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Afecções de Sistema Digestório
Estomatite
* Conhecida popularmente como afta, porém o termo técnico é estomatite
- In�amação da mucosa oral
⤷ Focal ou generalizada - essas lesões podem ser focais ou generalizadas
- Cães e gatos - ocorre em ambas as espécies
- Causas
⤷ Vírus: calicivírus, FIV, FeLV, PIF
⤷ Fungo: Candida albicans
⤷ Bactérias: várias
⤷ Sistêmica: uremia, diabete, intoxicação
⤷ Doenças autoimunes: pên�go, lupus
* Em gatos, a principal causa é viral. Vimos em sistema respiratório que o calicivírus é um vírus que comumente está
associado ao desenvolvimento dessas lesões na cavidade oral. Tem artigos mais recentes que trazem a PIF como um
provável diagnóstico também
* Em cães, a principal causa dessas estomatites é uremia - temos uremia em casos de insu�ciência renal
* Em gatos também podemos ter uremia, principalmente se for um gato mais velho (a chance de um gato mais velho ter
doença renal é muito grande). Porém, o vírus vem como a principal causa das estomatites; doença renal se for um animal
mais velhos
* As doenças autoimunes vão destruir o epitélio do animal - a pele, região de mucosa, etc. - e começamos a observar essas
lesões. Mas não são doenças muito comuns
* As autoimunes, infecções bacterianas e fúngicas associadas com estomatites é pouco comum
* Bovino é uma espécie que tem desenvolvimento de estomatite por fungo - o popular “sapinho”, causado por Candida.
Ela é um habitante natural que vive emmucosas; no caso de bezerros, é uma causa comum de estomatite fúngica
* Em pequenos animais, “sapinho” não é tão comum
Sinais clínicos:
* Como sinais clínicos vemos lesão, geralmente ulcerativa
* 1ª imagem: cão que tinha uma lesão focal. Este cão tinha doença renal - essa estomatite era por
consequência da uremia; chamamos de estomatite urêmica
* 2ª imagem: gato com estomatite generalizada. Esse gato tinha uma condição chamada
gengivite-estomatite felina. É uma condição onde o sistema imune do gato começa a atacar sua
cavidade oral e causar essas lesões. Ainda não se tem uma causa de�nida para esse complexo
gengivite-estomatite nos gatos. Acredita-se que os gatos desenvolvam uma resposta imune contra a
placa bacteriana que vai se depositando nos dentes - pois quando fazemos as extrações dos dentes,
a doença melhora
* Apesar de trazer como um diagnóstico, a estomatite é um sinal clínico de alguma das condições que falamos
anteriormente
- Dor - quando o animal tem uma lesão na boca dói muito e mal consegue comer
* Geralmente será difícil de dar medicamento via oral - os animais não vão deixar que manipulem a boca, eles sentem dor
- Ptialismo - salivação. Em gatos, além de doença periodontal, temos que pensar no complexo gengivite-estomatite e na
lesão de reabsorção dentária. A lesão de reabsorção dentária só conseguimos ver através do raio-x odontológico
* Diferença ptialismo x sialorréia: a sialorréia é o aumento da produção de saliva e o ptialismo vai ser o transbordamento
(o gato não consegue manter a saliva na boca)
- Hipo/anorexia - podem diminuir ou parar totalmente de comer por conta da dor
* Boca não é só uma questão estética, boca é saúde
- Halitose - odor fétido. A estomatite urêmica causa um hálito amoniacal por conta da insu�ciência renal
- Linfadenomegalia - geralmente notamos aumento dos linfonodos mandibulares
- Perda de peso - o animal emagrece por falta de alimentação
Diagnóstico:
- Histórico e sinais clínicos
- Exames laboratoriais:
⤷ Hemograma, bioquímica, urinálise, FIV/FeLV
- Histopatologia
⤷ Complexo gengivite-estomatite felina: linfócitos e plasmócitos
* O diagnóstico de estomatite é clínico - se abrimos a boca do animal e ele tem uma lesão, ele tem estomatite. É necessário
investigar a causa disso; principalmente avaliando os parâmetros sistêmicos do paciente
* Pensando nos gatos, fazer teste de FIV e FeLV. A bioquímica renal é muito importante
* No caso do complexo gengivite-estomatite, o diagnóstico é con�rmado através de histopatologia. Deve-se comentar um
fragmento, fazer uma biópsia, e enviar para análise histopatológica. É uma condição especí�ca dos felídeos (gatos, tigres,
leões)
* Em gatos, quando pensamos em avaliação da cavidade oral, temos que pensar em 3 doenças: doença periodontal, lesão
de reabsorção dentária e o complexo gengivite-estomatite felina - em gatos é comum essas três condições. Em cães, pensar
na doença periodontal clássica mesmo
Tratamento:
- Tratar causa subjacente - a estomatite é um sinal clínico, então temos que descobrir a causa base e tratá-la. Se �carmos
só tratando a lesão que está na boca e não a causa, podemos ter uma melhora daquela lesão em si mas vai acontecer
outras ao longo do tempo
- Analgésico: dipirona, tramadol, gabapentina - analgésico é muito importante porque essas lesões doem bastante
- Antissépticos orais
- Antibiótico: espiramicina+metronidazol
- Imunossupressores*: prednisolona, ciclosporina
- Extração dentária*
* O Periovet é veterinário (só é antisséptico). OHexomedine é humano, é muito bom pois tem anestésico (Benzocaína) -
é antisséptico e analgésico. Para cão podemos utilizar tranquilamente, mas para gato não. O gato não consegue
metabolizar substâncias que tem aquele anel benzênico. Toda vez que formos usar algum produto em gato que seja
“benzo” alguma coisa, ou não usem ou usem com cautela porque eles não conseguem metabolizar ou não conseguem
metabolizar adequadamente
* OHexomedine não pode ser utilizado em gatos por conta disso
* Outros exemplos: Benzodiazepínicos. Não utilizamos Diazepam em gatos, usamos o Midazolam que é mais seguro (é
um benzodiazepínico mas é mais seguro). Propofol tem o anel benzênico - usamos com cautela em gatos
* Ambos têm em spray. O Periovet até temos sem ser spray. O spray pode ser uma vantagem de aplicar, porque abrimos a
boca do animal e apertamos - só que temos que ter emmente que os animais têmmedo de spray. Nunca devemos pegar
um spray e espirrar na cara do animal. Se for um animal que tolera que a gente abra a boca e asperge lá dentro, tudo bem.
