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PSICOLOGIA SOCIAL CRÍTICA 1º BIMESTRE SLIDE 1 Conteúdo programático: Definições de Psi Social Crítica. Conceitos: · Linguagem; · Representações sociais; · Ideologia; · Gênero; · Processos psicossociais de exclusão. A práxis do psi social. SLIDE 2 PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA (PSH) · Início da Psicologia Científica em 1875, com Wundt; · A psicologia era: · Positivista: baseada no real e observável; · Racionalista: razão como base de análise; · Mecanicista: funcionamento regular do mundo; · Atomista: o todo seria a soma das partes; · Determinista: reações de causa e efeito identificáveis; · A partir das contradições inerentes ao humano, Wundt dividiu a psicologia em experimental e social. · Experimental se desenvolve (comportamental e gestalt) mas a social permanece em segundo plano. · A PSH adota o materialismo histórico dialético. · Assim, tem-se: · O homem é um ser ativo, social e histórico; · A sociedade é uma produção histórica das pessoas, que produzem sua vida com seu trabalho; · A realidade material se funda em contradições que se expressam nas ideias; · A história seria o movimento contraditório constante das pessoas. · É preciso abandonar a compreensão abstrata do fenômeno psicológico. CONTEXTO HISTÓRICO - A ciência positivista surge a partir do liberalismo (individualismo - self made man); - Surge assim, a necessidade de uma ciência que estude este indivíduo; - Desenvolve-se também a ideia de propriedade privada que traz a noção de “mundo interno” à pessoa. - Esse contexto permite o desenvolvimento de uma psicologia, naturalmente A-crítica. · O fenômeno psicológico seria natural do humano, e não construído pelas condições sociais. Será mesmo? · A noção comum do fenômeno psicologico é a de algo que vive/existe em nós, que pode ser afetado pelo meio social. · A psicologia sócio-histórica discorda disso!!!! · Essa entende que o fenômeno psicológico se desenvolve com o tempo, assim, não pertence à natureza humana e nem é preexistente à pessoa. Mas sim, reflete na condição social, econômica e cultural. Então, o fenômeno psicológico para a PSH diz respeito à sociedade; falar da subjetividade é falar da objetividade na qual se vive; A compreensão do mundo interno exige a compreensão do mundo externo. O FENÔMENO PSICOLÓGICO → Deve ser entendido como uma construção em nível individual do mundo simbólico que é social. Subjetividade e objetividade A PSC liberta a psicologia da ideologia, que nos descola da realidade social. A ideologia busca criar uma ilusão de universalidade (de ideias, valores, visão de mundo), sempre a partir dos referenciais da classe dominante. PSICOLOGIA SOCIAL CRÍTICA Quando se analisa o fenômeno psicológico desconectado do contexto sócio-histórico, reforçamos o status quo ao naturalizamos o fato social. A psicologia social crítica rompe com esse padrão. Nosso desenvolvimento não é natural, mas sim, estimulado em uma determinada direção pela cultura. Assim nascemos com o potencial de nos tornarmos humanos. Se a normalidade (adequação às normas) é definida a partir de normas sociasi, não faz sentido pensar em anormalidade como inerente à pessoa: o anormal é apenas diferente do padrão. Contudo, essas diferenças são individualizadas e usadas como justificativa para a desigualdade (que é social). Para evitarmos tais armadilhas, a PSH usa o materialismo histórico-dialético. TEXTO 1 - PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA - Ana Bock A Psicologia começa a ser construída com a ascensão da burguesia como classe social no Século XIX. Passa-se a ter uma ênfase na razão humana, na liberdade e na possibilidade de transformação do mundo real. O positivismo marca esse século, se baseando no que é observável e racionalista. Também é marcado pelo mecanicismo, que pautou nas leis conhecidas e necessárias para o funcionamento do mundo. Também é associacionista, baseando-se nas idéias e como se organizam na mentel. Atomista, pela organização de partes que constituem um todo, lógica aplicada para tudo. Determinista, o mundo como um conjunto de fenômenos que são sempre causados em relação de causa-efeito. WUNDT: distinguiu, em 1875, a Psicologia como ciência com o objeto que seria a experiência consciente. Via o pensamento humano como um produto da natureza. Diante das contradições do humano e sem instrumento metodológico para solucioná-las, a partir da dialética, propõe a Psicologia Experimental e a Psicologia Social. A questão estava que em qualquer dos lados do pêndulo (interno e externo), a compreensão seria incompleta pois ficaria sempre faltando o outro lado. Não sendo possível ver esses aspectos como oposição um ao outro. A Psi Sócio-Histórica (PSH) toma como base a Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski. A PSH carrega consigo a possibilidade de crítica. Fundamenta-se no Marxismo e adota o materialismo histórico e dialético como filosofia, teoria e método. ABANDONANDO A VISÃO ABSTRATA DO FENÔMENO PSICOLÓGICO. Como oposição a essas idéias do feudalismo, a perspectiva liberal tem como um de seus elementos centrais a valorização do indivíduo: o individualismo. Cada indivíduo é um ser moral que possui direitos derivados de sua natureza humana. Somos indivíduos e somos iguais, fraternos e livres, com direito à propriedade, à segurança, à liberdade e à igualdade. → no feudalismo havia uma hierarquia que impedia da revolução burguesa se instaurar e atrair novos significados como o da razão. Desse individualismo, surge a ideia do mundo “interno” aos sujeitos, da existência de componentes individuais e singulares que compõem esse sentimento de “eu”. “Na publicação de tese de doutorado, Bock (1999) relata que, em. questionários aplicados a 44 psicólogos, encontrou muitas d e fin iç õ e s p a ra o fenômeno psicológico “acontecimento organísmico, manifestações do aparelho psíquico, individualidade, algo que ocorre na relação e é o que som os, conflitos pulsionais, confusão mental, manifestação do homem, pensar e sentir o m un do, o hom em e relação com o meio, consciência, saber-se indivíduo, o que se mostra, subjetividade, funções egóicas, existência intersubjetiva, experiências, vivências, loucura, distúrbio, o próprio homem, evento estruturante do homem, com portamento, engrenagem de emoção, motivação, habilidades e potencialidades, experiências emocionais, psique, pensamento, sensação, emoção e expressão, entendimento de si e do mundo, manifestação da vida mental, tudo que é percebido pelos sentidos, é consciente e é in consciente” (Bock, 1999, p. 173).” “O fenômeno é bio-psico-social; O fenômeno envolve ou implica a interação entre pessoas; O fenômeno se refere a um indivíduo que é agente e sujeito. (Bock, 1999, p. 174)” → O fenômeno psicológico é um processo interno, embora relacionado com o ambiente externo. É biológico, psíquico e social. Relação do fenômeno psi com o meio social e cultural. O mundo social é um mundo estranho ao nosso eu. Um lugar no qual temos de estar; por isso, só nos resta nos adaptarmos a ele. Apesar disso, a PSH não trabalha com essa concepção, acredita, porém, que o fenômeno psicológico se desenvolve ao longo do tempo, assim: esse não pertence a natureza humana; não é preexistente ao homem; e não reflete a condição social, econômica e cultural em que vivem os