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Felipe Vieira

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Responsabilização da 
Administração Pública
Responsabilidade Civil do Estado
Fabricio Bolzan
Responsabilidade Civil do Estado
Prof.: FABRÍCIO BOLZAN
INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA:
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS DA EDITORA SARAIVA
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS 
DA EDITORA QUARTIER LATIN
Responsabilidade Civil do Estado
Evolução Histórica:
1ª fase da irresponsabilidade estatal (the king can do no wrong);
2ª fase da responsabilidade Subjetiva
3º fase da responsabilidade Objetiva
Responsabilidade Civil do Estado
Evolução Histórica:
3º fase da responsabilidade Objetiva
teorias publicistas: (i) teoria da culpa anônima do serviço (faute du service); e (ii)
teoria do risco.
Responsabilidade Civil do Estado
São duas as modalidades da Teoria do Risco:
1ª) Teoria do Risco Integral: não admite causas excludentes de responsabilidade.
Somente excepcionalmente nosso Direito adotou tal teoria: (i) danos ambientais;
(ii) danos nucleares; (iii) atentados terroristas.
2ª) Teoria do Risco Administrativo: admite causas excludentes de responsabilidade,
como caso fortuito, força maior e culpa exclusiva da vítima ou de terceiro (essas
causas serão estudadas logo mais). Trata-se da teoria adotada em nosso Direito
(em regra).
Responsabilidade Civil do Estado
ADMINISTRATIVO. DIREITO NUCLEAR. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO
ESTADO. ACIDENTE RADIOATIVO EM GOIÂNIA. CÉSIO 137. ABANDONO DO
APARELHO DE RADIOTERAPIA. DEVER DE FISCALIZAÇÃO E VIGILÂNCIA SANITÁRIO-
AMBIENTAL DE ATIVIDADES COM APARELHOS RADIOATIVOS. RESPONSABILIDADE
SOLIDÁRIA DA UNIÃO E DOS ESTADOS. LEGITIMIDADE PASSIVA. (STJ – Resp 1180888
/ GO - DJe 28/02/2012)
Responsabilidade Civil do Estado
Previsão Constitucional:
Art. 37, §6º: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.
Código Civil Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente
responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a
terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver,
por parte destes, culpa ou dolo.
Responsabilidade Civil do Estado
RESPONSABILIDADE DAS ENTIDADES PÚBLICAS NAS RELAÇÕES DE CONSUMO:
Se a entidade pública com personalidade de direito privado for exploradora da
atividade econômica, como ocorre com algumas Empresas Públicas e algumas
Sociedades de Economia Mista (exemplo: Banco do Brasil), a responsabilidade será
subjetiva.
O raciocínio está em plena consonância com a citada disposição constitucional,
porém não vale se os danos forem oriundos de uma relação jurídica de consumo,
ou seja, se a Sociedade de Economia Mista Banco do Brasil causar dano a um
consumidor, responderá de forma objetiva nos termos da regra prevista no Código
de Defesa do Consumidor.
Responsabilidade Civil do Estado
Responsabilidade Civil do Estado
RE n. 841526 em que o STF fixou a seguinte tese de repercussão geral noticiada em 
4 de abril de 2016: “Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção 
previsto no artigo 5º, inciso XLIX, da Constituição Federal, o Estado é responsável 
pela morte de detento”.
Responsabilidade Civil do Estado
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. SUICÍDIO. DETENTO. ESTABELECIMENTO
PRISIONAL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO. 1. O Superior Tribunal de
Justiça sedimentou o entendimento de que a responsabilidade civil do Estado pela
morte de detento em delegacia, presídio ou cadeia pública é objetiva, pois é dever
do Estado prestar vigilância e segurança aos presos sob sua custódia. 2. Agravo
interno a que se nega provimento. (AgInt no REsp 1305249 / SC - DJe 25/09/2017)
Responsabilidade Civil do Estado
RE 580252 / MS - MATO GROSSO DO SUL Dje 16-02-2017
Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em
seus presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento
jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º da Constituição, a
obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos
detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de
encarceramento.
Responsabilidade Civil do Estado
Ementa: AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. RESPONSABILIDADE CIVIL
DO ESTADO POR CONDUTA OMISSIVA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. EXAME DE
MATÉRIA JURÍDICA. DESNECESSIDADE DO REEXAME DE FATOS E PROVAS.
