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CÓD: SL-215MA-24
7908433255680
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DE
ALAGOAS
UFAL
Assistente em Administração - Técnico
Administrativo em Educação (TAE)
a solução para o seu concurso!
Editora
EDITAL Nº 17, DE 20 DE MAIO DE 2024
INTRODUÇÃO
a solução para o seu concurso!
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Como passar em um concurso público?
Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.
Então mãos à obra!
• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!
ÍNDICE
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Português
1. Análise e interpretação de textos verbais e não verbais: compreensão geral do texto ............................................................. 9
2. elementos que compõem uma narrativa ................................................................................................................................... 10
3. tipos de discurso ........................................................................................................................................................................ 11
4. ponto de vista ou ideia central defendida pelo autor ................................................................................................................ 13
5. argumentação ............................................................................................................................................................................ 13
6. elementos de coesão e coerência textuais ................................................................................................................................ 14
7. intertextualidade ....................................................................................................................................................................... 15
8. inferências .................................................................................................................................................................................. 16
9. estrutura e organização do texto e dos parágrafos .................................................................................................................... 16
10. Tipologia e gênero textuais ........................................................................................................................................................ 17
11. Funções da linguagem ............................................................................................................................................................... 23
12. Semântica: sinonímia e antonímia; homonímia e paronímia; conotação e denotação; ambiguidade; polissemia ................... 25
13. Emprego dos pronomes demonstrativos ................................................................................................................................... 26
14. Colocação pronominal ............................................................................................................................................................... 26
15. Sintaxe da oração e do período (nexos oracionais das orações coordenadas e subordinadas .................................................. 27
16. Vozes verbais ............................................................................................................................................................................. 30
17. Emprego do acento indicativo da crase ..................................................................................................................................... 31
18. Concordâncias verbal e nominal ................................................................................................................................................ 32
19. Regências verbal e nominal ....................................................................................................................................................... 33
20. Emprego dos sinais de pontuação ............................................................................................................................................. 35
21. Ortografia oficial ........................................................................................................................................................................ 37
Raciocínio Lógico
1. Lógica proposicional: proposições simbólicas (fórmulas bem formadas); tabela verdade e classificação de fórmulas ............ 45
2. Lógica de predicados de primeira ordem: fórmulas quantificadas ............................................................................................ 48
3. Argumentosválidos e sofismas .................................................................................................................................................. 50
4. Conjuntos: operações, diagramas de Venn ............................................................................................................................... 53
5. O conjunto dos números inteiros: divisibilidade e fatoração no conjunto dos inteiros; máximo divisor comum; mínimo múl-
tiplo comum. O conjunto dos números reais ............................................................................................................................. 56
6. desigualdades ............................................................................................................................................................................ 65
7. razões e proporções ................................................................................................................................................................... 65
8. porcentagem .............................................................................................................................................................................. 67
9. Raciocínio lógico sequencial ...................................................................................................................................................... 68
10. Resolução de problemas envolvendo princípios de contagens ................................................................................................. 69
11. Probabilidade ............................................................................................................................................................................ 71
12. Noções básicas de Estatística: análise e interpretação de dados apresentados em gráficos e tabelas; média, moda e mediana
de uma série de dados .............................................................................................................................................................. 72
13. Compreensão de textos matemáticos ...................................................................................................................................... 78
ÍNDICE
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Fundamentos da Administração Pública
1. Administração pública e governo: conceito e objetivos ............................................................................................................ 85
2. Evolução dos modelos de Administração Pública ...................................................................................................................... 87
3. Regime jurídico administrativo na Constituição Federal de 1988: princípios constitucionais do direito administrativo brasilei-
ro ................................................................................................................................................................................................ 87
4. Serviços públicos: conceito; características; classificação; titularidade; princípios ................................................................... 97
5. Ética no serviço público: comportamento profissional, atitudes no serviço, organização do trabalho, prioridade em serviço 109
6. Regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais (Lei Federal nº
8.112, de 11 de dezembro de 1990 e suas alterações) .............................................................................................................. 109
7. Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do
poder ......................................................................................................................................................................................... 134
8. Improbidade Administrativa: dever de eficiência; dever de probidade; dever de prestar contas (Lei nº 8.429, de 02 de junho
de 1992 e suas alterações) ......................................................................................................................................................... 141
9. Processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal (Lei Federal nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999 e suas
alterações) ................................................................................................................................................................................. 157
10. Noções de Licitação (Lei Federal nº 14.133, de 1° de abril de 2021 e suas alterações): normas gerais de licitação; conceito;
finalidades; princípios; objeto e modalidades ........................................................................................................................... 166
11. Contrato administrativo: noções gerais; elementos; características; formalização; cláusulas exorbitantes; alteração; execução
e inexecução; revisão, rescisão, reajustamento e prorrogação; desfazimento; controle; modalidades; convênios e consórcios
administrativos .......................................................................................................................................................................... 220
12. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais - LGPD (Lei Federal nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 e suas alterações) ............ 236
13. Lei de Acesso à Informação - LAI (Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 e suas alterações) ............................... 249
Informática
1. Conceitos relacionados a hardware, software, computadores e periféricos. dispositivos de armazenamento ........................ 259
2. Conceitos relacionados ao ambiente Microsoft Windows (versões 8, 10 e 11), uso do ambiente gráfico, aplicativos, acessó-
rios, execução de programas e suas funcionalidades: ícones, teclas de atalho, janelas, menus, arquivos, pastas e programas.
organização e gerenciamento de arquivos, pastas e programas, compartilhamentos, impressão e área de transferência ...... 262
3. Conceitos e conhecimentos na utilização das ferramentas, recursos dos pacotes de aplicativos LibreOffice (versão 24) e Mi-
crosoft Office (versão 2019): editores de texto, de planilhas de cálculo/eletrônicas, de apresentações eletrônicas ................ 293
4. Conceitos, arquitetura e utilização de intranet e internet: navegadores (Microsoft Edge e Google Chrome), sites de busca e
pesquisa ..................................................................................................................................................................................... 342
5. grupos de discussão ................................................................................................................................................................... 347
6. redes sociais ............................................................................................................................................................................... 348
7. segurança em rede e na internet (antivírus, firewall e antispyware) ......................................................................................... 351
8. produção, manipulação e organização de e-mails. gerenciador de e-mails .............................................................................. 355
9. Conceitos básicos de tarefas e procedimentos de informática: armazenamento de dados e realização de cópia de segurança
(backup) ..................................................................................................................................................................................... 357
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Conhecimentos Específicos
Assistente em Administração - Técnico Administrativo em
Educação (TAE)
1. Administração: a administração e suas perspectivas; antecedentes históricos; abordagens da teoria geral da administra-
ção .............................................................................................................................................................................................365
2. Funções da administração: planejamento, organização, direção e controle ............................................................................. 371
3. Organizações: fundamentos, estruturas organizacionais tradicionais, tendências e práticas organizacionais .......................... 377
4. Noções de logística e suprimentos ............................................................................................................................................ 378
5. Noções de planejamento estratégico ........................................................................................................................................ 378
6. Noções de Comportamento Organizacional: comunicação; liderança; motivação .................................................................... 381
7. grupos; equipes ........................................................................................................................................................................ 381
8. cultura organizacional ................................................................................................................................................................ 383
9. Noções de RH: recrutamento; seleção; treinamento; desenvolvimento ................................................................................... 387
10. relações interpessoais ................................................................................................................................................................ 388
11. Noções de administração pública: organizações públicas; política e planejamento governamentais; patrimônio público ...... 391
12. gestão de processos ................................................................................................................................................................... 397
13. gestão de projetos aplicado ao Setor Público ............................................................................................................................ 398
14. Noções de contabilidade, orçamento e finanças públicas ......................................................................................................... 400
15. Noções de arquivamento ........................................................................................................................................................... 408
16. Redação oficial ........................................................................................................................................................................... 420
17. Estatuto e Regimento Geral da UFAL ......................................................................................................................................... 430
18. Projeto Pedagógico Institucional (PPI) da UFAL ......................................................................................................................... 450
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ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS VERBAIS E NÃO
VERBAIS: COMPREENSÃO GERAL DO TEXTO
Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objetivo
de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que
nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação,
a resposta será localizada no próprio no texto, posteriormente,
ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada
em nossos conhecimentos prévios.
Compreensão de Textos
Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do
que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem.
É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso
da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender.
Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem
transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a
decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo,
ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos
a mensagem transmitida por ela, assim como o seu propósito
comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado
evento.
Interpretação de Textos
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os
resultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias
e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar
é decodificar o sentido de um texto por indução.
A interpretação de textos compreende a habilidade de se
chegar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de
texto, seja ele escrito, oral ou visual.
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva,
podendo ser diferente entre leitores.
Exemplo de compreensão e interpretação de textos
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em
um texto misto (verbal e visual):
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Esco-
lar Especial > 2015
Português > Compreensão e interpretação de textos
A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social.
“A Constituição garante o direito à educação para todos e a
inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com
deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou
menos severas.”
A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta.
(A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de
1988.
(B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos
severas.
(C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes
ou não.
(D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser
incluídos socialmente.
(E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
Comentário da questão:
Em “A” o texto é sobre direito à educação, incluindo as pessoas
com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade. =
afirmativa correta.
Em “B” o complemento “mais ou menos severas” se refere à
“deficiências de toda ordem”, não às leis. = afirmativa incorreta.
Em “C” o advérbio “também”, nesse caso, indica a inclusão/
adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à educação,
além das que não apresentam essas condições. = afirmativa correta.
Em “D” além de mencionar “deficiências de toda ordem”, o
texto destaca que podem ser “permanentes ou temporárias”. =
afirmativa correta.
Em “E” este é o tema do texto, a inclusão dos deficientes. =
afirmativa correta.
Resposta: Logo, a Letra B é a resposta Certa para essa questão,
visto que é a única que contém uma afirmativa incorreta sobre o
texto.
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Tipos de Linguagem
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que
facilite a interpretação de textos.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela
pode ser escrita ou oral.
• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens,
fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra.
• Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as
palavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem
verbal com a não-verbal.
Além de saber desses conceitos, é importante sabermos
identificar quando um texto é baseado em outro. O nome que
damos a este processo é intertextualidade.
ELEMENTOS QUE COMPÕEM UMA NARRATIVA
A Narração é um tipo de texto que relata uma história real, fictí-
cia ou mescla dados reais e imaginários. O texto narrativo apresenta
personagens que atuam em um tempo e em um espaço, organiza-
dos por uma narração feita por um narrador.
É uma série de fatos situados em um espaço e no tempo, tendo
mudança de um estado para outro, segundo relações de sequencia-
lidade e causalidade, e não simultâneos como na descrição. Expres-
sa as relações entre os indivíduos, os conflitos e as ligaçõesafetivas
entre esses indivíduos e o mundo, utilizando situações que contêm
essa vivência.
Todas as vezes que uma história é contada (é narrada), o narra-
dor acaba sempre contando onde, quando, como e com quem ocor-
reu o episódio. É por isso que numa narração predomina a ação: o
texto narrativo é um conjunto de ações; assim sendo, a maioria dos
verbos que compõem esse tipo de texto são os verbos de ação. O
conjunto de ações que compõem o texto narrativo, ou seja, a his-
tória que é contada nesse tipo de texto recebe o nome de enredo.
As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas per-
sonagens, que são justamente as pessoas envolvidas no episódio
que está sendo contado. As personagens são identificadas (nomea-
das) no texto narrativo pelos substantivos próprios.
Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo sem
querer) ele acaba contando “onde” (em que lugar) as ações do en-
redo foram realizadas pelas personagens. O lugar onde ocorre uma
ação ou ações é chamado de espaço, representado no texto pelos
advérbios de lugar.
Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer
“quando” ocorreram as ações da história. Esse elemento da narrati-
va é o tempo, representado no texto narrativo através dos tempos
verbais, mas principalmente pelos advérbios de tempo. É o tempo
que ordena as ações no texto narrativo: é ele que indica ao leitor
“como” o fato narrado aconteceu.
A história contada, por isso, passa por uma introdução (parte
inicial da história, também chamada de prólogo), pelo desenvolvi-
mento do enredo (é a história propriamente dita, o meio, o “miolo”
da narrativa, também chamada de trama) e termina com a conclu-
são da história (é o final ou epílogo).
Aquele que conta a história é o narrador, que pode ser pessoal
(narra em 1ª pessoa: Eu) ou impessoal (narra em 3ª pessoa: Ele).
Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos de
ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e pelos subs-
tantivos que nomeiam as personagens, que são os agentes do texto,
ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas pelos ver-
bos, formando uma rede: a própria história contada.
Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta a his-
tória.
Elementos Estruturais (I):
- Enredo: desenrolar dos acontecimentos.
- Personagens: são seres que se movimentam, se relacionam e
dão lugar à trama que se estabelece na ação. Revelam-se por meio
de características físicas ou psicológicas. Os personagens podem
ser lineares (previsíveis), complexos, tipos sociais (trabalhador, es-
tudante, burguês etc.) ou tipos humanos (o medroso, o tímido, o
avarento etc.), heróis ou anti heróis, protagonistas ou antagonistas.
- Narrador: é quem conta a história.
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- Espaço: local da ação. Pode ser físico ou psicológico.
- Tempo: época em que se passa a ação.
- Cronológico: o tempo convencional (horas, dias, meses);
- Psicológico: o tempo interior, subjetivo.
Elementos Estruturais (II):
Personagens Quem? Protagonista/Antagonista
Acontecimento O quê? Fato
Tempo Quando? Época em que ocorreu o fato
Espaço Onde? Lugar onde ocorreu o fato
Modo Como? De que forma ocorreu o fato
Causa Por quê? Motivo pelo qual ocorreu o fato
Resultado - previsível ou imprevisível.
Final - Fechado ou Aberto.
Esses elementos estruturais combinam-se e articulam-se de
tal forma, que não é possível compreendê-los isoladamente, como
simples exemplos de uma narração. Há uma relação de implicação
mútua entre eles, para garantir coerência e verossimilhança à his-
tória narrada.
Quanto aos elementos da narrativa, esses não estão, obrigato-
riamente sempre presentes no discurso, exceto as personagens ou
o fato a ser narrado.
TIPOS DE DISCURSO
Discurso direto
É a fala da personagem reproduzida fielmente pelo narrador,
ou seja, reproduzida nos termos em que foi expressa.
— Bonito papel! Quase três da madrugada e os senhores com-
pletamente bêbados, não é?
Foi aí que um dos bêbados pediu:
— Sem bronca, minha senhora. Veja logo qual de nós quatro é
o seu marido que os outros querem ir para casa.
(Stanislaw Ponte Preta)
Observe que, no exemplo dado, a fala da personagem é intro-
duzida por um travessão, que deve estar alinhado dentro do pará-
grafo.
O narrador, ao reproduzir diretamente a fala das personagens,
conserva características do linguajar de cada uma, como termos de
gíria, vícios de linguagem, palavrões, expressões regionais ou caco-
etes pessoais.
O discurso direto geralmente apresenta verbos de elocução (ou
declarativos ou dicendi) que indicam quem está emitindo a mensa-
gem.
Os verbos declarativos ou de elocução mais comuns são:
acrescentar
afirmar
concordar
consentir
contestar
continuar
declamar
determinar
dizer
esclarecer
exclamar
explicar
gritar
indagar
insistir
interrogar
interromper
intervir
mandar
ordenar, pedir
perguntar
prosseguir
protestar
reclamar
repetir
replicar
responder
retrucar
solicitar
Os verbos declarativos podem, além de introduzir a fala, indicar
atitudes, estados interiores ou situações emocionais das persona-
gens como, por exemplo, os verbos protestar, gritar, ordenar e ou-
tros. Esse efeito pode ser também obtido com o uso de adjetivos ou
advérbios aliados aos verbos de elocução: falou calmamente, gritou
histérica, respondeu irritada, explicou docemente.
Exemplo:
— O amor, prosseguiu sonhadora, é a grande realização de nos-
sas vidas.
Ao utilizar o discurso direto – diálogos (com ou sem travessão)
entre as personagens –, você deve optar por um dos três estilos a
seguir:
Estilo 1:
João perguntou:
— Que tal o carro?
Estilo 2:
João perguntou: “Que tal o carro?” (As aspas são optativas)
Antônio respondeu: “horroroso” (As aspas são optativas)
Estilo 3:
Verbos de elocução no meio da fala:
— Estou vendo, disse efusivamente João, que você adorou o
carro.
— Você, retrucou Antônio, está completamente enganado.
Verbos de elocução no fim da fala:
— Estou vendo que você adorou o carro — disse efusivamente
João.
— Você está completamente enganado — retrucou Antônio.
Os trechos que apresentam verbos de elocução podem vir com
travessões ou com vírgulas. Observe os seguintes exemplos:
— Não posso, disse ela daí a alguns instantes, não deixo meu
filho. (Machado de Assis)
— Não vá sem eu lhe ensinar a minha filosofia da miséria, disse
ele, escarrachando-se diante de mim. (Machado de Assis)
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— Vale cinquenta, ponderei; Sabina sabe que custou cinquenta
e oito. (Machado de Assis)
— Ainda não, respondi secamente. (Machado de Assis)
Verbos de elocução depois de orações interrogativas e excla-
mativas:
— Nunca me viu? perguntou Virgília vendo que a encarava com
insistência. (Machado de Assis)
— Para quê? interrompeu Sabina. (Machado de Assis)
— Isso nunca; não faço esmolas! disse ele. (Machado de Assis)
Observe que os verbos de elocução aparecem em letras minús-
culas depois dos pontos de exclamação e interrogação.
Discurso indireto
No discurso indireto, o narrador exprime indiretamente a fala
da personagem. O narrador funciona como testemunha auditiva e
passa para o leitor o que ouviu da personagem. Na transcrição, o
verbo aparece na terceira pessoa, sendo imprescindível a presen-
ça de verbos dicendi (dizer, responder, retrucar, replicar, perguntar,
pedir, exclamar, contestar, concordar, ordenar, gritar, indagar, de-
clamar, afirmar, mandar etc.), seguidos dos conectivos que (dicendi
afirmativo) ou se (dicendi interrogativo) para introduzir a fala da
personagem na voz do narrador.
A certo ponto da conversação, Glória me disse que desejava
muito conhecer Carlota e perguntou por que não a levei comigo.
(Ciro dos Anjos)
Fui ter com ela, e perguntei se a mãe havia dito alguma coisa;
respondeu-me que não.
(Machado de Assis)
Discurso indireto livre
Resultante da mistura dos discursos direto e indireto, existe
uma terceira modalidade de técnica narrativa, o chamado discurso
indireto livre, processode grande efeito estilístico. Por meio dele,
o narrador pode, não apenas reproduzir indiretamente falas das
personagens, mas também o que elas não falam, mas pensam, so-
nham, desejam etc. Neste caso, discurso indireto livre corresponde
ao monólogo interior das personagens, mas expresso pelo narrador.
As orações do discurso indireto livre são, em regra, indepen-
dentes, sem verbos dicendi, sem pontuação que marque a passa-
gem da fala do narrador para a da personagem, mas com transpo-
sições do tempo do verbo (pretérito imperfeito) e dos pronomes
(terceira pessoa). O foco narrativo deve ser de terceira pessoa. Esse
discurso é muito empregado na narrativa moderna, pela fluência e
ritmo que confere ao texto.
Fabiano ouviu o relatório desconexo do bêbado, caiu numa in-
decisão dolorosa. Ele também dizia palavras sem sentido, conversa
à toa. Mas irou-se com a comparação, deu marradas na parede. Era
bruto, sim senhor, nunca havia aprendido, não sabia explicar-se.
Estava preso por isso? Como era? Então mete- se um homem na
cadeia por que ele não sabe falar direito?
(Graciliano Ramos)
Observe que se o trecho “Era bruto, sim” estivesse um discur-
so direto, apresentaria a seguinte formulação: Sou bruto, sim; em
discurso indireto: Ele admitiu que era bruto; em discurso indireto
livre: Era bruto, sim.
Para produzir discurso indireto livre que exprima o mundo inte-
rior da personagem (seus pensamentos, desejos, sonhos, fantasias
etc.), o narrador precisa ser onisciente. Observe que os pensamen-
tos da personagem aparecem, no trecho transcrito, principalmente
nas orações interrogativas, entremeadas com o discurso do narra-
dor.
Transposição de discurso
Na narração, para reconstituir a fala da personagem, utiliza-se
a estrutura de um discurso direto ou de um discurso indireto. O
domínio dessas estruturas é importante tanto para se empregar
corretamente os tipos de discurso na redação.
Os sinais de pontuação (aspas, travessão, dois-pontos) e outros
recursos como grifo ou itálico, presentes no discurso direto, não
aparecem no discurso indireto, a não ser que se queira insistir na
atribuição do enunciado à personagem, não ao narrador. Tal insis-
tência, porém, é desnecessária e excessiva, pois, se o texto for bem
construído, a identificação do discurso indireto livre não oferece
dificuldade.
Discurso Direto
• Presente
A enfermeira afirmou:
– É uma menina.
• Pretérito perfeito
– Já esperei demais, retrucou com indignação.
• Futuro do presente
Pedrinho gritou:
– Não sairei do carro.
• Imperativo
Olhou-a e disse secamente:
– Deixe-me em paz.
Outras alterações
• Primeira ou segunda pessoa
Maria disse:
– Não quero sair com Roberto hoje.
• Vocativo
– Você quer café, João?, perguntou a prima.
• Objeto indireto na oração principal
A prima perguntou a João se ele queria café.
• Forma interrogativa ou imperativa
Abriu o estojo, contou os lápis e depois perguntou ansiosa:
– E o amarelo?
• Advérbios de lugar e de tempo
aqui, daqui, agora, hoje, ontem, amanhã
• Pronomes demonstrativos e possessivos
essa(s), esta(s)
esse(s), este(s)
isso, isto
meu, minha
teu, tua
nosso, nossa
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Discurso Indireto
• Pretérito imperfeito
A enfermeira afirmou que era uma menina.
• Futuro do pretérito
Pedrinho gritou que não sairia do carro.
• Pretérito mais-que-perfeito
Retrucou com indignação que já esperara (ou tinha esperado)
demais.
• Pretérito imperfeito do subjuntivo
Olhou-a e disse secamente que o deixasse em paz.
Outras alterações
• Terceira pessoa
Maria disse que não queria sair com Roberto naquele dia.
• Objeto indireto na oração principal
A prima perguntou a João se ele queria café.
• Forma declarativa
Abriu o estojo, contou os lápis e depois perguntou ansiosa pelo
amarelo.
lá, dali, de lá, naquele momento, naquele dia, no dia anterior, na
véspera, no dia seguinte, aquela(s), aquele(s), aquilo, seu, sua
(dele, dela), seu, sua (deles, delas)
PONTO DE VISTA OU IDEIA CENTRAL DEFENDIDA PELO AU-
TOR
O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes
sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos de
vista diferentes. É considerado o elemento da narração que com-
preende a perspectiva através da qual se conta a história. Trata-se
da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar de existir
diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma narrativa, con-
sidera-se dois pontos de vista como fundamentais: O narrador-ob-
servador e o narrador-personagem.
Primeira pessoa
Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto
de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos
o livro com a sensação de termos a visão do personagem poden-
do também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma
leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas
vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e
só descobrimos ao decorrer da história.
Segunda pessoa
O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um diá-
logo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se sinta
quase como outro personagem que participa da história.
Terceira pessoa
Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas obser-
vasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa em
primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como al-
guém que estivesse apenas contando o que cada personagem disse.
Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será transmi-
tida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história é contada
por mais de um ser fictício, a transição do ponto de vista de um para
outro deve ser bem clara, para que quem estiver acompanhando a
leitura não fique confuso.
ARGUMENTAÇÃO
— Definição
Argumentação é um recurso expressivo da linguagem
empregado nas produções textuais que objetivam estimular as
reflexões críticas e o diálogo, a partir de um grupo de proposições.
A elaboração de um texto argumentativo requer coerência e
coesão, ou seja, clareza de ideia e o emprego adequado das
normas gramaticais. Desse modo, a ação de argumentar promove
a potencialização das capacidades intelectuais, visto que se pauta
expressão de ideias e em pontos de vista ordenados e estabelecidos
com base em um tema específico, visando, especialmente,
persuadir o receptor da mensagem. É importante ressaltar que a
argumentação compreende, além das produções textuais escritas,
as propagandas publicitárias, os debates políticos, os discursos
orais, entre outros.
Os tipos de argumentação
– Argumentação de autoridade: recorre-se a uma
personalidade conhecida por sua atuação em uma determinada
área ou a uma renomada instituição de pesquisa para enfatizar os
conceitos influenciar a opinião do leitor. Por exemplo, recorrer ao
parecer de um médico infectologista para prevenir as pessoas sobre
os riscos de contrair o novo corona vírus.
– Argumentação histórica: recorre-se a acontecimentos e
marcos da história que remetem ao assunto abordado. Exemplo:
“A desigualdade social no Brasil nos remete às condutas racistas
desempenhadas instituições e pela população desde o início do
século XVI, conhecido como período escravista.”
– Argumentação de exemplificação: recorre a narrativas do
cotidiano para chamar a atenção para um problema e, com isso,
auxiliar na fundamentação de uma opinião a respeito. Exemplo:
“Os casos de feminicídio e de agressões domésticas sofridas pelas
mulheres no país são evidenciados pelos sucessivos episódios de
violência vividos por Maria da Penha no período em que ela esteve
casada com seu ex-esposo. Esses episódios motivaram a criação de
uma lei que leva seu nome, e que visa à garantia da segurança das
mulheres.”
– Argumentação de comparação: equipara ideias divergentes
com o propósito de construir uma perspectiva indicando as
diferenças ou as similaridades entre os conceitos abordados.
Exemplo: No reino Unido, os desenvolvimentos na educação
passaram, em duas décadas, por sucessivaspolíticas destinadas
ao reconhecimento do professor e à sua formação profissional. No
Brasil, no entanto, ainda existe um um déficit na formação desses
profissionais, e o piso nacional ainda é muito insuficiente.”
– Argumentação por raciocínio lógico: recorre-se à relação
de causa e efeito, proporcionando uma interpretação voltada
diretamente para o parecer defendido pelo emissor da mensagem.
Exemplo: “Promover o aumento das punições no sistema penal
em diversos países não reduziu os casos de violência nesses locais,
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assim, resultados semelhantes devem ser observados se o sistema
penal do Brasil aplicar maiores penas e rigor aos transgressores das
leis.”
Os gêneros argumentativos
– Texto dissertativo-argumentativo: esse texto apresenta um
tema, de modo que a argumentação é um recurso fundamental de
seu desenvolvimento. Por meio da argumentação, o autor defende
seu ponto de vista e realiza a exposição de seu raciocínio. Resenhas,
ensaios e artigos são alguns exemplos desse tipo de texto.
– Resenha crítica: a argumentação também é um recurso
fundamental desse tipo de texto, além de se caracterizar pelo pelo
juízo de valor, isto é, se baseia na exposição de ideias com grande
potencial persuasivo.
– Crônica argumentativa: esse tipo de texto se assemelha aos
artigos de opinião, e trata de temas e eventos do cotidiano. Ao
contrário das crônicas cômicas e históricas, a argumentativa recorre
ao juízo de valor para acordar um dado ponto de vista sempre com
vistas ao convencimento e à persuasão do leitor.
– Ensaio: por expor ideias, pensamentos e pontos de vista,
esse texto caracteriza-se como argumentativo. Recebe esse
nome exatamente por estar relacionado à ação de ensaiar, isto
é, demonstrar as proposições argumentativas com flexibilidade e
despretensão.
– Texto editorial: dentre os textos jornalísticos, o editorial é
aquele que faz uso da argumentação, pois se trata de uma produção
que considera a subjetividade do autor, pela sua natureza crítica e
opinativa.
– Artigos de opinião: são textos semelhantes aos editoriais, por
apresentarem a opinião ao autor acerca de assuntos atuais, porém,
em vez de uma síntese do tema, esses textos são elaborados por
especialistas, pois seu objetivo é fazer uso da argumentação para
propagar conhecimento.
ELEMENTOS DE COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS
Coesão e coerência são dois conceitos distintos, tanto que um
texto coeso pode ser incoerente, e vice-versa. O que existe em comum
entre os dois é o fato de constituírem mecanismos fundamentais
para uma produção textual satisfatória. Resumidamente, a coesão
textual se volta para as questões gramaticais, isto é, na articulação
interna do texto. Já a coerência textual tem seu foco na articulação
externa da mensagem.
— Coesão Textual
Consiste no efeito da ordenação e do emprego adequado
das palavras que proporcionam a ligação entre frases, períodos e
parágrafos de um texto. A coesão auxilia na sua organização e se
realiza por meio de palavras denominadas conectivos.
As técnicas de coesão
A coesão pode ser obtida por meio de dois mecanismos
principais, a anáfora e a catáfora. Por estarem relacionados à
mensagem expressa no texto, esses recursos classificam-se como
endofóricas. Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora
o antecipa, contribuindo com a ligação e a harmonia textual.
As regras de coesão
Para que se garanta a coerência textual, é necessário que as
regras relacionadas abaixo sejam seguidas.
Referência
– Pessoal: emprego de pronomes pessoais e possessivos.
Exemplo:
«Ana e Sara foram promovidas. Elas serão gerentes de
departamento.” Aqui, tem-se uma referência pessoal anafórica
(retoma termo já mencionado).
– Comparativa: emprego de comparações com base em
semelhanças.
Exemplo:
“Mais um dia como os outros…”. Temos uma referência
comparativa endofórica.
– Demonstrativa: emprego de advérbios e pronomes
demonstrativos.
Exemplo:
“Inclua todos os nomes na lista, menos este: Fred da Silva.”
Temos uma referência demonstrativa catafórica.
– Substituição: consiste em substituir um elemento, quer seja
nome, verbo ou frase, por outro, para que ele não seja repetido.
Analise o exemplo:
“Iremos ao banco esta tarde, elas foram pela manhã.”
Perceba que a diferença entre a referência e a substituição é
evidente principalmente no fato de que a substituição adiciona ao
texto uma informação nova. No exemplo usado para a referência, o
pronome pessoal retoma as pessoas “Ana e Sara”, sem acrescentar
quaisquer informações ao texto.
– Elipse: trata-se da omissão de um componente textual –
nominal, verbal ou frasal – por meio da figura denominando eclipse.
Exemplo:
“Preciso falar com Ana. Você a viu?” Aqui, é o contexto que
proporciona o entendimento da segunda oração, pois o leitor fica
ciente de que o locutor está procurando por Ana.
– Conjunção: é o termo que estabelece ligação entre as orações.
Exemplo:
“Embora eu não saiba os detalhes, sei que um acidente
aconteceu.” Conjunção concessiva.
– Coesão lexical: consiste no emprego de palavras que fazem
parte de um mesmo campo lexical ou que carregam sentido
aproximado. É o caso dos nomes genéricos, sinônimos, hiperônimos,
entre outros.
Exemplo:
“Aquele hospital público vive lotado. A instituição não está
dando conta da demanda populacional.”
— Coerência Textual
A Coerência é a relação de sentido entre as ideias de um texto
que se origina da sua argumentação – consequência decorrente
dos saberes conhecimentos do emissor da mensagem. Um texto
redundante e contraditório, ou cujas ideias introduzidas não
apresentam conclusão, é um texto incoerente. A falta de coerência
prejudica a fluência da leitura e a clareza do discurso. Isso quer dizer
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que a falta de coerência não consiste apenas na ignorância por parte
dos interlocutores com relação a um determinado assunto, mas da
emissão de ideias contrárias e do mal uso dos tempos verbais.
Observe os exemplos:
“A apresentação está finalizada, mas a estou concluindo até
o momento.” Aqui, temos um processo verbal acabado e um
inacabado.
“Sou vegana e só como ovos com gema mole.” Os veganos
não consomem produtos de origem animal.
Princípios Básicos da Coerência
– Relevância: as ideias têm que estar relacionadas.
– Não Contradição: as ideias não podem se contradizer.
– Não Tautologia: as ideias não podem ser redundantes.
Fatores de Coerência
– As inferências: se partimos do pressuposto que os
interlocutores partilham do mesmo conhecimento, as inferências
podem simplificar as informações.
Exemplo:
“Sempre que for ligar os equipamentos, não se esqueça de que
voltagem da lavadora é 220w”.
Aqui, emissor e receptor compartilham do conhecimento de
que existe um local adequado para ligar determinado aparelho.
– O conhecimento de mundo: todos nós temos uma bagagem
de saberes adquirida ao longo da vida e que é arquivada na nossa
memória. Esses conhecimentos podem ser os chamados scripts
(roteiros, tal como normas de etiqueta), planos (planejar algo
com um objetivo, tal como jogar um jogo), esquemas (planos de
funcionamento, como a rotina diária: acordar, tomar café da manhã,
sair para o trabalho/escola), frames (rótulos), etc.
Exemplo:
“Coelhinho e ovos de chocolate! Vai ser um lindo Natal!”
O conhecimento cultural nos leva a identificar incoerência na
frase, afinal, “coelho” e “ovos de chocolate” são elementos, os
chamados frames, que pertencem à comemoração de Páscoa, e
nada têm a ver com o Natal.
INTERTEXTUALIDADE
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualidade
como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já
existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem
funções diferentes quedependem muito dos textos/contextos em
que ela é inserida.
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura,
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois
textos caracterizada por um citar o outro.
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando
um texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira,
se utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos
– a fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero
ou de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos
diferentes. Assim, como você constatou, uma história em
quadrinhos pode utilizar algo de um texto científico, assim como
um poema pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de
opinião pode mencionar um provérbio conhecido.
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com
outras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao
tomá-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao
ironizá-lo ou ao compará-lo com outros.
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos,
desenhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos
expressamos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que já foram
formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo
contradizê-los. Em outras palavras, não há textos absolutamente
originais, pois eles sempre – de maneira explícita ou implícita –
mantêm alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido.
Tipos de Intertextualidade
A intertextualidade acontece quando há uma referência
explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode
ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme,
novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a
intertextualidade.
Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo,
um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um
diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando
as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as.
– Paráfrase: as palavras são mudadas, porém a ideia do texto
é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar,
reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer
com outras palavras o que já foi dito.
– Paródia: é uma forma de contestar ou ridicularizar outros
textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso
é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes.
Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original
é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma
reflexão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente, com
esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos
e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e
da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa
arte, frequentemente os discursos de políticos são abordados
de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também
reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe dominante.
– Epígrafe: é um recurso bastante utilizado em obras, textos
científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que
consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma
relação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo
“epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e
“graphé” (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre
Patrimônio Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322
a.C.): “A cultura é o melhor conforto para a velhice”.
– Citação: é o Acréscimo de partes de outras obras numa
produção textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem
expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro
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autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação
sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o
termo “citação” (citare) significa convocar.
– Alusão: faz referência aos elementos presentes em outros
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
– Pastiche: é uma recorrência a um gênero.
– Tradução está no campo da intertextualidade porque implica
a recriação de um texto.
Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao
“conhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja,
comum ao produtor e ao receptor de textos.
A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito
amplo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de
remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos,
além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função
daquela citação ou alusão em questão.
Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita
A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou
implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte,
ou seja, se mais direta ou se mais subentendida.
– Intertextualidade explícita:
– é facilmente identificada pelos leitores;
– estabelece uma relação direta com o texto fonte;
– apresenta elementos que identificam o texto fonte;
– não exige que haja dedução por parte do leitor;
– apenas apela à compreensão do conteúdos.
– Intertextualidade implícita:
– não é facilmente identificada pelos leitores;
– não estabelece uma relação direta com o texto fonte;
– não apresenta elementos que identificam o texto fonte;
– exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por
parte dos leitores;
– exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para
a compreensão do conteúdo.
INFERÊNCIAS
Definição
Em contraste com as informações explícitas, que são expressas
de forma direta no texto, as informações implícitas não são apre-
sentadas da mesma maneira. Em muitos casos, para uma leitura
eficaz, é necessário ir além do que está explicitamente mencionado,
ou seja, é preciso inferir as informações contidas no texto para de-
cifrar as entrelinhas.
Inferência: quer dizer concluir alguma coisa com base em ou-
tra já conhecida. Fazer inferências é uma habilidade essencial para
a interpretação correta dos enunciados e dos textos. As principais
informações que podem ser inferidas recebem o nome de suben-
tendidas e pressupostas.
Informação pressuposta: é aquela que depende do enunciado
para gerar sentido. Analise o seguinte exemplo: “Arnaldo retornará
para casa?”, o enunciado, nesse caso, somente fará sentido se for
levado em consideração que Arnaldo saiu de casa, pelo menos pro-
visoriamente – e essa é a informação pressuposta.
O fato de Arnaldo encontrar-se em casa invalidará o enuncia-
do. Observe que as informações pressupostas estão assinaladas por
meio de termos e expressões expostos no próprio enunciado e im-
plicam um critério lógico. Desse modo, no enunciado “Arnaldo ain-
da não retornou para casa”, o termo “ainda” aponta que o retorno
de Arnaldo para casa é dado como certo pelo enunciado.
Informação subentendida: diversamente à informação pres-
suposta, a subentendida não é assinalada no enunciado, sendo,
portanto, apenas uma sugestão, isto é, pode ser percebida como
insinuações. O emprego do subentendido “camufla” o enunciado
por trás de uma declaração, pois, nesse caso, ele não quer se com-
prometer com ela.
Em razão disso, pode-se afirmar que as informações são de
responsabilidade do receptor da fala, ao passo que as pressupos-
tas são comuns tanto aos falantes quanto aos receptores. As infor-
mações subentendidas circundam nosso dia a dia nas anedotas e
na publicidade, por exemplo; enquanto a primeira consiste em um
gênero textual cujo sentido está profundamente submetidoà rup-
tura dos subentendidos, a segunda se baseia nos pensamentos e
comportamentos sociais para produzir informações subentendidas.
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRA-
FOS
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do
texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as
ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto.
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento
e o do leitor.
Parágrafo
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma-
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto
dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela-
cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre-
sentada na introdução.
Embora existam diferentes formas de organização de parágra-
fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís-
ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em
três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem
a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em
parágrafos curtos, é raro haver conclusão.
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo
escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria
prova.
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Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e
ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possível
usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até
citações de pessoas que tenham autoridade no assunto.
Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado
e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras
diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma
pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias
conclusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento.
Outro aspecto que merece especial atenção são os conecto-
res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais
fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as
ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do perí-
odo, e o tópico que o antecede.
Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto
ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também
para a clareza do texto.
Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér-
bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas
vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro,
sem coerência.
Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta-
tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores.
Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es-
trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento
mais direto.
TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAIS
Definições e diferenciação: tipos textuais e gêneros textuais
são dois conceitos distintos, cada qual com sua própria linguagem
e estrutura. Os tipos textuais gêneros se classificam em razão
da estrutura linguística, enquanto os gêneros textuais têm sua
classificação baseada na forma de comunicação. Assim, os gêneros
são variedades existente no interior dos modelos pré-estabelecidos
dos tipos textuais. A definição de um gênero textual é feita a partir
dos conteúdos temáticos que apresentam sua estrutura específica.
Logo, para cada tipo de texto, existem gêneros característicos.
Como se classificam os tipos e os gêneros textuais
As classificações conforme o gênero podem sofrer mudanças
e são amplamente flexíveis. Os principais gêneros são: romance,
conto, fábula, lenda, notícia, carta, bula de medicamento, cardápio
de restaurante, lista de compras, receita de bolo, etc. Quanto aos
tipos, as classificações são fixas, e definem e distinguem o texto
com base na estrutura e nos aspectos linguísticos. Os tipos textuais
são: narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo.
Resumindo, os gêneros textuais são a parte concreta, enquanto
as tipologias integram o campo das formas, da teoria. Acompanhe
abaixo os principais gêneros textuais inseridos e como eles se
inserem em cada tipo textual:
Texto narrativo: esse tipo textual se estrutura em: apresentação,
desenvolvimento, clímax e desfecho. Esses textos se caracterizam
pela apresentação das ações de personagens em um tempo e
espaço determinado. Os principais gêneros textuais que pertencem
ao tipo textual narrativo são: romances, novelas, contos, crônicas
e fábulas.
Texto descritivo: esse tipo compreende textos que descrevem
lugares ou seres ou relatam acontecimentos. Em geral, esse tipo de
texto contém adjetivos que exprimem as emoções do narrador, e,
em termos de gêneros, abrange diários, classificados, cardápios de
restaurantes, folhetos turísticos, relatos de viagens, etc.
Texto expositivo: corresponde ao texto cuja função é transmitir
ideias utilizando recursos de definição, comparação, descrição,
conceituação e informação. Verbetes de dicionário, enciclopédias,
jornais, resumos escolares, entre outros, fazem parte dos textos
expositivos.
Texto argumentativo: os textos argumentativos têm o objetivo
de apresentar um assunto recorrendo a argumentações, isto é,
caracteriza-se por defender um ponto de vista. Sua estrutura é
composta por introdução, desenvolvimento e conclusão. Os textos
argumentativos compreendem os gêneros textuais manifesto e
abaixo-assinado.
Texto injuntivo: esse tipo de texto tem como finalidade de
orientar o leitor, ou seja, expor instruções, de forma que o emissor
procure persuadir seu interlocutor. Em razão disso, o emprego de
verbos no modo imperativo é sua característica principal. Pertencem
a este tipo os gêneros bula de remédio, receitas culinárias, manuais
de instruções, entre outros.
Texto prescritivo: essa tipologia textual tem a função de instruir
o leitor em relação ao procedimento. Esses textos, de certa forma,
impedem a liberdade de atuação do leitor, pois decretam que ele
siga o que diz o texto. Os gêneros que pertencem a esse tipo de
texto são: leis, cláusulas contratuais, edital de concursos públicos.
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual narrativo
Romance
É um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem
definidosl. Pode ter partes em que o tipo narrativo dá lugar ao des-
critivo em função da caracterização de personagens e lugares. As
ações são mais extensas e complexas. Pode contar as façanhas de
um herói em uma história de amor vivida por ele e uma mulher,
muitas vezes, “proibida” para ele. Entretanto, existem romances
com diferentes temáticas: romances históricos (tratam de fatos li-
gados a períodos históricos), romances psicológicos (envolvem as
reflexões e conflitos internos de um personagem), romances sociais
(retratam comportamentos de uma parcela da sociedade com vis-
tas a realização de uma crítica social). Para exemplo, destacamos
os seguintes romancistas brasileiros: Machado de Assis, Guimarães
Rosa, Eça de Queiroz, entre outros.
Conto
É um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa,
que conta situações rotineiras, anedotas e até folclores. Inicialmen-
te, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reproduzi-
-lo de forma escrita com a publicação de Decamerão.
Ele é um gênero da esfera literária e se caracteriza por ser uma
narrativa densa e concisa, a qual se desenvolve em torno de uma
única ação. Geralmente, o leitor é colocado no interior de uma ação
já em desenvolvimento. Não há muita especificação sobre o antes
e nem sobre o depois desse recorte que é narrado no conto. Há a
construção de uma tensão ao longo de todo o conto.
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Diversos contos são desenvolvidos na tipologiatextual narrati-
va: conto de fadas, que envolve personagens do mundo da fantasia;
contos de aventura, que envolvem personagens em um contexto
mais próximo da realidade; contos folclóricos (conto popular); con-
tos de terror ou assombração, que se desenrolam em um contexto
sombrio e objetivam causar medo no expectador; contos de misté-
rio, que envolvem o suspense e a solução de um mistério.
Fábula
É um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As
personagens principais não são humanos e a finalidade é transmitir
alguma lição de moral.
Novela
É um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevi-
dade do romance e a brevidade do conto. Esse gênero é constituído
por uma grande quantidade de personagens organizadas em dife-
rentes núcleos, os quais nem sempre convivem ao longo do enredo.
Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista,
de Machado de Assis, e A Metamorfose, de Kafka.
Crônica
É uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com
linguagem coloquial. Pode ter um tom humorístico ou um toque de
crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou arti-
go de jornal, revistas e programas da TV. Há na literatura brasileira
vários cronistas renomados, dentre eles citamos para seu conhe-
cimento: Luís Fernando Veríssimo, Rubem Braga, Fernando Sabido
entre outros.
