Prévia do material em texto
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA VIDA CURSO DE ZOOTECNIA O BEM-ESTAR ANIMAL: ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL E A PRODUÇÃO LEITEIRA Nome da Acadêmica: Yasmin Cruz da Silva Oliveira Souza Nome da Orientadora: Profa. Esp. Valéria Cristina de Carvalho Zampronha Goiânia-Goiás 2023 YASMIN CRUZ DA SILVA OLIVEIRA SOUZA O BEM-ESTAR ANIMAL: ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL E A PRODUÇÃO LEITEIRA Trabalho de Conclusão do Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Zootecnia, junto à Escola de Ciências Médicas e da Vida, da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Nome da Orientadora: Profa. Esp. Valéria Cristina de Carvalho Zampronha Goiânia-Goiás 2023 YASMIN CRUZ DA SILVA OLIVEIRA SOUZA O BEM-ESTAR ANIMAL: ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL E A PRODUÇÃO LEITEIRA Trabalho de Conclusão do Curso apresentado à banca avaliadora em 05/12/2023 para conclusão da disciplina de TCC, no curso de Zootecnia, junto à Escola de Ciências Médicas e da Vida da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, sendo parte integrante para o título de Bacharel em Zootecnia. Dedico este trabalho a minha mãe Ana Célia e a minha avó Maria (In Memorian) com todo amor do mundo e gratidão. AGRADECIMENTOS À Deus, para quem tenho consagrado todos os dias da minha vida e sempre se fez tão presente nos mínimos detalhes desta trajetória, que por vezes me confortou em seus braços nos dias de aflição e por tantas outras me permitiu desfrutar da alegria de viver sob sua graça. Sou grata à minha família pelo apoio que sempre me deram durante toda a minha vida. Á meu querido esposo Pedro Henrique, pela paciência e companheirismo ao longo de todos esses anos. Obrigada por sempre estar ao meu lado, por acreditar em mim, segurar minhas mãos, ser meu consolo nos dias difíceis, minha alegria nos dias em que eu não aguentava mais, sempre me apoiando e me incentivando em todas as minhas escolhas e conquistas. Eu amo você para todo o sempre! À Pontifícia Universidade Católica de Goiás, pelo acesso a um ensino superior de qualidade. Aos professores do Curso de Zootecnia, que contribuíram ao longo desses semestres, por meio das disciplinas e debates, para meu desenvolvimento profissional e pessoal. Minha orientadora Valeria, pela sua paciência e dedicação em me auxiliar nesta tarefa árdua e pelas sugestões valiosas para a construção deste trabalho. A todos que contribuíram com a minha formação acadêmica. "Quando for a hora certa, Eu, o Senhor, farei acontecer.” - Isaías 60:22 SUMÁRIO VII LISTA DE FIGURAS VIII LISTA DE TABELA RESUMO IX 1 INTRODUÇÃO 1 2 REVISÃO LITERATURA 3 2.1 HISTÓRICO E CONCEITO DE BEM-ESTAR ANIMAL 3 2.2 AVALIAÇÃO DO BEM-ESTAR ANIMAL 5 2.3 CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS DOS BOVINOS 8 2.4 INTERAÇÃO HOMEM-ANIMAL 9 2.5 ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL 10 2.6 BEM-ESTAR E A QUALIDADE DO LEITE 15 2.7 BEM-ESTAR ANIMAL E A PERCEPÇÃO DO CONSUMIDOR 17 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS. 17 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 18 RESUMO O bem-estar animal possui uma relevância na produção leiteira, destacando uma mudança de perspectiva ao longo dos anos, na qual a busca por melhores índices zootécnicos tem cedido lugar à consideração mais acentuada pelo bem-estar dos animais. O bem-estar animal é definido como a condição na qual um indivíduo é capaz de lidar eficazmente com seu ambiente. A avaliação do bem-estar animal utiliza indicadores físicos, fisiológicos e comportamentais. A dinâmica das interações humano-animal também desempenha papel crucial. O enriquecimento ambiental tem o propósito de auxiliar os animais na adaptação a fatores estressantes, reduzir a frustração e satisfazer suas necessidades comportamentais, promovendo sentimentos afetivos positivos. A produção leiteira impacta o bem-estar bovino, destacando a necessidade imperativa de boas práticas de manejo que considerem não apenas a produtividade, mas também o cuidado e respeito pelos animais envolvidos. Palavras-chave Comportamento, manejo, bovino, leite. 1 1 INTRODUÇÃO Historicamente a busca por melhores índices zootécnicos sobrepõe o bem-estar animal (BEA). Porém o BEA vem ganhando destaque no cenário mundial nos últimos anos (SOUSA et al., 2023). Recentemente houve uma transformação na maneira como as pessoas distinguem a criação de animais. A sociedade está agora exigindo regulamentações que aprimorem as condições de vida dos animais de produção. Um número crescente de produtores, pesquisadores e especialistas estão empenhados em adotar abordagens e instalações mais comprometidas com o objetivo de garantir o bem-estar dos animais (SANTOS et al.; 2021). O enriquecimento ambiental é uma estratégia que visa melhorar o bem-estar dos animais em cativeiro, proporcionando estímulos e desafios semelhantes ao seu ambiente natural. Esse processo ocorre por meio da introdução de elementos como brinquedos, mudanças