materna. A rotura uterina é classificada em: – Completa: há a total rotura da parede uterina. É uma urgência obstétrica, levando a risco de vida tanto da mãe quanto do feto. – Incompleta: o peritôneo parietal permanece intacto. Geralmente não é complicada, podendo permanecer assintomática após um parto vaginal. Quadro clínico: • Deterioração do padrão dos batimentos cardíacos fetais; • Gestante queixa de dor aguda, de forte intensidade; • Sangramento vaginal; • Parada das contrações; • Subida da apresentação ao toque vaginal; • Partes fetais palpáveis facilmente no abdome materno; • Taquicardia importante e hipotensão grave. A rotura uterina é causa de hemorragia pós-parto e deve ser prontamente identificada e tratada cirurgicamente. Em geral é necessário realizar histerectomia para tratar a rotura uterina, pois ocorrem lesões vasculares, com dificuldade de conservação do útero. O trabalho de parto é o processo fisiológico que tem pr objetivo a expulsão do feto, placenta e as membranas para o mundo exterior através das vias genitálias. Clinicamente falando, o parto está associado ao desenvolvimento de contrações dolorosas e rítmicas, que condicionam dilatação do colo uterino. Diagnóstico do trabalho de parto: Para identificarmos o trabalho de parto verdadeiro é necessária a existência de: Contrações uterinas com intervalos regulares que aumentam com o passar do tempo, chamadas metrossísole. Geralmente são sentidas na região lombar e irradiam para a parte inferior do abdome e não diminuem com repouso. Apagamento e dilatação do colo uterino Perda do muco cervical; Formação da bolsa das aguas; Perda de líquido amniótico. Tipos de parto: Parto normal - transcorre espontaneamente pela via vaginal; Parto operatório - exige intervenção, vaginal ou abdominal; Parto eutócico – evolui em condições de normalidade; Parto distócico – evolui com anormalidade de um ou mais fatores do parto; Parto induzido – provocado antes de sua manifestação espontânea; Parto dirigido – evolui com medidas terapêuticas corretoras de sua evolução. Também considerado parto conduzido. Partograma: É a representação gráfica do trabalho de parto. Com ele se permite acompanhar a evolução do trabalho de parto (TP), documentar, diagnosticar e indicar a melhor assistência para aquele binômio. Quando se fala de parto a primeira concepção que se tem é a dor e o medo desse nível de dor. Por isso cabe aos profissionais da saúde oferecerem alguns MNFs para alivio dessa dor tão temida, como por exemplo: Imersão ou banho em agua morna, estimulando o relaxamento muscular; Técnicas de massagem que podem ser ensinadas e realizadas pelo acompanhante; Acupuntura; Técnicas de relaxamento como meditação, respiração controlada; Musicoterapia; Aromaterapia; A escolha da utilização do MNFs deve ser apoiado e estimulada pelo profissional. Primeiro período: dilatação do início do TP até a dilatação completa do colo uterino. Pode variar de 1h até 24h dependendo da paridade, frequência, intensidade e duração das contrações, entre outros; Segundo período: consiste da dilatação completa até a expulsão do feto. Dura de poucos minutos a horas dependendo da apresentação, variedade de posição, proporções fetais e pélvicas, entre outros; Terceiro período: da expulsão do feto até a dequitação que pode durar de 5 a 30 minutos Quarto tempo: da dequitação ou delivramento até 30 minutos após o parto. São movimentos passivos que o feto executa no transcurso do canal de parto. O mecanismo de parto é descrito em 3 tempos Insinuação: É a passagem da maior circunferência da apresentação através do anel do estreito superior. Para que se processe a insinuação, é necessário haver redução dos diâmetros da cabeça, o que será obtido pela orientação de diâmetros e por flexão.Na apresentação pélvica, a redução de diâmetros é obtida aconchegando-se os membros inferiores sobre o tronco ou desdobrando-se os mesmo para baixo ou para cima. Descida: É a progressão da insinuação, a cabeça migra até as proximidades do assoalho pélvico. A descida, na realidade, ocorre desde o início do trabalho de parto e só termina com a expulsão total do feto. Durante esse mecanismo do parto, o movimento da cabeça é turbinal: à medida que o polo cefálico roda, vai progredindo no seu trajeto descendente. Rotação Interna da Cabeça: Ao forçar a distensão do assoalho pélvico, a cabeça fetal desliza nas paredes laterais (planos inclinados) e roda para acomodar seus maiores diâmetros aos mais amplos da fenda vulvar. Insinuação das espátulas: Simultaneamente com a rotação interna da cabeça, e com sua progressão no canal, verifica-se penetração das espáduas através do estreito superior da bacia. A medida que a cabeça progride, as espáduas descem até o assoalho pélvico. Desprendimento: Terminado o movimento de rotação, dada a curvatura inferior do canal do parto, o desprendimento ocorre por movimento de deflexão. Rotação externa da cabeça: Imediatamente após desvencilhar-se, livre agora no exterior, a cabeça sofre novo e ligeiro movimento de flexão, pelo seu próprio peso, e executa rotação de 1/4 a 1/8 de circunferência, voltando o occipital para o lado onde se encontrava na bacia. Rotação interna das espáduas: Ao chegarem ao assoalho pélvico, e por motivos idênticos aos que causaram a rotação interna da cabeça, as espáduas também sofrem movimento de rotação. O ombro anterior coloca-se sobre a arcada púbica; o posterior, em relação com o assoalho pélvico, impelindo para trás o cóccix materno. Desprendimento das espáduas: Nessa altura, tendo o feto os braços cruzados para diante do tórax, a espádua anterior transpõe a arcada púbica e aparece através do orifício vulvar. Para libertar o ombro posterior, e tendo de acompanhar a curvatura do canal, o tronco sofre movimento de flexão lateral. Continuando a progredir em direção à saída, com o tronco fletido lateralmente, desprendesse a espádua posterior. O restante do feto não oferece resistência para o nascimento, embora possa obedecer ao mesmo mecanismo dos primeiros segmentos fetais. Distocia é qualquer perturbação no bom andamento do parto em que estejam implicadas alterações em um dos três fatores fundamentais que participam do parto: Força matriz ou contratilidade uterina - distocia funcional Objeto - distocia fetal: São as anormalidades que ocorrem no trabalho de parto atribuídas ao feto e às relações materno-fetais. Como por exemplo: tamanho fetal, anormalidade de situações e apresentações. Trajeto (bacia e partes moles) - distocia do trajeto: Deve-se à presença de anormalidades ósseas ou de partes moles, o que gera um estreitamento do canal de parto e dificulta ou até impede a evolução normal do trabalho de parto e a passagem do feto. Promover ambiente com privacidade, tranquilidade e segurança; Oferecer apoio; Esinar técnicas de respiração; Explicar as próximas fases do parto; Usar métodos não farmacológicos para alivio da dor; Estimular a participação do acompanhante; Monitorar os sinais vitais e o BCF (pelo menos a cada 1h conforme progressão do TP) Avaliar dilatação cervical; Controlar ocitocina, se usada; Avaliar a frequência, duração e intensidade das contrações; Providenciar o material e equipamentos necessários; Atender o RN após o parto; Realizar o clampeamento do cordão umbilical após a parada da pulsação; Minimizar a separação entre mãe e filho; Estimular o aleitamento materno na primeira hora de vida do bebe; Verificar a PA materna logo após a expulsão da placenta, assim como PC e FR; Promover higiene e conforto. É o rompimento espontâneo (não intencional) da pele ou de outras estruturas de tecido mole que, na mulher, separam a vagina do anus, ocorrem geralmente durante o parto que coloca pressão