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EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA INSULINOTERAPIA: CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Área temática: Práticas educativas e sociais Ana Beatriz Ribeiro Botelho-Discente, Enfermagem-UNIFESO Laiane Lima da Silva- Discente Enfermagem – UNIFESO Larissa Huck Deodato -Discente Enfermagem – UNIFESO Miguel Soares Gomes–migueleluana2015@gmail.com–Discente, Enfermagem – UNIFESO Mônica Martins Guimarães Guerra-Docente Enfermagem-UNIFESO Rosa Rachel Martins Teixeira Coutinho – Enfermagem-UNIFESO Simone Leal Ferreira – Discente Enfermagem-UNIFESO RESUMO O Diabetes Mellitus do tipo I (DM I) é uma doença metabólica que se caracteriza pela deficiência absoluta da secreção da insulina, em virtude da destruição autoimune das células beta pancreática e é responsável por 5 a 10% dos casos de diabetes; A classificação das demandas de cuidado, as crianças e adolescentes com DM1 apresentam demanda de cuidado medicamentoso, diante da necessidade de insulinoterapia contínua, bem como as necessidades de cuidado habitual modificadas, à medida que necessitam de adequações na dieta, atividades físicas regulares e a acompanhamento contínuo da glicemia capilar. Diante dessas exigências de cuidado, os responsáveis, especialmente as mães cuidadosas, necessitam de conhecimentos técnicos e científicos para consolidar esses cuidados, tais como composição da dieta ofertada, preparo e administração de medicamentos, sintomatologia de hipoglicemia, entre outras complicações oriundas da diabetes. Partindo desses pontos, ressalta-se a importância de uma abordagem multiprofissional no cuidado à criança e do adolescente com DM I e sua família, uma vez que compreender e avaliar a vivência destes no processo de uma patologia como o diabetes constitui o alicerce que fundamentará as intervenções em saúde, ou seja, uma vez que cuidado centrado na família potencializa o cuidado domiciliar. Diante dessas perspectivas, o desenvolvimento desse estudo é motivado pela necessidade em responder como identificar e descrever de forma específica sobre insulinoterapia mais utilizado em DM I . Quais são as insulinas mais comuns disponíveis no mercado farmacêutico, em relação aos cuidados especiais desse cliente pediátrico no manejo mailto:migueleluana2015@gmail.com do uso da insulina e inserida neste contexto como as famílias vivenciam as demandas de cuidados exigidas por uma criança com DM1. INTRODUÇÃO Embora o diabetes mellitus tipo I (DM1) seja menos comum na população geral quando comparado ao diabetes mellitus tipo II (DM2), a incidência ainda aumenta em cerca de 3% ao ano, particularmente entre as crianças. Cerca de 86.000 crianças desenvolvem DM1 todos os anos, e, quando a insulina não esta disponível, a expectativa de vida de uma criança com DM1 poderá ser diminuída. Os dados da International Diabetes Federation (IDF), de 2015, estimam que a quantidade de portadores de DM1 no mundo, em crianças abaixo de 14 anos, seja de aproximadamente 542.000, sendo os maiores números na Europa (140.000). Dentre os 10 países com maior numeram de casos de DM1 em crianças abaixo de 14 anos, o Brasil este em terceiro lugar, com 30.900 casos, precedido apenas pelos Estados Unidos (84.100) e pela Índia (70.200). Na infância, o DM1 e o tipo de diabetes mellitus (DM) mais frequente – corresponde a 90% dos casos, com um aumento expressivo, sobretudo na população abaixo de 5 anos deidade. Desde os resultados do Diabetes Control and Complications Trial (DCCT), compreendeu-se que grande parte das comorbidades associadas ao DM esta diretamente relacionada ao grau de controle metabólico. Os benefícios de um controle glicêmico mais estrito se mantinham por mais tempo, estabelecendo definitivamente os benefícios do controle mais precoce dos parâmetros glicêmicos de todo individuo diabético. O tratamento de crianças e adolescentes com DM1 deve considerar características únicas dessa faixa etária, como mudanças na sensibilidade a insulina relacionadas a maturidade sexual e ao crescimento