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Copyright© 2016 by Conquista Editora e Coaching Ltda. 
Todos os direitos desta edição são reservados a Conquista Editora.
DIRETORES CONQUISTA EDITORA
Barbara Chagas Rodrigues e Farney Coutinho Moreira
SUPERVISÃO E PROJETO DE EDIÇÃO
Barbara Chagas
DESGIN CAPA
Publit Soluções Editoriais
REVISÃO
Victor Hugo Bin
DIAGRAMAÇÃO
Luciana Figueiredo
IMPRESSÃO
Walprint Gráfica
Nem a editora nem o autor assumem qualquer responsabilidade por eventuais 
danos ou perdas a pessoas ou bens, originados do uso desta publicação.
w w w .c o n q u is t a e d it o r a .c o m .b r
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
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http://www.conquistaeditora.com.br
AGRADECIMENTOS 
BRUNA ALMEIDA
A Deus, por me guiar na recuperação e ter colocado pessoas 
tão especiais em meu caminho, que puderam me ajudar;
A Maira Baptistussi, minha psicóloga, a quem chamo de 
megablaster. Além de excelente profissional, esteve ao meu lado 
mesmo fora do consultório, acudindo-me, orientando-me, 
ajudando-me. Agradeço também por ter acreditado em mim. 
Assim, fizemos do nosso grande sonho uma pequena e especial 
obra literária que almeja ajudar pessoas que vivem situações 
semelhantes;
A minha amiga/irmã (de coração) Amanda, que esteve 
comigo em todos os momentos, socorrendo-me em qualquer 
horário. Como ela teve paciência comigo!;
À minha amiga/mãe (de coração) Telma, a pessoa mais pre­
sente em minha vida enquanto morei em Brasília;
À minha amiga Cristina que, mesmo longe, mandava 
energias positivas e me orientava com sábias palavras;
 minha chefia (setor da empresa que cito no livro), que 
acreditou em meu potencial e me convidou para trabalhar 
no administrativo da empresa no momento mais delicado do 
meu processo;
À minha família (pais e irmãos), que me apoiaram nas 
minhas decisões.
Deus colocou anjos em minha vida e eu soube enxergá-los 
na hora certa!
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
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AGRADECIMENTOS 
MAIRA BAPTISTUSSI
A Deus e a toda energia cósmica e divina, pelos encontros 
da vida e a sabedoria em conduzi-los da melhor forma;
A minha parceira Bruna Almeida, eterna cliente diamond, 
como falamos, pois confiou a vida, a intimidade e os sonhos 
mais preciosos a mim, o que c de grande valia;
Ao meu amado companheiro Diego que, além de ser meu 
porto seguro e aconchego diário, incentiva-me a buscar novos 
desafios e a criar diferentes projetos dentro da minha profissão. 
Parceiro de ouro! Entende as minhas ausências, apoia a minha 
entrega profissional e, acima de tudo, ama com toda intensidade;
A minha família, que tanto participou da minha forma­
ção pessoal e profissional, de modo que, construí-me como uma 
pessoa sensível, que me entrego às relações afetivas de forma 
verdadeira, especialmente a partir dos modelos que tive;
A todos os professores que participaram da minha for­
mação, desde a professora do primário até a orientadora do 
doutorado, afinal, todos fizeram parte da profissional que fui 
me tornando;
À vida e às experiências que ela me conferiu, as quais 
arrisquei-me a experimentar; pois acredito que é agindo que 
construímos nossa história e saboreamos novos sentimentos!
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
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Sumário
PREFÁCIO...........................................................................................7
INTRODUÇÃO................................................................................ 9
CAPÍTULO 1 - O INÍCIO DE UMA HISTÓRIA DE 
AMOR................................................................................................. 15
CAPÍTULO 2 - QUEM ERA CARLOS?................................. 25
EXERCÍCIO - O EU E O OUTRO..........................................48
CAPÍTULO 3 - SENTIMENTOS E 
COMPORTAMENTOS GERADOS DURANTE O 
RELACIONAMENTO.................................................................. 55
CAPÍTULO 4 - COMO A ALIANÇA FOI SENDO 
CONSTRUÍDA?..............................................................................65
CAPÍTULO 5 - QUANDO E COMO ME VI 
EMOCIONALMENTE ADOECIDA...................................... 81
EXERCÍCIO - REGISTRO DE SENTIMENTOS............. 83
EXERCÍCIO - REGISTRO DE COMPORTAMENTOS 85
CAPÍTULO 6 - 0 PAPEL DA CONSCIÊNCIA NA 
MUDANÇA DE COMPORTAMENTO................................ 91
CAPÍTULO 7 - COMO SAÍ DA DEPRESSÃO E VIREI O 
JOGO................................................................................................ 103
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ANEXO 1 - DICAS DE AUTO-OBSERVAÇÁO: 
PENSAMENTOS E COMPORTAMENTOS QUE PODEM 
AJUDAR NA MELHORA .........................................................125
ANEXO 2 - DICAS DE AUTO-OBSERVAÇAO 
PAPA MELHORAR A QUALIDADE DO SEU 
RELACIONAMENTO ...............................................................133
DESFECHO...................................................................................137
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................139
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
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PREFÁCIO
Este livro nasceu da vontade de ajudar as pessoas que vivem 
ou viveram um relacionamento amoroso difícil. Não tem a pre­
tensão de defender algum tipo de feminismo, religião, ou tecer 
críticas infundadas ao comportamento masculino. Pretende-se 
abordar questões emocionais ligadas aos sentimentos e compor­
tamentos de homens c mulheres diante de frustrações amorosas, 
que resultaram na perda da vontade de: cuidar-se, amar-se e, 
consequentemente, viver. Além de refletir sobre possíveis ferra­
mentas comportamentais que podem ajudar a lidar com as dores 
produzidas nessas relações, de modo que favoreça o enfrenta- 
mento dos medos e das inseguranças.
Decidi escrever este livro em parceria com Maira Baptis- 
tussi, minha psicóloga, em função da sinergia que tínhamos nas 
sessões terapêuticas (durante um ano e meio dediquei-me inten- 
samente ao tratamento psicológico). Sempre fui uma pensadora. 
Questionadora e com gosto pela produção, mas não havia perce­
bido. Eu escrevia muito (para mim mesma) sobre a relação com 
o meu ex-namorado e, muitas vezes, busquei fontes literárias 
sobre o assunto. Não obtive êxito na busca. Assim, pensei: por 
que não escrever um livro relatando o meu caso clínico - sob a
Alianças Imperfeitas | 7
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
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supervisão da minha terapeuta —, explicando e descrevendo o 
que eu sentia; o que me gerava sofrimento e como consegui su­
perar tudo isso? Minha psicóloga também tinha essa vontade. O 
desejo de ajudar pessoas a partir das nossas experiências, de re­
gistrar instrumentos práticos de enfrentamento de adversidades... 
Sempre sonhou que alguma cliente dela escrevesse um livro re­
latando os comportamentos de mudança diante das dores e das 
perdas. E foi assim. Unimos o útil ao agradável; o trabalho ao 
prazer, c o sonho se tornou realidade. Neste caso, diferente de 
um conto de fadas, um conto em que as pessoas possam se iden­
tificar e pensar em saídas para as dificuldades que muitas vezes 
atravancam a vida por anos e anos.
“É IMPOSSÍVEL VIVER SEM TER FALHADO 
EM ALGUMA COISA. A MENOS QUE VOCÊ VIVA 
TÃO CUIDADOSAMENTE QUE NÃO TENHA 
VIVIDO NADA.” J .K ROWLING, AUTORA DE
H a r r y P o r t e r
O relacionamento amoroso que descreverei me fez apren­
der muito. Por isso, tive vontade de compartilhá-lo. Lembrando 
que cada caso é um caso e cada história tem suas peculiaridades. 
O relato desta experiência pode despertar em você o desejo de 
mudança: agir, de fato, sobre o que lhe traz sofrimento, com­
preendendo quais aspectos da sua história de vida e das suas 
características pessoais dificultam na hora em que precisa tomar 
decisões. Eu e minha terapeuta sempre falamos sobre este aspec­
to: fazer da experiência dolorosa uma grande aprendizagempara 
novas situações e não uma fonte de lamentos c paralisia.
As cidades em que os fatos ocorreram e os nomes das 
personagens foram mudados para proteger suas identidades e 
mantê-las em sigilo.
8 | Bruna Almeida e Maim Baptistussi
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
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INTRODUÇÃO
O que está escrito neste livro, de repente, fará você se per­
guntar: como ela permitiu isso? Talvez, se eu estivesse lendo a 
história dc alguém, sem viver o que essa pessoa viveu, também 
faria a mesma pergunta.
Geralmente temos o hábito de julgar sem vivenciar as 
histórias alheias. Isso pode ocasionar análises precipitadas e con­
sequências desastrosas. Não temos o direito de julgar, nem de 
criticar alguém que esteja passando por um processo dolorido. 
Como diz minha terapeuta: “coração é terra aonde ninguém 
vai”. Cada um é cada um, por isso, não é indicado criticar as pes­
soas por situações que as levaram a agir dc algumas maneiras. Só 
quem está na pele é que provou determinadas sensações. Quem 
teve uma experiência negativa, provavelmente sabe mensurar a 
dor e a tristeza que cultivou no coração. Os espectadores jamais 
saberão, com precisão, o que se passa entre as quatro paredes de 
um casal.
Quantos homens e mulheres existem no mundo com medo 
de se relacionar de verdade? Quantos estão despreparados para 
amar? O que as pessoas entendem sobre o conceito de amor?
Alianças Imperfeitas | 9
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
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Meu relacionamento com Carlos durou quase dois anos. 
Sim, quase dois anos! Mas, não foram anos pacíficos, não foram 
anos felizes. Na vida, nunca experimentei um sentimento que 
me machucasse tanto. Muitas vezes ficamos cegos diante de de­
terminados sentimentos.
“Não se m e d e o v a l o r d e u m h o m e m
RELAS SUAS ROUPAS OU PELOS BENS QUE 
POSSUI. O VERDADEIRO VALOR DO HOMEM 
ESTÁ EM SEU CARÁTER, EM SUAS IDEIAS E 
NA NOBREZA DOS SEUS IDEAIS.” C h ARLIE
C haplin
Fiz muitas coisas que sempre critiquei em um relaciona­
mento. E, por que fiz isso? Porque eu estava apaixonada! Pelo 
menos achava que estava. Será que eu só queria ter alguém 
comigo? É uma questão importante que vamos abordar no 
livro. A diferença entre os sentimentos é fundamental para 
nossas escolhas e decisões. As vezes, parece amor, mas não 
é. Parece paixão, mas não é. Essas confusões geram riscos e 
armadilhas psicológicas que podem nos aprisionar e tirar o 
melhor de nós.
Nunca senti um misto de emoções tão intenso. Estar com 
ele era uma realização plena. Longe dele, sentia uma ansieda­
de gigantesca, misturada ao desamparo. Quando Carlos voltava 
para a cidade dele, era um sentimento desesperador de troca, 
rejeição, frustração. Explicarei melhor adiante.
“A MORTE NÃO É A MAIOR PERDA DA VIDA.
A MAIOR PERDA DA VIDA É O QUE MORRE
DENTRO DE NÓS ENQUANTO VIVEMOS...”
ĴPablo PiCASSO______________________^
10 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
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Tive crises horríveis de ansiedade, as quais provocavam a 
sensação de morte. Eu desejava morrer, pois não queria sentir 
mais aquilo. Imagino quantas pessoas sintam algo parecido. 
O anseio pela morte, somente para aliviar a dor e não para, de 
fato, morrer.
Foram muitas separações, na tentativa de me livrar daquele 
relacionamento, mas não conseguia me desgarrar. Toda vez que 
eu terminava, nós acabávamos voltando.
O que senti não desejo a ninguém. Foi horrível! Sensibilizei 
toda a família e os principais amigos por causa das minhas cri­
ses. Tive que procurar ajuda profissional. Afastei-me do trabalho 
para saber o que estava acontecendo comigo e o que seria mais 
saudável para retomar as rédeas da minha vida. Nada do que 
eu fazia produzia resultados... Carlos estava sempre ausente nos 
momentos importantes, mas dizia que me amava e eu não sabia 
o que fazer. Estava diante de um dilema: abrir mão de um grande 
amor ou me dar à chance de ser feliz ao lado dele?
A l g u m d ia d i r e i : “ N á o f o i Fá c i l ,
MAS CONSEGUI.” RENATO RUSSO
Adivinha pelo que optei? É uma pena, mas eu não pensava 
que um grande amor pode ser, às vezes, um suposto amor.
“A FELICIDADE É UM PROBLEMA INDIVI­
DUAL. A q u i n e n h u m c o n se l h o é v a l id o . 
C a d a u m d ev e p r o c u r a r , p o r s i , t o r ­
n a r - se f e l iz .” F r e u d
Alianças Imperfeitas | 11
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CAPÍTULO 1
O INÍCIO DE UMA HISTÓRIA DE AMOR
A vida está repleta de pessoas com dificuldade de se rela­
cionar. Pessoas que sabem pouco sobre o amor. Resistentes ao 
vínculo e à entrega. Como o ser humano é complexo! Existem 
também homens e mulheres que estão sempre em busca de um 
relacionamento, da felicidade conjugal, de um parceiro ideal ou 
pelo menos real.
E sp e r o q u e a n t e s d e e n c o n t r a r a p e s ­
so a CERTA, VOCÊ SE ENCONTRE. PARA QUE 
NÃO A SOBRECARREGUE COM A INGRATA 
RESPONSABILIDADE DE TE FAZER FELIZ.”
F la v io S iq u e ir a
Muitas vezes, vivemos o equívoco de procurar a nossa fe­
licidade no outro. Achar que o outro pode fazer isso por nós, 
quando na verdade, a felicidade tem que estar primeiro dentro 
de nós. Construída e descoberta por nós mesmos. O relaciona­
mento tem que ser um “p lu s” em nossa vida, não a base dela. 
Temos que focar em metas e objetivos. Em um relacionamento, 
aprender a ser independente emocionalmente. A nossa vida não 
pode estar nas mãos de outra pessoa. Tem que estar em nossas 
mãos! Uma grande amiga me ensinou que “uma relação será 
melhor quanto menos precisarmos dela”. Este aprendizado vale 
ouro, pois amor é diferente de dependência.
Alianças Imperfeitas | 15
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
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/C ; : \
TUDO E UMA QUESTÃO DE HUMOR E DE
a t it u d e : m u d e . D eixe d e c o l o c a r su a
FELICIDADE NA MÃO DOS OUTROS.”
, M a r t i ia M e d e ir o s
Bem, diante de todos os sentimentos experimentados na­
quela relação, resolvi escrever a minha história.
O ano era 2012. Eu, Letícia, tinha 32 anos quando tudo 
começou. Sou nascida e criada em Florianópolis, mas morava 
em Brasília há quase 2 anos, por conta do trabalho. Carlos tinha 
44 anos e estava na mesma condição que eu. Nasceu em Floria­
nópolis e trabalhava em Brasília. Trabalhávamos em uma Em­
presa Aérea. Eu, comissária de voo; ele, piloto. Nunca havia tido 
contato muito profundo com Carlos. Pelo contrário, a primeira 
vez que o vi, não havia nada que me despertasse nele.
Um dia, fui escalada para voar com Carlos. Foi a primeira 
vez que voamos juntos. O voo partiu de Brasília e retornou, 
horas depois, à nossa base (chamamos de bate-volta). Nada de 
interessante aconteceu nesse dia. Para mim, foi um voo como 
outro qualquer. O piloto demonstrou ser uma pessoa bastante 
agradável. Conversamos normalmcnte. Nada demais. Ao final 
do voo pediu o número do meu celular, mas não imaginei a in­
tenção dele porque era normal termos o contato uns dos outros.
A Empresa era pequena, o que fazia o vínculo de amizade 
ser grande. E nós ainda éramos da mesma cidade. Era comum 
pegarmos voos juntos e seguirmos para a base ou voltarmos para 
casa. Nossa amizade aumentou.
Em nossas conversas Carlos já havia comentado sobre a 
“esposa” Verônica e falado sobre o relacionamento. Inclusive, 
comentou que ela teve câncer, por isso não puderam ter filho,
16 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
embora fosse louco para ser pai. Entre outrascoisas, falara que 
eu era linda, inteligente; que tinha ótimo inglês, várias qualida­
des... Blá-blá-blá...
Saímos pela primeira vez, como amigos, no segundo se­
mestre de 2011, sob uma circunstância um pouco penosa para 
mim. Eu havia ido à ginecologista fazer exames de rotina e ela 
identificou um caroço em meu seio direito.
“Estes detalhes são importantes, pois cada pedaço da 
nossa vida interfere para que a nossa história caminhe 
para um lado ou para outro. A terapia ajuda a encontrar 
e a compreender cada componente, cada pedaço da his­
tória, para entender melhor as nossas escolhas.”1
Há 10 anos eu havia operado este seio. Fiquei com medo 
de ter que passar por nova cirurgia, de ser algo mais sério. Quan­
do saí do consultório, não sei o porquê, mas resolvi ligar para o 
Carlos. Acho que por ele ter comentado sobre o problema que a 
mulher teve no seio. Também pelo fato de estar sozinha e sem al­
guém para chorar. Atendeu-me prontamente. Por coincidência, 
estava em Brasília e se sensibilizou com o meu caso. Perguntou 
onde eu estava e foi ao meu encontro. Sentamo-nos em um lin­
do bistrot. Conversamos por longas horas.
“C a d a s o n h o q u e v o c ê d e ix a p a ra
TRÁS, É UM PEDAÇO DO SEU FUTURO QUE 
DEIXA DE EXISTIR.” STEVE JOBS
Eu era solteira, buscava um companheiro de verdade e tinha
0 sonho de casar e ter filhos. Carlos estava em um relaciona­
mento complexo. Queria se separar da mulher, mas, por medo e
1 Frases em negrito - frases da Terapeuta que iam ajudando Letícia a discriminar 
melhor os seus sentimentos e perceber o contexto em que estava vivendo.
Alianças Imperfeitas | 17
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
sentimento de culpa, mantinha-se preso a uma relação adoecida. 
Dizia que o relacionamento com Verônica era apenas de amizade 
e não havia mais nada entre eles.
Nesse dia percebi as intenções dele, mas fingi não ter en­
tendido. A meu ver, talvez fosse cedo demais. Nada aconteceu.
Em março de 2012, houve uma auditoria internacional na 
empresa e fui chamada para participar. Trabalharia mais no 
administrativo do que voando. Nessa época, a empresa passava 
por uma reestruturação. Mudaria toda a frota de equipamentos2. 
Carlos foi chamado para fazer as negociações fora do país, devi­
do à fluência na língua inglesa. Ambos trabalhávamos adminis­
trativamente. Eu no Brasil, ele no exterior.
Certo dia estava escalada para um voo com destino a São 
José do Rio Preto. Iria à noite, ficaria lá o dia inteiro e voltaria 
na manhã seguinte. Estive no hotel o tempo todo. Um lugar 
maravilhoso! Havia um gramado com piscina, o que me fez 
muito bem, pois nunca gostei de ficar confinada no quarto.
Em 22 de maio de 2012, eu estava sentada à mesa, ao ar 
livre, à beira da piscina. Conversava com outros tripulantes. Es­
tudava em meu notebook que estava conectado ao wi-fi, quan­
do o bate-papo da rede social chamou. Era Carlos no Facebook. 
Ficamos horas conversando de forma natural e espontânea. Ele 
estava fora do país, aparentemente precisava de companhia e me 
viu online. De repente, a conversa tomou um rumo mais sério e 
Carlos se declarou para mim:
“Letícia, eu estou apaixonado por você! ”
2 Chamamos os aviões dc Equipamentos. Voávamos em um modelo específico 
de avião que passou a ser outro. E quando isso ocorre toda a Tripulação tem 
que fazer um treinamento sobre esse avião para manter-se familiarizado com os 
equipamentos de emergência e procedimentos a serem adotados em caso de uma 
emergência porque cada avião tem suas particularidades. (RUSSOMANO, 2012)
18 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
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Naturalmente, espantei-me, pois nunca o havia desejado 
como homem, muito menos esperava que alguém falasse isso 
pelo computador. Ele não me conhecia o suficiente para se de­
clarar tão repentinamente. Fiquei pasma e assustada! Achei meio 
insano da parte dele, falar algo tão profundo sem ser pessoal­
mente. Como alguém podia falar sobre esse sentimento sem ser 
olho no olho? Sem ter tido contato físico? Sem nunca ter beijado? 
Em um tempo tão curto?
“Vo c ê n ão p o d e t e r m e d o d e p e r d e r
QUEM VOCÊ AMA PARA ALGUÉM. AFINAL, 
VOCÊ NÃO TEM AS PESSOAS. VÒCÊ ESTÁ
c o m e l a s . Logo, se v o c ê n ã o a s p o s s u i ,
VOCÊ NÃO PODE PERDÊ-LAS.”
A n a C a r o l in a
Resolvi ir para o meu quarto no hotel. Queria conversar 
com mais privacidade e entender melhor o contexto daquela de­
claração. Pensei: “seria carência?”, afinal, Carlos estava fora do 
país há vários dias. Não foi esse o motivo. Explicou que resolveu 
se declarar porque um dos pilotos que estava com ele (voltaria 
antes dele ao Brasil), confidenciou que tinha interesse em mim. 
Então, por medo de me perder, resolveu abrir o coração.
“Observe bem esse comportamento. Carlos já se reve­
lava muito: ansioso, controlador e até inconsequente, 
como discutiremos mais adiante.”
Carlos era uma pessoa muito agradável, inteligente e sedu­
tora. Conversamos por longas horas. Eu queria entender melhor 
tudo aquilo. Desde então, nos falávamos todos os dias. Ele me 
cativava cada vez mais e me mostrava suas intenções. Tinha bom 
papo, era inteligente... Encantei-me.
Alianças Imperfeitas | 19
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
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Ao conhecê-lo melhor, comecei a entender seu relacio­
namento. Sempre fui contra a ideia de me envolver com um 
homem comprometido. Mas, a forma como falava sobre o 
“casamento” me fez acreditar que realmente não havia mais en­
volvimento sexual e afetivo com a mulher. Tornara-se amizade. 
O fato dela ter tido câncer pesava demais na história e, segundo 
ele, Verônica não tinha mais ninguém na vida (nem os pais). 
Portanto, Carlos sentia-se responsável por ela. De qualquer for­
ma, eu dizia que para nos envolvermos ele teria que se separar. 
Mas era uma conversa que deveríamos ter pessoalmente.
Carlos demorou a regressar ao Brasil mais do que o pre­
visto, por conta dos compromissos complexos que a empresa 
confiou a ele. Nossa comunicação se manteve por rede social, 
webcam e celular. Após várias longas conversas diárias ele conse­
guiu conquistar o meu coração. A intensidade e a sedução dele, 
somadas à minha carência e fragilidade naquele momento, 
resultaram em uma mistura explosiva.
No início, juro que tentei me esquivar, pois sabia do com­
promisso com Verônica, mas ele foi envolvente demais e eu 
desejava muito o amor.
Senti que era sincero. Sentia amor quando ele falava comigo. 
