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Resumo Macroeconomia 
 
Capítulo 1 - Introdução à economia 
 
O conceito de economia remonta a três aspectos: organização, transformação e satisfação. 
Quando consideramos uma sociedade, há um conjunto de necessidades a serem 
satisfeitas. Por outro lado, há uma quantidade limitada de recursos disponíveis para 
satisfazê-las, e isso implica uma necessidade de organizar e transformar tais recursos para 
atendê-las. Para resolver a questão da satisfação das necessidades, as escolhas devem ser 
feitas porque os recursos são escassos. 
A economia positiva descreve como funciona a economia. 
Economia é o estudo de como a sociedade administra seus recursos escassos 
 
Curva de possibilidades de produção (CPP) – ATENÇÃO 
Entendendo a dualidade entre os recursos econômicos limitados e as necessidades 
ilimitadas, existe uma fronteira de possibilidades de produção. Esse conceito é descrito 
em economia pela chamada curva de possibilidades de produção (CPP). Entendemos, a 
partir da limitação dos recursos, a necessidade de escolhas. Tais escolhas implicam em 
uma troca1 nas decisões de produção; por exemplo, podemos decidir produzir mais 
armamentos e menos utensílios domésticos em um momento de guerra. 
Ela considera os fatores disponíveis (limitações) para a produção de bens e serviços e a 
forma como eles podem ser alocados. Exemplo: produtor escolhe produzir milho ou café. 
Esse sacrifício da produção de um bem para produzir outro bem é um conceito de 
economia chamado de “custo de oportunidade de produção”. 
 
 
 
Oferta e demanda 
O processo de interação entre os agentes econômicos (famílias, empresas, governo) 
acontece a partir de uma série de transações efetuadas entre eles em mercados. O mercado 
pode ser entendido como o ambiente onde os compradores e vendedores de um 
determinado bem ou serviço realizam uma transação. Assim, temos diversos mercados 
onde ocorrem negociações. 
 
O sistema de preços garante o funcionamento da economia, por essa razão, é comum 
afirmar que tudo na economia tem seu preço. As condições de demanda e oferta são 
definidas, entre outros fatores, pelos preços praticados no mercado. A presença de um 
diferente número de participantes na formação da demanda e oferta de produtos e serviços 
define a estrutura do mercado, e isso interfere na maneira como os agentes econômicos 
interagem. 
 
 
Fatores determinantes da demanda e oferta 
A demanda pode ser alterada em razão de: 
• renda; 
• preço de bens substitutos; 
• preço de bens complementares; e 
• gostos e preferências do 
consumidor. 
 
No caso da oferta, os fatores que podem 
modificar sua estrutura são: 
• mudanças tecnológicas; 
• preços dos insumos de produção; 
• número de produtores; e 
• barreiras de entrada ao mercado. 
 
 
 
 
Diferença entre macroeconomia e microeconomia 
O campo da economia divide-se tradicionalmente em dois amplos subcampos. A 
microeconomia é o estudo de como as famílias e empresas tomam decisões e de como 
interagem em mercados específicos. A macroeconomia é o estudo de fenômenos que 
englobam toda a economia. (MANKIW, 2014, p. 28) 
A macroeconomia estuda a economia como um todo, analisando a determinação e o 
comportamento de grandes agregados, tais como: renda e produto nacionais, nível geral 
de preços, balanço de pagamentos e taxa de câmbio. (VASCONCELLOS; GARCIA, 
2004, p. 86) 
Há uma ligação estreita entre os campos de estudo da microeconomia e da 
macroeconomia, pois as mudanças na economia como um todo (macroeconomia) são 
derivadas de uma série de decisões tomadas em nível microeconômico. 
 
 
 
 
Capítulo 2 - Teorias econômicas 
 
Em síntese, os preceitos do mercantilismo são: 
• acumulação de metais, como o ouro e a prata, que representava a riqueza de uma nação; 
• protecionismo ao incentivar as exportações e a taxação das importações; 
• isenção apenas na importação de matérias-primas necessárias e não disponíveis 
internamente; e 
• incentivo à colonização. 
 
Como resultado da implementação dos dogmas mercantilistas, tivemos o estímulo aos 
conflitos bélicos, em razão do nacionalismo exacerbado e da intervenção estatal na 
economia. Por outro lado, como contribuições à economia, podemos destacar: 
• o incentivo ao comércio internacional; 
• a importância dos estados nacionais fortes e reguladores; e 
• o desenvolvimento econômico dado pelos incentivos ao mercado interno e à livre 
circulação de mercadorias. 
 
 
Dos fisiocratas a Marx 
 
A primeira escola de pensamento econômico, a escola fisiocrata marca suas origens na 
França. Quesnay, em 1759, conduziu seus estudos procurando explicar a natureza e a 
criação da riqueza, e o relacionamento que a condição de sua circulação tem em relação 
ao bem-estar da economia. Não há comércio exterior e o nível de poupança é igual às 
necessidades de capital. Sua análise se limita ao setor agrícola e sua principal contribuição 
é apresentar como as classes na economia são interdependentes e como circulam os 
recursos entre elas. 
Embora a análise dos fisiocratas não contemple aspectos relacionados à discussão sobre 
a taxa de lucro na economia, a principal contribuição da escola fisiocrata para a 
macroeconomia foi apresentar um esboço do funcionamento do sistema econômico a 
partir do fluxo circular da renda na economia. Desse modo, os fisiocratas são 
considerados precursores da escola clássica. 
 
Essencialmente, a escola clássica surge como uma doutrina econômica com base nas 
ideias expostas por Adam Smith (1723-1790). Em sua publicação, An inquiry into the 
nature and causes of the wealth of nations, ou simplesmente A riqueza das nações, ele 
defende a livre iniciativa e a mínima intervenção do Estado nas questões econômicas 
(GENNARI; OLIVEIRA, 2009). 
Segundo Adam Smith (1776), se as pessoas forem livres para perseguir seus próprios 
interesses, irão servir a sociedade, mesmo que esta não seja a sua intenção. Em seus 
estudos, ele observa a questão da produtividade do trabalho com base na especialização 
e na divisão das tarefas. Para ele, o caminho para proporcionar o aumento da riqueza de 
uma nação passa pelo incentivo a uma maior produtividade com base em trocas livres e 
na divisão do trabalho. 
Para os clássicos, as forças de mercado, de maneira competitiva, orientam a produção, a 
troca e a distribuição, resolvendo as questões econômicas fundamentais. 
Enquanto para os mercantilistas a riqueza derivava do comércio e para os fisiocratas a 
agricultura era a fonte de toda a riqueza, o pensamento dos clássicos destacava a 
importância de todas as atividades econômicas, especialmente a indústria. 
 
