Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO AO PROCESSUAL CIVIL 
 
 
 
AULA DIA 23/04/2025 
 
Sujeitos do processo (arts. 70 a 187 CPC) 
 
Expressão ampla - todos os que participam do processo, sejam sujeitos parciais, sejam os 
sujeitos imparciais. 
 
Parciais - partes e terceiros intervenientes 
Imparciais - Juiz e auxiliares da justiça 
 
DP, Advogados e MP são sujeitos do processo, no entanto não se enquadram em parciais ou 
imparciais, sendo somente essenciais para o exercício das funções. 
 
PARTES: 
 
● Legitimidade para agir ativa e passiva; 
● Título I do CPC - trata da atuação da parte e dos terceiros intervenientes ao longo do 
processo como pressuposto processual. 
 
Pressupostos processuais: 
 
1. Capacidade de ser parte (personalidade judiciária ou personalidade jurídica), artº 1, 
CC, somente quem é sujeito de direitos pode ser considerado titular de uma relação 
jurídica a ser levada ao judiciário (Art. 70 CPC) > CAPACIDADE DE SER 
TITULAR DE DIREITO, E DE RESPONDER PELAS OBRIGAÇÕES 
 PF, PJ e pessoas formais (art. 75 CPC) 
 
Condições da ação: legitimidade e interesse de agir 
 
 
 
 
Legitimação para agir: tem tudo haver com o direito que está sendo discutido. 
 
Legitimação extraordinária - só pode ser ajuizada em casos expressos, onde a lei expresse. 
 
Sujeitos de direito: PF, PJ, Pessoas formais (pessoas que a lei convencionou que seriam 
pessoas formais, de direito, que na realidade não são pessoas (art. 75 cpc) 
 
2. Capacidade de estar em juízo (legitimação processual) - esta capacidade pode ser 
integrada ou complementada - por outro agente - assistência ou representação (art. 71 
do CPC); 
 
● Curador especial (art. 72) - Obs: função exercida pela DP - ver arts. 185 a 187, 
CPC. 
● Legitimidade dos cônjuges em juízo (arts. 73 e 74 CPC) - legitimidade para agir 
 
● Menor de idade não tem capacidade processual plena, precisando de uma integração. 
 
Representação processual de pessoas e entes (art. 75º CPC) 
Obs: §4º e §5º - ATENÇÃO 
Obs: representação (V,VI,VII,VIII,X e XI) x presentação (I,II,III,IV e IX) - Segundo 
Pontes de Miranda, quando uma pessoa estiver presentada em juízo, pelo seu órgão. 
 
● Vícios na representação processual (art. 76 CPC) - Suspensão do processo + 
prazo para sanar o vício 
OBS: Vício persiste - consequências 
Processo em primeira instância: verificar se o vício está do lado do autor, ou 
do réu. Estando do lado do autor, e o autor não suprimindo o vício, o processo 
é extinto. Estando o vício do lado do réu, e não sendo suprimido, o processo 
segue e o réu é considerado revel. Já nos casos do terceiro interveniente, se ele 
estiver do lado do autor, ele é excluído do processo, se estiver do lado do réu, é 
considerado revel. 
 
 
 
 
Processo em segunda instância: Temos que pensar em recorrente e recorrido, 
se o vício é do lado do recorrente, o recurso não é conhecido. Se o vício está do 
lado do recorrido, as contrarrazões não serão analisadas. 
 
CAPACIDADE POSTULATÓRIA 
 
● Capacidade para postular (Quem possui? ADVOGADO) 
Dispensada em alguns casos: Juizados Especiais (Estadual até 20 salários 
mínimos, Federal e Fazenda pública até 60 salários mínimos; Justiça do 
Trabalho; HC e ADIn/Adecon) 
 
MP e DP possuem capacidade postulatória para o exercício próprio de suas 
funções. 
 
DEVERES E DIREITOS DAS PARTES E PROCURADORES 
 
Deveres 
Art. 77 e 78, CPC - rol exemplificativo. 
Art. 77, incisos IV e VI - ato atentatório à dignidade da justiça - 
consequências: §2º a §8. 
 
Multa: caráter sancionatório. 
 
● Descumprimento dos demais deveres (art. 77, incisos I, II, III, V e VII) 
- podem acarretar ao responsável as sanções dos arts. 79 a 81, CPC. 
 
● Responsabilidade por dano processual ao autor, réu ou interveniente 
que litigar de má fé art. 79, CPC. 
 
Comportamentos repudiados (art. 80, CPC) - consequências (art. 81, 
CPC) 
Direitos 
● Se uma parte tem dever, a outra tem o direito. 
 
 
 
● Gratuidade de justiça: 1) Inovação ao disciplinar detidamente a 
gratuidade de justiça (CPC/2015) - revogou diversos dispositivos da 
lei 1.060/50. 
 
2) Disciplina legal: Casos de concessão e abrangência (art. 98 CPC); Momento, forma do 
requerimento e o contraditório (arts. 99 e 100, CPC); recursos cabíveis da concessão ou do 
indeferimento do pedido (art. 101, CPC); consequências da cassação do benefício (art. 102, 
CPC) 
 
3) Concessão do benefício não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas 
processuais e honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência (art. 98,§2º e 3º, CPC). 
 
4) O Beneficiário deve pagar multas processuais que lhe sejam impostas (art. 98, §4º, CPC). 
 
5) Pode ser concedida de forma total, parcial, significar a redução de percentual de despesas 
(§5º) ou pode haver o parcelamento (§6º). 
 
6) Antes do indeferimento, o magistrado deve dar oportunidade de comprovação pela parte 
(art. 99, §2, CPC). 
 
7) Pessoa natural - presunção de veracidade da alegação de insuficiência de recursos (art. 99, 
§3º, CPC) - parte contrária deve afastar a presunção. 
 
8) Benefício é pessoal (art. 99,§6º, CPC) 
 
9) Pedido feito em recurso sujeito a preparo (art. 99, §7º, CPC) 
 
10) Decisão que indefere ou acolhe - recorrível de imediato por AI (como regra). Exceção: 
decisão na sentença (art. 101, CPC) 
 
Procuradores (arts. 104 a 107, CPC) 
 
1) Alguns doutrinadores criticam o local em que foi disciplinado. 
 
 
 
2) Obrigatoriedade da assistência por advogado (art. 103, CPC) - regra que cede em 
algumas hipóteses. OBS: possível atuação em causa própria (§ único, art. 103, 
CPC) 
3) Procuração - obrigatoriedade e atenuações (art. 104, CPC). OBS: procuração 
geral para o foro (procuração ad judicia) *Art. 105, CPC: poderes e exceções 
4) Direitos do advogado: art. 107, CPC. 
5) Código de ética da OAB e Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei 8.906/1994) 
 
DESPESAS E MULTAS 
 
Arts. 82 ao 97, CPC. 
 
● Regra geral despesas: quem requer, antecipa o pagamento (art. 82, CPC) - exceção: 
gratuidade de justiça (nesses casos, o pagamento acontece ao fim do processo, pela 
parte vencida). OBS: ato determinado de ofício ou a requerimento MP, como fiscal 
de ordem jurídica (juiz determina, ou o MP requerer, a regra é que o autor pague 
as custas). (art. 82, §1º, CPC). OBS: exceção ao adiantamento: art. 91, CPC 
(Fazenda pública, MP> quando parte ou DP. 
● Despesas: art. 84 CPC. OBS: não se confundem com honorários advocatícios (art. 
85, CPC). OBS: verbas de sucumbência: honorários + despesas. 
 
1. Caução: procedimento cautelar incidental (art. 83, CPC) > quem reside fora do 
brasil ou deixar de residir no país ao longo da tramitação, o autor precisa prestar 
uma caução suficiente ao pagamento das custas e dos honorários . Em casos onde 
a pessoa tiver bens móveis no país, a pessoa não precisa pagar essa caução. 
 
2. Honorários advocatícios (art. 85, CPC) > honorários pagos à parte vencedora. §1 
traz hipóteses dos honorários advocatícios (além do fim do processo). 
3. Sucumbenciais: devidos ao advogado da parte vencedora. 
4. Quando são devidos: art. 85, §1º, CPC, com ressalva do §11 no caso de 
cumulação. 
 
 
 
 
5. Majoração em âmbito recursal (art. 85, § 11, CPC) - novidade CPC/2015 
(possibilidade que os honorários advocatícios sejam majorados em sede recursal) 
 
● Honorários são direito do advogado e constituem verba de caráter alimentar, 
vedada a compensação em caso de sucumbência parcial/recíproca (art. 85, §14, 
CPC) > verba tem preferência para recebimento, se tiver concorrendo com 
outras verbas. 
 
“Os honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do montante 
principal devido ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar cuja satisfação 
ocorrerá com a expedição de precatório ou requisição de pequeno valor, observada 
ordem especial restrita aos créditos dessa natureza”. 
 
(Súmulasobre todo território nacional sobre 
 
 
 
qualquer tipo de matéria, pq além de ser uma hipótese de confusão generalizada, teríamos 
pouca especialização com realização as atividades desenvolvidas, ou seja, um juiz ele tem 
jurisdição sobre matéria de civil, sobre matéria criminal, trabalho, eleitoral, não faz sentido, 
afinal qual ser humano seria capaz de dominar todo tipo de matéria? Sabemos da 
complexidade de cada área e da imensidão de normas em cada área. Nesse sentido, a 
competência tem como objetivo claro a racionalização do trabalho. 
Regras de competência - objetivos principais: organização de tarefas e racionalização do 
trabalho. 
CLASSIFICAÇÃO 
Competência relativa: Hipótese que traz normas dispositivas por natureza, que buscam 
privilegiar a liberdade das partes, que podem optar pela sua aplicação ou não no caso concreto 
- sendo possível a flexibilização dessas normas tanto pelas partes quanto pela lei - há uma 
preservação pelos interesses das partes, e por isso as normas que tratam de competência 
relativa, são dispositivas. Nesse caso, elas aceitam uma determinada flexibilização, por 
exemplo, caso o réu não queira utilizar a regra que dispõe a respeito da competência relativa 
para determinado tipo de ação, ele pode deixar de utilizar. 
Competência absoluta: Fundada em razão de ordens públicas, se ela é fundada em razões de 
ordens públicas, a liberdade das partes não é considerada, pois o interesse público prevalece 
sobre a particular. Portanto, quando temos regras que vão disciplinar a competência absoluta, 
é impossível a flexibilização dessas normas, elas precisam ser obedecidas. 
● O ordenamento jurídico brasileiro adota uma mescla entre competência relativa, e 
competência absoluta. 
COMPETÊNCIA RELATIVA 
1) Legitimação para arguir - Quem tem legitimidade para arguir sobre a 
competência relativa, ou no caso, a incompetência relativa? Se eu estou 
falando que a competência relativa não foi observada, eu estou falando da 
incompetência relativa. Como regra, o legitimado dessa incompetência é o réu, 
pois quem determina a competência na prática, é o autor (essa competência 
vem determinada no endereçamento da petição inicial), então quem vai 
determinar a competência como regra da ação, é o autor. Havendo 
 
 
 
incompetência relativa, o réu argui. Além o réu, é possível que o MP argua 
incompetência relativa em alguns casos, como: 
2) 1) Quando parte (autor ou réu); > Quando autor, ele não pode arguir 
incompetência relativa, mesma regra que se aplica ao autor da ação quando ele 
não é o ministério público, foi ele que determinou a competência da ação, não 
faz sentido ele arguir a incompetência relativa. Então quando o MP atua como 
réu, ele poderia sim arguir sobre a incompetência relativa. 
3) 2) Quando funciona como fiscal da lei - possui legitimidade (art. 65, § único, 
CPC), hipóteses em que ele tenha que atuar obrigatoriamente em decorrência 
de previsão legal. 
Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em 
preliminar de contestação. 
Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas 
causas em que atuar. > Tomar cuidado com essa redação, pois nessa redação não há 
limitação alguma ao qual o papel que o MP está exercendo, que ele possa arguir a 
incompetência relativa. Por exemplo, como autor, ele não pode arguir. 
 
● Em determinadas causas onde tenhamos incapaz como réu, é obrigatória a intervenção 
do MP. Só que, quando tem um réu que é incapaz, obviamente ele vai estar assistido 
ou representado, e aí pode ser que tenhamos a hipótese na prática do MP estar 
intervindo nessa causa como fiscal da lei, e arguir a incompetência, sendo que seu 
assistente ou representante não tenha arguido essa incompetência. Nesse caso há duas 
possibilidades, sendo possível que o representante processual (advogado) 
simplesmente concorde, ou discorde dessa arguição de incompetência relativa. E nesse 
caso o que acontece? O magistrado vai decidir diante desse conflito 
● Também possuem legitimidade para arguir incompetência relativa o assistente 
litisconsorcial (litisconsorte unitário) e o assistente simples (lembrando que os 
poderes do assistente simples estão limitados pela concordância do assistido. Ou seja, 
assistente simples pode arguir incompetência relativa caso o assistido se omita, mas 
desde que o réu concorde com essa arguição posteriormente. 
 
 
 
 
● Também é possível que o chamado ao processo e o denunciado à lide pelo réu 
(denunciado a lide pelo autor não pode, afinal ele vai ser litisconsorte com o autor, e 
autor não pode arguir incompetência, já que ele mesmo argui a competência). Mas 
qual o problema disso? A existência de preclusão, afinal o réu arguiu incompetência 
na contestação, e na contestação ele também chama ao processo e faz denunciação à 
lide. Então quando o chamado ao processo ou denunciado à lide vierem ao processo, 
já passou esse momento processual da contestação, já ocorreu o momento de arguir a 
incompetência relativa, então eles não teriam possibilidade de arguição. Então qual o 
raciocínio que deve ser feito nessas hipóteses: É possível que denunciado à lide e 
chamado ao processo arguam incompetência relativa? Sim, essa arguição vai ocorrer? 
Na prática, quase nunca, pois essas duas hipóteses ocorrem na contestação, e é no 
mesmo momento que a incompetência deve ser arguida, sob pena de preclusão, ou 
seja, não feita na contestação, não é possível arguir mais. 
 
● É possível que o Juiz reconheça de ofício essa incompetência relativa? Com relação a 
esse tema, temos a súmula nº 33, STJ de 24.10.1991 de que diz que não pode ser 
reconhecida de ofício, pois a competência relativa protege interesse das partes, e se ela 
protege interesse das partes, o juiz de ofício não pode declarar, sendo um dever da 
parte; Se a parte não arguir, a competência vai se prorrogar. No entanto, a despeito da 
existência dessa súmula, e de entendimento unânime da doutrina com relação a isso, 
essa súmula passou a ser relativizada recorrentemente pelos tribunais com próprio 
amparo doutrinário, na hipótese de relação de consumo, quando tínhamos a presença 
de uma cláusula em um contrato de adesão consumerista, que estabelecia uma eleição 
de foro, e essa cláusula era considerada abusiva, pois muitas vezes era escolhido um 
foro que era ótimo para o fornecedor, mas ruim para o consumidor, e nessas hipóteses 
então, os magistrados consideravam que se tratava de uma cláusula abusiva, e 
decretavam a nulidade dessa cláusula, ou seja, reconheciam de ofício a incompetência 
relativa. Por conta disso, o CPC/2015 editou uma norma específica justamente 
prevendo essa hipótese, previsto no art. 63, §3º, consagrando não somente essa 
hipótese de abusividade da cláusula de eleição de foro no contrato consumerista, mas 
 
 
 
também consagrando a possibilidade de declaração de incompetência relativa do juízo 
quando se considerar cláusula abusiva de eleição de foro, em qualquer contrato, não só 
em contrato de natureza consumerista e em contratos de adesão, mas qualquer contrato 
que estabeleça cláusula de eleição de foro que seja considerada essa cláusula como 
abusiva. A justificativa para essa previsão é justamente a proteção do direito de defesa 
do réu hipossuficiente. 
 Art. 63.§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser 
reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do 
foro de domicílio do réu. 
Só é possível existir cláusula de eleição de foro, quando se falar de competência relativa, 
afinal quando falamos de competência absoluta, as partes não podem dispor sobre essa 
competência, ela é estabelecida em lei. 
Quando ocorre a hipótese de reconhecimento de incompetência relativa de ofício, a 
doutrina considera que há uma excepcional preclusão temporal para o juízo, que seria,o juiz 
pode se declarar incompetente relativamente pra causa, até o momento da citação do réu, pois 
depois que o réu é citado e ele faz parte do processo, quem tem legitimidade para arguir essa 
incompetência é o réu, pois é interesse da parte arguir. Então, é possível que o juiz declare de 
ofício a sua incompetência relativa quando tivermos uma hipótese de cláusula de eleição de 
foro considerada abusiva em um determinado contrato? Sim! Até que momento o juiz pode 
fazer isso? Até a citação do réu. 
É possível que o magistrado declare sua incompetência de ofício em uma determinada 
hipótese de um contrato que elege um determinado foro, e que o réu ao ser citado entenda que 
este foro para o qual foi remetido o processo ele não é um foro que o privilegia para litigar. 
EX: Um contrato foi celebrado entre duas partes, uma pessoa jurídica (Empresa X) e uma 
pessoa física (João), o contrato dizia respeito a compra de um determinado bem, João não 
cumpre com as obrigações; a empresa vai ajuizar uma ação de cobrança. Consta no contrato 
celebrado entre as partes, uma cláusula de eleição de foro, e o foro eleito pelas partes seria 
Contagem (MG), e ai o juiz recebe essa ação de cobrança ajuizada pela empresa, e entende 
que essa cláusula de eleição de foro é abusiva, pois o réu é hipossuficiente, e se fosse admitida 
como válida, estaria prejudicando a defesa do réu, então o juiz declara a incompetência de 
ofício e remete o processo para o foro de domicílio do réu. E aí, vamos supor que o réu more 
 
 
 
em Belo Horizonte, o réu ao ser citado para essa ação, pode entender que a ação tramitar em 
Belo Horizonte, para ele, é prejudicial, pois embora ele more em Belo Horizonte, ele trabalha 
e passa a maior parte do tempo dele em Contagem. Então qualquer ato que ele tenha que 
praticar no processo, é mais fácil para ele que essa ação tramite em Contagem, e aí seria o 
caso desse réu em dizer que não tem interesse que seja declinada essa competência relativa de 
ofício, eu prefiro que essa ação tramita em contagem. E ai o foro de Belo Horizonte vai se 
considerar como incompetente e remeter a ação para Contagem. Então, essa é uma hipótese 
específica onde pode ser reconhecida a incompetência relativa de ofício, mas o réu prefira 
litigar no outro foro que não o de seu domicílio. 
Ainda falando sobre o artigo 63,§3 (incompetência relativa de ofício), caso o juiz se 
declare incompetente de oficio, ele deve proporcionar a parte contrária o contraditório, que 
cumpre o artigo 9º e 10º do CPC. 
A regra é que a incompetência relativa não pode ser determinada de ofício, pois é 
interesse das partes, exceto pela exceção da incompetência relativa em relações contratuais 
onde há cláusula abusiva de eleição de foro. 
ENUNCIADO 89 FONAJE - Estabelece que a incompetência territorial pode ser 
reconhecida de ofício no sistema de juizados especiais cíveis. > Outra exceção de declaração 
de incompetência de ofício. 
Momento para alegação da incompetência relativa: Na contestação, se trata de prazo 
preclusivo, ou seja, se o réu não arguir incompetência na contestação, prorroga - se a 
incompetência (aquele juiz que era incompetente, se torna competente). 
 
