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Ano9o
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Gram
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SSE_Gramatica_9A_001a002.indd 1 24/05/21 16:53
ISBN Aluno: 978-65-5638-388-0
ISBN Professor: 978-65-5638-378-1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e 
Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
Impresso no Brasil
Gramática
9o ano do Ensino Fundamental 
Lécio Cordeiro
Editor:
Lécio Cordeiro
Revisão de texto:
Consultexto
Revisão técnica:
Marcelo Bernardo
Projeto gráfico, editoração
eletrônica e ilustrações:
Box Design Editorial
 Capa
Gabriella Correia/Nathália Sacchelli/
Sophia Karla
Fotos: Brad Pict - stock.adobe.com
Direção de Arte
Hilka Fabielly 
Multi Marcas Editoriais Ltda.
Rua Neto Campelo Jr, 37 – Mustardinha
Recife – PE – CEP: 50760-330
CNPJ: 00.726.498 / 0001-74
I. Est.: 021 538-37 | I. Munic.: 252.009-5
Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos 
direitos dos textos contidos neste livro. A Multi Marcas Editoriais 
Ltda. pede desculpas se houve alguma omissão e, em edições 
futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes.
Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, 
sempre que oportuno e sem prejudicar seu sentido original, 
uma nova pontuação.
SSE_Gramatica_9A_001a002.indd 2 31/05/21 11:56
A p r e s e n t a ç ã o
É muito comum ouvirmos comentários de que a nossa língua é muito difícil. Você 
já ouviu alguém dizer isso? Normalmente essa opinião é seguida de comparações com 
outras línguas. Quem pensa que o português é uma língua difícil comumente acredita 
que o inglês, por exemplo, é uma língua fácil, que o alemão é feio, que o chinês é extre-
mamente confuso. Mas será mesmo? As pesquisas mostram que esses posicionamentos 
sobre as línguas são equivocados.
Na maioria das vezes, essas opiniões negativas surgem da confusão que se faz entre 
o que é a língua e o que é a gramática. Por uma série de motivos, é comum as pessoas 
entenderem que ambas são a mesma coisa, mas, na verdade, não são. A gramática é 
apenas um dos componentes da língua. Apesar disso, na nossa sociedade ela é muito 
valorizada. Por isso, existem hoje nas livrarias inúmeros livros de gramática. Mas você 
já percebeu que todos eles abordam o assunto sempre da mesma forma? Regras e mais 
regras para se decorar, frases sem sentido e sem contexto adequado para ilustrar o es-
tudo, construções linguísticas que nunca usaremos na vida, nenhuma relação entre a 
gramática e os outros componentes curriculares.
Foi pensando nisso que tivemos a ideia de escrever uma gramática diferente. Nosso 
objetivo foi preparar um livro que realmente ensinasse o conteúdo gramatical como ele 
é: interessante, vivo, real, repleto de possibilidades! Esperamos que você goste e que 
passe a ver a gramática de forma diferente.
Bom estudo!
Lécio Cordeiro
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Capítulo 1
Coordenação e Subordinação ----------- 6
1. Frase, oração e período --------------------6
2. Período composto por coordenação ----9
3. Período composto por subordinação ----11
 Atividades --------------------------------------13
 Desafio ------------------------------------------20
 Questões de escrita --------------------------26
 Paráfrase ---------------------------------------26
Capítulo 2
Orações Subordinadas Substantivas -- 27
1. Conceito ----------------------------------------27
2. Classificação -----------------------------------29
 Atividades --------------------------------------35
 Desafio ------------------------------------------37
 Questões de escrita --------------------------39
 Pontuação das orações 
 subordinadas substantivas -----------------39
Capítulo 3
Orações Subordinadas Adjetivas ------- 40
1. Pronomes relativos --------------------------40
2. A importância dos pronomes 
 relativos na coesão textual -----------------44
3. Orações subordinadas adjetivas ----------45
4. Orações subordinadas
 adjetivas reduzidas ---------------------------46
 Atividades --------------------------------------47
 Desafio ------------------------------------------51
 Questões de escrita --------------------------53
 Emprego da vírgula e do travessão
 nas orações subordinadas adjetivas -----53
Capítulo 4
Orações Subordinadas Adverbiais ----- 54
1. Orações subordinadas adverbiais --------54
2. Classificação -----------------------------------55
3. Orações subordinadas 
 adverbiais reduzidas -------------------------59
4. Orações subordinadas
 adverbiais e sentido -------------------------59
 Atividades --------------------------------------61
 Desafio ------------------------------------------64
 Questões de escrita --------------------------67
 Emprego da vÍrgula e do travessão nas
 orações subordinadas adverbiais ---------67
S u m á r i o
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Capítulo 7 
A Estrutura das Palavras ---------------- 114
1. O estudo dos morfemas --------------------114
2. Classificação dos morfemas ---------------116
 Atividades --------------------------------------122
 Desafio ------------------------------------------125
 Questões de escrita --------------------------127
 Campos semânticos -------------------------127
Capítulo 8 
Criando Palavras -------------------------- 128
1. Principais processos de 
 formação de palavras -----------------------128
2. Emprego do hífen ----------------------------133
3. Outros processos de 
 formação de palavras -----------------------134
 Atividades --------------------------------------136
 Desafio -----------------------------------------142
 Questões de escrita --------------------------144
 Estrangeirismos e empréstimos ----------144
Capítulo 5
Sintaxe de Concordância ---------------- 69
1. Concordância verbal -------------------------69
2. Casos especiais de 
 concordância com sujeito simples -------72
3. Casos especiais de concordância 
 com sujeito composto -----------------------75
4. Concordância verbal e 
 variação linguística----------------------------75
5. Concordância nominal ----------------------77
6. Regras especiais de 
 concordância nominal -----------------------78
 Atividades --------------------------------------81
 Desafio -----------------------------------------84
 Questões de escrita --------------------------86
 Concordância e expressividade -----------86
Capítulo 6 
Sintaxe de Regência e Colocação ------- 87
1. Regência ---------------------------------------- 87
2. Verbos transitivos e 
 verbos intransitivos --------------------------89
3. Alguns casos de regência verbal ----------90
4. Regência nominal ----------------------------100
5. Colocação pronominal ----------------------100
 Atividades --------------------------------------105
 Desafio -----------------------------------------110
 Questões de escrita --------------------------112
 A crase ------------------------------------------112
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C o o r d e n a ç ã o e 
S u b o r d i n a ç ã o
C A P Í T U L O 1
1. Frase, oração e período 
Nos anos anteriores, você estudou o que é a frase, a oração e o período. Esse conhecimento será 
importante para você compreender bem o conteúdo gramatical deste capítulo.
Ao longo do ano, estudaremos a gramática da nossa língua de maneira diferente, sempre utili-
zando temas trabalhados em outras disciplinas associados ao nosso estudo. Acreditamos que, dessa 
forma, a aprendizagem fica mais interessante e produtiva.
Para o trabalho com este capítulo, selecionamos um tema normalmente relacionado à disciplina 
de Cidadania Moral e Ética e que faz parte da sua vida e da sociedade como um todo:
A relação entre juventude, violência e criminalidade.
Homicídio entre jovens no 
País bate recorde em 10 anos
O tema é bastante sério e, por esse motivo, precisa de uma atenção especial por parte dos gover-
nos. Trazendo esse tema para o estudo da coordenação e da subordinação, veremos que, em geral, 
para desenvolvermos bem nossos argumentos, podemos utilizar períodos compostos. Emais: como 
oferecem um número maior de possibilidades, os períodos compostos por subordinação são comu-
mente mais utilizados no nosso dia a dia. 
Quando falamos ou escrevemos um 
texto, dificilmente nos damos conta de 
que construímos esses períodos e de que, 
por meio deles, nós nos expressamos e 
defendemos nossa opinião, nosso ponto 
de vista. Além deles, articulamos frases e 
orações de uma forma natural, espontâ-
nea. É importante, entretanto, termos co-
nhecimento dessas estruturas para que, 
em uma situação mais formal de comu-
nicação, possamos nos expressar melhor. 
Assim, se você não conseguiu relembrar 
esses conceitos, vamos fazer isso agora.
Para iniciar, leia a charge a seguir.
O que você quer 
ser se crescer?
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A charge lida tem como tema dados do Atlas da Violência 2019, um estudo produzido pelo Ins-
tituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) 
com dados levantados pelo Ministério da Saúde. O relatório mostra que, no ano pesquisado (2017), 
o País registrou 69,9 homicídios para cada 100 mil jovens. Em 2007, essa taxa era de 50,8. Ao todo, 
foram assassinados 35.783 jovens de 15 a 29 anos. Desses, 33.772 (ou seja, 94,4%) eram do sexo 
masculino. Ao ler essas informações, você poderia, com razão, dizer:
(1) Que absurdo!
Nessa situação, diríamos que você proferiu uma frase, isto é, um enunciado repleto de sentido. 
Como não apresenta verbo, dizemos que essa frase é formalmente incompleta. As gramáticas tam-
bém dizem que essa frase é nominal. Assim, como apresenta verbo, a frase que dá título à charge é 
formalmente completa, ou verbal.
(2) Homicídio entre jovens no País bate recorde em 10 anos.
 Verbo 
Todo enunciado está, necessariamente, atrelado a uma situação comunicativa, um contexto. 
Há diferentes tipos de contexto (social, cultural, histórico, estético, político, etc.), e sua iden-
tificação é fundamental para que se possa compreender bem o enunciado e o próprio texto.
A P R E N D A M A I S
A charge é um gênero textual que combina as linguagens verbal e não verbal. Por meio 
de um quadrinho, o autor aborda criticamente um tema atual, de caráter factual, normal-
mente de conotação política, socioeconômica e até esportiva, noticiado na imprensa. 
A P R E N D A M A I S
7
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Tradicionalmente, chamamos as frases formalmente completas (frases verbais) de períodos. Os 
períodos, em geral, são formados por sujeito e predicado. A fala do menino no quadrinho é outro 
exemplo de período.
 1ª Oração 2ª Oração 
(3) O que você quer ser se crescer?
 Locução verbal Verbo 
Diferentemente do exemplo (2), o período (3) apresenta dois verbos (a locução verbal representa 
a mesma ação e equivale a um só verbo). Chamamos de oração a parte do enunciado estruturada 
em torno de um verbo. Como o exemplo (2) é formado por apenas uma oração, temos o que chama-
mos de período simples. Essa oração é chamada de absoluta, porque é a única no período.
Já no exemplo (3), o período é formado por duas orações. Logo, trata-se de um período compos-
to. Esse tipo de período pode ser formado por duas ou mais orações. A seguir, veremos como as 
orações podem se estruturar de três maneiras para formar o período composto: por coordenação, 
por subordinação ou por coordenação e subordinação ao mesmo tempo (período misto).
No período (3), você consegue perceber que a conjunção se, que introduz a segunda 
oração, expressa uma relação de condição para a realização do que se diz na primeira 
oração? Veja o período de outra maneira: 
Se crescer, você quer ser o quê? 
Condição 
Na comunicação, tudo o que falamos ou escrevemos tem uma finalidade. Na charge do 
início deste capítulo, por exemplo, a ideia de condição expressa pela conjunção se indica 
o objetivo de chamar a atenção do leitor para um problema muito grave: o alto índice de 
assassinato de jovens no Brasil. Como o “normal” para uma criança é crescer, para os me-
ninos do quadrinho isso é uma suposição. 
A P R E N D A M A I S
Por meio do código ao lado, você tem acesso a todo o Atlas da Vio-
lência 2019. Nele, você poderá colher informações relevantes sobre 
o tema.
N A V E G U E
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2. Período composto por coordenação 
Um período é composto por coordenação quando é formado por orações que não apresentam 
dependência sintática entre si. Cada oração tem todos os termos necessários para estar completa. 
Nesse caso, as orações apenas se coordenam na estruturação do período. Vejamos os exemplos 
abaixo:
(1) Conheceu o ECA, ficou mais consciente de seus direitos.
(2) João nunca leu o ECA, entretanto reconhece sua importância.
Observe que, tanto na frase (1) quanto na frase (2), existem dois verbos. Portanto, temos duas 
orações em cada uma delas. Note também que, se separarmos cada uma das orações, elas perma-
necem com sentido completo. Todas são sintaticamente independentes. 
(1ª oração da frase 1) Conheceu o ECA.
(2ª oração da frase 1) Ficou mais consciente de seus direitos.
(1ª oração da frase 2) João nunca leu o ECA.
(2ª oração da frase 2) Entretanto reconhece sua importância.
Na frase (1), ambas as orações são independentes e não possuem conjunção conectando-as uma 
à outra. Por isso, elas são chamadas de orações coordenadas assindéticas. 
Já na frase (2), apenas a segunda oração inicia com uma conjunção. Temos, portanto, uma oração 
coordenada assindética em “João nunca leu o ECA” e uma oração coordenada sindética em “Entre-
tanto reconhece sua importância”.
Na coordenação sindética, as orações podem estabelecer entre si cinco relações de sentido, sen-
do classificadas como:
• Aditivas
A conjunção que une as orações indica uma simples soma, uma ideia de acréscimo. As principais 
conjunções aditivas são: e, nem, também. É possível, também, empregar não só... mas também, mas 
ainda, como também.
 Conjunção aditiva 
O ECA foi promulgado em 1990 e é o instrumento legal que consolida as garantias da Consti-
tuição aos jovens. Oração coordenada sindética aditiva
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• Adversativas
A conjunção expressa ideia contrária, adversa, ao que se poderia esperar da oração anterior. As 
principais conjunções coordenativas adversativas são: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no 
entanto, e (equivalendo a mas).
 Conjunção adversativa
O Estatuto garante os direitos das crianças e dos adolescentes, mas muitos desses direitos 
ficam apenas no papel. Oração coordenada sindética adversativa
• Explicativas
A conjunção exprime uma explicação, uma justificativa para o que foi dito na oração anterior. 
As principais conjunções coordenativas explicativas são: porque, porquanto, que e pois (geralmente 
anteposto ao verbo).
 
 Conjunção explicativa 
A maioridade penal é estipulada em 18 anos, porque segue a doutrina da proteção integral, 
uma consequência da Convenção Internacional dos Direitos da Criança (1989).
Oração coordenada sindética explicativa
10
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• Conclusivas
A conjunção exprime uma conclusão, um fechamento. As principais conjunções coordenativas 
conclusivas são: portanto, logo, por isso, por conseguinte e pois (geralmente posposto ao verbo).
 Conjunção conclusiva
O objetivo do ECA é que os jovens sejam protegidos, por isso sua lógica é diferente daquela 
seguida pelo Código Penal. Oração coordenada sindética conclusiva
• Alternativas
A conjunção expressa uma noção de alternância, opção, escolha. Nesse caso, a conjunção nor-
malmente é repetida, o que indica alternativas entre duas orações. As principais conjunções coorde-
nativas alternativas são: ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer, seja… seja e nem... nem.
Conjunção alternativa Conjunção alternativa
Ou se investe na infância ou se abre mão do futuro do País.
 Orações coordenadas sindéticasalternativas
3. Período composto por subordinação 
Nos períodos compostos por subordinação, a relação entre as orações é de dependência sintáti-
ca. Assim, as orações subordinadas são aquelas que desempenham uma função sintática em relação 
à oração principal.
Sabendo disso, podemos classificar as orações subordinadas de acordo com o valor que assumem 
em relação à oração principal. Assim, elas podem assumir valor de substantivo, adjetivo ou advérbio.
• Orações subordinadas substantivas
Equivalem a termos sintáticos representados por substantivos (sujeito, objeto direto, objeto indi-
reto, aposto, etc.). Vamos detalhar as orações substantivas no próximo capítulo.
 Oração principal
As pessoas favoráveis à redução da maioridade penal dizem que adolescentes de 16 e 17 anos 
são responsáveis criminalmente por seus atos.
Oração subordinada substantiva 
Função de objeto direto
11
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• Orações subordinadas adjetivas
Funcionam como adjetivo de um termo expresso na oração principal. Vamos estudar essas ora-
ções no Capítulo 3. Veja um exemplo:
No primeiro quadrinho, observe que a oração [...] que escrevi sobre drogas na juventude funciona 
como adjetivo do termo redação, expresso na oração principal. Ou seja, não foi qualquer redação, 
mas aquela que ele escreveu sobre um assunto específico. O mesmo ocorre no exemplo a seguir. 
Veja:
Segundo o Artigo 27 do Código Penal, a partir dos 12 anos de idade um adolescente que co-
mete uma infração é responsabilizado por seus atos.
Neste exemplo, o trecho [...] que comete uma infração funciona como adjetivo do termo adoles-
cente, que está expresso na oração principal.
• Orações subordinadas adverbiais
Equivalem ao termo sintático representado pelos advérbios.
Oração subordinada adverbial
Embora a Convenção Internacional dos Direitos da Criança não determine a idade para a maio-
ridade penal, ela define como criança todo ser humano com menos de 18 anos de idade.
 Oração principal
 Oração subordinada adverbial
Embora o ECA seja fundamental, suas medidas legais ainda são insuficientes.
 Oração principal
Nesses exemplos, as orações em destaque se relacionam com as orações principais exercendo 
um papel típico dos advérbios, construindo um sentido de concessão. As orações adverbiais são o 
tema do Capítulo 4.
12
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1. Durante a aula de Cidadania Moral e Ética na turma do 9º ano, o professor Ptolomeu propôs 
aos seus alunos a atividade seguinte.
A t i v i d a d e s
Professor Ptolomeu
Diante disso, dois alunos, Luzia e Serafim, apresentaram opiniões divergentes sobre o assunto. 
Leia o diálogo estabelecido entre eles.
— Sou contra a redução da maioridade penal. Eu acredito que educação de qualidade 
é o melhor caminho.
 — Concordo com você, mas essa é uma solução de longo prazo. Por isso, a redução é 
urgente. Ou o governo reduz a maioridade penal para 16 anos ou teremos ainda mais in-
segurança...
— Eu não considero que mais prisões vão diminuir a violência. Continuo defendendo 
que políticas de promoção à saúde, à educação e ao lazer fariam muito mais diferença... 
— Políticas públicas são importantes, porém a impunidade de menores gera mais vio-
lência.
Interrompidos pelo professor para que iniciassem o debate com o restante da turma, Luzia e 
Serafim pararam de discutir o assunto. Serafim argumentou utilizando orações subordinadas. 
Luzia, por sua vez, utilizou apenas orações coordenadas. Sabendo disso, responda às questões 
a seguir.
a. Quem entre eles é contra a redução da maioridade penal? 
Serafim é contra a redução da maioridade penal. 
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b. Retire do diálogo uma oração coordenada sindética alternativa. 
“Ou o governo reduz a maioridade penal para 16 anos ou teremos ainda mais insegurança... ”
c. Agora, transcreva duas orações coordenadas sindéticas adversativas.
“[...] mas essa é uma solução de longo prazo.” 
“[...] porém a impunidade de menores gera mais violência.” 
d. Escreva abaixo a oração que não é subordinada nem coordenada e aponte como podemos 
classificá-la. 
“Sou contra a redução da maioridade penal.” Trata-se de um período simples (oração absoluta). 
2. Dando continuidade à reflexão sobre juventude, violência e criminalidade, o professor Pto-
lomeu pediu aos alunos que pesquisassem argumentos que justificassem o posicionamento 
de cada um sobre a redução da maioridade penal. Ao final da pesquisa, os alunos deveriam 
escrever um pequeno texto dissertativo no qual teriam de desenvolver os argumentos selecio-
nados. Atendendo ao pedido do professor, Serafim iniciou o seu texto da seguinte forma.
Como os crimes bárbaros praticados por adolescentes costumam ganhar destaque na mídia, 
temos a falsa impressão de que eles são muito comuns, mas é justamente o contrário. Segundo 
dados da Fundação Casa (SP), os jovens reeducandos que praticaram crimes de homicídio so-
mam apenas 3,15% em 2019, ou seja, representam um número muito pequeno.
a. Analisando o texto de Serafim, você consegue identificar qual é o posicionamento dele a 
respeito da redução da maioridade penal? 
Resposta pessoal. Esperamos que os alunos percebam que alguns recursos linguísticos deno-
tam o posicionamento do aluno contra a redução da maioridade penal, como o emprego do 
adjetivo falsa, no primeiro período, e a citação de dados da Fundação Casa comprovando que 
os números são muito pequenos. 
b. Analisando o primeiro período do texto, transcreva a oração que expressa uma contradição 
e explique como ela ocorre. 
“[...] mas é justamente o contrário.” Ocorre oposição entre “pensar que os crimes são comuns,
frequentes” e os “dados com percentual baixo”.
14
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3. Leia.
Segundo dados da Fundação Casa (SP), os reeducandos que praticaram crimes de homicí-
dio somam apenas 3,15% em 2019.
Sobre a oração destacada no período, é correto afirmar que ela:
a. Restringe o sentido do substantivo reeducandos.
b. Explica o termo reeducandos.
c. Atua como advérbio.
d. Funciona como coordenada.
e. Exerce a função de um substantivo.
4. Discuta com os seus colegas e o seu professor: para desenvolver argumentos, é mais fácil em-
pregar orações coordenadas ou subordinadas? Anote sua conclusão.
Professor, espera-se que os alunos percebam que as orações subordinadas, por serem mais 
variadas, apresentam mais possibilidades comunicativas e, sobretudo, argumentativas. 
Texto
No quadro Retirantes, Portinari expõe o sofrimento dos migrantes, representados por pessoas 
magérrimas e com expressões que revelam sentimentos de fome e miséria. Os retirantes fugiram 
dos problemas provocados pela seca, pela desnutrição e pelos altos índices de mortalidade infantil 
no Nordeste.
Na tela, percebemos nove personagens de forma cadavérica, sendo dois homens adultos e duas 
mulheres adultas. Percebemos, também, que na composição se encontram cinco crianças, porém 
apenas uma delas pode ter o sexo identificado, que neste caso está exposto (lado direito da tela). 
Há uma criança totalmente nua, e o personagem imediatamente atrás dessa mulher também se 
encontra com seu dorso nu. É um velho, aparentemente o personagem mais idoso na composição. 
Possui cabelos despenteados e barba, ambos já estão brancos, e segura um cajado. Seu olhar se faz 
distante. A mulher que segura a criança a sustenta pelo lado, apoiando-a em seu quadril. Seu olhar 
distante também transmite tristeza e solidão, que são marcadas pela fragilidade de sua fisionomia. 
Há um pequeno raio de cor presente na veste desta mulher, que usa uma saia com o tom rosa-
-avermelhado. Essa mulher, frágil em sua condição social, possui um certo vigor físico, maior que o 
do seu suposto marido.
Na outra família (centro), percebemos uma mulher mais jovem, com cabelos longos e negros e 
olhar triste, cansado, e sua face retrata seu sofrimento. Esta mulher está segurando com seu braço 
esquerdo uma trouxabranca na cabeça que certamente contém roupas. No braço direito, há uma 
criança recém-nascida. Ao seu lado está um homem, provavelmente seu marido, com um chapéu 
na cabeça, segurando a mão de uma criança que também usa chapéu. Com a outra mão, o homem 
segura um pequeno pedaço de pau, com uma trouxa na ponta, que está apoiada sob seu ombro 
esquerdo. Ao lado dele, encontram-se duas crianças, sendo a da frente do sexo masculino, pois está
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Retirantes, 1944. Óleo sobre tela, 190 cm x 180 cm. Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. 
Fo
to
: J
oã
o 
M
us
a.
seminua e sua genitália está à mostra. Esta mesma criança apresenta um abdome bastante avanta-
jado, o que pode ter sido proposital pelo artista ao querer mostrar que, no período da produção da 
obra, o País enfrentava sérios problemas com as questões de saneamento básico e tratamento da 
água, o que fazia com que grande parte da população fosse atingida pela esquistossomose. 
Percebemos claramente o ciclo da vida que se inicia com uma criança nesta cena e finda na figura 
cadavérica do personagem mais idoso da composição.
No céu, há grande quantidade de pássaros pretos, provavelmente urubus, retratados num céu 
bastante azul. Certamente os pássaros aparecem com a finalidade de retratar a morte, pois parecem 
espreitar o grupo de retirantes. Há também uma alusão à morte no encontro de uma dessas aves 
com o cajado do personagem mais velho, formando a conhecida foice que representa a presença 
daquela que ceifa a vida.
[...]
Disponível em: http://www.filosofia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=352. Acesso em: 20/12/2019. Adaptado
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5. Diversas formas de arte, como a música, a escultura e a pintura, oferecem-nos exemplos de 
obras nas quais seus autores se preocuparam em retratar problemas sociais brasileiros. Gran-
de exemplo disso são algumas obras de Candido Portinari (1903–1962), artista plástico do 
modernismo brasileiro, que apresentam várias leituras desses problemas. Uma das obras mais 
conhecidas de Portinari é o quadro Retirantes, produzido em 1944. O texto que você leu apre-
senta uma interpretação do quadro. Sobre esse texto, assinale a opção correta.
a. Trata-se de um conto social, pois o objetivo é denunciar problemas sociais.
b. Apresenta predomínio do tipo textual descritivo, uma vez que seu objetivo é descrever 
o quadro.
c. Possui várias sequências textuais argumentativas, pois seu objetivo é defender uma lei-
tura interpretativa do quadro.
d. Trata-se de um texto narrativo, pois identificamos elementos fundamentais da narra-
ção, como personagens, local, espaço e tempo.
e. Configura-se como um artigo de opinião, o que se justifica pelas diversas sequências 
textuais argumentativas. 
6. Ainda sobre o texto e a pintura, analise as proposições a seguir.
I. Ambos veiculam temas diferentes: enquanto o texto descreve apenas os personagens, a 
pintura se volta para o ambiente.
II. Na obra de Portinari, é possível visualizar o desgaste da figura humana.
III. A pintura apresenta elementos físicos existentes no cotidiano dos retirantes que sofrem 
com a seca e condições relacionadas à desigualdade social.
IV. Devido à linguagem não verbal, a pintura teve como objetivo construir uma imagem cujo 
misticismo é oposto aos fatos da realidade observável.
 Está correto o que se afirma apenas em:
a. I e II. 
b. I e III. 
c. II e III. 
d. I e IV. 
e. III e IV.
7. Analise o período a seguir, retirado do primeiro parágrafo.
No quadro Retirantes, Portinari expõe o sofrimento dos migrantes, representados por pes-
soas magérrimas e com expressões que revelam sentimentos de fome e miséria.
a. A oração destacada se classifica como coordenada ou subordinada?
Subordinada.
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8. O texto nos apresenta dois pontos de vista sobre a representação da morte. Quais são eles?
Os pássaros pretos, certamente urubus, e a composição entre o cajado do personagem mais
velho e uma ave, o que parece uma foice.
9. Com base nas informações descritas no texto, construa um período composto por coordena-
ção com o objetivo de apresentar ao leitor essas duas representações da morte. Importante: 
utilize uma oração coordenada sindética aditiva.
Resposta pessoal. Sugestão: Uma das representações é a composição entre o cajado do perso-
nagem mais velho e uma ave; a outra são os pássaros pretos.
 
10. Junte as informações a seguir em um único período composto. Faça as alterações necessárias, 
utilize pontuação adequada e preserve o sentido original. 
a.
O ECA é considerado um marco para os direitos fundamentais de crianças e adolescentes 
no Brasil.
O ECA é considerado um exemplo importante para o mundo.
b. Qual o objetivo dessa oração no período?
A oração destacada tem o objetivo de adjetivar o substantivo expressões.
c. Como você sabe, a língua nos oferece inúmeras possibilidades de construções sintáticas que 
podemos utilizar para atingir nossos objetivos comunicativos. Pensando nisso, reescreva o 
período acima, substituindo a oração destacada por outra que adjetive de forma mais in-
tensa o substantivo expressões. Importante: faça as alterações necessárias, mas não altere 
a estrutura do período. 
Resposta pessoal. Sugestão: [...] que denunciam/confessam sentimentos de fome e miséria.
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11. Leia.
A vida é curta. Curta! 
Como você pode perceber, nos períodos acima os termos destacados são homônimos perfei-
tos, isto é, possuem a mesma grafia e a mesma escrita, mas apresentam sentidos diferentes.
a. Reescreva os períodos, substituindo cada palavra destacada por um sinônimo.
Resposta pessoal. Sugestão: A vida é breve. Aproveite!
b. Transforme os dois períodos em um só. Utilize um conectivo adequado para explicitar a 
relação semântica estabelecida entre eles.
Resposta pessoal. Sugestão: A vida é curta, por isso curta!
Resposta pessoal. Sugestão: O ECA é considerado tanto um marco para os direitos fundamen-
tais de crianças e adolescentes no Brasil quanto um exemplo importante que deve ser seguido 
internacionalmente.
b.
1. O ECA incorporou os avanços previstos na Convenção sobre os Direitos da Criança das 
Nações Unidas.
2. O ECA abriu o caminho para se concretizar o Artigo 227 da Constituição Federal.
3. O Artigo 227 da Constituição Federal determinou direitos e garantias fundamentais a 
crianças e adolescentes.
Resposta pessoal. Sugestão: O ECA incorporou os avanços previstos na Convenção sobre os 
Direitos da Criança das Nações Unidas e abriu o caminho para se concretizar o Artigo 227 da 
Constituição Federal, que determinou direitos e garantias fundamentais a crianças e adoles-
centes.
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Texto 1
Ei, Ardoca
O barulhar seco e cortante do trem irritava os ouvidos de Ardoca. O atrito da máquina nos trilhos 
ecoava constantemente no fundo de seus tímpanos. Aos domingos, dentro de casa, no silêncio da 
mulher, nas vozes e brincadeiras dos filhos, ele ouvia o grito arranhado do aço espichado sobre o 
solo. Grito lancinante e cortante debaixo do comboio pesadão que parecia massacrar a linha férrea 
inerte. Ardoca nascera quase que dentro daquela máquina. Sua mãe, moradora do subúrbio, fazia a 
viagem diária rumo ao trabalho. Ela grávida, ele estufando na barriga materna respondia aos sola-
vancos do trem com chutes internos. Depois, cá fora, no mundo, no colo da mãe, acordava e chorava 
durante todo o tempo da viagem. Cresceu em meio aos solavancos, ao empurra-empurra, aos gritos 
dos camelôs, às rezas dos crentes, às vozes dos bêbados, aos lamentos e cochilos dos trabalhadores 
e trabalhadoras cansados. Assistiu inúmeras vezes, como testemunha cega e muda, a assaltos, as-
sassinatos, tráfico e uso de droga nos vagões superlotados. A cada viagem, Ardoca mais estranhava 
e se desacostumava à vida do trem. Queria viajar com o mesmo descuido dealguns que jogavam 
porrinha ou dormiam durante o percurso, mas permanecia sempre desesperadamente acordado. 
Estava sempre atento, tenso, como se o trem, a qualquer momento, pudesse autocolidir, se autoem-
barafunhar, fazendo com que o último vagão se fechasse em círculo sobre o primeiro e soltasse tudo 
pelos ares.
D e s a f i o
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E foi então que, em uma tarde, Ardoca cami-
nhou com passos lentos em direção à estação. 
Era sábado. O movimento menor de passagei-
ros não garantiu, porém, a possibilidade de um 
lugar vazio. Ele se sentia cansado por todos os 
dias, todos os trabalhos e por toda a vida. Entrou 
na fila para a compra do bilhete. O funcionário 
deu-lhe o troco. Ardoca, com um gesto, recusou. 
Olhou o trem, a composição pareceu-lhe mais 
longa ainda. Subiu com dificuldades, encostou-
-se à parede do vagão e depois lentamente foi 
escorregando o corpo até chegar ao chão. Algu-
mas pessoas riram. Alguém gritou que o homem 
estava bêbado. Outro completou a observação 
dizendo que o dinheiro do pobre não dava para o 
alimento, mas dava para a cachaça. O trem con-
tinuava parado, mas a barulheira sobre os trilhos 
alcançava e feria os ouvidos de Ardoca. Ele sor-
ria um pouco. Um suor frio escorria sobre a sua 
face. Um grupo de crentes cantava, olhando para 
ele como se quisesse comovê-lo. Aleluiavam aos 
altos brados um Senhor que, segundo eles, fa-
lava em silêncio aos homens. Ardoca abando-
nava o corpo, que pendia lentamente para um 
lado. O passageiro do banco próximo encolheu o 
pé. Um camelô que vendia água pulou por cima 
dele para atender uma pessoa. Ardoca respirava 
com dificuldade, debaixo do negro de sua pele, 
um tom amarelo desbotado aparecia. Uma mu-
lher levantou, comprou um copo d’água e deu-
-lhe de beber, tentando reanimá-lo. Os crentes 
continuavam bradando o hino. O vendedor de 
água, buscando um espaço para fazer valer a sua 
fala, anunciava o seu produto em altíssima voz. 
O trem parado continuava mortificando os ou-
vidos fragilizados de Ardoca. Enquanto isso, sua 
vida ia se aprofundando mais e mais no dissentir 
de tudo. Ele buscava a respiração lá no fundo. A 
mulher que lhe socorreu parecia querer chorar. 
Neste momento, entrou no vagão um passageiro 
correndo e gritando. Desesperado, empurrou as 
pessoas buscando passagem em direção ao ra-
paz desfalecido, chamando por ele:
— Ei, Ardoca! Ei, Ardoca!
Rapidamente o tomou no colo, desceu do trem 
e o depositou no banco da estação. A composição 
iniciou lentamente a partida. Cá de dentro, a mu-
lher que se condoera de Ardoca e alguns outros 
passageiros ainda puderam ver. Aquele que o so-
correra estava a meter a mão nos bolsos de Ardoca 
e a arrancar-lhe os sapatos e o relógio que ele tra-
zia no pulso. Ardoca estava sendo assaltado. A mu-
lher fez menção de descer, mas a máquina ganhou 
velocidade e partiu. Não era preciso, porém, nem 
dor, nem lágrimas. O outro podia levar os poucos 
pertences de Ardoca. Podia tomar-lhe tudo. Ardo-
ca não tinha mais nada, nem a vida [...].
EVARISTO, Conceição. Olhos d’água. Rio de Janeiro: Pallas, 2016.
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1. Com base no seu conhecimento de mundo, nas sequências textuais e na finalidade comunica-
tiva do Texto 1, é correto afirmar que:
a. É um exemplo de conto psicológico, pois retrata o conflito interior vivenciado pelo per-
sonagem principal.
b. Apresenta com grande relevo o fluxo de consciência, apresentado pelo narrador-personagem.
c. Trata-se de um conto com temática social.
d. Configura-se como uma narrativa breve com foco narrativo em primeira pessoa.
e. Tem como objetivo apresentar argumentos que reforcem a opinião central. 
2. Indique o período que melhor resume o Texto 1.
a. O narrador-observador nos apresenta um personagem em conflito interior e não se 
sente bem no trem.
b. Ardoca é um jovem negro que vive em uma situação de vulnerabilidade social, por isso 
trabalha no trem vendendo doces.
c. No texto, fica evidente o conflito do personagem principal consigo mesmo. Apesar de 
sempre ter convivido com trens, não se acostuma a eles, acaba passando mal e morre 
dentro de um vagão.
d. Ardoca é um homem negro, utiliza o transporte público e passa mal.
e. O texto conta a história de um passageiro do trem que sofre um assalto e morre durante 
a viagem de volta para casa. 
3. Releia o trecho a seguir, retirado do primeiro parágrafo.
A cada viagem, Ardoca mais estranhava e se desacostumava à vida do trem. Queria viajar 
com o mesmo descuido de alguns que jogavam porrinha ou dormiam durante o percurso, 
mas permanecia sempre desesperadamente acordado.
Agora, analise as afirmações abaixo.
I. O primeiro período apresenta uma adição de ideias.
II. O segundo período apresenta, simultaneamente, orações coordenadas e subordinadas.
III. A construção sintática do segundo período é inadequada, pois há várias orações encadeadas.
IV. A oração ou dormiam expressa uma ideia oposta em relação à oração anterior.
Está correto o que se afirma apenas em:
a. I e II. b. I e III. c. II e III. d. I e IV. e. III e IV.
 