Desse modo, podemos destacar como principais autores do pensamento clássico os 
economistas apresentados a seguir. 
• Adam Smith (1723-1790): ícone do pensamento clássico, pautou suas ideias 
com base nos estudos de François Quesnay e fisiocratas. 
• David Ricardo (1772-1823): considerado um dos primeiros economistas a 
desenvolver modelos econômicos para explicar o processo de funcionamento 
da economia, com base na análise da renda da terra, dos custos de produção, 
do valor do trabalho e da acumulação de capital. 
• Jean-Baptiste Say (1767-1832): elaborou a lei dos mercados, também 
conhecida como lei de Say. Crítico da escola fisiocrata, foi um dos principais 
divulgadores das ideias de Adam Smith na França. 
• Thomas Robert Malthus (1766-1834): sua principal contribuição foi com 
estudos sobre os efeitos do crescimento demográfico na economia. Segundo 
Malthus, quando não há controle do crescimento populacional, este ocorre de 
forma geométrica, enquanto a quantidade de meios de subsistência 
produzidos tem crescimento em proporção aritmética. 
• Jeremy Bentham (1748-1832): entusiasta da escola clássica, o traço 
marcante de seus estudos está na questão do utilitarismo ou princípio da maior 
felicidade. Esse pensamento está fundamentado na filosofia grega do 
hedonismo,2em que todos os indivíduos buscam sua própria felicidade. 
Como uma doutrina ética, o utilitarismo seria uma visão moderada e 
controversa do hedonismo. 
• John Stuart Mill (1806-1873): filósofo e economista liberal, sua colaboração 
foi desenvolver as ideias de Malthus e David Ricardo. Para ele, era necessário 
fazer coincidir as ideias individualistas com o coletivo; assim, era necessária 
a intervenção do Estado para melhorar as condições distributivas. 
 
O período do pensamento clássico tem seu declínio a partir do final do século XVIII. O 
ambiente econômico da Primeira Revolução Industrial e as questões levantadas por Mill 
em 1848 sobre a necessidade de alternativas de viés social para os conflitos distributivos 
abriram espaço ao pensamento socialista (GENNARI; OLIVEIRA, 2009). 
As ideias socialistas visam minimizar as condições de exploração da mão de obra e as 
disparidades distributivas inerentes ao seu modo de funcionamento. Desse modo, 
inicialmente temos diversas formas de socialismo e de capitalismo que o socialismo 
buscou modificar. 
• Capitalismo de Estado: aquele em que o Estado assume o papel de 
empresário em alguns setores-chave da economia. As empresas estatais visam 
maximizar os lucros e minimizar os prejuízos e existem empresas privadas. 
• Socialismo estatal: acontece quando o Estado, com base em um contexto 
capitalista, adquire e opera setores da economia com objetivos sociais, e não 
de lucratividade. 
• Socialismo utópico: prega um arranjo econômico perfeito em que a 
fraternidade e o cooperativismo seriam uma solução para o sucesso da 
sociedade. 
• Socialismo cristão: forma de organização da produção com base nos 
preceitos bíblicos da fraternidade e do cooperativismo. Prega a ideia da 
religião como base para conduzir as decisões dos representantes políticos, dos 
gestores e dos trabalhadores. É contrária à violência e à luta de classes. 
• Anarquismo: defende uma sociedade livre das tutelas do Estado, ou seja, 
autogovernada. Nessa condição, acredita na substituição da propriedade 
privada pela coletiva e o uso de sistemas cooperativistas para organizar a 
economia. 
 
A diferença entre os sistemas econômicos (capitalismo, socialismo e comunismo) pode 
ser entendida a partir do grau hipotético de intervenção do Estado na economia. 
Nesse ponto da história econômica, temos o conjunto de ideias desenvolvidas por Karl 
Heinrich Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), oferecendo uma concepção 
científica do socialismo. 
Portanto, a discussão de Marx tem como base os conceitos a seguir (BRUE; GRANT, 
2016). 
• Valor de uso e valor de troca: na composição do valor de um bem ou serviço 
comercializado na economia, o valor de uso representa o quanto aquele bem 
ou serviço pode ser útil a quem o adquire, e este valor não é igual ao valor de 
troca. O valor de troca representa o preço pelo qual o capitalista oferta esse 
bem. Assim, essa diferença é apropriada pelo capitalista. 
• Mais-valia: a existência de um valor de uso e outro de troca leva à conclusão 
de que nem todo o tempo de trabalho socialmente necessário para produzir 
um bem ou serviço é incorporado ao seu valor. Desse modo, o proprietário 
dos meios de produção se apropria dele e acumula capital ao longo do 
processo. 
O desenvolvimento do modo de produção capitalista leva a sociedade à acumulação e, 
consequentemente, a um crescimento e concentração da estrutura de produção. Assim, as 
condições econômicas tendem a uma estrutura monopolista que reduz ao longo do tempo 
as taxas de lucro. 
Portanto, segundo Marx (1867), o sistema capitalista, ao gerar a acumulação crescente de 
capital, leva à superprodução (BRUE; GRANT, 2016). A velocidade de expansão do 
poder de compra dos trabalhadores é inferior aos avanços tecnológicos cumulativos, o 
que leva a crises periódicas, pois a oferta excede a procura e, desse modo, a taxa de lucro 
das empresas sofre redução. A manutenção da rentabilidade é limitada pelo tamanho do 
mercado. 
 
Teorias econômicas modernas 
Considerando o período histórico mais recente, ou seja, o século XX, temos como marco 
principal da teoria econômica as proposições de John Maynard Keynes (1883-1946). As 
ideias de Keynes se originaram da escola neoclássica, ou marginalista, e da tradição de 
seus professores na Universidade de Cambridge, Alfred Marshall (1842-1924) e Arthur 
Cecil Pigou (1877-1959). 
Em sua publicação Teoria geral do emprego, do juro e da moeda, Keynes (2012) traz 
formulações sobre como funciona o sistema econômico e coloca como principal questão 
o papel do Estado na economia e os aspectos monetários como a peça principal para 
explicar os movimentos da economia. 
Para Keynes (2012), a economia não consegue atingir o pleno emprego apenas com os 
mecanismos tradicionais de flexibilidade de preços e salários. 
Assim, não temos um pensamento econômico hegemônico, de modo que as diferentes 
escolas de pensamento estão associadas ao momento histórico da economia. 
Para Froyen (2013), em razão da insatisfação com as ideias dos economistas da escola 
clássica, em diferentes partes do mundo, surgem economistas desenvolvendo um tipo de 
análise econômica focada na teoria microeconômica, a denominada escola marginalista. 
Entre esses economistas, podemos destacar: Alfred Marshall e W. Stanley Jevons 
(Inglaterra), Léon Walras (Suíça), Carl Menger (Áustria), e Hermann Heinrich Gossen 
(Alemanha). Basicamente, as ideias da escola marginalista eram: 
• foco em uma abordagem microeconômica; 
• atenção sobre a questão da utilidade marginal, ou seja, o ponto de mudança 
em que se baseiam as decisões econômicas; 
• livre concorrência como base do sistema econômico; 
• método de análise abstrato e dedutivo; 
• decisões econômicas racionais; e 
• presença do Estado mínima. 
O importante legado deixado pela análise da escola marginalista foi o tratamento 
matemático para explicar as questões econômicas. 
 
 
Capítulo 3 - Cálculo e componentes do PIB 
 
PIB - considera o PIB como “o valor de mercado de todos os bens e serviços finais 
produzidos em um país, em dado período”. O produto é obtido de forma simples, basta 
multiplicarmos a quantidade produzida pelo seu respectivo preço final e, desse modo, 
temos a informação do quanto representa a produção em termos monetários. 
 
 
As variações observadas no valor do PIB podem ser explicadas de três maneiras: 
• a variação pode ser consequência apenas do aumento na quantidade física produzida de 
bens e serviços; 
• a variação observada pode ser dada apenas pelo aumento dos preços; e 
• a variação pode ser justificada pela combinação de variações, isto é, podem variar 
simultaneamente os preços e as quantidades. 
 
