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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA / 
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 
3. Organização administrativa: centralização, descentralização, 
concentração e desconcentração; organização administrativa 
da União; administração direta e indireta; agências executivas e 
reguladoras. 8. Inovações introduzidas pela Constituição de 
1988: agências executivas; serviços essencialmente públicos e 
serviços de utilidade pública; delegação de serviços públicos a 
terceiros; agências reguladoras; convênios e consórcios. 10. 
Ética e cidadania. 11. Lei de Improbidade Administrativa (lei 
8.429/92) e suas alterações. 
 
 
A atividade administrativa consiste na gestão de bens 
e interesses qualificados da comunidade, de âmbito fede-
ral, estadual ou municipal, segundo os preceitos do Direi-
to e da Moral, visando ao bem comum. 
A Administração Pública fica responsável pela EXE-
CUÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO, ou seja, seus órgãos, enti-
dades e agentes públicos ficarão responsáveis por tornar 
efetivos os compromissos do Estado brasileiro para com 
a sociedade. Ou seja, é quem efetivará a garantia dos 
direitos sociais previstos no art. 6º da CF/88: saúde, edu-
cação, lazer, moradia, previdência, assistência, segurança 
pública, transporte, alimentação, trabalho. 
Representa toda atividade desenvolvida pela Adminis-
tração, protegendo os interesses da coletividade e decor-
re do fato de o Brasil ser uma República, em que toda 
atividade desenvolvida deve privilegiar a coisa pública. 
Desse modo, a atuação da Administração Pública divide-
se em direta e indireta. 
 
a) Administração Direta: Formada por entidades políticas 
(também conhecidas por entidades federativas) que 
recebem as suas atribuições da própria Constituição 
Federal. São consideradas pessoas jurídicas de direito 
público interno (possuem poderes políticos). São elas: 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 
 
b) Administração Indireta: Formada por entidades admi-
nistrativas que exercem suas competências conforme 
estabelecida na lei que as instituiu (elas não detêm 
poderes políticos e nem legislam). São elas: Autarqui-
as, Fundações, Sociedades de Economia Mista e Em-
presas Públicas. 
Formas de prestação da atividade administrativa: 
 
a) Centralizada: Atividade prestada pela Administração 
Direta, composta por entes políticos. Ocorre sempre 
que a titularidade e execução do serviço for realizada 
pelo próprio ente federativo sem passar por interposta 
pessoa. 
 
b) Descentralizada: Ao contrário do que ocorre com a 
centralização, entre a pessoa federativa competente 
(União, Estados, Municípios e Distrito Federal) e o ci-
dadão beneficiário da atuação estatal haverá uma 
pessoa interposta, qual seja, a entidade descentraliza-
da. Retira a atividade do núcleo e transfere para outra 
pessoa jurídica, seja da administração indireta ou par-
ticular. As concessionárias, permissionárias, SESC, 
SESI, SENAI e outros, não compõem a administração 
indireta, pois se tratam de particulares, até mesmo se 
enquadrando como paraestatais. 
 
Ex: INSS; FUNASA, FUNAI, Banco do Brasil, Caixa Eco-
nômica Federal, Petrobrás. 
 
c) Desconcentrada: Divisão de atividades dentro da 
mesma pessoa jurídica, por meio do poder hierárquico. 
Existe hierarquia dentro da pessoa jurídica, diferente 
da descentralização, em que só há fiscalização. 
 
Ex: Ministros e Ministérios; Secretários e Secretarias; 
Procuradores e Procuradorias. 
 
Modalidades de Descentralização: 
 
A transferência da execução do serviço público pode 
ser feita por OUTORGA ou por DELEGAÇÃO. Entretanto, há 
diferenças relevantes entre os institutos. A outorga só 
pode ser realizada por lei, enquanto a delegação pode ser 
por lei, por contrato ou por ato administrativo. 
 
a) Outorga: Transferência de titularidade, que só é possí-
vel através de lei. A doutrina majoritária entende que 
só pode ser transferida à Administração Indireta de Di-
reito Público (autarquias e fundações públicas). 
 
b) Delegação: Transferência apenas da execução da obra 
ou serviço. A Administração detém a titularidade. Pode 
ser feita por lei (para as pessoas jurídicas de direito 
privado) ou por contrato (para os particulares, como 
concessões e permissões de serviço público). Tam-
bém é possível a delegação através de convênios ou 
por ato unilateral (autorização de serviço). A delegação 
é normalmente efetivada por prazo determinado. 
 
 
 
 
 
 
 
A organização da Administração é a estruturação das 
pessoas, entidades e órgãos que desempenharão as fun-
ções administrativas; é definir o modelo do aparelho ad-
ministrativo do Estado. Essa organização se dá normal-
mente por leis e, excepcionalmente, por decretos e nor-
mas inferiores. 
A Administração Pública brasileira hoje é dividida em 
direta e indireta, cada qual com as suas atribuições pró-
prias. Antes de adentrarmos no estudo de cada um dos 
entes, faz-se necessário o entendimento acerca dos seto-
res da administração existentes no País. 
Conforme já visto anteriormente, e partindo da ideia de 
que não existe hierarquia entre os entes federativos ou 
entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e Municí-
pios) e que a própria Constituição reconheceu a autono-
mia entre esses entes, é necessário observar agora como 
cada um deles exerce as diversas atividades administrati-
vas. E isso pode ocorrer de duas formas: centralizada e 
descentralizada. 
Em resumo, distribuindo-se a atividade administrativa, 
tem-se: 
 
DESCONCENTRAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO 
- distribuição dentro da mesma 
pessoa jurídica 
- deslocamento para uma 
nova pessoa (pode ser físi-
ca ou jurídica) 
- baseia-se na hierarquia (há 
subordinação) 
- não existe hierarquia, ,as há 
controle e fiscalização (sem 
subordinação) 
- ex: transferência entre órgãos 
da mesma pessoa política 
- ex: transferência para as 
pessoas da Administração 
Indireta ou para particula-
res. 
 
Administração Indireta 
 
A administração indireta decorre da descentralização 
administrativa por outorga, que consiste no mecanismo 
onde se atribui uma atividade de interesse público a uma 
pessoa jurídica. 
Conforme já visto anteriormente, a administração indi-
reta é composta pelas Autarquias, Fundações Públicas, 
Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. 
Todas essas entidades devem obediência a um regime 
jurídico mínimo com normas e princípios comuns. Desse 
modo, para que sejam originários é necessária uma lei 
(art. 37, XIX da CF). 
É essa lei que definirá as atividades e a estruturação 
básica da entidade que nascerá. Uma vez criada, essas 
entidades terão personalidade jurídica própria, executan-
do e atuando em nome próprio. 
Destacamos que não há hierarquia entre a administra-
ção direta e indireta. O que existe é uma relação de vincu-
lação, de modo que o controle finalístico (ou tutela admi-
nistrativa ou supervisão ministerial) contrapõe-se à hie-
rarquia, pois incide somente após a prática dos atos, por 
meio de verificação finalística das atividades da entidade. 
Todos os entes da administração direta devem total 
obediência aos princípios constantes no art. 37 da CF/88: 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência. 
Devem realizar, como regra, licitação e concurso públi-
co. O regime de pessoal pode ser o celetista (obrigatório 
nas Sociedades de Economia Mista e Empresa Pública) e 
Estatutário. 
Por fim, todos esses entes obedecem à regra do art. 
37, XVII da CF/88, no que se refere à impossibilidade de 
acumulação remunerada de cargos ou empregos. Veja-
mos especificamente cada um desses entes: 
 
AUTARQUIAS 
 
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público 
que desenvolvem atividades administrativas típicas de 
Estado e gozam da liberdade administrativa nos limites 
da lei que as criou. Não são subordinadas a órgão ne-
nhum do Estado, mas apenas controladas, tendo direitos 
e obrigações distintos do Estado. 
Os seus negócios, patrimônios e recursos são pró-
prios, haja vista que desfrutam de personalidade jurídica 
própriacom o Poder Público, disciplinado pela Lei nº 
8.987/95. 
E por fim, a Lei nº 11.079/04 institui a chamada parce-
ria público-privada, como espécie de contrato administra-
tivo que abrange duas modalidades: a concessão patroci-
nada e a concessão administrativa. 
 
Concessão: 
 
Trata-se de delegação, permanecendo a titularidade do 
serviço nas mãos do Poder Público. Por meio de contrato 
administrativo, a Administração delega a outrem a execu-
ção de um serviço público, para que o execute em seu 
próprio nome, por sua conta e risco, assegurando-lhe a 
remuneração mediante tarifa paga pelo usuário ou outra 
forma de remuneração decorrente da exploração do ser-
viço. 
Esse é o conceito aplicável às concessões disciplina-
das pela Lei nº 8.987 e que poderá ser alterado em rela-
ção às parcerias público-privadas, porque, nesse caso, a 
remuneração por tarifa tende a deixar de ser a forma prin-
cipal ou única de remuneração das empresas concessio-
nárias. 
As características da concessão de serviço público 
são as mesmas já assinaladas para os demais contratos 
administrativos e que já eram reconhecidas para todos 
eles, pela doutrina e jurisprudência, muito antes de ser 
editado o Decreto-lei nº 2.300/86 e, depois, a Lei nº 
 
 
8.666/93, que se limitaram a encampar os ensinamentos 
já aceitos no direito brasileiro. 
Embora tenha a natureza de contrato administrativo, a 
concessão apresenta algumas peculiaridades: 
 
- só existe concessão de serviço público quando se 
trata de serviço de titularidade do estado; 
- o poder concedente só transfere ao concessionário a 
execução do serviço, continuando titular do mesmo, o 
que lhe permite dele dispor de acordo com o interesse 
público; essa titularidade lhe permite alterar as cláusu-
las regulamentares ou rescindir o contrato por motivo 
de interesse público; 
- a concessão tem que ser feita “sempre através de 
licitação”, consoante o exige o artigo 175 da CF/88; a 
modalidade cabível é a concorrência; 
- o concessionário executa o serviço em seu próprio 
nome e corre os riscos normais do empreendimento; 
ele faz jus ao recebimento da remuneração, ao equilí-
brio econômico da concessão e à inalterabilidade do 
objeto. 
- a tarifa, quando cabível, tem a natureza de preço públi-
co e é fixada no contrato. 
- o usuário tem direito à prestação do serviço; se este 
lhe for indevidamente negado, pode exigir judicialmen-
te o cumprimento da obrigação pelo concessionário; é 
comum ocorrerem casos de interrupção na prestação 
de serviços como os de luz, água e gás, quando o usu-
ário interrompe o pagamento. 
- a responsabilidade do concessionário por prejuízos 
causados a terceiros, em decorrência da execução de 
serviço público, é objetiva e estendeu essa norma às 
pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de 
serviços públicos; o poder concedente responde sub-
sidiariamente. 
- a rescisão unilateral da concessão, antes do prazo 
estabelecido, é conhecida doutrinariamente sob o no-
me de encampação; equivale à retomada da execução 
do serviço pelo poder concedente, quando a conces-
são se revelar contrária ao interesse público e como 
toda rescisão unilateral, o concessionário faz jus ao 
ressarcimento dos prejuízos regularmente comprova-
dos. 
- a rescisão unilateral por motivo de inadimplemento 
contratual é denominada caducidade. 
- é um contrato administrativo, necessariamente prece-
dido de licitação. Em rigor, a modalidade de licitação 
utilizada deverá ser a concorrência. 
- será executado por pessoa jurídica ou consórcio de 
empresas, por sua conta e risco, e por prazo determi-
nado. 
- as concessionárias possuem personalidade jurídica de 
direito privado e não estão obrigadas a fazer concurso 
público para contratação de seus servidores. 
- possuem, como regra, a responsabilidade civil objeti-
va. 
Desde 2002 temos duas espécies de concessão: 
 
a) Concessão comum: É a antiga concessão (Lei 8987, 
atualizada pela Lei 11.185). 
 
- Delegação de um serviço feita pelo poder concedente 
a pessoa jurídica ou consórcio de empresas. Não se 
admite a pessoa física. 
- A primeira formalidade é o contrato administrativo, 
portanto, com prazo determinado. 
- A segunda formalidade é a autorização legislativa ex-
pressa. 
- Está sujeito à licitação na modalidade concorrência (a 
Lei 11.079 admite concorrência com procedimento in-
vertido e com lances verbais). A Lei Nacional de De-
sestatização permite que os serviços do programa po-
dem utilizar leilão. 
- Extinção do contrato de concessão: advento do tempo 
contratual; ato unilateral da Administração (a extinção 
por encampação (interesse público) depende de auto-
rização legislativa e indenização) (no caso de des-
cumprimento de cláusula quem indeniza é o contrata-
do); judicial (única forma utilizada unilateralmente pelo 
contratado); amigável (acordo entre as partes); extin-
ção de pleno direito (circunstâncias alheias à vontade 
das partes); anulação. 
 
b) Concessão Especial (PPP) – Parceria Público Privada. 
 
Embora existam várias espécies de parceria entre os 
setores público e privado, a Lei nº 11.079/04 reservou a 
expressão “parceria público-privada” para duas modalida-
des específicas. 
Trata-se de um contrato administrativo (de parceria 
não tem nada), pois as partes são contratantes e não 
parceiras. As parcerias público-privadas foram introduzi-
das no ordenamento jurídico brasileiro, em âmbito federal, 
por intermédio da Lei nº 11.079, de 30.12.2004. É o con-
trato administrativo realizado entre o Estado e o particular 
para a consecução de uma atividade comum, de serviços 
públicos ou obras. 
Uma das finalidades das PPPs consiste em “antecipar 
investimentos que exigiriam muito tempo para serem 
feitos apenas com recursos públicos, dando ao parceiro 
privado a obrigação de adiantar recursos a serem recebi-
dos no futuro, de uma vez ou em parcelas”. Ou seja, cabe 
à iniciativa privada realizar primeiramente os investimen-
tos e a obra necessários à colocação do serviço à dispo-
sição da população. Apenas após estar o serviço em ope-
ração, o poder público ingressa então com recursos fi-
nanceiros, seja complementando a tarifa ou remunerando 
integralmente o serviço prestado. 
As PPPs constituem espécies do gênero “concessão”, 
e se dividem em PPPs patrocinadas e PPPs administrati-
vas, conforme definidas no art. 2º, §§1º e 2º, da Lei nº 
11.079/2004: 
 
 
Art. 2º Parceria público-privada é o contrato 
administrativo de concessão, na modalidade pa-
trocinada ou administrativa. 
§1º . Concessão patrocinada é a concessão 
de serviços públicos ou de obras públicas de que 
trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, 
quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada 
dos usuários contraprestação pecuniária do par-
ceiro público ao parceiro privado. 
§2º . Concessão administrativa é o contrato 
de prestação de serviços de que a Administração 
Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda 
que envolva execução de obra ou fornecimento e 
instalação de bens. 
 
A norma deixa claro que a característica que distingue 
as PPPs das demais concessões, disciplinadas pela Lei 
nº 8.987/1995 (denominadas pela lei “concessões co-
muns”), consiste na contraprestação pecuniária por parte 
da Administração Pública. Nesse sentido, dispõe o art. 2º, 
§3º, da Lei nº 11.079/2004: 
 
§3º . Não constitui parceria público-privada a 
concessão comum, assim entendida a concessão 
de serviços públicos ou de obras públicas de que 
trata a Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, 
quando não envolver contraprestação pecuniária 
do parceiro público ao parceiro privado. 
 
A legislação exige, ainda, que o vencedor da licitação 
para contratação por intermédio de PPP constitua socie-
dade de propósito específico para o projeto, cujo controle 
não poderá ser alterado sem a prévia aprovação do poder 
público (art. 9º, Lei nº 11.079/2004). A licitação para con-
tratação das PPPs deverá ser por meio da modalidade 
concorrência, e ser precedida de estudotécnico que com-
prove a conveniência e a oportunidade de contratação 
pela modalidade PPP, bem como que os recursos empe-
nhados pelo poder público na parceria não levarão ao 
descumprimento das metas estatuídas pela legislação de 
responsabilidade fiscal (art. 10). 
 
Permissão: 
 
É contrato de adesão, precário e revogável unilateral-
mente pelo poder concedente, embora tradicionalmente 
seja tratada pela doutrina como ato unilateral, discricioná-
rio e precário, gratuito e oneroso, intuito personae. 
Trata-se de delegação, permanecendo a titularidade do 
serviço público nas mãos do Estado. Depende sempre de 
licitação, conforme artigo 175 da CF/88. Seu objeto é a 
execução de serviço público, continuando a titularidade 
do serviço com o Poder Público. Assim, o serviço é execu-
tado em nome do permissionário, por sua conta e risco. O 
permissionário sujeita-se às condições estabelecidas pela 
Administração e a sua fiscalização. 
Como ato precário, pode ser alterado ou revogado a 
qualquer momento pela Administração, por motivo de 
interesse público. Não obstante seja de sua natureza a 
outorga sem prazo, tem a doutrina admitido a possibilida-
de de fixação de prazo, hipótese em que a revogação an-
tes do termo estabelecido dará ao permissionário direito à 
indenização. 
Tem como interessados pessoas físicas ou jurídicas, 
não se admitindo a participação de consórcio de empre-
sas privadas. É possível aplicar os dispositivos da con-
cessão para permissão, aproximando os dois institutos, 
mantidas apenas algumas diferenças peculiares de cada 
um. Pode ser ato ou contrato; permissão de uso de bem 
público é sempre um ato; permissão de serviços públicos 
é sempre um contrato administrativo. 
 
Autorização: 
 
Constitui ato administrativo unilateral, discricionário e 
precário pelo qual o poder público delega a execução de 
um serviço público de sua titularidade, para que o particu-
lar o execute predominantemente em seu próprio benefí-
cio. Exemplo típico é o da autorização dos serviços de 
energia elétrica. 
 
- O ato é precário porque não tem prazo certo e deter-
minado, possibilitando o seu desfazimento a qualquer 
tempo. 
- Não necessita ser precedida de procedimento licitató-
rio. Sua contratação consiste em mero termo de auto-
rização. 
- O que diferencia, basicamente, a autorização da per-
missão é o grau de precariedade. A autorização de 
serviço público tem precariedade acentuada e não es-
tá disciplinada na Lei nº 8.987/95. Em regra, é aplicada 
para execução de serviço público emergencial ou tran-
sitório (serviços de taxi, de despachantes, de guarda 
particular em estabelecimentos, de pavimentação de 
ruas pela própria população etc.) 
 
Convênios e consórcios 
 
Quanto aos participantes, no convênio qualquer pes-
soa jurídica de direito público ou pessoa jurídica de direito 
privado (fundação ou associação) pode ser convenente. 
Quanto ao consórcio podem participar pessoas jurídicas 
de direito público da mesma espécie, entre municípios, 
entre Estados, entre autarquias. 
 
- Convênio: São acordos firmados por entidades públi-
cas entre si ou com organizações particulares (partíci-
pes diferentes), para a realização de objetivos de inte-
resses recíprocos. Utilizados para grandes obras ou 
serviços. 
 
 
 
- Consórcio: Acordos firmados entre entidades estatais, 
autarquias ou paraestatais, sempre da mesma espécie 
(partícipes da mesma espécie), para a realização de in-
teresse comum. O consórcio público deve ser constitu-
ído por meio de um contrato, surgindo, assim, uma no-
va espécie de contrato administrativo. Para a celebra-
ção dessa avença, a condição prévia é a subscrição do 
protocolo de intenções, em que os partícipes definem 
as diretrizes dessa associação. 
 
 
01.Com relação à descentralização e à administração 
indireta, assinale a opção correta. 
A) A descentralização por colaboração ocorre quando 
se transfere a execução de um serviço público a 
pessoa jurídica de direito privado já existente, con-
servando o poder público a titularidade desse servi-
ço. 
B) Os consórcios públicos são considerados entidades 
da administração indireta, dotados de personalida-
de jurídica de direito público, integrantes de todos 
os entes da Federação consorciados. 
C) As empresas públicas exploradoras de atividade 
econômica sujeitam-se ao regime jurídico próprio 
das empresas privadas, com exceção do que for 
concernente às obrigações comerciais. 
D) As autarquias são entidades integrantes da admi-
nistração indireta não sujeitas à tutela, tendo em 
vista a sua capacidade de autoadministração. 
E) A descentralização pressupõe a existência de, pelo 
menos, dois órgãos ou pessoas jurídicas entre os 
quais se repartem as competências. 
 
02.Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa cor-
reta. Sobre o consórcio público, nos termos da redação 
vigente da Lei nº 11.107/05 (a qual regulamentou o 
art. 241 da Constituição Federal de 1988, dispondo 
sobre normas gerais de contratação de consórcios pú-
blicos): 
I. O consórcio público é a união de entes federados 
para a realização de objetivos e interesses comuns, 
como ocorre, por exemplo, quando vários municí-
pios se unem em forma de consórcio para a preser-
vação de área de mata que se estenda sobre os ter-
ritórios de todos eles. 
II. O consórcio público pode se revestir tanto de per-
sonalidade jurídica de direito público (associação 
pública), a partir da vigência das leis de ratificação 
do protocolo de intenções, quanto de personalidade 
jurídica de direito privado, desde que satisfeitos os 
requisitos da lei civil. Neste último caso, deverá ob-
servar também as normas de direito público no que 
diz respeito às licitações, aos contratos, à presta-
ção de contas e à admissão de pessoal por concur-
so público, os quais são agentes públicos estatutá-
rios. 
III. O consórcio público com personalidade jurídica de 
direito público integra a Administração Indireta dos 
entes reunidos em consórcio, segundo expressa de-
terminação da Lei nº 11.107/05. Contudo, caso seja 
instituído com personalidade jurídica de direito pri-
vado, o consórcio integrará a Administração Indireta 
do ente federado com maior produto interno bruto. 
 
A) Está correta apenas a assertiva I. 
B) Estão corretas apenas as assertivas I e II. 
C) Estão corretas apenas as assertivas I e III. 
D) Estão corretas apenas as assertivas II e III. 
E) Estão corretas todas as assertivas. 
 
03.A respeito de organização administrativa, assinale a 
opção correta. 
A) As organizações sociais são pessoas jurídicas de 
direito público que celebram contrato de gestão 
com o poder público para a prestação de serviços 
públicos de natureza social. 
B) São consideradas agências executivas as autarqui-
as, fundações, empresas públicas e sociedades de 
economia mista que apresentam regime jurídico 
especial que lhes concede maior autonomia em re-
lação ao ente federativo que as criou. 
C) Os consórcios públicos sob o regime jurídico de di-
reito público são associações públicas sem perso-
nalidade jurídica criadas para a gestão associada 
de serviços públicos de interesse de mais de um en-
te federativo. 
D) Tratando-se de órgão público, a competência é irre-
nunciável e intransferível. 
E) As autarquias são entidades criadas pelos entes fe-
derativos para a execução atividades que requeiram 
gestão administrativa e financeira descentralizada, 
porém, o ente federativo continuará titular do servi-
ço, sendo responsável, dessa forma, pelos atos pra-
ticados pela autarquia. 
 
04.Em sede de serviços públicos, considere as proposi-
ções abaixo: 
I. Os serviços públicos que atendem toda a população 
administrada, sem objetivar usuários determinados, 
denominam-se gerais e também divisíveis. 
II. A retomada do serviço, antes de concluído o prazo 
da concessão, em decorrência de rescisão unilateral 
do contrato, caracteriza a encampação. 
III. O princípio que obriga a Administração Pública a 
oferecer aos usuários de seus serviços umbom tra-
tamento, exigindo-se de quem presta esse serviço a 
urbanidade, sem o desdém daquele que o oferece, é 
conhecido por modicidade. 
 
 
 
 
IV. A incorporação dos bens da concessionária ao pa-
trimônio do concedente, ao cabo da concessão, seja 
qual for a hipótese de extinção, diz respeito à rever-
são. 
 
Diante disso, APENAS são corretos os itens 
A) I, II e III. 
B) II, III e IV. 
C) I e III. 
D) II e IV. 
E) I e IV. 
 
05.A concessão de serviços públicos 
A) depende de prévia licitação apenas nas hipóteses 
em que a lei o determinar. 
B) transfere ao concessionário a execução do serviço, 
mantendo-se a sua titularidade com o poder conce-
dente. 
C) pode ser efetuada em caráter precário, independen-
temente de licitação. 
D) prescinde de contrato escrito, podendo ser efetuada 
mediante acordo informal entre o poder concedente 
e o concessionário. 
E) implica a transferência ao concessionário de todos 
os ônus a eles inerentes, restando o poder conce-
dente isento de encargos. 
 
06.A concessão de serviço público se dá por meio de 
A) lei e opera a transferência da titularidade do serviço 
público do Poder Público para o concessionário. 
B) ato administrativo unilateral e opera a transferência 
da titularidade do serviço público do Poder Público 
para o concessionário. 
C) contrato e opera a transferência da titularidade do 
serviço público do Poder Público para o concessio-
nário. 
D) contrato e opera a transferência da execução do 
serviço público do Poder Público para o concessio-
nário. 
E) ato administrativo unilateral e opera a transferência 
da execução do serviço público do Poder Público 
para o concessionário. 
 
07.As modificações ocorridas na sociedade eventualmen-
te criam a necessidade de uma reinvenção ou reenge-
nharia do Estado. No caso do Brasil, com a redução do 
Estado ocorrida no final do século passado, em meio a 
um processo de privatizações, ocorreu o surgimento 
de pessoas jurídicas responsáveis pelo disciplinamen-
to e pela fiscalização de setores do mercado. Essas 
entidades são denominadas 
A) Associações Públicas. 
B) Agências Executivas. 
C) Agências Reguladoras. 
D) Organizações Sociais. 
E) Sociedades de Economia Mista. 
08.No que concerne às Agências Reguladoras, importan-
tes entidades criadas para fiscalizar e regular serviços 
de determinados setores econômicos, assinale a afir-
mativa incorreta. 
A) As agências devem ter necessariamente personali-
dade jurídica de direito público, dotadas de inde-
pendência administrativa e autonomia financeira. 
B) Seus dirigentes devem possuir mandatos fixos, 
sendo estritamente vedada a possibilidade de exo-
neração ad nutum. 
C) As agências são autarquias ou fundações públicas 
que celebraram contrato de gestão com o Poder 
Público. 
D) Seus atos não podem ser revistos ou alterados pelo 
Poder Executivo, apenas pelo Judiciário, devendo, 
no entanto, agir conforme suas finalidades específi-
cas. 
E) As agências podem existir tanto em âmbito federal 
quanto estadual e municipal, desde que criadas por 
lei. 
 
09.Leia o fragmento a seguir: Sociedade de economia 
mista é a entidade dotada de personalidade jurídica 
de_____________, com criação autorizada por lei, sob a 
forma de_________________-, cujas ações com direito a 
voto pertençam _______________ à União, aos Estados, 
ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da 
administração indireta. 
Assinale a opção cujos itens completam, corretamen-
te, as lacunas do fragmento acima. 
A) direito público - sociedade anônima - integralmente 
B) direito público - sociedade limitada - integralmente 
C) direito público - sociedade limitada - em sua maioria 
D) direito privado - sociedade limitada - exclusivamente 
E) direito privado - sociedade anônima - em sua maioria 
 
10.A respeito do regime jurídico da Indústria de Material 
Bélico do Brasil – IMBEL, empresa pública federal, as-
sinale a afirmativa correta. 
A) Não se submete ao poder hierárquico da União, mas 
sofre o controle finalístico pelo Ministério da Defe-
sa. 
B) Foi criada e pode ser extinta por lei específica, não 
havendo necessidade de lei para criação de empre-
sas subsidiárias. 
C) Não se submete à fiscalização contábil, financeira e 
orçamentária exercida pelo Tribunal de Contas da 
União. 
D) Possui capital misto, parte público e parte privada, 
com maioria do capital votante nas mãos do poder 
público e tem forma obrigatória de sociedade anô-
nima. 
E) Contrata seus servidores, que são estatutários, me-
diante aprovação prévia em concurso público de 
provas ou de provas e títulos, para provimento de 
cargos efetivos. 
 
 
11.Após provocação do Prefeito Municipal, sua assesso-
ria jurídica informou que somente alguns entes da 
Administração Pública indireta poderiam ter personali-
dade jurídica de direito privado. Considerando essa in-
formação, determinou que fosse feito um levantamen-
to dos entes que preenchiam esses requisitos. Dentre 
os entes que integram a Administração Pública indire-
ta, referidos no Art. 37 da Constituição da República de 
1988, estão enquadradas no padrão traçado pela as-
sessoria jurídica: 
A) as autarquias e as fundações públicas; 
B) apenas as empresas públicas; 
C) as sociedades de economia mista e as empresas 
públicas; 
D) apenas as sociedades de economia mista; 
E) apenas as fundações públicas. 
 
12.De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, as 
empresas públicas e as sociedades de economia mista 
integram a: 
A) Administração Direta e ostentam personalidade ju-
rídica de direito público; 
B) Administração Direta e ostentam personalidade ju-
rídica de direito privado; 
C) Administração Indireta e ostentam personalidade 
jurídica de direito privado; 
D) Administração Indireta e ostentam personalidade 
jurídica de direito público; 
E) Administração Mista e ostentam personalidade ju-
rídica de direito público. 
 
13.Em relação ao regime jurídico de uma sociedade de 
economia mista estadual exclusivamente exploradora 
de atividade econômica, é correto afirmar que: 
A) ostenta personalidade jurídica de direito público, 
seus servidores são estatutários e se submetem a 
concurso público, e são controladas pelo Tribunal 
de Contas; 
B) ostenta personalidade jurídica de direito privado, 
goza das prerrogativas processuais aplicadas à fa-
zenda pública e seu pessoal não se submete a con-
curso público; 
C) somente por lei específica é autorizada a sua insti-
tuição e se submete às normas do direito privado 
em matéria de responsabilidade civil; 
D) somente por lei específica é criada, se submete à 
responsabilidade civil objetiva e não incide o contro-
le finalístico pelo ente a que está vinculada; 
E) somente por lei complementar é criada, se submete 
à responsabilidade civil subjetiva e incide o controle 
finalístico pelo ente a que está vinculada. 
 
 
 
 
 
14.O Banco do Brasil é uma estatal brasileira do tipo soci-
edade de economia mista. Sobre esse modelo de or-
ganização, assinale a afirmativa correta. 
A) É uma pessoa jurídica de direito público. 
B) Faz parte do processo de privatização da atividade 
pública. 
C) É criada por meio da edição de lei complementar. 
D) Admite exclusivamente capital público em sua 
composição. 
E) Tem o regime de pessoal regido pela CLT. 
 
15.Determinado ente criado por lei tem personalidade 
jurídica de direito público, desempenha atividade típica 
de Estado e não fiscaliza o exercício profissional de 
nenhuma categoria. Após amplos debates, sua direto-
ria deliberou que não mais realizaria concursos públi-
cos, o que “burocratizava” muito a contratação de pes-
soal, mas realizaria licitações. 
 
À luz da sistemática constitucional, esse ente tem a 
natureza jurídica de: 
A) fundação, não integrando a Administração Pública 
indireta, sendo parcialmente incorreta a deliberação 
da diretoria, pois deve realizar concurso público; 
B) sociedade de economia mista, integrando a Admi-
nistração Pública indireta, sendo incorreta a delibe-
ração da diretoria, pois deveriarealizar concurso, 
mas não licitação; 
C) autarquia, integrando a Administração Pública indi-
reta, sendo parcialmente incorreta a deliberação da 
diretoria, pois deve realizar concurso público; 
D) empresa pública, integrando a Administração Públi-
ca indireta, sendo incorreta a deliberação da direto-
ria, pois deveria realizar concurso, mas não licita-
ção; 
E) serviço social autônomo, integrando a Administra-
ção Pública indireta, sendo correta a deliberação da 
diretoria em não realizar concurso público. 
 
16.Observe os conceitos trazidos pela doutrina de Direito 
Administrativo para as seguintes entidades que inte-
gram a Administração indireta: 
A. Pessoa jurídica de direito público que desenvolve 
atividade típica de Estado, com liberdade para agir 
nos limites da lei específica que a criou; 
B. Pessoa jurídica de direito privado, criada por autori-
zação legal, sob a forma de sociedade anônima, cu-
jo controle acionário pertença ao Poder Público, 
tendo por objetivo, como regra, a exploração de ati-
vidades gerais de caráter econômico e, em algumas 
ocasiões, a prestação de serviços públicos. 
 
As definições expostas tratam, respectivamente, de: 
 
 
 
 
 
A) fundação pública e empresa pública; 
B) sociedade de economia mista e empresa pública; 
C) concessionária e empresa pública; 
D) autarquia e sociedade de economia mista; 
E) fundação pública e autarquia. 
 
17.A Administração Pública Indireta decorre da descen-
tralização de serviços e consiste na instituição, pelo 
Estado, por meio de lei, de uma pessoa jurídica a quem 
se atribui a titularidade e execução de determinado 
serviço público, como é o caso de uma: 
A) concessionária que presta serviço público essencial 
para um município; 
B) fundação privada que tem por objeto a capacitação 
e a atualização de profissionais na área da educa-
ção; 
C) empresa pública que tem personalidade jurídica de 
direito público; 
D) Câmara Municipal que tem função precípua de pro-
duzir legislação em nível municipal; 
E) sociedade de economia mista que tem personalida-
de jurídica de direito privado. 
 
18.Assinale a opção que apresenta as entidades que, se-
gundo o texto constitucional, compõem a administra-
ção indireta. 
A) Autarquias, empresas públicas, ministérios e tribu-
nais de contas. 
B) Fundações públicas, empresas públicas, ministério 
público e tribunais de justiça. 
C) Sociedades de economia mista, fundações públicas 
e ministério público. 
D) Autarquias, empresas públicas, fundações públicas 
e sociedades de economia mista. 
E) Sociedades de economia mista, autarquias, agên-
cias reguladoras e tribunais de contas. 
 
19.Sobre as agências executivas, analise as afirmativas a 
seguir. 
- Não são uma nova espécie de pessoa jurídica, dis-
tinta daquelas previstas na Constituição da Repú-
blica como integrantes da Administração Pública. 
- Trata-se apenas de uma qualificação que o poder 
público poderá conferir a determinadas entidades. 
 
Assinale a opção que apresenta as entidades que po-
dem receber tal qualificação. 
A) Autarquias e fundações públicas. 
B) Sociedades de economia mista e organizações da 
sociedade civil de interesse público. 
C) Fundações públicas e serviços sociais autônomos. 
D) Empresas públicas e organizações sociais. 
E) Organizações sociais e autarquias. 
 
 
 
20.João, advogado de um grande escritório, foi incumbido 
de identificar a natureza jurídica de determinado ente 
da Administração Pública indireta. Após amplas pes-
quisas, constatou que a lei autorizou a instituição des-
se ente, cujo capital somente pode pertencer ao ente 
federativo instituidor e a outras pessoas jurídicas de 
direito público interno, bem como a entidades da Ad-
ministração indireta. 
 
À luz da ordem jurídica brasileira, constitucional e in-
fraconstitucional, é correto afirmar que esse ente tem 
a natureza jurídica de 
A) autarquia. 
B) sociedade de economia mista. 
C) fundação pública. 
D) empresa pública. 
E) sociedade de mera participação do Estado. 
 
21.Com relação às Sociedades de Economia Mista Fede-
rais, analise os itens a seguir. 
I. São pessoas jurídicas de direito privado. 
II. Possuem foro privilegiado na Justiça Federal. 
III. Gozam de isenção dos impostos federais, mas não 
dos Estaduais e Municipais. 
 
Assinale: 
A) se somente o item I estiver correto. 
B) se Somente o item II estiver correto. 
C) se Somente o item III estiver correto. 
D) se somente os itens I e II estiverem corretos. 
E) se todos os itens estiverem corretos. 
 
22.De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, 
sociedade de economia mista pode ser conceituada 
como entidade integrante da Administração: 
A) Direta, com personalidade jurídica de direito público, 
criada por lei específica para desempenhar funções 
que, despidas de caráter econômico, sejam próprias 
e típicas do Estado, especialmente para a prestação 
de serviços públicos essenciais de responsabilidade 
do Poder Público; 
B) Direta, com personalidade jurídica de direito público, 
criada por autorização legal, sob qualquer forma ju-
rídica adequada a sua natureza, para que o Governo 
exerça atividades gerais de caráter econômico; 
C) Indireta, com personalidade jurídica de direito priva-
do, criada mediante lei específica, sob a forma de 
sociedade por cotas de responsabilidade limitada 
ou sociedade anônima, cujo controle acionário per-
tença ao Poder Público, tendo por objetivo exclusi-
vamente a exploração de atividades gerais de cará-
ter econômico; 
 
 
 
 
 
 
D) Indireta, com personalidade jurídica de direito públi-
co, criada por autorização legal, sob a forma de so-
ciedade por cotas de responsabilidade limitada, cu-
jo controle acionário pertença ao Poder Público, 
tendo por objetivo exclusivamente a exploração de 
atividades gerais de caráter econômico; 
E) Indireta, com personalidade jurídica de direito priva-
do, criada por autorização legal, sob a forma de so-
ciedade anônima, cujo controle acionário pertença 
ao Poder Público, tendo por objetivo, como regra, a 
exploração de atividades gerais de caráter econô-
mico e, em algumas ocasiões, a prestação de servi-
ços públicos. 
 
23.A Constituição Federal, ao estabelecer as disposições 
gerais afetas à administração pública, fez menção às 
sociedades de economia mista e às fundações. É cor-
reto afirmar que: 
A) as sociedades de economia mista integram a admi-
nistração indireta; 
B) as sociedades de economia mista somente podem 
ser criadas por decreto; 
C) apenas as fundações integram a administração di-
reta; 
D) as fundações somente podem surgir a partir de lici-
tação; 
E) as sociedades de economia mista e as fundações 
integram a administração direta. 
 
24.Dentre os diferentes tipos de serviços públicos, há 
aqueles classificados, pela doutrina, como de utilidade 
pública. Assinale a opção que apresenta característi-
cas dos serviços de utilidade pública. 
A) São executados pela Administração Pública para 
atender às suas necessidades internas de rotina, 
possuindo caráter intrinsecamente instrumental. 
B) Produzem receita originária para a Administração 
Pública, tendo em vista sua prestação compulsória 
mediante o pagamento de tarifa. 
C) Têm sua conveniência reconhecida pelo Estado, 
podendo executá-los diretamente ou por terceiros, 
com remuneração realizada pelos usuários. 
D) Possuem utilização mensurável e usuário determi-
nado, sendo necessário que a sua prestação seja 
feita por meio de um particular, tendo o seu financi-
amento oriundo de taxas. 
E) Representam o Estado de maneira essencial, garan-
tindo ao Poder Público a sua prestação exclusiva, 
em função da tipicidade das atividades. 
 
25.De acordo com a doutrina de direito administrativo, os 
serviços públicos, quanto à maneira como concorrem 
para satisfazer ao interesse geral, podem ser classifi-
cados como singulares (uti singuli), que são aqueles 
que: 
A) são prestados a grupamentos indeterminados de 
indivíduos, como pavimentação de determinada rua; 
B) são prestadosà sociedade como um todo, mas go-
zados indiretamente pelos indivíduos, como sane-
amento básico; 
C) podem ser prestados apenas pelo Estado direta-
mente, sendo vedada a delação a terceiros, como os 
serviços de defesa nacional; 
D) são prestados à coletividade, mas usufruídos ape-
nas indiretamente pelos indivíduos, como serviço de 
iluminação pública; 
E) têm por finalidade a satisfação individual e direta 
das necessidades dos cidadãos, como o forneci-
mento de energia elétrica domiciliar. 
 
26.Em matéria de classificação dos serviços públicos, de 
acordo com a doutrina de Direito Administrativo, é cor-
reto afirmar que serviços: 
A) econômicos são aqueles que o Estado executa para 
atender aos reclamos sociais básicos e represen-
tam serviços assistenciais e protetivos, como servi-
ço de assistência médica e hospitalar; 
B) singulares (uti singuli) são aqueles cujos destinatá-
rios não podem ser individualizados, sendo imensu-
rável a utilização por cada um dos indivíduos, como 
a coleta de lixo; 
C) administrativos são aqueles que o Estado executa 
para compor melhor a organização dos interesses 
particulares, fomentando a iniciativa privada para 
maior arrecadação tributária e oferta de empregos; 
D) coletivos (uti universi) são aqueles prestados a gru-
pamentos indeterminados de indivíduos, de acordo 
com as opções e prioridades da Administração, e 
em conformidade com os recursos de que disponha, 
como a iluminação pública; 
E) delegáveis são aqueles que, por sua natureza ou pe-
lo fato de assim dispor o ordenamento jurídico, so-
mente podem ser executados diretamente pelo po-
der público, como os serviços de defesa nacional. 
 
27.Assinale a alternativa que apresenta exemplos de ser-
viços de utilidade pública. 
A) Segurança e saúde pública. 
B) Transporte coletivo e energia elétrica. 
C) Telefonia e educação pública 
D) Defesa nacional e esporte 
E) Polícia e fornecimento de gás 
 
28.Com relação à administração direta, realizada segundo 
os níveis que compõem a nossa forma de Estado, ana-
lise as afirmativas a seguir. 
I. Na esfera municipal é realizada pela prefeitura e 
seus eventuais órgãos de assessoria e pelas secre-
tarias municipais. 
 
 
II. Na esfera estadual é realizada pela governadoria e 
seus órgãos de assessoria e pelas secretarias esta-
duais. 
III. Na esfera federal é realizada pela Presidência da 
República e seus órgãos de assessoramento imedi-
ato ou de consulta e pelos ministérios. 
 
Assinale: 
A) se somente a afirmativa I estiver correta. 
B) se somente a afirmativa II estiver correta. 
C) se somente a afirmativa III estiver correta. 
D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
 
29.A função pública deve ser exercida segundo os precei-
tos estabelecidos pela Administração Pública, tendo, 
como parâmetro, o Código de Ética Profissional do 
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, ma-
terializado por meio do Decreto nº 1171/94. Com base 
no Decreto nº 1171/94, assinale a opção que indica 
um dever fundamental do servidor público. 
A) Postergar a prestação de contas, quando for neces-
sário ao interesse social. 
B) Respeitar à igualdade, afastando-se de comporta-
mentos que podem favorecer a hierarquia funcional. 
C) Apresentar-se ao trabalho com vestimentas que 
considere mais confortáveis. 
D) Facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços 
por quem de direito. 
E) Exercer suas atribuições com calma e tranquilidade, 
sem apressar-se diante de imprevistos. 
 
30.Ao longo da história, os estudos relacionados à ética 
deram origem a diversos conceitos e classificações 
sobre o termo. Acerca do apresentado, considere a si-
tuação na qual um policial, sozinho, encontra uma car-
teira no meio da rua, com elevada quantia em dinheiro, 
e decida devolvê-la a seu dono, em respeito ao dever, 
independentemente de qualquer recompensa ou risco 
de punição. 
 
Sobre a situação narrada, assinale a opção que indica 
o conceito de ética no qual se baseou a ação do polici-
al. 
A) Relativista. 
B) Formal. 
C) Utilitarista. 
D) Empírico. 
E) Proporcional. 
 
31.Promover a motivação das pessoas que atuam nas 
organizações nem sempre é uma atividade trivial, ten-
do sido, por isso, objeto de diversos estudos por espe-
cialistas. Assinale a opção que se relaciona correta-
mente com a teoria motivacional dos dois fatores, de 
Frederick Herzberg. 
A) A satisfação das necessidades dos empregados 
deve ser realizada respeitando a hierarquia. 
B) Os comportamentos desejáveis devem ser incenti-
vados por meio de reforços positivos. 
C) O grau de atividade da valência é responsável por 
propiciar ou não a expectativa. 
D) Os elementos higiênicos são responsáveis por evi-
tar a insatisfação. 
E) A comparação com os pares é a base para a análise 
de compatibilidade entre os esforços e as retribui-
ções. 
 
32.Com base nas características utilizadas usualmente 
para a conceituação dos termos ética e moral, assinale 
a afirmativa correta. 
A) A ética é uma normatização de comportamentos, 
enquanto a moral é uma disciplina filosófica. 
B) A ética possui caráter científico, enquanto a moral 
tem caráter prático. 
C) A ética possui caráter temporal, enquanto a moral 
tem caráter permanente. 
D) A ética está relacionada ao costume, enquanto a 
moral à qualidade do ser. 
E) A ética é cultural, enquanto a moral é teórica. 
 
33.No contexto da organização administrativa do Estado, 
e a responsabilidade pela instrumentalização das dire-
trizes estatais, a Polícia Militar do Ceará é um exemplo 
de 
A) órgão público. 
B) entidade administrativa. 
C) fundação concedente. 
D) entidade política. 
E) associação pública. 
 
34.Considere uma situação na qual o Governo do Ceará 
tenha a intenção de criar uma empresa pública de fo-
mento, visando a auxiliar o desenvolvimento do Esta-
do. Acerca dessa empresa pública, assinale a afirmati-
va correta. 
A) Será uma pessoa jurídica de direito privado, deven-
do sua criação ser autorizada por lei. 
B) Será uma pessoa jurídica de direito público, deven-
do ser criada por lei específica. 
C) Será um consórcio interno, devendo ser criado por 
decreto. 
D) Será uma delegatária, devendo ser instituída por 
convênio. 
E) Não possuirá personalidade jurídica, devendo ter a 
criação autorizada por portaria. 
 
35.Acerca da organização administrativa, analise as afir-
mativas a seguir. 
I. As autarquias devem ser criadas com o objetivo 
precípuo de explorar atividade econômica de utili-
dade pública. 
 
 
II. As fundações públicas possuem natureza jurídica 
de organização social. 
III. As sociedades de economia mista podem ser res-
ponsáveis pela prestação de serviços públicos. 
 
Está correto o que se afirma em 
A) I, apenas. D) I e II, apenas. 
B) II, apenas. E) I e III, apenas. 
C) III, apenas. 
 
36.As agências reguladoras são importantes inovações 
do Estado brasileiro, idealizadas, no contexto da re-
forma gerencial de 1995, com o intuito de regular ati-
vidades de determinados setores da economia. Acerca 
das agências reguladoras, é correto afirmar que elas 
foram criadas por meio do processo conhecido por 
A) desconcentração. D) centralização. 
B) concentração. E) privatização. 
C) descentralização. 
 
