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<p>Remédios Constitucionais (art. 5º, incisos LXVIII ao LXXIII)</p><p>Ações que podem ser utilizadas pelos indivíduos com o intuito de proteger seus direitos subjetivos. São vistos como meios de proteção quando o Estado não cumpre sua obrigação e não garante os direitos fundamentais dos cidadãos.</p><p>➲ Habeas Corpus</p><p>LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;</p><p>· É gratuito e não precisa de advogado;</p><p>· Garante o direito de ir e vir, protegendo a liberdade de locomoção quando ela estiver ameaçada ou restringida por abusos de poder ou por ilegalidade;</p><p>· Utilizado a todo momento no âmbito criminal;</p><p>· Qualquer pessoa pode ser um impetrante, incluindo menores de idade e estrangeiros;</p><p>· O impetrante pode entrar com um HC para ele mesmo ou para terceiro;</p><p>· O impetrado é a autoridade contra quem é impetrado o HC. Pode ser a autoridade policial, juízes, ou até mesmo um particular, como uma clínica de recuperação.</p><p>· Paciente é a pessoa beneficiada pelo HC;</p><p>· Pode ser utilizado de maneira preventiva ou repressiva;</p><p>· Admite a impetração em âmbito coletivo.</p><p>Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.</p><p>Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:</p><p>I - quando não houver justa causa;</p><p>II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;</p><p>III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;</p><p>IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;</p><p>V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza;</p><p>VI - quando o processo for manifestamente nulo;</p><p>VII - quando extinta a punibilidade.</p><p>➲ Habeas Data (Lei 9.507/97)</p><p>· É gratuito, mas a assistência advocatícia é necessária;</p><p>· Só pode ser utilizado para adquirir informações quando a autoridade administrativa já tiver recusado o seu acesso pelos meios administrativos (jurisdição condicionada);</p><p>· 3 aspectos essenciais: banco de dados de caráter público + recusa ou transcurso de prazo sem prestar informações após requerido na via administrativa + caráter personalíssimo da informação.</p><p>Art. 5º, LXXII, CF - conceder-se-á "habeas-data":</p><p>a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;</p><p>b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;</p><p>Finalidades</p><p>1. Garantir que o indivíduo possa obter informações, presentes em bancos de dados guardados por autoridades públicas, sobre ele mesmo;</p><p>2. Retificar os dados armazenados pelo poder público caso constate alguma inexatidão.</p><p>Natureza</p><p>· Possui natureza personalíssima, ou seja, o HD é utilizado para obter ou retificar informações do próprio impetrante, não podendo ser utilizado para ter acesso a informações de terceiros. Contudo, há uma exceção, uma vez que a jurisprudência do STF e do STJ reconhece que é possível que haja a impetração de habeas data do cônjuge sobrevivente para obter dados do marido falecido, na defesa de interesse deste.</p><p>Legitimidade</p><p>· Ativa: qualquer pessoa física, jurídica ou ente despersonalizado (massa falida, espólio, etc);</p><p>· Passiva: entes federativos, autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, bem como instituições privadas com banco de dados que possam transmitir informações a terceiros ou mantenedora de informações (SPC/SERASA);</p><p>· Não há prescrição ou decadência de HD.</p><p>Competência</p><p>· Depende de contra quem o remédio constitucional está sendo impetrado;</p><p>· Art. 20. O julgamento do habeas data compete:</p><p>I - originariamente:</p><p>a) ao Supremo Tribunal Federal, contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;</p><p>b) ao Superior Tribunal de Justiça, contra atos de Ministro de Estado ou do próprio Tribunal;</p><p>c) aos Tribunais Regionais Federais contra atos do próprio Tribunal ou de juiz federal;</p><p>d) a juiz federal, contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;</p><p>e) a tribunais estaduais, segundo o disposto na Constituição do Estado;</p><p>f) a juiz estadual, nos demais casos;</p><p>II - em grau de recurso:</p><p>a) ao Supremo Tribunal Federal, quando a decisão denegatória for proferida em única instância pelos Tribunais Superiores;</p><p>b) ao Superior Tribunal de Justiça, quando a decisão for proferida em única instância pelos Tribunais Regionais Federais;</p><p>c) aos Tribunais Regionais Federais, quando a decisão for proferida por juiz federal;</p><p>d) aos Tribunais Estaduais e ao do Distrito Federal e Territórios, conforme dispuserem a respectiva Constituição e a lei que organizar a Justiça do Distrito Federal;</p><p>III - mediante recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos na Constituição.