Com as duas séries (mínimo de 2 anos seguidos), é possível determinar o efeito da 
variação de preços sobre a produção. Neste caso, se dividirmos o PIB nominal pelo PIB 
real, obtemos o deflator da série. 
Mas qual é a utilidade do deflator? O deflator representa a variação dos preços durante o 
período, considerando um determinado ano como base. Em termos práticos, ele é útil, 
pois mostra o efeito da variação dos preços sobre a produção. 
Essa informação obtida com o deflator é diferente dos índices de preço calculados por 
instituições e usados em reajustes de contratos. Os índices são a média de variação de 
preços obtidas a partir da seleção de uma cesta de produtos e serviços. 
O deflator, como demonstrado, considera a produção de todos os itens na economia. Por 
esta razão, quando comparamos o deflator do PIB com uma série de índices de preços é 
normal existirem diferenças, mas, de modo geral, há uma convergência de valores. 
 
O PIB potencial, por definição, é a capacidade de oferta disponível em uma economia a 
partir dos seus fatores de produção. Desse modo, ele representa o potencial de produção 
da economia em determinado momento. 
Segundo Froyen (2013), a dinâmica de funcionamentoda economia dificulta o 
estabelecimento de um nível potencial de produção utilizando de maneira plena os fatores 
disponíveis sem causar pressão sobre o nível geral de preços. 
A taxa de desemprego, o nível de ocupação da capacidade instalada, entre outras variáveis 
são utilizadas para definir se a economia está operando em seu PIB potencial. 
Um conceito útil para explicar tais questões é o do hiato do PIB. De forma simples, ele é 
a diferença entre o PIB potencial e o PIB real ou efetivo. 
A importância desse conceito está ligada a como os planejadores da política 
macroeconômica encaram suas ações. Na prática, significa, em primeiro lugar, mensurar 
o tamanho do PIB potencial e a partir dessa informação determinar o hiato. Com base no 
tamanho do hiato, são implementadas as políticas econômicas com vistas a reduzir o 
tamanho do hiato. Quando a economia opera abaixo de seu potencial, temos a 
subutilização de fatores de produção e como consequência desemprego e diminuição de 
renda. Nesse sentido, as políticas econômicas, fiscal e monetária, devem promover 
medidas para reduzir o hiato. 
PIB per capita ou PIB por pessoa é o indicador que representa o que cada pessoa do local 
analisado teria do total de riquezas que são produzidas no país. Sendo assim, o PIB é 
dividido pelo número de habitantes da área, indicando o que cada pessoa produziu. O PIB 
per capita é considerado, de certa forma, um indicador do padrão de vida. 
 
PIB versus PNB 
O produto de uma nação pode ser determinado por duas óticas: pela ótica interna e pela 
ótica nacional. 
O produto calculado pela ótica interna, ou produto interno bruto (PIB), é a soma do valor 
final da produção de bens e serviços em determinado período utilizando meios de 
produção pertencentes a empresas nacionais e estrangeiras. Nesse caso, medimos o valor 
da produção no espaço geográfico interno do país independentemente dos meios de 
produção pertencerem ou não ao capital nacional. 
A outra ótica de cálculo do produto é a nacional, neste caso, o produto obtido é 
denominado produto nacional bruto (PNB). Ele é resultado da somatória do valor da 
produção de bens e serviços em determinado período utilizando meios de produção 
pertencentes apenas a empresas nacionais em território nacional e no exterior. 
Em termos reais e práticos, a economia brasileira apresenta um resultado para o PIB 
superior ao PNB. Isso acontece em virtude da quantidade de empresas estrangeiras 
produzindo bens e serviços no território brasileiro superar o valor total da produção de 
empresas de capital nacional no Brasil e no exterior. Por outro lado, a economia japonesa 
tem um PNB superior ao PIB, justamente pela forte presença das empresas japonesas em 
outros países. 
 
Componentes do PIB 
• Consumo: a composição do consumo é dada pelas despesas das famílias com a 
compra de bens e serviços. 
• Investimento: gastos com a aquisição de meios de produção como máquinas, 
equipamentos, estruturas para produção, estoques de matérias-primas e produtos 
acabados. 
• Gastos do governo: compra de bens e serviços pelas esferas de governo (união, 
estados e municípios) para fazer frente às demandas da população. Nesse caso, 
estão inclusas tanto as despesas2 com o funcionalismo público como também os 
gastos com obras de infraestrutura. 
• Exportações líquidas: este componente se refere ao saldo líquido das transações 
comerciais com o exterior. O resultado é obtido pela diferença entre o valor das 
exportações e das importações em determinado período. 
 
 
 
Modelo IS-LM e as políticas econômicas 
 
O uso dos dados macroeconômicos com a construção de modelos explicativos torna a 
macroeconomia uma ferramenta útil na adoção de medidas de política econômica (fiscais, 
monetárias, cambiais e de renda). 
A moeda veio em substituição do escambo. Assim seria um meio uniforme e padronizado 
de comercialização de produtos e serviços. 
Desse ponto da história em diante, os avanços seguiram na direção da cunhagem e 
emissão da moeda por parte dos governos e da vinculação de seu valor, chamado de lastro, 
com determinada quantidade de metais preciosos, como o ouro. 
 
 
 
 
A moeda é classificada em três tipos: 
• moedas metálicas – representam uma pequena parcela da moeda 
emitida pelo Banco Central para facilitar as transações de pequeno 
valor na economia; 
• papel-moeda – são as notas colocadas em circulação pelo Banco 
Central e que se encontram em poder do público; e 
• moeda escritural ou bancária – refere-se ao dinheiro mantido em depósitos à 
vista (em contas correntes) no sistema bancário. 
 
 
A oferta de moeda na economia é determinada pelo Banco Central (autoridade 
monetária). O controle da circulação, ou seja, a calibragem do volume de recursos na 
economia, é estabelecido por ele a partir da aplicação de instrumentos de política 
monetária. São eles: 
• emissão de moeda – a partir das necessidades de meio circulante na economia, 
o Banco Central emite o dinheiro para permitir as transações na economia; 
• depósitos compulsórios – para controlar a expansão monetária com base nos 
depósitos bancários, o Banco Central obriga as instituições a reter parte dos 
depósitos junto a ele; 
• compra e venda de títulos públicos ou operações do mercado aberto – 
instrumento utilizado para regular no curto prazo a quantidade de recursos no 
sistema financeiro. 
• operações de redesconto ou empréstimos de liquidez – utilizado para 
garantir a liquidez do sistema bancário. 
 
 
Modelo keynesiano básico 
 
Em seu entendimento, a intervenção do Estado para induzir o equilíbrio da economia, via 
adoção de medidas de políticas econômica, era a principal solução. 
 
Assim, a oferta agregada de bens e serviços no curto prazo se mantém constante. Há 
também o princípio da demanda efetiva, em que, considerando que no curto prazo a oferta 
agregada não sofre alteração, a renda e o produto seriam equilibrados por alterações na 
demanda agregada por bens ou serviços via algum tipo de instrumento de política 
econômica. 
 
Considerando que a renda de pleno emprego acontece quando temos alocação total dos 
fatores de produção, o equilíbrio da economia acontece quando a oferta agregada é igual 
à demanda agregada. 
 
 
 
 
Curvas LM e IS 
As curvas LM e IS fazem parte do modelo macroeconômico conhecido como “modelo 
IS-LM”. Esse modelo tem por objetivo descrever a interação macroeconômica do 
mercado de bens e serviços com o mercado monetário. 
 
