Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

UNIDADE 1 
OLÁ! 
Você está na unidade A atenção e a percepção do profissional. Conheça aqui o conceito de cuidado, o desenvolvimento 
do conhecimento na área da enfermagem, os padrões de conhecimento e sua importância para o cuidado em enfermagem. 
O arcabouço teórico é fundamental para o desenvolvimento do profissional enfermeiro. O cuidado realizado de forma 
ética, baseado em conceitos e aprendizados teóricos a partir dos padrões de conhecimento pré-estabelecidos e 
consolidados teoricamente dentro da enfermagem, são determinantes para a qualidade do cuidado. 
Bons estudos! 
1 O cuidado 
O cuidado, por ser um conceito amplo, pode englobar diferentes significados, podendo ser considerado como 
solidariedade, remetendo a relacionamentos compartilhados entre pessoas, ou pode transmitir, a depender das 
circunstâncias, uma noção de obrigação, de dever e de compromisso social. Significando desvelo, solicitude, diligência, 
zelo e atenção, o cuidado substancializa a vida em sociedade (SOUZA et al, 2005). Por ser amplo, o cuidado também 
se trata de um fenômeno complexo, sistematizado por meio das múltiplas relações, interações e associações sistêmicas, 
com vistas a promover e recuperar a saúde do ser humano de forma integral e articulada com tudo que o cerca (BACKES 
et al, 2016). 
Se faz necessário a compreensão do significado do cuidado de modo a conhecer modelos e modos de cuidar dentro da 
enfermagem. Lembrar-se que os modos ou modelos de cuidar não são neutros, advindo de ideias teóricas e/ou filosóficas 
que norteiam sua execução. As dimensões que o cuidado abrange, tanto social, quanto política e as implicações na vida 
daqueles que recebem esse cuidado, não são questões unicamente instrumentais ou operacionais, mas que requerem 
reconhecimento de sua finalidade para a vida humana. 
Do ponto de vista humanístico, não podemos focar somente no biológico, nas morbidades e poderes de áreas distintas 
da saúde, que tentam exercer controle sobre ela do ponto de vista social, ideológico, político e econômico. Por este 
motivo, devemos pensar no cuidado em enfermagem a partir de um referencial teórico e filosófico com valores 
atribuídos no contexto social e político onde está inserido, visto que a enfermagem, como profissão historicamente 
filosófico-humana, promove a saúde e construção de cidadania. 
A valorização do cuidado em enfermagem leva à necessidade moral do respeito e dignidade com o próprio corpo junto 
ao corpo do outro, de tal modo que reafirme os valores, sentido e existência do cuidado que se preconiza como próprio 
desta prática profissional. 
O ato de cuidar implica em empatia, ou seja, colocar-se no lugar do outro, seja em situações de cunho pessoal ou social. 
O cuidado de enfermagem pressupõe uma visão ética em relação à vida começando por sua valorização. O cuidado em 
enfermagem, aproxima-se das ideias do humanismo latino ao identificar os seres humanos pela sua capacidade de 
solidariedade com o próximo, consistindo em uma virtude que integra os valores inerentes ao ser enfermeiro (SOUZA; 
SARTOR; PRADO, 2005). 
Precisamos pensar o cuidado em enfermagem, não de forma dissociada do contexto social, moral, político e cultural. Os 
próprios enfermeiros e enfermeiras estão em processo no mundo, e carregam tradições, valores, estruturações sociais 
que norteiam seu modo de viver em sociedade. São profissionais, que a partir desses substratos, compreendem e 
raciocinam como seres no mundo. 
1.1 Reflexão para um cuidado ético 
A partir da reflexão de que, além do viver em sociedade, o cuidar da enfermagem é técnico e científico do ponto de vista 
biológico, os julgamentos morais se encontram neste panorama biológico-cultural. Desta forma, podemos refletir acerca 
de alguns aspectos da ética em enfermagem sob a ótica da prática e da responsabilidade. Para tanto é preciso que 
tenhamos entendimento de que a ética se estabelece ao longo da vida e é reflexo histórico da humanidade com o passar 
do tempo. Ainda, apresenta-se em acordo com a consciência do homem com ele mesmo, enquanto ser que vive em 
sociedade (SOUZA; SARTOR; PRADO, 2005). 
A responsabilidade promove análise cuidadosa das circunstâncias concretas do cuidar e incentiva a tomada de decisões 
razoáveis, prudentes e equitativas, tão importantes para a ética em enfermagem. A ética da responsabilidade, no âmbito 
da enfermagem, precisa ser construída no contexto ético da sociedade, pautada nas responsabilidades de saúde de forma 
mais abrangente e social. Inclusive, sua responsabilidade se compromete com o processo de recuperação da saúde e está 
motivada pelo interesse recíproco. Pode-se relacionar, portanto, a reflexão ética da responsabilidade no campo da 
enfermagem às questões de Saúde Pública, principalmente, no que tange ao desenvolvimento de políticas públicas de 
saúde. 
Diante dos dilemas éticos internos e que entram em conflito com os sociais, o profissional de enfermagem deve alterar 
aspectos de sua tradição para torná-los consistentes com seus conhecimentos, a fim de transformar esses dilemas em 
uma ética ressignificativa a partir dos valores existentes. Não podemos simplesmente suprimir as tradições sociomorais, 
pois estas, em grande parte, definem nossa sensibilidade e sem nossa tradição. 
1.2 O cuidado advindo do conhecimento 
O cuidado expressa um “saber-fazer”, ou um conhecimento, embasado na ciência, na ética, na estética e na arte, 
direcionado às necessidades do indivíduo no cenário familiar e social (VALE; PAGLIUCA, 2011). 
Dentro deste saber-fazer, podemos nos deparar com o conhecimento intuitivo, que inserido no cuidado de enfermagem, 
posiciona a intuição também como conhecimento, visto que, todo conhecimento pode e deve ser discutido, refutado, 
ampliado, construído, desconstruído e reconstruído (SILVA; BALDIN; NASCIMENTO, 2003). 
Para haver formação dos sujeitos do conhecimento na área da enfermagem, necessita de coerência com o princípio da 
realidade da vida e das incertezas da ciência. Que o espírito científico seja capaz de abarcar os significados do 
conhecimento profissional coerentemente com a enfermagem-ciência e arte (CARVALHO, 2009). 
Desse modo, ao se considerar que a ciência se faz com teoria e método, o cuidado de enfermagem se faz com arte e 
ciência e, neste intento, o sentido da ciência da enfermagem encontra-se no saber-fazer, na prática do exercício de sua 
arte, campo de aplicação de seus conhecimentos (FERREIRA, 2011). 
2 O desenvolvimento do conhecimento na enfermagem 
O conhecimento na enfermagem enfrentou a indefinição da identidade profissional e a imagem que a sociedade tinha 
da profissão. Isso fica claro na década de 1980, onde as produções são marcadas pelo investimento de afirmação do 
status profissional, a definição do papel do enfermeiro e a busca de autonomia. Os Anais dos Congressos Brasileiros de 
Enfermagem (CBEns), ocorridos nessa década, refletem em parte o processo de construção do conhecimento, e 
evidenciam a crise em que a Enfermagem se encontrava (SILVA; PADILHA; BORENSTEIN, 2002). 
No entanto, as reflexões que se sucederam nos CBEns, contribuíram para apontar caminhos na ação profissional, 
enquanto disseminação no processo de construção do conhecimento de Enfermagem. Essa disseminação reflete o 
processo dinâmico e político na construção deste conhecimento que está diretamente relacionado às transformações 
globais, sejam sociais, econômicas e políticas. 
Sabe-se que o corpo de conhecimento em enfermagem não é estático, ele se transforma conforme os acontecimentos 
históricos na sua trajetória. Alguns desses acontecimentos são as próprias teorias de enfermagem, expressão formal do 
padrão empírico de conhecimento, ou da ciência da enfermagem (GARCIA; NOBREGA, 2004). 
A construção do conhecimento baseado nas teorias de enfermagem se deu pela identificação e definição de conceitos 
que representam fenômenos do campo de interesse da enfermagem, e a inter-relação dessesconceitos em proposições 
teóricas que refletem visões específicas desses fenômenos, determinando inovações, evoluções e/ou revoluções no saber 
e no fazer da enfermagem. 
2.1 As fases da enfermagem: do cuidado popular à construção de teorias 
Anterior às teorias de enfermagem, pôde-se identificar, para fins didáticos, quatro períodos profissionais, ou fases, que 
a enfermagem percorreu. O estudo de Gomes et al (2007) buscou identificar essas fases e relacionar às questões 
investigativas que incitaram a evolução do conhecimento científico. Ressalta-se que tais fases não aconteceram, 
necessariamente, em ordem cronológica, elas se sobrepuseram e ainda se sobrepõem. Desta forma temos as quatro fases 
a seguir: 
• Fase 1 - conhecida como “O QUE FAZER?”, concentrou seus esforços na identificação de quais ações, relativas 
ao paciente e ao ambiente, proporcionariam a manutenção e a recuperação da saúde. Também, nesta fase, há a 
necessidade de traçar o perfil do profissional de enfermagem a partir dos padrões morais. Foi a partir do 
conhecimento adquirido por Florence Nightingale que a enfermagem se tornou uma profissão respeitável. 
Florence procurou distinguir o saber da enfermagem do saber médico e mostrou que era possível e necessário 
formalidade e padronização na formação dos profissionais enfermeiros, para que esses profissionais adquirissem 
os conhecimentos oriundos ao campo da enfermagem. Dentre os conhecimentos produzidos por Florence, a 
ambientação dos hospitais, sua construção e reformas que trariam menores taxas de mortalidade. Este 
conhecimento está inserido na Teoria Ambientalista de Florence Nightingale, que se orientava por princípios 
relacionados ao ambiente físico, psicológico e social, essenciais para o bem-estar e recuperação dos pacientes 
internados. Dentro do controle ambiental, destaca-se a necessidade de troca de ar e de luz solar nos quartos dos 
hospitais, o destino adequado dos esgotos, bem como a importância de uma alimentação saudável. 
• Fase 2 - a enfermagem buscou a definição para o “COMO FAZER?”, centrado na conquista do domínio técnico. 
Nesta segunda fase, final do século XIX, a medicina teve grande avanço tecnológico no que diz respeito ao 
diagnóstico e tratamento de morbidades. É nesta mesma época que há um grande aumento no número de 
hospitais, demandando profissionais para atender ao número de pacientes. Por conta disso, o ensino da 
enfermagem ficou centrado na técnica, na habilidade, destreza, rapidez, postura e organização. Os saberes 
técnicos estavam subordinados à prática da medicina, onde a enfermagem era considerada como o braço direito 
do profissional médico, que detinha o conhecimento. A enfermagem não mais questionava suas ações, apenas 
realizava seus procedimentos técnicos, limitados às ações curativas, com foco nas doenças e na ideologia de sua 
cura. 
• Fase 3 - esta fase é relativamente curta, porém, importante para a cientificidade da enfermagem, onde a mesma, 
baseada em princípios científicos, investigou o “POR QUE FAZER?”. É na terceira fase que a enfermagem se 
aproxima do saber médico com mais intensidade, buscando, nos princípios de anatomia, fisiologia, 
microbiologia, dentre outras disciplinas, respaldar suas ações. Além do saber científico, se dá início ao trabalho 
em equipe e os primeiros passos no que tange à saúde do trabalhador. Neste período o foco é o paciente como 
um todo, não mais somente uma patologia, em que as necessidades psicológicas e sociais também se faziam 
importante. No entanto, mesmo com todo o suporte científico, a subordinação à classe médica ainda se 
mantivera. 
• Fase 4 - é onde nos encontramos atualmente. A enfermagem está aplicada na pesquisa científica, na tentativa 
de construir uma resposta para a questão “QUAL O SABER PRÓPRIO DA ENFERMAGEM?”. Para responder 
este questionamento, há a construção das teorias de enfermagem, nas quais inúmeras teóricas buscam 
consolidar o conhecimento produzido no campo da enfermagem, sendo a percursora da enfermagem 
moderna, Florence Nightingale, que realiza a primeira tentativa de separar os saberes da enfermagem dos 
saberes da medicina. Portanto, e relembrando o caráter científico com o qual Florence constrói seu 
conhecimento visto na primeira fase, ela é considerada a primeira teórica da enfermagem. No decorrer do 
século XX, outras teóricas assumiram a tarefa de construção do corpo de conhecimento para a enfermagem a 
fim de lhe conceder grau de ciência. 
2.2 As teorias de enfermagem 
As teorias dentro do campo da ciência cumprem funções ideológicas. Para a enfermagem, reconhecer o que confere ou 
não conhecimento dentro do campo científico é necessário para seu desenvolvimento enquanto ciência. Desta forma, é 
preciso discussões críticas acerca do conhecimento, das teorias e sua aplicabilidade nas investigações, possibilitando à 
profissão focar em suas problemáticas (GOMES et al, 2007). A seguir temos, como resultado da pesquisa de Schaurich 
e Crossetti (2010), em ordem de utilização na disseminação do conhecimento, uma síntese das teorias de enfermagem. 
• Teoria de enfermagem humanística de Paterson e Zderad 
Resgata a dimensão humanística do cuidado e possui fundamentação na epistemologia existencial-fenomenológica. 
Desta forma permite lançar um olhar ao homem como ser que vivencia situações existenciais únicas de saúde e de 
doença, olhar diferente daquele que o modelo biomédico perpetua na área da saúde. 
• Teoria do cuidado cultural de Leininger 
Permite a compreensão dos fenômenos de saúde e doença, individuais ou coletivos/populacionais, e apresenta sua 
relação com os hábitos cotidianos, crenças, costumes e demais aspectos culturais de onde demanda o cuidado. Ainda, 
este referencial conta com uma proposta metodológica própria, favorecendo o desenvolvimento de pesquisas. 
• Teoria do autocuidado de Orem 
Possibilita que ações educativas promovidas pelo enfermeiro possam desenvolver atitudes de autocuidado, individual 
ou coletivamente. Essas três teorias apresentadas foram as mais utilizadas para fundamentar produções científicas entre 
1997 e 2007. 
No entanto, o estudo promovido por MATOS et al. (2011), apontou que as teorias mais frequentemente estudadas, junto 
de teóricas suas, em cursos de graduação em enfermagem, no Estado do Paraná, são as enumeradas abaixo. 
• Teoria das necessidades humanas básicas de Wanda Horta 
Teórica brasileira, bastante conceituada por sua teoria fundamenta nas necessidades humanas básicas, desenvolvida a 
partir de conceitos da motivação humana, onde o não atendimento de necessidades geram desequilíbrio trazendo 
desconforto que, se prolongado, pode causar doenças. 
• Teoria humanística e humanitária de Martha Elizabeth Rogers 
Considera o paciente de maneira global e em constante desenvolvimento, não importando seu cenário, posição social, 
faixa-etária ou se está ou não doente. O papel do profissional de enfermagem é interagir com o “homem unitário”, 
ajudando-o no alcance do máximo bem-estar. 
• Teoria do cuidado transpessoal de Jean Watson 
Propõe que a enfermagem se concentre nos cuidados de perspectiva humanística combinados com a base de 
conhecimentos científicos, voltados à promoção da saúde. É preciso que profissional de enfermagem desenvolva 
filosofias humanísticas e sistemas de valores imprescindíveis à formação sólida da ciência do cuidado, adquirindo amplo 
conhecimento nas artes liberais, expandindo sua visão de mundo, além de desenvolver o pensamento crítico. 
• Teoria do alcance de objetivos de Imogenes King 
Descreve a atuação do profissional de enfermagem mediante a compreensão de que o ser humano deve ser visto a partir 
do pessoal, do interpessoal e do social. A interação do binômio enfermeiro-pessoa estabelece o alcance de metas de 
saúde, propiciando o desenvolvimento de potencialidades no cliente (pessoal), pessoa (interpessoal) e comunidade 
(social) (MOURA; PAGLIUCA, 2004). 
 