COMPETÊNCIA ABSOLUTA 
 
Legitimação: Todos os sujeitos podem arguir incompetência absoluta (autor, réu, terceiros 
intervenientes, MP quando autor/réu e o próprio juiz de ofício). Como o próprio autor 
estabelece essa competência no momento da propositura da petição inicial, via de regra a 
gente entenderia que ele não poderia arguir incompetência, mas como a competência absoluta 
vai tutelar normas de interesse público, o próprio autor poderia arguir, mas se ficar 
 
 
 
demonstrado que o autor escolheu um determinado foro/determinado juízo sabendo de 
antemão a sua incompetência, o autor vai responder nas penas de litigância de má fé 
(pagamento de multas, se tiver causado algum dano à parte, ele vai ter que reparar esse dano). 
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de 
contestação. 
§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição 
e deve ser declarada de ofício. > Por esse dispositivo legal a gente percebe que o juiz não tem 
uma faculdade para declarar a incompetência, mas sim um dever. 
§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de 
incompetência. > Privilegiando mais uma vez o artigo 9º e 10º do CPC, de que o contraditório 
vai ser proporcionado à parte contrária, mesmo que ocorra uma decisão de ofício pelo juiz. Ou 
seja, se o juiz vai se declarar incompetente absolutamente, ele deverá dar vista a parte 
contrária antes de fazer. 
MOMENTO PARA ARGUIÇÃO DE INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA 
É comum a afirmação, tanto doutrinária quanto jurisprudencial, de que a incompetência 
absoluta pode ser declarada ou requerida a qualquer momento do processo (quando fala - se 
requerida, ela se refere a qualquer das partes, enquanto declarada, seria pelo juiz). 
“A qualquer momento do processo” > Essa expressão significa que em qualquer 
momento do processo essa incompetência absoluta pode ser declarada, ela é um vício tão 
grave que pode ser declarada inclusive depois do trânsito em julgado da sentença que 
extingue ao processo, é uma das causas de ajuizamento da ação rescisória (previsão expressa 
no artigo 966 do CPC). Então, a incompetência absoluta arguida ou declarada em qualquer 
momento do processo, inclusive após encerramento do processo, através de ação rescisória. 
Pois é um vício considerado transrescisório. 
Com relação a expressão “A qualquer momento” a doutrina é uníssona em afirmar que 
em vias ordinárias, em qualquer momento pode ser arguida ou declarada a incompetência 
relativa. Vai haver uma divergência doutrinária com relação a declaração/arguição de 
incompetência absoluta quando estivermos falando de vias extraordinárias, quando o processo 
estiver em fase de recurso extraordinário (STF) ou recurso especial (STJ), a maioria da 
doutrina + entendimento atual dos tribunais é de que, quando o processo está em vias 
 
 
 
extraordinárias, seria impossível a arguição ou declaração de incompetência absoluta, pois 
para a interposição desses recursos, é necessário que essas matérias que estão sendo discutidas 
nesses recursos, tenham sido discutidas previamente. Por exemplo, no caso do recurso 
extraordinário, de competência do STF, um dos pressupostos para a sua interposição é o 
prequestionamento, justamente a necessidade de demonstrar que a matéria tenha sido 
discutida na instância ordinária. Nesse caso, se o pressuposto é de que a matéria tenha sido 
discutida na instância ordinária, não há que se falar em arguição de incompetência absoluta 
em REsp e RE. Nesse caso, se esse processo transitar em julgado com esse vício da 
incompetência absoluta, cabe ação rescisória, pois houve uma formação de uma sentença com 
vício de incompetência absoluta, mas se o processo estiver em fase de instância 
extraordinária, não é possível a arguição dessa incompetência absoluta, pois a matéria não foi 
discutida anteriormente. 
 
PROCEDIMENTO PARA ALEGAÇÃO DA INCOMPETÊNCIA → Sentido em 
lato sensu, pois o procedimento é o mesmo para as duas, modificação trazida pelo CPC de 
2015. Antes do CPC/2015 cada competência ou hipótese de incompetência era arguida de 
forma diferente. Obviamente, ao ser declarada a incompetência de ofício, não há nenhum 
procedimento. No caso das partes, autor, réu, MP, o procedimento é diferente. Artigo 64 traz a 
previsão, de que essa incompetência deve ser arguida em preliminar de contestação, com uma 
diferença grande entre essas duas formas de alegação, que é o qual? No caso da 
incompetência relativa, caso ela não seja arguida na contestação, é possível que ela seja 
arguida em um outro momento, mas fora a contestação e nesse outro momento, se não for 
arguida, ela preclui. 
No caso da incompetênciaabsoluta, pode ser arguida nas instâncias ordinárias em 
qualquer momento, então ela pode ser arguida na contestação, se ela for arguida na 
contestação ela vai ser arguida como preliminar de contestação, mas como ela pode ser 
arguida a qualquer momento, ela pode ser arguida por mera petição no processo. Pode ser 
arguida inclusive em sede de sustentação oral, sede de audiência, etc. 
 Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação 
poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado 
ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico. > É hipótese de incompetência 
 
 
 
relativa ou absoluta, ou seja, o foro no qual está tramitando a ação é incompetente. Com 
relação a essa hipótese, muitos doutrinadores dizem que ela só incide para a incompetência 
relativa. EX: A ação foi ajuizada em um determinado foro que é considerado absolutamente 
ou relativamente incompetente. O réu, vai ser citado e quando citado ele vai apresentar uma 
petição, la no foro de onde tramita a ação naturalmente, apresentando uma petição onde diz 
que é uma hipótese de incompetência relativa ou absoluta, e portanto ele vai fazer uso da 
prerrogativa do artigo 340, onde ele vai protocolar a contestação dele no foro que ele está 
considerando como competente. O CPC autoriza especificamente essa hipótese. Esse 
dispositivo (Art. 340) tinha uma grande importância quando se tratava de processo físico, por 
exemplo, a ação foi ajuizada na comarca de Juiz de Fora, mas é hipótese de incompetência 
relativa da comarca de juiz de fora, e a competência estabelecida pela lei é da comarca do Rio 
de Janeiro. De acordo com esse dispositivo legal, o réu poderia simplesmente apresentar uma 
petição na comarca de Juiz de fora, apresentando que é hipótese de incompetência relativa da 
comarca de juiz de fora, e alegar que irá protocolar a contestação na comarca do Rio de 
Janeiro, e aí a contestação seria distribuída na comarca do rio de janeiro, e caso o réu não 
tenha comunicado previamente ao juízo de Juiz de fora que ele entendia que havia uma 
hipótese de incompetência relativa o próprio juízo do rio de janeiro comunicaria ao juiz de 
juiz de fora de que a contestação foi protocolada no rio de janeiro. Agora, quando temos o 
processo eletrônico, isso perde muito o sentido de ser, pois a contestação vai ser 
disponibilizada no sistema, não tendo uma necessidade de deslocamento do réu para uma 
outra comarca que seria competente para analisar a ação. Mas o Art. 340 continua válido, 
sendo uma hipótese então do réu manifestar no processo de que se trata de uma hipótese de 
incompetência relativa, e lá (foro onde ele acha que é competente) protocolar a contestação. 
 
Incompetência absoluta arguida em sustentação oral nos tribunais → É possível, porém, 
seguindo a regra dos artigos 9º e 10º do CPC, que estabelece a necessidade de proporcionar o 
contraditório a parte contrária sobre qualquer matéria trazida ao processo, caso essa 
incompetência absoluta seja arguida na sessão de julgamento, obviamente a parte contrária vai 
ser intimada para participar da sessão de julgamento, mas ela como regra não se manifesta na 
sessão de julgamento. Os doutrinadores entendem que nessa hipótese o juiz deveria suspender 
o julgamento, dá vista para a parte contrária sobre essa alegação de incompetência absoluta, e 
somente depois decidir a causa. 
 
 
 
 
RECONHECIMENTO DA INCOMPETÊNCIA E ATOS JÁ PRATICADOS 
 
Quem está analisando o processo, o juízo que está analisando o processo não é competente 
para analisar, mas já houveram a prática de determinados atos, o que acontece com esses atos 
já praticados no processo quando houver o reconhecimento dessa incompetência? (seja ela 
relativa ou absoluta). Caso não ocorra o reconhecimento dessa incompetência, não ocorre 
nada, o processo segue normal. Caso a incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos 
ao juízo competente. 
 Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar 
de contestação. 
§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao 
juízo competente. > Isso fazia sentido quando ainda haviam processos físicos, atualmente 
quando se depara com a incompetência relativa ou absoluta, o processo eletrônico é remetido 
ao juízo competente. 
Se a consequência é a remessa do processo ao juízo competente, se trata de uma matéria que é 
considerada uma matéria de exceção dilatória (matéria que ao ser alegada, vai dilatar, trazer 
mais tempo para o processo), não é peremptória, ou seja, aquela matéria que vai ter como 
consequência a extinção do processo. Em algumas hipóteses essa matéria vai ser considerada 
matéria peremptória e vai gerar extinção do processo, quando for reconhecida a 
incompetência relativa ou absoluta nos juizados especiais. Com relação à incompetência 
relativa, há norma expressa no art. 51, inciso III, Lei 9099/95. Juiz dos juizados especiais 
recebe o processo e é incompetente relativamente, a primeira que ele deve fazer é se declarar 
incompetente de oficio (uma das exceções da declaração de oficio da incompetência relativa), 
e depois encerrar o processo sem resolução de mérito, ele não remete o processo para a justiça 
comum. Na hipótese de incompetência absoluta nos juizados especiais o mesmo acontece, 
mas não há essa regra escrita na legislação. Mas a doutrina e a jurisprudência entendem que 
incide a mesma questão, se no caso da incompetência relativa já há a declaração de 
incompetência de ofício e extinção do processo sem resolução de mérito, no caso da 
incompetência absoluta o vício é ainda maior, é um vício mais grave, um vício de interesse 
 
 
 
público, é óbvio que vai acontecer o mesmo. Além da hipótese de perempção nos juizados 
especiais, será matéria peremptória quando o autor ele vai cumular dois pedidos de 
competência absoluta diversas perante o juízo absolutamente incompetente para ambas, então 
seria a hipótese do autor ajuizar uma ação na justiça federal, com dois pedidos cumulados, um 
com competência para análise da justiça do trabalho, e outro com competência para a justiça 
eleitoral, se trata de uma competência absoluta com relação ao foro e com relação aos 
pedidos, e ai não tem pra onde remeter os processos, então nessa hipótese, incompetência 
relativa ou absoluta geram a extinção do processo (matérias peremptórias). 
STJ entende que a impossibilidade técnica de remessa dos autos para o órgão competente ante 
as dificuldades inerentes ao processamento eletrônico não seria uma hipótese de matéria 
peremptória, seria hipótese de natureza dilatória (INFO 586, STJ) → EX: O juízo no qual foi 
ajuizada a ação ainda está tendo trâmite de processo físico, enquanto o juízo competente já 
está anos trâmites eletrônico, a dificuldade de remessa deste processo físico para o juízo 
competente não vai gerar a extinção do processo, mas sim uma dilatação → vai ser 
determinado a digitalização destes autos, para que constem em processo eletrônico, para 
depois remeter esse processo para o juízo competente. 
 
Atos praticados por juízos incompetentes → Artigo 64, § 4º Salvo decisão judicial em sentido 
contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que 
outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. → Todos os atos praticados por 
juízo incompetente vão ser considerados válidos, mas esses atos devem ser revistos ou 
ratificados pelo juízo competente. A regra é, atos praticados por juízos incompetentes são 
válidos, devendo ser revistos ou ratificados, com uma exceção → o juízo incompetente 
declarar que os atos que ele praticou não são válidos (antes de remeter o processo ao juízo 
competente), EX: A incompetência é reconhecida, e antes de remeter o processo para o juízo 
competente já houveram alguns atos, o juízo incompetente pode falar que todosos atos 
praticados até o momento onde foi declarada a incompetência eles não são válidos, é 
necessário que o juízo competente pratique novamente esses atos → isso pois a competência é 
uma delimitação do exercício da jurisdição por determinado órgão jurisdicional, isso significa 
que o juízo pode ser incompetente, mas ele não deixa de ter jurisdição, e nesse caso ele é 
competente para reconhecer sua incompetência. 
 
 
 
Essa alegação de incompetência deve ser analisada assim que ela foi trazida aos autos, antes 
de se dar andamento ao processo. Pois pode ser que se essa alegação não seja analisada 
rapidamente, sejam praticado vários atos, e quando essa alegação for analisada e for declarada 
essa incompetência, o juízo competente vê os atos e diz que os atos não são válidos e que 
teriam que ser repetidos novamente, atrasando o processo. Por essa razão, via de regra, a 
alegação de incompetência será decidida por meio de decisão interlocutória (no meio do 
procedimento), pois se o juízo não analisar isso rapidamente, há um prejuízo muito grande 
para as partes e para a própria atividade jurisdicional. Contra essa decisão interlocutória, cabe 
agravo de instrumento, pois ela é uma decisão considerada de caráter urgente, portanto 
irrecorrível de imediato. 
 
O CPC/2015 traz uma hipótese de cabimento de recurso de rol taxativo → o intuito do 
legislador foi estabelecer determinadas decisões que poderiam ser recorríveis de imediato por 
agravo de instrumento, e outras que não poderiam ser recorríveis, podendo afirmar que essas 
decisões não recorríveis de imediato por agravo de instrumento seriam objeto de recurso ao 
final do processo, sendo arguidas como preliminar de apelação, isso para tentar acelerar a 
marcha processual. Então se eu tenho uma decisão que não é considerada de caráter urgente, 
ela pode ser analisada ao fim do processo, se necessário. Então o rol do artigo 1.015 do CPC 
foi instituido como um rol taxativo, mas ao se analisar o dispositivo na prática, observou - se 
que tinham diversas hipóteses de decisões interlocutórias que eram decisões que precisavam 
de um recurso imediato, pois tinham um caráter de urgência, mas que não estavam 
estabelecidas como decisões recorríveis por agravo de instrumento previstos no artigo 1.015, 
CPC. Em razão disso, o STJ tem um julgamento celebre com relação a interpretação deste rol 
do artigo 1.015, do CPC, no qual o STJ conclui que esse rol é de taxatividade mitigada → que 
o rol é taxativo sim, mas que essa taxatividade pode ser mitigada em determinadas hipóteses 
legais, em determinadas hipóteses concretas, onde é necessário que eu tenha um recurso 
imediato para uma decisão interlocutória. Ou seja, fora as hipóteses previstas no rol do artigo 
1.015, as hipóteses trazidas no caso concreto deveriam ser analisadas, para saber se caberia ou 
não o agravo de instrumento. Uma dessas hipóteses nas quais o STJ entende que cabe agravo 
de instrumento mesmo que a hipótese não esteja prevista no rol do artigo, é justamente a 
decisão que vai definir a competência do processo. 
 
 
 
CRITÉRIOS PARA A FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA 
1ª Etapa: Primeiro verifica - se se é competência da justiça brasileira (temos uma 
competência considerada exclusiva, e uma competência concorrente. Ambos os casos tratam 
de competência brasileira). 
2ª Etapa: Analisar se a competência é dos tribunais de superposição → ex: quero ajuizar 
uma ação, é de competência da justiça brasileira? Sim. Esta competência está determinada na 
CRFB/88 e é de competência do STJ, STF ou ainda de algum outro órgão específico como o 
Senado Federal? Sim. Quem vai determinar como vai ocorrer o prosseguimento desse 
processo são os regimentos internos desses tribunais ou do Senado. Se não for hipótese dos 
tribunais de superposição, a gente passa para o próximo passo. 
3ª Etapa: Verificar se a competência é da justiça especial (justiça eleitoral, justiça do 
trabalho ou justiça militar) ou da justiça comum (estadual ou federal). A competência é da 
justiça especial? Quem vai disciplinar as regras são essas justiças especificamente. Se não for 
hipótese de competência de justiça especial, nós vamos para o próximo passo. 
4ª Etapa: Determinar na justiça comum, de qual das justiças é competente: Estadual ou 
Federal. A competência da justiça estadual é de competência residual, ou seja, tudo que não 
for de competência da justiça federal, será de competência da justiça estadual. É hipótese de 
competência da justiça federal? Onde está prevista a competência da justiça federal? 
CRFB/88. Sim, então vou seguir o caminho apontado pela Constituição Federal. Há também 
que determinar se a competência é originária do tribunal ou não. 
5ª Etapa: Verificar se a competência é originária do tribunal ou não. No caso da justiça 
federal, a competência originária é do TRF? Sim? Então quem vai disciplinar todo o 
procedimento, é o regimento interno de cada TRF. No caso da justiça estadual, a competência 
é originária do TJ? Sim. Então quem vai disciplinar o procedimento é o regimento interno do 
tribunal de justiça. Para saber a competência originária dos tribunais, é necessário verificar as 
constituições estaduais. Se a competência não é originária dos tribunais, significa que a 
competência é da justiça de primeiro grau. E aí podemos ter uma competência da justiça de 
primeiro grau da justiça federal, ou da justiça estadual. 
6ª Etapa: Verificando que a competência é da justiça de primeiro grau, é necessário 
determinar a competência do foro. No caso da justiça estadual, há uma divisão de foros em 
 
 
 
comarca, e aí eu vou determinar a competência de qual comarca. Já na justiça federal, a 
divisão de foros é em sessões judiciárias, e aí eu vou determinar a competência de qual seção 
judiciária. Pode ser que a determinação de competência acabe por ai, ou prossiga para a 7ª 
etapa. Quando em uma determinada comarca ou determinada seção judiciária há uma 
definição de competência do juízo, que só vai ocorrer em algumas hipóteses, essa definição de 
competência vai estar prevista na lei de organização judiciária do estado, ou prevista no CPC. 
EX: Comarca de Belo Horizonte (Justiça estadual), tem uma especialidade de juízo da 
fazenda pública, então ações que são ajuizadas em face do estado de MG ou do município de 
Belo Horizonte são julgadas pela vara da fazenda pública de Belo Horizonte, pois há uma 
especialidade do juízo. Pode ser que a comarca seja menor e não tenha essa especialidade, aí 
no caso vamos parar na 6ª etapa. 
 
LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL 
Com relação à jurisdição nacional, instrui os limites dessa jurisdição o principio da 
efetividade, que vai traduzir a ideia de que a justiça brasileira só deve se considerar 
competente para demandas cuja decisão gere efeitos em território nacional ou em estado 
estrangeiro que reconheça tal decisão, tornando assim sua atuação sempre útil e teoricamente 
eficaz. → O que adianta a justiça brasileira ser competente para análise de determinada causa, 
se a decisão que for proferida pela justiça brasileira não será considerada válida para uma 
outra justiça eventualmente. Então, para determinar a competência, os limites da jurisdição 
nacional, leva - se em consideração o princípio da efetividade, de que o que for decidido aqui 
será válido, tanto para o Brasil, quanto para outro estado que reconheça essa decisão. 
Artigos 21 a 23, CPC traçam os limites da jurisdição dos tribunais brasileiros. 
 
1. Competência internacional concorrente e exclusiva 
 
A justiça brasileira possui tanto competência concorrente quanto exclusiva; 
Quando a competência for concorrente, isso significa que, a justiça brasileira é competente, 
mas também a justiça internacional/outros estados são considerados igualmente competentes. 
 
 
 
Significa afirmar que se uma demanda dentre essas previstas (de competência concorrente) 
tramitar em países estrangeiros,a competência não será um obstáculo para que haja a 
homologação da sentença estrangeira pelo STJ (para que uma sentença estrangeira seja válida 
no território nacional, ela precisa passar por uma homologação). Quando a competência é 
concorrente, isso é tranquilo. A competência concorrente está prevista nos artigos 21 e 22 do 
CPC: 
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. 
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a 
pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. 
 
 Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: 
I - de alimentos, quando: 
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, 
recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos; 
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou 
residência no Brasil; 
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. 
 
● As hipóteses do artigo 22 são hipóteses novas trazidas pelo CPC/2015, adendo para o 
inciso III que dispõe que as partes podem expressa ou tacitamente se submeterem à 
jurisdição nacional → expressamente vai estar constando em um documento, e 
tacitamente vai dar a entender em algum lugar que a jurisdição escolhida é a brasileira. 
 
 
 
Para isso ocorrer é necessário que isso seja analisado sob a ótica do princípio da 
efetividade, ou seja, não adianta as partes escolherem a jurisdição brasileira, caso um 
outro estado não aceite a sentença proferida na justiça brasileira. Então, para a escolha 
dessa jurisdição nacional, é necessário levar em conta o princípio da efetividade. 
 
● Artigo 23 traça as hipóteses de competência exclusiva do juízo nacional → somente a 
justiça brasileira podem julgar as causas que dizem respeito ao artigo 23, significando 
afirmar que caso essas causas tenham sido julgadas por justiças estrangeiras, as 
sentenças não serão homologadas pelo STJ, e portanto não terão validade no território 
brasileiro. 
 Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular 
e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de 
nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; 
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha 
de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha 
domicílio fora do território nacional. 
→ Hipóteses contidas no artigo 23 dizem basicamente a respeito a hipóteses nas quais 
temos a localização de bens no Brasil. 
→ Artigo 25 traz uma previsão importante com relação a incompetência da justiça 
brasileira quando uma cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro, em contrato 
internacional, desde que, obviamente, as causas em que tenha essa previsão trate de hipótese 
de competência concorrente, se for hipótese de competência exclusiva da justiça brasileira, 
essa cláusula não terá validade. 
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento 
da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato 
internacional, arguida pelo réu na contestação. 
 
 
 
§ 1º Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional 
exclusiva previstas neste Capítulo. 
§ 2º Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1º a 4º . 
 
2. Litispendência internacional 
A litispendência está prevista no artigo 24 do CPC, e na realidade o importante não é 
consignar a possibilidade de existência da litispendência, mas sim entender o efeito que a 
geração da litispendência internacional vai gerar. Temos hipótese de litispendência quando 
temos identidade de partes, pedidos e causa de pedir, ou seja, temos duas causas idênticas. O 
dispositivo afirma que é possível a litispendência internacional, ou seja é possível uma ação 
que tenha identidade de partes, pedidos e causa de pedir tramitando na justiça brasileira, 
enquanto no mesmo momento ela tramita em outro estado estrangeiro. Claro que, se for 
hipótese de competência exclusiva da justiça brasileira, pode até ser que elas tramitam juntos, 
mas essa sentença estrangeira não será homologada no Brasil. Voltando ao ponto principal, é 
possível que essa litispendência internacional ocorra? Sim! É possível que essas duas ações 
tramitam ao mesmo tempo? Sim, pois é possível a litispendência internacional sem a geração 
do efeito da litispendência previsto no ordenamento brasileiro (existindo identidade de causa, 
há extinção do processo sem resolução do mérito, da ação em qual foi realizada mais tarde a 
citação → previsto no artigo 240 do CPC) 
 
 Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não 
obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são 
conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos 
bilaterais em vigor no Brasil. 
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a 
homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. 
 
→ É possível a litispendência internacional, e é possível que essa sentença estrangeira seja 
homologada no território nacional, desde que não seja na hipótese de competência exclusiva. 
 
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art63%C2%A71
 
No entanto, se tivermos ações idênticas, qual será a sentença que irá produzir efeitos no 
território brasileiro? Há duas possibilidades: 
1. Se tiver transitada em julgado a homologação da sentença estrangeira que é um 
procedimento realizado pelo STJ, primeiro do que o trânsito em julgado da sentença 
proferida no território nacional, nós vamos ter como consequência a extinção do 
processo nacional sem a resolução do mérito, nos termos do artigo 485, inciso V do 
CPC. 
2. Se a competência brasileira transitar em julgado primeiro do que transitar em julgado a 
sentença de homologação de sentença estrangeira pelo STJ, o STJ não vai poder 
homologar a sentença estrangeira, pois em qualquer das hipóteses, terá o instituto da 
coisa julgada. 
 
ESPÉCIES DE COMPETÊNCIAS 
No processo civil brasileiro, há 05 espécies de competência, sendo 03 delas de 
competência absoluta, e 02 de competência relativa. São competências absolutas: 
competência funcional, a competência em razão da matéria e a competência em razão da 
pessoa. São competências relativas: a competência territorial e a competência em razão do 
valor da causa. 
1. Competência territorial - competência relativa. 
→ Previsão legal: artigos 46 a 53 do CPC. 
→ Consiste na determinação do foro competente para a demanda, ou seja, qual é 
circunscrição territorial judiciária competente adequada para análise da demanda que foi 
proposta? 
→ Regra básica da competência territorial: regra prevista no artigo 46 do CPC, que vai 
determinar o denominado foro comum/geral/ordinário para a propositura da ação → qual o 
foro comum/geral? Foro de domicílio do réu. Hipóteses onde o foro de domicílio do réu será 
competente para analisar a causa: Quando estiver tratando de direito pessoal e direito real 
sobre bens móveis. 
 
 
 
 Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será 
proposta, em regra, no foro de domicílio do réu. → Com relação a esse domicílio do réu,há 
algumas observações específicas → Domicílio da pessoa física, o domicílio geral ordinário é 
considerado como o lugar em que esta pessoa física se estabelece de modo estável, o 
domícilio é mais do que a residência. 
 
→ Há algumas exceções previstas em lei com relação ao domicílio de determinadas pessoas 
→ Domicílio de preso, incapaz, servidor público, todos esses domicílios são determinados em 
leis (artigo 76, § único do Código Civil) 
Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o 
preso. 
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do 
servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde 
servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar 
imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o 
lugar em que cumprir a sentença. 
→ Domicílio de pessoa jurídica: Regra do artigo 53, inciso III, alínea “a”, e também artigo 
75, inciso IV do código civil. 
Art. 53. É competente o foro: 
III - do lugar: 
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica; 
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: 
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e 
administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. 
→ Domicílio da União: Regra do artigo 18, §1º da CRFB/88 e artigo 75, inciso I do 
código civil. 
 
 
 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil 
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos 
termos desta Constituição. 
§ 1º Brasília é a Capital Federal. 
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: 
I - da União, o Distrito Federal; 
→ Domicílio dos Estados: Regra do artigo 75, inciso II do código civil. 
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: 
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais. 
→ Domicílio dos Municípios: Regra do artigo 75, inciso III do código civil. 
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: 
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; 
→ Observações importantes: § 2º e 3º do artigo 46, CPC. → Trazem uma hipótese de 
competência subsidiária, ou foros supletivos 
 Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será 
proposta, em regra, no foro de domicílio do réu. 
§ 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde 
for encontrado ou no foro de domicílio do autor. → expressão “onde for encontrado” diz 
respeito a residência do réu, local onde ele se estabelece, com algum caráter de definitividade 
ou continuidade, eu não posso entender “onde for encontrado” o local onde o réu passa férias 
 § 2º e 3º do artigo 46, CPC. → Trazem uma hipótese de competência subsidiária, ou 
foros supletivos. O §1º deste mesmo artigo diz que, tendo o réu mais de um domicílio, ele 
será demandado no foro de qualquer deles. Então: se o réu tem domicílio, ele será demandado 
neste foro. Réu tem mais de um domicílio, ele será demandado em qualquer destes. Se eu 
desconheço o domicílio do réu, ele será demandado no local onde foi encontrado (com caráter 
de continuidade, não pode ser um local onde ele foi encontrado eventualmente), ou no foro de 
domicílio do autor (isso é considerada uma competência supletiva/subsidiária, ou seja, não 
 
 
 
encontrei o domicílio do réu, onde demando o mesmo? Ou onde foi encontrado o réu, ou no 
domicílio do autor (fica a cargo de escolha do autor). 
→ § 3º Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta 
no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta 
em qualquer foro. → Regra de competência supletiva/subsidiária (eu primeiro recorro a 
primeira regra, não sendo possível utilizar, eu recorro a segunda). 
→ § 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no 
foro de qualquer deles, à escolha do autor. 
→ § 5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência 
ou no do lugar onde for encontrado. → Com relação desse parágrafo, há uma divergência 
doutrinária, parte da doutrina entende que esses três foros são concorrentes (o autor pode 
escolher onde ele propõe a ação), e a outra parte da doutrina vai entender que nós temos foro 
supletivo (necessário primeiro o autor propor a ação no foro de domicílio do réu, se não tiver 
o foro de domicílio do réu, propor ação no foro de sua residência, se não tiver foro de 
domicílio de residência do réu, no local onde ele foi encontrado. A maior parte da doutrina 
entende que são foros concorrentes, e não supletivos/subsidiários. 
→ A disposição legal tem sempre que se compatibilizar com o texto constitucional → 
quando eu tiver uma regra constitucional que estabeleça determinada norma de competência, 
o CPC não pode estabelecer uma norma que esteja em desacordo com o que a CRFB/88 
estabelece. 
→ A regra de competência territorial para direito pessoal é o foro do réu, mas se o autor 
ajuizar uma ação no foro de seu domicílio e o réu não argui a incompetência relativa, a ação 
prossegue, pois é uma hipótese de incompetência relativa, se o réu que é o interessado para 
que essa competência seja estabelecida no foro onde ele é domiciliado e ele não argui a 
incompetência relativa, tá tudo certo para o judiciário, a ação prossegue no foro que 
inicialmente seria considerado incompetente, mas que por conta da não arguição pelo réu, 
tornou - se competente. 
→ Hipóteses onde a competência territorial é considerada absoluta: 
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de 
situação da coisa. → Direito real imobiliário, é hipótese de competência absoluta, não pode 
 
 
 
ser recepcionada, ou seja, o réu não pode falar que não deseja que a ação tramite no foro da 
situação da coisa, pois é uma competência absoluta, obrigatoriamente ela vai tramitar lá, nem 
o juizo do foro da situação da coisa pode se considerar incompetente, pois é uma competência 
absoluta, não pode ser flexibilizada. Esse artigo trata das hipóteses trazidas pelo artigo 1.225 
do código civil 
Art. 1.225. São direitos reais: 
I - a propriedade; 
II - a superfície; 
III - as servidões; 
IV - o usufruto; 
V - o uso; 
VI - a habitação; 
VII - o direito do promitente comprador do imóvel; 
VIII - o penhor; 
IX - a hipoteca; 
X - a anticrese. 
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; 
XII - a concessão de direito real de uso; 
XIII - a laje; 
XIV - os direitos oriundos da imissão provisória na posse, quando concedida à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou às suas entidades delegadas e a respectiva 
cessão e promessa de cessão. 
→ Justificativas para considerar que a competência territorial é absoluta: conveniência de 
decidir a ação no local onde se encontra os imóveis, pois há maior facilitação de produção 
probatória e porque haverá uma maior repercussão na vida econômica ou social da localidade 
 
 
 
em que se situa aquele imóvel, por essas razões, uma regra de competência que seria relativa, 
passa a ser absoluta. Uma hipótese específica que deve ser analisada diz respeito a ação na 
qual há cumulação de pedidos de rescisão contratual e de reintegração de posse, essa 
cumulação de pedidos é uma cumulação sucessiva (o segundo pedido só é analisado se o 
primeiro pedido for julgado procedente), nessa hipótese, qual seria o foro competente? Há 
uma divergência doutrinária, onde parte da doutrina entende que a mera perspectiva de 
julgamento de um pedido possessório, mesmo que seja um pedido sucessivo, já geraria a 
aplicação da competência territorial absoluta, portanto, esta ação deveria ser ajuizada no foroda situação do imóvel. Por outro lado, outra parte da doutrina e também são entendimentos 
atuais do STJ (no sentido de não haver decisões atuais do stj que contrarie esse 
entendimento), entendem que não será aplicado a competência absoluta (artigo 47, §2º CPC) 
pois a possibilidade do julgamento do pedido possessório é uma mera consequência do 
julgamento do primeiro pedido, e não tendo uma relação direta, o foro competente para 
análise deve ser o foro competente para análise do primeiro pedido, que é o pedido de rescisão 
contratual, sendo uma mera competência relativa, e aí o foro geral do domicílio do réu que 
seria o competente para a análise dessa ação. 
→ Na sequência do artigo 47, o CPC traz uma sequência de regras que vão delimitar foros 
considerados específicos para determinados tipos de ação - então se a ação for uma 
determinada ação ou incluir no seu polo passivo determinado tipo de réu, ou for hipótese de 
determinado tipo de matéria, a competência vai ser de um foro específico, não sendo do foro 
geral da competência territorial que é do domicílio do réu. 
 Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o 
inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a 
impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for 
réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. → Todas as ações onde o réu for o 
espólio, o foro competente é territorial (e portanto, de natureza relativa) e não é o foro de 
domicílio do réu, mas o foro de domicílio do autor da herança. É possível que em algumas 
hipóteses se confunda o foro de domicílio do autor da herança com o foro de domicílio do réu 
em algumas hipóteses, mas a regra é específica. Se tratando de hipótese onde há inventário, 
partilha ou ações nas quais o réu é o espólio, nós temos um foro especial, foro de domicílio do 
autor da herança. 
 
 
 
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: 
I - o foro de situação dos bens imóveis; 
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes; 
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio. 
→ Essas regras do § único do artigo 48 traduzem as hipóteses de foro supletivo. 
→ Não há uma previsão legal de uma hipótese específica, que é a seguinte: caso 
tenhamos falecimento no exterior, de um sujeito que não tem domicílio no Brasil, mas tem 
bens aqui, o foro competente seria qualquer um dos foros descritos no artigo 48, parágrafo 
único, inciso I. 
→ Havendo conflito de regra entre relativa e absoluta, a absoluta prevalece; 
INFORMATIVO 509 STJ - Entende pela competência absoluta do juízo do inventário, 
quando temos uma ação anulatória de testamento → outra complicação: afinal, as hipóteses 
previstas no artigo 48 são relativas, e o informativo traz essa hipótese como absoluta. STJ 
decidiu isso, afinal, se eu tenho um testamento e estou declarando que ele é nulo, obviamente 
eu vou afetar o inventário, e por isso nessa hipótese a competência absoluta é do juízo do 
inventário. 
 Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio, 
também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de 
disposições testamentárias. → considerada como uma falsa regra de foro especial, pois é 
estabelecido que é competente o foro do último domicílio do ausente, qual a regra geral na 
competência territorial? foro de domicílio do réu, qual a regra quando temos um réu como 
ausente? Foro do último domicílio do ausente, ou seja, foro de domicílio do réu. 
Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu 
representante ou assistente. → Com relação a réu incapaz, há previsão legal no código civil 
que estabelece como domicílio necessário do incapaz, o domicílio do seu representante legal, 
seja um assistente ou representante (a depender se ele é absolutamente incapaz ou 
relativamente incapaz). 
 
