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EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA INSULINOTERAPIA: 
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
 
Área temática: Práticas educativas e sociais 
 
 Ana Beatriz Ribeiro Botelho-Discente, Enfermagem-UNIFESO 
 Laiane Lima da Silva- Discente Enfermagem – UNIFESO 
 Larissa Huck Deodato -Discente Enfermagem – UNIFESO 
Miguel Soares Gomes–migueleluana2015@gmail.com–Discente, Enfermagem – UNIFESO 
 Mônica Martins Guimarães Guerra-Docente Enfermagem-UNIFESO 
 Rosa Rachel Martins Teixeira Coutinho – Enfermagem-UNIFESO 
 Simone Leal Ferreira – Discente Enfermagem-UNIFESO 
 
 
 
 
RESUMO 
O Diabetes Mellitus do tipo I (DM I) é uma doença metabólica que se caracteriza pela 
deficiência absoluta da secreção da insulina, em virtude da destruição autoimune das células 
beta pancreática e é responsável por 5 a 10% dos casos de diabetes; 
A classificação das demandas de cuidado, as crianças e adolescentes com DM1 
apresentam demanda de cuidado medicamentoso, diante da necessidade de insulinoterapia 
contínua, bem como as necessidades de cuidado habitual modificadas, à medida que 
necessitam de adequações na dieta, atividades físicas regulares e a acompanhamento contínuo 
da glicemia capilar. 
 Diante dessas exigências de cuidado, os responsáveis, especialmente as mães 
cuidadosas, necessitam de conhecimentos técnicos e científicos para consolidar esses 
cuidados, tais como composição da dieta ofertada, preparo e administração de medicamentos, 
sintomatologia de hipoglicemia, entre outras complicações oriundas da diabetes. 
Partindo desses pontos, ressalta-se a importância de uma abordagem multiprofissional 
no cuidado à criança e do adolescente com DM I e sua família, uma vez que compreender e 
avaliar a vivência destes no processo de uma patologia como o diabetes constitui o alicerce 
que fundamentará as intervenções em saúde, ou seja, uma vez que cuidado centrado na 
família potencializa o cuidado domiciliar. 
 Diante dessas perspectivas, o desenvolvimento desse estudo é motivado pela 
necessidade em responder como identificar e descrever de forma específica sobre 
insulinoterapia mais utilizado em DM I . Quais são as insulinas mais comuns disponíveis no 
mercado farmacêutico, em relação aos cuidados especiais desse cliente pediátrico no manejo 
mailto:migueleluana2015@gmail.com
 
 
do uso da insulina e inserida neste contexto como as famílias vivenciam as demandas de 
cuidados exigidas por uma criança com DM1. 
INTRODUÇÃO 
 
Embora o diabetes mellitus tipo I (DM1) seja menos comum na população geral 
quando comparado ao diabetes mellitus tipo II (DM2), a incidência ainda aumenta em cerca 
de 3% ao ano, particularmente entre as crianças. Cerca de 86.000 crianças desenvolvem DM1 
todos os anos, e, quando a insulina não esta disponível, a expectativa de vida de uma criança 
com DM1 poderá ser diminuída. 
Os dados da International Diabetes Federation (IDF), de 2015, estimam que a 
quantidade de portadores de DM1 no mundo, em crianças abaixo de 14 anos, seja de 
aproximadamente 542.000, sendo os maiores números na Europa (140.000). Dentre os 10 
países com maior numeram de casos de DM1 em crianças abaixo de 14 anos, o Brasil este em 
terceiro lugar, com 30.900 casos, precedido apenas pelos Estados Unidos (84.100) e pela 
Índia (70.200). 
Na infância, o DM1 e o tipo de diabetes mellitus (DM) mais frequente – corresponde a 
90% dos casos, com um aumento expressivo, sobretudo na população abaixo de 5 anos 
deidade. Desde os resultados do Diabetes Control and Complications Trial (DCCT), 
compreendeu-se que grande parte das comorbidades associadas ao DM esta diretamente 
relacionada ao grau de controle metabólico. Os benefícios de um controle glicêmico mais 
estrito se mantinham por mais tempo, estabelecendo definitivamente os benefícios do controle 
mais precoce dos parâmetros glicêmicos de todo individuo diabético. 
O tratamento de crianças e adolescentes com DM1 deve considerar características 
únicas dessa faixa etária, como mudanças na sensibilidade a insulina relacionadas a 
maturidade sexual e ao crescimento físico será capacidade de iniciar o autocuidado, 
supervisão na assistência a infância e escola além de uma vulnerabilidade neurológica a 
hipoglicemia e, possivelmente, hiperglicemia, bem como a cetoacidose diabética. A atenção a 
dinâmica familiar também e essencial no desenvolvimento e na implementação de um 
esquema de tratamento para a doença. 
A terapêutica do DM1, historicamente, segue a tríade composta por insulina, 
alimentação e atividade física. Contudo, com os avanços tecnológicos e terapêuticos e os 
novos conhecimentos dos fatores psicológicos e sociais que envolvem o DM, poder-se-ia 
 