4. Chama a atenção, no Texto 1, o emprego de alguns verbos de uso incomum. Os itens a seguir 
apresentam alguns desses verbos. Indique aquele que atua como núcleo de uma oração coor-
denada aditiva.
a. Desacostumar. (primeiro parágrafo)
b. Autoembarafunhar. (primeiro parágrafo)
c. Aleluiar. (segundo parágrafo)
d. Dissentir. (segundo parágrafo)
e. Condoer. (quarto parágrafo)
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Texto 2
Homicídios de crianças e adolescentes
No Brasil, todos os dias, 31 crianças e adolescentes morrem assassinados. Responder às formas 
extremas de violência e prevenir os homicídios de crianças e adolescentes são prioridades para o 
Unicef.
Nas últimas décadas, o Brasil alcançou avanços 
importantes na redução da mortalidade infantil. 
Essas conquistas permitiram 
que o País salvasse cerca de 239 
mil crianças, entre 1995 e 2005.
No entanto, muitas dessas 
crianças não chegaram à idade 
adulta. Durante a década seguin-
te (2006 a 2015), cerca de 100 
mil meninos e meninas adoles-
centes foram vítimas de homicí-
dios no Brasil. Ou seja: as vidas 
salvas na primeira infância foram perdidas na se-
gunda década por causa da violência (Datasus).
O número de homicídios de adolescentes do 
sexo masculino no Brasil é maior, inclusive, do 
que em países afetados por 
conflitos, como Síria e Iraque. 
Em 2015, 11.403 adolescen-
tes de 10 a 19 anos foram as-
sassinados no Brasil, dos quais 
10.480 eram meninos. No mes-
mo período, na Síria, um total 
de 7.607 meninos morreram, 
a maioria em decorrência da 
guerra. No Iraque, foram registradas 5.513 mor-
tes de meninos no mesmo período, em decor-
rência da violência.
Caso não haja mudanças sig-
nificativas no País, 43 mil ado-
lescentes de 12 a 18 anos serão 
mortos no Brasil entre 2015 e 
2021, de acordo com o Índice 
de Homicídios na Adolescência 
(IHA, 2014). O IHA é uma ferra-
menta desenvolvida pelo Unicef 
e parceiros para analisar o ce-
nário dos homicídios de adolescentes no País e 
fazer estimativas para o futuro.
Sete das 10 cidades mais violentas do Brasil 
estão na Região Nordeste. Fortaleza tem o maior 
índice de homicídios de ado-
lescentes do País, com 10,94 
para cada 1.000 adolescentes, 
seguida por Maceió (9,37). Rio 
de Janeiro e São Paulo, na Re-
gião Sudeste, ocupam as posi-
ções 19 e 22 no ranking (com 
2,71/1.000 e 2,19/1.000, res-
pectivamente).
Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/homicidios-de-criancas-e-adolescentes. Acesso em: 12/12/2019. Adaptado.
O Brasil é um dos cinco 
países com os maiores 
índices de homicídios de 
adolescentes no mundo, 
mas o cenário brasileiro 
é o pior em números ab-
solutos.
As vítimas de homicí-
dios são, em sua maio-
ria, meninos negros que, 
vivem nas periferias dos 
grandes centros, estão 
fora da escola e vêm de 
famílias com baixo po-
der aquisitivo.
5. Há uma quebra de expectativa no quarto parágrafo.Essa quebra fica evidenciada na oração:
a. [...] e o depositou no banco da estação. 
b. [...] estava a meter a mão nos bolsos de Ardoca [...].
c. [...] mas a máquina ganhou velocidade [...].
d. Não era preciso, porém, nem dor [...].
e. Ardoca não tinha mais nada [...].
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6. Considerando os recursos linguísticos empregados no Texto 2, assinale a afirmação correta.
a. Podemos verificar uma relação de complementariedade de ideias entre o primeiro e o 
segundo parágrafos.
b. No terceiro parágrafo, o termo como Síria e Iraque atua como oração coordenada sindé-
tica explicativa.
c. No terceiro parágrafo, a palavra inclusive expressa uma ideia de oposição em relação ao 
que foi dito antes.
d. A oração que inicia o quarto parágrafo expressa uma hipótese. 
e. No quarto parágrafo, a última oração representa uma ideia alternativa em relação à 
oração anterior.
7. Releia o período a seguir.
O Brasil é um dos cinco países com os maiores índices de homicídios de adolescentes no 
mundo, mas o cenário brasileiro é o pior em números absolutos.
Sobre a palavra destacada no período, é incorreto afirmar que:
a. Expressa uma quebra de expectativa em relação ao conteúdo declarado na oração an-
terior.
b. Indica uma contrariedade de ideias.
c. Sinaliza uma oposição entre o conteúdo expresso na oração que a contém e o conteúdo 
declarado no período anterior.
d. Introduz uma oração coordenada adversativa.
e. Expressa uma adversidade de ideias.
8. Agora, analise o período a seguir.
As vítimas de homicídios são, em sua maioria, meninos negros que vivem nas periferias dos 
grandes centros, estão fora da escola e vêm de famílias com baixo poder aquisitivo.
Sobre os recursos linguísticos empregados nesse período, é correto afirmar que:
a. Trata-se de um período composto por coordenação, mas há uma oração subordinada.
b. As informações expressas pelas orações se somam umas às outras.
c. A última oração expressa uma adição, enquanto as demais não expressam relação de 
sentido entre si.
d. O objetivo comunicativo da oração estão fora da escola é indicar que os assassinatos 
ocorrem, em sua maioria, fora do ambiente escolar. 
e. As orações se ordenam de maneira dependente umas das outras ao longo do período.
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9. Com base no Texto 3, assinale a alternativa 
correta.
a. No primeiro quadrinho, a conjunção 
e faz a ligação entre as duas orações, 
construindo o sentido de adição.
b. No primeiro quadrinho, a conjunção 
e não faz ligação entre as orações 
existentes, pois elas são indepen-
dentes. 
c. No primeiro quadrinho, a conjunção 
e liga a primeira oração à segunda, 
expressando valor de adversidade.
d. No primeiro quadrinho, se trocar-
mos a conjunção e pela conjunção 
por isso, o sentido do texto não mu-
dará, pois ambas são conjunções.
e. No terceiro quadrinho, a palavra 
para pode ser considerada uma 
conjunção coordenativa. 
10. De acordo com a fala de John no primeiro 
quadrinho, percebemos que ele está desa-
nimado porque andou muito no shopping 
à procura de um presente, mas não o 
achou. Percebemos, também, que a con-
junção utilizada causa esse efeito na inter-
pretação do texto. Imagine que ele falasse 
a seguinte frase:
Nós olhamos no shopping inteiro e eu 
achei um presente para Liz!
Neste caso, o valor atribuído à conjunção e 
seria diferente? 
Texto 3
Disponível em: https://acessaber.com.br/wp-content/uploads/2016/06/tira-garfield.png.webp. Acesso em: 24/01/2020.
a. Não, pois, por serem invariáveis, as 
conjunções não mudam seu sentido.
b. Não, pois a conjunção e sempre tem 
valor aditivo, independentemente 
da construção oracional em que ela 
estiver. 
c. Sim, pois, na frase original, o senti-
do da conjunção e é de adversidade, 
enquanto na modificada seu sentido 
passa a assumir um valor de adição.
d. Sim, pois todas as conjunções de-
vem concordar com o verbo princi-
pal da oração.
e. Não, pois a ideia principal da frase 
original e da frase modificada é que 
John olhou o shopping todo e isso 
permaneceu nas duas frases. 
11. Ainda em relação ao primeiro quadrinho, 
assinale a opção em que, mudando a con-
junção e, não há alteração do sentido ori-
ginal da frase. 
a. Nós olhamos no shopping inteiro, 
porquanto eu ainda não achei um 
presente para Liz!
b. Nós olhamos no shopping inteiro, 
portanto eu ainda não achei um 
presente para Liz!
c. Nós não só olhamos no shopping 
inteiro, mas também eu ainda não 
achei um presente para Liz!
d. Nós olhamos no shopping inteiro, 
contudo eu ainda não achei um pre-
sente para Liz!
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Paráfrase 
1. Um texto, ou parte dele, pode ser de difícil compreensão se o leitor não dominar o conteú-
do da leitura, a linguagem empregada ou a área de conhecimento específica à qual o texto 
pertence, por exemplo. Nesses casos, é bem-vinda uma explicação interpretativa, para que 
o texto, que originalmente seria de difícil compreensão, torne-se acessível. Chamamos essa 
reescrita de paráfrase. Sabendo disso, volte ao texto de Serafim (questão 2, página 14) e iden-
tifique a oração que funciona como paráfrase.
“[...] ou seja, representam um número muito pequeno.” 
2. Qual termo essa paráfrase “interpreta”? 
A paráfrase é utilizada para interpretar o dado estatístico. 
3. Agora, volte ao Texto 2 da seção Desafio e transcreva a paráfrase feita.
A paráfrase está no segundo parágrafo: “Ou seja: as vidas salvas na primeira infância foram 
perdidas na segunda década por causa da violência (Datasus)”.
4. Uma característica importante da paráfrase é a fidelidade às ideias originais com o uso de 
outras palavras, preservando o essencial, de forma a clarificar o texto parafraseado. Assim, co-
nectivos como isto é, ou seja e por outras palavras são recorrentes introdutores de paráfrases. 
Reescreva os períodos a seguir, enriquecendo-os com uma paráfrase. 
a. A palavra cidadania é usada todos os dias e tem vários sentidos. Mas hoje significa, em es-
sência, o direito de viver decentemente. 
Sugestão de resposta: A palavra cidadania é usada todos os dias e tem vários sentidos. Mas
hoje significa, em essência, o direito de viver decentemente. Ou seja: fazer as três refeições, 
frequentar a escola, poder cuidar da saúde, etc. 
b. Segundo pesquisa divulgada pelo Datafolha, 87% dos entrevistados afirmaram ser a favor da 
redução da maioridade penal. 
Sugestão de resposta: Segundo pesquisa divulgada pelo Datafolha, 87% dos entrevistados afir-
maram ser a favor da redução da maioridade penal. Em outras palavras, a maioria dos brasilei-
ros acredita que a redução da maioridade penal ajudará a combater a violência.
Q u e s t õ e s d e e s c r i t a
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O r a ç õ e s S u b o r d i n a d a s 
S u b s t a n t i v a s
C A P Í T U L O 2
1. Conceito 
O escritor carioca Machado de Assis descreveu com grande sagacidade o estilo de vida, os modos 
e os elementos que constituíam o comportamento social em sua época. Alguns críticos chegam a 
considerar seus escritos verdadeiros testemunhos da sociedade de então. 
Leia com atenção este trecho do livro Esaú e Jacó, de Machado de Assis.
Na véspera, tendo de ir abaixo, Custódio foi à Rua da Assembleia, onde se pintava a tabu-
leta. Era já tarde; o pintor suspendera o trabalho. Só algumas das letras ficaram pintadas — a 
palavra Confeitaria e a letra d. A letra o e a palavra Império estavam só debuxadas a giz. Gos-
tou da tinta e da cor, reconciliou-se com a forma e apenas perdoou a despesa. Recomendou 
pressa. Queria inaugurar a tabuleta no domingo. Ao acordar de manhã, não soube logo do 
que houvera na cidade, mas pouco a pouco vieram as notícias, viu passar um batalhão e creu 
que lhe diziam a verdade os que afirmavam a revolução e vagamente a república. A princípio, 
no meio do espanto, esqueceu-lhe a tabuleta. Quando se lembrou dela, viu que era preciso 
sustar a pintura. Escreveuàs pressas um bilhete e mandou um caixeiro ao pintor. O bilhete 
dizia só isto: “Pare no d.”. Com efeito, não era preciso pintar o resto, que seria perdido, nem 
perder o princípio, que podia valer. Sempre haveria palavra que ocupasse o lugar das letras 
restantes. “Pare no d”. 
ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. Recife: Prazer de Ler, 2014. pp. 135–136.
Avenida Central, atual Avenida Rio Branco, Rio de Janeiro, entre 1909 e 1919. Coleção da National Photo Company.
Re
pr
od
uç
ão
.
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Pedimos a ajuda do nosso querido escritor Machado de Assis para dar início à temática deste 
capítulo: orações subordinadas substantivas.
No livro Esaú e Jacó, Machado constrói uma alegoria do momento histórico pelo qual passava o 
Brasil no final do século XIX: a transição da Monarquia para a República. Nesse trecho, Machado nos 
conta que Custódio, dono da Confeitaria do Império, pretende mudar o nome do estabelecimento, a 
fim de evitar problemas com os revolucionários republicanos. Sua motivação é, entretanto, pessoal, 
nada tem a ver com interesses políticos. A crítica de Machado é a de que, na época, as pessoas não 
conseguiam perceber a diferença entre monarquia e república. E, de fato, fontes históricas revelam 
que os discursos eram diferentes, mas as práticas políticas eram semelhantes.
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janei-
ro, em 21 de junho de 1839, falecendo na mesma cidade em 29 
de setembro de 1908. Foi romancista, contista, cronista, poe-
ta, jornalista e teatrólogo. Por ser de origem humilde, ele não 
pôde frequentar uma instituição de ensino, mas mesmo assim 
procurou estudar.
Machado de Assis é seguramente um dos maiores escri-
tores em Língua Portuguesa de todos os tempos. Cultivando 
vários gêneros literários, como poesia, prosa e teatro, seus tex-
tos são considerados verdadeiros documentos humanos e de 
paisagens sociais do final do século XIX e início do século XX.
A P R E N D A M A I S
Fontes históricas da época da Proclamação da República sugerem que, na verdade, tínha-
mos um imperador republicano e um presidente monarquista. Isso porque o Marechal 
Deodoro da Fonseca teria dito em carta ao seu sobrinho que a república seria inviável no 
Brasil e que a monarquia era seu sustentáculo. Já o imperador D. Pedro II teria escrito no 
rodapé de uma página de livro que a república era inevitável e que seria mais feliz como 
presidente da República.
A P R E N D A M A I S
Re
pr
od
uç
ão
.
Machado de Assis aos 25 anos, 
1864. Acervo particular. Foto: 
Insley Pacheco.
28
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Simplificando, podemos dizer que essa dúvida ocorria, entre outros motivos, porque tanto a re-
pública quanto a monarquia necessitam de alguém para governar. Na república, esse papel é exerci-
do pelo presidente; na monarquia, pelo rei.
Da mesma forma, na análise sintática, muitas vezes ficamos confusos quando temos de definir 
qual é a função de cada termo. Isso ocorre porque alguns termos são “governados” por uma mesma 
figura: o substantivo. Esses termos são:
Sujeito Objeto direto
Objeto indireto Predicativo
Complemento nominal Aposto
2. Classificação 
• Oração subordinada substantiva subjetiva 
Chamamos de sujeito o termo da oração com o qual o verbo geralmente concorda. O sujeito sem-
pre apresenta um núcleo, isto é, a palavra mais importante, pois concentra seu significado básico. 
Em regra, o sujeito tem valor substantivo. Veja:
 Oração principal
Para os cafeicultores do oeste paulista, era importante a Proclamação da República.
 Sujeito 
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Agora, observe que, no período abaixo, o sujeito é representado por uma oração:
 Oração principal
Para os cafeicultores do oeste paulista, era importante que proclamassem a República.
 Oração subordinada substantiva subjetiva
Nesse período, a oração subordinada substantiva é integrada à oração principal por meio da 
palavra que, chamada, portanto, de conjunção integrante. As conjunções integrantes (são somente 
as palavras que e se) introduzem todas as orações subordinadas substantivas desenvolvidas, isto é, 
aquelas que apresentam o verbo flexionado.
Quando empregamos o verbo principal no infinitivo, a oração substantiva dispensa o conectivo. 
Nesse caso, dizemos que a oração está na sua forma reduzida. Veja:
Para os cafeicultores do oeste paulista, era importante que se proclamasse a República. 
 Oração principal Oração subordinada substantiva subjetiva
Para os cafeicultores do oeste paulista, era importante proclamar a República. 
 Oração principal Oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo
Na República, convém que se respeitem os interesses da comunidade.
 Oração principal Oração subordinada substantiva subjetiva
Na República, convém respeitar os interesses da comunidade. 
 Oração principal Oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo 
É importante notar que nem sempre essa passagem para a forma reduzida é possível. A oração 
subordinada substantiva a seguir, por exemplo, não pode ser reduzida. Observe:
É sabido que a proclamação não atendeu aos interesses dos brasileiros em geral.
Oração principal Oração subordinada substantiva subjetiva
30
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• Oração subordinada substantiva objetiva direta 
Essa oração desempenha a função de objeto direto, ou seja, complementa o sentido do verbo 
transitivo direto (VTD) expresso na oração principal. Como se trata de oração substantiva, a sua 
forma desenvolvida é introduzida por uma das conjunções integrantes (que ou se), e sua forma re-
duzida é construída com o verbo empregado no infinitivo.
No caso das orações substantivas objetivas diretas, a conjunção integrante se é empregada 
sempre que seu conteúdo é encarado como incerto ou quando há dúvida por parte do 
autor. 
 VTD
Não sabia se decidia pelo Império ou pela República.
Oração principal Oração subordinada substantiva objetiva direta
 VTD
Queria inaugurar a confeitaria no domingo.
Oração principal Oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo
 VTD
Machado percebeu que as pessoas tinham dúvida sobre a Monarquia e a República.
Oração principal Oração subordinada substantiva objetiva direta
 VTD
Custódio viu que era preciso sustar a pintura.
Oração principal Oração subordinada substantiva objetiva direta
A P R E N D A M A I S
• Oração subordinada substantiva objetiva indireta
Como o próprio nome indica, essa oração desempenha a função de objeto indireto, ou seja, 
complementa o sentido do verbo transitivo indireto (VTI) expresso na oração principal. Veja alguns 
exemplos.
 VTI 
Custódio não soube do que houvera na cidade.
 Oração principal Oração subordinada substantiva objetiva indireta
31
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• Oração subordinada substantiva completiva nominal
Você se lembra de que alguns substantivos abstratos, adjetivos e advérbios exercem predicação, 
isto é, exigem complemento para ter sentido completo? Então, o termo que na oração atende a essa 
função é o complemento nominal, mais um termo que possui valor substantivo e pode ser expresso 
por uma oração. Observe:
 Adjetivo com sentido incompleto
Floriano era consciente de que precisava dos produtores de café do oeste paulista.
 Oração principal Oração subordinada substantiva completiva nominal
 Adjetivo com sentido incompleto
Floriano era consciente de que não governaria sem o auxílio dos fazendeiros. 
 Oração principal Oração subordinada substantiva completiva nominal
 Adjetivo com sentido incompleto
Fazendeirose militares estavam certos de que o governo atenderia aos seus interesses.
 Oração principal Oração subordinada substantiva completiva nominal
 VTI
Os cafeicultores do oeste paulista discordavam de que a monarquia continuasse.
 Oração principal Oração subordinada substantiva objetiva indireta
 VTI Oração subordinada substantiva objetiva indireta
Lembre-se de que Deodoro da Fonseca fechou o Congresso Nacional.
Oração principal
Vista do Porto de Santos no final do século XIX (Benedito Calixto, 
1898). Nele, era exportado o café produzido no Brasil.
Re
pr
od
uç
ão
.
32
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• Oração subordinada substantiva predicativa 
Ao estudarmos as orações subordinadas substantivas objetivas diretas e objetivas indiretas, vi-
mos que elas são empregadas quando, na oração principal, há um verbo transitivo, isto é, um verbo 
que exige complemento. Algo diferente ocorre quando na oração principal não há um verbo tran-
sitivo, mas um verbo de ligação. Os verbos de ligação, como o próprio nome deixa claro, desempe-
nham apenas a função de ligar termos. Na prática, o termo que aparece depois desse tipo de verbo 
adjetiva (qualifica) o termo que veio antes. Esse termo é chamado de predicativo.
 Sujeito Verbo de ligação
Após a Proclamação da República, o Brasil continuou agrário.
 Predicativo do sujeito 
Quando o predicativo é representado por uma oração, temos uma oração subordinada substan-
tiva predicativa. Essa oração funciona, portanto, como predicativo do sujeito expresso na oração 
principal. Nesse caso, o verbo de ligação é sempre ser.
 Oração principal
A expectativa de alguns fazendeiros era que o Brasil fosse eternamente agrário.
 Oração subordinada substantiva predicativa
 Oração principal 
A função de São Paulo era que as fazendas produzissem café.
 Oração subordinada substantiva predicativa
Oração principal
A impressão é que Minas Gerais fabricava apenas leite.
 Oração subordinada substantiva predicativa 
Colheita do café, 18 cm x 13 cm, no início do século XX. 
Acervo do Museu Paulista.
Re
pr
od
uç
ão
.
33
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• Oração subordinada substantiva apositiva
Essa oração atua como aposto da oração principal. Chamamos de aposto uma palavra ou expres-
são que explica, especifica ou resume um termo da oração. Em geral, a oração apositiva é precedida 
de dois-pontos, mas pode ser empregada também entre vírgulas ou travessões.
 Oração principal
Os fazendeiros focaram no seu conhecido interesse: que obtivessem grandes lucros.
 Oração subordinada substantiva apositiva
 Oração principal
Rui Barbosa teve uma ideia: um plano que favorecesse o crescimento industrial.
 Oração subordinada substantiva apositiva
A ideia de Rui Barbosa, de que o Governo emitisse dinheiro, gerou o Encilhamento.
 Oração subordinada substantiva apositiva
O governo do Marechal Deodoro da Fonseca (1891) durou apenas nove meses e foi mar-
cado por uma grave crise econômica.
Para emprestar dinheiro aos empresários que quisessem montar ou ampliar sua fábri-
ca, o ministro da Economia, Rui Barbosa (1849–1923), mandou imprimir muito mais papel-
-moeda que o necessário. Como o crescimento da economia não acompanhou a quantida-
de das notas de dinheiro, elas perderam seu valor, e a inflação aumentou. Esse plano ficou 
conhecido como Encilhamento.
A P R E N D A M A I S
Nessa ilustração, que retrata a época do governo de Deodoro, vemos 
muitas pessoas reunidas em frente à Bolsa de Valores do Rio de Janei-
ro. A ilustração sugere o desespero decorrente do Encilhamento. Re
pr
od
uç
ão
.
34
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1. A palavra república vem do latim e significa coisa pública, do povo. Por esse motivo, em sua es-
sência, essa forma de governo deveria representar o modelo no qual o Estado se encarrega de 
atender aos interesses gerais dos cidadãos. Apesar disso, quando a república foi proclamada 
no Brasil, em 15 de novembro de 1889, não atendeu ao povo. Utilizando essas informações, 
os seus conhecimentos sobre a chamada Primeira República (1889–1930) e o que vimos neste 
capítulo sobre as orações subordinadas substantivas, indique a oração que completa correta-
mente a frase a seguir.
A proclamação da república atendeu ____________.
a. que o povo tivesse seus interesses preservados. 
b. à manutenção dos interesses de classes sociais privilegiadas. 
c. a um desejo de militares, fazendeiros e cidadãos da classe média urbana.
d. que setores privilegiados governassem em seu próprio favor. 
e. que o Brasil se transformasse em uma potência industrial. 
2. Para realizar uma atividade interdisciplinar, os professores de Língua Portuguesa e de História 
do 9º ano entregaram o texto a seguir aos seus alunos.
A Primeira República 
Estudar o fim do Império nos ajuda a entender como se instituiu a Primeira República. Isso 
porque a Primeira República corresponde ao fim deste, em 1889, até a Revolução de 1930. 
Liderado por Marechal Deodoro da Fonseca, o movimento destituiu do poder o último 
imperador do País, instaurando uma nova forma de governo, a República. Esse aconteci-
mento não alterou as estruturas socioeconômicas brasileiras: as desigualdades e a economia 
frágil continuaram as mesmas. Insatisfeitos, diversos setores da sociedade decidiram que 
não se conformariam. As pessoas estavam conscientes de que os parâmetros jurídicos não 
limitariam a participação política. Por isso, diversas revoltas populares surgiram, tanto no 
campo quanto na cidade. Lembre-se de que Canudos e Contestado surgiram a partir disso. 
A análise cuidadosa desses movimentos é que nos levará à instauração da República.
Após fazer a leitura do texto com a turma, o professor de Língua Portuguesa mostrou aos 
alunos que o conhecimento sobre as orações subordinadas substantivas é importante para 
nos ajudar a ler e produzir textos de maneira mais eficiente. Para exemplificar o conteúdo, ele 
retirou do texto um tipo diferente de oração subordinada substantiva. Diante disso, que trecho 
ele retirou para exemplificar:
A t i v i d a d e s
35
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a. Uma oração subordinada substantiva 
subjetiva?
“Estudar o fim do Império [...].”
b. Uma oração subordinada substantiva 
objetiva direta?
“[...] que não se conformariam.”
c. Uma oração subordinada substantiva 
objetiva indireta desenvolvida?
“[...] de que Canudos e Contestado surgi-
ram a partir disso.”
d. Uma oração subordinada substantiva 
objetiva indireta reduzida?
“[...] a entender como se instituiu a Pri-
meira República.”
e. Uma oração subordinada substantiva 
completiva nominal?
“[...] de que os parâmetros jurídicos não 
limitariam a participação política.”
f. Uma oração subordinada substantiva 
predicativa?
“[...] que nos levará à instauração da repú-
blica.”
g. Uma oração subordinada substantiva 
apositiva?
“[...] as desigualdades e a economia frágil 
continuaram as mesmas.”
3. Uma das orações abaixo não é subordina-
da substantiva. Identifique qual é e expli-
que por quê.
a. Na República, convinha lutar por me-
lhorias socioeconômicas.
b. O Coronelismo perdeu força após a 
Revolução de 1930, mas algumas práticas 
continuaram por muito tempo.
O item B, pois não há subordinação entre a pri-
meira e a segunda oração, e sim coordenação.
4. Faça como o professor e retire, do seu livro 
de História, no capítulo sobre a PrimeiraRepública, um exemplo de oração subordi-
nada substantiva.
Resposta pessoal.
5. Reescreva os períodos a seguir, substituin-
do as orações subordinadas substantivas 
por termos de valor substantivo. Faça as 
alterações necessárias, mas não mude o 
sentido do período. Observe o modelo.
Uma das decisões da Constituição de 1891 
foi que se abolissem as instituições mo-
nárquicas.
Uma das decisões da Constituição de 1891 
foi a abolição das instituições monárquicas.
a. A Constituição de 1891 definiu que o sis-
tema de governo seria presidencialista.
A Constituição de 1891 definiu o presiden-
cialismo como sistema de governo.
b. O presidente Deodoro queria que se in-
vestisse na indústria.
O presidente Deodoro queria investimen-
tos na indústria.
c. Rui Barbosa permitiu que se emitisse 
dinheiro sem qualquer exigência de las-
tro em ouro.
Rui Barbosa permitiu a emissão de dinheiro
sem qualquer exigência de lastro em ouro.
d. O governo garantiu que os resultados 
das eleições eram autênticos.
O governo garantiu a autenticidade dos re-
sultados das eleições.
36
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1. A respeito do texto, são feitas as seguintes 
afirmações.
I. Estamos diante de uma tirinha.
II. Trata-se de um gênero textual em que 
podemos observar características nar-
rativas.
III. No último quadrinho, observamos 
uma equivalência entre o personagem 
e o porco.
IV. De acordo com a interpretação global 
do texto, os adjetivos utilizados para 
qualificar o porco não podem ser apli-
cados ao personagem principal, pois 
este é um ser humano.
V. O pesadelo que o personagem tem re-
petidamente é resultado de sua con-
duta moral. 
Está correto o que se afirma apenas em:
a. I, II e III. b. I, III e IV.
c. I, III e V. d. II, IV e V.
e. IV e V.
D e s a f i o
Texto
Disponível em: http://rapaduracult.blogspot.com/2012/06/sic-de-orlandeli.html. Acesso em: 31/10/2019.
37
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2. O período a seguir foi retirado do primeiro 
quadrinho. Releia-o com atenção e identi-
fique a afirmação incorreta. 
Mais uma vez, não entendo o que está acon-
tecendo, mas já é a quinta vez esse mês que 
um porco nojento invade o meu sonho.
a. A estrutura o que está acontecendo 
complementa o sentido do verbo 
entender.
b. O termo mais uma vez indica que o 
pesadelo do personagem ocorre to-
das as noites.
c. A palavra mas indica uma coordena-
ção de ideias.
d. O adjetivo nojento carrega forte va-
lor argumentativo, sendo sinônimo 
de asqueroso.
e. O emprego do verbo invadir indica 
que a ação desempenhada pelo por-
co acontece de forma inesperada.
 
