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DANÇA
Michele Caroline da 
Silva Rodrigues
Dança contemporânea: 
jazz, hip hop e zumba
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Descrever o processo de construção da dança contemporânea e a
influência do jazz.
 Identificar o movimento hip hop e as suas linguagens.
 Reconhecer o surgimento e o desenvolvimento da zumba até a
contemporaneidade.
Introdução
A dança contemporânea propõe movimentos corporais fundamentados 
nos sentidos e na livre expressão, de maneira antagônica em relação às 
técnicas rígidas instauradas pelas correntes de balé predecessoras. Afinal, 
o desenvolvimento dos grandes centros urbanos motivou o aperfeiçoa-
mento das tecnologias e representações sociais e, nesse cenário, a dança 
tomou iniciativa para romper com vertentes artísticas hegemônicas e,
por conseguinte, construir novos olhares sobre a sua área a partir de
múltiplas linguagens.
Neste capítulo, estudaremos o processo de desenvolvimento da 
dança contemporânea e alguns estilos que contribuíram para o seu 
aperfeiçoamento e a sua evolução, com destaque para o jazz. Além disso, 
conheceremos a história do movimento hip hop no que tange ao seu 
contexto social, às suas linguagens e às suas intencionalidades. Por fim, 
aprenderemos sobre o surgimento da zumba, o seu contexto e a sua 
aplicação nos diais atuais. 
Jazz e a construção da dança contemporânea
A dança contemporânea surgiu para revolucionar conceitos e perspectivas 
dessa linguagem artística e cultural. Ela mudou a direção da dança dos palcos 
para a interiorização de cada dançarino, com enfoque no inconsciente, no 
instinto e no improviso. Em paralelo a essa vanguarda, o jazz popularizou-se 
e converteu-se em uma das principais infl uências na sua construção. Portanto, 
cumpre salientarmos a relevância do conhecimento acerca da história do jazz 
e das suas contribuições artísticas, em especial no que tange ao tema dos 
nossos estudos.
A chegada dos negros à América veio acompanhada de novos costumes, 
culturas, músicas e danças. Da integração entre as culturas branca e negra 
norte-americanas, nasceram os minstrels shows, que consistiam em apresen-
tações nas quais os brancos eram satirizados por meio das danças dos negros. 
Já em meados da década de 1940, a denominada Era do Swing, sucedeu-se 
notoriedade artística com a atuação de bailarinos profissionais tanto em danças 
clássicas quanto em danças modernas. Nesse cenário, as técnicas de dança do 
jazz passaram por inúmeras modificações, bem como as produções musicais 
do gênero (HASS; DALMOLIN; PORTO, 2013).
O jazz derivou do blues no século XX por intermédio de trabalhadores 
negros dos Estados Unidos. Criado no início dos anos 1910 e 1920, teve como 
precursores o pianista Jelly Roll Morton (1890–1941) e a Original Dixieland 
Jass Band, do cornetista e trampetista Nick LaRocca (1889–1961). Contudo, 
o jazz se popularizou um pouco mais tarde, em meados de 1930, com o estilo 
dançante nomeado swing. Essa vertente do jazz possuía muitos atributos téc-
nicos e acabamentos formais de caráter dançante, o que bastou para conquistar 
o público da época. A notoriedade do swing ultrapassou em muito a técnica, 
uma vez que revelou inúmeros talentos que desenvolveram estilos próprios e 
tornaram-se novas vertentes do gênero que os originou, o jazz. 
Introduzido na música norte-americana no início do século XX, o blues deriva das 
canções dos trabalhadores negros dos Estados Unidos, chamadas de work songs. 
Esse gênero musical constitui uma das estruturas essenciais do jazz, sendo que certas 
liberdades harmônicas, expressas nos acordes de passagem, por exemplo, são admitidas 
na sua versão mais moderna. 
Dança contemporânea: jazz, hip hop e zumba2
Em divergência ao swing, em 1945, surgiu o bebop, nome que advém das 
onomatopeias pronunciadas pelos músicos ao imitarem o fraseado frenético 
dos seus instrumentos (BEZERRA, 2001). Essa vertente exigia dos músicos 
técnicas instrumentais avançadas devido às suas competências rítmicas 
complexas, além de saltos e frases flexíveis. Radicalizando o bebop, emergiu 
o hard bop, que consiste em movimentos antagônicos de complexidade 
e simplificação, caracterizados por linhas melódicas menos angulosas, 
com influências dos estilos soul e rhythm & blues (R&B) — embora como 
características mais agressivas e estruturas mais complexas (HASS; DAL-
MOLIN; PORTO, 2013).