 
dizer que a tríade deveria mudar para insulina, monetarização e educação, incluindo-se nesta 
ultima a alimentação, a atividade física e a orientação para os pacientes e suas famílias. 
É importante diferenciar o diabetes que aparece na criança mais nova do diabetes 
neonatal – DM que se desenvolve no período neonatal (até seis semanas de vida), que pode 
ser transitório ou definitivo. Este é um tipo mais raro de DM e atualmente sabe-se que pode 
ter várias causas, porquanto a mais comum para o DM neonatal permanente é uma mutação 
no gene que codifica o KIR6. 2 (subunidade do canal de potássio sensível a ATP). Outras 
alterações genéticas encontradas estão relacionadas com fatores promotores de insulina (PDX; 
IPF-1), que podem levar a agenesia pancreática, mutações em homozigose no gene da 
glicoquinase, genes que codificam o receptor de sulfoniuréias entre outros. 
Embora outros tipos de DM possam incidir nessa faixa etária, este artigo irá abordar 
especificamente o DM1, por sua importância. Mesmo nos países onde há aumento de crianças 
e adolescentes com DM2, como nos Estados Unidos, a casuística ainda não é tão significante, 
como indica o levantamento americano no SEARCH for Diabetes in Youth Study realizado 
em 2016 principalmente nessa faixa etária. 
 
JUSTIFICATIVA 
 
 A relevância desse tema para o campo da educação em saúde faz pelo fato das 
demandas apresentadas pela sociedade, quando tema é Diabetes Mellitus (DM) tipo 
Principalmente em indivíduos na primeira infância (0-6 anos). Uma vez que nesse momento 
da infância, o DM1 mais frequente – corresponde a 90% dos casos,2 com um aumento 
expressivo sobretudo na população abaixo de cinco anos para os três anos de idade. 
 
No que se refere ao Diabetes tipo I, a Sociedade Brasileira de Diabetes aponta que a 
cada ano, mais de 70 mil crianças desenvolvem a doença e, no mundo, esse valor passa para 
440 mil. A taxa de aumento de Diabetes tipo 1, nas crianças, é de 3% ao ano e atualmente, 
mais de 200 crianças desenvolvem tal doença a cada dia. 
O tratamento de crianças e adolescentes com DM1 deve considerar características 
únicas dessa faixa etária, como mudanças na sensibilidade a insulina relacionadas a 
maturidade sexual e ao crescimento físico, capacidade de iniciar um cuidado pessoal, 
supervisão e desenvolvendo assim uma linha de cuidados englobando assistência ao cliente 
menor, que atualmente é incapaz de responder pelos seus atos. 
 
 
Perante esse cenário cabe enfermeiro no âmbito da saúde coletiva, elaborar estratégias 
para esse cliente que se encontra na sua plenitude e seus familiares principalmente os 
responsáveis uma vez que estes passaram maior parte do seu tempo com essas crianças. A 
dinâmica familiar também é essencial no desenvolvimento e na implementação de um 
esquema de tratamento para a doença.Logo esse profissional é de extrema importância 
quando desenvolve e aplica seus planos de cuidados como, insulinoterapia, dieta, práticas 
esportivas e higiene íntima. 
 