</p><p>Procedimento</p><p>1. Requerimento administrativo apresentado ao órgão/entidade, prazo de 48h para deferimento ou indeferimento. A decisão será comunicada ao requerente em 24h;</p><p>2. Deferido o pedido, o órgão/entidade marcará dia e hora para que o requerente tome ciência das informações;</p><p>3. Constatada inexatidão, o interessado poderá requerer a retificação por meio de petição, a qual deverá ser realizada em, no máximo, 10 dias, após a entrada do requerimento;</p><p>4. A petição inicial deve ser instruída com prova:</p><p>1. Da recusa do acesso às informações ou do decurso de mais de 10 dias sem decisão;</p><p>2. Da recusa da retificação ou do decurso de mais de 15 dias sem decisão.</p><p>5. Quando faltar algum requisito previsto em lei ou quando não for o caso de cabimento de habeas data, a inicial será imediatamente indeferida. Cabe, nesse caso, o recurso de apelação.</p><p>6. Ao despachar a petição inicial, o juiz ordenará que se notifique a autoridade coatora do conteúdo da petição, de modo que, no prazo de 10 dias, preste as informações que julgar necessárias.</p><p>7. Após o prazo acima, e ouvido o representante do Ministério Público dentro de 5 dias, o juiz decidirá em 5 dias, sobre o mérito do habeas data.</p><p>8. Assim, caso o juiz julgue procedente o pedido, ele marcará data e horário para que a autoridade coatora:</p><p>· Apresente ao impetrante as informações a seu respeito, constantes de registros ou bancos de dadas; ou</p><p>· Apresente em juízo a prova da retificação ou da anotação feita nos assentamentos do impetrante.</p><p>RECURSOS: Da sentença que conceder ou negar o habeas data, cabe apelação. Contudo, quando a sentença conceder o HD, o recurso terá efeito meramente devolutivo.</p><p>Exceção: Art. 16. Quando o habeas data for concedido e o Presidente do Tribunal ao qual competir o conhecimento do recurso ordenar ao juiz a suspensão da execução da sentença, desse seu ato caberá agravo para o Tribunal a que presida. (agravo interno).</p><p>Caso não tenha sido apreciado o mérito pela decisão denegatória, o pedido de habeas data poderá ser renovado.</p><p>⚠️ ATENÇÃO!!!</p><p>Os processos de habeas data terão prioridade sobre todos os atos judiciais, exceto habeas-corpus e mandado de segurança. Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na primeira sessão que se seguir à data em que, feita a distribuição, forem conclusos ao relator.</p><p>O HD não é um instrumento adequado para corrigir informações controversas, pois não há fase de instrução. Se for necessário produzir provas deve ser utilizada ação ordinário cabível (declaratória ou constitutiva)</p><p>➲ Mandado de injunção</p><p>· Impetrado quando o indivíduo não consegue usufruir de direitos assegurados pela CF devido à omissão normativa;</p><p>· Inovação da CF/88, antes não havia nenhum instrumento com essa finalidade;</p><p>· NÃO é gratuito e necessita de assistência advocatícia;</p><p>Art. 5º, LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício</p><p>dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;</p><p>Tipos de MI</p><p>· Individual: impetrado por uma única pessoa;</p><p>· Coletivo: impetrado por determinados órgãos ou entidades em prol da coletividade.</p><p>Quem pode impetrar?</p><p>· O impetrado será sempre o Poder, órgão ou a autoridade e NUNCA o particular;</p><p>· O impetrante, no MI individual, pode ser tanto pessoa natural como pessoa jurídica;</p><p>· Os legitimados no MI coletivo são:</p><p>· Partido político com representação no CN, para assegurar os direitos de seus integrantes ou relacionados com a finalidade partidária;</p><p>· Organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em favor dos seus membros ou associados, de maneira total ou parcial;</p><p>· Ministério Público, para a defesa da ordem jurídica, do regime democratico ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis;</p><p>· Defensoria pública, para a promoção de direitos humanos e defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados.</p><p>Quando não cabe MI?</p><p>· Caso já haja norma regulamentadora do direito, mesmo que seja defeituosa;</p><p>· Caso falte norma regulamentadora de direito infraconstitucional;</p><p>· Diante da falta de regulamentação de medida provisória ainda não convertida em lei pelo CN;</p><p>· Caso não haja obrigatoriedade de regulamentação do direito constitucional, mas mera faculdade.</p><p>Processo e julgamento do MI</p><p>É possível conceder MI na omissão parcial de norma regulamentadora. Isto acontecerá quando forem consideradas insuficientes as normas editadas pelo órgão legislador competente.</p><p>· A petição inicial deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual e indicará, além do órgão impetrado, a PJ que ele integra ou está vinculado;</p><p>· Quando o documento necessário à prova do impetrante estiver localizado em repartição ou estabelecimento público, em poder de autoridade ou de terceiros, havendo a recusa em fornecê-lo por certidão, será ordenada, a pedido do impetrante, a exibição do documento no prazo de 10 dias.</p><p>· Recebida a inicial, será ordenada notificação do impetrado para que preste informações no prazo de 10 dias;</p><p>· A petição inicial será desde logo indeferida quando a impetração for manifestamente incabível ou manifestamente improcedente. Caberá AGRAVO, em 5 dias, para o órgão colegiado competente;</p><p>· Após o prazo para apresentação das informações, o MP será ouvido no prazo de 10 dias. Com ou sem parecer, após o prazo os autos serão conclusos.</p><p>Assim, após o julgamento do MI, caso seja reconhecida a omissão na criação da norma, será deferida a injunção para:</p><p>· Determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora;</p><p>· Estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado.</p><p>· No caso do indeferimento do pedido, quando ele ocorrer por insuficiência de prova, não haverá impedimento da renovação da impetração fundada em outros elementos probatórios.</p><p>⚠️ ATENÇÃO!!!</p><p>A decisão terá eficácia subjetiva limitada apenas às partes (inter partes) e produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora. Contudo, poderá ser conferida eficácia erga omnes (atingem todas as pessoas) à decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração.</p><p>Ademais, transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos análogos por decisão monocrática do relator.</p><p>Quando a norma regulamentadora superveniente for criada, ela produzirá efeitos ex nunc (não retorna ao passado) em relação aos beneficiados por decisão transitada em julgado, salvo se a aplicação da norma editada lhes for mais favorável.</p><p>Obs.: Caso a norma regulamentadora seja editada antes da decisão do mandado de injunção, o processo será extinto, sem a análise do mérito, pois não é mais necessário o instrumento do MI, visto que o direito já foi regulamentado.</p><p>➲ Mandado de segurança</p><p>· Lei 12.016/2009;</p><p>· NÃO é gratuito e precisa de advogado para impetração;</p><p>· Tutela direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus nem habeas data. Por isso, possui um caráter residual;</p><p>· Eventual complexidade na análise jurídica não afeta a condição de direito líquido e certo; o entendimento atual já se pacificou de que a liquidez e certeza se referem às questões fáticas e não jurídicas, conforme Súmula 625/STF;</p><p>Súmula 625/STF - Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança.</p><p>Requisitos do direito líquido e certo</p><p>1. Certeza jurídica;</p><p>2. Direito subjetivo do impetrante;</p><p>3. Objeto determinado.</p><p>· Não há dilação probatória;</p><p>· Individual ou coletivo (diferencia-se quanto à legitimidade ativa, objeto e efeitos da decisão);</p><p>· Preventivo (evita a lesão ou ameaça ao direito) ou repressivo (cessa a lesão ao direito);</p><p>Art. 5º, LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;</p><p>Autoridade coatora</p><p>· Autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.