Prévia do material em texto
Vigilância Sanitária e Serviços de Saúde Profª Ms. Maiana Cordeiro SANTO ANTONIO DE JESUS-BA 2025 CONCEITOS Entende-se por Vigilância Sanitária um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e da circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: 1 - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas de processo, da produção ao consumo; 2 - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. Serviços de Saúde: do que se trata? Considerados como uma combinação de tecnologias, concretas ou não, e ações articuladas de forma organizada para o cuidado. Unidades complexas e dinâmicas que integram tecnologia e ações de saúde no atendimento de uma função de cuidado (Leite, 2007) Situações adversas em Serviços de Saúde Tragédias históricas Clínica Geriátrica Santa Genoveva -RJ – 1996 – morte de 102 idosos devido a falta de higiene e outras irregularidades Instituto de Doenças Renais de Caruaru – PE – 1996 – morte de 47 pacientes e contaminação de outros 120 por utilização de água imprópria para a hemodiálise Perspectivas de Riscos em Serviços de Saúde Confluência da maioria dos objetos sobre controle sanitário com seus riscos intrínsecos – medicamentos, tecnologia, saneantes, equipamentos entre outros. Um dos maiores desafios para a ação regulatória do Estado moderno na área sanitária é a avaliação do risco das novas tecnologias, sejam elas substâncias, aparelhos ou serviços (Luchese, 2008) Normas para a fiscalização sanitária das condições do exercício de profissões e ocupações técnicas e auxiliares relacionadas com a saúde. (Decreto 77.052/76) Criação da Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária (Decreto 79.056/76 –MS) Na década de 1970 – intensa produção de decretos, portarias e resoluções normativas sobre edificações destinadas à Serviços de Saúde. Vigilância Sanitária de Serviços de Saúde Organização sistêmica atual Agência Nacional de Vigilância Sanitária e Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Nos serviços de saúde, a vigilância sanitária tem como objetivo monitorar a qualidade de tecnologias diagnósticas e terapêuticas utilizadas e todos os processos nele realizados: desde o mais simples aos mais complexos, como hemodiálise, nutrição parenteral, radioterapia, hemoterapia, transplantes, etc.(Silva e Pepe, 2008) Avanços e Recuos A Vigilância Sanitária de Serviços de Saúde avançou em aspectos relacionados à: Processos de trabalho com análise de risco na avaliação de situações adversas – Hemovigilância, Comissão de Infecção Hospitalar, Notificação de eventos adversos entre outros. Não obstante, manteve ainda que com mudanças e críticas, o paradigma do “piso, teto e parede” e a norma prescritiva. Vigilância Sanitária e Serviços de Saúde: Novo Paradigma? Assembléia Mundial de Saúde 2002: 55ª Assembléia Mundial de Saúde emite resolução a respeito da segurança do paciente OMS: estabelecer normas, padrões e dar suporte aos países para desenvolver políticas e práticas voltadas à segurança do paciente. 2004: 57ª Assembléia Mundial de Saúde cria a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente. Fontes: Institute of Medicine (IOM), 2001. Organização Mundial da Saúde (OMS), 2006 Segurança Efetividade Atenção Centrada no Paciente Oportunidade / Acesso Eficiência Equidade QUALIDADE EM SERVIÇOS DE SAÚDE Dimensões da Qualidade Prof. Gama, ZAS Vigilância Sanitária de Serviços de Saúde Eixo central das ações Segurança do paciente Gerenciamento dos Riscos A prática da VISA em SS deve ser uma ação permanente de avaliação e de tomada de decisão respaldada pela segurança sanitária e qualidade. (Brasil, ANVISA, 2012) Qualidade em saúde Vigilância de Serviços de Saúde- RDC Nº. 63 DE 25 DE NOVEMBRO DE 2011. objetivo de estabelecer requisitos de Boas Práticas para funcionamento de serviços de saúde, fundamentados na qualificação, na humanização da atenção e gestão, e na redução e controle de riscos aos usuários e meio ambiente.