OBJETIVOS 
 
Objetivo geral 
Identificar quais são as insulinas mais comuns disponíveis no mercado farmacêutico e 
descrever de forma específica sobre insulinoterapia mais utilizadas em diabetes mellitus tipo I 
em criança em relação aos cuidados especiais desse cliente pediátrico no manejo da 
insulinaterapia. 
 
Objetivos específicos 
 
 Definir insulinoterapia na primeira infância; 
 Descrever as insulinas mais comuns utilizadas pelas crianças portadores de DM tipo I 
 Orientar os responsáveis desses clientes em relação ao uso de insulinoterapia partindo 
como princípio elaboração de um plano de manejo proporcionando devida autonomia aos 
responsáveis; 
 
METODOLOGIA 
 
O presente trabalho será realizado através de revisão bibliográfica em relação uso da 
insulinoterapia, em clientes que se encontra na primeira infância com diabetes mellitus tipo I, 
envolvendo os devidos cuidados de enfermagem. No contexto educação em saúde; no 
processo saúde doença e seus determinantes. Possuindo como base de pesquisa foram bancos 
digitais de periódicos e publicações acadêmicas: Google Academics e Scielo. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 
Diabetes mellitus (DM) está se tornando importante e crescente problema de saúde 
para todos os países, independentemente do seu grau de desenvolvimento. Em 2015, a 
Federação Internacional de Diabetes (International Diabetes Federation, IDF) estimou que 
8,8% (intervalo de confiança [IC] de 95%: 7,2 a11, 4) da população mundial com 20 a 79 
anos de idade (415 milhões de pessoas) vivia com diabetes. Se as tendências atuais 
persistirem o número de pessoas com diabetes foi projetado para ser superior a 642 milhões 
em 2040. Cerca de 75% dos casos são de países em desenvolvimento, nos quais devera 
ocorrer o maior. Essa doença vem apresentando incidência com proporções cada vez maiores 
em nosso meio. A OMS, 217 estima que, em 2025, atinja 5,4% da população adulta mundial. 
A maior parte desse aumento se dará em países em desenvolvimento, acentuando-se nesses 
países, o padrão atual de concentração de casos na faixa etária de 45-64 anos. 
Aumento dos casos de diabetes nas próximas décadas. O aumento da prevalência do 
diabetes esta associado a diversos fatores, como: rápida urbanização, transição 
epidemiológica, transição nutricional, maior frequência de estilo de vida sedentário, maior 
frequência de excesso de peso, crescimento e envelhecimento populacional e, também, a 
maior. 
Ocorre uma sobrevida dos indivíduos com diabetes. A Organização Mundial da Saúde 
(OMS) estima que glicemia elevada é o terceiro fator, em importância, da causa de 
mortalidade, prematura, superada apenas por pressão arterial aumentada e uso de tabaco. 
Infelizmente, muitos governos, sistemas de saúde pública e profissionais de saúde ainda não 
sensibilizam da atual relevância do diabetes e de suas complicações. 
 A preocupação com a situação atual do diabetes e do problema que ele representa para 
todos os países foi suficiente para que se tornasse o tema de uma Assembléia das Nações 
Unidas, em setembro de 2011, fato que chama a atenção, pois pela segunda vez na historia um 
assunto da área de saúde evidenciou essa necessidade. 
 Perante essa situação apresentada é relevante apresentar impacto negativo para os 
cofres públicos, pois além de representar uma importante carga financeira para indivíduos 
portadores e suas famílias, em razão dos gastos com insulina, antidiabéticos orais e outros 
medicamentos essenciais, o diabetes também tem um relevante impacto econômico nos países 
e nos sistemas de saúde. Isso decorre de maior utilização dos serviços de saúde, perda de 
produtividade e cuidados prolongados requeridos para tratar suas complicações crônicas, 
como insuficiência renal, cegueira, problemas cardíacos e pé diabético. A maioria dos países 
despende em casos de diabetes entre 5 e 20% do seu gasto total com saúde. 
 
