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<p>E-BOOK</p><p>PROCESSOS CONSTRUTIVOS</p><p>Cálculos de perdas construtivas</p><p>Apresentação</p><p>A construção civil é umas das atividades mais antigas e tradicionais executadas pelo ser humano.</p><p>Apesar do desenvolvimento de novas tecnologias e sistemas construtivos, a construção com</p><p>técnicas artesanais e com pouco (ou nenhum) controle de qualidade se faz bastante presente no</p><p>cotidiano do setor. Em função disso, a indústria da construção civil se caracteriza por, ainda,</p><p>apresentar alto índice de perdas durante os processos construtivos. O conhecimento das causas e</p><p>origens das perdas, pelo profissional responsável, é de fundamental importância para o controle e a</p><p>redução destas.</p><p>Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá o que são perdas construtivas, quais suas formas de</p><p>manifestação, causas e origens, bem como as formas de classificação destas. Além disso, verá como</p><p>quantificar as perdas construtivas.</p><p>Bons estudos.</p><p>Bons estudos.</p><p>Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p>Identificar a forma de manifestação, as causas e as origens das perdas construtivas.•</p><p>Classificar as perdas construtivas.•</p><p>Quantificar as perdas construtivas.•</p><p>Desafio</p><p>As perdas construtivas são, erroneamente, associadas exclusivamente ao desperdício de materiais.</p><p>Contudo, podem ser entendidas como qualquer ineficiência existente no processo de construção</p><p>de uma edificação e serem provenientes do uso inadequado de equipamentos, materiais, mão de</p><p>obra ou capital, os quais são utilizados, normalmente, em quantidades superiores às necessárias</p><p>para a execução da obra.</p><p>Você é o engenheiro responsável por uma obra e deve escolher entre três placas cerâmicas para o</p><p>revestimento do piso de uma garagem.</p><p>Acompanhe na imagem os dados do piso e das cerâmicas.</p><p>Desconsiderando o custo e a espessura do rejunte, determine:</p><p>a) A quantidade de peças que devem ser adquiridas (considere cada peça cortada como uma peça</p><p>inteira).</p><p>b) O custo referente à aquisição das peças necessárias.</p><p>c) A perda de material referente a cada uma das placas (considerando que as placas cortadas não</p><p>serão reaproveitadas) e o custo referente a essa perda.</p><p>d) De acordo com isso, indique a placa cerâmica que você escolheria e justifique sua resposta.</p><p>Infográfico</p><p>O alto índice de perdas na construção civil está relacionado, em parte, ao uso ainda comum de</p><p>processos construtivos artesanais ou pouco industrializados. A substituição destes por processos</p><p>construtivos industrializados aumenta o nível de racionalização da construção, diminuindo a</p><p>geração de resíduos e o impacto das perdas construtivas.</p><p>Acompanhe no Infográfico a seguir algumas substituições que podem ser realizadas por processos</p><p>construtivos civis convencionais por processos construtivos racionalizados.</p><p>Conteúdo do livro</p><p>As obras de engenharia civil são complexas, sendo constituídas por diferentes subsistemas</p><p>construtivos. Na execução de cada subsistema, diversos serviços são realizados e inúmeros</p><p>materiais são aplicados. A utilização de sistemas e processos construtivos artesanais e a falta de</p><p>gerenciamento das obras de construção civil resulta em um elevado nível de perdas de recursos</p><p>físicos e financeiros.</p><p>O engenheiro deve ser capaz de identificar as causas, as origens e as formas de manifestação das</p><p>perdas construtivas, podendo, assim, intervir de modo a reduzir ou eliminar a incidência dessas</p><p>perdas na própria obra ou em obras futuras.</p><p>Para saber mais, leia o capítulo Cálculos de perdas construtivas, que faz parte do livro Processos</p><p>Construtivos e é base teórica desta Unidade de Aprendizagem.</p><p>Boa leitura.</p><p>PROCESSOS</p><p>CONSTRUTIVOS</p><p>Diego da Luz</p><p>Adorna</p><p>Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094</p><p>P963 Processos construtivos / André Luís Abitante ... [et al.] ;</p><p>[revisão técnica: Shanna Trichês Lucchesi]. – Porto</p><p>Alegre : SAGAH, 2017.</p><p>271 p. : il. ; 22,5 cm.</p><p>ISBN 978-85-9502-224-9</p><p>1. Engenharia civil. 2. Processos construtivos.</p><p>CDU 624</p><p>Revisão técnica:</p><p>Shanna Trichês Lucchesi</p><p>Mestre em Engenharia de Produção</p><p>Professora do curso de Engenharia Civil</p><p>Processos construtivos_Impressa.indd 2 06/10/2017 16:28:50</p><p>PROCESSOS</p><p>CONSTRUTIVOS</p><p>Processos construtivos_Impressa.indd 1 06/10/2017 16:28:50</p><p>Cálculos de perdas</p><p>construtivas</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p> Identi� car a forma de manifestação, as causas e as origens das perdas</p><p>construtivas.</p><p> Classi� car as perdas construtivas.</p><p> Quanti� car as perdas construtivas</p><p>Introdução</p><p>A construção civil é umas das atividades mais antigas e tradicionais execu-</p><p>tadas pelo ser humano. Apesar do desenvolvimento de novas tecnologias</p><p>e sistemas construtivos, a construção com técnicas artesanais e com</p><p>pouco (ou nenhum) controle de qualidade se faz bastante presente no</p><p>cotidiano do setor. Em função disso, a indústria da construção civil ainda</p><p>apresenta alto índice de perdas durante os processos construtivos. O</p><p>conhecimento das causas e origens das perdas, pelo profissional respon-</p><p>sável, é de fundamental importância para o controle e a redução destas.</p><p>Neste capítulo, você estudará o que são perdas construtivas, quais</p><p>suas formas de manifestação, causas e origens, bem como suas formas</p><p>de classificação. Além disso, você aprenderá como quantificar as perdas</p><p>construtivas.</p><p>Perdas construtivas</p><p>As perdas estão presentes em todos os setores da indústria, podendo ser mais</p><p>ou menos signifi cativas, de acordo com suas características. Na construção</p><p>civil, elas podem ser bastante impactantes, em função da complexidade dos</p><p>produtos desenvolvidos pelo setor. Além disso, a utilização de técnicas arte-</p><p>Processos construtivos_U4_C16.indd 232 06/10/2017 13:32:22</p><p>sanais de construção, bem como o uso de mão de obra pouco qualifi cada, são</p><p>fatores que favorecem a aparição de perdas construtivas.</p><p>As perdas construtivas costumam ser erroneamente associadas apenas ao</p><p>desperdício de materiais. Contudo, elas podem ser entendidas como qualquer</p><p>ineficiência existente no processo de construção de uma edificação, podendo</p><p>ser provenientes do uso inadequado de equipamentos, materiais, mão de obra</p><p>ou capital — os quais normalmente são utilizados em quantidades superiores</p><p>àquelas necessárias para a execução da obra (FORMOSO et al., 1996 apud</p><p>ROSA, 2001).</p><p>Formas de manifestação, causas e origens das perdas</p><p>construtivas</p><p>As perdas construtivas podem se manifestar de diferentes formas em uma</p><p>obra de engenharia. A gestão de perdas construtivas, visando a sua redução,</p><p>demanda o conhecimento de suas causas e origens. Inicialmente, porém, faz-se</p><p>necessário apresentar as defi nições de causa e origem.</p><p> Causa: pode ser definida como o ato ou a razão imediata que permitiu</p><p>que determinada perda construtiva acontecesse.</p><p> Origem: pode ser definida como uma ineficiência anterior, que exigiu</p><p>a realização de determinado ato (causa), o qual resultou em uma perda</p><p>construtiva.</p><p>As definições de causa e origem podem ser mais bem compreendidas pela</p><p>análise da Figura 1.</p><p>233Cálculos de perdas construtivas</p><p>Processos construtivos_U4_C16.indd 233 06/10/2017 13:32:22</p><p>Figura 1. Manifestação, causa e origem das perdas construtivas.</p><p>Fonte: Adaptada de Souza (2005, p. 41).</p><p>No fluxograma, é apresentada, inicialmente, uma forma de manifestação</p><p>de perdas construtivas (entulho de blocos de concreto). O descarte e o entulho</p><p>decorrem do corte inadequado desse material (causa). Esse corte inadequado</p><p>dos blocos ocorre pela falta de capacitação do operário em realizá-lo (origem).</p><p>Em muitos casos, as perdas construtivas são inevitáveis, uma vez que são</p><p>consequência da técnica de construção aplicada em determinado serviço.</p><p>A gestão de perdas construtivas tem como objetivos a redução dos recursos</p><p>consumidos</p><p>básicos do modelo de processo da construção enxuta</p><p>(lean construction), bem como suas diferenças para o modelo de processo tradicional.</p><p>•</p><p>Elencar os princípios para a gestão de processos da construção enxuta e o conceito de perdas</p><p>nesse contexto.</p><p>•</p><p>Identificar as ferramentas aplicáveis ao planejamento e ao controle da produção na</p><p>construção civil.</p><p>•</p><p>Infográfico</p><p>O modelo que domina os processos na construção civil é chamado de modelo de conversão, pois</p><p>define a produção como um conjunto de ações denominadas atividades de conversão. Tais</p><p>atividades transformam insumos (materiais, informações, etc.) em produtos intermediários</p><p>(estruturas, alvenaria, revestimentos) ou no produto final (edificação).</p><p>O modelo de processo da construção enxuta admite que é por meio de um fluxo de materiais que</p><p>um processo é fundamentado. O modelo de processo tradicional apresenta apenas as atividades de</p><p>conversão ou o processamento, ou seja, atividades que agregam valor ao produto. Já no modelo de</p><p>processo da construção enxuta, tanto as atividades de pocessamento, quanto as atividades de fluxo</p><p>(que não agregam valor ao produto) são apresentadas.</p><p>Acompanhe no Infográfico a seguir um comparativo entre o modelo tradicional e a construção</p><p>enxuta.</p><p>Aponte a câmera para o</p><p>código e acesse o link do</p><p>conteúdo ou clique no</p><p>código para acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/6d260cc2-3641-4b84-92ca-449cfb4c9be5/f5779499-88fa-49b2-a0dc-577aa6203973.jpg</p><p>Conteúdo do livro</p><p>Construção enxuta, em inglês lean construction, é o nome dado a uma filosofia que vem sendo</p><p>aplicada nos processos da construção civil, tanto em nível de projeto e planejamento, quanto em</p><p>nível de execução de obras. As diferenças entre a produção enxuta e a filosofia gerencial tradicional</p><p>são, substancialmente, conceituais, sendo que a modificação mais importante é a introdução de</p><p>uma maneira diferente de compreender um processo.</p><p>O modelo de processo tradicional apresenta apenas as atividades de conversão ou processamento,</p><p>ou seja, atividades que agregam valor ao produto. Já no modelo de processo da construção enxuta,</p><p>tanto as atividades de processamento, quanto as atividades de fluxo (que não agregam valor ao</p><p>produto) são apresentadas. Nos processos na construção enxuta, a geração de valor é um aspecto</p><p>muito importante.</p><p>O conceito de valor está associado à satisfação do cliente, não estando ligado, diretamente, à</p><p>execução de um processo. Portanto, apenas quando as atividades de processamento transformam</p><p>matéria-prima em produtos demandados por clientes é que se diz que um processo gera valor.</p><p>Leia mais no capítulo Construção enxuta (lean construction), que faz parte do livro Processos</p><p>construtivos – base teórica desta Unidade de Aprendizagem.</p><p>Boa leitura.</p><p>PROCESSOS</p><p>CONSTRUTIVOS</p><p>Bianca Funk</p><p>Weimer</p><p>Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094</p><p>P963 Processos construtivos / André Luís Abitante ... [et al.] ;</p><p>[revisão técnica: Shanna Trichês Lucchesi]. – Porto</p><p>Alegre : SAGAH, 2017.</p><p>271 p. : il. ; 22,5 cm.</p><p>ISBN 978-85-9502-224-9</p><p>1. Engenharia civil. 2. Processos construtivos.</p><p>CDU 624</p><p>Revisão técnica:</p><p>Shanna Trichês Lucchesi</p><p>Mestre em Engenharia de Produção</p><p>Professora do curso de Engenharia Civil</p><p>Processos construtivos_Impressa.indd 2 06/10/2017 16:28:50</p><p>Construção enxuta</p><p>(lean construction)</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p> Reconhecer as de� nições e os conceitos básicos do modelo de</p><p>processo da construção enxuta (lean construction), bem como suas</p><p>diferenças para o modelo de processo tradicional.</p><p> Elencar os princípios para a gestão de processos da construção enxuta</p><p>e o conceito de perdas nesse contexto.</p><p> Identi� car as ferramentas aplicáveis ao planejamento e controle da</p><p>produção na construção civil.</p><p>Introdução</p><p>Nos últimos tempos, ocorreram mudanças significativas na indústria</p><p>da construção civil, principalmente no que diz respeito ao aumento da</p><p>competitividade no ambiente empresarial, à elevação das exigências</p><p>dos clientes e às reivindicações, por parte da mão de obra, de melhores</p><p>condições de trabalho. Em virtude desses fatos, as empresas têm concen-</p><p>trado grandes esforços na área de gestão da produção com o intuito de</p><p>aumentar a eficiência dos processos, reduzindo custos e conquistando</p><p>o mercado com produtos mais inovadores pela aplicação de uma nova</p><p>filosofia de produção: a construção enxuta (lean construction).</p><p>Neste capítulo, você vai conhecer a construção enxuta, quais os seus</p><p>conceitos básicos e os seus princípios e como essa filosofia gerencial</p><p>contribui para a melhoria dos processos construtivos.</p><p>Processos construtivos_U4_C18.indd 255 06/10/2017 14:54:38</p><p>Definições e conceitos básicos da construção</p><p>enxuta (lean construction)</p><p>A construção enxuta (em inglês, lean construction) é o nome dado a uma</p><p>fi losofi a que vem sendo aplicada nos processos da construção civil, tanto</p><p>em nível de projeto e planejamento quanto em nível de execução de obras.</p><p>O termo faz referência ao sistema de produção enxuta (lean production) e</p><p>é um paradigma gerencial que passou a ser concebido a partir dos anos 1990</p><p>com o intuito de adaptar alguns conceitos da área de Gestão da Produção</p><p>ao setor de gestão de processos na construção civil. As ideias da produção</p><p>enxuta surgiram nos anos 1950, no Japão, a partir de duas fi losofi as básicas:</p><p> TQM (Total Quality Management)</p><p> JIT (Just in Time)</p><p>O Sistema Toyota de Produção foi a sua aplicação mais destacada, por-</p><p>tanto seus conceitos e princípios básicos tiveram origem na própria indústria,</p><p>especialmente na automotiva. A produção enxuta é baseada na ideia de que a</p><p>redução do custo é alcançada pela eliminação dos desperdícios — qualquer</p><p>processo que não agregue valor ao produto final.</p><p>Contudo, mais recentemente, a produção enxuta vem sendo disseminada</p><p>para os demais setores de atividades econômicas. Com relação à indústria</p><p>da construção civil, esse momento foi marcado pela publicação de Lauri</p><p>Koskela, em 1992, com a posterior criação do IGLC (International Group</p><p>for Lean Construction), que é o responsável pela difusão da nova filosofia</p><p>em diversos países.</p><p>Para saber mais sobre a publicação precursora na disseminação da filosofia da produção</p><p>enxuta no setor da construção civil, leia o trabalho “Application of the new production</p><p>philosophy in the construction” (KOSKELA, 1992).</p><p>As diferenças entre a produção enxuta e a filosofia gerencial tradicional são,</p><p>substancialmente, conceituais — sendo que a modificação mais importante é</p><p>a introdução de uma maneira diferente de compreender um processo.</p><p>Construção enxuta (lean construction)256</p><p>Processos construtivos_U4_C18.indd 256 06/10/2017 14:54:39</p><p>Modelo de processo tradicional</p><p>O modelo que domina os processos na construção civil é chamado de modelo</p><p>de conversão, pois defi ne a produção como um conjunto de ações denominadas</p><p>atividades de conversão. Tais atividades transformam insumos (materiais,</p><p>informações etc.) em produtos intermediários (estruturas, alvenaria, revesti-</p><p>mentos etc.) ou no produto fi nal (edifi cação).</p><p>Um esquema para o modelo de processo tradicional (modelo de conversão)</p><p>é mostrado na Figura 1, e suas principais características são apresentadas a</p><p>seguir:</p><p> Os processos de produção podem ser subdivididos em mais de um</p><p>subprocesso; como exemplo, tem-se a execução da estrutura (viga, pilar),</p><p>que é subdividida em execução de formas, colocação da armadura e</p><p>concretagem.</p><p> Os esforços para a minimização do custo total de um processo são</p><p>focados, usualmente, em esforços de minimização do custo de cada</p><p>um dos subprocessos envolvidos separadamente.</p><p> O valor do produto de um subprocesso está vinculado apenas ao valor</p><p>(custo) de seus insumos (materiais, equipamento, mão de obra etc.);</p><p>por conseguinte, pode-se melhorar o valor</p><p>de um produto por meio da</p><p>utilização de mão de obra mais bem qualificada ou materiais melhores.</p><p>Figura 1. Modelo de processo tradicional (modelo de conversão).</p><p>Fonte: Isatto et al. (2000).</p><p>257Construção enxuta (lean construction)</p><p>Processos construtivos_U4_C18.indd 257 06/10/2017 14:54:39</p><p>Modelo de processo da construção enxuta</p><p>O modelo de processo da construção enxuta admite que é por um fl uxo de</p><p>materiais que um processo é fundamentado. As atividades que compõem</p><p>esse processo, desde a matéria-prima até o produto fi nal (edifi cação), são de:</p><p> Transporte</p><p> Espera</p><p> Processamento (conversão)</p><p> Inspeção</p><p>Pelo fato de as atividades de transporte, espera e inspeção não agregarem</p><p>valor ao produto final, elas são chamadas de atividades de fluxo. Alguns itens</p><p>que são definidos em orçamentos e planos de obra possuem atividades de fluxo</p><p>implícitas, e, caso elas não sejam evidenciadas nos modelos de processos (a</p><p>exemplo do modelo de conversão), sua percepção fica dificultada, e a gestão</p><p>da produção é prejudicada.</p><p>O modelo de processo tradicional apresenta apenas as atividades de conversão ou</p><p>processamento, ou seja, atividades que agregam valor ao produto.</p><p>Já no modelo de processo da construção enxuta, são apresentadas tanto atividades</p><p>de processamento quanto atividades de fluxo (que não agregam valor ao produto).</p><p>A Figura 2 apresenta um esquema para o modelo de processo da construção</p><p>enxuta contendo todas as atividades citadas.</p><p>Construção enxuta (lean construction)258</p><p>Processos construtivos_U4_C18.indd 258 06/10/2017 14:54:39</p><p>Figura 2. Modelo de processo da construção enxuta.</p><p>Fonte: Adaptada Koskela (1992, p. 15).</p><p>Além das atividades de fluxo, há atividades de processamento que também</p><p>não agregam valor ao produto. Quando as especificações de um dado produto</p><p>não forem atendidas depois da realização de um processo, por exemplo, é</p><p>preciso que seja feito o retrabalho, e isso quer dizer que as atividades de</p><p>processamento que foram previamente realizadas não agregaram valor.</p><p>Nos processos da construção enxuta, a geração de valor é um aspecto muito</p><p>importante. O conceito de “valor” está associado à satisfação do cliente, não</p><p>estando ligado, diretamente, à execução de um processo. Portanto, apenas</p><p>quando as atividades de processamento transformam matéria-prima em pro-</p><p>dutos demandados por clientes, diz-se que um processo gera valor.</p><p>O modelo de processo da construção enxuta da Figura 2 não só é aplicado</p><p>para o caso de fluxo de processos de produção, em que o caráter é físico (fluxo</p><p>de materiais), mas também em processos gerenciais, como planejamento e</p><p>controle, projeto etc., em que o caráter é informativo (fluxo de informações).</p><p>Além do fluxo de materiais, de informações e de montagem, o fluxo de trabalho</p><p>demanda atenção especial no gerenciamento, pois ele representa o conjunto</p><p>de atividades (trabalhos) realizadas no canteiro de obras pelas equipes ou</p><p>máquinas.</p><p>É muito importante esclarecer que o modelo de processo tradicional (de</p><p>conversão) é eficientemente aplicável em sistemas de produção simples, no</p><p>qual o foco se dá em apenas um processo de conversão. Com o aumento da</p><p>complexidade nos sistemas de produção, tal modelo tornou-se insuficiente</p><p>para representá-los de modo apropriado, pois as atividades de fluxo tiveram</p><p>sua parcela aumentada e necessitaram de maior atenção, tornando o modelo</p><p>de processo da construção enxuta mais adequado. No entanto, os mercados</p><p>mais competitivos fazem com que o nível de exigência dos clientes aumente,</p><p>voltando o foco para a gestão dos processos (atividades de conversão).</p><p>259Construção enxuta (lean construction)</p><p>Processos construtivos_U4_C18.indd 259 06/10/2017 14:54:39</p><p>Essa nova filosofia de produção, portanto, concebe os processos como</p><p>sendo a interação entre as atividades de conversão e as atividades de fluxo,</p><p>em que se deve aperfeiçoar as primeiras e minimizar (ou eliminar, quando</p><p>possível) as de fluxo.</p><p>Construção enxuta: princípios para a gestão de</p><p>processos</p><p>A construção enxuta apresenta uma série de princípios que interagem entre</p><p>si para que seja realizada a gestão de processos e a consequente melhoria no</p><p>sistema de produção. Os princípios apresentados aqui foram sintetizados com</p><p>base no trabalho de Koskela (1992):</p><p> Reduzir a parcela de atividades que não agregam valor: é um dos</p><p>princípios fundamentais, o qual infere que a eficiência de um processo</p><p>é melhorada não só tornando as atividades de conversão mais eficazes,</p><p>mas também eliminando as atividades de fluxo, já que não agregam</p><p>valor ao produto final; como exemplo, tem-se a exclusão de atividades</p><p>de transporte de materiais; deve-se tomar cuidado, pois há muitas</p><p>atividades de fluxo que são extremamente necessárias à produção,</p><p>como treinamento da mão de obra, inspeções de qualidade, medidas</p><p>de segurança etc.</p><p> Aumentar o valor do produto pela consideração das necessidades</p><p>dos clientes: com base no conceito de que um processo gera valor,</p><p>deve-se reconhecer, com precisão, quais são as necessidades dos clientes</p><p>(internos e externos), pelo mapeamento do processo com a identifica-</p><p>ção sistemática de clientes e as suas exigências em cada etapa; como</p><p>exemplo, tem-se a realização de pesquisas de mercado com potenciais</p><p>compradores do empreendimento e, ainda, a solicitação de avaliações</p><p>de clientes que já tiveram suas edificações entregues.</p><p> Reduzir a variabilidade: a variabilidade nos processos produtivos pode</p><p>estar ligada a: (a) processos anteriores, quando o estado atual depende</p><p>dos estados precursores (p. ex., blocos com variações dimensionais); (b)</p><p>o próprio processo, na sua execução (p. ex., duração variada de execu-</p><p>ção de determinada atividade); e (c) a demanda, com as pretensões dos</p><p>clientes (p. ex., mudanças de projeto solicitada por clientes). Há duas</p><p>convenientes razões para que se reduza a variabilidade: (1) um produto</p><p>uniforme satisfaz mais o cliente, pois sua qualidade está ligada ao que</p><p>Construção enxuta (lean construction)260</p><p>Processos construtivos_U4_C18.indd 260 06/10/2017 14:54:40</p><p>foi previamente estabelecido; (2) o aumento da variabilidade irá acrescer</p><p>o número de atividades que não agregam valor (atividades de fluxo) e o</p><p>tempo de execução do serviço, pois fluxos de trabalho serão interrom-</p><p>pidos e não serão tolerados produtos fora das conformidades exigidas</p><p>pelos clientes; como exemplo, tem-se a utilização de procedimentos</p><p>padrões, com treinamento dos envolvidos, para a execução de instalações</p><p>hidrossanitárias com o intuito de minimizar o surgimento de vazamentos.</p><p> Reduzir o tempo de ciclo: fundamentada na filosofia Just in Time, o</p><p>tempo de ciclo representa a soma das durações de todas as etapas da</p><p>produção de um produto (transporte, espera, processamento e inspeção)</p><p>e a sua redução força a eliminação de atividades de fluxo, além de</p><p>contribuir para: entrega mais rápida ao cliente, facilitação da gestão</p><p>dos processos, aumento do efeito de aprendizagem, mais precisão nas</p><p>estimativas de futuras demandas e menor vulnerabilidade do sistema</p><p>de produção a mudanças de demanda; como exemplo, tem-se a mais</p><p>rápida identificação de possíveis erros que, assim que identificados</p><p>nos primeiros lotes da execução de um empreendimento, podem ser</p><p>corrigidos nos lotes subsequentes.</p><p> Simplificar pela redução do número de passos ou partes: quanto</p><p>maior for o número de partes em um processo, maior será a chance de</p><p>existirem atividades que não agreguem valor ao produto, geralmente</p><p>ligadas a tarefas auxiliares de preparação e conclusão de um processo;</p><p>como exemplo, tem-se a utilização de estruturas pré-moldadas que,</p><p>diferentemente das moldadas no local, não irão interromper a execução</p><p>da alvenaria e não resultarão em atividades que não agregam valor.</p><p> Aumentar a flexibilidade de saída: consiste em alterar as caracterís-</p><p>ticas dos produtos finais de um processo entregue aos clientes sem que</p><p>haja a elevação significativa dos custos, mantendo-se a produtividade</p><p>elevada; como exemplo,</p><p>tem-se o adiamento da execução das divisó-</p><p>rias internas de gesso acartonado, flexibilizando o produto final sem</p><p>comprometer a eficiência do sistema de produção.</p><p> Aumentar a transparência do processo: com processos mais trans-</p><p>parentes, os erros ficam mais facilmente visíveis e identificáveis, e as</p><p>informações se tornam mais disponíveis, o que facilita o trabalho e pode</p><p>ser um meio de envolver a mão de obra na instauração de melhorias;</p><p>como exemplo, tem-se a retirada de obstáculos visuais no canteiro</p><p>(tapumes, divisórias), utilização de cartazes (sinalizadores e demarca-</p><p>dores) e também a exibição dos indicadores de desempenho (nível de</p><p>produtividade, número de peças rejeitadas).</p><p>261Construção enxuta (lean construction)</p><p>Processos construtivos_U4_C18.indd 261 06/10/2017 14:54:40</p><p> Focar o controle no processo global: tem como propósito focar as</p><p>melhorias nos processos (fluxo de materiais, montagem, informações)</p><p>para, após, melhorar as operações (tarefas de pessoas e máquinas), já</p><p>que a execução de uma obra é realizada em processos de produção</p><p>fragmentados, devendo existir um responsável por realizar o controle</p><p>do processo como um todo; como exemplo, tem-se a introdução da</p><p>paletização por parte do fornecedor de blocos e, assim, a redução de</p><p>custos com carregamento e descarregamento, entregas com hora mar-</p><p>cada, estoques etc., sendo bem mais vantajosa do que a paletização</p><p>restrita apenas ao canteiro de obras.</p><p> Introduzir a melhoria contínua no processo: componente principal</p><p>das filosofias TQM e JIT, esforços de redução de perdas e aumento do</p><p>valor agregado na gestão de processos precisam existir continuamente</p><p>por trabalho em equipe e gestão participativa; como exemplo, tem-se</p><p>a aplicação de ferramentas da qualidade pela equipe responsável pelos</p><p>processos de suprimentos, formada por pessoas de vários setores (com-</p><p>pras, produção, planejamento e financeiro), a qual realiza o mapeamento</p><p>do processo e coleta dados sobre os problemas, discutindo as causas e</p><p>propondo correções.</p><p> Manter um equilíbrio entre melhorias nos fluxos e nas conversões:</p><p>os processos mais complexos sofrem impactos maiores quando há</p><p>melhorias de fluxo, que requerem investimentos baixos e são indicadas</p><p>como prioritárias, ao contrário das melhorias nas conversões (processa-</p><p>mento), que são indicadas para quando há perdas relativas à tecnologia</p><p>empregada, já que seus efeitos são imediatos; como exemplo, tem-se</p><p>a execução de paredes de alvenaria com foco na eliminação de perdas</p><p>nas atividades de fluxo (transporte, inspeção, estoque) para, então, se</p><p>passar à melhoria nas conversões utilizando, em vez de blocos cerâmicos,</p><p>divisórias leves ou painéis pré-moldados; volta-se, então, à melhoria</p><p>nos fluxos, buscando, assim, a melhoria contínua.</p><p> Fazer benchmarking: o benchmarking nada mais é do que a utilização</p><p>de boas práticas de outras empresas, trazendo os aprendizados (externos)</p><p>para dentro da própria empresa que, somados aos esforços de melhoria</p><p>contínua (internos), tornam a empresa competitiva; como exemplo,</p><p>tem-se o conhecimento do setor que controla as perdas de materiais de</p><p>uma empresa, identificando suas boas práticas, bem como os fatores</p><p>que levaram ao seu desempenho melhorado.</p><p>Construção enxuta (lean construction)262</p><p>Processos construtivos_U4_C18.indd 262 06/10/2017 14:54:40</p><p>Perdas na construção civil</p><p>Na construção civil, o conceito de perdas é motivo de divergências com relação</p><p>ao seu signifi cado. A defi nição de que perdas são sinônimos de entulhos (resto</p><p>de madeira, blocos, concreto, argamassa e outros materiais) nem sempre é</p><p>apropriada. Quando se fala na crescente competição no âmbito da construção,</p><p>essa defi nição passa a ser limitada.</p><p>Se as perdas fossem entendidas apenas como todo e qualquer material</p><p>potencialmente sem valor, seria relativamente simples estimar o custo gerado</p><p>pelas perdas em uma obra, bastando multiplicar a quantidade de material</p><p>perdido pelo seu valor unitário. Isso resultaria em uma ideia errônea sobre</p><p>o potencial de melhorias de uma obra, já que ficaria implícito que uma obra</p><p>sem entulho é eficiente e não precisa de aperfeiçoamento.</p><p>Para a construção enxuta, o conceito de perdas tem um sentido bem mais</p><p>amplo. Perdas estão associadas à agregação de valor, ao consumo de recursos</p><p>de qualquer natureza (mão de obra, equipamentos, capital) acima da quantidade</p><p>mínima necessária, não apenas ao consumo demasiado de materiais. Sendo o</p><p>trabalho dividido em atividades que agregam valor e que não agregam (mas</p><p>que são essenciais ao processo), diz-se que as perdas são as atividades que não</p><p>agregam valor e que podem ser eliminadas do processo. Assume-se, assim, que</p><p>há um nível de perdas que é admissível, podendo apenas ser eliminadas com</p><p>mudanças importantes na empresa. Classificam-se, portanto, as perdas em:</p><p> Perdas inevitáveis (naturais): representam o nível aceitável de perdas,</p><p>verificado quando o investimento necessário à redução da perda é maior</p><p>do que a economia que será gerada.</p><p> Perdas evitáveis: representam as perdas que, quando ocorrem, geram</p><p>custos maiores do que os custos para que sejam evitadas.</p><p>Planejamento e controle da produção:</p><p>princípios e ferramentas</p><p>Muitos estudos vêm sendo realizados com a intenção de que os conceitos e</p><p>princípios da construção enxuta sejam aplicados em empresas na construção</p><p>civil. O planejamento e controle da produção é um meio potencial para que</p><p>sejam implantadas as inovações acerca dessa fi losofi a, pois é nessa etapa que</p><p>são tomadas as decisões que contribuem para a redução de atividades que não</p><p>agregam valor aos processos produtivos. O planejamento e controle da produção</p><p>263Construção enxuta (lean construction)</p><p>Processos construtivos_U4_C18.indd 263 06/10/2017 14:54:40</p><p>(PCP), portanto, é uma das técnicas capazes de introduzir a construção enxuta</p><p>em empresas construtoras.</p><p>Define-se planejamento como um processo gerencial no qual são estabele-</p><p>cidos os objetivos e os procedimentos básicos para atingi-los. O planejamento</p><p>só será eficaz se, concomitantemente a ele, for realizado o controle, podendo-</p><p>-se afirmar, desse modo, que não há função controle sem planejamento e que</p><p>o planejamento é ineficiente sem o controle. O conceito de planejamento e</p><p>controle como processo é possível de ser assimilado pelo modelo proposto por</p><p>Laufer e Tucker (1987), na Figura 3, que possui 5 etapas principais:</p><p>1. Preparação do processo de planejamento.</p><p>2. Coleta de informações.</p><p>3. Elaboração dos planos.</p><p>4. Difusão das informações.</p><p>5. Avaliação do processo de planejamento.</p><p>Figura 3. Modelo para o processo de planejamento e controle.</p><p>Fonte: Laufer e Tucker (1987).</p><p>Por serem complexos e possuírem variabilidade, os processos construtivos</p><p>têm o PCP dividido em três níveis hierárquicos, e, para cada um deles, as</p><p>etapas 2, 3 e 4 serão adaptadas. Os níveis hierárquicos de planejamento são:</p><p> Longo prazo: planejamento tático para etapa de produção inteira; definem-</p><p>-se, por exemplo: data de entrega da obra, conclusão das fundações etc.</p><p> Médio prazo: planejamento tático móvel, que serve de elo entre o</p><p>longo e o curto prazo, com seu horizonte de planejamento maior do</p><p>Construção enxuta (lean construction)264</p><p>Processos construtivos_U4_C18.indd 264 06/10/2017 14:54:40</p><p>que a frequência do replanejamento, ou seja, planejam-se mensalmente</p><p>decisões para até 3 meses seguintes.</p><p> Curto prazo: planejamento para o dia a dia da obra, com a definição</p><p>das atividades que serão realizadas, o momento da execução e os re-</p><p>cursos necessários.</p><p>Ferramentas para o controle da produção</p><p>Algumas das principais ferramentas utilizadas para o controle da produção na</p><p>construção civil serão apresentadas resumidamente. É importante compreender</p><p>que uma ferramenta, por si só, não irá gerar resultados caso não seja mane-</p><p>jada por uma pessoa habilitada e, caso for usada de modo inadequado, pode</p><p>gerar resultados prejudiciais. Além disso, é necessário conhecer o propósito</p><p>de cada ferramenta para que</p><p>o seu uso seja adequado a cada tipo de situação</p><p>e saber que muitas delas precisam ser usadas simultaneamente para que um</p><p>determinado objetivo seja atingido.</p><p>De modo geral, as ferramentas podem pertencer a dois grandes grupos,</p><p>de acordo com a sua aplicação:</p><p> Avaliação e diagnóstico: de caráter descritivo, avaliam qualitativa e</p><p>quantitativamente os tópicos da produção e dos processos (movimenta-</p><p>ção e armazenamento de materiais, segurança, sequência de atividades,</p><p>fluxos de pessoas, materiais etc.) e descrevem o contexto dos processos,</p><p>identificando problemas mais evidentes e as causas prováveis de obs-</p><p>táculos com relação à eficiência e à eficácia da produção.</p><p> Acompanhamento da produção: de uso periódico (em intervalos pre-</p><p>definidos), possibilitam avaliar o desempenho ao longo do tempo pela</p><p>comparação entre ações e resultados, com identificação de problemas;</p><p>basicamente, avaliam a eficiência e a eficácia da produção.</p><p>A eficiência mede a relação entre o valor do produto e o custo dos recursos utilizados</p><p>para gerá-lo (p. ex., área construída/quantidade de homens-hora gastos).</p><p>A eficácia está relacionada ao atendimento das metas que foram estabelecidas</p><p>e é apresentada, comumente, em forma de sequência de tarefas e de prazos das</p><p>etapas da obra.</p><p>265Construção enxuta (lean construction)</p><p>Processos construtivos_U4_C18.indd 265 06/10/2017 14:54:40</p><p>Para cada um desses grupos são apresentadas algumas ferramentas para a</p><p>melhoria dos processos produtivos. As ferramentas de análise e diagnóstico</p><p>da produção são:</p><p> Diagrama de processo: é o registro de como os processos são realiza-</p><p>dos, permitindo sua visualização e análise, a avaliação da relação entre</p><p>as atividades de fluxo e o total de atividades do processo e também a</p><p>quantificação do tempo, distância e número de pessoas envolvidas no</p><p>processo; a Figura 4 apresenta um exemplo de diagrama de processo</p><p>para a alvenaria.</p><p>Figura 4. Exemplo de diagrama de processo para a alvenaria.</p><p>Fonte: Isatto et al. (2000).</p><p> Mapofluxograma: representa as atividades de um processo sobre</p><p>plantas ou croquis, permitindo uma visualização espacial do mesmo,</p><p>sendo apropriado para estudos de layout; a Figura 5 mostra um exemplo</p><p>de mapofluxograma para uma central de formas em que é possível</p><p>visualizar os fluxos de materiais e os seus cruzamentos (a simbologia</p><p>utilizada é a mesma para o diagrama de processo).</p><p>Construção enxuta (lean construction)266</p><p>Processos construtivos_U4_C18.indd 266 06/10/2017 14:54:41</p><p>Figura 5. Exemplo de mapofluxograma para uma central de formas.</p><p>Fonte: Isatto et al. (2000).</p><p> Listas de verificação: possibilitam uma avaliação qualitativa imediata</p><p>acerca dos processos, os quais podem ser verificados pela marcação de</p><p>uma das 3 colunas existentes (“sim”, “não” e “não se aplica”) ao lado</p><p>de cada um dos itens que envolve o processo em questão.</p><p> Registro de imagens do processo: feito por imagens ou vídeos, permite</p><p>uma avaliação qualitativa dos processos, com a possível identificação</p><p>de problemas e/ou soluções, complementando as demais ferramentas.</p><p>As ferramentas de acompanhamento da produção são:</p><p> Cartão de produção: mede a produção dos operários ou da equipe</p><p>em um determinado tempo, possibilitando o cálculo da produtividade</p><p>da mão de obra; como forma de avaliação do progresso físico da obra,</p><p>pode ser feito de duas maneiras: controle por período (registra a quan-</p><p>tidade semanal de revestimento de argamassa produzido, por exemplo)</p><p>e controle por evento (registra o tempo necessário para a montagem de</p><p>formas de concreto armado de um pavimento, por exemplo).</p><p> Controle de consumo de materiais: aumenta a transparência dos</p><p>processos e disponibiliza informações para que se promova a redução</p><p>de perdas na produção; para cada material, deve haver um registro que</p><p>controle os estoques no início e no fim de cada etapa, as transferências</p><p>267Construção enxuta (lean construction)</p><p>Processos construtivos_U4_C18.indd 267 06/10/2017 14:54:41</p><p>ocorridas (entrada ou saída de materiais da obra) e os desvios para</p><p>utilização em outros processos; com o consumo de materiais, é possível</p><p>calcular a eficiência do uso desses recursos.</p><p> Last planner: de caráter operacional, tem como propósito formalizar os</p><p>planejamentos de curto prazo por uma planilha que contém os seguintes</p><p>elementos em cada coluna: o que e onde (quais os serviços e os locais),</p><p>quem (as equipes responsáveis pela execução), quando (os dias da</p><p>semana em que cada tarefa será realizada), avaliação da eficácia (se as</p><p>tarefas foram concluídas ou não) e a razão (causa do não cumprimento</p><p>da tarefa); o foco do last planner está na eficácia do projeto, não na</p><p>eficiência, como nas outras ferramentas, por isso sua ênfase está na</p><p>execução da obra dentro dos prazos, não na otimização dos recursos.</p><p>1. Dentre as alternativas, qual delas</p><p>apresenta a afirmativa correta</p><p>para o porquê de o modelo de</p><p>processo da construção enxuta, em</p><p>comparação ao modelo tradicional,</p><p>ser mais apropriado para a</p><p>representação de processos.</p><p>a) O modelo da construção enxuta</p><p>contém apenas as atividades</p><p>de conversão/processamento,</p><p>por isso se torna mais simples</p><p>e objetivo de se usar.</p><p>b) Além das atividades de</p><p>conversão, o modelo da</p><p>construção enxuta apresenta</p><p>também as atividades de fluxo,</p><p>o que facilita a transparência</p><p>dos processos e permite que</p><p>elas sejam minimizadas.</p><p>c) É possível melhorar o valor</p><p>de um produto apenas com</p><p>a melhora dos materiais e da</p><p>mão de obra envolvida no</p><p>processo, não sendo necessária</p><p>a representação das atividades</p><p>que não agregam valor ao</p><p>produto (atividades de fluxo).</p><p>d) Por poder ser subdividida em</p><p>mais processos, os modelos da</p><p>construção enxuta permitem</p><p>que os custos de cada um dos</p><p>subprocessos sejam diminuídos,</p><p>o que é mais eficiente do que</p><p>avaliar o processo como um todo.</p><p>e) As atividades de conversão</p><p>e as atividades de fluxo são</p><p>representadas separadamente</p><p>no modelo de processo da</p><p>Construção Enxuta, pois a</p><p>interação entre elas torna</p><p>os processos ineficientes.</p><p>2. A gestão de processos sob a visão da</p><p>construção enxuta apresenta alguns</p><p>princípios que melhoram o sistema</p><p>de produção se levados em conta.</p><p>Todas as alternativas apresentam</p><p>tais princípios, exceto:</p><p>a) Fazer benchmarking, aumentar</p><p>a transparência do processo,</p><p>reduzir a variabilidade.</p><p>Construção enxuta (lean construction)268</p><p>Processos construtivos_U4_C18.indd 268 06/10/2017 14:54:41</p><p>b) Reduzir as atividades que não</p><p>agregam valor, a variabilidade</p><p>e o tempo de ciclo.</p><p>c) Introduzir a melhoria</p><p>contínua, aumentar a</p><p>transparência do processo</p><p>e a flexibilidade de saída.</p><p>d) Focar o controle no processo</p><p>global, reduzir número de</p><p>passos/partes, aumentar</p><p>as atividades de fluxo.</p><p>e) Aumentar o valor do produto</p><p>de acordo com as necessidades</p><p>do cliente, equilibrar melhorias</p><p>nos fluxos e nas conversões.</p><p>3. Com relação às perdas na construção</p><p>civil, é possível classificá-las em dois</p><p>tipos: perdas _______, consideradas</p><p>admissíveis, e perdas _______, que</p><p>geram custos ________ do que os</p><p>custos de prevenção. As palavras que</p><p>preenchem corretamente as lacunas</p><p>são, respectivamente:</p><p>a) inevitáveis; evitáveis; menores</p><p>b) evitáveis; naturais; maiores</p><p>c) naturais; inevitáveis; menores</p><p>d) evitáveis; inevitáveis; maiores</p><p>e) naturais; evitáveis; maiores</p><p>4. Os princípios da construção enxuta</p><p>são adequados para o planejamento</p><p>e controle da produção, pois é</p><p>nessa fase que é tomada a maioria</p><p>das decisões que podem reduzir as</p><p>atividades que não agregam valor</p><p>aos processos. Sobre o planejamento</p><p>e o controle, a afirmativa que melhor</p><p>define a relação entre eles é:</p><p>a) Um não pode existir sem o outro.</p><p>b) A função controle existe</p><p>sem o planejamento.</p><p>c) O planejamento será eficaz</p><p>quando o controle for</p><p>realizado concomitantemente</p><p>a ele.</p><p>d) O controle é um processo</p><p>gerencial no qual se</p><p>estabelece o planejamento.</p><p>e) O planejamento é eficiente</p><p>sem o controle.</p><p>5. Sobre a ferramenta de</p><p>acompanhamento da</p><p>produção last planner,</p><p>é</p><p>correto afirmar que:</p><p>a) Permite a visualização</p><p>espacial de um processo pela</p><p>representação das atividades</p><p>sobre croquis e plantas da obra.</p><p>b) Torna viável a avaliação</p><p>qualitativa dos processos</p><p>por meio da marcação de</p><p>colunas com “sim”, “não” e</p><p>“não se aplica” ao lado dos</p><p>itens referentes a eles.</p><p>c) É representado por uma planilha</p><p>com uma série de elementos</p><p>(o que, onde, quem quando</p><p>etc.) acerca de uma tarefa</p><p>programada, cujo foco está</p><p>na eficácia do planejamento</p><p>e controle da produção.</p><p>d) Registra a forma que os</p><p>processos são realizados e</p><p>permite sua visualização e</p><p>análise, sendo possível avaliar</p><p>a importante relação entre as</p><p>atividades de fluxo e o total de</p><p>atividades de um processo.</p><p>e) Promove a redução de perdas</p><p>na produção pelo aumento da</p><p>transparência dos processos</p><p>e contém os registros que</p><p>controlam os estoques de</p><p>materiais e os desvios para a</p><p>utilização em outros processos.</p><p>269Construção enxuta (lean construction)</p><p>Processos construtivos_U4_C18.indd 269 06/10/2017 14:54:42</p><p>ISATTO, E. L. et al. Lean construction: diretrizes e ferramentas para o controle de perdas</p><p>na construção civil. Porto Alegre: SEBRAE/RS, 2000.</p><p>KOSKELA, L. Application of the new production philosophy to construction. Stanford:</p><p>Stanford University, 1992. Disponível em: <https://cife.stanford.edu/sites/default/</p><p>files/TR072.pdf>. Acesso em: 19 set. 2017.</p><p>LAUFER, A.; TUCKER, R. L. Is construction planning really doing its job? A critical</p><p>examination of focus, role and process. Construction Management and Economics,</p><p>London, v. 5, n. 3, p. 243-266, maio 1987.</p><p>Leituras recomendadas</p><p>PÁDUA, R. C. Implementação de práticas de Lean Construction em uma obra residencial</p><p>em Goiânia: estudo de caso. 2014. 61 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação</p><p>em Engenharia Civil) – Escola de Engenharia Civil, Universidade Federal de Goiás,</p><p>Goiânia, 2014.</p><p>PERETTI, L. C. et al. Aplicação dos princípios da construção enxuta em construtoras</p><p>verticais: estudo de casos múltiplos na região metropolitana de São Paulo. In: EN-</p><p>CONTRO NACIONAL ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA</p><p>EM ADMINISTRAÇÃO, 37. 2013, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: ANPAD, 2013.</p><p>Disponível em: <http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2013_EnANPAD_GOL681.</p><p>pdf>. Acesso em: 27 ago. 2017.</p><p>Construção enxuta (lean construction)270</p><p>Processos construtivos_U4_C18.indd 270 06/10/2017 14:54:42</p><p>Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para</p><p>esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual</p><p>da Instituição, você encontra a obra na íntegra.</p><p>Conteúdo:</p><p>Dica do professor</p><p>Na construção civil, o conceito de perdas é motivo de divergências com relação ao seu significado.</p><p>A definição de que perda é sinônimo de entulho (resto de madeira, blocos, concreto, argamassa e</p><p>outros materiais) nem sempre é apropriada e, quando se fala na crescente competição no âmbito da</p><p>construção, essa definição passa a ser limitada.</p><p>Para a construção enxuta, o conceito de perdas tem um sentido bem mais amplo. As perdas estão</p><p>associadas à agregação de valor e ao consumo de recursos de qualquer natureza (mão de obra,</p><p>equipamentos, capital) acima da quantidade mínima necessária, não apenas ao consumo demasiado</p><p>de materiais.</p><p>Acompanhe, nesta Dica do Professor, alguns tipos de perdas dentro de uma construção enxuta.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/18cde33992f6dd1159aa2aedf58dbdc7</p><p>Exercícios</p><p>1)</p><p>Entre as alternativas a seguir, qual delas apresenta a afirmativa correta sobre o porquê de o</p><p>modelo de processo da construção enxuta, em comparação ao modelo tradicional, ser mais</p><p>apropriado para a representação de processos.</p><p>A) O modelo da construção enxuta contém apenas as atividades de conversão/processamento,</p><p>por isso se torna mais simples e objetivo de ser usado.</p><p>B) Além das atividades de conversão, o modelo da construção enxuta apresenta também as</p><p>atividades de fluxo, o que facilita a transparência dos processos e permite que elas sejam</p><p>minimizadas.</p><p>C) É possível melhorar o valor de um produto apenas com a melhora dos materiais e da mão de</p><p>obra envolvida no processo, não sendo necessária a representação das atividades que não</p><p>agregam valor ao produto (atividades de fluxo).</p><p>D) Por poder ser subdividida em mais processos, os modelos da construção enxuta permitem</p><p>que os custos de cada um dos subprocessos sejam diminuídos, o que é mais eficiente do que</p><p>avaliar o processo como um todo.</p><p>E) As atividades de conversão e as atividades de fluxo são representadas separadamente no</p><p>modelo de processo da construção enxuta, pois a interação entre elas torna os processos</p><p>ineficientes.</p><p>2)</p><p>A gestão de processos sob a visão da construção enxuta apresenta alguns princípios que</p><p>melhoram o sistema de produção se levados em conta. Entre as alternativas, qual delas</p><p>melhor define tais princípios?</p><p>A) Fazer benchmarking, diminuir a transparência do processo e aumentar a variabilidade.</p><p>B) Reduzir as atividades que não agregam valor, a variabilidade e o tempo de ciclo.</p><p>C) Introduzir a melhoria descontínua e diminir a transparência do processo e a flexibilidade de</p><p>saída.</p><p>D) Focar o controle no processo global, reduzir o número de passos/partes e aumentar as</p><p>atividades de fluxo.</p><p>E) Aumentar o valor do produto sem considerar as necessidades do cliente e equilibrar</p><p>melhorias nos fluxos e nas conversões.</p><p>3)</p><p>Com relação às perdas na construção civil, é possível classificá-las em dois tipos: perdas</p><p>_______, consideradas admissíveis, e perdas _______, que geram custos ________ do que os</p><p>custos de prevenção. As palavras que preenchem corretamente as lacunas são,</p><p>respectivamente:</p><p>A) inevitáveis; evitáveis; menores.</p><p>B) evitáveis; naturais; maiores.</p><p>C) naturais; inevitáveis; menores.</p><p>D) evitáveis; inevitáveis; maiores.</p><p>E) naturais; evitáveis; maiores.</p><p>4)</p><p>Os princípios da construção enxuta são adequados para o planejamento e o controle da</p><p>produção, pois é nessa fase em que a maioria das decisões que podem reduzir as atividades</p><p>que não agregam valor aos processos é tomada. Sobre o planejamento e o controle, a</p><p>afirmativa que melhor define a relação entre eles é:</p><p>A) O planejamento e o controle da produção não se mostram um meio potencial para que sejam</p><p>implantadas as inovações acerca dessa filosofia em empresas construtoras.</p><p>B) A função controle existe sem o planejamento.</p><p>C) O planejamento será eficaz quando o controle for realizado concomitantemente a ele.</p><p>D) O controle é um processo gerencial no qual se estabelece o planejamento.</p><p>E) O planejamento é eficiente sem o controle.</p><p>5)</p><p>Sobre a ferramenta de acompanhamento da produção last planner, é correto afirmar que:</p><p>A) ela permite a visualização espacial de um processo pela representação das atividades sobre</p><p>croquis e plantas da obra.</p><p>B) ela torna viável a avaliação qualitativa dos processos por meio da marcação de colunas com</p><p>SIM, NÃO e NÃO SE APLICA ao lado dos itens referentes a eles.</p><p>C) essa ferramenta é representada por uma planilha com uma série de elementos (o que, onde,</p><p>quem quando, etc.) acerca de uma tarefa programada, cujo foco está na eficácia do</p><p>planejamento e no controle da produção.</p><p>D) ela registra a forma como os processos são realizados e permite sua visualização e análise,</p><p>sendo possível avaliar a importante relação entre as atividades de fluxo e o total de atividades</p><p>de um processo.</p><p>E) ela promove a redução de perdas na produção pelo aumento da transparência dos processos</p><p>e contém os registros que controlam os estoques de materiais e os desvios para a utilização</p><p>em outros processos.</p><p>Na prática</p><p>A concepção de um canteiro de obras é definida, segundo Saurin (1997), como “o planejamento do</p><p>layout e da logística das instalações provisórias, instalações de movimentação e armazenamento de</p><p>materiais e instalações de segurança”.</p><p>A otimização de um canteiro de obras significa setorizar e organizar,</p><p>espacialmente, a maneira de</p><p>dispor os materiais, os funcionários, os equipamentos e as instalações necessárias ao processo de</p><p>produção, objetivando a realização das tarefas diárias, segundo um cronograma de execução, no</p><p>menor tempo possível, com a racionalização dos recursos disponíveis, ou seja, recursos materiais</p><p>(insumos, equipamentos, e ferramentas), recursos humanos (mão de obra) e financeiros (SAURIN,</p><p>1997).</p><p>A mentalidade enxuta (lean thinking), em canteiros de obra, possibilita criar um ambiente ideal para</p><p>o recebimento, o transporte e a armazenagem dos insumos em uma obra de edificações, bem como</p><p>no processamento inicial de corte e montagem das matérias-primas, além de auxiliar na concepção</p><p>do leiaute dos canteiros, de forma a minimizar a adoção de critérios subjetivos para a disposição</p><p>física dos setores, tornando o processo mais sistemático e criterioso.</p><p>Acompanhe na imagem a seguir alguns exemplos de como podemos otimizar um canteiro de obras.</p><p>Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!</p><p>Saiba +</p><p>Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:</p><p>IMPLEMENTAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO</p><p>ENXUTA PARA OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS NA</p><p>CONSTRUÇÃO CIVIL</p><p>Neste link, você terá acesso a um artigo que tem por objetivo introduzir os princípios fundamentais</p><p>da construção enxuta para otimização em um processo civil na cidade de Natal (RN), observando a</p><p>realidade regional e as oportunidades de melhorias no processo de produção.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>A logísticca dentro da construção enxuta: estudo de caso em</p><p>uma construtora de fortaleza</p><p>Acesse o link a seguir para ler um artigo que aborda a gestão de</p><p>cadeia de suprimentos, por meio de um estudo de caso sobre</p><p>uma construtora de Fortaleza.