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Profª Drª Maria Teresa de Souza Barboza 
PROCESSO COLETIVO 
Ação Popular. 
Mandado de segurança coletivo. 
Mandado de injunção coletivo. 
 CF, art. 5º, LXXIII: “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato 
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao 
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de 
custas judiciais e do ônus da sucumbência”. 
 Lei n. 4.717/65, chamada de Lei da Ação Popular (LAP), regula a ação popular e dispõe que a ação 
popular prestava-se à anulação ou declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio público, 
tomado em sentido amplo, transcreve-se o art. 1º e § 1º, a seguir: 
“Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos 
lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades 
autárquicas, de sociedades de economia mista (Constituição, art. 141, § 38), de sociedades mútuas de 
seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços 
sociais autônomos, de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja 
concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de 
empresas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e 
de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos. 
§ 1º - Consideram-se patrimônio público para os fins referidos neste artigo, os bens e direitos de valor 
econômico, artístico, estético, histórico ou turístico”. 
 A CF ampliou o objeto da ação popular para também abranger a defesa da moralidade administrativa 
e do meio ambiente. 
Ação popular – Fundamentação 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao46.htm#art141%C2%A738
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao46.htm#art141%C2%A738
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao46.htm#art141%C2%A738
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao46.htm#art141%C2%A738
 Conceito de ação popular: É o meio constitucional posto à disposição de qualquer cidadão para a 
defesa dos interesses difusos à moralidade, eficiência e probidade administrativa, além da tutela do 
meio ambiente e do patrimônio histórico e cultural. A ação popular é o instrumento processual para 
obter a invalidação de atos ou contratos administrativos ilegais e lesivos ao patrimônio federal, 
estadual ou municipal, ou ao patrimônio de autarquias, entidades paraestatais e pessoas jurídicas 
subvencionadas com dinheiro público. O qualificativo popular deriva da natureza impessoal do 
interesse defendido; trata-se da defesa da coisa pública, da coisa do povo. 
 Marcus Vinicius Rio Gonçalves explica que a ação popular “é um instrumento atribuído ao cidadão 
para fiscalizar a Administração Pública e preservar o patrimônio público, ambiental, cultural e histórico” 
(GONÇALVES, Marcus Vinicius R. Coleção sinopses jurídicas 26 - Tutela de interesses difusos e coletivos . Disponível em: Minha Biblioteca, (12ª 
edição). Editora Saraiva, 2018, p. 37). 
 Por meio do ajuizamento da ação popular cabe ao “Judiciário verificar se a Administração cumpriu o 
que foi determinado por lei, e se o fez de forma eficiente, sem buscar objetivos particulares nem violar 
as regras gerais de Administração Pública. Por exemplo: será possível discutir em ação popular ato 
administrativo que determina a aquisição, em período de graves dificuldades financeiras, de veículos 
luxuosos, para servirem às autoridades, ainda que haja lei autorizando (Odete Medauar)”. (GONÇALVES, 
Marcus Vinicius R. Coleção sinopses jurídicas 26 - Tutela de interesses difusos e coletivos . Disponível em: Minha Biblioteca, (12ª edição). Editora 
Saraiva, 2018, p. 33). 
 Exemplos de ajuizamento de ação popular: 
 Anulação de ato lesivo ao patrimônio público e ao meio ambiente, em sentido amplo. 
 Ofensa à moralidade pública, como a compra de bens por valor superior, ou a venda, por valor 
inferior ao de mercado (LAP, art. 4º). 
Ação popular – Conceito 
 A ação popular prestava-se unicamente à anulação ou declaração de nulidade de atos 
lesivos ao patrimônio público, considerando os bens e direitos de valor econômico, artístico, 
estético, histórico ou turístico, bem como a defesa da moralidade administrativa e do meio 
ambiente. 
 Ilegal e lesivo ao patrimônio público. 
Ato ilegal é a lei, o decreto, a resolução, a portaria, o contrato, ato administrativo e toda 
manifestação de vontade da administração danosa aos interesses da comunidade. 
Objetivo: declarar nulo o ato lesivo aos interesses tutelados e condenar os responsáveis e 
os beneficiários ao ressarcimento (Lei n. 4.717/65, art. 11). 
 Anulam-se os atos lesivos ao patrimônio que contiverem os vícios (Lei n. 4.717/65, art. 2º): 
 Incompetência de quem praticou o ato; 
Forma não prescrita em lei; 
Desvio de finalidade; 
 Ilegalidade do objeto; 
 Inexistência de motivos. 
 Lei de Ação Popular relaciona outros atos ou contratos nulos (Lei 4.717/65, art. 4º). 
 