 
Com esse custo elevado, o diabetes e um importante desafio para os sistemas de saúde 
e um obstáculo para o desenvolvimento econômico sustentável indivíduos com diabetes 
apresentam maiores taxas de hospitalizações em comparação com os que não possuem 
diabetes, além de maior duração da hospitalização para um mesmo problema de saúde. As 
internações consomem parcela significativa dos recursos de saúde, representando 55% dos 
custos diretos com diabetes tipo II na Europa, 44% nos Estados Unidos da América e 10% na 
América Latina. 
No Brasil, o preenchimento obrigatório do diagnostico principal em um documento 
único para Autorização de Internação Hospitalar (AIH), de cobertura nacional no sistema 
publico de saúde, permite desenvolver estudos de morbidade hospitalar, por meio do Sistema 
de Informações Hospitalares (SIH). No período de 1999 a 2001, no Brasil, a taxa de 
hospitalização por diabetes como causa principal foi de 6,4 por 10 mil habitantes; nos Estados 
Unidos da América, essa taxa foi de 20,0 por 10 mil habitantes para o ano de 2000.Existem 
diferentes abordagens para estimar os custos relacionados com o diabetes. 
Podem ser citados os custos relativos aos cuidados médicos, os relacionados às 
incapacitações ou a morte prematura, os custos que indivíduos com diabetes enfrentam 
pessoalmente quando precisam alocar a renda pessoal ou familiar para pagar o tratamento a 
custa de outros investimentos pessoais, os custos do uso inadequado de recursos disponíveis e 
os custos da escassez de serviços para pacientes com diabetes (nem todos são assistidos). Os 
custos intangíveis, como dor, ansiedade, inconveniência e perda da qualidade de vida, 
também apresentam grande impacto na vida dos indivíduos com diabetes e de suas famílias e 
são difíceis de quantificar. 
O uso da insulinoterapia torna- se necessário em resultado da produção insuficiente de 
insulina, o tratamento medicamentoso depende da reposição desse hormônio, utilizando-se de 
esquemas e preparações e estabelecendo os alvos glicêmicos pré e pós-prandiaispara serem 
alcançados. Em todas as faixas etárias, a reposição da insulina deve tentar atingir o perfil mais 
próximo possível do fisiológico. 
Apesar de existirem recomendações de metas glicêmicas para o controle do DM, e 
importante enfatizar a necessidade de individualização dos objetivos glicêmicos, evitando-se 
tanto sequelas de hipoglicemias quanto alterações no sistema nervoso central decorrente de 
hiperglicemias alternadas com hipoglicemias. 
O tratamento com insulina deve ser iniciado o mais rápido possível apos o diagnostico 
(geralmente dentro das seis horas, em caso de presença de corpos cetônicos na urina 
 
 
(cetonuria.Por sua vez Corpos cetônicos são substâncias produzidas pelo metabolismo dos 
ácidos graxos e carboidratos no fígado, para prevenir alteração metabólica e a cetoacidose 
diabética. 
Algumas condições relacionadas a faixa etária devem ser lembradas e consideradas na 
montagem do esquema terapêutico.Os adolescentes, por exemplo, costumam apresentar. 
Esquemas alimentares que fogem a rotina, com maior dificuldade de controle 
metabólico e, frequentemente, maior risco de hipoglicemias graves alternadas com 
hiperglicemias, sendo de grande importância do incentivo e a motivação e o conhecimento. O 
período entre infância e adolescência ocorre em que ha maior dificuldade em atingir um bom 
controle metabólico. 
Em crianças, a hipoglicemia geralmente e um fator limitante para o tratamento 
intensivo e o bom controle do DM como conduta de tratamento poderá ser inserida terapia 
insulínica em sistema de infusão continua de insulina, no qual a única insulina utilizada e a 
ultra-rápida (lispro, asparte ou glulisina).Constitui-se no mais fisiológico meio de 
administração insulina no sistema basal-bolus e que mais proximamentesimula o padrão de 
secreção de insulina pela ilhota pancreática, além de possibilitar maior flexibilidade na 
administração de insulina e reduzir a variabilidade glicêmica quando corretamente utilizada. 
Essa terapia tem se mostrado eficiente em crianças pré-escolares, escolares e 
adolescentes; em crianças de um a seis anos, melhorou a qualidade de vida e mostrou-se 
factível e segura, levando os autores a considerarem essa modalidade terapêutica opcional 
para esse grupo de indivíduos. 
Atualmente controle do diabetes no Brasil é inadequado, principalmente entre os 
usuários de insulina (aproximadamente 10% com bom controle). Nesse contexto vale 
ressaltar insulina é medicação de alta vigilância, seu uso de forma discriminada pode 
provocar hipoglicemias severas resultando perda de consciência exemplo coma 
diabético, convulsões e até mesmo morte, principalmente se ocorrem enquanto estes 
estão dormindo, pois dessa forma oposta, quando ficamos muito tempo sem nos alimentar, os 
níveis de glicose no sangue se reduzem progressivamente, conforme as células vão consumindo 
açúcar para gerar energia. Para evitar a ocorrência da hipoglicemia, o pâncreas passa a liberar o 
glucagon, um hormônio que tem ação antagônica à insulina. O glucagon age estimulando a 
liberação de glicose pelo fígado seja pela utilização do glicogênio armazenado ou pela produção 
direta de glicose dentro do próprio fígado, um processo chamado de gliconeogênese. O glucagon 
 
