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Questões resolvidas

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CONCEITO DIREITO PENAL 
É um conjunto das normas jurídicas que, mediante a
cominação de penas, estatuem os crimes, bem como
dispõem sobre seu próprio âmbito de validade, sobre a
estrutura e elementos dos crimes e sobre a aplicação e
execução das penas e outras medidas nelas previstas.
PRINCÍPIOS
a) LEGALIDADE – segundo o artigo primeiro do CP – não há crime sem
lei anterior que o defina (o sujeito ativo para ser punido por uma
infração penal o crime ou contravenção penal deverá sempre estar
prevista em lei), bem como não há pena sem previsão legal.
O princípio da legalidade se subdivide em: reserva legal e
anterioridade, que são considerados subprincípios.
O princípio da anterioridade ou da irretroatividade da norma penal
incriminadora, significa que uma pessoa só será punida pela lei penal
que estiver em vigor na data da conduta prevista como crime.
Cabe ressaltar, que a lei posterior só pode retroagir à data do fato para
beneficiar o acusado, para prejudicar jamais. Esta retroatividade pode
ocorrer até após o transito e julgado da sentença condenatória
• b) PRINCIPIO DA TAXATIVIDADE – todo crime ou contravenção deve 
estar previsto em lei, de forma clara, ou seja, sem deixar margem a 
dúvida.
•
• c) PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA – o juiz ao aplicar a 
pena ao réu deve observa o que ele fez, logo a pena não deve ser 
padronizada
•
• d) PRINCÍPIO DA HUMANIDADE – o direito penal deve se guiar pela 
benevolência, garantindo o bem-estar da coletividade, incluindo-se os 
condenados, razão pela qual a Constituição Federal proíbe pena de 
morte, caráter perpétuo, trabalhos forçados, de banimento, cruéis 
(art. 5º, XLVII da CF) e assegura o respeito à integridade física e moral 
do preso – art. 5º, XLIX da CF.
e) PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE (responsabilidade penal) art. 5º, XLV da CF – a pena 
não passará da pessoa do réu.
f) PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA – o direito penal não deve interferir
excessivamente na vida do indivíduo, ao ponto de lhe tirar a autonomia e liberdade.
A lei penal não pode ser primeira opção (prima ratio) pelo legislador para resolver os
problemas existentes na sociedade, ou seja, deve ser ultima ratio, ou seja, a última
solução a ser adotada pelo Poder Legislativo.
g) PRINCÍPIO DA FRAGMENTALIDADE – nem todas as lesões aos bens jurídicos
protegidos devem ser tuteladas pelo direito penal, tendo em vista que nem todos os
ilícitos configuram infrações penais. O direito penal é a última etapa de proteção ao
bem jurídico.
h) PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE – ninguém será penalmente punido se não tiver agido
com dolo ou culpa – responsabilidade subjetiva. A regra é estar solto.
Excepcionalmente preso.
i) PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE as penas devem ser proporcionais com a natureza do
crime, logo descabido exagero, nem tão pouco a extrema liberalidade na cominação das
penas nos tipos penais incriminadores.
Ex. Um furto não pode ter uma pena minima de 20 anos e um homicidiopunir um fruto com
uma pena de 20 anos e um homicídio coma pena de multa.
j) PRINCÍPIO DO NE BIS IN IDEM (vedação da dupla punição pelo mesmo fato) – significa que
nenhum individuo pode ser punido duas vezes pela prática da mesma infração.
k) PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU BAGATELA - é uma causa de exclusão de tipicidade
(supralegal), possui requisitos objetivos e subjetivos para que possa ser aplicado ao caso
concreto.
Requisitos objetivos:
a) mínima ofensidade da conduta,
b) ausência de periculosidade social da ação,
c) o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento,
d) Inexpressiva lesão jurídica.
l) PRINCÍPIO DA LESIVIDADE OU OFENSIVIDADE – não se pode aceitar a
incriminação de conduta não lesiva. Ex. o pensamento de uma pessoa
m) PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO OU ABSORÇÃO - por este princípio o
crime fim absorve o crime meio, logo o réu só responde por uma
infração penal (crime fim).
Exemplo: Um homem invade um domicílio para furtar, neste exemplo o
crime de furto (crime fim) absorve o crime de violação de domicilio
(crime meio), logo o réu responderá apenas pelo art. 155 do CP (furto)
O princípio da consunção, também chamado de princípio da absorção se
aplica nas seguintes hipóteses: a) crime progressivo; b) progressão
criminosa; c) crime complexo.
CONTINUAÇÃO DO PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO
1.CRIME PROGRESSIVO – o crime progressivo é quando o sujeito ativo deseja desde o
início da sua conduta criminosa um resultado mais grave, ou seja, mediante diversos
atos, realiza sucessivas e crescentes violações ao bem jurídico.
Ex . para matar alguém é necessário que antes o agente lesione a mesma pessoa. Há
uma pluralidade de atos.
2.PROGRESSÃO CRIMINOSA – o sujeito ativo tem inicialmente um desejo de um
resultado, após atingi-lo, pratica novo fato, ou seja, o agente modifica seu intento
durante a execução do fato.
Ex. Paulo Roberto inicialmente quer lesionar Marco Antônio, mas durante a execução
do crime de lesões corporais, altera o dolo e resolve matar
3.CRIME COMPLEXO – o crime complexo é aquele que possui duas ou mais infrações
penais autônomas reunidas em um único tipo penal – latrocínio do artigo 157, § 3º do
CP = este tipo penal reúne dois crimes autônomos: roubo + homicídio
n) PRINCIPIO DA ESPECIALIDADE - determina que a lei especial prevalecerá sob a
norma geral. (o código penal é uma norma geral). Considera especial a norma
que contém todos os elementos de outra (geral), além de mais alguns
considerados especializantes. Ex: Homicídio culposo de trânsito (art. 302 do CTB)
é especial em relação ao culposo do CP (art. 121,§ 3º do CP).
o) PRINCIPIO DA ALTERNATIVIDADE – se aplica aos tipos penais mistos (de ação
múltipla ou conteúdo variado) ou também chamados alternativos, possuem
vários núcleos do tipo (verbos), separados pela conjunção alternativa “ou”. Neste
caso acusado só responde só por um crime, mesmo que cometa mais de uma
conduta proibida no tipo penal no mesmo contexto fático.
Ex. João armazenava, transportava e vendia drogas todos os dias. Neste exemplo
apesar de realizar 3 condutas previstas no art. 33 da Lei de Drogas –
11.343/2006, responderá apenas por um crime de tráfico.
LEI PENAL NO TEMPO
A lei penal no tempo serve para determinar em qual momento ocorreu
a infração penal, ou seja, “quando” o crime foi praticado. Logo, para
que seja aplicado ao caso concreto a justa lei penal, se deve definir o
tempo do crime.
Em regra, tendo como base o princípio da legalidade a lei penal que
deve ser aplicada, é aquela vigente no momento da realização da
conduta criminosa. Mas, existe exceção a esta regra, quando a lei
posterior à conduta criminosa, for mais benéfica, essa pode retroagir
para favorecer o réu.
Art. 4º do CP – considera praticado o crime no momento da ação ou omissão –
independentemente do momento do resultado – observa que o CP adotou
claramente a Teoria da Atividade.
Ex.: Quando João atirou (atividade) no Paulo, tinha 17 anos, mas quando Paulo
morreu, João já tinha 18 anos – logo, não responde pelo crime de homicídio, pois
QUANDO atirou era menor (inimputável).
A doutrina aponta três teorias para explicar o momento do crime, ou seja, quando
ele ocorre segundo a lei penal brasileira, senão vejamos: Teoria da atividade, Teoria
do resultado e Teoria da ubiquidade ou mista.
a) Teoria da atividade – o crime ocorre no momento da conduta comissiva ou
omissiva. No Direito Penal brasileiro é essa a teoria adotada;
b) Teoria do resultado – para essa teoria o delito ocorre no momento da
produção do resultado;
c) Teoria da ubiquidade ou mista – considera o crime praticado no momento
da conduta ou no momento do resultado.
VACATIO LEGIS
“Vacatio legis” – é o período entre a publicação e entrada em vigor de
uma lei. Neste período de vacatio legis – se a lei piora ou melhora a
situação do réu, não se aplica a lei.
Atenção !!! – algumas vezes, a lei entra em vigor na data da sua
publicação.
É POSSÍVEL APLICAR E LEI PENAL ANTES DE ACABAR A 
VACÂNCIA?
Não, pois durante o período de vacância não há uma norma nova, mas
sim uma expectativa de lei.
Essa regra tambémvigor da Lei B,
Joelerson foi capturado e iniciou o cumprimento da pena. Diante dessa situação hipotética,
assinale a afirmativa correta.
A) Joelerson somente faria jus à redução da pena se a execução da condenação fosse
iniciada antes da entrada em vigor da Lei A.
B) Joelerson somente faria jus à redução da pena se a execução da condenação fosse
iniciada antes da entrada em vigor da Lei B.
C) Joelerson faz jus à redução da pena, independentemente do trânsito em julgado da
sentença condenatória e da entrada em vigor da Lei B.
D) Joelerson não faz jus à redução da pena, pois ambas as leis citadas entraram em vigor
após o trânsito em julgado da sentença condenatória.
ALTERNATIVA CORRETA - C
O art. 2º, parágrafo único, do Código Penal assegura que a lei mais
benéfica retroage para favorecer o condenado, independentemente
do momento em que a condenação foi proferida.
SÚMULA 611, STF: Transitada em julgado a sentença condenatória,
compete ao Juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.
EXAME DA OAB 42
Maria, brasileira e residente no Brasil, resolveu viajar para o exterior e lá praticar
o delito de embriaguez ao volante, que, embora típico no Brasil, no país onde
seria praticado não é tipificado. Ao retornar ao Brasil, os fatos foram noticiados às
autoridades competentes.
Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
A) Maria está sujeita à extraterritorialidade da lei penal brasileira em razão da sua
nacionalidade, podendo responder pelo ilícito praticado.
B) Maria não poderá responder pelo fato, tendo em vista a inaplicabilidade da lei
brasileira a fatos ocorridos fora dos limites territoriais do país.
C) Maria não poderá responder pelo fato, tendo em vista que é necessário que a
incriminação da conduta se verifique no local do fato e no Brasil,
simultaneamente.
D) Maria está sujeita à extraterritorialidade da lei penal brasileira, em razão de a
lei em vigor no Estado de sua residência determinar o regime jurídico que lhe é
aplicável.
ALTERNATIVA CORRETA - C
Extraterritorialidade Penal e o Caso de Maria
1. Introdução
A extraterritorialidade penal trata da possibilidade de aplicação da lei penal brasileira a
crimes cometidos no exterior. O Código Penal brasileiro prevê hipóteses específicas em
que a lei penal pode alcançar fatos praticados fora do território nacional, desde que
determinadas condições sejam atendidas.
2. Fundamentos Jurídicos
A regra geral do direito penal é a aplicação do princípio da territorialidade, segundo o
qual a lei penal de um país só se aplica a crimes cometidos dentro de seu território. No
entanto, existem exceções a essa regra, previstas no artigo 7º do Código Penal, que
determinam situações em que a lei penal brasileira pode ser aplicada a crimes
cometidos no exterior.
CONT.
4. Princípios Relacionados
Princípio da Territorialidade: Regra geral, segundo a qual a lei penal se
aplica apenas aos crimes cometidos dentro do território nacional.
Princípio da Nacionalidade Ativa: Permite que brasileiros sejam julgados no
Brasil por crimes cometidos no exterior, desde que cumpridos os requisitos
do artigo 7º do Código Penal.
Princípio da Dupla Incriminação: Para a aplicação da lei penal brasileira a
crimes praticados no exterior, a conduta deve ser considerada criminosa
também no país onde foi cometida.
EXAME OAB 41
A família de Luís procura você, como advogado(a), explicando que existe uma lei
nova, mais benéfica, que se aplica ao caso do seu parente. Você, ao estudar o
caso, descobriu que já havia trânsito em julgado da condenação e que a lei era
realmente mais benéfica. Nessa hipótese, você deve
A) propor ação de revisão criminal, para que possa ser aplicada a lei mais
benéfica.
B) informar à família que, como existiu trânsito em julgado, a nova lei, mais
benéfica, não se aplica.
C) peticionar ao Juiz da Vara de Execuções Penais, requerendo a aplicação da nova
lei, mais benéfica.
D) propor habeas corpus perante o Supremo Tribunal Federal para aplicação da
nova lei, mais benéfica.
ALTERNATIVA CORRETA - C
Súmula 611-STF: Transitada em julgado a sentença condenatória,
compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.