3. Agora leia.
Mesmo sabendo que é um sonho, o fedor 
é insuportável. Quero ficar longe.
Como você pode perceber, nesse trecho 
temos duas frases verbais, ou períodos. 
Caso o autor desejasse transformar essas 
duas frases em uma só, poderia utilizar 
como conector:
a. E. b. Mas.
c. Pois. d. Por isso.
e. No entanto.
A frase ficaria: Mesmo sabendo que é um sonho, o fedor 
é insuportável, por isso quero ficar longe.
4. Os adjetivos a seguir foram retirados do 
Texto 1. Identifique aquele que não se re-
fere a um personagem do texto.
a. Nojento. b. Asqueroso.
c. Insuportável. d. Assustado.
e. Imprestável.
5. As frases abaixo foram retiradas do tercei-
ro quadrinho. Analise-as com atenção.
O bicho me olha. Ele sempre me olha. O 
olhar é uma mistura de desprezo e nojo.
Agora, assinale a afirmação correta.
a. Trata-se de um período composto 
por coordenação, pois é formado 
por orações independentes.
b. A segunda oração tem valor subs-
tantivo e funciona como sujeito da 
oração seguinte.
c. A oração me olha é utilizada duas 
vezes para expressar ênfase.
d. Há uma relação de adição de ideias 
entre a segunda e a terceira oração. 
e. A oração uma mistura de desprezo 
e nojo é subordinada substantiva 
predicativa.
6. Analise a manchete a seguir.
Paciente que precisa amputar dedos do pé 
corre risco de perder a perna por demora 
em cirurgia em MT
Disponível em: https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/
noticia/2019/05/14/paciente-que-precisa-amputar-dedos-do-
pe-corre-risco-de-perder-a-perna-por-demora-em-cirurgia-em-
mt.ghtml. Acesso em: 29/06/2020. 
Sobre esse período, é correto afirmar que:
a. A oração sublinhada complementa 
o sentido da palavra risco, isto é, no 
particípio do verbo riscar.
b. A palavra risco é um substantivo 
abstrato de sentido incompleto. 
c. A oração sublinhada faz alusão à pa-
lavra amputar, que é um verbo.
d. Como o paciente não é identificado, te-
mos um caso de sujeito indeterminado. 
e. A oração sublinhada se classifica 
como subordinada substantiva, pois 
a palavra perna, que está dentro de 
sua composição, é um substantivo. 
38
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Pontuação das orações subordinadas substantivas
1. Quanto à pontuação, as orações subordinadas substantivas seguem as mesmas regras de um 
período simples. Assim sendo, não se separam por sinal de pontuação, por exemplo, sujeito de 
predicado, substantivos e verbos de seu complemento, verbos do predicativo do sujeito, etc. 
As orações subordinadas substantivas apositivas, entretanto, são geralmente separadas da 
oração principal por dois-pontos, mas podem ser marcadas também por travessões e vírgulas. 
Leia com atenção os períodos abaixo. Pontue-os, quando necessário, e classifique as orações 
subordinadas substantivas presentes.
a. Só tenho uma vontade: que você volte logo. 
Oração subordinada substantiva apositiva. 
b. É preciso estar atento e forte. 
Oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo. 
2. A vírgula pode ser usada para separar, no período, termos que exercem mesma função sintá-
tica. Assim, leia os períodos abaixo com atenção e empregue a vírgula de maneira correta. 
a. O ideal é que não veja, que não fale e que não ouça nada. 
b. Resolvi plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho.
c. Eu já disse que não quero mais vê-lo, que não quero mais ouvir seu nome, que não quero 
mais saber que ele existe! 
3. Assinale a alternativa correta em relação à pontuação das orações. 
a. A Constituição de 1891 estabelecia, que os presidentes seriam eleitos pelo povo.
b. Alguns defendiam, que o Brasil deveria ser totalmente agrário. 
c. Os militares reivindicavam que fosse instituído um regime republicano forte, que mu-
danças políticas e econômicas favorecessem a classe média urbana e que o Executivo 
controlasse o Legislativo e o Judiciário.
d. A Constituição determinava, que qualquer pessoa maior de 21 anos poderia votar, com 
exceção dos analfabetos, das mulheres, dos religiosos e dos soldados.
e. Os fazendeiros queriam, manipular o governo para favorecer seus interesses. 
Q u e s t õ e s d e e s c r i t a
39
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O r a ç õ e s S u b o r d i n a d a s 
A d j e t i v a s
C A P Í T U L O 3
1. Pronomes relativos
No capítulo anterior, vimos que as orações subordinadas substantivas, quando se apresentam 
desenvolvidas, são introduzidas por uma conjunção integrante (que ou se). Essa é uma das principais 
características desse tipo de oração. 
Neste capítulo, estudaremos as orações subordinadas adjetivas. A principal característica dessas 
orações? São introduzidas por um pronome relativo, uma palavra que, como o próprio nome indi-
ca, relaciona as orações. A seguir, vamos conhecer o importante papel desses pronomes utilizando 
como tema interdisciplinar o conceito de matéria e energia.
Para começar, leia com atenção o texto a seguir.
O ser humano sempre se interessou pelo universo que está ao seu redor, pelos seres que 
estão em seu meio, pelo som, pela luz, enfim, por tudo que seus cinco sentidos podem captar. 
Com o tempo, ele percebeu que, mesmo muito diferentes — por exemplo, a água, o ar, um 
cão, uma pedra e uma pessoa —, há algo em comum entre eles: são constituídos de matéria. 
Podemos dizer que matéria é tudo aquilo que tem massa, com um determinadovolume, ou 
seja, ocupa lugar no espaço. A matéria pode se apresentar em um dos seus diferentes estados 
físicos; são eles: gás, líquido ou sólido. Pode ser imensa, como uma montanha, ou mesmo mi-
núscula, como uma bactéria. Do ponto de vista humano, a matéria pode ser visível ou não. O 
ar que respiramos, por exemplo, possui massa e ocupa o volume que o contém, composto de 
muitas substâncias, como gases, poeira, e está por todos os lados, pesando consideravelmen-
te sobre a Terra — aproximadamente seis quatrilhões de toneladas. Podemos senti-lo, forte 
ou fraco; no entanto, para nós, é completamente invisível.
BUARQUE, Francisco; AMBROSIA, Maria. Ciências e cotidiano. 9º ano. Recife: Construir, 2016.
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Vamos observar um trecho do primeiro período do texto.
O ser humano sempre se interessou pelo universo que está ao seu redor, pelos seres que estão 
em seu meio [...].
Desmembrando a primeira oração desse período, temos:
1. O ser humano sempre se interessou pelo universo. 
2. O universo está ao seu redor.
Para entendermos o que é o pronome relativo e sua função, vamos pensar na forma como essas 
duas orações foram unidas no texto. A palavra que exerce, nesse caso, a função de conectar as duas 
orações, certo? Mas, se analisarmos bem, esse não é seu único propósito. Na verdade, ela tem três 
funções: 
1. Retomar um termo da oração anterior (neste caso, o universo). 
2. Conectar ambas as orações (como vimos acima), transpondo uma delas em uma oração 
adjetiva (o que veremos mais à frente). 
3. Desempenhar uma função sintática (é sujeito, complemento ou adjunto na oração trans-
posta).
O sopro é um pequeno deslocamento direcionado do ar que sai dos pul-
mões para o ambiente (à esquerda); o vento, por sua vez, é um grande 
deslocamento (à direita).
De
po
sit
ph
ot
os
De
po
sit
ph
ot
os
41
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Assim, em vez de duas orações isoladas, temos um único período constituído composto a partir 
de uma transposição.
Veja mais um exemplo:
1. O ser humano sempre se interessou pelos seres.
2. Os seres estão em seu meio.
O pronome relativo empregado em todas as variedades da língua portuguesa é o que, pois é mui-
to mais simples que o qual (e variações) e é usado para coisa, pessoa e lugar.
Embora a gramática normativa imponha a obrigatoriedade de usarmos o relativo onde apenas 
para substituir termos substantivos que indiquem lugar, nem sempre essa substituição é adequada 
às normas de uso, isto é, soa meio esquisito. Nesses casos, prefira empregar que ou o qual. Observe:
O país onde visitamos é incrível. (Inadequado)
O país que visitamos é incrível. (Adequado)
É preciso atenção para não confundir a função do que. Como vimos no capítulo anterior, essa pa-
lavra pode funcionar, também, como conjunção integrante, introduzindo uma oração subordinada 
substantiva. Como pronome relativo, que pode ser substituído por o qual (e variações), o que não 
acontece quando desempenha a função de conjunção integrante. Observe:
É preciso entender que os átomos formam as mais diferentes matérias.
Conjunção integrante – Introduz a oração subordinada substantiva objetiva direta. Não pode ser substituída por o qual.
Pronome 
relativo Função Exemplos
Que
Retoma um substantivo que 
designa pessoa, coisa ou lugar.
O ar que respiramos.
A água que está no estado sólido é gelo.
Quem
Retoma um substantivo que 
designa pessoa. 
Albert Einstein foi quem descobriu que a matéria 
é, na verdade, energia extremamente condensada.
O qual 
(e variações)
Retoma um substantivo que 
designa pessoa ou coisa. Por isso, 
é usado como equivalente a que. 
Na natureza, temos grandezas as quais são 
definidas como não primitivas e primitivas.
Alguns produtos são embalados no vácuo, o qual é 
a ausência completa de matéria.
Onde
Retoma um substantivo que 
designa lugar. 
O espaço é um local onde os corpos estão no 
vácuo.
Cujo 
(e variações)
Retoma um substantivo 
expressando uma relação de 
posse. 
A matéria é um grande quebra-cabeça cujas partes 
formam o todo.
Na natureza, há elementos cuja essência não é 
material, como o som e a luz.
42
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Os átomos formam as mais variadas matérias que existem.
 Pronome relativo – Pode ser substituído por as quais.
Na prática, o relativo cujo está caindo em desuso. Mesmo em situações de comunicação formal, ele 
praticamente não é utilizado. Em seu lugar, normalmente empregamos o que. Embora esse uso seja 
comum, a gramática normativa ainda o condena, explicando que o relativo que não expressa a relação 
de posse. Portanto, de acordo com a gramática normativa, são inadequadas construções como:
A matéria possui uma propriedade que a principal característica é a capacidade de ocupar 
um espaço delimitado. 
A tendência que a matéria tem de manter a situação na qual se encontra é uma propriedade 
que o nome é inércia.
O pronome relativo precedido por preposição
Observe a relação existente entre as duas orações abaixo.
Este é o conteúdo. Eu estudei este conteúdo.
 o conteúdo
Este é o conteúdo que eu estudei.
 Primeira oração Segunda oração
Como o pronome que, na segunda oração, retoma o termo o conteúdo, temos:
que eu estudei = o conteúdo eu estudei = eu estudei o conteúdo
Agora, observe como é esse mesmo processo quando utilizamos, por exemplo, o verbo duvidar 
(transitivo indireto – pede a preposição de):
Este é o conteúdo. Eu duvidei desse conteúdo.
Primeira oração o conteúdo Segunda oração
Este é o conteúdo de que eu duvidei.
 Preposição exigida pelo verbo duvidar
Como você certamente percebeu, a construção Este é o conteúdo de que eu duvidei é um perío-
do composto de duas orações, e o verbo que estrutura a segunda oração é transitivo indireto. Assim, 
a gramática normativa determina que o pronome relativo seja precedido pela preposição exigida 
pelo verbo. Observe a mesma situação com outros verbos transitivos indiretos.
Este é o livro
em que / no qual você acredita. acreditar em algo
de que / do qual você discorda. discordar de algo
de cujo tema discordo. discordar de algo
com que / o qual você simpatiza. simpatizar com algo
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2. A importância dos pronomes relativos na coesão 
textual
Como vimos nos exemplos apresentados até agora, os pronomes relativos retomam ou reiteram 
termos citados anteriormente em uma oração. Essa retomada é de grande importância para a flui-
dez do texto. Veja:
Texto 1
As plantas sintetizam a glicose através da água, da luz do Sol e das moléculas de CO2. Essas 
moléculas de CO2 estão no ar. Essa reação libera oxigênio na atmosfera, importante para os 
seres humanos. Os seres humanos precisam dele para quebrar as moléculas de glicose. Os se-
res humanos ingerem essa glicose quando comem uma fruta, por exemplo. Essa quebra libe-
ra no organismo energia. Precisamos de energia para viver, e as sobras nós liberamos de volta 
para o meio ambiente, entre elas o CO2, tão essencial para as plantas, para fabricar glicose. 
Como você pode perceber, esse texto apresenta vários termos repetidos de maneira desnecessá-
ria. Utilizando os pronomes relativos, poderemos torná-lo mais coeso. Veja:
Texto 2
As plantas sintetizam a glicose através da água, da luz do Sol e das moléculas de CO2 que 
estão no ar. Essa reação libera oxigênio na atmosfera, importante para os seres humanos, os 
quais precisam dele para quebrar as moléculas de glicose que ingerem quando comem uma 
fruta, por exemplo. Essa quebra libera no organismo a energia de que precisamos para viver, 
e as sobras nós liberamos de volta para o meio ambiente, entre elas o CO2, tão essencial para 
as plantas, para fabricar glicose.
Embora a presença da preposição nos casos vistos seja imposta pela gramática normativa, ela 
vem sendo suprimida tanto na fala quanto na escrita, mesmo em situações formais. Assim, é cada 
vez mais comum falarmos (e escrevermos)omitindo a preposição exigida pelo verbo e utilizando 
apenas o que como pronome relativo.
Este é o livro que você acredita.
Aquele é o autor que você discorda.
Esta é a ideia que você simpatiza.
Comprei o carro que você sonha.
Construções como essas são comuns na nossa comunicação diária. No entanto, ainda são consi-
deradas erradas pela gramática normativa, ou seja, não deveriam ser usadas em situações de uso 
formal da língua.
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Perceba que, no primeiro caso, a leitura é complicada e pouco econômica, uma vez que o texto 
repete termos desnecessariamente. Com os pronomes relativos, podemos não só facilitar a leitura, 
como também relacionar semanticamente as orações.
3. Orações subordinadas adjetivas
Estudar os pronomes relativos é de grande relevância para compreender bem o nosso próximo 
assunto: as orações subordinadas adjetivas.
 No capítulo anterior, estudamos as orações subordinadas substantivas, que atuam, no período, 
como um substantivo e, de acordo com essa condição, assumem as funções sintáticas deste. As ora-
ções subordinadas adjetivas assumem, assim, como o nome sugere, a função de um adjetivo. Daí 
a importância de estudar os pronomes relativos: são eles que introduzem as orações subordinadas 
adjetivas. 
As orações subordinadas adjetivas podem expressar duas relações de sentido. Vamos ver agora 
quais são elas:
• Restrição – A oração adjetiva pode restringir o sentido do termo que adjetiva. 
 Oração principal
Todos os elementos da natureza que podemos observar recebem o nome de fenômeno.
 Oração subordinada adjetiva restritiva
Observe que a oração subordinada adjetiva restringe o sentido do termo a que se refere, elemen-
tos da natureza, isto é, mencionam-se apenas os elementos que se permitem observar, que estão 
ao alcance dos nossos sentidos. Veja outros exemplos de orações subordinadas adjetivas restritivas:
A propriedade da matéria que é mais básica é a impenetrabilidade.
A compressibilidade é a capacidade que a matéria tem de reduzir seu volume quando sofre 
determinada pressão. 
O grau de deformação que a matéria sofre depende do grau de pressão e da sua própria 
composição.
A mola é um sólido que se modifica na compressão.
• Explicação – A oração adjetiva pode explicar o termo a que se refere.
 Oração principal
A energia, que não é tão simples, é fundamental na nossa vida.
 Oração subordinada adjetiva explicativa
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Nesse período, a oração que não é tão simples explica o termo energia. Por esse motivo, funciona 
como um adjetivo. Veja outros exemplos de orações subordinadas adjetivas explicativas:
Os fenômenos biológicos, os quais dizem respeito aos seres vivos, são estudados pela Biologia. 
Os fenômenos físicos e químicos, cujo conceito vi em Ciências, são estudados a partir do 6o ano.
4. Orações subordinadas adjetivas reduzidas
Vimos, no capítulo anterior, que as orações subordinadas substantivas podem assumir uma for-
ma desenvolvida (introduzida por conjunção integrante + verbo conjugado) ou reduzida (sem con-
junção + verbo no infinitivo).
As orações adjetivas também podem se apresentar na forma reduzida. Nesse caso, o verbo assu-
me uma de suas formas nominais (particípio, gerúndio ou infinitivo). Observe:
 Oração principal
Todos os elementos da natureza observados pelo homem são chamados de fenômeno.
 Oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de particípio
 Oração principal
A Física Quântica é uma ciência de escandalizar qualquer acadêmico.
 Oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de infinitivo
 
 Oração principal
O moinho de vento, utilizado na moagem de uma grande quantidade de cereais, é uma 
das formas mais antigas de utilização da energia da natureza.
 Oração subordinada adjetiva explicativa reduzida de particípio
 Oração principal
As turbinas movimentadas pelo vento são um mecanismo de obtenção de energia renovável.
Oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de particípio
Neste momento, é muito importante entender a diferença de sentido entre as orações su-
bordinadas adjetivas. A diferença entre explicação e restrição corresponde a uma relação 
de sentido amplo versus sentido restrito. Veja mais dois exemplos.
Os computadores, que são modernos, custam caro.
Explicação (sentido amplo) — Todos são modernos e todos custam caro.
Os computadores que são modernos custam caro.
Restrição (sentido restrito) — Apenas os computadores modernos é que custam caro.
A P R E N D A M A I S
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1. Quando dois corpos são colocados em contato, o que tem as moléculas vibrando mais rápido 
(mais quente) transfere energia para o outro corpo (mais frio). Dessa forma, a energia nunca é 
criada, mas, sim, transformada. As frases abaixo exemplificam a ocorrência desse fenômeno. 
Como você verá, todas elas apresentam orações adjetivas introduzidas pelo pronome relativo 
que. Reescreva-as, retirando o que de cada uma delas. Faça as alterações necessárias. 
a. A energia química que existe nos componentes dentro de uma pilha é transformada em 
energia elétrica. 
A energia química existente nos componentes dentro de uma pilha é transformada em energia
elétrica.
b. A energia química da gasolina é transformada em energia mecânica, que faz o carro se mo-
vimentar. 
A energia química da gasolina é transformada em energia mecânica, fazendo o carro se movi-
mentar.
c. A energia química dentro dos alimentos é transformada no nosso organismo em energia, 
que ajuda o nosso corpo nas atividades diárias. 
A energia química dentro dos alimentos é transformada no nosso organismo em energia, aju-
dando o nosso corpo nas atividades diárias.
2. Como podemos observar na questão anterior, conhecer os mecanismos que a língua oferece 
nos possibilita novas formas de expressar a mesma coisa. Se usarmos esses conhecimentos a 
nosso favor, expandiremos nosso vocabulário e, mais que isso, evitaremos problemas textuais, 
como falta de coesão. O pronome relativo que, por exemplo, é um elemento importante da 
coesão referencial, isto é, um elemento textual (correferente) que remete a outro (referente), 
substituindo-o. Observe:
Referente Pronome – Correferente
Matéria é tudo o que tem massa e ocupa espaço. Ela é qualquer coisa que tenha existência 
física ou real.
A t i v i d a d e s
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Quando bem utilizado, torna o texto mais fluido e claro. Pensando nisso, reorganize o texto a 
seguir utilizando o que para ajudar na coesão referencial. Faça as modificações necessárias.
Pilhas
As pilhas são dispositivos. As pilhas possuem dois eletrodos 
e um eletrólito. No eletrodo e no eletrólito, ocorrem reações de 
oxirredução espontâneas. As reações de oxirredução espontâ-
neas geram corrente elétrica.
Esses dispositivos receberam esse nome porque a primeira 
pilha a ser criada foi inventada pelo físico-químico italiano Ales-
sandro Volta, no ano de 1800. A primeira pilha era formada por 
disco de zinco e de cobre separados por um algodão embebido em salmoura. O disco de zinco 
e o de cobre separados por um algodão embebido em salmoura eram colocados de forma 
intercalada, um em cima do outro, empilhando os discos e formando uma grande coluna. 
Como era uma pilha de discos, começou a ser chamada por esse nome.
Sugestão de resposta: 
As pilhas são dispositivos que possuem dois eletrodos e um eletrólito nos quais ocorrem reações de oxirredu-
ção espontâneas que geram corrente elétrica. 
Esses dispositivos receberam esse nome porque a primeira pilha a ser criada foi inventada pelo físico-químico 
italiano Alessandro Volta, no ano de 1800, e era formada por disco de zinco e de cobre separados por um algodão 
embebido em salmoura. Estes eram colocados de forma intercalada, um em cima do outro, empilhando os discos 
e formando uma grande coluna. Como era uma pilha de discos, começou a ser chamada poresse nome.
3. Leia.
As matérias, em geral, possuem propriedades inerentes. São elas: massa (medida de quan-
tidade), extensão (espaço que ocupa), inércia, impenetrabilidade, divisibilidade, compressi-
bilidade, elasticidade e porosidade. Essas são as propriedades gerais. Além delas, temos as 
propriedades funcionais, que são comuns a determinados tipos de matéria.
No trecho “[...] temos as propriedades funcionais, que são comuns a determinados tipos de 
matéria”, que mudanças de sentido ocorreriam se não houvesse a vírgula no período? Classi-
fique as orações adjetivas em ambas as situações. 
Sem a vírgula, teríamos uma oração subordinada adjetiva restritiva, pois nesse período haveria 
uma restrição, limitação das propriedades funcionais que, nesse caso, seriam necessariamen-
te comuns a alguns tipos de matéria. Já com a vírgula, trata-se de uma oração subordinada 
adjetiva explicativa, pois a ideia nele expressa é de que as propriedades funcionais são comuns 
a determinados tipos de matéria. 
Sh
ut
te
rs
to
ck
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om
48
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4. Analise o trecho abaixo e responda ao que 
se segue.
Outros tipos de energia estudados pe-
los cientistas são a energia gravitacional, 
energia potencial elástica, energia quími-
ca (a dos explosivos), energia térmica (es-
tado de agitação das moléculas) e energia 
elétrica (associada às cargas elétricas).
a. Separe do trecho acima a oração subor-
dinada adjetiva restritiva reduzida de 
particípio. 
“[…] estudados pelos cientistas […].” 
b. Há no trecho, também, uma oração su-
bordinada adjetiva explicativa reduzida 
de particípio. Identifique qual é e a de-
senvolva.
A oração subordinada adjetiva explicativa re-
duzida de particípio é associada às cargas elé-
tricas. Para desenvolvê-la, teríamos “[...] ener-
gia elétrica, que se associa às cargas elétricas”.
5. Nas frases a seguir, classifique as orações 
adjetivas como restritivas ou explicativas.
a. O pai, que parecia nervoso, esperava o 
resultado da filha.
Explicativa.
b. Esse é um problema que parece impos-
sível.
Restritiva.
c. A praia, que parecia pouco visitada, não 
era muito boa.
Explicativa.
d. Fizeram-se acusações das quais ele se 
defendeu bem.
Restritiva.
e. Ele é o homem que começou essa his-
tória.
Restritiva.
f. O cargo que você deseja não lhe trará 
paz.
Restritiva.
g. Um país que não respeita as suas crian-
ças não pode esperar um futuro bom.
Restritiva.
h. As roupas que encolheram eram mi-
nhas.
Restritiva.
i. A mãe, que sempre o compreende, des-
ta vez discordou dele.
Explicativa.
j. Márcia, que confia em mim, seguiu o 
meu conselho.
Explicativa.
6. Substitua as lacunas por uma oração su-
bordinada adjetiva.
a. Essas foram as palavras mais agradáveis 
□.
Resposta pessoal.
b. A mala □ não era minha.
Resposta pessoal.
c. O cachorro □ estava com suspeita de raiva.
Resposta pessoal.
d. Minha mãe □ é uma mulher □.
Resposta pessoal.
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e. A paz □ ainda é possível.
Resposta pessoal.
f. Conheci o maracatu no Carnaval, □.
Resposta pessoal.
g. As novelas, □, têm público garantido.
Resposta pessoal.
h. A matéria □ trazia excelentes informa-
ções sobre a criminalidade.
Resposta pessoal.
i. O carro □ não estava em bom estado.
Resposta pessoal.
j. Meu telefone, □, está sempre fora de 
área.
Resposta pessoal.
7. Reescreva as frases a seguir, transforman-
do as orações adjetivas em adjetivos ou 
locuções adjetivas.
a. Carla, que é namorada de Zé, trabalha 
na indústria química.
Carla, namorada de Zé, trabalha na indús-
tria química.
b. Assisti a um filme que me comoveu.
Assisti a um filme comovente.
c. Paula tem olhos que me fascinam.
Paula tem olhos fascinantes.
d. Ele tem um mau humor que irrita todo 
mundo.
Ele tem um mau humor irritante.
e. Vera, que é mãe de Vitória, faz tortas 
que são deliciosas.
Vera, mãe de Vitória, faz tortas deliciosas.
f. Comprei um filme que é perfeito para 
Mateus.
Comprei um filme perfeito para Mateus.
g. Compramos uma fazenda que não sa-
bemos descrever.
Compramos uma fazenda indescritível.
h. Ele levava uma vida que iludia a todos.
Ele levava uma vida ilusória.
i. O candidato que estava nervoso mal 
pôde fazer a prova.
O candidato nervoso mal pôde fazer a prova.
j. Assisti a uma peça que me emocionou.
Assisti a uma peça emocionante.
k. Então emendou uma conversa que não 
tinha fim.
Então emendou uma conversa infindável.
l. Essa viagem me deixou uma experiên-
cia que não posso apagar.
Essa viagem me deixou uma experiência 
inapagável/indelével.
m. Você escreveu uma palavra que não 
consigo entender.
Você escreveu uma palavra ininteligível.
n. A lavagem fez arranhões que quase não 
se percebem.
A lavagem fez arranhões quase impercep-
tíveis.
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1. Analise o anúncio.
Disponível em: https://www.pr.senac.br/noticias/images/e-mkt_
campanha-agasalho.jpg. Acesso em: 29/06/2020. 
No período “Sua roupa usada precisa de al-
guém para passear”, a oração sublinhada:
a. Exerce a função típica de um adjetivo.
b. Atua complementando o sentido de 
um verbo.
c. Restringe o sentido do substantivo 
roupa.
d. Funciona como oração coordenada 
aditiva.
e. Explica o sentido do substantivo 
roupa.
D e s a f i o
2. Agora, analise o período abaixo.
Doe roupas que você não usa para quem 
precisa.
Sobre o objetivo comunicativo desse pe-
ríodo, assinale a afirmação correta.
a. A intenção é fazer com que o leitor 
doe qualquer roupa.
b. O leitor é levado a doar suas roupas 
que estão em bom estado.
c. O período tem como meta o con-
vencimento do leitor para contri-
buir com diferentes donativos.
d. O leitor deve compreender que a 
sua participação na campanha é 
fundamental para a vida de outras 
pessoas. 
e. O objetivo é conscientizar o leitor 
da importância de doar suas roupas 
inutilizadas.
3. Analise o parágrafo abaixo e, em seguida, 
avalie as afirmações feitas.
Há alguns animais que se fingem de mortos. 
Em vez de correr ou lutar contra o inimigo, 
eles se deitam imóveis, parecendo mortos. 
Isso confunde muitos predadores que pre-
ferem se alimentar de animais vivos.
I. A palavra isso se refere à atitude de al-
guns animais de se deitarem imóveis, 
parecendo mortos, diante do inimigo.
II. A palavra destacada evita a repetição 
do termo muitos predadores.
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III. O sujeito do verbo preferir é o pronome 
isso.
IV. A palavra destacada equivale a os quais.
V. Na frase “Ele é homem muito vivo, 
sempre quer tirar alguma vantagem”, o 
adjetivo vivo tem o mesmo sentido que 
no período da proposição IV.
Estão corretas apenas:
a. I, II e III.
b. I, II e IV.
c. II, III e V.
d. I, III e IV.
e. IV e V.
4. Leia.
Bombeiros resgatam homem que caiu no 
Rio Tamanduateí
Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/
noticia/2018/10/26/bombeiros-resgatam-homem-que-caiu-no-
rio-tamanduatei2.ghtml. Acesso em: 10/02/2020.
Na manchete lida, é possível perceber o 
emprego do pronome relativo que. Esse 
pronome tem a função de representar no-
mes já mencionados anteriormente, com 
os quais se relaciona. Os pronomes relati-
vos são utilizados para introduzir orações 
subordinadas adjetivas. É possível perce-
ber a mesma função em: 
a. As pessoas pensaram que o homem 
tinha pulado no rio.
b. Os bombeiros esperavam que o ho-
mem fosse encontrado com vida.
c. O homem disse que sentiu uma 
tontura.
d. Um homem que passava no local 
chamou os bombeiros.
e. Quem estava no local disse que o 
trânsito ficou parado com o tumulto.
5. A respeito do pronome relativo quem, 
analise as proposições a seguir.
I. Só não é precedido de preposição quan-
do exerce função de sujeito da oração. 
Assim, tem o mesmo valor de o que, a 
que, os que, as que, aquele que, aque-
la que, aqueles que, aquelas que.
II. Diferentemente dos demais pronomes, 
não estabelece ligação com o termo an-
tecedente. Assim, possui valorabsoluto 
e, dessa maneira, não precisa retomar 
uma palavra expressa anteriormente.
III. Refere-se a um termo — que pode ser 
um substantivo ou pronome — chama-
do de termo antecedente, substituin-
do-o no início da oração seguinte, que 
obrigatoriamente estará subordinada à 
primeira.
IV. Sempre será precedido de uma prepo-
sição (exceto quando for sujeito da ora-
ção), inclusive quando exercer função 
de objeto direto. Nessa situação, tere-
mos o chamado objeto direto preposi-
cionado.
V. Deve ser empregado apenas quando 
fizer referência a pessoas. Para coisas 
personificadas, prefira o pronome de-
monstrativo isto. 
Estão corretas apenas:
a. I, III, IV.
b. II, IV e V.
c. II, III e V.
d. I, III e V.
e. II e V.
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Emprego da vírgula e do travessão nas orações 
subordinadas adjetivas
1. Vimos, anteriormente, que existe uma diferença semântica entre as orações subordinadas 
adjetivas restritivas e as explicativas. Essa diferença é expressa, basicamente, pelo uso ou não 
das vírgulas e dos travessões. Relembre: 
Oração subordinada adjetiva restritiva (não é delimitada por vírgulas ou travessões)
Nos currais eleitorais, os trabalhadores rurais e os homens que moravam nas cidades eram 
obrigados a votar nos candidatos dos coronéis.
 Oração subordinada adjetiva explicativa (é delimitada por vírgulas ou travessões)
O voto de cabresto — que era o oferecimento de alguma vantagem ao eleitor em troca de 
seu voto — foi estimulado pelos coronéis. 
Agora, pontue, quando necessário, os períodos abaixo considerando o sentido e sua intenção 
comunicativa. Utilize vírgulas ou travessões. 
a. Precisamos estudar os fenômenos que são físicos e os que são químicos.
b. Os fenômenos físicos, que não implicam na mudança da composição da matéria, são 
estudados pela Física.
c. Os fenômenos químicos, os quais provocam mudanças na composição da matéria, 
são tema da Química. 
d. O ato de rasgar um papel, que é um fenômeno físico, não provoca mudanças na 
composição da matéria. As partes menores, que continuam sendo papel, ainda são 
formadas pelos mesmos componentes. 
e. Se decidirmos queimar o papel, teremos um fenômeno químico. As cinzas que se 
formarão terão uma composição diferente da do papel.
Q u e s t õ e s d e e s c r i t a
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1. Orações subordinadas 
adverbiais 
Nas aulas de Geografia, você certamente já viu o que são os 
blocos econômicos. Ao longo deste capítulo, vamos utilizar os 
seus conhecimentos sobre esse tema para desenvolver o estudo 
das orações subordinadas adverbiais. 
Inicialmente, podemos voltar nossos olhos para o bloco eco-
nômico que está mais próximo de nós, o Mercosul, do qual parti-
cipamos. O Mercosul teve seu processo de formação iniciado em 
1985 e, com o Tratado de Assunção, assinado em 1991, entrou em 
vigor. Hoje, os países da América do Sul, seja como Estado Parte, 
seja como Estado Associado, participam desse bloco econômico, 
exceto a Guiana Francesa.
fr
ee
pi
k.
co
m
A cidade de Montevidéu, capital do Uruguai, é também a capital 
do Mercosul. Lá estão instalados o Parlamento do Mercosul, o 
Parlasul, e o escritório da secretaria executiva do bloco.
O r a ç õ e s S u b o r d i n a d a s 
A d v e r b i a i s
C A P Í T U L O 4
Qual é o objetivo prin-
cipal do Mercosul e dos 
demais blocos econômi-
cos? Com que finalidade 
os países se unem?
Espera-se que os alunos res-
pondam que a principal finali-
dade dos blocos econômicos é
a ajuda mútua. 
R E F L I T A
54
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Nesse contexto, analise o período a seguir. Avalie se ele serve como resposta à pergunta feita no 
boxe Reflita.
Os blocos econômicos são países que se unem.
 