 
também é capaz de utilizar nossas reservas de gordura e transformá-la em glicose (o glicerol, 
presente nos lipídeos, é muito usado na gliconeogênese). 
 É importante incorporação de insulina de ação ultra-rápida (insulina asparte, ou 
glulisina, ou lispro) para as pessoas com diabetes e idade até 19 anos (crianças e 
adolescentes pela OMS), na tentativa de reduzir complicações futuras do diabetes e 
hipoglicemias graves e noturnas e aumentar as chances de que alcancem a vida adulta 
com capacidade funcional e laborativa como esperado para o futuro das crianças. ·. 
O diagnóstico de diabetes tipo I, geralmente, é realizado na infância e 
adolescência e estes pacientes devem usar múltiplas doses de dois tipos diferentes de 
insulinas. Uma insulina de ação rápida ou ultra-rápida, associada a uma insulina de ação 
intermediária ou prolongada, para obtenção de controle adequado da glicemia. Crianças 
e adolescentes têm maior dificuldade para reconhecer os sintomas de hipoglicemia e 
para tratá-la adequadamente, o que aumenta a probabilidade de hipoglicemias graves. 
Além disso, hipoglicemias graves podem ter consequências mais danosas nesta faixa 
etária. Durante a adolescência, geralmente, há piora do controle glicêmico, associada às 
mudanças hormonais que ocorrem neste período e que se somam às mudanças 
comportamentais. 
 
O Ministério da Saúde do Brasil disponibiliza na lista de medicamentos do SUS, 
apenas as insulinas humanas NPH (ação intermediária) e regular (ação rápida). Nas 
últimas décadas houve uma evolução significativa no tratamento com insulinas, com o 
surgimento das insulinas análogas de ação ultra-rápida e de ação prolongada que 
permitem melhor controle do diabetes e redução das hipoglicemias. As insulinas de ação 
ultra-rápida possuem início de ação mais rápido e são eliminadas do corpo mais 
rapidamente do que a insulina humana regular, o que possibilita um melhor contro le da 
glicemia após as refeições e redução das hipoglicemias graves e noturnas. Entre as 
insulinas análogas estas são as de custo mais baixo, quando comparadas às insulinas 
análogas de ação prolongada (detemir e glargina) e que possuem mais estudos sobre 
eficácia e segurança, inclusive em crianças e adolescentes. 
Visando uma melhora planejada e gradativa do tratamento com insulinas no 
Brasil, solicitamos a incorporação das insulinas de ação ultra-rápida para todas as 
 
