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<p>Universidade católica de Moçambique</p><p>Extensão de Maputo</p><p>Curso: Licenciatura em Direito-1°Ano</p><p>Turma: A</p><p>Trabalho do 5 grupo</p><p>Tema.:</p><p>Disciplina: Introdução ao pensamento jurídico</p><p>Docente:</p><p>Discente:</p><p>Maputo, setembro de 2024</p><p>Indice</p><p>Jurídico 3</p><p>Classificação dos Factos Jurídicos 3</p><p>Ato jurídico Art. 295 5</p><p>Ato jurídico em sentido estrito: 5</p><p>O Papel da Vontade – teorias 6</p><p>Ato lícito e ilícito 7</p><p>Atos Jurídicos e Negócio Jurídico 7</p><p>Estrutura do Negócio Jurídico 8</p><p>Negócios unilaterais e multilaterais/bilaterais/contratos: 8</p><p>Critério de Tipicidade: 9</p><p>Negócios intervivos e mortis causa: 10</p><p>3 razões para que a lei exija que o negócio seja formal: 10</p><p>Negócios obrigacionais reais familiares e sucessórios: 10</p><p>Formação do Negócio Jurídico Declaração Negocial 12</p><p>Introdução</p><p>o fato jurídico, em sentido amplo, como sendo todo acontecimento, natural ou humano, que por corresponder ao modelo configurado pela norma jurídica implica consequências de direito, a atribuição de direitos e deveres. Este é um conceito extremamente variado. E por isso, é útil classificar os factos jurídicos.</p><p>Este é um conceito extremamente variado. E por isso, é útil classificar os factos jurídicos.</p><p>Este trabalho visa trazer nos a percepção sobre fato jurídico no amplo campo do direito</p><p>Jurídico</p><p>Facto em sentido amplo:</p><p>Podemos definir o fato jurídico, em sentido amplo, como sendo todo acontecimento, natural ou humano, que por corresponder ao modelo configurado pela norma jurídica implica consequências de direito, a atribuição de direitos e deveres.</p><p>Este é um conceito extremamente variado. E por isso, é útil classificar os factos jurídicos.</p><p>Facto em sentido estrito</p><p>fatos jurídicos em sentido estrito, são aqueles que independem da atuação humana, mas possuem repercussão no mundo jurídico. Podem ser divididos em ordinários (nascimento, morte, etc.) e extraordinários (terremoto, tempestade, caso fortuito ou força maior).</p><p>Classificação dos Factos Jurídicos</p><p>Este é um conceito extremamente variado. E por isso, é útil classificar os factos jurídicos.</p><p>Facto Jurídico Natural: Quando tem origem num efeito da natureza. Se o facto jurídico, em sentido amplo, abrange tanto os acontecimentos naturais como as ações humanas, que se revelam importantes para o equilíbrio social, quando se trata de acontecimentos oriundos das forças da natureza, cuja ocorrência não depende da vontade humana, ou esta só concorre indiretamente (como no nascimento), temos o facto jurídico natural.</p><p>Na verdade, o facto natural produz, às vezes, consequências de direito, criando, modificando ou extinguindo direitos e obrigações, por assim estar previsto na norma. Por exemplo: O simples decurso do tempo, que pode extinguir direitos; uma inundação que pode transportar porções de terra de uma para a outra margem do rio, alterando assim relações de propriedade; a queda ocasional de um objeto que produza ferimentos em um transeunte; a investida de um animal contra uma pessoa ocasionando-lhe dano poderá operar consequências de direito, determinando a responsabilidade civil do dono para com a vítima; o nascimento de uma criança é um fato biológico que implica situações jurídicas, como a existência de uma pessoa, sendo-lhe atribuídos direitos e deveres, ainda que não os possa exercer pessoalmente; já antes do nascimento, o facto biológico da gestação tem a sua repercussão no mundo jurídico através das leis protetoras do nascituro; a morte é outro facto natural, cuja ocorrência importa em consequências de direito; uma doença que positive a invalidez perante a instituição previdenciária é também exemplo de facto jurídico gerado por forças naturais.</p><p>Facto Jurídico Humano: quando tem origem na ação do homem. Em princípio os factos naturais não produzem efeitos jurídicos (são neutros), mas nem sempre é assim. Ex: uma inundação que destrói uma loja que tem um contrato de seguro que prevê as inundações. Pelo contrário as ações humanas são quase todas produtoras de efeitos jurídicos.