Como você pode perceber, essa frase é formalmente completa, isto é, possui todos os elementos 
necessários à sua compreensão. Trata-se de um período composto no qual a oração que se unem 
adjetiva o termo países. No entanto, a frase acima não responde qual é a principal finalidade da 
formação de um bloco econômico. Para complementar essa informação, podemos acrescentar um 
adjunto adverbial de finalidade. Veja:
Os blocos econômicos são países que se unem para se ajudar mutuamente.
 Adjunto adverbial
Para você se lembrar, na análise sintática, os advérbios assumem a função de adjunto adverbial. 
Observe que esse adjunto é, na verdade, uma oração. Como essa oração depende, sintaticamente, 
do restante do período, dizemos que é subordinada. Chegamos aonde queríamos. Já vimos que as 
orações subordinadas podem exercer tanto a função de substantivo quanto a de adjetivo. Agora, 
veremos que elas também podem atuar como advérbios. As orações subordinadas adverbiais são, 
portanto, aquelas que assumem, em relação ao período, o valor de adjunto adverbial. Se esse con-
ceito ficou claro para você, pode passar para o tópico Classificação.
Para você compreender melhor o conceito das orações subordinadas adverbiais, vamos analisar 
outro exemplo.
Os blocos econômicos começaram a surgir quando a Segunda Guerra Mundial terminou.
Nesse período, observe que a oração destacada localiza no tempo a época em que os blocos 
econômicos começaram a surgir. Assim, dizemos que essa oração é subordinada adverbial temporal. 
Veremos a seguir como se classificam essas orações.
2. Classificação
Em morfologia, quando estudamos os advérbios, vemos que cada um deles exprime uma cir-
cunstância. Uma vez que as orações subordinadas adverbiais atuam como advérbios, elas também 
exprimem circunstâncias diversas. Vejamos algumas delas.
• Circunstância temporal
Algumas orações subordinadas podem exprimir tempo ou duração do fato expresso na oração 
principal, como vimos anteriormente. As principais conjunções subordinativas temporais são: quan-
do, assim que, depois que, antes que, desde que e enquanto.
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O Mercosul foi criado em 1991, assim que o Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai 
assinaram o Tratado de Assunção.
Desde que esses países se uniram, o bloco aprova normas de alcance regional que criam 
direitos e benefícios para os cidadãos.
Os cidadãos dos Estados Partes e dos Estados Associados do Mercosul não precisam de 
passaporte quando transitam pela região.
• Circunstância condicional
A oração subordinada adverbial condicional apresenta uma condição, um requisito, para se rea-
lizar o fato expresso na oração principal. As principais conjunções subordinativas condicionais são: 
se, caso, sem que, contanto que e desde que.
A entrada como país-membro pleno no Mercosul só é possível se houver aprovação unâ-
nime dos senados dos países-membros.
Se você for para algum país do bloco, precisa somente da carteira de identidade.
Caso precise de ajuda com a documentação, fale com o consulado brasileiro. 
 
• Circunstância causal 
A oração subordinada adverbial causal funciona como adjunto adverbial de causa da oração 
principal, indicando nexo de causalidade, motivo ou justificativa. As principais conjunções subordi-
nativas causais são: porque, pois, visto que, como, já que, uma vez que e porquanto.
A tendência de reorganização do espaço econômico mundial acontece porque as diferen-
tes nações precisam ser fortalecidas.
Ele viajou para o Chile, já que queria conhecer o Deserto do Atacama.
Como gostava muito de dançar, Marcela pesquisou o tango argentino.
As conjunções que, porque e pois podem ser subordinativas causais ou coordenativas explicati-
vas. No período “Como gostava muito de dançar, Marcela pesquisou o tango argentino”, o fato de 
Marcela gostar de dançar foi a causa de ela ter pesquisado o tango. A relação causa–consequência 
fica evidenciada. Já no período “Ela está bem, porque está sorridente”, o fato de estar sorridente 
não é a causa de ela estar bem, é uma explicação. A oração destacada é, portanto, coordenada sin-
dética explicativa.• Circunstância consecutiva 
A oração subordinada adverbial consecutiva indica uma consequência do que se declara na 
oração principal. As principais conjunções consecutivas são: que (precedida de tal... que, tão... que, 
tanto... que ou tamanho), de modo que, de sorte que e de forma que.
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O processo de globalização tornou-se tão intenso que os países vêm apresentando uma 
tendência de agrupamento em blocos.
Fez tanto frio em Cajón del Maipo que tremi muito.
Estudou muito o Mercosul, de modo que passou a dominar o assunto.
Uma forma interessante de identificar mais facilmente as orações adverbiais consecutivas é ob-
servar que, onde há consequência, há causa. Logo, se temos uma oração que expressa uma conse-
quência, a outra expressa uma causa. Consideramos subordinada aquela que apresenta a conjunção.
• Circunstância concessiva 
A oração subordinada adverbial concessiva funciona como adjunto adverbial de concessão da 
oração principal. Ou seja, ela expressa uma ideia contrária ao que se poderia concluir do que se de-
clara na oração principal. As principais conjunções subordinativas concessivas são: embora, mesmo 
que, ainda que, apesar de que, conquanto, se bem que e posto que.
Embora a Apec conte com a presença dos Estados Unidos, o Japão e a China também 
aparecem com forte influência sobre os demais países do bloco.
Observe que, considerando a condição de potência econômica mundial dos Estados Unidos, seria 
“natural” concluir que, por fazer parte da Apec, essa nação teria maior poder sobre o bloco, mas o Japão 
e a China também aparecem com forte influência sobre os demais países do bloco. Veja outros exemplos: 
Ainda que a Venezuela faça parte do Mercosul desde 2012, está suspensa. 
O Mercosul é resultado de uma união, apesar de que nem sempre seja coerente.
Fundada em 1993, a Apec (em inglês, Asia-Pacific Economic Cooperation) é um bloco eco-
nômico regional banhado pelo Oceano Pacífico que visa o livre-comércio entre seus membros.
A P R E N D A M A I S
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
Círculo Polar Antártico
Linha do Equador M
er
id
ia
no
 d
e 
G
re
en
w
ic
h
Círculo Polar Ártico
150o 150o 180o120o 120o90o 90o60o 60o30o 30o0o
Rússia
China
Estados
Unidos
Canadá
México
Peru
Chile
Nova Zelândia
Austrália
Indonésia
Malásia Cingapura
Tailândia
Papua-Nova
Guiné
Brunei
Vietnã Filipinas
Hong Kong
Taiwan (Ilha Formosa)
Japão
Membro da Apec desde:
1989
1991
1993
1994
1998
Coreia do Sul
N
S
LO
0 2.585 km 5.170 km
Escala
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• Circunstância conformativa 
A oração subordinada adverbial conformativa indica conformidade, acordo, consonância. As 
principais conjunções subordinativas conformativas são: conforme, como, segundo e consoante.
Conforme o que estudamos, a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) não é propria-
mente um bloco econômico.
Segundo o que li, a Unasul tem objetivos que vão além da integração econômica, diferen-
temente dos blocos.
Como esclarece a decisão no 28/02, o Mercosul concede o direito à residência e ao traba-
lho para os cidadãos sem outro requisito que não a nacionalidade.
• Circunstância comparativa
A oração subordinada adverbial comparativa expressa uma comparação. As principais conjun-
ções subordinativas comparativas são: como, mais/menos... que (ou do que) e quanto.
As decisões tomadas nas reuniões do Mercosul estão mais próximas de nós do que ima-
ginamos.
O Mercosul segue vários protocolos, como todos os blocos econômicos fazem.
• Circunstância final
A oração subordinada adverbial final indica uma finalidade, um objetivo, para o que se declara 
na oração principal. As principais conjunções subordinativas finais são: para que, a fim de que e com 
o intuito de que.
Era necessária a aprovação do Senado paraguaio para que a entrada da Venezuela no 
Mercosul se confirmasse.
A fim de que se aprofundasse a agenda cidadã da integração, foi aprovado, em 2010, o 
Plano de Ação para a Conformação de um Estatuto da Cidadania.
• Circunstância proporcional
A oração subordinada adverbial proporcional indica proporção, simultaneidade, concomitân-
cia. As principais conjunções subordinativas proporcionais são: à proporção que, à medida que, ao 
passo que, quanto mais... mais e quanto menos... menos.
À medida que os blocos econômicos se multiplicam em todos os continentes, uma re-
gionalização da economia vai se formando.
Quanto mais o tempo passa, mais a integração se desenvolve.
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• Circunstância modal
A oração subordinada adverbial modal exprime ideia de modo. Ou seja, essa oração indica a 
maneira como se realiza/realizou o fato declarado na oração principal. A conjunção modal mais 
utilizada é a locução sem que.
A multiplicação dos blocos econômicos tem favorecido uma regionalização da economia, 
sem que se exclua a possibilidade de integração global dos mercados.
Várias decisões do bloco repercutem sem que o cidadão comum perceba.
3. Orações subordinadas adverbiais reduzidas 
Nos capítulos anteriores, vimos que as orações subordinadas podem se apresentar na sua for-
ma reduzida, ou seja, não são introduzidas por conectivos e têm o verbo em uma de suas formas 
nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio. Logicamente, as orações reduzidas expressam a mesma 
circunstância apresentada pela oração desenvolvida correspondente.
Multiplicados os blocos econômicos em todos os continentes, uma regionalização da 
economia se forma.
Oração subordinada adverbial proporcional reduzida de particípio
É preciso a aprovação unânime dos países-membros para entrar no Mercosul. 
 Oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo
Entendendo o que é um bloco econômico, você entenderá o que é o Mercosul.
Oração subordinada adverbial temporal reduzida de gerúndio
4. Orações subordinadas adverbiais e sentido 
A concessão 
Leia o texto abaixo. 
Apesar de ter importância política, a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) não “pode 
ser a pedra fundamental para a construção do bloco econômico da América do Sul”, que 
terá de ser formado a partir da expansão gradual do Mercosul. Essa é uma das conclusões 
do relatório ao Conselho de Ministros do Mercosul [...].
Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/internacional/unasul-nao-e-base-para-um-bloco-economico-da-america-do-sul-diz-
samuel-pinheiro-guimaraes. Acesso em: 05/05/2020.
Muitas vezes, quando estamos no meio de um debate ou simplesmente dando a nossa opinião 
a um amigo, por exemplo, lançamos mão de um recurso de que talvez nem nos damos conta: a 
concessão. Dizer ao seu amigo que a exposição da pesquisa dele em sala de aula não foi boa pode 
soar arrogante ou intransigente de sua parte. Se, em vez disso, você diz que, apesar de o tema da 
pesquisa ser bastante interessante e original, a exposição não foi boa, o impacto da opinião é me-
nor, e você demonstra ao seu amigo que sua crítica é construtiva, e não apenas um apontamento 
grosseiro e infundado. 
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No caso do texto lido, temos basicamente a mesma situação. Analisando os pontos positivos e 
negativos da Unasul, o Conselho de Ministros do Mercosul reconhece a importância do grupo, mas 
sustenta que este não pode ser base para a fundação de um bloco econômico sul-americano. A 
oração subordinada adverbial concessiva que inicia o texto dá, portanto, para nós, leitores, um tom 
confiável em relação à conclusão do Conselho, uma vez que foi observada a totalidade do tema.
Usar as orações subordinadas adverbiais concessivas também é uma maneira de atrair nosso in-
terlocutor e conquistar sua simpatia, fazendo com que os argumentos colocados em uma discussão, 
por exemplo, tenham mais ampla aceitação. 
Orações adverbiais e expansão da informação 
As orações subordinadas adverbiais em geral enriquecem o texto, pois são utilizadas para expan-
dir informações. Isto é, à informação contida na oraçãoprincipal se somam outros dados, aconte-
cimentos ou fatos. Acrescenta-se, assim, conteúdo àquela primeira informação. Vamos ler o texto 
abaixo para entender melhor.
Embora a Apec conte com a presença dos Estados Unidos, o Japão e a China também apare-
cem com forte influência sobre os demais países do bloco [...]. Se for realmente implantada 
a livre troca de mercadorias entre os membros da Apec, esse bloco atenderá a um mercado 
consumidor interno de cerca de 3 bilhões de pessoas [...].
PERNAMBUCO, Heitor. Geografia sem fronteiras. 9º ano. Recife: Construir, 2014. p. 51. Adaptado.
br
.fr
ee
pi
k.
co
m
No primeiro período do texto, identificamos a conjunção embora introduzindo uma oração subor-
dinada adverbial concessiva. A seguir, temos a oração principal. Que informação a oração concessiva 
acrescenta à oração principal? Que tipo de inferência podemos fazer a partir dessa informação? 
Rapidamente, podemos dizer que a informação que se acrescenta é que não só o Japão e a China 
participam da Apec, mas também os Estados Unidos. Entretanto, se pensarmos mais um pouco, ve-
remos que a razão de ser dessa subordinada adverbial concessiva no período parte do conhecimen-
to geral de que os Estados Unidos são a mais poderosa nação do mundo, o que lhes valeria grande 
poder de decisão no bloco. Contudo, essa forte influência é dividida com outras nações, também 
muito importantes economicamente. 
Já no segundo período do 
texto, a oração introduzida 
pela conjunção se é uma subor-
dinada adverbial condicional; a 
seguinte é a oração principal. 
Pense nisto: de que maneira a 
oração condicional expande a 
informação dada na principal? 
Ora, ela indica a maneira, a 
condição, a forma como a Apec 
passará a atender a um mer-
cado consumidor interno de 3 
bilhões de pessoas.
Vista aérea de subúrbio de Manilla, capital das 
Filipinas. O país é um dos 21 membros da Apec.
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1. As frases abaixo não apresentam algumas palavras e expressões, de modo que, nesta ativida-
de, você deve complementá-las. Para que o sentido original da informação seja mantido, inse-
rimos, ao final de cada uma delas, o tipo de oração subordinada adverbial que essas palavras 
e expressões introduzem. Siga corretamente a indicação e obtenha a informação desejada.
As respostas são sugestões. Esperamos que os alunos indiquem as conjunções ou locuções 
conjuntivas adequadas para expressar a relação de sentido desejada.
a. A União Europeia apresenta menor desnível socioeconômico interno, ao passo que o 
Nafta possui maior desnível socioeconômico interno. (Oração subordinada adverbial com-
parativa) 
b. Já que a sua criação se deu em 1969, o Pacto Andino é um dos primeiros 
blocos econômicos desenvolvidos. (Oração subordinada adverbial causal)
c. Quando o primeiro bloco econômico surgiu, foi criada a Comunidade Econô-
mica Europeia (CEE), atual União Europeia (UE). (Oração subordinada adverbial temporal) 
d. Todos os anos acontecem reuniões a fim de que se verifiquem o andamento dos 
projetos, a elaboração de novas propostas e a integração entre os países-membros. (Ora-
ção subordinada adverbial final) 
e. À medida que novos acordos são criados, mais comercialização internacional de re-
cursos naturais, alimentos, fontes energéticas, tecnologia, etc. é realizada. (Oração subor-
dinada adverbial proporcional)
f. A pressão sobre o Mercosul foi tanta que esse bloco econômico flexibilizou regras. 
(Oração subordinada adverbial consecutiva) 
g. Os blocos econômicos são classificados conforme as características apresentadas 
por eles. (Oração subordinada adverbial conformativa) 
h. É tão importante ajudar financeiramente quanto fazer acordos de paz. (Oração 
subordinada adverbial comparativa)
i. Nos anos de 1990, o G7 integrou a Rússia sem que a China, apesar de sua im-
portância econômica, fizesse parte desse grupo de países. (Oração subordinada adverbial 
modal)
A t i v i d a d e s
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2. Imagine que uma aluna do 9º ano e o professor de Geografia travam o seguinte diálogo duran-
te a aula.
Professor – Turma, quem sabe qual é o objetivo que leva normalmente alguns países a se 
unirem em um bloco econômico?
Izabele – Professor, eu acho que os blocos econômicos são criados para explorar regiões ain-
da não colonizadas. 
Professor – Embora sua resposta seja importante, sua definição não está correta. Os blocos 
econômicos são criados, na verdade, para facilitar a integração entre os membros.
Ao utilizar a noção de concessão em sua fala, o professor quis:
a. Ressaltar o equívoco da aluna.
b. Valorizar a resposta da aluna.
c. Esclarecer a resposta correta.
d. Identificar o conceito errado.
e. Ressaltar a importância do estudo.
3. Ainda sobre o diálogo utilizado na questão anterior, podemos afirmar que a noção de finalida-
de está expressa na oração:
a. Turma, quem sabe [...].
b. [...] que leva normalmente alguns países [...].
c. [...] que os blocos econômicos são criados [...].
d. [...] para explorar regiões ainda não colonizadas.
e. Embora sua resposta seja importante [...].
4. Desenvolva as orações reduzidas a seguir e, depois, leia atentamente as informações contidas 
nelas. Apenas uma das alternativas apresenta uma informação incorreta sobre o tema blocos eco-
nômicos. Identifique-a e corrija a informação. Para facilitar seu trabalho, classificamos também de 
modo errado (quanto ao tipo de oração subordinada) a oração que não apresenta uma verdade. 
Achando o erro da classificação, você achará o item que traz a informação incorreta.
a. Ao propiciar vantagens, os blocos econômicos viabilizam o barateamento a determinados 
produtos antes caros e com pouca oferta. (Oração subordinada adverbial temporal reduzi-
da de infinitivo)
Quando propiciam vantagens, os blocos econômicos viabilizam o barateamento a determina-
dos produtos antes caros e com pouca oferta.
b. Tendo eliminado as barreiras alfandegárias, a ratificação do Nafta consolidou o intenso 
comércio regional. (Oração subordinada adverbial temporal reduzida de gerúndio)
Quando eliminou as barreiras alfandegárias, a ratificação do Nafta consolidou o intenso co-
mércio regional.
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c. Formada a Zona de Livre-comércio do Nafta, os países-membros entraram em guerra. 
(Oração subordinada adverbial temporal reduzida de infinitivo)
O item C está incorreto. Além de se tratar de uma oração subordinada adverbial temporal reduzida de 
particípio, os países-membros do Nafta, com a criação do bloco, foram estimulados a negociar, e não a
guerrear. Desse modo, a frase com a informação correta e desenvolvida ficaria: “Assim que foi formada 
a Zona de Livre-comércio do Nafta, os países-membros passaram a negociar”.
5. Como vimos no capítulo que acabamos de estudar, as orações subordinadas adverbiais podem 
nos ajudar a expandir o texto, tornando-o mais completo e com mais informações. Pensando 
nos conhecimentos adquiridos, apresentamos abaixo um texto para você expandir, fazendo 
uso de pelo menos um tipo de oração subordinada adverbial. Pesquise sobre o tema e crie um 
parágrafo a respeito do trecho. 
O Mercado Comum do Sul (Mercosul) é um bloco econômico criado pelo Tratado de Assun-
ção e tem como países-membros o Brasil, a Argentina, o Uruguai, o Paraguai e, mais recente-
mente, a Venezuela. 
Resposta pessoal. 
6. Como vimos, as orações subordinadas adverbiais desempenham a função de adjunto adver-
bial, expressando certas circunstâncias em relação à oração principal. Pensando nisso, identi-
fique as circunstâncias expressas pelas orações adverbiais utilizadas nos períodos a seguir.
a. Apesar de ser o país-membro menos desenvolvido do Nafta, o México apresenta importân-
cias estratégicas. 
Concessão.b. Formada em 1993, a Apec tinha a previsão de ser implantada totalmente em 2020. 
Tempo.
c. Por ser a maior da América Latina e do mundo, a Bacia Amazônica é um símbolo de integração. 
Causa.
d. Apesar das dificuldades de integrar todos os países-membros e associados, o Mercosul 
contribui muito para a projeção e ampliação da presença desses países na esfera do mundo 
globalizado. 
Concessão.
e. Os blocos econômicos regionais objetivam fortalecer as nações participantes, que podem 
ser países-membros ou países associados, para que sejam mais competitivas. 
Finalidade.
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Texto 1
1. Analise o período que compõe a fala do personagem no último quadrinho. Trata-se de um 
período composto em que a oração subordinada:
a. Complementa o sentido do verbo.
b. Acrescenta uma noção de tempo em relação ao conteúdo do período.
c. Expressa uma relação de sentido de finalidade.
d. Delimita uma circunstância de causa.
e. Atua como adjunto adverbial.
 
2. A respeito dos recursos linguísticos utilizados na tirinha, é incorreto afirmar que:
a. Há uma fala que pode ser atribuída a um elemento exterior ao texto.
b. No primeiro quadrinho, a oração para goela expressa uma circunstância adverbial.
c. A oração para atrair fêmeas expressa uma finalidade.
d. A fala do personagem no segundo quadrinho expressa uma onomatopeia.
e. Apesar de sintético, o período utilizado no último quadrinho é composto, ou seja, é for-
mado por mais de uma oração.
Texto 2
Disponível em: http://www.willtirando.com.br/anesia-312/. Acesso em: 29/06/2020.
D e s a f i o
FERNANDO GONSALES/FOLHAPRESS.
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3. A respeito do Texto 2, é correto afirmar que:
a. O humor ocorre devido a um caso 
de polissemia.
b. A fala expressa no início do texto 
(caixa preta) pode ser atribuída ao 
funcionário do banco.
c. A interjeição utilizada no segundo 
quadrinho é confirmada pela ex-
pressão da personagem Anésia.
d. O ponto crucial do humor acontece 
no terceiro quadrinho.
e. No último quadrinho, o funcionário 
não se mostra surpreendido, pois já 
esperava a resposta de Anésia.
 