Ação popular – Objetivo (1/2) 
 A ação popular tem por objetivo declarar a nulidade do ato lesivo, retirando qualquer efeito que ele tenha 
produzido, para repor o “status quo ante”, como se o ato nunca tivesse sido praticado, e a reparação do dano. 
 Pedido da ação popular: 
 Pedido imediato terá dupla natureza: 
o declaratório de nulidade, eis que requer o desfazimento do ato lesivo; e 
o condenatório, porque imporá aos responsáveis a obrigação de reparar os danos causados. 
 Pedido mediato: 
o invalidação do ato e 
o reposição dos prejuízos dele decorrentes pelos responsáveis e beneficiários. 
 A eficácia da sentença na ação popular é “ex tunc”, retroagindo ao momento inicial em que ele foi praticado. 
 Cumulativamente, quando já houver lesão ou prejuízo, haverá pedido condenatório, de reparação de danos ou 
obrigações de fazer ou não fazer que restabeleçam o “statu quo ante”, por meios de coerção (CPC, arts. 536, § 
1º, e 139, IV). 
 Ação popular tem finalidade repressiva, preventiva e supletiva, como: 
 Preventiva: ação ajuizada antes da consumação dos efeitos lesivos do ato e a lei permite a suspensão liminar 
do ato impugnado para prevenir a lesão. 
 Repressiva: visa corrigir atos danosos consumados. 
 Supletiva: visa obrigar a administração omissa a atuar. 
Ação popular – Objetivo (2/2) 
 Legitimidade ativa: cidadão brasileiro em gozo de seus direitos políticos. 
 Sujeito ativo deve ser pessoa física individual, de nacionalidade brasileira, no gozo de seus direitos 
políticos, demonstrado com a juntada do título de eleitor. 
o Admite-se o litisconsórcio facultativo ativo entre dois ou mais cidadãos (Lei n. 4.717/65, art. 6º, § 
5º). 
o No caso de desistência da ação pelo cidadão ou de inércia que possa levar à extinção do 
processo, serão publicados editais para que, no prazo de 90 dias, qualquer outro cidadão ou o 
Ministério Público possam assumir o polo ativo. 
o Pessoa jurídica não poderá em hipótese alguma figurar como autor (SSTF 365). 
 Legitimidade passiva: somente admite-se Ação Popular contra as entidades abaixo (Lei n. 4.717/65, 
art. 6º, § 2º): 
 Entidades públicas centralizadas e descentralizadas; 
 Sociedades mútuas de seguro, nas quais a União represente os segurados ausentes; 
 Empresas públicas; 
 Serviços sociais autônomos; 
 Instituições ou fundações para cuja criação e custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra 
com mais de 50% do patrimônio da receita anual; 
 Empresas incorporadas ao patrimônio da União, Distrito Federal, Estados e Municípios; 
 Pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos. 
Ação popular – Legitimidade ativa e passiva (1/2) 
 Admite-se como assistente simples dos réus o funcionáriocausador do dano que possa ser 
demandado em regresso e que, por isso, tenha interesse jurídico em que a sentença seja favorável 
aos assistidos (Lei n. 4.717/65, art. 11). 
 Pretende-se alcançar não apenas os causadores da lesão, mas todos aqueles que dela se 
beneficiaram. 
 Ministério Público deve atuar como fiscal da ordem jurídica, exercendo as funções: 
 fiscalizar o cumprimento da lei. 
 apressar a produção da prova. 
 promover a responsabilidade civil ou criminal dos que dela participem. 
 promover a execução da sentença, caso decorrido o prazo de 60 dias sem que o autor ou terceiro a 
promovam, o que deverá fazê-lo no prazo de 30 dias, sob pena de falta grave (LAP, art. 16). 
o No caso de desistência, ou de inércia, que possa levar à extinção do processo sem julgamento de 
mérito, o Ministério Público estará legitimado a assumir o polo ativo (LAP, art. 9º). 
 Ilegitimidade ativa: não têm qualidade para propor ação popular (SSTF 365): 
 Estrangeiros; 
 Inalistáveis; 
 Partidos políticos; 
 Entidades de classe; 
 Pessoa jurídica em geral. 
Ação popular – Legitimidade ativa e passiva (1/2) 
 Legitimidade “ad causam”: 
Só pode ser proposta por cidadão brasileiro, isto é, por pessoa física no gozo de seus 
direitos políticos, comprovado por meio do título de eleitor. 
O réu pode confessar tácita ou expressamente, passando a atuar em prol do pedido inicial 
(mais comum no caso da pessoa jurídica), como dispõe a LAP, art. 6º, § 3º: “A pessoa 
jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá 
abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, desde que isso se 
afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal ou dirigente”. 
Os responsáveis que não integrarem a lide serão responsabilizados por ação regressiva. 
 Interesse de agir: condicionado à efetiva ameaça ou risco de ameaça ao patrimônio público, 
histórico, cultural, artístico e ao meio ambiente. 
 Ilegalidade ou ilegitimidade do ato impugnado, isto é, ilegalidade na sua formação ou no 
seu objeto. 
 Lesividade do ato ao patrimônio público ou ameaça de ato lesivo, é todo aquele que: 
o desfalca o erário da administração; 
o atinge a moralidade administrativa; 
o danifica o meio ambiente; e 
o destrói o patrimônio histórico e cultural. 
Ação popular – Requisitos 
 Competência originária (LAP, art. 5º): 
 Justiça Federal, na Vara Federal: ato impugnado for do interesse da União, de entidades autárquicas, 
fundações públicas ou empresas públicas federais (CF, art. 109). 
 Justiça Estadual, na Vara da Fazenda Pública: ato impugnado for do interesse do Estado, de entidades 
autárquicas, fundações públicas ou empresas públicas estaduais. 
 Justiça Estadual, na Vara da Fazenda Pública ou Vara Cível: ato impugnado for do interesses do 
Município, e será proposta no Foro da respectiva Comarca, em Vara de Fazenda Pública, se houver, ou 
em Vara Cível. 
 Justiça Estadual: ação proposta contra sociedade de economia mista (SSTJ 42), exceto se a União 
Federal tiver interesse (econômico e indireto), que a competência será da Justiça Federal (Lei 9.469/97). 
 Competência territorial das causas intentadas contra a União ou contra o Estado: ação popular poderá ser 
ajuizada, a escolha ao autor, nas seguintes seções competentes (CF, art. 109, § 2º; CPC, art. 52 e § único): 
 domiciliado o autor, ou 
 onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda, ou 
 no Distrito Federal ou capital do Estado. 
 Se a ação popular for de interesse da União, Estado e Municípios, será de competência da Justiça Federal 
e ajuizada no Supremo Tribunal Federal (STF) (CF, art. 109, I, “f”). 
 A propositura da ação torna o juízo prevento para todas as demais ações que forem intentadas contra as 
mesmas partes, sob o mesmo fundamento (LAP, art. 5º, § 3º). 
Ação popular – Competência originária (1ª Instância) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(GONÇALVES, Marcus Vinicius R. Coleção sinopses jurídicas 26 - Tutela de interesses difusos e coletivos . Disponível em: Minha Biblioteca, (12ª 
edição). Editora Saraiva, 2018, p. 44) 
Quadro de diferença entre ação popular e ação civil pública 
 Petição inicial da ação popular: o autor deve descrever um ato administrativo que repute 
ofensivo à lei ou à moralidade administrativa, postulando que ele seja declarado nulo, e que 
os responsáveis e beneficiários sejam condenados a ressarcir os prejuízos que ocasionaram. 
Observar os requisitos previsto no CPC, arts. 319 e 320. 
O autor deverá apresentar a prova de cidadania: o título eleitoral ou documento a ele 
correspondente. 
Na inicial, o autor pode requerer ao juiz, que requisite às entidades públicas as certidões e 
informações que julgar necessárias, bastando que indique a respectiva finalidade. 
 Liminar (LAP, art. 5º, § 4º): 
Requerida para a suspensão liminar do ato lesivo impugnado. 
A liminar pode ser concedida ou não nas férias forenses. 
 O autor da ação popular tem isenção de custas judiciais e dos ônus de sucumbência, salvo 
se comprovada má-fé (CF, art. 5º, LXXIII). 
 