Se o animal não tolera e tem medo, devemos aspergir em um algodão ou gaze e passar na boca do animal. Aspergir no
algodão longe do animal também, se não ele vai sair correndo e vamos gerar estresse. Se o animal deixar é ótimo porque é
bem prático usar o produto
* Podemos prescrever analgésico sistêmico também - principalmente pensando em gatos: se eles param de comer por 3
dias desenvolvem lipidose hepática. Além do problema primário que ele tinha que levou a estomatite, ele desenvolve uma
lipidose hepática também. É muito importante fazer esse manejo para que o gato consiga comer - cão também é muito
importante para melhora de qualquer doença
* Fazer antibiótico porque na boca temos bactérias que residem de forma natural. Qualquer lesão que tenhamos na boca,
as bactérias vão adentrar a corrente sanguínea, podendo causar um quadro até de sepse. Os antibióticos que agem em
cavidade oral e são mais indicados são a espiramicina + metronidazol, que é o produto comercial já pronto chamado
Stomorgyl - um dos produtos mais conhecidos e que mais usamos. Fazer por 5 a 7 dias.
* Spiraphar: concorrente do Stomorgyl - é um pouco mais barato, mas ambos são caros. Para um animal de grande porte
�ca caro
* Para todos os tipos de estomatite, faremos o tratamento até aqui
* Imunossupressores e extração dentária são para gatos que têm o complexo gengivite-estomatite. Preconizamos a
extração dentária. Tem tutores que não vão permitir que a gente faça a extração. Até podemos tentar com
imunossupressor, mas geralmente eles não respondem e acaba tendo que fazer a extração
* Na prática, muitos tutores vão relutar em relação a extração por terem receio, por isso que acabamos entrando com os
imunossupressores. Com o passar do tempo os próprios tutores veem que não tem comomanter o gato assim e acabam
permitindo a extração
* Se o imunossupressor funcionar, temos que usar a Ciclosporina porque o gato não vai poder �car tomando corticoide
(prednisolona) todo dia. Corticoide é barato, Ciclosporina é caro
* O procedimento de extração nãovai �car barato, mas a longo prazo compensa ao invés de manter o gato com a
Ciclosporina
Esôfago
- Transporte de alimento - da cavidade oral ao estômago
* O esôfago é uma estrutura do sistema digestório que também tem contrações / peristaltismo.
Os movimentos, as contrações do sistema gastrointestinal é chamado de peristaltismo. O esôfago
vai fazendo as contrações para empurrar o alimento até o estômago
* Duas condições importantes e comuns de esôfago são:
1. Megaesôfago - muito comum em cães porque parte da musculatura do esôfago dos cães é de musculatura esquelética.
Esôfago é uma víscera, então teoricamente ele teria que ser só de musculatura lisa - no gato é assim; por isso que
praticamente não vemos megaesôfago em gatos (a não ser que seja traumático). No cão, tem o megaesôfago primário
porque parte da musculatura do esôfago é esquelética
2. Esofagite
Megaesôfago
- Dilatação e hipoperistaltismo
- Mais comum em cães
- Congênito: �lhotes (pós desmame)
⤷ Pastor-alemão, Labrador, Shar-pei, Golden, Setter, Dogue-alemão, Dálmata, Fox Terrier, Schnauzer
- Adquirido: adultos (8 anos)
⤷ Idiopática, miastenia, hipotireoidismo, organofosforado
- Estenose por anel vascular
* Tem uma dilatação do esôfago, que virá associada com hipoperistaltismo, ou seja, redução do peristaltismo. O esôfago
�ca dilatado e perde sua capacidade contrátil. O alimento não chega no estômago, ele �ca parado no esôfago
* Temos algumas causas de megaesôfago nos cães
* O megaesôfago por ser congênito, em que o animal nasce com o esôfago desse jeito. Quando o animal é �lhote e está se
alimentando de leite, o leite consegue chegar no estômago por ser líquido. Quando esse animal está na fase de transição,
está começando a ingerir alimento, os sinais clínicos do megaesôfago começam a aparecer. O principal sinal clínico é a
regurgitação
* Dentre as raças citadas, o Pastor-alemão é campeão
* Omegaesôfago pode ser adquirido e aparece em animais adultos, geralmente por volta dos 8 anos - essa idade também é
variável
* O megaesôfago é mais comum em cães de raças grandes
* Quando o megaesôfago adquirido acontece no animal adulto, às vezes podemos não saber o porquê dele ter
desenvolvido - chamamos de megaesôfago idiopático
* Temos megaesôfago por miastenia gravis. Miastenia é uma condição em que o sistema imune do animal vai
autodestruir os receptores de acetilcolina no músculo. Para o músculo contrair, a acetilcolina (neurotransmissor) tem
que se ligar aos receptores no músculo - esse é o estímulo para ele contrair. A miastenia gravis é uma doença de
musculatura esquelética, então o animal tem di�culdade de locomoção - mas como parte do esôfago do cão é de
musculatura esquelética, esses cães também podem desenvolver megaesôfago secundário a miastenia. A acetilcolina não
vai conseguir se ligar aos receptores do esôfago, ele vai perder sua capacidade contrátil e vai dilatar
* Hipotireoidismo está associado ao desenvolvimento do megaesôfago
* Intoxicação por organofosforado também pode estar relacionado ao desenvolvimento de megaesôfago
* Uma condição congênita que pode levar ao megaesôfago é denominada estenose por anel vascular ou persistência do
quarto arco aórtico direito
* A aorta deveria ser formada justamente ali (LA, na imagem). Mas na fase embrionária, ao invés dela se formar no local
ideal, ela se forma um pouco mais para a esquerda. A aorta sai atrás do esôfago. Nesse local onde deveria sair a aorta,
forma um ligamento, esse ligamento começa a envolver o esôfago e causa uma estenose do esôfago - ele comprime o
esôfago ali. Os alimentos, principalmente os pastosos (transição de leite para comida pastosa), chegam ali e não
conseguem passar - vai �cando parado nessa região, ela tende a dilata, vai perdendo o peristaltismo e o animal começa a
ter sinais de megaesôfago. Em animal �lhote podemos ter o megaesôfago congênito (ele nasce já com essa alteração
instalada) ou o megaesôfago pode ser por uma alteração na formação da aorta
Sinais clínicos:
-Regurgitação - sinal clínico principal de megaesôfago
- Disfagia - di�culdade de deglutição; o alimento não chega no estômago
