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Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com 2 @dedaaladim SumÁrio 3Aula 10 - Primeiro Reinado 8Aula 11 - Período Regencial 12Aula 12 - Revoltas Regenciais 13Aula 13 - Segundo Reinado 20 Aula 14 - Guerra do Paraguai (1865-170) 25Aula 15 - Escravidão no Brasil 32Aula 16 - Proclamação da República 35Exercícios 61Gabarito 62Tabela Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 3 @dedaaladim Aula 10 PRIMEIRO REINADO Se a independência começou com o apoio das elites locais, elas tiveram um tombo inicial pelo recém imperador Dom Pedro I, quando ele dissolveu a Assembleia Constituinte, mandou prender vários deputados e escolheu ele próprio um novo grupo para fazer a primeira Constituição brasileira. O imperador usou as palavras do rei absolutista Luís XIV e dizendo que queria uma constituição “digna dele”, o que basicamente significava que ele queria uma constituição que desse a si próprio poderes especiais, tal qual os monarcas absolutistas europeus. Dessa forma, o projeto de constituição que não rolou em 1823, ficou conhecido como “Constituição da Mandioca”, e a primeira lei brasileira foi OUTORGADA, ou seja, imposta pelo Rei ao povo. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 4 @dedaaladim CONSTITUIÇÃO DE 1824 • Definiu o governo como monárquico, hereditário e constitucional. • O Império teria uma nobreza, mas não uma aristocracia – existiriam títulos concedidos pelo Imperador (barão, duque, conde, etc) mas eles não seriam hereditários. • Religião Católica Romana como oficial. • VOTO INDIRETO E CENSITÁRIO: Indireto porque os eleitores votavam em um corpo eleitoral e esse corpo eleitoral que elegia os deputados. Censitário porque só podia ser votante, deputado ou senador quem atendesse a alguns requisitos, inclusive tivesse determinada RENDA. Ou seja, apenas os ricos teriam direitos políticos. • Analfabetos podiam votar (desde que cumprissem os demais requisitos). • Mulheres excluídas. Capa da Constituição de 1824 Na imagem D. Pedro I e a coroa imperial do Brasil. Artista: Henrique José da Silva. 1825 • O país foi dividido em províncias cujos presidentes seriam nomeados pelo Imperador. • Os senadores eram vitalícios e nomeados pelo imperador. • Conselho de estado: composto por homens escolhidos pelo rei, tinham que ser maiores de 40 anos – muito para a época – e com fortuna maior que 800.000 réis, o que era bastante dinheiro. • PODER MODERADOR: baseado na ideia de Benjamin Constant de que o poder executivo deveria ser separado do poder imperial. A pessoa do imperador foi considerada inviolável e sagrada, não estando sujeita a responsabilidade alguma. Ele nomeava senadores, podia dissolver a Câmara e convocar eleições para renová-la e além de poder APROVAR OU VETAR as decisões da câmara e do senado. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 5 @dedaaladim CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR (1824): Um movimento republicano e separatista, que começou por conta do autoritarismo de D. Pedro e porque ele elegeu um presidente de província indesejado pelas elites regionais. Nada mais do que seis províncias apoia a rebelião: Pernambuco, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e Pará. A repressão foi violentíssima, com centenas de mortos e muitos condenados à pena de morte, inclusive o clérigo Frei Caneca, muito amado pela população. Tecnicamente, o Império venceu, mas a reputação do imperador se enfraqueceu. Combate entre rebeldes e legalistas na luta dos Afogados. Exército Imperial do Brasil ataca as forças confederadas no Recife, 1824. Leandro Martins - NOSSA HISTÓRIA. Year 3 issue 35. São Paulo: Vera Cruz, 2006. Bandeira da Revolta da Confederação do Equador GUERRA CISPLATINA (1825) A província cisplatina (atual Uruguai) nunca quis fazer parte do Brasil, e em 1825 se rebelou pois queria ser incorporada às Províncias Unidas do Rio da Prata (futura Argentina). Dom Pedro secou os cofres públicos reagindo a esse conflito porque ele acreditava que derrotar os argentinos seria um exemplo que acabaria com todos os movimentos separatistas e ideias republicanas do país. Houve guerra entre Brasil e Buenos Aires, e o Brasil foi aniquilado nas batalhas. A Inglaterra, infeliz que o conflito paralisou o comércio da região, mediou um tratado e no final das contas a cisplatina não ficou nem com Brasil nem com Argentina, e assim surgiu o URUGUAI como país independente. Também foi liberada a navegação do Rio da Prata e seus afluentes, o que interessava à Inglaterra e ao Brasil. Morte do Coronel Brandsen durante a Batalha de Ituzaingó. Augusto Ballerini. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 6 @dedaaladim A guerra não apenas empobrece o governo, mas faz o exército ficar ainda mais insatisfeito com o imperador, não só porque houve recrutamento da população à força para lutar na guerra, mas porque tinham muitos portugueses em postos militares altos. Além disso, o exército era majoritariamente composto pela população simples, que sofriam com as más condições de vida e atraso do salário. Batalha de Sarandi, Juan Manuel Blanes. FATOR AGRAVANTE: a imagem PESSOAL de Dom Pedro I não era boa. Ele era tido como agressivo e raivoso, e traía publicamente sua esposa Leopoldina, que era muito popular entre a população. Quando seu pai morreu, Pedro I pôde escolher entre voltar para Portugal e ser rei lá ou ficar aqui, e abdicou do trono de Portugal para sua filha, que mesmo sendo criança estava prometida em casamento para seu irmão. Mas esse irmão acabou dando um golpe de Estado e começou uma guerra de sucessão em Portugal. Então, para os brasileiros, Dom Pedro I se envolvia demais com assuntos portugueses e isso os desagradava. Em 1831, a situação piorou. O imperador voltava de uma viagem a Minas Gerais (onde não tinha sido bem recebido) e os portugueses decidiram fazer festas em sua homenagem para mostrar apoio. Houve reação dos brasileiros, que começaram 5 dias de tumulto, incluindo a famosa NOITE DAS GARRAFADAS, quando os brasileiros atacaram os portugueses com garrafas e cacos de vidro. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 7 @dedaaladim Houve protestos e até mesmo os comandantes militares mais famosos (como o futuro Duque de Caxias) apoiaram a revolta. Dom Pedro abdicou do trono no dia 7 de abril de 1831, deixando o trono com seu filho de 5 ANOS e José Bonifácio como tutor. Pedro voltou para Portugal, lutou no conflito de sucessão e conseguiu recuperar o trono do irmão golpista. Logo, em Portugal, ele é conhecido como o rei que livrou o país de um tirano absolutista, enquanto no Brasil ele mesmo foi um absolutista odiado pela população. Dom Pedro I, Imperador. Antônio Joaquim Franco Velasco,1826. Dona Leopoldina de Habsburgo. Luiz Schlappriz Correspondência enviada por D. Pedro para sua então Amante Domitila, a Marquesa de Santos. Enviada um ano após a morte de sua primeira esposa. Marquesa de Santos, em torno dos 31 anos de idade, ostentando a faixa da Ordem Real de Santa Isabel. Francisco Pedro do Amaral c. 1829. Segundo casamento de Pedro 1, com Amélia. Ao lado do imperador estão seus filhos do primeiro casamento: Pedro, Maria da Glória, Januária e Francisca. Jean-Baptiste Debret. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 8 @dedaaladimtrepidação e pela inquietação. (Gilberto Freyre. Sobrados e mucambos. Apud: Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling. Brasil: uma biografia, 2018.) O texto trata do período das Regências no Brasil (1831-1840). Entre as tensões que o caracterizaram, é possível citar mobilizações e rebeliões de caráter regionalista, como a : a) Sabinada, e sociais, como os protestos anarquistas em São Paulo. b) Farroupilha, e étnico-religiosas, como a Revolta dos Malês. c) Revolução Constitucionalista, e de gênero, como a luta pelo voto feminino. d) Confederação do Equador, e trabalhistas, como a greve geral no Rio de Janeiro. e) Conjuração Baiana, e emancipacionistas, como a Inconfidência Mineira. 27 - (ENEM Libras 2017) Constituição Política do Império do Brasil (de 25 de março de 1824) Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organização política, e é delegado privativamente ao Imperador, como Chefe Supremo da Nação, e seu Primeiro Representante, para que incessantemente vele sobre a manutenção da independência, equilíbrio e harmonia dos demais Poderes Políticos. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 18 abr. 2015 (adaptado). A apropriação das ideias de Montesquieu no âmbito da norma constitucional citada tinha o objetivo de: a) expandir os limites das fronteiras nacionais. b) assegurar o monopólio do comércio externo. c) legitimar o autoritarismo do aparelho estatal. d) evitar a reconquista pelas forças portuguesas. e) atender os interesses das oligarquias regionais. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 50 @dedaaladim 28 - (UECE 2022) A derrota na Guerra da Cisplatina, o assassinato do jornalista Líbero Badaró e a Noite das Garrafadas foram: a) motivos que levaram ao fim o Governo Regencial do Padre Antônio Feijó, líder político que havia sido ministro da Justiça no reinado de D. Pedro I. b) causas que levaram ao golpe militar que derrubou o reinado de D. Pedro II e estabeleceu o regime republicano no Brasil. c) razões que proporcionaram as condições necessárias à declaração de independência, pelo príncipe regente D. Pedro, com apoio das elites brasileiras. d) eventos que impactaram negativamente na reputação do imperador D. Pedro I e levaram à sua abdicação ao trono, pondo fim ao primeiro reinado. 29 - (ENEM Libras 2017) Na segunda metade do século XIX, a capoeira era uma marca da tradição rebelde da população trabalhadora urbana na maior cidade do Império do Brasil, que reunia escravos e livres, brasileiros e imigrantes, jovens e adultos, negros e brancos. O que mais os unia era pertencer aos porões da sociedade, e na última escala do piso social estavam os escravos africanos. SOARES, C. E. L. Capoeira mata um. In: FIGUEIREDO, L. História do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013. De acordo com o texto, um fator que contribuiu para a construção da tradição mencionada foi a: a) elitização de ritos católicos. b) desorganização da vida rural. c) redução da desigualdade racial. d) mercantilização da cultura popular. e) diversificação dos grupos participantes. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 51 @dedaaladim 30 - (UNESP 2021) Artigo 1° – Todos os escravos, que entrarem no território ou portos do Brasil, vindos de fora,ficam livres [...]. Artigo 2° – Os importadores de escravos no Brasil incorrerão na pena corporal do artigocento e setenta e nove do Código Criminal, imposta aos que reduzem à escravidão pessoaslivres [...]. (Lei de 7 de novembro de 1831. https://camara.leg.br.) A Lei de 7 de novembro de 1831, também conhecida como “Lei Feijó”,: a) proporcionou a imediata superação da escravidão no Brasil, que se consolidou com a entrada maciça de imigrantes europeus a partir da década de 1870. b) teve efeito reduzido, pois o tráfico internacional de escravos e a entrada de mão de obra africana no território brasileiro persistiram nos governos sucessivos do país até a metade do século XIX. c) foi promulgada por pressão da Coroa inglesa, que determinou que navios britânicos apreendessem todas as embarcações suspeitas de tráfico de escravizados. d) proibiu a escravidão no Brasil, embora a escassez de mão de obra assalariada tenha levado à manutenção do emprego de mão de obra de escravizados até a década de 1880. e) resultou da guinada ocorrida no Período Regencial, quando o Brasil assumiu diretrizes liberais e ilustradas na condução da política econômica e no reconhecimento dos direitos humanos. 