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<p>CONTRAÇÃO E GESTÃO DOS CONTRATOS DE</p><p>OBRAS MUNICIPAIS</p><p>Jonias de O. e Silva</p><p>1 Município: Um Ente da Federação</p><p>1.1 Organização, Autonomia e Competências</p><p>Antes do termo MUNICÍPIO, as aglomerações urbanas possuíam o nome de CIDADE-ESTADO, que surgiu</p><p>com a República Romana, no ano de 753 antes de Cristo. O Império Romano dominou a maior parte do mundo</p><p>civilizado por aproximadamente 12 séculos.</p><p>Segundo a história, o Imperador Romano Julio Cesar, para manter a paz sobre as cidades conquistadas, criou no</p><p>ano 79 de nossa era, a figura do municipium ou municipia, quando oferecia aos moradores subjugados à Roma, de</p><p>determinada aglomeração, o direito da auto-organização e de escolherem seus governantes. Assim, o sistema de</p><p>organização urbana com o nome de MUNICÍPIO, passou a fazer parte de todos aqueles povos e se estendendo a outras</p><p>partes do mundo, chegando a Portugal. No Brasil Colônia, embora as repartições ganhassem outras nomenclaturas</p><p>(Vilas, Províncias, etc.), o termo era aplicado na existência da Câmara Municipal. De Constituição a Constituição, desde</p><p>a primeira do Brasil, em 1824, o Município foi obtendo maior importância. Porém, apenas na Constituição Federal de</p><p>1988 (05.10.88), é que foi concebido o MUNICÍPIO nos moldes de hoje. Atualmente, o Município é tido como um dos</p><p>entes (partícipe) da Federação.</p><p>Assim, segundo o art. 1º da CF/88, a República Federativa do Brasil é formada pela UNIÃO dos Estados,</p><p>Municípios e Distrito Federal. E, para explicar a divisão administrativa do país, o art. 18 da CF define que:</p><p>“A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito</p><p>Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.”</p><p>1.2 Organização dos Municípios</p><p>A divisão político-administrativa do município possui uma sede (cidade) e distritos, cujas sedes podem ser</p><p>chamadas de vilas. Os Poderes no município são o Executivo e o Legislativo. O Executivo é comandado pelo Prefeito, a</p><p>partir do Paço Municipal (Prefeitura). O Prefeito é eleito pelos eleitores locais, para um mandato de 4 (quatro) anos, e</p><p>tem a responsabilidade de administrar o funcionamento da “máquina pública”, visando o fornecimento de serviços</p><p>essenciais à população, além de orientar o planejamento urbano e promover o bem comum da sociedade municipal.</p><p>Para tanto, poderá utilizar a administração direta (prefeitura e seus órgãos), mas poderá possuir entidades de</p><p>administração indireta, para descentralização das competências (autarquias, fundações públicas, empresas de públicas</p><p>ou de economia mista). Na administração direta, a prefeitura possui, via de regra, em sua estrutura administrativa,</p><p>órgãos denominados de Secretarias, Departamentos, Coordenações, Gerencias, Diretorias, Divisões, Serviços e Setores.</p><p>Os órgãos são definidos como de meios, quando oferecem condições às Secretarias para suas operações,</p><p>destinados ao planejamento, à instrumentalização e definição das ações a serem realizadas.</p><p>Geralmente, são os seguintes órgãos meios:</p><p>- Secretaria de Governo</p><p>- Secretaria de Administração</p><p>- Secretaria de Planejamento</p><p>- Secretaria Jurídica</p><p>- Secretaria de Finanças</p><p>Como órgãos fins (aqueles que realizam as ações):</p><p>- Secretaria de Obras</p><p>- Secretaria de Urbanismo</p><p>- Secretaria de Transportes</p><p>- Secretaria de Cultura e Esporte</p><p>- Secretaria de Saúde</p><p>- Secretaria de Educação</p><p>- Secretaria de Meio Ambiente</p><p>- Secretaria de Bem Estar Social</p><p>Para realizar suas ações, o Poder Executivo Municipal, comandado pelo Prefeito, utiliza trabalhadores</p><p>denominados Servidores (efetivos-comissionados-temporários), ou terceiros, investidos em funções de agentes públicos</p><p>(conselheiros-advogados contratados-cartorários, etc.) O Município, enquanto pessoa jurídica de direito público interno,</p><p>possui bens e rendas.</p><p>Seus bens são divididos, via de regra, em:</p><p>DE USO ESPECIAL</p><p>(de uso próprio da Administração, como o prédio da prefeitura, as escolas, o posto de saúde, as secretarias, etc.)</p><p>DE USO COMUM DO POVO</p><p>(tais como estradas municipais, ruas, parques, praças, logradouros públicos, ETC.)</p><p>DOMINIAIS</p><p>(aqueles sobre os quais o Município exerce os direitos de proprietário, porém, estão sem uso, e disponíveis)</p><p>1.3 Fontes de Recursos</p><p>As fontes de recursos dos municípios, provém dos tributos arrecadados em seu território, ou de sua cota-parte</p><p>oriunda do respectivo Estado, e da União. Nos artigos 145 e 156 da CF, está estabelecida a competência do município</p><p>para criar e receber seus próprios tributos (IPTU - ISSQN - ITBI - Contribuição de Melhoria –Taxas - Tarifas).</p><p>Porém, os arts. 158 e 159 da CF definem que um certo percentual dos impostos arrecadados pelo Estado (ICMS</p><p>– IPVA – ITCMD), respectivo, bem como, dos impostos recebidos pela União (IR – ITR – IPI – IOF – II – IE), deverão</p><p>ser devolvidos ao município (FPM e Repasses específicos).</p><p>Outros recursos ainda poderão perfazer a receita pública de um município, como as heranças, alienações,</p><p>aluguéis, indenizações, etc. (receitas não tributárias). O território do município é dividido entre área urbana e área rural,</p><p>definidas através de lei de zoneamento. Atualmente, o Plano Diretor define a ocupação, utilização e destinação de cada</p><p>espaço no âmbito do município (residencial, comercial, industrial, ambiental, etc.) Já o Poder Executivo Municipal,</p><p>possui as peculiaridades e atribuições indicadas no capítulo próprio, a ser apresentado mais à frente...</p><p>2 Município: Competência Legislativa</p><p>2.1 A Autonomia do Município</p><p>A autonomia dos municípios, embora estivesse sempre implícita no sistema brasileiro, antigamente era atingida</p><p>pela interpretação de cada época, em especial, nos regimes de exceção (autoritários...). Evoluindo e firmando a questão,</p><p>os constituintes de 1988 definiram expressamente essa autonomia municipal, principalmente nos arts. 1º, 18, 29, 30, 35,</p><p>145 e 156, de nossa Carta atual. A autonomia representa a não subordinação do governo municipal a qualquer</p><p>autoridade estadual ou federal no desempenho de suas atribuições. Representa, ainda, que as leis municipais em</p><p>assuntos de competência expressa e exclusiva dos municípios, prevalecem sobre as leis estadual e federal, inclusive</p><p>sobre a constituição estadual, em caso de conflito.</p><p>Principais aspectos que indicam a autonomia dos municípios:</p><p>-prefeito e Vereadores;</p><p>uição e arrecadação dos tributos de sua competência, bem como aplicação de suas rendas;</p><p>que lhe interessar e for possível.</p><p>2.2Competência do Município</p><p>A relação é essa, indicada pela Constituição Federal:</p><p>“Art. 30. Compete aos Municípios:</p><p>I - legislar sobre assuntos de interesse local;</p><p>II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;</p><p>III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da</p><p>obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;”</p><p>IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;</p><p>V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local,</p><p>incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;</p><p>VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino</p><p>fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)</p><p>VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da</p><p>população;</p><p>VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do</p><p>parcelamento e da ocupação do solo urbano;</p><p>IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal</p><p>e estadual.</p><p>2.3 Lei Orgânica Municipal</p><p>Lei maior local, a LOM repete as regras básicas da CF e da CE, e regulamenta os assuntos</p><p>fizer ficará, irremediavelmente, solitário na</p><p>responsabilidade;</p><p>MS 29.137/DF</p><p>“Embora a aprovação do ato pela assessoria jurídica não vincule o Administrador a ponto de substitui-lo em seu</p><p>juízo de valor, isso não significa que o parecerista é absolutamente isento de responsabilidade sobre suas manifestações.</p><p>Se a prática do ato administrativo está lastreada em manifestação favorável da unidade técnica, há convergência de</p><p>entendimentos e, em certa medida, compartilhamento de poder decisório entre o Administrador e o parecerista, pelo que</p><p>se tornam mutuamente responsáveis pelos danos que possam causar ao erário.”</p><p>MS 29.137/DF</p><p>“Dúvidas não remanescem sobre a inexistência de imunidade absoluta do advogado público com relação às</p><p>manifestações jurídicas emitidas em processos administrativos, razão pela qual podem ser chamados a prestar</p><p>esclarecimentos ao órgão de controle externo e, eventualmente, ser responsabilizados por seus atos em caso de culpa,</p><p>omissão ou erro grosseiro.”</p><p>MS 29.137/DF</p><p>“Em síntese, não se está a afirmar a irresponsabilidade daquele que lavrou o parecer que conferiu lastro jurídico</p><p>à realização do termo aditivo impugnado, apenas a indicar que sua corresponsabilidade pela prática do ato tido como</p><p>ilegal pelo Tribunal de Contas da União não desonera o Impetrante, razão pela qual não pode prosperar a pretendida</p><p>desresponsabilização defendida nesta ação.</p><p>(...) 10. Pelo exposto, voto no sentido de denegar a ordem de segurança.</p><p>STF, 2ªTurma, 18 de dezembro de 2012”</p><p>“A responsabilidade do emitente do parecer – tenha ou não dito parecer cunho vinculante, seja ou não</p><p>obrigatório – depende do conteúdo e das circunstâncias.</p><p>Em todos os casos, não se admite que o parecer teria cunho meramente ‘opinativo’, tal como se o emitente de</p><p>um parecer fosse um inimputável, não subordinado ao dever de formular a melhor e mais adequada manifestação</p><p>possível. O que se deve ressaltar é que o emitente de um parecer não pode ser punido nem responsabilizado por adotar</p><p>uma dentre diversas interpretações ou soluções possíveis e teoricamente equivalentes.</p><p>Cabe ao autor de um parecer examinar com cautela todas as circunstâncias do caso concreto, apontando as</p><p>possíveis divergências e revelando conhecimento técnico e jurídico sobre os fatos, a ciência e a lei. A opção por uma</p><p>dentre diversas alternativas dotadas de idêntico respaldo não comporta responsabilização, mesmo que o parecer seja</p><p>obrigatório e de cunho vinculante. Mas a escolha por uma solução desarrazoada, tecnicamente indefensável,</p><p>incompatível com os fatos concretos, não respaldada pela doutrina e pela jurisprudência acarreta a responsabilização de</p><p>seu autor ainda que o parecer seja facultativo e não vinculante.” (Marçal Justen Filho, Comentários... 14ª ed. Dialética:</p><p>São Paulo, 2010, p. 528/529</p><p>4 A Fiscalização das Licitações</p><p>Esse setor com certeza é o mais visado pelos órgãos de Controle Interno e Externo, por possuir grandes</p><p>possibilidades de falhas, dolosas ou culposas, por atos irregulares, com desobediência aos princípios da administração</p><p>Pública e até prejuízos ao erário, que podem gerar responsabilizações aos gestores, fornecedores e servidores envolvidos</p><p>no processo.</p><p>4.1 Controle Interno e Controle Externo das Licitações</p><p>A lei, como um dos meios de controle que é, imputou à Administração Pública o dever de instaurar o</p><p>procedimento licitatório, como uma das formas de suprir as necessidades de interesse público, art. 37-XXI CF/88.</p><p>Assim, surgindo o motivo, isto é, a causa que é “a situação de direito ou de fato que determina ou autoriza a realização</p><p>do ato administrativo”, a Administração Pública instaurará a licitação, com objetivo de atender uma dada necessidade</p><p>concreta. Revestido de caráter público, o procedimento licitatório, assim como todos os atos administrativos, está sujeito</p><p>a controle. O controle sobre o procedimento licitatório pode ser exercido tanto por aqueles que nele atuam, como por</p><p>aqueles interessados em exercer seu direito de fiscalização legitimado em lei.</p><p>Deste breve intróito ao tema, extrai-se que a realização do procedimento licitatório é objeto de dois tipos de</p><p>controle, quais sejam, o interno e o externo.</p><p>4.1.1 Controle Interno:</p><p>O procedimento licitatório perfaz-se em duas fases estanques e subseqüentes, quais sejam, as fases interna e</p><p>externa. Atente-se para o fato de que a expressão controle interno, a que se refere este tipo de fiscalização, diz respeito</p><p>tão somente aos atos emanados da fase interna da licitação. A fase interna da licitação compreende a prática de uma</p><p>série de atos sucessivamente ordenados, com escopo de, na forma da lei, propiciar a instauração pública do certame.