- Polifagia - como o alimento não chega no estômago, esses animais estão constantemente com fome - vão �car o tempo
todo buscando alimento
* Consequentemente eles emagrecem e �cam desnutridos
- Emagrecimento
- Desnutrição
- Sialorréia - pode ter sialorréia associada. O alimento parado no esôfago estimula uma maior produção de secreção
salivar, causando a sialorréia
- Tosse (pneumonia aspirativa) - tosse também pode estar associada. De tanto esses animais �carem regurgitando
conteúdo, esse conteúdo alimentar pode ir para sistema respiratório e causar pneumonia aspirativa
- Fraqueza muscular, ataxia - a fraqueza muscular será observada quando esses pacientes têmmegaesôfago associado com
a miastenia gravis. A miastenia altera tanto musculatura esquelética de membros quanto a musculatura esquelética do
esôfago. Quando esses animais vão caminhar / deambular, eles apresentarão um quadro de ataxia (incoordenação dos
movimentos)
* Os tutores muita das vezes não consegue diferenciar (regurgitação de vômito e expectoração), principalmente em gato
* Quando o gato tosse, ele vai tossir e no �nal ele vomita - o tutor traz para gente falando que é vômito, mas na verdade o
vômito só foi uma consequência do quadro de tosse
* É muito comum em cão também: o cão tosse e no �m expectora uma secreção esbranquiçada - só que como esse
conteúdo saiu da boca, o tutor fala que o cão está vomitando. Ele não vomitou, antes ele teve um quadro de tosse -
aquele conteúdo que ele expectorou veio do sistema respiratório. Isso é muito comum em Tosse dos canis
* Toda vez que estamos falando de regurgitação, é algum problema no esôfago. É muito diferente de vômito. Vômito está
associado com acometimento de estômago e intestino; são doenças totalmente diferentes. Por isso que é importante
diferenciar os sinais clínicos
* A regurgitação é diferente de vômito e ela é caracterizada pela ausência daquela contração abdominal - o animal
simplesmente abre a boca para o conteúdo sair. Outra característica é que esse alimento retorna assim que o animal
comeu, é questão de segundos - o animal engole, �ca parado no esôfago e o alimento volta
* No vômito, o animal tem náusea - geralmente esse animal começa a salivar, �car inquieto, às vezes mia ou late. Depois
começa a apresentar o esforço abdominal; tem as contrações e o conteúdo sai
* Gato consegue vomitar conteúdo de duodeno porque gato é muito �ácido e com esse esforço ele consegue trazer
conteúdo do duodeno
* Geralmente o conteúdo do vômito vem acompanhado de bile, mas não é uma regra. Outra coisa que as pessoas trazem
como regra é que o conteúdo do esôfago não é digerido e o conteúdo do estômago sempre estará digerido, mas isso
depende - às vezes é um conteúdo que vem do estômago, mas estava pouco tempo que estava ali naquele estômago e
ainda não deu tempo de fazer todo o processo de digestão e podemos sim ter conteúdo não digerido
* Animal acabou de deglutir e o conteúdo retornou e ele não fez nenhum esforço abdominal = Regurgitação
* Animal deglutiu, mas passou um tempinho e teve a contração abdominal = Vômito. Para o conteúdo conseguir
retornar do estômago, tem que ter essa contração, se não, não volta
* Uma característica marcante de que é uma secreção de sistema respiratório e não um conteúdo de sistema
gastrointestinal é que geralmente é um conteúdo pequeno, parece uma espuma / saliva e geralmente vem acompanhado
de tosse
Diagnóstico:
- Histórico e sinais clínicos - a idade, raça e sinais clínicos são extremamente importantes. Acontece principalmente em
cães de grande porte
- Radiogra�a torácica - a con�rmação diagnóstica é feita por raio-x de tórax
⤷ Simples e contrastada
* O contrastado vai ser principalmente quando suspeitamos do anel vascular porque o contraste vai �car parado
na base do coração - ele passa, mas bem lentamente. Assim que damos o contraste e faz o raio-x, vemos ele
parado na base do raio-x
* O esôfago não aparece no raio-xporque ele é uma estrutura que �ca colabada, além de ser tecido mole. O
esôfago só dilata para o alimento passar. Quando o esôfago está dilatado, ele aparece no raio-x
- Miastenia gravis
⤷ Cloreto de edrofônio (0,5-5mg/kg/IV) ou
⤷ Neostigmina (40μg/kg/IV ou 80μg/kg/IM) + atropina
* Se estamos suspeitando que o animal tem megasôfago por miastenia gravis, a forma de fazer o diagnóstico é
aplicando uma dessas substâncias: o edrofônio (não tem aqui no Brasil) ou neostigmina + atropina. Aqui no
Brasil usamos a neostigmina, mas ela pode ter efeitos colaterais - fazemos atropina junto para diminuir esses
efeitos colaterais. Ela pode estimular tanto a acetilcolina (estimulamos o parassimpático) que o animal começa a
ter salivação, pode ter vômito, diarreia e nesse caso temos que aplicar a atropina junto
* Aplicamos a neostigmina. O animal está sem conseguir movimentar direito, sem conseguir andar. A hora que
faz o efeito, o animal levanta e sai andando normalmente. A hora que passa o efeito da neostigmina, ele volta ao
estado que estava antes, volta a ter di�culdade - é assim que con�rmamos o diagnóstico de miastenia gravis
* Tem como fazer outros exames mais especí�cos, mas esse é o que utilizamos na rotina
Radiogra�a
* Parece uma traqueia, mas na verdade é o esôfago dilatado. O esôfago dilatou e
empurrou a traqueia para baixo, ela quase não está aparecendo
* Essa é uma radiogra�a simples
* O esôfago está dilatado em toda sua extensão - geralmente ocorre dessa forma
quando é megaesôfago congênito em �lhote
Radiogra�a com contraste
* Ao invés da aorta sair na frente do esôfago, ela foi originada atrás - tem um
ligamento no local onde ela deveria sair que �ca estenosando. O contraste demora a
passar porque �ca parado na dilatação do esôfago. Quando tem uma dilatação do
esôfago na base do coração, tem a estenose por anel vascular
* Temos que saber disso porque tem como fazer cirurgia - rompe o ligamento
cirurgicamente. Dependendo do tempo, conseguimos fazer o animal voltar ao
normal. Se esse esôfago �car dilatado por muito tempo, ele perde sua capacidade
contrátil - mesmo que você retire o anel, o esôfago não volta ao normal mais. O diagnóstico precoce é extremamente