acrescida sobre o períneo. Elas são classificadas em graus, dependendo dos tecidos atingidos.1º grau: afetam a pele e a mucosa 2º grau: estendem-se até os músculos perineais 3º grau: atingem o musculo esfíncter do anus A episiotomia é uma incisão cirúrgica vulvoperineal que tenciona impedir ou diminuir o trauma dos tecidos do canal do parto, favorecendo a descida e a liberação do feto. A episiotomia, quase sempre, é indispensável nas primiparturientes e nas multíparas nas quais tenha sido anteriormente praticada. Feita com tesoura ou bisturi, poderá ser mediana (perineotomia) e mediolateral. É a sutura da região que sofreu episiotomia e alguns casos da laceração perineal que ocorreu durante o processo de parturição. Conceitua-se puerpério o período do ciclo gravídico- puerperal em que as modificações locais e sistêmicas, provocadas pela gravidez e parto no organismo da mulher retornam a situação do estado pré-gravídico, no qual se desenrolam todas as manifestações involutivas e de recuperação da genitália materna após o parto. O puerpério compreende três períodos: 1. Puerpério imediato – desde a dequitação placentária até o 10º dia após o parto; 2. Puerpério tardio – do 10º ao 45º dia; 3. Puerpério remoto – é o que segue do 45º dia até a completa recuperação das alterações determinadas pela gestação. Involução uterina: É o processo pelo qual o útero, após o parto, retorna ao estado não-gravídico, que começa imediatamente após a expulsão da placenta. Acontece cerca de 1 cm por dia. Ao 10º dia chega a cavidade pélvica. Quando o bebe suga o seio materno, pode haver aumento nítido na atividade uterina que desaparece ao final da mamada. Todo esse processo de involução uterina e regeneração endometrial gera a eliminação vaginal dos lóquios, líquido formado por exsudatos e transudatos, compostos de eritrócitos, leucócitos, porções da decídua, células epiteliais e bactérias. Nos primeiros dias, o maior número de eritrócitos confere cor vermelha aos lóquios (lochia rubra). Após 3 a 4 dias, os lóquios adquirem aspecto serossanguíneo, mais acastanhados, devido a hemoglobina semidegradada. Após o 10º dia, pela incorporação de leucócitos e diminuição do volume de loquiação, os lóquios adquirem cor amarelada (lochia flava) e, por fim, esbranquiçada (lochia alba). Puerpério fisiológico x puerpério patológico O fisiológico é o processo natural, normal e o que se espera do corpo puerpério patológico e aquele puerpério que evolui com infecção puerperal ou outros tipo de complicações (psicose pós-parto, afecções endocrinológicas, etc) A mais importante complicação do puerpério e, porem, a infecção puerperal – representando uma grande parte das complicações pós-parto, apesar de que hoje, devido as normas de assepsia e anti-sepsia, a incidência desse evento diminuiu bastante. • Fatores anteparto: anemia, alimentação, atividade sexual e rotura prematura de membranas • Fatores intraparto: contaminação bacteriana, traumas e hemorragias Patologia está representada pelas três portas de entrada da infecção sendo elas: o Plaga placentária o Decídua muito fina o Plaga operatória (caso de cesárea) • Verificar temperatura, pulso e pressão arterial; • Observar e registrar loquios e contrações uterinas; • Avaliar o estado de hidratação; • Verificar se há micção bem-sucedida; • Palpação uterina, verificar a presença do globo de segurança de pinads; • Inspecionar períneo; • Auscultar ruídos hidroaéreos para avaliação de peristalse; • Examinar membros inferiores a fim de detectar precocemente sinais de trombose venosa; • Estimular deambulação precoce, auxiliando se necessário; • Estimular contato pele a pele (mãe-bebê); • Orientarsobre a técnica de amamentação, a amamentação livre demanda e a importância do aleitamento materno exclusivo; • Orientar quando a higiene perineal após cada eliminação vesico-intestinal; • Proporcionar ambiente de repouso; • Avaliar precocemente as condições emocionais da mulher em resposta ao trabalho de parto e parto; • Orientar a puérpera quando ao planejamento familiar A amamentação tem importantes funções para o RN: nutrição, protege contra infecções, estabelece vinculo mãe e bebê, desenvolvimento cognitivamente e emocionalmente a criança, além de auxiliar na saúde materna, tanto física quanto psicológica. Em muitos casos, é responsável por garantir a sobrevivência infantil, além de minimizar a incidência do câncer de mama e ovários na mulher, involução uterina mais rápida no pós-parto A amamentação deve ser estimulada desde a sala de parto. Como profissionais da saúde, é fundamental que se promova, proteja e apoia a amamentação. É preconizado o aleitamento materno a livre demanda, sem programação de horários. A pega correta é um fator importante para o sucesso da amamentação. Por isso, o profissional precisa verificar uma série de fatores, alguns deles são: A cabeça do bebê está no mesmo nível da mama da mãe e o queijo esta tocando-a A boca está bem aberta; O lábio inferior esta virado para fora As bochechas estão arredondadas ou achatadas contra a mama Vê-se pouco a aureola durante a mamada A mama parece arredondadas, não repuxada As sucções são lentas e profundas (suga, dá uma pausa e suga novamente) A mãe pode ouvir o bebe deglutindo O corpo do bebe totalmente voltado para a mãe A mãe deve estar sentada de forma confortável A orientação quando a ordenha do leite também é primordial. A ordenha serve para realizar o esvaziamento da mama em caso de excesso de volume, para manter a produção de leite quando há algum problema na amamentação, para aumentar essa produção ou para entregar o leite ao bebe quando a mãe não está em casa. Pode ser feita de forma manual ou com auxílio de bomba de extração. A amamentação deve ser exclusiva até os 6 meses de idade. No alojamento conjunto, os profissionais precisam estar atentos a todos esses aspectos da amamentação e orientar essa mulher para o sucesso em todo o processo. Nos primeiros dias após o parto, a secreção de leite é pequena, e vai aumentando gradativamente: cerca de 40-50 mL no primeiro dia, 300-400 mL no terceiro dia, 500-800 mL no quinto dia, em média. Porém, o estômago do bebê cresce em proporções menores, São situações que podem ocorrer devido a amamentação durante o pós-parto e que podem gerar agravos à saúde materna e fetal. Geralmente estão relacionadas a posição ou a pega errada do bebe ao mamar. Ingurgitamento mamário: Conhecido como “leite empedrado”, ocorre devido ao acúmulo de leite nas mamas, causando aumento do volume, dores nas mamas e vermelhidão. Esse acúmulo torna o leite mais viscoso e, por consequência, o leite pode não fluir normalmente. O tratamento para essa intercorrência mamária geralmente é feito por massagem, extração do leite acumulado, bebê mamar com mais frequência e compressas quentes e frias. Fissuras mamilares: Pode ocorrer devido: alterações no tecido mamilar; a pega incorreta do bebe na hora de mamar; uso de produtos nos mamilos como hidratantes, óleos e sabonetes. Tratamento: varia de acordo com o grau da lesão, mais recomendado é usar o próprio leite como medicação devido ao alto nível de anticorpos, orientar a puérpera quanto aos cuidados com a mama e corrigir o problema que causou a fissura. Obstrução de ductos: Essa intercorrência mamária acontece quando o leite produzido não é drenado corretamente até chegar ao mamilo, podendo ser consequência a falta de amamentação frequente ou uma ineficiente sucção por parte da criança. Mastite puerperal: Trata-se de processo inicialmente inflamatório, que resulta da estase láctea, distensão alveolar e obstrução ao fluxo do leite, ou seja, ingurgitamento mamário. A mastite puerperal é uma intercorrência que pode desencorajar