EXAME OAB 32
Paulo e Júlia viajaram para Portugal, em novembro de 2019, em comemoração ao aniversário
de um ano de casamento. Na cidade de Lisboa, dentro do quarto do hotel, por ciúmes da
esposa que teria olhado para terceira pessoa durante o jantar, Paulo veio a agredi-la, causando-
lhe lesões leves reconhecidas no laudo próprio. Com a intervenção de funcionários do hotel
que ouviram os gritos da vítima, Paulo acabou encaminhado para Delegacia, sendo liberado
mediante o pagamento de fiança e autorizado seu retorno ao Brasil. Paulo, na semana
seguinte, retornou para o Brasil, sem que houvesse qualquer ação penal em seu desfavor em
Portugal, enquanto Júlia permaneceu em Lisboa. Ciente de que o fato já era do conhecimento
das autoridades brasileiras e preocupado com sua situação jurídica no país, Paulo procura você,
na condição de advogado(a), para obter sua orientação. Considerando apenas as informações
narradas, você, como advogado(a), deve esclarecer que a lei brasileira
A) não poderá ser aplicada, tendo em vista que houve prisão em flagrante em Portugal e em
razão da vedação do bis in idem.
B) poderá ser aplicada diante do retorno de Paulo ao Brasil, independentemente do retorno de
Júlia e de sua manifestação de vontade sobre o interesse de ver o autor responsabilizado
criminalmente.
C) poderá ser aplicada, desde que Júlia retorne ao país e ofereça representação no prazo
decadencial de seis meses.
D) poderá ser aplicada, ainda que Paulo venha a ser denunciado e absolvido pela justiça de
Portugal.
ALTERNATIVA CORRETA - B
• Os crimes cometidos no âmbito de violência doméstica contra à 
mulher, independe da sua representação. Trata-se de uma ação 
pública incondicionada (Súmula 542 STJ)
EXAME OAB 31
Em 23/11/2019, a partir de uma denúncia anônima e munidos do respectivo mandado
de busca e apreensão deferido judicialmente, policiais compareceram à residência de
André, onde encontraram e apreenderam a droga que era por ele armazenada. De
imediato, a mãe de André entrou em contato com o advogado da família. Considerando
apenas as informações expostas, na Delegacia, o advogado de André deverá esclarecer à
família que André, penalmente, será considerado
A) inimputável, devendo responder apenas por ato infracional análogo ao delito de
tráfico, em razão de sua menoridade quando da aquisição da droga, com base na Teoria
da Atividade adotada pelo Código Penal para definir o momento do crime.
B) inimputável, devendo responder apenas por ato infracional análogo ao delito de
tráfico, tendo em vista que o Código Penal adota a Teoria da Ubiquidade para definir o
momento do crime.
C) imputável, podendo responder pelo delito de tráfico de drogas, mesmo adotando o
Código Penal a Teoria da Atividade para definir o momento do crime.
D) imputável, podendo responder pelo delito de associação para o tráfico, que tem
natureza permanente, tendo em vista que o Código Penal adota a Teoria do Resultado
para definir o momento do crime.
ALTERNATIVA CORRETA - C
A resposta correta é a letra C porque, no Direito Penal, o momento do crime é
definido pela Teoria da Atividade (art. 4º do Código Penal). Segundo esta teoria,
considera-se o crime praticado no momento em que o agente realiza a conduta
criminosa, independentemente de quando ocorre o resultado.
No caso apresentado:
André adquiriu e guardou uma droga em 18/11/2019, quando tinha 17 anos .
Contudo, a posse da droga continuou até a apreensão em 23/11/2019, após ter
completado 18 anos (em 21/11/2019).
O delito de tráfico de drogas é DE NATUREZA PERMANENTE. Como André
completou a maioridade antes da apreensão e ainda mantinha a droga sob sua
posse, ele é considerado imputável.
EXAME OAB 25
Francisco, brasileiro, é funcionário do Banco do Brasil, sociedade de economia mista, e
trabalha na agência de Lisboa, em Portugal. Passando por dificuldades financeiras,
acaba desviandodinheiro do banco para uma conta particular, sendo o fato descoberto
e julgado em Portugal. Francisco é condenado pela infração praticada. Extinta a pena,
ele retorna ao seu país de origem e é surpreendido ao ser citado, em processo no
Brasil, para responder pelo mesmo fato, razão pela qual procura seu advogado.
Considerando as informações narradas, o advogado de Francisco deverá informar que,
de acordo com o previsto no Código Penal,
A) ele não poderá responder no Brasil pelo mesmo fato, por já ter sido julgado e
condenado em Portugal.
B) ele somente poderia ser julgado no Brasil por aquele mesmo fato, caso tivesse sido
absolvido em Portugal.
C) ele pode ser julgado também no Brasil por aquele fato, sendo totalmente indiferente
a condenação sofrida em Portugal.
D) ele poderá ser julgado também no Brasil por aquele fato, mas a pena cumprida em
Portugal atenua ou será computada naquela imposta no Brasil, em caso de nova
condenação.
ALTERNATIVA CORRETA - D
• EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA
• A lei penal brasileira pode ser aplicada em crimes cometidos no 
estrangeiro.
• No caso da extraterritorialidade incondicionada, por causa da 
gravidade dos crimes, aplica-se a lei brasileira independentemente de 
alguma condição, mesmo que o indivíduo tenha sido absolvido ou 
condenado no estrangeiro (art. 7º, § 1º, CP). Tais crimes estão 
previstos no art. 7º, I, do CP, são eles:
• “Art. 7º – Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no 
estrangeiro:
EXAME OAB XX
João, primário e de bons antecedentes, utilizando-se de um documento particular
falso criado por terceira pessoa exclusivamente para tal fim, obteve indevida
vantagem econômica em prejuízo de Tamires, exaurindo o potencial lesivo da
documentação. Descobertos os fatos dias depois, foi oferecida denúncia pela
prática dos crimes de estelionato e uso de documento particular falso, em
concurso formal, restando tipificado sua conduta da seguinte forma: artigos 171 e
304 c/c 298, na forma do Art. 70, todos do Código Penal. Em resposta à acusação,
buscando possibilitar que o Ministério Público ofereça proposta de suspensão do
processo, deverá o advogado de João requerer o reconhecimento, desde já, de
crime único, com base na aplicação do princípio da
A) Especialidade.
B) Consunção.
C) Subsidiariedade.
D) Alternatividade.
ALTERNATIVA CORRETA - B
Hipóteses de aplicação da absorção/consunção:
Ante factum impunível → fato anterior é meio de prática para realização do fato
mais grave, ainda que não seja necessário para essa realização → ex: pessoa invade
domicílio para furtar residência (crime de furto não exige que se invada domicílio,
mas nesse caso concreto foi o meio utilizado).
Pos factum impunível → após realizar conduta típica, agente ataca o mesmo bem
jurídico para obter vantagem. (ex: pessoa que furta e depois destrói carro para
tirar peças, não responde pelo dano, apenas pelo furto).
Progressão criminosa → mudança no ânimo delitivo, que decide praticar conduta
mais grave.
Crime Progressivo → agente passa necessariamente por fato anterior para praticar
fato mais grave. (ex: homicídio → impossível matar alguém sem lesar sua
integridade física).
EXAME OAB XIX
Em razão do aumento do número de crimes de dano qualificado contra o
patrimônio da União (pena: detenção de 6 meses a 3 anos e multa), foi editada
uma lei que passou a prever que, entre 20 de agosto de 2015 e 31 de dezembro
de 2015, tal delito (Art. 163, parágrafo único, inciso III, do Código Penal) passaria
a ter pena de 2 a 5 anos de detenção. João, em 20 de dezembro de 2015, destrói
dolosamente um bem de propriedade da União, razão pela qual foi denunciado,
em 8 de janeiro de 2016, como incurso nas sanções do Art. 163, parágrafo único,
inciso III, do Código Penal. Considerando a hipótese narrada, no momento do
julgamento, em março de 2016, deverá ser considerada, em caso de condenação,
a pena de
A) 6 meses a 3 anos de detenção, pois a Constituição prevê o princípio da
retroatividade da lei penal mais benéfica ao réu.
B) 2 a 5 anos de detenção, pois a lei temporária tem ultratividade gravosa.
C) 6 meses a 3 anos de detenção, pois aplica-se o princípio do tempus regit actum
(tempo rege o ato).
D) 2 a 5 anos de detenção, pois a lei excepcional tem ultratividade gravosa.
ALTERNATIVA CORRETA - B
• Lei excepcional ou temporária
• Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o 
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a 
determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua 
vigência.
EXAME OAB XIII
Considere que determinado agente tenha em depósito, durante o período de
um ano, 300 kg de cocaína. Considere também que, durante o referido
período, tenha entrado em vigor uma nova lei elevando a pena relativa ao
crime de tráfico de entorpecentes. Sobre o caso sugerido, levando em conta
o entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre o tema, assinale a
afirmativa correta.
A) Deve ser aplicada a lei mais benéfica ao agente, qual seja, aquela que já
estava em vigor quando o agente passou a ter a droga em depósito.
B) Deve ser aplicada a lei mais severa, qual seja, aquela que passou a vigorar
durante o período em que o agente ainda estava com a droga em depósito.
C) As duas leis podem ser aplicadas, pois ao magistrado é permitido fazer a
combinação das leis sempre que essa atitude puder beneficiar o réu.
D) O magistrado poderá aplicar o critério do caso concreto, perguntando ao
réu qual lei ele pretende que lhe seja aplicada por ser, no seu caso, mais
benéfica
ALTERNATIVA CORRETA - B
e acordo com a Súmula 711 STF- A lei penal mais grave aplica-se ao
crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior
à cessação da continuidade ou da permanência. Ou seja, a Lei mais
severa passou a vigorar no momento em que o agente ainda estava
com a droga.
VAMOS TREINAR !!!!
Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase
Em 05/10/2018, Lúcio, com o intuito de obter dinheiro para adquirir uma moto em comemoração ao
seu aniversário de 18 anos, que aconteceria em 09/10/2018, sequestra Danilo, com a ajuda de um
amigo ainda não identificado. No mesmo dia, a dupla entra em contato com a família da vítima,
exigindo o pagamento da quantia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) para sua liberação. Duas
semanas após a restrição da liberdade da vítima, período durante o qual os autores permaneceram em
constante contato com a família da vítima exigindo o pagamento do resgate, a polícia encontrou o local
do cativeiro e conseguiu libertar Danilo, encaminhando, de imediato, Lúcio à Delegacia. Em sede
policial, Lúcio entra em contato com o advogado da família. Considerando os fatos narrados, o(a)
advogado(a) de Lúcio, em entrevista pessoal e reservada, deverá esclarecer que sua conduta
A) não permite que seja oferecida denúncia pelo Ministério Público, pois o Código Penal adota a Teoria
da Ação para definição do tempo do crime, sendo Lúcio inimputável para fins penais.
B) não permite que seja oferecida denúncia pelo órgão ministerial, pois o Código Penal adota a Teoria
do Resultado para definir o tempo do crime, e, sendo este de natureza formal, sua consumação se deu
em 05/10/2018.
C) configura fato típico, ilícito e culpável, podendo Lúcio ser responsabilizado, na condição de imputável,
pelo crime de extorsão mediante sequestro qualificado na forma consumada.
D) configura fato típico, ilícito e culpável, podendo Lúcio ser responsabilizado, na condição de
imputável, pelo crime de extorsão mediante sequestro qualificado na forma tentada, já que o crime não
se consumou por circunstâncias alheias à sua vontade, pois não houve obtenção da vantagem indevida.
Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII -
Primeira Fase
Sílvio foi condenado pela prática de crime de roubo, ocorrido em 10/01/2017, por decisão
transitada em julgado, em 05/03/2018, à pena base de 4 anos de reclusão, majorada em 1/3 em
razão do emprego de arma branca,totalizando 5 anos e 4 meses de pena privativa de liberdade,
além de multa. Após ter sido iniciado o cumprimento definitivo da pena por Sílvio, foi editada, em
23/04/2018, a Lei nº 13.654/18, que excluiu a causa de aumento pelo emprego de arma branca no
crime de roubo. Ao tomar conhecimento da edição da nova lei, a família de Sílvio procura um(a)
advogado(a). Considerando as informações expostas, o(a) advogado(a) de Sílvio
A) não poderá buscar alteração da sentença, tendo em vista que houve trânsito em julgado da
sentença penal condenatória.
B) poderá requerer ao juízo da execução penal o afastamento da causa de aumento e,
consequentemente, a redução da sanção penal imposta.
C) deverá buscar a redução da pena aplicada, com afastamento da causa de aumento do emprego
da arma branca, por meio de revisão criminal.
D) deverá buscar a anulação da sentença condenatória, pugnando pela realização de novo
julgamento com base na inovação legislativa.
Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase
Inconformado com o comportamento de seu vizinho, que insistia em importunar sua filha de 15 anos, Mário 
resolve dar-lhe uma “lição” e desfere dois socos no rosto do importunador, nesse momento com o escopo de 
nele causar diversas lesões. Durante o ato, entendendo que o vizinho ainda não havia sofrido na mesma 
intensidade do constrangimento de sua filha, decide matá-lo com uma barra de ferro, o que vem efetivamente 
a acontecer. Descobertos os fatos, o Ministério Público oferece denúncia em face de Mário, imputando-lhe a 
prática dos crimes de lesão corporal dolosa e homicídio, em concurso material. Durante toda a instrução, 
Mário confirma os fatos descritos na denúncia. Considerando apenas as informações narradas e confirmada a 
veracidade dos fatos expostos, o(a) advogado(a) de Mário, sob o ponto de vista técnico, deverá buscar o 
reconhecimento de que Mário pode ser responsabilizado
A) apenas pelo crime de homicídio, por força do princípio da consunção, tendo ocorrido a chamada progressão 
criminosa.
B) apenas pelo crime de homicídio, por força do princípio da alternatividade, sendo aplicada a regra do crime 
progressivo.
C) apenas pelo crime de homicídio, com base no princípio da especialidade.
D) pelos crimes de lesão corporal e homicídio, em concurso formal.
Ano: 2020 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI -
Primeira Fase
Em 23/11/2019, a partir de uma denúncia anônima e munidos do respectivo mandado de busca e
apreensão deferido judicialmente, policiais compareceram à residência de André, onde encontraram e
apreenderam a droga que era por ele armazenada. De imediato, a mãe de André entrou em contato
com o advogado da família. Considerando apenas as informações expostas, na Delegacia, o advogado
de André deverá esclarecer à família que André, penalmente, será considerado
A) inimputável, devendo responder apenas por ato infracional análogo ao delito de tráfico, em razão
de sua menoridade quando da aquisição da droga, com base na Teoria da Atividade adotada pelo
Código Penal para definir o momento do crime.
B) inimputável, devendo responder apenas por ato infracional análogo ao delito de tráfico, tendo em
vista que o Código Penal adota a Teoria da Ubiquidade para definir o momento do crime.
C) imputável, podendo responder pelo delito de tráfico de drogas, mesmo adotando o Código Penal a
Teoria da Atividade para definir o momento do crime.
D) imputável, podendo responder pelo delito de associação para o tráfico, que tem natureza
permanente, tendo em vista que o Código Penal adota a Teoria do Resultado para definir o momento
do crime.
Ano: 2024 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2024 - OAB - Exame da Ordem Unificado XLI -
Primeira Fase
A família de Luís procura você, como advogado(a), explicando que existe uma lei nova, mais
benéfica, que se aplica ao caso do seu parente. Você, ao estudar o caso, descobriu que já havia
trânsito em julgado da condenação e que a lei era realmente mais benéfica.
Nessa hipótese, você deve
A) propor ação de revisão criminal, para que possa ser aplicada a lei mais benéfica.
B) informar à família que, como existiu trânsito em julgado, a nova lei, mais benéfica, não se
aplica.
C) peticionar ao Juiz da Vara de Execuções Penais, requerendo a aplicação da nova lei, mais
benéfica.
D) propor habeas corpus perante o Supremo Tribunal Federal para aplicação da nova lei, mais
benéfica
Ano: 2024 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2024 - OAB - 42º Exame de Ordem Unificado - primeira fase
Maria, brasileira e residente no Brasil, resolveu viajar para o exterior e lá praticar o delito de embriaguez ao 
volante, que, embora típico no Brasil, no país onde seria praticado não é tipificado. Ao retornar ao Brasil, os fatos 
foram noticiados às autoridades competentes.
Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
A Maria está sujeita à extraterritorialidade da lei penal brasileira em razão da sua nacionalidade, podendo 
responder pelo ilícito praticado.
B Maria não poderá responder pelo fato, tendo em vista a inaplicabilidade da lei brasileira a fatos ocorridos fora 
dos limites territoriais do país.
C Maria não poderá responder pelo fato, tendo em vista que é necessário que a incriminação da conduta se 
verifique no local do fato e no Brasil, simultaneamente.
D Maria está sujeita à extraterritorialidade da lei penal brasileira, em razão de a lei em vigor no Estado de sua 
residência determinar o regime jurídico que lhe é aplicável.
Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXII - Primeira Fase
Paulo e Júlia viajaram para Portugal, em novembro de 2019, em comemoração ao aniversário de um ano de casamento. 
Na cidade de Lisboa, dentro do quarto do hotel, por ciúmes da esposa que teria olhado para terceira pessoa durante o 
jantar, Paulo veio a agredi-la, causando-lhe lesões leves reconhecidas no laudo próprio. Com a intervenção de 
funcionários do hotel que ouviram os gritos da vítima, Paulo acabou encaminhado para Delegacia, sendo liberado 
mediante o pagamento de fiança e autorizado seu retorno ao Brasil.
Paulo, na semana seguinte, retornou para o Brasil, sem que houvesse qualquer ação penal em seu desfavor em Portugal, 
enquanto Júlia permaneceu em Lisboa. Ciente de que o fato já era do conhecimento das autoridades brasileiras e 
preocupado com sua situação jurídica no país, Paulo procura você, na condição de advogado(a), para obter sua 
orientação.
Considerando apenas as informações narradas, você, como advogado(a), deve esclarecer que a lei brasileira
A não poderá ser aplicada, tendo em vista que houve prisão em flagrante em Portugal e em razão da vedação do bis in 
idem.
B poderá ser aplicada diante do retorno de Paulo ao Brasil, independentemente do retorno de Júlia e de sua 
manifestação de vontade sobre o interesse de ver o autor responsabilizado criminalmente.
C poderá ser aplicada, desde que Júlia retorne ao país e ofereça representação no prazo decadencial de seis meses.
D poderá ser aplicada, ainda que Paulo venha a ser denunciado e absolvido pela justiça de Portugal.
Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase
Francisco, brasileiro, é funcionário do Banco do Brasil, sociedade de economia mista, e trabalha na agência de Lisboa, em 
Portugal. Passando por dificuldades financeiras, acaba desviando dinheiro do banco para uma conta particular, sendo o fato 
descoberto e julgado em Portugal. Francisco é condenado pela infração praticada. Extinta a pena, ele retorna ao seu país 
de origem e é surpreendido ao ser citado, em processo no Brasil, para responder pelo mesmo fato, razão pela qual procura 
seu advogado.
Considerando as informações narradas, o advogado de Francisco deverá informar que, de acordo com o previsto no Código 
Penal,
A ele não poderá responder no Brasil pelo mesmo fato, por já ter sido julgado e condenadoem Portugal.
B ele somente poderia ser julgado no Brasil por aquele mesmo fato, caso tivesse sido absolvido em Portugal.
C ele pode ser julgado também no Brasil por aquele fato, sendo totalmente indiferente a condenação sofrida em Portugal.
D ele poderá ser julgado também no Brasil por aquele fato, mas a pena cumprida em Portugal atenua ou será computada 
naquela imposta no Brasil, em caso de nova condenação.
Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase
Bárbara, nascida em 23 de janeiro de 1999, no dia 15 de janeiro de 2017, decide sequestrar Felipe, por dez dias, para 
puni-lo pelo fim do relacionamento amoroso. No dia 16 de janeiro de 2017, efetivamente restringe a liberdade do ex-
namorado, trancando-o em uma casa e mantendo consigo a única chave do imóvel. Nove dias após a restrição da 
liberdade, a polícia toma conhecimento dos fatos e consegue libertar Felipe, não tendo, assim, se realizado, em razão de 
circunstâncias alheias, a restrição da liberdade por dez dias pretendida por Bárbara. Considerando que, no dia 23 de 
janeiro de 2017, entrou em vigor nova lei, mais gravosa, alterando a sanção penal prevista para o delito de sequestro 
simples, passando a pena a ser de 01 a 05 anos de reclusão e não mais de 01 a 03 anos, o Ministério Público ofereceu 
denúncia em face de Bárbara, imputando-lhe a prática do crime do Art. 148 do Código Penal (Sequestro e Cárcere 
Privado), na forma da legislação mais recente, ou seja, aplicando-se, em caso de condenação, pena de 01 a 05 anos de 
reclusão. Diante da situação hipotética narrada, é correto afirmar que o advogado de Bárbara, de acordo com a 
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, deverá pleitear
A a aplicação do instituto da suspensão condicional do processo.
B a aplicação da lei anterior mais benéfica, ou seja, a aplicação da pena entre o patamar de 01 a 03 anos de reclusão.
C o reconhecimento da inimputabilidade da acusada, em razão da idade.
D o reconhecimento do crime em sua modalidade tentada.se aplica a lei penal mais benéfica para o réu, ou
seja, enquanto não entra em vigor não pode ser aplicada.
PORQUE NÃO PODE? – porque, a lei pode ser revogada antes de entrar
em vigor.
CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS
Tal conflito surge quando duas ou mais leis são aparentemente
aplicáveis ao mesmo fato. É aparente, pois apenas uma delas pode ser
aplicada ao caso. Para caracterizar o conflito aparente de normas são
necessários alguns requisitos:
a) somente uma infração penal, ou seja, referente a um fato;
b) duas ou mais normas regulando o mesmo fato criminoso;
c) incidência aparente de todas as normas ao caso concreto;
d) efetiva aplicação de apenas uma delas.
A SOLUÇÃO PARA O CONFLITO APARENTE SE DÁ POR 
INTERMÉDIO DA APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS:
a) Especialidade – a lei especial deve ser aplicada e, não a regra geral. Tráfico
internacional de drogas prevalece sobre contrabando (qualquer mercadoria
proibida);
b) Subsidiariedade – nesta situação a norma primária (grau maior de violação)
prevalece sobre a subsidiária. Ex. o crime de ameaça cabe dentro do
constrangimento ilegal mediante ameaça – logo o acusado responde apenas pelo
último;
c) Consunção – o fato mais grave absorve o mais fato brando;
d) Alternatividade – a lei descreve mais de uma conduta dentro do tipo penal, mas
se o réu praticar mais de uma, estará cometendo apenas um crime. Ex.: o art. 33 da
Lei de Drogas, traz várias condutas proibidas, tais como vender, armazenar, fabricar
drogas. Se o acusado pratica todas elas, comete apenas um crime de tráfico.
CONFLITO INTERTEMPORAL DE LEIS PENAIS
Primeiramente, cumpre esclarecer que o conflito no tempo de leis
penais ocorre quando existe mais de uma norma regulando o mesmo
assunto, mas de maneira diferente, porém uma sucede a outra.
ATIVIDADE – é quando uma lei se aplica a fatos ocorridos na sua
vigência.
EXTRA- ATIVIDADE – é quando uma lei se aplica fora de seu período de
vigência. Ocorre em caso excepcionais.
A CF determina que só pode ocorre a extra-atividade para favorecer o
acusado.
DIVISÃO DA EXTRA-ATIVIDADE
A) RETROATIVIDADE – fatos ocorreram antes da lei nova mais benéfica.
B) ULTRA-ATIVIDADE – neste caso vai aplicar a lei depois de sua
revogação.
É BOM LEMBRAR!!!
a) lei penal, salvo alguns casos, somente se aplica a fatos ocorridos
sob sua vigência (atividade).
b) A lei penal benéfica (lex mitior) retroagirá a fatos anteriores à sua
vigência.
c) A lei penal que foi revogada deverá se aplicar em alguns casos
excepcionais.
TIPOS DE LEI PENAL BENÉFICA (lex mitior)
A) novatio legis in mellius – nova lei que melhora a situação do réu em
relação a uma infração penal. Ex. diminuição de pena cominada,
diminuição de prazos prescricionais, etc...
B) Abolitio criminis – é a nova lei penal que deixa de considerar
determinado fato infração penal (descriminalização).
ATENÇÃO – Estas leis retroagem!!!
PRÍNCIPIOS QUE RESOLVEM ESTE CONFLITO
a) Princípio da irretroatividade da lei mais severa: a lei penal mais
severa nunca retroage para prejudicar o réu.
b) Princípio da retroatividade da lei mais benéfica – a lei posterior mais
benéfica, sempre retroagirá em favor do réu.
Art. 5º, XL da CF/88 – “ a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar
o réu”
TIPOS DE LEI PENAL MAIS GRAVOSA (LEX GRAVIOR)
a) Novatio legis in pejus – este tipo de lei mantém a incriminação,
porém da tratamento mais rigoroso tema.
b) Novatio legis incriminadora – determina que conduta passe ser
considerada infração penal
ATENÇÃO – Estas leis não retroagem!!!
