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01/03/2025, 12:26Introdução ao Sistema Nervoso e Aspectos Morfofuncionais do Sistema Nervoso Central
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INTRODUÇÃO AO
SISTEMA NERVOSO E
ASPECTOS
MORFOFUNCIONAIS
DO SISTEMA
NERVOSO CENTRAL
Aula 1
ORGANIZAÇÃO GERAL DO
SISTEMA NERVOSO
Organização geral do sistema
nervoso
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Olá, estudante! Nesta videoaula, você terá a oportunidade de
explorar com detalhes o sistema nervoso, desde seu
desenvolvimento até suas divisões anatômicas e funcionais. Com
ela, você compreenderá também os aspectos histológicos desse
sistema, por meio da análise dos diferentes tipos de células, bem
como das características distintas das substâncias branca e
cinzenta. Além disso, você entenderá a complexidade das
sinapses elétricas e químicas, os diversos neurotransmissores
envolvidos nessa sinalização e os fascinantes circuitos neurais.
Prepare-se para essa jornada de conhecimento! Vamos lá!
Ponto de Partida
Nesta aula, você, estudante, iniciará o estudo do sistema nervoso
a fim de conhecer um pouco mais sobre seu desenvolvimento,
sua anatomia e suas principais características funcionais. Com
isso, será capaz de reconhecer as principais características
histológicas e anatômicas desse sistema, bem como diferenciar
os tipos de sinapses e entender como influenciam uma variedade
de processos fisiológicos no nosso organismo, tornando possível
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a compreensão e a aplicação desses conhecimentos na sua
prática profissional. Então, não perca tempo! Venha explorar os
segredos do sistema nervoso e descobrir como aplicar esses
conhecimentos no seu cotidiano profissional!
Para contextualizar seu aprendizado, a partir de agora, você
acompanhará o caso de Pedro, um aluno de graduação na área
da saúde que, em conversa com seu amigo de infância Joaquim,
depara-se com uma situação bastante delicada. Joaquim, que
está visivelmente abalado, explica que há um mês sua mãe foi
diagnosticada com esclerose múltipla e que não entende
completamente as consequências dessa condição de saúde, pois
a explicação do médico foi confusa e ele está cheio de dúvidas e
preocupações. Pedro, ao perceber a angústia de seu amigo e
intrigado com a complexidade da doença, decide se aprofundar
no assunto. Assim, busca entender melhor o que é a esclerose
múltipla, suas causas, seus sintomas, os tratamentos disponíveis,
como a doença afeta o sistema nervoso e, consequentemente,
como pode afetar a vida da mãe de seu amigo. Com sua
determinação em compreender e ajudar seu amigo, Pedro busca
conhecimento para oferecer apoio e esclarecimento nesse
momento difícil.
Diante da situação apresentada, como você, caro estudante,
ajudaria a solucionar as dúvidas de Pedro?
Vamos Começar!
O sistema nervoso (SN) desempenha várias funções essenciais
ao corpo humano, coordenando e regulando uma série de
processos para garantir a sobrevivência e o funcionamento
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adequado do organismo como um todo. Essas funções incluem:
Detecção de estímulos internos e externos, como calor, dor,
luz e pressão, por meio de receptores sensoriais localizados
em todo o corpo.
Processamento, feito pelo cérebro e pela medula espinhal,
de informações sensoriais recebidas, que são interpretadas e
integradas para formar uma resposta apropriada (função
integradora).
Controle motor por meio do controle da contração muscular e
da coordenação dos movimentos do corpo, tanto voluntários
quanto involuntários, que também inclui a coordenação fina
dos músculos para movimentos delicados e a regulação dos
reflexos automáticos.
Regulação do ambiente interno, da qual o sistema nervoso
autônomo participa regulando funções corporais internas,
como a frequência cardíaca, a pressão arterial, a respiração,
a digestão e a temperatura corporal, mantendo um ambiente
interno estável (homeostase corporal).
Percepção do ambiente e consciência do mundo ao redor,
bem como de si mesmo.
Aprendizado e memória, que permitem aos indivíduos
adquirirem novas habilidades e reterem informações.
Comunicação, que facilita a comunicação entre diferentes
partes do corpo, transmitindo sinais elétricos e químicos por
meio dos neurônios.
Regulação do humor e das emoções, influenciando os
estados emocionais e comportamentais dos indivíduos.
O SN pode ser dividido em: sistema nervoso central (SNC) e
sistema nervoso periférico (SNP). O primeiro é formado pelo
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encéfalo e pela medula espinal. O encéfalo está localizado no
crânio e contém aproximadamente 85 bilhões de neurônios,
enquanto a medula espinal está conectada ao encéfalo pelo
forame magno do osso occipital e circundada pelas vértebras da
coluna vertebral. O encéfalo é o centro de controle do corpo
humano, sendo responsável pela interpretação de informações
sensoriais, pela coordenação de atividades motoras voluntárias e
pela regulação de funções cognitivas, como pensamento,
memória e emoção. A medula espinal atua como um centro de
comunicação entre o encéfalo e o resto do corpo, sendo
responsável pela coordenação de reflexos rápidos e automáticos.
Já o SNP é formado por nervos e receptores sensitivos, ou seja,
pela parte do SN que está fora do SNC. O nervo é um feixe
composto de fibras nervosas (axônios), além de tecido conjuntivo
e vasos sanguíneos associados. Eles transmitem sinais entre o
SNC e o resto do organismo e podem ser classificados em nervos
cranianos (que se originam no encéfalo) e nervos espinais (que se
originam na medula espinal).
O SNP está organizado em divisões sensitivas e motoras. A
divisão sensitiva ou aferente transmite o estímulo para o SNC por
meio de receptores sensitivos no corpo, fornecendo-lhe
informações sensitivas sobre os sentidos somáticos (sensações
táteis, térmicas, dolorosas e proprioceptivas) e sentidos especiais
(olfato, paladar, visão, audição e equilíbrio). A divisão motora, ou
eferente, desse sistema transmite a resposta do SNC para os
efetores (músculos e glândulas). Essa divisão é subdividida em
sistema nervoso somático (SNS) e sistema nervoso autônomo
(SNA). O somático transmite a resposta do SNC apenas para os
músculos esqueléticos, enquanto o autônomo transmite a
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resposta do SNC para os músculos liso e cardíaco e para as
glândulas. O SNA apresenta duas divisões: simpática e
parassimpática.
O desenvolvimento do sistema nervoso se inicia na terceira
semana do desenvolvimento embrionário, a partir da placa neural,
uma região espessada da ectoderme, localizada na região
posterior do embrião trilaminar. É importante lembrar que, nesse
período, as três camadas germinativas primárias (ectoderme,
mesoderme e endoderme) já estão estabelecidas e formam o
disco embrionário trilaminar. Assim, o SN se desenvolve a partir
da placa neural que logo começa a sofrer invaginação no
mesoderma, formando o sulco neural na região mediana da placa.
Simultaneamente, as bordas laterais da placa neuralcomo quando uma
pessoa destra com a mão direita quebrada aprende a escrever
com a mão esquerda.
Ainda, na substância cinzenta do cérebro, estão os núcleos da
base, que recebem aferências do córtex cerebral e enviam
eferências para as partes motoras do córtex, por meio dos
núcleos dos grupos mediais e ventrais do tálamo. No geral, os
núcleos da base desempenham papéis essenciais no controle
motor, bem como em funções cognitivas e emocionais. Eles estão
envolvidos na modulação de movimentos voluntários, na
aprendizagem de habilidades motoras, na regulação de
comportamentos e em processos de recompensa. As principais
estruturas dos núcleos da base incluem o núcleo caudado, o
putame e o globo pálido.
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Figura 3 | Núcleos da base. Fonte: adaptada de Wikimedia Commons.
Agora que você conheceu o cérebro, suas principais
características anatômicas e funcionais, bem como suas divisões,
você é capaz de compreender a importância do conhecimento
desse tema para uma boa atuação profissional.
Vamos Exercitar?
Após estudar as principais características anatômicas e funcionais
do cérebro e a importância do seu funcionamento adequado,
vamos retomar nossa situação-problema. A partir de agora,
consideremos o caso de Maria, 45 anos, que sofreu um acidente
vascular encefálico (AVE) que afetou o hemisfério esquerdo de
seu cérebro. Após o evento, ela foi hospitalizada e submetida a
uma série de exames e avaliações, pois apresentava dificuldade
em articular palavras e formar frases, embora compreendesse
bem o que lhe era dito. Além disso, Maria apresentava debilidade
motora, com presença de fraqueza no lado direito do corpo,
especialmente no braço e na perna. No caso de Maria, qual seria
a relação dos sintomas apresentados após o AVE com a estrutura
do cérebro? Que áreas podem ter sido afetadas com essa lesão e
que levariam ao aparecimento de todos esses sintomas? Agora
você já é capaz de responder a esses questionamentos. Vamos
lá?
Primeiramente, você deve lembrar que o cérebro é a maior porção
do encéfalo, sendo composto por dois hemisférios. Ele é formado
por uma substância branca e uma substância cinzenta. Nesta,
estão três regiões: o córtex cerebral (camada externa), os núcleos
da base e o sistema límbico. O córtex cerebral atua como um
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centro de integração para informações sensoriais e uma região de
tomada de decisões para vários tipos de respostas motoras. Essa
estrutura é subdividida em diferentes áreas com funções
específicas. As áreas funcionais do córtex cerebral não
necessariamente correspondem a lobos anatômicos do encéfalo,
de modo que uma especialização funcional não é simétrica no
córtex cerebral, o que é denominado de lateralização cerebral ou
dominância cerebral. Assim, cada hemisfério acaba sendo
dominante para determinadas funções, ou seja, determinadas
funções cognitivas e comportamentais são predominantemente
controladas por um dos hemisférios cerebrais. Lesões ou
disfunções nas áreas do córtex cerebral podem resultar em uma
variedade de déficits motores, neurológicos e psiquiátricos.
No caso apresentado, Maria tem uma lesão no hemisfério
esquerdo, ocasionada pelo AVE e que resulta em dificuldades na
articulação de palavras e formação de frases, além de fraqueza
motora no lado direito do corpo. Esses sintomas indicam lesão em
duas áreas principais do cérebro:
1. Área de Broca, localizada no giro frontal inferior esquerdo e
responsável pela produção da fala e pela articulação verbal.
Essa área coordena os movimentos musculares necessários
para falar e está envolvida na gramática e na construção de
frases. A lesão nessa área causa a afasia de Broca,
caracterizada por dificuldades na fala (articulação lenta e
difícil, frases curtas e malformadas) e na construção de
frases, embora a compreensão permaneça intacta. No caso
apresentado, Maria consegue entender bem o que lhe é dito,
mas tem dificuldades significativas em expressar-se
verbalmente.
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2. Córtex motor primário, situado no giro pré-central do lobo
frontal esquerdo, e que controla os movimentos voluntários
do lado contralateral do corpo. A lesão dessa área resulta em
fraqueza no braço e na perna do lado direito devido ao
controle motor cruzado. Essa fraqueza no braço e na perna é
típico, pois o córtex motor primário controla movimentos
específicos e finos, especialmente nas extremidades. Nesse
contexto, vale ressaltar que, como o hemisfério esquerdo é
predominantemente responsável pela linguagem em
indivíduos destros e na maioria dos canhotos, a lesão desse
hemisfério pode afetar significativamente as habilidades
linguísticas. Além disso, o controle motor é contralateral, ou
seja, o hemisfério esquerdo controla o lado direito do corpo.
Saiba Mais
Lobos cerebrais
Os lobos cerebrais são divisões anatômicas do cérebro que
desempenham funções específicas e essenciais. Existem quatro
lobos principais: frontal, parietal, temporal e occipital. A integração
das funções desses lobos permite a execução de
comportamentos complexos e a adaptação ao ambiente,
tornando-os fundamentais para a cognição e a interação humana.
Para saber mais sobre os lobos cerebrais e suas funções, leia a
seguinte obra disponível na Biblioteca Virtual:
MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia
humana. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. cap.15, p. 430-432.
