Prévia do material em texto
Música Popular Brasileira: exploração histórica e pedagógica Módulo 2 O Samba ou os Sambas? Texto 1. O samba ou os sambas? Um dos gêneros musicais mais emblemáticos de nossa nação é o samba. Vestido de inúmeras formas - do samba de roda até a sofisticada bossa-nova - muitos autores o consideram como “a espinha dorsal da música popular brasileira”. Entendendo o samba, passamos a entender muito mais nossa própria história e a nossa própria cultura. Sua origem e desenvolvimento estão fortemente ligados à questões étnicas (sincretismo/miscigenação), sociais e econômicas da nossa população, e também à urbanização das grandes cidades brasileiras e à construção de uma identidade nacional. Caymmi cita em entrevista: A música típica brasileira é samba. E o samba na Bahia era um estilo de samba de mote e glosa, é você abrir um estribilho e o outro responder. É o samba de umbigada, samba de rua, com influência portuguesa e africana (CAYMMI, 2001, p.132-133). No livro “O século da Canção”, o autor Luiz Tatit confere caráter significativo ao samba como “a primeira triagem que contribuiu para a conformação da canção popular com as características hoje conhecidas” (TATIT, 2004). Fortemente ligado ao início da indústria fonográfica no Brasil, o primeiro samba a ser registrado foi Pelo Telefone, em 1917, por Donga. Podemos citar aqui alguns dos principais compositores do samba, dentre eles: Sinhô, Noel Rosa, Donga, Heitor dos Prazeres, João da Baiana, Sinhô, Bide, Ismael Silva (Estácio), Zé Ketti, Wilson Batista, entre muitos outros. Estudando a trajetória do samba no Brasil, podemos encontrar diversos estilos, períodos, regionalidades e peculiaridades dentro deste complexo gênero musical. Nas duas primeiras décadas do séc. XX, o samba se aproximava muito do maxixe, como no citado “Pelo Telefone”. Este estilo de samba (chamado por diversos autores de samba- maxixe) era representado pelos pioneiros do samba como Donga, João da Baiana e Sinhô. No livro “Feitiço Decente” de Carlos Sandroni, o autor retrata a mudança do “padrão rítmico” do samba feito pelos “bambas” do Estácio, representado principalmente pela figura de Ismael Silva. Este grupo de sambistas criou o bloco http://pt.wikipedia.org/wiki/Heitor_dos_Prazeres http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_da_Baiana http://pt.wikipedia.org/wiki/Sinh%C3%B4 carnavalesco “Deixa Falar”, podendo ser considerado a primeira escola de samba do Brasil, lançando sucessos como “Se você jurar”, “Nem é bom falar”, “Agora é cinza”. Há um diálogo muito interessante no livro “Guia Politicamente Incorreto do Brasil” de Leandro Narloch, no qual o autor relata um debate entre Ismael Silva e Donga, testemunhado pelo jornalista Sérgio Cabral, sobre a seguinte questão: Qual é o verdadeiro samba? Donga começa: - O samba é isso há muito tempo: “o chefe da polícia pelo telefone mandou avisar” ... Então Ismael Silva diz: - não, isso é maxixe! Donga responde em forma de pergunta: - Então o que que é samba? Ismael responde: - “Se você jurar, que me tem amor, eu posso me regenerar”... E Donga finaliza: - não, isso é marcha! (Narloch, 2011) Como podemos notar nesse divertido diálogo, há inúmeras formas de samba, sendo até hoje uma tarefa difícil defini-lo como sendo apenas um único gênero. No livro “Música Popular- um tema em debate” o historiador José Ramos Tinhorão atribui fator sócio econômico ao surgimento dos vários estilos dentro do samba: “ao correr da década de trinta, passou a haver não um samba, mas vários tipos de samba, conforme a camada social a que se dirigia: os netos dos negros da zona da Saúde subiram os morros tocados pela valorização do centro urbano e continuaram a cultivar o samba batucado, logo chamado de “samba de morro”; a baixa classe média aderiu ao samba sincopado (o samba de gafieira); a camada mais acima descobriu o samba-canção, e, finalmente a alta classe média forçou o aboleramento do ritmo do samba-canção, a fim de torná-lo equivalente ao balanço do Fox-blues tocados por orquestras de gosto internacional(...), e é daí que vem a geração da bossa-nova, mas isso é uma outra história.”