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Módulo 1 - Direito Empresarial - Sociedades regulamentadas no Código Civil

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<p>DESCRIÇÃO</p><p>Elementos básicos do Direito Empresarial e os modelos de sociedades previstos no Código</p><p>Civil.</p><p>PROPÓSITO</p><p>Conhecer o Direito Empresarial é fundamental para o melhor desempenho da gestão da</p><p>atividade econômica, pois permite compreender a estrutura em que serão desempenhadas as</p><p>funções da empresa.</p><p>PREPARAÇÃO</p><p>Tenha em mãos o Código Civil, de modo a permitir uma consulta rápida aos artigos na ordem</p><p>sequencial em que são exibidos.</p><p>OBJETIVOS</p><p>MÓDULO 1</p><p>Reconhecer a atividade empresarial e as características do empresário</p><p>MÓDULO 2</p><p>Distinguir os tipos societários</p><p>MÓDULO 3</p><p>Identificar as regras de funcionamento das sociedades</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Neste tema, você encontrará informações sobre o Direito Empresarial no Brasil, os modelos</p><p>societários existentes e as regras para o funcionamento das sociedades empresariais.</p><p>A ideia é transmitir um conteúdo relevante para o gestor empresarial, por meio de uma leitura</p><p>leve e agradável. Todas as normas que serão trabalhadas aqui estão previstas no Código Civil</p><p>Brasileiro e são obrigatórias para empresários e sociedades empresárias em funcionamento no</p><p>Brasil. Discutiremos a importância das sociedades empresariais para a geração de riquezas e</p><p>para o desenvolvimento econômico e social do país.</p><p>MÓDULO 1</p><p> Reconhecer a atividade empresarial e as características do empresário</p><p>CONCEITOS</p><p>DO CAIXEIRO VIAJANTE AO EMPRESÁRIO: UMA</p><p>PARTE DO DIREITO COMERCIAL</p><p>O Direito é um conjunto de normas destinadas a regular a atuação dos indivíduos em</p><p>sociedade e, com suas leis, normas e seus códigos, são estabelecidos comportamentos</p><p>esperados por parte das pessoas. O Direito estipula as regras de como as atividades</p><p>produtivas devem ser desenvolvidas.</p><p>Considerando que a estrutura do sistema jurídico brasileiro está formatada para o modelo do</p><p>sistema capitalista de produção, existem normas dentro que promovem e incentivam o</p><p>desenvolvimento das atividades econômicas.</p><p>Essas normas buscam, de um modo equilibrado, proteger, ao mesmo tempo, as atividades</p><p>econômicas, as sociedades empresárias, os trabalhadores e consumidores, que estão</p><p>envolvidos no processo de geração de riqueza.</p><p>AS NORMAS DE DIREITO EMPRESARIAL TRATAM</p><p>EXATAMENTE SOBRE COMO DEVEM SE ORGANIZAR OS</p><p>ENTES QUE DESENVOLVEM ATIVIDADE ECONÔMICA. ESSA</p><p>ORGANIZAÇÃO É NECESSÁRIA, UMA VEZ QUE O EXERCÍCIO</p><p>DA ATIVIDADE EMPRESARIAL CONJUGA UMA SÉRIE DE</p><p>FATORES E ELEMENTOS PRODUTIVOS QUE DEPENDE DESSA</p><p>COORDENAÇÃO.</p><p> Mercado romano (A Roman Market) por Johannes Lingelbach. Fonte: Wikimedia</p><p>Você certamente deve ter lido ou estudado sobre o Império Romano, certo? Um dos motivos</p><p>que levaram à expansão do Império Romano foi a busca pela ampliação de mercados que</p><p>permitissem realizar a troca de excedentes produzidos.</p><p> Cerco holandês em Olinda por John Ogilby. Fonte: Wikimedia</p><p>Lembra-se da Companhia das Índias Ocidentais, que resultou na invasão holandesa ao Brasil?</p><p>Alguns autores chegam a configurá-la como uma sociedade anônima, em razão de sua</p><p>organização.</p><p>Inúmeros eventos históricos se relacionam com o exercício da atividade comercial pelo</p><p>homem: mercantilismo, Revolução Industrial, globalização. Todos foram motivados pelo</p><p>exercício de práticas comerciais e, para poder realizá-las com segurança, foi necessária a</p><p>criação de regras específicas para esse ramo de atividades.</p><p>Quais as mudanças realizadas para o exercício de práticas comerciais no Brasil?</p><p>Antes de 2002</p><p>Existia no Brasil o Código Comercial, elaborado em 1950, que trazia a regulamentação do</p><p>chamado “Direito Comercial” e era dividido em três partes: 1) Do Comércio em Geral; 2) Do</p><p>Comércio Marítimo; e 3) Das Quebras.</p><p></p><p>Após 2002</p><p>O Código Comercial foi substituído, em sua primeira parte, pelo Código Civil de 2002, que</p><p>alterou o Código Civil e incorporou toda a parte sobre o comércio em geral. Os processos que</p><p>regulam a falência e a recuperação judicial agora se encontram na Lei n° 11.101, de 2005.</p><p>O ANTIGO CÓDIGO COMERCIAL FOI TODO RECORTADO E</p><p>APENAS A PARTE RELACIONADA AO COMÉRCIO MARÍTIMO</p><p>AINDA PERMANECE EM VIGOR. ASSIM, QUANDO</p><p>ESTUDAMOS OS TEMAS REFERENTES AO DIREITO</p><p>EMPRESARIAL, PRECISAMOS TER EM MENTE QUE ESSE</p><p>CONTEÚDO SE ENCONTRA NO CÓDIGO CIVIL, NÃO MAIS NO</p><p>CÓDIGO COMERCIAL – QUE CONTINUA VALENDO APENAS</p><p>PARA REGULAR AS TRANSAÇÕES ECONÔMICAS QUE</p><p>ENVOLVEM O MAR COMO TRANSPORTE.</p><p>A mudança não foi apenas normativa: existiu toda uma reformulação teórica que acompanhou</p><p>a alteração dos conteúdos de Direito Empresarial para o Código Civil. O fundamento do antigo</p><p>Direito Comercial estava centralizado na figura do comerciante.</p><p>A razão do destaque para o elemento que executava os atos de comércio, ou seja, as trocas</p><p>comerciais, é muito simples: durante todo o desenvolvimento histórico da atividade comercial,</p><p>quem respondia pelas obrigações assumidas sempre foi a figura do comerciante.</p><p>javascript:void(0)</p><p>COMERCIANTE</p><p>Os comerciantes eram mascates, feirantes, integrantes das Corporações de Ofício, os</p><p>mercadores. Você deve conhecer o livro O Mercador de Veneza, de William</p><p>Shakespeare, que retrata, sob o aspecto literário, as trocas e negociações de uma época</p><p>que já não encontra parâmetros com os dias atuais.</p><p>A antiga teoria dos atos de comércio servia para proteger o comerciante, ou seja, aquele que</p><p>realizava e praticava atos de comércios reconhecidos como tais. A mudança nesse raciocínio</p><p>veio com a construção da teoria da empresa, em oposição à teoria dos atos de comércio, que</p><p>identificava a empresa, não mais o comerciante, como fundamento do Direito Comercial.</p><p> RESUMINDO</p><p>A figura jurídica da empresa foi o elemento central a ser protegido e fomentado por meio do</p><p>conjunto de normas jurídicas, que passou a ser reconhecido como Direito Empresarial, não</p><p>mais Direito Comercial.</p><p>ELEMENTOS DO DIREITO EMPRESARIAL E A</p><p>TEORIA DA EMPRESA</p><p>Quando falamos de Direito Empresarial, estamos nos referindo não apenas à teoria da</p><p>empresa, mas, também, a normas que foram incorporadas pelo Código Civil e estão alinhadas</p><p>com o estudo contemporâneo de Direito Empresarial no mundo.</p><p>Os comercialistas não gostaram da mudança, porque consideram que o Direito Comercial foi</p><p>descaracterizado, em sua essência, em prol do destaque dado ao seu aspecto obrigacional.</p><p>Atualmente, existem projetos de leis tramitando no Congresso, com o objetivo de reativar e</p><p>javascript:void(0)</p><p>atualizar o Código Comercial, e extrair o conteúdo do Direito Empresarial de dentro do Código</p><p>Civil.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Esse é o termo correto e atualizado que passaremos a usar ao longo deste tema.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Curiosamente, tanto a teoria dos atos de comércio quanto a teoria da empresa nunca definiram</p><p>de modo claro e preciso quem deveria ser identificado como “comerciante” ou como</p><p>“empresário”. A razão é bem simples: o ato de comerciar ou empresariar não é taxativo. As</p><p>mudanças sujeitas aos mercados, a economia e a vida contemporânea não permitem realizar</p><p>uma categorização específica, sob pena de deixar de fora inovações que possam ocorrer.</p><p>Para não incorrer nesse risco, as normas tomam um caminho indireto: elas indicam quais são</p><p>as atividades empresariais e as que não são empresariais. Portanto, os empresários são os</p><p>que desenvolvem as atividades empresariais.</p><p>A PARTIR DA EDIÇÃO DO CÓDIGO CIVIL, DE 2002, COM A</p><p>INCORPORAÇÃO DA TEORIA DA EMPRESA, PRECISAMOS</p><p>TER EM MENTE ALGUMAS DEFINIÇÕES TÉCNICAS EM</p><p>RELAÇÃO AOS TERMOS “EMPRESA”, “EMPRESÁRIO” E</p><p>“SOCIEDADE”.</p><p>ATIVIDADES EMPRESARIAIS</p><p>Na doutrina, a expressão “empresa” deixou de ser utilizada para designar a entidade</p><p>organizada para exploração de fins econômicos e se tornou reconhecida como “atividade</p><p>econômica”. Ou seja, a empresa se tornou a ação, o processo e o ato. Empresa é a atividade</p><p>econômica organizada pelo empresário para a circulação de bens e serviços, visando à</p><p>obtenção de lucro.</p><p>A entidade organizada por essa atividade passou a ser reconhecida como “sociedade</p><p>empresária”, ou seja, aquela que realiza os atos de empresa. Empresário é o que organiza os</p><p>elementos de produção para efetivar</p><p>das classificações de</p><p>atividades econômicas que podem ser desenvolvidas pelas sociedades</p><p>empresárias.</p><p>Existem muitos filmes que exploram a temática das sociedades, mas, caso você</p><p>tenha tempo e interesse, assista ao documentário A Corporação, que explica o</p><p>funcionamento das sociedades e sua importância no mundo atual, bem como a</p><p>necessidade de estabelecermos regras para o seu bom funcionamento.</p><p>CONTEUDISTA</p><p>Evandro Pereira Guimarães Ferreira Gomes</p><p> CURRÍCULO LATTES</p><p>javascript:void(0);</p><p>o negócio.</p><p>Considerando a Lei nº 10.406/02 (Código Civil), podemos distinguir:</p><p>EMPRESÁRIO</p><p>No artigo 966, empresário é “quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada</p><p>para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.”</p><p>NÃO EMPRESÁRIO</p><p>No parágrafo único do artigo 966, temos que “não se considera empresário quem exerce</p><p>profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de</p><p>auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.”