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<p>PUERICULTURA</p><p>na APS</p><p>@</p><p>D</p><p>R</p><p>F</p><p>A</p><p>B</p><p>IO</p><p>B</p><p>R</p><p>A</p><p>G</p><p>A</p><p>B</p><p>R</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR. FÁBIO BRAGA</p><p>Introdução..............................................................................................................................................................................................1</p><p>Consultas de Puericultura e os Diagnóstico.........................................................................................2</p><p>Consultas nos primeiros 2 anos de vida.....................................................................................................4</p><p>Amamentação e Alimentação Saudável....................................................................................................6</p><p>Contraindi cações para a Amamentação...................................................................................................8</p><p>Introdução dos alimentos complementares..................................................................................10</p><p>Doze passos para uma alimentação saúdavel para crianças menores</p><p>de 2 anos...............................................................................................................................................................................................15</p><p>Suplementação de ferro e vitaminas..........................................................................................................16</p><p>Roteiro Anamnese da primeira consulta...............................................................................................18</p><p>Roteiro Anamnese Periódica de Puericultura...............................................................................21</p><p>Exame físico do recém nascido na APS.................................................................................................27</p><p>Marcos do desenvolvimento neuropsicomotor na infância..................................32</p><p>Sinais de Alarme.......................................................................................................................................................................37</p><p>Quando suspeitar de TEA..........................................................................................................................................38</p><p>Vacinação...........................................................................................................................................................................................40</p><p>ÍNDICE</p><p>01</p><p>Introdução</p><p>Puericultura é a consulta periódica de</p><p>uma criança feita com o propósito de</p><p>avaliar seu crescimento e</p><p>desenvolvimento de maneira</p><p>próxima.</p><p>Durante essas consultas deve-se</p><p>realizar orientações educativas,</p><p>ações de promoção da saúde,</p><p>ações relacionadas à prevenção de</p><p>doenças e observação dos riscos e</p><p>vulnerabilidades sob a qual está</p><p>submetida a respectiva criança.</p><p>01</p><p>MENTORIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA DR. FÁBIO BRAGA</p><p>Consultas de</p><p>Puericultura e os</p><p>Diagnóstico</p><p>Ao final de toda consulta de</p><p>Puericultura devem ser elaborados no</p><p>mínimo 6 diagnósticos (havendo</p><p>outros diagnósticos estes devem ser</p><p>elencados após).</p><p>Podemos usar o mnemônico “CEVADA” para memorizar estes</p><p>diagnósticos:</p><p>02</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR. FÁBIO BRAGA</p><p>Classificar se a estatura está</p><p>adequada, baixa ou alta para idade.</p><p>Crescimento:</p><p>03</p><p>Classificar a criança como eutrófica ou</p><p>distrófica ( desnutrição, obesidade,</p><p>deficiências ou excesso de</p><p>vitaminas/minerais.)</p><p>Estado Nutricional</p><p>Se completa ou incompleta.</p><p>Vacinação:</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR. FÁBIO BRAGA</p><p>C</p><p>CEVADA</p><p>E</p><p>V</p><p>A Alimentação:</p><p>Se adequada ou inadequada.</p><p>Anotar alterações observadas.</p><p>D Desenvolvimento:</p><p>Classificar se adequado ou inadequado. Em</p><p>caso de atraso, determinar se é de</p><p>liguagem, motor ou socioafetivo.</p><p>A Se adequado ou inadequado.Avaliar</p><p>fatores de risco para doenças</p><p>influenciadas pelo ambiente físico e</p><p>conseiderar situações de proteção e/ou</p><p>conflito.</p><p>Ambiente Físico e Emocional:</p><p>CONSULTAS NOS</p><p>PRIMEIROS</p><p>2 ANOS DE VIDAS</p><p>O cronograma de consultas prevê um acompanhamento</p><p>dos menores de 2 anos com maior frequência e intervalos</p><p>mais curtos, devido ao fato dessa faixa etária ser mais</p><p>suscetível a intercorrências. As consultas devem ser</p><p>intercaladas entre médicos e enfermeiros.</p><p>04</p><p>1° semana 1º mês 2º meses 4° meses 6° meses 9ºmeses 12°meses</p><p>18° meses 24º meses.</p><p>De 2 a 4 anos, os intervalos para avaliação médica e de enfermagem tornam-se</p><p>maiores, devendo ser acompanhados a cada 6 meses.</p><p>O Ministério da Saúde recomenda o seguinte</p><p>esquema para as consultas de rotina:</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR. FÁBIO BRAGA</p><p>Queixa principal, dúvidas, preocupações dos pais. Na puericultura, a consulta</p><p>possui três “pontas”: a criança, os pais e o profissional.