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Afecções de vulva vagina e colo

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Afecções de vulva, vagina e colo 
As características do corrimento vaginal fisiológico mudam ao longo do ciclo menstrual e são 
tão típicas que podem servir de guia para as mulheres que querem identificar o dia da sua 
ovulação. 
Esse pequeno corrimento com origem no colo do útero é chamado de muco cervical. A 
consistência e a aparência do muco cervical ao longo do ciclo menstrual costumam seguir o 
seguinte padrão: 
• Durante a menstruação, o fluxo sanguíneo cobre o muco, que se torna 
imperceptível. 
• Logo após o fim da menstruação, a mulher tem normalmente tem 3 a 4 dias sem 
muco ou corrimento. Estes são chamados de “dias secos”. 
• Após esse curto período seco, à medida que o óvulo inicia seu amadurecimento, o 
muco cervical começa a ser produzido. Nesta fase, o muco é geralmente de 
coloração clara, levemente amarelo, branco ou turvo, e de consistência pegajosa. 
• Logo antes e durante a ovulação, o volume de muco aumenta e o corrimento 
vaginal torna-se mais perceptível. A secreção é tipicamente clara, líquida, de 
consistência escorregadia e elástica, parecendo clara de ovo. 
• Após a ovulação, a quantidade de muco diminui bastante. Inicialmente, ele fica 
novamente turvo e pegajoso até que desaparece e a mulher tem vários dias secos. 
Isto dura cerca de 11 a 14 dias, até o novo ciclo menstrual começar. 
 
Corrimento vaginal anormal 
Leucorreia ou corrimento vaginal patológico é aquele que está relacionado a alguma 
doença ginecológica. Esse tipo de corrimento pode ter várias causas. As mais comuns são as 
vaginites, também chamadas de colpites, que é a infecção da vagina, provocada 
normalmente por bactérias ou fungos. 
 
A leucorreia também pode surgir por atrofia da mucosa da vagina após a menopausa, alergia 
a algumas substâncias, como espermicidas, ou pela presença de um corpo estranho na 
vagina. 
Vulvite e vulvovaginite 
São inflamações que ocorrem na parte externa do órgão genital feminino. A vulvite é irritação da 
vulva que se manifestando com prurido genital externo, ardor, hiperemia ou erupção cutânea. 
Enquanto a vulvovaginite é a inflamação que ocorre na vagina e na vulva. 
São provocadas principalmente pelos mesmos microrganismos que causam corrimento, sendo 
aqueles que causam a candidíase, a tricomoníase. Além disso, pode ser causada pelo uso de 
produtos alérgicos, como calcinhas de tecido sintético, sabonetes perfumados, ducha vaginal, 
entre outros fatores de risco. 
No geral, podem ter o quadro clínico com hiperemia, corrimento, inflamação da vulva e prurido 
intenso. Para a sua prevenção, é importante evitar a utilização de ducha vaginal, uso de roupas 
justas na região vaginal, roupas intimas com tecido sintético, sexo desprotegido, sabonetes 
perfumados com PH elevado. 
Candidíase 
A Candida é um fungo que faz parte da flora natural de germes da vagina, pele e intestinos. A 
Candida vive normalmente na nossa pele e não costuma causar sintomas. Entretanto, 
sempre que há algum desarranjo nas condições habituais do nosso organismo, como uso 
excessivo de antibióticos, estresse, doenças como diabetes, imunossupressão, traumas, etc., 
a Candida pode começar a multiplicar-se excessivamente, causando sintomas. 
A candidíase vaginal normalmente se manifesta com prurido (coceira) e/ou ardência na vulva, 
dor para urinar, dor durante o ato sexual e corrimento vaginal. 
O corrimento vaginal provocado por candidíase costuma ter as seguintes características: 
• Corrimento espesso. 
• Sem odor forte. 
• Pode ser abundante. 
• Esbranquiçado, muitas vezes comparado com queijo cottage. 
• Apresenta coceira vaginal. 
• Causa dor ou ardência, principalmente durante o ato sexual ou ao urinar. 
 