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>The International Group for Lean Construction</p><p>Conheça o site de Rede internacional de pesquisadores e</p><p>profissionais que buscam melhorar o desempenho da indústria</p><p>da construção, adotando princípios da construção enxuta.</p><p>https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/48628/1/Implementa%C3%A7%C3%A3oDosPrinc%C3%ADpiosDaConstru%C3%A7%C3%A3oEnxuta_Oliveira_2022.pdf</p><p>https://periodicos.unichristus.edu.br/gestao/article/view/679/360</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>http://www.iglc.net</p><p>Curva S (curvas de agregação de</p><p>recursos)</p><p>Apresentação</p><p>Devido à construção civil ser uma indústria em que os produtos necessitam de tempo elevado para</p><p>maturação, além desta ser vulnerável e dependente das condições climáticas e de seus produtos</p><p>serem produzidos no próprio local em que serão entregues, algumas modificações consideráveis</p><p>podem ocorrer no produto final, bem como ao longo do processo de construção. É clara a</p><p>necessidade, portanto, de uma ferramenta que permita o controle do progresso do</p><p>empreendimento, integrando a programação da produção e o custo.</p><p>Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá que as curvas de agregação de recursos são uma forma</p><p>muito eficiente para a organização e o gerenciamento de projetos na construção civil.</p><p>Bons estudos.</p><p>Bons estudos.</p><p>Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p>Identificar o conceito das curvas de agregação de recursos no gerenciamento de projetos.•</p><p>Diferenciar as aplicações da Curva S como técnica de planejamento, programação e controle.•</p><p>Avaliar o uso das curvas de agregação de recursos na gestão de custos.•</p><p>Desafio</p><p>Você será o profissional responsável por uma obra de pavimentação prevista para ser realizada no</p><p>prazo de oito meses corridos, cujo custo estimado é de R$ 20.747.259,40.</p><p>A construção do cronograma financeiro terá o prazo previsto de oito meses corridos, em que os</p><p>serviços serão distribuídos da seguinte forma:</p><p>- Serviços preliminares – executados em dois meses;</p><p>- Terraplenagem – executada em três meses;</p><p>- Pavimentação – executada em quatro meses;</p><p>- Drenagem – executada em quatro meses;</p><p>- Canteiro de obra – executado ao longo dos oito meses.</p><p>Acompanhe na imagem a seguir um resumo dos serviços e o cronograma realizado para melhor</p><p>controlar o andamento da obra, sabendo que esse cronograma poderá variar de acordo com a</p><p>estratégia de ataque de cada empresa contratada para os serviços.</p><p>Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!</p><p>Com base no cronograma de distribuição acima, para verificar as interferências e controlar melhor o</p><p>andamento da obra, construa a Curva S para o projeto acumulado e a curva para cada atividade</p><p>executada.</p><p>Infográfico</p><p>Nesse ambiente de construção civil, caracterizado pela incerteza, variabilidade, interdependência e</p><p>complexidade, o gerenciamento possui o papel de eliminar e reduzir os impactos que podem ser</p><p>causados no resultado final da obra. É clara a necessidade, portanto, de uma ferramenta que</p><p>permita o controle do progresso do empreendimento, integrando a programação da produção e o</p><p>custo.</p><p>Na etapa de gestão, as curvas de agregação de recursos são uma ferramenta que pode auxiliar o</p><p>gerenciamento, a programação e o controle de projetos de empreendimento na construção civil.</p><p>Acompanhe no Infográfico a seguir as curvas de agregação acumulada e não acumulada.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/81b6e4e4-c3e9-4178-98bb-e78a3637c64a/64c1409e-d463-4cf6-8aa9-d050c747af98.jpg</p><p>Conteúdo do livro</p><p>As curvas de agregação de recursos é uma ferramenta que possibilita integrar a programação da</p><p>produção e o custo de empreendimentos. As curvas de agregação de recursos são úteis tanto para</p><p>o cliente quanto para o construtor do empreendimento. O cliente tem a noção do desenvolvimento</p><p>do custo e o construtor do desenvolvimento do trabalho e da receita.</p><p>Com os resultados obtidos após o processo de planejamento e programação do projeto, obter-se-á</p><p>a curva “S”, que servirá como parâmetro de desempenho entre o que foi planejado e o que está</p><p>sendo executado. Será possível, portanto, na etapa de execução, verificar o andamento físico das</p><p>atividades, o consumo de materiais e de mão-de-obra por hora e avaliar os desvios que ocorrerem</p><p>em relação ao que estava sendo esperado.</p><p>As curvas de agregação de recursos também podem ser úteis se plotadas de modo a permitir a</p><p>comparação entre o custo original com o custo atual dos recursos ao longo da evolução do</p><p>empreendimento.</p><p>Leia mais no capítulo Curva S (curvas de agregação de recursos) que faz parte do livro Processos</p><p>Construtivos - base teórica desta Unidade de Aprendizagem.</p><p>Boa leitura.</p><p>PROCESSOS</p><p>CONSTRUTIVOS</p><p>Bianca Funk</p><p>Weimer</p><p>Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094</p><p>P963 Processos construtivos / André Luís Abitante ... [et al.] ;</p><p>[revisão técnica: Shanna Trichês Lucchesi]. – Porto</p><p>Alegre : SAGAH, 2017.</p><p>271 p. : il. ; 22,5 cm.</p><p>ISBN 978-85-9502-224-9</p><p>1. Engenharia civil. 2. Processos construtivos.</p><p>CDU 624</p><p>Revisão técnica:</p><p>Shanna Trichês Lucchesi</p><p>Mestre em Engenharia de Produção</p><p>Professora do curso de Engenharia Civil</p><p>Processos construtivos_Impressa.indd 2 06/10/2017 16:28:50</p><p>Curva “S” (curvas de</p><p>agregação de recursos)</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p> Identi� car o conceito das curvas de agregação de recursos no</p><p>gerenciamento de projetos.</p><p> Diferenciar as aplicações da curva S como técnica de planejamento/</p><p>programação e de controle.</p><p> Avaliar o uso das curvas de agregação de recursos na gestão de custos.</p><p>Introdução</p><p>A construção civil é uma indústria cujos produtos necessitam de tempo</p><p>elevado para maturação. Além de vulneráveis, esses produtos depen-</p><p>dem das condições climáticas; sendo</p><p>produzidos no próprio local em</p><p>que serão entregues. Dessa forma, modificações consideráveis podem</p><p>ocorrer no produto final, bem como ao longo do processo de construção.</p><p>Assim, todas as estimativas e previsões realizadas antes do início da obra,</p><p>como projetos, orçamentos, suprimentos, contratos e planejamento da</p><p>produção, têm suas conjecturas sujeitas a riscos.</p><p>Nesse ambiente caracterizado pela incerteza, variabilidade, interde-</p><p>pendência e complexidade, o gerenciamento possui o papel de eliminar</p><p>e reduzir os impactos no resultado final da obra. É clara a necessidade,</p><p>portanto, de uma ferramenta que permita o controle do progresso do</p><p>empreendimento, integrando a programação da produção e o custo.</p><p>Neste capítulo, você vai entender que as curvas de agregação de</p><p>recursos são uma forma muito eficiente para a organização e o geren-</p><p>ciamento de projetos na construção civil.</p><p>Processos construtivos_U4_C17.indd 243 06/10/2017 13:32:48</p><p>Curvas de agregação de recursos e o</p><p>gerenciamento de projetos</p><p>As curvas de agregação de recursos são uma ferramenta que pode auxiliar no</p><p>gerenciamento de projetos de empreendimentos na construção civil. A técnica</p><p>consiste em apresentar, na forma de um gráfi co, a totalização dos recursos</p><p>utilizados em uma obra em cada período de tempo (dias, semanas, meses ou</p><p>anos). Tais recursos podem ser:</p><p> Mão de obra (por exemplo, homens-hora).</p><p> Materiais (por exemplo, quantidade de materiais).</p><p> Equipamentos (por exemplo, número de máquinas).</p><p>Com as curvas de agregação, é possível perceber a evolução da utilização</p><p>de um ou mais recursos de um projeto em cada período da produção, ao longo</p><p>do tempo, além de identificar potenciais problemas no que tange ao cumpri-</p><p>mento de prazos e a desvios orçamentários. As curvas de agregação podem</p><p>apresentar os valores dos recursos em função do tempo de duas maneiras:</p><p> Não acumulada (simples).</p><p> Acumulada (curva “S”).</p><p>A forma não acumulada possibilita o controle da mobilização de recursos,</p><p>bem como a intensidade de alocação deles na obra. A curva não apresenta</p><p>um formato definido, já que ele dependerá do consumo de recursos em cada</p><p>período analisado, e a área sob a curva fornece o custo total da obra.</p><p>A forma acumulada da curva é conhecida como curva S, também podendo</p><p>ser chamada de curva de distribuição ou agregação acumulada. Ela representa</p><p>o resultado da acumulação das distribuições percentuais parciais, referentes à</p><p>aplicação de determinado recurso (também chamado de fator de produção) ao</p><p>longo do tempo. A curva acumulada nada mais é do que a integral da curva</p><p>não acumulada. O formato em “S” permite verificar o valor acumulado dos</p><p>recursos desde o início da obra até a sua finalização. A Figura 1 apresenta</p><p>duas curvas de agregação de recursos: a primeira na sua forma não acumulada</p><p>e a segunda na forma acumulada.</p><p>Curva “S” (curvas de agregação de recursos)244</p><p>Processos construtivos_U4_C17.indd 244 06/10/2017 13:32:48</p><p>Figura 1. Curvas de agregação de recursos não acumulada (simples) e acumulada (curva “S”).</p><p>Fonte: Kern e Formoso (2004).</p><p>Representação das curvas de agregação de recursos</p><p>A forma mais característica da curva para cada fase do projeto vai depender</p><p>do progresso físico ou o consumo de recursos (mão de obra, equipamentos,</p><p>etc.) e da defi nição dos parâmetros que vão modelar a curva. Para a fase de</p><p>construção, têm-se dois exemplos de curvas não acumuladas que representam</p><p>bem essa etapa: a curva clássica trapezoidal e a curva beta. A Figura 2 mostra</p><p>esses dois tipos de curva sobrepostas.</p><p>Figura 2. Curvas de agregação de recursos trapezoidal (preta) e beta (tracejada).</p><p>Fonte: Silva (2000?).</p><p>245Curva “S” (curvas de agregação de recursos)</p><p>Processos construtivos_U4_C17.indd 245 06/10/2017 13:32:49</p><p>O gráfico trapezoidal típico é tido como a forma ideal para o desenvolvi-</p><p>mento de um projeto, pois a ideia é que seja apresentado um modelo estável,</p><p>principalmente na região do patamar do trapézio, não promovendo picos de</p><p>gastos. Em uma curva de agregação de recursos clássica do trapézio, o consumo</p><p>de recursos é constante durante a metade do tempo total de obra, que é quando</p><p>se atinge o patamar. Para que o patamar seja atingido, leva-se o equivalente a</p><p>1/3 (33,3%) do prazo total da obra. Para sair do patamar nivelado e finalizar</p><p>a obra, leva-se o equivalente a 1/6 (16,7%) do prazo total da obra.</p><p>A Figura 3 apresenta dois formatos de curvas de situações que devem ser</p><p>evitadas. No caso A, o projeto está com o consumo de recursos reduzido no</p><p>início da obra, causado, possivelmente, por dificuldades na mobilização de</p><p>recursos. Próximo do tempo final de obra, o cronograma se encontra saturado,</p><p>pois há um intenso consumo de recursos nessa etapa. No caso B, tem-se a</p><p>situação inversa, na qual há uma mobilização grande de recursos no início,</p><p>com o aparecimento de uma inércia no final. Tanto a situação A quanto a</p><p>situação B podem ter como consequência custos desnecessários.</p><p>Figura 3. Casos de curvas de agregação de recursos que devem ser evitadas.</p><p>Fonte: Silva (2000?).</p><p>Aplicação das curvas de agregação de recursos</p><p>como técnica de planejamento e de controle</p><p>As curvas de agregação de recursos são uma ferramenta que possibilita in-</p><p>tegrar a programação da produção e o custo de empreendimentos. O uso das</p><p>curvas de agregação de recursos permite, portanto, monitorar o progresso do</p><p>empreendimento, com a visualização de previsão de seus custos e receitas</p><p>(fl uxo de caixa), tanto de forma não cumulativa quanto cumulativa.</p><p>Curva “S” (curvas de agregação de recursos)246</p><p>Processos construtivos_U4_C17.indd 246 06/10/2017 13:32:50</p><p>Essas curvas são úteis tanto para o cliente quanto para o construtor do</p><p>empreendimento. O cliente tem a noção do desenvolvimento do custo, e o</p><p>construtor, do desenvolvimento do trabalho e da receita. De maneira sucinta,</p><p>as curvas de agregação de recursos podem ser empregadas como:</p><p> Técnica de planejamento e programação.</p><p> Técnica de controle.</p><p>A curva “S” como ferramenta de planejamento e</p><p>programação</p><p>A curva “S” é utilizada como ferramenta de planejamento no gerenciamento</p><p>de projetos, pois ela permite modelar a utilização de recursos (mão de obra,</p><p>materiais, equipamentos) e a destinação de verbas para um fi m em relação ao</p><p>tempo. Assim, torna-se possível traçar um comportamento planejado para o</p><p>projeto em questão.</p><p>As curvas de agregação de recursos são ferramentas capazes de assimilar</p><p>o orçamento com uma técnica operacional de planejamento. Gráficos de redes</p><p>de precedência, de linhas de balanço ou de Gantt são exemplos de técnicas</p><p>operacionais de planejamento e têm por objetivo expressar o desenvolvimento</p><p>do consumo de recursos para cada período da obra. A Figura 4 apresenta a</p><p>curva “S” (curva de recursos) como técnica de planejamento e programação,</p><p>que pode ser obtida por meio de gráficos usados para técnicas operacionais</p><p>de planejamento (rede, nivelamento e Gantt).</p><p>Figura 4. Curva “S” e gráficos de técnicas operacionais de planejamento.</p><p>Fonte: Silva (2000?).</p><p>Gráficos como o de Gantt ou de redes PERT não fornecem a duração da</p><p>obra e o nível máximo de recursos utilizados. Portanto, deve-se delinear um</p><p>247Curva “S” (curvas de agregação de recursos)</p><p>Processos construtivos_U4_C17.indd 247 06/10/2017 13:32:50</p><p>plano de obras executável dentro da duração e dos níveis máximos de recursos</p><p>preestabelecidos para o empreendimento, por meio de uma curva de agregação</p><p>de recursos. Assim, as curvas de agregação podem ser usadas para determinar</p><p>a programação de obras que será realizada. Para isso, é necessário que as</p><p>estratégias previstas para o andamento da obra, como a escolha de um ritmo</p><p>maior ou menor de trabalho em dado período, a redução da fase de construção</p><p>ou ainda a determinação da duração total do empreendimento, sejam definidas.</p><p>Com tais dados, somados a outros que contenham as restrições e os ní-</p><p>veis máximos de custos e recursos, por exemplo, é possível traçar curvas de</p><p>agregação simples e acumuladas</p><p>de um projeto. Todas essas informações e</p><p>detalhes devem estar contidos em um plano mestre referente ao empreendi-</p><p>mento. Finalmente, o planejamento estratégico e a programação do projeto</p><p>podem ser realizados de forma detalhada e precisa por meio das delimitações</p><p>fornecidas pelo plano mestre, juntamente com as curvas “S”.</p><p>Estimada a duração prevista para a obra e os seus custos, juntamente</p><p>com as estratégias traçadas, deve-se adequar as curvas de agregação de re-</p><p>cursos ao porte, tipo e objetivos do projeto em questão. As curvas podem ser</p><p>representadas tanto com valores percentuais (relativos) quanto com valores</p><p>absolutos (reais, metros, etc.). Os valores percentuais são mais comumente</p><p>aplicados para curvas de progresso, e os valores absolutos, para curvas de</p><p>recursos e de custos.</p><p>De acordo com Heineck (1990), a curva de agregação de recursos é uma ferramenta</p><p>composta pela integração do orçamento com uma técnica operacional de</p><p>planejamento.</p><p>A curva “S” como técnica de controle</p><p>Com os resultados obtidos após o processo de planejamento e programação</p><p>do projeto, chega-se à curva “S”, que servirá como parâmetro de desempenho</p><p>entre o que foi planejado e o que está sendo executado. Será possível, portanto,</p><p>na etapa de execução, verifi car o andamento físico das atividades, o consumo</p><p>de materiais e de mão de obra por hora, assim como avaliar os desvios que</p><p>ocorrerem em relação ao que estava sendo esperado. A Figura 5 exemplifi ca as</p><p>Curva “S” (curvas de agregação de recursos)248</p><p>Processos construtivos_U4_C17.indd 248 06/10/2017 13:32:50</p><p>curvas “S” (acumuladas) e as curvas simples de agregação de recursos como</p><p>técnica de controle de projetos, em que é possível visualizar os desvios entre</p><p>o planejamento e a execução.</p><p>Figura 5. Curvas “S” (acumuladas) e curvas simples (não acumuladas) empregadas como</p><p>técnica de controle de projetos.</p><p>Fonte: Silva (2000?).</p><p>Como proposta de controle de empreendimentos, o uso das curvas “S” vai</p><p>permitir aos gestores:</p><p> Concepção de respostas ágeis com relação ao sistema de gestão utilizado,</p><p>tornando as informações passíveis de análise e de embasamento para</p><p>a tomada de decisões.</p><p> Disponibilização de relatórios e diagnósticos coerentes para apontar</p><p>as mudanças nas estimativas.</p><p> Integração de outros departamentos da empresa com o controle de</p><p>custos, permitindo a avaliação do progresso do empreendimento e a</p><p>tomada de decisões acerca das estimativas iniciais.</p><p>Para saber mais sobre curvas de agregação de recursos como ferramenta de planeja-</p><p>mento e controle, veja o trabalho de Heineck (1989).</p><p>249Curva “S” (curvas de agregação de recursos)</p><p>Processos construtivos_U4_C17.indd 249 06/10/2017 13:32:50</p><p>As curvas de agregação de recursos na gestão</p><p>de custos</p><p>Um sistema de gestão de custos deve, além de estimar os custos com precisão,</p><p>fornecer informações relevantes para a possível tomada de decisões ao longo</p><p>da duração do empreendimento. Em obras de engenharia civil, um documento</p><p>básico para o controle de custos — o orçamento — é realizado logo no início do</p><p>empreendimento; contudo, a informação gerada nos orçamentos tradicionais se</p><p>torna pouco compatível ao custo efetivo da obra. Isso ocorre porque os custos</p><p>são baseados em quantitativos de projetos, mas mudanças na hora da execução</p><p>podem fazer o orçamento divergir substancialmente dos valores previstos.</p><p>A ênfase de planejamento e controle da produção está no tempo (prazo da</p><p>obra), sendo o custo decorrente, muitas vezes, do tempo de produção. Entre-</p><p>tanto, só é possível avaliar o impacto do tempo de duração da obra no custo</p><p>final do empreendimento por meio de um controle envolvendo a produção e</p><p>os custos. A importância desse controle pode ser explicada em dois exemplos:</p><p>no primeiro, os custos do empreendimento se encontram adequados quando</p><p>comparados aos custos estimados no orçamento; contudo, o andamento da</p><p>produção corre o risco de ultrapassar o prazo final previsto, e isso impactará</p><p>consideravelmente no custo final. No segundo exemplo, ocorre a situação</p><p>contrária: o andamento da produção pode estar dentro do prazo previsto; no</p><p>entanto, os custos ultrapassaram os valores esperados no orçamento. Nesse</p><p>contexto, as curvas de agregação de recursos simples (não cumulativas) e</p><p>as curvas “S” (acumulativas) podem ser muito úteis como ferramenta de</p><p>gestão de custos, já que incorporam a programação da produção ao custo</p><p>do empreendimento. Logo, é possível verificar, de antemão, a tendência do</p><p>desenvolvimento dos custos e dos prazos.</p><p>Como ferramentas de gestão no controle de custos de empreendimentos,</p><p>diversos usos podem ser encontrados para as curvas de agregação de recursos</p><p>cumulativas e não cumulativas:</p><p> Estudos de viabilidade.</p><p> Avaliação de propostas.</p><p> Análises econômicas e financeiras.</p><p> Gestão da produção e avanços físicos.</p><p> Controle dos custos.</p><p> Fluxo de caixa.</p><p>Curva “S” (curvas de agregação de recursos)250</p><p>Processos construtivos_U4_C17.indd 250 06/10/2017 13:32:51</p><p>Curvas de agregação de recursos no estudo de</p><p>viabilidade e avaliação de propostas</p><p>Como ferramenta para o estudo de viabilidade de empreendimentos, as curvas</p><p>de agregação de recursos podem auxiliar na decisão sobre os investimentos</p><p>durante a fase de projeto, com o intuito de avaliar o comportamento do em-</p><p>preendimento diante dos variados cenários que poderão ocorrer ao longo do</p><p>seu desenvolvimento — ou seja, defi nem se ele é viável ou não. Por meio</p><p>da comparação entre duas curvas de agregação de recursos diferentes (uma</p><p>relativa ao custo e outra relativa às despesas), torna-se possível visualizar em</p><p>que momento o empreendimento passa a dar lucro.</p><p>Mediante a existência de duas propostas ou dois cenários distintos para um</p><p>empreendimento, essas curvas também podem servir de auxílio na análise das</p><p>situações. Além do interesse pelos preços ofertados, é levado em consideração</p><p>também o cronograma físico-financeiro de cada proposta. A Figura 6 ilustra as</p><p>situações A e B, para um mesmo empreendimento. A situação A vai exigir um</p><p>investimento maior por parte do cliente, que responsável por fornecer parte da</p><p>receita necessária à empresa responsável pela realização da obra. A situação</p><p>B, pelo contrário, vai exigir um investimento maior por parte da empresa que</p><p>executa o empreendimento, gerando maiores despesas iniciais para ela; apesar</p><p>disso, apresentará um cenário mais vantajoso no final, com lucros maiores.</p><p>Figura 6. Curvas “S” usadas para analisar as situações A e B de um mesmo empreendimento.</p><p>Fonte: Kern et al. (2004).</p><p>Do ponto de vista econômico, a situação B é claramente mais vantajosa,</p><p>já que gera maior lucro. Porém, por exigir um alto investimento inicial da</p><p>empresa, pode-se tornar inviável, caso ela não possua o montante necessário.</p><p>251Curva “S” (curvas de agregação de recursos)</p><p>Processos construtivos_U4_C17.indd 251 06/10/2017 13:32:51</p><p>A situação A, portanto, pode ser mais viável que a B para a empresa, mas</p><p>apresenta um lucro menor.</p><p>Curvas de agregação de recursos como controle dos</p><p>custos e fluxo de caixa</p><p>A visualização do fl uxo de caixa de um empreendimento em execução facilita</p><p>o controle sobre os custos, bem como o reconhecimento dos períodos em que</p><p>há fl uxo positivo e negativo para a tomada de decisões acerca das aplicações</p><p>fi nanceiras. Como há uma enorme interação entre prazo e custo, o controle de</p><p>custos precisa estar ligado à produção por meio da projeção do fl uxo de caixa</p><p>(entradas e saídas de recursos em cada período). Salienta-se a importância de</p><p>um planejamento bem feito no fl uxo de caixa, pois uma empresa consegue se</p><p>sustentar se deixar de apresentar lucro por certo tempo; no entanto, ela pode</p><p>falir se faltar dinheiro em caixa, mesmo se a projeção fi nal seja lucrativa.</p><p>As curvas de agregação de recursos também podem ser úteis se plotadas</p><p>de modo a permitir a comparação entre o custo original e o custo atual dos</p><p>recursos ao longo da evolução do empreendimento. A Figura 7 apresenta a</p><p>curva “S” resultante do custo</p><p>originalmente orçado e previsto para o projeto</p><p>e a curva “S” do custo que vem sendo praticado até o momento.</p><p>Figura 7. Curvas “S” (acumulada) empregadas como comparação entre custo orçado e</p><p>custo atual.</p><p>Fonte: Balarine (2001).</p><p>Curva “S” (curvas de agregação de recursos)252</p><p>Processos construtivos_U4_C17.indd 252 06/10/2017 13:32:51</p><p>1. As curvas de agregação de recursos</p><p>são uma ferramenta útil para o</p><p>gerenciamento de projetos. Elas</p><p>consistem na representação de</p><p>um gráfico:</p><p>a) Custo x recursos</p><p>b) Recursos x tempo</p><p>c) Tempo x mão de obra</p><p>d) Produção x mão de obra</p><p>e) Recursos x produção</p><p>2. As curvas de agregação de recursos</p><p>são utilizadas de duas formas: NÃO</p><p>CUMULATIVA, ou dita _______, e</p><p>CUMULATIVA, também conhecida</p><p>como _______. As palavras que</p><p>preenchem corretamente as lacunas</p><p>são, respectivamente:</p><p>a) trapezoidal; curva “S”</p><p>b) curva “S”; simples</p><p>c) simples; trapezoidal</p><p>d) clássica; simples</p><p>e) simples; curva “S”</p><p>3. Basicamente, as curvas de agregação</p><p>de recursos podem ser utilizadas, na</p><p>construção civil, como técnicas de:</p><p>a) Planejamento/</p><p>programação e controle</p><p>b) Progresso do empreendimento</p><p>e viabilidade</p><p>c) Gerenciamento e orçamento</p><p>d) Operação e planejamento</p><p>e) Fluxo de caixa e controle</p><p>4. Com relação às suas aplicações,</p><p>pode-se afirmar que as curvas de</p><p>agregação de recursos consistem em</p><p>uma ferramenta para:</p><p>a) Cálculo do orçamento</p><p>previsto para a obra.</p><p>b) Definição do prazo total</p><p>do empreendimento.</p><p>c) Integração do orçamento</p><p>com uma técnica operacional</p><p>de planejamento.</p><p>d) Escolha da mão de obra,</p><p>materiais e equipamentos</p><p>para o projeto.</p><p>e) Conciliação entre interesses</p><p>do cliente e da empresa.</p><p>5. Como ferramenta de gestão de</p><p>custos de empreendimentos, as</p><p>curvas de agregação de recursos</p><p>cumulativas e não cumulativas</p><p>podem ter muitas aplicações. Entre</p><p>elas, aquela que não se enquadra</p><p>como verdadeira é:</p><p>a) Avaliação de propostas</p><p>b) Mobilização de recursos materiais</p><p>c) Controle de custos</p><p>d) Fluxo de caixa</p><p>e) Estudos de viabilidade</p><p>253Curva “S” (curvas de agregação de recursos)</p><p>Processos construtivos_U4_C17.indd 253 06/10/2017 13:32:52</p><p>BALARINE, O. F. O. O controle de projetos através dos conceitos de desempenho real</p><p>(Earned Value). Produção, São Paulo, v. 10, n. 2, p. 31-40, maio 2001. Disponível em:</p><p><http://www.scielo.br/pdf/prod/v10n2/v10n2a03>. Acesso em: 19 ago. 2017.</p><p>HEINECK, L. F. M. Curvas de agregação de recursos no planejamento e controle da edifi-</p><p>cação: aplicação a obras e a programas de construção. Caderno de Engenharia, Porto</p><p>Alegre, n. 31, 1989.</p><p>KERN, A. P. et al. O uso de curvas de agregação de recursos como ferramenta na gestão</p><p>de custos. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO,</p><p>10.,2004, São Paulo. Anais... São Paulo: [s.n.], 2004. Disponível em: <ftp://ip20017719.</p><p>eng.ufjf.br/Public/AnaisEventosCientificos/ENTAC_2004/trabalhos/PAP0955d.pdf>.</p><p>Acesso em: 19 ago. 2017.</p><p>KERN, A. P.; FORMOSO, C. T. Integração dos setores de produção e orçamento na gestão</p><p>de custos de empreendimentos de construção civil. Revista Tecnologia, Fortaleza, v.</p><p>25, n. 1, p. 11-17, jun. 2004. Disponível em: <http://periodicos.unifor.br/tec/article/</p><p>view/122/4398>. Acesso em: 19 ago. 2017.</p><p>SILVA, I. M. Aplicações da curva “S” no gerenciamento de projetos. [S.l.: s.n., 2000?]. Dis-</p><p>ponível em: http://www.paineldetrabalho.com.br/informativosbc/SBC/CURVAS_</p><p>Ivaldo_SBC.pdf>. Acesso em: 19 ago. 2017.</p><p>Leituras recomendadas</p><p>BRESSIANI, L. et al. Curvas de agregação de recursos: uma análise de situações reais</p><p>em obras residenciais. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE</p><p>CONSTRUÍDO, 13., 2010, Canela. Anais... Canela: [s.n.], 2010. Disponível em: <http://</p><p>www.infohab.org.br/entac2014/2010/arquivos/760.pdf>. Acesso em: 19 ago. 2017.</p><p>KERN, A. P. Proposta de um modelo de planejamento e controle de custos de empreendi-</p><p>mentos de construção. 2005. 234 f. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – Programa</p><p>de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,</p><p>Porto Alegre, 2005.</p><p>Curva “S” (curvas de agregação de recursos)254</p><p>Processos construtivos_U4_C17.indd 254 06/10/2017 13:32:52</p><p>Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para</p><p>esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual</p><p>da Instituição, você encontra a obra na íntegra.</p><p>Conteúdo:</p><p>Dica do professor</p><p>A forma acumulada da curva é conhecida como Curva S, também podendo ser chamada de curva</p><p>de distribuição ou agregação acumulada, representa o resultado da acumulação das distribuições</p><p>percentuais e parciais referentes à aplicação de determinado recurso ao longo do tempo.</p><p>A curva acumulada nada mais é do que a integral da curva não acumulada. O formato em S permite</p><p>verificar o valor acumulado dos recursos desde o início da obra até a sua finalização.</p><p>Acompanhe na Dica do Professor a seguir a importância da aplicação da Curva S e uma obra.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/079cc775c007716767ea5e4584c469f6</p><p>Exercícios</p><p>1)</p><p>As curvas de agregação de recursos são uma ferramenta útil para o gerenciamento de</p><p>projetos. Elas consistem na representação de gráficos que permitem:</p><p>A) verificar a qualidade da mão de obra e dos materiais empregados na obra.</p><p>B) o progresso físico da obra e a qualidade da mão de obra empregada durante a execução.</p><p>C) perceber a evolução da utilização de um ou mais recursos de um projeto de cada período da</p><p>produção ao longo do tempo.</p><p>D) que as curvas de agregação não possam apresentar os valores dos recursos em função do</p><p>tempo.</p><p>E) que as curvas possam ser representadas somente por valores percentuais (relativos) e não por</p><p>valores absolutos (reais, metros, etc.).</p><p>2)</p><p>As curvas de agregação de recursos são utilizadas de duas formas: não cumulativa e</p><p>cumulativa. É correto afirmar que:</p><p>A) a curva trapezoidal é também denominada de Curva S por utilizar valores acumulados.</p><p>B) a forma acumulada também é denominada de Curva simples.</p><p>C) as curvas de agregação podem apresentar os valores dos recursos em função do tempo de</p><p>duas maneiras: simples ou não cumulativa e cumulativas como a Curva S.</p><p>D) a curva acumulada não apresenta um formato definido, já que dependerá do consumo de</p><p>recursos em cada período analisado.</p><p>E) a curva não acumulada, também denominada de Curva S, pode ser chamada de curva de</p><p>distribuição ou agregação não acumulada e representa o resultado das distribuições</p><p>percentuais e parciais referentes à aplicação de determinado recurso.</p><p>3)</p><p>As curvas de agregação de recursos podem ser utilizadas, na construção civil, como técnicas</p><p>de planejamento e controle. Assinale a alternativa que melhor corresponde a essa afirmativa.</p><p>A) O cliente não tem a noção do desenvolvimento do custo e o construtor do desenvolvimento</p><p>do trabalho e da receita.</p><p>B) A Curva S é utilizada como ferramenta de planejamento no gerenciamento de projetos, pois</p><p>ela permite modelar a utilização de recursos (mão de obra, materiais, equipamentos) e a</p><p>destinação de verbas para um fim em relação ao tempo.</p><p>C) Não é necessário que as estratégias previstas estejam definidas em um plano mestre para o</p><p>andamento da obra, como, por exemplo, a escolha de um ritmo maior ou menor de trabalho</p><p>em dado período, ou a redução da fase de construção, ou ainda a determinação da duração</p><p>total do empreendimento.</p><p>D) O planejamento estratégico e a programação do projeto não precisam ser realizados de forma</p><p>detalhada, apenas necessitamos dos dados fornecidos pelas delimitações fornecidas pelas</p><p>Curvas S.</p><p>E) O uso das Curvas S vai dificultar a concepção de respostas ágeis aos gestores com relação ao</p><p>sistema de gestão utilizado, precisando, assim, utilizar de outros meios para as tomadas de</p><p>decisão.</p><p>4)</p><p>Com relação às suas aplicações, pode-se afirmar que as curvas de agregação de recursos</p><p>consistem em uma ferramenta para:</p><p>A) calcular o orçamento previsto para a obra.</p><p>B) definir o prazo</p><p>total do empreendimento.</p><p>C) integrar o orçamento com uma técnica operacional de planejamento.</p><p>D) escolher a mão de obra, os materiais e os equipamentos para o projeto.</p><p>E) Conciliação entre interesses do cliente e da empresa.</p><p>5)</p><p>Como ferramenta de gestão de custos de empreendimentos, as curvas de agregação de</p><p>recursos cumulativas e não cumulativas podem ter muitas aplicações. Entre elas, aquela que</p><p>não se enquadra como verdadeira é:</p><p>A) a avaliação de propostas.</p><p>B) a mobilização de recursos materiais.</p><p>C) o controle de custos.</p><p>D) o fluxo de caixa.</p><p>E) os estudos de viabilidade.</p><p>Na prática</p><p>No exemplo abaixo, temos uma planilha de dados de uma obra, onde foram coletados dados</p><p>semanais da evolução das atividades. Construiu-se as curvas S de Evolução Física e da</p><p>Superestrutura da obra. Com isto consegue-se comparar e acompanhar o que foi projetado com o</p><p>que foi realmente executado.</p><p>Portanto pode-se fazer uma projeção das atividades críticas e também verificar quais ferramentas e</p><p>ações devem ser tomadas para o cumprimento e manter o cronograma original.</p><p>Podemos verificar que o avanço ocorrido está muito aquém do programado no cronograma</p><p>original, podendo acarretar atraso na entrega da obra.</p><p>Clique no botão a seguir para fazer download da planilha.</p><p>Baixe Aqui</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/26e734c8-8da2-4867-95f5-cced11f36c23/48f39ce2-d632-4731-91ea-ccba2ba1e339.xls</p><p>Saiba +</p><p>Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:</p><p>A aplicação da Curva S na gestão de projetos de engenharia</p><p>No link a seguir, você terá acesso a um artigo que abordará a definição de Curva S, as principais</p><p>vantagens, as aplicações da ferramenta e a sua utilização na gestão eletrônica de documentos</p><p>(GED).</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>Controle da implantação de projeto através de curvas S</p><p>aplicado na execução de estrutura metálicas</p><p>Com este link, você terá acesso a um artigo que traz um estudo do gerenciamento do tempo de</p><p>projetos sob a problemática de ser o tempo gerenciável efetivamente ou não por intermédio das</p><p>Curvas S para monitorar e controlar a mudança dos prazos no decorrer do projeto, facilitando assim</p><p>a tomada de decisão.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>Aplicações de técnicas de controle e planejamento em</p><p>edificações</p><p>Neste link, você terá acesso a um trabalho que abordou modelos práticos de planejamento e</p><p>controle de obras verticais e também um estudo de caso de uma obra localizada em Betim, em</p><p>Minas Gerais, utilizando gráficos, planilhas e figuras do orçamento, além do controle e do</p><p>planejamento da obra em questão.</p><p>https://gestaodedocumentos.net/aplicacao-curva-s-gestao-de-projetos-de-engenharia/</p><p>http://www.infohab.org.br/entac2014/2006/artigos/ENTAC2006_1744_1753.pdf</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:y5-UtvT_JgkJ:https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/VRNS-9TNNNW/1/aplica__o_de_t_cnicas_de_controle_e_planejamento_em_edifica__es_rev.01.pdf+&cd=2&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br</p><p>Medição da produção na construção</p><p>civil (análises de processos</p><p>construtivos)</p><p>Apresentação</p><p>O processo de produção pode ser entendido como um conjunto de atividades que transformam</p><p>entradas e insumos em saídas e produtos por meio de objetivos e estratégias definidas. Tais</p><p>estratégias são definidas por planos de como os recursos serão utilizados para atingir os objetivos</p><p>da produção e, consequentemente, os objetivos da organização.</p><p>Entender essas estratégias faz parte do processo de produção, a qual corresponde à transformação</p><p>de recursos materiais em utilidades. À medida que uma nação cresce, a produção aumenta e,</p><p>consequentemente, o progresso também, o qual cria ainda mais a necessidade de uma produção</p><p>maior e cada vez mais eficiente.</p><p>Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá a definição da medição de produção e da análise de</p><p>processos construtivos e quais são os sistemas de indicadores de desempenho desenvolvidos</p><p>nesses processos. Além disso, você verá a aplicação dos indicadores de produtividade e serviços na</p><p>construção civil.</p><p>Bons estudos.</p><p>Bons estudos.</p><p>Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p>Definir medição de produção e análise de processos construtivos.•</p><p>Analisar os sistemas de indicadores de desempenho nos processos construtivos.•</p><p>Aplicar os indicadores de produtividade de serviços na construção civil.•</p><p>Desafio</p><p>Sabemos que o sistema produtivo é composto por mão de obra, materiais e equipamentos como</p><p>sendo fatores de entrada. Esses fatores devem interagir entre si, materializando o produto, gerando</p><p>o processo de execução do serviço e dando origem ao produto final, ou seja, a saída do sistema</p><p>produtivo.</p><p>Para que possamos ter uma ideia de produtividade, é necessário que tenhamos um processo de</p><p>execução desenvolvido dentro de uma metodologia de trabalho para que se possa monitorar a</p><p>produtividade.</p><p>Como gerente de produção, você deve aplicar os processos produtivos para otimizar o processo de</p><p>reboco da fachada de uma edificação térrea, na qual você é o responsável pela contratação do</p><p>serviço e organização da mão de obra.</p><p>Acompanhe na imagem a seguir qual a situação atual do serviço nessa obra.</p><p>Aponte a câmera para o</p><p>código e acesse o link do</p><p>conteúdo ou clique no</p><p>código para acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/aabd25a9-7f28-4a74-ac2d-6871f0b639a4/2a49efbe-5036-4c2f-80a8-a982aae5463d.png</p><p>Tal operação produz 10 m² de reboco por hora. Assim, você, como gestor, deve indicar uma</p><p>maneira de melhorar a produção e também realizar um comparativo do antes e depois da adoção</p><p>do processo.</p><p>Infográfico</p><p>Para conseguirmos atingir objetivos e fazer com que os indicadores de desempenho tenham uma</p><p>significativa contribuição no controle de uma empresa, devemos entender, primeiramente, o</p><p>significado de planejamento estratégico, em que os objetivos para definição de metas devem estar</p><p>claros para que possamos alcançá-las.</p><p>Dessa forma, a gestão dos indicadores de desempenho e a sua elaboração são remanejadas para</p><p>que possamos monitorar a evolução dos resultados de uma empresa. Isso nos ajuda a tomar</p><p>decisões adequadas e criar estratégias de melhoria nos diversos setores.</p><p>Existem diversos tipos de indicadores e métodos que podem ser utilizados para a contribuição</p><p>desse processo. Mesmo assim, independente de qual categoria está o indicador, todos eles têm</p><p>igual importância, visto que são capazes de fornecer a visão que a empresa precisa para conseguir</p><p>alinhar e atingir os objetivos traçados. Portanto, não estamos falando apenas de metas, mas de</p><p>quem vai ajudar a alcançá-las.</p><p>Acompanhe no Infográfico a seguir alguns exemplos de indicadores.</p><p>Aponte a câmera para o</p><p>código e acesse o link do</p><p>conteúdo ou clique no</p><p>código para acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/0601ed26-ee50-4d59-8fba-bab1018b7a8f/6343c345-453d-4388-b914-e019b43431ec.png</p><p>Conteúdo do livro</p><p>As empresas devem ser produtivas e utilizar o máximo de recursos disponíveis, seja mão de obra,</p><p>máquinas ou materiais. Para isso, é necessário que se tenha técnicas de medida de produção. Para</p><p>medir, é preciso que, inicialmente, seja realizada a coleta de dados da produção. Essa coleta pode</p><p>ser executada de duas maneiras: coleta de dados de forma manual ou de forma automática.</p><p>O trecho do material disponibilizado destaca o problema que é medir uma produção de maneira</p><p>eficiente. Leia o capítulo Medição da produção na construção civil (análises de processos</p><p>construtivos), que faz parte do livro Processos construtivos e é base teorica desta Unidade de</p><p>Aprendizagem.</p><p>Boa leitura.</p><p>PROCESSOS</p><p>CONSTRUTIVOS</p><p>Roberta Centofante</p><p>Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB</p><p>(tanto físicos quanto financeiros), a melhoria da qualidade da obra</p><p>e a redução de impactos ambientais (pela redução do consumo de recursos</p><p>naturais e do descarte de resíduos). Desse modo, é possível concluir que essa</p><p>gestão se constitui em uma medida em prol da sustentabilidade da construção.</p><p>Logo, a gestão de perdas construtivas pode ser realizada por meio do</p><p>controle das atividades executadas em obra, da capacitação da mão de obra e</p><p>da aplicação de sistemas construtivos pré-fabricados ou tecnológicos.</p><p>Classificação das perdas construtivas</p><p>As perdas construtivas podem ser classifi cadas de acordo com diversos pa-</p><p>râmetros. A seguir, será apresentada a classifi cação de acordo com o tipo de</p><p>Cálculos de perdas construtivas234</p><p>Processos construtivos_U4_C16.indd 234 06/10/2017 13:32:22</p><p>recurso consumido, a fase do empreendimento em que ocorrem, o momento</p><p>de incidência na produção e a natureza da perda.</p><p>Perdas construtivas de acordo com o tipo de recurso</p><p>consumido</p><p>As perdas construtivas de acordo com o tipo de recurso consumido podem</p><p>ser de caráter físico ou fi nanceiro.</p><p>As perdas físicas são aquelas decorrentes diretamente da execução dos</p><p>serviços de construção, como o desperdício de materiais durante a aplicação,</p><p>a displicência dos operários na realização do trabalho ou a paralisação de</p><p>atividades em função de equipamentos estragados.</p><p>As perdas financeiras podem ser decorrentes das perdas físicas, como nos</p><p>exemplos citados anteriormente, ou podem ter origem estritamente financeira</p><p>— por exemplo, o mau gerenciamento de compra de materiais, resultando na</p><p>falta destes em obra.</p><p>Perdas construtivas de acordo com a fase do</p><p>empreendimento em que ocorrem</p><p>As perdas construtivas podem ocorrer durante a fase de concepção, produção</p><p>ou utilização do empreendimento.</p><p>As perdas durante a concepção do projeto decorrem de erros de dimensiona-</p><p>mento (intencionais ou não), que resultam em estruturas superdimensionadas,</p><p>com consumo de materiais além do necessário.</p><p>Durante a produção, as perdas construtivas podem ser decorrentes da</p><p>aplicação inadequada do material (argamassa de revestimento excessivamente</p><p>espessa) ou do seu desperdício (queda da argamassa de revestimento no chão,</p><p>durante a aplicação).</p><p>Por fim, a utilização inadequada e a falta de manutenção de uma edificação</p><p>podem exigir a substituição de componentes, resultando em perdas construtivas.</p><p>As perdas construtivas decorrentes da utilização podem ser ocasionadas por</p><p>alterações promovidas pelo morador, como a repintura da edificação antes</p><p>do tempo previsto.</p><p>235Cálculos de perdas construtivas</p><p>Processos construtivos_U4_C16.indd 235 06/10/2017 13:32:22</p><p>Perdas construtivas de acordo com o momento de</p><p>incidência na produção</p><p>As perdas construtivas podem ocorrer em função do manuseio e da prepa-</p><p>ração dos materiais em obra. Na Figura 2, é apresentado um fl uxograma que</p><p>representa diferentes etapas de manuseio e preparação dos materiais.</p><p>Figura 2. Fluxograma com as etapas de manuseio e preparação dos materiais.</p><p>Fonte: Souza (2005, p. 35).</p><p>Como exemplos, destacam-se as perdas referentes à quebra de blocos ce-</p><p>râmicos, ocasionadas pela falta de cuidado no manejo durante o recebimento</p><p>em obra, transporte e assentamento na posição definitiva. Além disso, podem</p><p>ser destacadas as perdas de blocos em função do armazenamento inadequado,</p><p>que resulta em quebras ou apodrecimento do material, quando em contato</p><p>com excesso de umidade.</p><p>Perdas construtivas de acordo com a natureza</p><p>As perdas construtivas de acordo com sua natureza podem ser classifi cadas</p><p>em (SANTOS et al., 1996 apud PALIARI, 1999):</p><p> Perdas por superprodução: ocorrem em função da produção em</p><p>quantidades superiores à necessária.</p><p> Perdas por substituição: ocorrem devido à aplicação de um material</p><p>com desempenho superior ao especificado, resultando em prejuízo</p><p>financeiro.</p><p> Perdas por espera: ocorrem pela falta de sincronização e gerenciamento</p><p>de fluxo de materiais e atividades dos operários. Podem se manifestar</p><p>na forma de perdas de mão de obra e equipamentos.</p><p> Perdas por transporte: ocorrem durante o manuseio dos materiais</p><p>e componentes, em função da falta de programação das atividades.</p><p>Cálculos de perdas construtivas236</p><p>Processos construtivos_U4_C16.indd 236 06/10/2017 13:32:23</p><p> Perdas no processamento: são originárias das atividades de exe-</p><p>cução de um serviço, podendo ou não ser causadas pela ineficiência</p><p>construtiva.</p><p> Perdas nos estoques: são decorrentes da falta de programação na</p><p>compra e na entrega de materiais, resultando em perdas físicas e fi-</p><p>nanceiras. Podem ser causadas também pela armazenagem ineficiente</p><p>dos materiais.</p><p> Perdas no movimento: derivam da movimentação do trabalhador</p><p>durante a execução dos serviços, podendo ocorrer pelo planejamento</p><p>inadequado do canteiro de obras.</p><p> Perdas pela elaboração de produtos defeituosos: ocorrem em função</p><p>da utilização de produtos inadequados, que prejudicam o desempenho</p><p>da edificação, necessitando substituição e retrabalhos.</p><p> Outros tipos de perdas: são perdas diferentes das citadas anteriormente,</p><p>como aquelas decorrentes de furtos, extravios e acidentes.</p><p>As perdas podem ser denominadas incorporadas e entulho. As perdas incorporadas</p><p>consistem no material aplicado em quantidade superior à necessária, como a execução</p><p>de um revestimento com excesso de espessura. As perdas do tipo entulho são o</p><p>material descartado da obra. Em muitos casos, esse material descartado ainda poderia</p><p>ser aplicado na construção.</p><p>Cálculo das perdas construtivas</p><p>O diagnóstico das perdas construtivas é realizado por meio da análise de</p><p>indicadores, os quais podem ser mensuradores ou explicadores.</p><p>Indicadores mensuradores</p><p>Os indicadores mensuradores são utilizados na quantifi cação das perdas</p><p>construtivas e avaliam a efi ciência do uso de recursos físicos e fi nanceiros.</p><p>O indicador de perdas (IP) pode ser estimado de acordo com a equação</p><p>a seguir.</p><p>237Cálculos de perdas construtivas</p><p>Processos construtivos_U4_C16.indd 237 06/10/2017 13:32:23</p><p>Onde:</p><p> QMR = quantidade de materiais realmente necessária</p><p> QMT = quantidade de materiais teoricamente necessária</p><p>As quantidades de materiais são estimadas por meio do indicador de con-</p><p>sumo de materiais (CUM), referente a um período específico, limitado pelo</p><p>IPE (início do período de estudo) e pelo FPE (final do período de estudo).</p><p>O indicador de consumo de materiais (CUM) pode ser obtido pela análise</p><p>de todo e qualquer material recebido do fornecedor, recebido de outras fontes</p><p>(proveniente de outras obras), retirado do canteiro (enviado para outras obras)</p><p>e acumulado ou retirado do estoque, bem como pela análise do serviço rea-</p><p>lizado. Portanto, o CUM é obtido por meio da equação apresentada a seguir.</p><p>Onde:</p><p> CUM = consumo unitário do material, entre IPE e FPE</p><p> EST (IPE) = quantidade de material no estoque, no instante IPE</p><p> FORN = quantidade de material recebida de fornecedores, entre IPE</p><p>e FPE</p><p> TRANSF = quantidade de material cedida (sinal negativo) ou recebida</p><p>(sinal positivo), entre IPE e FPE</p><p> EST (FPE) = quantidade de material no estoque, no instante FPE</p><p> QS = quantidade de serviço executado</p><p>Desse modo, o indicador de perdas (IP) pode ser estimado pela seguinte</p><p>equação.</p><p>Onde CUMT consiste no consumo unitário de materiais teoricamente</p><p>necessário, sendo definido previamente em projeto.</p><p>Cálculos de perdas construtivas238</p><p>Processos construtivos_U4_C16.indd 238 06/10/2017 13:32:23</p><p>Considere que uma área de 1.000 m2 de parede foi revestida com 1 cm de argamassa,</p><p>com consumo de cimento estimado em 150 kg/m3. No início do procedimento, havia</p><p>20 sacos de cimento no estoque, sendo recebidos mais 20 sacos do fornecedor, ao</p><p>longo da execução da tarefa. Além disso, 10 sacos de cimento foram transferidos de</p><p>outra obra, para a execução desse serviço. No final do serviço, restavam 15 sacos no</p><p>estoque. Considere que cada saco de cimento possui 50 kg.</p><p>Qual o indicador de perdas (IP) desse serviço?</p><p>10/2094</p><p>P963 Processos construtivos / André Luís Abitante ... [et al.] ;</p><p>[revisão técnica: Shanna Trichês Lucchesi]. – Porto</p><p>Alegre : SAGAH, 2017.</p><p>271 p. : il. ; 22,5 cm.</p><p>ISBN 978-85-9502-224-9</p><p>1. Engenharia civil. 2. Processos construtivos.</p><p>CDU 624</p><p>Revisão técnica:</p><p>Shanna Trichês Lucchesi</p><p>Mestre em Engenharia de Produção</p><p>Professora do curso de Engenharia Civil</p><p>Processos construtivos_Impressa.indd 2 06/10/2017 16:28:50</p><p>U N I D A D E 4</p><p>Medição da produção na</p><p>construção civil (análises</p><p>de processos construtivos)</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p> De� nir medição de produção e análise de processos construtivos.</p><p> Analisar os sistemas de indicadores de desempenho nos processos</p><p>construtivos.</p><p> Aplicar os indicadores de produtividade de serviços na construção civil.</p><p>Introdução</p><p>A importância do progresso da produção, para qualquer país, é um fato in-</p><p>contestável. O padrão material de cada nação depende substancialmente</p><p>da produção, que corresponde à transformação de recursos materiais</p><p>em utilidades. À medida que a nação se torna mais afluente, a posição</p><p>da produção, por diversas razões, passa a ser mais importante. Dessa</p><p>forma, fica claro que a produção cria progresso, o qual, por sua vez, cria</p><p>a necessidade de produção maior e mais eficiente.</p><p>Neste capítulo, você aprenderá a definição da medição de produção</p><p>e da análise de processos construtivos, assim como quais são os sistemas</p><p>de indicadores de desempenho desenvolvidos nesses processos. Além</p><p>disso, você estudará a aplicação dos indicadores de produtividade nos</p><p>serviços na construção civil.</p><p>Processos construtivos_U4_C15.indd 219 06/10/2017 13:32:12</p><p>Medição da produção na construção civil (análises de processos construtivos)220</p><p>Medição de produção e análise de processos</p><p>construtivos</p><p>O processo de produção pode ser entendido como um conjunto de atividades que</p><p>transformam entradas e insumos em saídas e produtos, por meio de objetivos</p><p>e estratégias. Tais estratégias são defi nidas por planos de como os recursos</p><p>serão utilizados para atingir os objetivos da produção e, consequentemente,</p><p>os objetivos da organização (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002).</p><p>Quando falamos em processos de produção, é importante perceber que</p><p>cada processo gera um efeito ou um resultado, por meio do qual se objetiva</p><p>atender as necessidades de um cliente externo como a fase posterior de uma</p><p>fase qualquer dentro do processo de produção.</p><p>O processo produtivo é o ponto em que se materializam a missão e os</p><p>objetivos da organização, com a produção de bens e serviços. Verifica-se que</p><p>desempenho e qualidade estão relacionados ao processo de produção quando se</p><p>avalia produtividade, custo, lucratividade, atendimento às normas e satisfação</p><p>dos clientes. Para o processo de produção conseguir auxiliar a organização a</p><p>atingir sua missão e seus objetivos, é necessário definir estratégias. Assim, as</p><p>estratégias de produção são os planos de ações a serem executados para atingir</p><p>os fins da produção, definidos como o que é necessário atingir para cumprir</p><p>os objetivos, os resultados esperados e a missão organizacional.</p><p>Sabemos que, à medida que o progresso no setor da produção aumenta, o</p><p>processo administrativo da produção se torna cada vez mais complexo. Então,</p><p>à medida que a produção cria níveis secundários e terciários, os padrões não</p><p>mais se referem à medição direta do produto.</p><p>Como resultado, o administrador da produção não só deve estar a par do</p><p>progresso na medição abstrata da produção, mas também da conexão entre</p><p>teoria e prática. Portanto, ele deve ser capaz de aplicar novos métodos quanti-</p><p>tativos e de recusar-se a aplicá-los, quando não trouxerem resultados práticos.</p><p>É importante ressaltar que as empresas devem ser produtivas utilizando o</p><p>máximo dos recursos disponíveis, seja de mão de obra, máquinas ou materiais.</p><p>Para isso, é necessário que haja técnicas de medida de produção. Para medir, é</p><p>preciso inicialmente realizar a coleta de dados da produção. Essa coleta pode</p><p>ser executada de duas formas: manual ou automática.