Diário
É escrito em linguagem informal, sempre consta a data e não
há um destinatário específico, geralmente, é para a própria pessoa
que está escrevendo, é um relato dos acontecimentos do dia. O
objetivo desse tipo de texto é guardar as lembranças e em alguns
momentos desabafar. Veja um exemplo:
“Domingo, 14 de junho de 1942
Vou começar a partir do momento em que ganhei você, quando
o vi na mesa, no meio dos meus outros presentes de aniversário. (Eu
estava junto quando você foi comprado, e com isso eu não contava.)
Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que não é
de espantar; afinal, era meu aniversário. Mas não me deixam le-
vantar a essa hora; por isso, tive de controlar minha curiosidade até
quinze para as sete. Quando não dava mais para esperar, fui até a
sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu as boas-vindas, esfre-
gando-se em minhas pernas.”
Trecho retirado do livro “Diário de Anne Frank”.
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual descri-
tivo
Currículo
É um gênero predominantemente do tipo textual descritivo.
Nele são descritas as qualificações e as atividades profissionais de
uma determinada pessoa.
Laudo
É um gênero predominantemente do tipo textual descritivo.
Sua função é descrever o resultado de análises, exames e perícias,
tanto em questões médicas como em questões técnicas.
Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos
descritivos são: folhetos turísticos; cardápios de restaurantes; clas-
sificados; etc.
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual expo-
sitivo
Resumos e Resenhas
O autor faz uma descrição breve sobre a obra (pode ser cine-
matográfica, musical, teatral ou literária) a fim de divulgar este tra-
balho de forma resumida.
Na verdade resumo e/ou resenha é uma análise sobre a obra,
com uma linguagem mais ou menos formal, geralmente os rese-
nhistas são pessoas da área devido o vocabulário específico, são
estudiosos do assunto, e podem influenciar a venda do produto de-
vido a suas críticas ou elogios.
Verbete de dicionário
Gênero predominantemente expositivo. O objetivo é expor
conceitos e significados de palavras de uma língua.
Relatório Científico
Gênero predominantemente expositivo. Descreve etapas de
pesquisa, bem como caracteriza procedimentos realizados.
Conferência
Predominantemente expositivo. Pode ser argumentativo tam-
bém. Expõe conhecimentos e pontos de vistas sobre determinado
assunto. Gênero executado, muitas vezes, na modalidade oral.
Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos
expositivos são: enciclopédias; resumos escolares; etc.
Gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos
Artigo de Opinião
É comum1 encontrar circulando no rádio, na TV, nas revistas,
nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posição por parte
dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso, o autor geralmen-
te apresenta seu ponto de vista sobre o tema em questão através
do artigo de opinião.
Nos tipos textuais argumentativos, o autor geralmente tem
a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa
apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opini-
ões.
O artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais
do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar.
Discurso Político
O discurso político2 é um texto argumentativo, fortemente per-
suasivo, em nome do bem comum, alicerçado por pontos de vista
do emissor ou de enunciadores que representa, e por informações
1 http://www.odiarioonline.com.br/noticia/43077/VENDEDOR-BRASILEIRO-ESTA-MENOS-
-SIMPATICO
2 https://www.infopedia.pt/$discurso-politico
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compartilhadas que traduzem valores sociais, políticos, religiosos
e outros. Frequentemente, apresenta-se como uma fala coletiva
que procura sobrepor-se em nome de interesses da comunidade
e constituir norma de futuro. Está inserido numa dinâmica social
que constantemente o altera e ajusta a novas circunstâncias. Em
períodos eleitorais, a sua maleabilidade permite sempre uma res-
posta que oscila entre a satisfação individual e os grandes objetivos
sociais da resolução das necessidades elementares dos outros.
Hannah Arendt (em The Human Condition) afirma que o dis-
curso político tem por finalidade a persuasão do outro, quer para
que a sua opinião se imponha, quer para que os outros o admirem.
Para isso, necessita da argumentação, que envolve o raciocínio, e
da eloquência da oratória, que procura seduzir recorrendo a afetos
e sentimentos.
O discurso político é, provavelmente, tão antigo quanto a vida
do ser humano em sociedade. Na Grécia antiga, o político era o
cidadão da “pólis” (cidade, vida em sociedade), que, responsável
pelos negócios públicos, decidia tudo em diálogo na “agora” (praça
onde se realizavam as assembleias dos cidadãos), mediante pala-
vras persuasivas. Daí o aparecimento do discurso político, baseado
na retórica e na oratória, orientado para convencer o povo.
O discurso político implica um espaço de visibilidade para o ci-
dadão, que procura impor as suas ideias, os seus valores e projetos,
recorrendo à força persuasiva da palavra, instaurando um processo
de sedução, através de recursos estéticos como certas construções,
metáforas, imagens e jogos linguísticos. Valendo-se da persuasão e
da eloquência, fundamenta-se em decisões sobre o futuro, prome-
tendo o que pode ser feito.
Requerimento
Predominantemente dissertativo-argumentativo. O requeri-
mento tem a função de solicitar determinada coisa ou procedimen-
to. Ele é dissertativo-argumentativo pela presença de argumenta-
ção com vistas ao convencimento
Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos
argumentativos são: abaixo-assinados; manifestos; sermões; etc.
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual injun-
tivo
Bulas de remédio
A bula de remédio traz também o tipo textual descritivo. Nela
aparecem as descrições sobre a composição do remédio bem como
instruções quanto ao seu uso.
Manual de instruções
O manual de instruções tem como objetivo instruir sobre os
procedimentos de uso ou montagem de um determinado equipa-
mento.
Exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos injunti-
vos são: receitas culinárias, instruções em geral.
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual prescri-
tivo
Exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos prescri-
tivos são: leis; cláusulas contratuais; edital de concursos públicos;
receitas médicas, etc.
Outros Exemplos
Carta
Esta, dependendo do destinatário pode ser informal, quando é
destinada a algum amigo ou pessoa com quem se tem intimidade.E
formal quando destinada a alguém mais culto ou que não se tenha
intimidade.
Dependendo do objetivo da carta a mesma terá diferentes es-
tilos de escrita, podendo ser dissertativa, narrativa ou descritiva. As
cartas se iniciam com a data, em seguida vem a saudação, o corpo
da carta e para finalizar a despedida.
Propaganda
Este gênero aparece também na forma oral, diferente da maio-
ria dos outros gêneros. Suas principais características são a lingua-
gem argumentativa e expositiva, pois a intenção da propaganda é
fazer com que o destinatário se interesse pelo produto da propa-
ganda. O texto pode conter algum tipo de descrição e sempre é
claro e objetivo.
Notícia
Este é um dos tipos de texto que é mais fácil de identificar. Sua
linguagem é narrativa e descritiva e o objetivo desse texto é infor-
mar algo que aconteceu.
A notícia é um dos principais tipos de textos jornalísticos exis-
tentes e tem como intenção nos informar acerca de determinada
ocorrência. Bastante recorrente nos meios de comunicação em ge-
ral, seja na televisão, em sites pela internet ou impresso em jornais
ou revistas.
Caracteriza-se por apresentar uma linguagem simples, clara,
objetiva e precisa, pautando-se no relato de fatos que interessam
ao público em geral. A linguagem é clara, precisa e objetiva, uma
vez que se trata de uma informação.
Editorial
O editorial é um tipo de texto jornalístico que geralmente apa-
rece no início das colunas. Diferente dos outros textos que com-
põem um jornal, de caráter informativo, os editoriais são textos
opinativos.
Embora sejam textos de caráter subjetivo, podem apresentar
certa objetividade. Isso porque são os editoriais que apresentam
os assuntos que serão abordados em cada seção do jornal, ou seja,
Política, Economia, Cultura, Esporte, Turismo, País, Cidade, Classifi-
cados, entre outros.
Os textos são organizados pelos editorialistas, que expressam
as opiniões da equipe e, por isso, não recebem a assinatura do au-
tor. No geral, eles apresentam a opinião do meio de comunicação
(revista, jornal, rádio, etc.).
Tanto nos jornais como nas revistas podemos encontrar os edi-
toriais intitulados como “Carta ao Leitor” ou “Carta do Editor”.
Em relação ao discurso apresentado, esse costuma se apoiar
em fatos polêmicos ligados ao cotidiano social. E quando falamos
em discurso, logo nos atemos à questão da linguagem que, mesmo
em se tratando de impressões pessoais, o predomínio do padrão
formal, fazendo com que prevaleça o emprego da 3ª pessoa do sin-
gular, ocupa lugar de destaque.
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2020
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Reportagem
Reportagem é um texto jornalístico amplamente divulgado nos
meios de comunicação de massa. A reportagem informa, de modo
mais aprofundado, fatos de interesse público. Ela situa-se no ques-
tionamento de causa e efeito, na interpretação e no impacto, so-
mando as diferentes versões de um mesmo acontecimento.
A reportagem não possui uma estrutura rígida, mas geralmen-
te costuma estabelecer conexões com o fato central, anunciado no
que chamamos de lead. A partir daí, desenvolve-se a narrativa do
fato principal, ampliada e composta por meio de citações, trechos
de entrevistas, depoimentos, dados estatísticos, pequenos resu-
mos, dentre outros recursos. É sempre iniciada por um título, como
todo texto jornalístico.
O objetivo de uma reportagem é apresentar ao leitor várias
versões para um mesmo fato, informando-o, orientando-o e contri-
buindo para formar sua opinião.
A linguagem utilizada nesse tipo de texto é objetiva, dinâmi-
ca e clara, ajustada ao padrão linguístico divulgado nos meios de
comunicação de massa, que se caracteriza como uma linguagem
acessível a todos os públicos, mas pode variar de formal para mais
informal dependendo do público a que se destina. Embora seja im-
pessoal, às vezes é possível perceber a opinião do repórter sobre os
fatos ou sua interpretação.3
Gêneros Textuais e Gêneros Literários
Conforme o próprio nome indica, os gêneros textuais se refe-
rem a qualquer tipo de texto, enquanto os gêneros literários se re-
ferem apenas aos textos literários.
Os gêneros literários são divisões feitas segundo características
formais comuns em obras literárias, agrupando-as conforme crité-
rios estruturais, contextuais e semânticos, entre outros.
- Gênero lírico;
- Gênero épico ou narrativo;
- Gênero dramático.
Gênero Lírico
É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no po-
ema e que nem sempre corresponde à do autor) exprime suas emo-
ções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente
os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da
função emotiva da linguagem.
Elegia
Um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a mor-
te é elevada como o ponto máximo do texto. O emissor expressa
tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema
melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e Yufa, de William
Shakespeare.
Epitalâmia
Um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites ro-
mânticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é
a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais.
3 CEREJA, William Roberto & MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e interação.
São Paulo, Atual Editora, 2000
Ode (ou hino)
É o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à
pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a
alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com acom-
panhamento musical.
Idílio (ou écloga)
Poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à
natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema
bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas
e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais
a paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com
diálogos (muito rara).
Sátira
É o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém
ou a algo, em tom sério ou irônico. Tem um forte sarcasmo, pode
abordar críticas sociais, a costumes de determinada época, assun-
tos políticos, ou pessoas de relevância social.
Acalanto
Canção de ninar.
Acróstico
Composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso for-
mam uma palavra ou frase. Ex.:
Amigos são
Muitas vezes os
Irmãos que escolhemos.
Zelosos, eles nos
Ajudam e
Dedicam-se por nós, para que nossa relação seja verdadeira e
Eterna
https://www.todamateria.com.br/acrostico/
Balada
Uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas
de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se
destinam à dança.
Canção (ou Cantiga, Trova)
Poema oral com acompanhamento musical.
Gazal (ou Gazel)
Poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio.
Soneto
É um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quarte-
tos e dois tercetos.
Vilancete
São as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escár-
nio e de maldizer); satíricas, portanto.
Gênero Épico ou Narrativo
Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos
eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com o passar dos anos,
o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do
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gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de
prosa com características diferentes: o romance, a novela, o conto,
a crônica, a fábula.
Épico (ou Epopeia)
Os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de
um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens,
gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exalta-
ção, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exem-
plos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisseia, de Homero.
Ensaio
É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático,
expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de
certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado.
Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e
subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico,político, social,
cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em for-
malidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de
caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a tolerância, de John Lo-
cke.
Gênero Dramático
Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse
tipo de texto, não há um narrador contando a história. Ela “aconte-
ce” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os
papéis das personagens nas cenas.
Tragédia
É a representação de um fato trágico, suscetível de provocar
compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era “uma re-
presentação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em
linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando
dó e terror”. Ex.: Romeu e Julieta, de Shakespeare.
Farsa
A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de
processos como o absurdo, as incongruências, os equívocos, a ca-
ricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o
engano.
Comédia
É a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento
comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada às festas popu-
lares.
Tragicomédia
Modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômi-
cos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário.
Poesia de cordel
Texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo
linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da
realidade vivida por este povo.
Discurso Religioso4
A Análise Crítica do Discurso (ADC) tem como fulcro a aborda-
gem das relações (internas e recíprocas) entre linguagem e socie-
dade. Os textos produzidos socialmente em eventos autênticos são
resultantes da estruturação social da linguagem que os consome
e os faz circular. Por outro lado, esses mesmos textos são também
potencialmente transformadores dessa estruturação social da lin-
guagem, assim como os eventos sociais são tanto resultado quanto
substrato dessas estruturas sociais.
O discurso religioso é “aquele em que há uma relação espon-
tânea com o sagrado” sendo, portanto, “mais informal”; enquanto
o teológico é o tipo de “discurso em que a mediação entre a alma
religiosa e o sagrado se faz por uma sistematização dogmática das
verdades religiosas, e onde o teólogo (...) aparece como aquele que
faz a relação entre os dois mundos: o mundo hebraico e o mundo
cristão”, sendo, assim, “mais formal”. Porém, podemos falar em DR
de maneira globalizante.
Assim, temos:
- Desnivelamento, assimetria na relação entre o locutor e o ou-
vinte – o locutor está no plano espiritual (Deus), e o ouvinte está no
plano temporal (os adoradores). As duas ordens de mundo são to-
talmente diferentes para os sujeitos, e essa ordem é afetada por um
valor hierárquico, por uma desigualdade, por um desnivelamento.
Deus, o locutor, é imortal, eterno, onipotente, onipresente, onis-
ciente, em resumo, o todo-poderoso. Os seres humanos, os ouvin-
tes, são mortais, efêmeros e finitos.
- Modos de representação. A voz no discurso religioso (DR) se
fala em seus representantes (Padre, pastor, profeta), essa é uma
forma de relação simbólica. Essa apropriação ocorre sem explicitar
os mecanismos de incorporação da voz, aspecto que caracteriza a
mistificação.
- O ideal do DR é que o ‘representante’, o que se apropria do
discurso de Deus’, não o modifique. Ele deve seguir regras restritas
reguladas pelo texto sagrado, pela Igreja, pelas liturgias. Deve-se
manter distância entre ‘o dito de Deus’ e ‘o dizer do homem’.
- A interpretação da palavra de Deus é regulada. “Os sentidos
não podem ser quaisquer sentidos: o discurso religioso tende forte-
mente para a monossemia”.
- Dualismos, as formas da ilusão da reversibilidade: plano hu-
mano e plano divino; ordem temporal e ordem espiritual; sujeitos e
Sujeito; homem e Deus. A ilusão ocorre na passagem de um plano
para outro e pode ter duas direções: de cima para baixo, ou seja,
de Deus para os homens, momento em que Ele compartilha suas
propriedades (ministração de sacramentos, bênçãos); de baixo para
cima, quando o homem se alça a Deus, principalmente, através da
visão, da profecia. Estas são formas de ‘ultrapassagem’.
- Escopo do discurso religioso. A fé separa os fiéis dos não-fiéis,
“os convictos dos não-convictos. Logo, é o parâmetro pelo qual de-
limita a comunidade e constitui o escopo do discurso religioso em
suas duas formações características: para os que creem, o discurso
religioso é uma promessa, para os que não creem é uma ameaça.
Os discursos religiosos, como já vimos, se mostram com estru-
turas rígidas quanto aos papéis dos interlocutores (a divindade e os
seres humanos). Os dogmas sagrados, por exemplos, fé e Deus, são
4 https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/soletras/article/downloa-
d/4694/3461#:~:text=O%20discurso%20religioso%20%C3%A9%20aquele,discur-
so%20(Orlandi%2C%201996).&text=locutor%20est%C3%A1%20no%20plano%20
espiritual,plano%20temporal%20(os%20adoradores).
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2222
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intocáveis. “Deus define-se (...) a si mesmo como sujeito por exce-
lência, aquele que é por si e para si (Sou aquele que É) e aquele que
interpela seu sujeito (...) eis quem tu és: é Pedro.”
Outros traços do DR se configuram com o uso do imperativo e
do vocativo – características inerentes de discursos de doutrinação;
uso de metáforas – explicitadas por paráfrases que indicam a leitura
apropriada para as metáforas utilizadas; uso de citações no original
(grego, hebraico, latim) – traduzidas para a língua em uso através de
perífrases extensas e explicativas em que se busca aproveitar o má-
ximo o efeito de sentido advindo da língua original; o uso de perfor-
mativos – uso de verbos em que o ‘dizer’ representa o ‘fazer’; o uso
de sintagmas cristalizados – usadas em orações e funções fáticas.
Ainda em relação às unidades textuais, podemos acrescentar o
uso de determinadas formas simbólicas do DR como as parábolas, a
utilização de certos temas, como a efemeridade da vida humana, a
vida eterna, o galardão, entre outros. Acrescenta-se também como
marca a intertextualidade.
Discurso Jurídico5
O discurso legal caracteriza-se como um discurso hierárquico
e dominante, baseado numa estrutura de exclusão e discriminação
de várias minorias sociais, como os pobres, os negros, os homos-
sexuais, as mulheres, etc. A especificidade da linguagem jurídica,
e as restrições educacionais quanto a quem pode militar na Área
(advogados, promotores, juízes, etc.), são apenas algumas das es-
tratégias utilizadas pelo sistema jurídico para manter o discurso le-
gal inacessível à maioria das pessoas, e desta forma protege-lo de
análises e críticas.
Como em todo discurso dominante, as posições de poder cria-
das para os participantes de textos legais são particularmente assi-
métricas, como é o caso num julgamento (e.g. entre o juiz e o réu;
entre o juiz e as testemunhas; etc.). Os juízes, por exemplo, detêm
um poder especial devido ao seu status social e ao seu acesso privi-
legiado ao discurso legal (são eles que produzem a forma final dos
textos legais). Portanto, é a visão de mundo do juiz que prevalece
nas sentenças, em detrimento de outras posições alternativas.
Além de relações de poder, os textos legais também expressam
relações de gênero. A lei e a cultura masculina estão intimamen-
te ligadas; o sistema jurídico é quase que inteiramente dominado
por homens (só recentemente as mulheres passaram a fazer parte
de instituições jurídicas) e, de forma geral, ele expressa uma visão
masculina do mundo. As mulheres que são parte em processos le-
gais (e.g. reclamantes, rés, testemunhas, etc.) estão expostas a um
duplo grau de discriminação e exclusão: primeiro, como leigas, elas
ocupam uma posição desfavorecida se comparadas com militantes
legais (advogados, juízes, promotores, etc.); segundo, elas são estig-
matizadas também por serem mulheres, e têm seu comportamento
social e sexual avaliado e controlado pelo discurso jurídico.Discurso Técnico6
Para o desempenho de tal papel, eles contam com suas carac-
terísticas intrínsecas, as quais são responsáveis pelo “rótulo” que
cada tipo textual carrega.
5 https://periodicos.ufsc.br/index.php/revistacfh/article/download/23353/21030/0
6 https://revistas.ufg.br/lep/article/download/32601/17331/
Tais características se evidenciam formal e funcionalmente e
são percebidas, de maneira mais ou menos clara pelo leitor/ouvin-
te. Afinal, todos os tipos de texto têm um público fiel, ao qual se
destinam.
Os autores que têm o texto técnico como objeto de estudo con-
cordam que ele apresenta as seguintes características:
• Linguagem monossêmica;
• Vocabulário específico ou léxico especializado;
• Objetividade;
• Emprego de voz passiva;
• Preferência pelo emprego do tempo verbal presente.
As características apontadas acima coadunam-se com o obje-
tivo principal de qualquer produção de cunho técnico: transmissão
de conhecimentos de forma clara e imparcial. Embora a objetivida-
de e a neutralidade sejam fiéis parceiras do texto técnico, não se
pode afirmar que esse tipo textual seja isento das marcas de seu
autor, enquanto produtor de ideias e veiculador de informações.
Quando há a troca da 3ª pessoa do singular pela 1ª pessoa do plu-
ral, por exemplo, o autor tem a intenção de conquistar o seu in-
terlocutor, tornando-o um parceiro “na assunção das informações
dadas, numa forma de estratégia argumentativa.”
Todo tipo textual possui a argumentatividade, porém essa apa-
rece de modo mais intenso e explícito em alguns textos e de modo
menos intenso e explícito em outros. Para complementar a afirma-
ção dessas autoras, cita-se Benveniste para o qual, o sujeito está
sempre presente no texto, não havendo, portanto, texto neutro ou
imparcial.
Percebe-se, então, que o texto técnico possui características
que o diferenciam dos demais tipos de textos. No entanto, não se
deve afirmar que ele seja desprovido de marcas autorais. Tanto é
verdade, que alguns autores de textos técnicos não dispensam o
uso de certos advérbios e conjunções, por exemplo, expedientes
que têm a função de modalizar o discurso.
A modalização, nesse tipo de texto, pode aparecer de forma
implícita e/ou explícita. Sob essa última forma, verificam-se o apa-
recimento de construções específicas, tais como as nominalizações,
a voz passiva, o emprego de determinadas conjunções e preposi-
ções.
Discurso Acadêmico/Científico7
O texto como objeto abstrato se configura no campo da lin-
guística como teoria geral. Já discurso é uma realidade de intera-
ção-enunciação objeto de análises discursivas. Enquanto os textos,
como objetos concretos, são aqueles que se apresentam completos
constituídos de um ato de enunciação que visa à interação entre
produtor e interlocutor. Partindo dessas concepções, percebe- se
que texto e discurso se complementam, pois, para o autor, “a sepa-
ração do textual e do discursivo é essencialmente metodológica”,
o que leva à distinção entre os dois a anular-se. Neste caso, texto e
discurso são unidades complementares.
A partir da compreensão de discurso, passa-se a refletir sobre
o que vem ser discurso científico. Para Guimarães é aquele em que
“o autor pretende fazer o leitor saber.” Ou seja, a intenção do autor
7 http://www.repositorio.jesuita.org.br/bitstream/handle/UNISINOS/4823/
MARIA%20DE%20F%c3%81TIMA%20RIBEIRO%20DOS%20SANTOS_.pdf?se-
quence=1&isAllowed=y
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23
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é fazer o leitor ou pesquisador saber como os resultados daquela
pesquisa foram alcançados, dando-lhe oportunidade de repetir os
procedimentos metodológicos em outras pesquisas similares.
Para Carioca, “o discurso científico é a forma de apresentação
da linguagem que circula na comunidade científica em todo o mun-
do. Sua formulação depende de uma pesquisa minuciosa e efetiva
sobre um objeto, que é metodologicamente analisado à luz de uma
teoria.” Outra posição é que o discurso científico não se dá apenas
pela comprovação ou refutação do que foi escrito, dá-se também
pela aceitabilidade dos pares que compõem a comunidade espe-
cífica.
Desse modo, pode-se dizer que a estrutura global da comunica-
ção científica está respaldada em parâmetros normativos referen-
tes à produção de gêneros e à produção da linguagem, ou seja, o
discurso acadêmico se estabeleceu dentro de convenções instituí-
das pela comunidade científica, que, ao longo do tempo, se expres-
sa por características, como impessoalidade, objetividade, clareza,
precisão, modéstia, simplicidade, fluência, dentre outros.
É importante apresentar a posição de Charaudeau sobre a
problemática entre o discurso informativo (DI) e discurso científico
(DC). Para o autor, o que eles têm em comum é a problemática da
prova. “[...] o primeiro se atém essencialmente a uma prova pela
designação e pela figuração (a ordem da constatação, do testemu-
nho, do relato de reconstituição dos fatos), o segundo inscreve a
prova num programa de demonstração racional.”.
Percebe-se que o interesse principal do discurso informativo é
transmitir uma verdade através dos fatos. Já o discurso científico se
impõe pela prova da racionalidade que reside na força da argumen-
tatividade. E mais, este deve se comprometer com a logicidade das
ideias para estas se tornem mais convincentes.
Como se viu, o discurso acadêmico é produzido dentro de uma
esfera de comunicação relativamente definida chamada de comuni-
dade científica. Em geral, no ensino superior, vão se encontrar mo-
delos de discurso acadêmico que já se tornaram consagrados para
essa comunidade. Na subseção que segue se mostrará especifica-
mente alguns deles.
O primeiro modelo, monografia de análise teórica, evidencia
uma organização de ideias advindas de bibliografias selecionadas
sobre um determinado assunto. Nesse tipo, pode-se fazer uma aná-
lise crítica ou comparativa de uma teoria ou modelo já consagrado
pela comunidade científica. O modelo metodológico indicado pelos
autores é: escolha do assunto/ delimitação do tema; bibliografia
pertinente ao tema; levantamento de dados específicos da área sob
estudo; fundamentação teórica; metodologia e modelos aplicáveis;
análise e interpretação das informações; conclusões e resultados.
No segundo modelo, monografia de análise teórico-empírica,
faz-se uma análise interpretativa de dados primários, com apoio de
fontes secundárias, passando-se para o teste de hipóteses, mode-
los ou teorias. A partir dos dados primários e secundários, o autor
/pesquisador mostrará um trabalho inovador. Quanto ao modelo
metodológico, tem-se: realidade observável; pergunta problema e
objetivo proposto; bibliografia e dados secundários; teoria perti-
nente ao tema (conceitos, técnicas, constructos) e dados secundá-
rios; instrumentos de pesquisa (questionário); pesquisa empírica;
análise; conclusões e resultados.
No terceiro modelo, monografia de estudo de caso, o autor/
pesquisador faz uma análise específica da relação existente entre
um caso e hipóteses, modelos e teorias. O modelo metodológico
adotado obedece aos seguintes passos: escolha do assunto/delimi-
tação do tema; bibliografia pertinente ao tema (área específica sob
estudo); fundamentação teórica; levantamento de dados da organi-
zação sob estudo; caracterização da organização; análise e interpre-
tação das informações; conclusões e resultados.
Observa-se que esses modelos possuem suas particularidades,
mas também aspectos que coincidem. Este é o caso da pesquisa
bibliográfica, que é imprescindível em qualquer trabalho científico.
Discurso Literário8
O discurso literário pode não ser apenas ligado aos procedi-
mentos adotados pelo autor, mas também, e talvez mais direta-
mente do que se pensa, ligado ao contexto sociocultural no qual
está inserido, evidenciando-se, nem sempre claramente, uma influ-
ência das instituições que o cercam na escolha de determinados
procedimentos de linguagem.
A ideia de que o discurso literário constrói-se a partir deele-
mentos intrínsecos ao texto literário tomou corpo com os estudos
realizados no início do século XX. Foram os formalistas russos que
demonstraram uma preocupação com a materialidade do texto lite-
rário, recusando, num primeiro momento, explicações de base ex-
traliterária. Neste sentido, o que importava para os integrantes do
movimento era o procedimento, ou seja, o princípio da organização
da obra como produto estético. Assim, a preocupação dos formalis-
tas era investigar e explicar o que faz de uma determinada obra uma
obra literária, nas palavras de Jakobson: “a poesia é linguagem em
sua função estética. Deste modo, o objeto do estudo literário não é
a literatura, mas a literariedade, isto é, aquilo que torna determina-
da obra uma obra literária”. A questão da literariedade como pro-
cesso ou procedimento de elaboração está centrado nas estruturas
que diferenciam o texto literário de outros textos.
A literariedade é conceituada não só pela linguagem diferen-
ciada que gera o estranhamento, mas também histórica e cultural-
mente. Uma obra literária não pode ser apenas uma construção
bem elaborada, mas deve também retratar o homem de sua época
ou época anterior, com todas as suas angústias, desejos e forma de
pensar. Tornando-se, assim, não apenas um material para ser estu-
dado linguisticamente, mas também e, principalmente, uma obra
viva em que toda vez que se relê encontre-se algo novo e represen-
tativo do ser humano.
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Funções da linguagem são recursos da comunicação que, de
acordo com o objetivo do emissor, dão ênfase à mensagem trans-
mitida, em função do contexto em que o ato comunicativo ocorre.
São seis as funções da linguagem, que se encontram direta-
mente relacionadas com os elementos da comunicação.
8 http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/Lin-
guaPortuguesa/artigo12.pdf
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Funções da Linguagem Elementos da
Comunicação
Função referencial ou denotativa contexto
Função emotiva ou expressiva emissor
Função apelativa ou conativa receptor
Função poética mensagem
Função fática canal
Função metalinguística código
Função Referencial
A função referencial tem como objetivo principal informar, re-
ferenciar algo. Esse tipo de texto, que é voltado para o contexto da
comunicação, é escrito na terceira pessoa do singular ou do plural,
o que enfatiza sua impessoalidade.
Para exemplificar a linguagem referencial, podemos citar os
materiais didáticos, textos jornalísticos e científicos. Todos eles, por
meio de uma linguagem denotativa, informam a respeito de algo,
sem envolver aspectos subjetivos ou emotivos à linguagem.
Exemplo de uma notícia:
O resultado do terceiro levantamento feito pela Aliança Global
para Atividade Física de Crianças — entidade internacional dedica-
da ao estímulo da adoção de hábitos saudáveis pelos jovens — foi
decepcionante. Realizado em 49 países de seis continentes com o
objetivo de aferir o quanto crianças e adolescentes estão fazendo
exercícios físicos, o estudo mostrou que elas estão muito sedentá-
rias. Em 75% das nações participantes, o nível de atividade física
praticado por essa faixa etária está muito abaixo do recomendado
para garantir um crescimento saudável e um envelhecimento de
qualidade — com bom condicionamento físico, músculos e esquele-
tos fortes e funções cognitivas preservadas. De “A” a “F”, a maioria
dos países tirou nota “D”.
Função Emotiva
Caracterizada pela subjetividade com o objetivo de emocionar.
É centrada no emissor, ou seja, quem envia a mensagem. A mensa-
gem não precisa ser clara ou de fácil entendimento.
Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom de voz que
empregamos, etc., transmitimos uma imagem nossa, não raro in-
conscientemente.
Emprega-se a expressão função emotiva para designar a utili-
zação da linguagem para a manifestação do enunciador, isto é, da-
quele que fala.
Exemplo: Nós te amamos!
Função Conativa
A função conativa ou apelativa é caracterizada por uma lingua-
gem persuasiva com a finalidade de convencer o leitor. Por isso, o
grande foco é no receptor da mensagem.
Trata-se de uma função muito utilizada nas propagandas, pu-
blicidades e discursos políticos, a fim de influenciar o receptor por
meio da mensagem transmitida.
Esse tipo de texto costuma se apresentar na segunda ou na ter-
ceira pessoa com a presença de verbos no imperativo e o uso do
vocativo.
Não se interfere no comportamento das pessoas apenas com
a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos influenciam de ma-
neira bastante sutil, com tentações e seduções, como os anúncios
publicitários que nos dizem como seremos bem-sucedidos, atraen-
tes e charmosos se usarmos determinadas marcas, se consumirmos
certos produtos.
Com essa função, a linguagem modela tanto bons cidadãos,
que colocam o respeito ao outro acima de tudo, quanto esperta-
lhões, que só pensam em levar vantagem, e indivíduos atemoriza-
dos, que se deixam conduzir sem questionar.
Exemplos: Só amanhã, não perca!
Vote em mim!
Função Poética
Esta função é característica das obras literárias que possui
como marca a utilização do sentido conotativo das palavras.
Nela, o emissor preocupa-se de que maneira a mensagem será
transmitida por meio da escolha das palavras, das expressões, das
figuras de linguagem. Por isso, aqui o principal elemento comunica-
tivo é a mensagem.
A função poética não pertence somente aos textos literários.
Podemos encontrar a função poética também na publicidade ou
nas expressões cotidianas em que há o uso frequente de metáforas
(provérbios, anedotas, trocadilhos, músicas).
Exemplo:
“Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve...”
(Cecília Meireles)
Função Fática
A função fática tem como principal objetivo estabelecer um ca-
nal de comunicação entre o emissor e o receptor, quer para iniciar a
transmissão da mensagem, quer para assegurar a sua continuação.
A ênfase dada ao canal comunicativo.
Esse tipo de função é muito utilizado nos diálogos, por exem-
plo, nas expressões de cumprimento, saudações, discursos ao tele-
fone, etc.
Exemplo:
-- Calor, não é!?
-- Sim! Li na previsão que iria chover.
-- Pois é...
Função Metalinguística
É caracterizada pelo uso da metalinguagem, ou seja, a lingua-
gem que se refere a ela mesma. Dessa forma, o emissor explica um
código utilizando o próprio código.
Nessa categoria, os textos metalinguísticos que merecem des-
taque são as gramáticas e os dicionários.
Um texto que descreva sobre a linguagem textual ou um do-
cumentário cinematográfico que fala sobre a linguagem do cinema
são alguns exemplos.
Exemplo:
Amizade s.f.: 1. sentimento de grande afeição, simpatia, apreço
entre pessoas ou entidades. “sentia-se feliz com a amizade do seu
mestre”
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2. POR METONÍMIA: quem é amigo, companheiro, camarada. “é uma de suas amizades fiéis”
SEMÂNTICA: SINONÍMIA E ANTONÍMIA; HOMONÍMIA E PARONÍMIA; CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO; AMBIGUIDADE; POLIS-
SEMIA
Visão Geral: o significado das palavras é objeto de estudo da semântica, a área da gramática que se dedica ao sentido das palavras e
também às relações de sentido estabelecidas entre elas.
Denotação e conotação
Denotação corresponde ao sentido literal e objetivo das palavras, enquanto a conotação diz respeito ao sentido figurado das palavras.
Exemplos:
“O gato é um animal doméstico.”
“Meu vizinho é um gato.”
No primeiro exemplo, a palavra gato foi usada no seu verdadeiro sentido, indicando uma espécie real de animal. Na segunda frase, a
palavra gato faz referência ao aspecto físico do vizinho, uma forma de dizer que ele é tão bonito quanto o bichano.
Hiperonímia e hiponímia
Dizem respeito à hierarquia de significado. Um hiperônimo, palavra superior com um sentido mais abrangente, engloba um hipônimo,
palavra inferior com sentido mais restrito.
Exemplos:
– Hiperônimo: mamífero:– hipônimos: cavalo, baleia.
– Hiperônimo: jogo – hipônimos: xadrez, baralho.
Polissemia e monossemia
A polissemia diz respeito ao potencial de uma palavra apresentar uma multiplicidade de significados, de acordo com o contexto em
que ocorre. A monossemia indica que determinadas palavras apresentam apenas um significado. Exemplos:
– “Língua”, é uma palavra polissêmica, pois pode por um idioma ou um órgão do corpo, dependendo do contexto em que é inserida.
– A palavra “decalitro” significa medida de dez litros, e não tem outro significado, por isso é uma palavra monossêmica.
Sinonímia e antonímia
A sinonímia diz respeito à capacidade das palavras serem semelhantes em significado. Já antonímia se refere aos significados opostos.
Desse modo, por meio dessas duas relações, as palavras expressam proximidade e contrariedade.
Exemplos de palavras sinônimas: morrer = falecer; rápido = veloz.
Exemplos de palavras antônimas: morrer x nascer; pontual x atrasado.
Homonímia e paronímia
A homonímia diz respeito à propriedade das palavras apresentarem: semelhanças sonoras e gráficas, mas distinção de sentido
(palavras homônimas), semelhanças homófonas, mas distinção gráfica e de sentido (palavras homófonas) semelhanças gráficas, mas
distinção sonora e de sentido (palavras homógrafas). A paronímia se refere a palavras que são escritas e pronunciadas de forma parecida,
mas que apresentam significados diferentes. Veja os exemplos:
– Palavras homônimas: caminho (itinerário) e caminho (verbo caminhar); morro (monte) e morro (verbo morrer).
– Palavras homófonas: apressar (tornar mais rápido) e apreçar (definir o preço); arrochar (apertar com força) e arroxar (tornar roxo).
– Palavras homógrafas: apoio (suporte) e apoio (verbo apoiar); boto (golfinho) e boto (verbo botar); choro (pranto) e choro (verbo
chorar) .
– Palavras parônimas: apóstrofe (figura de linguagem) e apóstrofo (sinal gráfico), comprimento (tamanho) e cumprimento (saudação).
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Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo:
https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambiguidade-na-propaganda/
Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção. Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da loja, por
estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato, não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta.
Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma palavra,
frase ou textos inteiros.
EMPREGO DOS PRONOMES DEMONSTRATIVOS
Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo, ao espaço e à pessoa do discurso – nesse último caso, o pronome
determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em gênero e número.
PESSOA DO DISCURSO PRONOMES POSIÇÃO
1a pessoa Este, esta, estes, estas,
isto.
Os seres ou objetos estão
próximos da pessoa que
fala.
2a pessoa Esse, essa, esses, essas,
isso.
Os seres ou objetos estão
próximos da pessoa com
quem se fala.
3a pessoa Aquele, aquela, aqueles,
aquelas, aquilo. De quem/ do que se fala.
Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do pronome
antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou após
o verbo – ênclise.
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De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini-
cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua-
gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita,
formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele.
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem
as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas
não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju-
dique a eufonia da frase.
Próclise
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa-
cientemente.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise:
Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa?
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante-
posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor!
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita!
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se-
jam reduzidas: Percebia que o observavam.
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando,
tudo dá.
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in-
tentos são para nos prejudicarem.
Ênclise
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo.
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do
indicativo: Trago-te flores.
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre-
posição em: Saí, deixando-a aflita.
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise:
Apressei-me a convidá-los.
Mesóclise
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo.
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no
futuro do pretérito que iniciam a oração.
Dir-lhe-ei toda a verdade.
Far-me-ias um favor?
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de
qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise.
Eu lhe direi toda a verdade.
Tu me farias um favor?
Colocação do pronome átono nas locuções verbais
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal
não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve-
rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal.
Exemplos:
Devo-lhe dizer a verdade.
Devo dizer-lhe a verdade.
Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes
do auxiliar ou depois do principal.
Exemplos:
Não lhe devo dizer a verdade.
Não devo dizer-lhe a verdade.
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise,
o pronome átono ficará depois do auxiliar.
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade.
Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do
auxiliar.
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois
do infinitivo.
Exemplos:
Hei de dizer-lhe a verdade.
Tenho de dizer-lhe a verdade.
Observação
Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
Devo-lhe dizer tudo.
Estava-lhe dizendo tudo.
Havia-lhe dito tudo.
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO (NEXOS ORACIONAIS
DAS ORAÇÕES COORDENADAS E SUBORDINADAS
Definição: sintaxe é a área da Gramática que se dedica ao
estudo da ordenação das palavras em uma frase, das frases em um
discurso e também da coerência (relação lógica) que estabelecem
entre si. Sempre que uma frase é construída, é fundamental que
ela contenha algum sentido para que possa ser compreendida pelo
receptor. Por fazer a mediação da combinação entre palavras e
orações, a sintaxe é essencial para que essa compreensão se efetive.
Para que se possa compreender a análise sintática, é importante
retomarmos alguns conceitos, como o de frase, oração e período.
Vejamos:
Frase
Trata-se de um enunciado que carrega um sentido completo
que possui sentido integral, podendo ser constituída por somente
uma ou várias palavras podendo conter verbo (frase verbal) ou
não (frase nominal). Uma frase pode exprimir ideias, sentimentos,
apelos ou ordens. Exemplos: “Saia!”, “O presidente vai fazer seu
discurso.”, “Atenção!”, “Que horror!”.
A ordem das palavras: associada à pontuação apropriada,
a disposição das palavras na frase também é fundamental para a
compreensão da informação escrita, e deve seguir os padrões da
Língua Portuguesa.Observe que a frase “A professora já vai falar.”
Pode ser modificada para, por exemplo, “Já vai falar a professora.” ,
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sem que haja prejuízo de sentido. No entanto, a construção “Falar a
já professora vai.” , apesar da combinação das palavras, não poderá
ser compreendida pelo interlocutor.
Oração
É uma unidade sintática que se estrutura em redor de um
verbo ou de uma locução verbal. Uma frase pode ser uma oração,
desde que tenha um verbo e um predicado; quanto ao sujeito, nem
sempre consta em uma oração, assim como o sentido completo. O
importante é que seja compreensível pelo receptor da mensagem.
Analise, abaixo, uma frase que é oração com uma que não é.
1 – Silêncio!”: É uma frase, mas não uma oração, pois não
contém verbo.
2 – “Eu quero silêncio.”: A presença do verbo classifica a frase
como oração.
Unidade sintática (ou termo sintático): a sintaxe de uma
oração é formada por cada um dos termos, que, por sua vez,
estabelecem relação entre si para dar atribuir sentido à frase. No
exemplo supracitado, a palavra “quero” deve unir-se às palavras
“Eu” e “silêncio” para que o receptor compreenda a mensagem.
Dessa forma, cada palavra desta oração recebe o nome de termo
ou unidade sintática, desempenhando, cada qual, uma função
sintática diferente.
Classificação das orações: as orações podem ser simples ou
compostas. As orações simples apresentam apenas uma frase; as
compostas apresentam duas ou mais frases na mesma oração.
Analise os exemplos abaixo e perceba que a oração composta tem
duas frases, e cada uma tem seu próprio sentido.
– Oração simples: “Eu quero silêncio.”
– Oração composta: “Eu quero silêncio para poder ouvir o
noticiário”.
Período
É a construção composta por uma ou mais orações, sempre com
sentido completo. Assim como as orações, o período também pode
ser simples ou composto, que se diferenciam em razão do número
de orações que apresenta: o período simples contém apenas uma
oração, e o composto mais de uma. Lembrando que a oração é uma
frase que contém um verbo. Assim, para não ter dúvidas quanto à
classificação, basta contar quantos verbos existentes na frase.
– Período simples: “Resolvo esse problema até amanhã.” -
apresenta apenas um verbo.
– Período composto: Resolvo esse problema até amanhã ou
ficarei preocupada.” - contém dois verbos.
— Análise Sintática
É o nome que se dá ao processo que serve para esmiuçar a
estrutura de um período e das orações que compõem um período.
Termos da oração: é o nome dado às palavras que atribuem
sentido a uma frase verbal. A reunião desses elementos forma o
que chamamos de estrutura de um período. Os termos essenciais
se subdividem em: essenciais, integrantes e acessórios. Acompanhe
a seguir as especificidades de cada tipo.
1 – Termos Essenciais (ou fundamentais) da oração
Sujeito e Predicado: enquanto um é o ser sobre quem/o qual
se declara algo, o outro é o que se declara sobre o sujeito e, por
isso, sempre apresenta um verbo ou uma locução verbal, como nos
respectivos exemplos a seguir:
Exemplo: em “Fred fez um lindo discurso.”, o sujeito é “Fred”,
que “fez um lindo discurso” (é o restante da oração, a declaração
sobre o sujeito).
Nem sempre o sujeito está no início da oração (sujeito direto),
podendo apresentar-se também no meio da fase ou mesmo após
o predicado (sujeito inverso). Veja um exemplo para cada um dos
respectivos casos:
“Fred fez um lindo discurso.”
“Um lindo discurso Fred fez.”
“Fez um lindo discurso, Fred.”
– Sujeito determinado: é aquele identificável facilmente pela
concordância verbal.
– Sujeito determinado simples: possui apenas um núcleo
ligado ao verbo. Ex.: “Júlia passou no teste”.
– Sujeito determinado composto: possui dois ou mais núcleos.
Ex.: “Júlia e Felipe passaram no teste.”
– Sujeito determinado implícito: não aparece facilmente na
oração, mas a frase é dotada de entendimento. Ex.: “Passamos no
teste.” Aqui, o termo “nós” não está explícito na oração, mas a
concordância do verbo o destaca de forma indireta.