 
 
Colo do útero apresentando corrimento esbranquiçado, com áreas tipo queijo cottage – 
candidíase 
Para mais sobre o corrimento provocado pela candidíase.
 
Tratamento da candidíase 
 
Gonorreia e Clamídia 
A gonorreia e a clamídia são duas infecções sexualmente transmissíveis (IST) causadas, 
respectivamente, pelas bactérias Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis. 
 
Ambas as infecções provocam uma cervicite (infecção do colo do útero) e podem cursar com 
corrimento vaginal, geralmente de aspecto mucopurulento (amarelo turvo). Outros sintomas 
associados incluem dor para urinar, dor durante o ato sexual, normalmente com sangramento 
pós-coito e irritação na vulva. 
As principais características do corrimento vaginal provocado por gonorreia ou clamidia são: 
• O corrimento pode ser amarelo-esverdeado ou mesmo purulento. 
• Geralmente espesso e com aspecto de pus. 
• Pode ter um odor desagradável, embora nem todas as mulheres percebam um 
cheiro específico. 
• A quantidade de corrimento pode variar e, em alguns casos, ser bastante 
abundante. 
• A gonorreia também pode causar dor ou sensação de queimação ao urinar, dor 
pélvica e sangramento fora do período menstrual. 
O corrimento provocado pela clamidia costuma ser parecido com o da gonorreia, mas o 
quadro costuma ser mais brando. 
Para mais informações sobre o corrimento provocado pela gonorreia ou clamídia, 
leia: Gonorreia – Sintomas e tratamento e Clamídia – Sintomas e tratamento. 
Tricomoníase 
A tricomoníase é uma doença sexualmente transmissível causada por um protozoário 
chamado Trichomonas vaginalis. 
Nem todas as pacientes infectadas apresentam sintomas. Quando há sintomas, o quadro 
costuma ser de vaginite e se apresenta com um corrimento fino, amarelo-esverdeado, de 
odor desagradável, associado aos outros sinais clássicos de vulvovaginite, como dor ao 
urinar, irritação da vulva e sangramento/dor durante o coito. 
O Trichomonas vaginalis pode permanecer assintomático por muito tempo antes de provocar 
vaginite, tornando difícil saber exatamente quando houve a contaminação. 
Sem tratamento, a infecção pode durar meses ou mesmo anos, tornando-se um fator de risco 
para infertilidade e câncer do colo do útero. 
As principais características do corrimento vaginal provocado pela tricomoníase são: 
• O corrimento pode variar de cor, desde amarelo, verde, cinza ou branco. 
• Geralmente tem consistência fina e espumosa. 
• Pode apresentar um odor forte e desagradável, muitas vezes descrito como 
“cheiro de peixe”. 
• A quantidade de corrimento pode variar, mas geralmente é mais abundante que o 
corrimento vaginal normal. 
• A tricomoníase também pode causar coceira, irritação e vermelhidão na área 
genital, dor ou sensação de queimação ao urinar e dor durante as relações 
sexuais. 
• Os sintomas podem piorar durante a menstruação. 
https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/dst/gonorreia/
https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/dst/clamidia/
 
Corrimento vaginal 
levemente amarelado e espumoso provocado por tricomoníase 
 
Tratamento da tricomoníase 
 
Importância de pesquisar a tricomoníase 
• Estima-se que 70% das pessoas portadoras sejam assintomáticas e assim podem 
permanecer por muitos anos. 
• Mesmo assintomáticas, mulheres portadoras possuem maior risco de evoluir com 
complicações como Doença Inflamatória Pélvica – DIP. Nestes casos o primeiro 
sintoma da doença já pode ser sua complicações. 
• Esta complicação pode levar a complicações para o resto da vida como a 
infertilidade irreversível 
• Além disso, tanto para homens quanto mulheres portadores assintomáticos, a infecção 
ocasiona um aumento do risco de se infectar pelo HIV ou outras ISTs como herpes 
gonorreia, clamídia e HPV. 
https://www.drakeillafreitas.com.br/doenca-inflamatoria-pelvica/
 