</p><p>A coleta de dados de forma manual normalmente é feita por meio de apon-</p><p>tamentos em um diário de bordo, pelos operadores do maquinário ou pelos</p><p>apontadores de produção. Nesse diário, são apontadas algumas informações,</p><p>como:</p><p>Processos construtivos_U4_C15.indd 220 06/10/2017 13:32:12</p><p>221Medição da produção na construção civil (análises de processos construtivos)</p><p> Identificação da máquina/linha de montagem</p><p> Identificação do modelo da peça produzida</p><p> Quantidade de peças produzidas</p><p> Quantidade de peças refugadas</p><p> Tempo de parada da máquina</p><p> Classificação da parada da máquina</p><p> Operador responsável</p><p>Posteriormente, é necessário que alguém — em geral a manufatura — digite</p><p>os dados em uma planilha, a fim de calcular um indicador. Em seguida, é</p><p>criado o gráfico do indicador. Após a coleta, digitação e compilação de dados</p><p>e a montagem de relatórios e gráficos, os colaboradores e gestores terão uma</p><p>visão do comportamento da produção.</p><p>Já o sistema de coleta de dados de forma automática consiste em capturar</p><p>os dados diretamente da máquina, pela instalação de sensores ligados a um</p><p>aparelho que contabiliza a produção, o ciclo e a parada de máquina de forma</p><p>automática. Esse aparelho deve possuir uma interface na qual o operador</p><p>possa colocar informações complementares, como o motivo de parada, a</p><p>identificação e sua matrícula. Dependendo do nível de automação da máquina,</p><p>podem ser fornecidos de forma automática o motivo de parada, a tolerância</p><p>de parâmetros, entre outros. Os dados são capturados e enviados em tempo</p><p>real para um banco de dados, obtendo, assim, a situação de todas as máquinas</p><p>em tempo real.</p><p>Como o setor da construção civil ainda é bastante primitivo, a coleta de</p><p>dados automática pode se dar por meio da implementação de dispositivos</p><p>móveis, a fim de facilitar a comunicação. Os dados de controle e projeto,</p><p>por exemplo, podem ser enviados, por meio de aparelho móvel, da obra para</p><p>um ambiente web. O uso dessa tecnologia pela construção civil permite que</p><p>os envolvidos, por meio do dispositivo móvel, possam enviar informações</p><p>sobre as edificações com extrema agilidade. Os profissionais ligados à obra</p><p>podem, então, acessar os dados coletados e utilizá-los para gestão e controle</p><p>de programação dessa construção.</p><p>A coleta de dados de forma automática é uma excelente ferramenta na</p><p>gestão da produção. Por isso, ao nos depararmos com o problema de como</p><p>medir uma produção de maneira eficiente, devemos pensar que esse método</p><p>de coleta de dados representa uma excelente alternativa, visto que possibilita</p><p>a análise, a ação e o monitoramento da produção em tempo real, ganhando</p><p>eficiência e maximizando os resultados.</p><p>Processos construtivos_U4_C15.indd 221 06/10/2017 13:32:12</p><p>Medição da produção na construção civil (análises de processos construtivos)222</p><p>Além disso, medições objetivas, métodos quantitativos e simulações ma-</p><p>temáticas também estão presentes em todas as esferas da administração da</p><p>produção. À medida que a produção se torna mais complexa em sua automa-</p><p>tização, o trabalho do administrador da produção será o de aplicar medições</p><p>segundo modelos matemáticos nos quais se baseia o processo.</p><p>Entre alguns exemplos de medições, podemos citar:</p><p> Medidas de capacidade de produção: métodos aperfeiçoados de</p><p>medição e previsão de vida útil do equipamento (um refrigerador é</p><p>considerado operacional quando os testes de qualidade preveem que</p><p>operará durante 20 anos sem grandes consertos).</p><p> Medidas do ambiente físico: o desenvolvimento de medidas relativas</p><p>à produtividade, de elementos como sombra, luz, iluminação, tolerância</p><p>de produtos físicos, etc.</p><p> Medidas de desempenho: medições de esforços de grupo em tempos</p><p>padrão, custos padrão, medidas de qualidade e aplicação de amostragem,</p><p>probabilidade</p><p>e leis estatísticas ao estabelecimento de padrões.</p><p> Medidas de pessoal: precisão maior na distribuição do pessoal, melhor</p><p>medição de aptidões, atitudes.</p><p> Medidas de pesquisa: tentativas de prever a probabilidade de retorno</p><p>de uma linha de pesquisa de produção, medidas para julgar o progresso</p><p>da pesquisa, etc.</p><p> Medidas de produtividade de grandes unidades: melhores métodos de</p><p>relacionar custos contábeis à realidade da produção, melhores métodos</p><p>de medir a lucratividade.</p><p> Outras medições: medições de moral, ética, estrutura da organização, etc.</p><p>Portanto, os sistemas de medição permitem à organização monitorar os</p><p>processos executados por ela, gerando uma avaliação quantitativa destes. Um</p><p>bom sistema de medição pode detectar quais os pontos fortes de uma obra,</p><p>ou empresa, assim como as necessidades de melhoria (PINTO; FLORES</p><p>FILHO, SEIXAS, 2002).</p><p>Para saber mais sobre a medição da produção, leia o artigo “Impacto do desenvolvi-</p><p>mento tecnológico na medição da produção” (STANLEY, 1962).</p><p>Processos construtivos_U4_C15.indd 222 06/10/2017 13:32:12</p><p>223Medição da produção na construção civil (análises de processos construtivos)</p><p>Sistemas de indicadores de desempenho nos</p><p>processos construtivos</p><p>A medição de produção e análise de processos construtivos envolve desde</p><p>a identifi cação até a estruturação de modelos de avaliação de desempenho.</p><p>Estes, quando mal desenvolvidos, podem ser considerados grandes problemas</p><p>na gestão empresarial. Diante disso, enfatiza-se a necessidade de incorporar</p><p>nos modelos de indicadores fi nanceiros tradicionais outros indicadores não</p><p>fi nanceiros, como satisfação dos clientes. Nesse sentido, é possível que os</p><p>mesmos indicadores possam ser utilizados tanto para a divulgação externa</p><p>como para o auxílio à gestão dos negócios.</p><p>Podemos dizer que, em um processo de produção, encontram-se causas e</p><p>efeitos, o que nos leva a pensar em indicadores de desempenho e de qualidade.</p><p>Os indicadores do desempenho avaliam as causas, e os indicadores da quali-</p><p>dade avaliam os efeitos e resultados do processo de produção. Porém, como</p><p>cada processo de produção de cada produto ou serviço possui características</p><p>próprias, surgem dificuldades na elaboração de indicadores padrão de desem-</p><p>penho e qualidade. Assim, esses indicadores acabam não sendo comparáveis</p><p>entre empresas ou processos. Entretanto, é possível que haja fatores em comum</p><p>entre os indicadores ligados aos processos de produção.</p><p>Para determinar esses indicadores, você precisa conhecer as caracterís-</p><p>ticas da qualidade do produto e as características do desempenho referentes</p><p>ao processo produtivo e aos produtos fornecidos pela organização, ou seja,</p><p>precisa identificar os atributos que distinguem o produto do ponto de vista</p><p>do cliente — os que distinguem o produto para atender às expectativas do</p><p>cliente e os que distinguem o processo para atender aos atributos do produto.</p><p>Cada organização possui sua própria missão ou seus objetivos organizacionais</p><p>e, consequentemente, seus objetivos e as estratégias dos seus processos de</p><p>produção. Com isso, a generalização dos indicadores do desempenho e da</p><p>qualidade torna-se difícil, pois eles devem possibilitar a avaliação dos objetivos</p><p>e das estratégias de cada tipo particular de processo de produção.</p><p>Então, o desenvolvimento de indicadores do desempenho e da qualidade</p><p>para a avaliação do processo de produção, a partir de conceitos de gestão do</p><p>processo de produção e de conceitos dos modelos de avaliação existentes,</p><p>permite a adequação dos indicadores às características da organização. Em</p><p>outras palavras, esses indicadores representam melhor a realidade da orga-</p><p>nização, uma vez que são desenvolvidos de acordo com as necessidades dos</p><p>gestores para a tomada de decisão (ZORZI; ENSSLIN, 2007; MACEDO;</p><p>CAVALCANTE, 2009).</p><p>Processos construtivos_U4_C15.indd 223 06/10/2017 13:32:12</p><p>Medição da produção na construção civil (análises de processos construtivos)224</p><p>A existência de indicadores de desempenho é de fundamental importância</p><p>para o aumento da eficiência construtiva de uma empresa. Tais indicadores</p><p>permitem a avaliação do desempenho da empresa mediante critérios preesta-</p><p>belecidos ou até mesmo como parâmetro para comparação entre as diversas</p><p>empresas do mercado (LANTELME, 1994). Conforme Navarro (2005), existe</p><p>uma grande dificuldade em se medir o desempenho de uma empresa, devido à</p><p>escassez de dados referenciados pelo setor como indicadores de comparação.</p><p>Apesar da importância dos valores coletados pela empresa, deve-se entender</p><p>que o conceito de medição de desempenho não se resume a esses dados isolados,</p><p>os quais geralmente não são capazes de fornecer informações suficientes para</p><p>a tomada de decisão. Portanto, podemos definir que um sistema de indicadores</p><p>de desempenho representa um conjunto de medidas integradas em vários</p><p>níveis (organização, processos, pessoas), definidas a partir da estratégia e</p><p>dos objetivos da unidade de negócios. Seu objetivo é fornecer informações</p><p>relevantes às pessoas certas (aquelas responsáveis pela tomada de decisão)</p><p>sobre o desempenho do processo e do produto, para auxiliar o processo de</p><p>tomada de decisão (NAVARRO, 2005).</p><p>Então, os indicadores de desempenho correspondem àqueles que atuam nas</p><p>operações de produção, procuram aperfeiçoar o processo e investem na eficiência</p><p>das operações (PALADINI, 2005). Assim, diante da avaliação das atividades</p><p>e dos resultados do processo, esses indicadores são uma forma de medir uma</p><p>situação atual contra um padrão previamente estabelecido, dando suporte às</p><p>tomadas de decisão e ao planejamento e controle dos processos da organização.</p><p>Os sistemas de medição de desempenho são constituídos por uma série de</p><p>medições (ou indicadores), utilizadas para quantificar a eficiência ou a eficácia</p><p>de um processo. A eficácia se refere ao atendimento dos requisitos do cliente, seja</p><p>ele interno ou externo, enquanto a eficiência é uma medida do uso econômico dos</p><p>recursos necessários para atingir um determinado nível de satisfação do cliente.</p><p>Holanda (2007) separa os indicadores de desempenho em dois grupos:</p><p> Indicadores de desempenho específicos: fornecem informações para</p><p>o gerenciamento da empresa e de seus processos individuais. São indi-</p><p>cadores que estão relacionados às estratégias e às atividades específicas</p><p>da empresa, ou seja, as informações fornecidas são utilizadas para</p><p>planejamento, controle e melhoria contínua.</p><p> Indicadores de desempenho globais: têm um caráter mais conjunto e</p><p>visam enfatizar o desempenho de uma empresa ou setor em relação ao</p><p>meio em que se insere; portanto, apresentam um caráter mais homogêneo,</p><p>a fim de permitir a comparação. Esses indicadores podem ser voltados</p><p>Processos construtivos_U4_C15.indd 224 06/10/2017 13:32:13</p><p>225Medição da produção na construção civil (análises de processos construtivos)</p><p>à empresa ou podem ser setoriais, para avaliar o desempenho do setor</p><p>como um todo.</p><p>Contudo, Sukster (2006) afirma que indicadores de qualidade e produti-</p><p>vidade devem estar integrados na gestão da obra, uma vez que o conceito de</p><p>qualidade deve englobar também a melhoria da qualidade.</p><p>Para dar à empresa uma melhor visão de como integrar os indicadores aos</p><p>gerenciadores de seu processo, Lantelme (2001) classifica os indicadores da</p><p>seguinte forma:</p><p> Indicadores de produto: avaliam se as características do produto</p><p>atendem aos requisitos previamente estabelecidos pelo cliente.</p><p> Indicadores de processo: avaliam se as características do processo</p><p>atendem às necessidades do cliente.</p><p>Tal classificação proposta por Lantelme (2001) é utilizada para melhorar</p><p>a visão da empresa quanto à integração dos indicadores ao gerenciamento de</p><p>seus processos. De acordo com o autor, a diferenciação entre um indicador</p><p>de produto e um de processo deve ser feita considerando-se individualmente</p><p>os diferentes processos a serem analisados.</p><p>Portanto, a identificação de critérios para a seleção de indicadores é fun-</p><p>damental para</p><p>assegurar a disponibilidade dos dados e dos resultados obtidos</p><p>no processo de medição. Nesse sentido, Lantelme (1994) complementa que a</p><p>definição de critérios como seletividade, simplicidade e representatividade</p><p>constituem-se em um dos requisitos necessários para o sucesso na implemen-</p><p>tação de um sistema de indicadores.</p><p>Uma obra de edificação, por exemplo, é um empreendimento que exerce influência sobre</p><p>diversos aspectos do ambiente em que se encontra. Somado a isso, há o fato de que esse</p><p>tipo de empreendimento demanda um aporte muito grande de capital, o qual precisa</p><p>ser controlado em todas as fases da construção. Assim, o gestor de um empreendimento</p><p>como esse deve estar apto a administrar seus diversos efeitos e, além disso, garantir a</p><p>qualidade do produto final entregue aos clientes, bem como atender aos objetivos da</p><p>empresa empregadora. Para isso, é importante que ele tenha acesso aos dados que</p><p>ilustrem de maneira quantitativa como o empreendimento está se desenvolvendo. Esses</p><p>dados podem ser adquiridos por meio de indicadores de desempenho.</p><p>Processos construtivos_U4_C15.indd 225 06/10/2017 13:32:13</p><p>Medição da produção na construção civil (análises de processos construtivos)226</p><p>Indicadores de produtividade de serviços na</p><p>construção civil</p><p>Produtividade é a efi ciência em transformar recursos em produtos. Um indica-</p><p>dor de produtividade é a relação entre a quantidade de recursos demandados</p><p>e a quantidade de produtos realizados. Pode-se falar no uso da mão de obra</p><p>e no uso dos materiais.</p><p>A forma mais direta de se medir a produtividade diz respeito à quantificação</p><p>da mão de obra necessária (expressa em homens-hora demandados) para se</p><p>produzir uma unidade da saída em estudo (por exemplo, um metro quadrado de</p><p>revestimento de argamassa de fachada). No caso da mão de obra, por exemplo,</p><p>podemos utilizar o indicador denominado RUP (razão unitária de produção),</p><p>que pode ser apresentado na forma de RUP cumulativa ou de RUP potencial.</p><p>No caso dos materiais, pode-se utilizar o indicador CUM (consumo unitário</p><p>de materiais), que é a razão entre a quantidade de materiais adquiridos e a</p><p>quantidade de serviço feito.</p><p>Para que se consiga uma uniformização no cálculo da RUP, é necessário</p><p>definir, portanto, as regras para a mensuração tanto de entradas quanto de</p><p>saídas. Além disso, deve-se definir o período de tempo a que se refere o</p><p>levantamento feito. No que diz respeito às entradas, o cálculo do número de</p><p>homens-hora demandados é, genericamente, fruto da multiplicação do número</p><p>de homens envolvidos pelo período de tempo de dedicação ao serviço. As</p><p>saídas podem ser consideradas de maneira bruta ou líquida.</p><p>Além de composições unitárias para os serviços de fôrmas, armação e</p><p>concretagem, o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Cons-</p><p>trução Civil (SINAPI) disponibiliza também preços unitários dos insumos</p><p>para diferentes capitais, os quais são atualizados mensalmente. Conhecendo</p><p>os fatores que caracterizam uma obra, o gestor pode escolher a composição</p><p>que mais se associe a tais características e, olhando tal composição, extrair</p><p>os valores de RUP e CUM para servirem como previsão para a produtividade</p><p>de sua nova obra.</p><p>Então, podemos definir produtividade como sendo a relação entre produto</p><p>gerado por homens-hora ou, de maneira mais genérica, como a relação entre</p><p>as saídas e as entradas de um processo produtivo. Isso gera o que chamamos</p><p>de um sistema produtivo, ou seja, o projeto (obra) é um sistema decomponível</p><p>em partes ou subsistemas, o qual possui um conjunto de serviços ordenados</p><p>logicamente, inter-relacionados, interagentes e interdependentes.</p><p>O sistema produtivo é composto pelos seguintes fatores de entrada:</p><p>Processos construtivos_U4_C15.indd 226 06/10/2017 13:32:13</p><p>227Medição da produção na construção civil (análises de processos construtivos)</p><p> Mão de obra</p><p> Materiais</p><p> Equipamentos</p><p>Esses fatores deverão interagir entre si, materializando o produto, gerando</p><p>o processo de execução do serviço e dando origem ao produto final, ou seja,</p><p>à saída do sistema produtivo.</p><p>O processo de execução é o elo entre a entrada e a saída do sistema produ-</p><p>tivo. O tipo de processo adotado, o planejamento e o gerenciamento são fatores</p><p>determinantes para que esse processo de execução seja realizado dentro das</p><p>condições de prazo, custo, qualidade e segurança preestabelecidos.</p><p>Para que possamos ter uma ideia de produtividade, é necessário que te-</p><p>nhamos um processo de execução desenvolvido dentro de uma metodologia</p><p>de trabalho, a fim de que se possa monitorar a produtividade da mão de obra</p><p>e acumular os seguintes dados:</p><p> Número de funcionários envolvidos no serviço</p><p> Tempo de execução do serviço</p><p> Tempo de transporte do material</p><p> Fatores externos</p><p> Definição do material usado</p><p> Definição e uso de equipamentos empregados</p><p>Esses dados são calculados em função da mão de obra, que é o fator mais</p><p>importante dentro do sistema produtivo. Então, podemos definir a produtivi-</p><p>dade da mão de obra como sendo a razão entre a quantidade de mão de obra</p><p>medida em homens-horas e a quantidade de serviço produzido.</p><p>Esses dados são os indicadores de medição da produtividade; portanto,</p><p>conhecer esses indicadores de medição é simplesmente calcular índices de</p><p>produtividade, que serão avaliados e comparados de forma corretiva ou não.</p><p>O canteiro de uma obra pode ser considerado o local onde são combinados</p><p>diversos recursos (trabalho, equipamentos e insumos), de modo a obter, ao</p><p>final do processo produtivo, um produto final (por exemplo, uma edificação).</p><p>Em outras palavras, o processo produtivo se caracteriza por entradas (emprego</p><p>de recursos) e saídas (produção resultante), sendo a relação entre essas duas</p><p>variáveis denominada produtividade. Logo, elevar a produtividade significa</p><p>obter produção mais elevada para uma dada quantidade de recursos empregados</p><p>ou, de outra maneira, empregar menos recursos para uma dada produção.</p><p>Processos construtivos_U4_C15.indd 227 06/10/2017 13:32:13</p><p>Medição da produção na construção civil (análises de processos construtivos)228</p><p>Existem outros fatores de produtividade que podem ser considerados.</p><p>Entre eles, podemos citar:</p><p> A relação entre o produto gerado pela indústria da construção em</p><p>dado ano e a quantidade de trabalhadores empregados (produtividade</p><p>do trabalho).</p><p> A relação entre o produto e o estoque de capital físico (produtividade</p><p>do capital).</p><p> A produtividade total dos fatores (PTF).</p><p>É visível que, no cenário atual, o mercado da construção civil mostra-se</p><p>bastante exigente. O aumento da competitividade entre as construtoras e a</p><p>necessidade de suprir as exigências impostas pelos clientes vêm obrigando</p><p>as empresas do ramo a se modernizarem. Dois fatores são essenciais para tal</p><p>modernização: o aumento da eficiência dos processos e o melhor controle e</p><p>monitoramento das etapas de execução das obras. A utilização dos sistemas</p><p>de indicadores de desempenho possibilita às construtoras atingir o grau de</p><p>premência exigido pelo mercado.</p><p>A necessidade de processos melhores e mais eficientes dentro da construção</p><p>civil vem acarretando em mudanças no panorama do setor. O aumento da</p><p>concorrência e da exigência do mercado atual gera uma busca por melhores</p><p>resultados. Por isso, Sabbatini (1998) ressalta a necessidade de se manter a</p><p>competitividade, a qual obriga que quase todas as empresas façam investi-</p><p>mentos, criando uma corrente favorável para a modernização.</p><p>Um fator essencial para as empresas construtoras e incorporadoras é o</p><p>controle e monitoramento dos empreendimentos executados. Holanda (2007)</p><p>afirma que a utilização de ferramentas que auxiliem nas tomadas de deci-</p><p>sões no decorrer de um empreendimento, como um sistema de avaliação de</p><p>desempenho e indicadores bem definidos, é de vital importância para que as</p><p>empresas tenham uma gestão eficaz dentro do cenário no qual estão inseridas.</p><p>Existem investimentos de programas governamentais de melhoria de desem-</p><p>penho e certificação de sistemas</p><p>de qualidade. No entanto, os investimentos</p><p>não se resumem apenas a eles; pelo contrário, tem-se investido também em</p><p>inovação tecnológica, qualidade de execução, diferenciação, entre outros. Entre</p><p>os principais motivos que estimularam as empresas construtoras a investir e</p><p>buscar melhorias do processo e da qualidade final do produto, de acordo com</p><p>Picchi (2003), estão também o aumento da competitividade no mercado e a</p><p>necessidade de redução dos custos.</p><p>Processos construtivos_U4_C15.indd 228 06/10/2017 13:32:14</p><p>229Medição da produção na construção civil (análises de processos construtivos)</p><p>Em função da competitividade, muitas empresas vêm percebendo a importância dos</p><p>sistemas de indicadores e estão investindo em programas formais de melhoria de</p><p>desempenho e certificação de seus sistemas de qualidade, com base nas exigências</p><p>da série ISO 9000 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005).</p><p>Ainda, busca-se a melhoria por meio de programas setoriais da qualidade, como o</p><p>Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat (PBQP-H). Trata-se de</p><p>um instrumento do Governo Federal que visa à melhoria da qualidade no hábitat e</p><p>à modernização produtiva, e possui diversas empresas ativas nos quatro níveis de</p><p>avaliação do programa (PBQP-H, 2011).</p><p>1. A importância do progresso da</p><p>produção é fato incontestável, e</p><p>o padrão do material depende</p><p>substancialmente da produção.</p><p>Assinale a alternativa correta quanto</p><p>ao conceito de processo de produção:</p><p>a) Apesar de o processo produtivo ser</p><p>o ponto em que se materializam</p><p>os objetivos da organização</p><p>com a produção de bens e</p><p>serviços, este não tem relação</p><p>com desempenho e qualidade.</p><p>b) Quando falamos em</p><p>padronização de processos,</p><p>estamos falando em uma forma</p><p>de formalizar a produção sem</p><p>buscar normatizar e organizar</p><p>os processos de trabalho.</p><p>c) O processo de produção</p><p>corresponde a um conjunto de</p><p>atividades que transformam</p><p>entradas e insumos em</p><p>saídas e produtos, por meio</p><p>de objetivos definidos.</p><p>d) Um processo produtivo é aquele</p><p>em que se materializam a missão e</p><p>os objetivos da organização</p><p>sem a produção de</p><p>bens e serviços.</p><p>e) Definir estratégias para</p><p>o processo de produção</p><p>não significa auxiliar a</p><p>organização, tampouco atingir</p><p>sua missão e objetivos.</p><p>2. Sabemos que, à medida que o</p><p>progresso no setor da produção</p><p>aumenta, o processo produtivo da</p><p>produção se torna cada vez mais</p><p>complexo. Sobre esses processos,</p><p>assinale a alternativa verdadeira:</p><p>a) À medida que a produção cria</p><p>níveis secundários de operações,</p><p>os padrões se referem à</p><p>mediação direta de produto.</p><p>b) É importante que o</p><p>administrador da produção esteja</p><p>a par apenas do processo de</p><p>medição abstrata da produção.</p><p>c) O administrador deve aplicar</p><p>novos métodos quantitativos</p><p>apenas quando não trouxerem</p><p>resultados práticos.</p><p>Processos construtivos_U4_C15.indd 229 06/10/2017 13:32:14</p><p>Medição da produção na construção civil (análises de processos construtivos)230</p><p>d) As empresas devem ser</p><p>produtivas utilizando o mínimo</p><p>dos recursos disponíveis.</p><p>e) Para que as empresas sejam</p><p>produtivas, é necessário</p><p>que se tenham técnicas de</p><p>medida de produção.</p><p>3. Além das técnicas de medida de</p><p>produção, é necessário que se tenham</p><p>técnicas de coleta de dados. Sobre</p><p>esse tema, é correto afirmar:</p><p>a) É preciso que se faça inicialmente</p><p>uma coleta de dados da</p><p>produção, a qual sempre é</p><p>feita de maneira manual.</p><p>b) As medições nunca são feitas</p><p>de maneira manual, mas sim</p><p>de forma automática.</p><p>c) A coleta manual consiste</p><p>em capturar dados</p><p>diretamente da máquina que</p><p>contabiliza a produção.</p><p>d) Na coleta de dados automática,</p><p>o aparelho deve possuir uma</p><p>interface que possa colocar</p><p>informações complementares.</p><p>e) Na coleta manual, os dados são</p><p>capturados e enviados em tempo</p><p>real para um banco de dados.</p><p>4. Podemos dizer que, em um processo</p><p>de produção, encontram-se</p><p>causas e efeitos, o que nos leva</p><p>a pensar em indicadores de</p><p>desempenho e de qualidade. Com</p><p>relação a esses indicadores de</p><p>desempenho, é possível afirmar:</p><p>a) Os indicadores do desempenho</p><p>avaliam as causas, e os</p><p>indicadores da qualidade</p><p>avaliam os efeitos e resultados</p><p>do processo de produção.</p><p>b) Apesar de cada processo de</p><p>produção de cada produto</p><p>possuir características próprias,</p><p>não há dificuldades na elaboração</p><p>de indicadores padrão de</p><p>desempenho e qualidade.</p><p>c) Para determinarmos os</p><p>indicadores, não é necessário</p><p>conhecer as características</p><p>da qualidade do produto e as</p><p>características do desempenho</p><p>referentes ao processo produtivo.</p><p>d) As organizações possuem todas</p><p>a mesma missão, objetivos</p><p>organizacionais e estratégias de</p><p>processos de produção, tornando</p><p>fácil a generalização dos indicadores.</p><p>e) O desenvolvimento de indicadores</p><p>de desempenho e qualidade</p><p>para avaliação do processo</p><p>de produção não permite a</p><p>adequação dos indicadores às</p><p>características da organização.</p><p>5. Podemos definir produtividade</p><p>como sendo a relação entre</p><p>produto gerado por homens-</p><p>hora. Referente aos indicadores</p><p>de produtividade de serviços na</p><p>construção civil, é correto afirmar:</p><p>a) Podemos definir produtividade</p><p>como sendo a relação entre</p><p>as entradas e um processo</p><p>produtivo, ou seja, o chamado</p><p>sistema produtivo.</p><p>b) Dados como número de</p><p>funcionários envolvidos no</p><p>serviço e tempo de execução</p><p>deste são calculados em</p><p>função da mão de obra.</p><p>c) Por meio da definição dos</p><p>indicadores, podemos dizer</p><p>que a produtividade depende</p><p>apenas da quantidade de</p><p>mão de obra utilizada.</p><p>d) Dados como fatores externos</p><p>e definição do material usado</p><p>não são indicadores de</p><p>medição de produtividade e</p><p>não interferem nos índices.</p><p>Processos construtivos_U4_C15.indd 230 06/10/2017 13:32:14</p><p>231Medição da produção na construção civil (análises de processos construtivos)</p><p>e) No setor da construção civil,</p><p>devido à crise nesse ramo,</p><p>nota-se baixa competitividade e,</p><p>por isso, não se tem a</p><p>necessidade de</p><p>modernização.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9000: sistemas de gestão da</p><p>qualidade: fundamentos e vocabulário. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.</p><p>HOLANDA, F. M. A. Indicadores de desempenho: uma análise nas empresasde construção</p><p>civil do município de joão pessoa – PB. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis),</p><p>Programa Multiinstitucional e Inter-Regional de Pós-Graduação em Ciências Contá-</p><p>beis, João Pessoa, 2007.</p><p>LANTELME, E. M. V. Proposta de um sistema de indicadores de qualidade e produtividade</p><p>para a construção civil. 1994. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Núcleo Orientado</p><p>para a Inovação da Edificação, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil,</p><p>Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1994.</p><p>LANTELME, E.M.V; TZORTZOPOULOS, P.; FORMOSO, C.T. Indicadores de qualidade e</p><p>produtividade para a construção civil . Porto Alegre: Núcleo Orientado para a Inovação</p><p>da Edificação, Programa de PósGraduação em Engenharia Civil, Universidade Federal</p><p>do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2001. (Relatório de Pesquisa).</p><p>NAVARRO, G. P. Proposta de sistema de indicadores de desempenho para a gestão da</p><p>produção em empreendimentos de edificações residenciais. 2005. Dissertação (Mestrado</p><p>em Engenharia Civil) –Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade</p><p>Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.</p><p>PALADINI, E. P. et al. Gestão da qualidade: teoria e casos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.</p><p>PICCHI, F. A. Sistema de qualidade: uso em empresas de construção. Tese (Doutorado</p><p>em Engenharia Civil) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1993.</p><p>PINTO, A. K.; FLORES FILHO, J. F.; SEIXAS, E. S. Gestão estratégica e indicadores de desem-</p><p>penho. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.</p><p>SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 2002.</p><p>STANLEY, E. B. Impacto do desenvolvimento tecnológico na medição da produção.</p><p>Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 2, n. 5, p. 57-70, maio/ago. 1962.</p><p>SUKSTER, R. A integração entre o sistema de gestão da qualidade e o planejamento</p><p>e</p><p>controle da produção em empresas construtoras. 2005. 158 f. Trabalho de Conclusão</p><p>(Mestrado em Engenharia) – Curso de Mestrado Profissionalizante em Engenharia,</p><p>Escola de Engenharia, UFRGS, Porto Alegre, 2006.</p><p>ZORZI, A, ENSSLIN, L. Gestão do Setor de Contabilidade de um Entidade Fechada</p><p>de Previdência Complementar com base nas ferramentas BSC e MCDA-C. Revista</p><p>Contemporânea de Contabilidade. v.1, n. 7, p. 101-124, jan./jun., 2007.</p><p>Processos construtivos_U4_C15.indd 231 06/10/2017 13:32:15</p><p>Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para</p><p>esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual</p><p>da Instituição, você encontra a obra na íntegra.</p><p>Conteúdo:</p><p>Dica do professor</p><p>O processo de produção pode ser entendido como um conjunto de atividades que transforma</p><p>entradas e insumos em saídas e produtos, por meio de objetivos e estratégias definidos. O</p><p>desempenho e a qualidade estão relacionados ao processo de produção quando se avalia</p><p>produtividade, custo, lucratividade, atendimento às normas e satisfação dos clientes.</p><p>A medição de produção e análise de processos construtivos envolve, desde a identificação, até a</p><p>estruturação de modelos de avaliação de desempenho. A existência de indicadores de desempenho</p><p>é de fundamental importância para o aumento da eficiência construtiva de uma empresa.</p><p>Acompanhe, na Dica do Professor a seguir, uma comparação do que é medição e indicadores de</p><p>desempenho e alguns indicadores importantes para uma empresa.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/be95438dc60def1ce4b84807be1aa499</p><p>Exercícios</p><p>1)</p><p>A importância do progresso da produção é um fato incontestável, em que o padrão do</p><p>material depende substancialmente da produção. Assinale a alternativa correta quanto ao</p><p>conceito de processo de produção.</p><p>A) a) Apesar de ser no processo produtivo que os objetivos da organização com a produção de</p><p>bens e serviços se materializam, este não tem relação com desempenho e a qualidade.</p><p>B) b) Quando falamos em padronização de processos, estamos falando em uma forma de</p><p>formalizar a produção sem buscar normatizar e organizar os processos de trabalho.</p><p>C) c) O processo de produção corresponde a um conjunto de atividades que, por meio de</p><p>objetivos definidos, transforma insumos em produtos.</p><p>D) d) Um processo produtivo é aquele em que se concretizam os objetivos da organização sem a</p><p>produção de bens e serviços.</p><p>E) e) Definir estratégias para o processo de produção não significa auxiliar a organização,</p><p>tampouco atingir sua missão e seus objetivos.</p><p>2)</p><p>Sabemos que à medida que o progresso no setor da produção aumenta, o processo</p><p>administrativo da produção se torna cada vez mais complexo. Sobre esses processos,</p><p>assinale a alternativa verdadeira.</p><p>A) a) À medida que a produção cria níveis secundários de operações, os padrões se referem</p><p>apenas à medição direta de produto.</p><p>B) b) É importante que o administrador da produção esteja ciente e por dentro apenas do</p><p>processo de medição abstrata da produção.</p><p>C) c) O administrador deve aplicar novos métodos quantitativos apenas quando não há</p><p>resultados práticos.</p><p>D) d) As empresas devem ser produtivas utilizando o mínimo de recursos disponíveis.</p><p>E) e) Para que as empresas sejam produtivas, é necessário que haja técnicas de medida de</p><p>produção.</p><p>3)</p><p>Além das técnicas de medida de produção, é necessário que se tenha técnicas de coleta de</p><p>dados. Sobre esse tema, é correto afirmar que:</p><p>A) a) é preciso que se faça, inicialmente, uma coleta de dados da produção e essa coleta é</p><p>sempre feita de maneira manual.</p><p>B) b) As medições nunca são feitas de maneira manual, mas, sim, de forma automática.</p><p>C) c) A coleta manual consiste em capturar dados diretamente da máquina que contabiliza a</p><p>produção.</p><p>D) d) Na coleta de dados automática, o aparelho deve possuir uma interface que possa colocar</p><p>informações complementares.</p><p>E) e) Na coleta manual, os dados são capturados e enviados em tempo real para um banco de</p><p>dados.</p><p>4)</p><p>Podemos dizer que, em um processo de produção, encontram-se causas e efeitos, e estes</p><p>nos fazem pensar nos indicadores de desempenho e nos indicadores de qualidade. Com</p><p>relação aos indicadores de desempenho e qualidade, é possível afirmar que:</p><p>A) a) os indicadores de desempenho são aqueles que avaliam as causas, visto que os indicadores</p><p>de qualidade são os que avaliam os efeitos e os resultados do processo de produção.</p><p>B) b) apesar de cada processo de produção de cada produto possuir características próprias, não</p><p>há dificuldades na elaboração de indicadores padrão de desempenho e qualidade.</p><p>C) c) para determinarmos os indicadores, não é necessário conhecermos as características da</p><p>qualidade do produto e as características do desempenho referentes ao processo produtivo.</p><p>D) d) Todas as organizações possuem a mesma missão, os mesmos objetivos organizacionais e as</p><p>mesmas estratégias de processos de produção, tornando fácil a generalização dos</p><p>indicadores.</p><p>E) e) o desenvolvimento de indicadores de desempenho e qualidade para avaliar o processo de</p><p>produção não permite a adequação de indicadores com as características da organização.</p><p>5)</p><p>Podemos definir produtividade como a eficiência em transformar recursos em produtos, em</p><p>que um indicador de produtividade é a relação entre a quantidade de recursos demandados</p><p>e a quantidade de produtos realizados. Referente aos indicadores de produtividade de</p><p>serviços na construção civil, é correto afirmar que:</p><p>A) a) a forma mais direta de medir produtividade é verificando a quantidade de dias trabalhados.</p><p>B) b) dados como número de funcionários envolvidos no serviço e tempo de execução deste são</p><p>calculados em função da mão de obra.</p><p>C) c) pela definição dos indicadores, podemos dizer que a produtividade depende apenas da</p><p>quantidade de mão de obra utilizada.</p><p>D) d) dados como fatores externos e definição do material usado não são indicadores de</p><p>medição de produtividade e não interferem nos índices.</p><p>E) e) no setor da construção civil, devido à crise nesse ramo, nota-se a baixa competitividade e,</p><p>por isso, a modernização não é necessária.</p><p>Na prática</p><p>Quando falamos em processos de produção, é importante estarmos atentos que cada processo</p><p>gera um efeito, um resultado, pelo qual se objetiva atender às necessidades de um cliente externo</p><p>como a fase posterior de uma fase qualquer dentro do processo de produção.</p><p>O sistema produtivo é um misto de mão de obra, materiais e equipamentos, os quais deverão</p><p>interagir entre si e materializar um produto para que este dê origem a um processo de execução de</p><p>serviço. Dessa forma, o processo de execução simboliza a entrada e a saída do sistema produtivo,</p><p>em que o planejamento e o tipo de processo adotado são fatores determinantes para que tal</p><p>processo seja realizado dentro das condições de prazo, visando sempre à melhor qualidade e à</p><p>adequada segurança.</p><p>Em uma edificação de 5 andares de alvenaria estrutural em que o sistema produtivo é representado</p><p>pela mão de obra terceirizada, pelos materiais de execução de alvenaria e por equipamentos para</p><p>fabricação de argamassa de assentamento, o gestor responsável pela medição da produção</p><p>conseguiu identificar alguns possíveis indicadores de desempenho na construção.</p><p>Acompanhe na imagem a seguir quais indicadores de desempenho o gestor identificou.</p><p>Saiba +</p><p>Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:</p><p>Proposta de sitema de indicadores de desempenho para a</p><p>gestão da produção em empreendimentos de edificações</p><p>residenciais</p><p>Neste link, você terá acesso a uma dissertação que abordará</p><p>sobre os indicadores de qualidade e produtividade.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>Avaliação da produtividade na construção no Brasil: o modelo</p><p>de estratificação</p><p>Com o link a seguir, você terá acesso a uma dissertação aborará</p><p>o modelo de estratificação da produtividade.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>Sistema de indicadores de inovação, competitividade e design</p><p>para empresas desenvolvedoras de produtos</p><p>Neste link, você terá acesso a um livro que é uma das</p><p>publicações do Projeto Inovação, Competitividade e Design</p><p>(icd), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).</p><p>Seu principal objetivo é apresentar um sistema de indicadores</p><p>https://paginas.fe.up.pt/~jmfaria/TesesOrientadas/MIEC/Teses2012_2013_2S/PedroMartins/Avaliacao%20produtividade%20brasil%20PedroMartins.pdf</p><p>https://paginas.fe.up.pt/~jmfaria/TesesOrientadas/MIEC/Teses2012_2013_2S/PedroMartins/Avaliacao%20produtividade%20brasil%20PedroMartins.pdf</p><p>que possa ser utilizado para avaliar a competitividade,</p><p>mensurando o processo de design.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://www.ufrgs.br/icd/wp-content/uploads/2015/01/Sistema-de-Indicadores-de-Inova%C3%A7%C3%A3o-Competitividade-e-Design-para-empresas-desenvolvedoras-de-produtos..pdf</p><p>Padronização de Custos</p><p>Apresentação</p><p>A busca pela padronização nas empresas auxilia, principalmente, no gerenciamento de processos,</p><p>na prevenção de erros e na garantia de qualidade. A aplicação técnica do conhecimento em</p><p>processos produtivos, visando à solução de questões recorrentes e observando condições</p><p>econômicas e do estado da arte, passa pelo processo de padronização nas tomadas de decisão para</p><p>a manutenção dos padrões e a garantia da qualidade.</p><p>Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá conhecer a definição dos processos de redução e</p><p>padronização de custos e quais as formas, os processos e os métodos dessa padronização que</p><p>podem ser aplicados na construção civil.</p><p>Bons estudos.</p><p>Bons estudos.</p><p>Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p>Reconhecer os processos de redução e padronização de custos.•</p><p>Analisar formas, processos e métodos de padronização de custos.•</p><p>Aplicar as técnicas de padronização de custos na construção civil.•</p><p>Desafio</p><p>A padronização de processos é um dos elementos que compõem os sistemas de gestão da</p><p>qualidade, inclusive aqueles certificados segundo a norma ISO 9001.</p><p>Ela tem como principal função permitir que a empresa ofereça, de maneira sistemática, produtos</p><p>e/ou serviços com características constantes, ou seja, com o mesmo padrão de qualidade, a mesma</p><p>forma de atendimento e os mesmos prazos e custos aos clientes. Logo, a padronização visa a</p><p>garantir a execução dos processos, sempre da mesma maneira, com a finalidade de se obter maior</p><p>previsibilidade, sendo utilizada para controlar, prever e minimizar erros e desvios.</p><p>Você, como gestor de obra, é responsável por aplicar adequadamente as técnicas de padronização</p><p>e gestão de processos na execução de formas e concretagem de vigas, pilares e lajes de uma</p><p>edificação de 5 andares.</p><p>Quais são os processos executivos adequados para se obter maior produtividade nessa obra?</p><p>Justifique a sua escolha.</p><p>Infográfico</p><p>Quando falamos em padronização de processos, estamos falando em uma maneira de formalizar a</p><p>produção. Assim, padronizar uma produção significa submeter um processo a um determinado</p><p>modelo ou método.</p><p>A padronização busca normatizar e organizar processos de trabalho, a fim de aumentar a</p><p>produtividade e efetivar os lucros, fazendo com que o produto atenda às expectativas de maneira</p><p>mais simples, com menor custo e, também, com menor variação possível, sendo necessário o</p><p>envolvimento e o empenho de todos os funcionários.</p><p>Acompanhe no Infográfico a seguir o que é padronização e de que forma pode ela ser realizada.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para</p><p>acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/bde1e166-74df-42aa-af19-765484926d1b/5d719a1b-5f84-4c59-8ac5-84ecc5130179.png</p><p>Conteúdo do livro</p><p>O programa formal de padronização de custos é a ferramenta clássica usada pelas empresas para</p><p>obter competitividade nos custos e, nesses tipos de programa, são estabelecidas metas e</p><p>responsabilidades. Mesmo sem um programa de redução de custos oficialmente estabelecido, as</p><p>empresas podem obter resultados expressivos com a adoção de medidas isoladas de redução de</p><p>custos, como, por exemplo, buscar sugestão de empregados, substituir equipamentos, entre outros.</p><p>O trecho do material disponibilizado para estudo nesta Unidade de Aprendizagem destaca as</p><p>formas, os processos e os métodos de padronização de custos. Leia o capítulo Padronização de</p><p>custos, que faz parte do livro Processos construtivos e é base teórica desta Unidade de</p><p>Aprendizagem.</p><p>Boa leitura.</p><p>PROCESSOS</p><p>CONSTRUTIVOS</p><p>Roberta Centofante</p><p>Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094</p><p>P963 Processos construtivos / André Luís Abitante ... [et al.] ;</p><p>[revisão técnica: Shanna Trichês Lucchesi]. – Porto</p><p>Alegre : SAGAH, 2017.</p><p>271 p. : il. ; 22,5 cm.</p><p>ISBN 978-85-9502-224-9</p><p>1. Engenharia civil. 2. Processos construtivos.</p><p>CDU 624</p><p>Revisão técnica:</p><p>Shanna Trichês Lucchesi</p><p>Mestre em Engenharia de Produção</p><p>Professora do curso de Engenharia Civil</p><p>Processos construtivos_Impressa.indd 2 06/10/2017 16:28:50</p><p>Padronização de custos</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p> De� nir processos de redução e padronização de custos.</p><p> Analisar formas, processos e métodos de padronização de custos.</p><p> Aplicar as técnicas da padronização de custos na construção civil.</p><p>Introdução</p><p>A padronização de empresas é um grande fator importante para o ge-</p><p>renciamento de processos, prevenir erros e garantir qualidade. A aplica-</p><p>ção técnica do conhecimento conceitual em processos produtivos que</p><p>visam a solução de problemas recorrentes, atentando para condições</p><p>econômicas e do estado da arte, são funções que devem passar pelo</p><p>processo de padronização nas tomadas de decisões para a manutenção</p><p>dos padrões obtidos.</p><p>Neste capítulo, você aprenderá a definição dos processos de redução</p><p>e padronização de custos e quais as formas, processos e métodos dessa</p><p>padronização. Além disso, você estudará as técnicas da padronização de</p><p>custos aplicados na construção civil.</p><p>Processos de redução e padronização de custos</p><p>Padronizar signifi ca submeter um processo a um determinado modelo ou</p><p>método. A padronização busca normatizar e organizar processos de trabalho</p><p>a fi m de aumentar a produtividade e efetivar os lucros, fazendo com que o</p><p>produto atenda às expectativas de maneira mais simples, com custo menor e,</p><p>também, com menor variação possível.</p><p>Quando falamos em padronização de processos, estamos falando em uma</p><p>forma de formalizar a produção. A padronização é uma técnica que visa a redu-</p><p>zir a variabilidade dos processos de trabalho sem prejudicar a sua flexibilidade.</p><p>Isso significa que os produtos e serviços devem atender às expectativas dos</p><p>Processos construtivos_U3_C14.indd 207 06/10/2017 13:32:03</p><p>clientes de forma regular e ao menor custo possível. No entanto, padronizar</p><p>não significa perder criatividade e flexibilidade para atender a essas expecta-</p><p>tivas — nem sujeitar os trabalhadores a rotinas monótonas e normas rígidas.</p><p>A padronização pode ser aplicada a um processo isolado ou a uma orga-</p><p>nização como um todo. A aplicação dessa organização como um todo traz</p><p>benefícios e cria uma cultura de padronização. Hoje, mais do que nunca, com</p><p>a complexidade dos processos de produtos e gerenciais, é necessário registrar</p><p>de forma física e eletrônica a maneira de se trabalhar e introduzir formalmente</p><p>o treinamento no trabalho.</p><p>É importante ressaltar que o dono da empresa é o grande responsável</p><p>pela implementação da padronização, mas é necessário que todas as pessoas</p><p>envolvidas na organização se empenhem no processo, já que a padronização</p><p>exige treinamento e dedicação.</p><p>Qualidade só se pratica quando temos processos</p><p>padronizados e documentados para ter indicadores da eficácia dos sistemas.</p><p>Por isso, a padronização deve ser vista dentro das organizações como algo</p><p>que trará benefício para todos: diretores, executantes, fornecedores e clientes.</p><p>Quando aplicada a uma organização como um todo, a padronização de</p><p>processos consegue induzir resultados visivelmente positivos, de ordem tanto</p><p>quantitativa como qualitativa, e isso tem feito com que esse método seja cada</p><p>vez mais utilizado como um meio para se alcançar a redução de custos da</p><p>produção e do produto final, mantendo ou, ainda, melhorando sua qualidade.</p><p>Os benefícios da padronização podem ser:</p><p> Qualitativos, que permitem:</p><p>■ Utilizar adequadamente os recursos (equipamentos, materiais e</p><p>pessoas).</p><p>■ Uniformizar a produção.</p><p>■ Facilitar o treinamento das pessoas, melhorando seu nível técnico.</p><p>■ Registrar o conhecimento tecnológico.</p><p>■ Facilitar a contratação ou venda de tecnologia.</p><p> Quantitativos, que permitem:</p><p>■ Reduzir o consumo de materiais.</p><p>■ Reduzir o desperdício.</p><p>■ Padronizar componentes.</p><p>■ Padronizar equipamentos.</p><p>■ Reduzir a variedade de produtos.</p><p>■ Aumentar a produtividade.</p><p>■ Melhorar a qualidade.</p><p>■ Controlar processos.</p><p>Padronização de custos208</p><p>Processos construtivos_U3_C14.indd 208 06/10/2017 13:32:03</p><p>Geralmente as empresas têm dificuldades na gestão da padronização de</p><p>seus processos e atividades críticas. No mundo competitivo em que vivem as</p><p>empresas, é indispensável um sistema de gestão pela qualidade total para o</p><p>sucesso das organizações. Assim, uma das premissas básicas é o envolvimento</p><p>de todos os servidores, buscando seu comprometimento em oferecer serviços</p><p>de qualidade e, consequentemente, garantia de satisfação do cliente.</p><p>A qualidade de processos, produtos e serviços, de acordo com Tinoco e</p><p>Ribeiro (2008), tem sido considerada um elemento fundamental para a com-</p><p>petitividade empresarial. As organizações devem concentrar esforços para</p><p>atender às necessidades e superar as expectativas consideradas importantes</p><p>pelos clientes e, ainda, garantir a conformidade com especificações em suas</p><p>operações.</p><p>Pelo fato de contribuir para a diminuição da variabilidade dos processos</p><p>de produção, a padronização desempenha importante papel no controle e</p><p>melhoria da qualidade nas empresas. Segundo Ungan (2006), um consistente</p><p>sistema de qualidade pode gerar repetibilidade, melhoria contínua e melhor</p><p>atendimento das necessidades dos clientes.</p><p>Analisando uma visão geral da redução de custos, é possível verificar</p><p>que as empresas implantam programas de redução de custos de duas formas:</p><p>espontânea e compulsória. A redução de custos espontânea é buscada antes</p><p>de qualquer sinal de crise atingir a empresa. Ela visa a manter ou conseguir</p><p>vantagem competitiva. Seus efeitos são tipicamente expansionistas, e, em</p><p>geral, não sofre restrições por parte dos colaboradores. Já a redução de custos</p><p>compulsória tem características opostas à redução espontânea. Ela geralmente</p><p>é implantada diante de crise financeira, e seu objetivo é a sobrevivência da</p><p>empresa. Ela está baseada no corte de custos, e, uma vez que áreas vitais para</p><p>geração de receita podem ser atingidas, a eficácia dessa forma de redução de</p><p>custos é incerta.</p><p>De acordo com Michael Porter (1986), uma empresa pode conseguir van-</p><p>tagem competitiva sustentável por meio de custos ou de diferenciação. Ele</p><p>ressalta que, mesmo quando a opção da empresa é pela diferenciação, os custos</p><p>não podem ser esquecidos.</p><p>Numa economia em que a competitividade é acirrada e as exigências são</p><p>cada vez mais crescentes, as empresas dependem de sua capacidade de incor-</p><p>poração de novas tecnologias de produtos, processos e serviços. A competição</p><p>internacional entre as empresas eliminou as tradicionais vantagens baseadas no</p><p>uso de fatores abundantes e de baixo custo. Assim, a padronização é utilizada</p><p>cada vez mais como um meio para se alcançar a redução de custos da produção</p><p>e do produto final, mantendo ou melhorando sua qualidade.</p><p>209Padronização de custos</p><p>Processos construtivos_U3_C14.indd 209 06/10/2017 13:32:03</p><p>Para saber mais sobre processos de redução e padronização de custos, leia o artigo</p><p>“Standardization through process documentation” (UNGAN, 2006).</p><p>Formas, processos e métodos de padronização</p><p>de custos</p><p>O processo de globalização tem levado as empresas a se prepararem não</p><p>apenas para concorrerem com as empresas próximas geografi camente, mas a</p><p>concorrerem com a ameaça de perda de mercado para grupos internacionais.</p><p>Hoje, para as empresas serem competitivas localmente, elas devem ser com-</p><p>petitivas globalmente. Para isso, precisam se estruturar tanto a jusante quanto</p><p>a montante do seu posicionamento na cadeia produtiva.</p><p>Dessa forma, as empresas não podem apenas se estruturar internamente,</p><p>mas precisam ter uma cadeia de suprimento identificada e qualificada. A</p><p>competitividade das empresas está ligada também ao seu acesso aos recursos</p><p>externos e ao mercado supridor, que se torna imprescindível para a susten-</p><p>tabilidade da empresa. Com o aumento da competição, fatores considerados</p><p>de pequeno impacto no passado poderiam ser negligenciados, mas tornam-se</p><p>relevantes com a entrada de competidores externos no mercado nacional.</p><p>A implantação da gestão da qualidade total, bem como da ISO 9000 (AS-</p><p>SOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005), envolve a</p><p>padronização de processos e ainda cria uma base sobre a qual podem ser</p><p>aplicadas outras técnicas mais elaboradas, sendo fundamental para a busca</p><p>da qualidade total, pois é por meio dela que se consegue a previsibilidade e a</p><p>manutenção dos resultados.</p><p>Um processo padronizado leva à estabilidade dos resultados. Além disso,</p><p>diminuem-se as dispersões, e os resultados tornam-se previsíveis. Sem uma</p><p>base estável, isto é, sem que tenhamos resultados previsíveis, não se pode</p><p>pensar em melhoria, pois não é possível melhorar o que não se conhece ou o</p><p>que varia constantemente.</p><p>Um outro papel da padronização está na delegação das tarefas rotineiras.</p><p>Com a estabilidade dos processos, é possível delegar a condução dos processos</p><p>às pessoas que os operam, liberando a gerência para se preocupar com os</p><p>projetos de melhoria que visam a conferir maior competitividade à empresa.