(art 2º) se aplica a todos os serviços de saúde no país, sejam eles públicos, privados, filantrópicos, civis ou militares, incluindo aqueles que exercem ações de ensino e pesquisa (art 3º) Segurança e Qualidade Da Segurança do Paciente Art. 8º O serviço de saúde deve estabelecer estratégias e ações voltadas para Segurança do Paciente, tais como: I. Mecanismos de identificação do paciente; II. Orientações para a higienização das mãos; III. Ações de prevenção e controle de eventos adversos relacionada à assistência à saúde; IV. Mecanismos para garantir segurança cirúrgica; V. Orientações para administração segura de medicamentos, sangue e hemocomponentes; VI. Mecanismos para prevenção de quedas dos pacientes; VII. Mecanismos para a prevenção de úlceras por pressão; VIII. Orientações para estimular a participação do paciente na assistência prestada. Argumentos para a RDC 63/2011 Mudança da lógica sanitária de normas prescritivas para a ação de garantia da qualidade e da segurança do paciente/cidadão. (RDC 50/2002) Incentivar iniciativas de implantação de sistemas de qualidade nos Serviços de Saúde Busca da responsabilidade de Serviços de Saúde no alcance dos objetivos propostos Monitoramento de eventos adversos nos Serviços de Saúde. Desafios Atuais Diversidade dos Serviços de Saúde na realidade brasileira e a capacidade sistêmica de organização para atender a proposta. Distância entre o discurso normativo do nível federal e o cenário de organização dos serviços de vigilância sanitária nos Estados e Municípios. Qualificação/formação dos trabalhadores de Vigilância Sanitária na gestão de riscos para a qualidade e segurança dos Serviços de Saúde, portanto novo processo de trabalho em VISA. Construção de efetiva articulação entre as vigilâncias, por exemplo na análise e utilização das informações produzidas pela vigilância epidemiológica relativas a Infecção Hospitalar. Construção de ações articuladas com a área de gestão hospitalar. Inserir a Vigilância de serviços de Saúde na agenda do Gestor de Saúde Formação e pesquisa em segurança e qualidade. Referências Bibliográficas Costa, E. Vigilância Sanitária. Proteção e Defesa da Saúde. Sobravime. São Paulo. 2004 REIS, Lenice Gnocchi da Costa; PEPE, Vera Lucia Edais; CAETANO, Rosângela. Maternidade segura no Brasil: o longo percurso para a efetivação de um direito. Physis, Rio de Janeiro, v. 21, n. 3, 2011 . Disponível em . acessos em 20 fev. 2013. http://dx.doi.org/10.1590/S0103- 73312011000300020 GOUVÊA, C. S. D. D.; TRAVASSOS, C. “Indicadores de segurança do paciente para hospitais de pacientes agudos: revisão sistemática”. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, p. 26(6): 1061-1078, jun 2010. AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC nº 63 - Dispõe sobre os requisitos de boas práticas de funcionamento para os serviços de saúde. ANVISA. [S.l.]. 2011. Leite, Handerson Jorge Dourado.Vigilância Sanitária em serviços de saúde: Risco e Proteção da Saúde em Serviços de Hemodiálise. Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, ISC, UFBA, 2007. Luchese, Geraldo. Globalização e Regulação Sanitária: os rumos da vigilância sanitária no Brasil, Ed. ANVISA, 2008 ROZENFELD, S et all. Efeitos adversos a medicamentos em hospital público: estudo piloto. Revista de Saúde Pública (USP. Impresso), v. 43, p. 887-890, 2009. Sila, Ana Célia e Pepe, Vera Lúcia. Vigilância Sanitária: campo da promoção e proteção da saúde. In Giovanella, Ligia et all (org.). Políticas e Sistema de Saúde no Brasil. Editora Fiocruz, Rio de Janeiro, 2008. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312011000300020 http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312011000300020