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APG 3º PERÍODO ACADÊMICA: AMANDA MARTINS COSTA 2. ETIOLOGIA DAS ANEMIAS HEMOLÍTICAS As anemias hemolíticas podem ser classificadas em hereditárias ou adquiridas, e conforme o local de destruição das hemácias: intravascular ou extravascular. As causas são divididas em dois grandes grupos: Tipo de anemia hemolítica Causa principal Exemplo Hereditária Defeito genético Anemia falciforme, talassemia Adquirida Autoimune, mecânica, infecciosa AHAI, malária, válvula cardíaca Intravascular Destruição no sangue HPN, malária, prótese cardíaca Extravascular Destruição no baço e fígado Esferocitose, AHAI por IgG A. Anemias hemolíticas hereditárias (congênitas) Causadas por defeitos intrínsecos na hemácia que tornam sua membrana, enzimas ou hemoglobina anormais. 1. Defeitos da membrana eritrocitária Esferocitose hereditária: → Perda de proteínas estruturais (espectrina, anquirina), gerando hemácias esféricas, frágeis. e menos deformáveis → destruídas no baço Eliptocitose hereditária. 2. Defeitos enzimáticos Mais comum em homens (herança ligada ao X) Deficiência de G6PD (glicose-6-fosfato desidrogenase) → Reduz a proteção contra estresse oxidativo, levando à hemólise desencadeada por infecções ou drogas (ex: sulfas, antimaláricos). Deficiência de piruvato quinase → Afeta produção de ATP na hemácia, tornando-a instável. 3. Hemoglobinopatias Anemia falciforme (HbS): → Substituição de um aminoácido por ácido glutâmico na cadeia beta da hemoglobina → formação de hemácias em foice → hemólise e vaso-oclusão (obstruem vasos) → infartos. Talassemias (alfa ou beta): → Redução da produção de globinas alfa ou beta → hemácias frágeis e ineficazes. S12P1: ANEMIAS HEMOLÍTICAS Objetivos: Compreender a epidemiologia, etiologia das anemias hemolíticas; Entender os fatores de risco, fisiopatologia e as manifestações clínicas das anemias hemolíticas; Elucidar os tipos e classificações (genética, adquirida/ falciforme, talassemia) das anemias hemolíticas, complicações das anemias hemolíticas; Inferir o diagnóstico, tratamento medicamentoso e não medicamentoso e a prevenção das anemias hemolíticas; O que são as anemias hemolíticas? As anemias hemolíticas são aquelas em que a destruição prematura dos glóbulos vermelhos/ hemácias (hemólise) ocorre de forma acelerada, ultrapassando a capacidade da medula óssea de produzir novas células. A sobrevida normal de uma hemácia é de cerca de 120 dias, mas nas anemias hemolíticas, essa vida útil pode cair para dias ou até horas, o que gera anemia e ativa mecanismos compensatórios como a eritropoese aumentada. 1. EPIDEMIOLOGIA Global As anemias hemolíticas hereditárias são mais prevalentes em regiões com alta incidência de malária, como África, Mediterrâneo, Sudeste Asiático e América Latina. Exemplos: anemia falciforme, talassemias, esferocitose, deficiência de G6PD. As formas autoimunes e adquiridas ocorrem em todas as populações, com maior prevalência em adultos jovens e idosos. Estima-se que mais de 300.000 crianças nascem anualmente com doenças falciformes ou talassemia no mundo. No Brasil Anemia falciforme é a hemoglobinopatia hereditária mais comum no Brasil, afeta cerca de 1 a cada 1000 nascidos vivos, na população geral, e 1:100 na população afrodescendentes. Talassemias e esferocitose hereditária são menos frequentes, mas têm presença relevante em grupos populacionais específicos. Casos de anemia hemolítica autoimune (AHAI) são mais comuns em pacientes com doenças autoimunes (como lúpus), infecções virais e neoplasias hematológicas. APG 3º PERÍODO ACADÊMICA: AMANDA MARTINS COSTA O que são as anemias hemolíticas? As anemias hemolíticas são caracterizadas por uma destruição precoce das hemácias (hemólise), com redução de sua vida útil abaixo do normal (~120 dias), levando a uma anemia regenerativa (com aumento da produção medular de reticulócitos). 