na dieta e variações no ambiente, promovendo comportamentos naturais e relaxantes, sem estresse. O enriquecimento ambiental é fundamental para animais em cativeiro, pois ajuda a prevenir o tédio e a promover uma vida mais saudável e envolvente (SHEPHERDSON et al., 2013). Diferentes artigos sugerem que boas práticas e gestão na produção de leite são fundamentais para nortear a produção de leite e promover o bem-estar de bovinos leiteiros (KEHOE et al., 2007; FULWIDER et al., 2008; VASSEUR et al., 2010). Avaliação do bem-estar animal nas propriedades pode ser baseada no manejo e na saúde dos animais, na condição corporal, no comportamento dos animais e nas condições do ambiente (BRAGA, 2020). O leite representa uma fonte significativa de proteínas de elevado valor nutricional para a dieta humana (PEIXOTO et al., 2022). O consumo de leite é bastante difundido na sociedade, com a produção mundial em 2022 de 937,3 milhões toneladas, e a produção brasileira em torno de 36 milhões de toneladas (FAO, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA ALIMENTAÇÃO E AGRICULTURA, 2023). 2 É função do Zootecnista, em suas atividades profissionais estar atento às necessidades dos animais, sobretudo o seu bem-estar. Em se tratando de bovinocultura leiteira esse cuidado se sobressai pois pode interferir diretamente na produção leiteira. Diante disso, esse trabalho objetiva-se a realizar uma revisão acerca da importância do bem-estar animal na produção leiteira. 3 2 REVISÃO LITERATURA 2.1 Histórico e Conceito de Bem-Estar Animal O conceito de bem-estar animal tem raízes históricas que remontam a séculos atrás, mas sua formalização como uma disciplina científica e preocupação social ganhou destaque nas últimas décadas (BARBOSA et al., 2021). Em 1986, ano de concepção da disciplina pioneira de bem-estar animal inscrito no currículo do curso de medicina veterinária da Universidade de Cambridge pelo professor Donald Broom, observa-se uma expansão global no ensino desta temática(MOLENTO et al, 2018). O conceito de bem-estar é descrito como a condição de um indivíduo em relação à sua capacidade de enfrentar seu ambiente. Quando a capacidade de lidar com o ambiente é alcançada com relativa facilidade, sem umalto consumo de energia, o bem- estar é considerado adequado. No entanto, se houver um esforço significativo e um gasto excessivo de energia para enfrentar o ambiente, o bem-estar é avaliado como deficiente (BROOM 1986; AZEVEDO, 2020). Alguns sinais de que o bem-estar está comprometido podem incluir uma expectativa de vida reduzida, doenças, sistema imunológico enfraquecido e problemas de crescimento e reprodução (BROOM, 1991; DANELUS et al., 2020). Após a divulgação do livro "Animal Machines" de Ruth Harrison em 1964, onde denunciou a maneira como os animais de produção na indústria eram tratados de forma mecanizada, o governo britânico tomou a iniciativa de estabelecer o Comitê Brambell, uma ação que continua sendo reconhecida até os dias atuais. Vale ressaltar que após a criação dessa comissão, no ano seguinte, foram estabelecidos os princípios fundamentais que determinaram as cinco liberdades essenciais que os animais devem desfrutar (FOPPA et al., 2014; MOTA et al., 2019). Conforme destacado por BRAMBELL (1965), o bem-estar animal está intrinsecamente ligado ao respeito por essas “cinco liberdades”, que englobam: 1) a liberdade de não passar fome e sede; 2) a liberdade de não enfrentar desconforto; 3) a 4 liberdade de não sofrer dor, doença ou maus-tratos; 4) a liberdade de manifestar comportamentos naturais; e 5) a liberdade de não viver com medo e tristeza (Tabela 1) (BARBOSA et al., 2021). TABELA 1: Princípio das cinco liberdades com respectivo desdobramento proposto pelo FAWC (Farm Animal Welfare Council) em 1992. Liberdade Desdobramento Livre de fome e sede Pelo acesso fácil à água fresca e uma dieta que possibilite a manutenção à saúde e vigor Livre de Desconforto Por viver em um ambiente adequado, com abrigo e área de descanso Livre de dor, injúria e doenças Pela prevenção ou rápido diagnóstico e tratamento Livre para expressar comportamento natural Fornecimento de espaço suficiente, instalação adequada e companhia de animais da mesma espécie Livre de medo e diestresse* Garantia de condições e tratamento, que evitem sofrimento mental *Diestresse( termo em inglês que designa estado de sofrimento físico e mental intenso). Fonte: Adaptado de FARM ANIMAL WELFARE COUNCIL ,(1992). No mesmo documento, o FAWC (Farm Animal Welfare Council, 1992) destacou que o cumprimento dessas liberdades poderia ser aprimorado caso as equipes de trabalho implementassem uma gestão cuidadosa e planejada com responsabilidade, que veria a necessidade de que essas equipes demonstrassem habilidade, conhecimento e consciência em suas ações, além de garantir um ambiente protegido e considerado de 5 forma adequada o processo de carregamento, transporte e redução dos animais de maneira humanitária (DIAS, 2014; DANELUS et al., 2020). Atualmente, os domínios têm