– Sujeito indeterminado: é o que não está visível na oração
e, diferente do caso anterior, não há concordância verbal para
determiná-lo.
Esse sujeito pode aparecer com:
– Verbo na 3a pessoa do plural. Ex.: “Reformaram a casa velha”.
– Verbo na 3a pessoa do singular + pronome “se”: “Contrata-se
padeiro.”».
– Verbo no infinitivo impessoal: “Vai ser mais fácil se você
estiver lá.”
– Orações sem sujeito: são compostas somente por predicado,
e sua mensagem está centralizada no verbo, que é impessoal.
Essas orações podem ter verbos que constituam fenômenos da
natureza, ou os verbos ser, estar, haver e fazer quando indicativos
de fenômeno meteorológico ou tempo. Observe os exemplos:
“Choveu muito ontem”.
“Era uma hora e quinze”.
– Predicados Verbais: resultam da relação entre sujeito e
verbo, ou entre verbo e complementos. Os verbos, por sua vez,
também recebem sua classificação, conforme abaixo:
– Verbo transitivo: é o verbo que transita, isto é, que vai adiante
para passar a informação adequada. Em outras palavras, é o verbo
que exige complemento para ser entendido. Para produzir essa
compreensão, esse trânsito do verbo, o complemento pode ser
direto ou indireto. No primeiro caso, a ligação direta entre verbo e
complemento. Ex.: “Quero comprar roupas.”. No segundo, verbo e
complemento são unidos por preposição. Ex.: “Preciso de dinheiro.”
– Verbo intransitivo: não requer complemento, é provido de
sentido completo. São exemplos: morrer, acordar, nascer, nadar,
cair, mergulhar, correr.
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– Verbo de ligação: servem para expressar características de
estado ao sujeito, sendo eles: estado permanente (“Pedro é alto.”),
estado de transição (“Pedro está acamado.”), estado de mutação
(“Pedro esteve enfermo.”), estado de continuidade (“Pedro continua
esbelto.”) e estado aparente (“Pedro parece nervoso.”).
– Predicados nominais: são aqueles que têm um nome
(substantivo ou adjetivo) como cujo núcleo significativo da oração.
Ademais, ele se caracteriza pela indicação de estado ou qualidade,
e é composto por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito.
– Predicativo do sujeito: é um termo que atribui características
ao sujeito por meio de um verbo. Exemplo: em “Marta é
inteligente.”, o adjetivo é o predicativo do sujeito “Marta”, ou seja,
é sua característica de estado ou qualidade. Isso é comprovado pelo
“ser” (é), que é o verbo de ligação entre Marta e sua característica
atual. Esse elemento não precisa ser, obrigatoriamente, um adjetivo,
mas pode ser uma locução adjetiva, ou mesmo um substantivo ou
palavra substantivada.
– Predicado Verbo-Nominal: esse tipo deve apresentar sempre
um predicativo do sujeito associado a uma ação do sujeito acrescida
de uma qualidade sua. Exemplo: “As meninas saíram mais cedo da
aula. Por isso, estavam contentes.
O sujeito “As meninas” possui como predicado o verbo “sair”
e também o adjetivo “contentes”. Logo, “estavam contentes” é o
predicativo do sujeito e o verbo de ligação é “estar”.
2 – Termos integrantes da oração
Basicamente, são os termos que completam os verbos de uma
oração, atribuindo sentindo a ela. Eles podem ser complementos
verbais, complementos nominais ou mesmo agentes da passiva.
– Complementos Verbais: como sugere o nome, esses termos
completam o sentido de verbos, e se classificam da seguinte forma:
– Objeto direto: completa verbos transitivos diretos, não
exigindo preposição.
– Objeto indireto: complementam verbos transitivos indiretos,
isto é, aqueles que dependem de preposição para que seu sentido
seja compreendido.
Quanto ao objeto direto, podemos ter:
– Um pronome substantivo: “A equipe que corrigiu as provas.”
– Um pronome oblíquo direto: “Questionei-a sobre o
acontecido.”
– Um substantivo ou expressão substantivada: “Ele consertou
os aparelhos.»
– ComplementosNominais: esses termos completam o sentido
de uma palavra, mas não são verbos; são nomes (substantivos,
adjetivos ou advérbios), sempre seguidos por preposição. Observe
os exemplos:
– “Maria estava satisfeita com seus resultados.” – observe que
“satisfeita” é adjetivo, e “com seus resultados” é complemento
nominal.
– “O entregador atravessou rapidamente pela viela. –
“rapidamente” é advérbio de modo.
– “Eu tenho medo do cachorro.” – Nesse caso, “medo” é um
substantivo.
– Agentes da Passiva: são os termos de uma oração que praticam
a ação expressa pelo verbo, quando este está na voz passiva. Assim,
estão normalmente acompanhados pelas preposições de e por.
Observe os exemplos do item anterior modificados para a voz
passiva:
– “Os resultados foram motivo de satisfação de Maria.”
– “O cachorro foi alvo do meu medo.”
– “A viela foi atravessada rapidamente pelo entregador.”
3 – Termos acessórios da oração
Diversamente dos termos essenciais e integrantes, os termos
acessórios não são fundamentais o sentido da oração, mas servem
para complementar a informação, exprimindo circunstância,
determinando o substantivo ou caracterizando o sujeito. Confira
abaixo quais são eles:
– Adjunto adverbial: são os termos que modificam o sentido
do verbo, do adjetivo ou do advérbio. Analise os exemplos:
“Dormimos muito.”
O termo acessório “muito” classifica o verbo “dormir”.
“Ele ficou pouco animado com a notícia.”
O termo acessório “pouco” classifica o adjetivo “animado”
“Maria escreve bastante bem.”
O termo acessório “bastante” modifica o advérbio “bem”.
Os adjuntos adverbiais podem ser:
– Advérbios: pouco, bastante, muito, ali, rapidamente longe, etc.
– Locuções adverbiais: o tempo todo, às vezes, à beira-mar, etc.
– Orações: «Quando a mercadoria chegar, avise.” (advérbio de
tempo).
– Adjunto adnominal: é o termo que especifica o substantivo,
com função de adjetivo. Em razão disso, pode ser representado
por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, numerais adjetivos ou
pronomes adjetivos. Analise o exemplo:
“O jovem apaixonado presenteou um lindo buquê à sua colega
de escola.”
– Sujeito: “jovem apaixonado”
– Núcleo do predicado verbal: “presenteou”
– Objeto direto do verbo entregar: “um lindo buquê”
– Objeto indireto: “à amiga de classe” – Adjuntos adnominais:
no sujeito, temos o artigo “o” e “apaixonado”, pois caracterizam
o “jovem”, núcleo do sujeito; o numeral “um” e o adjetivo “lindo”
fazem referência a “buquê” (substantivo); o artigo “à” (contração
da preposição + artigo feminino) e a locução “de trabalho” são os
adjuntos adnominais de “colega”.
– Aposto: é o termo que se relaciona com o sujeito para
caracterizá-lo, contribuindo para a complementação uma
informação já completa. Observe os exemplos:
“Michael Jackson, o rei do pop, faleceu há uma década.”
“Brasília, capital do Brasil, foi construída na década de 1950.”
– Vocativo: esse termo não apresenta relação sintática nem
com sujeito nem com predicado, tendo sua função no chamamento
ou na interpelação de um ouvinte, e se relaciona com a 2a pessoa
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do discurso. Os vocativos são o receptor da mensagem, ou seja, a
quem ela é dirigida. Podem ser acompanhados de interjeições de
apelo. Observe:
“Ei, moça! Seu documento está pronto!”
“Senhor, tenha misericórdia de nós!”
“Vista o casaco, filha!”
— Estudo da relação entre as orações
Os períodos compostos são formados por várias orações.
As orações estabelecem entre si relações de coordenação ou de
subordinação.
– Período composto por coordenação: é formado por
orações independentes. Apesar de estarem unidas por conjunções
ou vírgulas, as orações coordenadas podem ser entendidas
individualmente porque apresentam sentidos completos.
Acompanhe a seguir a classificação das orações coordenadas:
– Oração coordenada aditiva: “Assei os salgados e preparei os
doces.”
– Oração coordenada adversativa: “Assei os salgados, mas não
preparei os doces.”
– Oração coordenada alternativa: “Ou asso os salgados ou
preparo os doces.”
– Oração coordenada conclusiva: “Marta estudou bastante,
logo, passou no exame.”
– Oração coordenada explicativa: “Marta passou no exame
porque estudou bastante.”
– Período composto por subordinação: são constituídos por
orações dependentes uma da outra. Como as orações subordinadas
apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas
de forma separada. As orações subordinadas são divididas em
substantivas, adverbiais e adjetivas. Veja os exemplos:
– Oração subordinada substantiva subjetiva: “Ficou provado
que o suspeito era realmente o culpado.”
– Oração subordinada substantiva objetiva direta: “Eu não
queria que isso acontecesse.”
– Oração subordinada substantiva objetiva indireta: “É
obrigatório de que todos os estudantes sejam assíduos.”
– Oração subordinada substantiva completiva nominal: “Tenho
expectativa de que os planos serão melhores em breve!”
– Oração subordinada substantiva predicativa: “O que importa
é que meus pais são saudáveis.”
– Oração subordinada substantiva apositiva: “Apenas saiba
disto: que tudo esteja organizado quando eu voltar!”
– Oração subordinada adverbial causal: “Não posso me
demorar porque tenho hora marcada na psicóloga.”
– Oração subordinada adverbial consecutiva: “Ficamos tão
felizes que pulamos de alegria.”
– Oração subordinada adverbial final: “Eles ficaram vigiando
para que nós chegássemos a casa em segurança.”
– Oração subordinada adverbial temporal: “Assim que eu
cheguei, eles iniciaram o trabalho.”
– Oração subordinada adverbial condicional: “Se você vier logo,
espero por você.»
– Oração subordinada adverbial concessiva: “Ainda que
estivesse cansado, concluiu a maratona.”
– Oração subordinada adverbial comparativa: “Marta sentia
como se ainda vivesse no interior.”
– Oração subordinada adverbial conformativa: “Conforme
combinamos anteriormente, entregarei o produto até amanhã.”
– Oração subordinada adverbial proporcional: “Quanto mais
me exercito, mais tenho disposição.”
– Oração subordinada adjetiva explicativa: “Meu filho, que
passou no concurso, mudou-se para o interior.”
– Oração subordinada adjetiva restritiva: “A aluna que esteve
enferma conseguiu ser aprovada nas provas.”
VOZES VERBAIS
São três as vozes verbais: Ativa, Passiva e Reflexão.
Voz ativa: apresenta sujeito agente, que pratica a ação expres-
sa pelo verbo, a qual recai em um termo paciente (objeto direto).
Exemplo
O professor instruiu os alunos sobre o trabalho.
Voz passiva: apresenta sujeito paciente, que recebe a ação ex-
pressa pelo verbo.
Exemplo
A igreja foi construída por escravos no século 16.
Voz reflexiva: o sujeito pratica a ação expressa pelo verbo, a
qual recai sobre o próprio sujeito.
Exemplo
O cozinheiro cortou-se com a faca.
A voz reflexiva é sempre construída com o verbo acompanhado
de pronome obliquo de pessoa igual à que o verbo se refere.
Pronomes reflexivos
me: a mim mesmo
te: a ti mesmo
se: a si mesmo
nos: a nos mesmos
vos: a vos mesmos
se: a si mesmos
Voz reflexiva recíproca
Podem indicar a noção de reciprocidade, ação mutua ou corres-
pondida. Os verbos aparecem no plural e podem vir reforçados por
expressões como “um ao outro”, “reciprocamente”, “mutuamente”.
Exemplo
Os dois abraçavam-se apaixonadamente.
Os pronomes oblíquos nas construções reflexivas e reciprocas
funcionam, como objeto direto ou objeto indireto, dependendo da
regência do verbo.
Exemplos
Objeto direto reflexivo
Eu me feri com o martelo.
Objeto indireto reflexivo
Ela se pôs a chorar copiosamente.
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Objeto direto recíproco
Os torcedores abraçavam-se a cada gol marcado.
Objeto indireto recíproco
Deram-se as mãos e aguardaram o resultado.
Formação da Voz Passiva
Existem dois processos: Analítico e Sintético.
Voz Passiva Analítica: Verbo Ser + particípio (-ado / -ido) do
verbo principal.O jogador será substituído.
O agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição
por, e às vezes de.
A ilha ficou cercada de pássaros.
Pode acontecer ainda que o agente da passiva não esteja explí-
cito na frase: A loja será inaugurada em breve.
A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar “ser”, pois o
seu particípio é invariável.
Observe:
Ele faz o conserto. (presente do indicativo)
O conserto é feito por ele. (presente do indicativo)
Em frases com locuções verbais, o verbo “ser” assume o mes-
mo tempo e modo do verbo principal da voz ativa.
Voz Passiva Sintética: verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome
apassivador “se”:
Ouviram-se as rajadas de vento.
Vendeu-se a última caixa de produtos.
Geralmente, o agente não vem expresso na voz passiva sinté-
tica.
EMPREGO DO ACENTO INDICATIVO DA CRASE
Definição: na gramática grega, o termo quer dizer “mistura “ou
“contração”, e ocorre entre duas vogais, uma final e outra inicial,
em palavras unidas pelo sentido. Basicamente, desse modo: a
(preposição) + a (artigo feminino) = aa à; a (preposição) + aquela
(pronome demonstrativo feminino) = àquela; a (preposição) +
aquilo (pronome demonstrativo feminino) = àquilo. Por ser a junção
das vogais, a crase, como regra geral, ocorre diante de palavras
femininas, sendo a única exceção os pronomes demonstrativos
aquilo e aquele, que recebem a crase por terem “a” como sua vogal
inicial. Crase não é o nome do acento, mas indicação do fenômeno
de união representado pelo acento grave.
A crase pode ser a contração da preposição a com:
– O artigo feminino definido a/as: “Foi à escola, mas não
assistiu às aulas.”
– O pronome demonstrativo a/as: “Vá à paróquia central.”
– Os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:
“Retorne àquele mesmo local.”
– O a dos pronomes relativos a qual e as quais: “São pessoas às
quais devemos o maior respeito e consideração”.
Perceba que a incidência da crase está sujeita à presença de
duas vogais a (preposição + artigo ou preposição + pronome) na
construção sintática.
Técnicas para o emprego da crase
1 – Troque o termo feminino por um masculino, de classe
semelhante. Se a combinação ao aparecer, ocorrerá crase diante da
palavra feminina.
Exemplos:
“Não conseguimos chegar ao hospital / à clínica.”
“Preferiu a fruta ao sorvete / à torta.”
“Comprei o carro / a moto.”
“Irei ao evento / à festa.”
2 – Troque verbos que expressem a noção de movimento (ir, vir,
chegar, voltar, etc.) pelo verbo voltar. Se aparecer a preposição da,
ocorrerá crase; caso apareça a preposição de, o acento grave não
deve ser empregado.
Exemplos:
“Vou a São Paulo. / Voltei de São Paulo.”
“Vou à festa dos Silva. / Voltei da Silva.”
“Voltarei a Roma e à Itália. / Voltarei de Roma e da Itália.”
3 – Troque o termo regente da preposição a por um que
estabeleça a preposição por, em ou de. Caso essas preposições não
se façam contração com o artigo, isto é, não apareçam as formas
pela(s), na(s) ou da(s), a crase não ocorrerá.
Exemplos:
“Começou a estudar (sem crase) – Optou por estudar / Gosta
de estudar / Insiste em estudar.”
“Refiro-me à sua filha (com crase) – Apaixonei-me pela sua
filha / Gosto da sua filha / Votarei na sua filha.”
“Refiro-me a você. (sem crase) – Apaixonei-me por você /
Gosto de você / Penso em você.”
4 – Tratando-se de locuções, isto é, grupo de palavras que
expressam uma única ideia, a crase somente deve ser empregada
se a locução for iniciada por preposição e essa locução tiver como
núcleo uma palavra feminina, ocorrerá crase.
Exemplos:
“Tudo às avessas.”
“Barcos à deriva.”
5 – Outros casos envolvendo locuções e crase:
Na locução «à moda de”, pode estar implícita a expressão
“moda de”, ficando somente o à explícito.
Exemplos:
“Arroz à (moda) grega.”
“Bife à (moda) parmegiana.”
Nas locuções relativas a horários, ocorra crase apenas no caso
de horas especificadas e definidas: Exemplos:
“À uma hora.”
“Às cinco e quinze”.
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3232
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CONCORDÂNCIAS VERBAL E NOMINAL
Visão Geral: sumariamente, as concordâncias verbal e nominal
estudam a sintonia entre os componentes de uma oração.
– Concordância verbal: refere-se ao verbo relacionado ao
sujeito, sendo que o primeiro deve, obrigatoriamente, concordar
em número (flexão em singular e plural) e pessoa (flexão em 1a,
2a, ou 3a pessoa) com o segundo. Isto é, ocorre quando o verbo é
flexionado para concordar com o sujeito.
– Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero
(flexão em masculino e feminino) e número entre os vários nomes
da oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos
e o adjetivo. Em outras palavras, refere-se ao substantivo e suas
formas relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal
concordância ocorre em gênero e pessoa
Casos específicos de concordância verbal
Concordância verbal com o infinitivo pessoal: existem três
situações em que o verbo no infinitivo é flexionado:
I – Quando houver um sujeito definido;
II – Sempre que se quiser determinar o sujeito;
III – Sempre que os sujeitos da primeira e segunda oração
forem distintos.
Observe os exemplos:
“Eu pedir para eles fazerem a solicitação.”
“Isto é para nós solicitarmos.”
Concordância verbal com o infinitivo impessoal: não há flexão
verbal quando o sujeito não for definido, ou sempre que o sujeito
da segunda oração for igual ao da primeira oração, ou mesmo
em locuções verbais, com verbos preposicionados e com verbos
imperativos.
Exemplos:
“Os membros conseguiram fazer a solicitação.”
“Foram proibidos de realizar o atendimento.”
Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos,
verbo ficará sempre em concordância com a 3a pessoa do singular,
tendo em vista que não existe um sujeito.
Observe os casos a seguir:
– Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer,
nevar, amanhecer.
Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.»
– O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas
professoras vigiando as crianças.”
– O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz
duas horas que estamos esperando.”
Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes
tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito, há concordância
verbal com o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer
no singular ou no plural:
– “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.”
– “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos
do que ocorreria.”
Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo,
ou faz concordância com o termo precedente ao pronome, ou
permanece na 3a pessoa do singular:
– “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.»
Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo
concorda com o termo que antecede o pronome:
– “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.»
– “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.»
Concordância verbal com a partícula de indeterminação do
sujeito se: nesse caso, o verbo cria concordância com a 3a pessoa do
singular sempre que a oração for constituída por verbos intransitivos
ou por verbos transitivos indiretos:
– «Precisa-se de cozinheiro.” e «Precisa-se de cozinheiros.”
Concordância com o elemento apassivador se: aqui, verbo
concorda com o objeto direto, que desempenha a função de sujeito
paciente, podendo aparecer no singular ou no plural:
– Aluga-se galpão.” e “Alugam-se galpões.”
Concordância verbal com as expressões a metade, a maioria,
a maior parte: preferencialmente, o verbo fará concordância com
a 3° pessoa do singular. Porém, a 3a pessoa do plural também pode
ser empregada:
– “A maioria dos alunos entrou” e “A maioria dos alunos
entraram.”
– “Grande parte das pessoas entendeu.” e “Grande parte das
pessoas entenderam.”
Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve
concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo,
mas também concordar com a forma no masculino plural:
– “Casae galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.”
– “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.”
Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo
concorda em gênero e número com os pronomes pessoais:
– “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.”
– “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.”
Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois
ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular,
se houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o
substantivo deve estar no plural:
– “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o
xadrez.”
– “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e
xadrez.”
Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas
expressões, o adjetivo flexiona em gênero e número, sempre que
houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista
esse artigo, o adjetivo deve permanecer invariável, no masculino
singular:
– “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É
proibido circulação de pessoas não identificadas.”
– “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada
de crianças acompanhadas.”
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33
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Concordância nominal com menos: a palavra menos permanece é invariável independente da sua atuação, seja ela advérbio ou
adjetivo:
– “Menos pessoas / menos pessoas”.
– “Menos problema /menos problemas.”
Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe, barato, meio e caro: esses termos instauram concordância em gênero e
número com o substantivo quando exercem função de adjetivo:
– “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.”
– “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”.
– “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presentes.”
REGÊNCIAS VERBAL E NOMINAL
Visão geral: na Gramática, regência é o nome dado à relação de subordinação entre dois termos. Quando, em um enunciado ou
oração, existe influência de um tempo sobre o outro, identificamos o que se denomina termo determinante, essa relação entre esses
termos denominamos regência.
— Regência Nominal
É a relação entre um nome o seu complemento por meio de uma preposição. Esse nome pode ser um substantivo, um adjetivo ou um
advérbio e será o termo determinante.
O complemento preenche o significado do nome, cujo sentido estaria impreciso ou ambíguo se não fosse pelo complemento.
Observe os exemplos:
“A nova entrada é acessível a cadeirantes.”
“Eu tenho o sonho de viajar para o nordeste.”
“Ele é perito em investigações como esta.”
Na primeira frase, adjetivo “acessível” exige a preposição a, do contrário, seu sentido ficaria incompleto. O mesmo ocorre com os
substantivos “sonho“ e “perito”, nas segunda e terceira frases, em que os nomes exigem as preposições de e em para completude de seus
sentidos. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem uma preposição
para que seu sentido seja completo.
REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO A
acessível a cego a fiel a nocivo a
agradável a cheiro a grato a oposto a
alheio a comum a horror a perpendicular a
análogo a contrário a idêntico a posterior a
anterior a desatento a inacessível a prestes a
apto a equivalente a indiferente a surdo a
atento a estranho a inerente a visível a
avesso a favorável a necessário a
REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO POR
admiração por devoção por responsável por
ansioso por respeito por
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REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO DE
amante de cobiçoso de digno de inimigo de natural de sedento
de
amigo de contemporâneo de dotado de livre de obrigação de seguro de
ávido de desejoso de fácil de longe de orgulhoso de sonho de
capaz de diferente de impossível de louco de passível de
cheio de difícil de incapaz de maior de possível de
REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO EM
doutor em hábil em interesse em negligente em primeiro em
exato em incessante em lento em parco em versado em
firme em indeciso em morador em perito em
REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO PARA
apto para essencial para mau para
bastante para impróprio para pronto para
bom para inútil para próprio para
REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO COM
amoroso com compatível com descontente com intolerante com
aparentado com cruel com furioso com liberal com
caritativo com cuidadoso com impaciente com solícito com
— Regência Verbal
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos. Um verbo
possui a mesma regência do nome do qual deriva.
Observe as duas frases:
I – “Eles irão ao evento.” O verbo ir requer a preposição a (quem vai, vai a algum lugar), e isso o classifica como verbo transitivo direto;
“ao evento” são os termos regidos pelo verbo, isto é, constituem seu complemento.
II – “Ela mora em região pantanosa.” O verbo morar exige a preposição em (quem mora mora em algum lugar), portanto, é verbo
transitivo indireto.
VERBO No sentido de / pela
transitividade
REGE
PREPOSIÇÃO? EXEMPLO
Assistir
ajudar, dar assistência NÃO “Por favor, assista o time.”
ver SIM “Você assistiu ao jogo?”
pertencer SIM “Assiste aos cidadãos o direito de protestar.”
Custar
valor, preço NÃO “Esse imóvel custa caro.”
desafio, dano, peso moral SIM “Dizer a verdade custou a ela.”
Proceder
fundamento / verbo
instransitivo NÃO “Isso não procede.”
origem SIM “Essa conclusão procede de muito vivência.”
Visar
finalidade, objetivo SIM “Visando à garantia dos direitos.”
avistar, enxergar NÃO “O vigia logo visou o suspeito.”
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Querer
desejo NÃO “Queremos sair cedo.”
estima SIM “Quero muito aos meus sogros.”
Aspirar
pretensão SIM “Aspiro a ascensão política.”
absorção ou respiração NÃO “Evite aspirar fumaça.”
Implicar
consequência / verbo
transitivo direto NÃO “A sua solicitação implicará alteração do meu trajeto.”
insistência, birra SIM “Ele implicou com o cachorro.”
Chamar
convocação NÃO “Chame todos!”
apelido Rege complemento, com
e sem preposição
“Chamo a Talita de Tatá.”
“Chamo Talita de Tatá.”
“Chamo a Talita Tatá.”
“Chamo Talita Tatá.”
Pagar
o que se paga NÃO “Paguei o aluguel.”
a quem se paga SIM “Pague ao credor.”
Chegar
quem chega, chega a algum
lugar / verbo transitivo
indireto
SIM “Quando chegar ao local, espere.”
Obedecer quem obedece a algo /
alguém / transitivo indireto SIM “Obedeçam às regras.”
Esquecer verbo transitivo direito NÃO “Esqueci as alianças.”
Informar verbo transitivo direito e
indireto, portanto...
... exige um
complemento sem e
outro com preposição
“Informe o ocorrido ao gerente.”
Ir quem vai vai a algum lugar /
verbo transitivo indireto SIM “Vamos ao teatro.”
Morar Quem mora em algum lugar
(verbo transitivo indireto) SIM “Eles moram no interior.”
(Preposição “em” + artigo “o”).
Namorar verbo transitivio direito NÃO “Júlio quer namorar Maria.”
Preferir verbo bi transitivo (direto e
indireto) SIM “Prefira assados a frituras.”
Simpatizar
quem simpatiza simpatiza
com algo/ alguém/ verbo
transitivo indireto
SIM “Simpatizei-me com todos.”
EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO
— Visão Geral
O sistema de pontuação consiste em um grupo de sinais gráficos que, em um período sintático, têm a função primordial de indicar
um nível maior ou menor de coesão entre estruturas e, ocasionalmente, manifestar as propriedades da fala (prosódias) em um discurso
redigido. Na escrita, esses sinais substituem os gestos e as expressões faciais que, na linguagem falada, auxiliam a compreensão da frase.
O emprego da pontuação tem as seguintes finalidades:
– Garantir a clareza, a coerência e a coesão interna dos diversos tipos textuais;
– Garantir os efeitos de sentido dos enunciados;
– Demarcar das unidades de um texto;
– Sinalizar os limites das estruturas sintáticas.
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— Sinais de pontuação que auxiliam na elaboração de um
enunciado
Vírgula
De modo geral, sua utilidade émarcar uma pausa do enunciado
para indicar que os termos por ela isolados, embora compartilhem
da mesma frase ou período, não compõem unidade sintática. Mas,
se, ao contrário, houver relação sintática entre os termos, estes
não devem ser isolados pela vírgula. Isto quer dizer que, ao mesmo
tempo que existem situações em que a vírgula é obrigatória, em
outras, ela é vetada. Confira os casos em que a vírgula deve ser
empregada:
• No interior da sentença
1 – Para separar elementos de uma enumeração e repetição:
ENUMERAÇÃO
Adicione leite, farinha, açúcar, ovos, óleo e chocolate.
Paguei as contas de água, luz, telefone e gás.
REPETIÇÃO
Os arranjos estão lindos, lindos!
Sua atitude foi, muito, muito, muito indelicada.
2 – Isolar o vocativo
“Crianças, venham almoçar!”
“Quando será a prova, professora?”
3 – Separar apostos
“O ladrão, menor de idade, foi apreendido pela polícia.”
4 – Isolar expressões explicativas:
“As CPIs que terminaram em pizza, ou seja, ninguém foi
responsabilizado.”
5 – Separar conjunções intercaladas
“Não foi explicado, porém, o porquê das falhas no sistema.”
6 – Isolar o adjunto adverbial anteposto ou intercalado:
“Amanhã pela manhã, faremos o comunicado aos
funcionários do setor.”
“Ele foi visto, muitas vezes, vagando desorientado pelas ruas.”
7 – Separar o complemento pleonástico antecipado:
“Estas alegações, não as considero legítimas.”
8 – Separar termos coordenados assindéticos (não conectadas
por conjunções)
“Os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se, morrem.”
9 – Isolar o nome de um local na indicação de datas:
“São Paulo, 16 de outubro de 2022”.
10 – Marcar a omissão de um termo:
“Eu faço o recheio, e você, a cobertura.” (omissão do verbo
“fazer”).
• Entre as sentenças
1 – Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas
“Meu aluno, que mora no exterior, fará aulas remotas.”
2 – Para separar as orações coordenadas sindéticas e
assindéticas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção “e”:
“Liguei para ela, expliquei o acontecido e pedi para que nos
ajudasse.”
3 – Para separar as orações substantivas que antecedem a
principal:
“Quando será publicado, ainda não foi divulgado.”
4 – Para separar orações subordinadas adverbiais desenvolvidas
ou reduzidas, especialmente as que antecedem a oração principal:
Reduzida Por ser sempre assim, ninguém dá
atenção!
Desenvolvida Porque é sempre assim, já ninguém dá
atenção!
5 – Separar as sentenças intercaladas:
“Querida, disse o esposo, estarei todos os dias aos pés do seu
leito, até que você se recupere por completo.”
• Antes da conjunção “e”
1 – Emprega-se a vírgula quando a conjunção “e” adquire
valores que não expressam adição, como consequência ou
diversidade, por exemplo.
“Argumentou muito, e não conseguiu convencer-me.”
2 – Utiliza-se a vírgula em casos de polissíndeto, ou seja, sempre
que a conjunção “e” é reiterada com com a finalidade de destacar
alguma ideia, por exemplo:
“(…) e os desenrolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede;
e dez meses de combates, e cem dias de cancioneiro contínuo; e o
esmagamento das ruínas...” (Euclides da Cunha)
3 – Emprega-se a vírgula sempre que orações coordenadas
apresentam sujeitos distintos, por exemplo:
“A mulher ficou irritada, e o marido, constrangido.”
O uso da vírgula é vetado nos seguintes casos: separar sujeito
e predicado, verbo e objeto, nome de adjunto adnominal, nome
e complemento nominal, objeto e predicativo do objeto, oração
substantiva e oração subordinada (desde que a substantivo não seja
apositiva nem se apresente inversamente).
Ponto
1 – Para indicar final de frase declarativa:
“O almoço está pronto e será servido.”
2 – Abrevia palavras:
– “p.” (página)
– “V. Sra.” (Vossa Senhoria)
– “Dr.” (Doutor)
3 – Para separar períodos:
“O jogo não acabou. Vamos para os pênaltis.”
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Ponto e Vírgula
1 – Para separar orações coordenadas muito extensas ou
orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:
“Gosto de assistir a novelas; meu primo, de jogos de RPG;
nossa amiga, de praticar esportes.”
2 – Para separar os itens de uma sequência de itens:
“Os planetas que compõem o Sistema Solar são:
Mercúrio;
Vênus;
Terra;
Marte;
Júpiter;
Saturno;
Urano;
Netuno.”
Dois Pontos
1 – Para introduzirem apostos ou orações apositivas,
enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem
ideias anteriores.
“Anote o endereço: Av. Brasil, 1100.”
“Não me conformo com uma coisa: você ter perdoado aquela
grande ofensa.”
2 – Para introduzirem citação direta:
“Desse estudo, Lavoisier extraiu o seu princípio, atualmente
muito conhecido: “Nada se cria, nada se perde, tudo se
transforma’.”
3 – Para iniciar fala de personagens:
“Ele gritava repetidamente:
– Sou inocente!”
Reticências
1 – Para indicar interrupção de uma frase incompleta
sintaticamente:
“Quem sabe um dia...”
2 – Para indicar hesitação ou dúvida:
“Então... tenho algumas suspeitas... mas prefiro não revelar
ainda.”
3 – Para concluir uma frase gramaticalmente inacabada com o
objetivo de prolongar o raciocínio:
“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas
faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar).
4 – Suprimem palavras em uma transcrição:
“Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros -
Raimundo Fagner).
Ponto de Interrogação
1 – Para perguntas diretas:
“Quando você pode comparecer?”
2 – Algumas vezes, acompanha o ponto de exclamação para
destacar o enunciado:
“Não brinca, é sério?!”
Ponto de Exclamação
1 – Após interjeição:
“Nossa Que legal!”
2 – Após palavras ou sentenças com carga emotiva
“Infelizmente!”
3 – Após vocativo
“Ana, boa tarde!”
4 – Para fechar de frases imperativas:
“Entre já!”
Parênteses
a) Para isolar datas, palavras, referências em citações, frases
intercaladas de valor explicativo, podendo substituir o travessão ou
a vírgula:
“Mal me viu, perguntou (sem qualquer discrição, como
sempre)
quem seria promovido.”
Travessão
1 – Para introduzir a fala de um personagem no discurso direto:
“O rapaz perguntou ao padre:
— Amar demais é pecado?”
2 – Para indicar mudança do interlocutor nos diálogos:
“— Vou partir em breve.
— Vá com Deus!”
3 – Para unir grupos de palavras que indicam itinerários:
“Esse ônibus tem destino à cidade de São Paulo — SP.”
4 – Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:
“Michael Jackson — o retorno rei do pop — era imbatível.”
Aspas
1 – Para isolar palavras ou expressões que violam norma culta,
como termos populares, gírias, neologismos, estrangeirismos,
arcaísmos, palavrões, e neologismos.
“Na juventude, ‘azarava’ todas as meninas bonitas.”
“A reunião será feita ‘online’.”
2 – Para indicar uma citação direta:
“A índole natural da ciência é a longanimidade.” (Machado de
Assis)
ORTOGRAFIA OFICIAL
Definições
Com origem no idioma grego, no qual orto significa “direito”,
“exato”, e grafia quer dizer “ação de escrever”, ortografia é o nome
dado ao sistema de regras definido pela gramática normativa que
indica a escrita correta das palavras.
Já a Ortografia Oficial se refere às práticas ortográficas que são
consideradas oficialmente como adequadas no Brasil. Os principais
tópicos abordados pela ortografia são: o emprego de acentos
gráficos que sinalizam vogais tônicas, abertas ou fechadas; os
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processos fonológicos (crase/acento grave); os sinais de pontuação
elucidativos de funções sintáticas da língua e decorrentes dessas
funções, entre outros.
– Os acentos: esses sinais modificam o som da letra sobre a qual
recaem, para que palavras com grafia similar possam ter leituras
diferentes, e, por conseguinte, tenham significados distintos.
Resumidamente, os acentos são agudo (deixa o som da vogal mais
aberto), circunflexo (deixa o som fechado),til (que faz com que o
som fique nasalado) e acento grave (para indicar crase).
– O alfabeto: é a base de diversos sistemas de escrita. Nele,
estão estabelecidos os sinais gráficos e os sons representados
por cada um dos sinais; os sinais, por sua vez, são as vogais e as
consoantes.
– As letras K, Y e W: antes consideradas estrangeiras, essas
letras foram integradas oficialmente ao alfabeto do idioma
português brasileiro em 2009, com a instauração do Novo Acordo
Ortográfico.
As possibilidades da vogal Y e das consoantes K e W são,
basicamente, para nomes próprios e abreviaturas, como abaixo:
– Para grafar símbolos internacionais e abreviações, como Km
(quilômetro), W (watt) e Kg (quilograma).
– Para transcrever nomes próprios estrangeiros ou seus
derivados na língua portuguesa, como Britney, Washington, Nova
York etc.
– Relação som X grafia: confira abaixo os casos mais complexos
do emprego da ortografia correta das palavras e suas principais
regras:
– «ch” ou “x”?: deve-se empregar o X nos seguintes casos:
a) Em palavras de origem africana ou indígena.
Exemplo: oxum, abacaxi.
b) Após ditongos.
Exemplo: abaixar, faixa.
c) Após a sílaba inicial “en”.
Exemplo: enxada, enxergar.
d) Após a sílaba inicial “me”.
Exemplo: mexilhão, mexer, mexerica.
– s” ou “x”?: utiliza-se o S nos seguintes casos:
a) Nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”.
Exemplo: síntese, avisa, verminose.
b) Nos sufixos “ense”, “osa” e “oso”, quando formarem
adjetivos.
Exemplo: amazonense, formosa, jocoso.
c) Nos sufixos “ês” e “esa”, quando designarem origem, título
ou nacionalidade.
Exemplo: marquês/marquesa, holandês/holandesa, burguês/
burguesa.
d) Nas palavras derivadas de outras cujo radical já apresenta
“s”.
Exemplo: casa – casinha – casarão; análise – analisar.
– Porque, Por que, Porquê ou Por quê?
– Porque (junto e sem acento): é conjunção explicativa, ou seja,
indica motivo/razão, podendo substituir o termo pois. Portanto,
toda vez que essa substituição for possível, não haverá dúvidas de
que o emprego do porque estará correto.
Exemplo: Não choveu, porque/pois nada está molhado.
– Por que (separado e sem acento): esse formato é empregado
para introduzir uma pergunta ou no lugar de “o motivo pelo qual”,
para estabelecer uma relação com o termo anterior da oração.
Exemplos: Por que ela está chorando? / Ele explicou por que do
cancelamento do show.
– Porquê (junto e com acento): trata-se de um substantivo e,
por isso, pode estar acompanhado por artigo, adjetivo, pronome
ou numeral. Exemplo: Não ficou claro o porquê do cancelamento
do show.
– Por quê (separado e com acento): deve ser empregado ao
fim de frases interrogativas. Exemplo: Ela foi embora novamente.
Por quê?
Parônimos e homônimos
– Parônimos: são palavras que se assemelham na grafia e na
pronúncia, mas se divergem no significado. Exemplos: absolver
(perdoar) e absorver (aspirar); aprender (tomar conhecimento) e
apreender (capturar).
– Homônimos: são palavras com significados diferentes, mas
que coincidem na pronúncia. Exemplos: “gosto” (substantivo) e
“gosto” (verbo gostar) / “este” (ponto cardeal) e “este” (pronome
demonstrativo).
QUESTÕES
1. PREFEITURA DE LUZIÂNIA-GO – PROFESSOR I – AROEIRA –
2021
Nos enunciados abaixo, pode-se observar a presença de
diferentes tipologias textuais como base dos gêneros materializados
nas sequências enunciativas. Numere os parênteses conforme o
código de cada tipologia.
( ) 1 - --- Não; é casada. --- Com quem? --- Com um estancieiro
do Rio grande. --- Chama-se? --- Ele? Fonseca, ela, Maria Cora.
--- O marido não veio com ela? --- Está no Rio Grande. (ASSIS,
Machado de Assis.Maria Cora.)
( ) 2 - Ao acertar os seis números na loteria, Paulo foi para casa,
entrou calado no quarto e dormiu.
( ) 3 - Incorpore em sua vida quatro sentimentos positivos: a
compaixão, a generosidade, a alegria e o otimismo.
( ) 4 - No meu ponto de vista, a mulher ideal deve ter como
características físicas o cabelo liso, pele macia, olhos claros,
nariz fino. Ser amiga, compreensiva e, acima de tudo, ser
fiel. (ALVES, André, Escola. Estadual Pereira Barreto. Texto
adaptado.)
( ) 5 - As palavras mal empregadas podem ter efeitos mais
negativos do que os traumas físicos.
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( 1 ) narrativa;
( 2 ) dialogal;
( 3 ) argumentativa;
( 4 ) injuntiva;
( 5 ) descritiva.
Está correta a alternativa:
(A) 1 - 2 - 3 - 4 - 5.
(B) 1 - 3 - 2 - 4 - 5.
(C) 2 - 1 - 4 - 5 - 3.
(D) 4 - 3 - 2 - 5 - 1.
2. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Biblio-
teconomia- O rio de minha terra é um deus estranho.
Ele tem braços, dentes, corpo, coração,
muitas vezes homicida,
foi ele quem levou o meu irmão.
É muito calmo o rio de minha terra.
Suas águas são feitas de argila e de mistérios.
Nas solidões das noites enluaradas
a maldição de Crispim desce
sobre as águas encrespadas.
O rio de minha terra é um deus estranho.
Um dia ele deixou o monótono caminhar de corpo mole
para subir as poucas rampas do seu cais.
Foi conhecendo o movimento da cidade,
a pobreza residente nas taperas marginais.
Pois tão irado e tão potente fez-se o rio
que todo um povo se juntou para enfrentá-lo.
Mas ele prosseguiu indiferente,
carregando no seu dorso bois e gente,
até roçados de arroz e de feijão.
Na sua obstinada e galopante caminhada,
destruiu paredes, casas, barricadas,
deixando no percurso mágoa e dor.
Depois subiu os degraus da igreja santa
e postou-se horas sob os pés do Criador.
E desceu devagarinho, até deitar-se
novamente no seu leito.
Mas toda noite o seu olhar de rio
fica boiando sob as luzes da cidade.
(Adaptado de: MORAES, Herculano. O rio da minha
terra. Disponível em: https://www.escritas.org)
No trecho até roçados de arroz e de feijão, o termo “até” clas-
sifica-se como
(A) pronome.
(B) preposição.
(C) artigo.
(D) advérbio.
(E) conjunção.
3. INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto a seguir para res-
ponder à questão que a ele se refere.
Texto 01
Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/38102601. Aces-
so em: 18 set. 2022.
De acordo com o texto, “[...] sair de um acidente em alta velo-
cidade pelo vidro da frente” indica uma
(A) solução.
(B) alternativa.
(C) prevenção.
(D) consequência.
(E) precaução.
4. FGV - 2022 - TJ-DFT - Oficial de Justiça Avaliador Federal-
“Quando se julga por indução e sem o necessário conhecimento
dos fatos, às vezes chega-se a ser injusto até mesmo com os malfei-
tores.” O raciocínio abaixo que deve ser considerado como indutivo
é:
(A) Os funcionários públicos folgam amanhã, por isso meu ma-
rido ficará em casa;
(B) Todos os juízes procuram julgar corretamente, por isso é o
que ele também procura;
(C) Nos dias de semana os mercados abrem, por isso deixarei
para comprar isso amanhã;
(D) No inverno, chove todos os dias, por isso vou comprar um
guarda-chuva;
(E) Ontem nevou bastante, por isso as estradas devem estar
intransitáveis.
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5. FGV - 2022 - TJ-DFT - Analista Judiciário - Segurança da Infor-
mação- “Também leio livros, muitos livros: mas com eles aprendo
menos do que com a vida. Apenas um livro me ensinou muito: o
dicionário. Oh, o dicionário, adoro-o. Mas também adoro a estrada,
um dicionário muito mais maravilhoso.”
Depreende-se desse pensamento que seu autor:
(A) nada aprende com os livros, com exceção do dicionário;
(B) deve tudo que conhece ao dicionário;
(C) adquire conhecimentos com as viagens que realiza;
(D) conhece o mundo por meio da experiência de vida;
(E)constatou que os dicionários registram o melhor da vida.
6. COTEC - 2022 - Prefeitura de Paracatu - MG - Técnico Higiene
Dental - INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 a seguir para
responder à questão que a ele se refere.
Texto 01
Disponível em: http://bichinhosdejardim.com/triste-fim-rela-
coes-afetivas/. Acesso em: 18 set. 2022.
A vírgula, na fala do primeiro quadro, foi usada de acordo com
a norma para separar um
(A) vocativo.(B) aposto explicativo.
(C) expressão adverbial.
(D) oração coordenada.
(E) predicativo.
7. CESPE / CEBRASPE - 2022 - Prefeitura de Maringá - PR - Mé-
dico Texto CG1A1
Por muitos séculos, pessoas surdas ao redor do mundo
eram consideradas incapazes de aprender simplesmente por
possuírem uma deficiência. No Brasil, infelizmente, isso não
era diferente. Essa visão capacitista só começou a mudar a
partir do século XVI, com transformações que ocorreram, num
primeiro momento, na Europa, quando educadores, por conta
própria, começaram a se preocupar com esse grupo.
Um dos educadores mais marcantes na luta pela educação
dos surdos foi Ernest Huet, ou Eduard Huet, como também era
conhecido. Huet, acometido por uma doença, perdeu a audi-
ção ainda aos 12 anos; contudo, como era membro de uma
família nobre da França, teve, desde cedo, acesso à melhor
educação possível de sua época e, assim, aprendeu a língua de
sinais francesa no Instituto Nacional de Surdos-Mudos de Pa-
ris. No Brasil, tomando-se como inspiração a iniciativa de Huet,
fundouse, em 26 de setembro de 1856, o Imperial Instituto de
SurdosMudos, instituição de caráter privado. No seu percur-
so, o instituto recebeu diversos nomes, mas a mudança mais
significativa se deu em 1957, quando foi denominado Instituto
Nacional de Educação dos Surdos – INES, que está em funcio-
namento até hoje! Essa mudança refletia o princípio de moder-
nização da década de 1950, pelo qual se guiava o instituto, com
suas discussões sobre educação de surdos.