</p><p>Importa dizer que, a fase interna corresponde aos atos preparatórios, anteriores à convocação dos interessados em</p><p>contratar com a Administração Pública. Nesta fase atuam, portanto, somente as autoridades operadoras da máquina</p><p>administrativa.</p><p>Assim, o controle interno da licitação é praticado somente por aqueles que executam os atos necessários para a</p><p>instauração do certame, quais sejam, os agentes da administração licitadora.</p><p>Portanto, na fase interna, tem-se que durante a prática dos atos necessários e indispensáveis para o</p><p>desencadeamento da licitação, os agentes que nela atuam devem observar com afinco a lei, que é seu horizonte</p><p>limitador, quanto ao exercício de suas funções. Qualquer ato em desconformidade com o mandamento legal, torna-se</p><p>passível de nulidade. Mister informar que não há na lei 8.666/93 rito procedimental para a fase interna da licitação,</p><p>determinado tão somente por meio da sua interpretação sistemática, a qual, por sua vez, induz ao entendimento de que o</p><p>início do certame ocorre com a emissão da requisição expedida pela autoridade competente. À comissão da</p><p>licitaçãocabe, em observância ao art. 40 da lei 8.666/93, elaborar a minuta do instrumento convocatório e do contrato.</p><p>Finda a elaboração do instrumento convocatório, já com as devidas rubricas presentes em todas as folhas, bem</p><p>como, com a assinatura da autoridade que o expedir (art. 40-§1° lei 8.666/93), o mesmo, obedecendo a dispositivo legal</p><p>(art. 38 – parágrafo único da lei 8.666/93), é encaminhado à assessoria jurídica para aprovação das minutas. Com o</p><p>retorno do feito, da assessoria jurídica para a comissão, esta deverá publicar o aviso da licitação. Ressalte-se que com a</p><p>publicação do ato convocatório, encerra-se a fase interna da licitação, prosseguindo-se à sua fase externa.</p><p>Valendo registrar que, na fase interna, é possível que o setor próprio de Controle Interno também se manifeste</p><p>sobre a regularidade dos atos, mesmo que de forma esporádica, quando das auditorias preventivas. Até porque, não</p><p>concordamos que o setor de Controle Interno verifique (interfira) em todos os processos licitatórios.</p><p>Mas sim, que expeça Orientações Normativas e audite os procedimentos periodicamente.</p><p>4.1.2 Controle externo:</p><p>Não obstante a prática de controle interno promovido durante todo o desenrolar do certame, há que se ressaltar</p><p>a importância do controle externo. A lei de per si não consegue coibir as artimanhas fraudulentas. Ela necessita da</p><p>participação da sociedade, que como sua coadjutora atuante, poderá, se não eliminar as fraudes, ao menos diminuí-las</p><p>consideravelmente. Com a publicação do instrumento convocatório, encerra-se a fase interna da licitação e tem início a</p><p>sua fase externa. Importante mencionar que a publicação do aviso da licitação, o torna lei interna do certame, ou seja,</p><p>deverá ser observado na sua totalidade pelos licitantes e principalmente pela administração licitadora.Ao iniciar a fase</p><p>externa da licitação, abre-se aos interessados, a oportunidade de contratar com a Administração Pública, e é neste</p><p>momento que se torna possível, a impugnação do instrumento convocatório, que deu publicidade ao certame.</p><p>Assim, já prevendo a incidência</p><p>de possíveis irregularidades, é que a lei 8.666/93, com intuito de proporcionar</p><p>o controle sobre a licitação, elenca em seu art.41, duas formas de impugnação ao edital, quais sejam, a incursionada pelo</p><p>cidadão - §1°- e a exercida pelo licitante-§2°.</p><p>http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1983</p><p>Além desse controle externo à comissão, existem ainda os sistemas de controle externo realizados pelos</p><p>tribunais de contas, ministério público, poder legislativo, e órgãos da sociedade organizada (imprensa, observatórios,</p><p>conselhos, associações, etc.).</p><p>4.1.3 Principais fraudes em licitações (TCU):</p><p>O Tribunal de Contas da União divulgou em 2010 um levantamento indicando os dez principais tipos de</p><p>irregularidades graves que, ao serem descobertos por aquela Corte, poderiam gerar a paralização de uma licitação ou do</p><p>contrato resultante.</p><p>Essa informação foi levantada pelo TCU, registrada no acórdão nº 2.140/2008, cuja cópia inserimos no AVA –</p><p>Ambiente Virtual do Aluno, da Unipública.</p><p>Vejamos os itens:</p><p>4.1.4</p><p>Irregularidades licitatórias mais comuns (TCEMG):</p><p>Em recente publicação no site do Tribunal de Contas de Minas Gerais, foi divulgado um artigo intitulado “A</p><p>Fiscalização das Licitações na Administração Pública”, com um levantamento naquela Corte (cópia no AVA), quando</p><p>foram selecionadas irregularidades que frequentemente se repetem nas licitações municipais, quais sejam:</p><p>a) falta do procedimento</p><p>b) fracionamento de despesas</p><p>c) dispensa ou inexigibilidade indevida</p><p>d) restrição da competição (direcionamento)</p><p>e) preços superiores aos de mercado</p><p>f) comissão de licitação</p><p>g) com lote ou sem lote indevidamente</p><p>h) ausência de publicação</p><p>i) descumprimento de prazos recursais</p><p>j) ausência de projeto básico e</p><p>Sobrepreço e Superfaturamento</p><p>Projeto básico/executivo deficiente ou inexistente</p><p>Alterações indevidas de projetos e especificações</p><p>Irregularidades graves na administração do contrato</p><p>Irregularidade graves concernentes ao aspecto ambiental</p><p>Sub-rogação/ subcontratação irregular de contrato</p><p>Descumprimento de deliberações do TCU</p><p>Restrição ao caráter competitivo da licitação</p><p>Medição/ pagamento de serviços não realizados</p><p>Administração irregular de contratos</p><p>Execução orçamentária irregular</p><p>Irregularidade grave na execução do convênio</p><p>Projeto básico/executivo deficiente ou inexistente com risco de dano ao erário</p><p>Ausência de justificativa para preços acima dos de sistemas de referência</p><p>Ausência, no edital, de critério de aceitabilidade de preços máximos</p><p>Acréscimo do valor contratual superior ao limite legal</p><p>Contratação sem a regular licitação</p><p>Deficiência grave de fiscalização/supervisão</p><p>Deficiência grave na qualidade nos serviços executados</p><p>Desvio de finalidade</p><p>Reajustamento irregular</p><p>Alterações indevidas de projetos e especificações com risco de dano ao erário</p><p>Ato de gestão ilegal, ilegítimo, antieconômico, ou infração à norma legal ou</p><p>regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial</p><p>Ausência de licitação autônoma para aquisição de equipamentos, quando cabível</p><p>Ausência de planilha orçamentária de quantitativos e preços unitários referentes ao</p><p>projeto básico e/ou executivo</p><p>Execução/pagamento de serviços não previstos no contrato</p><p>Projeto básico/executivo deficiente ou inexistente ocasionando possível nulidade</p><p>do processo licitatório ou do contrato</p><p>http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1983</p><p>k) orçamento em planilhas</p><p>l) ausência de pesquisa prévia de preços</p><p>m) não obtenção do número mínimo de licitantes</p><p>n) inobservância de cláusulas essenciais em contratos</p><p>o) alterações contratuais em percentuais acima dos permitidos</p><p>p) ausência de numeração de documentos do processo</p><p>q) ausência de indicação do crédito orçamentário</p><p>r) alterações indevidas de projetos e especificações</p><p>s) irregularidades graves na administração do contrato</p><p>t) irregularidades concernentes ao aspecto ambiental</p><p>u) sub-rogação/subcontratação irregular de contrato</p><p>v) medição/pagamento de serviços não realizados</p><p>4.1.5 Indícios de fraudes licitatórias:</p><p>Em artigo publicado no site do TCU (http://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/ docs/2053588.PDF), foi indicada</p><p>uma lista de outros itens de detecção das fraudes em processos licitatórios, que é:</p><p>a) empresas constituídas em início de mandato</p><p>b) direcionamento de licitações</p><p>c) licitações fictícias</p><p>d) mesma diagramação e erros de grafia</p><p>e) fornecedores de notas fiscais “frias”</p><p>f) valores redondos ou próximos de r$ 8 mil</p><p>g) falta de publicidade do certame</p><p>h) fornecedores distantes e desconhecidos</p><p>i) fornecedor exclusivo</p><p>j) informações vagas na descrição do serviço prestado</p><p>4.1.6 Canais de detecção das fraudes licitatórias:</p><p>Segundo o “Relatório Fraudes no Brasil 2002” — KPMG, os principais canais de identificação das fraudes (quem</p><p>descobre) envolvendo processos de licitações são:</p><p>a) auditoria externa</p><p>b) coincidência</p><p>c) denúncia anônima</p><p>d) investigação especial</p><p>e) informação de funcionários</p><p>f) informação de terceiros</p><p>g) auditoria interna</p><p>h) controles internos</p><p>i) outros</p><p>Na época (2002) aquele órgão não destacou a participação do Poder Legislativo como canal de denúncia ou</p><p>apuração das fraudes licitatórias, mantendo-o no item “outros”, que teve apenas 3% de participação....</p><p>5 A Normatização Local das Licitações</p><p>O Brasil editou desde outubro de 1988 a dezembro de 2012, 4.613.000 normas. Não faltam normas ao país. A</p><p>grande maioria dos procedimentos, no entanto, perde-se num emaranhado de regras, que complicam o cotidiano do</p><p>gestor público, trazendo insegurança. Com base nesse emaranhado de regras, e em geral com base nas Leis Federais nº</p><p>8666/93 e 10.520/02, milhares de contratos administrativos são celebrados todos os anos pelo Poder Público, com</p><p>expressiva movimentação de recursos para possibilitar o cumprimento de tarefas constitucionais fundamentais como a</p><p>prestação de serviços públicos de saúde, de educação ou a construção de importantes obras de infraestrutura para</p><p>oferecer ao povo condições dignas de vida por intermédio da atuação do Estado. É um verdadeiro desafio conciliar a</p><p>necessidade de obter eficiência nas contratações públicas, com o dever de cumprir as complexas regras que se aplicam</p><p>às licitações e contratos públicos, exigindo dos agentes públicos demasiado esforço profissional e intensa capacitação.</p><p>Uma das formas de superação deste desafio, e de obter excelência nas contratações, é pela edição de normas próprias,</p><p>simplificando, atualizando e aperfeiçoando procedimentos (lembre-se que a lei federal de licitações tem 22 anos!!).</p><p>Para diminuir a complexidade e promover o melhor cumprimento das normas gerais, os gestores locais estão editando</p><p>regulamentos complementares à legislação federal. É o exemplo dos Estadosda Bahia, que editou a Lei 9.433/2005 e do</p><p>Paraná, com a Lei nº 15.608/2007, regulamentando as licitações públicas em seu âmbito de atuação.</p><p>Por outro lado, nos Municípios, o Poder Executivo tem elaborado instruções, orientações e normatizações para</p><p>padronizar os procedimentos mais utilizados nos certame nos processos licitatórios. Normatizando procedimentos o</p><p>gestor poderá decidir com mais segurança e eficiência.</p><p>In http://site-ntc.herokuapp.com/site/normas-procedimentais-de-licitacoes-e-contratacoes-publicas</p><p>5.1 Normas Gerais e Complementares</p><p>http://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/%20docs/2053588.PDF</p><p>http://site-ntc.herokuapp.com/site/normas-procedimentais-de-licitacoes-e-contratacoes-publicas</p><p>Assim, é mister que os órgão públicos elabore Atos Orientativos e Normativos, a fim de normatizar Atos e</p><p>Ações dos Agentes Públicos, para evitar irregularidades, ilegalidades e responsabilizações. As instruções poderão ser no</p><p>âmbito geral do órgão ou</p><p>específicas, por área. E em cada área, poderão ocorrer também as normatizações gerais e/ou as</p><p>específicas.</p><p>No caso das LICITAÇÕES, é bom tomar cuidado para que a regulamentação local não ultrapasse o limite de</p><p>competência. É que a Constituição define como competente para criar regras gerais licitatórias a União Federal. Assim,</p><p>cabe ao Município apenas orientar ao cumprimento, ou complementar. Vejamos a lição do eminente Desembargador</p><p>Miguel Pessoa, do Tribunal de Justiça do Paraná, sobre a questão:</p><p>“Para o controle da constitucionalidade de Lei Municipal frente à Constituição Estadual do Paraná impõe verificar</p><p>se atendidos os requisitos formais e materiais.