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INTRODUÇÃO À NUTRIÇÃO CLÍNICA FACUMINAS A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Facuminas, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. Sumário INTRODUÇÃO À NUTRIÇÃO CLÍNICA ..................................................................... 1 FACUMINAS ............................................................................................................... 2 Introdução à Nutrição Esportiva .............................................................................. 3 Os Alimentos Funcionais no Esporte ...................................................................... 6 Nutrição Esportiva Funcional, Nutracêuticos e Suplementos Naturais ............... 7 Alimentos Funcionais ............................................................................................. 12 Substratos Energéticos e a Atividade Física ........................................................ 24 Suplementos X Alimentos ...................................................................................... 26 Produtos Disponíveis no Mercado Brasileiro ....................................................... 28 O Futuro da Nutrição Esportiva ............................................................................. 31 Benefícios da Nutrição Esportiva .......................................................................... 34 Atletas X Pessoas Fisicamente Ativas. ................................................................. 34 Pirâmide Alimentar e Hipertrofia ............................................................................ 35 Alimentos/Chave na Dieta ...................................................................................... 36 Alimento Índice Glicêmico ...................................................................................... 38 Alimento Índice Glicêmico ...................................................................................... 38 Benefícios e Efeitos Adversos do Uso dos Suplementos Alimentares .............. 39 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 43 Introdução à Nutrição Esportiva file://192.168.40.10/o/Pedagogico/ESPORTES/NUTRIÇÃO%20CLINICA%20E%20ESPORTIVA/Introdução%20a%20Nutrição%20Esportiva/APOSTILA%20INTRODUÇÃO%20À%20NUTRIÇÃO%20ESPORTIVA.doc%23_Toc106037603 Desde da época dos primatas o homem pratica atividade física, porém os exercícios evoluíram com o passar dos séculos. As primeiras atividades físicas praticadas pelo ser humano eram fugas de animais predadores e lutas por áreas praticamente inexistentes nos dias de hoje. Essas atividades deram início ao que hoje chamamos de esporte. Acredita-se que os gregos e os persas foram os pioneiros na prática esportiva. Os tempos mudaram, mas desde aquela época o ser humano vem se preocupando cada vez mais em ter uma boa qualidade de vida através dos exercícios físicos. A luta corpo a corpo e com espadas, surgiu entre os egípcios por volta de 2.700 a.c. Na época, esse tipo de exercício tinha fins militares. As Cruzadas, organizadas pela Igreja durante os séculos XI, XII e XIII, exigiam um preparo militar que era constituído por exercícios corporais, ou seja, exercício físico. Entre as práticas, constavam alguns exercícios úteis para as guerras, tais como a luta, o manejo do arco e flecha, a escalada, corrida e saltos. Os jogos, por sua vez, tinham caráter religioso, cujo objetivo era enobrecer o homem, fazendo-o forte e apto. Muitos jogos porém, tinham a única finalidade de divertir a comunidade, entre estes estavam a pelota, a pesca e a caça. A primeira competição esportiva a que se tem conhecimento, foi uma corrida ocorrida no ano de 776 a.c., na Grécia. O futebol e o tênis, esportes bastante difundidos nos dias de hoje, tiveram sua origem na Idade Média. Uma das primeiras artes marciais foi o Kung Fu, há mais ou menos 5 mil anos, na China. Porém, apenas no século XVIII é que os primeiros conceitos e critérios começaram a ser estabelecidos no esporte. A nutrição faz parte da vida dos atletas desde a Antiguidade. Alguns atletas tinham crenças e tabus e costumavam se alimentar de forma diferente antes das competições esportivas. Há relatos de 580 a.C. sobre atletas gregos que adotavam dietas especiais, porém nessa época ainda não existiam estudos científicos sobre a nutrição no esporte. Apenas recentemente é que se conheceu a importância da nutrição para a melhora do desempenho do atleta na prática esportiva (Probat, Bird & Parker, 1993). O primeiro estudo a este respeito, data de 1924/1925 e foi feito com atletas corredores, que participaram da Maratona de Boston. Esse estudo demonstrou a importância da ingestão de carboidratos durante exercícios prolongados. Nos anos 60, em pesquisas feitas sobre o glicogênio, foi descrita pela primeira vez a dieta da supercompensação, que consistia primeiro na diminuição do conteúdo de carboidratos da dieta seguida do aumento da sua ingestão acompanhado de uma diminuição na intensidade dos treinos a fim de otimizar os estoques de glicogênio muscular. O efeito desta prática era um aumento no tempo de resistência sem que ocorresse a diminuição da intensidade na prova. Esse tipo de conduta nutricional foi usado com sucesso por muitos atletas e é utilizado até hoje por alguns competidores. No Brasil, a nutrição evoluiu muito nos últimos 40 anos e com ela a nutrição esportiva. Um dos primeiros trabalhos voltados para a nutrição no esporte foi feito pelo Dr. Sérgio Miguel Zucas, na década de 60 e 70. Nos anos 80 foi criado pela Secretaria de Esportes e Turismo do Estado de São Paulo o “Projeto Futuro” que contou com o trabalho de uma das nutricionistas pioneiras na área do esporte, Dra. Tânia Rodrigues. Esse projeto contava com um centro de treinamento composto por uma equipe multidisciplinar. Nos anos 90 a nutrição esportiva foi difundida entre os nutricionistas e atualmente esse campo de atuação profissional vem crescendo consideravelmente. Grande parte dos atletas de elite contam com acompanhamento nutricional e os clubes e equipes esportivas têm solicitado cada vez mais a orientação nutricional para a conquista de um melhor desempenho nos treinos e competições. A preocupação com a qualidade de vida tem se tornado assunto de destaque em todo o mundo. A prática regular de esportes acompanhada de uma alimentação adequada, constituem o principal foco para alcançá-la, fazendo história nos consultórios, na vida das pessoas e principalmente no mundo dos esportes. O rendimento dos atletas vem aumentando gradativamente e as últimas olimpíadas constituem um termômetro que demonstra o fato. Os sucessivos recordes alcançados por esportistas de todas as áreas mostram claramente maior preparo físico. Associada ao sucesso de talentosos atletas estácom que cada alimento irá virar glicose sanguínea após serem ingeridos, comparado com a glicose pura ou pão branco. Quanto mais alto o índice glicêmico, maior será a secreção de insulina. Quando um indivíduo passa o dia todo consumindo alimentos de alto índice glicêmico, haverá picos de insulina a todo o momento, o que facilitará acúmulo de gordura localizada. Como visto, antes do exercício, deve-se priorizar o consumo de carboidratos de médio a baixo índice glicêmico e após o exercício, alto índice glicêmico. Alimento Índice Glicêmico Pão Branco, Bolacha cream cracker, Bolo, Cornflakes, Batata assada, Batata frita, Fubá de milho, Mandioca, Glicose, Mel, Açúcar. Alimento Índice Glicêmico Banana, Pão integral, Suco de laranja, Manga, Macarrão, Feijão cozido, Batata doce, Chocolate, Pipoca. A procura pelo melhor condicionamento físico, estética e boa aparência tem levado cada vez mais as pessoas a praticar vários exercícios físicos, como também a utilização de recursos ergogênicos, como o uso dos suplementos alimentares, visando alcançar os objetivos propostos. Os achados deste estudo evidenciaram a necessidade de uma maior conscientização das pessoas, principalmente na prática esportiva, através de educação nutricional, visando melhorar o grau de informação sobre a ingestão adequada de nutrientes, o uso de suplementos, e a valorização do profissional habilitado para tal prescrição, garantindo os objetivos esperados com o consumo e melhorias na saúde. Conforme a Resolução do Conselho Federal de Nutrição, CFN nº380/2005, suplementos nutricionais são alimentos que servem para complementar, com calorias, e ou nutrientes a dieta diária de uma pessoa saudável, em casos onde sua ingestão, a partir da alimentação, seja insuficiente, ou quando a dieta requerer suplementação. Segundo a Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (2003), os suplementos alimentares devem ser prescritos pelos profissionais qualificados para tal, que são os médicos especialistas e nutricionistas, sendo que a suplementação alimentar deve ficar limitada aos casos especiais. Os suplementos alimentares, em geral, são anunciados e oferecidos com intuito de melhorar algum aspecto do desempenho físico, principalmente, aumentar massa muscular, reduzir gordura corporal, aumentar a capacidade aeróbica, estimular a recuperação, e/ou promover alguma característica que melhore o desempenho esportivo. Como também, para perda de peso, melhora da estética corporal, prevenção de doenças e retardo dos efeitos adversos do envelhecimento. (WILLIAMS, 2002; MAUGHAN; BURKE, 2004). Os consumidores muitas vezes não conhecem os ingredientes, a função e os possíveis riscos das reações adversas dos suplementos alimentares, gerando-se uma preocupação importante