</p><p>Não cabimento</p><p>· Não pode ser utilizado em substituição à ação popular (Súmula 101/STJ);</p><p>· Não cabe contra lei em tese[footnoteRef:0] (Súmula 266/STF); [0: É aquela que apresenta generalidade e abstração, sendo que a generalidade está presente quando a lei possui destinatários indeterminados, enquanto que a abstração ocorre quando a lei disciplina de maneira abstrata as situações que estão sujeitas ao seu comando normativo.]</p><p>· Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão[footnoteRef:1] comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público. [1: No entanto, conforme lecionam Sarlet, Marinoni e Mitidiero (2019), esses impedimentos devem ser lidos em consonância com o texto constitucional, pois não é possível a limitação de uma ação constitucional, por texto infralegal. Assim, a vedação do parágrafo segundo do art. 1º deve ser compreendida em relação ao mérito dos atos de gestão e não às questões relacionadas às formalidades do ato administrativo.]</p><p>Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:</p><p>I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução;</p><p>II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;</p><p>III - de decisão judicial transitada em julgado[footnoteRef:2]. [2: Em regra, só é cabível ação rescisória</p><p>]</p><p>Legitimidade</p><p>Ativa</p><p>· PF, PJ, públicas ou privadas, personalizadas ou não;</p><p>· § 3º Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer delas poderá requerer o mandado de segurança;</p><p>· O art. 3º prevê a hipótese do direito decorrer de direito de terceiro, autorizando que o interessado impetre mandado de segurança em defesa do direito originário caso o titular, devidamente notificado, não o faça em até 30 dias.</p><p>Passiva</p><p>· Pessoa jurídica à qual está vinculada a autoridade coatora.</p><p>§ 1º Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições.</p><p>A jurisprudência consolidou o entendimento de que os atos de autoridades que exercem atividades delegadas são passíveis de mandado de segurança, nos termos da Súmula 510 do Supremo Tribunal Federal. Porém, não há uniformidade em relação ao cabimento contra atos praticados por autoridades que exercem autoridade autorizada. Por exemplo, é plenamente</p><p>cabível a impetração em face dos estabelecimentos particulares de ensino, sendo que se trata de uma atividade autorizada (e não delegada).</p><p>Competência</p><p>· Varia de acordo com a autoridade coatora;</p><p>Procedimento</p><p>Art. 7º Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:</p><p>I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações;</p><p>II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito;</p><p>III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.</p><p>§ 1º Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar caberá agravo de instrumento;</p><p>§ 4º Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamento.</p><p>Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quando não for o caso de mandado de segurança ou lhe faltar algum dos requisitos legais ou quando decorrido o prazo legal para a impetração.</p><p>· Juiz recebe e verifica se é caso ou não de mandado de segurança, de acordo com os requisitos do art. 10;</p><p>· Notifica a autoridade coatora e intima a PJ;</p><p>· Analisa o cabimento da liminar;</p><p>· Feitas as notificações, os autos são remetidos para o MP, em prazo IMPRORROGÁVEL de 10 dias. Caso o MP não se manifeste, os autos voltam para o juiz sentenciar, necessariamente, em 30 dias.</p><p>· Caso o mandado de segurança for denegado sem julgamento do mérito, o pedido de mandado de segurança pode ser renovado dentro do prazo decadencial;</p><p>· A sentença concessiva pode ser executada provisoriamente, desde que não seja caso de vedação de medida liminar;</p><p>· Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação;</p><p>· Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao relator a instrução do processo;</p><p>· Nos casos de competência originária dos tribunais, é permitida a defesa oral na sessão do julgamento do mérito ou do pedido liminar;</p><p>· Não cabe condenação ao pagamento de honorários advocatícios;</p><p>· É cabível aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé.</p><p>Prazos</p><p>· Pode ser impetrado em até 120 dias após a ciência do ato coator;</p><p>· Nos termos da Súmula 632/STF, é constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração do mandado de segurança.</p><p>Efeitos da decisão e recursos</p><p>· A sentença em mandado de segurança tem natureza mandamental. Nesse sentido, trata-se de uma ordem determinada à autoridade coatora para que a execute imediatamente. Em regra, não há fase de cumprimento de sentença, com exceção do pagamento de vantagens pecuniárias ao servidor público;</p><p>· O não cumprimento das decisões proferidas em mandado de segurança constitui crime de desobediência. Além disso, são cabíveis sanções administrativas, mecanismos processuais de coerção, como multa, e pode ser aplicada a Lei nº 1.079/1950, sobre crimes de responsabilidade;</p><p>· Quanto aos recursos, podemos dividi-los em:</p><p>1. Voluntários: manejados pela parte interessada (agravo, apelação, REsp, etc);</p><p>2. Obrigatórios ou de ofício: remessa obrigatória;</p><p>Art. 14. § 1º Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição.</p><p>3. Especiais.</p><p>Tanto a ação de mandado de segurança quanto eventuais recursos têm prioridade sobre todos os atos judiciais, exceto em relação a habeas corpus.</p><p>Suspensão de liminar ou de segurança (não é um recurso)</p><p>Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou do Ministério Público e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na sessão seguinte à sua interposição.</p><p>Súmula 626/STF - A suspensão da liminar em mandado de segurança, salvo determinação em contrário da decisão que a deferir, vigorará até o trânsito em julgado da decisão definitiva de concessão da segurança ou, havendo recurso, até a sua manutenção pelo Supremo Tribunal Federal, desde que o objeto da liminar deferida coincida, total ou parcialmente, com o da impetração.</p><p>➲ Mandado de segurança coletivo</p><p>Art. 5º, LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:</p><p>a) partido político com representação no Congresso Nacional;</p><p>b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.</p><p>Lei nº 12.016/2009, Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.</p><p>· Segundo o STJ, o MP também tem legitimidade para impetrar;</p><p>· Objeto: preservação ou a reparação de interesses transindividuais: individuais, homogêneos ou coletivos;</p><p>· Alcance da decisão: se limita aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante. Não há litispendência em relação a ações individuais, porém, se houver mandado de segurança individual, seu impetrante deverá requerer a desistência da ação individual em até 30 dias, contados da ciência da existência do mandado de segurança coletivo (art. 22, lei nº 12.016/2009).</p><p>➲ Ação popular</p><p>Art. 5º LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.</p><p>· Instrumento para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio público;</p><p>· Beneficiário: a coletividade;</p><p>· Legitimidade ativa: cidadão nato ou naturalizado que tem pleno gozo dos direitos políticos;</p><p>“Art. 1 § 3º A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda.”</p><p>· Por óbvio, menores de 16 anos não possuem capacidade ativa para postular a ação popular;</p><p>· STF já sumulou entendimento que PJ não possui legitimidade para ação popular. O MP também não é competente, mas se o autor desistir da ação, fica assegurado a qualquer cidadão, bem como representante do MP, dentro do prazo de 90 dias da última publicação, promover o prosseguimento;</p><p>· Apesar de não ser legitimado ativo, o MP deverá acompanhar a ação, cabendo-lhe apressar a produção da prova e promover a responsabilidade, civil ou criminal, dos que nela incidirem, sendo-lhe vedado, em qualquer hipótese, assumir a defesa do ato impugnado ou dos seus autores;</p><p>· É facultado a qualquer cidadão se habilitar como litisconsorte ou assistente do autor da ação popular.