físico será capacidade de iniciar o autocuidado, supervisão na assistência a infância e escola além de uma vulnerabilidade neurológica a hipoglicemia e, possivelmente, hiperglicemia, bem como a cetoacidose diabética. A atenção a dinâmica familiar também e essencial no desenvolvimento e na implementação de um esquema de tratamento para a doença. A terapêutica do DM1, historicamente, segue a tríade composta por insulina, alimentação e atividade física. Contudo, com os avanços tecnológicos e terapêuticos e os novos conhecimentos dos fatores psicológicos e sociais que envolvem o DM, poder-se-ia dizer que a tríade deveria mudar para insulina, monetarização e educação, incluindo-se nesta ultima a alimentação, a atividade física e a orientação para os pacientes e suas famílias. É importante diferenciar o diabetes que aparece na criança mais nova do diabetes neonatal – DM que se desenvolve no período neonatal (até seis semanas de vida), que pode ser transitório ou definitivo. Este é um tipo mais raro de DM e atualmente sabe-se que pode ter várias causas, porquanto a mais comum para o DM neonatal permanente é uma mutação no gene que codifica o KIR6. 2 (subunidade do canal de potássio sensível a ATP). Outras alterações genéticas encontradas estão relacionadas com fatores promotores de insulina (PDX; IPF-1), que podem levar a agenesia pancreática, mutações em homozigose no gene da glicoquinase, genes que codificam o receptor de sulfoniuréias entre outros. Embora outros tipos de DM possam incidir nessa faixa etária, este artigo irá abordar especificamente o DM1, por sua importância. Mesmo nos países onde há aumento de crianças e adolescentes com DM2, como nos Estados Unidos, a casuística ainda não é tão significante, como indica o levantamento americano no SEARCH for Diabetes in Youth Study realizado em 2016 principalmente nessa faixa etária. JUSTIFICATIVA A relevância desse tema para o campo da educação em saúde faz pelo fato das demandas apresentadas pela sociedade, quando tema é Diabetes Mellitus (DM) tipo Principalmente em indivíduos na primeira infância (0-6 anos). Uma vez que nesse momento da infância, o DM1 mais frequente – corresponde a 90% dos casos,2 com um aumento expressivo sobretudo na população abaixo de cinco anos para os três anos de idade. No que se refere ao Diabetes tipo I, a Sociedade Brasileira de Diabetes aponta que a cada ano, mais de 70 mil crianças desenvolvem a doença e, no mundo, esse valor passa para 440 mil. A taxa de aumento de Diabetes tipo 1, nas crianças, é de 3% ao ano e atualmente, mais de 200 crianças desenvolvem tal doença a cada dia. O tratamento de crianças e adolescentes com DM1 deve considerar características únicas dessa faixa etária, como mudanças na sensibilidade a insulina relacionadas a maturidade sexual e ao crescimento físico, capacidade de iniciar um cuidado pessoal, supervisão e desenvolvendo assim uma linha de cuidados englobando assistência ao cliente menor, que atualmente é incapaz de responder pelos seus atos. Perante esse cenário cabe enfermeiro no âmbito da saúde coletiva, elaborar estratégias para esse cliente que se encontra na sua plenitude e seus familiares principalmente os responsáveis uma vez que estes passaram maior parte do seu tempo com essas crianças. A dinâmica familiar também é essencial no desenvolvimento e na implementação de um esquema de tratamento para a doença.Logo esse profissional é de extrema importância quando desenvolve e aplica seus planos de cuidados como, insulinoterapia, dieta, práticas esportivas e higiene íntima. OBJETIVOS Objetivo geral Identificar quais são as insulinas mais comuns disponíveis no mercado farmacêutico e descrever de forma específica sobre insulinoterapia mais utilizadas em diabetes mellitus tipo I em criança em relação aos cuidados especiais desse cliente pediátrico no manejo da insulinaterapia. Objetivos específicos Definir insulinoterapia na primeira infância; Descrever as insulinas mais comuns utilizadas pelas crianças portadores de DM tipo I Orientar os responsáveis desses clientes em relação ao uso de