Percebia que tinha medo de me perder por estar longe. Via o 
desespero em querer voltar logo ao Brasil para namorarmos. 
Os olhos dele brilhavam pela webcam quando falava comigo. 
Sorria para mim... Enfim, eu vi e senti verdade em tudo o que 
estava acontecendo.
Era um homem apaixonado, pensava em ter filho (ele que­
ria que fosse comigo. Pelo menos dizia que sonhava com uma 
filha de olhos azuis, iguais aos meus); era inteligente, agradável... 
Uau! Achei que tinha encontrado o meu príncipe encantado!
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
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Apaixonei-me por Carlos sem nunca ter dado um beijo nele. 
Talvez tenha me apaixonado pelas palavras, pelas ideias e pelo 
que ele dizia querer comigo. Vou discutir isso mais adiante.
Carlos demorou quase dois meses para voltar ao Brasil. 
Minha ansiedade de vê-lo, tocá-lo, beijá-lo era gigante! Estava 
apaixonadíssima. Nunca havia sentido algo semelhante na vida. 
Era um estado de plenitude, de realização, de emoção. Era só 
sorrisos e êxtase! Nada me irritava. O mundo ficou cor de rosa 
e o céu cheio de nuvens de coração.
Finalmente chegou o dia dele regressar ao Brasil...
“Na v id a n a d a a c o n t e c e p o r a c a s o :
QUANDO ACHAMOS QUE PERDEMOS 
ALGO, GANHAMOS OUTRO. M aS SÓ PER­
CEBEMOS ISSO QUANDO ESTE ALGO DEI­
XOU DE TER IMPORTÂNCIA.” FERNANDA
I z íd io d eO l iv e i r a
Ao meu diretor dei a desculpa de que precisava ajudar a 
minha chefe naquele dia. Quando cheguei, nossa! Meu coração 
estava na garganta! Nossos olhos se encontraram e todo o meu 
corpo ficou estremecido. Nosso romance era segredo, por isso 
Carlos usou a desculpa para a chefia de sair da sala para fumar 
(eu odiava cigarros, mas nunca senti cheiro de nicotina nele. 
Só sentia cheiro de paixão, amor, desejo...), assim poderíamos 
nos encontrar. Ninguém deveria saber por que eu não queria ser 
vista como amante. Não me sentia amante. Nossa história era 
indescritível. Mágica. Ao menos para mim, pessoa verdadeira, 
sonhadora e que desejava, de fato, ter um parceiro.
Desci as escadas, ansiosa para encontrá-lo no estacionamen­
to, foi lá que aconteceu o nosso primeiro beijo. Uma explosão
Alianças Imperfeitas | 21
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
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de sentimentos! Estremeci da cabeça aos pés. Tive vontade de 
chorar, tamanha alegria que senti.
A noite saímos para jantar. Fomos a um restaurante bem le­
gal. Bebemos vinho e fomos a um hotel, pois minha chefe-amiga 
estava morando comigo e a casa que Carlos ficava em Brasília 
deveria estar imunda depois de meses fechada.
Nossa primeira noite foi de tirar o fôlego. Eu estava muito 
nervosa e sem graça, mas definitivamente apaixonada. A grande 
questão é: apaixonada, exatamente por quem? Por quê?
No final de semana ele estava de folga. Não ficou comigo. 
Foi para Florianópolis, para a casa em que morava com Verônica. 
A partir desse fim de semana, uma nova história começava e o 
meu príncipe parecia virar um sapo.
“ E n tã o o P r ín c i p e v ir o u u m s a p o . 
C a z u z a e R o b e r t o F r e ja t
r\
J
22 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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CAPITULO 2 
QUEM ERA CARLOS?
Contradições começaram a aparecer... 
Dúvidas a brotar....
A insegurança a massacrar...
O relacionamento a me adoecer...
“A DÚVIDA É O PRINCÍPIO DA SABEDORIA.”
A r is t ó t e l e s
Carlos falava que me amava fazia tempo. Muito antes 
de começarmos a amizade. Depois que se declarou, repetia 
que me amava inúmeras vezes. Seja pela internet, seja pelo 
telefone.
“Isso é um complicador: alguém dizendo que te ama 
com tanta veemência. Amor é algo forte, que se de­
seja sempre. Aprendemos, desde criança, a esperar 
por um amor, ainda mais se ele for encantado. Esse 
conceito de príncipe encantado é em geral um mode­
lo social, que vai desde os contos de fadas às relações 
familiares cotidianas.”
Como estava confortável para eu viver a ilusão de ter en­
contrado alguém do jeito que eu esperava, Carlos parecia ser 
perfeito. Mas não era. Iludi-me!
Alianças Imperfeitas | 25
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^ “A VERDADE É QUE O P rÍNCIPE ENCANTADO^ 
TALVEZ NÃO VENHA. E A OUTRA VERDADE É 
QUE VOCÊ AINDA PODE TRANSFORMAR EM
P r ín c ip e q u a l q u e r s a p o q u e e x ist a p o r 
a í .” A n a C a r o l in a
O pior de tudo é a cegueira. É não enxergar que: algo de 
errado está acontecendo, as coisas estão fugindo do controle, 
alguma atitude precisa ser tomada o quanto antes!
O RELACIONAMENTO COM A “ESPOSA”
Carlos e Verônica não eram casados oficialmente. Mas isso 
pouco importava, pois, muitos fatores os mantinham ligados. 
Ele relatava estar aprisionado a ela e sem saída, mas sempre 
apaixonado por mim. Dizia que não havia mais nada entre 
eles. Eram apenas amigos. Tinham muitos compromissos 
financeiros, negócios juntos, além do envolvimento com a 
música. Tinham um estúdio. Eram apaixonados por música, e 
isso era bastante importante entre eles.
Verônica era bem empregada e após o falecimento dos pais 
herdara muitos bens. Carlos também tinha um bom emprego. 
Construíram uma bela casa e um bom patrimônio.
Mantinham um relacionamento aberto. Nunca entendi di­
reito... Como tinham mais amizade do que um relacionamento 
amoroso propriamente dito, Carlos poderia se relacionar com 
qualquer pessoa que quisesse, menos comigo. Por quê?
“F iq u e c o m u m a m o r q u e t e d ê r e s p o s ­
tas e n ã o p r o b l e m a s . S e g u r a n ç a e n ão 
m e d o . C o n f ia n ç a e n ão m a is d ú v id a s .” 
Pa u l o c o e l h o
26 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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Quando Carlos estava fora do país (na viagem em que se 
declarou para mim), Verônica foi ao encontro dele. Leu a con­
versa que tivemos no bate-papo, principalmente a parte em que 
havia dito que queria ter uma filha comigo. Verônica não podia 
ter filhos e aquilo foi uma ameaça gigante. Até então, ela sabia 
que Carlos jamais pediria a separação, mas diante de uma mu­
lher como eu, que podia dar a ele um filho, algo que ela nunca 
poderia, enxergou o “casamento” abalado e passou a ter crises. 
Sim, o relacionamento era aberto, mas tudo ficava bem desde 
que nenhuma mulher tirasse a situação do controle dela.
As crises de Verônica eram por ciúmes, vitimização e ma­
nipulação. Resumiam-se em ameaças de suicídio por ingestão 
de doses exageradas de remédios. Toda vez que Carlos mencio­
nava a separação, ela apresentava argumentos de suicídio. Toda 
vez que descobria algo sobre mim, tinha esse comportamento. 
No passado, Carlos presenciara o suicídio de uma amiga e tinha 
medo que a história se repetisse. Verônica jogava baixo porque 
sabia que essa arma funcionava. Ele não queria carregar o peso 
da culpa, caso a ameaça virasse realidade após a separação. 
Assim, ela o prendia. Tudo indicava que a culpa e o medo o 
mantinham na relação.
“Esse contexto era o mais observável, fora todos os fato­
res que não tínhamos acesso. O “coração”, o verdadeiro 
“self” de um indivíduo, é um universo imenso e o que 
conseguimos perceber é parte dele. O que nos é dito. 
O que alguns comportamentos nos mostram. A outra 
parte fica guardada, só é observada por quem vivência, 
sente e, além de tudo, conhece sobre si mesmo.”
Carlos esperava que eu acreditasse que não havia intimidade 
entre eles. Eu até acreditava! Mas toda vez que estava em Flo-
Alianças Imperfeitas \ 11
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rianópolis, não me ligava, nem se manifestava. Sentia-me péssima. 
Sentia-me a outra. Sempre exigia um posicionamento, mas recebia 
outra desculpa. Segundo ele, a separação, naquele momento, não 
seria possível. Pedia paciência. Eu me sentia mal com tudo aquilo, 
mas queria que a situação fosse resolvida, sendo o resultado positivo 
ou negativo (Carlos se separando de Verônica ou de mim).
Os dias se passaram - os meses também - e nenhuma mu­
dança significativa, como o rompimento entre os dois. Pelo con­
trário, ele me contava o que acontecia em casa. Coisas como: 
“assinamos um contrato novo para tocar no lugar X”; “ela teve 
uma crise e se entupiu de remédios. Tentou se matar e eu tive 
que levá-la ao hospital”. Essas conversas me faziam acreditar que 
o desfecho da história demoraria a acontecer... Ele falava com 
pesar, sem forças para mudar... eu não queria ser uma enfermeira 
emocional. Queria atitude. Mas, ao mesmo tempo, estava presa 
àquele homem sem atitudes.
Nada parecia suficiente para fazê-lo se separar de Verônica, 
nem mesmo a ideia de termos uma filha, que era a coisa que 
Carlos mais queria na vida.
-----------------------------------------------------------------------------------> v
“O u DIZIA QUE QUERIA... ESSA É UMA
QUESTÃO DO COMPORTAMENTO HUMANO.
U m a c o is a é o q u e se d iz , o u t r a é o 
^ QUE SE FAZ.” M a IRA B a PTISTUSSI__________ j
Na verdade, ele não se separava porque... bem... E difícilen­
tender e explicar os porquês dele; mais ainda, entender os meus. 
Mantinha-me ligada a ele, mesmo nesse contexto... Ele, de alguma 
forma, ligado a Verônica.
Carlos sabia que não estava agindo de forma correta, mas 
não fazia nada para mudar porque não conseguia. Talvez fosse
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um trauma gerado na adolescência, por conta da separação dos 
pais. Não gostava do pai por causa da forma grotesca que aban­
donou a mãe. Ficaram um bom tempo sem se falarem e hoje o 
contato entre eles é esporádico e breve. Eu tentei reaproximá-los, 
mas foi em vão.
“Essa limitação emocional fazia com que qualquer his­
tória que Carlos vivesse com alguém fosse difícil. Com 
isso, podemos observar um aspecto: ele dizia querer a 
separação, mas tinha medo. O medo, relacionado aos 
possíveis comportamentos de Verônica, caso se sepa­
rassem, era alimentado por ela. No entanto, provavel­
mente foi construído em sua história de vida. Isso tudo 
revela a complexidade do comportamento humano. A 
mistura das variáveis que influenciam nossas escolhas: 
história familiar, contexto profissional, pensamentos, 
sentimentos e comportamentos do próprio indivíduo e 
das pessoas relacionadas.
Por isso é difícil julgar, o que não significa dizer que é 
simples conviver com tudo isso, ainda mais à espera de 
um homem com quem conviveu e que não conseguia 
tomar uma decisão.
A história de Carlos e Verônica era muito pesada. De 
alguma forma parecia se relacionar com história de seu 
pai e remetia a uma mistura de pavor da morte dela, 
com a culpa de abandoná-la e muito medo do futuro”
j “O FUTURO DEPENDERÁ DAQUILO QUE FA- j 
l ZEMOS NO PRESENTE.” M a HATMA G h ANDI J
“Podemos entender o comportamento do outro, sua 
história, seus porquês, mas daí a querer ter essa pessoa 
ao seu lado é outra questão. Entender é parte do proces­
so de decidir.”
Alianças Imperfeitas | 29
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Mas ele não queria uma filha? Como podia querer cons­
truir uma família comigo preso a um relacionamento com 
outra pessoa?
Eu só queria namorar, noivar, casar e ter filhos. Ele queria uma 
filha. Não estou no mundo para realizar os caprichos de um ho­
mem adulto. Quando falávamos em casamento era como se eu ti­
vesse levando-o para uma guerra, em que não haveria sobreviventes.
Ele realmente achava que eu engravidaria sem a base de um 
relacionamento concreto? Conseguia enxergar que Carlos estava 
sendo manipulador, por isso, muitas vezes reagia, confrontava a 
passividade dele. O problema é que eu estava muito envolvida. 
Tomada pela emoção, não conseguia recuar na relação.
Muito além do casamento, eu queria atenção e afeto. Não 
do jeito dele, aonde esses cuidados (praticados por quem ama), 
eram oferecidos de forma inconstante - dependiam das necessi­
dades e dos desejos dele. Como ele respondia a isso? Dizia que 
não podia dar o que eu desejava, mas queria estar comigo. Ou 
seja, sempre atribuía a mim, a responsabilidade de não estarmos 
perto. Louco isso, não? Eu perguntava se iríamos ficar juntos à 
noite, como todos os casais “normais” fazem. Ele achava que era 
cobrança e não aparecia. Quando tocava no assunto, Carlos se 
esquivava. Aliás, fugia de qualquer situação que ameaçasse sua 
zona de conforto. Era muito acomodado e a nossa situação esta­
va, de certa forma, confortável para ele. Para mim, foi incômoda 
desde o início. Eu queria me casar. Na verdade, antes disso eu 
só queria um namoro normal. Falava em casamento porque ele 
queria filhos, o que para mim, sem casamento seria impossível. 
Era algo que confrontava meus princípios.
Antes de Verônica, Carlos já havia se casado por dez anos. 
Foi um fracasso, segundo ele. Depois da frustração de duas uniões,
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não queria saber de se casar novamente. Mas eu nunca havia me 
casado e precisava dessa experiência. Queria um companheiro, 
ele queria uma companhia para quando e como quisesse.
“Você deve estar se perguntando: por que Letícia conti­
nuava com ele? O discurso de Carlos era contraditório, 
as ações incoerentes (tratava Letícia como a mulher de 
sua vida, mãe de sua filha de olhos azuis. Depois, ela 
era a namorada eventual. Ora dizia frases inebriantes de 
sedução, ora desaparecia repentinamente, maltratando- 
-a). Apesar da inconsistência, Carlos parecia gerar nela 
muito desejo em tê-lo como parceiro. Experimentava 
momentos bons e sonhava junto dele. Estes eram alguns 
fatores que prendiam Letícia a Carlos, mesmo com as 
inseguranças produzidas por ele: a incoerência entre o 
dizer e o fazer. ”
O MANIPULADOR E SEDUTOR
Carlos dizia que nunca havia sentido por alguém o que sentia 
por mim;
Dizia que pensava em mim o tempo todo;
Dizia ter raiva do tanto que pensava em mim;
Dizia que eu era a pessoa mais importante da vida dele;
Dizia que eu havia jogado um feitiço nele, porque não conseguia 
ficar livre de mim.
Quando estávamos juntos, ele era tão carinhoso, tão perfei­
to! Sentia-me tão preenchida. Queria viver aquele amor. Aquela 
paixão. Nunca havia sentido nada parecido em toda a minha 
vida, nem sabia que isso existia.
Desde o início, sempre me incomodei por Carlos ser 
casado. Eu não queria ser responsável por destruir um lar.
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Não queria relacionar-me com um homem comprometido. Não 
queria ser apontada como a outra. Não queria me submeter a 
essa situação. Carlos me fez acreditar que tudo se resolveria rápi­
do. Nosso amor seria lindo e maravilhoso. Apaixonada, acredita­
ria em qualquer coisa que me dissesse. No entanto, não precisei 
de muito tempo para perceber que Carlos era a pessoa mais 
ausente que conheci até hoje.
Como ele podia dizer que me amava? Como podia falar tantas 
coisas lindas e não ficar por perto?
Como podia dizer “quero estar do seu lado”, e não estar?
Como podia dizer “te amo”, e ir a Florianópolis no mesmo 
momento?
Como podia dizer “quero te ver feliz”, e provocar somente inse­
gurança em mim?
Como podia dizer que era pegajoso e carente, e querer ficar 
sozinho?
Como podia dizer que não sabia o que queria da vida?
Eram muitas perguntas sem respostas.
Muitos dizeres incoerentes com os fazeres...
DE CARNE, MAS TEMOS^SOMOS FEITOS
DE VIVER COMO SE FÔSSEMOS DE FERRO.”
^ F r e u d J
Carlos havia dito coisas lindas enquanto esteve fora 
do país. Palavras que demonstraram verdade, amor e carinho. 
Mas, suas atitudes contraditórias produziam diversos sentimen­
tos em mim: insegurança, medo, ansiedade e dúvida. Muitas 
dúvidas sobre o que ele realmente queria.
“Esse jeito de viver é enlouquecedor. A incoerência en­
tre o que uma pessoa diz e o que ela faz deixa o outro
32 | Bruna Almeida eMaira Baptistussi
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sem rumo. Sem o entendimento sobre a realidade, em 
constante expectativa, ansiedade e angústia.”
“VOCÊ É LIVRE PARA FAZER SUAS ESCOLHAS, 
MAS É PRISIONEIRO DAS CONSEQUÊNCIAS.”
Pa b l o N e r u d a
Por que ele falava uma coisa e fazia outra? Quando questio­
nado, não assumia a responsabilidade da incoerência, atribuía a 
mim, à minha expectativa, à minha ansiedade. Nesse caso, de­
pendendo do grau de autoconhecimento, pode-se adoecer com 
mais ou menos facilidade.
“Se me conheço pouco, passo a acreditar no que o 
outro diz... Com autoconhecimento, o indivíduo 
consegue entender seu funcionamento diante das cir­
cunstâncias, possíveis comportamentos e sentimentos 
dentro de cada contexto. E provavelmente melhor nos 
diferenciamos do outro...”
“ E l e d is s e p a r a E la i r se t r a t a r , e f o i
ISSO QUE ELA FEZ: TRATOU DO CABELO, 
TRATOU A PELE, TRATOU DO CORPO, TRA­
TOU DE CONHECERGENTE NOVA, TRATOU 
DE VIAJAR, TRATOU DE RIR, TRATOU DE SE 
DIVERTIR... E FOI SE TRATANDO QUE PER­
CEBEU QUE NÃO PRECISAVA DELE PARA SER 
AMADA... E SEM ELE, TRATOU DE SER FE­
LIZ.” T a t i B e r n a r d i
MEDO DE VÍNCULOS E ESQUIVAS DE PROBLEMAS
Carlos queria muito ser pai. Mas será que teria condições 
de ser pai se tinha medo de se vincular? Ele tinha comportamen­
tos egoístas no relacionamento. Não demonstrava amor com ati­
Alianças Imperfeitas | 33
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tudes. Achava que para amar bastava falar que amava. Seu conceito 
de amor era bem diferente do meu conceito de amor. Carlos parecia 
querer mais conquistar do que amar; mais seduzir que partilhar; mais 
controlar do que “parceirar”. linha medo de se prender novamente 
e se frustrar em um novo relacionamento. Além do quê, conseguiu 
viver em um casamento de 10 anos com Verônica, construído à base 
de liberdade em que cada um fazia o quisesse.
“O casamento com Letícia seria tradicional. Para Car­
los, um relacionamento como esse seria como compará- 
lo a um pássaro que fora libertado de uma gaiola, mas 
precisava voltar para dentro dela. Isso significava rom­
per com o padrão do medo de se vincular e de esquivar 
de problemas... E para isso ele precisava se entender, se 
conhecer e também decidir...”
Eu insistia muito na mudança de comportamento dele. Ele 
dizia que eu era teimosa.
“Não era teimosia, era autovalorização. Estavam jun­
tos há muito tempo (quase dois anos). Era hora dele 
assumir as responsabilidades em sua vida.”
Carlos tinha desculpas para não se apegar, nem se separar:
Falava que era por causa do trabalho, pois passava por uma 
situação financeira ruim. Noutras vezes, dizia querer ir para outra 
empresa, em outro país, e não sabia como ficaria a situação. De­
pois, era porque Verônica precisava dele. Ou seja, tinha muitos 
medos: de enfrentar, de se entregar, de ficar sem dinheiro... Blá- 
-blá-blá. Evadia-se dos problemas, por isso, só se doava em alguns 
momentos, quando era favorável para ele. Parecia não ter capaci­
dade de se conectar a ninguém. Nas ações, Carlos não se entregava 
de verdade, mas nas palavras sim. Daí, mais uma vez, a angústia 
produzida pela incoerência dele tomava conta de mim.
34 | Bruna Almeida e Mairn Baptistussi
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Quando eu pedia para que chegasse mais cedo em casa, 
porque eu sentia saudades, ele achava que eu estava sendo auto­
ritária e não aparecia. O medo de compromisso o fazia pensar 
que qualquer coisa que eu fizesse, por menor que fosse, era sinal 
de que queria aprisioná-lo, assim, ele fugia.
“A cobrança era excessiva porque a falta também era 
excessiva. E assim um comportamento reforça o outro: 
um cobra muito porque o outro se ausenta, o outro se 
ausenta porque o outro cobra...”
Funcionava dessa forma: quando cu pedia um pouco mais 
de presença ou cobrava atenção. Ele se esquivava mais. A situa­
ção chegava ao meu limite. Eu terminava o relacionamento, mas 
o amava. Ele insistia para que reatássemos e eu cedia. Foram 
várias idas e vindas.
“Isso é péssimo! Acaba com qualquer respeito em uma 
relação. O outro pensa que pode fazer sempre a mesma 
coisa porque sabe que terá o parceiro de volta. E você, 
quando termina, fica na expectativa da volta, mesmo in­
conscientemente. Assim, o término não resolve a situação, 
pelo contrário, pode reforçar no outro a ideia de que 
será daquela forma novamente.”
“Náo dá pra julg a r idas e vindas de u m
RELACIONAMENTO, PORQUE A DECISÃO É COM­
PLEXA, ENVOLVE VÁRIOS FATORES INTERNOS E 
EXTERNOS. A EMOÇÃO NÁO CONSEGUE DECIDIR
p o r si... Q uem t e m que d ecid ir é você . ” 
M a ir a B a p t is t u s s i
Eu conversava, falava e ele não abria a boca. O relacio­
namento foi perdendo o respeito. Era para estarmos vivendo o
Alianças Imperfeitas | 35
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ápice do amor e não o das brigas. Eu ficava na expectativa do 
próximo acontecimento ruim. Isso era péssimo! Toda vez que 
voltávamos, ele vinha mais aberto, cheio de promessas. Fazia 
isso, provavelmente para me reconquistar, mas não durava uma 
semana e tudo voltava a ser como antes.
“C o n f ie . . . e m q u e m v ê t r ê s c o is a s e m
VOCÊ: A TRISTEZA POR TRÁS DE SEU SOR­
RISO, O AMOR POR TRÁS DE SUA RAIVA E A 
RAZÁO POR TRÁS DE SEU SILÊNCIO.” C a IO
yF . A b r e u
“Ele precisava sentir-se sempre no controle e não enxer­
gava que viver um amor de verdade é não ter controle 
desta forma. E para manter o controle tinha esse padrão 
intermitente: ora ficava longe e produzia a falta dele, ora 
se reaproximava com falas fortes, de amor e sedução.”