Ação popular – Competência originária (1ª Instância) (1/2) 
 Processo de conhecimento, de procedimento comum, com pedidos de natureza desconstitutiva (ou 
declaratória) e condenatória. 
 Ao despachar a petição inicial, o juiz poderá 
 Conceder a suspensão liminar do ato, objetivando a defesa do patrimônio público, se requerida 
(LAP, art. 5º, § 4º). 
o Essa liminar pode ser concedida no início do processo, antes da citação do réu, ou em momento 
posterior, quando se verifique a existência de perigo iminente aos bens tutelados na ação. 
o Contra a decisão liminar cabe agravo de instrumento. 
• É permitido ao presidente do tribunal, ao qual compete o julgamento do respectivo recurso, 
suspender a execução liminar, em despacho fundamentado, havendo manifesto interesse 
público ou flagrante ilegitimidade, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à 
economia públicas (Lei n. 8.437/92, art. 4º, “caput” e § 1º). 
 Determinar a citação do réu e de todos os responsáveis pelo ato impugnado e a intimação do 
Ministério Público (interveniente obrigatório na ação) (LAP, art. 6º). 
 O juiz ordenará a citação pessoal dos que praticaram o ato, e a citação editalícia e nominal pelo 
correio de todos os beneficiários, se o autor assim requerer. 
 Aos citados por edital que forem revéis, nomear-se-á curador. 
 A citação por edital deve ficar reservada para as hipóteses previstas no art. 256 do CPC. 
Ação popular – Procedimento (1/3) 
 O juiz requisitará documentos que tenham sido pedidos pelo autor na inicial, e outros que possam ser 
úteis para o esclarecimento dos fatos, marcando prazo para atendimento. 
 Prazo para contestar: 20 dias, prorrogáveis para mais 20 dias, a requerimento, se difícil obtenção de 
prova documental. 
 Prazo comum a todos os contestantes. 
 A resposta deverá ser apresentada em 20 dias, ainda que os litisconsortes tenham advogados 
diferentes. 
 A falta de contestação não gera a revelia dos entes públicos ou privados cujo ato é objeto de 
impugnação (LAP, art. 6º, § 3º), mas gera a revelia dos demais réus (autoridades e funcionários 
responsáveis pelo ato, ou beneficiários). 
 Citados os entes públicos podem: 
o contestar a ação, defendendo a validade do ato impugnado; 
o silenciar; e 
o atuar ao lado do autor como uma espécie de assistente simples, desde que isso se afigure útil ao 
interesse público. 
 Não cabe reconvenção. 
 Se houver litisconsórcio, se um dos réus contestar, a defesa aproveitará aos demais, quando o 
litisconsórcio for unitário, ou quando a matéria alegada for comum aos demais réus. 
Ação popular – Procedimento (2/3) 
 Se o réu alegar matéria preliminar ou fato extintivo, impeditivo ou modificativo do direito, o o 
autor será intimado a se manifestar no prazo de 15 dias (CPC, arts. 350 e 351). 
 Se não houverprovas a produzir ou se impertinentes, o juiz proferirá o julgamento 
antecipado do mérito, após dar às partes o prazo de 10 dias para suas últimas alegações 
(LAP, art. 7º, V). 
 Requerida produção de provas pelas partes, o processo seguirá pelo procedimento comum, 
devendo-se observar o art. 357 e parágrafos do Código de Processo Civil. 
O Ministério Público deve acompanhar a ação, diligenciando para apressar a produção de 
provas (LAP, art. 6º, § 4º). 
 Colhidas as provas, as partes apresentarão suas alegações finais, e o juiz proferirá sentença 
no prazo de 15 dias, se já não tiver julgado em audiência. 
 Desistência da ação pelo autor (ou absolvição de instância) serão publicados editais, ficando 
assegurado a qualquer cidadão ou Ministério Público, no prazo de 90 dias, para dar 
prosseguimento ao processo. 
O MP poderá manifestar desinteresse em prosseguir com o processo. 
Ação popular – Procedimento (3/3) 
 A sentença pode ser de resolução de mérito ou de extinção sem resolução de mérito, observando-se, com 
as ressalvas inerentes à natureza da ação, as hipóteses dos arts. 487 e 485 do CPC. 
 Não há possibilidade de transação nem de renúncia ao direito, o que afasta a extinção, com fundamento no 