37.Embora cada empresa tenha sua peculiaridade, exis-
tem atividades que são indispensáveis para os gesto-
res, sendo conhecidas como funções administrativas. 
Assinale a opção que apresenta corretamente as fun-
ções administrativas. 
A) Planejamento, organização, coordenação e coerção. 
B) Planejamento, organização, direção e controle. 
C) Organização, coordenação, controle e inovação. 
D) Coordenação, decisão, motivação e planejamento. 
E) Direção, premeditação, coerção e coordenação. 
 
38.Ao analisar a estrutura de uma organização típica, é 
possível identificar a existência de três níveis hierár-
quicos: o tático, o operacional e o estratégico. Saben-
do que cada umdesses níveis é responsável por fun-
ções específicas na estrutura organizacional, o nível 
operacional tem foco, essencialmente, no 
A) longo prazo e em unidades específicas. 
B) longo prazo e nas diretrizes departamentais. 
C) médio prazo no ambiente interno. 
D) curto prazo e no ambiente externo. 
E) curto prazo e em tarefas. 
 
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 
A A D D B D C C E A 
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 
C C C E C D E D A D 
21 22 23 24 25 26 27 28 28 30 
A E A C E D D D D B 
31 32 33 34 35 36 37 38 — — 
D B A A C C B E — — 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. ÉTICA E MORAL 
 
Os doutrinadores estão cada vez mais preocupados 
em conceituar e ao mesmo tempo diferenciar os concei-
tos de ética e moral. Trata-se de uma preocupação da 
sociedade contemporânea, no intuito de definir aquilo que 
deve ser protegido e garantido pelo Estado. 
 
A ética é uma ciência de estudo da filosofia e, durante 
toda a história, vários pensadores se ocuparam de enten-
dê-la, visando à melhoria nas relações sociais. As normas 
éticas revelam a melhor forma de o homem agir durante o 
seu relacionamento com a sociedade e em relação a si 
mesmo. 
 
Vejamos algumas diferenças entre os dois institutos: 
 
ÉTICA 
 
- Ética é a parte da filosofia que se ocupa do estudo do 
comportamento humano e investiga o sentido que o 
homem dá a suas ações para ser verdadeiramente fe-
liz e alcançar, como diriam os gregos, o "Bem viver". 
 
- A palavra ética deriva do grego ethos, e significa "com-
portamento". Heidegger dá ao termo ethos o significa-
do de "morada do ser". 
 
- A ética pode ser dividida em duas partes: ética norma-
tiva e metaética. A primeira propõe os princípios da 
conduta correta, enquanto a Segunda investiga o uso 
de conceitos como bem e mal, certo e errado etc. 
 
- Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, 
ÉTICA é "o estudo dos juízos de apreciação que se re-
ferem à conduta humana susceptível de qualificação 
do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente 
à determinada sociedade, seja de modo absoluto”. 
 
MORAL 
 
- O termo moral deriva do latim — mos —, e significa 
costumes. A moral é a "ferramenta" de trabalho da éti-
ca. Sem os juízos de valor aplicados pela moral, seria 
impossível determinar se a ação do homem é boa ou 
má. 
 
- Moral é o conjunto de normas, livre e consciente, ado-
tado que visa organizar as relações das pessoas, ten-
do como base o bem e o mal, com vistas aos costu-
mes sociais. 
- Apesar de serem semelhantes, ética e moral são ter-
mos aplicados diferentemente. Enquanto ÉTICA trata o 
comportamento humano como objeto de estudo e 
normatização, procurando tomá-lo o mais abrangente 
possível, MORAL se ocupa de atribuir um valor à ação. 
Esse valor tem como referências as normas e concei-
tos do que vem a ser bem e mal baseados no senso 
comum. 
 
- Alguns diferenciam ética e moral de vários modos: 
 
• Ética é princípio, moral são aspectos de condutas 
específicas; 
• Ética é permanente, moral é temporal; 
• Ética é universal, moral é cultural; 
• Ética é regra, moral é conduta da regra; 
• Ética é teoria, moral é prática. 
 
 
 
2. ÉTICA: Princípios e valores 
 
Após os esclarecimentos acerca dos conceitos e dife-
renças entre ética e moral, devemos esclarecer que, sen-
do a ética uma moral positivada é preciso definir os prin-
cípios e valores que o norteiam. 
 
Princípios 
 
- Princípio é onde alguma coisa ou conhecimento se 
origina. Também pode ser definido como conjunto de 
regras ou código de (boa) conduta pelos quais alguém 
governa a sua vida e as suas ações. 
 
Valores 
 
- Nas mais diversas sociedades, independentemente do 
nível cultural, econômico ou social em que estejam in-
seridas, os valores são fundamentais para se determi-
nar quais são as pessoas que agem tendo por finali-
dade o bem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS RELACIONADOS À 
ÉTICA 
 
Função pública é a competência, atribuição ou encar-
go para o exercício de determinada função. Ressalta-se 
que essa função não é livre, devendo, portanto, estar o 
seu exercício sujeito ao interesse público, da coletividade 
ou da Administração. 
 
É importante relacionar ética com função pública por-
que a Administração Pública se exterioriza por intermédio 
de seus agentes públicos, de modo que um comporta-
mento antiético por parte destes certamente prejudicará a 
imagem do serviço público. 
 
Os princípios constitucionais devem ser observados 
para que a função pública se integre de forma indissociá-
vel ao direito. Vejamos os principais princípios destaca-
dos no art. 37 da CF/88: 
 
a) Legalidade: todo ato administrativo deve seguir fiel-
mente os meandros da lei. Este princípio garante a se-
gurança jurídica. 
 
b) Impessoalidade: aqui é aplicado como sinônimo de 
igualdade, de modo que todos devem ser tratados de 
forma igualitária e respeitando o que a lei prevê. Os 
agentes públicos, no exercício de sua função pública, 
não podem utilizar sua vontade pessoal nos seus atos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
c) Moralidade: consiste no respeito ao padrão moral para 
não comprometer os bons costumes da sociedade. Di-
ficilmente é possível desmembrá-lo do princípio da im-
pessoalidade. 
 
d) Publicidade: refere-se à transparência de todo ato pú-
blico, salvo os casos previstos em lei, tais como inti-
midade e necessidade de segurança nacional. 
 
e) Eficiência: ser o mais eficiente possível na utilização 
dos meios que são postos a sua disposição para a 
execução do seu mister. Este princípio é o mais recen-
te, já que foi inserido através da EC nº 19/98, que tra-
tou da reforma administrativa do Estado brasileiro. 
 
4. ÉTICA E ATIVIDADE POLICIAL 
 
A aplicação da ética impele que a ação policial seja 
desenvolvida com fundamento no respeito da dignidade 
da pessoa humana, dos quais os Direitos Humanos é 
pressuposto inerente e desempenhada de tal forma que 
não colida com os direitos e garantias individuais, na 
concepção constitucional de que não são limitados por 
rol taxativo. Como ela se materializa através da ação do 
policial, está suscetível aos caprichos da imperfeição 
humana, cujo aperfeiçoamento se traduz na preocupação 
primeira da ética. 
 
 
 
O homem constrói os seus valores éticos fundamen-
tais (justiça, probidade, honestidade, benevolência, cordia-
lidade, respeito, autodisciplina, moderação, amizade, ge-
nerosidade, diligência, imparcialidade, confiança, compai-
xão, prudência, cooperação, coragem, lealdade, tolerân-
cia) ao longo de seu amadurecimento como ser humano, 
no relacionamento com a família, amigos e na escola. Os 
valores e princípios éticos que o policial precisará para 
resolver os dilemas que irá defrontar na sua labuta diária, 
os quais servirão como fundamento para o seu correto 
discernir no momento em que estiver diante de um confli-
to de valores, em que terá de decidir na situação concreta, 
sobre qual valor deverá predominar, só serão desenvolvi-
dos pelo conhecimento teórico, através da formação e 
capacitação, e pelo conhecimento prático, durante a sua 
carreira na instituição, por meio da experiência profissio-
nal. 
 
Por aí se vê que a ética, considerada como uma das 
áreas mais importantes da tradicional filosofia, é tema 
que desperta interesse na sociedade e na polícia, pois 
diariamente o policial se defronta com um problema que 
muitas vezes não é fácil encontrar solução e que leva a 
uma reflexão ética. Isto ocorre tanto no âmbito da sua 
vida privada, quando analisa situações de seu próprio 
interesse, cujos efeitos da decisão atingem somente a 
sua pessoa, mas que pode também trazer repercussão na 
sua instituição; quanto no âmbito público, quando, por 
exemplo, tem que decidir, como representante do Estado, 
assunto que vai alcançar o interesse de outrem ou de 
uma coletividade.O entendimento reinante é de que o Código de Ética 
surge como alternativa de corrigir certas anomalias de 
condutas de que padecem diversos setores do serviço 
público, que não são superadas pelas normas disciplina-
res. O seu propósito é acabar com os atos de desrespeito 
ao ser humano, usuário do sistema público, que algumas 
vezes é encarado pelo servidor público como sendo um 
inimigo ou adversário. 
 
A ética nos ajuda a entender que um bom profissional 
inclui aqui o policial militar, não é aquele que age como 
uma máquina, cumprindo ordens inconscientemente e 
deixando de impor limites entre os mundos profissional e 
pessoal. A intimidade nas relações éticas e militarismo 
conduz a um número elevado de normas éticas. Não é 
possível examiná-las todas, todavia alguns pontos óbvios 
podem ser facilmente salientados. 
 
 Quanto para qualquer policial ou autor social o come-
timento de um delito ou uma conduta fora dos padrões 
socialmente prováveis será reconhecido como falta de 
moral ou antiético. O Estado, como pessoa, é uma ficção, 
sendo a Polícia Militar um órgão despersonalizado consti-
tuído de homens para ordenar a vida em sociedade. Com 
isso, percebe-se a sutileza, de que ético deve ser as pes-
soas que integram as corporações e não a corporação 
como um órgão estatal. 
 
Tal postura faz com que o cidadão vá perdendo a fé 
nas instituições e aceitando como normais os maus tra-
tos recebidos, imaginando que os servidores estejam no 
exercício regular de um direito de não serem incomoda-
dos com os seus problemas. 
 
5. ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA 
 
Os servidores públicos estaduais, categoria na qual se 
incluem os servidores policiais militares, estão submissos 
as normas éticas, deontológicas, regimentais e disciplina-
res dispostas aos funcionários públicos estaduais de uma 
forma geral e, algumas vezes, em particular. 
 
A Lei nº 13.407/2003, institui o Código Disciplinar da 
Polícia Militar do Estado do Ceará e do Corpo de Bombei-
ros Militar do Estado do Ceará, em que trata da Deontolo-
gia Policial Militar, dos valores policiais militares e de 
seus deveres. Nesse normativo é possível constatar a 
necessidade de cumprimento de preceitos, sob pena de 
responsabilidade disciplinar, com a condenação nas san-
ções dispostas. 
 
Vejamos alguns dispositivos importantes acerca do 
normativo: 
 
Da Deontologia Policial-Militar 
 
No tocante à atividade policial, algumas iniciativas pa-
ra definição de um código de ética policial foram realiza-
das por algumas organizações policiais do mundo, geral-
mente fundamentadas nas normas gerais definidas por 
organismos internacionais ligados à proteção dos direitos 
humanos, das quais se destacam a “Declaração Universal 
de Direitos Humanos da ONU”, editada após o término da 
Segunda Guerra Mundial; o “Código de Conduta para fun-
cionários de fazer cumprir a lei”, editada através da Reso-
lução nº 34/169, da Assembleia Geral da ONU; a “Conven-
ção Interamericana de Direitos Humanos”, conhecida 
como “Pacto de São José”; e a “Declaração sobre a Polí-
 
 
cia”, adotada pela Assembleia Parlamentar do Conselho 
da Europa, na 31ª Sessão Ordinária, em 08 de maio de 
1979, mediante a Resolução nº 690/1979. 
 
No âmbito policial, convém citar a “Ata da Polícia Me-
tropolitana de Londres”, de 1829; o “Projecto de Código 
Deontológico do Serviço Policial”, datado de 2000, do 
Ministério de Administração Interna de Portugal; e o “Có-
digo de Ética da Polícia de Investigações do Chile”. 
 
Em relação à Polícia Militar do Estado do Ceará, o art. 
6º do citado normativo trata da matéria. Vejamos: 
 
Art. 6º - A deontologia militar estadual é constituída 
pelos valores e deveres éticos, traduzidos em normas de 
conduta, que se impõem para que o exercício da profissão 
do militar estadual atinja plenamente os ideais de realiza-
ção do bem comum, mediante: 
I - relativamente aos policiais militares, a preservação 
da ordem pública e a garantia dos poderes constituídos; 
II - relativamente aos bombeiros militares, a proteção 
da pessoa, visando sua incolumidade em situações de 
risco, infortúnio ou de calamidade. 
§ 1º. Aplicada aos componentes das Corporações Mili-
tares, independentemente de posto ou graduação, a deon-
tologia policial-militar reúne princípios e valores úteis e 
lógicos a valores espirituais superiores, destinados a ele-
var a profissão do militar estadual à condição de missão. 
§ 2º - O militar do Estado prestará compromisso de 
honra, em caráter solene, afirmando a consciente aceita-
ção dos valores e deveres militares e a firme disposição 
de bem cumpri-los. 
 
Dos Valores Militares Estaduais 
 
Art. 7º - Os valores fundamentais, determinantes da 
moral militar estadual, são os seguintes: 
I - o patriotismo; 
II - o civismo; 
III - a hierarquia; 
IV - a disciplina; 
V - o profissionalismo; 
VI - a lealdade; 
VII - a constância; 
VIII - a verdade real; 
IX - a honra; 
X - a dignidade humana; 
XI - a honestidade; 
XII - a coragem. 
 
Dos Deveres Militares Estaduais 
 
A autonomia policial é influenciada pela discricionari-
edade característica da ação do policial e, portanto, am-
parada pelos critérios de profissionalismo acima comen-
tados. O policial encarregado das funções de Polícia Ju-
diciária e Administrativa não está ligado a métodos rígi-
dos de investigação, pois a todo o momento se depara 
com situações novas, previsíveis e imprevisíveis, em que 
deverá exercitar a sua criatividade para superá-las, de-
vendo agir amparado da autonomia que é natural a sua 
atividade. É óbvio que a sua ação só será considerada 
válida sob o ponto de vista ético se respeitar a dignidade 
da pessoa humana e os seus direitos fundamentais. 
 
Vejamos o disposto na lei acerca dos deveres policiais 
militares no Estado do Ceará: 
 
Art. 8º - Os deveres éticos, emanados dos valores mili-
tares estaduais e que conduzem a atividade profissional 
sob o signo da retidão moral, são os seguintes: 
I - cultuar os símbolos e as tradições da Pátria, do Es-
tado do Ceará e da respectiva Corporação Militar e zelar 
por sua inviolabilidade; 
II - cumprir os deveres de cidadão; 
III - preservar a natureza e o meio ambiente; 
IV - servir à comunidade, procurando, no exercício da 
suprema missão de preservar a ordem pública e de prote-
ger a pessoa, promover, sempre, o bem estar comum, 
dentro da estrita observância das normas jurídicas e das 
disposições deste Código; 
V - atuar com devotamento ao interesse público, colo-
cando-o acima dos anseios particulares; 
VI - atuar de forma disciplinada e disciplinadora, com 
respeito mútuo a superiores e a subordinados, e com pre-
ocupação para com a integridade física, moral e psíquica 
de todos os militares do Estado, inclusive dos agregados, 
envidando esforços para bem encaminhar a solução dos 
problemas surgidos; 
VII - ser justo na apreciação de atos e méritos dos su-
bordinados; 
VIII - cumprir e fazer cumprir, dentro de suas atribui-
ções legalmente definidas, a Constituição, as leis e as 
ordens legais das autoridades competentes, exercendo 
suas atividades com responsabilidade, incutindo este 
senso em seus subordinados; 
IX - dedicar-se em tempo integral ao serviço militar es-
tadual, buscando, com todas as energias, o êxito e o 
aprimoramento técnico-profissional e moral; 
X - estar sempre disponível e preparado para as mis-
sões que desempenhe; 
XI - exercer as funções com integridade e equilíbrio, 
segundo os princípios que regem a administração pública, 
não sujeitando o cumprimento do dever a influências 
indevidas; 
XII - procurar manter boas relações com outras cate-
gorias profissionais, conhecendo e respeitando-lhes os 
limites de competência, mas elevando o conceito e os 
padrões da própria profissão, zelando por sua competên-
cia e autoridade; 
 
 
 
XIII - ser fiel na vida militar, cumprindo os compromis-
sos relacionados às suas atribuições de agente público; 
XIV - manter ânimo forte e fé na missão militar, mesmo 
diante das dificuldades, demonstrandopersistência no 
trabalho para superá-las; 
XV - zelar pelo bom nome da Instituição Militar e de 
seus componentes, aceitando seus valores e cumprindo 
seus deveres éticos e legais; 
XVI - manter ambiente de harmonia e camaradagem na 
vida profissional, solidarizando-se com os colegas nas 
dificuldades, ajudando-os no que esteja ao seu alcance; 
XVII - não pleitear para si, por meio de terceiros, cargo 
ou função que esteja sendo exercido por outro militar do 
Estado; 
XVIII - proceder de maneira ilibada na vida pública e 
particular; 
XIX - conduzir-se de modo não subserviente, sem ferir 
os princípios de hierarquia, disciplina, respeito e decoro; 
XX - abster-se do uso do posto, graduação ou cargo 
para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou 
para encaminhar negócios particulares ou de terceiros, 
exercer sempre a função pública com honestidade, não 
aceitando vantagem indevida, de qualquer espécie; 
XXI - abster-se, ainda que na inatividade, do uso das 
designações hierárquicas em: 
a) atividade político-partidária, salvo quando candidato 
a cargo eletivo; 
b) atividade comercial ou industrial; 
c) pronunciamento público a respeito de assunto mili-
tar, salvo os de natureza técnica; 
d) exercício de cargo ou função de natureza civil; 
XXII - prestar assistência moral e material ao lar, con-
duzindo-o como bom chefe de família; 
XXIII - considerar a verdade, a legalidade e a responsa-
bilidade como fundamentos de dignidade pessoal; 
XXIV - exercer a profissão sem discriminações ou res-
trições de ordem religiosa, política, racial ou de condição 
social; 
XXV - atuar com prudência nas ocorrências militares, 
evitando exacerbá-las; 
XXVI - respeitar a integridade física, moral e psíquica 
da pessoa do preso ou de quem seja objeto de incrimina-
ção, evitando o uso desnecessário de violência; 
XXVII - observar as normas de boa educação e de dis-
crição nas atitudes, maneiras e na linguagem escrita ou 
falada; 
XXVIII - não solicitar publicidade ou provocá-lo visando 
a própria promoção pessoal; 
XXIX - observar os direitos e garantias fundamentais, 
agindo com isenção, eqüidade e absoluto respeito pelo 
ser humano, não se prevalecendo de sua condição de 
autoridade pública para a prática de arbitrariedade; 
XXX - não usar meio ilícito na produção de trabalho in-
telectual ou em avaliação profissional, inclusive no âmbi-
to do ensino; 
XXXI - não abusar dos meios do Estado postos à sua 
disposição, nem distribuí-los a quem quer que seja, em 
detrimento dos fins da administração pública, coibindo, 
ainda, a transferência, para fins particulares, de tecnolo-
gia própria das funções militares; 
XXXII - atuar com eficiência e probidade, zelando pela 
economia e conservação dos bens públicos, cuja utiliza-
ção lhe for confiada; 
XXXIII - proteger as pessoas, o patrimônio e o meio 
ambiente com abnegação e desprendimento pessoal; 
XXXIV - atuar onde estiver, mesmo não estando em 
serviço, para preservar a ordem pública ou prestar socor-
ro, desde que não exista, naquele momento, força de ser-
viço suficiente; 
XXXV - manter atualizado seu endereço residencial, em 
seus registros funcionais, comunicando qualquer mudan-
ça; 
XXXVI – cumprir o expediente ou serviços ordinário e 
extraordinário, para os quais, nestes últimos, esteja nomi-
nalmente escalado, salvo impedimento de força maior. 
§ 1º - Ao militar do Estado em serviço ativo é vedado 
exercer atividade de segurança particular, comércio ou 
tomar parte da administração ou gerência de sociedade 
empresária ou dela ser sócio ou participar, exceto como 
acionista, cotista ou comanditário. 
§ 2º - Compete aos Comandantes fiscalizar os subor-
dinados que apresentarem sinais exteriores de riqueza, 
incompatíveis com a remuneração do respectivo cargo, 
provocando a instauração de procedimento criminal e/ou 
administrativo necessário à comprovação da origem dos 
seus bens. 
§ 3º - Aos militares do Estado da ativa são proibidas 
manifestações coletivas sobre atos de superiores, de 
caráter reivindicatório e de cunho político-partidário, sujei-
tando-se as manifestações de caráter individual aos pre-
ceitos deste Código. 
§ 4º - É assegurado ao militar do Estado inativo o direi-
to de opinar sobre assunto político e externar pensamen-
to e conceito ideológico, filosófico ou relativo à matéria 
pertinente ao interesse público, devendo observar os pre-
ceitos da ética militar e preservar os valores militares em 
suas manifestações essenciais. 
 
6. ÉTICA NO SETOR PÚBLICO 
 
A importância da ética no setor público fez com que o 
legislador brasileiro criasse Códigos de Ética específicos, 
estipulando um regramento ético para toda a Administra-
ção Pública em todas as esferas, dos Poderes Legislativo, 
Executivo e Judiciário. 
 
 
 
 
 
 
 
A partir da definição de um padrão de comportamento 
ético surge uma nova espécie de responsabilização do 
agente público. Considerando que a prática de uma mes-
ma conduta irregular pode ocasionar a aplicação de pena-
lidades diversas, adota-se atualmente a teoria da respon-
sabilidade sêxtupla. 
 
RESPONSABILIDADE SÊXTUPLA DOS SERVIDORES PÚ-
BLICOS 
 
Configura a chamada Responsabilidade sêxtupla dos 
servidores públicos, a possibilidade de o funcionário ser 
responsabilizado não apenas nas esferas civil, penal e 
administrativa, mas também no âmbito político, por cri-
mes de responsabilidade; em casos de improbidade ad-
ministrativa; em processos de controle, perante órgãos 
internos (controladorias e corregedorias) e externos (tri-
bunal de contas). 
 
a) Responsabilidade CIVIL por indenização: reparação de 
dano. 
 
b) Responsabilidade PENAL: apuração de crime. 
 
c) Responsabilidade ADMINISTRATIVA por PAD: discipli-
nar (advertência, suspensão ou demissão…). 
 
d) Responsabilidade por IMPROBIDADE ADMINISTRATI-
VA: perda dos bens, ressarcimento integral, perda da 
função, suspensão dos direitos políticos, multa e proi-
bição de contratar com a administração ou receber in-
centivos. 
 
e) Responsabilidade POLÍTICA ou ÉTICA: descumprimen-
to de um dever comportamental, relacionado a atos e 
fatos praticados na vida pública e privada, mas que in-
fluenciam negativamente a vida pública. 
 
f) Responsabilidade por CONTROLE: corregedoria (inter-
no) e tribunal de contas – por tomada de conta espe-
cial (externo). 
 
DECRETO Nº 1.171/ 1994 
(Código de Ética Profissional do Servidor 
 Público Civil do Poder Executivo Federal). 
 
Embora seja recomendado que cada ente federativo 
elabore seu próprio Código de Ética, identificando suas 
peculiaridades e principalmente sua atividade, a União 
aprovou em 1994 um código padrão, que vem sendo utili-
zado como base em todo o País. Trata-se do Decreto nº 
1.171/94. 
 
 
 
 
O Código de Ética é de aplicação em todo o território 
nacional, integrando a Administração direta (União) e 
indireta (Autarquias, Fundações, Sociedades de Economia 
Mista e Empresa Pública). Trata de normas deontológicas 
fundamentais para o exercício do cargo ou função públi-
ca. Por se tratar de uma lei federal, temos que sua aplica-
bilidade direta será em relação à União e suas entidades, 
o que não impede que o mesmo seja feito em relação aos 
demais entes federativos (Estados, Municípios e Distrito 
Federal), que necessitam criar leis próprias no mesmo 
sentido. 
 
Ficam instituídas as Comissões de Ética, cujo objetivo 
é fiscalizar a conduta dos agentes, adequando ao código, 
bem como aplicar penalidades em caso de seu descum-
primento. Destacamos algumas características das Co-
missões de Ética: 
 
- Composição da Comissão de Ética: 3 servidores ou 
empregados de cargo efetivo ou emprego permanente, 
bem como seus respectivos suplentes. 
 
- Princípios Constitucionais Administrativos a serem 
respeitados no Código de Ética: Art. 37 da CF/88: Lega-
lidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Efi-
ciência. 
 
- As regras deontológicas são aplicadas ao detentor de 
cargo ou função. 
 
 
O Código de Ética é de aplicaçãoem todo o território 
nacional, integrando a Administração direta e indireta. 
Trata de normas deontológicas fundamentais para o 
exercício do cargo ou função pública. 
 
Ficam instituídas as Comissões de Ética, cujo objetivo 
é fiscalizar a conduta dos agentes, adequando ao código, 
bem como aplicar penalidades em caso de seu descum-
primento. Destacamos algumas características das Co-
missões de Ética: 
 
- Composição da Comissão de Ética: 3 servidores ou 
empregados de cargo efetivo ou emprego permanente, 
bem como seus respectivos suplentes. 
 
- Princípios Constitucionais Administrativos a serem 
respeitados no Código de Ética: Art. 37 da CF/88: Lega-
lidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Efi-
ciência. 
 
- As regras deontológicas são aplicadas ao detentor de 
cargo ou função. 
 
 
 
 
 
DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994 
Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor 
Público Civil do Poder Executivo Federal. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições 
que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em 
vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem como nos 
arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e 
nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992, 
DECRETA: 
Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do 
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que com 
este baixa. 
Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública 
Federal direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as 
providências necessárias à plena vigência do Código de Éti-
ca, inclusive mediante a Constituição da respectiva Comis-
são de Ética, integrada por três servidores ou empregados 
titulares de cargo efetivo ou emprego permanente. 
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética se-
rá comunicada à Secretaria da Administração Federal da 
Presidência da República, com a indicação dos respectivos 
membros titulares e suplentes. 
Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publi-
cação. 
ANEXO 
Código de Ética Profissional do 
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal 
CAPÍTULO I 
Seção I 
Das Regras Deontológicas 
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência 
dos princípios morais são primados maiores que devem nor-
tear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, 
ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio 
poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão 
direcionados para a preservação da honra e da tradição dos 
serviços públicos. 
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o ele-
mento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir 
somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conve-
niente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas 
principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as 
regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Fe-
deral. 
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à 
distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia 
de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a 
legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é 
que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. 
IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos 
tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele 
próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a mora-
lidade administrativa se integre no Direito, como elemento 
indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-
se, como conseqüência, em fator de legalidade. 
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante 
a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu 
próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da socie-
dade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu 
maior patrimônio. 
VI - A função pública deve ser tida como exercício profis-
sional e, portanto, se integra na vida particular de cada servi-
dor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do 
dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o 
seu bom conceito na vida funcional. 
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações 
policiais ou interesse superior do Estado e da Administração 
Pública, a serem preservados em processo previamente de-
clarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer 
ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralida-
de, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o 
bem comum, imputável a quem a negar. 
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não 
pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses 
da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. 
Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder 
corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que 
sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto 
mais a de uma Nação. 
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedi-
cados ao serviço público caracterizam o esforço pela disci-
plina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta 
ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma 
forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimô-
nio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não 
constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instala-
ções ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade 
que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças 
e seus esforços para construí-los. 
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de 
solução que compete ao setor em que exerça suas funções, 
permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra 
espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza 
apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas 
principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços 
públicos. 
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens 
legais de seus superiores, velando atentamente por seu 
cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os 
repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, 
às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo im-
prudência no desempenho da função pública. 
 
 
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local 
de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o 
que quase sempre conduz à desordem nas relações huma-
nas. 
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutu-
ra organizacional, respeitando seus colegas e cada concida-
dão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua 
atividade pública é a grande oportunidade para o crescimen-
to e o engrandecimento da Nação. 
 
Seção II 
Dos Principais Deveres do Servidor Público 
XIV - São deveres fundamentais do servidor público: 
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função 
ou emprego público de que seja titular; 
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e ren-
dimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver 
situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou 
de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos servi-
ços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de 
evitar dano moral ao usuário; 
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a inte-
gridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver 
diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o 
bem comum; 
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição 
essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletivi-
dade a seu cargo; 
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aper-
feiçoando o processo de comunicação e contato com o pú-
blico; 
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princí-
pios éticos que se materializam na adequada prestação dos 
serviços públicos; 
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, 
respeitando a capacidade e as limitações individuais de to-
dos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de 
preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, 
idade, religião,cunho político e posição social, abstendo-se, 
dessa forma, de causar-lhes dano moral; 
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de 
representar contra qualquer comprometimento indevido da 
estrutura em que se funda o Poder Estatal; 
i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, 
de contratantes, interessados e outros que visem obter 
quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em 
decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-
las; 
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências 
específicas da defesa da vida e da segurança coletiva; 
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que 
sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo 
negativamente em todo o sistema; 
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e 
qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo 
as providências cabíveis; 
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, 
seguindo os métodos mais adequados à sua organização e 
distribuição; 
o) participar dos movimentos e estudos que se relacio-
nem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por 
escopo a realização do bem comum; 
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas 
ao exercício da função; 
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de 
serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas 
funções; 
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as ins-
truções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto 
quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo 
tudo sempre em boa ordem. 
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por 
quem de direito; 
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcio-
nais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contra-
riamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço 
público e dos jurisdicionados administrativos; 
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, 
poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse 
público, mesmo que observando as formalidades legais e não 
cometendo qualquer violação expressa à lei; 
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua clas-
se sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o 
seu integral cumprimento. 
Seção III 
Das Vedações ao Servidor Público 
XV - E vedado ao servidor público; 
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tem-
po, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, 
para si ou para outrem; 
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros ser-
vidores ou de cidadãos que deles dependam; 
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, coni-
vente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Có-
digo de Ética de sua profissão; 
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exer-
cício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe 
dano moral ou material; 
 
 
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao 
seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do 
seu mister; 
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, capri-
chos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no 
trato com o público, com os jurisdicionados administrativos 
ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores; 
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer 
tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doa-
ção ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou 
qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para 
influenciar outro servidor para o mesmo fim; 
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva en-
caminhar para providências; 
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do 
atendimento em serviços públicos; 
j) desviar servidor público para atendimento a interesse 
particular; 
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente auto-
rizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao 
patrimônio público; 
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âm-
bito interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, 
de amigos ou de terceiros; 
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habi-
tualmente; 
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente 
contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa hu-
mana; 
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu no-
me a empreendimentos de cunho duvidoso. 
CAPÍTULO II 
DAS COMISSÕES DE ÉTICA 
XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração 
Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou 
em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições dele-
gadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão 
de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética 
profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e 
com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concre-
tamente de imputação ou de procedimento susceptível de 
censura. 
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos orga-
nismos encarregados da execução do quadro de carreira dos 
servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito 
de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais 
procedimentos próprios da carreira do servidor público. 
 
 
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comis-
são de Ética é a de censura e sua fundamentação consta-
rá do respectivo parecer, assinado por todos os seus inte-
grantes, com ciência do faltoso. 
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, 
entende-se por servidor público todo aquele que, por força de 
lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de 
natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que 
sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indire-
tamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autar-
quias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as 
empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou 
em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado. 
 
A moral e a ética estão presente em todas as profis-
sões e com o militarismo não pode ser diferente. A for-
mação profissional do militar está comprometida com 
valores que dignificam e respeitam as pessoas em suas 
diferenças e potencialidades. 
 
Os princípios éticos e morais que formam a consciên-
cia e, espera-se o agir do policial militar no enfrentamento 
do trabalho diário, modos que atendam os desígnios da 
função social e o respeito ao ser humano. 
 
Por fim destaca-se que a ética e a moral no militarismo 
resulta da difusão de conhecimento sobre a conduta e 
deveres do militar, muitas vezes impostas por antiquados 
regulamentos. Com isso, oportuno comentar que princí-
pios e valores éticos como a defesa dos direitos huma-
nos, a oposição ao autoritarismo e abusos devem estar 
entranhados nas corporações militares bem como em 
seus regulamentos, pois só assim, a polícia militar evolui-
rá diante dos “olhares” sociais. 
 
 
01.Tem por objetivo orientar e aconselhar sobre a ética 
profissional do servidor, no tratamento com as pesso-
as e com o patrimônio público, competindo-lhe conhe-
cer concretamente normas de imputação ou de proce-
dimento susceptível de censura. 
A) Comissão de ética. 
B) Deveres do servidor público. 
C) Código de conduta do servidor. 
D) Código de procedimentos de pessoal. 
E) Comissão de avaliação de comportamentos do ser-
vidor público. 
 
 
 
 
 
02.Sônia trabalha numa Biblioteca juntamente com outras 
auxiliares. Certo dia, chegou um carregamento de li-
vros doados para serem tombados. Raquel gostou de 
um título daqueles e resolveu tirar para si antes do 
tombamento, pedindo silêncio à amiga Sônia. Nessa 
situação, é correto afirmar que Sônia atuaria com ética 
se: 
A) Abrisse o precedente de silenciar. 
B) Fingisse não ter visto o erro ao ser arguida. 
C) Pressionasse Raquel a contar ao chefe e faltasse ao 
trabalho até que ela o fizesse. 
D) Admitisse intimamente o erro de Raquel e falasse 
da atitude da colega a uma terceira pessoa. 
E) Contasse diretamentee autonomia técnica, financeira e administrativa, 
independentemente de sua origem. Seu patrimônio pode 
ser transferido pela Administração Direta ou adquirido 
pela autarquia diretamente, enquanto as receitas podem 
ser oriundas do orçamento e de sua própria vontade. 
A criação e extinção das autarquias deverá ser feita 
mediante lei. Estão sujeitas a controle tanto interno quan-
to externo, seja pela Administração Direta, pelos Poderes 
Judiciários e Legislativo, seja pelo povo, por via dos ins-
trumentos e regras de atuação popular. 
Por terem personalidade jurídica de direito público, as 
relações jurídicas das autarquias com terceiros recebem 
tratamento equivalente ao das pessoas jurídicas da Ad-
ministração Direta. E quanto às atividades, possuem prer-
rogativas genéricas, poderes e sujeições que vinculam o 
Estado. 
Como as demais pessoas jurídicas de direito público, 
as autarquias estão obrigadas ao procedimento licitatório, 
só não tendo que realizá-lo quando a própria norma ex-
pressamente liberá-lo, como ocorre nas hipóteses de dis-
pensa e inexigibilidade de licitação previstas na lei. 
Considerando as finalidades desenvolvidas por essas 
pessoas jurídicas, é justificável que contem condições 
especiais para o seu exercício. Portanto, a autarquia goza 
de tratamento de Fazenda Pública, tendo os privilégios 
processuais próprios das pessoas jurídicas de direito 
público. Do mesmo modo, o art. 150 da CF veda a institui-
 
 
ção de impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços 
das autarquias, desde que vinculados às suas finalidades 
essenciais ou às que dela decorram. 
O regime de pessoal é o mesmo aplicável aos entes da 
Administração Direta que as criou. Eles são considerados 
agentes públicos, na categoria servidores públicos. 
Esses agentes, assim como todos os servidores públi-
cos, se sujeitam a regras como: exigência de concurso 
público, proibição para acumulação, teto remuneratório, 
direito à estabilidade, regras de regime especial de apo-
sentadoria quando titulares de cargo, etc. 
 
FUNDAÇÃO PÚBLICA 
 
Fundação é pessoa jurídica composta por um patri-
mônio personalizado, que presta atividades não lucrativas 
e atípicas do Poder Público, mas de interesse coletivo, 
como educação, cultura, pesquisa, entre outras, sempre 
merecedora de amparo estatal. Trata-se da personaliza-
ção de uma finalidade. 
Desde já, atenta-se para a existência de fundações pú-
blicas e privadas, de acordo com a sua criação. Essas são 
rotuladas tendo como critério o se fundados, significando 
que: se o instituidor é um particular, ela constitui uma 
fundação privada, pessoa jurídica que está completamen-
te fora da Administração Pública, submete-se ás regras 
do Direito Civil obedecendo ao regime própria da iniciativa 
privada; se instituída por um ente público, essa fundação 
é pública. 
A Constituição Federal de 1988, em diversos dispositi-
vos, definiu fundação pública como pessoa jurídica de 
direito público, dando-lhe o mesmo tratamento de uma 
autarquia. Entretanto, a EC nº 19/98 modificou alguns 
dispositivos, dando à fundação a mesma forma de cria-
ção das sociedades de economia mista e das empresas 
públicas, ou seja, autorizadas por lei. Atualmente, encon-
tram-se doutrinadores em todos os sentidos: aqueles que 
defendem só o regime público ou só o regime privado e, 
ainda, aqueles que admitem as duas possibilidades (teo-
ria do dualismo fundacional). 
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, a fundação pú-
blica não pode ser de direito privado, apesar da possibili-
dade de o Estado criar pessoas de direito público ou de 
direito privado. Desse modo, conclui que as fundações 
públicas são pura e simplesmente autarquias. 
Em sentido contrário, encontra-se o posicionamento 
de Hely Lopes Meirelles, ao explicar que, antes da Consti-
tuição de 1988, a fundação, mesmo quando criada e man-
tida pelo Poder Público, não perdia sua personalidade 
jurídica de direito privado. Com o advento da CF/88, o 
autor mudou seu posicionamento, dizendo que o texto 
transformou essas fundações em entidades de direito 
público. Posteriormente, com a publicação da EC nº 19/98 
que alterou o art. 37, XIX, a doutrina recente admite o po-
sicionamento anterior do autor. 
Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o Poder Público 
pode criar fundação de direito público, denominada tão 
somente fundação pública, sendo, nesse caso, uma espé-
cie de autarquia, também chamada autarquia fundacional, 
com regime jurídico administrativo e com todas as prer-
rogativas e sujeições que lhe são próprias. Frise-se que é 
a lei que cria essa espécie de fundação. 
De outro lado, pode-se instituir a fundação de direito 
privado, denominada fundação pública de direito privado 
ou fundação governamental, em que a lei autoriza a sua 
criação, podendo, ainda, o Poder Público dar às fundações 
privadas, por ele instituídas, regras especiais previstas em 
lei. 
 
EMPRESA PÚBLICA 
 
A empresa pública é pessoa jurídica criada por força 
de autorização legal como instrumento de ação do Esta-
do, dotada de personalidade de direito privado, mas sub-
metida a certas regras especiais decorrentes da finalida-
de pública que persegue. 
É constituída sob quaisquer formas admitidas em di-
reito, com capital formado unicamente por recursos pú-
blicos, de pessoas da Administração Direta ou Indireta. 
Poderá ser federal, estadual ou municipal, a depender da 
predominância acionária. Pode prestar serviços públicos 
ou explorar atividade econômica. 
Assim, apontam-se alguns exemplos de empresas pú-
blicas: BNDES, Empresa de Correios e Telégrafos, Caixa 
Econômica Federal, Casa da Moeda do Brasil e a Financi-
adora de Estudos e Projetos (FINEP), Empresa Brasileira 
de Agropecuária (EMBRAPA); Serviço Federal de Proces-
samento de Dados (SERPRO); Empresa Brasileira de In-
fraestrutura Aeroportuária (INFRAERO). 
São muitas as características em comum da Empresa 
Pública com a Sociedade de Economia Mista, de modo 
que discorreremos sobre esses aspectos no próximo tó-
pico. 
 
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
 
É pessoa jurídica cuja criação é autorizada por lei. É 
um instrumento de ação do Estado, dotada de personali-
dade de direito privado, mas submetida a certas regras 
especiais decorrentes de sua finalidade pública, constitu-
ída sob a forma de sociedade anônima, cujas ações, com 
direito a voto, pertencem, em sua maioria, ao ente político 
ou à entidade de sua Administração Indireta, admitindo-se 
que seu remanescente acionário seja de propriedade par-
ticular. 
As suas finalidades também são prestar serviços pú-
blicos ou explorar atividade econômica. 
 
 
 
 
 
Entre as sociedades de economia mista estão o Banco 
do Brasil, a Petrobrás, a maioria dos bancos estaduais e o 
Instituto de Resseguros do Brasil, Banco do Nordeste do 
Brasil (BNB), Banco da Amazônia (BASA), Telecomunica-
ções Brasileiras (TELEBRÁS). 
O ordenamento jurídico vigente admite duas espécies 
de empresa pública e de sociedade de economia mista, 
levando em consideração a finalidade por elas exercida, 
admitindo-se a prestação de serviço público e a explora-
ção da atividade econômica. 
Para as exploradoras de atividade econômica, há uma 
restrição constitucional quanto ao campo de atuação. 
Significa dizer que o Poder Público não poderá prestar 
qualquer atividade econômica, em observância ao dispos-
to no art. 173 da CF/88, o qual dispõe que o Estado só 
intervirá nas atividades econômicas que sirvam para a 
segurança nacional ou que representem relevante inte-
resse coletivo. 
Para alguns autores, como Maria Sylvia Zanella Di Pie-
tro, essas empresas seguem o disposto no art. 175 da 
CF/88, segundo o qual o Poder Público prestará os servi-
ços públicos diretamente ou por meio do regime de con-
cessão ou permissão, sempre precedidos de licitação, 
formalizando-se com um contrato administrativo. Nesse 
contexto, as empresas estatais que prestam serviços 
públicos não passam de concessionárias de serviços 
públicos, mas que recebem essa prestaçãopara o superior hierárquico 
ainda que sem conhecimento de Raquel. 
 
03.Roberto ocupa o cargo de Auxiliar e foi convocado 
para trabalhar no Vestibular. Ele deveria conferir toda a 
documentação dos candidatos inscritos, mas deparou-
se com Zélia que não apresentou na hora da entrada o 
documento de identidade. Ela alegou ter sido roubada 
na véspera e não teve tempo de fazer um Boletim de 
Ocorrência. Observando o ocorrido, o superior hierár-
quico de Roberto determinou que deixasse Zélia in-
gressar no recinto, já que ela se comprometera a pagar 
ao superior uma “gratificação” pelo favor prestado. 
Sentindo-se pressionado, Roberto acatou a ordem sem 
questionar. Após o ocorrido, pensou: “Fiz o certo?” 
 
Considerando as prescrições do Código de Ética, é cor-
reto afirmar: 
A) Roberto agiu corretamente, pois ali poderia estar 
uma futura profissional competente. 
B) Com a anuência do seu superior hierárquico, Rober-
to cumpriu uma das prescrições do Código de Ética 
qual seja, respeitar as determinações do superior 
imediato. 
C) Como Roberto era funcionário de outro órgão e es-
tava no vestibular como convocado, não tinha obri-
gação de cumprir esse tipo de regra, portanto atuou 
licitamente. 
D) Considerando o contexto maior de tantos candida-
tos concorrentes, Roberto deveria barrar a candida-
ta, resistindo a todas as pressões do superior hie-
rárquico que visava benesses. 
E) Roberto agiu corretamente visto que o referido Có-
digo de Ética determina como dever do servidor, 
agir com cortesia, urbanidade, disponibilidade e 
atenção a todos os usuários do serviço público. 
 
04.De acordo com o Código de Ética, são Deveres do ser-
vidor público: 
A) Retirar da repartição pública, sem estar devidamen-
te autorizado, qualquer documento, livro ou bem 
pertencente ao patrimônio público. 
B) Fazer uso de informações privilegiadas obtidas no 
âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, 
de parentes, de amigos ou de terceiros. 
C) Exercer com estrita moderação as prerrogativas 
funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de 
fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos 
usuários do serviço público e dos jurisdicionados 
administrativos. 
D) Pleitear, solicitar, sugerir ou receber ajuda financei-
ra, gratificação, prêmio, comissão, doação ou van-
tagem de qualquer natureza, para si ou para outrem, 
para o cumprimento de sua missão ou de outro ser-
vidor. 
E) Ser, em função de espírito de solidariedade, coni-
vente com erro ou infração ao Código de Ética Pro-
fissional do Servidor Público Civil do Poder Executi-
vo Federal ou ao Código de Ética de sua profissão. 
 
05.Segundo disposições do Código de Ética, sobre as 
Comissões de Ética, pode-se afirmar que: 
A) As normas do Código de Ética profissional do servi-
dor público civil do poder executivo federal aplicam-
se, no que couber, às autoridades e agentes púbicos 
nele referidos, apenas quando em exercício. 
B) A pena aplicável ao servidor público pela Comissão 
de Ética é a de censura e sua fundamentação cons-
tará do respectivo parecer, assinado por todos os 
seus integrantes, ainda que sem a ciência do falto-
so. 
C) Para fins de apuração do comprometimento ético, 
entende-se por servidor público apenas aquele que, 
por força da lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, 
preste serviço de natureza permanente e necessari-
amente recebam retribuição financeira. 
D) As Comissões de Ética relacionadas aos órgãos ou 
entidades que exerçam atribuições delegadas pelo 
poder público, são encarregadas exclusivamente de 
orientar e aconselhar sobre a ética profissional do 
servidor no seu tratamento com o patrimônio públi-
co. 
E) À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos orga-
nismos encarregados da execução do quadro de 
carreira dos servidores, os registros sobre sua con-
duta ética, para o efeito de instruir e fundamentar 
promoções e para todos os demais procedimentos 
próprios da carreira do servidor público. 
 
06.Ficam sujeitos ao Código de Ética Profissional do Ser-
vidor Público Civil: 
A) Órgãos e entidades da Administração Pública Fede-
ral Direta e Indireta. 
B) Órgãos da Administração Direta e Companhias Pú-
blicas. 
C) Órgãos da Administração Pública Federal Direta. 
D) Órgão da Administração Pública Indireta. 
E) Serviços Públicos e Associações Estatais. 
 