</p><p>Facto Jurídico Voluntário: O facto jurídico voluntário é todo e qualquer acontecimento decorrente da vontade humana, ao qual a norma jurídica confere consequências de direito, quer haja ou não a intenção precípua de ocasionar efeitos jurídicos. O facto, então, não é mero acontecimento natural, mas, ao contrário, algo que se prende à deliberação volitiva do homem. É uma ação humana.</p><p>O facto jurídico voluntário pode ser lícito, ou seja, praticado em conformidade com a regra jurídica; ou ilícito, quando em desacordo com ela, violando direito ou causando dano a alguém. Do ato ilícito resultam consequências de direito (a reparação do dano causado), não apenas o ato lícito mas também o ato ilícito devem ser considerados jurídicos. Ambos são, pois, espécies de factos jurídicos voluntários.</p><p>Factos jurídicos constitutivos: Fazem surgir uma situação jurídica por: Aquisição originária – era um nada jurídico e passa a ser uma situação (constituição);</p><p>Aquisição derivada – era uma situação e através de um contrato passou a ser outra (transmissão). Ex: compra e venda – a aquisição de quem compra e a extinção para quem vende. Factos jurídicos modificativos – alteram uma situação jurídica préexistente. Ex: alteração de um contrato.</p><p>Tal modificação pode ser: objetiva: modificação do objeto (alteração do contrato por alteração das circunstâncias); ou o Subjetiva: modificação nos sujeitos daquela situação jurídica. Tal modificação pode ocorrer por: Transmissão: o seu conteúdo bém pode ser alterado; ou Sucessão: o seu conteúdo não pode ser alterado. Facto jurídico extintivo – provocam o desaparecimento de uma situação jurídica antes existente. Ex: divórcio.</p><p>Que tipo de situações é suscetível de criar: Pessoais Obrigacionais reais, Familiares Sucessórios. Nota: O mesmo facto pode produzir vários efeitos. Ex: pode produzir efeitos reais e obrigacionais – contrato. É uma classificação formal.</p><p>Ato jurídico Art. 295</p><p>O Ato jurídico, considerado como manifestação da vontade humana (por exemplo, um voto, um contrato). É o comportamento voluntário de uma pessoa, singular ou coletiva, ao qual o Direito reconhece relevância.</p><p>Dentro do domínio dos actos jurídicos é possível distinguir o ato jurídico stricto sensu e o negócio jurídico.</p><p>O ato jurídico em sentido estrito, ou simples, corresponde à situação em que o agente tem liberdade de optar quanto à acção mas não tem vontade negocial. É o caso de inúmeros actos notariais ou da confissão do réu em tribunal.</p><p>Ato jurídico em sentido estrito:</p><p>O ato jurídico em sentido estrito, ou simples, corresponde à situação em que o agente tem liberdade de optar quanto à acção mas não tem vontade negocial. É o caso de inúmeros actos notariais ou da confissão do réu em tribunal.</p><p>É valorizada a vontade do agente de praticar o ato – há liberdade de celebração, mas os efeitos produzem-se independentemente da vontade do sujeito, porque a lei assim o determina (ex lege) – não de estipulação (não pode escolher os efeitos). Tem mais relevância nas áreas em que os espaço de liberdade das partes é menor (Ex: dto. Da família). São muito diversificados. Pode corresponder comunicações de ciência – comunicações de conhecimentos que não tem como objetivo o negócio.</p><p>Negócio jurídico: O negócio jurídico corresponde à situação em que o agente visa produzir certos efeitos, mais ou menos, precisos. Há, agora, uma dupla liberdade de opção: quer quanto à actuação, quer quanto à obtenção de determinados efeitos jurídicos em resultado dessa actuação. E, paradigmaticamente, o caso dos contratos. Negócio jurídico é a valorizada vontade de praticar o ato e com ele produzir efeitos; tem liberdade de celebração (praticar ou não o ato) e de estipulação (modelar os seus efeitos). Ação Humana Na base destes fenómenos encontra-se a ação humana.</p><p>Para o prof. Menezes Cordeiro as ações humanas são: Atos jurídicos em sentido estrito quando dispensam de finalidade; e Negócios jurídicos quando antecipam um fim. Este conceito de ação sofreu uma evolução histórica passando por uma teoria naturalista, normativista e por</p><p>fim finalista.