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<p>Bioquímica Clínica - Farmácia</p><p>2º bloco</p><p>Prof.ª Adalgisa Wiecikowski, MSc</p><p>Laboratório de Química Clínica</p><p>Serviço de Patologia Clínica (SPC/DMD)</p><p>Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF)</p><p>Universidade Federal do Rio de Janeiro</p><p>Ramal: 2672</p><p>adalgisa@hucff.ufrj.br</p><p>Função hepática</p><p>HEPATOGRAMA E AVALIAÇÕES COMPLEMENTARES</p><p>Fígado</p><p>Maior glândula e segundo maior órgão</p><p>Peso aproximado 1,5kg</p><p>Situado no quadrante superior direito da</p><p>cavidade abdominal</p><p>Dividido em quatro lobos: esquerdo,</p><p>direito, quadrado e caudado</p><p>Região superior e arredondada inserida</p><p>no domo do diafragma</p><p>Anatomia e Histologia do fígado</p><p>Revestido por tecido conjuntivo</p><p>(cápsula de Glisson)</p><p>Lobos se organizam em lóbulos</p><p>Grande suprimento vascular – todo o</p><p>sangue entra em íntimo contato com</p><p>os hepatócitos</p><p>Funções do Fígado</p><p>Atividade sintética</p><p>Armazenamento</p><p>Desintoxicação e metabolismo de fármacos</p><p>Função exócrina</p><p>Atividade sintética</p><p>Principal órgão de síntese de vários compostos biológicos: proteínas, carboidratos e</p><p>lipídeos</p><p>Metabolismo de carboidratos: glicogênio é sintetizado e armazenado no fígado a</p><p>partir da glicose ingerida. Também realiza a reconversão do glicogênio em glicose e</p><p>gliconeogênese. Faz a conversão de outras hexoses em glicose.</p><p>Maioria das proteínas plasmáticas é sintetizada no fígado: albumina, fibrinogênio,</p><p>α1-antitripsina, haptoglobina, transferrina, α-fetoproteina, protrombina, C3.</p><p>Atividade sintética</p><p>Desaminação do glutamato que é convertido em ureia.</p><p>Síntese das lipoproteínas plasmáticas VLDL e HDL, conversão do acetil-CoA em</p><p>ácidos graxos, TG e colesterol. Sítio de remoção dos QM remanescentes,</p><p>metabolismo do colesterol em ácidos biliares.</p><p>Somatomedina e angiotensina</p><p>Síntese de enzimas, principalmente relacionadas a depuração e desintoxicação</p><p>Armazenamento</p><p>Glicogênio</p><p>Vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K)</p><p>Vitaminas hidrossolúveis (B12)</p><p>Ferro, cobre e outros metais</p><p>Desintoxicação e metabolismo de moléculas</p><p>Depuração metabólica de hormônios</p><p>Sistema microssomal de metabolização de fármacos – biotransformação</p><p>Oxidação, redução, hidrólise, hidroxilação, carboxilação, metilação, conjugação →</p><p>transformando compostos em moléculas mais solúveis a fim de facilitar sua eliminação</p><p>renal</p><p>Função exócrina</p><p>Secreção da bile – ésteres de bilirrubina, ácidos, sais biliares e colesterol</p><p>Os sais atingem o intestino quando a vesícula biliar contrai após cada refeição</p><p>Exames para avaliação da função hepática</p><p>Hepatograma Clássico</p><p>Albumina</p><p>ALT/TGO</p><p>AST/TGP</p><p>Bilirrubinas</p><p>Fosfatase alcalina</p><p>Gama Glutamil-transferase (GGT)</p><p>Exames para avaliação da função hepática</p><p>Exames complementares</p><p>Tempo de protrombina (TAP)</p><p>Ácidos biliares séricos</p><p>Amônia</p><p>α1-antitripsina, α –fetoproteína,</p><p>ceruloplasmina</p><p>Ferro e ferritina</p><p>Imunoglobulinas e eletroforese de proteínas</p><p>séricas</p><p>Hepatograma Clássico</p><p>Albumina</p><p>ALT/TGO</p><p>AST/TGP</p><p>Bilirrubinas</p><p>Fosfatase alcalina</p><p>Gama Glutamil-transferase (GGT)</p><p>Outros exames</p><p>Marcadores sorológicos</p><p>Hepatite A (anti-HAV IgG/IgM)</p><p>Hepatite B (HbsAg, anti-HBC IgG/IgM,</p><p>anti-Hbs, anti-Hbe)</p><p>Hepatite C (anti-HCV)</p><p>Hepatite D</p><p>Hepatite E</p><p>Exames hematológicos</p><p>Hemograma + reticulócitos</p><p>Enzimas eritrocitárias</p><p>Hemoglobinas anormais</p><p>Fatores de coagulação</p><p>Bilirrubinas</p><p>Hemácias antigas → alteração na membrana → macrófagos (baço, fígado e medula)</p><p>Protoporfirina → Biliverdina → Bilirrubina</p><p>Bilirrubina não-conjugada (indireta): apolar, insolúvel e transportada ligada a</p><p>albumina</p><p>Bilirrubina conjugada (direta): conjugada com ácido UDP-glicurônico, polar, solúvel em</p><p>água, excretado do hepatócito como bile</p><p>A excreção da bilirrubina é fase limitante do processo.</p><p>Quase toda é eliminada nas fezes e uma pequena parte na urina.</p><p>Hiperbilirrubinemia</p><p>Concentrações maiores que 3mg/dL: icterícia clínica</p><p>Icterícia é o sinal mais precoce de problemas hepáticos.</p><p>Causas: aumento da produção da bilirrubina ou dificuldade da excreção hepática</p><p>Hiperbilirrubinemia predominantemente não conjugada</p><p>(indireta)</p><p>Também pode ser chamada de icterícia pré-hepática</p><p>Icterícia fisiológica do recém nascido</p><p>Anemia hemolítica</p><p>Síndrome de Crigler-Najjar</p><p>Síndrome de Gilbert</p><p>Fármacos</p><p>* Como ela é pouco solúvel pode atravessar a BHE e acumular no tecido nervoso</p><p>causando dano neurológico (Kernicterus)</p><p>Hiperbilirrubinemia predominantemente conjugada</p><p>(direta)</p><p>Disfunção hepatocelular aguda ou crônica:</p><p>1. Infecção</p><p>2. Inflamação sem infecção</p><p>3. Disfunção metabólica</p><p>4. Síndromes colestáticas hereditárias</p><p>Hiperbilirrubinemia predominantemente conjugada</p><p>(direta)</p><p>Doenças do fluxo biliar</p><p>1. Colestases intra-hepáticas</p><p>2. Obstrução extra-hepática</p><p>3. Doença inflamatória difusa</p><p>4. Doenças que interferem no fluxo biliar</p><p>Dosagem das bilirrubinas</p><p>Preparo do paciente: Jejum 8h</p><p>Amostra: soro obtido em jejum sem hemólise e lipemia. Soro deve ser mantido no escuro.</p><p>Validade da amostra 1 semana refrigerado protegido de luz</p><p>Método clássico: reação com ácido sulfanílico diazotado (1883)</p><p>Método enzimático: emprego da bilirrubina oxidase produzindo biliverdina. Redução da</p><p>absorbância pode ser dosada.</p><p>Valor de referência (adultos) - Total: 0,2 a 1,0 mg/dL</p><p>- Direta 0 a 0,2 mg/dL</p><p>Valores em recém nascidos: 2 a 14 mg/dL (dependendo da idade)</p><p>Fosfatase Alcalina</p><p>Enzima relativamente inespecífica</p><p>Amplamente distribuída – mucosa do intestino delgado, canalículos biliares, túbulos</p><p>renais, baço, ósseos, leucócitos e placenta</p><p>No fígado está localizada na membrana celular que une a borda sinusoidal das</p><p>células parenquimais aos canalículos biliares.