importante. Assim que o tutor percebeu que o animal não está conseguindo comer, ele levar para atendimento e for por
esse anel, a gente consegue fazer com que esse esôfago volte a contrair e o animal �ca normal depois. Sempre vamos
tentar o procedimento cirúrgico, mas falando ao tutor que talvez ele não volte ao normal - se o esfôfago não voltar ao
normal, faremos o manejo desse animal
Tratamento:
- Manejo alimentar:
⤷ Posição verticalizada
* O animal tem que ser alimentado na posição vertical porque a gravidade vai ajudar o
alimento a chegar no estômago. Na imagem tem uma alternativa bem simples que as pessoas
podem fazer, com uma cadeira e um tijolo. Na internet tem umas cadeirinhas em que o
animal �ca em pézinho - se o tutor quiser investir, é uma opção
⤷ Volumes pequenos várias vezes
* A alimentação deve ser em volumes pequenos e várias vezes ao dia. Normalmente alimentamos um cão 2x ao
dia - no caso do megaesôfago, temos que alimentar de 4 a 6 vezes ao dia - a pessoa tem que ter um tempo maior
para dedicar ao animal. Se der um grande volume, vai parar no esôfago e o animal vai regurgitar
⤷ Pastoso ou líquido
* Esse alimento tem que ser pastoso ou líquido. Pode ser ração seca normal, deixar de molho na água, depois
passar no liquidi�cador ou amassar com colher e fornecer para o animal. Se ele estiver regurgitando o alimento
pastoso, tem que passar para o líquido - é isso para o resto da vida
- Pró-cinético: Domperidona (0,1 mg/kg VO BID) - pró-cinético é uma medicação que estimula a contração do trato
gastrointestinal. Essa medicação é a Domperidona e será para o resto da vida
- Miastenia: piridostigmina (1-3 mg/kg VO TID) - se identi�camos que o esôfago é por miastenia, usamos a
Piridostigmina que vai estimular os receptores - é como se �zesse a ação da acetilcolina. Forçamos esses receptores a
responder. Tem animal que �ca normal, mas tem animal que ainda precisa do manejo alimentar
- Anel vascular: cirúrgico - quando por anel vascular, sempre faz cirurgia. Lembrando que às vezes o esôfago não vai
voltar ao normal - o tutor tem que �car ciente disso antes de ir para cirurgia. Se não volta ao normal, é manejo alimentar
e pró-cinético para o resto da vida
Esofagite
- Doença in�amatória do esôfago
- Cães e gatos - pode ocorrer em ambas as espécies
- Causas:
⤷ Ingestão de substâncias irritantes (doxiciclina) - Doxiciclina; principalmente para gato: tem que tomar muito
cuidado, sempre que for dar o comprimido, dar algo para ele comer depois ou dar um pouco de água. Se a
Doxiciclina �car parada no esôfago, vai causar esofagite. Em cão também pode ocorrer, mas é menos comum
⤷ Re�uxo gastroesofágico (anestesia) - paciente que teve algum re�uxo durante a anestesia pode desenvolver
esofagite. A mucosa do esôfago não é um epitélio que protege contra a ação do ácido clorídrico do estômago - o
estômago tem essa proteção. Se vem conteúdo do estômago para dentro do esôfago, pode ter esofagite. Vômito
poderia causar? Se o animal �ca vomitando demais, sim - mas o vômito passa e vai embora. Durante a anestesia o
animal está deitado, vai tendo re�uxo o tempo inteiro de conteúdo do estômago para dentro do esôfago. Esse
conteúdo �ca muito tempo parado no esôfago e por isso causa a esofagite
⤷ Aumento da acidez gástrica
⤷ Vômitos excessivos
⤷ Corpo estranho - algum corpo estranho também pode causar esofagite
- Esofagite→ Estenose→Megaesôfago
* Esôfago é uma estrutura é uma estrutura extremamente sensível. Qualquer trauma / lesão que a gente faça nesse
esôfago (esofagite nada mais é do que uma lesão), ele responde, na hora que vai cicatrizar, estenosando / se fechando. Por
isso que não devemos fazer acesso cirúrgico no esôfago
* Quando tem um corpo estranho no esôfago, nós o empurramos para o estômago e faz acesso cirúrgico pelo estômago
(gastrotomia). Se �zer o acesso cirúrgico do esôfago, quando ele for cicatrizar ele vai responder estenosando. Toda vez
que tem uma estenose do esôfago, tende a ter megaesôfago
* Se tem uma lesão e esse esôfago se fechou, o alimento não consegue passar dessa região que estonosou para chegar ao
estômago. A porção anterior à estenose começa a dilatar e perder sua capacidade contrátil
Sinais clínicos:
- Sialorréia - geralmente doença do esôfago culmina com sialorréia
- Anorexia - porque dói; esofagite é uma dor semelhante a da gastrite - o animal evita comer
- Letargia
- Regurgitação - às vezes o conteúdo não chega no estômago por conta das lesões ou até por conta de alguma área de
estenose. Se está regurgitando, tem um problema no esôfago - pode ser megaesôfago que é bem clássico, mas pode ser só
uma esofagite; temos que cuidar da esofagite se não ela complica
- Disfagia - di�culdade de deglutição
Diagnóstico:
- Radiogra�a contrastada
- Endoscopia - a principal forma de diagnóstico de uma esfoagite é endoscopia porque com
ela conseguimos ver se tem áreas de estenose, se tem úlcera
* O esfôsago tende a �car colabado e de acordo com o endoscópio vai entrando, ele vai
dilatando. Na primeira imagem de endoscopia vemos várias áreas de úlcera na parede do
esôfago (essas áreas avermelhadas). Na segunda imagem, uma área de cicatriz em que o
esôfago estenosou - isso di�culta a passagem de alimento e vai levar ao megaesôfago
* Se não tem endoscopia, podemos utilizar o raio-x contrastado. Quando tem esofagite, o contraste demora a chegar no
estômago, ele �ca parado nas áreas de lesão (chamado depósito de contraste na parede do esôfago)
Tratamento:
- Alimento pastoso/líquido - fornecer alimentos que são fáceis de passar pelo esôfago; não vai �car causando mais trauma
do que já tem
- Pró-cinético: - Metoclopramida: 0,5 mg/kg VOTID
- Domperidona: 0,1 mg/kg VO BID
* Metoclopramida é o Plasil - para controle de vômito, hoje em dia não utilizamos mais; a e�cácia é muito pequena. Para
esôfago ainda tem uma ação, para controlara regurgitação
* A Domperidona às vezes tem uma ação melhor
* O efeito da Metoclopramida é justamente estimular o movimento peristáltico - por isso que ela “controla o vômito”; ao
invés do alimento voltar, ela estimula o alimento a ir embora - só que isso é muito pouco para controlar um vômito.