4. Analise o período a seguir.
Se está na minha conta, não é da sua conta.
A oração destacada apresenta uma:
a. Condição.
b. Consequência.
c. Conformidade.
d. Comparação.
e. Causa.
5. Analise os períodos a seguir com atenção.
I. Assim que viu o extrato da conta, o fun-
cionário se assustou.
II. O funcionário do banco se assustou 
porque viu um valor muito alto na con-
ta da cliente. 
III. Como Anésia não confia em caixa ele-
trônico, ela pede um extrato ao funcio-
nário.
IV. Como não identificou a origem do dinhei-
ro, o funcionário perguntou à cliente.
V. Como estivesse impaciente, Anésia não 
explicou a origem do dinheiro. 
Não há circunstância de causa nos períodos:
a. I, II e IV.
b. I, II e V.
c. I, III e IV.
d. II, III e IV. 
e. I e V.
Texto 3
Porque é domingo
Levantou tarde com vagar e simulacro de sor-
riso examinou os dentes no espelho do banheiro 
e tirando o carro para a frente da casa lavou-o 
tendo para isso vestido o short e tomou um chu-
veiro e fez barba e pôs sapato sem meia camisa 
esporte fora das calças [...].
MACHADO, Rubem. Jacarés ao sol. São Paulo: Ática, 1976. Fragmento.
6. A maneira como o Texto 3 se apresenta 
chama a atenção do leitor por lembrar:
a. A velocidade da consciência do 
narrador, cujos pensamentos não 
param.
b. A paz da vida na cidade grande, vi-
venciada pelo narrador.
c. A maneira de agir do homem do 
campo.
d. A rapidez das ações dos personagens.
e. A forma de escrever confusa de 
muitos escritores.
7. Com base nas sequências textuais, pode-
mos afirmar que o Texto 3:
a. Apresenta características narrativas.
b. Possui marcas argumentativas.
c. É marcado pela descrição.
d. Caracteriza-se como um relato.
e. Limita-se a expor informações.
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8. Analise as orações abaixo.
I. Levantou tarde com vagar e simulacro de sorriso [...].
II. [...] examinou os dentes no espelho do banheiro [...].
III. [...] tirando o carro para a frente da casa [...].
IV. [...] tendo para isso vestido o short [...].
V. [...] pôs sapato sem meia camisa esporte fora das calças [...].
Todas as orações são coordenadas, exceto:
a. I e II.
b. II e III.
c. III e IV.
d. I e V.
e. IV e V.
Texto 4
9. A noção de modo, característica dos advérbios, está presente em:
a. Mulher.
b. Sofre.
c. Acidente.
d. Curtir, indicado no balão de fala.
e. Dirigindo.
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Emprego da vírgula e do travessão nas orações 
subordinadas adverbiais
Q u e s t õ e s d e e s c r i t a
1. Como você deve lembrar, os advérbios são uma classe gramatical com certa mobilidade den-
tro da oração. Assim, é muito comum vê-los deslocados do final do período, seu lugar mais 
habitual. Quando isso acontece, normalmente fica separado do período por vírgula(s). Caso se 
queira enfatizar a circunstância adverbial, em vez da vírgula se utiliza o travessão. Da mesma 
maneira, obviamente, procedemos com as orações subordinadas adverbiais. 
Leia os períodos a seguir com atenção e utilize a vírgula (ou travessão) para separar os adjun-
tos adverbiais. Em seguida, reposicione esses termos para outro lugar adequado. 
a. Conforme as características que apresentam, os blocos econômicos podem ser classi-
ficados como zona de livre-comércio, união aduaneira, mercado comum e união eco-
nômica e monetária. 
Os blocos econômicos podem ser classificados como zona de livre-comércio, união aduaneira, 
mercado comum e união econômica e monetária conforme as características que apresentam. 
b. Como resultado do dinamismo que caracteriza a economia mundial globalizada, a 
tendência atual é a formação de blocos econômicos. 
A tendência atual é a formação de blocos econômicos como resultado do dinamismo que 
caracteriza a economia mundial globalizada.
2. No texto a seguir, utilize a vírgula de maneira adequada.
Em um mundo em que crescem os organismos econômicos regionais e setoriais, não é 
estranho que um país faça parte, ao mesmo tempo, de mais de um desses organismos. 
Como faz parte do Nafta e da Apec, o México é um bom exemplo.
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3. Leia com atenção o texto abaixo e, em seguida, analise as afirmações feitas. 
I. O objetivo global do texto é criticar a notícia, que colocou o “grupo de jovens” como mais 
perigoso que o “criminoso de alta periculosidade”.
II. O texto ironiza a notícia do jornal, mostrando que não houve isenção sobre o fato noticiado.
III. Na fala do menino, percebemos uma construção hipotética, delimitada na escrita pela vír-
gula.
Está correto o que se afirma apenas em:
a. I.
b. II.
c. III.
d. I e II.
e. II e III. 
4. Leia os períodos a seguir e utilize travessão ou vírgula onde for necessário.
a. O governador do Pará gravou reportagem para a emissora 
assim que chegou ao Palácio do Governo.
b. Como está um dia ensolarado, resolvemos viajar hoje mesmo.
c. Enquanto a banda cantava — ela geralmente canta à capela —, to-
dos a aplaudiam de pé.
d. Em se tratando de música — e disso nós entendemos muito 
bem —, não vamos organizar um simples show.
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S i n t a x e d e C o n c o r d â n c i a
C A P Í T U L O 5
1. Concordância verbal
No início do século XX, mais precisamente entre os anos de 1914 e 1918, aconteceu a Primeira 
Guerra Mundial. Inicialmente, o conflito se deu por um desacordo entre as nações europeias em 
relação ao papel de cada uma na aquecida corrida industrial.A Alemanha passou a não mais estabelecer concordância com o cenário, uma vez que impôs à 
Inglaterra, que dominava a maior parte dos mercados consumidores do mundo, uma concorrência 
real e à altura. A Inglaterra, então, sentiu o estranhamento típico de quando percebemos que algo 
não está em seu lugar (lugar estabelecido por ela mesma) e partiu para o ataque.
Na incessante busca por lu-
cros cada vez maiores, os paí-
ses imperialistas não mediam 
esforços para tomar regiões já 
pertencentes a outros Estados, 
também imperialistas. Essa 
falta de concordância resultou 
na Primeira Guerra Mundial, 
na qual se envolveram qua-
se todos os países europeus, 
bem como os Estados Unidos 
e o Japão. Apesar de a maior 
parte das batalhas ter ocorrido 
na Europa, houve lutas em ou-
tros continentes (na Ásia, por 
exemplo).
A P R E N D A M A I S
A Primeira Guerra Mundial, anunciada como um fim para outras 
guerras, além de preparar graves conflitos posteriores, por falta de 
acordos entre os países, deixou fixa a imagem de devastações e mor-
ticínios. A tomada de Vimy Ridge, segunda-feira de páscoa, 1917 
(1919). Óleo sobre tela, 364 cm x 591 cm. Museu Canadense da Guer-
ra. Richard Jack.
Reprodução.
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Quando lemos um texto, vemos que a relação de compatibilidade ou de concordância também 
deve acontecer. O que chamamos de concordância verbal nos estudos da língua portuguesa nada 
mais é do que a compatibilidade número-pessoal entre o sujeito e o verbo de uma oração.
Compatibilidade 
número-pessoal?!
Regra geral
Sabe aquele “estranhamento típico de quando percebemos que algo não está em seu lugar” que 
atingiu a Inglaterra? Pois bem. Construções do tipo “Nós vai para a festa” podem provocar esse es-
tranhamento (se essa variação não fizer parte da sua oralidade) por causa da falta de concordância 
entre o sujeito (nós) e o verbo ir — ou seja, um está na primeira pessoa do plural; e o outro, na ter-
ceira pessoa do singular. Não são, portanto, compatíveis. 
Veja os exemplos abaixo:
Sujeito na 3ª pessoa do plural
As fábricas alemãs passaram a produzir mais e melhor que as máquinas inglesas.
 Verbo na 3ª pessoa do plural
 Sujeito na 3ª pessoa do singular
Entre 1914 e 1918, ocorreu a Primeira Guerra Mundial.
 Verbo na 3ª pessoa do singular
Verbo na 3ª pessoa do plural
Ficaram inquietos, mesmo com toda a sua experiência, os empresários ingleses.
 Sujeito na 3ª pessoa do plural
Nos períodos acima, vemos que ocorre uma compatibilidade entre o sujeito e o verbo da oração. 
Essa compatibilidade pode ser enunciada como uma regra geral de concordância verbal.
O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa, estando o sujeito antes ou depois do 
verbo.
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Regras básicas
Com base nessa relação entre o sujeito e o verbo numa oração, podemos estabelecer algumas 
regras básicas para a concordância verbal. São elas:
1. Flexionamos o verbo na primeira pessoa do singular ou do plural se o sujeito for eu ou nós, 
respectivamente.
(Eu) Aprendi muito lendo livros. 
(Nós) Sabemos que as nações imperialistas brigavam entre si por razões econômicas. 
Pedro e eu gostamos de História.
2. Flexionamos o verbo na segunda pessoa do singular ou do plural se o sujeito for tu ou vós, 
respectivamente. Caso o sujeito seja composto, se um dos núcleos for o pronome tu, de 
acordo com a norma culta é adequado flexionar o verbo tanto na segunda pessoa do plural 
(vós) quanto na terceira (eles/elas).
(Tu) Estudaste o capítulo sobre a Primeira Guerra?
(Vós) Estudastes o capítulo sobre a Primeira Guerra?
Tu e Pedro gostais de História? (Verbo na segunda pessoa do plural)
Tu e Pedro gostam de História? (Verbo na terceira pessoa do plural)
3. Flexionamos o verbo na terceira pessoa do singular ou do plural se o sujeito for ele, ela, 
você ou eles, elas, vocês, respectivamente. O mesmo acontece se o sujeito for equivalente 
a esses pronomes pessoais ou ao demonstrativo isso.
 Ela
Após a unificação, a Alemanha cresceu em termos industriais.
 Verbo na 3ª pessoa do singular
 Elas
Suas fábricas passaram a produzir mais e melhor que as fábricas inglesas.
 Verbo na 3ª pessoa do plural
 Elas Isso
Consequentemente, as pessoas passaram a preferir os produtos alemães, o que desagra-
dou a Inglaterra. Verbo na 3ª pessoa do plural Verbo na 3ª pessoa do singular
 Isso
Esse clima de rivalidade levou os dois países à guerra.
 Verbo na 3ª pessoa do singular
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Como dissemos, essas regras são básicas para a relação de concordância verbal. Você já as utiliza 
normalmente no seu dia a dia, mesmo que não perceba. Por esse motivo, não é necessário se preo-
cupar em decorá-las. Basta observar com atenção qual é o sujeito do verbo analisado para poder 
flexioná-lo adequadamente, considerando a pessoa e o número.
2. Casos especiais de concordância com sujeito 
simples
Há casos de concordância verbal, porém, que exigem um pouco mais de atenção, de acordo com 
a norma culta. Para facilitar o nosso estudo, vamos considerar, por enquanto, apenas as orações com 
sujeito simples. Veremos agora os principais casos.
1. O sujeito contém expressões que indicam parte de um conjunto
Expressões como a maioria de, grupo de, porção de e parte de concordam da seguinte forma:
a. Quando sozinhas ou seguidas de nomes no singular, o verbo concordará no singular.
A maioria chegou à fronteira.
Parte do continente europeu ficou destruída.
b. Quando seguidas de nomes no plural, o verbo poderá concordar tanto no singular quanto 
no plural.
Um conjunto de razões levou/levaram os Estados Unidos a entrar na Primeira Guerra Mundial.
A maioria dos países europeus se envolveu/envolveram na Primeira Guerra Mundial.
2. O sujeito contém expressão de porcentagem 
O verbo pode concordar com o numeral da porcentagem ou com o substantivo ao qual a por-
centagem se refere. Se a porcentagem for particularizada, o verbo concordará com ela. Observe os 
exemplos:
Setenta por cento das baixas registradas na Primeira Guerra Mundial foram devidas a 
disparos de artilharia.
Um por cento dos estudantes não sabia/sabiam o conteúdo da prova.
Um por cento da população acreditava na vitória alemã.
Um por cento dos norte-americanos apoiava/apoiavam a ofensiva.
Trinta por cento da turma conseguiu/conseguiram alcançar a média.
Esses trinta por cento da turma conseguiram alcançar a média.
Caso o verbo venha antes da expressão de porcentagem, a concordância deve ser feita com o 
número existente.
Ficaram em recuperação 70% da turma.
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3. O sujeito contém expressões com fração
Nesse caso, a concordância se dá da mesma maneira que no caso anterior. Assim, o verbo tanto 
pode concordar com o numerador da fração quanto com o termo substantivo que a acompanha.
Um terço dos alunos conhecia/conheciam a história da Primeira Guerra Mundial.
4. A expressão um(a) dos(as) que
Quando o sujeito contém a expressão um(a) dos(as) que, o verbo pode ser flexionado no singular 
ou no plural.
Um dos países que participou/participaram da Primeira Guerra foi a Alemanha.
Uma das potências bélicas que se destacou/destacaram foram os Estados Unidos.
5. Pronomes relativos que e quem
Caso o sujeito da oração seja representado pelo pronome que, o verbo concorda com o seu an-
tecedente; se representado por quem, fica na terceira pessoa do singular ou concorda com o seu 
antecedente.
Fomos nós que repassamos o conteúdo sobre a guerra.
Fomos nós quem repassou/repassamos o conteúdo sobre a guerra.
6. Sujeito formado pela expressão cada um, mesmo seguida de um nome no plural 
Nessa situação, o verbo fica no singular. Observe:
Cada um deve conhecer a história de seu país.
Cada um dos países vencedores reunidos impôs à Alemanha duras penas.
7. Verbos ter e vir 
A concordância com esses verbos tem uma particularidade:quando conjugados na terceira pes-
soa do plural do presente do indicativo, apresentam um acento circunflexo.
Pedro tem estudado muito a respeito da Primeira Guerra Mundial. 
Pedro e Alice têm aprofundado os estudos com as aulas invertidas de História. 
Eliza vem estudando sobre o ECA desde o começo do ano.
Eliza e Daniel vêm apresentando seminários sobre a Constituição de 1891.
Com os verbos derivados de ter e vir, a terceira pessoa do singular recebe acento agudo, e a ter-
ceira do plural recebe acento circunflexo.
O governo francês mantém proibido o acesso a regiões contaminadas por armas químicas 
utilizadas na Primeira Guerra Mundial.
As áreas contaminadas detêm grande quantidade de granadas que nunca explodiram — 
cerca de 15% do total — e ainda não foram encontradas.
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O colapso da economia russa, um inverno rigoroso e as der-
rotas sofridas contra os alemães fizeram com que o exército 
russo tivesse uma atuação inexpressiva na Primeira Guerra 
Mundial. National Geographic Magazine, Volume 31, (1917).
8. O caso dos verbos impessoais
O sujeito normalmente pode ser substituído por um pronome pessoal. Assim, os verbos utiliza-
dos com sujeito são chamados de pessoais, exatamente porque são usados com pronomes pessoais, 
que determinam a sua flexão. Nesse raciocínio, chamamos de impessoais os verbos que não podem 
ser usados com esses pronomes. Veja:
Nevou nos campos de batalha. Chovia bastante em Verdun.
Perceba que, nas frases acima, nenhum termo disponível na nossa língua poderia ocupar a fun-
ção de sujeito. Assim, o sujeito dos verbos nevar e chover não é indeterminado. Na verdade, ele 
não existe, pois são verbos impessoais. Nessa situação, o verbo fica flexionado sempre na terceira 
pessoa do singular (ele). Veja alguns exemplos de orações construídas com verbos impessoais.
Trovejou durante a madrugada. 
Há muitas espécies animais desconhecidas. 
Havia muitas pessoas na fila. 
Faz três dias que chove.
Há dois anos sem estiagem. 
Fazia três anos que não nevava. 
Passava das quatro horas da manhã.
Chega de preguiça!
Geou a madrugada toda nos pampas gaúchos.
Observando esses exemplos, podemos perceber que os verbos impessoais são: 
• Os verbos que denotam fenômenos da natureza, como chover, trovejar, relampear, nevar, ven-
tar, gear. 
•	 Haver em orações equivalentes às construídas com os verbos ocorrer, fazer, existir, realizar-se 
e acontecer.
•	 Haver, fazer e ser nas indicações de tempo. 
•	 Passar de exprimindo tempo decorrido.
Re
pr
od
uç
ão
.
74
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3. Casos especiais de concordância com sujeito 
composto 
Vimos os casos de concordância verbal com sujeito simples. Agora, veremos os casos especiais 
de concordância verbal com sujeito composto. Como o sujeito composto é formado por mais de um 
núcleo, é comum pensarmos que, automaticamente, o verbo deve ser flexionado no plural. Mas 
nem sempre é assim. 
1. O sujeito composto é colocado depois do verbo 
Nesse caso, o verbo pode concordar com o núcleo mais próximo ou com todos. 
Do lado da Alemanha, lutou a Bulgária e o Império Turco Otomano.
Do lado da Alemanha, lutaram a Bulgária e o Império Turco Otomano.
2. Sujeito ligado por nem... nem 
O verbo pode ficar no plural (concordando com os dois núcleos) ou pode concordar com o núcleo 
mais próximo.
Nem a Inglaterra nem a Alemanha quiseram/quis abrir mão dos mercados consumidores.
Nem a Alemanha nem a Inglaterra entraram/entrou em acordo.
3. Sujeito composto por nem um nem outro 
Nesse caso, o verbo deve ficar no singular.
Nem um nem outro entrou em acordo.
4. Concordância verbal e variação linguística 
As regras de concordância verbal que vimos até agora foram apresentadas de acordo com a nor-
ma culta. Essa norma, ensinada nas escolas, explicada nas gramáticas e catalogada nos dicionários, 
determina as regras gramaticais que as pessoas devem seguir ao falar ou escrever em situações 
formais. 
No entanto, a língua que falamos espontaneamente no nosso dia a dia é bem diferente, cheia de 
variações e desconstruções do que promove a gramática normativa. A quebra com a concordância 
verbal é um exemplo. Apesar de a norma culta determinar que, basicamente, o sujeito deve concor-
dar com o verbo, muitas vezes nos vemos construindo orações que não obedecem a essa regra. É aí 
que entra a noção de uso, por exemplo. Diferentemente do rigor exigido pelas regras da gramática 
normativa, as regras de uso cotidiano não determinam o que é “certo” ou “errado”: elas correspon-
dem às regras gramaticais que as pessoas seguem, sobretudo quando falam em situações informais, 
descontraídas. Não há aqui critérios como “feio” ou “bonito”, “certo” ou “errado”. 
Vamos detalhar um pouco. Considerando situações e épocas diferentes, podemos identificar três 
maneiras de conjugar o verbo ser, por exemplo, no tempo presente. De acordo com as regras de uso, 
temos o seguinte:
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Na Coluna 1, estão as formas verbais mais comuns na es-
crita culta e de épocas mais antigas. Na Coluna 2, estão as for-
mas mais típicas da fala culta dos dias de hoje, mesmo entre 
as pessoas com mais escolaridade. A forma a gente é ocorre 
comumente na fala, enquanto a forma nós somos é mais em-
pregada na escrita. Já na Coluna 3, estão as formas utilizadas 
por falantes menos cultos. Nessa gramática, há apenas duas 
formas verbais, o que a deixa bastante parecida com o inglês. 
Observe, por exemplo, a conjugação do verbo to work (traba-
lhar) no tempo presente.
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3
Eu sou Eu sou Eu sou
Tu és Você é / tu és / tu é Você é / tu é
Ele(a) é Ele(a) é Ele(a) é
Nós somos Nós somos / a gente é Nós é / a gente é
Vós sois Vocês são Vocês é
Eles(as) são Eles(as) são Eles(as) é
to work
I work
you work
he/she/it works
we work
you work
they work
Dessa forma, todos nós seguimos regras gramaticais quando falamos ou escrevemos, mas po-
demos usar gramáticas diferentes de acordo com a situação. Por exemplo: quem diz Vamo pescá 
os pexe todo está seguindo regras gramaticais diferentes de quem diz Vamos pescar todos os 
peixes. Por trás dessa questão, há algo muito maior e mais perverso: o preconceito linguístico, 
ilustrado nos quadrinhos a seguir.
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No exemplo acima, vemos que o sujeito da oração é composto por dois núcleos: Inglaterra e 
França. Ambos os substantivos estão acompanhados do artigo a, que concorda em gênero (são 
palavras femininas) e em número (cada um deles está no singular). Do mesmo modo, os demais 
substantivos do período determinam a flexão em gênero e número (ou só número, como no caso do 
adjetivo grandes) das palavras que os acompanham.
Importante: Quando um adjetivo se relaciona com substantivos de gêneros diferentes, a gra-
mática normativa determina a sua flexão no masculino plural.
As guerras e os desastres naturais são provocados por agentes diferentes.
Chamamos de pronomes substantivos os pronomes que, no enunciado, substituem subs-
tantivos.
Gabriel tem horror a guerras.
Ele tem horror a isso.
 Pronomes substantivos
Já os pronomes adjetivos são aqueles que, no enunciado, acompanham os substantivos.
Esta prova avalia a sua compreensão sobre a Primeira Guerra Mundial. 
 Pronomes adjetivos
A P R E N D A M A I S
5. Concordância nominal
A concordância nominal segue a mesma lógica de compatibilidade da concordância verbal, mas 
agora, como a própria palavra anuncia, trabalharemos apenas com nomes. Dessa forma, aqui se es-
tabelece a concordância em gênero e número (ou só número) entre os nomes. De um lado, ficam os 
substantivos e os pronomes substantivos; do outro, ficam as palavras que se relacionam com eles, 
o chamado grupo nominal (artigo, numeral, pronome e adjetivo). Para entender melhor, analise o 
período a seguir.
A Inglaterra e a França, no início do século XX, dominavam grandes extensões da Ásia, da 
África e da Oceania.
De acordo com a regra geralda concordância nominal, artigos, numerais, pronomes e adjeti-
vos concordam em gênero e número com os substantivos e pronomes substantivos aos quais 
se referem.
77
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Observe que, no exemplo visto, o adjetivo provocados se relaciona simultaneamente com os 
substantivos guerras e desastres. Algo diferente ocorre no período abaixo.
Os explosivos e as armas químicas destruíram a Europa entre 1914–1918.
Nesse caso, o adjetivo químicas está flexionado no feminino plural para concordar apenas com o 
substantivo armas. Essa flexão nos permite concluir que as armas eram químicas, mas os explosivos 
não. Agora, analise o exemplo abaixo.
Os explosivos e as armas químicos destruíram a Europa entre 1914–1918.
Ao observar a flexão no masculino plural do adjetivo, podemos concluir que tanto os explosivos 
quanto as armas eram químicos. Como você pode ver, a concordância nominal depende, também, 
do que se quer dizer, da informação que se deseja passar.
6. Regras especiais de concordância nominal 
1. Bastante e muito
Essas palavras podem atuar na oração tanto como pronomes indefinidos quanto como advérbios. 
Esta última classe é sempre invariável, mas, no caso de se apresentarem como pronomes, fazem a 
concordância normalmente.
 Modifica um verbo.
Durante a Segunda Revolução Industrial, as empresas cresceram bastante. 
 Advérbio (=muito)
A guerra deixou bastantes feridos. 
 Pronome = muitos
Após a guerra, bastantes países estavam destruídos. 
 Pronome = muitos
2. Obrigada e obrigado
A palavra obrigado, empregada como forma de agradecimento, é a única que não concorda tex-
tualmente com um substantivo. De acordo com a gramática normativa, ela deve ser flexionada no 
feminino ou no masculino para concordar com o gênero de quem agradece. Assim, na norma culta, 
quem for homem deve dizer obrigado; quem for mulher, obrigada. No entanto, essa distinção hoje 
é pouco usada, mesmo em situações formais. 
Já no sentido de obrigação, a palavra obrigado varia normalmente. Veja os exemplos a seguir:
O pelotão foi obrigado a recuar.
Diversas nações se viram obrigadas a entrar no conflito.
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3. Concordância com as expressões é bom, é necessário, é proibido, é preciso
Conforme a norma culta, apenas há concordância se o sujeito apresentar um determinante, como 
um artigo ou pronome.
É proibido utilização de armas químicas em guerras.
É proibida a utilização de armas químicas em guerras.
É necessário compreensão sobre as consequências da guerra.
É necessária muita compreensão sobre a história das guerras.
4. A palavra menos
A palavra menos é advérbio. Por esse motivo, é invariável na norma culta.
A Alemanha saiu da Primeira Guerra Mundial com menos áreas de influência.
5. A palavra meio 
A palavra meio pode ser empregada como advérbio ou numeral. Como advérbio, é invariável e 
significa um pouco. Como numeral, equivale a metade e concorda normalmente com o substantivo 
com que se relaciona.
Ela sempre fica meio triste quando estuda a Primeira Guerra Mundial.
 (um pouco)
A prova de História será ao meio-dia e meia.
 (meia hora)
6. O termo quite 
Concorda apenas em número com o substantivo.
Para ficar quite, a Alemanha foi punida com a perda de territórios.
Os países estavam quites após a Guerra?
7. Tal e qual
Concordam em gênero e número com a palavra determinada.
Tais razões fizeram a Alemanha ser considerada culpada pela Guerra.
Quais problemas provocaram a Primeira Guerra Mundial?
Com a expressão tal qual ocorre a mesma concordância. Em alguns casos, fica bem estranha essa 
concordância, mas, de acordo com a gramática normativa, deve ser assim. Veja:
A menina estudou tal quais os irmãos. 
Os meninos são tais qual a mãe. 
Os primos gostam de sorvete tais qual meu filho.
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8. As palavras próprio, mesmo, anexo e incluso
Concordam com a palavra determinada em gênero e número.
As próprias nações vencedoras impuseram indenizações à Alemanha. 
Após a guerra, a Europa não era mais a mesma. 
Uma das causas da Guerra foi o desejo da França de reaver a Alsácia-Lorena, território 
anexo à Alemanha. 
A região da Alsácia-Lorena, que passou ao domínio alemão, estava inclusa na França. 
O conflito entre a norma gramatical e a norma de uso da palavra mesmo(a) é o tema da tirinha 
a seguir.
Como você pode ver, o humor da 
tira ocorre em função do uso da palavra 
mesmo. Para a personagem Anésia, há 
um “conflito” nesse uso. De acordo com 
as suas falas, percebemos que ela a utili-
za como invariável, e a sua flexão para o 
feminino singular indicaria uma referên-
cia à sua neta. 
9. Só e a sós
No sentido de somente, apenas, a 
palavra só é advérbio. Portanto fica in-
variável.
A Alemanha e a Itália não pretendiam apenas conquistar mais territórios.
Não era só interesses imperialistas que estavam em jogo.
No sentido de sozinho(a), a palavra só varia normalmente. Já a expressão a sós é invariável.
Os soldados se viram sós na trincheira.
Durante o processo de unificação das nações da Europa, a Itália e a Alemanha ficaram sós.
10. A expressão a olhos vistos 
Essa expressão é bem incomum; significa claramente, visivelmente. Em geral, fica invariável, mas 
é adequada a concordância de visto com a pessoa ou coisa que se vê.
A Primeira Guerra foi, a olhos vistos, uma grande tragédia mundial. 
A Primeira Guerra foi, a olhos vista, uma grande tragédia mundial.
Disponível em: http://www.willtirando.com.br/anesia-324/. Acesso em: 02/07/2020.
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1. Depois de uma aula sobre a Primeira Guerra Mundial, o professor de História pediu que os 
alunos elaborassem um resumo sobre o tema, apresentando os principais fatos ocorridos. Um 
dos alunos apresentou o texto a seguir. 
A t i v i d a d e s
A Primeira Guerra Mundial, ocorrido entre os anos de 1914 e 1918, foram um aconteci-
mento que marcaram a história das humanidade. Nas incessante busca por lucro cada vez 
maiores, os países imperialista não mediram esforço para tomar regiões já pertencente a 
outros Estados também imperialista. Essa disputa resultaram na Primeira Guerra Mundial, 
na qual se envolveu quase todos os país europeus, bem como os Estados Unidos e o Japão, 
menas a China.
A Inglaterra, por causa do seu potencial industrial, dominava a maior parte dos mer-
cado consumidor do mundo. Mas, no início do século , a Inglaterra se viu ameaçadas 
por outra potência: a Alemanha. Depois de sua unificação, a Alemanha cresceu bastantes em 
termos industriais. Suas fábricas passou a produzir mais e melhor que as fábrica inglesa. 
Consequentemente, as pessoa passaram a preferir os produto alemão, o que desagradou à 
Inglaterra. Esse clima de rivalidade levaram os dois países à guerra. 
Os líder alemão e inglês fez como todos os governante faz quando quer colocar algo na 
mente do povo: usou os meio de comunicações de massa. Na Primeira Guerra Mundial, os 
meios mais utilizado foi o jornal, pois ainda não haviam televisão nem as emissoras de 
rádio. Cartazes e peças de teatro também serviu a esse fim. Além disso, apelava-se para o 
sentimentos nacionalistas (o amor à pátria). Multidões absorveu as mensagens contida nos 
jornais e partiu para os campos de batalha, na intenção de defender seu país, mesmo que 
isso custasse a vida. Enquanto isso, os responsável pelo conflito pensou apenas nos lucro que 
poderia ter com aquela terrível guerra.
Cerca de nove milhão de pessoa morreu nos campo de batalha. Mais de seis milhão de 
soldado passou a viver mutilado. Sem falar na fome e nas epidemia, tão responsáveis pe-
las destruição das populações quanto as arma de fogo.Na verdade, que se saiu bem dessa 
história foi os Estados Unido. Depois da guerra, ele passou a ser uma potência mundial 
porque durante quase todo o conflito ele se dedicou à produção agrícola e industrial, fornecendo 
mercadorias aos país europeu envolvido na briga. Além disso, os estadunidense supriram os 
mercados consumidor da Ásia e da América Latina, acumulando bastante riquezas.
A Europa passou por muita transformações. Novos países surgiu, como a Checoslováquia, 
a Polônia e a Hungria, por causa da fragmentação do Império Austro-húngaro. A Bósnia-
-Herzegovina foram dominadas pela Sérvia, formando-se daí a Iugoslávia. Os ingleses 
passou a dominar o Iraque e a Palestina, e a Síria foram controladas pelos franceses. Já 
a Rússia saiu da guerra antes do seu término, mas passou por umas revolução em 1917.
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a. Ao ler o texto do aluno, o professor de 
História percebeu alguns desvios da 
norma-padrão da língua. Então, com a 
ajuda do professor de Português, ele 
circulou todas as palavras que apre-
sentavam esses desvios para pedir ao 
aluno a adequação. Releia o texto e 
identifique as palavras que o professor 
certamente circulou.
b. Converse com seu professor e seus cole-
gas sobre que outras opções de escrita 
poderiam ter as palavras circuladas.
2. O trecho abaixo foi extraído do texto escri-
to pelo aluno.
A Primeira Guerra Mundial foram um 
acontecimento que marcaram a história 
das humanidade.
a. Aproveitando-se dos conhecimentos 
adquiridos nos capítulos anteriores, 
classifique a oração em destaque. 
Oração subordinada adjetiva restritiva.
b. Apesar dos desvios da norma-padrão 
presentes, conseguimos analisar sinta-
ticamente a oração destacada e com-
preender o seu sentido. O que isso nos 
prova? 
Que as inadequações gramaticais não im-
pedem a comunicação entre o autor e o 
leitor.
3. Reescreva as frases a seguir passando os 
termos destacados para o plural. Faça ape-
nas as modificações necessárias e observe 
as regras da gramática normativa.
a. A dificuldade marcou a vida dela.
As dificuldades marcaram a vida dela.
b. Para você, a satisfação pessoal deve ser 
prioridade?
Para vocês, a satisfação pessoal deve ser 
prioridade?
c. Quem era o convidado?
Quem eram os convidados?
d. Não se pode esquecer do momento feliz.
Não se pode esquecer dos momentos fe-
lizes.
e. Enquanto durar a crítica, não voltará ao 
emprego.
Enquanto durarem as críticas, não voltará 
ao emprego.
f. Fez-se greve.
Fizeram-se greves.
g. A Direção avaliou que, para uma deci-
são acertada, devia-se considerar, além 
dos dados objetivos, a informação re-
cebida.
A Direção avaliou que, para uma decisão acer-
tada, deviam-se considerar, além dos dados 
objetivos, as informações recebidas.
h. A aula de mergulho é perfeita.
As aulas de mergulho são perfeitas.
4. Preencha as lacunas do texto com as pa-
lavras indicadas entre parênteses flexiona-
das de forma adequada.
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O mundo em crise 
A Primeira Guerra Mundial foi (ser) um divisor de águas no cenário político-econômico 
mundial. A partir de 1918, os países europeus tiveram (ter) um concorrente de peso que não 
fazia (fazer) parte do bloco das potências europeias: os Estados Unidos. Para compreender-
mos a crise que ocorreu (ocorrer) em 1929, temos (ter) de relembrar (relembrar) 
alguns pontos importantes da Primeira Guerra Mundial e, assim, perceber (perceber) que a 
História não acontece (acontecer) de maneira fragmentada e que todo acontecimento histórico 
influencia (influenciar) diretamente na construção do futuro. 
Os países europeus envolvidos no conflito passaram (passar) a enfrentar (enfrentar) uma cri-
se econômica muito séria. Muitas economias estavam (estar) arruinadas (arruinado). A guerra 
não havia (haver) apenas ceifado vidas, mas também economias — como a da Inglaterra, que 
desfrutava (desfrutar) de grande poder econômico na virada do século XIX. Ao final do conflito, os 
ingleses vivenciaram (vivenciar) um cenário de desemprego e falências. A França e a Inglaterra, em-
bora fossem (ser) vencedoras (vencedor) no conflito, perderam (perder) recursos importantes 
para competir com os norte-americanos. 
O saldo da guerra foi (ser) de, aproximadamente, 9 milhões de mortos e incontáveis pessoas 
mutiladas (mutilado) ou que carregaram (carregar) alguma sequela. A Alemanha foi (ser) 
considerada a única culpada pelo conflito, sob determinação do Tratado de Versalhes, tendo de 
pagar uma pesada indenização aos países vencedores. Os norte-americanos se opuseram (opor-se) 
ao Tratado e à Liga das Nações e resolveram (resolver) fazer acordos diretamente com os alemães, 
ajudando no processo de recuperação econômica daquele país.
SALVARI, Fábio. Diálogos da História. 9º ano. Recife: Construir, 2019, p. 31.
5. Tente explicar a diferença de sentido que há entre os pares de frases a seguir.
a.
I. Os irmãos Pedro e João são grandes homens.
II. O irmão Pedro e João são grandes homens.
Na frase I, por estar no plural, a palavra irmãos se refere a Pedro e a João. Já na frase II, a pa-
lavra irmão se refere apenas a Pedro, funcionando como adjetivo.
b.
I. Trazia a calça e a camisa suja.
II. Trazia a calça e a camisa sujas.
Em I, concluímos que apenas a camisa estava suja. Já na frase II, entendemos que tanto a calça 
quanto a camisa estavam sujas.
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Texto 
Disponível em: https://66.media.tumblr.com/d7e79d5879dbe18edd35ab63cd11aa94/tumblr_ot7tjb9B3g1u1iysqo1_1280.png. 
Acesso em: 02/07/2020.
1. De acordo com a interpretação global do texto, é incorreto afirmar que:
a. O menino se sente infeliz com a desigualdade social.
b. O humor da tira ocorre devido a uma quebra de expectativa, verificada no segundo qua-
drinho.
c. O objetivo do texto é mostrar que o personagem não gosta de ter uma vida melhor que 
a de outras crianças.
d. Para o menino, todas as crianças deveriam ter uma vida como a sua.
e. A desigualdade social é o tema central da tira. 
2. Analise o período a seguir.
Acham que eu devia ser feliz porque minha vida é melhor que a de muita gente!
Considerando os recursos linguísticos utilizados, avalie as afirmações abaixo.
I. O verbo achar está flexionado no plural para concordar com o seu sujeito.
II. A conjunção porque introduz uma noção de causa, não uma explicação.
III. A palavra vida foi suprimida na última oração para contribuir com a coesão do texto.
IV. Se o verbo achar fosse substituído por acreditar, o período deveria começar com Acreditam 
[...]. 
V. O termo muita gente funciona como sujeito do verbo ser, que está flexionado corretamen-
te na terceira pessoa do singular. 
D e s a f i o
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Indique a opção em que todas as afirmações estão corretas.
a. I, II e III.
b. II, III e IV.
c. III, IV e V.
d. I, II e V.
e. I, IV e V.
3. Ainda avaliando os recursos linguísticos do Texto I, analise as afirmações a seguir. 
I. Os verbos achar e entender estão flexionados na terceira pessoa do plural pelo mesmo 
motivo.
II. No segundo quadrinho, o verbo ser está empregado na terceira pessoa do singular, acom-
panhando seu sujeito.
III. No terceiro quadrinho, o verbo poderia ser substituído pela forma verbal sabem sem pre-
juízo da correção gramatical.
IV. No último quadrinho, os verbos ser e deixar possuem o mesmo sujeito.
V. No último quadrinho, a palavra triste qualifica o sujeito oculto. 
Está incorreto o que se afirma em:
a. I, II e III.
b. II, III e IV.
c. III, IV e V.
d. I, II e V.
e. I, IV e V.
4. Agora, analise o período a seguir.
Eles não entendem que é isso que me deixa triste.
Em relação ao uso da palavra que, assinale a alternativa que corresponde, respectivamente, à 
sua classificação nasduas situações. 
a. Conjunção integrante e pronome relativo.
b. Pronome relativo e substantivo.
c. Conjunção integrante e advérbio de causa.
d. Pronome relativo e conjunção integrante.
e. Conjunção integrante e conjunção coordenativa. 
85
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Concordância e expressividade 
Q u e s t õ e s d e e s c r i t a
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno entenda que as construções de Dona Armênia são indicativos 
de uma personagem que não é brasileira e que, portanto, aprendeu o português como segunda língua. 
Suas construções são engraçadas não só porque causam estranhamento, mas também porque são a 
marca mais forte de uma personagem peculiar, dramática e exagerada. 
Na novela Deus nos acuda, da Rede Globo, a atriz Aracy Balabanian viveu a personagem 
Dona Armênia, uma descendente de armênios. Na trama, a personagem cômica é a mãe su-
perprotetora de três filhos homens. O humor de Dona Armênia está, entre outras coisas, no 
seu sotaque e na maneira como formula seus enunciados. Construções como “Minhas filhi-
nhas” (referindo-se aos seus filhos), “Este cobra” e “Eu passa no Aparecida da Norte” são mar-
cas da personagem, que fez muito sucesso no ano de 1990.
Na sua opinião, por que as construções “exóticas” de Dona Armênia dão um ritmo humo-
rístico à trama? E, para além do humor, qual você acha que foi o propósito do autor da novela 
ao construir uma personagem que fala “errado”?
Dona Armênia e “suas três filhinhas” na novela Deus nos acuda.
Re
pr
od
uç
ão
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S i n t a x e d e R e g ê n c i a
e C o l o c a ç ã o
C A P Í T U L O 6
1. Regência 
Conceito
Você já deve ter estudado nas aulas de Ciências que, lá pelo século XVII, o cientista Isaac Newton 
(aquele da maçã!) desenvolveu uma nova compreensão em relação à atração dos corpos: concluiu 
que todo corpo que possui massa gera uma força atrativa sobre os corpos ao seu redor. E, assim, 
temos a conhecidíssima força da gravidade. 
Newton entendeu o seguinte: a Lua e o planeta Terra, por exemplo, atraem-se mutuamente e 
com a mesma intensidade. Isso explica nossa eterna dúvida sobre como os corpos celestes (os pla-
netas, o Sol, a Lua, etc.) permanecem suspensos, em órbita, e não despencam lá de cima: a força de 
atração os mantém equilibrados!
O Sistema Solar com seus corpos celestes (os planetas e o Sol) exercendo, uns so-
bre os outros, uma força de atração invisível que os mantém sempre em órbita.
st
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O verbo falar, por exemplo, na posição de Sol, tem em sua “órbita” diferentes possibilidades 
de complemento. Atrai, portanto, diversos complementos, e, dependendo da forma como constrói 
cada um deles, um sentido diferente lhe é atribuído.
Falar sobre alguém, por exemplo, significa manifestar ideia sobre determinada pessoa; já falar 
com alguém tem o sentido completamente diferente e expressa o comunicar-se oralmente, dialo-
gar; falar algo, por sua vez, significa expressar-se oralmente sobre um tema. Temos, assim, de acor-
do com o esquema acima, a regência do verbo falar. Os nomes também podem exercer essa “força” 
e uma “órbita”. Nesse caso, temos a regência nominal. Veja dois exemplos a seguir: 
Senti necessidade de estudo.
Estou apto para assumir o cargo.
A regência é, pois, a dependência ou não de complementos que nomes e verbos têm para sua 
significação ampla, total.
Falar
algo
Mas o que o assunto deste capítulo tem a ver com a lei da gravidade, a atração gravitacional e 
todo esse papo intergaláctico? Usando a imaginação, podemos ver que há, sim, uma relação entre 
o nosso tema aqui — a regência — e a Lei da Gravitação Universal, de Newton. Tomemos o texto 
como o espaço sideral. Parece estranho isso?! Apenas imagine que, também nele, há uma força de 
atração que não é vista, mas que é perceptível e ordena as relações entre as palavras. 
Agora, vamos pensar no Sistema Solar. Determinados nomes (substantivos, adjetivos ou advér-
bios) e verbos podem assumir o papel do Sol; e os termos regidos por eles, o dos planetas. Aqueles 
têm, em torno de si, uma “órbita”, atraem e se deixam atrair por determinados termos.
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2. Verbos transitivos e verbos intransitivos 
Se a força que sustenta o Universo e faz com que os corpos se atraiam é chamada gravidade, a 
que atrai os nomes para a “órbita” dos verbos, por exemplo, é a transitividade. 
A regência verbal nada mais é, portanto, que uma relação entre o verbo e os termos que ele rege 
— ou que estão na sua “órbita”. Os termos regidos pelo verbo são o seu complemento. No caso do 
verbo falar, do esquema anterior, vimos alguns termos acompanhados por preposições (a, sobre, 
com, de). Quando o complemento se liga ao verbo de maneira indireta, ou seja, por intermédio de 
uma preposição, temos um verbo transitivo indireto (VTI). Nesse caso, o complemento verbal é 
chamado de objeto indireto (OI).
 VTI OI
Nossa força muscular depende da força gravitacional.
 Preposição
De outro modo, quando o complemento exigido pelo verbo se liga a ele de forma direta, isto é, 
sem o auxílio de uma preposição, dizemos que o verbo é transitivo direto (VTD) e seu complemento 
é o objeto direto (OD). Veja:
 VTD OD
Aristóteles foi o primeiro a estudar os movimentos de queda.
Ainda dentro da categoria dos verbos transitivos, estão os verbos que regem ao mesmo tempo 
um objeto direto e um objeto indireto. Por esse motivo, são chamados de verbos transitivos diretos 
e indiretos (VTDI).
 VTDI OD OI
Muitos alunos preferem Física a Química.
Por fim, os verbos intransitivos (VI), como o próprio nome sugere, não regem complementos, 
isto é, têm significação completa. No “trânsito” da leitura, o sentido para no verbo. Considerando a 
metáfora do Sistema Solar, seriam os “sem órbita”.
 VI Adjunto adverbial
A força da gravidade age verticalmente.
A gravidade explica por-
que as coisas caem.
fr
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pi
k.
co
m
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3. Alguns casos de regência verbal
A relação de regência, seja nominal, seja verbal, como vimos, é um fenômeno natural da língua. 
Naturalmente, empregamos nomes e verbos de forma direta (sem preposição) ou indireta (com 
preposição), de acordo com os nossos objetivos comunicativos.
No entanto, essa “naturalidade” da comunicação espontânea não é característica da norma culta. 
Prescrita na gramática normativa, a norma culta é bastante rígida e, muitas vezes, utilizada como 
instrumento de valoração social. Infelizmente, as pessoas que não se expressam de acordo com suas 
regras muitas vezes são vistas com preconceito.
Assim, para que você conheça a regência de alguns verbos importantes tendo em vista as deter-
minações da norma culta, colocamos a seguir uma lista deles, os mais comuns em provas de vesti-
bulares e concursos. 
• Abraçar 
No sentido de tomar entre os braços, pode ser transitivo direto ou indireto (neste último caso, 
quando pronominal, exige as preposições a, com, contra ou em).
 VTI OI
Ela se abraçou com a professora carinhosamente.
 VTD OD Adjunto adverbial
Abraçamos a professora carinhosamente.
Já no sentido de adotar, seguir, o verbo abraçar é apenas transitivo direto.
 VTD OD
A ciência abraçou os estudos sobre a gravidade.
• Agradar 
Quando é empregado no sentido de fazer carinho, acalentar, é transitivo direto.
 VTD OD
A mãe agradava o filho enquanto ele estudava.
Já no sentido de causar agrado ou prazer, de ser agradável, pode ser transitivoindireto ou in-
transitivo.
 VTI OI
A prova agradou aos alunos.
 VI
A atitude honesta agradou.
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• Agradecer 
Com sentido de dar graças ou agradecimentos, é transitivo direto e indireto.
 VTDI OI OD
Agradeceu à irmã as aulas sobre atração gravitacional.
• Ajudar
Com o sentido de prestar ajuda, dar assistência/apoio, pode ser transitivo direto, transitivo indi-
reto (exige a preposição em) ou transitivo direto e indireto.
 VTD OD
João ajudava o pai.
 VTI OI
Nós ajudamos na reforma da loja.
 OD VTDI OI
Nós o ajudaremos a compreender o assunto.
• Aspirar 
No sentido de desejar, almejar, o verbo aspirar é transitivo indireto (exige a preposição a). Nesse 
sentido, o verbo não aceita o pronome lhe como complemento.
 VTI OI
Copérnico aspirava à comprovação do Sistema Heliocêntrico.
Copérnico aspirava-lhe. (Inadequado)
Copérnico aspirava a ela. (Adequado)
Sh
ut
te
rs
to
ck
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om
Ao propor a Teoria Heliocêntrica, Copérnico não aspirava a problemas. Na ver-
dade, ele só queria provar que, diferentemente do que se pensava até então, 
a Terra não era o centro do Universo. Sua teoria não agradou a Igreja Católica.
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Já com o sentido de respirar, cheirar, sorver, o verbo aspirar é transitivo direto.
 VTD OD
Há máquinas que aspiram o pó do assoalho.
• Assistir
No sentido de presenciar, ver, é transitivo indireto (exige a preposição a). Nesse sentido, não 
admite a forma oblíqua lhe.
 VTI OI
Desde os primórdios, o ser humano assiste ao espetáculo dos corpos no céu.
Desde os primórdios, o ser humano assiste-lhe. (Inadequado)
Desde os primórdios, o ser humano assiste a ele. (Adequado)
No português brasileiro, o verbo assistir, no sentido de ver, é usado naturalmente como transi-
tivo direto: Assisti a aurora boreal. Essa regência, entretanto, ainda é considerada inadequada pela 
gramática normativa.
Já no sentido de dar assistência, ajudar, o verbo assistir pode ser transitivo direto, transitivo indi-
reto ou transitivo direto e indireto. Observe:
 VTD OD 
As leis de Kepler assistiram Isaac Newton.
 