</p><p>Medidas Antropométricas: Peso, comprimento ou altura, perímetro cefálico</p><p>(este último até os 2 anos) e IMC. Anotar nos gráficos correspondentes e</p><p>atentar para a curva e mudanças nos gráficos da caderneta.</p><p>Vacinas de acordo com o calendário atualizado anualmente.</p><p>Desenvolvimento neuropsicomotor.</p><p>Aleitamento/Alimentação com ênfase na promoção do Aleitamento Materno.</p><p>Eliminações fisiológicas, cólicas, refluxo.</p><p>Prevenção de Acidentes.</p><p>Identificação de problemas ou riscos para a saúde. É muito importante</p><p>orientar sobre sinais de alerta e sintomas que podem acontecer como:</p><p>Secreção nasal, Cólica/Engasgos, Diarreia/Constipação, Vômitos/Golfadas,</p><p>Dificuldades para respirar, Febre (≥37,8°C)</p><p>Atentar para possibilidade de: Sífilis, Toxoplasmose, HIV, Hepatites, e demais</p><p>(anexo 1 do roteiro da 1 consulta).</p><p>Sempre que a criança vier à Unidade de Saúde para atendimento de</p><p>intercorrência ou rotina devem ser observados todos os aspectos do seu</p><p>crescimento e desenvolvimento, promovendo uma avaliação integral.</p><p>05</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR. FÁBIO BRAGA</p><p>Em todas as consultas de rotina o profissional</p><p>de saúde deve avaliar e orientar:</p><p>AMAMENTAÇÃO E</p><p>ALIMENTAÇÃO</p><p>SAUDÁVEL</p><p>06</p><p>Com alguns cuidados, a amamentação não machuca o peito. A melhor posição para</p><p>amamentar é aquela em que a mãe e o bebê sintam-se confortáveis. A amamentação</p><p>deve ser prazerosa tanto para a mãe como para o bebê. O bebê deve estar virado para a</p><p>mãe, bem junto de seu corpo, bem apoiado e com os braços livres. A cabeça do bebê deve</p><p>ficar de frente para o peito e o nariz bem na frente do mamilo. Só coloque o bebê para</p><p>sugar quando ele abrir bem a boca. Quando o bebê pega bem o peito, o queixo encosta na</p><p>mama, os lábios ficam virados para fora, o nariz fica livre e aparece mais aréola (parte</p><p>escura em volta do mamilo) na parte de cima da boca do que na de baixo. Cada bebê tem</p><p>seu próprio ritmo de mamar, o que deve ser respeitado.</p><p>Como orientar a amamentação</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR. FÁBIO BRAGA</p><p>Uma alimentação saudável se inicia com o aleitamento materno. O leite materno</p><p>é o alimento ideal para a criança, pois é adaptado às suas necessidades nos primeiros</p><p>anos de vida.</p><p>Nos primeiros 6 meses, a recomendação é que a criança receba somente leite</p><p>materno. Nenhum outro tipo de alimento necessita ser dado ao bebê enquanto estiver</p><p>em amamentação exclusiva: nem líquidos, como água, água de coco, chá, suco ou outros</p><p>leites; nem qualquer outro alimento, como papinha e mingau. A oferta de outros alimentos</p><p>antes dos 6 meses, além de desnecessária, pode ser prejudicial, porque aumenta o risco</p><p>de a criança ficar doente e pode prejudicar a absorção de nutrientes importantes</p><p>existentes no leite materno, como o ferro e o zinco. Além disso, em geral a criança só está</p><p>madura para receber outros alimentos em torno dos 6 meses (BRASIL,2019).</p><p>07</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR. FÁBIO BRAGA</p><p>Até os três meses se a criança estiver em aleitamento exclusivo deverá ter ganho de</p><p>peso 20 gramas/dia. Caso tenha peso menor, investigar.</p><p>Orientar que mamadeiras e chupetas atrapalham a amamentação ou até</p><p>mesmo podem causar o desmame precoce. Além disso, podem causar doenças e</p><p>problemas na dentição, respiração e na fala do bebê.</p><p>É o único que contém anticorpos e outras substâncias</p><p>que protegem a criança de</p><p>infecções comuns enquanto ela estiver sendo amamentada, como diarreias,</p><p>infecções respiratórias, infecções de ouvidos (otites) e outras. Os 2 primeiros anos de</p><p>vida são os mais decisivos para o crescimento e desenvolvimento da criança, com</p><p>repercussões ao longo de toda a vida do indivíduo. A amamentação nesse período</p><p>pode prevenir o aparecimento de várias doenças na vida adulta (BRASIL,2019).</p><p>Contraindicações</p><p>para a Amamentação</p><p>08</p><p>São poucas as situações em que pode haver indicação</p><p>médica para a substituição parcial ou total do leite materno.</p><p>Nas seguintes situações, o aleitamento materno não deve ser</p><p>recomendado:</p><p>Mães infectadas pelo HIV.</p><p>Mães infectadas pelo HTLV1 e HTLV2 (vírus</p><p>linfotrópico humano de linfócitos T).</p><p>Criança portadora de galactosemia e fenilcetonúria.</p><p>Uso de medicamentos incompatíveis com a</p><p>amamentação. Alguns fármacos são citados como</p><p>contra indicações absolutas ou relativas ao</p><p>aleitamento.</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR. FÁBIO BRAGA</p><p>09</p><p>Infecção herpética, quando há vesículas localizadas na pele da mama. A amamentação</p><p>deve ser mantida somente na mama sadia.</p><p>Varicela: se a mãe apresentar vesículas na pele cinco dias antes do parto ou até dois dias</p><p>após o parto, recomenda-se o isolamento da mãe até que as lesões adquiram a forma de</p><p>crosta. A criança deve receber imunoglobulina humana antivaricela zoster (Ighavz), que</p><p>deve ser administrada em até 96 horas do nascimento, devendo ser aplicada o mais</p><p>precocemente possível.</p><p>Doença de Chagas na fase aguda da doença ou quando houver sangramento</p><p>mamilar evidente.