sido trabalhados como uma abordagem para avaliar o nível de bem-estar dos animais. O domínio 1 aborda a questão da nutrição, o domínio 2 diz respeito ao ambiente, o domínio 3 engloba a saúde e o domínio 4 se concentra no comportamento. Esses domínios são categorizados como aspectos físicos ou funcionais. Além disso, o domínio 5 foca o estado mental e é caracterizado como a experiência afetiva do animal (BRAGA et al., 2018; PINHEIRO., 2021). No Brasil, a primeira organização criada com o propósito de proteger os animais foi a União Internacional Protetora dos Animais (UIPA), estabelecida em 1895, inspirada pelas leis europeias daquele período. A fundação da UIPA incentivou o surgimento de várias outras associações com objetivos semelhantes, que desempenhou um papel importante na solidificação das leis existentes e na promulgação de novas leis mais contemporâneas (PEIXOTO et al., 2022). 2.2. Avaliação do Bem-Estar Animal A avaliação do Bem-Estar Animal (BEA) pode ser conduzida de maneira imparcial e desvinculada de avaliações éticas sobre os sistemas, práticas ou supervisão que envolvem os indivíduos. Envolvendo a observação de indicadores sanitários e fisiológicos, o comportamento dos animais, análises hematológicas e hormonais, além da avaliação de lesões corporais, estado de saúde geral e do escore de locomoção dos animais (Figura 1) ( BOND et al. 2012; SANTOS, et al., 2021). 6 Figura 1: (A) Vaca leiteira com arqueamento dorso-lombar indicando dor, (B) Animal utilizando do coçador automático. Fonte: (A) Debra Bourne, 2018, (B) Milkpont, 2020. O estresse induz uma gama de respostas fisiológicas no organismo, dessa forma, é importante o conhecimento da fisiologia dos bovinos para que os indicadores fisiológicos sejam interpretados. Essas respostas fisiológicas representam adaptações 7 do organismo diante do estresse, evidenciando a prontidão do animal para enfrentar ou evitar situações desafiadoras. Em 2005, Duncan publicou um estudo que considerava a avaliação das emoções dos animais como a parte central do diagnóstico do bem-estar animal. No entanto, essa abordagem gerou controvérsia e barreiras devido à sua subjetividade e dificuldade de aplicação prática. Entre as medidas fisiológicas diretas estão aquelas relacionadas à ativação do Sistema Nervoso Autônomo (SNA), que afeta diversos sistemas biológicos, incluindo o cardiovascular, gastrointestinal, glândulas exócrinas e medula adrenal, resultando em respostas rápidas, como mudanças na frequência cardíaca, respiratória e pressão arterial(Figura 2) (BROOM e JOHNSON, 1993; SANTOS, 2021). Figura 2: Indicadores fisiológicos de bovinos leiteiros Fonte: Soriano e Molento,2018. As alterações na concentração de hormônios adrenocorticais podem ser usadas como indicadores de resposta a estímulos adversos. O cortisol, em particular, é amplamente explorado como indicador em ruminantes. A mensuração do cortisol plasmático tem sido utilizada para avaliar os efeitos de curto prazo das práticas de manejo do animal bem-estar (BROOM e FRASER, 2007; ROSSI et al., 2020). 8 2.3 Características Comportamentais dos Bovinos O comportamento bovino, por sua vez, é resultado da interação complexa entre determinantes genéticos e ambientais. Diferenças comportamentais substanciais são observadas entre as raças distintas, sendo essas influências influenciadas tanto por fatores inatos quanto pelas condições do ambiente em que os animais estão inseridos(CHB, CERTIFIED HUMANE BRASIL, 2022). Dentre as necessidades comportamentais primordiais, destacam- se os cuidados com o corpo, a livre movimentação, a exploração e territorialíssimo, o comportamento alimentar, as reações ao perigo, o descanso e as associações sociais reprodutivas ( OLLÉ et al 2021). Animais pertencentes à categoria dos ruminantes, os bovinos dedicam um período diário significativo, compreendido entre 9 a 11 horas, ao pastoreio, alimentando-se primordialmente de gramíneas e leguminosas. Além disso, sua ingestão hídrica oscila entre 25 a 80 litros diários, variando de acordo com fatores sazonais, tipo de dieta, raça e características individuais(CHB, CERTIFIED HUMANE BRASIL, 2022). Entre essas categorias, o comportamento social desempenha um papel preponderante, influenciando diretamente ou diretamente os outros aspectos. Os bovinos são animais gregários, vivendo em grupos, e o comportamento de um indivíduo é moldado pelas ações dos outros. Além disso, eles demonstram uma habilidade de consideração e distinguir entre 50 a 70 outros indivíduos com base em suas características físicas e comportamentais (FRASER e RYBCZYNSKI, 2014; FERRACINI, et al., 2022). Uma notável capacidade de memória de longo e curto prazo dos bovinos possibilita a retenção de experiências vivenciadas durante o período de criação. Esta transparência cognitiva permite-lhes aprender habilidades e responder positivamente ao treinamento por meio de recompensas. Assim, as interações prévias dos bovinos com ambientes contendopresença humana exercem influência significativa sobre suas respostas aos estímulos ambientais( CHB, CERTIFIED HUMANE BRASIL, 2022). O comportamento constitui uma modalidade pela qual o animal manifesta sua resposta ao ambiente ou à situação em que se encontra inserido. Nesse contexto, as 9 análises comportamentais emergem como instrumentos valiosos na avaliação, permitindo determinar mais abordagens para as necessidades dos animais em sistemas de criação (FRASER; BROOM, 2010). 