31 - (Enem PPL 2019) O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) reuniu historiadores, romancistas, poetas, administradores públicos e políticos em torno da investigação a respeito do caráter brasileiro. Em certo sentido, a estrutura dessa instituição, pelo menos como projeto, reproduzia o modelo centralizador imperial. Assim, enquanto na Corte localizava-se a sede, nas províncias deveria haver os respectivos institutos regionais. Estes, por sua vez, enviariam documentos e relatos regionais para a capital. DEL PRIORE, M.; VENÂNCIO, R. Uma breve história do Brasil. São Paulo: Planeta do Brasil, 2010 (adaptado). De acordo com o texto, durante o reinado de D. Pedro II, o referido instituto objetivava: a) construir uma narrativa de nação. b) debater as desigualdades sociais. c) combater as injustiças coloniais. d) defender a retórica do abolicionismo. e) evidenciar uma diversidade étnica. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 52 @dedaaladim 32 - (IFCE 2019) Sobre a Confederação do Equador é correto afirmar-se que: a) limitou-se à ação de lideranças e populares pernambucanos, causa maior do seu insucesso b) insatisfeitos com as tentativas de negociação do império, os revoltosos buscaram criar uma nova constituição mais democrática, mas que continuava reafirmando seu caráter monarquista. c) foi uma das mais significativas revoltas do Segundo Reinado d) buscava a construção de um estado independente, com capital em Recife, criticava a centralização do poder exaltados pelo absolutismo, conservadorismo e autoritarismo do monarca. e) Frei Caneca foi um grande aliado de D. Pedro I, o que contribuiu para o fim do movimento separatista e a vitória do imperador. 33 - (Enem PPL 2018) 34 - (IFBA 2015)) O ponto de partida para o nascimento de uma cozinha brasileira foi o livro de receitas Cozinheiro Imperial, de 1840. Estimulava a nobreza e os ricos a acrescentarem ingredientes e pratos locais em suas festas. A princesa Isabel comemorou as bodas de prata com um banquete no qual foram servidos bolo de mandioca e canja à brasileira. RIBEIRO, M. Fome imperial: Dom Pedro II não era um gourmet, mas ajudou a dar forma à gastronomia brasileira. Aventuras na História, mar. 2014 (adaptado). O uso da culinária popular brasileira, no contexto apresentado, colaborou para: a) enfraquecer as elites agrárias. b) romper os laços coloniais. c) reforçar a religião católica. d) construir a identidade nacional. e) humanizar o regime escravocrata. “Neste país, que se presume constitucional e onde só deverão ter ação poderes delegados, responsáveis, acontece por defeito do sistema que só há um poder ativo, onímodo, onipotente, perpétuo, superior a lei e à opinião, e esse é justamente o poder sagrado, inviolável e irresponsável.” (Trecho do Manifesto Republicano, publicado no jornal A República, do Rio de Janeiro, em dezembro de 1870). A crítica apresentada pelo Manifesto Republicano de 1870 pode ser associada: a) ao despotismo de Dom Pedro II, no desrespeito à Constituição imperial. b) aos amplos e ilimitados poderes garantidos ao imperador pelo Poder Moderador. c) à irresponsabilidade de Dom Pedro II no trato com o dinheiro e comas finanças públicas. d) ao estado de corrupção e fraudes que envolvia Dom Pedro II e grande parte de seus assessores. e) aos prejuízos econômicos do país nas negociatas que D. Pedro II realizou com a Inglaterra. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 53 @dedaaladim 35 - (Enem 2019) 36 - (Enem 2018) Art. 90. As nomeações dos deputados e senadores para a Assembleia Geral, e dos membros dos Conselhos Gerais das províncias, serão feitas por eleições, elegendo a massa dos cidadãos ativos em assembleias paroquiais, os eleitores de província, e estes, os representantes da nação e província. Art. 92. São excluídos de votar nas assembleias paroquiais: I. Os menores de vinte e cinco anos, nos quais se não compreendem os casados, os oficiais militares, que forem maiores de vinte e um anos, os bacharéis formados e os clérigos de ordens sacras. II. Os filhos de famílias, que estiverem na companhia de seus pais, salvo se servirem a ofícios públicos. III. Os criados de servir, em cuja classe não entram os guarda-livros, e primeiros caixeiros das casas de comércio, os criados da Casa Imperial, que não forem de galão branco, e os administradores das fazendas rurais e fábricas. IV. Os religiosos e quaisquer que vivam em comunidade claustral. V. Os que não tiverem de renda líquida anual cem mil réis por bens de raiz, indústria, comércio, ou emprego. BRASIL. Constituição de 1824. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 4 abr. 2015 (adaptado). De acordo com os artigos do dispositivo legal apresentado, o sistema eleitoral instituído no início do Império é marcado pelo(a): a) representação popular e sigilo individual. b) voto indireto e perfil censitário. c) liberdade pública e abertura política. d) ética partidária e supervisão estatal. e) caráter liberal e sistema parlamentar. A poetisa Emília Freitas subiu a um palanque, nervosa, pedindo desculpas por não possuir títulos nem conhecimentos, mas orgulhosa ofereceu a sua pena que “sem ser hábil, é, em compensação, guiada pelo poder da vontade”. Maria Tomásia pronunciava orações que levantavam os ouvintes. A escritora Francisca Clotilde arrebatava, declamando seus poemas. Aquelas “angélicas senhoras”, “heroínas da caridade”, levantavam dinheiro para comprar liberdades e usavam de seu entusiasmo a fim de convencer os donos de escravos a fazerem alforrias gratuitamente. MIRANOA, A. Disponível em: www.opovoonline.com.br. Acesso em: 10 jun. 2015. As práticas culturais narradas remetem, historicamente, ao movimento a) feminista. b) sufragista. c) socialista. d) republicano. e) abolicionista. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 54 @dedaaladim 37 - (Enem 2015) TEXTO I Em todo o país a lei de 13 de maio de 1888 libertou poucos negros em relação à população de cor. A maioria já havia conquistado a alforria antes de 1888, por meio de estratégias possíveis. No entanto, a importância histórica da lei de 1888 não pode ser mensurada apenas em termos numéricos. O impacto que a extinção da escravidão causou numa sociedade constituída a partir da legitimidade da propriedade sobre a pessoa não cabe em cifras. ALBUQUERQUE. W. O jogo da dissimulação: Abolição e cidadania negra no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 2009 (adaptado). TEXTO II Nos anos imediatamente anteriores à Abolição, a população livre do Rio de Janeiro se tornou mais numerosa e diversificada. Os escravos, bem menos numerosos que antes, e com os africanos mais aculturados, certamente não se distinguiam muito facilmente dos libertos e dos pretos e pardos livres habitantes da cidade. Também já não é razoável presumir que uma pessoa de cor seja provavelmente cativa, pois os negros libertos e livres poderiam ser encontrados em toda parte. CHALHOUB, S. Visões da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na Corte. São Paulo: Cia. das Letras, 1990 (adaptado). Sobre o fim da escravidão no Brasil, o elemento destacado no Texto I que complementa os argumentos apresentados no Texto II é o(a): a) variedade das estratégias de resistência dos cativos. b) controle jurídico exercido pelos proprietários. c) inovação social representada pela lei. d) ineficácia prática da libertação. e) significado político da Abolição. 38 - (FGV 2021) A Constituição de 1824 não tinha nada de parlamentarista. De acordo com seus dispositivos, o Poder Executivo era chefiado pelo imperador e exercido por ministros de Estado livremente nomeados por ele. A prática parlamentarista foi se desenhando a partir de 1847. Naquele ano, um decreto criou o cargo de presidente do Conselho de Ministros, indicado pelo imperador. Essa personagem política passou a formar o ministério cujo conjunto constituía o Conselho de Ministros, ou gabinete, encarregado do Poder Executivo. Para manter-se no governo, o gabinete devia merecer a confiança, tanto da Câmara como do imperador. (Boris Fausto. História do Brasil, 2012. Adaptado.) Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 55 @dedaaladim O sistema de governo do Segundo Reinado brasileiro era entendido e propagado, no seu período de vigência, como parlamentarista. Esse sistema funcionou, de 1847 a 1889, com: a) divergências entre o partido Liberal e o Conservador sobre a legitimidade do regime monárquico na América Latina. b) composição de gabinetes ministeriais sem a maioria política na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. c) oposições anticonstitucionais do governo monárquico às deliberações das Assembleias de representantes políticos. d) formação pela monarquia de maiorias partidárias por meio de dissoluções frequentes da Câmara dos Deputados. e) rodízio, no poder ministerial, de agremiações políticas de representantes de grupos sociais antagônicos. 39 - (FUVEST 2021) A economia do Império do Brasil foi caracterizada por: a) Prevalecimento do trabalho assalariado imigrante e investimentos estatais na indústria primária. b) Desenvolvimento de relações comerciais e diplomáticas com países americanos, em detrimento das relações com os países europeus. c) Conjugação entre desenvolvimento agrícola e industrial, responsável por tornar o Brasil a 42 maior economia do mundo. d) Crescimento progressivo da dívida externa e preponderância de uma economia agroexportadora. e) Redução contínua do tráfico de escravos e políticas públicas voltadas à alfabetização e capacitação profissional de trabalhadores pobres. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 56 @dedaaladim 40 - (UFU 2020) Os fazendeiros paulistas não se voltaram para o imigrante porque acreditavam nas virtudes ou na maior rentabilidade do trabalho livre, mas porque a alternativa do escravo desaparecia e era preciso dar uma resposta ao problema. Em 1887, menos de um ano da abolição, São Paulo figurava em terceiro lugar na população escrava das províncias, com 107.329 cativos, vindo, em primeiro, Minas Gerais (191.952) e, em segundo, o Rio de Janeiro (162.421). FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995. p. 203. (Adaptado) Sobre o processo migratório para o Brasil no século XIX, analise as afirmativas abaixo: I. Em um primeiro momento, iniciado em fazendas cafeeiras do interior de São Paulo, foi implementado o sistema de parcerias, no qual o trabalhador cultivava a terra do fazendeiro e parte da produção deveria ser entregue ao proprietário. II. Foi uma política dos partidos liberal e conservador para atrair mão de obra europeia com o intuito de implementar minifúndios voltados à exportação de produtos agrícolas. III. Os migranteseuropeus saíram de suas terras de origem devido ao avanço do capitalismo industrial, da decomposição da pequena propriedade agrária e da ruína de boa parte do campesinato. IV. A Lei de Terras facilitou o acesso de ex-escravos à posse de terra, dificultou, no entanto, o mesmo acesso aos imigrantes europeus. Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas corretas. A) Apenas II e IV. B) Apenas I e II. C) Apenas I e III. D) Apenas III e IV. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 57 @dedaaladim 41 - (ENEM 2015) Essas imagens de D. Pedro II foram feitas no início dos anos de 1850, pouco mais de uma década após o Golpe da Maioridade. Considerando o contexto histórico em que foram produzidas e os elementos simbólicos destacados, essas imagens representavam um: a) jovem maduro que agiria de forma irresponsável. b) imperador adulto que governaria segundo as leis. c) líder guerreiro que comandaria as vitórias militares. d) soberano religioso que acataria a autoridade papal. e) monarca absolutista que exerceria seu autoritarismo. 42 - (Enem PPL 2018) Nas décadas de 1860 e 1870, as escolas criadas ou recriadas, em geral, previam a presença de meninas, mas se atrapalhavam na hora de colocar a ideia em prática. Na província do Rio de Janeiro, várias tentativas foram feitas e todas malsucedidas: colocar rapazes e moças em dias alternados e, em 1874, em prédios separados. Para complicar, na Assembleia, um grupo de deputados se manifestava contrário ao desperdício de verbas para uma instituição “desnecessária”, e a sociedade reagia contra a ideia de coeducação. VILLELA, H. O. S. O mestre-escola e a professora. In: LOPES, E. M. T.; FARIA FILHO, L. M.; VEIGA, C. G. (Org.). 500 anos de educação no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2003(adaptado). As dificuldades retratadas estavam associadas ao seguinte aspecto daquele contexto histórico: a) Formação enciclopédica dos currículos. b) Restrição do papel da mulher à esfera privada. c) Precariedade de recursos na educação formal. d) Vinculação da mão de obra feminina às áreas rurais. e) Oferta reduzida de profissionais do magistério público. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 58 @dedaaladim 43 - (IFBA 2017) O Período Regencial é considerado como um dos mais agitados da História do Brasil. A Independência ainda era recente e os debates acerca do grau de autonomia das Províncias eram muito presentes. Sobre esse contexto e as revoltas dele decorrentes, marque V para Verdadeiro e F para Falso. Em seguida, assinale a alternativa que representa a sequência correta: ( ) O grupo político dos liberais exaltados defendiam, dentre outras ideias, uma maior autonomia das Províncias. ( ) A Revolta dos Malês, que ocorreu em Salvador, 1835, demonstrou às elites o poder de contestação de africanos e escravos, desencadeando no aumento da repressão aos revoltosos. ( ) A Sabinada e a Cabanagem foram exemplos dos poucos movimentos ocorridos no Brasil durante a Regência. As demais Províncias vivenciaram esse período sem conflitos. ( ) Nesse período, o chamado Ato Adicional estabeleceu a criação das Assembleias Provinciais e da Regência Una, eletiva e temporária. ( ) A Farroupilha, que durou cerca de 10 anos, foi um movimento do período regencial que resultou na Independência do Rio Grande do Sul e sua união com o Uruguai. A sequência correta é: A) V, V, F, V, F. B) V, F, F, V, V. C) F, V, F, V, V. D) F, F, F, V, V. E) V, V, F, F, F 44 - (Enem PPL 2019) Uns viam na abdicação uma verdadeira revolução, sonhando com um governo de conteúdo republicano; outros exigiam o respeito à Constituição, esperando alcançar, assim, a consolidação da Monarquia. Para alguns, somente uma Monarquia centralizada seria capaz de preservar a integridade territorial do Brasil; outros permaneciam ardorosos defensores de uma organização federativa, à semelhança da jovem República norte-americana. Havia aqueles que imaginavam que somente um Poder Executivo forte seria capaz de garantir e preservar a ordem vigente; assim como havia os que eram favoráveis à atribuição de amplas prerrogativas à Câmara dos Deputados, por entenderem que somente ali estariam representados os interesses das diversas províncias e regiões do Império. MATTOS, I. R.; GONÇALVES, M. A. O Império da boa sociedade: a consolidação do Estado imperial brasileiro. São Paulo: Atual, 1991 (adaptado). O cenário descrito revela a seguinte característica política do período regencial: a) Instalação do regime parlamentar. b) Realização de consultas populares. c) Indefinição das bases institucionais. d) Limitação das instâncias legislativas. e) Radicalização das disputas eleitorais. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 59 @dedaaladim 45 - (Enem 2021)) TEXTO II A repugnante tarefa de carregar lixo e os dejetos da casa para as praças e praias era geralmente destinada ao único escravo da família ou ao de menor status ou valor. Todas as noites, depois das dez horas, os escravos conhecidos popularmente como “tigres” levavam tubos ou barris de excremento e lixo sobre a cabeça pelas ruas do Rio. KARASCH. M. C. A vida dos escravos no Rio de Janeiro, 1808-1950. Rio de Janeiro: Cia. das Letras, 2000. A ação representada na imagem e descrita no texto evidencia uma prática do cotidiano nas cidades no Brasil nos séculos XVIII e XIX caracterizada pela a) valorização do trabalho braçal. b) reiteração das hierarquias sociais. c) sacralização das atividades laborais. d) superação das exclusões econômicas. e) ressignificação das heranças religiosas. TEXTO I Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 60 @dedaaladim 46 - (IFBA 2017) Chamamos de Segundo Reinado o período da História do Brasil que compreende 49 anos, entre 1840 a 1889, quando a monarquia constitucional parlamentarista vigente foi derrubada pela proclamação da república. Foi uma época de grande progresso cultural e de grande significância para o Brasil, com o crescimento e a consolidação da nação brasileira e como importante membro entre as nações americanas. Denota-se nesta época a solidificação do Exército e da Marinha e mudanças profundas na esfera social, como a gradativa libertação dos escravos negros e o incentivo da imigração europeia para se juntar à força de trabalho brasileira. As artes visuais, a literatura e o teatro afloraram neste período. Embora muito influenciados por estilos europeus que variavam desde o neoclassicismo ao romantismo, cada conceito era adaptado para criar uma cultura genuinamente brasileira. Sobre o Segundo Reinado Brasileiro, assinale a alternativa CORRETA. a) Na economia destaca-se a produção cafeeira, principalmente na região sudeste onde a maior parte dos lucros da exportação foi investida na montagem de fábricas, as quais eram incentivadas pelas leis protecionistas brasileiras. b) A política interna do período foi marcada pela estabilidade, uma vez que, não houve nenhuma revolta ou rebelião durante o período contra o imperador ou com ideias separatistas e republicanas. c) Na política externa podemos destacar a Questão Christie entre Brasil e Inglaterra, as questões relativas à Bacia Platina envolvendo em especial a navegação na região e a Guerra do Paraguai ou Guerra da Tríplice Aliança. d) No campo das artes podemos destacar as figuras dos pintores Vítor Meireles e Pedro Américo, os quais sem apoio da coroa desenvolveram uma arte inovadora, trazendo ao Brasil as ideias das vanguardas europeias, em especial o impressionismo. e) A abolição dos escravos ocorreu de maneiragradual com a aprovação de leis que limitavam o trabalho escravo, culminando com a Lei Áurea, a qual garantiu indenização aos senhores de escravos e um auxílio aos recém-libertos. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 61 @dedaaladim Gabarito 1 - e 2 - c 3 - d 4 - e 5 - e 6 - a 7 - e 8 - d 9 - d 10 - d 11 - e 12 - e 13 - d 14 - c 15 - b 16 - a 17 - a 18 - c 19 - d 20 - b 21 - a 22 - b 23 - d 24 - d 25 - a 26 - b 27 - c 28 - d 29 - e 30 - b 31 - a 32 - d 33 - d 34 - b 35 - b 36 - e 37 - e 38 - d 39 - d 40 - c 41 - b 42 - b 43 - a 44 - c 45 - b 46 - c Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 62 @dedaaladim PA R Á 18 35 - 1 84 0 B rig as d a el ite lo ca l so br e a no m ea çã o do pr es id en te d a pr ov ín ci a N eg ro s, m es tiç o e ín di ge na s Su pr es sã o pe lo G ov er no Ce nt ra l, m ai s 20 % da p op ul aç ão m or ta e B el ém d es tr uí da Es cr av iz ad os lu ta ra m , m as n ão g an ha ra m ab ol iç ão 18 37 - 1 83 8 B A H IA C la ss e m éd ia e co m er ci an te s Re aç ão d os li be ra is ex al ta do s à ce nt ra liz aç ão re ge nc ia l B at al ha c or po a co rp oc om m ai s de 1. 80 0 m or to s Es cr av iz ad os n ac io na is te ria m li be rd ad e 18 35 SA LV A D O R Re pr es sã o re lig io sa da s au to rid ad es lo ca is . In sp ira da n a In de pe nd ên cia do H ai ti A fr ic an os li be rt os e m al ês (a fr ic an os m uç ul m an os ) D en ún ci a do m ov im en to po r t rê s lib er to s e re pr es sã o vi ol en ta Es cr av id ão fo i o m ot iv ad or 18 38 - 1 84 0 M A R A N H Ã O A rt es ão s, c am po ne se s e ba la io s Su pr es sã o vi ol en ta po r p ar te d o go ve rn o Se ti ve ss e su ce ss o, ha ve ria a bo liç ão C ris e ec on ôm ic a e di sp ut a da e lit e lo ca l pe lo p od er 18 36 - 1 84 5 R IO G R A N D E D O S U L G ra nd es fa ze nd ei ro s e ca m ad as m éd ia s ur ba na s (e lit e) U m g ra nd e ac or do N ão h av ia in te nç ão de a bo lir a e sc ra vi dã o Im po st os a bu si vo s, de se jo m ai or d e au to no m ia e s ep ar aç ão Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.comAula 11 PERÍODO REGENCIAL • Regência Trina Provisória (1831): Francisco de Lima e Silva, Nicolau Pereira de Campos Vergueiro e José Joaquim Carneiro de Campos. • Regência Trina Permanente (1831-1834): José da Costa Carvalho, João Bráulio Muniz e Francisco de Lima e Silva. • Regência Una de Feijó (1835-1837). • Regência Una de Araújo Lima (1837-1840). O período entre a abdicação de D Pedro I e o início do reinado de D Pedro II é chamado de Regência, pois o país foi regido por figuras políticas em nome do imperador até sua maioridade ser antecipada em 1840. Quando Dom Pedro I abdicou e saiu do Brasil, seu filho e herdeiro Pedro II tinha apenas 5 anos incompletos. O período regencial foi um dos mais movimentados e importantes da história política do Brasil. As maiores questões discutidas na época eram a centralização do poder, a quantidade de autonomia que as províncias deveriam ter, a organização das forças armadas e a unidade territorial, afinal foi um período com muitas revoltas separatistas. Diogo Antônio Feijó, regente do Brasil, por Miguelzinho Dutra Pedro de Araujo Lima,1835. Desconhecido. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 9 @dedaaladim NÃO HAVIA CONSENSO entre as classes dominantes sobre QUAL TIPO DE GOVERNO seria melhor para seus interesses. Restauradores ou Caramurus: defendiam a volta de D Pedro I, centralismo e autoritarismo Liberais Moderados ou Chimangos: Um grupo muito diverso, mas especialmente a elite do RJ, SP e MG. Eles queriam uma monarquia que atendesse os interesses da elite agroexportadora e buscavam manter a unidade territorial. Liberais Exaltados ou Jurujubas: Elite do nordeste e Rio Grande do Sul – defendiam a autonomia das províncias e o fim das instituições absolutistas (como o poder moderador e os senadores vitalícios). Alguns falavam até em federalismo ou República. DIVISÃO POLÍTICA Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 10 @dedaaladim REFORMAS INSTITUCIONAIS QUE OCORRERAM NO PERÍODO REGENCIAL: 1832: código de Processo Criminal. Deu maiores poderes aos juízes de paz, figuras muito importantes nas comunidades, eram quem faziam os registros, casamentos, prendiam e julgavam pequenas infrações. Também instituiu o júri e habeas corpus. ATO ADICIONAL DE 1834: alterou a constituição de 1824, dando mais autoridade para as províncias. Determinou que o poder moderador não poderia ser usado durante a regência, e o conselho de estado foi trocado por assembleias provinciais com maiores poderes, descentralizando o governo. A promulgação do Ato Adicional à Constituição. Óleo sobre tela de 1934 (Crédito: Antônio Parreiras/Museu Antônio Parreiras, Niterói) Primeiros uniformes da Guarda Nacional. Figurinos dos oficiais do comando superior. Domínio público, Biblioteca Nacional Digital Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 11 @dedaaladim Nas eleições para a regência única em 1835 venceu o Padre Feijó, liberal. Pouco tempo depois ele renunciou por pressões do Congresso, que o acusou de não empregar energia suficiente para reprimir os farrapos (um dos membros da rebelião era seu primo). Nas eleições que se seguiram venceu Pedro de Araújo Lima, futuro Marquês de Olinda e senhor de engenho em Pernambuco. Os historiadores consideram que no início da regência houve uma Maré Liberal com maior autonomia provincial e depois um regresso conservador, que voltou atrás e retomou a centralização do poder. Uma das primeiras leis nesse sentido consistiu em uma “interpretação” do Ato Adicional, que retirava das províncias várias de suas liberdades, especialmente a nomeação de funcionários públicos. Diogo Antônio Feijó. Litografia de Sébastien Auguste Sisson. REFORMA DA GUARDA NACIONAL: os oficiais passaram a ser escolhidos pelo governo central ou presidentes de província, aumentando as exigências de renda para ocupar os postos. A hierarquia também foi reforçada, e a Guarda Nacional tinha que fazer a manutenção da ordem e a defesa dos grupos dominantes, enquanto o Exército arbitrava as disputas, garantia as fronteiras e mantinha a estabilidade geral do país. Foi para tentar acabar com a maré conservadora que os liberais fizeram o golpe da maioridade e aceleraram a chegada de Dom Pedro II ao poder. Dessa forma, mesmo com 14 anos, Pedro foi emancipado e considerado apto a tomar o trono brasileiro. O ato de coroação de Dom Pedro II. François-René Moreau, 1842 Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 12 @dedaaladim Aula 12 REVOLTAS REGENCIAIS Houve muitas revoltas durante o período regencial, e como já disse o historiador Boris Fausto, elas não se enquadram em uma moldura única: elas tinham a ver com as dificuldades da vida cotidiana e as incertezas da organização política, mas cada uma delas tinha seus motivos, provinciais ou locais. A maior parte das revoltas ocorreu depois do Ato Adicional de 1834. Isso porque a liberdade que as províncias ganharam foi uma faca de dois gumes: ao mesmo tempo que atendeu o desejo de muitas pessoas, essa autonomia incentivou as disputas entre as elites regionais pelo controle das províncias. As 5 mais famosas revoltas regenciais foram: Farroupilha, Revolta dos Malês, Cabanagem, Sabinada e Balaiada. PARÁ 1835 - 1840 Brigas da elite local sobre a nomeação do presidente da província Negros, mestiço e índigenas Supressão pelo Governo Central, mais 20% da população morta e Belém destruída Escravizados lutaram, mas não ganharam abolição 1837 - 1838 BAHIA Classe média e comerciantes Reação dos liberais exaltados à centralização regencial Batalha corpo a corpocom mais de 1.800 mortos Escravizados nacionais teriam liberdade 1835 SALVADOR Repressão religiosa das autoridades locais. Inspirada na Independência do Haiti Africanos libertos e malês (africanos muçulmanos) Denúncia do movimento por três libertos e repressão violenta Escravidão foi o motivador 1838 - 1840 MARANHÃO Artesãos, camponeses e balaios Supressão violenta por parte do governo Se tivesse sucesso, haveria abolição Crise econômica e disputa da elite local pelo poder 1836 - 1845 RIO GRANDE DO SUL Grandes fazendeiros e camadas médias urbanas (elite) Um grande acordo Não havia intenção de abolir a escravidão Impostos abusivos, desejo maior de autonomia e separação Tabela disponível em tamanho maior na página 62. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 13 @dedaaladim Aula 13 SEGUNDO REINADO Pedro I do Brasil .Simplício Rodrigues de Sá, c. 1830. Dom Pedro II do Brasil, 1876. Fotografia de Mathew Benjamin Brady Reflexão: como Dom Pedro II foi envelhecido em suas representações para passar a ideia de maturidade e sabedoria, e não de um adolescente que se tornava Imperador. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 14 @dedaaladim Nada se assemelha mais a um Saquarema (conservador) do que um Luzia (liberal) no poder. Holanda Cavalcanti Litografia de August Off, 1877 IMPORTANTE: há muito debate entre historiadores sobre as diferenças entre os partidos. Mas é importante lembrar que a política desse período em grande parte não se fazia para a realização de grandes objetivos ideológicos. Chegar ao poder significava conseguir prestígio social e benefícios para si próprio esua gente, e não transformar a sociedade e fazer grandes reformas. Conservadores e liberais usavam os mesmos recursos para conseguir vencer as eleições, como a violência e concessão de favores. Ambos eram da elite e ambos queriam a manutenção da ordem e hierarquia social e a continuação da escravidão. • CONSERVADORES: proprietários rurais, burocratas do governo, alguns comerciantes preocupados com as agitações urbanas. Elite do Nordeste e Rio de Janeiro. Queriam maior centralização, eram favoráveis ao poder moderador. • LIBERAIS: proprietários rurais e profissionais liberais. São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul. Queriam menos centralização (mais autonomiza para províncias), criticavam o poder moderador, queriam ampliar a representação política e pensavam mais na opinião pública. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 15 @dedaaladim Parlamentarismo às avessas: Para diminuir as disputas entre liberais e conservadores, Dom Pedro II fazia uso do poder moderador para dissolver gabinetes, fazer nomeações e reorganizar com frequência o corpo político, revezando liberais e conservadores no poder. Tem esse nome pois o imperador comandava “de cima para baixo” e o Legislativo acabava subordinado ao poder Executivo, ao contrário do sistema parlamentar tradicional. OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: ainda era apenas a elite que participava da política, e ainda assim de forma limitada. Muitos grupos sociais como a burguesia cafeeira e a classe média urbana começaram a pensar que a monarquia não era compatível com o aumento da representação política. Assim, ideias republicanas começam a crescer. Caricatura do imperador Dom Pedro II, publicada em “O Mequetrefe”,1878. Cândido Aragonez de Faria Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 16 @dedaaladim REVOLUÇÃO PRAIEIRA: ÚLTIMA REBELIÃO PROVINCIAL (1848, Pernambuco) • Se inspirou nas revoluções liberais que ocorriam na Europa na mesma época. • Tem esse nome pois os liberais se reuniam na Rua da Praia, em Recife. • A revolta começou quando D. Pedro II substituiu o presidente da província (liberal) por um ex-regente extremamente conservador. • Os rebeldes queriam formar uma nova Constituinte para alterar a Constituição brasileira de 1824, colocando liberdade de imprensa, acabando com o poder moderador e o cargo vitalício de senador, instaurando voto livre e universal, etc. • Houve luta armada e violenta repressão imperial: vários líderes foram mortos ou presos, mas acabaram sendo anistiados em 1851. • A derrota do movimento marcou a vitória total do império sobre o regionalismo. Revolução de Fevereiro de 1848. O evento histórico que transformou a França em República influenciou os acontecimentos no Brasil. Óleo sobre tela (275 x 630 cm) de Henri Félix Emmanuel Philippoteaux. Domínio público, Museu Carnavalet, Paris Diário Novo, anúncio publicado em 19/10/1848. Imagem: Divulgação Membros da elite, trabalhadores e escravos numa cena de rua em frente ao Convento do Carmo, Recife. Litografia de Luís Schlappriz, década de 1860. Domínio público, Biblioteca Nacional Digital Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 17 @dedaaladim ECONOMIA DO SEGUNDO REINADO: O CAFÉ O café, assim como o açúcar, não é nativo do Brasil, mas se adaptou muito bem à nossa terra e clima. O café veio para o Brasil no final do século XVIII e se estabeleceu como principal produto de exportação no século XIX. A melhor região para plantio era o Vale do Paraíba, entre RJ, SP e um pouco de Minas Gerais e o Oeste Paulista. Começou uma grande briga por terras, especialmente em São Paulo. A mão de obra cafeeira era de escravizados e de imigrantes. Com a lenta abolição da escravidão, o governo começa a fazer políticas públicas de incentivo à vinda de imigrantes, especialmente italianos e alemães. Grupo de pessoas, possivelmente escravizadas, na colheita de café em fazenda não identificada. Ferrez, Marc. c. 1882. Fazenda de Quititi. Leuzinger, Georges. c. 1855 Partida para a colheita do café com carro de boi. Ferrez, Marc. c 1885. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 18 @dedaaladim IMIGRAÇÃO: • LEI DE TERRAS (1850): as terras públicas seriam vendidas e não doadas. Isso servia não só para acabar com as brigas, mas para que os imigrantes que chegavam tivessem que trabalhar para os grandes cafeicultores, pois não teriam dinheiro para comprar sua própria terra. • 1ª forma de imigração foi o sistema de parceria, que era quase que uma forma de servidão: o futuro patrão pagava a viagem dos imigrantes, que já chegavam endividados e a dívida só ia aumentando, tornando aquelas pessoas reféns dos patrões e em situação precária. • Depois do fracasso do sistema de parceria surge a Imigração Subvencionada, na qual o custo da viagem e primeira hospedagem dos imigrantes era pago pelo governo. • A maior parte dos imigrantes não se conformava com as condições de vida e voltavam. O Governo Italiano chegou a divulgar que São Paulo era inóspita e insalubre e desaconselhou a imigração para o Brasil. Enquanto isso, o Brasil criou a SOCIEDADE PROMOTORA DA IMIGRAÇÃO e começou a publicar folhetos em alemão e italiano mostrando as vantagens da imigração (sem mencionar a existência da escravidão). • A crise econômica que atingiu muitos italianos depois da unificação da Itália e o pagamento do transporte e hospedagem pelo governo brasileiro fizeram milhares de pessoas se interessarem pela imigração. Ou seja: a esmagadora maioria dos imigrantes vinha para o Brasil fugir da pobreza em seu país, mas continuavam pobres por aqui. • Além da mão de obra, a política pública de incentivo à imigração também tinha dois objetivos: ocupar o sul do Brasil para que sua posse não fosse contestada e, o mais importante: embranquecimento da população. Propaganda na Alemanha para atrair imigrantes para a América do Sul, em especial para Santa Catarina. Poster italiano para imigrantes com destino ao Brasil. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 19 @dedaaladim Observação importante: por mais que o hábito de tomar café fosse popular no Brasil, o consumo interno não era suficiente para o tanto que era produzido, então a cafeicultura sempre dependeu da exportação. Além disso, a Inglaterra sempre foi consumidora de chá, e tinha várias colônias que já exportavam café. Isso foi importante, porque o Brasil dependia essencialmente da Inglaterra para conseguir créditos e empréstimos, e tinha uma enorme dívida com os bancos ingleses. O crescimento do café somado ao declínio do açúcar vai transferir definitivamente o polo econômico do Brasil (que era no Nordeste) para a região sudeste, onde se encontra até hoje. Nesse meio tempo, o Brasil vai passar por uma fase desenvolvimento industrial, a ERA MAUÁ (1850-60): • O nome vem do grande impulsionador do período, o empresário Irineu Evangelista de Souza, Barão de Mauá. • Houve grande desenvolvimento da malha ferroviária brasileira (com investimentos da Inglaterra ou dinheiro emprestado deles). • Houve desenvolvimento também do telégrafo e foram instalados cabos submarinos para permitir comunicações diretas entre Brasil e Europa, além de gás canalizado para iluminação pública das grandes cidades, a criação da companhia de navegação no Amazonas, instalação de bondes no Rio de Janeiro e outros empreendimentos. No meio disso tudo,estoura a Guerra do Paraguai. Barão de Mauá - Assembléia Geral Legislativa Galeria dos Representantes da Nação (1861) São Pedro do Sul. Litografia de Sisson. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 20 @dedaaladim Aula 14 GUERRA DO PARAGUAI (1865-1870) A guerra mais violenta da história da América do Sul! E a guerra mais violenta que ocorreu no mundo entre a Guerra de Secessão dos Estados Unidos e a Primeira Guerra Mundial. IMPORTANTE: uma guerra cheia de controvérsias historiográficas! Atualmente, a historiografia inclusive prefere chamar o conflito de “Guerra da Tríplice Aliança” para romper com a culpabilização do Paraguai por todo o conflito. Países envolvidos: Paraguai, Brasil, Uruguai e Argentina (e Inglaterra esteve envolvida indiretamente). Cópia do original de Victor Meirelles: a Batalha Naval do Riachuelo, por Oscar Pereira da Silva A região platina em 1864. As áreas sombreadas são territórios disputados. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 21 @dedaaladim ANTECEDENTES O PARAGUAI era comandado pela família Lopez desde sua independência e Francisco Solano Lopez governava de forma ditatorial (mas oficialmente era um presidente vitalício). O país estava em grande crescimento econômico e estava desenvolvendo também suas forças militares. O URUGUAI tinha um governo apoiado por Lopez: Partido dos Blancos. Os blancos tinham acordos de navegação com o Paraguai (que não tem acesso ao mar), e tanto Brasil quanto Argentina eram favoráveis ao grupo rival dos Blancos - os Colorados. O governo da ARGENTINA era apoiado pelos colorados, enquanto Lopez apoiava os federalistas, um grupo rival. BRASIL: estava em pleno segundo reinado, e tinha muitíssimo interesse na bacia platina e suas rotas comerciais. Batalha de Lomas Valentinas, por Diógenes Hequet Batalha de Curupaiti periódico: Cabichuí, ano 10, N. 40, 23 de Setembro de 1867 O interior do Forte de Curuzu, por Cándido López Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 22 @dedaaladim A GUERRA Em 1864 estoura uma guerra civil no Uruguai: Blancos x Colorados. O Brasil intervém e ajuda os colorados a derrotarem os Blancos, o que é condenado pelo Paraguai, que faz uma retaliação e confisca vários navios brasileiros. Em novembro de 1964 é sequestrado o barco que transportava o presidente da província de Mato Grosso, que acaba morrendo numa prisão paraguaia. Semanas depois disso, o exército paraguaio invadiu o Mato Grosso. Isso não era esperado, achavam que o Paraguai atacaria pelo sul do Brasil, e o centro oeste do Brasil tinha dificuldade de comunicação com o resto do país. Como o Paraguai era extremamente militarizado, já enviou de cara um exército treinado e numeroso, e por isso o Brasil sofreu muitas derrotas no início da guerra (até porque quem lutou primeiro eram os fazendeiros e habitantes locais das primeiras cidades atacadas). Dessa forma, a Guerra vai obrigar o Brasil a aumentar e modernizar seu exército. Em seguida, as forças de Solano López foram em direção ao Rio Grande do Sul e ao Uruguai. Solano enviou milhares de soldados para o Uruguai com o objetivo de socorrer os blancos na guerra contra o Brasil e os colorados. Isso fez o Uruguai entrar na guerra, pois foi invadido pelo Paraguai. Além disso, Lopez pediu ao presidente argentino permissão para passar por lá com seu exército. O presidente negou o pedido, visto que os argentinos eram aliados aos colorados. Por isso, Solano Lopez declara guerra à Argentina e a invade. Assim surge a Tríplice Aliança, formada por Brasil, Argentina, e os colorados uruguaios, para lutar contra os paraguaios. Uma coisa que mudou eternamente a história do Brasil foi a criação do grupo de Voluntários da Pátria, que mobilizou quase 200 mil pessoas, inclusive com vários ESCRAVIZADOS que lutaram com a promessa de liberdade depois da guerra. Guerra do Paraguai (1864-70). Uma unidade de cavalaria paraguaia (à esquerda) é atacada por um soldado montado aliado (à direita). Após os primeiros anos de guerra, os paraguaios eram obrigados a comer seus cavalos para sobreviverem. Nos últimos anos do conflito, também faltavam homens. Extraído de Harper’s New Monthly Magazine, Vol. 40 (1870). Português: Mapa da Batalha do Avaí. José Maria da Silva Paranhos (1845-1912), Barão do Rio Branco. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 23 @dedaaladim Desenho de Ângelo Agostini, Vida Fluminense, 11 de junho de 1870. In SALLES, Ricardo. A Guerra do Paraguai: Memórias e Imagens. Rio de Janeiro: Edições Biblioteca Nacional, 2003, p. 191. Nisso entra também a Inglaterra, que estava com seus negócios parados por causa da guerra e decidiu começar a ganhar dinheiro com ela, investindo nos exércitos e emprestando dinheiro para os países da tríplice aliança. O Brasil já tinha uma enorme dívida com a Inglaterra que só cresceu, e a Argentina também se endividou. O Brasil venceu muitas batalhas, as mais famosas foram as do Riachuelo e do Tuiuti. Grandes líderes brasileiros da guerra foram o Duque de Caxias (que abandonou a guerra no fim e foi para um cargo administrativo por não ver sentido na matança) e o conde D’Eu (que o substituiu), marido da princesa Isabel. A Tríplice Aliança acaba vencendo a guerra e matando Francisco Solano Lopez em 1870. Momento decisivo da batalha naval do Riachuelo quando Barroso põe a pique o Jejui. Almirante Trajano Augusto de Carvalho, 1865. Soldados uruguaios entrincheirados durante a batalha de Tuiuti. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 24 @dedaaladim FIM DA GUERRA E CONSEQUÊNCIAS O número de mortos da guerra não é preciso, mas estima-se que o Brasil perdeu cerca de 50 mil soldados e a Argentina 18 mil. Já o Paraguai teve mais de 100 mil mortos – alguns falam em até 300 mil, o que era basicamente 1/3 da sua população, e vai causar uma paralisação no desenvolvimento do país, além das perdas materiais e territoriais. Não só o Paraguai teve atraso econômico por causa das mortes e da perda da guerra, mas Brasil e Argentina também, por causa do comércio interrompido, gastos militares e dívidas que fizeram com a Inglaterra. A consequência da guerra para Argentina e Uruguai foi a consolidação definitiva de seus territórios e governos. A disputa entre blancos e colorados acabou no Uruguai, enquanto os federalistas argentinos foram derrotados. Prisioneiros de guerra paraguaios no início da Guerra do Paraguai. Os soldados do andar superior são brasileiros. Bate & Cia, 1866 Após a guerra, os combatentes ex-escravizados evidenciaram ainda mais a contradição da escravidão no país, e o exército brasileiro passou a defender a abolição da escravidão. O exército também sofreu uma decepção: voltou ao Brasil como herói, mas não recebeu o reconhecimento, benefícios e a participação política desejada. Spoiler: em breve eles farão um golpe e tirarão o imperador do poder. Mangrulho argentino e Hospital de sangue Brasileiro em Tuiuti. Bate & Cia, 1866 Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 25 @dedaaladim Aula 15 ESCRAVIDÃO NO BRASIL Castigo de Escravo. Jacques Arago 1839 Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim26 @dedaaladim Bula Dum Diversas: 1452 – Papa dá a Portugal o direito de conquistar territórios pagãos e escravizar suas populações: (...) outorgamos por estes documentos presentes, com a nossa Autoridade Apostólica, permissão plena e livre para invadir, buscar, capturar e subjugar sarracenos e pagãos e outros infiéis e inimigos de Cristo onde quer que se encontrem, assim como os seus reinos, ducados, condados, principados, e outros bens [...] e para reduzir as suas pessoas à escravidão perpétua. Escravidão no Brasil, Jean-Baptiste Debret A execução da punição do chicote; Negros ao tronco. Jean-Baptiste Debret 1835. O Brasil era um país ESCRAVISTA: com escravizados sendo parte considerável da população e estando envolvidos na atividade econômica principal. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 27 @dedaaladim Escravidão em África. O Tratado, ilustração gravada vintage. Journal des Voyage, Travel Journal, (1880-81). Algumas características: • Tráfico de escravizados pelos navios negreiros: altamente lucrativo. • “Escravos de ganho”. • Escravizados eram muitas vezes mão de obra especializada. • Alforria: a compra da liberdade. Entretanto, mesmo quando o escravizado tinha dinheiro para comprá-la, o dono tinha que concordar. • Formas de violência contra as pessoas escravizadas: violência cultural, religiosa, linguística, castigos físicos, negligência e até mesmo violência sexual. • Houve inúmeras formas de resistência: suicídio, aborto, organizações de escravizados, revoltas e rebeliões, quilombos, capoeira. Fotografia tirada clandestinamente por Marc Ferrez, 1882. Babá brincando com criança em Petrópolis, clicada em 1899 por Jorge Henrique Papf. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 28 @dedaaladim Lilia Schwarcz Heloisa M. Starling O quilombo significou uma alternativa concreta à ordem escravista – e, por isso, tornou-se um problema real e bastante amedrontador para a sociedade colonial e para as autoridades, que precisavam combatê- lo de modo sistemático. Mas, ao mesmo tempo, o quilombo era parte da sociedade que o reprimia, em função dos diversos vínculos que tinha com os diferentes setores desta. Tais vínculos, de natureza muito variada, incluíam a criação de toda sorte de relações comerciais com as popula ções vizinhas, a formação de redes mais ou menos complexas para obtenção de informações e, como não poderia deixar de ser, o cultivo de um sem-número de laços afetivos e amorosos que se entrecruzavam nas periferias urbanas e nas fazendas. Trecho retirado de “Brasil: uma biografia” Após ter sido uma das maiores traficantes de pessoas escravizadas, a Inglaterra passará, no final do século XVIII, a combater a escravidão. MOTIVOS: • Questão humanitária. • Pensamento iluminista. • Transformação nas formas de trabalho pós-revolução Industrial. • Interesse no aumento do mercado consumidor e fontes de matéria prima e mão de obra barata. • Diminuir a competição do açúcar brasileiro com o de suas colônias que haviam abolido a escravidão. • O fim do tráfico faria aquela enorme quantidade de dinheiro ser investida em outros mercados. A INGLATERRA E A ESCRAVIDÃO Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 29 @dedaaladim LEI PARA INGLÊS VER Desde a chegada da corte no Brasil em 1808, a Inglaterra já pressionava a Coroa pelo fim da escravidão, e sendo Portugal de certa forma dependente da Inglaterra, esse pedido não poderia ser ignorado. Por isso, em 1810 e 1815 são feitos tratados que deveriam, em teoria, acabar com o tráfico de escravos da Costa africana para o Brasil. Na prática, não apenas nada foi cumprido como, com medo do fim do tráfico, a elite passou a comprar ainda mais escravizados, achando que em breve esse comércio se encerraria. PROCESSO DE ABOLIÇÃO O Brasil foi o último país da América a abolir a escravidão. O grande medo da elite era que, se um escravizado é liberto pelo seu senhor, isso geraria respeito e obediência, enquanto a liberdade pela lei poderia dar aos escravizados a perigosa ideia de que eles são pessoas com direitos! Além disso, o fim da escravidão geraria uma perda patrimonial dos senhores, e possível pedido de indenização daqueles que passaram anos sendo tratados como objetos. Dom Pedro II se viu numa situação complicada: muitos queriam a manutenção da escravidão e muitos queriam a abolição, e ele não podia perder o apoio de ninguém. Dessa forma, o fim da escravidão no Brasil se deu de forma LENTA E GRADUAL. Assim, Pedro podia dizer à Inglaterra que os estava obedecendo-os e manter o apoio da elite que queria a escravidão. O jantar. Passatempos depois do jantar. Jean-Baptiste Debret 1834 Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 30 @dedaaladim LEIS QUE ABOLIRAM LENTAMENTE A ESCRAVIDÃO 1810: Lei Feijó (para Inglês ver). 1845: Lei Bill Aberdeen (INGLESA) - permitiu à Inglaterra barrar navios negreiros vindos para a América, e eles seriam julgados em tribunais ingleses. 1850: Lei Eusébio de Queirós – de fato acabou com o tráfico negreiro e impediu que chegassem escravizados africanos ao Brasil, mas como os que já estavam aqui seguiam escravizados, o tráfico de pessoas passou a ser interno, especialmente os decadentes senhores de engenho nordestinos vendendo seus escravizados para a elite paulista e carioca. 1871: Lei do Ventre Livre - bebês nascidos a partir da lei seriam “livres”, mas com um detalhe: ou o senhor libertava a criança aos 6 anos e ganhava uma indenização ou só a libertava aos 21 anos. 1885: Lei dos Sexagenários - libertava os escravizados maiores de 60 anos. Essa lei foi uma chacota, não só porque a expectativa de vida dos escravos era baixíssima, mas porque era um alívio econômico para os senhores não ter de sustentar os escravizados idosos. 1888: Lei Áurea: liberdade sem restrições, sem indenizações (nem para os senhores nem para as vítimas) e sem inserção do negro na sociedade. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 31 @dedaaladim PÓS ABOLIÇÃO: muitos ex escravizados se tornaram dependentes de seus antigos senhores. As atividades antes realizadas por eles sofrem até hoje grande estigma e eram vistas como inferiores. Além disso, a população negra não tinha nenhum direito social, nenhum patrimônio e, sem serem alfabetizados, não tinham direitos políticos. A forma como a abolição ocorreu solidificou o racismo que até hoje existe na nossa sociedade. O preconceito alimenta a desigualdade social, e a desigualdade social alimenta o preconceito Podemos ver racismo inclusive na forma como a Princesa Isabel (que assinou a Lei Áurea) foi endeusada como bondosa e libertadora, sendo que a abolição não ocorreu por altruísmo da Coroa e sim por mobilização da sociedade - especialmente da população negra do Brasil. Nesse sentido, destacam-se nomes como Zumbi dos Palmares, Dandara, Luis Gama, Andre Rebouças, Maria Firmina dos Reis, Maria Tomásia e tantos outros. Negros de Porto Alegre em 1895. Herr Colembusch Antonio Luiz Ferreira. Missa campal celebrada em ação de graças pela Abolição da Escravatura no Brasil, 1888. Campo de São Cristóvão, Rio de Janeiro-RJ Reflexão: ninguém admite ser racista, mas as pessoas brancas gostariam de ser tratadas como uma pessoa negra é tratada no Brasil? Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladimhttps://www.youtube.com/@deboraaladim 32 @dedaaladim Aula 16 PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA O resumo da história é: o Segundo Reinado vai cair porque Dom Pedro II vai perder o apoio de todas as camadas que o apoiavam no poder, especialmente a elite, o exército e a Igreja. ELITE: vai deixar de apoiar o Império pelo baque econômico que levaram com a abolição da escravidão - ainda mais porque não houve indenização a eles. Além disso, muitos queriam maior participação política, coisa que era incompatível com a monarquia brasileira. EXÉRCITO: já estavam descontentes pós- guerra do Paraguai, eram a favor da abolição da escravidão e, mais importante, vão começar a se organizar politicamente e querer participar do governo, coisa que não cabia na monarquia que o Brasil tinha. Dentro do exército vão crescer as ideias positivistas e republicanas, tanto que serão eles a instaurar a república no país. IGREJA: de acordo com a Constituição de 1824, o Estado tinha o direito de definir muita coisa dentro da igreja, como indicar bispos e arcebispos e validar os decretos eclesiásticos. A Igreja queria prestar obediência somente ao papa, e não ao imperador. O próprio papa vai emitir um decreto (Bula Syllabus) criticando a interferência do Estado na Igreja e condenando a maçonaria (uma organização muito influente no Brasil). Essa bula não foi reconhecida pelo imperador, e houve um conflito (a chamada Questão Religiosa) quando o Bispo de Olinda foi preso por obedecer a bula e até o Vaticano interveio para libertá-lo. Essa crise foi a cereja no bolo para a Igreja romper com Dom Pedro II, tanto que o Bispo diz na saída da cadeia que “a crise abalou o trono, mas deixou o altar de pé”. Capa da Constituição da República do Brasil, de 1891. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 33 @dedaaladim Além disso, crescia o republicanismo no Brasil, que ficou marcado pelo surgimento do PRP (Partido Republicano Paulista) em 1873 e pelo crescimento do positivismo dentro das forças armadas. Com o apoio da elite, no dia 15 de novembro de 1889 os militares, liderados pelo Marechal Deodoro da Fonseca, fazem um golpe de Estado e instalam a República no Brasil. Dom Pedro II, Princesa Isabel e o resto da família real são mandados para exílio na Europa. Entrega da mensagem à D. Pedro II, pelo Major Solon, no dia 6 de novembro de 1889. Urias Antonio da Silveir, 1890. Proclamação da República, por Henrique Bernardelli. Na imagem, o presidente do Brasil, marechal Deodoro da Fonseca (1889-1891). Tela de 1890. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 34 @dedaaladim Eu queria dar a esta data a denominação seguinte: 15 de novembro do primeiro ano da República; mas não posso, infelizmente, fazê-lo. Por ora, a cor do Governo é puramente militar e deverá ser assim. O fato foi deles, deles só, porque a colaboração do elemento civil foi quase nula. O povo assistiu bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer que significava. Muitos acreditavam sinceramente estar vendo uma parada. NÃO HOUVE PARTICIPAÇÃO POPULAR: Proclamação da República. Benedito Calixto, 1893. Aristides Lobo Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com 36 @dedaaladim 2 - (UNESP 2021) Outra importante manifestação das crenças e tradições africanas na Colônia eram os objetos conhecidos como “bolsas de mandinga”. A insegurança tanto física como espiritual gerava uma necessidade generalizada de proteção: das catástrofes da natureza, das doenças, da má sorte, da violência dos núcleos urbanos, dos roubos, das brigas, dos malefícios de feiticeiros etc. Também para trazer sorte, dinheiro e até atrair mulheres, o costume era corrente nas primeiras décadas do século XVIII, envolvendo não apenas escravos, mas também homens brancos. CALAINHO, D. B. Feitiços e feiticeiros. In: FIGUEIREDO, L. História do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013 (adaptado). A prática histórico-cultural de matriz africana descrita no texto representava um(a): a) expressão do valor das festividades da população pobre. b) ferramenta para submeter os cativos ao trabalho forçado. c) estratégia de subversão do poder da monarquia portuguesa. d) elemento de conversão dos escravos ao catolicismo romano. e) instrumento para minimizar o sentimento de desamparo social. O quilombo significou uma alternativa concreta à ordem escravista – e, por isso, tornou-se um problema real e bastante amedrontador para a sociedade colonial e para as autoridades, que precisavam combatê-lo de modo sistemático. Mas, ao mesmo tempo, o quilombo era parte da sociedade que o reprimia, em função dos diversos vínculos que tinha com os diferentes setores desta. Tais vínculos, de natureza muito variada, incluíam a criação de toda sorte de relações comerciais com as populações vizinhas, a formação de redes mais ou menos complexas para obtenção de informações e, como não poderia deixar de ser, o cultivo de um sem-número de laços afetivos e amorosos que se entrecruzavam nas periferias urbanas e nas fazendas. (Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling. Brasil: uma biografia, 2018.) Os quilombos existentes no Brasil colonial podem ser caracterizados como espaços a) de permanência provisória, a que os fugitivos re corriam até que conseguissem alforria ou pudessem escapar para países vizinhos, onde a escravidão já havia sido abolida. b) tolerados pelos organismos policiais e repressivos da colônia, pois continham áreas importantes de produção de alimentos, que contribuíam para alimentação dos escravizados. c) articulados à ordem estabelecida da sociedade colonial, pois resultavam da lógica do escravismo e, ao mesmo tempo, mantinham conexões regulares com comunidades e cidades próximas. d) de refúgio, que conseguiam sustentar-se e garantir a sobrevivência daqueles que neles se abrigavam, a partir da autossuficiência econômica e do completo isolamento. e) de extrema violência, cujos moradores sofriam tanto com os ataques sistemáticos de bandeirantes quanto com a tirania dos chefes, que reproduziam internamente a lógica escravista da sociedade. 1 - (Enem 2018) Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 37 @dedaaladim 4 - (Enem digital 2020) [...] as irmandades de negros eram espaços permitidos dentro da legalidade, nos quais o escravo podia manifestar-se fora de suas relações de trabalho. [...] Em certo sentido, era através da religião católica que o escravo encontrava algum lenitivo para sua situação. Tudo indica que a permissão para a criação das irmandades de negros tenha sido dada com o intuito de obter melhores resultados na cristianização dos escravos [...]. Paradoxalmente, os negros utilizaram as irmandades para resguardar valores culturais, em especial suas crenças religiosas. [...] Tudo leva a crer que, a partir da realidade vivida naquela época, bem como considerando as dificuldades, o negro recriou e reinterpretou a cultura dominante, adequando-a à sua maneira de ser. (Ana Lúcia Valente. “As irmandades de negros: resistência e repressão”. In: Horizonte, v. 9, no 21, 2011.) Segundo o excerto, as irmandades religiosas de negros, no Brasil colonial, eram a) organizações culturais destinadas à difusão do catolicismo e, paralelamente, à valorização do sincretismo religioso. b) confrarias em que era proibido, por ordens metropolitanas, o contato direto entre escravizados. c) templos em que era permitida, pelas autoridades coloniais, a realização de cultos religiosos de origem africana.d) espaços de imposição de princípios europeus aos escravizados e, simultaneamente, de manifestação de traços culturais de matriz africana. e) instituições de apoio e auxílio aos escravizados, criadas e mantidas por meio da atuação catequizadora dos jesuítas espanhóis. 