Córtex cerebral (áreas sensoriais, motoras e associativas)
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O córtex cerebral é a camada externa do cérebro, essencial para
funções cognitivas avançadas, percepção sensorial, movimento
voluntário e linguagem. Dividido em áreas específicas, cada
região do córtex contribui para diferentes aspectos motores, da
cognição e do comportamento. A complexa rede de neurônios no
córtex cerebral permite a integração de informações e a execução
de funções sofisticadas, sendo fundamental para a inteligência e a
consciência humanas.
Visão geral das funções do córtex cerebral. 
Núcleos da base
Os núcleos da base compreendem um grupo de estruturas
subcorticais do cérebro, incluindo o núcleo caudado, o putame e o
globo pálido. Eles desempenham um papel crucial na modulação
e no controle dos movimentos voluntários, bem como em funções
cognitivas e emocionais. Atuando como intermediários entre o
córtex cerebral e outras regiões do cérebro, os núcleos da base
ajudam a iniciar e regular os movimentos, garantir a fluidez das
ações motoras e participar da aprendizagem de habilidades
motoras.
Para saber mais sobre as funções dos núcleos da base, acesse a
seguinte obra disponível na Biblioteca Virtual:
TOLEDO, C. A. B.; BRITTO, L. R. G. Cerebelo, núcleos da base e
movimento voluntário. In: AIRES, M. M. Fisiologia. 5. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. cap. 23; p. 387-389.
Referências Bibliográficas
https://pt.khanacademy.org/science/biology/human-biology/neuron-nervous-system/v/overview-of-the-functions-of-the-cerebral-cortex
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CURI, R.; PROCÓPIO, J.Fisiologia básica. 2. Ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia
humana. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. cap.15, p. 430-432.
SILVERTHORN, D.U. Fisiologia humana: uma abordagem
integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
TOLEDO, C. A. B.; BRITTO, L. R. G. Cerebelo, núcleos da base e
movimento voluntário. In: AIRES, M. M. Fisiologia. 5. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. cap. 23; p. 387-389.
VISÃO geral das funções do córtex cerebral. Khan Academy, [s.
l., s. d.]. Disponível em:
https://pt.khanacademy.org/science/biology/human-
biology/neuron-nervous-system/v/overview-of-the-functions-of-the-
cerebral-cortex. Acesso em: 3 jun. 2024.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e
fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2023. 
Aula 4
CEREBELO, TRONCO
ENCEFÁLICO E MEDULA
ESPINAL
https://pt.khanacademy.org/science/biology/human-biology/neuron-nervous-system/v/overview-of-the-functions-of-the-cerebral-cortex
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Cerebelo, tronco encefálico e
medula espinal
Olá, estudante! Nesta videoaula, você continuará explorando o
sistema nervoso central, logo aprenderá sobre o cerebelo, o
tronco encefálico e a medula espinal, suas características
anatômicas e suas funções. Não perca a oportunidade de ampliar
seu conhecimento e aprimorar suas habilidades! Vamos lá!
Ponto de Partida
Nesta aula, você, estudante, conhecerá o cerebelo, o tronco
encefálico e a medula espinal, estruturas vitais que fazem parte
do encéfalo. Com isso, você estudará suas principais
características anatômicas e funcionais, o que tornará possível a
compreensão e a aplicação desses conhecimentos na sua prática
profissional. Prepare-se para muito aprendizado! Vamos lá!
A partir de agora, você acompanhará Pedro, um aluno de
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graduação na área da saúde, que anda muito preocupado com a
saúde de seu avô João. Ele tem 65 anos e sempre foi muito ativo,
adorava brincar com seus netos e fazer caminhadas diárias. Mas,
nos últimos meses, sua família começou a notar algumas
mudanças preocupantes: João estava com tremores constantes
nas mãos, seus movimentos estavam mais lentos e ele
apresentava rigidez muscular. Além disso, tinha dificuldade em
manter o equilíbrio e sua expressão facial parecia mais rígida.
Preocupados com o bem-estar de João, a família decidiu levá-lo
ao médico e, após uma série de exames neurológicos e uma
avaliação detalhada, ele foi diagnosticado com doença de
Parkinson, para o desespero de todos. Como Pedro é um
estudante da área da saúde, acaba sendo bastante questionado
pela família a respeito da patologia do avô. Assim, para auxiliar
todos com os esclarecimentos necessários e, assim, ajudar a
família a lidar com a situação, Pedro decidiu entender melhor
sobre a doença de Parkinson, pois tem, ainda, várias dúvidas a
serem respondidas: o que causa o Parkinson? Que regiões são
afetadas e como isso acomete o cérebro? Por que seu avô está
apresentando todos esses sintomas? Como pode ser tratado?
Existe cura?
Você, no lugar de Pedro, como responderia a todos esses
questionamentos? 
Vamos Começar!
O cerebelo, segunda maior estrutura do encéfalo, está localizado
na fossa posterior do crânio, abaixo dos lobos occipitais do
cérebro e dorsal ao tronco encefálico. Da mesma forma que o
cérebro, o cerebelo é constituído de substância cinzenta e
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substância branca. Sua camada superficial, chamada córtex
cerebelar, é formada por substância cinzenta e por várias cristas
delicadas e paralelas chamadas folhas do cerebelo.
Profundamente em relação à substância cinzenta, encontram-se
tratos de substância branca conhecidos como árvore da vida, pois
lembram galhos de uma árvore. Essa região de substância branca
é denominada medula cerebelar. Internamente na substância
branca, estão os núcleos do cerebelo (núcleo fastigial, núcleo
interposto e núcleo denteado), regiões de substância cinzenta que
originam axônios transmissores de informações do cerebelo para
outros centros encefálicos.
O cerebelo é formado por dois hemisférios, cada um formado por
dois lobos, anterior e posterior, que são separados pela fissura
primária. Os lobos anterior e posterior auxiliam no planejamento,
na execução e na coordenação dos movimentos do tronco e dos
membros. A área central, que separa os hemisférios cerebelares,
é denominada verme do cerebelo. Na região anterior e inferior aos
hemisférios cerebelares, encontra-se o lóbulo flóculo-nodular,
relacionado à manutenção do equilíbrio e ao controle dos
movimentos oculares.
O cerebelo está conectado ao tronco encefálico e à medula
espinal pelos pedúnculos cerebelares, feixes de substância
branca formados por axônios de neurônios que conduzem
informações entre o cerebelo e outras regiões do encéfalo. Os
pedúnculos cerebelares superiores conectam o cerebelo ao
mesencéfalo, ao diencéfalo e ao cérebro. Os pedúnculos
cerebelares médios ligam o cerebelo à ponte, uma parte do tronco
encefálico. E os pedúnculos cerebelares inferiores conectam o
cerebelo ao bulbo e à medula espinal.
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Figura 1 | Cerebelo. Fonte: adaptada de Wikimedia Commons.
As funções primárias do cerebelo envolvem: integração de
informações sensoriais e motoras para ajuste e correção de
movimentos em tempo real, garantindo precisão e coordenação;
regulação da amplitude, da força e da direção dos movimentos
voluntários; e manutenção do equilíbrio e da postura.
O tronco encefálico, parte do encéfalo, é composto por três
estruturas: mesencéfalo, ponte e bulbo. O mesencéfalo está
conectado ao diencéfalo e logo acima da ponte, sendo formado
por núcleos e tratos. Ele é atravessado pelo aqueduto do
mesencéfalo, que conecta o terceiro ventrículo ao quarto
ventrículo. Na porção anterior, estão os pedúnculos cerebrais, que
conectam o córtex motor primário aos neurônios motores no
tronco encefálico e à medula espinal. A parte posterior do
mesencéfalo é chamado teto do mesencéfalo e contém dois pares
de núcleos conhecidos como colículos superiores e colículos
inferiores, que atuam como estações de retransmissão envolvidas
com o processamento de sensações visuais e auditivas. Os
colículos superiores atuam como centros de reflexos de atividades
visuais e reflexos que controlam os movimentos da cabeça, dos
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olhos e do tronco em resposta a estímulos visuais. Já os colículos
inferiores, transmitem informações dos receptores auditivos
presentes na orelha interna para o encéfalo. Além disso, os
colículos inferiores são centros do reflexo do susto (movimentos
abruptos da cabeça, dos olhos e do tronco quando o indivíduo se
assusta).
Siga em Frente...
No mesencéfalo, também são encontrados os principais núcleos
da formação reticular. Cada lado do mesencéfalo apresenta um
par de núcleos: rubro e substância negra. O núcleo rubro, por
apresentar uma rica vascularização, tem uma coloração mais
avermelhada. Ele está envolvidona regulação e na coordenação
de movimentos motores finos e precisos, além de receber
informações sensoriais e motoras de outras áreas do cérebro,
integrando-as para controlar movimentos voluntários,
especialmente os relacionados aos membros superiores e à
manutenção do tônus muscular. A substância negra, localizada
lateralmente ao núcleo rubro, contém células pigmentadas que lhe
conferem uma coloração escurecida. Neurônios da substância
negra que secretam dopamina, um neurotransmissor essencial
para o controle motor, projetam-se para o corpo estriado,
ajudando a controlar as atividades musculares conscientes. A
perda desses neurônios está associada à doença de Parkinson,
caracterizada por uma combinação de tremor, rigidez,
acinesia/bradicinesia e alterações posturais. A dopamina é
essencial para a modulação dos circuitos motores nos núcleos da
base, particularmente na via nigroestriatal, que conecta a
substância negra ao estriado.
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Figura 2 | Tronco encefálico. Fonte: adaptada de Wikimedia Commons.
A ponte, localizada inferiormente ao mesencéfalo e acima do
bulbo, também é constituída por núcleos e tratos. Ela é dividida
em duas regiões principais: a dorsal e a ventral. Na região ventral,
uma área de retransmissão sináptica, encontram-se os núcleos
pontinhos, dos quais vários tratos de substância branca entram e
saem, proporcionando conexões entre o córtex de um hemisfério
cerebral com o oposto. Esse circuito está envolvido na
coordenação e no aumento da eficiência da eferência motora
voluntária. Já a região dorsal contém tratos ascendentes e
descendentes ao longo dos núcleos dos nervos cranianos. Na
ponte está o centro respiratório pontino, que, juntamente com o
centro respiratório bulbar, atua no controle da respiração. A ponte
também apresenta núcleos associados a quatro pares de nervos
cranianos (trigêmeos, abducentes, faciais e vestibulococleares),
que recebem informações sensoriais e motoras e transformam em
reposta motora envolvida no controle dos músculos mastigatórios
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movimentos oculares, expressão facial e sensação de equilíbrio.
O bulbo é a parte mais inferior do tronco encefálico e está
conectado à medula espinal. Sua substância branca apresenta
tratos sensoriais e motores que se projetam para a medula
espinal e outras partes do encéfalo. Na porção anterior do bulbo,
parte da substância branca forma protrusões denominadas
pirâmides, constituídas pelos tratos corticoespinais, que se
projetam do telencéfalo para a medula espinal e estão
relacionados com o controle dos movimentos voluntários dos
membros e do tronco. O bulbo também contém vários núcleos,
como o centro cardiovascular, o respiratório bulbar, o do vômito e
o da deglutição, que estão envolvidos na regulação do batimento
cardíaco, do diâmetro dos vasos sanguíneos, do ritmo respiratório
normal, no reflexo de vômito, de deglutição, dos espirros, da tosse
e dos soluços. A parte posterior do bulbo contém núcleos (grácil e
cuneiforme) associados a sensações de pressão, vibração,
propriocepção e tato. Também estão presentes no bulbo núcleos
que compõem vias sensoriais para audição, equilíbrio e gustação,
além de núcleos sensoriais e motores associados a cinco pares
de nervos cranianos (vestibulococleares, glossofaríngeos, vagos,
acessórios e hipoglossos), que participam da regulação de
funções autonômicas (frequência cardíaca e motilidade
gastrointestinal) e controle motor e sensorial (deglutição, fala,
secreção salivar).