homens. “Portanto, para a Sócio-Histórica, falar do fenômeno psicológico é obrigatoriamente falar da sociedade. Falar da subjetividade humana é falar da objetividade em que vivem os homens. A compreensão do "mundo interno” exige a compreensão do "mundo externo”, pois são dois aspectos de um mesmo movimento, de um processo no qual o homem atua e constrói/modifica o mundo e este, por sua vez, propicia os elementos para a constituição psicológica do homem.” “Conhecer o fenômeno psicológico significa conhecer a expressão subjetiva de um mundo objetivo/coletivo; um fenômeno que se constitui em um processo de conversão do social em individual; de construção interna dos elementos e atividades do mundo externo.” A ideologia é, assim , uma representaçãoilusória que fazemos do real. O ilusório da ideologia está em que parte da realidade fica ocultada nas constituições ideais. Para reverter a psicologia pautada na ideologia, é necessário redefinir o fenômeno psicológico. É isso que a PSH critica. A PSH relaciona a realidade social, econômica e cultural diferente do como definiam antes, como algo exterior ao Homem, estranho ao mundo psicológico. Exige uma visão política e ética sobre a realidade que se insere no nosso objeto de estudo, qual seja o fenômeno psicologico. ROMPENDO COM TRADIÇÕES “A crítica é a abordagem da PSH que rompe com essa tradição que estgmatiza a profissão da psicologia. tudo o que apresentamos como humanos, embora certamente implique a existência de um corpo com determinadas características da espécie animal à qual pertencemos, é obtido nas relações sociais, nas atividades e na cultura.” → normalidade: passa a ser vista como a possibilidade de se ter como característica, no nível individual, o que a humanidade conquistou e a sociedade valorizou, reforçou, estimulou e possibilitou à maioria. E quanto ao diferente? este não seria “anormal”. É o menos provável e menos comum, por várias possibilidades, dentre elas: · não se deu acesso às condições necessárias para o desenvolvimento daquela característica; · deu-se acesso a elas, m as o aproveitamento da criança não pôde ser total, talvez por limitações da “aparelhagem básica" do corpo — uma miopia, por exemplo; · deu-se acesso àquelas condições, mas, embora não houvesse limitações, as relações estabelecidas para o aprendizado foram carregadas de conflitos e emoções que dificultaram o desenvolvimento comum. A questão está que tais diferenças em uma sociedade que naturalizou a normalidade, se tornam fontes de desigualdade e justificativas para desigualdades que são sociais, essas que geram oportunidades diferentes de acesso ao que a humanidade conquistou. → isso era ocultado pela psicologia, pois essa descartava a origem social da desigualdade. SUPERANDO A NEUTRALIDADE DA PSICOLOGIA Ética profissional para não se manter uma profissão conservadora que trabalha para impedir o surgimento do novo. SUPERANDO O POSITIVISMO E O IDEALISMO NA PSICOLOGIA O positivismo contribuiu para construir uma Psicologia que entendeu o fenômeno psicológico como algo desligado das tramas sociais, sem semelhante a qualquer outro fenômeno natural e, como tal, submetido a leis que não podem ser alteradas pela vontade humana, mas apenas conhecidas. O pensamento positivista foi incrementado pela postura idealista, que afirma a existência apenas da razão subjetiva. Concebeu-se a realidade externa como algo que só pode ser conhecido a partir do modo como é formulado e organizado pelas idéias, e não tal como o é em si mesma. SLIDE 3 PSICOLOGIA E COMPROMISSO SOCIAL PSICOLOGIA E SOCIEDADE A história da Psicologia no Brasil remonta a outras áreas do saber em geral com a intenção de controle social dos nativos e dos colonos; Com a chegada da corte portuguesa ao Brasil o movimento da higienização ganha força. A psicologia desenvolve saberes sobre as “doenças morais” e seu tratamento nos hospícios; A ciência buscava respostas para problemas sociais, mas era permeada pelo racismo científico; A industrialização do Brasil demanda mão de obra qualificada, e por isso, a psicologia se dedica à educação. A diferenciação das pessoas a partir de sua natureza individual ganha força, influenciada pelo positivismo. As testagens psicológicas se destacam, produzindo respostas “adequadas” às demandas sociais. controle → higienização → diferenciação. Dentro da psicologia (cada vez mais institucionalizada), existem movimentos críticos que não se destacam na época. Nas décadas de 1960-70 ocorreu a crise da psicologia social, a partir do questionamento do modelo estadunidense de fazer psicologia social. Mais adiante, no fim dos anos 1970, profissionais se uniram em busca de uma psicologia social comprometida com a realidade de seus povos. Rompem o ALAPSO e fundam outras associações mais alinhadas com suas visões (AVEPSO, ABRAPSO). Destacam-se neste período autores como Martín-Baró (El SAlvador), Maritza Montero (Venezuela) e Silvia Lane (Brasil), dentre outros. → Gradativamente a Psicologia Social abandona seu viés naturalista, abraçando o paradigma sócio-histórico. Assim, o contexto social permitiu (ou exigiu) a entrada do social nas análises do fenômeno psicológico, até então tratado de forma natural/abstrata. Assim, discutir o compromisso social da psicologia significa avaliar a sua inserção na sociedade, avaliando seu papel: transformadora ou conformista? Por que transformar a sociedade? Estas condições de vida impactam diretamente as pessoas que demandam nossas ações profissionais. Se hoje a psicologia compreende que contexto social faz parte da constituição do humano, não podemos fechar os olhos para a realidade do país. Mas o que significa compromisso social? · Agir em direção à transformação das condições de vida das pessoas; · Escapar do modelo médico de atuação, focado na doença · ser capaz de criar técnicas adequadas aos contextos nos quais se atua. A formação em psicologia, infelizmente, tende a negligenciar aspectos sociais do fazer psicologia; Nao basta compreender o fenômeno psicológico subjacente a cada indivíduo; é preciso desvendar as condições sociais que constroem este fenômeno. Assim, devemos ser sempre profissionais em movimento, em constante inquietação e construção. O fazer psicológico deve ser, portanto, político. TEXTO 2 - PSICOLOGIA A CAMINHO DO NOVO SÉCULO: IDENTIDADE PROFISSIONAL E COMPROMISSO SOCIAL - ANA BOCK A PSICOLOGIA E A SOCIEDADE: UM PEQUENO RESGATE Em época do Brasil Colonial a Psicologia era utilizada como instrumento de dominação para controlar os indígenas e a população colegial. Também surgia para caracterizar as doenças da moral, presente nas prostitutas, nos pobres e nos loucos. Na Primeira República, a psi passa a se separar como área. Em luta por uma nova sociedade a psicologia vem, então, dar fundamentos e elementos para o desenvolvimento destas novas idéias educacionais. E a pergunta para a Psicologia se modifica: que conhecimentos científicos são necessários para desenvolver as crianças na direção desta sociedade moderna que queremos? No século XX é marcado novamente por uma credibilidade grande na educação. A Psicologia permitia que a Educação fosse pensada a partir de bases científicas. [...] HOJE Por que, hoje, se coloca esta exigência para a Psicologia, enquanto ciência e profissão, de buscar uma produção e uma intervenção que denote compromisso social”? Dois