</p><p>Padronização de custos210</p><p>Processos construtivos_U3_C14.indd 210 06/10/2017 13:32:03</p><p>A padronização é, também, a base para o treinamento operacional. Com</p><p>os procedimentos definidos, torna-se mais fácil e mais simples desenvolver</p><p>nas pessoas as habilidades e conhecimentos necessários para a execução das</p><p>tarefas. A execução das tarefas conforme os padrões garantem a manutenção</p><p>dos resultados.</p><p>A padronização não se limita ao estabelecimento (consenso, redação,</p><p>aprovação e distribuição) do padrão, mas inclui também a sua utilização</p><p>(treinamento e verificação contínua de sua observação), o que significa que a</p><p>padronização só termina quando a execução do trabalho conforme o padrão</p><p>estiver assegurada.</p><p>Um programa formal de padronização de custos é a ferramenta clássica</p><p>usada pelas empresas para obter competitividade em custos. Em um programa</p><p>típico de redução de custos, são estabelecidas metas e responsabilidades.</p><p>Mesmo sem um programa de redução de custos oficialmente estabelecido,</p><p>as empresas podem obter resultados expressivos com a adoção de medidas</p><p>isoladas de redução de custos, como as listadas a seguir:</p><p>1. Buscar sugestões dos empregados: é uma opção barata para redução</p><p>de custos que costuma produzir resultados excelentes. Os melhores são</p><p>obtidos quando os pedidos de sugestões são orientados para objetivos</p><p>determinados (p. ex., redução do consumo de água, energia elétrica</p><p>etc.). Pode ser implantado com ou sem um sistema de premiação para</p><p>as sugestões acolhidas.</p><p>2. Renegociar contratos: essa medida se baseia na utilização do poder</p><p>de barganha de que dispõe o contratante. Quando bem conduzida, a</p><p>renegociação de contratos pode trazer significativas reduções de custo.</p><p>3. Eliminar o custo financeiro das compras faturadas: a concessão</p><p>de prazo de pagamento aos clientes é uma prática universal, mas tem</p><p>um custo financeiro embutido. Para eliminar esse custo, a organização</p><p>compradora deve optar pelo pagamento à vista mediante a obtenção de</p><p>um desconto no preço de compra. A taxa de desconto deve ser maior</p><p>do que a taxa de juros das aplicações financeiras de renda fixa da</p><p>compradora ou menor do que seu custo médio de captação.</p><p>4. Reduzir despesas financeiras: a forma mais eficiente de redução</p><p>de despesas financeiras é a diminuição do estoque da dívida, a qual</p><p>obviamente só pode ser feita quando há suficiente geração de caixa.</p><p>A substituição de dívidas mais caras (geralmente contratadas há mais</p><p>tempo) por outras mais baratas é também uma forma de redução das</p><p>despesas financeiras.</p><p>211Padronização de custos</p><p>Processos construtivos_U3_C14.indd 211 06/10/2017 13:32:04</p><p>5. Mudar a localização da empresa ou unidade operacional: custos</p><p>logísticos, de pessoal, tributários e outros podem ser reduzidos com a</p><p>mudança da localização da empresa ou de unidades operacionais. Essa</p><p>é a medida de maior envergadura para redução de custos, já que requer</p><p>um rigoroso planejamento e realização de investimentos significativos.</p><p>6. Terceirizar atividades: algumas atividades, como transporte, limpeza,</p><p>cópias, alimentação — para citar apenas algumas — podem ter seu</p><p>custo reduzido caso sejam terceirizadas. Não há regra geral, pois cada</p><p>caso requer uma análise específica e acurada.</p><p>7. Fazer a substituição ótima de equipamentos: as máquinas e equi-</p><p>pamentos têm uma vida econômica que é o número de anos ideal para</p><p>que valha a pena mantê-los em operação. Esse procedimento significa</p><p>trocar equipamentos na época certa — nem muito cedo, nem muito</p><p>tarde. Isso acontece quando o crescente custo operacional do equipa-</p><p>mento (manutenção e outros) se iguala ao custo do capital investido</p><p>no equipamento.</p><p>8. Otimizar a rota de entrega: para as organizações que incorrem em</p><p>custo logístico, a otimização da rota de entrega, quando uma mesma</p><p>viagem se destina a atender a várias entregas ou coletas (venda ou</p><p>compra), gera redução do custo de transporte. A filosofia básica da</p><p>medida é identificar a rota mais curta que atenda a todos os pontos de</p><p>entrega ou coleta, o que minimiza o custo de transporte.</p><p>9. Usar materiais alternativos: essa medida é um dos pilares da Análise de</p><p>Valor, o método de redução de custos mais aclamado em todo o mundo</p><p>há mais de setenta anos. O princípio básico dessa medida é substituir</p><p>um material em uso por outro de menor custo, mas que desempenhe a</p><p>mesma função (valor) do atual.</p><p>10. Aumentar o giro dos estoques: vender mais rápido reduz a necessidade de</p><p>capital de giro, o que, por sua vez, diminui os custos do financiamento do</p><p>mesmo. Caso a empresa financie o capital de giro com recursos próprios,</p><p>o aumento do giro dos estoques resultará em maior sobra de recursos</p><p>financeiros para investimento no mercado financeiro ou na atividade fim.</p><p>Além dos itens citados, é importante ressaltar que, para aumentar a produ-</p><p>tividade dos recursos humanos, é preciso adotar a política certa de contratação</p><p>de pessoal, complementada por programas de treinamento e de valorização.</p><p>A produtividade ótima deve ser buscada em lugar da produtividade máxima.</p><p>Um exemplo de busca de produtividade máxima seria contratar pessoas com</p><p>salários baixos para fazer o atendimento de clientes. É de se esperar uma queda</p><p>Padronização de custos212</p><p>Processos construtivos_U3_C14.indd 212 06/10/2017 13:32:04</p><p>na qualidade desse serviço, com posterior reflexo negativo nas vendas. A pro-</p><p>dutividade ótima seria obtida com a contração de pessoas com a remuneração</p><p>adequada atrelada a uma política de metas de qualidade no atendimento.</p><p>Para os recursos materiais, o aumento de sua produtividade passa pela</p><p>redução ou eliminação da ociosidade de máquinas e equipamentos utilizados.</p><p>Esses, quando plenamente utilizados, têm seu custo unitário de operação</p><p>reduzidos e otimizados.</p><p>Para reduzir a ociosidade de máquinas e equipamentos, uma possibilidade</p><p>pode ser a reconfiguração do processo de operação. Um bom exemplo é o</p><p>uso de uma central de cópias em lugar de processos de cópia descentralizados</p><p>pelos setores da empresa.</p><p>No mundo globalizado, caracterizado por um alto nível de competição e pela fa-</p><p>cilidade de entrada de novos concorrentes, as empresas precisam não apenas se</p><p>estruturarem internamente, mas também ter uma cadeia de suprimentos otimizada.</p><p>Nesse contexto, torna-se relevante a análise e a gestão do nível de padronização das</p><p>classes de equipamentos adquiridos — sob pena de gerar custos desnecessários,</p><p>como o aumento do nível de estoques, dispêndios com a aquisição de diversos tipos</p><p>de sobressalentes, perda de tempo, dentre outros. Assim, a padronização impacta</p><p>positivamente a competitividade da empresa.</p><p>Técnicas da padronização de custos na</p><p>construção civil</p><p>O aquecimento da demanda, tanto no mercado nacional quanto no internacional,</p><p>aumenta a necessidade de as empresas se adaptarem e se tornarem competitivas.</p><p>Com a crescente demanda de máquinas e equipamentos, refl exo do crescimento</p><p>da indústria, a capacidade produtiva nacional pode atingir, em determinados</p><p>segmentos, seu ponto máximo, inviabilizando o fornecimento de seus produtos</p><p>no prazo, qualidade e preço adequados. Assim, é importante que toda a cadeia</p><p>de suprimentos esteja estruturada e otimizada. Alinhados a esse novo ambiente</p><p>de rápidas mudanças, as empresas devem escolher com cuidado todas as ações</p><p>de diversifi cação e de padronização que impactarão o seu negócio.</p><p>Segundo Wright, Kroll e Parnell (2000), as empresas devem aplicar técnicas</p><p>de análise estratégica — como análise de mercado e de produto, dentre outras</p><p>213Padronização de custos</p><p>Processos construtivos_U3_C14.indd 213 06/10/2017 13:32:04</p><p>— para conhecer melhor as oportunidades de mercado e tomar decisões sobre</p><p>o seu posicionamento. Dentre essas decisões, está a identificação, inclusive,</p><p>de em quais equipamentos se deve investir em diversificação e em quais</p><p>equipamentos se deve seguir os padrões de mercado. Assim, é necessário</p><p>identificar quais merecem esforços de padronização.</p><p>A diversidade de soluções similares encontradas no mercado para os</p><p>bens de capital é significativamente ampla. Essas diferenças podem ser</p><p>simples, como as de conexões elétricas dos equipamentos, e podem chegar</p><p>a ser complexas e não intercambiáveis, como os sobressalentes de equipa-</p><p>mentos. Dessa forma, a não padronização gera uma dispersão de compras,</p><p>de geração de estoque, de tempo e de diversos outros esforços que poderiam</p><p>ser evitados, refletindo em um aumento de custo e, por conseguinte, na</p><p>perda de competitividade.</p><p>Para que seja possível compreender as técnicas de padronização de custos</p><p>na gestão dos processos da construção civil, é interessante que a construção</p><p>de uma edificação seja tratada como um projeto, que pode ser definido, de</p><p>acordo com a ISO 10006:2003, como um processo único, consistindo em um</p><p>grupo de atividades coordenadas e controladas com datas para início e término,</p><p>empreendido para alcance de um objetivo conforme requisitos específicos,</p><p>incluindo limitações de tempo, custo e recursos.</p><p>Segundo Ramos (2006), e para a norma ISO 10006:2003, o processo de</p><p>gerenciamento de um projeto pode ser dividido em dez gestões específicas e</p><p>interdependentes:</p><p> Gestão da Integração</p><p> Gestão do Escopo</p><p> Gestão do Tempo</p><p> Gestão dos Recursos</p><p> Gestão dos Custos</p><p> Gestão da Qualidade</p><p> Gestão do Pessoal</p><p> Gestão das Comunicações</p><p> Gestão do Risco</p><p> Gestão do Suprimento</p><p>É comum que o sucesso obtido por uma determinada técnica ou metodo-</p><p>logia seja observado e aplicado a outras atividades similares. Tendo em vista</p><p>que a construção civil consiste em um processo industrial, apesar de suas</p><p>particularidades, não foi muito difícil compreender que a definição de padrões</p><p>Padronização de custos214</p><p>Processos construtivos_U3_C14.indd</p><p>214 06/10/2017 13:32:04</p><p>de materiais, serviços e atividades traria uma série de benefícios para o setor.</p><p>Além disso, os conceitos de maximização de eficiência, e principalmente de</p><p>eliminação de desperdícios, se encaixam perfeitamente nas diretrizes atuais</p><p>dos processos construtivos da engenharia civil.</p><p>Dentre os maiores benefícios oriundos da padronização da construção civil,</p><p>está a possibilidade de se estabelecer algo similar a uma linha de montagem</p><p>dentro do canteiro de obras. Isso se torna viável a partir do momento em que</p><p>se utilizam sistemas construtivos industrializados, reduzindo o processo cons-</p><p>trutivo à simples repetição de tarefas de montagem. Estudos sobre aumento</p><p>de produtividade concluem que um trabalho executado repetidas vezes, sem</p><p>interrupções e em grandes quantidades resulta na experiência da mão de</p><p>obra e, consequentemente, na melhoria do seu desempenho. No entanto, é</p><p>importante que, além dos sistemas construtivos, os projetos, procedimentos e</p><p>até mesmo a mão de obra sejam padronizados, de forma a evitar desperdícios</p><p>no processo produtivo. Segundo Heineck e Andrade (1994),</p><p>[...] não basta que o canteiro seja repetitivo, há necessidade de que os</p><p>operários desloquem-se sem interrupção de uma tarefa para outra; ainda</p><p>mais, dentro da própria tarefa, não pode haver paradas devido à falta de</p><p>materiais, falta de detalhamento construtivo, interferência com outras</p><p>tarefas, desbalanceamento e falta de elementos na equipe de trabalho</p><p>ou ingerência de causas naturais como chuvas etc.</p><p>Por exemplo, a implementação da padronização nas diversas etapas da execução de</p><p>uma edificação pode trazer grandes benefícios tanto para o construtor quanto para o</p><p>cliente final. Em cada uma dessas etapas, pode-se optar por um sistema industrializado</p><p>(pré-fabricado) ou moldado in loco. É possível observar que são necessárias mais</p><p>etapas: execução das formas, execução da armação, execução da concretagem. Cada</p><p>uma dessas etapas pode, ainda, ser subdividida em atividades menores, como, por</p><p>exemplo, o lançamento, adensamento e cura do concreto. Essas atividades adicionais</p><p>representam um aumento considerável não apenas no tempo, mas também na mão</p><p>de obra e dificultam o controle e a garantia do serviço executado.</p><p>Assim, conclui-se que toda e qualquer etapa dispensável do processo produtivo é</p><p>considerada um desperdício e deve ser eliminada sempre que possível. Portanto, a</p><p>padronização deve ser aplicada não apenas no sistema estrutural da edificação, mas</p><p>também nos demais serviços, desde a concepção do projeto e a implantação do</p><p>canteiro de obras até fundações e estruturas e vedações e esquadrias.</p><p>215Padronização de custos</p><p>Processos construtivos_U3_C14.indd 215 06/10/2017 13:32:04</p><p>1. A padronização de empresas</p><p>é um grande fator que atende,</p><p>principalmente, ao que se refere</p><p>a gerenciar processos, prevenir</p><p>erros e garantir qualidade.</p><p>Assinale a alternativa correta</p><p>quanto ao seu conceito:</p><p>a) A padronização é uma técnica que</p><p>visa a aumentar a variabilidade</p><p>dos processos de trabalho sem</p><p>prejudicar a sua flexibilidade.</p><p>b) Quando falamos em</p><p>padronização de processos,</p><p>estamos falando em uma maneira</p><p>de formalizar a produção sem</p><p>buscar normatizar e organizar</p><p>os processos de trabalho.</p><p>c) A padronização pode ser</p><p>aplicada a um processo</p><p>isolado ou a uma organização</p><p>como um todo, na qual o</p><p>responsável pela implantação</p><p>é o dono da empresa.</p><p>d) Padronizar significa</p><p>submeter um processo a</p><p>um determinado modelo ou</p><p>método, deixando de lado a</p><p>criatividade e a flexibilidade.</p><p>e) No conceito de padronização,</p><p>fica claro que algumas</p><p>atividades submetem os</p><p>trabalhadores a rotinas</p><p>monótonas e normas rígidas.</p><p>2. A aplicação de um sistema de</p><p>organização como um todo traz</p><p>benefícios em uma empresa e cria</p><p>uma cultura de padronização. Sobre</p><p>a complexidade desse processo,</p><p>assinale a alternativa verdadeira:</p><p>a) Hoje em dia, com a facilidade</p><p>dos processos gerenciais</p><p>e de produtos, torna-se</p><p>desnecessário registrar de</p><p>forma física e eletrônica a</p><p>maneira de se trabalhar.</p><p>b) É necessário que apenas o</p><p>dono da empresa se envolva</p><p>na organização e se empenhe</p><p>no processo, visto que ele é</p><p>o grande responsável pela</p><p>implementação da padronização.</p><p>c) Qualidade só se pratica quando</p><p>há processos padronizados</p><p>e documentados; por isso,</p><p>a padronização simboliza o</p><p>benefício apenas dos clientes.</p><p>d) Os benefícios da padronização,</p><p>apesar de resultarem em um</p><p>meio de se alcançar a redução de</p><p>custos na produção e no produto</p><p>final, não têm sido utilizados.</p><p>e) Quando aplicada a uma</p><p>organização como um todo,</p><p>a padronização consegue</p><p>induzir resultados de ordem</p><p>quantitativa e qualitativa,</p><p>melhorando a qualidade.</p><p>3. A qualidade de processos, produtos</p><p>e serviços tem sido considerada</p><p>um elemento fundamental para a</p><p>competitividade empresarial. Sobre</p><p>esse tema, é correto afirmar que:</p><p>a) Geralmente as empresas não</p><p>apresentam dificuldades na</p><p>gestão da padronização de</p><p>seus processos, motivo pelo</p><p>qual dispensam um sistema de</p><p>gestão pela qualidade total.</p><p>b) As organizações concentram</p><p>esforços para atender ao</p><p>cliente apenas no sentido de</p><p>garantir a conformidade com as</p><p>Padronização de custos216</p><p>Processos construtivos_U3_C14.indd 216 06/10/2017 13:32:05</p><p>especificações, sem considerar</p><p>quaisquer expectativas.</p><p>c) Apesar de contribuir para a</p><p>diminuição dos processos de</p><p>produção, a padronização</p><p>não interfere no controle</p><p>nem na melhoria da</p><p>qualidade nas empresas.</p><p>d) Um consistente sistema</p><p>de qualidade pode gerar</p><p>repetibilidade, melhoria contínua</p><p>e melhor atendimento das</p><p>necessidades dos clientes.</p><p>e) A padronização não é utilizada</p><p>como meio para se alcançar</p><p>redução de custos de produção,</p><p>pois não melhora a qualidade</p><p>dos produtos e serviços.</p><p>4. A padronização é, também, a base</p><p>para o treinamento operacional.</p><p>Com os procedimentos definidos,</p><p>é mais fácil e simples desenvolver</p><p>habilidades necessárias para a</p><p>execução de tarefas. Com relação</p><p>aos processos de redução de</p><p>custos, é possível afirmar que:</p><p>a) Um processo padronizado nos</p><p>leva à estabilidade dos resultados,</p><p>pois, com a padronização,</p><p>diminuem-se as dispersões e os</p><p>resultados se tornam previsíveis.</p><p>b) Num programa típico de redução</p><p>de custos, são estabelecidas</p><p>metas e responsabilidades, com</p><p>as quais as empresas apenas</p><p>obtém resultado expressivo</p><p>aderindo a um desses programas.</p><p>c) A padronização se limita ao</p><p>estabelecimento de um padrão,</p><p>visto que não inclui a sua utilização,</p><p>isto é, a padronização termina</p><p>quando estiver próxima ao padrão.</p><p>d) Buscar sugestões de</p><p>empregados não condiz com</p><p>uma prática referente aos</p><p>processos de padronização</p><p>ou redução de custos, apesar</p><p>de ser uma opção barata.</p><p>e) É importante que sempre se</p><p>busque uma produtividade</p><p>máxima, podendo se aplicar</p><p>a técnica de contratação de</p><p>pessoas com salários mais baixos.</p><p>5. Com o aquecimento das demandas,</p><p>tanto no mercado nacional quanto</p><p>internacional, aumenta a necessidade</p><p>de as empresas se adaptarem e se</p><p>tornarem competitivas. Em relação</p><p>às técnicas utilizadas na construção</p><p>civil, é correto afirmar que:</p><p>a) As empresas não têm necessidade</p><p>de realizar análise de mercado e</p><p>produto, visto que não se baseiam</p><p>nisso para tomar decisões</p><p>sobre o seu posicionamento.</p><p>b) Dentre os maiores benefícios</p><p>na construção civil, está a</p><p>possibilidade de se estabelecer</p><p>algo similar a uma linha</p><p>de montagem dentro do</p><p>canteiro de obras.</p><p>c) A padronização gera dispersão</p><p>de compras em obras, além da</p><p>geração de estoque, refletindo</p><p>em um aumento de custo e</p><p>perda de competitividade.</p><p>d) É importante que apenas</p><p>os sistemas construtivos e</p><p>os procedimentos sejam</p><p>padronizados, de modo</p><p>que se evitem desperdícios</p><p>no processo produtivo.</p><p>e) Na construção civil, basta</p><p>que o canteiro de obra seja</p><p>padronizado, pois isso já</p><p>garante o funcionamento</p><p>adequado e independente da</p><p>execução das outras tarefas.</p><p>217Padronização de custos</p><p>Processos construtivos_U3_C14.indd 217 06/10/2017 13:32:05</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA</p><p>DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 9000: sistemas de</p><p>gestão da qualidade: fundamentos e vocabulário. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.</p><p>HEINECK, L. F. M.; ANDRADE, V. A. A racionalização da execução de alvenarias do</p><p>tipo convencional e estrutural através de inovações tecnológicas. In: INTERNATIO-</p><p>NAL SEMINAR ON STRUCTURAL MASONRY FOR DEVELOPING COUNTRIES, 5., 1994,</p><p>Florianópolis. Anais... Florianópolis: [s.n.], 1994.</p><p>INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO 10006:2003. Quality ma-</p><p>nagement systems: Guidelines for quality management in projects. Geneva: ISSO, 2003.</p><p>PORTER, M. Estratégia competitiva. Rio de Janeiro. Elsevier, 1986.</p><p>RAMOS, R. Gerenciamento de projetos: ênfase na indústria de petróleo. Rio de Janeiro:</p><p>Interciência, 2006.</p><p>TINOCO, M. A. C.; RIBEIRO, J. L. D. Estudo qualitativo dos principais atributos que de-</p><p>terminam a percepção de qualidade e de preço dos consumidores de restaurantes</p><p>a la carte. Gestão & Produção, São Carlos, v. 15, n. 1, p. 73-87, jan./abr. 2008.</p><p>UNGAN, M. Standardization through process documentation. Business Process Mana-</p><p>gement Journal, v. 12, n. 2, p. 135-148, 2006.</p><p>WRIGHT, P.; KROLL, G. E.; PARNELL, J. A. Administração estratégica: conceitos. São</p><p>Paulo: Atlas, 2000.</p><p>Leitura recomendada</p><p>DAN JUNIOR, E. et al. O processo de padronização como metodologia de diminuição</p><p>de custos. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 24., 2009,</p><p>Salvador. Anais... Salvador: ENEGEP, 2009.</p><p>Padronização de custos218</p><p>Processos construtivos_U3_C14.indd 218 06/10/2017 13:32:05</p><p>Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para</p><p>esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual</p><p>da Instituição, você encontra a obra na íntegra.</p><p>Conteúdo:</p><p>Dica do professor</p><p>Só se pratica qualidade quando temos processos padronizados e documentados para ter</p><p>indicadores da eficácia dos sistemas. É importante ressaltar que o dono da empresa é o grande</p><p>responsável pela implementação da padronização, mas é necessário que todas as pessoas</p><p>envolvidas na organização se empenhem no processo, já que isso exige treinamento e dedicação.</p><p>Acompanhe nesta Dica do Professor o impacto da padronização em uma obra.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/b095afecbbf4fe95af65ca8da0503ef5</p><p>Exercícios</p><p>1)</p><p>A padronização de empresas é um grande fator que atende, principalmente, ao que se refere</p><p>a gerenciar processos, prevenir erros e garantir qualidade. Assinale a alternativa CORRETA</p><p>quanto ao seu conceito.</p><p>A) a) A padronização é uma técnica que visa a aumentar a variabilidade dos processos de</p><p>trabalho, sem prejudicar a sua flexibilidade.</p><p>B) b) Quando falamos em padronização de processos, estamos falando em uma maneira de</p><p>formalizar a produção sem buscar normatizar e organizar os processos de trabalho</p><p>C) c) A padronização pode ser aplicada a um processo isolado ou a uma organização como um</p><p>todo, sendo o dono da empresa o responsável pela implantação.</p><p>D) d) Padronizar significa submeter um processo a um determinado modelo ou método,</p><p>deixando de lado a criatividade e a flexibilidade.</p><p>E) e) No conceito de padronização, fica claro que algumas atividades submetem os</p><p>trabalhadores a rotinas monótonas e normas rígidas.</p><p>2)</p><p>A aplicação de um sistema de organização como um todo traz benefícios em uma empresa e</p><p>cria uma cultura de padronização. Sobre a complexidade desse processo, assinale a</p><p>alternativa CORRETA.</p><p>A) a) Hoje em dia, com a facilidade dos processos gerenciais e dos produtos, torna-se</p><p>desnecessário registrar, de forma física e eletrônica, a maneira de se trabalhar.</p><p>B) b) É necessário que apenas o dono da empresa se envolva na organização e se empenhe no</p><p>processo, visto que ele é o grande responsável pela implementação da padronização.</p><p>C) c) Só se pratica qualidade quando se tem processos padronizados e documentados, por isso, a</p><p>padronização simboliza o benefício apenas dos clientes .</p><p>D) d) Os benefícios da padronização, apesar de resultarem em um meio de se alcançar a redução</p><p>de custos na produção e no produto final, não têm sido utilizados.</p><p>E) e) Quando aplicada a uma organização como um todo, a padronização consegue induzir</p><p>resultados de ordem quantitativa e qualitativa, melhorando, dessa forma, a qualidade.</p><p>3)</p><p>A qualidade de processos, produtos e serviços tem sido considerada um elemento</p><p>fundamental para a competitividade empresarial. Sobre esse tema, é correto afirmar que:</p><p>A) a) em geral, as empresas não apresentam dificuldades na gestão da padronização de seus</p><p>processos, por isso dispensam um sistema de gestão pela qualidade total.</p><p>B) b) as organizações concentram esforços para atender o cliente, apenas no sentido de garantir</p><p>a conformidade com as especificações, sem considerar quaisquer expectativas.</p><p>C) c) apesar de contribuir para a diminuição dos processos de produção, a padronização não</p><p>interfere no controle, nem na melhoria da qualidade nas empresas.</p><p>D) d) um consistente sistema de qualidade pode gerar repetibilidade, melhoria contínua e melhor</p><p>atendimento das necessidades dos clientes.</p><p>E) e) a padronização não é utilizada como meio para se alcançar a redução de custos de</p><p>produção, pois não melhora a qualidade de produtos e serviços.</p><p>4)</p><p>A padronização é, também, a base para o treinamento operacional. Tendo os procedimentos</p><p>definidos, é mais fácil e simples desenvolver habilidades necessárias para a execução de</p><p>tarefas. Com relação aos processos de redução de custos, é possível afirmar que:</p><p>A) a) um processo padronizado nos leva à estabilidade dos resultados, pois, com a padronização,</p><p>diminuem-se as dispersões e os resultados se tornam previsíveis.</p><p>B) b) em um programa típico de redução de custos, são estabelecidas metas e responsabilidades,</p><p>e as empresas apenas obterão resultado expressivo aderindo a um desses programas.</p><p>C) c) a padronização se limita ao estabelecimento de um padrão, visto que não inclui a sua</p><p>utilização, isto é, a padronização termina quando estiver próxima ao padrão.</p><p>D) d) buscar sugestões de empregados não condiz com a prática referente aos processos de</p><p>padronização ou redução de custos, apesar de ser uma opção barata.</p><p>E) e) é importante que sempre se busque por uma produtividade máxima, podendo se aplicar a</p><p>técnica de contratação de pessoas com salários mais baixos.</p><p>5)</p><p>Com o aquecimento das demandas, tanto no mercado nacional quanto internacional,</p><p>aumenta-se a necessidade das empresas em se adaptarem e se tornarem competitivas.</p><p>Referente às técnicas utilizadas na construção civil, é correto afirmar que:</p><p>A) a) as empresas não têm necessidade de realizar análise de mercado e produto, visto que não</p><p>se baseiam nisso para tomar decisões sobre o seu posicionamento.</p><p>B) b) entre os maiores benefícios da construção civil, está a possibilidade de se estabelecer algo</p><p>similar a uma linha de montagem no canteiro de obras.</p><p>C) c) a padronização gera dispersão de compras em obras, além da geração de estoque, o que</p><p>reflete no aumento de custo e na perda de competitividade.</p><p>D) d) é importante que apenas os sistemas construtivos e os procedimentos sejam padronizados,</p><p>de modo que desperdícios no processo produtivo sejam evitados.</p><p>E) e) na construção civil, basta que o canteiro de obras seja padronizado, pois isso já garante o</p><p>funcionamento adequado, independente da execução das outras tarefas.</p><p>Na prática</p><p>A implementação da padronização nas diversas etapas da execução de uma edificação pode trazer</p><p>grandes benefícios, tanto para o construtor, como para o cliente final. Em cada uma dessas etapas,</p><p>pode-se optar por um sistema industrializado (pré-fabricado) ou moldado in loco.</p><p>É possível observar que são necessárias mais etapas: execução das formas, execução da armação e</p><p>execução da concretagem. Cada uma dessas etapas pode, ainda, ser subdividida em atividades</p><p>menores, como, por exemplo, o lançamento, o adensamento e a cura do concreto. Essas atividades</p><p>Inicialmente, deve ser calculado o indicador CUM, conforme expresso a seguir.</p><p>O indicador CUMT pode ser estimado por meio dos valores teóricos de espessura</p><p>e consumo de cimento.</p><p>O indicador de perdas (IP) pode, então, ser determinado pelo seguinte cálculo.</p><p>Desse modo, é possível concluir que o material utilizado no serviço foi 16,67%</p><p>superior ao necessário.</p><p>De maneira análoga, a equação do indicador de perdas (IP) pode ser apli-</p><p>cada na determinação de perdas financeiras, conforme apresentado a seguir.</p><p>Onde:</p><p> QMoR = quantidade monetária realmente necessária</p><p>239Cálculos de perdas construtivas</p><p>Processos construtivos_U4_C16.indd 239 06/10/2017 13:32:23</p><p> QMoT = quantidade monetária teoricamente necessária</p><p>Indicadores explicadores</p><p>Os indicadores explicadores são utilizados na determinação de razões para as</p><p>perdas, auxiliando, assim, na sua redução em projetos futuros. Os principais</p><p>indicadores explicadores são os de natureza percentual, os fatores quanti-</p><p>tativos, os fatores indutores e os fatores caracterizadores.</p><p> Indicadores de natureza percentual: são indicadores que buscam</p><p>especificar os motivos que ocasionaram determinado nível de perda,</p><p>de acordo com a sua natureza, como perdas referentes a furtos, entulho</p><p>ou incorporação.</p><p> Fatores quantitativos: complementam os resultados obtidos pelos</p><p>indicadores mensuradores, por meio da análise das características do</p><p>produto final obtido. Por exemplo, a análise da quantidade de argamassa</p><p>que restou, sem ser aplicada na parede, pode ser correlacionada com a</p><p>perda no recebimento, ou seja, com o material adquirido em quantidades</p><p>superiores à necessária.</p><p> Fatores indutores e caracterizadores: não analisam fatores quantita-</p><p>tivos, e sim as razões (causas, origens, entre outros) que resultam em</p><p>determinado nível de perdas. Os fatores indutores se referem aos mo-</p><p>mentos de incidência e de origem das perdas, como a falta de capacitação</p><p>dos operários. Os fatores caracterizadores se referem às características</p><p>tecnológicas que podem estar associadas a possíveis perdas, como o</p><p>tipo de ferramenta utilizada na execução de um serviço.</p><p>Cálculos de perdas construtivas240</p><p>Processos construtivos_U4_C16.indd 240 06/10/2017 13:32:24</p><p>1. Em uma construção, o engenheiro</p><p>responsável observou um excesso</p><p>de entulho com placas cerâmicas</p><p>cortadas. Considerando as definições</p><p>de causa e origem, assinale a</p><p>alternativa que apresenta uma</p><p>possível causa deste problema.</p><p>a) Corte das placas cerâmicas</p><p>com ferramenta inadequada.</p><p>b) Aquisição de placas</p><p>cerâmicas de dimensões</p><p>superiores às solicitadas.</p><p>c) Falta de capacitação do</p><p>operário quanto ao uso da</p><p>ferramenta de corte.</p><p>d) Ineficiência ou ausência de</p><p>projeto de modulação do</p><p>revestimento cerâmico.</p><p>e) Placas cerâmicas produzidas</p><p>com lados irregulares.</p><p>2. As perdas construtivas podem</p><p>ocorrer em diferentes fases do</p><p>empreendimento. Analise as</p><p>afirmativas abaixo e assinale</p><p>a alternativa correta.</p><p>a) A escolha de placas cerâmicas</p><p>muito grandes para aplicação</p><p>em ambientes muito pequenos</p><p>consiste em uma</p><p>ineficiência na fase de</p><p>produção.</p><p>b) A falta de treinamento</p><p>dos operários quanto ao</p><p>procedimento a ser seguido</p><p>consiste em uma ineficiência na</p><p>fase de concepção do projeto.</p><p>c) A falta de coordenação entre</p><p>os projetos (estrutural e de</p><p>vedação, por exemplo) consiste</p><p>em uma ineficiência na fase</p><p>de utilização da edificação.</p><p>d) A repintura da edificação,</p><p>por opção do morador, logo</p><p>após a entrega, consiste em</p><p>uma ineficiência na fase de</p><p>concepção do projeto.</p><p>e) O desperdício de argamassa,</p><p>em função de quedas de</p><p>material durante a aplicação,</p><p>consiste em uma ineficiência</p><p>na fase de produção.</p><p>3. As perdas construtivas variam</p><p>de acordo com a sua natureza.</p><p>Analise as afirmativas abaixo e</p><p>assinale a alternativa correta.</p><p>a) A aplicação de material</p><p>com qualidade superior ao</p><p>desempenho exigido, mesmo que</p><p>sendo mais caro, não se consistiu</p><p>em uma perda construtiva.</p><p>b) A armazenagem ineficiente</p><p>dos materiais no estoque</p><p>é um exemplo de perda</p><p>por processamento.</p><p>c) O planejamento inadequado do</p><p>canteiro de obras, dificultando a</p><p>movimentação dos trabalhadores</p><p>e a execução das tarefas, é um</p><p>exemplo de perda por transporte.</p><p>d) O extravio de materiais em</p><p>função de furtos e acidentes</p><p>não é contabilizado como</p><p>uma perda construtiva.</p><p>e) A falta de gerenciamento</p><p>referente à chegada de materiais</p><p>e equipamentos em obras é um</p><p>exemplo de perda por espera.</p><p>4. Assinale a alternativa correta, referente</p><p>à obtenção do consumo unitário de</p><p>materiais teoricamente necessários.</p><p>a) Estimativa da quantidade de</p><p>material que sobrou no estoque.</p><p>241Cálculos de perdas construtivas</p><p>Processos construtivos_U4_C16.indd 241 06/10/2017 13:32:24</p><p>b) Relação entre a quantidade</p><p>de material no estoque, no</p><p>início e no final do processo.</p><p>c) Obtenção a partir de valores</p><p>definidos previamente em projeto.</p><p>d) Relação entre o material</p><p>proveniente de fornecedores</p><p>e de transferências.</p><p>e) Obtenção a partir da</p><p>quantificação de materiais</p><p>consumidos no processo.</p><p>5. Os indicadores explicadores</p><p>são utilizados na determinação</p><p>das razões das perdas. Analise</p><p>as afirmativas abaixo e assinale</p><p>a alternativa correta.</p><p>a) Os fatores quantitativos</p><p>analisam as perdas construtivas</p><p>a partir da natureza destas.</p><p>b) Os fatores indutores e</p><p>caracterizadores consideram</p><p>as razões que resultam em um</p><p>determinado nível de perda, sem</p><p>considerar fatores quantitativos.</p><p>c) Os indicadores de natureza</p><p>percentual consideram, em</p><p>sua análise, as características</p><p>do produto final.</p><p>d) Os fatores indutores, bem como os</p><p>fatores quantitativos, consideram</p><p>em sua análise os momentos de</p><p>incidência e a origem das perdas.</p><p>e) Os fatores caracterizadores</p><p>consideram as características</p><p>do produto final, analisando-as</p><p>quantitativamente.</p><p>PALIARI, J. C. Metodologia para a coleta e análise de informações sobre consumos e perdas</p><p>de materiais e componentes nos canteiros de obras de edifícios. 1999. 505 f. Dissertação</p><p>(Mestrado em Engenharia Civil) – Departamento de Engenharia de Construção Civil,</p><p>Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.</p><p>ROSA, F. P. Perdas na construção civil: diretrizes e ferramentas de controle. 2001. 161 f. Dis-</p><p>sertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia</p><p>Civil, Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2001.</p><p>SOUZA, U. E. L. Como reduzir perdas nos canteiros: manual de gestão do consumo de</p><p>materiais de construção civil. São Paulo: Pini, 2005.</p><p>Leituras recomendadas</p><p>PÉREZ, C. T.; COSTA, D. B.; GONÇALVES, J. P. Identificação, mensuração e caracterização</p><p>das perdas por transporte em processos construtivos. Ambiente Construído, Porto Alegre,</p><p>v. 16, n. 1, p. 243-263, 2016.</p><p>SENA, P. L. S.; CARVALHO, P. M.; SANTOS, D. G. Perdas na construção civil: estudo de</p><p>caso. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 13.,</p><p>2010, Canela. Anais... Canela: [s.n.], 2010.</p><p>Cálculos de perdas construtivas242</p><p>Processos construtivos_U4_C16.indd 242 06/10/2017 13:32:25</p><p>Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para</p><p>esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual</p><p>da Instituição, você encontra a obra na íntegra.</p><p>Conteúdo:</p><p>Dica do professor</p><p>As perdas construtivas podem se manifestar na forma de resíduos, que são denominados de</p><p>entulho. A gestão de resíduos visa a não geração de entulho na obra, contudo, nem sempre eles</p><p>poderão ser totalmente eliminados. Nesses casos, os resíduos devem ser reciclados, reaproveitados</p><p>ou então descartados, de forma que não prejudiquem o ambiente.</p><p>Acompanhe, na Dica do Professor a seguir, como fazer a gestão de resíduos na construção civil.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/bc64e24fec0b5abdc17d5a2f50076732</p><p>Exercícios</p><p>1)</p><p>Em uma construção, o engenheiro responsável observou um excesso</p><p>extras representam um aumento considerável, não apenas no tempo, mas também na mão de obra,</p><p>e dificultam o controle e a garantia do serviço executado.</p><p>Assim, conclui-se que toda e qualquer etapa dispensável do processo produtivo é considerada um</p><p>desperdício e deve ser eliminada sempre que possível. Portanto, a padronização deve ser aplicada,</p><p>não apenas no sistema estrutural da edificação, mas também nos demais serviços, desde a</p><p>concepção do projeto e a implantação do canteiro de obras, até fundações, estruturas, vedações e</p><p>esquadrias.</p><p>Acompanhe na imagem a seguir alguns exemplos de padronização em um canteiro de obra.</p><p>Aponte a câmera para o</p><p>código e acesse o link do</p><p>conteúdo ou clique no</p><p>código para acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/3476b6db-5930-4c4f-a6e5-b0bf5406ca44/8fa621e3-3977-4c27-8ab8-774590655025.png</p><p>Saiba +</p><p>Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:</p><p>O processo de padronização como metodologia de diminuição</p><p>de custos</p><p>Com este link, você terá acesso a um artigo que traz a</p><p>metodologia para a aferição do nível de padronização das</p><p>diversas classes de equipamentos adquiridos pela empresa,</p><p>identificando as que potencialmente mais geram ganhos</p><p>financeiros com o processo de padronização.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>A padronização como fator de redução de desperdícios na</p><p>construção civil</p><p>Acesse o link a seguir para ler um artigo que levanta a</p><p>discussão sobre a padronização no âmbito da qualidade,</p><p>abordando a sua aplicabilidade como redutor dos vários tipos</p><p>de desperdício, envolvendo as diversas etapas que compõem o</p><p>ciclo da construção civil, bem como os resultados obtidos por</p><p>empresas que empregaram as padronizações inseridas no</p><p>contexto de programas de melhoria da qualidade e da</p><p>produtividade.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2009_TN_STO_091_617_13870.pdf</p><p>http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2009_TN_STO_091_617_13870.pdf</p><p>A padronização de processos em uma empresa do setor</p><p>moveleiro: um estudo de caso</p><p>Neste link, você terá acesso a um artigo que aborda o</p><p>desenvolvimento e a aplicação de ferramentas de suporte à</p><p>padronização de processos em uma empresa do ramo moveleiro</p><p>da região metropolitana de Belém.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2010_TN_STP_113_745_16460.pdf</p><p>Processos construtivos -</p><p>gerenciamento</p><p>Apresentação</p><p>O planejamento pode ser definido como a determinação de como e quando fazer, bem como a</p><p>sequência correta das etapas. Programar é determinar onde e quando fazer e quais recursos serão</p><p>necessários para cumprir o planejamento. O acompanhamento é feito na execução propriamente</p><p>dita, e, por fim, o controle, que consiste em confrontar o que está sendo executado com um padrão</p><p>pré-estabelecido no planejamento, mensurando-se, assim, a ocorrência ou não de desvios que</p><p>deverão ser corrigidos.</p><p>Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai acompanhar as diversas teorias de gerenciamento que</p><p>podem ser resumidas por planejamento, programação, acompanhamento e controle.</p><p>Bons estudos.</p><p>Bons estudos.</p><p>Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p>Identificar os modelos de gestão para construção civil.•</p><p>Interpretar as características de linguagem de gestão própria de cada meio organizacional.•</p><p>Construir a habilidade da tomada de decisões (com base nas ferramentas de gestão).•</p><p>Desafio</p><p>Você é engenheiro de uma empreiteira que, ao concorrer para um edital, ganhou R$6,3 milhões</p><p>para construir uma planta industrial. De acordo com a sua experiência na empreiteira, você</p><p>elaborou, para esse projeto, a lista a seguir:</p><p>A duração para a execução da obra é 79 semanas, se cada atividade for realizada uma por vez. No</p><p>entanto, existem atividades que podem ser realizadas simultaneamente, podendo, com isso, reduzir</p><p>a duração da execução da obra.</p><p>A partir da lista de atividades e das relações de precedência, justifique e demonstre qual a melhor</p><p>ferramenta para verificar o tempo total para completar o projeto das atividades. Informe e explique</p><p>quais as atividades que não podem sofrer alteração de tempo para que o atraso não ocorra, qual o</p><p>caminho crítico, caso algumas atividades sejam executadas fora do tempo estipulado no projeto.</p><p>Infográfico</p><p>O Cronograma de Barras, ou Gráfico de Gantt, surgiu no final do século IX, entre 1910 e 1915, com</p><p>uso frequente até os dias de hoje. Foi criado pelo norte-americano Henry L. Gantt. Apresentou seu</p><p>gráfico pela primeira vez na Associação de Engenheiros Mecânicos, no acompanhamento dos fluxos</p><p>de produção.</p><p>O Gráfico de Gantt é uma ferramenta gráfica para demonstrar, planificar e programar diferentes</p><p>tarefas ou atividades ao longo de um período de tempo total determinado.</p><p>O sucesso do gráfico proposto por Gantt é devido à sua facilidade de construção e leitura e à</p><p>flexibilidade que o gráfico permite para alteração de prazos e datas dos processos de produção.</p><p>Acompanhe, na imagem a seguir, como se aplica o Gráfco de Gantt, suas vantagens e desvantagens.</p><p>Aponte a câmera para o</p><p>código e acesse o link do</p><p>conteúdo ou clique no</p><p>código para acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/0e852ca7-1638-44b0-ba44-5d61d0046943/345cd1c0-20c7-4172-be7d-a191b40b37ac.png</p><p>Conteúdo do livro</p><p>De acordo com o PMI (2013), o gerenciamento da construção proporciona o equilíbrio entre</p><p>escopo, cronograma, orçamento, recursos, risco e qualidade, sendo isso estritamente necessário</p><p>para o atendimento das expectativas dos clientes e das necessidades dos projetos. Segundo</p><p>Nakamura (2010), metade dos atrasos em cronogramas de obras estão divididos,</p><p>proporcionalmente, entre falhas de gestão da mão de obra e problemas com a logística de</p><p>fornecimento de materiais. Esses problemas geram o que chamamos de efeito dominó, que pode</p><p>ser observado quando, sem material, a equipe não executa o serviço e a etapa subsequente</p><p>também sofre um atraso, mesmo que seu material esteja presente na obra.</p><p>O gerenciamento de projetos, segundo Kerzner (2009), tem a finalidade de sempre controlar os</p><p>recursos da empresa para a execução de um determinado serviço, dentro do prazo, do custo e do</p><p>desempenho estimado e, se for o caso, mantendo o bom relacionamento com o cliente final. Valle</p><p>et al. (2010) descreve, em razão da complexidade das ações de gerenciamento, a necessidade de</p><p>ferramentas de planejamento, monitoramento e controle para a eficácia dos processos de coleta,</p><p>entrada, tratamento, visualização, análise de dados e tomada de decisão.</p><p>Segundo o PMI (2008), ferramenta é tudo que for tangível, como, por exemplo, um modelo ou um</p><p>software usado na realização de uma atividade para produzir um produto ou um resultado.</p><p>Leia mais no Capítulo Processos construtivos: gerenciamento, que faz parte do livro Processos</p><p>Construtivos e é base teórica desta Unidade de Aprendizagem.</p><p>Boa leitura.</p><p>PROCESSOS</p><p>CONSTRUTIVOS</p><p>André Luís</p><p>Abitante</p><p>Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094</p><p>P963 Processos construtivos / André Luís Abitante ... [et al.] ;</p><p>[revisão técnica: Shanna Trichês Lucchesi]. – Porto</p><p>Alegre : SAGAH, 2017.</p><p>271 p. : il. ; 22,5 cm.</p><p>ISBN 978-85-9502-224-9</p><p>1. Engenharia civil. 2. Processos construtivos.</p><p>CDU 624</p><p>Revisão técnica:</p><p>Shanna Trichês Lucchesi</p><p>Mestre em Engenharia de Produção</p><p>Professora do curso de Engenharia Civil</p><p>Processos construtivos_Impressa.indd 2 06/10/2017 16:28:50</p><p>Processos construtivos:</p><p>gerenciamento</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p> Identi� car os modelos de gestão para construção civil.</p><p> Reconhecer</p><p>as características de linguagem de gestão própria de</p><p>cada meio organizacional.</p><p> Construir a habilidade da tomada de decisões (com base nas ferra-</p><p>mentas de gestão).</p><p>Introdução</p><p>Neste capítulo, você verá diversas teorias de gerenciamento para uma</p><p>construção, que podem ser resumidas em: planejamento, programação,</p><p>acompanhamento e controle. O planejamento pode ser definido com a</p><p>determinação de como e quando fazer, bem como a sequência correta</p><p>das etapas. Programar é determinar onde e quanto fazer e os recursos</p><p>que serão necessários a fim de cumprir o planejamento.</p><p>O acompanhamento é feito na execução propriamente dita. Por fim,</p><p>o controle, que consiste em confrontar o que está sendo executado com</p><p>um padrão preestabelecido no planejamento, mensurando-se, assim, a</p><p>ocorrência ou não de desvios que deverão ser corrigidos.</p><p>A importância de um gerenciamento</p><p>Baseado no Project Management Institute (2013), o gerenciamento da constru-</p><p>ção proporciona o equilíbrio entre escopo, cronograma, orçamento, recursos,</p><p>risco e qualidade, sendo estritamente necessário para o atendimento das</p><p>U N I D A D E 3</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 169 06/10/2017 13:31:47</p><p>expectativas dos clientes e das necessidades dos projetos. Todo projeto tem</p><p>potencial para se tornar bem-sucedido, ou seja, ser entregue no prazo, dentro</p><p>do orçamento e com qualidade. Baseado nisso, Vargas (2009) enumera os</p><p>benefícios do gerenciamento:</p><p> Evita surpresas durante a execução dos trabalhos.</p><p> Permite desenvolver diferenciais competitivos e novas técnicas.</p><p> Antecipa situações desfavoráveis para que ações preventivas e corretivas</p><p>possam ser tomadas.</p><p> Adapta os trabalhos ao mercado consumidor e ao cliente.</p><p> Disponibiliza os orçamentos antes do início dos gastos.</p><p> Agiliza as decisões, pois as informações estão estruturadas e disponíveis.</p><p> Possibilita o detalhamento de todas as etapas.</p><p> Melhora a capacidade de adaptação do projeto.</p><p> Otimiza a alocação de pessoas, equipamentos e materiais necessários.</p><p> Documenta e facilita as estimativas para futuros projetos (melhoria</p><p>contínua).</p><p>Segundo Nakamura (2010), metade dos atrasos em cronogramas de obras</p><p>estão divididos, proporcionalmente, entre falhas de gestão da mão de obra</p><p>e problemas com a logística de fornecimento de materiais. Esses problemas</p><p>geram o que chamamos de efeito dominó. Esse efeito pode ser observado</p><p>quando, sem material, a equipe não executa o serviço e a etapa subsequente</p><p>também sofre um atraso, mesmo que seu material esteja presente na obra.</p><p>Processos construtivos: gerenciamento170</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 170 06/10/2017 13:31:47</p><p>Com o lançamento do satélite Sputnik 1 pela antiga URSS durante a Guerra Fria, os</p><p>EUA se sentiram desafiados a repensar seus princípios de administração na execução</p><p>de seus projetos militares. O Departamento de Defesa dos EUA (DOD), após pesados</p><p>investimentos, desenvolveu a primeira metodologia para otimização de resultados,</p><p>apresentada em 1957: o Program Evaluation and Review Technique (PERT), aplicando-a</p><p>na construção do míssil nuclear POLARIS (para submarinos), projeto que envolveu</p><p>mais de 9 mil fornecedores e 70 mil tarefas. Comprovadas as novas teorias por meio</p><p>da prática, o DOD publicou o manual denominado Cost / Schedule Control Systems</p><p>Criteria (C/SCSC), com mais de 35 padrões de gestão e controle de processos, cujos</p><p>fornecedores foram obrigados a se adequar.</p><p>Na iniciativa privada, a empresa americana DuPont apresentou uma metodologia</p><p>similar, denominada Critical Path Method (CPM), que buscava o planejamento e o</p><p>controle de projetos pela identificação do caminho crítico (o mais demorado) para</p><p>execução de um conjunto de tarefas.</p><p>Em 1969, um benchmarking realizado com instituições consagradas, como o In-</p><p>ternational Organization for Standardization (ISO) e o International Electrotechnical</p><p>Commission (IEC), resultou na fundação do Project Management Institute (PMI), se-</p><p>diado na Filadélfia (EUA), que hoje representa um dos grandes desenvolvedores de</p><p>documentos técnicos, boas práticas e guias de conhecimento — todos voltados ao</p><p>gerenciamento de projetos.</p><p>Gestão da construção</p><p>A Figura 1 ilustra a visão geral do gerenciamento de projetos por Kerzner</p><p>(2009), cuja fi nalidade é sempre controlar os recursos da empresa para execução</p><p>de um determinado serviço dentro do prazo, custo e desempenho estimado e, se</p><p>for o caso, mantendo o bom relacionamento com o cliente fi nal. Moreira (2016)</p><p>propõe a implementação de um “Sistema de Gestão da Qualidade”, ou melhor,</p><p>um conjunto de ações de gestão interligado e integrado à organização para o</p><p>atendimento dos objetivos das empresas, traduzidos em diversos documentos,</p><p>inclusive a Política da Qualidade, no que se refere à satisfação do cliente.</p><p>171Processos construtivos: gerenciamento</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 171 06/10/2017 13:31:47</p><p>Figura 1. Visão geral do gerenciamento de projetos.</p><p>Fonte: Kerzner (2009).</p><p>Ferramentas de gerenciamento e gestão</p><p>Valle et al. (2010) descrevem, em razão da complexidade das ações de geren-</p><p>ciamento, a necessidade de ferramentas de planejamento, monitoramento e</p><p>controle para a efi cácia dos processos de coleta, entrada, tratamento, visuali-</p><p>zação, análise de dados e tomada de decisão. Segundo o Project Management</p><p>Institute (2008), “ferramenta” é tudo que for tangível, como, por exemplo, um</p><p>modelo ou um software usado na realização de uma atividade para produzir</p><p>um produto ou resultado.</p><p>É fundamental medir as vantagens e as desvantagens de cada método, ou</p><p>seja, a ferramenta mais adequada a cada situação que permita ao usuário a</p><p>forma mais segura e confortável para a obtenção dos resultados esperados</p><p>— afinal, não existe ferramenta melhor ou pior. A seguir, são apresentadas</p><p>as ferramentas que originaram, e continuam inspirando, todas as técnicas de</p><p>gerenciamento aplicadas pela indústria da construção civil e que podem ser</p><p>Processos construtivos: gerenciamento172</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 172 06/10/2017 13:31:47</p><p>divididas em três grandes grupos: com indicadores estratégicos, com indica-</p><p>dores operacionais e com indicadores aplicáveis aos dois cenários.</p><p>Estrutura analítica do projeto (EAP) / Work Breakdown Structure</p><p>(WBS)</p><p>Baseado no Project Management Institute (2013), esta ferramenta organiza</p><p>e estabelece o escopo total do projeto, além de espelhar as especifi cações</p><p>da declaração do escopo do projeto aprovado. O planejamento é feito até os</p><p>componentes (etapas) de nível mais baixo da estrutura, formando os chama-</p><p>dos “pacotes de trabalho”. Cada pacote de trabalho é um agrupamento de</p><p>atividades, com seu respectivo cronograma, custo, monitoramento e controle.</p><p>Ele fornece uma visão estruturada do que deve ser entregue, servindo como</p><p>entrada para a elaboração do cronograma, elencando ferramentas e técnicas,</p><p>conforme ilustrado na Figura 2.</p><p>Figura 2. Diagrama do fluxo de dados do processo “criar ERP”.</p><p>Fonte: Project Management Institute (2013).</p><p>173Processos construtivos: gerenciamento</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 173 06/10/2017 13:31:48</p><p>Diagrama de rede</p><p>Panta et al. (2015) afi rmam que essa ferramenta de projeto organiza e interliga</p><p>as tarefas de maneira clara em uma sequência lógica, ou seja, se uma deter-</p><p>minada atividade deve ser precedida ou seguida por uma ou mais atividades.</p><p>Geralmente, essa ferramenta é gráfi ca: uma série contínua com o fl uxo do</p><p>processo, de atividades representadas por caixas, conectadas por setas segundo</p><p>critérios lógicos de relacionamentos (interdependência e precedência), abran-</p><p>gendo todo o projeto ou partes dele e formando uma rede, com a duração das</p><p>atividades, conforme ilustrado na Figura 3. No gráfi co, pode-se literalmente</p><p>visualizar as precedências e/ou interdependências entre as atividades:</p><p>a) Atividades que não podem iniciar antes do término de outra.</p><p>b) Atividades que só terminam quando outra atividade terminar.</p><p>c) Atividades que só iniciam quando outra atividade iniciar.</p><p>d) Atividades que só terminam quando outra atividade iniciar.</p><p>Figura 3. Exemplo de diagrama de rede.</p><p>Fonte: Project Management Institute (2013).