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<p>Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 1</p><p>DIREITO</p><p>ADMINISTRATIVO</p><p>Poderes da Administração</p><p>Material feito predominantemente pela resolução de questões de concursos (método de estudo reverso).</p><p>2022</p><p>Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 2</p><p>Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 3</p><p>PODERES DA ADMINISTRAÇÃO</p><p>CONCEITOS INICIAIS</p><p>Conceito de Carvalho Filho: Conjunto de prerrogativas de direito público que a ordem jurídica confere</p><p>aos agentes administrativos para o fim de permitir que o Estado alcance seus fins.</p><p>Apesar de se chamar poder, na verdade é um poder-dever, tendo em vista que é uma prerrogativa</p><p>irrenunciável da Administração Pública para benefício da coletividade. Portanto, não é uma faculdade.</p><p>Características dos poderes administrativos:</p><p>✓ Poder-dever: deve ser exercido, não é uma faculdade.</p><p>✓ Instrumental: para alcançar a finalidade pública.</p><p>✓ Irrenunciável: administração não pode dispor.</p><p>O poder da administração (abstrato) materializar-se-á com a prática de um ato administrativo.</p><p>Poder administrativo Poder político</p><p>✓ Prerrogativa da Administração Pública para alcançar o</p><p>interesse público.</p><p>✓ Relacionados aos elementos estruturais do estado.</p><p>✓ Estão relacionados com o exercício da função do</p><p>✓ O Judiciário (JUD) e o Legislativo (LEG) possuem esses</p><p>poderes em suas funções atípicas, ou seja, de administrar.</p><p>✓ São as prerrogativas típicas do Poder Executivo,</p><p>Legislativo e Judiciário elencadas na CF.</p><p>✓ Poder regulamentar é função típica do Poder Executivo. ✓ Não funções atípicas, o LEG e JUD têm poder normativo,</p><p>mas não regulamentar.</p><p>PODERES EM EMPÉCIE</p><p>Poder Vinculado Poder Discricionário</p><p>✓ Está sujeito aos critérios definidos em lei.</p><p>✓ Não tem discricionariedade.</p><p>✓ O agente não aprecia aspectos concernentes à</p><p>oportunidade, conveniência, interesse público, equidade.</p><p>O legislador já o fez.</p><p>✓ Controle judicial incide apenas sobre os aspectos</p><p>vinculados do ato (competência, finalidade e forma).</p><p>✓ Segundo entendimento do STF os atos discricionários são</p><p>sindicáveis pelo Poder Judiciário somente no que se</p><p>refere à competência, à forma e à finalidade.</p><p>✓ A lei, ao atribuir determinada competência, deixa alguns</p><p>aspectos do ato para serem apreciados pelo agente público</p><p>diante do caso concreto, essa análise chama-se mérito</p><p>administrativo.</p><p>✓ Fundamento: impossibilidade de o legislador catalogar</p><p>na lei todos os atos que a prática administrativa exige.</p><p>✓ Os limites da discricionariedade encontram-se na lei e</p><p>nos princípios, em especial, proporcionalidade e</p><p>razoabilidade.</p><p>✓ O agente poderá analisar os aspectos relativos à</p><p>conveniência e oportunidade.</p><p>✓ O Poder Judiciário não pode julgar o mérito de um ato</p><p>administrativo discricionário, apenas no que diz respeito</p><p>à sua adequação com a lei.</p><p>Discricionariedade Arbitrariedade</p><p>O administrador deve</p><p>eleger entre algumas</p><p>condutas a que melhor se</p><p>adeque ao caso concreto.</p><p>A pretexto de agir</p><p>discricionariamente, atua</p><p>fora dos limites da lei ou</p><p>em direta ofensa a esta.</p><p>✓ Elementos do ato administrativo que são vinculados:</p><p>competência, finalidade e forma.</p><p>✓ Elementos do ato administrativo que podem ser</p><p>discricionários: motivo e objeto (conteúdo).</p><p>✓ Exemplos: emissão de licença, concessão de</p><p>aposentadoria, admissão, homologação.</p><p>✓ Exemplos: decreto expropriatório, peRmissão,</p><p>autoRização, Renúncia</p><p>Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 4</p><p>NULIDADE REVOGAÇÃO</p><p>✓ Não há juízo de discricionariedade.</p><p>✓ Gera efeitos ex tunc (retroagem como se o ato nunca</p><p>tivesse existido).</p><p>Ex tunc (retroage).</p><p>✓ Pelo juízo de conveniência e oportunidade o ato pode</p><p>revogado;</p><p>✓ Gera efeitos ex nunc (ou seja, não retroage).</p><p>Ex nunc (nunca retroage).</p><p>CONVALIDAÇÃO OU SANEAMENTO</p><p>✓ CONCEITO: supressão do vício existente em um ato ilegal, com efeitos retroativos à data em que este foi praticado.</p><p>✓ ELEMENTOS:</p><p>✓ Competência: se o ato for praticado por agente incompetente, admite-se a convalidação, que nesse caso</p><p>recebe o nome de ratificação. Se for competência exclusiva não pode ser convalidado.</p><p>✓ Finalidade: não é possível convalidar.</p><p>✓ Forma: convalidação é possível se a forma não for essencial à validade do ato.</p><p>✓ Motivo: não é possível convalidar.</p><p>✓ Objeto ou conteúdo: não é possível convalidar, mas é possível converter por um outro ato.</p><p>CONVALIDÁVEIS</p><p>✓ Competência, desde que não exclusiva.</p><p>✓ Forma, desde que não essencial.</p><p>Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 5</p><p>PODER HIERÁRQUICO</p><p>✓ Palavras chaves: ordenação, coordenação, controle e correção. Dentro do próprio órgão.</p><p>✓ Decorre do poder hierárquico: delegar e avocar funções.</p><p>O Poder Hierárquico é característica que integra a estrutura das pessoas jurídicas da Administração</p><p>Pública, sejam os entes da Administração Direta ou Indireta.</p><p>É o de que dispõe a Administração para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e</p><p>rever a atuação de seus agentes estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores de seu quadro</p><p>de pessoal.</p><p>A submissão hierárquica tem os seguintes objetivos: ordenação, coordenação, controle e correção.</p><p>Do poder hierárquico decorrem algumas prerrogativas:</p><p>✓ Delegar e avocar atribuições;</p><p>✓ Dar ordens;</p><p>✓ Fiscalizar;</p><p>✓ Rever / revisar atividades de órgãos inferiores;</p><p>✓ Ordenação, coordenação, correção e controle dos atos administrativos internos;</p><p>✓ Aplicação da teoria da encampação em mandado de segurança;</p><p>✓ Editar atos normativos internos;</p><p>✓ Possibilidade de anular atos ilegais ou de revogar os inconvenientes e inoportunos,</p><p>com base na Súmula 473/STF.</p><p>O poder hierárquico não se verifica em determinadas expressões do Poder Público, como é o caso da</p><p>repartição constitucional de competências legislativas entre os entes da Federação, de modo que uma lei</p><p>federal não valerá mais nem menos que uma lei municipal.</p><p>A hierarquia é uma característica exclusiva ao exercício da função administrativa. No Legislativo e</p><p>no Judiciário, a hierarquia concerne apenas as atividades atípicas administrativas, ou seja, quando o LEG</p><p>ou o JUD delega funções administrativas a um servidor, fiscaliza um contrato administrativo firmado, aplica</p><p>sanções aos servidores, autoriza férias, etc.</p><p>Quanto ao poder de punir atente-se que decorre de forma mediata do poder hierárquico e de forma</p><p>imediata do poder disciplinar, no que concerne às pessoas com alguma espécie de vínculo com a</p><p>Administração Pública. Se não há vínculo e há a punição, podemos estar diante do poder de polícia.</p><p>PODER DE PUNIR</p><p>Com vínculo Sem vínculo</p><p>Se liga</p><p>MEDIATAMENTE</p><p>ao</p><p>poder hierárquico.</p><p>Se liga</p><p>IMEDIATAMENTE</p><p>ao</p><p>poder disciplinar.</p><p>Poder de polícia.</p><p>O poder de polícia tem como destinatários todos os particulares</p><p>submetidos à autoridade do Estado, não se aplicando aos vínculos</p><p>formados em relação de sujeição especial com o poder público.