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Síndrome Nefrítica 1 Síndrome Nefrítica Histologia e Fisiologia Glomerular Glomerular → Barreira Física → Barreira Eletroquímica Síndrome Nefrítica 2 A formação de imunocomplexos pode ser primária, com formação de anticorpos contra componentes do glomérulo, ou pode ser secundária à patologias sistêmicas. Os imunocomplexos (IC) podem se depositar nas 4 estruturas glomerulares: 1. Mesângio (componentes celular e não celular) 2. Endotélio Capilar 3. Podócitos 4. Membrana Basal Glomerular A depender da localização do IC e da intensidade da resposta inflamatória, teremos um tipo de doença glomerular É esse depósito de IC + Agressão inflamatória que gera a destruição eletroquímica, permitindo a passagem de proteínas, hemácias, lecuócitos, etc. Quando suspeitar de Doença Glomerular? Proteinúria → marcador de glomerulopatias, sendo a albumina o principal componente HEMATÚRIA → Doenças PROLIFERATIVAS = intensa atividade inflamatória = classicamente na síndrome nefrítica URINA ESPUMOSA → indicativo de proteinúria URINA ESCURECIDA → indicativo de hematúria Doença Glomerulares proliferativas não significam presença de células neoplásicas na região glomerular, mas sim a presença de um INTENSO INFILTRADO INFLAMATÓRIO, que cursa com maiores lesões, principalmente na membrana basal Apresentações Clínicas Nefrótica Nefrítica Início Insidioso Agudo Edema ++++ ++ Pressão Arterial Normal Elevada Proteinúria >3,5g/dia 50% dos glomerulos) : presença de 2 ou mais camadas de células no espaço de Bowman → lesão de membrana basal → mais processo inflamatório (ciclo vicioso que necessita de interrupção por imunossupressores) → ACOMETIMENTO DE PELO MENOS >50% DOS GLOMÉRULOS tratamento com IMUNOSSUPRESSÃO AGRESSIVA (nas formas rapidamente progressivas) INDEPENDENTEMENTE DA DOENÇA DE BASE Pulsoterapia com Ciclofosfamida + Metilprednisolona Síndrome Nefrítica 5 Glomerulonefrite Difusa Aguda (Pós-Estreptocócica) → Protótipo da doença proliferativa glomerular → IVAS OU INFECÇÃO CUTÂNEA → Presença prévia do Estreptococos Beta- Hemolítico (Streptococcus pyogenes) Repare de que dereria existir pontos de luz na histologia, indicativos de lúmen tubular. Mas a formação de crescentes preenche todos esses espaços Síndrome Nefrítica 6 → Faringoamidalite - 7 a 10 dias → Impetigo - a partir de 10 a 14 dias → Outras infecções → tempo variável → Ativação e consumo do sistema do complemento → Via ALTERNATIVA → baixos níveis de C3 Mais comum em crianças de 2 a 14 anos, masculino Em adultos: Associação com imunossupressão, etilismo, e outros agentes infecciosos -pior prognóstico ANTÍGENO ESTREPTOCÓCICO NEFRITOGÊNICO (SPBE) → são fragmentos proteicos muito similares à fragmentos proteicos do glomérulo (reação antígenica cruzada) Receptor Renal → GAPDH (Identificado na Biópsia Renal) e outros fatores Nefritogênicos → raramente evolui com formas rapidamente progressivas (GNRP) - 1% → Geralmente auto-limitada 📌 A criança tem uma faringoamidalite, resolve a infecção e 7 dias depois fica com a urina escura. Manifestações Clínicas Hematúria Microscópica -100% Hematúria Macroscópica - 30% Edema - 85% Hipertensão arterial - 80% Hipervolemia grave - 20% (oligúria grave com necessidade de internação, descompensação cardiovascular, emergência hipertensiva ou necessidade de diálise) Sintomas Urêmicos - 10% Exames Laboratoriais EQU Síndrome Nefrítica 7 → Hematúria DISMÓRFICA + presença de Cilíndros Hematicos → Leucocitúria Proteinúria Variável → Redução da TFG Distúrbios eletrolíticos secundários à diminuição da TFG → Hipercalemia, Acidose Metabólica… Evidência Sorológica de Estreptococcia ALSO( Anti-Estereptolisina O) >70% das faringites aDNAse B >70% dos impetigos Complemento Total : Queda de C3 em 90% dos casos Doença Autolimitada MEDIDAS DE SUPORTE Medidas dietéticas: restrição de sal e líquidos Antibioticoterapia - não trata a GNDA, mas EVITA que a criança seja portadora assintomática da bactéria (só se a criança não tratou na infecção primaria) Diuréticos de Alça, Hipotensores Vasodilatadores parenterais (se descompensação volêmica e pressórica) Insuficiênca Renal Grave ou Congestão Refratária → DIÁLISE