O medo de vincular-se ia além de um relacionamento do 
dia a dia.
Como alguém que ama, quer ficar somente sozinho? Fazer 
as coisas sozinho... Viajar sozinho... E ele falava isso com a maior 
naturalidade! Carlos fazia as coisas sem dar satisfação, mas um 
relacionamento não é feito de uma só pessoa. Estava acostuma­
do à liberdade, a morar sozinho (viveu fora do país por muitos 
anos antes de entrar na empresa que nos conhecemos). Era acos­
tumado a não dar satisfação do que fazia. Não estou dizendo que 
o outro tenha que ligar para falar tudo o que está fazendo (dizer 
que está saindo de casa, indo ao banheiro, almoçando, jantan­
do...). Nada disso! Sufocar é algo terrível. Mas não custa dizer: 
“vou viajar porque preciso pensar na minha vida”. Não querer 
dizer para onde vai é um tanto estranho, não acha? E desse tipo
36 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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de satisfação a que me refiro. Se você está em um relacionamen­
to, não é mais só você. E uma parceria!
“Agora estamos falando do eu, do você e do “nós”. O 
relacionamento não é uma via de mão única. E respeito, 
é consideração, é parceria. E saber ser flexível e estar 
atento às necessidades do outro, além de suas próprias 
necessidades.”
E os telefonemas? Ligava quando ele estava cm Florianópo­
lis, mas Carlos não me atendia... Eu tinha que esperar... Tinha 
um “namorado” e não podia ligar a hora que eu queria!
“Parece que para Carlos, estes comportamentos sig­
nificavam que não tinha clareza de como era viver 
um relacionamento de fato. Talvez sonhasse com 
isso, mas não conseguia agir para concretizar esse 
sonho.”
A sua história não favorecia. A arrogância o traía e meus 
sentimentos eram ora alimentados, ora machucados. Eu queria 
um relacionamento normal, saudável, em que pudesse ter um 
companheiro. Alguém que estivesse ao meu lado quando preci­
sasse. Tenho noção de que nenhum relacionamento é um “mar 
de rosas”, perfeito.
“Apesar de imperfeitos, os relacionamentos podem ser 
saudáveis, sem causar tanto sofrimento ao outro. Aliás, 
precisa agregar mais paz do que dor.”
O EGOÍSMO E A VITIMIZAÇÁO
Carlos sempre se colocava em primeiro lugar. Via-me 
quando sentia vontade. Ficava comigo quando era conveniente
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para ele. Se tinha algum problema, a vontade dele predominava. 
Toda vez que precisava de mim, eu estava ao lado para ajudá-lo, 
mas sabia que não podia contar com ele para nada.
Falava que estava com saudades, sentindo-me sozinha. 
Ouvia dele coisas do tipo: “hoje não estou bem, quero ficar 
sozinho”. Eu nunca sabia se podia esperar por ele. Sempre se 
queixava de algum problema e se ausentava da minha vida. Isso 
gerava ansiedade e desamparo tamanhos. Um buraco aumentava 
dentro em mim. Ao mesmo tempo em que doía, estranhamente, 
mantinha-me mais presa a ele, na expectativa de viver o amor 
sonhado e prometido.
“E muito angustiante, pois náo se sabe quando virá o 
que mais se espera. Sintoma de ansiedade clássico. Re­
mete à expectativa de algo que está por acontecer,nesse 
caso, sem data, previsáo, indícios, o que conduz à an­
gústia, ao medo de não dar certo e a forte sensação de 
incontrolabilidade.”
Destaquei algumas situações, dentre várias que ocorreram 
durante o relacionamento com Carlos, que me fizeram refletir 
sobre o egoísmo dele. Imagine três situações básicas, mas que 
para mim, foram marcantes e doídas demais:
• Minha avó materna tinha 82 anos e estava doente. Sendo tão 
idosa, imaginávamos que ela não suportaria muito. Não su­
portou. Faleceu e eu precisava do Carlos ao meu lado. Onde 
ele estava? Em Florianópolis com Verônica e, como sempre, 
não atendia nem retornava às minhas ligações. Fui ao enter­
ro da minha avó sem ouvir uma palavra de apoio dele.
• Comprei um carro. Era um desafio muito grande para 
mim, pois morria de medo de dirigir. Na mesma semana
38 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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da compra, acidentei-me. Bati com o automóvel. Onde ele 
estava? Em Florianópolis com Verônica.
• Sofri um acidente de carro. Um capotamento. Minha mãe 
quem dirigia. Fui para o hospital na maca da ambulância 
e com colete cervical. Onde estava Carlos? Estava mal, em 
silêncio. Não podia ser incomodado!
“Ele tinha a disponibilidade financeira em alguns mo­
mentos, mas não tinha a disponibilidade emocional. 
Não era parceiro. Ser parceiro é estar ao lado quando o 
outro precisa, mesmo que seja necessário abrir mão de 
alguma coisa.”
Quero deixar claro que o apoio não precisa ser o tempo 
todo, em qualquer circunstância, mas nos momentos principais 
da vida.
“A ÁGUA INTEIRA DO MAR NÁO PODE 
AFUNDAR UM NAVIO, A MENOS QUE IN­
VADA SEU INTERIOR. Da MESMA FORMA A 
NEGATIVIDADE DO MUNDO NÃO PODE TE 
DERRUBAR, A MENOS QUE VOCÊ PERMITA 
QUE ELA PERMANEÇA DENTRO DE VOCÊ.”
Carlos amava ficar no mundinho dele. Gostava da solidão 
por escolha. Adorava tocar os instrumentos musicais que tinha, 
pilotar avião, dirigir... E isso me matava por dentro!
“Era assim que fugia dos problemas e da própria neces­
sidade de tomar uma decisão. Dessa forma, fugia tam­
bém da ansiedade dele.”
j
Alianças Imperfeitas | 39
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NOSSAS DIFERENÇAS
Cada vez mais enxergava o quanto aquela pessoa estava 
distante da minha realidade:
Ele era fraco, eu de fibra; ele não enfrentava os problemas, 
eu enfrentava qualquer coisa. Éramos incompatíveis.
“Além da incompatibilidade de vontades e característi­
cas de personalidade, Carlos era uma pessoa de ‘baixa 
energia’... Instável. Distorcia a realidade. Atribuía culpa 
ao outro e muitas vezes produzia angústia, inquietude, 
falta de paz, o que é quase psicotizante.”3
Se fôssemos simplesmente diferentes em vários aspectos, 
como a maioria dos casais, estaria tudo certo. Mas éramos di­
ferentes em pontos essenciais de como lidar com a vida: Eu, 
intensa, entregue, pronta para amar. Ele, distante, fechado e 
pouco disposto para o amor. O mais engraçado é que diante da 
complexidade, Carlos se achava — como dizem popularmente - 
“a última bolacha do pacote”. Dizia ser humilde, mas era pura 
maquiagem. Adorava ser elogiado, estar cm evidência e achava 
que só a opinião dele estava certa. Amava filosofia. Via tudo 
de forma filosófica e usava isso para evitar as responsabilidades. 
Dava a volta em “todo o universo” para explicar que a culpa era 
de um plano maior, que todos éramos vítimas das armadilhas 
da vida.
“Na verdade, Carlos era vaidoso e exibia falsa humilda­
de. Disfarçava a arrogância através da intelectualidade. 
Tudo para esquivar-se da vida com pose e discurso de 
enfrentamento. ”
3 Sensação de psicose = perda da noção de realidade. (J.D.Nasio, 2001) 
40 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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Essas contradições dificultavam tudo. Aparentava ser 
quem não era; dizia sentir o que nem sei se sentia; fazia 
promessas e não cumpria. Eu não havia percebido o quão 
complexo ele era, até discutir esses aspectos com a minha 
terapeuta durante o tratamento.
r«
Ví
Por que alguém se envolve tanto em uma relação a ponto 
de ficar cego? Eu não conseguia enxergar todas as incompatibili­
dades com a clareza necessária.
“Neste contexto entra o olhar da psicóloga, fazendo a 
ponte para que a pessoa envolvida emocionalmente se 
entenda melhor. A partir da identificação das emoções e 
projetos de vida. A psicóloga auxilia na compreensão de 
si próprio e da relação que se estabelece com o outro, de 
modo que a pessoa envolvida enxerga as contingências 
com mais clareza e tem maiores condições para escolher 
com critérios mais bem definidos.”
Na h o r a d a v e r d a d e n in g u é m e n ­
can a A VIDA. É POSSÍVEL ENGANAR O 
’ ROFESSOR, OS PAIS...M AS ENGANAR A 
UDA É IMPOSSÍVEL. Na HORA DA VER­
DADE A VIDA SE ENCARREGA DE POR TO- 
)AS AS PESSOAS NO SEU DEVIDO LUGAR.“ 
Ro b e r t o S h in y a s h ik i
Alianças Imperfeitas | 41
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RESUMO:
QUEM ERA CARLOS - Alguns padrões e tendências 
de Comportamento
MANIPULADOR E SEDUTOR
1. Comportamentos incoerentes que geravam dúvida, insegu­
rança e desconfiança;
2. Tinha o comportamento completamente oposto ao da 
maioria dos homens com que Letícia havia se relacionado;
3. Camuflava os sentimentos para que os outros não perce­
bessem a tristeza causada por várias frustrações;
4. Sempre que terminavam, ao reatarem agia da mesma for­
ma: mais comprometido. Porém o comportamento não 
passava de uma semana;
5. Racional, seduzia com as palavras. Tinha argumentos bem 
construídos e falas envolventes. Quem tem compromisso 
com a verdade não age do jeito que ele agia - muitas vezes 
inconsequente;
“E isso confunde o outro.”
6. Galanteador. Não observava os efeitos que produzia no outro;
7. Gostava mais de conquistar do que de amar; mais de 
seduzir do que de partilhar; mais de controlar do que 
“parceirar”;
8. Quando estava fora do Brasil, enchia os ouvidos de Letícia 
com frases bonitas, mas quando teve a oportunidade de 
traduzir em gestos, não o fez;
9. Muitas vezes falou que queria namorar Letícia, estar junto, 
mas não podia...
42 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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“Quero, mas não posso. É quase a mesma coisa que di­
zer: “não quero”. Típico de pessoas que usam isso como 
desculpa.”
“Você sa b e q u e a l g u é m t e a m a não
PELO O QUE ELA FALA, MAS PELO O QUE 
ELA FAZ. O AMOR NÃO SOBREVIVE DE TEO­
RIAS.” Pe. Fábio de M elo
MEDO DE VTNCULAÇÂO E ESQUIVAS DE PROBLEMAS
1. Não demonstrava cuidado, carinho, interesse em ficar per­
to e fazer planos;
2. Fugia de qualquer solução de problema para se eximir das 
responsabilidades. Não queria ser responsável pela separa­
ção, pela morte (medo de Verônica cometer suicídio, não 
queria sentir-se culpado), por nada...
3. Relatos de culpa e medo - Atribuição de culpa ao outro e 
sempre com justificativas para o medo de enfrentamento;
4. Padrão de esquivar-se de problemas. Evitava falar, reclamar, 
ou impor opiniões para não brigar;
3. Suas vontades e seus interesses eram mais importantes. 
Tudo tinha que ser como e quando ele desejava e qualquer 
coisa que interferisse no relacionamento ou no humor - 
como dinheiro, culpa, depressão - recuava;
6. Homem mais velho que não sabia o que queria da vida. 
Inseguro, precisava de suporte emocional (muleta). Não 
queria sair da zona de conforto, mesmo que a situação em 
que vivia não lhe fizesse bem;
7. Culpava a vida e o universo pelos infortúnios, desta forma, 
eximia-se de responsabilidades;
Alianças Imperfeitas \ 43
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“Se ele é humano sem condições, Letícia é humana com 
limites
8. As idas e vindas durante o relacionamentoresultou na per­
da do respeito;
9. Medo de criar vínculos, de ter a individualidade invadida, 
dificuldade de entregar-se ao outro, fez com que se doasse 
apenas em alguns momentos, quando era favorável para 
ele. Não estava inteiro e Letícia não o queria pela metade;
“Tudo indica que não era inteiro para Verônica tam­
bém, o que aumentava a possibilidade da dificuldade 
de vinculação ser algo significativo em sua história
10. Afastava-se quando era pressionado. Ao pedir que ficasse 
com ela, esquivava-se mais;
11. Falava que queria ser o pai da filha de Letícia para envolvê-la. 
Não queria ter a responsabilidade de um compromisso 
sério, ou seja, não queria se casar (só queria ter filhos). 
Confundia o conceito de relacionamento (para ele, signifi­
cava aprisionamento);
‘A PAIXÃO FAZ PARTE DOS DETERMINANTES 
DO COMPORTAMENTO, ASSIM COMO OS ME­
DOS, AS FANTASIAS E AS FORMAS DE SE RELA­
CIONAR c o m o m u n d o ”. M a ir a Ba p t ist u ssi
V_____________ ________________ J
12. Tinha medo da vida. Medo de: posicionamento, de correr 
riscos, de perder o controle das situações, do modo que 
agia e, assim, estava sempre na defensiva, se protegendo, se 
escondendo, talvez até de si próprio...
“Para Carlos, criar vínculos significava ser controlado 
pelo outro. Controle era algo que o amedrontava
44 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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EGOÍSMO E VITIMIZAÇÂO
1. Preocupação excessiva em: ter perdas financeiras na relação 
com Verônica no que se tratava em partilha de bens - caso 
se separasse; ou perdas financeiras na empresa, se algum 
imprevisto acontecesse;
2. Inúmeras desculpas para não ficar com Letícia, o que deno­
tava egoísmo em alguns momentos. A que mais usava era 
“não estou bem c preciso ficar sozinho”;
3. Descomprometimento afetivo com o outro, e poucos com­
portamentos empáticos no sentido de se pôr no lugar da 
outra pessoa;
4. Individualista, precisava ficar sozinho em muitos momen­
tos. Pensava demasiadamente em si mesmo, por isso tinha 
medo da entrega;
“ In d iv id u a l id a d e n ã o e x c l u i p a r c e r ia 
E p a r c e r ia n ã o s ig n if ic a c o n t r o l e .” 
M a ir a B a p t is t u s s i
3. Importava-se pouco com o outro. Não gostava de dar satis­
fação, viajava sozinho — relacionamento unilateral;
6. Bon vivan t, prezava pela liberdade. Aparentava não ter con­
dições de oferecer a nenhuma mulher o que ela precisava: 
compromisso, estabilidade;
7. Vitimização. Atribuía à Letícia a responsabilidade dos erros 
do relacionamento. Sentia-se pressionado por ela. A posi­
ção de vítima era muito forte. Agia com Letícia exatamente 
como Verônica agia com ele. Inclusive, em uma ocasião, 
ameaçou suicidar-se caso o namoro chegasse ao fim. Con­
tudo, recebeu a seguinte resposta: “Pode se matar. Comigo 
esse jogo não funciona e eu não terei o menor remorso”. 
Depois disso, nunca mais ameaçou se matar;
Alianças Imperfeitas | 45
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“A vitimização é um comportamento egoísta, que 
muitas vezes funciona como manipulação. Letícia 
tinha o direito de não aceitar, mesmo entendendo a 
história dele.”
8. Egoísta, era ausente da vida dela, mas a mantinha na rela­
ção através de palavras românticas;
9. Depressivo, vivia no vai-e-vem emocional. Para ele as coisas 
nunca estavam boas. Inquieto, ora queria viver ao lado de 
Letícia, ora queria fugir. Preferia conviver com a doença a 
tratar-se e ter uma relação afetiva saudável;
10. Persecutório. Achava que tudo era pessoal, contra ele. Usa­
va da autopiedade para explicar as dificuldades emocionais, 
ou seja, os problemas afetivos mal resolvidos que levaram 
ao fracasso todos os seus relacionamentos;
11. Repetia o discurso: “Sou pegajoso e carente”, mas gostava 
de ser solitário; “Quero estar sempre por perto”, mas não 
estava; “Te amo”, mas não era presente; “Quero te ver fe­
liz”, mas apenas provocava insegurança;
“N e m se m p r e q u e m e st á d o se u l a d o , 
ESTÁ COM VOCÊ.” M a IRA Ba PTISTUSSI
12. Para justificar a necessidade de permanecer no casamento, 
dizia que Verônica não tinha família;
“Vo c ê é q u e m d e c id e o q u e vai se r 
ETERNO EM VOCÊ, NO SEU CORAÇÃO.
D e u s n o s d á o d o m d e e t e r n iz a r em
NÓS O QUE VALE A PENA, E ESQUECER DEFI- 
NITIVAMENTE AQUILO QUE NÃO VALE.” P e .
Fá b io d e M elo
46 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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“Para Carlos, a companheira deveria respeitar tudo 
o que ele quisesse e não o que é importante em uma 
relação de cumplicidade. Para Letícia, o compa­
nheirismo vinha do cuidado, da vontade de ajudar 
o outro em qualquer dificuldade, estar presente, 
preocupar-se...”
13. Supervalorizava seus problemas e, por menor que fosse, fa­
zia parecer algo trágico. Contudo, quando teve oportuni­
dade para demonstrar seu lado parceiro não o fez.
AS DIFERENÇAS
1. De forma geral, Carlos estava distante da realidade de 
Letícia. Ela queria um relacionamento normal. Alguém 
que pudesse dividir os momentos de felicidade e de 
tristeza;
2. Ele queria controlar todas as situações. Viver um amor de 
verdade não é ter o controle de tudo;
3. Letícia tinha fibra para enfrentar as diversidades. Carlos ti­
nha pouca energia. Ou seja, ela se propunha a fazer coisas 
pelo relacionamento. Era intensa, entregue, pronta para 
amar. Ele, distante, fechado e pouco aberto ao amor.
“Carlos tinha pontos negativos que para Letícia 
eram insuportáveis. Em síntese, era alguém que es­
tava e não estava na relação, ora presente com as 
palavras, ora com o corpo, reforçando os maiores 
desejos de Letícia, driblando as expectativas. Ao 
mesmo tempo, criava e minava os sonhos dela. Um 
jogo difícil de jogar, fácil de entrar e conflituoso 
para se tomar decisões.”
Alianças Imperfeitas | 47
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EXERCÍCIO - O EU E O OUTRO
Minha psicóloga dizia que podemos entender o comporta­
mento do outro, a história dele, os porquês, mas querer ter a pessoa 
ao nosso lado é outra questão. Entender essa diferença faz parte do 
processo para decidir continuar ou não em uma relação destrutiva.
Para tentar entender a diferença, minha terapeuta sugeriu 
que eu fizesse alguns exercícios de auto-observação e observação 
do outro. Desta forma, eu avaliaria melhor os meus sentimentos 
c faria as minhas escolhas.
1. Liste os aspectos negativos da relação. Eu listei e deram várias 
páginas, então, perguntei-me: será que ele é compatível comigo?
“Quando lembrar-se dele (a), reflita sobre as situações 
ruins que vivenciaram. Elas foram reais. Pense nas ati­
tudes que tomou, nas migalhas que se sujeitou a receber 
e descreva o mal que sentia”.
48 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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Durante o tratamento, a psicóloga me ajudou a perceber 
que Carlos não se encaixava em minha vida. Entendi que não 
tínhamos muitas afinidades e que a relação não era saudável.
Para enxergar a falta de compatibilidade, fiz um exercício 
que, para mim, foi revelador, espero que também seja para você.
Alianças Imperfeitas | 49
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(Consegue perceber que o que você quer é muito do que você é?) 
50 | B m na Almeida e M aira Baptistiissi
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5. Agora, liste as características que, para você, seria insupor­
tável no outro.
Se o que for importante para você, é o que ele (a) tem de mais insuportável, é hora 
de repensar o relacionamento.
Alianças Imperfeitas | 51
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CAPÍTULO 3
SENTIMENTOS E 
COMPORTAMENTOS GERADOS 
DURANTE O RELACIONAMENTO
SENTIMENTOS GERADOS - OS EFEITOS NA PELE
Foquei tanto naquela paixão. Dediquei-me para resolver 
questões que não eram minhas (a separação dele, a tristeza dele, 
a depressão dele...), que adoeci...
“Esse é um aspecto que gera muitos prejuízos emo­
cionais, a confusão que algumas pessoas fazem entre 
amar e depender, entre cuidar do outro e deixar de 
cuidar de si.”
Eu dava espaço, conselhos. Colocava-me à disposição para 
ajudá-lo, mas as questões deveriam ser resolvidas por ele e não 
por mim. Até tentava ajudar no que precisava, mas Carlos não 
estava disposto a se abrir.
“Não ex iste fa lia d e t e m p o , ex iste fal­
ta DE INTERESSE. PORQUE QUANDO A GEN­
TE QUER MESMO, A MADRUGADA VIRA DIA, 
QUARTA-FEIRA VIRA SÁBADO E UM MOMENTO 
VIRA OPORTUNIDADE.” PEDRO BiAL
Dava-me prazos, dizia que resolveria os problemas. A 
separação, por exemplo. Esperei demais pelas atitudes dele: eu 
estava pronta para recebê-lo, mas ele não fazia muito para que o
Alianças Imperfeitas | 55
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relacionamento desse certo... Era carinhosa, preparava surpresas, 
como jantares, mas ele não se importava.
“Que a g en te sa ib a a d ife re n ça e n t r e es­
pera r e pe r d e r t e m p o .” C e c ília M e ireles
“Parecia que havia descaso da parte de Carlos, na verda­
de, nunca saberemos ao certo o que se passa no coração e 
na cabeça de alguém. Mas, as atitudes são um indicativo 
importante. Funcionam como sinais. No caso dele, mui­
tas atitudes indicavam descaso com o relacionamento.”
Sinto muita mágoa quando penso que ele não teve as mes­
mas demonstrações de carinho comigo. Claro, em uma relação 
o comportamento dos parceiros não é idêntico, mas tem que 
haver troca, parceria e mínima compatibilidade. Esse era o pro­
blema. Dei muito poder a ele e perdi o controle sobre os meus 
sentimentos. Fiz mais por ele do que eu deveria. Deixei as rédeas 
da minha vida nas mãos dele. Onde eu estava com a cabeça?
Era um mix de sentimentos ruins. Penso que a dor emo­
cional é mais dolorosa do que a dor física, pois não cicatrizam 
da mesma forma.
: \So O TEMPO E NOVAS AÇOES PARA FECHAR 
AS FERIDAS EMOCIONAIS. S e NÃO MUDAR­
MOS O COMPORTAMENTO, O TEMPO DE 
CICATRIZAÇÃO SERÁ MAIS LONGO.” M a IRA
^ B a p t is t u s s i_______________________________j
Depois que Carlos percebeu que eu havia sido conquista­
da, não investiu mais. Usava da força de suas belas palavras para 
manter em mim, acesa, a esperança de tê-lo ao meu lado. Fiquei 
tão apaixonada e inebriada que queria estar com ele todos os
56 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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segundos da minha vida e, diante da paixão confessada, esperava 
dele o mesmo desejo de estar ao meu lado. Eu estava linda, sol­
teira, com disposição para enfrentar qualquer coisa, mas ele não 
me deixava entrar em seu espaço emocional.