2.4 Interação Homem-Animal A relação entre seres humanos e os bovinos exerce um impacto significativo no comportamento dos animais, podendo afetar adversamente seu bem-estar e desempenho, conforme indicado por (HEMSWORTH e COLEMAN,1998). HEMSWORTH (2000), destacou que interações negativas entre humanos e bovinos leiteiros resultam em diminuiu na produção de leite, na qualidade do leite e na taxa de concepção na primeira inseminação (SANTOS et al., 2021). O termo "interação" implica que ambos os indivíduos influenciam mutuamente um ao outro, como explicado por (BOKKERS, 2006). As interações entre humanos e animais podem envolver: tato, visão, olfato, gosto e audição. Podem ser também categorizadas, em termos de sua qualidade, como positiva, neutra ou negativa, dependendo da maneira como o tratador realiza suas atividades diárias na fazenda (GOMES, 2008; ANDRIOLI, et al., 2020). Os animais de criação podem reagir de maneira instintiva às características humanas ou aprender a associar a presença e o comportamento de todos ou de alguns seres humanos com o tipo de manejo que recebem. Em geral, práticas que causam desconforto resultam em respostas negativas (ANDROLI et al., 2020). Podendo gerar medo extremo nos animais, desencadeando uma série de problemas subsequentes, tais como a diminuição da imunidade e o surgimento de patologias relacionadas ao estresse. Isso também pode resultar em animais reativos e de difícil manejo, aumentando o risco de lesões tanto para os animais quanto para os seres humanos. Além disso, essa relação adversária pode levar à redução na produção e na qualidade do leite (MOUNAIX et al., 2015; MARQUES, 2019.). Na bovinocultura leiteira, a relação entre seres humanos e animais assume um papel de destaque, visto que as vacas na produção de leite estão em contato frequente 10 com os seres humanos. Essa interação assume uma importância ainda maior quando se leva em conta o impacto sobre a produtividade (OLIVEIRA NETA, 2023). 2.5 Enriquecimento ambiental O conceito de enriquecimento ambiental, que surgiu na década de 1920, revelou uma influência significativa do ambiente físico e social sobre o bem-estar dos animais em cativeiro, conforme destacado por Young em 2003. O enriquecimento do ambiente auxilia os animais na adaptação a fatores estressantes em seu entorno, minimiza a frustração e amplia a satisfação de suas necessidades comportamentais, além de fomentar sentimentos afetivos positivos (MANDEL et al., 2016; SILVA, 2019). Essa prática surgiu como uma tentativa de aliviar o estresse enfrentado pelos animais, muitas vezes resultando da impossibilidade de expressar seus comportamentos naturais em um ambiente moldado pelo ser humano. O enriquecimento pode ser classificado em diferentes categorias, abrangendo aspectos físicos, como escovas mecânicas; sensoriais, como a inclusão de música na sala de ordenha; cognitivos, como a utilização de quebra-cabeças para primatas; comida, envolvendo uma oferta de alimentos variados; e sociais, que incentivam a interação com outros animais (Figura 3) (SANTOS et al., 2020; SOUZA, 2022). 11 Figura 3: Tipos de Enriquecimento ambiental Fonte: Adaptada ROSCOE, (2012); BUENO, (2015). Conforme afirmado por BRACKE (2017), para ser considerado eficaz, o enriquecimento ambiental deve fornecer condições adequadas que permitam ao animal manifestar seu comportamento natural. Os efeitos do enriquecimento ambiental podem ser avaliados por meio de métodos variados. A observação do comportamento é empregada para examinar a diminuição dos comportamentos agonísticos (disputas, submissão, exibições e agressões), estereotipados (ação repetitiva, sem propósito aparente e sem funções óbvias) e a interação com os elementos disponibilizados. Paralelamente, uma análise fisiológica do animal pode envolver a medição dos níveis de cortisol (TATEMOTO, 2019). Embora sua eficácia tenha sido cientificamente comprovada há várias décadas, a implementação do enriquecimento ambiental tem recebido destaque nos últimos anos devido ao surgimento de diversas regulamentações como a Lei nº 7.173/83 estabelece disposições específicas, divisões mínimas, para garantir que os jardins zoológicos e suas instalações atendam aos requisitos de habitabilidade, sanidade, necessidades ecológicas, bem como à segurança de cada espécie animal. A Lei nº 11.794, de 8 de 12 outubro de 2008, tem por objetivo estabelecer restrições nos procedimentos e na utilização de animais em pesquisas científicas, garantindo um padrão mínimo de conforto e higiene em recintos de cativeiro, e oferecendo proteção aos animais em situações de