</p><p>· Acepção naturalista: modificação do mundo exterior por efeito da vontade de alguém;</p><p>· Acepção normativista: na ação assiste-se a uma afirmação ou negação de valores – aceção de raiz penal;</p><p>· Acepção finalista: a ação é final porque o agente, consubstanciando o fim que visa atingir põe, na persecução deste, as suas possibilidades. Hans Welzel, Manuel Gomes da Silva.</p><p>Negócio Jurídico Art. 295.</p><p>O negócio jurídico é a categoria mais rica, quando se fala no mesmo no fundo julgamos 2 valores:</p><p>· Grau de liberdade do agente: refere-se à capacidade de escolher e negociar os termos do negócio jurídico.</p><p>· Vontade do sujeito: aquilo que não puder ser reconhecido como negócio jurídico será classificado como ato jurídico. Esta é uma definição difícil na prática.</p><p>O Papel da Vontade – teorias</p><p>Várias doutrinas foram sendo desenvolvidas, ao longo do tempo, sobre este tema. Savigny dizia que o negócio jurídico é um ato da vontade que visa certos efeitos. E o efeito produz-se porque o sujeito quer. Este é criticado porque, o direito não é um produto da vontade; é algo exterior que se impõe à vontade de cada um. Como é que se explica aos efeitos que se produzem e que a pessoa não pensou nem quis.</p><p>Uma alternativa a esta conceção excessivamente voluntarista é relacionar a vontade de um negócio jurídico com a obtenção de um fim – o o negócio jurídico é um ato de vontade que pretende atingir um fim. Esta conceção ultrapassa a crítica de que não é possível prever todos os efeitos.</p><p>Concepção oposta é ver no negócio jurídico uma espécie de norma privada – uma conceção normativista, como no prof. Dias Marques, que nos diz que as partes podem estipular os seus efeitos, autorregulando-se e prosseguindo os seus interesses. O contrato é lei entre as partes.</p><p>É como se fosse uma norma, mas em vez de ser geral e abstrata (heteroregulamentação) só se aplica às partes – é concreta No entanto, este entendimento não distingue negócio jurídico de ato jurídico e alguns consideram que esta conceção, obscurece o papel da vontade; recorre a um conceito por vezes mal dito para o direito – o interesse; e quando se fala em autorregulamentação estamos a limitar os efeitos às partes e há alguns negócios jurídicos que produzem efeitos para terceiros (ex: art. 443 e segs). Pode-se por fim, dizer que o negócio jurídico é um ato de autonomia privada. Esse ato desencadeia a constituição, modificação ou extinção de uma situação jurídica. Por ser um ato de autonomia privada implica os tais dois níveis de liberdade: celebração e estipulação.</p><p>Ato lícito e ilícito</p><p>Um ato é lícito quando é conforme a ordem jurídica, isto é, não contraria o direito. E é ilícito quando é desconforme a ordem jurídica – viola uma norma injuntiva. Esta ilicitude pode ter vários níveis.</p><p>Atos Jurídicos e Negócio Jurídico</p><p>Centremo-nos agora na distinção entre atos jurídicos em sentido estrito e negócios jurídicos. Historicamente, esta distinção foi difícil de implementar. Savigny tinha uma visão fácil quanto a esta distinção – tudo o que não for negócio jurídico é ato jurídico. O critério da relevância da vontade (vontade de praticar, ou de produzir certos efeitos) e é este critério que é trazido pelo prof. Manuel de Andrade.</p><p>Deve, contudo, ter-se uma leitura mais atual deste critério, porque ele não deve ser aplicado até à exaustão. Ex: dizer-se como Savigny, que se há um negócio quando as partes querem praticar o ato e têm presentes todos os seus efeitos é um pouco ficção, porque há sempre coisas que as partes não preveem. É uma distinção criticada pelo prof. Menezes Cordeiro que leva este critério até à exaustão.</p><p>A regente defende que é uma distinção fundamental, mas gradativa; na verdade há atos jurídicos que são quase negócios e vice-versa; há efeitos que se produzem pela determinação da lei e não pela vontade das pessoas e não é por isso que deixa de ser negócio jurídico. As pessoas também não preveem todos os efeitos e por isso, podem não os querer. Acredita que esta distinção se pode fazer utilmente pelo critério do relevo da vontade das partes e pelo critério do grau de liberdade dos sujeitos.