</p><p>Os requisitos formais referem-se aos elementos subjetivos e objetivos. Dentre os primeiros, observa-se o poder de</p><p>iniciativa legislativa, elemento definido na Constituição Federal, norma de repetição obrigatória na Constituição dos</p><p>Estados.</p><p>E os requisitos objetivos versam sobre as fases: constitutiva e complementar do processo legislativo, definido nos</p><p>artigos 60 a 69 da Constituição Federal.</p><p>Enquanto os requisitos materiais tratam da verificação material da compatibilidade do objeto da lei ou do ato</p><p>normativo com a Constituição Federal.”InProcesso nº 480291-3 – Órgão Especial - 06/03/2009</p><p>Na Carta Maior, a competência para as normas gerais sobre licitações está prevista no artigo 21, inciso XXVII,</p><p>que assim prescreve:</p><p>“Art. 21. Compete à União:</p><p>...XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas</p><p>diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art.</p><p>37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;”</p><p>Mas a própria CF esclarece que:</p><p>“Art. 30. Compete aos Municípios:</p><p>I - legislar sobre assuntos de interesse local;</p><p>II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;”</p><p>E ainda, segundo a finalização do Desembargador Miguel Pessoa, no voto acima mencionado:</p><p>“A competência suplementar dos municípios consiste na autorização de regulamentar as normas legislativas federais</p><p>ou estaduais para ajustar sua execução a peculiaridades locais, sempre em concordância com aquelas e desde que</p><p>presente o requisito primordial de fixação de competência desse ente federativo: interesse local."</p><p>Assim, nas licitações públicas municipais poderá existir regulamentação local, envolvendo atos, providências e</p><p>procedimentos, comorientação e padronização sobre cada elemento da licitação, desde que seja para o correto</p><p>cumprimento da legislação superior, ou para complementação à Lei 8.666/93 (federal) e eventuais leis estaduais.</p><p>5.2 Itens a Serem Regulamentados (sugestivos):</p><p>Tais orientações e/ou regulamentos poderão abranger, dentre outros:</p><p>a) edital</p><p>b) modalidades</p><p>c) contratações diretas</p><p>d) tipos</p><p>e) prazos</p><p>f) recursos</p><p>g) pregoeiro e equipe</p><p>h) comissões</p><p>i) cadastro de fornecedores</p><p>j) gestão de contratos</p><p>k) procedimentos</p><p>l) gestão e organização</p><p>m) pareceres</p><p>n) envio de informações ao Tribunal de Contas</p><p>o) outras normatizações necessárias e cabíveis</p><p>p)arquivamento dos processos</p><p>Desde que, obviamente, não contrariem as normas gerais de competência da União...</p><p>5.3 Providências e Atos Recomendados (sugestivos):</p><p>5.3.1 criar por meio de Decreto do Chefe do Executivo, normatizando o regimento interno da CPL e pregoeiros;</p><p>5.3.2 exigir a implantação de cadastro de Fornecedores informatizado, permitindo a consulta pelo Controle Interno;</p><p>5.3.3 promover a inserção da CPL na estrutura do órgão por meio de Lei;</p><p>5.3.4 exigir a indicação formal de servidor responsável para acompanhamento dos contratos quanto à vigência, parcelas</p><p>(através dos boletins de medição para serviços), qualidade da mercadoria ou serviço entregue, etc.;</p><p>5.3.5 exigir que os processos encerrados sejam encaminhados a Controladoria para auditoria e arquivamento seguro;</p><p>5.3.6 não permitir a designação de membros para a CPL ou Pregoeiro sem a devida capacitação bem como exigir a</p><p>capacitação continuada dos membros da CPL.</p><p>6 Fiscalização dos Contratos Administrativos</p><p>Checklist da Lei nº 8.666/93 (art. 2º, parágrafo único)</p><p>01 Há minuta do contrato integrando o edital ou o ato convocatório (art. 62, §1º)?</p><p>02 Não há ausência de contrato ou termo substituto (art. 62, caput) ou é dispensável o contrato por se tratar de compra</p><p>com entrega imediata ou integral do bem, sem obrigações futuras, inclusive assistência técnica (art. 62, §4º)?</p><p>03 A publicação resumida do contrato e seus aditamentos se deu até 20 dias após o quinto dia útil do mês subseqüente</p><p>ao de sua assinatura (art. 61, parágrafo único)?</p><p>04 A administração convocou regularmente o interessado para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o</p><p>instrumento equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos (art. 64).</p><p>Observação:</p><p>O prazo pode ser prorrogado, nos termos do §1º do art. 64: uma vez; por igual período; se solicitado durante o</p><p>transcurso do prazo; por motivo aceito pela administração.</p><p>05 O contrato foi celebrado observando-se a ordem de classificação entre os licitantes (art. 50)?</p><p>06 O contrato menciona os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua</p><p>lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, e a sujeição dos contratantes às normas</p><p>da Lei nº 8.666/93 e às cláusulas contratuais (art. 61)?</p><p>07 Há todas as cláusulas necessárias (art. 55):</p><p>a) objeto e seus elementos característicos (I);</p><p>b) o regime de execução ou a forma de fornecimento (II);</p><p>c) o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de</p><p>atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento (III);</p><p>d) os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento definitivo,</p><p>conforme o caso (IV);</p><p>e) o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica</p><p>(V);</p><p>f) as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas (VI);</p><p>g) os direitos e as responsabilidades das partes. as penalidades cabíveis e os valores das multas (VII);</p><p>h) os casos de rescisão (VIII);</p><p>i) o reconhecimento dos direitos da administração, em caso de rescisão administrativa oriunda de inexecução total ou</p><p>parcial do contrato (IX);</p><p>j) as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso (X);</p><p>k) a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu ao convite e à proposta do licitante</p><p>vencedor (XI);</p><p>l) a legislação aplicável à execução do contrato e, especialmente, aos casos omissos (XII);</p><p>m) a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por</p><p>ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação (XIII)?</p><p>08 O prazo de vigência do contrato não é indeterminado (art. 57, §3º)?</p><p>09 A duração do contrato se limita à vigência dos créditos orçamentários ou se encaixa nas exceções da lei (art. 57 e</p><p>incisos)?</p><p>10 Caso os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega tenham sido prorrogados, observou-se que</p><p>(art. 57, §lº):</p><p>a) as demais cláusulas do contrato foram mantidas, bem como o equilíbrio econômico-financeiro;</p><p>os motivos foram devidamente autuados em processo e se encaixam em uma das hipóteses dos incisos I a VI do §1º do</p><p>art. 57)?</p><p>11 Caso haja prorrogação de qualquer prazo do contrato, observou-se que (art. 57, §2º):</p><p>a) há justificativa por escrito;</p><p>b) há autorização prévia da autoridade competente para celebrar o contrato?</p><p>12 O foro estabelecido no contrato é o da sede da administração, exceto para o caso do art. 32, §6º (art. 55, §2º)?</p><p>13 O contrato</p><p>estabeleceu com clareza e precisão as condições para sua execução, expressas em cláusulas que definem</p><p>os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação e da proposta a que</p><p>se vinculam (art. 54, §1º)?</p><p>14 O contrato é executado pelas partes de acordo com suas cláusulas e a lei (art. 66)?</p><p>15 Na execução do contrato, os encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais são de responsabilidade do</p><p>contratado (art. 71, caput)?</p><p>Observação:</p><p>Atestar o recolhimento dos encargos previdenciários, uma vez que a administração pública responde solidariamente</p><p>pelos mesmos, conforme art. 71, §2º.</p><p>16 Foi observado, no pagamento, a ordem cronológica das datas de exigibilidade para cada fonte diferenciada de</p><p>recursos, exceto no caso de haver relevantes razões de interesse público, com prévia justificativa da autoridade</p><p>competente, devidamente publicada (art. 5º, caput)?</p><p>17 Os pagamentos decorrentes de despesas cujos valores não ultrapassem o limite de que trata o inciso 11 do art. 24,</p><p>sem prejuízo do que dispõe seu pará- grafo único (agências executivas), foram efetuados no prazo de até cinco dias</p><p>úteis, contados da apresentação da fatura (art. 5º, §3º)?</p><p>18 Há um representante da administração especialmente designado, acompanhando e fiscalizando a execução do</p><p>contrato (art. 67)?</p><p>19 O representante da administração anotou em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do</p><p>contrato, determinando o que fosse necessário à regularização das faltas ou defeitos observados (art. 67, §1º)?</p><p>20 As decisões e providências que ultrapassavam a competência do representante da administração foram solicitadas aos</p><p>superiores em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes (art. 67, §2º)?</p><p>21 Caso se tenham verificado vícios, defeitos ou incorreções no objeto do contrato, resultantes da execução ou de</p><p>materiais empregados, o contratado reparou, corrigiu, removeu, reconstruiu ou substituiu, às suas expensas, no total ou</p><p>em parte, o objeto do contrato (art. 69)?</p><p>22 Executado o contrato, o seu objeto foi recebido de acordo com o art. 73, incisos I e 11. e §§1º e 32 (art. 73)?</p><p>Observação:</p><p>O recebimento provisório pode ser dispensado, conforme art. 74.</p><p>23 A alteração contratual, caso haja, é oriunda das prescrições legais do art. 65, incisos I e 11, e suas alíneas (art. 65)?</p><p>24 Caso haja, o acréscimo ou supressão é de até 25% do valor inicial atualizado?</p><p>25 No caso de reforma de edifício ou de equipamento, o acréscimo é de até 50% (art. 65, §§12 e 22)?</p><p>Observação:</p><p>As supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes podem exceder tais limites (art. 65, §22, 11).</p><p>7 Das Sanções Administrativas aos fornecedores irregulares</p><p>A Lei Licitatória, 8.666/93, prevê:</p><p>“Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao</p><p>contratado as seguintes sanções: grifei</p><p>I - advertência;</p><p>II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;</p><p>III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não</p><p>superior a 2 (dois) anos;</p><p>IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos</p><p>determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a</p><p>penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após</p><p>decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.</p><p>§ 1</p><p>o</p><p>Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o</p><p>contratado pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou</p><p>cobrada judicialmente.</p><p>§ 2</p><p>o</p><p>As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso</p><p>II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.</p><p>§ 3</p><p>o</p><p>A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência exclusiva do Ministro de Estado, do</p><p>Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo</p><p>de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação.”</p><p>Bom estudo!</p><p>de sua competência</p><p>exclusiva, concorrente ou complementar.</p><p>3 Licitações: Regras e Procedimentos Complexos</p><p>O QUE É LICITAÇÃO?</p><p>É um procedimento administrativo que, por meio de regras previamente estabelecidas, se destina a satisfazer</p><p>uma necessidade pública mediante uma dada contratação.</p><p>POR QUE LICITAR?</p><p>Garantir o direito de acesso ao contrato a qualquer interessado que preencha os requisitos exigidos;</p><p>1. Obter a proposta mais vantajosa para a Administração Pública;</p><p>2. Promover o desenvolvimento nacional sustentável.</p><p>ALGUNS DOS PRINCÍPIOS LICITATÓRIOS</p><p>(previstos na Constituição Federal e na Lei nº 8.666/93):</p><p>Princípio da Legalidade - vincula os licitantes e a Administração Pública aos princípios e regras legais (leis,</p><p>decretos, portarias, edital, etc.)</p><p>Princípio da Isonomia – ofertar um tratamento igual a todos os interessados. Privilegia a competição e, por</p><p>consequência, a economicidade. Apresenta total afinidade com o Princípio da Impessoalidade, por meio do qual não</p><p>há espaço para preferências subjetivas, devendo todas as decisões serem pautadas em critérios objetivos.</p><p>Princípio da Publicidade - Qualquer interessado pode ter acesso às licitações públicas. Os atos praticados</p><p>pelos administradores no procedimento licitatório devem ser públicos.</p><p>Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório - A Administração e o licitante estão obrigados a</p><p>obedecerem as regras do edital. Depois de publicado o edital e aberta a licitação, os procedimentos deverão seguir as</p><p>previsões do instrumento convocatório. Está intimamente ligado ao Princípio do Julgamento Objetivo, pelo qual a</p><p>escolha do vencedor da licitação deve ocorrer pelos critérios do edital.