abuso e maus-tratos, em seu capítulo II, artigo 4°, criou o CONSELHO NACIONAL DE CONTROLE DE EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL (Concea). A Instrução Normativa nº 113, datada de 16 de dezembro de 2020, tem como finalidade estabelecer diretrizes relativas às boas práticas de manejo e bem-estar animal nas granjas dedicadas à criação comercial de suínos. E à crescente preocupação por parte dos consumidores (GODYŃ, 2019; ABBAGLIATO et al., 2019). A presença de música na sala de ordenha tem sido benéfica para o bem-estar das vacas. Nesse sentido, a aplicação dessa metodologia pode ser realizada com o objetivo de melhorar o manejo dos bovinos durante a ordenha. Além disso, há conjecturas que sugerem que bovinos expostos à musicalidade manifestam uma propensão à amplificação em 3% da produção leiteira do rebanho. Entretanto, salienta-se a relevância de observar que as evidências científicas corroborando esse aumento na produção láctea são atualmente limitadas (SANT'ANNA et al., 2014; POZZATO et al., 2021). Um estudo de caso conduzido na Fazenda Campos Lima obteve resultados positivos após a implementação de práticas de enriquecimento ambiental, com o objetivo de reduzir a incidência de mamadas não nutritivas entre bezerros submetidos ao sistema de criação coletiva. Os bezerros, ao apresentarem comportamentos estereotipados, foram submetidos à inserção de brinquedos no bezerreiro, utilizando materiais de fácil acesso. É importante ressaltar que animais que manifestam deficiências no bem-estar, especialmente durante a amamentação, tendem a desenvolver estresse e experimentar um crescimento prejudicado. Essa condição compromete a produção futura, influenciando a variabilidade reprodutiva(Figura 4) (OLIVEIRA e MOTTA, 2022). 13 Figura 4: (A)Bezerra sugando a instalação, (B) Bezerra comendo terra, (C) Interação com o protótipo, (D) Animais indo ao cocho e tendo interação. Fonte: Oliveira e Motta, 2022. 2.6 Bem-estar e a qualidade do leite O bem-estar das vacas leiteiras desempenha um papel significativo na qualidade do leite produzido, afetando fatores como a composição do leite e a produção. Observe- se que a exposição prolongada de bovinos leiteiros ao estresse térmico compromete a 14 eficácia das células do sistema imunológico, prejudicando sua capacidade de combater agentes causadores de doenças. Isso resulta em um aumento na ocorrência de mastites no rebanho, o que, por sua vez, impacta qualidade do leite de forma direta (SANTANA et al., 2017; CORAZZIN et al., 2020). O estresse térmico desencadeia modificações que resultaram na diminuição da síntese, absorção e mobilização de diversos metabólitos, incluindo glicose, ácidos graxos voláteis, lipídios e aminoácidos. Essaredução, aliada à redistribuição do fluxo sanguíneo dos órgãos internos, onde esses nutrientes estão presentes, leva a alterações na composição do leite, podendo até mesmo impactar níveis de sua estabilidade (SILVA et al., 2012; DALTRO et al., 2020). Os teores de gordura do leite tendem a ser reduzidos quando os bovinos de leite são expostos ao estresse calórico. A qualidade do leite é diretamente afetada por mudanças no comportamento alimentar dos bovinos leiteiros quando enfrentam desconfortos. Essas alterações podem resultar em modificações específicas na composição do leite produzido por esses animais. Essas mudanças podem incluir a diminuição dos teores de proteína, gordura, cálcio, potássio, ácido cítrico e lactose. Uma pesquisa conduzida por Ceballos e Sant'Anna também prevê variações nos valores de sólidos totais (ST) do leite, dependendo da temperatura de quais animais estão expostos (CEBALLOS e SANT’ANNA, 2018; SEJIAN et al., 2018; RIBEIRO e COPOVILLA, 2023). Os termos sólidos totais (ST) ou extrato seco total (EST) englobam todos os componentes do leite exceto a água ( BRITO, et al, 2021). O desempenho da produção leiteira está intrinsecamente vinculado a cinco elementos fundamentais: genética, sanidade, alimentação, conforto térmico e gerenciamento. Em meio às discussões contínuas na pecuária leiteira se concentram no aumento da produção e na melhoria da qualidade do leite, destaca-se um novo pilar: o bem-estar animal. Este último está correlacionado, igualmente, com o conforto térmico, e, nesse contexto, o sistema compost barn tem sido empregado como uma estratégia para mitigar as perdas decorrentes do estresse térmico, afetando, por consequência, a redução da produção leiteira (ROSA et al ., 2017). A alocação de vacas leiteiras em compost barn resulta na redução das impurezas no úbere, promovendo uma menor incidência de mastite e, consequentemente, uma 15 diminuição na Contagem de Células Somáticas (CCS). Desta forma, observa-se uma melhoria na qualidade global do leite(Figura 5) (Guesinea et al. 2023). Figura 5: Vacas em sistema de compost barn Fonte: Zootecnia Brasil,2020. 