as mamães a amamentarem seus bebês. O tratamento consiste em esvaziar a mama (ordenha manual, mecânica ou elétrica), ingesta hídrica aumentada, alimentação saudável, manter as mamas em uma posição adequada e o uso de medicações para alívio dos sintomas e regressão da inflamação. Não há indicação de inibição láctea. Abcesso mamário: Processo infeccioso agudo decorrente da mastite, com formação de “lojas” (únicas ou múltiplas), e que pode evoluir para necrose do tecido mamário. O tratamento é semelhante ao da mastite, com antibiótico, preferentemente guiado por cultura e antibiograma; além de esvaziamento das lojas. O aleitamento materno pode ser suspenso provisoriamente na mama afetada, com esvaziamento por ordenha manual, mecânica ou elétrica. É muito importante que as mulheres fiquem atentas a qualquer sinal de intercorrência mamária. Caso ela suspeite estar com alguma intercorrência mamária, é necessário buscar atendimento de um profissional de saúde. Candidíase mamária: A infecção da mama por Cândida albicans no puerpério. A infecção pode ser superficial ou atingir os ductos lactíferos, e costuma ocorrer na presença de mamilos úmidos (cândida cresce em meio com carboidrato) e com lesão. A infecção por cândida costuma se manifestar por prurido, sensação de queimadura e fisgadas nos mamilos, que persistem após as mamadas. É muito comum a criança apresentar crostas brancas orais, que devem ser distinguidas das crostas de leite (estas últimas são removidas sem deixar área cruenta = sanguinolenta). Para tratar além do uso de antibióticos na dupla (mãe/bebê) é necessário mudar hábitos em relação as mamas e orientar quanto ao autocuidado e medidas de prevenção de uma nova infecção. Duas variáveis são importantes a serem avaliados dentro da leitura da sala de parto: o peso ao nascer e a idade gestacional (IG). O enfermeiro junto com a equipe vai realizar essa mensuração e, a partir dessas informações, será possível conhecer esse RN e verificar se ele se encontra dentro dos padrões relacionados a IG e ao peso. Vale ressaltar que alguns planejamentos de cuidados ao RN após o nascimento estão intimamente relacionados ao conhecimento dessas variáveis Idade gestacional: O RN é considerado: Pré-termo: idade menor que 37 semanas; A termo: entre 37 e 41 semanas e 6 dias; Pós-termo: a partir de 42 semanas. O RN prematuro é classificado em limítrofe que está entre 35 semanas e 36 semanas, moderado que se apresenta entre 30 a 34 semanas e extremo que se encontra abaixo de 30 semanas Peso do RN: A classificação da OMS em relação ao peso do RN consiste em: Extremo baixo peso: <1000g Muito baixo peso: >1001g e <1500g Baixo peso: >1501g e <2500g Normal: >2502g e <4000g Macrossômico: >4001g Com a informação da IG e do peso do RN é possível estabelecer uma relação e classificação. Por meio do gráfico, avalia-se o RN a partir dessas perspectivas denominando-o: Grande para IG (percentil acima de 90) Adequado para IG (percentil entre 10 e 90) Pequeno para IG (percentil abaixo de 10) Na sala de parto é fundamental que os profissionais sejam capacitados e preparados para a assistência ao recém-nascido. Para a preparação do aleitamento ao RN é necessário: realizar uma anamnese materna; a disponibilidade de material para atendimento e que tenha uma equipe treinada para reanimar esse RN. A primeira ação que deve ocorrer em um atendimento ao RN na sala de parto é a utilização de campos aquecidos e limpos, e a realização da secagem do RN para minimizar a queda abrupta da temperatura e o risco de hipotermia. A cabeça é uma área de maior perda de calor e deve ser protegida. Índice de Apgar: Assim que ocorre o nascimento, é primordial a realização do índice de Apgar no 1 e no5 minuto de vida para avaliação da vitalidade ao nascer. Esse índice tem como critérios: a frequência cardíaca; a respiração; o tônus muscular; a irritabilidade reflexa e a cor. Cada parâmetro possui uma pontuação de 0,1 e 2 pontos. Quando tem uma pontuação de 0 a 3 é asfixia grave, e esse RN precisará de uma reanimação. De 4 a 6 é uma asfixia moderada e de 7 a 10 configura-se uma boa vitalidade, um bebe ativo que será liberado para o alojamento conjunto. Os bebes de 0 a 6 não são liberados para o alojamento conjunto, eles não têm capacidade cardíaca e respiratória para se manterem sozinhos lá. Se o escore é menos que 7 no 5º minuto, é recomendado aplicação do Apgar a cada 5 minutos até 20 minutos de vida do RN. A frequência cardíaca é feita através da ausculta do precórdio com estetoscópio ou de forma eventual, pela palpação do pulso na base do cordão umbilical. Lembre-se que esse batimento é de 100-160 bpm. Além disso, outro fator que é importante salientar é que não é mais recomendado a aspiração das vias aéreas de forma sistemática do RN saudável. O clampeamento do cordão umbilical deverá ser realizado entre 1 a 3 minutos ou quando pulsação do cordão parar, exceto se houver alguma contraindicação ou necessidade de reanimação. Após esse clampeamento o RN deverá ser colocado no tórax ou abdome materno o que propicia a troca de calor, reduzindo o risco de hipotermia, e interação mãe e bebê. Durante esse momento, já poderá iniciar o aleitamento materno, sendo um componente importante tanto para o RN quanto para a mãe. Medicações e vacinas: Outro cuidado imediato da sala de parto é a oferta de vitamina K ao RN, que atua na prevenção da doença hemorrágica, isso porque o RN não tem competência de produção intestinal. A vitamina K deve ser administrada em dose única por via intramuscular 1mg, mas caso os pais recusem por essa via de administração, ela pode ser oferecida por via oral em múltiplas doses. A primeira dose da vacina da hepatite B 0,5ml deve ser administrada preferencialmente nas primeiras 12h de nascimento, na maternidade, por via intramuscular no vasto lateral da coxa. Coto umbilical: O curativo do coto umbilical é feito com álcool a 70%. Limpa-se a base e mantem esse coto para cima para não ter proximidade com a urina. Incialmente é gelatinoso, mumificando-se perto do 3º ou 4º dia, e em média no 6º ao 15º dia se desprende. Além disso, faz-se necessário verificar a presença de secreções na base do coto umbilical ou de eritema. A primeira consulta do recém-nascido deve ter uma avaliação minuciosa, visto que é por meio dela que é avaliada as condições físicas da criança, servindo, assim, como base para o possível diagnóstico de alguma patologia (congênita ou não), além de orientar aos familiares as condutas corretas e as possíveis intercorrências comuns no decorrer do crescimento do bebê. Estado geral do RN: Postura: O tônus é classificado como normal se apresentar semiflexão dos quatros membros e resistência a abdução da coxa. Caso apresente hipotonia com flacidez de membros, uma causa deverá ser investigada. Estado de alerta: Essa informação pode ser difícil de conseguir no momento da consulta porque a criança pode estar dormindo. Dessa forma, é importante perguntar a mãe se a criança é ativa para a amamentação. Sinais vitais: A FR máxima do recém-nascido é de 60 irpm e a FC tem média de 145 bpm, mas pode variar em uma faixa de 90 bpm a 180 bpm. Vale ressaltar também que arritmia sinusal ou respiratória é comum que aconteça nessa faixa etária e, geralmente, a FC aumenta na inspiração e diminui na expiração. Temperatura entre 35,5 e 37º. Crânio: Exame das fontanelas: Observar o diâmetro e suas tensões: Fontanelas com diâmetro aumentado podem estar relacionadas com hipotireoidismo ou osteogênese imperfeita; Em caso das tensões tiverem aumentadas (abauladas) ou diminuídas (retraídas) pode ser sinal de Hipertensão intracraniana e desidratação respectivamente. Perímetro encefálico: Sua medida serve como