</p><p>Processos construtivos: gerenciamento174</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 174 06/10/2017 13:31:48</p><p>No diagrama de rede, ficam expostas de forma clara as atividades predecessoras e</p><p>sucessoras, por exemplo, em construção civil:</p><p>1. A etapa de emboço (sucessora) só pode iniciar com a conclusão da etapa de</p><p>alvenarias (predecessora);</p><p>2. A etapa de montagem das formas (sucessora) só pode ser concluída após a con-</p><p>clusão da etapa de montagem e colocação das armaduras (predecessora).</p><p>PERT / CPM</p><p>Trata-se de uma técnica utilizada para integrar e correlacionar planejamento,</p><p>controle e monitoramento de projetos. Como você viu, são duas metodologias</p><p>muito parecidas — a diferença entre os dois reside no atributo tempo das</p><p>atividades: no PERT a duração das atividades é determinada de forma pro-</p><p>babilística; no CPM, de forma determinística (ÁVILA, 2013). As atividades</p><p>são dispostas em um diagrama de rede, de modo que suas dependências e</p><p>durações permitam calcular o tempo de duração do empreendimento pelo</p><p>caminho crítico, pelos “tempos mais cedo” (menor possível) e os “tempos</p><p>mais tarde” (maior possível) de cada evento.</p><p>A Figura 4 representa um diagrama de rede no qual os eventos são repre-</p><p>sentados por círculos e nomeados a partir do número 0, variando de 05 em</p><p>05, contendo o tempo “mais cedo” do evento localizado logo abaixo — que</p><p>pode ser calculado da seguinte forma: a soma do tempo do evento anterior</p><p>com a duração da atividade que liga o evento anterior ao estudado; caso</p><p>duas atividades alimentem o mesmo evento (p. ex., evento número 20), opta-</p><p>-se pelo maior valor. Ainda ilustrado pela Figura 4, o tempo “mais tarde”</p><p>é calculado pelo caminho inverso, sendo posicionado acima do evento, da</p><p>seguinte maneira: diminuindo-se o tempo do evento posterior da duração</p><p>da atividade que liga o evento posterior ao estudado; caso duas atividades</p><p>alimentem o mesmo evento (p. ex., evento número 05), opta-se pelo menor</p><p>resultado. Repare que, para o evento 05, haveria possibilidade de o tempo ser</p><p>de 5 ou 3 (dias, por exemplo), porém, se o valor adotado fosse 5 dias, estaria</p><p>autorizando o início da atividade “C” em até 5 dias, atrasando, assim, o prazo</p><p>final de 14 dias. O correto, nesse caso, para não ocasionar atrasos, é iniciar em</p><p>até 3 dias, conforme a duração da atividade “A”. Os eventos que apresentarem</p><p>o tempo “mais cedo” igual ao tempo “mais tarde” não apresentam folga, ou</p><p>175Processos construtivos: gerenciamento</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 175 06/10/2017 13:31:48</p><p>seja, o caminho que liga esses eventos será o caminho crítico, responsável</p><p>pelo prazo final do projeto (MATTOS, 2010).</p><p>Figura 4. Representação da rede PERT / CPM pelo método das flechas.</p><p>Fonte: Mattos (2010).</p><p>Técnica do Valor Agregado / Earned Value Management</p><p>Segundo Vargas (2009), essa é uma ferramenta gráfi ca que tem como foco</p><p>a integração entre os custos reais consumidos e o produto físico obtido por</p><p>meio de uma quantidade especifi ca de trabalho, ou seja, ele mede eventuais</p><p>excessos orçamentários e verifi ca a efi ciência do uso do tempo. Para sua</p><p>adoção, são imprescindíveis:</p><p> Projetos com objetivos claros e permeáveis;</p><p> Sistema de informações e coleta de dados célere e tempestiva;</p><p> Precisão na quantificação dos gastos realizados (custos diretos e</p><p>indiretos);</p><p> Identificação de adiantamentos e/ou desembolsos.</p><p>Na elaboração do gráfico, os componentes básicos para medição das tarefas</p><p>são: Valor Planejado (VP – linha de base do custo do projeto); Valor Agregado</p><p>(VA – custo estimado do trabalho até a data da medição); Custo Real (CR –</p><p>custo total do trabalho até o momento).</p><p>Processos construtivos: gerenciamento176</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 176 06/10/2017 13:31:48</p><p>Resumidamente, os indicadores e variações para a gestão, segundo Trentim</p><p>(2013), são:</p><p> Variação de Prazo (VPR): Fórmula VPR = VA – VP.</p><p> Variação de Custo (VC): Fórmula VC = VA – CR.</p><p> Índice de Desempenho de Prazo (IDP): Fórmula IDP = VA / VP.</p><p> Índice de Desempenho de Custo (IDC): Fórmula IDC = VA / CR.</p><p>A partir desses indicadores, os critérios e conclusões do método são os</p><p>seguintes:</p><p> IDP > 1 valor agregado é maior do que o valor planejado; significa</p><p>que foi executado mais do que o previsto, ou seja, está adiantado em</p><p>relação ao cronograma.</p><p> IDP = 1 valor agregado é exatamente igual ao valor planejado; significa</p><p>que está cumprindo (exatamente) o cronograma planejado.</p><p> IDP < 1 valor agregado é menor do que o valor planejado; significa que</p><p>se executou menos que o previsto, ou seja, está atrasado em relação</p><p>ao cronograma.</p><p> IDC > 1 valor agregado é maior do que o custo real gasto; significa que</p><p>está abaixo do orçamento planejado (economia).</p><p> IDC = 1 valor agregado é exatamente igual ao custo real; significa que</p><p>se está cumprindo (exatamente) o orçamento planejado.</p><p> IDC < 1 valor agregado é menor do que o custo real gasto; significa</p><p>que se está gastando mais que o orçado previamente.</p><p>A Figura 5 ilustra o gráfico típico dessa ferramenta onde se podem visualizar</p><p>os fatores que compõem o descrito acima:</p><p> Curva preta (VP) base da evolução (escopo / tempo / custo).</p><p> Curva cinza médio custo real (os gastos temporais do projeto).</p><p> Curva cinza claro reflete o valor agregado ou o valor planejado no</p><p>escopo do projeto nas entregas.</p><p> A variação de custo (VC) e variação de prazo (VPR) também podem</p><p>ser visualizadas na figura.</p><p>177Processos construtivos: gerenciamento</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 177 06/10/2017 13:31:48</p><p>Figura 5. Exemplo de gráfico de Gestão do Valor Agregado.</p><p>Fonte: Trentim (2013).</p><p>Estratificação</p><p>Trivellato (2010) relata que a essência da ferramenta é a divisão de um determinado</p><p>grupo de dados em diversos subgrupos, conforme fatores pré-desejados, chamados</p><p>de “fatores de estratifi cação”. Todo tipo de problema que incide sobre os processos</p><p>produtivos, gerando algum tipo de variação, pode constituir um fator de estra-</p><p>tifi cação de um conjunto de dados, como, por exemplo, uma etapa de execução</p><p>em alvenaria pode ser estratifi cada em mão de obra, material e equipamentos.</p><p>Seu produto final é um gráfico, geralmente de barras (uma para cada etapa),</p><p>que auxilia na análise e pesquisa de incidência localizada dos fenômenos</p><p>coletados, na identificação de um padrão de comportamento e na tomada de</p><p>decisão sobre as correções devidas.</p><p>5W2H</p><p>Brum (2013) conceitua essa ferramenta como uma estruturação do pensamento,</p><p>de forma bem organizada e materializada, que deve ser feita antes da implan-</p><p>tação de uma nova solução nos negócios. O nome vem do uso das iniciais de</p><p>sete palavras em inglês: what (o que, qual), where (onde), who (quem), why</p><p>(por que, para que), when (quando), how (como) e how much (quanto).</p><p>Por ser uma ferramenta simples e fácil de compreender, é muito difundida e</p><p>aplicada em todo tipo de organização. De cunho exclusivamente gerencial, ela é</p><p>Processos construtivos: gerenciamento178</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 178 06/10/2017 13:31:49</p><p>utilizada, principalmente, para mapear e padronizar processos pela elaboração</p><p>de planos de ação e estabelecimento de procedimentos associados a indicadores.</p><p>O Gráfico de Gantt é a ferramenta de gerenciamento mais difundida na indústria da</p><p>construção civil devido a sua simplicidade de confecção, interpretação, visualização</p><p>global do planejamento e execução das atividades, possibilitando, inclusive, o confronto</p><p>entre o planejado e o realizado, em termos temporais e financeiros.</p><p>Execução nenhuma inicia sem a elaboração do chamado “cronograma físico-finan-</p><p>ceiro” (um gráfico de Gantt), documento oficialmente reconhecido e obrigatório, por</p><p>exemplo, para pedido de financiamento junto à Caixa Econômica Federal, por menor</p><p>que seja o porte da obra. Considere o projeto apresentado a seguir — uma planilha</p><p>de planejamento</p><p>resumida, contendo as atividades a serem desempenhadas (linhas)</p><p>e as interdependências entre elas, a duração de cada etapa e o seu custo (colunas).</p><p>Tabela 1. Exemplo de planilha de planejamento.</p><p>O cronograma físico-financeiro possui um alto poder visual, pois relaciona todas as</p><p>etapas entre si, apresenta seus prazos e custos individualizados, bem como o custo</p><p>acumulado até a data ou a etapa em estudo. Ele permite interpretações e análises</p><p>(tomadas de decisão) mais fáceis durante o acompanhamento e a evolução da execução,</p><p>identificando desvios entre os prazos e custos reais e planejados.</p><p>Tabela 2. Exemplo de cronograma físico-financeiro.</p><p>179Processos construtivos: gerenciamento</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 179 06/10/2017 13:31:49</p><p>Diagrama de Árvore</p><p>Seu nome apresenta algumas variantes, como diagrama sistemático (PROJECT</p><p>MANAGEMENT INSTITUTE, 2013) ou árvore de encadeamento lógico</p><p>(BUARQUE, 1999).</p><p>O diagrama de árvore possibilita a identificação em detalhes das tarefas e</p><p>meios necessários para a chegada em determinado objetivo, seja ele um problema</p><p>ou uma meta. Facilita muito a compreensão dos fatores envolvidos em determi-</p><p>nada tarefa, possibilitando o desenvolvimento de planos e ações para correções.</p><p>Segundo Oribe (2004), a configuração do gráfico pode ser construída em cima de</p><p>uma estrutura analítica de riscos (EAR) ou estrutura analítica de projeto (EAP),</p><p>conforme ilustra a Figura 6. Na hierarquia dos problemas, potencialidades ou</p><p>ações, resultantes das relações de causa e efeito, inicia-se com um problema</p><p>central, do qual seguem-se as interrogações ou proposições sobre as relações de</p><p>causa e efeito originários e decorrentes. O desdobramento é feito até o momento</p><p>em que uma solução ou ação é aceita como adequada para a correção do problema.</p><p>Figura 6. Exemplo de diagrama de árvore.</p><p>Fonte: Oribe (2004).</p><p>Alto índice de</p><p>defeitos na</p><p>fabricação de</p><p>equipamentos</p><p>Problema Causas</p><p>primárias</p><p>Causas</p><p>secundárias</p><p>Causas</p><p>terciárias Ação</p><p>Defeitos</p><p>funcionais</p><p>Con�guração</p><p>não conforme</p><p>Falhas de</p><p>montagem</p><p>37%</p><p>27%</p><p>10%</p><p>17%</p><p>12%</p><p>29%</p><p>100%</p><p>21%</p><p>13%</p><p>4%</p><p>9%</p><p>21%</p><p>Montagem de</p><p>conjuntos</p><p>Conjunto errado</p><p>Identi�car conjuntos</p><p>Fazer autocontrole</p><p>Fazer autocontrole</p><p>com template</p><p>Fazer autocontrole</p><p>com template</p><p>Implement. teste funcional</p><p>no fornecedor</p><p>Usar graxa gra�tada na</p><p>lubri�cação do conj.</p><p>Inspecionar amostragem</p><p>no recebimento</p><p>Padronizar códigos</p><p>de produtos</p><p>Proteger partes pintadas</p><p>com plástico adesivo</p><p>Aumentar tempo de cura</p><p>Construir gabarito para</p><p>conferir esquadro</p><p>Fazer autocontrole</p><p>Utilizar embalagens</p><p>plásticas no transp. interno</p><p>Defeitos nas polias</p><p>e engrenagens</p><p>Veri�car ferramentas de</p><p>estampagem das bases</p><p>Conjunto não pode</p><p>ser montado</p><p>Fio solto ou mal</p><p>conectado</p><p>Falta de algum</p><p>componente</p><p>Defeito na placa</p><p>eletrônica</p><p>Conjunto motor-</p><p>redutor engripado</p><p>Arranhão</p><p>Serigra�a borrada</p><p>Gabinete</p><p>empenado</p><p>Fiação, botões</p><p>e rodízios</p><p>arranhados 3%</p><p>1%</p><p>7%</p><p>2%</p><p>3%</p><p>9%</p><p>17%</p><p>1%</p><p>9%</p><p>5%</p><p>22%</p><p>Montagem de</p><p>componentes</p><p>Falhas em</p><p>sistemas</p><p>eletrônicos</p><p>Falhas em</p><p>sistemas</p><p>mecânicos</p><p>Ordem de</p><p>fabricação</p><p>errada</p><p>Defeitos na</p><p>pintura</p><p>Arranhões</p><p>diversos</p><p>Defeitos</p><p>estéticos</p><p>Processos construtivos: gerenciamento180</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 180 06/10/2017 13:31:50</p><p>Diagrama de Matriz</p><p>Trata-se de uma planilha (tabela) de gerenciamento e controle das associações</p><p>ou relações existentes, estruturada por correlações e intensidades aparentes.</p><p>Segundo o Project Management Institute (2013), ela permite a análise dos dados</p><p>e a verifi cação da existência de algum relacionamento entre os fatores, as causas</p><p>e os objetivos existentes entre as linhas e colunas que geram a matriz. Santos</p><p>(2009) relata que o diagrama se apresenta com as características posicionadas</p><p>nos eixos da própria matriz, relacionados por conexões lógicas, como, por</p><p>exemplo, uma matriz de responsabilidade, em que um problema devido à</p><p>falta de energia elétrica em obra pode ser relacionado aos departamentos (ou</p><p>equipes) da empresa, em grau maior, médio ou menor.</p><p>Diagrama de Relações</p><p>Essa ferramenta desenha a interação lógica entre causas e efeitos ou entre</p><p>meios e objetivos, com os demais campos ou fatores do processo, propiciando</p><p>a visualização do que interfere no assunto / na etapa de interesse. Segundo</p><p>Neumann e Milani (2009), o diagrama apresenta visualmente todas as ativida-</p><p>des, áreas, funções ou características, levando-se em consideração as demais</p><p>por meio de aproximações / tendências desejadas, conforme ilustra a Figura 7.</p><p>Figura 7. Exemplo de diagrama de relações.</p><p>Fonte: Santos (2009).</p><p>181Processos construtivos: gerenciamento</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 181 06/10/2017 13:31:50</p><p>Não é uma ferramenta de elaboração simples, pois os temas e as conexões</p><p>podem ser inúmeros, dificultando a interpretação das relações e dos objetos em</p><p>estudo. O problema estudado deve ser bem específico e posicionado na parte</p><p>central do diagrama (p. ex., evento número 05 da Figura 7); em seguida, após</p><p>identificados os fatores associados a ele (causado / influenciado pelo fator em</p><p>estudo), eles são posicionados ao redor. A causa deve se associar aos efeitos</p><p>por meio de setas, no sentido causa–efeito. Caso surja a possibilidade de seta</p><p>dupla, opta-se pela relação mais forte (SANTOS, 2009).</p><p>Matriz de prioridades</p><p>Uma matriz de prioridades pode ser utilizada para identifi car as questões</p><p>relativas a um caso em foco pela administração, defi nindo os fatores de rele-</p><p>vância, a fi m de se estabelecer uma ordem de implementação de tarefas para</p><p>solução (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2013).</p><p>O tema selecionado (o problema) é decomposto, e as dúvidas, desdobradas,</p><p>até a etapa em que determinada solução seja considerada adequada, de forma</p><p>semelhante ao diagrama de árvore. Junto ao diagrama, monta-se uma matriz</p><p>na qual, na coluna da esquerda, elencam-se as opções mais detalhadas no</p><p>diagrama de árvore e, na linha horizontal superior, colocam-se os critérios</p><p>relevantes, como gravidade, urgência e tendência, sendo atribuídos pesos a</p><p>estes. Nas interseções são atribuídas notas, uma para cada solução listada, cujos</p><p>valores atribuídos serão multiplicados pelos pesos dos respectivos critérios</p><p>e, então, somados. A opção que apresentar o maior valor natural e inteiro</p><p>terá prioridade na busca pela respectiva solução e, em ordem decrescente, a</p><p>sequência das demais.</p><p>Diagrama de Dispersão</p><p>Trivellato (2010) classifi ca a ferramenta como um gráfi co que apresenta o</p><p>tipo de relacionamento (e a intensidade) entre duas variáveis, possibilitando</p><p>identifi car se há tendência de variação conjunta, ou seja, uma relação de causa</p><p>e efeito entre elas (veja a Figura 8). É possível, também, visualizar diferentes</p><p>níveis de correlação que podem ser positivos, negativos ou neutros.</p><p>Processos construtivos: gerenciamento182</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 182 06/10/2017 13:31:50</p><p>Figura 8. Exemplo de diagrama de dispersão.</p><p>Fonte: Cantidio (2009).</p><p>Diagrama de Causa e Efeito</p><p>O diagrama de causa e efeito (ou diagrama de Ishikawa) é uma ferramenta</p><p>efi caz para a identifi cação das relações entre um efeito e suas prováveis causas.</p><p>Baseado em Santos (2009), o efeito deve ser muito bem defi nido e posicionado</p><p>em uma caixa retangular à direita. As possíveis causas são divididas em</p><p>categorias — por exemplo: meio ambiente, máquinas, materiais etc., tudo que</p><p>possa infl uenciar o efeito estudado — e posicionadas em retângulos alimenta-</p><p>dores do efeito. As causas potenciais podem ser subdivididas — as que mais</p><p>infl uenciarem o efeito deverão sofrer ações, como coleta de dados, estudos,</p><p>controle de esforços e o que for preciso para mitigar o problema. Para uso da</p><p>ferramenta, é indispensável a compreensão do grupo de estudo (veja a Figura 9),</p><p>pois interpretações equivocadas geram desvios e/ou soluções difusas, além</p><p>de não deixar clara a gravidade dos problemas nem a prioridade entre eles.</p><p>183Processos construtivos: gerenciamento</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 183 06/10/2017</p><p>13:31:51</p><p>Figura 9. Exemplo de diagrama de causa e efeito.</p><p>Fonte: Santos (2009).</p><p>Fluxograma</p><p>Também chamado de diagrama de blocos, essa ferramenta é um gráfi co que</p><p>oferece a visualização das etapas de um projeto em sequência, ramifi cando</p><p>as possibilidades existentes para determinados processos (encadeamento de</p><p>atividades), apresentado: uma ou mais entradas com suas respectivas saídas;</p><p>pontos de decisão; loops de ramifi cação; caminhos paralelos; e a ordem geral</p><p>do processamento. Pode ser aplicado para descrever um novo processo, ou</p><p>um existente, por meio de símbolos específi cos (veja a Figura 10) facilmente</p><p>identifi cáveis que apresentam um signifi cado.</p><p>Processos construtivos: gerenciamento184</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 184 06/10/2017 13:31:51</p><p>Figura 10. Exemplo de fluxograma e sua simbologia.</p><p>Ficha de Verificação</p><p>Segundo Maiczuk e Andrade Júnior. (2013), a folha de verifi cação é, na verdade,</p><p>uma planilha para coleta e registro de dados, de forma rápida e automática,</p><p>geralmente das seguintes informações:</p><p> Nome da atividade verificada;</p><p> Local, data de início e fim da verificação;</p><p> Responsável pela verificação;</p><p> Quais são os requisitos e quando devem ser cumpridos;</p><p> A tolerância para os requisitos;</p><p> Em caso de problemas, sua descrição e solução.</p><p>Essa ferramenta apresenta muita flexibilidade na sua preparação, utilização</p><p>e interpretação, servindo como guia de checagem, evitando o esquecimento</p><p>de alguma etapa de um processo, sejam serviços ou materiais, conforme</p><p>ilustrado na Figura 11.</p><p>185Processos construtivos: gerenciamento</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 185 06/10/2017 13:31:51</p><p>Figura 11. Exemplo de uma ficha de verificação.</p><p>Fonte: Maiczuk e Andrade Júnior (2013).</p><p>Diagrama ou Gráfico de Pareto</p><p>O Diagrama de Pareto também é denominado “princípio 80-20”, pois afi rma que</p><p>80% das consequências decorrem de 20% das causas dos problemas, ou seja, poucos</p><p>itens de causa são responsáveis pela maior parte do efeito. Segundo Oliveira e</p><p>Costa (2015), esse diagrama é excelente na identifi cação de elementos ou problemas</p><p>críticos de um processo, de modo sistemático, porém apresenta restrições, como:</p><p>impossibilidade de identifi car os custos de cada problema e a complexidade das</p><p>causas. No gráfi co, são inseridos dados coletados previamente, sua porcentagem</p><p>individual e acumulada, e eles são ordenados segundo suas frequências de ocor-</p><p>rência, em ordem decrescente de impacto em relação ao efeito total.</p><p>Histograma</p><p>O histograma é um gráfi co de barras, geralmente verticais, com dados distri-</p><p>buídos no eixo horizontal em intervalos iguais e, no eixo vertical, a quantidade</p><p>de valores dentro desses intervalos. Cada gráfi co trata das variações de apenas</p><p>uma etapa (ou tarefa) em um determinado intervalo. Na frequência escolhida,</p><p>em cada categoria, podem-se visualizar a tendência central dos valores e sua</p><p>variabilidade, podendo apresentar um padrão de variação, além de informações</p><p>sobre o processo e de onde seria necessária a aplicação de uma melhoria.</p><p>Processos construtivos: gerenciamento186</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 186 06/10/2017 13:31:52</p><p>Matriz GUT</p><p>Costa (2016) descreve que, pela medição da intensidade de valor dos fatores</p><p>“gravidade, urgência e tendência”, essa ferramenta apresenta-se como uma</p><p>das de aplicação mais simples, auxiliando muito nas tomadas de decisão, pois</p><p>separa e prioriza os problemas a serem analisados:</p><p> G (Gravidade) = consiste em avaliar as consequências negativas que</p><p>um problema pode trazer;</p><p> U (Urgência) = consiste em avaliar o tempo necessário ou disponível</p><p>para corrigir um problema;</p><p> T (Tendência) = avalia o comportamento evolutivo da situação atual.</p><p>A planilha que representa essa ferramenta é formada por problemas (ou</p><p>riscos potenciais) e possíveis efeitos, caso não seja providenciada uma solução</p><p>para o problema. Para cada um dos três fatores, (G), (U) e (T), atribuem-se</p><p>valores absolutos de 1 a 5 — sendo 1 o menor potencial de risco, e 5, o maior.</p><p>Por fim, multiplicam-se os valores obtidos e chega-se a um valor total para cada</p><p>item analisado, o que apontará, em classificação decrescente, qual problema</p><p>ou risco deverá ser solucionado prioritariamente (veja a Figura 12).</p><p>Figura 12. Exemplo de matriz GUT.</p><p>Fonte: Lima (2015).</p><p>Diagrama de Barras ou Gráfico de Gantt</p><p>Criado pelo americano Henry L. Gantt, essa ferramenta gráfi ca é amplamente</p><p>utilizada e consiste em marcações de segmentos de reta, com as atividades</p><p>listadas na coluna vertical, um calendário ou período de tempo no eixo ho-</p><p>rizontal e a marcação da duração das atividades, como barras horizontais,</p><p>delimitando com precisão o início e o término de cada etapa.</p><p>187Processos construtivos: gerenciamento</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 187 06/10/2017 13:31:52</p><p>Sua principal finalidade é associar atividades e prazos de execução, permi-</p><p>tindo a programação e o controle de atividades, como mão de obra, materiais</p><p>e equipamentos. Valle et al. (2010) recomendam que não se utilize um número</p><p>muito grande de atividades e/ou prazos para não haver dificuldade de visuali-</p><p>zação e interpretação a respeito das interfaces entre as atividades, bem como a</p><p>interdependência entre elas, principalmente quando o projeto é longo e complexo.</p><p>Planilhas, Formulários e Gráficos</p><p>Valle et al. (2010) afi rmam que essas ferramentas podem ser utilizadas no registro</p><p>de dados, de recursos, identifi cação pessoal, quantitativos de produção etc., ou</p><p>seja, podem reunir dados para ser inseridos em outras ferramentas. Destacam-se</p><p>pela simplicidade de elaboração e preenchimento, tendo como única limitação a</p><p>possibilidade de inserção de dados incorretos, pois isso depende do número de</p><p>atividades monitoradas e controladas e da qualidade e número de operadores.</p><p>PDCA – Padronização e Melhoria</p><p>É um método gerencial para promoção da melhoria continua e sistemática</p><p>de uma organização, idealizado por Walter Shewhart (físico americano) e</p><p>dividido em quatro fases:</p><p>a) PLAN (Planejamento) – fase de estabelecimento de objetivos e metas,</p><p>originados de um planejamento estratégico, de requisitos do cliente</p><p>ou parâmetros e características de produtos, serviços ou processos,</p><p>para que sejam desenvolvidos métodos, procedimentos e padrões que</p><p>possibilitem alcançá-los.</p><p>b) DO (Execução) – fase de implementação do que foi planejado, que</p><p>demanda forte treinamento do pessoal envolvido na execução dos</p><p>métodos projetados na etapa anterior, além da coleta dos dados que</p><p>serão utilizados na fase seguinte.</p><p>c) CHECK (Verificação) – momento de confrontar o que foi planejado (as</p><p>metas desejadas) com os resultados alcançados, com base em fatos e</p><p>dados (não em opiniões ou intuições); para tanto, utilizam-se ferramen-</p><p>tas de controle e acompanhamento (como as descritas neste capítulo).</p><p>d) ACT (Agir, corretivamente) – nesta fase, o gestor terá duas alterna-</p><p>tivas: 1) pesquisar as causas das inconveniências apuradas, caso não</p><p>tenham sido alcançadas as metas, e adotar ações corretivas que deverão</p><p>ser implementadas no próximo ciclo; 2) estabelecer como padrão o</p><p>Processos construtivos: gerenciamento188</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 188 06/10/2017 13:31:52</p><p>planejamento adotado na primeira fase, caso as metas tenham sido</p><p>atingidas.</p><p>Reaplicar o PDCA permite que as empresas obtenham certa previsibilidade</p><p>nos seus resultados em virtude da padronização constante e melhoria de todos</p><p>os processos planejados.</p><p>SDCA – Padronização e Melhoria</p><p>Conforme Marshall Júnior et al. (2006), não é sufi ciente “girar” o PDCA com cons-</p><p>tância de propósitos, também é preciso ser coerente com as práticas adotadas. Na</p><p>literatura, é fácil encontrar conceitos “reciclados” do PDCA em que foi substituída</p><p>a fase Plan por Standard, ou seja, após a identifi cação dos problemas, a proposição</p><p>de melhorais e a aplicação das correções necessárias (fase Act), é obrigatório uma</p><p>melhoria na padronização (Standard) das atividades para consequente</p><p>melhoria</p><p>nos resultados, aprimorando o nível de desempenho do processo relacionado.</p><p>Dificuldades para implantação de sistemas de</p><p>gerenciamento e gestão</p><p>Antunes (2008) deixa claro que, na construção civil, há difi culdades adicionais</p><p>para a aplicação e a manutenção de qualquer Sistema de Gestão da Qualidade.</p><p>Os motivos para isso são:</p><p> A identificação dos problemas é feita durante a produção;</p><p> O cliente final muitas vezes é conhecido e interfere ativamente na</p><p>concepção e execução do empreendimento;</p><p> Os projetos e as obras são feitos em etapas separadas, praticamente</p><p>independentes;</p><p> O trabalho ainda é predominantemente artesanal (baixo nível de</p><p>automatização);</p><p> Há alta rotatividade e baixa escolaridade da mão de obra (dificuldade</p><p>em treinamentos);</p><p> O planejamento está sujeito a elevados graus de incerteza;</p><p> Pouco feedback das avaliações pós-ocupação.</p><p>Por esses e outros motivos, Antunes (2008) mostra que a construção civil</p><p>não se assemelha à indústria de produção em série, por mais que apresente uma</p><p>189Processos construtivos: gerenciamento</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 189 06/10/2017 13:31:52</p><p>sequência de fases, pois elas se caracterizam por diferentes serviços, o que</p><p>demanda coordenações distintas. Os agentes envolvidos possuem múltiplos rela-</p><p>cionamentos, grande dispersão de responsabilidades e baixo grau de integração.</p><p>Entretanto, apesar das dificuldades, para a melhoria da qualidade da exe-</p><p>cução de obras, é imprescindível a implementação de um procedimento siste-</p><p>matizado para controle. Há uma enorme variedade de sistemas e ferramentas</p><p>de gerenciamento e gestão que devem ser utilizadas pela construção civil para</p><p>constante melhoria. Uma delas se mostrará adequada à determinada empresa na</p><p>obtenção de dados (precisos), possibilitando a análise das não conformidades</p><p>e conformidades, alcançando, assim, certo grau de padronização.</p><p>1. O cronograma PERT-CPM integra e correlaciona planejamento,</p><p>controle e monitoramento de projetos. Nesta ferramenta</p><p>a folga de uma dada atividade significa:</p><p>a) O tempo decorrido entre o início real e a data mais cedo de início da atividade.</p><p>b) A diferença entre a duração da atividade em análise e a atividade mais longa.</p><p>c) O tempo possível de se atrasar o início da atividade</p><p>sem alterar o caminho crítico.</p><p>d) A diferença entre as datas mais cedo de início e de término da atividade.</p><p>e) A diferença de duração entre o caminho crítico e o caminho mais longo possível.</p><p>2. O cronograma físico-financeiro referente à execução de uma obra</p><p>é dado abaixo, e tem suas atividades nomeadas pelas letras A, B,</p><p>C, D e E, e seus custos (em reais) divididos mensalmente.</p><p>Analisando-se estes custos, voltado ao gerenciamento e acompanhamento da</p><p>obra, podemos afirmar:</p><p>a) O custo final da obra é de R$ 12.000,00.</p><p>b) A atividade B tem custo total de R$ 20.000,00.</p><p>c) Com o atraso em um mês da atividade B, provavelmente</p><p>a atividade D só iniciará em Junho.</p><p>d) Somente no mês de março será gasto o valor de R$ 68.000,00.</p><p>e) O cronograma não permite a identificação de dependências entre as atividades.</p><p>3. Dentre as várias ferramentas gráficas utilizadas para facilitar o gerenciamento de</p><p>projetos, o diagrama de rede interliga as tarefas de maneira clara em uma sequência</p><p>Processos construtivos: gerenciamento190</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 190 06/10/2017 13:31:53</p><p>lógica. Observe o diagrama apresentado abaixo, segundo este pode-se concluir</p><p>que o caminho crítico é:</p><p>a) A, B, E e I</p><p>b) A, C e I</p><p>c) A, D, F, G e I</p><p>d) A, D, F, H e I</p><p>e) Não há caminho crítico.</p><p>4. A ferramenta 5W2H consiste numa estruturação do pensamento,</p><p>de forma bem organizada e materializada, ou melhor:</p><p>a) Apoia o planejamento das ações de melhoria dos processos,</p><p>onde whose significa: identificar quem é o responsável por</p><p>determinado problema, as causas e as ações de melhoria.</p><p>b) Desenha processos de gerenciamento, onde how long significa: o tempo</p><p>de duração de cada um dos processos de gerenciamento e, dessa maneira,</p><p>possibilitar a identificação de formas de redução do tempo total.</p><p>c) É base para elaboração do organograma de uma organização,</p><p>onde how much significa: quanto custará, uma estimativa do</p><p>investimento necessário para realização da atividade.</p><p>d) Ajuda na melhoria de processos, onde what significa: o que deve ser</p><p>feito, a solução escolhida e os objetivos de melhoria a serem atingidos.</p><p>e) Apoia a análise SWOT, onde where significa: perguntar onde</p><p>estão localizados os pontos fortes e fracos da organização,</p><p>identificar áreas e as atividades que mereçam atenção.</p><p>5. Baseado no cronograma físico-financeiro abaixo, sabendo que a atividade</p><p>C foi desenvolvida plenamente no segundo e terceiro mês, porém, no</p><p>quarto mês atingiu-se apenas 50% do previsto, assinale a alternativa que</p><p>apresenta a quantidade de serviço necessária, à etapa C, para que o prazo</p><p>seja cumprido, ou melhor, que a obra termine ao final do quinto mês.</p><p>a) 250 m2</p><p>b) 300 m2</p><p>c) 450 m2</p><p>d) 550 m2</p><p>e) 650 m2</p><p>191Processos construtivos: gerenciamento</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 191 06/10/2017 13:31:55</p><p>ANTUNES, L. Implementação de sistema de gestão da qualidade em empresas gerenciado-</p><p>ras de obras: aspectos conceituais e características. 2008. 73 f. Trabalho de Conclusão</p><p>de Curso (Especialização MBA em Tecnologia e Gestão na Produção de Edifícios) –</p><p>Programa de Educação Continuada em Engenharia, Escola Politécnica da Universidade</p><p>de São Paulo, São Paulo, 2008.</p><p>ÁVILA, A. V. Planejamento: o método PERT-CPM. Florianópolis: UFSC, 2013. Notas de</p><p>aula (ECV5318).</p><p>BRUM, T. Oportunidades da aplicação de ferramentas de gestão na avaliação de políticas</p><p>públicas: o caso da política nacional de resíduos sólidos para a construção civil. 2013.</p><p>72 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia de Produção) –</p><p>Faculdade de Engenharia, Universidade Federal De Juiz De Fora, 2013.</p><p>BUARQUE, S. Metodologia de planejamento do desenvolvimento local e municipal sus-</p><p>tentável. Brasília: INCRA/IICA PCT, 1999. Projeto de Cooperação Técnica INCRA/IICA</p><p>PCT – INCRA/IICA.</p><p>CANTIDIO, S. Solução de problemas com o uso do PDCA e das ferramentas da quali-</p><p>dade. [S.l.]: Sandro Cantidio, 2009. Disponível em: <https://sandrocan.wordpress.</p><p>com/2009/11/03/solucao-de-problemas-com-o-uso-do-pdca-e-das-ferramentas-</p><p>-da-qualidade/ >. Acesso em: 10 set. 2017.</p><p>COSTA, K. A. Uma abordagem metodológica para suporte da gestão dos resíduos de</p><p>equipamentos eletroeletrônicos urbanos: aplicação ao caso do município de Fortaleza.</p><p>2016. 124 f. Dissertação (Mestrado em Logística e Pesquisa Operacional) – Programa</p><p>de Pós-Graduação em Logística e Pesquisa Operacional, Centro de Tecnologia, Uni-</p><p>versidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2016.</p><p>KERZNER, H. Project management: a systems approach to planning, scheduling and</p><p>controlling. 10th ed. New Jersey: John Wiley & Sons, 2009.</p><p>LIMA, E.A.M. Estudo da contribuição das metodologias do lean construction e do geren-</p><p>ciamento de projetos do PMI para o planejamento e controle da produção de obras. Rio</p><p>de Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica. Rio de Janeiro, 2015.</p><p>MAICZUK, J.; ANDRADE JÚNIOR., P. P. Aplicação de ferramentas de melhoria de quali-</p><p>dade e produtividade nos processos produtivos: um estudo de caso. Qualitas Revista</p><p>Eletrônica, Campina Grande, v. 14, n. 1, 2013.</p><p>MARSHALL JÚNIOR, I. et al. Gestão da qualidade. 8. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006.</p><p>MATTOS, A. Planejamento e controle de obras. São Paulo: Pini, 2010.</p><p>MOREIRA, A. Deficiências na implantação e manutenção do sistema de gestão da qua-</p><p>lidade pelas construtoras: estudo de caso. Rio de Janeiro: UFRJ, 2016.</p><p>NEUMANN, C.; MILANI, J. Proposição de melhoria do layout utilizando o SLP simplifi-</p><p>cado. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 29., 2009, Salvador.</p><p>Anais... Salvador: [s.n.], 2009.</p><p>Processos construtivos: gerenciamento192</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 192 06/10/2017 13:31:56</p><p>NAKAMURA, J. Cronograma crítico. Téchne, São Paulo, 159 ed., jun. 2010.</p><p>OLIVEIRA,</p><p>M.; COSTA, B. Aplicação das sete ferramentas básicas de qualidade para</p><p>melhoria continua: um estudo de caso em uma funilaria. In: SIMPÓSIO DE ADMI-</p><p>NISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO, LOGÍSTICA E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS, 18., 2015,</p><p>Araraquara. Anais Eletrônicos... ARARAQUARA: UNESP, 2015.</p><p>ORIBE, C. Y. Diagrama de árvore: a ferramenta para os tempos atuais. Banas Qualidade,</p><p>São Paulo, ano 13, n. 142, mar. 2004.</p><p>PANTA, E. et al. Elaboração de rede PERT/CPM em uma empresa de confecção: um</p><p>estudo de caso. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 35., 2015,</p><p>Fortaleza. Anais... Fortaleza: ENEGEP, 2015.</p><p>PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. A guide to the project management body of kno-</p><p>wledge (PMBOK® Guide). 4th ed. Pennsylvania: PMI, 2008.</p><p>PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. Um guia do conjunto de conhecimentos em geren-</p><p>ciamento de projetos (Guia PMBOK®). 5. ed. Pensilvânia: PMI, 2013.</p><p>SANTOS, J. Apostila técnicas e ferramentas básicas e gerenciais da qualidade. Rio de</p><p>Janeiro: UFRJ, 2009. Notas de aula da disciplina Gestão da Qualidade.</p><p>TRENTIM, M. H. Gestão do valor agregado: parte 1. Revista Mundo PM, Curitiba, 2013.</p><p>TRIVELLATO, A. Aplicação das sete ferramentas básicas da qualidade no ciclo PDCA para</p><p>melhoria contínua: estudo de caso numa empresa de autopeças. 2010. 73 f. Trabalho de</p><p>Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia de Produção Mecânica) – Escola de</p><p>Engenharia de São Carlos, Departamento de Engenharia de Produção, Universidade</p><p>de São Paulo, São Carlos, 2010.</p><p>VALLE, A. B. et al. Fundamentos do gerenciamento de projetos. 2. ed. Rio de Janeiro:</p><p>FGV, 2010.</p><p>VARGAS, R. Gerenciamento de projetos: estabelecendo diferenciais competitivos. 7. ed.</p><p>Rio de Janeiro: BRASPORT, 2009.</p><p>Leituras recomendadas</p><p>OAS. Prêmio OAS/Universidades: inovação, produtividade e empreendedorismo na</p><p>engenharia civil: melhores de 2014. São Paulo: OAS, 2015.</p><p>VERGNA, J. R. G. Formação e gerência de redes de empresa de construção civil: siste-</p><p>matização de um modelo de autores e recursos para obras de edificações. 2007.</p><p>104 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Escola de Engenharia,</p><p>Universidade de São Paulo, São Carlos, 2007.</p><p>193Processos construtivos: gerenciamento</p><p>Processos construtivos_U3_C12.indd 193 06/10/2017 13:31:56</p><p>Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para</p><p>esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual</p><p>da Instituição, você encontra a obra na íntegra.</p><p>Conteúdo:</p><p>Dica do professor</p><p>Em geral, essa ferramenta é gráfica, uma série contínua com o fluxo do processo, de atividades</p><p>representadas por caixas e conectadas por setas segundo critérios lógicos de relacionamentos</p><p>(interdependência e precedência), abrangendo todo o projeto ou as partes, formando uma rede,</p><p>com a duração das atividades. No gráfico, pode-se, literalmente, visualizar as precedências e/ou as</p><p>interdependências entre as atividades:</p><p>• Atividades que não podem iniciar antes do término de outra.</p><p>• Atividades que só terminam quando outra atividade terminar.</p><p>• Atividades que só iniciam quando outra atividade iniciar.</p><p>• Atividades que só terminam quando outra atividade se iniciar.</p><p>Veja no vídeo a seguir como realizar o cálculo de tempo, como identificar a folga total e o caminho</p><p>crítico em um diagrama de rede com 5 atividades, iniciando pelo dia 1.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/b42b39205692faac1428ec05b810326a</p><p>Exercícios</p><p>1)</p><p>O cronograma PERT-CPM integra e correlaciona planejamento, controle e monitoramento</p><p>de projetos. Nessa ferramenta, a folga de uma dada atividade significa:</p><p>A) a) o tempo decorrido entre o início real e a data mais cedo de início da atividade.</p><p>B) b) a diferença entre a duração da atividade em análise e a atividade mais longa.</p><p>C) c) o tempo possível de se atrasar o início da atividade sem alterar o caminho crítico.</p><p>D) d) a diferença entre as datas mais cedo de início e de término da atividade.</p><p>E) e) a diferença de duração entre o caminho crítico e o caminho mais longo possível.</p><p>2)</p><p>O cronograma físico-financeiro referente à execução de uma obra é dado abaixo, tem suas</p><p>atividades nomeadas pelas letras A, B, C, D e E e seus custos (em reais) divididos</p><p>mensalmente (Tabela em anexo). Analisando esses custos, voltados ao gerenciamento e ao</p><p>acompanhamento da obra, podemos afirmar que:</p><p>A) a) o custo final da obra é de R$12.000,00.</p><p>B) b) a atividade B tem custo total de R$20.000,00</p><p>C) c) com o atraso em um mês da atividade B, provavelmente a atividade D só iniciará em junho.</p><p>http://publica.sagah.com.br/publicador/objects/layout/770574824/2019-08-03-14-15-01-ex02.jpg?v=2123057227</p><p>D) d) somente no mês de março será gasto o valor de R$68.000,00;</p><p>E) e) o cronograma não permite a identificação de dependências entre as atividades.</p><p>3)</p><p>Entre as várias ferramentas gráficas utilizadas para facilitar o gerenciamento de projetos, o</p><p>diagrama de rede interliga as tarefas de maneira clara em uma sequência lógica. Observe o</p><p>diagrama apresentado abaixo. Segundo este, pode-se concluir que o caminho crítico é:</p><p>A) a) A, B, E e I.</p><p>B) b) A, C e I.</p><p>C) c) A, D, F, G e I.</p><p>D) d) A, D, F, H e I.</p><p>E) e) não há caminho crítico.</p><p>4)</p><p>A ferramenta 5W2H consiste em uma estruturação do pensamento, de forma bem</p><p>organizada e materializada, ou melhor:</p><p>A) a) apóia o planejamento das ações de melhoria dos processos, em que whose significa</p><p>identificar quem é o responsável por determinado problema, pelas causas e pelas ações de</p><p>melhoria.</p><p>b) desenha processos de gerenciamento, em que How long significa o tempo de duração de</p><p>cada um dos processos de gerenciamento e, dessa maneira, possibilita a identificação de</p><p>B)</p><p>http://publica.sagah.com.br/publicador/objects/layout/1526985828/2019-08-03-14-15-01-ex03.jpg?v=231991458</p><p>formas de redução do tempo total</p><p>C) c) é base para a elaboração do organograma de uma organização, em que how much significa</p><p>quanto custará, ou seja, uma estimativa do investimento necessário para a realização da</p><p>atividade.</p><p>D) d) ajuda na melhoria de processos, em que what significa o que deve ser feito, ou seja, a</p><p>solução escolhida e os objetivos de melhoria a serem atingidos</p><p>E) e) Apóia a análise SWOT, em que where significa perguntar onde estão localizados os pontos</p><p>fortes e fracos da organização, identificar as áreas e as atividades que mereçam atenção.</p><p>5)</p><p>Com base no cronograma físico-financeiro abaixo, sabendo que a atividade C foi</p><p>desenvolvida plenamente no segundo e no terceiro mês, porém, que no quarto mês se</p><p>atingiu apenas 50% do previsto, assinale a alternativa que apresenta a quantidade de serviço</p><p>necessária, à etapa C, para que o prazo seja cumprido, ou melhor, para que a obra termine no</p><p>final do quinto mês.</p><p>A) a) 250 m2.</p><p>B) b) 300 m2.</p><p>C) c) 450 m2.</p><p>D) d) 550 m2.</p><p>E) e) 650 m2.</p><p>http://publica.sagah.com.br/publicador/objects/layout/1046331874/2019-08-03-14-15-01-ex05.jpg?v=593168931</p><p>Na prática</p><p>O Gráfico de Gantt é uma ferramenta gráfica para demonstrar, planificar e programar diferentes</p><p>tarefas ou atividades ao longo de um período de tempo total determinado. Com ele, montamos o</p><p>cronograma físico-financeiro da obra. O gráfico consiste em uma tabela de entrada em que:</p><p>Horizontal – atividades a executar;</p><p>Vertical –períodos ou prazos (inicio e fim) de execução, como hora, dia, semana, mês, porcentagens</p><p>executadas, etc.</p><p>É semelhante a um calendário em que são registradas as atividades e os dias ou períodos cujas</p><p>atividades serão realizadas. Cada atividade está representada em uma linha da tabela que marca o</p><p>início e o fim de cada atividade correspondente.</p><p>Em algumas atividades, existe uma dependência entre as mesmas, que é o comprometimento que</p><p>uma tem em relação à outra dentro do projeto sobre o ponto de vista temporal.</p><p>Assim podemos dizer que uma atividade B depende de uma atividade A, e que B não pode começar</p><p>antes de A terminar. Há uma interdependência em que uma atividade</p><p>B pode iniciar juntamente</p><p>com uma atividade A.</p><p>Na planilha a seguir, podemos visualizar o cronograma físico financeiro de um edifício multifamiliar</p><p>com as etapas a serem efetuadas e os seus respectivos tempos de duração.</p><p>Clique aqui</p><p>Nota-se também a dependência e a interdependência das atividades. Como exemplo, a</p><p>interdependência das etapas das atividades elétrica e hidráulica inciarem quando a estrutura de</p><p>concreto ainda está sendo executada.</p><p>img_conteudo/na-pratica.xlsx</p><p>Saiba +</p><p>Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:</p><p>Ferramenta para lanejamento e controle de obras em pré-</p><p>fabricado</p><p>Neste link, você terá acesso a um artigo que tratará sobre um</p><p>mecanismo de controle para tornar mais eficiente o processo de</p><p>projeto-fabricação-montagem em obras que possuem estruturas</p><p>pré-fabricadas de concreto.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>Aplicação de técnicas de controle e planejamento em</p><p>edificações</p><p>Com este link, você terá acesso a um artigo que abordará sobre</p><p>os modelos práticos de planejamento e controle de obras</p><p>verticais.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://www.researchgate.net/publication/299868307_Ferramenta_para_planejamento_e_controle_de_obras_em_pre-fabricado</p><p>https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/VRNS-9TNNNW</p><p>Produtos exclusivamente</p><p>industrializados</p><p>Apresentação</p><p>O desenvolvimento da construção civil ao longo da história é marcado por uma série de avanços</p><p>tecnológicos, culturais e econômicos que moldaram o setor e sua importância na sociedade. Desse</p><p>modo, nota-se que a industrialização é um processo histórico e social que provocou uma completa</p><p>e radical transformação na sociedade. Iniciado no século XVIII, na Inglaterra, com a chamada</p><p>Primeira Revolução Industrial, esse fenômeno foi capaz de dar as bases ao que hoje é conhecido</p><p>como a primeira fase do capitalismo.</p><p>A industrialização revolucionou a maneira como produtos são fabricados, introduzindo processos</p><p>eficientes, padronização e automação. No contexto da construção civil, esse fenômeno</p><p>desencadeou uma transformação profunda, substituindo métodos artesanais por técnicas mais</p><p>eficientes e escaláveis, resultando em edifícios e estruturas que são emblemáticos de períodos</p><p>históricos e avanços tecnológicos. Além disso, geladeiras, fogões, micro-ondas, carros,</p><p>computadores e certos alimentos processados, quase tudo o que é consumido hoje em dia advém</p><p>da indústria.</p><p>No decorrer do tempo, a construção civil foi evoluindo, impulsionada por avanços tecnológicos,</p><p>mudanças na sociedade e das necessidades humanas. Hoje, o setor tem um papel fundamental na</p><p>forma de viver e trabalhar, com um foco crescente na sustentabilidade, na eficiência e na inovação.</p><p>A fim de otimizar suas rotinas de produção, a construção civil utilizará técnicas e processos</p><p>advindos do sistema industrial, ainda que isso ocorra de forma diferente de acordo com cada país</p><p>ou continente. Desse modo, é necessário discutir como a interseção entre industrialização e</p><p>construção civil redefiniu paisagens urbanas, impulsionou o crescimento econômico e estabeleceu</p><p>as bases para o mundo contemporâneo que se conhece hoje.</p><p>A industrialização da construção civil no Brasil é, ainda, bem inferior à de países mais</p><p>desenvolvidos. A predominância da construção com sistemas convencionais e as características do</p><p>setor são entraves na industrialização da construção brasileira. Alguns produtos industrializados, no</p><p>entanto, marcam presença na construção brasileira. Os principais produtos industrializados</p><p>utilizados no Brasil são fabricados a partir do aço, da madeira e do concreto.</p><p>Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai ver como se dá o processo de industrialização da</p><p>construção civil, tendo em vista as particularidades e as características desse setor, bem como os</p><p>principais produtos industrializados de aço, madeira e concreto utilizados no Brasil, além de saber</p><p>como e onde aplicá-los.</p><p>Bons estudos.</p><p>Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p>Analisar as características da construção civil e a sua influência na industrialização do setor.•</p><p>Caracterizar os principais produtos industrializados de aço.•</p><p>Diferenciar os principais produtos industrializados de madeira e de concreto.•</p><p>Desafio</p><p>Atualmente, a construção civil é um dos principais setores responsáveis pelo desenvolvimento do</p><p>país. Além disso, é uma atividade em constante evolução. Essa evolução está relacionada com o</p><p>desenvolvimento tecnológico de novos materiais, com a mecanização dos processos construtivos e</p><p>com o surgimento de novas exigências de desempenho e de preservação ambiental.</p><p>É importante notar que a interseção entre produtos industrializados e a construção civil é um</p><p>capítulo intrigante na história do progresso humano. Ao longo dos séculos, a maneira como foram</p><p>desenvolvidos e construídos os espaços evoluiu significativamente, impulsionada pelo avanço das</p><p>técnicas e da tecnologia. No âmago dessa transformação está a adoção crescente de produtos</p><p>exclusivamente industrializados na construção civil. Essa abordagem revolucionária não apenas</p><p>acelerou o processo de construção, mas também desempenhou um papel fundamental na melhoria</p><p>da eficiência, na sustentabilidade e na durabilidade das estruturas que moldam o mundo.</p><p>A partir dessas informações, considere a situação a seguir:</p><p>Você é o engenheiro civil responsável por supervisionar a construção de uma casa para um cliente.</p><p>O projeto prevê o uso de um produto industrializado de madeira para diversos elementos da</p><p>estrutura, como vigas, pilares e pisos. O cliente está preocupado com a durabilidade e a resistência</p><p>desse material, considerando que ele será exposto a variações climáticas e ao desgaste natural ao</p><p>longo do tempo. Eles esperam que você forneça orientações sólidas sobre a escolha desse produto</p><p>de madeira industrializada, levando em conta fatores como qualidade, tratamento, manutenção e</p><p>vida útil.</p><p>Em vista dos critérios adotados, exigidos pelo cliente, qual tipo de madeira você indicaria para a</p><p>construção dessa residência? Justifique sua resposta.</p><p>Infográfico</p><p>A incorporação de produtos e processos industrializados é um tema central no panorama</p><p>econômico e tecnológico contemporâneo. Esse processo refere-se à integração de produtos e</p><p>métodos de produção desenvolvidos externamente em determinado setor industrial ou empresa,</p><p>visando a aprimorar a eficiência, a qualidade e a competitividade. A constante evolução tecnológica</p><p>e a globalização têm impulsionado as organizações a buscarem inovações e a adotarem abordagens</p><p>mais eficientes para se manterem relevantes em um mercado em constante mutação.</p><p>Essa abordagem visa a otimizar a eficiência, a reduzir os prazos de construção, a minimizar os</p><p>desperdícios e a aumentar a qualidade dos edifícios e infraestruturas. Desde a utilização de</p><p>elementos pré-fabricados até a adoção de sistemas de automação e realidade aumentada, a</p><p>incorporação industrializada está redefinindo a maneira como os projetos são planejados,</p><p>executados e entregues.</p><p>Compreende-se, ainda, a relevância da construção civil na sociedade para garantir que o setor</p><p>continue a evoluir de maneira positiva, atendendo às necessidades das gerações presentes e</p><p>futuras. Sendo assim, a diversidade de técnicas construtivas e o entendimento das características</p><p>de cada tipo de construção desempenham um papel fundamental na construção civil e na</p><p>sociedade em geral.</p><p>Neste Infográfico, você vai conferir exemplos de processos industrializados na construção civil.</p><p>Aponte a câmera para o</p><p>código e acesse o link do</p><p>conteúdo ou clique no</p><p>código para acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/1097baa0-e357-472c-9c0d-cc1a30b132fb/ada37b6e-602d-43d2-81ef-11c80b2a921b.png</p><p>Conteúdo do livro</p><p>A construção civil, importante domínio de atividade humana,</p><p>aprimora-se também a partir de</p><p>evoluções globais da sociedade. Assim, seguindo o caminho de outros domínios (como, por</p><p>exemplo, agricultura, mobília, transportes, etc.), ela incorpora em suas rotinas de execução os</p><p>produtos advindos de métodos industriais. A indústria da construção civil tem passado por</p><p>transformações significativas ao longo dos anos, impulsionada em grande parte pelo</p><p>desenvolvimento de novos métodos de industrialização. Esses métodos visam a otimizar a</p><p>eficiência, a qualidade e a sustentabilidade dos processos construtivos.</p><p>Aço, madeira e concreto industrializados são, a título de exemplo, aqueles mais comuns no Brasil. A</p><p>madeira, para ser utilizada na construção civil, deve ser submetida a diferentes tipos de</p><p>processamento, resultando em um produto final que atenda às necessidades do projeto. Os aços</p><p>utilizados na construção civil, para fins estruturais, são produzidos com média e alta resistência</p><p>mecânica. O material é produzido para apresentar elevada tensão de escoamento. Já os elementos</p><p>estruturais de concreto produzidos em indústria são elementos de concreto pré-moldado</p><p>produzidos nas fábricas, transportados para o canteiro de obras e montados na posição final, e a</p><p>sua produção em indústria garante uma qualidade maior que o concreto moldado em local.</p><p>Destaca-se também a tecnologia BIM, que revolucionou a forma como os projetos são planejados,</p><p>permitindo uma visualização detalhada em 3D e a coordenação antecipada de sistemas complexos,</p><p>reduzindo conflitos durante a execução.