(TINHORÃO, 1997, p. 20) Claro que essa afirmação de Tinhorão é muito questionável, contudo ilustra bem as inúmeras formas de samba presentes, principalmente no Rio de Janeiro durante a década de 30. Mas a história não para por aí; com a consolidação e a estruturação das escolas de samba, principalmente na região sudeste do Brasil, desenvolve-se o estilo de samba - que aos poucos foi se transformando e se padronizando- que conhecemos hoje como “samba-enredo”. Foi principalmente na segunda metade do séc. XX, que o andamento do samba, sua instrumentação, melodias e letras ganharam formas específicas seguindo as regras e a formatação dos desfiles das escolas de samba em sua forma de campeonato. Voltando um pouco à década de trinta, um fato fundamental para entendermos melhor a história do samba, foi que, dentro nacionalismo-populista de Getúlio Vargas, o samba foi sendo utilizado na “invenção de uma identidade nacional”. Autores como Mário de Andrade ou Gilberto Freyre, exaltam a mestiçagem como virtude e como identidade do brasileiro, sendo o seu maior símbolo, a canção popular. No livro “A unidade da Pátria”, Freyre cita: “é preciso grande esforço no sentido de fortificar-se a unidade moral da Pátria (...). Assim forma-se a trama popular da nossa nacionalidade, com suas lendas e tradições comuns, voando de norte a sul nas asas irisadas da canção popular”. Dentro deste contexto nacionalista e com a consolidação do rádio no Brasil, o Samba toma um outro rumo: o de exaltar o Brasil em suas qualidades, como ferramenta na tentativa da criação desta “identidade nacional”. Sambas como “Aquarela do Brasil” ou os grandes sucessos que Carmem Miranda no exterior, faziam parte da construção da imagem de um Brasil exótico e alegre. Contudo, “o nacionalismo popular resolveu em parte o complexo de inferioridade dos brasileiros, mas criou outro distúrbio - o “complexo de Zé Carioca”, criando um certo mal-estar com as expressões culturais que não pareciam genuinamente brasileiras”, como escreve a antropóloga Lília Moritz Schwarcz. E é em meio às contradições e aos conflitos que surgem ainda o samba-canção e a bossa- nova. Ainda ligado ao rádio, o “samba-canção” teve seu auge na década de 40 e 50, época a qual surgiram grandes intérpretes como Orlando Silva, Francisco Alves e Dorival Caymmi com seu clássico “Marina Morena”. Segundo o livro Da Bossa-nova à Tropicália, da autora Santuza Cambraia Naves: “os cantores, principalmente nos anos 40 e 50, obedeciam ao estilo operístico, soltando a voz ao máximo e exibindo-a com floreios os mais variados”. As letras das canções do samba-canção eram sempre ligadas às dores do amor, ou em outras palavras, à “dor de cotovelo”. Contudo, em meados dos anos 50, ocorre mais um rompimento na continuidade dos estilos do samba em voga até o momento. Ainda no livro de Santuza Cambraia Naves: “o fato é que os músicos bossa-novistas passaram a considerar o repertório anterior de sambas-canções e tangos abrasileirados melodramáticos e inadequados aos novos tempos”. Uma nova forma de cantar, não mais com aquele “vozeirão” empostado, e com uma acuidade ímpar na forma de tocar o violão, o baiano João Gilberto grava, em 1956 o disco “Chega de Saudade”. Na contracapa deste LP o próprio Tom Jobim escreve: “João Gilberto influenciou toda uma geração de arranjadores, guitarristas, músicos e cantores”. Já no texto “João Gilberto e o projeto utópico da bossa-nova”, Lorenzo Mammi cita: João Gilberto aproxima o canto à indeterminação da fala, seja na marcação rítmica, seja nos intervalos melódicos. Suas interpretações revelam uma beleza doméstica, íntima, mais ética do que técnica. Apontam para a utopia de uma perfeição que brote espontaneamente, sem esforço”. (MAMMI, 1992). Santuza Naves ainda complementa:“João Gilberto introduz, a partir de uma releitura do samba tradicional, não só uma harmonia peculiar, como também uma maneira não usual de lidar com a voz e o violão; uma e outro se integram provocando uma tensão criativa(...)”. Foi também graças às melhorias tecnológicas de gravação e captação sonora, que a Bossa- Nova pode trazer essas inovações presentes no estilo. Após o período áureo da bossa-nova, inicia-se no Brasil um envolvimento fervoroso da população com os grandes festivais da canção nas TVs brasileiras, a chamada “Era dos Festivais”. Foi nesta fase onde a sigla “MPB” se consolida no mercado, abarcando os mais diversos gêneros e estilos em voga no Brasil no início dos 60`. Contudo, houve por volta de 64, um movimento de retomada da “cultura popular como fundamento da identidade brasileira”, ilustrada muito bem pelo show Opinião, no qual reuniam-se a cantora Nara Leão, o sambista Zé Ketti, e o representante nordestino João do Vale. Foi também nesta fase, que os compositores Carlos Lyra e Nelson Lins, reuniram-se com Zé Ketti, Cartola e Nelson Cavaquinho na tentativa de resgatar o samba tradicional, compondo parcerias e lançando-os como representantes do “verdadeiro samba” no Brasil. No livro “Pequena história da Música Popular”, de Tinhorão, há uma declaração de Nara Leão que ilustra bem as tentativas de “integração e comunhão cultural” e a