Aqui não é um vômito que estamos querendo controlar, estamos querendo estimular a contração do esôfago
- Antiácidos: omeprazol: 1 mg/kg VO BID - principalmente se a estenose for por re�uxo; independente disso auxilia
nessa melhora porque acaba que �siologicamente tem um pouco de contato do ácido clorídrico com a parede do
esôfago. Diminuir a acidez gástrica é importante nos quadros de esofagite
* Antigamente o Omeprazol era SID, hoje é BID. O principal antiácido é o Omeprazol
* A Ranitidina tem uma e�cácia menor do que o Omeprazol. A Ranitidina foi proibida na medicina humana - não
achamos mais ela em farmácia humana. Pode prescrever, mas é veterinário. Até o momento não temos nenhum relato de
efeitos colaterais da Ranitidina na veterinária
* Qual é o melhor, Omeprazol, Pantoprazol, Esomeprazol? Qualquer um desses são bons, porém o Omeprazol é mais
fácil de achar, tem produto veterinário - os outros são só humanos
- Úlceras:
⤷ Sucralfato: 0,5-1 mg/kg VO BID/TID
* Se tiver úlcera, temos que utilizar uma substância chamada Sucralfato para formar uma película nessa úlcera e
auxiliar na cicatrização. Porém o Sucralfato age em um pHmais ácido, ou seja, não podemos fazer ele junto com
o Omeprazol (a função do Omeprazol é diminuir a acidez). Precisamos de um ambiente um pouco mais ácido
para o Sucralfato ir lá e aderir na parede desse esôfago
⤷ Antibioticoterapia - se tiver úlcera também tem que fazer antibiótico porque o trato gastrointestinal tem
bactérias que vivem de forma natural (não causam problemas enquanto a parede estiver íntegra). Úlcera: o vaso
sanguíneo está exposto para dentro do esôfago - essas bactérias vão adentrar a corrente sanguínea
* Inicialmente preferimos Metronidazol. No esôfago podemos utilizar outros: ex.: Amoxicilina + clavulanato
* Ao longo de todo o trato gastrointestinal, falaremos muito do Metronidazol porque ele é um antibiótico que
age contra bactérias anaeróbicas, que são as bactérias que vivem dentro do trato gastrintestinal. Ele acaba sendo
o mais utilizado
- Estenose: cirúrgico
* Se o esôfago estenosou, tem que fazer cirurgia para remover aquela parte que está estenosada - só que o problema disso
é que faremos acesso cirúrgico e ele pode estenosar de novo durante a cicatrização da cirurgia. Temos que fazer de tudo
para não permitir uma estenose no esôfago porque quando isso acontece, o animal tem essa predisposição de responder
dessa maneira, a cirurgia pode não ser efetiva e às vezes até indicar eutanásia ou colocar uma sonda de gastronomia. Com
essa sonda colocamos o alimento diretamente no estômago do animal
* Como usar Sucralfato e Omeprazol juntos?
* O Sucralfato pode ser BID ou TID
* De manhã, com o animal em jejum, fazemos o Sucralfato primeiro porque precisamos de um pH mais ácido para ele
atuar. Depois vamos aguardar 2h, que é o tempo de esvaziamento do estômago. Depois desse tempo fazer o Omeprazol,
esperar 30 minutos para fazer alimento ou outro medicamento (ex.: antibiótico, no caso de úlcera)
* O importante é que a gente faça essas medicações com o estômago vazio e ele demora em torno de 2h para esvaziar
* Ao longo do dia, se temos que repetir o Sucralfato de novo, temos que dar um intervalo de 2h entre um alimento ou
medicamento para fazer o Sucralfato
Estômago
Digestão:
⤷ Armazenamento, mistura, trituração e transporte
⤷ Diferentes tipos de motilidade
* O estômago é um dos componentes mais importantes do sistema digestório pois é nele que
ocorre grande parte da digestão
* O estômago recebe o alimento, armazena ele por um tempo (em torno de 2h). Ele faz o processo de mistura desse
alimento com o suco gástrico (composto principalmente por ácido clorídrico), pela ação desse ácido, promove uma
trituração e depois faz o transporte desse alimento para o duodeno
* O estômago garante esse processo de digestão através de vários tipos de motilidade. Ele é dividido em algumas porções e
cada porção se movimenta de uma forma para garantir que todo alimento seja misturado ao suco gástrico
* Na região de saída para o duodeno, na região de antro, tem o esfíncter que é o piloro. Dividindo o esôfago do
estômago, tem o cárdia. Alguns fármacos atuam no cárdia para bloquear o vômito, eles estimulam a contração do cárdia
1. Gastrite
2. Retardo no esvaziamento
* Voltando para região de piloro, pode ter algumas alterações nessa região, como: hipertro�a, pode ter desenvolvimento
de neoplasia que vai caracterizar um quadro de retardo de esvaziamento gástrico (o estômago vai ter di�culdade em se
esvaziar, de passar o conteúdo para o duodeno). Retardo no esvaziamento gástrico tem outras causas, mas uma delas é
por ocorrer alterações nessa região de antro
* A principal condição que temos alterando o estômago é a gastrite; que é uma in�amação da parede do estômago
Gastrite
* A gastrite vai se desenvolver quando tem um desbalanço dessa relação, entre fatores agressivos e fatores de proteção
* Dentro do estômago temos esses dois tipos de fatores, só que eles �cam em constante equilíbrio e o estômago �ca
íntegro
* Os fatores agressivos que temos dentro do estômago são: ácido clorídrico, pepsina, bile e fatores exógenos (como
estresse, uso de anti-in�amatórios). Esses fatores exógenos vão diminuir o �uxo sanguíneo, ou seja, vai diminuir um fator
que é protetor
* Os fatores protetores que agem no estômago, que impedem principalmente a ação do ácido clorídrico, são: o muco
(que reveste toda a parede do estômago), tem secreção de bicarbonato dentro do estômago (para controlar um pouco a
acidez), o epitélio do estômago é um epitélio diferenciado (para que ele não sofra tanto a ação do ácido) e o �uxo
sanguíneo. O �uxo sanguíneo constante para a parede do estômago garante que esse epitélio �que íntegro / viável.
Quando diminuímos esse �uxo sanguíneo, esse epitélio vai morrendo e não consegue ser protetor de fato. Ele começa a
sofrer a ação do suco gástrico
* Toda vez que temos a diminuição em qualquer fator de proteção ou o aumento dos fatores agressivos vai levar a gastrite
* Uma das principais causas de gastrite é pela diminuição do �uxo sanguíneo
* Temos 2 tipos de gastrite: a aguda e crônica
* Como sabemos que o animal está com gastrite? Vômito. Vômito é sinal clínico de estômago e intestino
* Se esse vômito for agudo, o animal começou a vomitar agora e não para, tem vários vômitos naquele dia - isso é gastrite
aguda, vômito agudo. No vômito crônico, o animal vomita hoje, daqui a alguns dias vomita de novo ou daqui a uma
semana. O animal geralmente no vômito crônico não �ca mal. O vômito é esporádico e o animal não desidrata, não tem
todo aquele acometimento sistêmico como no vômito agudo (animal entra em um estado de letargia, desidratação)
Gastrite aguda
- Etiologia:
⤷ Gastrenterite infecciosa
⤷ Insu�ciência renal/hepática
⤷ Medicamentos: AINES, quimioterápicos
⤷ Compulsão alimentar
⤷ Corpo estranho: gástrico/intestinal
⤷ Estresse
⤷ Hipoperfusão: desidratação, hipotensão, anemia
⤷ Neoplasia: mastocitoma, gastrinoma
* Temos várias situações que levam a gastrite aguda
* Gastrenterite infecciosa - como Parvovirose
* Insu�ciência renal e hepática - é uma causa muito importante
* Medicamentos - os anti-in�amatórios não esteroidais diminuem o �uxo sanguíneo para o estômago. Os
quimioterápicos destroem células e atuam em células de rápida divisão, então acabam destruindo o epitélio do estômago
* Compulsão alimentar - animal comeu um brinquedo, alguma coisa que não é alimento. Esse corpo estranho pode ser
gástrico ou intestinal. Esse corpo estranho causa lesão na mucosa durante o peristaltismo
* Estresse - a gastrite por estresse é muito comum em humanos, mas nos animais também podem ocorrer. O estresse
causa a gastrite porque no estresse geralmente temos vasoconstrição periférica- diminuímos o �uxo sanguíneo para a
periferia e direcionamos para luta ou fuga, direcionamos para a musculatura. Isso diminui �uxo sanguíneo para víscera
(estômago)
* Hipoperfusão de maneira geral - se o animal tem um volume de sangue menor (desidratação), se a pressão do sangue
está menor e chega menos sangue para o estômago (hipotensão) e quando temmenos sangue circulando por anemia
* Neoplasias associadas com gastrite. Mastocitoma é um tumor de pele, mas é um tumor que produz muita histamina. O
mastocitoma é um tumor de mastócitos - e a histamina �ca dentro deles. A histamina é uma das substâncias que
estimula a produção de ácido clorídrico. Diante de um mastocitoma, um tumor na pele, o animal pode ter gastrite
porque o aumento de histamina vai estimular uma maior produção de ácido clorídrico. Quando acidi�ca, aumenta os
fatores agressivos. O gastronomia é um tumor na parede do estômago, tem uma maior produção de gastrina e ela é um
hormônio que vai estimular a produção de ácido clorídrico
* Por que quando temos acometimento de intestino, pode ter vômito?