3. FATORES DE RISCO Os fatores de risco variam conforme a causa hereditária ou adquirida da anemia hemolítica: A. Fatores hereditários História familiar de anemia, esplenomegalia ou icterícia. Etnia afrodescendente ou mediterrânea (↑ prevalência de falciforme, talassemia). Casamentos consanguíneos (↑ risco de doenças genéticas). Deficiência enzimática congênita, como G6PD. B. Fatores adquiridos Doenças autoimunes (lúpus, leucemias, linfomas). Infecções: Mycoplasma pneumoniae, Epstein-Barr, HIV, hepatite C. Medicamentos hemolíticos: penicilinas, metildopa, sulfas, quinidina. Próteses mecânicas cardíacas (causam lesão mecânica nas hemácias). Queimaduras extensas, CIVD, malária. Exposição a toxinas e agentes oxidativos (em quem tem deficiência de G6PD). 4. FISIOPATOLOGIA DAS ANEMIAS HEMOLÍTICAS As anemias hemolíticas são causadas por destruição anormal e precoce das hemácias, resultando em: Redução da sobrevida dos glóbulos vermelhos (menos de 120 dias). Aumento da eritropoese compensatória (resposta da medula). Acúmulo de produtos da destruição das hemácias (como bilirrubina indireta). TIPOS DE HEMÓLISE: 1. HEMÓLISE INTRAVASCULAR Local: Dentro dos vasos sanguíneos Causas principais: Reações transfusionais agudas (incompatibilidade ABO). Hemoglobinúria paroxística noturna (defeito de membrana). CIVD (coagulação intravascular disseminada). Válvulas cardíacas mecânicas ou estenose aórtica grave. Infecções como malária, babesiose. B. Anemias hemolíticas adquiridas Causadas por fatores extrínsecos às hemácias. 1. Imunomediadas Anemia hemolítica autoimune (AHAI): Tipo quente: autoanticorpos IgG ativos a 37°C, associados a lúpus, linfomas, leucemias. Tipo frio: autoanticorpos IgM ativosimunomediada severa. Consequências: Liberação direta de hemoglobina livre no plasma → hemoglobinúria → toxicidade renal. Liberação de lactato desidrogenase (LDH) e potássio → risco de hipercalemia. B. Extravascular Ocorre principalmente no baço e fígado. As hemácias anormais ou marcadas por anticorpos são fagocitadas por macrófagos. Consequências: Aumento de bilirrubina indireta (por degradação do heme). Icterícia, esplenomegalia, urobilinogênio fecal aumentado. Compensação medular: A medula óssea responde com aumento da eritropoese, elevando a produção de reticulócitos (anemia regenerativa). Se a hemólise exceder a capacidade de reposição → anemia. Mecanismo: As hemácias se rompem diretamente no plasma. A hemoglobina é liberada no sangue → liga- se à haptoglobina. Quando a haptoglobina se esgota → Hb livre circula e é filtrada pelos rins. Consequências: ↑ Hemoglobina plasmática → hemoglobinemia. Hemoglobina na urina → hemoglobinúria (urina escura). Lesão tubular renal (por excesso de Hb livre). ↑ LDH (lactato desidrogenase) — enzima liberada da hemácia destruída. ↓ Haptoglobina (ligada à Hb livre → esgotamento). Parâmetro Alteração típica LDH ↑ Haptoglobina ↓↓↓ (consumida) Bilirrubina indireta ↑ Hemoglobina livre ↑ (plasma) Urina Hemoglobinúria, sem urobilinogênio 2. HEMÓLISE EXTRAVASCULAR Local: Sistema reticuloendotelial (principalmente baço e fígado). Causas principais: Anemias autoimunes por IgG (AHAI quente). Esferocitose hereditária (defeito de citoesqueleto da hemácia). Talassemias (hemoglobinas instáveis). Anemia falciforme (alteração estrutural da Hb). Mecanismo: Hemácias anormais ou marcadas por anticorpos IgG são reconhecidas por macrófagos esplênicos. As hemácias são fagocitadas e degradadas em fragmentos (ferro, globina e heme). O heme é transformado