A medula espinal também faz parte do encéfalo e se estende do
forame magno do crânio até a margem inferior da primeira
vértebra lombar, medindo, em um indivíduo adulto,
aproximadamente 45 centímetros. Pode ser dividida em quatro
regiões: cervical, torácica, lombar e sacral. A medula espinal
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apresenta duas dilatações, uma superior e outra inferior. A
dilatação superior, chamada intumescência cervical, estende-se
da quarta vértebra cervical até a primeira torácica. A dilatação
inferior, denominada intumescência lombossacral, estende-se da
nona à décima segunda vértebra torácica. Inferiormente à
intumescência lombossacral, a medula espinal termina como uma
estrutura cônica chamada cone medular, que, em adultos, termina
no nível do disco intervertebral entre a primeira e a segunda
vértebra lombar. Como observado no encéfalo, a medula espinal é
revestida pelas meninges (dura-máter, aracnoide e pia-máter).
Na medula espinal, cada região é subdividida em segmentos e, a
partir de cada segmento surge um par bilateral de nervos
espinais. Pouco antes do nervo espinal unir-se à medula espinal,
ele se divide em dois ramos, denominados raízes. A raiz dorsal de
cada nervo espinal é especializada em conduzir a entrada de
informações sensoriais. Na raiz dorsal, encontramos dilatações
localizadas antes de entrar na medula espinal. Essas dilatações
são os gânglios da raiz dorsal, que contêm corpos celulares de
neurônios sensoriais. A raiz ventral transmite informações
oriundas do sistema nervoso central para músculos e glândulas.
A medula espinal também é formada por substância branca e
cinzenta, contudo, diferentemente do encéfalo, na medula espinal
a substância cinzenta é interna, em forma de letra H, rodeada
pela substância branca, que é externa. A substância cinzenta,
constituída principalmente por dendritos e corpos celulares de
neurônios, é composta por núcleos motores e sensoriais. A
substância cinzenta de cada lado da medula espinal é subdividida
em regiões chamadas cornos. Os cornos dorsais (posteriores) de
substância cinzenta contêm axônios de neurônios sensoriais,
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corpos celulares e axônios de interneurônios. As fibras sensoriais
da raiz dorsal fazem sinapse com interneurônios dos cornos
dorsais. Os cornos ventrais (anteriores) contêm corpos celulares
de neurônios motores, que conduzem sinais eferentes para
músculos e glândulas. Já os núcleos laterais da substância
cinzenta contêm corpos celulares de neurônios motores
autônomos, reguladores da atividade do músculo cardíaco, da
musculatura lisa e das glândulas. Assim, a medula espinal exerce
um papel fundamental na condução de sinais nervosos entre o
encéfalo e o corpo, além de mediar reflexos motores e sensoriais.
Agora que você conheceu as principais características
anatômicas e funcionais do cerebelo e do tronco encefálico, você
é capaz de compreender a importância do conhecimento desses
temas para uma boa atuação profissional.
Vamos Exercitar?
Após todo esse aprendizado a respeito das principais
características anatômicas e funcionais do cerebelo e do tronco
encefálico e da importância dessas estruturas para um bom
funcionamento do corpo humano, vamos retomar nossa situação-
problema.
Diante disso, consideremos novamente o caso de Pedro, um
aluno de graduação na área da saúde, cujo avô João foi
diagnosticado com doença de Parkinson. João, 65 anos, sempre
foi muito ativo, adorava brincar com seus netos e fazer
caminhadas diárias. Mas, nos últimos meses, sua família
começou a notar algumas mudanças preocupantes: João estava
com tremores constantes nas mãos, seus movimentos estavam
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mais lentos e ele apresentava rigidez muscular. Além disso, tinha
dificuldade em manter o equilíbrio e sua expressão facial parecia
mais rígida. Preocupados com o bem-estar de João, a família
decidiu levá-lo ao médico e, após uma série de exames
neurológicos e uma avaliação detalhada, veio o diagnóstico de
doença de Parkinson. Como Pedro é um estudante da área da
saúde, acabou sendo bastante questionado pela família a respeito
da patologia do avô. Assim, para auxiliar todos com os
esclarecimentos necessários e para ajudar a família a lidar com a
situação, Pedro decidiu entender melhor sobre a doença de
Parkinson a fim de responder as dúvidas que também tinha a
respeito dela: o que causa o Parkinson? Que regiões são
afetadas e como isso acomete o cérebro? Por que seu avô está
apresentando todos esses sintomas? Como pode ser tratado?
Existe cura?
Agora você já é capaz de ajudar Pedro a responder esses
questionamentos. Vamos lá?
Primeiramente, você deve lembrar que a doença de Parkinson
(DP) é um distúrbio degenerativo crônico do funcionamento dos
neurônios dopaminérgicos da substância negra. É a segunda
doença degenerativa mais comum do sistema nervoso central,
iniciando normalmente entre os 50 e os 79 anos e raramente
acometendo crianças ou adolescentes. A causa da DP é
provavelmente multifatorial, resultando de uma interação
complexa entre fatores ambientais e genéticos, além da idade. No
Parkinson, a perda gradativa de neurônios dopaminérgicos da
substância negra resulta em diminuição da liberação de dopamina
por esses neurônios, que fazem parte da via nigroestriatal. Assim,
a degeneração dos neurônios dopaminérgicos leva a uma
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redução significativa dos níveis de dopamina no putame (parte do
estriado), uma área do cérebro envolvida no controle do
movimento. Como resultado, aparecem os sintomas motores
clássicos da DP, como tremor em repouso, rigidez muscular,
bradicinesia (lentidão de movimento), instabilidade postural e face
em máscara (músculos faciais que controlam as expressões não
se mexem como normalmente deveriam). Além da perda de
dopamina, a presença de corpos de Lewy (agregados anormais
da proteína alfa-sinucleína) nos neurônios é uma característica
patológica da DP. Os corpos de Lewy contribuem para a disfunção
e morte neuronal. Além dos sintomas motores, a DP também
pode causar sintomas não motores, como depressão, distúrbios
do sono, perda de olfato, constipação, demência, alucinações e
paranoia. Esses sintomas são atribuídos à degeneração de outras
áreas cerebrais e redes de neurotransmissores. O tratamento da
DP visa principalmente aliviar os sintomas, melhorar a qualidade
de vida e, em alguns casos, retardar a progressão da doença.
Como ela é progressiva e não tem cura atualmente, os
tratamentos focam em gerenciar os sintomas motores e não
motores. O tratamento farmacológico mais utilizado é a levodopa,
que é convertida em dopamina no cérebro, ajudando a aliviar os
sintomas motores. O tratamento não farmacológico envolve
fisioterapia (ajuda a melhorar a mobilidade, a flexibilidade e a
força, aliviando a rigidez e melhorando a postura e o equilíbrio),
terapia ocupacional (auxilia os pacientes a realizarem atividades
diárias com maior facilidade e segurança, adaptando as tarefas e
o ambiente) e suporte nutricional (uma dieta equilibrada pode
ajudar a gerenciar alguns sintomas e melhorar a saúde geral. A
ingestão adequada de fibras e fluidos é essencial para evitar
constipação, comum nessa patologia).
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Saiba Mais
Cerebelo
O cerebelo, localizado na parte posterior do cérebro, é essencial
para a coordenação motora, o equilíbrio e a precisão dos
movimentos. Ele recebe informações sensoriais e ajusta a
atividade muscular para garantir movimentos suaves e
coordenados. Além de regular o equilíbrio, contribui para a
aprendizagem motora e a execução de movimentos voluntários.
Sua importância é fundamental para atividades diárias, desde
uma simples caminhada até tarefas complexas que requerem
precisão e coordenação.
Para saber mais sobre o cerebelo e sua importância para nosso
corpo, leia a seguinte obra disponível na Biblioteca Virtual:
KANDEL, E. R. et al. Princípios de neurociências. 5. ed. Porto
Alegre: AMGH, 2014. cap. 42, p. 865-882.
Tronco encefálico (divisão e funções)
O tronco encefálico, composto por bulbo, ponte e mesencéfalo,
faz parte do encéfalo, uma estrutura vital do sistema nervoso
central. O tronco encefálico conecta o cérebro à medula espinal e
regula funções essenciais à vida, como respiração, frequência
cardíaca e pressão arterial. Além disso, ele coordena reflexos
vitais e é a via de passagem para as fibras nervosas que
conectam o cérebro ao corpo. Sua integridade é essencial para a
sobrevivência e o funcionamento adequado de processos
automáticos e involuntários do corpo humano.
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Para explorar mais esse tema, leia a seguinte obra disponível na
Biblioteca Virtual:
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e
fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2023. cap.
14, p. 502-504.
Medula espinal (estrutura e função)
A medula espinal é uma estrutura do sistema nervoso central
localizada dentro da coluna vertebral. Ela é responsável por
transmitir sinais entre o cérebro e o corpo, permitindo o controle
de movimentos e a percepção sensorial. Além de servir como via
de comunicação, ela coordena reflexos rápidos e automáticos,
essenciais para a nossa sobrevivência. Sua integridade é vital
para o funcionamento neurológico adequado, destacando sua
importância na manutenção da mobilidade, da sensibilidade e dos
reflexos do corpo humano.
Para saber mais sobre a estrutura da medula espinal e suas
funções, leia a seguinte obra disponível na Biblioteca Virtual:
KOEPPEN, B. M.; STANTON, B. A. Berne & Levy: fisiologia. 7.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2024. cap. 9, p. 161-172. 
Referências Bibliográficas
CURI, R.; PROCÓPIO, J. Fisiologia básica. 2. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
KANDEL, E. R. et al. Princípios de neurociências. 5. ed. Porto
Alegre: AMGH, 2014.
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KOEPPEN, B. M.; STANTON, B. A. Berne & Levy: fisiologia. 7.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2024.
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem
integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e
fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2023.
Encerramento da Unidade
INTRODUÇÃO AO SISTEMA
NERVOSO E ASPECTOS
MORFOFUNCIONAIS DO
SISTEMA NERVOSO
CENTRAL
Videoaula de Encerramento
Olá, estudante! Nesta videoaula, você continuará a jornada
fascinante pelo sistema nervoso central (SNC), explorando
conceitos essenciais para a sua prática profissional. Você já
desvendou vários mistérios que envolvem os componentes e o
funcionamento do SNC, agora venha continuar essa jornada!
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Assista à videoaula e descubra como o conhecimento sobre esse
sistema pode enriquecer e transformar a sua prática profissional.
Não perca!
Ponto de Chegada
Olá, estudante! Para desenvolver a competência desta unidade,
que é “ter senso crítico para reconhecer e explicar as principais
características do sistema nervoso, compreendendo tanto suas
estruturas quanto seus aspectos anatômicos, histológicos e
fisiológicos” e “compreender a divisão do sistema nervoso central,
suas características anatômicas e funcionais”, você primeiramente
conheceu, em detalhes, os conceitos fundamentais relacionados à
organização geral do sistema nervoso; entendeu como cada
divisão do sistema nervoso é composto e como contribui para o
funcionamento adequado do nosso organismo. Além disso, você
também explorou o sistema nervoso central, suas características
anatômicas e funcionais, desenvolvendo um entendimento crítico
sobre ele, relacionando as estruturas às suas funções e
entendendo como suas interações mantêm o corpo humano
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funcionando. Assim, a abordagem desses assuntos ao longo da
unidade permitiu-lhe consolidar sua compreensão a respeito,
refletir sobre os assuntos abordados e entender como aplicar
esses conhecimentos em contextos práticos.
É Hora de Praticar!