</p><p>Abscesso mamário, até que ele tenha sido drenado e a antibioticoterapia iniciada. A</p><p>amamentação deve ser mantida somente na mama sadia.</p><p>Consumo de drogas de abuso: recomenda-se a interrupção temporária do</p><p>aleitamento materno, com ordenha do leite, que deve ser desprezado.</p><p>Hepatite C= em casos de fissuras ou feridas sangrantes na mama, está</p><p>recomendada a interrupção temporária da amamentação na mama afetada até a</p><p>cicatrização complementa. Manter ordenha e descarte do leite da mama lesionada</p><p>durante o</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR. FÁBIO BRAGA</p><p>Já nas seguintes situações maternas, recomenda-se a</p><p>interrupção temporária da amamentação:</p><p>10</p><p>A partir dos 6 meses, o leite materno deve ser mantido e novos alimentos devem ser</p><p>oferecidos à criança. Uma alimentação adequada e saudável é fundamental para o</p><p>crescimento e desenvolvimento da criança.</p><p>Introdução dos alimentos complementares</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR. FÁBIO BRAGA</p><p>No início, a criança deverá receber a comida amassada com garfo. Em seguida, deve-</p><p>se evoluir para alimentos picados em pedaços pequenos, raspados ou desfiados, para</p><p>que a criança aprenda a mastigá-los. Também podem ser oferecidos alimentos</p><p>macios em pedaços grandes, para que ela pegue com a mão e leve à boca. Quando já</p><p>estiver um pouco maior, a criança pode comer a comida da família, cortando-se os</p><p>pedaços grandes, quando necessário.</p><p>Não oferecer preparações líquidas e nem usar liquidificador, mixer ou peneira. Se a</p><p>criança continuar com a consistência líquida, terá dificuldade em aceitar alimentos</p><p>mais sólidos no futuro, podendo apresentar engasgo e ânsia de vômito.</p><p>Nos primeiros anos de vida, a variedade e a forma com que os alimentos são</p><p>oferecidos influenciam a formação do paladar e a relação da criança com a</p><p>alimentação. A criança que come alimentos saudáveis e adequados quando pequena</p><p>tem mais chances de se tornar uma pessoa adulta consciente e autônoma para fazer</p><p>boas escolhas alimentares (BRASIL,2019).</p><p>Leite materno + 3</p><p>refeições que podem</p><p>ser almoço (ou jantar) e</p><p>2 lanches; ou almoço,</p><p>jantar e 1 lanche. Não há</p><p>regra sobre qual</p><p>refeição iniciar primeiro.</p><p>O importante é que, ao</p><p>completar 7 meses, ela</p><p>já esteja recebendo 3</p><p>refeições.</p><p>11</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR. FÁBIO BRAGA</p><p>As tabelas abaixo mostram a quantidade ideal de refeições</p><p>em cada fase da introdução alimentar:</p><p>Quantidades ideais de refeições para cada fase da introdução alimentar.</p><p>Até os 6 meses 6 meses 7 a 8 meses</p><p>Aleitamento</p><p>materno</p><p>exclusivo</p><p>O leite materno deve</p><p>continuar a ser</p><p>oferecido segundo a</p><p>vontade da criança,</p><p>sem substituir almoço</p><p>e jantar. Ele pode ser</p><p>oferecido entre as</p><p>refeições e continua</p><p>sendo o principal</p><p>alimento da criança.</p><p>Passe a ofertar 4</p><p>refeições:</p><p>almoço, jantar e</p><p>2 lanches</p><p>contendo fruta.</p><p>Café da Manhã Leite materno Leite materno</p><p>Lanche da Manhã Fruta e Leite</p><p>Materno</p><p>Fruta e Leite</p><p>Materno</p><p>É recomendado que o</p><p>prato da criança tenha:</p><p>1 alimento do grupo dos</p><p>cereais ou raízes e</p><p>tubérculos;</p><p>1 alimento do grupo dos</p><p>feijões;</p><p>1 ou mais aimentos do</p><p>grupo dos legumes e</p><p>verduras;</p><p>1 alimento do grupo das</p><p>carnes e ovos.</p><p>Junto à refeição, pode ser</p><p>dado um padaço pequeno de</p><p>fruta.</p><p>12</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR. FÁBIO BRAGA</p><p>Almoço</p><p>Fruta e Leite Materno</p><p>Jantar</p><p>Lanche da Tarde</p><p>É recomendado que o</p><p>prato da criança tenha:</p><p>1 alimento do grupo dos</p><p>cereais ou raízes e</p><p>tubérculos;</p><p>1 alimento do grupo dos</p><p>feijões;</p><p>1 ou mais aimentos do</p><p>grupo dos legumes e</p><p>verduras;</p><p>1 alimento do grupo das</p><p>carnes e ovos.</p><p>Junto à refeição, pode ser</p><p>dado um padaço pequeno de</p><p>fruta.</p><p>Leite Materno</p><p>Antes de Dormir Leite Materno Leite Materno</p><p>Fruta e Leite Materno</p><p>Idem almoço</p><p>Até os 6 meses 6 meses 7 a 8 meses</p><p>Os tipo de refeições</p><p>continuam os mesmos</p><p>após os 9 meses:almoço,</p><p>jantar e 2 lanches com</p><p>frutas.</p><p>A criança deve</p><p>continuar a receber o</p><p>leite materno quando</p><p>desejar.</p><p>13</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR. FÁBIO BRAGA</p><p>As tabelas abaixo mostram a quantidade ideal de refeições</p><p>em cada fase da introdução alimentar:</p><p>Quantidades ideais de refeições para cada fase da introdução alimentar.</p><p>8 a 9 meses 1 a 2 anos</p><p>Aleitamento</p><p>materno</p><p>exclusivo</p><p>Além do leite materno,</p><p>a criança recebe o</p><p>café da manhã, lanche</p><p>da manhã, almoço,</p><p>lanche da tarde e</p><p>jantar.</p><p>Ofereça água ao longo</p><p>do dia</p><p>Café da Manhã</p><p>Leite materno</p><p>fruta e leite materno</p><p>ou ceral (pães</p><p>caseiros ou</p><p>processados, aveia,</p><p>cuscuz de milho) e</p><p>leite materno ou</p><p>raízes e tubérculos</p><p>(aipim/macaxeira,</p><p>batata-doce, inhame)</p><p>e leite materno.