</p><p>Estrutura do Negócio Jurídico</p><p>Noções Gerais</p><p>· negócio jurídico envolve uma ou mais partes que deverão estar habilitadas para celebrá-lo;</p><p>· O negócio jurídico incide sobre uma realidade; um bem idóneo para este efeito;</p><p>· O negócio jurídico esta na disponibilidade das partes. Como tal, estas podem estabelecer o seu conteúdo, que deverá integrar sempre os elementos essenciais;</p><p>· A liberdade das partes não é total no que diz respeito ao conteúdo do negócio jurídico.</p><p>Modalidades do Negócio Jurídico estas classificações têm como objetivo saber quais as repercussões que os mesmos têm.</p><p>Negócios unilaterais e multilaterais/bilaterais/contratos:</p><p>O critério desta classificação é o critério das partes:</p><p>o número de partes do negócio.</p><p>Se apenas tiver uma parte é um negócio unilateral se tiver mais que uma é multilateral – é um contrato. Uma parte não é equivalente a pessoa, uma parte pode ter mais que uma pessoa. Também não é equivalente a declaração negocial – para o casal querer comprar uma casa os dois têm de declarar que o querem fazer, mas continuam a ser uma parte só. O que esta em causa é o critério do interesse, dizendo que parte é equivalente à titularidade de um determinado interesse.</p><p>Menezes Cordeiro defende que se relaciona com os efeitos do negócio, ou seja, se os efeitos são os mesmos – só B vende, mas C e D compram, C e D são uma só parte porque sobre eles recai o mesmo efeito. O consenso exprime a convergência de interesses em relação as partes. Ex: se eu tiver um testamento é um negócio unilateral; se eu celebrar um contrato de compra e venda é multilateral; se eu celebrar um contrato de doação é multilateral – há dois interesses um tem de doar e o outro tem de aceitar.</p><p>O negócio unilateral fica completo com a declaração negocial da sua única parte. Olhando para o exemplo do testamento – não é necessária a anuência dos futuros herdeiros para que o negócio fique completo – o negócio é completo com a declaração negocial do seu autor e este pode ser feito até anos antes da sua morte. Já no que toca à doação o negócio só fica completo com a declaração negocial do doador e do que irá receber a doação.</p><p>Mesmo nos negócios unilaterais em que há uma só parte este pode ter uma pluralidade de pessoas – tem várias declarações negociais, mas o interesse é só um. Art. 457 –</p><p>Critério de Tipicidade:</p><p>Nos negócios unilaterais só pode ser feito o que está previsto na lei. É diferente do critério da liberdade – pode ser feito tudo o que não é proibido por lei. Mafalda Boavida Quanto aos negócios multilaterais ou contratos utiliza-se o critério da liberdade (Art. 405). O processo de formação dos contratos é muito mais complexo que os do negócio unilateral, visto que, um tem muito mais declarações negociais do que o outro.</p><p>Os contratos precisão de uma proposta e uma aceitação e só aí surge o consenso e o negócio jurídico. à Exemplos: São unilaterais: o testamento (art. 2179 nº1); a renuncia (art. 1476 nº 1 e); ou a conformação (art. 288). São multilaterais: a compra e venda (art. 874); a doação (art. 940), a sociedade (art. 980) ou o casamento (art. 1577).</p><p>Dentro dos contratos temos subclassificações:</p><p>Contratos sinalagmáticos: a posição das partes é absolutamente correspetiva; uma das obrigações depende da obrigação da outra parte. ex: no contrato de compra e venda aquele que é vendedor por um lado tem o dever de entregar um bem e por outro tem a posição de credor do preço, o comprador é o oposto; podem ser assinalados como bilaterais para assinalar esta correspetividade de obrigações;</p><p>Contratos não sinalagmáticos: uma tem uma posição ativa e a outra passiva. Ex: na doação uma tudo beneficia e a outra tudo deve – e uma disposição de património a título gratuito.</p><p>Contratos monovinculantes (só obriga uma das partes – ex: contrato promessa) e bivinculantes (obriga ambas as partes).</p><p>Negócios intervivos e mortis causa:</p><p>Os negócios intervivos são concebidos</p><p>para produzirem efeitos em vida dos seus autores e os negócios mortis causa são concebidos para produzirem efeitos por morte de um deles (testamento – art. 2179 – ou pactos sucessórios – 1700).