 
07.Conforme preconiza o Código de Ética do Servidor 
Público, dentre outros, são princípios norteadores para 
o exercício do cargo, ou fora dele: 
A) humildade, simplicidade, coerência, prontidão e 
busca da verdade. 
B) dignidade, zelo, união e parcimônia e preocupação 
com o processo. 
C) zelo, decoro, eficácia e dignidade e consciência dos 
princípios morais. 
D) eficácia, simplicidade, honestidade, humildade e 
observância de normas. 
E) cooperação, atenção, empreendedorismo, inovação 
e abertura para o novo. 
 
08.No que diz respeito à ética na administração pública, 
assinale a opção incorreta: 
A) A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consci-
ência dos princípios morais são primados maiores 
que devem nortear o servidor público, seja no exer-
cício do cargo ou função, ou fora dele, já que refleti-
rá o exercício da vocação do próprio poder estatal. 
Seus atos, comportamentos e atitudes serão direci-
onados para a preservação da honra e da tradição 
dos serviços públicos. 
B) A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo de-
dicados ao serviço público caracterizam o esforço 
pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga 
seus tributos direta ou indiretamente significa cau-
sar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a 
qualquer bem pertencente ao patrimônio público, 
deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não 
constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às 
instalações ou ao Estado, mas a todos os homens 
de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu 
tempo, suas esperanças e seus esforços para cons-
truí-los. 
C) Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera 
de solução que compete ao setor em que exerça 
suas funções, permitindo a formação de longas fi-
las, ou qualquer outra espécie de atraso na presta-
ção do serviço, não caracteriza apenas atitude con-
tra a ética ou ato de desumanidade, mas principal-
mente grave dano moral aos usuários dos serviços 
públicos. 
D) A moralidade da Administração Pública se limita à 
diferença entre o bom e o ruim, devendo ser acres-
cida da ideia de que o fim nem sempre é o bem co-
mum. 
E) O trabalho desenvolvido pelo servidor público peran-
te a comunidade deve ser entendido como acrésci-
mo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, 
integrante da sociedade, o êxito desse trabalho po-
de ser considerado como seu maior patrimônio. 
 
 
09.De acordo com o código de ética profissional do servi-
dor público civil, é vedado ao servidor público federal: 
I. O uso do cargo ou função, facilidades, amizades, 
tempo, posição e influências, para obter qualquer 
favorecimento, para si ou para outrem. 
II. Prejudicar deliberadamente a reputação de outros 
servidores ou de cidadãos que deles dependam. 
III. Usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o 
exercício regular de direito por qualquer pessoa, 
causando-lhe dano moral ou material. 
IV. Deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos 
ao seu alcance ou do seu conhecimento para aten-
dimento do seu mister. 
V. Permitir que perseguições, simpatias, antipatias, 
caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal 
interfiram no trato com o público, com os jurisdicio-
nados administrativos ou com colegas hierarqui-
camente superiores ou inferiores. 
 
Estão corretos os itens: 
A) apenas I, II e IV. 
B) apenas I e IV. 
C) apenas I, II, III e V. 
D) apenas II e IV. 
E) I, II, III, IV e V. 
 
10.Em sentido estrito, a ética é utilizada para conciliar 
deveres e estabelecer regras de conduta ao indivíduo 
no desempenho de suas atividades profissionais e em 
seu relacionamento com as demais pessoas. Dentre 
outros, são princípios básicos de todo código de ética: 
A) honestidadeno trabalho, respeito à dignidade hu-
mana, observação das normas administrativas da 
instituição. 
B) prestar serviços a troco de vantagens, encarregar-se 
dos benefícios indiretos, ceder por conveniência. 
C) tratamento cortês, uso de influências pessoais e ob-
tenção de vantagens pessoais. 
D) prestar contas pro forma, fazer declarações superfi-
ciais, honestidade no trabalho. 
E) usar da influência, cuidar do seu projeto pessoal, 
fermentar discussões. 
 
11.Com relação à conduta ética profissional do servidor 
público civil do poder executivo federal, em conformi-
dade com o Código de Ética, é correto afirmar: 
A) as ausências do servidor público de seu local de 
trabalho, mesmo quando justificadas, é fator de 
desmoralização do serviço público. 
B) a conduta do dia a dia do servidor público no exer-
cício da função pública não interfere no conceito da 
vida funcional do servidor. 
C) a conduta ética do servidor pode variar em função 
das diretrizes definidas pelo gestor e situação do 
local de trabalho, devendo sempre ser respeitada a 
hierarquia. 
 
 
D) a função pública como exercício profissional se in-
tegra à vida particular de cada servidor, assim os fa-
tos e atos verificados na conduta da vida privada in-
terferem na vida funcional. 
E) o servidor público deve decidir entre o legal e o ile-
gal, entre o honesto e o desonesto, justo ou injusto, 
consoante as regras definidas pela chefia, obser-
vando sempre a escala hierárquica mais alta. 
 
12.Acerca dos principais deveres do servidor na função 
pública, de acordo com o Código de Ética Profissional 
do Servidor Público Civil, assinale a alternativa corre-
ta. 
A) Exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e 
rendimento e jamais retardar qualquer prestação de 
contas. 
B) Ser correto, leal e justo, ao tomar decisões ter o cui-
dado de escolher sempre a decisão que for mais 
vantajosa para o órgão prestador do serviço. 
C) Em função do espírito de solidariedade com os co-
legas de trabalho, ser benevolente com o erro ou in-
fração leve, evitando assim prejudicar a reputação 
do colega. 
D) Ser assíduo e frequente ao serviço, não participan-
do dos movimentos grevistas, na certeza de que 
sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, 
refletindo negativamente em todo o sistema. 
E) Comunicar aos superiores hierárquicos somente os 
atos ou fatos contrário ao interesse público quando 
não for possível ser resolvido no âmbito interno, evi-
tando assim interferências e danos morais. 
 
13.O Código de Ética Profissional do Servidor Público 
Civil dispõe acerca das Comissões de Ética. Sobre o 
tema, assinale a alternativa correta. 
A) A Comissão de Ética não poderá se eximir de fun-
damentar o julgamento da falta de ética do servidor 
público ou do prestador de serviços contratado, 
alegando a falta de previsão neste Código, cabendo 
ao servidor recorrer à analogia, aos costumes e aos 
princípios éticos e morais conhecidos em outras 
profissões. 
B) Para fins de apuração de comprometimento ético, 
entende-se por servidor público todo aquele que, por 
força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, 
preste serviços de natureza essencialmente perma-
nente ou temporária com retribuição financeira e 
que seja desligado de órgão do poder estatal. 
C) A Comissão de Ética deve ser criada em todos os 
órgãos e entidades da Administração Pública Fede-
ral direta, indireta autárquica e fundacional, ou em 
qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições 
delegadas pelo poder público. 
 
 
D) A Comissão de Ética deve ser criada em todos os 
órgãos e entidades da administração pública fede-
ral direta, indireta, autárquica, com exceção das 
fundações que têm regime jurídico próprio. 
E) A Comissão de Ética pode aplicar pena de censura, 
suspensão e demissão ao servidor, desde que sua 
fundamentação conste no parecer, assinado por to-
dos os seus integrantes. 
 
14.Ficam sujeitos ao Código de Ética Profissional do Ser-
vidor Público Civil: 
A) Órgãos e entidades da Administração Pública Fede-
ral Direta e Indireta. 
B) Órgãos da Administração Direta e Companhias Pú-
blicas. 
C) Órgãos da Administração Pública Federal Direta. 
D) Órgão da Administração Pública Indireta. 
E) Serviços Públicos e Associações Estatais. 
 
15.No que diz respeito à ética na administração pública, 
assinale a opção incorreta: 
A) A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consci-
ência dos princípios morais são primados maiores 
que devem nortear o servidor público, seja no exer-
cício do cargo ou função, ou fora dele, já que refleti-
rá o exercício da vocação do próprio poder estatal. 
Seus atos, comportamentos e atitudes serão direci-
onados para a preservação da honra e da tradição 
dos serviços públicos. 
B) A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo de-
dicados ao serviço público caracterizam o esforço 
pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga 
seus tributos direta ou indiretamente significa cau-
sar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a 
qualquer bem pertencente ao patrimônio público, 
deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não 
constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às 
instalações ou ao Estado, mas a todos os homens 
de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu 
tempo, suas esperanças e seus esforços para cons-
truí-los. 
C) Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera 
de solução que compete ao setor em que exerça 
suas funções, permitindo a formação de longas fi-
las, ou qualquer outra espécie de atraso na presta-
ção do serviço, não caracteriza apenas atitude con-
tra a ética ou ato de desumanidade, mas principal-
mente grave dano moral aos usuários dos serviços 
públicos. 
D) A moralidade da Administração Pública se limita à 
diferença entre o bom e o ruim, devendo ser acres-
cida da ideia de que o fim nem sempre é o bem co-
mum. 
 
 
 
 
E) O trabalho desenvolvido pelo servidor público peran-
te a comunidade deve ser entendido como acrésci-
mo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, 
integrante da sociedade, o êxito desse trabalho po-
de ser considerado como seu maior patrimônio. 
 
16.De acordo com o código de ética profissional do servi-
dor público civil do poder executivo federal, é vedado 
ao servidor público: 
I. O uso do cargo ou função, facilidades, amizades, 
tempo, posição e influências, para obter qualquer 
favorecimento, para si ou para outrem. 
II. Prejudicar deliberadamente a reputação de outros 
servidores ou de cidadãos que deles dependam. 
III. Usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o 
exercício regular de direito por qualquer pessoa, 
causando-lhe dano moral ou material. 
IV. Retirar da repartição qualquer documento ou objeto, 
mesmo autorizado pela chefia imediata. 
V. Permitir que perseguições, simpatias, antipatias, 
caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal 
interfiram no trato com o público, com os jurisdicio-
nados administrativos ou com colegas hierarqui-
camente superiores ou inferiores. 
 
Estão corretos os itens: 
A) apenas I, II e IV. 
B) apenas I e IV. 
C) apenas I, II, III e V. 
D) apenas II e IV. 
E) I, II, III, IV e V. 
 
17.Tem por objetivo orientar e aconselhar sobre a ética 
profissional do servidor, no tratamento com as pesso-
as e com o patrimônio público, competindo-lhe conhe-
cer concretamente normas de imputação ou de proce-
dimento susceptível de censura. 
A) Comissão de ética. 
B) Deveres do servidor público. 
C) Código de conduta do servidor. 
D) Código de procedimentos de pessoal. 
E) Comissão de avaliação de comportamentos do ser-
vidor público. 
 
18.Considere as situações a seguir: 
I. Fazer uso de informações privilegiadas obtidas no 
âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio. 
II. Retirar da repartição pública, sem estar legalmente 
autorizado, um documento pertencente ao patrimô-
nio público. 
III. Ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de 
que sua ausência provoca danos ao trabalho orde-
nado, refletindo negativamente em todo o sistema.IV. Apresenta-se, habitualmente, embriagado em locais 
públicos. 
 
Com base no Código de Ética Profissional do Servidor 
Público, são VEDADAS, ao servidor, as situações des-
critas nos itens: 
A) Apenas I e II. 
B) Apenas I, II e III. 
C) Apenas I, II e IV. 
D) Apenas II e III. 
E) Apenas III e IV. 
 
19.Sobre as Comissões de Ética, considere as assertivas 
abaixo: 
I. Em todos os órgãos e entidades da Administração 
Pública Federal direta, indireta autárquica e funda-
cional deverá ser criada uma Comissão de Ética, 
encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética 
profissional do servidor, no tratamento com as pes-
soas e com o patrimônio público, competindo-lhe 
conhecer concretamente de imputação ou de pro-
cedimento susceptível de censura. 
II. À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos orga-
nismos encarregados da execução do quadro de 
carreira dos servidores, os registros sobre sua con-
duta ética, para o efeito de instruir e fundamentar 
promoções e para todos os demais procedimentos 
próprios da carreira do servidor público. 
III. A pena aplicável ao servidor público pela Comissão 
de Ética é a de advertência e sua fundamentação 
constará do respectivo parecer, assinado por todos 
os seus integrantes, com ciência do faltoso. 
IV. Para fins de apuração do comprometimento ético, 
entende-se por servidor público todo aquele que, por 
força de lei ou contrato preste serviços de natureza 
permanente, temporária ou excepcional, sempre 
mediante retribuição financeira. 
 
Assinale a alternativa em que todas as afirmativas es-
tão INCORRETAS: 
A) Apenas III e IV. D) Apenas I e III. 
B) Apenas II e IV. E) I, II, III e IV. 
C) Apenas I, II, e III. 
 
20.Conforme o Código de Ética Profissional do Servidor 
Público Civil do Poder Executivo Federal, é vedado ao 
servidor, exceto: 
A) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, 
poder ou autoridade com finalidade estranha ao in-
teresse público, mesmo que observando as formali-
dades legais e não cometendo qualquer violação 
expressa à lei. 
B) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qual-
quer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, 
comissão, doação ou vantagem de qualquer espé-
cie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o 
cumprimento da sua missão ou para influenciar ou-
tro servidor para o mesmo fim. 
 
 
C) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, 
caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal 
interfiram no trato com o público, com os jurisdicio-
nados administrativos ou com colegas hierarqui-
camente superiores ou inferiores. 
D) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o 
exercício regular de direito por qualquer pessoa, 
causando-lhe dano moral ou material. 
E) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, 
tempo, posição e influências, para obter qualquer 
favorecimento, para si ou para outrem. 
 
21.De acordo com o Código de Ética Profissional do Ser-
vidor Público Civil, são deveres do servidor público, 
exceto: 
A) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, 
função ou emprego público de que seja titular. 
B) jamais retardar qualquer prestação de contas, con-
dição essencial da gestão dos bens, direitos e ser-
viços da coletividade a seu cargo. 
C) ceder às pressões de superiores hierárquicos, de 
contratantes, interessados e outros que visem obter 
quaisquer favores. 
D) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços 
aperfeiçoando o processo de comunicação e conta-
to com o público. 
E) ter consciência de que seu trabalho é regido por 
princípios éticos que se materializam na adequada 
prestação dos serviços públicos. 
 
22.Quanto ao Código de Ética, o servidor que, fora do 
horário de expediente, manifesta nas redes sociais o 
seu desapreço por determinados colegas de trabalho 
A) pode ser censurado. 
B) não comete infração. 
C) fica suspenso por 15 dias. 
D) é punido com a demissão. 
 
23.As regras éticas adotadas no serviço público devem 
ser aplicadas no âmbito do trabalho e, em determina-
das situações, fora dele, tendo em vista a repercussão 
que alguns atos têm no serviço desempenhado e na 
boa imagem da Administração Pública. Como exemplo 
de ato que NÃO deve ser admitido fora de serviço, que 
estabelece o Código de Ética, está a 
A) atuação descortês 
B) procrastinação de direitos 
C) embriaguez habitual 
D) conivência com erro 
E) ausência de utilização de avanços técnicos 
 
24.Nos termos descritos no Código de Ética a pena apli-
cável ao servidor público pela Comissão de Ética é a 
de: 
 
 
A) Advertência por escrito. 
B) Censura. 
C) Suspensão por cinco dias. 
D) Demissão. 
E) Suspensão por quinze dias. 
 
25.Como podemos diferenciar “moral” e “ética”? 
A) Não podemos diferenciar, são palavras sinônimas. 
B) Moral é um conjunto de valores, e Ética é a reflexão 
sobre esses valores. 
C) Moral é a prática da Ética no nosso dia a dia. 
D) Moral é sinônimo de “ética aplicada”. 
 
26.Relativo à Ética no Serviço Público Federal é INCOR-
RETA a seguinte preposição: 
A) Em qualquer situação fática a publicidade de qual-
quer ato administrativo constitui requisito de eficá-
cia e moralidade, ensejando sua omissão compro-
metimento ético contra o bem comum, imputável a 
quem a negar. 
B) Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não 
pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos 
interesses da própria pessoa interessada ou da 
Administração Pública. Nenhum Estado pode cres-
cer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do 
hábito do erro, da opressão ou da mentira, que 
sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana 
quanto mais a de uma Nação. 
C) A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo de-
dicados ao serviço público caracterizam o esforço 
pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga 
seus tributos direta ou indiretamente significa cau-
sar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a 
qualquer bem pertencente ao patrimônio público, 
deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não 
constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às 
instalações ou ao Estado, mas a todos os homens 
de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu 
tempo, suas esperanças e seus esforços para cons-
truí-los. 
D) Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera 
de solução que compete ao setor em que exerça 
suas funções, permitindo a formação de longas fi-
las, ou qualquer outra espécie de atraso na presta-
ção do serviço, não caracteriza apenas atitude con-
tra a ética ou ato de desumanidade, mas principal-
mente grave dano moral aos usuários dos serviços 
públicos. 
E) O servidor deve prestar toda a sua atenção às or-
dens legais de seus superiores, velando atentamen-
te por seu cumprimento, e, assim, evitando a condu-
ta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o 
acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de 
corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no 
desempenho da função pública. 
 
 
 
27.Acerca do Provimento de cargo público, assinale a 
alternativa INCORRETA: 
A) São requisitos básicos para investidura em cargo 
público a nacionalidade brasileira, o gozo dos direi-
tos políticos, a quitação com as obrigações milita-
res e eleitorais, o nível de escolaridade exigido para 
o exercício do cargo, a idade mínima de dezoito 
anos e a aptidão física e mental. 
B) As atribuições do cargo podem justificar a exigência 
de outros requisitos estabelecidos em lei. 
C) Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado 
o direito de se inscrever em concurso público para 
provimento de cargo cujas atribuições sejam com-
patíveis com a deficiência de que são portadoras; 
para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte 
por cento) das vagas oferecidas no concurso. 
D) O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante 
ato da autoridade competente de cada Poder e sua 
investidura ocorrerá com a posse. 
E) São formas de provimento de cargo público, entre 
outras, a nomeação, a ascensão, a transferência e a 
promoção. 
 
28.Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargode provimento efetivo ficará sujeito a estágio probató-
rio por período de 36 (trinta e seis) meses, durante o 
qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avali-
ação para o desempenho do cargo, observados os se-
guinte fatores, EXCETO: 
A) Assiduidade. D) Liderança. 
B) Disciplina. E) Responsabilidade. 
C) Capacidade de iniciativa. 
 
29.Acerca do Estágio Probatório, assinale a alternativa 
CORRETA: 
A) 8 (oito) meses antes de findo o período do estágio 
probatório, será submetida à homologação da auto-
ridade competente a avaliação do desempenho do 
servidor, realizada por comissão constituída para 
essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei 
ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo. 
B) O servidor não aprovado no estágio probatório será 
exonerado, independente de sua condição de está-
vel. 
C) Ao servidor em estágio probatório é defeso exercer 
quaisquer cargos de provimento em comissão ou 
funções de direção, chefia ou assessoramento no 
órgão ou entidade de lotação pelo prazo de conclu-
são do referido estágio. 
D) O estágio probatório ficará suspenso durante as li-
cenças para acompanhar cônjuge ou companheiro 
que foi deslocado para outro ponto do território na-
cional, para o exterior ou para o exercício de manda-
to eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo, sen-
do por prazo indeterminado e sem remuneração, e 
será retomado a partir do término do impedimento. 
E) Ao servidor em estágio probatório serão concedidas 
as licenças e os afastamentos a que fazem jus os 
servidores estáveis e efetivos, vedadas quaisquer 
formas de distinção. 
 
30.Segundo o texto presente no Código de Ética, o servi-
dor público terá seus atos, comportamentos e atitudes 
direcionados para a preservação da honra e da tradi-
ção dos serviços públicos, devendo, sempre, nortear-
se por um conjunto de primados maiores. 
 
Não é primado, segundo o supracitado anexo 
A) a assiduidade e a pontualidade. 
B) o decoro. 
C) o zelo. 
D) a eficácia. 
E) a dignidade. 
 
Acerca da ética no serviço público, julgue os itens que se 
seguem. 
 
31.Considere que a assessora de determinado órgão pú-
blico federal, ao ser repreendida por sua chefe, por 
apresentar-se ao trabalho com vestimentas inadequa-
das, evoque, em sua defesa, o direito à livre expressão. 
Nessa situação, a repreensão da chefe à servidora não 
tem, com efeito, fundamento ético e legal. 
 C  E 
 
32.Somente servidores públicos estatutários que prestem 
serviços de natureza permanente podem ser apenados 
pelas comissões de ética constituídas para atuar em 
processo instaurado para apuração de desvio de con-
duta no exercício do serviço público. 
 C  E 
 
33.Considere a seguinte situação hipotética. Juarez, ser-
vidor público do Poder Executivo federal, constatou 
ato de improbidade cometido por seu chefe imediato, 
mas não o representou à autoridade competente, dada 
sua relação de subordinação em relação ao chefe. 
Nessa situação hipotética, a falta cometida por Juarez, 
que não comunicou fato contrário ao interesse público, 
poderá ser escusada com base no princípio do respei-
to à hierarquia. 
 C  E 
 
34.A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de 
Ética é a de censura e sua fundamentação constará do 
respectivo parecer, assinado por todos os seus inte-
grantes, sendo obrigatória a ciência do faltoso. 
 C  E 
 
 
 
 
 
Acerca da ética na Administração Pública e na legislação 
pertinente, julgue os itens a seguir. 
 
35.A ética tem por objetivo a determinação do que é certo 
ou errado, bom ou mau em relação às normas e valo-
res adotados por uma sociedade. 
 C  E 
 
36.Os conceitos e valores tradicionais da moral não são 
universais nem estabelecidos objetivamente, mas tem 
suas origens em um momento histórico e em uma cul-
tura específicos, servindo a certos interesses que vão 
sendo esquecidos com o tempo. 
 C  E 
 
37.Do ponto de vista da comissão de ética pública, a re-
pressão, na prática, é quase sempre ineficaz. O ideal 
seria a prevenção, por meio da identificação e do tra-
tamento específico, das áreas da administração públi-
ca em que ocorressem, com maior frequência, condu-
tas incompatíveis com o padrão ético almejado para o 
serviço público. 
 C  E 
 
38.A prestação do serviço público deve ser compreendida 
como uma ação associada à recompensa pecuniária, 
pois a prestação do serviço de qualidade é equivalente 
à atuação recorrente no mercado. 
 C  E 
 
39.Os problemas éticos, ao contrário dos problemas prá-
tico-morais, são caracterizados por sua generalidade. 
 C  E 
 
Acerca da ética na Administração Pública e na legislação 
pertinente, julgue os itens a seguir. 
 
40.Em todos os órgãos e entidades da Administração 
Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacio-
nal, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atri-
buições delegadas pelo poder público, deverá ser cria-
da uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e 
aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no 
tratamento com as pessoas e com o patrimônio públi-
co, competindo-lhe conhecer concretamente de impu-
tação ou de procedimento susceptível de censura. 
 C  E 
 
No que se refere à ética no serviço público, julgue os itens 
que se seguem. 
 
41.Considere a seguinte situação hipotética. O chefe de 
determinada repartição pediu a um subordinado, que 
estava de saída para comprar um lanche em estabele-
cimento localizado no próprio órgão, que fosse até o 
supermercado mais próximo comprar fraldas. Para 
agradar o chefe, o subordinado prontamente atendeu a 
solicitação. Nessa situação, o chefe não cometeu falta 
ética, pois o subordinado já estava de saída para satis-
fazer um interesse pessoal. 
 C  E 
 
42.O servidor que se valer do cargo que ocupa para lograr 
proveito pessoal indevido responderá por ato de im-
probidade administrativa que importa enriquecimento 
ilícito. 
 C  E 
 
43.Ao colher, em seu local de trabalho, assinaturas em 
um abaixo-assinado para pleitear a substituição do 
coordenador de sua repartição, o servidor público não 
agirá de maneira antiética, já que o direito de livre ex-
pressão lhe é garantido por lei. 
 C  E 
 
44.O servidor que, já tendo sido advertido por diversas 
vezes por condutas antiéticas no trabalho, incorra em 
insubordinação grave em serviço poderá ser suspenso 
ou demitido. 
 C  E 
 
45.Cometerá crime de improbidade administrativa que 
importa em enriquecimento ilícito a servidora pública 
que induzir o Estado a adquirir, por preço superior ao 
de mercado, cartucho de impressora de empresa per-
tencente a seu familiar. 
 C  E 
 
 
46.Cometerá ato de improbidade administrativa que aten-
ta contra os princípios da administração pública o ser-
vidor público que revelar a seus familiares, durante um 
jantar em família, os detalhes de processo que tramite 
em segredo de justiça contra seu chefe e do qual te-
nha tomado conhecimento em razão de suas atribui-
ções. 
 C  E 
 
47.A moralidade da Administração Pública não se limita à 
distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida 
da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equi-
líbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do 
servidor público, é que poderá consolidar a moralidade 
do ato administrativo. 
 C  E 
 
48.E vedado ao servidor público o uso do cargo ou fun-
ção, facilidades, amizades, tempo, posição e influên-
cias, para obter qualquer favorecimento, para si ou pa-
ra outrem. 
 C  E 
 
 
 
49.Para fins de apuração do comprometimento ético, 
entende-se por servidor público todo aquele que, por 
força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste 
serviços de natureza permanente, temporária ou ex-
cepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde 
que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do 
poder estatal, como as autarquias, as fundações pú-
blicas, as entidades paraestatais, as empresas públi-
cas e as sociedades de economiamista, ou em qual-
quer setor onde prevaleça o interesse do Estado. 
 C  E 
 
50.As comissões de ética serão compostas por três ser-
vidores estáveis ou terceirizados, além de três suplen-
tes, que poderão instaurar, de ofício, processo sobre 
ato, fato ou conduta que considerar passível de infrin-
gência a princípio ou norma ético-profissional, poden-
do ainda conhecer de consultas, denúncias ou repre-
sentações formuladas contra o servidor público, a re-
partição ou o setor em que haja ocorrido a falta, cuja 
análise e deliberação forem recomendáveis para aten-
der ou resguardar o exercício do cargo ou função pú-
blica. 
 C  E 
 
A respeito da ética no serviço público, julgue os itens 
subsequentes. 
 
51.Considere que os usuários de determinado serviço 
público tenham formado longas filas à espera de aten-
dimento por determinado servidor que, embora res-
ponsável pelo setor, não viabilizou o atendimento. 
Nessa situação, segundo dispõe a legislação de re-
gência, a atitude do servidor caracteriza conduta con-
trária à ética e ato de desumanidade, mas não grave 
dano moral aos usuários do serviço. 
 C  E 
 
52.O elemento ético deve estar presente na conduta de 
todo servidor público, que deve ser capaz de discernir 
o que é honesto e desonesto no exercício de sua fun-
ção. 
 C  E 
 
No que se refere aos deveres do servidor público, previs-
tos no Código de Ética Profissional do Servidor Público 
Civil do Poder Executivo Federal, julgue os próximos 
itens. 
 
53.Os registros que consistiram em objeto de apuração e 
aplicação de penalidade referentes à conduta ética do 
servidor devem ficar arquivados junto à comissão de 
ética e não podem ser fornecidos a outras unidades do 
órgão a que se encontre vinculado o servidor. 
 C  E 
 
54.Estará sujeito à penalidade de censura, a qual é apli-
cada pela comissão de ética, mediante parecer assi-
nado por todos os seus integrantes, o servidor que vio-
lar algum de seus deveres funcionais. 
 C  E 
 
55.A publicidade de ato administrativo, qualquer que seja 
sua natureza, constitui requisito de eficácia e morali-
dade. 
 C  E 
 
56.Sobre o conceito de ética, assinale a afirmativa IN-
CORRETA. 
A) Ética é a ciência normativa dos comportamentos 
humanos, definida por meio de leis específicas. 
B) A ética é construída por uma sociedade com base 
nos valores históricos e culturais. 
C) Cada sociedade e cada grupo possuem seus pró-
prios códigos de ética. 
D) Ao conviver em sociedade, o homem percebeu a ne-
cessidade de “regras” que regulamentassem esse 
convívio. 
E) Ética e Moral são temas relacionados, mas diferen-
tes, porque moral se fundamenta na obediência a 
normas, costumes ou mandamentos culturais. 
 
57.Com relação à ética profissional, analise os seguintes 
itens: 
I. Os códigos de ética expressam a filosofia de ação 
profissional, o que confere verdadeiro sentido à pro-
fissão. 
II. O conhecimento científico por si só não garante 
uma conduta profissional ética. 
III. Algumas condutas antiéticas extrapolam o limite 
das relações entre indivíduos e se tornam objeto de 
relação política, o que fomenta a elaboração de có-
digos de ética de grupos profissionais, a exemplo 
do código dos servidores públicos. 
IV. Ética e moral têm o mesmo sentido, sem distinção. 
V. A moral é a mais importante para reger as condutas 
do servidor público. 
 
Estão CORRETOS apenas 
A) I e II. 
B) II e III. 
C) I, II e III. 
D) II e IV. 
E) IV e V. 
 
58.Com relação à ética no serviço público e qualidade no 
atendimento ao público, assinale a alternativa CORRE-
TA. 
A) Os valores fundamentais do serviço público decor-
rem, exclusivamente, do seu caráter público. 
 
 
 
B) Tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, 
aperfeiçoando o processo de comunicação e conta-
to com o público, é uma atitude ética do servidor 
público. 
C) Ser pontual no trabalho é dever do servidor e exi-
gência da repartição, embora independa da ética. 
D) Deve analisar as pressões de superiores hierárqui-
cos e de contratantes, que visem obter favores ou 
vantagens indevidos e resistir quando puder. 
E) Ter a consciência de que seu trabalho é regido por 
princípios éticos e individuais garante que sua pos-
tura pessoal será correta. 
 
59.Cidadania é um conceito 
A) que se refere, apenas, a um conjunto de direitos. 
B) com base na posição social dos indivíduos. 
C) que pressupõe dependência dos indivíduos em rela-
ção ao Estado. 
D) que se refere, apenas, aos direitos políticos dos in-
divíduos. 
E) em permanente construção, que pressupõe um con-
junto de direitos e deveres. 
 
60.O cidadão consciente de sua responsabilidade é parte 
integrante de um complexo organismo, da coletivida-
de, da nação e do Estado. Para isso funcionar bem, to-
dos têm de oferecer a sua parcela de contribuição. 
Nesse contexto, é papel de todo servidor público vi-
venciar a cidadania e zelar por uma postura 
A) burocrática, sendo fiel cumpridor da burocracia e da 
legislação pertinente. 
B) competitiva e compromissada no setor de seu tra-
balho. 
C) ativa e participante na família, no trabalho e nas as-
sociações sociais. 
D) reativa e de luta por melhorias individuais na profis-
são. 
E) atuante e condescendente com o público que aten-
de. 
 
61.No ambiente de trabalho, é fundamentalmente impor-
tante a postura ética para o bom funcionamento das 
atividades da instituição e das relações de trabalho en-
tre os funcionários e o atendimento ao cidadão. Assim, 
deve haver 
A) cooperação e atitudes que visem ajudar os colegas 
e o público mais próximo com os quais se identifi-
cam. 
B) divulgação de conhecimentos que possam melhorar 
o desempenho das atividades realizadas no traba-
lho. 
C) obediência à hierarquia dentro da instituição, mes-
mo nos casos de injustiça com o público. 
D) busca de crescimento profissional em detrimento 
do bem-estar de outros. 
E) realização, em ambiente de trabalho, de tarefas re-
lacionadas ao setor e a atividades pessoais. 
 
62.Assinale a alternativa que estabelece corretamente as 
características de moral. 
A) A moral resulta do conjunto de leis, costumes e tra-
dições de uma sociedade e está subordinada a Éti-
ca comportamental definida em regras constitucio-
nais. 
B) Entende-se por moral, um conjunto de regras consi-
deradas válidas para uma maioria absoluta, que va-
lem-se dela para impor conduta Ética aos demais 
cidadãos. 
C) A moral é mutável e varia de acordo com o desen-
volvimento de cada sociedade. Ela norteia os valo-
res Éticos na Administração Pública. 
D) A moral é mais flexível do que a lei, por variar de in-
divíduo para indivíduo e afeta diretamente a presta-
ção dos serviços públicos para criar condições para 
uma ética flexível no atendimento à necessidades 
básicas da população. 
E) A Ética confunde-se com a moral como um dos pa-
râmetros para a avaliação do grau de desenvolvi-
mento de determinada sociedade e, consequente, 
padronização da prestação dos serviços públicos 
comunitários. 
 
63.Em seu sentido mais amplo, a Ética tem sido entendi-
da como a ciência da conduta humana perante o ser e 
seus semelhantes. Portanto, neste sentido, a Ética en-
volve: 
A) Estudos de aprovação ou desaprovação da ação 
dos homens. 
B) A consideração de valor como equivalente de uma 
medição do que é real e voluntarioso no campo das 
ações virtuosas. 
C) Obrigação de ser humano como ˙nico mal em seu 
agir. 
D) Realização fundamental em situação específica. 
E) As alternativas A e B estão corretas. 
 
64.A respeito dos conceitos de Ética, moral e virtude, é 
correto afirmar: 
A) A vida Ética realiza-se no modo de viver daqueles 
indivíduos que não mantém relações interpessoais. 
B) Etimologicamente, a palavra moral deriva do grego 
mos e significa comportamento, modo de ser, cará-
ter. 
C) Virtude deriva do latim virtus, que significa uma qua-
lidade própria da natureza humana; significa, de 
modo geral, praticar o bem usando a liberdade com 
responsabilidade constantemente. 
D) Amoral é influenciada por vários fatores como, so-
ciais e históricos; todavia, não há diferença entre os 
conceitos morais de um grupo para outro. 
 
 
E) Compete à moral chegar, por meio de investigações 
científicas, explicação de determinadas realidades 
sociais, ou seja, ela investiga o sentido que o ho-
mem dá a suas ações para ser verdadeiramente fe-
liz. 
 
65.Acerca da relação entre Ética e moral, assinale a opção 
correta. 
A) A partir do estudo da Ética, pode-se considerar uma 
visão utilitarista, em que a verdade de uma proposi-
ção consiste no fato de que ela é útil, tendo alguma 
espécie de êxito ou satisfação. 
B) A Ética reflexiva se dedica exclusivamente à refle-
xão sobre os deveres das pessoas contidos nos có-
digos específicos dos grupos sociais. 
C) A Ética é equivalente à moral porque ambos os pre-
ceitos investigam os princípios fundamentais do 
comportamento humano. 
D) A Ética é temporal, enquanto a moral é permanente. 
E) A simples existência da moral significa a presença 
explícita de uma Ética, entendida como filosofia mo-
ral, isto é, uma reflexo que discute, problematiza e 
interpreta o significado dos valores morais. 
 
66.A Moral: 
A) no sentido prático, tem finalidade divergente da Éti-
ca, mas ambas são responsáveis por construir as 
bases que vão guiar a conduta do homem. 
B) determina o caráter da sociedade e valores como al-
truísmo e virtudes, ensina a melhor forma de agir e 
de se comportar em sociedade, e capacita o ser 
humano a competir com os antiéticos, utilizando os 
mesmos meios destes. 
C) diferencia-se da Ética no sentido de que esta tende 
a julgar o comportamento moral de cada indivíduo 
no seu meio. No entanto, ambas buscam o bem-
estar social. 
D) É o conjunto de regras aplicadas no cotidiano, usa-
das eventualmente por cada cidadão, que orientam 
cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus 
julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou 
errado, bom ou mau. 
E) É um conjunto de conhecimentos extraídos da in-
vestigação do comportamento humano ao tentar 
explicar as regras morais de forma racional, funda-
mentada, científica e teórica. 
 
67.A função pública deve ser exercida segundo os precei-
tos estabelecidos pela Administração Pública, tendo, 
como parâmetro, o Código de Ética Profissional do 
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, ma-
terializado por meio do Decreto nº 1171/94. 
 
Com base no Decreto nº 1171/94, assinale a opção 
que indica um dever fundamental do servidor público. 
A) Postergar a prestação de contas, quando for neces-
sário ao interesse social. 
B) Respeitar à igualdade, afastando-se de comporta-
mentos que podem favorecer a hierarquia funcional. 
C) Apresentar-se ao trabalho com vestimentas que 
considere mais confortáveis. 
D) Facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços 
por quem de direito. 
E) Exercer suas atribuições com calma e tranquilidade, 
sem apressar-se diante de imprevistos. 
 
68.Ao longo da história, os estudos relacionados à ética 
deram origem a diversos conceitos e classificações 
sobre o termo. Acerca do apresentado, considere a si-
tuação na qual um policial, sozinho, encontra uma car-
teira no meio da rua, com elevada quantia em dinheiro, 
e decida devolvê-la a seu dono, em respeito ao dever, 
independentemente de qualquer recompensa ou risco 
de punição. 
 
Sobre a situação narrada, assinale a opção que indica 
o conceito de ética no qual se baseou a ação do polici-
al. 
A) Relativista. 
B) Formal. 
C) Utilitarista. 
D) Empírico. 
E) Proporcional. 
 
69.Promover a motivação das pessoas que atuam nas 
organizações nem sempre é uma atividade trivial, ten-
do sido, por isso, objeto de diversos estudos por espe-
cialistas. 
 
Assinale a opção que se relaciona corretamente com a 
teoria motivacional dos dois fatores, de Frederick 
Herzberg. 
A) A satisfação das necessidades dos empregados 
deve ser realizada respeitando a hierarquia. 
B) Os comportamentos desejáveis devem ser incenti-
vados por meio de reforços positivos. 
C) O grau de atividade da valência é responsável por 
propiciar ou não a expectativa. 
D) Os elementos higiênicos são responsáveis por evi-
tar a insatisfação. 
E) A comparação com os pares é a base para a análise 
de compatibilidade entre os esforços e as retribui-
ções. 
 
70.Com base nas características utilizadas usualmente 
para a conceituação dos termos ética e moral, assinale 
a afirmativa correta. 
A) A ética é uma normatização de comportamentos, 
enquanto a moral é uma disciplina filosófica. 
B) A ética possui caráter científico, enquanto a moral 
tem caráter prático. 
 
 
C) A ética possui caráter temporal, enquanto a moral 
tem caráter permanente. 
D) A ética está relacionada ao costume, enquanto a 
moral à qualidade do ser. 
E) A ética é cultural, enquanto a moral é teórica. 
 
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 
A E D C E A C D E A 
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 
D A C A D C A B A A 
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 
C A C B B A E D D A 
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 
E E E C E C C E C C 
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 
E E E E E C C C C E 
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 
E C E C E A C B E C 
61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 
B C E C A C D B D B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prá-
tica de atos de improbidade administrativa, de que trata o 
§ 4º do art. 37 da Constituição Federal; e dá outras provi-
dências. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
1) Das Disposições Gerais 
Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de im-
probidade administrativa tutelará a probidade na organi-
zação do Estado e no exercício de suas funções, como 
forma de assegurar a integridade do patrimônio público e 
social, nos termos desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
§ 1º Consideram-se atos de improbidade administrati-
va as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 
desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais. 
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de 
alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 
desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente. 
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 3º O mero exercício da função ou desempenho de 
competências públicas, sem comprovação de ato doloso 
com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de im-
probidade administrativa. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
§ 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplina-
do nesta Lei os princípios constitucionais do direito ad-
ministrativo sancionador. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
§ 5º Os atos de improbidade violam a probidade na or-
ganização do Estado e no exercício de suas funções e a 
integridade do patrimônio público e social dos Poderes 
Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como da adminis-
tração direta e indireta, no âmbito da União, dos Estados, 
dos Municípios e do Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
§ 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de 
improbidade praticados contra o patrimônio de entidade 
privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, 
fiscal ou creditício, de entes públicos ou governamentais, 
previstos no § 5º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
§ 7º Independentemente de integrar a administração 
indireta, estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de 
improbidade praticados contra o patrimônio de entidade 
privada para cuja criação ou custeio o erário haja concor-
 
 
rido ou concorra no seu patrimônio ou receita atual, limi-
tado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à reper-
cussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. 
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 8º Não configura improbidade a ação ou omissão 
decorrente de divergência interpretativa da lei, baseada 
em jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo que 
não venha a ser posteriormente prevalecente nas deci-sões dos órgãos de controle ou dos tribunais do Poder 
Judiciário. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
2) Conceito de Agente Público 
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente 
público o agente político, o servidor público e todo aquele 
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remunera-
ção, por eleição, nomeação, designação, contratação ou 
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, 
cargo, emprego ou função nas entidades referidas no art. 
1º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem 
pública, sujeita-se às sanções previstas nesta Lei o parti-
cular, pessoa física ou jurídica, que celebra com a admi-
nistração pública convênio, contrato de repasse, contrato 
de gestão, termo de parceria, termo de cooperação ou 
ajuste administrativo equivalente. (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
 
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que 
couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, 
induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de 
improbidade. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colabora-
dores de pessoa jurídica de direito privado não respon-
dem pelo ato de improbidade que venha a ser imputado à 
pessoa jurídica, salvo se, comprovadamente, houver par-
ticipação e benefícios diretos, caso em que responderão 
nos limites da sua participação. (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
§ 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa 
jurídica, caso o ato de improbidade administrativa seja 
também sancionado como ato lesivo à administração 
pública de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 
2013. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
3) Dos Atos de Improbidade Administrativa 
a) Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam 
Enriquecimento Ilícito 
Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa 
importando em enriquecimento ilícito auferir, mediante a 
prática de ato doloso, qualquer tipo de vantagem patri-
monial indevida em razão do exercício de cargo, de man-
dato, de função, de emprego ou de atividade nas entida-
des referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (Reda-
ção dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel 
ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta 
ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratifica-
ção ou presente de quem tenha interesse, direto ou indire-
to, que possa ser atingido ou amparado por ação ou 
omissão decorrente das atribuições do agente público; 
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, 
para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem 
móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas enti-
dades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de 
mercado; 
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, 
para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem 
público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por 
preço inferior ao valor de mercado; 
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer 
bem móvel, de propriedade ou à disposição de qualquer 
das entidades referidas no art. 1º desta Lei, bem como o 
trabalho de servidores, de empregados ou de terceiros 
contratados por essas entidades; (Redação dada pela Lei 
nº 14.230, de 2021) 
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, 
direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de 
jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contraban-
do, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou acei-
tar promessa de tal vantagem; 
VI - receber vantagem econômica de qualquer nature-
za, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre 
qualquer dado técnico que envolva obras públicas ou 
qualquer outro serviço ou sobre quantidade, peso, medida, 
qualidade ou característica de mercadorias ou bens for-
necidos a qualquer das entidades referidas no art. 1º des-
ta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de 
mandato, de cargo, de emprego ou de função pública, e 
em razão deles, bens de qualquer natureza, decorrentes 
dos atos descritos no caput deste artigo, cujo valor seja 
desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do 
agente público, assegurada a demonstração pelo agente 
da licitude da origem dessa evolução; (Redação dada pela 
Lei nº 14.230, de 2021) 
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade 
de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou 
jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou 
amparado por ação ou omissão decorrente das atribui-
ções do agente público, durante a atividade; 
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a 
liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natu-
reza; 
 
 
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, 
direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, provi-
dência ou declaração a que esteja obrigado; 
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio 
bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo 
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta 
lei; 
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou 
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades 
mencionadas no art. 1° desta lei. 
 
b) Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam 
Prejuízo ao Erário 
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa 
que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão do-
losa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda pa-
trimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapi-
dação dos bens ou haveres das entidades referidas no 
art. 1º desta Lei, e notadamente: (Redação dada pela Lei 
nº 14.230, de 2021) 
I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a in-
devida incorporação ao patrimônio particular, de pessoa 
física ou jurídica, de bens, de rendas, de verbas ou de va-
lores integrantes do acervo patrimonial das entidades 
referidas no art. 1º desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou ju-
rídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores inte-
grantes do acervo patrimonial das entidades menciona-
das no art. 1º desta lei, sem a observância das formalida-
des legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; 
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente 
despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assis-
tências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de 
qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, 
sem observância das formalidades legais e regulamenta-
res aplicáveis à espécie; 
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou loca-
ção de bem integrante do patrimônio de qualquer das 
entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a presta-
ção de serviço por parte delas, por preço inferior ao de 
mercado; 
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação 
de bem ou serviço por preço superior ao de mercado; 
VI - realizar operação financeira sem observância das 
normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insu-
ficiente ou inidônea; 
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a 
observância das formalidades legais ou regulamentares 
aplicáveis à espécie; 
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de 
processo seletivo para celebração de parcerias com enti-
dades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente, 
acarretando perda patrimonial efetiva; (Redação dada 
pela Lei nº 14.230, de 2021) 
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não 
autorizadas em lei ou regulamento; 
X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de 
renda, bem como no que diz respeito à conservação do 
patrimônio público; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das 
normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a 
sua aplicação irregular; 
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se 
enriqueça ilicitamente;XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particu-
lar, veículos, máquinas, equipamentos ou material de 
qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de 
qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, 
bem como o trabalho de servidor público, empregados ou 
terceiros contratados por essas entidades. 
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que te-
nha por objeto a prestação de serviços públicos por meio 
da gestão associada sem observar as formalidades pre-
vistas na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) 
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público 
sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem 
observar as formalidades previstas na lei. (Incluído pela 
Lei nº 11.107, de 2005) 
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a 
incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física ou 
jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos trans-
feridos pela administração pública a entidades privadas 
mediante celebração de parcerias, sem a observância das 
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espé-
cie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência) 
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou 
jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores 
públicos transferidos pela administração pública a enti-
dade privada mediante celebração de parcerias, sem a 
observância das formalidades legais ou regulamentares 
aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) 
(Vigência) 
XVIII - celebrar parcerias da administração pública 
com entidades privadas sem a observância das formali-
dades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; 
(Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência) 
XIX - agir para a configuração de ilícito na celebração, 
na fiscalização e na análise das prestações de contas de 
parcerias firmadas pela administração pública com enti-
 
 
dades privadas; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela admi-
nistração pública com entidades privadas sem a estrita 
observância das normas pertinentes ou influir de qualquer 
forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº 
13.019, de 2014, com a redação dada pela Lei nº 13.204, 
de 2015) 
XXI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
XXII - conceder, aplicar ou manter benefício financeiro 
ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do 
art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 
2003. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 1º Nos casos em que a inobservância de formalida-
des legais ou regulamentares não implicar perda patrimo-
nial efetiva, não ocorrerá imposição de ressarcimento, 
vedado o enriquecimento sem causa das entidades refe-
ridas no art. 1º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
§ 2º A mera perda patrimonial decorrente da atividade 
econômica não acarretará improbidade administrativa, 
salvo se comprovado ato doloso praticado com essa fina-
lidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
c) Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam 
Contra os Princípios da Administração Pública 
Art. 11.Constitui ato de improbidade administrativa 
que atenta contra os princípios da administração pública 
a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de hones-
tidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada 
por uma das seguintes condutas: (Redação dada pela Lei 
nº 14.230, de 2021) 
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência 
em razão das atribuições e que deva permanecer em se-
gredo, propiciando beneficiamento por informação privi-
legiada ou colocando em risco a segurança da sociedade 
e do Estado; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em ra-
zão de sua imprescindibilidade para a segurança da soci-
edade e do Estado ou de outras hipóteses instituídas em 
lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter con-
correncial de concurso público, de chamamento ou de 
procedimento licitatório, com vistas à obtenção de bene-
fício próprio, direto ou indireto, ou de terceiros; (Redação 
dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a 
fazê-lo, desde que disponha das condições para isso, com 
vistas a ocultar irregularidades; (Redação dada pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento 
de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de 
medida política ou econômica capaz de afetar o preço de 
mercadoria, bem ou serviço. 
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fis-
calização e aprovação de contas de parcerias firmadas 
pela administração pública com entidades privadas. (Vide 
Medida Provisória nº 2.088-35, de 2000) (Redação dada 
pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência) 
XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha 
reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclu-
sive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma 
pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou 
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão 
ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na admi-
nistração pública direta e indireta em qualquer dos Pode-
res da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
cípios, compreendido o ajuste mediante designações 
recíprocas; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
XII - praticar, no âmbito da administração pública e 
com recursos do erário, ato de publicidade que contrarie o 
disposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, de 
forma a promover inequívoco enaltecimento do agente 
público e personalização de atos, de programas, de obras, 
de serviços ou de campanhas dos órgãos públicos. 
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
Corrupção e Nepotismo 
§ 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas 
contra a Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 
31 de janeiro de 2006, somente haverá improbidade ad-
ministrativa, na aplicação deste artigo, quando for com-
provado na conduta funcional do agente público o fim de 
obter proveito ou benefício indevido para si ou para outra 
pessoa ou entidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a quais-
quer atos de improbidade administrativa tipificados nesta 
Lei e em leis especiais e a quaisquer outros tipos especi-
ais de improbidade administrativa instituídos por lei. (In-
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 3º O enquadramento de conduta funcional na cate-
goria de que trata este artigo pressupõe a demonstração 
objetiva da prática de ilegalidade no exercício da função 
pública, com a indicação das normas constitucionais, 
legais ou infralegais violadas. (Incluído pela Lei nº 14.230, 
de 2021) 
§ 4º Os atos de improbidade de que trata este artigo 
exigem lesividade relevante ao bem jurídico tutelado para 
serem passíveis de sancionamento e independem do re-
conhecimento da produção de danos ao erário e de enri-
quecimento ilícito dos agentes públicos. (Incluído pela Lei 
nº 14.230, de 2021) 
 
 
§ 5º Não se configurará improbidade a mera nomea-
ção ou indicação política por parte dos detentores de 
mandatos eletivos, sendo necessária a aferição de dolo 
com finalidade ilícita por parte do agente. (Incluído pela 
Lei nº 14.230, de 2021) 
 
4) Das Penas 
Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral 
do dano patrimonial, se efetivo, e das sanções penais 
comuns e de responsabilidade, civis e administrativas 
previstas na legislação específica, está o responsável 
pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, 
que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de 
acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei 
nº 14.230, de 2021) 
I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou 
valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da 
função pública, suspensão dos direitos políticos até 14 
(catorze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao 
valordo acréscimo patrimonial e proibição de contratar 
com o poder público ou de receber benefícios ou incenti-
vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda 
que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio 
majoritário, pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos; 
II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou 
valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concor-
rer esta circunstância, perda da função pública, suspen-
são dos direitos políticos até 12 (doze) anos, pagamento 
de multa civil equivalente ao valor do dano e proibição de 
contratar com o poder público ou de receber benefícios ou 
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, 
ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja 
sócio majoritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) 
anos; 
III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de 
multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da re-
muneração percebida pelo agente e proibição de contra-
tar com o poder público ou de receber benefícios ou in-
centivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, 
ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja 
sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) 
anos; 
 
 
 
 
 
 
 
 
§ 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóte-
ses dos incisos I e II do caput deste artigo, atinge apenas 
o vínculo de mesma qualidade e natureza que o agente 
público ou político detinha com o poder público na época 
do cometimento da infração, podendo o magistrado, na 
hipótese do inciso I do caput deste artigo, e em caráter 
excepcional, estendê-la aos demais vínculos, considera-
das as circunstâncias do caso e a gravidade da infração. 
§ 2º A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz 
considerar que, em virtude da situação econômica do réu, 
o valor calculado na forma dos incisos I, II e III do caput 
deste artigo é ineficaz para reprovação e prevenção do 
ato de improbidade. 
§ 3º Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão 
ser considerados os efeitos econômicos e sociais das 
sanções, de modo a viabilizar a manutenção de suas ati-
vidades. 
§ 4º Em caráter excepcional e por motivos relevantes 
devidamente justificados, a sanção de proibição de con-
tratação com o poder público pode extrapolar o ente pú-
blico lesado pelo ato de improbidade, observados os im-
pactos econômicos e sociais das sanções, de forma a 
preservar a função social da pessoa jurídica, conforme 
disposto no § 3º deste artigo. 
§ 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídi-
cos tutelados por esta Lei, a sanção limitar-se-á à aplica-
ção de multa, sem prejuízo do ressarcimento do dano e da 
perda dos valores obtidos, quando for o caso, nos termos 
do caput deste artigo. 
§ 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a repara-
ção do dano a que se refere esta Lei deverá deduzir o 
ressarcimento ocorrido nas instâncias criminal, civil e 
administrativa que tiver por objeto os mesmos fatos. 
§ 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com 
base nesta Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 
2013, deverão observar o princípio constitucional do non 
bis in idem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Enriquecimento Ilícito Prejuízo ao Erário Violação de Princípios 
Perda de Bens Sim Sim - 
Perda da Função Sim Sim - 
Suspensão Direitos Políticos Até 14 anos Até 12 anos - 
Multa Civil 
Valor do acréscimo 
patrimonial 
Valor do dano 
Até 24x o valor 
da remuneração recebida 
Proibição de receber benefícios 
fiscais ou incentivos 
Até 14 anos Até 12 anos Até 4 anos 
 
 
 
§ 8º A sanção de proibição de contratação com o po-
der público deverá constar do Cadastro Nacional de Em-
presas Inidôneas e Suspensas (CEIS) de que trata a Lei nº 
12.846, de 1º de agosto de 2013, observadas as limita-
ções territoriais contidas em decisão judicial, conforme 
disposto no § 4º deste artigo. 
§ 9º As sanções previstas neste artigo somente pode-
rão ser executadas após o trânsito em julgado da senten-
ça condenatória. 
§ 10. Para efeitos de contagem do prazo da sanção de 
suspensão dos direitos políticos, computar-se-á retroati-
vamente o intervalo de tempo entre a decisão colegiada e 
o trânsito em julgado da sentença condenatória. 
 
5) Da Declaração de Bens 
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam 
condicionados à apresentação de declaração de imposto 
de renda e proventos de qualquer natureza, que tenha 
sido apresentada à Secretaria Especial da Receita Federal 
do Brasil, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal 
competente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 2º A declaração de bens a que se refere o caput des-
te artigo será atualizada anualmente e na data em que o 
agente público deixar o exercício do mandato, do cargo, 
do emprego ou da função. (Redação dada pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
§ 3º Será apenado com a pena de demissão, sem pre-
juízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se 
recusar a prestar a declaração dos bens a que se refere o 
caput deste artigo dentro do prazo determinado ou que 
prestar declaração falsa. (Redação dada pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
 
6) Do Procedimento Administrativo e do Processo Judici-
al 
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autori-
dade administrativa competente para que seja instaurada 
investigação destinada a apurar a prática de ato de im-
probidade. 
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a 
termo e assinada, conterá a qualificação do representan-
te, as informações sobre o fato e sua autoria e a indica-
ção das provas de que tenha conhecimento. 
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a represen-
tação, em despacho fundamentado, se esta não contiver 
as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A 
rejeição não impede a representação ao Ministério Públi-
co, nos termos do art. 22 desta lei. 
 
 
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a auto-
ridade determinará a imediata apuração dos fatos, obser-
vada a legislação que regula o processo administrativo 
disciplinar aplicável ao agente. (Redação dada pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
 
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento 
ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas 
da existência de procedimento administrativo para apurar 
a prática de ato de improbidade. 
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou 
Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar 
representante para acompanhar o procedimento adminis-
trativo. 
 
Art. 16. Na ação por improbidade administrativa pode-
rá ser formulado, em caráter antecedente ou incidente, 
pedido de indisponibilidade de bens dos réus, a fim de 
garantir a integral recomposição do erário ou do acrésci-
mo patrimonial resultante de enriquecimento ilícito. 
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que se 
refere o caput deste artigo poderá ser formulado indepen-
dentemente da representação de que trata o art. 7º desta 
Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 2º Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade 
de bens a que se refere o caput deste artigo incluirá a 
investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas ban-
cárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado 
no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacio-
nais. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se re-
fere o caput deste artigo apenas será deferido mediante a 
demonstração no caso concreto de perigo de dano irrepa-
rável ou de risco ao resultado útil do processo, desde que 
o juiz se convença da probabilidade da ocorrência dos 
atos descritos na petição inicial com fundamento nos 
respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu 
em 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada 
sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório 
prévio puder comprovadamente frustrar aefetividade da 
medida ou houver outras circunstâncias que recomendem 
a proteção liminar, não podendo a urgência ser presumi-
da. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória 
dos valores declarados indisponíveis não poderá superar 
o montante indicado na petição inicial como dano ao erá-
rio ou como enriquecimento ilícito. (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
 
 
 
§ 6º O valor da indisponibilidade considerará a estima-
tiva de dano indicada na petição inicial, permitida a sua 
substituição por caução idônea, por fiança bancária ou 
por seguro-garantia judicial, a requerimento do réu, bem 
como a sua readequação durante a instrução do proces-
so. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá 
da demonstração da sua efetiva concorrência para os 
atos ilícitos apurados ou, quando se tratar de pessoa jurí-
dica, da instauração de incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica, a ser processado na forma da lei 
processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por 
esta Lei, no que for cabível, o regime da tutela provisória 
de urgência da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 
(Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
§ 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida rela-
tiva à indisponibilidade de bens caberá agravo de instru-
mento, nos termos da Lei nº 13.105, de 16 de março de 
2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
§ 10. A indisponibilidade recairá sobre bens que asse-
gurem exclusivamente o integral ressarcimento do dano 
ao erário, sem incidir sobre os valores a serem eventual-
mente aplicados a título de multa civil ou sobre acréscimo 
patrimonial decorrente de atividade lícita. (Incluído pela 
Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 11. A ordem de indisponibilidade de bens deverá pri-
orizar veículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis 
em geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quo-
tas de sociedades simples e empresárias, pedras e metais 
preciosos e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de 
contas bancárias, de forma a garantir a subsistência do 
acusado e a manutenção da atividade empresária ao lon-
go do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 12. O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade 
de bens do réu a que se refere o caput deste artigo, obser-
vará os efeitos práticos da decisão, vedada a adoção de 
medida capaz de acarretar prejuízo à prestação de servi-
ços públicos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 13. É vedada a decretação de indisponibilidade da 
quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos deposita-
dos em caderneta de poupança, em outras aplicações 
financeiras ou em conta-corrente. (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
§ 14. É vedada a decretação de indisponibilidade do 
bem de família do réu, salvo se comprovado que o imóvel 
seja fruto de vantagem patrimonial indevida, conforme 
descrito no art. 9º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, 
de 2021) 
 
Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que 
trata esta Lei será proposta pelo Ministério Público e se-
guirá o procedimento comum previsto na Lei nº 13.105, 
de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), salvo 
o disposto nesta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, 
de 2021) 
§ 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo de-
verá ser proposta perante o foro do local onde ocorrer o 
dano ou da pessoa jurídica prejudicada. (Incluído pela Lei 
nº 14.230, de 2021) 
§ 5º A propositura da ação a que se refere o caput des-
te artigo prevenirá a competência do juízo para todas as 
ações posteriormente intentadas que possuam a mesma 
causa de pedir ou o mesmo objeto. (Redação dada pela 
Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 7º Se a petição inicial estiver em devida forma, o juiz 
mandará autuá-la e ordenará a citação dos requeridos 
para que a contestem no prazo comum de 30 (trinta) dias, 
iniciado o prazo na forma do art. 231 da Lei nº 13.105, de 
16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Reda-
ção dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 9º-A Da decisão que rejeitar questões preliminares 
suscitadas pelo réu em sua contestação caberá agravo de 
instrumento. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensu-
al, poderão as partes requerer ao juiz a interrupção do 
prazo para a contestação, por prazo não superior a 90 
(noventa) dias. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 10-B. Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvi-
do o autor, o juiz: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
I - procederá ao julgamento conforme o estado do pro-
cesso, observada a eventual inexistência manifesta do 
ato de improbidade; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas a 
otimizar a instrução processual. (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
§ 10-C. Após a réplica do Ministério Público, o juiz pro-
ferirá decisão na qual indicará com precisão a tipificação 
do ato de improbidade administrativa imputável ao réu, 
sendo-lhe vedado modificar o fato principal e a capitula-
ção legal apresentada pelo autor. (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
§ 10-D. Para cada ato de improbidade administrativa, 
deverá necessariamente ser indicado apenas um tipo 
dentre aqueles previstos nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei. 
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 10-E. Proferida a decisão referida no § 10-C deste ar-
tigo, as partes serão intimadas a especificar as provas 
que pretendem produzir. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
 
 
§ 10-F. Será nula a decisão de mérito total ou parcial 
da ação de improbidade administrativa que: (Incluído pela 
Lei nº 14.230, de 2021) 
I - condenar o requerido por tipo diverso daquele defi-
nido na petição inicial; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
II - condenar o requerido sem a produção das provas 
por ele tempestivamente especificadas. (Incluído pela Lei 
nº 14.230, de 2021) 
§ 11. Em qualquer momento do processo, verificada a 
inexistência do ato de improbidade, o juiz julgará a de-
manda improcedente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, 
de 2021) 
§ 17. Da decisão que converter a ação de improbidade 
em ação civil pública caberá agravo de instrumento. (In-
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 18. Ao réu será assegurado o direito de ser interro-
gado sobre os fatos de que trata a ação, e a sua recusa ou 
o seu silêncio não implicarão confissão. (Incluído pela Lei 
nº 14.230, de 2021) 
§ 19. Não se aplicam na ação de improbidade adminis-
trativa: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
I - a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo 
autor em caso de revelia; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
II - a imposição de ônus da prova ao réu, na forma dos 
§§ 1º e 2º do art. 373 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 
2015 (Código de Processo Civil); (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
III - o ajuizamento de mais de uma ação de improbida-
de administrativa pelo mesmo fato, competindo ao Conse-
lho Nacional do Ministério Público dirimir conflitos de 
atribuições entre membros de Ministérios Públicos distin-
tos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
IV - o reexame obrigatório da sentença de improcedên-
cia ou de extinção sem resolução de mérito. (Incluído pela 
Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 20. A assessoria jurídica que emitiu o parecer ates-
tando a legalidade prévia dos atos administrativos prati-
cados pelo administrador público ficará obrigada a defen-
dê-lo judicialmente, caso este venha a responder ação por 
improbidade administrativa, até que a decisão transite em 
julgado. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 21. Das decisões interlocutórias caberá agravo de 
instrumento, inclusive da decisão que rejeitar questões 
preliminares suscitadas pelo réu em sua contestação. 
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
 
 
Art. 17-B. O Ministério Público poderá, conforme as 
circunstânciaspor meio de 
lei, e não por contrato. 
No que se refere à realização de licitação, deve-se dis-
tinguir a empresa pública e a sociedade de economia 
mista, se prestadoras de serviços ou exploradoras de 
atividade econômicas. 
Quando prestadoras de serviços públicos, seguem as 
normas gerais para licitação. Entretanto, quando explo-
ram atividade econômica, a situação é diferente, conside-
rando que elas poderão ter regime especial, mediante 
estatuto jurídico próprio, consoante o art. 173, § 1º, III, da 
CF/88, para licitações e contratos, obedecendo sempre 
aos princípios da administração. 
Tal regime simplificado tem como propósito evitar a 
sujeição dessas empresas ao rigor da Lei nº 8.666/93, 
que exige altos custos e longo prazo de preparação para a 
celebração do contrato. Considerando que elas estão 
inseridas na iniciativa privada, o objetivo é que possam 
competir em condições de igualdade com as demais em-
presas. 
No que tange à responsabilidade civil, também o que 
interessa é a finalidade. Para as prestadoras de serviços 
públicos, há a aplicação do art. 37, § 6º, da CF/88, que 
lhes atribui a responsabilidade objetiva, independente do 
elemento subjetivo, a culpa ou dolo, bastando à vítima 
demonstrar a conduta, o dano e o nexo causal entre am-
bas. Admite-se, entretanto, que, apesar de a regra ser a da 
teoria objetiva, é possível excepcionalmente aplicar a 
teoria subjetiva quando acontecem condutas omissivas. 
As pessoas que atuam nas empresas estatais são 
consideradas agentes públicos, colocados na classifica-
ção de servidores estatais, na espécie servidores de entes 
governamentais de direito privado. Para esses agentes, 
há duas regras: uma aplicável a seus dirigentes, e outra, 
aplicável ao restante do quadro de pessoal. 
Os dirigentes são investidos em decorrência de provi-
dências governamentais, sendo, portanto, empregados da 
empresa estatal regidos pela CLT, salvo se já tiverem vín-
culo empregatício anterior. 
Os demais agentes dessas empresas, conhecidos co-
mo empregados públicos, são regidos pela CLT, mas se 
equiparam a servidores públicos para algumas regras 
como: obrigatoriedade de aprovação em concurso públi-
co, submissão ao teto remuneratório e proibição de acu-
mulação de emprego. 
As empresas públicas e sociedades de economia mis-
ta, bem como as fundações públicas de direito privado, 
submetem-se às regras processuais gerais, sem os privi-
légios peculiares à Fazenda Pública. 
 
Órgãos Públicos 
 
Como já visto anteriormente, o Estado, para prestação 
de suas atividades, pelas diversas funções que exerce, 
tem que distribuir em seu setor interior os encargos de 
sua competência com diversas unidades, exercendo cada 
qual uma parcela de suas atribuições. 
Essas unidades são chamadas de órgãos públicos e, 
em razão de sua especialização, conseguem desenvolver 
serviços mais eficientes. 
Os agentes públicos integram os órgãos e realizam em 
última instância a vontade estatal. Desse modo, toda atu-
ação do agente público, seja lícita ou ilícita, sempre é 
imputada ao ente estatal. Trata-se da “Teoria do Órgão” 
ou “Teoria da Imputação”. 
Esta teoria determina que o órgão, como mero ente 
despersonalizado de competências, é uma parte da pes-
soa jurídica estatal. O órgão não é pessoa e classicamen-
te não é sujeito de direitos, nem de obrigações. O órgão é, 
na verdade, um círculo de poderes e atribuições. 
É o órgão que realiza a ligação entre a pessoa jurídica 
e o servidor público. Por esta teoria, a pessoa jurídica 
expressa sua vontade por meio de órgãos, de modo que 
quando os agentes que os compõem manifestam essa 
vontade, é como se a própria entidade o fizesse. 
Vejamos algumas características do órgão público no 
Brasil: 
 
- Não possuem personalidade jurídica própria, ou seja, 
os atos que praticam são atribuídos ou imputados à 
entidade estatal a que pertence; 
 
 
 
 
 
- Os órgãos também não se confundem com a pessoa 
jurídica, porque esta representa o todo em que os ór-
gãos são partes. Também não se confundem com a 
pessoa física, porque representam uma reunião de 
funções a serem exercidas pelos agentes que com-
põem o órgão; 
 
- Entre os órgãos existe um vínculo hierárquico; 
 
- Alguns órgãos podem ter representação própria, isto é, 
ter seus próprios procuradores, apesar de em regra 
não ter capacidade para estar em juízo, salvo em situ-
ações excepcionais em que lhes é atribuída a persona-
lidade jurídica. 
 
Classificação dos órgãos públicos 
 
a) Quanto à posição estatal: 
 
- Órgãos independentes: São os originários da Consti-
tuição e representativos dos três Poderes do Estado, 
sem qualquer subordinação hierárquica e funcional, e 
sujeitos apenas aos controles jurisdicionais de um so-
bre o outro. Exemplo: a Chefia do Executivo, as Casas 
Legislativas e os órgãos do Poder Judiciário. 
 
- Órgãos autônomos: São os localizados na cúpula da 
Administração, imediatamente abaixo dos órgãos in-
dependentes e diretamente subordinados a seus che-
fes. Podem participar das decisões governamentais. 
Exemplo; Ministérios, Secretarias de Estado e de Mu-
nicípio, Procuradoria Geral de Justiça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Órgãos Superiores: São os que detêm poder de dire-
ção, controle, decisão e comando dos assuntos de sua 
competência específica, mas sempre sujeitos à subor-
dinação e ao controle hierárquico de uma chefia mais 
alta. Não gozam de autonomia administrativa e nem 
financeira. Exemplo: Inspetorias-Gerais, Departamen-
tos e Divisões. 
 
- Órgãos Subalternos: São os que se acham subordina-
dos hierarquicamente a órgãos de decisão, exercendo 
principalmente funções de execução. Exemplo: Seções 
de Almoxarifado, de Pessoal, Zeladoria. 
 
b) Quanto à estrutura: 
 
- Órgãos Simples ou Unitários: São constituídos por um 
único centro de atribuições, sem subdivisões internas. 
Exemplo: Conselho de Defesa Nacional. 
 
- Órgãos Compostos: São constituídos por vários outros 
órgãos. Exemplo: Ministérios, Secretarias de Estado e 
Congresso Nacional. 
 
c) Quanto à composição: 
 
- Órgãos singulares ou unipessoais: São os integrados 
por um único agente. Exemplo: Presidência da Repú-
blica. 
 
- Órgãos coletivos, colegiados ou pluripessoais: São os 
constituídos por vários agentes. Exemplo: Tribunais e 
Congresso Nacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Estado se organiza em Governo (parte estatal que 
define os ideais, diretrizes, e políticas – tratado pelo Direi-
to Constitucional) e Administração Pública (parte do Es-
tado encarregada de efetivar os ideais estatais – tratado 
pelo Direito Administrativo). O Direito Administrativo exis-
te para administrar o interesse público, regendo a Admi-
nistração Pública. 
 
A Administração Pública visa atender o interesse pú-
blico primário (atendimento das necessidades da Admi-
nistração Pública – interesse da coletividade) e secundá-
rio (interesse privado da Administração Pública que se 
justifica pelo primário). 
 
A Organização Administrativa é a estruturação de pes-
soas, entidades e órgãos que irão desempenhar funções 
administrativas. A Administração Pública encontra alicer-
çada no art. 37, CR/88, podendo ser organizada de forma 
direta (União, Estados, Distrito Federal, Municípios) e indi-
reta (Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas 
e Sociedades de Economia Mista). 
 
Assim, temos na estrutura da Administração Pública 
Indireta as Autarquias, que são frutos da descentralização 
governamental, criando pessoas jurídicas de direito públi-
co que exerçam atividades típicas de Estado. Dessa con-
ceituação, tiramos várias espécies, dentre elas, as Agên-
cias Reguladoras e Agências Executivas. Veremos aqui a 
distinção dessas espécies. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGÊNCIAS REGULADORAS 
 
Inicialmente, a expressão conceituava as universida-
des e era usada para rotular pessoas jurídicas que desfru-
tavam de um teor de independência administrativado caso concreto, celebrar acordo de não 
persecução civil, desde que dele advenham, ao menos, os 
seguintes resultados: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
I - o integral ressarcimento do dano; (Incluído pela Lei 
nº 14.230, de 2021) 
II - a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem 
indevida obtida, ainda que oriunda de agentes privados. 
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 1º A celebração do acordo a que se refere o caput 
deste artigo dependerá, cumulativamente: (Incluído pela 
Lei nº 14.230, de 2021) 
I - da oitiva do ente federativo lesado, em momento an-
terior ou posterior à propositura da ação; (Incluído pela 
Lei nº 14.230, de 2021) 
II - de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, 
pelo órgão do Ministério Público competente para apreci-
ar as promoções de arquivamento de inquéritos civis, se 
anterior ao ajuizamento da ação; (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
III - de homologação judicial, independentemente de o 
acordo ocorrer antes ou depois do ajuizamento da ação 
de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
§ 2º Em qualquer caso, a celebração do acordo a que 
se refere o caput deste artigo considerará a personalidade 
do agente, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a 
repercussão social do ato de improbidade, bem como as 
vantagens, para o interesse público, da rápida solução do 
caso. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 3º Para fins de apuração do valor do dano a ser res-
sarcido, deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de Con-
tas competente, que se manifestará, com indicação dos 
parâmetros utilizados, no prazo de 90 (noventa) dias. 
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 4º O acordo a que se refere o caput deste artigo po-
derá ser celebrado no curso da investigação de apuração 
do ilícito, no curso da ação de improbidade ou no momen-
to da execução da sentença condenatória. (Incluído pela 
Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 5º As negociações para a celebração do acordo a 
que se refere o caput deste artigo ocorrerão entre o Minis-
tério Público, de um lado, e, de outro, o investigado ou 
demandado e o seu defensor. (Incluído pela Lei nº 14.230, 
de 2021) 
§ 6º O acordo a que se refere o caput deste artigo po-
derá contemplar a adoção de mecanismos e procedimen-
tos internos de integridade, de auditoria e de incentivo à 
denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códi-
gos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica, 
se for o caso, bem como de outras medidas em favor do 
 
 
interesse público e de boas práticas administrativas. 
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 7º Em caso de descumprimento do acordo a que se 
refere o caput deste artigo, o investigado ou o demandado 
ficará impedido de celebrar novo acordo pelo prazo de 5 
(cinco) anos, contado do conhecimento pelo Ministério 
Público do efetivo descumprimento. (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
 
Art. 17-C. A sentença proferida nos processos a que 
se refere esta Lei deverá, além de observar o disposto no 
art. 489 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código 
de Processo Civil): (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
I - indicar de modo preciso os fundamentos que de-
monstram os elementos a que se referem os arts. 9º, 10 e 
11 desta Lei, que não podem ser presumidos; (Incluído 
pela Lei nº 14.230, de 2021) 
II - considerar as consequências práticas da decisão, 
sempre que decidir com base em valores jurídicos abstra-
tos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
III - considerar os obstáculos e as dificuldades reais do 
gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, 
sem prejuízo dos direitos dos administrados e das cir-
cunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou 
condicionado a ação do agente; (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
IV - considerar, para a aplicação das sanções, de forma 
isolada ou cumulativa: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
a) os princípios da proporcionalidade e da razoabilida-
de; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
b) a natureza, a gravidade e o impacto da infração co-
metida; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
c) a extensão do dano causado; (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
d) o proveito patrimonial obtido pelo agente; (Incluído 
pela Lei nº 14.230, de 2021) 
e) as circunstâncias agravantes ou atenuantes; (Inclu-
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
f) a atuação do agente em minorar os prejuízos e as 
consequências advindas de sua conduta omissiva ou 
comissiva; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
g) os antecedentes do agente; (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
V - considerar na aplicação das sanções a dosimetria 
das sanções relativas ao mesmo fato já aplicadas ao 
agente; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
 
VI - considerar, na fixação das penas relativamente ao 
terceiro, quando for o caso, a sua atuação específica, não 
admitida a sua responsabilização por ações ou omissões 
para as quais não tiver concorrido ou das quais não tiver 
obtido vantagens patrimoniais indevidas; (Incluído pela 
Lei nº 14.230, de 2021) 
VII - indicar, na apuração da ofensa a princípios, crité-
rios objetivos que justifiquem a imposição da sanção. 
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 1º A ilegalidade sem a presença de dolo que a quali-
fique não configura ato de improbidade. (Incluído pela Lei 
nº 14.230, de 2021) 
§ 2º Na hipótese de litisconsórcio passivo, a condena-
ção ocorrerá no limite da participação e dos benefícios 
diretos, vedada qualquer solidariedade. (Incluído pela Lei 
nº 14.230, de 2021) 
§ 3º Não haverá remessa necessária nas sentenças de 
que trata esta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
Art. 17-D. A ação por improbidade administrativa é re-
pressiva, de caráter sancionatório, destinada à aplicação 
de sanções de caráter pessoal previstas nesta Lei, e não 
constitui ação civil, vedado seu ajuizamento para o con-
trole de legalidade de políticas públicas e para a proteção 
do patrimônio público e social, do meio ambiente e de 
outros interesses difusos, coletivos e individuais homo-
gêneos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
Parágrafo único. Ressalvado o disposto nesta Lei, o 
controle de legalidade de políticas públicas e a responsa-
bilidade de agentes públicos, inclusive políticos, entes 
públicos e governamentais, por danos ao meio ambiente, 
ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estéti-
co, histórico, turístico e paisagístico, a qualquer outro 
interesse difuso ou coletivo, à ordem econômica, à ordem 
urbanística, à honra e à dignidade de grupos raciais, étni-
cos ou religiosos e ao patrimônio público e social subme-
tem-se aos termos da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985. 
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
Art. 18. A sentença que julgar procedente a ação fun-
dada nos arts. 9º e 10 desta Lei condenará ao ressarci-
mento dos danos e à perda ou à reversão dos bens e valo-
res ilicitamente adquiridos, conforme o caso, em favor da 
pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. (Redação dada 
pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 1º Se houver necessidade de liquidação do dano, a 
pessoa jurídica prejudicada procederá a essa determina-
ção e ao ulterior procedimento para cumprimento da sen-
tença referente ao ressarcimento do patrimônio público 
ou à perda ou à reversão dos bens. (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
 
 
§ 2º Caso a pessoa jurídica prejudicada não adote as 
providências a que se refere o § 1º deste artigo no prazo 
de 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da sen-
tença de procedência da ação, caberá ao Ministério Públi-
co proceder à respectiva liquidação do dano e ao cum-
primento da sentença referente ao ressarcimento do pa-
trimônio público ou à perda ou à reversão dos bens, sem 
prejuízo de eventual responsabilização pela omissão veri-
ficada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 3º Para fins de apuração do valor do ressarcimento, 
deverão ser descontados os serviços efetivamente pres-
tados.(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 4º O juiz poderá autorizar o parcelamento, em até 48 
(quarenta e oito) parcelas mensais corrigidas monetaria-
mente, do débito resultante de condenação pela prática 
de improbidade administrativa se o réu demonstrar inca-
pacidade financeira de saldá-lo de imediato. 
 
Art. 18-A. A requerimento do réu, na fase de cumpri-
mento da sentença, o juiz unificará eventuais sanções 
aplicadas com outras já impostas em outros processos, 
tendo em vista a eventual continuidade de ilícito ou a 
prática de diversas ilicitudes, observado o seguinte: 
I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz promoverá 
a maior sanção aplicada, aumentada de 1/3 (um terço), ou 
a soma das penas, o que for mais benéfico ao réu; 
II - no caso de prática de novos atos ilícitos pelo mes-
mo sujeito, o juiz somará as sanções. (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
Parágrafo único. As sanções de suspensão de direitos 
políticos e de proibição de contratar ou de receber incen-
tivos fiscais ou creditícios do poder público observarão o 
limite máximo de 20 (vinte) anos. (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
 
7) Das Disposições Penais 
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de im-
probidade contra agente público ou terceiro beneficiário, 
quando o autor da denúncia o sabe inocente. 
Pena: detenção de seis a dez meses e multa. 
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante 
está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materi-
ais, morais ou à imagem que houver provocado. 
 
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos 
direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julga-
do da sentença condenatória. 
§ 1º A autoridade judicial competente poderá determi-
nar o afastamento do agente público do exercício do car-
go, do emprego ou da função, sem prejuízo da remunera-
ção, quando a medida for necessária à instrução proces-
sual ou para evitar a iminente prática de novos ilícitos. 
§ 2º O afastamento previsto no § 1º deste artigo será 
de até 90 (noventa) dias, prorrogáveis uma única vez por 
igual prazo, mediante decisão motivada. (Incluído pela Lei 
nº 14.230, de 2021) 
 
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei 
independe: 
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, 
salvo quanto à pena de ressarcimento e às condutas pre-
vistas no art. 10 desta Lei; 
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de 
controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. 
§ 1º Os atos do órgão de controle interno ou externo 
serão considerados pelo juiz quando tiverem servido de 
fundamento para a conduta do agente público. 
§ 2º As provas produzidas perante os órgãos de con-
trole e as correspondentes decisões deverão ser conside-
radas na formação da convicção do juiz, sem prejuízo da 
análise acerca do dolo na conduta do agente. 
§ 3º As sentenças civis e penais produzirão efeitos em 
relação à ação de improbidade quando concluírem pela 
inexistência da conduta ou pela negativa da autoria. 
§ 4º A absolvição criminal em ação que discuta os 
mesmos fatos, confirmada por decisão colegiada, impede 
o trâmite da ação da qual trata esta Lei, havendo comuni-
cação com todos os fundamentos de absolvição previs-
tos no art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 
1941 (Código de Processo Penal). 
§ 5º Sanções eventualmente aplicadas em outras es-
feras deverão ser compensadas com as sanções aplica-
das nos termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
 
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, 
o Ministério Público, de ofício, a requerimento de autori-
dade administrativa ou mediante representação formula-
da de acordo com o disposto no art. 14 desta Lei, poderá 
instaurar inquérito civil ou procedimento investigativo 
assemelhado e requisitar a instauração de inquérito poli-
cial. 
 
8) Da Prescrição 
Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas 
nesta Lei prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da 
ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, 
do dia em que cessou a permanência. (Redação dada pela 
Lei nº 14.230, de 2021) 
 
 
§ 1º A instauração de inquérito civil ou de processo 
administrativo para apuração dos ilícitos referidos nesta 
Lei suspende o curso do prazo prescricional por, no má-
ximo, 180 (cento e oitenta) dias corridos, recomeçando a 
correr após a sua conclusão ou, caso não concluído o 
processo, esgotado o prazo de suspensão. (Incluído pela 
Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbi-
dade será concluído no prazo de 365 (trezentos e sessen-
ta e cinco) dias corridos, prorrogável uma única vez por 
igual período, mediante ato fundamentado submetido à 
revisão da instância competente do órgão ministerial, 
conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído pela 
Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a 
ação deverá ser proposta no prazo de 30 (trinta) dias, se 
não for caso de arquivamento do inquérito civil. 
§ 4º O prazo da prescrição referido no caput deste ar-
tigo interrompe-se: 
I - pelo ajuizamento da ação de improbidade adminis-
trativa; 
II - pela publicação da sentença condenatória; 
III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal 
de Justiça ou Tribunal Regional Federal que confirma 
sentença condenatória ou que reforma sentença de im-
procedência; 
IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior 
Tribunal de Justiça que confirma acórdão condenatório 
ou que reforma acórdão de improcedência; 
V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo 
Tribunal Federal que confirma acórdão condenatório ou 
que reforma acórdão de improcedência. 
§ 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a 
correr do dia da interrupção, pela metade do prazo previs-
to no caput deste artigo. 
§ 6º A suspensão e a interrupção da prescrição produ-
zem efeitos relativamente a todos os que concorreram 
para a prática do ato de improbidade. 
§ 7º Nos atos de improbidade conexos que sejam ob-
jeto do mesmo processo, a suspensão e a interrupção 
relativas a qualquer deles estendem-se aos demais. 
§ 8º O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério 
Público, deverá, de ofício ou a requerimento da parte inte-
ressada, reconhecer a prescrição intercorrente da preten-
são sancionadora e decretá-la de imediato, caso, entre os 
marcos interruptivos referidos no § 4º, transcorra o prazo 
previsto no § 5º deste artigo. 
 
 
 
Art. 23-A. É dever do poder público oferecer contínua 
capacitação aos agentes públicos e políticos que atuem 
com prevenção ou repressão de atos de improbidade ad-
ministrativa. 
 
Art. 23-B. Nas ações e nos acordos regidos por esta 
Lei, não haverá adiantamento de custas, de preparo, de 
emolumentos, de honorários periciais e de quaisquer ou-
tras despesas. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 1º No caso de procedência da ação, as custas e as 
demais despesas processuais serão pagas ao final. 
§ 2º Haverá condenação em honorários sucumben-
ciais em caso de improcedência da ação de improbidade 
se comprovada má-fé. 
 
Art. 23-C. Atos que ensejem enriquecimento ilícito, 
perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento 
ou dilapidação de recursos públicos dos partidos políti-
cos, ou de suas fundações, serão responsabilizados nos 
termos da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995. (Inclu-
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Princípios administrativos constitucionais: Explícitos 
 
Estabelecidas as noções introdutórias do Direito Ad-
ministrativo, é possível partir para a análise dos princípios 
que embasam o estudo desta disciplina. 
 
Inicialmente, para o reconhecimento do Direito Admi-
nistrativo como disciplina autônoma, esses princípios não 
podem ser escolhidos de forma aleatória etambém não 
podem ser considerados de forma isolada; é necessária a 
fixação de um conjunto sistematizado de princípios e 
normas que lhe ofereça identidade, tornando possível 
diferenciá-lo dos demais ramos do direito. 
 
Os princípios escolhidos para compor esse conjunto 
devem ser peculiares aos seus objetivos e devem especi-
almente guardar entre si uma correlação lógica, uma rela-
ção de coerência e unidade, um ponto de coincidência, 
compondo um sistema ou regime: o regime jurídico admi-
nistrativo. 
 
A Constituição Federal de 1988 definiu em seu artigo 
37 os princípios administrativos constitucionais. Tais 
princípios constituem a base das regras administrativas 
no País. 
 
Enfatizamos que a existência destes princípios explíci-
tos na lei não afastam em momento algum os princípios 
implícitos, já estudados no capítulo anterior e conhecidos 
como princípios gerais do direito público, haja vista que o 
Direito Administrativo consiste em uma ciência composta 
por normas esparsas, fazendo uso constante da doutrina 
e da jurisprudência. 
 
a) Legalidade: Para a Administração Pública tal princípio 
indica que os agentes públicos só podem fazer o que a 
lei determina ou o autoriza. É a base do Estado Demo-
crático de Direito e garante que todos os conflitos se-
jam resolvidos pela lei. É agir apenas secundum legis, 
nunca contra legem ou praeter legem. Para os particu-
lares, a legalidade possui um perfil diverso, com uma 
maior incidência de liberdade, que pode ser sintetizada 
nos seguintes termos: as partes poderão fazer tudo o 
que a lei não proíbe. É a autonomia das vontades. En-
tretanto, é possível apontar três restrições excepcio-
nais ao princípio da legalidade: as medidas provisórias, 
o estado de defesa e o estado de sítio. 
 
 
 
b) Impessoalidade: A atuação impessoal da Administra-
ção Pública é imperativo que funciona como uma via 
de mão dupla, pois se aplica em relação ao adminis-
trado e aos administrados. Desse modo, a função ad-
ministrativa deve ser uma atividade destinada a satis-
fazer a todos e por isso a Administração Pública não 
poderá atuar discriminando pessoas determinadas de 
forma gratuita, a não ser que esteja presente o interes-
se público. Do mesmo modo a responsabilidade dos 
atos praticados não deve ser imputada ao agente e 
sim à pessoa jurídica. Sob esse prima, se veda a pro-
moção pessoal de autoridades. O princípio deve, por-
tanto, ser analisado sob dois aspectos diferentes: pri-
meiro, quanto ao dever de atendimento ao interesse 
público, tendo o administrador o dever de agir de for-
ma impessoal, abstrata, genérica, protegendo sempre 
a coletividade; segundo, que a atividade administrativa 
exercida por um agente público seja imputada ao ór-
gão ou entidade e não ao próprio agente. 
 
c) Moralidade: Consiste no conjunto de regras de condu-
ta retirada da disciplina interna da Administração. As-
sim, não basta que o agente público afirme que prati-
cou o ato de acordo com a permissão da lei. É preciso 
indagar se o ato praticado é também honesto e obede-
ce aos demais preceitos éticos. O princípio da morali-
dade administrativa não se confunde com a moralida-
de comum, pois enquanto esta última preocupa-se 
com a distinção entre o bem e o mal, a primeira é 
composta não só por correção de atitudes, mas tam-
bém pelas regras da boa administração. 
 
d) Publicidade: Traz a ideia de transparência ou visibili-
dade de toda a atuação administrativa, permitindo o 
controle dos atos praticados. Possui exceções, haja 
vista a necessidade de segurança público e respeito à 
intimidade das pessoas. A publicidade também repre-
senta condição de eficácia para os atos administrati-
vos, marcando o início da produção de seus efeitos ex-
ternos, já que ninguém está obrigado a cumprir um ato 
administrativo se desconhece a sua existência. 
 
e) Eficiência: Inserido pela Emenda Constitucional nº 
19/98, visa aperfeiçoar os serviços e as atividades 
prestadas, buscando otimizar os resultados e atender 
o interesse público com maiores índices de rapidez 
(ausência de burocracia e presença de celeridade e di-
nâmica), perfeição (serviço satisfatório e completo) e 
rendimento (mais economicidade e produtividade). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Princípios Gerais do Direito Público: Implícitos 
 
O ordenamento jurídico é composto de duas espécies 
de normas: princípios e regras. Princípios são as normas 
basilares de um sistema jurídico, de hierarquia superior às 
regras e determinantes do alcance e sentido destas. Os 
princípios condicionam a interpretação das regras (pre-
ceitos de comportamento). 
 
Vejamos alguns princípios que não estão previstos no 
texto constitucional, mas que são utilizados para solucio-
nar conflitos que a Administração Pública: 
 
a) Autoridade pública – o Estado existe em função dos 
interesses públicos ou coletivos, que tem prevalência 
sobre os interesses privados. Destarte, possui o poder 
de autoridade que se manifesta, basicamente, impon-
do unilateralmente comportamentos e atribuindo direi-
tos aos particulares. 
 
b) Submissão do Estado à ordem jurídica – significa que 
o Estado apenas pode agir quando autorizado pela lei. 
 
c) Função – o exercício do poder jurídico se traduz em 
verdadeiro dever jurídico (poder-dever) e é finalístico, 
isto é, busca satisfazer o interesse público. 
 
d) Igualdade dos particulares perante o Estado – inscul-
pido no art. 5º, da CF/88. O tratamento desigual entre 
os particulares apenas é possível quando possua cau-
sa justificadora, isto é, na medida de suas desigualda-
des. 
 
e) Devido processo – implica em garantia aos indivíduos 
em relação ao processo legislativo, judicial e, também, 
ao processo administrativo, que devem guardar obser-
vância com as regras constitucionais e infraconstitu-
cionais. 
 
f) Responsabilidade objetiva – A Administração Pública 
será responsável pelos prejuízos que seus agentes 
causarem a terceiros, independente de dolo ou culpa. 
O único caso que a administração pode se eximir de 
responsabilizar será a culpa exclusiva da vítima. Após 
o pagamento da indenização a terceiros, a administra-
ção poderá ingressar com ação regressiva contra o 
servidor, visando receber os valores pagos com a in-
denização. 
 
g) Igualdade das pessoas políticas – sendo o Estado 
Brasileiro federado e não unitário, as funções adminis-
trativas e políticas estão divididas entre as pessoas 
políticas (União, Estados, Municípios e Distrito Fede-
ral), que, sob a ótica jurídica são iguais entre si, encon-
trando suas competências diretamente no texto cons-
titucional. Não há hierarquia entre União e Estados ou 
Estados e Municípios, todos merecem tratamento 
isonômico. 
h) Supremacia do interesse público sobre o privado – A 
Constituição Federal garante os direitos de liberdade e 
propriedade aos indivíduos, entretanto, a Administra-
ção Pública cuida dos interesses de toda a sociedade, 
de modo que, nos casos em que houver conflito entre 
particular e Poder Público, os interesses deste último 
sempre prevalecem. Determina privilégios jurídicos e 
um patamar de superioridade do interesse público so-
bre o particular. Em razão desse interesse público, a 
Administração terá posição privilegiada em face dos 
administrados, além de prerrogativas e obrigações que 
não são extensíveis aos particulares. Entretanto, sua 
utilização só será legítima quando aplicada para al-
cance de interesses coletivos, jamais para satisfazer 
interesses ou conveniências pessoais ou de terceiros. 
 
i) Continuidade do serviço público – Diz respeito ao for-
necimento dos serviços essenciais à população, ou se-
ja, indispensáveis à coletividade. Tais serviços são de 
competência da Administração Pública e suas autar-
quias, concessionárias ou permissionárias, de maneira 
ininterrupta, para que o interesse da coletividade não 
venha a ser prejudicado. É relevante lembrar que há 
limites à greve na Administração Pública, justamente 
devido ao princípio da continuidade. Vejamos algunsserviços essenciais: tratamento e abastecimento de 
água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e 
combustíveis; assistência médica e hospitalar; distri-
buição e comercialização de medicamentos e alimen-
tos; serviços funerários e transporte coletivo; captação 
e tratamento de esgoto e lixo; telecomunicações e a 
guarda, uso e controle de substâncias radioativas, 
equipamentos e materiais nucleares; processamento 
de dados ligados a serviços essenciais; controle de 
tráfego aéreo e compensação bancária. 
 
j) Indisponibilidade do interesse público – Serve para 
limitar a atuação do agente público, revelando-se um 
contrapeso à superioridade descrita no princípio da 
supremacia, podendo se afirmar que, em nome da su-
premacia do interesse público o Administrador pode 
muito, pode quase tudo, mas não pode abrir mão do in-
teresse público. Os bens, direitos e interesses públicos 
são confiados ao administrador para gestão, nunca 
para sua disposição. 
 
k) Finalidade – Pode ser explicitada como a ideia que a 
lei traz contida em seu texto. É o fator que proporciona 
compreendê-la dentro do seu contexto legal. 
 
l) Isonomia – Significa tratar os iguais de forma igual e 
os desiguais de forma desigual, na medida de suas de-
sigualdades. Todavia, a dificuldade é fixar quais os pa-
râmetros e definir quem são os iguais ou os desiguais 
e, o que é pior ainda, qual é a medida da desigualdade. 
 