</p><p>14</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR. FÁBIO BRAGA</p><p>Lanche da Manhã Fruta e Leite Materno</p><p>Almoço e Jantar</p><p>Lanche da</p><p>Tarde</p><p>Fruta e</p><p>Leite materno</p><p>Fruta e Leite Materno</p><p>É recomendado que o</p><p>prato da criança tenha:</p><p>1 alimento do grupo dos</p><p>cereais ou raízes e</p><p>tubérculos;</p><p>1 alimento do grupo dos</p><p>feijões;</p><p>1 ou mais aimentos do</p><p>grupo dos legumes e</p><p>verduras;</p><p>1 alimento do grupo das</p><p>carnes e ovos.</p><p>Junto à refeição, pode ser</p><p>dado um padaço pequeno de</p><p>fruta.</p><p>É recomendado que o</p><p>prato da criança tenha:</p><p>1 alimento do grupo dos</p><p>cereais ou raízes e</p><p>tubérculos;</p><p>1 alimento do grupo dos</p><p>feijões;</p><p>1 ou mais aimentos do</p><p>grupo dos legumes e</p><p>verduras;</p><p>1 alimento do grupo das</p><p>carnes e ovos.</p><p>Junto à refeição, pode ser</p><p>dado um padaço pequeno de</p><p>fruta.</p><p>Antes de</p><p>Dormir Leite materno</p><p>Leite materno e fruta</p><p>ou</p><p>Leite materno e</p><p>cereal, pães caseiros,</p><p>pães processados,</p><p>aveia, cuscuz de</p><p>milho) ou raízes e</p><p>tubérculos</p><p>(aipim/macaxeira,</p><p>batata doce, inhame)</p><p>Leite materno</p><p>No início da introdução dos outros alimentos, não é preciso se preocupar com</p><p>a quantidade (números de colheres) que a criança consome, pois o leite materno</p><p>continua sendo o principal alimento da criança. O mais importante nesse</p><p>momento é oferecer alimentos de qualidade e variados.</p><p>15</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR. FÁBIO BRAGA</p><p>Doze passos para uma alimentação</p><p>saúdavel para crianças menores de 2 anos</p><p>Amamentar até 2 anos ou mais, oferencendo somente o</p><p>leite materno até 6 meses;</p><p>Oferecer alimentos in natura ou minimamente</p><p>processados, além do leite materno, a partir dos 6 meses.</p><p>Oferecer água própria para o consumo à criança em vez</p><p>de sucos, refrigerantes e outras bebidas açucaradas.</p><p>Oferecer comida amassada quando a criança começar a</p><p>comer outros alimentos além do leite materno.</p><p>Não oferecer açúcar nem preparações ou produtos que</p><p>contenham açúcar à criança até 2 anos de idade.</p><p>Não oferecer</p><p>alimentos ultraprocessados para a criança.</p><p>Cozinhar a mesma comida para criança e para família.</p><p>Cozinhar a mesma comida para criança e para família.</p><p>Prestar atenção aos sinais de fome e saciedade da criança</p><p>e conversar com ela durante a refeição.</p><p>Cuidar da higiene em todas as etapas da alimentação da</p><p>criança e da família.</p><p>Cuidar da alimentação adequada e saudável também fora</p><p>de casa.</p><p>Proteger a criança da publicidade de alimentos.</p><p>Fonte: Guia Alimentar para crianças brasileiras de 2 anos, pag.229,2019</p><p>SUPLEMENTAÇÃO DE</p><p>FERRO E VITAMINAS</p><p>Vitamina A: além da “predisposição para infecções” a deficiência da vitamina A também</p><p>compromete a resposta imunológica do organismo à vacinação oral e nasal.</p><p>Vitamina D: para a prevenção da deficiência, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)</p><p>recomenda suplementação profilática de 400UI/dia a 600 UI/dia, inclusive para crianças</p><p>em aleitamento materno exclusivo .</p><p>Sulfato ferroso: Para prevenir a deficiência de ferro os Departamentos Científicos de</p><p>Nutrologia e de Hematologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP, 2018-2021)</p><p>passaram a recomendar a administração de ferro elementar para todo lactente nascido a</p><p>termo, após o 3º mês de vida (com fator de risco) e 6º mês de vida (sem fator de risco) na</p><p>dose de 1mg/kg/dia, até os 2 anos de idade. Independentemente de se em aleitamento</p><p>materno exclusivo, fórmula infantil ou leite de vaca.</p><p>16</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR. FÁBIO BRAGA</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR. FÁBIO BRAGA</p><p>Prescrição sugerida na 1° Consulta:</p><p>1) 50.000 U.I/ml (vitamina A) + 10.000 U.I/ml (vitamina D) --------------- Dar 2 gotas</p><p>ao dia da 1° semana aos 2 anos</p><p>Prescrição sugerida na após o 3°mês com fator de risco:</p><p>1)50.000 U.I/ml (vitamina A) + 10.000 U.I/ml (vitamina D) --------------- Dar 2 gotas</p><p>ao dia até os 2 anos</p><p>2)Sulfato ferroso 125 mg/ml ------------- Dar (1gota/Kg) ao dia até os 2 anos</p><p>Prescrição sugerida na após o 6°mês sem fator de risco:</p><p>1)50.000 U.I/ml (vitamina A) + 10.000 U.I/ml (vitamina -- Dar 2 gotas ao dia até os 2</p><p>anos</p><p>Sulfato ferroso 125 mg/ml ------------- Dar (1gota/Kg até atingir 10 gotas) ao dia até</p><p>os 2 anos</p><p>17</p><p>Roteiro Anamnese da</p><p>primeira consulta</p><p>Solicitar a Caderneta da Gestante extraindo os seguintes dados da</p><p>gravidez e parto: Sorologias da mãe (HIV, Sífilis, Hepatites, Toxoplasmose,</p><p>Citomegalovírus etc...), vacinas (Influenza, dTpa/dT e hepatite B).</p><p>Porém é importante avaliar tamb´me: Gestações, partos, nascidos vivos,</p><p>números de consultas, exames, USG, uso de antibióticos, vitaminas e</p><p>outros medicamentos pelo seu efeito no RN. Na cardeneta de saúde da</p><p>criança extrair dados no recém-nascido.</p><p>18</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR FÁBIO BRAGA</p><p>Gravidez</p><p>Parto</p><p>parto normal ou Cesariana (motivo) - Intercorrências no parto</p><p>Peso ao Nacer</p><p>Peso:</p><p>Normal: 2500 a 400 gr</p><p>Baixo peso ao nascer: Menos de 2500gr.