art. 487, III, “b” e “c”, do CPC. 
 Ação popular pode ser extinta sem resolução de mérito nas hipóteses do CPC, art. 485, exceto nas 
hipóteses de convenção de arbitragem e morte da parte, por serem incompatíveis com a referida ação. 
 Ação popular pode ser extinta sem resolução de mérito por desistência da parte e desinteresse do MP em 
prosseguir com a referida ação. 
 Haverá remessa necessária (LAP, art. 19). 
 A sentença extintiva não impede que a ação seja novamente proposta. 
 Sentença: pode ser procedente, procedente em parte ou improcedente o pedido. 
 Na sentença que julgar procedente o pedido, o juiz deverá decretar a invalidade do ato, a condenação ao 
ressarcimento de perdas e danos por parte dos responsáveis pelo ato que tiverem agido com dolo ou culpa, 
e dos beneficiários (LAP, art. 11). 
 Há ação regressiva contra os responsáveis que não integraram a lide. 
 A condenação abrange as custas e honorários advocatícios (LAP, art. 12). 
 Autor vencido é isento das custas e do ônus da sucumbência, salvo se comprovada má-fé. 
 A dupla natureza da sentença na ação popular é declaratória de nulidade do ato impugnado e 
condenatória. 
 Sentença tem eficácia “ex tunc”. 
Ação popular – Sentença 
 Recurso: 
Recurso de ofício, se for julgada improcedente a ação ou na extinção sem resolução de 
mérito. 
Da sentença de mérito cabe apelação, com efeito devolutivo e suspensivo. 
Ministério Público não pode apelar da sentença que julgar procedente a ação popular. 
De decisão interlocutória cabe agravo de instrumento. 
 Coisa Julgada: 
Procedência ou improcedência por pretensão infundada fazem coisa julgada. 
 Improcedência por insuficiência de provas não faz coisa julgada, podendo ser proposta 
nova ação com novas provas. 
Ação popular – Recurso e coisa julgada 
 A execução poderá ser por quantia certa, para entrega de coisa, ou de obrigação de fazer ou 
não fazer, conforme a obrigação imposta na sentença. 
Observa-se os procedimentos previstos no CPC, arts. 538, 536, 523 e s, respectivamente. 
 Legitimidade para promover a execução (LAP, arts. 6º, § 5º, e 17): 
Autor; 
Qualquer outro cidadão; 
Qualquer dos entes mencionados no art. 1º da LAP; 
Ministério Público dever proceder à execução no prazo de 30 dias, sob pena de falta 
grave, se o autor não promover em 60 dias após a publicação da sentença; 
Entidades lesadas. 
 Execução é promovida contra os responsáveis pelo ato, mas não contra as entidades. 
 Se o réu condenado perceber dos cofres públicos, a execução far-se-á por desconto em 
folha até o integral ressarcimento de dano causado, se assim mais convier ao interesse 
público (LAP, art. 14, § 3º). 
Desde a sentença condenatória, o condenado fica sujeito a sequestro e penhora de bens. 
Ação popular - Execução 
 A CF, art. 5º, LXIX, dispõe sobre o mandado de segurança, como mecanismo de proteção de 
direitos líquidos e certos, não amparados por “habeas corpus” ou “habeas data”, quando o 
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa 
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. 
 O mandado de segurança coletivo é instrumento de defesa dos interesses transindividuais, 
cujos legitimados para impetração são (legitimidade ativa extraordinária) (CF, art. 5º, LXX): 
Partido político com representação no Congresso Nacional; 
Organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou 
associados, que independe de autorização (SSTF 629). 
 Legitimidade passiva: autoridade pública. 
 Os requisitos e as finalidades mandado de segurança individual e coletivo são os mesmos: a 
defesa de direito líquido e certo violado por autoridade pública ou agente de pessoa jurídica 
que esteja no exercício de direito público. 
 A diferença é que, no mandado de segurança individual, o interesse defendido é individual, e 
no mandado de segurança coletivo, é transindividual, como interesses coletivos e individuais 
homogêneos. 
A lei não autoriza a defesa de interesses difusos, por meio do mandado de segurança 
coletivo. 
 