Embora as teoriasdetenham pouca aplicabilidade além do meio acadêmico e científico, elas possibilitam o 
desenvolvimento do pensamento crítico para o cuidado do ser humano. 
Portanto, as teorias de enfermagem, representam o saber dos profissionais enfermeiros, não devendo conceber sua 
formação sem o estudo das mesmas. Entretanto, o fato de sua pouca aplicabilidade na prática, dificulta seu uso no 
cotidiano dos profissionais. 
3 Os padrões de conhecimento da enfermagem 
Os padrões de conhecimento da enfermagem são dinâmicos e multidimensionais, não sendo sempre possível classificar 
o conhecimento utilizando apenas um padrão. Cada conhecimento pode subsidiar uma ação, porém, é a partir da 
interligação entre eles que se dá a realização do cuidar com excelência (LACERDA; ZAGONEL; MARTINS, 2006). 
Inicialmente, temos a descrição de quatro padrões de conhecimento: 
• o empírico, 
• o estético, 
• o conhecimento pessoal e 
• o ético. 
Posteriormente há a introdução e descrição de mais dois padrões: o desconhecimento e o conhecimento sociopolítico. 
A seguir serão conceituados os diferentes padrões de conhecimento da enfermagem. 
3.1 O padrão de conhecimento empírico 
Conhecido também como a ciência de enfermagem, esse padrão se caracteriza por sua sistematização e organização, 
advindo da pesquisa, considerado fonte preliminar do conhecimento para desenvolver o cuidado. Seu propósito é 
o de explicar e descrever os fenômenos, testando-os em situações práticas. É a aplicabilidade do conhecimento próprio 
da enfermagem promovendo o seu reconhecimento como ciência. Esse padrão é coerente com a visão tradicional, e seu 
conhecimento é baseado em fatos, sendo descritivo e fundamentalmente voltado para o desenvolvimento de 
explicações teóricas e abstratas (CESTARI, 2003). 
3.2 O padrão de conhecimento estético 
Denominado de arte da enfermagem, o padrão estético se manifesta por meio do processo de interação entre o 
profissional enfermeiro e o indivíduo que está sob seus cuidados. Se denomina arte no sentido de relacionar-se, de 
perceber o indivíduo, realizando as ações de cuidado de forma que reflitam significativa e positivamente, tornando o ser 
sob os cuidados coautor dessas ações;criando laços de cumplicidade. Esta percepção da ação de cuidar, integrando meios 
e fins, se torna extremamente visível a partir dos comportamentos, atitudes, condutas e interações entre o profissional e 
o paciente. 
3.3 O padrão de conhecimento pessoal 
Se dá através do conhecimento do próprio self, pois, somente a partir do autoconhecimento, é que a pessoa é capaz de 
conhecer outro ser humano como pessoa. O padrão pessoal é um processo dinâmico reconhecendo o outro em sua 
totalidade. É estar disposto e receptivo ao outro, e compreender suas necessidades, despindo-se de todo e qualquer juízo 
pessoal e de valor. Incentivar o indivíduo a assumir seu próprio cuidado, aceitando a liberdade e reconhecendo que cada 
pessoa não é uma entidade fixa. O profissional enfermeiro deve utilizar sua imparcialidade e permitir-se uma 
introspecção em suas experiências de vida para construir significados próprios. O padrão pessoal permite à enfermagem 
agregar competência profissional junto de sua contribuição pessoal, dando aporte para um cuidado genuíno, de forma 
ética, científica e ao mesmo tempo sensível. 
3.4 O padrão de conhecimento ético 
Este padrão é orientado pela responsabilidade, o julgamento sobre o que é bom ou não, se deve ou não ser realizado, 
perpassando a base de códigos de ética, normas e condutas, demandando do profissional conhecimento nesta área. Para 
intervir positivamente deve-se realizar a melhor escolha, o que é mais apropriado em determinada situação, utilizando-
se do bom senso, avaliando o contexto e circunstância. O padrão ético por si só, não descreve ou prescreve como deve 
ser a decisão, confrontando os profissionais com escolhas que não podem ser tomadas simplesmente recorrendo às 
determinações do código de ética. Estabelecer critérios de avaliação para este padrão de conhecimento é difícil e 
importante, tornando o desenvolvimento de um conhecimento ético cada vez mais necessário. 
4 Ampliação dos padrões 
Após esses quatro padrões de conhecimento, podemos dizer que eles foram ampliados. E eles acabam entrelaçando-se. 
Confira a seguir os dois novos padrões inseridos neste rol. 
4.1 O padrão de desconhecimento 
Compreende o reconhecimento do enfermeiro em perceber que não conhece o mundo do outro e sua subjetividade. Está 
atrelado ao saber ético e é capaz de promover prontidão a aprender como, quando e onde a teoria e a pesquisa podem 
ser usadas para produzir um resultado desejado, focalizando o outro, que se encontra muitas vezes fragilizado e 
necessitando de cuidados. O deixar-se de lado do enfermeiro faz emergir o outro através de seus pensamentos, anseios 
e perspectivas de vida. Colabora para uma compreensão maior, propiciando um relacionamento mais próximo, 
satisfatório e confiante entre enfermeiro e o ser cuidado, subsidiando o cuidado terapêutico. 
4.2 Padrão de conhecimento sociopolítico 
O padrão de conhecimento sociopolítico foca em um amplo contexto do processo de cuidado, que incluem o processo 
organizacional, cultural e político que influenciam o paciente, a família, o enfermeiro, outros profissionais da saúde, a 
profissão e outras estruturas que envolvem o processo de cuidar. O enfermeiro precisa prover um domínio crítico do 
meio social, da política e da economia e analisar como este domínio afeta a saúde das pessoas e das comunidades. Esses 
efeitos incluem a posição e a visibilidade da enfermagem no planejamento das políticas e decisões sobre as questões de 
saúde de forma crítica. A enfermagem necessita ter sua formação voltada para esse padrão do conhecimento a fim de 
desenvolver e/ou aperfeiçoar formas de enfrentar e superar entraves que dificultam seu cuidado. 
Apesar de buscarmos conhecer todos os padrões de conhecimento na enfermagem, o cuidar nos reserva inúmeras 
surpresas, pois como disserta Lacerda, Zagonel e Martins (2006): 
“ É preciso aceitar o inexplicável e não conhecido dos pacientes, enfermeiras, relacionamentos, processo saúde-doença, 
questões sociopolíticas que podem admitir exploração dos significados e caminhos nos quais algumas experiências 
vividas não podem ser declinadas ou explicadas porque nunca talvez tenhamos tido aquela experiência. ” 
5 Identidade profissional e autonomia da enfermagem 
A tentativa de definir a enfermagem, em um primeiro momento, parece algo bastante simples e direto. Geralmente o 
nosso pensamento nos leva a definir a enfermagem descrevendo-a pelo fazer do enfermeiro, pelo que ele exerce 
enquanto profissional. Isso ocorre pois o “fazer”, a arte da enfermagem, o padrão estético, é tão evidente e palpável que 
conseguimos enxergar a enfermagem a partir e somente por meio destas lentes. No entanto, precisamos de um olhar 
mais aprofundado e ampliado da enfermagem, se distanciando da singularidade do “fazer”, para consolidar-se por três 
grandes bases: disciplina, identidade e profissão (CHANES, 2018; TEODOSIO et al, 2017). 
5.1 Enfermagem enquanto disciplina 
Como já foi visto, a enfermagem tenta se impor enquanto ciência desde o início da enfermagem moderna a partir dos 
conhecimentos difundidos por Florence. Quando a definimos como a ciência do cuidado, estamos contribuindo para a 
consolidação de sua identidade. 
Enquanto disciplina a enfermagem necessita de duas vertentes para se estabelecer como tal, se apropriar 
de saberes e conhecimento e produzir o seu próprio conhecimento e saberes que irão guiar o pensamento e trabalho do 
profissional enfermeiro. 
Ao se apropriar de fatos, dados, conceitos, investigações e abordagens que a distinguem de outras disciplinas da saúde, 
a enfermagem define e delimita suas fronteiras do conhecimento. 
5.2 Reconhecimento da enfermagem enquanto profissão 
Quando pensamos na enfermagem compreendida como profissão,nos remetemos a algo mais palpável, tais como 
seus métodos e recursos profissionais, no entanto, nem sempre foi desta forma. Historicamente a imagem da 
enfermeira não tinha o status que tem hoje, de profissional respeitável por seu amplo conhecimento depositado no 
processo de cuidado. Novamente invocamos a precursora da enfermagem, Florence Nightingale, que iniciou este 
processo de profissionalizar esta ocupação. 
A enfermagem, anteriormente à Florence, era executada por pessoas leigas e marginalizadas, não havendo formação de 
nenhum tipo para execução de suas atividades. A partir da falta de um padrão de ensino de enfermagem, Florence 
elaborou um modelo de Escola de Enfermagem, ensinando raciocínio crítico, atenção às necessidades individuais e o 
respeito aos direitos do paciente. 
A sistematização do ensino transformou a enfermagem em uma das ocupações mais importantes dentro dos hospitais 
em sua época. Porém, ainda não havia alcançado o patamar de profissão, sendo reconhecida sua formação como um 
treinamento para uma ocupação. 
Alcançar o status de profissão, exigiu da enfermagem o estabelecimento de métodos e recursos, provenientes dos 
saberes da disciplina de enfermagem (conhecimento). A educação, treinamento, implementação e avaliação destes 
métodos e recursos só foi possível quando a enfermagem teve domínio de seu conhecimento. Desta forma, novos 
instrumentos e/ou métodos surgiram para fortalecer a enfermagem como profissão. 
Estabelecendo a enfermagem na qualidade de profissão, o Processo de Enfermagem (PE) e a Sistematização da 
Assistência de Enfermagem (SAE) surgem como tecnologias para o alcance das metas dos profissionais da área de 
enfermagem, auxiliando no processo do cuidado, visando qualidade na assistência, sendo ambas ferramentas de uso 
exclusivo da profissão. 
O PE e a SAE possuem características que enaltecem a enfermagem tanto como ciência, quanto arte, pois exige 
conhecimentos atualizados e cuidado executado de forma humana e ética. Assim, o olhar para Enfermagem como 
profissão e disciplina se consolida em um único conceito. 
A busca por ferramentas decorrentes do conhecimento e dos saberes oriundas da enfermagem como ciência só possível 
a partir da produção de Teorias de Enfermagem, vistas anteriormente. As teorias são essenciais para o reconhecimento 
da enfermagem como profissão, visto que elas tratam exatamente do objeto foco da profissão que é o cuidado e o 
processo de cuidar. 
A primeira teorista foi Florence Nightingale, que descreveu o papel do enfermeiro como alguém que deveria colocar o 
paciente na melhor condição possível para que a natureza pudesse restaurar ou preservar sua saúde. As teorias surgiram 
com a finalidade de atingir uma identidade própria, buscando um campo de conhecimento específico para dar significado 
às práticas da enfermagem, bem como conquistar um papel social para as enfermeiras, este último, bastante importante 
para o estabelecimento do status de profissão. 
A construção da imagem profissional para a enfermagem, também surge como um importante dispositivo para que a 
profissão não ficasse à sombra de outras ocupações da área da saúde. Portanto, o estabelecimento de saberes próprios, 
sua própria ciência e seus métodos, busca a não sobreposição e a não realização do trabalho de outras disciplinas e 
profissionais da área da saúde. Essa imagem da enfermagem como profissão só é possível se o próprio profissional 
entender seu papel enquanto enfermeiro, ou seja, sua identidade profissional. 
5.3 Identidade profissional 
A identidade profissional é um processo de significação a todo momento, é enxergar-se, reconhecer-se e aceitar-se com 
a possibilidade de afirmação como um sujeito de saberes, conceitos e espaços e que, ao possuir um autoconceito 
adequado, consegue alcançar melhores resultados profissionais. 
O autoconceito, inerente à identidade profissional, provém do seu papel na sociedade, sendo produto de mecanismos 
sociais, de características pessoais e do contexto. Assim, com um autoconceito bem definido, o enfermeiro consegue 
atuar em seu papel social de maneira consciente e preditiva, não se esquecendo de sua importância e relevância social. 
Para contribuir com o autoconceito e a identidade profissional, o PE e a SAE são, novamente, ferramentas promotoras 
de autonomia, gerando benefícios como o reconhecimento pela qualidade da assistência prestada permitindo, refletir 
acerca da importância social e da responsabilidade profissional do enfermeiro. Esta autonomia pode ser definida como 
habilidade de autodeterminação, de ser independente, isto é, o indivíduo tem o poder e a habilidade de decidir ou agir 
sobre si mesmo. 
A luta pela identidade e autonomia profissional do enfermeiro é histórica e incessante, tanto que essas questões ainda 
são bastante discutidas no meio acadêmico, profissional e político-social, pois perpassam por diversos fatores, como 
imagem profissional, salário, reconhecimento, espaço de trabalho, papel e saber/fazer próprios. 
Desta forma Teodosio et al (2017), conceitua a identidade profissional de enfermeiros como: 
um processo histórico, complexo, multidimensional e coletivo, se constituindo tanto de elementos da trajetória 
biográfica do indivíduo, quanto das suas relações sociais e profissionais, origina-se no processo de formação e é 
(re/des)construído pelo modo de ser e estar dos enfermeiros no cotidiano da prática profissional. 
Portanto, diante dessa descrição conceitual, conseguimos concluir que o tripé que engloba a disciplina, profissão e 
identidade, é importante para proteção da autonomia, caráter, competência e reconhecimento social da enfermagem, 
possibilitando a realização de um cuidado de qualidade. Esse tripé fica representado na imagem a seguir, onde podemos 
ver a “Interrelação da disciplina, profissão e identidade como pilares da enfermagem”. 
É ISSO AÍ! 
Nesta unidade, você teve a oportunidade de: 
• conhecer as noções e conceitos do cuidado em enfermagem; 
• compreender e refletir acerca do cuidado centrado na ética e na valorização da enfermagem enquanto detentora 
de conhecimento; 
• aprender que o cuidado é proveniente de conhecimento científico; 
• estudar sobre o desenvolvimento do conhecimento na enfermagem a partir de um resgate histórico e teórico que 
abrangeu algumas teorias de enfermagem; 
• conhecer os padrões de conhecimento através de seus conceitos; 
• desenvolver pensamento crítico e reflexivo acerca da identidade profissional e autonomia da enfermagem. 
REFERÊNCIAS 
BACKES, D. S. et al. Interatividade sistêmica entre os conceitos interdependentes de cuidado de 
enfermagem. Aquichan., v. 16, n. 1, p. 24-31, 2016. Disponível 
em: https://doi.org/10.5294/AQUI.2016.16.1.4. Acesso em: 19 mar. 2020. 
CARVALHO, V. Por uma epistemologia do cuidado de enfermagem e a formação dos sujeitos do conhecimento na área 
da enfermagem - do ângulo de uma visão filosófica. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 13, n. 2, p. 406-414, Jun. 2009. 
Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1414-81452009000200024. Acesso em: 10 mar. 2020. 
CESTARI, M. E. Padrões de conhecimento da enfermagem e suas implicações no ensino. Rev Gaúcha Enferm., Porto 
Alegre (RS); v. 24, n. 1, p. 34-42, abr. 2003. 
CHANES, M. SAE descomplicada. São Paulo: Guanabara Koogan, 2018. 
FERREIRA, M. A. Enfermagem: arte e ciência do cuidado. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 15, n. 4, p. 664-666, 
Dez. 2011. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1414-81452011000400001. Acesso em: 20 mar. 2020. 
GARCIA, T. R.; NOBREGA, M. M. L. Contribuição das teorias de enfermagem para a construção do conhecimento da 
área. Rev. bras. enferm., Brasília, v. 57, n. 2, p. 228-232, Abr. 2004. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0034-
71672004000200019. Acesso em: 20 mar. 2020. 
GOMES, V. L. O. et al. Evolução do conhecimento científico na enfermagem: do cuidado popular à construção de 
teorias. Invest. educ. enferm, Medellín, v.25, n. 2, p. 108-115, mar. 2007. Disponível 
em: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0120-
53072007000200010&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 20 mar. 2020. 
LACERDA, M. R.; ZAGONEL, I. P. S.; MARTINS, S. K. Standards of the nursing knowledge and its interface to the 
attendance to the domiciliary - a literature review. Online Brazilian Journal of Nursing, [S.l.], v. 5, n. 2, Ago. 2006. 
ISSN 1676-4285. Disponível em: https://doi.org/10.5935/1676-4285.2006293. Acesso em: 20 mar. 2020. 
MATOS, J. C. et al. Ensino de teorias de enfermagem em Cursos de Graduação em Enfermagem do Estado do Paraná - 
Brasil. Acta paul. enferm., São Paulo, v. 24, n. 1, p. 23-28, 2011. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-
21002011000100003. Acesso em: 19 mar. 2020. 
MOURA, E. R. F.; PAGLIUCA, L. M. F. A Teoria de King e sua interface com o programa "Saúde da Família". Rev. 
esc. enferm. USP, São Paulo , v. 38, n. 3, p. 270-279, setembro 2004. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0080-
62342004000300005. Acesso em: 20 mar. 2020. 
SCHAURICH, D.; CROSSETTI, M. G. O. Produção do conhecimento sobre teorias de enfermagem: análise de 
periódicos da área, 1998-2007. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 182-188, Mar. 2010. Disponível 
em: https://doi.org/10.1590/S1414-81452010000100027. Acesso em: 20 mar. 2020. 
SILVA, A. L.; PADILHA, M. I. C. S.; BORENSTEIN, M. S. Imagem e identidade profissional na construção do 
conhecimento em enfermagem. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 10, n. 4, p. 586-595, jul. 2002. 
Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-11692002000400017. Acesso em: 30 mar. 2020. 
SILVA, A. L.; BALDIN, S. M.; NASCIMENTO, K. C. O conhecimento intuitivo no cuidado de enfermagem. Rev. 
bras. enferm., Brasília, v. 56, n. 1, p. 7-11, fev. 2003. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0034-
71672003000100002. Acesso em: 20 mar. 2020. 
SOUZA, M. L. et al. O Cuidado em Enfermagem: uma aproximação teórica. Texto contexto-enferm., Florianópolis, 
v. 14, n. 2, p. 266-270, jun. 2005. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-07072005000200015. Acess em: 20 
mar. 2020. 
SOUZA, M. L.; SARTOR, V. V. Bona; PRADO, M. L. Subsídios para uma ética da responsabilidade em 
Enfermagem. Texto contexto-enferm., Florianópolis, v. 14, n. 1, p. 75-81, mar. 2005. Disponível 
em: https://doi.org/10.1590/S0104-07072005000100010. Acesso em: 20 mar. 2020. 
TEODOSIO, S. et al. Análise do conceito de Identidade Profissional do Enfermeiro. Atas - Investigação Qualitativa 
em Saúde. v. 2, p. 1588-96, 2017. Acesso em: 20 mar. 2020. 
VALE, E.; PAGLIUCA, L. M. F. Construção de um conceito de cuidado de enfermagem: contribuição para o ensino de 
graduação. Rev. bras. enferm., Brasília, v. 64, n. 1, p. 106-113, fev. 2011. Disponível 
em: https://doi.org/10.1590/S0034-71672011000100016. Acesso em: 20 mar. 2020. 
 
 
 
 
UNIDADE 2 
OLÁ! 
Você está na unidade Teorias nos processos do cuidado. Nesta unidade, destacam-se os teorias e suas concepções 
acerca do fazer e do ser da enfermagem, visando estabelecer como o indivíduo-paciente é concebido, tratado, significado 
com relação aos processos do cuidado. 
Bons estudos!! 
1 O protagonismo 
O modo de fazer e para quem é esse fazer da enfermagem compreende as muitas relações que se estendem com os 
avanços científicos, o desenvolvimento de habilidades e competências, a aquisição de conhecimentos, mas, 
principalmente, a própria concepção de postura e empatia do profissional de enfermagem, dentro de um contexto, um 
cenário em que há protagonistas e fatores antagônicos a serem observados, compreendidos e, assim, estabelecidos. 
A importância de se estabelecer teorias de enfermagem se justifica em virtude de que, conforme dispõe o Conselho 
Federal de Enfermagem - COFEN (2020), o número de enfermeiros dispostos nas unidades federativas brasileiras 
alcança a soma de cerca de 2.249.362 profissionais, divididos em auxiliares, técnicos, enfermeiros e obstetrizes 
(BRASIL, 2020). Logo, um número crescente e que, já na formação acadêmica, precisa compreender sua importância, 
postura, ética, criticidade e finalidade. 
1.1 Conceito 
Conforme disposto no Dicionário Online de Português (2020), enfermagem é considerada como a função de quem é 
responsável pelo tratamento de pessoas enfermas, providenciando remédios, fazendo curativos, cuidando da higiene do 
paciente. E, para Horta (1974), a enfermagem não surgiu do acaso, uma vez que tem como propósito o homem e sua 
finalidade é o homem, existe para servir pessoas e tem responsabilidade com a sociedade. 
Evidentemente, nas ações pertinentes à enfermagem, há uma gama complexa e indexada de intervenções, dentro de um 
cenário, um contexto, no qual há protagonistas e fatores antagônicos. 
Nesse sentido, assinalam Vale e Pagliuca (2011) que, “o foco da atenção da enfermagem é o ser humano, com suas 
necessidades biopsicosocioespirituais, e a função precípua do enfermeiro é o cuidado de enfermagem, cujo objetivo 
centra-se na promoção da saúde, na prevenção de doenças e na recuperação e reabilitação da saúde”. 
De tal forma, fica evidente que há muitas interfaces ou inter-relações que ligam e implicam na área de enfermagem, em 
suas ações, suas intervenções, rotinas e demandas. E, nesse cenário, o conhecimento e o desenvolvimento de habilidades, 
por parte do profissional em saúde, revela mais do que um modelo fundamentado numa experiência terapêutica que 
parte do ser, independente do ser-paciente ou do ser-enfermeiro, sobretudo, num partilhar, numa co-ação entre aquele 
que é alvo do cuidado e daqueles que o cuidam. 
Logo, questões emergem visando alcançar como desempenhar o cuidado terapêutico na área de enfermagem. Em que 
se fundamenta o fazer do enfermeiro, o que norteia as ações e intervenções em enfermagem? De quais teorias a 
enfermagem lança mão? 
Vale lembrar aquilo que o Dicionário Online de Português (2020) define como teorias: princípios, doutrinas, ideias, 
conjunturas, ensinamentos, fundamentos, generalidades. 
1.2 Fundamentos da enfermagem 
Historicamente, essa sistematização teórica foi formulada visando fundamentar os cuidados de enfermagem e 
possibilitar autonomia e independência quando da atuação junto ao paciente, surgindo, então, as primeiras teorias de 
enfermagem. 
2 Teorias da enfermagem 
Santos et al. (2018, p. 595) destacam que, “ao longo do tempo, o “saber” e o “ser” da enfermagem eram constituídos a 
partir dos modelos religiosos do cuidado que perduraram até o final do século XIX. Esses modelos eram baseados em 
procedimentos caseiros e executados por grupos voluntários de igrejas e mesmo escravos. O objeto do cuidado eram os 
mais necessitados”. 
Você pode estar se perguntando: quem deu início à teorização da enfermagem? Confira. 
2.1 Teoria ambiental 
De acordo com Santos et al. (2018, p. 594), até a década de 1910, tal teorização partiu da construção do processo do 
pensamento científico da enfermagem proposto por Florence Nightingale, com a Teoria Ambiental, que, em sua 
“trajetória, realizou a identificação do conhecimento e conteúdos necessários para a tomada de decisão da área. 
Delimitou padrões morais para o perfil de profissional e os relacionou com a doença e o ambiente na manutenção da 
saúde. O foco da época, denominada “enfermagem moderna”, permeou o “o que fazer?””. 
Para Florence Nightingale, a saúde do paciente estaria atrelada a um ambiente com condições de higiene e aspectos 
sanitários adequadas (aeração, luz, aquecimento, silêncio e nutrição adequada). Logo, o foco era o ambiente, uma vez 
que este exercia influência na saúde do indivíduo. A saúde visava a um processo de reparar danos que o ambiente 
causara. Cabendo à enfermagem o papel de alocar o paciente em posição que culminasse num bom cuidado e, 
consequentemente, na sua melhora (CARVALHO, 2013). 
2.2 Teoria do autocuidado 
Carvalho (2013) aponta que, em 1914, Dorothea Orem definiu a teoria do autocuidado,fundamentada nas 
necessidades (biológicas, psicológicas sociais ou de desenvolvimento) do autocuidado enquanto atividade aprendida e 
orientada por metas estabelecidas pelo próprio indivíduo para a manutenção da vida, da saúde e do seu bem-estar. Nesta 
teoria, a enfermagem auxilia o indivíduo a maximizar, progressivamente, suas metas de autocuidado. 
Segundo define Albuquerque (2015), esta teoria postulada por Orem, focada no autocuidado, seria executada através da 
prática de atividades que os indivíduos desempenham em seu próprio benefício para manter a vida, saúde e bem-estar. 
Estando o indivíduo com o poder/competência/potencial para se engajar no autocuidado, entendendo suas necessidades 
individuais para a manutenção desse tripé. 
2.3 Teoria da adaptação 
Outra teoria proposta surge, então, em 1939, por Sister Calista Roy, a chamada teoria da adaptação, levava em conta 
o auxílio ao paciente (ser social, mental, espiritual e físico, afetado por estímulos do ambiente interno e externo) em 
adaptar-se às mudanças enquanto em estado de enfermidade. As intervenções em enfermagem só aconteceriam quando 
o paciente não conseguisse ou pudesse se adaptar às demandas internas ou externas (estas determinadas pela 
enfermagem que, então, determina os cuidados necessários) (CARVALHO, 2013). 
Albuquerque (2015) salienta ainda acerca da teoria proposta por Roy que, a adaptação se daria sobre quatro aspectos: 
• necessidades fisiológicas (exercício/repouso, nutrição/alimentação, fluido/eletrólito, oxigênio/circulação; 
regulação da temperatura, regulação dos sentidos e do sistema endócrino; 
• autoconceito (integridade psicológica do indivíduo); 
• função no papel (regras ou limites de comportamento para ocupar uma série de posições na sociedade); e 
• interdependência (o homem está em constante relação com os outros). 
2.4 Teoria das relações interpessoais em enfermagem 
Carvalho (2013) aponta que, em 1952, Hildegard Peplau postulou a Teoria das relações interpessoais em 
enfermagem. Esta com foco nas relações interpessoais entre o enfermeiro e o paciente. Dessa relação, quando da 
confiança expressa pelo paciente ao enfermeiro, se estabeleceria quais seriam os problemas e quais as soluções 
potenciais. Logo, ambos lutariam para as tensões advindas das necessidades. Nascendo, assim, uma enfermagem 
fundamentada na empatia, significativa, terapêutica, interpessoal, na qual o enfermeiro observa, reconhece a necessidade 
do paciente e reage a ela. 
Logo, com os avanços nas ciências física e química e das tecnologias, estas com determinantes impactos na medicina, 
além do fato de que, cresceu o número de instituições hospitalares, a proposição de práticas médicas e de enfermagem 
gerando, de tal modo, o modelo de assistência biomédico na prática de enfermagem (SANTOS et al., 2018). 
2.5 Teoria holística 
Myra Levine, em 1967, define os pressupostos da Teoria Holística, que concebe o paciente enquanto ser dinâmico que 
interage num ambiente também dinâmico. Conforme Levine, o ambiente estimula fisiologicamente os níveis de resposta 
do organismo e, neste, a enfermagem conservaria as energias do paciente avaliando as respostas que este dá diante desse 
estímulo (CARVALHO, 2013). 
2.6 Teoria do modelo conceitual do homem 
Em 1970, Martha Rogers postula a Teoria do modelo conceitual do homem. Parte do foco de que o homem, enquanto 
ser unificado, íntegro, continuamente interage com o meio, e, o enfermeiro entende essa interação e dela extrai o máximo 
de bem-estar para o paciente. Para Rogers, a enfermagem seria para todos: ricos ou pobres, saudáveis ou doentes, 
independentemente do local: em casa, na escola, no trabalho, hospital ou asilo. Visava conceituar cientificamente a 
enfermagem como ciência e como prática, para que, assim, a enfermagem se efetivasse de forma crítica, fundamentada 
e segura (CARVALHO, 2013). 
2.7 Teoria das necessidades humanas básicas 
No Brasil, segundo destacam Silva et al. (2017), já na década de 1960, através dos pressupostos definidos e propagados 
pela enfermeira Wanda de Aguiar Horta nasce a Teoria das necessidades humanas básicas - NHB. A preocupação 
estava voltada para a prática não reflexiva e dicotomizada da enfermagem, bem como, numa tentativa de unificar o 
conhecimento científico da enfermagem para proporcionar-lhe autonomia e independência. Teoria esta embasada na 
teoria de motivação humana, de Abraham Maslow. Além de precursores, os estudos de Horta motivaram, em 1979, o 
fazer da enfermagem por processos. No entender de Horta (1974, p. 1) a NHB: 
Desenvolve-se [enquanto] uma teoria que procura explicar a natureza da enfermagem, seu campo especifico 
e sua metodologia de trabalho. Fundamenta-se na teoria de Maslow para explicar ser a enfermagem um serviço 
prestado ao Homem visando assisti-lo no atendimento de suas necessidades básicas e desta maneira contribuir 
para mantê-lo em equilíbrio no tempo e espaço, seja prevenindo desequilíbrios, ou revertendo estes em 
equilíbrio. Da teoria proposta inferem-se os conceitos de enfermagem, assistir, assistência e cuidados em 
enfermagem. Algumas proposições e princípios também são expostos. Tendo a Teoria das Necessidades 
Humanas Básicas por fundamento, estabelece-se a metodologia ou Processo de Enfermagem em 6 fases: 
histórico, diagnóstico, plano assistencial, plano de cuidados, evolução e prognóstico. Salienta-se a importância 
do desenvolvimento de habilidades denominadas instrumentos básicos, para a execução do Processo de 
Enfermagem. 
Para melhor ilustrar as cinco categorias de necessidades humanas propostas por Horta, observe a hierarquia das 
necessidades humanas compostas na Pirâmide de Maslow. 
 