</p><p>Comprimento:</p><p>Comprimento em RN a termo nomral de 48 a 53 cm.</p><p>PC normal de 33 a 38 cm em RN a termo, porém atualmente se considera</p><p>Microcefalia</p><p>19</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR FÁBIO BRAGA</p><p>Perímetro Cefálico</p><p>Apgar:</p><p>Avaliar a frequência cardiaca, esforço respiratório, tônus muscular,</p><p>irritabilidade reflexa e cor com 1 minuto (índice de depressão intra-parto)</p><p>e 5 minutos (evolução pós parto) de nascidos.</p><p>Idade Gestacional</p><p>Pela idade gestacional:</p><p>- A termo: De 37 a 41 semanas 6 dias</p><p>-Pré-termo: Menos de 37 semanas completas</p><p>-Pós-termo: De 42 semanas o mais</p><p>v 32 cm em RN a termo ( Para menino igual ou inferior a 31,9 cm</p><p>e para menina, igula oi inferior a 31,5 cm.</p><p>Teste de Ortolani</p><p>Respetir nas primeiras consultas</p><p>20</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR FÁBIO BRAGA</p><p>Triagem Auditiva:</p><p>EMISSÕES OTOACÚSTICAS EVOCADAS (EOA) se alterado repetir ou</p><p>PEATE (BERA). Se deficiente tratamento antes dos 6 meses evita perda</p><p>funcional da linguagem. Repetir se fatores de risco.</p><p>Teste do Coraçãozinho</p><p>Realizado no Odontopediatria (CEO), encaminhar se não efetuado.</p><p>Teste da Linguinha:</p><p>Orientar pelo calendário atualizado anualmente pelo PNI.</p><p>Confirmar se valores normais.</p><p>Vacinas:</p><p>Eliminações Fisiológicas:</p><p>Fezes, número, consistências e cor, urina frequência e características.</p><p>Alimentação:</p><p>Leite materno exclusivo, fórmula, LV puro ou diluído com ou sem adicionais, boa</p><p>mamada ou não, regurgitações, refluxo, sinais de dor de refluxo ( esofagite), cólicas.</p><p>Roteiro Anamnese</p><p>Periódica de Puericultura</p><p>No gráfico da cadernete:</p><p>a) De linha vermelha superior a vermelha inferior (+2 a -2 escores z): Adequado</p><p>b) Acima da linha vermelha superior (</p><p>21</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR FÁBIO BRAGA</p><p>Perímetro Cefálico - Para Idade</p><p>Peso e Comprimento/altura - Para Idade</p><p>a) De linha vermelha superior a vermelha inferior (+2 a -2 escores z): Adequado</p><p>b) Acima da linha vermelha superior (</p><p>v +2 escores z): Acima do esperado</p><p>c) Abaixo da linha vermelha inferior ( v -2 escores z): Abaixo so esperado</p><p>Linha verde: Mediana, pode normalmente estar acima ou abaixo.</p><p>-Nos casos dos prematuros corregira para idade biológica até os 2 a 3 anos.</p><p>-O crescimento do sistema nervoso central é muito intenso no primeiro ano de</p><p>vida, sendo avaliado pelo aumento do perímetro cefálico, que é de 2cm/mês no</p><p>primeiro trimestre, 1 cm/mês no segundo trimestre e 0,5 cm/mês no segundo</p><p>semestre.</p><p>v +2 escores z): Elevado</p><p>c) Abaixo da linha vermelha inferior ( v -2 escores z): Baixo</p><p>d) Abaixo da linha preta inferior ( v -3 escores z): Muito baixo</p><p>Linha verde: Mediana, pode normalmente estar acima ou abaixo.</p><p>Nos casos dos prematuros corregira para idade biológica até os 2 a 3 anos.</p><p>No gráfico da cadernete:</p><p>a) Amarela a vermelha inferior ( +1 a -2): Adequado</p><p>b) Amarela a vermelha superior (</p><p>22</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR FÁBIO BRAGA</p><p>IMC - Para Idade</p><p>Desevolvimento Neuropsicomotor - Para Idade</p><p>v</p><p>+1 a +2): Risco de sobrepeso até os 5 anos</p><p>+2 a +3): Sobrepeso até os 5 anos</p><p>Pode ser avalido utilizando as tabelas de marcos de desenvolvimento presentes</p><p>(P) ou ausentes (A) na caderneta da própria criança.</p><p>v</p><p>e sobrepreso nos maiores de 5 anos.</p><p>c) De vermelha superior a preta superior: (</p><p>e obesidade nos maiores de 5 anos.</p><p>d) Acima da preta superior ( v +3): Obesidade até os 5 anos e obesidade grave</p><p>nos maiores de 5 anos.</p><p>e) De vermelha inferior a preta inferior ( v -2 a -3 ): Magreza</p><p>f) Abaixo da preta inferior ( v -3): Magreza acentuada.</p><p>VACINAS:</p><p>Orientar pelo calendário atualizado “anualmente” do PNI. Lembrar que as</p><p>primeiras vacinas são: BCG e Hepatite B geralmente realizadas no hospital e após</p><p>com 2,3,4,5 e 6 meses.</p><p>Fezes: número, consistência e cor. Urina: frequência e características.</p><p>23</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR FÁBIO BRAGA</p><p>Eliminações Fisiológicas:</p><p>Alimentação:</p><p>Leite materno exclusivo, fórmula, LV puro ou diluído com ou se adicionais, boa</p><p>mamada ou não, regurgitação, refluxo, sinais de dor de refluxo ( esofagite),</p><p>cólicas.</p><p>Intercorrências e Problemas:</p><p>Perguntar conforme o caso.</p><p>Frequência respiratória normal,</p><p>segundo a OMS</p><p>De 0 a 2 meses</p><p>De 2 a 11 meses</p><p>De 12 meses a 5 anos</p><p>De 6 a 8 anos</p><p>Acima de 8 anos</p><p>Até 60mrm</p><p>Até 50mrm</p><p>Até 40mrm</p><p>Até 30mrm</p><p>Até 20mrm</p><p>Fonte: DIECKMANN; BROWNSTEIN; GAUSCHE-HILL,2000,p. 43-45</p><p>24</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR FÁBIO BRAGA</p><p>Ausculta Cardíaca: Bulhas Cardíacas normofonéticas, sem</p><p>sopros, pulsos e perfusão adequados (9)</p><p>FC normal de 95-160bpm. Observar sopros, pulsos (conferir femoral), perfusão</p><p>periférica, cianoses.</p><p>Lembrar que pode ter alterações cardiacas graves sem sopro.