</p><p>É importante ressaltar que cada país ou continente se adapta aos seus materiais de forma diferente,</p><p>de acordo com seu nível de desenvolvimento tecnológico e científico. No caso do Brasil, constata-</p><p>se, ainda, forte predominância de sistemas convencionais, o que configura a industrialização do</p><p>setor no país.</p><p>No capítulo Produtos exclusivamente industrializados, base teórica desta Unidade de</p><p>Aprendizagem, você vai descobrir os principais produtos industrializados, em madeira, aço e</p><p>concreto, utilizados em obras no Brasil. Entenderá também como as características da construção</p><p>civil influenciam a adoção de métodos e produtos industrializados.</p><p>Boa leitura.</p><p>PROCESSOS</p><p>CONSTRUTIVOS</p><p>Diego da Luz</p><p>Adorna</p><p>Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094</p><p>P963 Processos construtivos / André Luís Abitante ... [et al.] ;</p><p>[revisão técnica: Shanna Trichês Lucchesi]. – Porto</p><p>Alegre : SAGAH, 2017.</p><p>271 p. : il. ; 22,5 cm.</p><p>ISBN 978-85-9502-224-9</p><p>1. Engenharia civil. 2. Processos construtivos.</p><p>CDU 624</p><p>Revisão técnica:</p><p>Shanna Trichês Lucchesi</p><p>Mestre em Engenharia de Produção</p><p>Professora do curso de Engenharia Civil</p><p>Processos construtivos_Impressa.indd 2 06/10/2017 16:28:50</p><p>Produtos exclusivamente</p><p>industrializados</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p> Analisar as características da construção civil e sua in� uência na in-</p><p>dustrialização do setor.</p><p> Caracterizar os principais produtos industrializados de aço.</p><p> Diferenciar os principais produtos industrializados de madeira e de</p><p>concreto.</p><p>Introdução</p><p>A industrialização da construção civil no Brasil é, ainda, bastante inferior</p><p>em relação aos países mais desenvolvidos. No Brasil, predomina a cons-</p><p>trução a partir de sistemas convencionais, no entanto, alguns produtos</p><p>industrializados mais utilizados são, principalmente, os fabricados a partir</p><p>do aço, da madeira e do concreto.</p><p>Neste capítulo, você estudará as características da construção civil e</p><p>como elas influenciam o grau de industrialização do setor. Além disso,</p><p>você aprenderá quais são os principais produtos industrializados de aço,</p><p>madeira e concreto utilizados no Brasil, bem como quais suas formas de</p><p>produção e onde podem ser aplicados.</p><p>Características da construção civil e a</p><p>industrialização do setor</p><p>A construção civil brasileira, quando comparada com a dos Estados Unidos e</p><p>da Europa, apresenta um baixo nível de produtividade e de desenvolvimento</p><p>tecnológico. Os sistemas construtivos convencionais, predominantes no Brasil,</p><p>se caracterizam pelo alto custo, baixo nível de planejamento, baixa qualifi cação</p><p>dos trabalhadores, altos índices de desperdícios, baixa qualidade, incidência</p><p>Processos construtivos_U1_C05.indd 65 06/10/2017 13:30:34</p><p>de manifestações patológicas e baixo desempenho ambiental (ASSOCIAÇÃO</p><p>BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL, 2015).</p><p>A construção civil apresenta algumas características que dificultam o</p><p>aprimoramento e a industrialização do setor, conforme apresentado a seguir</p><p>(MESEGUER, 1991 apud SPADETO, 2011):</p><p> Indústria de caráter nômade: a construção civil se caracteriza por</p><p>ser uma indústria temporária. O canteiro de obras (indústria) é mantido</p><p>durante a execução dos serviços de construção, sendo desmanchado</p><p>após o término deles. Esse comportamento da indústria da construção</p><p>dificulta a repetição e a manutenção dos padrões de qualidade no setor.</p><p> Criação de produtos únicos: diferentemente, por exemplo, da indús-</p><p>tria automobilística, a construção civil não produz produtos seriados,</p><p>ou seja, cada produto possui características próprias. Dessa forma, a</p><p>padronização na construção civil ocorre fragmentada em partes do</p><p>produto final, mas não do produto como um todo.</p><p> Produção centralizada: na construção civil, os operários se movimen-</p><p>tam em torno de um produto fixo (a edificação), enquanto na indústria</p><p>automobilística, por exemplo, os produtos se movimentam na direção</p><p>de operários fixos, sendo denominada produção em cadeia.</p><p> Resistência a mudanças: a indústria da construção civil apresenta</p><p>resistência frente a alterações muito acentuadas, como, por exemplo,</p><p>o uso de construções Frame no Brasil.</p><p> Mão de obra pouco qualificada: a mão de obra na construção civil se</p><p>caracteriza por ser temporária, prejudicando, desse modo, a capacitação</p><p>e a promoção dos operários e resultando, geralmente, em desmotivação,</p><p>baixa produtividade e qualidade deficiente.</p><p> Local de produção sujeito a intempéries: o local de produção (canteiro</p><p>de obras) encontra-se, normalmente, submetido à ação das intempéries,</p><p>o que pode causar o retardamento da conclusão da obra.</p><p> Consumidor pouco exigente: diferentemente de outras indústrias, a</p><p>construção civil fabrica um produto que, na grande maioria das vezes,</p><p>será adquirido uma única vez. Assim, a pouca experiência do usuário</p><p>em relação ao produto, aliada ao pouco conhecimento técnico sobre a</p><p>área, reduz o nível de exigência sobre as construtoras, desestimulando</p><p>os esforços da indústria na busca por aprimoramentos.</p><p> Dificuldade nas especificações: as diferentes especificações utilizadas</p><p>na indústria da construção civil dificultam o aprimoramento do setor.</p><p>Produtos exclusivamente industrializados66</p><p>Processos construtivos_U1_C05.indd 66 06/10/2017 13:30:34</p><p> Responsabilidades dispersas: vários profissionais atuam em um projeto</p><p>de construção civil. Esse fato dificulta a atribuição de responsabilidade,</p><p>permitindo que os profissionais não se esforcem para conferir desem-</p><p>penho adequado para a construção.</p><p> Pequeno grau de precisão: a construção civil apresenta um grau de</p><p>precisão muito menor do que o de outras indústrias, conferindo uma</p><p>grande variabilidade à construção.</p><p>Além dessas características, ainda podem ser destacados a complexidade</p><p>e o período de uso das construções como fatores que retardam o desenvol-</p><p>vimento industrial do setor. As construções são formadas por um conjunto</p><p>complexo de sistemas que interagem entre si e com o ambiente. A introdução</p><p>de uma inovação na construção, em determinado sistema, pode influenciar</p><p>negativamente os demais (MARTINS, 2004). As edificações são projetadas, de</p><p>modo geral, com uma vida útil de, no mínimo, cinquenta anos. As inovações</p><p>tecnológicas costumam ser avaliadas em curto prazo, considerando apenas o</p><p>contexto atual, dificultando,</p><p>assim, a previsão adequada do comportamento</p><p>da construção ao longo do tempo (MARTINS, 2004).</p><p>A indústria da construção civil brasileira é caracterizada por apresentar</p><p>improvisações, adaptações, atrasos, falta de coordenação e excesso de desper-</p><p>dício — além da baixa qualificação e pouca valorização da mão de obra. Por</p><p>possuir um grau de desenvolvimento tecnológico inferior — em comparação a</p><p>outros países, conforme citado anteriormente —, a construção civil brasileira</p><p>possui um grande potencial para a industrialização. Para que esse objetivo</p><p>seja atingido, dois parâmetros devem ser considerados pelos profissionais da</p><p>construção civil: a automação da construção e a qualificação da mão de obra.</p><p>O desenvolvimento de novas ferramentas e equipamentos de construção per-</p><p>mite a redução do tempo de execução das tarefas e a mão de obra necessária para</p><p>executar determinado serviço. Além disso, a utilização de ferramentas e equipa-</p><p>mentos de construção reduz o impacto do esforço excessivo sobre o trabalhador.</p><p>Você pode conhecer novas ferramentas e equipamentos de construção civil acessando</p><p>o link a seguir:</p><p>www.construindoo.com</p><p>67Produtos exclusivamente industrializados</p><p>Processos construtivos_U1_C05.indd 67 06/10/2017 13:30:34</p><p>A qualificação da mão de obra tem influência direta sobre a produtividade</p><p>e a qualidade da construção. Além disso, a mão de obra pode representar 52%</p><p>dos custos da edificação, de acordo com Marcondes (2016). O autor afirma,</p><p>ainda, que esse número pode ser maior caso a mão de obra não seja qualificada.</p><p>Para saber mais sobre a industrialização da construção civil, leia o texto “A industriali-</p><p>zação na construção e o estudo de uma rede de empresas em obra de pré-fabricados</p><p>em concreto armado” (PIGOZZO; SERRA; FERREIRA, 2005).</p><p>Produtos exclusivamente industrializados de aço</p><p>A utilização de aço reduz os impactos da construção no ambiente natural e</p><p>urbano, em função do menor volume de entrada de materiais em obra e do</p><p>menor volume de saída de materiais na forma de resíduos e entulhos.</p><p>Os aços utilizados na construção civil, para fins estruturais, são os de</p><p>média e alta resistência mecânica. O material utilizado deve possuir elevada</p><p>tensão de escoamento, elevada tenacidade, boa soldabilidade, homogeneidade</p><p>microestrutural, suscetibilidade de corte por chama e boa trabalhabilidade em</p><p>operações como corte, furação e dobramento.</p><p>Os principais produtos de aço utilizados na construção civil são: chapas,</p><p>perfis, tubos, parafusos, telhas de aço e o Steel Deck.</p><p>Chapas de aço</p><p>As chapas de aço podem ser classifi cadas em grossas e fi nas. As chapas</p><p>grossas possuem espessura superior a 6,00 mm, sendo produzidas por meio</p><p>do processo de laminação a quente. Sua principal utilização é na fabricação</p><p>de componentes estruturais, como pilares e vigas. As chapas fi nas possuem</p><p>espessura entre 0,30 mm e 6,00 mm, podendo ser obtidas pelo processo de</p><p>laminação a quente ou pelo processo de laminação a frio. As primeiras são</p><p>utilizadas na fabricação de perfi s soldados, enquanto as segundas são utilizadas</p><p>na fabricação de esquadrias metálicas. As chapas fi nas podem ser revestidas em</p><p>ambas as faces com zinco, por meio do processo de galvanização a quente ou</p><p>por eletrodeposição, recebendo a denominação de chapas fi nas galvanizadas</p><p>Produtos exclusivamente industrializados68</p><p>Processos construtivos_U1_C05.indd 68 06/10/2017 13:30:34</p><p>ou zincadas. As chapas fi nas galvanizadas são utilizadas na fabricação de</p><p>telhas, calhas, Steel Deck e perfi s de Drywall e Light Steel Frame.</p><p>Perfis de aço</p><p>Os perfi s de aço são utilizados na construção de estruturas. De acordo com</p><p>o processo construtivo, podem ser classifi cados em: soldados, laminados e</p><p>formados a frio.</p><p>Os perfis soldados são obtidos pela composição de chapas por meio de</p><p>soldas, conforme a Figura 1. Eles podem possuir diferentes configurações e</p><p>tamanhos.</p><p>Figura 1. Perfis soldados de aço.</p><p>Fonte: Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (2015, p. 115).</p><p>Os perfis laminados são produzidos por meio do processo de laminação</p><p>a quente, conforme a Figura 2(a), não possuindo qualquer tipo de solda ou</p><p>emenda, podendo ser produzidos com abas inclinadas ou paralelas. Os perfis</p><p>formados a frio são produzidos por conformação de chapas em temperatura</p><p>ambiente com o uso de prensa dobradeira, conforme a Figura 2(b).</p><p>69Produtos exclusivamente industrializados</p><p>Processos construtivos_U1_C05.indd 69 06/10/2017 13:30:35</p><p>Figura 2. Perfis (a) laminados e (b) formados a frio.</p><p>Fonte: Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (2015, p. 116).</p><p>Para saber mais sobre perfis de aço, leia as normas técnicas: ABNT NBR 15980:2011 –</p><p>Perfis laminados de aço para uso estrutural – dimensões e tolerâncias e ABNT NBR</p><p>6355:2012 – Perfis estruturais de aço formados a frio – padronização.</p><p>Tubos de aço</p><p>Os tubos de aço podem ser classifi cados, de acordo com o processo de fa-</p><p>bricação, em tubos sem costura e tubos com costura. O primeiro tipo,</p><p>representado na Figura 3(a), é produzido pelo processo de laminação a quente,</p><p>não possuindo nenhuma emenda ou solda. O segundo tipo é produzido pela</p><p>conformação e solda de chapas de aço, possuindo, desse modo, uma emenda,</p><p>indicada pela letra “t” na Figura 3(b).</p><p>Figura 3. Tubos (a) sem costura e (b) com costura.</p><p>Fonte: Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (2015, p. 117).</p><p>Produtos exclusivamente industrializados70</p><p>Processos construtivos_U1_C05.indd 70 06/10/2017 13:30:35</p><p>Parafusos de aço</p><p>Os parafusos são elementos que promovem a ligação entre as peças estruturais,</p><p>podendo ser subdivididos em:</p><p> Parafuso comum (ASTM A307 – 14e1, 2014): é empregado em es-</p><p>truturas leves e na ligação de elementos secundários ou temporários.</p><p> Parafuso de alta resistência (ASTM A325-14, 2016a e ASTM A490-14a,</p><p>2016b): é empregado nas ligações principais, devendo ser apartados,</p><p>conforme especificação, com um equipamento especial denominado</p><p>torquímetro.</p><p>Telhas de aço</p><p>As telhas de aço são utilizadas em coberturas e fechamentos de obras indus-</p><p>triais, comerciais, residenciais e institucionais. Elas possuem elevado desempe-</p><p>nho e durabilidade e são peças leves, facilitando o manuseio e execução. Além</p><p>disso, permitem a construção de grandes vãos sem ocasionar carregamento</p><p>elevado sobre a estrutura.</p><p>As telhas de aço podem ser encontradas com diferentes geometrias, es-</p><p>pessuras e acabamento, proporcionando flexibilidade à construção. As telhas</p><p>onduladas, apresentadas na Figura 4(a), são muito utilizadas em coberturas</p><p>planas, pois permitem uma curvatura maior no sentindo transversal. As telhas</p><p>trapezoidais, apresentadas nas Figuras 4(b) e 4(c), são indicadas para cobrir</p><p>amplos vãos, podendo ser instaladas com uma inclinação menor, já que sua</p><p>geometria favorece o escoamento da água.</p><p>71Produtos exclusivamente industrializados</p><p>Processos construtivos_U1_C05.indd 71 06/10/2017 13:30:35</p><p>Figura 4. Exemplos de telhas (a) ondulada; (b) trapezoidal; e (c) trapezoidal termoacústica.</p><p>Fonte: Adaptada de Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (2015, p. 119).</p><p>Para saber mais sobre as telhas de aço, leia o trabalho “Manual técnico de telhas de</p><p>aço” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CONSTRUÇÃO METÁLICA, 2009).</p><p>Steel Deck</p><p>O Steel Deck consiste em uma forma permanente de aço galvanizado, perfi lada</p><p>e formada a frio. Atua como forma da laje de concreto, durante a execução desta,</p><p>e como armadura positiva na estrutura pronta. As chapas metálicas possuem</p><p>ranhuras, que servem para aumentar a aderência entre o aço e o concreto.</p><p>O sistema Steel Deck dispensa o uso de escoramentos, conforme a Figura 5,</p><p>permitindo o trabalho no local e aumentando a produtividade da execução</p><p>da obra.</p><p>Produtos exclusivamente industrializados72</p><p>Processos construtivos_U1_C05.indd 72 06/10/2017 13:30:36</p><p>Figura 5. Sistema Steel Deck.</p><p>Fonte: Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (2015, p. 120).</p><p>Produtos exclusivamente industrializados de</p><p>madeira e de concreto</p><p>de entulho com placas</p><p>cerâmicas cortadas. Considerando as definições de causa e origem, assinale a alternativa que</p><p>apresenta uma possível causa desse problema.</p><p>A) Corte das placas cerâmicas com ferramenta inadequada.</p><p>B) Aquisição de placas cerâmicas de dimensões superiores às solicitadas.</p><p>C) Falta de capacitação do operário quanto ao uso da ferramenta de corte.</p><p>D) Ineficiência ou ausência de projeto de modulação do revestimento cerâmico.</p><p>E) Placas cerâmicas produzidas com lados irregulares.</p><p>2)</p><p>As perdas construtivas podem ocorrer em diferentes fases do empreendimento. Analise as</p><p>afirmativas abaixo e assinale a correta.</p><p>A) A escolha de placas cerâmicas muito grandes para aplicação em ambientes muito pequenos</p><p>consiste em uma ineficiência na fase de produção.</p><p>B) A falta de treinamento dos operários quanto ao procedimento a ser seguido consiste em uma</p><p>ineficiência na fase de concepção do projeto.</p><p>C) A falta de coordenação entre os projetos (estrutural e de vedação, por exemplo) consiste em</p><p>uma ineficiência na fase de utilização da edificação.</p><p>D) A repintura da edificação, por opção do morador, logo após a entrega, consiste em uma</p><p>ineficiência na fase de concepção do projeto.</p><p>E) O desperdício de argamassa, em função de quedas de material durante a aplicação, consiste</p><p>em uma ineficiência na fase de produção.</p><p>3)</p><p>As perdas construtivas variam de acordo com a sua natureza. Analise as afirmativas abaixo e</p><p>assinale a correta.</p><p>A) A aplicação de material com qualidade superior ao desempenho exigido, mesmo que sendo</p><p>mais caro, não consisti uma perda construtiva.</p><p>B) A armazenagem ineficiente dos materiais no estoque é um exemplo de perda por</p><p>processamento.</p><p>C) O planejamento inadequado do canteiro de obras, dificultando a movimentação dos</p><p>trabalhadores e a execução das tarefas, é um exemplo de perda por transporte.</p><p>D) O extravio de materiais em função de furtos e acidentes não é contabilizado como uma perda</p><p>construtiva.</p><p>E) A falta de gerenciamento referente à chegada de materiais e equipamentos em obras é um</p><p>exemplo de perda por espera.</p><p>4)</p><p>Assinale a alternativa correta referente à obtenção do consumo unitário de materiais</p><p>teoricamente necessários.</p><p>A) Estimativa da quantidade de material que sobrou no estoque.</p><p>B) Relação entre a quantidade de material no estoque no início e no final do processo.</p><p>C) Obtenção a partir de valores previamente definidos em projeto.</p><p>D) Relação entre o material proveniente de fornecedores e de transferências.</p><p>E) Obtenção a partir da quantificação de materiais consumidos no processo.</p><p>5)</p><p>Os indicadores explicadores são utilizados na determinação das razões das perdas. Analise</p><p>as afirmativas abaixo e assinale a correta.</p><p>A) Os fatores quantitativos analisam as perdas construtivas a partir da natureza destas.</p><p>B) Os fatores indutores e caracterizadores consideram as razões que resultam em um</p><p>determinado nível de perda, sem considerar fatores quantitativos.</p><p>C) Os indicadores de natureza percentual consideram, em sua análise, as características do</p><p>produto final.</p><p>D) Os fatores indutores, bem como os quantitativos, consideram em sua análise os momentos de</p><p>incidência e a origem das perdas.</p><p>E) Os fatores caracterizadores consideram as características do produto final, analisando-as</p><p>quantitativamente.</p><p>Na prática</p><p>As perdas estão presentes em todos os setores da indústria, podendo ser mais ou menos</p><p>significativas, de acordo com as suas características. Na construção civil, as perdas podem ser</p><p>bastante impactantes em função da complexidade dos produtos desenvolvidos pelo setor.</p><p>As perdas construtivas podem se manifestar na forma de desperdício de materiais durante seu</p><p>armazenamento. O cimento é um dos materiais mais utilizados nas obras de engenharia civil e seu</p><p>armazenamento, tanto em obra, quanto na indústria de pré-fabricados, deve ser planejado com</p><p>atenção, visando a evitar o endurecimento precoce do material e, em consequência, a sua</p><p>impossibilidade de aplicação em obra.</p><p>Acompanhe, na imagem a seguir, de que forma pode ocorrer a perda do cimento e também algumas</p><p>dicas e recomendações.</p><p>Aponte a câmera para o</p><p>código e acesse o link do</p><p>conteúdo ou clique no</p><p>código para acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/582d9c26-a80b-4262-aff9-d8976cd9f322/84652ed9-7031-4425-98eb-72a3f6554711.jpg</p><p>Saiba +</p><p>Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:</p><p>WEBINAR: Gestão de Projetos na Construção Civil</p><p>Neste webinar, Rafael Vercelli, da Century Construções, e Mário Trentim, conversam sobre a</p><p>gestão de projetos na construção civil.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>Software para orçamento, planejamento e gestão de compras,</p><p>estoque e financeira de obras</p><p>A utilização de softwares na construção civil tem se tornado cada vez mais comum. Os softwares</p><p>de gerenciamento de obras auxiliam na compatibilização dos projetos, eliminam as perdas</p><p>construtivas e ajudam na organização dos prazos de construção. Acesse o link a seguir para</p><p>aprender um pouco sobre os softwares de gerenciamento de obra.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>CSM: triturador de entulho</p><p>O Triturador de Entulho TE2 da CSM é destinado a trituração de peças de concreto, cimento e</p><p>tijolo em obras de pequeno e médio porte permitindo a reciclagem no canteiro e a substituição de</p><p>materiais convencionais, como brita e pedra, pelo entulho gerado, diminuindo a movimentação no</p><p>descarte de materiais rejeitados da construção, pois não há a necessidade de transporte dos</p><p>resíduos para depositar em aterros sanitários.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=2EEPczpTspk</p><p>https://www.youtube.com/embed/-2pVCgf7K70?rel=0</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=yiZAwEnL-j0</p><p>Cálculos de processos construtivos: curva</p><p>ABC e perdas construtivas</p><p>Apresentação</p><p>Gerenciar as perdas construtivas tem sido uma das atividades fundamentais das empresas, sendo</p><p>que o desperdício de materiais simboliza a expressão mais concreta das perdas do setor. É a partir</p><p>dessa prática de gerenciamento que se consegue reduzir custos, otimizar o uso de recursos,</p><p>potencializar processos e contribuir para o aprimoramento das atividades.</p><p>Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá os conceitos de perdas construtivas, quais são suas</p><p>classificações e, principalmente, você verá uma técnica bastante utilizada para facilitar o</p><p>desenvolvimento do orçamento: o cálculo da curva ABC para evitar o processo de perdas em toda a</p><p>sua obra.</p><p>Bons estudos.</p><p>Bons estudos.</p><p>Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p>Definir perdas construtivas e conceitos de construção da curva ABC.•</p><p>Analisar os critérios de cálculo e funcionamento da curva ABC.•</p><p>Relacionar o cálculo da curva ABC com as perdas construtivas.•</p><p>Desafio</p><p>A curva ABC é um orçamento organizado de modo a destacar os itens - insumos, mão de obra e</p><p>equipamentos - que mais pesam no custo total de uma obra ou de um serviço.</p><p>Assim, os elementos mais relevantes da tabela aparecem logo nas primeiras linhas, facilitando sua</p><p>visualização e seu controle. Com esse tipo de organização, o construtor consegue visualizar os</p><p>materiais e os serviços mais importantes caso precise reduzir os custos da obra.</p><p>Você é o gestor de obra e é o responsável pela reforma de um banheiro.</p><p>Acompanhe na imagem os detalhes da reforma.</p><p>Você deve formular uma tabela, aplicando os conceitos da curva ABC, realizando uma pesquisa de</p><p>mercado em que seja possível identificar quais são os materiais e os serviços de maior e menor</p><p>valor, distribuí-los na tabela de hierarquia e, assim, justificar a importância de se realizar essa tarefa,</p><p>não esquecendo de inserir todas as etapas para realização dos serviços.</p><p>Infográfico</p><p>Para se obter resultados esperados na indústria da construção</p><p>Produtos industrializados de madeira</p><p>A madeira, para ser utilizada na construção civil, deve ser submetida a di-</p><p>ferentes tipos de processamento, resultando em um produto fi nal que atenda</p><p>às necessidades de projeto. De acordo com o grau de benefi ciamento, os</p><p>produtos de madeira podem ser classifi cados em: madeira roliça, madeira</p><p>serrada, madeira benefi ciada, lâminas, painéis de madeira e madeira</p><p>tratada (ZENID, 2009).</p><p>A madeira roliça é o produto com menor grau de beneficiamento, consis-</p><p>tindo em um segmento do fuste da árvore obtido por meio de cortes transversais.</p><p>Normalmente nem mesmo a casca da madeira é retirada para a obtenção do</p><p>produto final. A madeira roliça é empregada de forma temporária no escora-</p><p>mento de lajes e construção de andaimes.</p><p>A madeira serrada é produzida em unidades industriais por meio do</p><p>processamento mecânico das toras, sendo obtidas pelas quadrangulares ou</p><p>73Produtos exclusivamente industrializados</p><p>Processos construtivos_U1_C05.indd 73 06/10/2017 13:30:36</p><p>retangulares, de menor dimensão. Os principais produtos de madeira serrada</p><p>estão apresentados na Tabela 1, classificados de acordo com suas dimensões.</p><p>Fonte: Zenid (2009, p. 26).</p><p>Produto Espessura (mm) Largura (mm) Comprimento (m)</p><p>Pranchão Maior que 70 Maior que 200 Variável</p><p>Prancha 40 – 70 Maior que 200 Variável</p><p>Viga Maior que 40 110 – 200 Variável</p><p>Vigota 40 – 80 80 – 110 Variável</p><p>Caibro 40 – 80 50 – 80 Variável</p><p>Tábua 10 – 40 Maior que 200 Variável</p><p>Sarrafo 20 – 40 20 – 100 Variável</p><p>Ripa Maior que 20 Maior que 100 Variável</p><p>Dormente 160 – 170 220 – 240 2,00 – 5,60 /</p><p>2,80 – 5,60</p><p>Pontalete 75 75 Variável</p><p>Bloco Variável Variável Variável</p><p>Tabela 1. Produtos de madeira serrada.</p><p>A madeira beneficiada é obtida por meio de operações que agregam valor</p><p>ao material. As principais operações de beneficiamento são: o aplainamento,</p><p>o molduramento e o torneamento. O aplainamento é um procedimento</p><p>industrial que remove as medidas excedentes e as irregularidades, deixando</p><p>a superfície da madeira lisa. O molduramento, por sua vez, é o procedimento</p><p>responsável por realizar os cortes de encaixes no comprimento das peças</p><p>destinadas a forros, lambris, assoalhos e batentes de portas. O torneamento,</p><p>por fim, é o procedimento responsável por tornar as peças arredondadas,</p><p>como os balaústres de escadas.</p><p>Na Tabela 2, são apresentadas as principais peças de madeira beneficiada,</p><p>classificadas de acordo com suas dimensões da seção transversal.</p><p>Produtos exclusivamente industrializados74</p><p>Processos construtivos_U1_C05.indd 74 06/10/2017 13:30:36</p><p>Fonte: Zenid (2009, p. 27).</p><p>Produto Dimensões da seção transversal (mm)</p><p>Assoalho 20 × 100</p><p>Forro 10 × 100</p><p>Batente 45 × 145</p><p>Rodapé 15 × 150 ou 15 × 100</p><p>Taco 20 × 21</p><p>Tabela 2. Produtos de madeira beneficiada.</p><p>O processo de fabricação das lâminas de madeira inicia com o cozimento</p><p>das toras de madeira, seguido do corte delas em lâminas. O corte das toras</p><p>de madeira pode ser realizado por meio de torneamento ou de faqueamento.</p><p>No primeiro procedimento, as madeiras são descascadas e cozidas, sendo</p><p>encaminhadas para um torno rotativo, e as lâminas obtidas são utilizadas na</p><p>produção de compensados. No segundo procedimento, as toras de madeira,</p><p>descascadas e cozidas, são submetidas ao corte por meio da passagem, sob</p><p>pressão, de uma faca. As lâminas obtidas são destinadas ao revestimento de</p><p>divisórias, com fins decorativos.</p><p>Os painéis de madeira são os produtos de madeira com maior grau de</p><p>beneficiamento, sendo desenvolvidos com o objetivo de amenizar as variações</p><p>dimensionais da madeira maciça, diminuir o peso e o custo da obra e, por fim,</p><p>conferir características de isolamento termoacústico à edificação.</p><p>Os principais tipos de painéis de madeira são apresentados a seguir:</p><p> Painéis de madeira compensada: são compostos por lâminas perpen-</p><p>diculares entre si, unidas por meio de adesivo ou cola. Garantem maior</p><p>estabilidade frente às variações dimensionais da peça, além de melhorar</p><p>as propriedades físicas e mecânicas da madeira original.</p><p> Painéis de fibra (chapas duras): são painéis formados por fibras de</p><p>eucalipto aglutinadas com a própria lignina da madeira. São painéis de</p><p>alta densidade que apresentam uma face lisa e outra corrugada.</p><p> Painéis de fibra MDF: a sigla MDF deriva do inglês (Medium Density</p><p>Fiberboard). Os painéis MDF são compostos por fibras de madeira</p><p>aglutinadas com resina sintética termofixa, consolidadas sob ação</p><p>75Produtos exclusivamente industrializados</p><p>Processos construtivos_U1_C05.indd 75 06/10/2017 13:30:36</p><p>da temperatura e da pressão. Possuem densidade média e superfícies</p><p>planas e lisas.</p><p> Painéis de partículas aglomeradas: são compostos por partículas</p><p>de madeira aglutinadas com resina sintética termofixa. Apresentam</p><p>estabilidade frente às variações dimensionais, mas não resistem à ação</p><p>direta da umidade, sendo indicadas para ambientes internos e secos.</p><p> Painéis de partículas MDF: são painéis compostos por partículas</p><p>de madeira aglutinadas por resinas termofixas. As partículas mais</p><p>finas são posicionadas na superfície do painel, enquanto as partículas</p><p>grossas são acumuladas nas camadas internas. Possuem estabilidade</p><p>frente às variações dimensionais, resistência mecânica alta e baixa</p><p>absorção de água.</p><p> Painéis OSB: a sigla OSB deriva do inglês (Oriented Strand Boards).</p><p>São painéis compostos de partículas aglutinas por resinas fenólicas,</p><p>orientadas em uma mesma direção e consolidadas por prensagem.</p><p>Possuem resistência mecânica alta, estabilidade frente a variações</p><p>dimensionais e baixo custo.</p><p>Os produtos industrializados de madeira podem ser combinados, ainda</p><p>na indústria, para a fabricação de componentes de madeira. Na Figura 6(a), é</p><p>demonstrado o transporte de uma tesoura de madeira fabricada em indústria.</p><p>Na Figura 6(b), uma tesoura de madeira em forma de arco é içada para ser</p><p>instalada em obra.</p><p>Figura 6. (a) Tesoura de madeira fabricada em indústria e (b) tesoura de madeira em forma</p><p>de arco.</p><p>Fonte: Allen e Iano (2013, p. 125).</p><p>Produtos exclusivamente industrializados76</p><p>Processos construtivos_U1_C05.indd 76 06/10/2017 13:30:37</p><p>Produtos industrializados de concreto</p><p>Os elementos estruturais de concreto produzidos em indústria são denominados</p><p>pré-moldados. Os elementos de concreto pré-moldado são produzidos nas</p><p>fábricas, transportados para o canteiro de obras e montados na posição fi nal.</p><p>A produção em indústria garante ao concreto pré-moldado uma qualidade</p><p>maior do que o concreto moldado em local — tanto pela mistura e lançamento</p><p>mecanizados quanto pelo maior controle de qualidade do produto. Além</p><p>disso, a pré-moldagem permite a reutilização de formas, reduzindo gastos</p><p>com materiais, além de eliminar o tempo de espera em obra para a cura e</p><p>retirada das formas.</p><p>Os principais elementos estruturais de concreto pré-moldados são lajes,</p><p>vigas e pilares. As lajes podem ser classificadas em: maciças, alveolares,</p><p>duplo T e T simples.</p><p>A laje maciça, apresentada na Figura 7(a), é indicada para cobrir pequenos</p><p>vãos que não exijam uma grande espessura de laje.</p><p>A laje alveolar, apresentada na Figura 7(b), é indicada para vãos inter-</p><p>mediários. Ela possui vazios internos, que substituem o concreto sem função</p><p>estrutural, gerando economia de material e diminuição do peso da estrutura.</p><p>Ela possui altura superior à das lajes maciças.</p><p>Para vãos maiores, são indicadas as lajes duplo T e T simples, apresen-</p><p>tadas, respectivamente, nas Figuras 7(c) e 7(d). Essas duas configurações de</p><p>laje exigem maior altura do que as lajes maciças e alveolares, mas permitem</p><p>a eliminação de grande parte do concreto sem função estrutural.</p><p>Figura 7. (a) Laje maciça; (b) laje alveolar; (c) laje duplo T; e (d) laje T simples.</p><p>Fonte: Allen e Iano (2013, p. 614).</p><p>As vigas de concreto pré-moldado são classificadas de acordo com sua</p><p>seção transversal em: vigas retangulares, vigas L, vigas T invertido e vigas</p><p>77Produtos exclusivamente industrializados</p><p>Processos construtivos_U1_C05.indd</p><p>77 06/10/2017 13:30:37</p><p>I. A viga com seção retangular é apresentada na Figura 8(a), sendo o tipo</p><p>mais simples de ser produzido. As vigas L e T invertido, apresentadas, res-</p><p>pectivamente, nas Figuras 8(b) e 8(c), apresentam saliências que permitem</p><p>o apoio direto da laje pré-moldada. A viga I, apresentada na Figura 8(d), foi</p><p>desenvolvida, originalmente, para ser utilizada na estrutura de pontes, mas</p><p>pode ser encontrada frequentemente no projeto de edificações.</p><p>Figura 8. (a) Viga retangular; (b) viga L; (c) viga T invertido; e (d) viga I.</p><p>Fonte: Allen e Iano (2013, p. 615).</p><p>Os pilares de concreto pré-moldado, por sua vez, normalmente são pro-</p><p>duzidos com seções quadrangulares ou retangulares.</p><p>Produtos exclusivamente industrializados78</p><p>Processos construtivos_U1_C05.indd 78 06/10/2017 13:30:37</p><p>79Produtos exclusivamente industrializados</p><p>Processos construtivos_U1_C05.indd 79 06/10/2017 13:30:38</p><p>ALLEN, E.; IANO, J. Fundamentos da engenharia de edificações: materiais e métodos. 5.</p><p>ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CONSTRUÇÃO METÁLICA. Manual técnico de telhas de</p><p>aço. São Paulo: ABCEM, 2009. Disponível em: <http://www.abcem.org.br/upfiles/</p><p>arquivos/publicacoes/manual-de-telhas.pdf>. Acesso em: 04 set. 2017.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL. Manual da construção</p><p>industrializada: conceitos e etapas. Brasília: ABDI, 2015. (Estrutura e Vedação, v. 1).</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15980:2011. Perfis lamina-</p><p>dos de aço para uso estrutural – dimensões e tolerâncias. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6355:2012. Perfis estruturais</p><p>de aço formados a frio – padronização. Rio de Janeiro: ABNT, 2012.</p><p>ASTM INTERNATIONAL. ASTM A307 – 14e1. Standard Specification for Carbon Steel</p><p>Bolts, Studs, and Threaded Rod 60 000 PSI Tensile Strength. West Conshohocken:</p><p>ASTM International, 2014.</p><p>ASTM INTERNATIONAL. ASTM A325-14. Standard Specification for Structural Bolts,</p><p>Steel, Heat Treated, 120/105 ksi Minimum Tensile Strength (Withdrawn 2016). West</p><p>Conshohocken: ASTM International, 2016a.</p><p>ASTM INTERNATIONAL. ASTM A490-14a. Standard Specification for Structural Bolts,</p><p>Alloy Steel, Heat Treated, 150 ksi Minimum Tensile Strength (Withdrawn 2016). West</p><p>Conshohocken: ASTM International, 2016b.</p><p>MARCONDES, C. G N. Programas de qualificação de mão de obra. Curitiba: Paraná, 2016.</p><p>(Série de cadernos técnicos da agenda parlamentar).</p><p>MARTINS, M. G. A inovação tecnológica na produção de edifícios impulsionada pela</p><p>indústria de materiais e componentes. 2004. 154 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia</p><p>Civil) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.</p><p>PIGOZZO, B. N.; SERRA, S. M. B.; FERREIRA, M. A. A industrialização na construção e o</p><p>estudo de uma rede de empresas em obra de pré-fabricados em concreto armado. In:</p><p>SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 12., 2005, Bauru. Anais... Bauru: [s.n.], 2005.</p><p>SPADETO, T. F. Industrialização na construção civil: uma contribuição à política de uti-</p><p>lização de estruturas pré-fabricadas em concreto. 2011. 212 f. Dissertação (Mestrado</p><p>em Engenharia Civil) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Centro</p><p>tecnológico, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2011.</p><p>ZENID, J. (Coord.). Madeira: uso sustentável na construção civil. 2. ed. São Paulo:</p><p>Instituto de Pesquisas Tecnológicas, 2009.</p><p>Produtos exclusivamente industrializados80</p><p>Processos construtivos_U1_C05.indd 80 06/10/2017 13:30:38</p><p>Leitura recomendada</p><p>LEÃO, M. V. M. Análise da qualificação da mão de obra no setor da construção civil na</p><p>cidade de Dourados (MS). 2016. 48 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação</p><p>em Engenharia Civil) – Departamento Acadêmico de Construção Civil, Curso de</p><p>Engenharia Civil, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campo Mourão, 2016.</p><p>Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para</p><p>esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual</p><p>da Instituição, você encontra a obra na íntegra.</p><p>Conteúdo:</p><p>Dica do professor</p><p>A aplicação de processos e produtos industrializados na construção civil representa uma tendência</p><p>contemporânea que busca otimizar a eficiência, a qualidade e a sustentabilidade das edificações.</p><p>Essa abordagem revolucionária transformou a maneira como projetos são concebidos e</p><p>executados, substituindo, em muitos casos, os métodos tradicionais de construção manual por</p><p>soluções pré-fabricadas e processos automatizados. No contexto global, diversas nações têm</p><p>adotado a industrialização na construção civil como uma forma de enfrentar desafios como</p><p>demanda crescente por habitação, escassez de mão de obra qualificada e preocupações ambientais.</p><p>Ao comparar a industrialização na construção civil entre o Brasil e outros países, é possível notar</p><p>nuances significativas em termos de progresso, implementação e barreiras enfrentadas. Enquanto</p><p>algumas nações desenvolvidas já estão amplamente integradas a essa abordagem, o Brasil ainda</p><p>enfrenta obstáculos relacionados à infraestrutura, a regulamentações, à cultura construtiva e à</p><p>resistência a mudanças. No entanto, é inegável que o país está trilhando um caminho em direção à</p><p>adoção mais abrangente de técnicas industrializadas na construção.</p><p>Nesta Dica do Professor, você vai compreender as semelhanças e diferenças entre o Brasil e outras</p><p>nações, sendo possível traçar um panorama mais completo das implicações e perspectivas da</p><p>industrialização na construção civil, com insights para orientar decisões futuras no setor e promover</p><p>um ambiente construtivo mais inovador e eficiente. Você compreenderá, então, os avanços da</p><p>industrialização na construção civil, destacando as iniciativas e progressos no Brasil em comparação</p><p>com outros países que se destacam nesse domínio.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/9d62207a9a77c32633e7b3e257fe4f56</p><p>Exercícios</p><p>1) A construção civil tem características que influenciam o grau de industrialização do setor. É</p><p>evidente que a integração da industrialização na construção civil marcou uma mudança</p><p>fundamental na forma como edifícios e infraestruturas são concebidos e construídos.</p><p>Historicamente, a construção civil costumava ser caracterizada por métodos tradicionais,</p><p>mão de obra intensiva e processos fragmentados.</p><p>Com base nisso, assinale a alternativa correta.</p><p>A) O caráter nômade da indústria da construção civil dificulta a repetição e a manutenção de</p><p>padrões de qualidade no setor.</p><p>B) A qualificação da mão de obra não se constitui em um parâmetro que permite o</p><p>desenvolvimento industrial da construção civil, visto que pouco influencia a produtividade no</p><p>canteiro de obras.</p><p>C) Apesar de permitir a redução do tempo de execução de serviços, a automação da construção</p><p>não resulta em redução de gastos com mão de obra.</p><p>D) A indústria da construção civil se assemelha à indústria automobilística por produzir, quase</p><p>que exclusivamente, produtos padronizados, acelerando, desse modo, a entrega do produto</p><p>final.</p><p>E) A produção em cadeia, aplicada corriqueiramente nos canteiros de obra, é um dos parâmetros</p><p>que dificultam o desenvolvimento industrial da construção civil.</p><p>2) Os produtos industrializados de aço são fabricados com diferentes formas. A fabricação</p><p>desses produtos tem um papel fundamental na sociedade moderna, impulsionando setores</p><p>tão diversos quanto a construção civil — setor automobilístico, eletrodomésticos e muitos</p><p>outros. O aço, conhecido por sua durabilidade, versatilidade e resistência, é produzido por</p><p>meio de um complexo processo que envolve diversas etapas, desde a extração das matérias-</p><p>primas até a obtenção do material final pronto para ser transformado em uma variedade de</p><p>produtos essenciais.</p><p>Com relação às chapas de aço, assinale a alternativa correta.</p><p>A) As chapas de aço são classificadas, de acordo com sua espessura, em grossas, médias e finas,</p><p>sendo produzidas por meio de laminação a quente ou a frio.</p><p>B) As chapas grossas, produzidas por laminação a frio, são utilizadas na fabricação de</p><p>componentes estruturais, como vigas e pilares, por exemplo.</p><p>C) As chapas finas, produzidas por laminação a frio, são utilizadas na fabricação de esquadrias</p><p>metálicas, podendo, eventualmente, receber revestimento de zinco em ambas as faces.</p><p>D) As chapas finas galvanizadas são revestidas com alumínio em ambas as faces, sendo utilizadas</p><p>na produção de telhas, calhas e perfis metálicos de light steel frame.</p><p>E) As chapas finas, produzidas por meio de laminação a quente, são utilizadas na fabricação de</p><p>esquadrias metálicas, ao passo que as chapas finas, produzidas por laminação a frio, são</p><p>usadas na fabricação de componentes estruturais.</p><p>3) A versatilidade do aço é um dos principais motivos de sua predominância como material de</p><p>base para a fabricação de produtos industriais. Sua capacidade de ser moldado, cortado,</p><p>soldado e tratado termicamente confere aos fabricantes grande flexibilidade na criação de</p><p>produtos adaptados às necessidades específicas de cada setor. Desde estruturas de edifícios</p><p>imponentes até pequenas peças de maquinaria de precisão, o aço oferece a resistência e a</p><p>durabilidade necessárias para enfrentar desafios diversos.</p><p>Sobre os produtos industrializados de aço, assinale a alternativa correta.</p><p>A) Os perfis de aço soldados são produzidos por meio da composição e da soldagem de chapas</p><p>de aço, podendo ter diferentes tamanhos e formatos.</p><p>B) Os perfis laminados são obtidos por meio do processo de laminação a quente e são</p><p>produzidos com abas inclinadas ou paralelas, tendo emendas ao longo de sua estrutura.</p><p>C) Os tubos de aço com e sem costura são produzidos por meio do mesmo processo: a</p><p>laminação a quente, sendo que o primeiro tipo (com costura) apresenta emendas, ao passo</p><p>que o segundo (sem costura) não tem nenhuma.</p><p>D) As telhas de aço apresentam peso elevado. Por isso, seu uso é limitado a construções de</p><p>pequeno vão para evitar que a estrutura seja sobrecarregada.</p><p>E) O steel deck consiste em um produto de aço galvanizado cujo objetivo é servir de forma para</p><p>lajes de concreto armado. Após a cura do concreto, o steel deck é retirado, podendo ser</p><p>reaproveitado.</p><p>A industrialização da madeira teve um papel crucial no avanço da construção civil ao longo</p><p>das últimas décadas. Por meio de técnicas de processamento mais eficientes e sustentáveis,</p><p>4)</p><p>a madeira passou a ser utilizada de maneira mais versátil e acessível na construção de</p><p>edifícios e estruturas.</p><p>A respeito dos produtos industrializados de madeira, assinale a alternativa correta.</p><p>A) A madeira roliça consiste em segmento do fuste da árvore, obtido por meio de cortes</p><p>transversais. Sua principal aplicação é na construção de pisos e forros.</p><p>B) A madeira beneficiada é obtida por meio do processamento mecânico das toras, sendo</p><p>encontrada na forma de peças quadrangulares ou retangulares.</p><p>C) O torneamento é um procedimento industrial, realizado na madeira serrada, visando à</p><p>remoção das sobremedidas e das irregularidades presentes na sua superfície.</p><p>D) As lâminas de madeira podem ser obtidas por meio dos processos de torneamento e</p><p>faqueamento. No primeiro caso, são obtidas lâminas destinadas ao revestimento de divisórias.</p><p>No segundo caso, são obtidas lâminas utilizadas na produção de compensados de madeira.</p><p>E) Os painéis de madeira são produzidos com o objetivo de diminuir as variações dimensionais</p><p>da madeira maciça, reduzir o peso das peças e conferir características de isolamento térmico</p><p>e acústico ao material.</p><p>5) A industrialização do concreto revolucionou a indústria da construção civil, introduzindo</p><p>eficiência e versatilidade sem precedentes. Além disso, trouxe avanços na construção pré-</p><p>fabricada, permitindo a fabricação em larga escala de componentes como painéis e vigas,</p><p>que são montados no local de construção, reduzindo o tempo e os custos envolvidos.</p><p>Sobre os produtos industrializados de concreto, assinale a alternativa correta.</p><p>A) As lajes maciças são indicadas para grandes vãos, que exigem pequena espessura, ao passo</p><p>que as lajes alveolares são indicadas para vãos intermediários.</p><p>B) A pré-moldagem propicia a eliminação do tempo de espera em obra para a cura do concreto.</p><p>Contudo, não permite o reaproveitamento das formas.</p><p>C) As lajes duplo T e T permitem a eliminação da maior parte do concreto sem função estrutural,</p><p>quando comparadas às lajes alveolares, permitindo, ainda, que sejam executadas lajes de</p><p>menor altura.</p><p>D) O concreto moldado em obra, em função da mistura mecanizada e do maior controle de</p><p>qualidade dos materiais, apresenta melhor qualidade que o concreto pré-moldado.</p><p>E) As vigas L e T invertido têm altura superior às vigas retangulares, além de saliências que</p><p>permitem o apoio direto das lajes pré-moldadas.</p><p>Na prática</p><p>No Brasil, o uso de telhas metálicas na construção civil tem se tornado uma escolha cada vez mais</p><p>popular e vantajosa. Esses materiais oferecem uma série de benefícios que vão desde a</p><p>durabilidade até a eficiência energética. As telhas metálicas apresentam-se como uma alternativa</p><p>versátil e sustentável para coberturas de edifícios residenciais, comerciais e industriais. Sua</p><p>capacidade de resistir às condições climáticas adversas, a manutenção relativamente baixa e o</p><p>potencial de economia de energia tornam-nas uma opção atrativa para diversos projetos de</p><p>construção. No entanto, para tirar o máximo proveito desses benefícios, é essencial que os</p><p>profissionais da construção compreendam as especificidades do uso de telhas metálicas e saibam</p><p>aplicar as melhores práticas.</p><p>Confira, Na Prática, o uso adequado e os benefícios das telhas metálicas na construção civil.</p><p>Aponte a câmera para o</p><p>código e acesse o link do</p><p>conteúdo ou clique no</p><p>código para acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/8aa8badd-3e59-4603-9d43-fb38f552b3cd/8afce22b-a55c-43e5-891d-378113f0cdad.png</p><p>Saiba +</p><p>Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:</p><p>Telhado embutido feito de metal aço galvanizado</p><p>Neste vídeo, você vai compreender a execução de um telhado embutido, que envolve a construção</p><p>de um telhado que fica nivelado com as paredes circundantes, resultando em uma aparência mais</p><p>limpa e moderna. Esse tipo de telhado é comumente utilizado em edifícios residenciais e comerciais</p><p>para criar um visual mais uniforme e integrado à arquitetura do prédio.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>Fundamentos de projeto de edificações sustentáveis</p><p>No capítulo 4 deste livro, você vai ver uma discussão sobre a construção de projetos de edificações</p><p>sustentáveis, também conhecidos como edifícios verdes ou ecoeficientes, que visam a minimizar o</p><p>impacto ambiental das construções e a promover práticas construtivas mais amigáveis ao meio</p><p>ambiente e economicamente viáveis a longo prazo. Esses projetos são fundamentais para enfrentar</p><p>desafios ambientais e promover um ambiente mais sustentável.</p><p>Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!</p><p>Perspectivas no design sustentável: uma análise comparativa</p><p>entre telhas convencionais e telhas de concreto com resíduo de</p><p>bauxita</p><p>Neste artigo, você vai saber mais sobre design sustentável, com foco na importância do papel do</p><p>designer na busca por soluções mais sustentáveis por meio de seus meios de produção e de novos</p><p>produtos, visando a minimizar os impactos ambientais de forma consciente. Sendo assim, o design</p><p>sustentável tem um papel fundamental na busca por um futuro mais equilibrado e próspero para as</p><p>futuras gerações. Ele combina inovação, responsabilidade social e ambiental, promovendo a</p><p>harmonia entre o desenvolvimento humano e a preservação da natureza. Portanto, é uma</p><p>abordagem essencial em um mundo em que a sustentabilidade se tornou uma preocupação central</p><p>em todas as esferas da vida e da indústria.</p><p>https://www.youtube.com/embed/baun3yQerrk?si=pfp3r3vzRUd6Rs5A</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://tedebc.ufma.br/jspui/bitstream/tede/4096/2/MayaraMalufGomes.pdf</p><p>Produtos pré-industrializados</p><p>Apresentação</p><p>Os produtos industrializados (ou pré-industrializados) na construção civil permitem a execução de</p><p>edificações com maior rapidez e racionalidade, beneficiando também o controle de qualidade</p><p>destas. Os principais sistemas construtivos com a utilização de produtos pré-industrializados são:</p><p>divisórias drywall e estruturas leves executadas em madeira (light wood frame) e em perfis de aço</p><p>(light steel frame).</p><p>Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai acompanhar de que maneira os processos construtivos</p><p>pré-fabricados com estruturas leves são executados, bem como alguns detalhes construtivos e</p><p>característicos desses sistemas, a fim de aprender a avaliar quais são os mais indicados na aplicação</p><p>dos diversos tipos de edificações.</p><p>Bons estudos.</p><p>Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p>Detalhar os procedimentos de execução de paredes de drywall.•</p><p>Analisar os procedimentos de construção em estruturas leves de madeira.•</p><p>Avaliar os procedimentos de construção em estruturas leves de aço.•</p><p>Desafio</p><p>As construções em estruturas leves estão ganhando cada vez mais posição no mercado brasileiro</p><p>da construção. Suas estruturas são confeccionadas com perfis em aço ou madeira por meio de</p><p>estrutura-plataforma, utilizando o mínimo em equipamento. A vedação vertical é executada em</p><p>paredes chamadas de drywal com placas de gesso acartonado internamente e placas cimentícias</p><p>externamente. Em ambos os casos, as estruturas devem ser tratadas em situações especiais, como</p><p>no caso de fungos e umidade na madeira ou em ambientes mais agressivos com o reforço na</p><p>camada galvânica do aço.</p><p>Você acaba de receber um cliente que chega no seu escritório. Acompanhe na imagem quais são</p><p>as solicitações realizadas pelo cliente para o projeto de sua residência.</p><p>Diante das condições expostas, determine:</p><p>Quais os sistemas construtivos de estrutura leve você indicaria ao seu cliente? Justifique indicando</p><p>vantagens e desvantagens na escolha desses sistemas para cada um dos locais, no caso de seu</p><p>cliente optar por um deles, elencando um comparativo em termos de custo, logística de execução e</p><p>manutenção.</p><p>Infográfico</p><p>O wood frame é um sistema construtivo que tem o diferencial de painéis de madeira. Esses tipos de</p><p>estrutura são conhecidas há muitos anos e têm sido usadas em muitos locais do mundo e em várias</p><p>épocas distintas. Foi usado um pouco em toda a Europa, em países como Alemanha, onde ficou</p><p>conhecido por fachwerk, na Inglaterra, com o nome de tudor, assim como França e em países</p><p>escandinavos, especialmente onde o suprimento de madeira era abundante. Na colonização da</p><p>América, os povos do norte da Europa levaram consigo o conhecimento desse tipo de construção.</p><p>Em 1830, em Chicago, surgiu um novo método de construção, que passou a ser chamado de</p><p>balloon framing, mas esse método foi substituído por aquele que é conhecido como platform</p><p>framing. Essa nova designação pertence à nova forma de construir com estruturas de madeiras,</p><p>também chamado de wood framing.</p><p>O sistema construtivo light steel framing, também conhecido como construção LSF ou estrutura em</p><p>aço leve, surgiu nos Estados Unidos por volta do século XIX, quando os americanos buscaram</p><p>soluções para o problema habitacional, de maneira prática, rápida, de baixo custo e de fácil acesso a</p><p>materiais que estavam disponíveis no local. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o material em</p><p>abundância era o aço e a sua produção obteve grandes avanços devido à guerra. Assim, surgiu a</p><p>revolucionária, e até a atualidade utilizada, metodologia construtiva. A inclusão do light, que</p><p>traduzida para o português significa leve, serve para expressar a estrutura de aço steel, que permite</p><p>à edificação possuir o peso reduzido. A designação em inglês – framing – é usada para definir o</p><p>esqueleto estrutural composto pelo aço e por outros elementos que ligados entre si funcionam</p><p>para suportar a obra.