QUANDO A LEI PENAL BENÉFICA FOR 
INTERMEDIÁRIA
• Lie nova mais benéfica, que teve vigência após a prática do crime mas foi
revogada antes de esgotadas as consequências jurídicas da infração penal.
Tem eficácia extra-ativa (retroativa, pois se aplica a fato anterior à sua
vigência, e ultra-ativa, pois se aplica após sua revogação).
• Imagine que André cometeu um delito em 2022 e a pena mínima prevista,
na data do fato, era de 3 anos de reclusão. Em 2023, o legislador alterou o
Código Penal e, por um lapso, a pena do delito foi diminuída para 2 anos.
Em 2024, a fim de corrigir o equívoco, houve nova mudança,
restabelecendo a pena mínima de 3 anos. André foi julgado e condenado
em 2025. Qual é a pena mínima a ser aplicada?
ART. 2º DO CP
• o parágrafo único do art. 2º do CP que determina que “lei posterior
de qualquer modo favoreça o réu”, aplica-se aos fatos anteriores
ainda que decididos por sentença condenatória transitada em
julgado.
COMPETÊNCIA PARA APLICAR A LEI BENÉFICA
É muito importante saber qual é a autoridade judiciária competente
para aplicar a nova lei que beneficia o réu ou instituto do abolitio
criminis, pois a OAB faz muitas questões contendo o referido conflito
interporal de normas e quem deve aplicá-las.
a) Durante a ação penal – É o juiz 1ª instância que aplicará a nova
norma que melhora a situação do réu ou o instituto do abolitio
criminis;
b) Na fase recursal – quem deve aplicar a nova lei que melhora a
situação do acusado ou o abolitio criminis é Tribunal;
c) Na fase da execução penal – Na fase da execução da pena o juiz das
execuções penais aplicará a novatio legis in mellius ou abolitio criminis
segundo o teor do verbete da súmula 611 do STF.
CUIDADO COM A SÚMULA 711 STF
CUIDADO - em relação a teoria da atividade quando o
crime for continuado e permanente segundo a Súmula
711 do STF, que diz:
“A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado
ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à
cessação da continuidade ou da permanência.”
LEI EXCEPCIONAL E LEI TEMPORÁRIA – ART. 3º DO CP
LEI EXCEPCIONAL – É uma le criada para recair sobre fatos ocorridos
durante uma determinada circunstância excepcional, tais como
calamidades, guerras, pandemias.
TEMPORÁRIAS – “nasce para morrer” – é criada para fatos que duram
um determinado tempo. Tem vigência por tempo determinado. Ex. lei
da copa, lei das olimpíadas etc..
Ex.: Lei nº 13.284/2016 – Jogos Olímpicos – vigorou até 31-12-2016
CARACTERÍSTICAS
• A) AUTOREVOGÁVEIS
• B) ULTRATIVAS – produzem efeitos após a sua vigência
LEI PENAL NO ESPAÇO
A lei penal no espaço serve para determinar ONDE o crime foi
praticado.
Segundo o Código Penal para definir o lugar onde o delito foi praticado
adotou a teoria da ubiquidade, portanto seguindo a orientação desta
teoria, o crime é praticado ONDE ocorreu a ação ou omissão
(ATIVIDADE), no lugar onde produziu o resultado (RESULTADO) e
também no lugar que deveria ter produzido o resultado.
TERRITORIALIDADE
Via de regra, os crimes que ocorrem em território nacional devem ser processados no
Brasil, de acordo com art. 5º do CP. Mas, como esta regra não é absoluta, necessário
compreender o princípio da territorialidade Temperada (também chamada de Mitigada
ou Relativa).
O princípio da territorialidade temperada ou mitigada – de acordo com este princípio,
nem todos os crimes que ocorrem em território nacional serão processados no Brasil,
pois traz exceções a esta regra.
Ex.: Convenção de Viena traz imunidades – diplomatas (absolutas – qualquer crime que
praticar) e cônsul (relativa – somente para os crimes em relação a sua função).
O território nacional sobre o foco jurídico é todo o espaço em que o Estado exerce a sua
soberania, tendo como componentes:
• Solo, águas interiores, mar territorial e espaço aéreo
• Embarcações e aeronaves públicas ou a serviço do governo, onde quer que se
encontrem
• Embarcações e aeronaves brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, em
alto-mar ou no espaço aéreo correspondente.
O QUE É CONSIDERADO TERRITÓRIO NACIONAL NO 
SENTIDO JURÍDICO ?
• É todo o espaço que o Brasil exerce a sua soberania:
a) Os limites compreendidos pelas fronteiras nacionais;
b) O mar territorial brasileiro (até 12 milhas contadas da faixa
litorânea média art. 1º da Lei 8.617/93)
c) Todo o espaço aéreo que está sobre o território terrestre ou
marítimo do Brasil.
d) Aeronaves e embarcações: d1) brasileiras privadas, em qualquer
lugar que se encontre, salvo em mar territorial estrangeiroou
sobrevoando território estrangeiro, d2)brasileiras públicas ou que
prestam serviços ao Brasil, onde quer que se encontrem; d3)
estrangeiras privadas, no mar territorial brasileiro
LUGAR DO CRIME – art. 6º do CP
• teoria da ubiquidade (também chamada de mista) – local da conduta 
e do resultado
• Art. 6º do CP: “Considera-se praticado o crime no lugar em que
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se
produziu ou deveria produzir-se o resultado”.
• Esta regra só se aplica aos chamados “crimes à distância” – são crimes 
que começam em um país e a consumação se dá ou deveria se dar 
em outro. Ex. um crime que começa no Paraguai e se consuma no 
Brasil ou vice e versa. Nos dois casos, as infrações serão consideradas 
como ocorridos em território nacional, logo a lei penal brasileira é 
aplicável.
EMBAIXADA É EXTENSÃO DO TERRITÓRIO 
BRASILEIRO
• Não, a embaixada brasileira não é território nacional. As
embaixadas não são consideradas território do país que
representam.
• O artigo 22.1 da Convenção de Viena diz: “As instalações da
missão devem ser invioláveis. Os agentes do Estado receptor
não podem entrar nelas, exceto com o consentimento do
chefe da missão”
• A distinção básica entre consulado e embaixada é que o
primeiro tem representação administrativa, enquanto a
segunda tem representação diplomática.
EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA
• Extraterritorialidade
Possibilidade de aplicação da lei brasileira a crimes cometidos no estrangeiro – artigo 7º do
CP.
Atenção: não vale para contravenções penais – art. 2º da LCP.
A extraterritorialidade pode ser incondicionada ou condicionada.
Incondicionada (artigo 7º, inciso I, do CP):
• Contra a vida ou a liberdade do Presidente da República
• Contra o patrimônio ou a fé pública da administração direta ou indireta.
• Contra a administração pública, por quem está a seu serviço
• De genocídio, quando o agente foi brasileiro ou domiciliado no Brasil
Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou
condenado no estrangeiro (com atenuante ou detração da pena – art. 8º).
ALGUNS EXEMPLOS DA INCONDICIONADA
a) Alguém mata o Presidente da República do Brasil na China. Neste
caso, independentemente de qualquer condição, o agente ser
investigado e processado no Brasil.
b) Uma pessoa quebra a vidraça da Embaixada brasileira no Canadá –
neste caso o autor do fato será processado por crime de dano
qualificado pela Justiça Federal no Brasil.
c) Um funcionário público em missão diplomática nos EUA subtrai bens
públicos brasileiros – crime de peculato que será julgado no Brasil.
EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA
Extraterritorialidade Condicionada (artigo 7º, inciso II, do CP): inciso II + § 2º
= para poder aplicar a lei brasileira
1. que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir
2. praticados por brasileiro
3. praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam
julgados
CONDIÇÕES QUE SÃO EXIGIDAS PARA APLICAR A LEI BRASILEIR NAS HIPÓTESES DO 
ART. 7º, II DO CP
Condições (artigo 7º, § 2º, do CP): são cumulativas
a) entrar o agente no território nacional (é uma condição de procedibilidade, pois sem
ela não haverá ação penal)
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado (dupla tipicidade)
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta
a punibilidade, segundo a lei mais favorável
ATENÇÃO!!! – as condições b, c, d, e – são condições objetivas de punibilidade, ou
seja, sem elas nem investigação poderá ocorrer.
ATENÇÃO !!! – nos casos de extraterritorialidade condicionada se o agente tiver
sido absolvido ou condenado no estrangeiro, não poderá aplicar a lei brasileira.
ALGUNS EXEMPLOS DA CONDICIONADA
a) convenções internacionais que o Brasil assinou com a França a respeito de
jurisdição criminal extraterritorial. Assim, sea França requerer a extradição
de um agente, para responder a processo criminal na França e o Brasil negar
o pedido, segundo a referida Convenção o Brasil será obrigado a instaurar
um processo penal no nosso país (art. 7º do CP).
B) exemplo o caso do Neymar – a suposta vítima compareceu em SP dizendo
que havia sido estuprada por ele em Paris, se o crime realmente tivesse
ocorrido Neymar seria processado pelo crime do art. 213 do CP.
C) uma pessoa furta uma família brasileira em uma aeronave brasileira
(privada) quando estava quase aterrissando em Orlando (EUA). A família só
comunica o crime quando cega na sua cidade no Brasil. Neste caso o crime
foi no estrangeiro em aeronave privada brasileira – logo aplica a lei brasileira.
D) Caso do brasileiro Jean Charles que foi assassinado no metro de Londres
por policiais. Nessa situação os policiais responsáveis pelo crime poderiam
ser processados pela Justiça brasileira
EXTRATERRITORIALIDADE HIPERCONDICIONADA – art. 7º, § 3º do CP
NESTE CASO – quando os crimes praticados por estrangeiro, contra
brasileiro, fora do nosso país, além das cinco condições previstas no
parágrafo 2º do art. 7º, exigem-se mais duas:
a) requisição do Ministro da Justiça
b) que não tenha sido pedida ou negada a extradição do agente.
PENA CUMRPIDA NO ESTRANGEIRO – ART. 8º DO CP.
Para uma sentença condenatória estrangeira ter valor no Brasil, precisa
ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.
Ademais, não se pode perder de vista que uma sentença condenatória
estrangeira homologada no Brasil, produz efeitos civis, com o de
indenização, perda do poder familiar.
O agente condenado no estrangeiro que cumpriu toda a sua pena, vai
cumprir o saldo da pena no Brasil
Exemplo: condenado no Paraguai a 10 anos (cumpriu) e no Brasil foi
condenado a 15 anos – vai cumprir no Brasil somente o saldo, ou seja, 5
anos. Se condenado a 10 anos no Paraguai (cumpriu) e depois 10 anos no
Brasil – no Brasil considera pena cumprida.
CONTAGEM DE PRAZO PENAL – ART. 10 DO CP
O prazo penal previsto no art. 10 do CP é aplicado para punibilidade
do agente, para contagem de cumprimento de pena, prescrição,
decadência.
O prazo penal deve ser contado de forma diversa do prazo processual,
senão vejamos: Inclui o dia do começo (por exemplo, se alguém é preso
para cumprir a sua pena, às 20 horas do dia 10 de abril de 2020, este
dia contará na pena)
O último dia do prazo não se conta. Quando o prazo for em dias, deve-
se contar dia a dia e o prazo em meses conta mês a mês, pouco
importando quantos dias tem cada mês. Se o último dia do prazo cair
em dia que não é útil, deve se antecipar.
TEORIA DO CRIME
CRIME (DELITO) X CONTRAVENÇÃO
CRIME (também pode ser chamado de DELITO) - É uma infração penal mais
grave e com penas mais altas. Podem ser punidos com pena de reclusão ou
detenção, com pena máxima atualmente no Brasil 40 anos (feminicídio).
Nos crimes a tentativa é punida com a pena correspondente ao crime
consumado, diminuída de um a dois terços. (art. 14, II, parágrafo único do
CP)
CONTRAVENÇÃO PENAL
É uma infração penal mais leve
A lei prevê pena de prisão simples, que pode chegar a 5 anos
A tentativa de contravenção não é punível
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME
O conceito analítico de crime adotado pelo CP,
determina que crime é: fato típico, antijurídico,
culpável
FATO TÍPICO
Conceito: é toda atitude humana, positiva ou
negativa, que acarreta um resultado que é considerado
pela lei penal como crime/contravenção.
ELEMENTOS DO FATO TÍPICO
ELEMENTOS DO FATO TÍPICO:
a) conduta do ser humano dolosa ou culposa; 
b) resultado;
c) nexo de causalidade entre a conduta e o resultado; 
d) tipicidade.
ELEMENTO DO FATO TÍPICO 
CONDUTA
CONCEITO – É toda ação ou omissão do ser humano, consciente e com 
um fim.
