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CENTRO UNIVERSITÁRIO DISTRITO FEDERAL UNIPLAN EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CURSO DE PEDAGOGIA PRÁTICA COMPONENTE CURRICULAR PCC III SER PROFESSOR Relatório apresentado como nota final da disciplina Prática Componente Curricular III, do curso pedagógico do Centro Universitário do Distrito Federal- UNIPLAN. Discentes: Andrew Anthony C. Cavalcante UL:23101600 Katia Suely Sales Da Costa UL:23106842 Keila Regina Dos Santos Sales UL:23112514 Karla M. Da C. Santana UL:23113061 Laiane Cardoso Cunha UL:23112515 Leticia Silva Pereira UL:23108886 Rayssa Keller Dos S. Oliveira UL:23102000 Rubnil Primo Da Silva UL:23102939 Suellem Christine D.S. Araújo UL:23111320 Suellen De C.L Nepomuceno UL:23115252 Orientador(a): Prof. Esp. Thaise Nascimento BRAGANÇA-PARÁ 2024 SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO 3 2- o que e ser professor 4 2.1 ENTREVISTA A CAMPO 6 2.2 REGISTROS FOTOGRAFICOS 8 3- considerações finais 9 4- REFERÊNCIA 10 1. INTRODUÇÃO O Presente trabalho visa contemplar as atividades realizadas na Prática Componente Curricular (PCC III), Ser Professor, do Centro Universitário Planalto do Distrito Federal- UNIPLAN. As atividades foram realizadas através de uma entrevista a campo no dia 18 de março na Escola Municipal de Ensino Infantil Fundamental Claudia Bethânia Ferreira Cavaleiro de Macedo, que está localizada na Travessa Martins Pinheiro com D. Pedro II s/n, no bairro do Alegre, no município de Bragança-Pará. Fundada no dia 20 de maio de 1988, seu público alvo está voltado para educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental. A unidade escolar apresenta-se em bom estado de conservação, as salas de aulas estão bem adequadas para os alunos. Estão matriculados atualmente na instituição 220 alunos nos turnos manhã e tarde, na escola há 32 colaboradores entre, professores, cuidadores, porteiro, agentes de apoio e administrativo, exerce a função de diretora da instituição a senhora Luciana do Socorro Silva Santos. Foram entrevistadas duas docentes da educação infantil, a primeira docente entrevistada chama-se Teresinha de Jesus Mateus da Silva, do sexo feminino, com idade de 53 anos formada inicialmente no magistério e licenciada em pedagogia. Atua na área da educação infantil há 26 anos, não exerce na escola outra função além de professora. A segunda professora entrevistada foi a docente Ana Paula de Sousa Silva, do sexo feminino, com idade de 43 anos, com formação na área de licenciatura em pedagogia. Atua como professora na educação há 17 anos, e na instituição onde foi realizada a pesquisa atua em duas modalidades Educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental. Na instituição além de professora ela também exerce o papel de tesoureira, a docente informou que sempre faz alguns cursos de curta duração, e tem especialização na área de educação especial. 2. O QUE É SER PROFESSOR? O trabalho docente é uma atividade extremamente complexa e muito exigente. No entanto, há quem pense diferente, isso pode ser observado quando analisamos algumas concepções acerca da docência que ainda hoje persistem como, por exemplo: há os que consideram a docência uma espécie de sacerdócio, outros acreditam que ela pode ser compreendida como uma espécie de arte e há os que ainda pensam que o trabalho docente é algo trivial, uma atividade corriqueira, banal, que qualquer um pode exercer sem formação prévia, de modo intuito e improvisado a partir de experiencias passadas. Segundo Paulo Freire “ninguém começa ser professor numa certa terça-feira, as 4 horas da tarde, ninguém nasce professor ou é marcado para ser professor, a gente se forma como educador, permanentemente na prática e na reflexão sobre a prática”, sob esse argumento do teórico percebe-se que “ser professor é mais que um dom”. Para Freire o educador democrático não pode negar-se o dever de, na sua prática docente reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade e sua insubmissão. E é exatamente nesse sentido que ensinar não se esgota no “tratamento” do objeto ou do conteúdo, superficialmente feito, mas na produção em que aprender criticamente é possível. Em relação a esse contexto de Paulo Freire, o professor deve ser um profissional crítico e reflexivo, fazendo assim que seu educando se torne um ser crítico, um ser pensante e não um mero receptor passivo de informação, porém trabalhar a criticidade é a possibilidade de ação e de participação que só se efetiva na transformação consciente do meio, o qual só pode ser transformado com recursos que implicam a participação de todos para a conquista da educação libertadora, cabe portanto ao educador, a explicitação do seu projeto político. A explicitação da sua proposta educacional, compreendendo a educação como uma