• Uma pessoa coinfectada, ou seja, infectada ao mesmo tempo, pelo trichomonas e 
pelo HPV têm um maior risco de desenvolvimento de câncer de colo uterino do que 
uma pessoa infectada apenas pelo HPV, o seja, é como se a Trichomonas aumentasse 
o potencial de causar câncer do HPV. 
• A infecção crônica pelo Tricomonas também aumenta o risco de câncer de próstata em 
homens. 
Além disso a pessoa pode evoluir desde um estado assintomático diretamente para sintomas 
relacionadosa complicações 
 
Candidíase vulvovaginal 
 
É uma vaginite frequente associada a Candida albicans, mas também pode ser por não albicans. 
 
Tem como fatores de risco incluem gravidez, terapia hormonal, diabetes não controlado, 
imunossupressão, uso de antibióticos, uso de corticoide, predisposição genética, uso de 
contraceptivos orais, hábitos de higiene e práticas sexuais. 
 
Tende a se manifestar com queixa de corrimento branco, aos pedaços, associado a prurido 
vaginal. 
Ao exame especular, é possível identificar um conteúdo branco, em pedaços, aderente às 
paredes vaginais, associado a uma colpite evidente. 
 
A sua prevenção é feita através de bons hábitos, como dieta equilibrada evitando açúcar refinado 
e uso racional de antibióticos. O seu tratamento é feito através de antifúngicos, como: 
• Fluconazol 150 mg, VO, dose única; 
•Itraconazol 200 mg, VO, 2x em 1 dia; 
•Clotrimazol creme 1% 5g, via vaginal por 5 dias, entre outros. 
Em caso de candidíase complicada, utiliza-se 
 Fluconazol, 150 mg/dia, VO, a cada 3 dias em um total de três doses. 
Manutenção de 150 mg, VO, 1 vez/semana, por 6 meses 
• Ácido bórico, 600 mg, em óvulos, 1 vez/dia durante 14 dias. Deve-se evitar seu uso na 
gestação. 
 
Vaginite mista 
É quando o quadro inflamatório vaginal possui mais de um agente, sendo mais comum 
uma associação entre G. vaginalis e T. vaginalis. 
Os sintomas podem ser como os de vaginose ou candidíase, com queixa de corrimento 
vaginal, e algumas vezes o prurido vaginal. 
No exame especular, possui o conteúdo vaginal aumentado, podendo ser de coloração 
branca ou branco-acinzentado. 
Para realizar o tratamento, é importante confirmar se é apenas um agente ou se é misto. 
Se misto, deverá associar a aplicação de metronidazol 0,75 g e miconazol ao deitar-se por 7 dias. 
 
Vaginite aeróbia 
Esse tipo de vaginite era considerado inespecífico, caracterizado por quadro inflamatório 
associado à descamação epitelial. 
A vaginite inflamatória descamativa seria o quadro extremo da vaginite aeróbia, que se 
acredita estar associada a Streptococcus do grupo B, Staphylococcus aureus ou Escherichia coli. 
No quadro clínico, é comum corrimento vaginal abundante amarelado e sem odor, além 
de ter a dispareunia e ardor. No exame especular, observa o conteúdo vaginal aumentado com 
coloração amarelada e mucosa vaginal hiperemiada. O seu tratamento ainda não é bem 
conhecido, porém pode sugerir o uso da clindamicina 2% creme vaginal, 5g, a noite por 2 a 8 
semanas. 
 
https://www.drakeillafreitas.com.br/papiloma-virus-humano/
 
Úlcera vaginal 
A úlcera epitelial é um processo de perda epitelial da mucosa, que pode ser de origem 
infecciosa ou até mesmo neoplásica. 
Quando é a infecciosa, está associada a sífilis, herpes e tuberculose. No geral, são 
assintomáticas, descobertas apenas no exame de prevenção de câncer ou na pesquisa de 
corrimento sem outra causa identificada, e o seu tratamento é feito de forma direcionada para a 
sua etiologia. 
 