</p><p>Acompanhe no Infográfico a seguir quais as semelhanças e as diferenças entre esses dois sistemas</p><p>e também quais as suas vantagens e desvantagens.</p><p>Aponte a câmera para o</p><p>código e acesse o link do</p><p>conteúdo ou clique no</p><p>código para acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/da9c70d8-91bf-4d31-9917-2ac0e55e2f2a/bb8f823b-a7ed-427b-a093-b6aa7d475064.png</p><p>Conteúdo do livro</p><p>Sistemas construtivos leves estão ganhando cada vez mais colocação no mercado da construção</p><p>civil no Brasil. Entre eles, destacam-se o light steel frame e o wood frame, utilizados já há alguns anos</p><p>na Europa e nos Estados Unidos.</p><p>O light steel framing não é uma tecnologia nova, embora ainda seja considerado um sistema</p><p>construtivo inovador no Brasil. Nos últimos anos, avanços foram registrados em relação à aceitação</p><p>desse sistema, que tem a industrialização, a precisão e a velocidade de execução como principais</p><p>características. Agências bancárias, edifícios comerciais, postos de gasolina, hotéis, galpões</p><p>industriais, instalações públicas e condomínios residenciais são exemplos de edificações já</p><p>construídas nas cidades brasileiras com estruturas em aço leve.</p><p>O wood frame é um sistema construtivo que tem o diferencial de painéis de madeira, onde todos os</p><p>elementos estruturais acima das fundações são compostos de barrotes e vigas de madeira, cortados</p><p>em obra e conectados por pregos e conectores metálicos. Atualmente, o wood frame representa a</p><p>solução para mais de 90% das casas canadenses e suecas, mais de 75% das americanas e mais de</p><p>30% das alemãs.</p><p>Ambos os processos construtivos associam também a vedação interna em estrutura leve chamada</p><p>drywall, que é constituída de placas de gesso acartonado fixadas com parafusos e revestidas com</p><p>pintura ou outro material da preferência do proprietário.</p><p>Leia mais no capítulo Produtos pré-industrializados que faz parte do livro Processos construtivos e é</p><p>base teórica desta Unidade de Aprendizagem.</p><p>Boa leitura!</p><p>PROCESSOS</p><p>CONSTRUTIVOS</p><p>Diego da Luz</p><p>Adorna</p><p>Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094</p><p>P963 Processos construtivos / André Luís Abitante ... [et al.] ;</p><p>[revisão técnica: Shanna Trichês Lucchesi]. – Porto</p><p>Alegre : SAGAH, 2017.</p><p>271 p. : il. ; 22,5 cm.</p><p>ISBN 978-85-9502-224-9</p><p>1. Engenharia civil. 2. Processos construtivos.</p><p>CDU 624</p><p>Revisão técnica:</p><p>Shanna Trichês Lucchesi</p><p>Mestre em Engenharia de Produção</p><p>Professora do curso de Engenharia Civil</p><p>Processos construtivos_Impressa.indd 2 06/10/2017 16:28:50</p><p>Produtos</p><p>pré-industrializados</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p> Detalhar os procedimentos de execução de paredes de drywall.</p><p> Analisar os procedimentos de construção em estruturas leves de</p><p>madeira.</p><p> Avaliar os procedimentos de construção em estruturas leves de aço.</p><p>Introdução</p><p>Os produtos industrializados (ou pré-industrializados) na construção civil</p><p>permitem maior rapidez e racionalidade no processo construtivo, bene-</p><p>ficiando também o controle de qualidade das edificações. Os principais</p><p>sistemas construtivos construídos com produtos industrializados são as</p><p>divisórias de drywall e as estruturas leves de madeira (Wood Light Frame)</p><p>e de aço (Steel Light Frame).</p><p>Neste capítulo, você estudará os procedimentos de construção de</p><p>divisórias com o sistema drywall, bem como a construção em estrutura</p><p>leve de madeira e de aço, por meio do sistema estrutura-plataforma. Você</p><p>aprenderá, também, como são executados alguns detalhes construtivos,</p><p>característicos desses sistemas.</p><p>Construção de paredes de drywall</p><p>As paredes de drywall são utilizadas na vedação vertical interna das edifi -</p><p>cações, permitindo a compartimentação e separação dos diversos ambientes</p><p>internos.</p><p>Essas paredes são compostas por placas de gesso acartonado fi xadas</p><p>em uma estrutura metálica.</p><p>O sistema drywall, quando comparado ao sistema convencional de vedação</p><p>com o uso de blocos cerâmicos, confere as seguintes vantagens à edificação:</p><p>Processos construtivos_U2_C07.indd 101 06/10/2017 13:30:52</p><p> Aumento da velocidade de execução.</p><p> Desperdício mínimo de materiais, com pouca geração de entulho.</p><p> Aumento da área útil da edificação.</p><p> Alívio do carregamento nas estruturas.</p><p> Redução da mão de obra.</p><p> Versatilidade e flexibilidade.</p><p> Compatibilidade com as instalações prediais.</p><p> Conforto térmico e acústico.</p><p> Segurança ao fogo.</p><p>A vedação com paredes de gesso acartonado é recomendada apenas para</p><p>ambientes internos, em função da pouca resistência do gesso frente à ação</p><p>da umidade. Em banheiros e áreas sujeitas à molhagem, devem ser utilizadas</p><p>placas de gesso acartonado especiais, próprias para esses ambientes.</p><p>A execução de divisórias de gesso acartonado é realizada de acordo com</p><p>os procedimentos indicados na Figura 1.</p><p>Figura 1. Etapas de execução de divisórias de gesso acartonado.</p><p>Fonte: Taniguti (1999, p. 153).</p><p>Produtos pré-industrializados102</p><p>Processos construtivos_U2_C07.indd 102 06/10/2017 13:30:52</p><p>A locação das guias é realizada por meio da marcação, no piso e no teto,</p><p>de pontos de referência que permitam o posicionamento adequado das guias</p><p>metálicas, conforme a Figura 2(a). Sua fixação é realizada por meio de aparafu-</p><p>samento das guias metálicas em sua posição definitiva, conforme a Figura 2(b).</p><p>Figura 2. (a) Locação e (b) fixação das guias metálicas.</p><p>Fonte: PINI (2009, p. 16-17).</p><p>Após a fixação das guias, é realizada a fixação dos montantes. Os montantes</p><p>devem ter altura equivalente ao pé-direito, com folga de, aproximadamente,</p><p>10 mm. Eles devem ser devidamente espaçados nas guias (veja na Figura 3a</p><p>e, em seguida, fixados por meio de um puncionador (na Figura 3b).</p><p>Figura 3. (a) Posicionamento e (b) fixação dos montantes.</p><p>Fonte: PINI (2009, p. 18).</p><p>103Produtos pré-industrializados</p><p>Processos construtivos_U2_C07.indd 103 06/10/2017 13:30:52</p><p>Em seguida, as placas de gesso acartonado são aparafusadas nos montantes,</p><p>conforme a Figura 4(a). As fiações elétricas e as tubulações hidráulicas são,</p><p>então, instaladas, permitindo que a outra face da parede seja fechada, como</p><p>mostra a Figura 4(b).</p><p>Figura 4. (a) Fixação das placas de gesso acartonado e (b) fechamento da parede.</p><p>Fonte: PINI (2009, p. 19-20).</p><p>As juntas horizontais devem ser preenchidas com duas ou mais camadas de</p><p>massa, como mostrado na Figura 5(a), enquanto as juntas verticais são preen-</p><p>chidas com uma fita de papel microperfurado (com o lado poroso voltado para</p><p>a parede), posicionada entre duas camadas de massa, conforme a Figura 5(b).</p><p>O sistema drywall permite a aplicação de diferentes materiais de revestimento.</p><p>Figura 5. (a) Fixação das placas de gesso acartonado e (b) fechamento da parede.</p><p>Fonte: PINI (2009, p. 21).</p><p>Produtos pré-industrializados104</p><p>Processos construtivos_U2_C07.indd 104 06/10/2017 13:30:53</p><p>Construções em estruturas leves de madeira</p><p>As construções em estrutura leve de madeira (do inglês Wood Light Frame) se</p><p>caracterizam pela execução fácil e rápida, com um investimento mínimo em</p><p>equipamentos (ALLEN; IANO, 2013). A estrutura leve de madeira, contudo,</p><p>apresenta vulnerabilidade ao contato com fogo e umidade, necessitando ser</p><p>projetada de forma inteligente e executada cuidadosamente.</p><p>As edificações em estruturas leves de madeira são concebidas por meio</p><p>de um procedimento denominado estrutura-plataforma. Os procedimentos</p><p>de execução da estrutura plataforma estão listados abaixo e representados</p><p>na Figura 6.</p><p> Inicialmente, são construídas paredes de fundação, como apresentado</p><p>na Figura 6(a). Essas paredes eram, originalmente, construídas com</p><p>pedras ou tijolos cerâmicos. Hoje a construção é realizada com concreto</p><p>moldado no local ou alvenaria de blocos de concreto.</p><p> Uma plataforma de piso térreo é, então, construída sobre as fundações,</p><p>conforme indicado na Figura 6(b). A plataforma térrea é formada por</p><p>uma série de barrotes unidos pelas extremidades por traves de borda,</p><p>conforme a Figura 7(a). A plataforma térrea de madeira pode ser subs-</p><p>tituída por uma laje de concreto.</p><p> Em seguida, as paredes estruturais são montadas horizontalmente na</p><p>plataforma e, a seguir, erguidas em suas posições finais, como na Figura</p><p>6(c). As paredes são formadas por uma série de montantes unidos por</p><p>peças horizontais no topo e na base (Figura 7(b)), sendo vedadas por</p><p>painéis de madeira compensada ou por painéis OSB.</p><p> Sobre o topo das paredes do térreo, é construída uma nova plataforma,</p><p>conforme a Figura 6(d), e o procedimento de execução das paredes é</p><p>repetido, como apresenta a Figura 6(e). As construções por meio do</p><p>sistema plataforma podem ter de um a três pavimentos.</p><p> Por fim, são executados o piso do sótão e o telhado, representados na</p><p>Figura 6(f). A estrutura do telhado é formada por caibros (Figura 7(c))</p><p>e vedada por painéis de madeira compensada ou por painéis OSB.</p><p>105Produtos pré-industrializados</p><p>Processos construtivos_U2_C07.indd 105 06/10/2017 13:30:53</p><p>Figura 6. Procedimento de execução de uma estrutura-plataforma.</p><p>Fonte: Adaptada de Allen e Iano (2013, p. 164-165).</p><p>Figura 7. Componentes básicos de uma estrutura-plataforma.</p><p>Fonte: Allen e Iano (2013, p. 165).</p><p>Produtos pré-industrializados106</p><p>Processos construtivos_U2_C07.indd 106 06/10/2017 13:30:54</p><p>O detalhamento das ligações entre os diferentes componentes da estrutura-</p><p>-plataforma está representado na Figura 8. Observe, na figura, que os montantes</p><p>e as guias inferiores se apoiam no topo das plataformas dos pisos. Desse modo,</p><p>os montantes se estendem somente do topo de um nível da estrutura à base do</p><p>próximo. Essa configuração garante estanqueidade à passagem do fogo entre</p><p>dois pavimentos consecutivos.</p><p>Figura 8. Detalhamento da ligação entre os componentes básicos de uma estrutura-plataforma.</p><p>Fonte: Adaptada de Allen e Iano (2013, p. 163).</p><p>107Produtos pré-industrializados</p><p>Processos construtivos_U2_C07.indd 107 06/10/2017 13:30:54</p><p>A ligação entre os componentes básicos de uma estrutura-plataforma pode</p><p>ser realizada por meio de grampos ou pregos. As paredes do sistema estrutura-</p><p>-plataforma podem ser construídas em indústrias e, em seguida, transportadas</p><p>para o local da obra, conforme destacado por Vasques e Pizzo (2014).</p><p>A construção com estrutura leve de madeira apresenta boa compatibilidade</p><p>com as instalações elétricas e hidráulicas, que são executadas antes do fecha-</p><p>mento das paredes internas da estrutura-plataforma. Além disso, o sistema</p><p>permite a associação de isolantes termoacústicos no interior das paredes,</p><p>melhorando o conforto ambiental da edificação.</p><p>Aprenda mais sobre o sistema construtivo com estrutura leve de madeira lendo o</p><p>artigo “Wood Frame – construções com perfis e chapas de madeira” (DA SILVA, 2010).</p><p>Construções em estruturas leves de aço</p><p>As construções em estruturas leves de aço (do inglês Steel Light Frame) são</p><p>equivalentes às estruturas leves de madeira. A produção das peças estruturais</p><p>é realizada pela introdução de chapas de aço em rolos contínuos em máqui-</p><p>nas a temperatura ambiente, as quais trabalham o metal a frio e o dobram</p><p>em formatos estruturais efi cientes, formando peças lineares rígidas e fortes</p><p>(ALLEN; IANO, 2013).</p><p>As peças estruturais de aço possuem dimensões correspondentes às de</p><p>madeira. Além disso, as molduras formadas pelas peças de aço também pos-</p><p>suem dimensões e espaçamentos próximos aos utilizados naquelas formadas</p><p>por peças de madeira.</p><p>Na Figura 9, são apresentados perfis de aço utilizados na construção em</p><p>Steel Light Frame. Para a execução dos montantes, vigas e barrotes, são</p><p>utilizadas peças estruturais com perfil “C”, conforme a Figura 9(a). Para as</p><p>placas de topo e de fundo, as paredes e o topo das vigas, são utilizadas peças</p><p>com perfil em forma de canaleta, como a</p><p>Figura 9(b).</p><p>Produtos pré-industrializados108</p><p>Processos construtivos_U2_C07.indd 108 06/10/2017 13:30:54</p><p>Figura 9. (a) Perfis em “C”; (b) perfis em canaleta.</p><p>Fonte: Allen e Iano (2013, p. 490).</p><p>São utilizadas, também, peças estruturais menores, denominadas aces-</p><p>sórios, que têm a função de auxiliar na fixação das peças principais. Na</p><p>Figura 10, são apresentados alguns exemplos de acessórios. Os clipes de</p><p>extremidades, apresentados na Figura 10(a), são utilizados para unir peças</p><p>que se encontram em ângulos retos. Os clipes de fundação, na Figura 10(b),</p><p>são utilizados para fixar a plataforma térrea a pinos de ancoragem embutidos</p><p>na fundação. O enrijecedor de malha, mostrado na Figura 10(c), é inserido</p><p>em uma viga e aparafusado à sua malha vertical, auxiliando na transmissão</p><p>de cargas de paredes através da viga. O suspensor de vigas, apresentado na</p><p>Figura 10(d), é utilizado para conectar as vigas aos elementos de coroamento</p><p>e aos acabamentos do entorno das aberturas.</p><p>109Produtos pré-industrializados</p><p>Processos construtivos_U2_C07.indd 109 06/10/2017 13:30:55</p><p>Figura 10. (a) Clipes de extremidades; (b) clipes de fundação; (c) enrijecedor de malha e</p><p>(d) suspensor de vigas.</p><p>Fonte: Adaptada de Allen e Iano (2013, p. 492).</p><p>As peças estruturais de aço normalmente são unidas por parafusos auto-</p><p>perfurantes e autoatarraxantes, que perfuram seus próprios furos, formando</p><p>roscas helicoidais à medida que são colocados. Além do uso de parafusos, a</p><p>fixação das peças pode ser feita com soldagem e rebitamento.</p><p>A montagem da estrutura leve de aço é realizada por meio do procedimento</p><p>estrutura-plataforma, utilizado na construção com estrutura leve de madeira</p><p>e já apresentado neste texto. Contudo, alguns detalhes típicos de estruturas</p><p>leves de aço devem ser observados durante a sua construção.</p><p>Na Figura 11(a), é apresentado o detalhamento da cumeeira, construída</p><p>pela associação de duas peças, formando uma espécie de caixa. Na Figura</p><p>11(b), é detalhada a utilização de clipes de ancoragem entre a viga do forro</p><p>e a tesoura, garantindo a sustentação do telhado.</p><p>Produtos pré-industrializados110</p><p>Processos construtivos_U2_C07.indd 110 06/10/2017 13:30:56</p><p>Figura 11. (a) Detalhamento da cumeeira e (b) utilização de clipe de ancoragem na estrutura</p><p>do telhado.</p><p>Fonte: Adaptada de Allen e Iano (2013, p. 493).</p><p>Na Figura 12, é demonstrado o uso de um enrijecedor de malha, que auxilia</p><p>na transmissão de cargas verticais dos montantes, por meio da extremidade</p><p>da viga, para os montantes do andar inferior. Além disso, pode ser observada</p><p>a utilização de adesivo mastique, que amortece a junta entre o subforro e a</p><p>moldura estrutural de aço.</p><p>Figura 12. Detalhamento da utilização de um enrijecedor de malha.</p><p>Fonte: Adaptada de Allen e Iano (2013, p. 493).</p><p>111Produtos pré-industrializados</p><p>Processos construtivos_U2_C07.indd 111 06/10/2017 13:30:57</p><p>Na Figura 13(a), é demonstrada a utilização de um clipe de fundação, que</p><p>ancora a moldura de aço à fundação, enquanto a Figura 13(b) demonstra um</p><p>enrijecedor de malha inserido entre duas vigas sobrepostas, posicionadas de</p><p>costas uma para a outra.</p><p>Figura 13. (a) Detalhamento da utilização de um clipe de fundação e (b) utilização de um</p><p>enrijecedor de malha entre duas vigas sobrepostas.</p><p>Fonte: Adaptada de Allen e Iano (2013, p. 493).</p><p>Barras de amarração diagonais são necessárias, em andares superiores, para</p><p>garantir a estabilidade da moldura estrutural, conforme apresentado na Figura 14.</p><p>Figura 14. Barras de amarração diagonais.</p><p>Fonte: Allen e Iano (2013, p. 496).</p><p>Produtos pré-industrializados112</p><p>Processos construtivos_U2_C07.indd 112 06/10/2017 13:30:57</p><p>A estrutura leve de aço consiste em um sistema construtivo versátil e</p><p>flexível, podendo ser construído com ferramentas simples e de baixo custo.</p><p>Além disso, esse sistema construtivo disponibiliza camadas de ar no interior</p><p>das paredes, garantindo bom isolamento térmico e permitindo, ainda, o po-</p><p>sicionamento das instalações elétricas e hidráulicas. Por fim, essa estrutura</p><p>permite a utilização de uma vasta gama de materiais de acabamento internos</p><p>e externos.</p><p>1. Analise as afirmativas abaixo,</p><p>referentes ao sistema Drywall, e</p><p>assinale a alternativa correta.</p><p>a) O sistema Drywall, quando</p><p>aplicado em substituição</p><p>as paredes de alvenaria de</p><p>vedação, resulta no aumento</p><p>da velocidade de execução</p><p>da edificação e na redução</p><p>do desperdício de materiais,</p><p>contudo, acarreta na perda de</p><p>are útil do ambiente interno.</p><p>b) As paredes Drywall possuem</p><p>compatibilidade com as</p><p>instalações prediais, além</p><p>de promover conforto</p><p>ambiental para o ambiente</p><p>interno, contudo, as placas de</p><p>gesso acartonado oferecem</p><p>baixa segurança ao fogo.</p><p>c) As placas de gesso acartonado</p><p>são indicadas tanto para</p><p>ambientes internos quanto</p><p>externos. Em áreas úmidas,</p><p>devem ser utilizadas placas</p><p>especiais, com baixa</p><p>absorção de umidade.</p><p>d) As juntas verticais entre as placas</p><p>são preenchidas com uma</p><p>fita de papel microperfurado,</p><p>colocada entre duas camadas</p><p>de massa. O lado poroso da fita</p><p>deve ser voltado para a parede.</p><p>e) As placas de gesso acartonado</p><p>são fixadas aos perfis metálicos,</p><p>denominados montante, por</p><p>meio cola adesiva especial.</p><p>2. O sistema Wood Light Frame</p><p>consiste em um tipo de construção</p><p>leve, com estrutura de madeira.</p><p>Analise as afirmativas a seguir e</p><p>assinale a alternativa correta.</p><p>a) O sistema Wood Light Frame</p><p>apresenta vulnerabilidade</p><p>frente ao contato com fogo e</p><p>umidade, necessitando atenção</p><p>durante o projeto e execução.</p><p>b) O sistema construtivo Wood</p><p>Light Frame se caracteriza pela</p><p>facilidade e rapidez de execução,</p><p>contudo, por demandar o uso de</p><p>equipamentos especiais, necessita</p><p>de um elevado investimento.</p><p>c) As paredes estruturais que</p><p>compõem o sistema Wood</p><p>Light Frame são montadas</p><p>verticalmente, exatamente</p><p>em sua posição final.</p><p>d) Os montantes que compõem</p><p>a estrutura do sistema Wood</p><p>113Produtos pré-industrializados</p><p>Processos construtivos_U2_C07.indd 113 06/10/2017 13:30:59</p><p>Light Frame se estendem do piso</p><p>inferior até o topo do último</p><p>pavimento, garantindo, deste</p><p>modo, maior estanqueidade</p><p>frente à passagem do fogo.</p><p>e) A ligação entre os componentes</p><p>estruturais é realizada por</p><p>meio de encaixes, os quais</p><p>são pré-dimensionados antes</p><p>do início do processo de</p><p>montagem da estrutura.</p><p>3. O sistema Wood Light Frame</p><p>é executado por meio do</p><p>procedimento estrutura-plataforma.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta</p><p>a sequência correta de execução da</p><p>estrutura-plataforma.</p><p>a) Execução de paredes de</p><p>fundação / Execução da</p><p>plataforma do piso térreo /</p><p>Posicionamento das paredes</p><p>/ Montagem das paredes /</p><p>Execução da plataforma do sótão</p><p>/ Execução do telhado.</p><p>b) Execução de paredes de</p><p>fundação / Execução da</p><p>plataforma do piso térreo</p><p>/ Montagem das paredes /</p><p>Posicionamento das paredes</p><p>/ Execução da plataforma do</p><p>sótão / Execução do telhado.</p><p>c) Execução de paredes de</p><p>fundação / Execução da</p><p>plataforma do piso térreo /</p><p>Execução da plataforma do</p><p>sótão / Montagem das paredes</p><p>/ Posicionamento das paredes</p><p>/ Execução do telhado.</p><p>d) Execução da plataforma</p><p>do piso térreo / Execução</p><p>de paredes de fundação /</p><p>Montagem das paredes /</p><p>Posicionamento das paredes</p><p>/ Execução da plataforma do</p><p>sótão / Execução do telhado.</p><p>e) Execução de paredes de</p><p>fundação / Execução da</p><p>plataforma do piso térreo</p><p>/ Montagem das paredes /</p><p>Posicionamento das paredes /</p><p>Execução do telhado / Execução</p><p>da plataforma do sótão</p><p>4. O sistema Steel Light Frame consiste</p><p>em um tipo de construção leve,</p><p>com estrutura de aço. Analise as</p><p>afirmativas abaixo e assinale a</p><p>alternativa correta.</p><p>a) O sistema Steel Light Frame é</p><p>correspondente ao sistema Wood</p><p>Light Frame, possuindo peças</p><p>estruturais e espaçamentos de</p><p>tamanhos equivalentes.</p><p>b) Os montantes, vigas e barrotes</p><p>que compõem a estrutura</p><p>do sistema Steel Light Frame</p><p>possuem perfil em forma de “L”.</p><p>c) As pelas estruturais são</p><p>fixadas entre si por meio de</p><p>parafusos autoperfurantes</p><p>e autoataraxantes,</p><p>não</p><p>sendo permita a fixação</p><p>por meio de soldagem.</p><p>d) O sistema Steel Light Frame</p><p>apresenta boa compatibilidade</p><p>com as instalações elétricas</p><p>e hidráulicas, contudo,</p><p>permite a utilização de um</p><p>número bastante limitado de</p><p>acabamentos externos e internos.</p><p>e) O sistema Steel Light Frame</p><p>garante bom isolamento térmico,</p><p>em função das camadas de</p><p>ar no interior das paredes.</p><p>O sistema, contudo, exige</p><p>a utilização de ferramentas</p><p>complexas e de alto custo.</p><p>5. O sistema Steel Light Frame faz uso</p><p>de peças estruturais menores,</p><p>Produtos pré-industrializados114</p><p>Processos construtivos_U2_C07.indd 114 06/10/2017 13:31:01</p><p>denominadas acessórios. Assinale</p><p>a alternativa correta, referente ao</p><p>uso dos acessórios.</p><p>a) Os clipes de extremidade</p><p>são peças com a função</p><p>de unir peças estruturais</p><p>que formam ângulos</p><p>oblíquos entre si.</p><p>b) O enrijecedor de malha é</p><p>uma peça com a função</p><p>de conectar as vigas aos</p><p>elementos de coroamento.</p><p>c) O suspensor de vigas auxilia</p><p>na transmissão de cargas das</p><p>paredes através da viga.</p><p>d) Os clipes de extremidade são</p><p>utilizados para conectar as vigas</p><p>aos elementos de acabamento</p><p>do entorno das aberturas.</p><p>e) Os clipes de fundação são</p><p>peças com a função de</p><p>unir a plataforma térrea</p><p>a pinos de ancoragem</p><p>embutidos na fundação.</p><p>ALLEN, E.; IANO, J. Fundamentos da engenharia de edificações: materiais e métodos. 5.</p><p>ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.</p><p>DA SILVA, F. B. Wood frame: construções com perfis e chapas de madeira. Revista</p><p>Téchne, ed. 161, ago. 2010. Disponível em: <http://techne.pini.com.br/engenharia-</p><p>-civil/161/artigo286726-1.aspx>. Acesso em: 17 ago. 2017.</p><p>PINI. Construção passo-a-passo. São Paulo: PINI, 2009. v. 1.</p><p>TANIGUTI, E. K. Método construtivo de vedação vertical interna de chapas de gesso acar-</p><p>tonado. 1999. 316 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Escola Politécnica da</p><p>Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.</p><p>VASQUES, C. C. P. C. F.; PIZZO, L. M. B. F. Comparativo de sistemas construtivos, con-</p><p>vencional e Wood Frame em residências unifamiliares. Cognitio, n. 1, 2014.</p><p>Leitura recomendada</p><p>ECKER, T. W. P.; MARTINS, V. Comparativo dos sistemas construtivos Steel Frame e Wood</p><p>Frame para habitações de interesse social. 2014. 154 f. Trabalho de Conclusão de Curso</p><p>(Graduação em Engenharia Civil) – Curso de Engenharia Civil, Universidade Tecno-</p><p>lógica Federal do Paraná, Pato Branco, 2014.</p><p>115Produtos pré-industrializados</p><p>Processos construtivos_U2_C07.indd 115 06/10/2017 13:31:02</p><p>Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para</p><p>esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual</p><p>da Instituição, você encontra a obra na íntegra.</p><p>Conteúdo:</p><p>Dica do professor</p><p>As construções em estruturas leves de aço (do inglês light steel frame) são equivalentes às</p><p>estruturas leves de madeira. As peças estruturais de aço possuem dimensões correspondentes às</p><p>peças estruturais de madeira. Além disso, as molduras formadas pelas peças de aço possuem</p><p>dimensões e espaçamentos próximos aos utilizados em molduras formadas por peças de madeira.</p><p>Nesta Dica do Professor, você verá particularidades sobre o sistema stell frame quanto à questão</p><p>termoacústica, ao incêndio e à sustentabilidade.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/56ef061d4b763d7736bde8bc8ee6d0c9</p><p>Exercícios</p><p>1) Atualmente, no Brasil, existem algumas técnicas construtivas que contribuem para o</p><p>desenvolvimento do ambientalmente correto, ou seja, para a menor geração de resíduos, a</p><p>rapidez na execução, a utilização de materiais recicláveis e o menor consumo de energia na</p><p>sua fabricação. A construção com perfis metálicos, ou light steel frame, começa a ter seu</p><p>mercado consolidado na indústria brasileira, mas com algumas particularidades devido a:</p><p>A) Ser um sistema construtivo versátil e flexível, podendo ser construído com ferramentes</p><p>simples e de baixo custo.</p><p>B) Estar sendo utilizado o método construtivo, somente agora, devido à complexidade de</p><p>projeto e da mão de obra.</p><p>C) Ter alguns entraves devido à falta de informação e dificuldades no fornecimento dos</p><p>materiais necessários.</p><p>D) Tornar-se inviável a execução desse método em algumas regiões, em função das questões de</p><p>isolamento térmico por conta da diversidade climática do Brasil.</p><p>E) Exigir fundações específicas para sua execução, dificultando sua implantação em alguns tipos</p><p>de solos.</p><p>2) A construção com produtos pré-industrializados ou também chamada Construção seca</p><p>possui algumas vantagens quando comparadas à construção com método tradicional.</p><p>Assinale qual alternativa descreve melhor essas vantagens:</p><p>A) O sistema de construção convencional proporciona maior isolamento térmico e acústico</p><p>quando comparado ao de construção seca devido à espessura muito reduzida das divisórias</p><p>nesse sistema.</p><p>B) As peças estruturais de aço são unidas e sempre soldadas e rebitadas, tornando o sistema</p><p>extremamente rígido.</p><p>C) Custo-benefício acentuado devido à redução no tempo do período de execução, agregando</p><p>valor à edificação.</p><p>D) Os acabamentos realizados nesses tipos de sistemas têm uma padronagem única, não</p><p>permitindo diversificar e diminuindo as situações de erros na execução da mão de obra.</p><p>E) Na execução das coberturas, são utilizados apenas materiais leves, como telhas de alumínio.</p><p>3) O sistema pré-industrializado chamado drywall é utilizado como divisória em algumas</p><p>edificações. Assinale a alternativa correta:</p><p>A) As juntas horizontais dos painéis do sistema devem ser preenchidas com duas ou mais</p><p>camadas de massa, enquanto as juntas verticais são preenchidas com uma fita de papel</p><p>microperfurado.</p><p>B) Para o acabamento, em sua maioria, esse sistema exige a execução do emboço e do reboco,</p><p>permitindo a aplicação de tintas, azulejos, pedras decorativas, papel de parede, texturas, etc.</p><p>C) São utilizadas apenas para divisórias internas e em locais que não estejam expostos à</p><p>umidade.</p><p>D) Em divisórias de drywall, as instalações elétricas e hidráulicas são executadas depois do</p><p>fechamento das placas, da mesma maneira que são executadas em alvenaria convencional.</p><p>E) É uma alternativa rápida e limpa para modificar o leiaute de uma edificação na parte interna</p><p>ou externa, com divisórias ou elementos construtivos, mas podem comprometer a parte</p><p>estrutural da edificação.</p><p>4) O sistema de construção seco denominado wood frame é muito similar ao sistema light steel</p><p>frame. O que diferencia os dois sistemas?</p><p>A) No sistema wood frame, a agilidade na construção e o tempo reduzido de obra é superior ao</p><p>do sistema light steel frame.</p><p>B) No sistema wood frame, sempre devemos executar as lajes do piso térreo em concreto</p><p>moldado no local.</p><p>C) No sistema ligh steel frame, para a execução dos montantes, vigas e barrotes são utilizados</p><p>perfis "C" ou canaletas de aço unidos por parafusos, rebites e soldas, enquanto no sistema</p><p>wood frame os perfis são de madeira e formados por uma série de montantes e barrotes</p><p>unidos por meio de grampos, parafusos e pregos.</p><p>D) No sitema wood frame a execução de revestimento termoacústico não é necessária, pois a</p><p>madeira possui bom desempenho para ambos os casos.</p><p>E) No light steel frame, as divisórias são executadas com o sistema drywall em gesso acartonado,</p><p>enquanto no wood frame as divisórias são exclusivamente em madeira modificada e tratada.</p><p>5) Marque a alternativa correta:</p><p>A) Para a construção de uma residência localizada à beira mar, o mais indicado é o sistema</p><p>construtivo wood frame.</p><p>B) Os sistemas construtivos wood frame e light steel frame são eficazes apenas para construções</p><p>populares, com limite de área reduzida e não permitem ampliações posteriores</p><p>C) As barras de amarração diagonais são necessárias para garantir a estabilidade da moldura</p><p>estrutural do sistema steel frame.</p><p>D) Somente as juntas horizontais do sistema drywall devem ser preenchidas com duas ou mais</p><p>camadas de massa e preenchidas com uma fita</p><p>de papel microperfurado.</p><p>E) Somente no sistema wood frame as estruturas são em perfis pré-industrializados que</p><p>permitem execução rápida e otimizada por meio de um procedimento chamado estrutura-</p><p>plataforma.</p><p>Na prática</p><p>O Sr. José desejava construir sua residência, iniciou uma pesquisa sobre sistemas de construção e</p><p>conheceu o processo para execução do sistema light steel frame. Esse processo tem as seguintes</p><p>etapas:</p><p>Projeto arquitetônico — Recebimento do projeto arquitetônico pelo cliente.</p><p>Compatibilização dos projetos — Adequação do projeto arquitetônico ao sistema construtivo de</p><p>light steel frame.</p><p>Projeto estrutural LSF/premissas de cálculo — Elaboração do cálculo estrutural de acordo com as</p><p>normas brasileiras.</p><p>Planejamento da obra — Definição das etapas e dos prazos para a execução da obra.</p><p>Fundação — Execução e fundação da edificação.</p><p>Fabricação dos perfis — Fabricação dos perfis com tolerância de 0,3mm em equipamentos</p><p>computadorizados de última geração.</p><p>Montagens dos painéis — Montagem dos perfis estruturais.</p><p>Instalação dos painéis — Após montagem, os painéis são dispostos acima da fundação.</p><p>Estrutura de cobertura — Montagem das telhas.</p><p>Execução das lajes — Em edificações acima de um pavimento, é necessário executar as lajes</p><p>intermediárias.</p><p>Fechamentos externos — Trata-se da instalação do gesso acartonado ou de outro revestimento da</p><p>sua preferência.</p><p>Instalações hidráulicas e elétricas — Realizam-se as instalações hidráulicas e elétricas.</p><p>Instalação do isolamento termoacústico — Para melhor conforto térmico e acústico, são instaladas</p><p>as mantas isolantes.</p><p>Fechamentos internos — Para melhor conforto térmico e acústico, são instaladas as mantas</p><p>isolantes.</p><p>Esquadrias — Em fase final de construção, instalam-se as esquadrias (portas e janelas).</p><p>Acabamentos finais — Por fim, realiza-se o acabamento para entrega da obra.</p><p>Após essa pesquisa, Sr. José optou por construir sua residência no sistema light steel frame.</p><p>Acompanhe a seguir outros aspectos que Sr. José pôde escolher ao selecionar esse sistema de</p><p>construção.</p><p>Aponte a câmera para o</p><p>código e acesse o link do</p><p>conteúdo ou clique no</p><p>código para acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/34035783-1886-43be-9ca9-d1596641e3c6/788329ca-2c95-409e-8bb7-467d05f0a6a4.png</p><p>Saiba +</p><p>Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:</p><p>Como o Light Steel Frame pode tornar as obras mais rápidas?</p><p>Neste link você terá acesso a um artigo que abordará aspectos particulares de obras construidas</p><p>com o sitema light steel frame.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>Sistema construtivo em wood frame para casas de madeira</p><p>No link a seguir, você terá acesso a um artigo que falará sobre a</p><p>utilização de sistemas construtivos que aliam resistência e</p><p>rapidez, com diferencial competitivo técnico, mercadológico e,</p><p>principalmente, comprometimento com o meio ambiente em</p><p>construções para casas de madeiras.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>Light steel framing: uma aposta do setor siderúrgico no</p><p>desenvolvimento tecnológico da construção civil</p><p>Acesse o link e saiba mais sobre como começou o uso do</p><p>sistema light stell framing, como funciona essa tecnologia e</p><p>também sobre o seu uso na construção civil.</p><p>https://centersteel.com.br/obra-rapida-steel-frame/</p><p>http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/semexatas/article/viewFile/4017/6906</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://docplayer.com.br/147203-Light-steel-framing-uma-aposta-do-setor-siderurgico-no-desenvolvimento-tecnologico-da-construcao-civil.html</p><p>Sistemas Bossert</p><p>Apresentação</p><p>O Sistema Bossert, oriundo da Alemanha, foi uma das metodologias pioneiras na busca pela</p><p>industrialização da construção civil. O uso de painéis pré-fabricados em paredes de edificações,</p><p>principalmente em concreto (armado ou não), está intimamente ligado com as metodologias e as</p><p>premissas da construção eficiente: economia, meio ambiente, durabilidade, segurança estrutural e</p><p>versatilidade arquitetônica. O Sistema Bossert influencia até hoje a indústria de pré-fabricados que</p><p>está continuamente fazendo esforços para atender às demandas da sociedade.</p><p>Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá algumas características e particularidades dos sistemas</p><p>pré-fabricados de concreto, bem como os materiais e os equipamentos necessários para a sua</p><p>utilização. Além disso, você relacionará o Sistema Bossert com os sistemas atuais.</p><p>Bons estudos.</p><p>Bons estudos.</p><p>Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p>Reconhecer características e particularidades do Sistema Bossert.•</p><p>Listar as instalações, os materiais e os equipamentos necessários para a utilização do Sistema</p><p>Bossert.</p><p>•</p><p>Relacionar o Sistema Bossert com os sistemas atuais inspirados nele próprio.•</p><p>Desafio</p><p>Ao longo da história da pré-fabricação, muitos sistemas construtivos foram desenvolvidos, e é de</p><p>fundamental importância que um engenheiro conheça os diversos sistemas para que possa avaliar</p><p>qual é o mais adequado para cada situação.</p><p>Carlos é um empreendedor e está iniciando a construção de um condomínio residencial, formado</p><p>por 50 casas de dois pavimentos. Com cinco concepções diferentes de projeto arquitetônico, duas</p><p>empresas lançaram as seguintes propostas de projeto:</p><p>• Empresa A: construção em alvenaria estrutural.</p><p>• Empresa B: construção com painéis pré-fabricados de concreto, com uso do sistema de paredes</p><p>de contorno.</p><p>A partir disso, responda:</p><p>a) Supondo que você seja engenheiro da Empresa A, quais argumentos você apresentaria ao</p><p>cliente, em favor da sua proposta e em desfavor da empresa concorrente? Justifique sua resposta.</p><p>b) Supondo que você seja engenheiro da Empresa B, quais argumentos você apresentaria ao</p><p>cliente, em favor da sua proposta e em desfavor da empresa concorrente? Justifique sua resposta.</p><p>Infográfico</p><p>O Sistema Bossert é considerado um tipo de sistema misto, pois utiliza elementos pré-fabricados</p><p>em associação com processos construtivos convencionais. Apesar de estar em desuso, o Sistema</p><p>Bossert inspirou os sistemas construtivos de paredes de contorno, muito utilizados atualmente.</p><p>Também denominado de Sistema Envelope, possui ampla aplicação na construção de edifícios</p><p>residenciais e complexos industriais.</p><p>Acompanhe na imagem a seguir como são construídos as paredes e o piso desse sistema.</p><p>Esse sistema permite diferentes concepções arquitetônicas internas, algo inexistente nos sistemas</p><p>tradicionais de pré-fabricados. Além disso, o sistema facilita a execução de reformas e adaptações.</p><p>Conteúdo do livro</p><p>Ao longo da história da pré-fabricação, muitos sistemas construtivos foram desenvolvidos. Um</p><p>desses sistemas é o Bossert, de origem alemã, que utiliza painéis pré-fabricados de concreto em</p><p>associação com outros tipos de sistemas construtivos.</p><p>O Sistema Bossert serviu de inspiração para o desenvolvimento dos sistemas construtivos de</p><p>paredes de contorno, também denominado de sistemas envelopados, em que os painéis pré-</p><p>fabricados de concreto são utilizados apenas na construção das paredes de fechamento da</p><p>edificação. As paredes e as divisórias internas podem ser executadas com outros sistemas</p><p>construtivos, como as paredes de gesso acartonado.</p><p>Leia mais no Capítulo Sistemas Bossert, que faz parte do livro Processos Construtivos - base teórica</p><p>desta Unidade de Aprendizagem.</p><p>Boa leitura.</p><p>PROCESSOS</p><p>CONSTRUTIVOS</p><p>André Luís</p><p>Abitante</p><p>Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094</p><p>P963 Processos construtivos / André Luís Abitante ... [et al.] ;</p><p>[revisão técnica: Shanna Trichês Lucchesi]. – Porto</p><p>Alegre : SAGAH, 2017.</p><p>271 p. : il. ; 22,5 cm.</p><p>ISBN 978-85-9502-224-9</p><p>1. Engenharia civil. 2.</p><p>Processos construtivos.</p><p>CDU 624</p><p>Revisão técnica:</p><p>Shanna Trichês Lucchesi</p><p>Mestre em Engenharia de Produção</p><p>Professora do curso de Engenharia Civil</p><p>Processos construtivos_Impressa.indd 2 06/10/2017 16:28:50</p><p>Sistema Bossert</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p> Reconhecer as características e particularidades do sistema Bossert.</p><p> Listar as instalações, materiais e equipamentos necessários para uti-</p><p>lização do sistema Bossert.</p><p> Relacionar com os sistemas atuais inspirados neste.</p><p>Introdução</p><p>Neste capítulo você verá o sistema construtivo alemão Bossert, uma</p><p>das metodologias pioneiras na busca pela industrialização da constru-</p><p>ção civil. O uso de painéis pré-fabricados em paredes de edificações,</p><p>principalmente em concreto (armado ou não), está intimamente ligado</p><p>às metodologias e premissas da construção eficiente: economia, meio</p><p>ambiente, durabilidade, segurança estrutural e versatilidade arquitetônica.</p><p>O sistema Bossert influencia até hoje a indústria de pré-fabricados, que</p><p>está continuamente empenhando esforços para atender às demandas</p><p>da sociedade.</p><p>Sistema Bossert</p><p>Segundo Vieira (2008), este sistema é originário da Alemanha e utiliza par-</p><p>cialmente elementos pré-fabricados de ciclo aberto de produção, portanto</p><p>pode ser denominado como misto em consequência da utilização de técnicas</p><p>convencionais em grande parte das etapas construtivas, entre elas:</p><p> Fundações;</p><p> Paredes internas (portantes ou divisórias);</p><p> Placas de piso;</p><p> Cisternas, reservatórios (equipamentos hidrossanitários);</p><p> Construções em subsolo (caso haja).</p><p>Processos construtivos_U2_C11.indd 161 06/10/2017 14:47:54</p><p>Já foram executadas uma série de edificações, de 4 a 14 pavimentos, com</p><p>base nesse método construtivo descrito resumidamente por Vieira (2008),</p><p>conforme a seguir:</p><p>a) Estrutura principal:</p><p>■ Paredes em alvenaria in loco (convencionais) portantes 15 a 20 cm de</p><p>espessura;</p><p>■ Paredes em alvenaria in loco (convencionais) divisórias 15 cm;</p><p>■ Paredes em alvenaria entre unidades habitacionais diferentes 20 cm;</p><p>■ Pisos in loco (convencional) placas (lajes) com espessura de 14 cm,</p><p>sendo que, junto aos cantos de cruzamentos das paredes, antes da</p><p>concretagem, devem ser fixados parafusos com diâmetro de ¾”</p><p>(polegadas).</p><p>■ Paredes externas pré-fabricadas.</p><p>■ Escadas pré-fabricadas.</p><p>b) Paredes externas: elemento pré-fabricado em camadas sucessivas, do</p><p>tipo “sanduíche”, semelhante ao sistema Camus, com a finalidade de</p><p>isolamento térmico e acústico, permitindo boas condições de habita-</p><p>bilidade, além de redução do peso. O painel denominado “pesado” é</p><p>constituído por duas camadas de concreto, com núcleo de poliestireno</p><p>expandido (isopor), poliuretano ou lã de rocha mineral, reforçadas com</p><p>malha (grelha) de aço. O painel denominado leve é constituído por duas</p><p>placas de pinho “oregon”, com núcleo de lã de rocha mineral reforçado</p><p>com malha (grelha) de aço.</p><p>Os painéis atuais do tipo sanduíche, também chamados de SIPs (Structural Insulated</p><p>Panels), são, em sua grande maioria, constituídos por uma placa central de poliestireno</p><p>expandido, de poliuretano ou de lã de vidro ou vários outros materiais isolantes e</p><p>revestidos por duas placas de derivados de madeira ou outro material protetor.</p><p>Normalmente são peças grandes e de formato retangular, porém seu tamanho pode</p><p>variar bastante, sendo fabricadas sob encomenda das construtoras e previamente</p><p>cortadas levando em conta as dimensões das paredes, aberturas, tetos e partes do</p><p>edifício onde serão instalados.</p><p>Sistema Bossert162</p><p>Processos construtivos_U2_C11.indd 162 06/10/2017 14:47:54</p><p>c) Método de montagem: as peças de paredes externas são fixadas por</p><p>meio de parafusos e placas de metal (p. ex., cantoneiras), conforme</p><p>ilustrado pela Figura 1. As escadas são executadas com pequenas vi-</p><p>gas pré-moldadas, e os pisos e espelhos são fixados por parafusos ou</p><p>encaixes previamente definidos.</p><p>d) Instalações: para a passagem dos eletrodutos, são aproveitados os vãos</p><p>deixados pelas paredes em posições preestabelecidas, sendo posterior-</p><p>mente preenchidos com concreto, permitindo o deslocamento vertical.</p><p>No sentido horizontal, como o piso é efetuado “in loco”, os eletrodutos</p><p>eram fixados ao assoalho, no interior da lã, e ao teto. As demais tubu-</p><p>lações — água fria, esgoto (primário e secundário), calefação etc. —</p><p>eram orientadas para “shafts” projetados para determinada finalidade.</p><p>Acker (2002) classifica os sistemas modernos estruturais em painéis de parede basi-</p><p>camente em duas categorias:</p><p> Sistema de paredes integral: todas as paredes internas e externas são</p><p>pré-moldadas.</p><p> Sistema de paredes na periferia (contorno): apenas as paredes externas ou</p><p>as paredes que fazem a separação entre apartamentos são pré-moldadas, e as</p><p>paredes internas são em blocos de alvenaria ou qualquer outro sistema de divisórias.</p><p>Sistemas de paredes no contorno (sistema</p><p>“envelope”)</p><p>O sistema Bossert é a principal fonte inspiradora para os atuais sistemas</p><p>“envelopados”. Em conformidade com Acker (2002), nesses sistemas so-</p><p>mente as paredes nos contornos são pré-moldadas. Geralmente presente em</p><p>obras residenciais, essas paredes são pré-moldadas, e os elementos de piso</p><p>se estendem por todo o perímetro da obra, ou seja, com a mesma largura e</p><p>comprimento total da casa ou apartamento. Normalmente os pisos são pré-</p><p>-fabricados, compostos, por exemplo, por lajes alveolares protendidas com</p><p>vãos que variam entre 9,0 e 12,0 metros. Atualmente, com as lajes armadas em</p><p>uma única direção, as paredes portantes são apenas as paredes de divisa entre</p><p>apartamentos (Figura 1) — ou as fachadas frontais e de fundo da construção.</p><p>A fi losofi a moderna de projetos sugere a execução de grandes espaços livres</p><p>163Sistema Bossert</p><p>Processos construtivos_U2_C11.indd 163 06/10/2017 14:47:54</p><p>dentro do apartamento, permitindo alta fl exibilidade para o layout interno,</p><p>bem como liberdade de modifi cações futuras. As paredes de fechamento são</p><p>executadas convencionalmente em alvenaria ou com uso de técnicas mais</p><p>atuais, como o dry wall ou o light steel framing (LSF).</p><p>Figura 1. Esquema de construção com paredes portantes perpendiculares à fachada.</p><p>Fonte: Acker (2002).</p><p>Acker (2002) apresenta, na Figura 2(a), um exemplo de painel (atual) de</p><p>fachada fixado a uma laje de piso por meio de chumbadores, inspirado no</p><p>sistema Bossert. As tolerâncias dimensionais são garantidas por meio de</p><p>trilhos verticais, orifícios ovais nas cantoneiras metálicas e calços metálicos</p><p>entre os elementos conectados.</p><p>Na Figura 2(b), é apresentado um exemplo semelhante, no qual uma canto-</p><p>neira é soldada entre uma chapa metálica inserida em um painel de fachada e</p><p>uma outra cantoneira inserida na borda de um elemento de piso. Uma pequena</p><p>folga deve ser deixada ao redor dessas chapas, inseridas no concreto (2 mm),</p><p>para evitar o lascamento do concreto devido à dilatação térmica dessas chapas</p><p>durante a soldagem na obra.</p><p>Sistema Bossert164</p><p>Processos construtivos_U2_C11.indd 164 06/10/2017 14:47:55</p><p>Figura 2. Exemplos de ligação de painéis por tração: (a) por meio de chumbadores; e (b)</p><p>por meio de soldagem.</p><p>Fonte: Acker (2002).</p><p>Segundo Acker (2002), quando a largura total do edifício — ou o vão total</p><p>entre as fachadas opostas — é muito grande (dependendo da configuração</p><p>estrutural), ou seja, quando exceder o vão máximo para as lajes, faz-se ne-</p><p>cessária a execução de paredes portantes intermediárias — ou estruturas com</p><p>pilares e vigas para apoio das lajes.</p><p>Os sistemas de paredes estruturais com painéis pré-moldados atuais, assim como o</p><p>Bossert, são utilizados para fechamentos internos e/ou externos em construções altas</p><p>e baixas. Em conformidade com Acker (2002), a espessura dos painéis depende dos</p><p>requisitos de desempenho de estabilidade estrutural, de isolamento acústico e de</p><p>resistência ao fogo. O comprimento dos painéis é variável de acordo com o projeto e</p><p>com os equipamentos utilizados na fábrica.</p><p>O Quadro 1 fornece as dimensões mais</p><p>comuns para os elementos de painéis.</p><p>Quadro 1. Dimensões características de painéis para sistemas de paredes (fechamento).</p><p>Fonte: Acker (2002).</p><p>165Sistema Bossert</p><p>Processos construtivos_U2_C11.indd 165 06/10/2017 14:47:55</p><p>Acker (2002) também relata que os sistemas de parede com painéis pré-</p><p>-moldados de concreto são utilizados principalmente para residências e aparta-</p><p>mentos, mas podem ser utilizados na construção de hotéis, hospitais ou outras</p><p>edificações com funções semelhantes. Os sistemas de paredes também são</p><p>utilizados com frequência para compor núcleos centrais, poços de elevadores</p><p>e paredes de contraventamento para todos os tipos de edificações. Além disso,</p><p>os painéis pré-fabricados são apropriados para paredes corta-fogo.</p><p>Vantagens e desvantagens</p><p>Uma grande vantagem da pré-fabricação é a possibilidade de um rigoroso</p><p>controle de qualidade. Porém, por questões óbvias, o sistema Bossert não</p><p>apresenta nem a mesma rapidez na execução (obra realizada em curto prazo)</p><p>nem a mesma redução no custo da mão de obra quando comparado a outros</p><p>sistemas pré-fabricados já vistos devido à execução convencional da grande</p><p>maioria das etapas da obra.</p><p>Somente as paredes externas e as escadas permitem a reutilização de formas,</p><p>um dos grandes motivos para a diminuição de custos e perdas de materiais,</p><p>segundo colocações feitas por El Debs (2000). O uso de lajes entrepiso de</p><p>concreto armado convencional impossibilita, ainda, atingir-se grandes vãos</p><p>livres. A otimização do canteiro de obras é tímida e não permite uma redução</p><p>significativa no número de empregados e no cronograma de obra. A resistência</p><p>ao fogo do painel denominado “pesado” (em concreto) é bastante superior à</p><p>do painel leve (em madeira), o que faz, em geral, com que a obra seja mais</p><p>segura e resista por mais tempo em caso de incêndio.</p><p>Sistema Bossert166</p><p>Processos construtivos_U2_C11.indd 166 06/10/2017 14:47:55</p><p>1. Uma obra no sistema Bossert</p><p>apresenta poucas etapas pré-</p><p>fabricadas, por isso o sistema</p><p>pode ser particularmente</p><p>classificado como:</p><p>a) Ciclo fechado misto.</p><p>b) Ciclo fechado.</p><p>c) Ciclo aberto.</p><p>d) Ciclo aberto misto.</p><p>e) Ciclo intermitente.</p><p>2. O sistema Bossert é fonte de</p><p>inspiração para os painéis</p><p>sanduíches estruturais</p><p>atuais, denominados SIP</p><p>(Structural Insulated Panel).</p><p>Sobre a constituição destes</p><p>painéis é correto afirmar:</p><p>a) Possuem uma camada</p><p>central (núcleo) de vácuo.</p><p>b) Possuem uma camada</p><p>central (núcleo) de madeira</p><p>de baixa densidade.</p><p>c) Possuem uma camada central</p><p>(núcleo) de neoprene.</p><p>d) Possuem uma camada central</p><p>(núcleo) de poliestireno</p><p>expandido, ou poliuretano,</p><p>ou lã de vidro ou vários</p><p>outros materiais isolantes.</p><p>e) São formados por uma</p><p>única camada.</p><p>3. Os sistemas modernos</p><p>estruturais em painéis de parede</p><p>são classificados em duas</p><p>categorias, sendo elas:</p><p>a) sistemas integral e derivado.</p><p>b) sistemas integral e parcial.</p><p>c) sistemas integral e de</p><p>periferia (contorno).</p><p>d) sistemas nobre e de periferia.</p><p>e) sistemas parcial e de periferia.</p><p>4. Baseado nos princípios da</p><p>pré-fabricação, a(s) maior(es)</p><p>desvantagem(ns) no uso do</p><p>sistema Bossert é (são):</p><p>a) Pouca redução nos prazos e</p><p>custos com mão de obra.</p><p>b) Dificuldade no transporte</p><p>e manuseio dos paineis.</p><p>c) Alta otimização, o que</p><p>acarreta em falta de mão</p><p>de obra especializada.</p><p>d) Necessidade de fábrica para</p><p>produção dos elementos</p><p>pré-moldados.</p><p>e) Necessidade de</p><p>equipamentos robustos para</p><p>instalação dos painéis.</p><p>5. Os atuais “Sistemas Envelopados”</p><p>de paredes pré-fabricadas só</p><p>são possíveis devido à seguinte</p><p>característica estrutural:</p><p>a) O uso de pilares e vigas</p><p>convencionais.</p><p>b) O uso de pré-lajes com</p><p>vigotas e tavelas cerâmicas.</p><p>c) O uso de paredes</p><p>internas estruturais.</p><p>d) O uso de estruturas</p><p>metálicas (pórticos).</p><p>e) O uso de lajes</p><p>alveolares, protendidas e</p><p>armadas em uma única</p><p>direção.</p><p>167Sistema Bossert</p><p>Processos construtivos_U2_C11.indd 167 06/10/2017 14:47:57</p><p>ACKER, A. V. Manual de sistemas de pré-fabricados de concreto: FIP 2002. São Paulo:</p><p>ABCIC, 2003.</p><p>EL DEBS, M. K. Concreto pré-moldado: fundamentos e aplicações. São Carlos: EESC-</p><p>-USP, 2000.</p><p>VIEIRA, A. J. T. Sistemas industrializados na construção civil. Florianópolis: Udesc, 2008.</p><p>Notações de aula.</p><p>Leitura recomendada</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA DE CONCRETO. Pré-</p><p>-fabricados de concreto. São Paulo: ABCIC, 2013. Curso básico de construção</p><p>Sistema Bossert168</p><p>Processos construtivos_U2_C11.indd 168 06/10/2017 14:47:57</p><p>Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para</p><p>esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual</p><p>da Instituição, você encontra a obra na íntegra.</p><p>Conteúdo:</p><p>Dica do professor</p><p>O Sistema Bossert serviu de inspiração para outros sistemas construtivos com painéis pré-</p><p>fabricados. Um desses sistemas é o de painéis monolíticos de concreto. O sistema de painéis</p><p>monolíticos de concreto é formado por uma placa de poliestireno expandido estruturada com uma</p><p>tela de aço e revestida com uma camada de microconcreto, em ambos os lados. Esse sistema se</p><p>caracteriza pela leveza e pela facilidade de manuseio.</p><p>No vídeo a seguir, você verá as características dos painéis monolíticos de concreto, como este é</p><p>formado e como ocorre a execução do sistema, além de ver as suas vantagens.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/303ac945cbf4b7a7f5673eea4dbdaa5d</p><p>Exercícios</p><p>1)</p><p>Uma obra com o Sistema Bossert apresenta poucas etapas pré-fabricadas, por isso o sistema</p><p>pode ser particularmente classificado como:</p><p>A) a) ciclo fechado misto.</p><p>B) b) ciclo fechado.</p><p>C) c) ciclo aberto.</p><p>D) d) ciclo aberto misto.</p><p>E) e) ciclo intermitente.</p><p>2)</p><p>O sistema Bossert é a fonte de inspiração para os painéis sanduíches estruturais atuais,</p><p>denominados de SIP (Structural Insulated Panel). Sobre a constituição desses painéis, é</p><p>correto afirmar que:</p><p>A) a) possuem uma camada central (núcleo) de vácuo.