insulinoterapia partindo como princípio elaboração de um plano de manejo proporcionando devida autonomia aos responsáveis; METODOLOGIA O presente trabalho será realizado através de revisão bibliográfica em relação uso da insulinoterapia, em clientes que se encontra na primeira infância com diabetes mellitus tipo I, envolvendo os devidos cuidados de enfermagem. No contexto educação em saúde; no processo saúde doença e seus determinantes. Possuindo como base de pesquisa foram bancos digitais de periódicos e publicações acadêmicas: Google Academics e Scielo. RESULTADOS E DISCUSSÃO Diabetes mellitus (DM) está se tornando importante e crescente problema de saúde para todos os países, independentemente do seu grau de desenvolvimento. Em 2015, a Federação Internacional de Diabetes (International Diabetes Federation, IDF) estimou que 8,8% (intervalo de confiança [IC] de 95%: 7,2 a11, 4) da população mundial com 20 a 79 anos de idade (415 milhões de pessoas) vivia com diabetes. Se as tendências atuais persistirem o número de pessoas com diabetes foi projetado para ser superior a 642 milhões em 2040. Cerca de 75% dos casos são de países em desenvolvimento, nos quais devera ocorrer o maior. Essa doença vem apresentando incidência com proporções cada vez maiores em nosso meio. A OMS, 217 estima que, em 2025, atinja 5,4% da população adulta mundial. A maior parte desse aumento se dará em países em desenvolvimento, acentuando-se nesses países, o padrão atual de concentração de casos na faixa etária de 45-64 anos. Aumento dos casos de diabetes nas próximas décadas. O aumento da prevalência do diabetes esta associado a diversos fatores, como: rápida urbanização, transição epidemiológica, transição nutricional, maior frequência de estilo de vida sedentário, maior frequência de excesso de peso, crescimento e envelhecimento populacional e, também, a maior. Ocorre uma sobrevida dos indivíduos com diabetes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que glicemia elevada é o terceiro fator, em importância, da causa de mortalidade, prematura, superada apenas por pressão arterial aumentada e uso de tabaco. Infelizmente, muitos governos, sistemas de saúde pública e profissionais de saúde ainda não sensibilizam da atual relevância do diabetes e de suas complicações. A preocupação com a situação atual do diabetes e do problema que ele representa para todos os países foi suficiente para que se tornasse o tema de uma Assembléia das Nações Unidas, em setembro de 2011, fato que chama a atenção, pois pela segunda vez na historia um assunto da área de saúde evidenciou essa necessidade. Perante essa situação apresentada é relevante apresentar impacto negativo para os cofres públicos, pois além de representar uma importante carga financeira para indivíduos portadores e suas famílias, em razão dos gastos com insulina, antidiabéticos orais e outros medicamentos essenciais, o diabetes também tem um relevante impacto econômico nos países e nos sistemas de saúde. Isso decorre de maior utilização dos serviços de saúde, perda de produtividade e cuidados prolongados requeridos para tratar suas complicações crônicas, como insuficiência renal, cegueira, problemas cardíacos e pé diabético. A maioria dos países despende em casos de diabetes entre 5 e 20% do seu gasto total com saúde. Com esse custo elevado, o diabetes e um importante desafio para os sistemas de saúde e um obstáculo para o desenvolvimento econômico sustentável indivíduos com diabetes apresentam maiores taxas de hospitalizações em comparação com os que não possuem diabetes, além de maior duração da hospitalização para um mesmo problema de saúde. As internações consomem parcela significativa dos recursos de saúde, representando 55% dos custos diretos com diabetes tipo II na Europa, 44% nos Estados Unidos da América e 10% na América Latina. No Brasil, o preenchimento obrigatório do diagnostico principal em um documento único para Autorização de Internação Hospitalar (AIH), de cobertura nacional no sistema publico de saúde, permite desenvolver estudos de morbidade hospitalar, por