Enquanto eu ansiava pela próxima folga para ficarmos jun­
tos, ele preferia ir para Florianópolis. Fazia planos sozinho, ele 
não compartilhava das mesmas vontades. Esperava ao menos 
uma demonstração de que eu era importante para Carlos, afinal, 
repetia que estava apaixonado. Tc-lo pela metade machucava e 
gerava demasiada ansiedade em mim.
A espera por momentos juntos era angustiante e humilhante. 
Além da ansiedade, a expectativa e a frustração começaram a me 
adoecer. Eu queria que aquela situação se resolvesse logo, da noite 
para o dia. Mas, não conseguia resolver. O problema não se defini­
ria por si e ele não se esforçava para que houvesse um desfecho.
“A C a p a c id a d e d e s e c o l o c a r n o l u g a r
DO OUTRO É UMA DAS FUNÇÕES MAIS IM­
PORTANTE DA INTELIGÊNCIA. DEMONSTRA 
O GRAU DE MATURIDADE DA PESSOA.”
A u g u s t o C u r y
Desanimada, nada do que eu fazia produzia resultados. As 
coisas ao meu redor começaram a ficar sem graça. O trabalho 
já não me satisfazia, a cidade onde eu adorava trabalhar não era 
mais a mesma. Não tinha mais prazeres. Perdi a vontade de sair 
de casa, da cama; de falar ao telefone... Não sentia fome. Ema­
greci dez quilos em um mês. As pessoas falavam comigo e eu não 
prestava atenção. O tempo se arrastava. Os segundos viravam 
horas. A única coisa que eu queria era o Carlos. E, o mais sério: 
eu me perdi de mim mesma. Tinha a sensação de estar flutuando, 
sentia-me vazia, sem rumo e com muito medo.
Alianças Imperfeitas | 57
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“Nessa hora você tem vontade de se agarrar a qual­
quer pedra, parede, poste... qualquer coisa que pa­
reça segura.”
Tive crises de ansiedade fortíssimas. Doía demais! Faltava-me 
o ar, comprimia o peito. Queria dormir e não acordar mais ou 
acordar com tudo resolvido. Pensava em morrer, pois a sensação 
de morte aliviava a minha dor.
E assustadora a sensação de morte. E uma dor muito pro­
funda e dilacerante.
“A sensação de morte corresponde à expectativa criada 
e não concretizada. Trata-se da morte de um sonho.”
“A ansiedade, muitas vezes é fruto de uma situação em 
que o indivíduo sente a iminência de que não terá des­
fecho. Algo que foge ao controle, pois depende de outra 
pessoa. Sendo assim, para diminuir a ansiedade é pre­
ciso encontrar novas maneiras de agir e novos objetivos 
a atingir.”
O mais complicado é que ele me acusava de ser controla­
dora, sem admitir a parcela de culpa que tinha por ter desenca­
deado muito daqueles sentimentos em mim. Eu queria deixar 
de ser ansiosa, mas me sentia desvalorizada. Tinha falta de ar, 
palpitações. A sensação de que o mundo acabaria era latente... 
Eu deixava de existir a cada minuto. Entrei em um estado vege- 
tativo destrutivo. Sentia-me abandonada.
“O desamparo é equivalente à depressão porque, em 
um instante assim, nada que você possa fazer gera resul­
tado, ou seja, uma imensa sensação de que tudo foge ao 
controle. Como um trem desgovernado.”
58 | Bruna Almeida e Mairn Baptistussi
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Estava insegura no relacionamento. T inha medo de ser 
trocada, mas era frustrada por viver a expectativa de um 
amor verdadeiro que não se tornava realidade...Tinha crises de 
abstinência mesmo quando estávamos juntos, pois Carlos estava e 
não estava ao mesmo tempo. Ou seja, era uma constante insegurança. 
O comportamento dele começou a afetar o que antes não afetava.
“A abstinência faz você sentir que a única coisa que im­
porta no mundo é o outro, por isso, todo o resto perde 
a graça, o sentido e o sabor. E realmente muito parecido 
com uma abstinência de drogas ou alimento. Seu corpo 
passa a precisar daquilo como se fosse oxigênio.”
Sofri muito em pouco tempo e isso virou marca na pele. 
Abriu-se feridas. Ao invés das desculpas, ele podia ter agido diferente.
“As pessoas que passam por um problema igual rela­
tam a sensação de morte, de ansiedade, abstinência... 
Para vencer a abstinência é necessário enfrentar a 
situação.”
Queria saber quando tudo terminaria e como seria depois. Eram 
muitas perguntas sem respostas. Faziam-me perder a paz, a concen­
tração. Quando as crises de ansiedade se tornaram mais frequentes, a 
vontade de morrer, para não sentir aquela sensação, voltava.
Tive os mais variados tipos de sentimentos e comporta­
mentos durante o relacionamento. Eu precisava sair daquela si­
tuação. Não queria mais ter Carlos cm minha vida. Desejava me 
separar dele e não o ver nunca mais. Pensei em sair da empresa 
várias vezes. Fugir da cidade, do Brasil, do mundo! Mas sabia 
que fugir não adiantaria. Precisava cuidarde mim, caso contrário, 
o fantasma me seguiria para onde eu fosse.
Alianças Imperfeitas | 59
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M inha terapeuta sempre dizia: “você pode m udar o am ­
biente físico, sair da cidade, voar pelo m undo, mas, m uitas 
vezes precisamos m udar o am biente interno para a dor, de 
fato, ser curada. E preciso reavaliar seus pensamentos, en­
tender seus comportamentos e tomar novas decisões. A gin ­
do e pensando diferente, você provavelmente vai se sentir 
diferente.”
SENTIMENTOS GERADOS - RESUMO
1. Adoecimentos psicológicos:
- Ansiedade extrema (falta de ar e palpitações);
- Estados depressivos (sensação de desamparo e perda de controle);
- Angústia e dor;
- Expectativa;
- Frustração;
- Sensação de morte;
- Pensamentos obsessivos;
- Mágoa;
- Impotência;
- Medo;
- Insegurança;
- Rejeição;
- Culpa;
- Anedonia (sem prazer em nada);
- Senso de desvalorização;
- Abstinência do suposto afeto;
- Pensamentos do tipo: “O mundo está acabando”; “A vida não
tem sentido”;
- Comportamentos do tipo: “As pessoas falavam comigo e
eu não prestava atenção”; “Apresentava um estado vegetativo”;
“Certeza de que serei trocada e abandonada”.
60 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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COMPORTAMENTOS GERADOS
Meu Deus era muito sofrimento!
Eu não dormia direito. Tinha insônia, pesadelos, acordava 
sem rumo, com o coração agitado. Sentia uma falta de ar horrível. 
Pensava em Carlos. Olhava a minha cama vazia. Não podia ligar 
para ele. E ligaria para quê? Não iria resolver o meu problema. 
A adrenalina estava a mil em meu corpo.
Desgastei-me e perdi o encanto pelas coisas simples da vida. 
Não conseguia estudar, trabalhava arrastada, não olhava mais o 
céu e nem o brilho das estrelas, que era algo divertido para mim. 
Eu que sempre havia sido produtiva. Nunca tinha ficado sem ler, 
sem estudar, sem criar, via-me sem encanto por nada.
“Quando a energia é muito usada. Quando passamos 
por algo difícil, doloroso, o nosso corpo sofre e responde 
a isso. No processo de entendimento do que aconteceu 
é preciso canalizar energia para o enfrentamento dos 
medos e para a reconstrução das novas ações.”
O relacionamento me fazia muito mal. A complexidade 
emocional de Carlos me anulava. Era o contrário de uma relação 
saudável, que extrai o melhor da pessoa. Assim, estagnei na vida. 
Tive perdas financeiras por não ter investido nos estudos e sérios 
prejuízos emocionais.
“Este tipo de pessoa te conduz a um caminho e quan­
do você se dá conta, perdeu-se. Náo é de propósito, 
mas é o que o ela sabe fazer. E você por uma fragi­
lidade emocional, um desejo imenso de amar e por 
um sonho construído tem dificuldades em romper 
e se libertar.”
Alianças Imperfeitas | 61
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COMPORTAMENTOS GERADOS - RESUMO
1. Muitos pesadelos - acordava com falta de ar;
2. Dificuldade para dormir;
3. Dificuldade para comer;
4. Sem rumo e objetivos;
5. Dificuldade para se concentrar;
6. Baixa disposição e energia;
7. Perda de encantamento pela vida;
8. Estagnação profissional;
9. Perda de confiança em Carlos, no relacionamento;
10. Foco em coisas ruins.
“N in g u é m é d ig n o d o o á s is se n ão
APRENDER A ATRAVESSAR S E U S DESER­
TOS.” A u g u st o C u r y
V_____________ ________________)
62 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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CAPÍTULO 4
COMO A ALIANÇA FOI SENDO 
CONSTRUÍDA?
Sabia que o que estava acontecendo comigo não era natural. 
Havia algo de errado. Eu não estava bem. Não conseguia me me­
xer e perguntava, por que isso acontecia? Questionava-me sobre o 
porquê de prender-me a um sentimento que não fazia bem. Ape­
sar de estar lúcida sobre as dificuldades de Carlos, ainda assim era 
difícil o processo para conseguir me desvincular dele. Na terapia, 
surpreendi-me e talvez você também se surpreenda.
“Curiosa incoerência: você tem consciência do que te 
faz sofrer, porém, tem medo do enfrentamento. Isso é 
amor? E medo de não encontrar outra pessoa para cui­
dar de você? E medo da solidão? Ou até mesmo pouco 
autoconhecimento que não sabe todos os seus poderes 
como indivíduo?”
No processo terapêutico, fiz um trabalho de autodescoberta e 
libertação das culpas. Reconhecimento dos meus motivos, sonhos e 
limites. Nesse percurso listei os possíveis porquês que me prendiam 
àquele homem, ao suposto amor. A tão desejada aliança perfeita...
1. O primeiro “Eu te amo” para algtiém que precisava ser 
amada
Quando tudo aconteceu eu estava solteira, morava sozinha, 
minha família não morava comigo em Brasília. Tinha poucos
Alianças Imperfeitas | 65
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amigos, estava um pouco carente e com vontade de ter um re­
lacionamento. Cansada de “bater cabeça” com namorados pro­
blemáticos. Tinha sofrido decepções, frustrações. Era o cenário 
perfeito para um homem envolvente que dizia me amar.
“Quando se sente amada, você tem a sensação de que 
suas dores serão amenizadas e sua caminhada será 
mais segura.”
Não queria ficar com alguém por ficar. Na aviação, um re­
lacionamento sério às vezes é mais difícil de manter-se do que 
em outras áreas (ainda mais se baseando em minhas experiências 
passadas), por isso não tinha pretensão de me envolver com al­
guém da empresa. Mas, deixei-me levar por Carlos. Prendi-me 
ao relacionamento, em grande parte, por conta da carência e da 
solidão. Tudo aconteceu de forma determinante. A história do 
“eu te amo” somado ao “quero uma filha com os seus olhos”, 
fez-me acreditar que ele era a pessoa com quem eu iria me casar, 
ter filhos. Constituir família. Carlos tinha atributos importantes 
do homem que eu queria ao meu lado. A partir do discurso dele 
construí a imagem do par perfeito, aquele que sonhava desde 
criança, o dos contos de fadas. Com 32 anos eu ainda sonhava 
com o príncipe encantado.
Meu histórico infantil também contribuiu. Meus pais se 
separaram quando eu era adolescente. Achei que isso nunca 
tivesse interferido em minha formação, pois na época senti um 
alívio por eles terem se separado. Minha mãe estava superin- 
feliz e eu não queria vê-la daquela forma. Como eu era muito 
nova na época, cheguei a ter mágoa do meu pai, por ele não ter 
cuidado direito da minha mãe. A história deles contribuiu para 
a minha insegurança, pois minha mãe sofreu demais no relac­
ionamento. Fui testemunha de situações que eu não queria que
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acontecessem comigo, como a falta de comprometimento e de 
postura do meu pai como chefe de família. Tive uma infância 
difícil, com muitas privações. Faltava dinheiro para tudo. Ele 
nunca se esforçou para melhorar de vida - talvez por ele ser 
jovem na época, e querer desbravar o mundo ao mesmo tem­
po que tinha que se preocupar com a família. Ela sempre foi a 
guerreira. Casou-se com 18 anos, trabalhou e foi responsável 
pela minha base escolar. Esforçou-se para custear meus estudos 
em uma escola particular. Pagou curso de Inglês para mim e 
para minha irmã. Eu sempre quis ser independente como ela. 
Aprendi também que um relacionamento infeliz pode gerar 
muita insegurança. (Vale ressaltar que hoje, graças a Deus, 
meu pai se tornou um homem bem diferente, empresário, 
mais maduro e consciente de suas responsabilidades — e nos 
damos muito bem.)
“Achou que tinha encontrado o príncipe encantado 
porque ele proporcionou em você a sensação que sem­
pre sonhou. Parecia ser a pessoa que figurava em seu 
imaginário.Sem falar que num primeiro momento pa­
recia ser tudo o que ela havia idealizado: companheiro, 
participativo, cuidador... Essa possibilidade num con­
texto de privação tem muito valor.”
Essa foi a mistura explosiva. Eu, carente, desejava um par­
ceiro. Ele, sedutor, não mediu as consequências que aquele “eu te 
amo” tomaria.
“No deserto, água vale mais que ouro, e assim funcionava, 
no caso, eu estava no deserto, e Carlos era o meu ouro.”
Percebi que é muito importante não se deixar levar pela 
carência, pois, em função disso as pessoas podem entrar em
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relacionamentos ruins e incompatíveis, por conta dos vazios e 
desejos, que nos conduzem a uma percepção distorcida do que 
é importante para nós.
“Não PROCURE ALGUÉM QUE TE COMPLE­
TE. C o m p l e t e a s i m e s m o e p r o c u r e 
ALGUÉM QUE TE TRANSBORDE.” CLARICE 
. INSPECTOR
2. Muito amor, paixão e idealização
Nunca havia amado ninguém como o amei. Na verdade, era 
uma paixão muito forte! Resolvi dar uma chance, ou melhor, vá­
rias chances principalmcnte por dois motivos: Compatibilidade de 
algumas características e querer viver uma história de amor com a 
intensidade que ele prometia, com a força que ela parecia ter.
Ele tinha importantes qualidades, somadas a um grande 
poder de sedução.
Carlos era:
Ótimo profissional;
Um gentlem an. Abria a porta do carro, cantava para mim, 
escolhia músicas que tinham a ver com a nossa história. 
Saíamos sempre para jantar, não me deixava pagar a conta, 
o que era sedutor...
Superagradável e muito inteligente. Tinha um repertório 
variado de assuntos, filosofava sobre tudo. Eu adorava sua 
filosofia no início, depois passou a me irritar, pois percebi 
que ele a usava para se esquivar. Minha psicóloga descrevia 
o comportamento dele evidenciando que as filosofias po­
diam confundir e não esclarecer;
Carinhoso. Punha-me para dormir fazendo cafuné;
68 I Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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Estudava inglês comigo porque o dele era perfeito; 
Tínhamos uma química muito forte. A gente “dava cho­
que”. Era uma coisa inexplicável;
Bem articulado verbalmente:
“Quero ficar velhinho com você”;
“Quero resolver essa situação”;
“Quero te namorar de verdade, sem problemas”;
“Quero uma filha de olhos azuis”;
“Estarei ao seu lado para sempre”;
“Te amo, como nunca amei ninguém”;
“Não paro de pensar em você um minuto sequer”.
“U m g r a m a d e a ç ã o v a le m a is d o q u e
UMA TONELADA DE TEORIA.” F r IEDRICH
E n g e l e s
Pena que palavras não são ações, apenas nos envolvem.
Escrevendo este livro, percebi que, na verdade, tínhamos 
poucas afinidades para eu ter me prendido daquela maneira. Foi 
mais pela vontade de viver um amor perfeito do que pelas qua­
lidades e comportamentos dele.
3. Muita ilusão e a sensação de ter encontrado o grande amor
“S e m s o n h o s , a v id a n ã o t e m b r il h o . 
S e m m e t a s , o s s o n h o s n ã o t e m a l ic e r ­
c e s . S e m p r io r id a d e s , o s s o n h o s n ão
SE TORNAM REAIS. SONHE, TRACE METAS, 
ESTABELEÇA PRIORIDADES E CORRA RISCOS 
PARA EXECUTAR SEUS SONHOS. M eLIIOR É 
ERRAR POR TENTAR, DO QUE ERRAR POR SE 
OMITIR NÃO TENHA MEDO DOS TROPEÇOS 
DA JORNADA.” AUGUSTO CuRY
Alianças Imperfeitas | 69
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Ele contribuiu para que eu construísse uma imagem ideali­
zada. Preencheu, em minha cabeça, os requisitos da pessoa que 
eu idealizava. Projetei nele tudo o que eu queria em um homem. 
Era o meu sonho de amor ideal.
“Desta forma acalmou toda uma expectativa e re­
alização de um sonho. A busca por alguém cessava 
ali, confortando o coração e preenchendo os vazios. 
Além de dim inuir possíveis custos de ir em busca de 
um novo alguém, minimizar riscos de outras dores. ”
Depois que, de fato, o conheci, ficaram somente as expec­
tativas, pois as qualidades só apareciam quando ele estava junto 
de mim. Mas só estávamos juntos quando ele queria.
“E enlouquecedor. A pessoa diz coisas que você quer 
ouvir, te acalenta em alguns momentos e fica distante 
em outros, provocando uma intermitência de sensações 
e aumentando a ansiedade e a expectativa.”
Tive poucos períodos maravilhosos com ele. Momentos 
que dependiam dele. Eu não tinha controle algum. Era sempre 
quando ele queria, quando ele podia, quando ele determinava, 
quando ele... quando ele... O mais difícil é que eram instantes 
de ilusão, porque não representavam, de fato, o que ele dizia. 
Carlos criou para mim um mundo imaginário, em que nos 
casaríamos, formaríamos a nossa família. Mas, e depois? Eu 
morria de medo do depois. Teria um filho e ficaria sem um 
marido por perto.
Eu não via o depois...
“O comportamento inconstante é uma forma muito 
eficiente de controle do outro: ora muito presente, ora
70 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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ausente, produzindo a sensação de insegurança, como 
se a qualquer momento outro alguém pudesse aparecer 
para ameaçar o ‘amor ideal’.”
4. Diferença de idade
Carlos era mais velho do que eu 12 anos. Sempre gostei 
de homens mais velhos. Na minha cabeça eram mais maduros, 
estáveis profissionalmente. Haviam curtido tudo o que tinham 
que curtir. Assim, pensava que estariam em busca do mesmo 
que eu, um relacionamento concreto, seguro.
“A história de que relacionamentos com homens mais 
velhos é melhor porque são experientes não funciona 
como regra. Não garante a saúde de um relacionamen­
to. A idade não determina como uma pessoa funciona. 
O repertório comportamental que ela apresenta é o que 
nos indica sobre quem esse indivíduo é, como pensa, 
age e quais objetivos têm na vida.”
5. Muita culpa
Culpava-me constantemente por fazer menos do que po­
dia. Ele, sempre cheio de problemas. Eu acreditava que tinha 
que ser companheira, compreensiva e estar ao lado. Tinha medo 
de parecer radical, exigente demais e perder a oportunidade de 
ser feliz com ele. Sem falar que Carlos me culpava por algumas 
situações, dizia que eu precisava esperar.
“Era um universo de emoções: culpa por exigir demais. 
Medo de perder o amor. Desejo de ter uma família. ”
O pior, eu aceitava as culpas.
Alianças Impeifeitas | 71
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^ ‘A c e i t a m o s c e r t a s c o is a s q u a n d o ^
NÃO ENXERGAMOS CLARAMENTE A SITUA­
ÇÃO. N e st e m o m e n t o , e n t r a e m c e n a
NOVAMENTE, O PAPEL DO AUTOCONHE-
c i m e n t o . Q u a n t o m a i s v o c ê se c o ­
n h e c e , MENOS VOCÊ ENXERGA ERRADO.”
^ M a ir a B a p t i s t u s s i_______________________j
6. Empada
Sempre busco compreender os sentimentos das pessoas. 
Ponho-me no lugar do outro por receio de fazer menos ou ser 
injusta. Quando determinava limites em nosso relacionamento, 
pensava: “ai meu Deus! Será que não estou sendo radical? Estou 
fazendo a coisa certa?”, dessa forma, ele ganhou força, sabia que 
eu amolecia.
“Ficava presa à ideia de ter o amor idealizado e perdia o 
foco da realidade. Por um bom tempo olhava a historia 
sob a ótica dele, de suas limitações emocionais, mas a 
ponto de perder a análise de todo o contexto real.”
Entrava em conflito comigo mesma, porque vislumbrava 
um relacionamento em potencial, mas com uma pessoa comple­
xa que não me fazia bem.
7. Enxergava-me velha
Que tolice! Eu me sentia velha com apenas 32 anos! T i­
nha medo de não encontrar alguém. Achava um desperdício 
nos amarmos tanto e não vivermos aquele sentimento com 
plenitude. Mas, não estava em minhas mãos, ele tinha que 
querer também.
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“Parece que quando amamosalguém, acreditamos que 
fazer a relação dar certo depende somente de nós. Na 
verdade, depende do outro também. Por isso, o relacio­
namento amoroso pode gerar ansiedade e a sensação de 
pouco controle.”
O fato de me considerar velha fez aumentar o sonho de 
constituir uma família. Perceba como nosso foco muda: antes 
eu pensava em casar, mas não estava com pressa. Depois que co­
nheci Carlos, esse desejo se tornou uma guerra dentro de mim. 
Queria vencê-la a todo custo. Depositei todas as minhas expec­
tativas nele... Graças a Deus, desisti!
“As VEZES, NÃO CONSEGUIR O QUE VOCÊ 
QUER É UMA TREMENDA SORTE.” D a LAI
L a m a
“O sonho estava em Letícia. Era dela, não de Carlos. 
Invista em uma aliança consigo mesma. Dedique-se aos 
seus compromissos. Seja independente emocionalmen­
te. Faça planos, trace metas e objetivos que dependam 
apenas de você. Não viva a espera de um casamento, de 
uma pessoa que seja do jeito que quer. Não projete seus 
sonhos no outro. Isso pode te fragilizar.”
“L e m b r e - se d a sa b e d o r ia d a á g u a : e la
NUNCA DISCUTE COM UM OBSTÁCULO, 
SIMPLESMENTE O CONTORNA.” AUGUSTO 
CuRY
8. Insegurança por perder o projeto de vida
Quando pensava na separação, ficava angustiada, com 
medo de não suportar vê-lo no trabalho ou na mesma cidade.
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Brasília era difícil sem ele. Aliás, a cidade era sinônimo de Car­
los: o mesmo trabalho, poucos amigos... Sem contar a minha 
família que não estava por perto. Quando terminava com ele e o 
via na cidade, ou nos voos, sentia-me supermal, questionava-me 
se estava fazendo a coisa certa. Ficava fora do prumo. Para mim, 
abrir mão dele era o mesmo que desistir do meu projeto de vida. 