Dessa forma, Huet e a língua de sinais francesa tiveram
grande influência na língua brasileira de sinais, a Libras, que
foi ganhando espaço aos poucos e logo passou a ser utilizada
pelos surdos brasileiros. Contudo, nesse mesmo período, mui-
tos educadores ainda defendiam a ideia de que a melhor ma-
neira de ensinar era pelo método oralizado, ou seja, pessoas
surdas seriam educadas por meio de línguas orais. Nesse caso,
a comunicação acontecia nas modalidades de escrita, leitura,
leitura labial e também oral. No Congresso de Milão, em 11 de
setembro de 1880, muitos educadores votaram pela proibição
da utilização da língua de sinais por não acreditarem na efetivi-
dade desse método na educação das pessoas surdas.
Essa decisão prejudicou consideravelmente o ensino da
Língua Brasileira de Sinais, mas, mesmo diante dessa proibição,
a Libras continuou sendo utilizada devido à persistência dos
surdos. Posteriormente, buscou-se a legitimidade da Língua
Brasileira de Sinais, e os surdos continuaram lutando pelo seu
reconhecimento e regulamentação por meio de um projeto de
lei escrito em 1993. Porém, apenas em 2002, foi aprovada a
Lei 10.436/2002, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais
(Libras) como meio legal de comunicação e expressão no país.
Internet:: <www.ufmg.br>(com adaptações)
Assinale a opção correta a respeito do emprego das formas ver-
bais e dos sinais de pontuação no texto CG1A1.
(A) A correção gramatical e a coerência do texto seriam preser-
vadas, caso a vírgula empregada logo após o vocábulo “mas”
(primeiro período do quarto parágrafo) fosse eliminada.
(B) A forma verbal “tiveram” (primeiro período do terceiro pa-
rágrafo) poderia ser substituída por “obtiveram” sem prejuízo
aos sentidos e à correção gramatical do texto.
(C) A forma verbal “continuou” (primeiro período do quarto
parágrafo) está flexionada no singular para concordar com o
artigo definido “a”, mas poderia ser substituída, sem prejuízo
à correção gramatical, pela forma verbal “continuaram”, que
estabeleceria concordância com o termo “Libras”.
(D) A forma verbal “acreditarem” (quarto período do terceiro
parágrafo) concorda com “educadores” e por isso está flexio-
nada no plural.
(E) No primeiro período do terceiro parágrafo do texto, é facul-
tativo o emprego da vírgula imediatamente após “Libras”.
8. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário -
Área Judiciária- A chama é bela
Nos anos 1970 comprei uma casa no campo com uma bela
lareira, e para meus filhos, entre 10 e 12 anos, a experiência do
fogo, da brasa que arde, da chama, era um fenômeno absolu-
tamente novo. E percebi que quando a lareira estava acesa eles
deixavam a televisão de lado. A chama era mais bela e variada
do que qualquer programa, contava histórias infinitas, não se-
guia esquemas fixos como um programa televisivo.
O fogo também se faz metáfora de muitas pulsões, do in-
flamar-se de ódio ao fogo da paixão amorosa. E o fogo pode
ser a luz ofuscante que os olhos não podem fixar, como não
podem encarar o Sol (o calor do fogo remete ao calor do Sol),
mas devidamente amestrado, quando se transforma em luz de
vela, permite jogos de claro-escuro, vigílias noturnas nas quais
uma chama solitária nos obriga a imaginar coisas sem nome...
O fogo nasce da matéria para transformar-se em substância
cada vez mais leve e aérea, da chama rubra ou azulada da raiz à
chama branca do ápice, até desmaiar em fumaça... Nesse sen-
PORTUGUÊS
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tido, a natureza do fogo é ascensional, remete a uma transcen-
dência e, contudo, talvez porque tenhamos aprendido que ele
vive no coração da Terra, é também símbolo de profundidades
infernais. É vida, mas é também experiência de seu apagar-se e
de sua contínua fragilidade.
(Adaptado de: ECO, Umberto. Construir o inimigo. Rio de Janei-
ro: Record, 2021, p. 54-55)
Está plenamente adequada a pontuação da seguinte frase:
(A) Os filhos do autor diante da lareira, não deixaram de se es-
pantar, com o espetáculo inédito daquelas chamas bruxulean-
tes.
(B) Como metáfora, o fogo por conta de seus inúmeros atribu-
tos, chega mesmo a propiciar expansões, simbólicas e metafó-
ricas.
(C) Tanto como a do Sol, a luz do fogo, uma vez expandida,
pode ofuscar os olhos de quem, imprudente, ouse enfrentá-la.
(D) O autor do texto em momentos descritivos, não deixa de
insinuar sua atração, pela magia dos poderes e do espetáculo
do fogo.
(E) Disponíveis metáforas, parecem se desenvolver quando,
por amor ou por ódio extremos somos tomados por paixões
incendiárias.
9. AGIRH - 2022 - Prefeitura de Roseira - SP - Enfermeiro 36
horas - Assinale o item que contém erro de ortografia.
(A) Na cultura japonesa, fica desprestigiado para sempre quem
inflinge as regras da lealdade.
(B) Não conseguindo prever o resultado a que chegariam, sen-
tiu-se frustrado.
(C) Desgostos indescritíveis, porventura, seriam rememorados
durante a sessão de terapia.
(D) Ao reverso de outros, trazia consigo autoconhecimento e
autoafirmação.
10. Unoesc - 2022 - Prefeitura de Maravilha - SC - Agente Admi-
nistrativo - Edital nº 2- Considerando a acentuação tônica, assinale
as alternativas abaixo com (V) verdadeiro ou (F) falso.
( ) As palavras “gramática” e “partir” são, respectivamente,
proparoxítona e oxítona.
( ) “Nós” é uma palavra oxítona.
( ) “César” não é proparoxítona, tampouco oxítona.
( ) “Despretensiosamente” é uma palavra proparoxítona.
( ) “Café” é uma palavra paroxítona.
A sequência correta de cima para baixo é:
(A) F, V, V, F, V.
(B) V, V, F, V, F.
(C) V, F, V, F, V.
(D) V, V, V, F, F.
11. CESPE / CEBRASPE - 2022 - TCE-PB - Médico- Texto CB1A1-I
A história da saúde não é a história da medicina, pois ape-
nas de 10% a 20% da saúde são determinados pela medicina,
e essa porcentagem era ainda menor nos séculos anteriores.
Os outros três determinantes da saúde são o comportamento,
o ambiente e a biologia – idade, sexo e genética. As histórias
da medicina centradas no atendimento à saúde não permitem
uma compreensão global da melhoria da saúde humana. A his-
tória dessa melhoria é uma história de superação. Antes dos
primeiros progressos, a saúde humana estava totalmente es-
tagnada. Da Revolução Neolítica, há 12 mil anos, até meados
do século XVIII, a expectativa de vida dos seres humanos oci-
dentais não evoluíra de modo significativo. Estava paralisada
na faixa dos 25-30 anos. Foi somentea partir de 1750 que o
equilíbrio histórico se modificou positivamente. Vários elemen-
tos alteraram esse contexto, provocando um aumento pratica-
mente contínuo da longevidade. Há 200 anos, as suecas deti-
nham o recorde mundial com uma longevidade de 46 anos. Em
2019, eram as japonesas que ocupavam o primeiro lugar, com
uma duração média de vida de 88 anos. Mesmo sem alcançar
esse recorde, as populações dos países industrializados podem
esperar viver atualmente ao menos 80 anos. Desde 1750, cada
geração vive um pouco mais do que a anterior e prepara a se-
guinte para viver ainda mais tempo.
Jean-David Zeitoun. História da saúde humana: vamos viver
cada vez mais?
Tradução Patrícia Reuillard. São Paulo: Contexto, 2022, p. 10-11
(com adaptações).
No que se refere a aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, jul-
gue o item seguinte.
A inserção de uma vírgula imediatamente após o termo “au-
mento” (nono período) prejudicaria a correção gramatical e o sen-
tido original do texto.
( )CERTO
( )ERRADO
12. FGV - 2022 - SEAD-AP - Cuidador Uma das marcas da textu-
alidade é a coerência. Entre as frases abaixo, assinale aquela que se
mostra coerente.
(A) Avise-me se você não receber esta carta.
(B) Só uma coisa a vida ensina: a vida nada ensina.
(C) Quantos sofrimentos nos custaram os males que nunca
ocorreram.
(D) Todos os casos são únicos e iguais a outros.
(E) Como eu disse antes, eu nunca me repito.
13. OBJETIVA - 2022 - Prefeitura de Dezesseis de Novembro -
RS - Controlador Interno- Considerando-se a concordância nominal,
marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assi-
nalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
( ) Agora que tudo passou, sinto que tenho menas tristezas na
minha vida.
( ) Posso pedir teu bloco e tua caneta emprestada?
( ) É proibido a entrada de animais na praia.
(A) C - E - C.
(B) C - E - E.
(C) E - E - C.
(D) E - C - E.
14. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário
- Área Judiciária
O meu ofício
O meu ofício é escrever, e sei bem disso há muito tempo. Es-
pero não ser mal-entendida: não sei nada sobre o valor daquilo
que posso escrever. Quando me ponho a escrever, sinto-me
extraordinariamente à vontade e me movo num elemento que
tenho a impressão de conhecer extraordinariamente bem: uti-
lizo instrumentos que me são conhecidos e familiares e os sinto
bem firmes em minhas mãos. Se faço qualquer outra coisa, se
estudo uma língua estrangeira, se tento aprender história ou
geografia, ou tricotar uma malha, ou viajar, sofro e me pergun-
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to como é que os outros conseguem fazer essas coisas. E tenho
a impressão de ser cega e surda como uma náusea dentro de
mim.
Já quando escrevo nunca penso que talvez haja um modo
mais correto, do qual os outros escritores se servem. Não me
importa nada o modo dos outros escritores. O fato é que só sei
escrever histórias. Se tento escrever um ensaio de crítica ou
um artigo sob encomenda para um jornal, a coisa sai bem ruim.
O que escrevo nesses casos tenho de ir buscar fora de mim. E
sempre tenho a sensação de enganar o próximo com palavras
tomadas de empréstimo ou furtadas aqui e ali.
Quando escrevo histórias, sou como alguém que está em
seu país, nas ruas que conhece desde a infância, entre as ár-
vores e os muros que são seus. Este é o meu ofício, e o farei
até a morte. Entre os cinco e dez anos ainda tinha dúvidas e às
vezes imaginava que podia pintar, ou conquistar países a cava-
lo, ou inventar uma nova máquina. Mas a primeira coisa séria
que fiz foi escrever um conto, um conto curto, de cinco ou seis
páginas: saiu de mim como um milagre, numa noite, e quando
finalmente fui dormir estava exausta, atônita, estupefata.
(Adaptado de: GINZBURG, Natalia. As pequenas virtudes. Trad.
Maurício Santana Dias. São Paulo: Cosac Naify, 2015, p, 72-77,
passim)
As normas de concordância verbal encontram-se plenamente
observadas em:
(A) As palavras que a alguém ocorrem deitar no papel acabam
por identificar o estilo mesmo de quem as escreveu.
(B) Gaba-se a autora de que às palavras a que recorre nunca
falta a espontaneidade dos bons escritos.
(C) Faltam às tarefas outras de que poderiam se incumbir a fa-
cilidade que encontra ela em escrever seus textos.
(D) Os possíveis entraves para escrever um conto, revela a au-
tora, logo se dissipou em sua primeira tentativa.
(E) Não haveria de surgir impulsos mais fortes, para essa escri-
tora, do que os que a levaram a imaginar histórias.
15. SELECON - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Técnico em
Nutrição Escolar- Considerando a regência nominal e o emprego do
acento grave, o trecho destacado em “inerentes a esta festa” está
corretamente substituído em:
(A) inerentes à determinado momento
(B) inerentes à regras de convivência
(C) inerentes à regulamentos anteriores
(D) inerentes à evidência de incorreções
16. Assinale a frase com desvio de regência verbal.
(A) Informei-lhe o bloqueio do financiamento de pesquisas.
(B) Avisaram-no a liberação de recursos para ciência e tecno-
logia.
(C) Os acadêmicos obedecem ao planejamento estratégico.
(D) Todos os homens, por natureza, aspiram ao saber.
(E) Assistimos ao filme que apresentou a obra daquele grande
cientista.
17. MPE-GO - 2022 - MPE-GO - Oficial de Promotoria - Edital
nº 007- Sendo (C) para as assertivas corretas e (E) para as erradas,
assinale a alternativa com a sequência certa considerando a obser-
vância das normas da língua portuguesa:
( ) O futebol é um esporte de que o povo gosta.
( ) Visitei a cidade onde você nasceu.
( ) É perigoso o local a que você se dirige.
( ) Tenho uma coleção de quadros pela qual já me ofereceram
milhões.
(A) E – E – E – C
(B) C – C – C – E
(C) C – E – E – E
(D) C – C – C – C
18. FADCT - 2022 - Prefeitura de Ibema - PR - Assistente Admi-
nistrativo- A frase “ O estudante foi convidado para assistir os deba-
tes políticos.” apresenta, de acordo com a norma padrão da Língua
portuguesa, um desvio de:
(A) Concordância nominal.
(B) Concordância verbal.
(C) Regência verbal.
(D) Regência nominal
19. FUNCERN - 2019 - Prefeitura de Apodi - RN - Professor de
Ensino Fundamental I ( 1º ao 5º ano)-
Os pontos cegos de nosso cérebro e o risco eterno de aciden-
tes
Luciano Melo
O motorista aguarda o momento seguro para conduzir seu
carro e atravessar o cruzamento. Olha para os lados que atra-
vessará e, estático, aguarda que outros veículos deixem livre
o caminho pela via transversal à sua frente. Enquanto espera,
olha de um lado a outro a vigiar a pista quase livre. Finalmente
não avista mais nenhum veículo que poderá atrapalhar seu pla-
nejado movimento. É hora de dirigir, mas, no meio da traves-
sia, ele é surpreendido por uma grave colisão. Uma motocicleta
atinge a traseira de seu veículo.
Eu tomo a defesa do motorista: ele não viu a moto se aproxi-
mar. Presumo que vários dos leitores já passaram por situação
semelhante, mas, caso você seja exceção e acredite que en-
xergaria a motocicleta, eu o convido a assistir a um vídeo que
existe sobre isso. O filme prova quão difícil é perceber objetos
que de repente somem ou aparecem em uma cena.
Nossa condição humana está casada com uma inabilidade
de perceber certas mudanças. Claro que notamos muitas alte-
rações à nossa volta, especialmente se olharmos para o ponto
alvo da modificação no momento em que ela ocorrerá. Assim,
se olharmos fixamente para uma janela cheia de vasos de flores,
poderemos assistir à queda de um deles. Mas, se desviarmos
brevemente nossos olhos da janela, justamente no momento
do tombo, é possível que nem notemos a falta do enfeite. O fe-
nômeno se chama cegueira para mudança: nossa incapacidade
de visualizar variações do ambiente entre uma olhada e outra.
No mundo real, mudanças são geralmente antecedidas por
uma série de movimentos. Se esses movimentos superam um
limiar atrativo, vão capturar nossa atenção que focará na alte-ração considerada dominante. Por sua vez, modificações que
não ultrapassam o limiar não provocarão divergência da aten-
ção e serão ignoradas.
PORTUGUÊS
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a solução para o seu concurso!
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Quando abrimos nossos olhos, ficamos com a impressão de
termos visão nítida, rica e bem detalhada do mundo que se
estende por todo nosso campo visual. A consciência de nossa
percepção não é limitada, mas nossa atenção e nossa memó-
ria de curtíssimo prazo são. Não somos capazes de memorizar
tudo instantaneamente à nossa volta e nem podemos nos ater
a tudo que nos cerca. Nossa introspecção da grandiosidade de
nossa experiência visual confronta com nossas limitações per-
ceptivas práticas e cria uma vivência rica, porém efêmera e su-
jeita a erros de interpretações. Dimensiona um gradiente entre
o que é real e o que se presume, algo que favorece os acidentes
de trânsito.
Podemos interpretar que o acidente do exemplo do início
do texto se deu porque o motorista convergiu sua atenção às
partes centrais da pista, por onde os carros preferencialmente
circulam sob velocidade mais ou menos previsível. Assim que o
último carro passou, ficou fácil pressupor que o centro da pista
permaneceria vazio por um intervalo de tempo seguro para a
travessia. As laterais da pista, locais em que motocicletas geral-
mente trafegam, não tiveram a atenção merecida, e a velocida-
de da moto não estava no padrão esperado.
O mundo aqui fora é um caos repleto de acontecimentos, e
nossos cérebros têm que coletar e reter alguns deles para que
possamos compreendê-lo e, assim, agirmos em busca da nossa
sobrevivência. Mas essas informações são salpicadas, incom-
pletas e mutáveis. Traçar uma linha que contextualize todos es-
ses dados não é simples. Eventualmente, esse jogo mental de
ligar pontinhos cria armadilha para nós mesmos, pois por vezes
um ponto que deveria ser descartado é inserido em uma lógica
apenas por ser chamativo. E outro, ao contrário, deveria ser
considerado, mas é menosprezado, pois à primeira vista não
atendeu a um pressuposto.
Essas interpretações podem provocar outras tragédias além
de acidentes de carro.
Disponível em:<https://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em:
20 abr. 2019. (texto adaptado)
No trecho “[...]poderemos assistir à queda de um deles.”, a
ocorrência do acento grave é justificada
(A) pela exigência de artigo do termo regente, que é um ver-
bo, e pela exigência de preposição do termo regido, que é um
nome.
(B) pela exigência de preposição do termo regente, que é um
nome, e pela exigência de artigo do termo regido, que é um
verbo.
(C) pela exigência de artigo do termo regente, que é um nome,
e pela exigência de artigo do termo regido, que é um verbo.
(D) pela exigência de preposição do termo regente, que é um
verbo, e pela exigência de artigo do termo regido, que é um
nome.
20. MPE-GO - 2022 - MPE-GO - Oficial de Promotoria - Edital
nº 006
A importância dos debates
É promissor que os candidatos ao governo gaúcho venham
dando ênfase nas conversas diretas a projetos de governo de inte-
resse específico dos eleitores
O primeiro confronto direto entre os candidatos Eduardo Leite
(PSDB) e José Ivo Sartori (MDB), que disputam o governo do Estado
em segundo turno, reafirmou a importância dessa alternativa de-
mocrática para ajudar os eleitores a fazer suas escolhas. Uma das
vantagens do sistema de votação em dois turnos, instituído pela
Constituição de 1988, é justamente a de propiciar um maior de-
talhamento dos programas de governo dos dois candidatos mais
votados na primeira etapa.
Foi justamente o que ocorreu ontem entre os postulantes ao
Palácio Piratini. Colocados frente a frente nos microfones da Rá-
dio Gaúcha, ambos tiveram a oportunidade de enfrentar questões
importantes ligadas ao cotidiano dos eleitores. A viabilidade de as
principais demandas dos gaúchos serem contempladas vai depen-
der acima de tudo da estratégia de cada um para enfrentar a crise
das finanças públicas.
Diferentemente do que os eleitores estão habituados a assistir
no horário eleitoral obrigatório e a acompanhar por postagens dos
candidatos nas redes sociais, debates se prestam menos para pro-
paganda pessoal, estratégias de marketing e para a disseminação
de informações inconfiáveis e notícias falsas, neste ano usadas lar-
gamente em campanhas. Além disso, têm a vantagem de desafiar
os candidatos com questionamentos de jornalistas e do público. As
respostas, inclusive, podem ser conferidas por profissionais de im-
prensa, com divulgação posterior, o que facilita o discernimento por
parte de eleitores sobre o que corresponde ou não à verdade.
O Rio Grande do Sul enfrenta uma crise fiscal no setor público
que, se não contar com uma perspectiva de solução imediata, pra-
ticamente vai inviabilizar a implantação de qualquer plano de go-
verno. Por isso, é promissor que, enquanto em outros Estados pre-
dominam denúncias e acusações, os candidatos ao governo gaúcho
venham dando ênfase nas conversas diretas a projetos de governo
de interesse específico dos eleitores.
Democracia se faz com diálogo e transparência. Sem discus-
sões amplas, perdem os cidadãos, que ficam privados de informa-
ções essenciais para fazer suas escolhas com mais objetividade e
menos passionalismo.
(A IMPORTÂNCIA dos debates. GaúchaZH, 17 de outubro de
2018. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br. Acesso
em: 30 de agosto de 2022)
No segundo parágrafo do texto, há a frase: “Colocados frente
a frente nos microfones da Rádio Gaúcha, ambos tiveram a oportu-
nidade de enfrentar questões importantes ligadas ao cotidiano dos
eleitores.” Conforme se observa, na expressão em destaque, não há
ocorrência da crase.
Assim, seguindo a regra gramatical acerca da crase, assinale a
alternativa em que há o emprego da crase indevidamente:
(A) cara a cara; às ocultas; à procura.
(B) face a face; às pressas; à deriva.
(C) à frente; à direita; às vezes.
(D) à tarde; à sombra de; a exceção de.
PORTUGUÊS
4444
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GABARITO
1 C
2 D
3 D
4 E
5 D
6 A
7 D
8 C
9 A
10 D
11 CERTO
12 B
13 D
14 B
15 D
16 B
17 D
18 C
19 D
20 D
ANOTAÇÕES
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a solução para o seu concurso!
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RACIOCÍNIO LÓGICO
LÓGICA PROPOSICIONAL: PROPOSIÇÕES SIMBÓLICAS
(FÓRMULAS BEM FORMADAS); TABELA VERDADE E CLAS-
SIFICAÇÃO DE FÓRMULAS
PROPOSIÇÃO
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensa-
mento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensa-
mentos, isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a
respeito de determinados conceitos ou entes.
Valores lógicos
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma
verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a
proposição é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos
os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Com isso temos alguns axiomas da lógica:
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não
pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é
verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
existindo um terceiro caso.
“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores,
que são: V ou F.”
Classificação de uma proposição
Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógi-
co verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto,
não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem?
– Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a
televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, am-
bíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro
do meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1
• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO
valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será conside-
rada uma frase, proposição ou sentença lógica.
Proposições simples e compostas
• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém
nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas
p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
Exemplos
r: Thiago é careca.
s: Pedro é professor.
• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógi-
cas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras lati-
nas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.
ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas
por duas proposições simples.
Classificação de Frases
“A frase dentro destas aspas é uma mentira.” (Não é uma pro-
posição lógica)
“A expressão x + y é positiva.” (Sentença aberta)
“O valor de √4 + 3 = 7.” (Sentença fechada)
“Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.” (Proposição
lógica)
“O que é isto?” (Sentença aberta)
Exemplos:
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?
Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.
Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos
atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valo-
res lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos
atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também po-
demos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quan-
tidade certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou
F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores
lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.
RACIOCÍNIO LÓGICO
4646
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CONECTIVOS (CONECTORES LÓGICOS)
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:
OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE
Negação ~ Não p
Conjunção ^ p e q
Disjunção Inclu-
siva v p ou q
Disjunção Exclu-
siva v Ou p ou q
Condicional → Se p então q
Bicondicional ↔ p se e somente se q
RACIOCÍNIO LÓGICO
47
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Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou
operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbo-
los (da linguagem formal) utilizados para conectar proposições de
acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa
que apresenta exemplos de conjunção, negação e implicação, res-
pectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q
Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o
conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposi-
ção simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representa-
da pelo símbolo (→).
Resposta: B.
TABELA VERDADE
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determi-
namos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a
compõe. O valor lógico de qualquer proposição composta depen-
de UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples com-
ponentes, ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.
• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do nú-
mero de proposições simples que a integram, sendo dado pelo se-
guinte teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* pro-
posições simples componentes contém 2n linhas.”
Exemplo:
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições sim-
ples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da pro-
posição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.
Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima,
então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.
CONCEITOS DE TAUTOLOGIA , CONTRADIÇÃO E CONTI-
GÊNCIA
• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade
(última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia,
então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que
sejam as proposições P0, Q0, R0, ...
• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela ver-
dade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da
Tautologia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição,
então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que
sejam as proposições P0, Q0, R0, ...
• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade
(última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.
Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o
objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na
qual identificava, por letras, algumas afirmaçõesrelevantes quanto
à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposi-
ções). No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no
regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar
qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item
que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, in-
dependentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou
falsas.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
Considerando P e Q como V.
(V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
(F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Resposta: Certo.
EQUIVALÊNCIA
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quan-
do mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a
mesma solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLO-
GIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.
RACIOCÍNIO LÓGICO
4848
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Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.
Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:
Resposta: B.
LEIS DE MORGAN
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.
ATENÇÃO
As Leis de Morgan
exprimem que NEGAÇÃO
transforma:
CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO
LÓGICA DE PREDICADOS DE PRIMEIRA ORDEM: FÓRMULAS QUANTIFICADAS
Alguns argumentos utilizam proposições que empregam quantificadores, essenciais em proposições categóricas para estabelecer uma
relação consistente entre sujeito e predicado. O foco é na coerência e no sentido da proposição, independentemente de sua veracidade.
RACIOCÍNIO LÓGICO
49
a solução para o seu concurso!
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As formas comuns incluem:
Todo A é B.
Nenhum A é B.
Algum A é B.
Algum A não é B. Aqui, “A” e “B” representam os termos ou
características envolvidas nas proposições categóricas.
Classificação de uma proposição categórica de acordo com o
tipo e a relação
As proposições categóricas podem ser diferenciadas
observando dois critérios essenciais: qualidade e quantidade ou
extensão.
– Qualidade: esse concurso distingue as proposições
categóricas em afirmativas ou negativas, baseando-se na natureza
da afirmação feita.
– Oferta ou extensão: esta classificação é denominada
como proposições categóricas, como universais ou particulares,
dependendo do quantificador do destinatário na proposição.
Dentro dessas categorias, baseando-se na qualidade e na
extensão, identificam-se quatro tipos principais de proposições,
simbolizados pelas letras A, E, I, e O.
Universal Afirmativa (Tipo A) – “Todo A é B”.
Existem duas interpretações possíveis.
Essas proposições declararam que o conjunto “A” está incluído
dentro do conjunto “B”, significando que cada elemento de “A”
pertence também a “B”. Importante notar que “Todo A é B” difere
de “Todo B é A”.
Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B”.
Essas proposições estabelecem que os conjuntos “A” e “B”
não consideram nenhum elemento. Vale ressaltar que afirmar
“Nenhum A é B” equivale a dizer “Nenhum B é A”. Esta negativa
universal pode ser representada pelo diagrama em que A e B não se
intersectam (A ∩ B = ø):
Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”
Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta
proposição:
Estas proposições, expressas como “Algum A é B”, indicam que
há pelo menos um elemento do conjunto “A” que também pertence
ao conjunto “B”. No entanto, ao afirmar “Algum A é B”, subentende-
se que nem todos os elementos de “A” são elementos de “B”. É
importante notar que “Algum A é B” possui o mesmo significado de
“Algum B é A”.
Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B”
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três
representações possíveis:
Proposições formuladas como “Algum A não é B” indicam que
existe pelo menos um elemento no conjunto “A” que não faz parte
do conjunto “B”. É importante observar que a afirmação “Algum A
não é B” não tem o mesmo significado que “Algum B não é A”.
Negação das Proposições Categóricas
Quando negamos uma proposição categórica, é importante
seguir estas regras de equivalência:
– Negar uma proposição categórica universal resulta em uma
proposição categórica particular.
– Inversamente, ao negar uma proposição categórica particular,
obtemos uma proposição categórica universal.
RACIOCÍNIO LÓGICO
5050
a solução para o seu concurso!
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– Negar uma proposição afirmativa sempre produz uma
proposição negativa; reciprocamente, negar uma proposição
negativa sempre resultará em uma proposição afirmativa.
Em síntese:
ARGUMENTOS VÁLIDOS E SOFISMAS
Um argumento refere-se à declaração de que um conjunto
de proposições iniciais leva a outra proposição final, que é uma
consequência das primeiras. Em outras palavras, um argumento é a
relação que conecta um conjunto de proposições, denotadas como
P1, P2,... Pn, conhecidas como premissas do argumento, a uma
proposição Q, que é chamada de conclusão do argumento.
Exemplo:
P1: Todos os cientistas são loucos.
P2: Martiniano é louco.
Q: Martiniano é um cientista.
O exemplo fornecido pode ser denominado de Silogismo, que é
um argumento formado por duas premissas e uma conclusão.
Quando se trata de argumentos lógicos, nosso interesse reside
em determinar se eles são válidos ou inválidos. Portanto, vamos
entender o que significa um argumento válido e um argumento
inválido.
Argumentos Válidos
Um argumento é considerado válido, ou legítimo, quando a
conclusão decorre necessariamente das propostas apresentadas.
Exemplo de silogismo:
P1: Todos os homens são pássaros.
P2: Nenhum pássaro é animal.
C: Logo, nenhum homem é animal.
Este exemplo demonstra um argumento logicamente
estruturado e, por isso, válido. Entretanto, isso não implica na
verdade das premissas ou da conclusão.
Importante enfatizar que a classificação de avaliação de um
argumento é a sua estrutura lógica, e não o teor de suas propostas
ou conclusões. Se a estrutura for formulada corretamente,
o argumento é considerado válido, independentemente da
veracidade das propostas ou das conclusões.
Como determinar se um argumento é válido?
A validade de um argumento pode ser verificada por meio
de diagramas de Venn, uma ferramenta extremamente útil para
essa finalidade, frequentemente usada para analisar a lógica
de argumentos. Vamos ilustrar esse método com o exemplo
mencionado acima. Ao afirmar na afirmação P1 que “todos os
homens são pássaros”, podemos representar esta afirmação da
seguinte forma:
Note-se que todos os elementos do conjunto menor (homens)
estão contidos no conjunto maior (pássaros), diminuindo que todos
os elementos do primeiro grupo pertencem também ao segundo.
Esta é a forma padrão de representar graficamente a afirmação
“Todo A é B”: dois círculos, com o menor dentro do maior, onde
o círculo menor representa o grupo classificado após a expressão
“Todo”.
Quanto à afirmação “Nenhum pássaro é animal”, a palavra-
chave aqui é “Nenhum”, que transmite a ideia de completa
separação entre os dois conjuntos incluídos.
A representação gráfica da afirmação “Nenhum A é B” sempre
consistirá em dois conjuntos distintos,sem sobreposição alguma
entre eles.
RACIOCÍNIO LÓGICO
51
a solução para o seu concurso!
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Ao combinar as representações gráficas das duas indicações
mencionadas acima e analisá-las, obteremos:
Ao analisar a conclusão de nosso argumento, que afirma
“Nenhum homem é animal”, e compará-la com as representações
gráficas das metas, questionamos: essa conclusão decorre
logicamente das metas? Definitivamente, sim!
Percebemos que o conjunto dos homens está completamente
separado do conjunto dos animais, diminuindo uma dissociação
total entre os dois. Portanto, concluímos que este argumento é
válido.
Argumentos Inválidos
Um argumento é considerado inválido, também chamado de
ilegítimo, mal formulado, falacioso ou sofisma, quando as propostas
apresentadas não são capazes de garantir a verdade da conclusão.
Por exemplo:
P1: Todas as crianças gostam de chocolate.
P2: Patrícia não é criança.
C: Logo, Patrícia não gosta de chocolate.
Este exemplo ilustra um argumento inválido ou falacioso, pois
as premissas não estabelecem de maneira conclusiva a veracidade
da conclusão. É possível que Patrícia aprecie chocolate, mesmo não
sendo criança, uma vez que a proposta inicial não limite o gosto por
chocolate exclusivamente para crianças.
Para demonstrar a invalidez do argumento supracitado,
utilizaremos diagramas de conjuntos, tal como foi feito para provar
a validade de um argumento válido. Iniciaremos com as primeiras
metas: “Todas as crianças gostam de chocolate”.
Examinemos a segunda premissa: “Patrícia não é criança”.
Para obrigar, precisamos referenciar o diagrama criado a partir da
primeira localização e determinar a localização possível de Patrícia,
levando em consideração o que a segunda localização estabelece.
Fica claro que Patrícia não pode estar dentro do círculo que
representa as crianças. Essa é a única restrição imposta pela
segunda colocação. Assim, podemos deduzir que existem duas
posições possíveis para Patrícia no diagrama:
1º) Fora do círculo que representa o conjunto maior;
2º) Dentro do conjunto maior, mas fora do círculo das crianças.
Vamos analisar:
Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia
não gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se
este argumento é válido ou não, é justamente confirmar se esse
resultado (se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!
– É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de
chocolate? Olhando para o desenho acima, respondemos que não!
Pode ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora do círculo),
mas também pode ser que goste (caso esteja dentro do círculo)!
Enfim, o argumento é inválido, pois as premissas não garantiram a
veracidade da conclusão!
Métodos para validação de um argumento
Vamos explorar alguns métodos que nos ajudarão a determinar
a validade de um argumento:
1º) Diagramas de conjuntos: ideal para argumentos que
contenham as palavras “todo”, “algum” e “nenhum” ou suas
convenções como “cada”, “existe um”, etc. referências nas
indicações.
2º) Tabela-verdade: recomendada quando o uso de diagramas
de conjuntos não se aplica, especialmente em argumentos que
envolvem conectores lógicos como “ou”, “e”, “→” (implica) e “↔”
(se e somente se) . O processo inclui a criação de uma tabela que
destaca uma coluna para cada premissa e outra para a conclusão. O
principal desafio deste método é o aumento da complexidade com
o acréscimo de proposições simples.
3º) Operações lógicas com conectivos, assumindo posições
verdadeiras: aqui, partimos do princípio de que as premissas
são verdadeiras e, através de operações lógicas com conectivos,
buscamos determinar a veracidade da conclusão. Esse método
oferece um caminho rápido para demonstrar a validade de um
argumento, mas é considerado uma alternativa secundária à
primeira opção.
RACIOCÍNIO LÓGICO
5252
a solução para o seu concurso!
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4º) Operações lógicas considerando propostas verdadeiras e conclusões falsas: este método é útil quando o anterior não fornece
uma maneira direta de avaliar o valor lógico da conclusão, solicitando, em vez disso, uma análise mais profunda e, possivelmente, mais
complexa.
Em síntese, temos:
Deve ser usado quando: Não deve ser usado quando:
1o método Utilização dos Diagramas
(circunferências).
O argumento apresentar as palavras
todo, nenhum, ou algum
O argumento não apresentar
tais palavras.
2o método Construção das tabelas-
verdade.
Em qualquer caso, mas
preferencialmente quando o argumento
tiver no máximo duas proposições
simples.
O argumento não apresentar
três ou mais proposições
simples.
3o método
Considerando as premissas
verdadeiras e testando a
conclusão verdadeira.
O 1o método não puder ser empregado,
e houver uma premissa que seja uma
proposição simples; ou
que esteja na forma de uma conjunção
(e).
Nenhuma premissa for uma
proposição simples ou uma
conjunção.
4o método
Verificar a existência de
conclusão falsa e premissas
verdadeiras.
0 1o método ser empregado, e a
conclusão tiver a forma de uma
proposição simples; ou estiver na forma
de uma condicional (se...então...).
A conclusão não for uma
proposição simples, nem
uma desjunção, nem uma
condicional.
Exemplo: diga se o argumento abaixo é válido ou inválido:
(p ∧ q) → r
_____~r_______
~p ∨ ~q
Resolução:
1ª Pergunta: o argumento inclui as expressões “todo”, “algum”, ou “nenhum”? Se uma resposta negativa, isso exclui a aplicação do
primeiro método, levando-nos a considerar outras opções.
2ª Pergunta: o argumento é composto por, no máximo, duas proposições simples? Caso a resposta seja negativa, o segundo método
também é descartado da análise.
3ª Pergunta: alguma das propostas consiste em uma proposição simples ou em uma conjunção? Se afirmativo, como no caso da
segunda proposição ser (~r), podemos proceder com o terceiro método. Se desejarmos explorar mais opções, temos obrigações com outra
pergunta.
4ª Pergunta: a conclusão é formulada como uma proposição simples, uma disjunção, ou uma condicional? Se a resposta for positiva,
e a conclusão para uma disjunção, por exemplo, temos a opção de aplicar o método quarto, se assim escolhermos.
Vamos seguir os dois caminhos: resolveremos a questão pelo 3º e pelo 4º método.
Analise usando o Terceiro Método a partir do princípio de que as premissas são verdadeiras e avalie a veracidade da conclusão, dessa
forma, será obtido:
2ª Premissa: Se ~r é verdade, isso implica que r é falso.
1ª Premissa: se (p ∧ q) → r é verdade, e já estabelecemos que r é falso, isso nos leva a concluir que (p ∧ q) também deve ser
falso. Uma conjunção é falsa quando pelo menos uma das proposições é falsa ou ambas são. Portanto, não conseguimos determinar os
valores específicos de p e q com esta abordagem. Apesar da aparência inicial de adequação, o terceiro método não nos permite concluir
definitivamente sobre a validade do argumento.
Analise usando o Quarto Método considerando a conclusão como falsa e as premissas como verdadeiras, chegaremos a:
Conclusão: Se ~pv ~q é falso, então tanto p quanto q são verdadeiros. Procedemos ao teste das propostas sob a suposição de sua
verdade:
1ª Premissa: Se (p∧q) → r é considerado verdadeiro, e p e q são verdadeiros, a situação condicional também é verdadeira, o que nos
leva a concluir que r deve ser verdadeiro.
2ª Premissa) Com r sendo verdadeiro, encontramos um conflito, pois isso tornaria ~r falso. Contudo, nesta análise, o objetivo é
verificar a coexistência de posições verdadeiras com uma conclusão falsa. A ausência dessa coexistência indica que o argumento é válido.
Portanto, concluímos que o argumento é válido sob o método quarto.
RACIOCÍNIO LÓGICO
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a solução para o seu concurso!
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CONJUNTOS: OPERAÇÕES, DIAGRAMAS DE VENN
Conjunto está presente em muitos aspectos da vida, sejam eles
cotidianos, culturais ou científicos. Por exemplo, formamos conjun-
tos ao organizar a lista de amigos para uma festa agrupar os dias da
semana ou simplesmente fazer grupos.Os componentes de um conjunto são chamados de elementos.
Para enumerar um conjunto usamos geralmente uma letra
maiúscula.
Representações
Pode ser definido por:
-Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, 3, 5, 7, 9}
-Simbolicamente: B={x>N|x<8}, enumerando esses elementos
temos:
B={0,1,2,3,4,5,6,7}
– Diagrama de Venn
Há também um conjunto que não contém elemento e é repre-
sentado da seguinte forma: S = ∅ ou S = { }.
Quando todos os elementos de um conjunto A pertencem tam-
bém a outro conjunto B, dizemos que:
A é subconjunto de B
Ou A é parte de B
A está contido em B escrevemos: A ⊂ B
Se existir pelo menos um elemento de A que não pertence a
B: A ⊄ B
Símbolos
∈: pertence
∉: não pertence
⊂: está contido
⊄: não está contido
⊃: contém
⊅: não contém
/: tal que
⟹: implica que
⇔: se,e somente se
∃: existe
∄: não existe
∀: para todo(ou qualquer que seja)
∅: conjunto vazio
N: conjunto dos números naturais
Z: conjunto dos números inteiros
Q: conjunto dos números racionais
Q’=I: conjunto dos números irracionais
R: conjunto dos números reais
Igualdade
Propriedades básicas da igualdade
Para todos os conjuntos A, B e C,para todos os objetos x ∈ U
(conjunto universo), temos que:
(1) A = A.
(2) Se A = B, então B = A.
(3) Se A = B e B = C, então A = C.
(4) Se A = B e x ∈ A, então x∈ B.
Se A = B e A ∈ C, então B ∈ C.
Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem exata-
mente os mesmos elementos. Em símbolo:
Para saber se dois conjuntos A e B são iguais, precisamos saber
apenas quais são os elementos.
Não importa ordem:
A={1,2,3} e B={2,1,3}
Não importa se há repetição:
A={1,2,2,3} e B={1,2,3}
Classificação
Definição
Chama-se cardinal de um conjunto, e representa-se por #, ao
número de elementos que ele possui.
Exemplo
Por exemplo, se A ={45,65,85,95} então #A = 4.
Definições
Dois conjuntos dizem-se equipotentes se têm o mesmo cardi-
nal.
Um conjunto diz-se
a) infinito quando não é possível enumerar todos os seus ele-
mentos
b) finito quando é possível enumerar todos os seus elementos
c) singular quando é formado por um único elemento
d) vazio quando não tem elementos
Exemplos
N é um conjunto infinito (O cardinal do conjunto N (#N) é infi-
nito (∞));
A = {½, 1} é um conjunto finito (#A = 2);
B = {Lua} é um conjunto singular (#B = 1)
{ } ou ∅ é o conjunto vazio (#∅ = 0)
Pertinência
O conceito básico da teoria dos conjuntos é a relação de perti-
nência representada pelo símbolo ∈. As letras minúsculas designam
os elementos de um conjunto e as maiúsculas, os conjuntos. Assim,
o conjunto das vogais (V) é:
V={a,e,i,o,u}
A relação de pertinência é expressa por: a∈V
A relação de não-pertinência é expressa por:b∉V, pois o ele-
mento b não pertence ao conjunto V.
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Inclusão
A Relação de inclusão possui 3 propriedades:
Propriedade reflexiva: A⊂A, isto é, um conjunto sempre é sub-
conjunto dele mesmo.
Propriedade antissimétrica: se A⊂B e B⊂A, então A=B
Propriedade transitiva: se A⊂B e B⊂C, então, A⊂C.
Operações
União
Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro formado
pelos elementos que pertencem pelo menos um dos conjuntos a
que chamamos conjunto união e representamos por: A∪B.
Formalmente temos: A∪B={x|x ∈ A ou x ∈ B}
Exemplo:
A={1,2,3,4} e B={5,6}
A∪B={1,2,3,4,5,6}
Interseção
A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado pelos
elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é representada
por : A∩B. Simbolicamente: A∩B={x|x∈A e x∈B}
Exemplo:
A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g}
A∩B={d,e}
Diferença
Uma outra operação entre conjuntos é a diferença, que a cada
par A, B de conjuntos faz corresponder o conjunto definido por:
A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o comple-
mentar de B em relação a A.
A este conjunto pertencem os elementos de A que não perten-
cem a B.
A\B = {x : x∈A e x∉B}.
Exemplo:
A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
Então os elementos de A – B serão os elementos do conjunto A
menos os elementos que pertencerem ao conjunto B.
Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.
Complementar
O complementar do conjunto A( ) é o conjunto formado pelos
elementos do conjunto universo que não pertencem a A.
Fórmulas da união
n(A ∪ B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
n(A ∪ B ∪ C)=n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B)-n(A∩C)-n(B C)
Essas fórmulas muitas vezes nos ajudam, pois ao invés de fazer
todo o diagrama, se colocarmos nessa fórmula, o resultado é mais
rápido, o que na prova de concurso é interessante devido ao tempo.
Mas, faremos exercícios dos dois modos para você entender
melhor e perceber que, dependendo do exercício é melhor fazer de
uma forma ou outra.
Exemplo
(MANAUSPREV – Analista Previdenciário – FCC/2015) Em um
grupo de 32 homens, 18 são altos, 22 são barbados e 16 são care-
cas. Homens altos e barbados que não são carecas são seis. Todos
homens altos que são carecas, são também barbados. Sabe-se que
existem 5 homens que são altos e não são barbados nem carecas.
Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não são altos
nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que são carecas e não
são altos e nem barbados. Dentre todos esses homens, o número
de barbados que não são altos, mas são carecas é igual a
(A) 4.
(B) 7.
(C) 13.
(D) 5.
(E) 8.
