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Nesta webaula, estudaremos sobre as teorias da enfermagem, as quais, para Meleis (1985), são aquelas que
apresentam uma conceituação articulada e comunicada da realidade, criada ou descoberta, dentro da
enfermagem ou pertinentes a ela, para o propósito de:
Descrição do cuidado de enfermagem
Explicação do cuidado de enfermagem
Predição do cuidado de enfermagem
Prescrição do cuidado de enfermagem
Mesmo sobre a forte influência de Florence Nightingale, a profissão de enfermagem acabou por assumir uma
orientação profissional dirigida para o imediatismo, fundamentando-se em ações práticas.
Entretanto, sob a influência de vários fatores, como a Primeira e Segunda guerras mundiais, revolução
feminina, avanço da ciência e da educação, houve uma modificação socioeconômica e política e as
enfermeiras começaram a questionar o status quo da prática de enfermagem e a refletir sobre ela. 
As teorias de enfermagem surgem dentro do contexto de orientações filosóficas, ou seja, da forma como o mundo
é visto segundo aquele prisma. Ao mudar a teoria, muda a forma de compreender as situações. Assim, para
entender uma teoria de enfermagem, é necessário compreender os componentes que a constituem.
METAPARADIGMA: ESTRUTURA ORGANIZADORA DAS TEORIAS
O metaparadigma representa a visão de mundo de uma disciplina, a perspectiva mais global, que subordina
visões e abordagens mais específicas aos conceitos centrais com os quais a disciplina se preocupa.
Existem quatro conceitos desenvolvidos dentro de um metaparadigma. 
Pessoa
É preciso compreender a pessoa como um ser holístico, um ser que é maior que a soma de diversas partes,
mas sim um todo integrado, adaptável e cheio de energia humana. Além disso, é aquele que recebe o
cuidado de enfermagem, podendo incluir a família e a comunidade, além das necessidades físicas,
intelectuais, bioquímicas e psicossociais da pessoa.
Saúde
Enfermagem, Ciência e Trabalho
Teorias e práticas de enfermagem
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que possível, opte pela versão digital. Bons estudos!
A saúde  deve ser compreendida como resultado da integração entre corpo, mente e alma, e não apenas
referente às condições físicas. É a capacidade que uma pessoa apresenta de funcionar independentemente
de qualquer recurso extra. É uma adaptação bem-sucedida aos estressores da vida, ou seja, a aquisição do
potencial total da vida. 
Ambiente
O ambiente refere-se ao conjunto de elementos internos e externos que podem afetar a pessoa. O ambiente
externo inclui os arredores imediatos e quaisquer outros locais que interajam com o sujeito ou os indivíduos
próximos com quem a pessoa interage. O ambiente interno inclui situações que dizem respeito ao ambiente
interno da pessoa, como as condições bioquímicas do sangue, a pressão arterial, a frequência cardíaca, os
níveis hormonais, o grau de satisfação e quaisquer outras condições que alterem o funcionamento da
maquinaria da pessoa.
Enfermagem
A enfermagem é a ciência e a arte que cuidam da pessoa, em um determinado estado de saúde específico,
ou seja, a enfermagem integra todos os demais conceitos do metaparadigma. A finalidade da enfermagem é
colocar o sujeito de volta ao seu ambiente na melhor condição de saúde possível. Para isso, estimula-se a
adaptação e a harmonia entre a pessoa e o ambiente.
PRÁTICAS DA ENFERMAGEM
O desenvolvimento nas práticas da enfermagem ocorreu devido à necessidade de executar as ações, de “fazer” o
que movia o cuidado de enfermagem. Nesse sentido, na década de 40, começaram a surgir discussões acerca de
um cuidado de enfermagem como um processo interpessoal. 
Neste contexto, nem todas as pessoas respondiam da mesma maneira aos cuidados prestados. Além disso, o
próprio paciente começou a dizer que o cuidado não era executado da mesma maneira nem com o mesmo zelo
por todos os enfermeiros. Dessa forma, surge a discussão acerca da interação entre os sujeitos como interferente
no cuidado prestado. 
MODELO DE ADAPTAÇÃO
Callista Roy nasceu em 1939, em Los Angeles, e formou-se em Enfermagem em 1963. Em 1991, publicou o Modelo
de Adaptação de Roy, também denominado de Teoria de Callista Roy.