</p><p>Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 6</p><p>Não podemos confundir o poder hierárquico, existente dentro de uma pessoa jurídica, com o que a</p><p>doutrina chama de tutela administrativa, supervisão ministerial ou controle ministerial (decore esses</p><p>sinônimos). Veja abaixo:</p><p>Poder hierárquico</p><p>Supervisão / Controle ministerial / Tutela</p><p>administrativa</p><p>✓ Poder existente dentro do próprio órgão.</p><p>✓ Pode existir poder hierárquico dentro de órgão da</p><p>Administração Direta.</p><p>✓ Pode existir poder</p><p>hierárquico dentro de órgão da</p><p>Administração Indireta.</p><p>✓ Está relacionado ao poder dentro do próprio órgão.</p><p>✓ No entanto, não existe poder hierárquico da</p><p>Administração Direta sobre a Indireta. Nem o contrário.</p><p>✓ Poder exercido pelos Administração Direta sobre órgãos</p><p>e entidades pertencentes à Administração Pública</p><p>Indireta.</p><p>✓ Não existe subordinação hierárquica da Administração</p><p>Direta sobre a Indireta.</p><p>✓ Cabe recurso hierárquico impróprio para o respectivo</p><p>Ministério supervisor.</p><p>✓ Recurso hierárquico impróprio é o recurso</p><p>interposto contra a decisão de dirigente de</p><p>entidade da Administração indireta, para a</p><p>autoridade a que está vinculada, na</p><p>Administração direta”.</p><p>Ainda, como consequência da aplicação do poder hierárquico, é importante o estudo dos institutos</p><p>abaixo:</p><p>Delegação Avocação</p><p>✓ A delegação é a transferência temporária de competência</p><p>administrativa de seu titular a outro órgão ou agente</p><p>público subordinado ou não.</p><p>✓ Se houver subordinação ocorre a delegação vertical.</p><p>✓ Se ocorre fora da linha hierárquica é delegação</p><p>horizontal.</p><p>✓ Pode ser revogada a qualquer tempo.</p><p>✓ Movimento centrífugo (centro para fora).</p><p>✓ o ato de delegação não retira a competência da autoridade</p><p>delegante, que continua competente cumulativamente</p><p>com a autoridade delegada.</p><p>Lei 9.784/1999</p><p>Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não</p><p>houver impedimento legal, delegar parte da sua competência</p><p>a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam</p><p>hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em</p><p>razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica,</p><p>jurídica ou territorial.</p><p>NÃO PODEM SER OBJETO DE DELEGAÇÃO:</p><p>✓ Edição de atos de caráter normativo;</p><p>✓ Decisão de recursos administrativos;</p><p>✓ Matérias de competência exclusiva.</p><p>ANORADEX</p><p>✓ A autoridade hierarquicamente superior chama para si a</p><p>competência de um órgão ou agente subordinado.</p><p>✓ Pressupõe hierarquia e subordinação.</p><p>✓ Movimento centrípeto (fora para dentro).</p><p>✓ Só ocorre avocação vertical (tem que haver hierarquia).</p><p>✓ Não existe avocação horizontal.</p><p>✓ (Fauel – 2021 – Certo) A possibilidade de avocação tem</p><p>fundamento em qual poder administrativo? Poder</p><p>hierárquico.</p><p>Lei 9.784/1999</p><p>Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por</p><p>motivos relevantes devidamente justificados, a avocação</p><p>temporária de competência atribuída a órgão</p><p>hierarquicamente inferior.</p><p>Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 7</p><p>PODER DISCIPLINAR</p><p>✓ Apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas com vínculo com a</p><p>Administração Pública.</p><p>✓ É discricionário, interno e não permanente.</p><p>O Poder Disciplinar é o instrumento disponibilizado à Administração Pública para apurar infrações e</p><p>aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa, sendo a</p><p>abertura do processo administrativo que marca o início do exercício do poder disciplinar e o fim do</p><p>exercício do Poder Hierárquico.</p><p>No exercício do poder disciplinar, o administrador possui certa margem na escolha da sanção</p><p>disciplinar a ser aplicada ao agente público faltoso, juízo esse, via de regra, imune ao controle jurisdicional.</p><p>Atente-se que não há possibilidade de escolha entre punir e não punir, isso é vinculado, caracterizada a</p><p>infração há o dever de punir, a discricionariedade está relacionada ao tipo de penalidade a ser aplicada ou</p><p>o quantum (intensidade) a ser aplicado (quantos dias de suspensão, por exemplo).</p><p>Portanto, é parte vinculado e parte discricionário.</p><p>Para apurar a eventual transgressão, abre-se um processo administrativo em que seja assegurado o</p><p>contraditório e a ampla defesa. Se a transgressão é de servidor público, abre-se uma sindicância ou um</p><p>processo administrativo disciplinar - PAD. O fato de o servidor está na inativa (licenciado, afastado,</p><p>aposentado) não impede a propositura do PAD.</p><p>Em se tratando de particulares com vínculo com a Administração Pública, abre-se um processo regido</p><p>pela lei que disciplina o vínculo, por exemplo, processo de licitação. Assegura-se, de igual forma ao PAD,</p><p>o contraditório e a ampla defesa.</p><p>Quando ao poder de punir, não se esqueça.</p><p>PODER DE PUNIR</p><p>Com vínculo Sem vínculo</p><p>Se liga</p><p>MEDIATAMENTE</p><p>ao</p><p>poder hierárquico.</p><p>Se liga</p><p>IMEDIATAMENTE</p><p>ao</p><p>poder disciplinar.</p><p>Poder de polícia.</p><p>O poder de polícia tem como destinatários todos os particulares</p><p>submetidos à autoridade do Estado, não se aplicando aos vínculos</p><p>formados em relação de sujeição especial com o poder público.</p><p>Exemplos do poder disciplinar:</p><p>✓ Punir internamente as infrações funcionais de seus servidores;</p><p>✓ Punir infrações administrativas cometidas por particulares a ela ligados mediante algum vínculo específico, contrato</p><p>administrativo, por exemplo.</p><p>✓ Aplicação de multa a sociedade empresária em razão de descumprimento de contrato administrativo celebrado por</p><p>dispensa de licitação;</p><p>✓ Um tenente da Marinha do Brasil determinou que um grupo de soldados realizasse a limpeza de um navio, sob pena de</p><p>sanção se descumprida a ordem. Nesse caso, o poder a ser exercido pelo tenente, em caso de descumprimento de sua</p><p>ordem, é disciplinar e deriva do poder hierárquico.</p><p>No que tange às penitenciárias e prisões, temos algumas considerações especiais:</p><p>PODER DE POLÍCIA PODER DISCIPLINAR</p><p>✓ Se ocorrer no momento da fiscalização, vistorias, revistas</p><p>dos presos e instalações.</p><p>✓ Quando o detendo é punido em procedimento</p><p>administrativo, com a finalidade de aplicar-lhe as penas</p><p>previstas na LEP.</p><p>(Cespe – 2018 - Certo) O poder disciplinar da administração pública é considerado discricionário</p><p>nos procedimentos previstos para apuração de faltas administrativas, tendo em vista que não existem regras</p><p>rígidas, por exemplo, para considerar a gravidade da infração e arbitrar uma pena.</p><p>Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 8</p><p>PODER NORMATIVO</p><p>Poder conferido á Administração Pública de expedir normas para disciplinar as matérias não</p><p>privativas de lei. As normas são abstratas, de preceitos secundários e alcance geral.</p><p>O poder regulamentar é uma espécie do gênero poder normativo.</p><p>Segundo a lição de Miguel Reale, podem-se dividir os atos normativos em originários e derivados:</p><p>Poder normativo</p><p>Originário / primário</p><p>Poder normativo</p><p>Derivado / secundário</p><p>✓ Emanados de um órgão estatal em virtude de competência</p><p>própria, outorgada imediata e diretamente pela</p><p>Constituição, para edição de regras instituidoras de direito</p><p>novo.