pontos me parecem importantes para responder a esta questão. A Psicologia em seu desenvolvimento esteve sempre presa a uma dicotomia entre objetividade e subjetividade; entre interno e externo; entre natural e histórico; objeto e sujeito; razão e emoção; indivíduo e sociedade. Desde Wundt, temos vivido esse desafio de superar essas dicotomias e nosso desenvolvimento teórico pode ser registrado a partir destas tentativas. Esta tradição naturalizante do fenômeno psicológico nos jogou em uma perspectiva de profissão que sempre compreendeu nossa intervenção como curativa, remediativa, terapêutica. Temos nos limitado a ela nestes anos todos de profissão. Não é para menos que temos tido um modelo médico de intervenção. Mas isto vem mudando. A realidade objetiva, o mundo social e cultural vem invadindo nosso conhecimento e já não podemos mais falar de mundo psicológico sem considerar o mundo social e cultural. Ainda estamos construindo um modelo de relação entre estes mundos, entendendo que estes se influenciam e não que constituem um ao outro. Isto significa que ainda não superamos a dicotomia... mas estamos caminhando. PSICOLOGIA E COMPROMISSO SOCIAL: UMA TAREFA NECESSÁRIA. O trabalho do psicólogo deve apontar para a transformação social, para a mudança das condições de vida da população brasileira. Friso que disse “apontar”, porque é a finalidade do trabalhoque importa ser caracterizada aqui. Estamos falando do compromisso, portanto de uma perspectiva ética. Assim, vale a pena. A finalidade do trabalho. Verificar se a prática escapa do modelo médico de fazer Psicologia. Isto é, se a prática desenvolvida não pensa a realidade e o sujeito a partir da perspectiva da doença. O psicólogo pode e deve, hoje, pensar sua intervenção de maneira mais ampla, no sentido da promoção da saúde da comunidade - e isto significa compreender o sujeito como alguém que, ampliando seu conhecimento e sua compreensão sobre a realidade que o cerca, se torna capaz de intervir, transformar, atuar, modificar a realidade. Claro que a doença é uma possibilidade nesta realidade, mas nunca pode ser o eixo para a Psicologia. Um terceiro critério é o tipo de técnica que se utiliza. Nossas técnicas têm sido construídas e utilizadas com uma determinada camada social, em geral intelectualizada e muito verbal. A população brasileira, na sua maioria, não tem costume e facilidade para trabalhar a partir das técnicas com as quais estamos acostumados. É preciso inovar - e inovar a partir das características da população a ser atendida. Nossa formação tecnicista tem nos ensinado coisas prontas para aplicar. Precisamos nos tornar capazes de criar Psicologia, adaptando nossos saberes à demanda e à realidade que se nos apresenta. Assumir um compromisso social em nossa profissão é estar voltado para uma intervenção crítica e transformadora de nossas condições de vida. É estar comprometido com a crítica desta realidade a partir da perspectiva de nossa ciência e de nossa profissão. É romper com 500 anos de desigualdade social que caracteriza a história brasileira, rompendo com um saber que oculta esta desigualdade atrás de conceitos e teorias neutralizadoras da realidade social. MOVIMENTO E TRANSFORMAÇÃO: UMA IDENTIDADE PROFISSIONAL PARA OS PSICÓLOGOS. Se entendermos que a identidade é movimento, é metamorfose, devemos entender que a identidade profissional nunca estará pronta; nunca terá uma definição. SLIDE 4 LINGUAGEM Duas mudanças importantes na hist´roa do homem: a organização social do trabalho e a linguagem. A linguagem passou de instrumento de designação de coisas a forma de armazenamento e transmissão de conhecimento. Signo: instrumento utilizado para modificar a conduta, a consciência. Linguagem e consciência são indissociáveis, e também chave para se entender o processo de hominização. O desenvolvimento da linguagem permite ao homem operar de fora do mundo físico imediato e planeja/refletir sobre as ações. A duplicação do mundo físico (realidade psíquica) e a ação voluntária nascem com a linguagem. A linguagem é o veículo de constituição da consciência a partir das relações sociais. A comunicação mediada pelos signos de linguagem cria a necessidade cognitiva de funções mentais superiores (raciocínio lógico, memória, atenção dirigida, significação da percepção) capazes de compreender os signos: a linguagem atua como instrumento e mediador simbólico. Assim, a consciência, embora individual, é construída nas relações sociais. A gênese da consciência é a apropriação da significação da atividade na relação com o outro, transformando o interpsíquico em intrapsíquico. Vygotski aponta que a linguagem é internalizada, criando-se a fala interior que auto-regula a ação. Para Vygotski, pensamento e linguagem não são relacionados a priori. Há uma fase de pensamento anterior à linguagem (pensamento pré-verbal), e a linguagem possui uma fase de desenvolvimento pré-intelectual. Com a apropriação dos signos, ambos se entrecruzam formando a FALA INTELECTUAL e o PENSAMENTO VERBAL: A palavra emerge como unidade desta relação. A expressão do pensamento se faz via linguagem, e esta expressão do pensamento promove a reorganização do mesmo. A dimensão dinâmica do significado da palavra: os significados vão se alterando nas relações sociais, estabelecendo uma nova relação entre pensamento e linguagem – o homem transforma o mundo, e ao fazê-lo, transforma a si mesmo. O sentido da palavra é dado, entre outros, pelo contexto onde ela se insere. A ideologia dominante tem interesse em tornar o signo monovalente, de modo a ser a detentora da única verdade possível – a sua própria. A palavra é o elo que une a sociedade, através de seu significado compartilhado. A internalização do discurso alheio nos permite apreender o mundo de uma forma compartilhada, permitindo a vida em comunidade. Entretanto, este processo permite a internalização da ideologia, de modo que não há individualidade absoluta. TEXTO 3 - PSICOLOGIA SOCIAL CONTEMPORÂNEA - LINGUAGEM O QUE É A LINGUAGEM? Os grupos humanos constroem formas compartilhadas, códigos pelos quais seus vários membros possam transmitir as informações uns aos outros. As línguas atestam isto, sendo que, mesmo entre aqueles que falam uma língua única, há diferenças significativas segundo as tradições do grupo ao qual pertencem. A LINGUAGEM SEGUNDO VIGOTSKY E BAKHTIN Relação entre a história do ser humano enquanto espécie com a produção da linguagem, entendida como resultado da necessidade de complexificação das formas de comunicação. A partir da perspectiva marxista, a linguagem surge a partir do processo de complexificação das necessidades e da divisão do trabalho, o que gerou a necessidade de uma comunicação mais estreita. Com a linguagem desenvolvida, seu mundo duplica-se e o homem passa a poder operar mentalmente com objetos ausentes de seu campo perceptivo e vivencial imediato. Ele pode evocar voluntariamente as imagens, objetos, ações, relações, independente de sua presença e, voluntariamente, dirigir este segundo mundo, o que inclui sua memória e suas ações. → Vygotsky: ser humano histórico e social. Não há nada que exista no indivíduo que não tenha existido num primeiro momento no contexto das relações sociais. Para ele, a linguagem é o veículo de constituição da consciência a partir do contexto das relações sociais, sendo que esta