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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA / ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 3. Organização administrativa: centralização, descentralização, concentração e desconcentração; organização administrativa da União; administração direta e indireta; agências executivas e reguladoras. 8. Inovações introduzidas pela Constituição de 1988: agências executivas; serviços essencialmente públicos e serviços de utilidade pública; delegação de serviços públicos a terceiros; agências reguladoras; convênios e consórcios. 10. Ética e cidadania. 11. Lei de Improbidade Administrativa (lei 8.429/92) e suas alterações. A atividade administrativa consiste na gestão de bens e interesses qualificados da comunidade, de âmbito fede- ral, estadual ou municipal, segundo os preceitos do Direi- to e da Moral, visando ao bem comum. A Administração Pública fica responsável pela EXE- CUÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO, ou seja, seus órgãos, enti- dades e agentes públicos ficarão responsáveis por tornar efetivos os compromissos do Estado brasileiro para com a sociedade. Ou seja, é quem efetivará a garantia dos direitos sociais previstos no art. 6º da CF/88: saúde, edu- cação, lazer, moradia, previdência, assistência, segurança pública, transporte, alimentação, trabalho. Representa toda atividade desenvolvida pela Adminis- tração, protegendo os interesses da coletividade e decor- re do fato de o Brasil ser uma República, em que toda atividade desenvolvida deve privilegiar a coisa pública. Desse modo, a atuação da Administração Pública divide- se em direta e indireta. a) Administração Direta: Formada por entidades políticas (também conhecidas por entidades federativas) que recebem as suas atribuições da própria Constituição Federal. São consideradas pessoas jurídicas de direito público interno (possuem poderes políticos). São elas: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. b) Administração Indireta: Formada por entidades admi- nistrativas que exercem suas competências conforme estabelecida na lei que as instituiu (elas não detêm poderes políticos e nem legislam). São elas: Autarqui- as, Fundações, Sociedades de Economia Mista e Em- presas Públicas. Formas de prestação da atividade administrativa: a) Centralizada: Atividade prestada pela Administração Direta, composta por entes políticos. Ocorre sempre que a titularidade e execução do serviço for realizada pelo próprio ente federativo sem passar por interposta pessoa. b) Descentralizada: Ao contrário do que ocorre com a centralização, entre a pessoa federativa competente (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) e o ci- dadão beneficiário da atuação estatal haverá uma pessoa interposta, qual seja, a entidade descentraliza- da. Retira a atividade do núcleo e transfere para outra pessoa jurídica, seja da administração indireta ou par- ticular. As concessionárias, permissionárias, SESC, SESI, SENAI e outros, não compõem a administração indireta, pois se tratam de particulares, até mesmo se enquadrando como paraestatais. Ex: INSS; FUNASA, FUNAI, Banco do Brasil, Caixa Eco- nômica Federal, Petrobrás. c) Desconcentrada: Divisão de atividades dentro da mesma pessoa jurídica, por meio do poder hierárquico. Existe hierarquia dentro da pessoa jurídica, diferente da descentralização, em que só há fiscalização. Ex: Ministros e Ministérios; Secretários e Secretarias; Procuradores e Procuradorias. Modalidades de Descentralização: A transferência da execução do serviço público pode ser feita por OUTORGA ou por DELEGAÇÃO. Entretanto, há diferenças relevantes entre os institutos. A outorga só pode ser realizada por lei, enquanto a delegação pode ser por lei, por contrato ou por ato administrativo. a) Outorga: Transferência de titularidade, que só é possí- vel através de lei. A doutrina majoritária entende que só pode ser transferida à Administração Indireta de Di- reito Público (autarquias e fundações públicas). b) Delegação: Transferência apenas da execução da obra ou serviço. A Administração detém a titularidade. Pode ser feita por lei (para as pessoas jurídicas de direito privado) ou por contrato (para os particulares, como concessões e permissões de serviço público). Tam- bém é possível a delegação através de convênios ou por ato unilateral (autorização de serviço). A delegação é normalmente efetivada por prazo determinado. A organização da Administração é a estruturação das pessoas, entidades e órgãos que desempenharão as fun- ções administrativas; é definir o modelo do aparelho ad- ministrativo do Estado. Essa organização se dá normal- mente por leis e, excepcionalmente, por decretos e nor- mas inferiores. A Administração Pública brasileira hoje é dividida em direta e indireta, cada qual com as suas atribuições pró- prias. Antes de adentrarmos no estudo de cada um dos entes, faz-se necessário o entendimento acerca dos seto- res da administração existentes no País. Conforme já visto anteriormente, e partindo da ideia de que não existe hierarquia entre os entes federativos ou entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e Municí- pios) e que a própria Constituição reconheceu a autono- mia entre esses entes, é necessário observar agora como cada um deles exerce as diversas atividades administrati- vas. E isso pode ocorrer de duas formas: centralizada e descentralizada. Em resumo, distribuindo-se a atividade administrativa, tem-se: DESCONCENTRAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO - distribuição dentro da mesma pessoa jurídica - deslocamento para uma nova pessoa (pode ser físi- ca ou jurídica) - baseia-se na hierarquia (há subordinação) - não existe hierarquia, ,as há controle e fiscalização (sem subordinação) - ex: transferência entre órgãos da mesma pessoa política - ex: transferência para as pessoas da Administração Indireta ou para particula- res. Administração Indireta A administração indireta decorre da descentralização administrativa por outorga, que consiste no mecanismo onde se atribui uma atividade de interesse público a uma pessoa jurídica. Conforme já visto anteriormente, a administração indi- reta é composta pelas Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. Todas essas entidades devem obediência a um regime jurídico mínimo com normas e princípios comuns. Desse modo, para que sejam originários é necessária uma lei (art. 37, XIX da CF). É essa lei que definirá as atividades e a estruturação básica da entidade que nascerá. Uma vez criada, essas entidades terão personalidade jurídica própria, executan- do e atuando em nome próprio. Destacamos que não há hierarquia entre a administra- ção direta e indireta. O que existe é uma relação de vincu- lação, de modo que o controle finalístico (ou tutela admi- nistrativa ou supervisão ministerial) contrapõe-se à hie- rarquia, pois incide somente após a prática dos atos, por meio de verificação finalística das atividades da entidade. Todos os entes da administração direta devem total obediência aos princípios constantes no art. 37 da CF/88: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Devem realizar, como regra, licitação e concurso públi- co. O regime de pessoal pode ser o celetista (obrigatório nas Sociedades de Economia Mista e Empresa Pública) e Estatutário. Por fim, todos esses entes obedecem à regra do art. 37, XVII da CF/88, no que se refere à impossibilidade de acumulação remunerada de cargos ou empregos. Veja- mos especificamente cada um desses entes: AUTARQUIAS As autarquias são pessoas jurídicas de direito público que desenvolvem atividades administrativas típicas de Estado e gozam da liberdade administrativa nos limites da lei que as criou. Não são subordinadas a órgão ne- nhum do Estado, mas apenas controladas, tendo direitos e obrigações distintos do Estado. Os seus negócios, patrimônios e recursos são pró- prios, haja vista que desfrutam de personalidade jurídica própriacom o Poder Público, disciplinado pela Lei nº 8.987/95. E por fim, a Lei nº 11.079/04 institui a chamada parce- ria público-privada, como espécie de contrato administra- tivo que abrange duas modalidades: a concessão patroci- nada e a concessão administrativa. Concessão: Trata-se de delegação, permanecendo a titularidade do serviço nas mãos do Poder Público. Por meio de contrato administrativo, a Administração delega a outrem a execu- ção de um serviço público, para que o execute em seu próprio nome, por sua conta e risco, assegurando-lhe a remuneração mediante tarifa paga pelo usuário ou outra forma de remuneração decorrente da exploração do ser- viço. Esse é o conceito aplicável às concessões disciplina- das pela Lei nº 8.987 e que poderá ser alterado em rela- ção às parcerias público-privadas, porque, nesse caso, a remuneração por tarifa tende a deixar de ser a forma prin- cipal ou única de remuneração das empresas concessio- nárias. As características da concessão de serviço público são as mesmas já assinaladas para os demais contratos administrativos e que já eram reconhecidas para todos eles, pela doutrina e jurisprudência, muito antes de ser editado o Decreto-lei nº 2.300/86 e, depois, a Lei nº 8.666/93, que se limitaram a encampar os ensinamentos já aceitos no direito brasileiro. Embora tenha a natureza de contrato administrativo, a concessão apresenta algumas peculiaridades: - só existe concessão de serviço público quando se trata de serviço de titularidade do estado; - o poder concedente só transfere ao concessionário a execução do serviço, continuando titular do mesmo, o que lhe permite dele dispor de acordo com o interesse público; essa titularidade lhe permite alterar as cláusu- las regulamentares ou rescindir o contrato por motivo de interesse público; - a concessão tem que ser feita “sempre através de licitação”, consoante o exige o artigo 175 da CF/88; a modalidade cabível é a concorrência; - o concessionário executa o serviço em seu próprio nome e corre os riscos normais do empreendimento; ele faz jus ao recebimento da remuneração, ao equilí- brio econômico da concessão e à inalterabilidade do objeto. - a tarifa, quando cabível, tem a natureza de preço públi- co e é fixada no contrato. - o usuário tem direito à prestação do serviço; se este lhe for indevidamente negado, pode exigir judicialmen- te o cumprimento da obrigação pelo concessionário; é comum ocorrerem casos de interrupção na prestação de serviços como os de luz, água e gás, quando o usu- ário interrompe o pagamento. - a responsabilidade do concessionário por prejuízos causados a terceiros, em decorrência da execução de serviço público, é objetiva e estendeu essa norma às pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos; o poder concedente responde sub- sidiariamente. - a rescisão unilateral da concessão, antes do prazo estabelecido, é conhecida doutrinariamente sob o no- me de encampação; equivale à retomada da execução do serviço pelo poder concedente, quando a conces- são se revelar contrária ao interesse público e como toda rescisão unilateral, o concessionário faz jus ao ressarcimento dos prejuízos regularmente comprova- dos. - a rescisão unilateral por motivo de inadimplemento contratual é denominada caducidade. - é um contrato administrativo, necessariamente prece- dido de licitação. Em rigor, a modalidade de licitação utilizada deverá ser a concorrência. - será executado por pessoa jurídica ou consórcio de empresas, por sua conta e risco, e por prazo determi- nado. - as concessionárias possuem personalidade jurídica de direito privado e não estão obrigadas a fazer concurso público para contratação de seus servidores. - possuem, como regra, a responsabilidade civil objeti- va. Desde 2002 temos duas espécies de concessão: a) Concessão comum: É a antiga concessão (Lei 8987, atualizada pela Lei 11.185). - Delegação de um serviço feita pelo poder concedente a pessoa jurídica ou consórcio de empresas. Não se admite a pessoa física. - A primeira formalidade é o contrato administrativo, portanto, com prazo determinado. - A segunda formalidade é a autorização legislativa ex- pressa. - Está sujeito à licitação na modalidade concorrência (a Lei 11.079 admite concorrência com procedimento in- vertido e com lances verbais). A Lei Nacional de De- sestatização permite que os serviços do programa po- dem utilizar leilão. - Extinção do contrato de concessão: advento do tempo contratual; ato unilateral da Administração (a extinção por encampação (interesse público) depende de auto- rização legislativa e indenização) (no caso de des- cumprimento de cláusula quem indeniza é o contrata- do); judicial (única forma utilizada unilateralmente pelo contratado); amigável (acordo entre as partes); extin- ção de pleno direito (circunstâncias alheias à vontade das partes); anulação. b) Concessão Especial (PPP) – Parceria Público Privada. Embora existam várias espécies de parceria entre os setores público e privado, a Lei nº 11.079/04 reservou a expressão “parceria público-privada” para duas modalida- des específicas. Trata-se de um contrato administrativo (de parceria não tem nada), pois as partes são contratantes e não parceiras. As parcerias público-privadas foram introduzi- das no ordenamento jurídico brasileiro, em âmbito federal, por intermédio da Lei nº 11.079, de 30.12.2004. É o con- trato administrativo realizado entre o Estado e o particular para a consecução de uma atividade comum, de serviços públicos ou obras. Uma das finalidades das PPPs consiste em “antecipar investimentos que exigiriam muito tempo para serem feitos apenas com recursos públicos, dando ao parceiro privado a obrigação de adiantar recursos a serem recebi- dos no futuro, de uma vez ou em parcelas”. Ou seja, cabe à iniciativa privada realizar primeiramente os investimen- tos e a obra necessários à colocação do serviço à dispo- sição da população. Apenas após estar o serviço em ope- ração, o poder público ingressa então com recursos fi- nanceiros, seja complementando a tarifa ou remunerando integralmente o serviço prestado. As PPPs constituem espécies do gênero “concessão”, e se dividem em PPPs patrocinadas e PPPs administrati- vas, conforme definidas no art. 2º, §§1º e 2º, da Lei nº 11.079/2004: Art. 2º Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na modalidade pa- trocinada ou administrativa. §1º . Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do par- ceiro público ao parceiro privado. §2º . Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens. A norma deixa claro que a característica que distingue as PPPs das demais concessões, disciplinadas pela Lei nº 8.987/1995 (denominadas pela lei “concessões co- muns”), consiste na contraprestação pecuniária por parte da Administração Pública. Nesse sentido, dispõe o art. 2º, §3º, da Lei nº 11.079/2004: §3º . Não constitui parceria público-privada a concessão comum, assim entendida a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando não envolver contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. A legislação exige, ainda, que o vencedor da licitação para contratação por intermédio de PPP constitua socie- dade de propósito específico para o projeto, cujo controle não poderá ser alterado sem a prévia aprovação do poder público (art. 9º, Lei nº 11.079/2004). A licitação para con- tratação das PPPs deverá ser por meio da modalidade concorrência, e ser precedida de estudotécnico que com- prove a conveniência e a oportunidade de contratação pela modalidade PPP, bem como que os recursos empe- nhados pelo poder público na parceria não levarão ao descumprimento das metas estatuídas pela legislação de responsabilidade fiscal (art. 10). Permissão: É contrato de adesão, precário e revogável unilateral- mente pelo poder concedente, embora tradicionalmente seja tratada pela doutrina como ato unilateral, discricioná- rio e precário, gratuito e oneroso, intuito personae. Trata-se de delegação, permanecendo a titularidade do serviço público nas mãos do Estado. Depende sempre de licitação, conforme artigo 175 da CF/88. Seu objeto é a execução de serviço público, continuando a titularidade do serviço com o Poder Público. Assim, o serviço é execu- tado em nome do permissionário, por sua conta e risco. O permissionário sujeita-se às condições estabelecidas pela Administração e a sua fiscalização. Como ato precário, pode ser alterado ou revogado a qualquer momento pela Administração, por motivo de interesse público. Não obstante seja de sua natureza a outorga sem prazo, tem a doutrina admitido a possibilida- de de fixação de prazo, hipótese em que a revogação an- tes do termo estabelecido dará ao permissionário direito à indenização. Tem como interessados pessoas físicas ou jurídicas, não se admitindo a participação de consórcio de empre- sas privadas. É possível aplicar os dispositivos da con- cessão para permissão, aproximando os dois institutos, mantidas apenas algumas diferenças peculiares de cada um. Pode ser ato ou contrato; permissão de uso de bem público é sempre um ato; permissão de serviços públicos é sempre um contrato administrativo. Autorização: Constitui ato administrativo unilateral, discricionário e precário pelo qual o poder público delega a execução de um serviço público de sua titularidade, para que o particu- lar o execute predominantemente em seu próprio benefí- cio. Exemplo típico é o da autorização dos serviços de energia elétrica. - O ato é precário porque não tem prazo certo e deter- minado, possibilitando o seu desfazimento a qualquer tempo. - Não necessita ser precedida de procedimento licitató- rio. Sua contratação consiste em mero termo de auto- rização. - O que diferencia, basicamente, a autorização da per- missão é o grau de precariedade. A autorização de serviço público tem precariedade acentuada e não es- tá disciplinada na Lei nº 8.987/95. Em regra, é aplicada para execução de serviço público emergencial ou tran- sitório (serviços de taxi, de despachantes, de guarda particular em estabelecimentos, de pavimentação de ruas pela própria população etc.) Convênios e consórcios Quanto aos participantes, no convênio qualquer pes- soa jurídica de direito público ou pessoa jurídica de direito privado (fundação ou associação) pode ser convenente. Quanto ao consórcio podem participar pessoas jurídicas de direito público da mesma espécie, entre municípios, entre Estados, entre autarquias. - Convênio: São acordos firmados por entidades públi- cas entre si ou com organizações particulares (partíci- pes diferentes), para a realização de objetivos de inte- resses recíprocos. Utilizados para grandes obras ou serviços. - Consórcio: Acordos firmados entre entidades estatais, autarquias ou paraestatais, sempre da mesma espécie (partícipes da mesma espécie), para a realização de in- teresse comum. O consórcio público deve ser constitu- ído por meio de um contrato, surgindo, assim, uma no- va espécie de contrato administrativo. Para a celebra- ção dessa avença, a condição prévia é a subscrição do protocolo de intenções, em que os partícipes definem as diretrizes dessa associação. 01.Com relação à descentralização e à administração indireta, assinale a opção correta. A) A descentralização por colaboração ocorre quando se transfere a execução de um serviço público a pessoa jurídica de direito privado já existente, con- servando o poder público a titularidade desse servi- ço. B) Os consórcios públicos são considerados entidades da administração indireta, dotados de personalida- de jurídica de direito público, integrantes de todos os entes da Federação consorciados. C) As empresas públicas exploradoras de atividade econômica sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, com exceção do que for concernente às obrigações comerciais. D) As autarquias são entidades integrantes da admi- nistração indireta não sujeitas à tutela, tendo em vista a sua capacidade de autoadministração. E) A descentralização pressupõe a existência de, pelo menos, dois órgãos ou pessoas jurídicas entre os quais se repartem as competências. 02.Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa cor- reta. Sobre o consórcio público, nos termos da redação vigente da Lei nº 11.107/05 (a qual regulamentou o art. 241 da Constituição Federal de 1988, dispondo sobre normas gerais de contratação de consórcios pú- blicos): I. O consórcio público é a união de entes federados para a realização de objetivos e interesses comuns, como ocorre, por exemplo, quando vários municí- pios se unem em forma de consórcio para a preser- vação de área de mata que se estenda sobre os ter- ritórios de todos eles. II. O consórcio público pode se revestir tanto de per- sonalidade jurídica de direito público (associação pública), a partir da vigência das leis de ratificação do protocolo de intenções, quanto de personalidade jurídica de direito privado, desde que satisfeitos os requisitos da lei civil. Neste último caso, deverá ob- servar também as normas de direito público no que diz respeito às licitações, aos contratos, à presta- ção de contas e à admissão de pessoal por concur- so público, os quais são agentes públicos estatutá- rios. III. O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a Administração Indireta dos entes reunidos em consórcio, segundo expressa de- terminação da Lei nº 11.107/05. Contudo, caso seja instituído com personalidade jurídica de direito pri- vado, o consórcio integrará a Administração Indireta do ente federado com maior produto interno bruto. A) Está correta apenas a assertiva I. B) Estão corretas apenas as assertivas I e II. C) Estão corretas apenas as assertivas I e III. D) Estão corretas apenas as assertivas II e III. E) Estão corretas todas as assertivas. 03.A respeito de organização administrativa, assinale a opção correta. A) As organizações sociais são pessoas jurídicas de direito público que celebram contrato de gestão com o poder público para a prestação de serviços públicos de natureza social. B) São consideradas agências executivas as autarqui- as, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista que apresentam regime jurídico especial que lhes concede maior autonomia em re- lação ao ente federativo que as criou. C) Os consórcios públicos sob o regime jurídico de di- reito público são associações públicas sem perso- nalidade jurídica criadas para a gestão associada de serviços públicos de interesse de mais de um en- te federativo. D) Tratando-se de órgão público, a competência é irre- nunciável e intransferível. E) As autarquias são entidades criadas pelos entes fe- derativos para a execução atividades que requeiram gestão administrativa e financeira descentralizada, porém, o ente federativo continuará titular do servi- ço, sendo responsável, dessa forma, pelos atos pra- ticados pela autarquia. 04.Em sede de serviços públicos, considere as proposi- ções abaixo: I. Os serviços públicos que atendem toda a população administrada, sem objetivar usuários determinados, denominam-se gerais e também divisíveis. II. A retomada do serviço, antes de concluído o prazo da concessão, em decorrência de rescisão unilateral do contrato, caracteriza a encampação. III. O princípio que obriga a Administração Pública a oferecer aos usuários de seus serviços umbom tra- tamento, exigindo-se de quem presta esse serviço a urbanidade, sem o desdém daquele que o oferece, é conhecido por modicidade. IV. A incorporação dos bens da concessionária ao pa- trimônio do concedente, ao cabo da concessão, seja qual for a hipótese de extinção, diz respeito à rever- são. Diante disso, APENAS são corretos os itens A) I, II e III. B) II, III e IV. C) I e III. D) II e IV. E) I e IV. 05.A concessão de serviços públicos A) depende de prévia licitação apenas nas hipóteses em que a lei o determinar. B) transfere ao concessionário a execução do serviço, mantendo-se a sua titularidade com o poder conce- dente. C) pode ser efetuada em caráter precário, independen- temente de licitação. D) prescinde de contrato escrito, podendo ser efetuada mediante acordo informal entre o poder concedente e o concessionário. E) implica a transferência ao concessionário de todos os ônus a eles inerentes, restando o poder conce- dente isento de encargos. 06.A concessão de serviço público se dá por meio de A) lei e opera a transferência da titularidade do serviço público do Poder Público para o concessionário. B) ato administrativo unilateral e opera a transferência da titularidade do serviço público do Poder Público para o concessionário. C) contrato e opera a transferência da titularidade do serviço público do Poder Público para o concessio- nário. D) contrato e opera a transferência da execução do serviço público do Poder Público para o concessio- nário. E) ato administrativo unilateral e opera a transferência da execução do serviço público do Poder Público para o concessionário. 07.As modificações ocorridas na sociedade eventualmen- te criam a necessidade de uma reinvenção ou reenge- nharia do Estado. No caso do Brasil, com a redução do Estado ocorrida no final do século passado, em meio a um processo de privatizações, ocorreu o surgimento de pessoas jurídicas responsáveis pelo disciplinamen- to e pela fiscalização de setores do mercado. Essas entidades são denominadas A) Associações Públicas. B) Agências Executivas. C) Agências Reguladoras. D) Organizações Sociais. E) Sociedades de Economia Mista. 08.No que concerne às Agências Reguladoras, importan- tes entidades criadas para fiscalizar e regular serviços de determinados setores econômicos, assinale a afir- mativa incorreta. A) As agências devem ter necessariamente personali- dade jurídica de direito público, dotadas de inde- pendência administrativa e autonomia financeira. B) Seus dirigentes devem possuir mandatos fixos, sendo estritamente vedada a possibilidade de exo- neração ad nutum. C) As agências são autarquias ou fundações públicas que celebraram contrato de gestão com o Poder Público. D) Seus atos não podem ser revistos ou alterados pelo Poder Executivo, apenas pelo Judiciário, devendo, no entanto, agir conforme suas finalidades específi- cas. E) As agências podem existir tanto em âmbito federal quanto estadual e municipal, desde que criadas por lei. 09.Leia o fragmento a seguir: Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de_____________, com criação autorizada por lei, sob a forma de_________________-, cujas ações com direito a voto pertençam _______________ à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta. Assinale a opção cujos itens completam, corretamen- te, as lacunas do fragmento acima. A) direito público - sociedade anônima - integralmente B) direito público - sociedade limitada - integralmente C) direito público - sociedade limitada - em sua maioria D) direito privado - sociedade limitada - exclusivamente E) direito privado - sociedade anônima - em sua maioria 10.A respeito do regime jurídico da Indústria de Material Bélico do Brasil – IMBEL, empresa pública federal, as- sinale a afirmativa correta. A) Não se submete ao poder hierárquico da União, mas sofre o controle finalístico pelo Ministério da Defe- sa. B) Foi criada e pode ser extinta por lei específica, não havendo necessidade de lei para criação de empre- sas subsidiárias. C) Não se submete à fiscalização contábil, financeira e orçamentária exercida pelo Tribunal de Contas da União. D) Possui capital misto, parte público e parte privada, com maioria do capital votante nas mãos do poder público e tem forma obrigatória de sociedade anô- nima. E) Contrata seus servidores, que são estatutários, me- diante aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, para provimento de cargos efetivos. 11.Após provocação do Prefeito Municipal, sua assesso- ria jurídica informou que somente alguns entes da Administração Pública indireta poderiam ter personali- dade jurídica de direito privado. Considerando essa in- formação, determinou que fosse feito um levantamen- to dos entes que preenchiam esses requisitos. Dentre os entes que integram a Administração Pública indire- ta, referidos no Art. 37 da Constituição da República de 1988, estão enquadradas no padrão traçado pela as- sessoria jurídica: A) as autarquias e as fundações públicas; B) apenas as empresas públicas; C) as sociedades de economia mista e as empresas públicas; D) apenas as sociedades de economia mista; E) apenas as fundações públicas. 12.De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, as empresas públicas e as sociedades de economia mista integram a: A) Administração Direta e ostentam personalidade ju- rídica de direito público; B) Administração Direta e ostentam personalidade ju- rídica de direito privado; C) Administração Indireta e ostentam personalidade jurídica de direito privado; D) Administração Indireta e ostentam personalidade jurídica de direito público; E) Administração Mista e ostentam personalidade ju- rídica de direito público. 13.Em relação ao regime jurídico de uma sociedade de economia mista estadual exclusivamente exploradora de atividade econômica, é correto afirmar que: A) ostenta personalidade jurídica de direito público, seus servidores são estatutários e se submetem a concurso público, e são controladas pelo Tribunal de Contas; B) ostenta personalidade jurídica de direito privado, goza das prerrogativas processuais aplicadas à fa- zenda pública e seu pessoal não se submete a con- curso público; C) somente por lei específica é autorizada a sua insti- tuição e se submete às normas do direito privado em matéria de responsabilidade civil; D) somente por lei específica é criada, se submete à responsabilidade civil objetiva e não incide o contro- le finalístico pelo ente a que está vinculada; E) somente por lei complementar é criada, se submete à responsabilidade civil subjetiva e incide o controle finalístico pelo ente a que está vinculada. 14.O Banco do Brasil é uma estatal brasileira do tipo soci- edade de economia mista. Sobre esse modelo de or- ganização, assinale a afirmativa correta. A) É uma pessoa jurídica de direito público. B) Faz parte do processo de privatização da atividade pública. C) É criada por meio da edição de lei complementar. D) Admite exclusivamente capital público em sua composição. E) Tem o regime de pessoal regido pela CLT. 15.Determinado ente criado por lei tem personalidade jurídica de direito público, desempenha atividade típica de Estado e não fiscaliza o exercício profissional de nenhuma categoria. Após amplos debates, sua direto- ria deliberou que não mais realizaria concursos públi- cos, o que “burocratizava” muito a contratação de pes- soal, mas realizaria licitações. À luz da sistemática constitucional, esse ente tem a natureza jurídica de: A) fundação, não integrando a Administração Pública indireta, sendo parcialmente incorreta a deliberação da diretoria, pois deve realizar concurso público; B) sociedade de economia mista, integrando a Admi- nistração Pública indireta, sendo incorreta a delibe- ração da diretoria, pois deveriarealizar concurso, mas não licitação; C) autarquia, integrando a Administração Pública indi- reta, sendo parcialmente incorreta a deliberação da diretoria, pois deve realizar concurso público; D) empresa pública, integrando a Administração Públi- ca indireta, sendo incorreta a deliberação da direto- ria, pois deveria realizar concurso, mas não licita- ção; E) serviço social autônomo, integrando a Administra- ção Pública indireta, sendo correta a deliberação da diretoria em não realizar concurso público. 16.Observe os conceitos trazidos pela doutrina de Direito Administrativo para as seguintes entidades que inte- gram a Administração indireta: A. Pessoa jurídica de direito público que desenvolve atividade típica de Estado, com liberdade para agir nos limites da lei específica que a criou; B. Pessoa jurídica de direito privado, criada por autori- zação legal, sob a forma de sociedade anônima, cu- jo controle acionário pertença ao Poder Público, tendo por objetivo, como regra, a exploração de ati- vidades gerais de caráter econômico e, em algumas ocasiões, a prestação de serviços públicos. As definições expostas tratam, respectivamente, de: A) fundação pública e empresa pública; B) sociedade de economia mista e empresa pública; C) concessionária e empresa pública; D) autarquia e sociedade de economia mista; E) fundação pública e autarquia. 17.A Administração Pública Indireta decorre da descen- tralização de serviços e consiste na instituição, pelo Estado, por meio de lei, de uma pessoa jurídica a quem se atribui a titularidade e execução de determinado serviço público, como é o caso de uma: A) concessionária que presta serviço público essencial para um município; B) fundação privada que tem por objeto a capacitação e a atualização de profissionais na área da educa- ção; C) empresa pública que tem personalidade jurídica de direito público; D) Câmara Municipal que tem função precípua de pro- duzir legislação em nível municipal; E) sociedade de economia mista que tem personalida- de jurídica de direito privado. 18.Assinale a opção que apresenta as entidades que, se- gundo o texto constitucional, compõem a administra- ção indireta. A) Autarquias, empresas públicas, ministérios e tribu- nais de contas. B) Fundações públicas, empresas públicas, ministério público e tribunais de justiça. C) Sociedades de economia mista, fundações públicas e ministério público. D) Autarquias, empresas públicas, fundações públicas e sociedades de economia mista. E) Sociedades de economia mista, autarquias, agên- cias reguladoras e tribunais de contas. 19.Sobre as agências executivas, analise as afirmativas a seguir. - Não são uma nova espécie de pessoa jurídica, dis- tinta daquelas previstas na Constituição da Repú- blica como integrantes da Administração Pública. - Trata-se apenas de uma qualificação que o poder público poderá conferir a determinadas entidades. Assinale a opção que apresenta as entidades que po- dem receber tal qualificação. A) Autarquias e fundações públicas. B) Sociedades de economia mista e organizações da sociedade civil de interesse público. C) Fundações públicas e serviços sociais autônomos. D) Empresas públicas e organizações sociais. E) Organizações sociais e autarquias. 20.João, advogado de um grande escritório, foi incumbido de identificar a natureza jurídica de determinado ente da Administração Pública indireta. Após amplas pes- quisas, constatou que a lei autorizou a instituição des- se ente, cujo capital somente pode pertencer ao ente federativo instituidor e a outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como a entidades da Ad- ministração indireta. À luz da ordem jurídica brasileira, constitucional e in- fraconstitucional, é correto afirmar que esse ente tem a natureza jurídica de A) autarquia. B) sociedade de economia mista. C) fundação pública. D) empresa pública. E) sociedade de mera participação do Estado. 21.Com relação às Sociedades de Economia Mista Fede- rais, analise os itens a seguir. I. São pessoas jurídicas de direito privado. II. Possuem foro privilegiado na Justiça Federal. III. Gozam de isenção dos impostos federais, mas não dos Estaduais e Municipais. Assinale: A) se somente o item I estiver correto. B) se Somente o item II estiver correto. C) se Somente o item III estiver correto. D) se somente os itens I e II estiverem corretos. E) se todos os itens estiverem corretos. 22.De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, sociedade de economia mista pode ser conceituada como entidade integrante da Administração: A) Direta, com personalidade jurídica de direito público, criada por lei específica para desempenhar funções que, despidas de caráter econômico, sejam próprias e típicas do Estado, especialmente para a prestação de serviços públicos essenciais de responsabilidade do Poder Público; B) Direta, com personalidade jurídica de direito público, criada por autorização legal, sob qualquer forma ju- rídica adequada a sua natureza, para que o Governo exerça atividades gerais de caráter econômico; C) Indireta, com personalidade jurídica de direito priva- do, criada mediante lei específica, sob a forma de sociedade por cotas de responsabilidade limitada ou sociedade anônima, cujo controle acionário per- tença ao Poder Público, tendo por objetivo exclusi- vamente a exploração de atividades gerais de cará- ter econômico; D) Indireta, com personalidade jurídica de direito públi- co, criada por autorização legal, sob a forma de so- ciedade por cotas de responsabilidade limitada, cu- jo controle acionário pertença ao Poder Público, tendo por objetivo exclusivamente a exploração de atividades gerais de caráter econômico; E) Indireta, com personalidade jurídica de direito priva- do, criada por autorização legal, sob a forma de so- ciedade anônima, cujo controle acionário pertença ao Poder Público, tendo por objetivo, como regra, a exploração de atividades gerais de caráter econô- mico e, em algumas ocasiões, a prestação de servi- ços públicos. 23.A Constituição Federal, ao estabelecer as disposições gerais afetas à administração pública, fez menção às sociedades de economia mista e às fundações. É cor- reto afirmar que: A) as sociedades de economia mista integram a admi- nistração indireta; B) as sociedades de economia mista somente podem ser criadas por decreto; C) apenas as fundações integram a administração di- reta; D) as fundações somente podem surgir a partir de lici- tação; E) as sociedades de economia mista e as fundações integram a administração direta. 24.Dentre os diferentes tipos de serviços públicos, há aqueles classificados, pela doutrina, como de utilidade pública. Assinale a opção que apresenta característi- cas dos serviços de utilidade pública. A) São executados pela Administração Pública para atender às suas necessidades internas de rotina, possuindo caráter intrinsecamente instrumental. B) Produzem receita originária para a Administração Pública, tendo em vista sua prestação compulsória mediante o pagamento de tarifa. C) Têm sua conveniência reconhecida pelo Estado, podendo executá-los diretamente ou por terceiros, com remuneração realizada pelos usuários. D) Possuem utilização mensurável e usuário determi- nado, sendo necessário que a sua prestação seja feita por meio de um particular, tendo o seu financi- amento oriundo de taxas. E) Representam o Estado de maneira essencial, garan- tindo ao Poder Público a sua prestação exclusiva, em função da tipicidade das atividades. 25.De acordo com a doutrina de direito administrativo, os serviços públicos, quanto à maneira como concorrem para satisfazer ao interesse geral, podem ser classifi- cados como singulares (uti singuli), que são aqueles que: A) são prestados a grupamentos indeterminados de indivíduos, como pavimentação de determinada rua; B) são prestadosà sociedade como um todo, mas go- zados indiretamente pelos indivíduos, como sane- amento básico; C) podem ser prestados apenas pelo Estado direta- mente, sendo vedada a delação a terceiros, como os serviços de defesa nacional; D) são prestados à coletividade, mas usufruídos ape- nas indiretamente pelos indivíduos, como serviço de iluminação pública; E) têm por finalidade a satisfação individual e direta das necessidades dos cidadãos, como o forneci- mento de energia elétrica domiciliar. 26.Em matéria de classificação dos serviços públicos, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, é cor- reto afirmar que serviços: A) econômicos são aqueles que o Estado executa para atender aos reclamos sociais básicos e represen- tam serviços assistenciais e protetivos, como servi- ço de assistência médica e hospitalar; B) singulares (uti singuli) são aqueles cujos destinatá- rios não podem ser individualizados, sendo imensu- rável a utilização por cada um dos indivíduos, como a coleta de lixo; C) administrativos são aqueles que o Estado executa para compor melhor a organização dos interesses particulares, fomentando a iniciativa privada para maior arrecadação tributária e oferta de empregos; D) coletivos (uti universi) são aqueles prestados a gru- pamentos indeterminados de indivíduos, de acordo com as opções e prioridades da Administração, e em conformidade com os recursos de que disponha, como a iluminação pública; E) delegáveis são aqueles que, por sua natureza ou pe- lo fato de assim dispor o ordenamento jurídico, so- mente podem ser executados diretamente pelo po- der público, como os serviços de defesa nacional. 27.Assinale a alternativa que apresenta exemplos de ser- viços de utilidade pública. A) Segurança e saúde pública. B) Transporte coletivo e energia elétrica. C) Telefonia e educação pública D) Defesa nacional e esporte E) Polícia e fornecimento de gás 28.Com relação à administração direta, realizada segundo os níveis que compõem a nossa forma de Estado, ana- lise as afirmativas a seguir. I. Na esfera municipal é realizada pela prefeitura e seus eventuais órgãos de assessoria e pelas secre- tarias municipais. II. Na esfera estadual é realizada pela governadoria e seus órgãos de assessoria e pelas secretarias esta- duais. III. Na esfera federal é realizada pela Presidência da República e seus órgãos de assessoramento imedi- ato ou de consulta e pelos ministérios. Assinale: A) se somente a afirmativa I estiver correta. B) se somente a afirmativa II estiver correta. C) se somente a afirmativa III estiver correta. D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 29.A função pública deve ser exercida segundo os precei- tos estabelecidos pela Administração Pública, tendo, como parâmetro, o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, ma- terializado por meio do Decreto nº 1171/94. Com base no Decreto nº 1171/94, assinale a opção que indica um dever fundamental do servidor público. A) Postergar a prestação de contas, quando for neces- sário ao interesse social. B) Respeitar à igualdade, afastando-se de comporta- mentos que podem favorecer a hierarquia funcional. C) Apresentar-se ao trabalho com vestimentas que considere mais confortáveis. D) Facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por quem de direito. E) Exercer suas atribuições com calma e tranquilidade, sem apressar-se diante de imprevistos. 30.Ao longo da história, os estudos relacionados à ética deram origem a diversos conceitos e classificações sobre o termo. Acerca do apresentado, considere a si- tuação na qual um policial, sozinho, encontra uma car- teira no meio da rua, com elevada quantia em dinheiro, e decida devolvê-la a seu dono, em respeito ao dever, independentemente de qualquer recompensa ou risco de punição. Sobre a situação narrada, assinale a opção que indica o conceito de ética no qual se baseou a ação do polici- al. A) Relativista. B) Formal. C) Utilitarista. D) Empírico. E) Proporcional. 31.Promover a motivação das pessoas que atuam nas organizações nem sempre é uma atividade trivial, ten- do sido, por isso, objeto de diversos estudos por espe- cialistas. Assinale a opção que se relaciona correta- mente com a teoria motivacional dos dois fatores, de Frederick Herzberg. A) A satisfação das necessidades dos empregados deve ser realizada respeitando a hierarquia. B) Os comportamentos desejáveis devem ser incenti- vados por meio de reforços positivos. C) O grau de atividade da valência é responsável por propiciar ou não a expectativa. D) Os elementos higiênicos são responsáveis por evi- tar a insatisfação. E) A comparação com os pares é a base para a análise de compatibilidade entre os esforços e as retribui- ções. 32.Com base nas características utilizadas usualmente para a conceituação dos termos ética e moral, assinale a afirmativa correta. A) A ética é uma normatização de comportamentos, enquanto a moral é uma disciplina filosófica. B) A ética possui caráter científico, enquanto a moral tem caráter prático. C) A ética possui caráter temporal, enquanto a moral tem caráter permanente. D) A ética está relacionada ao costume, enquanto a moral à qualidade do ser. E) A ética é cultural, enquanto a moral é teórica. 33.No contexto da organização administrativa do Estado, e a responsabilidade pela instrumentalização das dire- trizes estatais, a Polícia Militar do Ceará é um exemplo de A) órgão público. B) entidade administrativa. C) fundação concedente. D) entidade política. E) associação pública. 34.Considere uma situação na qual o Governo do Ceará tenha a intenção de criar uma empresa pública de fo- mento, visando a auxiliar o desenvolvimento do Esta- do. Acerca dessa empresa pública, assinale a afirmati- va correta. A) Será uma pessoa jurídica de direito privado, deven- do sua criação ser autorizada por lei. B) Será uma pessoa jurídica de direito público, deven- do ser criada por lei específica. C) Será um consórcio interno, devendo ser criado por decreto. D) Será uma delegatária, devendo ser instituída por convênio. E) Não possuirá personalidade jurídica, devendo ter a criação autorizada por portaria. 35.Acerca da organização administrativa, analise as afir- mativas a seguir. I. As autarquias devem ser criadas com o objetivo precípuo de explorar atividade econômica de utili- dade pública. II. As fundações públicas possuem natureza jurídica de organização social. III. As sociedades de economia mista podem ser res- ponsáveis pela prestação de serviços públicos. Está correto o que se afirma em A) I, apenas. D) I e II, apenas. B) II, apenas. E) I e III, apenas. C) III, apenas. 