</p><p>Princípio da Celeridade – O conceito de contratação vantajosa não pode prescindir de considerar o tempo que</p><p>se leva até que se chegue nesta contratação. Assim, é importante simplificar a atuação da comissão ou pregoeiro,</p><p>buscando resolver tudo o que for possível na sessão de licitação, sem que seja necessário paralisá-la.</p><p>Princípio da Competitividade – quanto mais acirrada a competição, melhores serão as condições da</p><p>contratação. Por isso o condutor do certame licitatório deve atuar de modo a incrementar a competitividade.</p><p>DISCIPLINA LEGAL DAS LICITAÇÕES PÚBLICAS</p><p>Art. 37, inc. XXI, da Constituição Federal;</p><p>Lei nº 8.666/93 – Lei de Licitações e Contratos Administrativos;</p><p>Lei nº 10.520/02 – Lei do Pregão;</p><p>Lei nº 12.462/11 – RDC.</p><p>Lei Estadual nº 15.608/07 (Lei de Licitação e Contratos do Estado do Paraná);</p><p>LC nº 123/06 – estabelece favorecimento às ME e EPP;</p><p>Outros diplomas legais conforme o contratante ou atividade a ser contratada.</p><p>O INÍCIO DO PROCESSO DE CONTRATAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>Toda contratação na administração pública tem início com a identificação de uma necessidade.</p><p>Esta necessidade é comunicada ao setor competente, momento em que são iniciados os esforços administrativos</p><p>para a satisfação da necessidade.</p><p>O primeiro passo depois de comunicada a necessidade é identificar o objeto da contratação.</p><p>SOLICITAÇÃO/ESPECIFICAÇÃO DO OBJETO</p><p>Identificar o objeto significa trazer às claras as suas especificações de modo a permitir que os envolvidos com o</p><p>processo de contratação saibam o que se quer contratar.</p><p>No terceiro painel deste curso – quando falarmos de termo de referência – veremos um maior detalhamento de</p><p>como especificar os serviços e materiais a serem contratados.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc53.htm#art1</p><p>TENHO MESMO QUE LICITAR?!</p><p>Licitar, às vezes, representa lidar com um processo de contratação demorado e incerto.</p><p>Por isso, muitos querem se ver livres da licitação, ou seja, fazem de tudo para não licitar.</p><p>Temos que lembrar, porém, que estamos lidando com recursos alheios (o dinheiro não é nosso!), devendo</p><p>empregá-los com isonomia entre os possíveis interessados no contrato, sem esquecer que a disciplina de gastos públicos</p><p>decorre de lei, ou seja, empregamos os recursos de conformidade com as regras estabelecidas. Nossa vontade deve ceder</p><p>lugar a essas regras!</p><p>A LICITAÇÃO É OBRIGATÓRIA!</p><p>Além da própria Constituição, o art. 2º da Lei nº 8.666/93 estabelece que:</p><p>“As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da</p><p>Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação,</p><p>ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.”</p><p>QUANDO A LICITAÇÃO NÃO É OBRIGATÓRIA?</p><p>Trata-se das contratações diretas. Aquelas que não necessitam ser precedidas de uma licitação.</p><p>O Tribunal de Contas da União (TCU) nos explica o que é contratação direta:</p><p>“Contratação direta é aquela realizada sem licitação, em situações excepcionais, expressamente previstas</p><p>em lei. Deve o gestor público ser cauteloso ao se decidir pela contratação direta, haja vista a Lei nº 8.666/1993</p><p>considerar ilícito penal dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses consideradas legais.”</p><p>COMO SABER SE FAÇO CONTRATAÇÃO DIRETA OU LICITAÇÃO?</p><p>Para responder a essa pergunta, devemos fazer outras perguntas, lembrando, todavia, que a licitação é</p><p>obrigatória e a contratação direta uma exceção:</p><p>1. É possível licitar? Ou seja, há competitividade entre os interessados em participar do processo licitatório?</p><p>2. Há previsão de dispensa de licitação (art. 24 da Lei 8.666/93) descrevendo exatamente a situação em que estou</p><p>envolvido?</p><p>Com o objetivo de entender melhor este tema – licitar ou contratar diretamente – temos que estudar as hipóteses</p><p>de inexigibilidade e dispensa de licitação.</p><p>EXCEÇÕES À OBRIGATORIEDADE (CONTRATATAÇÃO DIRETA)</p><p>1. Inexigibilidade, art. 25 da Lei nº 8.666/93 – situações em que não é possível licitar</p><p>2. Dispensa, art. 24 da Lei nº 8.666/93 – situações em que a licitação pode ser realizada, mas é inconveniente ao</p><p>interesse público</p><p>INEXIGIBILIDADE</p><p>Palavra diferente, pouco comum: inexigibilidade.</p><p>Quer dizer: aquilo que não é exigível.</p><p>Na inexigibilidade de licitação, não se pode exigir o procedimento licitatório, porque não há condições de</p><p>licitar.</p><p>Lei nº 8.666/93, Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:</p><p>I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou</p><p>representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita</p><p>através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o</p><p>serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;</p><p>CASO PRÁTICO DE INEXIGIBILIDADE (ART. 25, INC. I)</p><p>Tenho tratores e caminhões parados no pátio da prefeitura, necessitando de manutenção. No município só existe</p><p>uma empresa credenciada pela fábrica dos veículos para realizar os serviços necessários. Posso alegar ausência de</p><p>competitividade e executar a manutenção por contratação direta, ou seja, realizar um processo de inexigibilidade?</p><p>PENAL. APELAÇÃO. ART. 89 DA LEI Nº 8.666/93. CRIME DE DISPENSA OU INEXIGIBILIDADE DE</p><p>LICITAÇÃO FORA DAS HIPÓTESES PREVISTAS EM LEI OU MEDIANTE INOBSERVÂNCIA DAS</p><p>FORMALIDADES PERTINENTES À DISPENSA DO CERTAME. AUTORIA E MATERIALIDADE</p><p>COMPROVADAS. PREFEITO QUE CONTRATA A AQUISIÇÃO DE PEÇAS E SERVIÇOS DE REPAROS DE</p><p>MÁQUINAS AGRÍCOLAS. ALEGADA INVIABILIDADE DE COMPETIÇÃO FUNDADA EM ATESTADO DE</p><p>EXCLUSIVIDADE FIRMADO POR EMPRESA INTERESSADA. INIDONEIDADE DO DOCUMENTO NO CASO</p><p>CONCRETO.</p><p>RÉU PREFEITO E SECRETÁRIO DE OBRAS QUE RECONHECERAM HAVER OUTRAS EMPRESAS NA</p><p>REGIÃO CAPACITADAS PARA FORNECER AS PEÇAS E REALIZAR O MESMO SERVIÇO. PROCEDIMENTO</p><p>DE DISPENSA QUE NÃO ATENDEU, OUTROSSIM, OS REQUISITOS DO ART. 26, PARÁGRAFO ÚNICO, DA</p><p>LEI DE LICITAÇÕES. CONDENAÇÃO CONFIRMADA. RECURSO NÃO PROVIDO. (TJPR - 2ª C.Criminal - AC -</p><p>1005574-6 - Castro - Rel.: Lilian Romero - Unânime</p><p>- - J. 04.04.2013)</p><p>Posso contratar por inexigibilidade de licitação empresa de informática para desenvolvimento de sistema de</p><p>informações?</p><p>“Apelação criminal. Artigo 89, da Lei 8.666/93 (inexigir licitação fora das hipóteses previstas em Lei, ou deixar de</p><p>observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade) .... o réu, enquanto Diretor de Operações do</p><p>Departamento Estadual de Trânsito DETRAN, firmou contrato com a empresa SOFHAR Tecnologia em Telemática,</p><p>sob o fundamento contido no artigo 25, inciso II, da Lei 8.666/93 (...)</p><p>No que diz respeito à singularidade do objeto do contrato, tem-se que a qualidade da operação não poderia ser</p><p>taxada de singular... se levando em consideração apenas os limites geográficos desta Capital, bem como o Estado do</p><p>Paraná,</p><p>existiam mais de duas dezenas de empresas que forneciam os serviços especificados... não serviria uma mera</p><p>declaração, fornecida pela fabricante do Software dado suficiente a atestar que a empresa SOFHAR seria a única apta a</p><p>atender às necessidades do DETRAN.</p><p>O documento de fl. 5953 apenas assevera que a empresa vinha sendo a única a atender a administração pública,</p><p>fato este que não outorga salvo conduto à inexigibilidade de licitação.</p><p>Inclusive a própria Microsoft Informática LTDA afirmou, documentalmente, que no ano de 2002 existiam vinte e três</p><p>(23) empresas "... credenciadas a licenciar produtos e também autorizadas a prestar serviços..." (fl. 43), situação esta que</p><p>denota, de maneira irrepreensível, a fraude do processo licitatório (ou a sua não exigência no caso em apreço). (TJPR -</p><p>2ª C.Criminal - AC - 837356-0 - Curitiba - Rel.: Rogério Etzel - Unânime - - J. 21.02.2013)</p><p>II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais</p><p>ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;</p><p>Súmula 39 do TCU: A inexigibilidade de licitação para a contratação de serviços técnicos com pessoas físicas ou</p><p>jurídicas de notória especialização somente é cabível quando se tratar de serviço de natureza singular, capaz de exigir,</p><p>na seleção do executor de confiança, grau de subjetividade insuscetível de ser medido pelos critérios objetivos de</p><p>qualificação</p><p>§ 1</p><p>o</p><p>Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade,</p><p>decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica,</p><p>ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e</p><p>indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.</p><p>Art. 13 da Lei nº 8.666/93:</p><p>I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;</p><p>II - pareceres, perícias e avaliações em geral;</p><p>III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias;</p><p>IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;</p><p>V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;</p><p>VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;</p><p>VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.</p><p>INEXIGIBILIDADE</p><p>Quero contratar serviços de advocacia para o município por meio de inexigibilidade de licitação. Posso?</p><p>“APELAÇÃO CÍVEL - ADMINISTRATIVO - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA -</p><p>CONTRATAÇÃO MEDIANTE LICITAÇÃO - REGRA - INEXIGIBILIDADE - IMPOSSIBILIDADE -</p><p>VIABILIDADE DE COMPETIÇÃO - SERVIÇOS ESPECIALIZADOS E NÃO SINGULARES - PREGÃO -</p><p>INADMISSIBILIDADE - AVALIAÇÃO DA TÉCNICA DOS LICITANTES - NECESSIDADE - RECURSO</p><p>DESPROVIDO</p><p>(...) A inexigibilidade é exceção e se justifica nos casos em que há inviabilidade de competição (art. 25, caput da Lei</p><p>8666/93). Sendo viável, a disputa, em virtude da existência de vários escritórios advocatícios que podem desempenhar</p><p>os serviços licitados, deve-se respeitar a regra. - Em relação à questão específica dos serviços advocatícios, o inciso II</p><p>do art. 25 da Lei 8666/93 estabelece que a inexigibilidade, nesses casos, deve recair sobre "serviços técnicos" que</p><p>possuam "natureza singular". Todavia, os serviços advocatícios e a assessoria e consultoria jurídicas não possuem</p><p>singularidade, mesmo considerando os serviços relacionados às questões do regime próprio de previdência municipal e</p><p>do direito administrativo municipal. (...)</p><p>Tais atividades não refletem situações anômalas, incomuns e não demandam mais do que a simples especialização em</p><p>direito administrativo e previdenciário.</p><p>(TJ-MG - AC: 10476130003850002 MG , Relator: Barros Levenhagen, Data de Julgamento: 17/07/2014, Câmaras</p><p>Cíveis / 5ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 25/07/2014)</p><p>III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo,</p><p>desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.</p><p>Nesta hipótese o profissional deve ser renomado, consagrado em face da opinião pública ou da crítica</p><p>especializada.</p><p>No mês de março teremos uma feira agropecuária e queremos contratar a dupla Cachaço e Feijão para se</p><p>apresentar na festa. Podemos contratar diretamente por inexigibilidade já que o empresário da dupla apresentou carta de</p><p>exclusividade?</p><p>Para justificativa da escolha do artista, demonstrando consagração pública, é importante levantar junto aos</p><p>munícipes, por meio de pesquisa popular, que artistas deverão ser trazidos. Junto disso, demonstrar que as músicas do</p><p>artista são executadas em rádio, que ele tem participado de eventos similares na região, etc.</p><p>APELAÇAO CÍVEL. 1) AÇAO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. (...) EVENTO FESTIVO. FESTA DAS</p><p>CANOAS. LIBERAÇAO DE QUANTIA. REPASSE A EMPRESA DE PROMOÇÕES. INEXIGIBILIDADE DE</p><p>LICITAÇAO. INOCORRÊNCIA. 4) CONSAGRAÇAO PELA MÍDIA ESPECIALIZADA E/OU OPINIAO</p><p>PÚBLICA. ARTISTA, E NAO EMPRESA INTERMEDIÁRIA. 5) EXPO-VERAO DO CAVALO MANGALARGA.</p><p>DINHEIRO PÚBLICO. FALTA DE PRESTAÇAO DE CONTAS. ÔNUS DO SECRETÁRIA DE AGRICULTURA.