O modelo IS-LM complementa a relação entre as variáveis macroeconômicas 
acrescentando o mercado monetário para explicar como se comporta o nível de 
investimento na economia em função da taxa de juros. 
 
Mas qual o significado das siglas IS e LM? Os termos IS e LM são representações 
estenográficas para investimento igual a poupança (I = investimento; S = saving) e 
demanda por moeda igual a oferta por moeda (L = liquidity; M = money supply). 
 
Ler página 57. 
 
 
 
A relação LM 
 
Na curva LM, a taxa de juros e a renda estão diretamente relacionadas, e a inclinação 
depende da sensibilidade da demanda por moeda em relação à taxa de juros. Se a demanda 
por moeda for sensível à taxa de juros, menor será a inclinação da curva (mais horizontal 
será a curva); por outro lado, se a demanda por moeda não for sensível à taxa de juros, 
maior será a inclinação da curva (mais vertical será a curva). 
 
A renda das famílias é parte consumida e parte poupada. Do outro lado, nas empresas, 
parte dos resultados da atividade é distribuída aos seus proprietários e parte é investida. 
A tomada de decisão em consumir, investir ou poupar dos agentes econômicos dependem 
do quanto eles estão propensos a consumir ou não seus recursos. Assim, no ambiente real 
da economia, os agentes em dado momento estão mais propensos a consumir ou a poupar. 
 
Assim, o equilíbrio macroeconômico no mercado de bens e serviços está condicionadoà 
taxa de juros. Uma mudança no nível de taxa de juros altera as decisões de consumo, 
poupança e investimento, impactando nos resultados do produto. 
 
 
Modelo IS-LM 
O modelo IS-LM é construído a partir das curvas em que são determinados o conjunto de 
pontos de equilíbrio para o mercado de bens e serviços (IS) e o mercado monetário (LM). 
 
O objetivo do modelo é determinar os valores da taxa de juros e da renda que equilibrem 
de modo simultâneo o mercado de bens e serviços com o mercado monetário. 
 
P 61 
 
Políticas econômicas e seus efeitos utilizando o modelo IS-LM 
 
A política fiscal compreende as medidas relativas à operacionalização do orçamento do 
setor público e sua dinâmica na economia a partir do sistema tributário e do conjunto de 
gastos do governo. Como instrumento para corrigir os desequilíbrios econômicos, ela é 
classificada como: 
• expansionista – com aumento do gasto público associado ou não à redução de 
carga tributária. Indicada para estimular a demanda agregada a partir da ocupação 
da capacidade ociosa; e 
• contracionista – com redução do gasto público associado ou não ao aumento de 
carga tributária. Indicada para frear as pressões sobre o nível geral de preços. 
 
 
Introdução às finanças públicas 
 
A forma como são conduzidas as decisões relacionadas a como arrecadar e alocar os 
recursos no orçamento estão ligadas a diretrizes de política econômica. A política 
econômica, por sua vez, pode ser dividida em política fiscal (gestão orçamentária), 
monetária (gestão da moeda), política cambial (gestão relações econômicas com o 
exterior) e a política renda (gestão distributiva). 
 
 
 
 
Teoria das finanças públicas: o papel do Governo 
 
Crise de 1930, desenvolvimento da Escola Keynesiana, presença do Estado na economia 
através de empresas públicas e de economia mista. 
 
Questões para as quais antes a iniciativa privada propunha soluções passaram a ter a 
iniciativa ou a parceira do setor público, quer por suas exigências operacionais quer pela 
disponibilidade de recursos. Deste modo, no ambiente econômico tornava-se cada vez 
mais importante o Governo planejar as decisões. Considerando isso, as funções 
econômicas do estado, conforme ENAP (2017) dividem-se em três categorias: alocativa, 
estabilizadora e distributiva. 
 
A função alocativa diz respeito a atuação do Estado fornecendo bens e serviços para os 
quais a iniciativa privada não tem interesse, seja pelas condições de retorno ou pelo 
aspecto do volume de investimento necessário para fazê-lo. 
 
A função estabilizadora por sua vez está associada a políticas econômicas com o propósito 
de manter a estabilidade da moeda e o crescimento econômico sustentável. Medidas de 
controle da inflação, incentivos a qualificação da mão de obra e a promoção de ações 
incentivando o emprego são exemplos de aplicação da função estabilizadora. 
 
a função distributiva visa melhorar as condições de distribuição da renda e da riqueza 
geradas na economia através de sistemas de tributação, onde a arrecadação financia 
programas para melhorar as condições de rendas de camadas da população menos 
protegidas. Ex: Bolsa Família. 
 
Keynesianos: seguidores do pensamento difundido por Keynes (1936) sobre a 
intervenção do estado para corrigir as flutuações da economia, não aceita dos mecanismos 
naturais de mercado para atingir o equilíbrio. 
 
Monetaristas: conhecida também como Escola de Chicago2, a partir das ideias de Milton 
Friedman3 (1912), o pilar de suas teses se apoia no livre mercado como instrumento para 
situar a economia próxima do pleno emprego e a mínima intervenção do governo. 
 
Outro conceito importante em finanças públicas são as externalidades. 
Externalidades são eventos que acontecem quando uma atividade produz benefícios ou 
custos para outras atividades ou outros agentes econômicos não envolvidos naquela 
atividade. 
Desse modo, as externalidades em algumas situações podem gerar repercussões e 
transtornos onde é necessária a intervenção do Estado. Assim, é papel do Estado criar 
instrumentos para incentivar as externalidades positivas e desencorajar as externalidades 
negativas. 
 
 
Estrutura tributária 
 
A estrutura tributária, refere-se à forma como o Estado, a partir de suas atribuições 
definidas no arcabouço legal dos entes da federação (governo federal, estados e 
municípios), estabelece os critérios para arrecadação dos tributos na sociedade. 
 
Para isso o sistema tributário deverá respeitar a dois princípios fundamentais; o da 
neutralidade e o da equidade. 
 
De acordo com o princípio da neutralidade, a tributação incidente sobre os produtos e 
serviços não deverá interferir na formação de seus preços relativos. 
 
Com relação à questão da equidade, a carga tributária deve ser distribuída de forma justa 
entre os contribuintes. Para isso, o sistema tributário deve respeitar a capacidade de 
pagamento dos contribuintes e oferecer com isso algum benefício (contrapartida) com o 
pagamento. 
 
o Estado estabelece os parâmetros para a arrecadação tributária definindo a distribuição 
dos tributos. 
 
 
 
 
Além disso, a tributação também pode incidir sobre todos os produtos e serviços 
produzidos, garantindo a maximização da arrecadação, ou seja, evitando evasões fiscais. 
Neste caso, todos os produtos e serviços, independente da capacidade de pagamento dos 
consumidores, tem o mesmo valor. Por essa razão, o princípio da equidade, que implica 
na distribuição do pagamento do imposto conforme a capacidade econômica do agente, 
acaba não sendo respeitada, em consequência temos um sistema de tributação regressivo. 
 
Segundo a Constituição Federal (BRASIL, 1988), em seus artigos 145, 149, 149-A, os 
tributos são classificados pela pentapartição (impostos, taxas, contribuições de melhoria, 
empréstimos compulsórios e contribuições especiais). Por outro lado, Código Tributário 
Nacional (CTN), originado pela Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, em seu artigo 5º 
segue a teoria da tripartição (impostos, taxas e contribuições de melhoria). 
 