última categoria abrange o conjunto das Funções Psicológicas Superiores. → Lei da Dupla Formação de Vygotsky: transformação das funções psicológicas elementares em superiores. Ou seja, transforma funções como a memória elementar em memória deliberada (onde controlo minha memória); ou a atenção elementar, em atenção concentrada (onde concentro minha atenção no foco desejado). a[As funções psicológicas passam a possibilitar ao sujeito atuar na realidade de forma consciente e deliberada. É bastante conhecido o exemplo de Vygotsky delineado através de uma situação cotidiana da maternidade. Uma mãe, ao ver seu bebê esticando o braço em direção a algum objeto, interpreta esse gesto alcançando o objeto à criança. A partir daí o gesto adquire significação, propiciando à criança que dela se aproprie e passe a operar com base nela. Assim, num outro momento, ela mesma utiliza-se do gesto na intenção de pedir a alguém que lhe dê algo que não esteja ao seu alcance. O cume desse processo se dá no momento em que a apropriação dos significados coincide com a criança orientando sua própria ação de forma consciente, através da mediação dos signos. → pensamento e linguagem (vygotsky): “A estrutura da linguagem não é um simples reflexo especular da estrutura do pensamento. Por isto o pensamento não pode usar a linguagem como um traje sob medida. A linguagem não expressa o pensamento puro. O pensamento se reestrutura e se modifica ao transformar-se em linguagem. O pensamento não se expressa na palavra, mas se realiza nela.” Com a apropriação dos signos, essas duas linhas se entrecruzam, formando o pensamento verbal e a fala significativa, ambos vistos aqui como síntese da contradição formada neste intercruzamento. Pensamento e linguagem são distintos e, no entanto, inseparáveis a partir do desenvolvimento histórico da consciência. → Bakhtin: o signo está intrinsecamente ligado com a situação social, assim como, o discurso verbal. Para ele, toda enunciação é um diálogo, mesmo que seja um sujeito individual, posto que,o enunciado pressupõe aqueles que o antecederam os que sucederão. Por ele entender que todo enunciado há sempre mais de uma voz, isso ilustra um caráter social. Na realidade, toda palavra comporta duas faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. Através da palavra, defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em relação à coletividade (BAKHTIN, 1981, p. 113). → auditório social específico. território comum do locutor e do interlocutor: a palavra liga uma pessoa a outra e cria-se um elo de toda a coletividade. A consciência é formada pelo conjunto dos discursos interiorizados pelo sujeito ao longo de sua trajetória, por um progressivo distanciamento da origem das vozes alheias, as quais se tornam próprias do sujeito. (bahktin) → Através destes discursos o homem aprende a ver o mundo e os reproduz em sua fala. Se a linguagem cria e sintetiza concepções de mundo, ela, ao mesmo tempo, é produto social e histórico. → produto da atividade prática do homem. SLIDE 5 REPRESENTAÇÕES SOCIAIS Forma de conhecimento, socialmente partilhada e elaborada, com um objetivo prático, e que contribui para a construção de uma realidade comum a um conjunto social. Atenção para: · O fato de serem compartilhadas · O fato de serem dinâmicas ▫ O sujeito é ativo no representar · A RS funciona como base da ação É individual (quem representa é um sujeito ativo no processo), mas ao mesmo tempo é social (porque é compartilhada). → Como se criam as Representações? Uma informação qualquer do meio é apreendida pelo indivíduo. Ao tomar conhecimento da informação, o indivíduo lhe dá um significado pessoal, através dos processos de Objetivação e Ancoragem. Essa compreensão pessoal é compartilhada socialmente, como forma de validação do conhecimento, e assim o conhecimento se difunde, às vezes de forma diferente da que tinha inicialmente. → Teoria estrutural das RS · Ancoragem (procuramos classificar) Na ancoragem nós tentamos ligar o desconhecido a algo conhecido, de modo a sabermos como lidar com aquilo. O exemplo mais lembrado é o da AIDS, que foi entendida como uma Peste, e mais especificamente ainda a uma Peste Gay. · Objetivação (procuramos tornar concreto, visível) Tentativa de ligar o desconhecido a um objeto conhecido, mas no sentido de visualizá-lo (algo como uma existência física, concreta). Exemplo do Pai, quando se fala de Deus (invisível). · Universo Reificado (UR): é o mundo do conhecimento científico, objetivo, teórico. É o conhecimento “oficial”. · Universo Consensual (UC): onde se situa o senso comum. No UR existem especificidades ligadas aos saberes, enquanto no UC todos seriam igualmente capazes de falar em nome do grupo. A passagem do conhecimento do UR para o UC se dá através da comunicação especializada, da mídia. Esta funcionaria como uma “intérprete” da linguagem científica, guiando o pensamento. Jean-Claude Abric propõe que se estude a RS a partir de sua estrutura, composta pelo Núcleo Central e pelas Periferias Próxima e Distante. · O Núcleo Central seria ligado às tradições culturais, sendo mais difícil a mudança. · A Periferia Próxima seria formada pelos elementos mais atuais. A mudança seria possível, embora difícil. · Já a Periferia Distante seria composta pelos elementos situacionais, do momento. Nossa forma de pensar/agir está ligada a esses elementos, sendo utilizados como base de significação conforme a situação. TEXTO 4 - PSICOLOGIA SOCIAL CONTEMPORÂNEA - REPRESENTAÇÕES SOCIAIS Tem duas origens: Durkheim e Lévi-Bruhl. A teoria das representações sociais (RS) pode ser considerada como uma forma sociológica da psi social. As RS são “teorias” sobre saberes populares e do senso comum, elaboradas e partilhadas coletivamente, com a finalidade de construir e interpretar o real. Por serem dinâmicas, levam os indivíduos a produzir comportamentos e interações com o meio, ações que, sem dúvida, modificam os dois. três níveis de análise das RS: · fenomenológico: as RS são um objeto de investigação. Esses objetos são elementos da realidade social, são modos de conhecimento, saberes do senso comum que surgem e se legitimam na conversação interpessoal cotidiana e têm como objetivo compreender e controlar a realidade social. · teórico: é o conjunto de definições conceituais e metodológicas, construtos, generalizações e proposições referentes às RS. · metateórico: é o nível das discussões sobre a teoria. Neste colocam-se os debates e as refutações críticas com respeito aos postulados e pressupostos da teoria, juntamente a uma comparação com modelos teóricos de outras teorias. POR QUE CRIAMOS AS RS? As criamos para definir o que é familiar e o que não é. Pois tendemos a rejeitar o que é estranho. E para assimilar o que não é familiar passam-se por dois processos de ancoragem e objetivação. Existem dois tipos diferentes de universos de pensamento: UC e UR. · UR: Universos Reificados. São mundos restritos, circulam as ciências, a objetividade, ou as teorizações abstratas. A sociedade é percebida como um sistema de diferentes papéis e classes, cujos membros são desiguais. · UC: Universos Consensuais. São as teorias do senso comum, encontram- se as práticas interativas do dia a dia e a produção de RS. A sociedade é vista como um grupo de pessoas que são iguais e livres, cada uma com possibilidade de falar em nome