36.As agências reguladoras são importantes inovações do Estado brasileiro, idealizadas, no contexto da re- forma gerencial de 1995, com o intuito de regular ati- vidades de determinados setores da economia. Acerca das agências reguladoras, é correto afirmar que elas foram criadas por meio do processo conhecido por A) desconcentração. D) centralização. B) concentração. E) privatização. C) descentralização. 37.Embora cada empresa tenha sua peculiaridade, exis- tem atividades que são indispensáveis para os gesto- res, sendo conhecidas como funções administrativas. Assinale a opção que apresenta corretamente as fun- ções administrativas. A) Planejamento, organização, coordenação e coerção. B) Planejamento, organização, direção e controle. C) Organização, coordenação, controle e inovação. D) Coordenação, decisão, motivação e planejamento. E) Direção, premeditação, coerção e coordenação. 38.Ao analisar a estrutura de uma organização típica, é possível identificar a existência de três níveis hierár- quicos: o tático, o operacional e o estratégico. Saben- do que cada umdesses níveis é responsável por fun- ções específicas na estrutura organizacional, o nível operacional tem foco, essencialmente, no A) longo prazo e em unidades específicas. B) longo prazo e nas diretrizes departamentais. C) médio prazo no ambiente interno. D) curto prazo e no ambiente externo. E) curto prazo e em tarefas. 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 A A D D B D C C E A 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 C C C E C D E D A D 21 22 23 24 25 26 27 28 28 30 A E A C E D D D D B 31 32 33 34 35 36 37 38 — — D B A A C C B E — — 1. ÉTICA E MORAL Os doutrinadores estão cada vez mais preocupados em conceituar e ao mesmo tempo diferenciar os concei- tos de ética e moral. Trata-se de uma preocupação da sociedade contemporânea, no intuito de definir aquilo que deve ser protegido e garantido pelo Estado. A ética é uma ciência de estudo da filosofia e, durante toda a história, vários pensadores se ocuparam de enten- dê-la, visando à melhoria nas relações sociais. As normas éticas revelam a melhor forma de o homem agir durante o seu relacionamento com a sociedade e em relação a si mesmo. Vejamos algumas diferenças entre os dois institutos: ÉTICA - Ética é a parte da filosofia que se ocupa do estudo do comportamento humano e investiga o sentido que o homem dá a suas ações para ser verdadeiramente fe- liz e alcançar, como diriam os gregos, o "Bem viver". - A palavra ética deriva do grego ethos, e significa "com- portamento". Heidegger dá ao termo ethos o significa- do de "morada do ser". - A ética pode ser dividida em duas partes: ética norma- tiva e metaética. A primeira propõe os princípios da conduta correta, enquanto a Segunda investiga o uso de conceitos como bem e mal, certo e errado etc. - Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, ÉTICA é "o estudo dos juízos de apreciação que se re- ferem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto”. MORAL - O termo moral deriva do latim — mos —, e significa costumes. A moral é a "ferramenta" de trabalho da éti- ca. Sem os juízos de valor aplicados pela moral, seria impossível determinar se a ação do homem é boa ou má. - Moral é o conjunto de normas, livre e consciente, ado- tado que visa organizar as relações das pessoas, ten- do como base o bem e o mal, com vistas aos costu- mes sociais. - Apesar de serem semelhantes, ética e moral são ter- mos aplicados diferentemente. Enquanto ÉTICA trata o comportamento humano como objeto de estudo e normatização, procurando tomá-lo o mais abrangente possível, MORAL se ocupa de atribuir um valor à ação. Esse valor tem como referências as normas e concei- tos do que vem a ser bem e mal baseados no senso comum. - Alguns diferenciam ética e moral de vários modos: • Ética é princípio, moral são aspectos de condutas específicas; • Ética é permanente, moral é temporal; • Ética é universal, moral é cultural; • Ética é regra, moral é conduta da regra; • Ética é teoria, moral é prática. 2. ÉTICA: Princípios e valores Após os esclarecimentos acerca dos conceitos e dife- renças entre ética e moral, devemos esclarecer que, sen- do a ética uma moral positivada é preciso definir os prin- cípios e valores que o norteiam. Princípios - Princípio é onde alguma coisa ou conhecimento se origina. Também pode ser definido como conjunto de regras ou código de (boa) conduta pelos quais alguém governa a sua vida e as suas ações. Valores - Nas mais diversas sociedades, independentemente do nível cultural, econômico ou social em que estejam in- seridas, os valores são fundamentais para se determi- nar quais são as pessoas que agem tendo por finali- dade o bem. 3. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS RELACIONADOS À ÉTICA Função pública é a competência, atribuição ou encar- go para o exercício de determinada função. Ressalta-se que essa função não é livre, devendo, portanto, estar o seu exercício sujeito ao interesse público, da coletividade ou da Administração. É importante relacionar ética com função pública por- que a Administração Pública se exterioriza por intermédio de seus agentes públicos, de modo que um comporta- mento antiético por parte destes certamente prejudicará a imagem do serviço público. Os princípios constitucionais devem ser observados para que a função pública se integre de forma indissociá- vel ao direito. Vejamos os principais princípios destaca- dos no art. 37 da CF/88: a) Legalidade: todo ato administrativo deve seguir fiel- mente os meandros da lei. Este princípio garante a se- gurança jurídica. b) Impessoalidade: aqui é aplicado como sinônimo de igualdade, de modo que todos devem ser tratados de forma igualitária e respeitando o que a lei prevê. Os agentes públicos, no exercício de sua função pública, não podem utilizar sua vontade pessoal nos seus atos. c) Moralidade: consiste no respeito ao padrão moral para não comprometer os bons costumes da sociedade. Di- ficilmente é possível desmembrá-lo do princípio da im- pessoalidade. d) Publicidade: refere-se à transparência de todo ato pú- blico, salvo os casos previstos em lei, tais como inti- midade e necessidade de segurança nacional. e) Eficiência: ser o mais eficiente possível na utilização dos meios que são postos a sua disposição para a execução do seu mister. Este princípio é o mais recen- te, já que foi inserido através da EC nº 19/98, que tra- tou da reforma administrativa do Estado brasileiro. 4. ÉTICA E ATIVIDADE POLICIAL A aplicação da ética impele que a ação policial seja desenvolvida com fundamento no respeito da dignidade da pessoa humana, dos quais os Direitos Humanos é pressuposto inerente e desempenhada de tal forma que não colida com os direitos e garantias individuais, na concepção constitucional de que não são limitados por rol taxativo. Como ela se materializa através da ação do policial, está suscetível aos caprichos da imperfeição humana, cujo aperfeiçoamento se traduz na preocupação primeira da ética. O homem constrói os seus valores éticos fundamen- tais (justiça, probidade, honestidade, benevolência, cordia- lidade, respeito, autodisciplina, moderação, amizade, ge- nerosidade, diligência, imparcialidade, confiança, compai- xão, prudência, cooperação, coragem, lealdade, tolerân- cia) ao longo de seu amadurecimento como ser humano, no relacionamento com a família, amigos e na escola. Os valores e princípios éticos que o policial precisará para resolver os dilemas que irá defrontar na sua labuta diária, os quais servirão como fundamento para o seu correto discernir no momento em que estiver diante de um confli- to de valores, em que terá de decidir na situação concreta, sobre qual valor deverá predominar, só serão desenvolvi- dos pelo conhecimento teórico, através da formação e capacitação, e pelo conhecimento prático, durante a sua carreira na instituição, por meio da experiência profissio- nal. Por aí se vê que a ética, considerada como uma das áreas mais importantes da tradicional filosofia, é tema que desperta interesse na sociedade e na polícia, pois diariamente o policial se defronta com um problema que muitas vezes não é fácil encontrar solução e que leva a uma reflexão ética. Isto ocorre tanto no âmbito da sua vida privada, quando analisa situações de seu próprio interesse, cujos efeitos da decisão atingem somente a sua pessoa, mas que pode também trazer repercussão na sua instituição; quanto no âmbito público, quando, por exemplo, tem que decidir, como representante do Estado, assunto que vai alcançar o interesse de outrem ou de uma coletividade.O entendimento reinante é de que o Código de Ética surge como alternativa de corrigir certas anomalias de condutas de que padecem diversos setores do serviço público, que não são superadas pelas normas disciplina- res. O seu propósito é acabar com os atos de desrespeito ao ser humano, usuário do sistema público, que algumas vezes é encarado pelo servidor público como sendo um inimigo ou adversário. A ética nos ajuda a entender que um bom profissional inclui aqui o policial militar, não é aquele que age como uma máquina, cumprindo ordens inconscientemente e deixando de impor limites entre os mundos profissional e pessoal. A intimidade nas relações éticas e militarismo conduz a um número elevado de normas éticas. Não é possível examiná-las todas, todavia alguns pontos óbvios podem ser facilmente salientados. Quanto para qualquer policial ou autor social o come- timento de um delito ou uma conduta fora dos padrões socialmente prováveis será reconhecido como falta de moral ou antiético. O Estado, como pessoa, é uma ficção, sendo a Polícia Militar um órgão despersonalizado consti- tuído de homens para ordenar a vida em sociedade. Com isso, percebe-se a sutileza, de que ético deve ser as pes- soas que integram as corporações e não a corporação como um órgão estatal. Tal postura faz com que o cidadão vá perdendo a fé nas instituições e aceitando como normais os maus tra- tos recebidos, imaginando que os servidores estejam no exercício regular de um direito de não serem incomoda- dos com os seus problemas. 5. ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA Os servidores públicos estaduais, categoria na qual se incluem os servidores policiais militares, estão submissos as normas éticas, deontológicas, regimentais e disciplina- res dispostas aos funcionários públicos estaduais de uma forma geral e, algumas vezes, em particular. A Lei nº 13.407/2003, institui o Código Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Ceará e do Corpo de Bombei- ros Militar do Estado do Ceará, em que trata da Deontolo- gia Policial Militar, dos valores policiais militares e de seus deveres. Nesse normativo é possível constatar a necessidade de cumprimento de preceitos, sob pena de responsabilidade disciplinar, com a condenação nas san- ções dispostas. Vejamos alguns dispositivos importantes acerca do normativo: Da Deontologia Policial-Militar No tocante à atividade policial, algumas iniciativas pa- ra definição de um código de ética policial foram realiza- das por algumas organizações policiais do mundo, geral- mente fundamentadas nas normas gerais definidas por organismos internacionais ligados à proteção dos direitos humanos, das quais se destacam a “Declaração Universal de Direitos Humanos da ONU”, editada após o término da Segunda Guerra Mundial; o “Código de Conduta para fun- cionários de fazer cumprir a lei”, editada através da Reso- lução nº 34/169, da Assembleia Geral da ONU; a “Conven- ção Interamericana de Direitos Humanos”, conhecida como “Pacto de São José”; e a “Declaração sobre a Polí- cia”, adotada pela Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, na 31ª Sessão Ordinária, em 08 de maio de 1979, mediante a Resolução nº 690/1979. No âmbito policial, convém citar a “Ata da Polícia Me- tropolitana de Londres”, de 1829; o “Projecto de Código Deontológico do Serviço Policial”, datado de 2000, do Ministério de Administração Interna de Portugal; e o “Có- digo de Ética da Polícia de Investigações do Chile”. Em relação à Polícia Militar do Estado do Ceará, o art. 6º do citado normativo trata da matéria. Vejamos: Art. 6º - A deontologia militar estadual é constituída pelos valores e deveres éticos, traduzidos em normas de conduta, que se impõem para que o exercício da profissão do militar estadual atinja plenamente os ideais de realiza- ção do bem comum, mediante: I - relativamente aos policiais militares, a preservação da ordem pública e a garantia dos poderes constituídos; II - relativamente aos bombeiros militares, a proteção da pessoa, visando sua incolumidade em situações de risco, infortúnio ou de calamidade. § 1º. Aplicada aos componentes das Corporações Mili- tares, independentemente de posto ou graduação, a deon- tologia policial-militar reúne princípios e valores úteis e lógicos a valores espirituais superiores, destinados a ele- var a profissão do militar estadual à condição de missão. § 2º - O militar do Estado prestará compromisso de honra, em caráter solene, afirmando a consciente aceita- ção dos valores e deveres militares e a firme disposição de bem cumpri-los. Dos Valores Militares Estaduais Art. 7º - Os valores fundamentais, determinantes da moral militar estadual, são os seguintes: I - o patriotismo; II - o civismo; III - a hierarquia; IV - a disciplina; V - o profissionalismo; VI - a lealdade; VII - a constância; VIII - a verdade real; IX - a honra; X - a dignidade humana; XI - a honestidade; XII - a coragem. Dos Deveres Militares Estaduais A autonomia policial é influenciada pela discricionari- edade característica da ação do policial e, portanto, am- parada pelos critérios de profissionalismo acima comen- tados. O policial encarregado das funções de Polícia Ju- diciária e Administrativa não está ligado a métodos rígi- dos de investigação, pois a todo o momento se depara com situações novas, previsíveis e imprevisíveis, em que deverá exercitar a sua criatividade para superá-las, de- vendo agir amparado da autonomia que é natural a sua atividade. É óbvio que a sua ação só será considerada válida sob o ponto de vista ético se respeitar a dignidade da pessoa humana e os seus direitos fundamentais. Vejamos o disposto na lei acerca dos deveres policiais militares no Estado do Ceará: Art. 8º - Os deveres éticos, emanados dos valores mili- tares estaduais e que conduzem a atividade profissional sob o signo da retidão moral, são os seguintes: I - cultuar os símbolos e as tradições da Pátria, do Es- tado do Ceará e da respectiva Corporação Militar e zelar por sua inviolabilidade; II - cumprir os deveres de cidadão; III - preservar a natureza e o meio ambiente; IV - servir à comunidade, procurando, no exercício da suprema missão de preservar a ordem pública e de prote- ger a pessoa, promover, sempre, o bem estar comum, dentro da estrita observância das normas jurídicas e das disposições deste Código; V - atuar com devotamento ao interesse público, colo- cando-o acima dos anseios particulares; VI - atuar de forma disciplinada e disciplinadora, com respeito mútuo a superiores e a subordinados, e com pre- ocupação para com a integridade física, moral e psíquica de todos os militares do Estado, inclusive dos agregados, envidando esforços para bem encaminhar a solução dos problemas surgidos; VII - ser justo na apreciação de atos e méritos dos su- bordinados; VIII - cumprir e fazer cumprir, dentro de suas atribui- ções legalmente definidas, a Constituição, as leis e as ordens legais das autoridades competentes, exercendo suas atividades com responsabilidade, incutindo este senso em seus subordinados; IX - dedicar-se em tempo integral ao serviço militar es- tadual, buscando, com todas as energias, o êxito e o aprimoramento técnico-profissional e moral; X - estar sempre disponível e preparado para as mis- sões que desempenhe; XI - exercer as funções com integridade e equilíbrio, segundo os princípios que regem a administração pública, não sujeitando o cumprimento do dever a influências indevidas; XII - procurar manter boas relações com outras cate- gorias profissionais, conhecendo e respeitando-lhes os limites de competência, mas elevando o conceito e os padrões da própria profissão, zelando por sua competên- cia e autoridade; XIII - ser fiel na vida militar, cumprindo os compromis- sos relacionados às suas atribuições de agente público; XIV - manter ânimo forte e fé na missão militar, mesmo diante das dificuldades, demonstrandopersistência no trabalho para superá-las; XV - zelar pelo bom nome da Instituição Militar e de seus componentes, aceitando seus valores e cumprindo seus deveres éticos e legais; XVI - manter ambiente de harmonia e camaradagem na vida profissional, solidarizando-se com os colegas nas dificuldades, ajudando-os no que esteja ao seu alcance; XVII - não pleitear para si, por meio de terceiros, cargo ou função que esteja sendo exercido por outro militar do Estado; XVIII - proceder de maneira ilibada na vida pública e particular; XIX - conduzir-se de modo não subserviente, sem ferir os princípios de hierarquia, disciplina, respeito e decoro; XX - abster-se do uso do posto, graduação ou cargo para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros, exercer sempre a função pública com honestidade, não aceitando vantagem indevida, de qualquer espécie; XXI - abster-se, ainda que na inatividade, do uso das designações hierárquicas em: a) atividade político-partidária, salvo quando candidato a cargo eletivo; b) atividade comercial ou industrial; c) pronunciamento público a respeito de assunto mili- tar, salvo os de natureza técnica; d) exercício de cargo ou função de natureza civil; XXII - prestar assistência moral e material ao lar, con- duzindo-o como bom chefe de família; XXIII - considerar a verdade, a legalidade e a responsa- bilidade como fundamentos de dignidade pessoal; XXIV - exercer a profissão sem discriminações ou res- trições de ordem religiosa, política, racial ou de condição social; XXV - atuar com prudência nas ocorrências militares, evitando exacerbá-las; XXVI - respeitar a integridade física, moral e psíquica da pessoa do preso ou de quem seja objeto de incrimina- ção, evitando o uso desnecessário de violência; XXVII - observar as normas de boa educação e de dis- crição nas atitudes, maneiras e na linguagem escrita ou falada; XXVIII - não solicitar publicidade ou provocá-lo visando a própria promoção pessoal; XXIX - observar os direitos e garantias fundamentais, agindo com isenção, eqüidade e absoluto respeito pelo ser humano, não se prevalecendo de sua condição de autoridade pública para a prática de arbitrariedade; XXX - não usar meio ilícito na produção de trabalho in- telectual ou em avaliação profissional, inclusive no âmbi- to do ensino; XXXI - não abusar dos meios do Estado postos à sua disposição, nem distribuí-los a quem quer que seja, em detrimento dos fins da administração pública, coibindo, ainda, a transferência, para fins particulares, de tecnolo- gia própria das funções militares; XXXII - atuar com eficiência e probidade, zelando pela economia e conservação dos bens públicos, cuja utiliza- ção lhe for confiada; XXXIII - proteger as pessoas, o patrimônio e o meio ambiente com abnegação e desprendimento pessoal; XXXIV - atuar onde estiver, mesmo não estando em serviço, para preservar a ordem pública ou prestar socor- ro, desde que não exista, naquele momento, força de ser- viço suficiente; XXXV - manter atualizado seu endereço residencial, em seus registros funcionais, comunicando qualquer mudan- ça; XXXVI – cumprir o expediente ou serviços ordinário e extraordinário, para os quais, nestes últimos, esteja nomi- nalmente escalado, salvo impedimento de força maior. § 1º - Ao militar do Estado em serviço ativo é vedado exercer atividade de segurança particular, comércio ou tomar parte da administração ou gerência de sociedade empresária ou dela ser sócio ou participar, exceto como acionista, cotista ou comanditário. § 2º - Compete aos Comandantes fiscalizar os subor- dinados que apresentarem sinais exteriores de riqueza, incompatíveis com a remuneração do respectivo cargo, provocando a instauração de procedimento criminal e/ou administrativo necessário à comprovação da origem dos seus bens. § 3º - Aos militares do Estado da ativa são proibidas manifestações coletivas sobre atos de superiores, de caráter reivindicatório e de cunho político-partidário, sujei- tando-se as manifestações de caráter individual aos pre- ceitos deste Código. § 4º - É assegurado ao militar do Estado inativo o direi- to de opinar sobre assunto político e externar pensamen- to e conceito ideológico, filosófico ou relativo à matéria pertinente ao interesse público, devendo observar os pre- ceitos da ética militar e preservar os valores militares em suas manifestações essenciais. 6. ÉTICA NO SETOR PÚBLICO A importância da ética no setor público fez com que o legislador brasileiro criasse Códigos de Ética específicos, estipulando um regramento ético para toda a Administra- ção Pública em todas as esferas, dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. A partir da definição de um padrão de comportamento ético surge uma nova espécie de responsabilização do agente público. Considerando que a prática de uma mes- ma conduta irregular pode ocasionar a aplicação de pena- lidades diversas, adota-se atualmente a teoria da respon- sabilidade sêxtupla. RESPONSABILIDADE SÊXTUPLA DOS SERVIDORES PÚ- BLICOS Configura a chamada Responsabilidade sêxtupla dos servidores públicos, a possibilidade de o funcionário ser responsabilizado não apenas nas esferas civil, penal e administrativa, mas também no âmbito político, por cri- mes de responsabilidade; em casos de improbidade ad- ministrativa; em processos de controle, perante órgãos internos (controladorias e corregedorias) e externos (tri- bunal de contas). a) Responsabilidade CIVIL por indenização: reparação de dano. b) Responsabilidade PENAL: apuração de crime. c) Responsabilidade ADMINISTRATIVA por PAD: discipli- nar (advertência, suspensão ou demissão…). d) Responsabilidade por IMPROBIDADE ADMINISTRATI- VA: perda dos bens, ressarcimento integral, perda da função, suspensão dos direitos políticos, multa e proi- bição de contratar com a administração ou receber in- centivos. e) Responsabilidade POLÍTICA ou ÉTICA: descumprimen- to de um dever comportamental, relacionado a atos e fatos praticados na vida pública e privada, mas que in- fluenciam negativamente a vida pública. f) Responsabilidade por CONTROLE: corregedoria (inter- no) e tribunal de contas – por tomada de conta espe- cial (externo). DECRETO Nº 1.171/ 1994 (Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal). Embora seja recomendado que cada ente federativo elabore seu próprio Código de Ética, identificando suas peculiaridades e principalmente sua atividade, a União aprovou em 1994 um código padrão, que vem sendo utili- zado como base em todo o País. Trata-se do Decreto nº 1.171/94. O Código de Ética é de aplicação em todo o território nacional, integrando a Administração direta (União) e indireta (Autarquias, Fundações, Sociedades de Economia Mista e Empresa Pública). Trata de normas deontológicas fundamentais para o exercício do cargo ou função públi- ca. Por se tratar de uma lei federal, temos que sua aplica- bilidade direta será em relação à União e suas entidades, o que não impede que o mesmo seja feito em relação aos demais entes federativos (Estados, Municípios e Distrito Federal), que necessitam criar leis próprias no mesmo sentido. Ficam instituídas as Comissões de Ética, cujo objetivo é fiscalizar a conduta dos agentes, adequando ao código, bem como aplicar penalidades em caso de seu descum- primento. Destacamos algumas características das Co- missões de Ética: - Composição da Comissão de Ética: 3 servidores ou empregados de cargo efetivo ou emprego permanente, bem como seus respectivos suplentes. - Princípios Constitucionais Administrativos a serem respeitados no Código de Ética: Art. 37 da CF/88: Lega- lidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Efi- ciência. - As regras deontológicas são aplicadas ao detentor de cargo ou função. O Código de Ética é de aplicaçãoem todo o território nacional, integrando a Administração direta e indireta. Trata de normas deontológicas fundamentais para o exercício do cargo ou função pública. Ficam instituídas as Comissões de Ética, cujo objetivo é fiscalizar a conduta dos agentes, adequando ao código, bem como aplicar penalidades em caso de seu descum- primento. Destacamos algumas características das Co- missões de Ética: - Composição da Comissão de Ética: 3 servidores ou empregados de cargo efetivo ou emprego permanente, bem como seus respectivos suplentes. - Princípios Constitucionais Administrativos a serem respeitados no Código de Ética: Art. 37 da CF/88: Lega- lidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Efi- ciência. - As regras deontológicas são aplicadas ao detentor de cargo ou função. DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994 Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992, DECRETA: Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa. Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as providências necessárias à plena vigência do Código de Éti- ca, inclusive mediante a Constituição da respectiva Comis- são de Ética, integrada por três servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente. Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética se- rá comunicada à Secretaria da Administração Federal da Presidência da República, com a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes. Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publi- cação. ANEXO Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal CAPÍTULO I Seção I Das Regras Deontológicas I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nor- tear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos. II - O servidor público não poderá jamais desprezar o ele- mento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conve- niente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Fe- deral. III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a mora- lidade administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo- se, como conseqüência, em fator de legalidade. V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da socie- dade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio. VI - A função pública deve ser tida como exercício profis- sional e, portanto, se integra na vida particular de cada servi- dor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente de- clarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralida- de, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar. VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedi- cados ao serviço público caracterizam o esforço pela disci- plina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimô- nio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instala- ções ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los. X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos. XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo im- prudência no desempenho da função pública. XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações huma- nas. XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutu- ra organizacional, respeitando seus colegas e cada concida- dão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o crescimen- to e o engrandecimento da Nação. Seção II Dos Principais Deveres do Servidor Público XIV - São deveres fundamentais do servidor público: a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular; b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e ren- dimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos servi- ços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário; c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a inte- gridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum; d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletivi- dade a seu cargo; e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aper- feiçoando o processo de comunicação e contato com o pú- blico; f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princí- pios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos; g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações individuais de to- dos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião,cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral; h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal; i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá- las; j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva; l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema; m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis; n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua organização e distribuição; o) participar dos movimentos e estudos que se relacio- nem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum; p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função; q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções; r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as ins- truções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem. s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito; t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcio- nais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contra- riamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos; u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei; v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua clas- se sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento. Seção III Das Vedações ao Servidor Público XV - E vedado ao servidor público; a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tem- po, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros ser- vidores ou de cidadãos que deles dependam; c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, coni- vente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Có- digo de Ética de sua profissão; d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exer- cício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister; f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, capri- chos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores; g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doa- ção ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim; h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva en- caminhar para providências; i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos; j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular; l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente auto- rizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público; m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âm- bito interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros; n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habi- tualmente; o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa hu- mana; p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu no- me a empreendimentos de cunho duvidoso. CAPÍTULO II DAS COMISSÕES DE ÉTICA XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições dele- gadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concre- tamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura. XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos orga- nismos encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público. XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comis- são de Ética é a de censura e sua fundamentação consta- rá do respectivo parecer, assinado por todos os seus inte- grantes, com ciência do faltoso. XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indire- tamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autar- quias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado. A moral e a ética estão presente em todas as profis- sões e com o militarismo não pode ser diferente. A for- mação profissional do militar está comprometida com valores que dignificam e respeitam as pessoas em suas diferenças e potencialidades. Os princípios éticos e morais que formam a consciên- cia e, espera-se o agir do policial militar no enfrentamento do trabalho diário, modos que atendam os desígnios da função social e o respeito ao ser humano. Por fim destaca-se que a ética e a moral no militarismo resulta da difusão de conhecimento sobre a conduta e deveres do militar, muitas vezes impostas por antiquados regulamentos. Com isso, oportuno comentar que princí- pios e valores éticos como a defesa dos direitos huma- nos, a oposição ao autoritarismo e abusos devem estar entranhados nas corporações militares bem como em seus regulamentos, pois só assim, a polícia militar evolui- rá diante dos “olhares” sociais. 01.Tem por objetivo orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pesso- as e com o patrimônio público, competindo-lhe conhe- cer concretamente normas de imputação ou de proce- dimento susceptível de censura. A) Comissão de ética. B) Deveres do servidor público. C) Código de conduta do servidor. D) Código de procedimentos de pessoal. E) Comissão de avaliação de comportamentos do ser- vidor público. 02.Sônia trabalha numa Biblioteca juntamente com outras auxiliares. Certo dia, chegou um carregamento de li- vros doados para serem tombados. Raquel gostou de um título daqueles e resolveu tirar para si antes do tombamento, pedindo silêncio à amiga Sônia. Nessa situação, é correto afirmar que Sônia atuaria com ética se: A) Abrisse o precedente de silenciar. B) Fingisse não ter visto o erro ao ser arguida. C) Pressionasse Raquel a contar ao chefe e faltasse ao trabalho até que ela o fizesse. D) Admitisse intimamente o erro de Raquel e falasse da atitude da colega a uma terceira pessoa. E) Contasse diretamentee autonomia técnica, financeira e administrativa, independentemente de sua origem. Seu patrimônio pode ser transferido pela Administração Direta ou adquirido pela autarquia diretamente, enquanto as receitas podem ser oriundas do orçamento e de sua própria vontade. A criação e extinção das autarquias deverá ser feita mediante lei. Estão sujeitas a controle tanto interno quan- to externo, seja pela Administração Direta, pelos Poderes Judiciários e Legislativo, seja pelo povo, por via dos ins- trumentos e regras de atuação popular. Por terem personalidade jurídica de direito público, as relações jurídicas das autarquias com terceiros recebem tratamento equivalente ao das pessoas jurídicas da Ad- ministração Direta. E quanto às atividades, possuem prer- rogativas genéricas, poderes e sujeições que vinculam o Estado. Como as demais pessoas jurídicas de direito público, as autarquias estão obrigadas ao procedimento licitatório, só não tendo que realizá-lo quando a própria norma ex- pressamente liberá-lo, como ocorre nas hipóteses de dis- pensa e inexigibilidade de licitação previstas na lei. Considerando as finalidades desenvolvidas por essas pessoas jurídicas, é justificável que contem condições especiais para o seu exercício. Portanto, a autarquia goza de tratamento de Fazenda Pública, tendo os privilégios processuais próprios das pessoas jurídicas de direito público. Do mesmo modo, o art. 150 da CF veda a institui- ção de impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços das autarquias, desde que vinculados às suas finalidades essenciais ou às que dela decorram. O regime de pessoal é o mesmo aplicável aos entes da Administração Direta que as criou. Eles são considerados agentes públicos, na categoria servidores públicos. Esses agentes, assim como todos os servidores públi- cos, se sujeitam a regras como: exigência de concurso público, proibição para acumulação, teto remuneratório, direito à estabilidade, regras de regime especial de apo- sentadoria quando titulares de cargo, etc. FUNDAÇÃO PÚBLICA Fundação é pessoa jurídica composta por um patri- mônio personalizado, que presta atividades não lucrativas e atípicas do Poder Público, mas de interesse coletivo, como educação, cultura, pesquisa, entre outras, sempre merecedora de amparo estatal. Trata-se da personaliza- ção de uma finalidade. Desde já, atenta-se para a existência de fundações pú- blicas e privadas, de acordo com a sua criação. Essas são rotuladas tendo como critério o se fundados, significando que: se o instituidor é um particular, ela constitui uma fundação privada, pessoa jurídica que está completamen- te fora da Administração Pública, submete-se ás regras do Direito Civil obedecendo ao regime própria da iniciativa privada; se instituída por um ente público, essa fundação é pública. A Constituição Federal de 1988, em diversos dispositi- vos, definiu fundação pública como pessoa jurídica de direito público, dando-lhe o mesmo tratamento de uma autarquia. Entretanto, a EC nº 19/98 modificou alguns dispositivos, dando à fundação a mesma forma de cria- ção das sociedades de economia mista e das empresas públicas, ou seja, autorizadas por lei. Atualmente, encon- tram-se doutrinadores em todos os sentidos: aqueles que defendem só o regime público ou só o regime privado e, ainda, aqueles que admitem as duas possibilidades (teo- ria do dualismo fundacional). Para Celso Antônio Bandeira de Mello, a fundação pú- blica não pode ser de direito privado, apesar da possibili- dade de o Estado criar pessoas de direito público ou de direito privado. Desse modo, conclui que as fundações públicas são pura e simplesmente autarquias. Em sentido contrário, encontra-se o posicionamento de Hely Lopes Meirelles, ao explicar que, antes da Consti- tuição de 1988, a fundação, mesmo quando criada e man- tida pelo Poder Público, não perdia sua personalidade jurídica de direito privado. Com o advento da CF/88, o autor mudou seu posicionamento, dizendo que o texto transformou essas fundações em entidades de direito público. Posteriormente, com a publicação da EC nº 19/98 que alterou o art. 37, XIX, a doutrina recente admite o po- sicionamento anterior do autor. Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o Poder Público pode criar fundação de direito público, denominada tão somente fundação pública, sendo, nesse caso, uma espé- cie de autarquia, também chamada autarquia fundacional, com regime jurídico administrativo e com todas as prer- rogativas e sujeições que lhe são próprias. Frise-se que é a lei que cria essa espécie de fundação. De outro lado, pode-se instituir a fundação de direito privado, denominada fundação pública de direito privado ou fundação governamental, em que a lei autoriza a sua criação, podendo, ainda, o Poder Público dar às fundações privadas, por ele instituídas, regras especiais previstas em lei. EMPRESA PÚBLICA A empresa pública é pessoa jurídica criada por força de autorização legal como instrumento de ação do Esta- do, dotada de personalidade de direito privado, mas sub- metida a certas regras especiais decorrentes da finalida- de pública que persegue. É constituída sob quaisquer formas admitidas em di- reito, com capital formado unicamente por recursos pú- blicos, de pessoas da Administração Direta ou Indireta. Poderá ser federal, estadual ou municipal, a depender da predominância acionária. Pode prestar serviços públicos ou explorar atividade econômica. Assim, apontam-se alguns exemplos de empresas pú- blicas: BNDES, Empresa de Correios e Telégrafos, Caixa Econômica Federal, Casa da Moeda do Brasil e a Financi- adora de Estudos e Projetos (FINEP), Empresa Brasileira de Agropecuária (EMBRAPA); Serviço Federal de Proces- samento de Dados (SERPRO); Empresa Brasileira de In- fraestrutura Aeroportuária (INFRAERO). São muitas as características em comum da Empresa Pública com a Sociedade de Economia Mista, de modo que discorreremos sobre esses aspectos no próximo tó- pico. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA É pessoa jurídica cuja criação é autorizada por lei. É um instrumento de ação do Estado, dotada de personali- dade de direito privado, mas submetida a certas regras especiais decorrentes de sua finalidade pública, constitu- ída sob a forma de sociedade anônima, cujas ações, com direito a voto, pertencem, em sua maioria, ao ente político ou à entidade de sua Administração Indireta, admitindo-se que seu remanescente acionário seja de propriedade par- ticular. As suas finalidades também são prestar serviços pú- blicos ou explorar atividade econômica. Entre as sociedades de economia mista estão o Banco do Brasil, a Petrobrás, a maioria dos bancos estaduais e o Instituto de Resseguros do Brasil, Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Banco da Amazônia (BASA), Telecomunica- ções Brasileiras (TELEBRÁS). O ordenamento jurídico vigente admite duas espécies de empresa pública e de sociedade de economia mista, levando em consideração a finalidade por elas exercida, admitindo-se a prestação de serviço público e a explora- ção da atividade econômica. Para as exploradoras de atividade econômica, há uma restrição constitucional quanto ao campo de atuação. Significa dizer que o Poder Público não poderá prestar qualquer atividade econômica, em observância ao dispos- to no art. 173 da CF/88, o qual dispõe que o Estado só intervirá nas atividades econômicas que sirvam para a segurança nacional ou que representem relevante inte- resse coletivo. Para alguns autores, como Maria Sylvia Zanella Di Pie- tro, essas empresas seguem o disposto no art. 175 da CF/88, segundo o qual o Poder Público prestará os servi- ços públicos diretamente ou por meio do regime de con- cessão ou permissão, sempre precedidos de licitação, formalizando-se com um contrato administrativo. Nesse contexto, as empresas estatais que prestam serviços públicos não passam de concessionárias de serviços públicos, mas que recebem essa prestaçãopara o superior hierárquico ainda que sem conhecimento de Raquel. 03.Roberto ocupa o cargo de Auxiliar e foi convocado para trabalhar no Vestibular. Ele deveria conferir toda a documentação dos candidatos inscritos, mas deparou- se com Zélia que não apresentou na hora da entrada o documento de identidade. Ela alegou ter sido roubada na véspera e não teve tempo de fazer um Boletim de Ocorrência. Observando o ocorrido, o superior hierár- quico de Roberto determinou que deixasse Zélia in- gressar no recinto, já que ela se comprometera a pagar ao superior uma “gratificação” pelo favor prestado. Sentindo-se pressionado, Roberto acatou a ordem sem questionar. Após o ocorrido, pensou: “Fiz o certo?” Considerando as prescrições do Código de Ética, é cor- reto afirmar: A) Roberto agiu corretamente, pois ali poderia estar uma futura profissional competente. B) Com a anuência do seu superior hierárquico, Rober- to cumpriu uma das prescrições do Código de Ética qual seja, respeitar as determinações do superior imediato. C) Como Roberto era funcionário de outro órgão e es- tava no vestibular como convocado, não tinha obri- gação de cumprir esse tipo de regra, portanto atuou licitamente. D) Considerando o contexto maior de tantos candida- tos concorrentes, Roberto deveria barrar a candida- ta, resistindo a todas as pressões do superior hie- rárquico que visava benesses. E) Roberto agiu corretamente visto que o referido Có- digo de Ética determina como dever do servidor, agir com cortesia, urbanidade, disponibilidade e atenção a todos os usuários do serviço público. 04.De acordo com o Código de Ética, são Deveres do ser- vidor público: A) Retirar da repartição pública, sem estar devidamen- te autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público. B) Fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros. C) Exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos. D) Pleitear, solicitar, sugerir ou receber ajuda financei- ra, gratificação, prêmio, comissão, doação ou van- tagem de qualquer natureza, para si ou para outrem, para o cumprimento de sua missão ou de outro ser- vidor. E) Ser, em função de espírito de solidariedade, coni- vente com erro ou infração ao Código de Ética Pro- fissional do Servidor Público Civil do Poder Executi- vo Federal ou ao Código de Ética de sua profissão. 05.Segundo disposições do Código de Ética, sobre as Comissões de Ética, pode-se afirmar que: A) As normas do Código de Ética profissional do servi- dor público civil do poder executivo federal aplicam- se, no que couber, às autoridades e agentes púbicos nele referidos, apenas quando em exercício. B) A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação cons- tará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, ainda que sem a ciência do falto- so. C) Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público apenas aquele que, por força da lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviço de natureza permanente e necessari- amente recebam retribuição financeira. D) As Comissões de Ética relacionadas aos órgãos ou entidades que exerçam atribuições delegadas pelo poder público, são encarregadas exclusivamente de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor no seu tratamento com o patrimônio públi- co. E) À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos orga- nismos encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua con- duta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público. 