devido a disseminação destes produtos (HIRSCHBRUCH, 2008). Considerando o crescente uso de suplementos alimentares por praticantes de exercícios físicas em academias, sendo resultado muitas vezes de recomendações de colegas, treinadores, revistas e sites na internet, sem o devido acompanhamento nutricional; torna-se necessário avaliar as características do consumo dos suplementos alimentares por praticantes de atividade física, de forma a contribuir para o conhecimento e orientação sobre esta temática, servindo de subsídios para estudos futuros, bem como para o desenvolvimento de ações de educação em saúde. Benefícios e Efeitos Adversos do Uso dos Suplementos Alimentares Os suplementos alimentares são conhecidos por oferecer e produzir energia para o músculo, ajudar no aumentar o tecido muscular, minimizar os efeitos da fadiga, aumentar o alerta mental, reduzir a gordura corporal e por diminuir a produção e acelerar a remoção de metabólicos tóxicos do músculo (DANTAS, 2005). O uso de suplementos ricos em proteínas vem aumentando em grande proporção, para o aperfeiçoamento do corpo ou para melhorar alimentação, e até mesmo prevenir doenças relacionadas à deficiência proteica (RANG e DALE, 2011). O whey protein, por exemplo, proporciona um efeito de aumento na síntese proteica e redução da gordura corporal, despertando então interesse entre a população (HARAGUCHIL, ABREU e PAULA, 2006). As pesquisas realizadas no Brasil apontam que o uso de suplementos nutricionais, principalmente de origem proteica, dentre a população não atleta é expressiva, principalmente entre o público praticante de exercícios físicos em academias (HIRSCHBRUCH; FISBERG; MOCHIKUKI, 2008). A maior incidência no número de consumidores de suplementos alimentares são de praticantes de musculação, devido os resultados advindo desta modalidade, como o desenvolvimento de força muscular, modelação corporal, fato este que se baseia na crença de melhora de performance e resultados estéticos (LOLLO e TAVARES, 2007). Porém o consumo de suplementos alimentares sem prescrição médica ou de nutricionista pode ser considerado problema de saúde pública. Estudos apontam o uso abusivo desses suplementos e drogas, com efeito ergogênico, em ambientes de prática de atividade física, principalmente entre usuários jovens incentivados pelo apelo do marketing e pela pressão da mídia por um corpo esteticamente inatingível no curto prazo, o que torna-os vulneráveis à orientação de colegas e treinadores, quase sempre despreparados (ARAÚJO; NAVARRO, 2008; HIRSCHBRUCH et al., 2008). A venda desses suplementos alimentares está em ascensão no mundo inteiro, inclusive no Brasil, e estes produtos aparecem mais rápido no mercado do que o surgimento de pesquisas científicas que comprovem seus efeitos e eficácia, embora estas sejam de fundamental importância (HISRSCHBRUCH et al., 2008). O uso abusivo de suplementos alimentares e drogas observados no Brasil, pode ser explicado pela falta de uma legislação rígida, que proíba a venda sem prescrição de um médico ou de um nutricionista especializado ou, ainda, por conta das indústrias que lançam no mercado cada vez mais produtos prometendo resultados imediatos (ARAÚJO; NAVARRO, 2008). O uso indiscriminado de suplementos alimentares e sem orientação de um profissional capacitado pode causar danos à saúde, como problemas hepáticos, sobrecarga renal, aumento da gordura corporal e desidratação (WAGNER, 2011). Portanto, é preciso estar ciente que a alimentação saudável e a adequação com outros nutrientes e suplementos, devem ser realizadas com orientação de profissionais capacitados, como os nutricionistas e ou médicos especializados, onde leva-se em consideração o consumo calórico total e o tempo entre digestão e aproveitamento metabólico, a quantidade necessária de macronutrientes, ou seja, carboidratos, proteínas e lipídios, essenciais na manutenção ou melhora do desempenho esportivo e saúde do corpo humano em geral (ANDRADE apud CORRÊA e NAVARRO, 2014). A importância dos alimentos em nossas atividades Cada vez mais se torna necessário compreendermos o funcionamento do nosso corpo e tudo que podemos fazer para mantê-lo apto a participar de todas as atividades que realizamos diariamente. A relação entre o gasto energético e o consumo de calorias, através da nossa alimentação, é um fator indispensável para se sentir bem e viver mais saudável. Nessa unidade traremos uma noção básica para seguir uma dieta e ter uma alimentação saudável, avaliando o valor nutricional dos alimentos, calorias, quantidade de gordura e proteínas. Tudo para uma vida saudável em qualquer fase da vida. Além disso, veremos quando é utilizado o suplemento alimentar, que muitos confundem com os esteroides anabolizantes. Com certeza você verá que não são só os Egípcios que tinham as pirâmides como algo importante para sua sociedade, através do estudo da pirâmide alimentar e as fontes de energia. REFERÊNCIAS American Dietetic Associationand Dietitians of Canada: dietary fatty acids, Journal of the American Dietetic Associaton, 2007. Disponível em:. Acesso em: 26 jun 2017. APPLEGATE, E. A.; GRIVETTI, L. E. Search for the competitive edge: a history of dietary fads and supplements. The Journal of Nutrition, Davis, v. 127, n. 5, p. 869S- 873S, May, 1997. Disponível em: . Acesso em: 05 nov 2017. ARAÚJO, M. F.; NAVARRO, F. 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Os Alimentos Funcionais no Esporte Atualmente, tem se disseminado muito a ideia de se utilizar “o alimento como medicamento”, contemplando dessa forma as lições de Hipócrates - o pai da medicina - proferidas há 2.500 anos atrás. Todo alimento ou ingrediente que, além das funções nutricionais básicas, produz efeitos benéficos à saúde, é denominado alimento funcional, o qual tem sido amplamente divulgado, na atualidade, como promotor de saúde para pessoas em geral, inclusive esportistas. Alimentos com propriedades funcionais de importância significativa são aqueles que possuem ação antioxidante, ou seja, diminuem a produção de radicais livres decorrentes da prática esportiva, especialmente nas atividades de longa duração. Durante a prática esportiva ocorre um aumento de 10 a 20 vezes no consumo total de oxigênio do organismo e um aumento de 100 a 200 vezes na captação de oxigênio pelo tecido muscular, favorecendo a produção de radicais livres, o que contribui para a ocorrência de danos celulares, o que pode prejudicar o desempenho do atleta e ocasionar problemas à saúde. De maneira geral, os especialistas recomendam atender todas as necessidades de nutrientes essenciais, além de enriquecer a alimentação com fontes de alimentos funcionais. Isto pode ser obtido através de uma alimentação amplamente variada e com a inserção de alguns dos alimentos descritos na tabela a seguir. Nutrição Esportiva Funcional, Nutracêuticos e Suplementos Naturais A nutrição esportiva está relacionada a todos aqueles que fazem algum tipo de exercício físico, não importando a modalidade e intensidade realizada, e por isso tem crescido a cada ano. Hoje os esportistas têm mais consciência de que seu desempenho no esporte, independente da modalidade ou intensidade, será melhor quando for aliado a uma alimentação adequada. Para isso buscam orientação quanto ao tipo de alimentos que devem ingerir antes, durante e após a prática de exercícios, de forma que a mantenham e preservem a saúde, evitando patologias por carências de nutrientes. O grande desafio da indústria de alimentos e ingredientes hoje é justamente desenvolver soluções de produtos que vão de encontro as necessidades específicas para esse público, de forma que entreguem o valor nutricional desejado e uma experiência de sabor agradável e prazerosa para esse consumidor. Com a pandemia da COVID-19, mudanças nos hábitos e comportamentos do consumidor estão surgindo, antes o que era exclusivo para "atletas", se estendeu a todos os consumidores quase que sem restrições, seja para o que chamamos de "atleta de fim de semana", seja para o profissional que não consegue fazer uma refeição corretamente, porém precisa de proteína para suplementar a sua dieta. Em uma pesquisa feita pela FIESP, 80% da população do país se preocupa em ter uma alimentação saudável, porém a mesma pesquisa apontou que a escolha dos consumidores ainda é por opções mais SABOROSAS e não mais saudáveis, ou seja, unir as duas coisas é o principal objetivo das indústrias. Nutrição Funcional A saúde humana está diretamente ligada dentro de alguns fatores entre eles, a alimentação. Diversas doenças são associadas a deficiências nutricionais, dentre elas doenças crônicas transmissíveis, que podem ser agravadas pelo padrão e hábitos alimentares, a redução ou não da prática de atividade física, estresse e distúrbios emocionais, interferindo de fato na saúde. Uma área dentro da ciência da nutrição, conhecida como nutrição funcional, busca restabelecer o equilíbrio fisiológico, estrutural e emocional do indivíduo. Quando comparada com a nutrição tradicional, a funcional trabalha com a individualidade bioquímica e os efeitos dos alimentos no organismo de cada um, sendo um pouco mais abrangente e detalhista do que apenas estabelecer planejamento alimentares baseados em contagem de calorias e macronutrientes (proteínas, carboidrato e gorduras). Desta forma, a nutrição funcional tem agregado na saúde de cada um que visa ter melhoras no organismo como um todo. A maior proposta de uma alimentação funcional, está baseada em uma dieta anti-inflamatória, pois na situação de