Com o lançamento do álbum Birth of the Cool, em 1957 — embora Mi-
les Davis (1926–1991) tenha gravado as suas 12 canções entre 1949 e 1950 
—, surgiu o cool jazz, um estilo de jazz mais frio e sem ritmos dançantes, 
diferente do swing, por exemplo. Caracterizava-se por ritmos mais rápidos e 
diversos solos. Por consequência dessa variação, aflorou uma nova vertente, 
denominada west coast jazz. 
Embora o termo possa ser traduzido como “jazz da costa oeste”, o seu desenvolvimento 
não se refere à posição geografia, pois surgiu em Los Angeles, na Califórnia. Para além 
dos critérios estéticos, atribuía-se ao west coast jazz a adoção de saxofones, clarinetas, 
pianos, trompetes e bateria, de modo a compor uma ótima e experimental forma artista 
que, mais tarde, propiciou o nascimento de outro estilo, o free jazz. Como o próprio 
nome remete, o free jazz foi uma tendência de tocar jazz de forma improvisada e livre 
de amarras teóricas, isto é, de maneira que os músicos se sentissem desprendidos de 
técnicas e acordes específicos.
Já no início dos anos 1980, surgiu o fusion ou jazz rock, que incluía, sobre-
tudo, instrumentos eletrônicos na sua composição. Todavia, muitas nuances e 
outros aspectos identitários do jazz perderam-se nessa expressão musical, o que 
levou o estilo ao declínio. Ademais, outra tendência interessante deu-se com 
a fusão da música afro-cubana, nomeada latin jazz, por volta dos anos 1950, 
que contava com um ritmo contagiante e configurou-se como vanguarda do 
jazz moderno até certo ponto. Nessa mesma perspectiva, emergiu a chamada 
third stream, também da fusão com a música erudita ocidental, de modo a 
relacionar a música clássica ao jazz. 
3Dança contemporânea: jazz, hip hop e zumba
No Brasil, o jazz se concentrou nos estados de São Paulo, Minas Gerais e 
Rio de Janeiro, com ênfase nos anos 1970. Com o típico “jeitinho brasileiro”, 
sofreu influências de diversos estilos musicais e artísticos em geral do âmbito 
nacional, o que levou a um conceito aberto de jazz, muito animado e dançante. 
Nesse contexto, destaca-se o grupo de dança criado nos anos 1970 por Lennie 
Dale (1934–1994), o Dzi Croquettes, que se tornou a principal referência na 
divulgação do jazz no País e popularizou-se ainda mais na década seguinte, 
junto com o levante mundial desse gênero musical. 
Além disso, encontramos o estilo de dança conhecido como modern jazz 
que, segundo o bailarino holandês Benjamin Feliksdal, consiste em:
[...] método que é composto pelo fundamento do isolamento das partes do 
corpo, controle individual de cada membro para a harmonia final da dança. 
Contração e relaxamento. Desenvolvimento dos movimentos pélvicos, ações 
e posicionamento da pelve no Jazz. Posicionamento paralelo dos pés e pernas 
e alinhamento do corpo com alongamento da coluna sem criar tensões mus-
culares. Transições de níveis, e desenvolvimento de equilíbrio, nas pontas dos 
pés, em pé, sentado, agachado, deitado. Torções do tronco e costas, trabalho 
da mobilidade da coluna, e relaxamento das articulações para rotações dos 
membros. Técnica clássica de giros e piruetas com adaptações ao jazz. Tipos 
de deslocamento, arrastando os pés (shuffle), caminhada (piqué), corrida 
(skipping, glissé, sauté) e grandes saltos (FELIKSDAL, 2004 apud SCHWIN-
GEL; SEGATTO, 2015, documento on-line).
Frente ao panorama que traçamos, é possível percebermos a dificuldade 
de definir o que é, afinal, o jazz. Em suma, podemos defini-lo com base em 
dois elementos essenciais: improviso e swing.
O swing é a sequência de solos improvisados, padrões de técnicainstrumental e 
virtuosismo. Na língua inglesa, a palavra swing significa “balançar”, “gingar”. Na dança 
jazz, esse termo relaciona-se ao balanço e à ginga que o corpo do bailarino deve 
expressar ao se movimentar (HASS; DALMOLIN; PORTO, 2013, documento on-line).