Essa certeza era mais forte do que o medo de ficar sem ele. Era 
o mesmo que assistir ao meu sonho indo embora... Sentia-me 
péssima com ele, mas ficava desesperada sem ele. A ideia de que 
seria impossível encontrar outro alguém para constituir família 
me atormentava. Por isso, quando Carlos me pedia para voltar, 
eu não resistia e voltava.
9. Complexo de inferioridade
Sentia-me incompleta. Havia em mim a necessidade de ter 
alguém. Iludi-me com a ideia de que um completava o outro. E 
uma doce ilusão! Ninguém completa ninguém. Sentir-me velha 
para um relacionamento também contribuiu para que eu me 
agarrasse à primeira oportunidade que surgiu.
Eu não tinha razões para me sentir inferior. Era indepen­
dente, morava sozinha, tinha minhas coisas, recebia elogios pelo 
meu trabalho (tinha uma posição privilegiada). Formação em 
MBA. Fiz vários cursos e mesmo que eu não tivesse feito, não 
tinha o direito de me sentir inferior. Nutria o sentimento de 
inferioridade porque a minha autoestima estava baixa. Incons­
cientemente, achava que ele era melhor do que eu.
“Quando a nossa autoestima está baixa, somos presas 
fáceis para a manipulação. E preciso compreender os 
porquês da autoestima frágil e trabalhar essa questão. 
Autoestima é muito mais que cuidar da imagem, mas
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sim cuidar do todo: quem sou eu, no que tenho valor, 
quais minhas conquistas e habilidades, pelo que me en­
canto em mim mesma?”
10. Ingenuidade na percepção de alguns eventos
Acreditava na mudança dele. Principalmente por conta da 
minha pureza (de certa forma), carência e pela capacidade de 
manipulação e sedução que Carlos tinha.
“O recomeço está carregado de muitas frustrações, 
principalmente medo. E o medo muitas vezes náo nos 
faz perceber a realidade com clareza, é uma emoçáo que 
contamina muito o conhecimento”
11. A necessidade de conhecê-lo em outro estado civil
Precisava saber como era Carlos solteiro.
Diante de várias idas e vindas, num dado momento, 
cansei-me e resolvi dar um basta. Consegui ficar longe dele 
durante 4 meses. Após esse tempo, ele voltou e disse que ha­
via se separado.
“Só tomou a atitude de se separar porque Letícia deu 
choques de realidade para provocar novas emoções nele 
e colocar limites na relação.”
Nossa! Carlos apareceu para mim, e disse que estava soltei­
ro! Balancei. Eu havia recebido alta na terapia e tinha medo de 
voltar para ele. Pensava: como seria Carlos solteiro?
Precisava da resposta, de ter certeza que ele seria diferente. 
Saber se o mundo estava certo ou se eu estava certa. Iria até 
as últimas consequências para não me culpar depois. Precisava
Alianças Imperfeitas | 75
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acreditar que tinha feito tudo o que poderia. Então, resolvi dar 
mais uma chance. Principalmente porque precisava tirar a dúvi­
da da minha cabeça: “Como seria? Ficaríamos juntos cm nossas 
folgas? Namoraríamos como todos namoram?”.
Estava curiosa, mas não me surpreendi com o que vi, vivi e senti.
Adivinhe?!
Depois que se separou, falava repetidamente sobre o sacri­
fício que fez por mim (a vida cômoda que havia perdido); de 
tudo que abriu mão para ficar comigo (os planos dele); de toda 
perda financeira (casa confortável, por exemplo). Admitia sentir 
falta da mansão, dos cachorros, do estúdio; e ao mesmo tempo 
- contraditório - afirmava estar aliviado.
“Mudar a vida náo é mudar os comportamentos e ações. 
Ele estava num novo contexto, mas com comportamen­
tos velhos! E num novo cenário tem que haver novos 
comportamentos. ”
Disse, entre muitas coisas, que havia se separado, mas ain­
da tinha que formalizar o processo com o advogado. Ou seja, 
formalizar a partilha dos bens (bens = Dinheiro = ponto fraco 
de Carlos). Será que eu conseguiria esperar o desfecho, tendo 
passado por tudo o que passei?
Como sempre, todo problema fazia Carlos se fechar em seu 
quadrado. Então, imagine como ele me tratou até a assinatura 
dos papéis.
Era fim de ano...
Por estar na chefia, consegui voar com ele. Pernoitaríamos 
em Salvador para passar o ano novo. Comprei espumante, taças, 
snacks... várias coisinhas, para passarmos a virada do ano em
76 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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grande estilo. Mas Carlos estava mal. Affl Quando casado car­
regava o fardo de ter um compromisso. Separado, estava amar­
gurado pelas perdas. Meu Deus! Ele nunca estava bem. Parecia 
acostumado a viver sofrendo. Pelo menos foi essa a ideia que 
sempre me passou.
Minha virada de ano foi péssima! Carlos ignorou todos os 
meus preparativos e confinou-se no quarto, sozinho. Dá para 
acreditar? Estávamos em Salvador, em uma pousada maravilho­
sa. Juntos. Em grande estilo e ele, simplesmente, ficou no quar­
to! Passei a noite de Réveillon sozinha!
No dia seguinte estava decidida a terminar, mas tive que me 
conter. Tínhamos vários dias de voo juntos. Na semana seguinte 
passaríamos por uma grande auditoria internacional e eu não que­
ria que os problemas emocionais atrapalhassem o meu trabalho.
Após a auditoria, consegui uma semana de folga. Esperei 
um pouco mais para terminar, pois queria paz na viagem. Foi 
nessa viagem que sofri “aquele” acidente de carro que mencionei 
lá no começo.
Deus escreve certo por linhas tortas. Depois do acidente, 
tive a certeza de que Carlos precisava sair da minha vida. Eu 
podia ter morrido e ele estava preocupado com o seu mundo 
particular.
E interessante e ao mesmo tempo absurdo o fato de que 
nos deixamos levar pelos nossos parceiros. Eles conhecem os 
nossos pontos fracos e se utilizam deles.
“Quando nos conhecemos bem. Sabemos quais são as 
nossas fraquezas e os nossos pontos fortes. Quando sa­
bemos o que queremos e o que não queremos, o outro 
perde a força que tem sobre nós.”
Alianças Imperfeitas | 77
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Uma relação doente nos traz muitos sentimentos ruins. 
E doloroso escrever tudo isso, mas, ao mesmotempo em 
que escrevo, liberto-me de todo mal que senti. Fortaleço-me 
e reafirmo tudo o que vivi, senti e escolhi.
“Você n u n c a sa b e a f o r ç a q u e t e m , até
QUE SUA ÚNICA ALTERNATIVA É SER FOR­
TE.” J o h n n y d e p p
78 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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CAPÍTULO 5
QUANDO E COMO ME VI 
EMOCIONALMENTE ADOECIDA
Quando eu entrei na empresa (local em que aconteceu 
grande parte dessa história) fiz amizade com uma comissária da 
minha turma, chamada Andressa. Nos conhecemos em Brasília, 
durante o treinamento. Fui escalada para trabalhar em Manaus 
e ela para a base de Brasília. Nossa amizade ficou tão forte du­
rante o treinamento que, meses depois, quando já estávamos 
voando, pedi transferência de Manaus para Brasília só para mo­
rarmos juntas. Assim, nos faríamos companhia. Infelizmente, 
um ano depois, Andressa foi demitida e eu fiquei sozinha em 
Brasília. Nossa amizade, contudo, continuou. Ela se tomou 
uma irmã para mim. Éramos muito grudadas e confidentes. 
Foi por intermédio dela que conheci o curso sobre qualidade 
de vida. Era ministrado por psicólogos e, na minha turma, a 
psicóloga Cláudia percebeu como eu estava. No dia seguinte, 
ligou-me e disse que queria conversar pessoalmente comigo. 
Nos encontramos e ela me orientou a procurar um psiquiatra e 
um psicólogo, pois necessitava de ajuda. Tinha razão. Eu pre­
cisava muito de ajuda!
“Não t e n h a m e d o d a v id a ! T e n h a
MEDO DE NÃO VIVÊ-LA.” AUGUSTO CuRY
Pensei que fosse apenas um baixo astral, mas não passa­
va... A gente acha que consegue sair de determinadas situações
Alianças Imperfeitas | 81
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sozinha, mas, muitas vezes não é tão simples assim. Eu estava 
doente e não havia percebido.
“ D e c id i n ã o f ic a r t r is t e . C e rt a s c o i­
sa s NÃO VALEM MINHA DOR.” CAZUZA
V. J
Procurei um psiquiatra. O diagnóstico era depressão cir­
cunstancial. O médico sugeriu um afastamento Queria que me 
afastasse do trabalho por vários meses. Eu não queria, mas era 
necessário. Solicitei ao médico apenas 15 dias. Tentaria tirar férias 
para não prejudicar a mim, financeiramente, e à empresa, com a 
falta de uma funcionária. Consegui quinze dias de dispensa médi­
ca, mais as minhas férias. Não queria entrar pelo INSS4
Resolvi terminar com o Carlos mais uma vez para me tratar. 
Comecei com remédio aliado à terapia e ao curso de qualidade de 
vida. Foi um ótimo conjunto.
Tive respostas significativas e rápidas ao meu tratamen­
to, porque o encarei com muita seriedade e dedicação. Tive 
ótimos profissionais me ajudando. Mas o fantasma do Carlos 
estava sempre me assediando... O mesmo discurso: “que me 
amava”, “seria diferente”... Voltei para ele incontáveis vezes e
4 INSS - são as iniciais dc Instituto Nacional do Seguro Social, servindo para 
designar o órgão federal responsável pela Previdência e pertencente ao Ministério 
da Previdência Social, ligado ao Governo Federal Brasileiro. O INSS é responsável 
por receber as contribuições dos indivíduos, e tem como função fazer os paga­
mentos de aposentadorias, auxílio-doença, pensão por morte, auxílio-acidente, e 
outros vários benefícios previstos por lei.
“Muitas vezes a ajuda psicológica não é bem entendida. 
E questionada por ser um trabalho feito através da con­
versa. Na realidade, falar pode levar à cura, pois nos faz 
enxergar melhor. Enxergando melhor a nós mesmos, a 
mudança fica mais palpável.”
82 | Bruna Almeida e Maira Baptistusü
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essa história parecia não ter fim, embora não tivesse chance 
desse relacionamento dar certo. Estava tudo à minha frente. 
Não queria acreditar, aceitar...
1 \“Se v o c ê e st á d e p r im id o , v o c ê e st á v i­
v e n d o NO PASSADO. Se v o c ê e st á a n s io ­
s o , VOCÊ ESTÁ VIVENDO NO FUTURO. Se 
VOCÊ ESTÁ EM PAZ, VOCÊ ESTÁ VIVENDO 
, NO PRESENTE.” LaO TZU
EXERCÍCIO - REGISTRO DE SENTIMENTOS
Abaixo está um exercício que me ajudou bastante (fiz por conta 
própria e depois mostrei à minha psicóloga). Resolvi escrever sobre:
• O que eu estava passando no relacionamento;
• O que eu estava sentindo;
• O que Carlos fazia e me machucava.
Preencher esses espaços ajudava a clarear minha ideia de 
quem era Carlos e me continha a cair na armadilha da culpa. 
Graças a esses registros, consegui escrever este livro. Minha tera­
peuta sempre dizia que registrar ajuda a perceber melhor o que 
se sente e o que se quer.
Escreva tudo o que está passando em seu relacionamento:
Alianças Im perfeitas \ 83
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Escreva tudo o que você está sentindo:
“Somos seres humanos e nossa tendência é nos per­
dermos em nossas emoções porque quando amamos 
ampliamos o pouco de bom do outro e esquecemos as 
coisas ruins.”
Escreva tudo o que o seu parceiro faz que te machuca:
84 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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EXERCÍCIO - REGISTRO DE COMPORTAMENTOS
O que depende de você para mudar esses sentimentos e 
como agir para ter sentimentos melhores?
Após a realização desse exercício passei a enxergar Carlos 
melhor. Cada vez que meu coração e minha mente se confun­
diam com algum comportamento dele, eu lia tudo o que havia 
escrito como forma de proteção ao padrão repetitivo.
Alianças Imperfeitas | 85
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^ A q u il o q u e n o s fe r e é a q u il o q u e ^
NOS CURA. A VIDA TEM SIDO MUITO DURA 
COMIGO, MAS AO MESMO TEMPO TEM ME 
ENSINADO MUITA COISA.” CAIO F e RNAN-
^ d o d e A b r e u _____________________________ ^
Então, por que o relacionamento não deu certo? Ainda tem 
dúvidas?
“Um relacionamento é construído de várias formas. 
Náo é só o amor que liga duas pessoas. Tem o compa­
nheirismo, o respeito, a lealdade, a compatibilidade. 
Sáo muitos fatores que váo além das palavras.”
Um relacionamento cheio de amor é construído entre duas 
pessoas, mas pode ser destruído por vários fatores. Comporta­
mentos, atitudes do outro ou, às vezes, nossas atitudes fazem 
com que o relacionamento esfrie, perca o encanto.
“O relacionamento é construído ou destruído, como 
uma casa. Para ser sólido tem que ter uma boa funda­
ção, materiais de qualidade, bem colocados e amor em 
cada pedaço.”
Dos vários fatores citados em outros capítulos, para que 
esse relacionamento desse certo seria necessário que ele se tra­
tasse. Enfrentasse seus fantasmas e desse uma chance para sentir 
outras coisas que não fosse o medo.
“Ele tinha que entender que a vontade de viver de Letí- 
cia era positiva, não de controle e posse. Relacionamen­
to requer troca. Carlos precisava saber que coragem de 
viver é diferente de controle. Há vários tipos de amor, 
mas não é um sentimento movido por dependência, 
nem pelo medo.”
86 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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Ele precisava entender que eu só reagia de forma irritante 
quando me sentia ameaçada. Qualquer atitude dele que me fi­
zesse sentir no mesmo contexto, já me gerava insegurança.
“Todos esses indícios, fatos e comportamentos de Car­
los, indicavam que ele não era o homem da sua vida. O 
parceiro ideal tem a ver com alguém de comportamen­
tos saudáveis. Respeitoso, verdadeiro, companheiro, 
que se preocupe de fato, com a relação.”
Eu não estava preocupada cm encontrar a cara metade, 
porque não acredito nisso. Só queria um relacionamento nor­
mal: companheirismo,respeito, lealdade. A sociedade prega o 
conceito de cara metade como se fosse algo divino; na verdade, 
tem relação com encontro de momentos, sentimentos, objetivos 
semelhantes e características.
O autoconhecimento e todo o tratamento me curaram de 
um mal que eu pensei não ter cura. Na terapia, percebi o mais 
importante: sabia viver muito bem sem ele. Pensei que não con­
seguiria, mas consegui!
“Isso se chama “teste de realidade”, a pessoa experi­
menta algo que imagina não conseguir. E quando se vê 
capaz, se olha diferente e sua autovalorização começa a 
aumentar... Isso é fantástico, pois o medo perde espaço 
para a força de enfrentar.”
CONSEGUI! EU ESTAVA CURADA!
Alianças Imperfeitas | 87
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CAPÍTULO 6
O PAPEL DA CONSCIÊNCIA NA 
MUDANÇA DE COMPORTAMENTO
O autoconhecimento é fundamental para que possamos 
mudar as situações que nos incomodam, os sentimentos que nos 
machucam e os comportamentos que nos prejudicam. Depois 
que Cláudia, psicóloga que ministrou o curso sobre Qualidade 
de Vida, me disse que eu precisava de tratamento, procurei ajuda. 
Ao iniciar o processo terapêutico, descobri, aos poucos, como é 
importante nos conhecermos para fazermos melhores escolhas.
Conhecia exatamente os meus pontos fracos, os meus pon­
tos fortes, minhas necessidades e meus limites. Sabia o que que­
ria da vida, o que não queria e, o mais importante: estava lúcida 
com tudo o que estava acontecendo.
Queria uma realização plena. Não queria me humilhar 
para ter um relacionamento. Carlos manipulava, vitimava-se, 
esquivava-se, e me mantinha na expectativa de viver o amor, 
mas, ao mesmo tempo, o autoconhecimento me mantinha aten­
ta à realidade e às perdas por esperá-lo.
------------------------ : N
”E O QUE É SER PARCEIRO? E ESTAR DO
LADO QUANDO PRECISA, MESMO QUE O 
OUTRO TENHA QUE ABRIR MÁO DF, UMA 
COISA SUA. E SE O OUTRO NÃO SOUBER SER 
PARCEIRO, A CHANCE DE DAR CERTO DIMI- 
, E MUITO.” M a IRA Ba PTISTUSSINUI
Alianças Imperfeitas | 91
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Ele achava que eu aceitaria aquela situação e me cozinharia 
em banho-maria até quando quisesse. Estava ficando mal acos­
tumado com o ciclo do relacionamento: nos separávamos ■=> ele 
melhorava uma semana ^ voltava a ser o mesmo ^ nos separá­
vamos... Por isso, no dia em que resolvi, de fato, dar um basta, 
ele não acreditou.
“Quanto mais tempo longe do outro que lhe faz o mal 
disfarçado de bem, menos importância e significado 
ele terá.”
Então, a partir de agora eu só passarei a assumir compromis­
sos se for para me realizar. Do contrário, não quero. Diferenças 
sempre existirão, mas, que o amor, o respeito, a compatibilidade e 
a lealdade sejam maiores.
“S e n t ir a l ív io é ir se l iv r a n d o d a 
d o r .” M a ir a B a p t is t u s s i
Eu sentia falta de alguém: um companheiro, parceiro, que 
estivesse disposto a dividir, pois o amor é bilateral e as palavras 
não são ações.
Queria um companheiro de verdade, Carlos era apenas 
companhia.
Questionava-me muito se eu sentia a falta dele. Quando 
me separava, tinha momento em que sentia até certo alívio.
“Sentia alívio porque a dor era muito grande. Quando 
a angústia é muito forte durante a convivência, a dor da 
perda se mistura a um alívio daquilo que lhe faz mal.”
Eu tinha que me relacionar com outras pessoas: amigos. 
Precisava existir além do Carlos. Focar no que era real, en-
92 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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gajar-me em novos objetivos. Produzir novas sensações. Olhar o 
mundo. Fazer novos projetos. Os meus sentimentos não podiam 
ficar restritos à ansiedade de tê-lo ou no medo de não tê-lo.
“Aprenda a ter um hobbie. Cuide de suas coisas: corpo, 
roupa, leitura. Alimente-se de coisas que não façam 
referência à angústia de Carlos. Uma relação vai ser 
melhor quanto menos precisar dela. E Letícia precisava 
existir por inteira, com autoestima, autoconfiança, pro­
jetos e sonhos seus.”
Tinha que quebrar mais barreiras, porque quanto mais bar­
reiras eu quebrasse, mais livre ficaria. Precisava: perder o medo 
de dirigir, praticar um esporte, ler um livro... Escrever este livro. 
Tudo isso colaboraria para a ampliação do meu universo emo­
cional, e consequentemente, estaria liberta do que me fazia mal.
“Quanto mais enfrentamos, mais segurança produzi­
mos em nós mesmos.”
Tinha que me dar a chance de agir diferente. Escolher en­
tre viver na insegurança ou me libertar do peso daquela relação. 
Não precisava aceitar migalhas, alguém pela metade. Mas essa 
consciência era construída em meu processo terapêutico.
Eu tinha que me proteger dele. A única forma era me afas­
tando. Mudar a estratégia para obter resultados diferentes.
“Se der um tempo e ele não voltar, significa que você 
teria que se contentar com o pouco que recebia dele. 
Questione-se: realmente precisa passar por isso? O ama? 
E uma questão de ganhar a situação ou de aliviar a ca­
rência?”
Era necessário me fortalecer para aprender a viver sem ele.
Alianças Imperfeitas \ 93
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“O amor não poderia suportar uma constante falta de 
respeito! Tem que pôr limites e, na terapia, nós traba­
lhamos para que você viva sem ele, se preciso for. Será 
que era realmente um amor tão forte assim?”
Não podia abrir brecha para dúvidas.
“Analisou. Deu chance, mas o comportamento dele 
não mudou. Está viciado em um padrão. A mudança 
tem que partir de Carlos. Ele tem que querer a mudan­
ça. Não é você quem tem que mudá-lo.”
Precisava enfrentar a abstinência. Vivi sem ele antes, 
conseguiria novamente.
“Onde está sua vida? Faça o que for possível sem gran­
des exigências. Esperar o tempo da abstinência. Ela leva 
a um comportamento obsessivo compulsivo, do tipo: 
“eu não quero aceitar”, “não vivo sem”. Passada essa 
fase, seu racional entra em exercício. A terapia ajuda 
nesse processo, porque deixa o indivíduo mais coeren­
te, analítico, com a postura de decidir e enfrentar, seja 
o que for - em nome da saúde emocional. Enquanto 
você não passar pelo processo de abstinência, não con­
seguirá fazer outra coisa. Desespera-se. Tem episódios 
de ansiedade. Não dorme. Tem vários comportamentos 
disfimeionais. Não tem vontade de fazer outras coisas, 
porque a falta da pessoa é o que mais importa.
“Então, o primeiro passo após a consciência de si, do 
outro e da relação, é superar a abstinência.”
Essa abstinência que tinha por Carlos se comparava à gerada 
pelo uso de drogas.5 Tinha que me permitir ser feliz. Não podia
5 Abstinência: Junto com ela, existe as crises de abstinência, que são as mudan­
ças bruscas no comportamento de pessoas que estão muito dependentes de uma 
substância. (CABRAL, 2006)
94 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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deixar minhas realizações estagnadas, senão teria mais perdas. Pre­
cisava mudar meus conceitos sobre relacionamento. Desmistificar 
coisas que ficaram enraizadas dentro de mim. Coisas ruins, das per­
das que tive durante o período em que deixei de investir em meus 
projetos. Era necessário fechar o ciclo daquele relacionamento... 
Colocar um ponto final.
“ O C a m i n h o q u e e u e s c o l h i é o d o 
a m o r . Não im p o r t a m a s d o r e s , a s
ANGÚSTIAS, NEM AS DECEPÇÕES QUE 
VOU TER QUE ENCARAR. ESCOLHI SER 
VERDADEIRA. No MEU CAMINHO, O 
ABRAÇO É APERTADO, O APERTO DE MÃO
É s i n c e r o . P o r i s s o , n ã o e s t r a n h e aMINHA MANEIRA DE SORRIR E TE DESE­
JAR TANTO BEM. Eu SOU AQUELA PES­
SOA QUE ACREDITA NO BEM. É ASSIM 
QUE EU ENXERGO A VIDA E É ASSIM QUE 
EU ACREDITO QUE VALE A PENA VIVER.”
C l a r ic e L i s p e c t o r
“O relacionamento depende do outro também. De 
você depende enxergar o que está acontecendo. Será 
que ele é um bom parceiro? Você o ama? Pergunte- 
-se. Faça escolhas que possam ser feitas somente por 
você, ou seja, ficar ou não com alguém é somente da 
sua alçada.”
Eu tinha que ter ações de autovalorização. Precisava am­
pliar a vida. Ter novos estímulos. Confiar no meu potencial, 
afinal, tudo o que me propus a fazer eu consegui. Acreditar em 
outros desafios, além de decidir que aquele homem não servia 
para mim.