do grupo. Nenhum membro possui competência exclusiva O não familiar é gerado nas UR das ciências e transferidos ao UC no dia a dia. Ex.: jornalistas, políticos, professores. E para assimilar o que não é familiar passam-se por dois processos de ancoragem e objetivação. · Ancoragem: é o processo pelo qual procuramos classificar, encontrar um lugar, para encaixar o não familiar. Ex.: abrir as portas do manicômio. Quando determinado objeto, ou ideia, é comparado ao paradigma de uma categoria, ele adquire características dessa categoria e é reajustado para que se enquadre nela. Neste exemplo, a ideia destes aldeões sobre os idiotas, vagabundos ou epilépticos, foi transferida, sem modificação, aos doentes mentais. · Objetivação: é o processo pelo qual procuramos tornar concreto, visível, uma realidade. Procuramos aliar um conceito com uma imagem, descobrir a qualidade icônica, material, de uma ideia, ou de algo duvidoso. Ex.: Ao se chamar de “pai” a Deus, está-se objetivando uma imagem jamais visualizada (Deus), em uma imagem conhecida (pai), facilitando assim a ideia do que seja “Deus”. RS e ideologia: Se tomarmos, pois, ideologia como o uso de formas simbólicas para criar ou reproduzir relações de dominação, podemos concluir que as RS, pelo fato de serem formas simbólicas, podem ser ideológicas, mas não podemos deduzir isto a priori. Para dizer que uma RS é ideológica precisamos primeiro mostrar que ela serve em determinadas circunstâncias para criar ou reproduzir relações de dominação. SLIDE 6 IDEOLOGIA O termo Ideologia pode ser entendido de várias formas, então vamos organizar os entendimentos da seguinte maneira: Dimensão positiva/neutra – a Ideologia seria uma visão de mundo, um conjunto de ideias. —----------------------------------------------------------- Dimensão negativa – próxima a uma meia- verdade, produzida para enganar as pessoas e manter o estado social de desigualdade. Material, concreta – ideologia corporificada na ideia, no simbólico ou na instituição; Dinâmica, prática – ideologia como estratégia, como prática para criar e manter relações sociais. Ideologia material, concreta: Aparelhos Ideológicos de Estado (Althusser); Ideologia dinâmica, prática: qualquer relação social, pois as interações proporcionam significação para as experiências. material dinâmico positivo 1 2 negativo 3 4 A Psicologia Social Crítica vê a Ideologia como uma prática, evitando verificar a veracidade dos conceitos estabelecidos.O que importa são as consequências, e não a “verdade”. A Psi Social Crítica considera ainda a ideologia como Negativa, pois tem como objetivo a transformação de relações sociais desiguais. → Modo prático de tratar a ideologia Esta concepção nos afasta de um estudo das doutrinas filosóficas (abstrato) para o estudo das maneiras através das quais as formas simbólicas são usadas, orientando os indivíduos em certas direções. Assim, um fenômeno só é ideológico se serve para estabelecer e sustentar relações de dominação; Ele não é ideológico em si: para se determinar este caráter ideológico devemos analisar o contexto em que tal fenômeno se dá. → Implicações derivadas desta concepção 1 Ideologia como uma concepção crítica – a Ideologia é vista sempre como negativa. O fenômeno ideológico é enganador e ilusório. 2. Sentido e Formas Simbólicas – Formas Simbólicas são tudo aquilo a que se dá significado e sentido (ações, falas, gestos). Pode-se analisar as formas simbólicas de acordo com 5 dimensões: Intencional, Convencional, Estrutural, Referencial e Contextual. · Dimensão Intencional: a intenção de quem expressa o símbolo. · Dimensão Convencional: segue-se regras ou convenções de vários tipos. · Dimensão Estrutural: as formas simbólicas apresentam uma estrutura articulada. · Dimensão Referencial: as formas simbólicas representam algo, usam referências. · Dimensão Contextual: as formas simbólicas estão inseridas em contextos específicos, datados social e historicamente. 3. Poder e Dominação: poder é ligado à capacidade de se fazer algo; dominação é a expropriação de poder do outro, ou a negação de benefícios por quem detém mais poder. 4. Usos dos sentidos para estabelecer e sustentar relações de dominação, como nos exemplos da livre concorrência e do “rico é quem poupa”, que individualizam a culpa. TEXTO 5 - PSICOLOGIA SOCIAL CONTEMPORÂNEA - IDEOLOGIA A ideologia pode ser entendida de várias formas, portanto, se organizam-se da seguinte forma: dimensão positiva/neutra ----------------------------------- – horizontal dimensão negativa material;concreta | dinâmica; prática – verticalmente Linha horizontal: ideologia como algo positivo ou negativo. → positiva: um conjunto de valores, ideias, ideais, filosofias de uma pessoa ou grupo. Portanto, todas pessoas ou grupos sociais possuem sua ideologia, pois é impossível alguém não ter suas ideais, ideias ou valores próprios. → negativo (crítico): ideias distorcidas, enganosas, mistificadoras (meias-mentiras), como algo que ajuda a obscurecer a realidade. Expressando interesses dominantes que sustentam relações de dominação (manter estado social de desigualdade). Linha vertical: ideologia como algo materializado, corporificado ou como prática. - ideologias como sendo algo materializado, onde a ideologia está corporificada na própria ideia, na forma simbólica, ou mesmo concretizada numa instituição, como a escola ou a família - ideologia como modo e estratégia, onde a ideologia é vista como uma prática, uma maneira como as formas simbólicas servem para criar e manter as relações sociais entre pessoas → dimensão material/concreta: (Marx) “ideias da classe dominante” (Althusser) “aparelhos ideológicos de Estado”. Esses aparelhos são as instituições que são criadas no desenrolar da história, e que são frutos de tensões que se dão nas relações entre os homens, como por exemplo a escola, a família, as igrejas, os meios de comunicação social, as entidades assistenciais, etc. Para Althusser a ideologia está materializada nessas instituições, elas constituem a ideologia → dimensão dinâmica/prática: vista como uma determinada prática, um modo de agir ou se criar, produzir ou manter determinadas relações sociais. A operação da ideologia na vida humana envolve, fundamentalmente, a constituição e a padronização de como os seres humanos vivem suas vidas como iniciadores conscientes e reflexivos de ações num universo de significados... Nesse sentido, a ideologia constitui os seres humanos como sujeitos. → Qualquer relação social, pois as interações proporcionam a significação para as experiências. JUNTANDO AS DUAS LINHAS material dinâmico positivo 1 2 negativo 3 4 Cada uma tem seu teórico. No 1, vê-se a ideologia como algo positivo e material/concreto (Mannheim). 