</p><p>✓ Retiram seu fundamento na CF.</p><p>✓ Exemplos: leis.</p><p>✓ Têm por objetivo a explicação ou especificação de um</p><p>conteúdo normativo preexistente, visando à sua execução</p><p>no plano da praxis.</p><p>✓ Retiram seu fundamento nas leis e indiretamente na CF.</p><p>✓ Exemplos: decreto.</p><p>Poder normativo inclui todas as diversas categorias de atos abstratos, tais como:</p><p>✓ Decreto ou regulamento executivo;</p><p>✓ Decreto ou regulamento autônomo;</p><p>✓ Regimentos, instruções, deliberações, resoluções e portarias.</p><p>Alguns entendem que não há distinção entre poder normativo e regulamentar. Tratam como</p><p>sinônimos. No entanto, é preferível essa distinção, tendo em vista que o Poder Legislativo e Poder Judiciário</p><p>possuem poder normativos em suas funções atípicas de administrar, o que não ocorre com o poder</p><p>regulamentar, típico e exclusivo do Executivo.</p><p>Veja algumas assertivas consideradas corretas:</p><p>✓ O poder regulamentar é aquele que permite a edição de atos administrativos normativos, como os</p><p>regulamentos, regimentos, portarias e decretos.</p><p>✓ Regimentos, instruções, deliberações e portarias enquadram-se no poder regulamentar do poder</p><p>público, para editarem atos administrativos</p><p>gerais e abstratos, ou gerais e concretos, expedidos</p><p>para dar fiel execução à lei.</p><p>PODER REGULAMENTAR</p><p>✓ Poder do chefe do Executivo para editar normas complementares à lei, para sua fiel execução.</p><p>✓ Em regra, não pode inovar no ordenamento jurídico.</p><p>✓ Emanam normas, ou seja, atos com efeitos gerais e abstratos.</p><p>É função típica do Poder Executivo. É uma das formas pelas quais se expressa a função normativa do</p><p>Poder Executivo.</p><p>Pode ser definido como o que cabe ao Chefe do Poder Executivo da União, dos Estados e dos</p><p>Municípios, de editar normas complementares à lei, para sua fiel execução.</p><p>O poder regulamentar consiste na possibilidade dos chefes do Executivo de explicarem e detalharem</p><p>as leis para a sua correta execução ou de expedirem os decretos autônomos sobre matéria ainda não</p><p>disciplinada em lei.</p><p>Os princípios da segurança jurídica e da isonomia, que informam o poder normativo ou regulamentar,</p><p>preveem que a administração pública imprima previsibilidade aos seus comportamentos, regulamentando</p><p>pela edição de atos normativos infralegais, de forma abstrata e vinculante, os temas em relação aos quais a</p><p>lei não foi específica.</p><p>Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 9</p><p>Decreto ou regulamento</p><p>executivo</p><p>Decreto ou regulamento</p><p>autônomo</p><p>✓ Complementa a lei ou, nos termos do artigo 84, IV, da</p><p>Constituição, contém normas “para fiel execução da</p><p>lei”;</p><p>✓ Não pode estabelecer normas contra legem ou ultra</p><p>legem.</p><p>✓ Não pode inovar na ordem jurídica, criando</p><p>✓ direitos, obrigações, proibições, medidas punitivas.</p><p>✓ Ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma</p><p>coisa senão em virtude de lei, conforme artigo 5º, II,</p><p>da CF/88.</p><p>Previsão Constitucional:</p><p>Art. 84.</p><p>IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis,</p><p>bem como expedir decretos e regulamentos para</p><p>sua fiel execução;</p><p>✓ Estabelece normas sobre matérias não disciplinadas em</p><p>lei.</p><p>✓ Não completa nem desenvolve nenhuma lei prévia.</p><p>✓ Pode inovar na ordem jurídica.</p><p>✓ Hipóteses taxativas na CF/88.</p><p>Previsão constitucional:</p><p>Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da</p><p>República:</p><p>VI – dispor, mediante decreto, sobre:</p><p>a) organização e funcionamento da</p><p>administração federal, quando não implicar</p><p>✓ aumento de despesa</p><p>✓ nem criação</p><p>✓ ou extinção de órgãos públicos;</p><p>b) extinção de funções ou cargos públicos,</p><p>✓ quando vagos;</p><p>Exemplos de poder regulamentar:</p><p>✓ O Chefe do Executivo de um estado federado editou decreto alterando a composição de um órgão</p><p>colegiado para fins de reduzir seu número de integrantes. O decreto passou a exigir, ainda, que as</p><p>decisões do referido colegiado fossem submetidas ao titular da secretaria à qual está vinculado, para</p><p>homologação.</p><p>✓ O Decreto nº 29.921/18, editado pelo Prefeito Municipal de Salvador, regulamenta os dispositivos da</p><p>Lei Municipal nº 8.915/15 e dispõe sobre a Política Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento</p><p>Sustentável e institui o Cadastro Municipal de Atividades Potencialmente Degradadoras e Utilizadoras</p><p>de Recursos Naturais - CMAPD, no Município.</p><p>Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 10</p><p>PODER DE POLÍCIA</p><p>✓ Atividade da administração pública que limita ou condiciona interesses privados em detrimento do</p><p>interesse público.</p><p>✓ Pagamento do poder de polícia é feita por taxa (espécie de tributo).</p><p>✓ Atributos do poder polícia: discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade. DAC.</p><p>✓ Ciclos do poder de polícia: ordem, consentimento, fiscalização (preventivo) e sanção (repressivo).</p><p>✓ Indelegável, em regra.</p><p>CONCEITO</p><p>Amplo Restrito</p><p>✓ Toda e qualquer atuação restritiva do Estado,</p><p>abrangendo tanto os atos do Poder Executivo, como</p><p>também do Legislativo.</p><p>✓ Atividade administrativa concreta que se consubstancia</p><p>no poder de restringir e condicionar a liberdade e a</p><p>propriedade.</p><p>Atividade estatal</p><p>✓ restritiva dos interesses privados,</p><p>✓ limitando e condicionando</p><p>✓ a liberdade e a propriedade individual em favor do</p><p>interesse público.</p><p>✓ É o mecanismo de frenagem para conter os abusos</p><p>individuais.</p><p>Intervenções</p><p>✓ gerais e abstratas, como os regulamentos,</p><p>✓ ou</p><p>✓ concretas e específicas, como autorizações e licenças,</p><p>✓ do Poder Executivo,</p><p>✓ destinadas a limitar o interesse individual em favor do</p><p>público.</p><p>CONCEITO LEGAL – CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL</p><p>Art. 78. Considera-se poder de polícia</p><p>✓ atividade da administração pública que,</p><p>✓ limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade,</p><p>✓ regula a prática de ato ou abstenção de fato,</p><p>✓ em razão de interesse público</p><p>✓ concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do</p><p>mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do</p><p>Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou</p><p>coletivos.</p><p>Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos</p><p>limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária,</p><p>sem abuso ou desvio de poder.</p><p>O fundamento, portanto, do poder de polícia é a supremacia do interesse público, um dos pilares da</p><p>Administração Pública.</p><p>Os direitos fundamentais funcionam como contraponto ao exercício do poder de polícia, limitando‐</p><p>o.</p><p>(Quadrix – 2021) Os denominados atos de polícia possuem, quanto ao objeto que colimam, dupla</p><p>qualificação: ou constituem determinações de ordem pública ou consubstanciam consentimentos</p><p>dispensados aos indivíduos.</p><p>Todas as pessoas federativas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) possuem, em tese,</p><p>atribuição para exercer o Poder de Polícia, a ser realizado, entretanto, nos limites das suas respectivas</p><p>competências.</p><p>O exercício do poder de polícia pelo Estado enseja a cobrança pela sua prestação. Essa cobrança dar-</p><p>se-á pelo pagamento de taxa.