 
pessoas com diagnóstico de diabetes e idade até 19 anos. Outros países como na Europa 
(Alemanha, Inglaterra),América do Sul (Chile e Uruguai) e América Central ( Costa 
Rica) possuem insulinas análogas na padronização do tratamento de pessoas com 
diabetes. No Brasil, a judicialização da medicina tem permitido o uso de tratamentos 
mais adequados para pessoas com diabetes. Porém, essa prática cada vez mais frequente 
em nosso país, permite acesso apenas aos pacientes que tem a possibilidade de mover 
ação contra o Estado. 
A grande maioria dos pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde não 
cobrem em sua tabela estes tratamentos disponíveis. 
Esta incorporação inicial para crianças e adolescentes tornando este primeiro passo com 
clientes portadores doença crônica que é prioridades em saúde pública no mundo e 
fornecerão dados que permitirão a análise para a progressão da melhora do tratamento 
com insulinas no Brasil. 
Com estes dados, será possível avaliar a incorporação das insulinas de ação ultra-
rápida em outras indicações (todos com diabetes tipo I, gestantes e idosos com 
hipoglicemias graves e noturnas frequentes, em uso de insulina humana regular), assim 
como de outras terapias, como as insulinas de ação prolongada e a bomba de insulina, 
indicadas em situações especiais, para os pacientes que persistem com hipoglicemias 
graves e noturnas apesar do uso da insulina de ação ultra-rápida. 
Em clientes de mais idade, incluindo-se os adolescentes, o uso de sistema de infusão 
continua de insulina (SICI) fez melhorarem os controles glicêmicos, reduziu a frequencia de 
hipoglicemias e aumentou a qualidade de vida. 
O uso de insulina e imprescindível no tratamento do DM1 e deve ser instituído assim 
que o diagnostico for fechado. Os estudos atuais demonstraram que o tratamento intensivo do 
DM1, com três ou mais doses diárias de insulina (de diferentes tipos de ação) ou com sistema 
de infusão continua de insulina (SICI; bomba de insulina), e eficaz na redução das 
complicações crônicas advindas do mau controle. Nessa coorte, houve diminuição de 76% 
dos casos de retinopatia, de 60% dos casos de neuropatia e de 39% dos casos de nefropatia 
nos cliente tratados intensivamente em relação aos tratados de forma convencional. O valor da 
hemoglobina glicada (HbA1c) nos clientes em tratamento intensivo foi responsável pela 
redução do surgimento de complicações crônicas microangiopaticas. 
 
 
Não há estudos prospectivos, fundamentados em evidência, comparando diferentes 
esquemas de insulinoterapia (basal-bolus, convencional) específicos dessa faixa etária, que 
tenham demonstrado superioridade de maneira conclusiva. 
 A insulinização basal pode ser feita com insulina NPH em duas ou mais doses. 
Glargina e detemir são aprovadas para uso após os seis anos de idade (14,15), porém, até o 
momento, não há motivos para suspeitar que seus efeitos abaixo dessa faixa sejam diferentes 
das demais. A comparação de NPH com glargina, em pacientes de 5 a 16 anos, em esquema 
de múltiplas doses, mostrou glicemia de jejum menor no grupo glargina, com mesma HbA1c. 
Em adolescentes houve redução da frequência de hipoglicemias em geral e de 
hipoglicemias graves com glargina + lispro em relação à NPH + regular (17). Esta poderia ser 
considerada uma grande vantagem, já que para os pequenos pacientes, especialmente aqueles 
abaixo de 2 anos, um dos objetivos do tratamento deve ser evitar hipoglicemias, visto que 
estão em fase de intenso desenvolvimento neurológico, e as consequências de hipoglicemias 
repetidas ou severas podem ser danos ao sistema nervoso central (SNC) . 
Quanto à insulina de utilização pré-prandial, tanto a regular quanto a lispro e a aspart, 
pode ser considerada. No entanto, por causa do metabolismo mais acelerado dessas crianças e 
das características farmacológicas da regular, com pico em 2 horas e tempo de ação mais 
prolongado (de 4 a 8 horas), seu uso está associado a maior frequência de hipoglicemias, 
principalmente tardia. As insulinas aspart e lispro têminício em 15 a 30 minutos, pico em 30 
a 60 minutos e ação efetiva, características mais próximas das necessidades fisiológicas, 
controlando melhor a hiperglicemia pós-prandial e reduzindo os episódios de hipoglicemias 
mais tardias. 
Uma das grandes dificuldades com crianças pequenas é a irregularidade de a aceitação 
alimentar, o que faz que os esquemas terapêuticos tenham de ser adaptados. As insulinas de 
ação ultra rápidas apresentam a vantagem de poderem ser aplicadas imediatamente após a 
refeição, possibilitando aos pais avaliar a quantidade de comida ingerida e calcular a dose 
necessária. Essa alternativa garante segurança, reduzindo a chance, tão temida pelas mães, de 
que a criança receba insulina antes da refeição e depois recuse a alimentação. A insulina 
aspart foi estudada em pacientes acima de 2 anos, embora ainda conste em bula a indicação 
acima de seis anos. A insulina lispro foi estudada em pacientes acima de três anos. 
 
