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<p>Análise de Investimentos</p><p>2</p><p>PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL, SEM AUTORIZAÇÃO.</p><p>Lei nº 9610/98 – Lei de Direitos Autorais</p><p>3</p><p>As técnicas de análise de viabilidade econômica de investimento são fundamentais para</p><p>avaliar projetos de longo prazo. Elas consideram o conceito do valor do dinheiro no tempo</p><p>por meio do critério do fluxo de caixa descontado. Nesse contexto, é crucial trazer os</p><p>fluxos de caixa futuros a valor presente, utilizando uma taxa de desconto que reflete o</p><p>risco da decisão. Essa taxa de desconto representa o retorno exigido pelos investidores e</p><p>é calculada com base no custo total do capital ou no custo médio ponderado do capital</p><p>(WACC).</p><p>Duas técnicas amplamente utilizadas para análise de investimentos são o Valor Presente</p><p>Líquido (VPL) ou Net Present Value (NPV) e a Taxa Interna de Retorno (TIR). O VPL, em</p><p>particular, é uma ferramenta essencial na avaliação econômica de investimentos. Ele</p><p>envolve a projeção dos fluxos de caixa futuros, trazendo-os a valor presente por meio da</p><p>taxa de desconto. A soma desses fluxos descontados é então subtraída do valor do</p><p>investimento inicial (desembolso de caixa).</p><p>O VPL fornece insights valiosos sobre se a capacidade de geração de caixa operacional do</p><p>projeto é suficiente para remunerar o capital investido. Um VPL maior que zero indica a</p><p>criação de valor e a geração de riqueza para os proprietários, tornando-se um indicativo</p><p>importante para a tomada de decisões de investimento. É importante destacar que,</p><p>muitas vezes, o VPL e a TIR são analisados em conjunto para uma avaliação completa e</p><p>precisa dos investimentos.</p><p>NPV = ∑ FC t / (1 + i)^t – I inicial</p><p>Em que:</p><p>FCt = fluxo de caixa operacional de cada período (t)</p><p>i = taxa de desconto (WACC)</p><p>I inicial = investimento no momento zero</p><p>Assim, suponha que uma empresa esteja avaliando um investimento no valor de $ 30.000,</p><p>do qual se esperam fluxos de caixa de $ 10.000 no ano 1, $ 15.000 no ano 2, $ 20.000 no</p><p>ano 3 e $ 10.000,00 no ano 4. Admitindo que a empresa tenha definido em 20% ao ano a</p><p>taxa de desconto e que o investimento seja desembolsado integralmente no momento</p><p>inicial, o VPL pode ser obtido:</p><p>HP12C</p><p>f reg</p><p>30.000 CHS g CF0</p><p>10.000 g CFj</p><p>15.000 g CFj</p><p>20.000 g CFj</p><p>10.000 g CFj</p><p>20 i</p><p>f NPV 5.146,60</p><p>Como pode ser observado, a soma dos fluxos de caixa descontados supera o montante de</p><p>4</p><p>capital investido, resultando em um VPL maior que zero. Nesse cenário, os resultados</p><p>operacionais gerados são capazes de remunerar o capital investido, além de oferecer uma</p><p>taxa de retorno superior à mínima aceitável. Esta situação indica a criação de riqueza para</p><p>os proprietários, visto que a decisão agrega valor econômico e, portanto, deve ser</p><p>considerada favorável.</p><p>Por outro lado, se a taxa de desconto for alterada para 35% ao ano na mesma situação, o</p><p>VPL se tornará negativo. Isso evidencia que os fluxos de caixa gerados não foram</p><p>suficientes para remunerar o capital investido, e o projeto não deve ser aceito, uma vez</p><p>que não agrega valor econômico.</p><p>HP12C</p><p>f reg</p><p>30.000 CHS g CF0</p><p>10.000 g CFj</p><p>15.000 g CFj</p><p>20.000 g CFj</p><p>10.000 g CFj</p><p>35 i</p><p>f NPV - 3.222,62</p><p>A Taxa Interna de Retorno (TIR), também conhecida como Internal Rate of Return (IRR), é</p><p>o índice que, em um determinado ponto no tempo (geralmente a data de início do</p><p>investimento), iguala as entradas e saídas de caixa previstas. Ao avaliar propostas de</p><p>investimento usando a TIR, é necessário conhecer os montantes de investimento e os</p><p>fluxos de caixa gerados pela decisão. Dado que esses valores ocorrem em momentos</p><p>distintos, a TIR considera o valor do dinheiro no tempo, representando a rentabilidade do</p><p>projeto, ou seja, a taxa de retorno máxima gerada pelo projeto durante o período.