 VTDI OD OI
As leis de Kepler assistiram Isaac Newton a compor a Lei da Gravitação Universal.
 
Por fim, no sentido de caber, pertencer (direito ou razão), o verbo assistir é transitivo indireto, 
conforme a norma culta. Admite a forma oblíqua lhe.
 VTI OI
O estudo dos astros assiste aos astrônomos.
O estudo dos astros assiste-lhes. (Adequado)
O estudo dos astros assiste a eles. (Adequado)
É possível assistir à aurora polar durante a noite. Esse sublime evento de luzes e cores ocorre 
devido ao choque produzido por partículas de vento solar no perímetro magnético terrestre.
Sh
ut
te
rs
to
ck
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om
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• Atender
No sentido de dar ou prestar atenção, pode ser transitivo direto ou indireto (exige a preposição a).
 VTD OD
Neil Armstrong atendeu o repórter em entrevista rara.
 VTI OI
Neil Armstrong atendeu ao repórter.
Se o complemento do verbo atender for um pronome pessoal referente à pessoa, ele deve ser 
empregado como transitivo direto.
 VTD OD
Neil Armstrong atendeu-o.
Quando significa conceder ou receber em audiência, o verbo atender é transitivo direto.
 VTD OD 
O presidente atendeu os manifestantes.
Por fim, no sentido de atentar, concentrar a atenção, é transitivo indireto (exige as preposições 
a, para ou em).
 VTI OI
Como não atendeu à intransigência da Igreja, Galileu foi preso.
Neil Alden Armstrong (1930–2012) foi um 
astronauta dos Estados Unidos conhecido 
no mundo todo por ter sido o primeiro ho-
mem a pisar na Lua. Segundo os registros 
norte-americanos, esse feito teria ocorri-
do em 20 de julho de 1969. Há cientistas, 
porém, que contestam a veracidade desse 
fato, alegando que seria mais uma das in-
trigas da Guerra Fria. Converse com o seu 
professor de História a respeito disso.
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Re
pr
od
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ão
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Neil A. Armstrong, 1969, ano que o homem chegou à 
Lua. Acervo da Nasa.
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Não é de hoje que o ser humano sonha chegar a Marte. A sonda Curiosity explora esse 
planeta desde 2013, realizando testes e experimentos científicos. Mais recentemente, foi 
lançado, por uma companhia holandesa, o projeto Marte I, que visa levar quatro pessoas 
para morar em Marte a partir de 2023.
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• Chamar 
Quando assume o sentido de dar a alguém o nome de, apelidar, qualificar, é transitivo direto (+ 
predicativo) ou transitivo indireto (+ predicativo).
Newton supôs que a fruta caía ao chão porque havia uma força que a puxaria para o centro 
da Terra; chamou-a de gravidade.
 VTD OD Predicativo do objeto
Chamou-lhe de gravidade.
 VTI OI Predicativo do objeto
No sentido de convocar, fazer vir, o verbo chamar pode ser transitivo direto ou transitivo direto e 
indireto (exige as preposições a ou para).
 VTDI OD OI
A professora chamou o aluno ao quadro.
• Chegar
No sentido de atingir o lugar visado, é intransitivo.
 VI
Chegamos.
 VI
Meu livro de Física chegou.
 VI 
Chegarmos a Marte é questão de tempo.
 Adjunto adverbial
A depender do contexto enunciativo, admite ainda variação de regência. Observe:
Os produtos chegaram de avião. (meio/transporte utilizado)
Os produtos chegaram ao avião. (para seguir viagem)
Os produtos chegaram no avião. (naquele avião)
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Vale lembrar que o verbo chegar não admite a preposição em, embora ela seja usada comumen-
te, mesmo em contextos formais. Segundo alguns gramáticos, a preposição em só pode ser usada 
antes da palavra casa, como em Chegamos em casa. Mas, ainda assim, coloquialmente.
• Custar
Empregado no sentido de ser custoso, difícil, doloroso, funciona como transitivo indireto ou in-
transitivo.
Custou ao rapaz aquele trabalho pesado.
 VTI OI Sujeito simples
Custou-lhe resolver o problema.
 VTI OI Sujeito oracional
Custa-me dizer a verdade.
 VTI OI Sujeito oracional
 
Custa corrigir velhos defeitos.
 VI Sujeito oracional
Já no sentido de ser adquirido pelo preço ou valor de, ter certo preço, causar, acarretar, o verbo 
custar atua como transitivo direto ou transitivo direto e indireto.
A imprudência custou lágrimas amargas.
 VTD OD
A falta de atenção custou remorso.
 VTD OD
A imprudência custou-lhe lágrimas amargas.
 VTDI OI OD
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• Esquecer/lembrar
No sentido de deixar sair da memória / recordar, esses verbos podem ser transitivos diretos ou 
transitivos indiretos (neste caso, em sua forma pronominal).
 VTD OD
O aluno esqueceu o que é a Lei da Gravitação Universal.
 VTI OI
Lembre-se de que a gravidade é uma importante força de campo.
• Implicar
No sentido de causar, acarretar, dar a entender, fazer supor, atua como transitivo diretoou tran-
sitivo indireto (exige a preposição em).
 VTD OD
Toda ação implica uma reação igual e contrária.
 VTD OD 
Esse pensamento implicou na elaboração da teoria.
• Desobedecer/obedecer
Com o sentido de (não) se submeter à vontade de, (des)cumprir, (não) executar, esses verbos 
atuam como intransitivos ou transitivos indiretos (exigem a preposição a).
 VI
Obedeça!
 VTI OI
Copérnico desobedeceu à Igreja Católica ao afirmar a Teoria Heliocêntrica.
Nicolau Copérnico (1473–1543) foi, no decorrer de sua vida, astrônomo, matemático, mé-
dico, administrador, jurista, governador e cônego da Igreja Católica. É mais conhecido, no 
entanto, por ter desenvolvido a Teoria Heliocêntrica do Sistema Solar.
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Com o sentido de envolver(-se), enredar(-se), comprometer(-se), o verbo implicar é transitivo di-
reto e indireto (exige a preposição em).
 VTDI OD OI
Desde cedo, o rapaz implicou o irmão nos seus problemas.
 VTDI OD OI
Nunca impliquei ninguém em dívidas.
Já no sentido de aborrecer, importunar, funciona como transitivo indireto (rege a preposição com).
 VTI OI
O vizinho implicava com todo mundo.
 VTI OI
Patrícia implicava com a irmã.
 VTI OI
Ele sempre implica com meu time.
• Informar
No sentido de dar notícia ou informe de algo, atua como transitivo direto ou transitivo direto e 
indireto (exige as preposições de ou sobre).
 VTD OD
Informei que as coisas vão bem.
 VTDI OD OI
Informou os colegas de sua resolução.
• Pagar, perdoar e agradecer
Esses verbos podem ser empregados como transitivos diretos (quando o objeto direto é uma coi-
sa), transitivos indiretos ou transitivos diretos e indiretos (quando o objeto indireto é uma pessoa), 
exigindo a preposição a.
 VTD OD
O professor perdoou o erro do aluno na prova.
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 VTD OD
Perdoou o erro.
 VTI OI
Agradeci aos alunos. 
 VTDI OD OI
Agradeci o favor ao seu pai.
 
 VTDI OD OI
Pagaram o salário ao professor. 
• Preferir
Empregado no sentido de dar preferência, gostar mais de, o verbo preferir pode ser transitivo 
direto ou transitivo direto e indireto (exige a preposição a).
 VTD OD 
Prefiro o sanduíche.
 VTDI OD OI
Prefiro a leitura de Ciências aos cálculos de Matemática. 
Segundo a norma culta, é inadequado empregar a locução do que depois de preferir: Prefiro ficar 
em casa do que viajar. É considerado inadequado, também, usar esse verbo com expressões de re-
forço: Prefiro mil vezes mais ficar em casa do que viajar. Nesse caso, a justificativa é de que o sentido 
de preferir, por si só, já indica a escolha prévia ou mais importante.
• Proceder
Empregado com o sentido de levar a efeito, efetuar, realizar, atua como transitivo indireto (rege 
a preposição a). Também é transitivo indireto no sentido de originar-se, vir de algum lugar (exige a 
preposição de).
 VTI OI
A polícia procedeu ao inquérito.
 VTI OI
Muito de nossa cultura procede da África e dos povos indígenas.
No sentido de ter fundamento, é intransitivo.
 VI
Tua resposta estúpida não procede.
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• Querer
No sentido de desejar, querer para si, querer possuir, funciona como transitivo direto.
 VTD OD 
Nós queremos os livros para estudar.
 VTD OD 
Quero um emprego novo.
Já no sentido de ter afeto, estima, amar, querer bem, atua como transitivo direto ou transitivo 
indireto (exige a preposição a).
 VTI OI
Danielle quer muito a seus sobrinhos.
 VTI OI
O menino queria muito ao pai.
• Simpatizar/Antipatizar 
Quando empregados com o sentido de sentir simpatia ou antipatia, respectivamente, esses ver-
bos são transitivos indiretos, sendo acompanhados pela preposição com, e nunca são pronominais.
 VTI OI
Simpatizei com a nova miss Simpatia.
Eu me simpatizo com ela. (Inadequado.)
• Visar
Empregado no sentido de pôr o visto, dirigir a pontaria, mirar, é transitivo direto. 
 VTD OD
Já visei o cheque.
 VTD OD VI
Visei o alvo e atirei.
Já no sentido de pretender, ter em vista, o verbo visar atua como transitivo indireto (exige a pre-
posição a). Não admite a forma oblíqua lhe.
 VTI OI
Minha atitude visava a outro interesse.
 VTI OI
Este trabalho visa ao melhoramento do produto.
Este trabalho visa-lhe. (Inadequado.)
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4. Regência nominal 
A regência nominal, como vimos no início deste capítulo, segue a mesma lógica do Sistema Solar: 
neste caso, alguns nomes atraem termos para sua “órbita” que vão complementar sua significação.
Eles eram fiéis ao amigo. 
Termo regente – fiéis
Termo regido – ao amigo (complemento nominal)
Podemos dizer, portanto, que a regência nominal trata da relação entre alguns nomes (adjetivos, 
substantivos e advérbios) e a preposição que introduz o seu complemento. Vários nomes admitem 
mais de uma regência, e, assim como ocorre com certos verbos, o sentido de uma frase pode ser 
alterado com a simples mudança da preposição que acompanha o termo regente.
A seguir, apresentamos uma lista de nomes acompanhados de suas preposições mais frequentes.
Observe alguns exemplos:
Sentia aversão aos corruptos.
Estava ansioso pelo fim da quarentena.
Tal atitude é incompatível com sua educação.
acessível a composto de, com
afável com, para com conforme a, com
afeição a, por constituído de, por
alheio a, de contente com, de, em
aliado a, com contíguo a
análogo a cruel com, para
ansioso para, por curioso de, por
antipatia a, contra, 
por
desgostoso com, de
apto a, para desprezo a, de, por
atencioso com, para 
com
devoto a, de
aversão a, para, por devoção a, para com, 
por
avesso a dúvida de, em, sobre
coerente com empenho de, em, por
compaixão de, para 
com, por
fácil de, para
compatível com feliz com, de, em, por
imune a, de rente a
inerente a ressentimento 
contra, com, de, por
junto a, de residente em
lento em respeito a, com, de, 
por
nocivo a, para simpatia a, por
passível de situado a, em, entre
peculiar a solidário com
pendente de suspeito a, de 
preferível a último a, de, em 
propício a união a, com, entre 
próximo a, de vizinho a, de 
5. Colocação pronominal 
Outro tema interessante que podemos associar à “atração gravitacional” é a colocação dos pro-
nomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) nas orações. Isso porque, como 
podem assumir três posições em relação ao verbo, segundo a norma culta, eles podem ser “atraí-
dos” por palavras específicas. Vamos com calma.
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• Próclise
A próclise ocorre quando colocamos o pronome antes do verbo. Observe:
O modelo atômico proposto por Rutherford começou a apresentar problemas quanto a 
suas definições; foi então que o cientista Niels Bohr o aprimorou.
Nesse período, o pronome oblíquo átono o substitui o termo modelo atômico proposto por 
Rutherford.
O português brasileiro é essencialmente proclítico, ou seja, é mais comum empregarmos os pro-
nomes oblíquos átonos antes dos verbos. As gramáticas normativas, inclusive, determinam que de-
vemos usar a próclise preferencialmente, desde que não existam palavras “atraindo” o pronome 
para outra posição.
As palavras “atrativas” da próclise mais comuns são: 
• Palavras de sentido negativo – Não, nunca, ninguém, jamais, nenhum, etc.
Se a posição de equilíbrio de um objeto não se altera independentemente do movimento,dizemos que esse corpo está em equilíbrio indiferente.
Não me importa quantas vezes você se disponha a tentar derrubar o joão-bobo, ou joão-
-teimoso: ele nunca se posicionará diferente da posição inicial depois de ser golpeado. 
• Pronomes relativos – Que, quem, cujo, o qual, etc.
O brinquedo joão-teimoso é um boneco cujo peso se concentra em sua base esférica.
• Pronomes indefinidos – Todo, cada, tudo, nada, etc.
“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” (Lavoisier)
• Os advérbios em geral – Já, só, talvez, sempre, aqui, bem, antes, depois, etc.
Antigamente se pensava que a gravidade não era da competência da Astronomia.
• As conjunções subordinativas – Se, porque, como, quando, embora, caso, etc.
Caso lhe interesse saber, a vida na Terra só é possível por causa da gravidade.
• A preposição em antes do verbo no gerúndio.
Em se tratando de resistência do ar, tem direção vertical, e seu sentido é contrário ao da 
queda.
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Esses são os casos em que a gramática normativa determina a colocação do pronome antes do 
verbo (próclise). No entanto, é importante dizer que, sempre que houver uma vírgula entre uma 
palavra “atrativa” e o verbo, o pronome deve ser colocado depois deste.
Antigamente, pensava-se que a gravidade não era da competência da Astronomia.
• Ênclise 
Chamamos de ênclise a colocação do pronome átono depois do verbo. De acordo com a norma 
culta, a colocação do pronome nessa posição deve ocorrer nos seguintes casos:
• Nos períodos iniciados pelo verbo (que não exija mesóclise).
Torna-se mais difícil respirar no espaço devido à escassez de oxigênio.
• Nas orações imperativas afirmativas.
Pesquise-as!
• Junto ao infinitivo não flexionado precedido da preposição a.
Descongelou a carne e começou a prepará-la.
Como você pode perceber, no exemplo anterior, o objeto direto está representado pelo pronome 
oblíquo a, que se transformou em la. Isso ocorreu porque o pronome seguiu um verbo transitivo di-
reto terminado no infinitivo (preparar). Por esse motivo, suprimimos o r final do verbo e acrescenta-
A próclise deve ocorrer, também, nas seguintes situações.
1. Nas orações que expressam “desejo” (optativas).
Deus te guie, meu filho!
2. Nas orações exclamativas iniciadas por expressão exclamativa.
Quanto te custa dizer a verdade!
3. Nas orações interrogativas iniciadas por expressão interrogativa.
Quem se apresentou ontem?
4. Com a palavra que.
É preciso que me ajudem.
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mos a letra l ao pronome oblíquo a, como em experimentá-la, comprá-la, entendê-las, consumi-las. 
O mesmo ocorre com o pronome oblíquo o(s): amá-lo, conhecê-lo, parti-los. 
Já quando o pronome oblíquo é empregado depois de um verbo transitivo direto que termina em 
z ou s, suprimimos essas consoantes e acrescentamos a letra l ao pronome. Esta é uma construção 
rara, usada apenas em textos muito formais. Observe:
Durante o processo, o promotor nos questionou sobre os autos. Analisamo-los com dedicação.
As denúncias foram entregues à promotoria. Fi-la analisar todos os detalhes. 
Por fim, outra mudança ocorre quando o objeto (representado por um pronome oblíquo) é em-
pregado após uma forma verbal terminada em ditongo nasal (ão, õe, am e em). Nesses casos, acres-
centamos a letra n ao pronome: buscaram-na, chamaram-nos, fizeram-no, dão-nos, propõe-na. Essa 
construção também é bastante formal.
• Mesóclise 
Nenhuma outra maneira de colocação do pronome oblíquo átono é mais formal que a mesóclise. 
De uso bastante restrito a textos muito formais ou antigos, a mesóclise só ocorre com verbos flexio-
nados no futuro do presente ou no futuro do pretérito nos casos em que a ênclise “seria” obrigató-
ria, de acordo com a gramática normativa. Por exemplo: na norma culta, como vimos, é inadequado 
iniciar o período com o pronome oblíquo. Nessa situação, deve-se recorrer à ênclise. Observe:
Me chamaram à coordenação. (Inadequado)
Chamaram-me à coordenação. (Adequado)
Mas, se o verbo for flexionado no futuro do presente ou no futuro do pretérito, a mesóclise é 
obrigatória.
Chamarão-me à coordenação. (Inadequado)
Chamar-me-ão à coordenação. (Adequado) 
Veja que, no período acima, o pronome foi colocado no “meio” do verbo, ou seja, entre o radical 
e a desinência do futuro do presente, daí o nome mesóclise (meso-, em latim, significa meio, cen-
tro). Veja outros exemplos:
Devolver-te-ei o livro amanhã. 
Ser-me-iam importantes uns dias de folga.
Importante: caso a próclise seja obrigatória, ela prevalece sobre a mesóclise. Veja:
Ninguém me encontrará. 
Chegue cedo porque Maria te procurará.
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• Pronome pessoal do caso reto.
Bohr repensou o modelo de Rutherford. 
Ele o aprimorou. 
Ele aprimorou-o.
• Pronome demonstrativo.
Esta me caiu bem. 
Esta caiu-me bem.
• Infinitivo precedido da preposição para 
(mesmo quando houver palavra que atraia 
o pronome).
Não reagi para a proteger. 
Não reagi para protegê-la.
• Colocação pronominal em locuções verbais.
Conforme a gramática normativa, a co-
locação pronominal em locuções pode ser 
feita de três maneiras:
1. Verbo auxiliar + gerúndio.
2. Verbo auxiliar + particípio.
3. Verbo auxiliar + infinitivo.
Nas locuções verbais em que o verbo prin-
cipal esteja no infinitivo ou no gerúndio, pode 
dar-se:
• A próclise ao verbo auxiliar.
Eu me vou preparar para a viagem.
Eu lhe desejo falar sobre nossa viagem.
Ela me ficou olhando de longe.
• A mesóclise ao verbo auxiliar.
Poder-me-ia emprestar seu caderno?
Dever-me-ia pagar a viagem à vista?
Ela ficar-me-ia observando de longe.
• Casos facultativos
Poderá ocorrer próclise ou ênclise se a palavra que antecede o verbo for:
A P R E N D A 
M A I S
O físico-químico neozelandês Ernest 
Rutherford teve sua teoria sobre o mo-
delo atômico aperfeiçoada pelo físico 
dinamarquês Niels Bohr, passando a 
ser chamado de Modelo Atômico de 
Rutherford-Bohr.
• A ênclise ao verbo auxiliar (quando não 
houver condições que determinem a pró-
clise).
Vou-me preparar para a viagem.
Desejo-lhe falar sobre nossa viagem.
Ia-se formar arquiteto.
Ela ficou-me observando de longe.
• A ênclise ao infinitivo ou ao gerúndio.
Vou preparar-me para a viagem. 
Desejo falar-te sobre nossa viagem. 
Prometo que vou queixar-me de você. 
Ela ficou observando-me de longe.
Quando o verbo principal está no particípio, 
o pronome átono não pode vir nem antes nem 
depois dele. Nesse caso, o pronome deve ser 
empregado de forma proclítica, mesoclítica ou 
enclítica ao verbo auxiliar:
Eu o tenho admirado muito.
Tê-la-ia procurado pela cidade.
Tenho-o visto.
Não o tenho visto.
104
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Texto
A t i v i d a d e s
1. Com base no texto, responda às questões 
a seguir.
a. Serafim conhecia o sentido com que Pe-
dro utilizou o verbo assistir? Explique.
Não. Ele utilizava o verbo assistir apenas 
no sentido de ver, presenciar.
b. Aponte mais dois sentidos que podem 
ser dados ao verbo assistir.
Ajudar, prestar assistência / Ter direito a 
algo.
c. Como você vê, o verbo assistir pode 
apresentar mais de um sentido, além 
do mais comum, que é ver, presenciar. 
Mas esse verbo é utilizado comumente 
com esses outros sentidos?
Não. Esses outros sentidos são pouco 
usuais.
2. Neste capítulo, vimos que, na língua por-
tuguesa, algumas palavras e expressões 
exigem complementos para formarem, jun-
tas, termos maiores. Entre as palavras que 
fazem exigências estão os verbos e alguns 
nomes (substantivos abstratos, alguns ad-
jetivos e alguns advérbios). Já entre as pa-
lavras que são exigidas, temos os artigos, as 
preposições e os pronomes. Há, por outro 
lado, uma língua praticada aqui em nosso 
país que não utiliza esses conectivos na for-
mação de suas frases. Esta é a Língua Brasi-
leira de Sinais (Libras). A Libras obedece a 
regras próprias e, por isso, apresenta diver-
sas diferenças do portuguêsfalado, além 
desta que acabamos de citar. Desse modo, 
se quiséssemos transcrever ao pé da letra 
(e em linhas gerais) a teoria de Newton em 
um texto expresso em Libras, teríamos:
Segundo Newton: 
•	 Sol atrai planetas. 
•	 Terra atrai Lua. 
•	 Terra atrai todos perto.
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Apesar de não aparecer de modo explícito, 
esses conectivos existem e estão incorpo-
rados ao sinal. Assim sendo, reescreva a 
teoria de Newton, que explica em que é 
baseado o movimento dos planetas, uti-
lizando os conectivos adequados. Faça as 
alterações necessárias.
Sugestão de resposta: Segundo Newton: 
• O Sol atrai os planetas. 
• A Terra atrai a Lua. 
• A Terra atrai tudo o que está perto dela.
3. Analisando o exemplo da questão ante-
rior, preencha adequadamente os espaços 
abaixo.
O verbo atrair está presente 
nos três pontos apresentados por Newton. 
Sobre esse verbo, podemos dizer que está 
ligado de maneira direta ao 
seu complemento, sendo, portanto, transi-
tivo direto . Sabemos isso devi-
do à ausência de preposição li-
gando as partes, pois, em vez desta, temos 
os artigos os e a. Sendo assim, os termos 
os planetas , a lua e 
todos os corpos que estão perto dela 
atuam como objeto direto do verbo atra- 
ir .
4. O alfabeto em Libras, como você deve 
imaginar, é constituído de gestos manuais. 
Apresentamos, no quadro a seguir, todas 
as letras do alfabeto e seus respectivos si-
nais. Observando atentamente o quadro, 
tente reproduzi-los.
Agora, leia o período a seguir e responda 
às questões propostas utilizando uma das 
cinco primeiras letras do alfabeto em Li-
bras.
A Nasa anunciou nesta terça-feira (10) que 
a Missão Kepler, cujo objetivo é procurar 
por planetas parecidos com a Terra fora 
do Sistema Solar, encontrou mais 1.284 
planetas, o maior número até o momento.
Disponível em: http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/
noticia/2016/05/nasa-encontra-mais-de-1284-novos-planetas.
html. Acesso em: 25/05/2020.
I. Qual a regência do verbo anunciar em-
pregado nesse período?
a. Verbo transitivo indireto.
b. Verbo transitivo direto.
c. Verbo intransitivo.
d. Verbo transitivo direto e indireto.
e. Verbo de ligação.
II. Sobre o verbo procurar, empregado no 
período, podemos afirmar que:
a. É intransitivo.
b. Exige um complemento que se liga a 
ele de forma direta.
c. Exige dois complementos.
d. É transitivo indireto.
e. Exige preposição. 
106
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5. Substitua os verbos destacados pelos que 
estão entre parênteses. Utilize sempre a 
norma culta.
a. Vi o filme. (assistir)
Assisti ao filme.
b. Presenciei o final do jogo. (assistir)
Assisti ao final do jogo.
c. Ajudei o doente. (assistir)
Assisti o doente (ou ao doente).
d. Auxiliei o coordenador. (assistir)
Assisti o coordenador (ou ao coordenador).
e. Socorri os feridos no acidente. (assistir)
Assisti os feridos no acidente (ou aos fe-
ridos).
f. Este direito, todos têm. (assistir)
Este direito assiste a todos.
g. Ele seguiu a carreira do pai. (abraçar)
Ele abraçou a carreira do pai.
h. Os justos seguem a causa justa. (abraçar)
Os justos abraçam a causa justa.
i. Pretendo um futuro bom. (aspirar)
Aspiro a um futuro bom.
j. Adoro respirar o ar da Reserva de Salti-
nho. (aspirar)
Adoro aspirar o ar da Reserva de Saltinho.
k. Queremos um país melhor. (aspirar)
Aspiramos a um país melhor.
l. Troco refrigerante por suco. (preferir)
Prefiro suco a refrigerante.
m. Gosto de você. (simpatizar)
Simpatizo com você.
n. O juiz absolveu o réu. (perdoar)
O juiz perdoou o réu (ou ao réu).
o. O fiscal carimbou o meu passaporte. 
(visar)
O fiscal visou o meu passaporte.
Texto 2
6. Explique com suas palavras como se dá o 
humor dessa história em quadrinhos.
Na história, o personagem está sempre ten-
tando dialogar, mas não deixa as mulheres fa-
larem. Nos quadrinhos, a fala do homem apa-
rece sobreposta à fala das mulheres, como se 
ele sempre as interrompesse.
107
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7. Analise o texto abaixo e, em seguida, as-
sinale a opção que o completa de forma 
adequada.
Com base na interpretação global do Tex-
to 2, podemos perceber que os “encontros” 
apresentados em cada quadrinho não têm 
o fim _________________.
a. de que o personagem principal es-
pera.
b. do qual as mulheres planejaram.
c. cujo personagem principal gostaria.
d. almejado pelo personagem principal.
e. sonhado das mulheres conhecidas 
pelo personagem principal.
8. Leia.
De qual sabor você gosta?
Nesse período, a palavra de poderia ser 
suprimida sem prejuízo da correção gra-
matical? Explique.
Não. A preposição de é exigida pelo verbo 
gostar, que é transitivo indireto.
9. Leia.
Você já viajou de avião?
a. Qual a transitividade do verbo utilizado 
no período?
O verbo viajar foi empregado como intran-
sitivo.
b. Qual é a função sintática desempenha-
da pelo termo de avião?
Adjunto adverbial.
10. Muitas vezes, frases como as apresentadas 
abaixo são proferidas em conversações in-
formais. Em um texto formal escrito, po-
rém, são inadequadas. Reescreva-as, sem 
modificar seu sentido, mas adequando-as 
ao padrão da língua escrita. 
a. A menina que eu gosto dos olhos dela 
ainda não chegou.
A menina de cujos olhos eu gosto ainda 
não chegou. 
b. O homem que eu telefonei para ele on-
tem não estava em casa. 
O homem para quem telefonei ontem não 
estava em casa. 
c. A rua que eu gosto de correr é toda ar-
borizada. 
A rua em que gosto de correr é toda arbo-
rizada. 
11. Complete as lacunas com a preposição 
adequada.
a. Estávamos ansiosos para o primeiro en-
contro. (a – para)
b. O médico o considerou apto para o tra-
balho. (com – para)
c. Mostrou-se atenciosa com todos os co-
legas. (por – com)
d. Nenhum artista é imune a críticas. (a 
– para)
e. Tinha antipatia por algumas pessoas. 
(por – com)
f. Os grandes amigos são solidários uns 
com os outros. (para com – com)
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g. O cigarro é nocivo para o organismo. 
(com – para)
h. A obra era composta por/de pedaços 
de madeira. (por – de)
i. Não guardo ressentimento por vocês. 
(a – por)
j. Minha mãe é avessa a brigas. (a – por)
k. Senti falta de minha família. (por – de)
12. Analise as frases a seguir e indique aquelas 
em que o pronome oblíquo está mal colo-
cado, conforme a norma culta.
a. Ninguém falou-me sobre você.
b. Ele se recordará de tudo isso quan-
do crescer.
c. Os objetos que perderam-se no Car-
naval foram entregues à polícia.
d. Chamar-me-iam quando fosse o 
momento da apresentação.
e. Pediu para não contrariar-te.
f. Nunca soubemos quem roubava-
-nos.
g. Em tratando-se de sentimentos, o 
amor é o mais importante.
h. Faltaria-me tudo se eu fosse desa-
tento.
13 Assinale a frase que não apresenta inade-
quação na colocação do pronome, consi-
derando a norma culta.
a. Marta tinha certeza de que encon-
traria-me.
b. Me encontre depois do trabalho.
c. Ela se machucou descendo a escada.
d. A diretora não convenceu-me a par-
ticipar da brincadeira.
e. Trabalhamos no mesmo setor, mas 
nunca encontro-o.
14. Leia com atenção as frases abaixo.
I. Os meninos corriam pela rua, me pe-
dindo dinheiro.
II. Ficarei no lugar onde encontro-me. Tem 
sombra.
III. Dizia ele coisas engraçadas, coçando-se 
todo.
IV. Quando me vi sozinho, tremi de medo.
A ênclise e a próclise foram empregadas 
de acordo com as regras da gramática nor-
mativa em:
a. I e II.
b. I e III.
c. II e III.
d. I e IV.
e. III e IV.
15. Marque a alternativa cujas opções preen-
chem as lacunas de maneira adequada.
Os projetos que _____ estão em ordem; 
_____ ainda hoje, conforme _____ .
a. enviaram-me, devolvê-los-ei, lhes 
prometi.
b. enviaram-me, os devolverei,lhes 
prometi.
c. enviaram-me, os devolverei, pro-
meti-lhes.
d. me enviaram, os devolverei, prome-
ti-lhes.
e. me enviaram, devolvê-los-ei, lhes 
prometi.
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Texto 1
1. O Texto 1 é uma propaganda veiculada pela 
agência da Organização das Nações Unidas 
(ONU) para refugiados, com apoio de ou-
tras entidades, e chama a atenção para o 
drama dos refugiados. O centro da ideia é 
fazer com que as pessoas entendam que 
a situação dos refugiados não é a mesma 
de um migrante comum, uma vez que eles 
não se deslocam por escolha, mas pela im-
possibilidade de viver nos seus países de 
origem. No texto escrito, a campanha nos 
pede para “calçar os sapatos dos refugia-
dos”. De acordo com o sentido global do 
texto, trata-se de um pedido:
D e s a f i o
I. Para nos colocarmos no seu lugar, nor-
malmente de pobreza, carência e neces-
sidade, o que é representado pelos sa-
patos sujos e velhos, um deles utilizando 
um pedaço de plástico como cadarço.
II. Para os leitores calçarem os sapatos 
apresentados no texto, o que indica a 
necessidade de aproximação física para 
compreensão efetiva do problema.
III. Necessário para a divulgação da cam-
panha, cujo objetivo é fazer com que as 
pessoas possam ser mais compreensi-
vas, vendo os refugiados como pessoas 
que precisam de calçados.
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IV. Que revela a importância da empatia 
para a compreensão do drama viven-
ciado pelos refugiados.
V. Metafórico, isto é, que não deve ser en-
tendido “ao pé da letra”.
Estão corretas as afirmações:
a. I, II e III.
b. II, III e IV.
c. III, IV e V.
d. I, II e V.
e. I, IV e V.
2. Com base na análise dos recursos linguísti-
cos utilizados no Texto 1, é correto afirmar 
que:
a. O verbo dar foi empregado como 
transitivo direto.
b. O termo o primeiro passo tem valor 
denotativo. 
c. O emprego da forma verbal vamos 
expressa uma ordem.
d. O verbo entender exige comple-
mento regido pela preposição de.
e. O pronome sua foi empregado de 
forma ambígua.
Texto 2
3. A respeito dos recursos linguísticos empre-
gados no Texto 2, é correto afirmar que:
a. A locução em que pode ser substi-
tuída, sem prejuízo gramatical, por 
do qual.
b. O pronome se expressa a voz refle-
xiva do verbo, mas está colocado de 
forma inadequada.
c. O verbo agredir foi empregado 
como transitivo indireto.
d. O verbo retratar apresenta uma 
oração como complemento.
e. O termo por motivo banal desem-
penha a função sintática caracterís-
tica do agente da passiva.
4. Considerando as determinações da gra-
mática normativa para a colocação dos 
pronomes oblíquos átonos, analise o texto 
abaixo.
Embora conheçam-se os seus principais 
componentes químicos, se compreenda 
o fenômeno das fases lunares e das forças 
gravitacionais que unem Terra e Lua, até 
hoje os cientistas não conseguiram escla-
recer alguns mistérios. O principal deles é 
desvendar como a Lua formou-se.
Agora, avalie as afirmações a seguir.
I. conheçam-se – a próclise seria mais 
adequada, pois há uma palavra que 
atrai o pronome para antes do verbo. 
II. se compreenda – a próclise está ade-
quada, pois o pronome não está ini-
ciando o período.
III. formou-se – a ênclise está adequada, 
pois o verbo está flexionado no pretéri-
to perfeito.
Está correto o que se afirma apenas em:
a. I. b. II. c. III. 
d. I e II. e. II e III.
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A crase
Q u e s t õ e s d e e s c r i t a
1. Na oração “Devido à força que a Terra 
exerce sobre os corpos que estão em seu 
campo de ação, qualquer objeto que seja 
abandonado no ar será atraído em direção 
ao seu centro”, qual é o tipo de regência 
que ocorre com a expressão sublinhada?
Regência nominal. A palavra devido é 
acompanhada da preposição a.
2. Perceba que a expressão em destaque é 
composta por um nome (devido) e uma 
preposição (a). Já o substantivo força, 
empregado logo após a expressão, está 
acompanhado do artigo a. Não vemos 
esse artigo, mas ele está lá. Pensando nis-
so, reescreva o período deixando à mostra 
tanto a preposição a, exigida por devido, 
quanto o artigo a, que determina o subs-
tantivo.
“Devido a a força que a Terra exerce sobre
os corpos [...]”
3. Estranho, não? No exemplo da questão 
acima, a palavra a se repete, causando, 
na leitura em voz alta, um som incômodo. 
Para que isso não aconteça, nosso apa-
relho fonético contrai esses sons iguais 
tornando-os um só. É esse fenômeno que 
chamamos de crase. O termo vem do gre-
go krásis e significa fusão, mistura. Como a 
crase é a fusão de dois ou mais sons iguais, 
ela não ocorre somente com o fonema 
a. Porém o acento grave só é empregado 
para indicar a crase do fonema a. Pensan-
do nisso, escreva a seguir duas frases em 
que ocorre crase com outro fonema.
Sugestão de resposta: “O vento que sopra meu 
rosto cega / Só o seu calor me leva” (Vander 
Lee) e “Durante a noite, quando o orvalho des-
ce” (Casimiro de Abreu).
4. Leia.
Eu me referia àqueles corpos celestes.
Sobre esse período, responda:
a. Que contração indica o acento grave?
A contração da preposição a com a letra a
do pronome demonstrativo aqueles.
b. Uma das regras básicas comumente re-
petida nas gramáticas normativas diz 
que, para que aconteça a crase, é pre-
ciso que a palavra que vem depois da 
preposição a seja feminina. Como po-
demos explicar, então, a ocorrência da 
crase no período acima?
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno entenda que,
na verdade, a crase acontece quando duas vogais se con-
traem, compondo um único som. Ou seja, a palavra que
está após a preposição não precisa ser necessariamente
feminina. No entanto, quando a fusão envolve dois “as”, 
deve ser indicada pelo acento grave.
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5. (Unicamp–Adaptada) Os enunciados a se-
guir fazem parte de uma propaganda afi-
xada em lugares nos quais se vende o chá 
Matte Leão. Leia-os com atenção.
Matte a vontade. Matte Leão.
Agora, analise as construções abaixo, fei-
tas a partir do enunciado em questão. 
1. _____ Matte _____ à vontade _____. 
2. _____ Mate _____ a vontade _____. 
Complete cada uma das construções aci-
ma, se necessário, com palavras ou ex-
pressões que explicitam as leituras possí-
veis relacionadas à propaganda.
Algumas possibilidades: 
1. Beba chá Matte Leão à vontade.
2. Mate a vontade de beber Matte Leão. 
6. (Enem–Adaptada) Leia o cartaz a seguir.
O cartaz faz parte de uma campanha con-
tra o uso de drogas. Essa abordagem, que 
se diferencia daquelas feitas em outras 
campanhas, pode ser identificada: 
a. Pela seleção do público-alvo da 
campanha, representado, no cartaz, 
pelo casal de jovens. 
b. Pela escolha temática do cartaz, 
cujo texto configura uma ordem aos 
usuários e não usuários: “Diga não 
às drogas”. 
c. Pela ausência intencional do acento 
grave, que constrói a ideia de que 
não é a droga que faz a cabeça do 
jovem. 
d. Pelo uso da ironia, na oposição im-
posta entre a seriedade do tema e 
a ambiência amena que envolve a 
cena. 
e. Pela criação de um texto de sátira 
à postura dos jovens, que não pos-
suem autonomia para seguir seus 
caminhos.
7. Indique a alternativa cujas palavras com-
pletam as lacunas do período a seguir de 
forma adequada.
Eles estavam __ poucos metros da cabana, 
__ qual chegaram por um caminho aberto 
___ machado. 
a. à, à, a. 
b. a, à, a. 
c. a, a, à. 
d. à, a, à. 
e. à, à, à.
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A E s t r u t u r a d a s P a l a v r a s
C A P Í T U L O 7
1. O estudo dos morfemas 
O que essa palavra diz para você? Qual o seu significado? O que é indivisível não pode ser di-
vidido, correto? E qual é a primeira palavra que vem à cabeça quando pensamos em algo que é 
indivisível, que é a redução da matéria à sua menor parte? Pensando no tema interdisciplinar deste 
capítulo, você poderia responder que é o átomo. Mas não é... Esta é só uma brincadeira.Na verdade, 
estamos falando das letras! 
Primeiramente, vamos lembrar que o conceito de átomo como elemento indivisível está ultra-
passado desde o século XIX. O modelo atômico de Dalton, que você já deve ter estudado nas aulas 
de Química e que sustentava essa ideia, foi substituído por outras teorias que abrangiam novas 
informações. Hoje já sabemos, inclusive, que, além de poder ser dividido, em elétrons, prótons e 
nêutrons, o átomo pode também ser destruído.
Essa analogia será bem interessante para nós. Veja: tomadas isoladamente, as letras não têm 
qualquer significado. Mas, tal como os prótons, os elétrons e os nêutrons, elas podem ser agrupa-
das para formar morfemas, que seriam os “átomos da língua”. Chamamos de morfema as menores 
estruturas linguísticas capazes de veicular sentido. Para deixar claro esse conceito, podemos voltar 
à palavra com que começamos nosso estudo. Observe:
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Como você pode ver, esta palavra é composta por onze letras (tudo bem, a letra i se repete, mas 
vamos contar cada uma delas). Como dissemos, as letras, isoladamente, não possuem significado. 
Mas elas podem ser agrupadas para formar morfemas (átomos), e os morfemas têm significado.
Agora, temos três morfemas, cada um deles carregando um significado.
• in – Indica uma negação, como em inútil, imperfeito, incompleto e incerto. 
• divisí – Indica o sentido básico da palavra, a divisão, como em divisor e divisa. 
• vel – Tem o sentido de que pode ser, como em atingível, combustível e possível.
Continuando com o nosso raciocínio, se o agrupamento de átomos forma uma molécula, pode-
mos dizer, em linhas gerais, que o agrupamento de morfemas forma a palavra.
Se pensamos o texto como uma matéria qualquer, como vimos no Capítulo 3 deste livro, veremos 
que também ele é a combinação de “partes” menores que formam o todo. As palavras são esses 
“fragmentos”, assim como as moléculas o são nas matérias em geral. 
Então, quando lemos um texto, vemos na nossa frente aquele bloco de palavras, mas não imagi-
namos que, na estrutura da maior parte delas (como nos substantivos, adjetivos e verbos), há uma 
combinação de elementos que constrói seu sentido, os morfemas.
Próton
Nêutron
ElétronNúcleo
Estrutura de um átomo, segundo o modelo de Rutherford-Bohr.
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2. Classificação dos morfemas
• Radical
O morfema que constitui a base da palavra e que raramente varia é o seu radical. Ele concentra 
o significado da palavra e é a ele que vão se juntar outros morfemas para que a palavra, de fato, se 
forme. Veja:
átomo
atômico
atomismo
atomista
Veja, a seguir, alguns radicais latinos e gregos.
Radicais latinos (primeiro elemento da composição)
Forma Significado Exemplos 
agri- campo agricultura
arbori- árvore arborizar 
curvi- curvo curvilíneo
loco- lugar locomotiva 
pluri- muitos pluricelular 
Radicais latinos (segundo elemento da composição)
Forma Significado Exemplos 
-cida que mata homicida
-cultura ato de cultivar apicultura 
-fero que contém sonífero
-fico que faz benéfico
O atomismo é uma doutrina filosófica elaborada pelos pensadores gregos Leucipo 
(séc. V a.C.) e Demócrito (460 a.C.–370 a.C.), segundo a qual toda matéria é formada por áto-
mos, partículas minúsculas, eternas e indivisíveis que, unindo-se e separando-se no espaço 
através de forças mecânicas, determinam o nascimento e a degradação de todos os seres.
A P R E N D A M A I S
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Radicais gregos (primeiro elemento da composição)
Forma Significado Exemplos
acro- alto acrópole
aster- estrela asteroide 
crono- tempo cronologia
foto- luz fotografia 
filo- amigo filosofia 
Radicais gregos (segundo elemento da composição)
Forma Significado Exemplos
-agogo que conduz demagogo 
-arca que comanda monarca 
-cracia poder democracia 
-fagia ato de comer antropofagia 
-grafia descrição ortografia
• Afixos 
Em alguns processos de formação de palavras (veremos isso no próximo capítulo), adicionamos 
morfemas antes ou depois do radical. Esses morfemas são chamados de afixos.
Prefixo
Indivisível
 Sufixo
Os afixos que se posicionam antes do radical são chamados de prefixos; e os que se posicionam 
depois, sufixos. Algumas palavras podem ser formadas apenas acrescentando-se um prefixo, apenas 
um sufixo ou acrescentando-se ambos, como no caso de indivisível e reestruturação.
Conheça, a seguir, alguns prefixos gregos e latinos e o sentido que veiculam.
• Negação, privação
anormal, anarquia (gregos) – desleal, infeliz (latinos)
• Oposição, contrário
antiaéreo (grego) – contradizer (latino)
• Afastamento, separação
apogeu (grego) – abdicar, abster (latinos)
• Duplicidade
anfíbio (grego) – ambidestro (latino)
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Conheça, a seguir, alguns sufixos e o sentido que veiculam.
Nominais – Usados para formar substantivos ou adjetivos. Indicam: 
• Agente, ofício, profissão (vendedor, professor, pedreiro, maquinista, estudante, bancário).
• Ação ou resultado de ação (cabeçada, aprendizagem, poupança, casamento). 
• Qualidade, estado (lealdade, paciência, pequenez, beleza, patriotismo, doçura).
• Aumentativo (barcaça, corpaço, fogaréu).
• Diminutivo (riacho, lugarejo, copinho).
• Coleção, lugar (maquinaria, matadouro, lavatório).
• Naturalidade (pernambucano, alemão, mineiro, catarinense, paulista).
• Abundância (famoso, barulhento, narigudo). 
• Movimento para fora 
eclipse, exorcismo (gregos) – exonerar 
(latino)
• Posição interior
endoscopia (grego) – intravenoso, 
introvertido (latinos)
• Posição superior
epiderme (grego) – supercílio (latino)
• Bem, bom
eufonia (grego) – bendito, benefício 
(latinos)
• Metade 
hemisfério (grego) – semicírculo (latino)
• Excesso
hipertensão (grego) – supersensível 
(latino)
• Movimento através 
diâmetro (grego) – percorrer (latino)
• Deficiência, posição inferior
hipoglicemia, hipoderme (gregos) – 
subsolo (latino)
• Mudança, transformação 
metamorfose (grego) – transformar 
(latino)
• Aproximação, ao lado de 
paralelo (grego) – adjunto (latino)
• Em torno de, movimento em torno de
perímetro (grego) – circunferência (latino)
• Anterioridade, anteriormente 
prólogo (grego) – prefácio (latino)
• Simultaneidade/concomitância, 
companhia 
sincrônico (grego) – contemporâneo 
(latino)
• Movimento para dentro 
elipse, enterrar (gregos) – injeção (latino)
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Verbais – Usados para formar verbos. Indicam: 
• Ação que se repete (verbos frequentativos): voltear, gotejar, etc.
• Ação diminutiva e repetida (verbo diminutivo): bebericar, saltitar, chuviscar, escrevinhar, etc.
• Ação que principia (verbos incoativos), como amanhecer, florescer, etc.
• Ação causadora (verbos causativos), como canalizar, humanizar, esquentar, etc.
Adverbial – Usado para formar advérbios. Na língua portuguesa, apenas o sufixo -mente exerce 
essa função, como em atualmente, lentamente, felizmente, etc.
• Desinências 
As desinências são morfemas que se ligam ao radical para promover flexões (variações) que os 
nomes e os verbos podem apresentar. No exemplo abaixo, a presença do -s indica que a palavra está 
no plural; sua ausência (morfema zero), ao contrário, indica o singular.
átomo___ átomos
Morfema zero Desinência nominal de número
Neste outro exemplo, os morfemas -o e -a indicam o gênero da palavra (masculino ou feminino).
atômico atômica
Desinência nominal de gênero Desinência nominal de gênero
As desinências que compõem nomes (substantivos, adjetivos, pronomes, artigos e numerais) são 
as desinências nominais. Elas marcam o gênero (masculino ou feminino) e o número (singular ou 
plural). 
Já as desinências verbais indicam, como o próprio nome diz, as flexões dos verbos, isto é, infor-
mam modo e tempo (desinências modo-temporais), além de número e pessoa (número-pessoais).
• cobri [ría] [mos]
[ría] → desinência verbal modo-temporal (indicativo– futuro do pretérito)
[mos] → desinência número-pessoal (plural – 1ª pessoa) 
• pesquisá [va] [mos] 
[va] → desinência verbal modo-temporal (indicativo – pretérito imperfeito)
[mos] → desinência verbal número-pessoal (plural – 1ª pessoa)
• pinta [ríe] [is] 
[ríe] → desinência verbal modo-temporal (indicativo – futuro do pretérito)
[is] → desinência verbal número-pessoal (plural – 2ª pessoa)
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• Vogal temática
 