• Impostos: cobrança que incide de forma autônoma a vontade do contribuinte. 
• Taxas: cobrança efetuada pelo uso de algum tipo de serviço prestado pelo estado. 
• Empréstimos compulsórios: são empréstimos realizados pelo contribuinte de forma 
obrigatória e instituídos pelo governo como forma de arrecadação em situações 
específicas, normalmente emergenciais. 
• Contribuições de melhoria: são cobranças compulsórias para levantar fundos destinados 
a realização de alguma obra pública. 
• Contribuições especiais: tipo de cobrança compulsória onde a destinação dos recursos 
visa um propósito específico, como por exemplo, custear programas de saúde, educação, 
entre outros. 
 
 
 
A tributação total é dividida em: 
• Rendas, Lucros e Ganhos de Capital: obtidos a partir da aplicação de recursos em 
atividades de natureza produtiva ou financeira. 
• Folha de Salários: originários do trabalho. 
• Propriedade: com base na posse de um bem. 
• Bens e Serviços: consumo de produtos e serviços. 
 
 
Restrição orçamentária do governo 
 
Na dinâmica da economia, as funções alocativa, estabilizadora e distributiva do estado 
são afetadas pelas decisões dos formuladores da política econômica na operacionalização 
do orçamento. As decisões são pautadas pela questão das restrições, ou seja, a limitação 
de recursos para atender as necessidades leva a escolhas de prioridades com base no 
volume de recursos disponível no orçamento público. 
 
Existem três possibilidades para o resultado do orçamento em determinado período: 
• Superavit: Quando as receitas superam as despesas. 
• Equilíbrio: Quando receitas e despesas são iguais 
• Déficit: Quando as receitas são inferiores as despesas. 
 
Por consequência, o governo, ao exercer o papel de indutor da economia, opera na maior 
parte do tempo dentro de um orçamento deficitário.Neste caso, as fontes para financiar 
o desequilíbrio fiscal podem ser a emissão de moeda ou a emissão de dívida pública. Ao 
emitir moeda no sistema econômico ele induz o aumento no nível geral de preços 
causando inflação. Quando opta por emitir dívida pública ele está contratando 
compromissos financeiros para o futuro, neste caso onerando os próximos orçamentos 
com os encargos da dívida (juros). 
 
 
 
Mercado internacional: exportações e importações, balança comercial, serviços e 
câmbio 
 
 
Assim, as implicações macroeconômicas da interdependência são explicadas pelo 
processo de abertura econômica do país. Para Blanchard (2017), a abertura econômica 
acontece em três dimensões: a abertura dos mercados de bens e serviços, a dos mercados 
financeiros e a dos fatores de produção. 
 
A variedade e a quantidade de bens seriam inferiores se cada país tentasse ser 
autossuficiente. 
 
lei da vantagem absoluta. Segundo essa lei existe uma base para o comércio entre regiões 
quando cada uma, por certas dotações naturais ou desenvolvidas, pode proporcionar à 
outra um bem ou serviço por um custo menor do que ele seria se produzido na própria 
região. 
 
vantagem comparativa. Segundo Mankiw (2014, p. 516), “é a habilidade para produzir 
um bem com menor custo de oportunidade que outro produtor”. 
 
 
 
 
 
Em particular, as exportações de produtos e serviços são motivadas: 
• preços externos versus preços internos – atendendo à lógica de maximizar seus 
resultados, caso o preço de um produto ou serviço seja maior no exterior em relação ao 
seu custo e preço de comercialização no mercado interno, a empresa irá priorizar a 
exportação. Caso contrário, ela prioriza o mercado interno; 
• comportamento da renda mundial – quando ocorre crescimento dos níveis mundiais de 
renda, esse fenômeno estimula o comércio exterior. O aumento da renda amplia os 
horizontes de consumo dos agentes econômicos; 
• taxa de câmbio – as políticas aplicadas ao câmbio funcionam como uma forma de 
estimular as exportações. Embora o razoável seja manter uma taxa de câmbio flutuando 
livremente, alguns países usam expedientes em que o câmbio é mantido desvalorizado 
para obter vantagens em suas exportações; e 
• subsídios e medidas de incentivo – utilizar o expediente de subsidiar a produção com 
medidas de incentivo é uma prática comum para melhorar ou manter a participação dos 
países nas exportações mundiais. 
 
As políticas voltadas ao crescimento e desenvolvimento econômico dos países passam 
pelo modo como são conduzidas suas decisões em relação à abertura do mercado de bens 
e serviços. Nesse aspecto, entram questões como o protecionismo e os incentivos dados 
a partir de um conjunto de instrumentos tarifários e de subsídios. A imposição de barreiras 
quantitativas (elevação das tarifas sobre importação) ou quantitativas (proibição da 
importação de certos produtos, estabelecimento de quotas ou entraves burocráticos) 
ocasiona inibição nas compras de produtos importados. 
 
Os subsídios são incentivos fiscais ou de qualquer natureza oferecidos na economia local 
aos setores estratégicos para que eles possam manter vantagens em termos de preço no 
mercado externo. Com isso, garantem empregos e renda no mercado local e contribuem 
com os resultados do comércio exterior. 
 
 
O câmbio é uma das variáveis-chave macroeconômicas na condução do planejamento 
macroeconômico. Por definição, a taxa de câmbio é o preço de uma unidade de 
determinada moeda estrangeira denominado em termos de moeda local. 
 
Do ponto de vista prático, 
a flutuação é “suja” porque as taxas de câmbio não são exatamente 
definidas de maneira livre pelo mercado. Quando existem riscos de uma 
valorização ou desvalorização significativa da moeda local, o Banco 
Central atua para corrigir as distorções. 
 
Regimes cambiais 
 
a política de administração das variações das taxas de câmbio adotada pela autoridade 
monetária de um determinado país. Existem diferentes regimes cambiais, os principais 
são listados a seguir. 
• Regime de câmbio fixo ou centralizado: é um regime de câmbio em que a autoridade 
monetária exerce intervenção total sobre a formação da taxa de câmbio definindo seu 
valor. Neste caso, a autoridade monetária estabelece periodicamente (diariamente, 
mensalmente ou a qualquer tempo) o valor da moeda estrangeira em relação à moeda 
nacional. Este regime é adotado em casos de necessidade de controle de fluxos de capitais 
ou ainda quando a execução da política macroeconômica exige intervenção sobre 
“variáveis-chave”, como taxa de juros e taxa de câmbio. 
• Regime de bandas cambiais: é um regime de câmbio em que a autoridade monetária 
estabelece um intervalo de flutuação para a taxa de câmbio. Dentro do intervalo, a taxa 
de câmbio flutua livremente de acordo com as condições de mercado. A intervenção 
oficial da autoridade monetária acontece nos limites inferiores e superiores do intervalo. 
No intervalo inferior, chamado de piso da banda cambial, a autoridade monetária se 
compromete a comprar a moeda estrangeira garantindo ao mercado que a cotação não 
fique abaixo daquele valor. No intervalo superior, chamado de teto da banda cambial, a 
autoridade monetária se compromete a vender a moeda estrangeira garantindo ao 
mercado a moeda estrangeira naquele nível de taxa de câmbio. 
• Regime de câmbio flutuante ou livre: neste regime, o “mercado” estabelece o nível de 
taxa de câmbio, ou seja, a taxa de câmbio é formada livremente a partir das forças de 
oferta e procura pela moeda estrangeira. O comportamento dos fluxos de comércio e de 
capitais determina a taxa de câmbio cabendo à autoridade monetária exercer intervenções 
pontuais para garantir liquidez aos negócios. A maioria dos países adota o regime de 
câmbio flutuante ou livre em razão dos aspectos impostos pela nova ordem 
mundial, em que os capitais transitam entre as economias de acordo com suas taxas de 
atratividade para o capital. 
 