2 - Ideologia como positivo, mas como uma prática, veem a ideologia como uma maneira de se criar e manter as relações sociais, sejam elas de que tipo forem.. No quadrante 3 ideologia passa a ser algo negativo, mas algo concreto, como, por exemplo, “as ideias da classe dominante”, de Marx (1989). No caso de Althusser (1972), ideologia abrangeria tanto o 1 como o 3, pois uma escola, por exemplo, materializa a ideologia, mas pode ser tanto positiva, como negativa. No 4 teríamos ideologia como uma prática, mas não uma prática qualquer; deve ser uma prática que serve para criar, ou manter, relações assimétricas, desiguais, injustas. É exatamente essa a definição de John B. Thompson (1995), que, no nosso modo de ver, é o autor que melhor trata a problemática da ideologia. A Psicologia Social Crítica vê a Ideologia como uma prática, evitando verificar a veracidade dos conceitos estabelecidos. O que importa são as consequências, e não a “verdade”. → psi social considera como negativa e prática. ( UM MODO PRÁTICO DE SE TRATAR A IDEOLOGIA (LER ESSE TÓPICO DO TEXTO, N LI) Um fenômeno só é ideológico se serve para estabelecer e sustentar relações de dominação. → não é ideológico em si Por “formas simbólicas” se entende o amplo espectro de ações e falas, imagens e textos, que são produzidos por pessoas e reconhecidos por elas como contendo um significado. → o caráter significativo das formas simbólicas pode ser analisado através de quatro dimensões específicas, que são: · dimensão intencional: as formas simbólicas são expressões de um sujeito e para um sujeito. A intenção de quem expressa o símbolo. · dimensão convencional: a produção, construção, emprego e interpretação das formas simbólicas são processos que envolvem a aplicação de regras ou convenções de vários tipos. Segue-se regras ou convenções de vários tipos. · dimensão estrutural: as formas simbólicas são construções que exibem uma estrutura articulada. · dimensão referencial: são construções que representam algo de modo específico, referem-se a algo, dizem algo sobre alguma coisa. As formas simbólicas representam algo, usam referências. · dimensão contextual: formas simbólicas estão sempre inseridas em processos e contextos sócio- históricos determinados, dentro dos quais e por meio dos quais elas são produzidas, transmitidas e recebidas. SLIDE 7 → Sexo e gênero Sexo remete a características fisiológicas relativas à reprodução: órgãos sexuais, produção de células reprodutoras diferenciadas; O sexo biológico não determina, por si só, o desenvolvimento posterior, que é determinado pelo processo de socialização; A socialização produz o que chamamos de Gênero. Gênero sempre remete ao grupo social. Identidade de Gênero e Orientação Sexual. → Gênero Cada cultura tem seus modelos de referência para definir como os homens e as mulheres devem ser; Os papéis sociais de gênero são complementares; Além da diferença de gênero, tem-se uma hierarquia de gêneros na sociedade, que aponta a prevalência do modelo masculino sobre o feminino. Esta hierarquia se mantém em pequenos rituais sociais. → Hierarquia de gênero: A autoridade social é exercida nos papéis de pai e marido – a mulher é subordinada, e isso se reflete na concepção da inferioridade feminina; Esta situação perde força com a revolução sexual, mas a hierarquia de gêneros permanece, através da valorização de atributos considerados masculinos; Assim, mesmo as mulheres que ocupam posições de comando/chefia acabam por adotar estes atributos. Esta hierarquia é comumente explicada através de razões naturais, mas existem culturas com uma organização social diferente, o que evidencia que ela não é natural, mas sim construída socialmente;Para manter esta situação, naturalizando-a, adotam- se várias teorias e explicações, como por exemplo: · O homem caçador · Guerra e controle populacional → O homem caçador A hierarquia viria do fato de que a sobrevivência do homem primitivo se devia à caça, que era sua responsabilidade: A mulher dependia do homem para obter alimento, daí a subordinação; Os efeitos disto permaneceriam até hoje, na figura do homem provedor e da mulher cuidadora; As evidências atuais questionam esta teoria. → Guerra e controle populacional A guerra era comum, pela escassez de recursos; esta necessidade estimularia a agressividade masculina, necessária para as batalhas; Como “bônus” pelas vitórias, os homens tinham o direito de possuir as mulheres dos derrotados. As mulheres, não possuindo força suficiente para guerrear, eram socializadas para se submeterem aos homens ou para utilizar outras estratégias em lugar da força: a sedução, p. ex. → Ideologia e gênero? Importante reconhecer o que é determinado pela biologia humana e o que é construído pela sociedade. Desta forma, nos capacitamos para o (falso) debate da “ideologia de gênero”. As acusações sobre a ideologia de gênero distorcem diversos pontos dos estudos de gênero para compor uma narrativa que é, em si própria... Ideológica! TEXTO 6 - PSICOLOGIA SOCIAL CONTEMPORÂNEA - GÊNERO n li file:///C:/Users/clari/Downloads/2023424_114124_GE%CC%82NERO%20PSI%20SOCIAL%20CONTEMPORANEA-1.pdf 2º BIMESTRE 1 TRAVESTIS E TRANSEXUAIS NO MUNDO DO TRABALHO Por que não há espaço para travestis no ambiente de travalho? Embora não seja a realidade desse grupo, foi acompanhada a história de uma travesti chamada Fernanda, que possuía alta escolaridade e características procuradas pelo mercado de trabalho. o que se percebe é que, embora detivesse esses requisitos, sempre recebia uma negativa de contratação, vez que era travesti. Diante disso, refletiu-se sobre como, em sua maioria as travestis e transexuais pertencem a classes mais baixas o que agrava a situação. Logo, estudou-se a incorporação de travestis no mundo do travalho, notadamente formal. Já que a pesquisa pretende mudar esse estigma que esse grupo só exite no gueto. Sexo, gênero e cultura: a ótica queer Na lógiaca capitalista, o sexo e genero, bem como orientação sexual, são reduzidos a uma lógica binária dicotômica: lícito ou ilíciyo. Teoria queer: Ela traz no seu bojo a desconstrução de todas as categorias convencionais de sexualidade e gênero, pois questiona todos os textos e discursos ortodoxos sobre as funções e papéis do gênero e sexualidade no mundo moderno (PLUMMER, 2005). → pretende confrontar as ideias de que existe uma “normalidade” imposta pela realidade. → a teoria queer volta-se contra a legislação não voluntária da identidade (BUTLER, 2006) A imposição social das identidades sexuais revelou-se uma principal fonte de sofrimento dos entrevistados. Performatividade (BUTLER): A teoria quer vê o gênero desassociado da ideia voluntarista de representar um papel socialmente definido como masculino e feminino. A “sensação de ter nascido em um corpo errado” fez-se presente em todos discursos das entrevistas. Paradoxalmente, adirmam as travestis de “não terem contade de ser mulher” ou de terem orgulho de serem do sexo masculino. Se reconhecem como um indivíduo que subverte conceitos dicotômicos de gênero. Travestis e prostituição: em pesquisa um autor revelou que a chance de uma travesti ou transexual ser assasinada na rua é maior do que de gays e lésbicas, sendo que a maioria desse grupo também trabalha no mercado informal ou indústria do sexo. Sendo raro também as travestis que completam o ensino fundamental, pois são objetos de discriminação e violencia nas escolas. Logo, percebe-se a correlação entre violência e baixa qualificação profissional desse grupo. Rejeição (familiar e social); violência (extrapolação da primeira, pois narram agressões pelos parentes, professores, colegas e desconhecidos); e transitoriedade (dificuldade de estabelecer laços afetivos sólidos, exceto com a própria genitora, às vezes; também o próprio corpo, o lar, a cidade, a fuga, o policial, o cafetão e traficantes, todos transitórios). Poder simbólico e linguagem (bourdieu): maneira de falar, expressões que podem ser utilizadas, uso de gênero. → divisão de papéis e dominação masculina. “A grande maioria não teve acesso à escola e, consequentemente, estão excluídos do mercado de trabalho. Em geral, as travestis e transexuais têm baixa educação formal, saúde precária, baixa renda, ausência/instabilidade de emprego e condições precárias de moradia. No Brasil, a miséria e a violência experimentadas por esses indivíduos são cruciais para decidir o seu destino: a grande maioria se prostitui e, os que conseguiram entrar no mercado de trabalho formal, exercem funções operacionais; mesmo assim, são vítimas de agressões, violência e intolerância por parte de seus colegas de trabalho, inclusive nas empresas que afirmam possuir políticas de diversidade e respeito às diferenças.” 