</p><p>I inicial = ∑ FC t / (1 + i)^t</p><p>Em que:</p><p>I inicial = montante do investimento início do projeto</p><p>i = taxa de rentabilidade;</p><p>FCt = fluxos previstos de entradas de caixa em cada período do projeto.</p><p>Por exemplo, um investimento de $ 300, gerará fluxos de caixa de $ 120, $ 142, $ 180 e $</p><p>120, respectivamente, nos próximos quatro anos do projeto. O investimento foi todo</p><p>realizado no início do projeto, qual seria a TIR.</p><p>HP12C</p><p>f reg</p><p>300 CHS g CF0</p><p>120 g CFj</p><p>142 g CFj</p><p>180 g CFj</p><p>120 g CFj</p><p>f IRR 30,0534%</p><p>5</p><p>Assim, chega-se à taxa interna de retorno de 30,0534% a.a. Se os fluxos do projeto forem</p><p>descontados a essa taxa, o VPL será zero.</p><p>HP12C</p><p>f reg</p><p>300 CHS g CF0</p><p>120 g CFj</p><p>142 g CFj</p><p>180 g CFj</p><p>120 g CFj</p><p>i 30,0534%</p><p>f NPV 0,00000</p><p>Pela TIR, a aceitação ou rejeição de determinada proposta de investimento é decidida em</p><p>função da comparação da TIR obtida com o custo total do capital. Dessa maneira, se a TIR</p><p>exceder (ou igualar) o percentual mínimo de retorno desejado pela empresa, considera-se</p><p>o investimento como economicamente viável, devendo ser aceito. Caso contrário, deve-se</p><p>optar pela rejeição do projeto. Assim, um projeto que tenha o VPL maior que zero sempre</p><p>terá a TIR maior que o WACC, logo se o VPL for menor que zero a TIR sempre será menor</p><p>que o WACC e caso o VPL for igual a zero, a TIR terá exatamente o mesmo valor do WACC.</p><p>Somente haverá diferença nessa relação se forem alterados os fluxos de caixa do projeto,</p><p>a taxa de desconto e o montante de capital investido.</p><p>As técnicas de análise de viabilidade econômica de investimento desempenham um papel</p><p>crucial na avaliação de projetos de longo prazo. Elas incorporam o conceito do valor do</p><p>dinheiro no tempo por meio do critério do fluxo de caixa descontado, refletindo a</p><p>importância de trazer os fluxos de caixa futuros a valor presente com base em uma taxa</p><p>de desconto que considera o risco da decisão.</p><p>Duas das técnicas mais amplamente utilizadas para essa avaliação são o Valor Presente</p><p>Líquido (VPL) e a Taxa Interna de Retorno (TIR). O VPL, ao projetar os fluxos de caixa</p><p>futuros e trazê-los a valor presente, oferece insights valiosos sobre se a capacidade de</p><p>geração de caixa operacional do projeto é suficiente para remunerar o capital investido.</p><p>Um VPL maior que zero indica a criação de valor e a geração de riqueza para os</p><p>proprietários, sendo um indicador importante para a tomada de decisões de investimento.</p><p>Por outro lado, a TIR representa a taxa de retorno máxima gerada pelo projeto durante o</p><p>período, igualando entradas e saídas de caixa. A decisão de aceitar ou rejeitar um projeto</p><p>é baseada na comparação entre a TIR e o custo total do capital (WACC). Se a TIR exceder</p><p>ou igualar o percentual mínimo de retorno desejado pela empresa, o investimento é</p><p>considerado economicamente viável e deve ser aceito; caso contrário, o projeto deve ser</p><p>rejeitado.</p><p>Essas técnicas são essenciais para a análise de investimentos, e a avaliação conjunta do</p><p>VPL e da TIR proporciona uma visão abrangente e precisa dos projetos, auxiliando na</p><p>tomada de decisões informadas. É importante notar que a relação entre VPL, TIR e WACC</p><p>depende de diversos fatores, como fluxos de caixa, taxa de desconto e montante de</p><p>capital investido, e pode ser alterada com base nessas variáveis.</p><p>6</p><p>Referências</p><p>ASSAF NETO, A. Matemática financeira e suas aplicações. 10. Ed. São Paulo: Atlas,</p><p>2009</p><p>BRUNI, A. L, FAMÁ, R. Matemática financeira: com HP12C e Excel. 5. Ed. São Paulo:</p><p>Atlas, 2012.</p><p>FERREIRA, R. G. Matemática financeira aplicada: mercado de capitais, administração</p><p>financeira, finanças pessoais. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.</p>