Segundo Roy, o indivíduo que recebe os cuidados de enfermagem possui características individuais e próprias que
estão interagindo o tempo todo com o ambiente ocupado por ele. Essa interação gera uma troca de informações,
chamada, pela autora, de estímulos e respostas.
Pensando na enfermagem como ciência do cuidado, Roy afirma que o objetivo desta área é promover a adaptação
das pessoas, de grupos e das comunidades. 
TEORIA DOS HUMANOS UNITÁRIOS
Martha Rogers nasceu no Texas e formou-se como enfermeira em 1936. Segundo a autora, cada ser humano é
único e possui individualidades, além de estar em constante troca de energia com o meio ambiente que o
circunda.
Para Rogers, o objetivo do tratamento de enfermagem é promover uma interação harmoniosa entre o homem e
seu ambiente, sendo este o foco da teoria proposta por ela. 
TEORIA DA REALIZAÇÃO DE META
Imogene M. King nasceu em 1923, nos Estados Unidos, e formou-se em Enfermagem em 1948. Em sua teoria, a
autora utilizou como foco o alcance dos objetivos de saúde pelo cliente. Para ela, saúde é definida como uma
situação de ajuste contínuo aos estressores, sejam eles internos ou externos ao indivíduo, sempre visando à
otimização do potencial de vida. 
TEORIA HOLÍSTICA DE ENFERMAGEM
Myra Estrin Levine nasceu em 1920, nos Estados Unidos, e formou-se como enfermeira em 1944. Em 1967, a
autora desenvolveu a Teoria Holística de Enfermagem, na qual ela descreve que o papel da enfermagem é apoiar
e promover a adaptação do paciente, pois a doença é um distúrbio que provoca a desintegração do organismo
humano.
CIÊNCIA DO CUIDADO COMO CIÊNCIA
Jean Watson nasceu em 1940, nos Estados Unidos, e formou-se em Enfermagem em 1961. Em sua teoria, a autora
defende o cuidado como uma ciência desenvolvida a partir de fundamentos filosóficos e de valores humanistas.
A meta da enfermagem, segundo ela, seria ajudar as pessoas a atingirem um alto grau de harmonia com si
próprias.
TEORIA DA HIERARQUIA DAS NECESSIDADES
Abraham H. Maslow nasceu em 1908, em Nova Iorque, e formou-se em Direito e Psicologia. Na década de 50, o
autor propôs a Teoria da Hierarquia das Necessidades, na qual as necessidades estão dispostas em níveis
hierárquicos em uma pirâmide. As necessidades mais elevadas estão no topo e as mais baixas estão na base da
pirâmide.
TEORIA DAS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS
No Brasil, na metade da década de 60, Wanda de Aguiar Horta, primeira enfermeira brasileira a abordar uma
teoria de enfermagem no seu campo de prática, elaborou a Teoria das Necessidades Humanas Básicas. Em 1979,
Horta publicou sua teoria, na qual apresentou um modelo de processo de enfermagem com as seguintes etapas:
1. Histórico de enfermagem.
2. Diagnóstico de enfermagem.
3. Intervenções.
4. Evolução de enfermagem.
O objetivo desta teoria é assistir o ser humano, tendo como foco suas necessidades básicas afetadas, com a
finalidade de torna-lo independente da assistência da enfermagem, utilizando os meios da promoção,
manutenção e recuperação da saúde e o ensino do autocuidado. 
COMO ESCOLHER UMA TEORIA DE ENFERMAGEM?
A escolha de uma teoria pressupõe conhecer a realidade do local de trabalho, incluindo o perfil dos profissionais e
a clientela a ser atendida.
Ao escolher uma teoria de enfermagem, é necessário compreender:
Se o conceito de pessoa da teoria é condizente com a clientela do serviço em questão.
Se o conceito que fundamenta saúde na teoria atenderá a demanda dos pacientes.
Se o conceito de ambiente descrito na teoria está relacionado com o ambiente em que o profissional atua.
Se a filosofia institucional está em harmonia com os pressupostosda teoria de enfermagem adotada.
É necessário que o enfermeiro estude a teoria escolhida e adote um comportamento condizente com o que é
preconizado pelo arcabouço teórico eleito como a fundamentação científica para a prestação da assistência
de enfermagem.
Para terminar, um ponto muito importante a ser abordado é que, ao mudar de emprego, o profissional precisará
se adaptar ao novo ambiente, estudando uma proposta e atuação mais adequadas ao paciente.

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