INAPLICABILIDADE DA SÚMULA 279/STF. 1. Nos termos da jurisprudência deste
Supremo Tribunal, a responsabilidade civil – ou extracontratual – pelas condutas
estatais omissivas e comissivas é objetiva, com base na teoria do risco
administrativo. Precedentes. 2. Agravo interno a que se nega provimento. (RE
499432 AgR / RJ – Dje 01-09-2017)
Responsabilidade Civil do Estado
Excludentes de Responsabilidade:
Culpa for concorrente (e não exclusiva) da vítima, não haverá exclusão da
responsabilidade do Estado, mas atenuação. É o episódio do passageiro que caiu
quando viajava pendurado do lado de fora do trem (pingente), sofrendo danos.
Nesse caso, o Superior Tribunal de Justiça reduziu pela metade o pagamento de
indenização, pois concluiu pela culpa concorrente da vítima, isto é, tanto a vítima
quanto a empresa estatal de transporte ferroviário foram consideradas
responsáveis pela causação do acidente. O passageiro não deveria andar
pendurado no trem, e a empresa estatal deveria proibir essa conduta (Recurso
Especial n. 226.348).
Responsabilidade Civil do Estado
Prazo Prescricional da Ação de Indenização
A ação de reparação de danos para obter indenização do Estado, em razão de
danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público ou agentes de
pessoas jurídicas de direito privado que prestem serviço público, deverá ser
proposta dentro do prazo de 5 anos, contado a partir do fato danoso. Essa é a
previsão do art. 1º do Decreto n. 20.910/32, bem como do art. 1º-C da Lei n.
9.494/97, com redação dada pela Medida Provisória n. 2.180-35/2001.
Responsabilidade Civil do Estado
Há quem entenda que esse prazo para propor ação contra o Estado foi reduzido
para 3 anos, nos termos do disposto no art. 206, § 3º, V, do Código Civil (LJCC e
JSCF).
A posição que prevalece é a de 5 anos – prescrição quinquenal, nos termos do
entendimento consolidado do STJ no REsp 1.251.993 julgado pelo regime de
recurso repetitivo.
Responsabilidade Civil do Estado
A ação de ressarcimento ao erário sempre foi considerada imprescritível, nos
termos do art. 37, § 5º, da CF. Trata-se da ação utilizada pela Administração para
exercer seu direito de regresso em face do agente público causador do dano, caso
comprovado dolo ou culpa dele. No entanto, o Supremo Tribunal Federal decidiu
em fevereiro de 2016 em regime de repercussão geral o RE 669.069 entendendo
que é prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de
ilícito civil.
Responsabilidade Civil do Estado
O STF não admite ação de indenização proposta diretamente contra o agente
público, mas apenas contra a Administração pelos danos causados por aquele.
Segundo o Supremo, o art. 37, § 6º, da CF somente admite a responsabilização das
entidades de Direito Público e as de Direito Privado prestadoras de serviços
públicos. Os agentes públicos somente respondem perante o Estado em ação de
regresso (RE 344.133 e ARE 793.046).
Responsabilidade Civil do Estado
Responsabilidade Subsidiária do Estado:
Na prestação descentralizada, a Administração se vale de outra pessoa jurídica para
prestar o serviço público. É o caso, por exemplo, das empresas concessionárias e
permissionárias do serviço público.
Nesse sentido, concluímos que, nos termos do § 6º do art. 37 da Constituição
Federal, não só as pessoas jurídicas de Direito Público, mas também as pessoas
jurídicas de Direito Privado prestadoras
de serviço público (ex.: concessionárias e
permissionárias), respondem de forma objetiva (sem demonstração de dolo ou
culpa) pelos prejuízos causados a terceiros.
Responsabilidade Civil do Estado
Diante desse contexto, pergunta-se: o Estado poderá ser responsabilizado pelos
prejuízos causados a terceiros pelas concessionárias e permissionárias de serviço
público? Ex.: Município responde pelos danos causados por uma empresa de
ônibus que presta o serviço de transporte coletivo?
Em princípio, a resposta é negativa, não respondendo o Estado por danos causados
por suas concessionárias ou permissionárias. Isso porque essas pessoas jurídicas
prestam o serviço público em seu nome, por sua conta e risco. Entretanto, a
responsabilidade do Estado será subsidiária, ou seja, este responderá pelos
prejuízos após o exaurimento do patrimônio das empresas concessionárias e
permissionárias do serviço público.
Responsabilidade Civil do Estado
RE 591874 - A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado
prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não
usuários do serviço, segundo decorre do art. 37, § 6º, da Constituição Federal.
Responsabilidade Civil do Estado
Denunciação da Lide
O novo Código de Processo Civil prevê, em seu art. 124, II, ser obrigatória a
denunciação da lide em face daquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo
contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for o vencido no
processo.