 
Abertura dos mercados financeiros 
 
Balanço de pagamentos 
 
A contabilidade oficial das transações comerciais e de capitais realizadas com outros 
países é de responsabilidade do Banco Central. O instrumento de registro contábil dessas 
operações é denominado “balanço de pagamentos”. Todos os lançamentos respeitam 
padrões internacionais unificados, isto é, todos os países adotam a mesma metodologia 
para os registros, tornando possível a comparação e outras análises entre as economias de 
diferentes países e regiões. 
 
O balanço de pagamentos está dividido em quatro partes, nas quais são registradas as 
transações efetuadas com o “resto do mundo”: 
 
• as operações com mercadorias (exportação e importação) são registradas na balança 
comercial; 
 
• todas as transações de turistas estrangeiros e de residentes em turismo pelo exterior, 
fretes, despesas de transporte, seguros e custeio do corpo diplomático de países são 
contabilizados na balança de serviços e os pagamentos de rendas de capital (juros, 
lucros, dividendos) na conta denominada renda primária; 
 
• os donativos, as doações, os recursos financeiros enviados por trabalhadores fora de 
seus países de origem e heranças são registradosmatualmente na conta denominada como 
renda secundária; 
 
• as operações de empréstimo, os financiamentos, os investimentos diretos, os 
reinvestimentos, as amortizações, os capitais de curto prazo e outros capitais são 
registrados nas contas de capital e financeira. A conta capital registra as transferências de 
patrimônio por migrantes entre países e a conta financeira tem quatro subcontas: 
 
• investimento direto – representa os valores investidos por não residentes no Brasil 
e por residentes no exterior em atividades de natureza produtiva; 
• investimento em carteira – representa valores investidos por não residentes no 
Brasil e por residentes no exterior em ativos financeiros (ações, títulos de dívida,etc.); 
• derivativos – operações realizadas no mercado financeiro com contratos cujo 
valor deriva de algum outro ativo subjacente (contratos futuros, de opções e 
swaps); 
• outros investimentos – empréstimos em geral, créditos do Fundo Monetário 
Internacional, depósitos em moeda, etc. 
 
Além disso, existe ainda uma conta denominada “erro e omissões”, na qual são lançados 
os ajustes decorrentes de operações registradas de forma errada, seja por cancelamento 
de operações, seja ainda erro de apuração. 
 
Cada uma das subdivisões do balanço de pagamentos tem seus resultados, que podem ser 
de superávit ou déficit. 
 
As reservas cambiais refletem o montante de moeda estrangeira (e ouro) acumulado pelo 
país. 
 
O balanço de pagamentos apresenta de maneira sistemática as condições conjunturais e 
estruturais da economia, expressando o desempenho econômico, a maneira como os 
recursos são alocados e, por fim, como se comportam empresas, consumidores e o Estado. 
Os resultados do balanço de pagamentos são influenciados pelas condições do mercado 
internacional em sua conjuntura e estrutura, e com isso reflete os eventos globais. 
 
Inflação 
 
Conceitualmente, a inflação é o aumento persistente e contínuo do nível geral de preços, 
ou seja, quando, por alguma motivação, os valores praticados no mercado para negociar 
a maioria dos produtos e serviçossofrem alterações positivas e constantes. Portanto, as 
condições para ser caracterizado esse fenômeno são: 
• elevação persistente de um conjunto de preços – significa termos os preços dos 
principais itens de produtos e serviços em ascensão por alguns meses; e 
• aumento generalizado dos preços – na prática, a maioria dos produtos e serviços, com 
algumas exceções, apresenta aumento em seu valor. Em outras palavras, a alta nos preços 
atinge grande parte dos produtos e serviços comercializados na economia. 
 
Entretanto, o nível médio de preços – denominado nível geral de preços – eleva-se. 
 
Nos processos de inflação, o nível geral de preços varia inversamente ao poder aquisitivo 
da moeda, de modo que, se os preços dobram, o poder aquisitivo (poder de compra dos 
consumidores) diminui pela metade. Por analogia, se os preços são reduzidos pela 
metade, o poder de compra dobra. Assim, o processo inflacionário reduz o poder 
aquisitivo da moeda. 
 
De maneira oposta, quando o nível geral de preços cai de forma persistente e contínua, 
temos um processo de deflação. A deflação se caracteriza como um fenômeno em que o 
poder aquisitivo da moeda aumenta. Isso ocorre porque os preços caem e isso torna a 
moeda capaz de adquirir uma quantidade maior de bens e serviços. 
 
OBS: Essa queda na demanda agregada pode levar à queda das rendas e ao aumento do 
desemprego. Em outras palavras, a deflação é muitas vezes um sintoma de problemas 
econômicos mais profundos. 
 
Um índice de preços é uma medida estatístico-matemática construída para determinar o 
comportamento dos preços ao longo do tempo. Nesse sentido, para elaborar um índice de 
preços, é necessário estabelecer quais são os itens (produtos e serviços) de sua 
composição. A partir da definição dos itens e seus respectivos pesos (importância), é 
escolhido um critério matemático para a execução do cálculo. A construção de um índice 
de preços parte de um conceito denominado número índice, que é um valor representativo 
para o comportamento dos preços de um único item (produto/serviço) ou de um grupo de 
itens (produtos/ serviços) em períodos distintos usando um valor-base. Normalmente, o 
valor-base usado é 1 (forma unitária) ou 100 (forma percentual). 
 
 
Os critérios procuram agregar em um único número índice o comportamento do grupo de 
itens. Assim, há duas formas de calcular um índice de preços para um grupo de itens: a 
primeira considera um peso igual a todos os itens (índices agregativos simples), e na 
segunda, cada item tem um peso diferente (índices agregativos ponderados). 
 
Os índices agregativos simples se referem quando todos os itens possuem o mesmo peso. 
Podemos calcular a partir da média aritmética, geométrica ou harmônica. 
 
Nos índices agregativos ponderados, cada item terá um peso diferente na composição do 
índice. Normalmente, os critérios de ponderação para um índice de preços são as 
quantidades. As principais formulações matemáticas (metodologias) desenvolvidas e 
aplicadas são: índice de Laspeyres e índice de Paasche. 
 
 O índice de Laspeyres considera como fator de ponderação as “quantidades da data base 
de cálculo do índice”; e no índice de Paasche, o fator de ponderação é dado pelas 
quantidades móveis. 
 
Os principais índices agregativos ponderados de preços calculados no Brasil são: o índice 
de preços ao consumidor amplo (IPCA) e o índice geral de preços de mercado (IGP-M). 
 
O IPCA é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e tem 
como base os preços de produtos e serviços consumidos pela população com rendimentos 
mensais de 1 a 40 salários- -mínimos. A coleta de preços é realizada nas principais regiões 
metropolitanas e cidades brasileiras (Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, 
Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos 
municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju). 
 