 
 
m) Contraditório e Ampla Defesa – A Administração Pú-
blica está obrigada a dar ciência da existência de pro-
cesso e de seu conteúdo ao interessado, para garantir 
o seu direito de apresentar sua versão dos fatos e as 
provas que entender cabíveis. A ampla defesa com-
preende o direito de defender-se, independentemente 
de usar ou não o prazo que lhe é concedido, utilizando 
todos os meios de prova possíveis. 
 
n) Razoabilidade – Proíbe a atuação do administrador de 
forma despropositada quando, com a desculpa de 
cumprir a lei, age de forma arbitrária e sem qualquer 
bom-senso. Trata-se do princípio da proibição de ex-
cessos. Desse modo, as decisões que violarem a razo-
abilidade não serão inconvenientes, e sim ilegais e ile-
gítimas, porque ofenderão a finalidade da lei, admitin-
do correção inclusive pelo Poder Judiciário. 
 
o) Proporcionalidade – Para a maioria dos autores, inclu-
sive Hely Lopes Meirelles e Maria Silvia Zanella di Pie-
tro, este princípio está contido no da razoabilidade. O 
princípio da proporcionalidade exige o equilíbrio entre 
os meios de que se utiliza a Administração e os fins 
que ela tem que alcançar, segundo padrões comuns da 
sociedade em que vive, analisando sempre cada caso 
concreto. 
 
p) Autotutela – Esclarece que a Administração Pública 
pode controlar os seus próprios atos, seja para anulá-
los, quando ilegais, ou revogá-los, quando inconvenien-
tes ou inoportunos, independente de revisão pelo Po-
der Judiciário. 
 
q) Especialidade – Decorre dos princípios da indisponibi-
lidade e da legalidade. Surgiu com base na ideia de 
descentralização administrativa, apesar de a doutrina 
também admitir a sua aplicação pela própria Adminis-
tração Direta. 
 
r) Motivação – Implica para a Administração Pública o 
dever de justificar seus atos, apontando-lhes o funda-
mentos de direito e de fato, assim como a correlação 
lógica entre os eventos e situações que lhes deram 
causa, a providência tomada, a sua compatibilidade 
com a previsão legal e, quando necessário, o juízo de 
valor, as razões de conveniência e oportunidade que 
justificaram a prática desses atos. 
 
 
 
01.No tocante à Declaração de Bens, prevista na Lei de 
Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429/92), é cor-
reto afirmar que 
A) não supre a exigência contida na Lei de Improbida-
de Administrativa a entrega, em substituição à De-
claração de Bens, da cópia da declaração anual de 
bens apresentada à Delegacia da Receita Federal. 
B) a posse e o exercício de agente público ficam con-
dicionados à apresentação de declaração dos bens 
e valores que compõem o seu patrimônio privado, a 
fim de ser arquivada no serviço de pessoal compe-
tente. 
C) a declaração de bens será quinquenalmente atuali-
zada e na data em que o agente público deixar o 
exercício do mandato. 
D) somente será punido com a pena de demissão a 
bem do serviço público, sem prejuízo de outras san-
ções cabíveis, o agente público que prestar falsa 
declaração de bens. 
E) será punido com a pena de repreensão escrita o 
agente público que se recusar a prestar declaração 
dos bens. 
 
02.Nos termos da Lei Federal nº 8.429/92, 
A) reputa-se agente público, para os efeitos daquela 
lei, todo aquele que exerce, necessariamente de 
modo permanente e remunerado, por eleição, no-
meação, designação, contratação ou qualquer outra 
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, 
emprego ou função nas entidades da Administração 
direta ou indireta. 
B) suas disposições são aplicáveis, no que couber, 
àquele que, mesmo não sendo agente público, indu-
za ou concorra para a prática do ato de improbidade 
ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou 
indireta. 
C) os agentes públicos são obrigados a velar pela es-
trita observância dos princípios de legalidade, im-
pessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos 
assuntos que lhe são afetos, exceto se ocupantes 
de cargo ou emprego que não exija formação supe-
rior. 
D) ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou 
omissão, desde que dolosa, do agente ou de tercei-
ro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. 
E) no caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente 
público ou terceiro beneficiário o quíntuplo dos 
bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. 
 
03.Felipe, servidor público ocupante de cargo em comis-
são no âmbito do Ministério da Fazenda, revelou a 
empresários com os quais mantinha relações profissi-
onais anteriormente ao ingresso no serviço público, 
teor de medida econômica prestes a ser divulgada pelo 
Ministério, tendo em vista que a mesma impactaria di-
retamente os preços das mercadorias comercializadas 
pelos referidos empresários. A conduta de Felipe 
 
 
 
A) somente é passível de caracterização como ato de 
improbidade administrativa se comprovado que re-
cebeu vantagem econômica direta ou indireta em 
decorrência da revelação. 
B) não é passível de caracterização como ato de im-
probidade administrativa, tendo em vista o agente 
não ser ocupante de cargo efetivo. 
C) é passível de caracterização como ato de improbi-
dade administrativa que atenta contra os princípios 
da Administração, independentemente de eventual 
enriquecimento ilícito. 
D) é passível de caracterização como ato de improbi-
dade administrativa, desde que comprovado efetivo 
prejuízo ao erário. 
E) não é passível de caracterização como ato de im-
probidade administrativa, podendo, contudo, ensejar 
a responsabilização administrativa do servidor por 
violação do dever de sigilo funcional. 
 
04.Celso, servidor público federal, usou, em proveito pró-
prio, veículo de propriedade do órgão público em que 
atua e autorizou Paulo, comerciante amigo seu, a resi-
dir, gratuitamente, em imóvel público desocupado do 
qual possuía as chaves. De acordo com a Lei no 
8.429/92, 
A) a conduta de ambos poderá caracterizar improbida-
de administrativa, independentemente de prejuízo 
ao erário. 
B) apenas a conduta de Celso poderá caracterizar im-
probidade administrativa, sujeitando-o à pena de 
perda da função pública. 
C) apenas a conduta de Paulo poderá caracterizar im-
probidade administrativa, cabendo a Celso a res-
ponsabilização no âmbito de processo disciplinar. 
D) a conduta de Celso poderá caracterizar improbidade 
administrativa, desde que comprovado dano ao erá-
rio e enriquecimento ilícito. 
E) ambas as condutas poderão caracterizar improbi-
dade administrativa, desde que comprovada lesão 
dolosa ao patrimônio público. 
 
05.Paulo, servidor público federal, deixou de praticar, 
deliberadamente, ato de ofício que erade sua compe-
tência. A referida conduta 
A) poderá caracterizar ato de improbidade administra-
tiva, desde que comprovado que o servidor auferiu 
vantagem indevida para a sua prática. 
B) configura ato de improbidade administrativa que 
atenta contra os Princípios da Administração públi-
ca, passível da aplicação da pena de perda da fun-
ção pública. 
C) não configura ato de improbidade administrativa, 
sendo passível, contudo, punição disciplinar. 
D) não configura ato de improbidade administrativa, 
salvo se comprovado, cumulativamente, enriqueci-
mento ilícito e dano ao erário. 
E) configura ato de improbidade administrativa, passí-
vel de aplicação de pena de multa, exclusivamente. 
 
06.A Lei n.º 8.429 disciplina a Improbidade Administrativa 
e estabelece alguns procedimentos nos casos de enri-
quecimento ilícito no exercício de cargo, de emprego 
ou de função da administração pública direta, indireta 
ou fundacional. Entre as alternativas a seguir, assinale 
a única exceção que não está prevista nessa lei: 
A) Suspensão dos direitos políticos. 
B) Disponibilidade dos bens. 
C) Perda da função pública. 
D) Ressarcimento ao erário. 
 
07.José, Prefeito do Município Alfa, em maio de 2022, de 
forma dolosa, concedeu benefício fiscal sem a obser-
vância das formalidades legais ou regulamentares 
aplicáveis à espécie. Agindo dessa forma, em tese, Jo-
sé, de acordo com a atual redação da Lei de Improbi-
dade Administrativa, 
A) não praticou ato de improbidade, diante da ausên-
cia de expressa previsão legal, desde a edição origi-
nária da Lei de Improbidade. 
B) não praticou ato de improbidade, diante da revoga-
ção da norma que definia a conduta narrada como 
ato típico de improbidade. 
C) praticou ato de improbidade, entre cujas sanções 
está a suspensão dos direitos políticos por até 12 
(doze) anos. 
D) praticou ato de improbidade, entre cujas sanções 
está a proibição de contratar com o poder público, 
pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos. 
E) praticou ato de improbidade, entre cujas sanções 
está a proibição de receber benefícios ou incentivos 
fiscais, direta ou indiretamente, por prazo não supe-
rior a 14 (catorze) anos. 
 
08.A Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, dispõe sobre as 
sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de 
enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, 
emprego ou função na administração pública direta, 
indireta ou fundacional. Segundo a referida lei: “Cons-
titui ato de improbidade administrativa importando en-
riquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem 
patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, 
mandato, função, emprego ou atividade nas entidades 
mencionadas no art. 1º desta lei”. Dentre as alternati-
vas a seguir, marque aquela que NÃO se configura co-
mo um ato de improbidade administrativa que impor-
tam enriquecimento ilícito. 
A) Receber vantagem econômica de qualquer nature-
za, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, 
providência ou declaração a que esteja obrigado. 
 
 
 
 
B) Perceber vantagem econômica, direta ou indireta, 
para facilitar a alienação, permuta ou locação de 
bem público ou o fornecimento de serviço por ente 
estatal por preço inferior ao valor de mercado. 
C) Não aceitar emprego ou comissão ou exercer ativi-
dade de consultoria ou assessoramento para pes-
soa física ou jurídica que tenha interesse suscetível 
de ser atingido ou amparado por ação ou menção e 
referência decorrente das atribuições do agente pú-
blico, durante a atividade. 
D) Receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem mó-
vel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econô-
mica, direta ou indireta, a título de comissão, per-
centagem, gratificação ou presente de quem tenha 
interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido 
ou amparado por ação ou omissão decorrente das 
atribuições do agente público. 
 
09.De acordo com as disposições da Lei nº 8.429/92, que 
trata dos atos de improbidade administrativa, assinale 
a alternativa correta. 
A) A condenação por ato de improbidade administrati-
va atinge apenas servidores públicos efetivos do 
quadro permanente da Administração Pública Direta 
e Indireta de qualquer dos três poderes. 
B) Será punido com a pena de advertência o agente 
público que se recusar a prestar declaração dos 
bens, dentro do prazo determinado. 
C) Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia 
são obrigados a velar pela estrita observância dos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralida-
de e publicidade no trato dos assuntos que lhe são 
afetos. 
D) Admite-se a modalidade culposa quando se tratar 
de improbidade administrativa que gera prejuízo ao 
erário. 
E) Não é ato de improbidade administrativa permitir 
que terceiro se enriqueça ilicitamente. 
 
10.Quanto aos princípios constitucionais aplicáveis à 
administração pública direta e indireta, é correto afir-
mar que: 
A) O princípio da moralidade foi acrescentado à Cons-
tituição Federal apenas em 1998 e determina a 
conduta proba e honesta dos agentes públicos. 
B) O princípio da publicidade determina a obrigatorie-
dade de transparência dos atos da administração 
pública direta, sendo facultativo para as entidades 
indiretas. 
C) As entidades da administração indireta sujeitam-se 
à pessoalidade, enquanto os órgãos da administra-
ção direta estão sujeitos ao princípio da impessoa-
lidade. 
D) A administração pública direta e indireta deve obe-
decer ao princípio da eficiência, devendo buscar re-
sultados satisfatórios na prestação dos serviços 
públicos. 
11.Ao realizar uma obra pública a Administração Pública 
está obrigada a transparecer todos os dados da obra, 
tais como dados do contrato, dos valores e do gestor 
público responsável, sob pena de desrespeito ao prin-
cípio da: 
A) Moralidade. 
B) Supremacia do interesse público sobre o privado. 
C) Autotutela. 
D) Publicidade. 
E) Confiança. 
 
12.Considerando os princípios constitucionais que regem 
a administração pública, assinale a opção correta. 
A) Em decorrência do princípio da legalidade, a admi-
nistração pública pode adotar qualquer conduta que 
não seja vedada por lei, usufruindo de um sistema 
de controle de discricionariedade menos rigoroso 
que o controle exercido pela lei sobre os adminis-
trados. 
B) É proibida a ocupação de quaisquer cargos públicos 
sem a prévia aprovação de concurso público, em 
decorrência dos princípios da impessoalidade, da 
legalidade e da igualdade. 
C) Dado o princípio da publicidade, que garante à soci-
edade o conhecimento dos atos praticados pela 
administração, ressalvados os casos legais de sigi-
lo, exige-se a publicação dos atos administrativos 
no Diário Oficial, o que garante seu efetivo conhe-
cimento por todos os interessados. 
D) A vedação ao nepotismo no serviço público resulta, 
entre outros fundamentos, da aplicação do princípio 
da eficiência, do qual decorre a exigência de qualifi-
cação para o exercício das funções públicas. 
E) O princípio da moralidade impõe ao servidor público 
uma moral jurídica, entendida como o conjunto de 
regras de conduta advindas da disciplina interior da 
administração pública. 
 
13.Determinada autoridade administrativa deixou de anu-
lar ato administrativo ilegal, do qual decorriam efeitos 
favoráveis para seu destinatário, em razão de ter de-
corrido mais de cinco anos desde a prática do ato, pra-
ticado de boa-fé. Nessa situação hipotética, a atuação 
da autoridade administrativa está fundada no princípio 
administrativo da 
A) tutela. D) legalidade. 
B) moralidade. E) especialidade. 
C) segurança jurídica. 
 
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 
B B C A B B C C C D 
11 12 13 — — — — — — — 
D E C — — — — — — — 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEGURANÇA PÚBLICA 
1. Direitos Humanos: desarmamento e combate aos preconceitos de 
gênero, étnico, racial, geracional, de orientação sexual e de diversida-
de cultural. 2. Criação e fortalecimento de redes sociais e comunitá-
rias. 3. Instituições de segurançapública e do sistema prisional. 4. 
Enfrentamento do crime organizado e da corrupção policial. 5. Garan-
tia do acesso à Justiça. 6. Valorização dos espaços públicos. 7. Parti-
cipação da sociedade civil. 8. Programa Nacional de Segurança Públi-
ca com Cidadania (PRONASCI). 
 
 
Inicialmente, destacamos que a segurança pública 
vem sendo considerada um desafio ao Estado de Direito 
no Brasil nas últimas décadas, ganhando enorme visibili-
dade pública e nunca esteve tão presente nos debates 
governamentais. Nesse contexto, o legislador brasileiro 
buscou uma forma de programar a efetivação de um pro-
grama inclusivo do direito à segurança pública, tal qual 
prevista no art. 6º da CF/88: 
 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a 
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o 
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à 
maternidade e à infância, a assistência aos desam-
parados, na forma desta Constituição. (Redação da-
da pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015) 
 
Os problemas relacionados com o aumento das taxas 
de criminalidade, o aumento da sensação de insegurança 
- principalmente nos grandes centros urbanos-, a degra-
dação do espaço público, as dificuldades relacionadas à 
reforma das instituições da administração da justiça cri-
minal, a violência policial, a ineficiência preventiva de 
nossas instituições, a superpopulação nos presídios, re-
beliões, fugas, degradação das condições de internação 
de jovens em conflito com a lei, corrupção, aumento dos 
custos operacionais do sistema, problema relacionados à 
eficiência da investigação criminal e das perícias policiais 
e morosidade judicial, entre tantos outros, representam 
desafios para o sucesso do processo de consolidação 
política da democracia no Brasil. 
 
O artigo 3° da Lei 11.530/07 estabelece como uma das 
diretrizes do Programa Nacional de Segurança Pública 
com Cidadania a promoção dos direitos humanos, intensi-
ficando uma cultura de paz, de apoio ao desarmamento e 
de combate sistemático aos preconceitos de gênero, ét-
nico, racial, geracional, de orientação sexual e de diversi-
dade cultural. 
 
Dentre as ações estruturais do programa podemos ci-
tar: 
 
- Modernização das instituições de segurança pública e 
do sistema prisional; 
- Valorização dos profissionais de segurança pública e 
agentes penitenciários (Policiais Penais); 
- Enfrentamento à corrupção policial e ao crime organi-
zado. 
 
Na ação de enfrentamento à corrupção policial e ao 
crime organizado pretende-se efetivar as seguintes medi-
das: 
 
- Implementação de medidas para agilizar as punições 
disciplinares; 
- Estruturação das Ouvidorias e Corregedorias de Polí-
cia; 
- Capacitação para investigação criminal para correge-
dores de polícia; 
- Instalação de laboratórios de lavagem de dinheiro nos 
estados; 
- Campanha de desarmamento e controle de armas e 
munições; 
- Desenvolvimento da política nacional de enfrentamen-
to ao tráfico de pessoas; 
- Apoio ao desenvolvimento de núcleos de enfrentamen-
to ao tráfico de pessoas; 
- Projeto controle de fronteiras da Polícia Federal. 
 
A execução do programa se dá por meio de mobiliza-
ções policiais e comunitárias. A articulação entre os re-
presentantes da sociedade civil e as diferentes forças de 
segurança (polícias civil e militar, corpo de bombeiros, 
guarda municipal, secretaria de segurança pública) é rea-
lizada pelo Gabinete de Gestão Integrada Municipais. O 
Pronasci é coordenado por uma secretaria-executiva em 
nível federal e dirigido por uma equipe que atuará junto à 
gestão local e tratará da implementação das ações nos 
municípios, no âmbito regional. 
 
 
Dentre os programas temos a FORMAÇÃO POLICIAL, 
que visa práticas de segurança-cidadã, como a utilização 
de tecnologias não-letais; técnicas de investigação; sis-
tema de comando de incidentes; perícia balística; DNA 
forense; medicina legal; direitos humanos, entre outros. 
 
Há também outras ações integradas ao programa, co-
mo: 
 
- Modernização das instituições de segurança públi-
ca e do sistema prisional; 
- Criação de quase 38 mil vagas no sistema peniten-
ciário do país atenderá a um público específico: jo-
vens entre 18 e 24 anos. 
- Regulamentação do Sistema Único de Segurança 
Pública (SUSP); 
- Lei Maria da Penha / Proteção à mulher: Constru-
ção de centros de educação e reabilitação para os 
agressores, implementação de juizados de violên-
cia doméstica e familiar contra a mulher, delegaci-
as especializadas e núcleos especializados nas de-
fensorias Públicas; 
- Capacitação de magistrados, promotores e defen-
sores públicos em direitos humanos; 
- Campanha de desarmamento; 
- Valorização dos profissionais de segurança pública 
e agentes penitenciários; 
- Atendimento a grupos vulneráveis. 
- Jornada de Direitos Humanos; 
- Enfrentamento à corrupção policial e ao crime or-
ganizado; etc. 
 
Por fim, a ONU vem atuando na sua política internaci-
onal de desarmamento, considerando os desafios globais 
mais urgentes. Segundo Guterres, Secretário Geral da 
ONU, o desarmamento tem a ver com “controle de armas, 
não-proliferação, proibições e eliminação” de alguns tipos 
de armamentos, algo “essencial para garantir segurança 
no mundo”. 
 
No contexto da política mundial de desarmamento, 
impulsionada pela ONU, o Brasil apresenta pioneirismo. A 
prioridade é manter o Estatuto do Desarmamento (Lei nº 
10.826/2003) fiel ao seu objetivo e não permitir que ele se 
torne mais brando. Referida lei dispõe sobre registro, pos-
se e comercialização de armas de fogo e munição, além 
de criar o Sinarm – Sistema Nacional de Armas. A consci-
entização é um passo fundamental para a redução das 
armas convencionais. 
 
É sempre válido conhecer a intenção do legislador ao 
instituir uma lei, assim entenderemos que a lei ter por 
objetivo dispor sobre: 
- Registro, posse e comercialização de armas de fo-
go e munição; 
- Sistema Nacional de Armas – Sinarm; 
- Crimes relacionados. 
 
A Lei inicia instituindo o Sistema Nacional de Armas 
(Sinarm), instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da 
Polícia Federal, tendo circunscrição em todo o território 
nacional (Art. 1o). 
 
Vejamos algumas das competências do Sinarm (Art. 
2º) 
 
Art. 2º Ao Sinarm compete: 
I – identificar as características e a propriedade de 
armas de fogo, mediante cadastro; 
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importa-
das e vendidas no País; 
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de 
fogo e as renovações expedidas 
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já exis-
tentes; 
(….) 
 
Ou seja, o Sinarm tem por competência manter o ca-
dastro integrado das armas de fogos no país e o controle 
do registro. 
 
Do registro 
 
Da análise do artigo terceiro, devemos entender que é 
obrigatório o registro de arma de fogo no órgão compe-
tente. O órgão competente varia, conforme se tratar de 
arma de uso permitido e de uso restrito: 
 
Armas uso permitido: Sinarm 
Armas de uso restrito: Sigma 
 
Para que se possa adquirir uma adquirir arma de fogo 
de uso permitido o interessado deverá respeitar os requi-
sitos* (Art. 4): 
 
- declarar a efetiva necessidade 
- comprovação de idoneidade, com a apresentação de 
certidões negativas de antecedentes criminais forne-
cidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral 
e de não estar respondendo a inquérito policial ou a 
processo criminal, que poderão ser fornecidas por 
meios eletrônicos; 
- apresentação de documento comprobatório de ocupa-
ção lícita e de residência certa; 
 
 
- comprovação de capacidade técnica e de aptidão psi-
cológica 
 
Assim, o Sinarm expedirá autorização de compra de 
arma de fogo após atendidos os requisitos, em nome do 
requerente e para a arma indicada, sendo intransferível 
esta autorização (§ 1o). Cumpre esclarecer que os requisi-
tos deverão ser comprovados periodicamente, em período 
não inferior a 3 anos (Art. 5, §2º).Além disso, fica a em-
presa que comercializar obrigada a comunicar a venda, 
além de responder legalmente pelas mercadorias enquan-
to não forem vendidas (Art. 4, §3º e §4º). 
 
Superado os requisitos, a Polícia Federal (Art. 5, § 1º) 
emitirá um certificado de Registro de Arma de Fogo que 
autoriza o proprietário a manter a arma de fogo exclusi-
vamente no interior (Art. 5, caput): sua residência, ou seu 
local de trabalho. 
 
Do porte 
 
Entende-se que em regra é proibido o porte de arma de 
fogo (Art. 6), entretanto encontramos algumas exceções, 
que de forma resumida são: 
 
- Integrantes das Forças Armadas 
- Integrantes da PF; da PRF; da PFF; das PCs; das PMs 
e dos Corpos de Bombeiros Militares Guardas munici-
pais. 
- Agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteli-
gência 
- Polícia do Senado Federal e a Polícia da Câmara dos 
Deputados 
- Agentes e guardas prisionais 
- Segurança privada e de transporte de valores apenas 
para o serviço 
- Integrantes das entidades de desporto (clube de tiro) 
no momento da competição 
- Integrantes das Carreiras de Auditoria 
- Tribunais do Poder Judiciário e MP 
- Integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas 
prisionais. 
 
Autorização 
 
Assim, a autorização para o porte de arma de fogo de 
uso permitido é competência da Polícia Federal e somen-
te será concedida após autorização do Sinarm (Art. 10). 
 
Ainda, a autorização poderá ser concedida com eficá-
cia temporária e territorial limitada, e dependerá de o re-
querente (Art. 10, § 1º): 
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício 
de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua 
integridade física; 
II – atender às exigências da aquisição da arma de fo-
go do artigo 4º; 
III – apresentar documentação de propriedade de arma 
de fogo, bem como o seu devido registro no órgão compe-
tente. 
 
Atente-se que a autorização perderá automaticamente 
sua eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado 
em estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias 
químicas ou alucinógenas (Art. 10, §2º). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A criação e fortalecimento de redes sociais e comuni-
tária consiste em uma das diretrizes do PRONASCI. Trata-
se de uma preocupação estatal com o coletivo partici-
pando da tomada de decisões governamentais acerca das 
políticas de segurança pública. 
 
As Redes Sociais e Comunitárias tem o objetivo de ser 
adaptada a realidade da comunidade que muitas vezes é 
compartilhamento de informações interna, meios de co-
municação entre a própria comunidade e assim por dian-
te, nem sempre dependendo exclusivamente do acesso à 
internet propriamente dito. 
 
As redes comunitárias podem ser operacionalizadas, 
total ou parcialmente, por meio de indivíduos e partes 
interessadas locais, ONGs, entidades do setor privado e / 
ou administrações públicas. Ou seja, conforme disposto 
no art. 144 da CF, a segurança pública é dever do Estado, 
mas também direito e responsabilidade de todos, de for-
ma que as redes comunitárias colaboram e podem melho-
rar a eficiência desse direito social. 
 
As redes comunitárias são reconhecidas por uma pro-
priedade coletiva, como um veículo de transformação que 
aumenta a agência de todos os membros da comunidade, 
inclusive promovendo o equilíbrio de gênero. As redes 
comunitárias são estruturadas para serem abertas, livres 
e respeitar a neutralidade da rede. 
 
Essas redes contam com a participação ativa das co-
munidades locais no projeto, desenvolvimento, implanta-
ção e gerenciamento da infraestrutura compartilhada 
como um recurso comum, pertencente à comunidade, e 
operado de forma democrática. As redes comunitárias 
podem ser operacionalizadas, total ou parcialmente, por 
meio de indivíduos e partes interessadas locais, ONGs, 
entidades do setor privado e / ou administrações públi-
cas. 
 
POLICIAMENTO COMUNITÁRIO 
 
O termo policiamento comunitário assumiu populari-
dade e é visto com certa aceitação pelos gestores, estu-
diosos e políticos. Sua definição vem marcada por inter-
seções e por algumas complexidades. Em torno do polici-
amento comunitário existe uma popularidade (o que au-
menta a expectativa do público) e uma ambigüidade, am-
bos são considerados ao mesmo tempo uma benção e 
uma maldição. 
Por um lado, todos se identificam com o termo até 
porque possibilita um maior apoio popular, este como 
imprescindível para operar as reformas necessárias. Por 
outro lado, o conceito tem sido largamente utilizado em 
quaisquer estratégias de policiamento, o que proporciona 
uma dificuldade em distinguir se houve ou não as reais 
mudanças nas práticas e estratégias policiais. 
 
Para os policiais que integram o programa Ronda do 
Quarteirão, o policiamento comunitário caracteriza-se 
como uma modalidade de policiamento que visa estreitar 
vínculos com a comunidade, proporcionando uma maior 
parceria, quebrando barreiras e se fazendo mais presente 
no dia a dia de uma comunidade, podendo contar com seu 
apoio. Diante dessa visão observa-se que policiamento 
comunitário dá uma visibilidade maior para ações comu-
nitárias, com práticas preventivas através do envolvimen-
to da comunidade na mediação dos conflitos e controle 
da criminalidade. 
 
É preciso não esquecer dos riscos que envolvem o po-
liciamento comunitário, ou seja, de que quaisquer modifi-
cações feitas nas estratégias de policiamento sejam de-
nominadas de policiamento comunitário, sendo que na 
verdade, em algumas vezes nada foi alterado. O desafio 
colocado ao policiamento comunitário é de apontar suas 
características e aquelas que não pertencem e como dis-
tinguí-lo do modelo tradicional de policiamento. No mo-
mento em que as características estiverem mais bem 
definidas, acredita-se que se terá contribuições para uma 
discussão crítica dos méritos e limitações das modifica-
ções realizadas nas práticas policiais. A criação e imple-
mentação de uma proposta diferente do policiamento 
tradicional, em diferentes locais e suas diversas denomi-
nações, precisa considerar as especificidades de cada 
região. 
 
As ações políticas na área da segurança pública em di-
ferentes países e locais no Brasil enfatizam a proposta do 
policiamento comunitário, é a vez de uma concepção de 
policiamento que tenta romper com o modelo tradicional 
de policiamento, priorizando estratégias preventivas e 
com parcerias entre variados segmentos da sociedade. 
 
Na compreensão de Rosenbaum (2002), o modelo de 
policiamento comunitário não propõe “objetivos” diferen-
tes de policiamento tradicional, mas ao contrário, sugere 
que “meios” alternativos de se atingir esses objetivos 
devem receber maior atenção, um exemplo disso, são os 
pequenos conflitos e desordem nos bairros que podem 
ser usados para ilustrar como o modelo de policiamento 
comunitário é fundamentalmente diferente dos modelos 
tradicionais de policiamento. 
 
 
 
O traço constitutivo de uma estratégia de policiamento 
comunitário é o papel e o envolvimento da comunidade, 
uma vez que isolada a polícia não terá êxito no enfrenta-
mento dos problemas com que se depara no cotidiano de 
sua atividade policial, precisando contar com a colabora-
ção da comunidade para identificar e mediar os proble-
mas e conflitos nos bairros. 
 
Segundo Trojanowicz e Bucqueroux, é uma filosofia e 
estratégia organizacional que proporciona uma nova par-
ceria entre a população e a polícia. 
 
Baseia-se na premissa de que tanto a polícia quanto a 
comunidade devem trabalhar juntas para identificar, prio-
rizar e resolver problemas contemporâneos tais como 
crime, drogas, medo do crime, desordens físicas e morais, 
e em geral a decadência do bairro, com o objetivo de me-
lhorar a qualidade geral da vida na área. 
 
A Polícia Comunitária resgata a essência da arte de po-
lícia, pois apoia e é apoiada por toda a comunidade, aco-
lhendo expectativas de uma sociedade democrática e 
pluralista, onde as responsabilidadespela mais estreita 
observância das leis e da manutenção da paz não incum-
bem apenas à polícia, mas, também a todos os cidadãos. 
 
Diferenças Básicas da Polícia Comunitária 
para a Polícia Tradicional 
 
 
POLÍCIA COMUNITÁRIA 
 
 
POLÍCIA TRADICIONAL 
 
A Polícia é uma agência 
governamental responsável, 
principalmente, pelo cumpri-
mento da lei. 
A Polícia é o público e o pú-
blico é a Polícia: os policiais 
são aqueles membros da 
população que são pagos 
para dar atenção em tempo 
integral às obrigações dos 
cidadãos. 
 
Na relação entre a Polícia e as 
demais instituições de serviço 
público, as prioridades 
são muitas vezes conflitantes; 
Na relação com as demais 
instituições do serviço públi-
co, a Polícia é apenas uma 
das instituições governa-
mentais responsáveis pela 
qualidade de vida da comu-
nidade; 
 
O papel da Polícia é preocu-
par-se com a resolução do 
crime; 
O papel da Polícia é dar um 
enfoque mais amplo, visando 
a resolução de problemas, 
principalmente por meio da 
prevenção; 
 
As prioridades são, por exem-
plo, roubo a banco, homicídios 
e todos aqueles envolvendo 
violência; 
 
A eficácia da polícia é medi-
da pela ausência de crime e 
de desordem; 
A Polícia se ocupa mais com 
os incidentes; 
As prioridades são quaisquer 
problemas que estejam afli-
gindo a comunidade; 
 
O que determina a eficiência 
da Polícia é o tempo de res-
posta; 
A polícia se ocupa mais com 
os problemas e as preocu-
pações dos cidadãos; 
 
O profissionalismo policial se 
caracteriza pelas respostas 
rápidas aos crimes sérios; 
O que determina a eficácia 
da polícia é o apoio e a coo-
peração do público; 
 
A função do comando é prover 
os regulamentos e as determi-
nações que devam ser cum-
pridas pelos policiais; 
O profissionalismo policial 
se caracteriza pelo estreito 
relacionamento com a co-
munidade; 
 
As informações mais impor-
tantes são aquelas relaciona-
das a certos crimes em parti-
cular, principalmente patrimo-
nial; 
 
A função do comando é in-
centivara introjeção de valo-
res democráticos; 
O policial trabalha voltado uni-
camente para a marginalidade 
de sua área, que representa, 
no máximo 2% da população 
residente ali e onde “todos são 
inimigos, marginais ou paisa-
no folgado, até prova em con-
trário”; 
 
As informações mais impor-
tantes são aquelas relacio-
nadas às atividades delituo-
sas de indivíduos ou grupos; 
O policial é o da hora, de plan-
tão; 
O policial trabalha voltado 
para os 98% da população de 
sua área, que são pessoas 
de bem e trabalhadoras; 
 
 A força é empregada como 
técnica de resolução de pro-
blemas; 
O policial emprega a energia 
e eficiência, dentro da lei, na 
solução dos problemas com 
a marginalidade, que no má-
ximo chega a 2% dos mora-
dores de sua localidade de 
trabalho; 
 
A polícia deve presta contas 
somente ao seu superior; 
O policial presta contas de 
seu trabalho ao superior e a 
comunidade; As patrulhas 
são distribuídas conforme a 
necessidade de segurança 
da comunidade, ou seja, 24 
horas por dia; 
 
 
 
 
São muitos os reflexos causados pela segurança pú-
blica, exercida pelos órgãos descritos no art. 144 da 
Constituição Federal. Essa premissa é fator importante na 
configuração de grave quadro social e que não apenas 
afeta o sistema carcerário, como também aos órgãos 
repressores em si. 
 
No Brasil são duas polícias que atuam de maneira 
constante dentro dos estados e estão em maior contato 
com a sociedade. É descrita a polícia militar como força 
auxiliar das Forças Armadas, que por sua vez incorporam 
os valores desta e também a sua disciplina e conceitos. 
Em relação à polícia civil, surgiu como corpo de investiga-
ção e repressão dos delitos praticados, sendo a militar 
repressiva e ostensiva. 
 
Existem inúmeras críticas quanto à divisão de funções 
entre os órgãos estaduais de segurança pública no País. 
Afirmam que a divisão de funções e investigação dificulta 
uma efetiva resposta aos crimes cometidos. É chamado 
ciclo completo de polícia aquele em que a polícia que 
atende a ocorrência de um delito também o investiga e dá 
resposta efetiva ao bem jurídico lesionado, pois se o cri-
me é uno, também deve ser o órgão policial, com atribui-
ções ostensivas, repressivas e investigativas. 
 
Quando se possui polícias de atribuições diferentes a 
comunicação e posterior solução dos crimes ficam preju-
dicadas, uma vez que a mesma polícia que atende a ocor-
rência e que presenciou a situação não será a mesma que 
irá investigá-la. A título de exemplo, a doutrina penal des-
taca que há o iter criminis em todo ato ilícito perpetrado, 
mas para que se tome esse conhecimento e busque a 
solução para ele, a polícia deve estar preparada para dar 
resposta ágil ao problema. 
 
A Lei nº 13.675, de 11 de junho de 2018, disciplina a 
organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis 
pela segurança pública, nos termos do § 7º do art. 144 da 
Constituição Federal; cria a Política Nacional de Seguran-
ça Pública e Defesa Social (PNSPDS), além de instituir o 
Sistema Único de Segurança Pública (Susp). 
 
 
 
 
 
 
 
LEI Nº 13.675, DE 11 DE JUNHO DE 2018. 
 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
 
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Único de Segurança 
Pública (Susp) e cria a Política Nacional de Segurança 
Pública e Defesa Social (PNSPDS), com a finalidade de 
preservação da ordem pública e da incolumidade das 
pessoas e do patrimônio, por meio de atuação conjunta, 
coordenada, sistêmica e integrada dos órgãos de segu-
rança pública e defesa social da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, em articulação com a 
sociedade. 
Art. 2º A segurança pública é dever do Estado e res-
ponsabilidade de todos, compreendendo a União, os Es-
tados, o Distrito Federal e os Munícipios, no âmbito das 
competências e atribuições legais de cada um. 
 
CAPÍTULO II 
DA POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA 
E DEFESA SOCIAL (PNSPDS) 
Seção I 
Da Competência para Estabelecimento das Políticas 
de Segurança Pública e Defesa Social 
Art. 3º Compete à União estabelecer a Política Nacio-
nal de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS) e aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer 
suas respectivas políticas, observadas as diretrizes da 
política nacional, especialmente para análise e enfrenta-
mento dos riscos à harmonia da convivência social, com 
destaque às situações de emergência e aos crimes inte-
restaduais e transnacionais. 
 
Seção V 
Das Estratégias 
Art. 7º A PNSPDS será implementada por estratégias 
que garantam integração, coordenação e cooperação 
federativa, interoperabilidade, liderança situacional, mo-
dernização da gestão das instituições de segurança pú-
blica, valorização e proteção dos profissionais, comple-
mentaridade, dotação de recursos humanos, diagnóstico 
dos problemas a serem enfrentados, excelência técnica, 
avaliação continuada dos resultados e garantia da regula-
ridade orçamentária para execução de planos e progra-
mas de segurança pública. 
 
Seção VI 
Dos Meios e Instrumentos 
Art. 8º São meios e instrumentos para a implementa-
ção da PNSPDS: 
I - os planos de segurança pública e defesa social; 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.675-2018?OpenDocument
 
 
II - o Sistema Nacional de Informações e de Gestão de 
Segurança Pública e Defesa Social, que inclui: 
a) o Sistema Nacional de Acompanhamento e Avalia-
ção das Políticas de Segurança Pública e Defesa Social 
(Sinaped); 
b) o Sistema Nacional de Informações de Segurança 
Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Muni-
ções, de Material Genético, de Digitais e de Drogas (Si-
nesp); (Redação dada pela Lei nº 13.756, de 2018) 
c) o Sistema Integrado de Educação e Valorização Pro-
fissional (Sievap); 
d) a Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança 
Pública (Renaesp); 
e) o Programa Nacional de Qualidade de Vida para Pro-
fissionais de Segurança Pública (Pró-Vida); 
III - (VETADO);IV - o Plano Nacional de Enfrentamento de Homicídios 
de Jovens; 
V - os mecanismos formados por órgãos de prevenção 
e controle de atos ilícitos contra a Administração Pública 
e referentes a ocultação ou dissimulação de bens, direitos 
e valores. 
 
DO SISTEMA ÚNICO DE SEGURANÇA PÚBLICA 
 
Da Composição do Sistema 
Art. 9º É instituído o Sistema Único de Segurança Pú-
blica (Susp), que tem como órgão central o Ministério 
Extraordinário da Segurança Pública e é integrado pelos 
órgãos de que trata o art. 144 da Constituição Federal , 
pelos agentes penitenciários, pelas guardas municipais e 
pelos demais integrantes estratégicos e operacionais, que 
atuarão nos limites de suas competências, de forma coo-
perativa, sistêmica e harmônica. 
§ 1º São integrantes estratégicos do Susp: 
I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
pios, por intermédio dos respectivos Poderes Executivos; 
II - os Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social 
dos três entes federados. 
§ 2º São integrantes operacionais do Susp: 
I - polícia federal; 
II - polícia rodoviária federal; 
III – (VETADO); 
IV - polícias civis; 
V - polícias militares; 
VI - corpos de bombeiros militares; 
VII - guardas municipais; 
VIII - órgãos do sistema penitenciário; 
IX - (VETADO); 
X - institutos oficiais de criminalística, medicina legal e 
identificação; 
XI - Secretaria Nacional de Segurança Pública (Se-
nasp); 
XII - secretarias estaduais de segurança pública ou 
congêneres; 
XIII - Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil 
(Sedec); 
XIV - Secretaria Nacional de Política Sobre Drogas (Se-
nad); 
XV - agentes de trânsito; 
XVI - guarda portuária. 
§ 3º (VETADO). 
§ 4º Os sistemas estaduais, distrital e municipais se-
rão responsáveis pela implementação dos respectivos 
programas, ações e projetos de segurança pública, com 
liberdade de organização e funcionamento, respeitado o 
disposto nesta Lei. 
 
DOS CONSELHOS DE SEGURANÇA 
PÚBLICA E DEFESA SOCIAL 
 
Da Composição 
Art. 19. A estrutura formal do Susp dar-se-á pela for-
mação de Conselhos permanentes a serem criados na 
forma do art. 21 desta Lei. 
Art. 20. Serão criados Conselhos de Segurança Pública 
e Defesa Social, no âmbito da União, dos Estados, do Dis-
trito Federal e dos Municípios, mediante proposta dos 
chefes dos Poderes Executivos, encaminhadas aos res-
pectivos Poderes Legislativos. 
§ 1º O Conselho Nacional de Segurança Pública e De-
fesa Social, com atribuições, funcionamento e composi-
ção estabelecidos em regulamento, terá a participação de 
representantes da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios. 
§ 2º Os Conselhos de Segurança Pública e Defesa So-
cial congregarão representantes com poder de decisão 
dentro de suas estruturas governamentais e terão nature-
za de colegiado, com competência consultiva, sugestiva e 
de acompanhamento social das atividades de segurança 
pública e defesa social, respeitadas as instâncias decisó-
rias e as normas de organização da Administração Públi-
ca. 
§ 3º Os Conselhos de Segurança Pública e Defesa So-
cial exercerão o acompanhamento das instituições referi-
das no § 2º do art. 9º desta Lei e poderão recomendar 
providências legais às autoridades competentes. 
§ 4º O acompanhamento de que trata o § 3º deste ar-
tigo considerará, entre outros, os seguintes aspectos: 
I - as condições de trabalho, a valorização e o respeito 
pela integridade física e moral dos seus integrantes; 
II - o atingimento das metas previstas nesta Lei; 
III - o resultado célere na apuração das denúncias em 
tramitação nas respectivas corregedorias; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13756.htm#art40
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
 
 
IV - o grau de confiabilidade e aceitabilidade do órgão 
pela população por ele atendida. 
§ 5º Caberá aos Conselhos propor diretrizes para as 
políticas públicas de segurança pública e defesa social, 
com vistas à prevenção e à repressão da violência e da 
criminalidade. 
§ 6º A organização, o funcionamento e as demais 
competências dos Conselhos serão regulamentados por 
ato do Poder Executivo, nos limites estabelecidos por esta 
Lei. 
§ 7º Os Conselhos Estaduais, Distrital e Municipais de 
Segurança Pública e Defesa Social, que contarão também 
com representantes da sociedade civil organizada e de 
representantes dos trabalhadores, poderão ser descentra-
lizados ou congregados por região para melhor atuação e 
intercâmbio comunitário. 
 
CAPÍTULO VI 
DO CONTROLE E DA TRANSPARÊNCIA 
Seção I 
Do Controle Interno 
Art. 33. Aos órgãos de correição, dotados de autono-
mia no exercício de suas competências, caberá o gerenci-
amento e a realização dos processos e procedimentos de 
apuração de responsabilidade funcional, por meio de sin-
dicância e processo administrativo disciplinar, e a propo-
sição de subsídios para o aperfeiçoamento das atividades 
dos órgãos de segurança pública e defesa social. 
 
Do Acompanhamento Público da Atividade Policial 
Art. 34. A União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios deverão instituir órgãos de ouvidoria dotados 
de autonomia e independência no exercício de suas atri-
buições. 
Parágrafo único. À ouvidoria competirá o recebimento 
e tratamento de representações, elogios e sugestões de 
qualquer pessoa sobre as ações e atividades dos profis-
sionais e membros integrantes do Susp, devendo enca-
minhá-los ao órgão com atribuição para as providências 
legais e a resposta ao requerente. 
 
SEGURANÇA PÚBLICA NA CF/88 
 
A Segurança Pública está prevista em capítulo próprio 
na CF/88, determinando os órgãos responsáveis e suas 
competências, tanto em âmbito federal quanto estadual. 
 
1) Órgãos da Segurança Pública 
 
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito 
e responsabilidade de todos, é exercida para a preserva-
ção da ordem pública e da incolumidade das pessoas e 
do patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
I - polícia federal; 
II - polícia rodoviária federal; 
III - polícia ferroviária federal; 
IV - polícias civis; 
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. 
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. 
 
2) Competências da Polícia Federal 
 
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão 
permanente, organizado e mantido pela União e estrutu-
rado em carreira, destina-se a:" (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
I - apurar infrações penais contra a ordem política e 
social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da 
União ou de suas entidades autárquicas e empresas pú-
blicas, assim como outras infrações cuja prática tenha 
repercussão interestadual ou internacional e exija repres-
são uniforme, segundo se dispuser em lei; 
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes 
e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem preju-
ízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas 
respectivas áreas de competência; 
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuá-
ria e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional nº 19, de 1998) 
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia 
judiciária da União. 
 
3) Competências da Polícia Rodoviária Federal 
 
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, or-
ganizado e mantido pela União e estruturado em carreira, 
destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo 
das rodovias federais. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional nº 19, de 1998) 
 
4) Competências da Polícia Ferroviária Federal 
 
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, 
organizado e mantido pela União e estruturado em carrei-
ra, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo 
das ferrovias federais. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional nº 19, de 1998) 
 
5) Competências da Polícia Civil 
 
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polí-
cia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da 
União, as funções de polícia judiciária e aapuração de 
infrações penais, exceto as militares. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art19
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art19
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art144§1iii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art144§1iii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art144§2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art144§2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art144§3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art144§3
 
 
6) Competências da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros 
 
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a 
preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros 
militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a 
execução de atividades de defesa civil. 
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros mili-
tares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-
se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. 
 
7) Guarda Municipal 
 
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas muni-
cipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e 
instalações, conforme dispuser a lei. 
 
8) Disposições Finais 
 
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integran-
tes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na 
forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional nº 19, de 1998) 
 
9) Segurança Viária 
 
O conceito segurança viária é utilizado para referir ao 
conjunto de medidas, disposições e normas existentes 
em relação à circulação de pessoas e automóveis pelas 
ruas e rodovias, com o objetivo de prevenir acidentes de 
trânsito aos sujeitos envolvidos. 
Todas as pessoas, especialmente, as que vivem nas 
grandes cidades, convivem com o trânsito principalmente 
nos horários de pico, com a enorme circulação de pesso-
as e automóveis que se deslocam de suas casas para o 
trabalho, escola, entre outros lugares. O trânsito é intenso 
e além do mais muito perigoso porque todos querem cir-
cular, chegar rápido ao destino, assim, esse ímpeto causa 
tremendos acidentes que custam a vida de pedestres e 
motoristas. 
A segurança viária, implantada e regulamentada pelo 
estado, propõe o combate deste problema através da 
implementação de leis que tem a função de organizar o 
trânsito e sua circulação promovendo leis que punam 
aqueles que a descumpram. 
 