Vaginose bacteriana 
A vaginose bacteriana é a principal causa de corrimento vaginal anormal. É uma infecção 
causada por alterações na flora natural da vagina, que resultam em redução no número 
de lactobacillus (bactérias “boas”) e um excessivo crescimento de bactérias aeróbicas 
(bactérias “ruins”), como Gardnerella vaginalis, Mycoplasma hominis, Prevotella, 
Porphyromonas, Bacteroides, Peptostreptococcus, Fusobacterium e Atopobium vaginae. 
 
É muito comum se associar a vaginose bacteriana à bactéria Gardnerella vaginalis, porém, 
esta doença é causada pelo crescimento de múltiplas bactérias, e não só da Gardnerella. O 
termo vaginose é usado em vez de vaginite neste caso porque há pouca ou nenhuma 
inflamação da vagina, apenas proliferação bacteriana. 
 
O sintoma típico da vaginose é o corrimento vaginal fino e acinzentado, com odor muito forte, 
tipo peixe podre. Os outros sintomas de inflamação vulvovaginal, como dor ao urinar, coceira 
da vulva e dor ao coito são bem menos frequentes, estando geralmente ausentes. 
 
A proliferação de bactérias e a queda no número de lactobacillus faz com que haja um 
aumento significativo do pH da vagina, sendo esta uma das dicas para o diagnóstico. 
 
As principais características do corrimento vaginal provocado pela vaginose bacteriana são: 
• O corrimento pode ser branco, cinza ou levemente amarelado. 
• Geralmente tem uma consistência fina e aquosa. 
• Pode apresentar um odor forte e desagradável, muitas vezes descrito como “de 
peixe podre”, que pode ser mais perceptível após as relações sexuais. 
• A quantidade de corrimento pode variar, mas geralmente é maior do que o 
corrimento vaginal normal. 
• A vaginose bacteriana tipicamente não causa coceira, dor ou vermelhidão na área 
genital, embora algumas mulheres possam apresentar uma leve irritação. 
Para mais informações sobre o corrimento provocado pela vaginose, leia: Vaginose 
bacteriana – Gardnerella vaginalis. 
https://www.mdsaude.com/ginecologia/infeccao-ginecologica/vaginose-bacteriana-gardnerella/
https://www.mdsaude.com/ginecologia/infeccao-ginecologica/vaginose-bacteriana-gardnerella/
 
 
Tratamento pra vaginose. 
Atrofia vaginal 
A atrofia da vagina ocorre geralmente após a menopausa. O estrogênio estimula o 
corrimento fisiológico, e a sua falta provoca ressecamento, afinamento e perda da 
elasticidade da mucosa vaginal. Esta atrofia vaginal pode levar à inflamação com 
corrimento, dor para urinar e incômodo durante o ato sexual. 
A atrofia vaginal faz parte da síndrome geniturinária da menopausa, mas também pode 
ocorrer durante a amamentação ou em mulheres que passaram por tratamentos que reduzem 
os níveis de estrogênio, como certas cirurgias ou terapias hormonais para o câncer. 
Algumas características do corrimento vaginal provocado por atrofia vaginal são: 
• O corrimento pode ser claro, incolor ou levemente esbranquiçado. 
• Geralmente tem uma consistência fina e aquosa. 
• Normalmente não apresenta um odor forte ou desagradável. 
• A quantidade de corrimento pode variar, mas geralmente é menor do que o 
corrimento vaginal normal, pois a atrofia vaginal também pode levar à secura 
vaginal. 
• A atrofia vaginal pode causar sintomas como secura, coceira, irritação, dor ou 
desconforto na área genital, dor ou sensação de queimação ao urinar e dor 
durante as relações sexuais. 
Alergias 
O corrimento vaginal provocado por alergias a produtos químicos ou substâncias pode variar 
conforme o indivíduo e a substância à qual a pessoa é alérgica. 
Essas alergias podem ser desencadeadas por produtos como sabonetes, lenços umedecidos, 
lubrificantes, espermicidas, látex da camisinha, perfumes, absorventes ou tampões, entre 
outros. A reação alérgica na vagina pode causar corrimento vaginal. 
As principais características do corrimento vaginal provocado por alergias incluem: 
https://www.mdsaude.com/ginecologia/menstruacao/menopausa/
https://www.mdsaude.com/nefrologia/infeccao-urinaria/dor-urinar/
https://www.mdsaude.com/ginecologia/vaginismo-dispareunia/
https://www.mdsaude.com/ginecologia/anticoncepcionais/camisinha-masculina/
 