 
 
 Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a União. 
→ Lembrar da regra de adequação às previsões constitucionais do art. 109, §1º e 2º da 
CRFB/88 que estabelecem na verdade a competência da justiça federal para julgar ações nas 
quais temos a presença da união em juízo. 
→ Divergência doutrinária no que diz respeito ao termo “união” do artigo 51, parte da 
doutrina faz uma interpretação restritiva com relação a esse termo, dizendo que não é possível 
aplicar o artigo 51 para a competência de ações nas quais autarquias federais, fundações 
federais, empresas públicas federais ajuizam ações que deveriam seguir as regras dos artigos 
46 e 53, inciso III do CPC, o STJ também possui esse entendimento. Outra parte da doutrina 
entende por uma interpretação ampliativa, onde mesmo que tenha autarquias federais, 
fundações federais, empresas públicas federais como autoras de ações, a regra do artigo 51 
seria aplicável → novamente, há uma regra falsa de foro especial. 
INFORMATIVO 755 STF- STF sobre a presença de outros entes da união no polo ativo da 
ação → entendimento consolidado no sentido de que, quando temos uma autarquia federal 
como autora de ação, aplica - se a regra do artigo 51 do CPC. → Observação: a regra é uma 
regra de competência relativa de foro, ela pode ceder na hipótese de uma competência 
absoluta, ou seja, pode ser que não seja aplicada essa regra, ou na hipótese do réu não 
recepcionar essa competência, mas tem que ser sempre respeitado no entanto a competência 
da justiça federal, que não é competência de foro, mas competência de justiça. 
→ Competência por delegação (art. 109, §3º da CRFB/88) que estabelece a possibilidade da 
justiça federal delegar sua competência para a justiça estadual em sessões judiciárias ou 
comarcas nas quais não exista a presença da vara federal. No entanto, houve uma mudança 
nesse parágrafo específico, antes essa competência por delegação era uma competência por 
delegação para todas as causas nas quais seria competente a justiça federal e na comarca não 
houvesse uma vara federal estabelecida, e após essa alteração houve uma limitação dessa 
delegação de competência, atualmente pode ser delegada a competência da justiça federal 
para a estadual na hipótese de ação nas quais tenhamos de um lado a previdência social, e do 
outro lado o segurado da previdência social. Nas outras hipóteses de competência da justiça 
federal, não é possível ter essa delegação de competência, haverá a aplicação específica da lei 
5.010/66, artigo 15, que organiza a justiça federal de primeira instância, estabelecendo um 
limite territorial para que ocorra essa delegação. 
 
 
 
Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado ou 
o Distrito Federal. → Quando o estado ou DF forem réus, há uma competência concorrente (a 
ação pode ser ajuizada no local onde ela deve ser cumprida, se tratar de cumprimento de 
obrigação, ou nos outros casos, é possível o ajuizamento da ação no foro de domicílio do 
estado ou do DF), onde, segundo o entendimento do STJ (INFO 517), ela vai confirmar o fato 
do estado não possuir prerrogativa de foro. 
 
Art. 53. É competente o foro: 
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou 
dissolução de união estável: 
a) de domicílio do guardião de filho incapaz; 
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; 
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; 
d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei nº 11.340, 
de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha) 
→ Alínea “d” trata de foro subsidiária ou supletiva , já que a primeira hipótese é da 
alínea a, não havendo a hipótese, segue para a b, e assim sucessivamente. No entanto, houve a 
inclusão da alínea D, o entendimentodos doutrinadores é de que, essa hipótese de 
competência deve se sobressair sobre as demais . 
Art. 53. É competente o foro: 
II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos; 
→ Só aplico essa regra de competência quando estivermos falando de ação de alimentos 
geradas por parentesco ou casamento, quando as ações de alimentos são geradas por um ato 
ilícito, ex: houve um determinado acidente, houve a morte de uma determinada pessoa, a 
pessoa vai ser responsabilizada pelo acidente, tem que pagar pensão alimentícia até essa 
pessoa completar x anos, nessa hipótese o foro competente para análise dessa ação é outro, e 
não o foro do alimentando. 
 
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm
 
→ Quando temos investigação de paternidade cumulada com alimentos, o foro de 
competência é o foro do alimentando. 
Art. 53. É competente o foro: 
III - do lugar: 
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica; → quando temos uma 
autarquia federal como ré, o STJ entende que a competência é do local de sua sede, agência 
ou sucursal em cujo âmbito de competência ocorreram os fatos que originaram a lide. 
 
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu; 
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem 
personalidade jurídica; 
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento; 
→ em hipótese onde a obrigação trate de pessoa jurídica, o foro não vai ser na sede, mas sim 
onde a obrigação deve ser satisfeita, observando a facilidade para a produção da prova. 
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo 
estatuto; → hipótese onde a ação tenha sido ajuizada pelo idoso, afinal a regra geral é o foro 
de domicílio do réu. Para utilização dessa hipótese, não apenas precisa o autor ser idoso, mas 
também que a ação verse sobre direito previsto no estatuto do idoso. 
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato 
praticado em razão do ofício; → foro onde está localizado o cartório. Com relação a essa 
regra específica, parece que ela vai ficar sem efeito, o STJ tem entendimento atual de que no 
caso de cartórios serventia notarial ou de registro aplica - se o código de defesa do 
consumidor, e quando temos ação de danos ajuizadas por consumidores, há uma regra de 
competência territorial na qual o consumidor pode ajuizar ação no foro de seu domicílio, e 
considerando que as atividades desenvolvidas pelos cartórios são atividades consumeristas, se 
as ações forem ajuizadas pelos consumidores, eles obviamente podem ajuizar ação no seu 
foro de domicílio, então essa regra pode ficar sem uma eficácia prática. 
 
 
 
IV - do lugar do ato ou fato para a ação → lugar do fato ou ato que gerou o dano, pois há 
uma facilidade para produzir provas. Essa é uma hipótese de competência para ajuizar ações 
de reparação de danos quando há um ilícito civil extracontratual, pois quando o ilícito civil é 
contratual há a regra do artigo 53, inciso III, alínea “d”, no caso, se há um ilícito 
extracontratual, deve ser o foro no lugar do ato ou fato. 
a) de reparação de dano; → hipótese citada acima 
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios; → Somente nas hipóteses 
em que a demanda for promovida por titular do direito administrado. → Outras hipóteses, 
onde seja ajuizada ação por outras pessoas que não o administrado, segue a regra do foro 
comum (art. 46, CPC) 
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido 
em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. → Prevê a existência de foros 
concorrentes, podendo o autor escolher o local do ato ou fato e domicílio do autor. Há essa 
concorrência, pois muitas vezes é mais fácil que essa ação trâmite no local do fato, pois é 
mais fácil a produção de provas. → Essa hipótese engloba todo tipo de veículo terrestre 
(inclusive veículos fluviais). 
→ Ação de cobrança de indenização decorrente de seguro DPVAT, o STJ já dediciu que 
há uma concorrência de foro, onde aplica - se o artigo 53, inciso V + artigo 46, CPC → autor 
pode optar foro comum, domicílio do autor ou o lugar da ocorrência 
AULA 28/05/2025 
Competência funcional é classificada por 4 critérios, o primeiro é a fase do procedimento = 
um juiz que praticou determinado ato no processo, vai se tornar automaticamente competente 
para um próximo ato do processo. O segundo critério é o da relação principal e o da relação 
possessória, vai ocorrer pelo fato de um juízo ter exercido a ação funcional na ação principal. 
A terceira hipótese é pelo grau de jurisdição (competência recursal). O quarto critério é pelo 
objeto do juízo (na mesma decisão participam dois órgãos diferentes. 
Ação acessória = ação cautelar 
Ação incidental = reconvenção 
Competência funcional ou territorial absoluta? 
 
 
 
Chiovenda: demanda confiada a determinado território pelo fato de ser mais fácil ou 
eficaz o exercício da função jurisdicional - ele diz que isso traduz uma hipótese de 
competência funcional. → A professora diz que o problema é: primeiro que a gente não 
distribui a competência qaundo vamos ter uma pior ou melhor. A 
Crítica: quando o legislador fixar competência territorial conferindo - lhe a qualidade de 
competência absoluta - leva em conta a natureza do direito material discutido e não a melhor 
oupior qualidade da prestação jurisdicional. 
Ação real imobiliária (art. 47, CPC) - divergência doutrinária: 1) Competência funcional 
X 2) Comunhão de critérios, levando - se em conta com tanto a matéria debatida quanto o 
território competente x 3) Competência territorial, que o legislador estabeleceu como 
absoluta. 
ACP (art. 2, Lei 7.347/85) - competência funcional do local do dano. 
Crítica. > Parte onde ela fala sobre analisar a competência 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA 
 
Competência de natureza absoluta > não admitem prorrogação; 
São competências determinadas em razão da causa. 
Serve para fixar justiça competente ou juizo competente. 
 
PRORROGAÇÃO DA COMPETÊNCIA 
Na prorrogação de competência nós temos um órgao previsto no abstrato o competente, torna 
- se incompetente, enquanto um órgão que era incompetente, torna - se competente. 
 
Só falamos de prorrogação de competência quando falamos de competência relativa 
(territorial e pelo valor da causa). Temos como exceção à regra a tutela coletiva. 
 
 
 
 
Hipóteses de prorrogação de competência 
LEGAIS: Existencia de conexão, continência ou ausencia de alegação de incompetência 
VOLUNTÁRIAS: Cláusula de eleição de foro e prorrogação por vontade unilateral do autor. 
Aferimos as hipóteses > Ordem de analise das hipóteses de competência > Professor 
dinamarco chama de relatividade da relatividade (chama - se assim pois só se aplica a 
prorrogação para competências relativas, e pq vamos analisar, hipótese por hipótese). 
Terceira hipótese é uma decorrência lógica do sistema. 
 
Prorrogação legal: 
Conexão e continência 
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a 
causa de pedir. 
Quando existe uma identidade, há uma conexão. 
 Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade 
quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abr ange o das 
demais. 
Continência é sim uma conexão, mas ela possui mais detalhes. 
 
Consequência da existência da conexão e da continência. A consequência é que essas 
ações vão ser ajuizadas em conjunto (reunião desses processos). O fundamento para essa 
consequência são dois, economia processual e harmonização dos julgados. 
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou maisações quando lhes for comum o pedido 
ou a causa de pedir. 
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um 
deles já houver sido sentenciado. 
 
 
 
Vai ser observado a prevenção > A competência vai ser do lugar onde foi proposta em 
primeiro lugar. 
 Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta 
anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de 
mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas. 
Temos uma divergência doutrinária sobre a consequência da conexão e continência > 
Uma parte da doutrina vai dizer que é cogente, ou seja, é obrigatório; e outra parte da doutrina 
diz que é facultativa, que deve ser analisado o caso concreto, para saber se é mais benéfico > 
O segundo entendimento é o do STJ. 
Ausência de alegação de incompetência relativa é a segunda hipótese. 
 Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, 
elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. 
§ 1º A eleição de foro somente produz efeito quando constar de instrumento escrito, 
aludir expressamente a determinado negócio jurídico e guardar pertinência com o domicílio 
ou a residência de uma das partes ou com o local da obrigação, ressalvada a pactuação 
consumerista, quando favorável ao consumidor. 
§ 5º O ajuizamento de ação em juízo aleatório, entendido como aquele sem vinculação 
com o domicílio ou a residência das partes ou com o negócio jurídico discutido na demanda, 
constitui prática abusiva que justifica a declinação de competência de ofício. 
 
 
 
Caso seja estabelecido o diferente do §1 do art. 63, há uma prática abusiva, podendo o 
juiz de ofício declinar a competência. 
Razões pelas quais foi estabelecido essa modificação da lei. 
Cláusula de eleição de foro também prorroga a competência. 
PREVENÇÃO 
 
 
 
Regra da prevenção 
 Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. 
Registro vai ocorrer quando houver vara única da comarca. Distribuida se for comarca 
com várias varas. 
Previsão do art. 43 do CPC 
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da 
petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas 
posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência 
absoluta. > Princípio da perpetuatio jurisdicionis. Esse princípio vai pedir que o processo 
tenha um caráter itinerante, que ele mude de localidade. A professora faz uma crítica ao nome 
do princípio, já que o princípio trata sobre competência e não jurisdição. 
Supressão de órgão judiciário ou se houver alteração de competência absoluta. 
Ação específica onde o STJ entendeu que há como serem analisadas no local diferente > 
ação de alimentos e as suas possíveis revisões. 
PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA ADEQUADA 
● Foros concorrentes - escolha do autor (forum shopping) 
● Crítica parcela minoritária da doutrina: foro deveria ser escolhido levando - se em 
consideração a amplitude do direito de defesa do réu e a eficiência da tutela 
jurisdicional. 
COOPERAÇÃO JUDICIÁRIA NACIONAL 
Complexo de atos jurídicos e instrumentos com os quais os órgãos jurisdicionais nacionais 
interagem entre si e com órgãos 
A ideia é trazer um pouco menos de formalidade para a prática 
 
SUJEITOS DA COOPERAÇÃO 
Pressuposto: órgão do judiciário envolvido. 
 
 
 
A) Cooperação intrajudiciária: órgão judiciário com órgão judiciário. 
Observação: Quando órgãos jurídicos pertencem ao mesmo ramo do judiciário - também é 
interjudiciária. 
TIPOS DE COOPERAÇÃO 
A) Cooperação por solicitação 
Ocorre de forma simples, preferencialmente eletrônica. 
Deve ser atendida prontamente - art. 69, CPC. 
B) Por delegação 
Ordem dirigida de um órgão a outro 
C) Por concetação (denominada também cooperação simultânea) 
Séries de atos 
 
AULA 18/06/2025 
INTRODUÇÃO - ATOS PROCESSUAIS ART. 180 A 290 
Andamento processual - depende da prática de atos processuais. 
Conceito de procedimento - Fazzalari 
Conceito: O procedimento é uma sequência de atos, no qual o ato 
Ato processual é todo ato jurídico que tem significado para o, e no processo, 
Atos praticados “fora” do processo e fora dele: podem gerar influencia dentro do 
processo; 
Ato processual não é a mesma coisa que fato processual → fato jurídico é um 
acontecimento que não depende da vontade humana, que não exterioriza, de alguma forma, 
um comportamento ou uma omissão de uma pessoa, que interessa no processo. 
FORMA DO ATO PROCESSUAL 
 
 
 
O CPC com relação a forma, vai fazer duas distinções: 1. que a forma do ato processual 
pode ser eletrônica ou não eletrônica; 2. a depender de quem pratica o ato processual (ato 
praticado pela parte, ato praticado pelo magistrado), em regra, os atos processuais não 
dependem de forma determinada → há uma exceção: caso a lei traga uma previsão de que 
eles devem seguir determinada forma. Mesmo que o CPC estabeleça que o ato seja praticado 
de uma determinada forma, e o ato foi praticado atingir a finalidade, nesse caso, o ato é 
válido. 
Princípio da liberdade das formas - ato será válido, ainda que praticado de forma 
diversa, desde que atinja a sua finalidade. 
Atos processuais, via de regra são públicos → Art. 11, Art. 93, Inciso IX da CRFB/88 
Há exceções para a publicidade dos atos processuais → Art. 189 
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os 
processos: 
I - em que o exija o interesse público ou social; 
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união 
estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; 
III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; 
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde 
que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. 
§ 1º O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de 
pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores. 
§ 2º O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do 
dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou 
separação. 
 
Todos os atos processuais devem obedecer a regra da língua portuguesa. É possível que 
seja apresen 
 
 
 
PRÁTICA ELETRÔNICA DE ATOS PROCESSUAIS 
 
O CPC regulamentou de maneira muito tímida a prática eletrônica de atos processuais; 
Feita pelo CNJ e Tribunais de JUstiça 
 Art. 193. Os atos processuais podem ser total ou parcialmente digitais, de forma a permitir 
que sejam produzidos, comunicados, armazenados e validados por meio eletrônico, na forma 
da lei. 
 
OBSERVAÇÃO: Art. 5, inciso LXXIX, CF/88 (icluido pela EC 115/2022) - direito à proteção 
de dados pessoais 
Portaria Conjunta nº 1477/PR/2023 
Art. 194. Os sistemas de automação processual respeitarão a publicidade dos atos, o 
acesso e a participação das partes e de seus procuradores, inclusive nas audiências e sessões 
de julgamento, observadas as garantias da disponibilidade, independência da plataforma 
computacional, acessibilidade e interoperabilidade dos sistemas, serviços, dados e 
informações que o Poder Judiciário administre no exercício de suas funções. → direcionado 
a quem faz, produz esses sistemas. 
 
 Art. 195. O registro de ato processual eletrônico deverá ser feito em padrões abertos, 
que atenderão aos requisitos de autenticidade, integridade, temporalidade, não repúdio, 
conservação e, nos casos que tramitem em segredo de justiça, confidencialidade, observada a 
infraestrutura de chaves públicas unificada nacionalmente, nos termos da lei. → direcionado 
a quem faz, produz esses sistemas. 
 
Resolução 185/2013 CNJ (modificadavárias vezes) - Resolução que estabeleceu o PJE como 
sistema de informações e práticass de atos processuais. 
 
 
 
 
Art. 196. Compete ao Conselho Nacional de Justiça e, supletivamente, aos tribunais, 
regulamentar a prática e a comunicação oficial de atos processuais por meio eletrônico e velar 
pela compatibilidade dos sistemas, disciplinando a incorporação progressiva de novos 
avanços tecnológicos e editando, para esse fim, os atos que forem necessários, respeitadas as 
normas fundamentais deste Código. → Com relação a esse dever, há outras resoluções do 
CNJ que são importantes: resolução 234/2016; 455/2022 (instituído portal de serviços do 
poder judiciário, na plataforma digital do poder judiciário). 
 
 Art. 197. Os tribunais divulgarão as informações constantes de seu sistema de 
automação em página própria na rede mundial de computadores, gozando a divulgação de 
presunção de veracidade e confiabilidade. 
 Art. 198. As unidades do Poder Judiciário deverão manter gratuitamente, à disposição 
dos interessados, equipamentos necessários à prática de atos processuais e à consulta e ao 
acesso ao sistema e aos documentos dele constantes. → ela não pode gerar uma falta de 
acesso à justiça, pensando nos excluídos digitalmente. Nesse sentido, o TJMG tem uns 
fóruns digitais, que são pontos que facilite o acesso à justiça. 
 Art. 199. As unidades do Poder Judiciário assegurarão às pessoas com deficiência 
acessibilidade aos seus sítios na rede mundial de computadores, ao meio eletrônico de prática 
de atos judiciais, à comunicação eletrônica dos atos processuais e à assinatura eletrônica. → 
acessibilidade para pessoas com deficiência. 
Pandemia generalizou a prática de atos processuais, com o vírus, e a impossibilidade de 
prática de atos públicos, veio a tona a prática eletrônica → Portaria 1475/2023; Portaria 
1109/2020 
 
ATO DAS PARTES 
 
● Atos das partes estão disciplinados nos arts. 200, 201 e 202. 
 