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação 
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu 
patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 82, de 2014) 
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização 
de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, 
que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana 
eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 
2014) 
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Fede-
ral e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades 
executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em 
Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional nº 82, de 2014) 
 
10) Polícia Penal 
 
- um órgão de segurança pública, 
- federal, estadual ou distrital, 
- vinculado ao órgão que administra o sistema penal da 
União ou do Estado/DF 
- sendo responsável pela segurança dos estabelecimen-
tos penais. 
 
Por que foi necessário criar uma Polícia Penal? 
 
Na última década, vários líderes de organizações cri-
minosas foram presos e condenados a penas altíssimas. 
Eles se encontram cumprindo pena em estabelecimentos 
prisionais, alguns deles considerados de segurança má-
xima. A despeito disso, percebe-se que muitos desses 
indivíduos continuam comandando a organização crimi-
nosa de dentro dos presídios, ordenando a execução de 
crimes que ocorrem fora das unidades prisionais. 
Percebeu-se, portanto, há algum tempo, que o proble-
ma da segurança pública não se encerra com a prisão 
dessas pessoas. Ao contrário. Iniciam-se inúmeros outros 
que merecem também a devida repressão do Estado. 
Os agentes públicos que atuam nos presídios, por 
mais bem-intencionados que fossem, não recebiam o 
devido treinamento, estrutura, remuneração e segurança 
para enfrentarem esses desafios. 
Não havia nem sequer uma uniformidade jurídica so-
bre a carreira que deveria fazer a segurança pública dos 
estabelecimentos penais. Alguns Estados adotavam a 
carreira de agentes penitenciários (que atuavam sem 
garantias jurídicas e sem estrutura), outros se valiam dos 
Policiais Militares para aturem em desvio de função den-
tro dos presídios e havia até mesmo os Estados que atua-
vam apenas com funcionários terceirizados de empresas 
privadas contratadas para fazer a segurança dos presí-
dios. 
Em suma, um problema muito grave, tratado sem uni-
formidade, segurança jurídica e com soluções improvisa-
das. 
Pensando nisso, foi criada a figura da Polícia Penal, 
órgão constitucionalmente responsável pela segurança 
dos estabelecimentos penais. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art144§9
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art144§9
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc82.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc82.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc82.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc82.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc82.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc82.htm
 
 
Outra importante inovação decorrente da medida é que 
libera os Policiais Federais, Civis e Militares das ativida-
des de escolta de presos, devendo isso agora ser feito 
pelas Polícias Penais. 
A Polícia Penal pode ser: 
 
• federal; 
• estadual; ou 
• distrital. 
 
Assim como já ocorre com a Polícia Civil, Polícia Mili-
tar e com o Corpo de Bombeiros, a Polícia Penal Distrital é 
organizada e mantida pela União, conforme prevê expres-
samente o inciso XIV do art. 21 da CF/88: 
Cuidado, portanto, para não confundir: a Polícia Penal 
distrital é organizada e mantida pela União. 
A despeito disso, a Polícia Penal distrital: 
• está subordinada ao Governador do Distrito Federal; 
e 
• pode ser utilizada pelo Governo do Distrito Federal, 
na forma da lei federal. 
 
Vinculação ao órgão administrador do sistema penal 
 
A Polícia Penal fica vinculada ao órgão administrador 
do sistema penal da unidade federativa a que pertença. 
Assim, a Polícia Penal estadual pode ficar vinculada à 
Secretaria de Administração Penitenciária, à Secretaria de 
Justiça ou até mesmo à Secretaria de Segurança Pública. 
Isso irá depender da Secretaria (ou outro órgão estadual) 
que for responsável por administrar o sistema penal na-
quele Estado. 
A Polícia Penal federal, por sua vez, estará vinculada 
ao Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), que é o 
órgão executivo responsável pelo Sistema Penitenciário 
Federal. 
 
Órgão de segurança pública 
 
Conforme já explicado, a Polícia Penal é um órgão de 
segurança pública. Como só podem ser considerados 
órgãos de segurança pública aqueles expressamente 
listados no art. 144 da CF/88, este dispositivo foi alterado 
pela EC 104/2019 para inserir essa novidade: 
 
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito 
e responsabilidade de todos, é exercida para a preserva-
ção da ordem pública e da incolumidade das pessoas e 
do patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
I - polícia federal; 
II - polícia rodoviária federal; 
III - polícia ferroviária federal; 
IV - polícias civis; 
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. 
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. 
 
Foi acrescentado também o § 5º-A ao art. 144 preven-
do expressamente a funçãoem 
relação aos poderes controladores exercidos pelos ór-
gãos da Administração Direta como, por exemplo, a liber-
dade de pensamento e orientação pedagógica, a escolha 
de dirigentes com mandatos a prazo certo, além de ou-
tras. 
Com o advento da Reforma Administrativa no Brasil, a 
partir de 1995, surgiram outras autarquias qualificadas 
como de regime especial. 
São as denominadas agências reguladoras, que con-
sistem em autarquias de regime especial, instituídas em 
razão do fim do monopólio estatal e são responsáveis 
pela regulamentação, controle e fiscalização de serviços 
públicos, atividades e bens transferidos ao setor privado. 
Admite-se a criação dessas agências também na ordem 
estadual e municipal. 
Os seus dirigentes serão nomeados pelo Presidente da 
República (quando federais), mas ao contrário das demais 
autarquias, essa nomeação depende de prévia aprovação 
pelo Senado Federal. Esses dirigentes têm a garantia de 
mandato a prazo certo, os quais serão fixados na norma 
de criação de cada agência. 
O STF vem reconhecendo que o regime de contratação 
de seu pessoal deve ser o de cargo público, com concurso 
público, sendo a contratação temporária somente em 
caso excepcional. 
No que tange ao procedimento licitatório, algumas leis 
criadoras dessas agências tentaram esquivá-las da obe-
diência às formas licitatórias da Lei nº 8.666/93, o que 
dificulta a atuação fiscalizatória do Poder Público sobre 
as verbas que circulam em suas entidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São autarquias em regime especial, criadas para disci-
plinar e controlar atividades determinadas. Elas foram 
instituídas em razão do fim do monopólio estatal, sendo 
responsáveis pela regulamentação, controle e fiscaliza-
ção de serviços públicos, atividades e bens transferidos 
ao setor privado. Espécies de agências: 
 
a) Serviços públicos propriamente ditos – ex: ANATEL, 
ANAC, ANTT; 
b) Atividades de fomento e fiscalização de atividade pri-
vada – ex: ANCINE; 
c) Atividades que o Estado e o particular prestam – ex: 
ANVISA, ANS; 
d) Atividades econômicas integrantes da indústria do 
petróleo – ex: ANP; 
e) Agência reguladora do uso de bem público – ex: ANA. 
 
AGÊNCIAS EXECUTIVAS 
 
As agências executivas foram legalmente definidas 
por intermédio dos arts. 51 e 52 da Lei nº 9.649/98, que 
dispõe sobre a organização da Presidência da República e 
seus Ministérios. 
São autarquias ou fundações públicas que, por inicia-
tiva da Administração Direta, recebem o status de Agên-
cia, desde que preenchidas algumas condições, visando a 
uma maior eficiência e redução de custos. 
Não podem ser confundidas com as agências regula-
doras, porque estas têm como função precípua exercer 
controle sobre os particulares, o que não é o caso das 
agências executivas, que se destinam a exercer atividade 
estatal, com melhor desenvoltura e operacionalidade, não 
tendo nada de inovador nisso. Elas continuam exercendo 
os normais objetivos das autarquias e fundações. 
Para sua criação, o Presidente da República expede 
decreto, concedendo a qualidade de agência executiva, 
desde que preenchidos dois requisitos: 
 
- Tenham um plano estratégico de reestruturação e de 
desenvolvimento institucional em andamento; 
- Hajam celebrado contrato de gestão com o respectivo 
Ministério supervisor, momento em que o Executivo, 
obedecendo aos limites legais, definirá as regras para 
garantir a essas pessoas jurídicas uma maior autono-
mia de gestão e disponibilidade de recursos para a im-
plementação de suas metas, em um prazo mínimo de 
um ano. 
 
Por meio desse contrato de gestão, a autarquia ou 
fundação comprometem-se a proceder a uma reestrutu-
ração da gestão para tornarem-se mais eficientes, otimi-
zando recursos, reduzindo custos, aperfeiçoando os ser-
viços que prestam em troca de uma maior autonomia 
gerencial, orçamentária e financeira, recebendo algumas 
prerrogativas e privilégios. 
 
Com tais agências a lei assegura autonomia de gestão 
e a disponibilidade de recursos orçamentários e financei-
ros para que possam cumprir suas metas e seus objetivos 
institucionais. Observe-se, que as agências executivas 
não se configuram como categoria nova de pessoas ad-
ministrativas; a expressão corresponde apenas a uma 
qualificação (ou título) atribuída a autarquias ou funda-
ções governamentais. 
Por meio desse contrato de gestão, a autarquia ou a 
fundação comprometem-se a proceder a uma reestrutu-
ração da gestão para tornarem-se mais eficientes, otimi-
zando recursos, reduzindo custos, aperfeiçoando os ser-
viços que prestam em troca de uma maior autonomia 
gerencial, orçamentária e financeira, recebendo algumas 
prerrogativas e privilégios. Importante destacar que a 
Emenda Constitucional 19/98, por meio da reforma admi-
nistrativa, complementou o entendimento dos contratos 
de gestão inserindo na CR/88, o § 8º, do art. 37, segundo 
o qual a autonomia gerencial, orçamentária e financeira 
dos órgãos e entidades da administração direta e indireta 
poderá ser ampliada mediante contrato a ser firmado 
entre seus administradores e o Poder Público, tendo por 
objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão 
ou entidade (apesar desse dispositivo falar em “contrato”, 
deve-se entender “contrato de gestão”). Trata-se de ver-
dadeiro contrato de gerenciamento, constituindo objeto 
do ajuste o exercício de funções diretivas por técnicos 
especializados, fato que poderá ensejar uma administra-
ção mais eficiente e menos dispendiosa dos órgãos e 
pessoas da Administração. 
O status de agência executiva não é permanente. Uma 
vez extinto o contrato, ela voltará a ser uma simples au-
tarquia ou fundação. Por paralelismo jurídico, a desquali-
ficação também se efetivará via decreto, não levando à 
extinção da pessoa jurídica, somente a despindo do quali-
tativo de agência executiva. De acordo com a doutrina, 
um exemplo de agência executiva seria o INMETRO. 
 
 
01.Incluem-se entre as entidades estatais 
A) os Estados e as Autarquias. 
B) a União e os Municípios. 
C) as empresas públicas e as sociedades de economia 
mista. 
D) as fundações públicas e o Distrito Federal. 
E) as administrações indiretas de qualquer dos Pode-
res. 
 
02.Nos termos da Constituição Federal, uma empresa 
pública que explore atividade econômica deve se sujei-
tar ao regime jurídico próprio das empresas privadas, 
inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, co-
merciais, trabalhistas e tributários. Uma empresa co-
mo essa 
 
 
A) pode criar suas subsidiárias independentemente de 
autorização legislativa. 
B) está dispensada da realização de concurso público 
para contratação de seu pessoal. 
C) está sujeita à regra da licitação para suas contrata-
ções de obras, serviços, compras e alienações. 
D) pode ser instituída independentemente de autoriza-
ção legislativa. 
E) sujeita-se à execução de suas dívidas mediante o 
sistema de precatórios. 
 
03.Ao definir a organização da Administração Federal, o 
Decreto-Lei nº 200/67 determina que a execução das 
atividades da Administração deverá ser amplamente 
descentralizada e que tal descentralização ocorra em 
alguns planos. NÃO é exemplo desse princípio de des-
centralização 
A) a concessão de atividades da Administração para 
entes privados. 
B) a distinção entre o nível de execução e o nível de di-
reção, dentro dos quadros da Administração. 
C) a descentralização mediante convênio das ativida-
des da Administração Federal para a Administração 
das entidades federadas. 
D) a transferência, mediante lei ordinária, de compe-
tências constitucionais da União para os Estados, 
Distrito Federal e Municípios. 
E) a descentralização de atividades da Administração 
para a órbita privada mediante contratos. 
 
04.Integram a Administração Indireta Federal, nos termos 
do Decreto-Lei nº 200/67, 
A) as fundações públicas e os ministérios, as primei-
ras, com personalidade jurídica de direito privado e, 
os segundos, com personalidade jurídica de direitodas Polícias Penais: 
 
Art. 144 (...) 
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão admi-
nistrador do sistema penal da unidade federativa a que 
pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos pe-
nais. 
 
Como serão preenchidos os cargos de Policiais Penais? 
 
O preenchimento do quadro de servidores das polícias 
penais será feito de dois modos: 
• pela transformação dos atuais cargos de agentes 
penitenciários (ou outro nome que seja dado pelo Es-
tado) em Policiais Penais; e 
• por meio de concurso público. 
 
É o que determina o art. 4º da EC 104/2019: 
 
Art. 4º O preenchimento do quadro de servidores das 
polícias penais será feito, exclusivamente, por meio de 
concurso público e por meio da transformação dos car-
gos isolados, dos cargos de carreira dos atuais agentes 
penitenciários e dos cargos públicos equivalentes. 
 
Os agentes penitenciários tinham porte de arma de fogo? 
 
SIM. Em 2014, foi publicada a Lei nº 12.993/2014, que 
alterou o Estatuto do Desarmamento para permitir que 
agentes e guardas prisionais tenham porte de arma de 
fogo. 
A Lei nº 12.993/2014 conferiu porte de arma de fogo 
aos agentes e guardas prisionais que atendam aos se-
guintes requisitos: 
 
1º) Devem integrar o quadro efetivo do Estado (DF) ou 
União; 
 
2º) Devem estar submetidos a regime de dedicação exclu-
siva. 
 
3º) Devem estar sujeitos a cursos de formação funcional. 
 
4º) Devem estar subordinados a mecanismos de fiscaliza-
ção e de controle interno. 
 
 
 
Armas próprias ou fornecidas pelo ente público 
 
A Lei autoriza que os agentes penitenciários portem 
tanto armas de fogos que sejam fornecidas pela corpora-
ção ou instituição como também armas de fogo de pro-
priedade particular, ou seja, adquiridas pelos próprios 
guardas. 
A Lei autoriza que os agentes penitenciários portem 
armas de fogos não apenas em serviço (ex: durante uma 
escolta de presos), mas também fora dele, como em perí-
odos de folga. 
O raciocínio do legislador foi o de que a atividade de 
agente penitenciário tem o potencial de gerar a insatisfa-
ção de criminosos, sendo, portanto, necessário que ele 
tenha meios de se defender de eventuais retaliações 
mesmo quando estiver em períodos de folga. 
 
 
01.A Constituição Federal estabelece que as guardas mu-
nicipais: 
A) são órgãos estaduais, instituídos pelas Constitui-
ções dos Estados, destinados à proteção dos bens, 
serviços e instalações municipais. 
B) poderão ser constituídas pelos Municípios para, en-
tre outros fins, exercer, em colaboração com a Polí-
cia Militar, a polícia ostensiva e a preservação da 
ordem pública. 
C) são, juntamente com as polícias e corpos de bom-
beiros militares, forças auxiliares e reserva do Exér-
cito. 
D) poderão ser constituídas pelos Municípios para, en-
tre outros fins, exercer a proteção de seus bens e 
dos bens dos munícipes. 
E) poderão ser constituídas pelos Municípios para, en-
tre outros fins, exercer a proteção de seus serviços, 
conforme dispuser a lei. 
02.Considerando as disposições constitucionais acerca 
de segurança pública, julgue os itens a seguir. 
A Polícia Federal, as polícias militares e os corpos de 
bombeiros militares são forças auxiliares e reserva do 
exército. 
 C  E 
 
03.Considerando as disposições constitucionais acerca 
de segurança pública, julgue os itens a seguir. 
Cabe à Polícia Federal apurar infrações penais que 
atentem contra os bens, serviços e interesses da ad-
ministração direta, das autarquias e das fundações 
públicas da União. Às polícias civis dos estados ca-
bem as funções de polícia judiciária das entidades de 
direito privado da administração indireta federal. 
 C  E 
Em relação à Constituição Federal de 1988: Artigo 144 - 
Da Segurança Pública -, julgue, como Certo (C) ou Erra-
do (E), os itens a seguir. 
 
04.À Polícia Federal, além das atribuições definidas em 
lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil. 
 C  E 
 
05.A função de Polícia Judiciária da União compete ex-
clusivamente à polícia Federal. 
 C  E 
 
06.Compete à Polícia Federal apurar infrações penais 
cuja prática tenha repercussão interestadual e exija 
repressão uniforme, na forma da lei. 
 C  E 
 
07.Às polícias militares, cabem a polícia ostensiva e a 
preservação da ordem pública, porém cabe, exclusi-
vamente, à Policia Civil as atividades de defesa civil. 
 C  E 
 
08.As funções de polícia marítima e aeroportuária com-
petem à Polícia Federal. 
 C  E 
 
09.A segurança viária compete, também, aos Municípios. 
 C  E 
 
10.As Polícias militares e os corpos de bombeiros milita-
res, forças auxiliares e reserva do exército subordi-
nam-se, juntamente com as Polícias Civis, aos Go-
vernadores do estado, do Distrito Federal, dos territó-
rios e aos Prefeitos Municipais. 
 C  E 
 
11.A Polícia Federal é instituída por lei como órgão per-
manente e é mantida pela união. 
 C  E 
 
12.As infrações penais militares bem como as funções 
de polícia judiciária, ressalvadas a competência da 
união, serão apuradas pela Polícia Civil. 
 C  E 
 
13.Os municípios poderão constituir Guarda Municipal 
destinada à apuração de infrações penais, bem como 
para a proteção de seus bens, serviços e instalações. 
 C  E 
 
 
 
 
 
14.A segurança pública, dever do Estado, direito e res-
ponsabilidade de todos, é exercida para a preservação 
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do 
patrimônio, através dos seguinte(s) órgão(s): 
A) Polícia federal. 
B) Polícia rodoviária federal e polícia ferroviária federal. 
C) Polícias civis e polícias militares e corpos de bom-
beiros militares. 
D) Todas as alternativas acima estão corretas. 
 
15.Sobre as guardas municipais, considere as afirmativas 
a seguir. 
I. São destinadas à proteção de bens, serviços e ins-
talações municipais. 
II. Têm por competência o policiamento ostensivo. 
III. Têm por atribuição reprimir o tráfico ilícito de entor-
pecentes. 
IV. São constituídas conforme previsão constitucional. 
 
Assinale a alternativa correta. 
A) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
B) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
C) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
16.Considere as seguintes atribuições, à luz da disciplina 
constitucional da segurança pública: 
I. Funções de polícia judiciária e apuração de infra-
ções penais, exceto as militares; 
II. Polícia ostensiva e preservação da ordem pública; 
III. Prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes 
e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem 
prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos pú-
blicos nas respectivas áreas de competência. 
 
Referidas atribuições incumbem, respectivamente, 
A) I – à polícia federal; II – às polícias militares; e III – 
à polícia rodoviária federal. 
B) I – às polícias civis, incluída a competência da Uni-
ão; II – à polícia federal; e III – às polícias militares. 
C) I – às polícias civis, incluída a competência da Uni-
ão; II – às polícias militares; e III – à polícia federal. 
D) I − às polícias civis, ressalvada a competência da 
União, em relação à qual cabe à polícia federal exer-
cer com exclusividade as funções de polícia judiciá-
ria; II – às polícias militares; e III – à polícia federal. 
E) I - às polícias civis, ressalvada a competência da 
União, em relação à qual cabe à polícia federal exer-
cer com exclusividade as funções de polícia judiciá-
ria; II – à polícia rodoviária federal; e III – às polícias 
militares. 
17.A Constituição Federal de 1988 prevê, entre seus direi-
tos e garantias fundamentais, que 
A) são admissíveis, no processo criminal, as provas 
obtidas por meios ilícitos, se comprovada a boa-fé 
da autoridade policial. 
B) a prática do racismo constitui crime inafiançável e 
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos ter-
mos da lei. 
C) constituem crimes inafiançáveise imprescritíveis a 
prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins e o terrorismo. 
D) a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetí-
veis de graça ou anistia os crimes contra a Adminis-
tração Pública. 
E) é reconhecida a instituição do júri, com a organiza-
ção que lhe der a lei, sendo-lhe assegurada a com-
petência para o julgamento dos crimes hediondos. 
 
18.Analise as afirmativas com relação aos Direitos e De-
veres individuais e coletivos, marcando V para o que 
for verdadeiro e F, para o que for falso. 
( ) As entidades associativas, independentemente de 
autorização, têm legitimidade para representar 
seus filiados judicial ou extrajudicialmente. 
( ) É inviolável o sigilo da correspondência e das co-
municações telegráficas, de dados e das comuni-
cações telefônicas, salvo, no último caso, por or-
dem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei 
estabelecer para fins de investigação criminal ou 
de instrução processual penal. 
( ) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, 
podendo a obrigação de reparar o dano e a decre-
tação do perdimento de bens ser, nos termos da 
lei, estendidas aos sucessores e contra eles exe-
cutadas, até o limite do valor do patrimônio trans-
ferido. 
( ) No caso de iminente perigo público, a autoridade 
competente poderá usar de propriedade particu-
lar, não sendo assegurada ao proprietário qual-
quer forma de indenização, mesmo se houver da-
no. 
( ) A pequena propriedade rural, assim definida em 
lei, desde que trabalhada pela família, não será ob-
jeto de penhora para pagamento de débitos de-
correntes de sua atividade produtiva, dispondo a 
lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvi-
mento. 
 
A alternativa que indica a sequência correta, de cima 
para baixo, é a 
A) V V V F F D) F V V F V 
B) V F V F F E) F F F V V 
C) F V F V V 
 
 
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 
E E E E C C E C C E 
11 12 13 14 15 16 17 18 — — 
C E E D B D B D — — 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foi aprovado o Programa 5016 – Segurança Pública, 
Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e ao Crime 
Violento do PPA 2020 - 2023 no âmbito do Ministério da 
Justiça e Segurança Pública tem por objetivo o enfraque-
cimento da criminalidade através de operações de com-
bate ao crime organizado. 
 
Cumpre ressaltar que PPA consiste no Plano Plurianu-
al, que visa a definição de metas governamentais para 
enfrentamento de problemas de ordem nacional, mas que 
dependem da atuação de todos os entes federativos e, no 
caso da segurança pública, a parceria com os Estados e o 
Distrito Federal é de extrema relevância, considerando a 
atuação da Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Penal 
Estaduais. 
 
Público-alvo: Sociedade. 
Beneficiários: Sociedade e Administração Pública. 
Unidades Envolvidas: Polícia Federal - PF, Polícia Rodo-
viária Federal - PRF, Departamento Penitenciário Nacio-
nal - DEPEN, Secretaria de Operações Integradas - SEOPI 
e Secretaria Nacional de Segurança Pública – SENASP. 
 
A proposta do PPA consiste na implementação de uma 
política adequada e consistente no âmbito criminal e re-
presentaria um notável incremento no sentimento coleti-
vo de pertencimento e de igualdade política e social, con-
tribuindo para infundir na população maior confiança no 
sistema de justiça criminal. 
 
Um pressuposto do programa é a articulação entre a 
criminologia (estudo científico do crime, do criminoso e 
do sistema punitivo), a política criminal (as opções para o 
enfrentamento da criminalidade) e o direito penal (a cha-
mada dogmática penal – regras e princípios de aplicação, 
tipos e penas), a se desenvolver por etapas, a seu tempo e 
modo. 
 
A ideia é criar um programa estratégico que deve foca-
lizar todas as espécies dessa forma de delinquência e 
conter diretrizes estruturantes e permanentes, com metas 
claras e sistemática de acompanhamento de resultados. 
 
 
 
 
 
A necessidade de envolver, nesse planejamento estra-
tégico, todos os protagonistas do sistema de justiça cri-
minal (Polícias, Ministério Público, Judiciário, sistema 
prisional), dotando-os de um sistema de gestão por indi-
cadores de resultado adequados à tomada de decisão em 
cada nível de atuação, parece essencial. 
 
A criação de um centro de investigações sobre o crime 
organizado no país, responsável pelo estudo sobre a de-
linquência organizada, que concentrasse informações de 
todo o sistema de justiça criminal e os centros de pesqui-
sas universitários, representaria decisivo passo para a 
referida articulação, permitindo que os Conselhos Nacio-
nal de Justiça e do Ministério Público, possam, a partir 
desse conhecimento científico, fixar as diretrizes e metas 
em cada âmbito de atuação. 
 
Mas, à parte essas ações estruturantes, outras de cur-
to e médio prazo podem ser adotadas para prevenir e 
reprimir a corrupção e o desvio de recursos públicos. En-
tretanto, um dos maiores desafios, nesse setor, é a inte-
gração entre as diversas instâncias encarregadas da in-
vestigação criminal. Surge a necessidade de uma coorde-
nação nacional de informações criminais em sistema 
unificado, reunindo os órgãos especializados das polícias 
civil e federal e do MP. Trata-se de condição essencial 
para uma atuação racional, célere, econômica, integrada e 
uniforme em todo o país. 
 
A criação de novas varas especializadas para julga-
mento de processos do crime organizado, recomendadas 
pelo Conselho Nacional de Justiça, é uma das medidas a 
serem encarecidas, como também o fortalecimento dos 
órgãos especializados de investigação das polícias e do 
Ministério Público. 
 
A Lei nº 12.850/2013 define a organização criminosa 
e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de ob-
tenção da prova, infrações penais correlatas e o procedi-
mento criminal. 
 
LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013 
 
DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA 
 
Art. 1º Esta Lei define organização criminosa e dispõe 
sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da 
prova, infrações penais correlatas e o procedimento cri-
minal a ser aplicado. 
§ 1º Considera-se organização criminosa a associação 
de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada 
e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que infor-
malmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, 
vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de 
infrações penais cujas penas máximas sejam superiores 
a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. 
§ 2º Esta Lei se aplica também: 
I - às infrações penais previstas em tratado ou con-
venção internacional quando, iniciada a execução no País, 
o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, 
ou reciprocamente; 
II - às organizações terroristas, entendidas como aque-
las voltadas para a prática dos atos de terrorismo legal-
mente definidos. (Redação dada pela lei nº 13.260, de 
2016) 
 
Da Ação Controlada 
 
Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a inter-
venção policial ou administrativa relativa à ação praticada 
por organização criminosa ou a ela vinculada, desde que 
mantida sob observação e acompanhamento para que a 
medida legal se concretize no momento mais eficaz à 
formação de provas e obtenção de informações. 
§ 1º O retardamento da intervenção policial ou admi-
nistrativa será previamente comunicado ao juiz compe-
tente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e 
comunicará ao Ministério Público. 
§ 2º A comunicação será sigilosamente distribuída de 
forma a não conter informações que possam indicar a 
operação a ser efetuada. 
§ 3º Até o encerramento da diligência, o acesso aos 
autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao de-
legado de polícia, como forma de garantir o êxito das in-
vestigações. 
§ 4º Ao término da diligência, elaborar-se-á auto cir-
cunstanciado acerca da ação controlada. 
 
Art. 9º Se a ação controlada envolver transposição de 
fronteiras, o retardamento da intervenção policialou ad-
ministrativa somente poderá ocorrer com a cooperação 
das autoridades dos países que figurem como provável 
itinerário ou destino do investigado, de modo a reduzir os 
riscos de fuga e extravio do produto, objeto, instrumento 
ou proveito do crime. 
 
Da Infiltração de Agentes 
 
Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas 
de investigação, representada pelo delegado de polícia ou 
requerida pelo Ministério Público, após manifestação 
técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso 
de inquérito policial, será precedida de circunstanciada, 
motivada e sigilosa autorização judicial, que estabelecerá 
seus limites. 
 
 
§ 1º Na hipótese de representação do delegado de po-
lícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o Ministé-
rio Público. 
§ 2º Será admitida a infiltração se houver indícios de 
infração penal de que trata o art. 1º e se a prova não pu-
der ser produzida por outros meios disponíveis. 
§ 3º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 
(seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, des-
de que comprovada sua necessidade. 
§ 4º Findo o prazo previsto no § 3º , o relatório cir-
cunstanciado será apresentado ao juiz competente, que 
imediatamente cientificará o Ministério Público. 
§ 5º No curso do inquérito policial, o delegado de polí-
cia poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério 
Público poderá requisitar, a qualquer tempo, relatório da 
atividade de infiltração. 
 
Art. 14. São direitos do agente: 
I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada; 
II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que 
couber, o disposto no art. 9º da Lei nº 9.807, de 13 de 
julho de 1999, bem como usufruir das medidas de prote-
ção a testemunhas; 
III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua 
voz e demais informações pessoais preservadas durante 
a investigação e o processo criminal, salvo se houver 
decisão judicial em contrário; 
IV - não ter sua identidade revelada, nem ser fotogra-
fado ou filmado pelos meios de comunicação, sem sua 
prévia autorização por escrito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O acesso à justiça é direito fundamental do ser huma-
no, reconhecido pelas declarações de Direitos Humanos, 
como a Convenção Americana de Direitos Humanos (Pac-
to de São José da Costa Rica) e a Convenção Européia de 
Direitos Humanos. É direito fundamental não o simples 
acesso ao Poder Judiciário, mas também, e principalmen-
te, a tutela jurisdicional efetiva, rápida e sem dilações 
indevidas. Isto significa dizer que o Estado deve ser con-
siderado responsável pelos prejuízos que causar quando 
não presta a eficiente tutela jurisdicional, ou seja, quando 
não respeita, por omissão, o direito humano fundamental 
de real acesso à justiça. 
 
O acesso à ordem jurídica justa é direito assegurado 
constitucionalmente no artigo 5º, XXXV da Carta de 1988, 
ao dispor que “a lei não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça a direito.” Contudo, como 
visto, à luz da temática moderna sobre a efetividade do 
processo como garantia dos direitos fundamentais do ser 
humano, há de se admitir que este postulado não exprime 
apenas o direito de petição aos órgãos judicantes, mas 
também e, principalmente, à tutela jurisdicional efetiva, 
adequada e tempestiva. A inclusão do inciso LXXVIII ao 
artigo 5º só fez confirmar esta interpretação da doutrina, 
ao dispor que “a todos, no âmbito judicial e administrati-
vo, são assegurados a razoável duração do processo e os 
meios que garantam a celeridade de sua tramitação”. 
 
O Brasil, embora signatário da Convenção Americana 
desde 1992, somente em 2004, por força da Emenda 
Constitucional 45/2004, passou a integrar o rol dos Esta-
dos que, de forma expressa, asseguram o direito à presta-
ção jurisdicional sem demora como direito fundamental. 
 
Apesar dos doutrinadores brasileiros sempre interpre-
tarem a ratificação dos tratados internacionais de direitos 
humanos, a exemplo da Convenção Americana, como 
uma ampliação do rol dos direitos fundamentais constan-
te do artigo 5º da Constituição Federal, por força do seu 
parágrafo segundo, esta não era a interpretação dada 
pelo Supremo Tribunal Federal, que entendia que todos os 
tratados internacionais integravam o ordenamento jurídi-
co nacional como normas ordinárias, uma vez que eram 
incorporados mediante Decretos. 
 
 
 
 
 
 
 
A garantia à tutela jurisdicional em tempo razoável é, 
com efeito, direito fundamental do ser humano, cuja não 
efetivação cobra do Estado a responsabilidade pelos da-
nos, materiais e morais, frutos de um estado de ansieda-
de, descrédito e insegurança, que forem suportados pelos 
jurisdicionados quando no exercício legítimo de seu direi-
to maior: o acesso à justiça. A nova disposição constitu-
cional só vem a ratificar tal posicionamento, cujas ações 
estatais ainda são tímidas a ponto de eximi-lo de tal repa-
ração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na sociedade moderna, os espaços públicos surgem a 
partir do momento em que setores da sociedade come-
çam emitir opinião e juízo sobre o Estado e dão publicida-
de a essa opinião. Mas o espaço público, como se enten-
de hoje, não se restringe a essa capacidade de emitir e 
tornar pública a opinião. O espaço público se constitui 
atualmente como espaço político-social, normatizado ou 
não pelo Estado, em que o conflito social se apresenta, 
sendo objeto de proteção humanitária. 
 
A Constituição Federal de 1988 abriu a possibilidade 
de se instituir um novo tipo de relacionamento entre Es-
tado e sociedade, possibilidade esta que se tem concreti-
zado através, principalmente, de gestões político-
administrativas realizadas com a participação da socie-
dade. Esta participação não se tem restringido à escolha 
de representantes para o legislativo e para cargos execu-
tivos, mas tem afetado as decisões mais gerais do poder 
público. 
 
Um dos elementos formadores do Estado é o povo, e 
por isso não é apenas o Estado que garante a cidadania, 
mas principalmente o cidadão consciente dos seus dire-
tos e deveres que faz com que o Estado fique a serviço da 
cidadania. 
 
Os movimentos sociais em muito vêm contribuindo na 
luta pela conquista da cidadania. Norteados pelo senti-
mento de justiça social, os movimentos ajudaram a cons-
truir novas formas de dialogo entre sociedade e Estado, 
marcando assim o novo cenário político brasileiro. 
 
Em relação à dimensão social, e com reflexo nos direi-
tos humanos, não cabe somente ao Estado a implemen-
tação dos direitos, porém a sociedade civil também tem 
um papel relevante na luta pela efetivação dos mesmos, 
por intermédio dos movimentos sociais, sindicatos, asso-
ciações, centros de defesa e de educação etc. Nesse sen-
tido, a concepção de cidadania está relacionada ao con-
ceito de justiça social, na qual é muito comum a identifi-
cação do bem estar social da população e da igualdade 
social. Exercer a cidadania significa ter acesso pleno a 
todos os direitos individuais, políticos, sociais, econômi-
cos, culturais e ambientais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A segurança pública é um processo sistêmico e otimi-
zado que envolve um conjunto de ações públicas e comu-
nitárias, visando a assegurar a proteção do indivíduo e da 
coletividade e a aplicação da justiça na punição, recupe-
ração e tratamento dos que violam a lei, garantindo direi-
tos e cidadania a todos. Um processo sistêmico porque 
envolve, num mesmo cenário, um conjunto de conheci-
mentos e ferramentas de competência dos poderes cons-
tituídos e ao alcance da comunidade organizada, intera-
gindo e compartilhando visão, compromissos e objetivos 
em comum; e otimizado porque depende de decisões 
rápidas e de resultados imediatos. 
 
O que se depreende destes conceitos é que a seguran-
ça pública é um direito relacionado à ausência de delitos, 
danos e prejuízos, ao mesmo tempo em que é um dever a 
ser desenvolvido pelos órgãos públicos responsáveise 
pela sociedade em geral. A finalidade da segurança públi-
ca é garantir a cidadania de todos, dentro dos limites da 
lei. 
 
As mudanças conceituais supracitadas nos conduzem 
a três reflexos para a atividade policial: 
 
1) a polícia deve reconhecer o cidadão como sujeito 
de direitos; 
2) o cidadão tem deveres para com a segurança pú-
blica; e 
3) o policial também é um cidadão e precisa ter seus 
direitos assegurados para que compreenda e res-
peite os direitos dos demais cidadãos. 
 
Quanto ao primeiro aspecto, tornou-se imprescindível 
que as forças policiais no Brasil se adequassem à nova 
realidade: ser instrumento a serviço do cidadão. A corpo-
ração policial faz parte da comunidade e, portanto, defen-
de os interesses dos cidadãos, e não os do Estado ou de 
dado governo. 
 
A segunda consequência advinda da nova ordem 
constitucional diz respeito à outra face do exercício da 
cidadania: o cidadão é sujeito de deveres. Entretanto, 
como este pode agir para cumprir sua responsabilidade 
com a segurança pública? 
 
 
 
 
A cidadania demanda participação, aproximação do 
cidadão das esferas representativas de tomada de deci-
são. O que se espera é que a ação cívica perpasse as 
instituições políticas por meio da participação da socie-
dade civil, tanto na formulação quanto na execução das 
políticas públicas, independente da área de atuação. 
 
Essa participação do cidadão não exclui a responsabi-
lidade da polícia e dos demais órgãos do sistema de se-
gurança pública. Na realidade, o poder de polícia para 
preservação da ordem é apenas um elemento desse con-
texto, mas não é o preponderante. A polícia não resume 
em si o sistema de segurança pública e nem ataca as 
causas profundas da criminalidade. É necessário, portan-
to, que os cidadãos, de forma organizada, e também os 
demais atores do sistema complementem essa respon-
sabilidade, participando da formulação e da execução dos 
programas e projetos em segurança pública. 
 
O papel da polícia nesse contexto será o de mobiliza-
ção social, no sentido de engajar os cidadãos de uma 
dada localidade na questão da prevenção de crimes e da 
violência. Além disso, a polícia deverá atuar como media-
dora entre instituições, ou seja, conclamar a participação 
de outros órgãos públicos e entidades civis (órgãos judi-
ciais, policiais, órgãos do Executivo municipal, institui-
ções privadas, organizações não-governamentais, associ-
ações diversas). 
 
É importante destacar ainda que a participação dos ci-
dadãos pode ocorrer sob os seguintes aspectos: 
 
1) colaboração com a polícia em atividades diretas de 
prevenção à criminalidade; 
 
2) fortalecimento dos meios de controle social da 
própria comunidade; e 
 
3) instituição de parceria decisória entre a polícia e a 
comunidade local nos assuntos relativos à segu-
rança (diagnóstico, planejamento, avaliação e im-
plementação). 
 
Portanto, é evidente que a polícia não pode ser autô-
noma em relação à comunidade, pois trabalha para ela e 
em função dela. Porém, a comunidade também não pode 
estar alheia às questões referentes à segurança pública, 
pois sua contribuição é fundamental para a boa consecu-
ção dos serviços policiais no tocante à preservação da 
ordem. 
 
 
 
 
 
Entretanto, para que exista esse engajamento polícia-
comunidade, é preciso que o próprio policial se sinta inse-
rido no contexto social, sincronizado e comprometido 
com os anseios da comunidade e com a defesa dos direi-
tos fundamentais. Em suma, é preciso que o policial se 
reconheça como um cidadão. 
 
Desta forma, passamos à abordagem da terceira con-
sequência mencionada neste trabalho: o policial também 
é um cidadão e deve ter seus direitos assegurados para 
que compreenda e respeite os direitos dos demais cida-
dãos. 
 
É inegável que o reconhecimento de direitos civis, polí-
ticos e sociais pela Constituição Federal de 1988 se tra-
duziu em importante avanço para a consolidação da ci-
dadania no Brasil. Por outro lado, delineou-se um novo 
conceito de cidadania, superando a tradicional identifica-
ção com os direitos políticos – “votar e ser votado” – e 
abrangendo a condição daqueles que possuem direitos 
fundamentais e deveres para com o Estado. 
 
Neste mesmo contexto, a segurança pública foi esta-
belecida como direito, como dever e também como res-
ponsabilidade de todos. Sua importância se confunde 
com a própria razão de existir do Estado, sendo sua fun-
ção primordial a proteção dos direitos do cidadão. Por 
outro lado, enquanto atividade exercida por órgãos espe-
cíficos e visando a preservação da ordem pública, a segu-
rança passou a demandar também a participação ativa da 
sociedade – ou seja, o exercício da cidadania. 
 
É visível, desta forma, que cidadania e segurança pú-
blica são conceitos indissociáveis: a cidadania somente 
pode ser exercida em plenitude quando presentes as con-
dições de paz e tranquilidade advindas com o exercício da 
segurança pública. E esta, para ser efetiva, deve contar 
com a participação e engajamento dos cidadãos, de for-
ma organizada, na formulação de projetos e políticas pú-
blicas. 
 
A conexão entre os dois conceitos trouxe também al-
guns outros reflexos de ordem prática para a doutrina de 
polícia: 
 
a) o reconhecimento do cidadão como sujeito de direi-
tos que precisam ser respeitados pela polícia em 
sua atividade, pois esta trabalha para o cidadão e 
em prol da cidadania; 
 
 
 
 
b) o cidadão deve ser inserido como um ator no pro-
cesso de efetivação da segurança pública, com 
responsabilidades que vão além do simples respei-
to às normas e aos princípios morais, cabendo à 
polícia ser o agente mobilizador dessa participação; 
e 
c) Para que haja interação polícia-comunidade, é pre-
ciso que se reconheça o policial como cidadão para 
que ele compreenda e respeite a condição de cida-
dania dos demais membros da sociedade. Para tan-
to, é urgente a mudança de paradigmas na forma-
ção dos policiais, bem como no tratamento inter-
pessoal dentro dos quartéis, abandonando-se práti-
cas atentatórias à dignidade humana. 
 
Todo esse processo passa, sem dúvidas, por uma in-
corporação dos valores ligados à cidadania, à democracia 
e aos direitos humanos tanto por parte da sociedade co-
mo também pelas instituições policiais. 
 
Desta forma, o presente artigo não pretende esgotar o 
assunto, pois os reflexos desta temática para a doutrina 
de polícia são bastante amplos e fazem derivar outras 
consequências práticas para a atividade policial, sendo 
um desafio permanente para os pesquisadores da área. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Pronasci (Programa nacional de segurança pública com cidadania) foi instituído pela Lei nº 11.530 de 2007 e de-
senvolvido pelo Ministério da Justiça e pela primeira vez introduz um projeto nacional que visa combater efetivamente 
a criminalidade no País. 
 
Para que efetivamente se alcance o fim desejado deste programa, pretende-se valorizar os profissionais da segu-
rança pública, suprimir a corrupção policial, reestruturar o sistema penitenciário e, inclusive, envolver a própria comuni-
dade na prevenção da violência. 
 
O programa decorre do PNDH-3 (Política Nacional de Direitos Humanos 3), sendo considerado uma iniciativa inédita 
no enfrentamento à criminalidade no país. O projeto articula políticas de segurança com ações sociais; prioriza a pre-
venção e busca atingir as causas que levam à violência, sem abrir mão das estratégias de ordenamento social e segu-
rança pública. 
 
Objetivos Específicos do Programa 
 
Melhorar o sistema de segurança pública 
e prisional e valorizar seus profissionais. 
Ressocializar as pessoas com penas 
restritiva de liberdades e egressos, 
por meio da implementação de proje-
tos educativos e profissionalizantes. 
Promover o acesso aos adolescen-
tes e jovens em situação de vulne-
rabilidade às políticas sociais 
governamentais, em territórios 
de descoesão social. 
 
Público alvo 
 
Nãosó os profissionais de segurança pública deverão ser beneficiados por este programa, como também os jovens 
de 15 a 24 anos que se defrontam com a lei ou já estiveram em conflito com a mesma, por viverem constantemente à 
beira da criminalidade, representando o foco etário; os presos ou egressos do sistema prisional, famílias expostas à 
violência urbana, vítimas da criminalidade e mulheres em situação de violência, atingidos pelo foco social e também os 
reservistas, que muitas vezes são incorporados pelas organizações criminosas pelo fato de terem aprendido nos quar-
téis como proceder no manejo de armas de fogo, tendo em vista o foco repressivo. 
 
Jovem 
Preso 
Jovem Egresso do 
 Sistema Prisional 
Jovem oriundo do 
serviço militar 
Jovem em situação de 
descontrole familiar 
Adolescentes em 
conflito com a lei 
 
Cumpre esclarecer que inicialmente pretendia-se atingir os jovens de 15 a 29 anos, limite este retificado para o des-
crito acima, pela medida provisória n° 416 de 2008. O PRONASCI pretende atuar nessa dupla frente: 
 
Ação Policial Prevenção e integração de jovens em situação de risco 
Formação Foco territorial 
Enfrentamento à corrupção Foco social 
Valorização Foco etário 
Bolsa-formação 
Integração da Força Nacional 
de Segurança Pública 
 
Modernização da gestão de 
estabelecimentos penais 
 
 
 
Abrangência 
 
O Pronasci está sendo estabelecido nas 13 regiões metropolitanas brasileiras mais violentas, sendo estas: Rio de 
Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Vitória, Brasília (Entorno), Curitiba, Porto Alegre, Santa Catarina, Belém, Maceió, Re-
cife, Fortaleza e Salvador. 
 
Efetividade 
 
Deverão ser celebrados contratos, acordos, convênios e consórcios com organizações não governamentais (Ong's), 
organismos internacionais assim como com os próprios estados e municípios. 
 
A avaliação e acompanhamento do Programa será realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a qual será auxili-
ada pela sociedade. 
 