 Figura 1 - Hierarquia das necessidades de Maslow Fonte: Elaborada pela autora, adaptada de Albuquerque (2015). 
#PraCegoVer: A imagem mostra um triângulo, indicando a fisiologia (respiração, comida, água, sexo, sono, 
homeostase e excreção) na base na cor vermelha, aí mais pra cima tem a segurança (segurança do corpo, do emprego, 
de recurso, da moralidade, da família, da saúde, da propriedade) na cor laranja, em seguida tem o amor/relacionamento 
(amizade, família, intimidade sexual) em amarelo. Na sequência, a estima (em verde), com a autoestima, confiança, 
conquista, respeito dos outros, respeito aos outros. E, por fim, no topo da pirâmide, a realização pessoal na cor lilás 
(moralidade, criatividade, espontaneidade, solução de problemas, ausência de preconceitos e aceitação dos fatos. 
A década de 1970, fora tão marcante para a área de Enfermagem que, nos Estados Unidos, o processo de enfermagem 
consistia nas seguintes fases: assessment (avaliação), diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação. Aquele 
crescimento incorreu na padronização de linguagem dos diagnósticos de enfermagem sendo introduzida pela NANDA 
- North American Nursing Diagnosis Association (SANTOS et al., 2018). 
Aprofundando um pouco mais acerca da Teoria das NHBs, Souza (2013) assinala ainda as percepções dessa metodologia 
segundo João Mohana que a considera descritiva, sequencial, com caráter didático, sob a égide filosófica de que o 
“homem é um todo indivisível” e suas necessidades estão intimamente ligadas, ainda, classifica as Necessidades 
Humanas Básicas em três níveis: 
• necessidade psicobiológicas; 
• necessidades psicossociais; e 
• necessidades psicoespirituais. 
Para Souza (2013), Mohana considera que os aspectos psicológicos do indivíduo estão intimamente relacionados com 
o seu próprio corpo físico, com o seu contexto social e com a sua espiritualidade (normalmente manifestada por uma 
religião por ele eleita), e, nesta visão, os dois primeiros níveis, as necessidades psicobiológicas e as psicossociais são 
comuns a todos os seres vivos, com prevalência das psicoespirituais, pois são do terceiro nível, logo, característica 
exclusiva dos seres humanos. 
Destaca-se que, de tal forma que, todo esse avanço no planejamento e nateorização das ações e intervenções do campo 
da Enfermagem foram extremamente profícuos, pois, naquela década (1970), as teorias de enfermagem corroboraram 
para o advento de um planejamento da assistência de enfermagem por meio do arcabouço conceitual construído sobre 
os fenômenos do cuidado, prática consolidada pelo processo de enfermagem (SANTOS et al., 2018). 
Santos et al. (2018) assinalam ainda que, em meados de 1980, acontece, no Brasil, via promulgação de resolução do 
COFEN (Conselho federal de enfermagem), a SAE (sistematização da assistência de enfermagem) enquanto atividade 
privativa do enfermeiro, implementada no contexto em que existe atendimento de enfermagem, com o emprego do 
método científico e embasamento nas teorias da área. 
As teorias de enfermagem proporcionam a oportunidade de reflexão para que o graduando faça relações entre 
as atividades reais do trabalho e os conceitos elaborados na área. Isso permite a atribuição de significado às 
ações e avaliação da prática. A compreensão do potencial de suporte teórico subsidiado pelas teorias gera 
oportunidades para que o aluno possa ressignificar o cenário didático e apreender dele um potencial 
transformador em suas ações do cuidado (SANTOS et al., 2018, p. 595). 
Outras teorias propuseram uma sistematização da enfermagem em diferentes visões acerca do foco, da saúde, do 
ambiente, da enfermagem desde então. 
Como exemplos, ainda, há como teorias do cuidado a Teoria da Enfermagem Transcultural de Madeleine M. 
Leninger, fundamentada nos cuidados da enfermagem. Estes, variam de cultura para cultura em suas expressões, 
processos e padrões, tais como estrutura social, religião, tradição, em que as pessoas expressam cuidado de acordo com 
seus valores. Logo, o cuidado seria um construto social (uma relação construída ativamente) (CARVALHO, 2013). 
Há também, segundo ressalta Carvalho (2013), a Teoria da Ciência Filosófica do Cuidado de Jean Watson e a Teoria 
do Alcance dos Objetivos de Imogenes King. 
Albuquerque (2015) destaca ainda outras teoristas da Enfermagem, tais como: Lydia E. Hall, Virgínia Henderson, Faye 
Abdellah, e, Ida Orlando. Pois, para Albuquerque (2015, p. 4) “cada uma das teoristas descreve a natureza do homem 
oferecendo uma visão abrangente de um humanismo pluridimensional que engloba indivíduo e pessoa, corpo, mente e 
alma - soma psique - em constante interação com o meio ambiente formando um todo integrado ou sistema”. 
De acordo com Carvalho (2013), embora cada uma das teorias da Enfermagem tenha peculiaridades, a maior parte 
dessas teorias de enfermagem têm quatro fundamentos como pilares básicos: 
• o ser humano (pessoa receptora do cuidado da enfermagem, desde indivíduos a família, comunidade e grupos); 
• a saúde; 
• o meio ambiente (físico, social e simbólico que exercem influência sobre as pessoas, cenário em que se prestam 
os serviços de cuidados às pessoas); e 
• a enfermagem. 
Para resumir e ilustrar algumas das teorias de Enfermagem, observe o quadro a seguir. 
Teórica Teoria Fundamentação Básica 
Florence Nightingale Teórica ambientalista 
O enfermeiro deve manipular o ambiente do paciente para facilitar os “processos 
reparadores do corpo". 
Wanda Horta 
Teórica da Necessidades 
Humanas Básicas (NHB) 
Baseado nas necessidades psicossociais e psicoespirituais, propõe uma metodologia para 
o processo de enfermagem focando o ser humano integral, na busca do equilíbrio 
biopsicossocial. 
Virgínia Henderson 
Teorias das Necessidades 
Básicas 
Função da enfermagem é assistir o paciente, ajudando-o a ganhar independência. 
Hildegard Peplau 
Teorias das Relações 
Interpessoais 
Desenvolver interação enfermeiro - paciente. 
Imogene King Teorias do alcance dos objetivos 
Focaliza o processo de interação enfermeiro-paciente com a ideia objetivos central que 
há um sistema social, interpessoal e pessoal. 
Lydia Hall 
Teoria da Pessoa, do Cuidado e 
da Cura 
Afirmou que o cuidado individual pode ser visto em três diferentes áreas: cuidados (o 
corpo): núcleo (a pessoa); e cura (a doença). 
Ida Jean Orlando 
Teoria do Processo de 
Enfermagem 
Focado nos cuidados das necessidades dos clientes propondo uma relação dinâmica 
entre enfermeiro e paciente. Utilizou pela primeira vez a expressão Processo de 
Enfermagem. 
Myra Levine 
Teoria da conservação da 
energia e da Enfermagem 
Holística 
Entendia o paciente como corpo-mente, ou seja, um todo com interação com o meio. A 
finalidade da intervenção de enfermagem era a conservação da energia, da integridade 
estrutural, pessoal e social 
Dorothea Orem Teoria do Autocuidado 
Sistema de ajuda para o autocuidado. Quando o paciente apresenta um déficit de 
autocuidado ou não possui condições de realizá-lo, a enfermagem relaciona a educação 
em saúde a fim de tornar o paciente independente. 
Marha Rogers 
Teorias do Seres Humanos 
Unitários ou Teoria do Modelo 
Conceitual do Homem 
Interação harmoniosa entre paciente e ambiente para maximizar a saúde, ambos são 
campos de energia de quatro dimensões. 
Sister Calista Roy Teoria da Adaptação 
Identificar tipos de demanda colocados sobre o paciente, analisar a adaptação às 
demandas e ajudar o paciente a se adaptar. 
Madeleine Leninger Teoria do Cuidado Transcultural A enfermagem deve considerar os valores culturais e as crenças das pessoas. 
Jean Watson Teorias do Cuidado Humano 
O cuidado é a essência da enfermagem, e a interação entre enfermeiro e cliente ocorre 
através de sentimentos, emoções, troca de energia e afeto. 
Margaret Newman 
Teorias de Saúde como 
Consciência Expandida 
 
Fay Abdellah Teoria Centrada nos problemas 
Usava o método de resolução de problemas (21 problemas) para sustentação, 
restauração, prevenção, autoajuda, déficit ou excesso de necessidades. 
Patterson Teoria Humanista A enfermagem é uma experiência existencial de cuidar. 
Betty Neuman 
Teoria dos Sistemas / Teorias da 
relação - educação-trabalho 
Desenvolveu o modelo dos sistemas holísticos, com foco nos aspectos psicológicos, 
fisiológicos, socioculturais e desenvolvimentistas dos seres humanos. 
Joyce Trevelbee Teoria da Relação Interpessoal 
Foca as relações interpessoais com o objetivo de auxiliar o indivíduo e a família a 
enfrentar a doença e sofrimento propondo um cuidar holístico. 
Ernestine 
Wiedenbach 
Teoria prescritiva do Cuidado 
O foco é a necessidade do paciente e a enfermagem desempenha processo nutridor, 
apresentando 4 elementos de assistência : a filosofia, o propósito, a prática e a arte. 
 Quadro 1 - Teorias da enfermagem Fonte: Elaborada pela autora, adaptada de Tapia (2014). 
#PraCegoVer: A imagem mostra um quadro com teorias que tanto fundamentam o fazer do enfermeiro quanto apontam 
para as interfaces ou inter-relações que a área de enfermagem apresenta quando do cuidado do outro. 
Como resultado da necessidade de reconhecer o significado do mundo da enfermagem, as teorias têm extrema 
relevância, uma vez que propõem identificar, descrever e explicar os fenômenos da enfermagem, solidificando os 
conceitos que fundamentam a profissão. 
Sobretudo porque, conforme apontam Mororó et al. (2017, p. 328), ainda que perjure um paradigma que evidencie uma 
prática gerencial “do enfermeiro voltada para as atividades administrativas burocráticas, pouco articulada ao cuidar, [há 
muitos outros estudos] que apresentaram a articulação e integração como características essenciais da gestão desse 
cuidado, bem como, a liderança, o trabalho em equipe, a comunicação, a articulação e a cooperação exercida pelo 
enfermeiro com os integrantes da equipe de enfermagem, demais profissionais de saúde e usuário”. 
Percebe-se, então, que há mais do que adquirir conhecimentos acerca de curativos ou aferições a serem executadas por 
parte do enfermeiro diante de quadros de enfermidades. 
No entender de Mororó et al. (2017), o enfermeiro ao desenvolver suas habilidades e competências enquanto adquire 
conhecimentos, precisa compreender seu papel,determinar sua atitude no sentido de desempenhar o cuidado com o 
outro enquanto cuida de si. Uma vez que, exerce o cuidado em enfermagem primando pela assistência integral e 
humanizada, centrada, principalmente, nas necessidades do usuário (alguém que participa de sua experiência 
terapêutica, não um ser passivo). 
Mororó et al. (2017) apontam que, nesse cenário em que o ser-paciente e o ser-enfermeiro são protagonistas e o quadro 
de enfermidade seria o antagonista, o enfermeiro precisa lançar mão das tecnologias relacionais e por meio do 
acolhimento interagir com o paciente e sua família, visando estabelecer vínculo, mediante a concepção de que essa 
vinculação lhe possibilitará o estabelecimento de afetividade e confiança (interfaces imprescindíveis e essenciais para 
gerir o cuidado). 
De tal forma, através da utilização do processo de enfermagem sistematiza uma assistência humanizada, 
verdadeiramente terapêutica, que identifica as necessidades do paciente, delineia os diagnósticos de enfermagem, 
planeja e realiza a prescrição de enfermagem, implementa as intervenções voltadas para o cuidado integral e avalia os 
cuidados prestados. 
Assim sendo, o papel da Enfermagem em se tratando dos processos de cuidado parte das Necessidades Humanas Básicas 
(NHB), estas enquanto aquelas necessidades comuns a qualquer ser humano, logo, universais. Considerando que, o que 
varia de um indivíduo para o outro seria a sua manifestação e a adequada maneira de satisfazê-las ou atendê-las. Isto 
entendendo-se que, se o organismo humano está em equilíbrio dinâmico (homeostasia), as NHBs não se manifestam 
(SOUZA, 2013). 
Portanto, conforme assinala Souza (2013), processo de assistência de enfermagem (SAE) pode ser caracterizado a partir 
da teoria proposta por Horta, em 1979, enquanto o conjunto de ações sistematizadas e relacionadas entre si, visando 
principalmente a assistência ao cliente-paciente a partir de fases tais como: 
• histórico; 
• exame físico e sinais vitais; 
• diagnóstico e prescrição; e 
• evolução. 
Acerca de como se dá o Sae a partir da metodologia do cuidado em Enfermagem é o que será abordado no tópico a 
seguir. 
3 Metodologia do cuidado em enfermagem 
Após visto as teorias de enfermagem, evidencia-se que, o processo de cuidado se estabelece por meio de formas, meios 
ou modos de fazer esse cuidado para com o outro. Contudo, por que há teorias, metodologia que ensine o homem a 
cuidar? Por que na sociedade contemporânea seria preciso humanizar o cuidado para com o outro? 
No entender de Santos et al. (2017) esta necessidade advém do fato de que, vivenciamos um contexto em que há a 
hegemonia da economia e da tecnologia. Estas se sobrelevaram à política, à religião e, principalmente, às relações 
humanas. Embora com o advento da industrialização tenha se originado a modernização, o avanço tecnológico e a 
supervalorização da ciência, a sociedade atual encontra-se imersa em exacerbado processo de mudança, ocasionando, 
assim, dispersão e carência de referenciais, um vazio racional e ontológico fundamental (este relativo às noções de 
existência, realidade e natureza do ser). 
Sendo assim, faz-se necessário o entendimento de que, embora haja este contexto que evoca um abandono das relações 
existenciais, segundo apontam Santos et al. (2017, p. 1) “a enfermagem, como profissão da área da saúde, tem 
historicamente, seu conhecimento disciplinado no cuidado humano. É, pois, incoerente e inaceitável que esse cuidado 
seja desempenhado por meio de ações consideradas 'robotizadas'”. 
O fazer da enfermagem não parte somente do modo como é preciso que se faça. É compreender que, o que se faça, 
precisa ser feito de forma precisa, segura, orientada, postulado por dois princípios: o respeito ao outro, e, a mutualidade 
como ponto de equilíbrio, sem paternalismos, mas, sim, autonomia de todos os envolvidos no processo de cuidado, no 
momento doença-saúde. 
De tal forma, conforme postulam Vale e Pagliuca (2011, p. 107), esse entendimento do fazer por meio de um modo ou 
metodologia fundamentada no processo do cuidar, focado no ser humano já precisa emergir quando da formação 
acadêmica do profissional de saúde, culminando em enfermeiros “aptos a intervirem no processo saúde-doença por meio 
da utilização de cuidados competentes”. 
Sobretudo, segundo assinala Costa (2014, p. 234), adotar a metodologia do cuidado se faz necessária em virtude de que, 
“a procura de níveis cada vez mais elevados da qualidade do desempenho profissional e dos cuidados prestados, aliados 
aos problemas quotidianos decorrentes da escassez de recursos humanos e financeiros, afetam os enfermeiros de todo o 
mundo e tem motivado a exploração de vias alternativas, surgindo novas concepções de cuidados de enfermagem e de 
novos modelos de organização da prestação dos mesmos cuidados”. 
Logo, ações como o cuidar como função primeira do enfermeiro visando promover saúde, prevenir doenças, recuperar 
e reabilitar a saúde do outro emergem como pilares do fazer da enfermagem. 
“ Ao posicionar o cuidado de enfermagem no contexto de um agir solidário na vida e na morte, a Enfermagem 
respeita as razões morais de cada cidadão ao mesmo tempo em que convive com dores e alegrias advindas da 
relação interpessoal. Ao operar nesta dimensão, às vezes extremas, o cuidado orientado pela solidariedade 
busca a simetria e o equilíbrio nas suas múltiplas atividades enquanto função cuidadora (SANTOS et al., 2005, 
p. 267). ” 
Antes, compreende-se que, o cuidar é mais do que um ato. Tem relação com a atitude de quem cuida para quem é o alvo 
do cuidar, dentro de um contexto que envolve aspectos sociais, econômicos, emocionais, individuais, dentre outros. 
Então, envolve mais do que atenção e zelo, envolvendo, primeiramente, atitude de ocupação, preocupação, 
responsabilização e envolvimento afetivo com o outro (GRAÇAS; SANTOS, 2009). 
3.1 Atitude de cuidado 
O que seria, afinal, o cuidar em enfermagem? Um ato técnico? Procedimentos? Intervenções? Técnicas? 
Nas concepções de Graças e Santos (2009, p. 201), cuidar estaria para um “fenômeno que dá possiblidade à existência 
humana como humana. Nesse sentido, o homem é um ser de cuidado que é um modo de ser, particular, do homem. Sem 
cuidado, deixamos de ser humanos”. É parte integrante do processo de sobrevivência e manutenção da vida, é parte dos 
valores da humanidade. 
“ O cuidado manifesta-se na preservação do potencial saudável dos cidadãos e depende de uma concepção 
ética que contemple a vida como um bem valioso em si. Por ser um conceito de amplo espectro, pode 
incorporar diversos significados. Ora quer dizer solidarizar-se, evocando relacionamentos compartilhados 
entre cidadãos em comunidades, ora, dependendo das circunstâncias e da doutrina adotada, transmite uma 
noção de obrigação, dever e compromisso social. O cuidado significa desvelo, solicitude, diligência, zelo, 
atenção e se concretiza no contexto da vida em sociedade. Cuidar implica colocar-se no lugar do outro, 
geralmente em situações diversas, quer na dimensão pessoal, quer na social. É um modo de estar com o outro, 
no que se refere a questões especiais da vida dos cidadãos e de suas relações sociais, dentre estas o nascimento, 
a promoção e a recuperação da saúde e a própria morte (SANTOS et al., 2005, p. 267). ” 
Então, como fazer esse cuidado? Pois, de acordo com Graças e Santos (2009), há teorias de enfermagem que norteiam 
o fazer no campo da aquisição do conhecimento. Contudo, dessas teorias disponíveis, poucas são de natureza prescritiva, 
ou seja, que elencam instrumentos para a prática, o fazer do enfermeiro. 
3.2 Sistematização do cuidado 
No entender de Santos et al. (2005), a ação do cuidar em enfermagem consiste em empenhar esforços transpessoais de 
um ser humano para o outro, nos quais tarefas como proteger, promover e preservar a humanidade, ajudar pessoas a 
encontrar significados na doença, no sofrimento e na dor, bemcomo, na existência sejam parte da rotina do profissional 
em saúde, o enfermeiro. Além de ajudar outra pessoa a obter autoconhecimento, controle e auto cura. 
Vale lembrar que, conforme postulam Trindade et al. (2016, p. 76), PE (processo de cuidado) tem como conceito que, 
“constitui-se em um método de trabalho utilizado por enfermeiros para guiar a prática assistencial. Este organiza-se de 
forma sequencial e sistemática, que contribui para auxiliar na organização e promoção de estratégias de atenção 
específicas para a clientela assistida, incluindo as diretrizes para o cuidado humanizado e a segurança do paciente”. 
Principalmente, enquanto método, o processo de cuidado organiza-se em cinco fases inter-relacionadas que direcionam 
tanto o enfermeiro quanto o paciente-ativo para que, juntos, usando do princípio da mutualidade, realizem a investigação 
da busca e determinação das necessidades de cuidados a serem efetivados quando do quadro doença-saúde, bem como 
na determinação dos diagnósticos de enfermagem para problemas de saúde reais ou potenciais, na identificação dos 
resultados esperados, quando do planejamento e da implementação do cuidado e da avaliação dos resultados, 
possibilitando, ainda, ao enfermeiro avaliar sua prática assistencial (TRINDADE et al., 2016). Evitando, de tal modo 
que, 
“ a enfermagem tem procurado compreender o ser humano em sua totalidade, deixando de lado aquele ser 
fragmentado que, muitas vezes, revela-se apenas como depositário de seu fazer. Um fazer que se respalda no 
conhecimento objetivo, técnico-científico, numa relação sujeito-objeto, esvaziada de qualquer ação de 
natureza expressiva (GRAÇAS; SANTOS, 2009, p. 201). ” 
Assim, a adoção da metodologia do cuidado configuraria mais do que mera utilização do modelo teórico de enfermagem, 
uma vez que, o uso de tal metodologia precisa, antes de tudo, refletir e contemplar a demanda do cenário, do contexto 
em que há a necessidade do processo de cuidado. 
Para Santos et al. (2017, p. 1) esta adoção precisa acontecer de forma efetiva, sobretudo porque, “há a necessidade de 
se refletir que a crescente cultura tecnológica não pode e não deve afastar o cuidado, a relação, o diálogo, as trocas e 
empatias entre profissionais e sujeitos do cuidado. Elas devem ser incorporadas para dinamizar, facilitar e guiar condutas 
de melhoria da saúde das pessoas e das condições do trabalho no setor saúde”. 
De tal modo, o enfermeiro tem a disposição teorias, modelos de enfermagem que o conduz no fazer da enfermagem. O 
que vai diferir entre os vários modelos é o modo como a base de dados será organizada, abrangendo as diferentes 
abordagens para o cuidado, pois os diferentes modelos de enfermagem conduzem às formas diversas de cuidado, 
devendo sempre primar para um fazer mais humanizado e qualificado (SANTOS et al., 2019). 
Vê-se, assim que, há a possibilidade de que aconteça nas rotinas em enfermagem a prática do enfermeiro, com tendência 
à adesão a práticas rotineiras do que à aplicação de práticas reflexivas por parte dos profissionais. Possiblidade esta que 
precisa ser revista e aprimorada de forma a perjurar as práticas reflexivas, empáticas e humanizadas. 
“ A práxis do enfermeiro deve envolver o seu conhecimento a respeito das transformações e inovações adaptadas às 
novas tendências do cuidado, buscando a promoção da saúde e bem-estar do ser humano. Necessariamente, devido às 
mudanças sociais, políticas e econômicas, o corpo de conhecimento de enfermagem deve ser aprimorado para 
acompanhar e propor um cuidado avançado (SANTOS et al., 2019, p. 596). ” 
Então, o enfermeiro precisa buscar construir seu fazer a partir de uma base do conhecimento científico postulado para a 
área da enfermagem. Este conhecimento advindo das concepções das teorias de enfermagem. Sobretudo, o enfermeiro 
tem como exigência a incorporação de novos conhecimentos para o desenvolvimento não apenas quando do cuidado 
com o paciente, mas também, de tecnologias a nível de educação, investigação, assistência e gestão (SANTOS et al., 
2019). 
De acordo com Rodrigues (2019, p. 1), a SAE (sistematização da assistência de enfermagem) configura-se em uma 
metodologia desenvolvida “a partir da prática do enfermeiro para sustentar a gestão e o cuidado no processo de 
enfermagem. O método é organizado em cinco etapas, que ajudam a fortalecer o julgamento e a tomada de decisão 
clínica assistencial do profissional de enfermagem”. 
Nesse sentido, o profissional enfermeiro consegue agir de acordo com as fases como: 
• a priorização; 
• a delegação; 
• a gestão do tempo; e 
• a contextualização do ambiente cultural do cuidado prestado. 
Principalmente porque, com a utilização da SAE enquanto metodologia, fica possível analisar as informações obtidas 
quando da observação e inferência junto ao paciente e seu quadro doença-saúde, definindo, assim, padrões e resultados 
decorrentes das condutas disponíveis. Lembrando sempre que, todos os dados observados e levantados deverão ser 
devidamente registrados no prontuário do paciente-cliente. 
4 O cuidado como processo 
O processo do cuidado, conforme assinala Rodrigues (2019, p. 1), nestes termos, passa a ser organizado em cinco etapas 
relacionadas, interdependentes e recorrentes. Confirma a seguir. 
4.1 Coleta de dados de enfermagem ou histórico de enfermagem 
Rodrigues (2019) define que, neste primeiro passo para o atendimento de um paciente faz-se a busca por informações 
básicas que definem os cuidados a serem efetivados pela equipe de enfermagem. Vale lembrar que, esta etapa não é 
aleatória nem sem fundamentos, pois, faz parte de um processo deliberado, sistemático e contínuo, na qual a coleta 
de dados e as informações podem ser alcançadas do próprio paciente, da família ou então, por outras pessoas envolvidas. 
Assim, a importância dessa etapa está nas informações obtidas, uma vez que proporcionarão maior precisão 
de dados ao processo de enfermagem dentro da metodologia da SAE. E, o que se busca? Desde informações sobre 
alergias, histórico de doenças e até mesmo questões psicossociais, como, por exemplo, a religião, lembrando que, o 
ambiente interno e externo tem influência sobre o quadro doença-saúde do paciente e pode alterar de forma contundente 
os cuidados prestados ao paciente (RODRIGUES, 2019). 
Entende-se que o processo de cuidado pode ser otimizado por meio da utilização de PEP (prontuário eletrônico do 
paciente); também há a possibilidade do uso de formulários específicos que direcionem o questionamento do 
profissional enfermeiro e possibilitem até o registro on-line dos dados, que podem ser acessados por todos da instituição 
de saúde, inclusive de forma remota. Tornando, dessa forma, possível a realização das intervenções necessárias para a 
prestação dos cuidados ao paciente, isto com maior segurança e agilidade para ambos os protagonistas deste cenário 
(RODRIGUES, 2019). 
4.2 Diagnóstico de enfermagem 
Para Rodrigues (2019), esta etapa efetiva um processo de interpretação e agrupamento dos dados coletados que conduz 
à tomada de decisão sobre os diagnósticos de enfermagem, que irão representar as ações e intervenções, para alcançar 
os resultados esperados. 
Nesse sentido, faz-se, então, uso de bibliografias específicas que possuam a taxonomia adequada, bem como as 
definições e as causas prováveis dos problemas levantados quando da etapa 1 no levantamento do histórico de 
enfermagem. Dessa forma, se faz a elaboração de um plano assistencial adequado e único para cada pessoa. Portanto, 
tudo que for definido deve ser registrado no prontuário do paciente, revisitado e atualizado sempre que necessário 
(RODRIGUES, 2019). 
4.3 Planejamento de enfermagem 
Rodrigues (2019) destaca que, com a adoção da SAE, há uma organização do trabalho profissional quanto ao método, 
pessoal e instrumentos, dando aos enfermeiros a possibilidade de atuar para prevenir, controlar ou resolver os problemas 
de saúde.Nesta terceira etapa, define Rodrigues (2019) que, ocorre o planejamento de enfermagem, no qual são determinados os 
resultados esperados e quais ações serão necessárias, sendo realizado a partir dos dados coletados e diagnósticos de 
enfermagem com base dos momentos de saúde do paciente e suas intervenções. Informações esta que, igualmente, 
devem ser registradas no prontuário do paciente, incluindo as prescrições checadas e o registro das ações que foram 
executadas, por exemplo. 
4.4 Implementação 
Segundo assinala Rodrigues (2019), uma vez efetivada a busca e coleta das informações obtidas e focadas na abordagem 
da SAE, a equipe de profissionais de enfermagem realiza as ações ou intervenções determinadas e definidas na etapa 
do planejamento de enfermagem. Estas são aquelas atividades que podem ir desde uma administração de medicação 
até auxiliar ou realizar cuidados específicos, como os de higiene pessoal do paciente, ou mensurar sinais vitais 
específicos e acrescentá-los no prontuário, por exemplo. 
Neste momento do fazer da enfermagem, pode o enfermeiro lançar mão do uso de dispositivos que otimizam o registro 
destas informações para dentro do prontuário eletrônico do paciente, citando como exemplo o aplicativo Beira-
Leito, que permite que os dados sejam registrados assim que mensurados ou executados ainda à beira leito do paciente, 
assim, ajudando na coleta de dados, aferindo os dados vitais do paciente, checando as prescrições e medicações, dentre 
outros. Isso sendo possível por meio de smartphones e tablets (RODRIGUES, 2019). Evidenciando-se que: 
“ Segundo a resolução do Conselho Federal de Medicina CFM 1638/2002, prontuário é o “documento único 
constituído de um conjunto de informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos, 
acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e 
científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da 
assistência prestada ao indivíduo”. O prontuário do paciente pode ser em papel ou digital. Contudo, a 
metodologia em papel não garante uniformidade nas informações e permite possíveis quebras de condutas, 
além de ser oneroso na questão do seu armazenamento, bem como na questão da sustentabilidade 
(RODRIGUES, 2019, p. 1). ” 
Rodrigues (2019) defende também que, o emprego de aplicativos de auxílio nos processos de cuidado tais como o beira-
leito incidem em menos erros das equipes médicas. Fator este que figuram entre as principais causas de morte no Brasil 
e no mundo. Aplicativos de auxílio evitariam falhas como trocas de medicação até falhas na identificação e registro dos 
dados, citando como exemplos. Esses problemas são ainda maiores quando pensamos em hospitais lotados, com 
profissionais que atendem um grande fluxo de pacientes por dia e realizam vários processos manuais. 
Logo, aplicativos como o beira-leito serviriam para auxiliar ações como tipo, horário e quantidade da medicação, 
alterações no estado clínico, sinais vitais, se a medicação foi aplicada ou não, dentre outros. 
4.5 Avaliação de enfermagem (evolução) 
Por fim, Rodrigues (2019) aponta como última etapa o registrar dos dados no prontuário eletrônico do paciente de forma 
deliberada, sistemática e contínua. Nele, deverá ser registrado a evolução do paciente para determinar se as ações ou 
intervenções de enfermagem alcançaram o resultado esperado. 
De tal maneira, com todas essas informações, o profissional enfermeiro tem a possibilidade de verificar a necessidade 
de mudanças ou adaptações nas etapas do processo de enfermagem, bem como a possiblidade de proporcionar 
informações que irão auxiliar as demais equipes multidisciplinares na tomada de decisão de condutas, como no próprio 
processo de alta. 
Rodrigues (2019, p. 1) salienta ainda o uso da tecnologia no processo de cuidado da enfermagem em todas as etapas da 
metodologia SAE, uma vez que, “os recursos tecnológicos prestam suporte para que a metodologia seja realizada com 
efetividade. A integração dos dados e a possibilidade de estar a par de todo atendimento ao paciente de forma remota, 
auxiliam o processo, aumentam a segurança e o cuidado com o paciente”. 
Nas concepções de Trindade et al. (2016, p. 76), o maior desafio para a consolidação da metodologia do cuidado através 
da SAE estaria “no pouco conhecimento sobre este método, resistência dos profissionais em realizá-lo e a carência de 
recursos humanos para seu desenvolvimento. Destaca-se ainda o ensino incipiente sobre tal metodologia durante a 
graduação”. 
Assim sendo, verifica-se que há modos e mecanismos que norteiam o fazer da enfermagem para uma prática assistencial 
efetiva, segura e de qualidade, focado no cuidado, mesmo que a metodologia do cuidado ainda esteja em implementação 
em muitas instituições de saúde, e, ainda persistam alguns apresenta desafios para a sua consolidação em todas as suas 
fases, os enfermeiros podem desde sua formação acadêmica procurar meios para a superação de tais obstáculos quando 
do cuidar. 
5 Raciocínio em enfermagem 
Conforme assinalam Santos et al. (2019, p. 596) em decorrência de a enfermagem “estar inserida em cenários 
caracterizados por assistência biomédica, hospitalocêntrica, fragmentada e tecnicista, podem ocorrer influência nos 
perfis de atuação dos enfermeiros com divergências de modelos conceituais da profissão que estruturam o raciocínio 
clínico do enfermeiro”. 
A prática assistencial de enfermagem e a ampliação da autonomia profissional dependem da consolidação do saber 
próprio da profissão. Esse “saber” relaciona-se com o “ser”, sustentado pelas teorias da área. Tal compreensão da função 
e do papel social do enfermeiro para o pleno exercício legal, ético e moral da profissão caracteriza a postura e atitude 
do enfermeiro (SANTOS et al., 2019). 
5.1 Habilidades do profissional 
Conforme definem Carvalho, Oliveira-Kumakura e Morais (2017) o raciocínio em enfermagem é uma habilidade a ser 
desenvolvida pelo profissional enfermeiro, isto porque é essencial para um processo de cuidado seguro e eficaz. É 
também um desafio, uma vez que, o enfermeiro precisa buscar e desenvolver, por meio de estratégias e experiências, o 
aprimoramento de tal habilidade. Todo o processo começando pelos processos de pensamento que são: conceber, julgar, 
raciocinar. Estes auxiliam o alcance dos dados junto ao paciente quando do quadro doença-saúde. 
Tendo o enfermeiro optado por uma metodologia do cuidado, realiza a seleção das melhores intervenções de assistência, 
e, então, julgando a melhor estratégia de cuidado, efetiva a tomada de decisão. 
Para melhor ilustrar essa definição de Carvalho, Oliveira-Kumakura e Morais (2017) acerca do raciocínio crítico e do 
julgamento clínico do enfermeiro, observe a figura a seguir. 
 