meio do Sistema de Informações Hospitalares (SIH). No período de 1999 a 2001, no Brasil, a taxa de hospitalização por diabetes como causa principal foi de 6,4 por 10 mil habitantes; nos Estados Unidos da América, essa taxa foi de 20,0 por 10 mil habitantes para o ano de 2000.Existem diferentes abordagens para estimar os custos relacionados com o diabetes. Podem ser citados os custos relativos aos cuidados médicos, os relacionados às incapacitações ou a morte prematura, os custos que indivíduos com diabetes enfrentam pessoalmente quando precisam alocar a renda pessoal ou familiar para pagar o tratamento a custa de outros investimentos pessoais, os custos do uso inadequado de recursos disponíveis e os custos da escassez de serviços para pacientes com diabetes (nem todos são assistidos). Os custos intangíveis, como dor, ansiedade, inconveniência e perda da qualidade de vida, também apresentam grande impacto na vida dos indivíduos com diabetes e de suas famílias e são difíceis de quantificar. O uso da insulinoterapia torna- se necessário em resultado da produção insuficiente de insulina, o tratamento medicamentoso depende da reposição desse hormônio, utilizando-se de esquemas e preparações e estabelecendo os alvos glicêmicos pré e pós-prandiaispara serem alcançados. Em todas as faixas etárias, a reposição da insulina deve tentar atingir o perfil mais próximo possível do fisiológico. Apesar de existirem recomendações de metas glicêmicas para o controle do DM, e importante enfatizar a necessidade de individualização dos objetivos glicêmicos, evitando-se tanto sequelas de hipoglicemias quanto alterações no sistema nervoso central decorrente de hiperglicemias alternadas com hipoglicemias. O tratamento com insulina deve ser iniciado o mais rápido possível apos o diagnostico (geralmente dentro das seis horas, em caso de presença de corpos cetônicos na urina (cetonuria.Por sua vez Corpos cetônicos são substâncias produzidas pelo metabolismo dos ácidos graxos e carboidratos no fígado, para prevenir alteração metabólica e a cetoacidose diabética. Algumas condições relacionadas a faixa etária devem ser lembradas e consideradas na montagem do esquema terapêutico.Os adolescentes, por exemplo, costumam apresentar. Esquemas alimentares que fogem a rotina, com maior dificuldade de controle metabólico e, frequentemente, maior risco de hipoglicemias graves alternadas com hiperglicemias, sendo de grande importância do incentivo e a motivação e o conhecimento. O período entre infância e adolescência ocorre em que ha maior dificuldade em atingir um bom controle metabólico. Em crianças, a hipoglicemia geralmente e um fator limitante para o tratamento intensivo e o bom controle do DM como conduta de tratamento poderá ser inserida terapia insulínica em sistema de infusão continua de insulina, no qual a única insulina utilizada e a ultra-rápida (lispro, asparte ou glulisina).Constitui-se no mais fisiológico meio de administração insulina no sistema basal-bolus e que mais proximamentesimula o padrão de secreção de insulina pela ilhota pancreática, além de possibilitar maior flexibilidade na administração de insulina e reduzir a variabilidade glicêmica quando corretamente utilizada. Essa terapia tem se mostrado eficiente em crianças pré-escolares, escolares e adolescentes; em crianças de um a seis anos, melhorou a qualidade de vida e mostrou-se factível e segura, levando os autores a considerarem essa modalidade terapêutica opcional para esse grupo de indivíduos. Atualmente controle do diabetes no Brasil é inadequado, principalmente entre os usuários de insulina (aproximadamente 10% com bom controle). Nesse contexto vale ressaltar insulina é medicação de alta vigilância, seu uso de forma discriminada pode provocar hipoglicemias severas resultando perda de consciência exemplo coma diabético, convulsões e até mesmo morte, principalmente se ocorrem enquanto estes estão dormindo, pois dessa forma oposta, quando ficamos muito tempo sem nos alimentar, os níveis de glicose no sangue se reduzem progressivamente, conforme as células