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Como a Gestão escolar pode atuar para garantir a implementação de um currículo comprometido com a formação humana integral?
Após leitura dos autores Dermeval Saviani, José Gimeno Sacristán, fica claro que o conceito de curriculo não é algo consensual e de fácil concepção, por ter muitos significados, e por ser um campo de disputas ideológicas. 
Para o gestor escolar o primeiro passo na implementação curricular, é conceber um Projeto Político Pedagógico Escolar - PPPE que represente a realidade, concepções e principios da comunidade a qual a Unidade Escolar está inserida. Para tanto a gestão tem de ser capaz de mobilizar toda a comunidade escolar na elaboração desse documento. Só a partir e através dele seremos capazes de ofertar um curriculo adequado e coerente objetivando uma educação significativa.
Segundo Heloisa Luck “A educação tem por finalidade contribuir para a formação do homem pleno, inteiro, uno, que alcance níveis cada vez mais competentes de integração das dimensões básicas – o eu e o mundo – a fim de que seja capaz de resolver-se, solucionando os problemas globais e complexos que a vida lhe apresenta, e que seja capaz também de produzir conhecimento, contribuir para a renovação da sociedade e a resolução dos problemas com que os diversos grupos sociais se defrontam”. 
Portanto o currículo escolar precisa garantir uma formação humana e integral, ao passo que estimule o desejo de aprender, amplie as formas de perceber, de sentir, de compreender e de comunicar-se. Conectar sempre o ensino com a pessoa do aluno, com a vida do aluno, com a sua experiência.
Em suma, cabe a gestão mobilizar todos os atores da comunidade escolar para garantir o diálogo e a escrita de um projeto pedagógico alinhado com as necessidades reais de nossas juventudes.
 
 
Primeiro é preciso pensar fora da caixinha. Uma educação libertadora necessariamente parte do entendimento do que somos e para onde queremos ir. Vivenciamos dentro das escolas, principalmente naquelas de clientela de alta vulnerabilidade social, a reprodução dos mecanismos de colonização ainda latentes. Entre esses mecanismos temos a dominação social que naturaliza a diferença entre ricos e pobres. Essa naturalização leva os desfavorecidos a aceitarem e reproduzirem a cultura dos dominadores. Vários são os relatos nas escolas públicas de racismo, preconceito, intolerância, injuria racial entre outros, e seus desdobramentos mais visíveis entre nossas juventudes são: baixo autoestima, solidão, angustia, bullying, depressão, ansiedade, baixo rendimento, isolamento, automutilação... a lista seguiria extensa. 
A escola é o palco onde se dá o embate da ideologia neoliberal, pois através dela se pode perpetuar as relações de poder da sociedade capitalista. Partindo do principio da sobrevivência, a ideologia neoliberal se coloca como única possibilidade de avanço social, atrelando a formação ao sistema produtivo, onde para ser “alguém na vida” é preciso ter uma profissão, ter uma formação técnica, capaz de inserir o indivíduo na cadeia produtiva. Para que isso ocorra, é preciso homogeinizar o modelo educacional, sem espaço para a diversidade dos contextos sociais e culturais, sem lugar para a individualidades, sem pensar no papel do educador ou do educando. Segundo Imbernón (2000), “A participação da comunidade é imprescindível para tornar possível o trabalho no campo da diversidade, já que este só pode acontecer em um ambiente de comunicação aberto e flexível, adaptado ao contexto que permita a livre expressão dos professores, dos alunos e dos membros da comunidade.”
Pensar em inovação, como bem disse Amorim (2015), é valorizar a cultura vivida, aquilatar os saberes trazidos pelos alunos, para a criação de saberes inovadores. 
A imagem escolhida representa o trabalho que precisamos desenvolver nas escolas no tocante a diversidade (all). O debate está posto na pauta educacional, trazido a tona também pelo BNCC, quando em sua concepção reformulou seu texto suprimindo as palavres IDENTIDADE DE GÊNERO e ORIENTAÇÃO SEXUAL. 
Primeiro quero registrar a minha satisfação em ler o artigo da professora Guacira Lopes Louro. Um texto muito bem escrito, com uma linguagem simples e acessivel, sem perder o rigor técnico e acadêmico. Até a presente data não tinha refletido sobre algumas expressões e palavras que utilizamos no nosso cotidiano, e que fazem parte do nosso repertório. Um exemplo é o uso da palavra tolerância. Sempre me pareceu algo a ser utilizado nas relações sociais e nos casos das diferenças, pois é uma palavra insuspeita (Louro, 2011), sempre pretenciosamente associada ao respeito e ao diálogo, mas que na verdade significa condescendência, permissão, indulgência, e vem do lugar de fala de quem se sente superior ao outro. É uma leitura que nos faz desconfiar da “inocência das palavras”.
Dentro das Unidades Escolares abrigamos todos os tipos de diversidades, seja de genero, de orientação sexual, religiosa, enfim, como instituição inclusiva estamos abertos e abrigamos a todos. O trabalho que hora se faz urgente para superar o preconceito e a discriminação que se encontra no dia a dia das escolas, caresse de empatia, respeito às individualidades, posturas, ideias, valores.
À Gestão Escolar cabe abrir os espaços aos debates e discussões sobre a realidade vivida, agregando subsídios no fortalecimento de uma mentalidade consciente, ética, moral e repletra de humanidades.

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