marcador para o desenvolvimento do sistema neural e a medição deve ser feita com a fita métrica passando pela glabela até a protuberância occipital, definindo assim: Macrocefalia: se tiver desvio 2 pontos acima do percentil 50. Microcefalia: dois pontos abaixo do percentil 50. Formato do crânio: O Crânio apresenta grande variabilidade de formatos devido a presença de fontanelas e a moldagem que pode sofrer ao passar pelo canal do parto. É importante observar se há presença de: Bossa serossanguinolenta: trata-se de um edema do couro cabeludo que não respeita o limite das suturas e é causado por trabalho de parto prolongado, no qual o RN fica muito tempo na descida do canal do parto e extravasa líquido para o subcutâneo. Na palpação, a consistência é amolecida e é comum a presença de cacifo positivo. Cefalo-hematoma: é um extravasamento sanguíneo que respeita as suturas cranianas devido a localização entre o osso e o periósteo. Na palpação, a consistência é firme e o cacifo é negativo. Encefalocele: classifica-se por ser tumoração grave devido a herniação do parênquima cerebral, geralmente no lobo occipital e frontal. Pescoço: Inspeção: Simetria do pescoço: pode ter a presença de assincletismo, decorrente de postura viciosa do feto na vida intrauterina e se trata de uma assimetria com depressão para um dos lados do pescoço; Presença de tumorações: posterior ao músculo esternocleidomastoideo, que pode sugerir o diagnóstico de higroma cístico; Presença de excesso de pele: trata-se de pescoço alado, comum nas síndromes genéticas, como na síndrome de Turner; Presença de cicatrizes: busca por ostomias (traqueostomia e esofagostomia); Palpação: Palpar o músculo esternocleidomastoideo: a ausência parcial ou total do musculo está relacionada ao torcicolo congênito; Testar a mobilidade do pescoço: a mobilidade para um dos lados pode estar comprometida no torcicolo congênito e em ambos os lados na síndrome de Klippel-Feil (fusão ou redução no número de vertebras cervicais), para testar a mobilidade estabilizar a cabeça com uma das mãos e tentar movê-la para os lados. Face: Na face, é comum a procura de evidências de síndromes genéticas que podem se manifestar com características como fonte proeminente, micro/macrocania, alterações do dorso nasal, das pregas epicânticas, das orelhas de baixa implementação, da micrognatia, da protusão da língua e do pescoço alado. Pele: Ictericia: Lembrar que icterícia presente nas primeiras 24h de vida é patológica e deve ser rapidamente investigada. Em comparação, a icterícia fisiológica, aparece após o segundo ou terceiro dia de vida e pode estar relacionada ao próprio aleitamento materno. Exame neurológico: Reflexos primitivos: Sucção reflexa: pode ser avaliada de forma natural pelo aleitamento ou colocando a mão da criança em sua boca. Esse reflexo deve desaparecer até o sexto mês; Busca: ao tocar no lábio superior em um dos lados com o seio materno, o RN vira sua cabeça para o lado que recebeu o estímulo em busca da mama e, logo em seguida, irá abrir a boca; Preensão palmar: ao estimular a região palmar do RN, haverá flexão dos dedos para a preensão. Esse reflexo deve desaparecer até o sexto mês, quando aparece o reflexo apenas voluntário da preensão; Reflexo cutâneo plantar: obtido pelo estímulo da região plantar lateral do pé. A resposta esperada é a dorsiflexão do hálux acompanhada da separação dos demais dedos. A partir do 13º mês, a criança deve apresentar a flexão plantar do hálux, pois, a partir desse momento, o reflexo da dorsiflexão se torna patológico (sinal de Babinski); Reflexo de marcha: apoiar as axilas do RN nas mãos do examinador e levantá-lo na posição vertical, deixando seus pés encostarem a mesa de exame de maneira que cause uma pequena pressão. O corpodo recém-nascido fica ereto como reação ao apoio; Reflexo de Moro: com a criança em decúbito dorsal, fazer extensão ao mesmo tempo dos membros superiores, distendo-os e soltando-os bruscamente. A resposta esperada é a extensão brusca inicial e adução dos membros superiores, seguida de flexão simétrica e bilateral (simulando um abraço). A assimetria do reflexo de Moro pode indicar lesão do plexo braquial ou paresia por lesão do sistema nervoso central; Reflexo de Galant: suspender o recém-nascido em posição de pronação e estimular a musculatura paravertebral no sentido craniocaudal. A resposta esperada é a curvatura do tronco para a área estimulada; Reflexo tônico-cervical: fazer a rotação da cabeça da criança para um dos lados. Essa manobra produz a extensão dos membros superior e inferior do lado em que a cabeça foi rotacionada e flexão dos membros contralaterais. A manobra deve ser executada bilateralmente para verificar a simetria. O reflexo tônico-cervical desaparece até o terceiro mês. Tórax: O exame do tórax consiste na avaliação cardíaca e pulmonar, seguindo as mesmas etapas de inspeção, ausculta e palpação. A percussão do tórax no recém- nascido não traz relevância ao exame, além de acarretar riscos ao paciente. A palpação de clavícula deve ser realizada, visto que é o osso mais frequentemente fraturado em toracotraumas. Abdome: Deve ser feito, principalmente, a inspeção do coto umbilical Genitálias: Masculina: Criptorquidia: deve ser avaliado se há ausência ou retração de testículos. Quando esses não forem palpáveis, os pais devem ser tranquilizados de que é uma situação comum, com conduta expectante até os 6 meses de idade. Em grande parte dos casos ocorre unilateralmente; Hidrocele: presença de líquido peritoneal na bolsa escrotal. Possui resolução espontânea até os 2 anos de idade. É importante fazer diagnóstico diferencial com hérnia inguinal, caso a hidrocele for comunicante. O exame é realizado com transiluminação da bolsa escrotal com uma lanterna; Hipospadia: localização do meato urinário na face ventral do pênis; Epispadia: localização do meato urinário na face dorsal do pênis; Fimose: fisiológica ao nascimento. Indicação cirúrgica a partir dos 5 anos de idade, a depender da escolha da família; Micropênis: quando o tamanho do pênis se encontra abaixo dos 2,5 desvios padrão para a idade. Feminina Pode ocorrer proeminência dos lábios vaginais, além da possibilidade da saída de secreção esbranquiçada ou sanguinolenta, que se resolve espontaneamente; Sinéquia: aderência entre os pequenos lábios vaginais Osteoarticular: Avaliar a resistência dos membros aos movimentos e o tônus muscular para o rastreamento de flacidez ou paralisia. Manobra de Ortolani: Colocar o polegar na parte interna da coxa do recém-nascido e posicionar os outros dedos sobre o grande trocanter. Com as articulações coxofemorais e o joelho fletido, realiza-se o movimento de abdução e elevação. Positivo quando se percebe um clique audível com os movimentos. Manobra de Barlow: Com as articulações coxofemorais e o joelho fletido, empurrar posteriormente o fêmur com o quadril fletido e a coxa em adução. Positivo se o quadril for deslocável Coluna vertebral: A coluna deve ser inspecionada e palpada percorrendo toda a linha média, principalmente na região lombo-sacral, para pesquisa de intercorrências como a herniação das meninges (mielomeningocele e meningocele). Também deve ser observada a presença de assinaturas neurocutâneas em linha média para o rastreamento de espinha bífida oculta. Teste do pezinho: Realizado entre o terceiro e o quinto dia de vida. Esse teste tem como objetivo identificar de forma precoce algumas doenças metabólicas, genéticas, enzimáticas e endocrinológicas. Com isso, pode-se evitar agravamento da condição e tempo para adoção de tratamentos em tempo hábil, evitando também a morte desse RN. As doenças contempladas pelo teste são: fenilcetonuria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme e outras hemoglobinopatias, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase. A equipe de enfermagem precisa alertar a puérpera e a família sobre a importância deste teste. Triagem auditiva: A triagem auditiva neonatal (TAN), também conhecido como teste da orelhinha, cosiste na identificação precoce da deficiência auditiva nos neonatos e lactentes. O teste é realizado por meio de medidas fisiológicas e eletrofisiológicas da audição. Precisa ser realizada nos primeiros dias de vida no máximo durante o primeiro mês de vida. Triagem do reflexo vermelho: Conhecido como teste do olhinho, que tem como objetivo a detecção de problemas oculares de origem congênita. Em um quarto escuro, utilizando um oftalmocospio procura-se o reflexo vermelho no fundo do olho indicando que as estruturas internas se apresentam transparentes Candidíase: É uma infecção causada por um fungo, que pode ocorrer devido a flora vaginal desequilibrada e sistema imunológico enfraquecido, mas também pode ocorrer devido uso de roupas apertadas ou molhadas, uso de antibióticos e de anticoncepcionais, durante a gravidez ou período menstrual. Sintomas: Coceira, ardência; Inchaço na região genital; Corrimento branco e espesso; Ardência ao urinar; Dor durante as relações sexuais. Orientações: ao uso de preservativos; não utilizar o mesmo absorvente por um período longo; Não ficar muito tempo com roupas íntimas molhadas ou úmidas; dormir sem calcinha. Vaginose bacteriana: Causas: aumento de bactérias anaeróbicas; diminuição de lactobacilos; alterações do pH vaginal. OBS: essas bactérias possuem uma ação local por isso a vaginose não é considerado uma IST!! Sintomas: na maioria a mulher se apresenta assintomática, mas podem ocorrer: Corrimento de cor cinza, homogêneo e cremoso; Odor fétido (peixe ou putrefação), principalmente após relação sexual; Prurido. Conduta: Orientar quanto o tratamento com metranidazol 500mg via oral Endometriose: É uma doença inflamatória provocada pelas células do endométrio, que em vez de serem expelidas durante a menstruação migram para os ovários ou para cavidade abdominal e voltam a se multiplicar e sangrar. OBS: Acomete mulheres a partir da primeira menstruação e pode se estender até a última. Estágios da endometriose Sintomas: mais comuns • Cólicas menstruais intensas e dor durante a menstruação; • Dor pré-menstrual e/ou durante as relações sexuais • Dor difusa ou crônica na região pélvica; • Fadiga crônica e exaustão; • Sangramento menstrual intenso ou irregular; • Alterações intestinais ou urinárias durante a menstruação; • Dificuldade para engravidar e infertilidade O tratamento para endometriose pode ser medicamentoso ou cirúrgico. Em casos cirúrgicos a endometriose é removida por meio de uma cirurgia chamada laparoscopia. Em alguns casos, é possível eliminar apenas os focos da doença Doença Inflamatória Pélvica: A Doença Inflamatória Pélvica (DIP) é a inflamação aguda do trato genital superior feminino, podendo acometer o endométrio, as trompas uterinas, os ovários, o peritônio e estruturas pélvicas adjacentes. Sua transmissão se da por relação sexual desprotegida. Acontece principalmente quando a gonorreia e a infecção por clamídia não são tratadas. Sintomas: Dor na parte baixa do abdômen (no “pé da barriga” ou baixo ventre) e/ou durante a relação sexual; Dor abdominal e nas costas; Febre, fadiga e vômitos; Corrimento vaginal, sangramento vaginal, dor ao urinar Tratamento: O tratamento é feito com antibióticos e sua duração é de 14 dias. É extremamente importante ressaltar que os parceiros sexuais devem ser examinados e tratados se tiveram relações sexuais com a paciente até 60 dias antes do iníciodos sintomas. Caso não seja diagnosticada precocemente e tradada, a DIP pode levar à infertilidade, à gravidez ectópica, à dor pélvica crônica ou à formação de abscesso tubo-ovariano. Miomatose uterino: Miomas são tumores uterinos benignos formados por tecido muscular, neste caso no útero. Acometem as mulheres principalmente na fase reprodutiva da vida. A causa é desconhecida, mas sabe-se que seu crescimento depende de fatores hormonais, diminuindo de tamanho após a menopausa. Podem ser únicos ou múltiplos e desde bem pequenos até atingir enormes volumes. Sintomas: A grande maioria das mulheres são assintomáticas, porém, algumas sentem aumento do fluxo menstrual, muitas vezes com coágulos, podendo resultar em anemia. Outro sintoma importante é o aumento do volume abdominal. Tratamento: Deve ser individualizado, dependendo da presença ou não de sintomas importantes e da idade da paciente. Na conduta, deve-se controlar o crescimento do mioma. O tratamento pode ser medicamentoso ou através de cirurgia: miomectomia (retirada só do mioma) ou histerectomia (retirada de todo o útero). O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos. Há vários tipos de câncer de mama. Alguns têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem lentamente. A maioria dos casos, quando tratados adequadamente e em tempo oportuno, apresentam bom prognóstico. Não há uma causa única, mas sim uma série de eventos hormonais e genéticos, inclusive os ambientais, que podem contribuir para o seu desenvolvimento. Os principais tipos são: ✓Carcinoma ductal – tem origem nos ductos mamários e há vários subtipos. É o mais comum, encontrado em 80% dos casos. ✓Carcinoma lobular – tem origem nos lóbulos que são responsáveis pela produção do leite materno. É diagnosticado em cerca de 5% a 10% dos casos. Os tumores podem ser diagnosticados em diferentes fases (estadiamentos). São in situ quando suas células estão localizadas e infiltrantes quando essas invadem áreas vizinhas com potencial para atingir linfonodos e outros órgãos (metástase). Quanto mais localizada a doença melhor é a possibilidade de tratamento. O principal sinal da doença é o nódulo mamário endurecido, fixo e geralmente indolor. Outros sinais da doença: endurecimento de partes da mama, mudança na pele (retração ou aparência de “casca de laranja”), saída espontânea de líquido do mamilo, vermelhidão ou alteração do formato e posição do mamilo, linfonodos supraclaviculares ou axilares. • A maioria surge no quadrante superior externo, onde há maior parte do tecido mamário. Detecção precoce: As estratégias para a detecção precoce são o diagnóstico precoce, em pessoas com sinais e/ou sintomas iniciais da doença, e o rastreamento, em mulheres na faixa etária especifica., de 50 a 69 anos recomendado uma vez a cada dois anos. A mamografia é um exame por imagem capaz de identificar nódulos mesmo antes de serem palpáveis. Tratamento do câncer de mama podem ser divididas em: • Tratamento local: cirúrgica e radioterapia (além de reconstrução mamária); • Tratamento sistêmico: quimioterapia, hormônioterapia e terapia biológica. O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano - HPV (chamados de tipos oncogênicos). Na maioria das vezes, a infecção cervical pelo HPV é transitória e regride espontaneamente, entre seis meses e dois anos após a exposição. Alguns fatores de risco: genética, comportamento sexual, tabagismo, a iniciação sexual precoce, idade, a multiplicidade de parceiros sexuais, a multiparidade e o uso de contraceptivos orais. O diagnóstico pode ser feito a partir de 3 testes: 1. Exame pélvico e história clínica: exame da vagina, colo do útero, útero, ovário e reto através de avaliação com especulo, toque vaginal e toque retal 2. Exame preventivo Papanicolau 3. Colposcopia: exame que permite visualizar a vagina e o colo do útero com um aparelho chamado colposcópio, capaz de detectar lesões anormais nessas regiões 4. Biopsia: se células anormais são detectadas no exame preventivo é necessário realizar uma biopsia, com retirada de pequena amostra de tecido para análise no microscópio. O tratamento para cada caso deve ser avaliado e orientado por um médico. Entre os tratamentos para o câncer de colo de útero estão: a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. O tipo de tratamento dependerá da estagio do câncer, to tamanho do tumor e de fatores pessoais, como idade da paciente e desejo de ter filhos. BRASIL. Ministério da Saúde. Área técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada, manual técnico. Brasília. 