</p><p>(...) dois são os requisitos para a contratação de artistas sem prévia licitação, quais sejam:</p><p>1º) que o artista seja consagrado pela crítica especializada e/ou pela opinião pública; 2º) que o pagamento seja realizado</p><p>diretamente ao profissional ou através de seu empresário exclusivo.4) Nos termos do multicitado art. 25, III, da Lei</p><p>8.666/93, o que deve se mostrar consagrado pela mídia especializada e/ou pela opinião pública é o artista, e não a pessoa</p><p>jurídica intermediária do contrato. (...)</p><p>(TJ-ES - AC: 26030009968 ES 026030009968, Relator: RÔMULO TADDEI, Data de Julgamento: 12/12/2006,</p><p>TERCEIRA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 08/01/2007)</p><p>CREDENCIAMENTO: ESPÉCIE DE INEXIGIBILIDADE</p><p>Sobre o credenciamento, diz a Lei Estadual nº 15.608/07:</p><p>Art. 24. Credenciamento é ato administrativo de chamamento público, processado por edital, destinado à contratação</p><p>de serviços junto àqueles que satisfaçam os requisitos definidos pela Administração, observado o prazo de publicidade</p><p>de no mínimo 15 (quinze) dias úteis e no máximo de 30 (trinta) dias úteis.</p><p>Parágrafo único. A Administração Estadual poderá adotar o credenciamento para situações em que o mesmo</p><p>objeto possa ser realizado simultaneamente por diversos contratados. (Inexistência de competição excludente)</p><p>CREDENCIAMENTO: ESPÉCIE DE INEXIGIBILIDADE</p><p>O Decreto Estadual nº 4.507/09 esclarece:</p><p>Art. 4º O credenciamento é um processo por meio da pré-qualificação, permanentemente aberto a todos os</p><p>interessados, pessoa física e jurídicas, que atendam os requisitos estabelecidos no Edital e durante a vigência deste, que</p><p>terá a sua duração de acordo com as disposições do artigo 103 da Lei Estadual nº 15.608/2007. (até 60/48 meses)</p><p>Características do credenciamento:</p><p>(Decreto Estadual nº 4.507/09 art. 1º)</p><p>§ 1º. O credenciamento não tem caráter exclusivo, podendo o órgão ou entidade contratante convocar, em igualdade de</p><p>condições, todos os</p><p>credenciados ao mesmo tempo ou, mediante sorteio ou rodízio, um ou mais de um</p><p>credenciado para a realização do mesmo serviço, situação essa contemplada no artigo 24 da Lei Estadual nº</p><p>15.608/2007, observadas as peculiaridades do serviço e do credenciado.</p><p>Quando usar o credenciamento:</p><p>Art. 1º, § 2º. As atividades a serem atendidas pelo credenciamento necessitam de grande agilidade de execução e</p><p>apresentam elevado grau de imprevisibilidade, abrangência, volume e complexidade, fatores estes que favorecem a</p><p>utilização da presente modalidade de contratação.</p><p>EXEMPLOS DE CREDENCIAMENTO</p><p>Serviços médicos:</p><p>“OBJETO: CREDENCIAMENTO PARA CONTRATAÇÃO DE PESSOAS FISICAS E OU JURÍDICAS</p><p>INTERESSADAS NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS MEDICOS NAS ESPECIALIDADES DE: CLINICO GERAL E</p><p>OTORRINOLARINGOLOGISTA, NO PERIODO COMPREENDIDO ENTRE AGOSTO A DEZEMBRO DE 2015,</p><p>CONFORME APROVADOS PELO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE E HOMOLOGADOS PELO DECRETO</p><p>Nº 738/2015, DEVENDO OS CREDENCIADOS EFETUAREM OS SERVIÇOS DIRETAMENTE EM SEUS</p><p>CONSULTORIOS EM DIAS E HORARIOS PRÉ DEFINIDOS ENTRE AS PARTES.”</p><p>(Edital de Credenciamento nº 02 de 12/08/2015, Município de Frei Rogério – SC)</p><p>Serviços médicos:</p><p>“OBJETO: CREDENCIAMENTO PARA CONTRATAÇÃO DE PESSOAS FISICAS E OU JURÍDICAS</p><p>INTERESSADAS NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS MEDICOS NAS ESPECIALIDADES DE: CLINICO GERAL E</p><p>OTORRINOLARINGOLOGISTA, NO PERIODO COMPREENDIDO ENTRE AGOSTO A DEZEMBRO DE 2015,</p><p>CONFORME APROVADOS PELO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE E HOMOLOGADOS PELO DECRETO</p><p>Nº 738/2015, DEVENDO OS CREDENCIADOS EFETUAREM OS SERVIÇOS DIRETAMENTE EM SEUS</p><p>CONSULTORIOS EM DIAS E HORARIOS PRÉ DEFINIDOS ENTRE AS PARTES.”</p><p>(Edital de Credenciamento nº 02 de 12/08/2015, Município de Frei Rogério – SC)</p><p>Serviços bancários (recebimento de receitas, contas com código de barra, etc.):</p><p>“O objeto do presente Edital é o Credenciamento de Instituições Financeiras para a prestação do serviço de recebimento</p><p>de receitas próprias do Município de Belém.”</p><p>(Edital de Credenciamento SEFIN nº 1 de 08/05/2015, Município de Belém - PA)</p><p>Análises laboratoriais:</p><p>“A presente licitação tem por objeto Objeto: CREDENCIAMENTO DE LABORATÓRIOS PARA PRESTAÇÃO DE</p><p>SERVIÇOS DE EXAMES LABORATORIAIS DE ANÁLISES CLÍNICAS, ”</p><p>(Processo n.º: 0006/2015 – Modalidade: Inexigibilidade nº 0001/2015, Município de Campanha/MG)</p><p>REGRAS DO CREDENCIAMENTO</p><p>Art. 25. O processo de credenciamento deve ser autorizado pela autoridade competente, ser processado mediante a</p><p>elaboração de edital pelo órgão público interessado e atender aos seguintes requisitos:</p><p>I - explicitação do objeto a ser contratado;</p><p>II - fixação de critérios e exigências mínimas à participação dos interessados;</p><p>III - possibilidade de credenciamento a qualquer tempo pelo interessado, pessoa física ou jurídica;</p><p>IV - manutenção de tabela de preços dos diversos serviços a serem prestados, dos critérios de reajustamento e das</p><p>condições e prazos para o pagamento dos serviços;</p><p>V - rotatividade entre todos os credenciados, sempre excluída a vontade da Administração na determinação da demanda</p><p>por credenciado;</p><p>VI - vedação expressa de pagamento de qualquer sobretaxa em relação à tabela adotada;</p><p>VII - estabelecimento das hipóteses de descredenciamento, assegurados o contraditório e a ampla defesa;</p><p>VIII - possibilidade de rescisão do ajuste, pelo credenciado, a qualquer tempo, mediante notificação à Administração</p><p>com a antecedência fixada no termo;</p><p>IX - previsão de os usuários denunciarem irregularidade na prestação dos serviços e/ou no faturamento.</p><p>§ 1º. A convocação dos interessados deverá ser feita mediante publicação na forma do §1º do art.26.</p><p>§ 2º. O pagamento dos credenciados será realizado de acordo com a demanda, tendo por base o valor pré-definido pela</p><p>Administração, a qual pode utilizar-se de tabelas de referência.</p><p>INEXIGIBILIDADE: CHAMAMENTO PÚBLICO</p><p>Os credenciamentos são efetivados mediante o chamamento público; espécie de instrumento convocatório que</p><p>veicula, assim como um edital, as regras de participação no procedimento (com o estabelecimento de obrigações e</p><p>direitos). Como visto, temos uma diversidade de objetos previstos nos chamamentos públicos: leiloeiros, clínicas e</p><p>laboratórios, profissionais de saúde, lavanderia, fornecimento de hortifrutigranjeiros, manutenção em geral, etc.</p><p>Merenda Escolar</p><p>Lei nº 11.947/09 – “atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da</p><p>educação básica”</p><p>Art. 14. Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE, no âmbito do PNAE, no mínimo 30% (trinta por</p><p>cento) deverão ser utilizados na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do</p><p>empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando-se os assentamentos da reforma agrária, as</p><p>comunidades tradicionais indígenas e comunidades quilombolas.</p><p>§ 1</p><p>o</p><p>A aquisição de que trata este artigo poderá ser realizada dispensando-se o procedimento licitatório, desde que os</p><p>preços sejam compatíveis com os vigentes no mercado local, observando-se os princípios inscritos no art. 37 da</p><p>Constituição Federal, e os alimentos atendam às exigências do controle de qualidade estabelecidas pelas normas que</p><p>regulamentam a matéria.</p><p>As atividades realizadas em monopólio também são objeto de inexigibilidade – correios, água/esgoto, venda de</p><p>combustíveis se houver apenas um posto na cidade.</p><p>A propósito, para que exista exclusividade não basta levar em consideração o mercado local, deve-se ampliar,</p><p>se possível (nos casos em que a localização do fornecedor não se mostrar relevante), os limites geográficos da</p><p>verificação de forma irrestrita e abrangente.</p><p>Ex: cidades vizinhas cada uma com um posto de gasolina apenas. Se o ente comprador não dispuser de tanque de</p><p>armazenamento de combustível, a constatação de exclusividade se fará nos limites do mercado local.</p><p>Jornais e revistas especializadas: em geral são comercializados somente por suas editoras, não existindo distribuição,</p><p>de modo que é possível inexigir licitação para aquisição de periódicos, inclusive os diários oficiais;</p><p>Serviços advocatícios – só é possível contratar por inexigibilidade respeitadas as seguintes condicionantes: a) o órgão</p><p>não tenha profissional advogado (ou, se tiver, a demanda exija conhecimentos que extrapolam o dos profissionais do</p><p>ente contratante); b) as demandas judiciais não constituam serviços comuns de advocacia; c) o advogado se destaque,</p><p>notoriamente, entre os pares como especialista; d) o contratado exerça pessoalmente o patrocínio da causa, vedado,</p><p>portanto, o substabelecimento a advogados que não detenham a notória especialização</p><p>Contrato de Palestrante/Conferencista:</p><p>Diz a orientação normativa nº 18, da Advocacia Geral da União (1º/04/09) que</p><p>“Contrata-se por inexigibilidade de licitação com fundamento no art. 25, inc. II, da lei nº 8.666, de 1993, conferencistas</p><p>para ministrar cursos para treinamento e aperfeiçoamento de pessoal, ou a inscrição em cursos abertos, desde que</p><p>caracterizada a singularidade do objeto e verificado tratar-se de notório especialista.”</p><p>DISPENSA DE LICITAÇÃO</p><p>Enquanto na inexigibilidade de licitação tem-se uma inviabilidade fática – ou seja, ainda que se quisesse licitar</p><p>não seria possível dadas as circunstâncias inibidoras da competição – na dispensa de licitação há possibilidade de</p><p>ocorrer o processo licitatório porque existem condições de se instaurar validamente uma disputa.</p><p>Esta é a grande diferença entre inexigibilidade e dispensa: licitação inviável na primeira e licitação possível na</p><p>segunda.</p><p>Se é possível licitar, por que dispensar a licitação (principalmente considerando que a Constituição Federal</p><p>estabelece o princípio da licitação obrigatória)?</p><p>Ocorre que há casos em que licitar, mesmo sendo viável do ponto de vista da competitividade, importa num</p><p>sacrifício ao interesse público, seja pela pequena monta da contratação – que não justificaria colocar</p><p>em marcha todos</p><p>os esforços para a realização do procedimento licitatório –, seja pela necessidade de uma contratação mais célere ou</p><p>mesmo em vista da necessidade de resguardar a segurança da contratação, entre outros motivos.</p><p>Considerando que nos casos de dispensa a licitação é viável, sua disciplina legal é mais rígida. Portanto,</p><p>distintamente do que ocorre com a inexigibilidade em que temos um rol exemplificativo das possibilidades de abdicar</p><p>da licitação, na dispensa a lei nos traz uma lista de situações que, no jargão jurídico, chamamos de numerus clausus, ou</p><p>seja, um rol taxativo, fechado, que não admite a criatividade do gestor público.</p><p>Significa que, se a hipótese vivenciada não estiver minuciosamente prevista na lei, não haverá possibilidade de</p><p>dispensar a licitação.</p><p>Temos, então, hipóteses detalhadamente descritas na lei nos dizendo em que situações poderemos dispensar a</p><p>licitação.</p><p>Na Lei nº 8.666/93 estas hipóteses estão no art. 24. São 33 situações em que o legislador entendeu pela</p><p>possibilidade de contratação direta por dispensa.</p><p>Vamos às hipóteses mais comuns:</p><p>Inc. I: “para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso</p><p>I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços</p><p>da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;”</p><p>Inc. II: “para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II</p><p>do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo</p><p>serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;”</p><p>Nestes dois primeiros incisos temos a bem conhecida dispensa em razão do valor.</p><p>A lei está dizendo que, em se tratando de obra e serviço de engenharia, se a contratação ficar abaixo de R$</p><p>15.000,00, e, nas demais situações, abaixo de R$ 8.000,00, não é preciso licitar.</p><p>O cuidado que se deve ter nestas hipóteses é de não fracionar indevidamente a contratação.</p><p>Fracionamento indevido é a “quebra” da contratação em diversas contratações menores para “escapar” da</p><p>licitação.</p><p>Ex. preciso adquirir 1.000 pneus ao custo de R$ 85,00 cada. No total terei um gasto de R$ 85.000,00 que requer, no</p><p>mínimo, a instauração de convite. Para evitar a licitação, compro nesse mês, por dispensa com base no inc. II 90 pneus</p><p>totalizando R$ 7.650,00. No próximo mês, repito a operação. Isto é burlar a obrigatoriedade da licitação.