</p><p>Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 11</p><p>Lembre-se que a taxa é uma espécie tributária. É um tributo. Não confunda com preço público ou</p><p>tarifa. Poder de polícia paga-se por taxa. Nos ternos do CTN:</p><p>Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no</p><p>âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de</p><p>polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao</p><p>contribuinte ou posto à sua disposição.</p><p>PODER DE POLÍCIA</p><p>ORIGINÁRIO</p><p>PODER DE POLÍCIA</p><p>DERIVADO</p><p>✓ Exercido pela administração DIRETA. ✓ Exercido pela administração INDIRETA.</p><p>✓ Somente pessoas jurídicas de direito público.</p><p>✓ Autarquias próprias, autarquias fundacionais, autarquias</p><p>profissionais e autarquias reguladoras.</p><p>Apresentamos agora as principais distinções cobradas em provas entre poder de polícia e outros</p><p>institutos. Vejamos</p><p>Poder de polícia Serviço publico</p><p>✓ É uma atividade negativa em relação ao cidadão. Impõe,</p><p>em regra, uma obrigação de não fazer.</p><p>✓ Limitação administrativa ao uso da liberdade e da</p><p>propriedade.</p><p>✓ Excepcionalmente o exercício do Poder de Polícia pode</p><p>determinar uma obrigação de fazer. Exemplo: determinar</p><p>que famílias desocupem área sujeita à inundação.</p><p>✓ É uma atividade positiva.</p><p>✓ Oferecimento de comodidade material diretamente ao</p><p>administrado.</p><p>Poder de polícia Poder da polícia</p><p>✓ Atribuição da administração pública.</p><p>✓ Fiscalização, limitação de direitos do particular em prol</p><p>do interesse público.</p><p>✓ Polícia Militar e Polícia Civil também têm poder de</p><p>polícia.</p><p>✓ Atribuição dos órgãos de segurança pública.</p><p>✓ Preservação da ordem pública e da incolumidade das</p><p>pessoas e das coisas. Recai sobre crimes e contravenções.</p><p>✓ Pode ser</p><p>✓ Judiciária (investigativa e repressiva). Exercida</p><p>pela PC e PF.</p><p>✓ Administrativa (ostensiva). Exercida pela PM.</p><p>Polícia Administrativa Polícia Judiciária</p><p>Exercida sobre atividades privadas, bens, direitos ou</p><p>atividades.</p><p>Ela desempenhada por órgãos administrativos de caráter</p><p>fiscalizador, integrantes dos mais diversos setores de toda a</p><p>administração pública.</p><p>Incide diretamente sobre pessoas, é executada por</p><p>corporações específicas (a polícia civil e a Polícia Federal e</p><p>ainda, em alguns casos, a polícia militar, sendo que esta</p><p>última exerce também a função de polícia administrativa).</p><p>Rege-se pelo Direito Administrativo Rege-se pelo Direito Processual Penal.</p><p>CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA</p><p>As medidas de poder de polícia que envolvem limitação de direitos e garantias devem garantir o</p><p>prévio contraditório e ampla defesa.</p><p>No entanto, em situações urgentes que ponham em risco a segurança ou a saúde pública, ou quando</p><p>se tratar de infração instantânea surpreendida na sua flagrância, o contraditório e a ampla defesa podem</p><p>ser postergados ou diferidos para momento posterior.</p><p>Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 12</p><p>PUNIÇÃO</p><p>Quando o particular desobedece às normas regulamentadoras impostas pelo poder de polícia, a</p><p>Administração pública pode utilizar-se de meios diretos e indiretos de coerção. Essa possibilidade de punir</p><p>o particular não se confunde com o poder disciplinar.</p><p>PODER DE PUNIR</p><p>Com vínculo Sem vínculo</p><p>Se liga</p><p>MEDIATAMENTE</p><p>ao poder hierárquico.</p><p>Se liga</p><p>IMEDIATAMENTE</p><p>ao poder disciplinar.</p><p>Poder de polícia.</p><p>O poder de polícia tem como destinatários todos os particulares</p><p>submetidos à autoridade do Estado, não se aplicando aos vínculos</p><p>formados em relação de sujeição especial com o poder público.</p><p>FORMAS DO PODER DE POLÍCIA</p><p>Administração Pública exerce tal poder, dentre outras formas, por meio de atos administrativos com</p><p>características preventivas, com o fim de adequar o comportamento individual à lei, como ocorre na</p><p>autorização. No entanto, também exercita esse poder de forma repressiva.</p><p>Poder de polícia</p><p>preventivo</p><p>Poder de polícia</p><p>fiscalizador</p><p>Poder de polícia</p><p>sancionador ou repressivo</p><p>✓ Quando a administração pública</p><p>elabora atos normativos de alcance</p><p>geral que definem regras de</p><p>segurança.</p><p>✓ Fiscaliza o cumprimento do ato</p><p>normativo.</p><p>✓ Atos administrativos e operações</p><p>materiais.</p><p>✓ Aplicação da sanção.</p><p>PREVENTIVO PREVENTIVO REPRESSIVO</p><p>Atos normativos Atos concretos Atos concretos</p><p>Legislativo e Executivo, em regra. Executivo, em regra. Executivo, em regra.</p><p>Cabe nos demais poderes na função</p><p>atípica administrativa.</p><p>Cabe nos demais poderes na função</p><p>atípica administrativa.</p><p>Cabe nos demais poderes na função</p><p>atípica administrativa.</p><p>Exemplos:</p><p>✓ Licença;</p><p>✓ Decreto sobre o regulamento de</p><p>determinada profissão;</p><p>✓ Lei strictu sensu, isto é, emanada do</p><p>Poder Legislativo, criando limitação</p><p>administrativa.</p><p>Exemplo:</p><p>✓ Fiscalização regular da vigilância</p><p>sanitária;</p><p>✓ Fiscalização pelos agentes de</p><p>trânsito.</p><p>Exemplo:</p><p>✓ Interdição de atividade;</p><p>✓ Apreensão de mercadorias</p><p>deterioradas.</p><p>Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 13</p><p>CARACTERÍSTICAS OU ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA</p><p>DAC</p><p>Discricionariedade Autoexecutoriedade Coercibilidade ou imperatividade</p><p>✓ É a regra.</p><p>✓ Exceção: emissão de</p><p>licença que é ato</p><p>vinculado.</p><p>✓ Portanto, tanto pode ser</p><p>discricionário (regra),</p><p>como vinculado.</p><p>✓ Possibilidade que tem a Administração de, com</p><p>os próprios meios, pôr em execução as suas</p><p>decisões, sem precisar recorrer previamente ao</p><p>Poder Judiciário, de forma direta ou indireta.</p><p>✓ Para alguns autores a autoexecutoriedade</p><p>divide-se em exigibilidade e executoriedade.</p><p>✓ Existem em 2 situações:</p><p>✓ Quando a lei expressamente prevê;</p><p>✓ Situações de urgência, mesmo quando</p><p>não expressamente prevista em lei.</p><p>✓ É indissociável da autoexecutoriedade.</p><p>✓ Só é autoexecutório porque dotado de</p><p>força coercitiva</p><p>✓ Significa que o particular terá que</p><p>obedecer independentemente da sua</p><p>vontade.</p><p>✓ Obriga todos a observarem os seus</p><p>comandos, podendo, inclusive, usar a</p><p>força, caso necessário para vencer</p><p>eventual recalcitrância.</p><p>INDEPENDE DA ANUÊNCIA DO</p><p>PODER JUDICIÁRIO.</p><p>INDEPENDE DA ANUÊNCIA DO</p><p>ADMINISTRADO.</p><p>AUTOEXECUTORIEDADE</p><p>Exigibilidade Executoriedade</p><p>✓ Possibilidade que tem a AP de tomar decisões executórias</p><p>sem depender do JUD.</p><p>✓ AP usa meios indiretos de coação.</p><p>✓ Está presente em todas as medidas de polícia.</p><p>✓ Exemplo: aplicação de multas, não concessão de</p><p>licenciamento do veículo enquanto não forem pagas as</p><p>multas de trânsito.</p><p>✓ Realiza diretamente a execução forçada, usando, se</p><p>for o caso, da força pública.</p><p>✓ AP usa meios diretos de coação.</p><p>✓ Não está presente em todas as medias de polícia.</p><p>✓ Exemplos: dissolve uma reunião, apreende</p><p>mercadorias, interdita uma fábrica, construir calçada.</p><p>Autoexecutório Exigibilidade Executoriedade</p><p>Independe do JUD. Independe do JUD.