inflamação, há dificuldade para perda de peso, o intestino não funciona perfeitamente, aparecem alterações bioquímicas como a dislipidemia (alteração no colesterol, triglicerídeo, HDL, LDL, etc), os distúrbios emocionais ficam sobrecarregados, como o estresse entre outros. Esses, podem predispor distúrbios gástricos e intestinais com alteração na microbiota intestinal, prejudicando diretamente a digestão, absorção, disponibilidade de nutrientes e compostos ativos, aumentando os riscos de deficiências nutricionais. Além disso, indiretamente podem prejudicar o sistema de integridade estrutural de ossos, articulações e músculos e comprometimento do funcionamento hepático. Na montagem de um planejamento alimentar individualizado, o (a) Nutricionista, necessita de ferramentas específicas para análise da ingestão alimentar, como recordatório alimentar, da disbiose, para avaliar desiquilíbrio da microbiota intestinal, de hipersensibilidades alimentares e exames laboratoriais para corroborar sinais e sintomas apresentados. Assim, o profissional consegue distribuir os macronutrientes, micronutrientes e compostos bioativos indispensáveis para a recuperação plena do paciente de forma individualizada e eficaz. A nutrição funcional possui cinco princípios básicos, o primeira: individualidade bioquímica (buscar a interação de cada genética, alimentação e dos elementos ambientais como toxinas, poluentes, estresse mental e atividade física) para “modular” os genes, inibindo aqueles associados à doenças e elevar os que se relacionam com a saúde. Segundo: tratamento centrado no paciente e não na doença (considera o fato de que o cuidado nutricional não deve apenas considerar o diagnóstico, e sim um conjunto de sistemas que se inter relacionam e sofrem fatores ambientais, emocionais, alimentares, patológicas, hábito de vida saudável e atividade física. Terceiro: equilíbrio nutricional e biodisponibilidade de nutrientes (para que haja otimização da sua absorção e aproveitamento pelas células). Quarto: inter relações com fatores fisiológicos (todas as funções do nosso corpo estão interligadas, podendo gerar desordens que abrangem os diversos sistemas; importante corrigir a causa em vez de apenas os sintomas genéricos). Quinto: saúde como vitalidade positiva (deve-se analisar os sinais e sintomas físicos, mentais e emocionais que podem estar nas bases dos problemas apresentados). Em suma, a Nutrição Funcional considera a integralidade do ser humano, uma vez que o corpo humano é único, estruturado em órgãos e sistemas que se interdependem. Os (as) nutricionistas podem utilizar as propriedades dos alimentos funcionais para elaborar cardápios individualizados, proporcionando equilíbrio nos nutrientes, hormônios e neurotransmissores que regulam o metabolismo, contribuindo para prevenção de doenças crônicas e proporcionando saúde como um todo. Nutracêuticos O nutracêutico é um tipo de suplemento alimentar que contém em sua composição compostos bioativos que foram extraídos dos alimentos e que possuem benefícios para o organismo, podendo, inclusive, ser utilizado como forma de complementar o tratamento para alguma doença. O termo nutracêuticoé utilizado para nomear um nutriente específico presente em um alimento, que não é o alimento em si e nem um medicamento, como por exemplo o licopeno, que é um composto bioativo que pode ser encontrado no tomate, os fitoesterois e o resveratrol, que são compostos encontrados na casca da uva e no vinho. Os nutracêuticos podem ser encontrados em lojas de produtos naturais e em farmácias na forma de cápsulas, comprimidos, sachês, suplemento dietético ou ser formulado em farmácias de manipulação, no entanto é importante que o seu consumo seja orientado pelo médico ou nutricionista, isso porque como contém concentrações elevadas do composto em comparação com o alimento fonte, pode ter consequências para a saúde. Os nutracêuticos são capazes de equilibrar a alimentação. Para quem já tem uma dieta balanceada e uma rotina de atividades físicas, os resultados são ainda mais evidentes. Eles aumentam a sensação de bem-estar, fortalecem o sistema imunológico e previnem doenças. Nutracêuticos utilizados no Esporte Existem muitos nutracêuticos que podem ser utilizados por esportistas. Abaixo, vamos conferir alguns dos principais atualmente. Confira a lista: Ômega 3 e Coenzima Q10: possuem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, contribuindo para a recuperação muscular. Catequina: presente no chá verde, também tem forte ação antioxidante, e ainda melhora a atividade do metabolismo. Licopeno: presente na melancia e na goiaba, ajuda a regular o funcionamento cardíaco, além de também ajudar na proteção contra outras doenças, como o câncer. Resvertrol: também é outro muito comum, presente na casca da uva, também traz benefícios tanto para a saúde quanto para a performance esportiva, por também apresentar propriedades anti-inflamatórias. Probióticos: estão nos iogurtes e nos leites fermentados. São ótimos para regular o funcionamento do intestino, protegendo-o também contra o câncer Fitoesteróis: os fitoesteróis, encontrados na uva e no vinho tinto, ajudam a reduzir a absorção do colesterol, melhoram o desempenho físico durante a atividade e ainda auxiliam na prevenção de doenças cardiovasculares Betacaroteno: o betacaroteno, encontrado na cenoura e em outros alimentos de coloração laranja ou amarela, reduz o risco de desenvolvimento de doença coronariana, acidente vascular cerebral, degeneração macular e outras doenças relacionadas com a idade. Também tem efeitos beneficiais à imunidade. Quitosana: a quitosana, encontrada e produzida através dos crustáceos, auxilia no processo de emagrecimento, mas também facilita as cicatrizações e ainda ajuda a regular os níveis de colesterol no sangue. Suplementos naturais O mercado de suplementos naturais vem crescendo muito no Brasil nos últimos anos? Esses produtos fazem sucesso porque funcionam como uma espécie de complemento à nossa alimentação e ajudam a melhorar o desempenho do corpo - seja com o objetivo de aumentar a imunidade, suprir a deficiência nutrientes (suplementando minerais e vitaminas) ou em questões mais específicas, como a expectativa de ter uma pele mais firme e um cabelo mais sedoso. 1. Ferro A suplementação de ferro é uma das mais comuns entre os adultos, isso porque o mineral possui diversas funções importantes no organismo e é o principal remédio para tratar quadros anêmicos provocados pela sua deficiência. Felizmente, existem várias opções na alimentação que ajudam a atender as necessidades diárias do nutriente. Miúdos bovinos, como fígado e coração, são os melhores exemplos nesse caso. Mas, além deles, vegetais verde-escuros (como brócolis e espinafre), feijão preto, cacau em pó, mariscos e algumas sementes também são considerados alimentos ricos em ferro. 2. Cálcio O cálcio é outro nutriente bastante comentado quando o assunto é suplementação. Encontrado em derivados do leite e outros alimentos como soja, linhaça e grão-de- bico, esse mineral é importante para fortalecer a estrutura do corpo, transmitir impulsos nervosos e permitir a contração muscular, além de realizar a manutenção dos ossos e dos dentes. Para que o cálcio seja absorvido de forma eficiente é importante ingerir também fontes de ferro e cafeína, que potencializam a absorção do mineral - como chás e vegetais. 3. Melatonina A melatonina é um hormônio produzido pelo nosso organismo e liberada no início da noite, quando a iluminação começa a baixar. Embora esteja presente na glândula pineal do nosso cérebro, a substância pode ser suplementada de forma natural e é muito indicada em casos de insônia - não à toa, a melatonina é conhecida como o "hormônio do sono". Para encontrá-la na alimentação, uma boa dica é consumir alimentos como abacaxi, cereja, leite, aveia, grão-de-bico e kiwi, que são ricos na substância. 4. Creatina A creatina é uma substância muito consumida em forma de suplementação para aumentar a performance de atletas. Produzida a partir de aminoácidos, ela está naturalmente presente em alimentos como peixes, carnes, frango, ovos, leite e derivados, sendo muito utilizada para aumentar a tolerância do atleta ao esforço do treino e diminuir a fadiga. 