</p><p>Hiperfosfatesemia alcalina</p><p>Doença hepatobiliar:</p><p>1. Obstrução extra-hepática das vias biliares</p><p>2. Lesões expansivas</p><p>3. Hepatites virais e cirrose</p><p>4. Fármacos</p><p>Aminotransferases/Transaminases</p><p>Enzimas que catalisam a transferência reversível dos grupos amino de um aa para o</p><p>2-oxoglutarato, formando um cetoácido e ácido glutâmico</p><p>Tem papel fundamental na síntese e degradação dos aminoácidos.</p><p>São amplamente distribuídas nos tecidos</p><p>AST: miocárdio, fígado (mitocôndria e citoplasma), músculo esquelético e rins</p><p>ALT: fígado (citoplasma) e rins</p><p>Aumento das transaminases</p><p>Hepatites virais agudas</p><p>Cirrose</p><p>Mononucleose infecciosa</p><p>Colestase extra-hepática aguda (aumento progressivo conforme vai se tornando</p><p>crônico)</p><p>Outras causas: IAM, distrofia muscular progressiva, embolia pulmonar, pancreatite</p><p>aguda, ICC, outros problemas musculares.</p><p>Gama-Glutamil transpeptidase</p><p>Catalisa transferência de um grupo gama-glutamil de um peptídeo para outro.</p><p>Está envolvida no transporte de aa e peptídeos através das membranas celulares,</p><p>na síntese proteica e na regulação dos níveis de glutationa tecidual.</p><p>Encontrada no fígado, vias biliares, rins, intestino, próstata, pâncreas, pulmões,</p><p>cérebro e coração.</p><p>Aumento no soro tem origem, principalmente, do sistema hepatobiliar (se torna mais</p><p>específica)</p><p>Útil no diagnóstico diferencial entre desordens hepáticas e do trato biliar</p><p>Aumento de GGT</p><p>Obstrução intra e extra hepática</p><p>Doenças relacionadas ao alcool</p><p>Hepatite infecciosa</p><p>Neoplasias</p><p>Esteatose hepática</p><p>Fármacos</p><p>Fibrose cística</p><p>LES</p><p>Hipertireoidismo</p><p>Dosagens de enzimas</p><p>Meio de reação deve conter concentração conhecida de substrato de enzima</p><p>Produto final deve ser quantificável por metodologia preferencialmente fotométrica</p><p>Resultado indica atividade da enzima</p><p>Dosagem da fosfatase alcalina</p><p>Preparo do paciente: jejum 8h</p><p>Amostra: soro ou plasma heparinizado. Livre de hemólise.</p><p>Método: Enzimático (vários substratos podem ser empregados)</p><p>α-naftolmonofosfato → α-naftol (leitura 340nm)</p><p>4-nitrofenilfosfato → 4-nitrofenóxido (leitura 405nm)</p><p>Valores de referência - Homens adultos: 53 a 128 U/L</p><p>- Mulheres adultas: 42 a 98 U/L</p><p>Dosagem de AST e ALT</p><p>Não é necessário preparo do paciente</p><p>Amostra: soro livre de hemólise</p><p>Método enzimático:</p><p>Valores de referência – AST: 5 a 34 U/L</p><p>- ALT: 6 a 37 U/L</p><p>Leitura: 340nm</p><p>É observada a redução da</p><p>absorbância</p><p>Dosagem de GGT</p><p>Preparo do paciente:</p><p>Jejum 8 horas e sem ingestão de álcool por 24h</p><p>Amostra: soro ou plasma livres de hemólise</p><p>Método enzimático:</p><p>γ-glutamil-p-nitroanalida + glicilglicina → γ-glutamilglicilglicina + p-nitroanilina (leitura 405nm)</p><p>Valores de referência – Homens: 5 a 38 U/L</p><p>- Mulheres: 8 a 55 U/L</p><p>Proteínas totais</p><p>Maioria das proteínas plasmáticas é sintetizada pelo fígado</p><p>Desempenham funções de transporte, manutenção da pressão oncótica,</p><p>tamponamento, imunidade humoral, atividade enzimática, coagulação e resposta de</p><p>fase aguda.