06.Ficam sujeitos ao Código de Ética Profissional do Ser- vidor Público Civil: A) Órgãos e entidades da Administração Pública Fede- ral Direta e Indireta. B) Órgãos da Administração Direta e Companhias Pú- blicas. C) Órgãos da Administração Pública Federal Direta. D) Órgão da Administração Pública Indireta. E) Serviços Públicos e Associações Estatais. 07.Conforme preconiza o Código de Ética do Servidor Público, dentre outros, são princípios norteadores para o exercício do cargo, ou fora dele: A) humildade, simplicidade, coerência, prontidão e busca da verdade. B) dignidade, zelo, união e parcimônia e preocupação com o processo. C) zelo, decoro, eficácia e dignidade e consciência dos princípios morais. D) eficácia, simplicidade, honestidade, humildade e observância de normas. E) cooperação, atenção, empreendedorismo, inovação e abertura para o novo. 08.No que diz respeito à ética na administração pública, assinale a opção incorreta: A) A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consci- ência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exer- cício do cargo ou função, ou fora dele, já que refleti- rá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direci- onados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos. B) A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo de- dicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa cau- sar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para cons- truí-los. C) Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas fi- las, ou qualquer outra espécie de atraso na presta- ção do serviço, não caracteriza apenas atitude con- tra a ética ou ato de desumanidade, mas principal- mente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos. D) A moralidade da Administração Pública se limita à diferença entre o bom e o ruim, devendo ser acres- cida da ideia de que o fim nem sempre é o bem co- mum. E) O trabalho desenvolvido pelo servidor público peran- te a comunidade deve ser entendido como acrésci- mo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho po- de ser considerado como seu maior patrimônio. 09.De acordo com o código de ética profissional do servi- dor público civil, é vedado ao servidor público federal: I. O uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem. II. Prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam. III. Usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material. IV. Deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para aten- dimento do seu mister. V. Permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicio- nados administrativos ou com colegas hierarqui- camente superiores ou inferiores. Estão corretos os itens: A) apenas I, II e IV. B) apenas I e IV. C) apenas I, II, III e V. D) apenas II e IV. E) I, II, III, IV e V. 10.Em sentido estrito, a ética é utilizada para conciliar deveres e estabelecer regras de conduta ao indivíduo no desempenho de suas atividades profissionais e em seu relacionamento com as demais pessoas. Dentre outros, são princípios básicos de todo código de ética: A) honestidadeno trabalho, respeito à dignidade hu- mana, observação das normas administrativas da instituição. B) prestar serviços a troco de vantagens, encarregar-se dos benefícios indiretos, ceder por conveniência. C) tratamento cortês, uso de influências pessoais e ob- tenção de vantagens pessoais. D) prestar contas pro forma, fazer declarações superfi- ciais, honestidade no trabalho. E) usar da influência, cuidar do seu projeto pessoal, fermentar discussões. 11.Com relação à conduta ética profissional do servidor público civil do poder executivo federal, em conformi- dade com o Código de Ética, é correto afirmar: A) as ausências do servidor público de seu local de trabalho, mesmo quando justificadas, é fator de desmoralização do serviço público. B) a conduta do dia a dia do servidor público no exer- cício da função pública não interfere no conceito da vida funcional do servidor. C) a conduta ética do servidor pode variar em função das diretrizes definidas pelo gestor e situação do local de trabalho, devendo sempre ser respeitada a hierarquia. D) a função pública como exercício profissional se in- tegra à vida particular de cada servidor, assim os fa- tos e atos verificados na conduta da vida privada in- terferem na vida funcional. E) o servidor público deve decidir entre o legal e o ile- gal, entre o honesto e o desonesto, justo ou injusto, consoante as regras definidas pela chefia, obser- vando sempre a escala hierárquica mais alta. 12.Acerca dos principais deveres do servidor na função pública, de acordo com o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil, assinale a alternativa corre- ta. A) Exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento e jamais retardar qualquer prestação de contas. B) Ser correto, leal e justo, ao tomar decisões ter o cui- dado de escolher sempre a decisão que for mais vantajosa para o órgão prestador do serviço. C) Em função do espírito de solidariedade com os co- legas de trabalho, ser benevolente com o erro ou in- fração leve, evitando assim prejudicar a reputação do colega. D) Ser assíduo e frequente ao serviço, não participan- do dos movimentos grevistas, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema. E) Comunicar aos superiores hierárquicos somente os atos ou fatos contrário ao interesse público quando não for possível ser resolvido no âmbito interno, evi- tando assim interferências e danos morais. 13.O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil dispõe acerca das Comissões de Ética. Sobre o tema, assinale a alternativa correta. A) A Comissão de Ética não poderá se eximir de fun- damentar o julgamento da falta de ética do servidor público ou do prestador de serviços contratado, alegando a falta de previsão neste Código, cabendo ao servidor recorrer à analogia, aos costumes e aos princípios éticos e morais conhecidos em outras profissões. B) Para fins de apuração de comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza essencialmente perma- nente ou temporária com retribuição financeira e que seja desligado de órgão do poder estatal. C) A Comissão de Ética deve ser criada em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Fede- ral direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público. D) A Comissão de Ética deve ser criada em todos os órgãos e entidades da administração pública fede- ral direta, indireta, autárquica, com exceção das fundações que têm regime jurídico próprio. E) A Comissão de Ética pode aplicar pena de censura, suspensão e demissão ao servidor, desde que sua fundamentação conste no parecer, assinado por to- dos os seus integrantes. 14.Ficam sujeitos ao Código de Ética Profissional do Ser- vidor Público Civil: A) Órgãos e entidades da Administração Pública Fede- ral Direta e Indireta. B) Órgãos da Administração Direta e Companhias Pú- blicas. C) Órgãos da Administração Pública Federal Direta. D) Órgão da Administração Pública Indireta. E) Serviços Públicos e Associações Estatais. 15.No que diz respeito à ética na administração pública, assinale a opção incorreta: A) A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consci- ência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exer- cício do cargo ou função, ou fora dele, já que refleti- rá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direci- onados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos. B) A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo de- dicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa cau- sar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para cons- truí-los. C) Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas fi- las, ou qualquer outra espécie de atraso na presta- ção do serviço, não caracteriza apenas atitude con- tra a ética ou ato de desumanidade, mas principal- mente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos. D) A moralidade da Administração Pública se limita à diferença entre o bom e o ruim, devendo ser acres- cida da ideia de que o fim nem sempre é o bem co- mum. E) O trabalho desenvolvido pelo servidor público peran- te a comunidade deve ser entendido como acrésci- mo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho po- de ser considerado como seu maior patrimônio. 16.De acordo com o código de ética profissional do servi- dor público civil do poder executivo federal, é vedado ao servidor público: I. O uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem. II. Prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam. III. Usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material. IV. Retirar da repartição qualquer documento ou objeto, mesmo autorizado pela chefia imediata. V. Permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicio- nados administrativos ou com colegas hierarqui- camente superiores ou inferiores. Estão corretos os itens: A) apenas I, II e IV. B) apenas I e IV. C) apenas I, II, III e V. D) apenas II e IV. E) I, II, III, IV e V. 17.Tem por objetivo orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pesso- as e com o patrimônio público, competindo-lhe conhe- cer concretamente normas de imputação ou de proce- dimento susceptível de censura. A) Comissão de ética. B) Deveres do servidor público. C) Código de conduta do servidor. D) Código de procedimentos de pessoal. E) Comissão de avaliação de comportamentos do ser- vidor público. 18.Considere as situações a seguir: I. Fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio. II. Retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, um documento pertencente ao patrimô- nio público. III. Ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho orde- nado, refletindo negativamente em todo o sistema.IV. Apresenta-se, habitualmente, embriagado em locais públicos. Com base no Código de Ética Profissional do Servidor Público, são VEDADAS, ao servidor, as situações des- critas nos itens: A) Apenas I e II. B) Apenas I, II e III. C) Apenas I, II e IV. D) Apenas II e III. E) Apenas III e IV. 19.Sobre as Comissões de Ética, considere as assertivas abaixo: I. Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e funda- cional deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pes- soas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de pro- cedimento susceptível de censura. II. À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos orga- nismos encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua con- duta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público. III. A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de advertência e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso. IV. Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei ou contrato preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, sempre mediante retribuição financeira. Assinale a alternativa em que todas as afirmativas es- tão INCORRETAS: A) Apenas III e IV. D) Apenas I e III. B) Apenas II e IV. E) I, II, III e IV. C) Apenas I, II, e III. 20.Conforme o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, é vedado ao servidor, exceto: A) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao in- teresse público, mesmo que observando as formali- dades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei. B) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qual- quer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espé- cie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar ou- tro servidor para o mesmo fim. C) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicio- nados administrativos ou com colegas hierarqui- camente superiores ou inferiores. D) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material. E) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem. 21.De acordo com o Código de Ética Profissional do Ser- vidor Público Civil, são deveres do servidor público, exceto: A) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular. B) jamais retardar qualquer prestação de contas, con- dição essencial da gestão dos bens, direitos e ser- viços da coletividade a seu cargo. C) ceder às pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores. D) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e conta- to com o público. E) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos. 22.Quanto ao Código de Ética, o servidor que, fora do horário de expediente, manifesta nas redes sociais o seu desapreço por determinados colegas de trabalho A) pode ser censurado. B) não comete infração. C) fica suspenso por 15 dias. D) é punido com a demissão. 23.As regras éticas adotadas no serviço público devem ser aplicadas no âmbito do trabalho e, em determina- das situações, fora dele, tendo em vista a repercussão que alguns atos têm no serviço desempenhado e na boa imagem da Administração Pública. Como exemplo de ato que NÃO deve ser admitido fora de serviço, que estabelece o Código de Ética, está a A) atuação descortês B) procrastinação de direitos C) embriaguez habitual D) conivência com erro E) ausência de utilização de avanços técnicos 24.Nos termos descritos no Código de Ética a pena apli- cável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de: A) Advertência por escrito. B) Censura. C) Suspensão por cinco dias. D) Demissão. E) Suspensão por quinze dias. 25.Como podemos diferenciar “moral” e “ética”? A) Não podemos diferenciar, são palavras sinônimas. B) Moral é um conjunto de valores, e Ética é a reflexão sobre esses valores. C) Moral é a prática da Ética no nosso dia a dia. D) Moral é sinônimo de “ética aplicada”. 26.Relativo à Ética no Serviço Público Federal é INCOR- RETA a seguinte preposição: A) Em qualquer situação fática a publicidade de qual- quer ato administrativo constitui requisito de eficá- cia e moralidade, ensejando sua omissão compro- metimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar. B) Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode cres- cer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. C) A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo de- dicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa cau- sar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para cons- truí-los. D) Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas fi- las, ou qualquer outra espécie de atraso na presta- ção do serviço, não caracteriza apenas atitude con- tra a ética ou ato de desumanidade, mas principal- mente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos. E) O servidor deve prestar toda a sua atenção às or- dens legais de seus superiores, velando atentamen- te por seu cumprimento, e, assim, evitando a condu- ta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública. 27.Acerca do Provimento de cargo público, assinale a alternativa INCORRETA: A) São requisitos básicos para investidura em cargo público a nacionalidade brasileira, o gozo dos direi- tos políticos, a quitação com as obrigações milita- res e eleitorais, o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo, a idade mínima de dezoito anos e a aptidão física e mental. B) As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei. C) Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam com- patíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso. D) O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente de cada Poder e sua investidura ocorrerá com a posse. E) São formas de provimento de cargo público, entre outras, a nomeação, a ascensão, a transferência e a promoção. 28.Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargode provimento efetivo ficará sujeito a estágio probató- rio por período de 36 (trinta e seis) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avali- ação para o desempenho do cargo, observados os se- guinte fatores, EXCETO: A) Assiduidade. D) Liderança. B) Disciplina. E) Responsabilidade. C) Capacidade de iniciativa. 29.Acerca do Estágio Probatório, assinale a alternativa CORRETA: A) 8 (oito) meses antes de findo o período do estágio probatório, será submetida à homologação da auto- ridade competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo. B) O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado, independente de sua condição de está- vel. C) Ao servidor em estágio probatório é defeso exercer quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação pelo prazo de conclu- são do referido estágio. D) O estágio probatório ficará suspenso durante as li- cenças para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do território na- cional, para o exterior ou para o exercício de manda- to eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo, sen- do por prazo indeterminado e sem remuneração, e será retomado a partir do término do impedimento. E) Ao servidor em estágio probatório serão concedidas as licenças e os afastamentos a que fazem jus os servidores estáveis e efetivos, vedadas quaisquer formas de distinção. 30.Segundo o texto presente no Código de Ética, o servi- dor público terá seus atos, comportamentos e atitudes direcionados para a preservação da honra e da tradi- ção dos serviços públicos, devendo, sempre, nortear- se por um conjunto de primados maiores. Não é primado, segundo o supracitado anexo A) a assiduidade e a pontualidade. B) o decoro. C) o zelo. D) a eficácia. E) a dignidade. Acerca da ética no serviço público, julgue os itens que se seguem. 31.Considere que a assessora de determinado órgão pú- blico federal, ao ser repreendida por sua chefe, por apresentar-se ao trabalho com vestimentas inadequa- das, evoque, em sua defesa, o direito à livre expressão. Nessa situação, a repreensão da chefe à servidora não tem, com efeito, fundamento ético e legal. C E 32.Somente servidores públicos estatutários que prestem serviços de natureza permanente podem ser apenados pelas comissões de ética constituídas para atuar em processo instaurado para apuração de desvio de con- duta no exercício do serviço público. C E 33.Considere a seguinte situação hipotética. Juarez, ser- vidor público do Poder Executivo federal, constatou ato de improbidade cometido por seu chefe imediato, mas não o representou à autoridade competente, dada sua relação de subordinação em relação ao chefe. Nessa situação hipotética, a falta cometida por Juarez, que não comunicou fato contrário ao interesse público, poderá ser escusada com base no princípio do respei- to à hierarquia. C E 34.A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus inte- grantes, sendo obrigatória a ciência do faltoso. C E Acerca da ética na Administração Pública e na legislação pertinente, julgue os itens a seguir. 35.A ética tem por objetivo a determinação do que é certo ou errado, bom ou mau em relação às normas e valo- res adotados por uma sociedade. C E 36.Os conceitos e valores tradicionais da moral não são universais nem estabelecidos objetivamente, mas tem suas origens em um momento histórico e em uma cul- tura específicos, servindo a certos interesses que vão sendo esquecidos com o tempo. C E 37.Do ponto de vista da comissão de ética pública, a re- pressão, na prática, é quase sempre ineficaz. O ideal seria a prevenção, por meio da identificação e do tra- tamento específico, das áreas da administração públi- ca em que ocorressem, com maior frequência, condu- tas incompatíveis com o padrão ético almejado para o serviço público. C E 38.A prestação do serviço público deve ser compreendida como uma ação associada à recompensa pecuniária, pois a prestação do serviço de qualidade é equivalente à atuação recorrente no mercado. C E 39.Os problemas éticos, ao contrário dos problemas prá- tico-morais, são caracterizados por sua generalidade. C E Acerca da ética na Administração Pública e na legislação pertinente, julgue os itens a seguir. 40.Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacio- nal, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atri- buições delegadas pelo poder público, deverá ser cria- da uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio públi- co, competindo-lhe conhecer concretamente de impu- tação ou de procedimento susceptível de censura. C E No que se refere à ética no serviço público, julgue os itens que se seguem. 41.Considere a seguinte situação hipotética. O chefe de determinada repartição pediu a um subordinado, que estava de saída para comprar um lanche em estabele- cimento localizado no próprio órgão, que fosse até o supermercado mais próximo comprar fraldas. Para agradar o chefe, o subordinado prontamente atendeu a solicitação. Nessa situação, o chefe não cometeu falta ética, pois o subordinado já estava de saída para satis- fazer um interesse pessoal. C E 42.O servidor que se valer do cargo que ocupa para lograr proveito pessoal indevido responderá por ato de im- probidade administrativa que importa enriquecimento ilícito. C E 43.Ao colher, em seu local de trabalho, assinaturas em um abaixo-assinado para pleitear a substituição do coordenador de sua repartição, o servidor público não agirá de maneira antiética, já que o direito de livre ex- pressão lhe é garantido por lei. C E 44.O servidor que, já tendo sido advertido por diversas vezes por condutas antiéticas no trabalho, incorra em insubordinação grave em serviço poderá ser suspenso ou demitido. C E 45.Cometerá crime de improbidade administrativa que importa em enriquecimento ilícito a servidora pública que induzir o Estado a adquirir, por preço superior ao de mercado, cartucho de impressora de empresa per- tencente a seu familiar. C E 46.Cometerá ato de improbidade administrativa que aten- ta contra os princípios da administração pública o ser- vidor público que revelar a seus familiares, durante um jantar em família, os detalhes de processo que tramite em segredo de justiça contra seu chefe e do qual te- nha tomado conhecimento em razão de suas atribui- ções. C E 47.A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equi- líbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. C E 48.E vedado ao servidor público o uso do cargo ou fun- ção, facilidades, amizades, tempo, posição e influên- cias, para obter qualquer favorecimento, para si ou pa- ra outrem. C E 49.Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou ex- cepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações pú- blicas, as entidades paraestatais, as empresas públi- cas e as sociedades de economiamista, ou em qual- quer setor onde prevaleça o interesse do Estado. C E 50.As comissões de ética serão compostas por três ser- vidores estáveis ou terceirizados, além de três suplen- tes, que poderão instaurar, de ofício, processo sobre ato, fato ou conduta que considerar passível de infrin- gência a princípio ou norma ético-profissional, poden- do ainda conhecer de consultas, denúncias ou repre- sentações formuladas contra o servidor público, a re- partição ou o setor em que haja ocorrido a falta, cuja análise e deliberação forem recomendáveis para aten- der ou resguardar o exercício do cargo ou função pú- blica. C E A respeito da ética no serviço público, julgue os itens subsequentes. 51.Considere que os usuários de determinado serviço público tenham formado longas filas à espera de aten- dimento por determinado servidor que, embora res- ponsável pelo setor, não viabilizou o atendimento. Nessa situação, segundo dispõe a legislação de re- gência, a atitude do servidor caracteriza conduta con- trária à ética e ato de desumanidade, mas não grave dano moral aos usuários do serviço. C E 52.O elemento ético deve estar presente na conduta de todo servidor público, que deve ser capaz de discernir o que é honesto e desonesto no exercício de sua fun- ção. C E No que se refere aos deveres do servidor público, previs- tos no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, julgue os próximos itens. 53.Os registros que consistiram em objeto de apuração e aplicação de penalidade referentes à conduta ética do servidor devem ficar arquivados junto à comissão de ética e não podem ser fornecidos a outras unidades do órgão a que se encontre vinculado o servidor. C E 54.Estará sujeito à penalidade de censura, a qual é apli- cada pela comissão de ética, mediante parecer assi- nado por todos os seus integrantes, o servidor que vio- lar algum de seus deveres funcionais. C E 55.A publicidade de ato administrativo, qualquer que seja sua natureza, constitui requisito de eficácia e morali- dade. C E 56.Sobre o conceito de ética, assinale a afirmativa IN- CORRETA. A) Ética é a ciência normativa dos comportamentos humanos, definida por meio de leis específicas. B) A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais. C) Cada sociedade e cada grupo possuem seus pró- prios códigos de ética. D) Ao conviver em sociedade, o homem percebeu a ne- cessidade de “regras” que regulamentassem esse convívio. E) Ética e Moral são temas relacionados, mas diferen- tes, porque moral se fundamenta na obediência a normas, costumes ou mandamentos culturais. 57.Com relação à ética profissional, analise os seguintes itens: I. Os códigos de ética expressam a filosofia de ação profissional, o que confere verdadeiro sentido à pro- fissão. II. O conhecimento científico por si só não garante uma conduta profissional ética. III. Algumas condutas antiéticas extrapolam o limite das relações entre indivíduos e se tornam objeto de relação política, o que fomenta a elaboração de có- digos de ética de grupos profissionais, a exemplo do código dos servidores públicos. IV. Ética e moral têm o mesmo sentido, sem distinção. V. A moral é a mais importante para reger as condutas do servidor público. Estão CORRETOS apenas A) I e II. B) II e III. C) I, II e III. D) II e IV. E) IV e V. 58.Com relação à ética no serviço público e qualidade no atendimento ao público, assinale a alternativa CORRE- TA. A) Os valores fundamentais do serviço público decor- rem, exclusivamente, do seu caráter público. B) Tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, aperfeiçoando o processo de comunicação e conta- to com o público, é uma atitude ética do servidor público. C) Ser pontual no trabalho é dever do servidor e exi- gência da repartição, embora independa da ética. D) Deve analisar as pressões de superiores hierárqui- cos e de contratantes, que visem obter favores ou vantagens indevidos e resistir quando puder. E) Ter a consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos e individuais garante que sua pos- tura pessoal será correta. 59.Cidadania é um conceito A) que se refere, apenas, a um conjunto de direitos. B) com base na posição social dos indivíduos. C) que pressupõe dependência dos indivíduos em rela- ção ao Estado. D) que se refere, apenas, aos direitos políticos dos in- divíduos. E) em permanente construção, que pressupõe um con- junto de direitos e deveres. 60.O cidadão consciente de sua responsabilidade é parte integrante de um complexo organismo, da coletivida- de, da nação e do Estado. Para isso funcionar bem, to- dos têm de oferecer a sua parcela de contribuição. Nesse contexto, é papel de todo servidor público vi- venciar a cidadania e zelar por uma postura A) burocrática, sendo fiel cumpridor da burocracia e da legislação pertinente. B) competitiva e compromissada no setor de seu tra- balho. C) ativa e participante na família, no trabalho e nas as- sociações sociais. D) reativa e de luta por melhorias individuais na profis- são. E) atuante e condescendente com o público que aten- de. 61.No ambiente de trabalho, é fundamentalmente impor- tante a postura ética para o bom funcionamento das atividades da instituição e das relações de trabalho en- tre os funcionários e o atendimento ao cidadão. Assim, deve haver A) cooperação e atitudes que visem ajudar os colegas e o público mais próximo com os quais se identifi- cam. B) divulgação de conhecimentos que possam melhorar o desempenho das atividades realizadas no traba- lho. C) obediência à hierarquia dentro da instituição, mes- mo nos casos de injustiça com o público. D) busca de crescimento profissional em detrimento do bem-estar de outros. E) realização, em ambiente de trabalho, de tarefas re- lacionadas ao setor e a atividades pessoais. 62.Assinale a alternativa que estabelece corretamente as características de moral. A) A moral resulta do conjunto de leis, costumes e tra- dições de uma sociedade e está subordinada a Éti- ca comportamental definida em regras constitucio- nais. B) Entende-se por moral, um conjunto de regras consi- deradas válidas para uma maioria absoluta, que va- lem-se dela para impor conduta Ética aos demais cidadãos. C) A moral é mutável e varia de acordo com o desen- volvimento de cada sociedade. Ela norteia os valo- res Éticos na Administração Pública. D) A moral é mais flexível do que a lei, por variar de in- divíduo para indivíduo e afeta diretamente a presta- ção dos serviços públicos para criar condições para uma ética flexível no atendimento à necessidades básicas da população. E) A Ética confunde-se com a moral como um dos pa- râmetros para a avaliação do grau de desenvolvi- mento de determinada sociedade e, consequente, padronização da prestação dos serviços públicos comunitários. 63.Em seu sentido mais amplo, a Ética tem sido entendi- da como a ciência da conduta humana perante o ser e seus semelhantes. Portanto, neste sentido, a Ética en- volve: A) Estudos de aprovação ou desaprovação da ação dos homens. B) A consideração de valor como equivalente de uma medição do que é real e voluntarioso no campo das ações virtuosas. C) Obrigação de ser humano como ˙nico mal em seu agir. D) Realização fundamental em situação específica. E) As alternativas A e B estão corretas. 64.A respeito dos conceitos de Ética, moral e virtude, é correto afirmar: A) A vida Ética realiza-se no modo de viver daqueles indivíduos que não mantém relações interpessoais. B) Etimologicamente, a palavra moral deriva do grego mos e significa comportamento, modo de ser, cará- ter. C) Virtude deriva do latim virtus, que significa uma qua- lidade própria da natureza humana; significa, de modo geral, praticar o bem usando a liberdade com responsabilidade constantemente. D) Amoral é influenciada por vários fatores como, so- ciais e históricos; todavia, não há diferença entre os conceitos morais de um grupo para outro. E) Compete à moral chegar, por meio de investigações científicas, explicação de determinadas realidades sociais, ou seja, ela investiga o sentido que o ho- mem dá a suas ações para ser verdadeiramente fe- liz. 65.Acerca da relação entre Ética e moral, assinale a opção correta. A) A partir do estudo da Ética, pode-se considerar uma visão utilitarista, em que a verdade de uma proposi- ção consiste no fato de que ela é útil, tendo alguma espécie de êxito ou satisfação. B) A Ética reflexiva se dedica exclusivamente à refle- xão sobre os deveres das pessoas contidos nos có- digos específicos dos grupos sociais. C) A Ética é equivalente à moral porque ambos os pre- ceitos investigam os princípios fundamentais do comportamento humano. D) A Ética é temporal, enquanto a moral é permanente. E) A simples existência da moral significa a presença explícita de uma Ética, entendida como filosofia mo- ral, isto é, uma reflexo que discute, problematiza e interpreta o significado dos valores morais. 66.A Moral: A) no sentido prático, tem finalidade divergente da Éti- ca, mas ambas são responsáveis por construir as bases que vão guiar a conduta do homem. B) determina o caráter da sociedade e valores como al- truísmo e virtudes, ensina a melhor forma de agir e de se comportar em sociedade, e capacita o ser humano a competir com os antiéticos, utilizando os mesmos meios destes. C) diferencia-se da Ética no sentido de que esta tende a julgar o comportamento moral de cada indivíduo no seu meio. No entanto, ambas buscam o bem- estar social. D) É o conjunto de regras aplicadas no cotidiano, usa- das eventualmente por cada cidadão, que orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau. E) É um conjunto de conhecimentos extraídos da in- vestigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional, funda- mentada, científica e teórica. 67.A função pública deve ser exercida segundo os precei- tos estabelecidos pela Administração Pública, tendo, como parâmetro, o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, ma- terializado por meio do Decreto nº 1171/94. Com base no Decreto nº 1171/94, assinale a opção que indica um dever fundamental do servidor público. A) Postergar a prestação de contas, quando for neces- sário ao interesse social. B) Respeitar à igualdade, afastando-se de comporta- mentos que podem favorecer a hierarquia funcional. C) Apresentar-se ao trabalho com vestimentas que considere mais confortáveis. D) Facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por quem de direito. E) Exercer suas atribuições com calma e tranquilidade, sem apressar-se diante de imprevistos. 68.Ao longo da história, os estudos relacionados à ética deram origem a diversos conceitos e classificações sobre o termo. Acerca do apresentado, considere a si- tuação na qual um policial, sozinho, encontra uma car- teira no meio da rua, com elevada quantia em dinheiro, e decida devolvê-la a seu dono, em respeito ao dever, independentemente de qualquer recompensa ou risco de punição. Sobre a situação narrada, assinale a opção que indica o conceito de ética no qual se baseou a ação do polici- al. A) Relativista. B) Formal. C) Utilitarista. D) Empírico. E) Proporcional. 69.Promover a motivação das pessoas que atuam nas organizações nem sempre é uma atividade trivial, ten- do sido, por isso, objeto de diversos estudos por espe- cialistas. Assinale a opção que se relaciona corretamente com a teoria motivacional dos dois fatores, de Frederick Herzberg. A) A satisfação das necessidades dos empregados deve ser realizada respeitando a hierarquia. B) Os comportamentos desejáveis devem ser incenti- vados por meio de reforços positivos. C) O grau de atividade da valência é responsável por propiciar ou não a expectativa. D) Os elementos higiênicos são responsáveis por evi- tar a insatisfação. E) A comparação com os pares é a base para a análise de compatibilidade entre os esforços e as retribui- ções. 70.Com base nas características utilizadas usualmente para a conceituação dos termos ética e moral, assinale a afirmativa correta. A) A ética é uma normatização de comportamentos, enquanto a moral é uma disciplina filosófica. B) A ética possui caráter científico, enquanto a moral tem caráter prático. C) A ética possui caráter temporal, enquanto a moral tem caráter permanente. D) A ética está relacionada ao costume, enquanto a moral à qualidade do ser. E) A ética é cultural, enquanto a moral é teórica. 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 A E D C E A C D E A 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 D A C A D C A B A A 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 C A C B B A E D D A 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 E E E C E C C E C C 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 E E E E E C C C C E 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 E C E C E A C B E C 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 B C E C A C D B D B Dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prá- tica de atos de improbidade administrativa, de que trata o § 4º do art. 37 da Constituição Federal; e dá outras provi- dências. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 1) Das Disposições Gerais Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de im- probidade administrativa tutelará a probidade na organi- zação do Estado e no exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade do patrimônio público e social, nos termos desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 1º Consideram-se atos de improbidade administrati- va as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 3º O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de im- probidade administrativa. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplina- do nesta Lei os princípios constitucionais do direito ad- ministrativo sancionador. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 5º Os atos de improbidade violam a probidade na or- ganização do Estado e no exercício de suas funções e a integridade do patrimônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como da adminis- tração direta e indireta, no âmbito da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos ou governamentais, previstos no § 5º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 7º Independentemente de integrar a administração indireta, estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade privada para cuja criação ou custeio o erário haja concor- rido ou concorra no seu patrimônio ou receita atual, limi- tado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à reper- cussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente de divergência interpretativa da lei, baseada em jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo que não venha a ser posteriormente prevalecente nas deci-sões dos órgãos de controle ou dos tribunais do Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 2) Conceito de Agente Público Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remunera- ção, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública, sujeita-se às sanções previstas nesta Lei o parti- cular, pessoa física ou jurídica, que celebra com a admi- nistração pública convênio, contrato de repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste administrativo equivalente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colabora- dores de pessoa jurídica de direito privado não respon- dem pelo ato de improbidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, comprovadamente, houver par- ticipação e benefícios diretos, caso em que responderão nos limites da sua participação. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato de improbidade administrativa seja também sancionado como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 3) Dos Atos de Improbidade Administrativa a) Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando em enriquecimento ilícito auferir, mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de vantagem patri- monial indevida em razão do exercício de cargo, de man- dato, de função, de emprego ou de atividade nas entida- des referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (Reda- ção dada pela Lei nº 14.230, de 2021) I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratifica- ção ou presente de quem tenha interesse, direto ou indire- to, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público; II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas enti- dades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado; III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado; IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem móvel, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidores, de empregados ou de terceiros contratados por essas entidades; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contraban- do, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou acei- tar promessa de tal vantagem; VI - receber vantagem econômica de qualquer nature- za, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre qualquer dado técnico que envolva obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens for- necidos a qualquer das entidades referidas no art. 1º des- ta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, de cargo, de emprego ou de função pública, e em razão deles, bens de qualquer natureza, decorrentes dos atos descritos no caput deste artigo, cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público, assegurada a demonstração pelo agente da licitude da origem dessa evolução; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribui- ções do agente público, durante a atividade; IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natu- reza; X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, provi- dência ou declaração a que esteja obrigado; XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei; XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei. b) Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão do- losa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda pa- trimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapi- dação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a in- devida incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, de rendas, de verbas ou de va- lores integrantes do acervo patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou ju- rídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores inte- grantes do acervo patrimonial das entidades menciona- das no art. 1º desta lei, sem a observância das formalida- des legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assis- tências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamenta- res aplicáveis à espécie; IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou loca- ção de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a presta- ção de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado; V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado; VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insu- ficiente ou inidônea; VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com enti- dades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda patrimonial efetiva; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento; X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular; XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particu- lar, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades. XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que te- nha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades pre- vistas na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos trans- feridos pela administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espé- cie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência) XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a enti- dade privada mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência) XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das formali- dades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência) XIX - agir para a configuração de ilícito na celebração, na fiscalização e na análise das prestações de contas de parcerias firmadas pela administração pública com enti- dades privadas; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela admi- nistração pública com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014, com a redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015) XXI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) XXII - conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 1º Nos casos em que a inobservância de formalida- des legais ou regulamentares não implicar perda patrimo- nial efetiva, não ocorrerá imposição de ressarcimento, vedado o enriquecimento sem causa das entidades refe- ridas no art. 1º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 2º A mera perda patrimonial decorrente da atividade econômica não acarretará improbidade administrativa, salvo se comprovado ato doloso praticado com essa fina- lidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) c) Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da Administração Pública Art. 11.Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de hones- tidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em se- gredo, propiciando beneficiamento por informação privi- legiada ou colocando em risco a segurança da sociedade e do Estado; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em ra- zão de sua imprescindibilidade para a segurança da soci- edade e do Estado ou de outras hipóteses instituídas em lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter con- correncial de concurso público, de chamamento ou de procedimento licitatório, com vistas à obtenção de bene- fício próprio, direto ou indireto, ou de terceiros; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das condições para isso, com vistas a ocultar irregularidades; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fis- calização e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas. (Vide Medida Provisória nº 2.088-35, de 2000) (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência) XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclu- sive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na admi- nistração pública direta e indireta em qualquer dos Pode- res da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- cípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) XII - praticar, no âmbito da administração pública e com recursos do erário, ato de publicidade que contrarie o disposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover inequívoco enaltecimento do agente público e personalização de atos, de programas, de obras, de serviços ou de campanhas dos órgãos públicos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Corrupção e Nepotismo § 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro de 2006, somente haverá improbidade ad- ministrativa, na aplicação deste artigo, quando for com- provado na conduta funcional do agente público o fim de obter proveito ou benefício indevido para si ou para outra pessoa ou entidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a quais- quer atos de improbidade administrativa tipificados nesta Lei e em leis especiais e a quaisquer outros tipos especi- ais de improbidade administrativa instituídos por lei. (In- cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 3º O enquadramento de conduta funcional na cate- goria de que trata este artigo pressupõe a demonstração objetiva da prática de ilegalidade no exercício da função pública, com a indicação das normas constitucionais, legais ou infralegais violadas. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 4º Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem lesividade relevante ao bem jurídico tutelado para serem passíveis de sancionamento e independem do re- conhecimento da produção de danos ao erário e de enri- quecimento ilícito dos agentes públicos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 5º Não se configurará improbidade a mera nomea- ção ou indicação política por parte dos detentores de mandatos eletivos, sendo necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 4) Das Penas Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e das sanções penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valordo acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incenti- vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos; II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concor- rer esta circunstância, perda da função pública, suspen- são dos direitos políticos até 12 (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos; III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da re- muneração percebida pelo agente e proibição de contra- tar com o poder público ou de receber benefícios ou in- centivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos; § 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóte- ses dos incisos I e II do caput deste artigo, atinge apenas o vínculo de mesma qualidade e natureza que o agente público ou político detinha com o poder público na época do cometimento da infração, podendo o magistrado, na hipótese do inciso I do caput deste artigo, e em caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, considera- das as circunstâncias do caso e a gravidade da infração. § 2º A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, o valor calculado na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para reprovação e prevenção do ato de improbidade. § 3º Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser considerados os efeitos econômicos e sociais das sanções, de modo a viabilizar a manutenção de suas ati- vidades. § 4º Em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a sanção de proibição de con- tratação com o poder público pode extrapolar o ente pú- blico lesado pelo ato de improbidade, observados os im- pactos econômicos e sociais das sanções, de forma a preservar a função social da pessoa jurídica, conforme disposto no § 3º deste artigo. § 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídi- cos tutelados por esta Lei, a sanção limitar-se-á à aplica- ção de multa, sem prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores obtidos, quando for o caso, nos termos do caput deste artigo. § 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a repara- ção do dano a que se refere esta Lei deverá deduzir o ressarcimento ocorrido nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto os mesmos fatos. § 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, deverão observar o princípio constitucional do non bis in idem. Enriquecimento Ilícito Prejuízo ao Erário Violação de Princípios Perda de Bens Sim Sim - Perda da Função Sim Sim - Suspensão Direitos Políticos Até 14 anos Até 12 anos - Multa Civil Valor do acréscimo patrimonial Valor do dano Até 24x o valor da remuneração recebida Proibição de receber benefícios fiscais ou incentivos Até 14 anos Até 12 anos Até 4 anos § 8º A sanção de proibição de contratação com o po- der público deverá constar do Cadastro Nacional de Em- presas Inidôneas e Suspensas (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, observadas as limita- ções territoriais contidas em decisão judicial, conforme disposto no § 4º deste artigo. § 9º As sanções previstas neste artigo somente pode- rão ser executadas após o trânsito em julgado da senten- ça condenatória. § 10. Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos políticos, computar-se-á retroati- vamente o intervalo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da sentença condenatória. 5) Da Declaração de Bens Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração de imposto de renda e proventos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 2º A declaração de bens a que se refere o caput des- te artigo será atualizada anualmente e na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 3º Será apenado com a pena de demissão, sem pre- juízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar a declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do prazo determinado ou que prestar declaração falsa. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 6) Do Procedimento Administrativo e do Processo Judici- al Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autori- dade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de im- probidade. § 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do representan- te, as informações sobre o fato e sua autoria e a indica- ção das provas de que tenha conhecimento. § 2º A autoridade administrativa rejeitará a represen- tação, em despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Públi- co, nos termos do art. 22 desta lei. § 3º Atendidos os requisitos da representação, a auto- ridade determinará a imediata apuração dos fatos, obser- vada a legislação que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade. Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar representante para acompanhar o procedimento adminis- trativo. Art. 16. Na ação por improbidade administrativa pode- rá ser formulado, em caráter antecedente ou incidente, pedido de indisponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral recomposição do erário ou do acrésci- mo patrimonial resultante de enriquecimento ilícito. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo poderá ser formulado indepen- dentemente da representação de que trata o art. 7º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 2º Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas ban- cárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacio- nais. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se re- fere o caput deste artigo apenas será deferido mediante a demonstração no caso concreto de perigo de dano irrepa- rável ou de risco ao resultado útil do processo, desde que o juiz se convença da probabilidade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com fundamento nos respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu em 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório prévio puder comprovadamente frustrar aefetividade da medida ou houver outras circunstâncias que recomendem a proteção liminar, não podendo a urgência ser presumi- da. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores declarados indisponíveis não poderá superar o montante indicado na petição inicial como dano ao erá- rio ou como enriquecimento ilícito. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 6º O valor da indisponibilidade considerará a estima- tiva de dano indicada na petição inicial, permitida a sua substituição por caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, a requerimento do réu, bem como a sua readequação durante a instrução do proces- so. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da demonstração da sua efetiva concorrência para os atos ilícitos apurados ou, quando se tratar de pessoa jurí- dica, da instauração de incidente de desconsideração da personalidade jurídica, a ser processado na forma da lei processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei, no que for cabível, o regime da tutela provisória de urgência da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida rela- tiva à indisponibilidade de bens caberá agravo de instru- mento, nos termos da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 10. A indisponibilidade recairá sobre bens que asse- gurem exclusivamente o integral ressarcimento do dano ao erário, sem incidir sobre os valores a serem eventual- mente aplicados a título de multa civil ou sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade lícita. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 11. A ordem de indisponibilidade de bens deverá pri- orizar veículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis em geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quo- tas de sociedades simples e empresárias, pedras e metais preciosos e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a subsistência do acusado e a manutenção da atividade empresária ao lon- go do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 12. O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens do réu a que se refere o caput deste artigo, obser- vará os efeitos práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de acarretar prejuízo à prestação de servi- ços públicos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 13. É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos deposita- dos em caderneta de poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-corrente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 14. É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu, salvo se comprovado que o imóvel seja fruto de vantagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que trata esta Lei será proposta pelo Ministério Público e se- guirá o procedimento comum previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), salvo o disposto nesta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo de- verá ser proposta perante o foro do local onde ocorrer o dano ou da pessoa jurídica prejudicada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 5º A propositura da ação a que se refere o caput des- te artigo prevenirá a competência do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 7º Se a petição inicial estiver em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a citação dos requeridos para que a contestem no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na forma do art. 231 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Reda- ção dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 9º-A Da decisão que rejeitar questões preliminares suscitadas pelo réu em sua contestação caberá agravo de instrumento. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensu- al, poderão as partes requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contestação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 10-B. Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvi- do o autor, o juiz: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) I - procederá ao julgamento conforme o estado do pro- cesso, observada a eventual inexistência manifesta do ato de improbidade; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas a otimizar a instrução processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 10-C. Após a réplica do Ministério Público, o juiz pro- ferirá decisão na qual indicará com precisão a tipificação do ato de improbidade administrativa imputável ao réu, sendo-lhe vedado modificar o fato principal e a capitula- ção legal apresentada pelo autor. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 10-D. Para cada ato de improbidade administrativa, deverá necessariamente ser indicado apenas um tipo dentre aqueles previstos nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 10-E. Proferida a decisão referida no § 10-C deste ar- tigo, as partes serão intimadas a especificar as provas que pretendem produzir. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 10-F. Será nula a decisão de mérito total ou parcial da ação de improbidade administrativa que: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) I - condenar o requerido por tipo diverso daquele defi- nido na petição inicial; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) II - condenar o requerido sem a produção das provas por ele tempestivamente especificadas. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 11. Em qualquer momento do processo, verificada a inexistência do ato de improbidade, o juiz julgará a de- manda improcedente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 17. Da decisão que converter a ação de improbidade em ação civil pública caberá agravo de instrumento. (In- cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 18. Ao réu será assegurado o direito de ser interro- gado sobre os fatos de que trata a ação, e a sua recusa ou o seu silêncio não implicarão confissão. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 19. Não se aplicam na ação de improbidade adminis- trativa: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) I - a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em caso de revelia; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) II - a imposição de ônus da prova ao réu, na forma dos §§ 1º e 2º do art. 373 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil); (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) III - o ajuizamento de mais de uma ação de improbida- de administrativa pelo mesmo fato, competindo ao Conse- lho Nacional do Ministério Público dirimir conflitos de atribuições entre membros de Ministérios Públicos distin- tos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) IV - o reexame obrigatório da sentença de improcedên- cia ou de extinção sem resolução de mérito. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 20. A assessoria jurídica que emitiu o parecer ates- tando a legalidade prévia dos atos administrativos prati- cados pelo administrador público ficará obrigada a defen- dê-lo judicialmente, caso este venha a responder ação por improbidade administrativa, até que a decisão transite em julgado. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 21. Das decisões interlocutórias caberá agravo de instrumento, inclusive da decisão que rejeitar questões preliminares suscitadas pelo réu em sua contestação. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 17-B. O Ministério Público poderá, conforme as circunstânciaspor meio de lei, e não por contrato. No que se refere à realização de licitação, deve-se dis- tinguir a empresa pública e a sociedade de economia mista, se prestadoras de serviços ou exploradoras de atividade econômicas. Quando prestadoras de serviços públicos, seguem as normas gerais para licitação. Entretanto, quando explo- ram atividade econômica, a situação é diferente, conside- rando que elas poderão ter regime especial, mediante estatuto jurídico próprio, consoante o art. 173, § 1º, III, da CF/88, para licitações e contratos, obedecendo sempre aos princípios da administração. Tal regime simplificado tem como propósito evitar a sujeição dessas empresas ao rigor da Lei nº 8.666/93, que exige altos custos e longo prazo de preparação para a celebração do contrato. Considerando que elas estão inseridas na iniciativa privada, o objetivo é que possam competir em condições de igualdade com as demais em- presas. No que tange à responsabilidade civil, também o que interessa é a finalidade. Para as prestadoras de serviços públicos, há a aplicação do art. 37, § 6º, da CF/88, que lhes atribui a responsabilidade objetiva, independente do elemento subjetivo, a culpa ou dolo, bastando à vítima demonstrar a conduta, o dano e o nexo causal entre am- bas. Admite-se, entretanto, que, apesar de a regra ser a da teoria objetiva, é possível excepcionalmente aplicar a teoria subjetiva quando acontecem condutas omissivas. As pessoas que atuam nas empresas estatais são consideradas agentes públicos, colocados na classifica- ção de servidores estatais, na espécie servidores de entes governamentais de direito privado. Para esses agentes, há duas regras: uma aplicável a seus dirigentes, e outra, aplicável ao restante do quadro de pessoal. Os dirigentes são investidos em decorrência de provi- dências governamentais, sendo, portanto, empregados da empresa estatal regidos pela CLT, salvo se já tiverem vín- culo empregatício anterior. Os demais agentes dessas empresas, conhecidos co- mo empregados públicos, são regidos pela CLT, mas se equiparam a servidores públicos para algumas regras como: obrigatoriedade de aprovação em concurso públi- co, submissão ao teto remuneratório e proibição de acu- mulação de emprego. As empresas públicas e sociedades de economia mis- ta, bem como as fundações públicas de direito privado, submetem-se às regras processuais gerais, sem os privi- légios peculiares à Fazenda Pública. Órgãos Públicos Como já visto anteriormente, o Estado, para prestação de suas atividades, pelas diversas funções que exerce, tem que distribuir em seu setor interior os encargos de sua competência com diversas unidades, exercendo cada qual uma parcela de suas atribuições. Essas unidades são chamadas de órgãos públicos e, em razão de sua especialização, conseguem desenvolver serviços mais eficientes. Os agentes públicos integram os órgãos e realizam em última instância a vontade estatal. Desse modo, toda atu- ação do agente público, seja lícita ou ilícita, sempre é imputada ao ente estatal. Trata-se da “Teoria do Órgão” ou “Teoria da Imputação”. Esta teoria determina que o órgão, como mero ente despersonalizado de competências, é uma parte da pes- soa jurídica estatal. O órgão não é pessoa e classicamen- te não é sujeito de direitos, nem de obrigações. O órgão é, na verdade, um círculo de poderes e atribuições. É o órgão que realiza a ligação entre a pessoa jurídica e o servidor público. Por esta teoria, a pessoa jurídica expressa sua vontade por meio de órgãos, de modo que quando os agentes que os compõem manifestam essa vontade, é como se a própria entidade o fizesse. Vejamos algumas características do órgão público no Brasil: - Não possuem personalidade jurídica própria, ou seja, os atos que praticam são atribuídos ou imputados à entidade estatal a que pertence; - Os órgãos também não se confundem com a pessoa jurídica, porque esta representa o todo em que os ór- gãos são partes. Também não se confundem com a pessoa física, porque representam uma reunião de funções a serem exercidas pelos agentes que com- põem o órgão; - Entre os órgãos existe um vínculo hierárquico; - Alguns órgãos podem ter representação própria, isto é, ter seus próprios procuradores, apesar de em regra não ter capacidade para estar em juízo, salvo em situ- ações excepcionais em que lhes é atribuída a persona- lidade jurídica. Classificação dos órgãos públicos a) Quanto à posição estatal: - Órgãos independentes: São os originários da Consti- tuição e representativos dos três Poderes do Estado, sem qualquer subordinação hierárquica e funcional, e sujeitos apenas aos controles jurisdicionais de um so- bre o outro. Exemplo: a Chefia do Executivo, as Casas Legislativas e os órgãos do Poder Judiciário. - Órgãos autônomos: São os localizados na cúpula da Administração, imediatamente abaixo dos órgãos in- dependentes e diretamente subordinados a seus che- fes. Podem participar das decisões governamentais. Exemplo; Ministérios, Secretarias de Estado e de Mu- nicípio, Procuradoria Geral de Justiça. - Órgãos Superiores: São os que detêm poder de dire- ção, controle, decisão e comando dos assuntos de sua competência específica, mas sempre sujeitos à subor- dinação e ao controle hierárquico de uma chefia mais alta. Não gozam de autonomia administrativa e nem financeira. Exemplo: Inspetorias-Gerais, Departamen- tos e Divisões. - Órgãos Subalternos: São os que se acham subordina- dos hierarquicamente a órgãos de decisão, exercendo principalmente funções de execução. Exemplo: Seções de Almoxarifado, de Pessoal, Zeladoria. b) Quanto à estrutura: - Órgãos Simples ou Unitários: São constituídos por um único centro de atribuições, sem subdivisões internas. Exemplo: Conselho de Defesa Nacional. - Órgãos Compostos: São constituídos por vários outros órgãos. Exemplo: Ministérios, Secretarias de Estado e Congresso Nacional. c) Quanto à composição: - Órgãos singulares ou unipessoais: São os integrados por um único agente. Exemplo: Presidência da Repú- blica. - Órgãos coletivos, colegiados ou pluripessoais: São os constituídos por vários agentes. Exemplo: Tribunais e Congresso Nacional. O Estado se organiza em Governo (parte estatal que define os ideais, diretrizes, e políticas – tratado pelo Direi- to Constitucional) e Administração Pública (parte do Es- tado encarregada de efetivar os ideais estatais – tratado pelo Direito Administrativo). O Direito Administrativo exis- te para administrar o interesse público, regendo a Admi- nistração Pública. A Administração Pública visa atender o interesse pú- blico primário (atendimento das necessidades da Admi- nistração Pública – interesse da coletividade) e secundá- rio (interesse privado da Administração Pública que se justifica pelo primário). A Organização Administrativa é a estruturação de pes- soas, entidades e órgãos que irão desempenhar funções administrativas. A Administração Pública encontra alicer- çada no art. 37, CR/88, podendo ser organizada de forma direta (União, Estados, Distrito Federal, Municípios) e indi- reta (Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista). Assim, temos na estrutura da Administração Pública Indireta as Autarquias, que são frutos da descentralização governamental, criando pessoas jurídicas de direito públi- co que exerçam atividades típicas de Estado. Dessa con- ceituação, tiramos várias espécies, dentre elas, as Agên- cias Reguladoras e Agências Executivas. Veremos aqui a distinção dessas espécies. AGÊNCIAS REGULADORAS Inicialmente, a expressão conceituava as universida- des e era usada para rotular pessoas jurídicas que desfru- tavam de um teor de independência administrativado caso concreto, celebrar acordo de não persecução civil, desde que dele advenham, ao menos, os seguintes resultados: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) I - o integral ressarcimento do dano; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) II - a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida obtida, ainda que oriunda de agentes privados. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 1º A celebração do acordo a que se refere o caput deste artigo dependerá, cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) I - da oitiva do ente federativo lesado, em momento an- terior ou posterior à propositura da ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) II - de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, pelo órgão do Ministério Público competente para apreci- ar as promoções de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) III - de homologação judicial, independentemente de o acordo ocorrer antes ou depois do ajuizamento da ação de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 2º Em qualquer caso, a celebração do acordo a que se refere o caput deste artigo considerará a personalidade do agente, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do ato de improbidade, bem como as vantagens, para o interesse público, da rápida solução do caso. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 3º Para fins de apuração do valor do dano a ser res- sarcido, deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de Con- tas competente, que se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo de 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 4º O acordo a que se refere o caput deste artigo po- derá ser celebrado no curso da investigação de apuração do ilícito, no curso da ação de improbidade ou no momen- to da execução da sentença condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 5º As negociações para a celebração do acordo a que se refere o caput deste artigo ocorrerão entre o Minis- tério Público, de um lado, e, de outro, o investigado ou demandado e o seu defensor. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 6º O acordo a que se refere o caput deste artigo po- derá contemplar a adoção de mecanismos e procedimen- tos internos de integridade, de auditoria e de incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códi- gos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica, se for o caso, bem como de outras medidas em favor do interesse público e de boas práticas administrativas. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 7º Em caso de descumprimento do acordo a que se refere o caput deste artigo, o investigado ou o demandado ficará impedido de celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado do conhecimento pelo Ministério Público do efetivo descumprimento. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 17-C. A sentença proferida nos processos a que se refere esta Lei deverá, além de observar o disposto no art. 489 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil): (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) I - indicar de modo preciso os fundamentos que de- monstram os elementos a que se referem os arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, que não podem ser presumidos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) II - considerar as consequências práticas da decisão, sempre que decidir com base em valores jurídicos abstra- tos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) III - considerar os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados e das cir- cunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) IV - considerar, para a aplicação das sanções, de forma isolada ou cumulativa: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) a) os princípios da proporcionalidade e da razoabilida- de; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) b) a natureza, a gravidade e o impacto da infração co- metida; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) c) a extensão do dano causado; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) d) o proveito patrimonial obtido pelo agente; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) e) as circunstâncias agravantes ou atenuantes; (Inclu- ído pela Lei nº 14.230, de 2021) f) a atuação do agente em minorar os prejuízos e as consequências advindas de sua conduta omissiva ou comissiva; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) g) os antecedentes do agente; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) V - considerar na aplicação das sanções a dosimetria das sanções relativas ao mesmo fato já aplicadas ao agente; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) VI - considerar, na fixação das penas relativamente ao terceiro, quando for o caso, a sua atuação específica, não admitida a sua responsabilização por ações ou omissões para as quais não tiver concorrido ou das quais não tiver obtido vantagens patrimoniais indevidas; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) VII - indicar, na apuração da ofensa a princípios, crité- rios objetivos que justifiquem a imposição da sanção. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 1º A ilegalidade sem a presença de dolo que a quali- fique não configura ato de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 2º Na hipótese de litisconsórcio passivo, a condena- ção ocorrerá no limite da participação e dos benefícios diretos, vedada qualquer solidariedade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 3º Não haverá remessa necessária nas sentenças de que trata esta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 17-D. A ação por improbidade administrativa é re- pressiva, de caráter sancionatório, destinada à aplicação de sanções de caráter pessoal previstas nesta Lei, e não constitui ação civil, vedado seu ajuizamento para o con- trole de legalidade de políticas públicas e para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos, coletivos e individuais homo- gêneos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Parágrafo único. Ressalvado o disposto nesta Lei, o controle de legalidade de políticas públicas e a responsa- bilidade de agentes públicos, inclusive políticos, entes públicos e governamentais, por danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estéti- co, histórico, turístico e paisagístico, a qualquer outro interesse difuso ou coletivo, à ordem econômica, à ordem urbanística, à honra e à dignidade de grupos raciais, étni- cos ou religiosos e ao patrimônio público e social subme- tem-se aos termos da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 18. A sentença que julgar procedente a ação fun- dada nos arts. 9º e 10 desta Lei condenará ao ressarci- mento dos danos e à perda ou à reversão dos bens e valo- res ilicitamente adquiridos, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 1º Se houver necessidade de liquidação do dano, a pessoa jurídica prejudicada procederá a essa determina- ção e ao ulterior procedimento para cumprimento da sen- tença referente ao ressarcimento do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 2º Caso a pessoa jurídica prejudicada não adote as providências a que se refere o § 1º deste artigo no prazo de 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da sen- tença de procedência da ação, caberá ao Ministério Públi- co proceder à respectiva liquidação do dano e ao cum- primento da sentença referente ao ressarcimento do pa- trimônio público ou à perda ou à reversão dos bens, sem prejuízo de eventual responsabilização pela omissão veri- ficada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 3º Para fins de apuração do valor do ressarcimento, deverão ser descontados os serviços efetivamente pres- tados.(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 4º O juiz poderá autorizar o parcelamento, em até 48 (quarenta e oito) parcelas mensais corrigidas monetaria- mente, do débito resultante de condenação pela prática de improbidade administrativa se o réu demonstrar inca- pacidade financeira de saldá-lo de imediato. Art. 18-A. A requerimento do réu, na fase de cumpri- mento da sentença, o juiz unificará eventuais sanções aplicadas com outras já impostas em outros processos, tendo em vista a eventual continuidade de ilícito ou a prática de diversas ilicitudes, observado o seguinte: I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz promoverá a maior sanção aplicada, aumentada de 1/3 (um terço), ou a soma das penas, o que for mais benéfico ao réu; II - no caso de prática de novos atos ilícitos pelo mes- mo sujeito, o juiz somará as sanções. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Parágrafo único. As sanções de suspensão de direitos políticos e de proibição de contratar ou de receber incen- tivos fiscais ou creditícios do poder público observarão o limite máximo de 20 (vinte) anos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 7) Das Disposições Penais Art. 19. Constitui crime a representação por ato de im- probidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente. Pena: detenção de seis a dez meses e multa. Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materi- ais, morais ou à imagem que houver provocado. Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julga- do da sentença condenatória. § 1º A autoridade judicial competente poderá determi- nar o afastamento do agente público do exercício do car- go, do emprego ou da função, sem prejuízo da remunera- ção, quando a medida for necessária à instrução proces- sual ou para evitar a iminente prática de novos ilícitos. § 2º O afastamento previsto no § 1º deste artigo será de até 90 (noventa) dias, prorrogáveis uma única vez por igual prazo, mediante decisão motivada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento e às condutas pre- vistas no art. 10 desta Lei; II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. § 1º Os atos do órgão de controle interno ou externo serão considerados pelo juiz quando tiverem servido de fundamento para a conduta do agente público. § 2º As provas produzidas perante os órgãos de con- trole e as correspondentes decisões deverão ser conside- radas na formação da convicção do juiz, sem prejuízo da análise acerca do dolo na conduta do agente. § 3º As sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à ação de improbidade quando concluírem pela inexistência da conduta ou pela negativa da autoria. § 4º A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fatos, confirmada por decisão colegiada, impede o trâmite da ação da qual trata esta Lei, havendo comuni- cação com todos os fundamentos de absolvição previs- tos no art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal). § 5º Sanções eventualmente aplicadas em outras es- feras deverão ser compensadas com as sanções aplica- das nos termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de autori- dade administrativa ou mediante representação formula- da de acordo com o disposto no art. 14 desta Lei, poderá instaurar inquérito civil ou procedimento investigativo assemelhado e requisitar a instauração de inquérito poli- cial. 8) Da Prescrição Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 1º A instauração de inquérito civil ou de processo administrativo para apuração dos ilícitos referidos nesta Lei suspende o curso do prazo prescricional por, no má- ximo, 180 (cento e oitenta) dias corridos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso não concluído o processo, esgotado o prazo de suspensão. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbi- dade será concluído no prazo de 365 (trezentos e sessen- ta e cinco) dias corridos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante ato fundamentado submetido à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a ação deverá ser proposta no prazo de 30 (trinta) dias, se não for caso de arquivamento do inquérito civil. § 4º O prazo da prescrição referido no caput deste ar- tigo interrompe-se: I - pelo ajuizamento da ação de improbidade adminis- trativa; II - pela publicação da sentença condenatória; III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal que confirma sentença condenatória ou que reforma sentença de im- procedência; IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribunal de Justiça que confirma acórdão condenatório ou que reforma acórdão de improcedência; V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal Federal que confirma acórdão condenatório ou que reforma acórdão de improcedência. § 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do dia da interrupção, pela metade do prazo previs- to no caput deste artigo. § 6º A suspensão e a interrupção da prescrição produ- zem efeitos relativamente a todos os que concorreram para a prática do ato de improbidade. § 7º Nos atos de improbidade conexos que sejam ob- jeto do mesmo processo, a suspensão e a interrupção relativas a qualquer deles estendem-se aos demais. § 8º O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público, deverá, de ofício ou a requerimento da parte inte- ressada, reconhecer a prescrição intercorrente da preten- são sancionadora e decretá-la de imediato, caso, entre os marcos interruptivos referidos no § 4º, transcorra o prazo previsto no § 5º deste artigo. Art. 23-A. É dever do poder público oferecer contínua capacitação aos agentes públicos e políticos que atuem com prevenção ou repressão de atos de improbidade ad- ministrativa. Art. 23-B. Nas ações e nos acordos regidos por esta Lei, não haverá adiantamento de custas, de preparo, de emolumentos, de honorários periciais e de quaisquer ou- tras despesas. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 1º No caso de procedência da ação, as custas e as demais despesas processuais serão pagas ao final. § 2º Haverá condenação em honorários sucumben- ciais em caso de improcedência da ação de improbidade se comprovada má-fé. Art. 23-C. Atos que ensejem enriquecimento ilícito, perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação de recursos públicos dos partidos políti- cos, ou de suas fundações, serão responsabilizados nos termos da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995. (Inclu- ído pela Lei nº 14.230, de 2021) Princípios administrativos constitucionais: Explícitos Estabelecidas as noções introdutórias do Direito Ad- ministrativo, é possível partir para a análise dos princípios que embasam o estudo desta disciplina. Inicialmente, para o reconhecimento do Direito Admi- nistrativo como disciplina autônoma, esses princípios não podem ser escolhidos de forma aleatória etambém não podem ser considerados de forma isolada; é necessária a fixação de um conjunto sistematizado de princípios e normas que lhe ofereça identidade, tornando possível diferenciá-lo dos demais ramos do direito. Os princípios escolhidos para compor esse conjunto devem ser peculiares aos seus objetivos e devem especi- almente guardar entre si uma correlação lógica, uma rela- ção de coerência e unidade, um ponto de coincidência, compondo um sistema ou regime: o regime jurídico admi- nistrativo. A Constituição Federal de 1988 definiu em seu artigo 37 os princípios administrativos constitucionais. Tais princípios constituem a base das regras administrativas no País. Enfatizamos que a existência destes princípios explíci- tos na lei não afastam em momento algum os princípios implícitos, já estudados no capítulo anterior e conhecidos como princípios gerais do direito público, haja vista que o Direito Administrativo consiste em uma ciência composta por normas esparsas, fazendo uso constante da doutrina e da jurisprudência. a) Legalidade: Para a Administração Pública tal princípio indica que os agentes públicos só podem fazer o que a lei determina ou o autoriza. É a base do Estado Demo- crático de Direito e garante que todos os conflitos se- jam resolvidos pela lei. É agir apenas secundum legis, nunca contra legem ou praeter legem. Para os particu- lares, a legalidade possui um perfil diverso, com uma maior incidência de liberdade, que pode ser sintetizada nos seguintes termos: as partes poderão fazer tudo o que a lei não proíbe. É a autonomia das vontades. En- tretanto, é possível apontar três restrições excepcio- nais ao princípio da legalidade: as medidas provisórias, o estado de defesa e o estado de sítio. b) Impessoalidade: A atuação impessoal da Administra- ção Pública é imperativo que funciona como uma via de mão dupla, pois se aplica em relação ao adminis- trado e aos administrados. Desse modo, a função ad- ministrativa deve ser uma atividade destinada a satis- fazer a todos e por isso a Administração Pública não poderá atuar discriminando pessoas determinadas de forma gratuita, a não ser que esteja presente o interes- se público. Do mesmo modo a responsabilidade dos atos praticados não deve ser imputada ao agente e sim à pessoa jurídica. Sob esse prima, se veda a pro- moção pessoal de autoridades. O princípio deve, por- tanto, ser analisado sob dois aspectos diferentes: pri- meiro, quanto ao dever de atendimento ao interesse público, tendo o administrador o dever de agir de for- ma impessoal, abstrata, genérica, protegendo sempre a coletividade; segundo, que a atividade administrativa exercida por um agente público seja imputada ao ór- gão ou entidade e não ao próprio agente. c) Moralidade: Consiste no conjunto de regras de condu- ta retirada da disciplina interna da Administração. As- sim, não basta que o agente público afirme que prati- cou o ato de acordo com a permissão da lei. É preciso indagar se o ato praticado é também honesto e obede- ce aos demais preceitos éticos. O princípio da morali- dade administrativa não se confunde com a moralida- de comum, pois enquanto esta última preocupa-se com a distinção entre o bem e o mal, a primeira é composta não só por correção de atitudes, mas tam- bém pelas regras da boa administração. d) Publicidade: Traz a ideia de transparência ou visibili- dade de toda a atuação administrativa, permitindo o controle dos atos praticados. Possui exceções, haja vista a necessidade de segurança público e respeito à intimidade das pessoas. A publicidade também repre- senta condição de eficácia para os atos administrati- vos, marcando o início da produção de seus efeitos ex- ternos, já que ninguém está obrigado a cumprir um ato administrativo se desconhece a sua existência. e) Eficiência: Inserido pela Emenda Constitucional nº 19/98, visa aperfeiçoar os serviços e as atividades prestadas, buscando otimizar os resultados e atender o interesse público com maiores índices de rapidez (ausência de burocracia e presença de celeridade e di- nâmica), perfeição (serviço satisfatório e completo) e rendimento (mais economicidade e produtividade). Princípios Gerais do Direito Público: Implícitos O ordenamento jurídico é composto de duas espécies de normas: princípios e regras. Princípios são as normas basilares de um sistema jurídico, de hierarquia superior às regras e determinantes do alcance e sentido destas. Os princípios condicionam a interpretação das regras (pre- ceitos de comportamento). Vejamos alguns princípios que não estão previstos no texto constitucional, mas que são utilizados para solucio- nar conflitos que a Administração Pública: a) Autoridade pública – o Estado existe em função dos interesses públicos ou coletivos, que tem prevalência sobre os interesses privados. Destarte, possui o poder de autoridade que se manifesta, basicamente, impon- do unilateralmente comportamentos e atribuindo direi- tos aos particulares. b) Submissão do Estado à ordem jurídica – significa que o Estado apenas pode agir quando autorizado pela lei. c) Função – o exercício do poder jurídico se traduz em verdadeiro dever jurídico (poder-dever) e é finalístico, isto é, busca satisfazer o interesse público. d) Igualdade dos particulares perante o Estado – inscul- pido no art. 5º, da CF/88. O tratamento desigual entre os particulares apenas é possível quando possua cau- sa justificadora, isto é, na medida de suas desigualda- des. e) Devido processo – implica em garantia aos indivíduos em relação ao processo legislativo, judicial e, também, ao processo administrativo, que devem guardar obser- vância com as regras constitucionais e infraconstitu- cionais. f) Responsabilidade objetiva – A Administração Pública será responsável pelos prejuízos que seus agentes causarem a terceiros, independente de dolo ou culpa. O único caso que a administração pode se eximir de responsabilizar será a culpa exclusiva da vítima. Após o pagamento da indenização a terceiros, a administra- ção poderá ingressar com ação regressiva contra o servidor, visando receber os valores pagos com a in- denização. g) Igualdade das pessoas políticas – sendo o Estado Brasileiro federado e não unitário, as funções adminis- trativas e políticas estão divididas entre as pessoas políticas (União, Estados, Municípios e Distrito Fede- ral), que, sob a ótica jurídica são iguais entre si, encon- trando suas competências diretamente no texto cons- titucional. Não há hierarquia entre União e Estados ou Estados e Municípios, todos merecem tratamento isonômico. h) Supremacia do interesse público sobre o privado – A Constituição Federal garante os direitos de liberdade e propriedade aos indivíduos, entretanto, a Administra- ção Pública cuida dos interesses de toda a sociedade, de modo que, nos casos em que houver conflito entre particular e Poder Público, os interesses deste último sempre prevalecem. Determina privilégios jurídicos e um patamar de superioridade do interesse público so- bre o particular. Em razão desse interesse público, a Administração terá posição privilegiada em face dos administrados, além de prerrogativas e obrigações que não são extensíveis aos particulares. Entretanto, sua utilização só será legítima quando aplicada para al- cance de interesses coletivos, jamais para satisfazer interesses ou conveniências pessoais ou de terceiros. i) Continuidade do serviço público – Diz respeito ao for- necimento dos serviços essenciais à população, ou se- ja, indispensáveis à coletividade. Tais serviços são de competência da Administração Pública e suas autar- quias, concessionárias ou permissionárias, de maneira ininterrupta, para que o interesse da coletividade não venha a ser prejudicado. É relevante lembrar que há limites à greve na Administração Pública, justamente devido ao princípio da continuidade. Vejamos algunsserviços essenciais: tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; assistência médica e hospitalar; distri- buição e comercialização de medicamentos e alimen- tos; serviços funerários e transporte coletivo; captação e tratamento de esgoto e lixo; telecomunicações e a guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares; processamento de dados ligados a serviços essenciais; controle de tráfego aéreo e compensação bancária. j) Indisponibilidade do interesse público – Serve para limitar a atuação do agente público, revelando-se um contrapeso à superioridade descrita no princípio da supremacia, podendo se afirmar que, em nome da su- premacia do interesse público o Administrador pode muito, pode quase tudo, mas não pode abrir mão do in- teresse público. Os bens, direitos e interesses públicos são confiados ao administrador para gestão, nunca para sua disposição. k) Finalidade – Pode ser explicitada como a ideia que a lei traz contida em seu texto. É o fator que proporciona compreendê-la dentro do seu contexto legal. l) Isonomia – Significa tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual, na medida de suas de- sigualdades. Todavia, a dificuldade é fixar quais os pa- râmetros e definir quem são os iguais ou os desiguais e, o que é pior ainda, qual é a medida da desigualdade. m) Contraditório e Ampla Defesa – A Administração Pú- blica está obrigada a dar ciência da existência de pro- cesso e de seu conteúdo ao interessado, para garantir o seu direito de apresentar sua versão dos fatos e as provas que entender cabíveis. A ampla defesa com- preende o direito de defender-se, independentemente de usar ou não o prazo que lhe é concedido, utilizando todos os meios de prova possíveis. n) Razoabilidade – Proíbe a atuação do administrador de forma despropositada quando, com a desculpa de cumprir a lei, age de forma arbitrária e sem qualquer bom-senso. Trata-se do princípio da proibição de ex- cessos. Desse modo, as decisões que violarem a razo- abilidade não serão inconvenientes, e sim ilegais e ile- gítimas, porque ofenderão a finalidade da lei, admitin- do correção inclusive pelo Poder Judiciário. o) Proporcionalidade – Para a maioria dos autores, inclu- sive Hely Lopes Meirelles e Maria Silvia Zanella di Pie- tro, este princípio está contido no da razoabilidade. O princípio da proporcionalidade exige o equilíbrio entre os meios de que se utiliza a Administração e os fins que ela tem que alcançar, segundo padrões comuns da sociedade em que vive, analisando sempre cada caso concreto. p) Autotutela – Esclarece que a Administração Pública pode controlar os seus próprios atos, seja para anulá- los, quando ilegais, ou revogá-los, quando inconvenien- tes ou inoportunos, independente de revisão pelo Po- der Judiciário. q) Especialidade – Decorre dos princípios da indisponibi- lidade e da legalidade. Surgiu com base na ideia de descentralização administrativa, apesar de a doutrina também admitir a sua aplicação pela própria Adminis- tração Direta. r) Motivação – Implica para a Administração Pública o dever de justificar seus atos, apontando-lhes o funda- mentos de direito e de fato, assim como a correlação lógica entre os eventos e situações que lhes deram causa, a providência tomada, a sua compatibilidade com a previsão legal e, quando necessário, o juízo de valor, as razões de conveniência e oportunidade que justificaram a prática desses atos. 01.No tocante à Declaração de Bens, prevista na Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429/92), é cor- reto afirmar que A) não supre a exigência contida na Lei de Improbida- de Administrativa a entrega, em substituição à De- claração de Bens, da cópia da declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal. B) a posse e o exercício de agente público ficam con- dicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal compe- tente. C) a declaração de bens será quinquenalmente atuali- zada e na data em que o agente público deixar o exercício do mandato. D) somente será punido com a pena de demissão a bem do serviço público, sem prejuízo de outras san- ções cabíveis, o agente público que prestar falsa declaração de bens. E) será punido com a pena de repreensão escrita o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens. 02.Nos termos da Lei Federal nº 8.429/92, A) reputa-se agente público, para os efeitos daquela lei, todo aquele que exerce, necessariamente de modo permanente e remunerado, por eleição, no- meação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades da Administração direta ou indireta. B) suas disposições são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, indu- za ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. C) os agentes públicos são obrigados a velar pela es- trita observância dos princípios de legalidade, im- pessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos, exceto se ocupantes de cargo ou emprego que não exija formação supe- rior. D) ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, desde que dolosa, do agente ou de tercei- ro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. E) no caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário o quíntuplo dos bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. 