</p><p>Pela definição legal, os indivíduos que exercem profissionalmente atividades intelectuais não</p><p>podem ser considerados empresários.</p><p>Assim, se você é um escritor muito famoso, criador de uma grande saga, vende seus livros</p><p>“feito água”, comercializa seus direitos autorais e o filme vira um blockbuster, você não é</p><p>considerado empresário. Do mesmo modo, o grande cantor da música popular brasileira, com</p><p>uma sólida carreira artística, que emplacou músicas em aberturas de novelas, filmes e</p><p>seriados, e ficou milionário com a sua própria produção, não é considerado empresário.</p><p>Determinadas atividades profissionais que são desenvolvidas por meio do elemento</p><p>“intelectual” são excluídas do ato de empresariar. Qual a razão para isso? O regime jurídico</p><p>empresarial possui características específicas que não devem submeter os profissionais que</p><p>percorreram outros processos para alcançar suas atividades.</p><p>Os meios de atuação de um empresário e de um profissional liberal são muito distintos, a</p><p>começar pelo seu acesso: a criação de uma sociedade empresária é livre (ou seja, para você</p><p>abrir um CNPJ, você não precisa de um diploma de curso superior); para se tornar um</p><p>profissional liberal é necessário o ingresso em uma faculdade e a conclusão do curso, com a</p><p>expedição de um diploma. O profissional liberal pode exercer individualmente sua profissão,</p><p>enquanto a sociedade empresária depende de uma série encadeada de processos de</p><p>produção em massa para ser reconhecida como tal.</p><p>A ATIVIDADE EMPRESÁRIA</p><p>Voltemos ao exemplo do famoso escritor, utilizado anteriormente:</p><p>Se o escritor, por meio de seus atributos intelectuais, conseguiu desenvolver uma grande obra</p><p>literária e obteve lucro por meio dela, não pode ser considerado empresário. Mas, se em vez</p><p>de vender seus direitos autorais para uma editora, ele mesmo criar uma editora, articular o</p><p>processo produtivo editorial (com contratos de distribuição do livro para livrarias, de produção</p><p>com gráficas, de distribuição online da obra) e organizar esses fatores produtivos, então, ele</p><p>poderá ser considerado empresário. Não pela atividade de criação de uma obra literária</p><p>(atividade intelectual), mas, pelo exercício dos atos empresariais de gestão, desempenhados</p><p>como empresário.</p><p>Contadores, advogados, médicos, dentistas, veterinários, fisioterapeutas, economistas,</p><p>matemáticos, físicos, farmacêuticos, químicos, botânicos, arquitetos, engenheiros e todos os</p><p>demais artistas e profissionais autônomos, ao realizarem suas profissões, não exercem</p><p>atividades empresárias. Consequentemente, as regras relativas às empresas não se aplicam a</p><p>esses profissionais – como, por exemplo, a falência.</p><p>Isso não significa que esses profissionais não possam criar uma sociedade empresária para</p><p>explorar atividades econômicas com o intuito de obter lucros, como é o caso, por exemplo, de</p><p>um engenheiro que cria uma sociedade empresária no ramo da construção civil. Todavia, são</p><p>atividades diversas: as atividades de engenheiro precisam ser desempenhadas por quem</p><p>possui diploma e registro (no caso, o CREA). Para abrir uma sociedade empresária que</p><p>ofereça serviços de engenharia não é necessário ser engenheiro – pode ser economista,</p><p>contador, administrador –, nem ter curso superior, porque a gestão dos atos empresariais não</p><p>pressupõe o elemento “intelectual” para ser desempenhada.</p><p>DIFERENÇAS ENTRE ATIVIDADE EMPRESÁRIA E</p><p>ATIVIDADE NÃO EMPRESÁRIA</p><p>Para distinguir uma atividade empresária de uma atividade não empresária, além do elemento</p><p>intelectual que se exclui da primeira, é necessário observar:</p><p>Se a atividade está sendo desenvolvida de modo organizado, demonstrando uma lógica</p><p>nas etapas de produção.</p><p>Se a atividade está sendo desenvolvida com profissionalidade e habitualidade, não sendo</p><p>algo esporádico.</p><p>Se existe o objetivo de lucro, de gerar renda por meio do desempenho daquela atividade.</p><p>AS ATIVIDADES RELACIONADAS À AGROPECUÁRIA</p><p>Outro setor que é responsável por grande parte das trocas comerciais internacionais do Brasil</p><p>e pela própria balança comercial, não é reputada como atividade empresária: falamos das</p><p>atividades relacionadas à agropecuária. Trata-se de uma compreensão atrasada e talvez</p><p>bastante burguesa de que o trabalho desenvolvido no campo não se reveste dos elementos</p><p>mercantis essenciais para caracterizar uma atividade como empresária.</p><p>Pode ser que há muito tempo, essa realidade ainda estivesse presente, mas, nos dias atuais,</p><p>em que existe uma ampla gama de produtos, serviços e tecnologia de ponta presentes na</p><p>produção agropecuária do país, é difícil acreditar que, para um empresário rural ser</p><p>considerado “empresário”, ele precise de registro específico.</p><p>O produtor rural só é considerado empresário caso realize o registro da sua atividade no</p><p>Registro Público de Empresas Mercantis. Sendo assim, um produtor rural não é um empresário</p><p>enquanto não realizar o registro. Isso é possível em função da facultatividade da escolha do</p><p>local do registro dos atos constitutivos da empresa.</p><p>CONFORME PÔDE SER OBSERVADO, NÃO HÁ</p><p>IMPEDIMENTOS PARA A CRIAÇÃO DE UMA SOCIEDADE</p><p>EMPRESÁRIA E PARA SE TORNAR EMPRESÁRIO, CORRETO?</p><p>ERRADO! EXISTEM SITUAÇÕES ESPECÍFICAS QUE NÃO</p><p>PERMITEM A ATUAÇÃO COMO EMPRESÁRIO, NEM A</p><p>CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE EMPRESÁRIA. SÃO</p><p>AQUELES CASOS DE INDIVÍDUOS IMPEDIDOS DE</p><p>EMPRESARIAR POR DETERMINAÇÃO LEGAL.</p><p>No vídeo a seguir, o professor, mestre em direito, Cláudio Miranda, aborda o tema das</p><p>atividades empresariais e explica como identificá-las.</p><p>IMPEDIMENTOS LEGAIS</p><p>Essa determinação está prevista no artigo 972 do Código Civil que diz que:</p><p></p><p>PODEM EXERCER A ATIVIDADE DE EMPRESÁRIO OS</p><p>QUE ESTIVEREM EM PLENO GOZO DA CAPACIDADE</p><p>CIVIL E NÃO FOREM LEGALMENTE IMPEDIDOS.</p><p>A restrição relacionada à capacidade civil deve-se ao fato de que menores não podem ser</p><p>empresários. Isso significa dizer que eles não podem ser sócios? Não!</p><p> ATENÇÃO</p><p>Os menores incapazes ou relativamente capazes podem figurar como sócios em sociedades</p><p>empresárias, representados pelos pais ou assistidos por eles, sendo impedidos, todavia, de</p><p>exercer a administração delas pela falta de capacidade civil.</p><p>A regra sobre a capacidade civil vale para todos. Há ainda algumas regras específicas que</p><p>proíbem o exercício da atividade empresarial por parte de alguns profissionais. Tal proibição se</p><p>reveste de uma preocupação de não causar prejuízo à sociedade, aos consumidores, ou ainda,</p><p>à livre concorrência.</p><p>PROIBIÇÕES ESPECÍFICAS</p><p>Os militares da ativa, integrantes das Forças Militares nacionais.</p><p>Os servidores públicos civis, de todas as esferas da administração (Federal, Estadual e</p><p>Nacional).</p><p>Os juízes, em razão da incompatibilidade ética com o desempenho de suas atribuições e</p><p>funções.</p><p>Os médicos, em relação às farmácias, drogarias, óticas ou laboratórios de análises</p><p>clínicas, por uma questão de concorrência desleal.</p><p>Os corretores e os leiloeiros, em razão de vedação legal.</p><p>Os empresários que já faliram e ainda não foram reabilitados.</p><p>Os estrangeiros que não tenham residência no Brasil, sendo, ainda, vedados: o exercício</p><p>da atividade empresarial dedicada à pesquisa e à lavra de recursos minerais e ao</p><p>aproveitamento do potencial de energia hidráulica (por determinação constitucional, em</p><p>razão da natureza estratégica de tais mercados); o estrangeiro não naturalizado e o</p><p>naturalizado há menos de dez anos, para explorar empresa jornalística, de radiodifusão</p><p>sonora e de sons e imagens.</p><p>Agentes políticos: existe uma limitação em razão de não</p><p>poderem participar de</p><p>sociedades que tenham negócios com o Estado, por uma questão de conflito de</p><p>interesses.</p><p>TIPOS DE EMPRESÁRIOS</p><p>Para todos os demais que podem atuar como empresários existem dois caminhos para seguir:</p><p>o individual e o coletivo. Entre as atuais possibilidades, temos os seguintes tipos de</p><p>empresários individuais:</p><p>EMPRESÁRIO INDIVIDUAL</p><p>Quem exerce atividades de empresa organizando insumos, matéria-prima, fatores de</p><p>produção, de modo profissional e com habitualidade, com objetivo de promover a circulação de</p><p>riqueza com bens ou serviços economicamente valoráveis. Esse empresário individual</p><p>responde com todos os seus bens perante as obrigações assumidas em decorrência de suas</p><p>atividades empresariais.</p><p>MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL (MEI)</p><p>Pode ser reputado como um tipo de empresário, com uma limitação em razão das atividades</p><p>autorizadas para exploração. Essas atividades estão descritas no Portal do Empreendedor, site</p><p>governamental que orienta a criação dos MEI. Além disso, existe uma limitação de faturamento</p><p>anual de 81 mil reais por exercício fiscal. Vale fazer uma observação de que muitos desses</p><p>MEI “escondem uma pejotização” disfarçada; isso ocorre quando o empregador, para não</p><p>assumir as obrigações trabalhistas, obriga o empregado a constituir CNPJ para reduzir os</p><p>gastos indiretos com o trabalhador.</p><p>EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE</p><p>LIMITADA (EIRELI)</p><p>A partir da Lei n° 12.441/2011, é possível a criação de uma empresa individual constituída por</p><p>cotas, cuja responsabilidade fica restrita ao valor do capital social integralizado de, no mínimo,</p><p>cem vezes o salário mínimo vigente no país.