</p><p>Hiperproteinemia: desidratação, mieloma múltiplo, cirrose, hepatite crônica, LES,</p><p>infecção bacteriana crônica</p><p>Hipoproteinemia: aumento do volume plasmático, perda renal, queimaduras graves,</p><p>distúrbios de síntese proteica</p><p>Dosagem de proteínas plasmáticas</p><p>Preparo do paciente: Não deve ingerir dieta rica em gorduras 8h antes do teste, devem ser</p><p>suspendidas as medicações que possam interferir no teste</p><p>Amostra: soro livre de hemólise e lipemia</p><p>Método mais empregado: Biureto (na presença de Cu2+ forma composto colorido violeta que</p><p>pode ser quantificado por espectrofotometria)</p><p>Valores de referência – Adultos: 6 a 7,8 g/dL</p><p>Albumina</p><p>Representa cerca de 60% das proteínas plasmáticas totais</p><p>Sintetizada majoritariamente pelas células do parênquima hepático, em velocidade</p><p>dependente da pressão oncótica coloidal e pela ingestão proteica.</p><p>Funções principais: manutenção da pressão oncótica, transporte e armazenamento</p><p>Hiperalbuminemia (raro): Carcinoma metastásico, desidratação, diarreia, LES,</p><p>gravidez.</p><p>Hipoalbuminemia</p><p>Redução da síntese: cirrose</p><p>Ingestão inadequada de proteínas</p><p>Perda proteica extravascular</p><p>Queimaduras extensas</p><p>Hemodiluição: ascite, ICC, pressão oncótica aumentada (aumento de globulinas</p><p>séricas – hepatite, mieloma; infusão de colóides)</p><p>Analbuminemia: ausência congênita de albumina</p><p>Exames associados a hipoalbuminemia</p><p>Redução da contagem de linfócitos e ureia sérica: desnutrição</p><p>Elevação da PCR: processo inflamatório</p><p>Proteinúria > 3g/d: síndrome nefrótica</p><p>Função hepática: cirrose</p><p>Depuração da a1-antitripsina: má absorção perdedora de proteínas</p><p>Eletroforese de proteínas séricas: detecção de hipergamaglobulinemia</p><p>Dosagem de albumina</p><p>Preparo do paciente: Não deve ingerir dieta rica em gorduras 48h antes do teste, devem ser</p><p>suspendidas as medicações que possam interferir no teste</p><p>Amostra: soro. Postura e estase prolongada podem causar aumento na albumina sérica</p><p>Método mais empregado: Verde de bromocresol (na presença de albumina esse corante sofre desvio</p><p>na sua absorbância máxima)</p><p>Valores de referência – Homens adultos: 3,5 a 4,5 g/dL</p><p>– Mulheres adultas: 3,7 a 5,3 g/dL</p><p>- Recém nascidos: 2,8 a 5,0 g/dL</p><p>- Idosos: 3,4 a 4,8 g/dL</p><p>Eletroforese</p><p>Técnica analítica que baseia-se na</p><p>separação de moléculas através da</p><p>aplicação de carga elétrica sobre</p><p>elas.</p><p>DNA, RNA ou proteínas</p><p>Matriz: Agarose, poliacrilamida...</p><p>Migração através dos polos</p><p>Gel de eletroforese de proteínas séricas</p><p>Cromatograma normal</p><p>Cromatogramas alterados</p><p>Cromatogramas alterados</p><p>Cromatogramas alterados</p><p>Cromatogramas alterados</p><p>Obrigada</p><p>PARA DÚVIDAS FALAR COM MONITORES DA DISCIPLINA OU</p><p>ENTRAR EM CONTATO POR E-MAIL</p>