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<p>DOENÇA DE</p><p>PARKINSON</p><p>Anna Brunello, Beatriz Volpini, Julia</p><p>Bento, Lara Vailões e Luiza Queirolo</p><p>FISIOPATOLOGIA</p><p>A doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa</p><p>crônica e progressiva, que decorre da morte dos neurônios</p><p>dopaminérgicos da substância nigra do encéfalo.</p><p>Há diminuição da transmissão dopaminérgica nos gânglios da</p><p>base e afeta os sistemas dos neurotransmissores colinérgicos,</p><p>da serotonina e da noradrenalina.</p><p>A degeneração de neurônios dopaminérgicos aumenta o</p><p>estresse oxidativo, o que pode levar a uma disfunção celular.</p><p>Apresenta sinais típicos como: rigidez, tremor, bradicinesia e</p><p>instabilidade postural.</p><p>Além disso, disfunções cognitivas, alterações de</p><p>sensibilidade, incontinência urinaria, disfunção sexual,</p><p>distúrbios do sono e reflexos profundos hiporesponsivos,</p><p>disfagia, problemas para deglutição, entre outros.</p><p>Ainda não é bem compreendida, pode ser devido a</p><p>ocorrência de múltiplos fatores associados a causas</p><p>ambientais e genéticas.</p><p>Além disso, a doença ainda não possui cura e para os</p><p>sintomas são administrados medicamentos</p><p>precursores da dopamina.</p><p>ETIOLOGIA</p><p>Pode ocorrer em pessoas com mais de 50</p><p>anos ou em idades mais jovens, afetando</p><p>cerca de 1% da população dos Estados Unidos</p><p>e Europa acima dos 60 anos.</p><p>EPIDEMIOLOGIA</p><p>A estimativa de prevalência da doença: de 31 a 328</p><p>casos por 100 mil indivíduos e baseia-se em</p><p>critérios de diagnóstico clínico.</p><p>No Brasil, havia 220 mil portadores da doença</p><p>em 2005 (Associação Brasil Parkinson). Na</p><p>população geral as estatísticas revelam</p><p>prevalência de 100 a 150 casos para 100 mil</p><p>habitantes e a cada ano ocorrem 20 novos</p><p>casos por 100 mil habitantes (LIMONGI, 2001)</p><p>Estudos pelo Ministério da Saúde,</p><p>realizados entre 2016 e 2020,</p><p>relataram que o maior número de</p><p>internação eram indivíduos do sexo</p><p>masculino na faixa etária entre 60 e 79</p><p>anos da região Sudeste do Brasil.</p><p>Nos óbitos, observou-se maior registro</p><p>no ano de 2016 e não houve</p><p>discrepância entre os sexos.</p><p>As principais implicações nutricionais da DP são:</p><p>diminuição do peso, redução do apetite, dificuldade de</p><p>mastigação e de deglutição.</p><p>Por isso, a dietoterapia deve ser voltada para: melhorar a</p><p>capacidade de alimentação, garantir a ingestão calórica, e</p><p>a hidratação adequada, tratar disfunções do sistema</p><p>gastrointestinal e preservar as funções fisiológicas pelo</p><p>maior tempo possível.</p><p>DIETOTERAPIA</p><p>A terapia nutricional individualizada ajuda a</p><p>minimizar os efeitos colaterais dos medicamentos.</p><p>É importante considerar a ingestão e o</p><p>fracionamento proteico, já que a levedopa,</p><p>medicamento comum para tratamento, compete</p><p>com a proteína pelo mesmo sítio de transporte</p><p>gastrointestinal.</p><p>Recomenda-se a ingestão do</p><p>medicamento 30 a 60 minutos antes</p><p>das refeições para melhorar sua</p><p>biodisponibilidade.</p><p>Estudos relatam que uma introdução</p><p>de uma dieta pobre em proteínas</p><p>(0,8g/kg/dia) resultaram em um modo</p><p>de ação da levedopa mais potente, o</p><p>que reduziu as flutuações motoras.