</p><p>Frequência Cardíaca Normal</p><p>VariaçãoIdade</p><p>Recém Nato</p><p>Média Normal</p><p>11 meses</p><p>2 anos</p><p>4 anos</p><p>6 anos</p><p>8 anos</p><p>10 anos</p><p>de 70 a 170 120</p><p>de 80 a 160 120</p><p>de 80 a 130</p><p>de 80 a 120</p><p>110</p><p>100</p><p>de 75 a 115 100</p><p>de 70 a 110 90</p><p>de 70 a 110 90</p><p>Fonte: DIECKMANN; BROWNSTEIN; GAUSCHE-HILL,2000,p. 43-45</p><p>Conferir figado, baço, distesão abdominal, procurar massas palpáveis.</p><p>25</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR FÁBIO BRAGA</p><p>Abdome: Plano, Depressível, não doloroso, sem massas, sem VMG.</p><p>Coto umbilical sem mau cheiro, sem eritema ao redor, sem secreções.</p><p>Coto</p><p>Umbilical sem alterações</p><p>Genitálias Externas e Ãnus sem alterações</p><p>Conferir fimose e testículos em bolsa escrotal em meninos e em meninas</p><p>alterações genitais, segue ou secreções.</p><p>Ortolani Negativo -</p><p>a presença de</p><p>hérnias inguinal e umbilical. Os casos de hérnia inguinal têm</p><p>indicação cirúrgica imediata, devido ao risco de</p><p>encarceramento ou estrangulamento. Já nos casos de hérnia</p><p>umbilical, aguarda-se sua regressão espontânea até 12</p><p>meses, dependendo do tamanho da hérnia (BEHRMAN;</p><p>KLIEGMAN; JENSEN, 2003). Diagnostique também a</p><p>presença de diástase dos retos abdominais e agesia da</p><p>musculatura abdominal. Verifique a presença de granuloma</p><p>umbilical após a queda do coto (resolvido com uso de nitrato</p><p>de prata). Se a região umbilical estiver vermelha, edemaciada</p><p>e com secreção fétida, o achado indica onfalite e, portantoa</p><p>criança deve ser encaminhada para a emergência</p><p>(AMARA,2004).</p><p>Abdome</p><p>Genitália</p><p>Apalpe a bolsa escrotal para idntificar a presença dos</p><p>testículos. Quando os testículos não forem palpáveis na bolsa</p><p>escrotal na primeira consulta do recém nascido, a mãe pode</p><p>ser informada de que isso se trata de uma situação comum,</p><p>especialmente em prematuros (9,2% a 30%). Isso porque, na</p><p>maioria das vezes, os testículos “descem” até os 3 meses de</p><p>vida, quando o caso deverá ser reavaliado. Se aos 6 meses os</p><p>testículos não forem apalpados na bolsa escrotal, a criança</p><p>deve ser encaminhada para melhor avaliação e tratamento</p><p>(DENES; SOUZA; SOUZA apud JANETE; NOBRE; BERNARDO,</p><p>2006). O acúmulo de líquido peritoneal ao redor do testículo</p><p>caracteriza hidrocele, que em geral tem regressão lenta, com</p><p>resolução espontânea, até 2 anos de idade da criança (idem).</p><p>A fimose é fisiológica ao nascimento. Deve-se observar a</p><p>localização do meato urinário para excluir a possibilidade de</p><p>hipospádia ou epispádia. Na genitária feminina, os pequenos</p><p>lábios e o clitóris estão mais proeminentes. Pode haver</p><p>secreção esbranquiçada, às vezes hemorrágica, devido à</p><p>passagem de hormônios maternos, que se resolve</p><p>espontaneamente.</p><p>31</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR FÁBIO BRAGA</p><p>Tópicos do exame físico na primeira consulta do recém-nascido</p><p>EXAME FÍSICO DO RECÉM NASCIDO NA APS</p><p>Tópicos do exame físico Ações específicas</p><p>Verifique a permeabilidade anal, bem como a posição do</p><p>orificio e a presença de fissuras.</p><p>Ânus e Reto</p><p>Sistma Osteoarticular</p><p>Examine os mebros superiores e inferiores, para avaliar sua</p><p>resistência à extensão, a flexão dos membros, a possibilidade</p><p>de flacidez excessiva e a suposta presença de paralisia.</p><p>identifique a provável presença de pé torto, que pode ser</p><p>desde posicional (corrigido espontaneamente ou com</p><p>imobilização) até um pé torto congênito grave, associado</p><p>inclusive a outras anormalidades congênitas</p><p>(STAHELI,2008). O exame da flexibilidade do pé ajuda na</p><p>diferenciação, mas o ideal é encaminhar a criança para o</p><p>ortopedista, para melhor avaliação e escolha do tratamento.</p><p>Verifique a presença de displasia evolutiva do quadril</p><p>realizando os testes de Ortolani e de Barlow (DEMOTT et al.,</p><p>2006: AMERICAN..., 2006; U.S. PREVENTIVE...,2012;</p><p>INSTITUTE, 2012).</p><p>Coluna Vertebral Examine toda a coluna, em especial a área lombo-sacra,</p><p>percorrendo a linha média.</p><p>Avaliação Neurológica</p><p>Observe reflexos arcaicos: succção, preensão palmo-plantar</p><p>e Moro (descrito no capítulo 8, sobre o acompanhamento do</p><p>desenvolvimento), que são atividades próprias do recém-</p><p>nascido a termo, sadio. Observe a postura de flexão</p><p>generalizada e a lateralização da cabeça até o final do</p><p>primeiro mês. Observe a presença de movimentos normais e</p><p>espontâneos de flexão/extensão dos membros. O tônus</p><p>normal é de semiflexão generalizada ( CANADIAN...,2008)</p><p>Fonte: DEMOTT et al.,2006; PORTO ALEGRE, 2004 (com adaptações).</p><p>32</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR FÁBIO BRAGA</p><p>Marcos do desenvolvimento</p><p>neuropsicomotor na infância</p><p>Na atenção básica, o objetivo dessa análise visa promoção, proteção e a</p><p>detecção precoce de possíveis doenças relacionadas ao desenvolvimento,</p><p>permitindo ações que possam mudar positivamente sua vida futura.</p><p>Aqui, você encontrará as características esperadas para cada momento,</p><p>em média, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, e uma avaliação</p><p>mais avançada poderá ser necessária, caso o paciente apresente</p><p>divergências com os resultados esperados</p><p>33</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR FÁBIO BRAGA</p><p>Até 1 ano de idade</p><p>Com 1 a 2 meses ocorre a melhora na percepção de um rosto, medida com</p><p>base na distância entre o bebê e o seio materno. A partir do segundo mês,</p><p>vemos sorriso social e o bebê começa a ficar de bruços, levanta a cabeça e</p><p>os ombros. Além disso, ocorre a ampliação do seu campo de visão (o bebê</p><p>visualiza e segue objetos com o olhar).