Já o IGP-M é calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ele é um índice médio 
ponderado de três índices calculados pela FGV. O índice de preços no atacado (IPA), cujo 
peso é de 60%, o índice de preços ao consumidor (IPC), com peso de 30%, e o índice 
nacional de custo da construção (INCC), com peso de 10%. Ele é o principal índice de 
preços utilizado para reajustar os valores de contratos de prestação de serviços, aluguéis 
e alguns ativos financeiros emitidos por empresas financeiras e não financeiras para 
captar recursos. 
 
Podemos considerar como principais custos impostos à sociedade pelo fenômeno da 
inflação: a modificação do poder aquisitivo, a manutenção da moeda como reserva de 
valor, as alterações dos preços relativos e a distorção da carga tributária. 
 
Quando temos o fenômeno da inflação, a moeda perde a sua função como reserva de 
valor. Isso acontece na medida em que a velocidade do aumento dos preços induz os 
agentes econômicos a trocar a moeda por mercadorias ou ativos que mantenham poder de 
compra. Em casos mais extremos, quando temos processo de hiperinflação (inflação alta), 
os agentes por vezes trocam sua moeda por moedas estrangeiras, ou outros ativos que 
possam funcionar como moeda, chamados de “quase moeda”. 
 
Por fim, a carga tributária sobre a economia, principalmente sobre a renda, é alterada com 
o fenômeno da inflação em razão da ausência de correção dos valores monetários. A 
tributação incide sobre o valor nominal, e, ao final de determinado período, isso causa 
uma cobrança adicional de imposto por causa da diferença entre o valor real e o valor 
nominal. 
 
A seguir, apresentamos os tipos mais comuns de inflação e suas causas e efeitos. 
 
Inflação de demanda: ocorre quando a demanda agregada está subindo frente a uma 
situação na qual a oferta disponível, ou seu estoque, de bens está se tornando cada vez 
mais limitado. O motivo da alta de preços pode se dar em razão da utilização plena da 
capacidade produtiva ou em razão da impossibilidade de aumento rápido da oferta capaz 
de suprir a crescente demanda. Como resultado, o nível geral de preços começa a se elevar 
em resposta ao aumento da demanda. 
 
Inflação de custos: é um tipo de inflação em que os preços finais são impulsionados pelo 
aumento dos custos, ou seja, quando os preços sobem porque os pagamentos a um ou 
mais grupos de proprietários dos meios de produção se elevam de maneira mais rápida 
do que a produtividade ou a eficiência. 
 
Inflação estrutural: refere-se a como está organizada a estrutura de produção de uma 
economia. A concentraçãoda produção em estruturas monopolistas ou oligopolistas – em 
que as empresas não são tomadoras de preço nos mercados onde atua – dificulta o controle 
dos preços. 
 
Inflação inercial: aquela ocasionada pelas expectativas futuras sobre a evolução dos 
preços. Esse tipo de fenômeno inflacionário ocorre em economias nas quais são 
utilizados instrumentos de correção de valores. 
 
Hiperinflação e estagflação 
 
A hiperinflação ocorre quando os preços sobem acima dos níveis aceitáveis. Geralmente, 
considera-se que uma economia está em um processo de hiperinflação quando o nível 
geral de preços supera 50% ao mês. A hiperinflação é causada pelo descontrole na 
emissão monetária, ou seja, quando o governo emite uma quantidade excessiva de moeda 
para fazer frente aos seus gastos correntes. 
Já a estagflação é uma situação caracterizada por um processo inflacionário em um 
período em que a economia está em recessão. Portanto, estagflação é a inflação 
acontecendo dentro de um processo de recessão. 
Os aspectos econômicos comuns do fenômeno são eventos atípicos que desencadeiam um 
aumento de preços persistente em um período de declínio da produção. Como exemplo, 
pode-se ter um choque de oferta em um insumo básico da cadeia de produção, como o 
petróleo, durante um período de recessão. Isso aconteceu na década de 1970, quando 
aconteceram dois choques de oferta com o petróleo, o primeiro em 1973, e o segundo, em 
1979. 
 
 
 
Teorias da inflação 
• estruturas de mercado – os preços na economia podem estar condicionados ao tipo 
de estrutura de mercado predominante. Se houver o predomínio de estruturas 
oligopolizadas e monopolizadas, os preços tendem a subir pela atuação e pelo 
interesse dessas empresas na manutenção de seus ganhos; • relações de comércio 
internacional – outro aspecto importante que afeta os preços é a maneira como a 
economia interage no comércio internacional. A dependência econômica e a 
competição externa podem tem efeitos sobre os preços internos. Por exemplo, a 
inflação ocasionada pelos choques de petróleo no mercado internacional nos anos 
1970. Na época, com o aumento dos preços internacionais do petróleo, uma série de 
países passaram por períodos de inflação em razão do aumento dos custos; e 
• organização trabalhista – quando a classe de trabalhadores tem uma forte 
organização sindical, é comum a ocorrência de pressões para aumentos salariais, e, 
com isso, os custos são alterados em uma velocidade superior ao aumento da 
produtividade. 
 
Parte dos economistas entende a inflação a partir do desequilíbrio no mercado 
monetário, ou seja, quando a quantidade de moeda em circulação é superior ao volume 
de bens e serviços disponíveis na sociedade em dado momento. Essa corrente de 
economistas é conhecida como monetarista e busca explicações para a inflação a 
partir da análise dos volumes de moeda e crédito na economia. Segundo essa corrente, 
quando a quantidade de moeda excede a quantidade de bens e serviços disponíveis no 
mercado em determinado momento, os preços tendem a aumentar. As bases da 
argumentação dos monetaristas são a emissão de moeda e a capacidade de produção 
da economia. Portanto, para manter os preços estáveis, é preciso evitar o descontrole 
de gastos públicos e ajustar a quantidade de moeda em circulação a partir dos 
instrumentos tradicionais de política monetária. 
 
 
 
Em contraponto ao pensamento monetarista, temos as teorias baseadas na questão 
estrutural da economia. Segundo os estruturalistas, a inflação não é apenas um 
fenômeno de natureza estritamente monetária, suas razões podem ser justificadas pelo 
estágio de desenvolvimento da economia e pelas suas estruturas de mercado. 
 
A corrente estruturalista é formada por economistas da Comissão Econômica para a 
América Latina (Cepal). Segundo o seu diagnóstico, a inflação está associada a 
perturbações de custos, motivadas por deficiências da estrutura produtiva. 
Para Luque e Vasconcellos (2004, p. 345), são causas estruturalistas de inflação: 
a. Oferta de alimentos inelástica, combinada com uma demanda que cresce 
aceleradamente, em razão da urbanização e do crescimento da população; 
b. Estrutura do comércio internacional: rigidez das importações associada 
ao pouco dinamismo das exportações; 
c. Inflação aliada ao processo de substituição de importações; 
d. A estrutura oligopolista do mercado facilita o repasse dos aumentos de 
custos aos preços dos produtos. Portanto, a corrente estruturalista entende 
que a moeda é neutra na explicação do processo inflacionário, e sua gênese 
está nos aspectos do conflito distributivo de uma sociedade em 
desenvolvimento. 
 