valorização da canção popular como reflexo da sociedade brasileira: “...a canção pode dar às pessoas algo mais que a distração e deleite. A canção popular pode ajudá-las a compreender melhor o mundo onde vivem e a se identificar num nível mais alto de compreensão”. Na continuidade desta retomada do samba como um dos principais representantes dos gêneros populares do Brasil surge, nos meados dos anos 70, novos compositores e intérpretes como Martinho da Vila, Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, que retomavam os principais nomes e estilos do samba “tradicional”, como o samba “batucada” (samba de morro), o samba de roda, o partido-alto, sambas-enredo, sambas de breque, remetendo-nos novamente à malandragem carioca do início do século. Já no início dos 80 há também mais uma transformação interessante no padrão do samba, quando, no “Cacique de Ramos”, Almir Guineto e seu grupo (que depois veio a se chamar “Fundo de Quintal) mudam a instrumentação do samba, trocando o cavaco pelo banjo (por ter mais projeção sonora), o surdo pelo “TAM TAM”, e o tamborim pelo repique mão, surgindo um novo estilo dentro do chamado “samba de partido alto” que depois veio a ser assimilado pela indústria fonográfica no formato de “pagode”. É muito interessante notarmos que a história do samba sempre esteve atrelada à indústria do disco, e suas transformações foram registradas e muitas vezes manipuladas por ela. É em meio aos conflitos, atritos, rompimentos e batalhas que se constrói a história de nossa música popular, e por essa ótica passamos a entender um pouco mais deste complexo gênero que tanto reflete a história do nosso país. Como podemos notar, são muitas as nuances e os estilos musicais dentro da história do samba. Este texto tem como objetivo apenas dar uma visão geral sobre o samba, colocando alguns dos principais estilos e suas peculiaridades. Contudo, ainda há inúmeros outros estilos a serem explorados (como o samba-choro, o samba de breque, o samba paulista, o samba de bumbo, samba de lenço, samba rural, o samba de roda, o samba de gafieira, o samba-jazz, o samba-rock, entre muitos outros). Portanto, ainda há muito a ser escrito e pesquisado sobre a nossa música popular e sobre este imenso universo chamado “samba”. Samba (RJ, SP / Brasil) Como já falamos bastante sobre o samba, não iremos nos prolongar. Podemos considerar o samba como a espinha dorsal da música brasileira. Ele é um dos gêneros mais presentes em todo o país e é considerado por muitos como o principal representante de nossa cultura. Como cita o estudioso Allessandro Dias: “o samba nasceu na Bahia, cresceu no Rio de Janeiro e em São Paulo, e teve filhos por todos os cantos do país”. Interessante os estudos sobre os inúmeros “sambas” presentes no Brasil, incluindo o samba do interior de São Paulo, o chamado SAMBA DE BUMBO, ou samba-lenço, encontrado em diversas cidades como Santana de Parnaíba, Campinas e outras cidades do interior. (ver também Batuque de Umbigada e Jongo). O Samba exaltação O samba sempre foi usado como símbolo de “brasilidade”. Sabemos que o Brasil possui uma imensa diversidade de povos, culturas, sotaques e músicas. Entretanto, o samba foi usado para se criar uma espécie de “identidade Nacional”, ou seja, para que todos nós nos sentíssemos brasileiros quando ouvíssemos samba. Isso ocorreu mais intensamente na época de Getúlio Vargas, que apoiava o sentimento de nacionalismo e de patriotismo e queria criar uma identidade brasileira. Foi então nessa época que o “samba exaltação” mais fez sucesso. As suas letras falavam das qualidades do Brasil e de sua beleza natural, além de tentar criar um certo “orgulho” de ser brasileiro. Foi também nessa época que foi criado o personagem da Disney “Zé Carioca” e que a cantora Carmem Miranda fez um sucesso incrível nos Estados Unidos e em vários lugares do mundo, cantando as coisas do Brasil. Podemos citar o compositor Ary Barroso como o principal representante do “Samba exaltação”. Você já deve ter ouvido a música “Aquarela do Brasil”. Preste atenção na letra dessa música: Carmen Miranda Zé Carioca Ary Barroso Aquarela do Brasil Ary Barroso O Brasil, verde que dá Para o mundo admirar. O Brasil do meu amor, Terra de Nosso Senhor. Brasil!... Brasil! Prá mim ... Prá mim!... Esse coqueiro que dá coco, Onde eu amarro a minha rede Nas noites claras de luar. Ô! Estas fontes murmurantes Onde eu mato a minha sede E onde a lua vem brincar. Ô! Esse Brasil lindo e trigueiro É o meu Brasil Brasileiro, Terra de samba e pandeiro. Brasil!... Brasil! Links relacionados com o samba: • Cartola https://www.youtube.com/watch?v=c5sto_qPiQY • Samba no pé com