5. Colágeno Quem busca por uma pele mais firme e cabelos mais sedosos, muitas vezes procura por suplementações naturais de colágeno. Embora existam diversos produtos manipulados que aumentam a produção da substância, alimentos como frango, claras de ovos, folhas verde escuras, sementes de linhaça, oleaginosas, quinoa e alho são ótimas fontes alimentícias de colágeno. Alimentos Funcionais O conceito de alimentos funcionais ainda não obteve consenso, mas podemos considerá-los como “Alimento semelhante em aparência aos alimentos convencionais, consumidos como parte da dieta, que produz benefício específico à saúde, além de satisfazer os requerimentos nutricionais” ou “alimentos, em forma natural ou processada, que contêm níveis significantes de componentes ativos biologicamente que, além da nutrição básica, trazem benefícios à saúde, à capacidade física e ao estado mental”. Para ilustrar, consideremos o exemplo do arroz. O arroz integral possui um processamento mínimo, que mantém incólumes as substâncias que compõem o grão. Assim, o arroz integral possui alto teor de fibras - importantes para a regulação intestinal e da taxa do colesterol sanguíneo, de fitatos – que protegem o organismo da ação tóxica de metais pesados, de ácidos graxos insaturados, além das proteínas e vitaminas. Já o arroz processado perde a maioria destas substâncias durante a industrialização. Portanto, o arroz integral pode enquadrar-se na categoria de alimento funcional, o mesmo não ocorrendo com o arroz processado. A literatura referência alguns critérios estabelecidos para determinação de um alimento funcional, tais como: exercer ação metabólica ou fisiológica que contribua para a saúde física e para a diminuição das morbidades crônicas; integrar a alimentação usual; os efeitos positivos devem ser obtidos em quantidades não tóxicas, perdurando mesmo após suspensão de sua ingestão; e, por fim, os alimentos funcionais não são destinados ao tratamento ou cura de doenças, estando seu papel ligado à redução do risco de contrair doenças. Os alimentos funcionais foram descobertos através da baixa incidência de doenças em alguns povos, que chamou a atenção para a sua dieta. Os esquimós, com sua alimentação baseada em peixes e produtos do mar ricos em ômega 3 e 6, têm baixo índice de problemas cardíacos, assim como os franceses consumidores de vinho tinto. Os orientais, devido ao consumo de soja, que contém fitoestrogênios, têm pouco câncer de mama. Nesses países, o costume de consumir frutas e verduras também resulta em uma redução do risco de doenças coronianas e de câncer, comprovada por dados epidemiológicos. Alguns compostos bioativos dos alimentos funcionais...1) Ácidos graxos Grupo composto pelos ácidos graxos poliinsaturados, destacando-se as séries ômega 3 e 6 encontradas em peixes de água fria (salmão), óleos vegetais, semente de linhaça , nozes e alguns tipos de vegetais. Encontram-se relacionados com a prevenção de doenças cardiovasculares, através da redução dos níveis de triglicerídeos e colesterol, aumentando a fluidez sanguínea e reduzindo a pressão arterial. 2) Oligossacarídeos e polissacarídeos Os oligossacarídeos e os polissacarídeos são conhecidos como fibra alimentar. Os efeitos do seu uso são a redução de nível de colesterol sangüíneo e a diminuição do risco de desenvolvimento de câncer, decorrentes de três fatores: capacidade de retenção de substâncias tóxicas ingeridas ou produzidas no trato gastrointestinal durante processos digestivos; redução do tempo de trânsito intestinal, promovendo uma rápida eliminação do bolo fecal, com redução do tempo de contato do tecido intestinal com substâncias mutagênicas ou carcinogênicas; e formação de substâncias protetoras pela fermentação bacteriana dos compostos da alimentação. 3) Fitoquímicos Os fitoquímicos são substâncias encontradas em frutas e verduras que podem ser ingeridas diariamente em determinadas quantidades e mostram potencial para modificar o metabolismo humano de maneira favorável à prevenção do câncer e de outras doenças degenerativas (American Dietetic Association, 1999). Alguns alimentos possuem esses compostos em quantidade maior, destacando-se frutas cítricas, alho, repolho, soja, gengibre, cebola, tomate, berinjela, brócolis, couve-flor, aveia, cebolinha, menta, orégano, pepino, salsa e açafrão . Terpenóides Encontram-se nos alimentos verdes, na soja e nos grãos. Apresentam atividade antioxidante e interação com os radicais livres por divisão de sua extensa cadeia carbônica em membranas lipídicas. Alguns terpenos são encontrados naturalmente em grãos e têm relação com a redução do risco de câncer, o que foi comprovado em estudos in vivo. Quando ocorre uma mutação em um gene oncógeno (causador de câncer), as células são instruídas para sintetizar uma proteína anormal, que pode se constituir em um fator de crescimento, ou interferir na atividade de uma enzima promotora do crescimento celular. As células passam a se dividir agressiva e anormalmente, formando o tumor. As reações químicas envolvidas com o crescimento celular são reguladas por enzimas e a ação anticancerígena dos terpenos ocorre pela redução da atividade dessas enzimas, evitando a proliferação desordenada das células. Os terpenos mais conhecidos pertencem ao grupo dos carotenóides e dos limonóides. Os carotenóides estão presentes em alimentos com pigmentação amarela, laranja ou vermelha (tomate, abóbora, pimentão, laranja). Seus principais representantes são os carotenos, precursores da vitamina A, e o licopeno. Os limonóides (δ-limoneno, pineno, eucaliptol) se encontram nas cascas de frutas cítricas e atuam protegendo o tecido pulmonar, previnem determinados tipos de câncer e fortalecem o sistema imunológico. O álcool perílico (encontrado em cerejas) tem estrutura química parecida com o limoneno, possuindo atividade anticancerígena cinco vezes mais potente que esse composto. Fenóis Os mais importantes metabólitos fenólicos são os ácidos fenólicos (ácidos hidroxibenzóicos e hidroxicinâmicos), os polifenóis e os flavanóides. As flavonas, flavanonas, flavanóis, catequinas e antocininas formam o grupo dos flavanóides. Protegem contra a oxidação do LDL-colesterol através da redução de radicais livres, quelação de íons metálicos e regeneração de alfa-tocoferol. Atuam também contra alergias, inflamações, úlceras, virose, tumores e hepatotoxinas. Na inibição da agregação plaquetária, reduzindo as cardiopatias e tromboses e a síntese de estrógeno. http://www.gazzoni.pop.com.br/alimen20.gif As antocianidinas são flavanóides solúveis em água e são consideradas antioxidantes in vitro, podendo apresentar propriedades antioxidante e antimutagênica in vivo. Catequinas, flavanóides, antocininas e ácidos fenólicos estão presentes no vinho e apresentam ação antioxidante. A catequina, presente no chá verde, é responsável pela proteção contra doença cardiovascular aterosclerótica. Alguns tumores acumulam substâncias denominadas poliaminas, que atuam no crescimento desordenado das células. Uma das ações anticancerígenas dos flavonóides é a inibição da síntese de poliaminas, reduzindo o crescimento celular desordenado. Destaque especial deve ser dado às isoflavonas, uma subclasse dos flavonóides, que são particularmente abundantes na soja, e que possuem a propriedade de bloquear enzimas que promovem os crescimentos tumorais. As mais conhecidas são a genisteína e a daidzeína, que atuam como hormônios (fitoestrógenos) e vêm sendo utilizados em larga escala no tratamento de reposição hormonal de mulheres em pré e pós-menopausa. As isoflavonas se ligam aos β-receptores hormonais, que são diferentes dos principais receptores dos estrógenos, que são os α-receptores. As isoflavonas também atuam no combate à diabetes, osteoporose, deficiência cognitiva e doenças cardiovasculares. Estudos epidemiológicos mostraram que populações que consomem mais soja têm menor incidência de câncer de cólon,mama e próstata. Flavonóides em Alimentos 4) Compostos nitrogenados Consumir alimentos ricos em compostos nitrogenados é uma forma de proteção contra carcinogênese e mutagênese. Os glucosinolatos contêm enxofre e estão presentes em alimentos como brócolis, couve-flor, repolho, rabanete, palmito e alcaparra, sendo ativadores das enzimas de detoxificação no fígado. 5) Alimentos prebióticos, probióticos e simbióticos Prebióticos: são carboidratos complexos (considerados fibras), resistentes às ações das enzimas salivares e intestinais. Ao atingirem o cólon, produzem efeitos benéficos à microflora colônica. O prebiótico deve ter como características o fato de não sofrer hidrólise ou absorção no intestino delgado e de alterar a microflora colônica para uma microflora saudável, induzindo efeitos favoráveis à saúde. As substâncias como a lactose, xilitol, inulina e frutooligossacarídeos apresentam os seguintes efeitos: alteração do trânsito intestinal, reduzindo metabólitos tóxicos; prevenção da diarréia ou da obstipação intestinal, por alterar a microflora colônica; diminuição do risco de câncer; diminuição do nível de colesterol e triglicerídeos; controle da pressão arterial; incremento na produção e biodisponibilidade de minerais; redução do risco de obesidade e de diabetes insulino-dependente e redução da intolerância à lactose. Os frutooligossacarídeos são os únicos produtos reconhecidos e usados como ingredientes alimentares. São obtidos industrialmente a partir da hidrólise da inulina pela enzima inulase, através da sacarose. O principal papel dessas substâncias é estimular o crescimento intestinal das bifidobactérias do cólon, que agem suprimindo a atividade putrefativa de outras bactérias, como Escherichia coli, Streptococcus fecalis, Proteus e outras, atuando também no aumento do bolo fecal no intestino delgado. A inulina é extraída da raiz da chicória ou produzida a partir da sacarose. Os frutooligossacarídeos estão presentes no alho, tomate, cebola, banana, alcachofra, centeio, cevada, trigo, mel e cerveja. Probióticos: são suplementos alimentares que contêm bifidobactérias ou bactérias benéficas para a melhora do balanço intestinal através da colonização do intestino por outras espécies, do controle do colesterol, das diarréias e da redução dorisco do desenvolvimento do câncer. Têm a função de estimular o sistema imunológico e alterar o mecanismo microbiano. O mecanismo de inibição das bactérias patogênicas está relacionado à produção de substâncias bactericidas, disputa por nutrição e alteração do metabolismo microbiano. Os probióticos mais importamtes são os lactobacilos acidófilos, casei, bulgáricos, lactis, plantarum, estreptococo termólilo, Enterococcus faecium e fecalis, bifidobactérias bifidus, longus e infantis. Os probióticos podem fazer parte de alimentos industrializados, como leites fermentados ou encontrados na forma de pó ou cápsulas. A combinação