 
 
● Atos das partes podem veicular declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, e 
esses atos vão produzir efeitos imediatos, ou seja, eles dispensam a homologação 
judicial para produzir efeitos. 
● Ato bilateral, em tese não precisa de homologação judicial, a única exceção é o ato de 
desistência da ação, e dependendo do momento praticado, deve haver concordância do 
réu (art. 485, §4º, CPC), sendo vedada após o proferimento de sentença (art. 485, §5º) 
 Art. 201. As partes poderão exigir recibo de petições, arrazoados, papéis e documentos que 
entregarem em cartório. → Quando a parte entrega um documento no fórum, ela recebe um 
recibo. Mas isso faz sentido no processo físico. No processo eletrônico, ainda existe, mas não 
serve para a petição inicial. 
 Art. 202. É vedado lançar nos autos cotas marginais ou interlineares, as quais o juiz mandará 
riscar, impondo a quem as escrever multa correspondente à metade do salário-mínimo. → pensado 
também para o processo físico, pois traz a hipótese de que, se a pessoa traz linhas no meio da 
petição ou entre elas, o juiz risca e ainda impõe multa para parte (multa vai para a parte 
contrária). Isso não se encaixa na hipótese de peticionamento por cota (que seria a hipótese 
do advogado escrever de próprio punho na petição inicial). 
 
ATOS PRATICADOS PELO MAGISTRADO 
 
A) Juízo de primeiro grau 
O juiz pode produzir uma sentença; → ato exclusivo do juízo de primeiro grau → 
Conceito: Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões 
interlocutórias e despachos. 
§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o 
pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487 , põe fim à fase 
cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. 
Uma decisão interlocutória; → Ato do juízo de primeiro grau, e dos tribunais. → 
Conceito: § 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza 
decisória que não se enquadre no § 1º. 
 
 
 
 
 
Despacho; → Ato do juízo de primeiro grau, e dos tribunais. → Conceito: § 3º São 
despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício 
ou a requerimento da parte. 
 
Importante que se consiga distinguir uma decisão interlocutória de despacho → STJ 
diz que a diferença entre ambas, está na existência de conteúdo decisório e gravame. O 
despacho é entendido como um pronunciamento ordinatório - visa impulsionar o 
andamento do processo, sem solucionar controvérsia. Já a decisão interlocutória, 
possui conteúdo decisório e causa prejuízo às partes. 
Entendimento doutrinário 
 
Atos meramente ordinatórios → praticados pelo servidor, e visam impulsionar 
também o processo. A doutrina entende a diferença como: despacho como um ato sem 
caráter decisório, de mero impulsionamento. Poderá ser delegada a prática do servidor, 
se praticada pelo servidor, é um mero ato ordinatório. 
§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de 
despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário. 
 
PRONUNCIAMENTO PROFERIDOS PELO TRIBUNAL 
1. Despacho; 
2. Decisão interlocutória; 
3. Decisão final; 
Acórdão: pronunciamento feito pelo órgão colegiado, que vai consistir em decisão 
interlocutória ou decisão final. 
 
 
 
 
 
REQUISITOS FORMAIS DOS PRONUNCIAMENTOS JUDICIAIS 
 Art. 205. Os despachos, as decisões, as sentenças e os acórdãos serão redigidos, datados 
e assinados pelos juízes. 
§ 1º Quando os pronunciamentos previstos no caput forem proferidos oralmente, o 
servidor os documentará, submetendo-os aos juízes para revisão e assinatura. 
§ 2º A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita 
eletronicamente, na forma da lei. 
Quando a decisão vem sem assinatura, ela é considerada um mero parecer, sem eficácia 
jurídica. 
Pronunciamento oral do magistrado, deve ser reduzido a escrito, sendo revisado 
posteriormente e assinado. 
OBS: Todos os pronunciamentos do magistrado devem ser publicados → Quando decisão 
interlocutória: são publicados na integra do Dje. Quando sentenças e acórdãos, basta a 
publicação do dispositivo. 
 
ATOS DO ESCRIVÃO OU DO CHEFE DE SECRETARIA 
Art. 206. Ao receber a petição inicial de processo, o escrivão ou o chefe de secretaria a autuará, 
mencionando o juízo, a natureza do processo, o número de seu registro, os nomes das partes e a 
data de seu início, e procederá do mesmo modo em relação aos volumes em formação. → Processos 
físicos. No processo eletrônico, a atuação seria fiscalizatória, o chefe da secretaria ou escrivão vai 
fiscalizar o que foi inserido pelo advogado do autor. 
 Art. 207. O escrivão ou o chefe de secretaria numerará e rubricará todas as folhas dos 
autos. 
O escrivão ou chefe de secretaria devem rubricar as folhas do processo, deve ocorrer de forma 
sequencial. → Para conferir e evitar a subtração de alguma peça. 
Parágrafo único. À parte, ao procurador, ao membro do Ministério Público, ao defensor 
público e aos auxiliares da justiça é facultado rubricar as folhas correspondentes aos atos em 
que intervierem. 
 
 
 
TERMO DE JUNTADA, VISTA OU CONCLUSÃO 
“Termo” → utilizada para designada documentação de ato praticado pela serventia 
judiciária. 
Termo de juntada: documenta a introdução de qualquer documento no processo. 
 
MÉTODO DE REGISTRO DOS ATOS PROCESSUAIS 
 Art. 210. É lícito o uso da taquigrafia (escrita abreviada a mão), da estenotipia (escrita 
abreviada com uso de um aparelho) ou de outro método idôneo em qualquer juízo ou tribunal. 
 
 Art. 211. Não se admitem nos atos e termos processuais espaços em branco, salvo os que 
forem inutilizados, assim como entrelinhas, emendas ou rasuras, exceto quando expressamente 
ressalvadas. → maior confiabilidade de atos processuais. 
 
TEMPO DOS ATOS PROCESSUAIS 
Devem ser praticados em dias úteis, das 06:00 às 20:00Vinculante n. 47 do STF. Data de aprovação: 27/05/2015) 
 
 
● No caso de sucumbência recíproca (art. 86, CPC) - divisão proporcional das 
despesas. > se há sucumbência recíproca, haverá uma divisão das despesas > não 
é possível compensação 
 
● Pluralidade de autores ou de réus: art. 87, CPC). > quem foram os vencidos, são 
os responsáveis pelos honorários, e há divisão entre eles. 
 
● Procedimentos de jurisdição voluntária (art. 719 a 770, CPC): despesas 
adiantadas pelo requerente e divididas entre os interessados (art. 88, CPC). > ex: 
celebração de divórcio entre as partes, esse acordo precisa ser homologado para 
ser válido. Quem adiante é quem tá requerendo (autor), e posteriormente são 
divididas aos interessados. 
 
● Juízo divisório sem litígio: art. 89, CPC. 
● Fixação: a) Se a fazenda pública não é parte do processo a fixação ocorrerá 
através do artigo: art. 85, §2º, CPC; 
 
 
 
 b) Se a fazenda pública é parte do processo: art. 85, § 3 a 7, CPC. (O percentual 
vai diminuindo, conforme o valor da causa vai aumentando) 
 
● Sentença com fundamento em desistência, reconhecimento do pedido ou 
renúncia: art. 90, CPC) OBS: §4º regra de incentivo mediante benefício 
econômico. 
● Proferimento de sentença sem resolução de mérito a pedido do réu: despesas e 
honorários por conta do autor (art. 92, CPC) > o réu saiu vencedor, tendo em 
vista que há um vício no processo. Se não pagar, fica impedido de propor, 
novamente, a ação. OBS: alguns doutrinadores entendem que o dispositivo é 
institucional por atritar com o art. 5º, XXXV da CF > segundo esses 
doutrinadores, o direito de ação é incondicionado, e nessa hipótese nós estamos 
condicionando a requisitos (inclusive o scarpinella concorda com isso). 
 
● Quem der causa a adiamento ou repetição do ato: paga as despesas respectivas do 
ato (art. 93, CPC) 
● Responsabilidade do assistente (terceiro interveniente) pelas despesas processuais 
(art. 94, CPC) > quando o assistido for vencido, o assistente será responsável pelo 
pagamento das despesas processuais. 
● Pagamento dos honorários de peritos e assistentes técnicos: art. 95, CPC. > quem 
contrata o assistente técnico? A parte, sendo assim, quem paga, é a própria parte. 
Quem houver solicitado a perícia, adianta os honorários, em caso onde a perícia é 
determinada de ofício, ou requerida por ambas as partes, os honorários são rateados 
entre as partes. 
● Sanções impostas ao litigante de má - fé: art. 96, CPC 
● Fundos de modernização do judiciário: art. 97, CPC. > OBS: PESQUISAR SOBRE 
● OBS: terminologia - reversão seria um dever. 
 
SUCESSÃO DAS PARTES E SUBSTITUIÇÃO DOS PROCURADORES 
 
Arts. 108 a 112, CPC - caso de sucessão processual. 
 
 
 
 
 
 
 
● Distinção: hipóteses de substituição processual (art. 18, CPC) - sinônimo de 
legitimação extraordinária. EX: MP ajuíza ação sobre o caso da barragem de 
brumadinho 
 
● Sucessão voluntária: somente em casos previstos em lei (art. 108, CPC) - mitigação 
da realização de negócios jurídicos processuais com esta finalidade (??). > se as 
partes celebram algum negócio jurídico com finalidade de sucessão voluntária, 
isso não é algo válido. 
 
● Alienação de coisa litigiosa (art. 109, CPC) > alienação ocorre no polo passivo, temos 
uma ação reivindicatória em curso, A ajuiza uma ação em face de B, alegando que o 
imóvel é dele. Durante essa ação, B vende esse imóvel para C, quem é titular do 
imóvel agora? Nesse caso, C deve estar no polo passivo, tendo assim, a sucessão das 
partes, porém, para que C entre no lugar de B, A precisa autorizar essa sucessão - O 
que o legislador assegura para A? Não há como assegurar que B não realize a venda 
do imóvel, mas que a parte contrária se mantenha “original”. Nesse caso, se A não 
autorizar a saída de B do processo, B atuará como substituição processual (tendo em 
vista que há uma legitimidade extraordinária). Em tese, o C não participa do processo 
nesta última hipótese, mas há uma possibilidade de que C participe como assistente 
litisconsorcial - OBS: Caso ocorra a substituição de B por C, B poderá atuar como 
assistente simples - vedada a sucessão como regra, a fim de evitar prejuízo para a 
parte contrária. OBS: §2º e §3º - caso a parte contrária não concorde com a 
sucessão processual no outro polo da demanda. 
● Há sucessão, quando uma parte entra no processo, e a outra sai > hipótese de 
falecimento 
● OBS: coisa adquirida pelo terceiro de boa - fé antes de se tornar litigiosa - não há 
extensão dos efeitos da coisa julgada ao adquirente. > exemplo citado acima, se o 
imóvel é adquirido durante o processo, não há nada a se fazer. 
 
“RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS DE TERCEIRO. TERCEIRO ADQUIRENTE. 
BOA - FÉ. EFICÁCIA SUBJETIVA DA COISA JULGADA BEM OU DIREITO 
 
 
 
LITIGIOSO. MARCO INICIAL. LITISPENDÊNCIA. PROPOSITURA DA AÇÃO. 
CITAÇÃO VÁLIDA. 
 
1. Na origem, cuida - se de embargos de declaração de terceiro opostos por 
adquirente de bem imóvel que busca a proteção possessória tendo em vista ordem 
de reintegração emanada do cumprimento de sentença oriunda de ação da qual 
não fez parte. 
2. Segundo a regra geral disposta no artigo 472 do Código de Processo Civil, a coisa 
julgada só opera efeito entre as partes integrantes da lide. 
3. O artigo 42, §3º, do Código de Processo Civil, por exceção, dispõe que, em se 
tratando de aquisição de coisa ou direito litigioso, a sentença proferida entre as 
partes originárias estende os seus efeitos ao adquirente ou ao cessionário. 
4. Segundo a doutrina especializada, o bem ou direito se torna litigioso com a 
litispendência, ou seja, com a lide pendente. 
5. A lide é considerada pendente, para o autor, com a propositura, e, para o réu, 
com a citação válida. 
6. Para o adquirente, o momento em que o bem ou direito é considerado litigioso 
varia de acordo com a posição ocupada pela parte na relação jurídica processual 
que sucederia. 
7. Se o bem é adquirido por terceiro de boa - fé antes de configurada a litigiosidade, 
não há falar em extensão dos efeitos da coisa julgada ao adquirente. 
8. Recurso especial conhecido e não provido, (STJ. REsp 1458741/GO. Rel. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva. j. 14/04/2025. Dje 17/04/2025. 
 
● Morte das partes(art. 110, CPC): sucessão processual obrigatória. OBS: aplicado 
analogicamente à pessoa jurídica. OBS: causa de suspensão do processo (arts. 687 - 
692, CPC) OBS: direito deve ser transmissível 
● Direito personalíssimo - extinção do processo por sentença terminativa (art. 485, IX, 
CPC) 
● Revogação (por parte de quem contrata o serviço) ou renúncia mandato pelo advogado 
(arts. 111 e 112, CPC). OBS: revogação tanto expressa (quando a parte vai, 
expressamente, revogar os poderes desse advogado), quanto tácita (a parte 
simplesmente “atravessa” uma declaração no processo. OBS: impedimento moral de o 
 
 
 
advogado aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído sem prévio aviso 
deste (art. 11, código de Ética da OAB) > o correto é a revogação expressa, de juntar o 
substabelecimento. 
● Renúncia (por parte do próprio advogado): preocupação com a efetiva ciência da parte 
(deve haver a comunicação com a parte) > que a parte saiba que o advogado esteja 
renunciando: 1) CPC não estabelece forma; 2) Continuidade por 10 dias para evitar 
dano à parte (para estabelecer que a parte não fique desamparada, é estabelecido que o 
advogado continue por esse prazo). 
 
“O direito à indenização por danos morais transmite - se com o falecimento do titular, 
possuindo os herdeiros da vítima legitimidade ativa para ajuizar ou prosseguir a ação 
indenizatória.” 
 
(Súmula 642, STJ. Data da aprovação: 02/12/2020) 
 
 
AULA DIA 30/04/2025 - LITISCONSÓRCIO 
 
● Pluralidade de sujeitos em um ou nos dois pólos da relação jurídica processual que se 
reúnem para litigar em conjunto. 
 
HIPÓTESES DE CABIMENTO (ART. 113, CPC) 
 
Rol→ Excepcionalmente, se admite a 
prática de atos processuais em dias sem expediente forense. EX: Possível que o magistrado profira 
uma decisão em um dia não útil, se ele estiver de plantão. → Não se confunde com horário forense 
(fórum encontra - se aberto ao público, para prática de atos processuais. Toda vez que for necessário 
a prática de um ato processual que deve ser praticado no fórum, deve ser observado o horário de 
funcionamento. 
 
 Art. 212. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. 
§ 3º Quando o ato tiver de ser praticado por meio de petição em autos não eletrônicos, 
essa deverá ser protocolada no horário de funcionamento do fórum ou tribunal, conforme o 
disposto na lei de organização judiciária local. 
 Art. 212. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. 
§ 1º Serão concluídos após as 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento 
prejudicar a diligência ou causar grave dano. 
 
 
 
JESP Estadual - Atos podem se iniciar depois da 20:00 se a LOJ assim dispuser. 
 
 Art. 212. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. 
§ 2º Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e penhoras poderão 
realizar-se no período de férias forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias úteis fora do horário 
estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5º, inciso XI, da Constituição Federal. 
 
Art. 213. A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer horário até às 24 
(vinte e quatro) horas do último dia do prazo. 
Parágrafo único. O horário vigente no juízo perante o qual o ato deve ser praticado será 
considerado para fins de atendimento do prazo. → até às 24:00 do local onde tramita o processo, 
tendo em vista que no Brasil há 4 fusos horários. 
Art. 214. Durante as férias forenses e nos feriados, não se praticarão atos processuais, 
excetuando-se: 
I - os atos previstos no art. 212, § 2º ; 
II - a tutela de urgência. 
Sábado e domingo são considerados feriados forenses. 
Atenção aos feriados locais. 
Férias forenses → Art. 215. Processam-se durante as férias forenses, onde as houver, e não se 
suspendem pela superveniência delas: 
I - os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à conservação de direitos, 
quando puderem ser prejudicados pelo adiamento; 
II - a ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de tutor e curador; 
III - os processos que a lei determinar. 
→ Não há mais férias forenses coletivas, só há nos tribunais superiores. 
→ STJ equipara muitas vezes a figura do recesso forense as férias forenses → Se a gente leva 
em consideração a ideia do STJ, nesse caso o artigo 215 se estenderia aos tribunais de primeiro 
grau. 
 
 
 
 
LUGAR DA PRÁTICA DOS ATOS PROCESSUAIS 
 Art. 217. Os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do juízo, ou, 
excepcionalmente, em outro lugar em razão de deferência, de interesse da justiça, da natureza do ato 
ou de obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz. 
 