</p><p>Meio indireto de coerção.</p><p>Aplicação de multa.</p><p>-</p><p>Meio direto de coerção.</p><p>Apreensão, interdição</p><p>EXI GI BILIDADE.</p><p>Meio Indireto.</p><p>EXE CU TORIEDADE</p><p>CD</p><p>MEIO DIRETO.</p><p>C perto do D.</p><p>Não está presente em todos os atos de</p><p>polícia.</p><p>Está presente em todos os</p><p>atos de polícia.</p><p>Não está presente em todos os atos de</p><p>polícia.</p><p>No que tange a multa, atente-se ao seguinte. A aplicação da multa decorre do poder de polícia, no</p><p>entanto, a cobrança pelo pagamento não configura prerrogativa da Administração Pública. Devendo ser</p><p>feita via judicial.</p><p>Aplicação de multa Cobrança de multa</p><p>Exigibilidade Intervenção do Poder Judiciário.</p><p>Não confunda atributos do poder de polícia com atributos dos atos administrativos.</p><p>ATRIBUTOS</p><p>Poder de polícia</p><p>DAC</p><p>Atos administrativos</p><p>PITA</p><p>✓ Discricionariedade</p><p>✓ Autoexecutoriedade</p><p>✓ Coercibilidade</p><p>✓ Presunção de legitimidade</p><p>✓ Imperatividade</p><p>✓ Tipicidade</p><p>✓ Autoexecutoriedade</p><p>Autoexecutoriedade não está presente em todos os atos de</p><p>polícia.</p><p>Imperatividade e autoexecutoriedade não estão presentes em</p><p>todos os atos administrativos.</p><p>Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 14</p><p>CICLOS DE POLÍCIA</p><p>O exercício ao poder de polícia compreende fases distintas, denominadas de ciclos de polícia: ordem,</p><p>consentimento, fiscalização e sanção.</p><p>"CICLO DE POLÍCIA"</p><p>(FASES DA ATIVIDADE DE POLÍCIA)</p><p>Ordem ou legislação Consentimento Fiscalização Sanção</p><p>✓ Referente a legislação do</p><p>poder Executivo e</p><p>Legislativo que</p><p>estabelecem limites e</p><p>condicionamentos ao</p><p>exercício de atividades e</p><p>uso de bens.</p><p>✓ Sempre deve estar presente</p><p>e é a fase inicial de</p><p>qualquer ciclo de polícia,</p><p>em virtude do princípio da</p><p>legalidade.</p><p>✓ É a anuência prévia da</p><p>administração, quando</p><p>exigida.</p><p>✓ Não está presente em</p><p>todo ciclo de polícia.</p><p>✓ A administração</p><p>pública verifica o</p><p>adequado</p><p>cumprimento das</p><p>ordens de polícia ou a</p><p>existência (quando</p><p>exigida) de</p><p>consentimento de</p><p>polícia.</p><p>✓ Caráter preventivo.</p><p>✓ É a atuação</p><p>administrativa coercitiva,</p><p>aplicando ao particular</p><p>infrator uma sanção ou</p><p>praticando</p><p>procedimentos</p><p>acautelatórios, cujo</p><p>objetivo maior é evitar</p><p>danos à coletividade.</p><p>✓ Caráter repressivo.</p><p>Requisitos expressos no CTB</p><p>para obter CNH.</p><p>Expedição da CNH.</p><p>Agente de trânsito e</p><p>PRF.</p><p>Multa de trânsito por dirigir</p><p>sem CNH.</p><p>Normas que regulam a</p><p>fiscalização sanitária.</p><p>Expedição de alvará de</p><p>licença ou autorização.</p><p>Agentes sanitários.</p><p>Multa e auto de interdição</p><p>do estabelecimento.</p><p>EXEMPLOS DE PODER DE POLÍCIA</p><p>✓ Concessão de licença para instalação e funcionamento de um estabelecimento comercial;</p><p>✓ Verificação de irregularidade cometida pelo particular fiscalizado por transgressão à legislação específica, e lavraturas</p><p>da notificação, auto de infração e intimação;</p><p>✓ Apreensão de veículos pela autoridade administrativa competente, em virtude de transporte coletivo irregular;</p><p>✓ Aplicação de uma multa a restaurante que infringiu normas ligadas à proteção da saúde pública;</p><p>✓ Interdição de um estabelecimento comercial, por desrespeito à licença concedida;</p><p>✓ Alvará de licenciamento que pode ocorrer por licença ou autorização;</p><p>✓ Programa de restrição ao trânsito de veículos automotores, em esquema conhecido como rodízio de carros,</p><p>desapropriação.</p><p>✓ “A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência da União”.</p><p>Quanto à licença e autorização, tecemos algumas distinções essenciais:</p><p>LICENÇA AUTORIZAÇÃO</p><p>✓ Ato vinculado.</p><p>✓ Não precário.</p><p>✓ Uma vez atendidas as exigências legais pelo interessado,</p><p>deve a administração concedê-la, sendo direito subjetivo</p><p>do particular a sua obtenção.</p><p>✓ Ato discricionário.</p><p>✓ Precário (resulta da liberalidade da Administração, e por</p><p>isso não geram direitos adquiridos para o particular,</p><p>podendo ser revogados a qualquer tempo pelo Poder</p><p>Público).</p><p>LICENÇA – VINCULADO AUTORIZAÇÃO - DISCRICIONÁRIO</p><p>ATENÇÃO: A desapropriação não pode ser considerada exercício do poder de polícia. Vejamos os</p><p>argumentos:</p><p>1. O poder de polícia condiciona ou restringe o uso e gozo de direitos, bens e atividades em prol do interesse público, e</p><p>a desapropriação é a única modalidade de intervenção do Estado na propriedade que retira o direito do particular.</p><p>2. O procedimento de desapropriação não pode ser imposto administrativamente pela Administração Pública. Ou é pela</p><p>via negocial ou judicial.</p><p>Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 15</p><p>DELEGAÇÃO DO PODER DE POLÍCIA</p><p>A doutrina majoritária entende que o poder de polícia não pode ser exercido por particulares</p><p>(concessionários ou permissionários de serviços públicos) ou entidades públicas regidas pelo direito</p><p>privado, mesmo quando integrantes da Administração indireta, a exemplo das empresas públicas e</p><p>sociedades de economia mista.</p><p>Portanto, a regra é a indelegabilidade do poder de polícia às pessoas jurídicas de direito privado, por</p><p>constituir prerrogativa típica do Estado (jus imperii) e só pode esse pode ser exercida.</p><p>Atente-se que o exercício do poder de polícia pode ocorrer através da Administração Direta ou</p><p>Indireta. Em se tratando da Administração Indireta, teremos duas situações.</p><p>ADMINISTRAÇÃO</p><p>DIRETA</p><p>ADMINISTRAÇÃO</p><p>INDIRETA</p><p>PJ DIREITO</p><p>PÚBLICO</p><p>PJ DE DIREITO</p><p>PRIVADO</p><p>✓ São titulares do poder de</p><p>polícia.</p><p>✓ Podem delegar para a</p><p>Administração Indireta, desde</p><p>que pessoas jurídicas de</p><p>direito público.</p><p>✓ A delegação é feita por lei</p><p>específica.</p><p>Pode exercer o poder de polícia.</p><p>Não poder exercer o poder de</p><p>polícia, como regra.</p><p>✓ Autarquia (INSS);</p><p>✓ Fundação autárquica (FUNAI);</p><p>✓ Autarquias profissionais (CRM) - A</p><p>fiscalização não se enquadra como</p><p>subordinação de viés trabalhista.</p><p>✓ Autarquias reguladoras (ANA, ANVISA)</p><p>✓ Empresas pública</p><p>✓ Sociedade de economia mista</p><p>Posição da jurisprudência:</p><p>STF STJ</p><p>✓ Apesar de o exercício do poder de polícia ser restrito às</p><p>entidades regidas pelo direito público, particulares podem</p><p>auxiliar o Estado em seu exercício.</p><p>✓ Exemplo: instalação de radares eletrônicos (pardais).</p><p>✓ Ainda, “somente os atos relativos ao consentimento e à</p><p>fiscalização são delegáveis, pois aqueles referentes à</p><p>legislação e à sanção derivam do poder de coerção do</p><p>Poder Público.</p><p>✓ Poder de polícia é indelegável, exceto:</p><p>✓ Atos preparatórios: instalação de radar.</p><p>✓ Atos executórios (atividade material sucessiva):</p><p>guinchos e demolições.</p><p>✓ Ne verdade, não é bem uma delegação, já que a pessoa</p><p>privada está sob ordens da Administração Pública.</p><p>Portanto, o poder de polícia, por ser atividade exclusiva do Estado, não pode ser delegado a</p><p>particulares , mas é possível sua outorga a entidades de Direito Público da Administração Indireta, como</p><p>as agências reguladoras (ANA, ANEEL, ANATEL, etc.), as autarquias corporativas (CFM, CFO,</p><p>CONFEA, etc.) e o Banco Central.