2.7 Bem-estar animal e a percepção do consumidor Consumidores mais conscientes demandam produtos diferenciados, que atendam as normas de criação com ética. À medida que a sociedade reconhece o sofrimento animal como um fator relevante, o bem-estar animal promoverá destacado valor econômico aos sistemas produtivos, porém gerará conflito entre recursos financeiros escassos e a necessidade de investimento para assegurar a qualidade de vida dos animais afeta diretamente as atitudes em relação ao bem-estar de animais de produção (MOLENTO 2005, DA COSTA et al., 2021). É evidente que a conscientização das pessoas em relação à criação de animais está evoluindo. Em muitos países, especialmente na Comunidade Europeia, os produtos 16 derivados de animais criados em ambientes que priorizam o bem-estar estão alcançando preços diferenciados, e a sociedade está expressando a necessidade de regulamentações que aprimorem o padrão de vida dos animais de produção. O bem- estar animal representa um desafio para a produção de bovinos leiteiros, no entanto as pessoas ligadas a agropecuária (técnicos, pesquisadores e produtores rurais) estão cada vez mais conscientes dessa nova realidade. Eles registram a evolução no perfil dos consumidores e compreendem a importância de proporcionar um maior conforto aos animais. Isso, por sua vez, resultará em uma produtividade ampliada no final do processo (SANTOS, et al., 2021). Um estudo conduzido em Parauapebas, Pará, Brasil, constatou que a percepção dos consumidores em relação ao bem-estar animal em produtos de origem animal é significativamente influenciada pela escolaridade e renda familiar. Uma análise revelou que consumidores com maior grau de instrução tendem a optar por produtos certificados de bem-estar animal. Isso é particularmente evidente quando os consumidores possuem uma renda mensal mais elevada, pois a despesa adicional associada a produtos derivados de animais criados com elevados padrões de bem-estar não é percebida como um risco financeiro, ao contrário do que ocorre com consumidores de menor renda(ABREU et al, 2021). 17 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS O cuidado com os animais está diretamente ligado aos valores éticos e morais da nossa sociedade. Tratar os animais com respeito mostra compaixão e empatia, coisas muito importantes para construir uma comunidade justa e solidária. A conduta ética para com os animais correlaciona-se diretamente com a saúde pública. A implementação de práticas exemplares de bem-estar animal desempenha um papel crucial na diminuição do risco de propagação de doenças zoonóticas, as quais apresentam potencial impacto sobre a saúde tanto dos animais quanto dos seres humanos. É crucial entender que pensar no bem-estar dos animais transcende as fronteiras tanto individuais quanto nacionais. É uma responsabilidade moral e ética que impacta não apenas os animais, mas também a saúde da nossa sociedade e o equilíbrio do nosso planeta como um todo. A implementação do enriquecimento ambiental em contextos de confinamento emerge como um componente crucial para guardar a integridade da saúde mental, física e emocional dos animais. A junção dessas práticas demonstra potencial para aprimorar significativamente as sensações de bem-estar dos animais. A crescente preocupação com o manejo e o bem-estar das vacas leiteiras tem incentivado os produtores a buscarem conhecimento atualizando a produção. A atenção ao bem-estar animal e ao uso de estratégias de enriquecimento ambiental na bovinocultura de leite não apenas atendem a questões éticas, mas também têm um impacto positivo na produtividade, na qualidade do leite e na sustentabilidade da indústria. Muitos países estão implementando regulamentações e diretrizes para melhorar o bem-estar animal, dedicar nesse aspecto é uma escolha sábia para produtores, além de ser uma tendência que deve ganhar ainda mais relevância no futuro. 18 4 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABBAGLIATO, ANDRÉ SECUNDINO ET AL. Comparação da legislação brasileira e europeia sobre a regulamentação do uso de animais para fins de ensino e pesquisa: avanços e desafios para adequação da Lei nº 11.794 de 08 de outubro de 2008. 2019. Tese de Doutorado. ABREU, M. L. de; DANTAS, G. da S. .; SILVA, W. C. da; BARBOSA, A. V. C.; SILVA, J. A. R. da. Percepção dos consumidores de proteína animal sobre o bem-estar dos animais de produção no municipio de Parauapebas, Pará, Brasil. Veterinária e Zootecnia, Botucatu, v. 28, p. 1–12, 2021. DOI: 10.35172/rvz.2021.v28.484. Disponível em: https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/484. Acesso em: 28 nov. 2023. ANDRIOLI, M.; CARVALHAL, M.; COSTA, F.; PARANHOS DA COSTA, M. Efeitos da interação humano-animal no bem-estar de ruminantes leiteiros: uma revisão. Veterinária e Zootecnia, Botucatu, v. 27, p. 1–14, 2020. DOI: 10.35172/rvz.2020.v27.497. Disponível em: https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/497. Acesso em: 29 out. 2023. AZEVEDO, HIERRO HASSLER FREITAS ET AL. Bem-estar e suas perspectivas na produção animal. Pubvet, v. 14, n. 1, p. a481, 2020. BARBOSA, PAULA AGUIAR; BARBOZA, PAULA AGUIAR. O tratamento do bem-estar animal na política externa brasileira. Fundação Alexandre de Gusmão, 2021. BOND, G. B., ALMEIDA, R. D., OSTRENSKY, A., MOLENTO, C. F. M. Métodos de diagnostico e pontos criticos de bem-estar de bovinos leiteiros. Ciência Rural, v. 42, p. 1286-1293, 2012. DOI: 10.1590/S0103-84782012005000044 BRACKE, Marc BM. Chains as proper enrichment for intensively-farmed pigs?. In: Advances in ping welfare. Woodhead Publishing, p. 167-197, 2018. 