</p><p>Porém, baixos níveis proteicos também podem</p><p>piorar o quadro da doença por perda de peso e</p><p>massa muscular.</p><p>É essencial a redistribuição proteica diária e a</p><p>administração de maior ingestão de proteínas</p><p>no período noturno (níveis de flutuações</p><p>motoras são menores).</p><p>É recomendado o</p><p>consumo de proteínas de</p><p>alto valor biológico e a</p><p>restrição dos de baixo valor</p><p>biológico.</p><p>As vitaminas B12 e ácido fólico ajudam</p><p>a converter a homocisteína em</p><p>metionina e atuam no ciclo da</p><p>depuração da homocisteína. Isso é</p><p>importante para proteger o sistema</p><p>nervoso central, que é essencial para a</p><p>função motora e cognitiva.</p><p>Dessa forma, se ocorrer déficit de tais</p><p>vitaminas ocorre um aumento da</p><p>homocisteína plasmática, a qual</p><p>também tem seus níveis aumentados</p><p>pela administração da levedopa,</p><p>levando a um quadro de hiper-</p><p>homocisteinemia.</p><p>A piridoxina (B6) é responsável pela</p><p>conversão da metionina em homocisteína,</p><p>também atuando como cofator, assim</p><p>alimentos fontes devem ser evitados em</p><p>tratamento apenas com levedopa.</p><p>Recomenda-se o monitoramento, por</p><p>exames bioquímicos, dos níveis de B6, B12 e</p><p>folato.</p><p>A vitamina C (ácido ascórbico) tem</p><p>propriedades antioxidantes, por isso</p><p>apresenta efeitos neuroprotetores. O</p><p>consumo de alimentos fonte pode</p><p>proporcionar maior proteção contra a</p><p>neurotoxicidade, além de promover uma</p><p>redução do ph gástrico e auxiliar na</p><p>solubilidade de levedopa.</p><p>O consumo de carboidratos e lipídios deve seguir as</p><p>recomendações das DRI’s: 45-60% de CHO 20-35% de lipídios</p><p>distribuídos ao longo das refeições.</p><p>Quanto às fibras, a ingestão deve seguir a recomendação de 25-</p><p>30g/dia, para auxiliar no quadro de constipação, um dos efeitos</p><p>colaterais do principal medicamento e ainda influencia na</p><p>biodisponibilidade da levedopa, deixando a absorção mais</p><p>homogênea e suave.</p><p>A dieta deve ser equilibrada, evitando</p><p>alimentos processados e ultraprocessados,</p><p>com ingestão de sódio reduzida para diminuir</p><p>o risco de pressão alta.</p><p>Além disso, é de extrema importância atentar-</p><p>se ao consumo hídrico, mínimo 2L/dia, para</p><p>evitar a desidratação, mal-estar, estabilizar a</p><p>pressão arterial e melhorar na constipação.</p><p>RECOMENDAÇÕES DE</p><p>MICRONUTRIENTES:</p><p>Recomendações gerais para 50 anos ou</p><p>mais, para manter os níveis normais e</p><p>evitar complicações relacionado a</p><p>carência de algum.</p><p>- Ácido ascórbico (vitamina C): homens 90mg/dia</p><p>e mulheres 75mg/dia</p><p>- Tocoferol (vitamina E): 15mg/dia</p><p>- Retinol (vitamina A): homens 900mcg/dia e</p><p>mulheres 700mcg/dia</p><p>- Piridoxina (vitamina B6): homens 1,7mg/dia e</p><p>mulheres 1,5mg/dia</p><p>- Cobalamina (vitamina B12): 2,4mcg/dia</p><p>- Zinco: 11mcg/dia</p><p>- Cobre: 900mcg/dia</p><p>- Potássio: 4700mg/dia em média.</p><p>É importante monitorar os exames:</p><p>Zinco: os níveis podem diminuir no fluido cerebrospinal e</p><p>aumentar na substância negra, o que pode alterar a</p><p>homeostase de tal mineral e diminuir a produção de</p><p>dopamina.</p><p>Cobre: os níveis podem aumentar no plasma e nas células</p><p>vermelhas, como resposta inflamatória da doença.