3 - (Enem 2018) Lei n. 3 353, de 13 de maio de 1888 A Princesa Imperial Regente, em nome de Sua Majestade o Imperador, o Senhor D. Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império que a Assembleia- Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte: Art. 1º: É declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil. Art. 2º: Revogam-se as disposições em contrário. Manda, portanto, a todas as autoridades, a quem o conhecimento e execução da referida lei pertencer, que a cumpram, e façam cumprir e guardar tão inteiramente como nela se contém. Dada no Palácio do Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1888, 67º ano da Independência e do Império. Princesa Imperial Regente. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 6 fev. 2015 (adaptado). Um dos fatores que levou à promulgação da lei apresentada foi o(a) a) abandono de propostas de imigração. b) fracasso do trabalho compulsório. c) manifestação do altruísmo britânico. d) afirmação da benevolência da Corte. e) persistência da campanha abolicionista. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 38 @dedaaladim 5 - (Enem digital 2020) Lei n. 3 353, de 13 de maio de 1888 A Princesa Imperial Regente, em nome de Sua Majestade o Imperador, o Senhor D. Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império que a Assembleia- Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte: Art. 1º: É declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil. Art. 2º: Revogam-se as disposições em contrário. Manda, portanto, a todas as autoridades, a quem o conhecimento e execução da referida lei pertencer, que a cumpram, e façam cumprir e guardar tão inteiramente como nela se contém. Dada no Palácio do Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1888, 67º ano da Independência e do Império. Princesa Imperial Regente. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 6 fev. 2015 (adaptado). Um dos fatores que levou à promulgação da lei apresentada foi o(a): a) abandono de propostas de imigração. b) fracasso do trabalho compulsório. c) manifestação do altruísmo britânico. d) afirmação da benevolência da Corte. e) persistência da campanha abolicionista. [...] A noite de 12 de novembro de 1823 ficou conhecida como a Noite da Agonia, marcada pela invasão, ordenada por D. Pedro I, do plenário da Assembleia Constituinte, provocando sua dissolução. No dia seguinte, o Imperador impôs medidas de vigilância sobre reuniões políticas e até prisão para quem se envolvesse em polêmicas públicas. Pouco mais de 4 meses depois, no dia 25 de março do ano seguinte, era outorgada a Constituição Política do Império do Brasil. Como consequência dessas atitudes de D. Pedro I: a) ocorreu um movimento revolucionário, republicano e separatista em algumas províncias do Nordeste brasileiro, denominado Confederação do Equador. b) explodiu, em Salvador, a Conjuração baiana, ou revolta dos Alfaiates, que pretendia a separação da província da Bahia do restante do Brasil. c) em julho de 1824, os estancieiros gaúchos rebelaram-se contra o império, proclamando a autonomia política da província e a criação da República Juliana. d) eclodiu a Revolução Pernambucana, ou Revolução dos Padres, motivada pelos ideais iluministas, com apoio internacional dos Estados Unidos. 6 - (UECE 2022) Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 39 @dedaaladim 7 - (ENEM 2016) Com seu manto real em verde e amarelo, as cores da casa dos Habsburgo e Bragança, mas que lembravam também os tons da natureza do “Novo Mundo”, cravejado de estrelas representando o Cruzeiro do Sul e, finalmente, com o cabeção de penas de papo de tucano em volta do pescoço, D. Pedro II foi coroado imperador do Brasil. O monarca jamais foi tão tropical. Entre muitos ramos de café e tabaco, coroado como um César em meio a coqueiros e paineiras, D. Pedro transformava-se em sinônimo da nacionalidade. SCHWARCZ, L. M. As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Cia. das Letras, 1998 (adaptado). No Segundo Reinado, a Monarquia brasileira recorreu ao simbolismo de determinadas figuras e alegorias. A análise da imagem e do texto revela que o objetivo de tal estratégia era a) exaltar o modelo absolutista e despótico. b) valorizar a mestiçagem africana e nativa. c) reduzir a participação democrática e popular. d) mobilizar o sentimento patriótico e antilusitano. e) obscurecer a origem portuguesa e colonizadora. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 40 @dedaaladim 9 - (Enem (Libras) 2017) Ao regressar de Minas, D. Pedro I tentou entrar no Rio como nas festas anteriores, que referendavam sua soberania. Contudo, as tropas não enfileiraram, não houve parada militar, o imperador não se pôde alinhar com seu povo em armas. No decorrer de março, os tumultos estendiam-se da noite para o dia, espalhando o medo pela cidade e a impressão de um iminente tumulto. Souza, I. L. C. Pátria coroada: o Brasil como corpo político autônomo (1780-1831). São Paulo: UNESP, 1999, p. 343 (fragmento). O texto demonstra instabilidades que antecederam à abdicação de D. Pedro I ao trono, em 1831. Ao longo do Primeiro Reinado, incluem-se como principais motivos do desgaste político do imperador: a) o absolutismo de D. Pedro I devido ao poder moderador; a interferência na política de conciliação; o envolvimento do Brasil em movimentos de independências na América Espanhola e a Guerra do Paraguai. b) as reações contrárias à independência do Brasil; as revoltas regenciais caudilhistas; os atritos políticos entre conservadores e liberais. c) a crise da sucessão do trono português; a Revolução Farroupilha; a crise econômico- financeira; as regências e o golpe da maioridade. d) o absolutismo do imperador; o envolvimento de D. Pedro I com a sucessão do trono português; a Guerra da Cisplatina e a crise econômico-financeira. e) a Revolução Liberal do Porto, o parlamentarismo às avessas; a crise econômico-financeira e o movimento republicano. 8 - (UFGD 2022) O major Schaeffer recebeu do governo de D. Pedro I promessas de recompensa financeira para cada imigrante recrutado. Para obter maior lucro, montou uma rede de subagentes espalhados pela Alemanha a fim de angariar colonos e soldados para emigração. Os alemães que aceitavam vir para o sul do país achavam que receberiam 50 hectares de terra, vacas, bois e cavalos, auxílio de um franco por pessoa no primeiro ano e de 50 cêntimos no segundo; além da isenção de impostos nos primeiros dez anos, liberação do serviço militar, nacionalização imediata e liberdade de culto. Entretanto, no decorrer dos anos, vários desses compromissos nunca foram cumpridos. A Hora. Caderno especial: 192 anos de colonização alemã no RS. Disponível em: https://issuu.com. Acesso em: 8 set. 2016 (adaptado). Considerando a conjuntura histórica da primeira metade do século XIX, essa política imigratória tinha como objetivo: a) legitimar a utilização do trabalho livre. b) garantir a ocupação dos territórios platinos. c) possibilitar a aplicação da reforma fundiária. d) promover o incremento do comércio fronteiriço. e) assegurar a modernização das frentes agrícolas. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 41 @dedaaladim 11 - (FCMSCSP 2021) 10 - (ENEM 2016 SEGUNDA APLICAÇÃO) Segundo a charge, os últimos anos daMonarquia foram marcados por: a) debates promovidos em espaços públicos, contando com a presença da família real. b) atividades intensas realizadas pelo Conde D’Eu, numa tentativa de salvar o regime monárquico. c) revoltas populares em escolas, com o intuito de destituir o monarca do poder e coroar o seu genro. d) críticas oriundas principalmente da imprensa, colocando em dúvida a continuidade do regime político. e) dúvidas em torno da validade das medidas tomadas pelo imperador, fazendo com que o Conde D’Eu assumisse o governo. Observe a litografia de Jean-Baptiste Debret, intitulada Empregado do governo saindo a passeio, de 1835. A imagem, produzida durante o Brasil Império, mostra duas características da sociedade colonial que persistiram após a independência política: a) a cordialidade e o servilismo. b) a desigualdade social e a harmonia das raças. c) a informalidade e a religiosidade. d) o privilégio do setor público e o autoritarismo. e) o patriarcalismo e o escravismo. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 42 @dedaaladim 13 - (PUC-RS 2021) 12 - ( ENEM PPL 2020) Nas cidades, os agentes sociais que se rebelavam contra o arbítrio do governo também eram proprietários de escravos. Levavam seu protesto às autoridades policiais pelo recrutamento sem permissão. Conseguimos levantar, em ocorrências policiais de 1867, na Província do Rio de Janeiro, 140 casos de escravos aprisionados e remetidos à Corte para serem enviados aos campos de batalha. SOUSA, J. P. Escravidão ou morte: os escravos brasileiros na Guerra do Paraguai. Rio de Janeiro: Mauad; Adesa, 1996. Desconstruindo o mito dos “voluntários da pátria”, o texto destaca o descontentamento com a mobilização para a Guerra do Paraguai expresso pelo grupo dos a) pais, pela separação forçada dos filhos. b) cativos, pelo envio compulsório ao conflito. c) religiosos, pela diminuição da frequência aos cultos. d) oficiais, pelo despreparo militar dos novos recrutas. e) senhores, pela perda do investimento em mão de obra. A abdicação de D. Pedro I do trono de Imperador do Brasil, em 1831, estava relacionada: a) às exigências de atrelamento da economia brasileira à portuguesa, por parte da elite portuguesa unificada após a Revolução do Porto. b) aos interesses do Império Inglês em expandir sua área de influência econômica e política no Brasil, liberando-o da dependência histórica da economia portuguesa. c) às reformas liberalizantes impostas pelo ministério dos Marqueses, que limitaram o poder constitucional de D. Pedro I. d) à política excessivamente centralista do monarca e aos conflitos entre os seus apoiadores políticos lusitanos e os grandes proprietários de terras que formavam a elite local. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 43 @dedaaladim 14 - (Enem 2017) Com a Lei de Terras de 1850, o acesso à terra só passou a ser possível por meio da compra com pagamento em dinheiro. Isso limitava, ou mesmo praticamente impedia, o acesso à terra para os trabalhadores escravos que conquistavam a liberdade. OLIVEIRA, A. U. Agricultura brasileira: transformações recentes. In: ROSS, J. L. S. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2009. O fato legal evidenciado no texto acentuou o processo de: a) reforma agrária. b) expansão mercantil. c) concentração fundiária. d) desruralização da elite. e) mecanização da produção. 