Primeiro, quando temos 3 diagramas, sempre começamos pela
interseção dos 3, depois interseção a cada 2 e por fim, cada um
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Se todo homem careca é barbado, não teremos apenas ho-
mens carecas e altos.
Homens altos e barbados são 6
Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não são
altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que são carecas
e não são altos e nem barbados
Sabemos que 18 são altos
Quando somarmos 5+x+6=18
X=18-11=7
Carecas são 16
7+y+5=16
Y=16-12
Y=4
Então o número de barbados que não são altos, mas são care-
cas são 4.
Nesse exercício ficará difícil se pensarmos na fórmula, ficou
grande devido as explicações, mas se você fizer tudo no mesmo dia-
grama, mas seguindo os passos, o resultado sairá fácil.
Exemplo
(SEGPLAN/GO – Perito Criminal – FUNIVERSA/2015) Suponha
que, dos 250 candidatos selecionados ao cargo de perito criminal:
1) 80 sejam formados em Física;
2) 90 sejam formados em Biologia;
3) 55 sejam formados em Química;
4) 32 sejam formados em Biologia e Física;
5) 23 sejam formados em Química e Física;
6) 16 sejam formados em Biologia e Química;
7) 8 sejam formados em Física, em Química e em Biologia.
Considerando essa situação, assinale a alternativa correta.
(A) Mais de 80 dos candidatos selecionados não são físicos nem
biólogos nem químicos.
(B) Mais de 40 dos candidatos selecionados são formados ape-
nas em Física.
(C) Menos de 20 dos candidatos selecionados são formados
apenas em Física e em Biologia.
(D) Mais de 30 dos candidatos selecionados são formados ape-
nas em Química.
(E) Escolhendo-se ao acaso um dos candidatos selecionados, a
probabilidade de ele ter apenas as duas formações, Física e Quími-
ca, é inferior a 0,05.
Resolução
A nossa primeira conta, deve ser achar o número de candidatos
que não são físicos, biólogos e nem químicos.
n (F ∪B∪Q)=n(F)+n(B)+n(Q)+n(F∩B∩Q)-n(F∩B)-n(F∩Q)-
-n(B∩Q)
n(F ∪B∪Q)=80+90+55+8-32-23-16=162
Temos um total de 250 candidatos
250-162=88
Resposta: A.
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O CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS: DIVISIBILIDADE E
FATORAÇÃO NO CONJUNTO DOS INTEIROS; MÁXIMO DI-
VISOR COMUM; MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM. O CONJUN-
TO DOS NÚMEROS REAIS
CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS (Z)
O conjunto dos números inteiros é denotado pela letra
maiúscula Z e compreende os números inteiros negativos, positivos
e o zero.
Exemplo: Z = {-4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4…}
O conjunto dos números inteiros também possui alguns
subconjuntos:
Z+ = {0, 1, 2, 3, 4…}: conjunto dos números inteiros não
negativos.
Z- = {…-4, -3, -2, -1, 0}: conjunto dos números inteiros não
positivos.
Z*+ = {1, 2, 3, 4…}: conjunto dos númerosinteiros não negativos
e não nulos, ou seja, sem o zero.
Z*- = {… -4, -3, -2, -1}: conjunto dos números inteiros não
positivos e não nulos.
Módulo
O módulo de um número inteiro é a distância ou afastamento
desse número até o zero, na reta numérica inteira. Ele é representado
pelo símbolo | |.
O módulo de 0 é 0 e indica-se |0| = 0
O módulo de +6 é 6 e indica-se |+6| = 6
O módulo de –3 é 3 e indica-se |–3| = 3
O módulo de qualquer número inteiro, diferente de zero, é
sempre positivo.
Números Opostos
Dois números inteiros são considerados opostos quando sua
soma resulta em zero; dessa forma, os pontos que os representam
na reta numérica estão equidistantes da origem.
Exemplo: o oposto do número 4 é -4, e o oposto de -4 é 4, pois
4 + (-4) = (-4) + 4 = 0. Em termos gerais, o oposto, ou simétrico, de
“a” é “-a”, e vice-versa; notavelmente, o oposto de zero é o próprio
zero.
— Operações com Números Inteiros
Adição de Números Inteiros
Para facilitar a compreensão dessa operação, associamos a
ideia de ganhar aos números inteiros positivos e a ideia de perder
aos números inteiros negativos.
Ganhar 3 + ganhar 5 = ganhar 8 (3 + 5 = 8)
Perder 4 + perder 3 = perder 7 (-4 + (-3) = -7)
Ganhar 5 + perder 3 = ganhar 2 (5 + (-3) = 2)
Perder 5 + ganhar 3 = perder 2 (-5 + 3 = -2)
Observação: O sinal (+) antes do número positivo pode ser
omitido, mas o sinal (–) antes do número negativo nunca pode ser
dispensado.
Subtração de Números Inteiros
A subtração é utilizada nos seguintes casos:
– Ao retirarmos uma quantidade de outra quantidade;
– Quando temos duas quantidades e queremos saber a
diferença entre elas;
– Quando temos duas quantidades e desejamos saber quanto
falta para que uma delas atinja a outra.
A subtração é a operação inversa da adição. Concluímos que
subtrair dois números inteiros é equivalente a adicionar o primeiro
com o oposto do segundo.
Observação: todos os parênteses, colchetes, chaves, números,
etc., precedidos de sinal negativo têm seu sinal invertido, ou seja,
representam o seu oposto.
Multiplicação de Números Inteiros
A multiplicação funciona como uma forma simplificada de
adição quando os números são repetidos. Podemos entender
essa situação como ganhar repetidamente uma determinada
quantidade. Por exemplo, ganhar 1 objeto 15 vezes consecutivas
significa ganhar 30 objetos, e essa repetição pode ser indicada pelo
símbolo “x”, ou seja: 1+ 1 +1 + ... + 1 = 15 x 1 = 15.
Se substituirmos o número 1 pelo número 2, obtemos: 2 + 2 +
2 + ... + 2 = 15 x 2 = 30
Na multiplicação, o produto dos números “a” e “b” pode ser
indicado por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal entre as
letras.
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Divisão de Números Inteiros
Divisão exata de números inteiros
Considere o cálculo: - 15/3 = q à 3q = - 15 à q = -5
No exemplo dado, podemos concluir que, para realizar a divisão exata de um número inteiro por outro número inteiro (diferente de
zero), dividimos o módulo do dividendo pelo módulo do divisor.
No conjunto dos números inteiros Z, a divisão não é comutativa, não é associativa, e não possui a propriedade da existência do
elemento neutro. Além disso, não é possível realizar a divisão por zero. Quando dividimos zero por qualquer número inteiro (diferente de
zero), o resultado é sempre zero, pois o produto de qualquer número inteiro por zero é igual a zero.
Regra de sinais
Potenciação de Números Inteiros
A potência an do número inteiro a, é definida como um produto de n fatores iguais. O número a é denominado a base e o número n
é o expoente.
an = a x a x a x a x ... x a , ou seja, a é multiplicado por a n vezes.
– Qualquer potência com uma base positiva resulta em um número inteiro positivo.
– Se a base da potência é negativa e o expoente é par, então o resultado é um número inteiro positivo.
– Se a base da potência é negativa e o expoente é ímpar, então o resultado é um número inteiro negativo.
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Radiciação de Números Inteiros
A radiciação de números inteiros envolve a obtenção da raiz n-ésima (de ordem n) de um número inteiro a. Esse processo resulta em
outro número inteiro não negativo, representado por b, que, quando elevado à potência n, reproduz o número original a. O índice da raiz
é representado por n, e o número a é conhecido como radicando, posicionado sob o sinal do radical.
A raiz quadrada, de ordem 2, é um exemplo comum. Ela produz um número inteiro não negativo cujo quadrado é igual ao número
original a.
Importante observação: não é possível calcular a raiz quadrada de um número inteiro negativo no conjunto dos números inteiros.
É importante notar que não há um número inteiro não negativo cujo produto consigo mesmo resulte em um número negativo.
A raiz cúbica (de ordem 3) de um número inteiro a é a operação que gera outro número inteiro. Esse número, quando elevado ao cubo,
é igual ao número original a. É crucial observar que, ao contrário da raiz quadrada, não restringimos nossos cálculos apenas a números
não negativos.
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Propriedades da Adição e da Multiplicação dos números Inteiros
Para todo a, b e c ∈Z
1) Associativa da adição: (a + b) + c = a + (b + c)
2) Comutativa da adição: a + b = b +a
3) Elemento neutro da adição : a + 0 = a
4) Elemento oposto da adição: a + (-a) = 0
5) Associativa da multiplicação: (a.b).c = a. (b.c)
6) Comutativa da multiplicação : a.b = b.a
7) Elemento neutro da multiplicação: a.1 = a
8) Distributiva da multiplicação relativamente à adição: a.(b +c ) = ab + ac
9) Distributiva da multiplicação relativamente à subtração: a .(b –c) = ab –ac
10) Elemento inverso da multiplicação: Para todo inteiro z diferente de zero, existe um inverso z –1 = 1/z em Z, tal que, z . z–1 = z . (1/z)
= 1
11) Fechamento: tanto a adição como a multiplicação de um número natural por outro número natural, continua como resultado um
número natural.
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Exemplos:
1) Para zelar pelos jovens internados e orientá-los a respeito do
uso adequado dos materiais em geral e dos recursos utilizados em
atividades educativas, bem como da preservação predial, realizou-
se uma dinâmica elencando “atitudes positivas” e “atitudes
negativas”, no entendimento dos elementos do grupo. Solicitou-se
que cada um classificasse suas atitudes como positiva ou negativa,
atribuindo (+4) pontos a cada atitude positiva e (-1) a cada atitude
negativa. Se um jovem classificou como positiva apenas 20 das 50
atitudes anotadas, o total de pontos atribuídos foi
(A) 50.
(B) 45.
(C) 42.
(D) 36.
(E) 32.
Solução: Resposta: A.
50-20=30 atitudes negativas
20.4=80
30.(-1)=-30
80-30=50
2) Ruth tem somente R$ 2.200,00 e deseja gastar a maior
quantidade possível, sem ficar devendo na loja.
Verificou o preço de alguns produtos:
TV: R$ 562,00
DVD: R$ 399,00
Micro-ondas: R$ 429,00
Geladeira: R$ 1.213,00
Na aquisição dos produtos, conforme as condições
mencionadas, e pagando a compra em dinheiro, o troco recebido
será de:
(A) R$ 84,00
(B) R$ 74,00
(C) R$ 36,00
(D) R$ 26,00
(E) R$ 16,00
Solução: Resposta: D.
Geladeira + Micro-ondas + DVD = 1213 + 429 + 399 = 2041
Geladeira + Micro-ondas + TV = 1213 + 429 + 562 = 2204,
extrapola o orçamento
Geladeira + TV + DVD = 1213 + 562 + 399 = 2174, é a maior
quantidade gasta possível dentro do orçamento.
Troco:2200 – 2174 = 26 reais
CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS (R)
O conjunto dos números reais, representado por R, é a fusão
do conjunto dos números racionais com o conjunto dos números
irracionais. Vale ressaltar que o conjunto dos números racionais
é a combinação dos conjuntos dos números naturais e inteiros.
Podemos afirmar que entre quaisquer dois números reais há uma
infinidade de outros números.
R = Q ∪ I, sendo Q ∩ I = Ø ( Se um número real é racional, não
irracional, e vice-versa).
Lembrando que N ⊂ Z ⊂ Q, podemos construir o diagramaabaixo:
Entre os conjuntos números reais, temos:
R*= {x ∈ R│x ≠ 0}: conjunto dos números reais não-nulos.
R+ = {x ∈ R│x ≥ 0}: conjunto dos números reais não-negativos.
R*
+ = {x ∈ R│x > 0}: conjunto dos números reais positivos.
R- = {x ∈ R│x ≤ 0}: conjunto dos números reais não-positivos.
R*
– = {x ∈ R│x < 0}: conjunto dos números reais negativos.
Valem todas as propriedades anteriormente discutidas nos
conjuntos anteriores, incluindo os conceitos de módulo, números
opostos e números inversos (quando aplicável).
A representação dos números reais permite estabelecer uma
relação de ordem entre eles. Os números reais positivos são maiores
que zero, enquanto os negativos são menores. Expressamos a
relação de ordem da seguinte maneira: Dados dois números reais,
a e b,
a ≤ b ↔ b – a ≥ 0
Operações com números Reais
Operando com as aproximações, obtemos uma sequência de
intervalos fixos que determinam um número real. Assim, vamos
abordar as operações de adição, subtração, multiplicação e divisão.
Intervalos reais
O conjunto dos números reais possui subconjuntos chamados
intervalos, determinados por meio de desigualdades. Dados os
números a e b, com a < b, temos os seguintes intervalos:
– Bolinha aberta: representa o intervalo aberto (excluindo o
número), utilizando os símbolos:
> ;< ou ] ; [
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– Bolinha fechada: representa o intervalo fechado (incluindo o número), utilizando os símbolos:
≥ ; ≤ ou [ ; ]
Podemos utilizar ( ) no lugar dos [ ] para indicar as extremidades abertas dos intervalos:
[a, b[ = (a, b);
]a, b] = (a, b];
]a, b[ = (a, b).
a) Em algumas situações, é necessário registrar numericamente variações de valores em sentidos opostos, ou seja, maiores ou
acima de zero (positivos), como as medidas de temperatura ou valores em débito ou em haver, etc. Esses números, que se estendem
indefinidamente tanto para o lado direito (positivos) quanto para o lado esquerdo (negativos), são chamados números relativos.
b) O valor absoluto de um número relativo é o valor numérico desse número sem levar em consideração o sinal.
c) O valor simétrico de um número é o mesmo numeral, diferindo apenas no sinal.
— Operações com Números Relativos
Adição e Subtração de Números Relativos
a) Quando os numerais possuem o mesmo sinal, adicione os valores absolutos e conserve o sinal.
b) Se os numerais têm sinais diferentes, subtraia o numeral de menor valor e atribua o sinal do numeral de maior valor.
Multiplicação e Divisão de Números Relativos
a) Se dois números relativos têm o mesmo sinal, o produto e o quociente são sempre positivos.
b) Se os números relativos têm sinais diferentes, o produto e o quociente são sempre negativos.
Exemplos:
1) Na figura abaixo, o ponto que melhor representa a diferença na reta dos números reais é:
(A) P.
(B) Q.
(C) R.
(D) S.
Solução: Resposta: A.
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a solução para o seu concurso!
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2) Considere m um número real menor que 20 e avalie as
afirmações I, II e III:
I- (20 – m) é um número menor que 20.
II- (20 m) é um número maior que 20.
III- (20 m) é um número menor que 20.
É correto afirmar que:
A) I, II e III são verdadeiras.
B) apenas I e II são verdadeiras.
C) I, II e III são falsas.
D) apenas II e III são falsas.
Solução: Resposta: C.
I. Falso, pois m é Real e pode ser negativo.
II. Falso, pois m é Real e pode ser negativo.
III. Falso, pois m é Real e pode ser positivo.
MÚLTIPLOS E DIVISORES
Os conceitos de múltiplos e divisores de um número natural
podem ser estendidos para o conjunto dos números inteiros1. Ao
abordar múltiplos e divisores, estamos nos referindo a conjuntos
numéricos que satisfazem certas condições. Múltiplos são obtidos
pela multiplicação por números inteiros, enquanto divisores são
números pelos quais um determinado número é divisível.
Esses conceitos conduzem a subconjuntos dos números
inteiros, pois os elementos dos conjuntos de múltiplos e divisores
pertencem ao conjunto dos números inteiros. Para compreender
o que são números primos, é fundamental ter uma compreensão
sólida do conceito de divisores.
Múltiplos de um Número
Sejam a e b dois números inteiros conhecidos, o número
a é múltiplo de b se, e somente se, existir um número inteiro k
tal que a=b⋅k. Portanto, o conjunto dos múltiplos de a é obtido
multiplicando a por todos os números inteiros, e os resultados
dessas multiplicações são os múltiplos de a.
Por exemplo, podemos listar os 12 primeiros múltiplos de 2
da seguinte maneira, multiplicando o número 2 pelos 12 primeiros
números inteiros: 2⋅1,2⋅2,2⋅3,…,2⋅12
Isso resulta nos seguintes múltiplos de 2: 2,4,6,…,24
2 · 1 = 2
2 · 2 = 4
2 · 3 = 6
2 · 4 = 8
2 · 5 = 10
2 · 6 = 12
2 · 7 = 14
2 · 8 = 16
2 · 9 = 18
2 · 10 = 20
2 · 11 = 22
2 · 12 = 24
Portanto, os múltiplos de 2 são:
M(2) = {2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22, 24}
1 https://brasilescola.uol.com.br/matematica/multiplos-divisores.htm
Observe que listamos somente os 12 primeiros números, mas
poderíamos ter listado quantos fossem necessários, pois a lista
de múltiplos é gerada pela multiplicação do número por todos os
inteiros. Assim, o conjunto dos múltiplos é infinito.
Para verificar se um número é múltiplo de outro, é necessário
encontrar um número inteiro de forma que a multiplicação entre
eles resulte no primeiro número. Em outras palavras, a é múltiplo
de b se existir um número inteiro k tal que a=b⋅k. Veja os exemplos:
– O número 49 é múltiplo de 7, pois existe número inteiro que,
multiplicado por 7, resulta em 49. 49 = 7 · 7
– O número 324 é múltiplo de 3, pois existe número inteiro
que, multiplicado por 3, resulta em 324.
324 = 3 · 108
– O número 523 não é múltiplo de 2, pois não existe número
inteiro que, multiplicado por 2, resulte em 523.
523 = 2 · ?”
– Múltiplos de 4
Como observamos, para identificar os múltiplos do número 4, é
necessário multiplicar o 4 por números inteiros. Portanto:
4 · 1 = 4
4 · 2 = 8
4 · 3 = 12
4 · 4 = 16
4 · 5 = 20
4 · 6 = 24
4 · 7 = 28
4 · 8 = 32
4 · 9 = 36
4 · 10 = 40
4 · 11 = 44
4 · 12 = 48
...
Portanto, os múltiplos de 4 são:
M(4) = {4, 8, 12, 16, 20. 24, 28, 32, 36, 40, 44, 48, … }
Divisores de um Número
Sejam a e b dois números inteiros conhecidos, vamos dizer que
b é divisor de a se o número b for múltiplo de a, ou seja, a divisão
entre b e a é exata (deve deixar resto 0).
Veja alguns exemplos:
– 22 é múltiplo de 2, então, 2 é divisor de 22.
– 121 não é múltiplo de 10, assim, 10 não é divisor de 121.
CRITÉRIOS DE DIVISIBILIDADE
Critérios de divisibilidade são diretrizes práticas que permitem
determinar se um número é divisível por outro sem realizar a
operação de divisão.
– Divisibilidade por 2 ocorre quando um número termina em 0,
2, 4, 6 ou 8, ou seja, quando é um número par.
– A divisibilidade por 3 ocorre quando a soma dos valores
absolutos dos algarismos de um número é divisível por 3.
– Divisibilidade por 4: Um número é divisível por 4 quando seus
dois últimos algarismos formam um número divisível por 4.
– Divisibilidade por 5: Um número é divisível por 5 quando
termina em 0 ou 5.
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– Divisibilidade por 6: Um número é divisível por 6 quando é
divisível por 2 e por 3 simultaneamente.
– Divisibilidade por 7: Um número é divisível por 7 quando
o dobro do seu último algarismo, subtraído do número sem esse
algarismo, resulta em um número múltiplo de 7. Esse processo é
repetido até verificar a divisibilidade.
– Divisibilidade por 8: Um número é divisível por 8 quando seus
três últimos algarismos formam um número divisível por 8.
– Divisibilidade por 9: Um número é divisível por 9 quando a
soma dos valores absolutos de seus algarismos é divisível por 9.
– Divisibilidade por 10: Um número é divisível por 10 quando o
algarismo da unidade termina em zero.
– Divisibilidade por 11: Um número é divisível por 11 quando a
diferença entre a soma dos algarismos de posição ímpar e a soma
dosalgarismos de posição par resulta em um número divisível por
11, ou quando essas somas são iguais.
– Divisibilidade por 12: Um número é divisível por 12 quando é
divisível por 3 e por 4 simultaneamente.
– Divisibilidade por 15: Um número é divisível por 15 quando é
divisível por 3 e por 5 simultaneamente.
Para listar os divisores de um número, devemos buscar os
números que o dividem. Veja:
– Liste os divisores de 2, 3 e 20.
D(2) = {1, 2}
D(3) = {1, 3}
D(20) = {1, 2, 4, 5, 10, 20}
Propriedade dos Múltiplos e Divisores
Essas propriedades estão associadas à divisão entre dois
inteiros. É importante notar que quando um inteiro é múltiplo de
outro, ele é também divisível por esse outro número.
Vamos considerar o algoritmo da divisão para uma melhor
compreensão das propriedades:
N=d⋅q+r, onde q e r são números inteiros.
Lembre-se de que:
N: dividendo;
d: divisor;
q: quociente;
r: resto.
– Propriedade 1: A diferença entre o dividendo e o resto (N−r)
é um múltiplo do divisor, ou seja, o número d é um divisor de N−r.
– Propriedade 2: A soma entre o dividendo e o resto, acrescida
do divisor (N−r+d), é um múltiplo de d, indicando que d é um divisor
de (N−r+d).
Alguns exemplos:
Ao realizar a divisão de 525 por 8, obtemos quociente q = 65 e
resto r = 5.
Assim, temos o dividendo N = 525 e o divisor d = 8. Veja que as
propriedades são satisfeitas, pois (525 – 5 + 8) = 528 é divisível por
8 e: 528 = 8 · 66
Exemplos:
1) O número de divisores positivos do número 40 é:
(A) 8
(B) 6
(C) 4
(D) 2
(E) 20
Solução: Resposta: A.
Vamos decompor o número 40 em fatores primos.
40 = 23 . 51 ; pela regra temos que devemos adicionar 1 a cada
expoente:
3 + 1 = 4 e 1 + 1 = 2 ; então pegamos os resultados e
multiplicamos 4.2 = 8, logo temos 8 divisores de 40.
2) Considere um número divisível por 6, composto por 3
algarismos distintos e pertencentes ao conjunto A={3,4,5,6,7}.A
quantidade de números que podem ser formados sob tais condições
é:
(A) 6
(B) 7
(C) 9
(D) 8
(E) 10
Solução: Resposta: D.
Para ser divisível por 6 precisa ser divisível por 2 e 3 ao mesmo
tempo, e por isso deverá ser par também, e a soma dos seus
algarismos deve ser um múltiplo de 3.
Logo os finais devem ser 4 e 6:
354, 456, 534, 546, 564, 576, 654, 756, logo temos 8 números.
FATORAÇÃO NUMÉRICA
A fatoração numérica ocorre por meio da decomposição em
fatores primos. Para decompor um número natural em fatores
primos, realizamos divisões sucessivas pelo menor divisor primo.
Em seguida, repetimos o processo com os quocientes obtidos
até alcançar o quociente 1. O produto de todos os fatores primos
resultantes representa a fatoração do número.
Exemplo:
Exemplos:
1) Escreva três números diferentes cujos únicos fatores primos
são os números 2 e 3.
Solução: Resposta “12, 18, 108”.
A resposta pode ser muito variada. Alguns exemplos estão na
justificativa abaixo.
Para chegarmos a alguns números que possuem por fatores
apenas os números 2 e 3 não precisamos escolher um número e
fatorá-lo. O meio mais rápido de encontrar um número que possui
por únicos fatores os números 2 e 3 é “criá-lo” multiplicando 2 e 3
quantas vezes quisermos.
Exemplos:
2 x 2 x 3 = 12
3 x 3 x 2 = 18
2 x 2 x 3 x 3 x 3 = 108.
RACIOCÍNIO LÓGICO
6464
a solução para o seu concurso!
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2) Qual é o menor número primo com dois algarismos?
Solução: Resposta “número 11”.
MÁXIMO DIVISOR COMUM
O máximo divisor comum de dois ou mais números naturais
não-nulos é o maior dos divisores comuns desses números.
Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, devemos seguir
as etapas:
• Decompor o número em fatores primos
• Tomar o fatores comuns com o menor expoente
• Multiplicar os fatores entre si.
Exemplo:
15 3 24 2
5 5 12 2
1 6 2
3 3
1
15 = 3.5 24 = 23.3
O fator comum é o 3 e o 1 é o menor expoente.
m.d.c
(15,24) = 3
MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM
O mínimo múltiplo comum (m.m.c) de dois ou mais números é
o menor número, diferente de zero.
Para calcular devemos seguir as etapas:
• Decompor os números em fatores primos
• Multiplicar os fatores entre si
Exemplo:
15,24 2
15,12 2
15,6 2
15,3 3
5,1 5
1
Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos.
Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a divisão
com algum dos números, não é necessário que os dois sejam divisí-
veis ao mesmo tempo.
Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido, continua
aparecendo.
Assim, o mmc (15,24) = 23.3.5 = 120
Exemplo
O piso de uma sala retangular, medindo 3,52 m × 4,16 m, será
revestido com ladrilhos quadrados, de mesma dimensão, inteiros,
de forma que não fique espaço vazio entre ladrilhos vizinhos. Os
ladrilhos serão escolhidos de modo que tenham a maior dimensão
possível.
Na situação apresentada, o lado do ladrilho deverá medir
(A) mais de 30 cm.
(B) menos de 15 cm.
(C) mais de 15 cm e menos de 20 cm.
(D) mais de 20 cm e menos de 25 cm.
(E) mais de 25 cm e menos de 30 cm.
Resposta: A.
352 2 416 2
176 2 208 2
88 2 104 2
44 2 52 2
22 2 26 2
11 11 13 13
1 1
Devemos achar o mdc para achar a maior medida possível
E são os fatores que temos iguais:25=32
Exemplo
(MPE/SP – Oficial de Promotora I – VUNESP/2016) No aero-
porto de uma pequena cidade chegam aviões de três companhias
aéreas. Os aviões da companhia A chegam a cada 20 minutos, da
companhia B a cada 30 minutos e da companhia C a cada 44 mi-
nutos. Em um domingo, às 7 horas, chegaram aviões das três com-
panhias ao mesmo tempo, situação que voltará a se repetir, nesse
mesmo dia, às:
(A) 16h 30min.
(B) 17h 30min.
(C) 18h 30min.
(D) 17 horas.
(E) 18 horas.
Resposta: E.
20,30,44 2
10,15,22 2
5,15,11 3
5,5,11 5
1,1,11 11
1,1,1
Mmc(20,30,44)=2².3.5.11=660
1h---60minutos
x-----660
x=660/60=11
RACIOCÍNIO LÓGICO
65
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Então será depois de 11horas que se encontrarão
7+11=18h
DESIGUALDADES
DESIGUALDADES
Desigualdades são relações entre expressões algébricas que
determinam se uma é maior ou menor que a outra. Elas são fun-
damentais para a compreensão de muitos conceitos matemáticos e
têm aplicações práticas em várias áreas.
Sinais de Desigualdade
• ( > ): maior que
• ( < ): menor que
• ( ≥ ): maior ou igual a
• ( ≤ ): menor ou igual a
Esses símbolos são usados para comparar números, variáveis
ou expressões.
Exemplo:
(AOCP - 2017 - DESENBAHIA - Técnico Escriturário) Dadas as
frações A = 1/3, B = 3/11 e C = 10/33, assinale a alternativa que
representa a verdadeira desigualdade.
Alternativas
(A) A < B < C
(B) B < C < A
(C) C < A < B
(D) B < A < C
(E) C < B < A
Resolução:
Quando os denominadores são diferentes fazemos o mmc:
mmc (3,11,33)=33
Agora dividimos o valor do mmc pelo denominador e multipli-
camos pelo numerador de cada fração:
A = 11/33
B = 9/33
C = 10/33
Agora é só analisarmos os numeradores, B<C<A
Resposta: B.
INTERVALOS
Intervalos são conjuntos de números que se encontram entre
dois valores, que podem ser números reais ou infinito. Eles são usa-
dos para descrever um conjunto de soluções possíveis para desi-
gualdades e podem ser abertos, fechados ou mistos.
• Intervalos Abertos ( ): Não incluem os valores finais. Por
exemplo, ( (a, b) ) representa todos os números maiores que ( a ) e
menores que ( b ).
• Intervalos Fechados [ ]: Incluem os valores finais. Por exem-
plo, ( [a, b] ) representa todos os números maiores ou iguais a ( a )
e menores ou iguais a ( b ).
• Intervalos Semiabertos ou Semifechados: Incluem apenas
um dos valores finais. Por exemplo, ( [a, b) ) inclui ( a ) mas não ( b ),
e ( (a, b] ) inclui ( b ) mas não ( a ).
Notação de Intervalo
A notação de intervalo é uma forma concisa de expressar con-
juntos de números. Por exemplo, a desigualdade ( x > 3 ) pode ser
expressa como o intervalo ( (3, ∞) ), indicando que ( x ) pode ser
qualquer número maior que 3.
RAZÕES E PROPORÇÕES
RAZÃO
Chama-se de razão entre dois números racionais a e b, com
b ≠ 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a para b por
a/b ou a : b.
Exemplo:
Na sala do1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25 moças.
Encontre a razão entre o número de rapazes e o número de moças.
(lembrando que razão é divisão)
PROPORÇÃO
Proporção é a igualdade entre duas razões. A proporção entre
A/B e C/D é a igualdade:
Propriedade fundamental das proporções
Numa proporção:
Os números A e D são denominados extremos enquanto os nú-
meros B e C são os meios e vale a propriedade: o produto dos meios
é igual ao produto dos extremos, isto é:
A x D = B x C
Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8, pois:
RACIOCÍNIO LÓGICO
6666
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Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3 esteja
em proporção com 4/6.
Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte forma:
Segunda propriedade das proporções
Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos dois
primeiros termos está para o primeiro, ou para o segundo termo,
assim como a soma ou a diferença dos dois últimos termos está
para o terceiro, ou para o quarto termo. Então temos:
Ou
Ou
Ou
Terceira propriedade das proporções
Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos an-
tecedentes está para a soma ou a diferença dos consequentes, as-
sim como cada antecedente está para o seu respectivo consequen-
te. Temos então:
Ou
Ou
Ou
Grandezas Diretamente Proporcionais
Duas grandezas variáveis dependentes são diretamente pro-
porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual a
razão entre os valores correspondentes da 2ª, ou de uma maneira
mais informal, se eu pergunto:
Quanto mais.....mais....
Exemplo
Distância percorrida e combustível gasto
DISTÂNCIA (KM) COMBUSTÍVEL (LITROS)
13 1
26 2
39 3
52 4
Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível?
Diretamente proporcionais
Se eu dobro a distância, dobra o combustível
Grandezas Inversamente Proporcionais
Duas grandezas variáveis dependentes são inversamente pro-
porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual
ao inverso da razão entre os valores correspondentes da 2ª.
Quanto mais....menos...
Exemplo
Velocidade x Tempo a tabela abaixo:
VELOCIDADE (M/S) TEMPO (S)
5 200
8 125
10 100
16 62,5
20 50
Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo??
Inversamente proporcional
Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela metade.
Diretamente Proporcionais
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn direta-
mente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um sistema
com n equações e n incógnitas, sendo as somas X1+X2+...+Xn=M e
p1+p2+...+pn=P.
RACIOCÍNIO LÓGICO
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A solução segue das propriedades das proporções:
Exemplo
Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria. Carlos
entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso ganhem o prêmio
de R$ 525.000,00, qual será a parte de cada um, se o combinado
entre os dois foi de dividirem o prêmio de forma diretamente pro-
porcional?
Carlos ganhará R$210000,00 e João R$315000,00.
Inversamente Proporcionais
Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., Xn inver-
samente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor este número
M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais a 1/p1, 1/p2,
..., 1/pn. A montagem do sistema com n equações e n incógnitas,
assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso
cuja solução segue das propriedades das proporções:
PORCENTAGEM
O termo porcentagem se refere a uma fração cujo denomina-
dor é 100, seu símbolo é (%). Sua utilização está tão disseminada
que a encontramos nos meios de comunicação, nas estatísticas, em
máquinas de calcular, etc.
Os acréscimos e os descontos é importante saber porque ajuda
muito na resolução do exercício.
Acréscimo
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um determina-
do valor, podemos calcular o novo valor apenas multiplicando esse
valor por 1,10, que é o fator de multiplicação. Se o acréscimo for
de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim por diante. Veja a tabela
abaixo:
ACRÉSCIMO OU LUCRO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO
10% 1,10
15% 1,15
20% 1,20
47% 1,47
67% 1,67
Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 temos:
10 * 1,10 = R$ 11,00
Desconto
No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplicação será:
Fator de Multiplicação =1 - taxa de desconto (na forma decimal)
Veja a tabela abaixo:
DESCONTO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO
10% 0,90
25% 0,75
34% 0,66
60% 0,40
90% 0,10
Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 temos:
10 * 0,90 = R$ 9,00
Desconto Composto
O desconto composto é aplicado de forma que a taxa de des-
conto incide sobre o valor já descontado no período anterior. Para
calcular o novo valor após vários períodos de desconto, utilizamos
a fórmula:
Vn = V0 * (1 - taxa)n
Onde:
• Vn é o valor após n períodos de desconto.
• V0 é o valor original.
• Taxa é a taxa de desconto por período em forma decimal.
• n é o número de períodos.
RACIOCÍNIO LÓGICO
6868
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DESCONTO FATOR DO 1º PERÍODO FATOR DO 2 º PERÍODO FATOR DO 3º PERÍODO
10% 0,90 0,81 0,729
25% 0,75 0,5625 0,4218
34% 0,66 0,4356 0,2872
60% 0,40 0,16 0,064
90% 0,10 0,01 0,001
Exemplo: Se aplicarmos um desconto composto de 10% ao valor de R$100,00 por dois períodos, teremos:
100 * 0,90 * 0,90 = R$ 81,00
Lucro
Chamamos de lucro em uma transação comercial de compra e venda a diferença entre o preço de venda e o preço de custo.
Lucro=preço de venda -preço de custo
Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de duas formas:
Exemplo
(DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala de aula com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está com gripe. Se x% das
meninas dessa sala estão com gripe, o menor valor possível para x é igual a
(A) 8.
(B) 15.
(C) 10.
(D) 6.
(E) 12.
Resolução
45------100%
X-------60%
X=27
O menor número de meninas possíveis para ter gripe é se todos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2 meninas estão.
Resposta: C.
RACIOCÍNIO LÓGICO SEQUENCIAL
A lógica sequencial envolve a percepção e interpretação de objetos que induzem a uma sequência, buscando reconhecer essa
sequência e estabelecer sucessores a este objeto.
Muitas vezes essas questões vêm atreladas com aspectos aritméticos (sequências numéricas) ou geometria (construção de certas
figuras).
Não há como sistematizar este assunto, então iremos ver alguns exemplos para nos inspirar para que busquemos resolver demais
questões.
RACIOCÍNIO LÓGICO
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Exemplos:
1 – A sequência de números a seguir foi construída com um
padrão lógico e é uma sequência ilimitada:
0, 1, 2, 3, 4, 5, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 30,
31, 32, 33, 34, 35, 40, …
A partir dessas informações, identifique o termo da posição 74
e o termo da posição 95. Qual a soma destes dois termos?
Vamos analisar esta sequência dada:
1º) Vemos que a sequência vai de 6 em 6 termos e pula para a
dezena seguinte
Os primeiros 6 termos vão de 0 a 5
Do 7º termo ao 12º termo: 10 a 15
13º termo ao 18º termo: 20 a 25
2º) Vemos que o padrão segue a tabuada do 6
6 x 1 = 6 (0 até 5)
6 x 2 = 12 (10 até 15)
6 x 3 = 18 (20 até 25)
3º) O número que está multiplicando o 6 menos uma unidade
representa a dezena que estamos começando a contar:
6 x 1 1 - 1 = 0 (0 até 5)
6 x 2 2 - 1 = 1 (10 até 15)
6 x 3 3 - 1 = 2 (20 até 25)
4º) Se dividirmos 74 por 6 e 95 por 6 descobriremos seus
valores
74 : 6 = 12 (sobra 2)
95 : 6 = 15 (sobra 5)
5º) O termo 74 então está dois termos após 6 x 12
6 x 12 12 - 1 = 11 (110 até 115)
Então o termo 74 está no intervalo entre 120 até 125
O 74º termo é o número 121
6º) Da mesma forma, 95 está 5 após 6 x 15
6 x 15 15 - 1 = 14 (140 até 145)
O termo 95 está no intervalo entre 150 até 155
O 95º termo é o número 154
7º) Somando 121 + 154 = 275
2. Analise a sequência a seguir:
4; 7; 13; 25; 49
Admitindo-se que a regularidade dessa sequência permaneça a
mesma para os números seguintes, é correto afirmar que o sétimo
termo será igual a?
1º) Do primeiro termo para o segundo, estamos somando 3.
2º) Do segundotermo para o terceiro, estamos somando 6.
3º) Do terceiro termo para o quarto, estamos somando 12.
4º) Do quarto termo para o quinto, estamos somando 24.
5º) Podemos estabelecer o padrão que estamos multiplicando
a soma anterior por 2.
6º) Assim, do quinto termo para o sexto, estaríamos somando
48. E do sexto para o sétimo estaríamos somando 96
7º) Dessa forma, basta somarmos 49 com 48 e 96: 49 + 48 +
96 = 193
3 – Observe a sequência:
O padrão de formação dessa sequência permanece para as
figuras seguintes. Desse modo, a figura que deve ocupar a 131ª
posição na sequência é idêntica à qual figura?
1º) Vemos que o padrão retorna para a origem a cada 7 termos.
2º) Os termos 14, 21, 28, 35, …, irão ser os mesmos que o
padrão da 7ª figura.
3º) Os termos 8, 15, 22, 29, 36, …, irão ser os mesmos que o
padrão da 1ª figura.
4º) Vamos então dividir 131 por 7 para descobrir essa
equivalência.
131 : 7 = 18 (sobra 5)
5º) Justamente essa sobra, 5, será a posição equivalente.
Assim, a figura da 131ª posição é idêntica a figura da 5ª posição.
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS ENVOLVENDO PRINCÍPIOS
DE CONTAGENS
A resolução de problemas envolvendo princípios de contagem
é uma parte fundamental da matemática combinatória, que lida
com a contagem, arranjo e combinação de objetos. Esses princí-
pios são ferramentas poderosas que ajudam a solucionar uma
variedade de problemas em diferentes áreas, como probabilidade,
estatística, teoria dos grafos, e ciência da computação. O domínio
desses princípios permite a resolução de problemas complexos de
contagem sem a necessidade de enumerar todas as possibilidades.
Vejamos a seguir alguns exemplos:
01. (UFES - Assistente em Administração – UFES/2017) Uma
determinada família é composta por pai, por mãe e por seis filhos.
Eles possuem um automóvel de oito lugares, sendo que dois lugares
estão em dois bancos dianteiros, um do motorista e o outro do ca-
rona, e os demais lugares em dois bancos traseiros. Eles viajarão no
automóvel, e o pai e a mãe necessariamente ocuparão um dos dois
bancos dianteiros. O número de maneiras de dispor os membros da
família nos lugares do automóvel é igual a:
(A) 1440
(B) 1480
RACIOCÍNIO LÓGICO
7070
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(C) 1520
(D) 1560
(E) 1600
Resolução:
O pai e a mãe necessariamente ocuparão os dois lugares dian-
teiros. Podemos escolher quem será o motorista e quem será o ca-
rona de 2 maneiras (pai-motorista, mãe-carona ou mãe-motorista,
pai-carona). Os 6 filhos podem ser dispostos nos 6 lugares restantes
de 6! maneiras. Logo,
P2.P6=2!.6!=2.720=1440
Resposta: Alternativa A.
02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Tomando os al-
garismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, quantos números pares de 4 algarismos
distintos podem ser formados?
(A) 120.
(B) 210.
(C) 360.
(D) 630.
(E) 840.
Resolução:
Para formar um número par, o último algarismo deve ser par.
Temos os algarismos pares 2, 4 e 6 disponíveis.
Escolha do último dígito (par): 3 opções (2, 4, 6)
Para os 3 dígitos restantes, escolheremos entre os 6 algarismos
restantes (excluindo o já escolhido):
6 × 5 × 4 = 120
Portanto, para cada escolha do último dígito, temos 120 for-
mas de organizar os outros 3 dígitos. Como temos 3 escolhas para
o último dígito:
3×120=360
Resposta: Alternativa C.
03. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) Seis livros diferentes
estão distribuídos em uma estante de vidro, conforme a figura abai-
xo:
Considerando-se essa mesma forma de distribuição, de quan-
tas maneiras distintas esses livros podem ser organizados na estan-
te?
(A) 30 maneiras
(B) 60 maneiras
(C) 120 maneiras
(D) 360 maneiras
(E) 720 maneiras
Resolução:
O número de maneiras de organizar 6 livros diferentes é dado
por 6!
6! = 6 × 5 × 4 × 3 × 2 × 1 =720
Resposta: Alternativa E.
04. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informação –
UTFPR/2017) Em um carro que possui 5 assentos, irão viajar 4 pas-
sageiros e 1 motorista. Assinale a alternativa que indica de quantas
maneiras distintas os 4 passageiros podem ocupar os assentos do
carro.
(A) 13.
(B) 26.
(C) 17.
(D) 20.
(E) 24.
Resolução:
Os 4 passageiros podem ocupar os 4 assentos disponíveis. A
maneira de organizar 4 pessoas em 4 lugares é dada por 4!
4! = 4 × 3 × 2 × 1 = 24
Resposta: Alternativa E.
05. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informação –
UTFPR/2017) A senha criada para acessar um site da internet é for-
mada por 5 dígitos. Trata-se de uma senha alfanumérica. André tem
algumas informações sobre os números e letras que a compõem
conforme a figura.
Vogal Algarismo
Ímpar Vogal Algarismo
Ímpar
Algarismo
Ímpar
Sabendo que nesta senha as vogais não se repetem e também
não se repetem os números ímpares, assinale a alternativa que in-
dica o número máximo de possibilidades que existem para a com-
posição da senha.
(A) 3125.
(B) 1200.
(C) 1600.
(D) 1500.
(E) 625.
Resolução:
Vogais disponíveis: a, e, i, o, u (5 vogais)
Números ímpares disponíveis: 1, 3, 5, 7, 9 (5 números ímpares)
Distribuição da senha:
Primeira posição (vogal): 5 opções
Segunda posição (algarismo ímpar): 5 opções
Terceira posição (vogal): 4 opções (uma já foi usada)
Quarta posição (algarismo ímpar): 4 opções (uma já foi usada)
Quinta posição (algarismo ímpar): 3 opções (duas já foram usa-
das)
Total de combinações:
5 × 5 × 4 × 4 × 3 = 1200
Resposta: Alternativa B.
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PROBABILIDADE
A teoria da probabilidade é o campo da Matemática que estuda
experimentos ou fenômenos aleatórios e através dela é possível
analisar as chances de um determinado evento ocorrer2.
Quando calculamos a probabilidade, estamos associando
um grau de confiança na ocorrência dos resultados possíveis de
experimentos, cujos resultados não podem ser determinados
antecipadamente. Probabilidade é a medida da chance de algo
acontecer.
Desta forma, o cálculo da probabilidade associa a ocorrência de
um resultado a um valor que varia de 0 a 1 e, quanto mais próximo
de 1 estiver o resultado, maior é a certeza da sua ocorrência.
Por exemplo, podemos calcular a probabilidade de uma pessoa
comprar um bilhete da loteria premiado ou conhecer as chances de
um casal ter 5 filhos, todos meninos.
— Experimento Aleatório
Um experimento aleatório é aquele que não é possível
conhecer qual resultado será encontrado antes de realizá-lo.
Os acontecimentos deste tipo quando repetidos nas mesmas
condições, podem dar resultados diferentes e essa inconstância é
atribuída ao acaso.
Um exemplo de experimento aleatório é jogar um dado não
viciado (dado que apresenta uma distribuição homogênea de
massa) para o alto. Ao cair, não é possível prever com total certeza
qual das 6 faces estará voltada para cima.
— Fórmula da Probabilidade
Em um fenômeno aleatório, as possibilidades de ocorrência de
um evento são igualmente prováveis.