 
 
 
Mandado de segurança coletivo (1/4) 
 Lei n. 12.016/2009, disciplina o mandado de segurança individual e coletivo e dá outras 
providências, e no seu art. 21 dispõe: 
“O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com 
representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a 
seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe 
ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em 
defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou 
associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, 
dispensada, para tanto, autorização especial. 
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser: 
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza 
indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte 
contrária por uma relação jurídica básica; 
II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de 
origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos 
associados ou membros do impetrante”. 
Mandado de segurança coletivo (2/4) 
 Quais os interesses tutelados? 
Em relação aos Partidos Políticos, a defesa de seus interesses legítimos, relativos a seus 
integrantes ou à finalidade partidária; e 
Em relação às organizações sindicais, entidades de classe ou associações, a defesa dos 
direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte (SSTF 630) dos seus membros ou 
associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades. 
 Lei n. 12.016/2009, art. 22 e § 1º, tratou da extensão dos efeitos da sentença: 
“No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos 
membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante”. 
§ 1º. O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, 
mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não 
requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 dias a contar da 
ciência comprovada da impetração da segurança coletiva”. 
 Na sentença, se a ordem for concedida, fará coisa julgada. 
Se a ordem for denegada, não fará coisa julgada material para os substituídos. 
Mandado de segurança coletivo (3/4) 
 Quanto ao procedimento, observar-se-á o estabelecidopara o mandado de segurança 
individual. 
 Prazo decadencial para impetração: 120 dias, a contar da data em que os legitimados têm 
ciência do ato impugnado. 
Ultrapassado esse prazo, extingue-se o direito ao “mandamus”. 
 Os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos terão prioridade sobre 
todos os atos judiciais, salvo “habeas corpus”. 
 No mandado de segurança coletiva, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do 
representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no 
prazo de 72 horas (Lei n. 12.016/2009, art. 22, § 2º). 
 Nos processos de mandado de segurança, individual ou coletivo, não pode haver 
condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação de 
sanções no caso de litigância de má-fé. 
 