ESPÉCIES de conduta:
• ação (comissivo); ou 
• omissão (ausência de comportamento por parte do agente) - se 
subdividem em: a)omissivospróprios; b) omissivos impróprios
CRIMES OMISSIVOS PRÓPRIOS
a) OMISSIVO PRÓPRIO: é aquele previsto expressamente na lei, ou
seja, um tipo que já descreve um comportamento negativo no seu
núcleo, ou seja, sujeito ativo, no caso, não tem o dever de evitar um
resultado, mas simplesmente o dever de agir para não incorrer na
prática do crime.
Exemplo: é o crime de omissão de socorro neste caso, em que a
própria descrição do tipo penal é um não fazer (deixar de prestar
assistência ou não pedir o socorro da autoridade pública).
OMISSIVOS IMPRÓPRIOS
b) OMISSIVOS IMPRÓPRIOS: também chamado de comissivo por omissão, é
aquele cujo dever jurídico de agir decorre de uma cláusula geral, que, no
Código Penal Brasileiro, está previsto em seu art. 13, § 2º. O dever jurídico
abrange determinadas situações jurídicas e se refere a qualquer crime
comissivo. O sujeito tem o dever de evitar o resultado naturalístico. Por isso,
tais delitos são chamados comissivos por omissão.
Exemplos: art. 13§ 2º do CP
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância – mãe com
relação aos filhos, policial, bombeiros;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado (dever
de garantidor ou “garante”) – babá pra a criança, salva-vidas de piscina, para
os banhistas.
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado
ELEMENTOS DA CONDUTA:
a) erro de tipo – vinculado a conduta do sujeito
b) ação/omissão
c) voluntariedade e consciência
d) dolo/culpa (teoria finalista – Hans Wezel)
- o sujeito fazendo isso ele objetiva um fim
AUSÊNCIA DE CONDUTA
A conduta para ser considerada crime, deve ter: VOLUNTARIEDADE + CONSCIÊNCIA
• Coação física irresistível (ausência de voluntariedade, logo a conduta é atípica): o agente é 
submetido a uma força física irresistível, que o faz intervir como uma massa mecânica. Essa 
força pode vir: a) da natureza; ou b) da ação de um terceiro. 
• Inconsciência: falta de capacidade psíquica de vontade, que faz desaparecer a conduta.
Movimentos corpóreos praticados em estados de sonambulismo, hipnose ou crise epiléptica,
por exemplo.
Importante: não confundir coação física irresistível (exclui a conduta e, portanto, o fato típico) e a
coação moral irresistível (exclui a culpabilidade, pois afasta a exigibilidade de conduta diversa).
ERRO DE TIPO
EXISTEM DOIS TIPOS DE ERROS DE TIPO:
A) ESSENCIAIS
B) ACIDENTAIS
ERRO DE TIPO ESSENCIAL
Recai sobre a elementar ou sobre a circunstância.
Sempre afasta o dolo e se divide em:
• Afasta o dolo, mas agente responde se o crime tiver a 
modalidade culposa, pois neste tipo de erro, se o agente 
tivesse tomado o mínimo de cuidado perceberia o erro.
a1) Essencial evitável ou inescusável ou 
vencível 
Exemplo
Caçador que, percebendo movimento atrás de um arbusto, dispara
sua arma de fogo sem qualquer cautela, não verificando tratar-se de
homem ou de fera, matando outro caçador que lá se encontrava.
Nesse caso, tivesse o agente empregado ordinária diligência, teria
facilmente constatado que, em vez de animal bravio, havia um
homem atrás de arbusto.
ERRO DE TIPO ESSENCIAL
Recai sobre a elementar ou sobre a circunstância.
Sempre afasta o dolo e se divide em:
• Afasta o dolo (pois o sujeito ativo não tem consciência da 
sua conduta ilícita) e também afasta a culpa (pois o agente 
não tem a previsibilidade), logo deve ser absolvido nos 
termos do art. 386, III do CPP.
a2) essencial inevitável ou escusável ou 
invencível
Exemplo
Caçador que, em selva densa, à noite, avista vulto vindo em sua
direção e dispara sua arma em direção ao que supunha ser um animal
bravio, matando outro caçador que passava pelo local
ERRO DE TIPO ACIDENTAL
Não muda nada no tipo penal, o agente responde pelo
crime. Ele se subdivide em cinco espécies:
• Neste caso, o sujeito ativo supõe que sua conduta recai 
sobre determinada coisa, sendo que na realidade ela 
incide sobre outra, mas o autor responderá pelo crime.
a) Erro quanto ao objeto (error in objeto) 
Exemplo
João entra no Carrefour para furtar uma caixa de vodca, mas acaba
levando uma caixa de pinga. Neste caso, João responde pelo crime de
furto consumado.
ERRO DE TIPO ACIDENTAL
Não muda nada no tipo penal, o agente responde pelo
crime. Ele se subdivide em cinco espécies:
• O autor do crime vem a atingir pessoa diversa daquela 
que tinha a intenção de ofender, por se haver equivocado 
a respeito da identidade, ou seja, troca uma pessoa por 
outra (art. 20, § 3º do CP).
b) erro quanto a pessoa (error in persona) 
Exemplo
Filha quer matar o pai, mas, por engano, achando ser seu pai, mata
seu tio que é irmão gêmeo.
ERRO DE TIPO ACIDENTAL
Não muda nada no tipo penal, o agente responde pelo
crime. Ele se subdivide em cinco espécies:
• Este tipo de erro acidental não tem previsão legal, apenas 
é reconhecido a sua existência pela doutrina 
c) erro quanto ao nexo causal 
Exemplo
O agente quer matar a vítima afogada, a amarra a pedra em seu
pescoço e joga no mar, mas a vítima morre porque a pedra bateu na
sua cabeça
ERRO DE TIPO ACIDENTAL
Não muda nada no tipo penal, o agente responde pelo
crime. Ele se subdivide em cinco espécies:
• Art. 73 do CP: é um erro de mira.
d) erro na execução (aberratio ictus) 
Exemplo
João pega uma arma de fogo e atira em seu irmão, mas por
inabilidade, atinge sua namorada Maria. Neste caso, temos apenas
um resultado, logo, João responde pelo crime de homicídio.
Mas pode ser que o erro na execução leve a dois resultados, nesta
hipótese, o agente responde pelas duas condutas praticadas em
concurso formal próprio.
ERRO DE TIPO ACIDENTAL
Não muda nada no tipo penal, o agente responde pelo
crime. Ele se subdivide em cinco espécies:
• Art. 74 do CP: responde pelos dois crimes, se atingir o 
bem pretendido em concurso formal. Neste caso, atinge 
bem jurídico diverso do pretendido.
e) resultado diverso do pretendido 
(aberratio criminis)
ERRO PROVOCADO POR TERCEIRO 
Art. 20, § 2º do CP: nesta situação, o agente é induzido
a praticar o crime por uma terceira pessoa. Aquele que
induz é o sujeito ativo provocador e aquela pessoa que
praticou o crime induzido é chamado de provocado.
ERRO PROVOCADO POR TERCEIRO 
Quem responde pelo crime é o agente provocador
(autor mediato). O sujeito ativo (autor imediato – agiu,
porque foi induzido) via de regra não responde pelo
crime, salvo se tiver agido com dolo ou culpa.
Exemplo
O motoboy foi contratado por Maria para entregar um bolo a João. O
Motoboy não imaginava que o bolo estava envenenado. Neste caso,
Maria (autora mediata) responde por homicídio doloso e o motoboy
(autor imediato) não responde por crime.
ERRO DE PROIBIÇÃO
É o erro do agente que recai sobre a ilicitude do fato
(1ª parte, caput), isto é, o agente que supõe que sua
conduta é permitida pelo Direito quando, na verdade,
é proibida “aqui o autor sabe o que faz tipicamente,
mas supõe de modo errôneo que isto era
permitido”(lfg).
ERRO DE PROIBIÇÃO
Para melhor compreender o erro de proibição, é
necessário analisar a potencial consciência da ilicitude.
Tratando-se da falta de consciência da ilicitude, nesse
caso, o agente não sabe que a sua conduta é proibida
(é o desconhecimento de que a ação é contrária ao
direito).
Ausência de consciência da ilicitude na mente do
agente, o que dá origem ao erro de proibição.
ERRO DE PROIBIÇÃO
A culpabilidade é o último requisito para se constituir
formalmente um delito, sendo assim, é um
pressuposto à aplicação da pena. Se não houver
culpabilidade, não há que se falar em pena.
Sendo assim, não se pode falar em pena se não houver
a consciência de antijuridicidade do agente.
ELEMENTOS DA CONDUTA - DOLO
Dolo é a consciência e a vontade de realizar os elementos descritos no tipo objetivo. 
Artigo 18, inciso I, do Código Penal: “diz-se o crime doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco
de produzi-lo”. 
Teoria da vontade: consciência e vontade dirigida ao resultado (adotada para o dolo direto)
Teoria do consentimento: consciência ou previsão do resultado e assunçãodo risco (adotada para o dolo
eventual).
Espécies de dolo
Dolo direto: o agente prevê e deseja o resultado
Dolo indireto: o agente prevê o resultado. Embora ele não deseje o resultado, aceita o risco de produzi-lo. 
Dolo genérico: consciência e vontade de realizar os elementos objetivos descritos no tipo penal. 
Dolo específico: vontade de realização do elemento subjetivo especial (ex: “com o fim de obter qualquer 
vantagem”, “com o objetivo de satisfazer a própria lascívia”). 
ELEMENTOS DA CONDUTA - CULPA
No crime culposo, o agente não quer o resultado, nem assume o risco de produzi-lo, mas viola um dever objetivo 
de cuidado, agindo de forma imprudente, negligente ou imperita. 
Artigo 18, inciso II, do Código Penal: “diz-se o crime culposo quando o agente deu causa ao resultado por
imprudência, negligência ou imperícia”.
Embora o agente não queira o resultado, este é previsível ou efetivamente previsto (culpa consciente).
Elementos do tipo culposo
a) Conduta voluntária (mal dirigida)
b) Inobservância do dever objetivo de cuidado (imprudência, imperícia e negligência)
c) Previsibilidade
d) Resultado naturalístico involuntário
e) Nexo causal
f) Tipicidade (Em regra, os crimes são dolosos. O tipo culposo deve estar previsto de forma expressa em lei).
ESPÉCIES DE CULPA
Espécies de culpa
Culpa inconsciente: o agente não prevê o resultado
Culpa consciente: o agente prevê o resultado, mas não assume o risco de produzi-lo, pois acredita sinceramente
que não ocorrerá. Ex: agente dirige em alta velocidade, vê um pedestre atravessando, mas tem a certeza de que
será capaz de desviar do pedestre, sem feri-lo. No entanto, acaba matando-o. Responderá por homicídio culposo,
pois não assumiu o risco de produzir o resultado.
Atenção: no dolo eventual, o agente vê o pedestre atravessando, não tem certeza de que será capaz de desviar,
mas não se importa, assumindo o risco de atropelá-lo.
Polêmica: homicídio na direção de veículo automotor com embriaguez – dolo eventual ou culpa? STJ: é preciso
analisar as circunstâncias do caso. Exemplo de dolo eventual: agente conduzia o volante em alta velocidade em
local com alto fluxo de pessoas ou praticava “racha”.
Compensação de culpas: não é cabível. Somente a culpa exclusiva da vítima afastará a imputação, pois excluirá o
nexo causal.
Diferenças entre dolo e culpa
CONDUTA RESULTADO
DOLO DIRETO CONSCIENTE VOLUNTÁRIA CONSCIENTE - Agente quis o resultado
DOLO EVENTUAL CONSCIENTE VOLUNTÁRIA CONSCIENTE - Agente assumiu o risco de 
produzir o resultado
CULPA CONSCIENTE CONSCIENTE VOLUNTÁRIA CONSCIENTE - Não quis o resultado
- Não assumiu o risco
- Acreditou que poderia 
evita-lo
CULPA INCONSCIENTE CONSCIENTE VOLUNTÁRIA INCONSCIENTE
(PREVISÍVEL)
- Agente não quis e não 
previu o resultado
- Resultado era previsível
ELEMENTO DO FATO TÍPICO 
RESULTADO
CONCEITO – Como é sabido o resultado é um dos elementos do fato típico.
Logo, diante da conduta humana podem surgir dois resultados, o
naturalístico e o normativo.
a) Naturalístico: O resultado naturalístico é toda modificação do mundo
exterior provocada pela conduta voluntária e consciente humana. Nem
todos os crimes produzem este tipo de resultado.
Quanto ao resultado naturalístico os crimes se classificam em material,
formal ou de mera conduta.
b) Normativo: o resultado normativo é quando a conduta traz lesão ou
perigo de lesão de um interesse tutelado pela norma penal, portanto de
acordo com este conceito todo delito possui um resultado – tais como os
crimes materiais, de mera conduta e formais.