Dança contemporânea: jazz, hip hop e zumba4
Na Figura 1 a seguir, você pode visualizar um diagrama que elucida a 
evolução do jazz e como ela motivou a novas formas de dançar posteriormente. 
Figura 1. A evolução do jazz, conforme apresentação de Joachim-Ernest Berendt.
Fonte: Adaptada de Bezerra (2001).
1900
1920
1930
1940
1950
1960
1970
Blues
Folk-
-Blues
Classical-
-Blues
Rhytm
 &
Blues
Soul
Boogie
Kansas City
Rock’n’Roll
East coast
classicism
 Ragtime
New Orleans
New Orleans
in Chicago
Swing
Bebop
Cool
Hard bop
Modal | Free
Electre jazz
Mainstream
of Seventies
Dixieland
Chicago-Style
New Orleans and
Dixieland revival
Tristano-School
West coast
Experimentalismo
Na atualidade, o jazz não se prende a uma técnica única, pois incorpora 
diversos estilos que compõem as escolas de dança, além de sofrer forte 
influência das danças moderna e contemporânea. Enquanto conteúdo da 
Educação Física, traz muitos benefícios nos âmbitos físico, motor e cog-
nitivo, posto que favorece o desenvolvimento da f lexibilidade, da força 
muscular e da coordenação motora ampla. Durante as aulas, é interessante 
trabalharmos alguns princípios do gênero e estimular a criatividade, o 
improviso e a expressão corporal para além da estética da dança. Além 
disso, essa vivência proporciona musicalidade, ritmo, postura e, obviamente, 
muita animação. 
5Dança contemporânea: jazz, hip hop e zumba
Movimento hip hop e as suas linguagens
O movimento ou cultura hip hop surgiu em meio à luta de grupos minoritários 
que reivindicavam visibilidade social e melhorias nas suas condições de vida, 
concentrando-se em comunidades negras periféricas norte-americanas em 
meados da década de 1960. Tratava-se de um movimento artístico e social 
que apresentava os problemas sociais da periferia negra de Nova Iorque, 
mais especifi camente daquela que vivia no bairro Bronx. Em meio a uma 
realidade pós-industrial, os negros foram os mais afetados com o desemprego 
e obrigaram-se a concentrar-se nesse bairro, ainda que sem qualquer acesso 
a infraestrutura, saneamento, lazer, saúde, escolas, etc. 
A cultura hip hop compreende um estilo de vida. Diz respeito a viver de forma diferente, 
interessante e produtiva. No hip hop, há união, um indivíduo ajuda o outro. Assim, integrar 
esse movimento significa fazer parte de uma família (SOUZA; FIALHO; ARALDI, 2008).
Nesse contexto de extrema desigualdade social e segregação racial, acen-
tuou-se a discriminação social e sucedeu-se o aumento do tráfico de narcóticos, 
o que acarretou também o aumento da violência e a formação de gangues e 
guerrilhas, que lutavam entre si pela sobrevivência e disputavam territórios, 
alimentos, vestimentas e moradias. Assim, a partir de iniciativas dos jovens 
da comunidade, festas foram criadas para minimizar a violência e propor, de 
forma pacífica, batalhas artísticas de dança, música e pintura. De certo modo, 
o vencedor garantia a própria sobrevivência.
[...] as batalhas artísticas, juntamente como estilo próprio de se vestir e de 
existir, foram elementos norteadores para que o hip hop buscasse a autova-
lorização dos jovens negros americanos. Dessa forma, mais que diversão e 
moda, o hip hop constitui-se em um movimento antiviolência, antidrogas 
e antiexclusão. Esse grupo de jovens lutava pela ascendência do negro que 
estava em uma situação de exclusão econômica, educacional e racial. Através 
de atividades culturais e artísticas, buscava refletir e transformar a realidade 
em que viviam (SOUZA; FIALHO; ARALDI, 2008, p. 18).
Dança contemporânea: jazz, hip hop e zumba6
O maior representante do movimento hip hop foi o DJ Afrika Bambaataa, 
responsável pela criação de diversas gírias e pela disseminação de pensamentos 
de paz, diversão e amor. Afinal, essa cultura também compreende a luta por 
igualdade de direitos e protestos em prol da paz, do amor e da minimização 
dos problemas sociais nas periferias com o intuito de alcançar a equidade 
social por intermédio da expressão artística. Para isso, há cinco linguagens 
artísticas: break, grafitti, rap, MC e DJ. Cada um desses elementos compreende 
instrumentos de expressão distintos, de modo que é relevante conhecermos o 
papel de e a contribuição de cada um no âmbito do hip hop. 