Alianças Imperfeitas | 95
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O MELHOR DE SI MESMA EM CADA 
PEQUENO GESTO: BANHO, ALIMENTO,
s o n o . . . E n t r e e m c o n t a t o c o m o se u 
CORPO, c o m o s e u s o r r i s o , c o m su a 
pe l e e s e u s s o n h o s , p o is a s s im você RE­
TOMA A CONVIVÊNCIA CONSIGO PRÓPRIA 
E O OUTRO DIMINUI DE VALOR...” M a IRA
Ba p t is t u s s i
“Perceba bem: tudo o que se propôs a fazer, você fez. 
Isso mostra que tem garra para ir até o fim, resultando 
em sucesso, alívio e paz.”
Eu não podia perder energia gratuita porque isso me trazia 
prejuízos, inclusive em termos de saúde. Não podia jogar fora 
toda a minha capacidade de viver e de amar. Como dizia minha 
terapeuta: “a capacidade de amar é sua e você pode vivenciá-la 
com outra pessoa”.
“Não jogue sua energia fora. Não caia nessa armadilha 
psicológica. Você pode ou não permitir manter-se nessa 
prisão.”
Eu tinha que estipular prazos e respeitá-los, para não me 
agredir. Colocar limites no outro. Determinar espaço e respeitar 
os próprios sentimentos.
“Tendo equilíbrio nessas duas coisas: assumir seu limi­
te, conseguir lidar com ele e colocar limite no outro, 
aumentará a probabilidade de um viver mais tranqui­
lamente. Tem que dizer o que pensa, sente. Defender 
sua opinião, sua postura, sem ferir o direito do outro. 
Em suma: uma vida equilibrada se baseia em assumir 
limites. Assim, estará consciente para respeitar-se e di­
minuir as expectativas.”
96 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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Tinha que evitar encontros, acreditar que eu merecia mais. 
Uma pessoa melhor, menos complicada. Precisava acreditar 
em meus sonhos: ter uma família, paz no coração, projetos 
em comum.
“C o is a b o a é t e r p o r p e r t o q u e m faz a
GENTE FELIZ.” M a RCELLE M e LO
“A dificuldade de entrega e de resolução de problemas 
é dele. Lembre-se, a capacidade de amar é sua e existem 
pessoas, diferentes de Carlos, com essa mesma capaci­
dade. Não se culpe, pois não estamos lidando com al­
guém que funcione de forma simples. Ele se apresenta 
persecutório, egocêntrico, vaidoso, que se faz de vítima 
e se esquiva, gerando uma insegurança doentia. Portan­
to, como apoiar alguém que te deixa desestabilizada?”
Tinha que preencher a vida com coisas prazerosas, que en­
riquecem e ampliassem as relações para enxergar outras coisas 
no mundo.
“Como vou me preencher? Estudando, pensando nos meus 
objetivos, escrevendo o livro, lendo livros. Como vou am­
pliar? Fazendo coisas sociáveis. Alimentando-me de coisas e 
de pessoas para não depender de um relacionamento.”
Precisava enxergar que a minha oscilação de comportamen­
to, decorrente da falta que sentia de Carlos, não era o “querer o 
Carlos”, mas sim, querer uma pessoa que poderia me dar algo 
que ele não podia. Tinha consciência de que eu deveria ficar com 
alguém livre de tanta confusão.
“Ele é uma pessoa complicada. Vai e vem. Dá e tira. E 
um jogo muito difícil.”
Alianças Imperfeitas | 97
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Eu sou a verdade. A entrega, o compromisso. Me doava e 
me dispunha muito; ele não. Portanto, era necessário ser mais 
realista diante da situação. Não poderia deixar-me iludir.
Tinha consciência de que se investisse em outra relação, o 
passado viraria pó! Ainda não tinha virado pó porque me ligava 
a ele em termos afetivos.
RELACIONAMENTO E ANDAR JUNTO, RE­
MANDO OS MESMOS OBJETIVOS.” M a IRA
Ba p t is t u s s i
Era claro para mim, de que antes de ter um filho, eu 
precisava de um marido. Carlos nem namorado era. Por­
tanto, voltar para ele era quase como dar um tiro no pé. 
Sabia que existia nele sentimentos e desejos por mim, mas 
a cabeça complexa não permitia que fosse um bom parceiro 
para mim.
“Caiu na armadilha da carência. O eu te amo ‘em 
Francês’, a sedução dele, somados à sua personalidade 
ingênua, pura e sonhadora.”
“ P r e e n c h e r a v id a p a ra n ão f ic a r d e ­
p e n d e n t e d o o u t r o é u m a e s c o l h a de
SAÚDE EMOCIONAL.” M a IRA B a PTISTUSSI
V_________________ ________________ J
Era necessário escolher: viver daquele jeito ou me dar a 
chance de ser feliz de verdade, por inteira. Mesmo sonhando e 
desejando, conseguia analisar...
“A capacidade de amar é sua. Ame quem te ama. 
Carlos está muito distante da sua realidade.”
98 I Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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^ “A in d a b e m q u e s e m p r e e x ist e o u t r o ^
DIA. E OUTROS SONHOS. E OUTROS RISOS.
E OUTRAS COISAS. E OUTRAS PESSOAS. E 
OUTROS AMORES.” WÍLLIAM S h AKESPEARE
“C o m o t e m p o , v o c ê va i p e r c e b e n ­
d o QUE, PARA SER FELIZ, VOCÊ PRECISA 
APRENDER A GOSTAR DE VOCÊ, A CUIDAR
DE VOCÊ E, PRINCIPALMENTE, A GOSTAR 
DE QUEM TAMBÉM GOSTA DE VOCÊ.
Q u in t a n aM a r io
Alianças Imperfeitas | 99
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CAPÍTULO 7
COMO SAÍ DA DEPRESSÃO E VIREI 
O JO G O
Durante o relacionamento eu adoeci. Como me livrei da 
depressão? Quais fatores me ajudaram a virar o jogo?
A vontade de mudança tem que partir de você! Está dis­
posto a enfrentar a realidade? Se sim, siga em frente, sem medo, 
porque o melhor está por vir.
“Se v o c ê n ã o p o d e m u d a r se u d e s t in o ,
MUDE SUA ATITUDE!” AmY TaN
Antes de começar a enfrentar o processo é necessário ter 
paciência e querer, de fato, mudar e não se colocar na posição 
de vítima. Ter força de vontade, determinação e enxergar além 
do curto prazo.
“O processo de ‘cura’ advém de uma compreensão de si 
mesmo, do comportamento do outro e do funcionamen­
to da relação. Entendendo-se esses três aspectos, tudo fica 
mais fácil, além de analisar consequências futuras.”
Engajei-me e dediquei-me bastante durante o tratamento. 
O processo de recuperação c demorado. Um dia você consegue, 
no outro não. Cobre-se menos. Tome suas atitudes dentro dos 
seus limites e das suas possibilidades. Vá aos poucos. Cada um 
tem seu tempo. No final, o que importa é o resultado.
Alianças Imperfeitas | 103
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Faça exercícios de flexibilidade. Eu sei que a espera é angus­
tiante, a dor e a ansiedade fazem os minutos se tornarem anos, 
porém, faça atividades, tenha comportamentos que ajudem a 
diminuir a ansiedade. Como? O que você gosta de fazer? Faça! 
Mesmo que não tenha vontade para nada, faça pelo menos um 
pouquinho. Se começar a fazer, a vontade chega aos poucos.
^ ‘ M a n t r a sa g r a d o p a ra a n s ie d a d e . S e^
HOJE NÃO DEU PARA FAZER ALGO QUE SE 
PROPÔS, FAÇA AMANHA... UM DIA DE CADA 
VEZ E SEMPRE EM MOVIMENTO.” M a IRA
Ba p t is t u s s i
Eu tive quemudar...
Lembra que pedi férias para sair do foco do problema? Foi 
aí que minha mudança começou. Minha família me auxiliou e 
apoiou nesse processo. Minha mãe queria que eu saísse da em­
presa, mas, como eu disse, “faça aquilo que seu coração manda!”. 
Sentia que não era a hora de sair de lá. Precisava ver o desfecho 
da situação e o mais importante: encará-la de frente.
Felizmente, ouvi minha voz interior...
“O MUNDO É GIGANTE E CHEIO DE OPOR­
TUNIDADES. N ão f iq u e r e s t r it o à u m 
PROBLEMA, POIS PODE DEIXAR DE ENXER­
GAR UM UNIVERSO.” MAIRA BAPTISTUSSI
N o período em que fiquei afastada, minha chefe me ligou 
para oferecer uma promoção. Seria para o cargo de comissária 
instrutora (treinaria as novas comissárias contratadas). Fiquei 
em dúvida e perguntei se podia responder depois. Pensei, pensei, 
pensei... Resolvi aceitar. Encarei a oportunidade como um desa­
fio que mudaria a minha rotina e poderia ajudar no tratamento.
104 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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Estava com medo, claro. Era novidade e me sentia insegura por 
causa da depressão. Mas agarrei a chance com unhas e dentes. 
Foi só o começo. Tive muitos comportamentos e fatores que 
me ajudaram a sair da depressão, dentre estes amizades sólidas. 
Os amigos te ouvem e, como têm a visão de fora sobre o rela­
cionamento, podem ajudar a clarear as ideias. O olhar de quem 
está de fora aumenta a chance de você perceber os sentimentos: 
sabemos melhor o que é doce se conhecemos o amargo.
“A p r e n d i c o m a n a t u r e z a a m e d e ix a r -
m e CORTAR E VOLTAR SEMPRE INTEIRA.”
C e c íl ia M e ir e l e s
Tive duas grandes amigas que me ajudaram muito nesse 
processo: Andressa, como já citei, estava à minha disposição a 
qualquer hora do dia. Sempre soube de tudo sobre mim. Quan­
do entrei naquele relacionamento, contava tudo a ela. Até cu 
entrar em colapso! Não sei como teve tanta paciência comigo. 
Sabia dos detalhes. Ouvia-me sem criticar, e o que é melhor, não 
opinava muito na minha relação. Eu falava ao telefone, todos os 
dias, por horas com ela. Quando pedia conselho Andressa me 
dava. Éramos parecidas. Antes de Carlos eu era bem resolvida 
nas questões do coração. Sempre fui superprática para resolver 
os meus conflitos amorosos e no das minhas amigas, inclusive. 
Havia ajudado Andressa muitas vezes em seus relacionamentos, 
mas nenhum deles se comparou ao meu. Não sei se eu teria a 
mesma paciência que ela teve. Dizem que descobrimos os gran­
des amigos nos piores momentos. Pois é, tenho certeza disso.
Maya foi outra grande amiga. Também morava em Brasí­
lia. Nos conhecemos em 2011, quando uma colega de trabalho 
me indicou ao dentista dela. No consultório a secretária que me 
atendeu indicou o serviço de drenagem de Maya. Além de dre-
Alianças Imperfeitas | 105
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nagem, fazia massagens relaxantes e limpeza de pele. Marquei 
um horário com ela. Começamos a conversar e resolvi fazer um 
pacote de drenagem, já que estava na dieta. Naquela época estava 
um pouco acima do peso. Nossa amizade começou muito antes 
de Carlos entrar na minha vida e perdurou até os dias atuais.
Enquanto vivenciava todas aquelas emoções, Maya me aju­
dou muito. Ouvia-me com frequência e carinho. Outra amiga 
ouvinte, que não criticava e nem dava opiniões. Era disso que 
eu precisava: ser ouvida. O consultório dela ficava a dez minutos 
de ônibus e uma hora a pé. Ia andando, já que na época eu não 
tinha carro. Fazia uma caminhada. Admirava a natureza e me 
distraía. A sala da Maya era tão aconchegante e de energia tão 
positiva, que eu me viciei nas visitas. Ir ao consultório, além de 
distração, ajudou-me a elevar minha autoestima. Maya era uma 
pessoa muito religiosa, oriental, frequentava um templo chama­
do “Mahikari”6 e sempre fazia orações de purificação do meu 
espírito, mente e corpo. Aquilo me fazia tão bem!
Sempre tive o costume de contar os meus problemas amo­
rosos para várias amigas. Com o tempo parei dc fazer isso. Além 
de não ajudar a resolver os meus problemas, elas ficavam com 
raiva de Carlos. Não queria que ninguém sentisse raiva dele por­
que não sabia como seria o amanhã. Mas, é natural que as pes­
soas que gostam da gente tomem partido. Minha mãe Carolina 
e minha Irmã jéssica sabiam do Carlos. Não sabiam de todas as 
idas e vindas que tivemos porque eu não queria que elas ficas­
6 Mahikari é um novo movimento religioso japonês onde seus membros acredi- 
ram ser esta uma arte espiritualista que tem por objetivo a renovação espiritual de 
toda a humanidade. Os movimentos, quase sempre, se utilizam de uma técnica 
chamada “arte Mahikari” (ou O kiyom e) que, de acordo com os adeptos, é uma 
sagrada arte concedida por Deus, para transmitir a Luz D ivin a com o objetivo 
de purificar o espírito, a mente e o corpo. Essa energia é transmitida através da 
imposição da mão pelos praticantes e segundo eles, tem como objetivo transmitir 
a luz para as pessoas. (OZAKI, 1990)
106 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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sem preocupadas. No início do relacionamento, em uma das 
crises de ansiedade, minha mãe viu o meu sofrimento e ficou 
bastante preocupada, com medo que eu surtasse e fizesse alguma 
bobagem. Tem pessoas que recorrem ao suicídio como meio de 
acabar com os problemas. Eu era espiritualizada demais para me 
deixar levar por uma atitude como essa.
Em um momento, falei para minha mãe que havíamos ter­
minado, mesmo não tendo, porque não queria que ela visse o 
meu sofrimento, além de ser difícil lidar com o julgamento, com 
a incompreensão e até com a necessidade de proteção vinda de 
quem nos quer bem. Era fácil disfarçar, afinal de contas, eu esta­
va morando sozinha em Brasília.
Diante do meu contexto, achei melhor contar apenas com 
duas amigas, até eu encontrar minha psicóloga rnegablaster, Alice. 
Marquei consulta com ela depois da conversa com Cláudia, no 
curso sobre qualidade de vida. Sempre quis fazer terapia e já 
havia iniciado com duas outras psicólogas em Florianópolis, 
temporariamente, para resolver problemas circunstanciais e es­
pecíficos, mas ninguém que houvesse me cativado.
Quando cheguei ao consultório da Dra. Alice, eu estava 
muito nervosa e não sabia por onde começar. Quando a vi, ela 
me transmitiu tanta energia boa, acolheu-me de forma tão es­
pecial, deu-me um feedback descritivo com uma clareza que eu 
não havia me dado conta. Depois da primeira consulta passei a 
frequentar o aconchegante consultório, de quebra, libertei bas­
tante os ouvidos das minhas amigas.
Minha terapeuta analítico-comportamental7, além de me 
ouvir, orientava-me a encontrar uma direção. Ajudava-me a
7 Terapia Analítico Comportamental é uma prática psicológica clínica baseada na 
ciência da Análise do Comportamento, que objetiva basicamente o autoconheci- 
mento e autocontrole do indivíduo.
Alianças Imperfeitas \ 107
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pensar, a perceber meus sentimentos e minhas atitudes; a com­
preender melhor os comportamentos de Carlos. Tudo isso sem 
decidir por mim, claro. O problema de pensar por nós mesmos 
é que às vezes não conseguimos sair do lugar e encontrar um 
caminho eficaz. A terapia me ajudou a enxergar quem eu sou; 
quem era Carlos e nossas limitações como um casal.
Um conselho: não saia falando dos seus problemas para 
todo mundo, no desespero, como se alguém pudesse ter a solu­
ção para eles ou reforçar os seus pensamentos. Isso é uma ilusão! 
Em geral, nossos amigos ficarão com raiva do parceiro (a). E 
importante ter alguém para desabafar, que nos ajude a entender 
melhor o momento difícil, mas escolha com critério e cuidado.
“Letícia teve mudanças práticas e operacionais que fo­
ram possíveis com a compreensão de sua história(suas 
regras, carências, medos, desejos, sonhos, relações fami­
liares), de seu “self” (características pessoais, tendências 
comportamentais, sentimentos mais presentes, valores) 
e do entendimento das consequências de cada escolha... 
Ao entender essa dinâmica, ela foi conseguindo agir di­
ferente e, consequentemente, sentir-se diferente.”
Abaixo descreverei uma gama de atividades que bus­
quei para quebrar meu comportamento depressivo, ou de 
abstinência:
1. Depois que passei a morar em Brasília, que é uma cidade 
bem bonita, costumava fazer caminhadas. Havia avenidas 
compridas em que eu levava duas horas só curtindo o exer­
cício. Mas, depois do que vivi, a caminhada passou a ser 
terapêutica, tanto no sentido de aliviar a ansiedade, como 
para ampliar minhas reflexões. Além de ajudar o corpo,
108 | Bruna Almeida c Maira Baptutussi
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ajudava muito a mente porque atividade física libera sero- 
tonina, substância que dá prazer8.
2. Resolvi entrar na academia para fazer musculação. Fazia 
não para ficar com o corpo bonito, mas para ocupar meu 
tempo e, principalmente, minha cabeça. Queria matar a 
ociosidade que me consumia. Isso me ajudou um pouco, 
mas como eu estava com um problema na coluna, acabei 
desanimando e parei. A atividade física amplia sensações e 
a academia pode sempre nos render amigos, ganhos emo­
cionais e sociais.
3. Sempre gostei de ler... foi muito difícil começar a ler algo 
porque minha mente flutuava... Fui tentando, tentando. 
Persistência era algo necessário, mesmo que difícil. Pro­
curava ler assuntos que eu gostava e que me prendiam a 
atenção. Não adiantava tentar ler algo para estudar porque 
não me concentrava. Tinha que ser algo que me prendesse a 
atenção, urna leitura que quando você começa, não quer pa­
rar. Sempre gostei de ler sobre espiritismo e entender como 
funcionam esses fenômenos. Depois de tudo que me acon­
teceu, passei a ler mais sobre o assunto. Li vários livros. Além 
de aprender bastante, era uma ótima fonte de distração.
4. Saía com algumas amigas para jogar conversa fora, algo 
diurno porque nunca gostei da noite.
3. Precisava experimentar novas sensações, então, às vezes, 
quando estava sem ter o que fazer ou quando saía da tera­
pia, ia a uma boa padaria, pedia algo bem gostoso e comia 
aquilo com os cinco sentidos. Observava as pessoas e
8 A scrotonina é uma substância neurotransmissora que ajuda a regular a sensação 
de dor, do apetite, do humor e do sono. Níveis elevados de serotonina são associa­
dos a melhora no padrão do sono. Baixos níveis de serotonina são encontrados em 
pessoas que têm um limiar baixo de dor, estão deprimidas ou sofrem de alguma 
forma de insônia. (SIZER, 2003)
Alianças Imperfeitas | 109
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6 .
7.
8.
pensava na vida. Refletia sobre tudo o que eu havia viven- 
ciado na minha sessão.
Gostava também de apreciar a natureza e as belezas que me 
rodeavam. Passei a reparar mais nas coisas que havia pelo 
caminho, a sentir os sabores e os cheiros, a olhar as cores, 
a ouvir os sons e a tatear o que estava por perto, sentir 
melhor o mundo. Admirar é algo que se faz pouco hoje em 
dia, mas alivia as dores e enriquece a alma...
Comecei a fazer muito do pouco. O que significa isso? 
Aprendi a sentir prazer nos pequenos detalhes, como ad­
mirar as coisas boas da vida, a natureza, o sol, a chuva, o 
cheiro de terra molhada... O fato de estar viva, com saúde. 
Ter emprego, família e amigos que me amam e me que­
rem bem. Estar trabalhando em projetos meus e vendo 
os resultados deles... Quando você começa a se enxergar, 
percebe o outro e o mundo de forma mais precisa, o que te 
fortalece para tomar decisões de saúde emocional.
“Às VEZES VOCÊ TEM QUE MORRER POR 
DENTRO PARA LEVANTAR-SE DAS PRÓPRIAS 
CINZAS E ACREDITAR EM SI MESMO PARA 
SE TORNAR UMA NOVA PESSOA.” SuSANA
H ii .m e r
Só chegava em casa quando estava anoitecendo porque era 
a hora que me fazia bem ficar em casa sozinha. Isso, em se 
tratando de Brasília, local onde não tinha parentes. Porque 
em Florianópolis, eu adorava ficar em casa a qualquer hora. 
Em Brasília, gostava de ficar em casa só à noite, porque 
sabia que estava quase na hora de dormir. Adorava assistir 
às novelas. Novelas sim, qual é o problema? Se for algo que 
te distraia e te faça bem, você deve fazer. Se preferir ver fil­
mes, ótimo. Se quiser fazer qualquer outra atividade, faça!
110 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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A questão é fazer algo que lhe agracie, que lhe faça bem e 
que produza prazer.
9. Minha casa nunca ficou tão limpa. Fazia faxinas para passar 
o tempo. Lavava, passava, inventava qualquer coisa para 
aliviar minha angústia.
“E ss e é u m d o s se g r e d o s : m o v im e n t a r o
CORPO E A VIDA, POIS A AÇÃO PRODUZ NO­
VAS SENSAÇÕES, E ESTAS PODEM IR GRADA- 
TIVAMENTE APLACANDO A DEPRESSÃO, LEM­
BRANDO QUE NOSSOS COMPORTAMENTOS 
PRODUZEM NOVOS SENTIMENTOS.” M a IRA 
B a p t is t u s s i
10. Nas vezes em que eu estava de folga em Brasília e não tinha 
como voltar para Florianópolis, inventava coisas para fazer 
na rua o dia todo. Ia a pé mesmo. As vezes, simplesmente 
ficava sentada no pátio da igreja, sentia o tempo passar e 
rezava. Almoçava na rua, lanchava na rua... Fazia tudo o 
que eu tinha vontade de fazer, principalmente cuidar de 
mim, coisas voltadas para mim.
Busquei segurança em: trabalhar bem, cuidar do meu cor­
po, socializar-me mais...
Esse aspecto de cuidar de mim foi ótimo para a autoesti- 
ma e essencial para conseguir melhorar. Foi importante cuidar 
de mim, mas sem ser egoísta. Sabia que a minha família sentia 
a minha falta. Por isso, ia sempre para casa. Minha irmã mais 
velha (Parceira demais. Não tenho palavras... só digo que ela é 
a melhor irmã do mundo!) e minha mãe (bastante protetora e 
cuidadosa comigo) sentiam muita falta de mim. Sempre fomos 
muito grudadas e amigas.
Alianças Imperfeitas | 111
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
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“Tudo isso contribui para a segurança e para ficar, de 
fato, independente emocionalmente. Proporcionando 
a ampliação de afetos e descoberta de novos sentidos.”
11. Sempre que podia, ia a Florianópolis ficar com minha fa­
mília. Evitava ficar sozinha e ociosa para não gerar crises de 
ansiedade. Sabia que aquilo não me fazia bem. Mesmo não 
tendo forças para sair de Brasília, esforçava-me a ir, pois sa­
bia que se ficasse pioraria. Amava minha casa de Florianó­
polis. O quintal que tinha lá. Os cachorros... Amava ficar 
na sala com a família, vendo filmes e comendo “gordiccs”... 