</p><p>SOCIEDADE LIMITADA UNIPESSOAL (SLU)</p><p>Para essa modalidade, também chamada de LTDA Unipessoal, não há exigência de capital</p><p>social mínimo. A partir da edição da Lei de Liberdade Econômica (LLE, Lei nº 13.874/19), foi</p><p>oficializada, no Brasil, a existência de uma “sociedade de um”. Isso significa que não é mais</p><p>necessário para o empresário buscar um sócio pro forma, apenas no papel, para abrir uma</p><p>sociedade. Ele pode, a partir da edição dessa lei, criar uma sociedade limitada ao capital social</p><p>que for indicado e atuar por meio dela, sem precisar de terceiros.</p><p>A exploração de atividade empresarial por meio coletivo corresponde à constituição das</p><p>sociedades e suas distintas categorias, conforme estudaremos no próximo módulo.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. NO SISTEMA JURÍDICO NACIONAL, NÃO EXISTE UMA</p><p>CONCEITUAÇÃO DIRETA PARA A IDENTIFICAÇÃO DA FIGURA DO</p><p>EMPRESÁRIO. ESSA CONCEITUAÇÃO É FEITA POR MEIO DAS</p><p>ATIVIDADES QUE ELE PRATICA. NESSE SENTIDO, PODEMOS DIZER QUE</p><p>EMPRESÁRIO É AQUELE QUE OBTÉM LUCRO COM O</p><p>DESENVOLVIMENTO DE SUA ATIVIDADE PROFISSIONAL?</p><p>A) Sim, porque o que diferencia a atuação do empresário é a obtenção de lucros, em oposição</p><p>às atividades sem fins lucrativos, que não são empresárias.</p><p>B) Não, porque existem atividades profissionais que também geram lucro, mas que não podem</p><p>ser consideradas como atividades empresárias, por determinação legal.</p><p>C) Sim, porque a geração do lucro é o elemento central na definição de sociedade empresária.</p><p>D) Não, porque é necessário o elemento habitualidade no desempenho da atividade</p><p>profissional para que se caracterize como atividade empresária.</p><p>2. A FAMÍLIA DOREMI PASSOU OS ÚLTIMOS DOIS ANOS COM</p><p>PROBLEMAS FINANCEIROS, EM DECORRÊNCIA DA DEMISSÃO DO</p><p>MARIDO E DA CHEGADA DE MAIS UM IRMÃO PARA OS TRÊS FILHOS</p><p>QUE JÁ TINHAM EM CASA. PENSANDO EM ALTERNATIVAS PARA SAIR</p><p>DA CRISE, A MÃE COMEÇOU A FABRICAR BOLOS E DOCES PARA</p><p>VENDER NA VIZINHANÇA E NA FEIRA QUE ERA REALIZADA TODO</p><p>DOMINGO. SEUS DOCES COMEÇARAM A FAZER MUITO SUCESSO E SE</p><p>TORNARAM A PRINCIPAL FONTE DE RENDA DA FAMÍLIA. A SRA.</p><p>DOREMI DECIDIU FORMALIZAR A SUA ATIVIDADE PARA EMITIR NOTA</p><p>FISCAL E VENDER SEUS PRODUTOS PARA RESTAURANTES. MARQUE A</p><p>OPÇÃO CORRETA:</p><p>A) A sra. Doremi não pode abrir uma sociedade porque cozinhar não é uma atividade</p><p>empresária, já que requer conhecimentos técnicos específicos, no sentido de conhecer boas</p><p>receitas e saber fazer comidas deliciosas.</p><p>B) A sra. Doremi pode oferecer os seus serviços de doceira na esquina, no Restaurante “Di</p><p>Casa”, que já existe há cerca de cinco anos e não possui doces no seu cardápio e, com isso,</p><p>poderá emitir notas fiscais próprias.</p><p>C) A sra. Doremi pode abrir uma sociedade limitada unipessoal para vender seus produtos,</p><p>uma vez que ela exerce com habitualidade, organiza as etapas de sua produção e possuiu o</p><p>objetivo de lucro.</p><p>D) A sra. Doremi só pode abrir um MEI para emitir as suas notas fiscais, visto que a atividade</p><p>de confeiteira independente está listada como uma das atividades permitidas para a criação de</p><p>um CNPJ de microempresário individual.</p><p>GABARITO</p><p>1. No sistema jurídico nacional, não existe uma conceituação direta para a identificação</p><p>da figura do empresário. Essa conceituação é feita por meio das atividades que ele</p><p>pratica. Nesse sentido, podemos dizer que empresário é aquele que obtém lucro com o</p><p>desenvolvimento de sua atividade profissional?</p><p>A alternativa "B " está correta.</p><p>Existem atividades que não são consideradas empresárias pela legislação brasileira e, com</p><p>isso, não podemos reputar como empresários os indivíduos que exploram economicamente a</p><p>atividade intelectual.</p><p>2. A família Doremi passou os últimos dois anos com problemas financeiros, em</p><p>decorrência da demissão do marido e da chegada de mais um irmão para os três filhos</p><p>que já tinham em casa. Pensando em alternativas para sair da crise, a mãe começou a</p><p>fabricar bolos e doces para vender na vizinhança e na feira que era realizada todo</p><p>domingo. Seus doces começaram a fazer muito sucesso e se tornaram a principal fonte</p><p>de renda da família. A sra. Doremi decidiu formalizar a sua atividade para emitir nota</p><p>fiscal e vender seus produtos para restaurantes. Marque a opção correta:</p><p>A alternativa "C " está correta.</p><p>A atividade de confeiteira pode ser uma atividade empresária, dependendo do modo como o</p><p>empresário organize o seu funcionamento. E de acordo com a sua estratégia, existem diversas</p><p>opções de modelos que ele pode utilizar para explorar o seu negócio: sociedade limitada</p><p>unipessoal, MEI, EIRELI, empresário individual e até mesmo uma sociedade empresária.</p><p>MÓDULO 2</p><p> Distinguir os tipos societários</p><p>TIPOS SOCIETÁRIOS</p><p>AS DIFERENTES ESPÉCIES SOCIETÁRIAS E</p><p>SUAS CARACTERÍSTICAS</p><p>De acordo com o artigo 981, do Código Civil, a sociedade é constituída por pessoas (físicas ou</p><p>jurídicas), que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício</p><p>de atividade econômica e a partilhar entre si os resultados, sendo reconhecida como sujeito de</p><p>direitos e obrigações pelo nosso ordenamento jurídico.</p><p>Vejamos as características, levando em consideração as diferentes espécies societárias:</p><p>A COMPOSIÇÃO</p><p>OS RISCOS</p><p>OS SÓCIOS</p><p>A ORDEM JURÍDICA</p><p>A PERSONALIDADE JURÍDICA</p><p>A COMPOSIÇÃO</p><p>As sociedades são entidades criadas para a exploração de uma atividade econômica com mais</p><p>de um empresário em sua composição. No caso do empresário individual ou da própria EIRELI,</p><p>todo o risco do negócio está centralizado apenas em um indivíduo, que responderá, conforme</p><p>for o caso, com a integralidade de seu patrimônio ou parte dele.</p><p>OS RISCOS</p><p>A ideia da sociedade consiste em repartir esses riscos com terceiros. Mas, não com quaisquer</p><p>terceiros: com um sócio (que integra uma sociedade limitada) ou acionista (que integra uma</p><p>sociedade anônima). Existem alguns requisitos para a constituição dessa parceria comercial.</p><p>Um deles é a chamada affectio societatis, ou seja, o desejo, a intenção de se manter</p><p>associado, de manter o vínculo constitutivo da sociedade.</p><p>OS SÓCIOS</p><p>A característica mais importante, que motiva a criação e a existência da sociedade, é orientada</p><p>pelo comportamento dos sócios, com o intuito de conjugar esforços para que juntos possam</p><p>atingir seu objetivo e o fim social previsto, dispondo-se a enfrentar riscos que possam surgir, e</p><p>a assumir os resultados do desempenho da atividade, sendo eles positivos</p><p>ou negativos.</p><p>A ORDEM JURÍDICA</p><p>Diz-se que as sociedades são uma “criação jurídica”, uma vez que sua existência ocorre por</p><p>meio de um reconhecimento da ordem jurídica. Isso porque, a partir do registro na Junta</p><p>Comercial, a sociedade torna-se uma “pessoa jurídica” distinta das demais pessoas que a</p><p>constituíram.</p><p>A PERSONALIDADE JURÍDICA</p><p>O ordenamento jurídico atribui à sociedade uma “personalidade jurídica”, que passa a existir no</p><p>mundo das obrigações, com nome empresarial, objeto social a ser desenvolvido, patrimônio</p><p>próprio (distinto do patrimônio dos sócios) e obrigações específicas.</p><p>CLASSIFICAÇÕES DE SOCIEDADES</p><p>A Lei nº 10.406/02 (Código Civil) adota a Teoria da Empresa, ao mesmo tempo em que alarga</p><p>a abrangência do Direito Comercial, fazendo com que seu estudo não se restrinja às</p><p>sociedades empresárias, ou seja, àquelas que exercem atividade própria de empresário, mas,</p><p>também, abarcando o estudo das sociedades não empresárias, conhecidas como sociedades</p><p>simples.</p><p>QUAL A DIFERENÇA ENTRE SOCIEDADES EMPRESÁRIAS</p><p>E NÃO EMPRESÁRIAS?</p><p>O que diferencia uma da outra é o fato de o sistema jurídico reconhecer a possibilidade</p><p>de reunião ou agrupamento de indivíduos para a exploração de atividade econômica que</p><p>não seja caracterizada como atividade “empresária”. Isso significa dizer, por exemplo,</p><p>que um grupo de advogados pode se reunir e abrir uma sociedade para desenvolver sua</p><p>atividade profissional, com habitualidade, economicidade e com o objetivo de lucro, sem</p><p>que essa sociedade seja reconhecida como empresária. No caso, aqueles que</p><p>desenvolvem atividade econômica não empresária não estão impedidos de se associar,</p><p>mas tão somente de empresariar.</p><p>Nesses casos, a sociedade recebe a classificação de uma sociedade simples, em</p><p>oposição às sociedades empresárias. As sociedades empresárias são aquelas que são</p><p>formadas por meio de um contrato firmado entre duas ou mais pessoas físicas ou</p><p>jurídicas, que organizarão os fatores produtivos para a exploração de atividade</p><p>econômica com objetivo de produzir lucro.</p><p>É POSSÍVEL FORMAR UMA SOCIEDADE</p><p>EMPRESÁRIA A PARTIR DE OUTRA SOCIEDADE</p><p>EMPRESÁRIA?</p><p>SIM NÃO</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>PARABÉNS, VOCÊ ACERTOU!</p><p>As sociedades podem ser compostas por indivíduos ou por outras sociedades</p><p>empresárias e essa situação é extremamente comum. Os grupos que são formados por</p><p>outras empresas também são chamados de grupos empresariais.</p><p>OPA! ALGO NÃO DEU CERTO.</p><p>A resposta correta é sim. As sociedades podem ser compostas por indivíduos ou por</p><p>outras sociedades empresárias e essa situação é extremamente comum. Os grupos que</p><p>são formados por outras empresas são também chamados de grupos empresariais.