A vogal temática é um morfema que se liga ao radical da palavra e forma o tema. Ela ocorre tanto 
nos verbos quanto nos nomes. 
A vogal temática verbal indica a conjugação.
 Desinência verbo-nominal de infinitivo
estudar entender sentir
Primeira conjugação Segunda conjugação Terceira conjugação
Importante: O verbo pôr (que se originou da forma arcaica poer) e seus derivados (depor, re-
por, transpor, compor, pospor, pressupor, etc.) pertencem à segunda conjugação.
Já a vogal temática nominal aparece no final de nomes (substantivos e adjetivos) que não apre-
sentam a oposição masculino/feminino. Essa vogal se agrega ao radical, preparando-o para receber 
as desinências. 
mapa leite dente caqui fogo
Existem, também, os vocábulos chamados atemáticos. São as palavras que terminam em vo-
gal tônica (fé, café, tupi, abacaxi, pitu) ou consoante (solar, real, vulgar). Quando vão ao plural, 
os vocábulos que terminam em consoante passam a apresentar a vogal temática: solares, reais, 
vulgares.
Não confunda vogal temática nominal com desinência nominal de gênero. A vogal te-
mática nominal não admite flexão de gênero.
rosa → vogal temática nominal
Já a desinência nominal de gênero admite flexão de gênero.
advogado → desinência nominal de gênero
A P R E N D A M A I S
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• Consoante e vogal de ligação
Assim como a vogal temática, que “prepara” o radical de uma palavra para que receba as desi-
nências, as consoantes e vogais de ligação são empregadas por razão de eufonia (som agradável ao 
ouvido) ou melhor articulação (facilitar a pronúncia).
Algumas vogais e consoantes são posicionadas entre o radical e o sufixo para que sejam melhor 
acoplados e produzam uma palavra com pronúncia possível.
Vale destacar que, como não têm significado, as consoantes e vogais de ligação não são conside-
radas morfemas. Veja alguns exemplos:
 Vogal de ligação
Desenvolvimento 
Radical Sufixo
Consoante de ligação 
Pezinho 
Radical Sufixo
Consoante de ligação 
Chaleira
Radical Sufixo
Vogal de ligação
Horticultor
Radical Sufixo
Quanto à formação, as palavras podem ser primitivas ou derivadas, simples ou com-
postas. As palavras primitivas não derivam de outra, como matéria, dividir e energia. Essas 
palavras, portanto, são a base de outras, que se formam a partir delas. As palavras que se 
originam das primitivas são as derivadas, como imaterial, divisível e energético.
Já as palavras simples são aquelas que têm apenas um radical, como água, raio, mo-
delo. Por fim, as palavras compostas são formadas por dois radicais, como eletrosfera e 
radioatividade.
As palavras que apresentam o mesmo radical são chamadas de cognatas e constituem 
uma mesma família etimológica, ou lexical. Exemplos: elétron, eletrodo, eletricidade e elétrico.
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Texto
1. Escreva com suas palavras o objetivo comunicativo do texto.
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno perceba que a intenção comunicativa do autor é cri-
ticar a postura intolerante que algumas pessoas têm para defender seus pontos de vista, não 
permitindo qualquer opinião contrária.
2. O tema central dessa história em quadrinhos pode ser resumido em uma palavra. Observe:
Intolerância
a. Indique ao menos quatro palavras que possuam a mesma base (radical) que a palavra acima.
Resposta pessoal. Sugestão de resposta: Tolerar, tolerante, tolerabilidade e intolerante.
b. Indique um adjetivo para cada personagem que possua a mesma base que intolerância.
Para o menino – Tolerante.
Para a menina – Intolerante.
A t i v i d a d e s
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3. Agora, analise as palavras a seguir e indique aquela cujo morfema destacado indica a flexão de 
gênero.
a. Escada. b. Pecado. c. Síndico. d. Prédio. e. Regras.
 