</p><p>Jurisprudencialmente, é possível afirmar que a delegação é possível em sua dimensão fiscalizatória e</p><p>de consentimento. Portanto:</p><p>DELEGABILIDADE - PODER DE POLÍCIA</p><p>Ordem ou legislação Consentimento Fiscalização Sanção</p><p>Indelegável Delegável Delegável Indelegável.</p><p>Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 16</p><p>Entendimento atual do STF (RE 633.782/2020): É constitucional a delegação do poder de polícia,</p><p>por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de</p><p>capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do</p><p>Estado e em regime não concorrencial.</p><p>Por ser um tema recorrente em prova e considerando o posicionamento de algumas bancas, colaciona</p><p>assertivas das bancas.</p><p>ASSERTIVAS CONSIDERADAS CORRETAS:</p><p>✓ O poder de polícia delegado é limitado aos termos da delegação e se caracteriza por atos de execução.</p><p>✓ Ainda que não lhe seja permitido delegar o poder de polícia a particulares, em determinadas situações, faculta-se ao</p><p>Estado a possibilidade de, mediante contrato celebrado, atribuir a pessoas da iniciativa privada o exercício do poder de</p><p>polícia fiscalizatório para constatação de infrações administrativas estipuladas pelo próprio Estado.</p><p>✓ O poder de polícia não poderá ser delegado às concessionárias, no âmbito das parcerias público-privadas.</p><p>✓ O poder de polícia pode ser delegado em sua dimensão fiscalizatória a pessoa jurídica de direito privado integrante da</p><p>administração pública.</p><p>✓ O poder de polícia se caracteriza, entre outras coisas, por ser indelegável, restritivo e não indenizável.</p><p>✓ O poder de polícia é indelegável a pessoas jurídicas de direito privado por envolver prerrogativas próprias do poder</p><p>público, insuscetíveis de serem exigidas por particular sobre o outro.</p><p>✓ Caso uma empresa privada seja contratada, mediante prévia e regular licitação, para a colocação de radares medidores</p><p>de velocidade de veículos automotores no trânsito de uma cidade, tal fato não seria ilegal. Já que não há delegação do</p><p>poder de polícia propriamente dito, sendo indelegável pelo Estado, somente, a edição da norma de polícia e de aplicação</p><p>de sanções.</p><p>✓ Poderá ser delegado, mediante lei específica, a entes da Administração indireta.</p><p>✓ O regular exercício de poder de polícia pela Administração pública admite delegação à iniciativa privada de alguns</p><p>aspectos, a exemplo das atividades meio, que não afetam direitos diretamente.</p><p>✓ A execução de alguns atos decorrentes do poder de polícia pode ser delegada por lei.</p><p>✓ A edição de ato normativo constitui exemplo do exercício do poder de polícia pela administração pública.</p><p>✓ (Fundatec – 2021) É constitucional a legislação que delega o poder de polícia a pessoas jurídicas de direito privado</p><p>integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente</p><p>serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial.</p><p>ASSERTIVAS CONSIDERADAS ERRADAS:</p><p>✓ O poder de polícia é indelegável (CESPE).</p><p>✓ O poder de polícia é indelegável, somente podendo ser exercido pela Administração Pública direta.</p><p>✓ O Poder de Polícia é indelegável, de modo que, de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, não pode</p><p>ser transferido a entidade integrante da administração</p><p>pública indireta.</p><p>Em se tratando da posição do STF, temos o seguinte. Em regra, é indelegável, no entanto, atos</p><p>materiais preparatórios ou posteriores, que são mera execução de atos administrativos decorrentes dos</p><p>poderes regulamente exercidos pela Administração Pública, podem ser delegados.</p><p>DELEGABILIDADE - ATO MATERIAL DE POLÍCIA</p><p>Preparatório Posterior</p><p>✓ Preparam o ato do poder de polícia.</p><p>✓ Exemplo: instalação de radar.</p><p>✓ São posteriores ao exercício do poder de polícia.</p><p>✓ Exemplo: contratação de empresa para remover</p><p>família de uma área de risco.</p><p>Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 17</p><p>CONTROLE DO PODER DE POLÍCIA</p><p>O poder de polícia, como prerrogativa da Administração Pública, sujeita-se aos mecanismos de</p><p>controle interno e externo. Quando a própria Administração avalia os critérios de legalidade e regularidade</p><p>da aplicação do poder de polícia, seja de ofício ou por requerimento de eventual prejudicado, diz-se que o</p><p>controle é interno. Nesse caso a administração poderá revogar ou anular o ato.</p><p>O controle externo é realizado pelo Judiciário no que tange aos critérios de legalidade, não podendo</p><p>adentrar no mérito do poder de polícia quando houver discricionariedade do ato, salvo situações de flagrante</p><p>arbitrariedade. Nesse caso, trata-se somente de nulidade do ato.</p><p>Portanto, a atuação da Administração pública está sujeita a controle interno e externo, sob diversos</p><p>aspectos. O controle dos atos e medidas praticados pela Administração no exercício do poder de polícia</p><p>envolve verificação, pelo Poder Judiciário, do cumprimento de garantias individuais, a exemplo do</p><p>princípio da ampla defesa e do contraditório, ainda que sejam diferidos em situações de urgência</p><p>CONTROLE INTERNO CONTROLE EXTERNO</p><p>✓ Pela própria Administração.</p><p>✓ Pode gerar a revogação ou nulidade do ato.</p><p>✓ Controle amplo.</p><p>✓ Pelo Judiciário, em especial, quanto à</p><p>ilegalidade.</p><p>✓ Pode gerar a nulidade do ato.</p><p>✓ Controle restrito.</p><p>Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 18</p><p>PRESCRIÇÃO DO PODER DE POLÍCIA</p><p>As disposições abaixo estão relacionadas à aplicação da prescrição no exercício no poder de polícia</p><p>em âmbito federal.</p><p>Nos termos da Lei 9.873/1999:</p><p>Art. 1o Prescreve em cinco anos</p><p>✓ a ação punitiva da Administração Pública Federal, direta e indireta,</p><p>✓ no exercício do poder de polícia,</p><p>✓ objetivando apurar infração à legislação em vigor,</p><p>✓ contados da data da prática do ato</p><p>✓ ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.</p><p>§ 1o Incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de três anos,</p><p>pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante</p><p>requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional</p><p>decorrente da paralisação, se for o caso.</p><p>§ 2o Quando o fato objeto da ação punitiva da Administração também constituir crime, a</p><p>prescrição reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal.</p><p>Art. 1o-A. Constituído definitivamente o crédito não tributário, após o término regular do</p><p>processo administrativo, prescreve em 5 (cinco) anos a ação de execução da administração</p><p>pública federal relativa a crédito decorrente da aplicação de multa por infração à legislação em</p><p>vigor.</p><p>Art. 2o INTERROMPE-SE</p><p>a prescrição da</p><p>ação punitiva:</p><p>.Art. 2o-A. INTERROMPE-SE</p><p>o prazo prescricional da</p><p>ação executória:</p><p>Art. 3o SUSPENDE-SE</p><p>a prescrição</p><p>durante a vigência:</p><p>I – pela notificação ou citação do</p><p>indiciado ou acusado, inclusive por</p><p>meio de edital;</p><p>II - por qualquer ato inequívoco, que</p><p>importe apuração do fato;</p><p>III - pela decisão condenatória</p><p>recorrível.</p><p>IV – por qualquer ato inequívoco</p><p>que importe em manifestação</p><p>expressa de tentativa de solução</p><p>conciliatória no âmbito interno da</p><p>administração pública federal.