* O trato gastrointestinal é um tubo e as estruturas estão muito próximas. Quando tem um acometimento de estômago,
geralmente temos sinal de intestino e vive-versa. Por exemplo, na gastrenterite infecciosa, em uma parvovirose o vírus
lesiona a parede do intestino e tem vômito porque o estômago está muito próximo �sicamente. Além disso, temos uma
comunicação neurológica entre as várias partes do trato gastrointestinal chamada de plexo mioentérico. Se temos
acometimento principalmente de intestino delgado, o estômago também vai re�etir isso através dessa comunicação
neurológica - e vice-versa. Pode ter acometimento de estômago e ter diarreia - diarreia é um sinal de intestino e vômitos é
sinal de estômago. Podemos ter uma lesão de intestino causando vômito ou temos uma gastrite e pode ter diarreia
Gastrite crônica
- Primária: idiopática (alergia alimentar?) - em que ainda não se sabe a causa
* Acredita-se que seja alergia alimentar; mas vamos fazer diagnóstico de alergia alimentar quando excluímos todas as
outras causas; faz vários exames no animal, não acha nada, aí você muda a dieta e ele melhora. Você entra com uma ração
hipoalergênica ou alimentação natural direcionada para esses quadros alérgicos e ele melhora. O diagnóstico é por
exclusão. O diagnóstico de alergia é clínico, não tem um exame que se faça que diga que o animal tem alergia
* A gastrite crônica primária �ca nessa questão de ser alérgico ou não, mas acredita-se que sim
- Secundária: sistêmicas, infecciosas
* Omais comum nos animais é a gastrite secundária por alguma condição sistêmica
- Sistêmicas:
⤷ Insu�ciência renal/hepática
⤷ Endócrinas: hipertireoidismo, hipoadrenocorticismo
⤷ Metabólicas: hipercalcemia
⤷ Neoplasia: mastocitoma, gastrinoma
- Infecciosas:
⤷ Parasitas: Physaloptera spp., Ollulanus spp.
⤷ Bactérias:Helicobacter spp.
⤷ Fungos: Pythium insidiosum, Histoplasma spp.
* A própria insu�ciência renal e hepática vai causar vômito. Por que causa vômito?
* Na renal, não vai conseguir excretar ureia - essa ureia vai �car circulando emmaior quantidade no organismo e quando
ela chegar no trato gastrointestinal, as bactérias vão transformar essa ureia em amônia e amônia é corrosiva para mucosa;
vai causar lesão. Na insu�ciência hepática, não está conseguindo metabolizar a própria amônia. Tem um acúmulo de
amônia e é a amônia direto chegando nas mucosas e lesionando
* Causas endócrinas - o hipertireoidismo em gato leva a vômito crônico, é um sinal muito comum.
Hipoadrenocorticismo é uma condição mais grave porque precisamos de cortisol para nossas funções - no hipoadreno
tem uma produção muito baixa e tem várias alterações; inclusive o animal pode evoluir para óbito. Uma dessas alterações
são os vômitos
* Causas metabólicas - hipercalcemia pode causar gastrite crônica
* Neoplasias também podem causar vômitos crônicos
* Tem as gastrites infecciosas só que como fazemos pouca endoscopia nos animais, não sabemos se os animais de fato têm
pouco gastrite infecciosa ou porque diagnosticamos pouco (porque tem que coletar material de dentro do estômago
com endoscópio, fazer cultura e citologia)
* A gastrite infecciosa é muito comum no ser humano (ex.: gastrite porHelicobacter)
* Será que é porque fazemos pouca endoscopia e fazemos pouco diagnóstico ou porque realmente tem pouco caso?
* A principal causa, pensando em gastrite crônica, são as causas sistêmicas mesmo
* A abordagem de gastrite aguda e crônica é praticamente a mesma - sinais clínicos, diagnóstico, tratamento
Sinais clínicos:
-Vômitos - sinal clínico de gastrite é vômito
- Hematêmese, melena - o vômito pode ter sangue, chamado de hematêmese. Esse sangue pode ser
vivo ou digerido, depende do tempo que esse alimento passou no estômago. Se é um vômito mais
tardio, o sangue sai digerido. O animal está com uma úlcera no estômago, acabou de sangrar e ele
vomitou: vai vir vômito com sangue vivo. A úlcera sangrou, deu tempo de digerir e depois que o
animal vomitou: vai vir vômito com sangue digerido
* Ao lado uma imagem de vômito com sangue digerido - parece borra de café
* Melena é sangue digerido nas fezes. Devemos avaliar as fezes que o animal acabou de fazer - se as fezes �cam no
ambiente, elas escurecem e não podemos levar em consideração
* Toda vez que temos sangramento no estômago e esse sangue vai sair pelas fezes, ele vai sair digerido porque é um sangue
que está vindo de porções nas quais ocorrem digestão (estômago ou intestino delgado)
- Hipo/anorexia
- Dor
- Apatia - principalmente por conta da dor
- Desidratação (aguda) - no caso da gastrite aguda, os animais tendem a desidratar porque o vômito é frequente
- Emagrecimento (crônica) - na gastrite crônica o vômito é mais espaçado e geralmente observamos mais emagrecimento
Diagnóstico:
- Histórico e sinais clínicos
* A gastrite é uma síndrome - está vomitando? É gastrite; mas qual é a causa envolvida, qual o diagnóstico desse animal?