• O corrimento pode ser claro, incolor ou levemente esbranquiçado. 
• Geralmente tem uma consistência aquosa ou mucosa. 
• Normalmente não apresenta um odor forte ou desagradável. 
• A quantidade de corrimento pode variar, mas geralmente é menor do que o 
corrimento vaginal normal. 
• Alergias podem causar sintomas como coceira, vermelhidão, inchaço, irritação e 
dor na área genital. Estes sintomas podem ser mais intensos logo após o contato 
com o alérgeno. 
Causas menos comuns 
As causas citadas acima são as mais comuns, mas não são as únicas. Se a mulher tem um 
corrimento vaginal persistente, que não parece ser fisiológico, e nenhuma das causas 
comuns for identificada, o ginecologista precisa pensar também nas seguintes hipóteses: 
• Infecção pelo HPV. 
• Herpes genital. 
• Câncer do colo do útero. 
• Alergia ao sêmen (causa rara). 
• Vulvovaginitepela bactéria Streptococcus. 
• Corpo estranho retido dentro da vagina (absorvente interno ou camisinha 
“perdida”, por exemplo). 
• Infecção pelo verme oxiúrus. 
• Doença inflamatória pélvica. 
Corrimento vaginal de acordo com sua coloração 
Corrimento marrom 
Qualquer situação que provoque algum grau de sangramento vaginal ou uterino pode causar 
um corrimento acastanhado. As principais causas são: 
• Restos da menstruação misturados ao corrimento fisiológico. 
• Traumas na região vaginal ou uterina. 
• Infecções. 
• Corpo estranho na vagina. 
• Tumores ginecológicos. 
• Sangramento uterino provocado pela implantação do embrião no útero nos 
primeiros dias de gravidez. 
• Atrofia vaginal. 
• Gravidez ectópica. 
Corrimento amarelado ou esverdeado 
O corrimento vaginal amarelado-esverdeado é geralmente sinal de infecção ginecológica, 
principalmente se acompanhado de mau cheiro, ardência ou coceira vaginal. As principais 
causas são: 
• Tricomoníase. 
• Gonorreia. 
• Clamídia. 
https://www.mdsaude.com/ginecologia/hpv/
https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/dst/herpes-genital/
https://www.mdsaude.com/alergoimunologia/alergia-ao-semen/
https://www.mdsaude.com/gravidez/estreptococos-b-gravidez/
https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/parasitoses/oxiurus-enterobius-vermicularis/
https://www.mdsaude.com/ginecologia/infeccao-ginecologica/doenca-inflamatoria-pelvica/
https://www.mdsaude.com/gravidez/gravidez-ectopica/
 
O corrimento fisiológico costuma ser branco e claro, mas ao ser exposto ao ar após contato 
com a calcinha, ele pode ficar meio amarelado. Portanto, se a mulher não tiver sintoma algum 
e o corrimento não tiver cheiro, o fato dele ser meio amarelado não necessariamente indica 
alguma infecção em curso. Na dúvida, o melhor é procurar a sua ginecologista para ela 
poder avaliar o corrimento. 
Corrimento branco ou acinzentando 
O corrimento brancacento costuma ser normal, principalmente se for fino, em pequena 
quantidade e se ocorrer próximo do período ovulatório. Porém, se o corrimento for espesso, 
pastoso, leitoso, com grumos ou acinzentado, principalmente se estiver associado a sintomas 
irritativos, como coceira, dor vaginal ou mau cheiro, infecções devem ser investigadas. As 
principais causas são: 
• Candidíase. 
• Vaginose bacteriana. 
Corrimento com mau cheiro 
Corrimento com mau cheiro é típico de infecção ginecológica. As principais causas são: 
• Vaginose bacteriana (cheiro muito forte). 
• Tricomoníase. 
Diagnóstico 
Para se distinguir corretamente os tipos de corrimento vaginal, faz-se necessário uma 
consulta com o médico ginecologista. 
Através do exame ginecológico é possível notar se há vaginite, cervicite ou apenas 
corrimento sem sinais de inflamação. Também é possível colher amostras do corrimento para 
avaliação do pH vaginal, investigação microscópica e cultura. 
 