Lucas e João, dois estudantes de graduação na área da saúde,
estavam conversando sobre a recente notícia que abalou a família
de João: sua tia, Dona Lúcia, havia sido diagnosticada com ataxia
cerebelar, o que estava preocupando toda a família. Segundo o
relato de sua prima, Lúcia começou a apresentar dificuldades
significativas para caminhar, frequentemente perdendo o equilíbrio
e precisando de apoio para se locomover. Ela também começou a
ter problemas de coordenação, como dificuldade em pegar
objetos pequenos, e seus movimentos se tornaram desajeitados e
imprecisos. Lúcia reclamava ainda de tremores nas mãos quando
tentava realizar tarefas que exigiam precisão, como escrever ou
mexer no celular. Com todos esses sintomas, Lúcia decidiu
procurar um médico. Realizou vários exames e foi diagnosticada
com ataxia cerebelar. João, embora fosse estudante da área da
saúde, tinha muitas dúvidas sobre a patologia que estava
acometendo sua tia: o que exatamente é a ataxia cerebelar? O
que causa isso? Será que tem cura?
Você, no lugar de João, como responderia a todos esses
questionamentos?
Reflita
Qual a relação entre os receptores sensoriais e o córtex
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cerebral?
De que maneira as lesões no cerebelo podem impactar a
coordenação e o equilíbrio de um indivíduo
Por que a integridade do tronco encefálico é vital para nossa
sobrevivência?
Resolução do estudo de caso
A partir de agora, vamos considerar o caso da tia de João, que,
em conversa com o amigo Lucas, disse estar bastante
preocupado com ela, pois havia sido recentemente diagnosticada
com ataxia cerebelar.
Lúcia começou a apresentar dificuldades significativas para
caminhar, frequentemente perdendo o equilíbrio e precisando de
apoio para se locomover. Ela também começou a ter problemas
de coordenação, como dificuldade em pegar objetos pequenos, e
seus movimentos se tornaram desajeitados e imprecisos. Lúcia
reclamava ainda de tremores nas mãos quando tentava realizar
tarefas que exigiam precisão, como escrever ou mexer no celular.
Com todos esses sintomas, Lúcia decidiu procurar um médico.
Realizou vários exames e foi diagnosticada com ataxia cerebelar.
Diante do diagnóstico, João ficou com algumas dúvidas sobre a
patologia que estava acometendo sua tia: o que exatamente é a
ataxia cerebelar? O que causa isso? Será que tem cura?
Agora você já é capaz de ajudar João a responder esses
questionamentos. Vamos lá?
Primeiramente, é importante ressaltar que ataxia cerebelar é uma
condição neurológica caracterizada pela falta de coordenação dos
movimentos voluntários, resultante de uma degeneração do
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cerebelo, parte do cérebro responsável pela coordenação motora,
pelo equilíbrio e pela precisão dos movimentos. Quando essa
área é afetada, os movimentos se tornam desajeitados,
imprecisos e a pessoa pode ter dificuldades para manter o
equilíbrio.
A ataxia cerebelar pode ser causada por uma variedade de
fatores, incluindo:
· Fatores genéticos: algumas formas de ataxia são
hereditárias e causadas por mutações genéticas.
· Lesões cerebrais: são ocasionadas por traumas na
cabeça, acidentes vasculares encefálicos (AVEs), tumores
ou infecções que afetam o cerebelo.
· Doenças degenerativas, como a esclerose múltipla ou
a doença de Huntington.
· Intoxicações, exposição prolongada ao álcool, drogas
ou certos medicamentos.
· Deficiências nutricionais, como a deficiência de
vitamina E.
Os principais sintomas da ataxia cerebelar incluem dificuldade
para caminhar (marcha instável e perda frequente de equilíbrio),
problemas de coordenação (movimentos desajeitados e
imprecisos, dificuldade em realizar tarefas que exigem precisão),
tremores intencionais (tremores que ocorrem durante a execução
de movimentos voluntários, como escrever ou mexer no celular),
disartria (dificuldade na articulação da fala) e nistagmo
(movimentos involuntários dos olhos). A cura da ataxia cerebelar
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depende da causa subjacente. Em alguns casos, tratar a causa
subjacente pode aliviar os sintomas. Por exemplo, se a ataxia for
ocasionada por uma deficiência nutricional ou intoxicação, a
correção desses fatores pode melhorar os sintomas. Para formas
hereditárias ou degenerativas, não há cura, mas os sintomas
podem ser gerenciados com fisioterapia, terapia ocupacional e,
em alguns casos, medicamentos para controlar sintomas
específicos como tremores. O tratamento também envolve
medidas de suporte para melhorar a qualidade de vida, como
dispositivos de auxílio à mobilidade e exercícios para melhorar a
coordenação e o equilíbrio.
Dê o play!
Assimile
Olá, estudante! Você está convidado a embarcar, a partir de
agora, na jornada fascinante pelo sistema nervoso, para explorar
as informações ricas e instigantes presentes nesta animação.
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Aprecie e aproveite cada estrutura e cada função que lhe serão
apresentadas! Vamos lá?
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Referências
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Página 74 de 74https://alexandria-html-published.platosedu.io/837bfc36-82c6-4384-af4b-60fafe5dc743/v1/index.htmlKUMAR, V.; ABBAS, A. K.; ASTER, J. C. Robbins & Cotran:
bases patológicas das doenças. 10. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2023.
NORRIS, T. L. Porth: fisiopatologia. 10. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2021.
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem
integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e
fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2023.se elevam
formando as pregas neurais. Conforme ocorre o desenvolvimento
do sistema, as pregas neurais se aproximam cada vez mais uma
da outra e se fusionam, formando o tubo neural. Esse fechamento
ocorre inicialmente na região medial do embrião, de forma que,
por tempo limitado, as extremidades cranial e caudal desse tubo
permanecem abertas, formando os neuróporos cranial (anterior) e
caudal (posterior). Os neuróporos separam a luz do tubo neural
da cavidade amniótica sobrejacente. O neuróporo cranial se fecha
por volta do 25º dia do desenvolvimento embrionário, enquanto o
fechamento do neuróporo caudal se dá cerca de três dias mais
tarde. Concomitantemente ao fechamento do tubo neural, células
ectodérmicas, situadas ao longo da margem interna de cada
prega neural, formam uma massa achatada denominada crista
neural. Conforme o tubo neural se destaca da ectoderme
superficial, essa massa achatada, localizada entre o tubo neural e
a ectoderme sobrejacente, começa a se separar em duas partes,
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uma à direita e outra à esquerda, que se deslocam para as
regiões dorsolaterais do tubo neural, originando posteriormente os
gânglios sensoriais dos nervos espinais e craniano, bem como os
gânglios simpáticos e parassimpáticos e as células cromafins nas
glândulas adrenais.
No final da quarta semana de desenvolvimento embrionário, a
extremidade cefálica do tubo neural passa a apresentar três
dilatações denominadas vesículas encefálicas primárias: o
prosencéfalo, o mesencéfalo e o rombencéfalo, que formam o
encéfalo primitivo. Sua extremidade posterior sofre apenas uma
pequena diferenciação, originando posteriormente a medula
espinal. Simultaneamente, ocorre a formação de duas flexuras: a
cervical, na junção entre o rombencéfalo e a medula espinal, e a
cefálica na região do mesencéfalo. Após a quinta semana do
desenvolvimento embrionário, essas vesículas encefálicas
primárias se diferenciam em cinco vesículas secundárias: 1) o
prosencéfalo forma o telencéfalo e o diencéfalo; 2) o mesencéfalo
permanece; e 3) o rombencéfalo forma o metencéfalo e o
mielencéfalo.
Assim, cada uma das vesículas encefálicas secundárias
contribuirá para a formação de uma parte diferente do encéfalo. O
telencéfalo formará os hemisférios cerebrais; do diencéfalo serão
originados tálamo e hipotálamo, glândula hipófise e vesícula
óptica; o mesencéfalo dará origem aos colículos anterior (visual) e
posterior (auditivo) e ao aqueduto cerebral; o metencéfalo formará
a ponte e o cerebelo, enquanto o mielencéfalo dará origem ao
bulbo. Desse modo, durante o desenvolvimento embrionário do
SN, o tubo neural se diferenciará em SNC, constituído pelo
encéfalo e pela medula espinal, enquanto as cristas neurais darão
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origem às células que formam a maioria do SNP e do SNA.
No sistema nervoso, podemos encontrar dois tipos de células: os
neurônios e as neuroglias ou células da glia. Os neurônios são
responsáveis por receber e processar informações e por transmitir
informações a outras células. São células tão especializadas que
apresentam capacidade de gerar impulso nervoso, embora não
tenham capacidade de se multiplicar.
Eles são constituídos de corpo celular (soma), dendritos e axônio.
No corpo celular, encontramos o núcleo da célula, bem como
organelas celulares. Os dendritos são as partes receptoras ou de
entrada de um neurônio e apresentam vários sítios receptores
para a ligação de mensageiros químicos de outros neurônios,
denominados espinhas dendríticas. Os dendritos geralmente são
curtos, afilados e altamente ramificados. O axônio é um
prolongamento único, de diâmetro constante em quase todo seu
percurso e frequentemente ramificado em sua porção terminal. É
uma estrutura especializada na condução de impulsos nervosos
para outro neurônio, fibra muscular ou célula glandular.
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Figura 1 | Estrutura do neurônio. Fonte: adaptada de Wikimedia Commons.
O comprimento dos axônios é muito variado, mas quase sempre
são mais longos do que os dendritos. O axônio geralmente se une
ao corpo celular em uma elevação em forma de cone chamada
cone de implantação. A parte do axônio mais próxima ao cone de
implantação é chamada de segmento inicial. Na maioria dos
neurônios, os impulsos nervosos surgem na junção do cone de
implantação com o segmento inicial, uma área denominada zona
de gatilho, a partir da qual se propagam ao longo do axônio até
um próximo neurônio, uma fibra muscular ou uma glândula.
O citoplasma do axônio é chamado de axoplasma, circundado por
uma membrana plasmática conhecida como axolema. Ao longo
do comprimento de um axônio, ramificações laterais chamadas
axônio colaterais podem se projetar, normalmente em um ângulo
reto com o axônio. O axônio e seus colaterais acabam se
dividindo em muitos processos finos, denominados terminais
axônicos, nos quais estão presentes pequenas dilatações, os
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botões sinápticos ou botões terminais, por meio dos quais os
axônios estabelecem as sinapses com outras células. Os botões
sinápticos contêm, no seu interior, vesículas sinápticas, que
armazenam substâncias químicas chamadas de
neurotransmissores, que, quando liberados de uma vesícula
sináptica, podem excitar ou inibir a célula-alvo.
Quanto à sua estrutura, os neurônios podem ser classificados em:
Pseudounipolares ou unipolares, que apresentam dendritos e
um axônio em fusão para formar um único processo que
emerge do corpo celular. Os corpos celulares da maioria dos
neurônios pseudounipolares estão localizados nos gânglios
dos nervos espinais e cranianos.
Bipolares, que apresentam um dendrito principal e um axônio
que emergem de lados opostos do corpo celular. São
encontrados na retina, na orelha interna e na área olfatória
do cérebro.
Multipolares, que possuem vários dendritos e somente um
axônio. A maioria dos neurônios do SNC é desse tipo.
Quanto à função, os neurônios podem ser classificados de acordo
com a direção em que o impulso nervoso é transmitido em relação
ao SN. Nesse caso, os neurônios podem ser:
Sensitivos ou aferentes: apresentam receptores sensitivos
em suas extremidades distais (dendritos) ou estão
localizados logo após os receptores sensitivos. Assim, esses
neurônios transmitem sinais sensoriais dos receptores
sensoriais (como os encontrados na pele, nos olhos, nos
ouvidos, na língua e nos órgãos internos) para o sistema
nervoso central. Eles convertem estímulos externos ou
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internos em sinais elétricos (transdução do sinal), que são,
então, transmitidos ao longo de seus axônios em direção ao
SNC pelos nervos cranianos e espinais para processamento.
A maioria dos neurônios sensitivos tem estrutura unipolar.
Motores ou eferentes: transmitem os impulsos nervosos do
SNC em direção aos efetores (músculos e glândulas), por
meio dos nervos cranianos ou espinais. Os neurônios
motores são multipolares em estrutura.