Sendo assim, podemos encontrar a probabilidade de ocorrer
um determinado resultado através da divisão entre o número de
eventos favoráveis e o número total de resultados possíveis:
Sendo:
P(A): probabilidade da ocorrência de um evento A.
n(A): número de casos favoráveis ou, que nos interessam
(evento A).
n(Ω): número total de casos possíveis.
O resultado calculado também é conhecido como probabilidade
teórica.
Para expressar a probabilidade na forma de porcentagem,
basta multiplicar o resultado por 100.
Exemplo: Se lançarmos um dado perfeito, qual a probabilidade
de sair um número menor que 3?
Solução: Sendo o dado perfeito, todas as 6 faces têm a mesma
chance de caírem voltadas para cima. Vamos então, aplicar a
fórmula da probabilidade.
2 https://www.todamateria.com.br/probabilidade/
Para isso, devemos considerar que temos 6 casos possíveis (1,
2, 3, 4, 5, 6) e que o evento “sair um número menor que 3” tem 2
possibilidades, ou seja, sair o número 1 ou 2. Assim, temos:
Para responder na forma de uma porcentagem, basta
multiplicar por 100.
Portanto, a probabilidade de sair um número menor que 3 é
de 33%.
— Ponto Amostral
Pontoamostral é cada resultado possível gerado por um
experimento aleatório.
Exemplo: Seja o experimento aleatório lançar uma moeda e
verificar a face voltada para cima, temos os pontos amostrais cara e
coroa. Cada resultado é um ponto amostral.
— Espaço Amostral
Representado pela letra Ω(ômega), o espaço amostral
corresponde ao conjunto de todos os pontos amostrais, ou,
resultados possíveis obtidos a partir de um experimento aleatório.
Por exemplo, ao retirar ao acaso uma carta de um baralho,
o espaço amostral corresponde às 52 cartas que compõem este
baralho.
Da mesma forma, o espaço amostral ao lançar uma vez um
dado, são as seis faces que o compõem:
Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}.
A quantidade de elementos em um conjunto chama-se
cardinalidade, expressa pela letra n seguida do símbolo do conjunto
entre parênteses.
Assim, a cardinalidade do espaço amostral do experimento
lançar um dado é n(Ω) = 6.
— Espaço Amostral Equiprovável
Equiprovável significa mesma probabilidade. Em um espaço
amostral equiprovável, cada ponto amostral possui a mesma
probabilidade de ocorrência.
Exemplo: Em uma urna com 4 esferas de cores: amarela, azul,
preta e branca, ao sortear uma ao acaso, quais as probabilidades de
ocorrência de cada uma ser sorteada?
Sendo experimento honesto, todas as cores possuem a mesma
chance de serem sorteadas.
RACIOCÍNIO LÓGICO
7272
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— Tipos de Eventos
Evento é qualquer subconjunto do espaço amostral de um
experimento aleatório.
Evento certo
O conjunto do evento é igual ao espaço amostral.
Exemplo: Em uma delegação feminina de atletas, uma ser
sorteada ao acaso e ser mulher.
Evento Impossível
O conjunto do evento é vazio.
Exemplo: Imagine que temos uma caixa com bolas numeradas
de 1 a 20 e que todas as bolas são vermelhas.
O evento “tirar uma bola vermelha” é um evento certo, pois
todas as bolas da caixa são desta cor. Já o evento “tirar um número
maior que 30”, é impossível, visto que o maior número na caixa é
20.
Evento Complementar
Os conjuntos de dois eventos formam todo o espaço amostral,
sendo um evento complementar ao outro.
Exemplo: No experimento lançar uma moeda, o espaço
amostral é Ω = {cara, coroa}.
Seja o evento A sair cara, A = {cara}, o evento B sair coroa é
complementar ao evento A, pois, B={coroa}. Juntos formam o
próprio espaço amostral.
Evento Mutuamente Exclusivo
Os conjuntos dos eventos não possuem elementos em comum.
A intersecção entre os dois conjuntos é vazia.
Exemplo: Seja o experimento lançar um dado, os seguintes
eventos são mutuamente exclusivos
A: ocorrer um número menor que 5, A = {1, 2, 3, 4}.
B: ocorrer um número maior que 5, A = {6}.
— Adição de probabilidades
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E, finito e não
vazio. Tem-se:
Exemplo
No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de se obter
um número par ou menor que 5, na face superior?
Solução
E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6
Sejam os eventos
A={2,4,6} n(A)=3
B={1,2,3,4} n(B)=4
— Eventos Simultâneos
Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espaço amos-
tral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por:
— Probabilidade Condicional
A probabilidade condicional relaciona as probabilidades entre
eventos de um espaço amostral equiprovável. Nestas circunstâncias,
a ocorrência do evento A, depende ou, está condicionada a
ocorrência do evento B.
A probabilidade do evento A dado o evento B é definida por:
Onde o evento B não pode ser vazio.
Exemplo de caso de probabilidade condicional: Em um encontro
de colaboradores de uma empresa que atua na França e no Brasil,
um sorteio será realizado e um dos colaboradores receberá um
prêmio. Há apenas colaboradores franceses e brasileiros, homens
e mulheres.
Como evento de probabilidade condicional, podemos associar
a probabilidade de sortear uma mulher (evento A) dado que seja
francesa (evento B).
Neste caso, queremos saber a probabilidade de ocorrer A (ser
mulher), apenas se for francesa (evento B).
NOÇÕES BÁSICAS DE ESTATÍSTICA: ANÁLISE E INTERPRETA-
ÇÃO DE DADOS APRESENTADOS EM GRÁFICOS E TABELAS;
MÉDIA, MODA E MEDIANA DE UMA SÉRIE DE DADOS
Estatística é a ciência que envolve a coleta, análise, interpreta-
ção, apresentação e organização de dados. Esta ciência é fundamen-
tal para diversas áreas do conhecimento, como economia, saúde,
engenharia, ciências sociais, entre outras. A seguir, vamos abordar
conceitos sobre a análise e interpretação de dados apresentados
em gráficos e tabelas, além das medidas de tendência central.
TABELAS E GRÁFICOS
O nosso cotidiano é permeado das mais diversas informações,
sendo muito delas expressas em formas de tabelas e gráficos3, as
quais constatamos através do noticiários televisivos, jornais, revis-
3 https://www.infoenem.com.br
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br
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73
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tas, entre outros. Os gráficos e tabelas fazem parte da linguagem
universal da Matemática, e compreensão desses elementos é fun-
damental para a leitura de informações e análise de dados.
A parte da Matemática que organiza e apresenta dados numé-
ricos e a partir deles fornecer conclusões é chamada de Estatística.
Tabelas: as informações nela são apresentadas em linhas e co-
lunas, possibilitando uma melhor leitura e interpretação. Exemplo:
Fonte: SEBRAE
Observação: nas tabelas e nos gráficos podemos notar que a
um título e uma fonte. O título é utilizado para evidenciar a princi-
pal informação apresentada, e a fonte identifica de onde os dados
foram obtidos.
Tipos de Gráficos
Gráfico de linhas: são utilizados, em geral, para representar a
variação de uma grandeza em certo período de tempo.
Marcamos os pontos determinados pelos pares ordenados
(classe, frequência) e os ligados por segmentos de reta. Nesse
tipo de gráfico, apenas os extremos dos segmentos de reta que
compõem a linha oferecem informações sobre o comportamento
da amostra. Exemplo:
Gráfico de barras: também conhecido como gráficos de colu-
nas, são utilizados, em geral, quando há uma grande quantidade de
dados. Para facilitar a leitura, em alguns casos, os dados numéricos
podem ser colocados acima das colunas correspondentes. Eles po-
dem ser de dois tipos: barras verticais e horizontais.
Gráfico de barras verticais: as frequências são indicadas em
um eixo vertical. Marcamos os pontos determinados pelos pares
ordenados (classe, frequência) e os ligamos ao eixo das classes por
meio de barras verticais. Exemplo:
Gráfico de barras horizontais: as frequências são indicadas em
um eixo horizontal. Marcamos os pontos determinados pelos pares
ordenados (frequência, classe) e os ligamos ao eixo das classes por
meio de barras horizontais. Exemplo:
Observação: em um gráfico de colunas, cada barra deve ser
proporcional à informação por ela representada.
Gráfico de setores: são utilizados, em geral, para visualizar a
relação entre as partes e o todo.
Dividimos um círculo em setores, com ângulos de medidas
diretamente proporcionais às frequências de classes. A medida
α, em grau, do ângulo central que corresponde a uma classe de
frequência F é dada por:
Onde:
Ft = frequência total
RACIOCÍNIO LÓGICO
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Exemplo
Para acharmos a frequência relativa, podemos fazer uma regra de três simples:
400 --- 100%
160 --- x
x = 160 .100/ 400 = 40%, e assim sucessivamente.
Aplicando a fórmula teremos:
Como o gráfico é de setores, os dados percentuais serão distribuídos levando-se em conta a proporção da área a ser representada
relacionada aos valores das porcentagens. A área representativa no gráfico será demarcada da seguinte maneira:
Com as informações, traçamos os ângulos da circunferência e assim montamos o gráfico:
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Pictograma ou gráficos pictóricos: em alguns casos, certos gráficos, encontrados em jornais, revistas e outros meios de comunicação,
apresentam imagens relacionadas aocontexto. Eles são desenhos ilustrativos. Exemplo:
Histograma: o consiste em retângulos contíguos com base nas faixas de valores da variável e com área igual à frequência relativa da
respectiva faixa. Desta forma, a altura de cada retângulo é denominada densidade de frequência ou simplesmente densidade definida pelo
quociente da área pela amplitude da faixa. Alguns autores utilizam a frequência absoluta ou a porcentagem na construção do histogra-
ma, o que pode ocasionar distorções (e, consequentemente, más interpretações) quando amplitudes diferentes são utilizadas nas faixas.
Exemplo:
Polígono de Frequência: semelhante ao histograma, mas construído a partir dos pontos médios das classes. Exemplo:
RACIOCÍNIO LÓGICO
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Gráfico de Ogiva: apresenta uma distribuição de frequências
acumuladas, utiliza uma poligonal ascendente utilizando os pontos
extremos.
Cartograma: é uma representação sobre uma carta
geográfica. Este gráfico é empregado quando o objetivo é de
figurar os dados estatísticos diretamente relacionados com áreas
geográficas ou políticas.
Interpretação de tabelas e gráficos
Para uma melhor interpretação de tabelas e gráficos devemos
ter em mente algumas considerações:
- Observar primeiramente quais informações/dados estão
presentes nos eixos vertical e horizontal, para então fazer a leitura
adequada do gráfico;
- Fazer a leitura isolada dos pontos.
- Leia com atenção o enunciado e esteja atento ao que pede o
enunciado.
Exemplos
(Enem) O termo agronegócio não se refere apenas à agricultu-
ra e à pecuária, pois as atividades ligadas a essa produção incluem
fornecedores de equipamentos, serviços para a zona rural, indus-
trialização e comercialização dos produtos.
O gráfico seguinte mostra a participação percentual do agro-
negócio no PIB brasileiro:
Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA).
Almanaque abril 2010. São Paulo: Abril, ano 36 (adaptado)
Esse gráfico foi usado em uma palestra na qual o orador res-
saltou uma queda da participação do agronegócio no PIB brasileiro
e a posterior recuperação dessa participação, em termos percen-
tuais.
Segundo o gráfico, o período de queda ocorreu entre os anos
de
A) 1998 e 2001.
B) 2001 e 2003.
C) 2003 e 2006.
D) 2003 e 2007.
E) 2003 e 2008.
Resolução
Segundo o gráfico apresentado na questão, o período de
queda da participação do agronegócio no PIB brasileiro se deu no
período entre 2003 e 2006. Esta informação é extraída através de
leitura direta do gráfico: em 2003 a participação era de 28,28%,
caiu para 27,79% em 2004, 25,83% em 2005, chegando a 23,92%
em 2006 – depois deste período, a participação volta a aumentar.
Resposta: C
(Enem) O gráfico mostra a variação da extensão média de gelo
marítimo, em milhões de quilômetros quadrados, comparando da-
dos dos anos 1995, 1998, 2000, 2005 e 2007. Os dados correspon-
dem aos meses de junho a setembro. O Ártico começa a recobrar o
gelo quando termina o verão, em meados de setembro. O gelo do
mar atua como o sistema de resfriamento da Terra, refletindo quase
toda a luz solar de volta ao espaço. Águas de oceanos escuros, por
sua vez, absorvem a luz solar e reforçam o aquecimento do Ártico,
ocasionando derretimento crescente do gelo.
RACIOCÍNIO LÓGICO
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Com base no gráfico e nas informações do texto, é possível in-
ferir que houve maior aquecimento global em
(A)1995.
(B)1998.
(C) 2000.
(D)2005.
(E)2007.
Resolução
O enunciado nos traz uma informação bastante importante e
interessante, sendo chave para a resolução da questão. Ele associa
a camada de gelo marítimo com a reflexão da luz solar e conse-
quentemente ao resfriamento da Terra. Logo, quanto menor for a
extensão de gelo marítimo, menor será o resfriamento e portanto
maior será o aquecimento global.
O ano que, segundo o gráfico, apresenta a menor extensão de
gelo marítimo, é 2007.
Resposta: E
Mais alguns exemplos:
01. Todos os objetos estão cheios de água.
Qual deles pode conter exatamente 1 litro de água?
(A) A caneca
(B) A jarra
(C) O garrafão
(D) O tambor
O caminho é identificar grandezas que fazem parte do dia a dia
e conhecer unidades de medida, no caso, o litro. Preste atenção na
palavra exatamente, logo a resposta está na alternativa B.
02. No gráfico abaixo, encontra-se representada, em bilhões
de reais, a arrecadação de impostos federais no período de 2003
a 2006. Nesse período, a arrecadação anual de impostos federais:
(A) nunca ultrapassou os 400 bilhões de reais.
(B) sempre foi superior a 300 bilhões de reais.
(C) manteve-se constante nos quatro anos.
(D) foi maior em 2006 que nos outros anos.
(E) chegou a ser inferior a 200 bilhões de reais.
Analisando cada alternativa temos que a única resposta correta
é a D.
MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL
As medidas de tendência central são estatísticas que resumem
um conjunto de dados, representando o ponto central em torno do
qual os dados estão distribuídos. Essas medidas são fundamentais
na análise estatística, pois fornecem uma visão concisa da informa-
ção contida em uma grande quantidade de dados. As três medidas
de tendência central mais comuns são a média aritmética, a media-
na e a moda.
• Média simples
A média aritmética simples de um conjunto de números é o
valor que se obtém dividindo a soma dos elementos pelo número
de elementos do conjunto.
Representemos a média aritmética por .
A média pode ser calculada apenas se a variável envolvida na
pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a média aritméti-
ca para variáveis quantitativas.
Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre diferen-
tes grupos, se for possível calcular a média, ficará mais fácil estabe-
lecer uma comparação entre esses grupos e perceber tendências.
Considerando uma equipe de basquete, a soma das alturas dos
jogadores é:
1,85 + 1,85 + 1,95 + 1,98 + 1,98 + 1,98 + 2,01 + 2,01+2,07+2,07
+2,07+2,07+2,10+2,13+2,18 = 30,0
RACIOCÍNIO LÓGICO
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Se dividirmos esse valor pelo número total de jogadores, obte-
remos a média aritmética das alturas:
A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m.
• Média Ponderada
A média dos elementos do conjunto numérico relativa à adição
e na qual cada elemento tem um “determinado peso” é chamada
média aritmética ponderada.
• Mediana (Md)
Sejam os valores escritos em rol: x1 , x2 , x3 , ... xn
Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo xi tal que o núme-
ro de termos da sequência que precedem xi é igual ao número de
termos que o sucedem, isto é, xi é termo médio da sequência (xn)
em rol.
Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido pela média arit-
mética entre os termos xj e xj +1, tais que o número de termos que
precedem xj é igual ao número de termos que sucedem xj +1, isto é,
a mediana é a média aritmética entre os termos centrais da sequ-
ência (xn) em rol.
Exemplo
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}
Solução
Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se: (3, 7, 10,
12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse rol. Logo: Md=12
Resposta: Md=12.
Exemplo
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.
Solução
Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem-se:
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média aritmética
entre os dois termos centrais do rol.
Logo:
Resposta: Md=15
• Moda (Mo)
Num conjunto de números: x1 , x2 , x3 , ... xn, chama-se moda
aquele valor que ocorre com maior frequência.
Obs: A moda pode não existir e, se existir, pode não ser única.
Exemplo
O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda igual a 8,
isto é, Mo=8.
Exemplo
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.
COMPREENSÃO DE TEXTOS MATEMÁTICOS
Sentença é um conjunto de palavras que tem sentido completo.
Os ditados populares são exemplos disso, como: “Um dia da caça,
o outro do caçador”.
Quando uma sentençaenvolve números, podemos chamá-
la de sentença matemática. Uma sentença matemática pode
ser representada na forma escrita ou na linguagem simbólica
da matemática. Essa sentença pode ser verdadeira ou falsa. Veja
alguns exemplos:
– Três mais dois é igual a cinco (3 + 2 = 5); sentença verdadeira.
– Quatro vezes seis é igual a vinte e dois (4 × 6 = 22); sentença
falsa.
Quando podemos afirmar se uma sentença é verdadeira
ou falsa, chamamos essa sentença de sentença fechada. Agora,
observe esta sentença:
2x - 5 = 15
Note que essa sentença apresenta um elemento desconhecido,
o elemento x. Podemos chamar esse elemento desconhecido de
variável ou incógnita.
Nessa sentença, não podemos afirmar se ela é verdadeira
ou falsa, pois depende do valor que é atribuído à variável x.
Portanto, quando uma sentença possui uma ou mais variáveis, ela é
denominada de sentença aberta. Veja alguns exemplos:
- x + 3 = 5 (essa sentença é chamada de sentença aberta, pois
possui uma variável, o x).
- 3x + 5y = 8 (essa sentença é chamada de sentença aberta, pois
possui duas variáveis, o x e o y).
As sentenças abertas também são conhecidas como equações.
Equação do 1º grau ou Linear
Uma equação é uma sentença matemática aberta que expressa
uma relação de igualdade e envolve uma ou mais incógnitas ou
variáveis (como x, y, z, etc.).
– Não são equações:
4 + 7 = 6 + 5 (Não é uma sentença aberta)
x – 5 < 2 (Não é igualdade)
5 ≠ 9 (não é sentença aberta, nem igualdade)
Termo Geral da equação do 1º grau
Onde a e b (a≠0) são números conhecidos e a diferença de 0, se
resolve de maneira simples: subtraindo b dos dois lados, obtemos:
ax + b - b = 0 - b
ax = - b
x = - b/a
RACIOCÍNIO LÓGICO
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Termos da equação do 1º grau
Nesta equação cada membro possui dois termos:
1º membro composto por 5x e -1
2º membro composto pelo termo x e +7
Para resolver uma equação, devemos agrupar os termos que contêm variáveis em um lado da igualdade e os termos constantes no
outro. Em seguida, simplificamos a equação e isolamos a variável. Após encontrar o valor da variável, podemos verificar se a igualdade é
verdadeira ou falsa ao substituir o valor na equação original.
Por exemplo, considere a equação 5x - 8 = 12 + x:
1) Comece agrupando os termos com variáveis em um lado: 5x - x = 12 + 8
2) Simplifique a equação: 4x = 20
3) Isole a variável x dividindo ambos os lados por 4:
x = 20 / 4
x = 5
4) Agora que encontramos o valor de x, podemos substituí-lo na equação original para verificar se é verdadeira:
5x - 8 = 12 + x
5(5) - 8 = 12 + 5
25 - 8 = 17
17 = 17 (Verdadeiro)
Portanto, a solução da equação é x = 5, e a igualdade é verdadeira.
QUESTÕES
1. (Pref. Fortaleza/CE – Pedagogia – Pref. Fortaleza) “Estar alfabetizado, neste final de século, supõe saber ler e interpretar dados
apresentados de maneira organizada e construir representações, para formular e resolver problemas que impliquem o recolhimento de
dados e a análise de informações. Essa característica da vida contemporânea traz ao currículo de Matemática uma demanda em abordar
elementos da estatística, da combinatória e da probabilidade, desde os ciclos iniciais” (BRASIL, 1997).
Observe os gráficos e analise as informações.
RACIOCÍNIO LÓGICO
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A partir das informações contidas nos gráficos, é correto afir-
mar que:
(A) nos dias 03 e 14 choveu a mesma quantidade em Fortaleza
e Florianópolis.
(B) a quantidade de chuva acumulada no mês de março foi
maior em Fortaleza.
(C) Fortaleza teve mais dias em que choveu do que Florianó-
polis.
(D) choveu a mesma quantidade em Fortaleza e Florianópolis.
2. (CRF/MT - AGENTE ADMINISTRATIVO – QUADRIX/2017)
Num grupo de 150 jovens, 32 gostam de música, esporte e leitu-
ra; 48 gostam de música e esporte; 60 gostam de música e leitura;
44 gostam de esporte e leitura; 12 gostam somente de música; 18
gostam somente de esporte; e 10 gostam somente de leitura. Ao
escolher ao acaso um desses jovens, qual é a probabilidade de ele
não gostar de nenhuma dessas atividades?
(A) 1/75
(B) 39/75
(C) 11/75
(D) 40/75
(E) 76/75
3. (CRMV/SC – RECEPCIONISTA – IESES/2017) Sabe-se que
17% dos moradores de um condomínio tem gatos, 22% tem cachor-
ros e 8% tem ambos (gatos e cachorros). Qual é o percentual de
condôminos que não tem nem gatos e nem cachorros?
(A) 53
(B) 69
(C) 72
(D) 47
4. (MPE/GO – SECRETÁRIO AUXILIAR – MPEGO/2017) Em
uma pesquisa sobre a preferência entre dois candidatos, 48 pessoas
votariam no candidato A, 63 votariam no candidato B, 24 pessoas
votariam nos dois; e, 30 pessoas não votariam nesses dois candida-
tos. Se todas as pessoas responderam uma única vez, então o total
de pessoas entrevistadas foi:
(A) 141.
(B) 117.
(C) 87.
(D) 105.
(E) 112.
5. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) Em cada
um de dois dados cúbicos idênticos, as faces são numeradas de 1
a 6. Lançando os dois dados simultaneamente, cuja ocorrência de
cada face é igualmente provável, a probabilidade de que o produto
dos números obtidos seja um número ímpar é de:
(A) 1/4.
(B) 1/3.
(C) 1/2.
(D) 2/3.
(E) 3/4.
6. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA - MS-
CONCURSOS/2017) A uma excursão, foram 48 pessoas, entre ho-
mens e mulheres. Numa escolha ao acaso, a probabilidade de se
sortear um homem é de 5/12 . Quantas mulheres foram à excursão?
(A) 20
(B) 24
(C) 28
(D) 32
7. (UPE – TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO – UPENET/2017)
Qual a probabilidade de, lançados simultaneamente dois dados ho-
nestos, a soma dos resultados ser igual ou maior que 10?
(A) 1/18
(B) 1/36
(C) 1/6
(D) 1/12
(E) ¼
8. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO -VUNESP/2017)
No depósito de uma loja de doces, há uma caixa contendo n bom-
bons. Para serem vendidos, devem ser repartidos em pacotes
iguais, todos com a mesma quantidade de bombons. Com os bom-
bons dessa caixa, podem ser feitos pacotes com 5, ou com 6, ou
com 7 unidades cada um, e, nesses casos, não faltará nem sobrará
nenhum bombom. Nessas condições, o menor valor que pode ser
atribuído a n é
(A) 280.
(B) 265.
(C) 245.
(D) 230.
(E) 210.
9. (EMBASA – AGENTE ADMINISTRATIVO – IBFC/2017) Con-
siderando A o MDC (maior divisor comum) entre os números 24 e
60 e B o MMC (menor múltiplo comum) entre os números 12 e 20,
então o valor de 2A + 3B é igual a:
(A) 72
(B) 156
(C) 144
(D) 204
10. (MPE/GO – OFICIAL DE PROMOTORIA – MPEGO /2017)
Em um determinado zoológico, a girafa deve comer a cada 4 horas,
o leão a cada 5 horas e o macaco a cada 3 horas. Considerando
que todos foram alimentados às 8 horas da manhã de domingo, é
correto afirmar que o funcionário encarregado deverá servir a ali-
mentação a todos concomitantemente às:
(A) 8 horas de segunda-feira.
(B) 14 horas de segunda-feira.
(C) 10 horas de terça-feira.
(D) 20 horas de terça-feira.
(E) 9 horas de quarta-feira.
RACIOCÍNIO LÓGICO
81
a solução para o seu concurso!
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11. (DESENBAHIA – TÉCNICO ESCRITURÁRIO - INSTITUTO
AOCP/2017) João e Marcos resolveram iniciar uma sociedade para
fabricação e venda de cachorro quente. João iniciou com um capital
de R$ 30,00 e Marcos colaborou com R$ 70,00. No primeiro final de
semana de trabalho, a arrecadação foi de R$ 240,00 bruto e ambos
reinvestiram R$ 100,00 do bruto na sociedade, restando a eles R$
140,00 de lucro. De acordo com o que cada um investiu inicialmen-
te, qual é o valor que João e Marcos devem receber desse lucro,
respectivamente?
(A) 30 e 110 reais.
(B) 40 e 100 reais.
(C)42 e 98 reais.
(D) 50 e 90 reais.
(E) 70 e 70 reais.
12. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2017) Em uma empre-
sa, trabalham oito funcionários, na mesma função, mas com car-
gas horárias diferentes: um deles trabalha 32 horas semanais, um
trabalha 24 horas semanais, um trabalha 20 horas semanais, três
trabalham 16 horas semanais e, por fim, dois deles trabalham 12
horas semanais. No final do ano, a empresa distribuirá um bônus
total de R$ 74.000,00 entre esses oito funcionários,de forma que a
parte de cada um seja diretamente proporcional à sua carga horária
semanal. Dessa forma, nessa equipe de funcionários, a diferença
entre o maior e o menor bônus individual será, em R$, de
(A) 10.000,00.
(B) 8.000,00.
(C) 20.000,00.
(D) 12.000,00.
(E) 6.000,00.
13. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VUNESP/2017)
Para uma pesquisa, foram realizadas entrevistas nos estados da Re-
gião Sudeste do Brasil. A amostra foi composta da seguinte maneira:
– 2500 entrevistas realizadas no estado de São Paulo;
– 1500 entrevistas realizadas nos outros três estados da Região
Sudeste.
Desse modo, é correto afirmar que a razão entre o número de
entrevistas realizadas em São Paulo e o número total de entrevistas
realizadas nos quatro estados é de
(A) 8 para 5.
(B) 5 para 8.
(C) 5 para 7.
(D) 3 para 5.
(E) 3 para 8.
14. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA - MS-
CONCURSOS/2017) Um aparelho de televisão que custa R$1600,00
estava sendo vendido, numa liquidação, com um desconto de 40%.
Marta queria comprar essa televisão, porém não tinha condições de
pagar à vista, e o vendedor propôs que ela desse um cheque para
15 dias, pagando 10% de juros sobre o valor da venda na liquidação.
Ela aceitou e pagou pela televisão o valor de:
(A) R$1120,00
(B)R$1056,00
(C)R$960,00
(D) R$864,00
15. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2017) A equipe de
segurança de um Tribunal conseguia resolver mensalmente cerca
de 35% das ocorrências de dano ao patrimônio nas cercanias desse
prédio, identificando os criminosos e os encaminhando às autorida-
des competentes. Após uma reestruturação dos procedimentos de
segurança, a mesma equipe conseguiu aumentar o percentual de
resolução mensal de ocorrências desse tipo de crime para cerca de
63%. De acordo com esses dados, com tal reestruturação, a equipe
de segurança aumentou sua eficácia no combate ao dano ao patri-
mônio em
(A) 35%.
(B) 28%.
(C) 63%.
(D) 41%.
(E) 80%.
16. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2017) Três irmãos, An-
dré, Beatriz e Clarice, receberam de uma tia herança constituída pe-
las seguintes joias: um bracelete de ouro, um colar de pérolas e um
par de brincos de diamante. A tia especificou em testamento que
as joias não deveriam ser vendidas antes da partilha e que cada um
deveria ficar com uma delas, mas não especificou qual deveria ser
dada a quem. O justo, pensaram os irmãos, seria que cada um re-
cebesse cerca de 33,3% da herança, mas eles achavam que as joias
tinham valores diferentes entre si e, além disso, tinham diferentes
opiniões sobre seus valores. Então, decidiram fazer a partilha do
seguinte modo:
− Inicialmente, sem que os demais vissem, cada um deveria
escrever em um papel três porcentagens, indicando sua avaliação
sobre o valor de cada joia com relação ao valor total da herança.
− A seguir, todos deveriam mostrar aos demais suas avaliações.
− Uma partilha seria considerada boa se cada um deles rece-
besse uma joia que avaliou como valendo 33,3% da herança toda
ou mais.
As avaliações de cada um dos irmãos a respeito das joias foi a
seguinte:
ANDRÉ Bracelete: 40% Colar: 50% Brincos: 10%
BEATRIZ Bracelete: 30% Colar: 50% Brincos: 20%
CLARICE Bracelete: 30% Colar: 20% Brincos: 50%
Assim, uma partilha boa seria se André, Beatriz e Clarice rece-
bessem, respectivamente,
(A) o bracelete, os brincos e o colar.
(B) os brincos, o colar e o bracelete.
(C) o colar, o bracelete e os brincos.
(D) o bracelete, o colar e os brincos.
(E) o colar, os brincos e o bracelete.
17. Observe esta sequência de figuras formadas por triângulos
brancos e pretos:
RACIOCÍNIO LÓGICO
8282
a solução para o seu concurso!
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Seguindo-se esse mesmo padrão, a 4ª figura terá:
(A) 12 triângulos pretos
(B) 12 triângulos brancos
(C) 18 triângulos pretos
(D) 18 triângulos brancos
(E) 27 triângulos pretos
18. Rafaela recebeu uma planilha Excel em que havia uma
sequência de cálculos utilizando as informações contidas nas
células. Observe, a seguir, os três primeiros termos dessa sequência:
1º termo: A1
2º termo: A1 + C4
3º termo: A1 + C4 + E7
Admitindo-se que o padrão apresentado até o 3º termo se
mantém, o 5º termo será:
(A) A1 + C4 + E7 + G10
(B) A1 + C4 + E7 + H10
(C) A1 + C4 + E7 + G10 + I13
(D) A1 + C4 + E7 + H10 + J12
(E) A1 + C4 + E7 + G10 + J12
19. Observe a sequência de nomes a seguir: ARLETE; ERICA,
ILMA, OLIVIA, …
Qual dos nomes a seguir completa esta sequência?
(A) Humberto
(B) Elvira
(C) Katiane
(D) Úrsula
(E) Amanda
20. (CRBIO – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – VUNESP/2017)
Uma empresa tem 120 funcionários no total: 70 possuem curso
superior e 50 não possuem curso superior. Sabe-se que a média
salarial de toda a empresa é de R$ 5.000,00, e que a média sala-
rial somente dos funcionários que possuem curso superior é de R$
6.000,00. Desse modo, é correto afirmar que a média salarial dos
funcionários dessa empresa que não possuem curso superior é de
(A) R$ 4.000,00.
(B) R$ 3.900,00.
(C) R$ 3.800,00.
(D) R$ 3.700,00.
(E) R$ 3.600,00.
21. (TJM/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU-
NESP/2017) Leia o enunciado a seguir para responder a questão.
A tabela apresenta o número de acertos dos 600 candidatos
que realizaram a prova da segunda fase de um concurso, que conti-
nha 5 questões de múltipla escolha
NÚMERO DE ACERTOS NÚMERO DE CANDIDATOS
5 204
4 132
3 96
2 78
1 66
0 24
A média de acertos por prova foi de
(A) 3,57.
(B) 3,43
(C) 3,32.
(D) 3,25.
(E) 3,19.
22. (UFAL – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – COPEVE/2016) A ta-
bela apresenta o número de empréstimos de livros de uma biblio-
teca setorial de um Instituto Federal, no primeiro semestre de 2016.
MÊS EMPRÉSTIMOS
JANEIRO 15
FEVEREIRO 25
MARÇO 22
ABRIL 30
MAIO 28
JUNHO 15
Dadas as afirmativas,
I. A biblioteca emprestou, em média, 22,5 livros por mês.
II. A mediana da série de valores é igual a 26.
III. A moda da série de valores é igual a 15.
Verifica-se que está(ão) correta(s)
(A) II, apenas.
(B) III, apenas.
(C) I e II, apenas.
(D) I e III, apenas.
(E) I, II e III.
23. (FUNDATEC - 2022 - Prefeitura de Caxias do Sul - RS - Técni-
co em Contabilidade) Na lógica proposicional, as proposições com-
postas são constituídas de conectivos e proposições simples. Na
sentença “Doze é número par, mas é múltiplo de três”, temos uma
sentença composta com o conectivo da ______________ e respec-
tivo valor lógico ______________.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamen-
te, as lacunas do trecho acima.
Alternativas
(A) negação – falsa
(B) disjunção – verdadeira
(C) disjunção – falsa
(D) conjunção – verdadeira
(E) conjunção – falsa
24. (FUNDATEC - 2022 - SPGG - RS - Analista Arquiteto) Os co-
nectivos lógicos são palavras ou símbolos utilizados para conectar
proposições de acordo com as regras da lógica formal. A alternativa
que apresenta uma disjunção, uma conjunção e uma condicional,
nessa ordem, é:
Alternativas
(A) p → q, p v q e p ^ q
(B) p → q, p ^ q e p v q
(C) p v q, p ^ q e p → q
(D) p ^ q, p v q e p → q
(E) p v q, p → q e p ^ q
RACIOCÍNIO LÓGICO
83
a solução para o seu concurso!
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25. (INAZ do Pará - 2017 - DPE-PR - Técnico em Informática)
Diz-se que duas preposições são equivalentes entre si quando elas
possuem o mesmo valor lógico. A sentença logicamente equivalen-
te a: “ Se Maria é médica, então Victor é professor” é:
Alternativas
(A) Se Victor não é professor então Maria não é médica
(B) Se Maria não é médica então Victor não é professor
(C) Se Victor é professor, Maria é médica
(D) Se Maria é médica ou Victor é professor
(E) Se Maria é médica ou Victor não é professor
26. (UPENET/IAUPE - 2017 - UPE - Analista de Sistemas - En-
genharia de Software) Considerando que a declaração “Todo gato
é pardo” seja verdadeira, assinale a alternativa que corresponde a
uma argumentação CORRETA.
Alternativas
(A) Azrael é pardo, portanto é gato.
(B) Frajola é pardo, portanto não é gato.
(C)Manda-Chuva não é pardo, portanto não é gato.
(D) Garfield não é gato, portantoé pardo.
(E) Tom não é gato, portanto não é pardo.
27. (CESGRANRIO - 2018 - Petrobras - Analista de Sistemas
Júnior) Considere o seguinte argumento, no qual a conclusão foi
omitida:
Premissa 1: p → [(~r) ˅ (~s)]
Premissa 2: [p ˅ (~q)] ˄ [q ˅ (~p)]
Premissa 3: r ˄ s
Conclusão: XXXXXXXXXX
Uma conclusão que torna o argumento acima válido é
Alternativas
(A) ~(p ˅ q)
(B) (~q) ˄ p
(C) (~p) ˄ q
(D) p ˄ q
(E) p ˅ q
28. (FUNDATEC - 2018 - AL-RS - Agente Legislativo) A alternativa
que apresenta uma argumentação análoga à dedução de que: Se o
deputado estadual participou da sessão plenária ou da reunião da
comissão, mas ele não participou da reunião da comissão, então ele
participou da sessão plenária, é:
Alternativas
(A) Se o vereador aprovou uma lei e participa da mesa diretiva
então ele aprovou uma lei.
(B) Se o vereador é eleito pelo voto direto contudo não é eleito
pelo voto direto então ele é eleito pelo voto direto.
(C) O vereador aprovou uma lei, logo o vereador aprovou uma
lei mas não aprovou uma lei.
(D) Se o vereador aprovou uma lei ou participa da mesa diretiva
então o vereador aprovou uma lei e participa da mesa diretiva.
(E) Se o vereador aprovou uma lei ou participa da mesa dire-
tiva, entretanto ele não participa da mesa diretiva, então ele
aprovou uma lei.
29. (Prefeitura de Itapeva – 2021) Considere a proposição:
“Se algum esquilo é capaz de voar, então existem esquilos que
não voam.”
Equivalente a anterior, a proposição a seguir está incompleta.
“Nenhum esquilo é capaz de voar ou ____________.”
Diante do exposto, assinale a alternativa que preenche a lacuna
corretamente segundo a teoria lógica matemática.
(A) esquilos correm
(B) esquilos tem asas
(C) existem esquilos que não voam
(D) nenhum esquilo voa
(E) esquilos não voam
30. (IBFC – 2020) Uma empresa é especialista na fabricação de
três tipos de produtos, eles aqui serão chamados de tipo A, tipo B e
tipo C. Considere que “Algum B é C”, que “Algum A é B” e
“Nenhum C é A” e assinale a alternativa correta.
(A) “Algum produto do tipo A é também do tipo C” é uma afir-
mação correta.
(B) “Algum produto do tipo C não é do tipo B” é uma afirmação
falsa.
(C) “Algum produto do tipo B não é do tipo A” é uma afirmação
correta.
(D) “Todo produto do tipo A não é do tipo C” é uma afirmação
falsa.
(E) “Nenhum produto do tipo B é do tipo C” é uma afirmação
correta.
GABARITO
1 C
2 C
3 B
4 B
5 A
6 C
7 C
8 E
9 D
10 D
11 C
12 A
13 B
14 B
15 E
16 D
17 E
18 C
19 D
RACIOCÍNIO LÓGICO
8484
a solução para o seu concurso!
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20 E
21 B
22 D
23 D
24 C
25 A
26 C
27 A
28 E
29 D
30 C
ANOTAÇÕES
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
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a solução para o seu concurso!
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FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GOVERNO: CONCEITO E OB-
JETIVOS
— Governo
Conceito
Governo é a expressão política de comando, de iniciativa
pública com a fixação de objetivos do Estado e de manutenção da
ordem jurídica contemporânea e atuante.
O Brasil adota a República como forma de Governo e
o federalismo como forma de Estado. Em sua obra Direito
Administrativo da Série Advocacia Pública, o renomado jurista
Leandro Zannoni, assegura que governo é elemento do Estado e o
explana como “a atividade política organizada do Estado, possuindo
ampla discricionariedade, sob responsabilidade constitucional e
política” (p. 71).
É possível complementar esse conceito de Zannoni com a
afirmação de Meirelles (1998, p. 64-65) que aduz que “Governo é a
expressão política de comando, de iniciativa, de fixação de objetivos
do Estado e de manutenção da ordem jurídica vigente”. Entretanto,
tanto o conceito de Estado como o de governo podem ser definidos
sob diferentes perspectivas, sendo o primeiro, apresentado sob o
critério sociológico, político, constitucional, dentre outros fatores.
No condizente ao segundo, é subdividido em sentido formal sob um
conjunto de órgãos, em sentido material nas funções que exerce e
em sentido operacional sob a forma de condução política.
O objetivo final do Governo é a prestação dos serviços públicos
com eficiência, visando de forma geral a satisfação das necessidades
coletivas. O Governo pratica uma função política que implica uma
atividade de ordem mediata e superior com referência à direção
soberana e geral do Estado, com o fulcro de determinar os fins da
ação do Estado, assinalando as diretrizes para as demais funções e
buscando sempre a unidade da soberania estatal.
— Administração pública
Conceito
Administração Pública em sentido geral e objetivo, é a atividade
que o Estado pratica sob regime público, para a realização dos
interesses coletivos, por intermédio das pessoas jurídicas, órgãos
e agentes públicos.
A Administração Pública pode ser definida em sentido amplo e
estrito, além disso, é conceituada por Di Pietro (2009, p. 57), como
“a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sobregime jurídico total ou parcialmente público, para a consecução
dos interesses coletivos”.
Nos dizeres de Di Pietro (2009, p. 54), em sentido amplo, a
Administração Pública é subdividida em órgãos governamentais e
órgãos administrativos, o que a destaca em seu sentido subjetivo,
sendo ainda subdividida pela sua função política e administrativa
em sentido objetivo.
Já em sentido estrito, a Administração Pública se subdivide em
órgãos, pessoas jurídicas e agentes públicos que praticam funções
administrativas em sentido subjetivo, sendo subdividida também
na atividade exercida por esses entes em sentido objetivo.
Em suma, temos:
SENTIDO SUBJETIVO
Sentido amplo {órgãos
governamentais e órgãos
administrativos}.
SENTIDO SUBJETIVO
Sentido estrito {pessoas
jurídicas, órgãos e agentes
públicos}.
SENTIDO OBJETIVO Sentido amplo {função política e
administrativa}.
SENTIDO OBJETIVO Sentido estrito {atividade
exercida por esses entes}.
Existem funções na Administração Pública que são exercidas
pelas pessoas jurídicas, órgãos e agentes da Administração que
são subdivididas em três grupos: fomento, polícia administrativa e
serviço público.
Para melhor compreensão e conhecimento, detalharemos cada
uma das funções. Vejamos:
a. Fomento: É a atividade administrativa incentivadora do
desenvolvimento dos entes e pessoas que exercem funções de
utilidade ou de interesse público.
b. Polícia administrativa: É a atividade de polícia administrativa.
São os atos da Administração que limitam interesses individuais em
prol do interesse coletivo.
c. Serviço público: resume-se em toda atividade que a
Administração Pública executa, de forma direta ou indireta,
para satisfazer os anseios e as necessidades coletivas do povo,
sob o regime jurídico e com predominância pública. O serviço
público também regula a atividade permanente de edição de atos
normativos e concretos sobre atividades públicas e privadas, de
forma implementativa de políticas de governo.
A finalidade de todas essas funções é executar as políticas
de governo e desempenhar a função administrativa em favor do
interesse público, dentre outros atributos essenciais ao bom
andamento da Administração Pública como um todo com o
incentivo das atividades privadas de interesse social, visando
sempre o interesse público.
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
8686
a solução para o seu concurso!
Editora
A Administração Pública também possui elementos que a
compõe, são eles: as pessoas jurídicas de direito público e de direito
privado por delegação, órgãos e agentes públicos que exercem a
função administrativa estatal.
— Observação importante:
Pessoas jurídicas de direito público são entidades estatais
acopladas ao Estado, exercendo finalidades de interesse imediato
da coletividade. Em se tratando do direito público externo, possuem
a personalidade jurídica de direito público cometida à diversas
nações estrangeiras, como à Santa Sé, bem como a organismos
internacionais como a ONU, OEA, UNESCO.(art. 42 do CC).
No direito público interno encontra-se, no âmbito da
administração direta, que cuida-se da Nação brasileira: União,
Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios (art. 41, incs. I, II
e III, do CC).
No âmbito do direito público interno encontram-se, no campo
da administração indireta, as autarquias e associações públicas
(art. 41, inc. IV, do CC). Posto que as associações públicas, pessoas
jurídicas de direito público interno dispostas no inc. IV do art. 41
do CC, pela Lei n.º 11.107/2005,7 foram sancionadas para auxiliar
ao consórcio público a ser firmado entre entes públicos (União,
Estados, Municípios e Distrito Federal).
Princípios da administração pública
De acordo com o administrativista Alexandre Mazza (2017),
princípios são regras condensadoras dos valores fundamentais de
um sistema. Sua função é informar e materializar o ordenamento
jurídico bem como o modo de atuação dos aplicadores e intérpretes
do direito, sendo que a atribuição de informar decorre do fato de
que os princípios possuem um núcleo de valor essencial da ordem
jurídica, ao passo que a atribuição de enformar é denotada pelos
contornos que conferem à determinada seara jurídica.
Desta forma, o administrativista atribui dupla aplicabilidade
aos princípios da função hermenêutica e da função integrativa.
Referente à função hermenêutica, os princípios são
amplamente responsáveis por explicitar o conteúdo dos demais
parâmetros legais, isso se os mesmos se apresentarem obscuros no
ato de tutela dos casos concretos. Por meio da função integrativa,
por sua vez, os princípios cumprem a tarefa de suprir eventuais
lacunas legais observadas em matérias específicas ou diante das
particularidades que permeiam a aplicação das normas aos casos
existentes.