 
Tratamento 
O tratamento do corrimento depende da causa, variando desde antifúngicos ou antibióticos 
para as infecções, até cremes de estrogênio para a vaginite atrófica. Não há um tratamento 
único que sirva para todos os tipos de corrimento. 
Se você tem corrimento vaginal, procure seu ginecologista para a causa ser esclarecida e o 
tratamento adequado poder ser instituído. 
Cervicite 
A cervicite ou endocervicite é a inflamação causada da mucosa endocervical, geralmente de 
forma infecciosa. A maioria são assintomáticas, sendo descoberto apenas na investigação 
diagnóstica, porque a ausência dos sintomas dificulta o seu diagnóstico e favorece as 
complicações. 
Pode ser causada por diversos fatores de risco, tendo como principal causa infecciosa os 
etiológicos a Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae e Mycoplasma hominis Ureaplasma 
urealiticum, entre outros. Quando causadas de forma não infecciosa, acredita-se que a secreção 
mucopurulenta seja causada pela exposição do epitélio colunar cervical a fatores não infecciosos, 
como tabagismo, uso de duchas e contraceptivos hormomaos, assim como encontrados a 
associação do uso de anticoncepcionais orais e cervicites. 
As cervicites quando sintomáticas as principais queixas são o corrimento vaginal, sangramento 
intermenstrual, dispareunia e disúria. Ao exame físico, podem estar presentes mobilização do colo 
uterino, material mucopurulento no orifício externo do colo e sangramento ao toque da espátula 
ou swab. 
Já a suspeita clínica ocorre pela identificação dos sinais e sintomas que possam caracterizar a 
cervicite. 
HPV 
O papilomavírus humano (HPV) é considerado o agente da infecção viral sexualmente 
transmissível mais prevalente em todo o mundo. A maioria dos indivíduos sexualmente ativos 
(mais de 80%) se infectará em algum momento da vida. 
No entanto, as infecções serão predominantemente assintomáticas e serão clareadas em cerca 
de dois anos. 
A transmissão ocorre por contato e não apenas com o coito, sendo que o uso irregular do 
preservativo pode conseguir reduzir a área de contaminação, porém as áreas não protegidas 
podem estar associadas a transmissão, tendo maior incidência em jovens entre 15 e 19 anos, 
porém cerca de 90% eliminarão o vírus em um período médio de 2 anos. Além dessa faixa, 
possui outro pico de incidência, sendo em mulheres na faixa dos 50 anos de idade. 
O vírus possui preferência nas células imaturas em divisão celular, com isso a infecção pode 
ocorrer em células da camada basal do epitélio escamoso, células subcilíndricas de reserva. 
Algumas infecções podem causar lesões identificadas por meio da colposcopia ou citologia, não 
senso visíveis a olho nú. Algumas infecções podem se manifestar clinicamente visíveis, como as 
 