 
 Quadro 2 - Processos do pensamento Fonte: Carvalho, Oliveira-Kumakura e Morais (2017, p. 691). 
#PraCegoVer: A imagem mostra os processos do pensamento, apoiados nas habilidades para o pensamento crítico, que 
compõem o raciocínio clínico, subsidiando a tomada de decisão clínica (diagnóstica ou terapêutica). 
Logo, deve o enfermeiro reconhecer os significados conceituais das teorias de enfermagem desde a sua formação. 
Teorias e modos que contribuem para dar sentido à sua prática assistencial, podendo esta postura e atitude por parte do 
enfermeiro diferenciar-se na construção do raciocínio e do julgamento clínico, além de interferir na escolha das melhores 
intervenções de enfermagem, na identificação dos fenômenos pelos quais é responsável. Dessa forma, poderá alcançar 
os melhores resultados (SANTOS et al., 2019). 
No entender de Peixoto e Peixoto (2017, p. 126) “o pensamento crítico em enfermagem pode ser definido como o 
processo de julgamento intencional e reflexivo sobre problemas de enfermagem, onde o foco é a tomada de decisões 
clínicas, a fim de prestar cuidados seguros e eficazes”.“ Neste complexo e mutável ambiente de prestação de cuidados, os profissionais de enfermagem necessitam de pensar 
permanentemente e desenvolver habilidades que permitam a resolução de problemas reais ou potenciais, através de um 
efetivo julgamento clínico e uma eficaz tomada de decisão (PEIXOTO; PEIXOTO, 2017, p. 126). ” 
Para Santos (2017, p. 1) a questão do raciocínio crítico e o julgamento clínico do profissional enfermeiro estaria 
estabelecido já desde a própria história da enfermagem, uma vez que, tudo começou com a técnica, avançou para os 
princípios científicos, chegou à teorização do seu saber e enfrenta no momento atual o desafio de operacionalizar a sua 
prática, incluindo exatamente técnicas, métodos, teorias e instrumentos que auxiliem a tomada de decisão e organização 
do trabalho sob uma égide crítico-clínica. 
5.2 Renovação na busca por mudanças 
Segundo Santos et al. (2017, p. 1), para desenvolver senso crítico e aprimorar seu julgamento clínico, faz-se necessário 
que o profissional enfermeiro esteja empenhado “com a sua prática, buscando renovar constantemente seus 
conhecimentos. Deve também buscar sempre aproximação com o principal sentido da sua profissão, o cuidado, que se 
traduz por proteger, promover e preservar a humanidade, ajudando pessoas a encontrar significados na doença, no 
sofrimento, na dor e na própria existência”. 
Nas concepções de Carvalho, Oliveira-Kumakura e Morais (2017), uma definição para julgamento clínico do 
profissional enfermeiro parte do fato de que, julgamento pode ser compreendido igualmente como o raciocínio crítico, 
uma capacidade flexível e diferenciada para reconhecer aspectos (dados) relevantes de uma situação clínica indefinida, 
levando o enfermeiro a interpretar seus significados e dar uma resposta apropriada diante de determinado quadro ou 
situação, pois, ao realizar um julgamento, o enfermeiro usa o seu pensamento crítico. 
Segundo postulam Carvalho, Oliveira-Kumakura e Morais (2017), tanto o raciocínio crítico quanto o julgamento clínico 
do enfermeiro são habilidades que podem ser aprendidas e configuram atitudes necessárias para o profissional. 
Habilidades estas que estão alocadas em três categorias: 
Habilidades cognitivas 
Análise, aplicação de padrão, auto regulação, discernimento, busca de informações, explanação, inferência, 
interpretação, predição e transformação do conhecimento. 
Habilidades comportamentais 
Análise, autoconfiança, busca autêntica, investigação, mente aberta e sistematização. 
Hábitos da mente 
Compreensão, confiança, criatividade, curiosidade, flexibilidade, integridade intelectual, intuição, perseverança, 
perspectiva intelectual e reflexão. 
Segundo destacam Peixoto e Peixoto (2017), o desenvolver raciocínio crítico e julgamento clínico efetivo por parte do 
profissional enfermeiro tem três motivos essenciais: 
• pela necessidade de o enfermeiro utilizar julgamento independente, ou seja, de atuar suportado por uma 
avaliação racional da situação e não de forma preconceituosa ou de submissão sem questionamento, às 
imposições de outros profissionais e das instituições; 
• pela libertação do indivíduo, em que o profissional se afasta do controle de crenças e atitudes injustificadas, e 
age de acordo com os próprios ideais tendo em consideração sempre os dos outros; e 
• pela necessidade de se desenvolver, em benefício do receptor de cuidados, a racionalidade no julgamento 
clínico e cientifico inerente ao processo de enfermagem. 
Verifica-se, então que, a habilidade do raciocínio clínico em enfermagem se estabelece a partir de um processo mental 
complexo e dinâmico, que pode acontecer já na identificação de situações que demandam atendimento de enfermagem, 
envolvem também a seleção de ações necessárias para esse atendimento de assistência ou cuidado, isto para o alcance 
de resultados de promoção de saúde e manutenção da vida pelos quais a enfermagem é responsável. 
Sobretudo, para o pleno exercício profissional sob a égide do raciocínio crítico por parte do enfermeiro, este precisa 
estar imbuído de amplo conhecimento teórico, alicerçado pela experiência adquirida na prática, e, tendo aprimorada a 
capacidade de julgamento e de raciocínio com o constante uso do bom senso. 
É propor ao enfermeiro desde a sua formação acadêmica e pela vida profissional a fora a continua busca pelo desenvolver 
e dominar habilidades de pensamento suportado pelo facto de que o raciocínio e a crítica, quando inseridos no pensar, 
são ferramentas mentais essenciais para a compreensão da realidade e ajuste do conhecimento. 
É ISSO AÍ! 
Nesta unidade, você teve a oportunidade de: 
• aprender que o fazer da enfermagem compreende as muitas relações que se estendem com os avanços 
científicos, com a postura e empatia do profissional de enfermagem, dentro de um contexto; 
• conhecer as teorias de enfermagem (princípios, doutrinas, fundamentos, generalidades, dentre outros) é também 
reconhecer inter-relações ou interfaces que implicam nas ações, intervenções, rotinas e demandas da 
enfermagem; 
• entender que há muitas teorias de enfermagem. A 1ª nasceu dos preceitos de F. Nightingale, em 1910, com a 
Teoria Ambiental e, a teoria que embasa a SAE fora postulada por W. Horta, em 1979; 
• estudar que a enfermagem tem, historicamente, seus conteúdos e fundamentos voltados para o cuidado humano; 
• compreender que o raciocínio crítico em enfermagem configura-se nas muitas habilidades, conhecimentos e 
destrezas que o profissional precisa desenvolver e aprimorar para o efetivo processo de assistência. E que o 
julgamento clínico inicia-se quando o enfermeiro adota um processo de pensamento baseado nas ações: 
conceber, julgar e raciocinar. 
REFERÊNCIAS 
ALBUQUERQUE, R. Teorias da Enfermagem. Disponível 
em: http://files.robertoalbuquerque.webnode.com.br/200000007-233b223b88/Teorias%20da%20Enfermagem.pdf. 
Acesso em: 13 fev. 2020. 
BRASIL. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Enfermagem em números. Disponível 
em: http://www.cofen.gov.br/enfermagem-em-numeros. Acesso em: 14 fev. 2020. 
CARVALHO, E. A. As teorias de enfermagem e sua interface nos, notas de estudo de Enfermagem. Universidade 
Federal de Minas Gerais (UFMG) - Enfermagem. Disponível em: https://www.docsity.com/pt/as-teorias-de-
enfermagem-e-sua-interface-nos/4811677/. Acesso em: 13 fev. 2020. 
CARVALHO, E. C.; OLIVEIRA-KUMAKURA, A. R. S.; MORAIS, S. C. R. V. Raciocínio clínico em enfermagem: 
estratégias de ensino e instrumentos de avaliação. Revista Brasileira de Enfermagem - REBEn. [Internet]. 
2017;70(3):662-8. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0509. Disponível 
em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v70n3/pt_0034-7167-reben-70-03-0662.pdf. Acesso em: 15 fev. 2020. 
COSTA, J. S. Métodos de prestação de cuidados. Escola Superior de Enfermagem de Viseu. Disponível 
em: http://www.ipv.pt/millenium/Millenium30/19.pdf. Acesso em: 13 fev. 2020. 
Dicionário Online de Português. Enfermagem. Disponível em: https://www.dicio.com.br/enfermagem/. Acesso em: 13 
fev. 2020. 
GRAÇAS, E. M.; SANTOS, G. F. Metodologia do cuidar em enfermagem na abordagem fenomenológica. Revista 
Escola de Enfermagem USP. 2009; 43(1):200-7. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v43n1/26.pdf. 
Acesso em: 13 fev. 2020. 
HORTA, W. A. Enfermagem: teoria, conceitos, princípios e processo. Revista Escola de Enfermagem USR, 5(1) 7-15, 
1974. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v8n1/0080-6234-reeusp-8-1-007.pdf. Acesso em: 13 fev. 2020. 
MORORÓ, D. D. S. et al. Análise conceitual da gestão do cuidado em enfermagem no âmbito hospitalar. Acta Paulista 
de Enfermagem. 2017; 30(3):323-32. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/v30n3/1982-0194-ape-30-03-
0323.pdf. Acesso em: 13 fev. 2020. 
PEIXOTO, T. A. S. M.; PEIXOTO, N. M. S. M. Pensamento crítico dos estudantes de enfermagem em ensino clínico: 
uma revisão integrativa. Revista de Enfermagem Referência. Série IV, n. 13, abr./mai./jun. 2017.Disponível 
em: http://www.scielo.mec.pt/pdf/ref/vserIVn13/serIVn13a13.pdf . Acesso em: 15 fev. 2020. 
RODRIGUES, G. O que é a sistematização da assistência de enfermagem (SAE)? Disponível 
em: https://www.pixeon.com/blog/entenda-em-5-etapas-a-sistematizacao-da-assistencia-de-enfermagem/. Acesso em: 
14 fev. 2020. 
SANTOS, B. P.et al. Formação e práxis do enfermeiro à luz das teorias de enfermagem. Revista Brasileira de 
Enfermagem - REBEn. m [Internet]. 2019;72(2):593-7. Disponível 
em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v72n2/pt_0034-7167-reben-72-02-0566.pdf. Acesso em: 13 fev. 2020. 
SANTOS, A. G.; MONTEIRO, C. F. S.; NUNES, B. M. V. T. BENÍCIO, C. D. A.V.; NOGUEIRA, L. T. O cuidado 
em enfermagem analisado segundo a essência do cuidado de Martin Heidegger. Revista Cubana de Enfermaria. v. 
33, n. 3 (2017). Disponível em: http://www.revenfermeria.sld.cu/index.php/enf/article/view/1529/295. Acesso em: 13 
fev. 2020. 
SILVA, D. G. et al. O marco de Wanda de Aguiar Horta para o processo de Enfermagem no Brasil. Revista Científica 
da Faculdade de Educação e Meio Ambiente 2(Supl-I):56-59, 2011. Resumo Expandido. Disponível 
em: http://www.faema.edu.br/revistas/index.php/Revista-FAEMA/article/view/68/299. Acesso em: 13 fev. 2020. 
SOUZA, M. L.; SARTOR, V. V. B.; PADILHA, M. I. C. S.; PRADO, M. L. O cuidado em enfermagem: uma 
aproximação teórica. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tce/v14n2/a15v14n2. Acesso em: 13 fev. 2020. 
SOUZA, R. Processo de cuidar em Enfermagem. Instituto Formação. 2013. Disponível 
em: http://www.ifcursos.com.br/sistema/admin/arquivos/15-36-17-apostila.pdf. Acesso em: 14 fev. 2020. 
TAPIA, L. S. Teorias da Enfermagem (quadro), 2014. Disponível em: https://pt.slideshare.net/leticiaspina/teorias-da-
enfermagem-histria. Acesso em: 15 fev. 2020. 
TRINDADE, L. R.; FERREIRA, A. M.; SILVEIRA, A.; ROCHA, E. N. Processo de enfermagem: desafios e estratégias 
para sua implementação sob a ótica de enfermeiros. Revista Saúde. Santa Maria, v. 42, n.1, p. 75-82, jan./jun. 2016. 
Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/revistasaude/article/view/19805. Acesso em: 13 fev. 2020. 
VALE, E. G.; PAGLIUCA, L. M. F. Construção de um conceito de cuidado de enfermagem: contribuição para o 
ensino de graduação. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília 2011 jan-fev; 64(1): 106-13. Disponível 
em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/is_digital/is_0211/pdfs/IS31(2)039.pdf. Acesso em: 13 fev. 2020. 
 