</p><p>Nota: não são de classificar como mortis causa todos os negócios que envolvem a morte de alguém. Só os que produzem efeitos com a morte de alguém. O contrato de seguro de vida não é um negócio mortis causa porque ainda que produza efeitos após a morte o segurado vai beneficiando de regalias em vida.</p><p>Negócios consensuais e formais:</p><p>O critério desta classificação é a sujeição ou não de um negócio a uma forma especial (registo, escritura pública, etc.). Hoje em dia é permitido que as pessoas criem um negócio da forma que quiserem, alguns a lei não obriga a forma especial art. 219.</p><p>Um negócio é formal quando para se realizar necessita de uma forma especial. Ex: um contrato de compra de um imóvel só se concretiza com a escritura do mesmo.</p><p>3 razões para que a lei exija que o negócio seja formal:</p><p>· à Publicidade: para que as pessoas saibam que ele foi realizado;</p><p>· à Importância económica dos bens que constituem o negócio;</p><p>· à Favorecer a maior reflexão. Um negócio consensual é aquele que se forma com um simples acordo entre as partes. Um negócio formal em que não se siga a sua forma especial é um negócio nulo (Art. 220).</p><p>Negócios obrigacionais reais familiares e sucessórios:</p><p>O Critério utilizado para distinguir entre estes dois tipos de negócios é o do efeito do negócio jurídico. O efeito é obrigacional quando do negócio resulta uma obrigação (ex: compra e venda; arrendamento; mandato; prestação de serviços; é real quando dele resulta a transmissão da titularidade de um bem; familiar quando reporta à família (ex: casamento; filiação, adoção); e sucessório quando se relaciona com uma constituição, modificação ou extinção de caráter sucessório (ex: testamento).</p><p>Esta classificação não é rigorosa existem negócios que produzem mais do que um efeito. Ex: compra e venda tem efeitos obrigacionais e reais.</p><p>De acordo com o prof. Menezes Cordeiro e a prof. Palma Ramalho esta classificação deve ser considerada como uma formalidade que poderá ou não ser exigida nas declarações relativas a negócios formais</p><p>Negócios típicos e atípicos:</p><p>Um negócio é típico quando a sua regulamentação consta da lei e é atípico quando tal não acontece. Podem ainda existir negócios mistos em que o geral consta na lei, mas algumas particularidades do mesmo não. Art. 405.</p><p>Negócios nominados e inominados: São nominados os negócios aos quais a lei atribui um nome – contrato compra e venda, testamento, etc. – e inominados aqueles aos quais a lei não atribui nome. À partida todos os negócios são nominados.</p><p>Negócios gratuitos e onerosos: Um negócio é oneroso quando implique esforços económicos para ambas as partes, em simultâneo e com vantagens correlativas (Ex: contrato de compra e venda – Art’s. 874). Pelo contrário, um negócio é gratuito quando apenas uma das partes obtém vantagem com o negócio (Ex: doação – Art’s. 940). Existem situações em que o negócio é gratuito, mas não totalmente – doações onerosas ou modais (art. 963) – o doador dispõe do seu património, mas impõe algo à outra parte.</p><p>Negócios causais e abstratos:</p><p>Os negócios causais são aqueles em que a causa é relevante para o respetivo regime e, como tal pode ser invocada como fundamento de pretensões ou exceções ao direito material.</p><p>Os negócios abstratos são aqueles em que, ao contrário, a causa é irrelevante e, como tal, não pode ser atendida nem constituir fundamento de pretensões ou exceções. Ex: se alguém quiser demandar outra pessoa para que pague 1000, não basta afirmar que é credor dessa importância, tem de explicar que essa quantia lhe é devida por via de um contrato, comprovando-o ou a título de indemnização, demonstrando os respetivos pressupostos. A pretensão tem de ser acompanhada pela fonte para que passe do abstrato para o causal. Em regra, as obrigações são sempre causais, no direito português. Nota: Dos negócios abstratos há que distinguir os negócios presuntivos de causa – art. 458 nº 1: se alguém, por simples declaração unilateral, prometer uma prestação ou reconhecer uma divida (A escreve num papel que deve x a B), sem indicação da respetiva caus, fica o credor (B) dispensado de provar a relação fundamental, cuja existência se presume até prova em contrário.