</p><p>Voltando ao estudo da sociedade, dizemos que ela é uma pessoa jurídica de direito privado</p><p>para diferenciá-la das pessoas naturais (ou pessoas físicas) e das pessoas jurídicas de direito</p><p>público (que seria o caso das pessoas estatais, isto é, União, Estados, Municípios e Distrito</p><p>Federal).</p><p>De acordo com o nosso Código Civil, as sociedades podem ser divididas, em razão de seu</p><p>registro, do seguinte modo:</p><p>No vídeo a seguir, o professor, mestre em direito, Cláudio Miranda, aborda as espécies de</p><p>sociedades empresárias e como identificá-las.</p><p>SOCIEDADES PERSONIFICADAS</p><p>Dizer que uma sociedade é personificada significa dizer que ela possui personalidade jurídica,</p><p>ou seja, que está inscrita no Registro Público das Empresas Mercantis ou no Registro Civil das</p><p>Pessoas Jurídicas.</p><p>SOCIEDADES SIMPLES</p><p>São as sociedades organizadas para o desenvolvimento de atividades econômicas que não</p><p>são reconhecidas por lei como atividades empresárias. Entre os exemplos mais recorrentes</p><p>temos os escritórios de advocacia, os consultórios médicos e dentistas, e outros que exercem</p><p>atividades intelectuais de modo organizado, mas que não são considerados empresários.</p><p>SOCIEDADES EMPRESÁRIAS</p><p>As sociedades empresárias são as que praticam atos de empresa, ou seja, possuem como</p><p>finalidade a exploração de atividades empresárias. As sociedades empresárias também podem</p><p>assumir formas distintas, conforme a classificação a seguir:</p><p>Sociedade em nome coletivo</p><p>Sociedade em comandita simples</p><p>Sociedade limitada</p><p>Sociedade anônima</p><p>Sociedade em comandita por ações</p><p>Existe ainda uma nova modalidade de sociedade que foi incluída pela recente Lei de Liberdade</p><p>Econômica (Lei nº 13.874/19), que instituiu oficialmente no Brasil a possibilidade de sociedade</p><p>limitada unipessoal (SLU), conforme apresentado no item sobre o exercício da função de</p><p>empresário.</p><p>ANTES DA LEI DE</p><p>LIBERDADE ECONÔMICA</p><p>Não era possível formar uma sociedade com menos de dois participantes, o que criava uma</p><p>anomalia porque, para exercer uma atividade empresarial, as sociedades precisavam de, no</p><p>mínimo, duas pessoas. Na prática, existia um percentual elevado de sociedades com sócios</p><p>que possuíam entre 1 e 0,1% do capital social – ou seja, um papel totalmente irrelevante.</p><p></p><p>APÓS A IMPLEMENTAÇÃO DA LEI DE LIBERDADE ECONÔMICA</p><p>Foi legalmente instituída a opção de criação de uma sociedade empresária de</p><p>responsabilidade limitada com apenas um sócio e, o que é o seu diferencial, sem o patrimônio</p><p>mínimo (que é uma exigência e um entrave que surgiu com a criação da EIRELI).</p><p>Os demais modelos de sociedade praticamente não funcionam mais, atualmente, porque os</p><p>empresários optam pelo modelo que garante mais proteção patrimonial (sociedade limitada) ou</p><p>mais acesso ao financiamento do negócio (sociedade anônima). Analisaremos cada uma delas,</p><p>após mencionarmos as sociedades não personalizadas.</p><p>SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS</p><p>São aquelas que não possuem uma personalidade jurídica constituída. Ou seja, não possuem</p><p>patrimônio jurídico próprio, nem nome, mas são reconhecidas pelo Direito em razão de suas</p><p>obrigações e seus deveres constituídos por meio de um contrato. Isso significa que elas são</p><p>válidas entre os contratantes, mas não produzem efeitos perante terceiros.</p><p>AS SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS EM COMUM</p><p>São aquelas que exercem atividade econômica empresária, mas que, por alguma razão, não</p><p>foram regularmente inscritas no registro de empresas mercantis. Também podem ser</p><p>chamadas de sociedade de fato ou sociedade irregular. A grande questão que esse tipo</p><p>societário traz é a de que não é o registro que torna a sociedade presente no mundo, uma vez</p><p>que, mesmo sem o registro, a sociedade pode ser juridicamente considerada uma sociedade.</p><p>Isso significa que compromissos e responsabilidades assumidos perante terceiros deverão ser</p><p>respeitados mesmo que aquela sociedade seja uma sociedade irregular. A consequência dessa</p><p>situação é que, em decorrência de sua ilegalidade, a responsabilidade dos sócios torna-se</p><p>ilimitada, podendo alcançar todos os seus bens.</p><p>É uma forma de a legislação punir aquele que não está adequado às formas regulares</p><p>existentes. É também um caminho para não deixar que terceiros de boa-fé sejam prejudicados</p><p>por problemas alheios ao seu conhecimento.</p><p>AS SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS EM CONTA</p><p>DE PARTICIPAÇÃO</p><p>São totalmente diferentes das sociedades não personificadas comuns. Isso porque existe uma</p><p>escolha, uma manifestação de vontade entre os sócios de não as registrar. Esse tipo de</p><p>sociedade também é chamado de sociedade oculta e só tem valor entre as partes.</p><p>Muitas vezes, essa sociedade é firmada quando uma das partes busca investimento com a</p><p>outra parte e não há interesse em divulgar ao mercado nem a parceria nem o produto. Existem</p><p>alguns casos de startups que recebem seus financiamentos por meio de sociedade em conta</p><p>de participação.</p><p>Com esse modelo, é possível garantir direitos e prever deveres entre os participantes. Nele,</p><p>duas ou mais pessoas físicas ou jurídicas se associam, sem a criação de um nome empresarial</p><p>e sem a constituição de um CNPJ, mas com o objetivo de compartilhar o lucro.</p><p>A atuação da sociedade em conta de participação pode se restringir a uma operação ou</p><p>atividade parcial ou integral; os acordos ali previstos só valem entre os sócios. Apesar de não</p><p>ter registro, ela não é uma sociedade irregular. O seu contrato pode ser registrado em cartório</p><p>de títulos e documentos.</p><p>Além da classificação entre sociedades personificadas e não personificadas, existem outras</p><p>formas possíveis de classificação entre as sociedades, como, por exemplo, em razão da</p><p>responsabilidade dos sócios, da nacionalidade da sociedade, da sociedade de pessoas e da</p><p>sociedade de capital, mas que são mais relacionadas a aspectos teóricos acerca da</p><p>constituição e do funcionamento das sociedades.</p><p>Em função do critério de objetividade deste tema, serão enfocadas as modalidades de</p><p>sociedades que são mais utilizadas: a sociedade de responsabilidade limitada por cotas e a</p><p>sociedade anônima.</p><p>SOCIEDADE LIMITADA</p><p>A sociedade limitada é composta por apenas uma categoria de sócios, denominados de</p><p>cotistas. O capital social desse tipo de sociedade é constituído com a soma dos valores das</p><p>cotas sociais, ou seja, é formado pelo aporte que cada sócio faz, retirando de seu patrimônio</p><p>pessoal para integrar o patrimônio social. Pode ser em dinheiro ou em bens, conferindo direitos</p><p>e deveres a cada um, especialmente de participar de seu resultado, sendo positivo ou negativo.</p><p>Fonte:Shutterstock</p><p> Fonte: PCH.Vector | Shutterstock</p><p>Uma das maiores características dessa sociedade, que se tornou o modelo mais utilizado no</p><p>país, é a limitação da responsabilidade de cada sócio ao que cada um tenha de cotas na</p><p>sociedade, ainda que todos respondam solidariamente pela integralização do capital social ‒</p><p>por isso, também é chamada de sociedade por cotas de responsabilidade limitada.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>A integralização das cotas é uma etapa muito relevante no processo de construção da</p><p>sociedade porque, caso as cotas não sejam integralizadas, os sócios respondem pela</p><p>integralização.</p><p>O sócio poderá deixar a sociedade, cedendo ou vendendo suas cotas a quem queira, sendo</p><p>sócio ou não, mesmo sem a anuência dos demais sócios, caso o contrato social seja omisso</p><p>quanto a essa possibilidade ou não disponha o contrário; isso pode não ocorrer caso os</p><p>titulares (mais de um quarto do capital social) se oponham formalmente.</p><p>ADMINISTRAÇÃO</p><p>A administração da sociedade limitada poderá ser feita por mais de uma pessoa, sócios ou</p><p>terceiros, não necessariamente designadas no contrato social, podendo ser por ato separado.</p><p>O terceiro que for nomeado administrador só poderá ser investido como tal após a lavratura do</p><p>termo de posse no livro de atas da administração.</p><p>O contrato social poderá estipular que todos os sócios exercerão a administração da</p><p>sociedade, mas, no caso da entrada de um novo sócio, essa atribuição não será automática,</p><p>devendo constar formalmente no instrumento de alteração do quadro societário, sob pena do</p><p>novo sócio não poder exercer a administração da sociedade.</p><p>DELIBERAÇÕES</p><p>De acordo com o art. 1.010 do Código Civil, a regra é que as deliberações da sociedade</p><p>aconteçam por maioria de votos, consoante o valor das cotas de cada sócio; a maioria absoluta</p><p>é o equivalente a mais da metade do capital e, nos casos de empate, prevalecerá a decisão do</p><p>maior número de sócios; se o empate persistir, a decisão ficará a cargo do juiz.</p><p>As deliberações são tomadas em reunião ou assembleia, convocada pelos administradores nos</p><p>casos previstos em lei ou contrato (art. 1.172 CC).</p><p>Será por meio de assembleia sempre e obrigatoriamente quando o número de sócios for</p><p>superior a dez, mas as formalidades de convocação poderão ser dispensadas, se todos os</p><p>sócios comparecerem diretamente ou declararem, com antecedência e formalmente,</p><p>conhecerem local, data, hora e ordem do dia. Quando todos os sócios decidirem por escrito a</p><p>matéria objeto, tanto a reunião quanto a assembleia poderão ser dispensadas.