 
 
 
UNIDADE 3 
OLÁ! 
Você está na unidade Processo de enfermagem: histórico, diagnóstico e evolução. Conheça aqui o conceito de 
processo de enfermagem e algumas de suas fases como o histórico, diagnóstico e evolução da profissão. O histórico de 
enfermagem surge como instrumento primordial para a prática assistencial da enfermagem. É ele que dá suporte para a 
execução das demais fases do processo. O diagnóstico vem logo após e é realizado a partir dos dados levantados na fase 
anterior, utilizando de conhecimento científico e avaliação crítica. A evolução é um processo que está presente tanto no 
histórico quanto no diagnóstico de enfermagem. E é a partir desta evolução que são realizadas adequações do cuidado, 
bem como avaliam-se marcadores clínicos do usuário. Todas essas fases devem ser executadas utilizando-se de saber 
científico para a qualificação do cuidado. 
 
Bons estudos! 
 
1 Processo de enfermagem 
Neste tópico, iremos conceituar o PE (processo de enfermagem), descobrir qual é sua função na prática profissional do 
enfermeiro, conhecer sua origem histórica e compreender a importância de sua implementação com a finalidade de 
promover qualidade na assistência de enfermagem. 
1.1 O que é o processo de enfermagem? 
O PE é fundamentado em um sistema de valores e crenças morais e no conhecimento técnico-científico da área; 
vem sendo descrito como a essência da prática da enfermagem. Ainda, pode ser considerado o principal modelo 
metodológico para o desempenho sistemático da prática profissional, encarado como um instrumento tecnológico com 
a finalidade de acrescentar qualidade ao cuidado, melhorar à visibilidade e o reconhecimento profissional (GARCIA; 
NOBREGA, 2009). 
A complexidade do PE encontra-se nos componentes implícitos em seu desenvolvimento. Para tanto, é necessário que 
o profissional de enfermagem possua: 
• conhecimento das necessidades humanas diante de alterações em seu estado de saúde; 
• raciocínio lógico; 
• destreza manual no desempenho das ações de cuidado; 
• novas e avançadas tecnologias; 
• habilidade no relacionamento interpessoal; 
• empatia; e 
• comportamento ético. 
É definido como um método pelo qual se aplica teoria para a prática de enfermagem. A aplicação deste método exige 
habilidades cognitivas, técnicas e interpessoais de forma a atender as necessidades relacionadas à doença. É composto 
de cinco fases: 
• o histórico; 
• o diagnóstico; 
• o planejamento; 
• a implementação; e 
• a avaliação de enfermagem. 
Essas fases pressupõem uma série de ações dinâmicas e interrelacionadas para a sua realização (OCHOA-VIGO et al, 
2001; BARROS; LOPES, 2011). 
 
1.2 Do conceito à prática 
Embora o conceito de PE não fosse aplicado como é na atualidade, Florence Nightingale, precursora da enfermagem 
moderna, implementou alguns de seus componentes, ainda no século XIX. A observação e julgamentos podem ser, 
tranquilamente, inseridos nas fases de histórico e diagnóstico do PE. Apesar do pioneirismo de Florence, a introdução 
do PE no ensino aconteceu somente no século XX. As escolas de enfermagem dessa época buscavam atender o método 
de solução de problemas, com a sistematização da coleta e análise de dados com rigor metodológico (GARCIA; 
NOBREGA, 2009). 
No entanto, o PE começou a ser largamente estudado entre os anos 50 e 70 do século XX, sendo que, no Brasil, nossa 
referência para o tema é a teórica de enfermagem Wanda Horta (CHANES, 2018). Horta prevê seis fases no PE: 
• histórico de enfermagem ou investigação; 
• diagnóstico de enfermagem; 
• plano assistencial; 
• plano de cuidados; 
• evolução de enfermagem; 
• avaliação de enfermagem. 
Outros autores também teorizam o PE como tendo seis fases. Abaixo podemos comparar Horta, Wilkinson e o próprio 
Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), com suas seis fases na figura “Comparação entre as fases do Processo de 
Enfermagem” (CHANES, 2018; BARROS; LOPES, 2011). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Quadro 1 - Comparação entre as fases do processo de enfermagem Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Chanes 
(2018); Barros; Lopes (2011). 
#PraCegoVer: A figura mostra um quadro comparativo entre os pensamentos de Wanda Horta, Judith Wilkinson e do 
Cofen (Conselho Federal de Enfermagem) sobre o processo de enfermagem com seis fases. 
Como observado, é possível perceber que, apesar de algumas pequenas diferenças, as fases propostas pelos distintos 
autores seguem um padrão de desenvolvimento do processo. Historicamente, o cuidado de enfermagem carece de 
sistematização, que surge a partir do PE enquanto instrumento metodológico. A fim de colocar em prática a gestão do 
cuidado, inserida no PE, emerge a SAE (sistematização da assistência de enfermagem) (CHANES, 2018; BARROS; 
LOPES, 2011). 
A SAE surge como possibilidade de a enfermagem alcançar autonomia profissional, sendo legalmente imposta pelo 
Cofen desde a década de 1980. A primeira resolução prevê que o “enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, 
cabendo-lhe privativamente: o planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da 
assistência de enfermagem”. 
Fase 
Autores 
Wanda Horta Cofen Cofen 
Fase 1 Histórico de enfermagem ou 
investigação Coleta de dados 
Coleta de dados de 
enfermagem 
Fase 2 Diagnóstico de enfermagem 
Diagnóstico 
Diagnóstico de 
enfermagem 
Fase 3 Plano assistencial 
Planejamento: 
resultados 
Planejamento de 
enfermagem 
Fase 4 Plano de cuidados 
Planejamento: 
intervençõesImplementação 
Fase 5 Evolução de enfermagem 
Implementação 
Avaliação de 
enfermagem 
Fase 6 Avaliação de enfermagem Avaliação - 
Precisamos lembrar que o processo de enfermagem engloba a sistematização da assistência em enfermagem, no entanto 
a SAE não tem propósito sem o PE. São dois processos que não podem ser dissociados para que haja, efetivamente, 
qualidade no cuidado. 
Nas décadas seguintes, novas resoluções, uma em 2002 (Resolução Cofen n. 272/2002), reforçava a importância e a 
necessidade de planejar a assistência de enfermagem; e outra em 2009 (Resolução Cofen n. 358/2009), que revogava a 
anterior e estabelecia que o PE “deve ser realizado, de modo deliberado e sistemático, em todos os ambientes, públicos 
ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de enfermagem” (BARROS; LOPES, 2011). 
2 Histórico de enfermagem 
Como visto anteriormente, tanto o PE quanto a SAE preveem que seja realizado o histórico de enfermagem (HE), além 
das demais fases que serão vistas a seguir. Desta forma, iremos conceituar o HE, sua aplicabilidade dentro do PE e da 
SAE. 
#PraCegoVer: A imagem mostra uma enfermeira, com roupa azul, segurando um tablet com um holograma do corpo 
humano sendo analisado da cabeça aos pés, com imagens holográficas do cérebro, DNA, coração e gráficos de 
monitoramento cardíaco e outros marcadores biológicos. 
2.1 O que é o histórico de enfermagem? 
O HE (histórico de enfermagem), também conhecido como a coleta de dados para a enfermagem, é um processo 
deliberado, sistemático e contínuo, realizado com o auxílio de métodos e técnicas variadas. A sua finalidade é a 
obtenção de informações sobre a pessoa/paciente, a família ou a coletividade humana e suas respostas em um 
dado momento do processo saúde-doença. 
A partir do HE, é possível identificar problemas e necessidades do paciente a fim de determinar seu estado de saúde, 
considerada etapa inicial do PE, também conhecida como investigação. Os dados coletados durante o HE, são 
necessários para identificação dos problemas correntes ou potenciais do paciente, sendo subsídio para o planejamento 
dos cuidados e, também, prevenindo possíveis complicações. 
2.2 Aplicabilidade do HE na prática assistencial 
O processo de levantamento do HE, deve ser realizado no primeiro contato com o paciente, pois as informações 
coletadas neste primeiro momento direcionam o planejamento de todas as outras etapas do PE. Para que o HE 
seja efetivo, é imprescindível que essas informações sejam as mais precisas e fidedignas possíveis. Caso contrário, 
todo o processo pode ser afetado, ao deixar de atender necessidades não identificadas pelo levantamento ineficiente. 
Esses dados ou informações podem ser obtidas de fontes primárias, como o próprio usuário, sua família 
(acompanhante), ou sua comunidade (seu meio de convívio social); ou de fontes secundárias como a equipe de 
saúde, o prontuário do paciente (caso seja uma reinternação), evidências na literatura (PBE - prática baseada em 
evidências) ou a experiência clínica do enfermeiro. É neste momento que o profissional de enfermagem 
realizará anamnese e exame físico. 
2.3 Anamnese e exame físico 
A anamnese é conhecida como o histórico de saúde que o paciente refere, que vai desde os sintomas iniciais até o 
momento da observação clínica. É definida como a primeira fase do processo, na qual a coleta destes dados permite 
ao profissional de saúde identificar problemas, determinar diagnósticos, planejar e implementar a sua assistência. 
Os dados ou informações a serem coletados neste primeiro momento do PE são dados subjetivos, objetivos, históricos 
e atuais. Estas informações são coletadas por meio de entrevista, de observação, exame físico, os resultados de provas 
diagnósticas, a revisão de prontuário e a colaboração de outros profissionais 
O exame físico avalia o cliente através de sinais e sintomas, procurando por desequilíbrios que impactem no processo 
de saúde e doença. Realizado de maneira sistematizada, no sentido cefalocaudal, o exame físico necessita de uma 
avaliação minuciosa de todos os segmentos do corpo. Para tanto, além do olhar, necessita da inspeção, palpação, 
percussão e ausculta. O enfermeiro deve utilizar sua visão, audição, tato e olfato para subsidiar o seu plano de cuidado. 
E, para que esta tarefa seja realizada de forma completa, é preciso dispor de ferramentas, tais como esfigmomanômetro, 
estetoscópio, termômetro, lanternas, otoscópios, luvas de procedimento estéril ou não, dentre outros. 
3 Diagnóstico 
O DE (diagnóstico de enfermagem) é conhecido como a segunda fase do PE, e é definido como um julgamento 
clínico sobre as respostas do indivíduo (oriundas do HE), família ou comunidade aos problemas de saúde. 
Correspondendo à análise dos dados coletados e à avaliação do estado de saúde do usuário; sendo um julgamento clínico, 
no qual se descreve o estado de saúde do paciente. Ele fornece a base para a seleção de intervenções, e é quando se 
utiliza uma taxonomia para identificar um diagnóstico de enfermagem que explicite a situação de saúde do usuário, a 
fim de alcançar resultados pelos quais o enfermeiro é responsável. 
3.1 Diagnose 
Durante a diagnose, fase correspondente à análise dos dados levantados, o enfermeiro mapeia todos os DEs 
(diagnósticos de enfermagem) identificados e, junto ao julgamento clínico, interpreta e conclui os DEs que remetem às 
respostas humanas mais preocupantes. Assim, os DEs que afetam de forma mais drástica ao usuário, sua condição de 
saúde, suas necessidades mais prementes e suas preocupações, são incluídos na decisão de seu plano de cuidados. 
Portanto, os DEs de maior necessidade são dispostos como prioridade. 
3.2 Ferramentas para o diagnóstico 
Dentre as principais ferramentas para definição e classificação de DE estão as seguintes taxonomias: 
• North American Nursing Diagnosis Association International (NANDA-I), 
• Nursing Interventions Classifications (NIC) e 
• Nursing Outcomes Classification (NOC). 
4 Diagnóstico, intervenção e resultado 
Você aprenderá agora sobre cada uma das sistemáticas NANDA, NIC e NOC. A NANDA trata dos diagnósticos de 
enfermagem; a NIC remete às IE (intervenções de enfermagem) e a NOC, por sua vez, refere-se aos resultados. 
4.1 Diagnóstico de enfermagem pela NANDA 
O termo diagnóstico de enfermagem é definido pela NANDA-I como o: 
Julgamento clínico a respeito da motivação e do desejo de aumentar o bem-estar e alcançar o potencial humano 
de saúde. Essas respostas são expressas por uma disposição para melhorar comportamentos de saúde 
específicos, podendo ser usadas em qualquer estado de saúde. Em pessoas incapazes de expressar sua própria 
disposição para melhorar comportamentos de saúde, o enfermeiro pode determinar a existência de uma 
condição para promoção da saúde e agir em benefício do indivíduo. As respostas de promoção da saúde podem 
existir em um indivíduo, família, grupo ou comunidade (NANDA-I, 2018, e-book). 
A NANDA surgiu da necessidade dos enfermeiros norte-americanos de desenvolver uma linguagem clara e consistente 
para nomear o que faziam. Foi oficializada em 1982 e é constantemente atualizada e revisada. Fornece os diagnósticos 
mais precisos para a enfermagem, tentando abranger o maior número de acometimentos possíveis. 
Este processo diagnóstico inclui duas fases, com a primeira englobando a análise e a síntese dos dados coletados, e 
a segunda estabelece o enunciado do diagnóstico a partir de uma taxonomia (técnica de classificação) existente. 
Esse processo de raciocínio requer habilidades cognitivas e perceptivas, pensamento crítico, experiência, base de 
conhecimento científico e raciocínio dedutivo e indutivo para a tomada de decisão. 
A NANDA possui sua estrutura da taxonômica constituída em três níveis: domínios (13), classes (47) e DE (244). A 
tabela “Diagnósticos de enfermagem a partir de suas classes e domínios” apresenta, de forma sucinta, como são 
classificadosos DE dentro da taxonomia da NANDA-I. 
 
 
 
 
Domínios Classes Definições de DE Diagnósticos Novos 
Domínio 1 
Promoção da Saúde 
1. Percepção da saúde 
2. Controle da saúde 
Devem ser definidos por 
1 - eixo e por 2- tipo. 
Eixo 1 - conceito 
diagnostico 
Eixo 2 - sujeito do 
diagnostico (individuo, 
família, comunidade) 
Eixo 3 - julgamento 
(prejudicado, ineficaz) 
Eixo 4 - localização 
(vesical, auditiva, 
cerebral) 
Eixo 5 -idade (bebê, 
criança, adulto) 
Eixo 6 - tempo (crônico, 
grave, intermitente) 
Tipos: real, de promoção 
da saúde, de risco, de 
bem-estar e síndrome. 
 
• Risco de tentativa de fuga (00290) 
• Disposição para engajamento em exercícios melhorado (00307) Comportamentos 
ineficazes de manutenção da saúde (00292)* Autogestão ineficaz da saúde 
(00276)* 
• Disposição para autogestão da saúde melhorada (00293)* Autogestão ineficaz da 
saúde familiar (00294)* 
• Comportamentos ineficazes de manutenção do lar (00300)* 
• Risco de comportamentos ineficazes de manutenção do lar (00308) 
• Disposição para comportamentos melhorados de manutenção do lar (00309) 
Domínio 2 
Nutrição 
3. Ingestão 
4. Digestão 
5. Absorção 
6. Metabolismo 
7. Hidratação 
• Resposta ineficaz de sucção-deglutição do lactente (00295)* 
• Risco de síndrome metabólica (00296)* 
Domínio 3 
Eliminação e Troca 
8. Função urinária 
9. Função gastrintestinal 
10. Função tegumentar 
11. Função respiratória 
• Incontinência urinária associada à incapacidade (00297)* 
• Incontinência urinária mista (00310) 
• Risco de retenção urinária (00322) 
• Continência intestinal prejudicada (00319)* 
Domínio 4 
Atividade e Repouso 
12. Sono/repouso 
13. Atividade/exercício 
14. Equilíbrio de energia 
15. Respostas 
cardiovasculares/pulmonares 
16. Autocuidado 
• Tolerância à atividade diminuída (00298)* 
• Risco de tolerância à atividade diminuída (00299)* 
• Risco de função cardiovascular prejudicada (00311) 
• Autogestão ineficaz do linfedema (00278) 
• Risco de autogestão ineficaz do linfedema (00281) 
• Risco de trombose (00291) 
• Resposta disfuncional ao desmame ventilatório do adulto (00318) 
Domínio 5 
Percepção/Cognição 
17. Atenção 
18. Orientação 
19. Sensação/percepção 
20. Cognição 
21. Comunicação 
• Distúrbio no processo de pensamento (00279) 
 
Domínio 6 
Autopercepção 
22. Autoconceito 
23. Autoestima 
24. Imagem corporal 
- 
Domínio 7 
Relacionamentos de 
Papel 
25. Papéis do cuidador 
26. Relações familiares 
27. Desempenho de papel 
• Síndrome de distúrbio na identidade familiar (00283) 
• Risco de síndrome de distúrbio na identidade familiar (00284) 
Domínio 8 
Sexualidade 
28. Identidade sexual 
29. Função sexual 
30. Reprodução 
- 
Domínio 9 
Enfrentamento e 
Tolerância ao 
Estresse 
31. Respostas pós-trauma 
32. Respostas de enfrentamento 
33. Estresse 
neurocomportamental 
• Luto desadaptativo (00301)* 
• Risco de luto desadaptativo (00302)* 
• Disposição para luto melhorado (00285) 
Domínio 10 
Princípios de Vida 
34. Valores 
35. Crenças 
36. Coerência entre 
valores/crenças/atos 
- 
Domínio 11 
Segurança e 
Proteção 
37. Infecção 
38. Lesão física 
39. Violência 
40. Riscos ambientais 
41. Processos defensivos 
42. Termorregulação 
• Autogestão ineficaz do ressecamento ocular (00277) 
• Risco de quedas no adulto (00303)* 
• Risco de quedas na criança (00306) 
• Lesão no complexo aréolo-mamilar (00320) 
• Risco de lesão no complexo aréolo-mamilar (00321) 
• Lesão por pressão no adulto (00312) 
• Risco de lesão por pressão no adulto (00304)* 
• Lesão por pressão na criança (00313) 
• Risco de lesão por pressão na criança (00286) 
• Lesão por pressão neonatal (00287) 
• Risco de lesão por pressão neonatal (00288) 
• Risco de comportamento suicida (00289)* 
• Hipotermia neonatal (00280) 
• Risco de hipotermia neonatal (00282) 
Domínio 12 
Conforto 
43. Conforto físico 
44. Conforto ambiental 
45. Conforto social 
- 
Domínio 13 
Crescimento e 
Desenvolvimento 
46. Crescimento 
47. Desenvolvimento 
• Desenvolvimento atrasado da criança (00314) 
• Risco de desenvolvimento atrasado da criança (00305)* 
• Desenvolvimento motor atrasado do lactente (00315) 
• Risco de desenvolvimento motor atrasado do lactente (00316) 
Quadro 2 - Diagnósticos de enfermagem a partir de suas classes e domínios Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de 
NANDA-I (2021-2023). 
#PraCegoVer: A figura mostra um quadro (com três colunas) com os diagnósticos de enfermagem a partir de suas 
classes e domínios, conforme a taxonomia da NANDA-I. 
Com o processo do diagnóstico realizado, há mais duas etapas que devem ser realizadas: a definição de intervenções a 
partir deste diagnóstico e, posteriormente, a avaliação dos resultados conforme as intervenções aplicadas. 
4.2 Intervenções de enfermagem a partir da NIC 
As classificações de intervenções de enfermagem (NIC - sigla em inglês), da mesma forma que a NANDA, também 
teve origem nos Estados Unidos, em 1987. O impulso deu-se, em parte, com as atividades da NANDA, pois era preciso, 
ao formular um diagnóstico de enfermagem, fazer algo sobre ele. Da mesma forma que a NANDA, as intervenções 
também não possuíam linguagem padronizada, dificultando a comunicação dos tratamentos que os profissionais 
executavam. 
O sistema NIC surge como linguagem padronizada de tratamentos para uso dos profissionais da área de enfermagem, e 
os cuidados inclusos podem ser diretos e/ou indiretos ao paciente. A NIC significa intervenções de enfermagem 
executadas com base em julgamento clínico e conhecimento que o profissional enfermeiro executa para melhorar os 
resultados a serem alcançados pelo paciente/cliente. 
Na NIC, as intervenções incluem aspectos psicossociais e fisiológicos, sendo composta de título, definição e conjunto 
de atividades, dispostas em forma de lista. Do mesmo modo que a NANDA, a estrutura taxonômica da NIC, apresenta 
domínios (07), classes (30), intervenções (542) e mais de 12 mil atividades e ou ações a serem executadas. O profissional 
irá determinar as intervenções que serão realizadas a partir das listas, que estão relacionadas aos diagnósticos de 
enfermagem da NANDA e aos resultados da NOC. 
4.3 Classificação dos resultados de enfermagem por meio da NOC 
A NOC (classificação dos resultados de enfermagem, em português), assim como a NIC, sua origem é de em um projeto 
de pesquisa desenvolvido também nos Estados Unidos, com sua primeira publicação em 1997. 
A NOC é a mais recente das classificações apontadas, sendo a primeira a padronizar a descrição aos resultados obtidos 
pelos pacientes em decorrência das intervenções de enfermagem 
Apesar de ser considerada complementar à taxonomia da NANDA-I e da NIC, ela pode ser usada com outras 
classificações, da mesma forma que apresenta caráter multidisciplinar, de modo que outras disciplinas podem 
considerá-la útil para avaliar a efetividade das intervenções que realizam. Apesar dos resultados mais responsivos às 
ações de enfermagem, a NOC pode ser utilizada tanto de forma independente quanto em equipes interdisciplinares com 
enfermeiros. 
Da mesma forma que a NANDA e a NIC, a NOC encontra-se em constante evolução, sendo que a cada edição são 
adicionados ou aprimorados cada vez mais resultados. Sua estrutura taxonômica segue certo padrão das demais 
classificações, aprestando domínios, classes e resultados. Além disso, a NOC possui outros dois níveis, que são os 
indicadores e as escalas de mensuração. Todos eles possuem um código para facilitar o seu uso na prática. A NOC 
apresenta sete domínios, seguidos por 31 classes e 385 resultados. Cada domínio, classe e resultado possui definições, 
de modo a facilitar o seu entendimento e uso. 
Quanto aos resultados, há uma série de interferências que podem ocorrer. Características do paciente como sua saúde 
física e emocional, variáveis ambientais e organizacionais do serviço, ações de outrosprofissionais de saúde, de tal 
forma que o enfermeiro consiga definir os resultados mais sensíveis ao cuidado de enfermagem e os que sofrem mais 
interferência de outros meios. 
Os resultados são mensurados por meio de escalas de medida ou combinações da escala do tipo Likert de cinco pontos 
para avaliar indicadores. Os indicadores são considerados resultados mais específicos, e podem servir como resultados 
intermediários. A NOC apresenta 13 escalas de medidas, em que a pontuação final representa a condição mais 
esperada para o paciente quanto ao resultado, podendo, as escalas, serem usadas tanto para indicadores como para 
resultados. Assim, as escalas possibilitam monitorar a variação, ou não, da condição do paciente durante um período de 
cuidado, sendo necessário no mínimo duas avaliações. 
4.4 A relação entre NANDA, NIC e NOC 
Os diagnósticos (NANDA-I), intervenções (NIC) e resultados (NOC), podem ser utilizadas em conjunto, apesar de não 
ser fundamental. Inclusive, existem outras classificações, porém as mais conhecidas e consolidadas são essas. Sua 
sequência de utilização, quando dentro do PE, prevê, inicialmente, o diagnóstico, o resultado esperado, antes da 
intervenção, a intervenção propriamente dita e o resultado alcançado após a intervenção. 
Ou seja, a partir do HE são identificados os possíveis DEs (NANDA-I); planejam-se as intervenções definindo os 
resultados (NOC) a serem alcançados, realizando a primeira mensuração através das escalas; decidem-se as intervenções 
(NIC) para solucionar/minimizar os DEs, executando-as; avalia-se e mensura-se os resultados (NOC), comparando-os 
com a primeira medida; verifica-se a evolução do quadro clínico para, possíveis, novas intervenções ou DEs que possam 
surgir ou que não foram evidentes num primeiro momento. 
A figura “Representações do uso na prática clínica das classificações NANDA-I/NOC/NIC/NOC” busca representar o 
dinamismo nas tarefas do PE na implementação das classificações. 
 