Sabia que me sentiria melhor naquele lugar. Quando estava 
lá, colocava uma roupa bem bonita, maquiagem bem-feita 
(tinha que me sentir bela, valorizada). Era um exercício 
constante que eu fazia mesmo sem vontade...
“A depressão é uma doença que não quer te ver bem e 
nessa luta você tem que vencer... Enfrentar, mesmo que­
rendo fugir...”
12. A busca por profissionais qualificados foi essencial na mi­
nha recuperação, além, claro, da minha determinação. 
Digo isso porque é possível melhorar sozinha, com esforço 
pessoal, mas o apoio de amigos verdadeiros e a análise de 
um profissional de qualidade catalisam o processo, dimi­
nuem a dor e cicatrizam as feridas com mais facilidade.
13. Sempre acreditei em Deus, mas quando algo desse tipo 
acontece com a gente, parece que Ele não está olhando 
por nós. Somente parece! Se passamos pelo que passamos 
é porque temos que passar. Deus sabe de todas as coisas e 
tudo tem uma razão para acontecer. Sempre acredite numa 
força maior porque milagres acontecem sim. Tenha fé! Bus­
que força dentro de você!
112 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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Acho válidodeixar claro que não estou defendendo uma 
religião, mas sim, o comportamento de acreditar em algo que te 
ajude a se fortalecer e a enfrentar. A fé pode ser em um deus, na 
vida, na esperança de dias melhores...
Quando estamos desesperados, procuramos várias fontes de 
espiritualidade: a igreja, o espiritismo, a cigana. Procurei por tudo 
que tivesse uma palavra positiva, um sinal de que algo de bom acon­
teceria. Eu estava no fundo do poço e recorri a todos os meios que 
poderiam sinalizar alguma melhora. Isso é natural em períodos de 
sofrimento. E o importante é que minha terapeuta, mesmo tra­
balhando com uma abordagem psicológica, puramente científica, 
respeitou minhas escolhas e em nenhum momento as julgou. Isso 
mantinha o meu alívio e aumentava a força do vínculo entre nós, 
consequentemente favorecia a evolução do processo terapêutico.
14. Tenho uma amiga que joga cartas, a Carmem. Conheço-a 
desde 2004.
Joga taro terapêutico9. Aliás, nos tornamos amigas porque 
passei a ser cliente assídua. Ela me ajudou muito, em vários ou­
tros momentos da minha vida e continua me ajudando até hoje. 
Jogava cartas para mim, orientava-me com as respostas do jogo 
e me socorria sempre que eu precisava. Carmem também foi 
muito importante na minha recuperação.
15. Procurei por várias fontes literárias sobre relacionamentos 
como forma de me ajudar, porque achava que eu tinha pro­
blemas, sentia-me culpada. Mas não encontrei nada que se
9 O tarot é um meio de acesso às profundezas da Consciência. O tarot terapêutico 
trabalha com a arte divinatória. Orienta os caminhos do consulente, ajudando-os 
a saber decidir, resolver, solucionar as questões que aparecem na leitura. Leva o 
consulente ao conhecimento de si, desperta a capacidade de realizar e perceber que 
pode mediante seus potenciais atingir um equilíbrio mental, espiritual e emocional. 
(ZIEGLER, 1993)
Alianças Imperfeitas | 113
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parecesse com o meu caso. Durante uma das minhas ses­
sões terapêuticas, revelei que gostaria de escrever um livro 
sobre o que estava passando, para ajudar outras pessoas. Na 
verdade, sempre quis escrever um livro, só não sabia sobre 
o que escrever.
Como nunca encontrei nada a respeito do que eu precisava 
naquele momento, resolvi usar minha experiência para tentar 
ajudar as pessoas que passam ou passaram pela mesma dor. Dra. 
Alice também tinha o mesmo sonho, e resolvemos fazer essa par­
ceria. Mergulhei nessa obra, o que me ocupou, fez-me sentir útil 
e, principalmente, fez com que eu enxergasse, com lupa, quem 
sou e quem eu era na relação.
Escrever me fez muito bem. Descobri um novo interesse, além 
de ajudar a refinar mais as minhas percepções sobre o que vivi.
“Escrever é uma forma de cura. Além do exercício de auto- 
observação, permite a confirmação das análises feitas.”
16. Depois que comecei a fazer terapia e saí do foco do proble­
ma, passei a ver o fenômeno de outro jeito. O tratamento 
me ajudou a enxergar o que eu precisava: meus limites e 
minhas necessidades. Percebi que Carlos, de fato, não es­
tava me dando o que eu mais necessitava. Alice me ajudou 
a compreender que eu não era culpada do fracasso do meu 
relacionamento. A esquiva de Carlos em se comprometer 
com as responsabilidades do nosso relacionamento era 
muito grande. Pelo contrário, Alice me disse que eu era do­
tada de um grande potencial, tanto intelectual, quanto de 
consciência da situação. Assim, quando comecei a tomar 
atitudes voltadas para mim; a prestar mais atenção no que 
me fazia bem, percebi que meu astral começou a mudar. 
Planos começaram a brotar. Percebi que se tivesse que viver
114 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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sem aquele homem, eu saberia viver muito bem. A autoes- 
tima aumentava e a dependência diminuía - um processo 
de saúde e não de doença.
17. Não ouvia músicas românticas, muito menos filmes român­
ticos, porque me deprimiam. Concentrava-me em coisas 
mais alegres do que dramáticas, afinal, se estava engajada 
em sair da depressão, como poderia alimentar comporta­
mentos que me manteriam nela? Assim, não fazia nada do 
que me remetia à doença! Precisava de comportamentos 
que não reforçassem o meu estado depressivo.
18. Pensava em como estaria um ano depois do término do 
relacionamento. O amanhã reservava a esperança de que eu 
ficaria curada da depressão e a vida me daria outras oportu­
nidades. Lembrava-me de como era o meu sorriso antes, e 
sabia que o queria de volta. Quando a tempestade passasse, 
riria de tudo aquilo. E é verdade, estou rindo de tudo 
isso agora.
Quando entramos em determinadas situações, achamos 
que é o fim de tudo. A vida e seus prazeres acabaram. Sempre 
penso e pensava nos pós. Às vezes é difícil encarar determinadas 
situações, principalmente quando estão atreladas ao emocional 
afetivo. Perceba que se algo depende de você, basta enfrentar. No 
contexto emocional afetivo, depende do outro também e quan­
do nos sentimos sem o controle da situação, a relação pode nos 
adoecer, como aconteceu comigo. Não se sinta incapaz por isso 
ter acontecido. Ninguém está imune à paixão, ao sofrimento. A 
questão é não deixar de enfrentá-los para ter o sorriso de volta.
19. Estava disposta a enfrentar a maior barreira emocional da 
minha vida, dirigir! Em 2013 resolvi comprar um carro. 
Eu já tinha habilitação desde 2002, quando comecei
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a frequentar a autoescola em Florianópolis, mas ninguém 
acreditava em meu potencial. Precisava passar por essa expe­
riência. Morria de medo de dirigir.
Quando tirei a habilitação, dirigi pela primeira vez com 
minha mãe junto a mim. Foi a pior coisa que fiz! Ela me dei­
xou superinsegura e me fez acreditar que eu era incapaz de fazer 
aquilo, daí a minha resistência ao volante. Mas, em Brasília, era 
eu sozinha. Tinha que fazer por mim. Estava cansada de depen­
der de táxi (gastar dinheiro). Depender de carona e, principal­
mente, de viver com o medo. Era habilitada há dez anos e nunca 
havia encarado esse medo. Criei resistência. Alice conseguiu me 
ajudar. Dedico a ela o resultado por eu dirigir.
Na mesma semana que peguei o carro, infelizmente o bati. 
Não desanimei. Dirigir novamente, após a batida, não foi tão 
difícil como pensei que seria. Se consegui enfrentar a direção 
de um carro, que era o maior medo da minha vida, encararia 
qualquer coisa! Se a direção do volante estava em minha mão, a 
direção da minha vida também teria que estar!
“Perceba que a melhora de um comportamento ajuda 
na melhora de outros, pois você se sente mais capaz. 
Isso c muito importante!”
20. Andressa, que havia saído de Brasília quando foi demitida, 
retornou para morar com os pais. Eles tinham comprado 
um apartamento há algum tempo porque o filho Breno já 
morava lá. Breno era casado e tinha uma empresa com a es­
posa. Queria que o pai, quando se aposentasse, trabalhasse 
com ele.
Seu Armando aposentou-se logo que o apartamento ficou 
pronto. Então, mudou-se para Brasília. Andressa foi em seguida.
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Não me senti mais sozinha na cidade. É importante não ficar 
isolada nesses momentos, mas não é fácil, o estado depressivo 
nos puxa para o isolamento e para a solidão.
“A VIDA É BREVE, MAS CABE NELA MUITO 
MAIS DO QUE SOMOS CAPAZES DE VIVER.”
J o sé S a r a m a g o
21. Passei a não criticar nada nem ninguém. Tinha a mania de 
julgar os outros e dizer que isso ou aquilo não era certo. 
Ledo engano! Só sabemos o que cada um passa em deter­
minadas situações quando estamos nela. E difícil quando 
somos protagonistas da história.
22. Não deixe ninguém decidir sua vida por você. A vida é sua! 
Portanto, faça o que seu coraçãomandar, mas sem deixar 
de usar a cabeça. As vezes, o coração nos traí. Perceba os 
sinais que aparecem, além dos seus sentimentos.
23. Seja mais realista. Não deposite toda sua capacidade, vontade 
de viver e energia numa armadilha psicológica que o outro te 
coloca. Você tem que ter as rédeas da sua vida nas mãos. Não 
pague um preço alto por causa de alguém! Não se engane, o 
outro não vai te salvar. Só você pode fazer isso. Ficamos angus­
tiados, inseguros. Achamos que, mais importante do que viver 
o amor, é ter um marido ou vencer a batalha. Tenha determi­
nação e acredite que isso vai passar. Isso vai passar!
24. Trabalhando na chefia em horário comercial, ou seja, de 
segunda à sexta, manhã e tarde (na vida de um tripulante, 
não temos horários fixos e sim uma escala programada com 
horários diversos e variados), pude fazer outras atividades 
que me beneficiaram.
25. Observava-me ora sem Carlos, ora com Carlos! Nossa! 
Como é delicioso estar em paz! Sim, em paz! Depois que
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terminei com Carlos, tive muita clareza do que aconteceu e 
vi que era muito melhor viver sem ele. Sentia-me mais leve 
e bonita. As pessoas que me conhecem também percebe­
ram e comentaram - várias vezes - que eu parecia melhor. 
De fato, eu estava tãooo leveeee!
Eu tinha medo de não conseguir ser a mesma, mas...
EU NÁO TENHO PALAVRAS PARA DESCREVER O 
QUÁO BOM É VIRAR O JOGO! COMO É BOM SE LI­
VRAR DAQUILO QUE NÁO TE FAZ BEM!
“L iv r e - se d o q u e t e faz m a l , d o q u e t e
PRENDE, DE TUDO O QUE TE IMPEDE DE 
SER FELIZ E SEGUIR EM FRENTE. ESQUEÇA 
OS LIMITES, ALIÁS, ELES NUNCA EXISTI­
RAM.” Ana Carolina.
Depois de todo o tratamento: terapia, remédios, decisão 
de terminar com Carlos, mudança de comportamento, liber­
tação da culpa, de não estar sendo boa o suficiente; voltei a ser 
a Letícia de antes. Aliás, a Letícia de antes, porém, mais forte, 
independente e sem culpas, com uma nova aprendizagem sobre 
a vida.
“To ME LIVRANDO DE TUDO QUE ME ATRA­
SA, ME ENGANA, ME SEGURA, ME RETÉM. 
To ME APROXIMANDO DE TUDO QUE ME 
FAZ COMPLETO, ME FAZ FELIZ E QUE ME
q u e r b e m . . . ” C a io F e r n a n d o A b r e u
Queria ter orgulho de mim mesma. Via-me como perso­
nagem de um filme e me perguntava o que eu deveria fazer. 
Ambicionava um final feliz. Não almejava ser a personagem no
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papsl de vítima, mas a de atitudes, que enfrentava as barreiras 
parí. chegar onde queria.
Foi o que eu fiz!
“Ame mais a si próprio do que ao outro. Valorize-se e 
faça projetos para a sua vida. Não viva a vida de nin­
guém. Viva a sua. O relacionamento será melhor quanto 
melhor você estiver! Quando o vínculo de amor superar 
a dependência. Dê a chance de recomeçar, de ser feliz!
“C a d a u m d e n ó s c o m p õ e a su a h is t ó ­
r ia . C a d a s e r e m s i c a r r e g a o d o m d e 
s e r c a pa z de s e r f e l iz .” A l m ir S a t e r
“Em qualquer relacionamento do mundo, por melhor 
que seja, temos que constatar que podemos viver sem 
aquela pessoa. A vida é muito dinâmica. Por exemplo, 
não sabemos quando vamos morrer, nem se vamos nos 
apaixonar por outra pessoa. Antes de mais nada, a vida 
vivida é a nossa própria vida!”
DEPOIS QUE VOCÊ SAI DA DEPRESSÃO
Quando venci o estado de depressão, senti-me deveras cansada!
“Se im a g in e n u m a c e n a d e f il m e . E sse 
f il m e é d a s u a h is t ó r ia . G o st a r ia de
SER ESSA PESSOA MESMO? T e RIA ORGULHO 
DELA? O QUE VOCÊ GOSTARIA DE MUDAR?”
B r u n a A l m e id a
Depois de tudo o que passei e escrevi (após a terapia); hoje, 
consigo ver a situação por outro ângulo. Afastei-me do foco do 
problema. Dei o ponto de partida para isso e percebi que viver
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com o Carlos seria o mesmo que estar permanentemente na in­
segurança e no medo.
“E esses sentimentos apagam o ser humano, porque o 
nosso sistema nervoso tem como função primordial a 
defesa do organismo, desta forma, sobra pouco do fun­
cionamento para outras emoções. O corpo fica o tempo 
inteiro se defendendo dos possíveis ‘perigos’ que amea­
çam o equilíbrio. Na prática, a energia vai toda embora. 
Medo e ansiedade são sentimentos que requerem prote­
ção e o corpo tem que ficar preparado para isso.”
“Toda situação ou pessoa que gera ansiedade, medo 
e insegurança, acabam por ‘roubar’ a maior parte da 
nossa energia cerebral, pois o ser humano precisa estar 
pronto para se proteger e se defender. Por isso é desejá­
vel que busquemos em um relacionamento sentimentos 
opostos a estes. Devemos respeitar os próprios limites e 
o tempo de recuperação da energia investida.”
DEPOIS DA ALTA NA TERAPIA - VIRANDO O JOGO
Quando comecei a fazer terapia minha vida mudou!
Não tinha mais medo de ficar sozinha (é melhor do que vi­
ver na angústia). Passei a impor limites para tudo na minha vida.
“Estabelecer limites deixa as pessoas mais conscientes, 
assim, é mais fácil manejar as emoções (impor limites 
ao outro faz com que você se respeite mais).”
Sei do meu valor e tudo o que fiz por aquele homem, por­
tanto, não vou me deixar seduzir... Os sentimentos negativos 
que ele me causou foram grandes ferramentas para conseguir 
dizer não e não voltar atrás... Pensar em tudo o que passei, reler
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sobre o que vivi, o processo de melhoria (adoeci, enfrentei, saí 
da depressão), fizeram-me ver que eu rcalmente não poderia pôr 
tudo em uma lata de lixo. Fortaleci-me dia a dia para não reatar 
com ele. Não podia voltar para Carlos e correr o risco de adoecer 
novamente. Pagaria um preço muito alto se fizesse isso de novo.
Analisei todos os meus comportamentos antes de começar 
a terapia e depois. Uau! Foram muitas coisas! Não teria saído 
dessa sem a ajuda dela, minha megablaster Alice. Ao menos, não 
de forma tão sólida e saudável.
Abaixo, descreverei algumas mudanças significativas que 
vieram com o processo terapêutico e pode esclarecer a dimensão 
da transformação que vivenciei.
ANTES DA TERAPIA DEPOIS DA TERAPIA
Muita expectativa e idealização. Menos fantasia e mais realidade.
Vivia em um estado vegetativo 
destrutivo.
Estado de atividade e mais au- 
toestima. Ações de cuidado pes­
soal, crescimento profissional e 
prazer.
Medo. Menos medo e mais ação 
(proporciona mais segurança, 
autoestima e autoconfiança).
Dependente emocionalmente 
de Carlos. Achava que não sa­
beria viver sem ele. Era insegura. 
Minha vida estava nas mãos dele.
Menos dependência, mais inde­
pendência e enfrentamento, mais 
segurança e controle da própria 
vida. Tomei as rédeas dela, apren­
di a viver comigo mesma, a ter 
mais atitude e determinação.
Estagnei na vida. Passei a produzir. Tudo o que me 
proponho a fazer hoje, faço para 
sentir o prazer dos resultados.
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No período de maior dor, exis­
tia Letícia e suas expectativas.
No período mais saudável, exis­
tia Letícia e seus projetos.
Não sabia o que estava aconte­
cendo com os meus sentimentos.
Passei a entender o cenário 
complexo (entender a mim 
mesma e as minhas necessida­
des emocionais).
Não sabia se estava fazendo a Consegui identificar melhor o
coisa certa em terminar com 
Carlos, porque não tinha certe­
za de nada. Não sabia se queria 
continuar naquela relação.
que quero e o que não quero (não 
quero mais Carlos com aquele 
egoísmo dele). Isso é produto 
do autoconhecimento.
O amor, a culpa, o medo e a 
insegurança, não me deixavam 
enxergar.
Com a redução da culpa, da in­
segurança e do medo,as coisas 
ficaram mais claras.
Estava carente e aceitava o pou­
co que era oferecido.
Permitirei que alguém entre na 
minha vida se for para somar e não 
somente para preencher a carência.
Perdia tempo e saúde no âmbito 
profissional.
Retomei o trabalho com muita 
dedicação e comprometimento. 
Sem me dar conta, passei a ser 
mais valorizada em meu ofício.
Muito inocente na percepção 
dos comportamentos das outras 
pessoas e dos meus próprios.
Percebo comportamentos para 
não cair em determinadas arma­
dilhas.
Muito perfeccionista. O que me 
produzia muita culpa
Aprendi que não vou acertar 
sempre, por isso me cobro me­
nos. Tornei-me mais flexível e 
carrego menos culpa.
Queria que tudo se resolvesse da 
noite para o dia.
Menos imediatista, mais auto- 
controlada, avaliando melhor as 
consequências.
Sempre voltava para Carlos e 
caía na vitimização dele.
Aprendi a dizer mais “NÁO”, 
respeitando-me mais.
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Tinha crises de ansiedade. Menos ansiosa, resultado de es­
tar mais segura.
Era mais egoísta em relação à 
minha família. Não dava muita 
importância aos eventos fami- 
liares/sociais.
Mais aberta aos afetos familia- 
res/sociais.
Eu fui muito abençoada. Tive pessoas (ao meu lado) e si­
tuações que me ajudaram a sair daquele quadro, sobretudo co­
ragem para mudar.
“Essa questão da coragem para mudar é fundamental, 
pois, às vezes, as pessoas se mantêm na doença pelo 
medo da mudança! Mudar dói, mas não mudar dói 
mais ainda.”
Simplesmente aconteceram milagres em minha vida.
Ao longo da minha história, percebeu quais foram eles?
Quando estamos imersos na dor é necessário se abrir para 
a vida, para cada milagre (porque foram milagres para mim). 
Abri-me, dediquei-me e agradeci...
Ao enxergar a vida com outros olhos (esforçar-me para mudar, 
tratar-me, pensar que tudo passaria, ter fé de dias melhores), muitas 
coisas boas aconteceram. Estava mais feliz, mais leve. Amando o 
que fazia no trabalho, a construção do livro. Cuidando das minhas 
feridas para cicatrizá-las e dar lugar ao próximo relacionamento.
“Q u a n d o a l g u é m e n c o n t r a se u c a m i­
n h o , PRECISA TER CORAGEM SUFICIENTE 
PARA DAR PASSOS ERRADOS. As DECEPÇÕES, 
AS DERROTAS, O DESANIMO SÁO FERRAMEN­
TAS q u e D e u s u t il iz a p a r a m o s t r a r a 
e s t r a d a .” Pa u l o C o e l h o
Alianças Imperfeitas | 123
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ANEXO 1
DICAS DE AUTO-OBSERVAÇÃO: 
PENSAMENTOS E 
COMPORTAMENTOS QUE PODEM 
AJUDAR NA MELHORA
EXEMPLOS DE PERGUNTAS E RESPOSTAS QUE ME 
AJUDARAM
1. O que Carlos significou na minha vida?
Aprendizado de um conjunto de comportamentos:
Para um próximo relacionamento, vou de peito e coração aber­
tos, mas terei calma. Só farei pelo outro se receber também. Vou doar 
de mim, para aquele que merecer meu valor e meu respeito.
Não me permitirei passar pela mesma situação. Se eu for 
surpreendida por algo parecido, vou impor mais limites antes de 
entrar de cabeça no relacionamento.
Aprendi a ter mais autocontrole, a estabelecer limites e a 
me valorizar.
2. Por que estou me desligando de Carlos?
Resolvi não viver mais assim, sofri demais e precisava ser 
menos idealista. Perceber a realidade e me conscientizar dos 
meus objetivos e sonhos.
E por que sofri? Porque fui inocente, idealizei alguém que, 
em meus sonhos, era ele. Carlos contribuiu, pois mostrou-se, 
especialmente através das palavras, que poderia ser essa pessoa.
Alianças Imperfeitas | 125
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Desligo-me dele também por que:
Tive a necessidade de autovalorização e de auto-respeito. Se 
eu não cuidar do meu corpo, onde eu vou morar?;
Prejuízos emocionais, profissionais e financeiros;
Fui roubada de mim mesma;
Amarguei a perda do brilho. O risco de perder o emprego. 
O adoecimento psicológico;
Percebi que ele me fazia muito mal com a ausência, com as 
expectativas geradas, com a incoerência entre falar e não fazer, 
dar e tirar; com o egoísmo e com a vitimização;
Na relação eu me perdia e não me encontrava!
“U m a m o r nÁo po d e se r a s s im : r e ch e a d o
COM DOR'” M a iRA BaPTISTUSSI
3. Como começou minha história com Carlos e por que 
a dificuldade de rompimento?
Carlos chegou quando eu estava carente. Preencheu o vazio 
com os ideais de um sonho. Apesar da minha idade, meu mundo 
ainda era cor de rosa. Esperava o príncipe encantado. No início 
o discurso dele foi poderoso demais. Um homem apaixonado, 
querendo um filho. Tinha emprego estável, era inteligentíssimo, 
cativante, importante, cheiroso, carinhoso... Assim, quando vi 
quem era Carlos, já estava apaixonada e as contradições de suas 
palavras com as suas ações dificultavam a minha percepção, ao 
mesmo tempo em que aumentavam a minha ansiedade.