Carlinhos de Jesus: https://www.youtube.com/watch?v=OITl_J_FgvM • Samba e Jongo https://www.youtube.com/watch?v=hlFHWGFbJM0 • Roda de Samba https://www.youtube.com/watch?v=o1RQWPJxWXE&list=PL244AD243C781E 7F0 Vídeos Complementares: - História do samba https://www.youtube.com/watch?v=9Jibd_qMTjs - Cais do Valongo https://www.youtube.com/watch?v=EAQranIgycA - Samba paulista e o ‘progresso’ da cidade de São Paulo https://www.youtube.com/watch?v=c1lNz8Y9dhs http://letras.mus.br/ary-barroso/ https://www.youtube.com/watch?v=c5sto_qPiQY https://www.youtube.com/watch?v=OITl_J_FgvM https://www.youtube.com/watch?v=hlFHWGFbJM0 https://www.youtube.com/watch?v=9Jibd_qMTjs https://www.youtube.com/watch?v=EAQranIgycA https://www.youtube.com/watch?v=c1lNz8Y9dhs - Cruz, Nei Lopes e Diogo Nogueira https://www.youtube.com/watch?v=Uax_rK7zC3M https://www.youtube.com/watch?v=02me7YeOCYM https://www.youtube.com/watch?v=BdgXb2luAZI A Era da Rádio Texto 2. A Era da Rádio Impossível falar do advento do Rádio no Brasil sem incluir o desenvolvimento da Indústria Elétrica-eletrônica e da Indústria Fonográfica juntamente, já que sem as então novas tecnologias de geração de eletricidade e transmissão de ondas radiofônicas a serem recebidas nos aparelhos de rádio domésticos, além da crescente Indústria Fonográfica fomentada principalmente pela novidade do samba, entre marchinhas, valsas, foxtrotes, choros e tangos, e seus intérpretes. Desde a primeira transmissão feita em território nacional a 7 de setembro de 1922, a difusão dessa nova tecnologia e cultura cresceu entre os brasileiros e chegou a seu auge nos anos 30, Anos Dourados da Rádio Nacional do RJ fundada em 1936. Artistas como Sinhô, Carmem Miranda, Orlando Silva, Almirante,Mário Reis, Francisco Alves, Sílvio Caldas, Aracy de Almeida, entre tantos outros foram projetados como ídolos nacionais, embasando nossa cultura musical com um respeitável elenco de cantores nessa primeira geração. Não podemos também nos esquecer das refinadas orquestras de maestros como Radamés Gnatalli e Ary Barroso. Ary chegou a ter um programa de calouros na rádio que revelou diversos artistas, como Elza Soares e Luiz Gonzaga. Outro destaque desse período foram “as cantoras da Radio” que foram se destacando ao longo da década de 30 e 40: Emilinha Borba, Isaurinha Garcia, Dalva de Oliveira, Linda e Dircinha Batista, Nora Ney, Heleninha Costa, Dolores Duran, Ângela Maria, Marlene, dentre tantas outras. Nos anos 40 a Rádio Nacional teve que assumir a agenda do Estado Novo e a nova contemporaneidade que se traduzia musicalmente no predomínio de um subgênero do samba, mais afeito ao gosto da classe média, o samba-canção, que citaremos detalhadamente mais adiante. Outra mudança foi a crescente onda de rádio dramaturgia, competindo espaço com a indústria fonográfica no dial dos brasileiros. https://www.youtube.com/watch?v=Uax_rK7zC3M https://www.youtube.com/watch?v=02me7YeOCYM https://www.youtube.com/watch?v=BdgXb2luAZI Até os anos 60 o Rádio era o principal veículo midiático de massificação brasileiro, mas com a chegada da televisão toda essa cultura comportamental e o glamour foi migrando gradativamente para a TV, fornecendo a “pá de cal” no domínio cultural desse veículo tão importante na formação de nossa identidade. Para além das novelas da rádio e da fantástica orquestra da Rádio Nacional (que reunia grandes instrumentistas da época), era dentro do contexto do rádio que surgiram praticamente todos os mais importantes intérpretes, compositores e artistas da época, ressaltando novamente Ary Barroso, compositor do “hino” Aquarela do Brasil, Dorival Caymmi com seu “Marina Morena” e também aquele que se tornou o principal representante da música nordestina no Brasil: Luiz Gonzaga. Artistas e orquestras - Era de ouro da rádio https://www.youtube.com/watch?v=OP0gY5cvCws https://www.youtube.com/watch?v=yt63FvgbEw8 - As cantoras do rádio https://www.youtube.com/watch?v=EM02ENiiuZ0 https://www.youtube.com/watch?v=l6xZ5L9Oo-A - Radamés Gnatalli e Ary Barroso https://www.youtube.com/watch?v=l6xZ5L9Oo-Ampo O Baião O Baião: o surgimento de Luiz Gonzaga na Rádio Nacional O Baião “...percebi que cantar as alegrias e as tristezas do homem da terra é também uma forma de ajudá-lo a conhecer seus problemas” (Luiz Gonzaga) A partir desta frase de Luiz Gonzaga, podemos afirmar que conhecer mais à fundo a música brasileira é sem dúvida uma porta de entrada para conhecermos a nossa própria cultura e consequentemente conhecermos a nós mesmos. Sendo assim, podemos dizer que Luiz Gonzaga tenta sintetizar em sua música toda uma vivência dentro da cultura nordestina com sua riqueza