Os princípios colocam em prática as função hermenêuticas e
integrativas, bem como cumprem o papel de esboçar os dispositivos
legais disseminados que compõe a seara do Direito Administrativo,
dando-lhe unicidade e coerência.
Além disso, os princípios do Direito Administrativo podem ser
expressos e positivados escritos na lei, ou ainda, implícitos, não
positivados e não escritos na lei de forma expressa.
— Observação importante:
Não existe hierarquia entre os princípios expressos e
implícitos. Comprova tal afirmação, o fato de que os dois princípios
que dão forma o Regime Jurídico Administrativo, são meramente
implícitos.
Regime Jurídico Administrativo: é composto por todos os
princípios e demais dispositivos legais que formam o Direito
Administrativo. As diretrizes desse regime são lançadas por dois
princípios centrais, ou supraprincípios que são a Supremacia do
Interesse Público e a Indisponibilidade do Interesse Público.
Supremacia do Interesse
Público
Conclama a necessidade da
sobreposição dos interesses da
coletividade sobre os individuais.
Indisponibilidade do
Interesse Público
Sua principal função é orientar
a atuação dos agentes públicos
para que atuem em nome
e em prol dos interesses da
Administração Pública.
Ademais, tendo o agente público usufruído das prerrogativas
de atuação conferidas pela supremacia do interesse público, a
indisponibilidade do interesse público, com o fito de impedir que
tais prerrogativas sejam utilizadas para a consecução de interesses
privados, termina por colocar limitações aos agentes públicos
no campo de sua atuação, como por exemplo, a necessidade de
aprovação em concurso público para o provimento dos cargos
públicos.
Princípios Administrativos
Nos parâmetros do art. 37, caput da Constituição Federal,
a Administração Pública deverá obedecer aos princípios da
Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.
Vejamos:
– Princípio da Legalidade: Esse princípio no Direito
Administrativo, apresenta um significado diverso do que apresenta
no Direito Privado. No Direito Privado, toda e qualquer conduta do
indivíduo que não esteja proibida em lei e que não esteja contrária
à lei, é considerada legal. O termo legalidade para o Direito
Administrativo, significa subordinação à lei, o que faz com que o
administrador deva atuar somente no instante e da forma que a lei
permitir.
— Observação importante: O princípio da legalidade considera
a lei em sentido amplo. Nesse diapasão, compreende-se como lei,
toda e qualquer espécie normativa expressamente disposta pelo
art. 59 da Constituição Federal.
– Princípio da Impessoalidade: Deve ser analisado sob duas
óticas:
a) Sob a ótica da atuação da Administração Pública em relação
aos administrados: Em sua atuação, deve o administrador pautar
na não discriminação e na não concessão de privilégios àqueles que
o ato atingirá. Sua atuação deverá estar baseada na neutralidade e
na objetividade.
b) Em relação à sua própria atuação, administrador deve
executar atos de forma impessoal, como dispõe e exige o parágrafo
primeiro do art. 37 da CF/88 ao afirmar que: ‘‘A publicidade dos atos,
programas, obras, serviços e campanhasdos órgãos públicos deverá
ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.’’
MATÉRIAFUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
87
a solução para o seu concurso!
Editora
– Princípio da Moralidade: Dispõe que a atuação administrativa
deve ser totalmente pautada nos princípios da ética, honestidade,
probidade e boa-fé. Esse princípio está conexo à não corrupção na
Administração Pública.
O princípio da moralidade exige que o administrador tenha
conduta pautada de acordo com a ética, com o bom senso, bons
costumes e com a honestidade. O ato administrativo terá que
obedecer a Lei, bem como a ética da própria instituição em que o
agente atua. Entretanto, não é suficiente que o ato seja praticado
apenas nos parâmetros da Lei, devendo, ainda, obedecer à
moralidade.
– Princípio da Publicidade: Trata-se de um mecanismo de
controle dos atos administrativos por meio da sociedade. A
publicidade está associada à prestação de satisfação e informação
da atuação pública aos administrados. Via de regra é que a atuação
da Administração seja pública, tornando assim, possível o controle
da sociedade sobre os seus atos.
Ocorre que, no entanto, o princípio em estudo não é absoluto.
Isso ocorre pelo fato deste acabar por admitir exceções previstas
em lei. Assim, em situações nas quais, por exemplo, devam ser
preservadas a segurança nacional, relevante interesse coletivo e
intimidade, honra e vida privada, o princípio da publicidade deverá
ser afastado.
Sendo a publicidade requisito de eficácia dos atos
administrativos que se voltam para a sociedade, pondera-se que
os mesmos não poderão produzir efeitos enquanto não forem
publicados.
– Princípio da Eficiência: A atividade administrativa deverá
ser exercida com presteza, perfeição, rendimento, qualidade e
economicidade. Anteriormente era um princípio implícito, porém,
hodiernamente, foi acrescentado, de forma expressa, na CFB/88,
com a EC n. 19/1998.
São decorrentes do princípio da eficiência:
a. A possibilidade de ampliação da autonomia gerencial,
orçamentária e financeira de órgãos, bem como de entidades
administrativas, desde que haja a celebração de contrato de gestão.
b. A real exigência de avaliação por meio de comissão especial
para a aquisição da estabilidade do servidor Efetivo, nos termos do
art. 41, § 4º da CFB/88.
EVOLUÇÃO DOS MODELOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A evolução dos modelos de Administração Pública reflete as
mudanças políticas, sociais e econômicas ao longo do tempo, mar-
cando diferentes abordagens na gestão do Estado e na prestação de
serviços públicos. Abaixo, são apresentados os principais modelos
que influenciaram a administração pública ao longo da história:
1. Administração Patrimonialista
No início, a administração pública era caracterizada pelo mo-
delo patrimonialista, onde não havia distinção clara entre os inte-
resses públicos e privados. O poder era centralizado nas mãos dos
monarcas e da nobreza, que geriam os recursos do Estado como
extensão de seus próprios bens. Essa abordagem resultava em cor-
rupção, nepotismo e ineficiência na gestão pública.
2. Administração Burocrática
Com o advento do Estado moderno e a Revolução Industrial,
surge o modelo burocrático, proposto por Max Weber no início do
século XX. Este modelo visava aumentar a eficiência e a racionalida-
de na administração pública, através de uma estrutura hierárquica,
regras e procedimentos padronizados, impessoalidade e merito-
cracia. A burocracia buscava garantir estabilidade, previsibilidade e
controle na gestão pública, afastando-se dos problemas do patri-
monialismo.
3. Administração Gerencial
Na segunda metade do século XX, especialmente a partir da
década de 1980, emerge o modelo gerencial, influenciado pelas
ideias do New Public Management (NPM). Este modelo trouxe prin-
cípios do setor privado para a administração pública, focando na
eficiência, eficácia e qualidade dos serviços públicos. Caracteriza-se
pela descentralização, autonomia gerencial, orientação para resul-
tados, foco no cidadão como cliente e uso de contratos de gestão. A
administração gerencial busca reduzir a rigidez burocrática, promo-
vendo flexibilidade e inovação.
4. Governança Pública
Nos últimos anos, a administração pública tem incorporado o
conceito de governança pública, que enfatiza a participação, trans-
parência, accountability (prestação de contas) e colaboração entre
o Estado, a sociedade civil e o setor privado. Este modelo reconhece
a complexidade dos problemas públicos e a necessidade de solu-
ções colaborativas e integradas. A governança pública promove a
democracia participativa e a co-produção de políticas públicas, vi-
sando uma administração mais aberta e responsiva.
Desafios e Perspectivas Futuras
A evolução dos modelos de administração pública continua a
enfrentar desafios significativos, como a adaptação às novas tec-
nologias, a gestão de crises (por exemplo, pandemias e desastres
naturais), a promoção da sustentabilidade e a inclusão social. O fu-
turo da administração pública provavelmente verá uma maior inte-
gração entre a tecnologia digital e a gestão pública, com o uso de
big data, inteligência artificial e outras inovações para melhorar a
eficiência e a responsividade dos serviços públicos.
A evolução dos modelos de administração pública demonstra
uma trajetória de busca contínua por maior eficiência, transparên-
cia e participação, adaptando-se às mudanças e demandas da so-
ciedade ao longo do tempo.
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO NA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL DE 1988: PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DI-
REITO ADMINISTRATIVO BRASILEIRO
Conceito
O vocábulo “regime jurídico administrativo” se refere às
inúmeras particularidades que tornam a atuação da administração
pública individualizada nos momentos em que é comparada com
a atuação dos particulares de forma generalizada. Possui sentido
restrito, restando-se com a serventia única de designar o conjunto de
normas de direito público que caracterizam o Direito Administrativo
de modo geral, estabelecendo, via de regra, prerrogativas que
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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colocam a Administração Pública em posição privilegiada no que
condiz às suas relações com os particulares, bem como restrições,
que tem o fulcro de evitar que ela se distancie da perseguição que
não deve cessar no sentido da consecução do bem comum.
Desta forma, de maneira presumida, o Regime Jurídico
Administrativo passa a atuar na busca da consecução de interesses
coletivos por meio dos quais a Administração usufrui de vantagens
não extensivas aos particulares de modo geral, como é o caso do
poder de desapropriar um imóvel, por exemplo. Assim sendo, a
Administração Pública não pode abrir mão desses fins públicos,
ou seja, ao agente público não é lícito, sem a autorização da lei,
transigir, negociar, renunciar, ou seja, dispor de qualquer forma de
interesses públicos, ainda que sejam aqueles cujos equivalentes no
âmbito privado, seriam considerados via de regra disponíveis, como
o direito de cobrar uma pensão alimentícia, por exemplo.
Nesse sentido, pode-se se afirmar que a supremacia do interesse
público se encontra eivada de justificativas para a concessão de
prerrogativas, ao passo que a indisponibilidade de tal interesse,
por sua vez, passa a impor a estipulação de restrições e sujeições à
atuação administrativa, sendo estes os princípios da Administração
Pública, que nesse estudo, trataremos especificamente dos
Princípios Expressos e Implícitos de modo geral.
— Princípios Expressos da Administração Pública
Princípio da Legalidade
Surgido na era do Estado de Direito, o Princípio da Legalidade
possui o condão de vincular toda a atuação do Poder Público, seja
de forma administrativa, jurisdicional, ou legislativa. É considerado
uma das principais garantiasprotetivas dos direitos individuais no
sistema democrático, na medida em que a lei é confeccionada por
intermédio dos representantes do povo e seu conteúdo passa a
limitar toda a atuação estatal de forma geral.
Na seara do direito administrativo, a principal determinação
advinda do Princípio da Legalidade é a de que a atividade
administrativa seja exercida com observância exata dos parâmetros
da lei, ou seja, a administração somente poderá agir quando estiver
devidamente autorizada por lei, dentro dos limites estabelecidos
por lei, vindo, por conseguinte, a seguir o procedimento que a lei
exigir.
O Princípio da Legalidade, segundo a doutrina clássica, se
desdobra em duas dimensões fundamentais ou subprincípios,
sendo eles: o Princípio da supremacia da lei (primazia da lei ou da
legalidade em sentido negativo); e o Princípio da reserva legal (ou
da legalidade em sentido positivo). Vejamos:
De acordo com os contemporâneos juristas Ricardo Alexandre
e João de Deus, o princípio da supremacia da lei, pode ser
conceituado da seguinte forma:
O princípio da supremacia da lei, ou legalidade em sentido
negativo, representa uma limitação à atuação da Administração, na
medida em que ela não pode contrariar o disposto na lei. Trata-se
de uma consequência natural da posição de superioridade que a lei
ocupa no ordenamento jurídico em relação ao ato administrativo.
(2.017, ALEXANDRE e DEUS, p. 103).
Entende-se, desta forma, que o princípio da supremacia da
lei, ou legalidade em sentido negativo, impõe limitações ao poder
de atuação da Administração, tendo em vista que esta não pode
agir em desconformidade com a lei, uma vez que a lei se encontra
em posição de superioridade no ordenamento jurídico em
relação ao ato administrativo como um todo. Exemplo: no ato de
desapropriação por utilidade pública, caso exista atuação que não
atenda ao interesse público, estará presente o vício de desvio de
poder ou de finalidade, que torna o ato plenamente nulo.
Em relação ao princípio da reserva legal, ou da legalidade em
sentido positivo, infere-se que não basta que o ato administrativo
simplesmente não contrarie a lei, não sendo contra legem, e
nem mesmo de ele pode ir além da lei praeter legem, ou seja, o
ato administrativo só pode ser praticado segundo a lei secundum
legem. Por esta razão, denota-se que o princípio da reserva legal ou
da legalidade em sentido positivo, se encontra dotado do poder de
condicionar a validade do ato administrativo à prévia autorização
legal de forma geral, uma vez que no entendimento do ilustre Hely
Lopes Meirelles, na administração pública não há liberdade nem
vontade pessoal, pois, ao passo que na seara particular é lícito fazer
tudo o que a lei não proíbe, na Administração Pública, apenas é
permitido fazer o que a lei disponibiliza e autoriza.
Pondera-se que em decorrência do princípio da legalidade, não
pode a Administração Pública, por mero ato administrativo, permitir
a concessão por meio de seus agentes, de direitos de quaisquer
espécies e nem mesmo criar obrigações ou impor vedações aos
administrados, uma vez que para executar tais medidas, ela
depende de lei. No entanto, de acordo com Celso Antônio Bandeira
de Mello, existem algumas restrições excepcionais ao princípio
da legalidade no ordenamento jurídico brasileiro, sendo elas: as
medidas provisórias, o estado de defesa e o estado de sítio.
Em resumo, temos:
– Origem: Surgiu com o Estado de Direito e possui como
objetivo, proteger os direitos individuais em face da atuação do
Estado;
– A atividade administrativa deve exercida dentro dos limites
que a lei estabelecer e seguindo o procedimento que a lei exigir,
devendo ser autorizada por lei para que tenha eficácia;
– Dimensões: Princípio da supremacia da lei (primazia da lei
ou legalidade em sentido negativo); e Princípio da reserva legal
(legalidade em sentido positivo);
– Aplicação na esfera prática (exemplos): Necessidade de
previsão legal para exigência de exame psicotécnico ou imposição
de limite de Idade em concurso público, ausência da possibilidade
de decreto autônomo na concessão de direitos e imposição de
obrigações a terceiros, subordinação de atos administrativos
vinculados e atos administrativos discricionários;
– Aplicação na esfera teórica: Ao passo que no âmbito
particular é lícito fazer tudo o que a lei não proíbe, na administração
pública só é permitido fazer o que a lei devidamente autorizar;
– Legalidade: o ato administrativo deve estar em total
conformidade com a lei e com o Direito, fato que amplia a seara do
controle de legalidade;
– Exceções existentes: medida provisória, estado de defesa e
estado de sítio.
Princípio da Impessoalidade
É o princípio por meio do qual todos os agentes públicos
devem cumprir a lei de ofício de maneira impessoal, ainda que, em
decorrência de suas convicções pessoais, políticas e ideológicas,
considerem a norma injusta.
MATÉRIAFUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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Esse princípio possui quatro significados diferentes. São
eles: a finalidade pública, a isonomia, a imputação ao órgão ou
entidade administrativa dos atos praticados pelos seus servidores
e a proibição de utilização de propaganda oficial para promoção
pessoal de agentes públicos.
Pondera-se que a Administração Pública não pode deixar
de buscar a consecução do interesse público e nem tampouco,
a conservação do patrimônio público, uma vez que tal busca
possui caráter institucional, devendo ser independente dos
interesses pessoais dos ocupantes dos cargos que são exercidos
em conluio as atividades administrativas, ou seja, nesta acepção
da impessoalidade, os fins públicos, na forma determinada em
lei, seja de forma expressa ou implícita, devem ser perseguidos
independentemente da pessoa que exerce a função pública.
Pelo motivo retro mencionado, boa parte da doutrina
considera implicitamente inserido no princípio da impessoalidade,
o princípio da finalidade, posto que se por ventura, o agente público
vier a praticar o ato administrativo sem interesse público, visando
tão somente satisfazer interesse privado, tal ato sofrerá desvio de
finalidade, vindo, por esse motivo a ser invalidado.
É importante ressaltar também que o princípio da
impessoalidade traz o foco da análise para o administrado. Assim
sendo, independente da pessoa que esteja se relacionando com
a administração, o tratamento deverá ser sempre de forma igual
para todos. Desta maneira, a exigência de impessoalidade advém
do princípio da isonomia, vindo a repercutir na exigência de
licitação prévia às contratações a ser realizadas pela Administração;
na vedação ao nepotismo, de acordo com o disposto na Súmula
Vinculante 13 do Supremo Tribunal Federal; no respeito à ordem
cronológica para pagamento dos precatórios, dentre outros fatores.
Outro ponto importante que merece destaque acerca da
acepção do princípio da impessoalidade, diz respeito à imputação
da atuação administrativa ao Estado, e não aos agentes públicos
que a colocam em prática. Assim sendo, as realizações estatais não
são imputadas ao agente público que as praticou, mas sim ao ente
ou entidade em nome de quem foram produzidas tais realizações.
Por fim, merece destaque um outro ponto importante do
princípio da impessoalidade que se encontra relacionado à proibição
da utilização de propaganda oficial com o fito de promoção pessoal
de agentes públicos. Sendo a publicidade oficial, custeada com
recursos públicos, deverá possuir como único propósito o caráter
educativo e informativo da população como um todo, o que, assim
sendo, não se permitirá que paralelamente a estes objetivos o
gestor utilize a publicidade oficial de forma direta, com o objetivo
de promover a sua figura pública.
Lamentavelmente, agindo em contramão ao princípio da
impessoalidade, nota-se com frequência a utilização da propaganda
oficial como meio de promoção pessoal de agentes públicos, agindo
como se a satisfaçãodo interesse público não lhes fosse uma
obrigação. Entretanto, em combate a tais atos, com o fulcro de
restringir a promoção pessoal de agentes públicos, por intermédio
de propaganda financiada exclusivamente com os cofres públicos,
o art. 37, § 1.º, da Constituição Federal, em socorro à população,
determina:
Art. 37. [...]
§ 1.º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal
de autoridades ou servidores públicos.
Desta maneira, em respeito ao mencionado texto constitucional,
ressalta-se que a propaganda anunciando a disponibilização de um
recente serviço ou o primórdio de funcionamento de uma nova
escola, por exemplo, é legítima, possuindo importante caráter
informativo.
Em resumo, temos:
– Finalidade: Todos os agentes públicos devem cumprir a lei
de ofício de maneira impessoal, ainda que, em decorrência de suas
convicções pessoais, políticas e ideológicas, considerem a norma
injusta.
– Significados: A finalidade pública, a isonomia, a imputação
ao órgão ou entidade administrativa dos atos praticados pelos seus
servidores e a proibição de utilização de propaganda oficial para
promoção pessoal de agentes públicos.
– Princípio implícito: O princípio da finalidade, posto que se
por ventura o agente público vier a praticar o ato administrativo
sem interesse público, visando tão somente satisfazer interesse
privado, tal ato sofrerá desvio de finalidade, vindo, por esse motivo
a ser invalidado.
– Aspecto importante: A imputação da atuação administrativa
ao Estado, e não aos agentes públicos que a colocam em prática.
– Nota importante: proibição da utilização de propaganda
oficial com o fito de promoção pessoal de agentes públicos.
– Dispositivo de Lei combatente à violação do princípio da
impessoalidade e a promoção pessoal de agentes públicos, por
meio de propaganda financiada exclusivamente com os cofres
públicos: Art. 37, § 1.º, da CFB/88:
§ 1.º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal
de autoridades ou servidores públicos.
Princípio da Moralidade
A princípio ressalta-se que não existe um conceito legal ou
constitucional de moralidade administrativa, o que ocorre na
verdade, são proclamas de conceitos jurídicos indeterminados que
são formatados pelo entendimento da doutrina majoritária e da
jurisprudência.
Nesse diapasão, ressalta-se que o princípio da moralidade
é condizente à convicção de obediência aos valores morais, aos
princípios da justiça e da equidade, aos bons costumes, às normas
da boa administração, à ideia de honestidade, à boa-fé, à ética e por
último, à lealdade.
A doutrina denota que a moral administrativa, trata-se daquela
que determina e comanda a observância a princípios éticos
retirados da disciplina interna da Administração Pública.
Dentre os vários atos praticados pelos agentes públicos
violadores do princípio da moralidade administrativa, é coerente
citar: a prática de nepotismo; as “colas” em concursos públicos; a
prática de atos de favorecimento próprio, dentre outros. Ocorre
que os particulares também acabam por violar a moralidade
administrativa quando, por exemplo: ajustam artimanhas em
licitações; fazem “colas” em concursos públicos, dentre outros atos
pertinentes.
É importante destacar que o princípio da moralidade é
possuidor de existência autônoma, portanto, não se confunde com o
princípio da legalidade, tendo em vista que a lei pode ser vista como
imoral e a seara da moral é mais ampla do que a da lei. Assim sendo,
ocorrerá ofensa ao princípio da moralidade administrativa todas as
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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vezes que o comportamento da administração, embora esteja em
concordância com a lei, vier a ofender a moral, os princípios de
justiça, os bons costumes, as normas de boa administração bem
como a ideia comum de honestidade.
Registra-se em poucas palavras, que a moralidade pode ser
definida como requisito de validade do ato administrativo. Desta
forma, a conduta imoral, à semelhança da conduta ilegal, também
se encontra passível de trazer como consequência a invalidade
do respectivo ato, que poderá vir a ser decretada pela própria
administração por meio da autotutela, ou pelo Poder Judiciário.
Denota-se que o controle judicial da moralidade administrativa
se encontra afixado no art. 5.º, LXXIII, da Constituição Federal, que
dispõe sobre a ação popular nos seguintes termos:
Art. 5.º [...]
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
da sucumbência.
Pontua-se na verdade, que ao atribuir competência para que
agentes públicos possam praticar atos administrativos, de forma
implícita, a lei exige que o uso da prerrogativa legal ocorra em
consonância com a moralidade administrativa, posto que caso
esse requisito não seja cumprido, virá a ensejar a nulidade do ato,
sendo passível de proclamação por decisão judicial, bem como pela
própria administração que editou a ato ao utilizar-se da autotutela.
Registra-se ainda que a improbidade administrativa constitui-se
num tipo de imoralidade administrativa qualificada, cuja gravidade
é preponderantemente enorme, tanto que veio a merecer
especial tratamento constitucional e legal, que lhes estabeleceram
consequências exorbitantes ante a mera pronúncia de nulidade do
ato e, ainda, impondo ao agente responsável sanções de caráter
pessoal de peso considerável. Uma vez reconhecida, a improbidade
administrativa resultará na supressão do ato do ordenamento
jurídico e na imposição ao sujeito que a praticou grandes
consequências, como a perda da função pública, indisponibilidade
dos bens, ressarcimento ao erário e suspensão dos direitos políticos,
nos termos do art. 37, § 4.º da Constituição Federal.
Por fim, de maneira ainda mais severa, o art. 85, V, da
Constituição Federal Brasileira, determina e qualifica como crime
de responsabilidade os atos do Presidente da República que
venham a atentar contra a probidade administrativa, uma vez
que a prática de crime de responsabilidade possui como uma de
suas consequências determinadas por lei, a perda do cargo, fato
que demonstra de forma contundente a importância dada pelo
legislador constituinte ao princípio da moralidade, posto que, na
ocorrência de improbidade administrativa por agressão qualificada,
pode a maior autoridade da República ser levada ao impeachment.
Em resumo, temos:
– Conceito doutrinário: Moral administrativa é aquela
determinante da observância aos princípios éticos retirados da
disciplina interna da administração;
– Conteúdo do princípio: Total observância aos princípios da
justiça e da equidade, à boa-fé, às regras da boa administração, aos
valores morais, aos bons costumes, à ideia comum de honestidade,
à ética e por último à lealdade;
– Observância: Deve ser observado pelos agentes públicos e
também pelos particulares que se relacionam com a Administração
Pública;
– Alguns atos que violam o princípio da moralidade
administrativa a prática de nepotismo; as “colas” em concursos
públicos; a prática de atos de favorecimento próprio, dentre outros.
– Possuidor de existência autônoma: O princípio da moralidade
não se confunde com o princípio da legalidade;
– É requisito de validade do ato administrativo: Assim quando
a moralidade não for observada, poderá ocorrer a invalidação do
ato;
– Autotutela: Ocorre quando a invalidaçãodo ato administrativo
imoral pode ser decretada pela própria Administração Pública ou
pelo Poder Judiciário;
– Ações judiciais para controle da moralidade administrativa
que merecem destaque: ação popular e ação de improbidade
administrativa.
Princípio da Publicidade
Advindo da democracia, o princípio da publicidade é
caracterizado pelo fato de todo poder emanar do povo, uma vez que
sem isso, não teria como a atuação da administração ocorrer sem
o conhecimento deste, fato que acarretaria como consequência
a impossibilidade de o titular do poder vir a controlar de forma
contundente, o respectivo exercício por parte das autoridades
constituídas.
Pondera-se que a administração é pública e os seus atos devem
ocorrer em público, sendo desta forma, em regra, a contundente e
ampla publicidade dos atos administrativos, ressalvados os casos de
sigilo determinados por lei.
Assim sendo, denota-se que a publicidade não existe como
um fim em si mesmo, ou apenas como uma providência de ordem
meramente formal. O principal foco da publicidade é assegurar
transparência ou visibilidade da atuação administrativa, vindo a
possibilitar o exercício do controle da Administração Pública por
meio dos administrados, bem como dos órgãos determinados por
lei que se encontram incumbidos de tal objetivo.
Nesse diapasão, o art. 5º, inciso XXXIII da CFB/88, garante a todos
os cidadãos o direito a receber dos órgãos públicos informações
de seu interesse particular, ou de interesse coletivo, que deverão
serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
com exceção daquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança
da sociedade como um todo e do Estado de forma geral, uma vez
que esse dispositivo constitucional, ao garantir o recebimento de
informações não somente de interesse individual, garante ainda que
tal recebimento seja de interesse coletivo ou geral, fato possibilita o
exercício de controle de toda a atuação administrativa advinda por
parte dos administrados.
É importante ressaltar que o princípio da publicidade não
pode ser interpretado como detentor permissivo à violação da
intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas,
conforme explicita o art. 5.º, X da Constituição Federal, ou do sigilo
da fonte quando necessário ao exercício profissional, nos termos do
art. 5.º, XIV da CFB/88.
Destaca-se que com base no princípio da publicidade, com
vistas a garantir a total transparência na atuação da administração
pública, a CFB/1988 prevê: o direito à obtenção de certidões em
repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal, independentemente do pagamento
de taxas (art. 5.º, XXXIV, “b”); o direito de petição aos Poderes
MATÉRIAFUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder, independentemente do pagamento de taxas (art. 5.º, XXXIV,
“a”); e o direito de acesso dos usuários a registros administrativos e
atos de governo (art. 37, § 3.º, II).
Pondera-se que havendo violação a tais regras, o interessado
possui à sua disposição algumas ações constitucionais para a tutela
do seu direito, sendo elas: o habeas data (CF, art. 5.º, LXXII) e o
mandado de segurança (CF, art. 5.º, LXIX), ou ainda, as vias judiciais
ordinárias.
No que concerne aos mecanismos adotados para a
concretização do princípio, a publicidade poderá ocorrer por
intermédio da publicação do ato ou, dependendo da situação, por
meio de sua simples comunicação aos destinatários interessados.
Registra-se, que caso não haja norma determinando a
publicação, os atos administrativos não geradores de efeitos
externos à Administração, como por exemplo, uma portaria que cria
determinado evento, não precisam ser publicados, bastando que
seja atendido o princípio da publicidade por meio da comunicação
aos interessados. Entendido esse raciocínio, pode-se afirmar que o
dever de publicação recai apenas sobre os atos geradores de efeitos
externos à Administração. É o que ocorre, por exemplo, num edital
de abertura de um concurso público, ou quando exista norma legal
determinando a publicação.
Determinado a lei a publicação do ato, ressalta-se que esta
deverá ser feita na Imprensa Oficial, e, caso a divulgação ocorra
apenas pela televisão ou pelo rádio, ainda que em horário oficial,
não se considerará atendida essa exigência. No entanto, conforme
o ensinamento do ilustre Hely Lopes Meirelles, onde não houver
órgão oficial, em consonância com a Lei Orgânica do Município,
a publicação oficial poderá ser feita pela afixação dos atos e leis
municipais na sede da Prefeitura ou da Câmara Municipal.
Dotada de importantes mecanismos para a concretização
do princípio da publicidade, ganha destaque a Lei 12.527/2011,
também conhecida como de Lei de Acesso à Informação ou Lei da
Transparência Pública. A mencionada Lei estabelece regras gerais,
de caráter nacional, vindo a disciplinar o acesso às informações
contidas no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37
e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal Brasileira de 1.988.
Encontram-se subordinados ao regime da lei 12.527/2011, tanto
a Administração Direta, quanto as entidades da Administração
Indireta e demais entidades controladas de forma direta ou indireta
pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios.
Também estão submetidas à ordenança da Lei da Transparência
Pública as entidades privadas sem fins lucrativos, desde que
recebam recursos públicos para a realização de ações de interesse
público, especialmente as relativas à publicidade da destinação
desses recursos, sem prejuízo de efetuarem as prestações de contas
a que estejam obrigadas por lei.
Por fim, pontua-se que embora a regra ser a publicidade, a
Lei 12.527/2011 excetua com ressalvas, o sigilo de informações
que sejam imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado
de forma geral. Ocorre que ainda nesses casos, o sigilo não será
eterno, estando previstos prazos máximos de restrição de acesso às
informações, conforme suas classificações da seguinte forma, nos
ditames do art. 24, § 1º:
a) Informação ultrassecreta (25 anos de prazo máximo de
restrição ao acesso);
b) Informação secreta (15 anos de prazo máximo de restrição
ao acesso);
c) Informação reservada (cinco anos de prazo máximo de
restrição ao acesso).
Em síntese, temos:
– É advindo da democracia e se encontra ligado ao exercício da
cidadania;
– Exige divulgação ampla dos atos da Administração Pública,
com exceção das hipóteses excepcionais de sigilo;
– Se encontra ligado à eficácia do ato administrativo;
– Possui como foco assegurar a transparência da atuação
administrativa, vindo a possibilitar o exercício do controle da
Administração Pública de modo geral;
– Em relação à sua manifestação, concede ao cidadão: direito
à obtenção de certidões em repartições públicas; direito de petição;
direito de acesso dos usuários a registros administrativos e atos de
governo; direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, com exceção
daquelas informações, cujo sigilo seja indispensável à segurança da
sociedade e do Estado.
– Não se trata de um princípio absoluto, necessitando que seja
harmonizado com os demais princípios constitucionais;
– A publicação é exigida desde que exista previsão legal ou de
atos que sejam produtores de efeitos externos;
– Não havendo exigência legal, a publicidade dos atos
internos poderá ser feita por intermédio de comunicação direta ao
interessado;
– A Lei 12.527/2011 foi aprovada como um mecanismo amplo
e eficaz de concretização do acesso à informação, vindo a se tornar
um genuíno corolário do princípio da publicidade.
– A publicação deverá ser feita pela Imprensa Oficial, ou, onde
não houver órgão oficial, em consonância com a Lei Orgânica do
Município, a publicação oficial poderá ser feitapela afixação dos
atos e leis municipais na sede da Prefeitura ou da Câmara Municipal.
Princípio da Eficiência
A princípio, registra-se que apenas com o advento da Emenda
Constitucional nº 19/1998, também conhecida como “Emenda da
Reforma Administrativa”, o princípio da eficiência veio a ser previsto
no caput do art. 37 da Constituição Federal Brasileira de 1988.
Acrescido a tais informações, o princípio da eficiência também se
encontra previsto no caput do art. 2.º da Lei 9.784/1999, lei que
regula o processo administrativo na seara da Administração Pública
Federal.
Desta forma, elevado à categoria de princípio constitucional
expresso pela Emenda Constitucional 19/1998, o dever de eficiência
corresponde ao dever de bem administrar a Máquina Pública.
No entendimento de Hely Lopes Meirelles, “o princípio da
eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com
presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno
princípio da função administrativa, que já não se contenta em
ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados
positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das
necessidades da comunidade e de seus membros”.
Pondera-se que princípio da eficiência deverá estar eivado de
valores e uma boa administração pública que dê preferência por
produtividade elevada, economicidade, excelente qualidade e
celeridade dos serviços prestados, vindo a reduzir os desperdícios
e, ainda, que trabalhe pela desburocratização e pelo elevado
rendimento funcional como um todo.
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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a solução para o seu concurso!
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De acordo com a Constituição Federal Brasileira, existem
normas inseridas no ordenamento jurídico pátrio que possuem o
condão de tornar mais eficiente a prestação de serviços públicos.
Passemos a analisar almas destas regras:
1. Nos termos do art. art. 41, § 4.º da CFB/88, com o fito
de adquirir estabilidade, o servidor público, após ser aprovado
em concurso, terá que passar por uma avaliação especial de
desempenho por comissão instituída para essa finalidade;
2. Segundo o art. 41, §1º da CFB/88, após ter adquirido
estabilidade, o servidor não pode relaxar, uma vez que se encontra
sujeito a passar por periódicas avaliações de desempenho, podendo
correr o risco de perder o cargo, caso seja declarado insuficiente,
assegurada ampla defesa;
Apelidada de “Lei de Responsabilidade das Estatais”, a Lei
13.303/2016, dentre as diversas novidades estatuídas em seu
diploma, destacamos com ênfase no art. 17, a estipulação de notório
conhecimento, bem como tempo de experiência profissional e
formação acadêmica como pré-requisitos legais para que alguém
possa ser nomeado para o Conselho de Administração ou Diretoria
de uma Empresa Pública ou sociedade de economia mista.
Pondera-se que tais exigências são uma autêntica homenagem ao
princípio da eficiência, bem como aos princípios da moralidade e
da isonomia. Por fim, denota-se que o princípio da eficiência não
se sobrepõe aos demais princípios, aliás, acrescente-se, que ela se
soma aos demais princípios administrativos, fatos que demonstram
que a função administrativa executada de forma eficiente, deverá
sempre ser exercida nos parâmetros de conformidade com o
princípio da legalidade.
Em suma, temos:
– Se encontra expresso na Constituição Federal e foi inserido
pela EC 19/1998;
– Princípio da eficiência ou dever de eficiência é o dever bem
administrar;
– É o mais moderno princípio da função administrativa, que
já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade,
exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório
atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros;
– Exigências legais: as atividades administrativas devem ser
exercidas com presteza, perfeição e rendimento funcional; deverão
surtir resultados positivos para o serviço público, bem como um
atendimento que possa satisfazer as necessidades da população
e de seus membros; prima-se por economicidade, produtividade
elevada, qualidade e celeridade na prestação dos serviços bem
como pela redução dos desperdícios e desburocratização;
– Aspectos importantes: o modo como o agente público atua; a
forma de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública
como um todo;
– Trata-se de um princípio que se encontra relacionado à
administração pública gerencial;
– É um princípio de se soma-se aos demais princípios da
Administração Pública, não se sobrepõe a nenhum deles e deve ser
exercido nos conformes ditados pelo princípio da legalidade.
Princípios Implícitos da Administração Pública
No estudo anterior, foi exposto com ênfase os princípios
aplicáveis à administração pública expressos na Constituição
Federal de 1988. Entretanto, a doutrina também reconhece outros
princípios que, embora não estejam contidos de forma expressa no
texto constitucional, são retirados da Carta Magna e são igualmente
acolhidos pelo sistema constitucional e importantes no estudo
do direito administrativo. Trata-se dos princípios administrativos
implícitos, os quais iremos abordar em estudo neste tópico.
Afirma-se que diversos desses princípios constitucionais
implícitos são encontrados contemporaneamente em diversas
leis. A Lei 9.784/1999, por exemplo se encontra eivada de normas
e regras básicas sobre o processo administrativo na seara da
Administração Federal, vindo a citar diversos princípios que não
se encontram dispostos na Constituição Federal de 1.988, embora
sejam desta advindos, como o interesse público, a segurança
jurídica, a finalidade, a motivação, dentre outros. Desta maneira,
depreende-se que quando um princípio administrativo é qualificado
como implícito, significa que ele não se encontra nominalmente
expresso no texto constitucional, fato que não importa para efeito
tal classificação, se ele se encontra ou não previsto de modo explícito
em alguma forma de norma respectivamente infraconstitucional.
Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade
Sendo princípios gerais de direito, a razoabilidade e a
proporcionalidade, embora não estejam previstos expressamente
no texto da CFB/88, transpassam vários dispositivos da CF/1988,
vindo a se constituir em princípios constitucionais implícitos.
Assim sendo, pondera-se que não existe nenhuma
uniformidade na doutrina em relação ao conteúdo dos princípios
da razoabilidade e da proporcionalidade, tendo em vista que há
autores que entendem os dois princípios como sendo sinônimos,
ao passo que consideram que a proporcionalidade se trata apenas
uma das características do princípio da razoabilidade, havendo
ainda, uma corrente que considera os dois como princípios distintos
um do outro.
Embora haja doutrinárias divergentes em relação ao assunto,
entende-se de modo geral, que o princípio da razoabilidade está
relacionado ao aceitamento explícito da conduta em face de padrões
racionais de comportamento, que buscam levar em conta tanto o
bom senso do homem médio, quanto a finalidade para a qual foi
outorgada a competência legítima ao agente público. Assim sendo,
o princípio da razoabilidade exige de maneira contundente do
administrador, atuação com bom senso, coerência e racionalidade.
Em relação ao princípio da proporcionalidade, entende-se que
este se refere à postura de conduta equilibrada, sendo proporcional
à finalidade que se destina e também sem excessos em si mesmo.
Ponto importante que merece registro, é que o que considera uma
conduta como proporcional em um caso concreto, uma vez que
devem estar presentes três elementos, sendo eles:
1. A adequação: Trata-se da compatibilidade entre o meio
empregado e o fim almejado;
2. A exigibilidade: Por meio da qual, a conduta praticada deve
ser necessária, não existindo meio menos gravoso para alcançar o
fim público;
3. A proporcionalidade em sentido estrito: Por meio da
qual, as vantagens obtidas com conduta acabam por superar as
desvantagens.
Na seara de controle de constitucionalidade,denota-se que o
Supremo Tribunal Federal tem adotado com enorme frequência os
princípios da razoabilidade e proporcionalidade, de forma especial
nas situações em que o legislador ordinário edita lei que, embora
aparentemente não contrarie qualquer dispositivo disposto na
CFB/88, definha de ausência plena de razoabilidade.
MATÉRIAFUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
93
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Explicita-se ainda, que a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal tem usado de maneira contundente o princípio da
razoabilidade como forma de examinar se discriminações usadas
pelo legislador ordinário ou pela Administração Pública, são ou
não de fato agressivas ao princípio da isonomia que se encontra
inserido na Constituição Federal.
Ressalte-se, por fim, que o princípio da isonomia, além de
autorizar, exige também tratamentos de forma diferente entre
pessoas que se encontram em situações distintas. Desta maneira,
o problema não é diferenciar, mas sim saber aplicar a razoabilidade
do critério utilizado para a diferenciação. Um exemplo clássico
disso, é a exigência de altura mínima para cargos de carreiras
policiais, uma vez que esta é considerada razoável e válida, levando
em conta que o porte físico é característica importante e relevante
para o exercício de tais cargos.
Em resumo, temos:
Razoabilidade
– Exige do administrador atuação coerente, racional e com
bom senso;
– Diz respeito à aceitabilidade de uma conduta, dentro de
padrões e ditames normais de comportamento;
– Permite o controle de legalidade das leis e atos administrativos,
vindo a se constituir em limitação ao poder discricionário da
Administração Pública como um todo.
Proporcionalidade
– Exige do administrador conduta equilibrada, balanceada, sem
excessos, proporcional ao fim ao qual se destina;
– É uma das características do princípio da razoabilidade;
– Elementos:
1) adequação;
2) exigibilidade;
3) proporcionalidade em sentido estrito;
– É permissionário do controle de legalidade das leis e atos
administrativos, vindo a se constituir em limitação ao poder
discricionário da Administração Pública.
Princípio da motivação
Trata-se de um princípio implícito que determina à
Administração Púbica a indicação dos fundamentos de fato e de
direito referentes às suas decisões. Por permitir o controle por
meio dos administrados, tendo em vista a licitude, a existência e
a ampla suficiência dos motivos indicados pela Administração na
prática de seus atos, o princípio da motivação é considerado como
um princípio moralizador.
Depreende-se que motivo é a circunstância de fato ou de
direito determinadora ou autorizadora da prática de ato específico.
Referindo-se a atos vinculados, o motivo passa a determinar que o
ato seja praticado. Porém, quando o ato é discricionário, havendo
a presença do motivo, ela apenas irá validar a consumação do ato.
Exemplo: contemplando uma manobra proibida no trânsito, sendo
esta o “motivo”, o agente deverá aplicar a multa correspondente,
não sendo permitido e nem lícito à autoridade de trânsito analisar
a conveniência e nem tampouco a oportunidade em relação à
punição da infração cometida, tendo em vista que o ato é vinculado
e a presença do motivo acabam por determinar sua prática.
Na Legislação Pátria, a regra geral é a necessidade de motivação
de todos os atos ou decisões administrativas, fato que indica que
a Administração Pública deve, por força de lei, deixar sempre
expressos os motivos que a levaram a praticar um ato ou a tomar
certa decisão, seja esta de ato vinculado ou de ato discricionário.
Bastante reconhecido pela doutrina e pela jurisprudência, o
princípio da motivação encontra-se previsto em diversos diplomas
normativos. Um exemplo disso, é o art. 50 da Lei 9.784/1999 que
ordena que os atos administrativos deverão ocorrer sempre de
forma motivada eivados da indicação dos fatos e dos fundamentos
jurídicos, quando:
a) Negarem, limitarem ou vierem a afetar direitos ou interesses;
b) Agravarem ou imporem deveres, encargos ou sanções;
c) Decidirem a respeito de processos administrativos de
concurso ou seleção pública;
d) Dispensarem ou declararem a inexigibilidade de processo
licitatório;
e) Decidirem a respeito de recursos administrativos;
f) Decorrerem de reexame de ofício;
g) Sempre que deixarem de aplicar jurisprudência firmada
sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e
relatórios oficiais;
h) Importarem sobre anulação, suspensão, revogação ou
convalidação de ato administrativo.
De acordo com o art. 50, § 1º da Lei 9.784/1999, a motivação
deve ser explícita, clara, harmônica ou congruente, ainda que, via
de regra, que não exija uma forma específica. Por esse motivo, são
considerados nulos os atos que dependem de motivação. Porém,
a autoridade competente, de modo geral, compreende que ela
se encontra implícita nas circunstâncias causadoras da edição do
ato, ou que aponta motivos complexos, ou que não possuem nada
a ver com a medida tomada, ou, ainda, que estejam eivados da
necessidade de providência colocada de forma oposta à que foi
adotada.
Por fim, é importante registrar que o momento da motivação
pode ocorrer de forma prévia ou simultaneamente ao ato, caso
não se tenha atendido ao requisito com uma posterior declinação
de motivos. Isso ocorre por que a doutrina e a jurisprudência
afugentam o uso de fórmulas prontas e vazias como forma de
motivação para a prática de atos administrativos. Desta maneira,
não se aceita por exemplo, como sendo suficiente a afirmação
de que o ato administrativo foi praticado por causa de interesse
público, ou, ainda porque os argumentos que foram demonstrados
pelo administrado não são suficientes, sendo necessário que seja
indicado, no primeiro caso, a correlação existente entre o ato
e o interesse público visado e, no segundo, o porquê da falta de
suficiência dos argumento apresentados.
Em síntese, temos:
– É um princípio implícito que determina à Administração
Púbica a indicação dos fundamentos de fato e de direito referentes
às suas decisões;
– É considerado como um princípio moralizador;
– Motivo é a circunstância de fato ou de direito determinadora
ou autorizadora da prática de ato específico;
– Na Legislação Pátria, a regra geral é a necessidade de
motivação de todos os atos ou decisões administrativas, fato que
indica que a Administração Pública deve, por força de lei, deixar
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sempre expressos os motivos que a levaram a praticar um ato
ou a tomar certa decisão, seja esta de ato vinculado ou de ato
discricionário;
– De acordo com o art. 50, § 1º da Lei 9.784/1999, a motivação
deve ser explícita, clara, harmônica ou congruente, ainda que, via
de regra, esta não exija uma forma específica.