em biliverdina → bilirrubina indireta. O ferro é reciclado, e a globina reutilizada. Consequências: Aumento da bilirrubina indireta → icterícia escleral. Aumento do urobilinogênio fecal e urinário. Esplenomegalia por hiperatividade fagocítica. Reticulocitose (resposta da medula). Sem hemoglobina livre no plasma (ao contrário da hemólise intravascular). APG 3º PERÍODO ACADÊMICA: AMANDA MARTINS COSTA 6. TIPOS E CLASSIFICAÇÕES DAS ANEMIAS HEMOLÍTICAS As anemias hemolíticas são classificadas de acordo com diversos critérios: a) Quanto à origem: Genéticas (hereditárias): Defeitos na membrana, enzimas ou hemoglobina. Adquiridas: Imunomediadas, infecciosas ou tóxicas. b) Quanto ao local da destruição das hemácias: Intravascular: Dentro dos vasos sanguíneos. Extravascular: Macrófagos do baço, fígado e medula óssea. c) Quanto ao mecanismo imunológico: Autoimunes: Anticorpos contra as próprias hemácias. Alérgicas ou isoimunes: Pós-transfusão ou doença hemolítica do recém-nascido. 2. ANEMIAS HEMOLÍTICAS GENÉTICAS a) Anemia Falciforme Causa: Mutação pontual no gene da β- globina (Glu→Val). Hb anormal: Hemoglobina S (HbS). Em hipóxia, HbS polimeriza → forma hemácias rígidas em forma de foice. Obstrução vascular → isquemia e dor (crises vaso-oclusivas). Complicações: Crises dolorosas, AVC, necrose de órgãos. Sequestro esplênico, infecções graves (por perda da função esplênica). Úlceras de perna, priapismo, síndrome torácica aguda. b) Talassemias (α e β) Causa: Mutações que reduzem a síntese de globinas (α ou β). Talassemia α: Redução das cadeias α (mais comum em asiáticos). Talassemia β: Redução das cadeias β (mais comum em mediterrâneos e africanos). Fisiopatologia: Desequilíbrio entre cadeias globínicas → precipitação → hemólise intramedular e periférica. Eritropoese ineficaz → anemia severa e hiperplasia medular. Complicações: Anemia severa, deformidades ósseas faciais, esplenomegalia. Sobrecarga de ferro (hemossiderose) → insuficiência cardíaca e hepática. EFEITOS SISTÊMICOS Excesso de bilirrubina indireta: Provoca icterícia e risco de colelitíase por pigmento (cálculos biliares). Hemoglobina livre (se hemólise intravascular): Risco de toxicidade renal e insuficiência renal aguda. Ativação de vias inflamatórias. Hipóxia tecidual: Pode levar a taquicardia, dispneia, fraqueza, etc. Em hemoglobinopatias (como falciforme), a hipóxia agrava a deformação das hemácias → crises vaso-oclusivas. 5. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Os sintomas variam conforme a intensidade da hemólise e se é aguda ou crônica, intravascular ou extravascular. A. Sinais e sintomas gerais (de anemia): Palidez Fadiga, fraqueza, dispneia Taquicardia Tonturas ou síncopes em casos graves B. Manifestações específicas da hemólise: Icterícia (↑ bilirrubina indireta) Esplenomegalia (mais comum nas formas crônicas extravasculares) Urina escura (por hemoglobina ou urobilinogênio) Aumento de reticulócitos no sangue periférico Ulcerações maleolares (em anemia falciforme) Crises dolorosas vaso-oclusivas (em hemoglobinopatias) C. Achados laboratoriais típicos: Exame Alteração típica Hemoglobina/Hematócrito ↓ Reticulócitos ↑ Bilirrubina indireta ↑ LDH ↑ Haptoglobina ↓ Esfregaço periférico Células em foice, esferócitos, fragmentação APG 3º PERÍODO ACADÊMICA: AMANDA MARTINS COSTA 7.COMPLICAÇÕES DAS ANEMIAS HEMOLÍTICAS As anemias hemolíticas resultam da destruição prematura dos eritrócitos (hemácias), o que pode ser hereditário (ex: anemia falciforme, talassemias) ou adquirido (ex: autoimune, microangiopática, infecções, medicamentos). Essa destruição crônica ou aguda pode levar a diversas complicações clínicas e sistêmicas, conforme descrito a seguir. 