</p><p>O que diz o TCU a respeito?</p><p>“...abstenha-se de fracionar despesas, com aquisições frequentes dos mesmos produtos ou realização sistemática de</p><p>serviços de mesma natureza em processos distintos, cujos valores globais excedam o limite previsto para dispensa de</p><p>licitação a que se referem os incisos I e II do art. 24 da Lei nº 8.666/93.” (Acórdão 706/2007 – Primeira Câmara)</p><p>“1.9 realizar, de maneira prévia e com base em históricos de consumos, o planejamento das despesas a serem efetuadas</p><p>durante o exercício, evitando-se a ocorrência de procedimentos de dispensa de licitação;” (Acórdão 217/2008 –</p><p>Primeira Câmara)</p><p>E como diferenciamos o inc. I do inc. II, ou melhor, o que é obra ou serviço de engenharia?</p><p>Esta conceituação não é das mais fáceis. Em geral, se entende que obra ou serviço de engenharia são aqueles em que é</p><p>necessário “o trabalho intelectual do profissional de engenharia, arquitetura ou agronomia para consecução de seus</p><p>fins; ‘outros serviços’ são aqueles que não requeiram, comprovadamente, a participação de engenheiro para a</p><p>consecução de seus fins e que, consequentemente, não necessitam da Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, na</p><p>forma da Lei nº 6.496/77.”</p><p>(Jacoby Fernandes, in Contratação Direta sem Licitação, 9ª Ed., p. 280).</p><p>Inc. IV:</p><p>“nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que</p><p>possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens,</p><p>públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e</p><p>para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias</p><p>consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos</p><p>respectivos contratos;”</p><p>Na Administração Pública essa hipótese do inc. IV parece ser a panaceia para todos os tipos de males. Muitas</p><p>vezes por falta de planejamento adequado, o Administrador Público recorre à contratação emergencial, dispensando a</p><p>licitação de forma indevida.</p><p>Ausência de planejamento não é razão suficiente para dispensar licitação. Muito pelo contrário, é sim razão</p><p>para responsabilizar o servidor.</p><p>De acordo com o Decreto nº 7.257/10, situação de emergência é o “reconhecimento pelo Poder Público de situação</p><p>anormal, provocada por desastres, causando danos e prejuízos que impliquem o comprometimento parcial da</p><p>capacidade de resposta do poder público do ente atingido.”</p><p>Calamidade pública é a “situação de perigo grave, generalizada ou particularizada a uma região, decorrente de</p><p>eventos da natureza (inundações, vendavais, secas, epidemias).” (Diógenes Gasparini, Direito Administrativo, p.</p><p>470/471) e, em termos legais: “situação anormal, provocada por desastres, causando danos e prejuízos que impliquem o</p><p>comprometimento substancial da capacidade de resposta do poder público do ente atingido;” (de acordo com o inc. IV</p><p>do art. 2º do Dec. nº 7.257/10)</p><p>Inc. V:</p><p>“quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo</p><p>para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;”</p><p>Esta situação ficou mais conhecida como licitação deserta, ou seja, a licitação que não tem participantes. São requisitos</p><p>para utilizar o inc. V do art. 24:</p><p>a) licitação anterior válida;</p><p>b) ausência de participantes;</p><p>c) demonstração de que o refazimento da licitação trará prejuízos;</p><p>d) impor ao interessado na contratação as mesmas condições (de habilitação e proposta) veiculados no edital de licitação</p><p>PROCEDIMENTOS PARA A CONTRATAÇÃO DIRETA</p><p>Fazer dispensa e inexigibilidade não significa abrir mão de toda e qualquer formalidade.</p><p>O art. 38 da Lei 8.6669/93 disciplina um procedimento genérico de licitação, servindo também para a</p><p>contratação direta. Diz o caput que:</p><p>“O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo, devidamente autuado,</p><p>protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio</p><p>para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente (...)”</p><p>O TCU também se manifestou sobre as formalidades necessárias no processo de contratação direta:</p><p>“Além disso, o art. 38 da Lei nº 8.666/93, ao disciplinar de forma genérica o procedimento licitatório,</p><p>especifica as informações "e os documentos que devem constar do processo respectivo, entre os quais destaco: a</p><p>indicação do recurso próprio para a despesa e os pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação,</p><p>dispensa ou inexigibilidade" ("caput" e inciso VI do referido dispositivo legal, respectivamente). Observa-se, portanto,</p><p>que o procedimento da licitação, em seu sentido lato, tal como consta da Lei, abrange tanto as contratações</p><p>diretas como aquelas realizadas mediante prévia licitação, e não poderia ser diferente, uma vez que, na lição do</p><p>saudoso mestre Hely Lopes Meirelles, o procedimento administrativo, no qual se inclui o licitatório, "é a sucessão</p><p>ordenada de operações que propiciam a formação de um ato final objetivado pela Administração" ("in” Direito</p><p>Administrativo Brasileiro, 18ª ed., p. 139).</p><p>Ora, se o gestor tem por dever e objetivo garantir a contratação mais vantajosa para o órgão, os atos</p><p>precedentes</p><p>devem integrar apenas um processo, ao qual são juntados, também, se for o caso, os elementos explicitados no</p><p>parágrafo único, incisos I a III, do art. 26 da Lei nº 8.666/93. Nesse contexto, é de se concluir que inexistem</p><p>processos autônomos de dispensa e inexigibilidade de licitação, sendo aplicável, portanto, à espécie as disposições</p><p>contidas no "caput” do art. 38 da referida norma legal (...)”</p><p>(Decisão 233/96 – 1ª Câmara)</p><p>Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2</p><p>o</p><p>e 4</p><p>o</p><p>do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de</p><p>inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único</p><p>do art. 8</p><p>o</p><p>desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e</p><p>publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos.</p><p>Fases da contratação direta (de acordo com Jacoby Fernandes):</p><p>a) abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado e a autorização respectiva para a</p><p>compra ou contratação da obra ou serviço, conforme art. 38, caput;</p><p>b) perfeita indicação do objeto pretendido pela Administração, conforme art. 14 e, em se tratando de obras e qualquer</p><p>serviço, - não apenas os de engenharia, - projeto básico, de acordo com o art. 7º, § 2º c/c o § 9º;</p><p>c) Elaboração da minuta do contrato a ser firmado;</p><p>d) elaboração de parecer técnico ou jurídico, emitidos na oportunidade;</p><p>e) decisão sobre licitar ou não, que poderá ter singela motivação se acolher o parecer antes referido e este estiver bem</p><p>fundamentado;</p><p>f) comunicação à autoridade superior;</p><p>g) ratificação da dispensa ou inexigibilidade;</p><p>h) publicação da ratificação;</p><p>i) assinatura do termo de contrato ou retirada do instrumento equivalente;</p><p>j) execução do contrato;</p><p>k) recebimento do objeto (de acordo com o art. 73 e 15, § 8º;</p><p>l) pagamento.</p><p>CONTRATAÇÃO DIRETA NO RDC</p><p>Diante da necessidade de agilizar as contratações necessárias à realização da Copa do Mundo de 2014 e dos</p><p>Jogos Olímpicos de 2016, foi aprovada a Lei 12.462, de 5 de agosto de 2011, regulamentada pelo Decreto 7.581, de 11</p><p>de outubro de 2011, instituindo o Regime Diferenciado de Contratações (o RDC).</p><p>Inicialmente o RDC foi pensado apenas para ser utilizado nestes dois momentos: Copa e Olimpíadas no âmbito</p><p>federal, todavia, o Congresso Nacional ampliou sua utilização, podendo hoje, a depender da situação, ser utilizado pelas</p><p>unidades federativas (Estados e Municípios).</p><p>Hoje o RDC pode ser utilizado para construção de presídios (Lei 12.980/14), no sistema de educação (Lei</p><p>12.722/12), no sistema de saúde (Lei nº 12.745/12), armazéns da CONAB (Lei 12.873/13), recuperação e prevenção de</p><p>desastres (Lei 12.983/14 (onde pode ser utilizado para aquisições e contratações de serviços).</p><p>Da Dispensa e Inexigibilidade de Licitação</p><p>Art. 35. As hipóteses de dispensa e inexigibilidade de licitação estabelecidas nos arts. 24 e 25 da Lei nº 8.666, de 21 de</p><p>junho de 1993, aplicam-se, no que couber, às contratações realizadas com base no RDC.</p><p>Parágrafo único. O processo de contratação por dispensa ou inexigibilidade de licitação deverá seguir o procedimento</p><p>previsto no art. 26 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.</p><p>Art. 37. É vedada a contratação direta, sem licitação, de pessoa jurídica na qual haja administrador ou sócio com poder</p><p>de direção que mantenha relação de parentesco, inclusive por afinidade, até o terceiro grau civil com:</p><p>I - detentor de cargo em comissão ou função de confiança que atue na área responsável pela demanda ou contratação; e</p><p>II - autoridade hierarquicamente superior no âmbito de cada órgão ou entidade da administração pública.</p><p>TERCEIRIZAÇÃO</p><p>Recentemente tivemos a aprovação, na Câmara dos Deputados, do PL 4.330 que trata da terceirização das</p><p>atividades-fim da empresa tomadora dos serviços. O projeto seguiu para o Senado e aguarda aprovação e posterior</p><p>sanção da Presidente.</p><p>Como fica a Administração Pública diante deste novo cenário?</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm</p><p>No projeto original a terceirização poderia abranger, inclusive, as atividades-fim do setor público, ou seja, todas</p><p>as atividades da Administração Pública poderiam ser terceirizadas. Seria o “fim” do concurso público.</p><p>Todavia, o projeto ganhou nova redação e a questão referente à Administração Pública ficou assim estabelecida:</p><p>Art. 1º Esta Lei regula os contratos de terceirização e as relações de trabalho deles decorrentes.</p><p>(...)</p><p>§ 2º As disposições desta Lei não se aplicam aos contratos de terceirização no âmbito da administração pública</p><p>direta, autárquica e fundacional da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.</p><p>INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 02/08</p><p>A IN 02/08 regulamenta – no âmbito da administração federal (órgãos integrantes do Sistema de Serviços</p><p>Gerais-SISG) – a contração de serviços, continuados ou não, com destaque especial para as terceirizações.</p><p>Mas o que é terceirização?</p><p>O Decreto Federal nº 2.271/97 estabelece que são as atividades essenciais ao funcionamento do ente ou órgão e</p><p>ao atingimento de sua finalidade institucional, mas diversas de suas funções precípuas, correspondentes à sua atividade-</p><p>fim. Em seu art. 1º, § 1º o Decreto nº 2.271/97 dispõe que serão objeto de terceirização as atividades de:</p><p>Conservação/Limpeza</p><p>Segurança/Vigilância</p><p>Transportes</p><p>Informática</p><p>Copeiragem</p><p>Recepção</p><p>Reprografia</p><p>Telecomunicações</p><p>Manutenção de prédios, equipamentos e instalações</p><p>Alguns cuidados que devem ser tomados na terceirização:</p><p>Art. 10. É vedado à Administração ou aos seus servidores praticar atos de ingerência na administração da contratada,</p><p>tais como:</p><p>I - exercer o poder de mando sobre os empregados da contratada, devendo reportar-se somente aos prepostos ou</p><p>responsáveis por ela indicados, exceto quando o objeto da contratação prever o atendimento direto, tais como nos</p><p>serviços de recepção e apoio ao usuário;</p><p>II - direcionar a contratação de pessoas para trabalhar nas empresas contratadas;</p><p>III - promover ou aceitar o desvio de funções dos trabalhadores da contratada, mediante a utilização destes em</p><p>atividades distintas daquelas previstas no objeto da contratação e em relação à função específica para a qual o</p><p>trabalhador foi contratado; e</p><p>IV – considerar os trabalhadores da contratada como colaboradores eventuais do próprio órgão ou entidade responsável</p><p>pela contratação, especialmente para efeito de concessão de diárias e passagens.</p><p>Jurisprudência:</p><p>APELAÇÃO CÍVEL - IMPROBIDADE (...) CONTRATAÇÃO DE EMPRESA DE TERCEIRIZAÇÃO DE</p><p>SERVIÇOS NA PENDÊNCIA DE CONVOCAÇÃO DE CANDIDATOS APROVADOS EM CONCURSO PÚBLICO</p><p>- ATIVIDADES CONTRATADAS SIMILARES ÀS ATIVIDADES INERENTES AOS CARGOS PÚBLICOS DO</p><p>CONCURSO VIGENTE - ILICITUDE NA TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADES-FIM DA ADMINISTRAÇÃO</p><p>PÚBLICA - DEVER DE PROVER OS CARGOS PÚBLICOS</p><p>TERCEIRIZAÇÃO</p><p>ATUAÇÃO COM PESSOALIDADE DO PRESIDENTE DA CÂMARA DE VEREADORES DE FOZ DO IGUAÇU</p><p>NA INDICAÇÃO DE PESSOAS PARA SEREM CONTRATADAS PELA EMPRESA DE TERCEIRIZAÇÃO -</p><p>PRESENÇA DO ELEMENTO VOLITIVO (DOLO) NA CONDUTA IRREGULAR (...) IMPOSIÇÃO AO EX-</p><p>PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DAS PENALIDADES DE SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS</p><p>POR 5 (CINCO) ANOS E MULTA CORRESPONDENTE A 10 (DEZ) VEZES O VALOR DA ÚLTIMA</p><p>REMUNERAÇÃO (...)