balanceada de prebióticos e probióticos com característica de função dos dois grupos são chamados de alimentos simbióticos. A seguinte tabela resume os efeitos fisiológicos dos principais compostos ativos dos alimentos funcionais: Fonte: Anjo DFC, Alimentos funcionais em angiologia e cirurgia vascular. J Vasc Br 2004, Vol. 3, Nº2 Consumir tomate (Lycopersicon esculentum) é o mais novo “must” entre a população de meia idade. Não pelo tomate em si, mas pelo licopeno (a substância que confere cor vermelha) e que demonstrou potencial de redução da incidência de câncer da próstata. Esta propriedade deve-se à sua ação antioxidante, que atinge entre 400% e 1000% da atividade média de outros carotenóides. O efeito antioxidante reduz a presença de radicais livres, protegendo as células da oxidação. Estudos demonstraram que alimentos contendo licopeno reduzem também o risco de câncer intestinal, estomacal, da bexiga, do colo uterino, da pele e dos pulmões. Se não bastasse, o licopeno previne o surgimento de doenças cardiovasculares em especial aterosclerose e, conseqüentemente, reduzindo o risco de infarto, devido à redução da taxa de oxidação do LDL-colesterol. Uma combinação de substâncias químicas das plantas, tais como flavanóides e polifenóis (fitoquímicos), encontrados na polpa e, principalmente, na casca da maçã, fornece os benefícios antioxidantes e anticâncer da fruta. Pesquisadores descobriram que a vitamina C da maçã é responsável apenas por uma pequena parte da atividade antioxidante. Os flavanóides encontrados na maçã também contribuem para a redução do índice de acidentes coronários. Os índices de acidentes coronários são maiores entre aqueles cuja dieta engloba baixos níveis de flavanóides. Utilizando o colesterol LDL extraído do sangue de indivíduos com níveis normais de colesterol, pesquisadores descobriram que a maçã e seus derivados retardam significativamente o processo de oxidação. Acredita-se que a oxidação é um evento chave que leva à formação de placas nas artérias que pode culminar com a obstrução e finalmente com a doença cardiovascular. A substância que ajuda a inibir a oxidação do colesterol, evitando, assim, a formação das placas nas artérias é a quercetina, um bioflavonóide que além de proteger o coração, possui propriedades antiinflamatórias, anticâncer, antiúlcera e antialérgica e ajuda na diminuição do risco de desenvolver catarata. Os mecanismos de ação dos fitoquímicos na prevenção do câncer superam a atividade antioxidante de scavenging dos radicais livres. Eles têm complementaridade e sobrepõem mecanismos de ação, incluindo: atividade antioxidante e scavenging de radicais livres; regulação da expressão gênica em células em proliferação; diferenciação celular, oncogenes e genes supressores de tumor; indução de apoptose; modulação da atividade enzimática na detoxificação; oxidação e redução; estimulação do sistema imune; regulação do metabolismo de hormônios e efeitos antibacterianos a antivirais. A alta capacidade antioxidante não demonstra estar linearmente relacionada à atividade antiproliferativa. Num estudo recente conduzido na Finlândia, concluiu-se que os flavanóides da maçã apresentam o mais impressionante desempenho na redução dos riscos de se desenvolver câncer de pulmão, que é de 58%, ou seja, aqueles que ingerirem flavanoides regularmente, terão 58% menos chance de desenvolver aquela doença. A quercetina foi a fonte de 95% do total de flavanóides ingeridos pela população estudada. Pesquisadores concluíram que quanto mais maçã se consome, menor é a ocorrência de câncer de pulmão e outras doenças malignas como câncer de pele e de cólon. Pesquisadores também experimentaram o extrato de maçã em células malignas do fígado e houve a obstrução do crescimento das mesmas. Entre as frutas, a uva é uma das maiores fontes de compostos fenólicos. Os principais fenólicos presentes na uva são os flavonóides (antocianinas, flavanóis e flavonóis), os estilbenos (resveratrol), os ácidos fenólicos (derivados dos ácidos cinâmicos e benzóicos) e uma larga variedade de taninos. Estudos epidemiológicos têm demonstrado a associação entre o consumo de alimentos e bebidas ricos em compostos fenólicos e a prevenção de doenças, tais com câncer e doenças coronarianas isquêmicas (DCI) . Muitas pesquisas têm sido realizadas avaliando os efeitos antioxidantes dos compostos fenólicos presentes no vinho, entretanto, alguns autores verificaram, em sucos de uva, atividade antioxidante similar à encontrada em vinhos tintos. O suco de uva contém mais compostos fenólicos glicosilados do que o vinho, sendo que, estes compostos são mais facilmente absorvidos pelo organismo do que suas respectivas agliconas. Por outro lado, a presença de etanol no vinho aumenta a absorção de fenólicos, pois previne a precipitação de polifenóis no trato digestivo. Entretanto, existem estudos que contradizem este possível efeito benéfico do consumo combinado de álcool e compostos fenólicos. Comparou a eficiência do vinho tinto, vinho tinto sem álcool e suco de uva sobre a aterosclerose. As concentrações de polifenóis das três bebidas foram normalizadas a um mesmo valor para o teste com os animais. A comparação dos resultados obtidos revelou que o suco de uva foi duas vezes mais efetivo na diminuição do colesterol do que o vinho tinto e seu equivalente sem álcool e duas vezes mais eficiente que o vinho tinto com relação à inibição da aterosclerose. Comparando-se o vinho tinto e o vinho tinto sem álcool verificou-se que os efeitos benéficos das duas bebidas foram praticamente os mesmos, o que demonstra que o etanol não representa benefícios adicionais ao vinho. O consumo de suco de uva como fonte de compostos fenólicos pode apresentar vantagem com relação ao do vinho, já que a ausência de álcool permite que o suco seja consumido pela maioria das pessoas, inclusive aquelas portadoras de algumas doenças, por exemplo, a hepatite, e crianças. Além disso, o vinho pode conter substâncias, tais como uréia, metanol e aminas biogênicas, que quando consumidas indiscriminadamente podem causar efeitos tóxicos no organismo humano. Efeitos fisiológicos benéficos à saúde humana vêm sendo atribuídos às catequinas presentes no chá verde, principalmente a epigalatocatequina-galato (EGCG), cuja distribuição é a mais abundante entre todos os componentes fenólicos existentes na planta. Contudo, dados epidemiológicos sugerem que a associação entre o consumo regular de chá verde e a redução do risco do aparecimento de doenças cardiovasculares é conflitante e equivocada. Os efeitos fisiológicos do chá ou das catequinas do chá no estresse oxidativo, parecem ser proeminentes em modelos animais, porém acredita-se que a absorção das catequinas in vivo atinja baixas concentrações plasmáticas. Existem evidências de que a oxidação de LDL – colesterol, relacionada ao risco de arteriosclerose e doenças cardíacas, seja inibida pelas catequinas presentes nesse chá. Em um estudo realizado com 13.916 indivíduos japoneses, com idades entre 40 e 69 anos, o consumo de chá verde foi associado com a redução dos níveis séricos decolesterol, quando esse consumo perfazia mais de 10 xícaras por dia, porém quando se relacionava com os aspectos de estilo de vida da população (tabagismo, uso de café e álcool), IMC e idade, a redução do colesterol foi observada com a ingestão de apenas uma xícara de chá por dia. Substratos Energéticos e a Atividade Física A nutrição esportiva, apesar de ainda ser muito recente como ciência, tem se tornado cada dia mais independente como área de atuação do profissional nutricionista. O tema em questão não se resume apenas a utilização do carboidrato como principal fonte de energia ou a oxidação dos ácidos graxos nos exercícios de baixa intensidade, podendo ser cada vez mais específicas as necessidades de desempenho e composição corporal do esportista e do atleta. O termo esportista, neste contexto, se refere também ao indivíduo praticante de atividade física, uma vez que é comum a atuação do nutricionista em academias e consultórios, em busca de emagrecimento e qualidade de vida, e ainda de atletas com fins competitivos e objetivos de performance e melhora da composição corporal. A base da nutrição e fisiologia aplicada ao exercício é igual para ambos, porém os cuidados podem ser mais direcionados quando problemas comuns são encontrados nestes diferentes grupos. O fornecimento de energia acontece quando há uma demanda (solicitação) do músculo em contração. A energia do alimento não vem pronta para utilização, ou seja, passa por um processo de degradação através da digestão, sendo posteriormente armazenada em formas mais compactas. Os carboidratos, que são quebrados em moléculas de glicose, são armazenados no músculo e fígado em forma de glicogênio. A gordura é degradada em ácido graxo e glicerol e armazenada em forma de triglicérides, e os depósitos de proteínas encontram-se sob a forma de aminoácidos. O substrato energético utilizado durante o exercício dependerá do tipo, intensidade e duração da atividade física. Dependendo da modalidade esportiva, basicamente três sistemas de fornecimento de energia atuam para o desempenho do indivíduo: ATP-CP, sistema anaeróbio e sistema aeróbio. Quando o indivíduo passa de um estágio de repouso e dá início ao exercício, o primeiro sistema de fornecimento imediato de energia é ativado para fornecer energia rápida ao músculo em atividade à sistema ATP-CP. A atividade pode durar segundos, como provas de curta duração e alta intensidade, corrida de 100 metros, provas