2006. MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas Estratégicas Gestação de Alto Risco 5a edição Série A. Normas e Manuais Técnicos Brasília 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Miomas uterinos. 2005. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Básica. Departamento de atenção Básica. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar; 2ª edição, 2015. REZENDE, Jorge de. Obstetrícia Fundamental. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2011. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de atenção básica à saúde. Departamento de ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de saúde da Mulher. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada – manual técnico, 2005. BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção a saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde. 2º edição, 2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes de atenção da triagem auditiva neonatal. Brasília, 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. Brasília, 2012. 1) ARES 2018 As alterações no metabolismo materno são importantes para supriras demandas do feto. Entretanto, mulheres que engravidam com algum grau de resistência à insulina, como nos casos de sobrepeso/obesidade, obesidade central e síndrome dos ovários policísticos, associado à ação dos hormônios placentários anti-insulínicos favorece o quadro de hiperglicemia dintensidade variada, caracterizando o diabetes mellitus gestacional (DMG) e levando a efeitos adversos maternos e fetais. A respeito do diabetes mellitus gestacional é correto afirmar: A) NaDMG a via de parto recomendada é a cesárea. B) O aleitamento materno por períodos maiores que 3 meses não está relacionado com a redução do risco de desenvolvimento de DM2 após a gestação. C) A realização do TOTG com 75g de glicose, dez semanas após o parto, é considerado o padrão ouro para o diagnóstico de diabetes após a gestação. D)Os valores do teste oral de tolerância a glicose (TOTG) que confirmem o diagnóstico é: jejum, em 1 e 2 horas, que são ≥92 mg/dL, ≥80 mg/dL e ≥3 mg/dL, respectivamente. 2) ARES 2018 O nascimento no ambiente hospitalar se caracteriza pela adoção de várias tecnologias e procedimentos com o objetivo de torná-lo mais seguro para a mulher e seu filho. Se por um lado, o avanço da obstetrícia moderna contribuiu com a melhoria dos indicadores de morbidade e mortalidade materna e perinatais, por outro, permitiu a concretização de um modelo que considera a gravidez, o parto e o nascimento como doenças e não como expressões de saúde, expondo as mulheres e recém-nascidos a altas taxas de intervenções, que deveriam ser utilizadas de forma parcimoniosa e apenas em situações de necessidade e não como rotina. Qual das opções abaixo é considerada uma intervenção desnecessária durante a assistência ao trabalho de parto e parto? A) Ofertar mudança de posição durante o trabalho de parto e parto. B) Incentivoaos puxos dirigidos com finalidade de acelerar o momento do parto. C) Administração de ocitocina exógena para corrigir contratilidade uterina ineficaz. D) Assegurar presença do acompanhante de escolha da mulher durante o trabalho departo, parto e pós-parto 3) ARES 2018 O acolhimento com classificação de risco é um dispositivo técnico-assistencial que possibilita a identificação das prioridades para o atendimento de acordo com a necessidade de saúde/gravidade/risco ou vulnerabilidade de cada paciente. O protocolo de Classificação de Risco (CR) é uma ferramenta de apoio à decisão clínica e uma forma de linguagem universal para as urgências obstétricas. Para avaliação da dor, utiliza-se a Escala Visual Analógica (EVA), que consiste num instrumento de avaliação subjetiva da intensidade da dor da mulher. Quando a intensidade é no valor de 4 a 6, que indica dor moderada, a CR dessa gestante deve ser: A) Verde. B) Laranja. C) Amarelo. D) Vermelho 4) ARES 2018. O puerpério é conceituado como o intervalo entre a dequitação e o retorno dos órgãos maternos ao seu estado pré-gravídico. Sobre as alterações que ocorrem no puerpério, considere as assertivas e indique a alternativa correta. I. A diaforese é considerada fisiológica, especialmente à noite, nos primeiros três dias. II. A cérvice endurece imediatamente após o parto e sua abertura externa jamais recupera sua aparência pré-gravídica. III. A loquiação alba consiste em leucócitos, células deciduais, epiteliais, muco e bactérias.IV. Os fatores de coagulação estão elevados durante a gravidez, diminuindo após o puerpério tardio. A) Apenas a I e a II estão corretas. B) II e IV estão incorretas. C) Apenas IV está incorreta. D) Todas estão corretas. 5) UERJ 2020 Puérpera com quadro de hemorragia puerperal possui acesso venoso periférico com cateter 16Ga em veia basílica do membro superior direito, fluindo a terceira etapa de soro fisiológico 0,9%. Foram prescritas duas bolsas de concentrado de hemácias. Após o início da segunda bolsa de concentrado, a paciente apresentou dispneia, ortopneia, distensão da veia jugular, taquicardia e ansiedade súbita. A complicação que está relacionada a esse procedimento é: a) sobrecarga circulatória b) reação hemolítica tardia c) reação hemolítica aguda d) contaminação bacteriana 6) SOFIA FELDMAN 2019 A atenção básica na gravidez inclui a prevenção, a promoção da saúde e o tratamento dos problemas que ocorrem durante o período gestacional e após parto. As consultas de pré-natal poderão ser feitas na unidade de saúde ou durante visitas domiciliares (BRASIL, 2000). Sobre as consultas de pré-natal realizadas pelo enfermeiro, assinale afirmativa INCORRETA: A) Deve-se aferir o peso em todas as consultas pré-natais, com a gestante usando roupa leve e descalça. Recomenda-se a realização de testes rápidos obrigatórios em todas as consultas. B) Frente a qualquer alteração, ou se o parto não ocorrer até sete dias após a data provável, o enfermeiro deverá encaminhar para consulta médica, ou ser referida para serviço de maior complexidade. C) O intervalo entre as consultas deve ser de quatro semanas. Após a 36ªsemana, a gestante deverá ser acompanhada a cada 15 dias, visando a avaliação da pressão arterial, da presença de edemas, da altura uterina, dos movimentos do feto e dos batimentos cardiofetais. D) De acordo com a Lei do Exercício Profissional da Enfermagem (Decreto nº94.406/87), o pré-natal de baixo risco pode ser inteiramente acompanhado pelo enfermeiro. 7) SOFIA FELDMAN 2019 O acesso ao cuidado do pré-natal no primeiro trimestre da gestação tem sido incorporado como indicador de avaliação da qualidade da Atenção Básica e o atendimento qualificado realizado por médicos e enfermeiros é fundamental (MINISTÉRIODA SAÚDE, 2016). Para a determinação aproximada da idade gestacional no exame obstétrico durante a consulta de pré-natal, pela medida da altura do fundo do útero, é CORRETO considerar o seguinte parâmetro: A) Na 3ªsemana de gestação o útero corresponde ao dobro do tamanho normal. B) Na 10ªsemana de gestação o útero corresponde a três vezes o tamanho habitual. C) Na 15ªsemana de gestação o fundo do útero encontra-se na altura da cicatriz umbilical. D) Na 9ªsemana de gestação o útero enche a pelve, de modo que é palpável na sínfise púbica. 