</p><p>Legitimidade passiva</p><p>Podem ser réus na ação popular aqueles que praticarem atos lesivos ao patrimônio público, que violarem a moralidade, o meio ambiente ou o patrimônio histórico e cultural, podendo ser a(s):</p><p>· União, Estados, Distrito Federal e Municípios;</p><p>· Autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas;</p><p>· Sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados ausentes;</p><p>· Serviços sociais autônomos;</p><p>· Empresas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos;</p><p>· Instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de 50% do patrimônio ou da receita atual; e</p><p>· Instituições ou fundações, para cuja criação ou custeio o tesouro público concorra com menos de 50% do patrimônio ou da receita anual, bem como pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas, contudo, as consequências patrimoniais da invalidez dos atos lesivos terão por limite a repercussão deles sobre a contribuição dos cofres públicos.</p><p>Em outras palavras, a ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades citadas acima, bem como contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.</p><p>Atos nulos</p><p>São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades públicas nos casos de:</p><p>· Incompetência;</p><p>· Vício de forma;</p><p>· Ilegalidade do objeto;</p><p>· Inexistência dos motivos;</p><p>· Desvio de finalidade.</p><p>Além disso, a lei da ação popular traz, de maneira expressa, alguns atos e contratos celebrados pelo poder público e que são também considerados nulos, como:</p><p>· A admissão ao serviço público remunerado com desobediência normas legais;</p><p>· A operação bancária realizada com desobediência a normas legais, ou quando valor real do bem dado em hipoteca ou penhor for inferior ao constante de escritura ou contrato;</p><p>· Concessão do serviço público celebrado em desobediência aos requisitos legais; dentre outras situações similares.</p><p>Competência</p><p>· Sempre será iniciada no primeiro grau de jurisdição, não há foro privilegiado;</p><p>· É competente para conhecer da ação o foro para as causas que interessem à União, DF, Estados ou municípios, de acordo com a organização judiciária de cada Estado. Exemplo: se no polo passivo figura um órgão estadual o ajuizamento será realizado perante a Justiça Estadual;</p><p>· Se o pleito interessar simultaneamente à dois entes federativos? Nesse caso, quando o pleito interessar simultaneamente à União e a qualquer outra pessoa ou entidade, será competente o juiz das causas da União, se houver; quando interessar simultaneamente ao Estado e ao Município, será competente o juiz das causas do Estado, se houver.</p><p>Procedimento</p><p>· Procedimento ordinário;</p><p>· Despacho inicial cita o réu e intima o MP;</p><p>· Requisição às entidades indicadas na inicial dos documentos referidos pelo autor e outros necessários ao esclarecimentos dos fatos. O prazo para atendimento dessa requisição é de 15 a 30 dias, sendo o representante do MP responsável por providenciar que as requisições sejam atendidas dentro do prazo;</p><p>· Se o autor preferir, a citação dos beneficiários poderá ser feita por edital, com prazo de 30 dias, publicados 3 vezes no jornal oficial. A publicação será gratuita e deverá iniciar-se no máximo 3 dias após a entrega;</p><p>· Citada as partes, 20 dias para contestar, prorrogável por igual período;</p><p>· Caso não seja requerida a produção de prova testemunhal ou pericial, até o despacho saneador, o juiz ordenará vista às partes por 10 dias, para alegações. Após esse prazo, haverá a sentença no prazo de 48 horas após a expiração desse prazo. Porém, caso haja requerimento de prova, o processo tomará o rito ordinário;</p><p>· A sentença será proferida dentro de 15 dias do recebimento dos autos pelo juiz, quando não prolatada em audiência de instrução e julgamento;</p><p>· Caso a sentença julgue procedente a ação popular, haverá a invalidade do ato impugnado. Além disso, condenará ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua prática e os beneficiários dele. Contudo, há ainda a possibilidade da ação regressiva contra os funcionários causadores de dano, quando incorrerem em culpa;</p><p>· Caso decorridos 60 dias da publicação da sentença condenatória de segunda instância, sem que o autor ou terceiro promova a respectiva execução, o representante do MP a promoverá nos 30 dias seguintes, sob pena de falta grave;</p><p>· Por fim, a sentença terá eficácia de coisa julgada oponível “erga omnes”, exceto no caso de haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova; neste caso, qualquer cidadão poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova;</p><p>· Quando uma sentença julgar improcedente a ação popular, ela estará sujeita, obrigatoriamente, ao duplo grau de jurisdição (reexame necessário).