Leia os textos a seguir:
Texto I
O esquema analítico clássico buscava explicar o comportamento dos preços dos fatores a partir de teorias segmentadas e com ajustes de natureza assimétrica. Os salários respondiam à dinâmica populacional e ao poder de barganha dos trabalhadores, sendo definido ‘exogenamente’ ao sistema. A renda da terra dependia da escassez relativa deste fator, incrementando a renda dos proprietários, conforme a demanda por bens agrícolas exigia a expansão da fronteira na direção das faixas menos férteis de terra agricultável. Já a taxa de juro (ou de lucro) era resultado do montante de fundos disponíveis para investimento, uma vez remunerados todos os outros fatores de produção. Este aspecto residual do lucro era essencial para que fossem compreendidos os efeitos da distribuição do produto sobre a dinâmica do crescimento. O caso mais conhecido deste tipo de análise é efeito negativo das Leis de Cereais sobre os lucros das manufaturas britânicas, que David Ricardo apresentou em seus Princípios de Economia Política e Tributação.
. Acesso em: 22 mar. 2023.
Texto II
Smith, como vimos, considerou o lucro, mais do que a renda, a forma primária do rendimento líquido (mais-valor), mas também pensou-o como o ‘rendimento derivado do estoque de capitais’. Assim, não é nenhuma surpresa que Smith tivesse uma teoria do capital muito mais ampla e mais corretamente desenvolvida do que a dos fisiocratas. Seu mérito está em 1) ter ampliado o conceito decapitai para além da esfera da agricultura, nele incluindo também a indústria; e 2) reestabelecido uma conexão direta entre os conceitos de capital e lucro. Aqui Smith deve ser considerado o progenitor de ambos os conceitos de capital. Ele postula que a propriedade de um indivíduo (considerando-se que ela seja grande o suficiente) seja dividida em duas partes. ‘Aquela parte que lhe proverá o rendimento é chamada seu capital. A outra e aquela que serve ao seu consumo imediato’.
Fonte: ILLICH RUBIN, I. História do pensamento econômico. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2014. p. 261-262.
Considerando o excerto apresentados acima e o conteúdo trabalhado ao longo da unidade de estudos, avalie as asserções a seguir e assinale a alternativa que explicita corretamente a relação entre elas:
I. Para Rubin e Carvalho, citados acima, a Escola Clássica de Economia tem como uma de suas principais características a unidade teórica entre a teoria do capital, rendimentos, valor e outros.
PORQUE
II. Uma das características da teoria do valor de Smith é tratar como uma só categoria o trabalho abstrato e o trabalho concreto, sendo estes para o marxismo respectivamente força de trabalho e a mercadoria.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:
Grupo de escolhas da pergunta
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.
As asserções I e II são proposições falsas.
As asserções I e II são proposições falsas, mas a II é uma justificativa da I.
A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
Ed
há 2 meses
Vamos analisar as asserções I e II: I. Para Rubin e Carvalho, a Escola Clássica de Economia tem como uma de suas principais características a unidade teórica entre a teoria do capital, rendimentos, valor e outros. Essa afirmação é verdadeira, pois a Escola Clássica realmente busca uma unidade teórica entre esses conceitos. II. Uma das características da teoria do valor de Smith é tratar como uma só categoria o trabalho abstrato e o trabalho concreto, sendo estes para o marxismo respectivamente força de trabalho e a mercadoria. Essa afirmação é falsa. A teoria do valor de Smith não trata o trabalho abstrato e o trabalho concreto como uma só categoria; essa é uma interpretação mais associada ao marxismo. Agora, vamos às opções: - As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. (FALSO, pois a II é falsa) - As asserções I e II são proposições falsas. (FALSO, pois a I é verdadeira) - As asserções I e II são proposições falsas, mas a II é uma justificativa da I. (FALSO, pois a I é verdadeira) - A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. (FALSO, pois a I é verdadeira) - A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. (VERDADEIRO) Portanto, a alternativa correta é: A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.