PRAZO 
 
Três espécies de prazos: legais (pela lei) , judiciais (pelo juiz) ou convencionais (estabelecidos pelas 
partes); 
Em regra, a lei prevê prazos para a prática dos atos processuais (art. 218). Se a lei não prevê, é possível 
que o magistrado fixe o prazo. Se não houver nenhum dos dois anteriores, o prazo é de cinco dias. Há outra regra 
que fala sobre a necessidade de comparecimento, que diz, que se houver omissão legal, o juiz não se pronunciou, 
a intimação deve ocorrer não menos que 48 horas. 
Não havendo o cumprimento de prazo pelas partes, acontece a preclusão temporal (prazos próprios). Isso 
acontece porque os prazos possuem prazos próprios; O não cumprimento de prazo pelo juízo, e o não 
cumprimento não acarreta em nada, pois os atos são considerados impróprios. 
Todo prazo tem um termo inicial, (dies a quo) e um termo final (dies ad quem) - geralmente o termo, o 
termo inicial começa com a intimação da parte. 
Se todo prazo tem um termo inicial e um final, um ato praticado antes do inicio do prazo pode ser 
considerado válido? Sim. 
 Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei. 
§ 4º Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo. 
TJMG → 27/01/2025 
A partir de 15/05 todos os tribunais devem seguir os prazos conforme o DJENtaxativo > OBS: expressão “podem” - cuidado quanto à essa expressão 
 
Inciso I - Direitos e obrigações de titularidade de mais de um sujeito. EX: A + B são 
condôminos de um condomínio que não faz prestação de contas há um tempo, então A e B 
ajuizam um pedido para prestação de contas. 
Inciso II - consequência da conexão (art. 55,§1º, CPC): economia processual e padronização 
dos julgados. EX: há uma assembleia com 20 sócios, estes sócios têm interesse em anular a 
assembleia, nesse caso eles ajuizaram em conjunto essa ação. Segundo exemplo, estou indo 
para casa, e um carro bate atrás do meu carro, e outro bate no lado, eu posso ajuizar só uma 
ação colocando ambos no polo passivo? Sim, tendo em vista que a causa de pedir é a mesma. 
 
 
 
Inciso III - semelhança por um ponto comum ou de direito. > MENOS UTILIZADA NA 
PRÁTICA. EX: O Estado de MG multa diversos contribuintes, esses contribuintes podem 
ajuizar uma ação contra o estado. 
 
CLASSIFICAÇÃO DO LITISCONSÓRCIO 
 
● Tradicionalmente, são utilizados quatro critérios: I) posição processual na qual foi 
formado (ativo, passivo ou misto) > deve verificar onde está a pluralidade. 
● II) momento de sua formação. > pode ser classificado em um litisconsórcio 
inicial/também originário, ou ulterior (posterior, incidental ou superveniente). Emenda 
da petição inicial por determinação de litisconsórcio necessário pelo juiz? (seria um 
litisconsórcio ulterior). Litisconsórcio ativo facultativo ulterior - há uma divergência 
dos doutrinadores, mas o STJ entende que não pode, tendo em vista que há uma 
violação do juízo natural. 
LEI do MS: ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após o despacho da petição 
inicial art. 10, §2º) 
● III) sua obrigatoriedade ou não (litisconsórcio necessário ou facultativo); > Quando a 
lei determinar o litisconsórcio ou quando o direito discutido no processo for de 
natureza indivisível. EX: MP ajuíza ação em face de dois cônjuges. Já o exemplo para 
segunda hipótese, seria uma ação de usucapião, além do proprietário do terreno, tem 
que configurar na ação, os confinantes do imóvel (aqueles que estão aos arredores). O 
litisconsórcio facultativo fica a cargo autor para ser formado (exceções: chamamento 
ao processo e denunciação da lide. 
● IV) o destino dos litisconsortes no plano material (litisconsórcio unitário e simples). > 
litisconsórcio pode ser unitário, ou simples. Nesse caso, para verificar se ele é unitário, 
deve ser analisada a possibilidade, se o destino dos litisconsortes são iguais, significa 
que é unitário (artigo 116, CPC). Se o destino puder ser diferente, o litisconsórcio é 
simples. 
 
LIMITAÇÃO DO LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO (ART. 113, §1º E 2º, 
CPC) 
 
 
 
 
● Caso de litisconsórcio multitudinário.> Pode ser limitado, a limitação pode ter 
consequências 
● Enunciado 116 FPPC - possibilidade de ampliação dos prazos previstos no art. 
139, VI do CPC. 
 
Enunciado 116 - Quando a formação do litisconsórcio multitudinário for prejudicial à defesa, 
o juiz poderá substituir a sua limitação pela ampliação de prazos, sem prejuízo da 
possibilidade de desmembramento na fase de cumprimento de sentença. 
 
● Possibilidade de limitação de ofício pelo magistrado? > art. 113 cpc. 
Sim, é possível, a doutrina e o STJ entendem que sim. Se o pedido é 
feito para o réu, há a interrupção do prazo de defesa do réu. O juiz 
analisa se vai limitar ou não, e posteriormente o réu tem os 15 dias para 
defesa. E se o réu estiver usando essa limitação para ganhar mais 
prazo? Há a interrupção da mesma forma, e posteriormente o prazo 
recomeça do zero após a decisão do juiz sobre a limitação ou não do 
litisconsórcio. 
● Consequência da limitação do litisconsórcio - divergência doutrinária, 
sendo: 
1. Exclusão dos litisconsortes excedentes, que deverão propor nova demanda ou serem 
citados em nova demanda a ser proposta pelo autor. OBS: ponto negativo (pq 
negativo?) 
2. Desmembramento da relação jurídica processual, criando novos processos com os 
sujeitos excedentes. OBS: O Patrono do autor escolhe quem fica na demanda 
originária e outros processos serão distribuídos por dependência. OBS: Entendimento 
consolidado no STJ. 
3. Inexistência de número fixo. 
 
QUESTÕES IMPORTANTES 
 
1. Litisconsórcio necessário e unitário: distinções 
● Momentos diferentes - necessário x unitário 
 
 
 
● Conceituação diferente do CPC - necessário (art. 114, CPC) x unitário (art. 
116, CPC) 
● Necessário e simples x facultativo e unitário. OBS: Dívida solidária - 
facultativo e simples (art. 274, CC) 
● Em regra, o necessário será unitário. 
● Necessário (incibilidade da relação jurídica material) Necessário (previsão 
legal) - simples - unitário. 
 
AULA 07/05/2025 
 
1. Litisconsórcio ativo necessário? 
● Quando o litisconsórcio é no polo ativo e necessário, mas uma das partes não 
quer estar no processo. Dois valores em conflito> Ninguém é obrigado a 
propor demanda contra sua vontade x imprescindibilidade para a geração de 
efeitos da decisão a ser proferida no processo. Alguns doutrinadores dizem que 
não há litisconsórcio ativo necessário, e o STJ entende que existe. 
 
● Alguns doutrinadores dizem que o direito de não ajuizar ação contra sua própria 
vontade deve sobressair sobre o de imprescindibilidade. (consequência: possível não 
propositura da ação) 
● Outras correntes dizem que o terceiro que deveria integrar polo ativo, mas se recusa, 
deve ser convocado (citação ou intimação - discussão) a integrar a relação jurídica 
processual. > Nessa hipótese, esse terceiro pode: assumir o polo ativo, assumir polo 
passivo ou ficar inerte. Outra hipótese é assumir o polo ativo, ficar inerte ou negar sua 
condição de litisconsorte. A terceira hipótese é o terceiro já iniciar no polo passivo da 
demanda e realizada a citação do terceiro, este pode escolher continuar no polo 
passivo ou integrar o polo ativo (a professora concorda com essa terceira hipótese). 
 
3. Vício gerado pela ausência de litisconsórcio necessário (art. 115, CPC) 
 
Necessário + unitário - decisão nula 
Necessário + simples - decisão meramente ineficaz com relação a quem não integrou o 
processo. 
 
 
 
 
4. Litisconsórcio alternativo e sucessivo 
● Alternativo: possibilidade do autor demandar duas pessoas ao mesmo tempo, já que 
ele tem dúvidas sobre qual delas deveria estar, efetivamente, no polo passivo. EX: um 
imóvel invadido por alguém, precisa proteger sua propriedade, mas não sabe se quem 
invadiu foi A ou B, e através do litisconsórcio alternativo, ele pode colocar A ou B, e 
posteriormente essa titularidade vai ser resolvida. > OBS: Também seria possível no 
polo ativo. 
● Distinto do litisconsórcio eventual (Sucessivo): Parte sabe quem são os sujeitos, mas 
pedidos são dirigidos contra ou por sujeitos distintos - só é possível o acolhimento se 
EX: A e B investigando paternidade, e pedindo ressarcimento das custas do parto, só é 
possível o ressarcimento, se houver o reconhecimento da paternidade. 
 
DINÂMICA ENTRE OS LITISCONSORTES (ARTS. 117 e 118) 
 
● Atos e omissões do litisconsorte simples não prejudicam nem beneficiam os 
litisconsortes - a regra é de autonomia. 
● Atos e omissões do litisconsorte unitário não prejudicam, mas podem beneficiar - a 
regra é de autonomia mitigada. 
 
 
1. Atos de disposição de direito 
 
● Simples: só atingem o litisconsorte que o praticou (seja direito material ou processual) 
● Unitário: A) Ato de disposição de direito material só é eficaz com o consentimento 
dos litisconsortes; B) Ato de disposição de direito processual pode ser praticado, com 
exceção da desistência da ação. 
 
2. Presunção de veracidade dos fatos na revelia (art. 345, I, CPC) 
 
● Mais importante efeito da revelia - presunção (relativa) de veracidade dos fatos 
alegados pelo autor. 
● Litisconsórcio unitário: aplica - se a exceção do artigo345, I 
 
 
 
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: 
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; 
● Litisconsórcio simples: exceção somente se verifica caso haja uma comunhão de 
interesses entre os litisconsortes (algo aproveita ao réu revel) > EX: Thaís ajuíza ação 
por danos morais contra Roberta e Bruno, alegando que, no dia 18/05, sofreu 
constrangimentos praticados por ambos no "Bar do Peixe". Roberta apresenta 
contestação, alegando que Thaís nem sequer estava no bar na data mencionada. Bruno, 
por sua vez, é citado, mas permanece revel. Em regra, a revelia de Bruno acarreta a 
presunção de veracidade dos fatos alegados contra ele (art. 344, CPC). Contudo, a 
alegação de Roberta de que Thaís não estava no local dos fatos configura uma 
comunhão de interesses na tese de defesa, pois, se acolhida, beneficia também Bruno 
— afastando, assim, a presunção de veracidade contra ele. 
 
3. Recurso interposto por somente um litisconsorte (art. 1005, CPC) 
 
Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se 
distintos ou opostos os seus interesses. 
 
● Litisconsórcio unitário: artigo 1005 plena aplicação. 
● Litisconsórcio simples: contradição doutrinária: 1º corrente doutrinária: o recurso só 
será aproveitado por aquele que interpôs este recurso, tendo em vista o princípio da 
pessoalidade (STJ concorda com essa corrente doutrinária). 2º corrente doutrinária: 
aproveitamento no caso de comunhão de interesses para manter a lógica interna da 
decisão (ex: parágrafo único do artigo 1.005, do CPC) 
 
4. Produção de provas 
 
● Simples ou unitário: prova produzida por um litisconsorte pode beneficiar ou 
prejudicar os demais. 
● Princípio da comunhão da prova > a prova é para o processo, e não para o 
indivíduo. 
 
 
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art344
 
5. Confissão 
 
Artigo 391, CPC - geraria um absurdo lógico; 
 
Art. 391. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os 
litisconsortes. 
 
● Em razão do princípio da comunhão de provas, a confissão não vincula somente o 
confitente. 
● Independente do litisconsórcio, sendo a confissão eficaz (persuasiva) ou ineficaz ela 
vincula todos os litisconsortes. 
 
OBSERVAÇÃO: exceção - se no litisconsórcio simples ela disser respeito a somente um dos 
litisconsortes. 
 
OBSERVAÇÃO: Artigo 391, parágrafo único, CPC - crítica - fato muda a depender do 
regime de bens? 
 
6. Prazo - Artigo 229, CPC 
 
● Se há pluralidade de sujeitos + procuradores diferentes + que sejam de escritórios 
diferentes = prazo em dobro 
 
STJ entende que - essa regra vai se aplicar independentemente de quais sejam as partes, e 
independente de requerimento. 
 
STJ INFORMATIVO 518 - Procuradores distintos, de escritórios diferentes, quando já 
iniciado o prazo recursal (partes mudam procuradores quando já iniciado o prazo > o prazo 
dobra a partir do dia em que houve a troca.). EX: João e Maria são réus em uma ação cível e 
são representados por um único advogado. A sentença foi publicada no dia 19/05. O prazo 
recursal começa a correr em prazo simples, com término previsto para 06/06. No dia 23/05, 
João constitui um novo advogado de um escritório distinto daquele que representa Maria. 
Nesse caso, passa a existir representação por procuradores distintos de escritórios diferentes. 
 
 
 
Segundo o entendimento do STJ (Info 518), o prazo recursal passa a ser contado em dobro a 
partir da data da nova constituição, nesse caso, se são 15 dias de prazo e já haviam passado 4 
dias, o prazo é dobrado com uma contagem de 11 dias, sendo 11x2 = 22, tendo como prazo 
final o dia 25/06. 
 
Súmula 641 STF - Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos 
litisconsortes haja sucumbido. 
 
● Só um dos litisconsortes sucumbiu, só ele irá recorrer, então não faz sentido prazo em 
dobro. 
● Embargos de declaração não se aplica a súmula 641, tendo em vista que mesmo uma 
parte que ganhou, ela pode interpor, tendo em vista que os embargos servem para 
sanar obscuridade, omissões ou contradições. 
 
● Art. 229, §1, cpc - Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de 
escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas 
manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. § 
1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida 
defesa por apenas um deles. 
● Se o segundo réu não contesta, mas tem advogado constituído nos autos? Não cessa. 
 
 
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS (ARTS. 119 a 138) 
 
● Conceito: “Permissão legal para que um sujeito alheio à relação jurídica processual 
originária ingresse em processo já em andamento”. (Daniel Assumpção) 
 
● Objetivos: Economia Processual > economia nos atos processuais; Harmonização dos 
julgados > evitar que em casos parecidos, existam decisões diferentes. 
 
● Uma vez admitido no processo, ele deixa de ser terceiro e passa a ser parte > seja parte 
no processo, ou seja parte na demanda. Será parte na demanda, quando for ligada ao 
 
 
 
que está sendo discutido no processo. Será parte no processo quando não for titular do 
direito. 
 
● Espécies: assistência, denunciação da lide, chamamento ao processo, incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica e amicus curiae (modalidades típicas). 
OBSERVAÇÃO: rol exemplificativo - modalidades atípicas. 
 
● Modalidades típicas: projetadas para a fase de conhecimento, com aplicação 
subsidiária nas fases de execução cautelar. 
OBSERVAÇÃO: Existem algumas intervenções na fase de conhecimento que não são 
as modalidades típicas do CPC - art. 5º, Lei 9.469/1997; art. 1698, CC (ação de ação 
de alimentos - a responsabilidade não é solidária). 
 
§ 5o Na transação ou acordo celebrado diretamente pela parte ou por intermédio 
de procurador para extinguir ou encerrar processo judicial, inclusive os casos de 
extensão administrativa de pagamentos postulados em juízo, as partes poderão 
definir a responsabilidade de cada uma pelo pagamento dos honorários dos 
respectivos advogados. 
 
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em 
condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de 
grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas 
devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra 
uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide. 
 
OBSERVAÇÃO: Processo de execução ou fase de cumprimento de sentença. 
 
● Modalidades típicas: assistência, incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica e amicus curiae. 
 
● Modalidades atípicas: terceiro ingressa na demanda durante a fase de expropriação do 
bem com a intenção de adquiri - lo > sempre que acontecer, haverá uma intervenção 
 
 
 
de terceiros. // credores que ingressam para discutir o direito de preferência > 
concurso de credores. 
 
ASSISTÊNCIA (ARTS. 119, 120 e 124, CPC) 
 
● Conceito: possibilidade de ingresso voluntário de terceiros para auxiliar uma das 
partes na vitória judicial. 
 
Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em 
que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la. 
 
● Pressuposto: interesse jurídico do terceiro. OBS: qualquer outro interesse não autoriza 
a assistência. 
● Natureza do interesse jurídico varia de acordo com a natureza da assistência: A) 
Simples (adesiva); B) Litisconsorcial (qualificada). 
 
● Existência de interesse econômico não desnatura o interesse jurídico, mas não basta 
para justificar a intervenção do terceiro como assistente. 
● Assistência simples: hipótese do sublocatário, A e B tem um contrato de locação,B 
não cumpre com as obrigações de pagar, e A ajuizou uma ação contra ele. Porém, B 
realizou um contrato de sublocação, onde C residia no imóvel. Nesse caso, C poderia 
participar no processo? Sim, pois há um interesse econômico. 
● Tem que haver relação jurídica entre o assistido e o assistente. 
● Assistência litisconsorcial ou qualificada: É exceção; 
● Terceiro é titular da relação jurídica de direito material discutida no processo - 
atingido diretamente pela decisão. Quando a assistência não for formada, há uma 
assistência litisconsorcial > o interesse não é só jurídico, nesse caso, o assistente é o 
titular do direito que está sendo discutido, mas não integrou o processo. 
● Tem relação jurídica tanto com o assistido, quanto com a parte contrária. 
● Hipótese ou de substituição processual ou de co - titularidade do direito. 
● Somente é possível no caso de litisconsórcio facultativo. 
 
 
 
 
Divergência: assistência litisconsorcial > não faz nenhum pedido, e não é feito nenhum 
pedido em face dele x litisconsórcio facultativo ulterior > C ele é titular do direito, e por qual 
motivo ele não consta no polo passivo? Pois A não autorizou, mas B e C são litisconsortes 
facultativos ulteriores. 
 
● Assistente litisconsorcial é reputado autor ou réu a partir do momento que ingressa no 
processo. 
 
Procedimento da assistência 
 
● O Terceiro vai pedir para ingressar no processo através de petição fundamentada > o 
pressuposto é demonstrar o interesse jurídico. (Desnecessidade de preenchimentos dos 
requisitos da petição inicial. 
 
● A assistência não é cabível nos juizados especiais cíveis, na ação direta de 
constitucionalidade e na ação declaratória de constitucionalidade. 
 