8) SOFIAFELDMAN 2019 A definição de quais mulheres devem ser rastreadas tem sido objeto de muitos questionamentos. É consenso que mulheres que nunca tiveram relação sexual não correm risco de câncer do colo do útero por não terem sido expostas ao fator de risco necessário para essa doença: a infecção persistente por tipos oncogênicos do HPV. (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, INCA, 2016) Segundo as diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero, publicada em 2016, é recomendado que: A) Os 2 primeiros exames citopatológicos devem ser realizados com intervalo anual e, se ambos os resultados forem negativos, os próximos devem ser realizados a cada 5 anos. B) Para mulheres com mais 64 anos de idade e que jamais se submeteram ao exame citopatológico, deve-se realizar 2 exames com intervalo de 1 a 3 anos. Se os resultados forem negativos, estarão dispensadas de exames adicionais. C) O início da coleta deve ser a partir dos 15 anos de idade para as mulheres que já tiveram ou têm atividade sexual. Antes dessa idade o rastreamento não tem impacto na redução da incidência ou mortalidade por câncer do colo do útero. D) Os exames periódicos devem seguir até os 59 anos de idade e, naquelas mulheres sem história prévia de doença neoplásica pré-invasiva, interrompidos quando tiverem pelo menos 2 exames negativos consecutivos nos últimos 5 anos. 9) SOFIA FELDMAN 2019 . A assistência pré-natal pressupõe avaliação dinâmica das situações de risco e prontidão para identificar problemas de forma a poder atuar, de maneira a impedir um resultado desfavorável. Vários fatores de risco devem ser considerados nos atendimentos realizados durante o pré-natal de modo a decidir se a gestante deve continuar seu acompanhamento na Atenção Básica ou a gestante deva ser encaminhada ao serviço de pré-natal de alto risco (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016). SAÚDE, 2016). Assinale a afirmativa que é considerada fator de risco indicativo de realização do pré-natal de baixo risco ou risco habitual na Atenção Básica: A) Mulheres que realizaram três ou mais cesarianas prévias. B) Mulheres com antecedente de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar. C) Mulheres com história de abortamento habitual (duas ou mais perdas precoces consecutivas). D) Mulheres com doenças psiquiátricas que necessitam de acompanhamento (psicoses, depressão grave etc.). 10) Uma paciente de 32 anos de idade, G2PN2A0, comparece à consulta ginecológica de enfermagem para a coleta de material cérvico-uterino. Queixa de prurido na região vulvar e dor ao urinar. Ao exame especular, o enfermeiro visualiza corrimento abundante, amarelado de odor fétido e hiperemia da mucosa. Realiza a coleta de material cérvico-uterino. Os achados desse exame físico e das queixas são compatíveis com: A) Infecção do trato urinário. B) Vaginose bacteriana. C) Tricomoníase d) candidíase 11) Uma paciente chega na Unidade Básica de Saúde (UBS) 5 dias após o parto e, ao ser questionada sobre a amamentação, relata que não está amamentando por orientação médica. Em relação ao quadro clínico descrito acima, assinale a afirmativa que é considerada uma contraindicação absoluta ao aleitamento materno: A) Mães infectadas pelo HTLV1 e HTLV2. B) Mães com tuberculose. C) Mães HBsAg positivas. D) Mães tabagistas. 12) USP 2021 O planejamento familiar contribui para a redução da morbimortalidade materna e infantil, pois (A) aumenta o número de gestações não desejadas. (B) aumenta o número de ligaduras tubárias por falta de acesso a outros métodos contraceptivos. (C)reduz o intervalo entre as gestações, diminuindo complicações neonatais. (D) aumenta o risco de complicações em mulheres com doenças pré-existentes. (E) diminui o número de abortos provocados. 13) (CESPE SES ES 2018) No puerpério, ocorre risco de déficit de volume de líquidos, devido à subinvolução uterina e aos procedimentos cirúrgicos realizados em casos de cesárea ou de episiorrafia. Nesses casos, a conduta do profissional de enfermagem inclui A) observar e descrever as características da loquiação. B) avaliar a pressão arterial, apesar de esta não apresentar relação com a perda sanguínea. C) manter os membros inferiores abaixados para que ocorra diminuição do retorno venoso e melhora do sangramento vaginal. D) administrar ocitocina, como primeira conduta, em caso de hipotonia ou atonia uterina. E) orientar a puérpera que permaneça em repouso e não realize os cuidados com o recém-nascido. 14) (CESPE SES ES 2018) A hipertensão arterial é a doença que mais frequentemente complica a gravidez, sendo responsável pelo maior índice de morbidade e mortalidade materna e perinatal. Por isso, é fundamental o diagnóstico precoce e preciso em caso de pré-eclâmpsia, diferenciando-a da hipertensão primária ou crônica preexistentes. Acerca desse assunto, assinale a opção correta. A) Compreende um quadro de pré-eclâmpsia de urgência a pressão arterial diastólica inferior a 110 mmHg com presença de sintomatologia clínica. B) Nas emergências hipertensivas, recomenda-se controlar a pressão o mais rapidamente possível; nas urgências hipertensivas, o controle pode ser gradual, em um período de até 48 horas. C) A pré-eclâmpsia apresenta-se quando o nível da pressão arterial for maior ou igual a 140 mmHg × 90 mmHg, com proteinúria (> 300 mg/24h). D) A mulher que tem doença renal progressiva, mesmo que sua função renal esteja relativamente preservada, deve ser desencorajada a ter filhos, pelo alto risco de apresentar quadro de pré-eclâmpsia. E) O termo pré-eclâmpsia foi criado por Louis Weinstein, para caracterizar as pacientes com sintomas antecessores à eclampsia 15) (IBFC -2017 -EBSERH –Enfermeiro) Assinale a alternativa correta que contemple um exemplo de presunção de gravidez. A) Amolecimento da cérvice uterina, com posterior aumento do seu volume B) Paredes vaginais aumentadas, com aumento da vascularização (pode-se observar pulsação da artéria vaginal nos fundos de sacos laterais) C) Percepção dos movimentos fetais (de 18 a 20 semanas) D) Presença dos batimentos cardíacos fetais (BCF), que são detectados pelo sonar a partir de 12 semanas e pelo Pinard a partir de 20 semanas E) Atraso menstrual 16) (IBFC UFF 2016) Durante a consulta de enfermagem, a mulher DRS, 30 anos, informou que sua última menstruação foi em 10de setembro de 2016. De acordo com a regra de Näegele para cálculo da data provável do parto (DPP), é correto afirmar que a DPP será em: a) 10 de junho de 2017 b) 03 de julho de 2017 c) 17 de junho de 2017 d) 03 de junho de 2017 e) 25 de junho de 2017 17) (IBFC UFSC 2016) Em uma consulta de enfermagem, o enfermeiro verificou que a data da última menstruação de uma gestante foi em 13/09/2016, e utilizando a Regra de Naegele, calculou a data provável do parto. Assinale a alternativa que contemple essa data provável do parto calculada. a) 27/06/2017 b) 13/06/2017 c) 01/06/2017 d) 06/06/2017 e) 20/06/2017 18) (IBFC 2017) Sobre a técnica para medida da altura uterina, analise as afirmativas abaixo, dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F) e assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo. ( ) Posicione a gestante em decúbito lateral esquerdo, com o abdome descoberto. ( ) Delimite a borda superior da sínfise púbica e o fundo uterino. ( ) Por meio da palpação, procure corrigir a comum dextroversão uterina. a) V,V,V b) V,F,V c) F,V,F d) F,V,V 19 (UERJ/CEPUERJ/2019) O exame citopatológico tem como objetivo rastrear o câncer do colo de útero e suas lesões precursoras. O Ministério da Saúde recomenda que o intervalo entre os exames deve ser: a) anual, independente de resultados negativos. b) de dois anos, independente de resultados negativos. c) de três anos, após dois exames negativos com intervalo anual. d) de quatro anos, após dois exames negativos com intervalo anual. 