de natação de 25 metros, levantamento de peso, sprints no futebol ou uma cortada no vôlei. Esta energia é proporcionada pelos fosfatos de alta energia (ATP e CP) armazenados dentro dos músculos específicos em atividade, portanto, a sua liberação acontece mais prontamente. O ATP é a principal fonte de energia para todos os processos do organismo, porém esta fonte de energia é limitada e deve ser continuamente reciclada dentro da célula. Esta ressíntese acontece a partir dos nutrientes e do composto creatina fosfato (CP). Os estoques de creatina fosfato são ressintetizados pelo músculo a partir de três aminoácidos: glicina, arginina e metionina (s-adenosil metionina), que pode ser encontrada tanto na forma livre, como creatina l, ou fosforilada, denominada fosfocreatina. À medida que o exercício continua, a via glicolítica - liberação de energia a partir dos carboidratos - é ativada. Existem dois estágios para a degradação da glicose no organismo. O primeiro é a decomposição de glicose para duas moléculas de ácido pirúvico, o qual é convertido em ácido láctico. Estas reações envolvem transferências de energia que não necessitam de oxigênio - denominadas anaeróbias. Ocorrem durante exercícios de alta intensidade e média duração (alguns minutos), como lutas, musculação, resistência localizada e de velocidade. De forma prática, o conhecimento da intensidade do exercício será relatada pela frequência cardíaca durante a sessão de treinamento. Por exemplo, uma aula de aeróbica em academia pode ser de alta intensidade para um aluno e baixa para outro melhor condicionado. No caso de intensidades altas, o principal substrato utilizado é o carboidrato, pela grande liberação de glicose durante a atividade. O tempo de exercício é limitado pela oferta de glicogênio disponível. Neste caso, a suplementação com carboidratos é benéfica, podendo prolongar o tempo de atividade. Se o indivíduo mantém a intensidade do exercício moderada ou baixa com uma frequência cardíaca abaixo do limiar (onde a demanda de ácido lático é pequena), o ácido pirúvico é convertido em um componente chamado acetil CoA, que entrará no ciclo de Krebs, iniciando o sistema de fornecimento de energia aeróbia, como em atividades de resistência, maratonas, ciclismo, caminhadas e natação. Neste momento, a gordura também contribuirá para as necessidades energéticas do músculo. O ácido graxo livre entra na célula muscular, sofre uma transformação enzimática chamada ß-oxidação, e transformasse em acetil CoA, que entrará no ciclo de Krebs. Este processo é denominado lipólise. Os depósitos de glicogênio hepático e muscular são capazes de fornecer apenas 1.200 a 2.000 cal de energia, enquanto a gordura armazenada nas fibras musculares e células de gordura podem fornecer cerca de 70.000 a 75.000cal. Portanto, quando ocorre a utilização de ácidos graxos, o tempo de atividade tende a ser prolongado. Proporcionalmente, haverá maior utilização da gordura, entretanto, o carboidrato é necessário para dar início ao ciclo. Os exercícios aeróbicos, além dos benefícios cardiovasculares, potencializam a capacidade do músculo em utilizar a gordura como substrato energético, sendo uma forma de preservar o glicogênio muscular. A ingestão de gorduras não estimula o músculo a utilizar os ácidos graxos livres. Os fatores estimulantes para a lipólise são o exercício, a presença de oxigênio e um alto nível de catabolismo dos carboidratos. Os carboidratos e gorduras são os combustíveis preferenciais. Porém, as proteínas (formadas por aminoácidos), são transformadas nos intermediários do metabolismo, como piruvato ou acetil CoA, para entrar no processo de fornecimento de energia. A energia total proveniente deste metabolismo proteico pode variar de 5% a 10%. Em casos de déficit de carboidratos, a demanda de proteína para atender as necessidades do músculo aumenta. Suplementos X Alimentos Pesquisas recentes demonstram que muitos suplementos são utilizados tanto por atletas como pela população em geral, sendo que a prevalência do uso por atletas não é muito maior do que a de indivíduos não atletas. A suplementação pode superar a ingestão diária recomendada de diversos nutrientes e substâncias, muitas vezes com alguns efeitos desejáveis e outros colaterais. O mercado de suplementos nutricionais oferece uma série de produtos com funções específicas ao organismo, sendo divididos em: a) Ergogênicos: são aqueles que podem promover aumento do desempenho físico além da capacidade fisiológica. b) Repositores: são aqueles utilizados em determinadas fases para garantir a reposição dos nutrientes perdidos por alguma situação específica. O consumo de suplementos muitas vezes é feito por indivíduos com baixo consumo alimentar, apenas corrigindo o déficit nutricional, o que poderia ser alcançado tranquilamente através da alimentação caso este indivíduo estivesse disposto a mudar seus hábitos. Ao pensarmos neste consumo é preciso ter em mente que este somente é justificável quando a ingestão de alimentos não conseguir alcançar as necessidades, ou mesmo se estas forem muito aumentadas, o que vai depender da frequência dos treinos e da atividade em questão. Outro ponto é a tentativa de elevar o consumo de um determinado nutriente para aumentar o desempenho na modalidade praticada. É fundamental que a suplementação sejaindicada e acompanhada por um profissional qualificado, pois o efeito pode ser contrário ao esperado e ainda, pode trazer consequências sérias e irreversíveis. Também é importante conhecer a composição e a indicação do produto e ter consciência de que todo suplemento deve ser fabricado dentro de certos padrões de qualidade para que sejam preservados suas características e garantir sua eficácia e inocuidade. A fim de diminuir o risco de saúde no consumo de suplementos nutricionais com a atividade física, o Ministério da Saúde regulamenta estes produtos de acordo com sua finalidade, dando assim uma característica de necessidade, consumo e até mesmo estabelecendo quantidades. Assim, o consumidor pode avaliar a real necessidade no uso destes produtos, como descritos abaixo: – Energéticos – são especialmente desenvolvidos para repor ou fornecer energia aos treinamentos. São basicamente formulados à base de carboidratos e podem ser consumidos em pó (misturados em água) ou saches em gel. Aqui podem ainda ser consideradas as barras à base de cereais que fornecem basicamente carboidratos. – Proteicos – Basicamente proteínas, em pó ou em forma de barras, produzidas a partir da proteína do ovo (albumina) do leite (caseína ou whey) ou isolados de soja. – Compensadores – Pós que enriquecem sucos ou leite e são formulados com todos os nutrientes necessários a uma dieta. Acrescentam calorias, proteína, carboidratos, vitaminas e minerais, de acordo com a necessidade calórica aumentada do esporte praticado. – Repositores – São bebidas esportivas com o objetivo de repor água, sais e carboidratos (glicose) de forma mais rápida, evitando a desidratação de uma atividade intensa e/ou longa, ou ainda causada pela temperatura elevada do ambiente. – Aminoácidos – Deste grupo, todas as formas de aminoácidos isolados (partes de proteínas) estão excluídos da classificação de suplementação alimentar, sendo que penas os BCAAs são permitidos como suplemento. Até o momento o Ministério da Saúde entende que altas dosagens de aminoácidos não são seguras suficientes para o consumo generalizado. Sabendo sobre a função e a classificação destes produtos, todos os atletas e esportistas podem manter bom rendimento com mais segurança. Além disto, o uso adequado e orientado por profissionais especialistas (médico/ nutricionista) levam aos melhores resultados no controle de peso corporal, ganho de massa muscular e melhora no desempenho. Sendo sempre, o uso de suplementos, uma conduta posterior à adequação da dieta, de acordo com as necessidades individuais. Produtos Disponíveis no Mercado Brasileiro No vasto mercado de suplementos nutricionais, as bebidas isotônicas, energéticos e as barras de cereais são as grandes campeãs. Indicadas para a reposição de líquidos e sais minerais, como sódio e potássio, antes, durante e depois dos exercícios ou competições, as bebidas isotônicas são soluções cuja concentração de moléculas (osmolalidade) é semelhante aos fluidos do corpo e, portanto, podem ser incorporados e transferidos para a corrente sanguínea através do processo osmótico. São usadas principalmente para repor água e sais minerais perdidos pela transpiração ou outras formas de excreção, pois não interferem no equilíbrio hidroeletrolítico do corpo. São consideradas como bebidas isotônicas o soro caseiro, a água de coco, e outros isotônicos industrializados, como Gatorade, SportDrink, Marathon, SportFluid, SportAde, etc. Por serem ótimos repositores hidroeletrolíticos, as bebidas isotônicas passaram a ser comercializadas tendo como público-alvo principalmente atletas ou praticantes de atividades físicas. A moda dos produtos para esportistas se popularizou e começou a ser usada também fora das academias e quadras. No caso dos isotônicos, a princípio não existe contraindicações, já que o objetivo do produto é repor água e eletrólitos perdidos pelo corpo. Os isotônicos industrializados são de agradável sabor e de fácil aceitação e, apesar de serem direcionados para praticantes de atividade física, vem ao longo dos anos sendo amplamente consumidos até por sedentários em substituição a refrigerantes. Existem vários mitos em torno deste produto. Um deles é que o seu consumo excessivo