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AÇÕES COLETIVAS Faculdade Anhanguera / Direito / Prof. João Stein AÇÃO CIVIL PÚBLICA AÇÃO CIVIL PÚBLICA É instrumento processual previsto na Constituição Federal e em normas infraconstitucionais, de que se podem valer o Ministério Público e outras entidades legitimadas para a defesa de interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos. A ACP constitui uma ação de caráter cível (não penal) que tem por finalidade tutelar interesses coletivos em sentido amplo. AÇÃO CIVIL PÚBLICA Objetivos reparar dano causado a um dos bens jurídicos tutelados (coletivos / difusos / individuais homogêneos). Objeto: tanto a tutela preventiva (inibitória de determinada conduta que possa ser lesiva), como a tutela ressarcitória (reparatória de conduta que tenha causado lesão moral ou material). Condenação: ao pagamento de indenização ou ao cumprimento de uma obrigação de fazer ou não fazer. Não há pena privativa de liberdade ou de outra espécie nesta seara. Exemplo: a obrigação de reflorestamento ou a obrigação de não fazer – de cessar o despejo de dejetos em rio. AÇÃO CIVIL PÚBLICA LACP, Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados l - ao meio-ambiente; ll - ao consumidor; III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo. V - por infração da ordem econômica; VI - à ordem urbanística. VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos. VIII – ao patrimônio público e social. AÇÃO CIVIL PÚBLICA LACP, Art. 3º A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer. LACP, Art. 11. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz determinará o cumprimento da prestação da atividade devida ou a cessação da atividade nociva, sob pena de execução específica, ou de cominação de multa diária, se esta for suficiente ou compatível, independentemente de requerimento do autor. RESTRIÇÃO LACP, Art. 1º, Parágrafo único. LEGITIMIDADE ATIVA A legitimidade ativa é o direito de uma parte iniciar um processo judicial, normalmente quando um direito foi violado ou ameaçado. A legitimação para a ação civil pública é extraordinária. LEGITIMIDADE ATIVA LEGITIMIDADE ATIVA A legitimação para a ação civil pública é concorrente e disjuntiva. concorrente: pois há mais de um legitimado extraordinário à propositura da ação coletiva e qualquer um deles, sem ordem de preferência, pode propor a ação civil pública. disjuntiva: pois, apesar de concorrente, cada um dos legitimados atua independentemente da vontade e da autorização dos demais co-legitimados. LEGITIMIDADE ATIVA A legitimação na ação civil pública é autônoma em relação ao direito material, o que não se observa quando estamos analisando a questão da legitimação no processo individual. LEGITIMIDADE ATIVA CF, Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: (...) III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; (...) § 1º - A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei. LEGITIMIDADE ATIVA LACP, Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: I - o Ministério Público; II - a Defensoria Pública; III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista V - a associação que, concomitantemente: a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico LEGITIMIDADE ATIVA LACP, Art. 5º (...) § 1º O Ministério Público, SE NÃO intervier no processo como parte, ATUARÁ obrigatoriamente como fiscal da lei. § 2º Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos termos deste artigo habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes. § 3º Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa. (...) § 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei. LEGITIMIDADE ATIVA Papel destacado do MP; Existem alguns órgãos que, embora não tenham personalidade jurídica, possuem legitimidade ativa para a ajuizamento de ACPs, com fundamento no art. 82, III, do CDC. É o caso, por exemplo, dos PROCONs que, segundo a doutrina e a jurisprudência, são legitimados ativos para ajuizamento de ACP. LEGITIMIDADE ATIVA Sobre as associações: Pertinência temática: é “requisito indispensável, que corresponde à finalidade institucional compatível com a defesa judicial do interesse” (Mazzilli, 2007, p. 290). Pré-constituição há pelo menos 1 ano: tem o objetivo de “estabelecer um tempo mínimo de existência e conferir à associação civil condições legais de representatividade do grupo” (Mazzilli, 2007, p. 291). Dinamarco (2001, p. 253) manifesta-se no sentido de que “os sindicatos são legitimados para a propositura da ação civil pública, apesar de a Lei 7.347, de 24.07.1985, e do Código de Defesa do Consumidor nada disporem a respeito”. Conclui o autor: “além de não poder haver contrariedade à Constituição Federal, os sindicatos têm natureza de associação civil” LEGITIMIDADE ATIVA CF, Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: (...) II - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas’. Tema 823, STF: Os sindicatos possuem ampla legitimidade extraordinária para defender em juízo os direitos e interesses coletivos ou individuais dos integrantes da categoria que representam, inclusive nas liquidações e execuções de sentença, independentemente de autorização dos substituídos. LEGITIMIDADE ATIVA LEGITIMIDADE ATIVA LEGITIMIDADE PASSIVA A legitimidade passiva da ACP é ampla: Administração Pública; Particular (qualquer pessoa física ou jurídica). COMPETÊNCIA CRITÉRIO FUNCIONAL HIERÁRQUICO: Não há prerrogativa de foro na Ação Civil Pública. Ela deverá ser proposta em primeira instância. CRITÉRIO TERRITORIAL Para o processo coletivo, o critério territorial é competência absoluta. As regras de competência territorial são as seguintes (arts.2º da LACP e 93 do CDC): Se dano for local: ajuizamento da ação no local do dano; Se dano for regional: ajuizamento da ação na capital do Estado; Se dano for nacional: ajuizamento da ACP no DF ou na capital dos estados envolvidos. COMPETÊNCIA LACP, Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa. Parágrafo único. A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. COMPETÊNCIA CDC, Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça local: I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local; II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente. TUTELA PROVISÓRIA A finalidade de tal medida envolve ações com caráterpreventivo, por intermédio do qual se pretende evitar o dano aos direitos coletivos lato sensu. Art. 4º Poderá ser ajuizada ação cautelar para os fins desta Lei, objetivando, inclusive, evitar dano ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos, à ordem urbanística ou aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. AÇÃO CAUTELAR = TUTELA PROVISÓRIA ANTECEDENTE DE CARÁTER CAUTELAR INQUÉRITO CIVIL Art. 8º Para instruir a inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as certidões e informações que julgar necessárias, a serem fornecidas no prazo de 15 (QUINZE) DIAS. § 1º O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (DEZ) DIAS ÚTEIS. § 2º Somente nos casos em que a lei impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou informação, hipótese em que a ação poderá ser proposta desacompanhada daqueles documentos, cabendo ao juiz requisitá-los. INQUÉRITO CIVIL O não atendimento à requisição do Ministério Público, por recusa, retardamento ou omissão de dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil, é crime, conforme prevê o art. 10, da LACP: Pena de 1 a 3 anos de reclusão + multa. INQUÉRITO CIVIL procedimento administrativo, prévio e de caráter investigatório; instaurado, presidido e eventualmente arquivado pelo próprio MP; destinado a colher elementos de convicção preparatórios para as atuações a seu cargo (ex. : defesa do meio ambiente, consumidor etc.). Objeto do IC: coleta de elementos de convicção para embasar a propositura de uma ação civil pública a seu cargo ARQUIVAMENTO DE INQUÉRITO CIVIL Se o órgão do Ministério Público realizou inquérito e, ao final desse procedimento, concluiu não haver fundamento para propor a ação, poderá promover o arquivamento do inquérito; Esse arquivamento dependerá de homologação pelo Conselho Superior do Ministério Público (CSMP); Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquivamento, designará, desde logo, outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação. Art. 9º, LACP CONDENAÇÃO EM DINHEIRO Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão necessariamente o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição dos bens lesados. COISA JULGADA DIREITOS OU INTERESSES DIFUSOS = ERGA OMNES (TÊM EFICÁCIA PARA TODOS OS TITULARES DE DIREITO) DIREITOS OU INTERESSES COLETIVOS EM SENTIDO ESTRITO = ULTRA PARTES (LIMITADA AOS MEMBROS DO GRUPO/CATEGORIA, QUE TEM UMA RELAÇÃO JURÍDICA-BASE) DIREITOS OU INTERESSES INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS = ERGA OMNES, SE FOR DECISÃO DE PROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS – SJT, AgInt no Resp nº 1.849.836/RS COISA JULGADA CDC, Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada: I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81; II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81; III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81. (...) § 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99. EXECUÇÃO DE SENTENÇA Nos casos de direito difuso, o cumprimento de sentença condenatória em ação civil pública deve ser promovido pelo próprio legitimado, autor da ação. Caso o legitimado não adote as providências para o cumprimento da sentença no prazo de 60 DIAS, o Ministério Público deverá fazê-lo, em razão da indisponibilidade do interesse coque está em jogo. EXECUÇÃO DE SENTENÇA Nos casos de direitos individuais