Interneurônios ou neurônios de associação: localizados
principalmenteno SNC entre os neurônios sensitivos e os
motores, atuam integrando as informações sensitivas
recebidas dos neurônios sensitivos e, em seguida, induzem
uma resposta motora ativando os neurônios motores
apropriados. A maioria dos interneurônios tem estrutura
multipolar.
Outro tipo celular encontrado no SN é a neuróglia. Essa célula é
responsável pelo suporte, pela proteção e pela nutrição dos
neurônios. As neuróglias representam a maioria das células do
SN e, diferentemente dos neurônios, não são capazes de gerar ou
propagar impulsos nervosos. Por outro lado, conseguem se
multiplicar e se dividir no SN maduro. Desse modo, em casos de
lesão ou doença, as neuróglias se multiplicam para preencher os
espaços anteriormente ocupados por neurônios. Existem seis
tipos de neuróglias, sendo quatro deles (astrócitos,
oligodendrócitos, micróglias e células ependimárias) encontrados
no SNC e dois deles (células de Schwann e células satélites)
encontradas no SNP.
Siga em Frente...
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Os astrócitos são as células gliais mais abundantes no SNC e
apresentam muitos prolongamentos finos e ramificados que se
estendem em várias direções, lembrando a forma de uma estrela.
Essas células desempenham várias funções, incluindo suporte
estrutural para os neurônios, regulação da composição química
do ambiente extracelular e participação na barreira
hematoencefálica (que regula o fluxo de substâncias do sangue
para o cérebro).
As micróglias são células pequenas e com finos processos que
emitem projeções semelhantes a espinhos. Essas células
funcionam como fagócitos, removendo restos celulares formados
durante o desenvolvimento normal do SN, fagocitando
microrganismos invasores, células mortas ou danificadas.
Os oligodendrócitos são bastante semelhantes aos astrócitos,
porém menores e com menos processos. São responsáveis pela
formação e pela manutenção da bainha de mielina (uma camada
isolante que ajuda na transmissão rápida e eficiente dos impulsos
nervosos) ao redor dos axônios dos neurônios do SNC.
As células ependimárias são células desde cúbicas a colunares
dispostas em uma única camada, com presença de
microvilosidades e cílios. Elas revestem os ventrículos do
encéfalo e o canal central da medula espinal (espaços
preenchidos com líquido cerebrospinal), sendo responsáveis por
produzir o líquido cerebrospinal ou líquor.
As células de Schwann são células gliais encontradas no SNP e,
assim como os oligodendrócitos, também formam a bainha de
mielina ao redor dos axônios, facilitando a transmissão rápida dos
impulsos nervosos. Essas células também desempenham um
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papel importante na regeneração dos axônios no SNP.
As células satélites são planas e circundam os corpos celulares
dos neurônios dos gânglios do SNP. Atuam fornecendo suporte
estrutural e regulando as trocas de substâncias entre os corpos
celulares dos neurônios e o líquido intersticial.
Os neurônios podem ser classificados de acordo com a presença
ou não da bainha de mielina em torno de seus axônios em:
amielínicos (não apresentam bainha de mielina circundando o
axônio) e mielínicos ou mielinizados (com presença de bainha de
mielina circundando o axônio). A mielina é constituída
principalmente por lipídios e atua como um isolante elétrico,
aumentando a velocidade de condução dos impulsos nervosos ao
longo do axônio. A bainha de mielina, como mencionado
anteriormente, é formada no SNC pelos oligodendrócitos e, no
SNP, pelas células de Schwann. Essas células se enrolam em
torno dos axônios formando uma membrana de múltiplas
camadas e rica em lipídios ao seu redor. À medida que as células
continuam a se enrolar ao redor do axônio, seu núcleo e o
citoplasma acabam ficando na camada mais externa e a bainha
de mielina na sua porção interna. A bainha de mielina não é
contínua ao longo do axônio: é interrompida por pequenos
espaços chamados de nódulos de Ranvier, que permitem a
condução saltatória do impulso nervoso. O processo de
mielinização continua após o nascimento e durante a infância e a
adolescência. Em muitas regiões do cérebro, a mielinização
continua até a idade adulta, acompanhando o desenvolvimento
cognitivo e motor.
Macroscopicamente, o encéfalo e a medula espinal apresentam
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duas regiões distintas no cérebro, uma região mais externa,
denominada substância cinzenta, e outra mais interna, chamada
de substância branca, composta principalmente de axônios
mielinizados. Como a mielina tem uma cor esbranquiçada, as
regiões do SNC nas quais a mielina existe em grande quantidade
foram denominadas substância branca. Já a substância cinzenta
contém corpos celulares de neurônios, dendritos, axônios
amielínicos, terminais axônicos e neuroglia. Como há pouca ou
nenhuma mielina nessas áreas, acabam tendo uma coloração
mais escura, daí o nome substância cinzenta.
O neurônio, assim como outras células do corpo, também se
comunica com outros neurônios ou com células efetoras (célula
muscular ou glandular). A região onde ocorre essa comunicação é
denominada sinapse, crucial para a homeostasia corporal, pois
permite que as informações sejam filtradas e integradas. Nessa
comunicação, a célula nervosa que carrega um impulso nervoso
em direção a uma sinapse, ou seja, que é responsável por enviar
o sinal, é chamada de neurônio pré-sináptico; a que recebe o sinal
é chamada de célula pós-sináptica. Ela pode ser uma célula
nervosa (neurônio pós-sináptico) que carrega um impulso nervoso
de uma sinapse, ou uma célula efetora, que responde ao impulso
na sinapse. A maioria das sinapses entre neurônios é
axodendrítica (do axônio ao dendrito), as outras são
axossomáticas (do axônio ao corpo celular) ou axoaxônicas (entre
dois axônios).
As sinapses também podem ser classificadas como elétricas ou
químicas. Nas sinapses elétricas, os neurônios se comunicam
através de junções comunicantes, canais proteicos que formam
uma passagem direta entre os citoplasmas das células pré e pós-
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sinápticas. Isso permite a passagem direta de íons e outras
moléculas entre os neurônios, tornando a transmissão do impulso
nervoso rápida. Além disso, as sinapses elétricas podem
sincronizar (coordenar) a atividade de um grupo de neurônios ou
fibras musculares, resultando em contração coordenada dessas
células.
Nas sinapses químicas, os neurônios não estão diretamente
conectados, pois existe um pequeno espaço que os separa,
chamado de fenda sináptica. Quando um potencial de ação chega
ao botão sináptico na terminação axonal da célula pré-sináptica,
desencadeia a abertura de canais de Ca+2 dependentes de
voltagem que estão presentes na membrana dos botões
sinápticos, permitindo a entrada de íons cálcio para dentro do
botão. O aumento na concentração de Ca+2 dentro do botão
sináptico serve para desencadear a migração das vesículas
sinápticas e promover a fusão dessas vesículas com a membrana
plasmática.
Desse modo, as moléculas de neurotransmissores dentro das
vesículas são liberadas na fenda sináptica por exocitose. As
moléculas de neurotransmissores se difundem pela fenda
sináptica e se ligam aos receptores específicos para esses
neurotransmissorespresentes na membrana plasmática do
neurônio pós-sináptico. A ligação de moléculas de
neurotransmissores a seus receptores específicos, ativa a
abertura de canais e permite que íons específicos fluam através
da membrana. Conforme os íons fluem através dos canais
abertos, a voltagem através da membrana se altera, gerando um
potencial pós-sináptico, que pode ser uma despolarização
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(excitação) ou uma hiperpolarização (inibição). Quando um
potencial despolarizante pós-sináptico atinge o limiar, gera um
impulso nervoso no axônio do neurônio pós-sináptico. Assim, um
neurotransmissor pode gerar tanto um potencial excitatório quanto
inibitório. O neurotransmissor que causa despolarização da
membrana pós-sináptica é excitatório. O potencial pós-sináptico
despolarizante é denominado potencial pós-sináptico excitatório
(PPSE). Embora normalmente um único PPSE não seja capaz de
iniciar um potencial de ação, a célula pós-sináptica torna-se mais
excitável, parcialmente despolarizada, sendo mais provável que
atinja o limiar quando ocorrer o próximo PPSE. Um
neurotransmissor que causa hiperpolarização da membrana pós-
sináptica é inibitório. Durante a hiperpolarização, a geração de um
potencial de ação é mais difícil do que o normal e ainda mais
distante do limiar do que quando a célula está em seu estado de
repouso. Um potencial pós-sináptico de hiperpolarização é
denominado potencial pós-sináptico inibitório (PPSI).
Agora, que você conheceu as divisões e características
histológicas do sistema nervoso, como são classificados os
neurônios e como podem se comunicar, você é capaz de
compreender a importância do conhecimento desses temas para
uma boa atuação profissional.
Vamos Exercitar?
Agora que você conheceu e aprendeu as divisões e
características histológicas do sistema nervoso, como são
classificados os neurônios e como podem se comunicar,
retornemos à nossa situação-problema.
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A partir de agora, então, vamos considerar o caso de Pedro, um
estudante de graduação da área da saúde que, em conversa com
seu amigo de infância, Joaquim, descobre que a mãe dele havia
sido diagnosticada com esclerose múltipla há um mês. Joaquim
também comenta que não entende completamente as
consequências dessa condição de saúde, pois a explicação do
médico tinha sido confusa e agora ele está cheio de dúvidas e
preocupações. Pedro, ao perceber a angústia de seu amigo e
intrigado com a complexidade da doença, decide se aprofundar
no assunto, buscando entender melhor o que é a esclerose
múltipla, suas causas, seus sintomas, os tratamentos disponíveis,
como a doença afeta o sistema nervoso e, consequentemente,
como pode afetar a vida da mãe de seu amigo. Com sua
determinação, Pedro busca conhecimento para oferecer apoio e
esclarecimento nesse momento difícil.
Agora você já é capaz de ajudar a solucionar as dúvidas de
Pedro. Vamos lá?
Primeiramente, é importante lembrar que a esclerose múltipla
(EM) é uma doença autoimune, na qual o próprio sistema
imunológico do indivíduo causa um processo inflamatório que
culmina na destruição progressiva das bainhas de mielina nos
neurônios do SNC. Essa doença é mais prevalente em mulheres
e, geralmente, começa entre 20 e 40 anos de idade, embora
possa iniciar a qualquer momento entre os 15 e os 60 anos. Sua
causa não ainda não é clara, mas alguns fatores como
suscetibilidade genética e exposição a fatores ambientais (vírus
do herpes, por exemplo) podem contribuir para desencadear a
patologia.
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O termo “esclerose múltipla” refere-se às várias áreas de
cicatrização ou placas endurecidas (esclerose) que se formam
como resultado da destruição da bainha de mielina
(desmielinização) na substância branca do encéfalo e da medula
espinal. Essa destruição da bainha de mielina causa um atraso ou
um curto-circuito na propagação dos impulsos nervosos. Como as
lesões da EM podem ocorrer em qualquer lugar do SNC, os
sintomas contam com uma variedade de manifestações clínicas,
como sensação de peso ou fraqueza nos músculos, sensações
anormais ou visão dupla, dormência, formigamento, sensação de
queimação ou pressão na face ou nas extremidades envolvidas.
Outros sintomas comuns são anormalidade de marcha, disfunção
vesical e sexual, vertigem, nistagmo e distúrbios de fala.
Geralmente, os sintomas duram vários dias ou semanas, sendo
seguidos de resolução completa ou parcial. A EM é caracterizada
por períodos de funcionamento normal ou relativamente normal,
seguidos de períodos de surtos no qual surgem novos sintomas.
Assim, essa patologia vai piorando gradativamente ao longo do
tempo.
O tratamento da EM visa reduzir a atividade inflamatória e os
surtos, contribuindo para minimizar a perda da capacidade do
indivíduo ao longo dos anos. Dessa forma, o tratamento envolve:
uso de imunomoduladores para diminuir atividade inflamatória e
agressão à mielina, reduzindo, assim, os surtos em intensidade e
frequência; imunossupressores, que reduzem a atividade ou
eficiência do sistema imunológico; e altas doses de corticoides
durante os surtos.