 Figura 2 - Representações do uso na prática clínica das classificações NANDA-I/NOC/NIC/NOC Fonte: Elaborada 
pelo autor. 
#PraCegoVer: A imagem mostra a representação gráfica do dinamismo do uso das classificações NANDA, NIC e 
NOC, sendo que setas circulares se interligam, demonstrando o movimento de uma classificação para a outra. 
5 Evolução de enfermagem 
Após as etapas do HE e do DE, chegou o momento de evoluir tudo o que fora realizado até o momento. Considerado 
como o quinto passo do PE, a EE (evolução de enfermagem) é o relato diário das mudanças sucessivas que ocorrem 
no paciente. 
A EE é o registro feito pelo enfermeiro após a avaliação diária do estado geral do paciente e contempla, geralmente, os 
registros das condições de saúde, em que são evoluídas condições que denotem atenção a algum problema pontual ou 
situação clinica nova que mereça destaque. As evoluções são realizadas diariamente ao término de cada plantão, sendo 
que estas anotações seguem a sistemática de registro de dados subjetivos (S), objetivos (O) e condutas (C). 
5.1 Registro sistemático e de qualidade da EE 
A estrutura da evolução compreende os aspectos subjetivo e objetivo. 
• Subjetivo - compreende o que o paciente e/ou familiar refere; e 
• Objetivo - descreve o exame físico, enfatizando os sinais e sintomas que geraram os DEs. 
Conforme o surgimento, ou não, de novos sinais e sintomas, estes deverão ser descritos para justificar a abertura ou o 
encerramento de determinado DE. 
As condutas são registradas, e as intervenções que respondem aos sinais e/ou sintomas coletados, bem como os 
encaminhamentos realizados, o planejamento dos cuidados, as orientações por parte do paciente/familiar, também 
devem ser inseridas na EE. 
Estas etapas de registro (subjetivas, objetivas e condutas) podem ocorrer em vários momentos, sendo na admissão 
do paciente de uma unidade para outra, da volta de algum encaminhamento para exames ou procedimentos e até no 
momento de alta. O PE prevê, que mesmo sistemática, a EE não necessita ser inflexível, mas sim organizada e completa. 
Sabe-se que, infelizmente, apesar do PE e da SAE oferecerem ao enfermeiro uma possibilidade de organizar seu trabalho 
com base em uma filosofia e método que priorizam a individualidade do cuidado, promovendo qualidade, visibilidade 
e credibilidade, os profissionais preferem ser antiquados prestadores de serviço, utilizando um modelo assistencial de 
apenas duas etapas sendo o exame físico e a EE. Entretendo esse modelo é descontextualizado dos verdadeiros princípios 
e da necessidade do PE e da SAE, pois não há dados suficientes para uma completa EE, que possa ser utilizada para um 
cuidado de qualidade. Os profissionais devem estar preparados para a EE como procura demonstrar a figura “Equipe de 
saúde disposta com suas ferramentas de registro de evolução de enfermagem”. 
A real função da EE, dentro do PE, é de relatar, criticamente, as mudanças na condição clínica do usuário, visando a 
identificar melhorias ou continuidades nos planos assistenciais ou de cuidados, avaliando a condição dos resultados de 
enfermagem de forma contínua, através de dados plenamente registrados. 
5.2 Informatização da EE 
A EE é um relato diário das mudanças de saúde do paciente, e deve ser realizada com tanta qualidade quanto o cuidado 
prestado. Para auxiliar aos profissionais de enfermagem nesse processo, a tecnologia, por meio da informática, tenta 
auxiliar em vários aspectos. 
Atualmente, existem centenas de DE, inúmeras intervenções e vários resultados esperados dentro do PE e da SAE. A 
informatização da SAE veio contribuir para o PE, de modo que as classificações estão dispostas a um clique, tendo suas 
relações de prontidão na tela do computador. Dessa forma, além dos DE, suas intervenções e resultados, com o uso do 
prontuário eletrônico, a evolução também se torna informatizada. A evolução de sinais e sintomas de forma 
informatizada fica simplificada, do mesmo que a evolução de procedimentos e demais cuidados prestados ao usuário. 
No entanto, a informatização não deve privar o enfermeiro da constante avaliação crítica da evolução do paciente. 
Exercendo a todo tempo o pensamento crítico e científico sobre os resultados que os sistemas informatizados entregam. 
Sendo uma opção positiva, o uso do registro eletrônico da EE, torna evidente a necessidade de qualificação dos 
enfermeiros, sendo fator fundamental para que os mesmos sejam envolvidos como participantes ativos, capazes de 
analisar, dar sugestões e fazer críticas sobre a operacionalização dessa forma de registro, cada vez mais próximo do 
ponto de cuidado. 
É ISSO AÍ! 
Nesta unidade, você teve a oportunidade de: 
• conhecer as noções e conceitos do processo de enfermagem; 
• compreender as diferentes etapas do processo de enfermagem; 
• aprender sobre o histórico de enfermagem e sua aplicabilidade na prática assistencial; 
• estudar sobre o diagnóstico de enfermagem e as ferramentas utilizadas para traçar diagnósticos mais precisos; 
• reconhecer a importância da evolução de enfermagem dentro do processo e como a qualidade desta evolução 
ocasiona em um melhor cuidado. 
REFERÊNCIAS 
BARROS, A. L. B. L.; LOPES, J. L. A legislação e a sistematização da assistência de enfermagem. Enfermagem em 
Foco, [S.l.], v. 1, n. 2, p. 63-65, jan. 2011. ISSN 2357-707X. Disponível em: https://doi.org/10.21675/2357-
707X.2010.v1.n2.17. Acesso em: 22 fev. 2020. 
BITTENCOURT, G. K. G. D.; CROSSETTI, M. G. O. Habilidades de pensamento crítico no processo diagnóstico em 
enfermagem. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 47, n. 2, p. 341-347, abr. 2013. Disponível 
em: https://doi.org/10.1590/S0080-62342013000200010. Acesso em 22 fev. 2020. 
CHANES, M. SAE descomplicada. São Paulo: Guanabara Koogan, 2018. 158 p. 
GARCIA, T. R.; NOBREGA, M. M. L. Processo de enfermagem: da teoria à prática assistencial e de pesquisa. Esc. 
Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, p. 816-818, Mar. 2009.Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1414-
81452009000100026. Acesso em: 23 fev. 2020. 
LINO, M. O.; ROMANO, T. P.; FREITAS, J. B. Evolução histórica da assistência de enfermagem. ConScientiae 
Saúde, v. 6, n. 1, p. 127-136, 2007. 
NANDA-I. Diagnósticos de enfermagem da NANDA-I: definições e classificação 2018-2020. Tradução: Regina 
Machado Garcez. 11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018. recurso on-line 
OCHOA-VIGO, K. et al. Avaliação da qualidade das anotações de enfermagem embasadas no processo de 
enfermagem. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 35, n. 4, p. 390-398, dez. 2001. Disponível 
em: https://doi.org/10.1590/S0080-62342001000400012. Acesso em: 25 fev. 2020. 
REPPETTO, M. A.; SOUZA, M. F. Avaliação da realização e do registro da Sistematização da Assistência de 
enfermagem (SAE) em um hospital universitário. Rev. bras. enferm., Brasília, v. 58, n. 3, p. 325-329, jun. 2005. 
Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0034-71672005000300014. Acesso em: 24 fev. 2020. 
SANTOS, D. M. A. et al. Construção e implantação do Histórico de Enfermagem em Terapia Intensiva Pediátrica. Acta 
paul. enferm, São Paulo, v. 29, n. 2, p. 136-145, abr. 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-
0194201600020. Acesso em: 25 fev. 2020. 
SANTOS, N.; VEIGA, P.; ANDRADE, R. Importância da anamnese e do exame físico para o cuidado do 
enfermeiro. Rev. bras. enferm., Brasília, v. 64, n. 2, p. 355-358, abr. 2011. Disponível 
em: https://doi.org/10.1590/S0034-71672011000200021. Acesso em: 24 fev. 2020. 
SANTOS, W. et al. Sistematização da Assistência de Enfermagem: o contexto histórico, o processo e obstáculos da 
implantação. JMPHC - Journal of Management & Primary Health Care. ISSN 2179-6750, v. 5, n. 2, p. 153-158, 
jul. 2014. 
 
 
UNIDADE 4
OLÁ! 
Você está na unidade Prescrição de enfermagem. Conheça, aqui, a abordagem da metodologia de cuidado em 
enfermagem prevista no Processo de Enfermagem (PE), que norteia as ações de assistência sistematizada, a partir de 
etapas importantes como o da prescrição de enfermagem, conjunto de medidas decididas pelo enfermeiro, que direciona 
e coordena a assistência de enfermagem ao paciente de forma individualizada e contínua. 
Assim, o objetivo desta unidade visa levantar que, em tal metodologia há etapas que conduzem o fazer da enfermagem 
de forma a assegurar o amparo ao paciente em seu momento saúde-doença de forma segura, eficaz e moldada 
normativamente às previsões legais e instrucionais visando à promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde 
do indivíduo, família e comunidade. Isto porque tal modelo assistencial precisa ser aplicado em todas as áreas de 
assistência à saúde pelo enfermeiro, uma vez que tal método de cuidado emerge como resultado de estudos, teorias e de 
experiências que culminaram em organização do fazer da enfermagem. 
Bons estudos! 
1 Metodologia 
O processo de cuidado em enfermagem (PE), enquanto ferramenta metodológica que o enfermeiro utiliza para 
sistematizar a assistência em saúde, nasce, antes de qualquer uma das ações do fazer da enfermagem, no âmbito 
normativo. 
1.1 Legislação 
Logo, não se configura fazer aleatoriamente, um fazer como quer o profissional de enfermagem, muito embora este 
tenha previsão de autonomia, mas, fazer de forma a atender a uma sistematização imbuída de prerrogativas normativas. 
E o produto disso são as etapas organizadas deste processo de cuidado, que existe para que a assistência prestada alcance 
o seu objetivo de maneira mais eficiente e segura. 
Destacando-se que, justifica-se aprofundar conhecimento acerca da prescrição em enfermagem, uma vez que, 
historicamente, de acordo com Silva et al. (2016) alcançar competências e habilidades refletem as preocupações 
relacionadas à segurança tanto do enfermeiro como ainda do paciente. 
Vale destacar que, alcançar estas questões advêm da década de 1990, a partir da publicação americana entitulada “To 
err is human: building a safer health system”, do Instituto Norte Americano de Medicina (IOM). Na ocasião, houve o 
relato da morte de 44 mil a 98 mil americanos resultantes de incidentes que eram, em grande parte, evitáveis (SILVA et 
al., 2016). 
Logo, justamente visando salvaguardar todos os protagonistas no contexto da saúde, é que há a previsão normativa 
acerca das atribuições e incumbências do enfermeiro na Constituição Federal do Brasil, nos artigos 5º, inciso XII, e 197, 
na Lei n. 7.498/1986 e, ainda, no Decreto n. 94.406/86, respectivamente no artigo 11, alíneas “c”, “i” e “j” e artigo 8º, 
alíneas “c”, “e” e “f”. 
Há no órgão competente, o COFEN (Conselho Federal de Enfermagem), premissas acerca das ações da enfermagem, 
principalmente, a prescrição de enfermagem contidas no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, aprovado 
pela Resolução COFEN 240/2000, e, nas Resoluções-COFEN n. 195/1997, 267/2001 e 271/2002 que: 
a Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE, sendo atividade privativa do enfermeiro, utiliza 
método e estratégia de trabalho científico para a identificação das situações de saúde/doença, subsidiando 
ações de assistência de Enfermagem que possam contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e 
reabilitação da saúde do indivíduo, família e comunidade (BRASIL, 2002). 
Nesse sentido, verifica-se que o fazer da enfermagem tem fundamento científico, sistematizado, organizado de forma a 
dar sustentação tanto ao que é feito, sobretudo, a quem o faz e por quem é realizado este fazer, uma vez que, a 
institucionalização da SAE como prática de um processo de trabalho adequado às necessidades da comunidade e como 
modelo assistencial a ser aplicado em todas as áreas de assistência à saúde pelo enfermeiro, emerge como resultado de 
estudos, teorias e de experiências que culminaram nessa organização em prol da melhora na qualidade da assistência de 
enfermagem. 
Ainda, conforme expresso no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (COFEN, 2015), é responsabilidade e 
dever do enfermeiro prestar assistência ao paciente, família e coletividade evitando, sobretudo, imperícia, negligência 
ou imprudência, logo, a enfermagem precisa garantir a assistência com segurança e prestar informações adequadas ao 
paciente e à família sobre os direitos, riscos, intercorrências e benefícios acerca dessa assistência prestada (BRASIL, 
2015). 
De tal forma, conforme disposto na Lei n. 7.49/1986 dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem e 
figuram dentre as incumbências privativas do enfermeiro (indelegável, somente este profissional pode efetivar junto ao 
paciente em que nem o técnico ou o auxiliar de enfermagem podem fazê-lo) o planejamento, a organização, a execução 
e a avaliação do processo de enfermagem (BRASIL, 1997). Quanto a implementação, a lei deixa abertura para todos os 
profissionais de saúde. 
1.2 Assistência 
Destas incumbências ou tarefas, emergem as seguintes etapas da assistência em enfermagem conforme determina as 
instruções nas resoluções do COREN (BRASIL, 1997). 
Consulta de 
enfermagem 
Compreende o histórico (anamnese ou entrevista), exame físico, diagnóstico, 
prescrição e evolução de enfermagem. Visando alcançar além da identificação do 
paciente, o motivo da visita e sua queixa principal, a história da doença atual e 
posterior, a história pessoal e social e revisão de sistemas. 
Histórico 
Visa levantar e alcançar alguns dos hábitos individuais e biopsicossociais do 
paciente visando sua adaptação à unidade de tratamento, assim como a 
identificação de problemas. 
Exame físico 
Etapa em que o enfermeiro precisa realizar técnicas como a inspeção, a ausculta, a 
palpação e a percussão, de forma criteriosa, efetuando o levantamento de dados 
sobre o estado de saúde do paciente e anotação das anormalidades encontradas para 
validar as informações obtidas no histórico. 
Diagnóstico 
de 
enfermagem 
Uma vez colhidos, os dados na etapa do histórico e exame físico, precisa o 
enfermeiroidentificar os problemas de enfermagem, então, determinar as 
necessidades básicas afetadas, bem como o grau de dependência, fazendo, assim, o 
julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo, da família e comunidade, aos 
problemas, processos de vida vigentes ou potenciais. Logo, identificando 
desequilíbrios. Usando protocolos como referência como o NANDA, CIPE, dentre 
outros. Isto para padronizar as terminologias de cuidado entre todos os enfermeiros 
do mundo. 
Prescrição 
de 
enfermagem 
O conjunto de medidas decididas pelo enfermeiro, que direciona e coordena a 
assistência de Enfermagem ao paciente de forma individualizada e contínua, 
objetivando a prevenção, promoção, proteção, recuperação e manutenção da saúde. 
Evolução ou 
avaliação de 
Enfermagem 
O registro feito pelo Enfermeiro após a avaliação do estado geral do paciente. Desse 
registro constam os problemas novos identificados, um resumo sucinto dos 
resultados dos cuidados prescritos e os problemas a serem abordados nas 24 horas 
subsequentes. 
Linearmente, todas estas etapas da SAE (sistematização da assistência de enfermagem) precisam ser registradas 
formalmente no prontuário do paciente/cliente/usuário, começando pelo histórico de enfermagem, exame físico, 
diagnóstico de enfermagem, prescrição da assistência de enfermagem, passando pela evolução da assistência de 
enfermagem até culminar no relatório de enfermagem. 
Esta observância é normatizada a ponto de, mesmo nos casos de assistência domiciliar - home care - o prontuário deve 
permanecer junto ao paciente/cliente/usuário assistido, objetivando otimizar o andamento do processo, bem como, 
atender ao disposto no Código de Defesa do Consumidor (BRASIL, 1990). 
Aqui, vamos evidenciar estas etapas da prescrição em enfermagem. Uma vez que, estas têm como características a 
coerência, bases científicas, a individualização, a provisão de um ambiente seguro e terapêutico. Ainda, visa oportunizar 
a educação. Sobretudo, enquanto atividades prescritas pelo enfermeiro aos membros da equipe após estabelecer os 
diagnósticos de enfermagem. 
Então, pode-se evidenciar que, conforme apontam Lira et al. (2015), a prescrição de enfermagem se configura num 
conjunto de intervenções/cuidados (atividades ou ações). Logo, um processo planejado para ser efetivo dentro de um 
determinado período de tempo, e, tem como base os diagnósticos ou problemas de enfermagem detectados em uma das 
etapas do processo de cuidado, visando promover, manter ou restaurar a saúde do cliente/paciente/usuário. 
Processo este definido a partir do julgamento clínico sobre a resposta de um ser humano, uma família ou uma 
comunidade em relação a problemas de saúde reais ou potenciais/processos de vida que fornecem a base para uma 
terapia definitiva, que busca alcançar, em uma estrutura designada, resultados nos quais a enfermagem é necessária 
(LIRA et al., 2015). 
Nesse sentido, a sistematização tem como finalidade servir: 
como instrumento para garantir o bem-estar do paciente e a redução de danos decorrentes da omissão de 
cuidados é importante que seus componentes sejam individualizados e sempre atualizados. Dificuldades do 
enfermeiro em identificar as informações necessárias para instrumentalizar o processo de trabalho e a 
assistência de enfermagem ocasionam, muitas vezes, coleta e retenção de um volume de informações que não 
correspondem às necessidades cuidativas (FAEDA; PERROCA, 2017, p. 419). 
2 Prescrições e intervenções 
As prescrições de enfermagem, devidamente documentadas no prontuário do cliente, além de atenderem às exigências 
éticas e legais pertinentes à profissão, propiciam garantias a quem cumpre, respaldo a quem prescreve e colocam todas 
as pessoas participantes desse processo concretamente informadas do que foi ou deverá ser realizado. Esse processo tem 
o intuito de fornecer subsídios ao enfermeiro para o planejamento dos cuidados por meio da prescrição de enfermagem 
(FAEDA; PERROCA, 2017). 
2.1 Intervenções 
As prescrições ou intervenções de enfermagem, conforme disposto no Manual Prescrição de Enfermagem (2019), 
podem ser: 
• dependentes; 
• interdependentes; e 
• independentes, como se verificam a seguir. 
• Intervenções dependentes 
São aquelas atividades ou ações que englobam as diretrizes de implementação. Têm por objetivo compor o conjunto de 
intervenções determinadas pelo enfermeiro e pelo médico. Logo, são vinculadas à decisão de outro profissional. 
Exemplo: prescrições medicamentosas, testes-diagnósticos, exigências alimentares, tratamentos, dentre outras. Para 
ilustrar: o paciente tem definido um problema no qual uma das intervenções precisa aferir e verificar o seu peso. O 
médico prescreve pesar este paciente três vezes por semana. E o enfermeiro define a forma com esta prescrição deve ser 
aplicada: pesar na segunda, quarta e sexta-feira, utilizando balança de leito. 
• Intervenções interdependentes 
São as atividades que o enfermeiro aplica em colaboração com outros membros da equipe de saúde, podendo ser 
nutricionistas, fisioterapeutas, médicos. São intervenções em que diante de um quadro tal, há múltiplas recomendações, 
como por exemplo, o paciente apresenta comprometimento renal. Logo, como recomendação médica há uma restrição 
hídrica de um volume de líquidos aplicados via oral, dentro de um tempo determinado. De tal forma, os enfermeiros, 
em conjunto a uma nutricionista, calculam a quantidade de fluídos que este paciente pode receber por turno, por via 
oral. Assim, há uma dependência de atividades para que o cuidado atinja seus objetivos. 
• Intervenções independentes 
São aquelas atividades prescritas pelo enfermeiro aos membros da equipe após ter estabelecido os diagnósticos de 
enfermagem. 
Vale destacar-se que, conforme assinalam Ferreira, Alves e Jacobina (2014, p. 63), “o ambiente físico de trabalho, 
quando não apropriado ou muito movimentado, o cansaço e estresse dos profissionais, distração, falha na comunicação 
ou entendimento de uma prescrição, sobrecarga de trabalho” podem influenciar no desenvolvimento das intervenções. 
2.2 Prescrição 
De acordo o Manual Prescrição de Enfermagem (2019), há algumas importantes diretrizes que norteiam as atividades 
prescritivas em enfermagem visando minimizar este quadro assinalado por Ferreira, Alves e Jacobina (2014). 
De tal forma, segundo o apontado no Manual Prescrição de Enfermagem (2019), como primeira diretriz que, 
a prescrição de enfermagem precisa ser realizada pelo profissional enfermeiro, sendo dele atividade privativa. 
Podendo a equipe de enfermagem opinar em relação aos cuidados prescritos, à aplicabilidade, às dificuldades 
encontradas para efetivar os cuidados prescritos, além de sugerir modificações, quando necessárias. 
Outras diretrizes orientam o enfermeiro a utilizar letra legível no preenchimento do prontuário se este não for 
informatizado, sem rasuras, ou espaços em branco, evitando, assim, interpretações errôneas, logo, oportunizando plena 
identificação do autor do prontuário por meio de data, assinatura. Também, salientam a prioridade na observância do 
horário para a prescrição (quando não fixas para a execução, podem ter recomendação manhã, tarde ou noite), pois, deve 
ser caracterizada como rotina, possibilitando, de tal maneira, condições de adaptação aos costumes e hábitos do paciente 
(BRASIL, 2019). 
 Verifica-se, então que, se observadas tais diretrizes, oportuniza quando das prescrições de enfermagem, um processo 
de cuidado em que se minimiza o desconforto e se maximiza os benefícios ao paciente. 
Conforme apontado no Manual Prescrição de Enfermagem (2019) que já promove ao enfermeiro o preenchimento de 
prontuário eletrônico, há orientação de que, nas intervenções os verbos (sempre no infinitivo, como por exemplo, fazer, 
auxiliar, orientar, encaminhar, observar, anotar, verificar) denotam as atividades executadas e devem ser precisas, 
elencando as atividades específicaspara o alcance dos resultados desejados. 
As intervenções de enfermagem precisam definir o foco, o alvo das ações planejadas (quem, o que, onde, quando, como 
e com que frequência), uma vez que, quanto mais detalhadas as informações, menores são as chances de erro. 
De acordo com Faeda e Perroca (2017, p. 422), é importante observar as diretrizes e orientações acerca da prescrição 
em enfermagem em virtude de que estas oportunizam monitoramentos periódicos dos registros de enfermagem, 
inclusive a prescrição, para identificar não conformidades e estabelecer medidas corretivas. 
Logo, a adequação da prescrição de enfermagem às necessidades do paciente promove também a identificação de fatores 
facilitadores e restritores ao processo de assistência em enfermagem. 
No entender de Faeda e Perroca (2017), as prescrições de enfermagem podem ser: 
Diárias 
Conjunto de cuidados relacionados aos diagnósticos padronizados, por exemplo, em serviços ou unidades que atendam 
uma especialidade médica, por exemplo, oncologia, cardiologia, obstetrícia, pediatria, dentre outros. Os cuidados 
padronizados são diretrizes detalhadas que representam o atendimento indicado previsto para uma situação específica, 
contudo, este tipo de prescrição está sujeito a erros, uma vez que, por estar padronizada, corre-se o risco de prescrever 
ações desnecessárias. Disponível em meio impresso ou computadorizado. 
Diárias específicas 
Conjunto de cuidados relacionados com os diagnósticos de enfermagem individualizados de cada cliente. Uma vez que, 
a cada problema do cliente, se emitida uma prescrição que atenda a necessidade afetada. É comum nas instituições de 
saúde acontecer uma combinação de prescrições, em que a específica complementa e individualiza a assistência a ser 
prestada. 
Plano de alta 
Conjunto de orientações escritas, recomendado ao paciente por ocasião da alta médica, relacionado com os diagnósticos 
de enfermagem individualizados. 
Para Faeda e Perroca (2017), esta última prescrição é planejada e sistematizada no decurso da internação, já visando o 
preparo do cliente para a alta médica. Nela deve constar informações e orientações referentes aos problemas, à patologia, 
cuidados, sequelas, atividades realizadas, dentre outros. Neste plano se identifica as necessidades específicas do paciente 
e/ou familiar, visando proporcionar condições favoráveis de saúde. 
De tal maneira, a etapa da prescrição em enfermagem, bem como todas as outras consideram ainda o nível de 
entendimento e conhecimento tanto do cliente como dos familiares visando não apenas obter resultados efetivos quando 
do processo de cuidado. 
Isto em virtude de que: 
Questiona-se, neste cenário de prática, como se torna possível ao enfermeiro fazer o acompanhamento individualizado 
do paciente para identificação das necessidades e prescrição adequada dos cuidados. O conhecimento das condições 
clínicas, o estabelecimento de vínculo entre paciente/família e a participação ativa no planejamento e na execução do 
processo de cuidar são fundamentais para tornar o processo avaliativo mais eficiente (FAEDA; PERROCA, 2017, p. 
422). 
Podendo ainda o enfermeiro, quando finalizadas as etapas de cuidado e assistência, oportunizar ao paciente um sistema 
de referência e contrarreferência para a continuidade do tratamento e avaliações necessárias da equipe de saúde. 
3 Modelos de sistematização da assistência de enfermagem 
Como visto até aqui, o profissional enfermeiro tem como auxílio ou ferramenta modos sistematizados para desempenhar 
suas competências durante o cuidado com o paciente. Assim, serão agora evidenciado a você os modos organizados do 
fazer da enfermagem. 
3.1 Definições 
De acordo com Siqueira (2016), quando se fala da SAE (sistematização da assistência de enfermagem), esta figura em 
textos científicos como sinônimos, equivalentes, similares a processo de enfermagem (previsto na Resolução COFEN 
358/2009), também a consulta de enfermagem. Isto dificulta a conceituação e alinhamento do que vem a ser SAE. 
Logo, por que seria importante determinar qual é a definição para modelos de sistematização da assistência de 
enfermagem? Na concepção de Siqueira (2016), para que se evidencie a abrangência da competência do enfermeiro. 
Pois, na atualidade, há quatro “perigos” que emergem desse desalinho conceitual para modelo de sistematização de 
assistência, a saber: 
• tarefismo (atividades previstas em programas e políticas públicas que não estão definidos em lei), 
• burocratização (preenchimento de dados, atividades administrativas desfocando a assistência), 
• descaracterização (dentro das unidades de saúde não se identifica quem é o enfermeiro de tão assemelhado nas 
funções com outros profissionais de saúde), e, 
• invisibilidade do enfermeiro (não se verifica a importância desse profissional no quadro profissional das 
unidades). 
Concorda com estes pressupostos os achados de Baqui (2012), que destaca que, o modelo de sistematização de 
assistência de enfermagem precisa ser pautado num contexto (ambiente no qual ocorre a assistência de enfermagem), 
conteúdo (o assunto da teoria), e, processo (método pelo qual a enfermagem age). Para a autora, a importância não 
estaria no modelo, mas, antes, na sistematização, pois 
apressa os diagnósticos e o tratamento dos problemas de saúde, reduzindo a incidência e a duração da estadia 
no hospital, promove a flexibilidade do pensamento independente, melhora a comunicação e previne erros, 
omissões e repetições desnecessárias; os enfermeiros obtém satisfação de seus resultados (BAQUI, 2012, p. 
13). 
De acordo com Siqueira (2016), o modelo de assistência de enfermagem só pode alcançar êxito e efetividade se feito de 
forma científica, fundamentada em critérios, logo, sistematizada (esta enquanto dinâmica de ações sistematizadas e 
inter-relacionadas que tem por objetivo a prestação de assistência ao indivíduo). Para a autora, a postulação da teoria 
seria a sistematização, e, a prática seriam as atividades elencadas no processo de enfermagem em que estas são efetivadas 
desde os domicílios, escolas, até as instituições de saúde bem como hospitalares. 
Logo, sistematização postulada em normatizações (teoria, leis, resoluções) e, processo não limitado em esfera de ação. 
Isto porque, conforme apontam Nascimento et al. (2008, p. 644), “a sistematização da assistência de enfermagem, 
enquanto processo organizacional é capaz de oferecer subsídios para o desenvolvimento de métodos/metodologias 
interdisciplinares e humanizadas de cuidado”. 
Nesse sentido, no entender de Silva (2015, p. 3), a melhor definição para modelo seria “o conjunto de conhecimentos 
sobre um determinado assunto que geram hipóteses” enquanto que, teorias serviriam para explicar eventos naturais que 
têm relação entre outros tantos fatos. 
E, uma vez que, a enfermagem, enquanto ciência que exprime relação entre fatos e atos, estes atos devem, privativamente 
ou indelegavelmente, ser sistematizados. 
 