19 BRAGA, J. S. ET AL. O modelo dos “Cinco Domínios” do bem-estar animal aplicado em sistemas intensivosde produção de bovinos, suínos e aves. Revista Brasileira de Zoociências, Juiz de Fora, v. 19, n. 2, p. 204-226, 2018. BRAGA, WESLEY DE AGUIAR . Boas práticas e bem estar animal no controle de mastite e carrapatos em vacas leiteiras[ recurso eletrônico]/ Wesley de Aguiar...[et al] .- Alegre: Instituto Federal de Educação e Tecnologia do Espírito Santo, 2020. BRAMBELL, F. W. R. Report of the technical committee to enquire into the welfare of animals kept under intensive livestock husbandry systems. Londres: Her Mahesty's Stationery Office, 1965. BRITO, M.A et al. Agronegócio do leite, composição. 2021.Embrapa. Disponivel em: https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/criacoes/gado_de_leite/pre- producao/qualidade-e-seguranca/qualidade/composicao#:~:text=Os%20termos %20s %C3%B3lidos%20totais%20(ST,a%20%C3%A1gua%20e%20a%20gordura. Acesso 20 de novembro de 2023. BROOM, D. M. Indicators of poor welfare. British Veterinary Journal, v.142, p.524- 526, 1986. DOI: 10.1016/0007-1935(86)90109-0. BROOM, D.M.; FRASER, A.F. Domestic animal behavior and welfare Cambridge: CABI, 2007. 438p. BROOM, D.M.; JOHNSON, K.G. Stress and animal welfare Londres: Lower Academic, 1993. 228p. CEBALLOS, M. C.; SANT’ANNA, A. C. Evolução da ciência do bem-estar animal: Aspectos conceituais e metodológicos. Rev. Acad. Ciênc. Anim, v. 16, p. 1-24, 2018. DOI: 10.7213/1981-4178.2018.161103 CERTIFIED HUMANE BRASIL. Manejo de bovinos: Saiba mais sobre seu comportamento e características. https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/criacoes/gado_de_leite/pre-producao/qualidade-e-seguranca/qualidade/composicao#:~:text=Os%20termos %20s %C3%B3lidos%20totais%20(ST,a%20%C3%A1gua%20e%20a%20gordura https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/criacoes/gado_de_leite/pre-producao/qualidade-e-seguranca/qualidade/composicao#:~:text=Os%20termos %20s %C3%B3lidos%20totais%20(ST,a%20%C3%A1gua%20e%20a%20gordura https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/criacoes/gado_de_leite/pre-producao/qualidade-e-seguranca/qualidade/composicao#:~:text=Os%20termos %20s %C3%B3lidos%20totais%20(ST,a%20%C3%A1gua%20e%20a%20gordura 20 CORAZZIN, MIRCO ET AL. Efeito do estresse térmico no desempenho de vacas leiteiras e na expressão de genes do metabolismo protéico em células mamárias. Animais , v. 10, n. 11, pág. 2124, 2020. COUNCIL, Farm Animal Welfare. FAWC updates the five freedoms. Vet. Rec., v. 131, p. 357, 1992. DA COSTA, MATEUS PARANHOS; CEBALLOS, MARIA CAMILA. Benefícios econômicos e sociais relacionados à promoção do bem-estar de bovinos leiteiros e de corte. “Relaciones humano-animal, p. 19, 2021. DALTRO, ANDRESSA MACHADO ET AL. Efeito do estresse térmico por calor na produção de vacas leiteiras. Pesquisa Agropecuária Gaúcha, v. 26, n. 1, p. 288-311, 2020. DANELUS, FERNANDA LAIS ET AL. Manejo da ventilação em sistema compost barn: implicações na ambiência e bem-estar de vacas leiteiras. 2020. Dissertação de Mestrado. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. DIAS, C. P. Bem-estar animal na suinocultura. 2014. 429 f. Tese (Doutorado em Ciência Animal) Universidade Estadual de Londrina, Centro de Ciências Agrarias, Program de Pos- Graduação em ciência Animal. 2014. Disponivel em :https://certifiedhumanebrasil.org/manejo-de-bovinos-saiba-mais-sobre- seu-comportamento-e-caracteristicas/ . Acesso em 27 de novembro de 2023. DOS SANTOS POZZATO, Leticia; BATISTA, Iara Wolbert; SÁBATO, Deila Jordão Franco. A relação da música com o estado de bem-estar dos animais e seus impactos na clínica e na produção. Sinapse Múltipla, v. 10, n. 1, p. 6-9, 2021. DUNCAN, I.J.H. Science-based assessment of animal welfare: farm animals. Revue Scientifique et Technique Office International des Epizooties, Paris, v.2, n.24, p.483- 492, 2005. FAO. 2023. Dairy Market Review – Overview of global dairy market and policy developments in 2022. Rome https://certifiedhumanebrasil.org/manejo-de-bovinos-saiba-mais-sobre-seu-comportamento-e-caracteristicas/ https://certifiedhumanebrasil.org/manejo-de-bovinos-saiba-mais-sobre-seu-comportamento-e-caracteristicas/ 21 FERRACINI, Jéssica Geralda; LIGOSKI, Beatriz; DO PRADO, Ivanor Nunes. Bem-estar de bovinos terminados em confinamento: O que deve ser considerado?. PUBVET, v. 16, p. 102, 2022. FOPPA, L. et al. Enriquecimento Ambiental E Comportamento De Suínos: Revisão. Brazilian Journal of Biosystems Engineering, v. 8, n. 1, p. 7, 2014. GODYŃ, Dorota et al. Effects of environmental enrichment on pig welfare—a GOMES, C.C.M. Relação humano-animal frente a interações potencialmente aversivas na criação de vacas leiteiras. 