1. Icterícia e hiperbilirrubinemia indireta Mecanismo: A destruição dos eritrócitos libera hemoglobina, metabolizada em bilirrubina indireta (não conjugada) no fígado. Complicação: A bilirrubina em excesso pode causar icterícia e, em neonatos, levar a kernicterus (depósito no cérebro com risco neurológico grave). 2. Colelitíase pigmentar (cálculos biliares) Mecanismo: A hipersecreção de bilirrubina conjugada no fígado leva à formação de cálculos pigmentares na vesícula biliar. Manifestações: Dor em hipocôndrio direito, náuseas, icterícia intermitente. 3. Esplenomegalia Mecanismo: O baço é o principal local de destruição das hemácias (hemólise extravascular). Complicação: A hiperatividade esplênica pode levar a hiperesplenismo, agravando a anemia e reduzindo plaquetas e leucócitos. 4. Crise aplásica Definição: Supressão súbita da produção de eritrócitos na medula óssea. Causa frequente: Infecção por parvovírus B19, que atinge os precursores eritroides. Consequência: Queda abrupta da Hb em pacientes com produção compensatória alta (ex: anemia falciforme, talassemia). 5. Crise hemolítica aguda Mecanismo: Desencadeada por infecções, drogas (ex: sulfas), favismo, entre outros. Complicações: Anemia grave, icterícia súbita, insuficiência renal aguda. 6. Úlceras maleolares (em anemia falciforme) Mecanismo: A vaso-oclusão crônica e a hipoxemia tecidual levam a úlceras crônicas nos tornozelos. Complicação comum: Em adolescentes e adultos com anemia falciforme. c) Esferocitose Hereditária Defeito nas proteínas do citoesqueleto da membrana (espectrina, anquirina). Hemácias perdem elasticidade → são sequestradas e destruídas no baço. Complicações: Esplenomegalia, icterícia, cálculos biliares por pigmentos. Crises aplásticas (ex.: infecção por parvovírus B19). 3. ANEMIAS HEMOLÍTICAS ADQUIRIDAS a) Anemia Hemolítica Autoimune (AHAI) Sistema imune produz autoanticorpos contra antígenos da hemácia. Tipos: Quente: IgG ativa a 37°C (extravascular). Fria: IgM ativa a 4–25°C (intravascular por complemento). Causas: Idiopática,infecções (EBV, HIV), lúpus, leucemias, medicamentos. b) Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN) Mutação adquirida no gene PIGA → falha nas proteínas protetoras da hemácia (CD55/CD59). Causa hemólise por ativação do complemento. Complicações: Hemólise crônica, trombose venosa, anemia severa, leucopenia, trombocitopenia. RESUMO: complicações das anemias carenciais Tipo de Anemia Hemolítica Causa principal Complicações-chave Falciforme Mutação HbS Crises vaso-oclusivas, AVC, infecções Talassemia Mutações α/β globina Anemia grave, deformidade óssea, sobrecarga de ferro Esferocitose Hereditária Defeito de membrana Icterícia, cálculos, esplenomegalia AHAI Autoanticorpos IgG/IgM Hemólise, icterícia, esplenomegalia HPN Mutação PIGA Hemoglobinúria, trombose, pancitopenia Ferropriva Carência de ferro Atraso mental, disfagia, glossite B12/Folato Carência alimentar Neuropatia, ataxia, hiperhomocisteinemia APG 3º PERÍODO ACADÊMICA: AMANDA MARTINS COSTA Exames laboratoriais principais: Exame Achados típicos Hemograma Anemia normocítica/normocrômica, reticulocitose Reticulócitos Aumentados (produção compensatória) Bilirrubina indireta Aumentada LDH Elevado (liberação celular) Haptoglobina Reduzida (ligada à hemoglobina livre) Esfregaço periférico Esferócitos, células falciformes, esquizócitos (dependendo da causa) Teste de Coombs direto Positivo em anemia hemolítica autoimune Eletroforese de hemoglobina Avalia hemoglobinas anormais (ex: falciforme, talassemia) 9. TRATAMENTO DAS ANEMIAS HEMOLÍTICAS O tratamento depende da etiologia específica (hereditária vs. adquirida), da gravidade e das complicações presentes. Divide-se