</p><p>(...) presença do elemento volitivo caracterizador do ato ímprobo, ou seja, a presença de dolo na contratação irregular</p><p>de pessoas para prestar serviços na Câmara. BUDEL tinha plena ciência de seus atos e quis, deliberadamente, adotar as</p><p>práticas tidas aqui por irregulares.</p><p>Fez do contrato administrativo</p><p>um meio para empregar na Administração Pública, sem concurso, pessoas do seu</p><p>círculo de influência.</p><p>(...) o elemento volitivo se aperfeiçoa na vontade consciente e dirigida a favorecer determinadas pessoas com vulneração</p><p>aos predicados éticos de responsabilidade que orientam a Administração Pública. (TJPR - 5ª C.Cível - AC - 1127310-8 -</p><p>Foz do Iguaçu - Rel.: Rogério Ribas - Unânime - - J. 09.12.2014)</p><p>Continuando na IN 02/08:</p><p>Art. 13. A Administração não se vincula às disposições contidas em Acordos e Convenções Coletivas que não tratem de</p><p>matéria trabalhista, tais como as que estabeleçam valores ou índices obrigatórios de encargos sociais ou previdenciários,</p><p>bem como de preços para os insumos relacionados ao exercício da atividade. (Redação dada pela Instrução Normativa</p><p>nº 3, de 16 de outubro de 2009)</p><p>FISCALIZAÇÃO NA TERCEIRIZAÇÃO</p><p>Art. 31. O acompanhamento e a fiscalização da execução do contrato consistem na verificação da conformidade da</p><p>prestação dos serviços e da alocação dos recursos necessários, de forma a assegurar o perfeito cumprimento do contrato,</p><p>devendo ser exercido pelo gestor do contrato, que poderá ser auxiliado pelo fiscal técnico e fiscal administrativo do</p><p>contrato.</p><p>§2º (...) I - gestor do contrato: servidor designado para coordenar e comandar o processo da fiscalização da execução</p><p>contratual;</p><p>II - fiscal técnico do contrato: servidor designado para auxiliar o gestor do contrato quanto à fiscalização do objeto do</p><p>contrato; e</p><p>III - fiscal administrativo do contrato: servidor designado para auxiliar o gestor do contrato quanto à fiscalização dos</p><p>aspectos administrativos do contrato.</p><p>1. Fiscalização inicial (no momento em que a prestação de serviços é iniciada)</p><p>1.1. Deve ser elaborada planilha-resumo de todo o contrato administrativo. Ela conterá informações sobre todos os</p><p>empregados terceirizados que prestam serviços no órgão ou entidade, divididos por contrato, com os seguintes dados:</p><p>nome completo, número de inscrição no CPF, função exercida, salário, adicionais, gratificações, benefícios recebidos,</p><p>sua especificação e quantidade (vale-transporte, auxílio-alimentação), horário de trabalho, férias, licenças, faltas,</p><p>ocorrências e horas extras trabalhadas.</p><p>1.2. A fiscalização das Carteiras de Trabalho e Previdência Social – CTPS, será feita por amostragem. Todas as</p><p>anotações contidas na CTPS dos empregados devem ser conferidas, a fim de que se possa verificar se as informações</p><p>nelas inseridas coincidem com as informações fornecidas pela empresa e pelo empregado. Devem ser observadas, com</p><p>especial atenção, a data de início do contrato de trabalho, a função exercida, a remuneração (corretamente discriminada</p><p>em salário-base, adicionais e gratificações), além de demais eventuais alterações dos contratos de trabalho.</p><p>1.3. O número de terceirizados por função deve coincidir com o previsto no contrato administrativo.</p><p>1.4. O salário não pode ser inferior ao previsto no contrato administrativo e na Convenção Coletiva de Trabalho da</p><p>Categoria - CCT.</p><p>1.5. Devem ser consultadas eventuais obrigações adicionais constantes na CCT para as empresas terceirizadas (por</p><p>exemplo, se os empregados têm direito a auxílio-alimentação gratuito).</p><p>(...)</p><p>3.1 Devem ser evitadas ordens diretas da Administração dirigidas aos terceirizados. As solicitações de serviços</p><p>devem ser dirigidas ao preposto da empresa. Da mesma forma, eventuais reclamações ou cobranças relacionadas aos</p><p>empregados terceirizados devem ser dirigidas ao preposto.</p><p>3.2 Toda e qualquer alteração na forma de prestação do serviço, como a negociação de folgas ou a compensação de</p><p>jornada, deve ser evitada, uma vez que essa conduta é exclusiva do empregador.</p><p>3.3 Conferir por amostragem, diariamente, os empregados terceirizados que estão prestando serviços e em quais</p><p>funções, e se estão cumprindo a jornada de trabalho.</p><p>(...)</p><p>A Administração obriga-se a:</p><p>6.1. exercer a fiscalização dos serviços por intermédio de servidores especialmente designados, na forma prevista na Lei</p><p>n</p><p>o</p><p>8.666, de 1993;</p><p>6.2. disponibilizar instalações sanitárias;</p><p>6.3. disponibilizar vestiários com armários guarda-roupas; e</p><p>6.4. destinar local para guarda dos saneantes domissanitários, materiais, equipamentos, ferramentas e utensílios.</p><p>MODALIDADES DE LICITAÇÃO</p><p>Art. 22 da Lei nº 8.666/93:</p><p>1. Concorrência</p><p>2. Tomada de Preços</p><p>3. Convite</p><p>4. Concurso</p><p>5. Leilão</p><p>Art. 1º da Lei nº 10.520/02:</p><p>6. Pregão</p><p>1. Concorrência:</p><p>Para obras e serviços de engenharia – acima de R$ 1.500.000,00.</p><p>Para compras e serviços – acima de R$ 650.000,00.</p><p>Realizada entre quaisquer interessados que comprovem, em habilitação preliminar, possuir os requisitos</p><p>mínimos de qualificação exigidos no edital.</p><p>Publicado o edital, deve-se aguardar 30 ou 45 dias (conforme incisos I e II do art. 21 da Lei nº 8.666/93) para o</p><p>recebimento das propostas.</p><p>2. Tomada de Preços:</p><p>Para obras e serviços de engenharia – até R$ 1.500.000,00.</p><p>Para compras e serviços – até R$ 650.000,00.</p><p>Realizada entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para</p><p>cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas.</p><p>Publicado o edital, deve-se aguardar 15 ou 30 dias (conforme incisos II e III do art. 21 da Lei nº 8.666/93) para</p><p>o recebimento das propostas.</p><p>3. Convite:</p><p>Para obras e serviços de engenharia – até R$ 150.000,00.</p><p>Para compras e serviços – até R$ 80.000,00.</p><p>É a modalidade mais simples da Lei nº 8.666/93.</p><p>Realizada entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em</p><p>número mínimo de 3 pela unidade administrativa.</p><p>O convite será estendido aos demais cadastrados, na correspondente especialidade, que manifestarem seu</p><p>interesse com antecedência de até 24 horas da apresentação da proposta.</p><p>Entre a publicação do convite e a abertura da licitação deve ser observado o prazo de 5 dias úteis.</p><p>Decisões do TCU sobre o convite:</p><p>Súmula 248.</p><p>Não se obtendo o número legal mínimo de três propostas aptas à seleção, na licitação sob a modalidade convite,</p><p>impõe-se a repetição do ato, com a convocação de outros possíveis interessados, ressalvadas as hipóteses previstas no</p><p>parágrafo 7º do art. 22 da Lei nº 8.666</p><p>Acórdão 710/2008 Plenário /1993.</p><p>Convidem para participar de licitação na modalidade convite somente interessados do ramo pertinente ao objeto</p><p>licitado.</p><p>4. Concurso:</p><p>Realizado para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou</p><p>remuneração aos vencedores</p><p>(ex: escolha do projeto arquitetônico para o futuro Centro Judiciário de Curitiba)</p><p>5. Leilão:</p><p>Realizado entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de</p><p>produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis (adquiridos em procedimentos</p><p>judiciais ou mediante dação em pagamento), a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.</p><p>6. Pregão:</p><p>Não há limites de valor para utilização do pregão.</p><p>Sua incidência é determinada pela natureza do objeto a ser contratado: utiliza-se a modalidade se o bem ou</p><p>serviço a serem contratados forem classificados como comuns.</p><p>Entre a publicação do edital e a abertura da licitação, deve ser observado o prazo de 8 dias úteis.</p><p>No pregão, previu-se a inversão de fases: primeiro analisa-se o preço para depois se analisar a habilitação, e</p><p>esta, só do vencedor.</p><p>Há possibilidade de reduzir os preços propostos (mutabilidade das propostas)</p><p>Só há uma etapa recursal ao final do procedimento. Para interpor recurso tem que estar presente na sessão e</p><p>deve existir motivação.</p><p>Decisão do TCU sobre o Pregão:</p><p>Acórdão 1046/2008 Plenário (Voto do Ministro Relator)</p><p>A característica essencial do pregão é a de ser uma modalidade mais dinâmica e flexível para a aquisição de</p><p>bens ou</p><p>contratação de serviços de interesse da administração pública. Seus fundamentos principais são, especialmente,</p><p>a ampliação da disputa de preços entre os interessados, que tem como consequência imediata a redução dos preços</p><p>contratados, bem assim a alteração da ordem tradicional de apresentação e análise dos documentos de habilitação e</p><p>propostas de preço, e a mitigação das formalidades presentes nas demais modalidades licitatórias. (...)</p><p>Acórdão 1046/2008 Plenário (Voto do Ministro Relator)</p><p>... Portanto, aliada à celeridade, a competitividade é característica significativa do pregão e vem expressamente</p><p>albergada não só no caput do art. 4º do Decreto nº 3.555/2000, como princípio norteador dessa modalidade, como em</p><p>seu parágrafo único: “as normas disciplinadoras da licitação serão sempre interpretadas em favor da ampliação da</p><p>disputa entre os interessados, desde que não comprometam o interesse da Administração, a finalidade e a segurança da</p><p>contratação” (grifos acrescidos).</p><p>Pregão eletrônico:</p><p>É o mesmo pregão presencial, só que realizado no ambiente da internet. Por isso, algumas pequenas alterações</p><p>foram feitas nas regras a fim de viabilizar sua utilização.</p><p>Pregão eletrônico:</p><p>Em vez de se encontrarem num local físico, pregoeiro e licitantes se reúnem numa “sala virtual”. Assim,</p><p>participantes do Brasil inteiro podem se juntar à licitação sem que seja necessário estarem presentes no local em que se</p><p>realiza o certame. Isto sem dúvida amplia muito a competição.</p><p>Utiliza-se um portal eletrônico para “hospedar” a licitação (ex. portal www.licitacoes-e.com.br do Banco do</p><p>Brasil).</p><p>COMO ESCOLHER A MODALIDADE CORRETA?</p><p>Primeiramente devemos identificar a natureza do contrato que estamos querendo obter. Saber se estamos</p><p>querendo obter bem/serviço ou alienar (“comprar ou vender”). Se a intenção for a de alienar, dispomos de duas</p><p>modalidades: leilão e concorrência.</p><p>Na alienação não podemos esquecer de que os bens públicos, quando estão afetados ao poder público, são</p><p>inalienáveis, ou seja, não podem ser vendidos. Assim, para vender é preciso desafetar, no caso de bem imóvel, ou</p><p>declarar a inservibilidade no caso de bem móvel.</p><p>Se a intenção é obter bem/serviço, devemos verificar se se trata de bem ou serviço comum. A legislação</p><p>nacional tem dado preferência à utilização do pregão. Assim, se ficar constatado que se trata de bem ou serviço comum,</p><p>o pregão terá preferência.</p><p>Pregão presencial ou eletrônico? Novamente cabe dizer que as normas nacionais dão preferência ao eletrônico,</p><p>mas dependerá do objeto, pois há situações em que o eletrônico poderá não ser conveniente. Ex: contratação de serviços</p><p>não continuados em municípios pequenos.</p><p>Se o bem/serviço não for comum, o pregão não poderá ser utilizado. Deve-se, então, verificar o valor estimado</p><p>da contratação para a definição da modalidade licitatória.</p><p>Convite, tomada de preços, concorrência ou concurso.</p><p>Sem esquecer que a modalidade deve ser escolhida para a totalidade do conjunto de obras, serviços ou</p><p>aquisições que possa ser contratada concomitantemente. A preocupação aqui é a de evitar o fracionamento indevido da</p><p>despesa.</p><p>TIPOS DE LICITAÇÃO</p><p>O art. 45, § 1º, da Lei nº 8.666/93 estabelece os tipos de licitação (que servem de critério de julgamento para a escolha</p><p>da melhor proposta):</p><p>I – menor preço (Importante!!! Não há discussão acerca de qualidade como critério de seleção da proposta, pois esta já</p><p>está definida a partir das especificações técnicas constantes do edital);</p><p>II – melhor técnica (serviços de natureza intelectual: projetos, estudos técnicos, engenharia consultiva, etc.);</p><p>III – técnica e preço (serviços e produtos que admitam variação de qualidade em seus aspectos técnicos, como</p><p>equipamentos de informática de alta performance, por exemplo);</p><p>IV – maior lance ou oferta (alienação de bens ou concessão de direito real de uso).