</p><p>I – pelo despacho do juiz que</p><p>ordenar a citação em execução</p><p>fiscal;</p><p>II – pelo protesto judicial;</p><p>III – por qualquer ato judicial que</p><p>constitua em mora o devedor;</p><p>IV – por qualquer ato inequívoco,</p><p>ainda que extrajudicial, que importe</p><p>em reconhecimento do débito pelo</p><p>devedor;</p><p>V – por qualquer ato inequívoco</p><p>que importe em manifestação</p><p>expressa de tentativa de solução</p><p>conciliatória no âmbito interno da</p><p>administração pública federal.</p><p>I - dos compromissos de cessação</p><p>ou de desempenho,</p><p>respectivamente, previstos nos arts.</p><p>53 e 58 da Lei nº 8.884, de 11 de</p><p>junho de 1994;</p><p>O disposto acima não se aplica às infrações de natureza funcional e aos processos e procedimentos</p><p>de natureza tributária.</p><p>Os Estados e Municípios tem autonomia para disciplinar a matéria, no entanto, quando não existir</p><p>legislação local específica, aplica-se as disposições do Decreto 20.910/1932.</p><p>Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer</p><p>direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza,</p><p>prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem.</p><p>O Decreto citado não regula a prescrição intercorrente. O que não impede que Estados e Município o</p><p>façam.</p><p>Prescrição ordinária</p><p>5 anos</p><p>Prescrição intercorrente</p><p>3 anos</p><p>Se for crime, é o prazo de</p><p>prescrição do crime.</p><p>Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 19</p><p>VÍCIOS DE PODER</p><p>Uso do poder Abuso do poder</p><p>Utilização normal, pelos agentes públicos, das</p><p>prerrogativas que a lei lhes confere.</p><p>Conduta ilegítima do administrador, quando atua</p><p>fora dos objetivos expressa ou implicitamente</p><p>traçados na lei.</p><p>ABUSO DE PODER: Ocorre quando a autoridade, embora competente, ultrapassa o limite de suas</p><p>atribuições ou desvia das finalidades administrativas. É gênero.</p><p>Abuso de poder</p><p>Excesso de poder Desvio de poder/ finalidade</p><p>Pressupõe ser o agente competente para a prática do ato.</p><p>Todo abuso de poder é ilegal, portanto, passível de correção:</p><p>✓ Autotutela pela própria Administração (de ofício);</p><p>✓ Por pedido de eventuais prejudicados;</p><p>✓ Pela via judicial (mandado de segurança, por exemplo).</p><p>Nem toda ilegalidade decorre de conduta abusiva; mas todo abuso se reveste de ilegalidade. Abuso</p><p>de poder é uma espécie de ilegalidade (gênero).</p><p>Todo ato abusivo é nulo, por excesso ou desvio de poder, mas sendo por excesso de poder, pode ser</p><p>convalidado.</p><p>O abuso de poder pode caracterizar crime de abuso de autoridade (lei 13.869/2019), mas não</p><p>necessariamente, não sempre.</p><p>Abuso de poder</p><p>(ilícito administrativo)</p><p>Abuso de autoridade</p><p>(ilícito penal)</p><p>Semelhança</p><p>✓ Pressupõem o uso anormal da competência; ✓ Pressupõem o uso anormal da competência;</p><p>✓ Implicam a prática de conduta ilícita; ✓ Implicam a prática de conduta ilícita;</p><p>✓ Geram nulidade do ato; ✓ Geram nulidade do ato;</p><p>✓ Ensejam responsabilidade da autoridade. ✓ Ensejam responsabilidade da autoridade.</p><p>Diferença</p><p>✓ Tipificação aberta; ✓ Tipificação fechada.</p><p>✓ Ilícito que repercute na esfera administrativa; ✓ Alcança o âmbito civil, penal e administrativo;</p><p>✓ O abuso de poder pode ser abuso de autoridade. ✓ O abuso de autoridade será abuso de poder.</p><p>Abuso de poder (nas duas formas) pode ocorrer de forma:</p><p>✓ Dolosa;</p><p>✓ Culposa;</p><p>✓ Comissiva (ação):</p><p>✓ Omissiva (omissão específica):</p><p>A doutrina minoritária entende que não há abuso de poder omissivo. Outra doutrina minoritária</p><p>entende que só pode existir omissão no desvio de poder. Mas é posição minoritária, mínima.</p><p>Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 20</p><p>Abuso de</p><p>poder</p><p>Excesso</p><p>de poder</p><p>✓ Vício de competência ou atuação desproporcional.</p><p>✓ O agente público exorbita de suas atribuições.</p><p>✓ Atua fora dos limites de sua competência.</p><p>✓ O excesso de poder, por ser vício de competência, admite convalidação,</p><p>exceto se a competência for exclusiva.</p><p>Desvio</p><p>de poder /</p><p>finalidade</p><p>✓ É vício na finalidade do ato.</p><p>✓ Chamado de vício ideológico ou vício subjetivo.</p><p>✓ É um defeito na vontade que contamina o elemento da finalidade.</p><p>✓ Pratica o ato com finalidade diversa da que decorre implícita ou</p><p>explicitamente da lei.</p><p>✓ Dentro de sua competência, mas afasta-se do interesse público.</p><p>✓ Age dentro dos limites de sua competência, mas o faz para alcançar fim</p><p>diverso do previsto.</p><p>✓ Não admite convalidação.</p><p>✓ É conduta mais visível nos atos discricionários.</p><p>✓ É mais difícil a obtenção de prova.</p><p>Existem muitas questões que cobram simplesmente qual o gênero e quais as espécies.</p><p>Decore isso bem. Eu decorei assim:</p><p>AED = abuso → excesso e desvio)</p><p>EXEMPLOS</p><p>Excesso de poder Desvio de poder</p><p>✓ Policial penal que utiliza de força desproporcional,</p><p>amarrando detentos com uma corda, a qual causou lesões</p><p>contusas em ambos os detentos.</p><p>✓ Promotor de justiça que procede à apreensão de</p><p>documentos sem ordem judicial.</p><p>✓ Delegado de polícia, além de prender aquele que cometeu</p><p>ilícito penal, tortura o preso.</p><p>✓ Ato de um administrador público que, ao punir um</p><p>servidor, impusesse a este uma pena física (que</p><p>obviamente não estaria prevista em lei).</p><p>✓ Fiscal no aeroporto que pede para o passageiro retirar toda</p><p>a roupa em público para fazer a revista.</p><p>✓ Promotor de justiça que realiza fiscalização de cargos em</p><p>comissão para retaliação do Prefeito, seu antigo desafeto.</p><p>✓ Projeto de urbanização, em verdade, que tinha por</p><p>objetivo o incremento de liquidez dos imóveis</p><p>pertencentes ao prefeito.</p><p>✓ Prefeitura do Município “X” desapropria um imóvel</p><p>apenas porque o proprietário é um desafeto do Prefeito.</p><p>✓ Transfere Beltrano da Silva, um funcionário público</p><p>ocupante do cargo de médico clínico geral, para uma</p><p>região da periferia, carente de serviços médicos, como</p><p>forma de vingança por este ter sido o namorado de sua</p><p>esposa.</p><p>✓ Normalmente quando fala em desafeto e vingança é</p><p>desvio de poder.</p><p>(Quadrix – 2021 – Certo) Abuso de poder é a conduta ilegítima do administrador, quando atua fora dos objetivos, expressa ou</p><p>implicitamente, traçados na lei.</p><p>(Quadrix – 2021 – Certo) O agente público que, se utilizando das prerrogativas inerentes ao cargo que ocupa, praticar um ato</p><p>diverso do interesse público se enquadra nas hipóteses de abuso de poder.</p><p>(Fapec – 2021 – Certo) Tem-se o abuso de poder todas as vezes que a autoridade pública pratica um ato extrapolando a</p><p>competência legal ou visando a uma finalidade diversa daquela estipulada pela legislação. Ainda, o abuso de poder pode decorrer</p><p>de condutas comissivas ou omissivas, implicando na nulidade do ato administrativo.</p><p>Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 21</p><p>JURISPRUDÊNCIA APLICÁVEL – PODERES</p><p>SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL</p><p>Súmula Vinculante 38 - STF: É competente o município para fixar o horário de funcionamento de</p><p>estabelecimento comercial.</p><p>Súmula Vinculante 41: O serviço de iluminação pública NÃO pode ser remunerado mediante taxa.