lesões verrucocas genitais associadas a HPV de baixo risco. Possui nomenclatura específica 
associada ao NIC (neoplasia intraepitelial cervical), sendo classificada do grau 1 ao 3: 
• NIC 1 o condiloma possui lesão epitelial escamosa de baixo grau (LSIL). • NIC 2 deverá ser 
avaliado por imunohistoquimica após marcador de supressão tumoral p16, sendo que caso o 
marcador seja positivo, a lesão será classificada como lesão intraepitelial escamosa de alto grau, 
e caso seja negativo, lesão epitelial escamosa de baixo grau. • NIC 3 é a lesão classificada como 
intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL). 
Diagnóstico 
⇨ Técnica de biologia molecular: Correntemente duas plataformas têm sido utilizadas, 
sendo a captura híbrida de segunda geração e a técnica de PCR (reação de cadeia de 
polimerase). Esta última, considerada padrão-ouro, permite a genotipagem viral, embora em 
alguns casos apenas para os tipos 16 e 18. Os HPVs de baixo risco pode ser pesquisados, como 
em lesões sem característica morfológica da ação viral, mas que exige um diagnóstico diferencial. 
⇨ Citopatologia: é o método de estudo morfológico das alterações celulares, que podem 
ser classificados com o tipo de lesão causada pelo HPV, podendo ser de baixo grau ou de alto 
grau. A infecção, no entanto, pode ocorrer e o exame de citologia não ter alteração ou ter 
alterações ditas como equívocas e denominadas de células escamosas de significado 
indeterminado (ASC-US), células escamosas atípicas, em que não é possível afastar lesão de 
alto grau (ASC-H), e células glandulares endocervicais atípicas. 
⇨ Colposcopia: é um método de magnificação que exige habilidade do examinador para 
determinar, em caso de anormalidade, o sítio adequado para a realização de biópsia, se indicada. 
Tem nomenclatura própria e define lesões de maior relação com HSIL no colo, sendo útil para 
outros sítios, como vulva, vagina, pênis e ânus. 
⇨ Histopatológico: é considerado o padrão-ouro no diagnóstico das lesões induzidas pelo 
HPV, mas não do HPV. 
O padrão-ouro para diagnóstico da infecção é a biologia molecular, pesquisa do DNA do 
vírus. O diagnóstico das lesões glandulares endocervicais (adenocarcinoma) não mudou em 
termos de nomenclatura, mantendo-se em dois estágios o adenocarcinoma in situ e o 
adenocarcinoma invasor, que pode ser subclassificado conforme otipo. 
⇨ Imunoistoquímica: é feito pela utilização do marcador p16, sendo utilizado quando há 
casos de HSIL e NIC2. 
Tratamento 
A conduta deve variar conforme a apresentação do quadro infeccioso. 1. Infecção latente em 
qualquer sítio: conduta expectante. 2. Lesão subclínica: a. LSIL: pode ser expectante com 
seguimento até sua involução. Quadros persistentes podem ser tratados com métodos 
destrutivos, imunomodulação ou exérese dependendo do sítio; b. HSIL: dependendo da idade 
pode ser seguimento (≤ 24 anos) ou tratamento (> 24 anos). 3. Lesão clínica: pode ser por 
imunomodulação, exérese ou destruição conforme o sítio, número de lesões e experiência do 
especialista. 
 
CA de colo uterino 
O desenvolvimento do câncer de colo uterino está associado principalmente a infecção 
persistente por oncogenes do papiloma humano (HPV), sendo que a infecção genital por esse 
vírus é muito frequente, e não causa na maioria das vezes. Porém, podem ocorrer alterações 
celulares que podem evoluir para câncer. Essas lesões são descobertas facilmente pelo exame 
citopatológico do Papanicolau, sendo que quando o CA de colo uterino está em estágios iniciais e 
quando as pacientes são investigadas de forma adequada, recebem o tratamento apropriado, 
aumentando as chances de cura, e quando são diagnosticadas em fases avançadas, as chances 
de cura se tornam muito menores. 
O carcinoma de células escamosas pode ter origem na junção escamocolunar (JEC) ou na 
endocérvice. É precedido por lesão intraepitelial de alto grau (LIEAG) que, se não tratada 
adequadamente, pode evoluir para carcinoma invasor em 30% dos casos. Essa evolução das 
lesões para carcinoma será determinada a partir da interação de vários fatores, como estado 
imunológico do paciente, pela interação com o vírus e o microambiente celular. 
Epidemiologia 
É menos comum em mulheres até 30 anos, sendo que a sua incidência aumenta de forma 
progressiva até o pico na faixa de 45 a 50 anos, sendo que o principal fator de risco é a infecção 
pelo HPV, porém existem outros fatores que podem estar associados, como: 
• Multiparidade 
• Tabagismo 
• Uso crônico de contraceptivos orais (associação provável porque seu uso acompanha a 
vida sexual ativa) 
• Múltiplos parceiros 
• Imunossupressão (secundária a patologias de base ou uso crônico de substâncias 
imunossupressoras). 
 