4. Assinale a opção em que a identificação do morfema destacado está inadequada.
a. Intolerante desinência nominal de gênero. 
b. Escadas desinência nominal de número. 
c. Sendo desinência verbo-nominal de gerúndio.
d. Condomínio radical. 
e. Podem desinência verbal de número.
5. Tendo em vista o tema interdisciplinar deste capítulo e os seus conhecimentos, usando sufixos 
e prefixos escreva pelo menos três palavras derivadas das que estão dadas abaixo. 
 Resposta pessoal.
a. Teoria – 
b. Estrutura – 
c. Energia – 
d. Número – 
e. Calor – 
6. Leia o texto a seguir.
O Oscar ainda não tem uma categoria para 
filmes científicos, mas, se tivesse, a obra A boy 
and his atom (Um garoto e seu átomo) seria 
a grande favorita. Desde já conhecido como 
“o menor filme do mundo”, a produção de 
um minuto de duração é um curta de anima-
ção feito somente com átomos. O resultado é 
curiosíssimo — e a fofura do garotinho brin-
cando com átomos como se fossem bolas es-
conde importantes avanços tecnológicos. “As 
pessoas costumam se encantar muito com o 
muito grande. Não tem nada que impressio-
na mais que uma foto do Telescópio Hubble”, 
afirma Fabio Gandour, cientista chefe da IBM 
Brasil, empresa responsável pela façanha. Fa-
bio trabalhou por 3 anos nos EUA, no mesmo 
laboratório em que o filme foi feito. Lá, os cien-
tistas se dedicam apenas ao minúsculo mundo 
daquilo que só é visto através de microscópios 
atômicos. Foi lá que Fabio conviveu com Don 
Eigler, o grande pioneiro da manipulação de 
átomos e espécie de sumidade da área. 
Em 1986, cientistas criaram o microscópio 
de tunelamento, dispositivo que mostrou pela 
primeira vez a imagem de um único átomo. 
Nessa época, era possível apenas observar a 
partícula, nada de interação. É aí que Eigler en-
tra. No início dos anos 1990, o físico escreveu 
a palavra IBM com 36 átomos de xenônio em 
uma superfície de silício. “Esse foi o Capítulo 1 
dessa história. O filme é o Capítulo 4, e ainda 
temos mais uns 20 pela frente”, calcula Fabio.
Disponível em: http://revistagalileu.globo.com/Revista/
Common/0,,ERT337034-17770,00.html. Acesso em: 21/06/2020.
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a. Para tornar o texto mais interessante para os seus leitores, estudantes como você, o autor 
do texto utiliza alguns artifícios, como o emprego de palavras derivadas de uso informal. 
Identifique algumas dessas palavras e indique qual é o sentido que elas sugerem. 
Espera-se que os alunos identifiquem palavras como curiosíssimo (superlativo), fofura (afeto) 
e garotinho (afeto).
b. Algumas palavras empregadas no texto são formadas com o apoio do sufixo -ção. À primeira 
vista, pode parecer que se trata de um caso de aumentativo, mas não é. Pensando nisso, 
identifique no texto as palavras que apresentam essa característica e explique o significado 
desse morfema.
As palavras são produção, duração, animação, manipulação e interação. Espera-se que o alu-
no aponte que esse sufixo cria substantivos abstratos a partir de verbos.
7. As palavras a seguir possuem o mesmo radical. Por esse motivo, são chamadas de cognatas. 
Identifique em cada grupo o radical e, a partir dele, procure perceber o seu sentido.
a. Década – decágono – decâmetro – decaedro.
Dec- (dez).
b. Hipódromo – autódromo – aeródromo – sambódromo. 
-dromo (corrida).
c. Geografia – Geologia – geociências.
Geo- (terra).
d. Paterno – paternidade – paternal.
Pater- (pai).
e. Polígono – poligamia – policelular.Poli- (muitos).
f. Odontologia – odontologista – odontopediatria.
Odonto- (dente).
g. Crônica – cronologia – cronista.
Cron- (tempo).
h. Biologia – biografia – biosfera.
Bio- (vida).
i. Monografia – monossílabo – monobloco.
Mono- (um).
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Texto
1. A narração do texto é marcada pela oposição semântica entre os termos utilizados para desig-
nar os personagens. Nesse contexto, é correto afirmar que:
a. O nome Peixe Grande representa apenas um peixe de proporções maiores que os de-
mais peixes do aquário.
b. Empregado no diminutivo, o nome peixinhos apresenta dupla conotação, ou seja, indi-
ca simultaneamente os peixes que são menores que o Peixe Grande e assinala a posição 
de inferioridade deles em relação ao outro.
c. No nome peixinhos, o sufixo -inhos não indica o emprego do diminutivo, pois o uso 
desse substantivo não se relaciona à noção de grau, mas de inferioridade.
d. Considerando o sentido global do texto, o nome Peixe Grande foi empregado de forma 
incoerente, pois, como vive em um aquário, o Peixe Grande também é um peixinho.
e. O nome Peixe Grande é formado por duas palavras, mas apresenta apenas um radical.
D e s a f i o
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2. Com base na análise dos recursos linguísticos do texto, avalie as afirmações a seguir.
I. O nome Peixe Grande poderia ser substituído, sem prejuízo de sentido, por Peixão.
II. O emprego dos adjetivos e de recursos não linguísticos contribui decisivamente para a ca-
racterização psicológica dos personagens.
III. No segundo quadrinho, os adjetivos exuberância e admiração se referem ao mesmo subs-
tantivo.
IV. No primeiro quadrinho, não há qualquer relação de sentido entre a palavra mente e o sufi-
xo -mente (utilizado na palavra exatamente).
V. No último quadrinho, a palavra admirados expressa a noção de modo, mas é adjetivo.
Está correto o que se afirma em:
a. I, II e III.
b. II, III e IV.
c. III, IV e V.
d. I, II e V.
e. I, IV e V.
3. Analise as afirmações abaixo.
I. No texto, o autor não utiliza balões para expressar a fala dos personagens. Assim, a fala que 
aparece nos quadrinhos corresponde à sua própria voz.
II. A caixa é utilizada em alguns quadrinhos para possibilitar uma melhor leitura do texto.
III. O humor dessa HQ é despertado no último quadrinho, quando há uma quebra de expecta-
tiva do leitor em relação ao espaço onde se passa a história.
IV. A sequência dos quadrinhos nos leva a pensar que a história se passa no oceano, mas tudo 
ocorre em um pequeno aquário.
V. O Peixe Grande é admirado também em outros mares, como fica claro no penúltimo qua-
drinho (“O Peixe Grande apenas olhou”). 
Está correto o que se afirma em:
a. I, II e III.
b. II, III e IV.
c. III, IV e V.
d. I, II e V.
e. I, IV e V.
4. Assinale a alternativa incorreta.
a. Nas palavras integração, impulsiona e imponência, identificamos o prefixo in-, que ne-
las expressa a noção de mudança de estado.
b. No período “Faça como lhe aprouver”, foi empregado o verbo aprazer, cujo radical está 
presente, também, no adjetivo aprazível.
c. Na forma verbal suspiraram, além do radical susp-, identificamos o morfema temático 
de terceira conjugação (-i) e o morfema modo-temporal -ra.
d. As palavras exatamente e admiração são derivadas. Já a palavra medo é primitiva.
e. As palavras guarda-chuva e sobrecarga são compostas.
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Campos semânticos
Ainda há pouco, vimos que as palavras cognatas apresentam o mesmo radical e, por isso, aproxi-
mam-se umas das outras em relação ao sentido. No entanto, essa aproximação não ocorre somente 
por causa da sua estrutura. As palavras podem ter sentidos relacionados e, apesar disso, possuir 
origem diferente. Quando isso acontece, temos os chamados campos semânticos. As sequências 
abaixo apresentam palavras de mesmo campo semântico. Em cada uma delas, há uma palavra que 
não pertence ao campo. Identifique-a.
a. Fábula, parábola, notícia, conto.
Notícia. Enquanto todas as outras palavras se referem a gêneros textuais essencialmente nar-
rativos, a notícia é tipicamente um relato.
b. Lápis, caneta, apontador, vidro.
Vidro. As demais palavras se referem a objetos de papelaria.
c. Sofá, parede, cadeira, mesa.
Parede. As demais palavras nomeiam móveis da casa.
d. História, Matemática, Geografia, Português.
Matemática. As demais palavras se referem a disciplinas da área de Ciências Humanas.
e. Português, Espanhol, Inglês, Ciências, Italiano.
Ciências. As demais palavras se referem a línguas.
f. Vitamina, suco, café, amor.
Amor. As demais palavras se referem a tipos de bebida.
g. Cabeça, esquilo, braço, coxa. 
Esquilo. As demais palavras se referem ao corpo humano.
Q u e s t õ e s d e e s c r i t a
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C r i a n d o P a l a v r a s
C A P Í T U L O 8
1. Principais processos de formação de palavras 
A língua está em constante transformação, principalmente porque ela reflete, em boa parte, a 
realidade que nos rodeia. Assim, se o mundo muda, a língua também muda. Para que isso fique cla-
ro, basta perceber que, no nosso dia a dia, empregamos uma infinidade de palavras novas. Algumas 
são mais novas que você! 
O universo tecnológico é uma verdadeira fábrica de invenções. Diariamente, os cientistas nos sur-
preendem com as suas novidades, que, como tais, precisam de nomes para ser indicadas. Assim sur-
gem as palavras: sempre com a finalidade de suprir alguma necessidade comunicativa que temos.
Um exemplo interessante que repercute até hoje ocorreu nos anos 1970. Um grupo de países lo-
calizados no Sudeste Asiático chamou a atenção pela rapidez e agressividade com que desenvolveu 
seu parque industrial e sua economia. Como ganhavam cada vez mais destaque, utilizando táticas 
agressivas para atrair capital estrangeiro, mão de obra barata e isenção de impostos, receberam um 
nome que os identificava e distinguia: Tigres Asiáticos. Você já deve ter ouvido falar deles na aula 
de Geografia. 
Após se recuperar dos principais impactos da Segunda Guerra Mundial, o Japão passou 
a efetuar investimentos econômicos e financeiros em países do Sudeste Asiático, na épo-
ca uma região marcadamente pobre e com uma acentuada disponibilidade de mão de obra 
barata. Essa área ficou conhecida como a periferia japonesa. Além disso, os Estados Unidos 
também passaram a investir nessa região com o objetivo de conter o avanço do comunismo 
sobre esses países durante a Guerra Fria.
A P R E N D A M A I S
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O fato é que, para que esse grupo de países “existisse” e englobasse um conteúdo semântico, foi-
-lhe dado um nome. Esse movimento da língua — o de ressignificar um termo já existente, como é 
o caso de tigre — acontece com frequência, e estamos habituados a ele. O mesmo aconteceu com a 
palavra emergente, que inicialmente designava apenas aquilo que surge, emerge, como em Diante 
das circunstâncias, temos um problema emergente. Hoje esse adjetivo é usado no português brasi-
leiro de maneira informal para designar pessoas que estão ascendendo econômica e socialmente. 
E, ainda mais recentemente, esse adjetivo é usado para qualificar alguns países, como os Tigres 
Asiáticos. 
Coreia do Sul
Área: 99.484 km2
População 50 milhões
Cingapura
Área: 618 km2
População 5,3 milhões
Taiwan
Área: 35.981 km2
População 23 milhões
Hong Kong
Área: 1.067 km2
População 7,1 milhões
Índia
Indonésia
China
Filipinas
Malásia
Japão
Coreia do
Norte
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Mas nem sempre é por meio de um rearranjo 
semântico que a língua se movimenta. Para além 
de ressignificar, criamos palavras e o fazemos a 
partir de processos que parecem aleatórios, mas 
que, ao contrário, têm um padrão e podem ser 
analisados. Esses processos de formação de pala-
vras são o tema deste capítulo. Vamos começar?
• Neologismo 
Como vimos, à medida que a realidadeà nos-
sa volta muda, muda também a nossa língua. En-
quanto uma língua está viva, palavras deixam de 
existir — ou de ser usadas —, e outras surgem 
ou são ressignificadas. As palavras que caem em 
desuso são chamadas de arcaísmos. E as pala-
vras novas são chamadas de neologismos. 
Neologismos são palavras que estão no 
nosso vocabulário, mas ainda não foram 
devidamente, digamos, oficializadas pelo 
Vocabulário Ortográfico da Língua Portu-
guesa (Volp).
Em Geopolítica, os chamados Tigres Asiáticos são classificados como países emer-
gentes, isto é, as nações que apresentam níveis de desenvolvimento consideráveis, apesar 
de nem sempre isso ter relação direta com a melhoria proporcional na qualidade de vida 
da população.
A P R E N D A M A I S
Inicialmente, um dos objetivos dos Tigres 
Asiáticos era atrair empresas multinacio-
nais. Hoje, muitas das suas empresas já 
são multinacionais, como a sul-coreana 
Hyundai. O processo de formação de pa-
lavras como multinacional será visto a 
partir de agora. Na imagem, vista parcial 
de Seul capital da Corea do Sul.
Os neologismos, portanto, fazem parte do nosso dia a dia, mas ainda não constam nos dicioná-
rios. É o caso, por exemplo, da expressão xing ling, que se popularizou e passou a ser usada para 
identificar objetos falsificados ou de procedência duvidosa. Com um modelo industrial e econômico 
fortemente exportador, os Tigres Asiáticos e a China conquistaram grande espaço no mercado nacio-
nal brasileiro com diversos produtos, designados de forma genérica e muitas vezes preconceituosa 
como Made in China. Essa expressão, também já ressignificada, não mais indica apenas o país de 
origem do artefato, mas a fabricação em larga escala e, nesse caso, supostamente de qualidade 
inferior, independentemente da nacionalidade da empresa que o fabricou. Com o uso constante, 
fr
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Organizado pela Acade-
mia Brasileira de Letras, 
o Volp está na sua 5a edi-
ção, contabilizando 381 
mil verbetes. Ele serve 
de base para a elabora-
ção dos dicionários. Você 
pode realizar buscas no 
Volp acessando o código 
indicado.
N A V E G U E
• Derivação 
No capítulo anterior, vimos que as palavras são compostas por morfemas, as unidades mínimas 
com significado. Entre os morfemas que podem compor palavras, temos os afixos. Como sabemos, 
os afixos podem vir antes do radical (prefixos) ou depois dele (sufixos). Assim, a derivação se ca-
racteriza pela formação de palavras a partir de outra já existente, chamada primitiva, por meio da 
utilização de afixos. Veremos agora as principais formas de derivação.
1. Por prefixação (ou prefixal) – Acrescentamos um prefixo ao radical.
desabitar – reler – incapaz – anormal – desfazer
2. Por sufixação (ou sufixal) – Acrescentamos um sufixo ao radical.
eletrônico – comunismo – instabilidade – asiático
3. Por prefixação e sufixação (ou prefixal-sufixal) – Acrescentamos um prefixo e um sufixo ao 
radical.
infelizmente – deslealdade – readaptação
Aqui, se tirarmos um ou outro afixo, teremos uma palavra diferente. Se, por exemplo, tirarmos o 
prefixo de infelizmente, teremos felizmente; se tirarmos seu sufixo, teremos a palavra infeliz.
palavras como xing ling tendem a cristalizar seu significado e se 
tornar dicionarizadas. Só então ganham status de “vocábulo” da 
língua, não sendo mais consideradas neologismos. 
Quando palavras consideradas “velhas” ou pouco usuais “re-
tornam à atividade” com novo sentido, também são chamadas de 
neologismo. É o caso de torpedo, que voltou a ser muito usada 
com o sentido de mensagem passada pelo telefone celular, mas 
esse sentido ainda não está dicionarizado. Na verdade, com a po-
pularização dos aplicativos de mensagens instantâneas os torpe-
dos (SMS) já entraram em desuso novamente.
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4. Por parassíntese (ou parassintética) – Assim como no caso anterior, também acrescenta-
mos um prefixo e um sufixo ao radical. Mas, nesse caso, dizemos que o acréscimo dos afixos 
ocorre de forma simultânea. Ou seja, diferentemente do caso anterior, não conseguimos 
formar palavras se retiramos um ou outro afixo. Por meio desse processo, quase sempre 
formamos verbos a partir de substantivos e adjetivos.
empobrecer – enlouquecer – enraivecer
Observe que, se tirarmos, por exemplo, o prefixo de empobrecer, ficaremos com pobrecer, que 
não constitui uma palavra. Da mesma maneira, se tirarmos o sufixo, ficaremos com empobre, que 
também não é uma palavra.
5. Por regressão (ou regressiva) – Substitui-se a terminação dos verbos (-ar, -er, -ir) pelas 
vogais temáticas -a, -e, -o para criar substantivos. Essa derivação é chamada de regressiva 
porque o normal é criar verbos a partir de substantivos. Mas o contrário também pode 
acontecer, como o substantivo planta, que está na base do verbo plantar. Os substantivos 
que derivam de verbos são chamados pós-verbais, ou deverbais.
6. Imprópria (ou conversão) – Acontece quando mudamos, dependendo do contexto, a classe 
gramatical de uma palavra, sem alterar a sua forma.
Os Tigres Asiáticos eram pobres no passado. 
Descobriram um funcionário fantasma.
O jantar estava delicioso.
Como você pode perceber, tanto a derivação por regressão como a derivação imprópria não 
criam palavras de fato. São apenas palavras de uso corrente empregadas em contextos diferentes 
do habitual.
• Composição 
Composição é o processo pelo qual formamos palavras a partir da associação de duas ou mais 
palavras (ou radicais). Essa formação ocorre de duas maneiras: 
1. Por aglutinação – Unimos duas ou mais palavras (ou radicais) alterando a sua estrutura.
aguardente (água ardente) embora (em boa hora)
planalto (plano alto) boquiaberta (boca aberta)
2. Por justaposição – Unimos duas ou mais palavras (ou radicais) sem a perda de letras.
conta-corrente – lava-louças – caça-palavras – passatempo – girassol
Muitas vezes, utilizamos os numerais para criar palavras por meio da derivação e da composição. 
Assim, do numeral dez, por exemplo, derivamos década e décimo. Já os numerais formados por mais 
de uma palavra, como décimo segundo, são compostos por justaposição. Outros, como trezentos, 
são compostos por aglutinação (três + cento).
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2. Emprego do hífen 
Você percebeu que, nos exemplos vistos até agora, em alguns empregamos o hífen (-), mas em 
outros não? Na composição, o uso do hífen é muito comum, pois, entre outras funções, essa nota-
ção desempenha o papel de unir elementos. 
Tendo em vista a formação das palavras, o hífen é usado nas situações seguintes.
• Com substantivos e adjetivos compostos
• Substantivos – país-membro, matéria-prima, bem-estar. 
• Adjetivos – sul-coreano, bem-feito, latino-americano.
Observe que, nos exemplos acima, cada palavra é como um bloco de sentido. Juntas, formam um 
todo semântico. Entretanto, são preservadas estrutural e foneticamente, ou seja, cada uma mantém 
seu acento tônico.
Outras formas de composição, ao contrário, como vimos na composição por aglutinação, não 
usam hífen; outras, ainda, não preservam essa estrutura. É o caso de girassol e pontapé.
Em outros casos, a composição é feita não por meio do hífen, mas por uma preposição. São exem-
plos: sala de jantar, mestre de cerimônias, fim de semana, dia a dia.
• Com os elementos aquém, além, recém, sem 
Usa-se sempre o hífen nas palavras que apresentam esses morfemas em sua estrutura.
aquém-fronteiras além-mar recém-casado sem-terra
• Com os prefixos ex-, pós-, pré-, pró-, vice- 
Na maioria dos casos, os prefixos se ligam diretamente ao radical. Nas palavras que apresentam 
os prefixos acima, entretanto, o hífen é sempre usado. Observe que todos eles são tônicos. Com os 
prefixos pré- e pró-, porém, há situações em que são empregados como átonos, ligando-se ao radical 
diretamente, como preaquecer e probiótico. Na dúvida,o melhor é consultar um dicionário.
ex-membro pós-guerra pré-operatório
pró-governo vice-rei vice-presidente
É importante notar que as palavras compostas que indicam espécies de animais e vegetais uti-
lizam o hífen, como cana-de-açúcar, espada-de-são-jorge, mico-leão-dourado, galo-de-campina, etc.
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Atenção com palavras compostas cujo radical ou prefixo da primeira palavra termina em 
vogal e, seguida de uma palavra iniciada com as letras r ou s. Nessas palavras, essas letras 
são dobradas e não se utiliza o hífen. Veja alguns exemplos:
autossustentável autorregulação ultrassonografia
ultrarromântico antessala antirrábica
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• Com a maior parte dos prefixos e dos radicais gregos e latinos (aero-, 
neo-, pseudo-, semi-)
1. Usamos o hífen quando a segunda palavra começa com h. 
anti-horário super-homem semi-humano
2. Usamos o hífen quando o prefixo ou o radical termina com a mesma vogal ou consoante 
com que se inicia a palavra que o segue.
micro-ondas anti-inflamatório contra-argumento
hiper-resistente super-romântico inter-relação
3. Outros processos de formação de palavras
Além da derivação e da composição, que são os processos de formação em língua portuguesa 
mais produtivos, existem outros processos, menos comuns, mas muito importantes. Veremos agora 
alguns deles.
• Redução 
Redução, ou abreviação vocabular, é a formação de palavras a partir de outra primitiva. Geral-
mente usada em situações informais, dá-se de maneira imprevisível, ou seja, não segue um padrão. 
Dentre as palavras criadas por redução, podemos citar: mina, redução de menina; portuga, de por-
tuguês; japa, de japonês; Fla, de Flamengo; Flu, de Fluminense; sanduba, de sanduíche; e foto, de 
fotografia.
• Onomatopeia 
A onomatopeia é uma criação de palavras a partir da tentativa de reprodução de algum som, 
como ruídos, vozes de animais e sons da natureza, como miau, cri-cri, tique-taque, pocotó e reco-
-reco. Na tirinha a seguir, a onomatopeia foi utilizada para reproduzir o barulho que a bola fez ao 
bater no rosto do personagem. Observe:
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• Sigla 
Sigla é uma palavra formada a partir da união da letra ou da sílaba inicial de cada um dos compo-
nentes de expressão ou título.
Empresa Brasileira de Aeronáutica = Embraer 
Estados Unidos da América = EUA 
Fundo Monetário Internacional = FMI 
Fundação Nacional do Índio = Funai
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística = IBGE
Índice de Desenvolvimento Humano = IDH 
Como você pode ver, algumas siglas são pronunciadas de forma soletrada, como IBGE, UFPR, 
FGTS e BNDES. Essas siglas são escritas utilizando-se letras maiúsculas. Já outras são pronunciadas 
como palavras e, por isso, são grafadas com apenas a primeira letra maiúscula. É o caso de Embraer, 
Funai, Petrobras e Senac.
Importante: Caso a sigla tenha até três letras, deve ser escrita com maiúsculas, como PE, SP, 
SUS, MEC e OAB. 
• Mesclagem lexical
É o processo de formação por meio do qual uma palavra, resultante da fusão de duas outras pa-
lavras, ao mesmo tempo reproduz e cria novos significados a partir das palavras que lhe serviram 
de fonte. Entendeu? É como uma composição “inesperada”, que cria significados surpreendentes e, 
muitas vezes, engraçados. 
aborrescente apertamento caligrafeia
chafé crionça estragonofe
horrorível mautorista monstruação 
namorido paitrocínio portunhol
XAXADO/Antônio Cedraz
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1. Em uma atividade diferente de Geografia e Língua Portuguesa, os professores separaram os 
alunos do 9º ano em grupos e deram a cada grupo um país diferente, todos pertencentes ao 
continente asiático. Cada grupo deveria produzir um pequeno texto argumentativo com o ob-
jetivo de convencer os outros grupos a visitarem o seu país. No dia da apresentação, os alunos, 
em seus respectivos grupos, exibiram as informações seguintes. Leia com atenção os textos 
apresentados pelos grupos. Tendo em vista os diferentes processos de formação de palavras 
que vimos neste capítulo, destaque as palavras cujo uso lhe chamou atenção.
Grupo 1 
Se você estiver a fim de ir para Singapura, ou República de Singapura, está certo. Essa Cidade-
-Estado é constituída por 63 lindas ilhas; além disso, é o país que apresenta alto Índice de 
Desenvolvimento Humano (IDH), sendo o 9º melhor do mundo em 2019. 
Grupo 2 
Podem deletar a informação do Grupo 1. Legal mesmo é Hong Kong! Com uma área de 
1.104 km e uma população aproximada de sete milhões de pessoas, Hong Kong é uma das 
áreas mais densamente povoadas do mundo. Sua cultura mistura elementos orientais e a oci-
dentais, sendo, assim, muito rica. Apresenta o 4º melhor IDH do mundo. 
Grupo 3 
Discordamos de vocês! Pedro, mesmo, levaria a mina dele para as Filipinas. Oficialmente Re-
pública das Filipinas, esse lugar é um vasto arquipélago da Insulíndia cercado pelo Mar das 
Filipinas, Mar de Celebes, Mar de Sulu e Mar da China Meridional. Parecido com o Brasil, tem 
clima tropical e praias lindas.
Grupo 4 
Já a Malásia é um país do Sudeste Asiático que compreende dois territórios distintos: a parte 
sul da Península Malaia e ilhas adjacentes e uma seção do norte da Ilha de Bornéu. Vimos vá-
rias fotos e é para lá que queremos ir. Ao anoitecer, o país fica ainda mais lindo! 
Grupo 5 
A Indonésia é um país localizado entre o Sudeste Asiático e a Austrália, sendo o maior arqui-
pélago do mundo, composto pelas Ilhas de Sonda, a metade ocidental da Nova Guiné e com-
preendendo no total 17.508 ilhas. Lá, é impossível ficar enraivecido: suas ilhas deslumbrantes, 
seu exotismo tropical e suas paisagens vulcânicas fazem da Indonésia o destino perfeito. 
A t i v i d a d e s
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Grupo 6 
Lendo sobre os países asiáticos, viajamos mesmo em Taiwan. Estado insular localizado na Ásia 
Oriental, foi um dos membros fundadores das Nações Unidas e um dos cinco membros perma-
nentes do Conselho de Segurança da organização, até ser substituído pela República Popular 
da China, em 1971. 
Grupo 7 
A Tailândia é um país no centro da Península da Indochina, no Sudeste Asiático. Suas fronteiras 
marítimas incluem o Vietnã, a Indonésia e a Índia. Cheia de paisagens paradisíacas, a Tailândia 
é o destino de viagem do sonho de muitos. Infelizmente, também podemos nos lembrar desse 
lugar por um fato que entristeceu muito a todos: o devastador tsunami ocorrido em 2004. 
Grupo 8 
A Coreia do Sul, oficialmente República da Coreia, é um país da Ásia Oriental localizado na 
parte sul da Península da Coreia. Aproximadamente metade de sua população vive na capital, 
Seul, ou em sua área metropolitana, que é uma das maiores do mundo. Nem adianta pedir pra 
pisar menos na tecnologia, porque é realmente um paraíso tecnológico. 
Grupo 9 
O Vietnã é um Estado soberano localizado no leste da Península da Indochina, no Sudeste 
Asiático. Vocês já devem ter ouvido falar desse lugar por causa da histórica Guerra do Vietnã, 
conflito armado que começou no ano de 1959 e terminou em 1975. Foi tema de vários filmes 
no cine.
Agora, baseado no que foi apresentado pelos alunos, responda às questões a seguir. 
a. Ao apresentar o trabalho para a turma, alguns alunos utilizaram neologismos em seu dis-
curso. Os países apresentados por eles fazem parte dos chamados Tigres Asiáticos. Assim 
sendo, quais países compõem esse grupo e quais neologismos foram utilizados? 
Singapura (a	fim	de, no sentido de estar interessado), Hong Kong (deletar, no sentido de es-
quecer), Taiwan (viajar, no sentido de gostar muito) e Coreia do Sul (pisar menos, pedir para
desacelerar).
 
b. Outros alunos utilizaram derivação por parassíntese. Esses mesmos alunos falaram sobre 
os países dos chamados Novos Tigres Asiáticos, termo utilizado para designar o grupo de 
países de industrialização recente e que vêm expandindo suas economias. Analisando as in-
formações trazidaspelos alunos, diga quais países são considerados Novos Tigres Asiáticos 
e quais foram as palavras formadas por parassíntese apresentadas por eles. 
Tailândia (entristeceu), Malásia (anoitecer) e Indonésia (enraivecido). 
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c. Por fim, alguns grupos fizeram uso da redução, ou abreviação vocabular. Os países abor-
dados por eles compõem o que chamamos de Novíssimos Tigres Asiáticos, que corres-
pondem aos países que passaram por um acelerado processo de industrialização nos anos 
1990, conseguindo superar a grave crise econômica que atravessaram no fim da década. 
Desse modo, que países são esses e quais as reduções utilizadas pelos grupos? 
Vietnã (cine, abreviação de cinema) e Filipinas (mina, abreviação de menina).
2. Utilizando as tabelas com prefixos e sufixos que vimos, encontre a palavra mais adequada. 
Observe o exemplo:
Profissional que analisa processos – Analista
a. Falha que não se pode admitir. Inadmissível. 
b. Questão que não se pode solucionar. Insolúvel. 
c. Que acontece a cada dois anos. Bianual, ou bienal. 
d. Que apresenta duas fases. Bifásico. 
e. Fato que não se consegue explicar. Inexplicável. 
f. Ajuda que não se pode dispensar. Indispensável. 
3. Descubra a palavra observando a sua origem e a dica fornecida. Se for necessário, consulte as 
tabelas de prefixos e sufixos que estudamos. Veja o modelo:
oculus (latim) = olho – Tem dois olhos.
a. coctus (latim) = cozido – Biscoito.
É cozido duas vezes.
b. ciclus (grego) = roda – Bicicleta, ou biciclo.
Tem duas rodas.
c. sítos (grego) = comida, alimento – Parasita.
Se alimenta ao lado de.
d. pharyngis (latim) = garganta – Faringite.
Inflamação da garganta.
e. arthritis (latim) = juntas do corpo – Artrite.
Inflamação das juntas.
f. antropos (grego) = homem – Antropocentrismo.
Corrente de pensamento que coloca o homem no centro de tudo.
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4. Como vimos, a criação das palavras acompanha as inovações culturais e tecnológicas da socie-
dade. Com base nisso, procure explicar a origem das palavras seguintes, consideradas neolo-
gismos. Utilize seu caderno. Resposta pessoal.
5. A língua segue uma mecânica própria, uma gramática, que internalizamos ainda nos primeiros 
anos da infância. Essas regras gramaticais são de fácil dedução, porque sempre se repetem. 
Para entender melhor como isso ocorre, podemos refletir sobre a formação de algumas pala-
vras. Por exemplo: nossa gramática internalizada nos diz que partículas como -eiro e -ista são 
formadoras de palavras que indicam profissões, como em carteiro, enfermeiro, psicanalista. 
O mesmo acontece com a partícula -mente, que, em geral, indica uma noção de modo. Não é 
necessário consultar uma gramática normativa para saber disso. Tanto é assim que, se houves-
se uma necessidade, poderíamos até inventar palavras utilizando essas partículas. Pensando 
nisso, leia as dicas e identifique a palavra correspondente a cada uma delas.
a. O que não se pode contar é: Incontável .
b. O médico responsável pela saúde dos olhos é conhecido popularmente como: Oculista .
c. O profissional que trabalha com a estética do corpo é: Esteticista .
d. O profissional que trabalha transformando madeira em objetos é: Marceneiro .
e. O profissional que, nos hospitais, carrega pacientes na maca é o: Maqueiro .
f. O que não é útil é: Inútil .
g. O atleta que é quatro vezes campeão de um mesmo torneio é: Tetracampeão .
h. O que acontece de modo inesperado acontece: Inesperadamente .
i. O que acontece de modo repentino acontece: Repentinamente .
6. Os textos publicitários são uma boa fonte para encontrarmos neologismos muito criativos. 
Pensando nisso, faça uma pesquisa em textos desse tipo à procura de neologismos formados 
por derivação e composição.
Sugestão de resposta: supercarro, extrabom, hipermegaoferta.
a. Apê. 
b. Bebemorar. 
c. Bichoso. 
d. Tiozão.
e. Camelódromo. 
f. Carreata. 
g. Clicar.
h. Disque-pizza.
i. Ecoturismo.
j. Esquema.
k. Mauricinho.
l. Patricinha.
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Em todas essas orações, temos exemplos de expressões idiomáticas — enunciados compos-
tos de diferentes palavras cujo sentido vale para o todo, não para cada palavra isoladamente.
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7. Na evolução natural das línguas, é normal que algumas palavras ou expressões caiam em de-
suso ou sejam substituídas. As palavras e expressões a seguir são um exemplo disso. Elas já 
foram muito comuns. Pergunte a alguém que convivia com essas palavras e expressões e des-
cubra o significado de cada uma delas. Caso você conheça uma correspondente utilizada nos 
dias de hoje, indique-a. Resposta pessoal.
8. Um processo de formação de palavras diferente do que vimos até agora é a chamada deriva-
ção delocutiva. Por esse processo, uma oração inteira, que em princípio nomeava uma ação 
ou situação, passa a funcionar como nome dessa mesma ação ou situação. Nos seguintes 
enunciados, temos exemplos desse tipo de derivação. Procure entendê-los e, em seguida, 
reescreva-os indicando o seu sentido. Observe o modelo:
Ela chegou chutando o pau da barraca.
Ela chegou reclamando.
1. Bacana.
2. Dindim.
3. Patavinas.
4. Belezura.
5. Toca Raul!
6. Botar/Pôr as barbas de molho.
7. Bom pra dedéu.
8. Serelepe.
9. Carácoles.
10. Matar cachorro a grito.
11. É dose pra elefante.
12. Está tinindo.
13. Estapafúrdio.
14. Amigo da onça.
15. Será o Benedito?
16. Bicho do céu.
17. Lero-lero.
18. Chispa.
19. Que abacaxi!
20. Papo firme.
21. Marcar touca.
22. Chuchu beleza!
23. Tirar a mãe da forca.
24. Nem que a vaca tussa!
25. Pior que bater na mãe em porta de igreja.
26. Pedra noventa.
27. Sebo nas canelas.
28. Mais feliz que mosca no pão doce.
29. Quiprocó.
30. Chumbrega.
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As respostas a seguir são apenas sugestões.
a. Houve um deus nos acuda na hora do incêndio.
Houve muita confusão na hora do incêndio.
b. Essa cor é muito cheguei.
Essa cor é muito escandalosa.
c. Quando cheguei, elas estavam cheias de mimimi.
Quando cheguei, elas estavam chateadas com besteira.
d. Ela é uma maria vai com as outras.
Ela não tem personalidade.
e. Estou com o pé atrás com João.
Estou desconfiado de João.
f. Maria chegou rodando a baiana.
Maria chegou furiosa.
g. Ele fala pelos cotovelos.
Ele fala muito.
h. Eles são farinha do mesmo saco.
Eles são iguais.
9. Em cada sequência, identifique a palavra cujo processo de formação está indicado nos parênteses.
a. Água, aguaceiro, vinhedo, prever (derivação prefixal). Prever. 
b. Dormente, vinho, perda, antebraço (derivação regressiva). Perda. 
c. Censura, pescador, ensaboar, esfriar (derivação sufixal). Pescador. 
d. Indispensável, amável, pedreiro, só (derivação prefixal e sufixal). Indispensável. 
e. Ensaboar, dúvida, planalto, desigualdade (derivação parassintética). Ensaboar. 
f. Corte, desobediência, guarda-costas, justiça (composição por justaposição). Guarda-costas.
10. Em seu caderno, forme palavras derivadas com base nas palavras fornecidas abaixo.
 Resposta pessoal.
a. Madeira
b. Escrever
c. Real
d. Mexer
e. Visão
f. Emigrar
g. Doce
h. Mar
i. Folha
j. Razão
k. Força
l. Noite
m. Escuro
n. Corpo
o. Jardim
p. Música
q. Regular
r. Tensão
s. Nervo
t. Som
u. Prova
v. Obedecer
w. Livro 
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Texto
Existe alguma palavra em português que não vem de outra língua?
Por Bruno Vaiano – 23 set 2019, 13h41
Não. Ieda Maria Alves, especialista em léxico da USP, estuda há mais de 40 anos o nascimento de 
novas palavras e nunca viu uma que não fosse herdada, em última instância, de outra língua.
A maior parte do nosso vocabulário deriva do latim, mas raízes gregas também são comuns — e 
palavras de origem germânica se infiltraram aos montes nas últimas décadas por causa da influência 
do inglês.
Há algumas décadas, pensava-seque a palavra gás era um exemplo de neologismo ex nihilo 
— isto é, palavra nova que saiu do nada. Depois, ficou estabelecido que seu cunhador, o químico 
francês Jan Baptista van Helmont, inspirou gás do grego caos. 
Como as palavras exercem uma função comunicativa, quem tenta criar uma nova acaba esco-
lhendo sons que remetem a ideia que aquela palavra pretende representar. Assim, os especialistas 
não consideram mais o neologismo ex nihilo possível.
Mario Viaro, também da USP, faz coro: “Quando o Carlinhos Brown inventou a palavra caxirola, 
pegou parte da palavra caxixi e parte de castanhola. Mesmo se uma palavra for inventada por meio 
de uma sequência de sílabas aleatórias, serão sílabas da língua portuguesa, e seu sucesso advém da 
associação fácil com outras palavras com as mesmas sílabas.”
Disponível em: https://super.abril.com.br/blog/oraculo/existe-alguma-palavra-em-portugues-que-nao-vem-de-outra-lingua/. Acesso em: 27/09/2019.
D e s a f i o
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1. Assinale a alternativa que contém a resposta da pergunta feita no título do texto.
a. [...] nunca viu uma que não fosse herdada, em última instância, de outra língua.
b. A maior parte do nosso vocabulário deriva do latim [...].
c. [...] palavras de origem germânica se infiltraram aos montes nas últimas décadas [...].
d. [...] os especialistas não consideram mais o neologismo ex nihilo possível.
e. [...] seu sucesso advém da associação fácil com outras palavras com as mesmas sílabas.
2. Identifique a alternativa que assinala a causa para a resposta da pergunta feita no título do 
texto.
a. [...] mas raízes gregas também são comuns [...].
b. [...] por causa da influência do inglês.
c. Como as palavras exercem uma função comunicativa [...].
d. [...] pegou parte da palavra caxixi e parte de castanhola [...].
e. Mesmo se uma palavra for inventada por meio de uma sequência de sílabas aleatórias [...].
3. Assinale a opção em que todas as palavras se formam pelo mesmo processo.
a. Especialista – nascimento – herdada.
b. Raízes – germânica – décadas.
c. Inglês – neologismo – cunhador.
d. Químico – comunicativa – caxirola. 
e. Castanhola – associação – fácil.
4. Leia.
Há algumas décadas, pensava-se que a palavra gás era um exemplo de neologismo ex nihilo 
— isto é, palavra nova que saiu do nada.
Observando a estrutura das palavras utilizadas nesse período, é correto afirmar que: 
a. A palavra décadas se formou por meio do acréscimo de uma vogal temática ao radical.
b. O substantivo exemplo se formou a partir da regressão de um verbo.
c. A palavra neologismo é um caso de composição por aglutinação.
d. A expressão latina ex nihilo significa de repente. 
e. A locução do nada funciona como uma palavra de valor adverbial.
5. Identifique o item cujas palavras são formadas por justaposição.
a. Desagradável – complemente.
b. Vaga-lume – pé de meia.
c. Encruzilhada – estremeceu.
d. Supersticiosa – valiosas.
e. Desatarraxou – estremeceu.
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Estrangeirismos e empréstimos
1. Para quem pensa que é uma “modinha” atual inserir palavras estrangeiras na língua portu-
guesa, é importante lembrar que esse intercâmbio já acontece há muito tempo. Da invasão 
moura na Península Ibérica, ocorrida na Idade Média, herdamos palavras como açougue, azei-
te, almoxarifado, álcool e álgebra. Nos séculos XVIII e XIX, não eram os Estados Unidos que 
detinham o prestígio econômico e cultural, mas a França. Assim, nosso vocabulário herdou 
do francês: abajur, sutiã, butique, garagem. E, como atualmente a hegemonia é dos Estados 
Unidos, vemos uma profusão de palavras em inglês “invadirem” nosso idioma.
a. Analisando as informações acima, a que conclusão se pode chegar em relação ao uso de 
palavras estrangeiras em nossa língua?
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno perceba que o uso de estrangeirismos é um fenô-
meno natural das línguas, sobretudo pela influência constante que os países mais poderosos
exercem sobre os demais.
b. Você concorda com a opinião que muitas pessoas têm de que o uso de palavras estrangeiras 
empobrece a língua? Discuta com os seus colegas e o seu professor.
Espera-se que o aluno perceba que os estrangeirismos e empréstimos, na verdade, enrique-
cem a língua, já que são empregados conforme as nossas necessidades comunicativas.
2. Pesquise e escreva a origem das palavras abaixo.
a. Algodão – árabe. 
b. Chalé – francesa. 
c. Toalete – francesa. 
d. Caboclo – indígena. 
e. Armazém – árabe. 
f. Abacaxi – indígena. 
Q u e s t õ e s d e e s c r i t a
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