de símbolos, tradições, histórias, ritmos, danças, cheiros, trejeitos, sons, dores e alegrias. No livro “Luiz Gonzaga: a música como expressão do Nordeste”, encontramos a seguinte frase: https://www.youtube.com/watch?v=OP0gY5cvCws https://www.youtube.com/watch?v=l6xZ5L9Oo-Ampo “constatamos que Luiz Gonzaga e sua obra refletem a sociedade e a cultura do Nordeste brasileiro, pois, tanto a obra de arte quanto a sociedade são originadas na relação comum entre o indivíduo e seu meio natural.” (SANTOS,2004) Contudo, o baião consolida-se como gênero popular urbano em meados da década de 40, quando Luiz Gonzaga, o chamado “rei do Baião”, já estava no Rio de Janeiro e conseguiu se adentrar nos meandros da Rádio Nacional, que era o eixo central da música brasileira naquela época. Nascido em Exu, Pernambuco, Gonzagão viaja por todo o Brasil, antes de se consolidar na capital federal da época, o Rio de Janeiro, onde, depois de muita dificuldade, e muitas histórias a serem contadas, tornou-se muito popular, principalmente depois da gravação em 1946 da música Baião, que virou um marco do estilo: Eu vou contar pra vocês Como se dança o baião E quem quiser aprender É favor prestar atenção Apropriando-se de uma série de elementos do chamado ‘folclore’ nordestino (como o xaxado e sua ligação com Lampião, os aboios nordestinos, ou ainda, toda a tradição da sanfona vinda de Portugal e tão presente no Nordeste e no interior do Brasil), Gonzaga digere, recria e traduz tudo isso em suas músicas, sendo precursor e porta voz da cultura nordestina no Sudeste e posteriormente no Brasil e no mundo. Em entrevista para a Revista Veja de março de 1972, Luiz Gonzaga descreve: “O baião foi ideia minha e do Humberto Teixeira. Quando eu toquei o baião para ele, saiu a ideia de um gênero novo. Mas o baião já existia como coisa do folclore. Eu tirei do bojo da viola do cantador, quando ele faz o tempero para entrar na cantoria e dá aquela batida, aquela cadência no bojo da viola. A palavra também já existia. Uns dizem que vem do baiano e outros que vem de baía grande. O que não existia era uma música que caracterizasse o baião como ritmo, como letra...(Revista Veja, 15 de março de 1972). Nas reminiscências do nacionalismo-populista de Vargas, Luiz Gonzaga tornou-se símbolo da cultura nordestina, tendo seu ápice de 1946 a 1955. O samba ‘tradicional’ andava em baixa nesta época (sobretudo pelo advento do samba-canção mais ‘abolerado’) e Gonzaga chega à Rádio Nacional criando um novo paradigma que representava grande parte da população brasileira que até então era marginalizada e excluída do grande mercado fonográfico brasileiro. Ainda no livro de José Farias dos Santos “as músicas do Rei do Baião formaram veículos significativos que proporcionaram aos Estados do Sul e Sudeste, especificamente São Paulo e Rio de Janeiro, a tomarem conhecimento da cultura, da sociedade e da realidade dramática do Nordeste brasileiro”. Contribuindo para o contexto da valorização da cultura nordestina como continuidade da construção de uma identidade nacional para o Brasil, houve ainda, na literatura, um movimento precedente à música de Gonzaga: os chamados Romances Regionalistas que retratavam a realidade sertaneja, suas paisagens e histórias, como por exemplo, o romance “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, publicado em 1938, dentre outros. Falando mais especificamente sobre a instrumentação típica do baião, podemos perceber uma forte influência da música portuguesa, na qual podemos comumente encontrar até hoje o uso da sanfona, dos tambores tradicionais e do triângulo, chamado pelos portugueses de “ferrinhos”. No livro Pequena história da Música Popular, o autor José Ramos Tinhorão cita: “o compositor Luiz Gonzaga afirmaria vinte anos depois, em início de 1972, ter sido também o introdutor do triângulo nesse conjunto típico de sanfona e zabumba, formando assim a composição instrumental mais indicada para produzir o ritmo do novo gênero. Porém, a fotografia de uma banda de música do interior do Estado do Alagoas, publicada pela Revista Ilustração Brasileira, em 1929, já mostrava, ao lado dos tocadores de pífaros, caixa, zabumba e rabeca, um menino segurando um triângulo de ferro”. Talvez não tenha sido Gonzaga que introduziu o triângulo na música nordestina, (visto que o triângulo já era usado anteriormente em outros gêneros, inclusive na própria música folclórica do Nordeste) mas coube a ele estilizar e sintetizar em sua própria sanfona, e em seu trio de forró, as diversas vozes contidas na cultura rítmica, melódica, harmônica e simbólica do Nordeste. Na continuidade desta história podemos citar