O HPV são os papilomas vírus de DNA que possuem seis genes de E1, E2, E4, E5, E6 e E7, 
porém somente os genes E6 e E7 estão envolvidos na oncogenes. No estágio inicial, 
clinicamente não é visível. Com isso, o exame realizado inicialmente é a coleta adequada do 
citopatológico e a biopsia guiada pela colposcopia, devendo ser coletado sempre da endocérvice 
e da ectocérvice. Diante da citologia alterada, realiza a colposcopia para avaliar de forma 
detalhada o epitélio cervical e a sua vascularização, devendo visualizar a Junção escamocolunar 
(JEC) e Zona de Transformação (ZT). No caso de tumores clinicamente visíveis, as lesões podem 
se apresentar como: exofítica, infiltrativa ou ulcerada. 
⇨ Lesão exofítica: é, em geral, originada na ectocérvice e se apresenta com aspecto 
vegetante e friável, podendo sangrar profusamente. 
⇨ Lesão infiltrativa: costuma apenas se apresentar como endurecimento do colo, não 
necessariamente com vegetação visível, mas sim com aspecto insuflado. 
⇨ Lesões ulceradas: o aspecto é compatível com necrose e “destruição” do colo e dos 
fórnices vaginais. Pode estar associada a infecção local e secreção seropurulenta. Nas fases 
mais iniciais, podem ser assintomáticos ou oligossintomáticos, e quando possui, o primeiro 
sintoma é uma secreção vaginal aquosa e levemente sanguinolenta e/ou sinusorragia 
(sangramento após relação sexual). Além destes, podem ter sintomas como secreção vaginal 
amarelada, ciclos menstruais irregulares, escape intermenstrual e dor em baixo ventre. Já em 
 
estágios mais avançados, é comum uma dor intensa no baixo ventre, anemia, hemorragia 
vaginal, for lombar, hematúria, alterações miccionais e alterações do hábito intestinal. 
Estadiamento 
• Estádio I: tumor restrito ao colo de útero A: tumor microscópico 
− IA1: invasão do estroma ≤ 3 mm de profundidade e ≤ 7 mm de extensão 
− IA2: invasão do estroma = 3 a 5 mm com extensão menor que 7 mm B: tumor 
macroscópico 
− IB: tumor clinicamente visível ou maior que lesões do tipo IA 
− IB1: lesão clinicamente visível ≤ 4 cm na sua maior dimensão 
− IB2: lesão clinicamente visível > 4 cm na sua maior dimensão 
• Estádio II: carcinoma invade além do útero, mas não apresenta extensão para parede pélvica 
ou para terço inferior da vagina A: sem invasão parametrial 
■ IIA1: lesões clinicamente visíveis ≤ 4 cm em sua maior dimensão 
■ IIA2: lesão clinicamente visível > 4 cm na sua dimensão B: invasão parametrial evidente 
 
• Estádio III: tumor estende-se além da pelve, com invasão da parede pélvica e/ou envolvimento 
do terço inferior da vagina e/ou hidronefrose ou exclusão renal 
■ IIIA: tumor invade terço inferior da vagina sem extensão para parede pélvica. 
■ IIIB: tumor apresenta invasão da parede pélvica e/ou hidronefrose ou exclusão renal. 
 
• Estádio IV: tumor invade além da pelve ou compromete a parede do reto e/ou bexiga. Edema 
bolhoso da bexiga não caracteriza estádio IV 
■ IVA: crescimento tumoral a órgãos adjacentes 
■ IVB: metástases evidentes a distância (ossos, fígado, pulmões, linfonodos para- 
aórticos).

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