</p><p>Em algumas situações, a assembleia deve ser realizada pelo menos uma vez por ano, para</p><p>aprovar o balanço patrimonial, para a designação de administradores e em casos de prestação</p><p>de contas pelos administradores, devendo acontecer nos primeiros quatro meses após o</p><p>término do exercício social estipulado no contrato social.</p><p>SOCIEDADE ANÔNIMA</p><p>A sociedade anônima (SA) é aquela pessoa jurídica de direito privado de natureza mercantil</p><p>que possui o seu patrimônio dividido em ações, limitando a responsabilidade dos acionistas ao</p><p>preço de emissão de ações subscritas ou adquiridas. A SA está regulamentada pela Lei nº</p><p>6.404/76.</p><p>São possíveis duas espécies de sociedades anônimas:</p><p>javascript:void(0)</p><p>AÇÕES SUBSCRITAS</p><p>Subscrição de ações é o compromisso firmado pelo interessado na compra da ação.</p><p>Trata-se de um processo preliminar à aquisição de ações que é efetivamente a compra</p><p>de ações, por terceiro interessado.</p><p>Juan Pablo Patti / Shutterstock</p><p>ABERTAS</p><p>São aquelas que registram seus valores mobiliários na Comissão de Valores Mobiliários (CVM)</p><p>e os negociam no mercado de valores mobiliários.</p><p></p><p>Juan Pablo Patti / Shutterstock</p><p>FECHADAS</p><p>Não possuem registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e os valores mobiliários são</p><p>negociados diretamente por seus fundadores na constituição, e pelos diretores após a</p><p>constituição.</p><p>A respeito da sociedade anônima, é importante saber:</p><p>VALORES MOBILIÁRIOS</p><p>A Lei nº 6.385/76 disciplina o mercado de valores mobiliários e apresenta um rol em seu art. 2º</p><p>do que considera como valores mobiliários, trazendo, entre outros, as ações, as partes</p><p>beneficiárias, os debêntures e os bônus de subscrição, que são os títulos que podem ser</p><p>emitidos e negociados pelas sociedades anônimas, com o objetivo de captar recurso financeiro</p><p>no mercado.</p><p>A ação, diferentemente dos demais valores mobiliários, confere ao seu possuidor a qualidade</p><p>de sócio, podendo participar da vida da sociedade e, dependendo da espécie de ação que</p><p>possua, ter privilégios e vantagens em relação aos demais.</p><p>Outros modelos de valores mobiliários correspondem a investimentos financeiros que estão</p><p>atrelados a mecanismos específicos de remuneração.</p><p>ADMINISTRAÇÃO</p><p>A Lei nº. 6.404/76 determina que a administração da sociedade anônima deve ser organizada</p><p>no sentido da distribuição entre as entidades que a compõem, como a assembleia geral, o</p><p>conselho de administração, a diretoria e o conselho fiscal.</p><p>Apesar do compartilhamento de decisões, um elemento de grande valor na SA é o acionista</p><p>controlador. De acordo com o artigo 116 da Lei das SA, o acionista controlador é a pessoa,</p><p>física ou jurídica, ou o grupo de pessoas que possui a titularidade de direitos que assegurem a</p><p>maioria dos votos nas reuniões da assembleia geral e, com isso, detém o poder de eleger os</p><p>administradores da companhia. Além disso, o acionista controlador também pode utilizar o</p><p>controle que detém para dirigir as atividades da sociedade e orientar o funcionamento de seus</p><p>órgãos.</p><p>O parágrafo único do referido artigo destaca, no entanto, que todo o desempenho do acionista</p><p>controlador deve ser pautado com a finalidade de cumprir o objeto social da companhia,</p><p>respeitar a sua função social e observar os deveres e as responsabilidades para com os</p><p>demais acionistas da empresa, os que nela trabalham e para com a comunidade em que atua.</p><p>SOCIEDADE SIMPLES</p><p>São sociedades que desenvolvem atividades não empresariais formadas por duas ou mais</p><p>pessoas, visando ao lucro, mas sem a existência do elemento empresa, isto é, a atividade</p><p>econômica organizada, pois cada um dos sócios participa diretamente com seu intelecto, de</p><p>natureza científica, literária ou artística, para que os resultados possam aparecer, como as</p><p>sociedades de médicos, odontólogos, contadores etc.</p><p>Além das sociedades não empresárias, também as cooperativas devem ser criadas como</p><p>sociedades simples. O Código Civil, a partir do seu artigo 997, confere todas as características</p><p>da sociedade simples que servem subsidiariamente a todas as demais sociedades, no que não</p><p>lhes houver determinado particularidades.</p><p>RESSALTAMOS QUE A SOCIEDADE SIMPLES DEVE SE</p><p>LIMITAR À ATIVIDADE ESPECÍFICA PARA A QUAL FOI CRIADA,</p><p>OU SEJA, À PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS VINCULADOS À</p><p>HABILIDADE</p><p>TÉCNICA E INTELECTUAL DOS SÓCIOS, NÃO</p><p>DEVENDO CONTER OUTROS SERVIÇOS ESTRANHOS, CASO</p><p>EM QUE PODERÁ CONFIGURAR O ELEMENTO DE EMPRESA</p><p>QUE, NESSE CONTEXTO, SE TRANSFORMARÁ EM UMA</p><p>SOCIEDADE EMPRESÁRIA.</p><p>Diante de tantas possibilidades e de tantas opções, poderíamos indagar: qual o melhor modelo</p><p>de sociedade? E a resposta será: Depende! (Como a maioria das respostas jurídicas é).</p><p>Depende do quê? Do modelo de negócios que o criador da empresa tenha em mente.</p><p>Depende do objetivo que se pretende alcançar com a criação daquela sociedade. A finalidade,</p><p>a ideia do comércio e a oportunidade vêm antes de se definir qual o tipo de sociedade deve ser</p><p>escolhido.</p><p>Agora, complete as frases com as palavras do quadro, relacionando os modelos de</p><p>sociedade e respectivas finalidades às situações apresentadas.</p><p>alavancar</p><p>investimentos</p><p>arrecadar valores</p><p>responsabilidade</p><p>limitada.</p><p>sociedade anônima</p><p>sociedade de cotas</p><p>Caso queira desenvolver um</p><p>produto a ser comercializado</p><p>em massa, como, por exemplo,</p><p>uma vacina que terá distribuição</p><p>mundial, a pode ser</p><p>uma boa opção, pois permitirá</p><p>e nos produtos que</p><p>se pretende desenvolver.</p><p>Se a opção for mais modesta,</p><p>como, por exemplo, a criação</p><p>de uma linha de acessórios</p><p>infantis, ou de uma marca de</p><p>roupas homewear do tipo</p><p>“pijamas chiques”, com</p><p>distribuição e mercado</p><p>regionais, ou ainda para</p><p>participar de feiras, pode ser</p><p>que a melhor opção seja uma</p><p>por</p><p>RESPOSTA</p><p>A sequência correta é:</p><p>Caso queira desenvolver um produto a ser comercializado em massa, como, por exemplo, uma</p><p>vacina que terá distribuição mundial, a sociedade anônima pode ser uma boa opção, pois</p><p>permitirá arrecadar valores e alavancar investimentos nos produtos que se pretende</p><p>desenvolver.</p><p>Se a opção for mais modesta, como, por exemplo, a criação de uma linha de acessórios</p><p>infantis, ou de uma marca de roupas homewear do tipo “pijamas chiques”, com distribuição e</p><p>mercado regionais, ou ainda para participar de feiras, pode ser que a melhor opção seja uma</p><p>sociedade de cotas por responsabilidade limitada.</p><p>A grande aposta da Lei de Liberdade Econômica, com a criação da sociedade unipessoal de</p><p>responsabilidade limitada, é a de que a sociedade limitada unipessoal (SLU) será o modelo de</p><p>sociedade mais utilizado futuramente por causa de suas facilidades.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. EXISTEM DIVERSOS TIPOS SOCIETÁRIOS PREVISTOS EM NOSSA</p><p>LEGISLAÇÃO. SOBRE ESSE ASSUNTO, CLASSIFIQUE EM VERDADEIRAS</p><p>(V) OU FALSAS (F) AS ASSERTIVAS ABAIXO E, DEPOIS, MARQUE A</p><p>ALTERNATIVA CERTA.</p><p>( ) AS SOCIEDADES SIMPLES EXERCEM ATIVIDADE EMPRESÁRIA.</p><p>( ) NÃO É ADMISSÍVEL A SOCIEDADE LIMITADA COMPOSTA POR</p><p>APENAS UM SÓCIO.</p><p>( ) SOCIEDADES EMPRESÁRIAS EM COMUM EXERCEM ATIVIDADE</p><p>ECONÔMICA EMPRESARIAL, MAS NÃO ESTÃO REGULARMENTE</p><p>INSCRITAS JUNTO AO REGISTRO DE SOCIEDADES MERCANTIS.</p><p>( ) AS SOCIEDADES EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO SÃO UMA DAS</p><p>ESPÉCIES DE SOCIEDADES PERSONIFICADAS.</p><p>A) V – V – F - V</p><p>B) F – F – V - F</p><p>C) F – V – F - V</p><p>D) F – F – V - V</p><p>2. ANTÔNIO E PEDRO FORMARAM-SE NO CURSO DE ENGENHARIA</p><p>QUÍMICA E, AO LONGO DO ESTÁGIO QUE REALIZARAM JUNTOS,</p><p>DESCOBRIRAM UMA FÓRMULA QUE PERMITIA TRANSFORMAR A COR</p><p>DO CAFÉ, SEM ALTERAR O SEU SABOR. DEPOIS DE TEREM</p><p>PATENTEADO A INVENÇÃO, ESTRUTURARAM UM PLANO DE NEGÓCIOS</p><p>PARA VIABILIZAR A COMERCIALIZAÇÃO DE SEU PRODUTO. ENTRE AS</p><p>OPÇÕES POSSÍVEIS PARA A FORMALIZAÇÃO DO PLANO DE NEGÓCIOS</p><p>DOS AMIGOS, ASSINALE AS ASSERTIVAS VERDADEIRAS E FALSAS E,</p><p>DEPOIS, MARQUE A ALTERNATIVA CERTA.</p><p>( ) COMO A ATIVIDADE EMPRESÁRIA SERÁ DESEMPENHADA PELOS</p><p>DOIS AMIGOS, E O PLANO DE NEGÓCIOS DELES PREVÊ A</p><p>COMERCIALIZAÇÃO DO PRODUTO, NÃO SERÁ POSSÍVEL OPTAR PELA</p><p>SOCIEDADE EM COMANDITA.</p><p>( ) COMO O PRODUTO FOI DESCOBERTO PELOS DOIS, EM PARCERIA,</p><p>E ELES INTEGRARÃO A SOCIEDADE PARA LEVAR O PRODUTO À</p><p>COMERCIALIZAÇÃO, NÃO PODE SER FEITO POR MEIO DE UMA</p><p>SOCIEDADE LIMITADA UNIPESSOAL.</p><p>( ) ELES PODERÃO ABRIR UM MEI, UMA VEZ QUE A ATIVIDADE ESTÁ</p><p>LISTADA COMO PERMITIDA PARA A ATUAÇÃO EMPRESÁRIA.</p><p>A) F – F – V</p><p>B) V – F - V</p><p>C) F- V – F</p><p>D) V – V – F</p><p>GABARITO</p><p>1. Existem diversos tipos societários previstos em nossa legislação. Sobre esse</p><p>assunto, classifique em verdadeiras (V) ou falsas (F) as assertivas abaixo e, depois,</p><p>marque a alternativa certa.</p><p>( ) As sociedades simples exercem atividade empresária.</p><p>( ) Não é admissível a sociedade limitada composta por apenas um sócio.</p><p>( ) Sociedades empresárias em comum exercem atividade econômica empresarial, mas</p><p>não estão regularmente inscritas junto ao registro de sociedades mercantis.</p><p>( ) As sociedades em conta de participação são uma das espécies de sociedades</p><p>personificadas.</p><p>A alternativa "B " está correta.