 
Alguns grupos adquiriram experiência com o uso dos sistemas de infusão contínua de 
insulina (SIC – bomba de infusão) em crianças pequenas. A possibilidade de infundir insulina 
em quantidades basais variáveis facilita o ajuste de doses durante os diferentes períodos do 
dia, e o uso de doses menores permite a redução de episódios de hipoglicemia. Comparação 
entre bomba e múltiplas injeções diárias (MDI) em crianças abaixo de 5 anos, por 6 meses, 
mostrou que não houve diferenças entre os grupos quanto a variações na HbA1c, episódios de 
hipoglicemia ou hiperglicemia, porém, associou-se a uma redução na preocupação 
relacionada ao diabetes, e melhores índices na avaliação de qualidade de vida, refletido 
também na opção de manutenção do tratamento (100% com SIC e 50% com MDI). Ainda é 
pouco utilizada em nosso meio, mas em casos isolados pode-se perceber maior facilidade de 
ajuste de dose e redução dos episódios de hipoglicemia, principalmente à noite, quando a 
infusão pode ser mínima ou até suspensa. 
O tipo de insulina utilizada na bomba de infusão pode ser a regular, a lispro ou a 
aspart. A comparação entre regular e lispro em crianças pequenas mostrou ausência de 
variação na HbA1c, porém menor excursão glicêmica pós-prandial e maiores valores à meia-
noite e 3 horas da manhã com lispro . Em crianças com mais idade, não houve diferença entre 
a lispro e a aspart, e a bomba também foi associada a maior ganho ponderal e redução da dose 
diária de insulina . Para se obter bons resultados com a bomba de insulina há a necessidade de 
treinamento adequado por meio de time multidisciplinar, composto de enfermeira, 
nutricionista e médico com experiência nesse tipo de terapêutica, além de ser um tratamento 
oneroso e que exige comprometimento familiar intenso. Quando bem indicado, por meio da 
seleção rigorosa do candidato à terapêutica, permite flexibilidade maior que o esquema com 
múltiplas doses, melhorando a qualidade de vida. 
Em razão da pouca incidência de diagnósticos de diabetes em serviços de pediatria, a 
educação, em geral, é realizada individualmente. Existem vários tópicos a serem discutidos 
com a família e o paciente, que devem ser adaptados à sua capacidade de compreensão. 
Dependendo do caso, o tempo utilizado para essas informações pode ser tão longo quanto 15 
horas no total. 
O processo educativo deve ser iniciado após a superação pela família do impacto 
emocional e psicológico que se sucede ao diagnóstico de diabetes em uma criança 
previamente saudável. Atualmente discute-se a necessidade de uma educação apropriada à 
 