2 ANÁLISE SOCIOANTROPOLÓGICA DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA Das 12 adolescentes entrevistadas, oito delas tiveram a primeira experiência sexual entre 12 e 15 anos, tendo ocorrido no contexto do namoro, um contraste em relação aos três rapazes que tiveram a primeira experiência mais cedo, entre 11 e 13 anos. Primeira relação desprotegida e papel de gênero. Sobressai a lógica hierárquica de gênero, pois, sendo a camisinha de domínio masculino, compete ao homem a decisão sobre usá-la ou não. A expressão “só uso camisinha com as mulheres que não conheço” (Pedro, 16 anos, parceiro de Aline), é emblemática nesse sentido. Assim, quando o relacionamento atinge o estágio do “namoro” ou “namoro firme ", prevalece o não uso da camisinha, atitude que denota valores correspondentes à fidelidade e confiança entre os parceiros. representação da virgindade como dádiva: Nos relatos das mesmas, a primeira experiência aparece formulada em termos de uma “entrega”, cuja legitimidade ocorre no âmbito de uma relação afetiva já consolidada (o namoro), concretizada a partir da apresentação do parceiro à família, seguida do “pedido” em namoro. Chá de bebê e caráter positivo da gravidez. Recepção pelos colegas da escola e admiração. A ênfase nos estudos mostrou-se recorrente nas falas das meninas e expressou-se em afirmações do tipo “o estudo é tudo, pois disso depende o meu futuro e o futuro do meu filho”; Os parceiros. Não obstante a expectativa social do papel masculino de provedor impor aos parceiros a responsabilidade material, mesmo que parcial em relação à criança, tal atitude não se estende à garota. ‘ Entre o universo pesquisado, “assumir a paternidade” do ponto de vista social e material denota maturidade e responsabilidade, “atitude de macho”. É dessa perspectiva que eles se vêem e são vistos pelo grupo, persistindo um modelo de comportamento da lógica tradicional de gênero. Quando a paternidade não é assumida. Nos casos narrados houve um único. Caso que não namorava e manteve em silêncio sobre a gravidez na escola. Maternidade, mudança de status e projeto de mobilidade social. Nas narrativas das adolescentes esse episódio foi, por diversas vezes, referido como parte de um projeto de vida, uma espécie de “passaporte” para entrar na vida “adulta” e ser reconhecida pela família e por colegas da escola como tal. As mãe pretendem ascender na vida, buscando profissões diferentes das suas mães. Logo, a maternidade nesse sentido constitui um reforço ao projeto de ascensão social, pois é a partir dela que os esforços passam a se concentrar na vontade de ser alguém na vida para garantir um futuro melhor aos filhos 3 VIOLÊNCIA E LOUCURA SLIDE → A história da loucura Até a idade média, os loucos eram tratados como diferentes, pessoas que tinham contato com algo que as pessoas comuns não conseguem ver - o transcendental. Na Idade Moderna isso muda: os corpos precisam ser disciplinados para produzir capital. O modelohospitalocêntrico estimula a exclusão e o abandono, ao desestimular visitas, contatos e desumanizar o paciente. → O hospício atende, no mínimo, a 4 interesses: · Ideológico: higienismo psiquiátrico · Econômico: exclusão do improdutivo e a liberação do familiar que o cuidaria · Político: opositores sendo internados · Lucrativo Logo, como ressocializar a pessoa retirando-a do convívio social? → Atualmente, busca-se substituir os hospícios por uma rede de apoio que não retire completamente a pessoa de seu meio social. Tal iniciativa merece reflexão, pois ela pode estar mascarando uma outra forma de violência contra o louco: será que este modelo está comprometido com o bem-estar do paciente ou apenas com a demanda da sociedade que não sabe o que fazer com “louco” (e isso contribuiría mais uma vez com uma exclusão do diferente)? → O trabalhador desta área tende a justificar a violência a partir do comportamento do louco, ignorando o papel da instituição e o da própria sociedade na emissão desses comportamentos. Interessante notar que quando nos colocamos na defesa deste outro excluído pela sociedade, somos igualados de certa forma a ele, e sofremos certas sanções sociais: olhares tortos, comentários depreciativos, piadinhas e expressões faciais de desagrado ou desaprovação, dentre outros. 4 PSICOLOGIA E AS ORGANIZAÇÕES PRISIONAIS SLIDE → Instituições prisionais e seus dilemas Distância entre o discurso e a prática profissional, a partir das contradições existentes na instituição. Recursos comumente limitados - não por acaso. Dois objetivos da prisão: custódia e reabilitação: são comumente buscados por grupos diferentes criando antagonismo Há ainda o objetivo da prevenção do crime por meio da ameaça que a prisão representa. → Dilemas da ressocialização Constituição de uma identidade: · transgressor · infrator · delinquente A coerção, usada para controlar os internos, têm efeitos colaterais, como o contracontrole. A prisão tem regras próprias de funcionamento que a pessoa apenada precisa aprender. Dupla aculturação prisional: “escola do crime” e ser um “bom preso”. → violência, prisões e tendências Os valores trabalhados no processo de reinserção são condizentes com a sociedade real? “ajustamentos secundários” (pequenas transgressões) para lidar com a situação. Os internos buscam meios de suportar sua situação, ao passo que, os agentes buscam minimizar os riscos ao sistema. Despersonalização constante no espaço prisional. Como reinserir o indivíduo em uma sociedade que o exclui? → O que se considera na prisão é o comportamento - se o interno se comporta de forma adequada, deixamos de lado outros aspectos. O apenado se torna depositário dos moldes sociais, nos levando a ignorar outras ações nocivas à sociedade (sonegação, corrupção, etc.) → Desafios e possibilidades para a psicologia. · Tamanho das instituições afeta o êxito da reinserção social, é preciso reduzi-las. · Valor das penas alternativas, que se assemelham em parte às ações terapêuticas. · Trabalho com egressos urgente e necessário. · Talvez o maior desafio seja trazer o saber produzido na academia para a realidade prisional. · Buscamos redirecionar o comportamento do apenado, mas e quanto à sociedade que produz este comportamento? 