Nesse contexto, em sendo o agente público causador do dano obrigado a ressarcir
o Estado em ação de regresso nos termos do art. 37, § 6º, da CF, estaria a
Administração obrigada a denunciar a lide numa eventual ação de indenização
proposta pelo lesado?
Responsabilidade Civil do Estado
Os Administrativistas entendem, em sua maioria, que a denunciação não seria
cabível, pois: (i) iria atrasar a reparação de danos ao lesado, pois o agente público
seria notificado para apresentar defesa, apresentar rol de testemunhas...; (ii) traria
novo fundamento jurídico à demanda judicial, ou seja, discutir-se-ia dolo ou culpa
do agente público numa ação de indenização proposta pelo lesado contra o Estado
com base na responsabilidade objetiva (CARVALHO FILHO, 25. ed., p. 577).
Responsabilidade Civil do Estado
Porém, o STJ entende, em sua maioria, que a denunciação não é obrigatória, ou
seja, pode ser feita, mas se a Administração não denunciar a lide poderá entrar
com ação autônoma de ressarcimento ao Erário em face do agente público
causador do dano (AgRg no AREsp 496.581). Nessa linha de raciocínio, vale
ressaltar o teor do §1º do art. 125 do novo CPC: “O direito regressivo será exercido
por ação autônoma quando a denunciação da lide for indeferida, deixar de ser
promovida ou não for permitida.”
Responsabilidade Civil do Estado
O melhor posicionamento encontrado na jurisprudência do STJ foi o proferido no
AgRg no AREsp 139.358, ao decidir que: “Nas demandas em que se discute a
responsabilidade civil do Estado, a denunciação da lide ao agente causador do
suposto dano é facultativa, cabendo ao magistrado avaliar se o ingresso do terceiro
ocasionará prejuízo à economia e celeridade processuais”.
Responsabilidade Civil do Estado
Responsabilidade por Atos do Legislativo e do Judiciário:
O Estado responderá pelos atos do Poder Legislativo quando: (i) lei de efeitos
concretos geradora de danos (trata-se de lei que atinge determinadas pessoas,
como a lei que cria uma reserva florestal dentro de uma área particular); (ii) lei
declarada inconstitucional pelo STF quando tiver causado danos; (iii) omissão
legislativa que tenha causado prejuízo a alguém.
Responsabilidade Civil do Estado
3. O reconhecimento judicial de omissão legislativa em cumprir seu mister
institucional em contrariedade a dispositivo constitucional não implica em
reconhecer, de pleno direito, que durante o período de vigência do comando sem a
edição da espécie legislativa houve violação ao patrimônio jurídico dos
destinatários da norma, sob pena de restar caracterizada atípica hipótese de
responsabilidade civil do Estado por ausência de ato legislativo. (ACO 792 AgR-
ED/PR – Dje - 12-09-2017)
Responsabilidade Civil do Estado
No tocante à responsabilidade do Estado por atos do Poder Judiciário, esta
ocorrerá: (i) quando houver condenação por erro judiciário, ou ficar preso além do
tempo fixado na sentença (art. 5º, LXXV, da CF); (ii) quando o juiz, no exercício de
suas funções, proceder com dolo ou fraude, além de recusar, omitir ou retardar,
sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a requerimento da
parte (art. 143 do novo CPC).
Responsabilidade Civil do Estado
Lei Estadual/SP n.º 10.177/98
“Do Procedimento de Reparação de Danos
Artigo 65 - Aquele que pretender, da Fazenda Pública, ressarcimento por danos
causados por agente público, agindo nessa qualidade, poderá requerê-lo
administrativamente, observadas as seguintes regras:
I - o requerimento será protocolado na Procuradoria Geral do Estado, até 5 (cinco)
anos contados do ato ou fato que houver dado causa ao dano;
(...)”
Responsabilidade Civil do Estado
“II - o protocolo do requerimento suspende, nos termos da legislação pertinente,
a prescrição da ação de responsabilidade contra o Estado, pelo período que durar
sua tramitação;
III - o requerimento conterá os requisitos do artigo 54, devendo trazer indicação
precisa do montante atualizado da indenização pretendida, e declaração de que o
interessado concorda com as condições contidas neste artigo e no subsequente.
Responsabilidade Civil do Estado
“IV - o procedimento, dirigido por Procurador do Estado (...);
V - a decisão do requerimento caberá ao PGE ou ao dirigente da entidade
descentralizada, que recorrerão de ofício ao Governador, nas hipóteses previstas
em regulamento; (...)
§2º - (...) autorizado pelo Governador, o PGE poderá delegar, no âmbito da
Administração centralizada, a competência prevista no inciso V, hipótese em que o
delegante tornar-se-á a instância máxima de recurso”.

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