ferramenta metodológica que traça a luta política ao sistema educativo. Sabendo que sozinha não irá revolucionar, mas sim, se todos estiverem conscientes do compromisso pela transformação, aproximando posturas a fim de melhorar a sociedade, num consenso orientado pela autoridade, em que todo homem traz consigo uma forma de ver e pensar o mundo, a partir de suas experiências com o universo circundante, pelas ideias que orientam sua presença no mundo. Desse pressuposto é que se pode pensar a relação oprimido e opressor, como afirma Paulo Freire “não sou se você não é, não sou, sobretudo, se proíbo você de ser”. (2006, p. 100). A sociedade é contraditória e, portanto, apresenta nela própria, situações de opressão, reflexão de atos de injustiças marcada pelas desigualdades sociais, próprias da sociedade capitalista, já que existe aquele que oprime e aquele que é oprimido gerando um contexto de violência, que também está presente dentro do contexto escolar. Portanto é necessário que o professor saiba lidar com todas as classes de alunos dentro de uma sala de aula, e saiba fazer com que esse aluno reflita sobre a sociedade em que vive o mundo a sua volta, para assim tentar mudar a realidade desse aluno através da reflexão despertando assim o pensamento crítico do sujeito que está sendo formado. Sendo assim, o grande desafio do educador é pela formação permanente, buscar subsídios teórico-práticos para o exercício da docência e para a compreensão de que o conteúdo a ser trabalhado é uma síntese da humanidade, e que ao ser considerado relevante, conduz o aluno a transitar por ele, provocando inquietações que o fazem avançar ainda mais. Atribuir sentido ao programa curricular, organizando, criticando, relacionando o objeto de conhecimento e a realidade. Exigir dos integrantes do processo a relação dialógica, a busca comum por uma sociedade diferente, a qual passa pelo respeito ao outro, pelo exercício contínuo do diálogo. Para Paulo Freire, professor e aluno devem vivenciar a liberdade com relação à autoridade do professor, sendo ela absolutamente necessária para o desenvolvimento da liberdade dos alunos, porém, afirma que “sem os limites do professor e da professora, os alunos e alunas não podem saber, isso é, o professor tem que impor os limites.” Diante dos desafios enfrentados pelo professor dentro de uma sala de aula são a indisciplina e desmotivação dos alunos dentro ou durante o processo de aprendizagem. Devido à falta de tempo os pais, estão delegando a formação constitucional e ética dos filhos, a terceiros não levando em conta as virtudes de uma base familiar na formação dos educandos, sendo essas atribuições destinadas aos avós, tios, creches, escolas, e por vários outros motivos a família deixa de exercer o seu papel que é primordial na vida do aluno. Ao passar a responsabilidade de formação de caráter para o professor o mesmo torna-se o vilão do fracasso educacional dos alunos, no entanto sabemos que os alunos são reflexos do convívio no lar em que o estimula, a educação e a motivação são de extrema responsabilidade da família e cabe a ela instruir as crianças antes de adentrar na escola. De acordocom Piaget (1977, p.7) “toda moral é um sistema de regras e a essência de toda moralidade consiste no respeito que o indivíduo sente por tais regras.” Na visão de Lev Vygotsky “a criança não necessita de idade para desenvolver intelectualmente e sim de estímulos.” Nesse sentido faz necessário que o professor elabore aulas edificantes que contribua para sua aprendizagem mostrando as diversidades de informações que contribuirão dentro e fora do ambiente escolar. 2.1 ENTREVISTA A CAMPO Ao questionarmos as duas professoras sobre o que as motivaram a escolherem pela docência, identificamos duas posturas diferentes. A primeira professora Teresinha de Jesus Mateus da silva, afirma que desde a sua infância o fato dela gostar muito de estudar e admirar a profissão motivou a tornar-se professora, ela relata também que gosta muito de trabalhar com crianças, um fator que fez com que ajudasse nos seus primeiros anos de docência. A entrevistada afirma que no início de sua carreira como professora, ela não tinha experiência e foi difícil pois, só tinha os conhecimentos teóricos que aprendeu no decorrer da sua formação, porém, ela afirma que com a pratica foi melhorando e diante as dificuldades enfrentas no começo da sua profissão. O amor e o carinho pelas crianças a motivou a não desistir da profissão e a buscar novos conhecimentos, para pôr em pratica dentro da sala de aula. Desse modo a professora Teresinha de Jesus já está atuando na educação há 26 anos, fez alguns cursos de especialização, um deles foi o de alfabetizar. Já a segunda professora entrevistada Ana Paula de Sousa Silva, informa que foi impulsionada por necessidades pois, não tinha