Tem que fazer exame. Sem exame não conseguimos fazer muita coisa pelo animal
* Às vezes tem vômito que está vindo de estômago, ou vômito que vem do intestino. Os exames são necessários para
direcionar
- Exames laboratoriais
⤷ Hemograma, bioquímica, urinálise e outros exames que acharmos necessário
* Sempre pedir hemograma e per�l bioquímico - pois vimos que insu�ciência renal e hepática causam vômito
* A urinálise nos ajudam com a avaliação renal
- Exames de imagem
⤷ Radiogra�a, ultrassonogra�a, endoscopia
* A radiogra�a para sistema gastrointestinal (tecidos moles) tem pouca importância - a não ser para megaesôfago.
Para estômago, intestino fígado e pâncreas o raio-x traz pouquíssimas informações
* A partir de estômago, geralmente fazemos ultrassom
* Na nossa região, a endoscopia é menos disponível - o ultrassom acaba sendo o exame de escolha. Sempre fazer
ultrassom em animal que está com vômito ou diarreia
- Histopatologia
⤷ Idiopática: linfocítica-plasmocitária/eosinofílica
* Na gastrite idiopática, que suspeitamos ser alérgica, podemos fazer biópsia (necessário endoscopia). Podemos
fazer biópsia cirúrgica - acessando cavidade abdominal e estômago; porém é um procedimento mais invasivo
* No dia a dia acabamos não fazendo essa biópsia. Geralmente fazemos diagnóstico de exclusão - fazemos vários
exames, não encontramos nada, entramos com ração mais direcionada e o animal melhora - dessa forma meio
que con�rmamos que é alérgico
* Se fazemos a biópsia, na histopatologia veremos células in�amatórias (linfócitos, plasmócitos ou eosinó�los),
que estão indicando para nós que tem resposta in�amatória, ou seja, uma resposta alérgica
Tratamento:
* Obviamente temos que encontrar e tratar a causa da gastrite, mas aqui o tratamento está direcionado aos sintomas de
gastrite em si. Além de tratar a causa, tem que tratar o estômago para melhorar a condição do animal
- Fluidoterapia (aguda) - na gastrite aguda geralmente o animal desidrata porque �ca vomitando frequentemente então
tem que fazer �uidoterapia
- Antiemético - para controlaros vômitos:
⤷ Maropitant: 1 mg/kg SC SID
⤷ Ondansetrona: 0,5-1 mg/kg VO/IV BID/TID
* Maropitant é uma medicação veterinária, é a melhor que temos no mercado. Para animal é o mais e�caz. Temos ele VO
também; só que em um animal que está vomitando ou com diarreia, fazer medicação via oral é muito complicado
porque ele pode vomitar a medicação que �zemos ou a medicação sair na diarreia. O ideal em animal com problema
gastrointestinal é sempre utilizar medicação injetável. Nos quadros de gastrite aguda, muita das vezes o animal será
internado. No crônico não, ele não está desidratado, o vômito é esporádico, então o tutor pode dar medicação em casa
* Por ser muito bom e veterinário, o Maropitant é caro. Hoje já temos um concorrente dele, então talvez controle um
pouco o preço. Antes só tínhamos o Cerenia, hoje temos também oMarovet
* A segunda opção de antiemético é a Ondansetrona - é muito efetiva também. A diferença é que oMaropitant age em 3
vias e a Ondansetrona age em 2 centros de vômito
* O Maropitant também age contra os vômitos de movimento. O animal que for viajar e vomita (ou mesmo andar de
carro dentro da cidade), podemos fazer Maropitant em comprimido. Ele não vai controlar estresse de viagem, ele não
tem efeito sedativo, têm só efeito no controle do vômito
- Antiácido: Omeprazol (1 mg/kg VO/IV BID)
* Tem Omeprazol via oral e intravenoso. Quando abrimos o Omeprazol injetável, ele tem uma durabilidade de 45 min -
�ca inviável fazer ele, pois usamos um pouco só do frasco e depois teria que jogar fora e é caro. A não ser que você tenha
uma rotina muito grande com muitos animais internados, compensa. Mas é muito caro se for para poucos animais - usa
o via oral mesmo nesse caso
- Úlceras:
⤷ Sucralfato (0,5-1 mg/kg VO BID/TID)
⤷ Antibioticoterapia - Metronidazol, Amoxicilina + clavulanato
- Nutrição: Microenteral/parenteral
* É muito importante manter o intestino recebendo alimento - não é alimento normal em grande quantidade não.
Quando o animal está vomitando, é importante parar um pouco com a alimentação até controlar os vômitos; mas as
células intestinais tem que receber alimento, se não receber elas atro�am - pode ter translocação bacteriana, depois esse
animal pode ter di�culdade de absorção de alimentos
* Vamos fazer uma nutrição pensando nos enterócitos - por isso que se chama “microenteral”; é um pouco só e só para os
enterócitos. Geralmente utilizamos Glicopan ou qualquer outro produto que seja rico em aminoácidos. Fazer de acordo
com a indicação do fabricante
* Isso fazemos em todo tipo de gastrite, principalmente na aguda (�uido e nutrição é exclusivamente para aguda)
* Dependendo do tipo de gastrite, temos que tratar a causa
Tratamento:
* No caso de termos descartado tudo e não encontramos nada, podemos tentar fazer tratamento para idiopática
Idiopática:
- Dieta hipoalergênica - pode ser ração comercial ou o tutor pode ir em nutrólogo veterinário fazer uma dieta natural
- Imunossupressores:
⤷ Cães: Prednisona (1 mg/kg VO BID 10d) ou Azatioprina (1 mg/kg VO SID 10-15)
⤷ Gatos: Prednisolona (2 mg/kg VO BID 10-15d) ou Clorambucil (2 mg/gato VO q. 72h)
* Fazer por Prednisona / Prednisolona por 10 dias junto com a ração. Depois tiramos o corticoide e vê como o animal
�ca só com a ração hipoalergênica. Se o animal �cou bem só com a alimentação, ótimo - manter com essa alimentação. Se
o animal não �ca bem só com alimentação, como não pode usar corticoide todo dia, vamos associar um
imunossupressor que temmenos efeitos colaterais e que pode ser utilizado a longo prazo
* A prof. não teve boa experiência com Azatioprina - ela está associada a quadros de lesão hepática. Nesses casos, espaçar
o corticoide no maior tempo que o animal tolera sem ter sintoma
* Clorambucil é seguro, segundo a literatura, mas se tiver efeito colateral, é necessário voltar para o corticoide e utilizá-lo
em uma frequência mais espaçada possível
Tratamento:
Parasitária:
- Fenbendazol: 10 mg/kg VO
- Pamoato de pirantel: 5 mg/kg VO
* Geralmente a maioria dos antiparasitários tem Fenbendazol e Pirantel, vem em associação
Fúngica:
- Itraconazol: 10 mg/kg VO SID 2-3 meses
Helicobacter spp.:
- Amoxicilina (22 mg/kg) e Metronidazol (15 mg/kg) BID
- Pepto-Bismol BID (até 5kg: ¼; 5-25kg: ½; > 25kg: 1)
* Se for por Helicobacter, é bem difícil de tratar. Fazemos associação com Amoxicilina e Metronidazol, mas às vezes o
animal não �ca bem
* Tem indicação de fazer Pepto-bismol, que é uma medicação humana, mas é bem empírico - não é uma dose emmg/Kg
* Para descobrir se é por alguma dessas causas (parasitária, fúngica ou porHelicobacter), é necessário fazer endoscopia
* Se con�rmar que éHelicobacter, na veterinária é bem difícil de tratar, eles respondem pouco ao tratamento. Eles podem
manter o vômito e ser necessário continuar fazendo antiácidos, antieméticos, etc.
