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Semiologia
Cardiovascular
Juliana Marques Marra
Profª Drª Érika
Prof Dr Marcus Vinícios
Etapas
Inspeção Palpação Ausculta
Referenciais anatômicos
Figura 16.2 Linhas torácicas
face anterior (A), face
posterior (B), face lateral (C)
Figura 16.3 Regiões torácicas. A. Face
anterior: (1) região supraclavicular; (2)
região clavicular; (3) região
infraclavicular; (4) região mamária; (5)
região inframamária; (6) região
supraesternal; (7) região esternal superior;
(8) região esternal inferior. B. Face
posterior: (1) região supraescapular; (2)
região supraespinhosa; (3) região
infraespinhosa; (4) região
interescapulovertebral; (5) região
infraescapular. C. Face lateral: (1) região
axilar; (2) região infra axilar.
Inspeção & Palpação
realizadas simultaneamente, pois os achados são melhor interpretados em conjunto
paciente em decúbito dorsal
examinador do lado direito
analisar:
pele e forma do tórax
presença de edema e cianose
abaulamentos e retrações
biotipo e ictus cordis
movimentos visíveis e/ou palpáveis
palpação de bulhas
pesquisa de frêmitos
pulsos periféricos
Inspeção & Palpação
sinais periféricos de
insuficiência cardíaca
Pele
Forma do tórax
cicatrizes (cirurgias prévias)
lesões elementares
Inspeção & Palpação
normal
e m tonel
infundibiliforme (pectus excavatum)
cariniforme (pectus carinatum)
escoliótico
cifótico Figura 36.3 Configuração do tórax. A. Normal. B. Em tonel
(enfisema). C. Tórax infundibuliforme (pectus excavatum).
D. Tórax cariniforme (pectus carinatum). E. Escoliose. F.
Cifose. G. Gibosidade.
Edema
Cianose
sinal de Insuficiência Cardíaca Direita
mecanismo = aumento da pressão hidrostática retrogradamente (cong estão)
sinal de Cacifo: pressão digital sobre a pele, por pelo menos 5 segundos, contra uma
superfície óssea; positivo = depressão formada não se desfizer imediatamente após a
descompressão; graduação em cruzes (1+ a 4+)
características: localização e distribuição; elástico/inelástico (tempo pós compressão),
presença de sinais flogísticos (dor, calor, rubor), consistência (mole/duro)
Inspeção & Palpação
sinal de Insuficiência Cardíaca Direita
mecanismo = baixa saturação de O2 (hipóxia)
pesquisar em extremidades (dedos das mãos e dos
pés, lábios)
presença de impulsões/pulsações do precórdio ≠ alterações osteomusculares
aneurisma da aorta
cardiomegalia (dilatação do VD)
principalmente em crianças com parede torácica flexível
estase jugular
Abaulamentos
Retrações
Inspeção & Palpação
Obs.: pa ra facilitar a visualização, é necessário observar o precórdio tanto de forma tangencial (examinador de pé
do lado direito do paciente), quanto frontal (examinador ficando junto aos pés do paciente em decúbito dorsal)
estase jugular
(também é sinal de ICD)
alterações osteomusculares da parede t orácica
Biotipos
Inspeção & Palpação
ângulo de Charpy
Ictus Cordis
Inspeção & Palpação
choque do ápice do coração (VE) contra a parede torácica a cada sístole
nem sempre é visível/palpável, mesmo em situações fisiológicas
localização:
varia com o biotipo (ângulo de Charpy)
5º espaço intercostal esquerdo + linha hemiclavicular (na maioria
dos homens corresponde a logo abaixo do mamilo)
deslocamento = dilatação e/ou hipertrofia do ventrículo esquerdo
(também pode ser causado por escoliose, tórax infundibuliforme,
derrame pleural, ascite, obesidade)
direita esquerda
Ictus Cordis
Inspeção & Palpação
extensão:
medida em polpas digitais e estimativa em centímetros
normalmente uma ou duas polpas digitais (2 a 3 cm)
na hipertrofia ventricular = 3+ polpas digitais
intensidade:
avaliação pela palpação
↑intensidade = situações que provocam aumento da atividade cardíaca (hipercinéticas), hipertrofia
ventricular esquerda ("propulsivo")
Ictus Cordis
Inspeção & Palpação
mobilidade:
marcar o local do choque com o paciente em decúbito dorsal e depois em decúbito lateral esquerdo
desloca mento normal = 1 a 2 cm
o decúbito lateral esquerdo facilita
a palpação do ictus, pois aproxima
o coração da parede do tórax
Movimentos visíveis e/ou palpáveis
Inspeção & Palpação
na hipertrofia de VD:
impulsão sistólica apical com m ovimento em báscula
levantamento em massa do precórdio
pulsações epigástricas (ou podem ser apenas a transmissão de pulsações da aorta)
Palpação de bulhas
choque valvar palpável
ocorre em situações em que as bulhas torna m-se hiperfonéticas
definição: sensação tátil das vibrações causadas pelo
turbilhonamento de sangue no coração e nos vasos (enquanto a forma
audível dessas vibrações são os sopros)
localização: a partir dos focos de ausculta
situação no ciclo cardíaco: tomando como referência o pulso
carotídeo (que equivale a B1) => classificá-lo como sistólico ou
diastólico
intensidade: em cruzes (1+ a 4+ ou 2+ a 6+)
Frêmitos
Inspeção & Palpação
fluxo laminar ≠ fluxo turbilhonado
Pulsos
Inspeção & Palpação
estado da parede arterial: deve ser lisa, sem tortuosidades e se deprimir facilmente
frequência: reflete a frequência cardíaca se não houver déficit de pulso (fibrilação atrial e extrassistolia
ventricular)
ritmo: regular x irregular (arritmia)
amplitude: amplo, mediano, pequeno (relacionado com o grau de enchimento da artéria durante a sístole e seu
esvaziamento durante a diástole)
simetria: avaliar os pulsos homólogos (direito e esquerdo) buscando disparidades
tipos de onda:
martelo d'agua/amplo e curto (insuficiência aórtica)
parvus e tardus (estenose aórtica)
filiforme (choque)
alternante (insuficiência ventricular esquerda)
Inspeção & Palpação
Figura 13.2 Tipos de onda de pulso: onda de pulso normal (A),
pulso célere ou em martelo d’água (B), pulso pequeno ou parvus
(C), pulso alternante (D), pulso dicrótico (E), pulso bisferiens (F)
carotídeo: afastar a borda do m. esternocleidomastoideo
radial: entre o processo estiloide do rádio e tendão dos flexores do carpo
braquial: face medial, anterior ao m. tríceps
cubital/ulnar: entre m. flexor superficial dos dedos e m. flexor ulnar do carpo
femoral: abaixo do ligamento inguinal
poplíteo: fossa poplítea (posterior do joelho)
tibial posterior: atrás do maléolo interno
pedioso: dorso do pé, na lateral do tendão extensor do hálux
Pulsos
Inspeção & Palpação
treinar a prática
Obs.: Aferição de Pressão
Inspeção & Palpação
Ausculta
ambiente silencioso
posição do paciente (manobras) e do examinador (direita sempre que possível)
instrução adequada do paciente (orientações/comandos claros e inteligíveis)
escolha correta do receptor (diafragma para ↑ frequências x campânula para ↓ frequências)
aplicação correta do receptor: levemente apoiado sobre a pele com perfeita coaptação das bordas, nunca sobre
a roupa
atentar-se à relação dos batimentos cardíacos com a respiração (será importante na análise dos sopros e do
desdobramento de bulhas)
Observações importantes
Ausculta
foco aórtico (FAo): 2º espaço intercostal direito junto ao
esterno (linha justaesternal)
foco pulmonar (FP): 2º espaço intercostal esquerdo
justaesternal
foco aórtico acessório: 3º espaço in tercostal esquerdo
justaesternal
foco tricúspide: 5º espaço intercostal, à esquerda da base do
apêndice xifoide
foco mitral (FM): 4º ou 5º espaço intercostal esquerdo da
linha hemiclavicular (ictus cordis)
Focos de ausculta
Ausculta
direita esquerda
Ciclo Cardíaco
Ausculta
Portinho
Capítulo 16 - Exame do Tórax
Página 703 - "Ciclo Cardíaco"
sístole:
contração isovolumétrica (seu início = B1)
ejeção ventricular rápida
ejeção ventricular lenta
diástole:
relaxamento isovolumétrico (seu início = B2)
enchimento ventricular rápido
enchimento ventricular reduzido
Ciclo Cardíaco
Ausculta
observações importantes para a prática:
o ventrículo esquerdo termina a sístole antes do direito = B2 tem 2 componentes audíveis: primeiro o
aórtico e depois o pulmonar
a inspiração aumenta a pressão negativa torácica, "puxando" o sangue para cima = aumento do retorno
venoso do lado direito, prolongando a sístole de VD e retardando o componente pulmonar deB2 =>
isso corresponde ao desdobramento fisiológico
a inspiração aumenta a pressão negativa torácica, "segurando" o sangue nos pulmões = diminuição do
retorno venoso do lado esquerdo => isso será importante para manobras que diferenciam os sopros entre si
CIclo Cardíaco
Ausculta
Estalidos e Cliques
Ausculta
primeira bulha (B1):
originada pelo fechamento das válvulas mitral e tricúspide (atrioventriculares)
coincide com o ictus cordis e com o pulso carotídeo
timbre grave e duração um pouco maior => "TUM"
segunda bulha (B2):
originada pelo fechamento das válvulas aórtica e pulmonar (semilunares)
ouvida após pequeno silêncio que sucede B1
timbre mais agudo e seco, duração menor => "TÁ"
desdobramento fisiológico de B2: na inspiração o componente pulmonar (D) é retardado devido ao
aumento do retorno venoso => "TLÁ"
Bulhas
Ausculta
desdobramentos: fisiológico x patológico
Bulhas
Ausculta
terceira bulha (B3):
vibrações da parede ventricular distendida durante o enchimento rápido (ou seja, ocorre no início da
diástole/protodiastólico)
ruído de baixa frequência => "TU"
normal em crianças e adolescentes, raramente em adultos
ritmo de galope: presença de B3 patológica em taquicardia, melhor audível na área tricúspide com o
paciente em decúbito lateral esquerdo; significa insuficiência miocárdica
quarta bulha (B4):
sangue empurrado pela contração atrial ao encontro do sangue que já se acumula no ventrículo ao final da
diástole, sofrendo desaceleração brusca (telediastólico)
normal em crianças e adolescentes, raramente em adultos
Bulhas
Ausculta
hiperfonese:
quanto mais baixos (longe) os folhetos estiverem = ↑trajeto a percorrer = ↑ruído por eles originado => ex.:
condições que diminuem o enchimento ventricular (contração ventricular se inicia no momento em que
as valvas estão baixas)
diretamente proporcional à força de contração do miocárdio
condições anatômicas das valvas
níveis tensionais na circulação (pressão)
fatores que interferem na transmissão do ruído
Alterações das bulhas
Ausculta
hipofonese:
condições anatômicas valvares (valvas fibrosadas ou calcificadas)
condições relacionadas com a transmissão do ruído
Alterações das bulhas
Ausculta
Os sopros são produzidos por vibrações decorrentes de alterações do
fluxo sanguíneo
normalmente o sangue flui em fluxo laminar (velocidade no
centro > velocidade na periferia, por causa do atrito) e sem formar
turbilhões
caso haja o turbilhonamento do sangue o fluxo deixa de ser
laminar e surgem vibrações que originam os ruídos denominados
sopros.
Sopros
Ausculta
causas dos sopros:
aumento da corrente sanguínea: fluxos hiperdinâmicos / estados hipercinéticos (ex.: anemia, exercício
físico, hipertireoidismo e síndrome febril)
diminuição da viscosidade sanguínea: a viscosidade sanguínea exerce efeito "amortecedor" sobre a
turbulência do sangue; quanto maior a viscosidade sanguínea, mais lento é o fluxo
passagem do sangue através de uma zona estreitada ou dilatada: o fluxo sanguíneo sofre radicais
modificações, deixando de ser laminar (ex.: defeitos valvares, anormalidades congênitas, aneurismas)
Sopros
Ausculta
Referências
LÓPEZ, Mario; LAURENTYS-MEDEIROS, José de. Semiologia médica: as bases do diagnóstico clínico.
5.ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2004.
PORTO, C. C., Exame clínico 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan 2011. (capítulo 16)
PORTO, C.C. Semiologia Médica. 8ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan 2022.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
(capítulo 9)