vão consumindo açúcar para gerar energia. Para evitar a ocorrência da hipoglicemia, o pâncreas passa a liberar o glucagon, um hormônio que tem ação antagônica à insulina. O glucagon age estimulando a liberação de glicose pelo fígado seja pela utilização do glicogênio armazenado ou pela produção direta de glicose dentro do próprio fígado, um processo chamado de gliconeogênese. O glucagon também é capaz de utilizar nossas reservas de gordura e transformá-la em glicose (o glicerol, presente nos lipídeos, é muito usado na gliconeogênese). É importante incorporação de insulina de ação ultra-rápida (insulina asparte, ou glulisina, ou lispro) para as pessoas com diabetes e idade até 19 anos (crianças e adolescentes pela OMS), na tentativa de reduzir complicações futuras do diabetes e hipoglicemias graves e noturnas e aumentar as chances de que alcancem a vida adulta com capacidade funcional e laborativa como esperado para o futuro das crianças. ·. O diagnóstico de diabetes tipo I, geralmente, é realizado na infância e adolescência e estes pacientes devem usar múltiplas doses de dois tipos diferentes de insulinas. Uma insulina de ação rápida ou ultra-rápida, associada a uma insulina de ação intermediária ou prolongada, para obtenção de controle adequado da glicemia. Crianças e adolescentes têm maior dificuldade para reconhecer os sintomas de hipoglicemia e para tratá-la adequadamente, o que aumenta a probabilidade de hipoglicemias graves. Além disso, hipoglicemias graves podem ter consequências mais danosas nesta faixa etária. Durante a adolescência, geralmente, há piora do controle glicêmico, associada às mudanças hormonais que ocorrem neste período e que se somam às mudanças comportamentais. O Ministério da Saúde do Brasil disponibiliza na lista de medicamentos do SUS, apenas as insulinas humanas NPH (ação intermediária) e regular (ação rápida). Nas últimas décadas houve uma evolução significativa no tratamento com insulinas, com o surgimento das insulinas análogas de ação ultra-rápida e de ação prolongada que permitem melhor controle do diabetes e redução das hipoglicemias. As insulinas de ação ultra-rápida possuem início de ação mais rápido e são eliminadas do corpo mais rapidamente do que a insulina humana regular, o que possibilita um melhor contro le da glicemia após as refeições e redução das hipoglicemias graves e noturnas. Entre as insulinas análogas estas são as de custo mais baixo, quando comparadas às insulinas análogas de ação prolongada (detemir e glargina) e que possuem mais estudos sobre eficácia e segurança, inclusive em crianças e adolescentes. Visando uma melhora planejada e gradativa do tratamento com insulinas no Brasil, solicitamos a incorporação das insulinas de ação ultra-rápida para todas as pessoas com diagnóstico de diabetes e idade até 19 anos. Outros países como na Europa (Alemanha, Inglaterra),América do Sul (Chile e Uruguai) e América Central ( Costa Rica) possuem insulinas análogas na padronização do tratamento de pessoas com diabetes. No Brasil, a judicialização da medicina tem permitido o uso de tratamentos mais adequados para pessoas com diabetes. Porém, essa prática cada vez mais frequente em nosso país, permite acesso apenas aos pacientes que tem a possibilidade de mover ação contra o Estado. A grande maioria dos pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde não cobrem em sua tabela estes tratamentos disponíveis. Esta incorporação inicial para crianças e adolescentes tornando este primeiro passo com clientes portadores doença crônica que é prioridades em saúde pública no mundo e fornecerão dados que permitirão a análise para a progressão da melhora do tratamento com insulinas no Brasil. Com estes dados, será possível avaliar a incorporação das insulinas de ação ultra- rápida em outras indicações (todos com diabetes tipo I, gestantes e idosos com hipoglicemias graves e noturnas frequentes, em uso de insulina humana regular), assim como de outras terapias, como as insulinas de ação prolongada e a bomba de insulina, indicadas em situações especiais, para os