leva a problemas renais, devido às elevadas concentrações de sais. Essa afirmação não é coerente, já que um saquinho de pipoca tem cerca de oito vezes mais sódio do que 500ml de um isotônico comum. É importante lembrar que essa mesma quantidade de sódio é 1/10 da necessidade diária recomendada pela RDA (Recomended Dietary Allowances). Portanto, o uso moderado dessas bebidas não possui restrições para quaisquer pessoas. O primeiro isotônico que se tem notícia foi formulado pelo Dr. Robert Johnson, da Florida State University, em 1962. Ao observar os atletas da universidade ficando desidratados, batizou sua fórmula de Seminole Fire Water. Diante dos bons resultados, levou sua fórmula a uma conferência de atletas e preparadores físicos e, na ocasião, distribuiu a bebida para mais de 60 atletas. Logo após a conferência, o Dr. Robert Cade, da Universidade da Flórida, criou o Gatorade, em 1965, para os jogadores de futebol americano Gators. O Dr. Cade entrou em acordo com a empresa Stokely-Van Camp e ambos produziram o Gatorade em larga escala. A Stokely-Van Camp foi adquirida pela Quaker, em 1983, e desde então a bebida ganhou o mundo com o surgimento de outras marcas de isotônicos. Suplementos Nutricionais- Barras de Cereais Outro produto que se destaca no mercado dos suplementos são as barras nutricionais. Disponíveis no mercado em diferentes tipos, marcas, sabores e composições nutricionais, as barras nutricionais já estão inseridas e incorporadas definitivamente na dieta dos esportistas, por atenderem aos requisitos de opções dietéticas convenientes, saudáveis e de sabor agradável. Existem quatro tipos básicos de barras nutricionais. As barras de cereais fibrosas são compostas predominantemente por fibras e carboidratos de rápida absorção (glicose), estando prontamente disponíveis para elevar a glicemia logo após a ingestão. Caracterizam-se pelo alto teor de fibras, podendo ser utilizadas por qualquer pessoa nos intervalos das refeições. Em exercícios, o conveniente é usá-las após o mesmo, já que o alto teor em fibras pode gerar um trabalho digestivo em um momento onde a prioridade do organismo é o trabalho muscular, podendo atrapalhar, inclusive, o desempenho físico. Em média, estas barras possuem 100kcal e 20g de carboidratos, substituindo adequadamente, em termos calóricos, um lanchinho composto por uma vitamina de frutas ou uma fatia de pão integral com requeijão light. Normalmente, o lanche da manhã é composto de uma quantidade pequena de alimentos e o da tarde de uma quantidade um pouco maior, o que permite, no segundo, a ingestão de até duas barras para um indivíduo normal com atividade moderada. Já as barras energéticas são compostas em grande parte por carboidratos de cadeia longa, menos fibrosas e ótimas para serem utilizadas durante e após o exercício. São de fácil absorção, poupando parte do conteúdo muscular e diminuindo a fadiga. Para indivíduos que não fazem nenhuma atividade física, as barras energéticas se tornam um pouco calóricas, com 280 calorias em média. Sua ingestão é conveniente para um lanche da tarde de um indivíduo que necessite de 1.800 a 2.000kcal/dia. As barras protéicas são ideais para quem pratica atividade física, devendo ser consumidas após as mesmas para recuperação muscular. Não são indicadas para indivíduos que não fazem atividade física, porém podem ser incluídas caso alguma refeição seja omitida, como almoço ou jantar. As barras dietéticas e light são as mais novas no mercado; satisfazem o paladar daqueles que já aderiram ao uso de barras, com uma vantagem aos que não devem consumircalorias em excesso: possuem menos de 20g de carboidrato, isto é, menos carboidrato que uma fatia de pão. Em comparação às barras fibrosas, a baixa quantidade de gordura é um ponto positivo. Podem ser utilizadas por qualquer indivíduo, porém aqueles que praticam atividade física devem preferir as mais calóricas, com maior conteúdo nutricional. Além das barras nutricionais, o mercado dispõe do gel energético. Trata-se de um gel, encontrado nos sabores banana, pêssego, limão e morango, rico em carboidratos de rápida e média absorção, ideal para atletas e esportistas. O Futuro da Nutrição Esportiva A indústria de nutrição esportiva continua crescendo a cada ano. Os produtos destinados a esse mercado não atendem mais apenas a frequentadores de academias e/ou atletas, mas abrangem agora um mercado mais amplo demograficamente. Nos últimos anos, o crescimento mais notável no mercado de nutrição esportiva se deu no segmento de bebidas enriquecidas com proteínas. Esses drinques prontos altamente proteicos suplantaram o uso, mais tradicional e antigo, de pós adicionados a leite, água, etc. Utilizando embalagens assépticas produzidos pela Tetra Pak, essas bebidas de baixa acidez estão crescendo rapidamente em popularidade no segmento de nutrição esportiva; o processo de empacotamento asséptico protege as composições de aminoácidos, ao contrário dos antigos processos enlatados, que danificam as proteínas e produziam off flavors. As barras proteicas que conheceram um boom há dez anos já atingiram o pico máximo de vendas nos países industrializados e agora já estão estagnantes. A estabilidade das proteínas nas barras sempre foi problemática e muitos formuladores passaram a usar polióis (maltitol, sorbitol) na composição das mesmas. Embora esses polióis melhorem a estabilidade das barras, costumam comprometer a estabilidade estomacal de seus consumidores! Ademais, o gosto das barras, embora tenha melhorado muito, continua sendo uma séria barreira na hora da repetição de compra. Já o mercado de perda de peso focou suas descobertas no corte de gorduras. As lignanas de gergelim, o ácido linoléico conjugado (CLA) e a fucoxantina, a mais recente descoberta, possuem, até certo ponto, comprovações científicas que podem ajudar os consumidores a perder peso de forma segura e efetiva, além de não possuírem estimulantes, tais como cafeína, yohimbe, efedrina etc. A fucoxantina, um carotenóide encontrado em algas comestíveis, possui fortes propriedades termogênicas e viscerais de redução de gorduras, acompanhando a taxa metabólica normal e contribuindo para a manutenção de um peso saudável. Através da estimulação do desacoplamento dos genes da proteína da mitocôndria das células de gorduras e suprimindo a diferenciação da célula e gordura, a fucoxantina promove a termogênese (aumento do calor do corpo com para queimar mais calorias) e suprime a acumulação de lipídios nas células de gordura branca, as quais se acumulam no fígado e ao redor da barriga. Já as lignanas de gergelim e o CLA trabalham para equilibrar os hormônios e promover a queima de lipídios. Antigamente, recorria-se a uma combinação prejudicial de efedra (efedrina), cafeína e aspirina para aumentar a termogênese e induzir a perda de peso. Em função do falecimento de alguns atletas que abusaram da efedrina, a mesma passou a ser proibida pela FDA que, só recentemente, voltou a autorizar o seu uso, porém em baixas dosagens. Os pesquisadores descobriram um novo componente exclusivo, a beta-metoxi-feniletilamina, que tem resultado mais promissor, inclusive, do que a efedrina. Os cientistas examinaram a forma básica de beta-feniletilamina (conhecida como beta-PEA) durante anos, mas, desafortunadamente, a prevista vida média curta de seus componentes não a deixava, até agora, muito efetiva. Outra tecnologia que avança diariamente é a dos aminoácidos. Nos Estados Unidos, a empresa japonesa Kyowa Hakko desenvolveu o Sustamine, um dipeptídio dos dois aminoácidos L-alanina e L-glutamina, o L-analinaL-glutamina. O Sustamine é muito solúvel em água e estável em soluções, podendo assim ser utilizado para propiciar os benefícios da glutamina em uma grande variedade de aplicações. Já recebeu o estatuto de GRAS para uso em bebidas e alimentos. Comparado à L-glutamina, o Sustamine melhora o crescimento das células viáveis, além de reduzir o nível de amônia, que é um subproduto da degradação da L-glutamina. Estudos científicos sugerem que a suplementação de glutamina minimiza o desarranjo do tecido muscular e melhora o metabolismo das proteínas. Vários estudos também mostram o efeito da glutamina no volume das células. Um estudo mais recente mostrou um aumento de 400% no nível de crescimento hormonal com o consumo de 2g de L- glutamina. Outro aminoácido utilizado na área de nutrição esportiva é a β-alanina, um aminoácido não essencial encontrado em muitos alimentos, como o frango, por exemplo. Por si só, a β-alanina não é muito ergogênica. Segundo estudos, quatro semanas de suplementação com β-alanina (4g a 6g por dia) resultou em um aumento médio de 64% do músculo esquelético. Os ingredientes proteicos também foram completamente revolucionados pela indústria esportiva. Durante anos, a indústria usou amplamente a proteína concentrada de soro, mas os grandes fabricantes, como a Glanbia Nutritionals, por exemplo, descobriram que a fração isolada do soro possui múltiplos benefícios para a saúde, como melhoria do sistema imune e dos níveis de nitrogênio no fluxo sanguíneo, favorecendo um ótimo crescimento muscular. A Glanbia Nutritionals produz uma proteína isolada de soro 100% pura, ultra-filtrada/micro-filtrada (UF/MF), de fácil assimilação e da melhor qualidade disponível no mercado. A proteína isolada de soro ultrafiltrada/micro-filtrada utiliza processos especiais que não danificam ou desnaturam os peptídios. Este processo, em conjunto com a qualidade da proteína usada, deixa a proteína intacta e permite ao organismo uma