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES QUANTO AO RESULTADO
CRIME MATERIAL: o tipo exige a produção do resultado naturalístico para ser
consumado. Ex: homicídio.
CRIME FORMAL: não exige a produção do resultado para a consumação do crime,
ainda que possível que ele ocorra.
Ex: extorsão mediante sequestro.
CRIME DE MERA CONDUTA: É aquele em que a lei descreve apenas uma conduta, e
não um resultado. Sendo assim, o delito consuma-se no exato momento em que a
conduta é praticada. Ex: porte ilegal de arma de fogo.
ELEMENTO DO FATO TÍPICO – NEXO CAUSAL
Conceito – Segundo a doutrina é a relação entre a conduta do sujeito
ativo e a o resultado dela decorrente.
Como é sabido, o art. 13 do CP adotou a teoria da equivalência dos
antecedentes causais (também chamada de teoria sine qua non), ou
seja, “causa é toda circunstância antecedente sem a qual o resultado
não teria ocorrido
Para identificar quais fatos causaram o resultado efetivamente, deve
pegar a teoria da equivalência dos antecedentes causais prevista no
caput do art. 13 do CP e aplicar o método de eliminação hipotética
dos antecedentes causais.
CONCAUSA - nada mais é do que o concurso de fatores (preexistentes,
concomitantes ou supervenientes) que, paralelamente ao comportamento do
agente, são capazes de modificar o curso natural do resultado.
- são fatores externos à vontade do agente, mas que se unem a sua conduta.
Espécies de concausas
a) CONCAUSAS ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES: a conduta do agente não possui relação 
com o resultado. Logo, o agente não responde pelo resultado, mas pelos atos praticados. 
• Preexistente: exclui o nexo causal. Ex.
• Concomitante: exclui o nexo causal.
• Superveniente: exclui o nexo causal.
EXEMPLOS DE CONCAUSAS ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES
a) Preexistente: exclui o nexo causal.
Exemplo: Efetuar disparos de arma de fogo, com o dolo de matar, em pessoa que falecera
minutos antes.
b) Concomitante: exclui o nexo causal.
Exemplo: atirar em pessoa que, no exato momento do tiro, sofre ataque cardíaco fulminante
e que não guarda relação alguma com disparo.
c) Superveniente: exclui o nexo causal.
Exemplo: ministrar veneno a uma pessoa que vem a falecer porque caiu um lustre na sua
cabeça, antes do veneno fazer efeito.
ATENÇÃO!!! – nas três hipóteses acima, o agente só responde pelos atos praticados, ou seja,
por tentativa de homicídio.
CONCAUSAS RELATIVAMENTE INDEPENDENTES
b) CONCAUSAS RELATIVAMENTE INDEPENDENTES: duas causas interligadas produzem o
resultado, incluindo a conduta do agente (conduta do agente + concausa relativamente
independente = resultado).
• Preexistente: o agente responde pelo resultado.
• Concomitante: o agente responde pelo resultado.
• Superveniente : o agente não responderá pelo resultado (artigo 13, § 1º, do CP),
mas pelos atos praticados, desde que a causa fuja à linha de desdobramento
normal.
EXEMPLOS DE CONCAUSAS RELATIVAMENTE INDEPENDENTES -
Preexistente: o agente responde pelo resultado.
Exemplo: cortar levemente uma pessoa hemofílica que vem a falecer de sangramento. (a hemofilia
é uma concausa preexistente que + a conduta do agente = resultado morte)
Concomitante: o agente responde pelo resultado.
Exemplo: atirar em pessoa que, no exato momento do tiro, sofre ataque cardíaco fulminante e que,
somado estes dois fatores ocorreu o resultado morte.
Superveniente: aquela que ocorre posteriormente à conduta do agente. Neste específico
caso, torna-se necessário fazer uma distinção, em virtude do comando expresso ao artigo
13, §1º, CP: A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação
quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a
quem os praticou. É A CHAMADA TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA
Causa Superveniente Relativamente Independente que não produz por si só o resultado:
aplica-se a teoria da conditio sine qua non - regra geral - por não se enquadrar na exceção
do §1º do artigo 13. Exemplo: atira em uma pessoa que é levada para hospital e precisa de
cirurgia e vem a falecer em razão da infecção hospitalar que pegou
ELEMENTO DO FATO TÍPICO 
TIPICIDADE
A tipicidade também é um elemento do fato típico. Segundo a doutrina moderna a tipicidade
se subdivide em formal e material.
Tipicidade = Tipicidade formal + Tipicidade material
a) TIPICIDADE FORMAL – é a subsunção do fato real à norma penal existente.
b) TIPICIDADE MATERIAL – faz um juízo de valor no que tange a relevância da lesão ou do
perigo de lesão o bem jurídico protegidopela norma.
Com pensamento moderno que a tipicidade não está somente presa a subsunção do fato real a
norma, mas também a relevância da lesão ou perigo de lesão, possibilita a aplicação do
princípio da insignificância como hipótese de tornar uma conduta atípica.
TIPICIDADE FORMAL
O tipo penal descreve uma conduta proibida. Divide-se em
elementos objetivos e subjetivos.
TIPO PENAL
Tipo Objetivo
Tipo Subjetivo
Elementos 
descritivos
Elementos 
normativos
Dolo 
culpa
ITER CRIMINIS - CAMINHO DO CRIME
O chamado iter criminis, ou seja, o “caminho do crime” possui quatro fases, senão vejamos:
COGITAÇÃO CONSUMAÇÃOPREPARAÇÃO EXECUÇÃO
1) COGITAÇÃO: fase interna. Não é punida. 
2) PREPARAÇÃO: atos preparatórios para a execução. Não é punida, salvo previsão expressa. Ex: 
portar arma para praticar homicídio. 
3) EXECUÇÃO: momento em que o fato passa a ser punível. Pode ocorrer: 
i. Consumação
ii. Tentativa (art. 14, II do CP)
iii. Desistência voluntária ou arrependimento eficaz (art. 15 do CP)
4) CONSUMAÇÃO: presentes todos os elementos legais definidores do crime (artigo 14, I, do CP)
CRIME TENTADO (artigo 14, II, do CP)
Ocorre o crime tentado quando, iniciada a execução, não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do agente.
Elementos da tentativa:
a) Prática de um ato executório (realiza-se parte do tipo objetivo);
b) Presença do elemento subjetivo do tipo (dolo);
c) Ausência de consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Trata se de uma causa de diminuição de pena – de um a dois terços.( art. 14, II,
parágrafo único do CP)
A fração de diminuição dependerá do iter criminis percorrido: quanto mais perto da
consumação do delito, menor a fração de diminuição.
CUIDADO !!! INFRAÇÕES PENAIS QUE NÃO CABE TENTATIVA: 
• Culposos: não se pode tentar aquilo que não se quer. 
• Contravenções: expressa previsão legal.
• Habituais: exige reiteração de atos para que se consume. Se houver reiteração, está consumado;
se não houver, será um indiferente penal. Exemplo: curandeirismo (art. 284 do CP).
• Omissivos próprios: consiste em um não fazer. Se o agente não fizer e o resultado ocorrer, estará 
consumado o delito. 
• Unissubsistentes: a fase de execução não admite fracionamento. Ex: injúria verbal. 
• Preterdolosos: mesma lógica do crime culposo. 
Mnemônico: CCHOUP
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ 
Desistência voluntária: está prevista na primeira parte do art. 15 do CP, onde o sujeito ativo
voluntariamente interrompe os atos executórios. Exemplo: o agente dá uma facada na vítima,
com a intenção inicial de matá-la, mas, embora pudesse continuar desferindo golpes, desiste
e permite que a vítima sobreviva.
Arrependimento eficaz: está prevista na segunda parte do art. 15 do CP, nesse caso o sujeito 
ativo realiza todos os atos executórios, mas age para impedir o resultado. Exemplo: o agente 
coloca veneno na comida da vítima, mas depois se arrepende e dá o antídoto. 
Hipótese Consequência
Tentativa A consumação não ocorre por circunstância
alheia à vontade do agente
Diminuição de pena de 1 a 2/3. –
art. 14, II, parágrafo único do CP
Desistência voluntária e 
arrependimento eficaz
A consumação não ocorre em razão da
vontade do agente
Responde pelos atos praticados –
art. 15 do CP
ARREPENDIMENTO POSTERIOR – art. 16 do CP
No caso do arrependimento posterior o iter criminis chegou até o fim
(consumação)
É uma causa obrigatória de diminuição de pena (de um a dois terços) em
crimes que não tem violência e grave ameaça.
• REQUISITOS:
a) Crime cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa
b) Reparação do dano ou restituição da coisa
c) Ato voluntário
d) Reparação ou restituição da coisa até o recebimento da denúncia ou queixa
ALGUNS CRIMES QUE NÃO TEM VIOLÊNCIA E NEM GRAVE 
AMEAÇA , MAS NÃO CABE O ARREPENDIMENTO POSTERIOR
a) Peculato culposo (artigo 312, §§ 2º e 3º, do CP) – reparação antes
da sentença irrecorrível gera a extinção da punibilidade
b) Cheque sem fundos: O pagamento de cheque emitido sem provisão
de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao
prosseguimento da ação penal - Súmula 554 do STF. Logo, o
pagamento antes do recebimento da denúncia extingue a
punibilidade.
c) Pagamento do tributo: extingue a punibilidade (artigo 83, § 4º, da
Lei nº 9.430/96).
CRIME IMPOSSÍVEL – art. 17 do CP
• Crime impossível é quando é impossível a conclusão do crime. Segundo o
art. 17 do CP não se pode punir nem na modalidade tentada nesses casos
• A ineficácia do meio diz respeito a arma ou instrumento utilizado para
cometer o delito, que não tem eficácia. Ex: Roubo com uso de faca de
papel, arma de fogo quebrada, atirar sem balas.
• A impropriedade do objeto refere-se à pessoa ou coisa contra a qual o
delito é praticado, cujas condições torna impossível a consumação do ato
ilícito. Ex: Atirar em um morto, provocar aborto em quem não está grávida.
• Existe o crime impossível criado pelo STF – súmula 145 – flagrante
preparado
ANTIJURICIDADE - ILICITUDE
Quando uma pessoa pratica um fato que se encaixa em um tipo penal
previsto no Código Penal, temos a tipicidade configurada.
Logo, as infrações penais, via de regra, são condutas consideradas
ilícitas (antijurídicas), porém o legislador criou situações onde mesmo o
agente praticando uma conduta típica esta será considerada lícita, são
as chamadas excludentes de ilicitude (antijuricidade, justificantes,
descriminantes).
TIPOS DE EXCLUDENTES DE ILICITUDE – ART. 23 DO CP
a) Estado de Necessidade – art. 24 do CP
b) Legítima Defesa – art. 25 do CP
c) Estrito cumprimento de dever legal – art. 23, III do CP
d) Exercício regular do direito – art. 23, III do CP
• ATENÇÃO COM O EXCESSO
• O agente, em qualquer das hipóteses do artigo 23 (excludentes de
ilicitude), responderá pelo excesso doloso ou culposo.
ATENÇÃO !!!! – as excludentes não estão só no art. 23 do CP
Os artigos de lei que descrevem causas excludentes de antijuricidade
são chamados de tipos penais permissivos.
Existem tipos penais permissivos previstos na parte especial do CP:
a) no aborto para salvar a vida da gestante ou em decorrência de
estupro – art. 128, incisos I e II do CP;
b) violação de domicilio – art. 150, § 3º do CP;
c) nos crimes de injúria e difamação.
ESTADO DE NECESSIDADE - CONCEITO
Art. 24 – Considera-se em estado de necessidade
quem pratica o fato para salvar de perigo atual,
que não provocou por sua vontade, nem podia de
outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo
sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável
exigir-se.
ESTADO DE NECESSIDADE – art. 24 do CP
Os requisitos para configurar a excludente de ilicitude Estado de
Necessidade são:
a) ameaça a direito próprio ou alheio;
b) situação não causada voluntariamente pelo sujeito;
c) existência de um perigo atual;
d) inexistência de dever legal de enfrentar o perigo;
e) conhecimento da situação de fato justificante.
LEGÍTIMA DEFESA – ART. 25 do CP
“Art. 25 – Entende-se em legítima defesa quem,
usando moderadamente dos meios necessários,
repele injusta agressão, atual ou iminente, a
direito seu ou de outrem.