</p><p>Súmula 419-STF: Os municípios têm competência para regular o horário do comércio local, desde que não</p><p>infrinjam leis federais válidas.</p><p>Súmula nº 646 – STF: Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de</p><p>estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.</p><p>RE 658570 – STF: É constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício de poder de polícia de</p><p>trânsito, inclusive para imposição de sanções administrativas legalmente previstas.</p><p>ADI 2998: CTB pode exigir a quitação do pagamento dos tributos, encargos e multas como condição para</p><p>que o veículo possa circular.</p><p>ADI 2998: Resolução do CONTRAN não pode estabelecer penalidades, devendo as sanções ser previstas</p><p>em lei em sentido formal e material.</p><p>SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA</p><p>Súmula 19 - STJ: A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência da União.</p><p>Competência para</p><p>horário comercial</p><p>Competência para</p><p>horário bancário</p><p>Município União</p><p>Súmula 312: No processo administrativo para imposição de multa de trânsito, são necessárias as</p><p>notificações da autuação e da aplicação da pena decorrente da infração.</p><p>Súmula 434: O pagamento da multa por infração de trânsito não inibe a discussão judicial do débito.</p><p>✓ O CTB prevê, no entanto, a opção do infrator de não apresentar defesa e reconhecer a infração.</p><p>✓ Nesse caso terá um desconto de 40% no valor da multa. Ou seja, paga por 60% do seu valor.</p><p>✓ Portanto, terá 2 opções:</p><p>✓ Abre mão do recurso e paga com desconto de 40%.</p><p>✓ Paga sem o desconto, o que não impede entrar com recurso depois.</p><p>Art. 284. (...)</p><p>§ 1º Caso o infrator opte pelo sistema de notificação eletrônica, se disponível, conforme regulamentação do Contran, e opte</p><p>por não apresentar defesa prévia nem recurso, reconhecendo o cometimento da infração, poderá efetuar o pagamento da multa</p><p>por 60% (sessenta por cento) do seu valor, em qualquer fase do processo, até o vencimento da multa.</p><p>§ 2º O recolhimento do valor da multa não implica renúncia ao questionamento administrativo, que pode ser realizado a</p><p>qualquer momento, respeitado o disposto no § 1º.</p><p>Súmula 467: Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da</p><p>Administração Pública de promover a execução da multa por infração ambiental.</p><p>Súmula 510-STJ: A liberação de veículo retido apenas por transporte irregular de passageiros não está</p><p>condicionada ao pagamento de multas e despesas.</p><p>Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 22</p><p>JURISPRUDÊNCIA EM TESES – STJ</p><p>DIREITO ADMINISTRATIVO – PODER DE POLÍCIA</p><p>EDIÇÃO 82</p><p>1) A administração pública possui interesse de agir para tutelar em juízo atos em que ela poderia atuar com</p><p>base em seu poder de polícia, em razão da inafastabilidade do controle jurisdicional.</p><p>2) O prazo prescricional para as ações administrativas punitivas desenvolvidas por Estados e Municípios,</p><p>quando não existir legislação local específica, é quinquenal, conforme previsto no art. 1º do Decreto n.</p><p>20.910/32, sendo inaplicáveis as disposições contidas na Lei n. 9.873/99, cuja incidência limita-se à</p><p>Administração Pública Federal Direta e Indireta.</p><p>1. O Superior Tribunal de Justiça entende que, em casos de ação anulatória de ato</p><p>administrativo ajuizada em desfavor da Coordenadoria Estadual de Proteção de Defesa do</p><p>Consumidor, em decorrência do exercício do poder de polícia do Procon, é inaplicável a Lei</p><p>n. 9.873/1999, sujeitando-se a ação ao prazo prescricional quinquenal previsto no art. 1º do</p><p>Decreto n. 20.910/1932.</p><p>2. O art. 1º do Decreto n. 20.910/1932 apenas regula a prescrição quinquenal, não havendo previsão</p><p>acerca de prescrição intercorrente, apenas prevista na Lei n. 9.873/1999, que, conforme</p><p>entendimento do Superior Tribunal de Justiça, não se aplica às ações administrativas punitivas</p><p>desenvolvidas por Estados e Municípios, em razão da limitação do âmbito espacial da lei ao</p><p>plano federal.</p><p>3) Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da Administração</p><p>Pública de promover a execução da multa por infração ambiental. (Súmula n. 467/STJ) (Tese julgada sob</p><p>o rito do art. 543-C do CPC/73 - TEMA 324)</p><p>4) A prerrogativa de fiscalizar as atividades nocivas ao meio ambiente concede ao Instituto Brasileiro do</p><p>Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis</p><p>- IBAMA interesse jurídico suficiente para exercer</p><p>seu poder de polícia administrativa, ainda que o bem esteja situado dentro de área cuja competência para o</p><p>licenciamento seja do município ou do estado.</p><p>Competência para o licenciamento não se confunde com competência para fiscalizar decorrente do poder</p><p>de polícia, portanto, União, Estados, DF e Municípios podem exercer o poder de polícia em áreas cuja a</p><p>licença foi realizada por outro ente federativo.</p><p>5) Ante a omissão do órgão estadual na fiscalização, mesmo que outorgante da licença ambiental, o IBAMA</p><p>pode exercer o seu poder de polícia administrativa, já que não se confunde a competência para licenciar</p><p>com a competência para fiscalizar.</p><p>6) O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor - PROCON detém poder de polícia para impor</p><p>sanções administrativas relacionadas à transgressão dos preceitos ditados pelo Código de Defesa do</p><p>Consumidor - art. 57 da Lei n. 8.078/90.</p><p>7) O PROCON tem competência para aplicar multa à Caixa Econômica Federal - CEF por infração às</p><p>normas do Código de Defesa do Consumidor, independentemente da atuação do Banco Central do Brasil.</p><p>8) A atividade fiscalizatória exercida pelos conselhos profissionais, decorrente da delegação do poder de</p><p>polícia, está inserida no âmbito do direito administrativo, não podendo ser considerada relação de trabalho</p><p>e, por consequência, não está incluída na esfera de competência da Justiça Trabalhista.</p><p>9) Não é possível a aplicação de sanções pecuniárias por sociedade de economia mista, facultado o exercício</p><p>do poder de polícia fiscalizatório.</p><p>Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 23</p><p>10) É legítima a cobrança da taxa de localização, fiscalização e funcionamento quando notório o exercício</p><p>do poder de polícia pelo aparato administrativo do ente municipal, sendo dispensável a comprovação do</p><p>exercício efetivo de fiscalização.</p><p>11) Quando as balanças de aferição de peso estiverem relacionadas intrinsecamente ao serviço prestado</p><p>pelas empresas ao consumidor, incidirá a Taxa de Serviços Metrológicos, decorrente do poder de polícia</p><p>do Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial - Inmetro em fiscalizar a</p><p>regularidade desses equipamentos.</p><p>12) É legitima a cobrança da Taxa de Fiscalização dos Mercados de Títulos e Valores Mobiliários</p><p>decorrente do poder de polícia atribuído à Comissão de Valores Mobiliários - CVM, visto que os efeitos da</p><p>Lei n. 7.940/89 são de aplicação imediata e se prolongam enquanto perdurar o enquadramento da empresa</p><p>na categoria de beneficiária de incentivos fiscais.</p><p>13) Os valores cobrados a título de contribuição para o Fundo Especial de Desenvolvimento e</p><p>Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização - FUNDAF têm natureza jurídica de taxa, tendo em vista</p><p>que o seu pagamento é compulsório e decorre do exercício regular de poder de polícia.</p>