O break dance (Figura 2) representa a dança na cultura hip hop e carac-
teriza-se por movimentos improvisados, isto é, não coreografados, mímica, 
acrobacias e encenações teatrais, com estilos diferentes a depender da lo-
calidade na qual se desenvolve. Com nome similar, há o break beat, que 
representa a batida de fundo utilizada por MCs e DJs nas suas músicas e no 
ritmo para os dançarinos. 
Figura 2. Dançarinos de break dance em Milão, na Itália, no ano de 2013. O break 
se popularizou mundialmente com batalhas e danças acrobáticas fundamentadas 
na improvisação. 
Fonte: Eugenio Marongiu/Shutterstock.com.
7Dança contemporânea: jazz, hip hop e zumba
O break, cujo vocábulo pode ser traduzido como “quebra”, é uma dança de rua que 
conta com movimentos acrobáticos de ruptura corporal, com pulos e saltos, mas tam-
bém com efeitos harmoniosos em performances reelaboradas a partir dos movimentos 
de outras danças de origem afro-americanas, como o charlestone, e até mesmo com 
influência de artes marciais (NASCIMENTO; SIMON, 2008).
Já o rap advém da abreviação de rhythm and poetry, ou seja, “ritmo e 
poesia”. Consiste na ação musical verbal que apresenta problemas tais como 
a marginalização racial, social e econômica pelas suas letras. Por sua vez, o 
grafitti se fundamenta na arte plástica manifestada por meio de desenhos ela-
borados em paredes de ruas dos centros urbanos. Inicialmente, esses desenhos 
determinavam demarcações territoriais de gangues distintas.
MC é a sigla que indica o mestre de cerimônia, que é o principal responsável 
por cantar e compor letras que desvelam os problemas sociais dos guetos. 
Acompanhado pelo DJ, que é o responsável pelos arranjos e pelas batidas 
musicais, compõem o gênero musical que conhecemos como hip hop. 
A sigla MC, que corresponde a “mestre de cerimônia”, remete às tradições orais africanas, 
mais precisamente aos griots, “[...] contadores de história que carregavam na memória 
toda a tradição das tribos africanas, preservaram suas técnicas em versos passados de 
pai para filho” (SPENSY, 1997 apud NASCIMENTO; SIMON, 2008, documento on-line).
Nessa conjuntura, a cultura hip hop consiste em um movimento de luta e, 
portanto, de resistência, cujo instrumento é a arte de grupos marginalizados. 
Entretanto, para além dos elementos principais que fundaram o movimento e 
que comentamos anteriormente, surgiram também estilos de roupas, acessórios 
e artigos que impulsionaram o mercado capitalista e, por consequência, a 
divulgação e a popularização dessa cultura.
No Brasil, esse movimento tornou-se conhecido por volta dos anos 1980, 
sendo, como tantos outros, importado dos Estados Unidos. No nosso País, 
assimilou características originárias, mas também fundou as suas próprias, 
que levaram à construção de um hip hop tipicamente brasileiro e que, assim 
Dança contemporânea: jazz, hip hop e zumba8
como na esfera norte-americana, evidenciava problemas sociais da população 
marginalizada, concentrada nas favelas no nosso caso. Outro ponto muito 
importante nessa trajetória e que não podemos deixar de mencionar refere-se 
às transformações em estilos de dança que agregaram elementos e movimentos 
da capoeira, corporeidades típicas brasileiras. 
Tendo em vista que o pilar fundamental do hip hop é a cultura urbana, nada 
mais justo que trabalhar esse conteúdo nas aulas de Educação Física. A dança 
hip hop pode ser um elemento de aproximação entre as culturas populares e 
os conteúdosescolares pré-determinados, uma vez que as suas linguagens 
são geralmente bem aceitas pelos os estudantes da escola básica, ou seja, 
tanto por aqueles do ensino fundamental quanto pelos do médio. Dentre as 
linguagens artísticas do hip hop, o break dance é uma modalidade de interesse 
que motiva os alunos a experimentarem e arriscarem alguns passos básicos 
ou mais complexos, caso já tenham tido algum contato anterior.