</p><p>As sociedades simples são sociedades que não exercem atividade econômica empresária,</p><p>configurando sociedades civis. Quanto à segunda assertiva, cabe lembrar que é admitida a</p><p>sociedade limitada unipessoal. A terceira afirmativa é verdadeira, pois as sociedades</p><p>empresárias em comum não se encontram devidamente registradas. Finalmente, as</p><p>sociedades em conta de participação não são personificadas, configurando um acordo entre as</p><p>partes.</p><p>2. Antônio e Pedro formaram-se no curso de Engenharia Química e, ao longo do estágio</p><p>que realizaram juntos, descobriram uma fórmula que permitia transformar a cor do café,</p><p>sem alterar o seu sabor. Depois de terem patenteado a invenção, estruturaram um plano</p><p>de negócios para viabilizar a comercialização de seu produto. Entre as opções possíveis</p><p>para a formalização do plano de negócios dos amigos, assinale as assertivas</p><p>verdadeiras e falsas e, depois, marque a alternativa certa.</p><p>( ) Como a atividade empresária será desempenhada pelos dois amigos, e o plano de</p><p>negócios deles prevê a comercialização do produto, não será possível optar pela</p><p>sociedade em comandita.</p><p>( ) Como o produto foi descoberto pelos dois, em parceria, e eles integrarão a</p><p>sociedade para levar o produto à comercialização, não pode ser feito por meio de uma</p><p>sociedade limitada unipessoal.</p><p>( ) Eles poderão abrir um MEI, uma vez que a atividade está listada como permitida</p><p>para a atuação empresária.</p><p>A alternativa "D " está correta.</p><p>De acordo com o caso apresentado, a única hipótese incorreta é a terceira, uma vez que o</p><p>pressuposto do MEI é que seja apenas um indivíduo e não uma dupla. O MEI não pode ser</p><p>formado por mais de uma pessoa.</p><p>MÓDULO 3</p><p> Identificar as regras de funcionamento das sociedades</p><p>ATOS CONSTITUTIVOS E ELEMENTOS DOS</p><p>CONTRATOS</p><p>Quais são os documentos que efetivamente criam as sociedades? Todos nós, como pessoas</p><p>naturais (ou pessoas físicas), temos a nossa certidão de nascimento, certo? Nela, constam os</p><p>nossos principais dados: nome, filiação, características físicas e, até mesmo, a nossa</p><p>nacionalidade.</p><p>As sociedades, como pessoas jurídicas que são, possuem um documento similar chamado de</p><p>“contrato social” (no caso das sociedades empresárias limitadas por cotas) ou o “estatuto</p><p>social” (no caso das sociedades anônimas). Esse documento traz elementos constitutivos</p><p>fundamentais sobre as características de cada sociedade, e é a partir dele que inferimos</p><p>questões relacionadas ao tipo de sociedade a que cada uma delas pertence.</p><p>Fonte:Shutterstock</p><p> Fonte: Viktoria Kurpas | Shutterstock</p><p>Existem alguns elementos padrões nos contratos ou estatutos, ou seja, que aparecem em</p><p>todos eles. São elementos que definem minimamente a sociedade. Vamos conhecê-los:</p><p>QUALIFICAÇÃO DOS SÓCIOS</p><p>É fundamental para a identificação daqueles que são os responsáveis pela atuação da</p><p>sociedade, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas. Devem constar, nesta parte, nome</p><p>completo, CPF ou CNPJ, residência, nacionalidade e todos os demais elementos que</p><p>individualizem seus integrantes.</p><p>DENOMINAÇÃO SOCIAL</p><p>É o nome pelo qual será inscrita a sociedade nos registros competentes. Não precisa exprimir</p><p>nenhuma ideia, pode ser os sobrenomes dos sócios ou a abreviação de seus nomes. A</p><p>exigência é que não tenha sido registrado nenhum nome igual, anteriormente.</p><p>A denominação social é diferente</p><p>do nome fantasia, que, em geral, é o nome pelo qual é</p><p>popularmente conhecida a sociedade. O nome fantasia é, por exemplo, o nome constante no</p><p>letreiro da loja ou do ponto empresarial. A expressão nome fantasia decorre do fato de que,</p><p>usualmente, o nome empresarial não é o mesmo que consta como título do estabelecimento.</p><p>Você, provavelmente, já deve ter feito compras no cartão de crédito e ficado em dúvida quanto</p><p>ao valor gasto em determinada loja por não conseguir fazer uma conexão entre o nome</p><p>constante no registro de pagamento e o nome do estabelecimento, certo? O nome que aparece</p><p>na fatura do cartão de crédito é a denominação social da sociedade.</p><p>OBJETO SOCIAL</p><p>O objeto social é a descrição das atividades que serão desenvolvidas pela sociedade</p><p>empresária. As atividades desenvolvidas por uma sociedade empresária podem ser variadas,</p><p>com atuação em diversos setores, mas é necessário estar descrito em seu objeto social quais</p><p>são tais atividades.</p><p>Em algumas situações, como, por exemplo, para participar de certas licitações, é exigido, a fim</p><p>de qualificar a sociedade para tal, que ela desenvolva determinado tipo de atividade.</p><p>Vejamos um exemplo:</p><p>Para participar de uma licitação para concessão de um bloco petrolífero ou gasífero, precisa</p><p>constar no objeto social da empresa que ela é uma empresa produtora de petróleo e gás</p><p>natural. Não adianta uma empresa que tenha como objeto social o fornecimento de serviços de</p><p>enfermagem concorrer. Essa sociedade empresária do setor de enfermagem poderá concorrer</p><p>à licitação desde que promova uma alteração em seu objeto social e seja, a partir de então,</p><p>uma sociedade empresária do setor de enfermagem e produtora de petróleo.</p><p>O Cadastro Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), realizado pelo IBGE, é uma boa fonte</p><p>de consulta de quais são os objetos sociais que as sociedades podem desenvolver.</p><p>FORMAS DE INTEGRALIZAÇÃO DO CAPITAL</p><p>A integralização de cada parte subscrita pelo sócio pode ser de uma só vez e de imediato,</p><p>como pode ser em parcelas, desde que aceita pela sociedade. Como a responsabilidade dos</p><p>sócios em relação à integralização do capital é solidária, nos casos em que o sócio deixar de</p><p>adimplir com essa obrigação, a sociedade poderá tomar algumas medidas em relação a ele:</p><p>pode denominá-lo sócio remisso, e tomá-la para si ou transferi-la a terceiros, excluindo-o da</p><p>sociedade e restituindo-lhe aquilo que ele já tenha pagado.</p><p>Todas essas possibilidades devem estar descritas no contrato social: tanto a descrição mais</p><p>geral como a mais específica.</p><p>SEDE DA SOCIEDADE</p><p>O local de desenvolvimento de suas atividades. A sociedade pode ter mais de uma sede, mas</p><p>elas precisam estar descritas no contrato social. É o modo de localização geográfica da</p><p>sociedade, mesmo que desenvolva serviços virtualmente.</p><p>Não vale a indicação de site na internet como sede da sociedade empresária de provedor de</p><p>serviços! Mesmo a Amazon e o Facebook têm uma sede física específica e mais ainda: para</p><p>funcionar no Brasil, também é preciso indicar uma sede. No caso do Facebook, pelo seu</p><p>cadastro do CNPJ, a sede fica em São Paulo, na Rua Leopoldo Couto de Magalhães Júnior,</p><p>700, 5º Andar, no bairro Itaim Bibi.</p><p>RESPONSABILIDADES DOS SÓCIOS</p><p>Este item do contrato social vai depender da modalidade de sociedade adotada. Cerca de 90%</p><p>das companhias abertas no Brasil adotam o modelo das sociedades por cotas de</p><p>responsabilidade limitada, por isso, podemos utilizá-lo como exemplo. Aqui será identificada a</p><p>responsabilidade de cada sócio.</p><p>ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE</p><p>Deve constar no contrato social qual sócio irá responder judicial e extrajudicialmente pela</p><p>administração da sociedade, ou seja, aquele que efetivamente atuará em nome da sociedade.</p><p>Essa função intitulada de “administrador” pode ser desempenhada por um dos sócios, desde</p><p>que não haja impedimentos para tanto, e poderá também constar no documento o valor do pró-</p><p>labore a ser recebido por ele.</p><p>DIREITOS E OBRIGAÇÕES DE CADA UM DOS SÓCIOS</p><p>Podem ser descritos também neste documento o que se espera no desempenho da atividade</p><p>de cada sócio e o que estará impedido de ser realizado. Um exemplo pode ser a cláusula de</p><p>não concorrência, ou a cláusula de não competitividade, que impede que um sócio de</p><p>determinada sociedade seja também sócio em outra concorrente.</p><p>CLÁUSULA DE ENCERRAMENTO DO EXERCÍCIO</p><p>SOCIAL</p><p>O exercício social é o calendário da sociedade. Ele marca quando balanço patrimonial,</p><p>inventário e resultados econômicos precisam apresentados, podendo corresponder ou não ao</p><p>ano fiscal.</p><p>CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DE FORO CONTRATUAL</p><p>Por meio desta cláusula será indicado qual o local onde serão resolvidas as disputas</p><p>decorrentes do contrato. Em geral, o foro é o mesmo local em que a sociedade possui a sede</p><p>ou onde desenvolve suas atividades. Também é possível aqui optar pelo recurso à arbitragem</p><p>comercial, indicando qual seria o tribunal arbitral e as regras aplicáveis às disputas envolvendo</p><p>o contrato social.</p><p>No caso das arbitragens comerciais, não é incomum que o tribunal escolhido pelas partes seja</p><p>um tribunal estrangeiro, uma vez que, para determinados temas e setores, existem tribunais e</p><p>câmaras internacionais arbitrais altamente especializados. Se for o caso da opção pela</p><p>arbitragem, também é o momento de indicar como serão repartidas as custas do procedimento</p><p>arbitral, visto que são bem mais caras que as custas judiciais, por exemplo.</p><p> ATENÇÃO</p><p>Não basta a elaboração de um excelente contrato social se este não for devidamente</p><p>registrado na Junta Comercial! Enquanto os atos constitutivos não forem registrados, a</p><p>sociedade será regida pelas regras de uma sociedade comum, ou seja, os sócios responderão</p><p>integralmente com seus respectivos patrimônios pelas dívidas da sociedade.</p><p>RESTRIÇÃO DA CONSTITUIÇÃO</p><p>SOCIETÁRIA</p><p>Apesar de toda a liberdade existente para a constituição de uma sociedade, existem certas</p><p>restrições de constituição societária, em razão da qualidade de um dos sócios ou por causa de</p><p>setores específicos da economia que possuem certos requisitos para estabelecer um</p><p>empreendimento.