</p><p>ESCOLHA DO TIPO DE LICITAÇÃO</p><p>"a definição do tipo de licitação produz reflexos não apenas sobre o julgamento das propostas. O próprio</p><p>procedimento licitatório, em toda sua fase externa, variará consoante o tipo de licitação. Uma licitação de técnica e</p><p>preço se distinguirá de uma de menor preço já no ato convocatório, pois dele deverão constar as exigências técnicas</p><p>etc."</p><p>"Pode afirmar-se que a licitação de menor preço é cabível quando o interesse sob tutela do Estado pode ser</p><p>satisfeito por um produto qualquer, desde que preenchidos requisitos mínimos de qualidade ou de técnica. Já as</p><p>licitações de técnica são adequadas quando o interesse estatal apenas puder ser atendido por objetos que apresentem a</p><p>melhor qualidade técnica possível, considerando as limitações econômico-financeiras dos gastos públicos“</p><p>(Marçal Justen Filho)</p><p>CABIMENTO DO TIPO TÉCNICA E PREÇO</p><p>Art. 46. Os tipos de licitação 'melhor técnica' e 'técnica e preço' serão utilizados exclusivamente para serviços</p><p>de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão</p><p>e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos</p><p>preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no §4° do artigo anterior</p><p>Art. 45. § 4</p><p>o</p><p>Para contratação de bens e serviços de informática, a administração observará o disposto no art.</p><p>3º da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os fatores especificados em seu parágrafo 2º e</p><p>adotando obrigatoriamente o tipo de licitação "técnica e preço", permitido o emprego de outro tipo de licitação nos</p><p>casos indicados em decreto do Poder Executivo.</p><p>Em caso de bens e serviços comuns de informática – nos termos do art. 1º da Lei do Pregão (Lei nº 10.520/02) –</p><p>não é obrigatória a adoção do tipo técnica e preço, podendo ser utilizado o pregão como modalidade licitatória,</p><p>realizando-se esta sob o tipo do menor preço.</p><p>PROCEDIMENTO DA LICITAÇÃO TÉCNICA E PREÇO</p><p>O instrumento convocatório deverá:</p><p> mencionar, em seu preâmbulo, o tipo de licitação a ser adotado (no caso "técnica e preço"), fato que demonstra a</p><p>importância deste tema, afinal, a forma de apresentação das propostas e o critério de julgamento fazem parte da essência</p><p>das regras do certame;</p><p> explicitar o procedimento a ser adotado para o julgamento das propostas, ou seja, sua sequência detalhada de etapas</p><p> estabelecer os critérios de julgamento, os quais envolvem os diversos fatores de julgamento, tais como qualidade,</p><p>rendimento, durabilidade, prazo, dentre outros;</p><p> deverá estabelecer os pesos da nota técnica e da nota de preço que deverão compor a média ponderada a que se</p><p>refere o art. 46, § 2°, II, da Lei n° 8.666/93</p><p>JULGAMENTO DA LICITAÇÃO TÉCNICA E PREÇO</p><p>Nas licitações de técnica, o licitante deverá apresentar suas propostas e documentação em três envelopes:</p><p>a) um destinado à documentação para habilitação;</p><p>b) um destinado à proposta técnica;</p><p>c) um destinado à proposta de preço.</p><p>Conforme preconiza o art. 46, da Lei n° 8.666/93, após a fase de habilitação, cujo processamento se dará de</p><p>forma idêntica às licitações segundo o critério "menor preço", deverá haver a abertura dos envelopes contendo as</p><p>propostas técnicas, as quais serão avaliadas e valorizadas de acordo com o critério de julgamento previamente definido</p><p>no edital.</p><p>Tal critério compreende a atribuição de uma Nota Técnica ao licitante, a qual será calculada, segundo fórmula</p><p>definida no edital, em função das notas parciais dos fatores técnicos de julgamento previstos no instrumento</p><p>convocatório.</p><p>Esgotada a fase de avaliação e classificação das propostas técnicas, proceder-se-á a abertura das propostas de</p><p>preço, as quais serão, também, avaliadas e classificadas segundo os critérios definidos no edital.</p><p>Concluídas as fases de valoração e avaliação das propostas técnicas e de preço, os licitantes serão classificados</p><p>de acordo com a média ponderada das notas de preço e de técnica, conforme</p><p>os pesos estabelecidos no instrumento</p><p>convocatório. Será considerado vencedor aquele que obtiver a maior média ponderada entre as notas técnica e de preço.</p><p>EXEMPLO DE CRITÉRIO TÉCNICA E PREÇO</p><p>Contratação de consultoria</p><p>Nota da proposta técnica (NPT) variando de 0 a 100, onde: conhecimento do problema=nota máxima de 30 pontos;</p><p>plano de trabalho=nota máxima de 30 pontos; equipe técnica=nota máxima 40 pontos</p><p>Nota de proposta de preços (NPP)=100.X1/X2</p><p>Onde: X2=valor da proposta; X1=(V0+M)/2, onde: V0=valor dos serviços orçados pelo órgão licitante, M=média dos</p><p>preços propostos pelos licitantes</p><p>Classificação - Nota Final (NF)=(7NPT+3NPP)/10</p><p>COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO</p><p>Lei Estadual nº 15.608/07 (mesma disciplina da Lei nº 8.666/93, mas apresentada de forma resumida):</p><p>Art. 30. A inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento, as propostas e a habilitação dos licitantes</p><p>serão processadas e julgadas por comissão permanente ou especialmente designada.</p><p>§ 1º No caso de convite, a comissão de licitação poderá, excepcionalmente, nas pequenas unidades administrativas e em</p><p>caso de exiguidade de pessoal disponível, ser substituída por servidor formalmente designado pela autoridade</p><p>competente.</p><p>§ 2º São competentes para designar as comissões de licitação, homologar o julgamento e adjudicar o objeto ao licitante</p><p>vencedor, os titulares máximos dos Poderes, dos órgãos autônomos, das Secretarias de Estado e das entidades</p><p>integrantes da Administração.</p><p>§ 3º As comissões de licitação, permanentes ou especiais, serão compostas por, no mínimo, 03 (três) membros, sendo</p><p>pelo menos dois deles servidores efetivos pertencentes ao quadro permanente do órgão da Administração responsável</p><p>pela licitação.</p><p>§ 5º A investidura dos membros das comissões permanentes não excederá a 01 (um) ano, vedada a recondução da</p><p>totalidade de seus membros para a mesma comissão no período subsequente.</p><p>§ 6º Os membros da comissão de licitação responderão solidariamente por todos os atos praticados pela comissão,</p><p>salvo se houver posição individual divergente que deverá ser fundamentada e registrada na ata da reunião na qual tiver</p><p>sido tomada a decisão.</p><p>PREGOEIRO</p><p>No Pregão não há comissão de licitação. Há um pregoeiro – responsável único pela licitação – e sua equipe de</p><p>apoio.</p><p>O pregoeiro decide sozinho, não precisa da concordância da equipe de apoio para tomar decisões.</p><p>É o responsável pela condução da fase externa do pregão; é quem recebe as propostas e os lances, analisa sua</p><p>aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação; declara o vencedor da licitação, adjudicando-lhe o objeto (se</p><p>não houver recurso); conduz os trabalhos da equipe de apoio; analisa os recursos.</p><p>O pregoeiro pode ser designado sem limitações temporais para esta designação – diferentemente das comissões</p><p>de licitação que devem ser renovadas ano a ano.</p><p>Joel de Menezes Niebuhr explica:</p><p>“(...) o pregoeiro agrega praticamente as mesmas funções da comissão de licitação, tal qual disposta na Lei nº</p><p>8.666/93, no que tange às demais modalidades. A função dele – insista-se – é pôr em prática o edital, conduzindo a fase</p><p>externa da licitação, recebendo documentos e propostas, procedendo ao julgamento, à classificação das propostas, à</p><p>habilitação, recebendo os recursos e, se não os houver, adjudicando o objeto licitado ao vencedor.”</p><p>O USO OU NÃO DE LOTES</p><p>É prático julgar licitação por lotes porque se ganha tempo.</p><p>Lote é a reunião de diversos itens em um só.</p><p>Numa licitação por item, julga-se individualmente cada item; numa licitação por lote, junta-se diversos itens,</p><p>soma-se seus respectivos preços e julga-se a totalidade dos itens de uma só vez.</p><p>Adverte-se que a escolha por essa opção poderá gerar prejuízos para o erário público, ferir princípios</p><p>aplicáveis às licitações, e prejudicar terceiros interessados em negociar com o órgão público.</p><p>Quando se adota a apresentação de preços por lote, cria-se a possibilidade de adquirir certos itens por valor</p><p>maior do que o devido (ofensa à economicidade).</p><p>É possível, também, que algum interessado a participar da licitação fique de fora, por não possuir todos os itens</p><p>componentes do lote (ofensa à vantajosidade).</p><p>Por isto, orienta-se a que não se aplique a escolha da melhor proposta através de “menor preço por lote”.</p><p>Entretanto, em casos muito específicos, mediante justificativa técnica da necessidade de agrupamento dos itens,</p><p>é possível agregar produtos ou serviços em lotes, juntando aos autos licitatórios o estudo indicador da inviabilidade</p><p>técnica ou econômica deste agrupamento.</p><p>Informativo nº 250/TCU, relativo a sessões de 7 e 8 de julho de 2015:</p><p>“O critério de julgamento de menor preço por lote somente deve ser adotado quando for demonstrada</p><p>inviabilidade de se promover a adjudicação por item e evidenciadas razões que demonstrem ser aquele o critério que</p><p>conduzirá a contratações economicamente mais vantajosas.”</p><p>“... a adjudicação por lote é, em regra, incompatível com a aquisição futura por itens, tendo em vista que</p><p>alguns itens podem ser ofertados pelo vencedor do lote a preços superiores aos propostos por outros competidores</p><p>(Acórdão 2695/2013-Plenário) e que nas licitações por lote para registro de preços, mediante adjudicação por menor</p><p>preço global do lote, deve-se vedar a possibilidade de aquisição individual de itens registrados para os quais a licitante</p><p>vencedora não apresentou o menor preço (Acórdão 343/2014-Plenário).”</p><p>PARECER JURÍDICO</p><p>Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo, devidamente</p><p>autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso</p><p>próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:</p><p>(...)</p><p>VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ou inexigibilidade;</p><p>(...)</p><p>Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos, acordos, convênios ou</p><p>ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Administração.</p><p>De acordo com a lei só há um momento em que o parecer jurídico se demonstra obrigatório: momento do</p><p>exame da minuta do edital/contrato/acordo/termo de ajuste.</p><p>O parecerista jurídico examina e deve aprovar/desaprovar a minuta.</p><p>A autoridade que subscreverá a minuta, antes de efetivá-la como instrumento normativo, deverá seguir a</p><p>conclusão exarada no parecer, deixando de publicá-la se não tiver sido aprovada.</p><p>Nas situações de dispensa e inexigibilidade o parecer pode ser técnico, ou seja, não é requisito de validade para</p><p>estes procedimentos que haja um parecer jurídico prévio.</p><p>Nada impede, entretanto, que a autoridade determine ao jurídico a emissão de parecer quando entender que sua</p><p>decisão precisar ser orientada do ponto de vista da juridicidade.</p><p>É comum que os ordenadores de despesa determinem a emissão de parecer para as contratações diretas do art.</p><p>25 e art. 24, incs. III em diante, bem como antes de homologar resultados de licitação.</p><p>RESPONSABILIDADE NO PARECER JURÍDICO</p><p>Precedente recente do STF:</p><p>MS 29.137/DF</p><p>Secretário do Trabalho do Mato Grosso do Sul teve suas contas desaprovadas pelo TCU, por ter promovido</p><p>aditivo contratual sem embasamento legal.</p><p>Dentre suas razões de defesa alegou que o termo aditivo foi objeto de parecer favorável da assessoria jurídica</p><p>do órgão, sendo vinculativo para sua decisão.</p><p>Nas informações do MS o TCU afirmou que os pareceres não vinculam a ação do gestor e que seria ônus deste</p><p>comprovar a regular aplicação dos recursos recebidos.</p><p>MS 29.137/DF</p><p>Min. Carmen Lúcia – Relatora:</p><p>A responsabilidade é compartilhada; o parecer não exime o gestor;</p><p>Em caso de parecer favorável, o gestor não está vinculado ao parecer; em caso de parecer desfavorável, o gestor fica</p><p>vinculado ao teor do mesmo, estando impedido de celebrar o ajuste e, se o</p>

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