5 PSICOLOGIA E SAÚDE: ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA ATENÇÃO BÁSICA DO SUS E PSICOLOGIA SOCIAL SLIDE → Percurso da psicologia Áreas iniciais: clínica, escolar, industrial e magistério; A clínica ainda permanece hegemônica, mas a psicologia tem se inserido em diversos espaços, como a saúde pública; Essa inserção se dá nas UBS e nos CAPS/NAPS, a partir da noção de atenção integral à saúde; Essa noção deriva de uma ressignificação da doença, que passa a ser vista como um processo complexo e multifatorial; A psicologia da saúde se ocupa do desenvolvimento da saúde, numa lógica de prevenção e promoção. Embora a psicologia esteja ligada à saúde há muito tempo, a sua inserção na atualidade permite afirmar a emergência de um novo saber. A psicologia social crítica possibilita uma visão mais abrangente da saúde, por considerar a pessoa e seu contexto social e histórico. Desta forma, a ação da psicologia da saúde se inscreve no tecido social, na comunidade, sendo assim uma psicologia social da saúde. Esta psicologia social da saúde é comprometida com os direitos sociais, em uma perspectiva coletiva. A atuação se dá principalmente nos serviços de atenção primária à saúde; Focaliza a prevenção da doença e a promoção da saúde, e incentiva os atores sociais envolvidos a buscarem a transformação do ambiente em que vivem; A atenção primária à saúde apresenta quatro temas recorrentes, e se estes temas receberem a devida atenção, pode-se obter melhorias consideráveis na saúde da população: · Saúde Reprodutiva, · Saúde das Crianças, · Adolescentes e · Idosos. → Saúde Reprodutiva: a psicologia pode abordar questões ligadas a: · Práticas sexuais de risco; · Gravidez precoce; · Aborto induzido; · Comportamentos de risco para a gravidez; · Preparação da família para a chegada do bebê; · Comportamentos ligados à parentalidade; Estas questões podem ser trabalhadas através de grupos com os atores sociais envolvidos. → Saúde da Criança: a psicologia pode abordar questões ligadas a: · Ambiente doméstico prejudicial; · Maus tratos à criança; · Dificuldades de aprendizagem; Pode-se trabalhar estas questões através de grupos com as crianças, criando um espaço de acolhimento para que elas possam falar sobre suas situações e elaborar maneiras de lidar com isso. → Adolescentes: a psicologia pode abordar questões ligadas a: · Início da vida sexual; · Gravidez indesejada; · Consumo de álcool e outras substâncias; · Dificuldades familiares e/ou sociais. Pode-se trabalhar estas questões através de palestras, formação de grupos ou trabalho individual, se necessário. → Idosos: a psicologia pode abordar questões ligadas a: · Distância (não só física) dos familiares; · Solidão; · Morte do cônjuge ou amigos próximos; · Aumento das limitações físicas; · Tempo ocioso; · Diminuição da autoestima. Pode-se trabalhar estas questões através de palestras, formação de grupos ou trabalho individual, se necessário. Assim, a psicologia na ESF (estratégia de saúde de família - aplicada na atenção básica) busca atuar junto à comunidade, difundindo informação sobre saúde mental, e também: · Identificar pessoas com doenças orgânicas crônicas e comprometimentos emocionais que demandem assistência psicológica; · Possibilitar espaço terapêutico de trocas de experiências, desenvolvendo potencialidades com vistas a atender às necessidades; · Estimular a reflexão e a troca de informações com a equipe sobre a população atendida e facilitar a avaliação e a evolução clínica. A formação em psicologia tem privilegiado o modelo clínico, deixando em segundo plano (ou mesmo desconsiderando) o contexto social. Para dar conta da realidade que se apresenta, é preciso romper o paradigma positivista que pauta a formação em psicologia em diversas instituições. 6 PSICOLOGIA SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS: UMA REVISÃO CONTEXTUALIZADA SLIDE PSICOLOGIA SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS → Os novos movimentos sociais rompem com a lógica verticalizada, criando relações democráticas de estruturação do poder; Se baseiam na subjetividade, na afetividade e na cultura. Articulam a esfera privada (discriminações e estigmas) com a esfera pública (criação de espaços de sociabilidade e reconhecimento mútuo). Os movimentos sociais antigos se concentravam no controle do poder e na organização do trabalho. → O Estado é diferente da sociedade que o sustenta. Isto pois, a sociedade é flexível e o Estado é rígido. O Estado não representa toda a sociedade, de fato, ele representa apenas a classe dominante, e impõem a visão de mundo dela às classes dominadas (lembra do conceito de ideologia concreta) A resistência das classes dominadas passa pela ação coletiva e organizada. Essa organização configura os movimentossociais como porta vozes de grupos sociais minoritários. → A psicologia social psicológica destaca a relação entre categorias sociais e identidades sociais. A inclusão em um movimento de semelhantes poderia diminuir a sensação de injustiça trazida pela desigualdade social. A psi social psicológica tem estudado movimentos sociais, mas com o intuito de controlá-los. A psicologia social crítica, busca compreender o papel dos movimentos sociais na formação da subjetividade. → Os movimento sociais estão na base da formação das identidades coletivas, a partir do pertencimento a estes grupos. As mobilizações da sociedade civil organizada rompem a rotina e reafirmam papéis sociais não hegemônicos, se posicionando como ritos sociais. Os ritos transmitem informações sobre os atores: visão de mundo, pensamentos, ideias, crenças… A potência desses ritos permite a discussão de temas polêmicos, como descriminalização das drogas, aborto… → O sucesso de um movimento social depende: · Sua capacidade de expressar as subjetividades que o compõem · Do quanto ele se coloca como veículo para solução dos problemas de um grupo → As pessoas se organizam em coletivos sociais a partir de algumas razões, tais como: · sentimento de injustiça: a sensação de que o retorno pela colaboração é desproporcional leva as pessoas a se unirem para questionar. · eficácia de grupo: crença de que o coletivo possui mais força do que o individual. O cinismo político tem papel fundamental nessa razão. · identidade social: percepção de participação em determinado grupo social, o que favorece o engajamento desse grupo. · afetividade: a filiação a grupos e a protestos não é apenas racional. → A Marcha das Vadias surge no Canadá em 2011, como resposta a um policial que afirmou que mulheres que se vestem como vadias são responsáveis pelos ataques sexuais que sofrem. - A Marcha das Margaridas conta com mulheres trabalhadoras rurais que caminham na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. - Paradas do Orgulho LGBT buscam dar visibilidade a esta população de maneira festiva, demarcando um território simbólico. → Em 1978 surge o Movimento Negro Unificado, que buscava a desmistificação da democracia racial, o enfrentamento à violência policial, a internacionalização da luta antirracista e a introdução da história da África e dos negros nos livros de história. - A Marcha Zumbi (1995) pretende dar visibilidade a demandas da população negra no Brasil. - Pode-se dizer que este movimento obteve algum êxito, na medida em que não se pode mais negar a existência das demandas desta população ou o racismo que sofrem. Concluindo… → A luta dos movimentos sociais é necessária para transformar uma visão social de “problemas de um grupo particular” para “injustiças a se combater”. → A existência e a efetividade dos movimentos sociais fortalece a democracia, mas, paradoxalmente, uma democracia desenvolvida desestimula esses movimentos. image3.png image2.png image1.png