O desafio de dançar break motiva a maioria dos estudantes! Além disso, 
as outras linguagens podem ser exploradas de modo interdisciplinar com 
alguma temática relevante à comunidade escolar. Ademais, a pluralidade de 
linguagens corporais e artísticas do hip hop traz benefícios que ultrapassam 
a sala de aula, como alegria, motivação, solidariedade, autoconhecimento, 
coordenação motora ampla e fina, criatividade, expressão corporal e artís-
tica, pensamento reflexivo, entre outros. Portanto, o hip hop é um conteúdo 
importante para a reflexão crítica da nossa realidade e, além de tudo, propicia 
a resistência por meio da arte!
Surgimento e desenvolvimento da zumba
Atualmente, a zumba tem alcançado grande destaque em academias, praças 
públicas e escolas de dança. Associada à atividade física aeróbica, desenvolve 
novas modalidades e composições a todo o momento. Assim, para entendermos 
a atual conjuntura desse estilo de dança, também é necessário conhecermos 
o contexto em que ela surgiu, a sua razão de ser e o seu desenvolvimento.
A zumba foi fundada pelo professor de Educação Física Alberto Perez na 
Colômbia em 1991. Segundo ele, certo dia, esqueceu-se dos seus CDs para a 
aula de aeróbica e, assim, teve de improvisar com músicas latinas disponíveis 
no rádio do carro, o que originou uma aula diferente, com a participação, a 
motivação e o entusiasmo de todos os participantes. Contudo, foi somente 
no ano de 2003 que houve a inauguração do primeiro curso de instrutores de 
zumba, tornando-a conhecida mundialmente. 
9Dança contemporânea: jazz, hip hop e zumba
A palavra zumba resulta da combinação de dois outros vocábulos: samba 
e rumba, uma festa popular na Colômbia e em outros tantos países da Amé-
rica Latina. O conceito que consta no Manual de Treinamento para Instrutor 
Zumba Fitness define-a como um programa fitness fundamentado na ginástica 
e inspirado em danças e músicas latinas, o que resulta em uma expressão de 
ginástica aeróbica dinâmica, eficiente e divertida, com enfoque na tonificação 
muscular e no desenvolvimento cardiorrespiratório. O Manual não a define 
como uma dança, mas, sim, como “[...] aula de Ginástica baseada em exercícios 
cardiovasculares com componentes de resistência e modelagem corporal que 
tonificam todo o corpo e faz com que seja possível alcançar qualquer meta 
de ginástica desejada” (ZUMBA..., 2014).
Trata-se da unificação entre dança e atividades de academia ( fitness). 
Nessa combinação, utilizam-se elementos de danças como merengue, salsa, 
mambo, rumba, cha-cha, entre outros estilos, juntamente com movimentos 
de academia, tais como agachamento, flexão de braços, saltos, afundo, 
etc. Os movimentos de academia preveem a intensificação e a tonificação 
dos músculos, em especial de glúteos, pernas e braços, ao passo que os 
movimentos rápidos e aeróbicos das danças proporcionam o treinamento 
cardiorrespiratório.
Fonte: Adaptado de Moreira (2016).
Conceito Benefícios Tipos de aula
Atividade geralmente 
praticada em grupo e 
coreografada por uma 
música que combina 
fitness e entretenimento 
a diferentes ritmos e 
estilos musicais (ZUMBA 
FITNESS, 2014).
Treinamento da região 
corpórea central, elevada 
queima de calorias, 
aprendizado fácil e não 
intimidador, perda de 
peso, desenvolvimento 
de uma autoimagem 
positiva, corpo 
esculpido, exercícios 
disfarçados.
Zumba, strong by 
Zumba, zumba step, 
zumba toning, acqua 
zumba, zumba sentao, 
zumba gold, zumba 
gold-toning, zumba 
kids, zumba kids Jr. 
Zumbini, circuito de 
zumba, plate by zumba. 
Quadro 1. Conceito, benefícios e tipos de aula de zumba
Dança contemporânea: jazz, hip hop e zumba10
Em 2001, quando Alberto Perlmane Alberto Aghion e Alberto Perez, fundador da 
zumba, associaram-se, sabiam que haviam criado um fenômeno fitness. Entretanto, 
o que eles não sabiam é que o programa zumba se tornaria um fenômeno mundial 
tão rapidamente: “Em 2007, o programa contava com 10.000 instrutores, estava dis-
ponível em mais de 30 países, tinha vendido mais de três milhões de DVDs, e contava 
com quase um milhão e meio de pessoas fazendo aula de zumba todas as semanas” 
(ZUMBA..., 2014, p. 2).