REQUISITOS DA LEGÍTIMA DEFESA
Os requisitos da legítima defesa são:
a) existência de uma agressão humana;
b) a agressão injusta (ilícita),
c) agressão atual ou iminente (aquela prestes a ocorrer);
d) agressão dirigida a direito próprio ou de terceiro;
e) utilizar meios necessários para afastar a injusta agressão (são aqueles
menos lesivos);
f) moderação (somente o necessário para proteger objeto jurídico );
g) consciência da situação justificante (o autor do crime tem ciência que
está agindo acobertado por esta excludente de ilicitude).
EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO – art. 23, III do CP
Nesta hipótese o sujeito ativo atua dentro do permitido em
lei.
Ex.: lesões que ocorrem no esporte chamado Boxe, desde que
respeitadas as regras desta modalidade esportiva.
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL – art. 23, III do CP
O estrito cumprimento do dever legal também é uma excludente de
ilicitude segundo determinao art. 23, inciso III do CP. Este dever pode
estar previsto em leis, decretos, regulamentos que sejam de caráter
legal.
Ex.: policial que provoca lesão corporal em um bandido que estava
fugindo
CULPABILIDADE (PODER RECEBER PENA)
A culpabilidade pode ser conceituada como sendo a
reprovação que recai sobre o individuo que pratica uma
infração penal. Não há culpabilidade se a conduta não
for típica e antijurídica. Segundo a teoria do crime
tripartida a culpabilidade é elemento do crime.
ELEMENTOS DA CULPABILIDADE
A culpabilidade é pressuposto da aplicação da pena, logo possui três elementos essenciais
conforme Teoria Normativa Pura da Culpabilidade: imputabilidade + potencial consciência da
ilicitude + exigibilidade de conduta diversa.
Para alguém poder receber pena os 3 elementos devem estar presentes:
a) IMPUTABILIDADE – Ao analisar o Código Penal, observa que ele não traz o conceito de
imputabilidade, mas apenas a situações que uma pessoa é considerada inimputável. Imputabilidade
é um conjunto de características pessoais que permitem que uma pessoa possa ser juridicamente
responsabilizada pela prática de um crime;
b) POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE – ninguém pode alegar o desconhecimento da lei penal
de acordo com art. 21 do CP. Segundo este elemento da culpabilidade o agente do crime deve
conhecer a ilicitude da sua conduta;
c) EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA – o agente só deve ser punido, se poderia evitar a
conduta, ou seja, possibilidade de exigir do agente que ele haja de forma legal.
HIPÓTESES DE INIMPUTABILIDADE
• As hipóteses são: 
• menoridade (menor de 18 anos – art. 27 do CP); 
• doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado; 
• embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior; 
• dependência ou efeito de droga proveniente de caso fortuito ou força 
maior. 
EXCLUDENTES DE CULPABILIDADE
INIMPUTABILIDADE:
A. Doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado –
ojuiz deverá uma sentença absolutória imprópria com aplicação de medida
de segurança. – art. 26 do CP
B. Menoridade – artigo 27 do CP
C. Embriaguez completa acidental por caso fortuito ou força maior (artigo
28, § 1º, do CP): “
EXCLUDENTES DE CULPABILIDADE
POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE
É um dos elementos da culpabilidade: consiste na possibilidade de que o agente conheça a ilicitude do
fato. Não se trata de conhecer a lei em si, mas de um conhecimento vulgar sobre as condutas proibidas
pelo ordenamento, de acordo com o senso comum – “valoração paralela na esfera do profano”.
Excludente da potencial consciência da ilicitude:
• Erro de proibição ou erro sobre a ilicitude do fato inevitável ou escusável (artigo 21, caput, do CP):
ocorre quando não era possível ao agente conhecer o caráter ilícito de sua conduta. Isenta de pena.
Não excludente da potencial consciência da ilicitude:
• Erro de proibição evitável ou inescusável (artigo 21, parágrafo único, do CP): era possível ao agente
conhecer o caráter ilícito de sua conduta. Não isenta de pena, mas é causa de diminuição.
EXCLUDENTE DA CULPABILIDADE
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
É o terceiro elemento da culpabilidade: consiste na possibilidade de que o agente, no caso concreto, praticasse conduta
em conformidade com o direito. Em algumas situações, não será exigível que o agente pratique a conduta conforme o
ordenamento. Ou seja, conduta diversa era inexigível do agente.
São os casos de excludente de culpabilidade:
a) Coação moral irresistível (artigo 22 do CP): consiste no emprego de grave ameaça contra alguém para que faça ou
deixe de fazer algo. Exemplo: a pessoa comete uma lesão corporal sob grave ameaça de que, caso contrário, sua
esposa morrerá. Exclui-se a culpabilidade, por inexigibilidade de conduta diversa. A ameaça deve ser grave e
irresistível. Se for resistível, pode atenuar a pena (artigo 65, III, “c”, CP).
b) Obediência hierárquica (artigo 22 do CP): fato praticado em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal,
de superior hierárquico. A ordem é ilegal, mas não manifestamente. Deve haver uma relação de direito público.
Exemplo: juiz manda o oficial de justiça prender o promotor pela prática de crime afiançável. Apenas o superior
hierárquico responde.
Conceito: No erro de proibição, o agente não tem a consciência da ilicitude do fato praticado. O agente tem
consciência e vontade de praticar o fato (DOLO), mas não tem consciência da ilicitude. Não há uma falsa
percepção da realidade, mas uma falsa percepção do caráter ilícito da conduta.
ERRO DE PROIBIÇÃO DIRETO: o agente pratica a conduta desconhecendo ou mal interpretando a norma de
proibição (crime comissivo) ou a norma mandamental (crime omissivo). Exemplo: mulher pratica aborto sem
saber que é ilegal. Pessoa deixa de prestar socorro porque acredita não ser obrigada.
ERRO DE PROIBIÇÃO INDIRETO: erro sobre as causas de exclusão de ilicitude (descriminantes).
a) Erro sobre a existência da descriminante: o agente supõe que age com amparo em alguma causa de
justificação. Exemplos: o homem mata a mulher que o traiu, achando que está em legítima defesa da
honra;
b) Erro sobre os limites da descriminante: o agente conhece a existência da causa de justificação, mas erra
sobre seus limites. Exemplo: o agente leva um soco e acredita que pode atirar na pessoa em legítima
defesa.
DESCRIMINANTES PUTATIVAS
• DESCRIMINANTES OU JUSTIFICANTES = EXCLUDENTES DE ILICITUDE
• PUTATIVA = IMAGINÁRIAS
• ERRO QUANTO AOS PRESSUPOSTOS FÁTICOS OU
• ERRO QUANTO A EXISTÊNCIA DA EXCLUDENTE
• ERRO QUANTO AO LIMITE DESTA CASA EXCLUDENTE DE ILICITUDE
2 TIPOS DE RESULTADOS
• ERRO DE TIPO PERMISSIVO
• OU
• ERRO DE PROIBIÇÃO INDIRETA
FATO TÍPICO – ERRO DE TIPO PERMISSIVO
BET – ERRO DE TIPO PERMISSIVO
O QUE SE IMAGINA NÃO É O QUE ACONTECE DE FATO
Se for evitável – exclui o dolo e puni a culpa se houver (culpa
imprópria)
Se for inevitável – exclui dolo e culpa ai a conduta é atípica
ERRO DE PROIBIÇÃO INDIRETA – ATINGE A CULPABILIDADE –
ERRO PERMISSIVO OU ERRO DE PERMISSÃO
PEPI – ERRO DE PROIBIÇÃO INDIRETO
ERRO QUANTO A EXISTÊNCIA DA DESCRIMINANTE -
EX. mata esposa e amante, pois acredita que existe excludente de
ilicitude – legitima defesa da honra
ERRO QUANTO AO LIMITE DA DESCRIMINANTE –
Pepi vitima de assalto consegue render o bandido pois estava armado e
resolve matar o bandido – se excedeu
A pergunta que ele fala é – ué é crime
CONSEQUÊNCIAS
• Se for inevitável – exclui a culpabilidade
• Se for evitável – teremos a diminuição da pena
CONCURSO DE PESSOAS – art. 29 do CP
Concurso de pessoas consiste no cometimento da mesma infração penal por duas 
ou mais pessoas: a) autor/coautor; e b) partícipe. 
Artigo 29 do CP: “Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas 
penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade”. 
Requisitos do concurso de pessoas:
a) Vínculo subjetivo entre os agentes: não há necessidade de prévia combinação.
b) Identidade de infração penal: teoria monista (regra)
c) Pluralidade de autores e condutas.
d) Relevância causal e jurídica de cada uma das condutas: a conduta do autor ou 
do partícipe deve ter relevância causal. 
TEORIA MONISTA:É a teoria adotada pelo Código Penal. Todos os agentes que praticam
condutas para a realização de um fato único e haverá apenas um crime.
Exceção: em alguns casos, o CP adota a teoria pluralista. Exemplo: artigos 124, 2ª parte (gestante
que consente com o aborto), e 126 (médico que provoca o aborto) do Código Penal.
O Código Penal adota um conceito restritivo de autor. Nem todo aquele que causa o resultado é
autor do delito.
AUTOR/SUJEITO ATIVO/AGENTE – é a pessoa que realiza todos ou alguns elementos do tipo
(realiza o núcleo do tipo). Exemplo: desfere tiros no homicídio.
PARTÍCIPE contribui para o crime, sem realizar os atos de execução do crime. Exemplo: instiga o
agente a praticar o homicídio.
CONCURSOS DE CRIMES
• CONCEITO - Nas palavras de Cezar Roberto Bittencourt:
“O concurso pode ocorrer entre crimes de qualquer espécie,
comissivos ouomissivos, dolosos ou culposos, consumados ou
tentados, simples ou qualificados e ainda entre crimes e
contravenções. Logicamente a pena a ser aplicada a quem
pratica mais de um crime não pode ser a mesma pena
aplicável a quem comete um único crime. Por isso, foram
previstos critérios especiais de aplicação de pena às diferentes
espécies de concursos de crimes”.
ATENÇÃO!!!
Sempre que houver um concurso de crimes o
agente responderá por todos eles, conforme
critérios de aplicação de pena estabelecidos na
legislação penal.
MODALIDADES DE CONCURSO DE CRIMES
O Código Penal prevê três modalidades de
concurso de crimes: concurso material, concurso
formal e crime continuado.
ESPÉCIES DE CONCURSOS DE CRIMES 
A) CONCURSO MATERIAL
B) CONCURSO FORMAL
C) CRIME CONTINUADO
CONCURSO MATERIAL (REAL)
A primeira espécie prevista é o concurso material - art. 69 do 
CP.
Art. 69 do CP
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou 
mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de 
liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de 
reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.
2 ou + condutas
2 ou + crimes
= soma de penas
APLICAÇÃO CUMULATIVA
•Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de 
uma ação ou omissão, pratica dois ou mais 
crimes, idênticos ou não, aplicam-se 
cumulativamente as penas privativas de 
liberdade em que haja incorrido. No caso de 
aplicação cumulativa de penas de reclusão e de 
detenção, executa-se primeiro aquela.
CONCURSO MATERIAL - CAPUT
Assim, o concurso material estará presente quando o
agente praticar duas ou mais condutas (comissivas ou
omissivas) que deem origem a dois ou mais crimes,
idênticos ou não. A consequência desta espécie de
concurso é a soma das penas (sistema do cúmulo
material).
PARTE FINAL DO CAPUT
No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão
e detenção, aplica-se primeiro a reclusão, depois a de
detenção (art. 69, parte final, do Código Penal). Isso
justifica-se pelo fato de que a pena de reclusão é mais
grave, admitindo, em tese, a fixação de regime fechado,
diferentemente da pena de detenção, para a qual é
cabível, no máximo, regime semiaberto.
CUMPRIMENTO DA PENA - Art. 69, §2º do CP
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o
condenado cumprirá simultaneamente (significa ao mesmo
tempo) as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as
demais.
- Ex. limitação de finais de semana mais prestação pecuniária) =
vou cumprir as 3
- Agora se forem incompatíveis (duas prestações de serviços
à comunidade com incompatibilidade de horários de
cumprimento) deverá cumprir uma de cada vez.
CONCURSO FORMAL
• Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou
omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não,
aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais,
somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso,
de um sexto até metade.(chamado concurso formal
próprio ou perfeito) As penas aplicam-se, entretanto,
cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os
crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos,
consoante o disposto no artigo anterior. (chamado de
impróprio ou imperfeito
CONCURSO FORMAL
Desta feita, há conduta única, mas
multiplicidade de resultados (dois ou mais
crimes).
Trata-se o critério de exasperação das penas, ou
seja, a aplicação de somente uma delas
CONCURSO FORMAL PRÓPRIO – primeira parte do art. 70 do CP
O concurso formal próprio é aquele no qual o agente
pratica uma só ação que culmina em dois ou mais
resultados que não são almejados pelo agente.