Quadro 1 - Teorias e modelos de enfermagem Fonte: Silva (2015, p. 11). 
#PraCegoVer: A imagem mostra um quadro com atos e fatos sistematizados durante o exercício da enfermagem. 
3.2 Modelos de enfermagem 
Segundo as concepções de Silva (2015), a sistematização da assistência de enfermagem que vigora no Brasil não se 
configura apenas o melhor modelo para o fazer da enfermagem, mas, antes, melhora a qualidade da assistência prestada 
e, sobretudo, fortalece a enfermagem como profissão. Uma vez que, o profissional enfermeiro deve lançar mão de 
conhecimento e habilidade na consecução das ações, de forma orientada e organizada. E, possibilita ainda, a 
comunicação entre multiprofissionais de saúde na assistência ao paciente. 
Logo, verifica-se que, se atendidos os pressupostos da SAE, a enfermagem romperia com a ideia de prática focada 
apenas na prescrição médica. 
Conforme assinalam Soares et al. (2015, p. 48) existem diversos modos de sistematizara assistência de enfermagem, 
sendo formas diferentes de desenvolver o cuidado, vários métodos que podem ser empregados em enfermagem numa 
situação real, por determinado tempo, com finalidade de alcançar a melhora da saúde do paciente. Modalidades de fazer 
a enfermagem que não são excludentes e têm natureza diferente, embora a SAE as orientem, entre os quais se podem 
citar: 
• os planos de cuidados; 
• os protocolos; 
• a padronização de procedimentos; e 
• o processo de enfermagem. 
Gerolin e Cunha (2013, p. 37) ressaltam que, “o processo de trabalho da enfermagem particulariza-se em uma rede ou 
subprocessos que são denominados cuidar ou assistir, administrar ou gerenciar, pesquisar e ensinar”. E, cada um desses 
subprocessos pode ser tomado como um processo à parte com seus próprios elementos (objeto, meios/instrumentos e 
atividade), que podem ou não coexistir em determinado momento e instituição de saúde, principalmente. 
Existe, portanto, um constante movimento do repensar a gestão e a assistência de enfermagem, sempre em 
busca de melhores práticas baseadas em evidências, que otimizem recursos e garantam uma assistência segura, 
organizada, com foco no cliente, pautada nas relações interpessoais que envolvem a Enfermagem, o paciente 
e a família (GEROLIN; CUNHA, 2013, p. 38). 
Na concepção de Gerolin e Cunha (2013) fundamentados na SAE, há dois modelos de enfermagem. 
Modelo de gestão 
Por indicadores, avaliação dos serviços de saúde, processos de acreditação na área da atenção primária, bem como a 
busca por melhores resultados, associando ações na gestão, na prática do dia-a-dia, trazendo resultados mensuráveis. 
Modelo assistencial 
Forma de organização e articulação entre os diversos recursos físicos, tecnológicos e humanos disponíveis para enfrentar 
e resolver os problemas de saúde de uma coletividade. 
Acerca do modelo de gestão da enfermagem, Camacho (2015, p. 8) define que “a função do gestor envolve a prestação 
e o controle dos serviços e ações de saúde dos usuários, e o exercício desta atividade requer compromisso, ética e 
respeito”. Tendo a gestão sinônimo há desenvolvimento de competências enquanto o conjunto de faculdades que 
envolvem três dimensões: os conhecimentos, as habilidades e as atitudes que permitem ao profissional da enfermagem 
desenvolver suas funções, tarefas e /ou atribuições de gestão com eficiência e eficácia em benefício do paciente. 
Para Camacho (2015) tais destrezas que aprimoram o fazer da enfermagem nestas três dimensões compreendem para 
tanto que: 
• conhecimento: é a categoria mais ampla, proveniente de experiências, aprendizagem, de busca de informações 
e de elaborações mentais aplicados com um objetivo e de forma eficaz. 
• habilidades: são aptidões desenvolvidas e que tornam as pessoas diferenciadas em alguns aspectos. 
• atitudes: comportamento relacionado a princípios e valores, são resultados de ações conscientes. 
Acerca dos modelos assistenciais de enfermagem, Pelzer et al. (2005, p. 1) assinalam que, precisa o profissional de 
enfermagem compreender que, os modelos assistenciais adotados influenciam direta ou indiretamente o fazer 
profissional. Inevitavelmente, assim, devem tais modelos de assistência primar pelas mudanças sociais, políticas, 
econômicas e culturais, necessárias à sociedade. 
Assim, Pelzer et al. (2005) apontam dois modelos tecno-assistenciais de saúde: 
 