</p><p>RELAÇÃO MARITAL, COM REGIME DE COMUNHÃO</p><p>UNIVERSAL DE BENS</p><p>Nesses casos, prevalece a proteção do patrimônio da família. No entanto, essa restrição</p><p>ocorreu após a edição do Código Civil, que é de 2002, sendo possível existirem ainda</p><p>sociedades com esse tipo de configuração.</p><p>SOCIEDADES ESTRANGEIRAS</p><p>Sua atuação depende da autorização por parte do Poder Executivo. O Departamento de</p><p>Registro Empresarial e Integração (DREI) é responsável pela tramitação. Elas devem</p><p>acrescentar ao nome a expressão “do Brasil” ou “Brasileira”. Com a sua abertura, elas se</p><p>sujeitam às leis nacionais e também poderão se naturalizar, mas devem trazer a sua sede para</p><p>o Brasil.</p><p> ATENÇÃO</p><p>Em relação aos requisitos e às exigências para a criação de sociedades em determinados</p><p>setores, tem-se que estes possuem algum elemento ou característica que os distinguem dos</p><p>demais e, por isso, necessitam de mais atenção do Estado, por parte do próprio Poder</p><p>Executivo ou por meio de suas agências reguladoras, que estabelecem certos critérios e</p><p>restrições a serem seguidos.</p><p>Setores que possuem interesse estratégico, relacionados ao abastecimento e à segurança</p><p>nacional, usualmente, são potenciais candidatos a apresentar requisitos específicos para a</p><p>constituição de sociedades, pois eles se distinguem em grau de importância no</p><p>desenvolvimento econômico e nacional de outros mercados, como, por exemplo, a</p><p>comercialização de produtos alimentícios, de vestuários, entre outros bens que não são</p><p>considerados estratégicos.</p><p>Vejamos alguns desses setores:</p><p>SOCIEDADES OU INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS</p><p>SOCIEDADES QUE COMERCIALIZEM SEGURO</p><p>SOCIEDADE OPERADORAS DE PLANOS DE SAÚDE</p><p>SOCIEDADES OU INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS</p><p>Em razão da Lei n. 4.728/65, todas as sociedades que atuem no mercado financeiro,</p><p>comercializem títulos financeiros, sejam corretoras, administrem fundos de títulos ou valores</p><p>mobiliários devem receber autorização específica do Banco</p><p>Central do Brasil para funcionar.</p><p>SOCIEDADES QUE COMERCIALIZEM SEGURO</p><p>As sociedades que comercializam resseguro, capitalização e previdência, de igual forma,</p><p>necessitam de autorização para funcionamento, nos termos do Decreto-lei n° 73/66.</p><p>SOCIEDADE OPERADORAS DE PLANOS DE SAÚDE</p><p>Por força da Lei n° 9.656/96, necessitam de autorização especial para funcionar.</p><p>AQUISIÇÃO DE PERSONALIDADE</p><p>JURÍDICA</p><p>A personalidade jurídica é um atributo conferido às sociedades inscritas regularmente no</p><p>Registro de Empresas Mercantis ou no Registro de Pessoas Jurídicas e fornece uma</p><p>individualização, uma identificação da sociedade por meio da concessão de um CNPJ</p><p>(Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica).</p><p>A aquisição da personalidade jurídica ocorre por meio do registro público das sociedades. A Lei</p><p>nº 8.934/94 dispõe sobre o registro público das empresas mercantis e o Decreto nº 1.800/96 a</p><p>regulamenta. De acordo com esses diplomas, o serviço de registro público das empresas</p><p>mercantis será exercido pelo Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis (SINREM),</p><p>composto pelo Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC) e pelas Juntas</p><p>Comerciais.</p><p>DNRC</p><p>Possui função supletiva no campo administrativo, mas exerce, no campo técnico, função</p><p>normativa, de supervisão, orientação e de coordenação, com competência nacional.</p><p>JUNTAS COMERCIAIS</p><p>Elas têm sede nas capitais dos estados e jurisdição estadual, são subordinadas</p><p>administrativamente a cada estado-membro onde estão localizadas e, tecnicamente, ao DNRC.</p><p>Há uma JC em cada unidade federativa, com as funções de executar os serviços de registro,</p><p>como a matrícula e seu cancelamento, o arquivamento dos atos constitutivos e a autenticação</p><p>de documentos de empresários e profissionais sujeitos à matrícula, como os leiloeiros.</p><p>O registro e arquivamento do ato constitutivo do empresário ‒ o requerimento de empresário</p><p>para o empresário individual, ou o contrato social ou estatuto para a sociedade empresária ‒</p><p>conferem a eles a personalidade jurídica, fornecendo-lhes, neste ato, pela Junta Comercial, o</p><p>Número de Identificação de Registro de Empresa (NIRE).</p><p>Mais do que um simples número, a criação de uma pessoa jurídica traz aos seus integrantes</p><p>uma garantia: de que eles não terão seu patrimônio pessoal afetado em caso de insucesso. A</p><p>ideia de separar o patrimônio dos sócios ou acionistas das sociedades é um reconhecimento</p><p>por parte da legislação de que os riscos inerentes aos negócios não devem penalizar, a priori,</p><p>aqueles que exploram comercialmente uma atividade econômica.</p><p> ATENÇÃO</p><p>Enquanto a sociedade não tem registro, não significa que ela “não existe”. O Direito reconhece</p><p>o seu funcionamento, com todas as suas obrigações, porém, ela será reputada como</p><p>sociedade comum, em que os sócios respondem integralmente com os seus respectivos</p><p>patrimônios pelas dívidas contraídas em nome da sociedade.</p><p>Na tensão existente entre o sucesso e o fracasso empresarial, estão inseridas muitas variáveis</p><p>que devem ser consideradas, como a participação da sociedade na economia nacional,</p><p>regional e local, a oferta de empregos, o recolhimento de tributos, enfim, uma série de</p><p>elementos que fazem das sociedades empresárias um ponto vital para o nosso modelo</p><p>econômico. A seguir, veja quais são as vantagens e as desvantagens da personalidade jurídica:</p><p>VANTAGENS</p><p>Em virtude de todos os encargos, estabeleceu-se que, com a constituição de uma</p><p>personalidade jurídica, aquela sociedade se diferenciaria patrimonialmente dos indivíduos que</p><p>a constituíram e de seus respectivos patrimônios. Essa é uma vantagem, pois permite um</p><p>mínimo de tranquilidade por parte dos empresários de que o seu patrimônio não será afetado</p><p>em caso de quebra.</p><p></p><p>DESVANTAGENS</p><p>Pode ser uma “brecha” para a utilização deturpada do patrimônio da sociedade, em prol de</p><p>seus sócios ou acionistas, com uma desvirtuação da finalidade da sociedade. Não são raros os</p><p>casos em que a sociedade quebra e os sócios saem do processo sem o menor prejuízo.</p><p>TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO DA</p><p>PERSONALIDADE JURÍDICA</p><p>No vídeo a seguir, o professor, mestre em direito, Cláudio Miranda, fala sobre a teoria da</p><p>desconsideração da personalidade jurídica.</p><p>Por causa das ocorrências que implicam uma confusão patrimonial ou um abuso da</p><p>personalidade jurídica, criou-se uma teoria chamada de desconsideração da personalidade</p><p>jurídica, que foi abraçada pela legislação brasileira para permitir que, em casos muito</p><p>específicos, a personalidade jurídica da sociedade seja desconsiderada e se possa alcançar</p><p>o patrimônio de seus sócios ou acionistas.</p><p>CONFUSÃO PATRIMONIAL</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>A situação de confusão patrimonial se enquadra quando não há separação dos</p><p>patrimônios da sociedade e dos sócios, como o caso, por exemplo, de cumprimento</p><p>repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador, quando se observa</p><p>transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, bem como se</p><p>verificam atos de descumprimento da autonomia patrimonial.</p><p>DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE</p><p>JURÍDICA</p><p>A desconsideração da personalidade jurídica só pode ser decretada por meio de</p><p>sentença judicial, respeitando o devido processo legal, com o direito de resposta dos</p><p>sócios acusados. Mas, a decretação da desconsideração da personalidade jurídica não</p><p>extingue com a sociedade. Trata-se apenas de um processo para buscar satisfazer os</p><p>credores, sem a desconstituição da sociedade.</p><p>TEORIA REVERSA DA DESCONSIDERAÇÃO DA</p><p>PERSONALIDADE JURÍDICA</p><p>A jurisprudência também tem trabalhado com a teoria reversa da desconsideração da</p><p>personalidade jurídica, ou seja, quando, em função de dívidas pessoais do sócio, ele utiliza a</p><p>sociedade para encobrir o seu patrimônio e não arcar com as suas obrigações perante os seus</p><p>credores pessoais. Nesse contexto, também deve estar presente a figura da confusão</p><p>patrimonial entre a sociedade e o sócio.</p><p>Ocorre que, inicialmente, a legislação não conceituou o que seria o abuso da personalidade</p><p>jurídica, ou mesmo a situação de confusão patrimonial, deixando uma larga margem de</p><p>discricionariedade para o juiz decidir.</p><p>Com a edição da lei de liberdade econômica, estabeleceram-se parâmetros mais específicos</p><p>para a aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica. A alteração feita pela</p><p>LLE, no artigo 50 do Código Civil, trouxe outros elementos para identificar tais</p><p>comportamentos inadequados por parte dos sócios ou acionistas. Essa alteração permite que</p><p>javascript:void(0)</p><p>seja possível identificar os sócios ou acionistas que foram beneficiados pelo uso abusivo da</p><p>pessoa jurídica e que somente eles tenham seu patrimônio afetado.</p><p>ARTIGO 50 DO CÓDIGO CIVIL</p><p>A LLE incluiu no artigo 50, do Código Civil, as definições do que devem ser considerados</p><p>tais atos. A lei define que o desvio de finalidade ocorre quando a pessoa jurídica é</p><p>utilizada com o objetivo de lesar credores e cometer atos ilícitos por meio da sociedade.