</p><p>EXAMES BIOQUÍMICOS:</p><p>Vitamina B12 e folato (B9): a levedopa diminui seus</p><p>níveis séricos, o que aumenta a homocisteína disponível</p><p>pela falta de conversão para metionina, podendo gerar</p><p>neurotoxicidade. Além disso, os baixos níveis de tais</p><p>vitaminas pode gerar demência, depressão e</p><p>polineuropatia.</p><p>Ferritina: é importante monitorar o estoque de ferro, o</p><p>excesso pode desencadear um estado de estresse e</p><p>lesão oxidativa. Os neurônios dopaminérgicos podem</p><p>ser afetados por serem vulneráveis às espécies reativas</p><p>de oxigênio.</p><p>Vitamina B6 (piridoxina) : acelera a transformação da</p><p>levedopa em dopamina antes de atingir o cérebro, por</p><p>isso é importante analisar seus níveis para que não</p><p>estejam aumentados.</p><p>Vitamina D: é importante acompanhar os níveis séricos</p><p>pela influência no metabolismo do cálcio e saúde dos</p><p>ossos, o que contribui para o diagnóstico do estado geral</p><p>do paciente.</p><p>PLANEJAMENTO ALIMENTAR</p><p>A terapia nutricional deve ser individualizada, de acordo com</p><p>condições especificas geradas pela doença.</p><p>É importante: fracionar as refeições ao longo do dia, atentar-</p><p>se a densidade calórica ofertada (já que ocorre redução do</p><p>apetite, náuseas, além de grande movimentação pela</p><p>discinesia) e a consistência da dieta por conta da disfagia.</p><p>PLANEJAMENTO ALIMENTAR</p><p>Deve-se equilibrar a quantidade de proteínas</p><p>em todas as refeições e uma vez priorizá-las a</p><p>noite, há diminuição das flutuações motoras que</p><p>podem ser causadas pela interação da levodopa</p><p>com a proteína</p><p>REFERÊNCIAS:</p><p>Dantas AMC, Frank AA, Soares EA. Vitaminas antioxidantes na Doença de Parkinson. Rev bras geriatr</p><p>gerontol [Internet]. 2008Jan;11(1):105–16. Available from: https://doi.org/10.1590/1809-</p><p>9823.2008.110110</p><p>A Alimentação na Doença de Parkinson [Internet]. Ufn.edu.br. 2023 [cited 2023 Nov 14]. Available from:</p><p>https://periodicos.ufn.edu.br/index.php/disciplinarumS/article/view/845/788</p><p>UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY Tipo do Documento</p><p>MANUAL Título do Documento MANUAL DE DIETAS DO SERVIÇO DE NUTRIÇÃO CLÍNICA [Internet]. 2022</p><p>[cited 2023 Nov 14].</p><p>MORAIS, Maite Barcelos, et al. Doença de Parkinson em idosos: ingestão alimentar e estado nutricional.</p><p>Revista brasileira de geriatria e gerontologia</p><p>Jamie M Sheard, Susan Ash, Peter A Silburn, and Graham K Kerr.</p><p>Prevalence of malnutrition in Parkinson's disease:a systematic review Nutrition Reviews 2011</p><p>Gulizar Madenci Sule Bilen Berna Arli Mustafa Saka Fikri Ak. Serum Iron, Vitamin B12 and Folic Acid</p><p>Levels in Parkinson’s Disease Neurochem Res 2012</p><p>Ministério da Saúde- PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS DOENÇA DE PARKINSON 2017</p><p>Fukunaga JY, Quitschal RM, Doná F, Ferraz HB, Ganança MM, Caovilla HH. Postural control in Parkinson's</p><p>disease. Braz j otorhinolaryngol [Internet]. 2014Sep;80(6):508–14. Available from:</p><p>https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2014.05.032</p><p>1.</p><p>Redação Nutritotal PRO. Doença de Parkinson: quais são os principais cuidados nutricionais? [Internet].</p><p>Nutritotal PRO. Nutritotal PRO; 2023 [cited 2023 Nov 15]. Available from:</p><p>https://nutritotal.com.br/pro/quais-sa-o-os-distaorbios-nutricionais-relacionados-com-a-doena-a-de-</p><p>parkinson/</p><p>REFERÊNCIAS:</p>

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