muitas opções no período em que começou sua vida acadêmica. Relata que no início não queria ser professora, pois não gostava da profissão, acreditava ser uma profissão muito cansativa e cheia de conflitos. Segundo ela, esta profissão e bem difícil, pois nos dias atuais não há mais respeito do aluno para com o professor. Ela relembra que em outras épocas era uma profissão cobiçada pois se tinha o respeito para com o professor. Quando questionadas sobre como ambas resolvem os conflitos em sala de aula, a professora Ana Paula informou que tenta resolver no diálogo, buscando minimizar os conflitos com as partes evolvidas, fazendo com que o problema seja solucionado. Ela diz que durante a sua atuação como professora nunca foi desrespeitada, porém, se isso ocorresse entraria em dialogo para saber onde errou e assim buscar uma solução para o problema, pois acredita que com o diálogo os conflitos são resolvidos. Já a professora Teresinha de Jesus foi mais rígida em casos de conflitos em sala de aula, relatou que entraria em reunião com o auxílio da direção e os pais para conversarem e assim resolver o conflito. Ambas informaram que interagem com os familiares de seus alunos por meio das reuniões entre professores e pais, tendo assim um bom relacionamento entre a escola e seus alunos. Por fim, quando questionado o que é ser professor, a docente Ana Paula diz que para ela é muito gratificante poder mudar a caminhada de uma criança através da educação. Já a professora Teresinha de Jesus diz que “ser professor” é enfrentar muitos desafios ao longo da sua trajetória, mas que no final há um bom resultado. Pois o amor e o carinhos das crianças e admiração dos pais, a faz acreditar que só a educação é capaz de mudar a realidade de muitas famílias. As docentes afirmam que a ética, a generosidade, a criatividade, o saber lidar com as diversidades e o trabalho coletivo são essenciais para a pratica da docência, influenciando de forma decisiva na qualidade do ensino e nas relações interpessoais que se estabelecem a partir desses conceitos. 2.2 REGISTROS FOTOGRÁFICOS Segue abaixo os registros fotográficos, feitos na instituição visitada, as fotografias abaixo são todas de autoria própria dos alunos, que realizaram a atividade a campo no dia da visita a instituição, autorizadas pelas docentes e pela gestora. Figura 2-Docente Ana Paula Figura 1-docente Teresinha Fonte-autoria própria (2024) Fonte-autoria própria (2024) 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao adentramos no ambiente escolar foi possível conhecer e vivenciar acontecimentos e conhecimentos que enriquece na nossa formação profissional, que conduz a reflexão e a interação com a teoria estudada e a pratica, percebemos que ambas estão entrelaçadas. Assim, foi possível relacionar o conhecimento prévio adquirido na formação acadêmica em parceria com a pratica real em sala de aula, e perceber as possíveis limitações além das dificuldades a serem enfrentadas na profissão. Diante da vivencia no âmbito escolar pode-se notar alguns desafios que o professor enfrenta ao exercer sua profissão, como o espaço desproporcional, a falta de ações voltadas ao pedagógico, a indisciplina das crianças, além de pais descompromissados com a educação de seus filhos passando muitas vezes a responsabilidade para escola. Dessa forma muitos são os desafios que o professor enfrenta, pois se encontra como profissional mais cobrado, por ser responsável pela fase que envolve toda a sustentação dos demais níveis escolares dos alunos, durante a sua vida escolar. O papel do professor é muito importante para o desenvolvimento do aluno, mas não se pode ter um aprendizado eficaz com um professor desmotivado, desvalorizado e muitas vezes desrespeitado em sua profissão. A sociedade em si passa por um desiquilíbrio educacional onde todos querem resultados, mas poucos se faz para chegar a uma solução. Portanto, essa experiencia foi primordial para nosso conhecimento sobre o que é ser professor e como esse profissional atua dentro da sala de aula, quais seus principais desafios enfrentados dentro do contexto escolar. E ter uma noção de como é a rotina da profissão tão almejada por muitos. Por fim, deixo-vos uma frase de Paulo Freire que diz: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua produção ou sua construção. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.” (Freire. 1996 pag. 47). 4. REFERENÇIAS FREIRE. Paulo, Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996 _, Paulo. A educação na cidade. São Paulo. Cortez, 1991. PIAGET, J. O Julgamento moral na criança. São Paulo: Mestre Jou, 1932/1977. VYGOTSKY, Lev Semeniovichy. Linguagem Desenvolvimento e Aprendizagem. Coleção Educadores MEC / Fundação Joaquim Nabuco. Recife / Pernambuco. Editora Massangana. 2010 image3.jpg image1.jpg image2.jpeg