 
 
 
 
 
Mandado de segurança coletivo (4/4) 
 A CF, art. 5º, LXXI, prevê que o mandado de injunção coletivo será concedido sempre que “falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas 
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania”. 
 Lei n. 13.300/2006 disciplina o processo e o julgamento dos mandados de injunção individual e 
coletivo e dá outras providências, e no seu art. 2º e § único, dispõe: 
“Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora 
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania. 
Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem insuficientes as normas 
editadas pelo órgão legislador competente”. 
 Procedimento do mandado de injunção coletivo é o mesmo do individual. 
 Petição inicial deve observar os requisitos do CPC, arts. 319 e 320. 
 Recebida a inicial, será notificado o impetrado, a quem será enviada a 2ª via da inicial com as 
cópias dos documentos, para que em 10 dias preste as informações. 
 Será ainda dada ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial da pessoa 
jurídica interessada, com a remessa de cópia da inicial para que, querendo, ingresse no feito. 
 Ministério Público, no prazo de dez dias. 
Mandado de injunção coletivo 
 Legitimidade ativa: 
 Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da 
ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis; 
 Partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar o exercício de 
direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a finalidade 
partidária; 
 Organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e 
prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de 
seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização 
especial; 
 Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promoção dos 
direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, na forma do 
inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal. 
 Legitimidade passiva: Poder, órgão ou autoridade competente para a edição da norma 
regulamentadora. 
 
 
 
Mandado de injunção coletivo – Legitimidade ativa e passiva 
 Na sentença, acolhido o “mandamus”, será determinado prazo razoável para que o 
impetrado promova a edição da norma regulamentadora. 
Serão estabelecidas as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades 
ou das prerrogativas reclamados, ou, se for o caso, as condições em que poderá o 
interessado promover ação própria visando exercê-los, caso não seja suprida a mora 
legislativa, no prazo estabelecido para a edição da norma. 
 A decisão faz coisa julgada limitadamente às pessoas integrantes da coletividade, do grupo, 
da classe ou da categoria substituídos pelo impetrante. 
 Se a ordem for denegada por insuficiência de provas, não haverá coisa julgada material. 
 
 
Mandado de injunção coletivo – Sentença e coisa julgada 
OBRIGADA 
E 
ATÉ A PRÓXIMA!

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