</p><p>Negócios de administração e de disposição:</p><p>O critério de distinção é o modo como a situação jurídica a que se reporta o negócio é afetada por esse mesmo negócio. Ou seja, um negócio é de administração não atinge em profundidade uma esfera jurídica, mas um negócio de disposição atinge. Ex: a venda de um automóvel pode ser um ato de administração para o stand que tem inúmeros automóveis e de disposição para o cidadão comum. Arrendar uma casa é de administração, mas vender é de disposição.</p><p>Formação do Negócio Jurídico Declaração Negocial</p><p>A formação do negócio como um processo Conjunto de atos encadeados e que são desenvolvidos em atenção a um determinado fim. A formação do negócio envolve um processo, um encadeamento de atos. Pensar na formação do negócio como um processo trás várias vantagens: Explica o facto de o negócio poder ser celebrado de modo muito rápido; ex: ir buscar um café ao bar.</p><p>Mas pelo contrário pode envolver a prática de um conjunto de atos que levam tempo e podem ate implicar negócios preparatórios. Ex: contrato de compra e venda de uma casa que envolve um contrato promessa; Fica explicado que durante este processo negocial as partes também têm deveres a cumprir, nomeadamente, assegurar que a vontade da outra parte se forma naturalmente. Art. 227; Þ Estes atos estão destinados finalisticamente.</p><p>Reflete o princípio da autonomia privada e a sua expressão na liberdade de celebração e de estipulação. Nota: ter em atenção que em Direito ouve-se muito falar em processo noutra aceção, por exemplo, processo penal, processo civil, etc. Declarações de vontade ou negociais e declarações de ciência</p><p>A declaração pode ser apenas uma ou serem várias dependendo de estarmos perante um negócio unilateral ou multilateral, respetivamente. A declaração negocial trata-se da parte mais importante do negócio Art. 217 do CC .</p><p>No entanto, é importante notar que a opção do código civil de estruturar o negócio jurídico a partir da declaração é excessivamente abstrata. Isto porque, maior parte dos negócios têm mais de uma parte, logo mais de uma declaração. O que importa, na verdade, é o conjunto de declarações. A declaração negocial não está definida no código. Em todo o caso, retiramos (nós, interpretes) do art. 217 alguns aspetos importantes para chegar à sua definição. É importante ter em conta que existem dois tipos de declarações: Declarações de vontade; Declarações de ciência: são meramente informativas.</p><p>Conclusão sobre Fato Jurídico</p><p>O estudo do fato jurídico revela a base fundamental do Direito, pois é a partir dele que nascem, modificam-se e extinguem-se relações jurídicas. A compreensão clara e precisa desse conceito é essencial para a prática e a teoria jurídica, uma vez que ele serve como ponto de partida para a análise de direitos e deveres dos indivíduos na sociedade.</p><p>O fato jurídico não se limita aos acontecimentos naturais ou às ações humanas; ele envolve uma complexa rede de elementos que interagem com o ordenamento jurídico para produzir efeitos relevantes no mundo jurídico. Esses elementos podem ser divididos em fatos naturais, como nascimento e morte, e fatos humanos, como negócios jurídicos e atos ilícitos.</p><p>A correta qualificação de um evento como fato jurídico é de extrema importância para garantir a segurança jurídica e a previsibilidade das consequências legais. Isso se deve ao fato de que, a partir dessa qualificação, decorrem direitos e obrigações que afetam diretamente a vida dos cidadãos e a organização social.</p><p>Além disso, a interpretação e a aplicação dos fatos jurídicos devem estar em constante evolução, acompanhando as transformações sociais, tecnológicas e culturais. O desenvolvimento</p><p>de novas teorias e abordagens sobre o tema permite uma adaptação do Direito às novas realidades, garantindo a eficácia e a relevância do ordenamento jurídico.</p><p>Em suma, o fato jurídico constitui a espinha dorsal do Direito, sendo um conceito essencial para a manutenção da ordem e da justiça. Seu estudo contínuo e aprofundado é fundamental para o aprimoramento das práticas jurídicas e para a proteção dos direitos dos indivíduos na sociedade contemporânea.</p><p>Top of Form</p><p>Referencias Bibliográficas</p><p>Bottom of Form</p><p>2</p><p>image1.png</p><p>image2.wmf</p>