“Po rtan to , pla n t e se u ja r d im e d eco re
SUA ALMA, AO INVÉS DE ESPERAR QUE ALGUÉM
LHE FRAGA FLORES.” WlLLIAM SHAKESPEARE
V_________________ __ _______________ J
126 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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Estava apaixonada pelo que havia sonhado e entreguei nas 
mãos dele todas as minhas expectativas. Difícil escapar do rela­
cionamento. Era como perder tudo o que sonhara. Eu apenas 
tinha que entender que poderia ser feliz com outra pessoa, com 
alguém mais leve, que quisesse ser um companheiro, não apenas 
companhia.
4. O que aprendi com essa história?
Enxergar a coerência que existe entre o que se diz e o que se 
faz (a pessoa está sendo ou não coerente com as coisas que estão 
acontecendo?). Analisar os dados c as atitudes.
5. O que significou a terapia em minha vida?
Libertação de Carlos. Autoconhecimento. Mudança de 
comportamentos. Tornei-me uma Letícia mais forte. Como 
aprendi sobre mim! Questionei coisas que nunca havia questio­
nado em minha vida.
Para conseguir a libertação, entrei em contato com o 
meu “eu”. Foi necessária muita dedicação, horas estudan­
do, refletindo e olhando para dentro de mim, analisando 
os meus pensamentos e os meus sentimentos. Aproveitei os 
momentos de solidão para reflexão. A terapia funcionava 
como um norte, mas meu esforço acelerou a compreensão 
de mim mesma, dele e da relação, o que me fortaleceu para 
a tomada de decisão.
Nunca pensei tanto em toda a minha vida. Refiro-me ao 
pensamento com direção. Não estava sozinha, tinha Alice para 
me ajudar na compreensão de mim mesma, na organização dos 
meus pensamentos e na tomada de decisão. Eis o papel crucial 
da terapia.
Alianças Imperfeitas | 127
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• O que você quer de um parceiro (a)? Ele (a) tem os pontos 
negativos que para você são insuportáveis? A probabilidade 
de que a relação te faça mal é alta?
• Há compatibilidade entre vocês? Em termos de ideais, de 
sentimentos, de objetivos e de características? Falam a mes­
ma língua e querem coisas parecidas?
• Quais motivos o prendem a essa pessoa? São plausíveis? 
Você aceita? Ele (a) lhe dá o que você precisa?
• O que tem tirado de proveito dessa relação? Analise ganhos 
e perdas. O que ele (a) tem feito por você?
• O que o outro te provoca? Raiva, frustração, mágoa, inse­
gurança? O que te agrega? O que tem lhe dado? O que tem 
lhe causado? O que tem lhe tirado?
• O que você sente quando estão longe um do outro?
• O que ele (a) quer do relacionamento? O discurso é coe­
rente com os atos?
• Ele (a) se faz de vítima diante das situações e não se com­
promete com clareza?
• Ele (a) dá prazos para resolver as interferências no relacio­
namento? Vocês conversam a respeito?
• Você sente que é prioridade na vida dele (a) ou tem, ao 
menos,indícios de que pode ser? Na balança da vida dele 
(a), onde você está?
• Você imagina o futuro ao lado dele (a)? Como se sente?
• Quais são os seus medos em relação a ele (a) e ao seu futu­
ro? Tem coragem de lhe dar um filho? Por quê? O que sente 
quando pensa nisso?
• Os bons momentos são maiores que os momentos ruins?
• Sente-se culpada (o)? Por que a dificuldade em terminar a 
relação?
Continue a perguntar-se sobre outras questões:
128 | Bmna Almeida e Maira Baptistussi
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Acha que ele (a) te ama? Quem ama faz o que ele (a) faz? 
Mesmo que ame, o amor sustenta tantas incompatibilidades? 
Será que projetou nele (a) a pessoa que sonhou?
Como foi quando a realidade se chocou com a ilusão? 
Como você se sente quando se lembra de tudo que ele (a) 
te fez?
Está investindo em quê?
Que parceiro (a) é esse (a)?
O que é o amor? E parceria, contar com a verdade; é entre- 
prazer e leveza... Lembre-se disso!
Alianças Imperfeitas | 129
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ANEXO 2
DICAS DE AUTO-OBSERVAÇAO PARA 
MELHORAR A QUALIDADE DO SEU 
RELACIONAMENTO
Não mude sua vida, seus compromissos e objetivos com 
muita frequência por conta do outro. Claro que uma rela­
ção requer ajustes, mas a troca com equilíbrio e parceria é 
fundamental;
Não perca oportunidades de emprego por causa de nin­
guém. Na vida é preciso fazer o que depende de nós, e não 
ficar à mercê do outro!
No relacionamento não tem só “eu”, e sim, “eu, você, nós”. 
A relação é uma via de mão dupla. Preste atenção no que 
depende de você: trabalhar, desbravar o mundo. O relacio­
namento depende do outro também;
A relação não pode ser o sustento de sua vida. Quanto 
menos você depender dela, melhor será;
A capacidade de amar e escolher são seus. Você escolhe ficar 
em uma relação que não te faz bem ou parte para outra; 
Quando a gente discrimina e percebe que nem tudo de­
pende da gente em uma situação, nos libertamos;
O amor é importante, mas sozinho não se sustenta. Tem 
que ter compatibilidade e equilíbrio. Todas as relações têm 
pontos negativos, mas eles precisam ser menos importantes 
do que os positivos;
Foque no que é possível viver, não na fantasia. Cuidado 
com a idealização do príncipe encantado!
Alianças Imperfeitas | 133
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Pense que você pode estar se livrando de um grande proble­
ma e que há alguém melhor te esperando. Mesmo que não 
tenha alguém te esperando, você terá a sua independência 
de volta!
No meu caso, se Carlos quisesse ter lutado pelo nosso amor, 
teria feito porque teve tempo e oportunidade;
O outro tem responsabilidades na construção de suas emo­
ções (na idealização, num compromisso firmado, na expec­
tativa, nas atitudes, nas palavras, nas promessas). Não se 
culpe sozinha (o)! Não se culpe pelos erros e dificuldade 
emocionais do outro;
Você tem o direito de não aceitar as imposições. O que 
tiver que fazer, faça por você!
Quando alguém não quer assumir responsabilidades, co­
meça a esquivar-se em suas respostas;
Aceite que não controlamos tudo;
Seja humilde e agradeça pelo que está passando, pois tudo 
é aprendizado e provavelmente te tornará uma pessoa mais 
forte e melhor;
“ S o r r is o s e a b r a ç o s e s p o n t â n e o s
ME EMOCIONAM. PALAVRAS ATÉ ME 
CONQUISTAM TEMPORARIAMENTE, MAS 
ATITUDES ME GANHAM PARA SEM PRE.“
C l a r ic e L i s p e c t o r
Não fique com ninguém apenas por uma satisfação se­
xual, ou pelo medo de ficar sozinha, pois em algum 
momento as consequências desta escolha frágil virão. 
E se ficar com alguém por medo, a relação já começa 
sem fundação (lembra quando falamos da construção 
da casa?);
134 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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Dinheiro não traz felicidade, especialmente quando gera 
dependência. Não se prenda a alguém por causa de dinhei­
ro. Esforce-se para não depender de ninguém;
Organize suas ideias numa terapia para tomar uma decisão. 
Se o outro não se movimenta, coloque limites, mude a es­
tratégia para obter resultados diferentes;
Organize tudo o que você tem. Suas qualidades. Pois so­
mos quem somos em anos de formação;
/c : : \A SUA SENSAÇAO NAO PODE FICAR RESTRITA 
À ANSIEDADE DE TÊ-LO OU O MEDO DE NÃO
t ê - l o .” M a ir a Ba p t is t u s si
V________________ _ _______________ J
Quando estiver vulnerável e sentir saudade e culpa, lem­
bre-se de todo o contexto que você viveu. Não abra brechas 
para duvidar dos acontecimentos reais;
Tenha comportamentos que quebrem o desamparo e a an­
siedade. Fortaleça-se com a terapia e em outras atividades 
que aplaquem os sentimentos negativos;
Tente ser firme em seu posicionamento, senão ficará sob o 
controle do outro;
Quanto maior a frustração, mais tempo precisará para re­
cuperar-se;
A mudança de comportamento deve ser gradual para con­
seguir mantê-la;
Não deixe ninguém tirar o seu brilho;
Nunca perca as esperanças de ter uma boa história de amor! 
Jamais!
Não tenha medo de amar, de se entregar. Viva o amor! 
Mergulhe, mas tenha sempre os seus pés no chão. Observe. 
Analise bem os comportamentos do outro. Não sabe se é 
amor? O amor é leve, não é dúvida, é prazeroso!
Alianças Imperfeitas | 135
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AO CHORE PELO QUE VOCE PERDEU, 
LUTE PELO QUE VOCÊ TEM.
NÁO CHORE PELO QUE ESTÁ MORTO, LUTE 
POR AQUILO QUE NASCEU EM VOCÊ.
Não c h o r e p o r q u e m t e a b a n d o n o u ,
LUTE POR QUEM ESTÁ DO SEU LADO.
NÃO CHORE POR QUEM TE ODEIA, LUTE 
POR QUEM TE QUER FELIZ.
NÃO CHORE PELO TEU PASSADO, LUTE 
PELO TEU PRESENTE.
NÃO CHORE PELO TEU SOFRIMENTO, LUTE 
PELA TUA FELICIDADE.
NÃO É FÁCIL SER FELIZ, TEMOS QUE ABRIR 
MÃO DE VÁRIAS COISAS. Fa ZER ESCOLHAS E 
TER CORAGEM DE ASSUMIR ÔNUS E BÔNUS 
PARA SER FELIZ.
C o m o t e m p o v a m o s a p r e n d e n d o q u e
NADA É IMPOSSÍVEL DE SOLUCIONAR, APE­
NAS SIGA ADIANTE COM QUE QUER E LUTA 
PARA ESTAR COM VOCÊ.
S e ENGANA QUEM ACHA QUE A RIQUEZA E 
O STATUS ATRAEM A INVEJA... AS PESSOAS 
INVEJAM MESMO É O SORRISO FÁCIL, A LUZ 
PRÓPRIA, A FELICIDADE SIMPLES E SINCERA 
E A PAZ INTERIOR...”
O ra ç ã o d a f e l ic id a d e (Pa p a F r a n c is c o )
136 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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DESFECHO
Não foi um processo fácil. Tive que controlar a minha an­
siedade, inclusive durante o tratamento psicológico. Porque na 
primeira consulta eu já queria sair da sessão com toda a minha 
vida resolvida. Eu sabia que não era bem por aí, mas a dor que eu 
carregava era tão dilacerante e minha psicóloga era tão especial 
para lidar com as minhas questões que eu não queria sair de per­
to dela. Naquele momento ela era o meu porto seguro. A única 
pessoa que eu podia confidenciar tudo, sem medo, vergonha. 
Não resolvi apenas o problema com Carlos, mas muitos con­
flitos internos que há anos atormentavam a minha vida e eram 
imperceptíveis para mim. E importante olhar para dentro de 
nós. Conhecer-se melhor. Se eu tivesse feito terapia antes, talvez 
não tivesse caído na armadilha de Carlos. Mas, tudo tem uma 
razão para acontecer. Por isso, agradeço mesmo diante de todo 
o sofrimento que passei. Conheci pessoas maravilhosas. Aprendi 
muito. Sou outra pessoa e, mais importante ainda, livrei-me da­
quilo que me fazia mal: a relação doentia que tinha com Carlos.
Não tenha vergonha, medo... E preciso humildade no pro­
cesso de cura. Acredite que tudo vai passar!Boa sorte em seu tratamento!
Que seus caminhos estejam abertos para a conquista e a 
felicidade!!!
Alianças Imperfeitas \ 137
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“IMAGINE SUA VIDA COMO UMA 
RODA GIGANTE... HOJE VOCÊ 
ESTÁ POR BAIXO, ESPERE, TENHA 
PACIÊNCIA, DEDIQUE-SE, CUIDE 
DE SI... LOGO LOGO VOCÊ ESTA­
RÁ NO TOPO!!!
SE EU CONSEGUI, VOCÊ TAMBÉM 
VAI CONSEGUIR!!”
FOCO, FORÇA E FÉÜ!
BRUNA ALMEIDA
FIM
138 | Bruna Almeida e Maira Baptistussi
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CABRAL, Álvaro. Dicionário técnico de Psicologia. São Paulo: 
Cultrix,2006 - pag 10
J .D. Nasio ET AL. Os grandes casos de psicose. Rio de Janeiro: 
Jorge Zahar, 2001- pag 154
OSAKI, Andre Mazao. As religiões japonesas no Brasil. São
Paulo: Loyola, 1990. — pag 80
RUSSOMANO, Thais. Fisiologia Aeroespacial: conhecimen­
tos essenciais para voar com segurança. Porto Alegre: ediPUCRS, 
2012 - pag 18
SIZER, Frances Sienkiewicz. Nutrição: Conceitos e Contro­
vérsias. Barueri- SP — Manole, 2003. - pag 503
ZIEGLER, Gerd. Taro: Espelho da Alma. Manual para o taro 
de Aleister Cowley. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993
Alianças Imperfeitas \ 139
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
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BRUNA ALMEIDA
MAI RA BAPTISTUSSI
Alianças Imperfeitas
Virando o Jogo
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(21) 2146 2592
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V o c ê já d e m o n s t r o u m u i t o a m o r p o r a l g u é m 
nu ma re l a ç ã o , mas o o u t r o n ã o 
r e t r i b u í a ? L e t íc i a , a p e r s o n a g e m dessa 
h i s t ó r i a , ta m b é m : 
"Claro, em uma relação o co m p o r t a m a n t o d o s p a r c e i r o s nã o é 
i d ê n t i c o , mas t e m q ua h a v e r t r o c a , p a r c e r i a 
e m í n i m a c o m p a t i b i l i d a d e . Esse era o 
p r o b l e m a . De i m u i t o p o d e r a e l e e p e r d i o 
c o n t r o l e s o b r e os m e u s s e n t i m e n t o s . Fi z 
m a i s p o r e l e d o q u e eu d e v e r i a . D e i x e i as 
r é d e a s da m i nh a v i d a nas m ã o s d e l e . O n d e 
eu e s t a v a c o m a c a b e ç a ? "
O l e i t o r j á d e v e t e r p a s s a d o ou c o n h e c i d o 
a l g u é m q ue p a s s o u p o r essa s i t u a ç ã o . Uma 
r e l a ç ã o q ue t i n h a a p a r e n t e m e n t e t u d o p a r a 
d a r c e r t o , p e l o m e n o s no c o m e ç o . Qu e v o c ê 
d e s e j o u , s o n h o u e v i v e u a r d u a m e n t e . 
S e g u r a n d o f i r m e p a r a q u e não a c a b a s s e . 
O n d e v o c ê f a z i a d e t u d o p e l o o u t r o , mas 
n ão r e c e b i a e m t r o c a na m es m a 
i n t e n s i d a d e . C o m o s a b e r se esses são 
s i na i s de um r e l a c i o n a m e n t o " n a t u r a l ” ou 
um r e l a c i o n a m e n t o q u e e s t á " s a i n d o d os 
t r i l h o s ” ?
A p e r s o n a g e m d es s a h i s t ó r i a não c o n s e g u i a 
s a i r d i ss o - m e s m o e n x e r g a n d o t u d o o que 
a c o n t e c i a . P o r q u e p a r a e la f o i t ã o d i f í c i l 
s a i r de a l g o q u e já n ão a f a z i a b e m , 
f a z e n d o - a v i v e r d o i s a n o s de um p e s a d e l o ? 
Um r e l a c i o n a m e n t o p r o b l e m á t i c o q ue 
c o m e ç o u t i r a n d o seu s o n o , d e p o i s sua 
s aúde . . . sua v o n t a d e de v i v e r . . . e a c a b o u 
n um q u a d r o d e p r e s s i v o s e g u i d o de c r i s es 
de a n s i e d a d e .
T o m a r a t i t u d e s d e f i n i t i v a s q u a n d o se e s t á 
s u b m e r s o n um s e n t i m e n t o t ã o d o l o r o s o 
c o m a l g u é m q u e se a m a não é f á c i l . E s t a r 
no c e n t r o da e s p i r a l , c o m o “ p r í n c i p e 
e n c a n t a d o ” d a n d o c a da v e z ma i s s i na i s de 
se r na v e r d a d e n a d a m a i s q ue um sapo . . .
M e r g u l h e nessa h i s t ó r i a e v e j a c o m o L e t í c i a 
s u p e r o u essa d o r e v i r o u o j o g o . Sa i ba q ue , 
p o r ma i s d i f í c i l q ue a s i t u a ç ã o p a r e ç a , 
s e m p r e há a l g u é m p o r p e r t o c o m as 
f e r r a m e n t a s c e r t a s ( u m a a j u d a , um 
c o n s e l h o ) p a r a l he d a r as m ã os !
Essa é uma o b r a de a u t o a n á l i s e e de 
s u p e r a ç ã o . S u p e r a ç ã o d i a n t e de s i t u a ç õ e s 
q ue , de t ã o c o r r i q u e i r a s , nos d o e m . 
S e n t i m o - n o s e n c u r r a l a d o s , sem sa í da ; 
a c h a n d o q ue não h a v e r á d e p o i s , e s u p o r t a r 
a q u i l o é o q ue nos r e s t a . Mas não é...
A o t e r m i n a r d e l e r , a l g o s o b r e o m o d o de 
v o c ê l i d a r c o m o o u t r o e c o n s i g o m e s m o 
m u d a r á . U ma a u s ê n c i a r e p e n t i n a n ão será 
só u ma " a u s ê n c i a ” , u ma p a l a v r a ma l f a l a d a 
m a i s de u ma v e z não é a p e n a s a l g o d i t o 
“ s e m q u e r e r " .
O i n t u i t o d e s s e l i v r o é q ue , ao f i na l , v o c ê 
se ja c a p a z d e s a i r d e s e us p r ó p r i o s 
b u r a c o s e n ão c a i r ma i s ne l es . S a b e r que 
ao c h e g a r m o s no f u n d o do p o ç o , não 
p r e c i s a m o s f i c a r a l i ; p o d e m o s t o m a r 
i m p u l s o p a r a v o l t a r à s u p e r f í c i e . E q u e um 
b o m r e l a c i o n a m e n t o d e v e c o m e ç a r c o m 
v o c ê m e s m o , s o b r e c o n h e c e r suas 
l i m i t a ç õ e s , seus p o n t o s f o r t e s e f r a c o s , e 
se r f e l i z c o m i sso.
E o q ue v i e r , q ue v e n h a p a r a s o m a r . . . e 
t r a n s b o r d a r a f e l i c i d a d e q ue v o c ê já 
p os su i d e n t r o d e si .
" C o m o t e m p o , v o c ê v a i p e r c e b e n d o q u e , 
p a r a s e r f e l i z , v o c ê p r e c i s a a p r e n d e r a 
g o s t a r d e v o c ê , a c u i d a r d e v o c ê e, 
p r i n c i p a l m e n t e , a g o s t a r d e q u e m t a m b é m 
g o s t a d e v o c ê " .
M a r i o Q u i n t a n a
BRU N A A L M E I D A
G r a d u a d a em A d m i n i s t r a ç ã o 
- U N E S A - RJ; M B A G e s t ã o de 
N e g ó c i o s S u s t e n t á v e i s - UFF 
L A T E C - RJ; C o m i s s á r i a de B o r d o 
e C o a c h .
M A IR A B A P T IS T U S S I
P s i c ó l o g a , T e r a p e u t a A n a l í t i c o 
C o m p o r t a m e n t a l c o m E s p e c i a l i z a ç ã o 
em: A n á l i s e e S í n t e s e em C o n t e x t o s 
T e r a p ê u t i c o s pe l a UFSCar ; M e s t r e em 
P s i c o l o g i a E x p e r i m e n t a l p e l a PUC- SP; 
D o u t o r a em P s i c o l o g i a E x p e r i m e n t a l 
pe l a USP- SP; E x p e r i ê n c i a de 15 anos 
em d o c ê n c i a em c u r s o s de g r a d u a ç ã o 
e p ó s - g r a d u a ç ã o em P s i c o l o g i a ;
E x p e r i ê n c i a c l í n i c a de 18 a n o s em 
P s i c o l o g i a C l í n i ca .
	AGRADECIMENTOS BRUNA ALMEIDA
	AGRADECIMENTOS MAIRA BAPTISTUSSI
	Sumário
	PREFÁCIO
	INTRODUÇÃO
	CAPÍTULO 1
 - O INÍCIO DE UMA HISTÓRIA DE AMOR
	CAPITULO 2 QUEM ERA CARLOS?
	O RELACIONAMENTO COM A “ESPOSA”
	O MANIPULADOR E SEDUTOR
	MEDO DE VÍNCULOS E ESQUIVAS DE PROBLEMAS
	O EGOÍSMO E A VITIMIZAÇÁO
	NOSSAS DIFERENÇAS
	RESUMO:
	QUEM ERA CARLOS - Alguns padrões e tendências de Comportamento
	MANIPULADOR E SEDUTOR
	MEDO DE VTNCULAÇÂOE ESQUIVAS DE PROBLEMAS
	EGOÍSMO E VITIMIZAÇÂO
	AS DIFERENÇAS
	EXERCÍCIO - O EU E O OUTRO
	CAPÍTULO 3
 - SENTIMENTOS E COMPORTAMENTOS GERADOS DURANTE O RELACIONAMENTO
	SENTIMENTOS GERADOS - OS EFEITOS NA PELE
	SENTIMENTOS GERADOS - RESUMO
	CAPÍTULO 4
 - COMO A ALIANÇA FOI SENDO CONSTRUÍDA?
	CAPÍTULO 5
 - QUANDO E COMO ME VI EMOCIONALMENTE ADOECIDA
	EXERCÍCIO - REGISTRO DE SENTIMENTOS
	EXERCÍCIO - REGISTRO DE COMPORTAMENTOS
	CAPÍTULO 6
 O PAPEL DA CONSCIÊNCIA NA MUDANÇA DE COMPORTAMENTO
	V	_	J
	CAPÍTULO 7
 - COMO SAÍ DA DEPRESSÃO E VIREI O JOGO
	EU NÁO TENHO PALAVRAS PARA DESCREVER O QUÁO BOM É VIRAR O JOGO! COMO É BOM SE LIVRAR DAQUILO QUE NÁO TE FAZ BEM!
	DEPOIS QUE VOCÊ SAI DA DEPRESSÃO
	DEPOIS DA ALTA NA TERAPIA - VIRANDO O JOGO
	EXEMPLOS DE PERGUNTAS E RESPOSTAS QUE ME AJUDARAM
	1.	O que Carlos significou na minha vida?
	2.	Por que estou me desligando de Carlos?
	ANEXO 1 - DICAS DE AUTO-OBSERVAÇÁO: PENSAMENTOS E COMPORTAMENTOS QUE PODEM AJUDAR NA MELHORA
	ANEXO 2
 - DICAS DE AUTO-OBSERVAÇAO PARA MELHORAR A QUALIDADE DO SEU RELACIONAMENTO
	DESFECHO
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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