03.Felipe, servidor público ocupante de cargo em comis- são no âmbito do Ministério da Fazenda, revelou a empresários com os quais mantinha relações profissi- onais anteriormente ao ingresso no serviço público, teor de medida econômica prestes a ser divulgada pelo Ministério, tendo em vista que a mesma impactaria di- retamente os preços das mercadorias comercializadas pelos referidos empresários. A conduta de Felipe A) somente é passível de caracterização como ato de improbidade administrativa se comprovado que re- cebeu vantagem econômica direta ou indireta em decorrência da revelação. B) não é passível de caracterização como ato de im- probidade administrativa, tendo em vista o agente não ser ocupante de cargo efetivo. C) é passível de caracterização como ato de improbi- dade administrativa que atenta contra os princípios da Administração, independentemente de eventual enriquecimento ilícito. D) é passível de caracterização como ato de improbi- dade administrativa, desde que comprovado efetivo prejuízo ao erário. E) não é passível de caracterização como ato de im- probidade administrativa, podendo, contudo, ensejar a responsabilização administrativa do servidor por violação do dever de sigilo funcional. 04.Celso, servidor público federal, usou, em proveito pró- prio, veículo de propriedade do órgão público em que atua e autorizou Paulo, comerciante amigo seu, a resi- dir, gratuitamente, em imóvel público desocupado do qual possuía as chaves. De acordo com a Lei no 8.429/92, A) a conduta de ambos poderá caracterizar improbida- de administrativa, independentemente de prejuízo ao erário. B) apenas a conduta de Celso poderá caracterizar im- probidade administrativa, sujeitando-o à pena de perda da função pública. C) apenas a conduta de Paulo poderá caracterizar im- probidade administrativa, cabendo a Celso a res- ponsabilização no âmbito de processo disciplinar. D) a conduta de Celso poderá caracterizar improbidade administrativa, desde que comprovado dano ao erá- rio e enriquecimento ilícito. E) ambas as condutas poderão caracterizar improbi- dade administrativa, desde que comprovada lesão dolosa ao patrimônio público. 05.Paulo, servidor público federal, deixou de praticar, deliberadamente, ato de ofício que erade sua compe- tência. A referida conduta A) poderá caracterizar ato de improbidade administra- tiva, desde que comprovado que o servidor auferiu vantagem indevida para a sua prática. B) configura ato de improbidade administrativa que atenta contra os Princípios da Administração públi- ca, passível da aplicação da pena de perda da fun- ção pública. C) não configura ato de improbidade administrativa, sendo passível, contudo, punição disciplinar. D) não configura ato de improbidade administrativa, salvo se comprovado, cumulativamente, enriqueci- mento ilícito e dano ao erário. E) configura ato de improbidade administrativa, passí- vel de aplicação de pena de multa, exclusivamente. 06.A Lei n.º 8.429 disciplina a Improbidade Administrativa e estabelece alguns procedimentos nos casos de enri- quecimento ilícito no exercício de cargo, de emprego ou de função da administração pública direta, indireta ou fundacional. Entre as alternativas a seguir, assinale a única exceção que não está prevista nessa lei: A) Suspensão dos direitos políticos. B) Disponibilidade dos bens. C) Perda da função pública. D) Ressarcimento ao erário. 07.José, Prefeito do Município Alfa, em maio de 2022, de forma dolosa, concedeu benefício fiscal sem a obser- vância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie. Agindo dessa forma, em tese, Jo- sé, de acordo com a atual redação da Lei de Improbi- dade Administrativa, A) não praticou ato de improbidade, diante da ausên- cia de expressa previsão legal, desde a edição origi- nária da Lei de Improbidade. B) não praticou ato de improbidade, diante da revoga- ção da norma que definia a conduta narrada como ato típico de improbidade. C) praticou ato de improbidade, entre cujas sanções está a suspensão dos direitos políticos por até 12 (doze) anos. D) praticou ato de improbidade, entre cujas sanções está a proibição de contratar com o poder público, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos. E) praticou ato de improbidade, entre cujas sanções está a proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais, direta ou indiretamente, por prazo não supe- rior a 14 (catorze) anos. 08.A Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional. Segundo a referida lei: “Cons- titui ato de improbidade administrativa importando en- riquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1º desta lei”. Dentre as alternati- vas a seguir, marque aquela que NÃO se configura co- mo um ato de improbidade administrativa que impor- tam enriquecimento ilícito. A) Receber vantagem econômica de qualquer nature- za, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado. B) Perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado. C) Não aceitar emprego ou comissão ou exercer ativi- dade de consultoria ou assessoramento para pes- soa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou menção e referência decorrente das atribuições do agente pú- blico, durante a atividade. D) Receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem mó- vel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econô- mica, direta ou indireta, a título de comissão, per- centagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público. 09.De acordo com as disposições da Lei nº 8.429/92, que trata dos atos de improbidade administrativa, assinale a alternativa correta. A) A condenação por ato de improbidade administrati- va atinge apenas servidores públicos efetivos do quadro permanente da Administração Pública Direta e Indireta de qualquer dos três poderes. B) Será punido com a pena de advertência o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado. C) Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralida- de e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos. D) Admite-se a modalidade culposa quando se tratar de improbidade administrativa que gera prejuízo ao erário. E) Não é ato de improbidade administrativa permitir que terceiro se enriqueça ilicitamente. 10.Quanto aos princípios constitucionais aplicáveis à administração pública direta e indireta, é correto afir- mar que: A) O princípio da moralidade foi acrescentado à Cons- tituição Federal apenas em 1998 e determina a conduta proba e honesta dos agentes públicos. B) O princípio da publicidade determina a obrigatorie- dade de transparência dos atos da administração pública direta, sendo facultativo para as entidades indiretas. C) As entidades da administração indireta sujeitam-se à pessoalidade, enquanto os órgãos da administra- ção direta estão sujeitos ao princípio da impessoa- lidade. D) A administração pública direta e indireta deve obe- decer ao princípio da eficiência, devendo buscar re- sultados satisfatórios na prestação dos serviços públicos. 11.Ao realizar uma obra pública a Administração Pública está obrigada a transparecer todos os dados da obra, tais como dados do contrato, dos valores e do gestor público responsável, sob pena de desrespeito ao prin- cípio da: A) Moralidade. B) Supremacia do interesse público sobre o privado. C) Autotutela. D) Publicidade. E) Confiança. 12.Considerando os princípios constitucionais que regem a administração pública, assinale a opção correta. A) Em decorrência do princípio da legalidade, a admi- nistração pública pode adotar qualquer conduta que não seja vedada por lei, usufruindo de um sistema de controle de discricionariedade menos rigoroso que o controle exercido pela lei sobre os adminis- trados. B) É proibida a ocupação de quaisquer cargos públicos sem a prévia aprovação de concurso público, em decorrência dos princípios da impessoalidade, da legalidade e da igualdade. C) Dado o princípio da publicidade, que garante à soci- edade o conhecimento dos atos praticados pela administração, ressalvados os casos legais de sigi- lo, exige-se a publicação dos atos administrativos no Diário Oficial, o que garante seu efetivo conhe- cimento por todos os interessados. D) A vedação ao nepotismo no serviço público resulta, entre outros fundamentos, da aplicação do princípio da eficiência, do qual decorre a exigência de qualifi- cação para o exercício das funções públicas. E) O princípio da moralidade impõe ao servidor público uma moral jurídica, entendida como o conjunto de regras de conduta advindas da disciplina interior da administração pública. 13.Determinada autoridade administrativa deixou de anu- lar ato administrativo ilegal, do qual decorriam efeitos favoráveis para seu destinatário, em razão de ter de- corrido mais de cinco anos desde a prática do ato, pra- ticado de boa-fé. Nessa situação hipotética, a atuação da autoridade administrativa está fundada no princípio administrativo da A) tutela. D) legalidade. B) moralidade. E) especialidade. C) segurança jurídica. 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 B B C A B B C C C D 11 12 13 — — — — — — — D E C — — — — — — — SEGURANÇA PÚBLICA 1. Direitos Humanos: desarmamento e combate aos preconceitos de gênero, étnico, racial, geracional, de orientação sexual e de diversida- de cultural. 2. Criação e fortalecimento de redes sociais e comunitá- rias. 3. Instituições de segurançapública e do sistema prisional. 4. Enfrentamento do crime organizado e da corrupção policial. 5. Garan- tia do acesso à Justiça. 6. Valorização dos espaços públicos. 7. Parti- cipação da sociedade civil. 8. Programa Nacional de Segurança Públi- ca com Cidadania (PRONASCI). Inicialmente, destacamos que a segurança pública vem sendo considerada um desafio ao Estado de Direito no Brasil nas últimas décadas, ganhando enorme visibili- dade pública e nunca esteve tão presente nos debates governamentais. Nesse contexto, o legislador brasileiro buscou uma forma de programar a efetivação de um pro- grama inclusivo do direito à segurança pública, tal qual prevista no art. 6º da CF/88: Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desam- parados, na forma desta Constituição. (Redação da- da pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015) Os problemas relacionados com o aumento das taxas de criminalidade, o aumento da sensação de insegurança - principalmente nos grandes centros urbanos-, a degra- dação do espaço público, as dificuldades relacionadas à reforma das instituições da administração da justiça cri- minal, a violência policial, a ineficiência preventiva de nossas instituições, a superpopulação nos presídios, re- beliões, fugas, degradação das condições de internação de jovens em conflito com a lei, corrupção, aumento dos custos operacionais do sistema, problema relacionados à eficiência da investigação criminal e das perícias policiais e morosidade judicial, entre tantos outros, representam desafios para o sucesso do processo de consolidação política da democracia no Brasil. O artigo 3° da Lei 11.530/07 estabelece como uma das diretrizes do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania a promoção dos direitos humanos, intensi- ficando uma cultura de paz, de apoio ao desarmamento e de combate sistemático aos preconceitos de gênero, ét- nico, racial, geracional, de orientação sexual e de diversi- dade cultural. Dentre as ações estruturais do programa podemos ci- tar: - Modernização das instituições de segurança pública e do sistema prisional; - Valorização dos profissionais de segurança pública e agentes penitenciários (Policiais Penais); - Enfrentamento à corrupção policial e ao crime organi- zado. Na ação de enfrentamento à corrupção policial e ao crime organizado pretende-se efetivar as seguintes medi- das: - Implementação de medidas para agilizar as punições disciplinares; - Estruturação das Ouvidorias e Corregedorias de Polí- cia; - Capacitação para investigação criminal para correge- dores de polícia; - Instalação de laboratórios de lavagem de dinheiro nos estados; - Campanha de desarmamento e controle de armas e munições; - Desenvolvimento da política nacional de enfrentamen- to ao tráfico de pessoas; - Apoio ao desenvolvimento de núcleos de enfrentamen- to ao tráfico de pessoas; - Projeto controle de fronteiras da Polícia Federal. A execução do programa se dá por meio de mobiliza- ções policiais e comunitárias. A articulação entre os re- presentantes da sociedade civil e as diferentes forças de segurança (polícias civil e militar, corpo de bombeiros, guarda municipal, secretaria de segurança pública) é rea- lizada pelo Gabinete de Gestão Integrada Municipais. O Pronasci é coordenado por uma secretaria-executiva em nível federal e dirigido por uma equipe que atuará junto à gestão local e tratará da implementação das ações nos municípios, no âmbito regional. Dentre os programas temos a FORMAÇÃO POLICIAL, que visa práticas de segurança-cidadã, como a utilização de tecnologias não-letais; técnicas de investigação; sis- tema de comando de incidentes; perícia balística; DNA forense; medicina legal; direitos humanos, entre outros. Há também outras ações integradas ao programa, co- mo: - Modernização das instituições de segurança públi- ca e do sistema prisional; - Criação de quase 38 mil vagas no sistema peniten- ciário do país atenderá a um público específico: jo- vens entre 18 e 24 anos. - Regulamentação do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP); - Lei Maria da Penha / Proteção à mulher: Constru- ção de centros de educação e reabilitação para os agressores, implementação de juizados de violên- cia doméstica e familiar contra a mulher, delegaci- as especializadas e núcleos especializados nas de- fensorias Públicas; - Capacitação de magistrados, promotores e defen- sores públicos em direitos humanos; - Campanha de desarmamento; - Valorização dos profissionais de segurança pública e agentes penitenciários; - Atendimento a grupos vulneráveis. - Jornada de Direitos Humanos; - Enfrentamento à corrupção policial e ao crime or- ganizado; etc. Por fim, a ONU vem atuando na sua política internaci- onal de desarmamento, considerando os desafios globais mais urgentes. Segundo Guterres, Secretário Geral da ONU, o desarmamento tem a ver com “controle de armas, não-proliferação, proibições e eliminação” de alguns tipos de armamentos, algo “essencial para garantir segurança no mundo”. No contexto da política mundial de desarmamento, impulsionada pela ONU, o Brasil apresenta pioneirismo. A prioridade é manter o Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003) fiel ao seu objetivo e não permitir que ele se torne mais brando. Referida lei dispõe sobre registro, pos- se e comercialização de armas de fogo e munição, além de criar o Sinarm – Sistema Nacional de Armas. A consci- entização é um passo fundamental para a redução das armas convencionais. É sempre válido conhecer a intenção do legislador ao instituir uma lei, assim entenderemos que a lei ter por objetivo dispor sobre: - Registro, posse e comercialização de armas de fo- go e munição; - Sistema Nacional de Armas – Sinarm; - Crimes relacionados. A Lei inicia instituindo o Sistema Nacional de Armas (Sinarm), instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tendo circunscrição em todo o território nacional (Art. 1o). Vejamos algumas das competências do Sinarm (Art. 2º) Art. 2º Ao Sinarm compete: I – identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante cadastro; II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importa- das e vendidas no País; III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações expedidas VI – integrar no cadastro os acervos policiais já exis- tentes; (….) Ou seja, o Sinarm tem por competência manter o ca- dastro integrado das armas de fogos no país e o controle do registro. Do registro Da análise do artigo terceiro, devemos entender que é obrigatório o registro de arma de fogo no órgão compe- tente. O órgão competente varia, conforme se tratar de arma de uso permitido e de uso restrito: Armas uso permitido: Sinarm Armas de uso restrito: Sigma Para que se possa adquirir uma adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá respeitar os requi- sitos* (Art. 4): - declarar a efetiva necessidade - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes criminais forne- cidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos; - apresentação de documento comprobatório de ocupa- ção lícita e de residência certa; - comprovação de capacidade técnica e de aptidão psi- cológica Assim, o Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os requisitos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível esta autorização (§ 1o). Cumpre esclarecer que os requisi- tos deverão ser comprovados periodicamente, em período não inferior a 3 anos (Art. 5, §2º).Além disso, fica a em- presa que comercializar obrigada a comunicar a venda, além de responder legalmente pelas mercadorias enquan- to não forem vendidas (Art. 4, §3º e §4º). Superado os requisitos, a Polícia Federal (Art. 5, § 1º) emitirá um certificado de Registro de Arma de Fogo que autoriza o proprietário a manter a arma de fogo exclusi- vamente no interior (Art. 5, caput): sua residência, ou seu local de trabalho. Do porte Entende-se que em regra é proibido o porte de arma de fogo (Art. 6), entretanto encontramos algumas exceções, que de forma resumida são: - Integrantes das Forças Armadas - Integrantes da PF; da PRF; da PFF; das PCs; das PMs e dos Corpos de Bombeiros Militares Guardas munici- pais. - Agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteli- gência - Polícia do Senado Federal e a Polícia da Câmara dos Deputados - Agentes e guardas prisionais - Segurança privada e de transporte de valores apenas para o serviço - Integrantes das entidades de desporto (clube de tiro) no momento da competição - Integrantes das Carreiras de Auditoria - Tribunais do Poder Judiciário e MP - Integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais. Autorização Assim, a autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido é competência da Polícia Federal e somen- te será concedida após autorização do Sinarm (Art. 10). Ainda, a autorização poderá ser concedida com eficá- cia temporária e territorial limitada, e dependerá de o re- querente (Art. 10, § 1º): I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física; II – atender às exigências da aquisição da arma de fo- go do artigo 4º; III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem como o seu devido registro no órgão compe- tente. Atente-se que a autorização perderá automaticamente sua eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou alucinógenas (Art. 10, §2º). A criação e fortalecimento de redes sociais e comuni- tária consiste em uma das diretrizes do PRONASCI. Trata- se de uma preocupação estatal com o coletivo partici- pando da tomada de decisões governamentais acerca das políticas de segurança pública. As Redes Sociais e Comunitárias tem o objetivo de ser adaptada a realidade da comunidade que muitas vezes é compartilhamento de informações interna, meios de co- municação entre a própria comunidade e assim por dian- te, nem sempre dependendo exclusivamente do acesso à internet propriamente dito. As redes comunitárias podem ser operacionalizadas, total ou parcialmente, por meio de indivíduos e partes interessadas locais, ONGs, entidades do setor privado e / ou administrações públicas. Ou seja, conforme disposto no art. 144 da CF, a segurança pública é dever do Estado, mas também direito e responsabilidade de todos, de for- ma que as redes comunitárias colaboram e podem melho- rar a eficiência desse direito social. As redes comunitárias são reconhecidas por uma pro- priedade coletiva, como um veículo de transformação que aumenta a agência de todos os membros da comunidade, inclusive promovendo o equilíbrio de gênero. As redes comunitárias são estruturadas para serem abertas, livres e respeitar a neutralidade da rede. Essas redes contam com a participação ativa das co- munidades locais no projeto, desenvolvimento, implanta- ção e gerenciamento da infraestrutura compartilhada como um recurso comum, pertencente à comunidade, e operado de forma democrática. As redes comunitárias podem ser operacionalizadas, total ou parcialmente, por meio de indivíduos e partes interessadas locais, ONGs, entidades do setor privado e / ou administrações públi- cas. POLICIAMENTO COMUNITÁRIO O termo policiamento comunitário assumiu populari- dade e é visto com certa aceitação pelos gestores, estu- diosos e políticos. Sua definição vem marcada por inter- seções e por algumas complexidades. Em torno do polici- amento comunitário existe uma popularidade (o que au- menta a expectativa do público) e uma ambigüidade, am- bos são considerados ao mesmo tempo uma benção e uma maldição. Por um lado, todos se identificam com o termo até porque possibilita um maior apoio popular, este como imprescindível para operar as reformas necessárias. Por outro lado, o conceito tem sido largamente utilizado em quaisquer estratégias de policiamento, o que proporciona uma dificuldade em distinguir se houve ou não as reais mudanças nas práticas e estratégias policiais. Para os policiais que integram o programa Ronda do Quarteirão, o policiamento comunitário caracteriza-se como uma modalidade de policiamento que visa estreitar vínculos com a comunidade, proporcionando uma maior parceria, quebrando barreiras e se fazendo mais presente no dia a dia de uma comunidade, podendo contar com seu apoio. Diante dessa visão observa-se que policiamento comunitário dá uma visibilidade maior para ações comu- nitárias, com práticas preventivas através do envolvimen- to da comunidade na mediação dos conflitos e controle da criminalidade. É preciso não esquecer dos riscos que envolvem o po- liciamento comunitário, ou seja, de que quaisquer modifi- cações feitas nas estratégias de policiamento sejam de- nominadas de policiamento comunitário, sendo que na verdade, em algumas vezes nada foi alterado. O desafio colocado ao policiamento comunitário é de apontar suas características e aquelas que não pertencem e como dis- tinguí-lo do modelo tradicional de policiamento. No mo- mento em que as características estiverem mais bem definidas, acredita-se que se terá contribuições para uma discussão crítica dos méritos e limitações das modifica- ções realizadas nas práticas policiais. A criação e imple- mentação de uma proposta diferente do policiamento tradicional, em diferentes locais e suas diversas denomi- nações, precisa considerar as especificidades de cada região. As ações políticas na área da segurança pública em di- ferentes países e locais no Brasil enfatizam a proposta do policiamento comunitário, é a vez de uma concepção de policiamento que tenta romper com o modelo tradicional de policiamento, priorizando estratégias preventivas e com parcerias entre variados segmentos da sociedade. Na compreensão de Rosenbaum (2002), o modelo de policiamento comunitário não propõe “objetivos” diferen- tes de policiamento tradicional, mas ao contrário, sugere que “meios” alternativos de se atingir esses objetivos devem receber maior atenção, um exemplo disso, são os pequenos conflitos e desordem nos bairros que podem ser usados para ilustrar como o modelo de policiamento comunitário é fundamentalmente diferente dos modelos tradicionais de policiamento. O traço constitutivo de uma estratégia de policiamento comunitário é o papel e o envolvimento da comunidade, uma vez que isolada a polícia não terá êxito no enfrenta- mento dos problemas com que se depara no cotidiano de sua atividade policial, precisando contar com a colabora- ção da comunidade para identificar e mediar os proble- mas e conflitos nos bairros. Segundo Trojanowicz e Bucqueroux, é uma filosofia e estratégia organizacional que proporciona uma nova par- ceria entre a população e a polícia. Baseia-se na premissa de que tanto a polícia quanto a comunidade devem trabalhar juntas para identificar, prio- rizar e resolver problemas contemporâneos tais como crime, drogas, medo do crime, desordens físicas e morais, e em geral a decadência do bairro, com o objetivo de me- lhorar a qualidade geral da vida na área. A Polícia Comunitária resgata a essência da arte de po- lícia, pois apoia e é apoiada por toda a comunidade, aco- lhendo expectativas de uma sociedade democrática e pluralista, onde as responsabilidadespela mais estreita observância das leis e da manutenção da paz não incum- bem apenas à polícia, mas, também a todos os cidadãos. Diferenças Básicas da Polícia Comunitária para a Polícia Tradicional POLÍCIA COMUNITÁRIA POLÍCIA TRADICIONAL A Polícia é uma agência governamental responsável, principalmente, pelo cumpri- mento da lei. A Polícia é o público e o pú- blico é a Polícia: os policiais são aqueles membros da população que são pagos para dar atenção em tempo integral às obrigações dos cidadãos. Na relação entre a Polícia e as demais instituições de serviço público, as prioridades são muitas vezes conflitantes; Na relação com as demais instituições do serviço públi- co, a Polícia é apenas uma das instituições governa- mentais responsáveis pela qualidade de vida da comu- nidade; O papel da Polícia é preocu- par-se com a resolução do crime; O papel da Polícia é dar um enfoque mais amplo, visando a resolução de problemas, principalmente por meio da prevenção; As prioridades são, por exem- plo, roubo a banco, homicídios e todos aqueles envolvendo violência; A eficácia da polícia é medi- da pela ausência de crime e de desordem; A Polícia se ocupa mais com os incidentes; As prioridades são quaisquer problemas que estejam afli- gindo a comunidade; O que determina a eficiência da Polícia é o tempo de res- posta; A polícia se ocupa mais com os problemas e as preocu- pações dos cidadãos; O profissionalismo policial se caracteriza pelas respostas rápidas aos crimes sérios; O que determina a eficácia da polícia é o apoio e a coo- peração do público; A função do comando é prover os regulamentos e as determi- nações que devam ser cum- pridas pelos policiais; O profissionalismo policial se caracteriza pelo estreito relacionamento com a co- munidade; As informações mais impor- tantes são aquelas relaciona- das a certos crimes em parti- cular, principalmente patrimo- nial; A função do comando é in- centivara introjeção de valo- res democráticos; O policial trabalha voltado uni- camente para a marginalidade de sua área, que representa, no máximo 2% da população residente ali e onde “todos são inimigos, marginais ou paisa- no folgado, até prova em con- trário”; As informações mais impor- tantes são aquelas relacio- nadas às atividades delituo- sas de indivíduos ou grupos; O policial é o da hora, de plan- tão; O policial trabalha voltado para os 98% da população de sua área, que são pessoas de bem e trabalhadoras; A força é empregada como técnica de resolução de pro- blemas; O policial emprega a energia e eficiência, dentro da lei, na solução dos problemas com a marginalidade, que no má- ximo chega a 2% dos mora- dores de sua localidade de trabalho; A polícia deve presta contas somente ao seu superior; O policial presta contas de seu trabalho ao superior e a comunidade; As patrulhas são distribuídas conforme a necessidade de segurança da comunidade, ou seja, 24 horas por dia; São muitos os reflexos causados pela segurança pú- blica, exercida pelos órgãos descritos no art. 144 da Constituição Federal. Essa premissa é fator importante na configuração de grave quadro social e que não apenas afeta o sistema carcerário, como também aos órgãos repressores em si. No Brasil são duas polícias que atuam de maneira constante dentro dos estados e estão em maior contato com a sociedade. É descrita a polícia militar como força auxiliar das Forças Armadas, que por sua vez incorporam os valores desta e também a sua disciplina e conceitos. Em relação à polícia civil, surgiu como corpo de investiga- ção e repressão dos delitos praticados, sendo a militar repressiva e ostensiva. Existem inúmeras críticas quanto à divisão de funções entre os órgãos estaduais de segurança pública no País. Afirmam que a divisão de funções e investigação dificulta uma efetiva resposta aos crimes cometidos. É chamado ciclo completo de polícia aquele em que a polícia que atende a ocorrência de um delito também o investiga e dá resposta efetiva ao bem jurídico lesionado, pois se o cri- me é uno, também deve ser o órgão policial, com atribui- ções ostensivas, repressivas e investigativas. Quando se possui polícias de atribuições diferentes a comunicação e posterior solução dos crimes ficam preju- dicadas, uma vez que a mesma polícia que atende a ocor- rência e que presenciou a situação não será a mesma que irá investigá-la. A título de exemplo, a doutrina penal des- taca que há o iter criminis em todo ato ilícito perpetrado, mas para que se tome esse conhecimento e busque a solução para ele, a polícia deve estar preparada para dar resposta ágil ao problema. A Lei nº 13.675, de 11 de junho de 2018, disciplina a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, nos termos do § 7º do art. 144 da Constituição Federal; cria a Política Nacional de Seguran- ça Pública e Defesa Social (PNSPDS), além de instituir o Sistema Único de Segurança Pública (Susp). LEI Nº 13.675, DE 11 DE JUNHO DE 2018. CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e cria a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS), com a finalidade de preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, por meio de atuação conjunta, coordenada, sistêmica e integrada dos órgãos de segu- rança pública e defesa social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em articulação com a sociedade. Art. 2º A segurança pública é dever do Estado e res- ponsabilidade de todos, compreendendo a União, os Es- tados, o Distrito Federal e os Munícipios, no âmbito das competências e atribuições legais de cada um. CAPÍTULO II DA POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL (PNSPDS) Seção I Da Competência para Estabelecimento das Políticas de Segurança Pública e Defesa Social Art. 3º Compete à União estabelecer a Política Nacio- nal de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS) e aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer suas respectivas políticas, observadas as diretrizes da política nacional, especialmente para análise e enfrenta- mento dos riscos à harmonia da convivência social, com destaque às situações de emergência e aos crimes inte- restaduais e transnacionais. Seção V Das Estratégias Art. 7º A PNSPDS será implementada por estratégias que garantam integração, coordenação e cooperação federativa, interoperabilidade, liderança situacional, mo- dernização da gestão das instituições de segurança pú- blica, valorização e proteção dos profissionais, comple- mentaridade, dotação de recursos humanos, diagnóstico dos problemas a serem enfrentados, excelência técnica, avaliação continuada dos resultados e garantia da regula- ridade orçamentária para execução de planos e progra- mas de segurança pública. Seção VI Dos Meios e Instrumentos Art. 8º São meios e instrumentos para a implementa- ção da PNSPDS: I - os planos de segurança pública e defesa social; http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.675-2018?OpenDocument II - o Sistema Nacional de Informações e de Gestão de Segurança Pública e Defesa Social, que inclui: a) o Sistema Nacional de Acompanhamento e Avalia- ção das Políticas de Segurança Pública e Defesa Social (Sinaped); b) o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Muni- ções, de Material Genético, de Digitais e de Drogas (Si- nesp); (Redação dada pela Lei nº 13.756, de 2018) c) o Sistema Integrado de Educação e Valorização Pro- fissional (Sievap); d) a Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública (Renaesp); e) o Programa Nacional de Qualidade de Vida para Pro- fissionais de Segurança Pública (Pró-Vida); III - (VETADO);IV - o Plano Nacional de Enfrentamento de Homicídios de Jovens; V - os mecanismos formados por órgãos de prevenção e controle de atos ilícitos contra a Administração Pública e referentes a ocultação ou dissimulação de bens, direitos e valores. DO SISTEMA ÚNICO DE SEGURANÇA PÚBLICA Da Composição do Sistema Art. 9º É instituído o Sistema Único de Segurança Pú- blica (Susp), que tem como órgão central o Ministério Extraordinário da Segurança Pública e é integrado pelos órgãos de que trata o art. 144 da Constituição Federal , pelos agentes penitenciários, pelas guardas municipais e pelos demais integrantes estratégicos e operacionais, que atuarão nos limites de suas competências, de forma coo- perativa, sistêmica e harmônica. § 1º São integrantes estratégicos do Susp: I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí- pios, por intermédio dos respectivos Poderes Executivos; II - os Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social dos três entes federados. § 2º São integrantes operacionais do Susp: I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III – (VETADO); IV - polícias civis; V - polícias militares; VI - corpos de bombeiros militares; VII - guardas municipais; VIII - órgãos do sistema penitenciário; IX - (VETADO); X - institutos oficiais de criminalística, medicina legal e identificação; XI - Secretaria Nacional de Segurança Pública (Se- nasp); XII - secretarias estaduais de segurança pública ou congêneres; XIII - Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec); XIV - Secretaria Nacional de Política Sobre Drogas (Se- nad); XV - agentes de trânsito; XVI - guarda portuária. § 3º (VETADO). § 4º Os sistemas estaduais, distrital e municipais se- rão responsáveis pela implementação dos respectivos programas, ações e projetos de segurança pública, com liberdade de organização e funcionamento, respeitado o disposto nesta Lei. DOS CONSELHOS DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL Da Composição Art. 19. A estrutura formal do Susp dar-se-á pela for- mação de Conselhos permanentes a serem criados na forma do art. 21 desta Lei. Art. 20. Serão criados Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social, no âmbito da União, dos Estados, do Dis- trito Federal e dos Municípios, mediante proposta dos chefes dos Poderes Executivos, encaminhadas aos res- pectivos Poderes Legislativos. § 1º O Conselho Nacional de Segurança Pública e De- fesa Social, com atribuições, funcionamento e composi- ção estabelecidos em regulamento, terá a participação de representantes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. § 2º Os Conselhos de Segurança Pública e Defesa So- cial congregarão representantes com poder de decisão dentro de suas estruturas governamentais e terão nature- za de colegiado, com competência consultiva, sugestiva e de acompanhamento social das atividades de segurança pública e defesa social, respeitadas as instâncias decisó- rias e as normas de organização da Administração Públi- ca. § 3º Os Conselhos de Segurança Pública e Defesa So- cial exercerão o acompanhamento das instituições referi- das no § 2º do art. 9º desta Lei e poderão recomendar providências legais às autoridades competentes. § 4º O acompanhamento de que trata o § 3º deste ar- tigo considerará, entre outros, os seguintes aspectos: I - as condições de trabalho, a valorização e o respeito pela integridade física e moral dos seus integrantes; II - o atingimento das metas previstas nesta Lei; III - o resultado célere na apuração das denúncias em tramitação nas respectivas corregedorias; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13756.htm#art40 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144 IV - o grau de confiabilidade e aceitabilidade do órgão pela população por ele atendida. § 5º Caberá aos Conselhos propor diretrizes para as políticas públicas de segurança pública e defesa social, com vistas à prevenção e à repressão da violência e da criminalidade. § 6º A organização, o funcionamento e as demais competências dos Conselhos serão regulamentados por ato do Poder Executivo, nos limites estabelecidos por esta Lei. § 7º Os Conselhos Estaduais, Distrital e Municipais de Segurança Pública e Defesa Social, que contarão também com representantes da sociedade civil organizada e de representantes dos trabalhadores, poderão ser descentra- lizados ou congregados por região para melhor atuação e intercâmbio comunitário. CAPÍTULO VI DO CONTROLE E DA TRANSPARÊNCIA Seção I Do Controle Interno Art. 33. Aos órgãos de correição, dotados de autono- mia no exercício de suas competências, caberá o gerenci- amento e a realização dos processos e procedimentos de apuração de responsabilidade funcional, por meio de sin- dicância e processo administrativo disciplinar, e a propo- sição de subsídios para o aperfeiçoamento das atividades dos órgãos de segurança pública e defesa social. Do Acompanhamento Público da Atividade Policial Art. 34. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão instituir órgãos de ouvidoria dotados de autonomia e independência no exercício de suas atri- buições. Parágrafo único. À ouvidoria competirá o recebimento e tratamento de representações, elogios e sugestões de qualquer pessoa sobre as ações e atividades dos profis- sionais e membros integrantes do Susp, devendo enca- minhá-los ao órgão com atribuição para as providências legais e a resposta ao requerente. SEGURANÇA PÚBLICA NA CF/88 A Segurança Pública está prevista em capítulo próprio na CF/88, determinando os órgãos responsáveis e suas competências, tanto em âmbito federal quanto estadual. 1) Órgãos da Segurança Pública Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preserva- ção da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. 2) Competências da Polícia Federal § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estrutu- rado em carreira, destina-se a:" (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas pú- blicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repres- são uniforme, segundo se dispuser em lei; II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem preju- ízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuá- ria e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitu- cional nº 19, de 1998) IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. 3) Competências da Polícia Rodoviária Federal § 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, or- ganizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. (Redação dada pela Emenda Cons- titucional nº 19, de 1998) 4) Competências da Polícia Ferroviária Federal § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carrei- ra, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada pela Emenda Cons- titucional nº 19, de 1998) 5) Competências da Polícia Civil § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polí- cia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e aapuração de infrações penais, exceto as militares. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art19 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art19 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art144§1iii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art144§1iii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art144§2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art144§2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art144§3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art144§3 6) Competências da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil. § 6º As polícias militares e corpos de bombeiros mili- tares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam- se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. 