Evolução e Prognóstico Persistência dos laboratoriais alterados →NUM PRIMEIRO MOMENTO → APENAS OBSERVAR Síndrome Nefrítica 8 geralmente há REMISSÃO CLÍNICA em 2 a 4 semanas Recuperação espontânea da natriusere em cerca de 48-72h (diminuição do inflamatório glomerular e aumento da excreção de sódio e água) NORMALIZAÇÃO DO COMPLEMENTO em cerca de 8 semanas Hematúria microscópica e proteinúria discreta podem PERSISTIR POR VÁRIOS MESES Cura: 90-95% das crianças e 60-70% dos adultos Evolução NÂO favorável → indicação de biópsia renal perda de função renal persistênte necessidade de diálise por período prolongado não recuperação da diurese persistência de níveis baixos de complemento após 8 semanas Nefropatia por IgA → Menos aguda e menos agressiva que a pós-estreptococica Também chamada de DOENÇA DE BERGER GN PROLIFERATIVA MESANGIAL Depósito de IMUNOCOMPLEXOS IgA no mesângio (IF) Desequilíbrio entre produção e clearence hepática de IgA Porém a fisiopatologia é complexa e varia entre a PRIMÁRIA e a SECUNDÁRIA Associação com IVAS (potencial gatilho), mas não é necessário para o diagnóstico 📌 Diferentemente da GNDA, o quadro clínico pode ser insidioso. De forma semelhante, pode acontecer depois de um quadro infeccioso. Paciente tem uma dor de garganta, faz uma hematúria e passa. 6 meses depois, acontece o mesmo quadro. Função renal normal, porém persistência da hematúria e proteinúria. Pleomorfismo clínico Síndrome Nefrítica 9 NORMOCOMPLEMÊNTÊMICA - ou seja, mantém os níveis séricos de complemento normais BIÓPSIA RENAL → Depótitos glomerulares em mesângio Quadro Clínico Oligoassintomático, incidioso Associação com infecção de orofaringe dias antes Hematúria macro ou microscópica - hematúria isolada é mais frequente Caracteristicamente RECORRENTE Proteinúria em geral não é muito importante IgA circulante elevada em 30% - SEM RELAÇÃO COM O PROGNÓSTICO Tratamento IECAs/BRAs para TODOS OS PACIENTES → Alvo de PTU→ PTU 1g e função renal preservada (TFG >45-50ml/min) - manter tratamento inespecífico + 6 meses de corticoide oral → Não associar imunossupressor e pacientes com TFG 80% dos casos ASSOCIAÇÃO CLÁSSICA COM O VÍRUS DA HEPATITE C Brasil - lembrar de esquistossomose como causa secundária de GNMP Padrão clássico nefrítico-nefrótico - hematúria + PTU elevada Pode evoluir para forma rapidamente progressiva BIÓPSIA → Hipercelularidade + Desdobramento de membrana Basal. Imunofluorescência com DEPÓSITO DE IgM e C3, próximo à membrana basal Classificação Tipo I Associação com Hepatite C + Presença de crioglobulinas circulantes (70 a 90% dos casos) É CLASSICO GNMP Tipo 1 → Associação com HCV + Presença de CRIOGLOBULINAS circulantes Síndrome Nefrítica 13 📌 O que são crioglobulinas? São imunocomplexos circulantes que PRECIPITAM EM BAIXAS TEMPERATURAS CORPORAIS - EXTREMIDADES Podem depositar em capilares de diversos órgãos, além dos glomérulos, levando a ACOMETIMENTO VASCULAR CLÁSSICO → VASCULITE CRIOGLOBULINÊMICA → Há consumo de C3 e C4 (Via clássica) Hemorragia pulmonar decorrente de vasculite alveolar Síndrome Nefrítica 14 Tipo II Associação com presença de fator nefrítico C3 e ou deficiência de fator H do complemento Tratamento Doença grave de difícil tratamento Tratamento imunossupressor não é a melhor solução → só fazer em último caso Tratamento em geral, CONSERVADOR: Antiproteinúricos Controle Pressórico Formas rapidamente progressivas → mesmo tratamento preconizado (pulso de metilprednisolona com cicofosfamida) + plasmaférese em casos selecionados TRATAMENTO DA HEPATITE C (se presente) Imunossupressão não está indicada nas formas de GNMP RELACIONADAS AO HCV → tratar a doença viral (Sofosbuvir, Velpatasvir…) Glomerulonefrite membranoproliferativa (GNMP) vs glomérulos normais: A: glomérulo normal (com ansas capilares abertas, ≤ 3 núcleos em cada área mesangial, processos podocitários intactos e sem depósitos ou proliferação) B: GNMP: Os glomérulos tornam-se lobulados com proliferação endocapilar e a membrana basal glomerular tem uma aparência dividida (por depósitos subendoteliais e interposição mesangial). C: GNMP com depósitos mesangiais e depósitos intramembranosos (como visto na doença de depósitos densos)