2008. 81f. Dissertação (Mestrado em Agroecossistemas) - Curso de Pós-graduação em Agroecossistemas, Universidade Federal de Santa Catarina, SC. HPA-axis and behavior in the offspring. Applied Animal Behaviour Science, v. 220, p. In: Advances in pig welfare. Woodhead Publishing, p. 167-1972018. MANDEL, R; WHAY, H. R; KLEMENT, E.; NICOL, C. J. Invited review: Environmental enrichment of dairy cows and calves in indoor housing. Journal of Dairy Science, v. 99, p. 1695–1715. 2016. MARQUES, Viviane Osmarina de Almeida. Estudos preliminares sobre a relevância do tema bem-estar animal na tomada de decisão dos pecuaristas no estado do Pará. 2019. MOLENTO, Carla FM. Bem-estar e produção animal: aspectos econômicos- Revisão. Archives of Veterinary Science, v. 10, n. 1, 2005. MOTA, Renan Guilherme; MARCAL, W. Sachetin. Comportamento e bem-estar animal de bovinos confinados: Alternativas para uma produção eficiente, rentável e de qualidade: Revisão bibliográfica. Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal: RBHSA, v. 13, n. 1, p. 125-141, 2019. MOUNAIX, B. et al. Cattle Behaviour and the Human-animal Relationship: Variation Factors and Consequences in Breeding. Institut de I’ÉLevage, 2015. 22 OLIVEIRA NETA, Maria Celestina. Boas práticas de manejo na ordenha. 2023. OLIVEIRA, C.H.L; MOTTA, G.M. Enriquecimento Ambiental para Bezzeras Leiteiras. 2022.Disponível emhttps://www.fundacaoroge.org.br/hubfs/Enriquecimento%20ambiental%20para%20b ezerras%20leiteiras.pdf. Acesso em 15 de novembro de 2023. OLLÉ, M. A. et al. Bem-estar animal e dor–uma revisão sobre mudanças comportamentais em bovinos. Archivos de zootecnia, v. 70, n. 270, p. 214-222, 2021. PEIXOTO, Mariana Marinho da Costa Lima et al. Resposta emocional dos consumidores a estímulos informativos, empáticos e sociais em comunicação de marketing pró-consciência do bem-estar animal. 2022. PEIXOTO, MGCD; CARVALHO, Maria Raquel Santos; DE MAGALHÃES, Vanessa Maia Aguiar. O leite bovino que produzimos e consumimos. 2022. PEREIRA, Karen Cristine de Albuquerque Ferreira et al. Maus-tratos animal e as cinco liberdades: percepção e conhecimento da população de Pelotas/RS/Animal maltreatment and the five freedoms: perception and knowledge of the population of Pelotas/RS. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 2, p. 7503-7515, 2020. PINHEIRO, Glebson Freitas. Importância de promover o bem-estar animal na produção de bovinos leiteiros. 2021. RIBEIRO, Laryssa Freitas; COPOVILLA, Carla Carolina. Bem-estar animal e sua relação com a qualidade do leite: bem-estar animal e a qualidade do leite. Revista GeTeC, v. 12, n. 37, 2023. ROSSI, Andressa Tronquini; BERTOLINO, Loana Rangel; ARAÚJO, Lina Raquel Santos. BEM ESTAR ANIMAL NO TRANSPORTE DE BOVINOS. Atualidades na Saúde e Bem-Estar Animal, p. 50, 2020. SANTANA, M. L., BIGNARDI, A. B., PEREIRA, R. J., STEFANI, G., EL FARO, L. Genetics of heat tolerance for milk yield and quality in Holsteins. Animal, v. 11, n. 1, p. 4-14, 2017. DOI: 10.1017/S1751731116001725 23 SANTOS, Caio Marques dos. Influência do abate humanitário e bem-estar animal na qualidade da carne bovina: uma revisão. 2021. SANTOS, T. L. S et al. Enriquecimento ambiental para vacas leiteiras. [S. l.], 17 set. 2020.Disponível em: https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao- deleite/enriquecimento-ambiental-para-vacas-leiteiras-221719/. Acesso em: 28 out. 2023. SEJIAN, V., BHATTA, R., GAUGHAN, J. B., DUNSHEA, F. R., LACETERA, N. Adaptation of animals to heat stress. Animal, v. 12, n. s2, p. s431-s444, 2018. DOI: 10.1017/S1751731118001945 SHEPHERDSON, DJ, Mellen, JD, & Hutchins, M. (Eds.). (2013). Segunda natureza: Enriquecimento ambiental para animais em cativeiro. Instituto Smithsonian. SILVA, ALINE DA. Importância dos zoológicos visando o bem-estar de animais silvestres e exóticos. 2019. SILVA, BRUNO AUGUSTO DA. Construção de dioramas como estratégias investigativo de biologia com ênfase em zoologia e enriquecimento ambiental, 2020 ufmg SILVA, J. C. P. M. et al. Bem-estar do Gado Leiteiro. 1. ed. Viçosa: Aprenda Fácil,2012. SOUSA, S. L. G; COLATINO SOARES REIS, R. .; VASCONCELOS DE OLIVEIRA, R. .; PAULO DE FARIAS RAMOS, J. et al. . Bem-estar animal e os sistemas de produção no século XXI. Pubvet, [S. l.], v. 17, n. 02, 2023. DOI: 10.31533/pubvet.v17n02a1340. Disponível em: https://ojs.pubvet.com.br/index.php/revista/article/view/3014. Acesso em: 28 out. 2023. SOUZA, ANNE CAROLINE GOMES DE. Enriquecimento ambiental como ferramenta na manutenção do bem-estar de animais selvagens em cativeiro. 2022. TATEMOTO, Patricia et al. Environmental enrichment for pregnant sows modulates HPA-axis and behavior in the offspring. Applied Animal Behaviour Science, v . 220, p. 104854, 2019. https://ojs.pubvet.com.br/index.php/revista/article/view/3014 24 YOUNG, R. J. Environmental enrichment: for captive animals. Oxford: Blackwell Science Ltd. 1: 228p., 2003.