Saiba Mais
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Desenvolvimento, divisões anatômicas e funcionais do
sistema nervoso
O desenvolvimento do sistema nervoso é um processo complexo
e vital, que começa durante a embriogênese e continua ao longo
da vida. Esse processo envolve a formação e organização de
células nervosas, conexões sinápticas e estruturas cerebrais que
moldam nossa capacidade de percepção, movimento,
pensamento e emoção. Compreender esse desenvolvimento é
fundamental para elucidar as bases de doenças neurológicas e
psiquiátricas, além de orientar intervenções terapêuticas que
promovam a saúde do sistema nervoso ao longo da vida.
Para explorar mais o desenvolvimento do sistema nervoso, leia a
seguinte obra disponível na Biblioteca Virtual: MOORE, K. L.;
PERSAUD, T. V. N.; TORCHIA, M. G. Embriologia básica. 10 ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022. cap. 16, p. 242-257.
Histologia do sistema nervoso: tipos de células, substâncias
branca e cinzenta
Compreender a histologia do sistema nervoso é essencial para
qualquer profissional da área da saúde, pois permite, por meio do
estudo detalhado das células e das estruturas nervosas,
compreender não somente o funcionamento do sistema nervoso,
mas também suas alterações patológicas e as bases para o
desenvolvimento de tratamentos eficazes.
Para saber mais sobre esse tema, leia a seguinte obra disponível
na Biblioteca Virtual:
ABRAHAMSOHM, P. Tecido nervoso. In: JUNQUEIRA, L. C. U.;
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CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 14. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2023. cap. 9, p. 163-179.
Sinapse elétrica, sinapse química, neurotransmissores e
circuitos neurais
A sinapse, que permite a comunicação entre os neurônios, pode
ser química ou elétrica. Essa transmissão de sinais é essencial
para o funcionamento adequado do corpo humano, uma vez que
coordena desde simples movimentos atéprocessos cognitivos
complexos. A eficácia das sinapses impacta diretamente nossa
capacidade de aprender, memorizar, sentir e reagir ao ambiente
ao nosso redor. Portanto, compreender a importância da sinapse
é fundamental para entender não apenas o funcionamento do
sistema nervoso, mas também aspectos essenciais da nossa
própria existência.
Estrutura da sinapse.
Sinapse nervosa (química).
Referências Bibliográficas
ABRAHAMSOHM, P. Tecido nervoso. In: JUNQUEIRA, L. C. U.;
CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 14. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2023. cap. 9, p. 163-179.
ESTRUTURA da sinapse. Khan Academy, [s. l., s. d.]. Disponível
em: https://pt.khanacademy.org/science/health-and-
medicine/human-anatomy-and-physiology/nervous-system-
introduction/v/synapse-structure. Acesso em: 21 abr. 2024.
JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e
https://pt.khanacademy.org/science/health-and-medicine/human-anatomy-and-physiology/nervous-system-introduction/v/synapse-structure
https://pt.khanacademy.org/science/health-and-medicine/human-anatomy-and-physiology/nervous-system-introduction/v/neuronal-synapses-chemical
https://pt.khanacademy.org/science/health-and-medicine/human-anatomy-and-physiology/nervous-system-introduction/v/synapse-structure
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atlas. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2023.
LYONS, V. T.; NETTER, F. H. Netter: anatomia sistêmica
essencial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2023.
MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N.; TORCHIA, M. G.
Embriologia básica. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2022. cap. 16, p. 242-257.
NORRIS, T. L. Porth: fisiopatologia. 10. Ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2021. 
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem
integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 
SINAPSE nervosa (química). Khan Academy, [s. l., s. d.].
Disponível em: https://pt.khanacademy.org/science/health-and-
medicine/human-anatomy-and-physiology/nervous-system-
introduction/v/neuronal-synapses-chemical. Acesso em: 21 abr.
2024. 
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e
fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2023.
Aula 2
SISTEMA NERVOSO
CENTRAL
https://pt.khanacademy.org/science/health-and-medicine/human-anatomy-and-physiology/nervous-system-introduction/v/neuronal-synapses-chemical
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Sistema nervoso central
Olá, estudante! Nesta videoaula, você explorará a divisão
anatômica do sistema nervoso central ao mergulhar nas intricadas
estruturas do encéfalo, incluindo as meninges, o líquido
cerebrospinal e a crucial barreira hematoencefálica. Além disso,
você conhecerá o diencéfalo, compreendendo suas regiões
específicas, como o hipotálamo e o tálamo, e suas funções
essenciais para a regulação de diversas atividades corporais. Não
perca a oportunidade de ampliar seu conhecimento e aprimorar
suas habilidades! Vamos lá!
Ponto de Partida
Nesta aula, você conhecerá o sistema nervoso central. Para tanto,
estudará um pouco mais suas principais características
anatômicas e funcionais. A partir disso, será capaz de reconhecer
a divisão anatômica desse sistema, bem como diferenciar e
compreender as funções de alguns de seus componentes, como
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as meninges, a barreira hematoencefálica e o líquido
cerebrospinal. Por fim, você conhecerá as estruturas que fazem
parte do diencéfalo, bem como suas funções principais, tornando
possível a compreensão e a aplicação desses conhecimentos na
sua prática profissional. Então, não perca tempo! Prepare-se para
uma jornada de aprendizado enriquecedora que lhe proporcionará
uma prática profissional mais eficaz e gratificante! Vamos lá!
A partir de agora, você acompanhará o caso de Sara, uma
estudante da área da saúde, que, durante um passeio ao
shopping, tem um encontro inesperado com Ana, sua antiga
vizinha. Ana comenta com Sara que anda bastante preocupada
com seu neto recém-nascido, cuja saúde vem enfrentando
desafios desde os primeiros meses de vida. O bebê, logo aos dois
meses, começou a apresentar sintomas como irritabilidade,
vômitos frequentes e aumento do tamanho da cabeça. A família,
muito preocupada, buscou auxílio médico e recebeu o diagnóstico
de hidrocefalia. Ana comenta também que o bebê precisará
passar por uma cirurgia para colocação de um “tubo” na cabeça,
pois, segundo o médico, essa condição pode trazer graves
consequências para o cérebro do bebê. Ana, então, muito confusa
e abalada, buscou respostas para entender melhor a condição do
neto. Ela sabe que Sara está se graduando na área da saúde e
faz os seguintes questionamentos: "Sara, o que é a hidrocefalia?
Como isso afeta o cérebro do meu neto? O que poderia ter
causado essa condição? Por que precisam colocar o tubo na
cabeça dele?”.
Você, no lugar de Sara, como responderia a todos esses
questionamentos?
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Vamos Começar!
O sistema nervoso central, composto pelo encéfalo e pela medula
espinal, atua desempenhando um papel fundamental no controle
e na coordenação de todas as funções corporais. O encéfalo, em
um indivíduo adulto, pesa cerca de 1,5 kg e é formado pelo
telencéfalo (cérebro), pelo diencéfalo, pelo cerebelo e pelo tronco
encefálico. O telencéfalo, ou cérebro, inclui os hemisférios
cerebrais e os núcleos da base. O diencéfalo é constituído pelo
epitálamo, pelo tálamo e pelo hipotálamo. E o tronco encefálico é
composto pelo mesencéfalo, pela ponte e pelo bulbo.
O encéfalo é protegido pelos ossos do crânio, enquanto a medula
espinal se mantém, ao longo do canal da coluna vertebral, sendo
protegida pelas vértebras. Entre os ossos e os tecidos do sistema
nervoso central (SNC), encontramos três membranas
denominadas meninges: a dura-máter, a aracnoide e a pia-máter.
Elas auxiliam na estabilização do tecido neural e na proteção
contra impactos, atuando como amortecedores. A dura-máter é a
mais externa, mais espessa e mais resistente das meninges. Está
associada a veias que drenam o sangue do encéfalo através de
vasos ou cavidades, chamadas de seios. A aracnoide é uma
membrana delicada, que se situa entre a dura-máter e a pia-
máter. Como ela não se fixa firmemente à dura-máter, um espaço
potencial pode se formar em casos de traumatismos, por
exemplo. Esse espaço é denominado espaço subdural. Em casos
de traumatismos craniocerebrais, a ruptura de vasos sanguíneos
da dura-máter pode levar à hemorragia subdural, com formação
de um coágulo sanguíneo denominado hematoma subdural, que
afasta a aracnoide da dura-máter, formando esse espaço subdural
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e preenchendo-o. Como resultado, pode haver compressão do
tecido neural subjacente, levando a sintomas como dor de
cabeça, confusão mental, déficits neurológicos e até mesmo
comprometimento grave da função cerebral, dependendo da
gravidade e da localização do hematoma subdural. A pia-máter é
a meninge mais interna e mais delicada, que se adere à superfície
do encéfalo e da medula espinal. A pia-máter encefálica é
densamentevascularizada e atua na sustentação das artérias que
suprem o encéfalo. Entre a aracnoide e a pia-máter há um espaço
denominado espaço subaracnóideo, preenchido por líquido
cerebrospinal (LCS), células trabeculares, artérias e veias.
Filamentos da aracnoide atravessam esse espaço e se conectam
à pia-máter, dando a ele um aspecto de teia de aranha, por isso o
nome aracnoide para essa meninge.
Figura 1 | Revestimentos protetores das meninges. Fonte: adaptada de Wikimedia Commons.
Outra estrutura que protege o encéfalo é a barreira
hematoencefálica, uma barreira funcional que separa o tecido
nervoso no SNC da circulação sistêmica e cuja principal função é
controlar seletivamente quais substâncias podem ser deslocadas
do plasma sanguíneo para o líquido extracelular no tecido nervoso
do encéfalo. Essa barreira evita, então, que o tecido nervoso entre
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em contato com substâncias potencialmente nocivas presentes no
sangue e com patógenos circulantes. Além disso, não apenas
ajuda a manter a homeostase do microambiente cerebral,
controlando a entrada de íons e nutrientes essenciais necessários
para o funcionamento adequado das células do tecido nervoso,
mas também desempenha um papel importante na regulação do
fluxo sanguíneo local, garantindo um suprimento adequado de
oxigênio e nutrientes para as células do tecido nervoso no
encéfalo.
A barreira hematoencefálica é formada por células endoteliais dos
capilares sanguíneos, que suprem o encéfalo, e por astrócitos. As
características únicas apresentadas pelas células endoteliais dos
capilares encefálicos garantem a formação dessa barreira
funcional. Nos capilares periféricos, as células endoteliais
apresentam fenestrações que permitem livre troca de solutos
entre o plasma e o líquido intersticial. Ainda, nos capilares
periféricos, as células endoteliais apresentam espaços
intercelulares mal vedados. Diferentemente, nos capilares do
SNC, as células endoteliais estão firmemente unidas por junções
oclusivas, que impedem a difusão de substâncias entre células
endoteliais adjacentes. A formação dessas junções oclusivas
parece ser induzida por sinais parácrinos oriundos dos podócitos
(pés) dos astrócitos que envolvem os capilares. Assim, somente
compostos lipossolúveis (O2, CO2, álcool etílico, barbitúricos,
nicotina, hormônios esteroides e cafeína) conseguem se difundir
através da membrana plasmáticas das células endoteliais para o
líquido intersticial do encéfalo e da medula espinal. Outros
compostos úteis usam transportadores e canais de membrana
específicos para serem transportados do sangue para o líquido
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intersticial do encéfalo. Da mesma forma, os resíduos presentes
no líquido intersticial são transportados para o plasma por
transportadores de membrana. A barreira hematoencefálica está
presente em todo o SNC, com exceção de algumas áreas do
cérebro denominadas de órgãos circunventriculares. Essas áreas
monitoram mudanças homeostáticas na circulação sistêmica e
precisam ser capazes de fazê-la detectar essas mudanças e
deflagrar processos fisiológicos protetores em resposta às
alterações na homeostasia. Dentre os órgãos circunventriculares
temos a eminência mediana, a neuro-hipófise, a glândula pineal, o
órgão subcomissural, a área postrema, o órgão vascular da
lâmina terminal e o órgão subfornical.