7) Guarda Municipal § 8º Os Municípios poderão constituir guardas muni- cipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei. 8) Disposições Finais § 9º A remuneração dos servidores policiais integran- tes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda Constitu- cional nº 19, de 1998) 9) Segurança Viária O conceito segurança viária é utilizado para referir ao conjunto de medidas, disposições e normas existentes em relação à circulação de pessoas e automóveis pelas ruas e rodovias, com o objetivo de prevenir acidentes de trânsito aos sujeitos envolvidos. Todas as pessoas, especialmente, as que vivem nas grandes cidades, convivem com o trânsito principalmente nos horários de pico, com a enorme circulação de pesso- as e automóveis que se deslocam de suas casas para o trabalho, escola, entre outros lugares. O trânsito é intenso e além do mais muito perigoso porque todos querem cir- cular, chegar rápido ao destino, assim, esse ímpeto causa tremendos acidentes que custam a vida de pedestres e motoristas. A segurança viária, implantada e regulamentada pelo estado, propõe o combate deste problema através da implementação de leis que tem a função de organizar o trânsito e sua circulação promovendo leis que punam aqueles que a descumpram. § 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014) I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014) II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Fede- ral e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitu- cional nº 82, de 2014) 10) Polícia Penal - um órgão de segurança pública, - federal, estadual ou distrital, - vinculado ao órgão que administra o sistema penal da União ou do Estado/DF - sendo responsável pela segurança dos estabelecimen- tos penais. Por que foi necessário criar uma Polícia Penal? Na última década, vários líderes de organizações cri- minosas foram presos e condenados a penas altíssimas. Eles se encontram cumprindo pena em estabelecimentos prisionais, alguns deles considerados de segurança má- xima. A despeito disso, percebe-se que muitos desses indivíduos continuam comandando a organização crimi- nosa de dentro dos presídios, ordenando a execução de crimes que ocorrem fora das unidades prisionais. Percebeu-se, portanto, há algum tempo, que o proble- ma da segurança pública não se encerra com a prisão dessas pessoas. Ao contrário. Iniciam-se inúmeros outros que merecem também a devida repressão do Estado. Os agentes públicos que atuam nos presídios, por mais bem-intencionados que fossem, não recebiam o devido treinamento, estrutura, remuneração e segurança para enfrentarem esses desafios. Não havia nem sequer uma uniformidade jurídica so- bre a carreira que deveria fazer a segurança pública dos estabelecimentos penais. Alguns Estados adotavam a carreira de agentes penitenciários (que atuavam sem garantias jurídicas e sem estrutura), outros se valiam dos Policiais Militares para aturem em desvio de função den- tro dos presídios e havia até mesmo os Estados que atua- vam apenas com funcionários terceirizados de empresas privadas contratadas para fazer a segurança dos presí- dios. Em suma, um problema muito grave, tratado sem uni- formidade, segurança jurídica e com soluções improvisa- das. Pensando nisso, foi criada a figura da Polícia Penal, órgão constitucionalmente responsável pela segurança dos estabelecimentos penais. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art144§9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art144§9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc82.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc82.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc82.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc82.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc82.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc82.htm Outra importante inovação decorrente da medida é que libera os Policiais Federais, Civis e Militares das ativida- des de escolta de presos, devendo isso agora ser feito pelas Polícias Penais. A Polícia Penal pode ser: • federal; • estadual; ou • distrital. Assim como já ocorre com a Polícia Civil, Polícia Mili- tar e com o Corpo de Bombeiros, a Polícia Penal Distrital é organizada e mantida pela União, conforme prevê expres- samente o inciso XIV do art. 21 da CF/88: Cuidado, portanto, para não confundir: a Polícia Penal distrital é organizada e mantida pela União. A despeito disso, a Polícia Penal distrital: • está subordinada ao Governador do Distrito Federal; e • pode ser utilizada pelo Governo do Distrito Federal, na forma da lei federal. Vinculação ao órgão administrador do sistema penal A Polícia Penal fica vinculada ao órgão administrador do sistema penal da unidade federativa a que pertença. Assim, a Polícia Penal estadual pode ficar vinculada à Secretaria de Administração Penitenciária, à Secretaria de Justiça ou até mesmo à Secretaria de Segurança Pública. Isso irá depender da Secretaria (ou outro órgão estadual) que for responsável por administrar o sistema penal na- quele Estado. A Polícia Penal federal, por sua vez, estará vinculada ao Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), que é o órgão executivo responsável pelo Sistema Penitenciário Federal. Órgão de segurança pública Conforme já explicado, a Polícia Penal é um órgão de segurança pública. Como só podem ser considerados órgãos de segurança pública aqueles expressamente listados no art. 144 da CF/88, este dispositivo foi alterado pela EC 104/2019 para inserir essa novidade: Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preserva- ção da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. Foi acrescentado também o § 5º-A ao art. 144 preven- do expressamente a funçãoem relação aos poderes controladores exercidos pelos ór- gãos da Administração Direta como, por exemplo, a liber- dade de pensamento e orientação pedagógica, a escolha de dirigentes com mandatos a prazo certo, além de ou- tras. Com o advento da Reforma Administrativa no Brasil, a partir de 1995, surgiram outras autarquias qualificadas como de regime especial. São as denominadas agências reguladoras, que con- sistem em autarquias de regime especial, instituídas em razão do fim do monopólio estatal e são responsáveis pela regulamentação, controle e fiscalização de serviços públicos, atividades e bens transferidos ao setor privado. Admite-se a criação dessas agências também na ordem estadual e municipal. Os seus dirigentes serão nomeados pelo Presidente da República (quando federais), mas ao contrário das demais autarquias, essa nomeação depende de prévia aprovação pelo Senado Federal. Esses dirigentes têm a garantia de mandato a prazo certo, os quais serão fixados na norma de criação de cada agência. O STF vem reconhecendo que o regime de contratação de seu pessoal deve ser o de cargo público, com concurso público, sendo a contratação temporária somente em caso excepcional. No que tange ao procedimento licitatório, algumas leis criadoras dessas agências tentaram esquivá-las da obe- diência às formas licitatórias da Lei nº 8.666/93, o que dificulta a atuação fiscalizatória do Poder Público sobre as verbas que circulam em suas entidades. São autarquias em regime especial, criadas para disci- plinar e controlar atividades determinadas. Elas foram instituídas em razão do fim do monopólio estatal, sendo responsáveis pela regulamentação, controle e fiscaliza- ção de serviços públicos, atividades e bens transferidos ao setor privado. Espécies de agências: a) Serviços públicos propriamente ditos – ex: ANATEL, ANAC, ANTT; b) Atividades de fomento e fiscalização de atividade pri- vada – ex: ANCINE; c) Atividades que o Estado e o particular prestam – ex: ANVISA, ANS; d) Atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo – ex: ANP; e) Agência reguladora do uso de bem público – ex: ANA. AGÊNCIAS EXECUTIVAS As agências executivas foram legalmente definidas por intermédio dos arts. 51 e 52 da Lei nº 9.649/98, que dispõe sobre a organização da Presidência da República e seus Ministérios. São autarquias ou fundações públicas que, por inicia- tiva da Administração Direta, recebem o status de Agên- cia, desde que preenchidas algumas condições, visando a uma maior eficiência e redução de custos. Não podem ser confundidas com as agências regula- doras, porque estas têm como função precípua exercer controle sobre os particulares, o que não é o caso das agências executivas, que se destinam a exercer atividade estatal, com melhor desenvoltura e operacionalidade, não tendo nada de inovador nisso. Elas continuam exercendo os normais objetivos das autarquias e fundações. Para sua criação, o Presidente da República expede decreto, concedendo a qualidade de agência executiva, desde que preenchidos dois requisitos: - Tenham um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento; - Hajam celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor, momento em que o Executivo, obedecendo aos limites legais, definirá as regras para garantir a essas pessoas jurídicas uma maior autono- mia de gestão e disponibilidade de recursos para a im- plementação de suas metas, em um prazo mínimo de um ano. Por meio desse contrato de gestão, a autarquia ou fundação comprometem-se a proceder a uma reestrutu- ração da gestão para tornarem-se mais eficientes, otimi- zando recursos, reduzindo custos, aperfeiçoando os ser- viços que prestam em troca de uma maior autonomia gerencial, orçamentária e financeira, recebendo algumas prerrogativas e privilégios. Com tais agências a lei assegura autonomia de gestão e a disponibilidade de recursos orçamentários e financei- ros para que possam cumprir suas metas e seus objetivos institucionais. Observe-se, que as agências executivas não se configuram como categoria nova de pessoas ad- ministrativas; a expressão corresponde apenas a uma qualificação (ou título) atribuída a autarquias ou funda- ções governamentais. Por meio desse contrato de gestão, a autarquia ou a fundação comprometem-se a proceder a uma reestrutu- ração da gestão para tornarem-se mais eficientes, otimi- zando recursos, reduzindo custos, aperfeiçoando os ser- viços que prestam em troca de uma maior autonomia gerencial, orçamentária e financeira, recebendo algumas prerrogativas e privilégios. Importante destacar que a Emenda Constitucional 19/98, por meio da reforma admi- nistrativa, complementou o entendimento dos contratos de gestão inserindo na CR/88, o § 8º, do art. 37, segundo o qual a autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato a ser firmado entre seus administradores e o Poder Público, tendo por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade (apesar desse dispositivo falar em “contrato”, deve-se entender “contrato de gestão”). Trata-se de ver- dadeiro contrato de gerenciamento, constituindo objeto do ajuste o exercício de funções diretivas por técnicos especializados, fato que poderá ensejar uma administra- ção mais eficiente e menos dispendiosa dos órgãos e pessoas da Administração. O status de agência executiva não é permanente. Uma vez extinto o contrato, ela voltará a ser uma simples au- tarquia ou fundação. Por paralelismo jurídico, a desquali- ficação também se efetivará via decreto, não levando à extinção da pessoa jurídica, somente a despindo do quali- tativo de agência executiva. De acordo com a doutrina, um exemplo de agência executiva seria o INMETRO. 01.Incluem-se entre as entidades estatais A) os Estados e as Autarquias. B) a União e os Municípios. C) as empresas públicas e as sociedades de economia mista. D) as fundações públicas e o Distrito Federal. E) as administrações indiretas de qualquer dos Pode- res. 02.Nos termos da Constituição Federal, uma empresa pública que explore atividade econômica deve se sujei- tar ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, co- merciais, trabalhistas e tributários. Uma empresa co- mo essa A) pode criar suas subsidiárias independentemente de autorização legislativa. B) está dispensada da realização de concurso público para contratação de seu pessoal. C) está sujeita à regra da licitação para suas contrata- ções de obras, serviços, compras e alienações. D) pode ser instituída independentemente de autoriza- ção legislativa. E) sujeita-se à execução de suas dívidas mediante o sistema de precatórios. 03.Ao definir a organização da Administração Federal, o Decreto-Lei nº 200/67 determina que a execução das atividades da Administração deverá ser amplamente descentralizada e que tal descentralização ocorra em alguns planos. NÃO é exemplo desse princípio de des- centralização A) a concessão de atividades da Administração para entes privados. B) a distinção entre o nível de execução e o nível de di- reção, dentro dos quadros da Administração. C) a descentralização mediante convênio das ativida- des da Administração Federal para a Administração das entidades federadas. D) a transferência, mediante lei ordinária, de compe- tências constitucionais da União para os Estados, Distrito Federal e Municípios. E) a descentralização de atividades da Administração para a órbita privada mediante contratos. 04.Integram a Administração Indireta Federal, nos termos do Decreto-Lei nº 200/67, A) as fundações públicas e os ministérios, as primei- ras, com personalidade jurídica de direito privado e, os segundos, com personalidade jurídica de direitodas Polícias Penais: Art. 144 (...) § 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão admi- nistrador do sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos pe- nais. Como serão preenchidos os cargos de Policiais Penais? O preenchimento do quadro de servidores das polícias penais será feito de dois modos: • pela transformação dos atuais cargos de agentes penitenciários (ou outro nome que seja dado pelo Es- tado) em Policiais Penais; e • por meio de concurso público. É o que determina o art. 4º da EC 104/2019: Art. 4º O preenchimento do quadro de servidores das polícias penais será feito, exclusivamente, por meio de concurso público e por meio da transformação dos car- gos isolados, dos cargos de carreira dos atuais agentes penitenciários e dos cargos públicos equivalentes. Os agentes penitenciários tinham porte de arma de fogo? SIM. Em 2014, foi publicada a Lei nº 12.993/2014, que alterou o Estatuto do Desarmamento para permitir que agentes e guardas prisionais tenham porte de arma de fogo. A Lei nº 12.993/2014 conferiu porte de arma de fogo aos agentes e guardas prisionais que atendam aos se- guintes requisitos: 1º) Devem integrar o quadro efetivo do Estado (DF) ou União; 2º) Devem estar submetidos a regime de dedicação exclu- siva. 3º) Devem estar sujeitos a cursos de formação funcional. 4º) Devem estar subordinados a mecanismos de fiscaliza- ção e de controle interno. Armas próprias ou fornecidas pelo ente público A Lei autoriza que os agentes penitenciários portem tanto armas de fogos que sejam fornecidas pela corpora- ção ou instituição como também armas de fogo de pro- priedade particular, ou seja, adquiridas pelos próprios guardas. A Lei autoriza que os agentes penitenciários portem armas de fogos não apenas em serviço (ex: durante uma escolta de presos), mas também fora dele, como em perí- odos de folga. O raciocínio do legislador foi o de que a atividade de agente penitenciário tem o potencial de gerar a insatisfa- ção de criminosos, sendo, portanto, necessário que ele tenha meios de se defender de eventuais retaliações mesmo quando estiver em períodos de folga. 01.A Constituição Federal estabelece que as guardas mu- nicipais: A) são órgãos estaduais, instituídos pelas Constitui- ções dos Estados, destinados à proteção dos bens, serviços e instalações municipais. B) poderão ser constituídas pelos Municípios para, en- tre outros fins, exercer, em colaboração com a Polí- cia Militar, a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública. C) são, juntamente com as polícias e corpos de bom- beiros militares, forças auxiliares e reserva do Exér- cito. D) poderão ser constituídas pelos Municípios para, en- tre outros fins, exercer a proteção de seus bens e dos bens dos munícipes. E) poderão ser constituídas pelos Municípios para, en- tre outros fins, exercer a proteção de seus serviços, conforme dispuser a lei. 02.Considerando as disposições constitucionais acerca de segurança pública, julgue os itens a seguir. A Polícia Federal, as polícias militares e os corpos de bombeiros militares são forças auxiliares e reserva do exército. C E 03.Considerando as disposições constitucionais acerca de segurança pública, julgue os itens a seguir. Cabe à Polícia Federal apurar infrações penais que atentem contra os bens, serviços e interesses da ad- ministração direta, das autarquias e das fundações públicas da União. Às polícias civis dos estados ca- bem as funções de polícia judiciária das entidades de direito privado da administração indireta federal. C E Em relação à Constituição Federal de 1988: Artigo 144 - Da Segurança Pública -, julgue, como Certo (C) ou Erra- do (E), os itens a seguir. 04.À Polícia Federal, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil. C E 05.A função de Polícia Judiciária da União compete ex- clusivamente à polícia Federal. C E 06.Compete à Polícia Federal apurar infrações penais cuja prática tenha repercussão interestadual e exija repressão uniforme, na forma da lei. C E 07.Às polícias militares, cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública, porém cabe, exclusi- vamente, à Policia Civil as atividades de defesa civil. C E 08.As funções de polícia marítima e aeroportuária com- petem à Polícia Federal. C E 09.A segurança viária compete, também, aos Municípios. C E 10.As Polícias militares e os corpos de bombeiros milita- res, forças auxiliares e reserva do exército subordi- nam-se, juntamente com as Polícias Civis, aos Go- vernadores do estado, do Distrito Federal, dos territó- rios e aos Prefeitos Municipais. C E 11.A Polícia Federal é instituída por lei como órgão per- manente e é mantida pela união. C E 12.As infrações penais militares bem como as funções de polícia judiciária, ressalvadas a competência da união, serão apuradas pela Polícia Civil. C E 13.Os municípios poderão constituir Guarda Municipal destinada à apuração de infrações penais, bem como para a proteção de seus bens, serviços e instalações. C E 14.A segurança pública, dever do Estado, direito e res- ponsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguinte(s) órgão(s): A) Polícia federal. B) Polícia rodoviária federal e polícia ferroviária federal. C) Polícias civis e polícias militares e corpos de bom- beiros militares. D) Todas as alternativas acima estão corretas. 15.Sobre as guardas municipais, considere as afirmativas a seguir. I. São destinadas à proteção de bens, serviços e ins- talações municipais. II. Têm por competência o policiamento ostensivo. III. Têm por atribuição reprimir o tráfico ilícito de entor- pecentes. IV. São constituídas conforme previsão constitucional. Assinale a alternativa correta. A) Somente as afirmativas I e II são corretas. B) Somente as afirmativas I e IV são corretas. C) Somente as afirmativas III e IV são corretas. D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 16.Considere as seguintes atribuições, à luz da disciplina constitucional da segurança pública: I. Funções de polícia judiciária e apuração de infra- ções penais, exceto as militares; II. Polícia ostensiva e preservação da ordem pública; III. Prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos pú- blicos nas respectivas áreas de competência. Referidas atribuições incumbem, respectivamente, A) I – à polícia federal; II – às polícias militares; e III – à polícia rodoviária federal. B) I – às polícias civis, incluída a competência da Uni- ão; II – à polícia federal; e III – às polícias militares. C) I – às polícias civis, incluída a competência da Uni- ão; II – às polícias militares; e III – à polícia federal. D) I − às polícias civis, ressalvada a competência da União, em relação à qual cabe à polícia federal exer- cer com exclusividade as funções de polícia judiciá- ria; II – às polícias militares; e III – à polícia federal. E) I - às polícias civis, ressalvada a competência da União, em relação à qual cabe à polícia federal exer- cer com exclusividade as funções de polícia judiciá- ria; II – à polícia rodoviária federal; e III – às polícias militares. 17.A Constituição Federal de 1988 prevê, entre seus direi- tos e garantias fundamentais, que A) são admissíveis, no processo criminal, as provas obtidas por meios ilícitos, se comprovada a boa-fé da autoridade policial. B) a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos ter- mos da lei. C) constituem crimes inafiançáveise imprescritíveis a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo. D) a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetí- veis de graça ou anistia os crimes contra a Adminis- tração Pública. E) é reconhecida a instituição do júri, com a organiza- ção que lhe der a lei, sendo-lhe assegurada a com- petência para o julgamento dos crimes hediondos. 18.Analise as afirmativas com relação aos Direitos e De- veres individuais e coletivos, marcando V para o que for verdadeiro e F, para o que for falso. ( ) As entidades associativas, independentemente de autorização, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente. ( ) É inviolável o sigilo da correspondência e das co- municações telegráficas, de dados e das comuni- cações telefônicas, salvo, no último caso, por or- dem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou de instrução processual penal. ( ) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decre- tação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles exe- cutadas, até o limite do valor do patrimônio trans- ferido. ( ) No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particu- lar, não sendo assegurada ao proprietário qual- quer forma de indenização, mesmo se houver da- no. ( ) A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será ob- jeto de penhora para pagamento de débitos de- correntes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvi- mento. A alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo, é a A) V V V F F D) F V V F V B) V F V F F E) F F F V V C) F V F V V 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 E E E E C C E C C E 11 12 13 14 15 16 17 18 — — C E E D B D B D — — Foi aprovado o Programa 5016 – Segurança Pública, Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e ao Crime Violento do PPA 2020 - 2023 no âmbito do Ministério da Justiça e Segurança Pública tem por objetivo o enfraque- cimento da criminalidade através de operações de com- bate ao crime organizado. Cumpre ressaltar que PPA consiste no Plano Plurianu- al, que visa a definição de metas governamentais para enfrentamento de problemas de ordem nacional, mas que dependem da atuação de todos os entes federativos e, no caso da segurança pública, a parceria com os Estados e o Distrito Federal é de extrema relevância, considerando a atuação da Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Penal Estaduais. Público-alvo: Sociedade. Beneficiários: Sociedade e Administração Pública. Unidades Envolvidas: Polícia Federal - PF, Polícia Rodo- viária Federal - PRF, Departamento Penitenciário Nacio- nal - DEPEN, Secretaria de Operações Integradas - SEOPI e Secretaria Nacional de Segurança Pública – SENASP. A proposta do PPA consiste na implementação de uma política adequada e consistente no âmbito criminal e re- presentaria um notável incremento no sentimento coleti- vo de pertencimento e de igualdade política e social, con- tribuindo para infundir na população maior confiança no sistema de justiça criminal. Um pressuposto do programa é a articulação entre a criminologia (estudo científico do crime, do criminoso e do sistema punitivo), a política criminal (as opções para o enfrentamento da criminalidade) e o direito penal (a cha- mada dogmática penal – regras e princípios de aplicação, tipos e penas), a se desenvolver por etapas, a seu tempo e modo. A ideia é criar um programa estratégico que deve foca- lizar todas as espécies dessa forma de delinquência e conter diretrizes estruturantes e permanentes, com metas claras e sistemática de acompanhamento de resultados. A necessidade de envolver, nesse planejamento estra- tégico, todos os protagonistas do sistema de justiça cri- minal (Polícias, Ministério Público, Judiciário, sistema prisional), dotando-os de um sistema de gestão por indi- cadores de resultado adequados à tomada de decisão em cada nível de atuação, parece essencial. A criação de um centro de investigações sobre o crime organizado no país, responsável pelo estudo sobre a de- linquência organizada, que concentrasse informações de todo o sistema de justiça criminal e os centros de pesqui- sas universitários, representaria decisivo passo para a referida articulação, permitindo que os Conselhos Nacio- nal de Justiça e do Ministério Público, possam, a partir desse conhecimento científico, fixar as diretrizes e metas em cada âmbito de atuação. Mas, à parte essas ações estruturantes, outras de cur- to e médio prazo podem ser adotadas para prevenir e reprimir a corrupção e o desvio de recursos públicos. En- tretanto, um dos maiores desafios, nesse setor, é a inte- gração entre as diversas instâncias encarregadas da in- vestigação criminal. Surge a necessidade de uma coorde- nação nacional de informações criminais em sistema unificado, reunindo os órgãos especializados das polícias civil e federal e do MP. Trata-se de condição essencial para uma atuação racional, célere, econômica, integrada e uniforme em todo o país. A criação de novas varas especializadas para julga- mento de processos do crime organizado, recomendadas pelo Conselho Nacional de Justiça, é uma das medidas a serem encarecidas, como também o fortalecimento dos órgãos especializados de investigação das polícias e do Ministério Público. A Lei nº 12.850/2013 define a organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de ob- tenção da prova, infrações penais correlatas e o procedi- mento criminal. LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013 DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Art. 1º Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento cri- minal a ser aplicado. § 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que infor- malmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. § 2º Esta Lei se aplica também: I - às infrações penais previstas em tratado ou con- venção internacional quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; II - às organizações terroristas, entendidas como aque- las voltadas para a prática dos atos de terrorismo legal- mente definidos. (Redação dada pela lei nº 13.260, de 2016) Da Ação Controlada Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a inter- venção policial ou administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e obtenção de informações. § 1º O retardamento da intervenção policial ou admi- nistrativa será previamente comunicado ao juiz compe- tente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público. § 2º A comunicação será sigilosamente distribuída de forma a não conter informações que possam indicar a operação a ser efetuada. § 3º Até o encerramento da diligência, o acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao de- legado de polícia, como forma de garantir o êxito das in- vestigações. § 4º Ao término da diligência, elaborar-se-á auto cir- cunstanciado acerca da ação controlada. Art. 9º Se a ação controlada envolver transposição de fronteiras, o retardamento da intervenção policialou ad- ministrativa somente poderá ocorrer com a cooperação das autoridades dos países que figurem como provável itinerário ou destino do investigado, de modo a reduzir os riscos de fuga e extravio do produto, objeto, instrumento ou proveito do crime. Da Infiltração de Agentes Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação, representada pelo delegado de polícia ou requerida pelo Ministério Público, após manifestação técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso de inquérito policial, será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa autorização judicial, que estabelecerá seus limites. § 1º Na hipótese de representação do delegado de po- lícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o Ministé- rio Público. § 2º Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal de que trata o art. 1º e se a prova não pu- der ser produzida por outros meios disponíveis. § 3º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, des- de que comprovada sua necessidade. § 4º Findo o prazo previsto no § 3º , o relatório cir- cunstanciado será apresentado ao juiz competente, que imediatamente cientificará o Ministério Público. § 5º No curso do inquérito policial, o delegado de polí- cia poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério Público poderá requisitar, a qualquer tempo, relatório da atividade de infiltração. Art. 14. São direitos do agente: I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada; II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 9º da Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999, bem como usufruir das medidas de prote- ção a testemunhas; III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz e demais informações pessoais preservadas durante a investigação e o processo criminal, salvo se houver decisão judicial em contrário; IV - não ter sua identidade revelada, nem ser fotogra- fado ou filmado pelos meios de comunicação, sem sua prévia autorização por escrito. O acesso à justiça é direito fundamental do ser huma- no, reconhecido pelas declarações de Direitos Humanos, como a Convenção Americana de Direitos Humanos (Pac- to de São José da Costa Rica) e a Convenção Européia de Direitos Humanos. É direito fundamental não o simples acesso ao Poder Judiciário, mas também, e principalmen- te, a tutela jurisdicional efetiva, rápida e sem dilações indevidas. Isto significa dizer que o Estado deve ser con- siderado responsável pelos prejuízos que causar quando não presta a eficiente tutela jurisdicional, ou seja, quando não respeita, por omissão, o direito humano fundamental de real acesso à justiça. O acesso à ordem jurídica justa é direito assegurado constitucionalmente no artigo 5º, XXXV da Carta de 1988, ao dispor que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.” Contudo, como visto, à luz da temática moderna sobre a efetividade do processo como garantia dos direitos fundamentais do ser humano, há de se admitir que este postulado não exprime apenas o direito de petição aos órgãos judicantes, mas também e, principalmente, à tutela jurisdicional efetiva, adequada e tempestiva. A inclusão do inciso LXXVIII ao artigo 5º só fez confirmar esta interpretação da doutrina, ao dispor que “a todos, no âmbito judicial e administrati- vo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”. O Brasil, embora signatário da Convenção Americana desde 1992, somente em 2004, por força da Emenda Constitucional 45/2004, passou a integrar o rol dos Esta- dos que, de forma expressa, asseguram o direito à presta- ção jurisdicional sem demora como direito fundamental. Apesar dos doutrinadores brasileiros sempre interpre- tarem a ratificação dos tratados internacionais de direitos humanos, a exemplo da Convenção Americana, como uma ampliação do rol dos direitos fundamentais constan- te do artigo 5º da Constituição Federal, por força do seu parágrafo segundo, esta não era a interpretação dada pelo Supremo Tribunal Federal, que entendia que todos os tratados internacionais integravam o ordenamento jurídi- co nacional como normas ordinárias, uma vez que eram incorporados mediante Decretos. A garantia à tutela jurisdicional em tempo razoável é, com efeito, direito fundamental do ser humano, cuja não efetivação cobra do Estado a responsabilidade pelos da- nos, materiais e morais, frutos de um estado de ansieda- de, descrédito e insegurança, que forem suportados pelos jurisdicionados quando no exercício legítimo de seu direi- to maior: o acesso à justiça. A nova disposição constitu- cional só vem a ratificar tal posicionamento, cujas ações estatais ainda são tímidas a ponto de eximi-lo de tal repa- ração. Na sociedade moderna, os espaços públicos surgem a partir do momento em que setores da sociedade come- çam emitir opinião e juízo sobre o Estado e dão publicida- de a essa opinião. Mas o espaço público, como se enten- de hoje, não se restringe a essa capacidade de emitir e tornar pública a opinião. O espaço público se constitui atualmente como espaço político-social, normatizado ou não pelo Estado, em que o conflito social se apresenta, sendo objeto de proteção humanitária. A Constituição Federal de 1988 abriu a possibilidade de se instituir um novo tipo de relacionamento entre Es- tado e sociedade, possibilidade esta que se tem concreti- zado através, principalmente, de gestões político- administrativas realizadas com a participação da socie- dade. Esta participação não se tem restringido à escolha de representantes para o legislativo e para cargos execu- tivos, mas tem afetado as decisões mais gerais do poder público. Um dos elementos formadores do Estado é o povo, e por isso não é apenas o Estado que garante a cidadania, mas principalmente o cidadão consciente dos seus dire- tos e deveres que faz com que o Estado fique a serviço da cidadania. Os movimentos sociais em muito vêm contribuindo na luta pela conquista da cidadania. Norteados pelo senti- mento de justiça social, os movimentos ajudaram a cons- truir novas formas de dialogo entre sociedade e Estado, marcando assim o novo cenário político brasileiro. Em relação à dimensão social, e com reflexo nos direi- tos humanos, não cabe somente ao Estado a implemen- tação dos direitos, porém a sociedade civil também tem um papel relevante na luta pela efetivação dos mesmos, por intermédio dos movimentos sociais, sindicatos, asso- ciações, centros de defesa e de educação etc. Nesse sen- tido, a concepção de cidadania está relacionada ao con- ceito de justiça social, na qual é muito comum a identifi- cação do bem estar social da população e da igualdade social. Exercer a cidadania significa ter acesso pleno a todos os direitos individuais, políticos, sociais, econômi- cos, culturais e ambientais. A segurança pública é um processo sistêmico e otimi- zado que envolve um conjunto de ações públicas e comu- nitárias, visando a assegurar a proteção do indivíduo e da coletividade e a aplicação da justiça na punição, recupe- ração e tratamento dos que violam a lei, garantindo direi- tos e cidadania a todos. Um processo sistêmico porque envolve, num mesmo cenário, um conjunto de conheci- mentos e ferramentas de competência dos poderes cons- tituídos e ao alcance da comunidade organizada, intera- gindo e compartilhando visão, compromissos e objetivos em comum; e otimizado porque depende de decisões rápidas e de resultados imediatos. O que se depreende destes conceitos é que a seguran- ça pública é um direito relacionado à ausência de delitos, danos e prejuízos, ao mesmo tempo em que é um dever a ser desenvolvido pelos órgãos públicos responsáveise pela sociedade em geral. A finalidade da segurança públi- ca é garantir a cidadania de todos, dentro dos limites da lei. As mudanças conceituais supracitadas nos conduzem a três reflexos para a atividade policial: 1) a polícia deve reconhecer o cidadão como sujeito de direitos; 2) o cidadão tem deveres para com a segurança pú- blica; e 3) o policial também é um cidadão e precisa ter seus direitos assegurados para que compreenda e res- peite os direitos dos demais cidadãos. Quanto ao primeiro aspecto, tornou-se imprescindível que as forças policiais no Brasil se adequassem à nova realidade: ser instrumento a serviço do cidadão. A corpo- ração policial faz parte da comunidade e, portanto, defen- de os interesses dos cidadãos, e não os do Estado ou de dado governo. A segunda consequência advinda da nova ordem constitucional diz respeito à outra face do exercício da cidadania: o cidadão é sujeito de deveres. Entretanto, como este pode agir para cumprir sua responsabilidade com a segurança pública? A cidadania demanda participação, aproximação do cidadão das esferas representativas de tomada de deci- são. O que se espera é que a ação cívica perpasse as instituições políticas por meio da participação da socie- dade civil, tanto na formulação quanto na execução das políticas públicas, independente da área de atuação. Essa participação do cidadão não exclui a responsabi- lidade da polícia e dos demais órgãos do sistema de se- gurança pública. Na realidade, o poder de polícia para preservação da ordem é apenas um elemento desse con- texto, mas não é o preponderante. A polícia não resume em si o sistema de segurança pública e nem ataca as causas profundas da criminalidade. É necessário, portan- to, que os cidadãos, de forma organizada, e também os demais atores do sistema complementem essa respon- sabilidade, participando da formulação e da execução dos programas e projetos em segurança pública. O papel da polícia nesse contexto será o de mobiliza- ção social, no sentido de engajar os cidadãos de uma dada localidade na questão da prevenção de crimes e da violência. Além disso, a polícia deverá atuar como media- dora entre instituições, ou seja, conclamar a participação de outros órgãos públicos e entidades civis (órgãos judi- ciais, policiais, órgãos do Executivo municipal, institui- ções privadas, organizações não-governamentais, associ- ações diversas). É importante destacar ainda que a participação dos ci- dadãos pode ocorrer sob os seguintes aspectos: 1) colaboração com a polícia em atividades diretas de prevenção à criminalidade; 2) fortalecimento dos meios de controle social da própria comunidade; e 3) instituição de parceria decisória entre a polícia e a comunidade local nos assuntos relativos à segu- rança (diagnóstico, planejamento, avaliação e im- plementação). Portanto, é evidente que a polícia não pode ser autô- noma em relação à comunidade, pois trabalha para ela e em função dela. Porém, a comunidade também não pode estar alheia às questões referentes à segurança pública, pois sua contribuição é fundamental para a boa consecu- ção dos serviços policiais no tocante à preservação da ordem. Entretanto, para que exista esse engajamento polícia- comunidade, é preciso que o próprio policial se sinta inse- rido no contexto social, sincronizado e comprometido com os anseios da comunidade e com a defesa dos direi- tos fundamentais. Em suma, é preciso que o policial se reconheça como um cidadão. Desta forma, passamos à abordagem da terceira con- sequência mencionada neste trabalho: o policial também é um cidadão e deve ter seus direitos assegurados para que compreenda e respeite os direitos dos demais cida- dãos. É inegável que o reconhecimento de direitos civis, polí- ticos e sociais pela Constituição Federal de 1988 se tra- duziu em importante avanço para a consolidação da ci- dadania no Brasil. Por outro lado, delineou-se um novo conceito de cidadania, superando a tradicional identifica- ção com os direitos políticos – “votar e ser votado” – e abrangendo a condição daqueles que possuem direitos fundamentais e deveres para com o Estado. Neste mesmo contexto, a segurança pública foi esta- belecida como direito, como dever e também como res- ponsabilidade de todos. Sua importância se confunde com a própria razão de existir do Estado, sendo sua fun- ção primordial a proteção dos direitos do cidadão. Por outro lado, enquanto atividade exercida por órgãos espe- cíficos e visando a preservação da ordem pública, a segu- rança passou a demandar também a participação ativa da sociedade – ou seja, o exercício da cidadania. É visível, desta forma, que cidadania e segurança pú- blica são conceitos indissociáveis: a cidadania somente pode ser exercida em plenitude quando presentes as con- dições de paz e tranquilidade advindas com o exercício da segurança pública. E esta, para ser efetiva, deve contar com a participação e engajamento dos cidadãos, de for- ma organizada, na formulação de projetos e políticas pú- blicas. A conexão entre os dois conceitos trouxe também al- guns outros reflexos de ordem prática para a doutrina de polícia: a) o reconhecimento do cidadão como sujeito de direi- tos que precisam ser respeitados pela polícia em sua atividade, pois esta trabalha para o cidadão e em prol da cidadania; b) o cidadão deve ser inserido como um ator no pro- cesso de efetivação da segurança pública, com responsabilidades que vão além do simples respei- to às normas e aos princípios morais, cabendo à polícia ser o agente mobilizador dessa participação; e c) Para que haja interação polícia-comunidade, é pre- ciso que se reconheça o policial como cidadão para que ele compreenda e respeite a condição de cida- dania dos demais membros da sociedade. Para tan- to, é urgente a mudança de paradigmas na forma- ção dos policiais, bem como no tratamento inter- pessoal dentro dos quartéis, abandonando-se práti- cas atentatórias à dignidade humana. Todo esse processo passa, sem dúvidas, por uma in- corporação dos valores ligados à cidadania, à democracia e aos direitos humanos tanto por parte da sociedade co- mo também pelas instituições policiais. Desta forma, o presente artigo não pretende esgotar o assunto, pois os reflexos desta temática para a doutrina de polícia são bastante amplos e fazem derivar outras consequências práticas para a atividade policial, sendo um desafio permanente para os pesquisadores da área. O Pronasci (Programa nacional de segurança pública com cidadania) foi instituído pela Lei nº 11.530 de 2007 e de- senvolvido pelo Ministério da Justiça e pela primeira vez introduz um projeto nacional que visa combater efetivamente a criminalidade no País. Para que efetivamente se alcance o fim desejado deste programa, pretende-se valorizar os profissionais da segu- rança pública, suprimir a corrupção policial, reestruturar o sistema penitenciário e, inclusive, envolver a própria comuni- dade na prevenção da violência. O programa decorre do PNDH-3 (Política Nacional de Direitos Humanos 3), sendo considerado uma iniciativa inédita no enfrentamento à criminalidade no país. O projeto articula políticas de segurança com ações sociais; prioriza a pre- venção e busca atingir as causas que levam à violência, sem abrir mão das estratégias de ordenamento social e segu- rança pública. Objetivos Específicos do Programa Melhorar o sistema de segurança pública e prisional e valorizar seus profissionais. Ressocializar as pessoas com penas restritiva de liberdades e egressos, por meio da implementação de proje- tos educativos e profissionalizantes. Promover o acesso aos adolescen- tes e jovens em situação de vulne- rabilidade às políticas sociais governamentais, em territórios de descoesão social. Público alvo Nãosó os profissionais de segurança pública deverão ser beneficiados por este programa, como também os jovens de 15 a 24 anos que se defrontam com a lei ou já estiveram em conflito com a mesma, por viverem constantemente à beira da criminalidade, representando o foco etário; os presos ou egressos do sistema prisional, famílias expostas à violência urbana, vítimas da criminalidade e mulheres em situação de violência, atingidos pelo foco social e também os reservistas, que muitas vezes são incorporados pelas organizações criminosas pelo fato de terem aprendido nos quar- téis como proceder no manejo de armas de fogo, tendo em vista o foco repressivo. Jovem Preso Jovem Egresso do Sistema Prisional Jovem oriundo do serviço militar Jovem em situação de descontrole familiar Adolescentes em conflito com a lei Cumpre esclarecer que inicialmente pretendia-se atingir os jovens de 15 a 29 anos, limite este retificado para o des- crito acima, pela medida provisória n° 416 de 2008. O PRONASCI pretende atuar nessa dupla frente: Ação Policial Prevenção e integração de jovens em situação de risco Formação Foco territorial Enfrentamento à corrupção Foco social Valorização Foco etário Bolsa-formação Integração da Força Nacional de Segurança Pública Modernização da gestão de estabelecimentos penais Abrangência O Pronasci está sendo estabelecido nas 13 regiões metropolitanas brasileiras mais violentas, sendo estas: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Vitória, Brasília (Entorno), Curitiba, Porto Alegre, Santa Catarina, Belém, Maceió, Re- cife, Fortaleza e Salvador. Efetividade Deverão ser celebrados contratos, acordos, convênios e consórcios com organizações não governamentais (Ong's), organismos internacionais assim como com os próprios estados e municípios. A avaliação e acompanhamento do Programa será realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a qual será auxili- ada pela sociedade. Ações Estruturais As ações estão delineadas no Eixo 4 do PNDH-3, voltado à segurança pública e acesso à justiça mais eficiente e com atuação constante da sociedade, conforme as ações estruturais abaixo definidas: Modernização das instituições de segurança pública Valorização dos profissionais da segurança pública e policiais penais Enfrentamento à corrupção policial e ao crime organizado Regulamentação do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) Bolsa formação para policiais civis e militares, bombeiros e agentes penitenciários Ações Normativas: Reforma do Códi- go de Processo Penal Nova Lei de Lavagem de Dinheiro Lei de tipifica- ção do crime organizado Lei orgânica das polícias civil e militar Plano de financiamento habitacional para policiais civis, militares, bombeiros e agentes penitenciários ƒ Implementação de medidas para agilizar as punições disciplinares Estruturação dos estabelecimentos de segurança pública e prisionais: Construção de estabelecimentos penais especiais para mulheres; Construção de estabelecimentos penais especiais para jovens entre 18 e 24 anos; Construção de módulos de saúde, educação e informática em estabelecimentos penais; Constru- ção dos