inúmeros compositores e músicos que levaram a frente, expandindo e inovando a música nordestina pelo mundo. Dentre eles: João do Vale, Jackson do Pandeiro, Dominguinhos, Sivuca, Osvaldinho do Acordeon, Hermeto Pascoal, Fagner, Elba Ramalho, Chico César, Lenine, entre tantos outros. Um outro momentohistórico importante para a música nordestina foi pós bossa nova, em que músicos como Edu Lobo e Geraldo Vandré voltaram seus olhos para a o Nordeste buscando assim uma ‘verdadeira’ fonte para o que seria a mais ‘genuína’ música brasileira. Esse momento foi retratado inclusive pelos festivais da canção da década de 60 (época em que surge a sigla MPB como gênero), quando músicas como Ponteio, Arrastão, Disparada e Domingo no Parque tiveram grande destaque e traziam de certa forma elementos da cultura nordestina para o eixo central da música brasileira. Hoje em dia encontramos inúmeros grupos que tocam o baião em diversos contextos e instrumentações, desde o forró ‘eletrônico’, feito com teclados e programações, até o chamado forró ‘pé de serra’, que de certa forma tenta manter algumas características da estética criada por Gonzaga. Podemos ainda citar como por exemplo grupos como “Fala Mansa”, do chamado ‘forró universitário’, que inclui a guitarra, baixo, bateria e teclado. Para finalizar, vale ressaltar a importância de músicos como Sivuca e Hermeto Pascoal, que fundem a linguagem do nordeste com outros gêneros musicais como o jazz, levando a música brasileira para os mais altos patamares da música instrumental mundial. Como sugestão de atividade, podemos partir da apreciação musical de alguma canção de Luiz Gonzaga e trabalhar com os alunos: • Quais são os instrumentos típicos do baião? • Qual a temática das letras das canções? • Cantar e tocar algumas músicas selecionadas. • Como é a dança do baião e do xote (dançar com eles)? • Como tocar cada instrumento da percussão? • Construir ou adaptar objetos do cotidiano para imitar o som da zabumba e do triângulo. • Pesquisar quais são as roupas, comidas e costumes dos nordestinos; • Assistir ao filme “De pai para filho”: https://www.youtube.com/watch?v=TfApzSVuaWo • Ou “O mistério de Santa Luzia” que retratam a cultura e a história do baião: https://www.youtube.com/watch?v=-0DQ7rTGZIk&t=3231s Enfim, podemos expandir e aprofundar a pesquisa e os conhecimentos musicais com foco na aquisição da linguagem musical através da cultura musical em seus vários aspectos, criando projetos educacionais que podem ser muito interessantes e divertidos para os educandos. Sugestão de Apreciação: Luiz Gonzaga, Humberto Martins, Dominguinhos, Sivuca, Hermeto Pascoal, Jackson do Pandeiro. https://www.youtube.com/watch?v=TfApzSVuaWo https://www.youtube.com/watch?v=-0DQ7rTGZIk&t=3231s Links relacionados ao Forró: • Dominguinhos Canta e Conta Gonzaga https://www.youtube.com/watch?v=gKVavm_QiZ4 • Ritmos e Danças do Nordeste https://www.youtube.com/watch?v=K-F5Gzx3rE&index=1&list=RDK- F5Gzx3rE • Baião e coco https://www.youtube.com/watch?v=CnzP_z03Ehc https://www.youtube.com/watch?v=G1_Bz6yg9Wo https://www.youtube.com/watch?v=Q871ol8aUKU • Documentário sobre Luiz Gonzaga http://youtu.be/4R5HG-d-ulk Da Bossa Nova ao Rock Texto 3. Da Bossa ao Rock A Bossa Nova Bossa Nova (Rio de Janeiro) Breve histórico: Considerada por muitos como um estilo de samba (e para outros um gênero à parte), a Bossa Nova inventou um jeito muito peculiar de cantar as belezas do Rio de Janeiro, com suas interpretações suaves, sua batida envolvente, seu balanço calmo, e uma sofisticação no olhar e nas notas que compõem suas canções. Podemos citar como principal símbolo da Bossa Nova o interprete João Gilberto, que inovou a forma de cantar, transformando a referência do “vozeirão” dos cantores anteriores https://www.youtube.com/watch?v=gKVavm_QiZ4 https://www.youtube.com/watch?v=K-F5Gzx3rE&index=1&list=RDK-F5Gzx3rE https://www.youtube.com/watch?v=K-F5Gzx3rE&index=1&list=RDK-F5Gzx3rE https://www.youtube.com/watch?v=CnzP_z03Ehc https://www.youtube.com/watch?v=G1_Bz6yg9Wo https://www.youtube.com/watch?v=Q871ol8aUKU http://youtu.be/4R5HG-d-ulk (sobretudo os cantores de samba canção da Era da Rádio), para quase um sussurro nos ouvidos. A Bossa Nova sofreu uma forte influência do jazz norte americano (sobretudo na harmonia sofisticada de seus acordes e em sua instrumentação: piano, baixo acústico, bateria, violão e as vezes sopros) e da música erudita (principalmente nas composições do maestro Tom Jobim), entretanto, a Bossa se tornou muito popular entre os músicos de jazz norte Americanos que incorporaram o estilo em seu repertório, sofrendo também forte influência da música