• o clínico; e 
• o epidemiológico. 
 Para Pelzer et al. (2005) são as formas que diferenciam o modo de compreensão e apreensão do objeto de trabalho, 
ainda que o serviço de enfermagem seja efetivado no setor público ou no privado, no hospitalar ou na rede básica de 
atenção à saúde. Deve, sim, para tanto ter definida uma metodologia de assistência, em consonância com os objetivos 
traçados pela organização institucional, coerente com sua missão e em inter-relação com o Sistema de Saúde. 
Logo, o profissional enfermeiro compreende que, as ações direcionadas ao ser/cliente/usuário/paciente/indivíduo, 
mesmo que por tempo determinado incide diretamente sobre o corpo, tem repercussões coletivas. Então, a escolha de 
um modelo apropriado à determinada situação, na prática do enfermeiro, envolve tanto o conhecimento dos diferentes 
modelos existentes, como das variáveis que afetam a situação do cliente (PELZER at al., 2005, p. 1). 
Ribeiro, Martins e Tronchin (2016) os modelos assistenciais de enfermagem são também chamados de modelos de 
prática profissional (Magnet Recognition Program - MPP), sendo essenciais à promoção da excelência na prática de 
enfermagem, originário dos Estados Unidos e serviram de impulso para a implementação da assistência do cuidado em 
enfermagem. Tais modelos têm como como elementos chave: 
• autonomia; 
• responsabilidade; 
• relações profissionais; 
• modelo de prestação de cuidados ao cliente; 
• gestão partilhada e mecanismos de compensação; e 
• recompensa. 
Sendo nada mais que uma representação esquemática dos cuidados prestados pelo enfermeiro com intuito de atingir 
resultados de alta qualidade. 
Citando como exemplos de aplicação internacional, o The Compass (criado um grupo composto por enfermeiros, 
enfermeiros chefes, educadores, gestores de caso e enfermeiros de prática avançada, no qual a atenção está centrada no 
cuidado ao doente e família), o modelo da qualidade de Donabedian, há também o modelo de aquisição de competências 
de Dreyfus e Dreyfus (reforça a ideia de que os profissionais devem dominar cada etapa antes de avançar para a próxima; 
a inovação e o trabalho, em equipe empreendedora, foram acrescentados enquanto elementos fundamentais para a 
criação de um ambiente de prática profissional que abraça a mudança. (RIBEIRO; MARTINS; TRONCHIN, 2016). 
Ribeiro, Martins e Tronchin (2016) destacam também que, estes modelos no âmbito da revisão de literatura têm, na 
grande maioria dos modelos, uma base teórica e seis componentes comuns. 
Um MPP é uma estrutura que permite aos enfermeiros integrar e articular as contribuições da teoria na prática. 
Com uma estrutura bem definida, os enfermeiros sentem-se ligados à sua relação com o cliente, ao seu próprio 
desempenho, a outros enfermeiros e à instituição. No seguimento do referido, o MPP para além de constituir 
uma estrutura que fornece aos enfermeiros orientação para a prática, também define o relacionamento 
estabelecido entre os enfermeiros, os clientes e a organização (RIBEIRO; MARTINS; TRONCHIN, 2016, p. 
128). 
Entende-se, de tal maneira que, precisa o profissional enfermeiro lançar mão dos modelos tanto os assistenciais quanto 
os gerenciais, como seres participativos, reflexivos, críticos, capazes de contextualizar situações e utilizar seu 
conhecimento para decidir a melhor forma de agir no contexto do âmbito profissional. 
Um modelo de assistência pode ser construído e reconstruído, de acordo com as características do serviço, da 
clientela e da equipe de trabalho; assegura o planejamento e sistematização das ações da equipe de 
enfermagem, contribuindo, também, para a credibilidade e visibilidade da enfermagem. É importante estarmos 
atentos para sabermos reconhecer as necessidades do cliente e escolher modelos capazes de contemplar as 
necessidades relativas ao processo de saúde-doença, individuais e coletivas. Um modelo pode, então, ser 
considerado uma estrutura de ideias que guia e reflete a prática assistencial, calcado em princípios que ajudem 
o enfermeiro a conduzir a assistência em todas as suas fases, de acordo com a complexidade do cuidado 
(PELZER et al., 2005, p. 1). 
Pode-se entender que, no Brasil, em virtude das normatizações e resoluções que molduram o fazer da enfermagem, o 
modelo sistematizado de assistência da enfermagem figura como o modelo vigente. Entretanto, o enfermeiro pode, 
dentro do ganho de destrezas, habilidades e no âmbito de suas competências privativas realizar da melhor maneira este 
fazer dentro do processo do cuidado emsaúde. 
Para o desenvolvimento da competência administração e gerenciamento são considerados indispensáveis o 
conjunto de conhecimentos identificados para planejar, tomar decisões, interagir, gestão de pessoal. Assim, 
com ênfase nas funções administrativas, destacam-se o planejamento, organização, coordenação, direção e 
controle dos serviços de saúde, além dos conhecimentos específicos da área social/ econômica que permitem 
ao gestor acionar dados e informações do contexto macro e micro organizacional, e analisá-los de modo a 
subsidiar a gestão de recursos humanos, recursos materiais, físicos e financeiros (CAMACHO, 2015, p. 12). 
4 Atividades da enfermagem 
Compreende-se, então que, modernamente falando, as práticas e atividades da enfermagem visam o cuidado por duas 
vertentes: a da assistência e a da gestão. Estas efetivadas pelo profissional enfermeiro. 
4.1 Aptidão 
Nesse sentido, de acordo com Gerolin e Cunha (2013, p. 37), atividades que antes imbuíam a competência e abrangência 
do fazer do enfermeiro, tradicionalmente responsável pela gerência do cuidado, tiveram que, ao longo da história da 
enfermagem, sofrer adaptações e se preparar para o enfrentamento de novos desafios, logo, ampliando a área de atuação 
e de conhecimento. 
Nessa busca, precisa o profissional em enfermagem compreender e desenvolver aptidões de forma contínua, pois, há 
desde então, questões estratégicas tanto do cuidado e assistência quanto do negócio, o que, no passado, não era discutido 
como sendo uma competência essencial para esse profissional. 
4.2 Novas práticas 
Gerolin e Cunha (2013) salientam que, em estudos nacionais e internacionais por elas analisados, há 11 modelos 
identificados, com predominância para o modelo de prática baseada em evidência (enfatizam o fato de que o 
enfermeiro é o centro do processo, pois é ele quem observa, avalia, questiona, comunica e implementa novos 
conhecimentos na prática clínica), seguido do modelo assistencial centrado no paciente (tornar o paciente informado 
e envolvido com a tomada de decisão em relação aos seus cuidados, fazendo-o sentir-se apoiado, confortável e 
confiante). 
Para ilustrar esta revisão da modelagem da assistência em enfermagem, a seguir, algumas informações sobre o MAE 
(Modelo de Assistência de Enfermagem) da Associação Congregação de Santa Catarina (2019) que prima que o 
“enfermeiro é quem está mais próximo do paciente e da comunidade. Por isso, são fundamentais na construção de 
políticas de saúde e de novos modelos de cuidado. É hora de dar a eles mais reconhecimento, mais investimento e mais 
influência e poder de decisão”. E, tem como fundamentos a combinação de duas dimensões: o amor, representado por 
valores como humanização, união e respeito, espiritualidade, cuidado individualizado, diálogo e empatia, e, a 
Enfermagem enquanto ciência, por seus valores como ética, qualidade e segurança, conhecimento científico, liderança 
e gestão. 
Enfermagem é tanto uma arte como uma ciência, sua prática exige uma mistura dos mais atualizados padrões 
de conhecimento e prática associados a uma abordagem do cuidado do paciente/cliente de forma humana e 
repleta de discernimento. Cuidado de Enfermagem tem uma dimensão objetiva, que se refere ao 
desenvolvimento de técnicas e procedimentos, e uma dimensão subjetiva, que se baseia na sensibilidade, 
criatividade e intuição para cuidar de outro ser (ACSC, 2019, p. 1). 
Há, evidentemente, além da questão da normatização para o emprego e desenvolvimento da sistematização da assistência 
de enfermagem, outro aspecto que implica na disseminação dos modelos importados de outros países como os referidos 
por Gerolin e Cunha (2013): a realidade brasileira. 
Assim sendo, o mais importante, independente dos diferentes processos, os agentes ou os profissionais de enfermagem, 
inserem-se de forma heterogênica e hierarquizada, expressando a divisão técnica e social do fazer da enfermagem. 
Logo, verifica-se que, mesmo em tempos de notável evolução tecnológica, do partilhamento constante de informações 
e demandas mesmo nas instituições de saúde na tentativa de maximizar recursos, diminuir custos e melhorar a qualidade 
da assistência, têm se exigido cada vez mais da enfermagem o aperfeiçoamento dos serviços, o planejamento e a 
operacionalização dos cuidados, reforçando a necessidade incontestável de se adotar e consolidar a SAE. 
Portanto, tanto sistematização quanto processo, mesmo implementado por modos diferentes na enfermagem, precisam 
ter fundamentos científicos e ser norteados por normatização, visando sempre a saúde do indivíduo. 
5 A avaliação do sistema de assistência de enfermagem como base de desenvolvimento 
Uma vez que você alcançou que há, em vigor, métodos ou modelos para se efetivar a assistência de enfermagem, precisa 
ainda, entender que, todo o modelo pode ser implementado, melhorado, revisado, logo, nesse sentido, a avaliação emerge 
como forma organizada para que este processo seja profícuo e qualitativo. Assim, abordaremos agora de que forma é 
realizada a avaliação do sistema de assistência de enfermagem e quem faz essa apreciação. 
5.1 Considerações 
Pensando em profissão está em forte ascendência, no Brasil, de acordo com Pati (2020), dos profissionais admitidos 
formalmente, segundo o Ministério do Trabalho, o número de enfermeiros contratados superou a marca de 16,7 mil em 
todo país. De tal forma, galgar desafios adquirindo saberes, habilidades e competências também faz parte do rol de 
tarefas do profissional enfermeiro que pretende executar bem o fazer da enfermagem no cuidado e assistência ao ser 
humano. Isto porque, quando adquire conhecimentos, executa sua prática fundamentada no saber científico e normativo, 
a experiência do enfermeiro se expande. Mas, o que o torna excelente é ser para cuidar do ser. 
Nas concepções de Ribeiro, Martins e Tronchin (2016), uma vez estabelecido e desenvolvido um modelo de assistência 
de enfermagem em todas as suas etapas e inerências, dá-se início à fase de implementação das ações em enfermagem. 
Todavia, vale lembrar que, embora exista lei que trate das competências e área de abrangência privativa ou indelegável 
do profissional enfermeiro, as resoluções dos conselhos federais até têm força jurídica. Entretanto, não obrigam os 
agentes políticos a atendê-los fielmente. 
Para tanto, a avaliação emerge como fator principal no sentido de aprimorar, melhorar, rever, modificar, desenvolver 
ou estabelecer as ações, as intervenções e os resultados alcançados. 
Avaliação esta que promove a implementação do modelo de assistência de enfermagem, e, esta precisa ser formalmente 
apresentada aos enfermeiros, através de sessões de formação interativas. 
Logo, é de suma importância a familiaridade do enfermeiro com o modelo de assistência de enfermagem adotado na 
instituição ou unidade de saúde. 
Lembrando que, conforme assinalam Soares et al. (2015), um dos desafios para a avaliação do modelo de assistência de 
enfermagem ainda consiste no fato de que, embora a SAE, implantada há décadas no Brasil, fundamentada na Teoria 
das Necessidades Humanas Básicas, mesmo após o advento da legalização (exigida dentro das instituições de saúde 
brasileiras), ainda por si só não oferece todo o apoio necessário para sua implantação, uma vez que muitos fatores 
desencadeiam dificuldades práticas no processo de implantação desse instrumento de assistência. 
Concordam com este aspecto Tavares et al. (2013). Uma vez que, a implementação da SAE ainda tem sido um desafio, 
porque para alguns tantos, tanto a metodologia da SAE quanto o PE são tratados como de um fazer incipiente, sobretudo, 
em virtude das dificuldades como a sobrecarga de trabalho associada aos desvios e a indefinição da função do 
enfermeiro, a exiguidade de tempo para a assistência dado o número insuficiente de profissionais, e, ainda a falta de 
conhecimento da equipe de enfermagem sobre a SAE. 
De acordo com Tavares etal. (2012), com previsão normativa, a SAE (sistematização da assistência de enfermagem) 
configura-se como atividade privativa do enfermeiro. Este para efetivar tal metodologia se vale de método científico 
para identificar as situações de saúde-doença dos indivíduos e, assim, subsidiar as ações para a assistência. 
Quando assim efetiva a enfermagem, o profissional enfermeiro contribui para a promoção, prevenção, recuperação e 
reabilitação da saúde do indivíduo. 
Logo, destaca-se que, a SAE possibilita a organização e direção do trabalho do profissional de Enfermagem. Isto quanto 
ao método, quanto ao pessoal e aos instrumentos. E, esta metodologia é operacionalizada através do PE (processo de 
Enfermagem: 
o PE contempla a avaliação do estado de saúde dos indivíduos por meio do seu histórico de saúde/doença e 
pela realização do exame físico, identificação dos diagnósticos de enfermagem, elaboração de plano 
assistencial, prescrição de cuidados, avaliação da evolução e prognóstico da assistência de enfermagem. Cabe 
ressaltar que a SAE e o PE são inter-relacionados, apesar de suas especificidades conceituais e operacionais, 
e quando incorporados no processo de trabalho permitem organizar e avaliar a prática de enfermagem de forma 
a melhorá-la e garantir a continuidade das informações sobre o cuidado (TAVARES et al., 2013, p. 1). 
No enfretamento desse desafio, antes de se proceder a avaliação de enfermagem, Tavares et al. (2013, p. 1) assinalam 
que, uma das formas para promover conhecimento e crescimento ao profissional enfermeiro está, principalmente, em se 
desenvolver uma “gestão participativa, na qual os profissionais de enfermagem tenham a possibilidade de compreender, 
construir ou reconstruir seu processo de trabalho em parceria com os gestores. Acredita-se que um processo 
participativo, subsidiado por discussões relacionadas aos desafios e às oportunidades da utilização da SAE pela equipe 
de enfermagem, pode romper com os movimentos centralizados, verticalizados e fragmentados de implantação da SAE”. 
De acordo com os achados de Boaventura, Santos e Duran (2017), vários estudos assinalam que os enfermeiros devem 
conhecer a SAE e o PE e aplicá-los na sua atuação na busca da melhoria da qualidade da assistência e da autonomia do 
fazer da enfermagem. Todavia, os autores alcançaram nos estudos por eles analisados que, a maioria dos profissionais 
enfermeiros demonstra falta de conhecimento tanto sobre a SAE quanto o PE, logo, não os utilizando quando da prática 
profissional, ou ainda, as emprega de maneira incompleta, incorreta. 
Então, como empregar a fase da avaliação e promover conhecimento ao profissional enfermeiro, nesse contexto? 
Recordando que, a sistematização da assistência de enfermagem configura-se num conjunto de atividades que tem por 
finalidade profissionalizar a assistência ao paciente, isto por meio de instrumentos de trabalho que auxiliem o 
profissional enfermeiro na tomada de decisão quando da execução de cuidado pelo viés científico, holístico e constante. 
E, o processo de enfermagem configura-se num método de trabalho exigido como parte fundamental para a realização 
da SAE (BOAVENTURA; SANTOS; DURAN, 2017). 
A avaliação faz parte das cinco etapas do PE. E, notadamente, conforme dispõem Lima, Chianca e Tannure (2015, p. 
235), “nas últimas décadas, a busca pela qualidade do cuidado prestado aos pacientes vem ganhando destaque no cenário 
mundial e a enfermagem, assim como as demais profissões, depara-se com a necessidade de aprimoramento do processo 
de trabalho”. 
De tal maneira, o profissional enfermeiro pode e deve aprimorar saberes, habilidades, competências, dentro das 
metodologias de assistência da enfermagem, pois, as etapas do processo têm essa premissa e possibilidade. 
Enfermeiro dispõe, para aplicação de seus conhecimentos técnico-científicos e humanos, na assistência aos 
pacientes. Sua aplicação efetiva conduz à melhoria da qualidade dos cuidados de saúde, estímulo à construção 
de conhecimentos teóricos e científicos com base na melhor prática clínica, auxílio na elaboração de 
protocolos, fundamentação do ensino e raciocínio clínico, gerenciamento de custos e planejamento de alocação 
de recursos para a qualificação dos serviços de enfermagem (LIMA; CHIANCA; TANNURE, 2015, p. 235). 
No entender de Queiroga (2013), avaliação se constitui num instrumento de aprovação/reprovação, e, também uma 
prática que conduz o enfermeiro a maiores níveis de saberes e experiências. Sobretudo porque, as atividades de 
enfermagem são fundamentadas nas dimensões saber, fazer e sentir, com foco no paciente/indivíduo. Logo, promove 
um fazer da enfermagem dentro do processo do cuidado voltado para as necessidades do paciente, suas respostas 
humanas, num relacionamento dinâmico entre enfermeiro-paciente. 
Vale destacar que, conforme disposto na Resolução COFEN 358/2009, artigo 1, inciso V, lê-se acerca do conceito de 
avaliação de enfermagem: 
processo deliberado, sistemático e contínuo de verificação de mudanças nas respostas da pessoa, família ou 
coletividade humana em um dado momento do processo saúde doença, para determinar se as ações ou 
intervenções de enfermagem alcançaram o resultado esperado; e de verificação da necessidade de mudanças 
ou adaptações nas etapas do Processo de Enfermagem (BRASIL, 2009). 
Portanto, há previsão dentro do processo de cuidado da enfermagem a revisão de conceitos, ações, intervenções. 
Logo, promovendo no profissional da enfermagem, na equipe de saúde, no paciente e seus familiares um 
amadurecimento na busca dos objetivos. E, com isto fornece auxílio para a tomada de decisão por parte do enfermeiro 
durante a assistência de enfermagem, nisto deixando tanto metodologia quanto processo mais científico e menos 
intuitivo (QUEIROGA, 2013). 
De fato, há importância para todas as etapas do processo de enfermagem. E, também da avaliação ou evolução e 
periódica para a implementação do fazer da enfermagem, de modo a adequar o processo do cuidado e da assistência em 
todos os momentos não apenas se necessário. 
Pode-se destacar, então que, tem a avaliação mais de uma dimensão, uma vez que verifica e avalia desde o próprio 
desempenho, como também programas de saúde, metas institucionais e desempenho de outros profissionais da equipe 
de saúde. Exercitando, assim, um julgamento de valor a respeito de uma intervenção/ação, sobre qualquer um dos 
componentes, isto com o objetivo de ajudar na tomada de decisão e na promoção de mudanças, promovendo ações mais 
racionais e efetivas. Avaliar, nesse sentido, é prática processual, sistematizada e contínua que ajuda no gerenciamento, 
no planejamento e replanejamento, principalmente, na tomada de decisão (PETERLINI; ZAGONEL, 2003). 
As avaliações voltadas para as ações de saúde abordam rotineiramente dois caminhos: um é o da comparação e o outro 
é o de padrão. Comparar significa medir uma mesma situação em diferentes momentos e em diferentes cenários; e 
padrão refere-se a modelo, uma referência de uso conhecido e aceito pela comunidade científica (PETERLINI; 
ZAGONEL, 2003, p. 19). 
5.2 Conscientização do profissional 
A avaliação não se configura num mecanismo importante para o universo da enfermagem porque busca e aponta acertos 
ou falhas, mas principalmente por possibilitar o delineamento de soluções, reorganizar atividades e serviços, apontar 
caminhos alternativos, visando maximizar a utilização de recursos disponíveis. Este, relevante, sobretudo em países de 
recursos financeiros escassos (PETERLINI; ZAGONEL, 2003). 
Vê-se, de tal maneira que, o processo de avaliação também tem como função melhorar a conscientização dos 
profissionais de saúde, da própria comunidade, pois passam a conhecer e a refletir sobre seus problemas e necessidades. 
Deve ser efetivada por meio de método determinar e estabelecer finalidades e objetivos para aquela 
determinada avaliação; estabelecer para cada objetivo um padrãoe a partir de aí pensar ou selecionar um 
instrumento eficiente para o processo que seja aplicável ao estudo e a cada item considerado. Após a aplicação 
do instrumento, interpretar achados e anotar conclusões, utilizando sempre as informações obtidas para a 
melhoria dos programas, numa técnica de retroalimentação. Escolha dos critérios, passar pelo 
compartilhamento das informações pelos parceiros formuladores e gestores e por momentos de discussão e 
publicização dos resultados. Ao serem divulgados de forma regular, os dados possibilitam que todos os 
envolvidos possam refletir sobre as mudanças e o que elas provocaram na vida da comunidade (PETERLINI; 
ZAGONEL, 2003, p. 20). 
O maior ganho de um processo de avaliação de enfermagem tem relação com a busca constante e continuada dos 
parâmetros de qualidade, da avaliação da estrutura, condições das instalações físicas, equipamentos, móveis, materiais, 
insumos e recursos humanos, logo, averiguando os aspectos qualitativos e quantitativos destes recursos disponíveis e 
necessários para o desenvolvimento de uma determinada ação, processo ou programa de saúde (PETERLINI; 
ZAGONEL, 2003). 
Sobretudo, todo o processo de enfermagem dentro da metodologia de sistematização da assistência da enfermagem deve 
ser avaliado, principalmente, pela clientela (paciente e seus familiares e comunidade), uma vez que, o sujeito-foco da 
ação da enfermagem no processo do cuidado e atenção torna estes nos principais protagonistas do momento saúde-
doença. 
A avaliação do processo é orientada fundamentalmente para as ações das equipes de saúde e do cuidado com 
o indivíduo, família ou comunidade. Este aspecto é o mais difícil de ser avaliado, considerando-se que, no 
processo de cuidar, existem vários atores envolvidos e várias situações; portanto a tendência para avaliar esta 
dimensão é a utilização de protocolos, facilitando assim a ação comparativa dos processos. Neste caso, os 
protocolos seriam parâmetros, ou seja, a descrição de situações ou ações ideais que, comparados com o que 
está acontecendo com a realidade, indica se determinada atividade, processo ou ação se vêm adequando àquela 
situação específica (PETERLINI; ZAGONEL, 2003, p. 20-21). 
Por fim, precisa o profissional de enfermagem conhecer também a situação atual dos SIS (sistemas de informação em 
saúde), que dispõem uma amplitude de dados e indicadores na base federal, estadual e municipal. Assim, pode o 
profissional enfermeiro institucionalizar e socializar os dados e resultados obtidos no processo da avaliação para a 
comunidade, isto como instrumento norteador das ações de cuidado em saúde, in loco. 
Você deve ter percebido que o fazer do enfermeiro exige o aprimoramento de habilidades e de competências. As teorias 
como a sistematização da assistência de enfermagem e a metodologia como o processo de enfermagem nasceram de 
esforços e ações organizadas para determinar o foco das ações de cuidado. Quer saber mais? Veja a Lei n. 7.498, que 
dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem (BRASIL, 1986). 
Dessa forma, a avaliação em saúde se revela num modo que contribui para o desenvolvimento de competências tanto 
para o enfermeiro quanto coletivamente, isto fundamental para a reorganização e produção das ações e dos serviços de 
saúde à altura das necessidades da população. 
 
É ISSO AÍ! 
Nesta unidade, você teve a oportunidade de: 
• saber que prescrição e a sistematização da assistência de enfermagem são metodologias de assistência 
estabelecidas visando organizar o fazer da profissão; 
• conhecer as etapas da PE, que são incumbências indelegáveis, privativas do profissional enfermeiro; 
• aprender que as incumbências privativas do profissional enfermeiro estão normatizadas em leis; 
• reconhecer as ações pontuadas no prontuário do paciente; 
• entender que prescrições devem ser bem detalhadas. 
REFERÊNCIAS 
ASSOCIAÇÃO CONGREGAÇÃO SANTA CATARINA. Modelo de Assistência de Enfermagem - MAE, 2019. 
Disponível em: http://congregar.acsc.org.br/acsc-lanca-o-mae-modelo-assistencial-de-enfermagem. Acesso em: 20 fev. 
2020. 
BAQUI, A. SAE: Sistematização da Assistência em Enfermagem. Disponível 
em: https://www.grancursospresencial.com.br/novo/upload/sistematizacaodeenfermagemaulaum%5D_201104181234
45.pdf. Acesso em: 19 fev. 2020. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 17 fev. 2020. 
BRASIL. Lei n. 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem, e dá 
outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7498.htm. Acesso em: 17 fev. 2020. 
BRASIL. Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990 que dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm. Acesso em: 19 fev. 2020. 
BRASIL. Decreto n. 94.406 de 1987, que regulamenta a Lei n. 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o 
exercício da Enfermagem, e dá outras providências. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/decreto-n-
9440687_4173.html. Acesso em: 19 fev. 2020. 
BRASIL. Resolução COFEN 358/2009, que dispõe sobre a Sistematização da assistência de enfermagem e a 
implementação do processo de enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional 
de enfermagem, e dá outras providências. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html. 
Acesso em: 17 fev. 2020. 
BRASIL. Resolução COFEN-240/2000 - revogada pela Resolução COFEN-311/2007. Código de Ética dos 
Profissionais de Enfermagem. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-2402000-revogada-pela-resoluo-
cofen-3112007_4280.html. Acesso em: 19 fev. 2020. 
BRASIL. Resolução COFEN-195/1997. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-1951997_4252.html. 
Acesso em: 19 fev. 2020. 
BRASIL. Resolução COFEN-271/2002. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-2712002-revogada-
pela-resoluo-cofen-3172007_4308.html. Acesso em: 19 fev. 2020. 
BRASIL. Resolução COFEN-267/2001. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-2672001_4304.html. 
Acesso em: 19 fev. 2020. 
BRASIL. Conselho Federal de Enfermagem - COFEN. RESOLUÇÃO COFEN-272/2002 - Revogada pela Resolução 
COFEN nº 358/2009. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-2722002-revogada-pela-resoluao-cofen-
n-3582009_4309.html. Acesso em: 17 fev. 2020. 
BRASIL. Manual Prescrição de Enfermagem. jun. 2019. Disponível 
em: http://www.centraldeservicos.dsau.eb.mil.br/images/conteudo/manuais/sih/05_Manual_prescricao_de_enfermage
m.pdf. Acesso em: 17 fev. 2020. 
BITTAR, D. B.; PEREIRA, L. V.; LEMOS, R. C. A. Sistematização da assistência de enfermagem ao paciente crítico: 
proposta de instrumento de coleta de dados. Revista Texto Contexto Enfermagem, Florianópolis, 2006, Out-Dez; 
15(4): 617-28. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tce/v15n4/v15n4a10.pdf. Acesso em: 19 fev. 2020. 
BOAVENTURA, A. P.; SANTOS, P. A.; DURAN, E. C. M. Conhecimento teórico-prático do Enfermeiro sobre 
Processo de Enfermagem e Sistematização de Enfermagem. Revista Enfermaria Global, n. 46, abr. 2017. Disponível 
em: http://scielo.isciii.es/pdf/eg/v16n46/pt_1695-6141-eg-16-46-00182.pdf. Acesso em: 20 fev. 2020. 
CAMACHO, T. S. A. Gestão: um desafio para o enfermeiro. XI Congresso Nacional de Excelência em Gestão, 2015. 
Disponível em: http://www.inovarse.org/sites/default/files/T_15_067M.pdf. Acesso em: 20 fev. 2020. 
FAEDAL, M. S. F.; PERROCA, M. G. Conformidade da prescrição de enfermagem às necessidades de cuidados: 
concepção de enfermeiros. Revista Brasileira de Enfermagem - REBEn, [Internet]. 2017 mar-abr;70(2):418-24. 
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v70n2/pt_0034-7167-reben-70-02-0400.pdf. Acesso em: 17 fev. 2020. 
FERREIRA, M. M. M.; ALVES, F. S.; JACOBINA, F. M. B. O profissional de enfermageme medicamentos. 
Disponível em: https://www5.bahiana.edu.br/index.php/enfermagem/article/view/208. Acesso em: 17 fev. 2020. 
GEROLIN, F. S. F.; CUNHA, I. C. K. O. Modelos Assistenciais na Enfermagem: revisão de literatura. Enfermagem 
em Foco 2013; 4(1): 33-36. Disponível 
em: http://revista.cofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/viewFile/500/190. Acesso em: 19 fev. 2020. 
LIMA, A. P. S. CHIANCA, T. C. M.; TANNURE, M. C Avaliação da assistência de enfermagem utilizando indicadores 
gerados por um software. Revista Latino-Americana de Enfermagem, mar.-abr. 2015;23(2), p. 234-41. Disponível 
em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v23n2/pt_0104-1169-rlae-23-02-00234.pdf. Acesso em: 20 fev. 2020. 
LIRA, L. N. et al. Diagnósticos e prescrições de enfermagem para idosos em situação hospitalar. Av Enferm. 
2015;33(2):251-260. Disponível em: http://www.scielo.org.co/pdf/aven/v33n2/v33n2a07.pdf. Acesso em: 17 fev. 2020. 
NASCIMENTO, K. C. et al. Sistematização da assistência de enfermagem: vislumbrando um cuidado interativo, 
complementar e multiprofissional. Revista Escola de Enfermagem USP, 2008; 42(4), p. 643-648. Disponível 
em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v42n4/v42n4a04.pdf. Acesso em: 19 fev. 2020. 
PATI, C. As 15 profissões de nível superior no topo do ranking de empregos formais. Disponível 
em: https://exame.abril.com.br/carreira/as-15-profissoes-de-nivel-superior-no-topo-do-ranking-de-empregos-formais/. 
Acesso em: 20 de fev. 2020. 
PELZER, M.T. et al. Modelos de assistência de Enfermagem. 57° Congresso Brasileiro de Enfermagem, 2005. 
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/57cbe/resumos/1196.htm. Acesso em: 20 mar. 2020. 
PETERLINI, O. L. G.; ZAGONEL, I. P. S. Explorando a avaliação: um instrumento básico para o gerenciamento do 
cuidado em saúde coletiva. Revista Cogitare Enfermagem, v. 8, n. 2, 2003. Disponível 
em: https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/1690. Acesso em: 20 fev. 2020. 
RIBEIRO, O. M. P. L.; MARTINS, M. M. F. P. S.; TRONCHIN, D. M. R. Modelos de prática profissional de 
enfermagem: revisão integrativa da literatura. Revista de Enfermagem Referência - IV, n. 10, 2016. Disponível 
em: http://dx.doi.org/10.12707/RIV16008. Acesso em: 20 fev. 2020. 
QUEIROGA, A. V. A avaliação e o Processo de Enfermagem. 2013. Disponível 
em: https://pt.slideshare.net/resenfe2013/avaliao-e-o-processo-de-enfermagem. Acesso em: 20 fev. 2020. 
SANCHEZ, C. G. Conselho Regional de Enfermagem. São Paulo. Processo de Enfermagem: guia para a prática. 
Disponível em: https://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/SAE-web.pdf. Acesso em: 19 fev. 2020. 
SILVA, A. T. S. et al. Assistência de enfermagem e o enfoque da segurança do paciente no cenário brasileiro. Revista 
Saúde debate, out.-dez, 2016. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/sdeb/2016.v40n111/292-301/. Acesso 
em: 17 fev. 2020. 
SILVA, T. T. Teorias e modelos da Enfermagem. 2015. Disponível em: https://pt.slideshare.net/resenfe2013/teorias-
e-modelos-de-enfermagem. Acesso em: 19 fev. 2020. 
SILVA, S. Plano assistencial, prescrições, evolução e prognóstico. Disponível 
em: https://pt.slideshare.net/selmasilva144/plano-assistencial-prescries-evoluo-e-prognstico. Acesso em: 21 fev. 2020. 
SIQUEIRA, E. F. Sistematização da assistência de enfermagem SAE e CIPE. Disponível 
em: https://www.youtube.com/watch?v=_cSxIM4kaPE. Acesso em: 19 fev. 2020. 
SOARES, M. I. et al. Sistematização da assistência de enfermagem: facilidades e desafios do enfermeiro na gerência 
da assistência. Escola de Enfermagem Anna Nery, 2015;19(1):47-53. Disponível 
em: http://www.scielo.br/pdf/ean/v19n1/1414-8145-ean-19-01-0047.pdf. Acesso em: 19 fev. 2020. 
TAVARES, T. S. et al. Avaliação da implantação da sistematização da assistência de enfermagem em uma unidade 
pediátrica. Revista Mineira de Enfermagem - REME, v. 17, 2 de setembro de 2012. Disponível 
em: http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/650. Acesso em: 20 fev. 2020.

Mais conteúdos dessa disciplina