em: 2.1. Tratamento Medicamentoso Anemia hemolítica autoimune: Corticosteroides (ex: prednisona) Mecanismo de ação: Inibem a resposta imune, reduzindo a produção de autoanticorpos contra as hemácias. Uso inicial, com retirada gradual. Imunossupressores (ex: azatioprina, ciclosporina) Quando há resistência aos corticosteroides. Mecanismo: Inibem linfócitos T e B → menos autoanticorpos. Rituximabe (anticorpo monoclonal anti- CD20) Usado em casos refratários. Mecanismo de ação: Depleta linfócitos B → menos anticorpos circulantes. Déficit de G6PD: Evitar fármacos oxidantes (ex: sulfas, dapsona). Tratar crises com hidratação, suporte e, se necessário, transfusão. 7. Eventos vaso-oclusivos e AVC (em falciforme) Mecanismo: Hemácias falcizadas bloqueiam pequenos vasos → isquemia. Complicações: Dor intensa (crises álgicas), AVC isquêmico, síndrome torácica aguda, priapismo, necrose óssea. 8. Hemossiderose e sobrecarga de ferro (em transfundidos) Mecanismo: Transfusões frequentes (ex: talassemia maior) causam acúmulo de ferro. Consequências: Depósito hepático, cardíaco e endócrino → cirrose, insuficiência cardíaca e diabetes. Complicação Mecanismo Principal Doenças Associadas Icterícia Aumento de bilirrubina indireta Todas Colelitíase Bilirrubina em excesso → cálculos Falciforme, talassemia Esplenomegalia Hemólise extravascular crônica Esferocitose hereditária Crise aplásica Infecção por parvovírus B19 Falciforme, talassemia Crise hemolítica Drogas, infecção, favismo G6PD, talassemia Úlceras maleolares Hipoperfusão crônica Falciforme AVC/vaso- oclusão Hemácias falcizadas Falciforme Hemossiderose Transfusões repetidas Talassemia maior 8. DIAGNÓSTICO DAS ANEMIAS HEMOLÍTICAS As anemias hemolíticas se caracterizam pela destruição precoce dos eritrócitos. O diagnóstico envolve dados clínicos, laboratoriais e, quando necessário, testes específicos. Manifestações clínicas sugestivas: Palidez, icterícia escleral, fadiga, esplenomegalia, urina escura. Em formas genéticas (ex: falciforme, talassemia): história familiar, início precoce, crises recorrentes. APG 3º PERÍODO ACADÊMICA: AMANDA MARTINS COSTA 10. PREVENÇÃO DAS ANEMIAS HEMOLÍTICAS Em causas genéticas (prevenção secundária e terciária) Triagem neonatal (teste do pezinho) para hemoglobinopatias. Aconselhamento genético para casais com histórico familiar. Acompanhamento regular com hematologista. Na anemia falciforme Profilaxia com penicilina até os 5 anos de idade. Vacinação adequada. Educação sobre sinais de alerta de crise. Na deficiência de G6PD Evitar fármacos oxidantes (sulfas, fava, naftalina). Informar familiares e médicos da condição. Pós-esplenectomia Vacinação preventiva contra germes encapsulados. Orientar sobre febre como sinal de alerta para sepse. Anemia falciforme: Hidroxiureia Mecanismo de ação: Estimula produção de hemoglobina fetal (HbF), reduz falcização das hemácias → menos crises vaso-oclusivas. Ácido fólico Suplementa a maior demanda de produção eritroide. Talassemias: Quelantes de ferro (ex: deferoxamina, deferasirox) Para prevenir sobrecarga férrica por transfusões. Mecanismo de ação: Ligam-se ao ferro livre, promovendo sua excreção. 2.2. Tratamento Não Medicamentoso Transfusão sanguínea Indicada em crises agudas graves ou anemia muito sintomática. Cuidado com risco de aloimunização e sobrecarga de ferro. Esplenectomia Indicada em casos como esferocitose hereditária ou hemólise refratária ao tratamento clínico. Cuidado pós-operatório: risco de infecções por bactérias encapsuladas → necessidade de vacinação (pneumococo, meningococo, Terapia gênica/transplante de medula óssea Em casos graves de talassemia maior ou anemia falciforme. Promissor para cura definitiva.