Siga em Frente...
O LCS também é um componente protetor do SNC. Ele é um
líquido incolor, constituído principalmente por água e que
apresenta baixas concentrações de O2, glicose, cátions (Na+, K+,
Ca+2, Mg+2), ânions (Cl-, HCO3-), proteínas, ácido lático, ureia e
alguns leucócitos. É encontrado nos ventrículos cerebrais e no
espaço subaracnóideo, sendo continuamente secretado pelo
plexo coroide (região especializada nas paredes dos ventrículos).
Existem quatro ventrículos cerebrais: dois ventrículos laterais, um
em cada hemisfério cerebral; o terceiro ventrículo, uma cavidade
estreita localizada ao longo da linha mediana, superior ao
hipotálamo, entre as metades direita e esquerda do tálamo; o
quarto ventrículo, localizado anteriormente, entre a ponte e o
bulbo, e posteriormente ao cerebelo. O LCS produzido nos plexos
coroides de cada ventrículo lateral flui para o terceiro ventrículo
pelos forames interventriculares. No terceiro ventrículo, o volume
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de LCS que chegou dos ventrículos laterais se soma ao LCS
produzido pelo plexo coroide presente no teto desse ventrículo. O
LCS flui para o quarto ventrículo através do aqueduto do
mesencéfalo, somando-se ao LCS produzido pelo plexo coroide
do quarto ventrículo. Desse local, o LCS flui para o espaço
subaracnóideo através da abertura mediana e das aberturas
laterais. A partir daí, flui através do canal central da medula
espinal e do espaço subaracnóideo ao redor da superfície do
encéfalo e da medula espinal. O LCS protege o encéfalo e a
medula espinal contra choques mecânicos, atuando como um
amortecedor, absorvendo impactos e protegendo o tecido
nervoso. Esse líquido também possibilita que o encéfalo “flutue”
dentro do crânio, evitando danos por compressão ou movimentos
bruscos. Além disso, é o responsável por transportar nutrientes
essenciais e O2 para as células nervosas do encéfalo e da
medula espinal, garantindo seu funcionamento adequado e, por
remover resíduos do metabolismo celular, auxiliando na
manutenção de um ambiente interno estável.
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Figura 2 | Localização dos ventrículos no encéfalo. Fonte: adaptada de Wikimedia Commons.
Como mencionado anteriormente, o encéfalo é formado pelo
telencéfalo (cérebro) e pelo diencéfalo. Este está localizado entre
o tronco encefálico e o cérebro e consiste em tálamo, hipotálamo,
glândula pineal e hipófise. O tálamo é composto por numerosos
núcleos, um em cada hemisfério cerebral, conectados por uma
massa de substância cinzenta denominada aderência
intertalâmica. O tálamo desempenha um papel crucial na
transmissão e na integração de sinais sensoriais, servindo como
uma estação de retransmissão para as vias sensoriais que se
dirigem do corpo (a partir da medula espinal e do tronco
encefálico) ao córtex cerebral, para interpretação e percepção
consciente. O tálamo ajuda a regular os estados de consciência,
excitação e sono. Além disso, participa do controle motor,
transmitindo informações do cerebelo e do corpo estriado para o
córtex motor primário.
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O hipotálamo também faz parte do diencéfalo e localiza-se logo
abaixo do tálamo. Apresenta cerca de 12 núcleos, que formam o
centro da homeostasia e controlam várias funções corporais,
como os comportamentos motivados (sede, fome, comportamento
sexual, entre outros). As eferências do hipotálamo influenciam
várias funções do sistema nervoso autônomo, regulando a
contração tanto da musculatura lisa quanto do músculo cardíaco e
as secreções de muitas glândulas. Dessa forma, o hipotálamo
recebe informações sensoriais sobre o estado interno do corpo e
do ambienteexterno e responde ajustando a atividade do sistema
nervoso autônomo para manter a homeostase corporal. Uma das
funções principais do hipotálamo é controlar a liberação de
hormônios pela glândula hipófise, uma das principais glândulas
endócrinas do corpo. Esse controle ocorre por meio da produção
de hormônios (hormônios liberadores e inibidores) que regulam a
produção e secreção de hormônios pela hipófise e o
funcionamento de outras glândulas endócrinas no corpo, como a
tireoide, as glândulas suprarrenais e as paratireoides. Além disso,
o hipotálamo secreta dois hormônios: a vasopressina (ADH,
hormônio antidiurético), que restringe a perda de água pelos rins,
e a ocitocina, que promove as contrações uterinas durante o parto
e a ejeção do leite durante a amamentação. Esses dois
hormônios são liberados na neuro-hipófise, onde permanecem
armazenados até o estímulo para sua liberação. O hipotálamo
também atua na regulação da temperatura corporal, monitorando
as variações internas de temperatura e coordenando respostas
fisiológicas para ajustar a temperatura corporal dentro dos limites
de normalidade. Por fim, o hipotálamo tem um papel essencial na
regulação do ritmo circadiano (ciclo de aproximadamente 24h que
regula nossos padrões de sono, vigília e outros processos
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fisiológicos), coordenando e sincronizando os ritmos circadianos
internos com os ciclos ambientais de claro (luz) e escuro.
Quadro 1 | Principais funções do hipotálamo
Ativa o sistema nervoso
simpático
· Controla a liberação
de catecolaminas da
medula adrenal.
· Ajuda a manter a
concentração de glicose no
sangue, atuando no
pâncreas endócrino.
· Estimula os tremores
e a sudorese.
Mantém a temperatura corporal
Controla a osmolaridade
corporal
· Estimula a sede e o
comportamento de sede.
· Estimula a secreção
de vasopressina.
Controla as funções
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Fonte: adaptado de Silverthorn (2017).
reprodutivas
· Regula a secreção
de ocitocina (contração
uterina no parto e ejeção
do leite na amamentação).
· Controla os
hormônios tróficos da
adeno-hipófise (FSH e LH).
Controla a ingestão alimentar
· Estimula tanto centro
da saciedade quanto o da
fome.
Interage com o sistema
límbico, influenciando os
comportamentos e as emoções
Influencia o centro de controle
cardiovascular no bulbo
Secreta hormônios tróficos que
controlam a liberação de
hormônios da adeno-hipófise
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Agora que você conheceu as divisões do sistema nervoso central,
as principais características anatômicas e funcionais das
estruturas que protegem o encéfalo e a medula espinal e as
principais características morfofuncionais do diencéfalo, você é
capaz de compreender a importância do conhecimento desses
temas para uma boa atuação profissional.
Vamos Exercitar?
Após ter conhecido e aprendido a respeito das divisões do
sistema nervoso central, de quais são e como atuam as estruturas
que protegem o encéfalo e medula espinal, e de quais são as
principais características anatômicas e funcionais do diencéfalo,
vamos retornar à nossa situação-problema.
A partir de agora, consideremos que você seja Sara, uma
estudante da área de saúde que, durante um passeio ao
shopping, encontrou Ana, uma antiga vizinha. Nesse encontro,
Ana comenta com você que anda bastante preocupada com o
neto recém-nascido, cuja saúde vem enfrentando desafios desde
os primeiros meses de vida. O bebê, logo aos dois meses,
começou a apresentar sintomas como irritabilidade, vômitos
frequentes e aumento do tamanho da cabeça. A família, muito
preocupada, buscou auxílio médico e recebeu o diagnóstico de
hidrocefalia. Ana comenta, então, que o bebê precisará passar
por uma cirurgia para colocação de um “tubo” na cabeça, pois,
segundo o médico, essa condição pode trazer graves
consequências para o cérebro do bebê. Ana, muito confusa e
abalada, busca respostas para entender melhor a condição do
neto. Ela sabe que você está se graduando na área da saúde e
faz os seguintes questionamentos: "O que é a hidrocefalia? Como
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isso afeta o cérebro do meu neto? O que poderia ter causado
essa condição? Por que precisam colocar o tubo na cabeça
dele?”.
Agora você já é capaz de responder a esses questionamentos.
Vamos lá?
Primeiramente, você deve lembrar que o sistema nervoso central
é dividido em encéfalo e medula espinal. No encéfalo, estão os
ventrículos cerebrais, um sistema de cavidades interconectadas
no cérebro, preenchidas por líquido cerebrospinal (LCS). Existem
quatro ventrículos principais: dois ventrículos laterais, um terceiro
ventrículo e um quarto ventrículo, que são revestidos por células
ependimárias produtoras do LCS, que circula pelos ventrículos,
pelo espaço subaracnóideo e pelo canal central da medula
espinhal. Esse líquido proporciona um amortecimento mecânico
ao cérebro, protegendo-o contra traumas e lesões e mantendo a
flutuação do tecido cerebral. Assim, ajuda a remover resíduos
metabólicos do cérebro e a manter um ambiente químico estável.
O aumento anormal do volume de LCS nos ventrículos cerebrais
leva à sua dilatação, o que caracteriza um quadro denominado
hidrocefalia. As principais causas dessa condição são a
diminuição da absorção de LCS e a obstrução do fluxo desse
mesmo líquido. Na hidrocefalia, o acúmulo excessivo de LCS
promove a dilatação dos ventrículos cerebrais, com consequente
ampliação dos hemisférios cerebrais e aumento da pressão
intracraniana. Quando a hidrocefalia se desenvolve em bebês,
como as suturas cranianas ainda não se fundiram, os ventrículos
se expandem, as suturas cranianas se separam, ocasionando o
aumento anormal do tamanho da cabeça e abaulamento de
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fontanelas. Como o crânio é capaz de se expandir, pode não
haver aumento da pressão intracraniana, preservando o tecido
cerebral. Contudo, se não tratada, a hidrocefalia pode causar
danos cerebrais, resultando em déficits cognitivos, motores e
desenvolvimento inadequado. Em adultos, não se observa o
aumento do tamanho da cabeça, uma vez que as suturas
cranianas já estão totalmente fundidas. Nesse caso, ocorre
aumento da pressão intracraniana, cefaleia, vômitos, visão turva
ou dupla, problemas de equilíbrio e coordenação. Caso não seja
tratada, ocasiona graves danos cerebrais. O tratamento mais
comum da hidrocefalia inclui o implante cirúrgico de um desvio
(shunt), que envolve a colocação de um tubo para desviar o LCS
dos ventrículos para outra parte do corpo, como a cavidade
abdominal, onde pode ser reabsorvido, impedindo o aumento
anormal da cabeça e a manifestação de déficits neurológicos.
Saiba Mais
Divisão anatômica do sistema nervoso central
O sistema nervoso central (SNC) é composto pelo encéfalo e pela
medula espinal. O SNC é fundamental para o corpo humano, pois
integra e processa informações sensoriais, coordena atividades
motoras e é responsável pelas funções cognitivas, como
pensamento,memória e emoção. Além disso, o SNC regula
funções vitais involuntárias, como respiração, batimento cardíaco
e circulação sanguínea, mantendo a homeostase e respondendo
a estímulos internos e externos para garantir a sobrevivência e o
bem-estar do organismo.
Estrutura do sistema nervoso.
https://pt.khanacademy.org/science/health-and-medicine/human-anatomy-and-physiology/nervous-system-introduction/v/structure-of-the-nervous-system
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Divisão anatômica do encéfalo: as meninges, o líquido
cerebrospinal e a barreira hematoencefálica
Nos seres humanos, o encéfalo está envolto por estruturas
ósseas que formam o crânio e o protegem. Além dos ossos,
outras estruturas também auxiliam na sua proteção, como as
meninges, o líquido cerebrospinal e a barreira hematoencefálica.
Para saber mais sobre as sinapses e sua importância para o
organismo humano, leia a seguinte obra, disponível na Biblioteca
Virtual:
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem
integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. cap. 9, p. 280-283.