Retardo no esvaziamento
* Retardo do esvaziamento gástrico é uma condição em que teremos uma demora para esse estômago esvaziar. O
estômago esvazia em 2h - nessa condição, demora mais que isso para esvaziar. Quais as possíveis causas disso?
* Podemos ter obstrução mecânica na região de antro (pode ser um espessamento da parede do estômago, pode ser corpo
estranho, pode ser uma neoplasia crescendo ali). Nesse caso o vômito será de conteúdo digerido porque a função da
parede do estômago está preservada - o estômago continua se movimentando e realizando a digestão; o alimento só não
passa para o duodeno
* Outra causa de retardo de esvaziamento é a hipomotilidade gástrica. A parede do estômago diminuiu sua motilidade,
sua função - uma das funções do estômago é ter vários tipos de motilidade para misturar o alimento ao ácido clorídrico;
quando há hipomotilidade, isso não acontece. O vômito pode ter conteúdo não digerido porque a motilidade está baixa,
não está misturando com ácido clorídrico e não está digerindo adequadamente
- Obstrução:
⤷ Corpo estranho
⤷ Estenose pilórica - piloro �car mais fechado
⤷ Gastropatia hipertró�ca antro - hipertro�a na região do antro
⤷ Neoplasias
⤷ Intussuscepção - a intussuscepção (quando uma alça intestinal vai entrando na outra), apesar de não ser no
estômago em si, obstrui e o estômago não consegue passar o conteúdo para o intestino
⤷ Granulomas: fúngico, eosinofílico - pode ter algum granuloma crescimento ali na região, principalmente
granuloma eosinofílico no gato
- Hipomotilidade:
⤷ Primária: idiopática - a parede simplesmente reduz seu peristaltismo, não sabemos a causa
⤷ Secundária:
⤷ Gastrite crônica
⤷ Distúrbios eletrolíticos (principalmente de K) - tanto o potássio alto quanto baixo pode ter alteração na
motilidade gástrica
⤷ Dor e estresse - é comum ter os vômitos quando está estressado porque diminui o �uxo sanguíneo para
o estômago, o estômago diminui motilidade e pode ter vômito tardio. A dor é um tipo de estresse
Sinais clínicos:
- Vômito > 8h após ingestão
⤷ Grandes volumes, em “projétil” ou “jato”
* O sinal clínico característico de retardo de esvaziamento gástrico é vômito, só que é um
vômito que chamamos de tardio. Ele ocorre mais de 8h depois da ingestão do alimento.
Geralmente esse vômito tem grande volume, porque o alimento �cou parado no estômago, e sai
em um tiro (com uma pressão muito grande
- Defecação ausente/volume reduzido - se não passa alimento para o intestino, não tem produção de fezes
- Distensão e/ou desconforto abdominal - dói; o estômago está dilatado, cheio de alimento parado. O abdômen do
animal pode �car mais distendido
- Melena - ex.: um corpo estranho lesionando a parede de estômago e intestino; vai ter sangue digerido nas fezes
- Anorexia - obviamente pois a distensão do estômago o impede de comer. Como está cheio de alimento, não tem o
estímulo de fome
- Perda de peso - para o alimento/nutriente ser absorvido tem que passar pelo intestino e nesse caso não está passando,
está parado no estômago
Diagnóstico:
- Histórico e sinais clínicos - associar o histórico aos sinais clínicos
- Palpação abdominal - é muito importante. Podemos diagnosticar uma intussuscepção na palpação.É muito importante
fazer palpações e saber o que é normal - o dia que encontramos algo anormal, vamos saber
- Exames laboratoriais - são muitos importantes para avaliar condição sistêmica do paciente
- Radiogra�a/ultrassonogra�a/endoscopia
* O ultrassom é fundamental. O raio-x vai ser feito quando o corpo estranho não for visível no ultrassom - tem corpo
estranho que só dá para ver no raio-x, mas isso vai ser difícil de acontecer
* Endoscopia vai ajudar principalmente na questão de corpo estranho. Às vezes com endoscópio conseguimos remover e
não precisa submeter o paciente a uma cirurgia. É diagnóstico e terapêutico
- Laparotomia - às vezes tem que fazer laparotomia para fazer diagnóstico
- Histopatologia - coletar fragmento (pode ser com endoscópio ou por laparotomia) e enviar para histopatologia,
principalmente se for suspeita de neoplasia obstruindo a saída do estômago ou quando tem hipertro�a do antro
Tratamento:
- Obstrução:
⤷ Cirúrgico - casos de obstrução são cirúrgicos; pode ser uma cirurgia de emergência ou não
- Hipomotilidade:
⤷ Dieta de alta digestibilidade
⤷ Pastosa/líquida, várias vezes/dia
⤷ Pró-cinéticos: metoclopramida/domperidona
* Na hipomotilidade gástrica temos que fornecer alimentação de fácil digestão - alimentos de alta digestibilidade (são as
rações gastrintestinais, ou pode fazer dieta natural de fácil digestão). Dieta pastosa ou líquida e dar várias vezes ao dia
para não dilatar o estômago e causar vômito
* Ao fornecer um pouco de alimento, esse pouco de motilidade que o estômago tem, consegue misturar tudo com ácido
clorídrico e passar para intestino
* Também fazer pró-cinéticos - estimulamos o movimento da parede do estômago
* A hipomotilidade gástrica primária (que não encontramos uma causa) não tem cura e tem que tratar para o resto da
vida
* Na secundária, em que temos algumas causas associadas, corrigindo as causas o paciente tende a melhorar
* Na obstrutiva, faz cirurgia, só que depende. Se for neoplasia, tem prognóstico reservado a desfavorável - essa neoplasia
pode voltar, às vezes o paciente não consegue fazer quimioterapia. Depende da situação

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