</p><p>A personalidade jurídica é uma grande conquista para o modelo econômico estabelecido, mas</p><p>não pode ser utilizada pelos indivíduos para desvirtuar a atuação das sociedades. O correto</p><p>funcionamento das sociedades é vital para a manutenção do sistema produtivo por meio da</p><p>criação de postos de emprego, da arrecadação de tributos, das inovações que oferecem. A</p><p>função social das sociedades está atrelada ao respeito às suas normas de funcionamento.</p><p>FUNÇÃO SOCIAL</p><p>A função social da empresa é uma construção teórica especializada e derivada do</p><p>princípio constitucional da “função social da propriedade”. A expressão “função social”</p><p>remete à ideia de que existe uma finalidade comum a todos, mesmo que determinada</p><p>coisa ou bem tenha um dono. Remete à ideia de que aquele patrimônio tem uma</p><p>destinação final esperada dele, que não deve ser desvirtuada.</p><p>QUANDO SE RECONHECE QUE AS SOCIEDADES</p><p>EMPRESÁRIAS POSSUEM UMA FUNÇÃO SOCIAL, SIGNIFICA</p><p>QUE HÁ UMA TAREFA E UM COMPROMISSO PARA ALÉM DE</p><p>SEUS SÓCIOS E DE SEUS ACIONISTAS: EXISTEM</p><p>INTERESSES DE TODA</p><p>A COMUNIDADE PELO CORRETO E</p><p>BEM-SUCEDIDO FUNCIONAMENTO DELA. DESDE SEUS</p><p>javascript:void(0)</p><p>EMPREGADOS, CONSUMIDORES, FORNECEDORES E ATÉ</p><p>MESMO O GOVERNO QUE RECEBERÁ O PAGAMENTO DE</p><p>SEUS TRIBUTOS.</p><p>As sociedades empresárias integram um elo produtivo, um círculo virtuoso que produz e</p><p>distribui riquezas na sociedade, e a sociedade espera delas um funcionamento ético e correto</p><p>no exercício de suas atividades.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. A EMPRESA FRAUDES E FAKES LTDA. FOI PROCESSADA POR SEUS</p><p>CREDORES, QUE OBTIVERAM A DESCONSIDERAÇÃO DA</p><p>PERSONALIDADE JURÍDICA DECRETADA POR SENTENÇA. OS SÓCIOS</p><p>JOSELITO DAS NEVES E JOSÉ PEREIRA FORAM CONDENADOS PELO</p><p>DESVIO DE FINALIDADE DO OBJETO SOCIAL DA SOCIEDADE. MARQUE</p><p>A ALTERNATIVA CORRETA SOBRE O DESTINO DA SOCIEDADE</p><p>FRAUDES E FAKES LTDA.:</p><p>A) A empresa deverá recorrer da sentença, uma vez que a decretação da desconsideração da</p><p>personalidade jurídica violou o princípio da autonomia patrimonial da sociedade empresária.</p><p>B) Com a sentença extinguindo a personalidade jurídica da sociedade Fraudes e Fakes Ltda.,</p><p>ela será liquidada.</p><p>C) Diante da sentença decretando a desconsideração da personalidade jurídica da sociedade</p><p>Fraudes e Fakes Ltda., ela terá, na sequência, a decretação da sua falência e deixará de</p><p>existir.</p><p>D) Com a decretação da desconsideração da personalidade jurídica, a autonomia patrimonial</p><p>da sociedade será momentaneamente suspensa para atingir os bens pessoais dos sócios e</p><p>satisfazer a dívida dos credores, com a manutenção da sociedade no mercado.</p><p>2. JOSELITO DAS NEVES PRETENDIA INICIAR UM NEGÓCIO, MAS SEM</p><p>ASSUMIR OS ÔNUS TRABALHISTAS DE SEUS FUNCIONÁRIOS. COM</p><p>ISSO, REALIZOU UM CONTRATO SOCIAL COM SEU CUNHADO, CRIANDO</p><p>A SOCIEDADE SPERTOS LTDA., NA MODALIDADE SOCIEDADE</p><p>EMPRESÁRIA POR COTAS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA, E NÃO A</p><p>REGISTROU NA JUNTA COMERCIAL, PREVENDO QUE, EM CASOS DE</p><p>AÇÕES TRABALHISTAS, NÃO IRIAM LOCALIZAR O REGISTRO DA</p><p>SOCIEDADE E, ASSIM, ESCAPARIA DESSES DÉBITOS. ASSINALE A</p><p>RESPOSTA CORRETA PARA O CASO EM QUESTÃO:</p><p>A) A sociedade empresária só se constitui a partir do registro de seu contrato social na Junta</p><p>Comercial e a ausência dele implica a inexistência para fins jurídicos da mesma.</p><p>B) A sociedade empresária, independentemente de seu registro, é válida, uma vez que a sua</p><p>existência ocorre com o exercício dos atos empresariais, limitando as responsabilidades dos</p><p>sócios aos valores de suas cotas.</p><p>C) A sociedade que pratica atos empresariais sem ter o contrato social registrado na Junta</p><p>Comercial é reputada como sociedade comum e os sócios respondem ilimitadamente com seu</p><p>patrimônio pelas dívidas contraídas por ela.</p><p>D) A sociedade que pratica atos empresariais está em vigor e a responsabilidade dos sócios</p><p>está limitada às suas cotas, respondendo subsidiariamente cada um deles pelos débitos</p><p>trabalhistas.</p><p>GABARITO</p><p>1. A empresa Fraudes e Fakes Ltda. foi processada por seus credores, que obtiveram a</p><p>desconsideração da personalidade jurídica decretada por sentença. Os sócios Joselito</p><p>das Neves e José Pereira foram condenados pelo desvio de finalidade do objeto social</p><p>da sociedade. Marque a alternativa correta sobre o destino da sociedade Fraudes e</p><p>Fakes Ltda.:</p><p>A alternativa "D " está correta.</p><p>A desconsideração da personalidade jurídica não é instrumento para o encerramento das</p><p>atividades empresárias da sociedade, sendo apenas uma ferramenta para corrigir o uso</p><p>desvirtuado da pessoa jurídica em casos de confusão patrimonial e abuso.</p><p>2. Joselito das Neves pretendia iniciar um negócio, mas sem assumir os ônus</p><p>trabalhistas de seus funcionários. Com isso, realizou um contrato social com seu</p><p>cunhado, criando a sociedade Spertos Ltda., na modalidade sociedade empresária por</p><p>cotas de responsabilidade limitada, e não a registrou na Junta Comercial, prevendo que,</p><p>em casos de ações trabalhistas, não iriam localizar o registro da sociedade e, assim,</p><p>escaparia desses débitos. Assinale a resposta correta para o caso em questão:</p><p>A alternativa "C " está correta.</p><p>A sociedade que pratica atos empresariais e não está registrada é reputada como sociedade</p><p>comum, uma das hipóteses das sociedades não personificadas, e implica a responsabilidade</p><p>ilimitada dos sócios quanto às dívidas contraídas pela mesma.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Com a leitura deste tema, você compreendeu o papel das sociedades no modelo econômico</p><p>produtivo que o Brasil se insere, identificando as atividades que são empresárias e as que não</p><p>se revestem dessa qualidade. Também destacamos a função do empresário e de suas</p><p>atribuições perante às sociedades.</p><p>Verificamos a classificação das sociedades, seus modos de constituição, seus instrumentos</p><p>contratuais e a importância da sua personalidade jurídica, além das situações que ensejam a</p><p>desconsideração da personalidade jurídica para alcançar aqueles sócios ou acionistas que</p><p>deturparam a utilização correta da sociedade.</p><p>AVALIAÇÃO DO TEMA:</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALMEIDA, A. P. Manual das sociedades comerciais. São Paulo: Saraiva, 2005.</p><p>BERTOLDI, M. M.; RIBEIRO, M. C. P. Curso avançado de direito comercial. 7. ed. São</p><p>Paulo: RT, 2013.</p><p>BORBA, J. E. T. Direito Societário.,/ São Paulo: Atlas, 2015</p><p>BRASIL. Casa Civil. Lei n. 4.728, de 14 de julho de 1965. Disciplina o mercado de capitais</p><p>e estabelece medidas para o seu desenvolvimento. Brasília, 1965.</p><p>BRASIL. Casa Civil. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as</p><p>Sociedades por Ações. Brasília, 1976.</p><p>BRASIL. Casa Civil. Lei n. 6.385, de 7 de dezembro de 1976. Dispõe sobre o mercado de</p><p>valores mobiliários e cria a Comissão de Valores Mobiliários. Brasília, 1976.</p><p>BRASIL. Casa Civil. Lei n. 8.934, de 18 de novembro de 1994. Dispõe sobre o Registro</p><p>Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins e dá outras providências. Brasília,</p><p>1994.</p><p>BRASIL. Casa Civil. Lei n. 9.656, de 3 de junho de 1998. Dispõe sobre os planos e</p><p>seguros privados de assistência à saúde. Brasília, 1998.</p><p>BRASIL. Casa Civil. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil.</p><p>Brasília, 2002.</p><p>BRASIL. Casa Civil. Lei n. 11.101, de 9 de fevereiro de 2005. Regula a recuperação</p><p>judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Brasília,</p><p>2005.</p><p>BRASIL. Casa Civil. Lei n. 12.441, de 11 de julho de 2011. Altera a Lei n. 10.406, de 10 de</p><p>janeiro de 2002 (Código Civil), para permitir a constituição de empresa individual de</p><p>responsabilidade limitada. Brasília, 2011.</p><p>BRASIL. Casa Civil. Lei n. 13.874, de 20 de setembro de 2019. Institui a Declaração de</p><p>Direitos de Liberdade Econômica. Brasília, 2019.</p><p>COELHO, F. U. Manual de direito comercial. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.</p><p>EIZIRIK, N. A Lei das S/A Comentada. São Paulo: Quartier Latin, 2011.</p><p>FORGIONI, P. A. A Evolução do Direito Comercial Brasileiro: Da mercancia ao mercado.</p><p>São Paulo: RT, 2009.</p><p>FRANÇA, E. V. A. N. (coord.). Direito Societário Contemporâneo. São Paulo: Quartier</p><p>Latin, 2009.</p><p>LAMY FILHO, A.; PEDREIRA, J. L. B. Direito das Companhias. Rio de Janeiro: Forense,</p><p>2017.</p><p>MARTINS, F. Curso de direito comercial: empresa comercial, empresários individuais,</p><p>microempresas, sociedades empresárias, fundo de comércio. Rio de Janeiro: Forense,</p><p>2010.</p><p>NEGRÃO, R. Curso de Direito Comercial e Empresa. Vol I, 14. ed. São Paulo: Saraiva,</p><p>2020.</p><p>NETO, A. A. G. Direito de empresa. 4. ed. São Paulo: RT, 2012.</p><p>PARGENDLER, M. Cinco mitos sobre a história das sociedades anônimas no Brasil. In:</p><p>KUYVEN, L. F. M. (Coord.). Temas Essenciais de Direito Empresarial: Estudos em</p><p>Homenagem a Modesto Carvalhosa. São Paulo: Saraiva, 2012.</p><p>TOMAZETTE, M. Curso de direito empresarial: Teoria geral e direito societário, v. 1, 8. ed.</p><p>rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2017.</p><p>EXPLORE+</p><p>O conteúdo legislativo trabalhado pode ser encontrado no texto da Constituição</p><p>Federal do Brasil de 1988 e no Código Civil.</p><p>Conheça mais sobre os Microempreendedores Individuais no site oficial do</p><p>governo, o Portal do Empreendedor.</p><p>No site da Receita Federal, você encontra as descrições</p>

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