20 (UERJ/CEPUERJ/2019) O Ministério da Saúde recomenda que, para um pré-natal de baixo risco, deverão ser realizadas, no mínimo, seis consultas com acompanhamento intercalado entre médico e enfermeiro. As consultas até a 28ª semana devem ser realizadas com frequência: a) mensal. b) Semanal. c) bimestral. d) quinzenal. 21 (Residência/UERJ/2022) Durante o terceiro período clínico do trabalho de parto, algumas manobras são realizadas quando não há dequitação espontânea. A manobra em que são realizados movimentos delicados de massagem de fundo de útero e, ao mesmo tempo, suave tração e rotação do cordão umbilical é denominada: a) Brandt-Daroff. b) Jacob Dublin. c) Fabre. d) Taxe 22 (UERJ/CEPUERJ/2019) Buscando a assistência humanizada, os estudos evidenciaram que é útil e deve ser utilizado(a) e estimulado(a) no parto normal (o)a: a) posição não supina. b) manobra de Kristeller. c) exame vaginal frequente. d) restrição hídrica e alimentar. 23 (Residência/UERJ/2022) Mulher de 19 anos, em pós-operatório de cesariana realizada há vinte dias, lactante em aleitamento materno exclusivo, comparece à UBS relatando queimação nos mamilos ao amamentar e durante os intervalos das mamadas. Ao ser examinada pela enfermeira, verificou-se o uso de conchas de silicone. Suas mamas estavam cheias e os mamilos, descamativos e hiperemiados, com aspecto de assadura. Nesse caso, para garantir o bem-estar da mulher e do seu recém-nascido, deve-se orientar quanto ao(à): a) pega adequada, visto se tratar de fissura mamilar. b) ordenha das mamas quando necessário, visto se tratar de ingurgitamento mamário. c) correto uso dos antimicóticos pela mulher e pelo recém-nascido, visto se tratar de infecção por Candida albicans. d) aumento da frequência de oferta das mamas e à compressão das mamas pelas conchas de silicone, visto se tratar de ductos mamários bloqueados. 24 (UERJ/CEPUERJ/2019) Na profilaxia da transmissão vertical do HIV durante o parto, alguns cuidados essenciais ao recém-nascido exposto ao HIV devem ser observados após o nascimento, tal como: a) realizar banho imediatamente. b) aspirar vias aéreas vigorosamente. c) clampear tardiamente o cordão umbilical. d) estimular o aleitamento materno na primeira hora. 25 (UERJ/CEPUERJ/2019) Na assistência ao recém-nascido a termo e saudável após o parto, recomenda-se realizar de modo rotineiro: a) aspiração de vias aéreas superiores b) clampeamento imediato do cordão umbilical c) administração de vitamina K por via intramuscular d) verificação do índice de Apgar ao 5º e 10º minutos de vida 26 (Residência/UERJ/2022) Segundo o MS, os indicadores comportamentais de dor neonatal e as estratégias não farmacológicas para controle da dor e do estresse no recém-nascido, respectivamente, são: a) irritabilidade e arqueamento do tórax / soluções adocicadas orais e enrolamento. b) sudorese palmar e tremor do queixo / sucção nutritiva e contenção facilitada. c) fechamento dos olhos e hipotonia / contato pele a pele e amamentação. d) choro e língua relaxada / posição canguru e redução da iluminação. 27 (UERJ/CEPUERJ/2019) Apesar da sucção do bebê ser um ato reflexo, ele precisa aprender a retirar o leite do peito de forma eficiente. Para que isso ocorra, torna-se necessário que se estabeleça pega e posição adequadas. Considera-se sinal de boa pega, além da boca do bebê estar bem aberta, que: a) o queixo do bebê esteja distante da mama. b) as bochechas do bebê estejam encovadas. c) o lábio inferior do bebê estejavirado para dentro. d) a aréola esteja mais visível acima da boca do bebê. 28 (UFF-COREMU/2021) Palpação obstétrica e medida da altura uterina (AU) são técnicas que objetivam identificar o crescimento fetal, permitindo diagnosticar os desvios da normalidade a partir da relação entre a altura uterina e a idade gestacional, bem como possibilita a identificação da situação e a apresentação fetal. A técnica de palpação abdominal é conhecida como manobra de: (A) McRoberts. (B) Leopold. (C) Jacob Dublin. (D) Valsalva. 29 (UFF-COREMU/2021) O Ministério da Saúde afirma que o conceito de infecção puerperal está diretamente ligado ao de morbidade febril puerperal, que é a temperatura de, no mínimo, 38ºC durante dois dias quaisquer, dos primeiros 10 dias pós-parto, excluindo-se as 24 horas iniciais. Entre os principais fatores de risco, citamos: (A) ruptura prematura das membranas ovulares. (B) parto abrupto. (C) síndrome hemorrágica. (D) infecções urinarias de repetição. 30 (UFF-COREMU/2021) A conduta fisiológica no terceiro período do parto envolve um conjunto de cuidados que inclui os seguintes procedimentos: (A) coloca-se a puérpera em decúbito dorsal, clampea-se o cordão no primeiro minuto e realiza-se massagem vigorosa em fundo de útero para assegurar a involução uterina. (B) utiliza-se uterotônicos de rotina para impedir hemorragia pós-parto e realiza-se massagem vigorosa em fundo de útero para assegurar a involução uterina. (C) descartar o uso de uterotônicos de forma rotineira e clampear o cordão depois que parar a pulsação, devendo a expulsão da placenta ocorrer por esforço materno. (D) posteriormente ao nascimento e clampear o cordão depois que parar a pulsação, realizando-se manobras de tração no cordão umbilical para facilitar a dequitação placentária. 31 (UFF-COREMU/2021) No protocolo do Ministério da Saúde acerca da classificação de risco e acolhimento, os parâmetros de avaliação dos sinais vitais em gestantes e puérperas envolvem alteração: (A) nos níveis de pressão arterial sistólica e diastólica e frequência cardíaca. (B) da frequência cardíaca, da frequência respiratória e da pressão sistólica. (C) nos níveis de pressão arterial sistólica e diastólica e frequência respiratória. (D) da frequência cardíaca, da frequência respiratória e da temperatura corporal. 32 (UFF-COREMU/2021) Você atende uma gestante que se encontra no final do segundo e início do terceiro trimestre de gestação, referindo o seguinte quadro clínico: sangramento indolor, autolimitado e presença de sangramento sentinela. Dessa forma, você conclui que ela pode estar apresentando sinais de : (A) placenta prévia. (B) descolamento prematuro da placenta. (C) uma migração placentária apenas. (D) sangramento retro placentário 33 (UFF-COREMU/2021) Os reflexos primitivos característicos do RN devem ser avaliados, pois podem trazer informações importantes sobre seu estado de saúde. São diversos os reflexos primitivos encontrados no RN, porém não há necessidade de avaliação de todos durante o exame físico rotineiro do RN a termo. Os reflexos primitivos que habitualmente devem ser avaliados são: (A) sucção, deglutição, preensão, marcha, cutâneo-plantar e moro. (B) sucção, respiração, preensão, marcha, cutâneo-plantar e moro. (C) respiração, voracidade, preensão, marcha, cutâneo-plantar e moro. (D) sucção, voracidade, preensão, marcha, cutâneo-plantar e moro. 34 (UFF-COREMU/2021) No sentido de monitorar o primeiro período do trabalho de parto fisiológico, deve-se registrar o seguinte: (A) exame vaginal de duas em duas horas. (B) temperatura e PA de duas em duas horas. (C) frequência respiratória e cardíaca de quatro em quatro horas. (D) frequência das contrações uterinas e cardíaca de uma em uma hora. 1) D 2) B 3) A 4) B 5) A 6) A 7) B 8) B 9) A 10) C 11) A 12) E 13) A 14) C 15) E 16) C 17) E 18) D 19) C 20) A 21) C 22) A 23) C 24) A 25) C 26) A 27) D 28) B 29) A 30) C 31) A 32) A 33) D 34) D