Rompendo com modelos regulares de atividades de academia, a zumba 
consagrou-se como uma prática dinâmica aliada ao condicionamento físico 
e cardiorrespiratório. Trouxe uma revolução nas atividades de academia com 
a sua expansão entre os anos de 2013 e 2015, visto que a necessidade de 
reformular as práticas fomentam a criação constante de múltiplas atividades 
que motivem e mantenham os praticantes nas academias.
No Brasil, a interseccionalidade de dança e ginástica trouxe várias mo-
dalidades, como:
  S’Hbam;
  Mexe Fitness;
  Fit Dance;
  Zumba;
  Ritmos.
Nas aulas de zumba, a presença de músicas é fundamental para a elaboração 
dos movimentos e, logo, para o desenvolvimento da aula. Com uma mistura de 
músicas latinas e internacionais, a zumba criou características próprias tanto 
musicais quanto de danças, o que explica a sua popularidade cada vez mais 
acentuada entre pessoas que se tornam adeptas dessa modalidade.
11Dança contemporânea: jazz, hip hop e zumba
Figura 3. Aula de zumba.
Fonte: dorglao/Shutterstock.com.
Notemos que o merengue e a salsa são os estilos musicais mais presentes 
nas aulas de zumba, pois os seus movimentos são de fácil adequação, além 
do fato de as músicas serem contagiantes e muito animadas. Os movimentos 
geralmente se repetem conforme os refrãos das músicas, em oito tempos.
No Manual que já mencionamos, há uma série de indicações e comandos 
visuais, orais e corporais para ministrar as aulas de zumba. Além das técnicas 
corporais, também são utilizados pesos manuais que soam como chocalhos 
e, assim, contribuem com a sonoridade envolvida nas aulas.
Como conteúdo escolar, a zumba acarreta inúmeros benefícios para 
crianças e adolescentes: contribui com a liberação de energia, é animada, 
fácil de aprender, envolve superação corporal, propicia desenvolvimento 
motor global, agilidade, ritmo, força e concentração. Portanto, os benefícios 
dessa atividade nas aulas de Educação Física são os mais diversos. Afinal, 
zumba é festa!
Dança contemporânea: jazz, hip hop e zumba12
BEZERRA, V. A. Sobre a história do jazz. Jazz: história, estilos, p. 1-11, 2001. Disponível 
em: . 
Acesso em: 21 set. 2018.
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ção. Arquivos em Movimento, v. 9, n. 1, p. 50-54, 2013. Disponível em: . Acesso em: 21 set. 2018.
MOREIRA, A. T. R. Aproximações ou distanciamentos com a dança a partir da concepção, 
objetivos e estrutura de aula de Zumba. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso (Licencia-
tura em Educação Física) — Centro de Ciências, De Biológicas e Saúde, Universidade 
Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2016. Disponível em: . Acesso em: 21 set. 2018.
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In: Seminário de Pesquisa em Ciências Humanas, 7., 2008, Londrina. Anais... Paraná: 
Universidade Estadual de Londrina Centro de Letras e Ciências Humanas, 2008. Dis-
ponível em: . Acesso em: 21 set. 2018.
SCHWINGEL, A. W.; SEGATTO, R. A. Dança contemporânea e modern jazz. Realização, 
v.2, n. 3, p. 7-11, 2015. Disponível em: . Acesso em: 21 set. 2018.
SOUZA, J.; FIALHO, V.; ARALDI, J. Hip Hop da rua para escola. Porto Alegre: Sulina, 2008.
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Leituras recomendadas
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vel em: . Acesso em: 21 set. 2018.
CAZÉ, C. M. J.; OLIVEIRA, A. S. Hip Hop: cultura, arte e movimento no espaço da socie-
dade contemporânea. In: Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura, 4., 2008, 
Salvador. Anais... Bahia: Faculdade de Comunicação/UFBA, 2008. Disponível em: . Acesso em: 21 set. 2018.
13Dança contemporânea: jazz, hip hop e zumba
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e Belas Artes do Paraná, 2005. Disponível em: . Acesso em: 21 set. 2018.
DIÓGENES, G. Cartografias da cultura e da violência: gangues, galeras e o movimento 
Hip Hop. São Paulo: Annablume, 1998.
HOBSBAWM, E. História social do jazz. São Paulo: Paz e Terra, 2009.
PORTO, S. Pequena história do jazz. 1. ed. Rio de Janeiro: Mes, 1953.
Dança contemporânea: jazz, hip hop e zumba14
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