15 - (IFBA 2020) Sobre os movimentos indicados no mapa, podemos afirmar: a) Foram rebeliões nativistas. Observa-se que tais movimentos expressaram a insatisfação dos colonos com a administração colonial. b) Foram rebeliões ocorridas no período regencial, motivadas pela falta de um governo forte e pela pobreza da maioria da população. c) Foram movimentos que defendiam a instituição da República e o fim da escravidão no Brasil. d) Foram movimentos integrados, desse modo, todos tinham o interesse de instituir uma monarquia parlamentarista no Brasil. e) Foram movimentos separatistas, ou seja, lutavam pela separação da colônia da metrópole portuguesa. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 44 @dedaaladim 16 - (Enem digital 2020) Depois da Independência, em 1822, o país enfrentaria problemas que com frequência emergiram durante a formação dos Estados nacionais da América Latina. Em muitas regiões do Brasil, essas divergências foram acompanhadas de revoltas, inclusive contra o imperador D. Pedro I. Com a abdicação deste, em 1831, o país atravessaria tempos ainda mais turbulentos sob o regime regencial. REIS, J. J. Rebelião escrava no Brasil: a história do Levante dos Malês em 1835. São Paulo: Cia. das Letras, 2003 (adaptado). A instabilidade política no país, ao longo dos períodos mencionados, foi decorrente da(s):? a) disputas entre as tendências unitarista e federalista. b) tensão entre as forças do Exército e Marinha nacional. c) dinâmicas demográficas nas fronteiras amazônica e platina. d) extensão do direito de voto aos estrangeiros e ex-escravos. e) reivindicações da ex-metrópole nas esferas comercial e diplomática. 17 - (FUVEST 2022)) A revolta dos Malês, ocorrida em Salvador em 1835: a) foi uma revolta organizada por escravizados e libertos, contra a escravidão e a imposição da religião católica. b) expressava as aspirações de liberdade dos escravos urbanos impedidos de comprar as suas cartas de alforria. c) externava a indignação da população urbana branca com as práticas da violência e dos castigos públicos. d) reivindicava mais autonomia para as províncias, contrapondo-se à política centralizadora empregada pelos gestores imperiais. e) fracassou em decorrência das dificuldades encontradas na arregimentação de escravos dos engenhos do Recôncavo. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 45 @dedaaladim 18 - (Enem 2016)) A África Ocidental é conhecida pela dinâmica das suas mulheres comerciantes, caracterizadas pela perícia, autonomia e mobilidade. A sua presença, que fora atestada por viajantes e por missionários portugueses que visitaram a costa a partir do século XV, consta também na ampla documentação sobre a região. A literatura é rica em referências às grandes mulheres como as vendedoras ambulantes, cujo jeito para o negócio, bem como a autonomia e mobilidade, é tão típico da região. HAVIK, P. Dinâmicas e assimetrias afro-atlânticas: a agência feminina e representações em mudança na Guiné (séculos XIX e XX). In: PANTOJA. S. (Org.). Identidades, memórias e histórias em terras africanas. Brasília: LGE; Luanda: Nzila, 2006. A abordagem realizada pelo autor sobre a vida social da África Ocidental pode ser relacionada a uma característica marcante das cidades no Brasil escravista nos séculos XVIII e XIX, que se observa pela: a) restrição à realização do comércio ambulante por africanos escravizados e seus descendentes. b) convivência entre homens e mulheres livres, de diversas origens, no pequeno comércio. c) presença de mulheres negras no comércio de rua de diversos produtos e alimentos. d) dissolução dos hábitos culturais trazidos do continente de origem dos escravizados. e) entrada de imigrantes portugueses nas atividades ligadas ao pequeno comércio urbano. 19 - (UFU 2019) “[...] foi o mais notável movimento popular do Brasil. O único em que as camadas mais inferiores da população conseguiram ocupar o poder de toda uma província com certa estabilidade. [...] primeira insurreição popular que passou da simples agitação para uma tomada efetiva de poder.” PRADO JÚNIOR, Caio. Evolução Política do Brasil e outros estudos.São Paulo: Brasiliense, 1975. p. 69. (Adaptado) A citação acima diz respeito à Cabanagem, uma das principais revoltas ocorridas no chamado Período Regencial Brasileiro. Acerca desse movimento, é correto afirmar que a) ocorreu na cidade de Salvador, em 1835, com significativa participação de africanos escravizados de origem muçulmana. O levante durou menos de 24 horas e foi duramente reprimido. Os revoltosos sobreviventes foram mortos, presos ou degradados. b) ocorreu no Maranhão entre os anos de 1838 e 1841 e foi liderado por homens pobres (com apoio de escravos, de vaqueiros e mesmo de alguns fazendeiros) que enfrentaram grandes proprietários de terra, comerciantes e autoridades políticas. d) ocorreu na província da Bahia entre os anos de 1837 e 1838. Seu objetivo era, dentre outros, a criação de uma república de caráter transitório até que Dom Pedro II alcançasse a maioridade. d) ocorreu na província do Grão-Pará, entre 1835 e 1840, em decorrência da exploração sofrida pelos trabalhadores submetidos a um regime de trabalho de semiescravidão. Esses foram violentamente reprimidos e aproximadamente 30 mil pessoas morreram assassinadas por tropas imperiais e em incêndios. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 46 @dedaaladim 20 - (UNESP 2021) No que dizia respeito ao Estado a ser construído, genericamente o modelo disponível era aquele que prevalecia no mundo ocidental. Tratava-se de organizar um aparato político- administrativo com jurisdição sobre um território definido, que exercia as competências de ditar as normas que deveriam regrar todos os aspectos da vida na sociedade, cobrar compulsoriamente tributos para financiá-lo e às suas políticas, exercer o poder punitivo para aqueles que não respeitassem as normas por ele ditadas. (Miriam Dolhnikoff. História do Brasil império, 2019.) O texto refere-se à organização política do Brasil após a independência, em 1822. O novo Estado brasileiro foi baseado em padrões: a) federalistas e garantia completa autonomia às províncias. b) liberais e contava com sistema político representativo. c) absolutistas e fundava-se no exercício dos três poderes pelo imperador. d) elitistas e era controlado apenas pelos portugueses residentes no país. e) democráticos e permitia a ampla participação da população brasileira. 21 - (Enem PPL 2021) No Império do Brasil, apesar do apego a certo ideário do Antigo Regime, as ideias e práticas políticas inéditas que se moldaram e se redefiniram naquela conjuntura acabaram por converter a Coroa em Estado e fizeram com que a política deixasse os círculos palacianos privados para emprestar uma nova dimensão à praça pública. Por conseguinte, o novo império não mais podia fugir à obrigação de conduzir a sociedade, fazendo-se reger por uma Constituição, ainda que outorgada, e articulando-se por meio de uma divisão de poderes que respeitasse, a princípio, pelo menos, a participação daqueles considerados cidadãos. NEVES, L. M. B. P. O governo de D. João: tensões entre ideias liberais e práticas do Antigo Regime. In: CARVALHO, J. M.; CAMPOS, A. P. (Org.). Perspectiva da cidadania no Brasil Império. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011. Com base no texto, na formação do Estado brasileiro prevaleceram ideias e práticas derivadas dos princípios: a) iluministas. b) federalistas. c) republicanos. d) democráticos. e) abolicionistas. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 47 @dedaaladim 22 - (PUC-RS 2014) Depois de declarada a Independência do Brasil, foi necessário dar uma ordenação legal ao novo país por meio da sua primeira constituição. Sobre esse processo, é INCORRETO afirmar que: a) O primeiro projeto de constituição recebeu o nome de Constituição da Mandioca, porque estabelecia que, para votar ou se eleger, a pessoa deveria comprovar uma renda mínima, equivalente a determinada quantidade de alqueires plantados desse vegetal. b) A Assembleia Legislativa reunida em 1823 para elaborar a primeira Constituição do Brasil foi dissolvida por D. Pedro I, por ter proposto um projeto que privilegiava os grandes proprietários de terra e excluía os pobres da participação política. d) A primeira Constituição do Brasil foi outorgada por D. Pedro I e estabelecia o voto censitário e a formação de quatro poderes – Legislativo, Judiciário, Executivo e Moderador –, ficando os dois últimos sob controle do Imperador. d) A primeira Constituição brasileira, estabelecida em 25 de março de 1824, instituiu uma monarquia hereditária no Brasil e o catolicismo como religião oficial do novo País, subordinando a Igreja ao controle do Estado. e) Instituído pela Constituição outorgada de 1824, o Poder Moderador garantia a D. Pedro I o direito de nomear ministros, dissolver a Assembleia Legislativa, controlar as Forças Armadas e nomear os presidentes das províncias, favorecendo a concentração de poderes no Imperador. 23 - (Enem 2021) Durante os anos de 1854-55, o governo brasileiro – por meio de sua representação diplomática em Londres – e os livre-cambistas ingleses – nas colunas do Daily News e na Câmara dos Comuns – aumentaram a pressão pela revogação da Lei Aberdeen. O governo britânico, entretanto, ainda receava que, sem um tratado anglo-brasileiro satisfatório para substituí-la, não haveria nada que impedisse os brasileiros de um dia voltarem aos seus velhos hábitos. As tensões diplomáticas expressas no texto indicam o interesse britânico em: a) estabelecer jurisdição conciliadora. b) compartilhar negócios marítimos. c) fomentar políticas higienistas. d) manter a proibição comercial. e) promover o negócio familiar. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 48 @dedaaladim 24 - (FMP 2022) Leia a reportagem sobre o lançamento do quadrinho Rocha Navegável. Lançada no final de 2020 pela editora baiana RV, a HQ Rocha Navegável, de Fábio Costa e Igor Souza, mistura fatos ocorridos em Salvador com uma viagem histórica e espiritual, onde os malês são peças fundamentais. Na história, o espírito dos revoltosos cobra a existência de um monumento a eles no Campo da Pólvora, local que no passado abrigou uma vala comum, onde os escravizados mortos eram atirados. O local foi cemitério para muitos dos malês mortos na revolta de 1835. “Resistência: Revolta dos Malês completa 186 anos mais lembrada do que nunca”. Jornal Correio. Edição de 25 jan. 2021. Disponível em: . Acesso em: 29 jul. 2021. De acordo com o descrito na reportagem, a exigência de um monumento no local onde foram enterrados os rebeldes malês se justifica como uma: a) melhoria urbana da cidade de Salvador. b) homenagem ao regente Diogo Antônio Feijó. c) crítica à violência dos movimentos abolicionistas. d) contestação da memória oficial sobre o movimento. e) reverência aos soldados brasileiros mortos na ocasião. 25 - (ENEM 2021) No anúncio publicado na segunda metade do século XIX, qual a estratégia de resistência escrava apresentada? a) Criação de relações de trabalho. b) Fundação de territórios quilombolas. c) Suavização da aplicação de normas. d) Regularização das funções remuneradas. e) Constituição de economia de subsistência. Licensed to Eloá Melia Ramos - eloamr2010@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 49 @dedaaladim 26 - (FAMERP 2021) […] período de tão frequentes conflitos sociais e de cultura entre grupos da população — conflitos complexos com aparência de simplesmente políticos — que todo ele se distingue pela