pacientes que persistem com hipoglicemias graves e noturnas apesar do uso da insulina de ação ultra-rápida. Em clientes de mais idade, incluindo-se os adolescentes, o uso de sistema de infusão continua de insulina (SICI) fez melhorarem os controles glicêmicos, reduziu a frequencia de hipoglicemias e aumentou a qualidade de vida. O uso de insulina e imprescindível no tratamento do DM1 e deve ser instituído assim que o diagnostico for fechado. Os estudos atuais demonstraram que o tratamento intensivo do DM1, com três ou mais doses diárias de insulina (de diferentes tipos de ação) ou com sistema de infusão continua de insulina (SICI; bomba de insulina), e eficaz na redução das complicações crônicas advindas do mau controle. Nessa coorte, houve diminuição de 76% dos casos de retinopatia, de 60% dos casos de neuropatia e de 39% dos casos de nefropatia nos cliente tratados intensivamente em relação aos tratados de forma convencional. O valor da hemoglobina glicada (HbA1c) nos clientes em tratamento intensivo foi responsável pela redução do surgimento de complicações crônicas microangiopaticas. Não há estudos prospectivos, fundamentados em evidência, comparando diferentes esquemas de insulinoterapia (basal-bolus, convencional) específicos dessa faixa etária, que tenham demonstrado superioridade de maneira conclusiva. A insulinização basal pode ser feita com insulina NPH em duas ou mais doses. Glargina e detemir são aprovadas para uso após os seis anos de idade (14,15), porém, até o momento, não há motivos para suspeitar que seus efeitos abaixo dessa faixa sejam diferentes das demais. A comparação de NPH com glargina, em pacientes de 5 a 16 anos, em esquema de múltiplas doses, mostrou glicemia de jejum menor no grupo glargina, com mesma HbA1c. Em adolescentes houve redução da frequência de hipoglicemias em geral e de hipoglicemias graves com glargina + lispro em relação à NPH + regular (17). Esta poderia ser considerada uma grande vantagem, já que para os pequenos pacientes, especialmente aqueles abaixo de 2 anos, um dos objetivos do tratamento deve ser evitar hipoglicemias, visto que estão em fase de intenso desenvolvimento neurológico, e as consequências de hipoglicemias repetidas ou severas podem ser danos ao sistema nervoso central (SNC) . Quanto à insulina de utilização pré-prandial, tanto a regular quanto a lispro e a aspart, pode ser considerada. No entanto, por causa do metabolismo mais acelerado dessas crianças e das características farmacológicas da regular, com pico em 2 horas e tempo de ação mais prolongado (de 4 a 8 horas), seu uso está associado a maior frequência de hipoglicemias, principalmente tardia. As insulinas aspart e lispro têminício em 15 a 30 minutos, pico em 30 a 60 minutos e ação efetiva, características mais próximas das necessidades fisiológicas, controlando melhor a hiperglicemia pós-prandial e reduzindo os episódios de hipoglicemias mais tardias. Uma das grandes dificuldades com crianças pequenas é a irregularidade de a aceitação alimentar, o que faz que os esquemas terapêuticos tenham de ser adaptados. As insulinas de ação ultra rápidas apresentam a vantagem de poderem ser aplicadas imediatamente após a refeição, possibilitando aos pais avaliar a quantidade de comida ingerida e calcular a dose necessária. Essa alternativa garante segurança, reduzindo a chance, tão temida pelas mães, de que a criança receba insulina antes da refeição e depois recuse a alimentação. A insulina aspart foi estudada em pacientes acima de 2 anos, embora ainda conste em bula a indicação acima de seis anos. A insulina lispro foi estudada em pacientes acima de três anos. Alguns grupos adquiriram experiência com o uso dos sistemas de infusão contínua de insulina (SIC – bomba de infusão) em crianças pequenas. A possibilidade de infundir insulina em quantidades basais variáveis facilita o ajuste de doses durante os diferentes períodos do dia, e o uso de doses menores permite a redução de episódios de hipoglicemia. Comparação entre bomba e múltiplas injeções diárias (MDI) em crianças abaixo de 5 anos, por 