Centros de Reabilitação do Agressor – Lei Maria da Penha; Cons- trução de núcleos de polícia cidadã nos territórios; Manutenção da Força Nacional de Segurança com sede própria; Aquisição de equipamentos infra-estruturais Formação e aperfeiçoamento dos profissionais de segurança pública e agentes penitenciários: Ampliação da Rede de Altos Estudos em Segurança Pública (RENAESP). Curso de tecnó- logo, especialização e mestrado pro- fissionalizante em segurança pública Campanha de desarmamento e controle de armas e munições; ƒ Desenvolvimento da política nacional de enfrentamento ao tráfico de pessoas; ƒ Apoio ao desenvolvimento de núcleos de enfrentamento ao tráfico de pessoas; ƒ Projeto controle de fronteiras da Polícia Federal Ações da Polícia Rodoviária Federal: Redução do tempo de resposta às ocorrências (acidentes, crimes etc) Formação e aperfeiçoamento dos profissionais de segurança pública e agentes penitenciários Estruturação das Ouvidorias e Corregedorias de Polícia; Capacitação para investigação criminal para corregedores de polícia; Instalação de laboratórios de lavagem de dinheiro nos estados ƒ Projetos O Programa institui entre outras, a implantação de al- gumas ações envolvendo a União, estados, municípios e a própria comunidade a fim de fazer executar o pretendido, conforme apresenta a própria Lei em destaque: Projeto Reservista-Cidadão: destinado à capacitação de jovens recém-licenciados do serviço militar obrigatório, para atuar como agentes comunitários nas áreas geográ- ficas abrangidas pelo PRONASCI. Este trabalho terá dura- ção de doze meses, e terá tem como foco a articulação com jovens e adolescentes, para sua inclusão e participa- ção em ações de promoção da cidadania. Os participan- tes do projeto receberão formação sociojurídica e terão atuação direta na comunidade. Projeto de Proteção de Jovens em Território Vulnerável - PROTEJO: destinado à formação e inclusão social de jovens e adolescentes expostos à violência doméstica ou urbana, nas áreas geográficas abrangidas pelo PRONAS- CI. Este trabalho terá duração de um ano, podendo ser prorrogável por igual período, e tem como foco a forma- ção cidadã dos jovens e adolescentes a partir de práticas esportivas, culturais e educacionais que visem a resgatar a auto-estima, a convivência pacífica e o incentivo à rees- truturação do seu percurso socioformativo para sua in- clusão em uma vida saudável. Projeto Mulheres da Paz: destinado à capacitação de mulheres socialmente atuantes nas áreas geográficas abrangidas pelo PRONASCI. Este trabalho desenvolvido pelas Mulheres da Paz tem como foco: I - a mobilização social para afirmação da cidadania, tendo em vista a emancipação das mulheres e prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres; e II - a articulação com jovens e adolescentes, com vistas a sua participação e inclusão em programas sociais de promoção da cidada- nia e na rede de organizações parceiras capazes de res- ponder de modo consistente e permanente às suas de- mandas por apoio psicológico, jurídico e social. Projeto Comunicação Cidadã Preventiva: destinado a promover a divulgação de ações educativas e motivado- ras para a cidadania, direcionadas à redução de risco de atos infracionais ou contrários à convivência social, e para a propagação dos programas, projetos e ações de formação, inclusão social, mudança de atitude e promo- ção da cidadania, no âmbito do PRONASCI. Projeto Bolsa-Formação: destinado à qualificação profis- sional dos integrantes das carreiras já existentes das polícias militar e civil, do corpo de bombeiros, dos agentes penitenciários, dos agentes carcerários e dos peritos, contribuindo com a valorização desses profissionais e consequente benefício da sociedade brasileira. O ente federativo, para aderir ao projeto deverá aceitar as seguin- tes condições: devendo tornar viável o amplo acesso de todos os policias militares e civis, bombeiros, agentes penitenciários, agentes carcerários e peritos que demons- trarem interesse nos cursos de qualificação; instituir e manuter os programas de polícia comunitária; e garantir a remuneração mensal pessoal não inferior a R$ 1.300,00 (mil e trezentos reais) aos membros das corporações indicadas no inciso I, até 2012. Esses instrumentos de cooperação não poderão ter prazo de duração superior a cinco anos. O pagamento do valor referente à Bolsa- Formação será devido a partir do mês subseqüente ao da homologação do requerimento pela Secretaria Nacional de Segurança Pública ou pelo Departamento Penitenciário Nacional, de acordo com a natureza do cargo exercido pelo requerente. Bolsa-Formação – Os profissionais de segurança públicareceberão novos estímulos para estudar e atuar junto às comunidades. Policiais civis e militares, bombeiros, peri- tos e agentes penitenciários de baixa renda terão acesso a uma bolsa de até R$ 400. Para ter direito ao benefício, o policial terá que participar e ser aprovado em cursos de capacitação promovidos, credenciados ou reconhecidos pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça. Formação Policial - A qualificação das polícias inclui prá- ticas de segurança-cidadã, como a utilização de tecnolo- gias não letais; técnicas de investigação; sistema de co- mando de incidentes; perícia balística; DNA forense; me- dicina legal; direitos humanos, entre outros. Os cursos serão oferecidos pela Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública (Renaesp), que envolve hoje 66 univer- sidades brasileiras, entre públicas e particulares, e ainda telecentros para educação a distância. A meta é chegar a 80 instituições parceiras em todo o país, em 2008. Mulheres da Paz - O projeto capacitará mulheres líderes das comunidades em temas como ética, direitos huma- nos e cidadania, para agirem como multiplicadoras do Programa, tendo como incumbência aproximar os jovens com os quais o Pronasci trabalhará. Projeto - Jovens bolsistas em território de descoesão social agirão como multiplicadores da filosofia passada a eles pelas Mulheres da Paz e pelas equipes multidiscipli- nares, a fim de atingir outros rapazes, moças e suas famí- lias, contribuindo para o resgate da cidadania nas comu- nidades. Sistema Prisional - A criação de mais de 40 mil vagas no sistema penitenciário do país atenderá a públicos especí- ficos. Os jovens entre 18 e 24 anos terão unidades prisio- nais diferenciadas. O objetivo do governo federal é sepa- rá-los por faixa etária e natureza do delito e impedir aque- les que cometeram pequenas infrações de se contamina- rem pela influência dos líderes do crime organizado. Além disso, as mulheres apenadas também terão assistência, como berçário e enfermaria. A reestruturação do sistema prisional envolve ações que visam a qualificação de agen- tes penitenciários e a formação profissional de presos. Plano Nacional de Habitação para Profissionais de Segu- rança Pública - A categoria também poderá contar com o Plano Nacional de Habitação para Profissionais de Segu- rança Pública, com o apoio da Caixa Econômica Federal. Serão disponibilizadas unidades populares para servido- res de baixa renda, que recebam até quatro salários mí- nimos e a cartas de crédito para a compra da casa pró- pria, no valor de até R$ 50 mil, para aqueles que recebam até R$ 4,9 mil. Ministérios e Secretarias Parceiras - Algumas ações pre- vistas no Pronasci são fruto de parcerias com ministérios e secretarias. O Pronasci agirá em conjunto com o Pro- grama de Aceleração do Crescimento (PAC) nas regiões em que houver obras de urbanização para recuperação de espaços urbanos e melhoria da infra-estrutura nas comu- nidades. Outro exemplo é a parceria firmada com a Secre- taria Nacional Anti-Drogas, da Presidência da República, que ampliará, com o Pronasci, o atendimento do Viva Voz, projeto já existente que visa orientar jovens e famílias em relação às drogas. LEI Nº 11.530, DE 24 DE OUTUBRO DE 2007. Institui o Programa Nacional de Seguran- ça Pública com Cidadania - PRONASCI e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º Fica instituído o Programa Nacional de Segu- rança Pública com Cidadania - PRONASCI, a ser executa- do pela União, por meio da articulação dos órgãos fede- rais, em regime de cooperação com Estados, Distrito Fe- deral e Municípios e com a participação das famílias e da comunidade, mediante programas, projetos e ações de assistência técnica e financeira e mobilização social, vi- sando à melhoria da segurança pública. Art. 2º O Pronasci destina-se a articular ações de se- gurança pública para a prevenção, controle e repressão da criminalidade, estabelecendo políticas sociais e ações de proteção às vítimas. (Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) Art. 3º São diretrizes do Pronasci: I - promoção dos direitos humanos, intensificando uma cultura de paz, de apoio ao desarmamento e de combate sistemático aos preconceitos de gênero, étnico, racial, geracional, de orientação sexual e de diversidade cultural; (Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) II - criação e fortalecimento de redes sociais e comuni- tárias; (Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) III - fortalecimento dos conselhos tutelares; (Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) IV - promoção da segurança e da convivência pacífica; (Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) V - modernização das instituições de segurança públi- ca e do sistema prisional; (Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) VI - valorização dos profissionais de segurança pública e dos agentes penitenciários; (Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) VII - participação de jovens e adolescentes, de egres- sos do sistema prisional, de famílias expostas à violência urbana e de mulheres em situação de violência; (Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) VIII - ressocialização dos indivíduos que cumprem pe- nas privativas de liberdade e egressos do sistema prisio- nal, mediante implementação de projetos educativos, esportivos e profissionalizantes; (Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) IX - intensificação e ampliação das medidas de enfren- tamento do crime organizado e da corrupção policial; (Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) X - garantia do acesso à justiça, especialmente nos territórios vulneráveis; (Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) XI - garantia, por meio de medidas de urbanização, da recuperação dos espaços públicos; (Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) XII - observância dos princípios e diretrizes dos siste- mas de gestão descentralizados e participativos das polí- ticas sociais e das resoluções dos conselhos de políticas sociais e de defesa de direitos afetos ao Pronasci; (Reda- ção dada pela Lei nº 11.707, de 2008) XIII - participação e inclusão em programas capazes de responder, de modo consistente e permanente, às de- mandas das vítimas da criminalidade por intermédio de apoio psicológico, jurídico e social; (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) XIV - participação de jovens e adolescentes em situa- ção de moradores de rua em programas educativos e profissionalizantes com vistas na ressocialização e rein- tegração à família; (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) XV - promoção de estudos, pesquisas e indicadores sobre a violência que considerem as dimensões de gêne- ro, étnicas, raciais, geracionais e de orientação sexual; (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) XVI - transparência de sua execução, inclusive por meios eletrônicos de acesso público; e (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) XVII - garantia da participação da sociedade civil. (In- cluído pela Lei nº 11.707, de 2008) Art. 4º São focos prioritários dos programas, projetos e ações que compõem o Pronasci: I - foco etário: população juvenil de 15 (quinze) a 24 (vinte e quatro) anos; (Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) II - foco social: jovens e adolescentes egressos do sis- tema prisional ou em situação de moradores de rua, famí- lias expostas à violência urbana, vítimas da criminalidade e mulheres em situação de violência; (Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) III - foco territorial: regiões metropolitanas e aglomera- dos urbanos que apresentem altos índices de homicídios e de crimes violentos; e (Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) IV - foco repressivo: combate ao crime organiza- do.(Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) Art. 5º O Pronasci será executado de forma integrada pelos órgãos e entidades federais envolvidos e pelos Es- tados, Distrito Federal e Municípios que a elese vincula- rem voluntariamente, mediante instrumento de coopera- ção federativa. Art. 6º Para aderir ao Pronasci, o ente federativo deve- rá aceitar as seguintes condições, sem prejuízo do dis- posto na legislação aplicável e do pactuado no respectivo instrumento de cooperação: I - criação de Gabinete de Gestão Integrada - GGI; (Re- dação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) II - garantia da participação da sociedade civil e dos conselhos tutelares nos fóruns de segurança pública que acompanharão e fiscalizarão os projetos do Pronasci; (Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) III - participação na gestão e compromisso com as di- retrizes do Pronasci; (Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) IV - compartilhamento das ações e das políticas de se- gurança, sociais e de urbanização; (Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) V - comprometimento de efetivo policial nas ações pa- ra pacificação territorial, no caso dos Estados e do Distri- to Federal; (Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) VI - disponibilização de mecanismos de comunicação e informação para mobilização social e divulgação das ações e projetos do Pronasci; (Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) VII - apresentação de plano diretor do sistema peniten- ciário, no caso dos Estados e do Distrito Federal; (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) VIII - compromisso de implementar programas conti- nuados de formação em direitos humanos para os polici- ais civis, policiais militares, bombeiros militares e servido- res do sistema penitenciário; (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) IX - compromisso de criação de centros de referência e apoio psicológico, jurídico e social às vítimas da crimina- lidade; e (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) X – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) Art. 7º Para fins de execução do Pronasci, a União fica autorizada a realizar convênios, acordos, ajustes ou ou- tros instrumentos congêneres com órgãos e entidades da administração pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, assim como com entidades de direito público e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP, observada a legislação pertinente. Art. 8º A gestão do Pronasci será exercida pelos Minis- térios, pelos órgãos e demais entidades federais nele en- volvidos, bem como pelos Estados, Distrito Federal e Mu- nicípios participantes, sob a coordenação do Ministério da Justiça, na forma estabelecida em regulamento. Art. 8º-A. Sem prejuízo de outros programas, projetos e ações integrantes do Pronasci, ficam instituídos os se- guintes projetos: (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) I - Reservista-Cidadão; (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) II - Proteção de Jovens em Território Vulnerável - Prote- jo; (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) III - Mulheres da Paz; e (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) IV - Bolsa-Formação. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) Parágrafo único. A escolha dos participantes dos pro- jetos previstos nos incisos I a III do caput deste artigo dar-se-á por meio de seleção pública, pautada por crité- rios a serem estabelecidos conjuntamente pelos entes federativos conveniados, considerando, obrigatoriamente, os aspectos socioeconômicos dos pleiteantes.(Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) Art. 8º-B. O projeto Reservista-Cidadão é destinado à capacitação de jovens recém-licenciados do serviço mili- tar obrigatório, para atuar como agentes comunitários nas áreas geográficas abrangidas pelo Pronasci. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) § 1º O trabalho desenvolvido pelo Reservista-Cidadão, que terá duração de 12 (doze) meses, tem como foco a articulação com jovens e adolescentes para sua inclusão e participação em ações de promoção da cidadania. (In- cluído pela Lei nº 11.707, de 2008) § 2º Os participantes do projeto de que trata este arti- go receberão formação sociojurídica e terão atuação dire- ta na comunidade.” (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) Art. 8º-C. O projeto de Proteção de Jovens em Territó- rio Vulnerável - Protejo é destinado à formação e inclusão social de jovens e adolescentes expostos à violência do- méstica ou urbana ou em situações de moradores de rua, nas áreas geográficas abrangidas pelo Pronasci. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) § 1º O trabalho desenvolvido pelo Protejo terá duração de 1 (um) ano, podendo ser prorrogado por igual período, e tem como foco a formação cidadã dos jovens e adoles- centes a partir de práticas esportivas, culturais e educaci- onais que visem a resgatar a auto-estima, a convivência pacífica e o incentivo à reestruturação do seu percurso socioformativo para sua inclusão em uma vida saudável. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) § 2º A implementação do Protejo dar-se-á por meio da identificação dos jovens e adolescentes participantes, sua inclusão em práticas esportivas, culturais e educaci- onais e formação sociojurídica realizada por meio de cur- sos de capacitação legal com foco em direitos humanos, no combate à violência e à criminalidade, na temática juvenil, bem como em atividades de emancipação e socia- lização que possibilitem a sua reinserção nas comunida- des em que vivem. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) § 3º A União bem como os entes federativos que se vincularem ao Pronasci poderão autorizar a utilização dos espaços ociosos de suas instituições de ensino (salas de aula, quadras de esporte, piscinas, auditórios e bibliote- cas) pelos jovens beneficiários do Protejo, durante os finais de semana e feriados. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) Art. 8º-D. O projeto Mulheres da Paz é destinado à ca- pacitação de mulheres socialmente atuantes nas áreas geográficas abrangidas pelo Pronasci. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) § 1º O trabalho desenvolvido pelas Mulheres da Paz tem como foco: (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) I - a mobilização social para afirmação da cidadania, tendo em vista a emancipação das mulheres e prevenção e enfrentamento da violência contra as mulheres; e (Inclu- ído pela Lei nº 11.707, de 2008) II - a articulação com jovens e adolescentes, com vis- tas na sua participação e inclusão em programas sociais de promoção da cidadania e na rede de organizações parceiras capazes de responder de modo consistente e permanente às suas demandas por apoio psicológico, jurídico e social. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) § 2º A implementação do projeto Mulheres da Paz dar- se-á por meio de: (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) I - identificação das participantes; (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) II - formação sociojurídica realizada mediante cursos de capacitação legal, com foco em direitos humanos, gênero e mediação pacífica de conflitos; (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) III - desenvolvimento de atividades de emancipação da mulher e de reeducação e valorização dos jovens e ado- lescentes; e (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) IV - colaboração com as ações desenvolvidas pelo Pro- tejo, em articulação com os Conselhos Tutelares. (Incluí- do pela Lei nº 11.707, de 2008) § 3º Fica o Poder Executivo autorizado a conceder, nos limites orçamentários previstos para o projeto de que trata este artigo, incentivos financeiros a mulheres soci- almente atuantes nas áreas geográficas abrangidas pelo Pronasci, para a capacitação e exercício de ações de jus- tiça comunitária relacionadas à mediação e à educação para direitos, conforme regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) Art. 8º-E. O projeto Bolsa-Formação é destinado à qua- lificação profissional dos integrantes das Carreiras já existentes das polícias militar e civil, do corpo de bombei- ros, dos agentes penitenciários, dos agentes carcerários e dos peritos, contribuindo com a valorização desses pro- fissionais e conseqüente benefício da sociedade brasilei- ra. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) § 1º Para aderir ao projeto Bolsa-Formação,o ente fe- derativo deverá aceitar as seguintes condições, sem pre- juízo do disposto no art. 6o desta Lei, na legislação apli- cável e do pactuado no respectivo instrumento de coope- ração: (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) I - viabilização de amplo acesso a todos os policiais militares e civis, bombeiros, agentes penitenciários, agen- tes carcerários e peritos que demonstrarem interesse nos cursos de qualificação; (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) II - instituição e manutenção de programas de polícia comunitária; e (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) III - garantia de remuneração mensal pessoal não infe- rior a R$ 1.300,00 (mil e trezentos reais) aos membros das corporações indicadas no inciso I deste parágrafo, até 2012. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) § 2º Os instrumentos de cooperação não poderão ter prazo de duração superior a 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) § 3º O beneficiário policial civil ou militar, bombeiro, agente penitenciário, agente carcerário e perito dos Esta- dos-membros que tiver aderido ao instrumento de coope- ração receberá um valor referente à Bolsa-Formação, de acordo com o previsto em regulamento, desde que: (Inclu- ído pela Lei nº 11.707, de 2008) I - freqüente, a cada 12 (doze) meses, ao menos um dos cursos oferecidos ou reconhecidos pelos órgãos do Ministério da Justiça, nos termos dos §§ 4o a 7o deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) II - não tenha cometido nem sido condenado pela prá- tica de infração administrativa grave ou não possua con- denação penal nos últimos 5 (cinco) anos; e (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) III - não perceba remuneração mensal superior ao limi- te estabelecido em regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) § 4º A Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça será responsável pelo oferecimento e reconhecimento dos cursos destinados aos peritos e aos policiais militares e civis, bem como aos bombeiros. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) § 5º O Departamento Penitenciário Nacional do Minis- tério da Justiça será responsável pelo oferecimento e reconhecimento dos cursos destinados aos agentes peni- tenciários e agentes carcerários. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) § 6º Serão dispensados do cumprimento do requisito indicado no inciso I do § 3o deste artigo os beneficiários que tiverem obtido aprovação em curso de especialização reconhecido pela Secretaria Nacional de Segurança Pú- blica ou pelo Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) § 7º O pagamento do valor referente à Bolsa-Formação será devido a partir do mês subseqüente ao da homolo- gação do requerimento pela Secretaria Nacional de Segu- rança Pública ou pelo Departamento Penitenciário Nacio- nal, de acordo com a natureza do cargo exercido pelo requerente. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) § 8º Os requisitos previstos nos incisos I a III do § 3o deste artigo deverão ser verificados conforme o estabele- cido em regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) § 9º Observadas as dotações orçamentárias do proje- to, fica autorizada a inclusão dos guardas civis munici- pais e dos agentes de trânsito, enquadrados nos limites inferior e superior de remuneração definidos nas normas de concessão da Bolsa-Formação, como beneficiários do projeto, mediante o instrumento de cooperação federativa de que trata o art. 5º desta Lei, observadas as demais condições previstas em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 13.030, de 2014) Art. 8º-F. O Poder Executivo concederá auxílio finan- ceiro aos participantes a que se referem os arts. 8º-B, 8º-C e 8º-D desta Lei, a partir do exercício de 2008, nos seguin- tes valores: (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) I - R$ 100,00 (cem reais) mensais, no caso dos projetos Reservista-Cidadão e Protejo; e (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) II - R$ 190,00 (cento e noventa reais) mensais, no caso do projeto Mulheres da Paz. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) Parágrafo único. A concessão do auxílio financeiro dependerá da comprovação da assiduidade e do com- prometimento com as atividades estabelecidas no âmbito dos projetos de que tratam os arts. 8º-B, 8º-C e 8º-D desta Lei, além de outras condições previstas em regulamento, sob pena de exclusão do participante. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) Art. 8º-G. A percepção dos auxílios financeiros previs- tos por esta Lei não implica filiação do beneficiário ao Regime Geral de Previdência Social de que tratam as Leis nos 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) Art. 8º-H. A Caixa Econômica Federal será o agente operador dos projetos instituídos nesta Lei, nas condi- ções a serem estabelecidas com o Ministério da Justiça, obedecidas as formalidades legais. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) Art. 9º As despesas com a execução dos projetos cor- rerão à conta das dotações orçamentárias consignadas anualmente no orçamento do Ministério da Justiça. (Re- dação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) § 1º Observadas as dotações orçamentárias, o Poder Executivo federal deverá, progressivamente, até o ano de 2012, estender os projetos referidos no art. 8o-A para as regiões metropolitanas de todos os Estados. (Incluído pela Lei nº 12.681, de 2012) § 2º Os entes federados integrantes do Sistema Naci- onal de Informações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material Genéti- co, de Digitais e de Drogas (Sinesp) que deixarem de for- necer ou de atualizar seus dados e informações no Sis- tema não poderão receber recursos do Pronasci.(Redação dada pela Lei nº 13.675, de 2018) (Vigência)) Art. 10. (Revogado pela Lei nº 11.707, de 20080 Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica- ção. 01.O projeto pertencente ao Programa Nacional de Segu- rança Pública com Cidadania – PRONASCI –, que é destinado à qualificação profissional dos integrantes das carreiras já existentes das polícias militar e civil, do corpo de bombeiros, dos agentes penitenciários, dos agentes carcerários e dos peritos, contribuindo com a valorização desses profissionais e conseqüente benefício da sociedade brasileira, é o A) Auxílio-Segurança. B) Agente-Cidadão C) Auxílio-Paz. D) Apoio-Responsável. E) Bolsa-Formação. 02.Os programas, projetos e ações que compõem o Pro- grama Nacional de Segurança Pública com Cidadania, instituído pela Lei Federal n° 11.530 de 24 de outubro de 2007 e alterações, possuem, como foco prioritário etário, população A) jovem de 18 (dezoito) a 30 (trinta) anos. B) juvenil de 12 (doze) a 18 (dezoito) anos. C) adulta de 20 (vinte) a 45 (quarenta e cinco anos). D) juvenil de 15 (quinze) a 24 (vinte e quatro) anos. E) adulta de 20 (vinte) a 35 (trinta e cinco) anos. 03.O Programa Nacional de Segurança Pública com Cida- dania – PRONASCI –, instituído pela Lei Federal n° 11.530 de 24 de outubro de 2007 e alterações, possui, dentre outras, a seguinte diretriz: A) enfraquecimento dos conselhos tutelares. B) desestímulo à segurança e à convivência pacífica. C) garantia do acesso à justiça, especialmente nos ter- ritórios vulneráveis. D) redução das medidas de enfrentamento ao crime organizado. E) destituição de redes sociais e comunitárias. 04.Segundo o PRONASCI, é destinado à formação e inclu- são social de jovens e adolescentes expostos à violên- cia doméstica ou urbana ou em situações de morado- res de rua, nas áreas geográficas abrangidas: A) Projeto Mulheres da Paz. B) Projeto Bolsa Formação. C) Projeto Jovens em Desenvolvimento. D) Projeto Vulnerabilidade. E) Projeto Jovens em Território Vulnerável. 05.Com relação à gestão do PRONASCI é incorreto afir- mar: A) A União fica autorizada a realizar convênios, acor- dos, ajustes ou outros instrumentos congêneres com órgãos e entidadesda administração pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, assim como com entidades de direito público e Or- ganizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP. B) A gestão do Pronasci será exercida pelos Ministé- rios, pelos órgãos e demais entidades federais nele envolvidos, bem como pelos Estados, Distrito Fede- ral e Municípios participantes, sob a coordenação do Ministério da Justiça, na forma estabelecida em regulamento. C) Para aderir ao Pronasci, o ente federativo deverá aceitar as seguintes condições, sem prejuízo do disposto na legislação aplicável e do pactuado no respectivo instrumento de cooperação. D) A União fica autorizada a realizar convênios, acor- dos, ajustes ou outros instrumentos congêneres com órgãos e entidades da administração pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, salvo com entidades de direito público e Organiza- ções da Sociedade Civil de Interesse Público – OS- CIP. 06.Segundo disposto na Lei nº 11.530/2007 a gestão do Pronasci será exercida: A) pelo Gabinete da Presidência da República. B) pelos gestores estaduais. C) pelos Ministérios, pelos órgãos e demais entidades federais nele envolvidos, bem como pelos Estados, Distrito Federal e Municípios participantes. D) pelo Ministério da Justiça. E) pelas entidades da Administração Indireta da União e dos Estados. A segurança pública é considerada uma demanda social que necessita de estruturas estatais e demais organiza- ções da sociedade para ser efetivada. No âmbito do pro- cesso de constituição da política de segurança pública, são elaborados mecanismos e estratégias de enfrenta- mento da violência e da criminalidade que afetam o meio social. Entre eles, está a participação da sociedade, que, por meio de suas instituições representativas, torna-se crucial para o delineamento de qualquer política pública para a segurança. A respeito desse assunto, julgue os itens que se seguem. Nesse sentido, considere que a sigla PRONASCI, sempre que utilizada, refere-se ao Programa Nacional de Segu- rança Pública com Cidadania. 07. A Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública é uma ação governamental de política de segurança pública e cidadania cuja finalidade é fiscalizar o PRO- NASCI; para isso, ela conta com o apoio direto do Mi- nistério Público e da Procuradoria-Geral da República. C E 08.As conferências nacionais de segurança pública, mar- co importante na Política Nacional de Segurança Pú- blica, constituem projeto proposto pelo Conselho Na- cional de Segurança Pública e têm como objetivo o combate à criminalidade. C E 09.A formação e a valorização dos profissionais de segu- rança pública; a reestruturação do sistema penitenciá- rio; o combate à corrupção policial; e o envolvimento da comunidade na prevenção da violência são os prin- cipais eixos do PRONASCI, programa desenvolvido pe- lo Ministério da Justiça com vistas a prevenir, contro- lar e reprimir a criminalidade. C E Julgue os próximos itens, relativos ao sistema de justiça criminal. 10.Cabe à Secretaria Nacional de Segurança Pública apu- rar infrações penais cometidas contra a ordem política ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União ou outros delitos de repercussão interestadual. C E 11.O programa Sistema Único de Segurança Pública é gerenciado pela Secretaria Nacional de Segurança Pú- blica e visa articular as ações federais, estaduais e municipais tanto na área de segurança pública quanto na de justiça criminal. C E Aprovado em 2009, o terceiro Programa Nacional de Direi- tos Humanos (PNDH-3) assenta-se nos seguintes eixos orientadores: interação democrática entre Estado e socie- dade civil; desenvolvimento e direitos humanos; universa- lização dos direitos em um contexto de desigualdades; segurança pública, acesso à justiça e combate à violên- cia; educação e cultura em direitos humanos; direito à memória e à verdade. A respeito desse assunto, julgue os itens que se seguem. 12.Uma importante diretriz do PNDH-3 refere-se ao com- bate à violência institucional, com ênfase na erradica- ção da tortura e na redução da letalidade policial e carcerária. C E 13.Ao propor um eixo orientador centrado na relação en- tre desenvolvimento e direitos humanos, o PNDH-3 de- fende, entre outros objetivos, um modelo de desenvol- vimento sustentável, assinalado pela inclusão social e econômica, tecnologicamente responsável e ambien- talmente equilibrado. C E 14.Entre as diretrizes contidas no PNDH-3, estão a demo- cratização e a modernização do sistema de segurança pública, o que requer transparência e efetiva participa- ção da sociedade na abordagem do tema. C E 15.Em relação ao papel das instituições policiais no com- bate às distintas formas de discriminação, assinale a afirmativa incorreta. A) Apesar de não possuir fundamento na Constituição Federal de 1988, o combate ao preconceito no Es- tado Democrático de Direito é medida recomendada aos órgãos de Segurança Pública. B) A recusa ou o impedimento de acessar um estabe- lecimento público ou comercial por discriminação ou preconceito de cor, religião ou procedência naci- onal, constitui crime. C) O Supremo Tribunal Federal, em 2019, proferiu deci- são equiparando a homofobia ao crime de racismo. D) As medidas protetivas de urgência previstas na Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha) não se aplicam ao homem vítima de violência. E) A Segurança Pública, como dever do Estado e direi- to fundamental dos cidadãos, não pode comportar quaisquer formas de discriminação. 16.Acerca do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI), assinale a afirmativa cor- reta. A) Pretende erradicar operações conjuntas entre as po- lícias civis e militares. B) Pretende alterações legislativas para criação de no- vos delitos e aumento das penas. C) Pretende fomentar o comércio de armas de fogo. D) Pretende articular ações de segurança pública com políticas sociais. E) Pretende garantir privilégios aos agentes públicos dos órgãos de segurança. 17.Acerca da participação popular na Segurança Pública, assinale a afirmativa incorreta. A) Tem fundamento na Constituição Federal de 1988, que estabelece, em seu Art. 144, a Segurança Públi- ca como dever do Estado, direito e responsabilidade de todos. B) As conferências estaduais e nacionais de Seguran- ça Pública preconizam a construção de espaços de negociação, busca de consensos, democratização e corresponsabilidade entre o Estado e a sociedade civil. C) Possibilita a implementação de políticas de Segu- rança Pública dotadas de maior eficácia e caráter preventivo. D) Preconiza o incremento da credibilidade e confiança dos órgãos de Segurança Pública perante a socie- dade civil. E) Tem ênfase na busca de planos de Segurança Pú- blica democratizantes, orientados para maior efeti- vidade a partir da confissão espontânea de autores de delitos. 18.David Bayley e Jerome Skolnick, os primeiros estudio- sos sobre policiamento comunitário nos Estados Uni- dos, indicam quatro principais características desse tipo de policiamento. Nesse sentido, avalie os itens a seguir. 1. Construção de unidades policiais em áreas de con- flito conflagrado. 2. Descentralização do comando por área. 3. Emprego de civis na polícia e no trabalho de polici- amento. 4. Ênfase no policiamento de confronto bélico. 5. Estabelecer um plano de segurança pública prévio e, posteriormente, divulgá-lo para a comunidade. 6. Relação de reciprocidade entre a polícia e a popula- ção. 7. Relação verticalizada entre a polícia e a população. 8. Reorientação da patrulha de modo a engajar a co- munidade na prevenção do crime. Assinale a opção que indica somente as característi- cas do policiamento comunitário. A) 1, 2, 3 e 7. B) 1, 2, 5 e 6. C) 2, 3, 6 e 8. D) 3, 4, 6 e 7. E) 4, 6, 7 e 8.19.De acordo com o texto da Constituição Federal de 1988, assinale a opção que indica apenas órgãos de Segurança Pública. A) Corpos de Bombeiros Militares; Polícia Rodoviária Federal; Polícia Ferroviária Federal e Polícias Pe- nais. B) Polícia Federal; Polícias Militares; Polícias Civis e Guardas Municipais. C) Polícia Federal; Polícias Penais; Polícias Civis e Guardas Municipais. D) Corpos De Bombeiros Militares; Polícias Militares; Forças Armadas e Polícias Civis. E) Polícias Militares; Polícia Federal; Força Nacional De Segurança Pública e Polícias Civis. 20.No combate à ação de milícias privadas, devem ser observados alguns critérios de identificação por parte dos órgãos de Segurança Pública. Alguns desses critérios estão listados à seguir, à exce- ção de um. Assinale-o. A) Domínio territorial, ânimo de lucro e participação ativa e reconhecida de agentes do Estado. B) Organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão. C) Controle territorial coativo e discurso de legitimação referido à proteção dos moradores e à instauração de uma ordem. D) Controle de um território e da população que nele habita por parte de um grupo armado irregular. E) Cooperação da sociedade civil armada com os ór- gãos de segurança pública. 21.Segurança Pública expressa um conjunto de garantias exigidas do Estado para a tutela dos direitos funda- mentais dos cidadãos. Nesse sentido, o Programa Na- cional de Segurança Pública com Cidadania destina-se a articular ações de segurança pública para: A) prevenção, controle e repressão da criminalidade, estabelecendo políticas sociais e ações de proteção aos agentes de segurança pública e demais autori- dades. B) prevenção e controle da criminalidade, visando a redução da letalidade policial, carcerária e dos cri- mes hediondos. C) repressão da criminalidade, com ações ostensivas e preventivas nas vias públicas, com suporte dos ór- gãos permanentes de segurança pública e das de- mais forças auxiliares. D) prevenção, controle e repressão da criminalidade, estabelecendo políticas sociais e ações de proteção às vítimas. E) promoção dos direitos humanos, intensificando uma cultura de paz, de apoio ao armamento e de combate sistemático aos preconceitos de gênero, étnico, racial, geracional, de orientação sexual e de diversidade cultural. 22.Analise os tópicos abaixo, referentes às mudanças em curso no país para atender as demandas atuais da se- gurança pública. I. A ressocialização dos indivíduos que cumprem pe- nas privativas de liberdade e egressos do sistema prisional, mediante implementação de projetos edu- cativos, esportivos e profissionalizantes constitui uma das diretrizes do Pronasci. II. As polícias buscam reagir ao aumento da criminali- dade estabelecendo ações policiais baseadas em estudos e análises sobre o fenômeno criminal. III. Existe uma importante “integração” das ações das polícias, destacando a proposta de unificação me- todológica em termo de coleta e armazenamento de dados. IV. O controle do trabalho policial é feito apenas no seio dos próprios órgãos, tendo em vista a necessi- dade de sigilo das ações policiais. V. O Pronasci será executado de forma integrada pelos órgãos e entidades federais envolvidos e pelos Es- tados, Distrito Federal e Municípios que a ele se vincularem obrigatoriamente, mediante instrumento de cooperação federativa. Estão corretos os tópicos: A) I, II e IV B) I, III e V C) II, III e V D) I, II e III E) II, III e IV 23.Em relação ao Ciclo Completo de Polícia e sua efetivi- dade diante do atual quadro histórico-institucional brasileiro, analise os seguintes tópicos: I. Ciclo Completo de Polícia é a execução das funções judiciário-investigativa e ostensivo-preventiva pela mesma instituição policial. II. Para isso tornar-se possível no Brasil, não seria ine- vitável a reestruturação do subsistema policial atra- vés de emenda ao texto constitucional de 1988, precisamente o artigo 144. III. A gestão do Pronasci será exercida pelos Ministé- rios, pelos órgãos e demais entidades federais nele envolvidos, bem como pelos Estados, Distrito Fede- ral e Municípios participantes, sob a coordenação do Ministério da Justiça, na forma estabelecida em regulamento. IV. Para fins de execução do Pronasci, a União fica au- torizada a realizar convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos congêneres com órgãos e en- tidades da administração pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, salvo com entida- des de direito público e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP. V. Os altos índices atuais de criminalidade impõem a urgência de uma reforma gerencial e da racionaliza- ção do sistema, em benefício da implantação de po- líticas capazes de aprimorar a eficiência policial, diminuindo a impunidade. Estão corretos os tópicos: A) I, III e V D) I, II e IV B) I, II e V E) III e V C) II, III e IV 24.A segurança pública, dever do Estado, direito e res- ponsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Sobre o tema, assinale a alternativa corre- ta. A) A polícia federal, instituída por lei como órgão per- manente, organizado e mantido pela União e estru- turado em carreira, destina-se a exercer as funções de polícia judiciária da União, mas sem exclusivida- de. B) A segurança viária compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respecti- vos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. C) A lei não disciplinará a organização e o funciona- mento dos órgãos responsáveis pela segurança pú- blica, cabendo a cada órgão determinar suas diretri- zes a fim de garantir a eficiência de suas atividades. D) As polícias militares e os corpos de bombeiros mili- tares, forças auxiliares e reserva do Exército subor- dinam-se, ao contrário das polícias civis e das polí- cias penais estaduais e distrital, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. E) A polícia ferroviária federal, órgão transitório, orga- nizado e mantido pelos Estados e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulha- mento ostensivo das ferrovias federais. 25.Sobre a Lei nº 11.530/2007, que cria o PRONASCI, é correto afirmar: A) O Pronasci destina-se a articular ações de seguran- ça pública para a prevenção, controle e repressão da criminalidade, estabelecendo políticas sociais e ações de proteção aos detentos do sistema prisio- nal. B) Dentre as diretrizes do Pronasci destaca-se valori- zação dos profissionais de segurança pública e dos guardas municipais e agentes de trânsito. C) O programa federal atua de forma centralizada, ga- rantindo a participação de jovens e adolescentes em situação de moradores de rua em programas educativos e profissionalizantes. D) Não há previsão de participação da sociedade civil nas atividades desenvolvidas pelo Pronasci. E) O Pronasci será executado de forma integrada pelos órgãos e entidades federais envolvidos e pelos Es- tados, Distrito Federal e Municípios que a ele se vincularem voluntariamente, mediante instrumento de cooperação federativa. 26.A segurança pública é direito fundamental do cidadão, garantido tanto pela Constituição Federal como pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. Nesse contexto surge o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), que busca o contro- le e a prevenção da violência com a união de políticas de segurança pública e de ações sociais que comba- tam as causas socioeconômicas da criminalidade. Sobre o programa é correto afirmar: A) Tem como principal característica o combate à cri- minalidade e à violência por meio da união de políti- cas de segurança pública com ações sociais, sem a participação dos entes estaduais, municipais e dis- tritais.público. B) os ministérios e as autarquias, os primeiros e as se- gundas com personalidade jurídica de direito públi- co. C) as fundações públicas e as organizações sociais, as primeiras e as segundas podendo possuir tanto personalidade jurídica de direito público, como de direito privado. D) as empresas públicas e as organizações da socie- dade civil de interesse público, as primeiras, com personalidade jurídica de direito privado e, as se- gundas, com personalidade jurídica de direito públi- co. E) as autarquias e as sociedades de economia mista, as primeiras, com personalidade jurídica de direito público e, as segundas, com personalidade jurídica de direito privado. 