brasileira, criando assim uma via de mão dupla. Considerada a musa da Bossa, foi Nara Leão quem reunia em sua casa (na Zona Sul do Rio de Janeiro), os principais representantes da Bossa Nova, dentre eles: Tom Jobim, Francis Hime, Roberto Menescal, Vinicius de Moraes, Ronaldo Boscoli, Carlos Lira, (entre vários outros). Foi portanto, em meados dos anos 50 que criou-se esse “movimento musical” o qual levou o nome da música brasileira para o mundo todo. O marco do início da Bossa Nova foi gravação do disco “Chega de Saudade” de João Gilberto, em 1958. Outro ponto alto, foi a gravação de Tom Jobim com Frank Sinatra da música Garota de Ipanema. A Bossa começou a perder sua força quando surgiram os “Festivais da Canção” nos meados dos anos 60, quando as canções de protesto e a dita “MPB”, se consolidaram, frente a forte repressão da ditadura militar. Links relacionados à Bossa Nova: - Chega de Saudade https://www.youtube.com/watch?v=yUuJrpP0Mak https://www.youtube.com/watch?v=o1RQWPJxWXE&list=PL244AD243C781E7F0 Jobim e Sinatra https://www.youtube.com/watch?v=XP64PDhcs4Y João Gilberto e Tom Jobim https://www.youtube.com/watch?v=DmV0TcTNJ3o O início do Rock no Brasil O Rock no Brasil e os diálogos com a cultura Norte Americana Os Pioneiros do Rock´n´Roll no mundo PODEMOS CITAR O MAESTRO TOM JOBIM COMO UM DOS PRINCIPAIS COMPOSITORES DA HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA. Tom Jobim transcendeu a Bossa Nova e sua obra musical é uma das mais representativas e significativas da história da música brasileira em todo o mundo. https://www.youtube.com/watch?v=yUuJrpP0Mak https://www.youtube.com/watch?v=o1RQWPJxWXE&list=PL244AD243C781E7F0 https://www.youtube.com/watch?v=XP64PDhcs4Y https://www.youtube.com/watch?v=DmV0TcTNJ3o Os primeiros roqueiros do mundo surgiram na década de 1940 e 1950, dentre eles: Chuck Berry, Jerry Lee Lewis e Bill Halley (and his comets). Mas o primeiro a ficar famoso no mundo inteiro foi Elvis Presley, com seu timbre especial de voz, suas roupas que chamavam muita atenção e sua dança diferente. Num segundo momento, o Rock inglês invadiu o mundo com talvez a banda de maior sucesso no mundo até hoje: The Beatles. Outros importantes grupos da Inglaterra surgem como os Rolling Stones, o Led Zeppelin, o Deep Purple e o Black Sabath. Depois outros importantes grupos surgiram não só nos EUA mas em todo o mundo. Surgem também grupos do chamado Rock Progressivo, com suas longas composições e sua influência da música erudita e do psicodelismo, como o Yes, Queen, Pink Floyd, Marillion, entre outras. A partir dos anos 70 surgem também outros movimentos de juventude provenientes do Rock, como o Punk e o Heavy Metal, que tem seus desdobramentos até hoje como estilo e como movimento de contracultura. VOCÊ CONHECE O ELVIS PRESLEY? Elvis Aaron Presley nasceu no Mississipi em 8 de janeiro de 1935. Era para ele ter tido um irmão gêmeo, mas infelizmente ele não sobreviveu ao parto. Já pensou dois Elvis dançando e cantando? Quando ele era bem jovem Elvis trabalhou de “lanterninha” no cinema e depois de motorista de caminhão. Mas em 1954 ele gravou o primeiro disco fazendo do Rock´n´Roll um sucesso mundial. Mais tarde ele também gravou outros estilos de música como o country, gospel e também músicas românticas. Sobretudo Os Beatles e o Elvis Presley fizeram muito sucesso noBrasil. Depois disso começaram a surgir vários cantores, cantoras e grupos de Rock no Brasil que cantavam versões (ou traduções) das músicas de sucesso nos EUA. O primeiro grande sucesso nacional foi gravado por Celly Campelo em 1950. Dentre as músicas mais conhecidas nessa primeira fase do Rock no Brasil estão: “Estúpido Cupido”, Biquini de Bolinha Amarelinha, e Banho de Lua. Pouco depois (nos anos 60), cantores como Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléia e fizeram o maior sucesso no Brasil no movimento que ficou conhecido como “Jovem Guarda”. Celly Campelo Curiosidades: Celly Campello nasceu em São Paulo em 1942 e começou a cantar desde criança. Ela adorava dançar, cantar e ser atriz. Seus maiores sucessos foram Estupido Cúpido, Biquini de Bolinha Amarelinha e Banho de Lua. Foi uma pena pois com apenas 20 anos, Celly mudou para Campinas e abandonou a carreira para cuidar de seus filhinhos. Banho de Lua Tomo um banho de lua. Fico branca como a neve. Se o luar é meu amigo. Censurar ninguém se atreve. É tão bom sonhar contigo. Oh luar tão cândido. Roberto Carlos e a Jovem Guarda Roberto Carlos começou como cantor de Rock e, junto com seus amigos Erasmo Carlos e Wanderléa começaram o movimento de juventude denominado Jovem Guarda. Eles faziam um programa de TV onde