Ações Estruturais 
 
As ações estão delineadas no Eixo 4 do PNDH-3, voltado à segurança pública e acesso à justiça mais eficiente e 
com atuação constante da sociedade, conforme as ações estruturais abaixo definidas: 
 
Modernização das instituições 
de segurança pública 
Valorização dos profissionais da 
segurança pública e policiais penais 
Enfrentamento à corrupção policial 
e ao crime organizado 
Regulamentação do Sistema Único 
de Segurança Pública (SUSP) 
Bolsa formação para 
policiais civis e militares, 
bombeiros e agentes 
penitenciários 
Ações Normativas: Reforma do Códi-
go de Processo Penal Nova Lei de 
Lavagem de Dinheiro Lei de tipifica-
ção do crime organizado 
Lei orgânica das polícias 
civil e militar 
Plano de financiamento 
habitacional para policiais 
civis, militares, bombeiros 
e agentes penitenciários 
ƒ Implementação de medidas para 
agilizar as punições 
disciplinares 
Estruturação dos estabelecimentos 
de segurança pública e prisionais: 
Construção de estabelecimentos 
penais especiais para mulheres; 
Construção de estabelecimentos 
penais especiais para jovens entre 18 
e 24 anos; Construção de módulos de 
saúde, educação e informática em 
estabelecimentos penais; Constru-
ção dos Centros de Reabilitação do 
Agressor – Lei Maria da Penha; Cons-
trução de núcleos de polícia cidadã 
nos territórios; Manutenção da Força 
Nacional de Segurança com sede 
própria; Aquisição de equipamentos 
infra-estruturais 
Formação e aperfeiçoamento dos 
profissionais de segurança pública e 
agentes penitenciários: Ampliação da 
Rede de Altos Estudos em Segurança 
Pública (RENAESP). Curso de tecnó-
logo, especialização e mestrado pro-
fissionalizante em segurança pública 
Campanha de desarmamento e 
controle de armas e munições; 
ƒ Desenvolvimento da política 
nacional de enfrentamento ao 
tráfico de pessoas; 
ƒ Apoio ao desenvolvimento de 
núcleos de enfrentamento ao 
tráfico de pessoas; 
ƒ Projeto controle de fronteiras da 
Polícia Federal 
Ações da Polícia Rodoviária Federal: 
Redução do tempo de resposta às 
ocorrências (acidentes, crimes etc) 
 
Formação e aperfeiçoamento dos 
profissionais de segurança pública e 
agentes penitenciários 
Estruturação das Ouvidorias e 
Corregedorias de Polícia; Capacitação 
para investigação criminal para 
corregedores de polícia; Instalação de 
laboratórios de lavagem de dinheiro 
nos estados ƒ 
 
 
 
 
Projetos 
 
O Programa institui entre outras, a implantação de al-
gumas ações envolvendo a União, estados, municípios e a 
própria comunidade a fim de fazer executar o pretendido, 
conforme apresenta a própria Lei em destaque: 
 
Projeto Reservista-Cidadão: destinado à capacitação de 
jovens recém-licenciados do serviço militar obrigatório, 
para atuar como agentes comunitários nas áreas geográ-
ficas abrangidas pelo PRONASCI. Este trabalho terá dura-
ção de doze meses, e terá tem como foco a articulação 
com jovens e adolescentes, para sua inclusão e participa-
ção em ações de promoção da cidadania. Os participan-
tes do projeto receberão formação sociojurídica e terão 
atuação direta na comunidade. 
 
Projeto de Proteção de Jovens em Território Vulnerável - 
PROTEJO: destinado à formação e inclusão social de 
jovens e adolescentes expostos à violência doméstica ou 
urbana, nas áreas geográficas abrangidas pelo PRONAS-
CI. Este trabalho terá duração de um ano, podendo ser 
prorrogável por igual período, e tem como foco a forma-
ção cidadã dos jovens e adolescentes a partir de práticas 
esportivas, culturais e educacionais que visem a resgatar 
a auto-estima, a convivência pacífica e o incentivo à rees-
truturação do seu percurso socioformativo para sua in-
clusão em uma vida saudável. 
 
Projeto Mulheres da Paz: destinado à capacitação de 
mulheres socialmente atuantes nas áreas geográficas 
abrangidas pelo PRONASCI. Este trabalho desenvolvido 
pelas Mulheres da Paz tem como foco: I - a mobilização 
social para afirmação da cidadania, tendo em vista a 
emancipação das mulheres e prevenção e enfrentamento 
à violência contra as mulheres; e II - a articulação com 
jovens e adolescentes, com vistas a sua participação e 
inclusão em programas sociais de promoção da cidada-
nia e na rede de organizações parceiras capazes de res-
ponder de modo consistente e permanente às suas de-
mandas por apoio psicológico, jurídico e social. 
 
Projeto Comunicação Cidadã Preventiva: destinado a 
promover a divulgação de ações educativas e motivado-
ras para a cidadania, direcionadas à redução de risco de 
atos infracionais ou contrários à convivência social, e 
para a propagação dos programas, projetos e ações de 
formação, inclusão social, mudança de atitude e promo-
ção da cidadania, no âmbito do PRONASCI. 
 
 
 
Projeto Bolsa-Formação: destinado à qualificação profis-
sional dos integrantes das carreiras já existentes das 
polícias militar e civil, do corpo de bombeiros, dos agentes 
penitenciários, dos agentes carcerários e dos peritos, 
contribuindo com a valorização desses profissionais e 
consequente benefício da sociedade brasileira. O ente 
federativo, para aderir ao projeto deverá aceitar as seguin-
tes condições: devendo tornar viável o amplo acesso de 
todos os policias militares e civis, bombeiros, agentes 
penitenciários, agentes carcerários e peritos que demons-
trarem interesse nos cursos de qualificação; instituir e 
manuter os programas de polícia comunitária; e garantir a 
remuneração mensal pessoal não inferior a R$ 1.300,00 
(mil e trezentos reais) aos membros das corporações 
indicadas no inciso I, até 2012. Esses instrumentos de 
cooperação não poderão ter prazo de duração superior a 
cinco anos. O pagamento do valor referente à Bolsa-
Formação será devido a partir do mês subseqüente ao da 
homologação do requerimento pela Secretaria Nacional 
de Segurança Pública ou pelo Departamento Penitenciário 
Nacional, de acordo com a natureza do cargo exercido 
pelo requerente. 
 
Bolsa-Formação – Os profissionais de segurança públicareceberão novos estímulos para estudar e atuar junto às 
comunidades. Policiais civis e militares, bombeiros, peri-
tos e agentes penitenciários de baixa renda terão acesso 
a uma bolsa de até R$ 400. Para ter direito ao benefício, o 
policial terá que participar e ser aprovado em cursos de 
capacitação promovidos, credenciados ou reconhecidos 
pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) 
do Ministério da Justiça. 
 
Formação Policial - A qualificação das polícias inclui prá-
ticas de segurança-cidadã, como a utilização de tecnolo-
gias não letais; técnicas de investigação; sistema de co-
mando de incidentes; perícia balística; DNA forense; me-
dicina legal; direitos humanos, entre outros. Os cursos 
serão oferecidos pela Rede Nacional de Altos Estudos em 
Segurança Pública (Renaesp), que envolve hoje 66 univer-
sidades brasileiras, entre públicas e particulares, e ainda 
telecentros para educação a distância. A meta é chegar a 
80 instituições parceiras em todo o país, em 2008. 
 
Mulheres da Paz - O projeto capacitará mulheres líderes 
das comunidades em temas como ética, direitos huma-
nos e cidadania, para agirem como multiplicadoras do 
Programa, tendo como incumbência aproximar os jovens 
com os quais o Pronasci trabalhará. 
 
Projeto - Jovens bolsistas em território de descoesão 
social agirão como multiplicadores da filosofia passada a 
eles pelas Mulheres da Paz e pelas equipes multidiscipli-
nares, a fim de atingir outros rapazes, moças e suas famí-
 
 
lias, contribuindo para o resgate da cidadania nas comu-
nidades. 
 
Sistema Prisional - A criação de mais de 40 mil vagas no 
sistema penitenciário do país atenderá a públicos especí-
ficos. Os jovens entre 18 e 24 anos terão unidades prisio-
nais diferenciadas. O objetivo do governo federal é sepa-
rá-los por faixa etária e natureza do delito e impedir aque-
les que cometeram pequenas infrações de se contamina-
rem pela influência dos líderes do crime organizado. Além 
disso, as mulheres apenadas também terão assistência, 
como berçário e enfermaria. A reestruturação do sistema 
prisional envolve ações que visam a qualificação de agen-
tes penitenciários e a formação profissional de presos. 
 
Plano Nacional de Habitação para Profissionais de Segu-
rança Pública - A categoria também poderá contar com o 
Plano Nacional de Habitação para Profissionais de Segu-
rança Pública, com o apoio da Caixa Econômica Federal. 
Serão disponibilizadas unidades populares para servido-
res de baixa renda, que recebam até quatro salários mí-
nimos e a cartas de crédito para a compra da casa pró-
pria, no valor de até R$ 50 mil, para aqueles que recebam 
até R$ 4,9 mil. 
 
Ministérios e Secretarias Parceiras - Algumas ações pre-
vistas no Pronasci são fruto de parcerias com ministérios 
e secretarias. O Pronasci agirá em conjunto com o Pro-
grama de Aceleração do Crescimento (PAC) nas regiões 
em que houver obras de urbanização para recuperação de 
espaços urbanos e melhoria da infra-estrutura nas comu-
nidades. Outro exemplo é a parceria firmada com a Secre-
taria Nacional Anti-Drogas, da Presidência da República, 
que ampliará, com o Pronasci, o atendimento do Viva Voz, 
projeto já existente que visa orientar jovens e famílias em 
relação às drogas. 
 
LEI Nº 11.530, DE 24 DE OUTUBRO DE 2007. 
 
Institui o Programa Nacional de Seguran-
ça Pública com Cidadania - PRONASCI e 
dá outras providências. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
 
Art. 1º Fica instituído o Programa Nacional de Segu-
rança Pública com Cidadania - PRONASCI, a ser executa-
do pela União, por meio da articulação dos órgãos fede-
rais, em regime de cooperação com Estados, Distrito Fe-
deral e Municípios e com a participação das famílias e da 
comunidade, mediante programas, projetos e ações de 
assistência técnica e financeira e mobilização social, vi-
sando à melhoria da segurança pública. 
Art. 2º O Pronasci destina-se a articular ações de se-
gurança pública para a prevenção, controle e repressão 
da criminalidade, estabelecendo políticas sociais e ações 
de proteção às vítimas. (Redação dada pela Lei nº 11.707, 
de 2008) 
 
Art. 3º São diretrizes do Pronasci: 
I - promoção dos direitos humanos, intensificando uma 
cultura de paz, de apoio ao desarmamento e de combate 
sistemático aos preconceitos de gênero, étnico, racial, 
geracional, de orientação sexual e de diversidade cultural; 
(Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) 
II - criação e fortalecimento de redes sociais e comuni-
tárias; (Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) 
III - fortalecimento dos conselhos tutelares; (Redação 
dada pela Lei nº 11.707, de 2008) 
IV - promoção da segurança e da convivência pacífica; 
(Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) 
V - modernização das instituições de segurança públi-
ca e do sistema prisional; (Redação dada pela Lei nº 
11.707, de 2008) 
VI - valorização dos profissionais de segurança pública 
e dos agentes penitenciários; (Redação dada pela Lei nº 
11.707, de 2008) 
VII - participação de jovens e adolescentes, de egres-
sos do sistema prisional, de famílias expostas à violência 
urbana e de mulheres em situação de violência; (Redação 
dada pela Lei nº 11.707, de 2008) 
VIII - ressocialização dos indivíduos que cumprem pe-
nas privativas de liberdade e egressos do sistema prisio-
nal, mediante implementação de projetos educativos, 
esportivos e profissionalizantes; (Redação dada pela Lei 
nº 11.707, de 2008) 
IX - intensificação e ampliação das medidas de enfren-
tamento do crime organizado e da corrupção policial; 
(Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) 
X - garantia do acesso à justiça, especialmente nos 
territórios vulneráveis; (Redação dada pela Lei nº 11.707, 
de 2008) 
XI - garantia, por meio de medidas de urbanização, da 
recuperação dos espaços públicos; (Redação dada pela 
Lei nº 11.707, de 2008) 
XII - observância dos princípios e diretrizes dos siste-
mas de gestão descentralizados e participativos das polí-
ticas sociais e das resoluções dos conselhos de políticas 
sociais e de defesa de direitos afetos ao Pronasci; (Reda-
ção dada pela Lei nº 11.707, de 2008) 
XIII - participação e inclusão em programas capazes 
de responder, de modo consistente e permanente, às de-
mandas das vítimas da criminalidade por intermédio de 
apoio psicológico, jurídico e social; (Incluído pela Lei nº 
11.707, de 2008) 
 
 
 
XIV - participação de jovens e adolescentes em situa-
ção de moradores de rua em programas educativos e 
profissionalizantes com vistas na ressocialização e rein-
tegração à família; (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
XV - promoção de estudos, pesquisas e indicadores 
sobre a violência que considerem as dimensões de gêne-
ro, étnicas, raciais, geracionais e de orientação sexual; 
(Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
XVI - transparência de sua execução, inclusive por 
meios eletrônicos de acesso público; e (Incluído pela Lei 
nº 11.707, de 2008) 
XVII - garantia da participação da sociedade civil. (In-
cluído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
 
Art. 4º São focos prioritários dos programas, projetos 
e ações que compõem o Pronasci: 
I - foco etário: população juvenil de 15 (quinze) a 24 
(vinte e quatro) anos; (Redação dada pela Lei nº 11.707, 
de 2008) 
II - foco social: jovens e adolescentes egressos do sis-
tema prisional ou em situação de moradores de rua, famí-
lias expostas à violência urbana, vítimas da criminalidade 
e mulheres em situação de violência; (Redação dada pela 
Lei nº 11.707, de 2008) 
III - foco territorial: regiões metropolitanas e aglomera-
dos urbanos que apresentem altos índices de homicídios 
e de crimes violentos; e (Redação dada pela Lei nº 11.707, 
de 2008) 
IV - foco repressivo: combate ao crime organiza-
do.(Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) 
 
Art. 5º O Pronasci será executado de forma integrada 
pelos órgãos e entidades federais envolvidos e pelos Es-
tados, Distrito Federal e Municípios que a elese vincula-
rem voluntariamente, mediante instrumento de coopera-
ção federativa. 
 
Art. 6º Para aderir ao Pronasci, o ente federativo deve-
rá aceitar as seguintes condições, sem prejuízo do dis-
posto na legislação aplicável e do pactuado no respectivo 
instrumento de cooperação: 
I - criação de Gabinete de Gestão Integrada - GGI; (Re-
dação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) 
II - garantia da participação da sociedade civil e dos 
conselhos tutelares nos fóruns de segurança pública que 
acompanharão e fiscalizarão os projetos do Pronasci; 
(Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) 
III - participação na gestão e compromisso com as di-
retrizes do Pronasci; (Redação dada pela Lei nº 11.707, de 
2008) 
IV - compartilhamento das ações e das políticas de se-
gurança, sociais e de urbanização; (Redação dada pela 
Lei nº 11.707, de 2008) 
V - comprometimento de efetivo policial nas ações pa-
ra pacificação territorial, no caso dos Estados e do Distri-
to Federal; (Redação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) 
VI - disponibilização de mecanismos de comunicação 
e informação para mobilização social e divulgação das 
ações e projetos do Pronasci; (Redação dada pela Lei nº 
11.707, de 2008) 
VII - apresentação de plano diretor do sistema peniten-
ciário, no caso dos Estados e do Distrito Federal; (Incluído 
pela Lei nº 11.707, de 2008) 
VIII - compromisso de implementar programas conti-
nuados de formação em direitos humanos para os polici-
ais civis, policiais militares, bombeiros militares e servido-
res do sistema penitenciário; (Incluído pela Lei nº 11.707, 
de 2008) 
IX - compromisso de criação de centros de referência e 
apoio psicológico, jurídico e social às vítimas da crimina-
lidade; e (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
X – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
 
Art. 7º Para fins de execução do Pronasci, a União fica 
autorizada a realizar convênios, acordos, ajustes ou ou-
tros instrumentos congêneres com órgãos e entidades da 
administração pública dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios, assim como com entidades de direito 
público e Organizações da Sociedade Civil de Interesse 
Público - OSCIP, observada a legislação pertinente. 
 
Art. 8º A gestão do Pronasci será exercida pelos Minis-
térios, pelos órgãos e demais entidades federais nele en-
volvidos, bem como pelos Estados, Distrito Federal e Mu-
nicípios participantes, sob a coordenação do Ministério 
da Justiça, na forma estabelecida em regulamento. 
 
Art. 8º-A. Sem prejuízo de outros programas, projetos 
e ações integrantes do Pronasci, ficam instituídos os se-
guintes projetos: (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
I - Reservista-Cidadão; (Incluído pela Lei nº 11.707, de 
2008) 
II - Proteção de Jovens em Território Vulnerável - Prote-
jo; (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
III - Mulheres da Paz; e (Incluído pela Lei nº 11.707, de 
2008) 
IV - Bolsa-Formação. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 
2008) 
Parágrafo único. A escolha dos participantes dos pro-
jetos previstos nos incisos I a III do caput deste artigo 
dar-se-á por meio de seleção pública, pautada por crité-
rios a serem estabelecidos conjuntamente pelos entes 
federativos conveniados, considerando, obrigatoriamente, 
os aspectos socioeconômicos dos pleiteantes.(Incluído 
pela Lei nº 11.707, de 2008) 
 
 
 
Art. 8º-B. O projeto Reservista-Cidadão é destinado à 
capacitação de jovens recém-licenciados do serviço mili-
tar obrigatório, para atuar como agentes comunitários nas 
áreas geográficas abrangidas pelo Pronasci. (Incluído 
pela Lei nº 11.707, de 2008) 
§ 1º O trabalho desenvolvido pelo Reservista-Cidadão, 
que terá duração de 12 (doze) meses, tem como foco a 
articulação com jovens e adolescentes para sua inclusão 
e participação em ações de promoção da cidadania. (In-
cluído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
§ 2º Os participantes do projeto de que trata este arti-
go receberão formação sociojurídica e terão atuação dire-
ta na comunidade.” (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
 
Art. 8º-C. O projeto de Proteção de Jovens em Territó-
rio Vulnerável - Protejo é destinado à formação e inclusão 
social de jovens e adolescentes expostos à violência do-
méstica ou urbana ou em situações de moradores de rua, 
nas áreas geográficas abrangidas pelo Pronasci. (Incluído 
pela Lei nº 11.707, de 2008) 
§ 1º O trabalho desenvolvido pelo Protejo terá duração 
de 1 (um) ano, podendo ser prorrogado por igual período, 
e tem como foco a formação cidadã dos jovens e adoles-
centes a partir de práticas esportivas, culturais e educaci-
onais que visem a resgatar a auto-estima, a convivência 
pacífica e o incentivo à reestruturação do seu percurso 
socioformativo para sua inclusão em uma vida saudável. 
(Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
§ 2º A implementação do Protejo dar-se-á por meio da 
identificação dos jovens e adolescentes participantes, 
sua inclusão em práticas esportivas, culturais e educaci-
onais e formação sociojurídica realizada por meio de cur-
sos de capacitação legal com foco em direitos humanos, 
no combate à violência e à criminalidade, na temática 
juvenil, bem como em atividades de emancipação e socia-
lização que possibilitem a sua reinserção nas comunida-
des em que vivem. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
§ 3º A União bem como os entes federativos que se 
vincularem ao Pronasci poderão autorizar a utilização dos 
espaços ociosos de suas instituições de ensino (salas de 
aula, quadras de esporte, piscinas, auditórios e bibliote-
cas) pelos jovens beneficiários do Protejo, durante os 
finais de semana e feriados. (Incluído pela Lei nº 11.707, 
de 2008) 
 
Art. 8º-D. O projeto Mulheres da Paz é destinado à ca-
pacitação de mulheres socialmente atuantes nas áreas 
geográficas abrangidas pelo Pronasci. (Incluído pela Lei 
nº 11.707, de 2008) 
§ 1º O trabalho desenvolvido pelas Mulheres da Paz 
tem como foco: (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
I - a mobilização social para afirmação da cidadania, 
tendo em vista a emancipação das mulheres e prevenção 
e enfrentamento da violência contra as mulheres; e (Inclu-
ído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
II - a articulação com jovens e adolescentes, com vis-
tas na sua participação e inclusão em programas sociais 
de promoção da cidadania e na rede de organizações 
parceiras capazes de responder de modo consistente e 
permanente às suas demandas por apoio psicológico, 
jurídico e social. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
§ 2º A implementação do projeto Mulheres da Paz dar-
se-á por meio de: (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
I - identificação das participantes; (Incluído pela Lei nº 
11.707, de 2008) 
II - formação sociojurídica realizada mediante cursos 
de capacitação legal, com foco em direitos humanos, 
gênero e mediação pacífica de conflitos; (Incluído pela Lei 
nº 11.707, de 2008) 
III - desenvolvimento de atividades de emancipação da 
mulher e de reeducação e valorização dos jovens e ado-
lescentes; e (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
IV - colaboração com as ações desenvolvidas pelo Pro-
tejo, em articulação com os Conselhos Tutelares. (Incluí-
do pela Lei nº 11.707, de 2008) 
§ 3º Fica o Poder Executivo autorizado a conceder, nos 
limites orçamentários previstos para o projeto de que 
trata este artigo, incentivos financeiros a mulheres soci-
almente atuantes nas áreas geográficas abrangidas pelo 
Pronasci, para a capacitação e exercício de ações de jus-
tiça comunitária relacionadas à mediação e à educação 
para direitos, conforme regulamento. (Incluído pela Lei nº 
11.707, de 2008) 
 
Art. 8º-E. O projeto Bolsa-Formação é destinado à qua-
lificação profissional dos integrantes das Carreiras já 
existentes das polícias militar e civil, do corpo de bombei-
ros, dos agentes penitenciários, dos agentes carcerários e 
dos peritos, contribuindo com a valorização desses pro-
fissionais e conseqüente benefício da sociedade brasilei-
ra. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
§ 1º Para aderir ao projeto Bolsa-Formação,o ente fe-
derativo deverá aceitar as seguintes condições, sem pre-
juízo do disposto no art. 6o desta Lei, na legislação apli-
cável e do pactuado no respectivo instrumento de coope-
ração: (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
I - viabilização de amplo acesso a todos os policiais 
militares e civis, bombeiros, agentes penitenciários, agen-
tes carcerários e peritos que demonstrarem interesse nos 
cursos de qualificação; (Incluído pela Lei nº 11.707, de 
2008) 
II - instituição e manutenção de programas de polícia 
comunitária; e (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
III - garantia de remuneração mensal pessoal não infe-
rior a R$ 1.300,00 (mil e trezentos reais) aos membros das 
corporações indicadas no inciso I deste parágrafo, até 
2012. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
 
 
§ 2º Os instrumentos de cooperação não poderão ter 
prazo de duração superior a 5 (cinco) anos. (Incluído pela 
Lei nº 11.707, de 2008) 
§ 3º O beneficiário policial civil ou militar, bombeiro, 
agente penitenciário, agente carcerário e perito dos Esta-
dos-membros que tiver aderido ao instrumento de coope-
ração receberá um valor referente à Bolsa-Formação, de 
acordo com o previsto em regulamento, desde que: (Inclu-
ído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
I - freqüente, a cada 12 (doze) meses, ao menos um 
dos cursos oferecidos ou reconhecidos pelos órgãos do 
Ministério da Justiça, nos termos dos §§ 4o a 7o deste 
artigo; (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
II - não tenha cometido nem sido condenado pela prá-
tica de infração administrativa grave ou não possua con-
denação penal nos últimos 5 (cinco) anos; e (Incluído pela 
Lei nº 11.707, de 2008) 
III - não perceba remuneração mensal superior ao limi-
te estabelecido em regulamento. (Incluído pela Lei nº 
11.707, de 2008) 
§ 4º A Secretaria Nacional de Segurança Pública do 
Ministério da Justiça será responsável pelo oferecimento 
e reconhecimento dos cursos destinados aos peritos e 
aos policiais militares e civis, bem como aos bombeiros. 
(Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
§ 5º O Departamento Penitenciário Nacional do Minis-
tério da Justiça será responsável pelo oferecimento e 
reconhecimento dos cursos destinados aos agentes peni-
tenciários e agentes carcerários. (Incluído pela Lei nº 
11.707, de 2008) 
§ 6º Serão dispensados do cumprimento do requisito 
indicado no inciso I do § 3o deste artigo os beneficiários 
que tiverem obtido aprovação em curso de especialização 
reconhecido pela Secretaria Nacional de Segurança Pú-
blica ou pelo Departamento Penitenciário Nacional do 
Ministério da Justiça. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 
2008) 
§ 7º O pagamento do valor referente à Bolsa-Formação 
será devido a partir do mês subseqüente ao da homolo-
gação do requerimento pela Secretaria Nacional de Segu-
rança Pública ou pelo Departamento Penitenciário Nacio-
nal, de acordo com a natureza do cargo exercido pelo 
requerente. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
§ 8º Os requisitos previstos nos incisos I a III do § 3o 
deste artigo deverão ser verificados conforme o estabele-
cido em regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.707, de 
2008) 
§ 9º Observadas as dotações orçamentárias do proje-
to, fica autorizada a inclusão dos guardas civis munici-
pais e dos agentes de trânsito, enquadrados nos limites 
inferior e superior de remuneração definidos nas normas 
de concessão da Bolsa-Formação, como beneficiários do 
projeto, mediante o instrumento de cooperação federativa 
de que trata o art. 5º desta Lei, observadas as demais 
condições previstas em regulamento. (Redação dada pela 
Lei nº 13.030, de 2014) 
 
Art. 8º-F. O Poder Executivo concederá auxílio finan-
ceiro aos participantes a que se referem os arts. 8º-B, 8º-C 
e 8º-D desta Lei, a partir do exercício de 2008, nos seguin-
tes valores: (Incluído pela Lei nº 11.707, de 2008) 
I - R$ 100,00 (cem reais) mensais, no caso dos projetos 
Reservista-Cidadão e Protejo; e (Incluído pela Lei nº 
11.707, de 2008) 
II - R$ 190,00 (cento e noventa reais) mensais, no caso 
do projeto Mulheres da Paz. (Incluído pela Lei nº 11.707, 
de 2008) 
 
Parágrafo único. A concessão do auxílio financeiro 
dependerá da comprovação da assiduidade e do com-
prometimento com as atividades estabelecidas no âmbito 
dos projetos de que tratam os arts. 8º-B, 8º-C e 8º-D desta 
Lei, além de outras condições previstas em regulamento, 
sob pena de exclusão do participante. (Incluído pela Lei nº 
11.707, de 2008) 
 
Art. 8º-G. A percepção dos auxílios financeiros previs-
tos por esta Lei não implica filiação do beneficiário ao 
Regime Geral de Previdência Social de que tratam as Leis 
nos 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991. (Incluído 
pela Lei nº 11.707, de 2008) 
 
Art. 8º-H. A Caixa Econômica Federal será o agente 
operador dos projetos instituídos nesta Lei, nas condi-
ções a serem estabelecidas com o Ministério da Justiça, 
obedecidas as formalidades legais. (Incluído pela Lei nº 
11.707, de 2008) 
 
Art. 9º As despesas com a execução dos projetos cor-
rerão à conta das dotações orçamentárias consignadas 
anualmente no orçamento do Ministério da Justiça. (Re-
dação dada pela Lei nº 11.707, de 2008) 
§ 1º Observadas as dotações orçamentárias, o Poder 
Executivo federal deverá, progressivamente, até o ano de 
2012, estender os projetos referidos no art. 8o-A para as 
regiões metropolitanas de todos os Estados. (Incluído 
pela Lei nº 12.681, de 2012) 
§ 2º Os entes federados integrantes do Sistema Naci-
onal de Informações de Segurança Pública, Prisionais, de 
Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material Genéti-
co, de Digitais e de Drogas (Sinesp) que deixarem de for-
necer ou de atualizar seus dados e informações no Sis-
tema não poderão receber recursos do Pronasci.(Redação 
dada pela Lei nº 13.675, de 2018) (Vigência)) 
 
Art. 10. (Revogado pela Lei nº 11.707, de 20080 
 
Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica-
ção. 
 
 
 
 
01.O projeto pertencente ao Programa Nacional de Segu-
rança Pública com Cidadania – PRONASCI –, que é 
destinado à qualificação profissional dos integrantes 
das carreiras já existentes das polícias militar e civil, 
do corpo de bombeiros, dos agentes penitenciários, 
dos agentes carcerários e dos peritos, contribuindo 
com a valorização desses profissionais e conseqüente 
benefício da sociedade brasileira, é o 
A) Auxílio-Segurança. 
B) Agente-Cidadão 
C) Auxílio-Paz. 
D) Apoio-Responsável. 
E) Bolsa-Formação. 
 
02.Os programas, projetos e ações que compõem o Pro-
grama Nacional de Segurança Pública com Cidadania, 
instituído pela Lei Federal n° 11.530 de 24 de outubro 
de 2007 e alterações, possuem, como foco prioritário 
etário, população 
A) jovem de 18 (dezoito) a 30 (trinta) anos. 
B) juvenil de 12 (doze) a 18 (dezoito) anos. 
C) adulta de 20 (vinte) a 45 (quarenta e cinco anos). 
D) juvenil de 15 (quinze) a 24 (vinte e quatro) anos. 
E) adulta de 20 (vinte) a 35 (trinta e cinco) anos. 
 
03.O Programa Nacional de Segurança Pública com Cida-
dania – PRONASCI –, instituído pela Lei Federal n° 
11.530 de 24 de outubro de 2007 e alterações, possui, 
dentre outras, a seguinte diretriz: 
A) enfraquecimento dos conselhos tutelares. 
B) desestímulo à segurança e à convivência pacífica. 
C) garantia do acesso à justiça, especialmente nos ter-
ritórios vulneráveis. 
D) redução das medidas de enfrentamento ao crime 
organizado. 
E) destituição de redes sociais e comunitárias. 
 
04.Segundo o PRONASCI, é destinado à formação e inclu-
são social de jovens e adolescentes expostos à violên-
cia doméstica ou urbana ou em situações de morado-
res de rua, nas áreas geográficas abrangidas: 
A) Projeto Mulheres da Paz. 
B) Projeto Bolsa Formação. 
C) Projeto Jovens em Desenvolvimento. 
D) Projeto Vulnerabilidade. 
E) Projeto Jovens em Território Vulnerável. 
 
 
05.Com relação à gestão do PRONASCI é incorreto afir-
mar: 
A) A União fica autorizada a realizar convênios, acor-
dos, ajustes ou outros instrumentos congêneres 
com órgãos e entidadesda administração pública 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
assim como com entidades de direito público e Or-
ganizações da Sociedade Civil de Interesse Público 
– OSCIP. 
B) A gestão do Pronasci será exercida pelos Ministé-
rios, pelos órgãos e demais entidades federais nele 
envolvidos, bem como pelos Estados, Distrito Fede-
ral e Municípios participantes, sob a coordenação 
do Ministério da Justiça, na forma estabelecida em 
regulamento. 
C) Para aderir ao Pronasci, o ente federativo deverá 
aceitar as seguintes condições, sem prejuízo do 
disposto na legislação aplicável e do pactuado no 
respectivo instrumento de cooperação. 
D) A União fica autorizada a realizar convênios, acor-
dos, ajustes ou outros instrumentos congêneres 
com órgãos e entidades da administração pública 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
salvo com entidades de direito público e Organiza-
ções da Sociedade Civil de Interesse Público – OS-
CIP. 
 
06.Segundo disposto na Lei nº 11.530/2007 a gestão do 
Pronasci será exercida: 
A) pelo Gabinete da Presidência da República. 
B) pelos gestores estaduais. 
C) pelos Ministérios, pelos órgãos e demais entidades 
federais nele envolvidos, bem como pelos Estados, 
Distrito Federal e Municípios participantes. 
D) pelo Ministério da Justiça. 
E) pelas entidades da Administração Indireta da União 
e dos Estados. 
 
A segurança pública é considerada uma demanda social 
que necessita de estruturas estatais e demais organiza-
ções da sociedade para ser efetivada. No âmbito do pro-
cesso de constituição da política de segurança pública, 
são elaborados mecanismos e estratégias de enfrenta-
mento da violência e da criminalidade que afetam o meio 
social. Entre eles, está a participação da sociedade, que, 
por meio de suas instituições representativas, torna-se 
crucial para o delineamento de qualquer política pública 
para a segurança. A respeito desse assunto, julgue os 
itens que se seguem. 
 
Nesse sentido, considere que a sigla PRONASCI, sempre 
que utilizada, refere-se ao Programa Nacional de Segu-
rança Pública com Cidadania. 
 
 
07. A Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública 
é uma ação governamental de política de segurança 
pública e cidadania cuja finalidade é fiscalizar o PRO-
NASCI; para isso, ela conta com o apoio direto do Mi-
nistério Público e da Procuradoria-Geral da República. 
 C  E 
 
08.As conferências nacionais de segurança pública, mar-
co importante na Política Nacional de Segurança Pú-
blica, constituem projeto proposto pelo Conselho Na-
cional de Segurança Pública e têm como objetivo o 
combate à criminalidade. 
 C  E 
 
09.A formação e a valorização dos profissionais de segu-
rança pública; a reestruturação do sistema penitenciá-
rio; o combate à corrupção policial; e o envolvimento 
da comunidade na prevenção da violência são os prin-
cipais eixos do PRONASCI, programa desenvolvido pe-
lo Ministério da Justiça com vistas a prevenir, contro-
lar e reprimir a criminalidade. 
 C  E 
 
Julgue os próximos itens, relativos ao sistema de justiça 
criminal. 
 
10.Cabe à Secretaria Nacional de Segurança Pública apu-
rar infrações penais cometidas contra a ordem política 
ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da 
União ou outros delitos de repercussão interestadual. 
 C  E 
 
11.O programa Sistema Único de Segurança Pública é 
gerenciado pela Secretaria Nacional de Segurança Pú-
blica e visa articular as ações federais, estaduais e 
municipais tanto na área de segurança pública quanto 
na de justiça criminal. 
 C  E 
 
Aprovado em 2009, o terceiro Programa Nacional de Direi-
tos Humanos (PNDH-3) assenta-se nos seguintes eixos 
orientadores: interação democrática entre Estado e socie-
dade civil; desenvolvimento e direitos humanos; universa-
lização dos direitos em um contexto de desigualdades; 
segurança pública, acesso à justiça e combate à violên-
cia; educação e cultura em direitos humanos; direito à 
memória e à verdade. A respeito desse assunto, julgue os 
itens que se seguem. 
 
12.Uma importante diretriz do PNDH-3 refere-se ao com-
bate à violência institucional, com ênfase na erradica-
ção da tortura e na redução da letalidade policial e 
carcerária. 
 C  E 
13.Ao propor um eixo orientador centrado na relação en-
tre desenvolvimento e direitos humanos, o PNDH-3 de-
fende, entre outros objetivos, um modelo de desenvol-
vimento sustentável, assinalado pela inclusão social e 
econômica, tecnologicamente responsável e ambien-
talmente equilibrado. 
 C  E 
 
14.Entre as diretrizes contidas no PNDH-3, estão a demo-
cratização e a modernização do sistema de segurança 
pública, o que requer transparência e efetiva participa-
ção da sociedade na abordagem do tema. 
 C  E 
 
15.Em relação ao papel das instituições policiais no com-
bate às distintas formas de discriminação, assinale a 
afirmativa incorreta. 
A) Apesar de não possuir fundamento na Constituição 
Federal de 1988, o combate ao preconceito no Es-
tado Democrático de Direito é medida recomendada 
aos órgãos de Segurança Pública. 
B) A recusa ou o impedimento de acessar um estabe-
lecimento público ou comercial por discriminação 
ou preconceito de cor, religião ou procedência naci-
onal, constitui crime. 
C) O Supremo Tribunal Federal, em 2019, proferiu deci-
são equiparando a homofobia ao crime de racismo. 
D) As medidas protetivas de urgência previstas na Lei 
nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha) não se aplicam 
ao homem vítima de violência. 
E) A Segurança Pública, como dever do Estado e direi-
to fundamental dos cidadãos, não pode comportar 
quaisquer formas de discriminação. 
 
16.Acerca do Programa Nacional de Segurança Pública 
com Cidadania (PRONASCI), assinale a afirmativa cor-
reta. 
A) Pretende erradicar operações conjuntas entre as po-
lícias civis e militares. 
B) Pretende alterações legislativas para criação de no-
vos delitos e aumento das penas. 
C) Pretende fomentar o comércio de armas de fogo. 
D) Pretende articular ações de segurança pública com 
políticas sociais. 
E) Pretende garantir privilégios aos agentes públicos 
dos órgãos de segurança. 
 
17.Acerca da participação popular na Segurança Pública, 
assinale a afirmativa incorreta. 
A) Tem fundamento na Constituição Federal de 1988, 
que estabelece, em seu Art. 144, a Segurança Públi-
ca como dever do Estado, direito e responsabilidade 
de todos. 
 
 
B) As conferências estaduais e nacionais de Seguran-
ça Pública preconizam a construção de espaços de 
negociação, busca de consensos, democratização e 
corresponsabilidade entre o Estado e a sociedade 
civil. 
C) Possibilita a implementação de políticas de Segu-
rança Pública dotadas de maior eficácia e caráter 
preventivo. 
D) Preconiza o incremento da credibilidade e confiança 
dos órgãos de Segurança Pública perante a socie-
dade civil. 
E) Tem ênfase na busca de planos de Segurança Pú-
blica democratizantes, orientados para maior efeti-
vidade a partir da confissão espontânea de autores 
de delitos. 
 
18.David Bayley e Jerome Skolnick, os primeiros estudio-
sos sobre policiamento comunitário nos Estados Uni-
dos, indicam quatro principais características desse 
tipo de policiamento. Nesse sentido, avalie os itens a 
seguir. 
1. Construção de unidades policiais em áreas de con-
flito conflagrado. 
2. Descentralização do comando por área. 
3. Emprego de civis na polícia e no trabalho de polici-
amento. 
4. Ênfase no policiamento de confronto bélico. 
5. Estabelecer um plano de segurança pública prévio e, 
posteriormente, divulgá-lo para a comunidade. 
6. Relação de reciprocidade entre a polícia e a popula-
ção. 
7. Relação verticalizada entre a polícia e a população. 
8. Reorientação da patrulha de modo a engajar a co-
munidade na prevenção do crime. 
 
Assinale a opção que indica somente as característi-
cas do policiamento comunitário. 
A) 1, 2, 3 e 7. 
B) 1, 2, 5 e 6. 
C) 2, 3, 6 e 8. 
D) 3, 4, 6 e 7. 
E) 4, 6, 7 e 8.19.De acordo com o texto da Constituição Federal de 
1988, assinale a opção que indica apenas órgãos de 
Segurança Pública. 
A) Corpos de Bombeiros Militares; Polícia Rodoviária 
Federal; Polícia Ferroviária Federal e Polícias Pe-
nais. 
B) Polícia Federal; Polícias Militares; Polícias Civis e 
Guardas Municipais. 
C) Polícia Federal; Polícias Penais; Polícias Civis e 
Guardas Municipais. 
D) Corpos De Bombeiros Militares; Polícias Militares; 
Forças Armadas e Polícias Civis. 
E) Polícias Militares; Polícia Federal; Força Nacional 
De Segurança Pública e Polícias Civis. 
 
20.No combate à ação de milícias privadas, devem ser 
observados alguns critérios de identificação por parte 
dos órgãos de Segurança Pública. 
 
Alguns desses critérios estão listados à seguir, à exce-
ção de um. Assinale-o. 
A) Domínio territorial, ânimo de lucro e participação 
ativa e reconhecida de agentes do Estado. 
B) Organização paramilitar, milícia particular, grupo ou 
esquadrão. 
C) Controle territorial coativo e discurso de legitimação 
referido à proteção dos moradores e à instauração 
de uma ordem. 
D) Controle de um território e da população que nele 
habita por parte de um grupo armado irregular. 
E) Cooperação da sociedade civil armada com os ór-
gãos de segurança pública. 
 
21.Segurança Pública expressa um conjunto de garantias 
exigidas do Estado para a tutela dos direitos funda-
mentais dos cidadãos. Nesse sentido, o Programa Na-
cional de Segurança Pública com Cidadania destina-se 
a articular ações de segurança pública para: 
A) prevenção, controle e repressão da criminalidade, 
estabelecendo políticas sociais e ações de proteção 
aos agentes de segurança pública e demais autori-
dades. 
B) prevenção e controle da criminalidade, visando a 
redução da letalidade policial, carcerária e dos cri-
mes hediondos. 
C) repressão da criminalidade, com ações ostensivas e 
preventivas nas vias públicas, com suporte dos ór-
gãos permanentes de segurança pública e das de-
mais forças auxiliares. 
D) prevenção, controle e repressão da criminalidade, 
estabelecendo políticas sociais e ações de proteção 
às vítimas. 
E) promoção dos direitos humanos, intensificando 
uma cultura de paz, de apoio ao armamento e de 
combate sistemático aos preconceitos de gênero, 
étnico, racial, geracional, de orientação sexual e de 
diversidade cultural. 
 
22.Analise os tópicos abaixo, referentes às mudanças em 
curso no país para atender as demandas atuais da se-
gurança pública. 
 
 
I. A ressocialização dos indivíduos que cumprem pe-
nas privativas de liberdade e egressos do sistema 
prisional, mediante implementação de projetos edu-
cativos, esportivos e profissionalizantes constitui 
uma das diretrizes do Pronasci. 
II. As polícias buscam reagir ao aumento da criminali-
dade estabelecendo ações policiais baseadas em 
estudos e análises sobre o fenômeno criminal. 
III. Existe uma importante “integração” das ações das 
polícias, destacando a proposta de unificação me-
todológica em termo de coleta e armazenamento de 
dados. 
IV. O controle do trabalho policial é feito apenas no 
seio dos próprios órgãos, tendo em vista a necessi-
dade de sigilo das ações policiais. 
V. O Pronasci será executado de forma integrada pelos 
órgãos e entidades federais envolvidos e pelos Es-
tados, Distrito Federal e Municípios que a ele se 
vincularem obrigatoriamente, mediante instrumento 
de cooperação federativa. 
 
Estão corretos os tópicos: 
A) I, II e IV 
B) I, III e V 
C) II, III e V 
D) I, II e III 
E) II, III e IV 
 
23.Em relação ao Ciclo Completo de Polícia e sua efetivi-
dade diante do atual quadro histórico-institucional 
brasileiro, analise os seguintes tópicos: 
I. Ciclo Completo de Polícia é a execução das funções 
judiciário-investigativa e ostensivo-preventiva pela 
mesma instituição policial. 
II. Para isso tornar-se possível no Brasil, não seria ine-
vitável a reestruturação do subsistema policial atra-
vés de emenda ao texto constitucional de 1988, 
precisamente o artigo 144. 
III. A gestão do Pronasci será exercida pelos Ministé-
rios, pelos órgãos e demais entidades federais nele 
envolvidos, bem como pelos Estados, Distrito Fede-
ral e Municípios participantes, sob a coordenação 
do Ministério da Justiça, na forma estabelecida em 
regulamento. 
IV. Para fins de execução do Pronasci, a União fica au-
torizada a realizar convênios, acordos, ajustes ou 
outros instrumentos congêneres com órgãos e en-
tidades da administração pública dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, salvo com entida-
des de direito público e Organizações da Sociedade 
Civil de Interesse Público – OSCIP. 
V. Os altos índices atuais de criminalidade impõem a 
urgência de uma reforma gerencial e da racionaliza-
ção do sistema, em benefício da implantação de po-
líticas capazes de aprimorar a eficiência policial, 
diminuindo a impunidade. 
 Estão corretos os tópicos: 
A) I, III e V D) I, II e IV 
B) I, II e V E) III e V 
C) II, III e IV 
 
24.A segurança pública, dever do Estado, direito e res-
ponsabilidade de todos, é exercida para a preservação 
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do 
patrimônio. Sobre o tema, assinale a alternativa corre-
ta. 
A) A polícia federal, instituída por lei como órgão per-
manente, organizado e mantido pela União e estru-
turado em carreira, destina-se a exercer as funções 
de polícia judiciária da União, mas sem exclusivida-
de. 
B) A segurança viária compete, no âmbito dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios, aos respecti-
vos órgãos ou entidades executivos e seus agentes 
de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da 
lei. 
C) A lei não disciplinará a organização e o funciona-
mento dos órgãos responsáveis pela segurança pú-
blica, cabendo a cada órgão determinar suas diretri-
zes a fim de garantir a eficiência de suas atividades. 
D) As polícias militares e os corpos de bombeiros mili-
tares, forças auxiliares e reserva do Exército subor-
dinam-se, ao contrário das polícias civis e das polí-
cias penais estaduais e distrital, aos Governadores 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. 
E) A polícia ferroviária federal, órgão transitório, orga-
nizado e mantido pelos Estados e estruturado em 
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulha-
mento ostensivo das ferrovias federais. 
 
25.Sobre a Lei nº 11.530/2007, que cria o PRONASCI, é 
correto afirmar: 
A) O Pronasci destina-se a articular ações de seguran-
ça pública para a prevenção, controle e repressão 
da criminalidade, estabelecendo políticas sociais e 
ações de proteção aos detentos do sistema prisio-
nal. 
B) Dentre as diretrizes do Pronasci destaca-se valori-
zação dos profissionais de segurança pública e dos 
guardas municipais e agentes de trânsito. 
C) O programa federal atua de forma centralizada, ga-
rantindo a participação de jovens e adolescentes 
em situação de moradores de rua em programas 
educativos e profissionalizantes. 
D) Não há previsão de participação da sociedade civil 
nas atividades desenvolvidas pelo Pronasci. 
E) O Pronasci será executado de forma integrada pelos 
órgãos e entidades federais envolvidos e pelos Es-
tados, Distrito Federal e Municípios que a ele se 
vincularem voluntariamente, mediante instrumento 
de cooperação federativa. 
 
 
 
26.A segurança pública é direito fundamental do cidadão, 
garantido tanto pela Constituição Federal como pela 
Declaração Universal dos Direitos Humanos. Nesse 
contexto surge o Programa Nacional de Segurança 
Pública com Cidadania (Pronasci), que busca o contro-
le e a prevenção da violência com a união de políticas 
de segurança pública e de ações sociais que comba-
tam as causas socioeconômicas da criminalidade. 
 
 Sobre o programa é correto afirmar: 
A) Tem como principal característica o combate à cri-
minalidade e à violência por meio da união de políti-
cas de segurança pública com ações sociais, sem a 
participação dos entes estaduais, municipais e dis-
tritais.público. 
B) os ministérios e as autarquias, os primeiros e as se-
gundas com personalidade jurídica de direito públi-
co. 
C) as fundações públicas e as organizações sociais, as 
primeiras e as segundas podendo possuir tanto 
personalidade jurídica de direito público, como de 
direito privado. 
D) as empresas públicas e as organizações da socie-
dade civil de interesse público, as primeiras, com 
personalidade jurídica de direito privado e, as se-
gundas, com personalidade jurídica de direito públi-
co. 
E) as autarquias e as sociedades de economia mista, 
as primeiras, com personalidade jurídica de direito 
público e, as segundas, com personalidade jurídica 
de direito privado. 
 