Diencéfalo (hipotálamo e tálamo)
O diencéfalo é uma estrutura central do cérebro localizada entre
os hemisférios cerebrais e o tronco encefálico. Ele se divide em
quatro partes principais: tálamo, hipotálamo e epitálamo. O tálamo
atua como um centro de retransmissão para impulsos sensoriais,
direcionando-os ao córtex cerebral. Já o hipotálamo regula
funções essenciais como temperatura corporal, fome, sede, sono
e ritmos circadianos, além de controlar o sistema endócrino por
meio da hipófise. Dessa forma, o diencéfalo é fundamental para a
integração e a regulação de funções corporais fundamentais que
mantêm a homeostase e o equilíbrio do organismo.
Para explorar mais esse tema, leia a seguinte obra disponível na
Biblioteca Virtual:
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e
fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2023. cap.
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14, p. 509-511.
Referências Bibliográficas
CURI, R.; PROCÓPIO, J. Fisiologia básica. 2. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
ESTRUTURA do sistema nervoso. Khan Academy, [s. l., s. d.].
Disponível em: https://pt.khanacademy.org/science/health-and-
medicine/human-anatomy-and-physiology/nervous-system-
introduction/v/structure-of-the-nervous-system. Acesso em: 22 abr.
2024.
NORRIS, T. L. Porth: fisiopatologia. 10. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2021.
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem
integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e
fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2023.
Aula 3
CÉREBRO
Cérebro
https://pt.khanacademy.org/science/health-and-medicine/human-anatomy-and-physiology/nervous-system-introduction/v/structure-of-the-nervous-system
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Olá, estudante! Nesta videoaula, você continuará a explorar o
sistema nervoso central, mas agora, explorará as estruturas que
compõem o cérebro, sua anatomia e as funções essenciais para o
funcionamento adequado do corpo humano. Não perca a
oportunidade de ampliar seu conhecimento e aprimorar suas
habilidades! Vamos lá!
Ponto de Partida
Nesta aula, você, estudante, conhecerá um pouco mais das
principais características anatômicas e funcionais do cérebro, que
faz parte do encéfalo. Com isso, você será capaz de reconhecer a
divisão anatômica do cérebro, bem como diferenciar e
compreender as funções de alguns de seus componentes, como o
córtex cerebral e os núcleos da base, tornando possível a
compreensão e a aplicação desses conhecimentos na sua prática
profissional. Prepare-se para mais uma jornada de muito
aprendizado! Vamos lá!
A partir de agora, você acompanhará o caso de Maria, 45 anos,
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que sofreu um acidente vascular encefálico (AVE) que afetou o
hemisfério esquerdo de seu cérebro. Após o evento, ela foi
hospitalizada e submetida a uma série de exames e avaliações,
pois apresentava dificuldade em articular palavras e formar frases,
embora compreendesse bem o que lhe era dito. Além disso, Maria
apresentava debilidade motora, com presença de fraqueza no
lado direito do corpo, especialmente no braço e na perna. No caso
de Maria, qual seria a relação dos sintomas apresentados após o
AVE com a estrutura do cérebro? Que áreas podem ter sido
afetadas com essa lesão e que implicariam no aparecimento de
todos esses sintomas?
Como você responderia a esses questionamentos? 
Vamos Começar!
O cérebro, maior região do encéfalo, preenche a maior parte da
cavidade craniana. Ele é composto por dois hemisférios que,
embora separados ao meio pela fissura sagital, estão conectados
pelo corpo caloso, uma estrutura formada por axônios que cruzam
de um lado para o outro do cérebro, permitindo que os dois
hemisférios se comuniquem e cooperem um com o outro. Com
isso, informações sensoriais, motoras e cognitivas são
compartilhadas entre ambos os lados do cérebro. Normalmente, o
hemisfério cerebral direito recebe informação de sensações e
controla o movimento do lado esquerdo do corpo, enquanto o
hemisfério cerebral esquerdo está envolvido com as sensações e
movimentos do lado direito do corpo. O cérebro pode ser dividido
em quatro lobos (frontal, parietal, temporal e occipital), nomeados
de acordo com os ossos do crânio onde cada um está localizado.
A superfície do cérebro apresenta uma aparência enrugada, com
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ranhuras denominadas de sulcos, que dividem circunvoluções
chamadas de giros.
Figura 1 | Lobos cerebrais. Fonte: adaptada de Wikimedia Commons.
O cérebro é formado pela substância cinzenta, mais externa, e
pela substância branca, mais interna. A substância cinzenta
cerebral pode ser dividida em três regiões principais: o córtex
cerebral, os núcleos da base e o sistema límbico. O córtex
cerebral é a camada mais externa do cérebro, com apenas alguns
milímetros de espessura, apresentando neurônios dispostos em
camadas distintas, e sendo responsável por funções cognitivas
complexas, processamento sensorial e controle motor.
Funcionalmente, o córtex cerebral pode ser dividido em: áreas
sensoriais, que recebem informações sensoriais e traduzem em
percepção (consciência); áreas motoras, que controlam a
execução de movimentos voluntários; e áreas de associação, que
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integram as informações de áreas sensoriais e motoras.
 
Áreas sensoriais
As informações sensoriais chegam às áreas sensoriais primárias
no córtex cerebral, oriundas de receptores periféricos.
Geralmente, adjacentes às áreas sensoriais primárias, estão as
áreas de associação sensoriais, que podem tanto receber
aferências das áreas sensoriais primárias como de outras regiões
do encéfalo, integrando as informações sensoriais e gerando
padrões de reconhecimento e conscientização.
Ocórtex sensorial primário (córtex somatossensorial primário)
está localizado no lobo parietal, imediatamente posterior ao sulco
central. Os neurônios dessa área recebem informações sensoriais
de receptores tato, pressão, vibração, dor, prurido e posição do
corpo (propriocepção). As informações sensoriais relacionadas
com visão, audição, olfato e gustação chegam a outras regiões do
córtex cerebral, onde são processadas.
O córtex visual, localizado no lobo occipital, recebe informações
dos olhos, a partir de fotorreceptores presentes na retina. O córtex
auditivo, localizado no lobo temporal, recebe informações
relacionadas à audição. O córtex olfatório, também localizado no
lobo temporal, recebe informações dos quimiorreceptores
localizados no epitélio olfatório no teto da cavidade nasal. O
córtex gustatório, localizado mais profundamente no hemisfério,
perto da borda do lobo frontal, recebe informações sensoriais
originadas em receptores presentes principalmente nos botões
gustatórios do dorso da língua.
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Áreas motoras
O córtex motor é responsável pelo planejamento, pelo controle e
pela execução dos movimentos voluntários. Está localizado
principalmente no lobo frontal e é composto por várias áreas
distintas, cada uma com funções específicas. As principais áreas
motoras incluem o córtex motor primário, o córtex pré-motor e a
área motora suplementar. O córtex motor primário está localizado
no giro pré-central do lobo frontal. Seus neurônios comandam os
movimentos voluntários, controlando os neurônios motores
somáticos no tronco encefálico e na medula espinal. Cada região
do córtex motor primário controla as contrações voluntárias de
músculos ou grupos de músculos esqueléticos no lado oposto do
corpo.
O córtex pré-motor, localizado anteriormente ao córtex motor
primário, é responsável por enviar informações para o córtex
motor primário, que, por sua vez, planeja os movimentos que
promovem a contração de músculos específicos, permitindo a
realização de movimentos como tocar um instrumento musical e
digitar. Assim, o córtex pré-motor está envolvido no planejamento
e na preparação de movimentos, especialmente aqueles que são
complexos e requerem coordenação de múltiplos grupos
musculares, sendo também importante para a aprendizagem de
novas habilidades motoras e para a execução de movimentos
baseados em estímulos externos (como resposta a um sinal visual
ou auditivo).
A área motora suplementar, superior ao córtex pré-motor, na face
medial do hemisfério cerebral, está estreitamente ligada ao córtex
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pré-motor e ao córtex motor primário. Está envolvida na
coordenação de movimentos bilaterais e sequenciais, como
caminhar ou tocar um instrumento, sendo também importante na
execução de movimentos internos, ou seja, aqueles autoiniciados
e não necessariamente desencadeados por estímulos externos.
Siga em Frente...
Áreas de associação
Cada uma das áreas sensoriais e motoras do córtex está
conectada a uma área de associação próxima envolvida com a
integração de informação sensorial ou motora. Essas áreas não
recebem a informação sensorial diretamente nem originam
comandos motores, mas são responsáveis por interpretar
aferências sensoriais provenientes de outros locais do córtex
cerebral e planejar, preparar e ajudar a coordenar a eferência
motora. Assim, são responsáveis por funções cognitivas
superiores, como percepção, pensamento, memória, linguagem e
planejamento. As áreas de associação estão conectadas entre si
por fibras de associação. Fazem parte das áreas de associação:
Área de associação visual: localizada no lobo occipital é
responsável por integrar e processar informações visuais
complexas provenientes do córtex visual primário, permitindo
o reconhecimento de formas, cores, movimentos e objetos.
Área de associação auditiva: localizada no lobo temporal,
está relacionada com o processamento e a interpretação de
informações auditivas, facilitando a compreensão de sons,
linguagem e música.
Área de associação somatossensorial: localizada no lobo
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parietal, é responsável por integrar informações táteis e
proprioceptivas, contribuindo para determinação de formato e
textura de objetos, percepção do corpo e orientação
espacial, bem como armazenamento de memórias de
experiências sensoriais somáticas pregressas, possibilitando
a comparação de sensações atuais com as experiências
prévias.
Área de associação pré-frontal: localizada na parte anterior
do lobo frontal, está envolvida em funções executivas,
planejamento, tomada de decisões, controle de
comportamento, resolução de problemas, raciocínio abstrato
e atenção, bem como na regulação das emoções e no
comportamento social.
Área de reconhecimento facial: localizada na porção inferior
do lobo temporal, é responsável por receber informações da
área de associação visual, armazenando informações sobre
faces e possibilitando o reconhecimento facial das pessoas.
Córtex orbitofrontal: localizado no lobo frontal, é responsável
por processar recompensas, tomada de decisão e regulação
emocional e, desse modo, influenciar o comportamento
social e a tomada de decisão baseada em avaliações
emocionais e de recompensa.
Área de Wernicke: localizada nos lobos temporal e parietal
esquerdos, é responsável pela interpretação do significado
da fala por meio do reconhecimento das palavras
pronunciadas. As regiões no hemisfério cerebral direito que
correspondem a essa área no hemisfério cerebral esquerdo,
também contribuem para a comunicação verbal ao
acrescentar conteúdo emocional, como raiva ou alegria, às
palavras pronunciadas.
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Figura 2 | Córtex cerebral. Fonte: adaptada de Wikimedia Commons.
As áreas funcionais do córtex cerebral de ambos os lados do
cérebro, embora sejam similares, podem, algumas vezes, ser
funcionalmente diferentes. Como a especialização funcional não é
simétrica no córtex cerebral, cada lobo tem funções especiais que
não são compartilhadas com o lobo correspondente do lado
oposto, o que é denominado lateralização cerebral da função
ou dominância cerebral (dominância do cérebro
direito/dominância do cérebro esquerdo).
Nesse sentido, o cérebro direito é predominantemente
responsável pela linguagem, pelo raciocínio lógico, pelas
habilidades analíticas e pelo processamento sequencial. Abriga
áreas críticas como a Área de Broca (produção da fala) e a Área
de Wernicke (compreensão da linguagem). Já o cérebro esquerdo
está mais envolvido no processamento espacial, no
reconhecimento de padrões, na percepção musical, na intuição e
nas habilidades artísticas. É essencial para a percepção holística
e para a interpretação de contextos emocionais. Geralmente, o
cérebro esquerdo é dominante para pessoas destras e o direito
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para a maioria das pessoas canhotas. Contudo, habilidades
normalmente relacionadas a um lado do córtex cerebral podem
ser desenvolvidas pelo outro lado do cérebro,

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