Divergência sobre o cabimento no MS. 
● O assistente pode entrar em qualquer fase do processo, mas ele recebe o processo da 
forma que está (art. 119, parágrafo único, CPC) 
 
Feito o pedido de assistência, o juiz pode: A) indeferir o pedido liminarmente (manifesta 
inadmissibilidade ou improcedência da pretensão); B) intimar as partes para manifestação no 
prazo comum de 15 dias (art. 120, CPC). 
OBSERVAÇÃO: O PEDIDO NÃO SUSPENDE O ANDAMENTO DO PROCEDIMENTO 
PRINCIPAL (Art. 120, parágrafo único, CPC) 
OBSERVAÇÃO: DECISÃO INTERLOCUTÓRIA QUE ADMITE OU NÃO: CABE 
AGRAVO DE INSTRUMENTO (Art. 1.015, inciso IX, CPC) 
 
PODERES DO ASSISTENTE 
 
Assistente simples > é condicionado aos interesses do assistido, não pode contrariar nenhuma 
vontade do assistido. Pode praticar atos na omissão do assistido? SIM, mas nesses casos, a 
 
 
 
eficácia do ato fica condicionada à ausência de manifestação posterior contrária do assistido. 
> Aplicável artigo 122, CPC. 
 
Assistente litisconsorcial > atua no processo como se fosse um litisconsorte unitário. 
Art. 122, CPC - impossível a disposição de direitos sem a concordância de assistente e 
assistido. 
Art. 121, parágrafo único, CPC - não se aplica. 
 
IMUTABILIDADE DA JUSTIÇA DA DECISÃO 
 
Imutabilidade: imutabilidade da fundamentação da decisão > Artigo 123, CPC - O assistente 
simples não será afetado pelo dispositivo, tendo em vista que ele atua como um mero 
assistente. O que afeta o assistente é a justiça da decisão. Assistente não poderá discutir 
novamente as questões discutidas e enfrentadas no processo em que interveio. 
Exceções: Exceptio male gesti processus - Inciso I - estado do processo/atuação do assistido e 
Inciso II - prejuízo ao assistente por atuação deficitária do assistido no processo. 
 
Exceções: Artigo 123, incisos: I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas 
declarações e pelos atos do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na 
sentença; 
II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou 
culpa, não se valeu. 
 
JUSTIÇA DA DECISÃO E DA COISA JULGADA 
 
● Assistência simples: coisa julgada não atingirá o terceiro, será afetado, no entanto, 
reflexamente. OBSERVAÇÃO: Gera os efeitos do art. 123, CPC. 
● Assistência litisconsorcial: coisa julgada atingirá o assistente. 
 
 
 
● Justiça da decisão: assistente simples está vinculado. Litisconsorcial? Dependendo da 
corrente adotada, se: A) É assistente, sofre os efeitos; B) Não é assistente: não sofre os 
efeitos. 
 
AMICUS CURIAE (ARTIGO 138, CPC) 
 
Conceito: intervenção de terceiro desinteressado em processo em trâmite com o objetivo 
de contribuir com o juízo na formação de seu conhecimento. Possui interesse institucional, 
interesse legítimo no resultado da ação, interesse voltado à melhor solução possível do 
processo por meio do maior conhecimento da matéria e dos reflexos práticos da decisão. 
OBS: Não é possível acreditar na neutralidade. 
OBS: Não é interesse jurídico próprio - Assistente NÃO! 
Divergência doutrinária: mero auxiliar do juízo x terceiro interveniente atípico. 
● Condições alternativas para intervenção: A) relevância da matéria; especificidades do 
tema objeto da demanda; B) repercussão social da controvérsia. 
● Pessoa natural / jurídica / órgão ou entidade especializada. 
OBS: Deve ser demonstrada a representatividade adequada (interesse institucional) 
OBS: Pessoa Jurídica. 
● Pluralidade de requerimentos de terceiros para ingressar como amicus curiae 
(?) - Interessante Enunciado 82 da I jornada de direito processual civil do CJF 
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS 
 
● Quem pode pedir? partes, de ofício, ou o próprio terceiro. 
● Entendimento pacificado pelo STF - Momento limite para admissão: data da remessa 
dos autos à mesa para julgamento (Info 543 ADI 4.071 Agr/DF) 
OBS: STJ - Ingresso até o início do julgamento. 
 
 
 
Art. 138, §1º, CPC - não alteração da competência e impossibilidade de interposição 
de recursos (exceção ED IRDR - §3º) 
Poderes: determinados pelo juiz ou relator que deferirem a intervenção (art.138,§2, 
CPC) - Decisão recorrível. 
OBS: Tradicionalmente, o que se admite? 
 
DECISÃO 
A) que defere a intervenção: irrecorrível (art. 138, CPC) 
B) que indefere: recorrível (art. 1.021, CPC) - 2º grau; (art. 1.015, inciso IX, CPC) 
- 1ºgrau (entendimento doutrinário). 
OBS: STJ - Entendimento consolidado pela irrecorribilidade (QO no REsp 
1.696.396/MT) 
STF (Ausência de segurança jurídica) - recorribilidade e irrecorribilidade dias 
depois (Info 920 STF) 
 
 
AULA 14/05/2025 
DENUNCIAÇÃO DA LIDE (ARTS. 125 A 129, CPC) 
● Conceito: Instituto processual que possibilita que uma das partes traga ao processo 
um terceiro que tem responsabilidade de ressarci - la pelos eventuais danos advindos 
do resultado desse processo. 
● A denunciação da lide é facultativa, se a pessoa não o faz, ela vai precisar ajuizar uma 
nova ação. 
● Fator principal que legitima a intervenção - direito regressivo da parte contra terceiros 
● Espécie coercitiva > Se uma das partes denunciar a lide de um terceiro, ele é obrigado 
a participar > é uma espécie coercitiva para o terceiro, e não pela parte. É escolha dela, 
 
 
 
se ela não faz, o direito de regresso dela está assegurado, só que ela terá que ingressar 
com outro processo. 
● Denunciante e denunciado se tornam litisconsortes (art. 127 e 128, CPC) > A 
denunciação da lide pode ser feita por qualquer uma das partes, se a denunciação é 
promovida pelo autor da ação, o litisconsórcio é ativo, inicial, facultativo e unitário. Se 
a denunciação é proposta pelo réu, o litisconsórcio é passivo, ulterior, facultativo e 
unitário. > OBS: Há uma parcela doutrinária, contrariando a disposição legal, que 
afirma que o denunciado será um assistente do denunciante e não um litisconsorte 
(Nelson Nery) - Justificativa de que o terceiro não possui nenhum direito ao caso que 
está sendo discutido, consequência: possibilidade de gerar muitas possibilidades de 
fraude, seria algo prejudicial. 
● Demanda antecipada > Se o B não perde no processo, ele não tem direito nenhum em 
facede C. Quando C é denunciado à lide, ele não tem direito nenhum sendo discutido 
no processo. Ele tem algum tipo de interesse? Claro, pois ele tem uma relação jurídica 
com B, tanto que se ele não for denunciado a lide, ele pode espontaneamente pedir pra 
ser assistente nesse processo. Só que se ele não tem direito nenhum, ele não poderia 
ser um litisconsorte, mas sim um assistente. E se ele não tem direito, ele seria um 
assistente simples. Mas qual a consequência de C ser um assistente simples nesse 
caso? EX: A e B em acordo e provoquem um acidente, para que ambos sejam 
indenizados pela seguradora. A vai ajuizar uma ação em face de B, B vai denunciar a 
lide ao C. C não é um mero assistente simples? Ele pode, se ele quiser, reconhecer o 
pedido de A? Pode! O C pode fazer alguma coisa em relação a isso? Nada. Então 
considerar que temos uma figura de assistência e não de litisconsórcio é complicado, 
pois poderia gerar inúmeras possibilidades de fraudes. > Assim, realmente se 
considera como uma relação de litisconsórcio entre B e C. E outra razão também por 
considerar essa relação como litisconsórcio, pois conforme previsto no parágrafo 
único do artigo 128, que o cumprimento de sentença, depois que há condenação, pode 
ser feito em face do C, que foi denunciado. EX: A em um processo com B, sai 
vitoriosa e pode cobrar de C, que foi denunciado. Nesse sentido, essa é a segunda 
razão pelo qual deve ser considerado como uma relação litisconsorcial, pois não há 
como cumprir decisão judicial de um mero assistente simples. 
Art. 128. Feita a denunciação pelo réu: 
 
 
 
Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, 
requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação 
deste na ação regressiva. 
OBS: Enunciado 121 FPPC > Esse enunciado reafirma o exposto no parágrafo único do artigo 
128. 
“(art. 125, inciso II, art. 128, parágrafo único) O cumprimento da sentença diretamente contra 
o denunciado é admissível em qualquer hipótese de denunciação da lide fundada no inciso II 
do art. 125”. 
● Demanda incidente > pois há um processo em curso, e haverá uma denunciação dentro 
do processo que já existe, ou seja, um incidente, regressiva eventual > só é analisada 
caso o denunciante perca no processo principal, afinal ela só tem direito de regresso se 
ela perder, e antecipada > pois quando é feita a denunciação da lide, o direito de 
regresso ainda não existe, por razão de economia processual, o legislador possibilitou 
essa regressão. 
HIPÓTESES DE CABIMENTO (ARTIGO 125º, CPC) 
Ocorre na evicção ou 
1. Primeira hipótese → Evicção > perda de um bem por decisão judicial 
2. Segunda hipótese → Quando a parte tem algum tipo de garantia, seja ela legal, seja 
contratual. EX: Contrato de seguro, A e B envolvidos em um acidente de trânsito, A 
alega que B foi o causador do acidente, então entra com ação contra o mesmo. B, ao 
perder o processo, entrará com pedido de regresso à seguradora. 
3. Há alguns posicionamentos > Teoria restritiva > Quando a denunciação da lide for 
feita não é possível levar ao processo um fundamento jurídico novo > STJ tem vários 
julgados se posicionando nesse sentido, mas parece que está modificando o 
entendimento. Julgados recentes, o STJ diz que o juiz deve analisar cada caso 
(antigamente era aplicado de plano, ou seja, não podia, de forma alguma, trazer novo 
argumento jurídico), verificando se ao denunciar a lide e trazer um argumento jurídico 
não irá prejudicar quem não fez a denunciação da lide. 
4. Questões importantes: Denunciação é facultativa para a parte, quanto ao terceiro, a 
denunciação é coercitiva. 
 
 
 
5. Denunciante e Denunciado se tornam litisconsortes (Art. 127 e 128, I, CPC): Se a 
denunciação é promovida pelo autor, o litisconsórcio é ativo, inicial, facultativo e 
unitário. Já para o réu, o litisconsórcio é passivo, ulterior, facultativo e unitário. 
● Possível a condenação e cumprimento de sentença diretamente contra o denunciado. 
CPC/2015 adotou este entendimento no parágrafo único do artigo 128. 
 Art. 128. Feita a denunciação pelo réu: 
Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, 
requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação 
deste na ação regressiva. 
Enunciado 120 FPPC 
“(ART. 125, §1º, ART. 1.072, inciso II) A ausência de denunciação da lide gera apenas a 
preclusão do direito de a parte promovê - la, sendo possível ação autônoma de regresso.” 
A) Comprador Evicto (Inciso I): demandado o adquirente de coisa, sua perda em razão de 
decisão judicial > Previsão expressa artigo 125, inciso I > só pode ser feita ao 
alienante imediato > comprador evicto só pode ingressar com ação ao alienante 
imediato. 
Denunciação per saltum > Denunciação ao alienante mediato. EX: A denunciaria o D, ele ta 
pulando o alienante imediato. 
Denunciação sucessiva: A denunciaria C, e C denunciaria D. A denunciação sucessiva é 
permitida, mas uma única vez no processo (Art 125, parágrafo 2) 
 
DENUNCIAÇÃO DA LIDE “PER SALTUM” 
O caput do art. 456 do CC previa que a denunciação poderia ser feita na pessoa do 
alienante imediato ou em qualquer dos anteriores. Na interposição dessa norma, formou - se 
doutrina majoritária no sentido de que seria permitida a chamada denunciação per saltum, ou 
seja, o denunciante poderia escolher qualquer um dos sujeitos que participou da cadeia de 
transmissão do bem, mesmo aqueles que não tivessem mantido qualquer relação jurídica de 
direito material com ele (enunciando 29 do CJF). 
 
 
 
A denunciação per saltum se prestava a evitar fraudes comuns, verificadas quando o 
alienante imediato não tem nenhum patrimônio e não conseguirá responder pelos danos 
suportados pelo adquirente, enquanto o sujeito que alienou o bem a ele é extremamente 
saudável economicamente e ficaria a salva de responsabilização sem essa espécie diferenciada 
de denunciação da lide. 
 O art. 125, inciso I do CPC parece ter repudiado a denunciação per saltum ao prever 
expressamente que a denunciação deve ter como denunciado o alienante imediato, tendo, 
portanto, incluído o termo “imediato” ao texto que substituiu o do art. 70, inciso I do 
CPC/1973. Além disso, o art. 1.72, inciso II, do CPC, revogou o art. 456 do CC, de forma a 
não haver mais norma legal que justifique a admissão da chamada denunciação per saltum. 
 
Proibido por estar expressamente no CPC, e por ter ocorrido a revogação do artigo 456 do 
CC 
EXEMPLOS 
I - EVICÇÃO II - DIR. REGRESSO 
A (compra um carro de B) → B A → B 
C (dono do carro) entra com ação C (seguradora) 
 
 
Art 125, parágrafo 2 - É possível a denúncia sucessiva, mas apenas uma única vez no 
processo (receio de gerar uma cadeia longa de denunciações que frustraria um dos próprios 
objetivos do instituto. 
● A denunciação ser feita tanto pelo autor (raro) quanto pelo réu: 
Se a denunciação é feita pelo autor, como funciona o procedimento? Ocorre na petição 
inicial, o autor apresenta a petição e faz a denunciação da lide, abre um tópico para falar 
sobre, fala a hipótese (art. 125, I ou art. 125, II) → Há algumas questões, como o prazo de 
chamamento da denunciação da lide > aplica - se o artigo 131, CPC (que trata de chamamento 
 
 
 
ao processo, mas é utilizado para denunciação da lide), sendo um prazo de 30 dias. No caso, 
esse prazo é para que o autor providencie os meios para que o denunciado seja citado. Quando 
feita pelo autor e o denunciado vem ao processo, ele vira litisconsorte dele, e o que esse 
denunciado pode fazer? Pode apresentar uma petição inicial para apresentar fundamentos 
jurídicos complementares. 
Quando é feita pelo réu, essa denunciação deve ser feita na contestação,abrindo um 
tópico para a denunciação da lide. Providenciando o endereço do denunciado também, prazo 
de 30 dias. O denunciado tem a possibilidade de atuar de mais formas (art. 128 do CPC), 
podendo atuar de três formas, sendo: 
Art. 128. Feita a denunciação pelo réu: 
I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá 
tendo, na ação principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado; EX: A tem uma ação 
contra B, B faz denunciação a lide contra C, C vem ao processo e contesta os fatos 
alegado por A, nesse caso, B e C viram litisconsortes. Quando C contesta o pedido do 
autor, entende - se que ele aceita a denunciação da lide. 
II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa, 
eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva; 
EX: A tem uma ação contra B, B faz denunciação a lide contra C, C não aparece no 
processo e fica revel, presumindo a veracidade dos fatos. Nesse caso, se A sai vitorioso, 
na prática, B e C é o responsável. 
 
III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o 
denunciante poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir 
apenas a procedência da ação de regresso. - A tem uma ação contra B, B faz denunciação 
a lide contra C, C concorda com os fatos alegados contra B. Nesse caso, B pode 
continuar a defesa contra A, ou pode só focar na relação dele e de C, pra que caso A saia 
vitoriosa, quem responde pecuniariamente é C. 
(inciso III) - postura denunciante (?) 
 
 
 
OBS: A Professora entende que o denunciado poderia somente contestar a denunciação da 
lide. 
● Se o réu não faz a denunciação da lide na contestação - preclusão! 
● Quem pode recorrer quando a denunciação da lide for inadmitida? Se A e B estão em 
um processo e B propõe uma denunciação da lide que não é admitida, só B pode 
recorrer. 
CHAMAMENTO AO PROCESSO (ARTIGO 130 A 132, CPC) 
Conceito: Espécie coercitiva de intervenção de terceiros pela qual o réu pode chamar 
terceiro ao processo em situações nas quais se verifique uma coobrigação gerada pela 
existência de mais um responsável pelo cumprimento da obrigação perante o credor. > Se 
baseia na ideia de coobrigação, tratando de solidariedade no direito material. É uma espécie 
coercitiva (para o terceiro). Consequência jurídica na demanda originária> Para alguns da 
doutrina > 1) formação de litisconsórcio facultativo passivo ulterior ou 2) formação de duas 
ações: uma originária entre autor e réu e outra criada entre o réu e o chamado ao processo - 
Justificativa: art. 275 do CC (o credor, quando está diante de uma dívida solidária, ele pode 
escolher de quem ele quer cobrar) - o chamado seria assistente (litisconsorcial). 
Art. 132, CPC > A sentença que for cumprida por alguns dos réus, ela vale como título 
executivo em face dos outros litisconsortes. (ou seja, se eu tenho uma dívida solidária, e eu 
quitar essa dívida de forma integral, eu tenho um título executivo para ser reembolsado pelos 
outros devedores solidários.) 
 
OBS: Sobre a demanda de entrega de medicamentos, no Brasil, é uma obrigação 
solidária entre todos os entes federativos. A professora mostra um exemplo de um caso onde 
uma pessoa precisava fazer uso do medicamento mas o município não fornecia esse 
medicamento para ela, nesse caso, ela precisou forçar o fornecimento desse medicamento. Em 
uma hipótese onde ela ajuiza uma ação contra o município, ela não pode chamar ao processo a 
união. 
O chamamento só é possível em casos de solidariedade em obrigações de pagar quantia 
certa. 
 