</p><p>➲ Ação civil pública</p><p>· Cuida de questões que afetam muitas pessoas ao mesmo tempo;</p><p>· O processo pode ser feito independentemente de apresentar um caso de ação popular;</p><p>· Instrumento de direito coletivo destinado a tutelar o patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.</p><p>Cabimento</p><p>Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados:</p><p>l - ao meio-ambiente;</p><p>ll - ao consumidor;</p><p>III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;</p><p>a qualquer outro interesse difuso ou coletivo;</p><p>V - por infração da ordem econômica;</p><p>VI - à ordem urbanística;</p><p>VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos;</p><p>VIII – ao patrimônio público e social.</p><p>⚠️ ATENÇÃO!!!</p><p>Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados.</p><p>· Competência: foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa;</p><p>· Objeto: condenação em dinheiro ou cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer;</p><p>· Poderá ser ajuizada ação cautelar.</p><p>Legitimidade</p><p>· MP;</p><p>· Defensoria;</p><p>· União, Estados, DF e municípios;</p><p>· Autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;</p><p>· Associação que esteja constituída há pelo menos 1 ano[footnoteRef:3] e inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. [3: A lei prevê a possibilidade de esse tempo ser dispensado pelo juiz. Para isso, é necessária haver manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido]</p><p>· Se o MP não figurar como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei;</p><p>· Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos termos deste artigo habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes.</p><p>· Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa;</p><p>Procedimento</p><p>· Para instruir a inicial o interessado pode requerer certidões e informações que deverão serem fornecidas no prazo de 15 dias;</p><p>· O MP poderá instaurar inquérito civil ou requisitar, de qualquer organismo público ou particular, certidões, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 dias úteis;</p><p>· Somente nos casos em que a lei impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou informação, hipótese em que a ação poderá ser proposta desacompanhada daqueles documentos, cabendo ao juiz requisitá-los;</p><p>· A recusa, o retardamento ou a omissão de dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil, quando requisitados pelo Ministério Público, constitui crime, punido com pena de reclusão de 1 a 3 anos;</p><p>· Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da inexistência de fundamento para a propositura da ação civil, promoverá o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças informativas;</p><p>· Os autos do inquérito civil ou das peças de informação arquivadas serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério Público;</p><p>· Até que, em sessão do Conselho Superior do Ministério Público, seja homologada ou rejeitada a promoção de arquivamento, as associações legitimadas poderão apresentar razões escritas ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças de informação;</p><p>· Após esses trâmites, caso o MP entenda que há provas dos danos gerados, ele deverá ajuizar a ação civil pública;</p><p>· O juiz poderá conceder liminar com ou sem justificação prévia;</p><p>· Porém, o Presidente do Tribunal competente poderá suspender a execução da liminar, em decisão fundamentada, a requerimento de PJ de direito público, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública;</p><p>· Dessa decisão caberá agravo no prazo de 5 dias;</p><p>· O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à parte;</p><p>· Após 60 dias do trânsito em julgado da sentença condenatória, caso não haja a sua execução pela associação autora, o MP deverá fazê-la;</p><p>· A sentença da ação civil pública faz coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão prolator.</p><p>image1.png</p>

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