Curva de Phillips: o trade-off entre desemprego e inflação 
Uma relação importante observada no estudo macroeconômico é o da relação 
existente entre as taxas de desemprego e de inflação em determinado período. O 
economista A. W. Phillips (1958) realizou um estudo sobre essas variáveis na 
economia do Reino Unido entre os anos de 1861 e 1967 e concluiu existir uma relação 
inversa entre elas. Segundo o autor, mudanças na taxa de desemprego alteram os 
níveis gerais de preço de maneira inversa (PHILLIPS, 1958). 
Na prática, no curto prazo, uma redução na taxa de desemprego leva a economia a um 
aumento no nível geral de preços. A explicação reside no fato de que um aumento da 
ocupação leva a um aumento da renda e, por consequência, a um aumento no nível 
geral de preços. Por outro lado, quando o desemprego aumenta, com a queda da renda, 
temos queda no consumo, e isso faz com que o nível geral de preços caia. 
 
Globalização 
O termo globalização se popularizou e hoje é sinônimo para uma prática em que o 
alcance das transações econômicas ocorre em ritmo intenso. Seus desdobramentos e 
consequências culminaram em uma série de acordos de cooperação internacional e 
formações de blocos econômicos. 
Inerente à forma como a sociedade resolve o problema econômico da escassez, pois 
cada país produz algo e assim as relações comerciais vão ocorrendo. Assim, a partir 
dos séculos XVI e XVII, temos um período histórico no qual os países intensificam 
suas relações. 
A partir da primeira Revolução Industrial, temos uma busca pela expansão com base 
na internacionalização dos negócios. 
Uma questão sempre presente ao longo da história é a desigualdade do processo de 
interdependência e a acumulação de capital, cuja consequência é a divisão das 
economias em centrais (desenvolvidas) e periféricas (em desenvolvimento). 
 
Assim, o conceito de globalização é compreendido por diferentes enfoques: 
• enfoque financeiro – relacionado à mobilidade do capital entre as economias; 
• enfoque produtivo – associado à mobilidade dos fatores de produção; 
• enfoque institucional – constituído pelo marco regulatório adaptado aos padrões 
internacionais; 
• enfoque comercial – presente nas diversas operações comerciais entre os países; e 
• enfoque da governabilidade – presente na adoção de práticas políticas, visando 
conciliar interesses internos e externos de uma nação. 
 
 
 
 
Acordos bilaterais e blocos econômicos 
 
Inicialmente, a formação de um bloco econômico gera ganhos para os seus membros 
na medida em que certas mercadorias, antes produzidas internamente, passam a ser 
importadas de produtores cujos custos são mais baixos. As demais fontes de possíveis 
ganhos estão associadas às economias de escala e à maior concorrência oferecida por 
mercados mais robustos, em especial nos países de industrialização incipiente e 
potencial de crescimento interno. 
 
Segundo Carvalho e Silva (2006), a integração econômica pode acontecer de diversas 
maneiras de acordo com um grau crescente de interdependência. Essas fases são 
divididas em: 
• criação de uma zona de livre comércio – é a etapa inicial da integração na qual os 
países sócios admitem eliminar as barreiras sobre o comércio recíproco, mantendo 
políticascomerciais independentes em relação a outros países; 
• estabelecimento de união aduaneira – após criar a zona de livre comércio, são 
adotadas, pelos países associados, políticas comerciais uniformes em relação aos 
países que não fazem parte da união; 
• definição de um mercado comum – nesta etapa acontece a livre mobilidade dos 
fatores de produção (mão de obra e capitais) com a aplicação de políticas comerciais 
uniformizadas em relação a países não membros; 
• união econômica – esta fase procura harmonizar as políticas econômicas de modo 
que as condições entre os países membros operem dentro dos mesmos objetivos em 
termos de aspectos fiscais, monetários e cambiais; e 
• integração econômica global – é a fase final do processo de criação de um bloco 
econômico; nele existem o livre comércio, uma política comercial uniforme, uma 
livre movimentação de fatores de produção e a harmonização de políticas econômicas. 
 
Do ponto de vista prático, a formação de um bloco obedece a critérios de natureza 
política e, por essa razão, pode ser iniciado em qualquer uma das etapas apresentadas 
anteriormente. Portanto, a classificação dada a um bloco econômico depende das 
características definidas pelos países participantes. 
Finalmente, é importante registrar que a formação da maior parte dos blocos e acordos 
comerciais aconteceu em substituição ao Gatt (General Agreement on Tariffs and 
Trade), ou Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio. Esse acordo firmado pós-Segunda 
Guerra Mundial tinha por objetivo estabelecer um processo de redução de barreiras 
comerciais com normas tarifárias, visando impulsionar o livre comércio. Com o 
fracasso das rodadas de negociação, os países estabeleceram outras soluções, entre 
elas a formação dos blocos e os acordos comerciais. 
 
A crise de 2008 e suas consequências 
 
O mercado imobiliário americano sofreu desvalorização dos imóveis, alto risco das 
operações, risco de calote das hipotecas, reavaliação dos riscos e a falecia da Lehman 
Brothers. 
Na mesma linha, para Blanchard (2017), o processo da crise financeira de 2008 foi 
resultado de uma combinação de fatores, entre eles um cenário de baixas taxas de 
juros no início dos anos 2000 que resultou em facilidades de crédito e aumento do 
preço dos imóveis, criando uma bolha de preços. Essa bolha começa a dar sinais de 
estourar a partir de 2006, e as instituições financeiras procuram saídas na securitização 
das hipotecas, conseguindo um fôlego adicional para continuar financiando o setor. 
Embora medidas de política monetária e fiscal robustas para atenuar a crise tenham 
sido tomadas pelo Estado, as consequências na economia real, com a crise no mercado 
imobiliário e no mercado financeiro, foram a queda dos investimentos e o aumento 
do desemprego. 
 
Objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) e a Agenda 2030 
ONU (2015) “o desenvolvimento sustentável nas suas três dimensões – econômica, 
social e ambiental – de forma equilibrada e integrada”. 
O documento produzido nesta reunião ficou conhecido como Agenda 2030. As metas 
podem ser resumidas em dezessete objetivos divididos em três grupos, objetivos 
sociais, ambientais e econômicos. 
Com relação aos objetivos econômicos, eles podem ser divididos em três: 
• incentivar o crescimento das economias em bases sustentáveis e inclusivas, com 
produtividade, pleno emprego e condições dignas de trabalho; 
• estabelecer bases fortes de infraestruturas, incentivar a inovação e a industrialização 
sustentável e inclusiva; e 
• garantir modelos de produção e de consumo sustentáveis. 
Para os objetivos classificados como sociais, temos: 
• terminar com a fome; 
• terminar com a pobreza; 
• garantir uma vida saudável com bem-estar para todos; 
• garantir educação; 
• atingir a igualdade de gênero e dar autonomia a todas as mulheres e meninas; 
• diminuir as desigualdades dentro dos países e entre eles; 
• converter as cidades e os assentamentos humanos em locais inclusivos, seguros, 
inatacáveis e sustentáveis; e 
• fomentar sociedades pacíficas e inclusivas. 
 
Por fim, os objetivos ambientais podem ser divididos em seis: 
• garantir a disponibilidade e a governança sustentável da água e do saneamento, 
alcançando a todos; 
• garantir energia para todos, com preços acessíveis, sustentáveis, modernos e 
confiáveis; 
• aplicar medidas de combate a mudanças climáticas e seus impactos; 
• conservar e usar de forma sustentável os oceanos, os mares e os recursos marinhos; 
• defender, revigorar e incentivar a utilização sustentável dos ecossistemas terrestres 
pela gestão sustentável das florestas, combatendo todo tipo de ação predatória contra 
a biodiversidade; e 
• fomentar os meios para instalar parcerias globais de desenvolvimento sustentável.

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