se tocava o Rock´n´Roll brasileiro da época e iam bandas como Golden Boys, Os Incríveis, Renato e seus Bluecaps, The Fevers, além de cantores como Eduardo Araújo, Ronnie Von e Jerry Adriani. A jovem Guarda fez um tremendo sucesso com o ritmo do iê iê iê e eles usavam umas gírias engraçadas como “mora” (entendeu?), broto (menina), Curiosidades: Rita Lee - a maior roqueira do Brasil Anos depois de Celly Campello e Wanderléia, surgiu uma outra roqueira brasileira que também gravou a música “Banho de Lua” com sua banda chamada “Mutantes”. Essa roqueira chama-se Rita Lee e canta até hoje suas inúmeras composições ao lado de seu marido, o guitarrista Roberto de Carvalho. Os anos 60 e 70 foram marcados pelos grandes Festivais da Canção e o Rock estava representado por Rita Lee e os Mutantes, e outros grupos como “Secos e Molhados” do cantor Ney Matogrosso, o movimento Tropicalista de Caetano e Gil, e o nosso “maluco beleza”: Raul Seixas. Anos 50 e 60 https://www.youtube.com/watch?v=-uea0ydfoHk&t=8s Anos 70 https://www.youtube.com/watch?v=ymRYc6UGUyw Jovem Guarda https://www.youtube.com/watch?v=-uea0ydfoHk&t=8s https://www.youtube.com/watch?v=ymRYc6UGUyw A jovem guarda O movimento “Jovem Guarda” surge de um programa de Tv apresentado por Roberto Carlos em meados da década de 60. Esse pode ser considerado um segundo momento do Rock´n´roll no Brasil, (seguido das primeiras gravações de versões como Estupido Cúpido e Biquini de Bolinha Amarelinha) que tocava o “Iê Iê Iê” e os rockinhos românticos. Podemos citar como principal representante o próprio cantor Roberto Carlos, seguido de sua turma: Erasmo Carlos, Wanderléia, Golden Boys, Silvinha Araújo, Eduardo Araújo, Jerry Adriani, Ronnie Von, entre outros. Enquanto alguns compositores protestavam contra a situação política do Brasil, a Jovem Guarda era uma “rebeldia” que não oferecia ameaças ao sistema, com suas letras quase “inocentes”, como: “Meu carro é vermelho, não uso espelho para me pentear…”. Links relacionados à Jovem Guarda: No tempo da Jovem Guarda https://www.youtube.com/watch?v=ejYnrubTqA4 Sobre a Jovem Guarda https://www.youtube.com/watch?v=VeAh7EBnO-I https://www.youtube.com/watch?v=pxfmaTPAjpE Referências Bibliográficas SANDRONI, Carlos. Feitiço Decente: Transformações do Samba no Rio de Janeiro (1917-1933). Rio de Janeiro, Editora UFRJ, 2001. CAYMMI, Dorival. Cancioneiro da Bahia. 5. ed. rev. e amp. Rio de Janeiro: Record,1978. TINHORÃO, José Ramos. Os Sons dos Negros no Brasil: Cantos - Danças - Folguedos: Origens. São Paulo, Art Editora, 1988. ________. História social da música popular brasileira, Lisboa, Caminho, 1990. ________. Os sons que vêm da rua. 2. ed. São Paulo: Ed. 34, 2005. ________. Música Popular: um tema em debate, São Paulo. Ed. 34, 1997. https://www.youtube.com/watch?v=ejYnrubTqA4 https://www.youtube.com/watch?v=VeAh7EBnO-I https://www.youtube.com/watch?v=pxfmaTPAjpE __________. Música popular: do gramofone ao rádio e TV. São Paulo, Ática, 1981. ________. História Social da Música Popular Brasileira. Lisboa, Caminho, 1990. NAVES, Santuza Cambraia. Da bossa-nova à Tropicália. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed., 2004. MAMMI, Lorenzo. “João Gilberto e o projeto utópico da Bossa Nova”. Novos Estudos, SP, CEBRAP, nov de 1992. ALBIN, Ricardo C. O Livro de Ouro da MPB. Rio de Janeiro, Ediouro, 2003. TATIT, Luiz. O Século da Canção. Cotia: Ateliê Editorial, 2004. HOMEM DE MELLO, Zuza. A era dos festivais: uma parábola. São Paulo, Editora 34, 2003. SANTOS, José Farias. Luiz Gonzaga: a música como expressão do Nordeste. São Paulo: IBRASA, 2004. TINHORÃO, José Ramos. Pequena história da Música Popular: da modinha à lambada. São Paulo: Art. editora, 1991. MOURA, Fernando. Jackson do Pandeiro: o rei do ritmo. São Paulo: Ed. 34, 2001. RAMALHO, Elba Braga. Luiz Gonzaga: a síntese poética e musical do sertão. São Paulo: Terceira Margem, 2000. ALBUQUERQUE, Jr. Durval Muniz de. A Invenção do Nordeste e Outras Artes. São Paulo: Cortez,1999. HOBSBAWN, Eric. “Introdução: A Invenção das Tradições.” In: Hobsbawm, Eric e Terence Ranger (org.). A Invenção das Tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. Parpinelli, Santino. Temas Nordestinos, Rio de Janeiro. Manuscrito, 1985. HERMIDA, Borges. O Interessante Estudo do Folclore: História do Brasil. 8. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1986. LIMA, Luiz Costa. Teoria da Cultura de Massa. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982. PHAELANTE, Renato. Forró: Identidade Nordestina, Fundação Joaquim Nabuco (Instituto de Pesquisas Sociais/Departamento de Antropologia). Recife – PE Brasil, Set/Out de 1995.