- quando a ação ou omissão for dolosa, mas não for
intenção do agente a provocação de mais de um
resultado (agente quer cometer apenas um crime,
porém a conduta causa outro ou outros, como no
exemplo em que “A” dispara contra “B”, mas o projétil
transpassa o corpo deste e também acerta “C”).
PRIMEIRA PARTE – concurso formal próprio
1 conduta
2 ou + crimes
= pega a pena mais grave e aumenta 
Os crimes devem ser:
1 doloso + dois culposos ou Ex. quero matar A, atiro e a bala atravessa o ombro de 
A e atingi B que estava atrás e C
todos culposos
Ex. se mediante uma única conduta eu pratico mais de um crime
Estou dirigindo meu carro imprudentemente mexo no celular e perco o controle 
causo um acidente e atropelo 5 vitimas. Duas morreram outras somente se 
lesionaram.
CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO (OU IMPERFEITO)
• Está previsto na parte final do art. 70, caput, do
Código Penal. O concurso formal será impróprio
quando a ação única do agente for dolosa e ele
tiver desígnios autônomos quanto aos dois ou mais
resultados, isto é, se ele tiver intenção (dolo direto) ou
assumir o risco (dolo eventual) de produzir ambos.8 A
solução, nesse caso, será o somatório das penas, tal
como no concurso material.
SEGUNDA PARTE DO ART. 70 DO CP – CONCURSO FORMAL 
IMPRÓPRIO
- O DELINQUENTE ULTRAPASSOU O LIMETE E NÃO PODE SER BENEFICIADO PELO CONCURSO
FORMAL
“.... As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente (regra do concurso 
material), se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de 
desígnios autônomos (dolos distintos – tem dolo sobre cada um resultado), 
consoante o disposto no artigo anterior.”
Ex. o matador quer matar duas pessoas e espera elas se alinharem para atirar –
neste caso vamos somar a pena
Ex. STJ – assalto a transporte publico – sujeito entra no ônibus, anuncia assalto, 
tinham 20 passageiros e o motorista e cobrador. 22 pessoas. Ele pega o objetos 
de todos. Foi preso em flagrante e o processo chegou até STJ – entendeu que 
praticou uma única conduta fracionada em vários atos – 22 crimes de roubo em 
concurso formal diante dos desígnios autônomos somaram a pena
CONCURSO MATERIAL BENÉFICO - Art. 70, 
parágrafo único do CP
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria
cabível pela regra do art. 69 deste Código.
ATENÇÃO!!! – só se aplica no concurso formal
próprio.
No caso de concurso formal pp, como ele foi criado para
ajudar o réu a pena dele não pode ser maior comparada com
o concurso material. Assim, para não se prejudicar o agente,
desconsidera-se a exasperação e somam-se as penas
CONCLUSÃO
• REGRA – concurso formal próprio = exasperação
• EXCEÇÃO – concurso formal impróprio = cumulo de penas = somar
• EXCEÇÃO DA EXCEÇÃO = concurso material benéfico
CRIME CONTINUADO (Continuidade delitiva – genérico)
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou
omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie
(mesmo tipo penal) e, pelas condições de tempo (até o
limite de 30 dias), lugar (na mesma comarca ou até
vizinhas), maneira de execução e outras semelhantes,
devem os subsequentes ser havidos como continuação do
primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se
idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em
qualquer caso, de um sexto a dois terços.(exasperação da
pena)
Ex. frase azul:
CRIME CONTINUADO GENÉRICO
• 2 ou + condutas
• 2 OU + CRIMES
• NAS MESMAS CONDIÇÕES: 
CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO - Art. 71, parágrafo único do 
CP
• Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes,
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz,
considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias,
aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave,
se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do
art. 70 (concurso material benéfico) e do art. 75 (ninguém pode ficar
preso mais de 40 anos)deste Código.
• Ex. 10 latrocínios em 30 dias – pena CONC MAT = 200 anos
• Se aplicar o parágrafo pega a pena de 20x3= 60
CONCLUSÃO SEGUNDO OS TRIBUNAIS
•só haverá continuidade se agente, desde um
primeiro momento, já planejar a prática das
várias condutas dentro de um mesmo
contexto.
QUESTÃO 02 – APLICAÇÃO DA LEI PENAL
Em razão de grande evento de caráter religioso que ocorreria no país, com previsão de
chegada de milharesde estrangeiros, foi editada uma lei estabelecendo que, durante o
prazo de vigência da norma, que seria de 02 de fevereiro de 2019 até 02 de setembro de
2019, os crimes de furto qualificado pelo concurso de pessoas passariam a ser punidos
com pena de reclusão de 03 a 10 anos e multa, afastando-se o preceito secundário
anterior, que fixava pena de 02 a 08 anos de reclusão e multa. Após cessar a vigência da lei,
em 02 de setembro de 2019, o crime de furto qualificado pelo concurso de pessoas voltou
a ser punido com pena de 02 a 08 anos de reclusão. Carlos foi preso em flagrante pela
prática do crime de furto qualificado em 03 de janeiro de 2019, sendo proferida sentença
condenatória em 02 de setembro de 2019, ocasião em que o juiz afirmou que fixava a pena
base no mínimo legal, qual seja, 03 anos de pena privativa de liberdade, já que é a norma
em vigor neste momento. Por sua vez, João foi preso em flagrante, também pela prática do
crime de furto qualificado, por fatos que teriam ocorrido em 05 de maio de 2019, sendo
sua sentença proferida em 12 de setembro de 2019. Na ocasião, o juiz condenou João,
fixando a pena mínima de 03 anos de reclusão, já que era a norma em vigor na data do
fato. Carlos e João procuram você, na condição de advogado(a), para esclarecimentos.
Considerando apenas as informações narradas, com base nas previsões legais e
constitucionais sobre sucessão de leis no tempo, você deverá informar aos clientes que
ALTERNATIVAS
A) não poderão ser questionadas as penas aplicadas.
B) poderão ser questionadas as penas aplicadas.
C) poderá ser questionada a pena aplicada a João, em razão da
aplicação do princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica, mas
não a pena aplicada a Carlos.
D) não poderá ser questionada a pena aplicada a João, mas poderá ser
questionada a pena aplicada para Carlos, em razão do princípio da
irretroatividade da lei penal mais gravosa.
ALTERNATIVA CORRETA - D 
CONFLITO INTERPORAL DE NORMAS ENTRE A DATA DOS FATOS E A
SENTENÇA
- NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA – lei nova que não existia no código
Novatio legis in pejus – lei nova que agrava a situação do réu, não
retroage – art. 5º, inciso XXXIX da CF/88
QUESTÃO 03 – ITER CRIMINIS
Durante uma discussão, Theodoro, inimigo declarado de Valentim, seu
cunhado, golpeou a barriga de seu rival com uma faca, com intenção de
matá-lo. Ocorre que, após o primeiro golpe, pensando em seus
sobrinhos, Theodoro percebeu a incorreção de seus atos e optou por
não mais continuar golpeando Valentim, apesar de saber que aquela
única facada não seria suficiente para matá-lo. Neste caso, Theodoro
A) não responderá por crime algum, diante de seu arrependimento.
B) responderá pelo crime de lesão corporal, em virtude de sua
desistência voluntária.
C) responderá pelo crime de lesão corporal, em virtude de seu
arrependimento eficaz.
D) responderá por tentativa de homicídio.
ALTERNATIVA CORRETA - B
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA – art. 15 do CP. – o agente inicia a execução
e para porque quer –
ARREPENDIMENTO EFICAZ – art. 15 do CP – o agente realiza todos os
atos de execução, mas impede a consumação.
- nos dois casos só responde pelo que fez.
CUIDADO – diferente de arrependimento posterior – posterior a quê? –
não pode ter violência ou grave ameaça – repara o dano ou restitui a
coisa até recebimento da denúncia.
QUESTÃO 04 – SURSIS E RESTRITIVA DE DIREITO
Cátia procura você, na condição de advogado(a), para que esclareça as
consequências jurídicas que poderão advir do comportamento de seu filho,
Marlon, pessoa primária e de bons antecedentes, que agrediu a ex-namorada ao
encontrá-la em um restaurante com um colega de trabalho, causando-lhe lesão
corporal de natureza leve. Na oportunidade, você, como advogado(a), deverá
esclarecer que:
A) o início da ação penal depende de representação da vítima, que terá o prazo de
seis meses da descoberta da autoria para adotar as medidas cabíveis.
B) no caso de condenação, em razão de ser Marlon primário e de bons
antecedentes, poderá a pena privativa de liberdade ser substituída por
restritiva de direitos.
C) em razão de o agressor e a vítima não estarem mais namorando quando
ocorreu o fato, não será aplicada a Lei nº 11.340/06, mas, ainda assim, não será
possível a transação penal ou a suspensão condicional do processo.
D) no caso de condenação, por ser Marlon primário e de bons antecedentes,
mostra-se possível a aplicação do sursis da pena.
QUESTÃO 09 – EXCLUDENTE DE ILICITUDE 
Enquanto assistia a um jogo de futebol em um bar, Francisco começou a provocar
Raul, dizendo que seu clube, que perdia a partida, seria rebaixado. Inconformado
com a indevida provocação, Raul, que estava acompanhado de um cachorro de
grande porte, atiça o animal a atacar Francisco, o que efetivamente acontece. Na
tentativa de se defender, Francisco desfere uma facada no cachorro de Raul, o qual
vem a falecer. O fato foi levado à autoridade policial, que instaurou inquérito para
apuração. Francisco, então, contrata você, na condição de advogado(a), para
patrocinar seus interesses. Considerando os fatos narrados, com relação à conduta
praticada por Francisco, você, como advogado(a), deverá esclarecer que seu cliente
A) não poderá alegar qualquer excludente de ilicitude, em razão de sua
provocação anterior.
B) atuou escorado na excludente de ilicitude da legítima defesa.
C) praticou conduta atípica, pois a vida do animal não é protegida penalmente.
D) atuou escorado na excludente de ilicitude do estado de necessidade.
ALTERNATIVA CORRETA - B
• Art. 25 do CP -
OAB EXAME XIV
O Presidente da República, diante da nova onda de protestos, decide, por
meio de medida provisória, criar um novo tipo penal para coibir os atos de
vandalismo. A medida provisória foi convertida em lei, sem impugnações.
Com base nos dados fornecidos, assinale a opção correta.
Alternativas
A) Não há ofensa ao princípio da reserva legal na criação de tipos penais por
meio de medida provisória, quando convertida em lei.
B) Não há ofensa ao princípio da reserva legal na criação de tipos penais por
meio de medida provisória, pois houve avaliação prévia do Congresso
Nacional.
C) Há ofensa ao princípio da reserva legal, pois não é possível a criação de
tipos penais por meio de medida provisória.
D) Há ofensa ao princípio da reserva legal, pois não cabe ao Presidente da
República a iniciativa de lei em matéria penal.
ALTERNATIVA CORRETA - C
• PRINCIPIO DA RESERVA LEGAL – art. 1º do CP.
EXAME XV
Pedro Paulo, primário e de bons antecedentes, foi denunciado pelo crime de
descaminho (Art. 334, caput, do Código Penal), pelo transporte de
mercadorias procedentes do Paraguai e desacompanhadas de
documentação comprobatória de sua importação regular, no valor de R$
3.500,00, conforme atestam o Auto de Infração e o Termo de Apreensão e
Guarda Fiscal, bem como o Laudo de Exame Merceológico, elaborado pelo
Instituo Nacional de Criminalística. Em defesa de Pedro Paulo, segundo
entendimento dos Tribunais Superiores, é possível alegar a aplicação do
Alternativas
A) princípio da proporcionalidade.
B) princípio da culpabilidade.
C) princípio da adequação social.
D) princípio da insignificância ou da bagatela.
ALTERNATIVA CORRETA - C
• Aplica-se o princípio da insignificância aos seguintes crimes
• Crimes contra a ordem tributária (Lei n. 8.137/1990) e crime de 
descaminho (Art. 334, CP) – valor pacífico no STJ e STF: Até R$ 
20.000,00;
EXAME DA OAB 42
Joelerson, foragido, com longa lista de antecedentes criminais, foi condenado ao
cumprimento de uma pena privativa de liberdade de 24 anos de reclusão, mínima prevista
para o delito que cometeu (extorsão mediante sequestro seguida de morte − Art. 159, § 3º,
do Código Penal). No dia seguinte ao trânsito em julgado da condenação, entrou em vigor a
Lei A, que reduziu a pena mínima para o delito referido, fixando−a em 20 (vinte) anos de
reclusão. Após intensa reação midiática, a Lei B revogou a Lei A, restabelecendo o patamar
sancionatório mínimo anteriormente previsto. No dia seguinte à entrada em

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