homogêneos: Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82. Caso o legitimado não adote as providências para o cumprimento da sentença no prazo de um ano do trânsito em julgado da sentença judicial, a execução poderá ser promovida pelos legitimados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação (arts. 98 e 100, CDC). EXECUÇÃO DE SENTENÇA Quando a sentença coletiva versar sobre direitos coletivos em sentido estrito: Execução coletiva: deve ser promovida pelo autor da ação... Deve-se apurar o quantum debeatur (o quanto é devido), considerando que os outros elementos da obrigação já foram estabelecidos, como o cui debeatur (a quem se deve), sendo aqui o grupo, a categoria prejudicados, titular do direito coletivo. Execução individual: Aqui, a execução cabe a cada indivíduo lesado que deseja reivindicar a sua parcela do direito, com base na coisa julgada coletiva (transporte in utilibus). Há a necessidade de identificar o valor específico devido e o titular do crédito EXECUÇÃO DE SENTENÇA Exemplo: Ação Civil Pública versando declaração de nulidade de cláusula contratual, bem como a vedação de seu uso em contratos futuros (l), cumulada com pedido indenizatório dirigido aos consumidores lesados pela aplicação da mencionada cláusula abusiva (interesse individual homogêneo) EXECUÇÃO DE SENTENÇA PROCESSUAL CIVIL E CONSUMIDOR. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. ALEGADA VIOLAÇÃO DOS ARTS. 4º, 6º E 8º DO CPC/2015. DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. AUSÊNCIA. CREDIT SCORING. INTERESSES INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. EXECUÇÃO COLETIVA. ASSOCIAÇÃO. LEGITIMIDADE ATIVA SUBSIDIÁRIA. RECUPERAÇÃO FLUIDA (FLUID RECOVERY). ART. 100 DO CDC. (....) 2. O propósito recursal é decidir se a associação que figurou como autora de ação civil pública possui legitimidade para propor o respectivo cumprimento de sentença coletivo na tutela de direitos individuais homogêneos. (...) 4. Os sujeitos previstos no rol do art. 82 do CDC têm legitimidade subsidiária para a liquidação e execução da sentença coletiva, na forma dos arts. 97 e 98 do CDC, caso não haja habilitação por parte dos beneficiários ou haja em número incompatível com a gravidade do dano, nos termos do art. 100 do CDC. 5. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa extensão, parcialmente provido para restringir a legitimidade executória do recorrido às hipóteses previstas no art. 100 do CDC, cuja eventual caracterização deverá ser examinada pelo Juízo de origem. (REsp n. 1.955.899/PR, relatora Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgado em 15/3/2022, DJe de 21/3/2022.) AÇÃO POPULAR AÇÃO POPULAR A ação popular, portanto, é uma garantia que propicia ao cidadão a defesa judicial de interesses de toda a coletividade. CF, Art. 5º, LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. OBJETIVO DA AÇÃO POPULAR “1. A ação popularé uma ação constitucional posta à disposição de qualquer cidadão que visa a invalidar ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural (art. 5º, LXXIII, da CF, e Lei nº 4.717/65). 2. A ação popular não é meio adequado para pleitear a declaração de inconstitucionalidade de lei em tese, não podendo servir como sucedâneo de ações típicas do controle concentrado de constitucionalidade de normas, pois ampliaria, sem a devida autorização da Constituição Federal, o rol de legitimados inserto no seu art. 103. 2.1. Além disso, a lei em tese, como norma abstrata de conduta, não lesa direito individual, motivo pelo qual não é passível de impugnação por ação popular, faltando ao requerente interesse de agir." Acórdão 1287214, 07126818820208070001, Relator: ALFEU MACHADO, Sexta Turma Cível, data de julgamento: 23/9/2020, publicado no DJE: 7/10/2020. OBJETIVO DA AÇÃO POPULAR Tema 836, STF – Não é condição para o cabimento da ação popular a demonstração de prejuízo material aos cofres públicos, dado que o art. 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal estabelece que qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular e impugnar, ainda que separadamente, ato lesivo ao patrimônio material, moral, cultural ou histórico do Estado ou de entidade de que ele participe. LEGITIMIDADE ATIVA CIDADÃO = brasileiro nato ou naturalizado que está no pleno gozo dos direitos políticos. Art. 1º, § 3º, LAP: “A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda.” Art. 6º, § 5º, LAP: “É facultado a qualquer cidadão habilitar-se como litisconsorte ou assistente do autor da ação popular”. MP ATUA APENAS COMO FISCAL DA ORDEM JURÍDICA. NÃO POSSUI LEGITIMIDADE ATIVA, SALVO QUANDO quando um cidadão ajuíza uma AP, mas, no curso do processo, tem os direitos políticos suspensos, perdidos ou sofre o cancelamento do título (FATO SUPERVENIENTE). LEGITIMIDADE ATIVA Ação popular – ilegitimidade ativa ad causam – pessoa jurídica – sindicato “1. A ação popular é um instrumento judicial de exercício direto da soberania, com caráter cívico, que viabiliza que o cidadão controle a legalidade dos atos administrativos e impeça lesividades, fazendo valer seu direito subjetivo a um governo probo, desprovido de corrupção e desonestidade. 