</p><p>Entre os Reflexos primitivos, são observados apoio plantar, sucção e</p><p>preensão plantar, os quais desaparecem até o 6º mês; preensão dos</p><p>artelhos, desaparecendo até o 11º mês; reflexo cutâneo plantar, que</p><p>desencadeia extensão do hálux; e, a partir do 13º mês, ocorre flexão do</p><p>hálux. Também é bem evidente o reflexo de Moro (incompleto a partir do</p><p>3º mês e inexistente a partir do 6º mês) e reflexo tônico-cervical até o 3º</p><p>mês</p><p>Marcos do primeiro e segundo mês</p><p>Com 4 meses, o bebê já tem capacidade de preensão voluntária das mãos</p><p>e, entre 4 a 6 meses, o bebê mexe a cabeça na direção de uma voz ou de</p><p>um objeto sonoro e, começando os 6 meses, inicia a noção de</p><p>“permanência do objeto”.</p><p>A partir de 7 meses, senta-se sem apoio e, aos 6 e 9 meses, o bebê arrasta-</p><p>se e engatinha. Esse processo melhora e, então, começa a andar com apoio</p><p>(entre 9 meses e 1 ano). Em torno do 10º mês, o bebê fica em pé sem apoio.</p><p>Entre 1 ano e 1 ano e 6 meses: o bebê anda sozinho. Em torno de 1 ano: o</p><p>bebê possui a acuidade visual de um adulto. Entre 1 ano e 6 meses a 2</p><p>anos, o bebê começa a correr e subir degraus baixos.</p><p>Com dois anos de idade, a criança inicia uma fala mais complexa, com</p><p>capacidade de dizer seu próprio nome e o nome de objetos. Também tem</p><p>a capacidade de se reconhecer no espelho e começa a inventar</p><p>brincadeiras estimulando a imaginação. De 3 a 4 anos, a criança veste-se</p><p>com auxílio e já inicia, depois dos 4, a contar ou inventar pequenas</p><p>histórias.</p><p>A partir dos 6 anos: a criança começa a utilizar a lógica para pensar, com</p><p>maior capacidade de memória e linguagem, sendo importante para o</p><p>acompanhamento e estímulo escolar. Tem desenvolvimento da</p><p>autoimagem e trabalha sua autoestima, tendo aumento das relações de</p><p>amizade, com distinção de gênero bem estabelecidas.</p><p>Com 7 anos desenvolve o julgamento global de autovalor, com</p><p>autopercepção, observando ideias e hábitos. Nessa fase, a influência dos</p><p>pais sob as decisões diminui e os amigos passam a ser mais influentes. A</p><p>partir dos 10 anos, ocorrem mudanças relacionadas à puberdade e há um</p><p>estirão de crescimento (primeiro nas meninas, em torno dos 11 anos,</p><p>depois nos meninos, em torno dos 13 anos).</p><p>34</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR FÁBIO BRAGA</p><p>A partir do primeiro ano</p><p>No 2º Ano, a velocidade do crescimento diminui. Devemos observar no</p><p>desenvolvimento, a partir dos 15 meses, se a criança é capaz de andar</p><p>sozinha, se consegue comunicar seus desejos, apontando e emitindo sons,</p><p>e se é capaz de construir uma torre de 3 blocos, por exemplo.</p><p>Com 24 meses, a criança já é capaz de correr, subir e descer escadas,</p><p>segurando-se no corrimão. Na parte de comunicação, é capaz de se</p><p>expressar com frase de 2 palavras.</p><p>Deve-se orientar os pais para estimular o uso do copo e reduzir a</p><p>mamadeira, deixar a criança comer com as próprias mãos e exercitar o uso</p><p>da colher, estimular o desenvolvimento da linguagem (conversar, ler), e</p><p>brincadeiras ao ar livre.</p><p>Também é necessário observar se os pés são aparentemente chatos,</p><p>membros inferiores em arco, com joelhos afastados, e também se as</p><p>crianças enxergam bem com os dois olhos em separado.</p><p>35</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR FÁBIO BRAGA</p><p>Desenvolvimento a partir do primeiro ano</p><p>A fase Pré-Escolar (3 a 5 anos) se caracteriza por um crescimento lento</p><p>com estirão (estatura predominando sobre o peso), chamado de criança</p><p>“espigada”.</p><p>Com 30 meses, consegue pular erguendo os 2 pés do chão e é capaz de</p><p>apontar partes de seu corpo quando solicitado. Aos 3 anos, podemos</p><p>perguntar aos pais se a criança sabe seu primeiro nome e possui</p><p>uma</p><p>linguagem inteligível. Também é importante que já haja um controle da</p><p>evacuação e micção diurna.</p><p>Aos 4 anos, espera-se melhora no equilíbrio e controle da micção noturna.</p><p>Com 5 anos, já seria capaz de executar três ordens, solicitadas em</p><p>sequência; melhora de movimentação e desenvolvimento motor fino</p><p>demonstrado em desenhos.</p><p>36</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR FÁBIO BRAGA</p><p>Fase pré-escolar</p><p>37</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR FÁBIO BRAGA</p><p>Sinais de Alarme</p><p>Por fim, é importante que você observe alguns sinais de alarme, que possam</p><p>apontar para outros distúrbios e doenças relacionadas ao desenvolvimento.</p><p>No fim do 1º trimestre: ausência de sorriso social; olhar vago, pouco interessado;</p><p>o menor ruído provocando grande sobressalto; nenhuma reação a ruídos fortes</p><p>(surdez); mãos persistentemente fechadas.</p><p>No fim do 2º trimestre: não vira a cabeça para localizar sons (4 meses);</p><p>hipertonia (rigidez) dos membros inferiores; hipotonia do eixo do corpo: controle</p><p>deficiente da cabeça; criança exageradamente lenta e sem interesse;</p><p>movimentos bruscos do tipo “descarga motora”; não dá risada; falta de reação</p><p>aos sons (considerando a possibilidade de surdez).