6 meses, mostrou que não houve diferenças entre os grupos quanto a variações na HbA1c, episódios de hipoglicemia ou hiperglicemia, porém, associou-se a uma redução na preocupação relacionada ao diabetes, e melhores índices na avaliação de qualidade de vida, refletido também na opção de manutenção do tratamento (100% com SIC e 50% com MDI). Ainda é pouco utilizada em nosso meio, mas em casos isolados pode-se perceber maior facilidade de ajuste de dose e redução dos episódios de hipoglicemia, principalmente à noite, quando a infusão pode ser mínima ou até suspensa. O tipo de insulina utilizada na bomba de infusão pode ser a regular, a lispro ou a aspart. A comparação entre regular e lispro em crianças pequenas mostrou ausência de variação na HbA1c, porém menor excursão glicêmica pós-prandial e maiores valores à meia- noite e 3 horas da manhã com lispro . Em crianças com mais idade, não houve diferença entre a lispro e a aspart, e a bomba também foi associada a maior ganho ponderal e redução da dose diária de insulina . Para se obter bons resultados com a bomba de insulina há a necessidade de treinamento adequado por meio de time multidisciplinar, composto de enfermeira, nutricionista e médico com experiência nesse tipo de terapêutica, além de ser um tratamento oneroso e que exige comprometimento familiar intenso. Quando bem indicado, por meio da seleção rigorosa do candidato à terapêutica, permite flexibilidade maior que o esquema com múltiplas doses, melhorando a qualidade de vida. Em razão da pouca incidência de diagnósticos de diabetes em serviços de pediatria, a educação, em geral, é realizada individualmente. Existem vários tópicos a serem discutidos com a família e o paciente, que devem ser adaptados à sua capacidade de compreensão. Dependendo do caso, o tempo utilizado para essas informações pode ser tão longo quanto 15 horas no total. O processo educativo deve ser iniciado após a superação pela família do impacto emocional e psicológico que se sucede ao diagnóstico de diabetes em uma criança previamente saudável. Atualmente discute-se a necessidade de uma educação apropriada à idade, sendo assim para crianças pequenas esta seria primariamente direcionada aos pais e pessoas que cuidam dessa criança. Especificamente para essa faixa etária os seguintes tópicos devem ser propostos são: Aspectos técnicos relacionados à monitorizarão e aplicação, conservação e cuidados com a insulina; Hipoglicemia – sinais, sintomas, causas, riscos, formas de identificação e tratamento; Nutrição balanceada, adequada às necessidades de crescimento e desenvolvimento; Ajuste de dose de insulina durante infecções, muito comuns nesta faixa etária; Integração social em locais de convívio com outras crianças; Manejo de situações, nas quais a criança rejeite o tratamento, como aplicações de insulina ou glicemia capilar; Alerta em relação à atenção aos irmãos não diabéticos; Suporte às mães por causa da demanda exagerada comum nessa situação; Podem-se resumir as características do DM em crianças de idade pré-escolar nos seguintes itens: sintomas atípicos ao diagnóstico; aumento de sensibilidade à insulina; dificuldades na administração de insulina; jejum noturno prolongado; constantes nas refeições com mamadeira; recusa alimentar; inabilidade de comunicar sintomas de hipoglicemia; crescimento acelerado; desenvolvimento neurológico; dependência completa dos cuidados com o diabetes. Todos estes fatores no processo do cuidado da criança e do adolescente devem ser analisados como um problema especial, que exige conhecimentos específicos e muita dedicação. CONSIDERAÇÕES FINAIS É de suma importância supervisão dos níveis glicêmicos no tratamento do Diabetes Mellitus, uma vez que tal procedimento permite a detecção e prevenção de quadros tanto como hiperglicêmicos ou hiperglicêmicos conferindo ao diabético a capacidade de reajustar as doses e tipo de insulina a fim de manter os níveis de séricos de glicose o mais próximo possível do padrão de normalidade, evitando ou retardando o aparecimento de complicações agudas e crônicas. Após