05.A administração pública pode ser efetivada, imediata- mente pela União, através de seus próprios órgãos. Pode, também, ser realizada mediatamente por meio de entes (personalizados) a ela vinculados. Nesses dois casos, estamos nos referindo, quanto ao aspecto funcional ou operacional, respectivamente, à adminis- tração A) indireta e direta. B) direta e indireta. C) contratada e direta. D) indireta e terceirizada. E) terceirizada e contratada. 06.De acordo com o ensinamento predominante na dou- trina brasileira, pode-se identificar na organização administrativa pátria, como fruto da desconcentração, no plano federal, A) uma fundação pública. B) um ministério. C) uma autarquia qualificada como agência executiva. D) uma sociedade de economia mista. E) uma agência reguladora. 07.Uma empresa que exerça atividade econômica, com 70% de seu capital votante nas mãos da União, sendo o restante de seu capital de propriedade de um Estado, A) enquadra-se na definição legal de empresa pública, tendo personalidade jurídica de direito público. B) enquadra-se na definição legal de sociedade de economia mista, tendo personalidade jurídica de di- reito público. C) enquadra-se na definição legal de empresa pública, tendo personalidade jurídica de direito privado. D) enquadra-se na definição legal de sociedade de economia mista, tendo personalidade jurídica de di- reito privado. E) não se enquadra em nenhuma definição legal quan- to às entidades da Administração indireta. 08.A repartição de funções entre os vários órgãos (des- personalizados) de uma mesma Administração, sem quebra de hierarquia, em que a prestação de serviços é direta e imediata; e a atribuição de Poderes da Admi- nistração a outrem, distinta da do Estado, que age por outorga do serviço (mas sempre em nome próprio), re- ferem-se, respectivamente, à A) descentralização e desconcentração administrativa. B) desconcentração administrativa e descentralização. C) descentralização e delegação de serviço público. D) delegação de serviço público e execução direta. E) execução indireta e desconcentração administrati- va. 09.São entidades estatais A) as Empresas Públicas. B) as Autarquias. C) as Fundações de direito público. D) os Municípios. E) os Territórios Federais. 10.A organização da Administração Pública federal dis- tingue a Administração direta da indireta. São exem- plos de integrantes da Administração direta e da indi- reta, respectivamente, A) a Presidência da República e um Ministério. B) um Ministério e uma empresa pública. C) uma autarquia e uma sociedade de economia mista. D) uma autarquia e uma empresa privada concessio- nária de serviço público. E) uma fundação pública e uma fundação privada. 11.Uma sociedade de economia mista, que explore ativi- dade econômica, A) não se submete ao regime de licitação para contra- tação de obras, serviços, compras e alienações. B) não está sujeita à falência. C) submete-se ao mesmo regime jurídico trabalhista das pessoas jurídicas de direito público. D) pode ser instituída por decisão do poder Executivo, independentemente de lei. E) submete-se ao mesmo regime jurídico tributário das empresas privadas. 12.Determinado Município adquire, no mercado de bolsa de valores, ações representativas de 60% (sessenta por cento) do capital votante de uma sociedade anô- nima, passando a exercer o respectivo controle. Não houve, porém, lei específica aprovada pela Câmara Municipal, autorizando a operação. Nessa hipótese, a sociedade anônima em tela A) passará a ser considerada sociedade de economia mista municipal, integrante da Administração Dire- ta. B) apenas passará a integrar a Administração Indireta se se transformar em empresa pública, na forma da legislação aplicável. C) passará a ser considerada empresa pública munici- pal, integrante da Administração Indireta. D) integrará a Administração Indireta, como entidade sui generis, sujeita ao regime jurídico geral de direito privado. E) não integrará a Administração Direta, nem a Indire- ta, sendo apenas uma companhia sob controle mu- nicipal. 13.Suponha o seguinte trecho de uma ementa de acórdão: “Dispensa-se de autorização legislativa a criação de empresas públicas subsidiárias, desde que haja previ- são para esse fim na própria lei que instituiu a empre- sa de economia mista matriz. A lei criadora é a própria medida autorizadora.” Esse texto A) contraria a Constituição Federal, pois é necessária a edição de lei autorizativa para a criação de cada subsidiária de empresa pública ou sociedade de economia mista. B) é compatível com a Constituição Federal, já tendo até mesmo o Supremo Tribunal Federal decidido nesse sentido. C) contraria a Constituição Federal, pois é constitucio- nalmente vedada a criação de subsidiárias de em- presa pública ou sociedade de economia mista. D) contraria a Constituição Federal, pois empresas pú- blicas e sociedades de economia mista não têm sua instituição dependente de autorização legislativa. E) contraria a Constituição Federal, pois é desnecessá- ria a autorização legislativa para a criação de sub- sidiárias de empresa pública ou sociedade de eco- nomia mista, sendo essa matéria de decisão discri- cionária do Presidente da República. 14.Integram a Administração Pública indireta A) os serviços sociais autônomos (Senai, Senac etc.). B) os partidos políticos. C) as concessionárias de serviço público em geral. D) as fundações instituídas pelo Poder Público, com natureza jurídica de direito público. E) as organizações sociais. 15.NÃO se ajusta ao regime jurídico das empresas esta- tais: A) a empresa pública poderá ser constituída sob qual- quer forma admitida em direito. B) a criação de subsidiárias das sociedades de eco- nomia mista depende de autorização legislativa. C) o regime de pessoal é o da legislação trabalhista. D) a sociedade de economia mista não poderá usufruir de privilégios fiscais não extensíveis às empresas da iniciativa privada. E) a empresa pública depende de prévia autorização legislativa para alienação de bem imóvel. 16.Uma sociedade de economia mista, prestadora de serviço público, por meio de um empregado seu que agiu com negligência ao desenvolver o serviço, causa danos a um terceiro. O terceiro pretende cobrar os pre- juízos da sociedade; e esta pretende se ressarcir junto ao empregado. Nessa situação, a responsabilidade ci- vil da sociedade e a do empregado são, respectiva- mente, A) objetiva e objetiva. B) subjetiva e subjetiva. C) objetiva e subjetiva. D) subjetiva e inexistente. E) inexistente e subjetiva. 17.A descentralização dos serviços públicos por colabo- ração ocorre mediante A) contrato ou ato administrativo unilateral, transferin- do a execução de determinado serviço público à pessoa jurídica de direito privado, conservando o poder público a titularidade. B) ato administrativo unilateral, transferindo a titulari- dade e a execução de determinado serviço público à pessoa jurídica de direito público. C) ato bilateral e precário, transferindo a titularidade de determinado serviço público à pessoa jurídica de di- reito público. D) ato unilateral, discricionário e precário, transferindo aB) Sua adesão fica condicionada à criação de Gabinete de Gestão Integrada – GGI e do compromisso de criação de centros de referência e apoio psicológi- co, jurídico e social às vítimas da criminalidade. C) O Departamento Penitenciário Nacional do Ministé- rio da Justiça será responsável pelo oferecimento e reconhecimento dos cursos destinados aos polici- ais civis, militares, bombeiros militares e policiais penais. D) Estabelece como foco territorial as regiões metro- politanas e aglomerados urbanos que apresentem altos índices de jovens em regime semi-aberto. E) O PROTEJO consiste em um dos seus programas e visa qualificar mulheres que assumem papel de li- derança informal em comunidades carentes, além da tarefa de garantir a coesão da família. 27.Em relação ao papel das instituições policiais no com- bate às distintas formas de discriminação, assinale a afirmativa incorreta. A) Apesar de não possuir fundamento na Constituição Federal de 1988, o combate ao preconceito no Es- tado Democrático de Direito é medida recomendada aos órgãos de Segurança Pública. B) A recusa ou o impedimento de acessar um estabe- lecimento público ou comercial por discriminação ou preconceito de cor, religião ou procedência naci- onal, constitui crime. C) O Supremo Tribunal Federal, em 2019, proferiu deci- são equiparando a homofobia ao crime de racismo. D) As medidas protetivas de urgência previstas na Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha) não se aplicam ao homem vítima de violência. E) A Segurança Pública, como dever do Estado e direi- to fundamental dos cidadãos, não pode comportar quaisquer formas de discriminação. 28.Acerca do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI), assinale a afirmativa cor- reta. A) Pretende erradicar operações conjuntas entre as po- lícias civis e militares. B) Pretende alterações legislativas para criação de no- vos delitos e aumento das penas. C) Pretende fomentar o comércio de armas de fogo. D) Pretende articular ações de segurança pública com políticas sociais. E) Pretende garantir privilégios aos agentes públicos dos órgãos de segurança. 29.Acerca da participação popular na Segurança Pública, assinale a afirmativa incorreta. A) Tem fundamento na Constituição Federal de 1988, que estabelece, em seu Art. 144, a Segurança Públi- ca como dever do Estado, direito e responsabilidade de todos. B) As conferências estaduais e nacionais de Seguran- ça Pública preconizam a construção de espaços de negociação, busca de consensos, democratização e corresponsabilidade entre o Estado e a sociedade civil. C) Possibilita a implementação de políticas de Segu- rança Pública dotadas de maior eficácia e caráter preventivo. D) Preconiza o incremento da credibilidade e confiança dos órgãos de Segurança Pública perante a socie- dade civil. E) Tem ênfase na busca de planos de Segurança Pú- blica democratizantes, orientados para maior efeti- vidade a partir da confissão espontânea de autores de delitos. 30.David Bayley e Jerome Skolnick, os primeiros estudio- sos sobre policiamento comunitário nos Estados Uni- dos, indicam quatro principais características desse tipo de policiamento. Nesse sentido, avalie os itens a seguir. 1. Construção de unidades policiais em áreas de con- flito conflagrado. 2. Descentralização do comando por área. 3. Emprego de civis na polícia e no trabalho de polici- amento. 4. Ênfase no policiamento de confronto bélico 5. Estabelecer um plano de segurança pública prévio e, posteriormente, divulgá-lo para a comunidade 6. Relação de reciprocidade entre a polícia e a popula- ção 7. Relação verticalizada entre a polícia e a população 8. Reorientação da patrulha de modo a engajar a co- munidade na prevenção do crime Assinale a opção que indica somente as característi- cas do policiamento comunitário. A) 1, 2, 3 e 7. D) 3, 4, 6 e 7. B) 1, 2, 5 e 6. E) 4, 6, 7 e 8. C) 2, 3, 6 e 8. 31.De acordo com o texto da Constituição Federal de 1988, assinale a opção que indica apenas órgãos de Segurança Pública. A) Corpos de Bombeiros Militares; Polícia Rodoviária Federal; Polícia Ferroviária Federal e Polícias Pe- nais. B) Polícia Federal; Polícias Militares; Polícias Civis e Guardas Municipais. C) Polícia Federal; Polícias Penais; Polícias Civis e Guardas Municipais. D) Corpos De Bombeiros Militares; Polícias Militares; Forças Armadas e Polícias Civis. E) Polícias Militares; Polícia Federal; Força Nacional De Segurança Pública e Polícias Civis. 32.No combate à ação de milícias privadas, devem ser observados alguns critérios de identificação por parte dos órgãos de Segurança Pública. Alguns desses crité- rios estão listados à seguir, à exceção de um. Assina- le-o. A) Domínio territorial, ânimo de lucro e participação ativa e reconhecida de agentes do Estado. B) Organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão. C) Controle territorial coativo e discurso de legitimação referido à proteção dos moradores e à instauração de uma ordem. D) Controle de um território e da população que nele habita por parte de um grupo armado irregular. E) Cooperação da sociedade civil armada com os ór- gãos de segurança pública. 33.Instituído pela lei 11.530 de 2007, o Pronasci pretende valorizar o ramo da segurança nacional, por meio da cidadania e da participação de diversos órgãos. A esse respeito, assinale a opção correta. A) o programa pretende promover direitos humanos, intensificando a cultura de paz, de apoio ao arma- mento e de combate restrito aos preconceitos de gênero, étnico, racial, geracional, de orientação se- xual e de diversidade cultural. B) desenvolvido pelo Ministério Extraordinário da Se- gurança Nacional, pela primeira vez introduz uma forte tentativa nacional ao combate do crime orga- nizado e da corrupção policial, com atuação dos ór- gãos e entidades federais em parceria com os de- mais entes federativos. C) não só os profissionais de segurança pública deve- rão ser beneficiados, como também os jovens de 15 a 29 anos que se defrontam com a lei ou já estive- ram em conflito com a mesma, por viverem cons- tantemente no âmbito da criminalidade. D) para que efetivamente se alcance o fim desejado do programa, pretende-se valorizar os profissionais da segurança pública, suprimir a corrupção policial, re- estruturar o sistema penitenciário e, inclusive, en- volver a própria comunidade na prevenção da vio- lência. E) não poderão ser celebrados contratos, acordos, convênios e consórcios com organizações não go- vernamentais (Ong's), considerando a necessidade de que o programa seja estabelecido e mantido pelo Poder Público. 34.A Lei nº 11.530, de 24 de outubro de 2007, instituiu o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidada- nia - PRONASCI e estabelece que: I. A ressocialização dos indivíduos que cumprem pe- nas privativas de liberdade e egressos do sistema prisional, mediante implementação de projetos edu- cativos, esportivos e profissionalizantes constitui uma das diretrizes do programa. II. Deverão ser celebrados contratos, acordos, convê- nios e consórcios com organizações não governa- mentais (Ong's), organismos internacionais assim como com os próprios estados e municípios. III. A avaliação e acompanhamento do Programa será realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a qual será auxiliada pela sociedade. IV. Seu foco repressivo é o combate ao crime organi- zado e o tráfico de pessoas, sendo implementado por um rol taxativo de quatro projetos. Estão corretos: A) I e II. D) I, II e IV. B) I, II e III. E) II e III. C) II e IV. 35.O projeto Bolsa-Formação é destinado à qualificação profissional dos integrantes das Carreiras já existentes nos órgãos de segurança pública. Entretanto, para fa- zer parte do programa e receber a bolsa prevista em lei é necessário que o beneficiário: A)titularidade e execução de determinado serviço público à pessoa jurídica de direito privado. E) ato bilateral e discricionário, transferindo a execu- ção de determinado serviço público à pessoa física ou jurídica. 18.Considerando-se a organização administrativa brasi- leira, há relação de hierarquia entre A) um Ministro do Supremo Tribunal Federal e um Mi- nistro do Tribunal de Contas da União. B) um Senador e um Deputado Federal. C) um Governador de Estado e um Prefeito Municipal. D) o Presidente da República e um Ministro de Estado. E) um Presidente de Assembleia Legislativa e um Pre- sidente do Tribunal de Justiça do mesmo Estado. 19.É regra própria do regime constitucional de uma socie- dade de economia mista que exerça atividade econô- mica a A) não incidência da obrigatoriedade de licitação para contratar obras, serviços, compras e alienações. B) não sujeição ao controle pelo Tribunal de Contas. C) sujeição ao regime próprio das empresas privadas quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais e trabalhistas. D) possibilidade de gozo de privilégios fiscais não ex- tensíveis ao setor privado. E) não incidência da obrigatoriedade de realização de concurso público para contratação de seus empre- gados. 20.Descentralização administrativa por colaboração é: A) a transferência por meio de contrato ou ato admi- nistrativo unilateral da execução de determinado serviço público a pessoa jurídica de direito privado, conservando o poder público a titularidade do servi- ço. B) a transferência por meio de contrato ou ato admi- nistrativo unilateral da execução e da titularidade de determinado serviço público a pessoa jurídica de di- reito privado. C) a transferência por lei da titularidade e da execução de determinado serviço público para pessoa jurídica de direito público ou privado. D) atribuição de personalidade jurídica própria, de di- reito público, a uma entidade local, geograficamente delimitada, com capacidade administrativa genéri- ca. E) faculdade legal de celebração de contratos de pres- tação de serviços relativos a atividades materiais acessórias. 21.Assinale a alternativa que contém uma afirmação in- correta. A) Não existe poder de tutela entre a entidade descen- tralizada e a pessoa jurídica que a instituiu sem ex- pressa previsão legal, na medida em que o poder de controle não pode invadir a liberdade de auto- administração atribuída ao ente descentralizado. B) A tutela não se presume; ela se constitui de uma soma de competências particulares atribuídas ex- plicitamente por lei, que não podem ser acrescidas, nem por analogia. C) Entes descentralizados não estão hierarquicamente subordinados à Administração Direta. Existe apenas uma vinculação para fins de controle. D) O recurso hierárquico é dirigido a autoridade superi- or àquela que proferiu a decisão atacada, para ree- xame da questão. Sua interposição pressupõe a existência de vinculação hierárquica. E) Recurso hierárquico impróprio é aquele dirigido a autoridade de órgão diverso daquele que proferiu a decisão atacada. Sua interposição é sempre possí- vel, independente de expressa previsão legal, sendo decorrência do princípio do contraditório e da ampla defesa. 22.Sobre as autarquias, assinale a afirmação correta: A) Só podem ser criadas por lei, podendo assumir per- sonalidade de direito público ou privado. B) Contra seus atos cabe mandado de segurança mas não ação popular. C) Têm plena capacidade de auto-administração, o que lhes confere poder para criar o próprio direito. D) Podem ser conceituadas como serviço público des- centralizado. E) Não se sujeitam à lei de licitações. 23.É certo que na organização administrativa da Uni- ão a administração direta compreende A) os órgãos públicos da Presidência da República, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, assim como as agências executivas e reguladoras, entre outras. B) os serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e na dos Ministérios, assim como os serviços administrativos que estão a cargo do Legislativo, Judiciário e Tribunal de Con- tas. C) todas as entidades e serviços vinculados à Presi- dência da República, à exceção dos Ministérios, vis- to que estes integram a administração indireta. D) todos os órgãos e entidades como as autarqui- as, empresas públicas e sociedades de economia mista vinculadas aos Ministérios. E) também as fundações, as concessionárias e per- missionárias de serviço público, entre outras, sendo que os Ministérios e Secretarias integram a ad- ministração indireta. 24.Quanto à afirmação de ser o Presidente da Repúbli- ca autoridade hierarquicamente superior ao dirigente da sociedade de economia mista, essa noção A) conflita com a regra consagrada pela doutrina, pos- to que, segundo esta, não há relação de hierar- quia entre autoridades da Administração direta e autoridades da Administração indireta. B) conflita com a regra consagrada pela doutrina, pos- to que a relação hierárquica se estabelece entre um Ministro e as autoridades da Administração indireta vinculadas ao respectivo Ministério. C) conflita com a regra consagrada pela doutrina, pos- to que a noção de hierarquia apenas se aplica aos órgãos militares da Administração Pública. D) está harmônica com a regra consagrada pela dou- trina, posto que se trata do Presidente da Re- pública e de sociedade de economia mista federal. E) está harmônica com a regra consagrada pela dou- trina, posto que o Presidente da República é a auto- ridade de máxima hierarquia da Administração do País, independentemente de se cogitar de socie- dade de economia mista federal, estadual ou muni- cipal. 25.Segundo expressamente dispõe a Constituição brasi- leira, a administração pública direta e indireta, para decidir qualquer processo administrativo, deve obser- var os princípios da A) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. B) legalidade, eficiência, interesse público e motiva- ção. C) moralidade, publicidade, igualdade e dignidade da pessoa humana. D) proporcionalidade, eficácia, do contraditório e do devido processo legal. E) moralidade pública, eficácia, razoabilidade e do inte- resse social. 26.A União Federal deseja criar sociedade de economia mista destinada ao exercício da atividade de pesquisa, lavra, beneficiamento e comercialização de minerais do país. Os bens dessa sociedade A) podem ser revestidos da característica de impenho- rabilidade, se declarada na lei de sua criação. B) são inalienáveis e impenhoráveis por natureza. C) são considerados bens públicos, independentemen- te de sua personalidade jurídica ser de direito priva- do ou de direito público. D) não podem ser considerados impenhoráveis. E) possuem o mesmo regime jurídico aplicável aos bens das autarquias. 27.A forma de controle denominada supervisão ministe- rial aplica-se aos órgãos da administração indireta A) que extrapolem dos objetivos para os quais fo- ram criados. B) como forma de recurso hierárquico das decisões de seus órgãos superiores. C) para a aplicação de sanções disciplinares a seus servidores. D) para garantia do poder hierárquico do Ministro de Estado sobre a administração indireta. E) apenas por solicitação dos dirigentes dos órgãos supervisionados, como consequência de sua auto- nomia. 28.No direito brasileiro, os principais traços diferenci- adores entre as empresas públicas e as sociedades de economia mista são os relativos à A) composição do capital e forma de organização. B) forma de criação e personalidade jurídica. C) personalidade jurídica e natureza da atividade a ser desempenhada. D) natureza da atividade a ser desempenhada e forma de organização. E) composição do capital e personalidade jurídica. 29.Em relaçãoàs entidades que integram a Administração Indireta, é correto afirmar que A) as autarquias de regime especial, ainda que qualifi- cadas como agências executivas, necessariamente submetem-se às regras gerais de dispensa de lici- tação estabelecidas pela Lei nº 8.666/93, inclusive quanto a limites de valor. B) a qualificação de agência executiva autoriza dis- pensa de licitação para contratações de valor supe- rior à regra geral, ainda que o contrato de gestão que confere aquela qualidade à pessoa jurídica em questão tenha sido celebrado com fundação ou au- tarquia preexistentes. C) a autarquia é pessoa jurídica de direito público, à qual aplica-se integralmente o regime jurídico de direito público, sendo, portanto, pessoa pública política e administrativa. D) a autarquia submete-se integralmente ao regime ju- rídico público, mas como possui poder de auto- administração, não se submete a controle da Admi- nistração, somente do Poder Judiciário. E) as autarquias ditas agências reguladoras assim se denominam em razão da impossibilidade de revi- são judicial de suas decisões acerca de conflitos entre aqueles que se submetem à sua gestão. 30.O governo do Estado pretende transferir a atribuição de fiscalizar as condições de salubridade dos hospitais da Secretaria de Saúde para determinada autarquia. Ao implementar tal medida, estará realizando A) a desconcentração, pois desaglutinou atribuições. B) a descentralização, pois desaglutinou atribuições. C) a concentração, pois aglutinou atribuições. D) a centralização, pois aglutinou atribuições. E) a centralização e a descentralização ao mesmo tempo. 31.Assinale a alternativa que indica pessoa jurídica que não possui personalidade jurídica de direito público. A) Empresa pública. B) Fundação pública de Direito Público. C) Autarquia Fundacional. D) Consórcio público. E) Agência reguladora. 32.A administração indireta é composta por várias pesso- as jurídicas, dentre essas pessoas jurídicas encon- tram‐se as empresas públicas. A respeito das empre- sas públicas, assinale a afirmativa correta. A) Poderão assumir qualquer forma em direito admiti- da com exceção da forma de sociedade anônima pois necessariamente o capital da empresa pública deve ser totalmente público. B) Estão subordinadas hierarquicamente ao ente criador. C) Poderão ser pluripessoais. D) Desenvolverão atividades econômicas sem realizar licitações ou concursos públicos. E) Estão sujeitas ao regime jurídico de direito público por serem pessoas jurídicas de direito público. 33.A respeito da Administração Direta e da Indireta, assi- nale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa. ( ) As empresas públicas sujeitam-se ao regime jurí- dico das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias, não podendo gozar de privilégios fiscais que não sejam exten- sivos ao setor privado. ( ) As sociedades de economia mista são entidades com personalidade jurídica de direito privado, or- ganizadas para fins empresariais, com participa- ção do Estado e de pessoas de direito privado em seu capital e em sua administração. ( ) Nas empresas públicas, o capital é exclusivamen- te público, distintamente das sociedades de eco- nomia mista, em que o capital é em parte público e em parte privado. As afirmativas são, respectivamente, A) V, V e V. B) F, V e V. C) V, F e F. D) V, V e F. E) F, F e F. 34.O governo do Estado pretende transferir a atribuição de fiscalizar as condições de salubridade dos hospitais da Secretaria de Saúde para determinada autarquia. Ao implementar tal medida, estará realizando A) a desconcentração, pois desaglutinou atribuições. B) a descentralização, pois desaglutinou atribuições. C) a concentração, pois aglutinou atribuições. D) a centralização, pois aglutinou atribuições. E) a centralização e a descentralização ao mesmo tempo. 35.Dentre as definições a seguir, assinale aquela que melhor conceitua a autarquia. A) É entidade integrante da Administração Pública, cri- ada ou não por lei, com personalidade jurídica de Di- reito Público ou Privado, patrimônio e receitas pró- prios, para executar atividades típicas da Adminis- tração Pública, podendo ou não ser dotada de ges- tão administrativa e financeira descentralizada. B) É entidade integrante da Administração Pública di- reta, criada por lei, com personalidade jurídica de Di- reito Público, sem patrimônio próprio, para executar atividades típicas da Administração Pública, que re- queira, para seu melhor funcionamento, gestão ad- ministrativa descentralizada. C) É entidade integrante da Administração Pública in- direta, com personalidade jurídica de Direito Priva- do, patrimônio e receitas próprios, para executar, descentralizadamente, atividades estabelecidas por lei. D) É entidade integrante da Administração Pública in- direta, criada por lei, com personalidade jurídica de Direito Público, patrimônio e receitas próprios, para executar atividades típicas da Administração Públi- ca, que requeira, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. E) É entidade integrante da Administração Pública indi- reta, criada por lei, com personalidade jurídica de Di- reito Público, patrimônio e receitas próprios, para executar atividades típicas da Administração Públi- ca, caracterizada pela ausência de controle, de tute- la ou de subordinação hierárquica e pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira. 36.É forma lícita de prestação de serviço público, dentre outras: A) a prestação descentralizada, por meio de autarqui- as, empresas públicas ou sociedades de economia mista. B) a prestação indireta, por meio de concessão admi- nistrativa, de concessão patrocinada e de conces- são de uso privativo de bem público. C) a gestão associada de serviços públicos, por meio de consórcios privados e convênios. D) a prestação indireta, por meio de autorização, con- cessão de serviço público e de concessão de direito real de uso. E) a prestação direta e centralizada, por meio dos ór- gãos e sociedades integrantes da Administração Pública. 37.Assinale a alternativa que apresenta órgãos integran- tes da administração pública direta. A) autarquias B) empresas públicas C) fundações públicas D) sociedades de economia mista E) presidência da República e ministérios 38.Assinale a alternativa que apresenta a definição corre- ta de autarquia. A) serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública que re- queiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. B) serviço subordinado à presidência da República, au- torizado por lei, com personalidade jurídica, patri- mônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública. C) entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de ativida- de econômica, sob a forma de sociedade anônima. D) entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criada por lei para a exploração de ativi- dade. E) entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público com autonomia admi- nistrativa. 39.Corresponde ao princípio da descentralização o fato de que A) o controle das atividades da Administração Federal deverá exercer-se em todos os níveis e em todos os órgãos. B) a ação governamental obedecerá ao planejamento que vise a promover o desenvolvimento econômico e social do País e a segurança nacional. C) à administração casuística,assim entendida a deci- são de casos individuais, competem, em princípio, em nível de execução, os serviços de natureza local, que estão em contato com os fatos e com o públi- co. D) as atividades da Administração Federal e, especi- almente, a execução dos planos e programas de go- verno serão objeto de permanente coordenação. E) os órgãos que operam na mesma área geográfica serão submetidos à coordenação, com o objetivo de se assegurar a programação/execução integrada dos serviços federais. 40.Marque a alternativa correta de acordo com o conceito de descentralização e desconcentração na administra- ção pública: A) Desconcentração é o fenômeno pelo qual se dá uma distribuição externa de competências no mesmo ente federativo. B) Na descentralização a tarefa administrativa é atribu- ída à outra pessoa jurídica, não ocorrendo subordi- nação. C) Na desconcentração a competência é distribuída para outra pessoa jurídica, obedecendo a uma esca- la hierárquica. D) A descentralização ocorre quando há a necessidade de atribuir uma tarefa administrativa à mesma pes- soa jurídica. 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 B C D E B B C B B B 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 E E B D E E A D C A 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 E D B A A D A A B B 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 A C A B D A E A C B A partir da modernização do Estado, em especial na prestação de serviço público adequado e de qualidade, aliado ao princípio do “estado bem-estar”, surgiu a des- centralização como hoje a conhecemos. A descentralização não ocorre apenas com a criação de entidades pelo Poder Público, mas também com a transferência, pelo Estado, da execução de uma atividade a terceiros estranhos à estrutura da administração públi- ca (delegação de serviços públicos). A partir desse mode- lo de descentralização, aliado à flexibilização dos mono- pólios estatais trazidos pelo neoliberalismo, surgiram grandes grupos econômicos com interesse em explorar atividades que antes eram de exclusiva função do Estado, como os serviços de telecomunicações e energia. Desta forma, amparado pela redução da máquina esta- tal, certos serviços essenciais ao bem comum foram transferidos para o setor privado, necessitando, portanto, de regulamentação estatal. Nesse contexto, o Estado criou as agências reguladoras cuja função é ditar as nor- mas de condução entre os agentes envolvidos, ou seja, o Poder Público, o prestador dos serviços e os usuários. Entende-se por regulamentação a intervenção estatal junto a setores privados, para impor normas de conduta que visem obrigá-los a atingir o bem-estar da comunida- de. Cumpre frisar que a função regulatória é essencial para a eficiência do processo de desestatização. É importante salientar que a Constituição não exige que as agências reguladoras sejam autarquias, muito menos em regime especial. Deve-se apenas observar que o exercício de atividade regulatória deve ser atribuído a pessoas de direito público. Na visão de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, existem dois tipos de agências reguladoras no direito brasileiro: a) as que exercem o poder de polícia, com a imposição de limitações administrativas, fiscalização e repressão, co- mo, por exemplo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitá- ria (Anvisa) e a Agência Nacional de Saúde Pública Su- plementar (ANS); b) as que regulam e controlam as ativi- dades que constituem objeto de concessão, permissão ou autorização de serviços públicos (telecomunicações, energia elétrica, transporte público) ou concessão para exploração de bem público, como, por exemplo, petróleo, minerais, rodovias etc. Serviços essencialmente públicos e serviços de utilidade pública A CF/88 confere às entidades políticas a titularidade para a prestação de serviços públicos. Assim, cada ente político poderá prestar o serviço centralizadamente, atra- vés de seus órgãos, ou poderá fazê-lo descentralizada- mente, mediante outorga do serviço às suas entidades da Administração Indireta, ou a delegação de sua prestação a particulares, sob regime de concessão, permissão ou autorização. Não é fácil definir o serviço público, pois a sua noção sofreu consideráveis transformações no decurso do tem- po, quer no que diz respeito aos seus elementos constitu- tivos, quer no que concerne à sua abrangência. Além disso, alguns autores adotam conceito amplo, enquanto outros preferem um conceito restrito. Nas duas hipóteses combinam-se, em geral, três elementos para a definição: o material (atividades de interesse coletivo), o subjetivo (presença do Estado) e o formal (procedimento de direito público). Vejamos o dispositivo constitucional do art. 175: “Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único – A lei disporá sobre: I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscaliza- ção e rescisão da concessão ou permissão; II – os direitos dos usuários; III – política tarifária; IV – a obrigação de manter serviço adequa- do.” No art. 21 da CF/88 encontramos os serviços públicos outorgados à União, como os serviços de telecomunica- ções, radiodifusão sonora de sons e imagens, transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros, exploração de portos marítimos, fluviais e lacustres. Os Municípios prestam serviços de interesse local, se- gundo o art. 30 da CF/88, a exemplo dos serviços de transporte coletivo urbano intramunicipal e o ensino fun- damental. Aos Estados a CF/88 outorgou a competência remanescente, para prestar os serviços não incluídos nas competências da União e dos Municípios. E ao Distrito Federal cabe a competência cumulativa, para prestar os serviços de competência estadual e municipal. Temos ainda serviços comuns a todas as pessoas po- líticas, como, por exemplo, “promover programas de cons- trução de moradias e a melhoria das condições habitaci- onais e de saneamento básico” e “cuidar da saúde e as- sistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência”. A lista prevista na CF/88 não é taxativa, havendo diversos serviços previstos como públi- cos e espalhados na legislação administrativa. Entretanto, nem todos os serviços previstos na CF/88 são outorgados apenas às entidades políticas e, desse modo, são passíveis de exercícios pelos particulares ape- nas mediante delegação do Poder Público. Há serviços que, quando prestados pelos entes fede- rados, ou por suas entidades administrativas, são consi- derados serviços públicos em sentido estrito, o que signi- fica que estão sujeitos a regime jurídico de direito público, consagrador das prerrogativas e sujeições administrati- vas. O legislador, ciente do crescimento populacional, deci- diu que esses serviços estatais também estariam livres à iniciativa privada, independentemente de delegação do Poder Público, embora sujeitos à especial regulação em vista de sua relevância para a coletividade. Nessa hipóte- se, tais serviços não se qualificam como serviços públi- cos em sentido próprio. São serviços de interesse coletivo ou de utilidade pública, prestados sob regime preponde- rantemente privado, sem o gozo das prerrogativas admi- nistrativas. Como exemplo temos os serviços de saúde, previdência social e educação. Conceito de Serviço Público No Brasil, serviço público é toda atividade assim defi- nida pelo ordenamento constitucional ou infraconstituci- onal e, em vista disso, exercida sob regime de direito pú- blico. Nesse ponto esclarecemos que são duas as carac- terísticas necessárias para que uma atividade possa ser considerada como serviço público. A primeira característica é que a atividade corresponda a uma oferta deita pelo Estado aos administrados em geral, de alguma utilidadeou comodidade material (água, luz, telefone) passível de fruição, de gozo individual. A segunda característica só considera serviço público aquele prestado sob regime jurídico-administrativo, com- posto por princípios próprios e específicos, inconfundíveis com os princípios do regime do direito privado. Para José Cretella Júnior serviço público é “toda ativi- dade que o Estado exerce, direta ou indiretamente, para a satisfação das necessidades públicas mediante procedi- mento típico do direito público”. O doutrinador Hely Lopes Meirelles define o serviço público como “todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade, ou simples conveniências do Estado”. O conceito é um pouco mais restrito do que o de Cre- tella Júnior, porque, ao fazer referência à Administração e não ao Estado, exclui as atividades legislativa e jurisdici- onal. No entanto, ainda é amplo, porque não distingue o poder de polícia do serviço público. Vale dizer, abrange todas as atividades exercidas pela Administração Pública. Os Serviços Públicos são o modo como a Administração Pública exerce, de modo direito ou indireto, visando sol- ver as necessidades da coletividade. Como se sabe a atuação da Administração Pública tem como finalidade geral o atendimento do interesse público. Na persecução desse objetivo, a mesma pode criar me- canismos para agilizar a prestação dessas atividades. Nesse momento, surge o instituto da outorga e delega- ção dos Serviços Públicos. Classificação de Serviços Públicos a) Serviços delegáveis e indelegáveis: delegáveis são os serviços que, por sua natureza ou em virtude de lei, podem ser prestados pelo Estado, diretamente, ou me- diante delegação do Estado. Ex: serviços de transporte público, telefonia e fornecimento de água. Indelegáveis são aqueles passíveis de prestação somente pelo Es- tado, diretamente, por meio de seus órgãos. Ex.: segu- rança interna, fiscalização e serviços judiciários. b) Serviços administrativos e de utilidade pública: admi- nistrativos são os serviços que o Estado presta com o objetivo de melhor se estruturar para o desempenho de funções administrativas; de utilidade pública são os prestados diretamente pelos administrados. c) Serviços coletivos e singulares: coletivos (uti universi) são prestados a destinatários indeterminados. Ex.: serviços de iluminação pública e conservação de vias públicas; singulares (uti singuli) são os serviços que atingem apenas destinatários determináveis, devendo ser mensurável a utilização individual. d) Serviços sociais e econômicos: sociais são aqueles de caráter eminentemente assistencial, e que se voltam, precipuamente, para a parcela mais necessitada da população. Em regra são custeados pela arrecadação tributária; Econômicos são aqueles que permitem sua prestação de forma economicamente superavitária, ou seja, com lucro. A CF/88 autoriza que o Estado os preste no caso de interesse coletivo ou de imperativos de segurança nacional, quando enquadrados dentro do domínio propriamente econômico. Há, todavia, diver- sos serviços essencialmente públicos, tais como o fornecimento de água e de energia elétrica, que tam- bém se caracterizam como econômicos, e que tam- bém podem ser prestados pelo Estado. e) Serviços próprios e impróprios: próprios seriam os serviços, de interesse coletivo, que o Estado presta di- reta ou indiretamente, mediante delegação à iniciativa privada; e impróprios são aqueles, também de interes- se coletivo, que são prestados por particulares, inde- pendentemente de delegação, cabendo ao Estado re- gulamentar e fiscalizar sua execução. Na visão de Hely Lopes Meirelles, próprios são os serviços que, pelo fa- to de corresponderem de forma mais próxima às atri- buições do Estado e aos interesses da comunidade, são prestados apenas pelo ente estatal ou por suas entidades administrativas de direito público, no uso de sua supremacia sobre o particular. Impróprios, por sua vez, são aqueles que não correspondem às necessida- des mais primárias da coletividade, de forma que po- dem ser prestados pelo Estado, por suas entidades administrativas ou mediante delegação à iniciativa pri- vada. Delegação de serviços públicos a terceiros Em algumas circunstâncias o Poder Público decide re- passar a execução do serviço público para pessoas priva- das, visando garantir maior eficiência à atividade. Nesse sentido, a concessão de serviço público foi a primeira forma que o Poder Público utilizou para transferir a tercei- ros a execução e isto se deu no momento em que, saindo do liberalismo, o Estado foi assumindo novos encargos no campo social e econômico. A partir de então, sentiu-se a necessidade de encontrar novas formas de gestão do serviço público e da atividade privada exercida pela Ad- ministração. Por um lado, buscou-se uma maior especialização, com vistas à obtenção de melhores resultados. Por outro lado, e com o mesmo objetivo, pretendia-se a utilização de métodos de gestão privada, mas flexíveis e mais adaptá- veis ao novo tipo de atividade assumida pelo Estado. O procedimento utilizado inicialmente foi a delegação da execução de serviços públicos a empresas particula- res, mediante concessão; por meio dela, o particular (con- cessionário) executa o serviço, em seu próprio nome e por sua conta e risco, mas mediante fiscalização e controle da Administração Pública, inclusive sob o aspecto da remuneração cobrada ao usada – chamada de tarifa -, a qual é fixada pelo poder concedente. A grande vantagem desse regime é que o Estado podia prestar um serviço público essencial sem que tivesse necessidade de inverter recursos do Tesouro e, sobretudo, sem correr os riscos econômicos de toda exploração in- dustrial. Entretanto, desequilíbrios econômicos mudaram tais características, de modo que surgiram as sociedades de economia mista e empresas públicas, como novas formas de descentralização dos serviços públicos. Desse modo, passou-se a falar em dois tipos de concessão: - a que se outorga a empresa particular; - a que se outorga a empresa estatal. A primeira é feita por contrato, em que o poder público transfere apenas a execução do serviço e conserva a sua titularidade; em decorrência disso, mantém a plena dis- ponibilidade sobre o mesmo, alterando as cláusulas regu- lamentares, retomando a execução do serviço por meio de encampação, fiscalizando e punindo, administrativamen- te, o concessionário em caso de inadimplemento. As empresas públicas e as sociedades de economia mista são criadas por lei e adquirem o direito à prestação do serviço, direito esse oponível até mesmo à pessoa jurídica que as criou, pois esta somente pode interferir na vida da empresa nos limites previstos em lei. Quando a lei cria empresa e ela atribui a prestação de um serviço público que a Constituição Federal exige seja prestado diretamente ou mediante concessão, além de haver ofensa à CF/88, está tirando da Administração aquelas prerrogativas de que só é detentor o poder con- cedente, pela via contratual. Por isso, o artigo 175 da CF/88 diz que só deve ser realizada mediante contrato. Com o movimento da privatização, volta o Poder Públi- co a utilizar-se da concessão de serviços públicos como forma de delegação de serviços públicos a empresas privadas, sem abandonar a possibilidade de concessão a empresas estatais. Isto ocorre por diferentes modos: (a) pela transferência do controle acionário das empresas estatais ao setor privado (privatização ou desestatização de empresas estatais), com o que muda a natureza da concessionária: esta deixa de ser uma empresa estatal e passa a ser uma empresa privada; (b) pelo retorno ao instituto da concessão de serviços públicos, em seu for- mato tradicional, mediante realização de concorrência aberta a todos os possíveis interessados em celebrar o contrato