 
 
STF SOBRE DEMANDA DE MEDICAMENTOS > TEMA 6 STF: Decidiu se o 
medicamento está dentro ou fora da lista ele deveria ser fornecido? STF pacificou que, por 
regra, a justiça não pode determinar que o estado forneça medicamentos que não estejam na 
lista oficial do SUS. 
TEMA 1.234 STF - Quem acionar para a demanda do medicamento? STF definiu que 
demandas sobre medicamentos que não estejam na lista do SUS mas estejam na lista da 
Anvisa, serão tramitados na justiça federal quando o valor anual do tratamento for igual ou 
superior a 210 salários mínimos, nestes casos os medicamentos custeados integralmente pela 
união. Quando o custo anual unitário do medicamento for de 7 a 210 salários mínimos, os 
casos permanecem na justiça estadual. 
HIPÓTESES DE CABIMENTO (ARTIGO 130, CPC) 
 Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: 
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; > EX: Contrato de locação entre A e B, 
B para de pagar esse contrato e esse contrato de locação está assegurado por uma garantia 
simples que é a fiança. O locador, ele pode ajuizar uma ação de cobrança em face do 
locatário, obviamente, já que eles possuem uma relação jurídica, mas ele pode ajuizar uma 
ação de cobrança em face do fiador (que seria C), e nesse caso C chamaria B ao processo. 
Caso o fiador queira se valer do benefício de ordem na fase executiva, DEVE chamar o 
afiançado. Contrário não é admitido. 
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; 
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o 
pagamento da dívida comum. 
OBSERVAÇÃO: Impossível chamar a União em demanda de medicamento contra o 
Estado e limitado o chamamento dos devedores solidários na obrigação de pagar 
quantia certa. 
OBSERVAÇÃO: Demanda de medicamentos? > Pacificado pelo STJ que o 
chamamento ao processo não é adequado às ações que tratam de fornecimento de 
medicamentos. Isso porque tal hipótese, prevista no dispositivo legal mencionado (art. 
77, inciso III, do CPC), é típica de obrigações solidárias de pagar quantia. Tratando - 
 
 
 
se de hipótese excepcional de formação de litisconsórcio passivo facultativo, 
promovida pelo demandado, não se admite interpretação extensiva para alcançar 
prestação de entrega de coisa certa. O Min. Relator também destacou no julgado do 
STF cuja conclusão foi de que o chamamento ao processo da União por determinado 
estado - membro revela - se medida protelatória que não traz nenhuma utilidade ao 
processo, além de atrasar a resolução do feito, revelando - se meio inconstitucional 
para evitar o acesso aos remédios necessários para o restabelecimento da saúde do 
enfermo. 
OBSERVAÇÃO: Em qualquer hipótese de chamamento, deve - se atentar para a 
formação de um litisconsórcio multitudinário e, portanto, da sua possível limitação 
(art. 113, §1º, CPC) 
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa 
ou passivamente, quando: 
§ 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na 
fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a 
rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença. 
PROCEDIMENTO DO CHAMAMENTO (ARTIGO 131 E 132, CPC) 
● Feito por tópico na contestação (pois só é feito pelo réu), com demonstração da 
hipótese de cabimento. 
● Alguns doutrinadores falam sobre a hipótese do réu apresentar seu chamamento sem 
uma contestação. É possível? Sim, pois ele traz outros devedores ao processo que vão 
responder solidariamente com ele. 
● Prazo para realização do chamamento (Artigo 131, CPC) > 30 dias, o prazo no caso é 
para providenciar as informações para que o chamado seja citado. 
● Sentença de procedência - forma um título executivo em favor do réu que satisfaz a 
dívida (art. 132, CPC) . EX: B satisfaz a dívida de forma integral, ele pode cobrar em 
face de C. 
 
 
 
 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
Vedação no art. 88 do CDC, para denunciação da lide > toda vez que for ajuizada uma ação 
que trata do direito do consumidor, é vedada a denunciação. A justificativa é de que, embora a 
denunciação beneficie no sentido de economia processual, gera também maior complexidade,e às vezes o consumidor não quer um processo mais complexo. 
O código veda denunciação da lide mas permite o chamamento ao processo (atecnia > 
doutrinadores dizem que não foi uma atecnia, pois criou - se uma relação de solidariedade 
forçada entre a seguradora e o réu, que na realidade não existe, visto que não há uma 
coobrigação entre a seguradora e o réu) da seguradora quando o réu tiver com este terceiro 
um contrato de seguro de responsabilidade (art. 101, II, CDC) . 
 Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem 
prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as seguintes normas: 
 II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade poderá chamar ao processo o 
segurador, vedada a integração do contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta 
hipótese, a sentença que julgar procedente o pedido condenará o réu nos termos do art. 80 do 
Código de Processo Civil. Se o réu houver sido declarado falido, o síndico será intimado a 
informar a existência de seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso afirmativo, o 
ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o segurador, vedada a denunciação da 
lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensado o litisconsórcio obrigatório com este. 
INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA (ARTS. 
133 A 137, CPC) 
Introdução: Incidente é obrigatório para a desconsideração da personalidade jurídica (art. 
795, §4º, CPC). OBS: Art. 134, §2º, CPC - hipótese de dispensa. 
Conceito: Incidente Processual que delineia regras procedimentais para a desconsideração da 
personalidade jurídica da PJ a fim de que o patrimônio dos sócios possa ser atingido (essa é a 
regra), no caso é a desconsideração clássica, onde a gente desconsidera a personalidade 
juridica da PJ, para atingir o patrimônio dos sócios secundários. Atualmente temos a hipótese 
da desconsideração inversa da personalidade jurídica, onde a gente vai desconsiderar a 
personalidade jurídica da pessoa física, para atingir o patrimônio da empresa, esse incidente 
está previsto no Art. 133, §2º, CPC, e serve para fazer tanto a desconsideração clássica, 
 
 
 
quanto a inversa. É um incidente que é obrigatório para desconsiderar a personalidade 
jurídica, ou seja, caso seja o objetivo a desconsideração da personalidade jurídica, esse 
incidente precisa ser instaurado, tem uma exceção, caso essa desconsideração da 
personalidade jurídica seja requerida na petição inicial, não há instauração de incidente. 
O que é um incidente? Incidente é algo que vai incidir no processo principal que já está em 
curso. No caso de ser pedida a desconsideração da personalidade jurídica na petição inicial, 
não há incidente, pois a desconsideração vai seguir o procedimento do processo que já está 
em curso, não há nada incidental. 
Desconsideração clássica: ex: em uma relação de consumo, temos uma ação de consumo onde 
o consumidor ajuiza uma ação de reparação de danos em face do fabricante e o fabricante não 
tem meios para arcar com os danos gerados ao consumidor, pode ser requerida a 
desconsideração da personalidade jurídica para atingir o patrimônio dos sócios, na hipótese da 
desconsideração da personalidade jurídica lá no âmbito do direito do consumidor. 
 
A desconsideração no âmbito de direito de família, o que tem ocorrido bastante são casos 
onde há o ajuizamento de ação em face da própria pessoa física, e a pessoa está colocando seu 
patrimônio inteiro no nome da empresa, assim, na hora do divórcio ela não partilha bens. E 
assim, no exemplo do divórcio, a gente pode pedir a desconsideração inversa. 
 
Desconsideração: tem natureza constitutiva > criação de nova situação jurídica. A professora 
diz que temos que ter em mente que desconsideração não é sinônimo de processo de falência. 
Nós vamos desconsiderar a personalidade jurídica no processo específico, aquilo não se 
estende para outro processo. 
Incidente de desconsideração consagra o entendimento do STJ de que estando presentes os 
pressupostos para a desconsideração e conseguindo o credor prova - los de forma incidental, 
desnecessário o processo autônomo, sem necessidade de outro processo. STJ já entendia 
assim, CPC só ratificou o entendimento do STJ, e esse entendimento foi fundado nos 
princípios da celeridade e economia processual. 
 
 
 
● Execução fiscal o STJ entende que não é necessário a instauração do incidente, 
entendendo que pode haver o redirecionamento da execução, sem instaurar o 
incidente. 
 
Pressupostos para a desconsideração: Não estão previstos no CPC, estão previstos na Lei de 
direito material, então por exemplo, se a relação é uma relação de consumo, ela vai estar 
prevista no código de defesa do consumidor, se a relação é uma relação civel, ela vai estar 
prevista no código civil, se for uma relação tributária, está no código tributário nacional. O 
CPC não traz os pressupostos, ele apenas traça o procedimento para que essa desconsideração 
ocorra. 
A Desconsideração da personalidade jurídica clássica (Ocorre no Código Civil e no Código de 
Defesa do Consumidor): a sociedade empresarial é a devedora principal mas não é possível 
atingir o patrimônio dela, então a gente pede a desconsideração para atingir os responsáveis 
patrimoniais secundários, que são os sócios. 
OBSERVAÇÃO: Jurisprudência vem criando novas modalidades de desconsideração da 
personalidade jurídica, como por exemplo, a desconsideração da personalidade jurídica 
inversa (que tem ocorrido muito o direito de família) é uma criação jurisprudencial, não é uma 
criação da legislação. Existem outras criações, como por exemplo, desconsideração entre 
empresas do mesmo grupo econômico (STJ - AgRg no REsp 1.229.579/MG) desconsideração 
da personalidade jurídica inversa, inclusive quando a devedora for EIRELLI. 
 
MOMENTO DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
● Qual o momento que o incidente da desconsideração da personalidade jurídica por ser 
instaurado? Há qualquer momento do processo; 
● A desconsideração da personalidade jurídica pode ocorrer em: Art. 134, CPC: Todas 
as fases do processo de conhecimento, fase de cumprimento de sentença e execução de 
título executivo extrajudicial. 
● Art. 1062, CPC: Também cabível nos Juizados Especiais. 
 
 
 
 
PROCEDIMENTO 
1) A parte ou o MP vão fazer esse pedido (Art. 133, CPC). O juiz não pode em qualquer 
hipótese determinar de ofício a desconsideração da personalidade jurídica. Ele tem que 
ser sempre provocado para instaurar o incidente, de ofício ele não pode. 
2) O pedido da parte é feito em uma petição com pedido + fundamentação para a 
justificativa da desconsideração. Quando a gente tem que deduzir a justificativa, a 
gente tem que demonstrar que os pressupostos para a desconsideração estão presentes 
(esses pressupostos vai depender conforme a relação material, que está disciplinada na 
lei material). 
3) Se feita na petição inicial, o incidente não é instaurado, deve - se abrir tópico 
específico para o pedido na petição, fundamentando e dizendo qual é a hipótese de 
cabimento. Assim que apresentado o pedido, a instauração do incidente é 
imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas (vai constar no 
processo que há o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, conforme 
art. 134, §1º, CPC), e assim que instaurado o incidente, suspende - se o processo. Por 
qual motivo o processo é suspenso? Para que seja resolvido primeiramente o 
incidente, isso vai ser fundamental para o desenrolar do processo instaurado. 
4) Se o pedido de desconsideração é realizado na petição inicial, não há suspensão do 
processo, pois o procedimento segue o mesmo. 
5) Enunciado 110 na II jornada de Direito Processual Civil do CJF - interpretação contra 
legem. Ele vai falar que a instauração da desconsideração da personalidade jurídica 
nãosuspenderá a tramitação do processo de execução e do cumprimento da execução 
originária. Esse enunciado é meramente interpretativo, ele é contra legem, pois há uma 
previsão no CPC de que, instaurado o incidente, há a suspensão do processo. Qual a 
justificativa dada para esse incidente? A justificativa é de que suspender o processo 
para o exequente, geraria um prejuízo, afinal, quanto mais rápido o exequente 
satisfizer os seus direitos, para ele é melhor, e por conta disso, foi criado esse 
enunciado. 
● Há uma divergência doutrinária sobre quando é instaurado um incidente: Uma 
parte da doutrina diz que o mero pedido de instauração da desconsideração 
pela parte já é suficiente para considerar que o incidente está instaurado, e 
outra parte da doutrina diz que é necessário que o juiz dê uma decisão que 
 
 
 
admite a instauração. Qual a diferença prática de considerar quando é feito o 
pedido ou de quando o juiz analisa o pedido e defere o incidente? É que entre 
um marco temporal e outro, pode ter muita diferença de tempo. 
● A melhor interpretação, no sentido de segurança jurídica, parece ser a 
instauração do mero pedido da parte, afinal o juiz pode demorar a analisar e 
deferir, e nesse tempo pode ocorrer dilapidação de patrimônio. 
● Feito o pedido e deferido a instauração do incidente, qual o próximo passo do 
procedimento? Teremos a citação do sócio (clássica) ou pessoa jurídica 
(inversa) para se manifestar e poder requerer também a produção de provas no 
prazo de 15 dias, disposição do artigo 135 do CPC. Com relação do sócio ou 
da pessoa jurídica se manifestar, há duas observações. A primeira é a de que, 
nós temos, como previsto no CPC, a escolha pelo contraditório tradicional, que 
é, uma pessoa faz o pedido, o juiz recebe esse pedido e dá a vista para a parte 
contrária se manifestar, antes de decidir sobre esse pedido. Nós temos uma 
preferência pelo exercício do contraditório tradicional, porém, há algumas 
hipóteses nas quais o STJ já considerou que é possível no incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica o contraditório diferido, ou 
postecipado/postergado. O contraditório diferido acontece quando a parte faz o 
pedido, e ao invés do juiz dar vista para a parte contrária se manifestar, ele 
decide, e posteriormente a decisão, ele dá a vista para a outra parte. O 
contraditório não deixa de ocorrer, ele apenas acontece de forma diferida. Para 
que aconteça de forma diferida, deve ter uma justificativa. No caso da 
desconsideração da personalidade jurídica, uma possível justificativa para o 
contraditório diferido, é de os sócios estarem dilapidando patrimônio, ai para 
evitar isso, o juiz decide primeiro, ai ele desconsidera desde logo a 
personalidade jurídica e depois dá vista para os sócios se manifestarem. 
● Se necessária, haverá a produção de provas com relação ao incidente, e após 
produção de provas no procedimento tradicional o juiz decide. Via de regra 
essa decisão vai ser feita por decisão interlocutória, pois assim que instaurado 
o incidente o processo principal fica suspenso, se fica suspenso, essa decisão é 
no meio do processo, sendo uma decisão interlocutória, e essa decisão é objeto 
de recurso (no caso de decisão interlocutória, cabe o agravo de instrumento). 
Não é ideal que essa decisão conste na sentença, o ideal é que ela seja dada 
 
 
 
antes, mas ela pode ser dada em sede de sentença na hipótese do pedido de 
instauração seja feito na petição inicial, afinal não há suspensão do processo. 
Caso ele decida só em sede de sentença, cabe apelação. E se o relator do 
tribunal decidir em sede recursal, cabe agravo interno (art. 136, CPC). 
● O STJ tem decisão no sentido de que, feito o pedido de desconsideração da 
personalidade jurídica e o pedido foi indeferido, se o processo continuar e 
posteriormente houver uma nova fundamentação fática que gere possibilidade 
de outro pedido, ele pode ser feito. Ou seja, em um processo só, pode - se ter 
mais de um pedido de desconsideração da personalidade jurídica. 
● Quando temos a instauração do incidente de desconsideração da personalidade 
jurídica, o advogado não trabalha mais? Sim! Nesse caso o advogado não 
deveria receber a mais? Sim. Porém o STJ entende que não, pois no art. 85, 
que traz as hipóteses onde são cabíveis os honorários advocatícios 
sucumbenciais, não tem a previsão de cabimento em incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica, então o STJ entende que não cabe. 
A doutrina entende que sim, afinal o advogado trabalha mais. 
 
FRAUDE À EXECUÇÃO 
Quando uma pessoa está fraudando a execução, está dando um jeito para que a execução não 
se efetive. No caso do incidente da desconsideração da personalidade jurídica, o art. 137 vai 
dizer que o acolhimento do pedido de desconsideração da personalidade jurídica vai gerar 
efeito de que a alienação ou oneração de bens dos sócios na desconsideração clássica vai ser 
considerada fraude à execução. Quando essa alienação ou oneração de bens é considerada 
fraude à execução, a consequência é que ela é ineficaz com relação a quem requereu a 
execução a desconsideração da personalidade jurídica. 
● Segundo o Art. 137 do CPC, vai ser considerada fraude à execução a partir do 
momento em que essa alienação ou oneração ocorrer depois que o pedido da 
desconsideração da personalidade jurídica já foi acolhido. EX: Foi feito o pedido, 
foram produzidas provas ou não foram produzidas provas, o juiz vai decidir e acolhe o 
pedido de desconsideração da personalidade jurídica, se a partir daquele momento o 
sócio onera ou aliena o bem, ele está agindo em fraude à execução. Qual a 
 
 
 
consequência da gente considerar que o sócio está agindo em fraude à execução? Essa 
alienação ou oneração não vai ter eficácia quanto aquela pessoa que fez o pedido da 
desconsideração. 
● O art. 792 prevê fraude à execução a partir da citação da parte cuja personalidade 
pretende se desconsiderar. É possível visualizar que o previsto no artigo 792 é bem 
anterior ao que está previsto no artigo 137, afinal o 137 fala que é a partir de quando o 
pedido é acolhido. 
Qual o dispositivo que a gente aplica e qual o problema? EX: Tô citando a fabricante, a partir 
desse momento se os sócios dessa fabricante alienarem os bens, já estão praticando fraude à 
execução, e o que acontece? Muitas vezes na prática nós temos empresas grandes onde os 
sócios não são comunicados assim que a pessoa jurídica foi citada em uma ação, então eles 
podem estar vendendo o seu patrimônio, sem saber da existência da ação, sem ter qualquer 
objetivo de fraudar a execução, e se a gente considerar que o momento é justamente a citação 
(792, §3º), eles vão estar incorrendo em fraude à execução. 
Se estamos falando de fraude à execução, o dispositivo legal que deve ter preferência para 
aplicação é o dispositivo legal que está contido onde a gente disciplina a fraude à execução. 
Então a doutrina vai dizer que, parece que o legislador considerou que todos os sócios têm 
ciência da ação assim que a pessoa jurídica for citada, pois na prática o que prevalece é o 
artigo 792, §3. 
COMPETÊNCIA (ARTIGO 42 A 66, CPC) 
Não é somente o CPC que vai dispor sobre a matéria de competência; 
Conceito Tradicional: “Quantidade de jurisdição delegada a um determinado órgão ou grupo 
de órgãos.” (Liebman) > Essa conceituação é amplamente difundida, mas qual o problema? 
Por ela, temos a impressão de que podemos dividir a jurisdição, mas a jurisdição é una e 
indivisível. 
Conceito atual: Competência como limitação do exercício legítimo da jurisdição, eu nao 
divido a jurisdição, ela é una. Mas eu posso limitar o exercício da jurisdição. 
PQ existe essas regras de competência? Imagine que todo magistrado, uma vez investido no 
cargo tem jurisdição una e indivisível, ou seja, ele teria jurisdição sobre todo território 
nacional, agora imagine se esses juízes tivessem jurisdição

Mais conteúdos dessa disciplina