</p><p>B) b) possuem uma camada central (núcleo) de madeira de baixa densidade.</p><p>C) c) possuem uma camada central (núcleo) de neoprene.</p><p>D) d) possuem uma camada central (núcleo) de poliestireno expandido, ou poliuretano, ou lã de</p><p>vidro ou vários outros materiais isolantes.</p><p>E) e) são formados por uma única camada.</p><p>3)</p><p>Os sistemas modernos estruturais em painéis de parede são classificados em duas</p><p>categorias, sendo elas:</p><p>A) a) sistemas integral e derivado.</p><p>B) b) sistemas integral e parcial.</p><p>C) c) sistemas integral e de periferia (contorno).</p><p>D) d) sistemas nobre e de periferia.</p><p>E) e) sistemas parcial e de periferia.</p><p>4)</p><p>De acordo com os princípios da pré-fabricação, qual é a maior desvantagem do uso do</p><p>Sistema Bossert?</p><p>A) a) Pouca redução em prazos e custos com mão de obra.</p><p>B) b) Dificuldade no transporte e no manuseio dos painéis.</p><p>C) c) Alta otimização, o que acarreta em falta de mão de obra especializada.</p><p>D) d) Necessidade de fábrica para produção dos elementos pré-moldados.</p><p>E) e) Necessidade de equipamentos robustos para instalação dos painéis.</p><p>5)</p><p>Os atuais Sistemas Envelopados de paredes pré-fabricadas só são possíveis devido a qual</p><p>característica estrutural?</p><p>A) a) Ao uso de pilares e vigas convencionais.</p><p>B) b) Ao uso de pré-lajes com vigotas e tavelas cerâmicas.</p><p>C) c) Ao uso de paredes internas estruturais.</p><p>D) d) Ao uso de estruturas metálicas (pórticos).</p><p>E) e) Ao uso de lajes alveolares, protendidas e armadas em uma única direção.</p><p>Na prática</p><p>O peso dos elementos pré-fabricados é um dos fatores que limitam o seu uso, impedindo a</p><p>construção de edifícios de grande altura com esse sistema. O desenvolvimento de concretos leves,</p><p>como o concreto celular, permite a produção de peças mais leves, reduzindo o carregamento da</p><p>estrutura e permitindo a construção de edificações mais altas.</p><p>Acompanhe na imagem como é produzido o concreto celular.</p><p>Um dos principais problemas referentes à utilização</p><p>civil, é necessário um eficiente</p><p>sistema de gestão, ou seja, um planejamento eficaz e funcional para evitar a baixa qualidade na</p><p>produtividade.</p><p>Uma grande deficiência no gerenciamento tem sido o retrabalho, que traz consequências</p><p>desastrosas para a obra e para a empresa que a executa, assim como sobrecustos no orçamento e</p><p>atrasos injustificados.</p><p>Acompanhe no Infográfico a seguir a definição de perdas construtivas e dois fatores principais .</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/50c69deb-9138-4e78-8a9c-bb3c928b6acf/74e9d33f-e716-4aa0-92e9-cbcbaa28f848.jpg</p><p>Conteúdo do livro</p><p>Muito se discute sobre as perdas de materiais na construção civil, sendo que, até o momento, os</p><p>poucos estudos aprofundados indicam percentuais de perdas de materiais bastante elevados. As</p><p>empresas de construção civil têm convivido, há tempos, com a crítica de pertencerem a um setor</p><p>desperdiçador de recursos, em particular quanto ao uso de materiais e a geração de entulho.</p><p>Para que tal problema possa ser solucionado, é preciso entender o funcionamento das perdas</p><p>construtivas e quais soluções podem ser adotadas para remediar tal fato. O trecho do material</p><p>disponibilizado para estudo nesta unidade destaca a contribuição para o planejamento e a</p><p>programação da curva ABC de forma a minimizar as perdas de materiais na construção civil.</p><p>Leia o capítulo Cálculos de processos construtivos: curva ABC e perdas construtivas, que faz parte</p><p>do livro Processos construtivos e é base teórica desta Unidade de Aprendizagem.</p><p>Boa leitura.</p><p>PROCESSOS</p><p>CONSTRUTIVOS</p><p>Roberta Centofante</p><p>Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094</p><p>P963 Processos construtivos / André Luís Abitante ... [et al.] ;</p><p>[revisão técnica: Shanna Trichês Lucchesi]. – Porto</p><p>Alegre : SAGAH, 2017.</p><p>271 p. : il. ; 22,5 cm.</p><p>ISBN 978-85-9502-224-9</p><p>1. Engenharia civil. 2. Processos construtivos.</p><p>CDU 624</p><p>Revisão técnica:</p><p>Shanna Trichês Lucchesi</p><p>Mestre em Engenharia de Produção</p><p>Professora do curso de Engenharia Civil</p><p>Processos construtivos_Impressa.indd 2 06/10/2017 16:28:50</p><p>PROCESSOS</p><p>CONSTRUTIVOS</p><p>Processos construtivos_Impressa.indd 1 06/10/2017 16:28:50</p><p>Cálculos de processos</p><p>construtivos: curva ABC</p><p>e perdas construtivas</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p> De� nir perdas construtivas e conceitos de construção da curva ABC.</p><p> Analisar os critérios de cálculo e funcionamento da curva ABC.</p><p> Relacionar o cálculo da curva ABC com as perdas construtivas.</p><p>Introdução</p><p>Gerenciar as perdas construtivas tem representado uma das atividades</p><p>fundamentais das empresas, visto que o desperdício de materiais simboliza</p><p>a expressão mais concreta das perdas do setor. É a partir da prática de</p><p>gerenciamento que se consegue reduzir custos, otimizar o uso de recursos,</p><p>potencializar processos e contribuir para o aprimoramento das atividades.</p><p>Neste capítulo, você aprenderá o conceito de perdas construtivas</p><p>e quais são as classificações dessas perdas. Além disso, você estudará</p><p>os critérios que devem ser considerados para os cálculos, bem como o</p><p>funcionamento deles nos processos construtivos, por meio da curva ABC,</p><p>sendo capaz de relacionar o cálculo da curva com o processo de perda.</p><p>Perdas construtivas e conceitos de construção</p><p>da curva ABC</p><p>Muito se discute sobre as perdas de materiais na construção civil — e, até o</p><p>momento, os poucos estudos aprofundados indicam percentuais de perdas de</p><p>materiais bastante elevados. As empresas de construção civil têm convivido,</p><p>há muito tempo, com a crítica de pertencerem a um setor desperdiçador de</p><p>recursos, em particular quanto ao uso de materiais e à geração de entulho. Para</p><p>Processos construtivos_U3_C13.indd 194 06/10/2017 13:31:57</p><p>que tal problema possa ser solucionado, é preciso entender o funcionamento das</p><p>perdas construtivas e quais soluções podem ser adotadas para remediar tal fato.</p><p>O conceito de perda na construção civil é, com frequência, associado</p><p>unicamente aos desperdícios de materiais. No entanto, as perdas vão além</p><p>disso e podem ser entendidas ou conceituadas como qualquer ineficiência</p><p>que se reflita no uso de equipamentos, materiais, mão de obra e capital em</p><p>quantidades superiores àquelas necessárias à produção de uma edificação.</p><p>Nesse caso, as perdas englobam tanto a ocorrência de desperdícios de materiais</p><p>quanto a execução de tarefas desnecessárias que geram custos adicionais e</p><p>não agregam valor.</p><p>Para obter os resultados esperados na indústria da construção civil, é</p><p>necessário um eficiente sistema de gestão, ou seja, um planejamento eficaz</p><p>e funcional para evitar uma baixa qualidade na produtividade. Uma grande</p><p>deficiência no gerenciamento tem sido o retrabalho, que traz consequências</p><p>desastrosas para a obra e para a empresa que a executa, assim como sobrecustos</p><p>no orçamento e atrasos injustificados.</p><p>De acordo com Formoso, Oliveira e Lantelme (1995), as perdas são conse-</p><p>quências de um processo de baixa qualidade que traz como resultado não só</p><p>a elevação de custos, mas também um produto final de qualidade deficiente.</p><p>Apesar das várias definições encontradas para perdas nas bibliografias, é</p><p>possível simplificar e adotar que perdas são todas as tarefas desnecessárias</p><p>que elevam os custos sem adicionar valor ao produto, podendo ser eliminadas</p><p>sem prejudicar o trabalho efetivo.</p><p>Para que as perdas sejam eliminadas, é preciso que as empresas saibam</p><p>diferenciar, dentre as várias atividades que fazem parte do processo produtivo,</p><p>as que efetivamente contribuem para a obtenção do produto final daquelas que</p><p>são complementares. Os esforços direcionados a evitar as perdas devem ser</p><p>relacionados com certa cautela, pois algumas atividades, tais como planeja-</p><p>mento, contabilidade e prevenção de acidentes, não agregam valor ao produto,</p><p>porém produzem valor para os clientes internos.</p><p>Então, levando em consideração a necessidade de se ter uma classificação</p><p>de perdas mais bem estruturada, para reduzir as perdas na construção de</p><p>edificações, é necessário conhecer sua natureza e identificar suas principais</p><p>causas. Shingo (1981) classificou as perdas de acordo com a possibilidade de</p><p>serem controladas, sua origem e sua natureza.</p><p>As perdas segundo o seu controle podem ser naturais ou inevitáveis, as quais</p><p>necessitam de um valor maior do que a economia gerada para a sua redução,</p><p>ou, ainda, evitáveis, que apresentam custos maiores do que sua prevenção.</p><p>As perdas segundo a sua origem podem ser classificadas em:</p><p>195Cálculos de processos construtivos: curva ABC e perdas construtivas</p><p>Processos construtivos_U3_C13.indd 195 06/10/2017 13:31:57</p><p> Recursos humanos (mão de obra);</p><p> Suprimentos;</p><p> Fabricação de materiais;</p><p> Projeto;</p><p> Planejamento;</p><p> Processo produtivo.</p><p>Veja na Tabela 1 exemplos de perdas segundo sua natureza, momento de</p><p>incidência e origem.</p><p>Natureza Exemplo</p><p>Momento de</p><p>Incidência Origem</p><p>Superprodução Produção de</p><p>argamassa em</p><p>quantidade</p><p>superior à</p><p>necessária para um</p><p>dia de trabalho.</p><p>Produção Planejamento: falta</p><p>de procedimentos</p><p>de controle.</p><p>Manutenção</p><p>de estoques</p><p>Deterioração</p><p>da argamassa</p><p>estocada.</p><p>Armazena-</p><p>mento</p><p>Planejamento: falta</p><p>de procedimentos</p><p>referentes às</p><p>condições</p><p>adequadas de</p><p>armazenamento.</p><p>Transportes Condições</p><p>inadequadas</p><p>para transporte.</p><p>Recebimento,</p><p>transporte,</p><p>produção</p><p>Gerência da</p><p>obra: falta no</p><p>planejamento de</p><p>meios para executar</p><p>o transporte</p><p>de materiais.</p><p>Movimentos Tempo excessivo</p><p>de deslocamento</p><p>devido às grandes</p><p>distâncias entre os</p><p>postos de trabalho.</p><p>Produção Gerência da</p><p>obra: falta de</p><p>planejamento das</p><p>sequências de</p><p>atividades e dos</p><p>postos de trabalho.</p><p>Tabela 1. Exemplos de perdas na construção civil.</p><p>(Continua)</p><p>Cálculos de processos construtivos: curva ABC e perdas construtivas196</p><p>Processos</p><p>de pré-fabricados é o elevado peso das peças</p><p>de concreto. A utilização de concreto celular em pré-fabricados permite a produção de elementos</p><p>mais leves, diminuindo assim o carregamento sobre a estrutura e a fundação, além de facilitar o</p><p>transporte e o manuseio das peças, bem como o içamento destas com gruas e guindastes.</p><p>Os painéis pré-fabricados produzidos com concreto celular podem receber os mesmos tipos de</p><p>revestimento que os painéis convencionais de concreto armado, como pintura, cerâmica, reboco,</p><p>entre outros.</p><p>Saiba +</p><p>Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:</p><p>Sistema construtivo parede de concreto</p><p>O desenvolvimento de novos sistemas construtivos busca a</p><p>redução de custos e o aumento da velocidade de execução das</p><p>edificações. O sistema construtivo paredes de concreto consiste</p><p>na execução de todas as paredes de um pavimento com o</p><p>auxílio de formas metálicas.</p><p>No link a seguir, você verá os procedimentos de construção</p><p>desse sistema.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>Isoblok</p><p>O peso dos painéis pré-fabricados de concreto limita a altura</p><p>das edificações construídas com esse sistema. Além disso,</p><p>dificulta as tarefas de transporte, manuseio e instalação das</p><p>peças. A utilização de concreto celular na produção dos painéis</p><p>reduz o peso dos elementos, facilitando assim a execução dos</p><p>serviços de instalação e permitindo a construção de estruturas</p><p>mais altas.</p><p>Acessando o link a seguir, você poderá observar como é</p><p>realizada a produção de painéis pré-fabricados com concreto</p><p>celular e como é feita sua instalação em obra.</p><p>https://www.youtube.com/embed/zvzfhVcE92Q</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>Ensaios para o controle de qualidade do concreto e de suas</p><p>estruturas</p><p>A produção de elementos pré-fabricados e pré-moldados deve</p><p>seguir os procedimentos descritos nas normas técnicas. A</p><p>ABNT NBR 16475:2017 – Painéis de parede de concreto pré-</p><p>moldado – apresenta requisitos e procedimentos para o projeto,</p><p>a produção e a montagem de painéis de parede de concreto pré-</p><p>moldado.</p><p>Com este link, você poderá aprender um pouco mais sobre a</p><p>NBR 16475:2017 (página 45 – 50).</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://www.youtube.com/embed/-hZVHTbOmPU</p><p>http://ibracon.org.br/Site_revista/Concreto_Construcoes/pdfs/revista86.pdf</p><p>Sistemas Camus</p><p>Apresentação</p><p>O Sistema Camus, desenvolvido na Europa em 1940, é considerado o pioneiro dos sistemas de</p><p>painéis tipo sanduíche. Esse tipo de sistema pré-fabricado é caracterizado por ter, comumente,</p><p>duas faces afastadas em argamassa armada (ou concreto armado), que permite a pré-montagem das</p><p>instalações elétricas e hidráulicas no seu interior, tendo esse vazio (núcleo) preenchido com</p><p>materiais aderentes, e termicamente isolantes, que conferem também mais leveza às peças. Esses</p><p>preenchimentos, em geral, são feitos com espuma plástica rígida, como poliestireno e poliuretano.</p><p>Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá as principais características e particularidades do</p><p>Sistema Camus, bem como de que forma são executadas as instalações nesse sistema e quais são</p><p>os materiais e os equipamentos utilizados na sua produção. Por fim, verá como identificar os tipos</p><p>ideais de aplicação do Sistema Camus.</p><p>Bons estudos.</p><p>Bons estudos.</p><p>Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p>Reconhecer características e particularidades do Sistema Camus.•</p><p>Relacionar as instalações, os materiais e os equipamentos necessários para a utilização do</p><p>Sistema Camus.</p><p>•</p><p>Identificar os tipos de obras ideais para a aplicação do Sistema Camus.•</p><p>Desafio</p><p>O Sistema Camus utiliza painéis pré-fabricados de concreto, aos quais são incorporados, durante a</p><p>produção, as instalações elétricas e hidráulicas, bem como as aberturas e as portas e as janelas. Os</p><p>painéis são transportados para a obra por meio de caminhões e instalados na posição final por meio</p><p>de guindastes e gruas.</p><p>Os painéis pré-fabricados são projetados para resistir aos carregamentos provenientes do vento, do</p><p>peso próprio e das ações acidentais. Desse modo, a espessura dos painéis aumenta conforme a</p><p>altura da edificação também aumenta.</p><p>Você é um engenheiro e foi contratado para projetar um edifício residencial de quatro pavimentos.</p><p>O terreno onde o edifício será construído é estreito e o cliente deseja que a obra seja entregue o</p><p>mais rápido possível. Quais argumentos você utilizaria para convencer seu cliente a optar pelo</p><p>Sistema Camus em vez do sistema convencional com alvenaria de vedação? Justifique sua resposta.</p><p>Infográfico</p><p>A padronização das tecnologias e dos processos construtivos resulta no aumento da velocidade de</p><p>construção e na redução do desperdício de recursos físicos e financeiros. Em alguns casos,</p><p>contudo, a padronização pode atuar contra a autenticidade arquitetônica, resultando em</p><p>edificações idênticas. As construções industrializadas são, desse modo, classificadas em</p><p>construções de ciclo fechado e construções de ciclo aberto.</p><p>No Infográfico a seguir, você verá um comparativo dos ciclos fechado e aberto na construção</p><p>industrializada.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/a1aab59f-b955-44ff-87a7-c47d63176cb4/45fea39c-29e8-49b4-bff6-483afd8943ec.png</p><p>Conteúdo do livro</p><p>O Sistema Camus, patenteado na França em 1949, consiste em um sistema de pré-fabricados de</p><p>ciclo fechado. Esse sistema construtivo consiste na utilização de painéis de concreto, cujas janelas e</p><p>instalações elétricas e hidráulicas são incorporadas durante a fabricação.</p><p>Na década de 1970, o Camus foi o sistema industrializado mais amplamente utilizado, em função de</p><p>permitir o aumento da velocidade de execução das obras e reduzir o desperdício de materiais, em</p><p>relação aos sistemas construtivos convencionais, além de permitir a construção de inúmeras</p><p>unidades habitacionais padronizadas.</p><p>Leia mais no capítulo Sistema Camus, que faz parte do livro Processos construtivos e é base teórica</p><p>desta Unidade de Aprendizagem.</p><p>Boa leitura.</p><p>PROCESSOS</p><p>CONSTRUTIVOS</p><p>André Luís</p><p>Abitante</p><p>Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094</p><p>P963 Processos construtivos / André Luís Abitante ... [et al.] ;</p><p>[revisão técnica: Shanna Trichês Lucchesi]. – Porto</p><p>Alegre : SAGAH, 2017.</p><p>271 p. : il. ; 22,5 cm.</p><p>ISBN 978-85-9502-224-9</p><p>1. Engenharia civil. 2. Processos construtivos.</p><p>CDU 624</p><p>Revisão técnica:</p><p>Shanna Trichês Lucchesi</p><p>Mestre em Engenharia de Produção</p><p>Professora do curso de Engenharia Civil</p><p>Processos construtivos_Impressa.indd 2 06/10/2017 16:28:50</p><p>PROCESSOS</p><p>CONSTRUTIVOS</p><p>Processos construtivos_Impressa.indd 1 06/10/2017 16:28:50</p><p>Sistema Camus</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p> Reconhecer as características e particularidades do sistema Camus.</p><p> Relacionar as instalações, materiais e equipamentos necessários para</p><p>a utilização do sistema Camus.</p><p> Identi� car os tipos de obras ideais para aplicação do sistema Camus.</p><p>Introdução</p><p>Neste capítulo, você vai estudar o sistema de painéis “sanduíche” pioneiro,</p><p>o sistema Camus, desenvolvido na Europa, na década de 1940. Esse tipo</p><p>de sistema pré-fabricado se caracteriza por ter, comumente, duas faces</p><p>afastadas em argamassa armada (ou concreto armado), o que permite</p><p>no seu interior a pré-montagem das instalações elétricas e hidráulicas.</p><p>Esse vazio (núcleo) é preenchido com materiais aderentes e isolantes</p><p>(termicamente), que também conferem mais leveza às peças. Esses pre-</p><p>enchimentos geralmente são feitos com espuma plástica rígida, como</p><p>poliestireno e poliuretano.</p><p>Sistema Camus</p><p>Patenteado na</p><p>construtivos_U3_C13.indd 196 06/10/2017 13:31:57</p><p>Orçar uma obra é tarefa básica para quem constrói; cumprir o orçamento,</p><p>entretanto, nem sempre é fácil. Por isso, no setor construtivo, dissemina-se a</p><p>utilização de gráficos que projetam os custos futuros e ajudam a controlá-los</p><p>durante a execução de um empreendimento. Entre os modelos, o mais usado</p><p>é a curva ABC, que representa cálculos que permitem priorizar os gastos com</p><p>insumos, mão de obra e equipamentos.</p><p>Formoso, Oliveira e Lantelme (1995) afirma que a curva facilita o controle</p><p>do que é consumido na obra, mas que ela não é a única ferramenta gerencial</p><p>e que o ideal é que ela seja empregada em conjunto com outros sistemas de</p><p>planejamento e sistemas de controle de qualidade e gestão.</p><p>Fonte: Adaptado de Formoso, Oliveira e Lantelme (1995).</p><p>Natureza Exemplo</p><p>Momento de</p><p>Incidência Origem</p><p>Espera Parada na execução</p><p>dos serviços por</p><p>falta de material.</p><p>Produção Suprimentos: falha</p><p>na programação</p><p>de compras.</p><p>Fabricação</p><p>de produtos</p><p>defeituosos</p><p>Espessura de lajes</p><p>e vigas diferentes</p><p>das especificadas</p><p>em projeto.</p><p>Produção,</p><p>inspeção</p><p>Projeto: falhas</p><p>no sistema de</p><p>formas utilizado.</p><p>Processamento</p><p>em si</p><p>Necessidade de</p><p>quebrar uma laje</p><p>depois de pronta</p><p>para passagem</p><p>de instalações.</p><p>Produção Planejamento:</p><p>falhas no sistema de</p><p>controles. Recursos</p><p>humanos: falta de</p><p>treinamento dos</p><p>funcionários.</p><p>Substituição Substituição do</p><p>acabamento</p><p>em pintura</p><p>especificado</p><p>em projeto por</p><p>acabamento em</p><p>pastilha cerâmica.</p><p>Produção Suprimentos: falha</p><p>na programação</p><p>de compras.</p><p>Planejamento:</p><p>falhas no sistema</p><p>de controles.</p><p>Tabela 1. Exemplos de perdas na construção civil.</p><p>(Continuação)</p><p>197Cálculos de processos construtivos: curva ABC e perdas construtivas</p><p>Processos construtivos_U3_C13.indd 197 06/10/2017 13:31:57</p><p>O nome da curva explica como ela funciona. O método hierarquiza insumos</p><p>e serviço em A, B ou C. Os materiais, negociações e cotações mais relevantes</p><p>ocupam o topo da tabela (A); as intermediárias se distribuem na faixa (B); e as</p><p>que requerem menos prioridades distribuem-se na parte inferior da planilha (C).</p><p>Assim, o conceito ABC deve ser usado em todas as etapas do andamento da</p><p>obra, ou seja, a curva nasce com o projeto, com o planejamento de layout do</p><p>canteiro, no caso dos empreendimentos preocupados em controlar perdas.</p><p>Para saber mais sobre a conceituação de perdas construtivas e entender os processos</p><p>construtivos pela curva ABC, leia a dissertação “Sistema de indicadores de qualidade</p><p>e produtividade na construção civil; manual de utilização” (FORMOSO; OLIVEIRA;</p><p>LANTELME, 1995).</p><p>Critérios de cálculo e funcionamento da curva</p><p>ABC</p><p>Quando se fala em perdas por estoque de materiais, é possível levantar todos</p><p>os materiais presentes na obra quando existirem poucos itens (obra em fase</p><p>inicial ou em fase de acabamento) e, quando se tratar de número muito grande</p><p>de itens em estoque, pode-se utilizar a curva ABC. No levantamento, devem</p><p>ser listados os materiais encontrados, as quantidades no início e no término</p><p>do dia de observação e o tempo em cada item que está em estoque da obra.</p><p>Os materiais que estiverem na obra por mais de quinze dias sem utilização</p><p>são considerados para o cálculo da perda por estoque.</p><p>Classificar as mercadorias de acordo com sua importância para a empresa</p><p>é uma tarefa essencial para evitar a perda de itens prioritários ou a necessidade</p><p>de se livrar deles de forma apressada. Atualmente, existem sistemas informati-</p><p>zados que contribuem para a melhoria desse processo, dispensando as planilhas</p><p>e aumentando a produtividade. No entanto, algumas ferramentas tradicionais</p><p>também podem ajudar a tornar a tarefa um pouco mais inteligente. Uma</p><p>delas é a curva ABC, que teve origem em uma teoria do economista italiano</p><p>Vilfredo Paredo, que identificou que 80% das consequências se originam a</p><p>partir de 20% das causas.</p><p>Cálculos de processos construtivos: curva ABC e perdas construtivas198</p><p>Processos construtivos_U3_C13.indd 198 06/10/2017 13:31:57</p><p>Gerenciar um estoque é uma das atividades fundamentais das empresas</p><p>de construção. É a partir dessa prática que é possível reduzir custos, otimizar</p><p>o uso dos recursos, potencializar os processos de vendas e contribuir para</p><p>aprimorar a entrega de matérias-primas e produtos. Todos esses objetivos</p><p>podem ser conquistados com a curva ABC.</p><p>A Curva ABC da ABNT NBR 12721:1992 foi formulada para prédios de 12</p><p>pavimentos, três quartos e padrão normal de acabamento, para determinação</p><p>de custo das perdas dos materiais. Essa ferramenta permite fazer um cálculo</p><p>que ajuda a classificar os produtos conforme determinados grupos. Cada</p><p>um deles possui sua importância e deve ter determinado nível armazenado</p><p>para garantir a segurança das vendas sem perder dinheiro com muitos itens</p><p>estocados. Por esse motivo, esse método de classificação de itens é muito</p><p>usado na gestão de estoques.</p><p>A categorização é feita da seguinte forma:</p><p> A: são os produtos mais relevantes, que devem ter atenção maior pelo</p><p>valor alto que possuem. Correspondem a 20% dos itens que totalizam</p><p>80% do montante armazenado;</p><p> B: são os itens que demandam atenção intermediária, mas que também</p><p>possuem um valor mais alto. Esses produtos representam 15% do total</p><p>armazenado e correspondem a 30% das mercadorias estocadas;</p><p> C: são os produtos de prioridade reduzida, pois o impacto econômico</p><p>deles é pequeno. Representam 50% dos itens armazenados e são rela-</p><p>tivos a 5% do valor.</p><p>Para a realização dos cálculos da curva ABC, primeiramente é necessário</p><p>listar todos os itens que estão em estoque durante um determinado período</p><p>de tempo. Para cada linha de produto, inserem-se as seguintes colunas:</p><p>descrição, preço unitário, quantidade e valor total (preço unitário × quan-</p><p>tidade). Após isso, é feita a inclusão de uma nova coluna para classificar</p><p>os itens pelo valor total, em ordem numérica. Em seguida, utiliza-se essa</p><p>coluna para reorganizar os produtos de acordo com seu valor total, em or-</p><p>dem decrescente. Então, adiciona-se outra coluna para inserir o valor total</p><p>acumulado, ou seja, o valor do produto em questão somado ao valor de todos</p><p>os itens anteriores. Por último, inclui-se uma coluna extra para calcular a</p><p>porcentagem que o valor de cada item representa em relação ao valor total</p><p>acumulado de todos os produtos. Com a planilha organizada dessa forma,</p><p>você terá à sua disposição uma classificação para gerenciar os produtos de</p><p>acordo com sua prioridade.</p><p>199Cálculos de processos construtivos: curva ABC e perdas construtivas</p><p>Processos construtivos_U3_C13.indd 199 06/10/2017 13:31:57</p><p>Ao somar a porcentagem de cada tipo de produto sobre o valor total acu-</p><p>mulado, por exemplo, a empresa será capaz de identificar quais itens deve</p><p>controlar para gerenciar 80% do valor estoque (Classe A). Esses itens deverão</p><p>ser acompanhados de perto pelos funcionários e, ainda, dispor de um estoque</p><p>de segurança reduzido. Já os itens da classe C (5% do valor) podem ter controles</p><p>mais simples e estoques de segurança ampliados, enquanto a classe B (15%</p><p>do valor) pode ter uma estratégia intermediária de gerenciamento.</p><p>Assim, ao utilizar a curva ABC para gestão de estoque, a empresa será</p><p>capaz de identificar os itens mais importantes armazenados e saber como</p><p>traçar estratégias para melhorar o fluxo de entrada e saída. Dessa forma, os</p><p>recursos investidos no estoque podem ser otimizados, evitando desperdícios</p><p>de recursos financeiros e materiais e contribuindo para que a empresa aumente</p><p>a lucratividade.</p><p>Borges (1989) descreve em seu trabalho a metodologia de execução da</p><p>curva ABC e identifica utilidades para ela, tais como:</p><p>a) Definição de uma melhor política de acompanhamento econômico dos</p><p>insumos mais significativos dos empreendimentos.</p><p>b) Cálculo de orçamento expedito, em que obras de mesmas características</p><p>podem ter seu custo estimado com base em um número reduzido de</p><p>itens principais.</p><p>c) Criação de índices históricos de custo para os insumos e baixa represen-</p><p>tatividade em relação ao custo global, possibilitando a adoção desses</p><p>índices em obras de características semelhantes e detendo maior atenção</p><p>aos índices de maior participação percentual.</p><p>d) Formulação de política de controle de estoque efetiva.</p><p>e) Controle de reajustamento de preços (insumos responsáveis por grande</p><p>parte do custo da obra devem ser controlados de maneira mais rigorosa</p><p>e frequente).</p><p>f) Construção de índices de acompanhamento inflacionário.</p><p>Portanto, a curva ABC representa uma importante ferramenta orçamen-</p><p>tária, servindo tanto para uma melhor distribuição de custos de materiais e</p><p>produtos quanto para a distribuição e separação de fornecedores. No entanto,</p><p>identifica-se que ainda são baixos os usos dessas curvas pelos incorporadores,</p><p>e isso ocorre devido à forma de apresentação das planilhas das curvas ABC</p><p>geradas pelos softwares comerciais. Por isso, além do formato de planilha ou</p><p>tabela, a curva também pode ser representada por gráfico, conforme mostra</p><p>a figura a seguir.</p><p>Cálculos de processos construtivos: curva ABC e perdas construtivas200</p><p>Processos construtivos_U3_C13.indd 200 06/10/2017 13:31:58</p><p>Figura 1. Exemplo de curva ABC.</p><p>Fonte: Solano (2003).</p><p>Muitas empresas do setor de construção civil praticam uma administração pelo caixa,</p><p>ou seja, é após a apreciação do saldo disponível que se fazem as despesas. Obviamente</p><p>esse procedimento é inadequado, pois fica impossível programar compromissos</p><p>futuros, a curto, médio e longo prazo, sejam eles à vista ou a prazo. Essa forma de</p><p>gestão cria nas empresas uma constante preocupação com a manutenção do saldo</p><p>de caixa compatível com compromissos assumidos.</p><p>Cálculo da curva ABC relacionado às perdas</p><p>construtivas</p><p>A curva ABC se apresenta como um importante auxiliar na gerência efi caz</p><p>da obra, sendo relevante, principalmente, quando relacionada às perdas cons-</p><p>trutivas, pois ela auxilia o gerenciamento da obra levando em consideração</p><p>os materiais de maior participação percentual nos custos totais. O método</p><p>201Cálculos de processos construtivos: curva ABC e perdas construtivas</p><p>Processos construtivos_U3_C13.indd 201 06/10/2017 13:31:58</p><p>da curva ABC apresenta os produtos mais importantes para a gerencia das</p><p>perdas construtivas, o que possibilita que o gestor possa priorizar as categorias</p><p>fundamentais para o negócio. Com essas informações, a empresa tem capaci-</p><p>dade de estabelecer uma política adequada de compras. Com isso, também é</p><p>possível criar fl uxos de entrada e saída de mercadorias que estejam adequados</p><p>às necessidades de cada produto e contexto organizacional.</p><p>Além disso, o cálculo dos produtos de maior valor e impacto no estoque</p><p>possibilita analisar os riscos de modo mais apurado. Uma ameaça, por exem-</p><p>plo, é deixar 80% do total (que corresponde aos produtos de categoria A) sob</p><p>a responsabilidade de apenas um fornecedor. Se algo acontecer, a empresa</p><p>pode perder parte de sua capacidade de armazenamento. Já a implantação</p><p>do método ABC possibilita diversificar a oferta de fornecedores e reduzir o</p><p>impacto de imprevistos que podem surgir.</p><p>Além disso, o método permite reduzir muito os custos com desperdícios.</p><p>É possível desperdiçar-se menos dinheiro e tempo, e o controle de estoque</p><p>também se torna mais fácil e preciso. Outros benefícios do cálculo da curva</p><p>são a otimização de processos, a potencial elevação da margem de lucro e a</p><p>conquista de resultados diferenciados.</p><p>Portanto, a curva ABC representa um orçamento organizado de modo</p><p>a destacar os itens — insumos, mão de obra e equipamentos — que mais</p><p>pesam no custo total de uma obra ou de um serviço. Assim, os elementos</p><p>mais relevantes da tabela, que aparecem nas primeiras linhas, facilitam sua</p><p>visualização e controle.</p><p>Nesse tipo de apresentação do orçamento, a coluna mais importante é a que</p><p>mostra o preço total dos itens descritos na tabela. Com base nesse critério, os</p><p>elementos são distribuídos em ordem decrescente — os valores maiores em</p><p>cima, e os menores, embaixo.</p><p>Com esse tipo de organização, o construtor consegue visualizar os ma-</p><p>teriais e serviços mais importantes caso precise reduzir os custos da obra.</p><p>Além disso, ela ajuda a dividir responsabilidades: o gerente da obra, mais</p><p>experiente, deve acompanhar de perto a negociação dos insumos e serviços</p><p>mais caros do orçamento.</p><p>Em síntese, a curva ABC é uma forma de peneirar o orçamento: em cima</p><p>sobram os itens mais caros e pesados da tabela, que merecem maior atenção,</p><p>enquanto embaixo ficam os produtos e serviços mais baratos e mais leves.</p><p>Podemos reconhecer as utilidades da curva ABC de acordo com a hierarquia</p><p>dos insumos e serviços, prioridade de negociação, atribuição de responsabili-</p><p>dades e, também, a avaliação de impactos. Para identificar a hierarquia, basta</p><p>ler o topo da tabela e saber quais são os insumos e serviços economicamente</p><p>Cálculos de processos construtivos: curva ABC e perdas construtivas202</p><p>Processos construtivos_U3_C13.indd 202 06/10/2017 13:31:58</p><p>mais importantes. As negociações e cotações devem se focar nos insumos ou</p><p>serviços do topo da tabela (faixa A). Um desconto pequeno nesses itens pode</p><p>representar uma economia mais importante do que um desconto grande nos</p><p>da parte inferior (faixa C). A compra dos principais insumos e a contratação</p><p>dos principais serviços deve ter participação ativa do gerente da obra, já que</p><p>existe um grande potencial de barateamento do custo total. Já a compra e a</p><p>contratação de insumos e serviços que geram menos gastos podem ser dele-</p><p>gadas a outras pessoas. Quanto mais para cima o item estiver na tabela, maior</p><p>será o impacto de variações de preços (positivas ou negativas) no orçamento.</p><p>No andamento da obra, isso é importante quando o construtor quer mostrar</p><p>ao cliente que ela encareceu devido ao aumento de preço de um item que tem</p><p>grande peso no orçamento.</p><p>Por exemplo, na reforma de uma cozinha de 10 m2 de área — considerando a demolição</p><p>dos revestimentos existentes, a execução de contrapisos, o assentamento de pisos,</p><p>rodapés e azulejos cerâmicos e a instalação de pia e torneira padrão popular —, é</p><p>possível elaborar a curva ABC inserindo os processos de maior participação no topo</p><p>da tabela, ou seja, azulejos cerâmicos (com 28% de participação) e serventes (com</p><p>15% de participação). Estes são considerados processos da faixa A.</p><p>Para a faixa B, logo abaixo, estão processos de piso cerâmico (com 11% de partici-</p><p>pação), torneira de pressão para pia (com 6% de participação), azulejista e ladrilhista</p><p>(ambos com 6% de participação) e a pia de inox (com 5% de participação).</p><p>Imediatamente após esse processo, é possível identificarmos a faixa C, ou seja, os</p><p>produtos de menor participação individual, os quais correspondem, em conjunto,</p><p>aproximadamente a 20%. São eles: rodapé cerâmico, argamassa colante, sifão metálico,</p><p>cimento Portland, pedreiro, encanador, ajudante de encanador, areia, britas, aditivos,</p><p>fita de vedação, energia elétrica e betoneira. Em conjunto, as faixas A, B e C apresentam</p><p>um total acumulado de participação de 100%, em que devem ser inseridos preços</p><p>unitários, preços totais e a quantidade utilizada para cada processo, serviço ou produto.</p><p>203Cálculos de processos construtivos: curva ABC e perdas construtivas</p><p>Processos construtivos_U3_C13.indd 203 06/10/2017 13:31:58</p><p>1. Assinale a alternativa correta quanto</p><p>ao conceito de perdas construtivas:</p><p>a) As perdas são consideradas</p><p>consequências de baixa</p><p>qualidade e que trazem</p><p>como resultado a elevação</p><p>de custos, não importando a</p><p>qualidade final do produto.</p><p>b) Entende-se por perdas qualquer</p><p>ineficiência que não se reflita</p><p>no uso de equipamentos,</p><p>materiais, mão de obra e</p><p>capital em quantidades</p><p>superiores àquelas necessárias</p><p>à produção da edificação.</p><p>c) Apesar de ser relacionado</p><p>com frequência unicamente</p><p>ao desperdício de materiais, o</p><p>conceito de perda engloba tanto</p><p>a ocorrência de desperdícios</p><p>quanto a execução de</p><p>tarefas desnecessárias que</p><p>gerem custos adicionais.</p><p>d) Perda é definida como a</p><p>quantidade</p><p>de material</p><p>consumida além da quantidade</p><p>teoricamente necessária, que</p><p>é aquela indicada no projeto e</p><p>seus memoriais, sem levar em</p><p>conta os serviços gerais de obra.</p><p>e) No conceito de perda, fica claro</p><p>que algumas atividades, como</p><p>planejamento, contabilidade e</p><p>prevenção de acidentes, podem</p><p>ser desconsideradas, visto que</p><p>não agregam valor ao produto.</p><p>2. Visto que existe uma divisão e</p><p>classificação das perdas, assinale</p><p>a alternativa verdadeira:</p><p>a) Levando em consideração a</p><p>necessidade de se ter uma</p><p>classificação de perdas mais bem</p><p>estruturada, no entanto, para</p><p>reduzir as perdas na construção,</p><p>não é necessário conhecer sua</p><p>natureza, mas, sim, suas causas.</p><p>b) As perdas classificadas de acordo</p><p>com a possibilidade de serem</p><p>controladas são inevitáveis e</p><p>apresentam custos maiores</p><p>do que a prevenção desta.</p><p>c) As perdas segundo a sua natureza</p><p>nem sempre apresentam</p><p>relação com o momento de</p><p>incidência, como, por exemplo,</p><p>em etapas de recebimento,</p><p>transporte e inspeção.</p><p>d) O processamento em si não</p><p>constitui um tipo de perda, pois,</p><p>apesar de ser identificada essa</p><p>falha no sistema de controle,</p><p>existe a necessidade de se</p><p>fazer intervenções em obras,</p><p>como, por exemplo, quebrar</p><p>uma laje depois de pronta para</p><p>a passagem de instalações.</p><p>e) As perdas segundo a sua origem</p><p>podem ser classificadas em</p><p>fabricação de materiais, projeto</p><p>e planejamento, entre outras</p><p>— em que um exemplo desse</p><p>tipo de perda é a produção</p><p>de argamassa em quantidade</p><p>superior à necessária.</p><p>3. Com relação ao modelo orçamentário</p><p>da curva ABC, é correto afirmar que:</p><p>a) Orçar uma obra e cumprir o</p><p>orçamento é uma tarefa básica</p><p>e fácil para quem constrói.</p><p>b) A utilização de gráficos e tabelas</p><p>que projetam custos futuros</p><p>ajudam no controle destes.</p><p>Cálculos de processos construtivos: curva ABC e perdas construtivas204</p><p>Processos construtivos_U3_C13.indd 204 06/10/2017 13:31:59</p><p>c) O método ABC hierarquiza</p><p>insumos em ordem crescente</p><p>de valores de custo.</p><p>d) Os materiais mais relevantes</p><p>ocupam o topo da tabela.</p><p>e) O conceito ABC não tem</p><p>necessidade de ser usado</p><p>no planejamento de layout</p><p>do canteiro de obras.</p><p>4. Qual das alternativas a seguir está</p><p>relacionada ao funcionamento</p><p>da curva ABC e à gerência de</p><p>estoques?</p><p>a) Quando se fala em perdas</p><p>por estoque de materiais, é</p><p>possível levantar todos os</p><p>materiais presentes na obra</p><p>quando existirem poucos</p><p>itens, e, quando se tratar de</p><p>um número muito grande,</p><p>pode-se utilizar a curva ABC.</p><p>b) No levantamento de materiais,</p><p>devem ser listados os materiais</p><p>encontrados, as quantidades</p><p>no início e no término do dia</p><p>de observação, sendo que</p><p>os materiais que estiverem</p><p>na obra por mais de 15 dias</p><p>sem uso são descartados.</p><p>c) Classificar as mercadorias de</p><p>acordo com sua importância</p><p>é tarefa essencial para evitar</p><p>perdas; por isso, atualmente</p><p>existem sistemas informatizados</p><p>para a melhoria desse processo,</p><p>o que faz com que a curva ABC</p><p>seja pouco utilizada em obras.</p><p>d) Gerenciar estoques é uma</p><p>atividade fundamental das</p><p>empresas, mas essa prática não</p><p>é eficiente para reduzir custos</p><p>e potencializar processos,</p><p>pois ela não contribui para a</p><p>otimização do uso dos recursos.</p><p>e) A curva ABC, apesar de ser</p><p>uma ferramenta que permite</p><p>fazer um cálculo que ajuda</p><p>a classificar os produtos</p><p>conforme determinado</p><p>grupo, não é um método de</p><p>classificação de itens utilizado</p><p>na gestão de estoques.</p><p>5. A Curva ABC é um método de</p><p>categorização de serviços que</p><p>funciona da seguinte forma:</p><p>a) A categorização classifica os</p><p>produtos em A, B e C de acordo</p><p>com a relevância destes, ou</p><p>seja, dos produtos menos</p><p>relevantes aos mais relevantes.</p><p>b) Para a realização dos cálculos</p><p>da curva ABC, primeiramente</p><p>é necessário listar todos os</p><p>produtos e serviços que</p><p>serão levados em conta</p><p>no orçamento da obra.</p><p>c) Para cada linha de produto da</p><p>planilha, devem inseridos a</p><p>descrição, o preço unitário e o</p><p>valor total, não sendo necessário</p><p>inserir a quantidade de material.</p><p>d) A curva ABC representa</p><p>uma importante ferramenta</p><p>orçamentária, servindo para a</p><p>melhor distribuição de custos de</p><p>materiais e produtos, não sendo</p><p>utilizada para fornecedores.</p><p>e) A curva ABC não é muito</p><p>utilizada em função de</p><p>apresentar-se apenas em</p><p>formato de planilha ou tabela,</p><p>dificultando, dessa forma,</p><p>que os incorporadores se</p><p>interessem pela ferramenta.</p><p>205Cálculos de processos construtivos: curva ABC e perdas construtivas</p><p>Processos construtivos_U3_C13.indd 205 06/10/2017 13:31:59</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 12721:1992: Critérios para</p><p>avaliação de custos de construção para incorporação imobiliária e outras disposições</p><p>para condomínios edilícios – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.</p><p>BORGES, A. C. M. Curvas ABC geradas por um software de orçamentação de obras:</p><p>análise dos dados obtidos e suas repercussões nas decisões quanto a custos e a</p><p>gerência dos canteiros. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO,</p><p>9., 1989, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: ENEGEP, 1989.</p><p>FORMOSO, C. T.; OLIVEIRA, M.; LANTELME, E. Sistema de indicadores de qualidade e</p><p>produtividade na construção civil: manual de utilização. Porto Alegre: SEBRAE, 1995.</p><p>SHINGO, S. A study of Toyota production system from an industrial engineering viewpoint.</p><p>Toquio: Japan Management Association, 1981.</p><p>SOLANO, R. S. Curva ABC de fornecedores: uma contribuição ao planejamento, progra-</p><p>mação, controle e gerenciamento de empreendimentos e obras. 2003. 167 f. Dissertação</p><p>(Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia</p><p>de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003.</p><p>Leituras recomendadas</p><p>LOPES, A. L. M. Uma investigação de curvas ABC para a construção civil. 1992. 82 f. Dis-</p><p>sertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em</p><p>Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1992.</p><p>LOPES, A. L. M.; HEINECK, L. F. Uma investigação de curvas ABC para a construção civil.</p><p>In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 13., 1993, Florianópolis.</p><p>Anais... Florianópolis: ENEGEP, 1993.</p><p>Cálculos de processos construtivos: curva ABC e perdas construtivas206</p><p>Processos construtivos_U3_C13.indd 206 06/10/2017 13:31:59</p><p>Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para</p><p>esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual</p><p>da Instituição, você encontra a obra na íntegra.</p><p>Conteúdo:</p><p>Dica do professor</p><p>Gerenciar as perdas construtivas tem representado uma das atividades fundamentais das empresas,</p><p>em que o desperdício de materiais simboliza a expressão mais concreta das perdas do setor. É a</p><p>partir dessa prática de gerenciamento que é possível reduzir custos, otimizar o uso de recursos,</p><p>potencializar processos e contribuir para o aprimoramento das atividades.</p><p>A Dica do Professor a seguir apresenta os principais conceitos de perdas que você precisa saber</p><p>para evitar os custos extras em todos os processos contrutivos.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/90f80dd498954a40d6ae6065ec63fc38</p><p>Exercícios</p><p>1)</p><p>Assinale a alternativa correta quanto ao conceito de perdas construtivas.</p><p>A) a) Perdas são consideradas consequências de baixa qualidade e que trazem como resultado a</p><p>elevação de custos, não importando a qualidade final do produto.</p><p>B) b) Entende-se por perdas como sendo qualquer ineficiência que não se reflita no uso de</p><p>equipamentos, materiais, mão de obra e capital em quantidades superiores àquelas</p><p>necessárias à produção da edificação.</p><p>C) c) Apesar de ser relacionado, com frequência, ao desperdício de materiais, o conceito de</p><p>perda engloba, tanto a ocorrência de desperdícios, quanto a execução de tarefas</p><p>desnecessárias que gerem custos adicionais.</p><p>D) d) A perda é definida como a quantidade de material consumida além da teoricamente</p><p>necessária, que é aquela indicada no projeto e nos seus memoriais,</p><p>sem levar em conta os</p><p>serviços gerais de obra.</p><p>E) e) No conceito de perda, fica claro que algumas atividades, como planejamento, contabilidade</p><p>e prevenção de acidentes, visto que não agregam valor ao produto, podem ser</p><p>desconsideradas.</p><p>2)</p><p>Visto que existe divisão e classificação das perdas, assinale a alternativa verdadeira.</p><p>A) a) Levando em consideração a necessidade de se ter uma classificação de perdas melhor</p><p>estruturada, para reduzir as perdas na construção, não é necessário conhecer sua natureza,</p><p>mas, sim, suas causas.</p><p>B) b) As perdas classificadas de acordo com a possibilidade de serem controladas são inevitáveis</p><p>e apresentam custos maiores do que a prevenção dessa possibilidade.</p><p>C) c) As perdas segundo a sua natureza nem sempre apresentam relação com o momento de</p><p>incidência, como, por exemplo, em etapas de recebimento, transporte e inspeção.</p><p>D) d) O processamento em si não constitui um tipo de perda, pois, apesar de ser identificada</p><p>essa falha no sistema de controle, existe a necessidade de se fazer intervenções em obras,</p><p>como, por exemplo, quebrar uma laje depois de pronta para a passagem de instalações.</p><p>E) e) As perdas segundo a sua origem podem ser classificadas em fabricação de materiais,</p><p>projeto e planejamento, entre outras, sendo a produção de argamassa em quantidade</p><p>superior à necessária um exemplo desse tipo de perda.</p><p>3)</p><p>Com relação ao modelo orçamentário da curva ABC, é correto afirmar que:</p><p>A) a) orçar uma obra e cumprir o orçamento é uma tarefa básica e fácil para quem constrói.</p><p>B) b) a utilização de gráficos e tabelas que projetam custos futuros ajudam no controle destes.</p><p>C) c) o método ABC hierarquiza insumos em ordem crescente de valores de custo.</p><p>D) d) os materiais mais relevantes ocupam o topo da tabela.</p><p>E) e) o conceito ABC não tem necessidade de ser usado no planejamento de leiaute do canteiro</p><p>de obras.</p><p>4)</p><p>Relacionado ao funcionamento da curva ABC e a gerência de estoques:</p><p>A) a) quando se fala em perdas por estoque de materiais, é possível levantar todos os materiais</p><p>presentes na obra quando existirem poucos itens. Porém, quando se tratar de um número</p><p>muito grande, pode-se utilizar a curva ABC.</p><p>B) b) no levantamento de materiais, deve-se listar os materiais encontrados, as quantidades no</p><p>início e no término do dia de observação, sendo que os materiais que estiverem na obra por</p><p>mais de 15 dias sem uso são descartados.</p><p>C) c) classificar as mercadorias de acordo com a sua importância é tarefa essencial para evitar</p><p>perdas, por isso, atualmente, existem sistemas informatizados para a melhoria desse processo,</p><p>o que faz com que a curva ABC seja pouco utilizada em obras.</p><p>D) d) gerenciar estoques é uma atividade fundamental das empresas, no entanto, essa prática</p><p>não é eficiente para reduzir custos e potencializar processos, pois ela não contribui para a</p><p>otimização do uso dos recursos.</p><p>E) e) a curva ABC, apesar de ser uma ferramenta que permite fazer um cálculo que ajuda a</p><p>classificar os produtos conforme determinado grupo, não é um método de classificação de</p><p>itens utilizado na gestão de estoques.</p><p>5)</p><p>A curva ABC consiste em um método de categorização de serviços que funciona de que</p><p>forma?</p><p>A) a) A categorização classifica os produtos em A, B e C de acordo com a relevância destes, ou</p><p>seja, dos produtos menos relevantes para os mais relevantes.</p><p>B) b) Para a realização dos cálculos da curva ABC, primeiramente, é necessário listar todos os</p><p>produtos e osserviços que serão levados em conta no orçamento da obra.</p><p>C) c) Para cada linha de produto da planilha, deve-se inserir a descrição, o preço unitário e o</p><p>valor total, mas não é necessário inserir a quantidade de material.</p><p>D) d) A curva ABC representa uma importante ferramenta orçamentária, servindo para a melhor</p><p>distribuição de custos de materiais e produtos, não sendo utilizada para fornecedores.</p><p>E) e) A curva ABC não é muito utilizada em função de se apresentar apenas em formato de</p><p>planilha ou tabela, dificultando, dessa forma, que os incorporadores se interessem pela</p><p>ferramenta.</p><p>Na prática</p><p>Na prática, o cálculo de processos construtivos requer um planejamento adequado, a fim de se</p><p>possa evitar as perdas, sendo que isso se dá pelo orçamento adequado por meio de algumas das</p><p>práticas orçamentárias, como, por exemplo, a execução do levantamento de dados para a</p><p>curva/tabela ABC.</p><p>Planejamento: faça sempre o projeto da obra, planejando a equipe e a administração de materiais.</p><p>Utilize sempre a ajuda de profissionais capacitados, organize o setor de compras e mantenha o</p><p>canteiro de obras organizado.</p><p>Evitando perdas: para evitar desperdícios, deve-se ter uma boa gerência de materiais e</p><p>aproveitamento destes. Bons cálculos de vigas e lajes e cuidados nas montagens e nas execuções</p><p>são alguns cuidados a serem tomados.</p><p>Orçamento: um bom cálculo de materiais e fornecedores por intermédio de alguma ferramenta,</p><p>como, por exemplo, a curva abc, é um indicativo de que a obra terá custos minimizados.</p><p>Acompanhe na imagem a seguir um exemplo da reforma de uma cozinha, as especificações da</p><p>retorma e a tabela de orçamento indicando a curva ABC.</p><p>Descrição</p><p>Unidade</p><p>Quantidade</p><p>Preço unitário</p><p>Participação</p><p>Curva</p><p>Azulejo</p><p>m²</p><p>41,58</p><p>18,08</p><p>33,6</p><p>A</p><p>Servente</p><p>h</p><p>8,65</p><p>8,65</p><p>19,27</p><p>A</p><p>Piso</p><p>m²</p><p>23,36</p><p>23,36</p><p>12,48</p><p>B</p><p>Azulejista</p><p>h</p><p>13,61</p><p>12,04</p><p>6,88</p><p>B</p><p>Torneira</p><p>un.</p><p>1</p><p>164,03</p><p>6,19</p><p>B</p><p>Pia</p><p>un.</p><p>1</p><p>154,33</p><p>4,92</p><p>B</p><p>Rodapé</p><p>M</p><p>15,4</p><p>131,05</p><p>3,94</p><p>C</p><p>Argamassa</p><p>colante</p><p>Kg</p><p>215,92</p><p>215,92</p><p>3,68</p><p>C</p><p>Sifão</p><p>un.</p><p>1</p><p>68,42</p><p>2,58</p><p>C</p><p>Cimento</p><p>Portland</p><p>Kg</p><p>132</p><p>0,46</p><p>1,87</p><p>C</p><p>Encanador</p><p>H</p><p>5</p><p>12,04</p><p>1,95</p><p>C</p><p>Areia</p><p>média</p><p>m²</p><p>0,4</p><p>77,2</p><p>1,58</p><p>C</p><p>Pedra</p><p>britada</p><p>m2</p><p>0,37</p><p>70,23</p><p>1,03</p><p>C</p><p>Energia</p><p>elétrica</p><p>Kw</p><p>0,275</p><p>0,55</p><p>0,02</p><p>C</p><p>Betoneira</p><p>un.</p><p>0,00003</p><p>3124</p><p>0,01</p><p>C</p><p>Saiba +</p><p>Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:</p><p>Curva ABC de fornecedores: uma contribuição ao</p><p>planejamento, programação, controle e gerenciamento de</p><p>empreendimentos e obras</p><p>Acesse o link a seguir e leia a dissertação que traz uma revisão</p><p>e busca contribuir com os gerentes de planejamento,</p><p>programação, controle e gerenciamento de empreendimentos e</p><p>obras por intermédio do uso das curvas ABC. O trabalho</p><p>utilizou 10 empreendimentos de classificação alta (NBR 12721),</p><p>incorporados por oito empresas do setor, e fez uma análise dos</p><p>projetos-padrão da NBR 12721.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/84623/226062.pdf?sequence=1&isAllowed=y</p><p>Construção enxuta (lean</p><p>construction)</p><p>Apresentação</p><p>Mudanças significativas ocorreram na indústria da construção civil nos últimos tempos,</p><p>principalmente no que diz respeito ao aumento da competitividade no ambiente empresarial, à</p><p>elevação das exigências dos clientes e às reinvindicações, por parte da mão de obra, por melhores</p><p>condições de trabalho. Em virtude desses fatos, grandes esforços têm sido concentrados na área de</p><p>gestão da produção pelas empresas com o intuito de aumentar a eficiência dos processos,</p><p>reduzindo custos e conquistando o mercado com produtos mais inovadores pela aplicação de uma</p><p>nova filosofia de produção: a construção enxuta (lean construction).</p><p>Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá a construção enxuta, quais são seus conceitos básicos</p><p>e seus princípios e como essa filosofia gerencial contribui para a melhoria dos processos</p><p>construtivos.</p><p>Bons estudos.</p><p>Bons estudos.</p><p>Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p>Analisar as definições e os conceitos</p>