 
 
05.A administração pública pode ser efetivada, imediata-
mente pela União, através de seus próprios órgãos. 
Pode, também, ser realizada mediatamente por meio 
de entes (personalizados) a ela vinculados. Nesses 
dois casos, estamos nos referindo, quanto ao aspecto 
funcional ou operacional, respectivamente, à adminis-
tração 
A) indireta e direta. 
B) direta e indireta. 
C) contratada e direta. 
D) indireta e terceirizada. 
E) terceirizada e contratada. 
 
06.De acordo com o ensinamento predominante na dou-
trina brasileira, pode-se identificar na organização 
administrativa pátria, como fruto da desconcentração, 
no plano federal, 
A) uma fundação pública. 
B) um ministério. 
C) uma autarquia qualificada como agência executiva. 
D) uma sociedade de economia mista. 
E) uma agência reguladora. 
 
07.Uma empresa que exerça atividade econômica, com 
70% de seu capital votante nas mãos da União, sendo 
o restante de seu capital de propriedade de um Estado, 
A) enquadra-se na definição legal de empresa pública, 
tendo personalidade jurídica de direito público. 
B) enquadra-se na definição legal de sociedade de 
economia mista, tendo personalidade jurídica de di-
reito público. 
 
 
C) enquadra-se na definição legal de empresa pública, 
tendo personalidade jurídica de direito privado. 
D) enquadra-se na definição legal de sociedade de 
economia mista, tendo personalidade jurídica de di-
reito privado. 
E) não se enquadra em nenhuma definição legal quan-
to às entidades da Administração indireta. 
 
08.A repartição de funções entre os vários órgãos (des-
personalizados) de uma mesma Administração, sem 
quebra de hierarquia, em que a prestação de serviços é 
direta e imediata; e a atribuição de Poderes da Admi-
nistração a outrem, distinta da do Estado, que age por 
outorga do serviço (mas sempre em nome próprio), re-
ferem-se, respectivamente, à 
A) descentralização e desconcentração administrativa. 
B) desconcentração administrativa e descentralização. 
C) descentralização e delegação de serviço público. 
D) delegação de serviço público e execução direta. 
E) execução indireta e desconcentração administrati-
va. 
 
 
 
 
09.São entidades estatais 
A) as Empresas Públicas. 
B) as Autarquias. 
C) as Fundações de direito público. 
D) os Municípios. 
E) os Territórios Federais. 
 
10.A organização da Administração Pública federal dis-
tingue a Administração direta da indireta. São exem-
plos de integrantes da Administração direta e da indi-
reta, respectivamente, 
A) a Presidência da República e um Ministério. 
B) um Ministério e uma empresa pública. 
C) uma autarquia e uma sociedade de economia mista. 
D) uma autarquia e uma empresa privada concessio-
nária de serviço público. 
E) uma fundação pública e uma fundação privada. 
 
11.Uma sociedade de economia mista, que explore ativi-
dade econômica, 
A) não se submete ao regime de licitação para contra-
tação de obras, serviços, compras e alienações. 
B) não está sujeita à falência. 
C) submete-se ao mesmo regime jurídico trabalhista 
das pessoas jurídicas de direito público. 
D) pode ser instituída por decisão do poder Executivo, 
independentemente de lei. 
E) submete-se ao mesmo regime jurídico tributário das 
empresas privadas. 
 
12.Determinado Município adquire, no mercado de bolsa 
de valores, ações representativas de 60% (sessenta 
por cento) do capital votante de uma sociedade anô-
nima, passando a exercer o respectivo controle. Não 
houve, porém, lei específica aprovada pela Câmara 
Municipal, autorizando a operação. Nessa hipótese, a 
sociedade anônima em tela 
A) passará a ser considerada sociedade de economia 
mista municipal, integrante da Administração Dire-
ta. 
B) apenas passará a integrar a Administração Indireta 
se se transformar em empresa pública, na forma da 
legislação aplicável. 
C) passará a ser considerada empresa pública munici-
pal, integrante da Administração Indireta. 
D) integrará a Administração Indireta, como entidade 
sui generis, sujeita ao regime jurídico geral de direito 
privado. 
E) não integrará a Administração Direta, nem a Indire-
ta, sendo apenas uma companhia sob controle mu-
nicipal. 
 
 
 
 
 
13.Suponha o seguinte trecho de uma ementa de acórdão: 
“Dispensa-se de autorização legislativa a criação de 
empresas públicas subsidiárias, desde que haja previ-
são para esse fim na própria lei que instituiu a empre-
sa de economia mista matriz. A lei criadora é a própria 
medida autorizadora.” 
 
Esse texto 
A) contraria a Constituição Federal, pois é necessária a 
edição de lei autorizativa para a criação de cada 
subsidiária de empresa pública ou sociedade de 
economia mista. 
B) é compatível com a Constituição Federal, já tendo 
até mesmo o Supremo Tribunal Federal decidido 
nesse sentido. 
C) contraria a Constituição Federal, pois é constitucio-
nalmente vedada a criação de subsidiárias de em-
presa pública ou sociedade de economia mista. 
D) contraria a Constituição Federal, pois empresas pú-
blicas e sociedades de economia mista não têm sua 
instituição dependente de autorização legislativa. 
E) contraria a Constituição Federal, pois é desnecessá-
ria a autorização legislativa para a criação de sub-
sidiárias de empresa pública ou sociedade de eco-
nomia mista, sendo essa matéria de decisão discri-
cionária do Presidente da República. 
 
14.Integram a Administração Pública indireta 
A) os serviços sociais autônomos (Senai, Senac etc.). 
B) os partidos políticos. 
C) as concessionárias de serviço público em geral. 
D) as fundações instituídas pelo Poder Público, com 
natureza jurídica de direito público. 
E) as organizações sociais. 
 
15.NÃO se ajusta ao regime jurídico das empresas esta-
tais: 
A) a empresa pública poderá ser constituída sob qual-
quer forma admitida em direito. 
B) a criação de subsidiárias das sociedades de eco-
nomia mista depende de autorização legislativa. 
C) o regime de pessoal é o da legislação trabalhista. 
D) a sociedade de economia mista não poderá usufruir 
de privilégios fiscais não extensíveis às empresas 
da iniciativa privada. 
E) a empresa pública depende de prévia autorização 
legislativa para alienação de bem imóvel. 
 
16.Uma sociedade de economia mista, prestadora de 
serviço público, por meio de um empregado seu que 
agiu com negligência ao desenvolver o serviço, causa 
danos a um terceiro. O terceiro pretende cobrar os pre-
juízos da sociedade; e esta pretende se ressarcir junto 
ao empregado. Nessa situação, a responsabilidade ci-
vil da sociedade e a do empregado são, respectiva-
mente, 
 
 
A) objetiva e objetiva. 
B) subjetiva e subjetiva. 
C) objetiva e subjetiva. 
D) subjetiva e inexistente. 
E) inexistente e subjetiva. 
 
17.A descentralização dos serviços públicos por colabo-
ração ocorre mediante 
A) contrato ou ato administrativo unilateral, transferin-
do a execução de determinado serviço público à 
pessoa jurídica de direito privado, conservando o 
poder público a titularidade. 
B) ato administrativo unilateral, transferindo a titulari-
dade e a execução de determinado serviço público à 
pessoa jurídica de direito público. 
C) ato bilateral e precário, transferindo a titularidade de 
determinado serviço público à pessoa jurídica de di-
reito público. 
D) ato unilateral, discricionário e precário, transferindo 
aB) Sua adesão fica condicionada à criação de Gabinete 
de Gestão Integrada – GGI e do compromisso de 
criação de centros de referência e apoio psicológi-
co, jurídico e social às vítimas da criminalidade. 
C) O Departamento Penitenciário Nacional do Ministé-
rio da Justiça será responsável pelo oferecimento e 
reconhecimento dos cursos destinados aos polici-
ais civis, militares, bombeiros militares e policiais 
penais. 
D) Estabelece como foco territorial as regiões metro-
politanas e aglomerados urbanos que apresentem 
altos índices de jovens em regime semi-aberto. 
E) O PROTEJO consiste em um dos seus programas e 
visa qualificar mulheres que assumem papel de li-
derança informal em comunidades carentes, além 
da tarefa de garantir a coesão da família. 
 
27.Em relação ao papel das instituições policiais no com-
bate às distintas formas de discriminação, assinale a 
afirmativa incorreta. 
A) Apesar de não possuir fundamento na Constituição 
Federal de 1988, o combate ao preconceito no Es-
tado Democrático de Direito é medida recomendada 
aos órgãos de Segurança Pública. 
B) A recusa ou o impedimento de acessar um estabe-
lecimento público ou comercial por discriminação 
ou preconceito de cor, religião ou procedência naci-
onal, constitui crime. 
C) O Supremo Tribunal Federal, em 2019, proferiu deci-
são equiparando a homofobia ao crime de racismo. 
D) As medidas protetivas de urgência previstas na Lei 
nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha) não se aplicam 
ao homem vítima de violência. 
E) A Segurança Pública, como dever do Estado e direi-
to fundamental dos cidadãos, não pode comportar 
quaisquer formas de discriminação. 
 
 
 
 
28.Acerca do Programa Nacional de Segurança Pública 
com Cidadania (PRONASCI), assinale a afirmativa cor-
reta. 
A) Pretende erradicar operações conjuntas entre as po-
lícias civis e militares. 
B) Pretende alterações legislativas para criação de no-
vos delitos e aumento das penas. 
C) Pretende fomentar o comércio de armas de fogo. 
D) Pretende articular ações de segurança pública com 
políticas sociais. 
E) Pretende garantir privilégios aos agentes públicos 
dos órgãos de segurança. 
 
29.Acerca da participação popular na Segurança Pública, 
assinale a afirmativa incorreta. 
A) Tem fundamento na Constituição Federal de 1988, 
que estabelece, em seu Art. 144, a Segurança Públi-
ca como dever do Estado, direito e responsabilidade 
de todos. 
B) As conferências estaduais e nacionais de Seguran-
ça Pública preconizam a construção de espaços de 
negociação, busca de consensos, democratização e 
corresponsabilidade entre o Estado e a sociedade 
civil. 
C) Possibilita a implementação de políticas de Segu-
rança Pública dotadas de maior eficácia e caráter 
preventivo. 
D) Preconiza o incremento da credibilidade e confiança 
dos órgãos de Segurança Pública perante a socie-
dade civil. 
E) Tem ênfase na busca de planos de Segurança Pú-
blica democratizantes, orientados para maior efeti-
vidade a partir da confissão espontânea de autores 
de delitos. 
 
30.David Bayley e Jerome Skolnick, os primeiros estudio-
sos sobre policiamento comunitário nos Estados Uni-
dos, indicam quatro principais características desse 
tipo de policiamento. 
 
 Nesse sentido, avalie os itens a seguir. 
1. Construção de unidades policiais em áreas de con-
flito conflagrado. 
2. Descentralização do comando por área. 
3. Emprego de civis na polícia e no trabalho de polici-
amento. 
4. Ênfase no policiamento de confronto bélico 
5. Estabelecer um plano de segurança pública prévio e, 
posteriormente, divulgá-lo para a comunidade 
6. Relação de reciprocidade entre a polícia e a popula-
ção 
7. Relação verticalizada entre a polícia e a população 
8. Reorientação da patrulha de modo a engajar a co-
munidade na prevenção do crime 
 
 
 
 Assinale a opção que indica somente as característi-
cas do policiamento comunitário. 
A) 1, 2, 3 e 7. D) 3, 4, 6 e 7. 
B) 1, 2, 5 e 6. E) 4, 6, 7 e 8. 
C) 2, 3, 6 e 8. 
 
31.De acordo com o texto da Constituição Federal de 
1988, assinale a opção que indica apenas órgãos de 
Segurança Pública. 
A) Corpos de Bombeiros Militares; Polícia Rodoviária 
Federal; Polícia Ferroviária Federal e Polícias Pe-
nais. 
B) Polícia Federal; Polícias Militares; Polícias Civis e 
Guardas Municipais. 
C) Polícia Federal; Polícias Penais; Polícias Civis e 
Guardas Municipais. 
D) Corpos De Bombeiros Militares; Polícias Militares; 
Forças Armadas e Polícias Civis. 
E) Polícias Militares; Polícia Federal; Força Nacional 
De Segurança Pública e Polícias Civis. 
 
32.No combate à ação de milícias privadas, devem ser 
observados alguns critérios de identificação por parte 
dos órgãos de Segurança Pública. Alguns desses crité-
rios estão listados à seguir, à exceção de um. Assina-
le-o. 
A) Domínio territorial, ânimo de lucro e participação 
ativa e reconhecida de agentes do Estado. 
B) Organização paramilitar, milícia particular, grupo ou 
esquadrão. 
C) Controle territorial coativo e discurso de legitimação 
referido à proteção dos moradores e à instauração 
de uma ordem. 
D) Controle de um território e da população que nele 
habita por parte de um grupo armado irregular. 
E) Cooperação da sociedade civil armada com os ór-
gãos de segurança pública. 
 
33.Instituído pela lei 11.530 de 2007, o Pronasci pretende 
valorizar o ramo da segurança nacional, por meio da 
cidadania e da participação de diversos órgãos. A esse 
respeito, assinale a opção correta. 
A) o programa pretende promover direitos humanos, 
intensificando a cultura de paz, de apoio ao arma-
mento e de combate restrito aos preconceitos de 
gênero, étnico, racial, geracional, de orientação se-
xual e de diversidade cultural. 
B) desenvolvido pelo Ministério Extraordinário da Se-
gurança Nacional, pela primeira vez introduz uma 
forte tentativa nacional ao combate do crime orga-
nizado e da corrupção policial, com atuação dos ór-
gãos e entidades federais em parceria com os de-
mais entes federativos. 
 
 
C) não só os profissionais de segurança pública deve-
rão ser beneficiados, como também os jovens de 15 
a 29 anos que se defrontam com a lei ou já estive-
ram em conflito com a mesma, por viverem cons-
tantemente no âmbito da criminalidade. 
D) para que efetivamente se alcance o fim desejado do 
programa, pretende-se valorizar os profissionais da 
segurança pública, suprimir a corrupção policial, re-
estruturar o sistema penitenciário e, inclusive, en-
volver a própria comunidade na prevenção da vio-
lência. 
E) não poderão ser celebrados contratos, acordos, 
convênios e consórcios com organizações não go-
vernamentais (Ong's), considerando a necessidade 
de que o programa seja estabelecido e mantido pelo 
Poder Público. 
 
34.A Lei nº 11.530, de 24 de outubro de 2007, instituiu o 
Programa Nacional de Segurança Pública com Cidada-
nia - PRONASCI e estabelece que: 
I. A ressocialização dos indivíduos que cumprem pe-
nas privativas de liberdade e egressos do sistema 
prisional, mediante implementação de projetos edu-
cativos, esportivos e profissionalizantes constitui 
uma das diretrizes do programa. 
II. Deverão ser celebrados contratos, acordos, convê-
nios e consórcios com organizações não governa-
mentais (Ong's), organismos internacionais assim 
como com os próprios estados e municípios. 
III. A avaliação e acompanhamento do Programa será 
realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a 
qual será auxiliada pela sociedade. 
IV. Seu foco repressivo é o combate ao crime organi-
zado e o tráfico de pessoas, sendo implementado 
por um rol taxativo de quatro projetos. 
 
 Estão corretos: 
A) I e II. D) I, II e IV. 
B) I, II e III. E) II e III. 
C) II e IV. 
 
35.O projeto Bolsa-Formação é destinado à qualificação 
profissional dos integrantes das Carreiras já existentes 
nos órgãos de segurança pública. Entretanto, para fa-
zer parte do programa e receber a bolsa prevista em lei 
é necessário que o beneficiário: 
A)titularidade e execução de determinado serviço 
público à pessoa jurídica de direito privado. 
E) ato bilateral e discricionário, transferindo a execu-
ção de determinado serviço público à pessoa física 
ou jurídica. 
 
18.Considerando-se a organização administrativa brasi-
leira, há relação de hierarquia entre 
A) um Ministro do Supremo Tribunal Federal e um Mi-
nistro do Tribunal de Contas da União. 
B) um Senador e um Deputado Federal. 
C) um Governador de Estado e um Prefeito Municipal. 
D) o Presidente da República e um Ministro de Estado. 
E) um Presidente de Assembleia Legislativa e um Pre-
sidente do Tribunal de Justiça do mesmo Estado. 
 
19.É regra própria do regime constitucional de uma socie-
dade de economia mista que exerça atividade econô-
mica a 
A) não incidência da obrigatoriedade de licitação para 
contratar obras, serviços, compras e alienações. 
B) não sujeição ao controle pelo Tribunal de Contas. 
C) sujeição ao regime próprio das empresas privadas 
quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais e 
trabalhistas. 
D) possibilidade de gozo de privilégios fiscais não ex-
tensíveis ao setor privado. 
E) não incidência da obrigatoriedade de realização de 
concurso público para contratação de seus empre-
gados. 
 
20.Descentralização administrativa por colaboração é: 
A) a transferência por meio de contrato ou ato admi-
nistrativo unilateral da execução de determinado 
serviço público a pessoa jurídica de direito privado, 
conservando o poder público a titularidade do servi-
ço. 
B) a transferência por meio de contrato ou ato admi-
nistrativo unilateral da execução e da titularidade de 
determinado serviço público a pessoa jurídica de di-
reito privado. 
C) a transferência por lei da titularidade e da execução 
de determinado serviço público para pessoa jurídica 
de direito público ou privado. 
D) atribuição de personalidade jurídica própria, de di-
reito público, a uma entidade local, geograficamente 
delimitada, com capacidade administrativa genéri-
ca. 
E) faculdade legal de celebração de contratos de pres-
tação de serviços relativos a atividades materiais 
acessórias. 
 
21.Assinale a alternativa que contém uma afirmação in-
correta. 
A) Não existe poder de tutela entre a entidade descen-
tralizada e a pessoa jurídica que a instituiu sem ex-
pressa previsão legal, na medida em que o poder de 
controle não pode invadir a liberdade de auto-
administração atribuída ao ente descentralizado. 
B) A tutela não se presume; ela se constitui de uma 
soma de competências particulares atribuídas ex-
plicitamente por lei, que não podem ser acrescidas, 
nem por analogia. 
C) Entes descentralizados não estão hierarquicamente 
subordinados à Administração Direta. Existe apenas 
uma vinculação para fins de controle. 
D) O recurso hierárquico é dirigido a autoridade superi-
or àquela que proferiu a decisão atacada, para ree-
xame da questão. Sua interposição pressupõe a 
existência de vinculação hierárquica. 
 
E) Recurso hierárquico impróprio é aquele dirigido a 
autoridade de órgão diverso daquele que proferiu a 
decisão atacada. Sua interposição é sempre possí-
vel, independente de expressa previsão legal, sendo 
decorrência do princípio do contraditório e da ampla 
defesa. 
 
22.Sobre as autarquias, assinale a afirmação correta: 
A) Só podem ser criadas por lei, podendo assumir per-
sonalidade de direito público ou privado. 
B) Contra seus atos cabe mandado de segurança mas 
não ação popular. 
C) Têm plena capacidade de auto-administração, o que 
lhes confere poder para criar o próprio direito. 
D) Podem ser conceituadas como serviço público des-
centralizado. 
E) Não se sujeitam à lei de licitações. 
 
23.É certo que na organização administrativa da Uni-
ão a administração direta compreende 
 
 
 
A) os órgãos públicos da Presidência da República, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
assim como as agências executivas e reguladoras, 
entre outras. 
B) os serviços integrados na estrutura administrativa 
da Presidência da República e na dos Ministérios, 
assim como os serviços administrativos que estão 
a cargo do Legislativo, Judiciário e Tribunal de Con-
tas. 
C) todas as entidades e serviços vinculados à Presi-
dência da República, à exceção dos Ministérios, vis-
to que estes integram a administração indireta. 
D) todos os órgãos e entidades como as autarqui-
as, empresas públicas e sociedades de economia 
mista vinculadas aos Ministérios. 
E) também as fundações, as concessionárias e per-
missionárias de serviço público, entre outras, sendo 
que os Ministérios e Secretarias integram a ad-
ministração indireta. 
 
24.Quanto à afirmação de ser o Presidente da Repúbli-
ca autoridade hierarquicamente superior ao dirigente 
da sociedade de economia mista, essa noção 
A) conflita com a regra consagrada pela doutrina, pos-
to que, segundo esta, não há relação de hierar-
quia entre autoridades da Administração direta e 
autoridades da Administração indireta. 
B) conflita com a regra consagrada pela doutrina, pos-
to que a relação hierárquica se estabelece entre 
um Ministro e as autoridades da Administração 
indireta vinculadas ao respectivo Ministério. 
C) conflita com a regra consagrada pela doutrina, pos-
to que a noção de hierarquia apenas se aplica 
aos órgãos militares da Administração Pública. 
D) está harmônica com a regra consagrada pela 
dou- trina, posto que se trata do Presidente da Re-
pública e de sociedade de economia mista federal. 
E) está harmônica com a regra consagrada pela dou-
trina, posto que o Presidente da República é a auto-
ridade de máxima hierarquia da Administração do 
País, independentemente de se cogitar de socie-
dade de economia mista federal, estadual ou muni-
cipal. 
 
25.Segundo expressamente dispõe a Constituição brasi-
leira, a administração pública direta e indireta, para 
decidir qualquer processo administrativo, deve obser-
var os princípios da 
A) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade 
e eficiência. 
B) legalidade, eficiência, interesse público e motiva-
ção. 
C) moralidade, publicidade, igualdade e dignidade da 
pessoa humana. 
D) proporcionalidade, eficácia, do contraditório e do 
devido processo legal. 
E) moralidade pública, eficácia, razoabilidade e do inte-
resse social. 
 
26.A União Federal deseja criar sociedade de economia 
mista destinada ao exercício da atividade de pesquisa, 
lavra, beneficiamento e comercialização de minerais 
do país. Os bens dessa sociedade 
A) podem ser revestidos da característica de impenho-
rabilidade, se declarada na lei de sua criação. 
B) são inalienáveis e impenhoráveis por natureza. 
C) são considerados bens públicos, independentemen-
te de sua personalidade jurídica ser de direito priva-
do ou de direito público. 
D) não podem ser considerados impenhoráveis. 
E) possuem o mesmo regime jurídico aplicável aos 
bens das autarquias. 
 
27.A forma de controle denominada supervisão ministe-
rial aplica-se aos órgãos da administração indireta 
A) que extrapolem dos objetivos para os quais fo-
ram criados. 
B) como forma de recurso hierárquico das decisões de 
seus órgãos superiores. 
C) para a aplicação de sanções disciplinares a seus 
servidores. 
D) para garantia do poder hierárquico do Ministro de 
Estado sobre a administração indireta. 
E) apenas por solicitação dos dirigentes dos órgãos 
supervisionados, como consequência de sua auto-
nomia. 
 
28.No direito brasileiro, os principais traços diferenci-
adores entre as empresas públicas e as sociedades de 
economia mista são os relativos à 
A) composição do capital e forma de organização. 
B) forma de criação e personalidade jurídica. 
C) personalidade jurídica e natureza da atividade a ser 
desempenhada. 
D) natureza da atividade a ser desempenhada e forma 
de organização. 
E) composição do capital e personalidade jurídica. 
 
29.Em relaçãoàs entidades que integram a Administração 
Indireta, é correto afirmar que 
A) as autarquias de regime especial, ainda que qualifi-
cadas como agências executivas, necessariamente 
submetem-se às regras gerais de dispensa de lici-
tação estabelecidas pela Lei nº 8.666/93, inclusive 
quanto a limites de valor. 
B) a qualificação de agência executiva autoriza dis-
pensa de licitação para contratações de valor supe-
rior à regra geral, ainda que o contrato de gestão 
que confere aquela qualidade à pessoa jurídica em 
questão tenha sido celebrado com fundação ou au-
tarquia preexistentes. 
 
 
C) a autarquia é pessoa jurídica de direito público, 
à qual aplica-se integralmente o regime jurídico 
de direito público, sendo, portanto, pessoa pública 
política e administrativa. 
D) a autarquia submete-se integralmente ao regime ju-
rídico público, mas como possui poder de auto-
administração, não se submete a controle da Admi-
nistração, somente do Poder Judiciário. 
E) as autarquias ditas agências reguladoras assim 
se denominam em razão da impossibilidade de revi-
são judicial de suas decisões acerca de conflitos 
entre aqueles que se submetem à sua gestão. 
 
30.O governo do Estado pretende transferir a atribuição 
de fiscalizar as condições de salubridade dos hospitais 
da Secretaria de Saúde para determinada autarquia. Ao 
implementar tal medida, estará realizando 
A) a desconcentração, pois desaglutinou atribuições. 
B) a descentralização, pois desaglutinou atribuições. 
C) a concentração, pois aglutinou atribuições. 
D) a centralização, pois aglutinou atribuições. 
E) a centralização e a descentralização ao mesmo 
tempo. 
 
31.Assinale a alternativa que indica pessoa jurídica que 
não possui personalidade jurídica de direito público. 
A) Empresa pública. 
B) Fundação pública de Direito Público. 
C) Autarquia Fundacional. 
D) Consórcio público. 
E) Agência reguladora. 
 
32.A administração indireta é composta por várias pesso-
as jurídicas, dentre essas pessoas jurídicas encon-
tram‐se as empresas públicas. A respeito das empre-
sas públicas, assinale a afirmativa correta. 
A) Poderão assumir qualquer forma em direito admiti-
da com exceção da forma de sociedade anônima 
pois necessariamente o capital da empresa pública 
deve ser totalmente público. 
B) Estão subordinadas hierarquicamente ao ente criador. 
C) Poderão ser pluripessoais. 
D) Desenvolverão atividades econômicas sem realizar 
licitações ou concursos públicos. 
E) Estão sujeitas ao regime jurídico de direito público 
por serem pessoas jurídicas de direito público. 
 
33.A respeito da Administração Direta e da Indireta, assi-
nale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa. 
( ) As empresas públicas sujeitam-se ao regime jurí-
dico das empresas privadas, inclusive quanto às 
obrigações trabalhistas e tributárias, não podendo 
gozar de privilégios fiscais que não sejam exten-
sivos ao setor privado. 
 
 
( ) As sociedades de economia mista são entidades 
com personalidade jurídica de direito privado, or-
ganizadas para fins empresariais, com participa-
ção do Estado e de pessoas de direito privado em 
seu capital e em sua administração. 
( ) Nas empresas públicas, o capital é exclusivamen-
te público, distintamente das sociedades de eco-
nomia mista, em que o capital é em parte público 
e em parte privado. 
 
As afirmativas são, respectivamente, 
A) V, V e V. 
B) F, V e V. 
C) V, F e F. 
D) V, V e F. 
E) F, F e F. 
 
34.O governo do Estado pretende transferir a atribuição 
de fiscalizar as condições de salubridade dos hospitais 
da Secretaria de Saúde para determinada autarquia. Ao 
implementar tal medida, estará realizando 
A) a desconcentração, pois desaglutinou atribuições. 
B) a descentralização, pois desaglutinou atribuições. 
C) a concentração, pois aglutinou atribuições. 
D) a centralização, pois aglutinou atribuições. 
E) a centralização e a descentralização ao mesmo 
tempo. 
 
35.Dentre as definições a seguir, assinale aquela que 
melhor conceitua a autarquia. 
A) É entidade integrante da Administração Pública, cri-
ada ou não por lei, com personalidade jurídica de Di-
reito Público ou Privado, patrimônio e receitas pró-
prios, para executar atividades típicas da Adminis-
tração Pública, podendo ou não ser dotada de ges-
tão administrativa e financeira descentralizada. 
B) É entidade integrante da Administração Pública di-
reta, criada por lei, com personalidade jurídica de Di-
reito Público, sem patrimônio próprio, para executar 
atividades típicas da Administração Pública, que re-
queira, para seu melhor funcionamento, gestão ad-
ministrativa descentralizada. 
C) É entidade integrante da Administração Pública in-
direta, com personalidade jurídica de Direito Priva-
do, patrimônio e receitas próprios, para executar, 
descentralizadamente, atividades estabelecidas por 
lei. 
D) É entidade integrante da Administração Pública in-
direta, criada por lei, com personalidade jurídica de 
Direito Público, patrimônio e receitas próprios, para 
executar atividades típicas da Administração Públi-
ca, que requeira, para seu melhor funcionamento, 
gestão administrativa e financeira descentralizada. 
 
 
 
 
E) É entidade integrante da Administração Pública indi-
reta, criada por lei, com personalidade jurídica de Di-
reito Público, patrimônio e receitas próprios, para 
executar atividades típicas da Administração Públi-
ca, caracterizada pela ausência de controle, de tute-
la ou de subordinação hierárquica e pela autonomia 
funcional, decisória, administrativa e financeira. 
 
36.É forma lícita de prestação de serviço público, dentre 
outras: 
A) a prestação descentralizada, por meio de autarqui-
as, empresas públicas ou sociedades de economia 
mista. 
B) a prestação indireta, por meio de concessão admi-
nistrativa, de concessão patrocinada e de conces-
são de uso privativo de bem público. 
C) a gestão associada de serviços públicos, por meio 
de consórcios privados e convênios. 
D) a prestação indireta, por meio de autorização, con-
cessão de serviço público e de concessão de direito 
real de uso. 
E) a prestação direta e centralizada, por meio dos ór-
gãos e sociedades integrantes da Administração 
Pública. 
 
37.Assinale a alternativa que apresenta órgãos integran-
tes da administração pública direta. 
A) autarquias 
B) empresas públicas 
C) fundações públicas 
D) sociedades de economia mista 
E) presidência da República e ministérios 
 
38.Assinale a alternativa que apresenta a definição corre-
ta de autarquia. 
A) serviço autônomo, criado por lei, com personalidade 
jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar 
atividades típicas da Administração Pública que re-
queiram, para seu melhor funcionamento, gestão 
administrativa e financeira descentralizada. 
B) serviço subordinado à presidência da República, au-
torizado por lei, com personalidade jurídica, patri-
mônio e receita próprios, para executar atividades 
típicas da Administração Pública. 
C) entidade dotada de personalidade jurídica de direito 
privado, criada por lei para a exploração de ativida-
de econômica, sob a forma de sociedade anônima. 
D) entidade dotada de personalidade jurídica de direito 
privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo 
da União, criada por lei para a exploração de ativi-
dade. 
 
 
 
 
E) entidade dotada de personalidade jurídica de direito 
privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de 
autorização legislativa para o desenvolvimento de 
atividades que não exijam execução por órgãos ou 
entidades de direito público com autonomia admi-
nistrativa. 
 
39.Corresponde ao princípio da descentralização o fato de 
que 
A) o controle das atividades da Administração Federal 
deverá exercer-se em todos os níveis e em todos os 
órgãos. 
B) a ação governamental obedecerá ao planejamento 
que vise a promover o desenvolvimento econômico 
e social do País e a segurança nacional. 
C) à administração casuística,assim entendida a deci-
são de casos individuais, competem, em princípio, 
em nível de execução, os serviços de natureza local, 
que estão em contato com os fatos e com o públi-
co. 
D) as atividades da Administração Federal e, especi-
almente, a execução dos planos e programas de go-
verno serão objeto de permanente coordenação. 
E) os órgãos que operam na mesma área geográfica 
serão submetidos à coordenação, com o objetivo de 
se assegurar a programação/execução integrada 
dos serviços federais. 
 
40.Marque a alternativa correta de acordo com o conceito 
de descentralização e desconcentração na administra-
ção pública: 
A) Desconcentração é o fenômeno pelo qual se dá uma 
distribuição externa de competências no mesmo 
ente federativo. 
B) Na descentralização a tarefa administrativa é atribu-
ída à outra pessoa jurídica, não ocorrendo subordi-
nação. 
C) Na desconcentração a competência é distribuída 
para outra pessoa jurídica, obedecendo a uma esca-
la hierárquica. 
D) A descentralização ocorre quando há a necessidade 
de atribuir uma tarefa administrativa à mesma pes-
soa jurídica. 
 
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 
B C D E B B C B B B 
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 
E E B D E E A D C A 
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 
E D B A A D A A B B 
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 
A C A B D A E A C B 
 
 
 
A partir da modernização do Estado, em especial na 
prestação de serviço público adequado e de qualidade, 
aliado ao princípio do “estado bem-estar”, surgiu a des-
centralização como hoje a conhecemos. 
A descentralização não ocorre apenas com a criação 
de entidades pelo Poder Público, mas também com a 
transferência, pelo Estado, da execução de uma atividade 
a terceiros estranhos à estrutura da administração públi-
ca (delegação de serviços públicos). A partir desse mode-
lo de descentralização, aliado à flexibilização dos mono-
pólios estatais trazidos pelo neoliberalismo, surgiram 
grandes grupos econômicos com interesse em explorar 
atividades que antes eram de exclusiva função do Estado, 
como os serviços de telecomunicações e energia. 
Desta forma, amparado pela redução da máquina esta-
tal, certos serviços essenciais ao bem comum foram 
transferidos para o setor privado, necessitando, portanto, 
de regulamentação estatal. Nesse contexto, o Estado 
criou as agências reguladoras cuja função é ditar as nor-
mas de condução entre os agentes envolvidos, ou seja, o 
Poder Público, o prestador dos serviços e os usuários. 
Entende-se por regulamentação a intervenção estatal 
junto a setores privados, para impor normas de conduta 
que visem obrigá-los a atingir o bem-estar da comunida-
de. Cumpre frisar que a função regulatória é essencial 
para a eficiência do processo de desestatização. 
É importante salientar que a Constituição não exige 
que as agências reguladoras sejam autarquias, muito 
menos em regime especial. Deve-se apenas observar que 
o exercício de atividade regulatória deve ser atribuído a 
pessoas de direito público. 
Na visão de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, existem 
dois tipos de agências reguladoras no direito brasileiro: a) 
as que exercem o poder de polícia, com a imposição de 
limitações administrativas, fiscalização e repressão, co-
mo, por exemplo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitá-
ria (Anvisa) e a Agência Nacional de Saúde Pública Su-
plementar (ANS); b) as que regulam e controlam as ativi-
dades que constituem objeto de concessão, permissão ou 
autorização de serviços públicos (telecomunicações, 
energia elétrica, transporte público) ou concessão para 
exploração de bem público, como, por exemplo, petróleo, 
minerais, rodovias etc. 
 
Serviços essencialmente públicos 
e serviços de utilidade pública 
 
A CF/88 confere às entidades políticas a titularidade 
para a prestação de serviços públicos. Assim, cada ente 
político poderá prestar o serviço centralizadamente, atra-
vés de seus órgãos, ou poderá fazê-lo descentralizada-
mente, mediante outorga do serviço às suas entidades da 
Administração Indireta, ou a delegação de sua prestação 
a particulares, sob regime de concessão, permissão ou 
autorização. 
Não é fácil definir o serviço público, pois a sua noção 
sofreu consideráveis transformações no decurso do tem-
po, quer no que diz respeito aos seus elementos constitu-
tivos, quer no que concerne à sua abrangência. 
Além disso, alguns autores adotam conceito amplo, 
enquanto outros preferem um conceito restrito. Nas duas 
hipóteses combinam-se, em geral, três elementos para a 
definição: o material (atividades de interesse coletivo), o 
subjetivo (presença do Estado) e o formal (procedimento 
de direito público). 
Vejamos o dispositivo constitucional do art. 175: 
 
“Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma 
da lei, diretamente ou sob regime de concessão 
ou permissão, sempre através de licitação, a 
prestação de serviços públicos. 
Parágrafo único – A lei disporá sobre: 
I – o regime das empresas concessionárias e 
permissionárias de serviços públicos, o caráter 
especial de seu contrato e de sua prorrogação, 
bem como as condições de caducidade, fiscaliza-
ção e rescisão da concessão ou permissão; 
II – os direitos dos usuários; 
III – política tarifária; 
IV – a obrigação de manter serviço adequa-
do.” 
 
No art. 21 da CF/88 encontramos os serviços públicos 
outorgados à União, como os serviços de telecomunica-
ções, radiodifusão sonora de sons e imagens, transporte 
rodoviário interestadual e internacional de passageiros, 
exploração de portos marítimos, fluviais e lacustres. 
Os Municípios prestam serviços de interesse local, se-
gundo o art. 30 da CF/88, a exemplo dos serviços de 
transporte coletivo urbano intramunicipal e o ensino fun-
damental. Aos Estados a CF/88 outorgou a competência 
remanescente, para prestar os serviços não incluídos nas 
competências da União e dos Municípios. E ao Distrito 
Federal cabe a competência cumulativa, para prestar os 
serviços de competência estadual e municipal. 
Temos ainda serviços comuns a todas as pessoas po-
líticas, como, por exemplo, “promover programas de cons-
trução de moradias e a melhoria das condições habitaci-
onais e de saneamento básico” e “cuidar da saúde e as-
sistência pública, da proteção e garantia das pessoas 
 
 
portadoras de deficiência”. A lista prevista na CF/88 não é 
taxativa, havendo diversos serviços previstos como públi-
cos e espalhados na legislação administrativa. 
Entretanto, nem todos os serviços previstos na CF/88 
são outorgados apenas às entidades políticas e, desse 
modo, são passíveis de exercícios pelos particulares ape-
nas mediante delegação do Poder Público. 
Há serviços que, quando prestados pelos entes fede-
rados, ou por suas entidades administrativas, são consi-
derados serviços públicos em sentido estrito, o que signi-
fica que estão sujeitos a regime jurídico de direito público, 
consagrador das prerrogativas e sujeições administrati-
vas. 
O legislador, ciente do crescimento populacional, deci-
diu que esses serviços estatais também estariam livres à 
iniciativa privada, independentemente de delegação do 
Poder Público, embora sujeitos à especial regulação em 
vista de sua relevância para a coletividade. Nessa hipóte-
se, tais serviços não se qualificam como serviços públi-
cos em sentido próprio. São serviços de interesse coletivo 
ou de utilidade pública, prestados sob regime preponde-
rantemente privado, sem o gozo das prerrogativas admi-
nistrativas. Como exemplo temos os serviços de saúde, 
previdência social e educação. 
 
Conceito de Serviço Público 
 
No Brasil, serviço público é toda atividade assim defi-
nida pelo ordenamento constitucional ou infraconstituci-
onal e, em vista disso, exercida sob regime de direito pú-
blico. Nesse ponto esclarecemos que são duas as carac-
terísticas necessárias para que uma atividade possa ser 
considerada como serviço público. 
A primeira característica é que a atividade corresponda 
a uma oferta deita pelo Estado aos administrados em 
geral, de alguma utilidadeou comodidade material (água, 
luz, telefone) passível de fruição, de gozo individual. 
A segunda característica só considera serviço público 
aquele prestado sob regime jurídico-administrativo, com-
posto por princípios próprios e específicos, inconfundíveis 
com os princípios do regime do direito privado. 
Para José Cretella Júnior serviço público é “toda ativi-
dade que o Estado exerce, direta ou indiretamente, para a 
satisfação das necessidades públicas mediante procedi-
mento típico do direito público”. 
O doutrinador Hely Lopes Meirelles define o serviço 
público como “todo aquele prestado pela Administração 
ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, 
para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias 
da coletividade, ou simples conveniências do Estado”. 
O conceito é um pouco mais restrito do que o de Cre-
tella Júnior, porque, ao fazer referência à Administração e 
não ao Estado, exclui as atividades legislativa e jurisdici-
onal. No entanto, ainda é amplo, porque não distingue o 
poder de polícia do serviço público. Vale dizer, abrange 
todas as atividades exercidas pela Administração Pública. 
Os Serviços Públicos são o modo como a Administração 
Pública exerce, de modo direito ou indireto, visando sol-
ver as necessidades da coletividade. Como se sabe a 
atuação da Administração Pública tem como finalidade 
geral o atendimento do interesse público. 
Na persecução desse objetivo, a mesma pode criar me-
canismos para agilizar a prestação dessas atividades. 
Nesse momento, surge o instituto da outorga e delega-
ção dos Serviços Públicos. 
 
Classificação de Serviços Públicos 
 
a) Serviços delegáveis e indelegáveis: delegáveis são os 
serviços que, por sua natureza ou em virtude de lei, 
podem ser prestados pelo Estado, diretamente, ou me-
diante delegação do Estado. Ex: serviços de transporte 
público, telefonia e fornecimento de água. Indelegáveis 
são aqueles passíveis de prestação somente pelo Es-
tado, diretamente, por meio de seus órgãos. Ex.: segu-
rança interna, fiscalização e serviços judiciários. 
 
b) Serviços administrativos e de utilidade pública: admi-
nistrativos são os serviços que o Estado presta com o 
objetivo de melhor se estruturar para o desempenho 
de funções administrativas; de utilidade pública são os 
prestados diretamente pelos administrados. 
 
c) Serviços coletivos e singulares: coletivos (uti universi) 
são prestados a destinatários indeterminados. Ex.: 
serviços de iluminação pública e conservação de vias 
públicas; singulares (uti singuli) são os serviços que 
atingem apenas destinatários determináveis, devendo 
ser mensurável a utilização individual. 
 
d) Serviços sociais e econômicos: sociais são aqueles de 
caráter eminentemente assistencial, e que se voltam, 
precipuamente, para a parcela mais necessitada da 
população. Em regra são custeados pela arrecadação 
tributária; Econômicos são aqueles que permitem sua 
prestação de forma economicamente superavitária, ou 
seja, com lucro. A CF/88 autoriza que o Estado os 
preste no caso de interesse coletivo ou de imperativos 
de segurança nacional, quando enquadrados dentro do 
domínio propriamente econômico. Há, todavia, diver-
sos serviços essencialmente públicos, tais como o 
fornecimento de água e de energia elétrica, que tam-
bém se caracterizam como econômicos, e que tam-
bém podem ser prestados pelo Estado. 
 
e) Serviços próprios e impróprios: próprios seriam os 
serviços, de interesse coletivo, que o Estado presta di-
reta ou indiretamente, mediante delegação à iniciativa 
privada; e impróprios são aqueles, também de interes-
se coletivo, que são prestados por particulares, inde-
pendentemente de delegação, cabendo ao Estado re-
 
 
gulamentar e fiscalizar sua execução. Na visão de Hely 
Lopes Meirelles, próprios são os serviços que, pelo fa-
to de corresponderem de forma mais próxima às atri-
buições do Estado e aos interesses da comunidade, 
são prestados apenas pelo ente estatal ou por suas 
entidades administrativas de direito público, no uso de 
sua supremacia sobre o particular. Impróprios, por sua 
vez, são aqueles que não correspondem às necessida-
des mais primárias da coletividade, de forma que po-
dem ser prestados pelo Estado, por suas entidades 
administrativas ou mediante delegação à iniciativa pri-
vada. 
 
Delegação de serviços públicos a terceiros 
 
Em algumas circunstâncias o Poder Público decide re-
passar a execução do serviço público para pessoas priva-
das, visando garantir maior eficiência à atividade. Nesse 
sentido, a concessão de serviço público foi a primeira 
forma que o Poder Público utilizou para transferir a tercei-
ros a execução e isto se deu no momento em que, saindo 
do liberalismo, o Estado foi assumindo novos encargos no 
campo social e econômico. A partir de então, sentiu-se a 
necessidade de encontrar novas formas de gestão do 
serviço público e da atividade privada exercida pela Ad-
ministração. 
Por um lado, buscou-se uma maior especialização, 
com vistas à obtenção de melhores resultados. Por outro 
lado, e com o mesmo objetivo, pretendia-se a utilização de 
métodos de gestão privada, mas flexíveis e mais adaptá-
veis ao novo tipo de atividade assumida pelo Estado. 
O procedimento utilizado inicialmente foi a delegação 
da execução de serviços públicos a empresas particula-
res, mediante concessão; por meio dela, o particular (con-
cessionário) executa o serviço, em seu próprio nome e por 
sua conta e risco, mas mediante fiscalização e controle 
da Administração Pública, inclusive sob o aspecto da 
remuneração cobrada ao usada – chamada de tarifa -, a 
qual é fixada pelo poder concedente. 
A grande vantagem desse regime é que o Estado podia 
prestar um serviço público essencial sem que tivesse 
necessidade de inverter recursos do Tesouro e, sobretudo, 
sem correr os riscos econômicos de toda exploração in-
dustrial. Entretanto, desequilíbrios econômicos mudaram 
tais características, de modo que surgiram as sociedades 
de economia mista e empresas públicas, como novas 
formas de descentralização dos serviços públicos. Desse 
modo, passou-se a falar em dois tipos de concessão: 
 
- a que se outorga a empresa particular; 
- a que se outorga a empresa estatal. 
 
A primeira é feita por contrato, em que o poder público 
transfere apenas a execução do serviço e conserva a sua 
titularidade; em decorrência disso, mantém a plena dis-
ponibilidade sobre o mesmo, alterando as cláusulas regu-
lamentares, retomando a execução do serviço por meio de 
encampação, fiscalizando e punindo, administrativamen-
te, o concessionário em caso de inadimplemento. 
As empresas públicas e as sociedades de economia 
mista são criadas por lei e adquirem o direito à prestação 
do serviço, direito esse oponível até mesmo à pessoa 
jurídica que as criou, pois esta somente pode interferir na 
vida da empresa nos limites previstos em lei. 
Quando a lei cria empresa e ela atribui a prestação de 
um serviço público que a Constituição Federal exige seja 
prestado diretamente ou mediante concessão, além de 
haver ofensa à CF/88, está tirando da Administração 
aquelas prerrogativas de que só é detentor o poder con-
cedente, pela via contratual. Por isso, o artigo 175 da 
CF/88 diz que só deve ser realizada mediante contrato. 
Com o movimento da privatização, volta o Poder Públi-
co a utilizar-se da concessão de serviços públicos como 
forma de delegação de serviços públicos a empresas 
privadas, sem abandonar a possibilidade de concessão a 
empresas estatais. Isto ocorre por diferentes modos: (a) 
pela transferência do controle acionário das empresas 
estatais ao setor privado (privatização ou desestatização 
de empresas estatais), com o que muda a natureza da 
concessionária: esta deixa de ser uma empresa estatal e 
passa a ser uma empresa privada; (b) pelo retorno ao 
instituto da concessão de serviços públicos, em seu for-
mato tradicional, mediante realização de concorrência 
aberta a todos os possíveis interessados em celebrar o 
contrato

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