2. De acordo com a Constituição Cidadã, a legitimidade para a propositura da Ação Popular é do cidadão, seja brasileiro nato ou naturalizado e que se encontre no gozo dos direitos políticos. 3. O Supremo Tribunal Federal possui entendimento sumulado de que a pessoa jurídica não detém legitimidade para propor ação popular. Súmula nº 365. 4. No presente caso, entidade sindical não possui legitimidade para ajuizar ação popular, pois como sabido, não se enquadra no conceito de cidadão, nos termos do inciso LXXIII do art. 5º da Constituição Federal.” Acórdão 1280362, 07045446620208070018, Relator: ROMULO DE ARAUJO MENDES, Primeira Turma Cível, data de julgamento: 2/9/2020, publicado no DJE: 16/9/2020. LEGITIMIDADE ATIVA Legitimidade ativa – ação popular – eleitor com domicílio eleitoral em município estranho àquele em que ocorreram os fatos controversos – irrelevância “4. Note-se que a legitimidade ativa é deferida a cidadão. A afirmativa é importante porque, ao contrário do que pretende o recorrente, a legitimidade ativa não é do eleitor, mas do cidadão. 5. O que ocorre é que a Lei n. 4717/65, por seu art. 1º, § 3º, define que a cidadania será provada por título de eleitor. 6. Vê-se, portanto, que a condição de eleitor não é condição de legitimidade ativa, mas apenas e tão-só meio de prova documental da cidadania, daí porque pouco importa qual o domicílio eleitoral do autor da ação popular. Aliás, trata-se de uma exceção à regra da liberdade probatória (sob a lógica tanto da atipicidade como da não-taxatividade dos meios de provas) previsto no art. 332, CPC. 7. O art. 42, p. único, do Código Eleitoral estipula um requisito para o exercício da cidadania ativa em determinada circunscrição eleitoral, nada tendo a ver com prova da cidadania. Aliás, a redação é clara no sentido de que aquela disposição é apenas para efeitos de inscrição eleitoral, de alistamento eleitoral, e nada mais. 8. Aquele que não é eleitor em certa circunscrição eleitoral não necessariamente deixa de ser eleitor, podendo apenas exercer sua cidadania em outra circunscrição. Se for eleitor, é cidadão para fins de ajuizamento de ação popular. 9. O indivíduo não é cidadão de tal ou qual Município, é "apenas" cidadão, bastando, para tanto, ser eleitor. 10. Não custa mesmo asseverar que o instituto do "domicílio eleitoral" não guarda tanta sintonia com o exercício da cidadania, e sim com a necessidade de organização e fiscalização eleitorais." REsp 1242800/MS (grifamos) LEGITIMIDADE ATIVA LEGITIMIDADE PASSIVA Art. 6º, LAP Administração Direta ou Indireta, e também pessoas jurídicas de direito privado que administrem verbas públicas (por exemplo, concessionárias, hospital que receba recurso públicos, empresas que recebam recursos de licitações públicas para obras e serviço). São objeto de ação popular: Atos administrativos e equiparados. Atos do Poder Judiciário de caráter administrativo. Atos do Poder Legislativo de caráter administrativo. COMPETÊNCIA LAP, Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é competente para conhecer da ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo com a organização judiciária de cada Estado, o foro para as causas que interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado ou ao Município. PARTICIPAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO LAP, Art.6º (...) §4º O Ministério Público acompanhará a ação, cabendo-lhe apressar a produção da prova e promover a responsabilidade, civil ou criminal, dos que nela incidirem, sendo-lhe vedado, em qualquer hipótese, assumir a defesa do ato impugnado ou dos seus autores. SUCUMBÊNCIA Sucumbência: Cidadãos ficam isentos de custas e sucumbência para a propositura da ação popular, salvo comprovada má fé, ou seja, caso seja indeferida ou julgada improcedente a ação ajuizada, o cidadão de boa-fé não terá qualquer prejuízo. Trata-se de um incentivo para o ajuizamento da ação, já que ela visa ao bem comum e deve favorecer a sociedade. COISA JULGADA LAP, Art. 18. A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível "erga omnes", exceto no caso de haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova; neste caso, qualquer cidadão poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova. EXECUÇÃO DE SENTENÇA LAP, Art. 16. Caso decorridos 60 (sessenta) dias da publicação da sentença condenatória de segunda instância, sem que o autor ou terceiro promova a respectiva execução. o representante do Ministério Público a promoverá nos 30 (trinta) dias seguintes, sob pena de falta grave. image1.png image7.jpg image6.jpg image3.png image4.png image5.jpg