realização desse estudo constatou-se uma curva ascendente à nível mundial de crianças e adolescentes diabéticos. Visto isso, os responsáveis e os profissionais da saúde devem estimulá-los a manter a autonomia e a independência, próprias da fase de desenvolvimento em que se encontram. Perante esse cenário torna-se crucial a implantação e manutenção da educação continuada aos portadores de diabetes, seja para informar ou para corrigir possíveis falhas quanto ao tipo ou técnica para realização do teste de controle, frequência, avaliação dos valores glicêmicos aferidos, incluindo técnica e preparo de aplicação de insulina. Nesse atual contexto o profissional de enfermagem poderá ser inserido na equipe multidisciplinar com ações decisivas para a manutenção do equilíbrio dinâmico, promovendo o equilíbrio e revertendo possíveis desequilíbrios do ser humano com devida colaboração e participação do diabético e familiares quanto aos reajustes dos esquemas de tratamento. Sendo que a assistência individualizada garante maior estabilidade emocional a estes indivíduos, auxiliando-os a superar as suas dificuldades sejam no âmbito social, emocional ou econômico. Dessa maneira, é possível contribuir para uma expectativa de vida maior e, acima de tudo, de melhor qualidade de vida aos portadores de diabetes. É papel fundamental da equipe multiprofissional envolvidos com diabetes sensibilizá- los para compreender essa necessidade de alterações pessoais no estilo de vida. É, portanto, indispensável o acompanhamento multidisciplinar a estas crianças nas várias fases de seu crescimento e desenvolvimento, conduzindo-as a uma vida saudável a partir de suas potencialidades, favorecendo oportunidades de aprendizagem, para que ela seja capaz de desenvolver habilidades nos cuidados com a doença que muito contribuirão para um bom controle domiciliar. Assumindo seu papel de educador nas situações em que estão inseridos junto aos clientes uma vez que são considerados ainda incapaz de desenvolver autonomia dita por completo sendo estes necessitando de auxilio dos seus responsáveis para controle de forma mais efetiva da diabetes. No âmbito da educação em saúde não é apenas o executar dos procedimentos, é interagir com o ser humano, estar comprometido com a vida, vivenciar a experiência da dor, sofrimento e alegriae contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Durante a pesquisa bibliográfica verificou-se que há grande escassez de trabalhos científicos com abordagem em crianças portadoras de diabetes mellitus tipo I e equipe de enfermagem, fato este que serviu como estímulo para continuar os estudos nesse tema em razão de sua importância. Há importância de o profissional estar trabalhando e reconhecendo o seu lado humano de forma que possa delimitar suas próprias necessidades: se não tivermos consciência de quem somos de nossos limites, de nossas falhas e de nossas possibilidades, será difícil reconhecer o outro e respeitar seus limites e suas diferenças. Dessa forma, conclui-se que com o atendimento apenas no ambiente do profissional, não será possível alcançar toda a complexidade do fenômeno cuidar da criança com diabete mellitus. Palavras-chave: Diabetes Mellitus tipo I; Pediatria; Enfermagem. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERBEL, N. A. N. A problematização e a aprendizagem baseada em problemas. Interface comunicação e saúde educação, v. 2, n. 2, p. 139–154, 2018.Disponível em:<https://revistaensinosuperior.com.br/foco-no-aluno/>Acesso em:20 Maio.2019. Martins J. Ontologia de Heidegger. In: Martins J, Bicudo MAV. Estudos sobre fenomenologia e educação. São Paulo: Centauro; 2006. p. 43-53. BRASIL.Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diabetes mellitus, Cad. atenção básica, Brasília, DF, n. 16, p. 1-64, 2014. FREIRE,P. Educação e Mudança.12 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra.1983.25-42p ________.Pedagogia de Autonomia.47 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra.1996.30p ________. FREIRE, P. 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