– O momento da motivação pode ocorrer de forma prévia ou
simultaneamente ao ato, caso não se tenha atendido o requisito
com uma posterior declinação de motivos.
Princípio da autotutela
O princípio da autotutela consiste na possibilidade de a
Administração rever seus próprios atos. É o poder acompanhado
do dever concedido à administração para zelar pela legalidade, pela
conveniência e pela oportunidade dos atos que pratica.
Levando em conta que a Administração Pública poderá
agir apenas quando autorizada por lei e nos termos legalmente
estabelecidos, dessa enunciação, decorre a presunção de que os
atos administrativos são dotados de presunção de legalidade, ou
seja, são legais e se encontram fundamentados em presunção de
veracidade, sendo por isso, considerados verdadeiros.
Tendo a Administração a prerrogativa de agir de ofício,
pode-se afirmar que esta possui o deve anular seus atos ilegais,
e pode, também revogar os atos que considerar inoportunos
ou inconvenientes, independentemente de houver ou não a
intervenção de terceiros.
Pondera-se que a autotutela possui dois aspectos do controle
interno dos atos administrativos, sendoeles:
1) O controle de legalidade: Por meio do qual a Administração
Pública anula os atos ilegais;
2) O controle de mérito: Por meio do qual a Administração
pode revogar os atos inoportunos ou inconvenientes.
Registra-se com grande ênfase, o fato de o princípio autotutela
se achar consagrado em duas súmulas do Supremo Tribunal Federal,
sendo elas:
STF – Súmula 346: “A administração pública pode declarar a
nulidade dos seus próprios atos.”
STF – Súmula 473: “A Administração pode anular seus próprios
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles
não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
em todos os casos, a apreciação judicial”.
Denota-se que embora as Súmulas mencionadas acima
afirmem que a administração “pode anular seus próprios atos”,
ela na verdade, “deve anular seus atos”, tendo em vista que anular
a revogação é um poder-dever, e não uma somente uma simples
possibilidade.
Destaca-se com grande importância, o fato da autotutela, se
diferenciar do controle judicial no sentido de que ela depende de
provocação externa para poder se manifestar, bem como pode ser
exercida de ofício, ou, ainda por meio de provocação de terceiros
estranhos à Administração. Colocando em prática, quando uma
autoridade pública recebe uma comunicação de irregularidade na
Administração Pública, ela obtém a obrigação de dar ciência do
ocorrido ao seu chefe imediato ou, sendo esta competente, poderá
a adotar as providências cabíveis para a apuração dos fatos, bem
como dos demais procedimentos necessários para a correção da
ilicitude ocorrida e, caso seja necessário, punir os culpados, sob pena
de ser responsabilizada por omissão. Assim sendo, é plenamente
possível afirmar que a provocação do exercício da autotutela pode
vir de fora da Administração Pública.
A respeito da revogação de atos da Administração Pública,
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, afirma que não podem ser revogados
os seguintes atos:
a) Os atos vinculados, tendo em vista que não há nestes os
aspectos da oportunidade e conveniência de sua prática como um
todo;
b) Os atos que extenuaram seus efeitos. Isso ocorre pelo fato da
revogação não retroagir, mas apenas impedir que o ato continue a
produzir seus efeitos, uma vez que não haveria proveito em revogar
um ato que já produziu todos os seus efeitos;
c) Os atos que estiverem sendo apreciados por autoridade
de instância superior. Isso acontece, porque a competência da
autoridade que o praticou para revogá-lo se esgotou;
d) Os meros atos administrativos como certidões, atestados,
votos, dentre outros, porque os efeitos deles advindos são
estabelecidos pela lei;
e) Os atos que integram um procedimento, tendo em vista
que a cada novo ato praticado ocorre a preclusão quanto ao ato
anterior;
f) Os atos geradores de direitos adquiridos, posto que violam a
Constituição Federal Brasileira.
Em resumo, temos:
– Consiste na possibilidade de a Administração rever seus
próprios atos. É o poder acompanhado do dever concedido à
administração para zelar pela legalidade, pela conveniência e pela
oportunidade dos atos que pratica.
– A Administração pode de agir de ofício, deve anular seus
atos ilegais, e pode, também, revogar os atos que considerar
inoportunos ou inconvenientes, independentemente de haver ou
não a intervenção de terceiros.
– Aspectos do controle interno dos atos administrativos:
1) O controle de legalidade: Por meio do qual a Administração
Pública anula os atos ilegais;
2) O controle de mérito: Por meio do qual a Administração
pode revogar os atos inoportunos ou inconvenientes.
– Súmulas:
STF – Súmula 346: “A administração pública pode declarar a
nulidade dos seus próprios atos.”
STF – Súmula 473: “A Administração pode anular seus próprios
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles
não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
em todos os casos, a apreciação judicial”.
– Para Maria Sylvia Zanella não podem ser revogados os
seguintes atos:
a) Os atos vinculados;
b) Os atos que extenuaram seus efeitos;
c) Os atos que estiverem sendo apreciados por autoridade de
instância superior;
d) Os meros atos administrativos como certidões, atestados,
votos, dentre outros, porque os efeitos deles advindos são
estabelecidos pela lei;
e) Os atos que integram um procedimento, tendo em vista
que a cada novo ato praticado ocorre a preclusão quanto ao ato
anterior;
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a solução para o seu concurso!
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f) Os atos geradores de direitos adquiridos, posto que violam a
Constituição Federal Brasileira de 1.988.
Princípios da segurança jurídica, da proteção à confiança e da
boa-fé
De antemão, salienta-se que a segurança jurídica é um dos
princípios fundamentais do direito e possui como atributos garantir
a estabilidade das relações jurídicas consolidadas, bem como a
certeza das consequências jurídicas dos atos praticados pelos
indivíduos em suas diversas relações sociais.
Tendo em vista garantir os retro mencionados atributos,
em relação à estabilidade das relações jurídicas, o ordenamento
jurídico pugna pela exigência do respeito ao direito adquirido e
também ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada. Já em relação à
certeza das consequências jurídicas dos atos praticados, é possível
se prever a regra geral da irretroatividade da lei acompanhada de
sua interpretação de modo geral.
No âmbito do Direito Administrativo, são plenamente
aplicáveis todas as regras mencionadas, porém, ganha destaque a
importância da vedação em relação à interpretação retroativa da
norma jurídica. Ocorre que ao expressar seu entendimento a
respeito de determinada matéria, a Administração Pública acaba
por submeter o administrado à orientação administrativa e passa
por boa-fé a guiar o seu comportamento. Entretanto, não pode a
Administração, sob pena de ferir o princípio da segurança jurídica,
prejudicar o particular, aplicando a este, nova interpretação a casos
retrógrados já interpretados em concordância com as concepções
anteriormente vigentes. Por esse motivo, em âmbito federal, a Lei
9.784/1999 em seu art. 2.º, parágrafo único, XIII, veda de forma
expressa a aplicação retroativa de nova interpretação de matéria
administrativa que já fora anteriormente avaliada.
Em suma, como consequências do princípio da segurança
jurídica, podemos citar: a vedação da interpretação retroativa da
norma jurídica; a limitação temporal ao exercício da autotutela;
o respeito ao direito adquirido, à coisa julgada e ao ato jurídico
perfeito.
Em relação ao princípio da proteção à confiança ou proteção à
confiança legítima, denota-se que se trata esse princípio de aspecto
subjetivo da segurança jurídica, de forma que é considerado como
um desdobramento deste.
A ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro, leciona que o “princípio
da proteção à confiança leva em conta a boa-fé do cidadão, que
acredita e espera que os atos praticados pelo Poder Público sejam
lícitos e, nessa qualidade, serão mantidos e respeitados pela própria
Administração e por terceiros”.
Ressalte-se que o princípio da proteção à confiança possui
o condão de fundamentar a manutenção de atos ilegais e
inconstitucionais, condições nas quais, o juízo que os pondera
tem tido como consequência, uma graduação redutiva do alcance
do princípio da legalidade como um todo. Um exemplo disso é o
que ocorre nos casos em que a Administração, em decorrência de
interpretação errônea da lei, adimple com o pagamento de valores
que não são devidos a servidores que, de boa-fé, entendem ter
direito a tais verbas. Ocorrendo esse tipo de erro, o Judiciário, para
proteger a confiança que os servidores possuem na Administração,
tem se manifestado de maneira constante pela desnecessidade de
reposição ao erário públicode forma geral.
Por fim, vale a pena mencionar outro efeito concreto do
princípio da proteção à confiança, que trata-se da manutenção
de atos praticados por funcionário de fato, posto que, de forma
teórica, caso o servidor tenha sido investido de forma irregular no
cargo, via de regra, não teria este a competência para praticar atos
administrativos, uma vez que tais atos seriam considerados nulos.
No entanto, os atos praticados, por terem aparência de legalidade e
que vierem a gerar a crença nos destinatários de que realmente são
válidos, deverão ser mantidos.
Passemos à análise do princípio da boa-fé, que mesmo se
encontrando implícito no texto da Carta Magna, depreende-se que
ele pode ser extraído do princípio da moralidade. Ademais, esse
princípio se encontra previsto nos artigos 2º, parágrafo único, IV, e
4.º, II, da Lei 9.784/1999.
Registra-se que a boa-fé está subdividida em dois aspectos,
sendo eles:
1) Aspecto objetivo: Esta relacionado à conduta leal e honesta,
considerada de forma objetiva;
2) Aspecto subjetivo: Refere-se à crença do agente de que
está agindo de forma correta. Pois, caso contrário, se o agente
tiver ciência de que o seu comportamento não se encontra em
consonância com as normas jurídicas, estará agindo de má-fé.
Alguns doutrinadores identificam o princípio da boa-fé como
sendo o princípio da proteção à confiança. Entretanto, entende-se
que ao passo que a proteção à confiança visa proteger somente a
boa-fé dos administrados, é necessário que o princípio da boa-fé
se encontre presente do lado da Administração Pública em geral e
também do lado dos administrados.
Por fim, vale a pena registrar que o princípio da boa-fé,
semelhantemente ao princípio da proteção à confiança, também
tem sido invocado como forma de justificativa da manutenção de
atos administrativos sem validade, bem como de atos praticados
por funcionário de fato.
Em síntese:
Princípio da segurança jurídica
– Objetivo: Busca a garantia da estabilidade das relações
jurídicas consolidadas, bem como a certeza das consequências
jurídicas dos atos que são praticados pelos indivíduos em suas
distintas relações sociais;
– Consequências: Busca vedar a interpretação retroativa da
norma jurídica; a limitação temporal ao exercício da autotutela;
o respeito ao direito adquirido, à coisa julgada e ao ato jurídico
perfeito.
Princípio da proteção à confiança
– Foco: A proteção da confiança dos administrados nos atos da
Administração Pública;
– Aspecto ou dimensão subjetiva do princípio da segurança
jurídica;
– Consequências legais: A manutenção de atos ilegais ou
inconstitucionais, a manutenção de atos praticados por funcionários
de fato, dentre outros.
Princípio da boa-fé
– Aspecto objetivo: Ter conduta leal e honesta;
– Aspecto subjetivo: A crença do agente de que está agindo de
forma correta;
– A boa-fé deve ser exigida da Administração e do Administrado;
– Consequências: manutenção de atos ilegais ou
inconstitucionais, dentre outros.
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos
O foco fundamental do Estado é a consecução do bem comum do
seu povo como um todo. Pondera-se que para atingir tal objetivo, é
necessário que a Administração disponibilize para os administrados
utilidades específicas, atenda necessidades determinadas, e,
ainda que possa oferecer comodidades a depender de cada caso
específico. Ressalta-se que estas atividades podem ser encaixadas
no sentido amplo do vocábulo da prestação de serviços públicos,
tendo em vista que a interrupção da prestação de serviços públicos
não pode ser vedada.
Sem sombra de dúvidas, a busca do bem comum deverá sempre
acontecer de maneira incessante e sem vedação de continuidade.
Desse cenário, podemos extrair o conteúdo do princípio da
continuidade do serviço público, cuja materialização é assegurada
por inúmeros ordenamentos. Como exemplo, podemos citar o
direito de greve no serviço público de modo geral, que, embora seja
reconhecido, se encontra eivado de sujeições e restrições, tendo
em vista que uma vez que o disposto no art. 37, VII da Constituição
Federal que o explicita, prevê a edição de uma lei específica que
limita os seus termos e limites.
Assim sendo, com vistas ao mesmo objetivo e reconhecendo
que alguns serviços públicos são delegados a particulares, a
Constituição Federal no art. 9º, § 1º, ao disciplinar o direito de greve
assegurado aos trabalhadores em geral, estipula que a lei deverá
elencar com ênfase os serviços ou atividades essenciais, vindo a
dispor sobre o atendimento das necessidades da comunidade que
são consideradas inadiáveis.
Outro ponto importante que merece ser explanado é o fato da
existência da inoponibilidade da exceção de contrato não cumprido,
exceptio non adimpleti contractus, nos contratos de concessão
de serviços públicos, fato que nos parâmetros legais, ainda que
o poder concedente se exima de cumprir as normas contratuais,
os serviços prestados pela concessionária correspondente não
poderão jamais ser interrompidos, nem tampouco paralisados sem
que haja decisão judicial transitada em julgado, nos parâmetros do
art. 39, parágrafo único da Lei 8.987/1995.
Ressalta-se que relacionado ao princípio da continuidade dos
serviços públicos, nos ditames do art. 80, II da Lei 8.666/1993,
caso a administração venha a rescindir unilateralmente um
contrato administrativo, ela passará a obter o direito à ocupação
e utilização do local, bem como das instalações, dos equipamentos
ali utilizados, do material e pessoal empregados na execução do
contrato e tudo o mais que for necessário à continuidade do serviço
público essencial.
Nos parâmetros do art. 36 da Lei 8.897/1995, depreende-
se que ao término da concessão, existe previsão de lei para
reverter ao poder público os bens do concessionário necessários
à continuidade e atualização dos serviços públicos que haviam
sido concedidos. É importante registrar também a existência dos
institutos da suplência, da substituição de servidores públicos, bem
como da delegação, para se possa evitar que diante da ausência
de um servidor público ao trabalho, possa a Administração Pública
e aqueles que dela dependem, vir a sofrer com a paralisação do
serviço público prestado.
Entretanto, ante o mencionado acima, ressalta-se que nos
parâmetros do art. 6.º, § 3.º, da Lei 8.987/1995, é caracterizada
como descontinuidade do serviço público a sua interrupção em
situação de casos excepcionais de emergência, ou, após aviso
previamente dado, quando estiver motivada por razões de
ordem técnica ou de segurança das instalações presentes, ou em
decorrência de falta de adimplemento do usuário, considerando,
por conseguinte o interesse da coletividade de modo geral.
Em suma, temos:
– Conteúdo: Vedação da interrupção da prestação de serviços
públicos;
– Regras para garantir a continuidade do serviço público:
restrição ao direito de greve no serviço público; inoponibilidade
ou restrição a exceção do contrato não cumprido, exceptio non
adimpleti contractus; encampação de serviços públicos delegados;
– Objeto: A busca do bem comum deverá sempre acontecer de
maneira incessante e sem cessação de continuidade.
– Inoponibilidade da exceção de contrato não cumprido,
exceptio non adimpleti contractus: nos contratos de concessão de
serviços públicos, ainda que o poder concedente se exima de cumprir
as normas contratuais, os serviços prestados pela concessionária
correspondente não poderão jamais ser interrompidos, nem
tampouco paralisados sem que haja decisão judicial transitada em
julgado.
– Hipóteses legais de interrupção dos serviços públicos:
Em situação de emergência e sem aviso prévio; razões de
ordem técnica ou de segurança das instalações, após prévio aviso;
inadimplemento do usuário, após prévio aviso.
Princípio da Presunção de Legitimidade ou de Veracidade
Trata-se de um importante princípio que diz respeitoa duas
características dos atos praticados pela Administração Pública,
sendo elas:
1) A presunção de verdade: Que se encontra relacionada aos
fatos;
2) A presunção de legalidade: Que se encontra relacionada ao
direito.
Infere-se que em decorrência da presunção de legitimidade
ou de veracidade dos atos administrativos, todos os fatos
argumentados pela Administração são verdadeiros e os seus atos
são praticados de acordo com as normas determinadas por lei, até
que se prove o contrário, assegurada a ampla defesa.
Refere-se à presunção relativa ou juris tantum, vindo a acolher
a produção de prova em contrário com o fito de afastá-la, sendo
que o efeito primordial e principal da referida presunção trata-se
de inverter o ônus da prova. Desta maneira, caso um agente de
trânsito aplique uma autuação a um condutor de veículo automotor
em decorrência de avanço de sinal, para que o motorista afaste a
multa, terá que provar que não cometeu a infração.
Denota-se que como consequência da presunção de
legitimidade, em regra, as decisões administrativas que podem
ser feitas de forma imediata, vindo a gerar obrigações para os
particulares, fato que independe de sua concordância. Ademais, em
determinadas situações, poderá a própria Administração Pública
vir a executar as suas próprias decisões, utilizando-se de meios
diretos bem como indiretos de coação que lhes forem disponíveis
e permitidos.
Em resumo:
– Conteúdo: A presunção de que os atos praticados pela
Administração são verdadeiros, bem como são praticados de
acordo com as normas legais”;
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– Aspectos: A presunção da verdade no que diz respeito à
veracidade das alegações da Administração Pública; e a presunção
de legalidade;
– Presunção relativa juris tantum: Possuindo o efeito de
inverter o ônus da prova;
– Consequências da presunção de legitimidade: decisões
administrativas possuem execução imediatas; decisões
administrativas podem criar obrigações particulares, ainda que estes
não concordem; em algumas situações, a própria Administração
pode executar suas próprias decisões
Princípio da Especialidade
O princípio da especialidade consiste na criação de entidades
da Administração Pública Indireta, fazendo alusão à ideia de
descentralização administrativa. Pondera-se que tais entidades, ao
serem criadas, terão como missão a prestação de serviços públicos,
de forma descentralizada acrescida da especialização da função.
Além disso, podemos afirmar com concomitante certeza, que
o princípio da especialidade se encontra diretamente ligado aos
princípios da legalidade e da indisponibilidade do interesse público.
Denota-se que esta ligação com a legalidade, decorre do fato da
criação de entidades da Administração Indireta da Administração,
que só pode ser executada diretamente por lei ou, dependendo
do caso, por autorização legal. E, ainda, da indisponibilidade do
interesse público, pelo motivo segundo o qual, a lei criadora ou
autorizadora da criação de entidades da Administração Indireta,
detalha com exatidão as finalidades que deverão ser executadas
por essas entidades, de forma que não cabe ao administrador
da entidade criada, dispor com precisão a respeito dos objetivos
definidos pela legislação equivalente.
Registra-se, por fim, que o princípio da especialidade possui
abrangência somente para a criação de entidades da administração
indireta. Isso significa que sua abrangência não diz respeito, por
exemplo, a parcerias feitas pelo poder público com as entidades do
terceiro setor e suas funções gerenciais como um todo.
Em breve síntese:
– O princípio da especialidade consiste na criação de entidades
da Administração Pública Indireta, fazendo alusão à ideia de
descentralização administrativa.
– É composto por meio da criação de entidades da Administração
Indireta, que se tornarão prestadoras de serviços públicos de forma
descentralizada acrescida com especialização de função;
– Relaciona-se com princípios da legalidade e da
indisponibilidade do interesse público;
– O princípio da especialidade não é adaptável às parcerias
firmadas pelo Poder Público com as organizações do terceiro setor.
Princípio da Hierarquia
De antemão, afirma-se que existe em decorrência princípio da
hierarquia, uma ligação correlata de coordenação e subordinação
entre os órgãos da Administração Pública. Depreende-se que
desta ligação advém um rol de funções laborativas para o superior
hierárquico. As que mais se destacam, são: fazer a revisão dos atos
dos subordinados, fazer a delegação de competências e punir os
agentes subordinados. Em relação ao agente público subordinado
à relação hierárquica, por sua vez, é imposto o dever de prestar
obediência às ordens imediatamente superiores, ressalvadas
aquelas manifestamente ilegais.
Ressalta-se que a relação de hierarquia é condizente aos
órgãos de uma mesma pessoa jurídica. Isso significa dizer que o
princípio da hierarquia se encontra diretamente relacionado à ideia
de desconcentração administrativa, fato que não diz respeito, por
exemplo, ao processo de descentralização administrativa ou de
criação de entidades da Administração Pública Indireta como um
todo.
Em breve síntese:
– É composto por meio de uma relação de coordenação e
subordinação entre os órgãos da Administração Pública de modo
amplo e total;
– Consequências do princípio da hierarquia: Existe a
possibilidade de o superior fazer revisão junto aos atos dos
subordinados; há a possibilidade de o superior vir a delegar ou a
avocar competências; existe a possibilidade de punir na forma
da lei ao subordinado; dever do subordinador de obedecer as
ordens do seu superior imediato, ressalvadas as manifestamente
ilegais; o princípio da hierarquia se encontra relacionado à ideia
de desconcentração administrativa; o princípio da hierarquia
não se encontra relacionado ao processo de descentralização
administrativa.
SERVIÇOS PÚBLICOS: CONCEITO; CARACTERÍSTICAS; CLAS-
SIFICAÇÃO; TITULARIDADE; PRINCÍPIOS
Conceito
De modo geral, não havendo a existência de um conceito legal
ou constitucional de serviço público, a doutrina se encarregou de
buscar uma definição para os contornos do instituto, ato que foi
realizado com a adoção, sendo por algumas vezes isolada, bem
como em outras, de forma combinadas, vindo a utilizar-se dos
critérios subjetivo, material e formal. Vejamos a definição conceitual
de cada em deles:
Critério subjetivo
Aduz que o serviço público se trata de serviço prestado pelo
Estado de forma direta.
Critério material
Sob esse crivo, serviço público é a atividade que possui como
objetivo satisfazer as necessidades coletivas.
Critério formal
Segundo esse critério, serviço público é o labor exercido sob
o regime jurídico de direito público denegridor e desmesurado do
direito comum.
Passando o tempo, denota-se que o Estado foi se distanciando
dos princípios liberais, passando a desenvolver também atividades
comerciais e industriais, que, diga se de passagem, anteriormente
eram reservadas somente à iniciativa privada. De outro ângulo,
foi verificado em determinadas situações, que a estrutura de
organização do Estado não se encontrava adequada à execução
de todos os serviços públicos. Por esse motivo, o Poder Público
veio a delegar a particulares com o intuito de responsabilidade,
a prestação de alguns serviços públicos. Em outro momento, tais
serviços públicos também passaram a ter sua prestação delegada
a outras pessoas jurídicas, que por sua vez, eram criadas pelo
próprio Estado para esse fim específico. Eram as empresas públicas
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e sociedades de economia mista, que possuem regime jurídico
de direito privado, cujo serviço era mais eficaz para que fossem
executados os serviços comerciais e industriais.
Esses acontecimentos acabaram por prejudicar os critérios
utilizados peladoutrina para definir serviço público como um todo.
Denota-se que o elemento subjetivo foi afetado pelo fato de as
pessoas jurídicas de direito público terem deixado de ser as únicas
a prestar tais serviços, posto que esta incumbência também passou
a ser delegada aos particulares, como é o caso das concessionárias,
permissionárias e autorizatárias. Já o elemento material foi atingido
em decorrência de algumas atividades que outrora não eram tidas
como de interesse público, mas que passaram a ser exercidas pelo
Estado, 8como por exemplo, como se deu com o serviço de loterias.
O elemento formal, por sua vez, também foi bastante atingido, na
forma que aduz que nem todos os serviços públicos são prestados
sob regime de exclusividade pública, como por exemplo, a aplicação
de algumas normas de direito do consumidor e de direito civil a
contratos feitos entre os particulares e a entidade prestadora de
serviço público de forma geral.
Assim sendo, em razão dessas inovações, os autores passaram,
por sua vez, a comentar em crise na noção de serviço público.
Hodiernamente, os critérios anteriormente mencionados continuam
sendo utilizados para definir serviço público, porém, não é exigido
que os três elementos se façam presentes ao mesmo tempo para
que o serviço possa ser considerado de utilidade pública, passando
a existir no campo doutrinário diversas definições, advindas do uso
isolado de um dos elementos ou da combinação existente entre
eles.
Registra-se, que além da enorme variedade de definições
advindas da combinação dos critérios subjetivo, material e formal,
é de suma importância compreendermos que o vocábulo “serviço
público” pode ser considerado sob dois pontos de vista, sendo um
subjetivo e outro objetivo. Façamos um breve estudo de cada um
deles:
– Sentido objetivo
Infere-se que tal expressão é usada para fazer alusão ao sujeito
responsável pela execução da atividade. Exemplo: determinada
autarquia com o dever de prestar de serviços para a área da
educação.
– Sentido objetivo ou material
Nesse sentido, a administração pública está coligada à diversas
atividades que são exercidas pelo Estado, por intermédio de
seus agentes, órgãos e entidades na diligência eficaz da função
administrativa estatal.
Destaque-se, por oportuno, que o vocábulo serviço público
sempre está se referindo a uma atividade, ou, ainda, a um conjunto
de atividades a serem exercidas, sem levar em conta qual o órgão
ou a entidade que as exerce.
Mesmo com os aspectos expostos, boa parte da doutrina ainda
usa de definições de caráter amplo e restrito do vocábulo serviço
público. Para alguns, tal vocábulo se presta a designar todas as
funções do Estado, tendo em vista que nesse rol estão inclusas as
funções administrativa, legislativa e judiciária. Já outra corrente
doutrinária, utiliza-se de um conceito com menor amplitude, vindo
a incluir somente as funções administrativas e excluindo, por sua
vez, as funções legislativa e judiciária. Destarte, infere-se que dentre
aquelas doutrinas que adotam um sentido mais restrito, existem
ainda as que excluem do conceito atividades importantes advindas
do exercício do poder de polícia, de intervenção e de fomento.
Denota-se com grande importância, que o direito brasileiro
acaba por diferenciar de forma expressa o serviço público e o poder
de polícia. Em campo tributário, por exemplo, no disposto em
seus arts. 77 e 78, o Código Tributário Nacional dispõe do ensino
e determinação de duas atuações como fatos geradores diversos
do tributo de nome taxa. Nesse diapasão de linha diferenciadora,
a ESAF, na aplicação da prova para Procurador do Distrito
Federal/2007, veio a considerar como incorreta a afirmação: “o
exercício da atividade estatal de polícia administrativa constitui a
prestação de um serviço público ao administrado”.
De forma geral, a doutrina entende que os elementos subjetivo,
material e formal tradicionalmente utilizados para definir serviço
público, continuam de forma ampla a servir a esse propósito, desde
que estejam combinados e harmonizados com o fito de acoplar de
forma correta, as contemporâneas figuras jurídicas que vêm sendo
inseridas e determinadas pelo legislador com força de lei, com o
fulcro de oferecer conveniência e utilidades, bem como de atender
as constantes necessidades da população que sempre acontecem
de forma mutante, a exemplo das parcerias público-privadas, das
OSCIPs e organizações sociais.
Nesse sentido, com o objetivo de reinterpretar o elemento
subjetivo em consonância com o atual estágio de evolução do direito
administrativo, podemos afirmar que a caracterização de um serviço
como público, em tempos contemporâneos passou a não exigir
mais que a prestação seja realizada pelo Estado, mas apenas que ele
passe a deter, nos termos legais dispostos na Constituição Federal
de 1988, a titularidade de tal serviço. Em relação a esse aspecto,
destacamos a importância de não vir a confundir a expressiva
titularidade do serviço com sua efetiva prestação. Registe-se que o
titular do serviço, trata-se do sujeito que detém a atribuição legal
constitucional para vir a prestá-lo. Via de regra, aquele que detém
a titularidade do serviço não se encontra obrigado a prestá-lo de
forma direta através de seus órgãos, mas tem o dever legal de
promover-lhe a prestação, de forma direta por meio de seu aparato
administrativo, ou, ainda, mediante a legal delegação a particulares
realizada por meio de concessão, permissão ou autorização.
De maneira igual, contemporaneamente, o critério material
considerado de forma isolada não é suficiente para definir um serviço
como público. Isso ocorre pelo fato de existirem determinadas
atividades relativas aos direitos sociais como saúde e educação, por
exemplo, que apenas podem ser enquadradas no conceito quando
forem devidamente prestadas pelo Estado, levando em conta que
a execução desses serviços por particulares deve ser denominada
como serviço privado.
Finalmente, em relação ao critério formal, nos tempos
modernos, infere-se que não é mais necessário que o regime
jurídico ao qual está submetido o serviço público seja realizado
de maneira integral de direito público, sendo que em algumas
situações, acaba existindo um sistema híbrido que é formado por
regras e normas de direito público e privado, principalmente em se
tratando de caso de serviços públicos nos quais sua prestação tenha
sido delegada a terceiros.
– Observação importante: Com o entendimento acima
mencionado, a ilustre Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro
acaba por definir serviço público como sendo toda a atividade
material que a lei atribui ao Estado, para que este a exerça de forma
direta ou por intermédio de seus delegados, com o condão de
satisfazer de forma concreta as necessidades da coletividade, sob
regime jurídico total ou parcialmente público.
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Elementos Constitutivos
Os elementos do serviço público podem ser classificados sob os
seguintes aspectos:
Subjetivo:Por meio do qual o serviço público está sempre sob
a total responsabilidade do Estado. No entanto, registra-se que ao
Estado como um todo, é permitido delegar determinados serviços
públicos, desde que sempre por intermediação dos parâmetros da
lei e sob regime de concessão ou permissão, bem como por meio de
licitação. Denota-se que nesse caso, é o próprio Estado que escolhe
os serviços que são considerados serviços públicos. Como exemplo,
podemos citar: os Correios, a radiodifusão e a energia elétrica,
dentre outros serviços pertinentes à Administração Pública. Esse
elemento determina que o serviço público deve ser prestado pelo
Estado ou pelos seus entes delegados, ou seja, por pessoas jurídicas
criadas pelo Estado ou por concessões e permissões a terceiros
para que possam prestá-lo.
Formal: A princípio, o regime jurídico é de Direito Público, ou
parcialmente público, sob o manto do qual o serviçopúblico deverá
ser prestado. No entanto, quando particulares prestam seus serviços
em conjunto com o Poder Público, ressalta-se que o regime jurídico
é considerado como híbrido. Isso por que nesse caso, poderá haver
a permanência do Direito Público ou do Direito Privado nos ditames
da lei. Porém, em ambas as situações, a responsabilidade será
sempre objetiva.
Material: Por intermédio desse elemento, o serviço público
deverá sempre prestar serviços condizentes a uma atividade de
interesse público como um todo. Denota-se que por meio da
aplicação desse elemento, o objetivo do serviço público será
sempre o de satisfazer de forma concreta as necessidades da
coletividade.
Esquematizando, temos:
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
Subjetivo: determina que o serviço público deve ser prestado
pelo Estado ou pelos seus entes delegados, ou seja, por pessoas
jurídicas criadas pelo Estado ou por concessões e permissões a
terceiros para que possam prestá-lo.
Formal: o regime jurídico é de Direito Público, ou
parcialmente público, sob o manto do qual o serviço público
deverá ser prestado.
Material: o serviço público deverá sempre prestar serviços
condizentes a uma atividade de interesse público como um todo.
Subjetivo: é o próprio Estado que escolhe os serviços que
são considerados serviços públicos. Como exemplo, podemos
citar: os Correios, a radiodifusão e a energia elétrica, dentre
outros serviços pertinentes à Administração Pública.
Formal: poderá haver a permanência do Direito Público
ou do Direito Privado nos ditames da lei. Porém, em ambas as
situações, a responsabilidade será sempre objetiva.
Material: por meio da aplicação desse elemento, o objetivo
do serviço público será sempre o de satisfazer de forma concreta
as necessidades da coletividade.
Regulamentação e Controle
Tanto a regulamentação quanto o controle do serviço público
são realizados de maneira regular pelo Poder Público. Isso
ocorre em qualquer sentido, ainda que o serviço esteja delegado
por concessão, permissão ou autorização, uma vez que nestas
situações, deverá o Estado manter sua titularidade e, ainda que
haja situações adversas e problemas durante a prestação, poderá
o Poder Público interferir para que haja a regularização do seu
funcionamento, com fundamento sempre na preservação do
interesse público.
Ressalta-se queesses serviços são controlados e também
fiscalizados pelo Poder Público, que deve intervir em caso de
má prestação, sendo que isso é uma obrigação que lhe compete
segundo parâmetros legais.
A esse respeito, dispõe a Lei 8997 de 1995 em seus arts. 3º e
32, respectivamente:
Art. 3º. As concessões e permissões sujeitar-se-ão à
fiscalização pelo poder concedente responsável pela delegação,
com a cooperação dos usuários.
Art. 32. O poder concedente poderá intervir na concessão,
com o fim de assegurar a adequação na prestação do serviço, bem
como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares
e legais pertinentes.
Deve-se registrar também, que outro aspecto que deve
ser enfatizado com destaque em relação à regulamentação e
ao controle dos serviços públicos, são osrequisitos do serviço e
direito dos usuários, sendo que o primeiro deles é apermanência,
que possui como atributo, impor a continuidade do serviço. Logo
após, temos o requisito dageneralidade, por meio do qual, os
serviços devem ser prestados de maneira uniforme para toda
a coletividade. Em seguida, surge o requisito daeficiência, por
intermédio do qual é exigida a eficaz atualização do serviço
público. Em continuidade, vem amodicidade, por meio da qual,
infere-se que as tarifas que são cobradas dos usuários devem
ser eivadas de valor razoável e por fim, a cortesia, que por seu
intermédio, entende-se que o tratamento com o usuário público
em geral, deverá ser oferecido com presteza.
Havendo descumprimento de quaisquer dos requisitos retro
mencionados, afirma-se que o usuário do serviço terá em suas
mãos o direito pleno de recorrer ao Poder Judiciário para exigir
a correta prestação desses serviços. Neste mesmo sentido,
destaca-se que a greve de servidores públicos, não poderá jamais
ultrapassar o direito dos usuários dos serviços essenciais, que se
tratam daqueles que por decorrência de sua natureza, colocam
a sobrevivência, a vida e a segurança da sociedade em risco se
estiverem ausentes.
Formas de prestação e meios de execução
O art. 175 da Constituição Federal de 1988 determina, que
compete ao Poder Público, nos parâmetros legais, de forma direta
ou sob regime de concessão ou permissão a prestação de serviços
públicos de forma geral. De acordo com esse mesmo dispositivo,
as concessões e permissões de serviços públicos deverão ser
sempre precedidas de licitação.
Entretanto, o parágrafo único do art. 175 da Carta Magna
dispõe a implementação de lei para regulamentar as seguintes
referências:
I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias
de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua
prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização
e rescisão da concessão ou permissão;
II – os direitos dos usuários;
III – política tarifária;
IV – a obrigação de manter serviço adequado.
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Considera-se que a Lei Federal 8.987/1995, em obediência ao mandamento constitucional foi editada estabelecendo normas
generalizadas como um todo em matéria de concessão e permissão de serviços públicos, devendo tais normas, ser aplicáveis à União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, da mesma forma que a Lei Federal 9.074/1995, que, embora tenha o condão de estipular regras
especificamente voltadas a serviços de competência da União, trouxe também em seu bojo, pouquíssimas regras gerais que podem ser
aplicadas a todos os entes federados.
Em relação à forma de prestação dos serviços públicos, depreende-se que estes podem ser prestados de forma centralizada ou
descentralizada, sendo a primeira forma caracterizada quando o serviço público for prestado pela própria pessoa jurídica federativa
que detém a sua titularidade e a segunda forma, quando, em várias situações, o ente político titular de determinado serviço público,
embora continue mantendo a sua titularidade, termina por transferir a pessoas diferentes e desconhecida à sua estrutura administrativa,
a responsabilidade pela prestação.
Lembremos que o ente político, mesmo ao transferir a responsabilidade pela prestação de serviços públicos a terceiros, sempre
poderá conservar a sua titularidade, fato que lhe garante a manutenção da competência para regular e controlar a prestação dos serviços
delegados a outrem.
A descentralização dos serviços públicos pode ocorrer de duas maneiras:
1. Por meio de outorga ou delegação legal: por meio da qual o Estado cria uma entidade que poderá ser autarquia, fundação pública
sociedade de economia mista ou empresa pública, transferindo-lhe, por meios legais a execução de um serviço público.
2. Por meio de delegação ou delegação negocial: por intermédio da qual, o Poder Público detém o poder de transferir por contrato
ou ato unilateral a execução ampla do serviço, desde que o ente delegado preste o serviço em nome próprio e por sua conta e risco, sob o
controle do Estado e dentro da mesma pessoa jurídica.
Esclarece-se ainda, a título de conhecimento, que a delegação negocial admite a titularidade exclusiva do ente delegante sobre o
serviço a ser delegado. Em se tratando de serviços nos quais a titularidade não for exclusiva do Poder Público, como educação e saúde,
por exemplo, o particular que tiver a pretensão de exercê-lo não estará dependente de delegação do Estado, uma vez que tais atos de
exercício de educação e saúde, quando forem prestados por particulares, não serão mais considerados como serviços públicos, mas sim
como atividade econômica da iniciativa privada.
Em outras palavras, os serviços públicos podem ser executados nas formas:– Direta:Quando é prestado pela própria administração pública por intermédio de seus próprios órgãos e agentes.
– Indireta:Quando o serviço público é prestado por intermédio de entidades da Administração Pública indireta ou, ainda, de particulares,
por meio de delegação, concessão, permissão e autorização. Esta forma de prestação de serviço, deverá ser sempre sobrepujada de
licitação, formalizada por meio de contrato administrativo, seguida de adesão com prazo previamente estipulado e que por ato bilateral,
buscando somente transferir a execução, porém, jamais a titularidade que deverá sempre permanecer com o poder outorgante.
Em resumo, temos:
Descentralização Transferência da execução do serviço para outra pessoa física ou jurídica.
Desconcentração Divisão interna do serviço com outros órgãos da mesma pessoa jurídica.
— Delegação
Concessão
Ocorre a delegação negocial de serviços públicos mediante: concessão, permissão ou autorização.
Nesse tópico, não esgotaremos todas as formas de concessões existentes e suas formas de aplicação e execução nos serviços públicos,
porém destacaremos as mais importantes e mais cobradas em provas de concursos públicos e áreas afins.
Conforme o Ordenamento Jurídico Brasileiro, as concessões de serviços públicos podem ser divididas em duas espécies:
1ª) Concessões comuns, que estão sob a égide das leis 8.987/1995 e 9.074/1995 e 2ª, que subdividem em: concessão de serviços
públicos e concessão de serviço público precedida da execução de obra pública.
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2ª) Concessões especiais, que são as parcerias público-privadas
previstas na Lei 11.079/2004, sujeitas a alguns dispositivos da
Lei 8.987/1995. Se subdividindo em duas categorias: concessão
patrocinada e concessão administrativa.
A concessão comum de serviço público é uma modalidade de
contrato administrativo por intermédio do qual a Administração
Pública transfere delegação a pessoa jurídica ou, ainda, a consórcio
de empresas a execução de certo serviço público pertencente à
sua titularidade, na qual o concessionário é obrigado, por meio de
contratos legais a executar o serviço delegado em nome próprio,
por sua conta e risco, sendo sujeito a controle e fiscalização do
poder concedente e remunerado através de tarifa paga pelo usuário
ou outra modalidade de remuneração advinda da exploração
do serviço. Exemplo: as receitas adquiridas por empresas de
transporte coletivo que cobram por comerciais constantes na parte
traseira dos ônibus.
Conforme mencionado, existem duas modalidades de
concessão comum, quais sejam: a concessão de serviço público,
também conhecida como concessão simples e a concessão de
serviço público antecedida de execução por meio de obra pública.
A concessão de serviço público ou concessão simples, pode ser
definida pela lei como a “delegação da prestação de serviço público,
feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade
de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco
e por prazo determinado” (art. 2º, II).
Já a concessão de serviço público antecedida de execução
de obra pública pode ser como “a construção, total ou parcial,
conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer
obras de interesse público, delegada pelo poder concedente,
mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa
jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para
a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento
da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a
exploração do serviço ou da obra por prazo determinado” (art. 2º,
III). Como hipótese de exemplo, citamos a concessão a particular,
vitorioso de processo licitatório por construção e conservação de
rodovia, com o consequente pagamento realizado mediante a
cobrança de pedágio aos particulares que vierem a utilizar da via.
Pondera-se que a diferença entre as duas modalidades de
concessão comum está apenas no objeto. Perceba que na concessão
simples, o objeto do contrato é somente a execução de atividade
que foi caracterizada como sendo serviço público, ao passo que
na concessão de serviço público antecedida da execução de obra
pública existe uma duplicidade de objeto, sendo que o primeiro
deles se refere ao ajuste existente entre o poder concedente e
o concessionário para que certa obra pública seja executada.
Em relação ao segundo, a prestação do serviço público existe na
exploração amplamente econômica do serviço ou da obra.
– Direitos e obrigações dos usuários
Nos ditames do art. 7º da Lei 8.987/1995, os direitos e
obrigações dos usuários dos serviços públicos delegados são os
seguintes:
a) Receber serviço adequado;
b) Receber do poder concedente e da concessionária
informações para a defesa de interesses individuais ou coletivos;
c) Obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre
vários prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as
normas do poder concedente;
d) Levar ao conhecimento do poder público e da concessionária
as irregularidades de que tenham conhecimento, referentes ao
serviço prestado;
e) Comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos
praticados pela concessionária na prestação do serviço;
f) Contribuir para a permanência das boas condições dos bens
públicos pelos quais lhes são prestados os serviços.
Ademais, as concessionárias de serviços públicos, de direito
público e privado, nos Estados e no Distrito Federal, são legalmente
obrigadas a dispor ao consumidor e ao usuário, desde que dentro
do mês de vencimento, o mínimo de seis datas como opção
para escolherem os dias de vencimento de seus débitos a serem
adimplidos, nos termos do art. 7º-A, da Lei 8.987/1995.
1. Serviço adequado
Os usuários detêm o direito de receber um serviço público
adequado. Esse direito encontra-se regulamentado pelo seguinte
dispositivo:
Art. 6ºToda concessão ou permissão pressupõe a prestação de
serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme
estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo
contrato.
§ 1ºServiço adequado é o que satisfaz as condições de
regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade,
generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.
Denota-se que além do conhecimento da previsão no citado
dispositivo, é importante compreendermos o significado prático de
cada condição citada, com o objetivo de garantir que cada exigência
legal seja cumprida para a qualificação do serviço como adequado.
Desta forma, temos:
1 – Regularidade: exige que os serviços públicos sejam
prestados de forma a garantir a estabilidade e a manutenção dos
requisitos essenciais, sendo prestados em perfeita harmonia com a
lei e com o regulamento que disciplina a matéria.
2 – Continuidade: impõe que o serviço público, uma vez
instituído, seja prestado de forma permanente e sem interrupção,
com exceção de situações de emergência, bem como a que advém
de razões de ordem técnica ou de segurança das instalações
elétricas, por exemplo.
3 – Eficiência: refere-se à obtenção de resultados eficazes na
prestação do serviço público, exigindo que o serviço seja realizado
de acordo com uma adequada relação de custo/benefício, para,
com isso, evitar desperdícios.
4 – Segurança: deverão os serviços públicos respeitar padrões,
bem como normas de segurança, de forma a preservar a integridade
da população de modo geral e dos equipamentos utilizados.
5 – Atualidade: possui como foco o impedimento de que o
prestador se encontre alheio às inovações tecnológicas, suprimindo
o investimento em termos de disponibilização aos usuários das
melhorias de qualidade e amplitude do serviço.
6 – Generalidade: deve oferecer a garantia de que o serviço
seja ofertado da forma mais abrangente possível.
7 – Cortesia: o prestador do serviço deverá tratar o usuário de
forma educada e gentil.