absorção rápida e fácil, sem gerar problemas estomacais (gás, refluxo). A proteína isolada de soro também é rica em frações glicomacropeptídicas altamente bioativas e beta- lactoglobulina, imunoglobulina, glicopeptídios e lactoferrina. Estes são os principais componentes do soro que alimenta o sistema imune e os tecidos musculares, juntamente com as altas quantidades de aminoácidos de cadeia ramificada. Em termos de inovação nessa área, o PeptoPro, da DSM, tem chamado a atenção do mercado nos últimos anos. Esse peptídeo especial da caseína é absorvido e age mais rapidamente na recuperação muscular do que qualquer outra proteína digestiva. O PeptoPro é um derivado da proteína de leite prédigerido, neutro em gosto. Uma enzima patenteada pela DSM reduz o gosto amargo típico, gerando minúsculos fragmentos de proteína (peptídios) que são rapidamente absorvidos na circulação sangüínea, ao mesmo tempo em que abastecem os músculos. PeptoPro contém 26% de glutamina em uma forma de peptídeo estável para uso em proteína para bebidas prontas, proporcionando benefícios à musculatura e a saúde intestinal. A Davisco também inovou na área de proteínas com a sua nova alfa-lactalbumina para aplicação em formulações infantis e em bebidas funcionais. A alfa-lactalbumina é a mais pura forma de alfa-lactalbumina bovina disponível comercialmente. A alfa- lactalbumina é a proteína primária do leite humano; é rica no aminoácido triptofano , um precursor do neurotransmissor serotonina. O grande benefício da alfa- lactalbumina está no seu efeito regulador do comportamento neural, como apetite, sono, memória muscular, percepção da dor, humor, ansiedade e controle do estresse. Outra proteína amplamente usada agora em bebidas nutritivas para esportistas é a caseína micelar. Trata-se da forma natural desnaturada da caseína encontrada no leite, que é separadado mesmo através de ultra filtração, sem o uso de substâncias químicas; aumenta a quantidade de peptídeos bioativos do leite que suportem a função imune, bem como aumentam o crescimento muscular. A caseína micelar tem a habilidade única de formar um “gel” no intestino, propiciando uma liberação constante de aminoácidos na circulação sanguínea, o que a torna uma excelente opção como proteína anti-catabólica de longa duração. Benefícios da Nutrição Esportiva Aumentar desempenho atlético: Maximizando os resultados do treinamento; Reduzir a fadiga; Aumentar depósitos de energia para competição; Diminuir as possibilidades de enfermidades capazes de reduzir os períodos de treinos ou encurtar a carreira do atleta, contribuindo para a manutenção da saúde. Ocasionar mudanças favoráveis da composição corporal conforme a necessidade: aumento de massa muscular, redução do percentual de gordura, perda de peso. A nutrição inadequada pode ocasionar perda de massa muscular, disfunção hormonal, osteopenia, maior incidência de fadiga crônica, lesões músculo esqueléticas e doenças infecciosas. Estes sinais e sintomas constituem também, algumas das principais características da síndrome do excesso de treinamento ou overtraining. Atletas X Pessoas Fisicamente Ativas. É interessante diferenciarmos atletas de pessoas fisicamente ativas. Os primeiros são esportistas profissionais que se submetem em seus treinos diários a uma carga de exercícios bastante intensa e por conta disso tem seu metabolismo (conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos) e necessidades nutricionais completamente alterados e aumentados. Ao passo que pessoas fisicamente ativas são aquelas que buscam na prática de atividades físicas, a promoção da saúde, a qualidade de vida e o bem estar. Os cuidados nutricionais com atletas devem ser não só de melhora da performance (desempenho) durante os treinos e provas, mas também de reposição das perdas de vários nutrientes que ocorrem durante os exercícios. Pessoas fisicamente ativas não podem ter como referência a alimentação de atletas profissionais. A alimentação nos dois casos, atletas e fisicamente ativos, é uma grande aliada, mas com estratégias e objetivos diferentes. A abordagem nutricional que segue, refere-se aos cuidados com a alimentação de pessoas fisicamente ativas. Os capítulos a seguir explicam qual a função de cada nutriente no desempenho físico, como deve ser a distribuição dos nutrientes na dieta, quando consumir cada um deles e aborda também um tema polêmico quando o assunto é atividade física - a suplementação. Pirâmide Alimentar e Hipertrofia Segundo a legislação vigente em nosso país, a "Pirâmide Alimentar é um instrumento, sob a forma gráfica, de orientação da população para uma alimentação mais saudável". Ela constitui um guia para uma alimentação saudável, onde você pode escolher os alimentos a consumir, dos quais pode obter todos os nutrientes necessários, e ao mesmo tempo, a quantidade certa de calorias para manter um peso adequado. A pirâmide possui 4 níveis com 8 grandes grupos de produtos, de acordo com a sua participação relativa no total de calorias de uma dieta saudável. Os alimentos dispostos na base da pirâmide devem ter uma participação maior no total de calorias da sua alimentação, ao contrário dos alimentos dispostos no topo da pirâmide, que devem contribuir com a menor parte das calorias de toda a sua alimentação. Cada grupo de alimentos é fonte de nutrientes específicos e essenciais a uma boa manutenção do organismo. Para quem está preocupado com a definição e o aumento dos músculos (hipertrofia muscular) é importante saber que uma alimentação que fornece diariamente de 12 a 15% do valor calórico total em proteínas é suficiente para atender as necessidades de quem pratica atividade física com essa finalidade. Os resultados sobre o uso da suplementação com aminoácidos para o aumento de massa muscular assim como seus respectivos efeitos colaterais à longo prazo, são controversos. Por isso, uma alimentação equilibrada, planejada e individualizada que garanta a ingestão de porções adequadas de alimentos fontes de proteínas é o caminho mais saudável, além da prática de exercícios indicados para este fim e orientados por um profissional. É importante também não descuidar do consumo de carboidratos na quantidade e horários recomendados. Além de garantir a manutenção do tônus muscular, os carboidratos mantêm os depósitos de glicogênio muscular e hepático sempre repletos e preservam a utilização da proteína dos músculos como fonte de energia. Alimentos/Chave na Dieta Existem alguns alimentos tão saudáveis e tão essenciais que eu não poderia deixar de citá-los aqui. Eles podem ser usados em qualquer tipo de dieta (o que irá mudar é a quantidade indicada para cada objetivo) e, além de fornecerem energia, fornecem nutrientes como: antioxidantes, fibras, gorduras boas, carboidratos de baixo índice glicêmico e proteínas de alta qualidade. Consuma-os diariamente! 1. Leite desnatado: Quem deixa de tomar leite não imagina o benefício que está perdendo... Ele é rico em água, cálcio, proteínas de alta qualidade, vitamina A e D, fósforo, etc. Utilize pelo menos um copo grande de leite pela manhã e um à tarde e/ou noite. Acrescente também em seus lanches intermediários iogurte, queijos brancos e requeijão. Lembrando: infelizmente, a gordura do leite é a ruim (saturada), então troque os laticínios pelas versões desnatados/light. Além de hidratar ele fornece vários outros nutrientes! Só não é indicado para quem tem intolerância à lactose ou alergia à proteína do leite de vaca. Nesses casos, a melhor solução é o leite de soja ou o de baixa lactose. 2. Banana: Quem nunca viu os frequentadores de academia ou atletas com uma banana na mão? Parece ser o alimento preferido deles! Não é à toa... A banana é uma fruta rica em carboidratos, vitaminas do complexo B e potássio. É ótima opção para um lanche rápido, pois é rica em energia, apesar de não ser muito calórica. Ficará mais rica ainda se misturada com algum cereal (aveia, granola, linhaça) e mel! Ótimo lanche pré-treino! 3. Peixes: Quem não gosta de peixes, é melhor procurar alguma preparação ou espécie que o agrade pelo menos um pouco, afinal, ele é uma carne riquíssima, que só possui boas características. Começando pelo fato de ser uma carne branca, leve e de fácil digestão. Sua gordura é boa (raridade entre os alimentos de origem animal!) e necessária ao organismo. A proteína do peixe é facilmente digerida e utilizada. Se você não consegue consumir porções de peixe pelo menos 3x/semana, faça uma suplementação com cápsulas de ômega 3 (óleo de peixe) – 2x/dia. 4. Mel: Apesar de ser calórico (1 colher de sopa tem quase 100 kcal), ele é altamente indicado para dietas cujo objetivo é o ganho de peso e rendimento. Fonte de carboidrato de alto índice glicêmico (e rico em vitaminas e minerais), o mel consegue fornecer um aporte de energia sem ser considerado um alimento com calorias vazias (como o açúcar branco, refrigerantes, etc.). Consuma-o em seus shakes, cereais, com frutas ou até mesmo passando no pão integral. 5. Aveia: Carboidrato de baixo índice glicêmico, ou seja, demora mais para virar glicose no sangue e evita acúmulo de gordura. A aveia é indispensável na mesa dos esportistas. Rica em energia, fibras, vitaminas e minerais, a aveia consegue enriquecer qualquer preparação e torná-la mais saudável como bolos, panquecas, omeletes, sopas, etc. Utilize no pré-treino ou antes de dormir para que a energia seja mais prolongada. 6. Índice Glicêmico: Os carboidratos ingeridos entram na corrente sanguínea com diferentes velocidades. O índice glicêmico nos mostra a velocidade