 
idade, sendo assim para crianças pequenas esta seria primariamente direcionada aos pais e 
pessoas que cuidam dessa criança. Especificamente para essa faixa etária os seguintes tópicos 
devem ser propostos são: 
 Aspectos técnicos relacionados à monitorizarão e aplicação, conservação e 
cuidados com a insulina; 
 Hipoglicemia – sinais, sintomas, causas, riscos, formas de identificação e 
tratamento; 
 Nutrição balanceada, adequada às necessidades de crescimento e 
desenvolvimento; 
 Ajuste de dose de insulina durante infecções, muito comuns nesta faixa etária; 
 Integração social em locais de convívio com outras crianças; 
 Manejo de situações, nas quais a criança rejeite o tratamento, como aplicações 
de insulina ou glicemia capilar; 
 Alerta em relação à atenção aos irmãos não diabéticos; 
 Suporte às mães por causa da demanda exagerada comum nessa situação; 
Podem-se resumir as características do DM em crianças de idade pré-escolar nos 
seguintes itens: sintomas atípicos ao diagnóstico; aumento de sensibilidade à insulina; 
dificuldades na administração de insulina; jejum noturno prolongado; constantes nas refeições 
com mamadeira; recusa alimentar; inabilidade de comunicar sintomas de hipoglicemia; 
crescimento acelerado; desenvolvimento neurológico; dependência completa dos cuidados 
com o diabetes. Todos estes fatores no processo do cuidado da criança e do adolescente 
devem ser analisados como um problema especial, que exige conhecimentos específicos e 
muita dedicação. 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
É de suma importância supervisão dos níveis glicêmicos no tratamento do Diabetes 
Mellitus, uma vez que tal procedimento permite a detecção e prevenção de quadros tanto 
como hiperglicêmicos ou hiperglicêmicos conferindo ao diabético a capacidade de reajustar as 
doses e tipo de insulina a fim de manter os níveis de séricos de glicose o mais próximo 
possível do padrão de normalidade, evitando ou retardando o aparecimento de complicações 
agudas e crônicas. 
Após realização desse estudo constatou-se uma curva ascendente à nível mundial de 
crianças e adolescentes diabéticos. Visto isso, os responsáveis e os profissionais da saúde 
devem estimulá-los a manter a autonomia e a independência, próprias da fase de 
desenvolvimento em que se encontram. Perante esse cenário torna-se crucial a implantação e 
manutenção da educação continuada aos portadores de diabetes, seja para informar ou para 
corrigir possíveis falhas quanto ao tipo ou técnica para realização do teste de controle, 
frequência, avaliação dos valores glicêmicos aferidos, incluindo técnica e preparo de 
aplicação de insulina. 
Nesse atual contexto o profissional de enfermagem poderá ser inserido na equipe 
multidisciplinar com ações decisivas para a manutenção do equilíbrio dinâmico, promovendo 
o equilíbrio e revertendo possíveis desequilíbrios do ser humano com devida colaboração e 
participação do diabético e familiares quanto aos reajustes dos esquemas de tratamento. 
Sendo que a assistência individualizada garante maior estabilidade emocional a estes 
indivíduos, auxiliando-os a superar as suas dificuldades sejam no âmbito social, emocional ou 
econômico. Dessa maneira, é possível contribuir para uma expectativa de vida maior e, acima 
de tudo, de melhor qualidade de vida aos portadores de diabetes. 
É papel fundamental da equipe multiprofissional envolvidos com diabetes sensibilizá-
los para compreender essa necessidade de alterações pessoais no estilo de vida. É, portanto, 
indispensável o acompanhamento multidisciplinar a estas crianças nas várias fases de seu 
crescimento e desenvolvimento, conduzindo-as a uma vida saudável a partir de suas 
potencialidades, favorecendo oportunidades de aprendizagem, para que ela seja capaz de 
desenvolver habilidades nos cuidados com a doença que muito contribuirão para um bom 
controle domiciliar. 
 
 
 
 Assumindo seu papel de educador nas situações em que estão inseridos junto aos 
clientes uma vez que são considerados ainda incapaz de desenvolver autonomia dita por 
completo sendo estes necessitando de auxilio dos seus responsáveis para controle de forma 
mais efetiva da diabetes. 
No âmbito da educação em saúde não é apenas o executar dos procedimentos, é interagir 
com o ser humano, estar comprometido com a vida, vivenciar a experiência da dor, sofrimento e 
alegriae contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Durante a pesquisa 
bibliográfica verificou-se que há grande escassez de trabalhos científicos com abordagem em 
crianças portadoras de diabetes mellitus tipo I e equipe de enfermagem, fato este que serviu como 
estímulo para continuar os estudos nesse tema em razão de sua importância. Há importância de o 
profissional estar trabalhando e reconhecendo o seu lado humano de forma que possa delimitar suas 
próprias necessidades: se não tivermos consciência de quem somos de nossos limites, de nossas 
falhas e de nossas possibilidades, será difícil reconhecer o outro e respeitar seus limites e suas 
diferenças. Dessa forma, conclui-se que com o atendimento apenas no ambiente do profissional, não 
será possível alcançar toda a complexidade do fenômeno cuidar da criança com diabete mellitus. 
Palavras-chave: Diabetes Mellitus tipo I; Pediatria; Enfermagem. 
 
 
 
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