</p><p>Aos 9 meses: é obrigatório tomar providência quando a criança não senta sem</p><p>apoio (hipotonia do tronco); possui pernas duras, “em tesoura” (espasticidade);</p><p>pernas moles em “posição de rã” (hipotonia); mãos persistentemente fechadas.</p><p>Deve-se observar também se há preensão em pinça; incapacidade de localizar</p><p>um som (considerando surdez); ausência de balbucio (considerando distúrbio</p><p>articulatório); sorriso social pobre; não tem interesse no jogo “esconde-achou”.</p><p>1º aniversário: ausência de sinergia pés-mãos (colocada em pé com apoio não</p><p>procura ajudar com as mãos); criança parada ou mumificada; movimentos</p><p>anormais; psiquicamente inerte ou irritada, sorriso social pobre; não fala sílabas;</p><p>cessação do balbucio (considerando a possibilidade de surdez).</p><p>38</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR FÁBIO BRAGA</p><p>Deve-se suspeitar de TEA se houver a presença e</p><p>a combinação de algumas destas situações:</p><p>Indiferença: As crianças não respondem aos chamados dos pais ou dos</p><p>cuidadores, aparentando surdez; não respondem com sorriso social, não</p><p>fazem contato “olho no olho”;</p><p>Desinteresse: Quando são estimuladas - por exemplo, quando oferecem</p><p>um briquendo;</p><p>Movimentos repetitivos: Quando a cabeça, com os antebraços e com as</p><p>mãos: andam na ponta dos pés e balançam o tronco, mexem os dedos em</p><p>frente aos olhos, emitem sons não usuais;</p><p>Evitam relacionar-se: Desde o início da vida com dificuldade ao contato</p><p>físico;</p><p>Ausência de reação de surpresa: Não diferem o conhecido do</p><p>desconhecido, não discriminam o interlocutor;</p><p>Dificuldade para brincar: Dificuldade para brincar de “faz de conta”,</p><p>imitar gestos e expressões;</p><p>Grande senibilidade: Grande sensibilidade a determinados tipos de sons;</p><p>39</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR FÁBIO BRAGA</p><p>Atraso: Importante no desenvolvimento da fala, elas falam de si na</p><p>terceira pessoa, repetem palavras ou frases imediatamente ou algum</p><p>tempo depois de tê-las ouvido ( ecolalia);</p><p>Tendência ao isolamento: À autoagressão, à inquietação e apresentar</p><p>comportamentos estranhos;</p><p>Repetição da mesma atividade: Giram objetos durante muito tempo;</p><p>Interesse restrito: Por objetos e temas, como, por exemplo, só gosta de</p><p>brincar com carrinhos, ou sabe tudo sobre planetas só fala de um tema.</p><p>Salto de etapas: No desenvolvimento esperado, como, por exemplo,</p><p>aprendem a ler sem que tenham aprendido sobre cores;</p><p>Falta de iniciativas: Espontâneas de compartilhar prazer, interesses e</p><p>atividades. Em alguns casos, essas crianças apresentam habilidade</p><p>especiais (matemática, habibilidade musicais, de leitura e plásticas) e</p><p>alterações nas funções fisiológicas (relacionadas ao sono, aos processos</p><p>gastrointestinais e à alimentação).</p><p>40</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR FÁBIO BRAGA</p><p>Atualmente, 48 imunobiológicos são distribuídos anualmente pelo PNI</p><p>(vacinas, imunobiológicos especiais, soros e imunoglobulinas), sendo 20</p><p>vacinas oferecidas às crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes</p><p>conforme o Calendário Nacional de Vacinação.</p><p>Destas, 18 são vacinas só para crianças e adolescentes ofertadas no</p><p>Calendário Nacional de Vacinação.</p><p>Vacinação</p><p>41</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR FÁBIO BRAGA</p><p>Calendário Nacional de</p><p>Vacinação da Criança</p><p>42</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR FÁBIO BRAGA</p><p>Calendário Nacional de</p><p>Vacinação do Adolescente</p><p>42</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA DR FÁBIO BRAGA</p><p>Referências</p><p>1- Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Nutrologia. São Paulo: SBP. 2021.</p><p>2- Manual de Neonatologia, 7. ed. John P. Cloherty, Guanabara 2015. MINISTÉRIO DA SAÚDE</p><p>3- CADERNETA DA CRIANÇA. 2da edição. PASSAPORTE DA CIDADANIA. Brasília DF 2020.</p><p>4- MINISTÉRIO DA SAÚDE, Caderneta de Saúde da Criança Menina. 12° ed. Brasília-DF: 2018.</p><p>5- MINISTÉRIO DA SAÚDE, Caderneta de Saúde da Criança Menino. 12° ed. Brasília-DF: 2018.</p><p>6- MINISTÉRIO DA SAÚDE, Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. Brasília-DF: 2012.</p><p>7- Nelson Textbook of Pediatrics. Richard E. Behrman, Hal B. Jenson, Robert Kliegman. 20TH Edition. Elsevier. 2016.</p><p>8- CONSENSO SOBRE ANEMIA FERROPRIVA: ATUALIZAÇÃO: DESTAQUES 2021.</p><p>9- Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Ministério da Saúde, 2002. Brasil:</p><p>http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/crescimento_desenvolvimento.pdf</p><p>10- Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento / Ministério da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 272 p.: il. –</p><p>(Cadernos de Atenção Básica, nº 33). Brasil:</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_crescimento_desenvolvimento.pdf</p><p>http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/crescimento_desenvolvimento.pdf</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_crescimento_desenvolvimento.pdf</p><p>Dr. Fábio Braga</p><p>MENTORIA SAÚDE DA FAMÍLIA</p>